PEDRO PASCOINHO
DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ
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EVENTOS
MOP$10
SEGUNDA-FEIRA 2 DE DEZEMBRO DE 2019 • ANO XIX • Nº 4424
Ordem para governar Agora é oficial. Os secretários do Executivo liderado por Ho Iat Seng, que toma posse a 20 de Dezembro, estão nomeados. Do anterior Governo transitam Wong Sio Chak e Raimundo do Rosário, à frente da Segurança e
dos Transportes e Obras Públicas, respectivamente. As três caras novas são Lei Wai Nong, secretário para a Economia e Finanças, Ao Ieng U nos Assuntos Sociais e Cultura e André Cheong com a tutela da Administração e Justiça.
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PORTUGUÊS
HOSPITAL DAS ILHAS
GRANDE PLANO
PÁGINAS 6-7
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O MERCADO DA LÍNGUA
SÓ LÁ PARA 2023
SEGUNDA INSTÂNCIA
MINI-MARATONA
ÚLTIMA
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OITO ANOS PARA ALAN HO
ROSA GIGANTE
2 grande plano
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U M dos edifícios da Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim (Beiwai), quase cem alunos e ex-alunos, oriundos de toda a China, aguardam por um exame de português, um projecto de vida que atrai cada vez mais chineses. “Espero conseguir com este certificado [CAPLE, Centro de Avaliação de Português Língua Estrangeira] ter mais oportunidades de emprego”, explica à agência Lusa Zelma, que viajou deste Tianjin, cidade portuária a 120 quilómetros de Pequim, ilustrando a crescente competitividade no mercado de trabalho para licenciados em português, língua que, até há pouco, significava emprego certo na China. A mais antiga licenciatura em língua portuguesa da República Popular da China foi criada em 1961, precisamente na Beiwai. Durante quase vinte anos, aquele curso foi o único do género no país e, até ao final da década de 1990, surgiu apenas mais um, em Xangai. No entanto, o ensino do português no continente chinês registou um crescimento acelerado nos últimos 20 anos, coincidindo com o retorno de Macau à soberania de Pequim, que confiou à região o papel de plataforma comercial com os países lusófonos. A evolução das trocas comerciais entre a China e a lusofonia, que só em 2018 se cifraram em 147.354 milhões de dólares, um aumento de 25,31 por cento, em termos homólogos, geraram uma crescente necessidade em formar quadros para trabalhar com os países de língua portuguesa Hoje, não contando com Macau e Hong Kong, há 25 universidades chinesas que ensinam português, abrangendo mais de 1.500 estudantes. No entanto, o rápido aumento da oferta está a dificultar a vida aos profissionais da área, habituados outrora a receberem propostas de trabalho mesmo antes de terminarem o curso. “Para quem tem apenas licenciatura, encontrar emprego na China tornou-se difícil”, diz Isabel, que entrou em 2008 para o curso de português da Universidade Normal de Harbin, no nordeste da China, e tirou depois uma pós-graduação na Universidade de Macau. “Optei por estudar português porque na altura havia escassez de profissionais com conhecimentos da língua”, recorda. “Mas, nos últimos anos, o mercado tornou-se mais competitivo”.
NOVAS OPORTUNIDADES
Para os recém-licenciados que rumam a Pequim ou Xangai, as duas principais metrópoles do país, e que estão entre as cidades com mais alto custo de vida do mundo, o salário inicial varia entre 7.000 e 8.000 yuan.
CHINA
LEI DA OFERTA E DA PROCURA ENSINO DO PORTUGUÊS DISPARA NO CONTINENTE E ARRISCA SATURAR MERCADO
Com o investimento entre a China e os países da lusofonia a crescer a um ritmo acelerado, também o estudo do português tem sido uma aposta cada vez mais forte do ensino chinês. Sem contar com Macau e Hong Kong, existem na China 25 universidades que ensinam a língua de Camões, a alunos que têm à espera um mercado de trabalho cada vez mais competitivo
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segunda-feira 2.12.2019
“Para quem tem apenas licenciatura, encontrar emprego na China tornou-se difícil. Optei por estudar português porque na altura havia escassez de profissionais com conhecimentos da língua. Mas, nos últimos anos, o mercado tornou-se mais competitivo.” ISABEL PÓS-GRADUADA DA UM
Um intérprete simultâneo chinês - português e vice-versa pode receber até 10.000 yuan por dia de trabalho, geralmente a acompanhar delegações de empresários ou visitas oficiais, mas trata-se de uma tarefa ocasional e executada apenas pelos profissionais mais experientes. Já quem está disposto a rumar a África “continua a ter muitas oportunidades”, conta Isabel. Em Angola ou Moçambique um intérprete e tradutor numa das centenas de empresas chinesas que ali operam na construção de infra-estruturas, sector energético ou mineração, recebe por ano entre 200.000 e 400.000 yuan, segundo estimativas da agência Lusa, com base em ofertas de emprego difundidas em portais chineses. Amaior exigência no mercado de trabalho levou a Beiwai a elevar este ano o seu departamento de estudos de língua portuguesa ao estatuto de faculdade, visando complementar o ensino da língua com conhecimentos “mais aprofundados” sobre os países lusófonos e “aumentar o intercâmbio internacional”, diz à agência Lusa a directora, Patrícia Jin. “É um passo natural, que nos permite ter mais recursos, mais possibilidades e mais alunos e professores”, explica. “Com esta evolução, abriremos mais cadeiras, em cinco área de estudo: linguística, tradução, literatura, ciência política, economia e comércio”, detalha. Entre os licenciados há também quem opte por reforçar o seu
curriculum com um mestrado em Portugal ou no Brasil. Zelma, por exemplo, vai em breve começar um mestrado na Universidade de Lisboa, permitindo-lhe também conhecer melhor um país cuja História aprendeu ainda no ensino secundário. “Fui sempre aluna da área das Humanidades e sempre gostei muito de História, conheço bem o período dos Descobrimentos”, conta.
APOSTA INAUGURAL
A primeira faculdade dedicada ao português na China continental, a Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim (Beiwai), vai complementar o ensino da língua com conhecimentos “mais aprofundados” sobre os países lu-
A maior exigência no mercado de trabalho levou a Beiwai a elevar este ano o seu departamento de estudos de língua portuguesa ao estatuto de faculdade, visando complementar o ensino com conhecimentos “mais aprofundados” sobre os países lusófonos
sófonos e “aumentar o intercâmbio internacional”, revelou à agência Lusa a diretora antes do final do anterior ano lectivo. “É um passo natural, que nos permitirá ter mais recursos, mais possibilidades e mais alunos e professores”, explicou a directora do departamento de português da recém-formada Faculdade de Estudos Hispânicos e Portugueses, de Beiwai. A nova instituição vai ter como génese a elevação do estatuto do mais antigo departamento de ensino do português na China continental, aberto em 1961, implicando um aumento do orçamento para contratação de corpo docente e organização de actividades e palestras.
Um intérprete simultâneo chinês - português e viceversa pode receber até 10.000 yuan por dia de trabalho, geralmente a acompanhar delegações de empresários ou visitas oficiais, mas trata-se de uma tarefa ocasional e executada apenas pelos profissionais mais experientes
Até 1999, apenas a Beiwai e a Universidade de Estudos Internacionais de Xangai ofereciam licenciaturas em português. O estabelecimento de uma faculdade permitirá, no entanto, “construir um sistema de conhecimento mais aprofundado, mais sistemático”, sobre a lusofonia, detalhou à altura Patrícia Jin. “Com esta evolução, abriremos mais cadeiras, em cinco área de estudo: linguística, tradução, literatura, ciência política, economia e comércio”, explicou. “Os alunos terão uma parte obrigatória e central, ensinada em português, mas também acesso aos cursos de outras faculdades”, disse.
A EXPANSÃO
Ainstituição abarcará quatro centros, incluindo o Centro Beiwai – Universidade de Lisboa -Instituto Camões; uma fundação e uma editora de manuais de ensino da língua. O aumento do orçamento permitirá ainda alargar o corpo docente, actualmente composto por oito professores chineses, uma leitora portuguesa e um leitor brasileiro, e organizar palestras. “Só neste semestre realizamos seis palestras académicas, com a participação de professores chineses, portugueses e brasileiros, de diferentes disciplinas”, sintetizou Jin. A aposta da ‘beiwai’ reflecte a crescente necessidade da China em formar melhores quadros para trabalhar com os países de língua portuguesa, face à evolução das trocas comerciais, que só em 2018 se cifraram em 147.354 milhões de dólares, um aumento de 25,31 por cento, em termos homólogos. O destaque vai sobretudo para Angola e Brasil, cujas trocas com a China compõem a maioria deste comércio. Porém, a chegada ao mercado de trabalho de um número cada vez maior de quadros qualificados especializados em português está a aumentar a pressão na busca por um emprego, que antes era uma garantia.
PORTO ALUNOS DE MACAU COM ACESSO FACILITADO A ÁREAS CIENTÍFICAS
O
S estudantes de Macau que queiram prosseguir os estudos em Portugal vão ter acesso facilitado às áreas científicas da Universidade do Porto (UP), nomeadamente um contingente especial de vagas. A medida está prevista num protocolo que a Universidade do Porto, o Instituto Português do Oriente (IPOR) e a Direcção dos Serviços do Ensino Superior de Macau (DSES) vão assinar amanhã, em Macau, de acordo com um comunicado enviado à Lusa. O acordo de cooperação entre estas três entidades prevê “a criação de um contingente especial de vagas para oferta formativa nas várias unidades orgânicas da UP, “valorizando (...) o exame unificado em vigor”, referiu a nota. Os cursos em questão vão desde medicina veterinária a “vários ramos da engenharia”, passando pelas ciências do meio aquático, medicina dentária e ciências da linguagem, antecipou o IPOR. Os estudantes de Macau podem, desde 2018, candidatar-se a várias instituições de ensino superior do Interior da China e de Portugal com os resultados de um exame unificado de acesso. Em Portugal, são 15 as instituições parceiras deste programa, incluindo, além da UP, a Universidade de Coimbra, a Universidade de Lisboa e a Universidade Católica Portuguesa. Este protocolo prevê ainda a criação de uma oferta formativa “altamente especializada em língua portuguesa”, de forma a assegurar a formação de estudantes de Macau com competências nesta língua, indicou. O acordo pretende também incentivar acções de mobilidade e de intercâmbio científico com vista à formação de profissionais qualificados.
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GONÇALO LOBO PINHEIRO
Lei Básica Chui Sai On a caminho de Pequim
O Chefe do Executivo, Chui Sai On, o presidente da Assembleia Legislativa, Kou Hoi In, e o presidente do Tribunal de Última Instância, Sam Hou Fai, vão hoje para Pequim para participarem num “Seminário Comemorativo do 20.º Aniversário da Implementação da Lei Básica” de Macau. Além dos representantes máximos dos poderes executivo, legislativo e judicial vão integrar igualmente a comitiva a secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan e o procurador-geral da RAEM, Ip Son Sang. A delegação regressa a Macau na terça-feira e durante a ausência de Chui Sai On, o secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, exercerá as funções de Chefe do Executivo.
Grande Baía Funcionários dos SAFP em visita de estudo A Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública organizou uma visita de estudo para 40 funcionários públicos fossem a Zhuhai de forma a “incentivar e aprofundar o conhecimento das cidades da Grande Baía dos jovens trabalhadores dos serviços públicos”. A visita ocorreu “há dias” e fez com que os jovens fossem ao Reservatório de Zhuxiandong de Zhuhai,
o Parque Científico e Industrial de Medicina Tradicional Chinesa para a Cooperação Guangdong-Macau, a Rua Cultural de Xiang Zhou Bu e o Grande Teatro de Zhuhai. No outro lado da fronteiras, os residentes de Macau foram recordados da dívida de gratidão para com a cidade vizinha devido aos 60 anos de abastecimento de água por parte de Zhuhai.
ZHUHAI POLÍCIA EM EXERCÍCIOS A PENSAR NA VISITA DE XI JINPING
Preparar o terreno O exercício foi captado em fotografias colocadas online que mostram a Polícia do Interior da China defrontar várias pessoas vestidas com camisas pretas e capacetes amarelos, como acontece frequentemente em Hong Kong
A
Polícia do Interior realizou um exercício de contra-terrorismo perto da fronteira da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, na sexta-feira, como parte de preparação para a visita de Xi Jinping, para celebrar o 20.º aniversário da RAEM. Segundo a informação divulgada pelo South China Morning Post, na acção do outro lado da fronteira participaram mais de 1.000 agentes e 80 viaturas, numa altura em que Hong Kong vive uma situação de instabilidade política que se arrasta há meio ano. Aliás, a situação de Hong Kong foi mesmo o pano de fundo do exercício, uma vez que as fotos colocadas a circular online mostram manifestantes vestidos com camisolas pretas e a utilizar capacetes amarelos, ao mesmo tempo que carregam contra a polícia com paus. Já os agentes estavam armados e limitaram-se a lançar gás lacrimogénio e a utilizar os escudos e cassetetes para atacar os manifestantes.
Xi Jinping deverá deslocar-se a Macau para a celebração do 20.º aniversário do estabelecimento da RAEM e a segurança deverá ser mais apertada do que em visitas anteriores de líderes do Governo chinês. Isto porque o Presidente
“A Polícia deve ser sempre leal e cumprir os seus deveres e missões para criar um ambiente pacífico a nível político, social, que permita construir a Zona da Grande Baía Cantão-Hong KongMacau e celebrar o 20.º aniversário da reunificação de Macau com a Pátria” GUO YONGHANG CHEFE DE ZHUHAI DO PARTIDO COMUNISTA CHINÊS
chinês desloca-se à RAEM numa altura em que a região vizinha de Hong Kong atravessa o maior período de instabilidade desde que a administração do território regressou às autoridades chinesas. A publicação de Hong Kong cita ainda o chefe de Zhuhai do Partido Comunista Chinês, Guo Yonghang, que apelou à polícia para que se mantenha sempre leal ao partido. “A Polícia deve ser sempre leal e cumprir os seus deveres e missões para criar um ambiente pacífico a nível político, social, que permita construir a Zona da Grande Baía Cantão-Hong Kong-Macau e celebrar o 20.º aniversário da reunificação de Macau com a Pátria”, afirmou Guo.
SEM ANÚNCIO OFICIAL
Neste momento ainda não há uma confirmação oficial sobre a deslocação de Xi Jinping a Macau. No entanto, o jornal Macau Daily Times noticiou que tal deverá acontecer com a chegada a dar-se a 18 de Dezembro e a saída e 20 do mesmo mês.
