˜ DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ
SEGUNDA-FEIRA 21 DE SETEMBRO DE 2020 • ANO XX • Nº4616
CCCM
SEGURANÇA NACIONAL
ANIMA
OPINIÃO
GRANDE PLANO
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ANDRÉ NAMORA
Museu virtual
Pequim quer lei melhor
Carta a Costa
˜
MOP$10
Anti-benfiquismo é político
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hojemacau
Licões de amor ´ O amor pela pátria é uma das principais apostas da nova estratégia do Governo para o ensino não superior até 2030. O responsável da DSEJ que apresentou o plano afirmou que é completamente normal no resto do mundo que o ensino reforce o sentimento patriótico dos alunos. O plano vai a consulta pública no fim do ano. PÁGINA 9
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EXPULSÃO AMÉLIA VIEIRA
REFORMAR A PROCURATURIA JOSÉ SIMÕES MORAIS
O BICHO ANABELA CANAS
2 grande plano
CCCM
21.9.2020 segunda-feira
PROJECTAR O FUTURO MACAU É PRIORIDADE DO PLANO PARA OS PRÓXIMOS 10 ANOS
Foi apresentado, na sexta-feira, o novo plano de desenvolvimento a 10 anos do Centro Cultural e Científico de Macau em Lisboa. O CCCM quer ser um think-tank, além de investigar personalidades do território como Henrique de Senna Fernandes ou Fu Tak Iam, entre outros. Estão também pensados projectos de investigação sobre o panorama cultural, socioeconómico e político de Macau de 1974 até à actualidade, e um Museu Virtual em parceria com a Universidade de Macau
O
Centro Cultural e Científico de Macau (CCCM), em Lisboa, vai sofrer uma profunda renovação estrutural nos próximos anos. Carmen Amado Mendes, presidente da instituição, apresentou na última sexta-feira o plano estratégico de desenvolvimento para 10 anos que tem Macau como prioridade. A estratégia pretende também dar mais visibilidade ao CCCM, e romper com a tendência de “falta de dinamismo” e “recursos humanos e investigadores insuficientes”. Acrescentam-se ainda outros problemas, como a “estratégia de comunicação e imagem”, a “fraca divulgação” ou “edifícios degradados e a fachada pouco apelativa”. O plano está agora em consulta pública até ao dia 15 de Outubro e pretende atrair a atenção de mecenas
que queiram contribuir para a iniciativa. Da parte do Governo português, o investimento será de 3,5 milhões de euros, cerca de 850 mil euros ao fim de cinco anos, prevendo-se a concessão de 10 bolsas de doutoramento e a contratação de mais investigadores. “Estamos aqui a investir uma quantidade considerável dos recursos públicos que o contribuinte português disponibiliza à Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) para valorizarmos os estudos asiáticos centrados na relação Europa-Ásia e no papel importante que Portugal e Macau têm tido nessa relação”, concluiu o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor. Para Carmen Amado Mendes, trata-se de um “plano ousado, com importantes implicações para o entendimento teórico e empírico da
Ásia em Portugal e que visa implementar um novo ciclo na vida do CCCM, contribuindo para a sua projeção”. A presidente, que assumiu funções em Fevereiro deste ano, frisou que é necessário “dar início a uma nova fase da história do CCCM, evitando que o Centro continue
A nível histórico permanecem “temas negligenciados”, como o estudo de círculos intelectuais macaenses, particularmente no período de transição do século XIX para o século XX
a ser percepcionado como uma instituição estagnada, opaca e fechada sobre si mesma”. Manuel Heitor destacou que o plano visa “manter a narrativa inicial do CCCM, mas projectá-la no mundo”. “Este centro é único e a ideia deste plano é manter a narrativa inicial, sobretudo assente em três principais actividades. Por um lado, a investigação e informação, por outro lado a museologia tendo como base um arquivo único que foi doado a Portugal através deste centro, e o terceiro pilar, do Centro de Documentação e Arquivo”, assinalou o ministro, que disse querer implementar a estratégia até ao final deste ano.
ESTUDAR TEMPLOS E PESSOAS
Macau assume um papel primordial no projecto, pretendendo-se apostar mais na investigação histórica. O
“O CCCM deve, ainda, começar a dar os primeiros passos que lhe permitam no futuro vir
CCCM quer “contribuir para um melhor conhecimento científico sobre a presença histórica e cultural portuguesa em Macau, bem como estimular os contactos e o diálogo com as culturas orientais”. É também objectivo “contribuir para a preservação do património existente em Portugal que atesta a presença portuguesa em Macau e na região Ásia-Pacífico, em particular na República Popular da China”, entre outros. Um dos projectos relacionado com Macau é o estudo de personalidades que marcaram o território em várias
áreas, tal como João Maria Ferreira do Amaral, Pedro José Lobo, Kou Ho Neng, Fu Tak Iam, Bernardino de Senna Fernandes, Luís Gonzaga Gomes e Henrique de Senna Fernandes. O CCCM “deve, necessariamente, dar prioridade a Macau em colaboração com investigadores e instituições do território que têm apresentado propostas interessantes”. A nível histórico permanecem “temas negligenciados”, como “o estudo de círculos intelectuais macaenses, particularmente no período de transição do século XIX para
grande plano 3
segunda-feira 21.9.2020
OBJECTIVOS COMUNS
A
lém do protocolo assinado com o CCCM, a Associação dos Amigos da Nova Rota da Seda (ANRS) assinou também outro protocolo de cooperação com a Fundação Jorge Álvares, presidida pelo ex-Governador de Macau Garcia Leandro. Ao HM, Maria Fernanda Ilhéu, presidente da ANRS, falou de uma iniciativa que pretende unir objectivos comuns. “Estamos a assinar um protocolo que, de certa forma, formaliza uma cooperação que estabelecemos no início deste ano. Combinámos que iríamos trabalhar com o apoio da fundação sempre que os nossos objectivos coincidirem. São objectivos culturais e científicos, em que quer a fundação e a associação têm programas que são complementares. Identificámos uma série de áreas de complementaridade e faz todo o sentido unir esforços.” Na sexta-feira, o CCCM foi ainda palco de uma palestra promovida pela ANRS e que contou com a presença de José Luís Cacho, administrador do Porto de Sines.
a assumir-se como o ‘think tank’ de Macau, da China continental e da Ásia em Portugal”
o século XX - por exemplo o estudo do historiador macaense Montalto de Jesus”. Nos próximos 10 anos, o CCCM quer também “analisar a evolução de Macau de 1999 à actualidade, incluindo a investigação sobre o seu desenvolvimento económico, a integração na Nova Rota da Seda e na Grande Baía”. Pretende-se também desenvolver projectos de investigação sobre “a comunidade macaense após a transição para a China, as transformações urbanas ocorridas no Território, incluindo a evolução dos templos e construções
religiosas, os mandatos de Edmund Ho e Chui Sai On, as perspectivas para Ho Iat Seng e a experiência das pandemias SARS e covid-19 em Macau”.
SER E PENSAR
Mais do que um polo de investigação sobre a presença portuguesa na Ásia, o CCCM quer transformar-se também num think-tank. Este “deve começar a dar os primeiros passos que lhe permitam no futuro vir a assumir-se como o ‘think tank’ de Macau, da China continental e da Ásia em Portugal, posicionando-se
como um dos principais pontos de encontro das várias entidades públicas e privadas que trabalham estas temáticas, incluindo investigadores e elementos da sociedade civil”, lê-se no documento. O plano refere o facto de este ser um projecto “a longo prazo”, com alguma dificuldade de implementação. Ainda assim, o CCCM pretende candidatar-se ao processo de avaliação dos 20 anos do Fórum Macau, que decorre em 2023. “Portugal é o país favorito depois de Macau e Pequim terem
ganho os dois concursos anteriores, de 2013 e 2018”, aponta o Plano. “Adicionalmente, o ‘think tank’ do CCCM pode prestar serviços de consultoria relacionados com cultura asiática a diversas entidades, públicas e privadas, bem como de agilização de contactos entre várias instituições e empresas e entre investigadores e empreendedores”, lê-se ainda. Outro projecto relacionado com Macau prende-se com a criação de um Museu Virtual em parceria com a Universidade de Macau (UM), um projecto “extremamente
ambicioso” que, segundo a académica Ana Cristina Alves, esteve na gaveta muitos anos. Entre 2018 e 2019, o museu, que tem um importante acervo sobre Macau, teve mais 21 por cento de visitantes, mas nem isso fez com que tenha deixado de ser “um dos mais desconhecidos locais de Lisboa, sendo que a situação piorou com a pandemia”. Desta forma, o estabelecimento de um Museu Virtual e de outras iniciativas de dinamização pretendem “contrariar a redução nos próximos anos”. Actualmente, o CCCM promove também cursos de língua chinesa, mas também nesta área pretende ir mais além. “Tendo em conta os programas actualmente existentes sobre esta área, nomeadamente nos Institutos Confúcio, a oferta formativa deve ser reestruturada de forma a suprir falhas e garantir ao CCCM uma posição de destaque. Uma oferta diferenciada poderia incluir, mesmo que pontualmente, cursos de formação contínua de cantonês ou de chinês clássico (caracteres tradicionais), de modo a contribuir para o aumento do número de sinólogos em Portugal com um profundo conhecimento sobre a língua chinesa.” Na área documental, o CCCM pretende não só integrar a sua biblioteca em redes internacionais como também criar “uma rede de âmbito nacional, associando-se a instituições que também possuam espólios documentais na área dos Estudos Asiáticos e das relações entre a Europa e a Ásia”. Na cerimónia de apresentação foram também assinados diversos protocolos de cooperação do CCCM com várias instituições, incluindo Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), Fundação Jorge Álvares, Câmara do Comércio e Indústria
Luso-Chinesa, Associação de Jovens Empresários Portugal-China,Agência Ciência Viva, Agência ERASMUS+, Associação Amigos da Nova Rota da Seda, Instituto Politécnico de Leiria, Universidade de Coimbra e Universidade de Lisboa.
