Hoje Macau 19 JUN 2017 #3834

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DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ

MOP$10

SEGUNDA-FEIRA 19 DE JUNHO DE 2017 • ANO XVI • Nº 3835 PUB

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

hojemacau

GRANDE BAÍA

Rota da cooperação PÁGINA 6

AL | TERRENOS DOIS VOTOS CHUMBAM DEBATE

A beira do sim A proposta veio de Ng Kuok Cheong. Visava debater o destino dos novos aterros e ao mesmo tempo pressionar o Governo para limitar a compra

de casas. O hemiciclo dividiu-se e apenas dois votos impediram que o pedido do deputado pró-democrata fosse aprovado.

FESTIVAL DE CINEMA

As novas apostas EVENTOS

Eleições de Macau

OPINIÃO | CARLOS MORAIS JOSÉ

PÁGINA 4

CHINA | ENSINO

Disciplina para estrangeiros

GRANDE PLANO PUB

Inferno

FRANZ HALS, O TOCADOR DE ALAÚDE

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PEDROGÃO GRANDE


2 GRANDE PLANO

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STUDAR na China tornou-se, nos últimos anos, um objectivo para muitos estrangeiros. No reverso da medalha, o fenómeno é semelhante a milhares de estudantes chineses que todos os anos vão frequentar cursos superiores em países estrangeiros, sobretudo na Europa e Estados Unidos. Mas agora, segundo o South China Morning Post (SCMP), foram estabelecidas regras mais rígidas para os estrangeiros, criadas numa parceria constituída pelos ministérios da Educação, Negócios Estrangeiros e Segurança Pública. Os cursos incluem o ensino de leis e das instituições, que fazem parte do Governo chinês, sem esquecer a filosofia ou teoria política. Ainda assim, “não foram dados detalhes sobre o tipo de sistemas que serão ensinados”, aponta o jornal de Hong Kong. A medida é aplicada a todos os cursos, independentemente da sua área, à excepção dos alunos oriundos de Macau e de Hong Kong. A medida entra em vigor já no próximo mês, a tempo de um novo ano lectivo. Para além da obrigatoriedade dos cursos, os alunos serão acompanhados por tutores. Caso vivam foram dos dormitórios das universidades, devem registar a sua morada junto das autoridades policiais do bairro onde vivem. Paulo, designer português a residir em Pequim, fez na capital chinesa o seu mestrado. As aulas não se limitaram à criatividade, ao desenho e à concepção, mas também à essência da China. “Quando vim para cá tive de ir a uma aula chamada ‘Outline of China’. Ensinaram-nos a geografia do país, um pouco de história e de política, mas nada de muito aprofundado, foi só um semestre”, contou Paulo, que se recorda de ouvir uns laivos de propaganda. “Claro que nessa altura vindo de um professor e universidades que são muito ligados ao partido”, tentaram vender o comunismo como sendo uma coisa boa e que os sistemas capitalistas tinham muitos problemas, mas não achei nada de extraordinário comenta. O designer considera que as novas medidas anunciadas constituem apenas “mais uma das muitas ferramentas de propaganda, para espalhar o ‘soft power’ chinês”. “Vemos isso tem todo o lado, a toda a hora, em nuances e entrelinhas”, acrescentou. “Esta medida é uma tentativa clara de conter influências ocidentais, especialmente depois das notícias recentes de testemunhos

CHINA ESTUDANTES ESTRANGEIROS OBRIGADOS A TER DISCIPLINAS SOBRE A NAÇÃO

ALUNOS DE UM Os alunos estrangeiros a estudar na China têm agora de frequentar obrigatoriamente aulas sobre política, leis, instituições e cultura do país. Tentativa de reforço da propaganda ou não, alunos e antigos alunos analisam a medida e contam a sua experiência de estudantes chineses nos Estados Unidos”, apontou Paulo, que aponta, contudo, excelentes contrapartidas de estudar no continente. “As bolsas oferecidas pelo Governo chinês são das que melhores condições têm a nível mundial. Levar com propaganda é o preço a pagar por isso.”

“NÃO TENHO INTERESSE”

Pedro Roleira também vive em Pequim, onde frequenta um mes-

“Os europeus têm uma imagem da China bastante distorcida, manipulada pelos Estados Unidos. A disponibilização deste tipo de ensino pode ajudar os ocidentais a mudarem a sua mentalidade.” PEDRO ROLEIRA ESTUDANTE

trado integrado em Engenharia Mecânica, com especialização em energias. Ficou seis meses na Universidade Tsinghua, uma das mais prestigiadas do mundo, enquanto aluno do departamento de engenharia de veículos. O mestrando nunca teve passou por aulas ligadas à política ou cultura chinesas. “Não sinto necessidade de ter essa formação porque não sinto interesse e não tenho muito tempo para aprender sobre a história e política chinesa”, frisou. Para Pedro Roleira, estas aulas deveriam continuar a ser optativas e não obrigatórias. Ainda assim, Pedro entende que “os europeus têm uma imagem da China bastante distorcida, manipulada pelos Estados Unidos. A disponibilização deste tipo de ensino pode ajudar os ocidentais a mudarem a sua mentalidade”. Por seu lado, Paulo recorda-se de um episódio que viveu numa das aulas que teve de frequentar. “No final do semestre tivemos de apresentar um pequeno trabalho sobre um tema à nossa escolha. Na altura escolhi o Great Green Wall of China, que eles estão a plantar desde os anos 70 no deserto no norte da China.”

“Quando falei das conquistas do projecto o professor achou tudo muito bem. Quando falei dos problemas e desafios ele não

442

mil estudantes estrangeiros frequentaram as universidades chinesas em 2016

achou graça nenhuma. Fiz um bom trabalho, mas tive uma nota medíocre”, lembrou. Para o designer, os estudantes estrangeiros na China são usados “como ferramentas de propaganda”. Estes “vão à televisão, cantam cantigas chinesas”. “Adoram que sejamos macacos de circo que enalteçam tudo o que é chinês. São muito proteccionistas da cultura”, considera Paulo. João Pimenta, jornalista em Pequim, garante que o facto das


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novas medidas incluírem leis, regulamentos e instituições é algo novo para os alunos estrangeiros. “Isso não estudámos, por isso admito que haja alterações no conteúdo”, disse.

MARXISMO PARA CHINESES

João Pimenta foi para Pequim estudar mandarim, tendo frequentado um mestrado na Universidade Renmin. Já nessa altura havia “cursos obrigatórios

“As bolsas oferecidas pelo Governo chinês são das que melhores condições têm a nível mundial. Levar com propaganda é o preço a pagar por isso.” PAULO DESIGNER

de cultura chinesa para todos os alunos estrangeiros, fossem eles de licenciatura, mestrado ou doutoramento, independentemente da disciplina que estudavam”. O jornalista afirma não politizar as novas medidas anunciadas para estudantes estrangeiros, “mas também não se conhece os conteúdos que passarão a ser leccionados depois de esta medida entrar em vigor”.

Todos os países fazem, mais ou menos, a mesma coisa

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RNALDO Gonçalves, especialista em Relações Internacionais, afirma que nestas novas medidas não está em causa o reforço da propaganda por parte do Governo Central e do próprio Partido Comunista Chinês, até porque isso acontece em todo o lado. “Em qualquer universidade de um país, os alunos estrangeiros têm sempre de ter um enquadramento histórico e sociológico. Há sempre disciplinas nos mestrados e doutoramentos ligadas a essas áreas. O facto da China ter um regime autoritário, de partido único, é evidente que isso pode ter outra leitura.” Para o académico, tratam-se de medidas que não são excessivas, comparando mesmo com o já existente bloqueio de alguns websites, como é o caso do Facebook. “Sob essa capa [são medidas que] exercem algum controlo, como é feito com o Facebook ou com algumas coisas que são escrutinadas, mas isso tem a ver com a natureza do regime. Se os alunos tivessem de cantar o hino chinês, por exemplo, aí falaria de uma tentativa de lavagem cerebral”, concluiu. Arnaldo Gonçalves chega mesmo a estabelecer um paralelismo com o que já acontece com os funcionários públicos de Macau, que são enviados para a China para frequentar cursos com laivos de ideologia. “Temos sido mandados para a China para um curso intensivo

“Da experiência que tive, o programa incluía o estudo de alguns poetas chinesas clássicos e questões da sociedade contemporânea chinesa. O único teor político eram menções à campanha anti-corrupção do Xi Jinping. As aulas eram bastante descomprometidas e interessantes. Era um curso em que nem se faziam exames ou trabalhos finais e toda a gente tinha boas notas.” João recorda que estas aulas afastavam os estrangeiros do ensino do marxismo, obrigatório para alunos chineses. “Este curso existia, curiosamente, para isentar os alunos estrangeiros de frequen-

GONÇALO LOBO PINHEIRO

PAÍS MAIOR

Propaganda? Nem por isso

de enquadramento, onde falam da história do Partido Comunista Chinês, da economia chinesa, e levam-nos a uma visita ao museu da história da revolução, um museu muito ideológico, virado para a propaganda do regime. Todos nós juristas portugueses passamos por essa formação. Penso que isso tem a mesma natureza, e não vejo isso com muita preocupação.” O especialista aponta ainda que nos Estados Unidos existem práticas semelhantes em algumas universidades. “Os alunos estudam um pouco sobre a história e cultura americanas, a tradição de trabalho em prol da comunidade. Se for uma universidade católica os alunos são incentivados a ir à missa, por exemplo. Cada país adapta isso à sua tradição e cultura.”

tarem o curso de Estudos Marxistas, esse obrigatório para todos os chineses. Os dois decorriam no mesmo dia, às mesmas horas, com os alunos estrangeiros a irem para as aulas de cultura e os chineses para as de marxismo.” Mais de 442 mil alunos internacionais estudavam na China o ano passado, o que representa um aumento de 11 por cento face a 2015. Os dados oficiais mostram que mais de 70 mil estudantes chegam à China oriundos de países como a Coreia do Sul, Estados Unidos, Tailândia, Paquistão e Índia. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo


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Por dois votos, a proposta de debate de Ng Kuok Cheong não avançou. Os deputados mostraram-se divididos. Se para uns a ideia de limitar a compra de casas representa um retrocesso no desenvolvimento local, para outros, apesar das reservas, é uma matéria que deveria ser discutida no hemiciclo

Terrenos PROPOSTA DE DEBATE DE NG KOUK CHEONG CHUMBADA

Foi por muito pouco Da mesma opinião foi Vong Hin Fai. Para o tribuno, a ideia de limitar o investimento imobiliário no território vai mesmo contra as suas características. “Macau é uma zona migratória com pessoas vindas de muitos lados em que todos podem trabalhar alegremente e, se adoptarmos esta política, as pessoas podem pensar que estamos num território com uma sociedade exclusiva e intolerante”, justificou. Por outro lado, em Macau o sistema é capitalista, pelo que,

GCS

POLÍTICA

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ORAM 14 votos contra e 12 a favor do pedido de debate apresentado pelo deputado Ng Kuok Cheong na Assembleia Legislativa. O pedido que solicitava uma discussão acerca do destino dos novos aterros, ao mesmo tempo que instava o Governo a limitar a compra de casas, dividiu os deputados. Da ala que se manifestou contra o pedido de debate, o deputado Tommy Lau considerou que a ideia iria contra as políticas de

desenvolvimento do território e deu como exemplo a influência negativa que uma proposta como a de Ng Kuok Cheong poderia ter até no projecto inter-regional da Grande Baía. “Não faz sentido que as pessoas que vierem

investir em Macau não possam comprar as casas que quiserem, muito menos agora com a política da Grande Baía em que não podemos pôr um limite a nós próprios. Isto só vai limitar o desenvolvimento”, disse.