Também a agência de serviços financeiros Credit Suisse emitiu um relatório sobre o mercado do jogo em que alerta para os efeitos negativos da visita do Presidente da China. Entre eles, espera-se que em Dezembro as pessoas do Interior apenas sejam autorizadas
a vir uma única vez em Macau, quando normalmente até podem vir mais do que uma vez por mês. Esta é já uma das medidas de segurança para preparar a visita de Xi a Macau. João Santos Filipe
joaof@hojemacau.com.mo
CONSELHO EXECUTIVO LUZ VERDE PARA A CRIAÇÃO DE INSTITUIÇÕES DE ARBITRAGEM
O
Conselho Executivo aprovou na passada sexta-feira, o regulamento administrativo intitulado “Regime de criação e funcionamento das instituições de arbitragem”, que estabelece as condições em que podem ser criados centros de arbitragem em Macau. O diploma define que os
pedidos para criação de instituições de arbitragem devem ser feitos junto da Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAJ), a quem compete emitir parecer, sendo que, no entanto, a decisão final estará sempre a cargo do Chefe do Executivo. Para que a autorização seja concedida, o regula-
mento define assim que devem ser respeitados critérios como “a necessidade e a pertinência da criação da instituição de arbitragem em Macau, a representatividade e a idoneidade para a prossecução da actividade que se propõe realizar”, pode ler-se no texto do diploma. Além
disso, o regulamento administrativo estabelece que os centros de arbitragem devem ser constituídos “por um conselho directivo, um conselho executivo e um secretariado”. Também presente na conferência de imprensa que teve lugar na sede do Governo, esteve o director
da DSAJ. Liu Dexue afirmou que as novas regras que ditam a criação de instituições de arbitragem estão ao nível daquilo que melhor se faz a nível internacional. Em Macau existem actualmente cinco instituições de arbitragem em funcionamento: Centro de arbitragem do World Trade Center,
Associação dos Advogados de Macau, Conselho de Consumidores, Instituto de Habitação e ainda sobre os Fundos Privativos. Segundo o regulamento administrativo, as entidades que realizem arbitragens sem autorização arriscam-se uma multa entre 100 mil e 500 mil patacas.
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segunda-feira 2.12.2019
GCS
O cinco oficial
(CCAC) vai mesmo substituir Sónia Chan na tutela da Administração e Justiça. Para a liderança do CCAC, foi escolhido o nome de Chan Tsz King, actual procurador-adjunto do Ministério Público. Leong Man Cheong será o próximo Comandante-geral dos Serviços de Polícia Unitários, enquanto que Vong Man Chong fica como Director-geral dos Serviços de Alfândega. Citado por uma nota de imprensa, o actual Chefe do Executivo, Chui Sai On, “felicita os titulares dos principais cargos do V Governo da RAEM e o Procurador pela sua nomeação por parte do Conselho de Estado” da República Popular da China. A mesma nota dá conta que Chui Sai On “deseja sinceramente que todos se empenhem e dêem o seu melhor nas tarefas e acção governativa, sob a liderança de Ho Iat Seng, unindo-se à sociedade formando um todo na luta por novos avanços, servindo a nação e Macau”. O ainda Chefe do Executivo afirma também esperar que os novos dirigentes “dêem novos contributos e alcancem novas conquistas, dando continuidade ao grandioso princípio ‘Um país, dois sistemas’ na RAEM”. A.S.S
Governo com uma novidade face aos nomes antes avançados
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ORAM ontem anunciados os nomes que vão compor o novo Executivo liderado por Ho Iat Seng, Chefe do Executivo eleito a 25 de Agosto deste ano, e que vão ser anunciados hoje de forma oficial na sede do Governo. De acordo com uma nota oficial, são poucas as surpresas em relação aos nomes que já tinham avançados pelo portal All About Macau e pela TDM-Rádio Macau. Novidade é mesmo a escolha de Lei Wai Nong como secretário para a Economia e Finanças, quando o nome de Ho Veng On chegou a ser apontado para substituir o actual detentor da pasta, Lionel Leong. Ho Veng On mantém-se como comissário no Comissariado de Auditoria (CA). O All About Macau noticiou que Lei Wai Nong seria o nome mais provável para ser o novo comissário do CA. Recorde-se que Lei Wai Nong foi um dos quatro arguidos num processo conexo ao caso das campas, que levou a ex-secretária para a Administração e Justiça, Florinda Chan, ao banco dos réus.
Lei Wai Nong desempenhava funções como vice-presidente do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (hoje Instituto para os Assuntos Municipais) e chegou a ter o mandato suspenso. Em 2014 seria absolvido do crime de prevaricação, juntamente com mais três dirigentes, incluindo o presidente, do então IACM, pelo Tribunal Judicial de Base. Outra surpresa prende-se com a manutenção de Ip Son Sang como procurador do Ministério Público, nome que chegou a ser falado para presidir ao colectivo do Tribunal de Última Instância (TUI), actualmente liderado por Sam Hou Fai.
VEIO PARA FICAR
O Governo liderado por Ho Iat Seng mantém Raimundo do Rosário como secretário para os Transportes e Obras Públicas, enquanto que Wong Sio Chak continua a liderar a pasta da Segurança. Confirma-se o nome de Ao Ieong U para substituir Alexis Tam na pasta dos Assuntos Sociais e Cultura, enquanto que André Cheong deixa o Comissariado contra a Corrupção
Novidade é mesmo a escolha de Lei Wai Nong como secretário para a Economia e Finanças, quando o nome de Ho Veng On chegou a ser apontado para substituir o actual detentor da pasta, Lionel Leong
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Anúncio 〔N.º 103 /2019〕 Notificação de sanção (Processo n.º 507/ADM-HE/2019)
Anúncio 〔N.º 104 /2019〕 Notificação de sanções (Processos n os. 571 e 606/ADM-HE/2019)
Nos termos do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, é por esta via notificada a Agência Comercial Fowin Sociedade Unipessoal Limitada - ocupante dos lugares de estacionamento n.ºs 1 e 2 da parte comum do Edifício Arco Íris. De acordo com as averiguações e os autos de notícia efectuados pelo Instituto de Habitação (IH), em 29 de Julho e 6, 12 e 19 de Agosto de 2019: a Agência Comercial Fowin Sociedade Unipessoal Limitada colocou diversos objectos e afixou ilegalmente publicidade nas zonas comuns. O ocupante acima mencionado foi notificado, pelo IH, no dia 24 de Outubro de 2019, através do Anúncio n.º 66/2019, para apresentar justificação escrita relativamente às infracções. Tendo em consideração que o ocupante acima referido não apresentou qualquer justificação escrita, foi confirmado, pelos autos de averiguação e pelas fotografias efectuados pelo IH, que o ocupante tem utilizado construções ilegais, procedeu à montagem de equipamentos e à afixação de publicidade de funcionamento de estabelecimento comercial, bem como colocou diversos objectos nas zonas comuns. Assim, considera-se que o ocupante supramencionado violou o disposto nas alíneas c) e j) do n.º 2 do artigo 16.º do Decreto-Lei n.º 41/95/M. Nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 18.º do mesmo decreto-lei, aplicando-se subsidiariamente as disposições constantes do Código Civil, pode ser aplicada ao ocupante uma multa no valor total de quatro mil patacas (MOP4 000). Por despacho de autorização do Presidente do IH exarado na Proposta n.º 1843/DAJ/2019, de 26 de Novembro de 2019, e nos termos do Despacho n.º 142/IH/2019 (Processo n.º 507/ADM-HE/2019), do Presidente do IH, foi aplicada uma multa, no valor total de quatro mil patacas (MOP4 000), à Agência Comercial Fowin Sociedade Unipessoal Limitada, tendo ainda sido ordenada a reposição do local em causa à situação original, relativamente às situações de violação. Assim, o ocupante supramencionado deve dirigir-se ao IH, sito na Estrada do Canal dos Patos, n.º 220, Edifício Cheng Chong, r/c L, Macau, para efectuar o pagamento da multa, no prazo de 10 dias, a contar da data da publicação do presente anúncio, sob pena de cobrança coerciva através de processo civil. Mais se informa que está obrigado a repor o local na situação original. Caso contrário, a multa será calculada diariamente até que seja reposta a situação original, nos termos do n.º 3 do artigo 18.º do mesmo decreto-lei. Caso não concorde com a decisão, de acordo com os n.os 3 e 4 do artigo 19.º do mesmo decreto-lei, a mesma é susceptível de impugnação judicial, junto do Tribunal Judicial de Base, sem efeito suspensivo.
Nos termos do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, é por esta via notificada SUN HAP CHONG CHOU IN WO CHUN MUN TIM IAO HANG KONG SI (信合蟲草燕窩專門店有限公 司)– ocupante dos lugares de estacionamento n.os 15 a 16 do Edifício Arco Íris: De acordo com as averiguações e os autos de notícia efectuados pelo Instituto de Habitação (IH), em 29 de Julho e 6, 12, 19 e 26 de Agosto e ainda a 2, 9, 17 e 23 de Setembro de 2019: SUN HAP CHONG CHOU IN WO CHUN MUN TIM IAO HANG KONG SI (信合蟲草燕窩專門店有限公司) colocou diversos objectos e afixou ilegalmente publicidade nas zonas comuns. O ocupante acima mencionado foi notificado, pelo IH, no dia 24 de Outubro de 2019, através do Anúncio n.º 67/2019, para apresentar justificação escrita relativamente às infracções. Tendo em consideração que o ocupante acima referido não apresentou qualquer justificação escrita, foi confirmado, pelos autos de averiguação e pelas fotografias efectuados pelo IH, que o ocupante tem utilizado construções ilegais, procedeu à montagem de equipamentos e à afixação de publicidade sobre o funcionamento de estabelecimento comercial, bem como colocou diversos objectos nas zonas comuns. Assim, considera-se que o ocupante supramencionado violou o disposto nas alíneas c) e j) do n.º 2 do artigo 16.º do Decreto-Lei n.º 41/95/M. Nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 18.º do mesmo decreto-lei, aplicando-se subsidiariamente as disposições constantes do Código Civil, pode ser aplicada ao ocupante uma multa no valor total de nove mil patacas (MOP 9 000). Por despacho do Presidente do IH exarado na Proposta n.º 1844/DAJ/2019, de 26 de Novembro de 2019, e nos termos do Despacho n.º 141/IH/2019 (Processos n. 571 e 606/ADM-HE/2019), do Presidente do IH, foi aplicada uma multa, no valor total de nove mil patacas (MOP 9 000), à SUN HAP CHONG CHOU IN WO CHUN MUN TIM IAO HANG KONG SI (信合蟲草燕窩專門店有限公司), tendo ainda sido ordenada a reposição do local em causa à situação original. O ocupante supramencionado deve dirigir-se ao IH, sito na Estrada do Canal dos Patos, n.º 220, Edifício Cheng Chong, r/c L, Macau, para efectuar o pagamento da multa, no prazo de 10 dias, a contar da data da publicação do presente anúncio, sob pena de cobrança coerciva através de processo civil. Mais se informa que está obrigado a repor o local na situação original. Caso contrário, a multa será calculada diariamente até que seja reposta a situação original, nos termos do n.º 3 do artigo 18.º do mesmo decreto-lei. Caso não concorde com a decisão, de acordo com os n.os 3 e 4 do artigo 19.º do mesmo decreto-lei, a mesma é susceptível de impugnação judicial, junto do Tribunal Judicial de Base, sem efeito suspensivo.
Instituto de Habitação, aos 28 de Novembro de 2019
O Chefe da Divisão de Assuntos Jurídicos, Nip Wa Ieng
Instituto de Habitação, aos 28 de Novembro de 2019
O Chefe da Divisão de Assuntos Jurídicos, Nip Wa Ieng
6 política
2.12.2019 segunda-feira
Melhor que nada SAÚDE NOVO HOSPITAL VAI CUSTAR MAIS DE 10 MIL MILHÕES DE PATACAS E NÃO ESTARÁ PRONTO ANTES DE 2023
Perspectivas do Governo apontam para que a primeira fase de construção do Complexo de Cuidados de Saúde das Ilhas esteja concluída em Agosto de 2022. As obras, que prevêm a construção de seis edifícios, terão um custo total estimado de cerca 9.800 milhões de patacas. Mas tanto prazos, como montantes, deverão ser alargados fazer reparações e ajustes numa obra desta envergadura. No final, os Serviços de Saúde (SS) terão ainda de despender tempo para a instalação de equipamentos. Ou seja, é preciso somar mais um ano sobre a data de conclusão das obras (…) e, por isso, RÓMULO SANTOS
O
plano apresentado pelo Governo para as obras do Complexo de Cuidados de Saúde das Ilhas, esteve em discussão na passada sexta-feira pela Comissão de Acompanhamneto para os assuntos de Terras e Concessões Públicas e prevê, no melhor dos cenários, que o novo hospital possa entrar em funcionamento em 2023. No entanto, mesmo prevendo que as obras possam estar concluídas em Agosto de 2022, a inauguração do novo complexo de saúde poderá nem vir a acontecer no ano seguinte, dada a logística de operacionalização da obra que, segundo o Governo, adiciona, pelo menos, cerca de um ano à data de conclusão das obras. “O Governo estima que as obras terminem em Agosto de 2022. Mas mesmo que este prazo seja cumprido, ainda vai ser necessário acrescentar um prazo de três meses para recepção e instalação de projectos e mais quatro ou cinco meses para
“É preciso somar mais um ano sobre a data de conclusão das obras (…) e, por isso, talvez nem em 2023 o complexo entre em funcionamento” ELLA LEI
talvez nem em 2023 o complexo entre em funcionamento”, explicou Ella Lei, deputada e Presidente da Comissão de Acompanhamneto para os Assuntos de Terras e Concessões Públicas. A Reunião com o Governo, onde foi apresentado o documento, aconteceu dois anos depois do último ponto de situação. Em 2017, segundo Ella Lei, o Governo “não soube justificar o atraso das obras, nomeadamente ao nível do calendário e do orçamento previsto”. Assim, 10 anos passados desde que foi dado início ao projecto, a deputada vincou a importância de já existir uma previsão em termos de prazo, ponto de situação de cada obra e também, de montante, apesar deste último “não ser ainda final”. O plano apresentado pelo Governo prevê assim que até Agosto de 2022 seja concluída a primeira fase de construção do Complexo de Cuidados de Saúde das Ilhas. A primeira fase terá um custo total previsto de cerca de 9.800 milhões
9.800 milhões de patacas
custo total previsto da primeira fase que inclui a construção de seis edifícios
de patacas e inclui a construção de seis edifícios: hospital geral, edifício de apoio logístico, edifício de administração e multi-serviços e ainda, fora daquela que é considerada a “empreitada principal”, o edifício do laboratório central, um edifício residencial para trabalhadores e o parte do instituto de enfermagem.
SEMPRE A SOMAR
Para já, de todo o projecto, encontram-se concluídas as obras
relativas às fundações e ao edifício do instituto de enfermagem, no valor de 1.102 milhões de patacas. Este valor, já incluído no montante final da obra, não tem, no entanto, em conta, partes do edifício do laboratório central nem o hospital de reabilitação, este último, previsto para a segunda fase do plano, cujo orçamento não consta no documento apresentado pelo Governo. Questionada a razão de não ter sido apresentado orçamento para a segunda fase dos trabalhos, o Go-
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1.102 milhões de patacas
obras relativas às fundações e edifício do instituto de enfermagem
verno respondeu que o montante final não inclui ainda esse valor porque o ”hospital de reabilitação vai aumentar o número de camas de 140 para 300, atendendo ao envelhecimento da população de Macau”, transmitiu Ella Lei.