“O protocolo que a FCT aqui assinou (…) tem um impacto financeiro importante de financiar até 10 bolsas de doutoramento por ano para estudantes de todas as universidades portuguesas trabalharem em colaboração com o centro” MANUEL HEITOR MINISTRO
Segundo o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, estes protocolos são “praticamente simbólicos e importantes” e “todos têm valor”, destacando o firmado com a FCT. “O protocolo que a FCT aqui assinou (…) é um protocolo que tem um impacto financeiro importante de financiar até 10 bolsas de doutoramento por ano para estudantes de todas as universidades portuguesas trabalharem em colaboração com o centro”, declarou, explicando que está previsto que dois investigadores com doutoramento trabalhem a partir do CCCM. Andreia Sofia Silva com Lusa andreia.silva@hojemacau.com.mo
4 política
21.9.2020 segunda-feira
HAINÃO HO IAT SENG PROMOVE MACAU COMO CENTRO FINANCEIRO O Chefe do Executivo está focado em apostar na diversificação da economia além do jogo e turismo, e aproveitou a visita a Sanya para promover Macau como local de emissão de títulos de dívida. A medicina tradicional chinesa foi outra das bandeiras da visita GCS
Fundos e medicamentos
N
A visita de dois dias a Sanya, na ilha de Hainão, o Chefe do Executivo promoveu Macau como um centro para a emissão de títulos de dívida para governos locais e para o desenvolvimento da medicina tradicional chinesa. Esta foi a mensagem comum aos comunicados emitidos pelo Governo, sobre a deslocação de Ho Iat Seng à ilha do Interior para participar no Fórum 9+2, constituída por nove províncias da Região do Pan-Delta do Rio das Pérolas, Macau e Hong Kong. Num encontro com o governador de Jiangxi, Yi Lianhong, Ho Iat Seng deixou o convite para que a emissão dos títulos de dívida local seja feita através de Macau, uma vez que há a possibilidade de a mesma ser feita em renminbi ou moeda estrangeira. O convite deixado na quinta-feira foi estendido
O
deputado Sulu Sou escreveu uma interpelação a exigir ao Governo que crie uma solução para que os titulares de lugares públicos possam ser responsabilizados, mesmo depois de terem deixado as posições. Foi desta forma que o membro da Novo Macau reagiu ao relatório do Comissariado Contra a Corrupção (CCAC) sobre os apoios à Viva Macau, em que foi recusada responsabilidade criminal dos políticos envolvidos na decisão que lesou a RAEM em 212 milhões de patacas. No documento divulgado ontem, Sulu Sou aponta directamente o
às empresas da província que fica situada a norte de Cantão. O Chefe do Executivo frisou ainda que Jiangxi é uma província “rica em recursos” e que pode aproveitar as vantagens de Macau na “área dos fundos e capitais”. A estratégia voltou a ser reafirmada no encontro com Wang Ning, governador de Fujian, de onde é originária uma das comunidades mais influentes da RAEM e que está representada na Assembleia
Legislativa pelos deputados Si Ka Lon e Song Pek Kei. Segundo Ho Iat Seng, a política passa por apostar na diversificação da economia para os serviços financeiros e “particularmente na intensificação da emissão de títulos de dívida em renminbi ou em moeda estrangeira”.
A MEDICINA CHINESA
Além dos serviços financeiros, Ho Iat Seng empenhou-se em
promover a medicina tradicional chinesa durante as reuniões com os líderes das diferentes províncias, à margem do encontro principal. Se por um lado, o Chefe do Executivo garantiu que tudo está a ser feito para acelerar a criação de uma lei na RAEM para regular e promover o sector, por outro, já começou a explorar mercados para plantar os produtos necessários. Guizhou é uma das províncias onde podem ser feitas plantações
Os nomes e os bois
Sulu Sou pede medidas para evitar novo escândalo como a Viva Macau
dedo ao ex-Chefe do Executivo, Edmund Ho, e ao então secretário para a Economia e Finanças, Francis Tam, por terem permitido que apoios com um valor tão elevado fossem aprovados para a companhia aérea, que mais tarde acabaria por falir. Na altura, o Governo recorreu ao Fundo de Desenvolvimento Industrial e de Comercialização para entregar os apoios, que nunca foram recuperados, mesmo depois de o caso ter chegado aos tribunais.
Neste sentido, Sulu Sou avisa o Governo que mesmo que o CCAC diga que não foram cometidos crimes por parte dos governantes, que essa versão dificilmente é aceite pela população. “Não é fácil para o público acreditar que a alegada negligência e inacção foi praticada sem intenção. De facto, negligência e inacção são outra espécie de crime, e os danos que causam ao nível da percepção pública não são inferiores às práticas criminais”, considerou o democrata.
No entanto, as preocupações do deputado vão além da não responsabilização de Edmund Ho e Francis Tam. O legislador considera que está na altura de tomar medidas para impedir que um caso com esta natureza se repita e, no seu entender, a solução passa por actualizar as leis. “O que é que o Governo vai fazer para melhorar a legislação e permitir que os governantes e funcionários públicos possam ser responsabilizados pelas suas decisões, mesmo depois
de deixarem os cargos?”, questiona. Por outro lado, Sulu Sou pede a confirmação de que a totalidade das 212 milhões de patacas foi perdida e solicita informação sobre a forma como vai ser feita a implementação das recomendações que constam no relatório elaborado pelo CCAC. Entre as recomendações constam pontos a defender a criação de mecanismos com maior rigor e controlo na altura de aprovar apoios por parte do Fundo de Desenvolvimento Industrial e de Comercialização, principalmente quando envolverem montantes com grande dimensão. J.S.F.
destinadas ao uso em medicina tradicional chinesa, através de acordos de cooperação. Esse aspecto foi destacado pelo líder do Governo local num encontro com a governadora da província, Shen Yiqin. “Guizhou possui terrenos férteis para o cultivo de plantas medicinais, pelo que os dois territórios podem, através da colaboração, aproveitar conjuntamente oportunidades neste âmbito”, afirmou Ho, segundo uma nota do Executivo.
“Guizhou possui terrenos férteis para o cultivo de plantas medicinais, pelo que os dois territórios podem, através da colaboração, aproveitar conjuntamente oportunidades neste âmbito.” HO IAT SENG CHEFE DO EXECUTIVO
A medicina tradicional chinesa foi também um dos temas da conversa nos encontros com o secretário do comité provincial de Hainão do Partidos Comunista Chinês, Liu Cigui, e com o presidente do Governo da Região Autónoma de Guangxi Zhuang. João Santos Filipe
joaof@hojemacau.com.mo
Casinos Ho Ion Sang defende mais parcerias com PME
O deputado Ho Ion Sang defendeu, em declarações citadas pelo jornal Ou Mun, que as concessionárias de jogo devem apostar mais na vertente de responsabilidade social, cooperando com as pequenas e médias empresas. Ho Ion Sang lembrou ainda que, com a renovação das licenças de jogo à vista, o Governo deve apostar no reforço dos elementos não jogo e definir a sua proporção nos futuros contratos de jogo. Para o deputado, a maior parte dos elementos não jogo focam-se nos serviços de restauração e vendas, o que não ajuda à concorrência.
política 5
segunda-feira 21.9.2020
SEGURANÇA NACIONAL HAN ZHENG DIZ QUE MACAU TEM DE “MELHORAR” LEI
O deputado e engenheiro Wu Chou Kit acredita que o facto de o Governo passar a cobrar taxa de despejo de resíduos de materiais de construção vai fazer com que os preços praticados junto do cliente final sejam mais caros. Em declarações ao jornal Ou Mun, o legislador apontou que as construtoras vão cobrar aos clientes preços acrescidos do transporte e do despejo no aterro. Isto porque a partir do próximo ano, as construtoras vão ter de pagar uma taxa de 70 patacas por tonelada pelas matérias inertes deixadas no aterro do Governo, e ainda uma taxa de 200 patacas por tonelada pelos materiais considerados “especiais”. Anteriormente, os materiais despejados não pagavam qualquer taxa.