F

OI aprovada na especialidade, por unanimidade, a proposta de lei de revisão do Código Penal. O diploma prevê o alargamento da abrangência dos crimes de violação e introduz três novos crimes de cariz sexual: a importunação sexual, o recurso à prostituição de menores e a pornografia de menores. Com a revisão, há penas agravadas, nomeadamente a aplicada ao crime de abuso de menores, que pode ir até aos oito anos de prisão. Foi também o abuso de menores que suscitou troca de opiniões na sessão plenária da Assembleia Legislativa. Apesar de concordar com o diploma, a deputada Melinda Chan questionou o Governo quanto à classificação do crime de modo a que seja clara a origem da queixa. Em causa está o facto de ainda ser considerado um crime semipúblico. Sónia Chan, secretária para a Administração e Justiça, esclareceu que o crime é semipúblico mas, “se

a vítima for ofendida, além do encarregado de educação, o Ministério Público pode também fazer uma acusação”. Em declaração de voto, Melinda Chan reforçou a necessidade de o crime em causa poder ser considerado público. “Acho que esta revisão ainda não está perfeita e espero que, no futuro, o abuso sexual de menores venha a ser considerado um crime de natureza pública.”Arazão, apontou a deputada, é conseguir uma protecção total dos menores. Já o deputado Tommy Lau advertiu para os cuidados a ter quando se fala de importunação sexual. O deputado espera que aquando destas situações haja cuidados acrescidos na recolha de provas de modo a que uma acusação infundada não se torne injusta. Para o deputado, é uma matéria delicada em que um acusado, mesmo que inocente, fica com a reputação ameaçada, sendo que “há que evitar calúnias”. S.M.M.

VONG HIN FAI DEPUTADO

HABITAÇÃO SOCIAL DEBATE DE ELLA LEI ACONTECE AMANHÃ NA AL TIAGO ALCÂNTARA

CÓDIGO PENAL REVISÃO APROVADA NA ESPECIALIDADE POR UNANIMIDADE

“Macau é uma zona migratória com pessoas vindas de muitos lados em que todos podem trabalhar alegremente e, se adoptarmos esta política, as pessoas podem pensar que estamos num território com uma sociedade exclusiva e intolerante”

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ausência de concursos de acesso à habitação pública em Macau vai ser debatida amanhã na Assembleia Legislativa, com a deputada proponente a instar ao seu “lançamento imediato”, uma vez volvidos quatro anos desde o último. “O Governo deve iniciar imediatamente os concursos para

habitações sociais, bem como implementar um mecanismo permanente de candidatura”, afirma, na proposta de debate de interesse público, Ella Lei, deputada eleita por sufrágio indirecto, da ala tradicional, pertencente à Federação das Associações dos Operários de Macau. Considerando que “as casas estão muito caras” e que “os residentes anseiam por uma habitação pública para dispor de um lar estável”, a deputada defende que o Governo “deve promover, com todo o esforço, o planeamento e o fornecimento dessas habitações, e dispor de uma calendarização para a sua construção”. Contudo, argumenta, “o Governo está sempre a afirmar que não dispõe nem de terrenos nem de casas”, e “a última vez que abriu concurso para habitações económicas e sociais foi em 2013”, enfatiza, na nota justificativa.

considerou Vong Hin Fai, “estas medidas vão contra essa política e contra o próprio desenvolvimento do território”.

É PRECISO FALAR

O assunto foi, no entanto, considerado digno de debate por vários deputados, até porque diz respeito aos problemas de habitação que afectam a sociedade. Para Melinda Chan, em causa está a dificuldade de compra de casa pela chamada “classe sanduíche”. Como tal, “é uma matéria que merece ser debatida independentemente do aproveitamento dos terrenos”, afirmou. Já Ella Lei, apesar de admitir que pode não ser ainda altura para tomadas de decisão, considera que é o tempo certo para que seja discutido o destino dos terrenos nos novos aterros. “Não é tempo de tomar uma decisão, mas devemos ouvir as opiniões para que o Governo, no futuro, tome posições”, apontou Ella Lei. A falta de um planeamento concreto para as construções nos novos aterros foi a razão apontada por Song Pek Kei para justificar o seu voto a favor do debate pedido por Ng Kuok Cheong. A deputada defendeu que “o debate pode ser uma plataforma para que o Governo esclareça as questões da habitação”. No momento do voto, a proposta de Ng Kuok Cheong ficou mais uma vez pelo caminho, por uma diferença de dois votos. Sofia Margarida Mota

sofiamota.hojemacau@gmail.com

CHUI SAI ON PARTE QUARTA-FEIRA PARA XANGAI

O Chefe do Executivo, Chui Sai On, parte esta quartafeira, dia 21, para Xangai, onde vai “manter encontros com as autoridades da cidade”, que vão servir para “fazer um balanço dos resultados alcançados pela cooperação bilateral e avaliar as perspectivas de desenvolvimento”, aponta um comunicado oficial. Chui Sai On vai ainda, juntamente com a sua comitiva, “conhecer o planeamento urbano daquela cidade”. A visita oficial termina na quinta-feira.


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HABITAÇÃO CASAS PARA QUEM PRECISA

Restrições à compra de casa e impostos sobre as fracções desocupadas são as sugestões da deputada Chan Hong para a definição de políticas por parte do Executivo capazes de equilibrar o mercado imobiliário local. “Espero que o Governo tenha a determinação de definir uma política de habitação sustentável e de longo prazo”, disse Chan Hong no período de antes da ordem dia na Assembleia Legislativa. A deputada sugeriu ainda que Macau adopte o modelo seguido por Hong Kong em que “se arrenda primeiro e se adquire depois”. Outra sugestão foi a introdução do modelo do Continente que limita a venda e os preços das fracções habitacionais. A ideia é facilitar a aquisição de habitação por parte da classe média.

AL CAMINHO LIVRE PARA POPULAÇÃO VULNERÁVEL

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MA cidade sem obstáculos à deslocação em espaços públicos foi o pedido de Ho Ion Sang ao Executivo. Em causa está o crescente envelhecimento da população do território e os cuidados a ter com as pessoas portadoras de deficiência. O deputado argumentou a pertinência do pedido com referência à Convenção da ONU sobre dos direitos das pessoas com deficiência, aprovada em 2006. “Trata-se de um diploma internacional que visa a plena protecção dos portadores de deficiên-

cia, sendo que está em vigor na China desde 2008, pelo que é aplicável ao território”, disse na interpelação apresentada no período de antes da ordem do dia, na Assembleia Legislativa. O documento exige, afirma Ho Ion Sang, que “os estados signatários adoptem medidas adequadas para garantir a acessibilidade e proporcionar a respectiva informação às pessoas com deficiência”. Por outro lado, afirma, a construção de uma cidade livre de obstáculos à mo-

bilidade é “uma garantia importante para os direitos e interesses dos grupos mais vulneráveis, como o das pessoas portadoras de deficiência e da população idosa”, disse Ho Ion Sang. O Governo deve, além de continuar os trabalhos de melhoria no que respeita ao planeamento do território, proceder ao levantamento dos problemas de acessibilidade nos bairros antigos, de modo a “promover os espaços públicos destas zonas num ambiente sem obstáculos” S.M.M.

AL PROPOSTA DE FUNDO DE INVESTIMENTO PARA “UMA FAIXA, UMA ROTA”

Macau chega-se à frente O território pode ser pioneiro na criação de um fundo para apoiar projectos especiais inseridos no âmbito de “Uma Faixa, Uma Rota”. A ideia é dar relevo ao papel do território dentro do projecto liderado pela China

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deputado à Assembleia Legislativa Tommy Lau propôs na passada sexta-feira a criação de fundos para projectos especiais. O objectivo é atrair capitais públicos e privados de países de língua portuguesa a participarem da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”. “O Governo pode assumir o papel de pioneiro, podendo pensar na criação de alguns fundos de desenvolvimento para projectos especiais, com vista a atrair capitais de alguns países e empresas privadas de língua portuguesa”, sugeriu o deputado nomeado pelo Chefe do Executivo, na sua intervenção antes da ordem do dia. Para Tommy Lau, “é possível, através do recurso a este tipo de fundo, impulsionar o desenvolvimento de actividades comerciais no âmbito da iniciativa ‘Uma Faixa, Uma Rota’”, “uma estratégia muito importante” da China. “Macau pode pensar na definição de políticas, conjugando-as com o seu papel de plataforma de ligação entre a China e os países de língua portuguesa, com vista a incentivar os dirigentes e os residentes em geral a participarem”, sustentou o deputado.