Assim, dado não existir ainda “uma estimativa preliminar afecta às obras hospital de reabilitação”, a Comissão referiu que o “orçamento final de 9.800 milhões de patacas vai aumentar”, apesar de o Governo não ter previsto quanto.
egundo o Governo, as instalações de trânsito previstas para o projecto incluem uma estação do metro ligeiro para servir os utentes do novo Complexo de Cuidados de Saúde das Ilhas. Segundo referiu Ella Lei, “no próximo ano, a empresa responsável pelo metro ligeiro irá abrir um concurso público para a construção de uma nova estação”. No futuro, a estação vai permitir que os utentes acedam ao Hospital das Ilhas a pé, sendo que
consideravelmente inferior. No entanto, mesmo com este aumento, a Comissão considera que o “número de camas será sempre insuficiente”. “O número de camas está sempre desactualizado. Inicialmente estavam previstas 500 camas e isso
ATRASOS E O NOVO MODELO
METRO À PORTA
S
A somar às contas não previstas no plano apresentado pelo Governo, vai ainda acrescer o custo associado ao aumento do número de camas do hospital geral, que irão passar a ser 1100, quando inicialmente estava previsto um número
“o metro irá passar nas vias públicas já construídas em torno do Complexo”. Em relação a outros acessos, a Comissão, apesar de avançar que na reunião com o Governo não se falou sobre as carreiras de autocarros que irão servir o Complexo”, há a possibilidade de virem a existir sistemas pedonais automáticos. “Esperamos ver mais instalações e equipamentos para facilitar o acesso dos residentes”, conclui Ella Lei sobre o assunto.
O
Governo atribui os atrasos da construção novo Complexo de Cuidados de Saúde das Ilhas, projecto iniciado há 10 anos, ao facto de a concepção do projecto ter ficado a cargo dos Serviços de Saúde. O modelo segundo Ella Lei, não agrada aos deputados presentes na reunião por considerarem que “não é o ideal para o complexo dos cuidados de saúde porque demorou muito tempo”, e esperam agora que o próximo executivo traga novas soluções. “Para o complexo
dos cuidados de saúde não foi aplicado o modelo habitual, pois os serviços de saúde assumiram a tarefa da concepção, que por sua vez contratou empresas de consultoria para fazer o hospital. Depois de concluir a concepção esses projectos foram entregues ao Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas (GDI), para este autorizar os projectos. Mas o GDI também precisou de ouvir mais de 10 entidades, por exemplo, os bombeiros”, explicou Ella Lei.
fica muito aquém quando comparamos com as regiões vizinhas. Mesmo agora, aumentando para 1100 também (…) é insuficiente para conseguir satisfazer as necessidades da sociedade, mas com os recursos limitados que temos ao nível do território, este aumento é melhor do que nada”, referiu Ella Lei. Com este aumento, o Governo quer aproximar as estatísticas de Macau ao nível da saúde, às de países como o Japão e Coreia. “Actualmente por cada 1000 habitantes temos 2,7 camas e com o aumento de camas que o Governo anunciou passaremos a ter 4,7 camas por cada 1000 habitantes. No Japão esse número está entre 10 a 15 camas por cada 1000 habitantes”. Pedro Arede
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2.12.2019 segunda-feira
PORTUGUÊS DECLARAÇÕES DE PEREIRA COUTINHO ORIGINAM REACÇÃO DE CDS-PP
Ecos em São Bento
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E o ensino de língua portuguesa em Macau não tem a qualidade que deveria ter, os deputados do partido político CDS-PP, com assento na Assembleia da República portuguesa, querem saber porquê e como deve ser melhorado. No seguimento de uma entrevista concedida pelo deputado José Pereira Coutinho à Lusa, os deputados Telmo Correia e Ana Rita Bessa decidiram questionar o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, sobre o assunto. “Telmo Correia e Ana Rita Bessa querem saber se o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) tem conhecimento destas afirmações e se é verdade que o ensino da língua portuguesa em Macau está a perder qualidade”, lê-se na nota de imprensa enviada às redacções. Além disso, os dois tribunos também pretendem saber “que medidas tomou o Governo português, e quais as que pensa tomar, para a promoção da língua portuguesa em Macau, de modo a garantir a qualidade do seu ensino”.
Dois deputados do partido político português CDS-PP questionaram Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros, sobre a qualidade do ensino da língua portuguesa em Macau e as medidas que o actual Executivo pensa tomar nesse âmbito. A intervenção surge depois de uma entrevista concedida por José Pereira Coutinho
CONTRATAÇÕES AO EXTERIOR
Na entrevista concedida à Lusa, publicada na passada semana, José Pereira Coutinho afirmou que “muito recentemente, a nível da tradução, o Governo de Macau resolveu contratar tradutores do Interior da China, alegando exactamente o problema da qualidade do ensino da língua portuguesa cá em Macau”. Coutinho, que falou também na qualidade de conselheiro do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP), apontou que, apesar da Lei Básica determinar que a língua portuguesa continua a ser oficial, a par do chinês, não importam apenas os números, mas a qualidade de ensino nas escolas para que se chegue à conclusão de que “valeu a pena investir recursos humanos e financeiros para promoção da língua portuguesa em Macau”. A.S.S.
Interpelação dos deputados do CDS-PP “Telmo Correia (foto) e Ana Rita Bessa querem saber se o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) tem conhecimento destas afirmações e se é verdade que o ensino da língua portuguesa em Macau está a perder qualidade”
Quebrar em caso de emergência Conselho executivo aprova regulamento de segurança do Metro Ligeiro
O
Conselho Executivo deu a conhecer na passada sexta-feira os principais pontos do regulamento administrativo intitulado “Normas técnicas de segurança e complementares à investigação técnica de acidentes e incidentes do sistema de metro ligeiro”, onde constam as principais obrigações que a entidade responsável pela segurança do sistema deve cumprir. Segundo o porta-voz do Conselho Executivo Leong Heng Teng, a entidade responsável, a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), deve produzir um sistema de gestão de segurança, apresentar um relatório anual e criar ainda um manual de segurança da operação dirigido aos funcionários. “A operadora deve criar um sistema de gestão de segurança e apresentar à entidade concedente o relatório de segurança respeitante ao ano transacto. Além disso, a operadora está obrigada a elaborar o manual de segurança da operação para estabelecer as instruções dirigidas aos seus trabalhadores. Por último, o projecto sugere que o sistema de metro ligeiro deve ser precedido de uma fase de operação experimental, que creio, já conhecem (...) e que está a entrar numa fase experimental na ilha da Taipa”, explicou Leong Heng Teng. Acerca dos planos de tratamento de avarias e situações de emergência, a operadora deve “comunicar
imediatamente à DSAT” os casos de suspensão da prestação de serviços por motivos de emergência e, de seguida “tomar as medidas necessárias para reiniciar a operação no mais curto período de tempo”. No caso de não ser possível, a operadora deve “providenciar a evacuação ou a transferência dos passageiros para outros meios de transporte”, pode ler-se no regulamento administrativo.
CRITÉRIOS INTERNACIONAIS
Também presente na conferência de imprensa, que teve lugar na sede oficial do Governo, esteve o director da DSAT. A propósito das normas de segurança do novo diploma, Lam Hin San afirma que estas foram feitas de acordo com critérios internacionais. “Tivemos como referência a experiência dos territórios vizinhos em matéria de transporte ferroviário (...) e a lei permite também que a DSAT convide peritos e especialistas de diferentes matérias ligadas ao metro ligeiro para nos ajudar”, referiu Lam Hin San. Em caso de acidente ou incidente, o regulamento administrativo estabelece ainda que a DSAT deve elaborar um relatório sumário, no prazo de 12 ou 24 horas, dependendo da gravidade da situação. P.A.
INTERPELAÇÃO SULU SOU EXIGE FISCALIZAÇÃO A ENTIDADES DE CAPITAIS PÚBLICOS
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UE garantias o Governo pode dar à população quanto à transparência das entidades financiadas por capitais públicos? Esta é a questão que Sulu Sou quer ver respondida e que esteve no cerne da interpelação que dirigiu ao Governo.
O deputado quer saber como as “instruções sobre a divulgação de informações ao exterior pelas empresas com capitais públicos”, (abreviadamente por instruções), irão garantir o nível de transparência das informações operacionais e da situação financeira
das entidades com capitais públicos. Isto porque as instruções não têm natureza obrigatória e se não foram cumpridas ninguém tem de assumir responsabilidade legal pelo incumprimento. A falta de coercibilidade destas instruções levanta dúvidas ao deputado quanto
à sua eficácia na garantia de transparência. A Direcção dos Serviços de Finanças em resposta às interpelações dos deputados Sulu Sou e Song Pek Kei revelou estar a elaborar as instruções, visando regulamentar as informações e actividades que as empresas com
capitais públicos precisam de divulgar de forma a garantir a transparência das operações e a situação financeira. Por último, Sulu Sou manifesta o desejo de que o Governo pare de criar empresas de capital público antes da conclusão da elaboração das leis mencionadas.
Em particular, o deputado pede a suspensão da consulta pública sobre a criação da Sociedade Gestora do Fundo para o Desenvolvimento e Investimento da RAEM, que pode contar com 60 mil milhões de patacas, que, deve ser discutida no próximo ano. J.N.C.
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segunda-feira 2.12.2019
TURISMO CONFRONTOS EM HONG KONG ORIGINAM QUEBRA NOS MERCADOS INTERNACIONAIS
As influências do vizinho A turbulência política e social vivida em Hong Kong, que descambou em violência nas ruas, causou uma descida de cerca de 17 por cento dos turistas oriundos de mercados internacionais que visitam Macau. Portugal não foi excepção
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S confrontos em Hong Kong provocaram uma quebra de cerca de 17 por cento nos turistas dos mercados internacionais que visitam Macau, disse à agência Lusa a coordenadora do Turismo de Macau em Portugal, Paula Machado. Portugal inclui-se nesta cifra, precisou a responsável, acrescentando que o número de portugueses que visitam Macau oscila entre 15.000 e 16.000 desde 2013. No ano passado situou-se em 15.594, contra 16.259 em 2017. Portugal é o mercado turístico europeu com mais tempo médio
de permanência em Macau, com uma média de seis dias em 2018, referiu. “As pessoas que visitam Macau, normalmente, ou vão incluídas numa excursão ou vão visitar familiares. Nunca ficam menos de quatro noites”, disse, especificando que os dados são relativos à taxa de ocupação de
“Era comum vender-se o pacote Hong Kong-Macau ou China-Hong Kong-Macau ou Xangai – Hong Kong-Macau. Hong Kong fazia parte do pacote.” PAULA MACHADO, COORDENADORA DO TURISMO DE MACAU EM PORTUGAL
Hotéis Registada maior ocupação em Outubro Em Outubro, os hotéis e pensões de Macau hospedaram 1,18 milhões de pessoas, o que representa uma subida de 2,3 por cento face ao mesmo período do ano passado. Os dados foram revelados na sexta-feira pelo Direcção de Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Os números de hóspedes da República da Coreia (41 mil), de Hong Kong (144 mil) e de Taiwan (39 mil) registaram um aumento de 16,6 por cento, 25,6 por cento e 11,7 por cento, respectivamente. O Interior da China é o principal mercado, com o número a manter-se
hotéis, não reflectindo as dormidas em casas particulares. Em declarações à Lusa, Paula Machado admitiu que a situação de conflito em Hong Kong, desencadeada com a oposição da população à lei da extradição para a China, pode provocar receio nos visitantes que habitualmente compram um
estável em 815 mil pessoas. No entanto, a taxa de ocupação média de quartos de hóspedes atingiu 88,2 por cento, menos 1,7 pontos percentuais, em termos anuais, o que também se explica por um aumento na oferta. A taxa de ocupação média dos hotéis de 5 estrelas (89,5 por cento) e a dos hotéis de 4 estrelas (88,4 por cento) diminuíram 1,5 e 2,4 pontos percentuais, respectivamente. O período médio de permanência dos hóspedes situou-se em 1,5 noites, sendo idêntico ao de Outubro do ano precedente.
pacote de viagem que inclui a visita aos dois territórios.
ROTA ALTERNATIVA
Há quem decida manter a viagem, mas também há agências a solicitarem alterações ao programa, por forma a evitar Hong Kong, ou procurar uma forma de sair do território sem passar por zonas de conflito entre os manifestantes e a polícia: “Essa parte é completamente pacífica, não tem havido qualquer espécie de problema”. “Era comum vender-se o pacote Hong Kong-Macau ou China-Hong Kong-Macau ou Xangai
– Hong Kong-Macau. Hong Kong fazia parte do pacote, porque normalmente as pessoas que viajam de Portugal passam pelo aeroporto terminal de Hong Kong”, indicou. De acordo com a mesma responsável, o património classificado pela UNESCO e que resulta de uma convivência de 400 anos entre as culturas oriental e ocidental continua a atrair os turistas portugueses. O objectivo do departamento que coordena é atingir os 17.000 visitantes de Portugal para Macau nos próximos anos. Entre os factores que dificultam a promoção, os responsáveis do turismo identificam “a grande distância” entre Portugal e Macau, o “custo elevado dos voos” e o “baixo salário de uma grande parte da população activa portuguesa”. Em 2018, entraram em Macau quase 36 milhões de visitantes, mais 10 por cento do que em 2017. Macau é apresentado como um dos destinos com maior crescimento turístico e económico do mundo. De acordo com dados oficiais, a região cresceu 211 por cento entre 1999 e 2018, passando de 11,5 para 35,8 milhões de visitantes.