Banca Mak Soi Kun quer facilitar transferências com o interior da China
O deputado Mak Soi Kun interpelou o Governo sobre a necessidade de aumentar o montante máximo permitido nas transferências bancárias entre Macau e o interior da China, apelando a negociações com o Governo Central para esse fim. O deputado defende que as transferências bancárias devem ser mais fáceis de realizar entre as cidades que compõem a Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, uma vez que, actualmente, os residentes de Macau apenas podem transferir até 80 mil yuan para contas abertas em bancos chineses. Mak Soi Kun diz que tem recebido várias queixas de residentes sobre o facto de o valor máximo ser muito baixo, o que traz constrangimentos a quem necessita de realizar transferências com valores mais elevados. Nesse sentido, é necessária nova legislação para melhorar este ponto, aponta o deputado.
Expectativas de Pequim
Num encontro com o vice-Primeiro-Ministro Han Zheng, Wong Sio Chak ouviu o Governo Central exigir alterações à lei de segurança nacional, por ser um “valor a defender com firmeza”, e lealdade total à governação de Ho Iat Seng
O
Governo Central quer que a RAEM endureça a legislação e os mecanismos de aplicação da lei da Segurança Nacional. O recado foi dado ao secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, numa visita a Pequim, que decorreu até sábado, de acordo com um comunicado do Governo local. Num encontro com Han Zheng, membro do Politburo, vice-Primeiro-Ministro e líder do Grupo de Liderança Central dos Assuntos de Hong Kong e Macau, Pequim recordou que a Segurança Nacional é um “valor a defender com firmeza” e entregou três “expectativas” a Wong Sio Chak. Entre as exigências surge a alteração à lei que entrou em vigor em 2009. Segundo o comunicado gabinete do secretário para a Segurança, Han Zheng apontou a Wong que é necessário “estabelecer e melhorar o sistema legislativo e mecanismo de execução relativos à defesa da segurança nacional, valor a defender com firmeza”. Além desta expectativa para a área da segurança, Wong ouviu ainda o Governo Central exigir que o princípio “Um País, Dois Sistemas” seja implementado firmemente, assim como a Constitui-
GCS
Resíduos Wu Chou Kit prevê obras mais caras para clientes
ção e a Lei Básica, e “consolidado de forma estável e permanentes”. A última exigência do líder do Grupo de Liderança Central dos Assuntos de Hong Kong e Macau foi o apoio total das forças de segurança ao Chefe do Executivo, Ho Iat Seng.
PROMESSA DE LEALDADE
Por sua vez, Wong Sio Chak terá relatado ao Governo Central os riscos e desafios que as forças de segurança enfrentam “em matéria
da defesa nacional”. O comunicado não menciona quais os riscos e desafios referidos pelo secretário. Quanto à necessidade de apoiar o Chefe do Executivo, Wong prometeu lealdade das forças que tutela. “Afirmou que, de acordo com as exigências do Governo Central e sob a firme autoridade do Chefe do Executivo, se compromete quanto à união e liderança de todo o pessoal da área de segurança quanto aos impreteríveis desígnios da defesa
Wong Sio Chak comprometeu-se “quanto à união e liderança de todo o pessoal da área de segurança” nos “desígnios da defesa de segurança nacional”
de segurança nacional, bem como da prosperidade e estabilidade de Macau”, pode ler-se sobre a resposta do secretário. Além do encontro com Han Zheng, a reunião serviu também para debater outros assuntos como o reforço da formação regular de gestão de emergência e de tratamento de acidentes com substâncias perigosas, realização de exercícios transfronteiriços conjuntos de socorro no espaço da Grande Baía, combate ao contrabando, à cooperação antiterrorista e à migração ilegal. João Santos Filipe
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LEI SINDICAL NG KUOK CHEONG INSTA GOVERNO A ASSUMIR RESPONSABILIDADE
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M interpelação escrita, Ng Kuok Cheong defendeu que a lei sindical deve regular a constituição e participação em associações, actividades sindicais, negociações colectivas e greves, e quer saber se o Governo concorda com esta posição. “O Governo gastou dinheiro do erário público com a adjudicação dos estudos sobre a lei sindical. Assim, deve assumir as suas responsabilidades (...) e iniciar oficialmente o trabalho legislativo. Vai fazê-lo?”, questionou. O deputado lamentou que ao contrário da China, Taiwan e Hong Kong, Macau continue a ser a única região que “não consegue acompa-
nhar a evolução dos tempos” por não ter implementado esta lei. E considera que o desconhecimento da lei sindical pela maioria da população foi usado como pretexto para atrasar a produção legislativa. Ng Kuok Cheong apelou assim a que a consulta pública avance ainda este ano, indo de encontro à promessa feita anteriormente pelo Governo. Em Abril, o secretário para a Economia e Finanças revelou que seria feita uma consulta pública em 2020, apontando para o período entre Julho e Setembro. “Esperamos que no terceiro trimestre possamos lançar o documento de consulta”, disse na altura.
6 sociedade
U
M homem com cerca de 30 anos foi burlado em 480 mil patacas, quando tentava recorrer aos “serviços” de um amigo para recuperar 200 mil patacas, que a mãe tinha perdido numa outra burla. O caso foi revelado na sexta-feira pela Polícia Judiciária. Segundo o relato das autoridades, em 2019 a mãe da vítima apaixonou-se através das redes sociais e foi vítima de um esquema, em que acabou por perder 200 mil dólares de Hong Kong. Após esse episódio, o filho da vítima, que tem cerca de 20 anos, comentou o assunto com um amigo. Foi nessa altura que o amigo afirmou conhecer uma “pessoa muito poderosa” no Interior que poderia mexer-se no sentido de caçar o burlão da mãe e recuperar o montante que tinha sido perdido. Após a conversa, e com o filho da vítima a concordar pagar para recuperar o montante perdido, o “amigo” mexeu-se e criou uma conta falsas nas redes sociais, entre as quais o WeChat, para fingir que a pessoa “muito poderosa” existia e estava disposta a cobrar o valor burlado. No perfil falso a pessoa inventada promovia os seus serviços de recuperação dos montantes perdidos em burlas, a troco do pagamento de uma “comissão de investigação”. PUB
21.9.2020 segunda-feira
Tal mãe, tal filho Homem perde 480 mil a tentar recuperar dinheiro desaparecido em burla
esquema e ter gasto parte do dinheiro com despesas diárias. Porém, parte do dinheiro encontrava-se depositada em bancos de Macau.
O filho da vítima, que tem cerca de 20 anos, comentou o assunto com um amigo, que afirmou conhecer uma “pessoa muito poderosa” no Interior que poderia mexer-se no sentido de caçar o burlão da mãe Sem desconfiar do contacto fornecido pelo amigo, o homem de 30 anos passou os últimos três meses a pagar à “pessoa muito poderosa”, com a esperança de receber os 200 mil dólares de Hong Kong. No entanto, após pagar 480 mil patacas, o homem ficou sem dinheiro e percebeu
que tinha também ele sido burlado, o que fez com que apresentasse queixa contra o “amigo”. Após investigar o caso, a polícia procedeu à detenção do burlão, quando este tentava passar a fronteira para o Interior. Quando interrogado, o homem admitiu o
O detido foi reencaminhado para o Ministério Público e está indiciado pela prática do crime de burla de valor consideravelmente elevado, que tem uma moldura penal que vai dos dois aos 10 anos de prisão. J.S.F.
Alfândega Interceptada a passar fronteira com cabelos num saco
Uma mulher local foi interceptada quando tentava entrar no Interior da China com rolos de cabelo humano dentro de um saco. O caso foi revelado pelas autoridades de Zhuhai que apreenderam o cabelo, porque deveria ter sido declarado antes da passagem pela fronteira, para ficar sujeito aos procedimentos alfandegários. Por sua vez, a mulher confessou que o seu objectivo era levar o cabelo de Macau para o Interior, tal como lhe tinha sido pedido por um amigo.
sociedade 7
segunda-feira 21.9.2020
Aliada a outras organizações de protecção dos animais, a Anima envia hoje uma carta ao Primeiro-Ministro de Portugal a apelar ao fim das corridas de galgos e “greyhounds”. Além das condições degradantes a que os cães são votados, os activistas alertam para a potencial criminalidade associada ao jogo
ANIMA CARTA DIRIGIDA A ANTÓNIO COSTA PEDE FIM DE CORRIDAS DE GALGOS E GREYHOUNDS
A luta chega a Portugal
gueses de corrida, onde os cães são “criados e treinados de maneira desumana”, acrescentando que quando são feridos lhes é negada assistência e que são muitas vezes destruídos quando deixam de ser úteis.