AJUDAR OS MAIS PEQUENOS

Neste sentido, esse tipo de fundo teria como objectivo “apoiar principalmente os projectos comerciais de pequena dimensão”: “O Go-

POLÍTICA

“Macau pode pensar na definição de políticas, conjugando-as com o seu papel de plataforma de ligação entre a China e os países de língua portuguesa.” TOMMY LAU DEPUTADO

verno de Macau pode promover a criação de fundos de desenvolvimento para as pequenas e médias empresas (PME), apoiando-as na exploração de actividades comerciais nos países participantes de ‘Uma Faixa, Uma Rota’, sobretudo os do Sudeste Asiático, onde a população chinesa é vasta”. No âmbito do comércio transnacional, Tommy Lau observa ainda ser “necessário proporcionar às PME capital suficiente para a compra e venda de mercadorias de custo elevado”, a fim de “promover o aumento do volume” das trocas comerciais. Por outro lado, o deputado entende que “pode recorrer-se a este tipo de fundos para o arranque do desenvolvimento financeiro característico de Macau”, apontando que “o investimento de algum capital por parte do Governo contribui para atrair a participação de outros investidores”. “Os principais alvos de investimento destes fundos são os países participantes da iniciativa ‘Uma Faixa, Uma Rota’ e os países lusófonos”, frisou Tommy Lau, para quem “o rumo é claro e contribui para incentivar as empresas a fazer negócios no exterior e a expandir o seu espaço de desenvolvimento”. “Espero que o Governo proceda aos devidos estudos e discussões, e que defina políticas que permitam que Macau apanhe a boleia da estratégia do desenvolvimento nacional”, concluiu.

IDOSOS ANGELA LEONG PEDE PROGRAMAS DE ENSINO

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deputada Angela Leong solicitou mais programas de ensino gratuito promovidos por universidades e dirigidos aos idosos. O objectivo, afirmou no período de antes da ordem do dia na Assembleia Legislativa, é proporcionar a esta população uma oportunidade de ensino gratuito adaptado às suas necessidades específicas. Em causa estão várias situações relativas ao próprio processo de envelhecimento. Da interpelação de Angela Leong constam alguns exemplos: “[O Governo] deve organizar cursos sistemáticos que se adaptem às necessidades [dos idosos], nomeadamente, sobre a segurança na toma de medicamentos, a defesa do consumidor e a psicologia geriátrica”. A deputada exemplifica com o programa dirigido à população sénior promovido pelo Instituto Politécnico de Macau, a “Academia do Cidadão Sénior”. A iniciativa que existe desde 1999 “permite aos mais velhos terem a oportunidade de regressar ao ensino e incentivar o seu zelo na aprendizagem”, explicou. No entanto, para conseguir regressar à sala de aula, os interessados são submetidos a um sorteio limitado a 480 vagas. O resultado é a exclusão de uma grande faixa da população. O papel das universidades é evidente para Angela Leong: “Têm planos curriculares mais abrangentes, científicos e sistemáticos, e dão mais atenção à psicologia e ao aconselhamento de vida na velhice”, disse. S.M.M.


6 SOCIEDADE

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Grande Baía SAÚDE E APOIO SOCIAL À ESPERA DE BENEFÍCIOS

Integração em curso

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MIGUEL FIGUEIREDO, PRESIDÊNCIA DA RÉPUBLICA

A sequência da consulta pública quanto ao Planeamento da Região Metropolitana da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, o Executivo reuniu com representantes dos sectores da saúde, segurança social e serviços sociais. A recolha de opiniões foi realizada pelo Gabinete de Estudo das Políticas, de forma a criar mecanismos de cooperação, fiscalização e implementação dos trabalhos, de acordo com um comunicado da entidade governamental. Foram discutidas várias propostas, entre elas a aplicação de mega-dados entre serviços sociais das três regiões da Grande Baía, a digitalização de arquivos médicos, a acreditação profissional das especialidades médicas e dos profissionais de acção social. Neste aspecto, o Governo pretende internacionalizar os cuidados de saúde de Macau, nomeadamente no que toca à formação de pessoal de enfermagem, assim como dar relevo à indústria da medicina tradicional chinesa. Na área da acção social foram debatidas as possibilidades de integrar serviços de lares de

GCS

O projecto que prevê a agregação entre Macau, Hong Kong e Guangdong leva o Governo a criar um mecanismo de cooperação interdisciplinar para várias áreas sociais. O deputado Ho Ion Sang defende a implementação de um modelo de integração entre as três regiões semelhante ao europeu

idosos transfronteiriços, partilha de recursos de saúde e assistência social, assim como a cooperação na área da protecção ambiental. Na reunião foi sugerido ao Gabinete de Estudos das Políticas que pondere o estabelecimento de uma instituição que preste serviços de consulta jurídica para responder aos desafios legais surgidos da implementação dos planos da Grande Baía. Da mesma forma, foi proposta a criação de um

mecanismo destinado a resolver disputas decorrentes do projecto de integração que garanta os direitos dos cidadãos de Macau.

DELTA UNIDOS

Em declarações ao Jornal do Cidadão, Ho Ion Sang afirmou que os planos de construção da Grande Baía Guangdong – Hong Kong – Macau têm muitos pontos de concordância com o plano quinquenal para o desenvolvimento de

Macau. Aliás, o deputado vê ambas as políticas de longo-prazo numa relação simbiótica com potencial para beneficiar a RAEM. Ho Ion Sang considera que Macau se deve afirmar como centro de turismo e lazer da região. Para tal, deve-se reforçar a cooperação transfronteiriça e a integração regional de forma a ultrapassar barreiras existentes no fluxo de visitantes, bens, fundos e tecnologia. O deputado acrescenta que a Grande Baía tem dois grandes centro financeiros do lado leste do Rio das Pérolas, Hong Kong e Shenzhen, e que o Governo procurar firmar Macau como o centro da finança no lado oeste. Em declarações ao Jornal do Cidadão, referiu que o estabelecimento deste centro financeiro pode ser um importante passo estratégico tendo em conta a interacção de Macau com os mercados dos países de língua portuguesa e os que integram a política “Uma Faixa, Uma Rota”. Nesse sentido, Ho Ion Sang acha útil a partilha de informação entre instituições financeiras das regiões que integram a Grande Baía. No que toca à movimentação de pessoas, com o fim das obras da ponte Hong Kong – Zhuhai – Macau, o deputado considera que se devem aliviar as exigências burocráticas nas fronteiras e que se deve procurar uma aproximação ao modelo seguido pela União Europeia. Ho Ion Sang sugere mesmo que se isente o visto de três a sete dias aos portadores de visto comercial de Hong Kong e do Interior da China, assim como a quem tenha visto dos Estados Unidos e Inglaterra proveniente do Interior da China. O deputado acha que esta medida pode atrair para Macau clientes de Hong Kong e Guangdong para o turismo de negócios, convenções e exposições. Vítor Ng e João Luz

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JOGO DICJ PEDE MAIS ATENÇÃO AOS TELEMÓVEIS

A Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) anunciou o reforço das medidas preventivas de combate às actividades ilícitas nos casinos. A decisão surge na sequência do desmantelamento, por parte da polícia, de um grupo suspeito de utilizar telemóveis para efectuar a transmissão directa de jogos de fortuna ou azar e de apostas ilegais. A DICJ exigiu às concessionárias e aos promotores de jogo que garantam que não são usados telemóveis nas mesas de jogos, tendo pedido ainda um reforço da inspecção deste tipo de equipamentos nas outras áreas dos casinos. Em comunicado, a entidade vinca que mantém uma estreita cooperação com a Polícia Judiciária para inspeccionar as actividades desenvolvidas nos casinos, de modo a prevenir a ocorrência de quaisquer actividades irregulares.

TRIBUNAIS JUÍZOS CRIMINAIS DO TJB COM NOVA CASA

Os juízos criminais do Tribunal Judicial de Base vão mudar de instalações no terceiro trimestre deste ano. Numa nota de imprensa, o Tribunal de Última Instância explica que a data ainda não está agendada, mas comunica que os quatro juízos criminais do TJB vão deixa o edifício Macau Square para se instalarem no edifício provisório localizado na Avenida Doutor Stanley Ho. O espaço, acabado de construir, destina-se principalmente aos juízos criminais. O edifício provisório ocupa um terreno com uma área de 1640 metros quadrados, com a altura total de cerca de 35 metros, com oito pisos e cave, e tem uma área bruta de construção de cerca de 14.300 metros quadrados.

UM ALUNOS REUNIRAM COM MARCELO REBELO DE SOUSA

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M grupo de alunos da Universidade de Macau (UM) reuniram no passado sábado, em Lisboa, com Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República portuguesa. A visita realizou-se no âmbito de uma visita de estudo organizada pelo Programa Académico da

União Europeia em Macau, onde estiveram também presentes representantes do Instituto de Estudos Europeus de Macau. Segundo um comunicado oficial, Marcelo Rebelo de Sousa “salientou a mais-valia para os alunos de aprofundarem o seu conhecimento sobre a União

Europeia (UE) no actual contexto internacional”. A visita incluiu ainda encontros com a secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Margarida Marques, e com deputados à Assembleia da República da Comissão Parlamentar de Amizade Portugal-China, entre os quais a

líder da comissão, Ana Catarina Mendes. “O actual estado das relações Europa-China foi o tema destes dois encontros”, explica o comunicado. Para além das viagens a outras cidades portuguesas, como é o caso de Coimbra e Porto, os alunos da UM estiveram ainda três dias

em Bruxelas, Bélgica, onde foram recebidos por representantes da Comissão Europeia. Na capital belga tanto alunos como professores “participaram numa conferência no Instituto de Estudos Europeus da Universidade de Livre de Bruxelas, sobre as implicações para a Europa e para a China da saída do Reino Unido da UE”.


7 hoje macau segunda-feira 19.6.2017

Há mais homens a pedir ajuda por causa de problemas no seio familiar. Cerca de 30 por cento dos pedidos de ajuda recebidos pela Associação da Construção Conjunta de um Bom Lar o ano passado foram feitos por homens

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M jeito de celebração do Dia do Pai, várias associações promoveram actividades este domingo para lembrar causas como a necessidade de implementar a licença de paternidade ou o papel do homem face a conflitos familiares. Segundo o jornal Ou Mun, Loi Yi Weng, subdirectora da Associação da Construção Conjunta de Um Bom Lar, referiu que há

Lar, amargo lar Há mais homens a pedir ajuda por conflitos familiares

mais homens que pedem ajuda, devido ao aumento das exigências junto da família. A responsável lembrou que, na maior parte dos casos, os pais deparam-se com várias dificuldades, mas optam quase sempre por não falar dos seus problemas. Dados apresentados por Loi Yi Weng revelam que, só no ano passado, os homens foram responsáveis por 30 por cento dos pedidos de ajuda feitos à associação, todos eles relacionados com questões familiares. A subdirectora da associação lamenta a insuficiência de serviços

de apoio e actividades direccionadas para os homens. A pressão social e o lado mais tradicional da cultura chinesa faz com que os homens sintam mais restrições a pedir ajuda. Loi Yi Weng defendeu também a criação de uma plataforma de informações online e serviços de apoio para os homens. Tudo para resolver o embaraço que muitos sentem.