Excursões Número de visitantes com quebra superior a um terço O número de pessoas que visitaram Macau em excursões sofreu uma quebra de 35,3 por cento em Outubro, face ao período homólogo do ano passado, de acordo com os dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Assim, no décimo mês do ano foram 509 mil as pessoas que visitaram a RAEM no âmbito de uma excursão. Neste período, os números de visitantes em excursões provenientes do Interior da China (380 mil indivíduos), da República da Coreia (33 mil), de Hong Kong (6,1 mil) e de Taiwan (60 mil) desceram 38,5 por cento, 37,6 por cento, 42,5 por cento e 3,6 por cento, respectivamente
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Cemitério de Po Fook Hill, em Hong Kong, foi acusado no sábado de ter ligado à família de Alex Chow, primeira vítima mortal das manifestações de Hong Kong, a recusar o enterro do jovem. A notícia foi avançada pela revista Next Media e pelo portal Hong Kong 01, após a informação ter começado a circular online. De acordo com as notícias de sábado, a principal accionista do cemitério é uma empresa com sede no exterior, que tem como gestores Ambrose So, cônsul-honorário de Portugal em Hong Kong, e Patrick Huen. Os dois foram parceiros de negócios de longa data de Stanley Ho. Segundo os relatos da imprensa, a mãe do jovem recebeu uma chamada telefónica no sábado em que lhe terá sido dito: “Não vamos ajudá-la neste assunto. Toda a nossa indústria recusa-se a servi-la”. Logo na mesma noite veio a público a informação de que a mãe do jovem estava a procurar alternativas como o Cemitério Haven of Hope, também em Tseung Kwan O, uma vez que Chow era cristão e a família desejava que fosse enterrado. Nessa mesma noite, Halina Tam, ex-actriz e vencedora do
HONG KONG EMPRESA LIGADA A AMBROSE SO ACUSADA DE RECUSAR ENTERRO A JOVEM
Floresta de enganos concurso Miss Hong Kong de 1994, e o marido Eric Choi disponibilizaram-se para encontrar uma solução, assim como um cidadão de nome Ng Kwa-lun, cuja profissão passa por preparar os corpos após a morte para serem enterrados ou cremados. Ng Kwa-lun terá mesmo entrado em contacto com a família do jovem para lhes garantir que seria possível encontra uma solução e apelou a que as pessoas não equacionassem uma manifestação junto do cemitério Po Fook Hill porque
tal acto apenas afectaria as família enlutadas.
RESPOSTAS MAL-INTERPRETADAS
No dia seguinte, após as notícias começarem a circular, e de num primeiro momento ter afirmado que não tinha informações sobre o caso, o Cemitério de Po Fook Hill emitiu um comunicado para esclarecer “as informações falsas”. Segundo a empresa responsável pelo cemitério, ao longo do processo houve sempre um “con-
tacto permanente” com a família de Chow e o espaço para o enterro até já tinha sido reservado. Um responsável defendeu ainda que as respostas às questões dos órgãos de comunicação Next Media e Hong Kong 01 tinham sido mal-interpretadas e que no domingo ia haver um encontro com a família do jovem, para tratar de todos os pormenores. Alex Chow foi a primeira vítima mortal da instabilidade que se vive em Hong Kong desde a proposta, já retirada, da Lei de Ex-
tradição para o Interior da China. O jovem, na altura com 22 anos, caiu do terceiro para o segundo andar de um parque de estacionamento em Tseung Kwan O, alegadamente quando tentava fugir do gás lacrimogénio utilizado pela polícia. A queda aconteceu em circunstâncias que ainda hoje estão por apurar e as imagens da CCTV existentes não se mostraram relevantes para entender os motivos que justificaram a queda. João Santos Filipe
joaof@hojemacau.com.mo
TOUCAN TAKE OFF
O cemitério de Po Fook Hill foi acusado de ter recusado o funeral do jovem de Hong Kong que foi a primeira vítima directa das manifestações. Após as notícias começarem a circular, a empresa veio a público defender-se e dizer que estava a ser mal interpretada
A principal accionista do cemitério é uma empresa com sede no exterior, que tem como gestores Ambrose So, cônsul-honorário de Portugal em Hong Kong, e Patrick Huen
SPU DADOS DE RECONHECIMENTO FACIAL NÃO SERÃO ENVIADOS PARA O INTERIOR DA CHINA
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I San Meng, adjunto do comandante-geral dos Serviços de Polícia Unitários (SPU), disse no debate televisivo TDM Fórum Macau, exibido na sexta-feira, que todos os dados registados no âmbito do sistema de videovigilância
com reconhecimento facial não serão partilhados com as autoridades do Interior da China, servindo apenas para acções de investigação levados a cabo pelas autoridades de Macau. De acordo com o Jornal do Cidadão, Mui San Meng
salientou que esses dados visam proteger a população, sendo que a maior parte dos equipamentos com reconhecimento facial serão instalados em zonas de Macau com elevados índices de criminalidade, terminais marítimos, aeroporto e
postos fronteiriços. O responsável dos SPU também frisou que os dados só serão usados pelas autoridades de Macau em caso de necessidade, mediante autorização do comandante-geral dos SPU e cumprindo as leis em vigor.
Sobre o sistema de reconhecimento facial, Chan Kin Hong, sub-director da Polícia Judiciária (PJ) explicou que as autoridades policiais têm de cumprir uma série de requisitos burocráticos para ter acesso às imagens e informações, necessitando apresentar um
relatório aos seus superiores depois de concluída a investigação. Caso se verifiquem situações irregulares, a PJ irá levar a cabo processos disciplinares.
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segunda-feira 2.12.2019
CRIME CANTORA DE MACAU, VIVIAN CHAN, MOLESTADA SEXUALMENTE NO CAIRO
A praga do Egipto Serviços de Saúde Alertas de perigo dos cigarros electrónicos
Os Serviços de Saúde (SSM) emitiram um comunicado a alertar para o perigo do consumo de cigarros electrónicos, no sábado, e recordaram que a exposição, a venda, a publicidade e a promoção destes produtos está proibida em Macau, de acordo com a Lei do Controlo do Tabagismo. Segundo a mesma informação, entre 1 de Janeiro de 2018 e 15 de Novembro de 2019, os Serviços de Saúde registaram 27 infracções devido a pessoas que utilizaram cigarros electrónicos em locais onde é proibido fumar. O mesmo comunicado sublinha também que até 20 de Novembro tinham sido registados 47 casos, nos Estados Unidos, de morte causada pelo consumo de cigarros electrónicos.
A cantora local Vivian Chan postou no Instagram que foi abusada sexualmente durante uma viagem ao Egipto. A artista, que normalmente viaja sozinha, está em segurança na Turquia e vai regressar a Hong Kong o mais depressa possível
Trânsito Número de veículos volta a aumentar
No final de Outubro o número de veículos com matrícula de Macau cresceu 0,4 por cento em relação a Outubro do ano passado, para 239.631 viaturas. Os números de automóveis ligeiros (108.837) e o de motociclos (99.295) subiram 1,2 por cento e 2,3 por cento, respectivamente, enquanto os de ciclomotores, com menor cilindrada, (24.171) baixou 8,5 por cento. Em Outubro ocorreram ainda 1.034 acidentes de viação, menos 11,5 por cento em termos anuais e verificaram-se 343 vítimas, 1 das quais fatal. Nos dez primeiros meses do corrente ano, registaram-se 11.272 acidentes de viação e o número de vítimas foi de 3.722, 8 das quais faleceram, informam os Serviços de Estatística e Censos.
PLANOS DE REGRESSO
Jogo Receitas dos casinos desceram 8,5% em Novembro
Os casinos de Macau fecharam o mês de Novembro com receitas de 22,88 mil milhões de patacas, uma queda de 8,5 por cento face a igual período do ano passado, anunciaram ontem as autoridades. De acordo com os dados publicados na página ‘online’ da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), as receitas provenientes do jogo registaram no último mês a segunda queda mais acentuada do ano, depois de Agosto, quando caíram 8,6 por cento. As receitas brutas acumuladas de Janeiro a Novembro totalizaram 269,62 mil milhões de patacas, menos 2,4 por cento do que no ano anterior, indicou a DICJ. No mesmo período de 2018, as receitas brutas acumuladas foram de 276,38 mil milhões de patacas. Em relação ao mês passado, as receitas dos casinos registaram uma descida de 3,57 mil milhões de patacas. Em 2018, as receitas dos casinos na capital mundial do jogo cresceram 14 por cento, para 302,8 mil milhões de patacas.
de Gizé”, começou por contar a cantora no seu Instagram, de acordo com o Oriental Daily News. O problema teve início no dia seguinte, quando o professor terá convidado a artista natural de Macau para o acompanhar numa visita a uma idosa que costumava visitar enquanto voluntário. Depois de beberem chá, e de Vivian Chan ter confessado estar a sofrer de uma lesão num tornozelo desde uma viagem anterior à Índia, o professor ofereceu-lhe ajuda. Como nada faria prever que o homem não era de confiança, e devido à presença da idosa que preparou água a ferver para ajudar na massagem, a cantora acedeu receber a massagem. Durante esse período, terá alegadamente sido molestada pelo local, algo que a deixou aterrada. “Fiquei totalmente assustada, não me conseguia mexer. Agora sei que esse medo é de tal forma aterrador ao ponto de as pessoas ficarem incapazes de falar. Várias imagens assustadoras passaram pela minha cabeça, como o homem ser um assassino, ou querer tirar-me um rim”, confessou.
O
Cairo, as pirâmides, a esfinge e todos os encantos históricos do Egipto sempre fascinaram a cantora oriunda de Macau, mas sediada em Hong Kong, Vivian Chan. Porém, aquilo que prometia ser uma viagem de sonho acabou num pesadelo. No final da semana passada, a cantora foi
alegadamente vítima de abuso sexual por parte de um indivíduo que conheceu pouco depois de ter chegado à capital egípcia, episódio que divulgou na sua conta da Instagram. De acordo com publicações mais recentes na rede social, Vivian Chan referiu que o Egipto era um dos seus destinos de sonho, desde os 12 anos de
idade, e que agora se havia tornado “num pesadelo”. “No dia 26 de Novembro, cheguei ao Cairo e conheci um homem muito
amigável, professor, que me ensinou um pouco de história egípcia. No dia seguinte convidou-me para uma visita às Pirâmides
“Fiquei totalmente assustada, não me conseguia mexer. Agora sei que esse medo é de tal forma aterrador ao ponto de as pessoas ficarem incapazes de falar.” VIVIAN CHAN CANTORA
Depois de publicar mensagens a dizer que não queria assustar ninguém, mas apenas documentar a experiência que havia vivido, a cantora agradeceu a preocupação dos fãs e prometeu ter mais cuidado em viagens futuras. A agente de Vivian Chan, Carmen, referiu ao Oriental Daily News que a artista estava em segurança na Turquia e que é comum viajar sozinha, muitas vezes para locais inacessíveis, sem WiFi, dificultando a comunicação. Apesar da experiência traumática, Vivian Chan assumiu no Instagram querer regressar ao Cairo para rectificar a imagem com que ficou da cidade. Juana Ng Cen
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2.12.2019 segunda-feira
A arte e o mom CASA GARDEN ES.TAB.LISH.MENT, DE PEDRO PASCOINHO, INAUGURA SEXTA-FEIRA
A Casa Garden prepara-se para receber a exposição ES.TAB.LISH.MENT, do artista plástico Pedro Pascoinho. A mostra é inaugurada sexta-feira e revela um trabalho intenso de “apropriação e descontextualização da própria imagem”, onde o passado está presente como referencial e onde o cinema também tem uma palavra a dizer
O
novo projecto D’As Entranhas Macau - Associação Cultural é inaugurado na próxima sexta-feira na Casa Garden, sede da Fundação Oriente em Macau. Trata-se de ES.TAB. LISH.MENT, exposição que mostra o trabalho do artista plástico português Pedro Pascoinho na Ásia e que estará patente até ao dia 6 de Janeiro do próximo ano. O vermelho é a linha condutora destes trabalhos que parecem querer captar momentos específicos, conforme denota a curadora, Frederica Jordão, nas suas notas sobre a mostra. “Na série ES.TAB. LISH.MENT elementos arquitecturais como a escala ou a estrutura são mais certeiramente colocados ao serviço da encenação de um dramatismo a que as personagens se vêm furtando: hipnotizadas, cépticas ou dopadas, alegres iconoclastas, vêm as coisas e as paisagens deformar-se aos seus olhos enquanto, impassíveis, são vítimas de um mudar-se nelas.”
Trata-se de uma exposição com uma “narrativa eminentemente cinematográfica”, apresentando uma “tensão dramática adensada pela descontextualização”, apesar de o gesto ser “mais claro, quase universal, e o recurso a certos símbolos – a farda, o livro, a bata – parece querer provocar a designação da coisa em si”. Ao HM, Pedro Pascoinho explica a presença do cinema na sua obra, algo que o acompanha desde criança. “Considero a minha pintura silenciosa”, assume, numa referência ao cinema mudo. “O poder da imagem é essencial, apesar de ter o som e o movimento, mas neste caso é o lado parado de uma cena. A questão do cinema na obra é a presença de um determinado plano na imagem. É o que me interessa, ir buscar esse momento.” Apesar disso, o artista explica que, nesta mostra, o cinema não é primordial. “As imagens são uma forma de trabalho e não há um contexto assim tão cinematográfico, apesar de, em termos de planos e de composições,
pensar-se um bocado nesse sentido. Mas o meu sentido não é bem isso”, disse. De resto, o artista assume pegar nas imagens e dar-lhe outro rumo. “Digamos que o meu trabalho é entre o conteúdo da imagem e aquilo que irei apresentar depois. Tenho muito acesso a imagens de arquivos e a arquivos fotográficos da
“Hoje em dia não se conseguem construir imagens novas e, como criadores de arte, acabamos por ficar formatados. Isso [o passado] acaba por surgir como necessidade, o reutilizar o já feito dentro do nosso contexto.” PEDRO PASCOINHO ARTISTA PLÁSTICO
memória colectiva e a lógica do meu trabalho é de apropriação e descontextualização da própria imagem, remover-lhes um bocado a sua génese e criando um novo contexto.”