PLATAFORMAS DE JOGO
“A
S leis gerais de protecção animal não são suficientes para evitar os inúmeros problemas associados às corridas de cães. O comércio de cães inocentes deve parar e é necessária legislação específica”, apela uma carta endereçada ao Primeiro Ministro de Portugal, António Costa. A carta, que vai ser enviada hoje, é assinada por Albano Martins, da Anima, bem como por representantes de outras três organizações de protecção dos animais – a Liga Portuguesa dos Direitos do Animal (LPDA), a Pet Levrieri e a GREY2K USA Worldwide. Estas associações pediram já ajuda ao Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, para que seja aprovada legislação que proíba as corridas de galgos e “greyhounds” em Portugal. Abordam agora outra figura política, referindo que a
10 de Março pediram aos grupos parlamentares – incluindo o do Partido Socialista – para apoiarem a iniciativa mas que ainda não receberam resposta.
No documento a que o HM teve acesso, indica-se que a indústria das corridas de cães foi autorizada apesar de o artigo 13 do Tratado de Lisboa apontar que os animais não
“Como se está perante jogo, é importante observar que novas plataformas para actividades criminosas estão a ser criadas.” CARTA ENVIADA A ANTÓNIO COSTA
MNE Apoio para associações das comunidades portuguesas O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) de Portugal vai abrir um concurso de apoio ao movimento associativo das comunidades portuguesas entre 1 de Outubro e 31 de Dezembro, divulgou o Consulado Geral de Portugal em Macau e Hong Kong no Facebook. O apoio é dirigido a associações e federações das comunidades portuguesas sem fins lucrativos ou partidários que “visem o benefício sociocultural da diáspora” e estejam credenciadas
na Direcção-Geral dos Assuntos Consulares e Comunidades Portuguesas. Dependendo de as entidades terem sede no estrangeiro ou em Portugal, o apoio é limitado a 80 ou 50
por cento do valor considerado elegível do orçamento apresentado. De acordo com o comunicado partilhado pelo consulado, é dada prioridade a acções que promovam a língua e cultura portuguesas, os jovens, inclusão social, capacitação profissional, participação cívica e política, o combate à xenofobia e o diálogo com micro e pequenas empresas de portugueses residentes no estrangeiro que queiram investir em Portugal.
humanos são sensíveis, e que se tornou uma actividade sistemática com interesses económicos. “Os galgos e os ‘greyhounds’ estão agora a ser tratados como ‘coisas’ para apostas, usados e abusados e depois descartados. São habitualmente importados, comprados e vendidos por milhares de euros cada”, pode ler-se. As associações apontam que existem mais de vinte canis portu-
Os remetentes da carta apontam ainda para informações de que as corrida de cães em Portugal “envolvem o uso de dopagem e métodos de treino cruéis com coleiras eléctricas e exploração física extrema até à própria morte”. Comentando o abandono crescente destes animais confirmado por organizações de bem-estar animal, a nota indica que muitos não conseguem ser salvos. E é lançado um alerta: “como se está perante jogo, é importante observar que novas plataformas para actividades criminosas estão a ser criadas”. As associações argumentam que é preciso parar qualquer tentativa de regulamentar ou autorizar corridas informais de cães, porque isso normalizaria a actividade. Além disso, alertam para o facto de que o uso de galgos e “greyhounds” para finalidades de jogo pode contribuir para a “insensibilidade” da sociedade sobre o bem-estar animal. “Presenciar os ferimentos graves e as mortes que os animais de corrida frequentemente enfrentam faria com que os espectadores, incluindo crianças pequenas, os considerassem como meros objectos a serem sacrificados em nome do entretenimento”. A carta é acompanhada de uma lista de 80 entidades que apoiam a iniciativa. Entre elas a Masdaw, de Macau. Salomé Fernandes
info@hojemacau.com.mo
ECONOMIA INFLAÇÃO FIXOU-SE EM 1,96% EM AGOSTO
A
taxa de inflação de Macau fixou-se em 1,96 por cento nos 12 meses terminados em Agosto, de acordo com dados divulgados na sexta-feira pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Em comunicado, o organismo indicou que a subida do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) médio deveu-se sobretudo ao aumento dos preços no sector da educação (+5,17 por cento), dos produ-
tos alimentares e bebidas não alcoólicas (+4,73 por cento) e da saúde (+4,58 por cento). A DSEC indica que em Agosto, o IPC subiu 0,03 em termos anuais, o aumento mais baixo desde Novembro de 2009. Os principais factores para o crescimento homólogo foram o aumento do preço da carne de porco fresca, das refeições adquiridas fora de casa, das consultas externas e das rendas de casa.
Em termos mensais, o IPC geral médio cresceu ligeiramente face a Julho. “O índice de preços da secção dos transportes subiu 0,55 por cento, em termos mensais, em virtude do aumento dos preços dos bilhetes de avião e das despesas dos serviços de manutenção e reparação dos veículos”, diz a nota. Por outro lado, o vestuário e calçado ficou mais barato devido aos saldos.
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21.9.2020 segunda-feira
Open Tender Notice
Open Tender Notice
Provision of Cleaning & Sanitary Services at Macau International Airport
Provision of Cleaning & Sanitary Services at Macau International Airport
1. Company:
CAM – Macau International Airport Co. Ltd.
2. Scope of Services:
Provision of Management and Maintenance Services of the Installations, Systems and Equipment managed and/or maintained by CAM Electrical, Mechanical and Associated IT Based Systems/ Services i) Written request addressed to the details as follows. On company letterhead stating the company name and respective contact details. Deadline for request is at 13:00 on 24 Sep 2020. ii) In person at the location identified as follows.
3. Request for Tender Document:
CAM – Macau International Airport Co. Ltd. Macau International Airport Supply Service E&M Building 1st Floor, Office 41044 Taipa, Macau Attention: Head of Supply Service For any enquiry regarding the Tender Procedure, please reach our Airport Operations Department – Supply Service at (853) 88982358. CAM – Macau International Airport Co. Ltd. Av. De Wai Long CAM Office Building, 4th Floor Reception Taipa, Macau
4. Location for Submission of Proposals:
Attention: Mr. Chu Tan Neng – Executive Director
5. Tender closing time and date:
At 18:00 on 21 Oct 2020 (Macau Local Time)
CAM reserves the right to reject any Proposal in whole or in part without stating any reason.
Open Tender Notice Provision of Cleaning & Sanitary Services at Macau International Airport 1. Company:
CAM – Macau International Airport Co. Ltd.
2. Scope of Services:
Provision of Management and Maintenance Services of the Installations, Systems and Equipment managed and/or maintained by CAM Telecommunications and Navaids and IT Based Systems/ Services i) Written request addressed to the details as follows. On company letterhead stating the company name and respective contact details. Deadline for request is at 13:00 on 24 Sep 2020. ii) In person at the location identified as follows.
3. Request for Tender Document:
4. Location for Submission of Proposals: 5. Tender closing time and date:
CAM – Macau International Airport Co. Ltd. Macau International Airport Supply Service E&M Building 1st Floor, Office 41044 Taipa, Macau Attention: Head of Supply Service For any enquiry regarding the Tender Procedure, please reach our Airport Operations Department – Supply Service at (853) 88982358. CAM – Macau International Airport Co. Ltd. Av. De Wai Long CAM Office Building, 4th Floor Reception Taipa, Macau Attention: Mr. Chu Tan Neng – Executive Director At 18:00 on 21 Oct 2020 (Macau Local Time)
CAM reserves the right to reject any Proposal in whole or in part without stating any reason.
1. Company:
CAM – Macau International Airport Co. Ltd.
2. Scope of Services:
Provision of Management and Maintenance Services of the Installations, Systems and Equipment managed and/or maintained by CAM Buildings & Pavements and Associated Systems/ Services i)
ii) 3. Request for Tender Document:
4. Location for Submission of Proposals:
Written request addressed to the details as follows. On company letterhead stating the company name and respective contact details. Deadline for request is at 13:00 on 24 Sep 2020. In person at the location identified as follows. CAM – Macau International Airport Co. Ltd. Macau International Airport Supply Service E&M Building 1st Floor, Office 41044 Taipa, Macau Attention: Head of Supply Service
For any enquiry regarding the Tender Procedure, please reach our Airport Operations Department – Supply Service at (853) 88982358. CAM – Macau International Airport Co. Ltd. Av. De Wai Long CAM Office Building, 4th Floor Reception Taipa, Macau Attention: Mr. Chu Tan Neng – Executive Director
5. Tender closing time and date:
At 18:00 on 21 Oct 2020 (Macau Local Time)
CAM reserves the right to reject any Proposal in whole or in part without stating any reason.