ASSINATURAS MIL

Também aAssociação Geral das Mulheres de Macau (AGMM) decidiu

sair para a rua para celebrar o Dia do Pai, tendo voltado a chamar a atenção para a necessidade de implementar cinco dias de licença de paternidade. Segundo o jornal Ou Mun, Wong Kit Cheng garantiu que, nos últimos dias, a associação tem vindo a recolher assinaturas nas ruas em prol desta causa, tendo já sido recebidas um total de 20 mil assinaturas. Para a deputada, este número mostra o enorme desejo da população de implementar uma medida favorável às famílias. Para Wong Kit Cheng, a licença de paternidade não só assegura os benefícios de quem é pai como também impulsiona o desenvolvimento saudável das famílias. A deputada espera ainda que o Governo avance com a revisão da lei das relações laborais o mais depressa possível, para introduzir cinco dias de licença de paternidade pagos. Zheng Kai, vice-director executivo do Banco Industrial e Comercial da China, disse, segundo o mesmo jornal, que a entidade bancária já atribui cinco dias de licença de paternidade aos seus funcionários desde 2003. Já Lo Peng, gerente de uma empresa ligada ao sector da aviação, garantiu que são atribuídos três dias pagos, apesar de não constar nos contratos dos trabalhadores. HM

SOCIEDADE

MAK SOI KUN APONTA FALHAS DO CENTRO DE MEDICINA DESPORTIVA

O deputado Mak Soi Kun afirma ter recebido queixas por parte dos cidadãos e atletas quanto à falta de pessoal médico e de enfermagem na área da medicina desportiva. Na interpelação escrita que enviou ao Governo, o deputado aponta também que a criação do Centro de Medicina Desportiva, a funcionar sob alçada do Instituto do Desporto, não veio colmatar essa falha. O deputado revela que a equipa de profissionais de saúde a trabalhar no Centro de Medicina Desportiva precisa de melhorias, uma vez que não existem fisioterapeutas e enfermeiros em número suficiente, nem sequer equipamentos que cheguem para todos os casos que necessitam de reabilitação. Por essa razão, Mak Soi Kun duvida da capacidade de resposta do Centro de Medicina Desportiva. O deputado pede ao ID que seja contratado mais pessoal técnico nas áreas da fisioterapia e enfermagem, sem esquecer a aquisição de equipamentos mais modernos para tratar casos que exigem tratamentos de reabilitação.

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MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.°373/AI/2017

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.°386/AI/2017

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor LI SHUJIN, portador do Salvo-Conduto para Deslocação a Hong Kong e Macau da RPC n.° W47326xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 20.1/DI-AI/2015, levantado pela DST a 09.02.2015, e por despacho da signatária de 24.11.2016, exarado no Relatório n.° 722/DI/2016, de 31.10.2016, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de prestação de alojamento ilegal na fracção autónoma situada na Rua do Terminal Marítimo n.os 93-103, Edf. Centro Internacional de Macau, Bloco 3, 14.° andar A.-------------------------------------------------------No mesmo despacho foi determinado, que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito não sendo admitida apresentação de defesa ou de provas fora do prazo conforme o disposto no n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010.---------------------------------------------------A matéria apurada constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, punível nos termos do n.° 1 do artigo 10.° do mesmo diploma. -----O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício ‘‘Centro Hotline’’, 18.° andar, Macau.---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 6 de Junho de 2017.

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se a infractora LI ZHILI, portadora do Passaporte da RPC n.° E37118xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 126.1/ DI-AI/2015, levantado pela DST a 27.10.2015, e por despacho da signatária de 06.06.2017, exarado no Relatório n.° 391/DI/2017, de 22.05.2017, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de prestação de alojamento ilegal na fracção autónoma situada na Taipa, Rua de Évora n.° 410, Palácio do Sucesso, Harvest Palace, Bloco 1, 17.° andar D.---------------------------------------------------------------------------------------------------------No mesmo despacho foi determinado, que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito não sendo admitida apresentação de defesa ou de provas fora do prazo conforme o disposto no n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010.--------------------------------------------------A matéria apurada constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, punível nos termos do n.° 1 do artigo 10.° do mesmo diploma. -----O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício ‘‘Centro Hotline’’, 18.° andar, Macau.--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 6 de Junho de 2017.

A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.°409/AI/2017

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.°410/AI/2017

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor WONG WAI CHONG, portador do Bilhete de Identidade de Residente Não Permanente da RAEM n.° 14653xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 82/DI-AI/2015, levantado pela DST a 14.07.2015, e por despacho da Directora dos Serviços de Turismo, Substituta, de 13.04.2017, exarado no Relatório n.° 254/DI/2017, de 21.03.2017, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de prestação de alojamento ilegal na fracção autónoma situada na Rua dos Curtidores n.° 29, Edf. Ming Kei, Rés-do-Chão R, Macau.------------------------No mesmo despacho foi determinado, que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito não sendo admitida apresentação de defesa ou de provas fora do prazo conforme o disposto no n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010.---------------------------------------------------A matéria apurada constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, punível nos termos do n.° 1 do artigo 10.° do mesmo diploma. -----O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício ‘‘Centro Hotline’’, 18.° andar, Macau.---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 6 de Junho de 2017.

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor TONG KA NENG, portador do Bilhete de Identidade de Residente Permanente da RAEM n.° 51245xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 66/DI-AI/2015, levantado pela DST a 09.06.2015, e por despacho da signatária de 29.03.2017, exarado no Relatório n.° 213/DI/2017, de 06.03.2017, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de controlar a fracção autónoma situada na Avenida Dr. Sun Yat Sen (Taipa) n.° 123, Edf. Treasure Garden, 22.° andar G, Taipa onde se prestava alojamento ilegal.------------------------------------------------------No mesmo despacho foi determinado, que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito não sendo admitida apresentação de defesa ou de provas fora do prazo conforme o disposto no n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010. -------------------------------------------------A matéria apurada constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, punível nos termos do n.° 1 do artigo 10.° do mesmo diploma. -----O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício ‘‘Centro Hotline’’, 18.° andar, Macau.--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 6 de Junho de 2017.

A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes


8 Cinema BRITÂNICO MIKE GOODRIDGE É O DIRECTOR DO FESTIVAL INTERNACIONAL

EVENTOS

PRÉMIO WONG KAR-WAI RECEBE O LUMIÈRE 2017

O

cineasta chinês Wong Kar-wai, cujos “filmes inclassificáveis são como lufadas de beleza”, vai receber em Outubro o prémio Lumière, no festival dedicado aos clássicos da ‘sétima arte’, em Lyon, no centro leste de França. O realizador de “Disponível Para Amar” (2000) ou “Felizes Juntos” (1997) é “um dos cineastas maiores e mais talentosos e aceitou vir com muita humildade”, disse o director do Festival Lumière, Thierry Frémaux. “É um tipo de homem que se tornou raro e desejamos que ele seja cada vez mais universal”, acrescentou. O prémio 2017 é atribuído ao cineasta “pelos seus filmes inclassificáveis que são como lufadas de beleza, pela marca que já deixou na história do cinema, pelo que a sua obra tem de esplêndido e de inacabado, pelos néons de Hong Kong e as neves da Manchúria”, indica o Instituto Lumière no seu ‘site’. Aos 58 anos, o cineasta de Hong Kong é o primeiro realizador chinês a receber este prémio, para uma personalidade da ‘sétima arte’, sucedendo a Catherine Deneuve (2016), Martin Scorsese (2015) e Pedro Almodovar (2014). O programa desta edição do Festival Lumière inclui várias retrospectivas, dedicadas ao mestre francês do ‘filme negro’ Henri-Georges Clouzot e ao cineasta da ‘nouvelle vague’Jean-Luc Godard. Entre os convidados estão o realizador e produtor mexicano Guillermo del Toro, que vai “falar da sua paixão por BD e pelos filmes de terror”, durante uma das numerosas ‘masterclasses’. Apresentado como o maior festival de filmes clássicos no mundo, o Festival Lumière é organizado desde 2009 em Lyon, pelo Instituto Lumière, e decorre este ano de 14 a 22 de Outubro.

TERRA DE OPOR Depois da confusão do ano passado, com a desistência do director na fase da contagem decrescente, o Festival Internacional de Cinema de Macau tem o estreante Mike Goodridge como responsável pelo evento. A aposta vai para os novos talentos. O orçamento mantém-se

O

britânico Mike Goodridge foi escolhido para o cargo de director artístico da segunda edição do Festival Internacional de Cinema de Macau, que vai decorrer de 8 a 14 de Dezembro, anunciou a organização do evento. Apesar de ligado há 27 anos à indústria cinematográfica, na qual desempenhou diferentes papéis, des-

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA OS CRIMES DA RUA MORGUE • Edgar Allan Poe

“Os Crimes da Rua Morgue” é considerado por muitos a primeira obra policial de sempre. Mãe e filha são encontradas mortas num edifício situado na Rua Morgue, uma artéria parisiense. As vítimas foram brutalmente assassinadas e a sala onde foram descobertos os corpos encontrava-se trancada por dentro. Para adensar o mistério, os vizinhos alegam ter ouvido o assassino falar numa língua que ninguém consegue identificar. Quando um homem é acusado do crime, C. Auguste Dupin, um indivíduo solitário e de aguçada inteligência, oferece-se para ajudar a polícia a resolver este caso e impedir que um homem inocente seja preso por um crime que Dupin acredita não ter cometido.

de jornalista a crítico, a apresentador ou produtor, Mike Goodridge vai estrear-se como director artístico de um festival, um “desafio irresistível” que era o “próximo passo” na sua carreira que incluiu programar, ao longo dos últimos sete anos, a secção Kinoscope do Festival de Cinema de Sarajevo. Mike Goodridge, que foi júri em mais de 25 festivais internacionais

de cinema, vai contar com o apoio de uma equipa de cinco consultores internacionais, da Europa, da América e da Ásia, incluindo o produtor de cinema português Luís Urbano. Sob o tema “Novas Vias para o Mundo dos Filmes”, o Festival Internacional de Cinema de Macau (IFFAM, na sigla em inglês) encontra-se dividido em diferentes categorias, entre as quais a de “Com-

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O QUASE FIM DO MUNDO • Pepetela

E se a vida animal de repente desaparecesse da Terra, excepto num pequeno recanto do mundo e em doses mínimas? Talvez as causas se conheçam depois, mas o que importa é a existência de alguns seres, aturdidos pelo desaparecimento de tantos, e procurando sobreviver. É sobre estes sobreviventes e as suas reacções, desejos, frustrações mas também pequenas/grandes vitórias que trata este romance. Detalhe importante: o recanto do mundo que escapou à hecatombe situa-se numa desgraçada zona da desgraçada África. O que permitirá questionar as relações contemporâneas no velho Mundo.