DE 2014 ATÉ AGORA
As imagens que o público poderá visitar na Casa Garden começaram a ser feitas em 2014, embora haja alguns trabalhos novos feitos de propósito para esta mostra. “Faço uma abordagem referencial em aproximação à pintura antiga do século XV. Uso o vermelho como uma linha condutora nos trabalhos, é uma cor muito presente.” Pedro Pascoinho assume ter curiosidade de ver a reacção dos orientais face a imagens que representam um cânone ocidental. “Aabordagem que faço aqui é referencial em aproximação à pintura antiga, tanto no carácter da dimensão da própria imagem como no sentido pictórico. Uso pigmentos, tintas, e depois em termos de composição são imagens contidas, como se vê na pintura antiga. Há uma visão bastante europeia e ocidental e
é essa parte que estou curioso de ver, essa percepção que se tem em relação às cores e composição.” Para Pedro Pascoinho, o passado “é super referencial”, apesar de dizer que não tem
de se aproximar demasiado dele. “Hoje em dia não se conseguem construir imagens novas e, como criadores de arte, acabamos por ficar formatados. Isso [o passado] acaba por surgir como necessidade, o reutilizar
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mento o já feito dentro do nosso contexto”, rematou. Frederica Jordão, nas suas notas, explica ainda o uso da cor vermelha nestas imagens. “Nesta exploração dos limites do ideológico na
representação, o discurso de ES.TAB.LISH.MENT faz um interessante uso do vermelho como linha condutora. Sendo a cor primordial da percepção, ele preside à série como à entrada no mundo dos vivos,
reminiscente de um despertar; na Bíblia, de forma recorrente o vermelho é equacionado com as qualidades da clarividência, da pureza e do Bem criador – sangue, fogo, amor.” Mas o vermelho pode significar também “a morte, quando não a salvífica, a outra, carregada de horror”, ou ainda ser uma “sugestão de poder”, onde “a paisagem aparentemente aberta que é cárcere; as ferramentas que designam o ofício com que se domina o mundo; a farda, que podia ser batina de clérigo, agigantando-se sobre o mundo”. Para Frederica Jordão, ES.TAB.LISH.MENT “é uma coerente colecção de meta-representações que, não se equacionando externamente enquanto tal, no conjunto operam um movimento de revolução, tocando os pontos máximos de aproximação e afastamento entre vibração e estase, perigeu e apogeu.” Andreia Sofia Silva
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Abstraccionismo e não só Nova exposição de José Estorninho para visitar no Largo do Senado
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NAUGUROU no passado dia 23 mais uma exposição da autoria do macaense José Luís Estorninho, intitulada “Abstraccionismo & (+)”, no âmbito das actividades comemorativas do terceiro aniversário da Associação para a Promoção e Desenvolvimento dos Circuito da Guia de Macau (APDCGM), e que está patente na Galeria Ritz, no Largo do Senado. O público poderá comtemplar 18 quadros, 14 dos quais telas, cujas obras se inserem na corrente do Expressionismo abstracto. Destaque para as obras “Traçado”, “Time Machine I” e “Time Machine II”, de maior dimensão, bem como um quadro mural intitulado “Puzzle 65 Years”. Esta última obra é feita com tela de madeira, “cuja técnica se baseia no trabalho de montagem de várias imagens de fotografias, representando as diferentes épocas de corridas” do Grande Prémio de Macau, aponta um comunicado. “No conjunto dessas imagens, destaca-se a cena do desembarque do piloto ao volante do seu carro de cor encarnada, aquele que viria a ser o primeiro carro vencedor do primeiro Grande Prémio de Macau em 1954. Um efeito especial obtido pela sobreposição de duas imagens de fotografia, uma antiga e outra recente”, acrescenta a mesma nota de imprensa. As duas telas gémeas, com os nomes “Time Machine I e II”, “apesar de obedecerem à mesma técnica de composição e enquadramento, são distintas pelas próprias cores e tons, ou pela luminosidade e perspectiva, assim como a geometria dos traços e das cores em manchas”, descreve o autor em comunicado. Já na obra “Traçado”, José Estorninho afirma ter-se pautado pelo “background, as manchas de cores quen-
tes esbatidas e fluidas”, enquanto que no primeiro plano “a tela é sobreposta e rematada por traços fortes e firmes de cores diversas com alguns tons fluorescentes, sobressaindo o branco, para dar o equilíbrio e contraste necessário”.
TRIBUTOS
Alguns trabalhos presentes nesta exposição fazem também uma homenagem aos pilotos que habitualmente correm no Grande Prémio de Macau, tal como Stuart Easton. Nesta obra, com o
mesmo nome, “foi utilizada uma técnica collage, a sobrepôr numa pintura abstracta, cuja combinação das duas técnicas foi fundamental e decisiva, através das cores escolhidas com objecto representado, sendo por isso essencial para toda a sua composição final”. Em “Homenagem ao André Couto” o artista assume ter usado “técnicas mistas em acrílico e a óleo, tendo por base o transfer dos elementos escolhidos e da própria composição, o essencial para todo o enquadramento”.
Centro Cultural de Macau Abertas inscrições para Clube das Cantigas O Centro Cultural de Macau (CCM) está a recrutar novos cantores para integrarem o Clube das Cantigas a partir do próximo ano. De acordo com um comunicado de imprensa do Instituto Cultural (IC), as inscrições estão abertas a crianças entre os oito e os dezasseis anos que estejam à procura de apurar técnicas vocais e de aprofundar a sua cultura artística. O Clube das
Cantigas introduz rapazes e raparigas ao mundo da música, combinando ensaios corais e outras artes performativas em sessões semanais. Além disso, o Clube das Cantigas está frequentemente envolvido em festividades e espectáculos como o concerto anual, a abertura das luzes de Natal e Ano Novo, o miniconcerto do InspirARTE no Verão ou actuações em museus.
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MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 619/AI/2019
MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 633/AI/2019
MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 660/AI/2019
MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 673/AI/2019
-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se a infractora WANG, ZIJUN, portadora do Passaporte da RPC n.° G61001xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 158/DI-AI/2017 levantado pela DST a 16.06.2017, e por despacho da signatária de 07.11.2019, exarado no Relatório n.° 462/DI/2019, de 23.09.2019, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por controlar a fracção autónoma situada na Rua de Bruxelas n.os 240-242, Jardim Hang Kei, Bloco 1, 16.º andar D onde se prestava alojamento ilegal.----------------------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.--------------------------------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme o disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo DecretoLei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.-----------------------------------Desta decisão pode a infractora, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.--------------------------------------------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.--------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício ‘‘Centro Hotline’’, 18.° andar, Macau.-------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 07 de Novembro de 2019. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes
-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor GUO SHAOFEI, portador do Salvo Conduto para Deslocação a Hong Kong e Macau da RPC n.° C19493xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 216/DIAI/2017 levantado pela DST a 12.09.2017, e por despacho da signatária de 11.11.2019, exarado no Relatório n.° 475/DI/2019, de 26.09.2019, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por controlar a fracção autónoma situada na Rua Cidade de Sintra n.° 422, Praça Wong Chio, 13.° andar V, Macau onde se prestava alojamento ilegal.-------------------------------------------------------------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.----------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme o disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.-------------------------------------------------------------------------Desta decisão pode o infractor, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.---------------------------------------------------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício ‘‘Centro Hotline’’, 18.° andar, Macau.-----------------------------------------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 11 de Novembro de 2019. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes
-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor TUNG Ah Choi, portador do Bilhete de Identidade de Residente Permanente de Hong Kong n.° D3360xx(x), que na sequência do Auto de Notícia n.° 178/DIAI/2017 levantado pela DST a 05.07.2017, e por despacho da signatária de 11.11.2019, exarado no Relatório n.° 499/DI/2019, de 10.10.2019, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $300.000,00 (trezentas mil patacas) por controlar a fracção autónoma situada na Avenida da Amizade n.° 1017, Edf. Nam Fong, Bloco 1, 7.° andar G onde se prestava alojamento ilegal.-------------------------------------------------------------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.----------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme o disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.-------------------------------------------------------------------------Desta decisão pode o infractor, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.---------------------------------------------------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício ‘‘Centro Hotline’’, 18.° andar, Macau.-----------------------------------------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 11 de Novembro de 2019. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes
-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se a infractora LIU LI, portadora do Bilhete de Identidade de Residente Permanente da RAEM n.º 14779xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 259/DI-AI/2017 levantado pela DST a 09.11.2017, e por despacho da signatária de 07.11.2019, exarado no Relatório n.° 506/DI/2019, de 15.10.2019, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por controlar a fracção autónoma situada na Travessa da Encosta n.° 18, Sun Fung Court, 8.° andar L onde se prestava alojamento ilegal.-----------------------------------------------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.----------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 30 dias, conforme o disposto na alínea a) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.-------------------------------------------------------------------------Desta decisão pode a infractora, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.---------------------------------------------------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício ‘‘Centro Hotline’’, 18.° andar, Macau.-----------------------------------------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 07 de Novembro de 2019. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes
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segunda-feira 2.12.2019
INTERNET PROIBIDA TECNOLOGIA PARA PRODUZIR INFORMAÇÃO FALSA
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China proibiu os fornecedores de vídeo e áudio na internet de utilizarem tecnologias de inteligência artificial e de realidade virtual para produzir informações falsas, adiantou a AFP. A regulamentação, publicada na sexta-feira pela Administração do Ciberespaço da China (CAC), entra em vigor a 1 de Janeiro de 2020 e todas as infracções serão consideradas crime, indicou o organismo sem precisar as penas aplicáveis. A nova regulamentação estipula que quer fornecedores quer utilizadores de serviços vídeo e áudio ‘online’“não estão autorizados” a utilizar novas tecnologias como o ‘Deep learning’ (técnicas de aprendizagem profunda com base em inteligência artificial) ou a realidade virtual com o ob-
jectivo de criar, distribuir e difundir informações falsas. As novas regras obrigam a que os conteúdos produzidos com base em inteligência artificial ou realidade virtual sejam acompanhados de avisos claros para os utilizadores sobre esse facto. A legislação sublinha os perigos associados aos ‘deepfake’, conteúdos vídeo falsos, manipulados para parecerem reais. Essas tecnologias podem “perturbar a ordem social e violar os interesses da população, criando riscos políticos e infligir impactos negativos à segurança nacional e à estabilidade social”, segundo a legislação. As preocupações em relação aos ‘deepfakes’ aumentaram depois da campanha eleitoral para as presidenciais norte-americanas de 2016.
ONU COMISSÁRIA ACUSADA DE INTERFERÊNCIA EM ASSUNTOS INTERNOS DO PAÍS
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China acusou sábado a Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, de interferência “inadequada” nos seus assuntos internos, por causa da situação em Hong Kong. Aacusação surge depois de Michelle Bachelet ter apelado à realização de uma investigação sobre o eventual uso excessivo da força por parte da polícia em Hong Kong. Na coluna que escreveu sobre o assunto, no South China Morning Post, Michelle Bachelet foi “incorrecta” e “violou os objectivos e princípios da Carta das Nações Unidas”, disse, em comunicado, a missão chinesa junto da ONU em Genebra. O artigo inclui “comentários inadequados sobre a situação na Região Administrativa Especial de Hong Kong...(e) interfere nos assuntos internos da China”, de acordo com o comunicado de Pequim. A China expressa “fortes críticas” ao escritório das Nações Unidas para
os Direitos Humanos em Genebra. Num artigo publicado sábado, Michelle Bachelet pediu às autoridades de Hong Kong que conduzissem uma “investigação verdadeiramente independente e imparcial, por parte de um juiz, sobre os relatos de uso excessivo da força pela polícia” chinesa. Hong Kong vive há meses uma situação de grande instabilidade, com vários protestos nas ruas contra o que é considerado como um controlo crescente por parte de Pequim das liberdades da região semi-autónoma. Houve confrontos violentos entre os manifestantes e a polícia. Os manifestantes exigem que a polícia seja responsabilizada pelas suas acções e pedem eleições completamente livres. A China nega querer atropelar a liberdade em Hong Kong e acusa as manifestações de serem “revoluções coloridas” de inspiração estrangeira para desestabilizar o regime de Pequim.
As autoridades indicaram que detiveram cerco 810 pessoas dentro do campus e identificaram 300 outras, menores, que podem vir a ser acusados posteriormente
HONG KONG TERMINADO BLOQUEIO A UNIVERSIDADE POLITÉCNICA
O fim do cerco
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polícia de Hong Kong anunciou sexta-feira o fim do bloqueio a um campus universitário, que cercou durante 12 dias para travar manifestações contra o Governo, onde diz ter encontrado milhares de bombas incendiárias e armas. Segundo as autoridades, foram encontradas quase 4.000 bombas incendiárias deixadas pelos manifestantes, que há cerca de duas semanas entraram em confronto com a polícia de intervenção nas ruas circundantes. A polícia cercou durante quase duas semanas a
Universidade Politécnica, tendo recorrido a balas de borracha, granadas de gás lacrimogéneo e canhões de água para conter os manifestantes, que responderam com bombas incendiárias de fabrico caseiro, tijolos e flechas. Na quinta-feira, depois de centenas de detenções e do abandono do campus por alguns estudantes, cerca de 100 polícias entraram, pela primeira vez, no campus para recolher provas e remover objectos perigosos. Em comunicado, a polícia indicou que, durante dois dias de buscas, apreendeu 3.989 bombas incendiárias, 1.339 outros objectos explosivos,
601 garrafas de líquidos corrosivos e 573 armas. As autoridades indicaram que detiveram ao longo dos dias de cerco 810 pessoas dentro do campus e identificaram 300 outras, menores, que podem vir a ser acusados posteriormente. Outras 567 pessoas foram detidas nas imediações da universidade. Um responsável da universidade considerou que serão necessários cinco a seis meses para reparar os danos no campus.
NOVAS ACÇÕES
A Universidade Politécnica de Hong Kong (PolyU), localizada na Península
de Kowloon, foi palco em 16 e 17 de Novembro do mais longo confronto entre polícias e manifestantes radicais desde o início da mobilização pró-democracia em Junho. Sexta-feira, activistas pró-democracia apelaram a uma grande manifestação no domingo e a uma greve na segunda-feira com o objectivo de perturbar os transportes públicos. “Se o Governo comunista de Hong Kong ignorar a opinião pública, haverá cinco ou seis dias seguidos de uma eclosão generalizada... Temos que estabelecer um prazo”, pode ler-se no ‘site’ de fórum LIHKG. A “eclosão generalizada” é o nome dado pelos manifestantes ao seu novo ‘modus operandi’ adotado em Novembro, que consiste em realizar acções de pequena escala para testar forças policiais e paralisar o tráfego.
Manufactura Actividade cresce pela primeira vez em sete meses A actividade da indústria manufactureira da China cresceu em Novembro, pela primeira vez em sete meses, informou sábado o Gabinete Nacional de Estatísticas. Após meses em contração, em grande parte devido à guerra comercial com os Estados Unidos, o Índice Gerente de Compras (PMI) subiu em Novembro para 50,2, num aparente optimismo sobre o estado da negociação de um acordo entre as duas maiores potências
mundiais. Quando se encontra acima dos 50 pontos, este indicador sugere uma expansão do sector, abaixo dessa barreira pressupõe uma contração da actividade. Em 2019, o PMI expandiu-se apenas em Março e Abril, 50,5 e 50,1 pontos, tendo caído para 49,3 pontos em Outubro. Este índice é tido como um importante indicador mensal do desenvolvimento da segunda maior economia do mundo.