ANÚNCIO DO CONCURSO DIRECÇÃO DOS SERVIÇOS DE TURISMO ANÚNCIO Faz público que, de acordo com o Despacho de 11 de Setembro de 2020 da Ex.ma Senhora Secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, encontra se aberto, pelo Fundo de Turismo, o concurso público de “Serviços de construção nos locais do evento e serviços de fornecimento de equipamento para projecção de filmes para o 5.º Festival Internacional de Cinema e Cerimónia de Entrega de Prémios‧Macau”. Desde a data da publicação do presente anúncio, nos dias úteis e durante o horário normal de expediente, os interessados podem examinar o Processo dooConcurso na Direcção dos Serviços de Turismo, sita em Macau, na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção, n.os 335-341, Edifício “Hotline”, 12. andar, e ser levantadas cópias, incluindo o Programa do Concurso, o Caderno de Encargos, os anexos e demais documentos suplementares, mediante o pagamento de duzentas patacas (MOP200,00); ou ainda consultar o website da Direcção dos Serviços de Turismo: http://industry.macaotourism.gov.mo, na área de Informação relativa às aquisições, e fazer “download” do mesmo. A Sessão de esclarecimento será realizada na sala de reunião da Direcção dos Serviços de Turismo, sito em Macau, na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção, n.os 335-341, Edifício “Hotline”, 14.o andar pelas 10:00 horas do dia 18 de Setembro de 2020. Os pedidos de esclarecimento devem ser feitos por escrita e apresentados até ao dia 25 de Setembro de 2020 pelas 17:30 horas, na área dos Avisos Públicos do website da Indústria Turística de Macau (http://industry.macaotourism.gov.mo), na área de Informação relativa às aquisições, as respectivas respostas também serão publicadas no mesmo website. O limite máximo do valor global da prestação de serviços é de MOP6.000.000,00 (Seis milhões de patacas). Critérios de adjudicação e factores de ponderação: Critérios de adjudicação Factores de ponderação Preço 20% Design dos locais do evento e produção - Tema e design dos locais do evento - Desenhos de efeitos dos locais do evento; 40% - Desenhos de efeitos dos equipamentos para projecção de filmes e localização dos equipamentos; - Plano dos recursos humanos e respectiva distribuição dos trabalhadores técnicos Equipamento de “Hardware” e serviço de instalação e desmontagem: - Informações sobre os equipamentos a serem utilizados; - Desenhos e design de localização dos respectivos equipamentos e decorações (desenhos e plantas de 30% localização); - Plano de produção dos materiais de decoração; - Plano de montagem e desmontagem Experiência do concorrente - Prestação de serviço de realização de actividades semelhantes dos serviços públicos de Macau 10% - Prestação de serviço de realização de actividades semelhantes do sector privado em Macau Osos concorrentes deverão apresentar aso propostas na Direcção dos Serviços de Turismo, sita em Macau, na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção, n. 335-341, Edifício “Hotline”, 12. andar, durante o horário normal de expediente e até às 15:00 horas do dia 7 de Outubro de 2020, devendo as mesmas ser redigidas numa das línguas oficiais da RAEM, prestar a caução provisória de MOP120.000,00 (cento e vinte mil patacas), mediante: 1) depósito em numerário à ordem do Fundo de Turismo no Banco Nacional Ultramarino de Macau 2) garantia bancária 3) depósito nesta Direcção dos Serviços em numerário, em ordem de caixa ou em cheque visado, emitidos à ordem do Fundo de Turismo 4) por transferência bancária na conta do Fundo do Turismo do Banco Nacional Ultramarino de Macau. O acto público doos concurso será realizado na sala de reunião da Direcção dos Serviços de Turismo, sito em Macau, na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção, n. 335-341, Edifício “Hotline”, 14.o andar pelas 10:00 horas do dia 8 de Outubro de 2020. Os representantes legais dos concorrentes deverão estar presentes no acto público de abertura das propostas para efeitos de apresentaçãoo de eventuais reclamações e/ou para esclarecimento de eventuais dúvidas dos documentos apresentados a concurso, nos termos do artigo 27. do Decreto-Lei n.o 63/85/M, de 6 de Julho. Os representantes legais dos concorrentes poderão fazer-se representar por procurador devendo, neste caso, o procurador apresentar procuração notarial conferindo-lhe poderes para o acto público do concurso. Em caso de encerramento destes Serviços por causa de tempestade ou por motivo de força maior, o termo do prazo de entrega das propostas, a data e hora de sessão de esclarecimento e de abertura das propostas serão adiados para o primeiro dia útil imediatamente seguinte, à mesma hora. Direcção dos Serviços de Turismo, aos 14 de Setembro de 2020. A Directora, Maria Helena de Senna Fernandes
sociedade 9
segunda-feira 21.9.2020
Ambiente DSPA reconheceu 28 “eco-escolas”
A Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) reconheceu 28 escolas e 61 sucursais de supermercados pela sua acção ecológica. Este ano participaram 38 instituições no plano de atribuição de louvores às “Eco-Escolas”. Sete escolas ganharam o prémio platina, pela promoção da educação ambiental durante cinco anos consecutivos. No concurso do prémio “Projecto Pedagógico de Educação Ambiental”, houve 26 equipas vencedoras, com iniciativas sobre cobrança de sacos de plástico, limpeza doméstica, reciclagem limpa e valorização de alimentos. O reconhecimento de “supermercados ecológicos” contou com a participação de 83 sucursais. O destaque foi para o Supermercado San Miu, sucursal Ka Heng Lau.
Turismo Receitas dos hotéis subiram 2,6% no ano passado
O sector hoteleiro apurou, em 2019, mais 2,6 por cento de receitas em relação a 2018, no total de 38,27 mil milhões de patacas, aponta um comunicado da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). No caso dos hotéis de cinco estrelas, as receitas foram de 30,08 mil milhões de patacas, mais 3,6 por cento. No sentido inverso, os hotéis de quatro estrelas registaram quebras de receitas na ordem 4,1 por cento face a 2018, tendo-se cifrado nas 4,21 mil milhões de patacas. Também os hotéis de duas estrelas registaram diminuição de receitas de 0,6 por cento. O ano passado operavam em Macau 123 hotéis e pensões, mais sete face ao ano anterior, enquanto que trabalhavam no sector 51.859 pessoas, mais 2,1 por cento. O número de hóspedes aumentou um por cento, enquanto que as despesas do sector foram de 33,77 mil milhões de patacas, mais 2,9 por cento.
A
aposta no sentimento patriótico e visão internacional é um dos principais rumos do plano para o ensino não superior entre 2021 e 2030. A Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) tem um plano inicial e o objectivo de realizar uma consulta pública no final de Dezembro deste ano. “É bastante importante saber a sua própria identidade. Para além disso, também é necessário ter visão internacional”, disse o chefe do departamento de estudos e recursos educativos da DSEJ. “No futuro achamos que temos de continuar a promover esses trabalhos para que os alunos saibam como é o nosso país e o mundo. É bastante importante a educação e amor pela pátria e por Macau”, acrescentou ainda Wong Kin Mou. De acordo com o responsável da DSEJ, o trabalho nesta área deve ser constante. “Acho que esta matéria (...) sobre amor pela pátria e por Macau no resto do mundo também existe, é muito normal. Creio que quando forem a outras regiões também vão encontrar esses materiais”, declarou o responsável.
EDUCAÇÃO PATRIOTISMO DEFINIDO COMO PRIORIDADE ATÉ 2030
Aprender a amar
O plano para o ensino não superior até 2030 tem o sentimento patriótico e visão internacional como pilares essenciais, uma aposta normal na óptica da DSEJ. Em relação à aplicação da Tencent para o ensino à distância, o Governo revelou que a Escola Internacional de Macau é a única que não vai aderir à plataforma A DSEJ definiu outros três rumos a seguir: desenvolver o “soft power” dos alunos (como por exemplo a comunicação interpessoal), aumentar o sentimento de felicidade e reforçar a educação criativa e tecnológica. A informação foi dada em conferência de imprensa depois de uma reunião plenária do Conselho de Educação para o Ensino
Não Superior, na sexta-feira, mas os pormenores do plano foram remetidos para uma fase posterior.