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RTUNIDADES

hoje macau segunda-feira 19.6.2017

EVENTOS

A excitação da estreia

Director do IFFAM quer pôr certame no mapa dos festivais

O

recém-nomeado director artístico do Festival Internacional de Cinema de Macau, Mike Goodridge, identificou uma indústria em crescendo no território, que vê como “porta de entrada” para a China, e quer colocar o certame no mapa dos festivais. “Quero descobrir mais sobre a indústria e a audiência chinesa, que é imensa”, realçou o britânico Mike Goodrige, na apresentação da segunda edição do Festival Internacional de Cinema de Macau. Destacando o seu “real conhecimento” do mundo do cinema, Mike Goodridge espera contribuir para colocar Macau no mapa, embora notando que o território, com pouco mais de 30 quilómetros quadrados e menos de 650 mil habitantes, é um lugar que considera “excitante”, e tem vindo a aparecer cada vez mais na tela. “A questão está em criar um festival com significado no calendário dos festivais. Há tantos festivais no mundo que [o] queres fazer [é] algo à medida de Macau, que tenha valor para que as pessoas venham”, sublinhou o novo director artístico do IFFAM, para quem “parte disso passa

por criar uma audiência que queira ver os filmes” que vão ser exibidos. “Queremos casa cheia e as pessoas entusiasmadas em torno do cinema”, afirmou Mike Goodridge, que pretende conceber um cartaz com filmes “artísticos, mas acessíveis”. O britânico afirmou ainda que acredita dispor de total autonomia editorial: “Tanto quanto sei, tenho. Absolutamente”. Mike Goodridge respondia assim aos jornalistas, depois de a primeira edição Festival Internacional de Cinema de Macau ter ficado marcada pela saída do italiano Marco Müller, que esteve à frente de festivais de cinema como o de Veneza, Roma ou Locarno. Müller demitiu-se do cargo de director artístico do IFFAM a menos de um mês do arranque do evento, invocando divergência de opiniões. Mike Goodridge, que deixou recentemente a produtora Protagonist Pictures, foi escolhido entre “cinco a seis candidatos”, entre recomendados e autopropostos, indicou a presidente da comissão organizadora do festival, Maria Helena de Senna Fernandes.

Os bombos no Fundão Músico João Caetano apresentou novo projecto

O petição”, da qual vão fazer parte dez longas-metragens. Nesta secção foram introduzidas ‘nuances’, com o foco apontado a realizadores com menos experiência, estando previsto um prémio máximo de 60 mil dólares. “A parte da competição vai ser sobretudo para realizadores que têm um ou dois filmes, porque queremos incentivar mais os novos talentos”, explicou, por seu turno, a presidente da comissão organizadora do IFFAM, Maria Helena de Senna Fernandes. O programa inclui outras seções como “Gala”, em que vão ser exibidos “três dos mais importantes filmes do ano”; “Adagas Voadoras”, com “seis dos filmes mais inovadores e representativos do atual cinema asiático”; “Fogo Cruzado”, composta por “seis filmes recomendados por realizadores de peso” ou “Panorama”, com “oito

películas premiadas nos principais festivais de cinema em 2017”.

FAMÍLIAS E MASTERCLASSES

Uma das novidades no programa prende-se com a introdução de uma categoria “Para Toda a Família” e

Mike Goodridge, que foi júri em mais de 25 festivais internacionais de cinema, vai contar com o apoio de uma equipa de cinco consultores internacionais

com um programa de formação em produção cinematográfica, a ser ministrado por profissionais do Instituto de Cinema Britânico, destinado a jovens de Macau interessados em enveredar pela sétima arte. À semelhança da edição inaugural, realizar-se-ão fóruns de cinema e uma feira de investimento destinados a profissionais da indústria cinematográfica, além de ‘masterclasses’ com profissionais internacionais de renome. O Festival Internacional de Cinema de Macau é organizado pela Direcção dos Serviços de Turismo (DST) e pela Associação de Cultura e Produções de Filmes e Televisão de Macau. O IFFAM vai contar com um orçamento de 55 milhões de patacas, dos quais 20 milhões são assegurados pela DST, ou seja, o mesmo do da edição inaugural realizada no ano passado.

percussionista e cantor português João Caetano apresentou o seu projecto de estreia a solo no Fundão, território cuja tradição musical dos bombos o inspirou, e de onde saiu um bombo com o qual gravou em estúdio. “Os bombos de Lavacolhos [freguesia do concelho do Fundão] estão, para mim, como a guitarra portuguesa está para o fado. Portanto apresentar-me no Fundão é algo que surge naturalmente, porque foi aqui que eu bebi a inspiração para a componente tradicional ligada aos bombos”, afirmou, em declarações à agência Lusa. A poucas horas de actuar, João Caetano explica que os bombos portugueses são “uma das peças fundamentais” deste trabalho, sendo que, em palco, utilizará “bombos próprios”, inspirados nos de Lavacolhos. Não opta pelos “originais”, porque a sua dimensão torna “visualmente inviável” colocá-los de forma a poder usá-los ao mesmo tempo que canta. “Ainda assim, haverá um bombo de Lavacolhos que estará no palco”, ressalva o músico e cantor, sublinhando que foi esse que utilizou nas gravações.

MESA DE MISTURA

Quanto ao projecto, assenta num cruzamento entre a música tradi-

cional portuguesa e a música e sonoridades orientais, tudo com uma abordagem própria. “É um projecto que tem o fado, que tem poemas portugueses, que tem a música tradicional portuguesa e que integra os sons do mundo e uma roupagem mais fresca e mais moderna”, resume. Radicado em Inglaterra há dez anos, João Caetano nasceu e cresceu em Macau, mas foi em português que o seu “ADN” foi definido e é em português que escreve e apresenta este trabalho. “Até no Ronnie Scott’s cantei tudo em português e tive pessoas que, apesar de não percebem uma palavra de português, vieram dizer-me que foi o melhor concerto de abertura que viram”, disse, referindo-se à sua estreia, em Abril, naquele famoso clube de jazz londrino. Com um percurso musical amplo e variado, João Caetano reside no Reino Unido desde 2006, onde completou os estudos superiores, tendo depois sido convidado para integrar a banda de jazz britânica Incógnito, além de acompanhar artistas e grupos. Entre os músicos com quem tocou incluem-se Chaka Khan, Mario Biondi, Anastasia, Leona Lewis, Jessie J e Dionne Bromfield.


10 CHINA

hoje macau segunda-feira 19.6.2017

EDP CHINA THREE GORGES APELA À COLABORAÇÃO NA INVESTIGAÇÃO

Princípios da transparência

O

maior accionista da EDP, a China Three Gorges (CTG), apelou sábado a “todas as partes envolvidas” que “colaborem inteiramente” com a investigação aos contratos da empresa e referiu a necessidade de Portugal manter os apoios à produção existentes. “A CTG Europa apoia todas as partes envolvidas a colaborarem inteiramente com os procedimentos da investigação”, afirma a empresa, num comunicado enviado à agência Lusa em Pequim, duas semanas depois de os presidentes da EDP e da EDP Renováveis, António Mexia e João Manso Neto, terem sido constituídos arguidos, no âmbito de um inquérito a eventuais crimes de corrupção activa e passiva e participação económica em negócios na área da energia. Na mesma nota, o grupo diz acreditar que as autoridades portuguesas “continuarão a manter um quadro regulamentar estável para o sector energético” e que “espera que todas as partes se comprometam com o conteúdo de todos os acordos válidos, incluindo o dos CMEC”, isto é, os apoios à produção, conhecidos como ‘rendas’. O inquérito em curso tem como objectivo a investigação de factos subsequentes ao processo legislativo bem como aos procedimentos administrativos relativos à introdução no sector eléctrico nacional dos Custos para Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC), que ocorreu em 2004, com a sua regulamentação a decorrer três anos mais tarde.

A empresa afirma ainda confiar que a investigação não interferirá na “relação técnica” entre a EDP e as autoridades e regulador do sector energético, que “deve ter como base o cumprimento de obrigações contratuais e boas práticas empresariais”. Sem mencionar o nome dos arguidos, a CTG apela a que estes disponibilizem ao DCIAP acesso “ilimitado à informação” de forma

a que a investigação decorra sobre os “princípios da abertura, transparência e objectividade”. “[ACTG] é contra qualquer forma de corrupção e práticas de negócio impróprias”, sublinha a empresa, que em 2011 pagou ao Estado português 2,7 mil milhões de euros por 21,35% do capital da EDP, tornando-se o maior accionista da eléctrica portuguesa liderada por António Mexia.

Sem mencionar o nome dos arguidos, a CTG apela a que estes disponibilizem ao DCIAP acesso “ilimitado à informação” de forma a que a investigação decorra sobre os “princípios da abertura, transparência e objectividade”

No passado dia 6, quatro dias depois das buscas à sede da EDP, em conferência de imprensa, o presidente do Conselho Geral e de Supervisão da EDP, Eduardo Catroga, garantiu que os accionistas - nomeadamente a CTG - manifestaram “a sua solidariedade com a gestão da EDP”, na sequência do processo de investigação do Ministério Público. Também na mesma altura, Eduardo Catroga lembrou que “aquilo que foi comprado não pode ser espoliado”, realçando que nenhum governo “quer um litígio jurídico com accionistas que compraram uma empresa com as receitas que integram este litígio”, referindo eventuais alterações aos apoios à produção de energia.