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2.12.2019 segunda-feira
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segunda-feira 2.12.2019
Todo eu sou qualquer forca que me abandona ´
Meu tão certo secretário Rita Taborda Duarte
O Delírio em Gente de Adriana Crespo
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INDE cá, meu tão certo secretário, que vos confiarei um segredo guardado em acalento; e se quereis que vos diga, a bem da verdade, mal bastante vem à cena literária que tão bem se continue a guardar este segredo. A Adriana Crespo (digo-vos, em surdina, a vós, que tanta experiência tendes nisto de guardar as letras em sereno recolhimento, até que despertem como revelação ao mundo inteiro) tem discretamente espalhado em torno as centelhas de uma escrita em constelação. Personagens variadas, que se cruzam, escrevem, inter-relacionam, erguendo uma cena dramática a que o leitor assiste, ao longo dos anos, de um modo poliédrico, à medida que os mosaicos da vida destas personas, ditados por diários, cartas, pensamentos, poesia, vão sendo desvelados por A. Um metanarrador, divertindo-se, vai iluminando mais uma peça deste mundo ficcional à solta, que tem o longo título de «O Inaudito, Fabuloso e Incrível nunca antes visto Divertimento de A. OU A Aventurosa Vida e Fabulosas Obras de Orlando I, Françoise M., F de Riverday, Maria do Mar, António Pizarro e Artur B.». A nova peça deste engenhoso divertimento de A. chama-se «Alma de Rapariga» e corresponde ao «Diário de F. Riverday», entre os anos 1980 e 1981. Os diversos livros que vão surgindo como interlúdios, numa obra maior, são parte desse metatexto dos divertimentos de A., autora/personagem/espectadora que vai os recolhendo, prefaciando, comentando. No prefácio a «Alma de Rapariga», escreve A., num olhar de mise en abyme, sobre os livros, escritas, que a cercam: Quanto a mim, deveria, em vez de escrever notas e prefácios nestes livros que fui guardando e que vou escolhendo ao acaso e ao sabor de uma obscura necessidade, fazer qualquer coisa mais organizada, mais legível e com certo critério. Mas não me sinto capaz. Orlando I continua a escrever e eu, quando olho para estas vidas como poderei saber por onde começar, ou que sentido trazer a essas tramas.? «Alma de Rapariga» é, assim, mais um capítulo deste delírio em gente que Adriana Crespo vem construindo em torno das figuras de F. Riverday, Maria do Mar, António Pizarro, Orlando I, Françoise M., também A., que, no seu conjunto, constituem uma amititia literária, uma constelação de poesia, crítica, pensamento, diários, cartas, que formam o desenho impreciso (como, aliás, em qualquer constelação), mas até por isso deslumbrante, deste divertimento: uma
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como nós, leitores, que temos o diário entre mãos, A. vai reconstruir a figura de Riverday, à medida da sua, também nossa, leitura. Mas sobressai certa indefinição indecisa, nesta construção de personagem a um segundo nível: O que se imagina não é o que se vê. É mais intenso e quase mágico do que tudo o que pode ser visto, porque a visão interior arrasta sempre consigo [...] uma aura difusa e uma carga de esplendor.
biografia múltipla, com alguns factos, mas essencialmente sem eles, que se transforma, por vezes, numa colecção de esgares e sensações expressionistas. Aos poucos, o leitor vai percorrendo essa luminosidade que pontua o livro, os livros, e que deve ser lida sempre em dois planos; por um lado, o contorno impreciso de cada estrela bruxuleando, por outro a leitura das linhas, dos desenhos, que a posição de cada estrela vai formando, relativamente às restantes, ou seja tendo em conta o relacionamento das diversas personagens, seus escritos, seu lastro biográfico e bibliográfico. Sempre em dois andamentos: a leitura do texto per se, e também do metatexto, em que cada livro simboliza uma peça única do mosaico. «Alma de Rapariga» corresponde ao diário de F. Riverday, «rapariga de alma de índio, indomável e selvagem», que chega às mãos de A, com o expressionismo dramático e entrecortado que o caracteriza. E tal
É pelo diário, contado na primeira pessoa, que conhecemos F. Riverday, esta rapariga que foge de casa, para se procurar, seguindo viagem com uma companhia de circo. Os traços que a definem vão sendo vislumbrados à luz do que é contado nesta narrativa cruzada de diários e pensamentos. Vamos tendo nota das suas leituras (Nietzsche, como teria de ser); dos seus filmes: Andrei Rublev é o paradigma; das suas músicas: Bach, como seria expectável; das suas companhias: Orlando I, que lhe dedica um poema citado no prefácio de A., e que convoca a percepção do mundo de Caeiro: Observas tu, pequena Riverday, que os ramos andam pelos céus como os vasos sanguíneos pela tua carne? Ou que qualquer coisa de rosto, no eixo da simetria da folha do plátano? Minha querida amiga que te moves entra a paradoxal inocência de pensar nas coisas pela primeira vez. Também de outros amigos, companheiros de ficcionalidades, se constrói o livro: Maria do Mar, António Pizarro, de
passagem, assim como os artistas de circo, em périplo pela Rússia, Clowns expressionistas de ecos brandonianos, loucos, desamparados: os que se encontram fugindo, num mundo à parte de brilhos e esgares: a rapariga de maillot, o palhaço barrigudo, a contorcionista... A vida, a morte o amor, Deus, o ser: os grandes temas são afinal, sempre, os únicos temas. «Quem era eu quando nasci?», pergunta-se F. Riverday no fluxo deste fervilhar que une imagens, dados biográficos, conceitos filosóficos. E a dado momento, uma dúvida explícita, que percorre, no entanto, implicitamente todo volume, nas reflexões, nas perplexidades, nas entrelinhas, nas referências: «Poderá inventar-se uma nova ideia de amor como uma nova ideia de deus? Poderá descobrir-se alguma coisa?». Sim, alguma coisa se descobre na filosofia perene do diário: o conluio do corpo, esse lugar concreto, presença num espaço, e a sensação de infinito: Entre o infinito do corpo e o infinito das estrelas, uma mesma corda se tende, abstracta, real, impensável. Tudo o que preciso é de fazer arder a ideia de deus até à brasa, até ao carvão e até à cinza. Começar a amá-lo como um escaravelho. E só depois venerá-lo como a uma erva, de rosto no chão. Por isso, a náusea, a incapacidade de não suportar o corpo, que há-de, inevitavelmente, terminar na morte, mesmo que o corpo nunca queira morrer: «é uma luta tremenda e monstruosa. Uma luta de titãs impossíveis de imaginar, com forças extremas e incríveis.». O livro edifica-se assim, ao longo das páginas, com trechos de vida, pensamentos episódios, um percurso entrecortado, até atingir esse momento, «esses cristais do tempo que acontecem, quando sem tempo...de repente a vida inteira parece que voa, como um pássaro.». Um livro belíssimo (que além do texto, incluí impressas, em papel vegetal, vinte e três ilustrações, que antecedem os capítulos, supostos desenhos pelo punho de Riverdat), filosófico, e com um lastro de tristeza, na sua tremenda lucidez, que, lido como uma peça única ou como uma estrela ocupando o seu lugar numa constelação de personagens, textos, livros, imagens que compõem o universo de Ariana Crespo, acrescenta um ponto luminoso à literatura contemporânea. Adriana Crespo, Alma de Rapariga, Lisboa, edições sem nome, 2019
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2.12.2019 segunda-feira
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A subtil peregrinação de Zhao Zuo
Paulo Maia e Carmo texto e ilustração
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UO Xi, no século XI, escreveu que para um observador contemplar uma pintura «deve fazê-lo a alguma distância, só olhando ao longe se aperceberá das suas linhas de força». A expressão «linhas de força», tradução do caracter «shi», reaparecerá já na dinastia Ming, quando se procurava fazer reviver a tradição da pintura das dinastias Song e Yuan, escrita nomeadamente por Dong Qichang (1555-1636): «A respiração do espírito (qi) pode estar no pincel, na tinta ou na cor, pode dizer-se que está na vitalidade (shi), na força ou no poder de transformar, os quais reflectem as revoluções (a ressonância) do espírito (…)» Zhao Zuo, um contemporâneo e amigo de Dong Qichang escreveria «Nas grandes pinturas de paisagem é necessário, antes de tudo, aplicar-se a discernir as linhas de força. Se as linhas de força das montanhas estiverem bem mostradas, através dos seus variados acidentes, o influxo do sopro enformará o conjunto. Se as linhas de força das florestas e das árvores estiverem bem mostradas, apesar das suas características singulares, elas terão cada uma, claridade e afirmação: se as linhas de força das pedras estiverem bem expressas, por mais bizarro que seja o seu aspecto, elas não serão absurdas, por mais vulgar que seja a sua aparência elas não ficarão triviais; se as linhas de força das encostas estiverem bem mostradas, por mais intrincadas, elas não apresentarão nenhuma confusão.» A clareza da exposição de Zhao Zuo torna-
ria o seu nome inesquecível, apesar da sombra que sobre ele exerceu a figura de Dong Qichang. Zhao Zuo (c.1570 - depois de 1630) um pintor originário de Huating (Jiangsu) tem um exemplo no rolo horizontal, «Rios e Montanhas sem fim» (24,4 x 631,5 cm, tinta e cor sobre papel) que está no Metropolitan Museum em Nova Iorque, uma pintura onde parece aludir à famosa obra de Huang Gongwang (1269-1354) «Refúgio nas Montanhas Fuchun», que estava na posse de Dong Qichang, em que ao desenrolá-la o observador vai, com o pintor, fazendo uma viagem. Numa coincidência entre a aparência formal e a «comunhão espiritual», a essência das coisas, o pintor parece estar a fazer um reconhecimento do mundo criado, a que em termos da técnica da pintura corresponde a ideia da percepção das «linhas de força». Já no século XVII Li Rihua diria: «As “linhas de força” consistem numa atitude geral, um movimento circular ou cortado, orientação de conjunto; o pincel pode entendê-las mas não as deve exprimir inteiramente, ele deve fazer participar o espirito na forma e deixar adivinhar certos elementos subentendidos.» Essa forma de trabalhar com o espírito implicava para o pintor um envolvimento pessoal, mesmo se num caminho já percorrido. Através do acto da pintura, Zhao Zuo concordava com Guo Xi: «Deve-se ir até às montanhas e rios e contemplá-los de modo a entender o seu aspecto mas também o sentido.»
ARTES, LETRAS E IDEIAS 19
segunda-feira 2.12.2019
José Simões Morais
Portugal sob domínio dos Habsburgs
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TÉ 1581 Portugal manteve-se fora das devastadoras guerras europeias e vivia em outro mundo ainda não existente para a Europa, então bárbara comparada com as grandes civilizações do Oriente. Tudo se precipitou quando o Rei D. Sebastião (1554-1578), procurando conquistar os territórios interiores de Marrocos, entrou na Batalha de Alcácer-Quibir aliado ao muçulmano Rei de Fez Mulei Muhammad Al-Mutawakkil, que fora destronado pelo seu tio Mulei Abd al-Malik, apoiado pelos turcos de Argel. Saiu derrotado a 4 de Agosto de 1578, apesar de todos os três chefes morrerem, ficando Portugal sem o seu rei, que não tinha descendência. Em algumas fontes históricas consta não ter morrido em Marrocos, mas conseguira chegar a Espanha onde por ordem de Filipe II passou os últimos tempos na prisão, sendo a sua identidade escondida e tratado como mais um falso D. Sebastião, dos muitos que apareceram a fazer-se passar por ele. D. Henrique (1512-1580), o Casto, por ser filho de D. Manuel I e de D. Maria, filha dos Reis Católicos, subiu ao trono em 28 de Agosto de 1578, sendo o único, após a morte de D. Sebastião, a ter direito por sucessão directa ao trono de Portugal. Entre 1562 e 1568 fora regente durante a menor idade do Rei D. Sebastião, tendo substituído a rainha viúva D. Catarina (1507-1578), filha de Filipe I de Espanha, tutora do neto desde o falecimento a 11 de Junho de 1557 do seu marido, o Rei D. João III. D. Catarina trazia total conhecimento dos assuntos do reino, pois o seu conjugue com ela se aconselhava e partilhava tanto a governação como os negócios. Talentosa na política, impusera casar os filhos, D. Maria com o príncipe Filipe II e D. João com a infanta D. Joana de Áustria, filha de Carlos V. Devido à fraca saúde do príncipe D. João, considerava-se a infanta D. Maria como a provável herdeira do trono e por isso muitas vozes “defendiam que se casasse com o infante D. Luís, para que os reinos peninsulares se não juntassem”, segundo Joaquim Romero Magalhães, que refere, D. Catarina dava “seguimento a uma política que já vinha de trás, e de que a sua própria pessoa também fora objecto. Para apagar ligações quase incestuosas bastavam as dispensas papais.” A princesa Joana deu à luz D. Sebastião a 20 de Janeiro de 1554, tendo dezoito dias antes ficado viúva do infante D. João. Quando o jovem rei D. Sebastião
Filipe II (1527-1598)
partiu para o Norte de África, o seu tio-avô Cardeal D. Henrique, Inquisidor-Mor do Reino e arcebispo de Évora e de Lisboa, recusara a regência do reino e mostrara-se contra a empresa, tal como o seu tio Filipe II o tentara dissuadir, mas a expedição teve a concordância do Papa Gregório XIII. O Cardeal D. Henrique, durante os dois anos em que foi rei, apesar da sua avançada idade, em 1578 pediu dispensa das ordens sacras ao Papa para poder casar e conseguir descendência, mas morreu a 31 de Janeiro de 1580.
HERDEIROS AO TRONO
D. Teodósio (1568-1630), filho do VI Duque de Bragança D. João [irmão de D. João III e de D. Henrique] e da infanta D. Catarina (1540-1614), era um dos mais bem colocados herdeiros à coroa portuguesa. A duquesa de Bragança D. Catarina tinha o direito de representação por ser filha do infante D. Duarte, o único filho varão com descendência sobrevivente de D. Manuel. D. Teodósio com dez anos participara na Batalha de Alcácer Quibir e feito prisioneiro foi libertado pelo próprio Rei de Marrocos, impressionado com a sua bravura.
Sendo um dos principais sucessores ao trono após a morte do Rei D. Sebastião, o rei de Espanha só o deixou regressar a Portugal quando conseguiu aí ser aclamado rei. Filipe II propusera casamento a D. Catarina, que assumira a chefia da Casa de Bragança devido à tenra idade do filho, mas ela não aceitou para preservar o direito de D. Teodósio II [em 1583 VII Duque de Bragança] à coroa portuguesa. Se o casamento se realizasse era sinal da aceitação da Casa de Bragança à aclamação de Filipe II como rei de Portugal. Sucedeu assim D. António (15311595), prior do Crato, neto do Rei D. Manuel e filho bastardo do infante D. Luís, por isso fora da linha de sucessão. Quando D. António regressou de Alcácer-Quibir, D. Henrique desprezou-o e ele colocou-se sob protecção de Filipe II, prometendo apoiá-lo para a sucessão do trono de Portugal se aí fosse colocado como Governador, pretensão recusada pelo monarca espanhol. O sentimento anti-castelhano levou o povo a 19 de Junho de 1580 em Santarém a aclamar rei D. António e então, Filipe II decidiu conquistar Portugal. Segundo Francisco Bethencourt,
Unidas as duas coroas, a portuguesa e a espanhola, terminava a crise sucessória, mas Portugal ao passar a pertencer à Casa austríaca dos Habsburgs viu-se envolvido na Guerra das Religiões
“os pedidos de auxílio dirigidos por D. António e por D. Catarina à França e à Inglaterra chamam a atenção para a posição de Portugal no xadrez europeu e para as dificuldades levantadas pelas guerras de religião em França, onde a própria coroa se debate com o poderoso fenómeno da Liga apoiada por Filipe II. Embora a guerra castelhana nos Países Baixos fosse um factor favorável aos projectos de resistência, a impossibilidade de uma aliança entre a Inglaterra e a França para o apoio a Portugal contra a invasão de Filipe II veio enfraquecer ainda mais as forças que lutavam por um rei <natural>.” Junto a Lisboa, a 25 de Agosto de 1580 deu-se a Batalha de Alcântara entre as tropas de D. António e o exército comandado pelo experiente duque de Alba, sendo o rei português derrotado e por isso, Filipe II tornou-se rei de Portugal. D. António exilou-se primeiro em Inglaterra e depois em França, onde com o apoio francês chegou em 1582 à Ilha Terceira, nos Açores, que continuava a não aceitar o domínio espanhol. Em 1589, ajudado pelo corsário Francis Drake, que estava ao serviço da Rainha Isabel I de Inglaterra, desembarcou em Peniche e tentou que o povo o aceitasse como Rei, mas este desprezou-o. Filipe II (1527-1598), Rei de Espanha em 1556, apesar de já governar desde 1543, reivindicou o trono português por ser filho de Isabel de Portugal, logo neto de D. Manuel. Além de ter conquistado Portugal pelas armas, teve de comprar o apoio de muita da nobreza devido à rivalidade existente entre os dois impérios da Península Ibérica. Reinava já Portugal quando em 16 de Abril de 1581 foi aclamado nas Cortes de Tomar como Filipe I, o Prudente, prometendo respeitar o princípio da monarquia dualista e manter o império ultramarino português separado do espanhol e com os portugueses a governá-lo. Ficou em Lisboa, fazendo-a por dois anos sua capital e regressou a Madrid, onde construía a sua nova capital, deixando o cardeal-arquiduque Alberto de Áustria, seu sobrinho, a governar Portugal. O Rei Filipe II de Espanha, I de Portugal, pertencia à família austríaca dos Habsburgs, que desde 1438 governava o Sacro Império Romano Germânico, sendo o seu pai o Imperador Carlos V (15191556) neto do Imperador Maximiliano I da Áustria (1493-1519). Unidas as duas coroas, a portuguesa e a espanhola, terminava a crise sucessória, mas Portugal ao passar a pertencer à Casa austríaca dos Habsburgs viu-se envolvido na Guerra das Religiões.