FORA DA CAIXA
A DSEJ está a preparar o serviço da “Escola Inteligente”, para o qual as instituições de ensino vão usar uma plataforma online fornecida pela Tencent. Estão a ser organizadas acções de formação para o
“Acho que esta matéria (...) sobre amor pela pátria e por Macau no resto do mundo também existe, é muito normal.” WONG KIN MOU DSEJ
pessoal das escolas aprender como funciona a plataforma, que é de adesão voluntária, e de 121 escolas apenas uma não vai participar: a Escola Internacional de Macau (TIS). “Não vou adivinhar o porquê de não participar no nosso plano”, disse Wong Kin Mou, comentando que se escola entender que tem serviços de qualidade e não precisa de participar no plano a decisão cabe à instituição. O objetcivo da iniciativa da DSEJ é dar a todas escolas condições para leccionarem aulas online e manterem a comunicação com as famílias, para evitar que a epidemia ou outras situações impeçam os
alunos de regressar à escola por um longo período de tempo e prejudiquem o progresso da aprendizagem. A Escola Portuguesa de Macau mostrou interesse aderir a plataforma. O contrato de adjudicação à Tencent é de um ano, até 31 de Agosto do próximo ano. “Ao terminar esse ano de serviço iremos fazer uma análise para considerar se é necessário fazer ajustes”, disse Wong Kin Mou. O responsável revelou que no futuro se pretende “enriquecer” as funções da plataformae que esta cumpre a Lei da Protecção de Dados Pessoais. Salomé Fernandes
info@hojemacau.com.mo
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21.9.2020 segunda-feira
Portugal Fashion Desfiles ao ar livre e por via digital voltam em Outubro
O
S ‘designers’ Alexandra Moura, Alves/ Gonçalves, Hugo Costa, Maria Gambina, Miguel Vieira, Katty Xiomara, Sophia Kah e a marca Ernest W. Baker vão participar no próximo Portugal Fashion, no Porto, entre 15 e 17 de Outubro, anunciou no fim-de-semana estrutura. Em ano de celebrar o 25.º aniversário, e após o evento ter sido suspenso em Março passado por causa da pandemia da covid-19, a organização do Portugal Fashion (PF) assume que quer regressar, nos dias 15, 16 e 17 de Outubro, ao seu quartel general da Alfândega do
Crónica de um
EXPOSIÇÃO CREATIVE MACAU EXIBE PINTURAS BASEADAS EM GABR
Porto, com um modelo de apresentação “reinventado” e com a missão de “proteger o talento nacional”, criando um “modelo híbrido”, onde se vão conjugar, ora desfiles ao ar livre, com a premissa das distâncias exigidas pela Direcção-Geral da Saúde, ora desfiles 'online' apresentados digitalmente. "A crise sanitária motiva uma reinvenção profunda do evento, consubstanciada em novos modelos de organização dos desfiles, novas formas de comunicação das criações e novos modos de interacção com o público”, explicou a diretora do PF, Mónica Neto. Além das alterações impostas pela covid-19, o PF vai ser diferente nesta edição, "em função do momento difícil que a moda portuguesa atravessa, à semelhança de muitas outras actividades económicas e culturais”, acrescenta Mónica Neto, referindo que o impacto socioeconómico da pandemia está a “penalizar fortemente a fileira moda” e que, por isso, o Portugal Fashion tem o “dever acrescido de apoiar e dar esperança a criadores e marcas”. PUB
“Do Amor e Outros Demónios” é o nome da obra de Gabriel García Márquez que serviu de ponto de partida para a exposição que estará patente na Creative Macau a partir de quinta-feira. O livro do escritor colombiano ganha agora uma nova interpretação com a mostra “Of Love & Other Demons – Painting Series by Kay Zhang”
K
AY Zhang, um dos novos nomes do mundo das artes de Macau, está de regresso às exposições com uma interpretação muito própria do livro do escritor colombiano Gabriel García Márquez, vencedor de um prémio Nobel da Literatura. “Do Amor e Outros
Ilustrar o mundo 'Cartoonista' Frank Hoppmann é o vencedor do 15.º World Press Cartoon
O
'cartoonista' alemão Frank Hoppmann, com a caricatura do primeiro-ministro britânico Boris Johnson, é o vencedor da 15.ª edição do World Press Cartoon, foi ontem anunciado nas Caldas da Rainha, na cerimónia de entrega de prémios. Frank Hoppmann arrecadou o "Grande Prémio" do concurso, de maior valor monetário, 10 mil euros, com a caricatura do primeiro-ministro inglês, Boris Johnson, publicada no jornal 'online' alemão Eulenspiegel, em Outubro de 2019. O segundo prémio foi atribuído ao mexicano Darío, com o desenho do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, publicado no jornal espanhol Mundiario, enquanto o português Pedro Silva venceu o terceiro prémio, com a caricatura de
Christine Lagarde, actual presidente do Banco Central Europeu e presidente do Fundo Monetário Internacional, até Novembro de 2019. A obra foi publicada na plataforma holandesa de cartoons Cartoon Movement. A categoria de desenho de humor foi ganha pelo grego Georgopalis, com "Message in a Bottle", seguido do nicaraguense Px Molina, com "Populismo", e do croata Listes, com "Novos Líderes Mundiais". Os trabalhos foram realizados para as publicações Real News, Confidencial e Buduàr, respectivamente. Na categoria de 'cartoon' editorial, o primeiro prémio coube ao grego Aytos, pelo seu desenho "Política Mundial", publicado na plataforma Cartoon Movement.
Os segundo e terceiros prémios foram atribuídos ao brasileiro Cau Gomez, com "Tatuagem Xi Jinping", 'cartoon' publicado no jornal brasileiro A Tarde, e ao grego Kountouris, com "Coletes de Salvamento e Coletes Amarelos", publicado nas páginas do jornal grego Efimerida Ton Syntakton. Concorreram mais de mil trabalhos à edição deste ano, segundo a organização. As obras premiadas foram escolhidas pelo júri, entre 280 caricaturas, 'cartoons' editoriais e desenhos de humor, seleccionados de 150 publicações de meia centena de países. O certame tem como objectivo "distinguir, expor, divulgar e premiar os melhores desenhos publicados na imprensa mundial, ao longo
Demónios” dá nome à exposição de Kay Zhang, que estará patente no espaço da Creative Macau a partir da próxima quinta-feira. Segundo um comunicado da Creative Macau, a exposição “mostra os seus trabalhos baseados na história de García Márquez com o seu estilo icónico inspirado de um ano", refere a organização, em comunicado.
EXPOR EM SEGURANÇA
Os trabalhos estão expostos até 15 de Novembro, no Cen-
eventos 11
segunda-feira 21.9.2020
ma mostra anunciada
RIEL GARCÍA MÁRQUEZ
nos manuscritos medievais, e que são dispostos como um todo no formato de retábulo”. “Do Amor e Outros Demónios” foi publicado em 1994 e adaptado para cinema. O romance conta a história de Sierva Maria, uma menina de 13 anos criada em Cartagena das Índias, na Colômbia, durante o período colonial. Apesar de ser filha de marqueses, a menina foi criada por escravos negros. A personagem movida por um intenso sentido poético vivia atormentada pela dúvida de qual seria o verdadeiro sabor de um beijo. Porém, Sierva Maria acaba por ser mordida por um cão com raiva o que ditou a entrada num convento, uma vez que, à época, a raiva ainda não era diagnosticada como doença e era entendida como uma possessão demoníaca. Sierva Maria deu entrada no convento para ser, portanto, exorcizada, mas acabou por morrer. A história foi descoberta por Gabriel García Márquez
tro Cultural e de Congressos de Caldas da Rainha, no distrito de Leiria, onde, desde 2017, se realiza o maior salão internacional de desenho e caricatura.
No entanto, anos antes, já o autor de “Cem anos de solidão” ouvira a mesma história contada pela sua mãe.
UMA “ESPLÊNDIDA CABELEIRA"
Sierva Maria nunca cortou o cabelo e era fluente em várias línguas africanas. “No terceiro nicho do altar-mor, do lado do Evangelho, estava a notícia. A lápide saltou em pedaços à primeira pancada do alvião e uma cabeleira viva, de uma intensa cor de cobre, espalhou-se pela cripta. O mestre-de-obras quis retirá-la completa com o auxílio dos seus operários, mas quanto mais puxavam mais comprida e abundante ia surgindo, até saírem as últimas madeixas, ainda presas a um crânio de criança. No nicho não ficaram senão uns ossitos quando era jornalista, que acabou por ver de perto a operação de exumação das criptas funerárias do antigo Convento de Santa Clara, Aberta desde sábado, a mostra foi adiada de Maio para Setembro, devido às medidas de confinamento impostas para controlo da pandemia de covid-19. "Abrimos, cumprindo todas as normas de segurança recomendadas pela Direcção-Geral da Saúde", garantiu o diretor do evento e presidente do júri, o 'cartoonista' António Antunes. O júri deste ano foi composto ainda por Jacuk Wiejacki (Polónia), Osmani Simanca (Cuba), Sabine Glaubitz (Alemanha) e Jean-Michel Renault (França). O certame começou por realizar-se em Sintra, em 2005, mudou-se em 2014 para Cascais e sofreu, em 2015, uma redução no valor monetário dos prémios, que ascendem a um total de 25 mil euros, levando a que a organização considerasse não haver condições para a sua manutenção.As Caldas da Rainha acolhem a sua realização desde 2017.
em busca de notícias. A descoberta deu-se a 26 de Outubro de 1949, muito antes do autor considerar a hipótese de viver da escrita literária.