BOAS PRÁTICAS

“A CTG vai continuar a promover a colaboração estratégica e industrial com a empresa [EDP], o desenvolvimento da economia portuguesa e o rigoroso cumprimento das leis e regulamentos da República de Portugal”, refere.

António Mexia

RESTRIÇÕES AO INVESTIMENTO ESTRANGEIRO REDUZIDAS

A

S autoridades chinesas publicaram uma lista actualizada de restrições ao investimento estrangeiro nas suas zonas de livre comércio, em que anunciam até 27 reduções para fomentar a entrada de capital estrangeiro, informou sábado a agência estatal Xinhua. A retirada de anteriores entraves, divulgada na sexta-feira, vai afectar especialmente o sector financeiro, manufactureiro e mineiro. No âmbito financeiro, as entidades bancárias poderão subscrever títulos do Governo e não terão de cumprir um período de operações determinado no país para poderem lançar serviços na moeda local. Em relação ao sector manufactureiro, a nova norma favorece especialmente os fabricantes estrangeiros de veículos eléctricos e instalações ferroviárias, que pode construir as suas próprias instalações ao invés de terem de se associar a empresas locais. Segundo a Xinhua, a lista inicial de medidas para as zonas de livre comércio chinesas foi publicada em 2013 com um total de 190 restrições e desde então foi duas vezes reduzida: para um total de 139 em 2014 e para 122 em 2015. Actualmente são 95. As zonas de livre comércio são zonas económicas especiais onde a legislação permite que os produtos estrangeiros entrem, sejam produzidos e mais tarde exportados sem intervenção das autoridades alfandegárias.

HOMEM DE 22 ANOS TERÁ FABRICADO BOMBA QUE EXPLODIU EM INFANTÁRIO

U

M homem de 22 anos terá alegadamente fabricado o explosivo que rebentou, na quinta-feira, à porta de um infantário, no leste da China, causando oito mortos, incluindo ele próprio, informaram sexta-feira as autoridades. A polícia diz que o suspeito foi identificado através

da câmara de segurança e da recolha de ADN na cena da explosão, ocorrida às 16:50, quando os pais aguardavam os filhos à entrada do infantário. As autoridades divulgaram apenas o sobrenome do suspeito, Xu, sem detalhar a motivação do ataque.

Os investigadores dizem ter encontrado material para fabricar explosivos na casa de Xu.Nas paredes da residência estão gravados os carateres chineses para morte, desastre e outras palavras sombrias, descreveu a polícia. Xu abandonou os estudos devido a um distúrbio

no sistema nervoso, cujos sintomas podem incluir depressão, ansiedade, vertigem, problemas de visão e nas funções físicas, segundo a polícia. Duas pessoas morreram de imediato, enquanto outras seis foram transportadas para o hospital,

mas não resistiram aos ferimentos. Aagência noticiosa Xinhua avança que há 65 feridos, incluindo oito em estado grave. A Xinhua diz que não há crianças entre as vítimas, mas imagens difundidas pela imprensa mostram crianças entre os feridos.

Um vídeo publicado pelo jornal oficial Diário do Povo mostra uma cena caótica junto à entrada do edifício, com crianças e adultos deitados no chão. Roupa, sapatos e outros objectos surgem espalhados, ao lado de poças de sangue.


11 CHINA

hoje macau segunda-feira 19.6.2017

A

S acusações de corrupção de um bilionário chinês, exilado nos EUA, a altos quadros de Pequim, atingiram o grupo HNA, accionista da TAP através do consórcio Atlantic Gateway e da companhia brasileira Azul. Guo Wengui, que vive num apartamento de 68 milhões de dólares em Manhattan, deixou de ser visto em público em 2014, mas voltou recentemente a surgir nas redes sociais, afirmando ter informações comprometedoras para a liderança chinesa. Entre os seus alvos consta Wang Qishan, director do órgão máximo anti-corrupção do Partido Comunista Chinês (PCC), que nos últimos anos puniu mais de um milhão de membros da organização, numa campanha lançada pelo Presidente chinês, Xi Jinping. Segundo Guo, Wang detém secretamente parte do grupo HNA, um dos maiores conglomerados privados chineses, mas cuja “estrutura accionista é difícil de decifrar”, segundo escreve o

A lista de Wengui

Ataques de bilionário a líderes chineses atingem accionista da TAP

jornal The New York Times (NYT).

AOS SEUS LUGARES

As afirmações do milionário surgem a poucos meses do XIX Congresso do PCC, durante o qual se definirá a liderança da segunda eco-

nomia mundial durante os próximos cinco anos. Durante a reunião irá decidir-se se Wang Qishan permanece no Comité Permanente do Politburo, a cúpula do poder na China. Observadores apontam-no mesmo como possível próxi-

mo primeiro-ministro do país, face à sua proximidade a Xi. A alegada ligação da HNA a Wang Qishan explicará a rápida expansão do grupo, desde uma pequena companhia aérea até um conglomerado com importantes participações em empresas como a Hilton Hotels, Swissport ou o Deutsche Bank. Este crescimento tem sido apoiado por bancos estatais, que segundo uma estimativa realizada pelo jornal NYT emprestaram já ao grupo 60.000 milhões de dólares, um valor geralmente reservado às firmas estatais que cumprem as directrizes de Pequim. A empresa detém indirectamente cerca de 20% do capital da TAP, através de uma participação de 13% na Azul (companhia do brasileiro David Neelman que integra a Atlantic Gateway) e uma participação de sete por cento na Atlantic Gateway.

Guo Wengui (...) voltou recentemente a surgir nas redes sociais, afirmando ter informações comprometedoras para a liderança chinesa

Uma das suas subsidiárias, a Capital Airlines, abrirá em Julho o primeiro voo direito entre a China e Portugal.

SEMPRE A CRESCER

A HNA foi fundada em 1993, quando a propriedade privada estava ainda a começar no país asiático. O governo da província de Hainan, uma ilha no extremo sul da China, pediu então a Chen Feng, um antigo piloto da força aérea chinesa, para ajudar na formação de uma companhia aérea regional, cuja propriedade seria repartida entre o Estado e investidores privados. A empresa criaria mais tarde uma ‘holding’ designada grupo HNA, permitindo a Chen transformar a sua pequena participação na companhia aérea numa participação de controlo na sociedade-mãe. Seguindo o apelo de Pequim para as empresas do país procurarem negócios além-fronteiras, a HNA alargou os seus investimentos aos sectores transporte, logística e retalho, acumu-

lando activos no valor de 145 mil milhões de dólares. Num período em que outros grandes negócios de empresas chinesas no exterior têm sido adiados ou cancelados, devido às restrições impostas por Pequim à transferência de capital para fora do país, a HNA tem conseguido manter o fluxo de investimentos. “No entanto, entender quem controla o grupo HNA é difícil”, escreve o NYT. “Os seus accionistas estão ocultados por detrás de múltiplas camadas de empresas fictícias, subsidiárias e afiliados no exterior”, acrescenta.

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Execução Ordinária nº

HM • 1ª VEZ • 19-6-17

HM • 1ª VEZ • 19-6-17

HM • 1ª VEZ • 19-6-17

ANÚNCIO

ANÚNCIO

ANÚNCIO

CV1-16-0223-CEO

1º Juízo Cível

Exequente: VENETIAN MACAU S.A., registada na Conservatória dos Registos Comercial e de Bens Móveis de Macau sob o n.º 15702, com sede em Macau, Estrada da Baía da Nossa Senhora da Esperança, The Venetian Macao Resort Hotel, Executive Offices, -L2, Taipa. Executada: HO PAI-HUI, de nacionalidade chinesa, portadora do Passaporte da República da China n.º 30527XXXX, com última residência conhecida em Taiwan, n.º 117, Ming-Te, 3rd RD, Chitu District Keelung, Taiwan, ora ausente em parte incerta. *** FAZ-SE SABER que pelo 1º Juízo Cível do Tribunal Judicial de Base de R.A.E.M., correm éditos de TRINTA DIAS, contados a partir da segunda e última publicação do respectivo anúncio, citando a Executada, supra identificada para, querendo, no prazo de VINTE DIAS, findo o dos éditos, deduzir oposição à execução acima indicada ou pagar ao exequente a dívida de capital e juros no montante de MOP471.771,96, a que acrescerão os juros que se forem vencendo à taxa de 18% ao ano, até efectivo e integral pagamento, as custas e condigna procuradoria ou, em alternativa, nomear bens à penhora suficientes para o pagamento da quantia exequenda sob pena de, não o fazendo, ser devolvido ao exequente o direito de nomeação, seguindo-se os demais termos até final. Tudo como melhor consta do requerimento inicial, cujo duplicado se encontra nesta secretaria à disposição do citando – artos. 695º. nº1, 696º. nos 1e 2 e 720º, todos do C.P.C. E ainda que é obrigatória a constituição de advogado caso seja deduzida oposição (art. 74. do C.P.C.).

Em RAEM, 06 de Junho de 2017

AUTOS DE INTERDIÇÃO

CV3-17-0023-CPE

3º Juízo Cível

REQUERENTE:O MINISTÉRIO PÚBLICO.----------------------REQUERIDA: GEORGINA DA SILVA CHIANG, feminino, residente no Complexo de Serviços de Apoio ao Cidadão Sénior “Pou Tai”, sito no Edifício de Serviços Sociais de Pou Tai, na Rua do Minho, na Taipa, Macau. ***** FAZ-SE SABER que, foi distribuída neste Tribunal, em 25 de Maio de 2017, uma Acção de Interdição, com o número acima indicado, em que é Requerida, GEORGINA DA SILVA CHIANG, feminino, residente no Complexo de Serviços de Apoio ao Cidadão Sénior “Pou Tai”, sito no Edifício de Serviços Sociais de Pou Tai, na Rua do Minho, na Taipa, Macau, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica.-----------------------------------------Macau, 5 de Junho de 2017.