20 desporto
2.12.2019 segunda-feira
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ISPUTA-SE no próximo fim-de-semana mais uma edição do Grande Prémio Internacional de Karting de Macau no Kartódromo de Coloane. O evento que vem sendo co-organizado pela Associação Geral-Automóvel Macau-China (AAMC), Instituto do Desporto (ID) e Direcção dos Serviços de Turismo (DST), e que está no calendário internacional de eventos da CIK-FIA, terá um programa recheado de provas: Taça Macau KZ, Corrida CKC Macau (classe X30 Cadete) e as várias corridas das diferentes classes do Campeonato Open Asiático de Karting (AKOC, na sigla inglesa). A Taça Macau KZ volta a ser a prova "cabeça de cartaz", juntando algumas estrelas do karting europeu, a nata do karting sudeste asiático, e também concorrentes da Austrália, Canadá e Japão. A grande ausência deste ano é o vencedor da pretérita edição, o italiano Marco Ardigò, mas isso não retira competitividade ao evento, visto que a favorita equipa italiana TonyKart estará presente com quatro dos seus melhores pilotos, incluindo o finlandês Simo Puhakka, o quarto classificado no ano passado e que fez a melhor volta da corrida em 56,975 segundos. Entre os 42 concorrentes inscritos nesta prova que não pontua para qualquer campeonato, destaque ainda para a presença do regressado Davide Forè, um nome incontornável do karting internacional, o
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KARTING GRANDE PRÉMIO INTERNACIONAL NO PRÓXIMO FIM-DE-SEMANA
Sinais de boa saúde
foi forte. Nos dois últimos anos, o país mais ao sul da Europa nem sequer teve qualquer representação na prova. Contudo, este ano, o jovem Pedro Rilhado quebra esse hiato, alinhando na Corrida CKC Macau, classe CKC X30 Cadetes. O piloto de Lamego de 13 anos compete na Categoria Mini-Max do Campeonato de Portugal de Karting e do troféu Rotax Max Challenge Portugal, tendo igualmente realizado as provas do Troféu EasyKart. No kartódromo inaugurado pela administração portuguesa do território em 1996, Rilhado estará novamente com a sua equipa, a BirelART Portugal. Esta corrida para os mais novos tem 21 concorrentes inscritos, incluindo Justin Lai que defende as cores de Macau.
FIM DE FESTA
jovem Leonardo Lorandi, o mais recente reforço da Renault Sport Academy, ou Ma Qing Hua, o piloto chinês que actualmente corre na Taça do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCR) e na Fórmula E. João Afonso retirou-se das lides no final do ano passado, mas a RAEM continuará a estar bem representada na prova. Apesar de estar
ALECEU no passado sábado Domingos Piedade, uma figura incontornável do automobilismo português e grande admirador do Grande Prémio de Macau. Piedade tinha 75 anos e lutava há cerca de dois anos contra um cancro no pulmão. O Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, recordou-o como “uma figura maior” que tudo fez pela projecção do automobilismo. Piedade foi um pouco de tudo, jornalista, manager ou director desportivo, destacou-se como vice-presidente da AMG e teve influência nas carreiras de pilotos mundialmente conhecidos como Emerson Fittipaldi, Michael Schumacher, Michele Alboreto ou Ayrton Senna. Curiosamente, Piedade estava em Macau no fatídico fim-de-semana que levou o
afastado do karting a tempo-inteiro, Charles Leong Hon Chio, o jovem piloto que há três semanas competiu no
Grande Prémio de Macau de Fórmula 3, abriu uma excepção e vai tentar fazer melhor que o sétimo lugar
A Taça Macau KZ volta a ser a prova “cabeça de cartaz”, juntando algumas estrelas do karting europeu, a nata do karting sudeste asiático, e também concorrentes da Austrália, Canadá e Japão
obtido em 2018. O veterano Lam Kam San, Cheong Man Hei, Leong Kin On e Cheong Chi Hou são os outros pilotos do território que irão tentar a sua sorte entre os melhores da especialidade.
PORTUGAL DE VOLTA
Diz a história que a presença de Portugal no Grande Prémio Internacional de Karting de Macau nunca
Adeus, senhor automobilismo Morreu Domingos Piedade, um amigo do Grande Prémio de Macau
brasileiro. Também teve um papel importante na entrada de Pedro Lamy na Fórmula 1 e foi ele que abriu as portas ao patrocínio da AMG a Nico Rosberg e Lewis Hamilton no karting. Um excelente contador de histórias, em Portugal foi presidente da Circuito do Estoril SA, Conselheiro para a Internacionalização da Economia Portuguesa e durante muitos anos comentou a Fórmula 1 na televisão e rádio. Apesar de já estar reformado, Piedade mantinha-se activo na consultoria para a indústria automóvel, mais precisamente para a HWA, com projectos na área dos veículos eléctricos na República
Popular da China, como revelou numa entrevista realizada no ano passado à Rádio Macau.
A ABRIR PORTAS
Piedade sempre foi um grande admirador do Grande Prémio de Macau, tendo sido fulcral na vinda à Corrida da Guia no início da década de 1990s da poderosa equipa oficial Mercedes-AMG, dando uma projecção internacional à prova rainha de carros de turismo do sudeste asiático que esta até aqui não tinha. Foi o lisboeta que abriu as portas à participação na equipa oficial do construtor de Estugarda do agora Presidente da Federação
Portuguesa de Automobilismo e Karting, Ni Amorim. Um dos Mercedes 190 E conduzidos por Ni Amorim faz agora parte do espólio
A temporada de 2019 do Campeonato Open Asiático de Karting (AKOC, na sigla inglesa) chega ao fim em Macau. No total estão inscritos 120 pilotos, divididos pelas cinco categorias, entre eles quatro pilotos de Macau: Lam Kam San e Hermes Lai na Fórmula 125/ Rotax Veteranos, Gonçalo Ferreira na Fórmula 125 Jr Open/X30 JR, e Justin Lai na MiniROK. As actividades em pista no Kartódromo de Coloane começam na quinta-feira, mas é no domingo que se realizam as "finais", com a corrida "cabeça de cartaz" de 25 voltas a ser disputada às 15h40. Sérgio Fonseca
info@hojemacau.com.mo
do Museu do Grande Prémio. Foi também com ele como manager que Pedro Lamy conseguiu o segundo lugar no Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 em 1992. Quando esteve presente como convidado no 60º aniversário do Grande Prémio, Piedade deu uma entrevista à agência Lusa onde referiu que o Circuito da Guia “é uma pista muito difícil” e que “se hoje tivéssemos de partir do zero, não seria mais homologada”. Contudo, não deixou de referir que a tradição deverá ser mantida “sempre e quando a parte da segurança não seja demasiado arriscada, o que não é o caso em Macau, sobretudo porque é um evento extraordinariamente bem organizado". S.F.
desporto 21
segunda-feira 2.12.2019
A
portuguesa Rosa Mota venceu ontem, pelo segundo ano consecutivo, a mini-maratona de Macau, ao correr 5.200 metros em 19:31 minutos, melhorando a marca do ano passado. “Estava em melhor forma do que estava no ano passado”, afirmou à Lusa, sorridente, a maratonista de 61 anos, depois de ter batido em 02:31 minutos o tempo alcançado em 2018. “O ano passado ainda tive uma atleta atrás de mim, este ano não, competi comigo própria e a tentar apanhar alguns jovens masculinos que estavam à minha frente”, sublinhou a ex-campeã do mundo e da Europa.
“O ano passado ainda tive uma atleta atrás de mim, este ano não, competi comigo própria e a tentar apanhar alguns jovens masculinos que estavam à minha frente.” ROSA MOTA ATLETA
A ex-campeã olímpica, que foi convidada pela organização da 38.ª Maratona Internacional para ser 'embaixadora' anti-doping, afirmou que ainda que tem vontade para continuar a correr e que não perdeu o gosto pela competição. “É o gosto e o prazer que sempre tive pela corrida, continuo a mexer-me e
MINI-MARATONA DE MACAU ROSA MOTA VENCE PELO SEGUNDO ANO CONSECUTIVO
Sempre em forma
adoro correr e gosto muito de competir também”, frisou. A mini-maratona, assim como a meia-maratona, integraram o programa da 38.ª Maratona Internacional de Macau.
DA LUSOFONIA
A atleta portuguesa Joana Fonseca terminou a maratona na 14.ª posição. Na meia-
-maratona, Vítor Oliveira garantiu o 5.º posto e a atleta Carla Martinho terminou a prova pelo segundo ano consecutivo em 3.º lugar. “Macau, por acaso, tem-me corrido bem, tenho sido muito feliz em Macau”, disse à Lusa Carla Martinho. “Este ano ainda por cima com melhor tempo do que no ano em que ganhei cá PUB
(2015), ou seja, tenho de estar muito satisfeita. Muito feliz”, sublinhou a atleta portuguesa. Na meia-maratona, destaque ainda para
atleta de Angola Adelaide Machado que terminou o 3.º lugar, para a moçambicana Zeferina Lundo que concluiu a prova no 5.º lugar e
para a cabo-verdiana Sandra Teixeira que alcançou a 8.ª posição. Já nos masculinos, o cabo-verdiano Samuel Freire e o moçambicano Donaldo Machado terminaram a meia-maratona no 4.º e 8.º lugar, respectivamente. O atleta da Etiópia Tafese Abebe e a queniana Esther Karami venceram as provas masculinas e femininas da maratona. PUB
Governo da Região Administrativa Especial de Macau
Anúncio Plano de comparticipação pecuniária no Desenvolvimento económico para o ano de 2016 1. O prazo limite para a apresentação do pedido de atribuição do Plano de comparticipação pecuniária no desenvolvimento económico para o ano de 2016 é fixado em 31 de Dezembro do corrente ano. 2. Os indivíduos que satisfaçam os requisitos de atribuição, mas não tenham ainda formulado o pedido, devem dirigir-se até ao termo do prazo supracitado ao Centro de Serviços do Instituto para os Assuntos Municipais, sito na Avenida da Praia Grande, n.º 762 – 804, Edf. “China Plaza”, 2.º andar, Centro de Serviços da RAEM, sito na Rua Nova da Areia Preta, n.º 52, ou Centro de Serviços da RAEM das Ilhas, sito na Rua de Coimbra, n.º 225, 3.º andar, Taipa, para efeitos de tratamento das respectivas formalidades. 3. Por último, solicita-se que os cheques ainda não sacados sejam apresentados, com a maior brevidade, junto de qualquer instituição bancária de Macau. Macau, ao 01 de Novembro de 2019.
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O QUE FAZER ESTA SEMANA Quinta-feira
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INAUGURAÇÃO DA EXPOSIÇÃO “ESTABLISHMENT”, DE PEDRO PASCOINHO Casa Garden | 18h30
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3 4 2 6 7 1 5 7 1 6 3 4 5 2 EXPOSIÇÃO 1 2| OBRAS5DE CERÂMICA 7 3E CALIGRAFIA 4 DE6UNG CHOI KUN E CHEN PEIJIN Fundação 2 3Rui Cunha 4 5 6 7 1 4 CURIOUS 7 1 YNGMEI MACAU 2 5 6 3 Armazém do Boi | Até 22/12 5 6 3 4 1 2 7 6 5 7 1 2 3 4 EXPOSIÇÃO | “BY THE LIGHT OF THE MOON – WORKS BY HONG WAI” AFA – Art Garden | Até 5/12
Cineteatro 15
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C I N E M A
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5 621 BRIDGES 1 2 7 3 4
FROZEN II [A]
FALADO EM CANTONÊS Um filme de: Chris Buck, Jennifer Lee 14.30, 17.00, 19.30
21 BRIDGES [C]
Um filme de: Brian Kirk Com: Chadwick Boseman, J.K. Simmons, Sienna Miller, Taylor Kitsch 21.30 SALA 2
THE GOOD LIAR [C] Um filme de: Bill Condon Com: Helen Mirren,
Ian McKellen, Russell Tovey, Jim Carter 14.30, 16.30, 19.30, 21.30 SALA 3
KNIVES OUT [C]
Um filme de: Rian Johnson Com: Danie Craig, Chris Evans, Toni Collette, Jamie Lee Curtis 14.30, 17.00, 21.30
GUILT BY DESIGN [B]
FALADO EM CANTONÊS LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Um filme de: Kenneth Lai, Paul Sze, Lau Wing Tai Com: Nick Cheung, Kent Cheung, Eddie Cheung 19.30
BAHT
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YUAN
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Um tiroteio em Nova Orleães, no Estado norte-americano do Louisiana, provocou ontem pelo menos 11 feridos, informou a polícia local, indicando que o incidente ocorreu perto do Bairro Francês, uma das zonas mais emblemáticas e movimentadas da cidade. Na rede social Twitter, as forças policiais, que estão a investigar o incidente, indicaram que um indivíduo foi identificado e detido perto do local do tiroteio.