IC “Excursão Cultural” termina no fim-de-semana na Taipa e Porto Interior
O Instituto Cultural (IC) promove no próximo fim-de-semana, de 26 a 27 de Setembro, vários espectáculos integrados na iniciativa “Espectáculos no âmbito da Excursão Cultural Profunda nas zonas do Porto Interior e da Taipa”, que fecham o cartaz que decorre desde Junho. A Associação Desportiva e Recreativa Hong Wai de Macau, a Associação de Dança Violeta e a bailarina local Wu YingXu, entre outros, farão apresentações no Largo do Pagode da Barra, no Porto Interior, subordinadas ao tema “Leão da Sorte”. Nas mesmas datas decorrem vários concertos nas Casas Museu da Taipa sob o tema “Música Electrónica Romântica”, com os artistas Evade, Concrete/Lotus, Aki & Friends, Gabriel, Yaya Trio, Pyjamars, entre outros. Segundo o IC, o objectivo é “proporcionar aos espectadores uma experiência romântica e imaginária através dos efeitos da música electrónica”.
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A exposição “mostra os seus trabalhos baseados na história de Gabriel García Márquez com o seu estilo icónico inspirado nos manuscritos medievais, e que são dispostos como um todo no formato de retábulo”
pequenos e dispersos e na lápide de cantaria carcomida pelo salitre apenas era legível um nome sem apelidos: Sierva Maria de Todos los Angeles. Estendida no chão, a esplêndida cabeleira media
vinte e dois metros e onze centímetros”, lê-se no livro. Kay Zhang, nascida em 1991, está assim de regresso às exposições com um dos seus autores favoritos. A primeira vez que expôs em Macau foi em Agosto de 2016, com “Innocencepedia”, no Macau Art Garden. Formada na Experimental School of Arts da China Central Academy of Fine Art, a artista volta a diluir as fronteiras entre a expressão literária e a pintura. Kay Zhang é uma das mais jovens artistas de Macau nomeada para o Sovereign Asian Art Prize e produziu trabalhos como “Psalm of Love and Ardor”, “A Room With A View”, “The Book of Dinamene” e “The Modern Decameron”.
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21.9.2020 segunda-feira
TIKTOK BYTEDANCE DIZ DESCONHECER FUNDO EM ACORDO CITADO POR TRUMP
A cláusula escondida
A Bytedance, proprietária da aplicação TikTok, afirmou desconhecer o fundo de educação de 5 mil milhões de dólares que, segundo Donald Trump, está incluído no acordo entre a Oracle e a Walmart, para continuar a operar nos Estados Unidos
O
Governo dos Estados Unidos anunciou este sábado que vai adiar, por uma semana, a aplicação das medidas contra a TikTok, que entraram ontem em vigor, depois do Presidente dos EUA ter dado o seu aval a um acordo preliminar para que pudesse continuar a operar no país. Donald Trump, anunciou um acordo de princípio “fantástico”, envolvendo a aplicação chinesa de partilha de vídeos TikTok e a Oracle e a Walmart. “Dei a minha aprovação ao acordo. Se se concretizar, tanto melhor. De contrário, também estará bem”, acrescentou o Presidente republicano, antes de partir para uma reunião de campanha na Carolina do Norte. O Presidente lembrou que no acordo de parceria entre Oracle e Walmart com a TikTok “a segurança seria de 100 por cento” que as aplicações “vão usar nuvens separadas e segurança muito poderosa e que farão uma contribuição de 5 mil milhões de dólares em educação”. A Bytedance especificou ontem no seu agregador de notícias que é “a primeira vez” que ouve dizer que o acordo inclui um fundo de educação para os Estados Unidos de 5 mil milhões de dólares. “A empresa está comprometida em investir no sector de
educação e planeia trabalhar com parceiros e accionistas globais para lançar projectos de inteligência artificial (IA) e salas de aula online baseadas em tecnologia de vídeo para alunos em todo o mundo”, disse Bytedance, sem fazer referências explícitas aos EUA.
O
Ao contrário do discurso oficial
Governo chinês anunciou no fim-de-semana a criação de um mecanismo para restringir as actividades de empresas estrangeiras, medida vista como uma represália contra os Estados Unidos. O anúncio do Ministério do Comércio chinês, efectuado no meio da crescente tensão entre Pequim e Washington, não identificou qualquer empresa estrangeira. De um modo geral, menciona uma série de situações que podem colocar as empresas numa futura “lista de entidades não fiáveis”, passíveis de multas, restrição de actividades ou entrada de material e de pessoal na China. Esta lista incluirá as empresas cujas actividades “causem dano à soberania nacional da China e aos
SEGURANÇA APLICADA
Na sexta-feira passada, o Departamento de Comércio dos EUA anunciou que bloquearia os ‘downloads’ do TikTok e do aplicativo de mensagens WeChat (WhatsApp chinês) em sites de compra de aplicativos dos EUA a partir de ontem e que as autoridades do país vetariam seu uso integral nos Estados Unidos a 12 de Novembro, citando preocupações com a segurança nacional. No caso do WeChat, também vetou a partir deste ontem qualquer transferência de fundos ou pagamentos nos EUA por meio deste aplicativo, embora nem o Departamento de Comércio nem Trump tenham feito referência a isso neste sábado. A China disse no sábado que agirá contra empresas e indivíduos estrangeiros que “ponham em risco” sua soberania e segurança, e emitiu novas regras relacionadas à sua lista de “entidades não confiáveis”, anunciada há mais de 15 meses e ainda a ser publicada.
Bytedance “A empresa está comprometida em investir no sector de educação e planeia trabalhar com parceiros e accionistas globais para lançar projectos de inteligência artificial (IA) e salas de aula online.”
Anunciado mecanismo para restringir actividades de empresas estrangeiras na China
seus interesses em matéria de segurança e de desenvolvimento” ou que violem “as regras económicas e comerciais internacionalmente aceites”, de acordo com o Ministério. O anúncio surgiu depois de os Estados Unidos terem proibido o descarregamento, a partir de domingo, das aplicações TikTok e WeChat dos gigantes chineses ByteDance e Tencent, respectivamente. Em comunicado, o Ministério do Comércio chinês acusou no sábado Washington de intimidação
ao proibirem o descarregamento, da TikTok e do WeChat, e ameaçou retaliar. “Se os Estados Unidos persistirem nas suas acções unilaterais, a China tomará as medidas necessárias para proteger de forma resoluta os direitos e os legítimos interesses das empresas chinesas”, de acordo com a nota.
NA LISTA NEGRA
As tensões entre os Estados Unidos e a China estão a aumentar, desde Agosto, quando o Presidente
norte-americano, Donald Trump, em campanha eleitoral para a reeleição, apresentou um ultimato à TikTok, que acusou de espionagem industrial a favor de Pequim, sem ter divulgado quaisquer provas. O gigante das telecomunicações chinês está também numa “lista negra” norte-americana para a impedir de adquirir tecnologias dos Estados Unidos indispensáveis aos telemóveis que produz. Washington está também a pressionar a Europa para que exclua a Huawei das futuras redes de telecomunicações móveis de quinta geração (5G).
BESI HAITONG BANK PASSA DE LUCROS A PERDAS DE 12 ME NO 1.º SEMESTRE
O
Haitong Bank registou perdas de cerca de 11,53 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, contra lucros de 11,17 milhões de euros no mesmo período de 2019, foi anunciado. No relatório interno do banco divulgado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o presidente do Conselho de Administração (‘Chairman’) do Haitong Bank, Lin Yong, e o presidente da Comissão Executiva (CEO), Wu Min, sublinham que o banco enfrentou um duplo impacto da pandemia de covid-19, no primeiro trimestre na operação na Ásia e no segundo trimestre na Europa, mas refere que está confiante numa recuperação no segundo semestre. Devido a este duplo impacto, o rendimento bancário do Haitong baixou para 24 milhões de euros nos primeiros seis meses deste ano, menos 57 por cento que no mesmo período de 2019, adiantam os responsáveis. Apesar da pandemia, o banco diz que manteve uma forte posição em termos de capital, como um dos bancos mais capitalizados do sistema no primeiro semestre, com um rácio CET1 de 26,6 por cento e um rácio de capital de 33,8 por cento, referem. O Banco Espírito Santo Investimento (BESI) foi vendido em 2015 ao grupo chinês Haitong por 379 milhões de euros, dando origem ao Haitong Bank. Em 4 de Setembro, o acionista do Haitong Bank (ex-BES Investimento), a Haitong Securities, anunciou ter registado um lucro de 690 milhões de euros no primeiro semestre de 2020, que comparam com 707 milhões de euros registados no mesmo período do ano passado. Em comunicado divulgado, a ‘casa-mãe’ do Haitong Bank anunciou que registou lucros de 5,48 mil milhões de renmimbi, cerca de 690 milhões de euros no primeiro semestre do ano, “em linha com o resultado recorde atingido em 2019”, de 5,53 mil milhões de renmimbi.