ACÇÃO ORDINÁRIA Processo nº. CV3-17-0031-CAO

3º. Juízo Cível

AUTORES: LEI MAN CHEONG e CHIO KENG IENG, casados entre si, no regime da comunhão de adquiridos, residentes em Macau, na Rua de Nossa Senhora do Amparo, n.os 5B-5CA .-------------------------RÉUS: HERDEIROS INCERTOS DE HO-CHONG e demais INTERESSANDOS INCERTOS.---------

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FAZ-SE SABER que, por este Juízo e Tribunal, correm éditos de TRINTA (30) DIAS, contados da segunda e última publicação dos respectivos anúncios, CITANDO os HERDEIROS INCERTOS DE HO-CHONG e demais INTERESSANDOS INCERTOS que se julguem com a qualidade de herdeiros ou sucessores, ou que se arroguem sobre qualquer direito sobre o prédio infra referido, para no prazo de TRINTA (30) DIAS, contestarem, querendo, a Acção Ordinária, acima identificada, conforme tudo melhor consta da petição inicial, cujos duplicados se encontram neste 3º Juízo Cível à sua disposição e que poderão ser levantados nesta secretaria, sob pena de não o fazendo no dito prazo, seguir o processo os ulteriores termos até final à sua revelia. Se não contestarem, não se consideram reconhecidos os factos articulados pelos Autores. Consigna-se que é obrigatória a constituição de advogado, no caso de quererem contestar.-------------Em síntese, os Autores pedem que a acção seja julgada procedente por provada e, consequentemente: a) Ser julgado eficaz o depósito da quantia referida nos artigos 15.º e 18.º da presente Petição Inicial, b) Ser declarado extinto, por remição obrigatória do foro, nos termos conjugados dos arts. 1512.º e 1516.º do Código Civil de 1966, aplicáveis ex vi do disposto no artigo 25.º do Decreto-Lei n.º 39/99/M, de 3 de Agosto, o domínio directo sobre o Prédio descrito na Conservatória do Registo Predial de Macau sob o n.º 9928, a fls. 299 do Livro B26, e registado a favor de HO-CHONG sob o n.º 1827, a fls. 101v do livro F4 da Conservatória do Registo Predial de Macau;--------------------------------------------------------------------------c) Consequentemente, deverá ser ordenado, nos termos do disposto no art. 14.º do Código do Registo Predial, o cancelamento do registo do domínio directo inscrito a favor de HO-CHONG sob o n.º 1827, a fls. 101v do livro F4 da Conservatória do Registo Predial de Macau, com respeito ao Prédio (n.º 9928), mediante o competente averbamento na mencionada Conservatória;--------------------------------------------------------------d) Por último, serem os Autores declarados titulares do direito de propriedade plena sobre o referido Prédio (n.º 9928), para todos os efeitos legais, e nomeadamente de registo.------------------------------------------Caso os citandos pretendam beneficiar do regime geral de apoio judiciário, deverão dirigir-se ao balcão de atendimento da Comissão de Apoio Judiciário, sito na Alameda Dr. Carlos D’ Assumpção, nº 398, Edf. CNAC, 6º andar, Macau, para apresentarem os seus pedidos, sendo que poderão pedir esclarecimentos através do telefone n.º 2853 3540 ou correio electrónico info@caj.gov.mo. --------------------------------------------------Para o efeito, terão de comunicar ao processo a apresentação do pedido àquela Comissão, para beneficiar da interrupção do prazo processual que estiver em curso, nos termos do n.º 1, do art.º 20.º, da Lei 13/2012, de 10 de Setembro. ------------------------------------------------------------------------------------------Macau, 02 de Junho de 2017 *****


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No de pedido: 000002/2017

Rectificação da notificação edital (25/FGCL/2017)

Em conformidade com a deliberação do Conselho Administrativo deste Fundo em 21 de Abril de 2017, notifica-se o devedor do número de pedido acima referido, “Wong Hei, empresário da Haymman Engineering”, com sede no Beco do Marinheiro nos 23 a 25, Edifício Ka On Court, 2º andar B, Macau, da rectificação para $3 712,50 (três mil, setecentas e doze patacas e cinquenta avos), referente ao montante total dos créditos pagos por este Fundo ao ex-trabalhador Leong Chio Wai, em consequência dos juros de mora previstos na Lei n.º 10/2015 só se aplicarem a créditos laborais existentes depois de 1 de Janeiro de 2016. O devedor pode, durante as horas de expediente, deslocar-se à sede da DSAL, sita na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado nos 221 a 279, Edifício Advance Plaza, Macau, para consultar o processo. 9 de Junho de 2017 OPresidente do Conselho Administrativo do Fundo de Garantia de Créditos Laborais, Wong Chi Hong

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h ZHANG

Paulo Maia e Carmo tradução e ilustração

ARTES, LETRAS E IDEIAS

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YANYUAN «Lidai Ming Hua Ji»

Relação das Pinturas Notáveis Através da História Entre as inumeráveis pinturas que já tive oportunidade de ver apenas a pintura de um velho sábio, de Gu Kaizhi, possui a misteriosa adequação. Não nos cansaremos se ficarmos o dia todo a olhar para ela. Tendo concentrado o espírito e a meditação de longo alcance, ele conseguiu alcançar o que existe por si mesmo; então, esquecidos ambos, a coisa pintada e o ego, a realização separou-se da forma. Assim, «o corpo parecerá madeira seca e a tua mente cinzas mortas.1» se reuniam e onde se faziam cópias regularmente. Ele alcançou a misteriosa adequação, a que se designa o Dao da pintura. Gu foi o primeiro a fazer uma pintura de Wei Mojie2. Ele aparenta estar puro e emaciado com uma face fina e sofredora estando sentado a uma mesa em completo silêncio. Tanto Lu Tanwei como Zhang Sengyou, tentaram imitar esta pintura de Gu, mas não o conseguiram alcançar. 1 - Citação do Zhuangzi (c. séc. IV a. C.), capítulo II, A igualdade das coisas: «Nanguo Ziji sentava-se debruçado sobre uma mesa baixa, fitando os céus e suspirando; parecia estar em transe. O seu discípulo, Yancheng Ziyu, que se encontrava de pé, a seu lado, exclamou: «Que é isso? Podes realmente fazer o teu corpo parecer madeira seca e a tua mente cinzas mortas? O homem que está agora sentado à mesa não é o mesmo que estava aqui há um momento atrás.» Disse Ziji: «Yan, é bom que tenhas perguntado isso. Eu perdi-me agora mesmo. Compreendes isto? Talvez tenhas ouvido a música do homem, mas não a música da terra. Ou podes ter ouvido a música da terra, mas não a música do céu.» Capítulos

Interiores, Chuang Tse, Editorial Estampa, Lisboa, 1992, pág. 23. 2 - O nome em chinês de Vimalakirti, um leigo sábio que nas escrituras budistas é destacado pelo modo como expôs a doutrina da Não Dualidade. Seria um tema frequente na pintura, a partir de Gu Kaizhi (c. 345-c. 406), visitado entre outros também por Wu Daozi ou Wang Wei. Uma das pinturas deste tema hoje mais conhecidas é atribuída a Wang Zhenpeng (c. 1280-1329) e é datada de c. 1308: coloca o sábio frente ao bodhisattva Manjusri e entre os dois um discípulo de Buda e uma mulher com frutos que no decurso da discussão irão mudar de corpo para ilustrar a doutrina que diz que categorias como «masculino» e «feminino» são meras ilusões.

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14 (F)UTILIDADES TEMPO

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TROVOADAS

O QUE FAZER ESTA SEMANA Amanhã

CONCERTO P.K. 14 Live Music Association | 21h30

Quarta-feira

MIN

25

MAX

29

HUM

80-98%

EURO

8.71

BAHT

SATURDAY NIGHT JAZZ - MACAU AND HK JAZZ FRIENDS CONCERT Fundação Rui Cunha | 21h às 23h

Domingo

BOK PLUS Terra Coffee House | 19h30 às 22h30 (evento inserido no festival de teatro BOK)

O CARTOON STEPH

CICLO DE CINEMA SOBRE REALIZAÇÃO NO FEMININO Cinemateca Paixão | Até 9/07 EXPOSIÇÃO “25+10” DE RODRIGO DE MATOS Consulado de Portugal | Até 30/06 EXPOSIÇÃO “NOCTURNO” DE FILIPE DORES Albergue SCM | Até 09/07 EXPOSIÇÃO “CONTELLATION” DE NICOLAS DELAROCHE Galeria do Tap Seac | Até 08/10 EXPOSIÇÃO “O MAR” DE ANA MARIA PESSANHA Casa Garden | Até 31/08 SOLUÇÃO DO PROBLEMA 59

EXPOSIÇÃO “AMOR POR MACAU” DE LEE KUNG KIM Museu de Arte de Macau | Até 9/7

UM DISCO HOJE

EXPOSIÇÃO “DESTROÇOS” DE VHILS Oficinas Navais, nº. 1 | Até 31/11 EXPOSIÇÃO “AS MUDANÇAS DE HENGQIN” Armazém do Boi | Até 16/07

Cineteatro

PROBLEMA 60

C I N E M A

SUDOKU

DE

EXPOSIÇÃO “A ARTE DE ZHANG DAQIAN” Museu de Arte de Macau | Até 5/8

1.14

TEMPESTADE PERFEITA

Sábado

Diariamente

YUAN

AQUI HÁ GATO

IV CICLO DE CINEMA CRED-DM - SISTEMA PRISONAL “PAPILLON” Casa Garden | 19h30 às 21h30

MACAU JAZZ SUNDAY SESSIONS Live Music Association | a partir das 21h

0.23

Quando todos os factores se conjugam, elementos se agrupam para criar algo que foge à previsibilidade. Divirto-me a ver os humanos pela janela a levarem com as ondas criadas por um conjunto de três ingredientes circunstanciais: a chuva, o alcatrão sulcado pelo tráfego e a aceleração dos veículos. É como um ataque em todas as frentes. Pessoas agrupam-se à espera de passagem junto a uma passadeira, guarda-chuvas protegem da ameaça molhada que vem de cima. Quando, de repente, passa um autocarro projectando uma tromba de água lateral contra a qual não há protecção possível. Dão um saltinho para trás, se não estiverem entre faixas de rodagem. Tentam encolher-se como se a água voltasse atrás em arrependimento. É um somatório tramado. Passeios estreitos, alcatrão com regos escavados por milhares de pneus e pelo peso dos pesados, chuva contínua e umas calças que se querem secas. Esta não é uma particularidade exclusiva de Macau, mas o número de veículos nas ruas e de pessoas nos passeios transforma membros inferiores secos numa utopia de dias de chuva. Aposto que é uma chatice para os pobres humanos, partilho da mesma irritação com a água, mas não deixo de achar piada aos saltinhos ineficazes de quem procura escapar aos pequenos tsunamis rodoviários. . Pu Yi