15 19
Outro aspecto interessante das diferenças entre as duas cidades prende-se com facto de Hong Kong mergulhar as suas raízes na violência, na guerra, na humilhação de uma das partes em confronto. Já Macau, pelo luso lado, resulta de um encontro, de uma combinação, de uma partilha de interesses, de uma curiosidade inevitável. Ali ao lado usou-se a persuasão das armas, por aqui, as armas eram outras. Assim, assistimos ao longo da curta história de Hong Kong (um mero século e meio) ao irromper cíclico de episódios violentos, de algum modo normais numa cidade que foi construída sobre os despojos de uma das mais ignóbeis guerras que a humanidade assistiu, a saber: a Guerra do Ópio. Sim, a democrática Inglaterra impôs à China a compra compulsiva 16 do famoso estupefaciente e perante a recusa bombardeou Cantão até à capitulação chinesa e a assinatura dos tratados iníquos. Nesse movimento, ganhou Hong Kong. Quanto a Macau, a conversa procedeu por caminhos muito diferentes. Outros tempos, outros modos, outra gente. Mas, durante os quatro séculos e meio de presença portuguesa, só muito esporadicamente ocorreram actos violentos entre as duas principais comunidades. E sempre motivados por agentes exteriores a Macau, incluindo influência de Hong Kong. Fez bem a Air Macau ao escolher uma pomba para o logotipo. Por seu lado, a Cathay Pacific escolheu um dragão. Também fez bem. Carlos Morais José
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1 6 6 7 5 2 4 3 3 1
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1917 1 7 2 5 3 4 3 | 4SAM MENDES 7 5(2020)1 4 5 1 6 3 7 2 7 3 6 1 4 5 1 187 2 3 6 1917 é um filme sobre a Primeira Guerra 7 2 3 6 2em que 7 dois5 1 4 3 4 5 11 6 2 3 4 5 6 Mundial soldados britânicos, 61 6 4 Schofield (interpretado 2 3 4 7 6 1 5 2 4 5 7 5 1 4 6 7 por George MacKay) 5 e Blake (Dean-Charles 1 4 2 3 7 5 6 6 22 3 4 15 7 7 3 5 1 2 Chapman), têm a missão de penetrarem nas linhas 2 4 5 7 e entrarem 6 4 2 3 1 5 1 7 3 6 2 6 2 3 7 germânicas em contacto com um ba3 5 talhão 7 de11.6003homens2 5 6 4 3 6 4 2 77 1 2 6 1 4 que está prestes a cair 4 1 7 numa armadilha. O filme deve estrear em Macau a18 partir de 9 de Janeiro 23 1 24 2 6 7 e marca o regresso do realizador Sam Mendes, 4 de7ter trabalhado, 1 3 5 6 2 7 4 3 1 2 6 5 4 7 2 6 5 depois com resultados muito 1 3 nos5últimos4 7 2 6 1 3 2 5 7 4 6 5 2 6 7 4 discutíveis, dois filmes da saga James 3 Bond. 2 6 João5 1 4 7 2 6 5 4 3 1 7 7 1 3 4 6 Santos Filipe 6 1 2 7 4 3 5 4 1 6 7 5 3 2 1 5 7 3 2 5 4 3 6Propriedade 2 Fábrica 7 de Notícias, 1 Lda Director Carlos Morais 3 José7Editor João 1 Luz; José 2 C. Mendes 6 Redacção 5 Andreia 4 Sofia Silva; In Nam Ng;2João Santos4Filipe;5Juana Ng1Cen; Pedro3 Arede Colaboradores Anabela Canas; António Cabrita; António de Castro Caeiro; António Falcão; Ana Jacinto Nunes; Amélia Vieira; Gisela Casimiro; Gonçalo Lobo Pinheiro; Gonçalo Paulo Cotrim; Michel Reis; Nuno Miguel Guedes; 7 5 4 2M.Tavares; 6João 1 3 José Drummond; José Navarro 6 de5Andrade;7José Simões 3 Morais;4Luis Carmelo; 2 1 6 Paulo3José Miranda; 4 Paulo 2 Maia1e Carmo; Rita Taborda Duarte; Rui Cascais; Rui Filipe Torres; Sérgio Fonseca; Valério Romão Colunistas António Conceição Júnior; David Chan; João Romão; Jorge Rodrigues Simão; Olavo Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Tânia dos Santos Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges, Rómulo Santos Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; www. 2hojemacau. 6 7 1Rasquinho; 5de redacção 4 e PublicidadeMadalena5da Silva2(publicidade@hojemacau.com.mo) 4 6 1 7Assistente3de marketingVincent Vong3Impressão 6Tipografia 1 Welfare 5 Morada7 Xinhua3 Secretária
2 4 1 7 3 6 4 5 7
6 5 7 2 4 1 7 3 1
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SOLUÇÃO DO PROBLEMA 14
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UM FILME 3 6 5 1HOJE 4 2 7
com.mo
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PROBLEMA 15
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LISTA NEGRA 14
MACAU14VS HONG KONG II
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Sexta-feira
EXPOSIÇÃO | “WE ART SPACE - DOCUMENTARY EXHIBITION” Armazém do Boi | Até 8/12
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VIDA DE CÃO
PALESTRA “JUSTIÇA RESTAURATIVA VS TERRORISMO” Fundação Rui Cunha | Das 18h30 às 22h30
EXPOSIÇÃO | “LÍNGUA FRANCA – 2ª EXPOSIÇÃO ANUAL DE ARTES ENTRE A CHINA E OS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA” Vivendas Verdes e Antigo Estábulo Municipal de Gado Bovino | Até 8 de Dezembro
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Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo
opinião 23
segunda-feira 2.12.2019
BRUNO MAIA in Esquerda. net
U
De Trump a Ventura: o que nos está a escapar!
M líder da direita radical ou da ultra-direita não tem problemas de incongruência, de inconsistência ou de incoerência, de dissonância, de mentira, de vergonha (ou falta dela). A esta direita não se aplicam os critérios normais de escrutínio a que estamos habituados. “Eu podia estar no meio da 5ª Avenida (em Nova Iorque), matar alguém e ainda assim não perdia votos”. A frase é de Donald Trump, durante a campanha presidencial de 2016. Infelizmente, a profecia veio a cumprir-se. Trump fez tudo o que seria inimaginável e os seus apoiantes continuam de pedra e cal: - Teve um relacionamento extra-conjugal com uma atriz porno durante a gravidez do seu último filho e ainda assim os evangélicos continuam a defender que ele é um enviado de Deus; - Cometeu traição à pátria em conluio com a Rússia e tentou obstruir a justiça Americana e ainda assim os republicanos mais patriotas continuam do seu lado; - Fez chacota de veteranos de guerra Americanos durante um comício e ainda assim tem uma base eleitoral repleta de militares; - Disse que as mulheres se conquistam “agarrando-as pela vagina” e ainda assim teve 56% da votação das mulheres brancas; - Disse que uma manifestação de nacionalistas que entoavam o cântico “os judeus não nos vão substituir” estava cheia de “gente boa” e ainda assim tem ao seu lado o governo de Israel; - Disse que os Latinos eram um bando de violadores e criminosos e ainda assim há um grupo chamado “Latinos for Trump”; Todos estes “escândalos” foram noticiados, analisados, dissecados à exaustão pela imprensa. O presidente americano enfrenta agora um processo de destituição por pedir a um governo estrangeiro para arranjar um escândalo de corrupção envolvendo o seu adversário democrata Joe Biden. E neste caso nem foi preciso nenhum trabalho jornalístico de investigação: o próprio presidente revelou publicamente a conversa telefónica em que o pedido era feito. E ainda assim... a maioria dos republicanos estão do seu lado. Parece incrível, parece inventado, parece fantasia, parece uma distopia orweliana. Mas é mesmo o que está a acontecer ao mundo. E a perplexidade que nos assola só está cá porque estamos desatentos. Um líder populista de extrema-direita, um fascista, não precisa da verdade, dos factos, para se
manter “popular”. Um líder da direita radical ou da ultra-direita não tem problemas de incongruência, de inconsistência ou de incoerência, de dissonância, de mentira, de vergonha (ou falta dela). A esta direita não se aplicam os critérios normais de escrutínio a que estamos habituados. Se não percebermos
Um líder da direita radical ou da ultra-direita não tem problemas de incongruência, de inconsistência ou de incoerência, de dissonância, de mentira, de vergonha (ou falta dela). A esta direita não se aplicam os critérios normais de escrutínio a que estamos habituados
isso, não os conseguiremos derrotar. Basta observar como tem passado incólume André Ventura a todos os escândalos que em poucos meses já se lhe encontrou: a tese de doutoramento, as assinaturas falsas para a legalização do partido, o financiamento obscuro da campanha ou as faturas falsas dos coletes à prova de balas que levou para o debate com o primeiro-ministro. Tudo isto aconteceu, foi noticiado, devidamente desmontado e, no entanto, André Ventura continua a aumentar a sua base de apoio. E assim continuará a ser. Por muito que a imprensa e os adversários se esforcem por apontar e desconstruir as incongruências. Mesmo sendo um produto do sistema, criado nas hostes do PSD, levado aos píncaros por Passos Coelho, André Ventura é, para os seus apoiantes, o “crítico” do sistema. O problema é que nos focamos demasiado nesta direita trauliteira e em André Ventura e temos pudor em olhar para o outro lado. Porque é do outro lado que
estão as razões sistémicas que criam este “apoio cego”, esta defesa indefectível “no matter what” destes líderes pós-fascistas. Para um apoiante de André Ventura o que é incompreensível é que um Estado tenha gasto mais de 20 mil milhões de euros a salvar um banco, enquanto o seu ordenado é cortado. Que o serviço público de saúde esteja a ser desmantelado enquanto se multipliquem hospitais privados luxuosos. Que a sua pensão não saia da cepa torta, enquanto empresas milionárias escondem dinheiro em offshores. Que os seus filhos andem de trabalho precário em trabalho precário enquanto os administradores da Delloite recebem prémios anuais de 1 milhão de euros para pagarem menos impostos. Que pagam a eletricidade mais cara da Europa enquanto o Estado chinês lucra milhões com um monopólio que era de todos. Que tenham de ser expulsos da sua cidade enquanto se vendem apartamentos a estrangeiros em troca de um visto gold. Que tenham de fazer turnos na empresa ou trabalhar bem para lá do horário quando lhes dizem que a sua produtividade é baixa. Que lhes digam que a economia está de boa saúde e ao mesmo tempo que não há dinheiro para si! Que a culpa disto tudo é deles, porque viveram acima das suas possibilidades, porque não foram suficientemente empreendedores, porque têm direitos a mais. Sim, é difícil, é complicado, incomoda. Mas é porque as desigualdades são cada vez maiores e a redistribuição de riqueza é cada vez menor que todos estes líderes pós-fascistas existem e crescem. É muito difícil identificar a raiz da desigualdade crescente: o gangsterismo financeiro que tem o poder político hipotecado e dependente. Porque se esconde num offshore, numa empresa dentro duma empresa dentro duma empresa, atrás de um CEO de uma sucursal de uma multinacional. Tudo isto parece intocável, imutável. Mais fácil é atacar o imigrante, o cigano, a mulher, o gay, o transexual... arranjar um bode expiatório! Simples! E deixar os gangsters em paz! Não é por mostrar Trump a matar alguém na 5ª Avenida, com uma câmara de alta definição e uma excelente reportagem de fundo que vamos impedir esta onda pós-fascista e revanchista. É ao sermos ainda mais fortes, mais arrojados, mais combativos por aquilo que de facto importa: a segurança do salário, do emprego, da pensão, do serviço de saúde, da escola e da casa. E estar lado a lado com toda esta gente que está farta que lhes digam que o seu trabalho o deve ao patrão, que a economia está acima deles e que a sua vida é um favor que alguém importante lhes faz. *Médico
Beijo o meu rival, mas é para o sufocar. Jean Racine
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Oito anos de solidão Ex-director do Hotel Lisboa condenado por chefia de associação criminosa
O
Tribunal de Segunda Instância (TSI) analisou o recurso do Ministério Público (MP) relacionado com o caso de prostituição no Hotel Lisboa e condenou na quinta-feira Alan Ho, ex-director do Hotel Lisboa e sobrinho de Stanley Ho, a uma pena de 8 anos de prisão, pela prática de um crime de fundação e chefia de associação criminosa e de 58 crimes de exploração de prostituição. Na primeira decisão tomada pelo Tribunal Judicial de Base (TJB), Alan Ho foi absolvido do crime de fundação e chefia de associação criminosa e condenado a uma pena de um ano e um mês pela prática de um crime de exploração de prostituição. Na altura, o familiar de Stanley Ho saiu em liberdade porque já tinha cumprido a pena, por estar em prisão preventiva.
Uma vez que a decisão do TSI contraria a primeira sentença do TJB existe a possibilidade de haver recurso da decisão por parte dos arguidos
Adecisão do TSI considerou que todos os acusados faziam mesmo parte de uma associação criminosa para a exploração de prostituição liderada por Alan Ho, no que foi um entendimento diferente do TJB, que tinha absolvido da prática do crime todos os envolvidos. Uma vez que a decisão do TSI contraria a primeira sentença do TJB existe a possibilidade de haver recurso da decisão por parte dos arguidos.
OUTRAS PENAS
Por sua vez, Kelly Wang, a mulher responsável pela escolha das prostitutas para a zona de circulação do Hotel Lisboa, foi condenada pelo TSI com 6 anos de prisão pela prática dos crimes de associação criminosa e 58 de exploração de prostituição. Na primeira decisão Wang tinha sido condenada a 2 anos e 5 meses pela prática de um crime de exploração de prostituição. Quanto aos restantes envolvidos, Lun, Mak e Qiao foram agora condenados pela prática do crime de associação criminosa e 58 de exploração de prostituição, que resultarem em penas de 5 anos para cada um dos envolvidos. Finalmente, o sexto arguido com o apelido Pun foi igualmente considerado culpado de um crime de associação criminosa e 3 de exploração de prostituição com uma pena de 4 anos e 8 meses. O caso da prostituição nos corredores do Hotel Lisboa rebentou em Janeiro de 2015, poucos dias depois do secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, ter assumido o cargo, no que foi entendido como um sinal de uma nova vitalidade nas forças de segurança locais. Na operação, que resultou na detenção de Alan Ho, foram ainda detidas mais 101 pessoas, embora apenas sete tenham sido envolvidas no julgamento, cuja primeira decisão tinha sido tomada a 17 de Março de 2016.
SMG Esperadas descidas da temperatura
Os Serviços Metereológicos e Geofísicos (SMG) emitiram uma nota no seu website onde prevêem uma descida de temperatura para hoje. Esta segunda-feira a temperatura deverá rondar os 14 graus, com uma descida para os 13 graus esperada na terça-feira. O tempo estará seco e o céu geralmente pouco nublado. O vento terá uma força entre cinco a seis do quadrante norte, com rajadas. Para quinta-feira, são esperadas nuvens com alguma queda de chuva. A humidade durante esta semana deverá situar-se entre os 35 e os 70 por cento.
João Santos Filipe
joaof@hojemacau.com.mo
PALAVRA DO DIA
segunda-feira 2.12.2019