DEUS | WORST CASE SCENARIO

Em 1994 era publicado o disco de estreia dos belgas dEUS. Com Tom Barman ao leme, os dEUS apresentaram-se como um colectivo de músicos de onde surgiram outras bandas como Zita Swoon e Vive la Fête. Worst Case Scenario é um disco onde se notam influências de Tom Waits, Captain Beefheart, outro outros, com um ligeiro toque de punk. Entre as faixas mais fortes destaque para “Suds & Soda”, “Morticiachair” e “Hotellounge”. Um disco que marcou o arranque de uma banda única no panorama do indie rock.. João Luz

THE MUMMY SALA 1

THE MUMMY [2D][C] Fime de: Alex Kurtzman Com: Tome Cruise, Sofia Boutella, Annabelle Wallis, Jake Johnson 14.30, 16.30, 19.30, 21.30 SALA 2

RESIDENT EVIL: VENDETTA [C] FALADO EM INGLÊS LEGENDADO EM CHINÊS

Fime de: Takanori Tsujimoto 14.30, 16.30, 19.30, 21.30 SALA 3

WHO KILLED COCK ROBIN [C] FALADO EM PUTONGHUA LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Fime de: Cheng Wei-hao Com: Hsu Wei-Ning, Ko Chia-Yen, Christopher Lee Meng Soon 14.30, 16.30, 19.30, 21.30

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Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Isabel Castro; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Sofia Margarida Mota Colaboradores António Cabrita; Anabela Canas; Amélia Vieira; António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; João Paulo Cotrim; João Maria Pegado; José Drummond; José Simões Morais; Julie O’Yang; Manuel Afonso Costa; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Paulo José Miranda; Paulo Maia e Carmo; Rui Cascais; Rui Filipe Torres; Sérgio Fonseca; Valério Romão Colunistas António Conceição Júnior; André Ritchie; David Chan; Fa Seong; Fernando Eloy; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Rui Flores; Tânia dos Santos Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges, Rómulo Santos Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo


15 hoje macau segunda-feira 19.6.2017

OPINIÃO

a outra face

CARLOS MORAIS JOSÉ

STAMOS em ano de eleições e a coisa promete alguma confusão. Trata-se de um momento especial na RAEM, não tanto por causa do acto eleitoral em si mas por desvelar algumas das características nem sempre à superfície deste território à beira do Rio das Pérolas pespegado. Começaremos então, porque assim nos arrasta a mão, por desvalorizar as eleições enquanto tal, ou seja, como eleições cujo objectivo é, normalmente, a escolha dos representantes que nos governam. Aqui é precisamente o contrário. O povo escolhe os representantes que o desgoverna. Na realidade – pura, crua e fedorenta – quem governa serão outros ou, pelo menos, assim parece. Os nossos ilustres deputados, quando muito, na maior parte dos casos, governam-se a si mesmo. E isto que poderia parecer estranho ou até despropositado, aqui faz todo o sentido. É que em Macau é difícil implantar o conceito de bem comum. Cada um puxa a brasa à sua sardinha e a ver se fica com o fogareiro. Cada família, cada clã, cada etnia, está fundamentalmente preocupada consigo e os outros pouco existem. A teoria (selvagem e não dita) é que cada um tome conta de si e ninguém de todos que isso – grunhem – é o comunismo e isso é lá para o continente e não serve para estes exemplares capitalistas que por aqui pululam e fazem fortuna entre o imobiliário e os derivados do jogo. No acto eleitoral, a populaça vai votar para uma dúzia de lugares eleitos de forma directa (mais ou menos um terço da coisa), a ver se se entretém. Mas, nesta realidade de antanho, as pessoas só vão realmente votar porque são arrebanhadas, conduzidas, alimentadas e, finalmente, despejadas junto às urnas com indicações precisas e irrevogáveis. Por elas ficavam em casa ou no trabalhinho que é muito bonito. Mas o melhor é ir botar o voto, não vá o chefe zangar-se. Depois os resultados são o que se sabe. Enfim, adiante. O que realmente interessa neste acto – nos preliminares que tanta discussão

FRANZ HALS, O TOCADOR DE ALAÚDE

E

As eleições do nosso contentamento

Em Macau é difícil implantar o conceito de bem comum. Cada um puxa a brasa à sua sardinha e a ver se fica com o fogareiro. Cada família, cada clã, cada etnia está fundamentalmente preocupada consigo e os outros pouco existem acendem – é o que vem à tona, assim como que empurrado por anos ou décadas de omissão. É ver, por exemplo, a reacção impulsiva de Pereira Coutinho perante o discurso de Jorge Valente no jantar anual do Gabinete de Ligação. O homem forte da

ATFPM não resistiu ao protesto, tal como o jovem empresário não resistiu ao apelo do palco e do microfone, ainda que certamente sabendo estar a cometer um acto passível de crítica. Ambos fizeram bem: a política é mesmo assim.

Contudo, se pensarmos estrategicamente no assunto, o que Pereira Coutinho fez foi algo contrário aos seus interesses, na medida em que Jorge Valente é praticamente um desconhecido nestas andanças e o protesto do deputado emprestou-lhe pública notoriedade. Aquele que era um jovem macaense, parceiro de Melinda Chan, transformou-se num político de futuro interessante, de quem se fala, que Coutinho teme (?!), eventualmente bem visto no Gabinete de Ligação, e até ficámos a saber que fala mandarim! Mas o que é interessante neste caso é a emergência de um potencial debate, a esperança que luza uma ideia, que se destaque uma opinião, que se revele uma estratégia, quiçá uma visão. Sim, queremos sangue e queremos pombas. Queremos a comunidade dividida nas opiniões mas unida num óbvio rumo. Queremos que se esgadanhem por nós. Que se empenhem na demonstração da extrema utilidade do nosso voto. E, acima de tudo, que nos falem ao coração. É disso que a malta gosta... quando não desgosta que esta gente é muito difícil... Outro canto deste micro-universo eleitoral é aquele onde se desenrola o combate de boxe entre velhos e novos “democratas”. Ng Kuok Cheong e Au Kam San partiram definitivamente a bilha onde se acumulavam pessoas com agendas muito diferentes. Pelos vistos, pretender “directas já!” não chega para juntar os cacos. Poder-se-ia argumentar que o choque é geracional, mas o argumento cai por terra quando damos por homens como Paul Chan Wai Chi, um sexagenário, do lado dos jovens e os “tradicionais” do lado dos outros. A questão é certamente outra. Os problemas de Hong Kong, as ligações específicas de cada membro e mesmo uma ideia diferente de sociedade estarão por detrás desta implosão da Novo Macau. É com alguma curiosidade que se aguarda por eventuais debates entre Scott Chiang, o homem a quem maltrataram o coração, e a dupla Ng-Au, de modo a compreendermos a dimensão da ruptura e o sentido de novas filiações. Enfim, isto promete. Não o que devia prometer, mas promete. Dá para escolher o lugar, preparar o lanche e esperar para ver. O espectáculo promete ser divertido.


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primeiro-ministrodefendeu ontem que a prioridade tem de ser o combate ao incêndio que deflagrou no sábado, em Pedrógão Grande, que causou pelo menos 62 mortos, e à identificação das vítimas, admitindo que o número possa ainda subir. “Chegará o momento de apurar o que aconteceu”, afirmou António Costa, à entrada de uma reunião na Câmara Municipal de Pedrógão Grande (distrito de Leiria), salientando que sábado foi “um dia de risco, com mais de 156 incêndios”. Para o primeiro-ministro, a prioridade tem de ser dada ao combate aos incêndios que estão activos e à identificação das vítimas, tendo referido: “não só as encontradas, como as que porventura ainda iremos encontrar”. O chefe do executivo salientou ainda que existem zonas do terreno ainda inacessíveis devido ao incêndio que continua a lavrar com violência. Por outro lado, destacou, há outras prioridades actualmente como prevenir o que poderá ainda acontecer– com previsões de condições climatéricas semelhantes às de sábado –, e começar a trabalhar com os presidentes de Câmara. “É isso que venho aqui fazer, para começar a dar a resposta às populações em termos de alojamento de emergência, em termos de assePUB

segunda-feira 19.6.2017

“É o mar/o mar/ o mar/num sem fim/do meu olhar/É o penhasco/ feito casco/que a onda bafeja/vivaz e terna/como quem beija” Josué da Silva

No rescaldo da tragédia Prioridade para combate ao incêndio e identificação das vítimas, diz Costa

gurar rendimento, restabelecimento das produções e infra-estruturas”, afirmou António Costa, que será acompanhado nesta reunião pelo secretário de Estado da Segurança Social, pelo ministro da Agricultura e pelo ministro do Planeamento.

SOLIDARIEDADE MUNDIAL

O primeiro-ministro aproveitou a ocasião para agradecer as manifestações de solidariedade que tem recebido por parte de toda a Europa e referir que já falou pessoalmente com todos os líderes partidários, para lhes disponibilizar a informação que o Governo possui. “Quero sublinhar o grande sentido de unidade nacional com que o país está a enfrentar esta tragédia, de que não temos felizmente memória

Pelo menos 62 pessoas morreram no incêndio que atingiu Pedrógão Grande e outros dois concelhos do distrito de Leiria e para a qual temos de estar à altura de saber responder”, disse. Novamente questionado sobre as causas do incêndio, António Costa repetiu que “chegará o momento de os técnicos apurarem o que aconteceu”. “Concentremo-nos no que está ao nosso alcance”, apelou, antes de entrar para a reunião. Pelo menos 62 pessoas morreram no incêndio que atingiu Pedrógão Grande e outros dois concelhos do distrito de Leiria, disse ontem, cerca das 13:00, o secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes.

TRÊS DIAS DE LUTO NACIONAL

C

onselho de Ministros aprovou ontem um decreto que declara luto nacional durante três dias, até terça-feira, pelas vítimas do incêndio que deflagrou no Município de Pedrógão Grande e afectou vários concelhos. Em comunicado, o Governo adianta que este decreto foi aprovado “fazendo uso da faculdade de deliberação electrónica prevista nos termos do Regimento do Conselho de Ministros”. O decreto, lê-se no comunicado, “produz efeitos a partir do dia 18 de Junho de 2017 e entra imediatamente em vigor”.


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