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segunda-feira 21.9.2020
ÍNDIA DETIDOS NOVE ALEGADOS MEMBROS DA AL-QAEDA
A
Agência Nacional de Investigação (NIA), um organismo especial de combate ao terrorismo na Índia, deteve no sábado nove alegados membros da Al-Qaeda suspeitos de estarem a planear a realização de ataques terroristas no país. “A NIA recebeu informações sobre uma célula interestatal da Al-Qaeda que opera em vários estados indianos. O grupo planeava realizar ataques terroristas a instalações vitais na Índia com o objectivo de matar pessoas inocentes e espalhar o terror”, referiu uma nota divulgada pela agência indiana, esclarecendo que as detenções foram efetuadas em Ernakulam, no estado de Querala, e em Murshidabad, no estado de Bengala. De acordo com informações divulgadas pela NIA, a célula “participava activamente” na angariação de fundos e alguns membros do grupo planeavam viajar para Nova
Deli para adquirir armas e munições. Foi também apreendida “uma grande quantidade de material incriminatório”, como “documentos e literatura jihadi, armas afiadas, armas de fogo de fabrico doméstico e armadura corporal de fabrico local”. Todos os detidos, três dos quais residentes em Kerala e os outros seis em Bengala, serão levados aos tribunais estatais, indicou ainda a agência. A Índia tem acusado o Paquistão de apoiar o “terrorismo transfronteiriço” e de permitir a operação no seu território de grupos terroristas com o objectivo de atacar alvos indianos e fomentar sentimentos separatistas na região de Caxemira, acusações que já foram negadas pelo governo paquistanês. As autoridades indianas têm vindo a intensificar a ofensiva contra os grupos separatistas e pró-paquistaneses insurrectos, especialmente em Caxemira.
JAPÃO MAIS PÚBLICO EM ESTÁDIOS E CINEMAS
O
Governo japonês autorizou no sábado o aumento do número de espectadores nos recintos desportivos e nos cinemas, face à tendência decrescente do número de novos casos de covid-19 desde o mês de Agosto. As ligas profissionais de futebol e basebol - os dois desportos mais populares do país - podem permitir a entrada nos estádios até um máximo de 30 por cento da sua capacidade total, e ponderam a subida do limite máximo para 50 por cento da capacidade num futuro próximo, caso a situação pandémica evolua favoravelmente. Até agora, os estádios podiam acolher até 5.000 pessoas nas bancadas. Já os cinemas e teatros de
dimensão reduzida passam a ter os lugares todos disponíveis, embora os grandes cinemas e salas de concertos mantenham o actual limite de 50 por cento de ocupação. O executivo nipónico decretou, no entanto, a manutenção das medidas preventivas contra a covid-19, nomeadamente o uso obrigatório de máscaras, o respeito pela distância de segurança e a verificação de temperatura corporal à entrada de certos espaços fechados. Segundo o ministro da Revitalização Económica, Yasutoshi Nishimura, a “aplicação rigorosa” das normas é fundamental para permitir no futuro a entrada de mais pessoas. Paralelamente, cada estabelecimento pode decidir as suas próprias limitações de capacidade, desde que sejam respeitadas as directrizes do Governo, que são mais restritivas para espaços fechados, mal ventilados e onde não pode ser garantida uma distância mínima de segurança entre espectadores.
Parit Chiwarak, activista “A nação não pertence a ninguém, mas a todos nós. Abaixo o feudalismo, viva o povo.”
TAILÂNDIA DEZENAS DE MILHARES DE MANIFESTANTES PEDEM REFORMAS
Pimenta no reino
Manifestantes ergueram ontem perto do palácio real em Banguecoque uma placa na qual se podia ler que a Tailândia pertence ao povo e não ao rei, num desafio à monarquia, um assunto proibido no país
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ILHARESdepessoas exigiram, no centro da capital, mais democracia, uma reforma constitucional, a dissolução do parlamento e a demissão do primeiro-ministro. Muitos reclamaram também uma reforma da realeza. O protesto antigovernamental, liderado por estudantes, começou no sábado e juntou várias dezenas de milhares de pessoas ao fim do dia, na maior concentração desde o golpe de Estado de 2014 que colocou no poder o chefe do Governo e general na reserva, Prayut Chan-O-Cha, legitimado posteriormente em eleições controversas. A placa foi erguida em Sanam Luang, uma praça próxima do Grande Palácio real, para assinalar a revolução de 1932, que mudou a Tailândia de uma monar-
quia absolutista para uma monarquia constitucional. “Na madrugada de 20 de Setembro, neste local, o povo proclamou que este país pertence ao povo”, de acordo com parte da inscrição na placa. Em Abril de 2017, pouco depois de Maha Vajiralongkorn ter subido ao trono em 2016, a placa que assinalava, na mesma praça, o fim da monarquia absolutista em 1932, desapareceu e foi substituída por uma em defesa da monarquia. “A nação não pertence a ninguém, mas a todos nós”, sublinhou Parit Chiwarak, uma das figuras da contestação, perante a multidão. “Abaixo o feudalismo, viva o povo”, acrescentou. Um outro activista Panusaya Sithijirawattanakul, afirmou que as exigências apresentadas não pretendem o fim da monarquia. “São propostas com boas inten-
ções para que a instituição da monarquia continue graciosamente acima do povo sob um regime democrático”. Os manifestantes dirigiram-se em seguida para as imediações do poderoso conselho que assiste o soberano nas suas funções, para entregar uma petição.
PACIÊNCIA POLICIAL
Com manifestações quase diárias nas ruas de Banguecoque, os opositores têm confrontado abertamente a monarquia para exigir a não-ingerência do rei nos assuntos políticos, o fim da draconiana lei de lesa-majestade e a entrega dos bens da Coroa ao Estado. Apesar dos derrubes sucessivos de vários regimes, em 12 golpes de Estado desde 1932, a monarquia tem se mantido intocável na Tailândia, onde a lei de lesa-majestade prevê penas de três a 15 anos de prisão
por difamação do regime. O soberano tailandês, indo além do estatuto conferido pela monarquia constitucional, tem exercido uma influência considerável, frequentemente na sombra, nos assuntos públicos do país. Maha Vajiralongkorn, que acedeu ao trono após a morte do pai, o venerado rei Bhumibol, é uma figura controversa. Em poucos anos, reforçou o poder de uma monarquia já bastante poderosa, ao assumir directamente o controlo da fortuna real. Pelo menos 80 mil polícias foram destacados para a zona da manifestação. “A polícia recebeu ordens para dar provas de paciência. Os manifestantes podem concentrar-se, mas pacificamente e dentro do quadro da lei”, afirmou, no sábado, o porta-voz do Governo tailandês, Anucha Burapachaisri.
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Amélia Vieira
N
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ÓS - somos nós! - Trazemos essa força que isola intriga e está a mais. Ou nós, os que o são, enlouquecem os que estão? Seja como for, nada é mais intrigante e único que um ostracizado: incómodo, sem uma adjetivação que seja passível de adaptar-se-lhe, que num país de banidos, de génios, e extremados exemplos morais, cada ser reserve para si a sua caricatura para a representar na farsa colectiva. Outrora o papel de vítima seria mais um distintivo sacrificial, quase um emblema de regeneração, e as vítimas, não raro, eram de tal ordem maníacas que se autoflagelavam, exercendo sevícias para espantar a malignidade sabe-se lá de quê, mas funcionava nelas tal noção, que em casos assim mais vale recorrer ao masoquismo duro e simples por parte de um terceiro que munido de antipatia representativa chicoteie até ao êxtase, que para aquele que gosta de sofrer (ou deseja, curiosidade mórbida) qualquer grau de intensidade parece sempre aquém do desejado, tanto, que o carrasco lhes faz a vontade e por vezes até os mata. Assassino! - exclamam as gentes - pode não ser exactamente assim: pode ser apenas um ser usado para uma perfídia, a qual, também dali, não saiu sem prazer, sem um reviralho de apoteose final, pois assim como um ser se educa por várias e vitoriosas tentativas da vontade, outros há que se diluem na busca por formas escatológicas de prazer. Geralmente estes atormentados da escarninha vida lusa são um amontoado de gentes febris e repulsivas, um enfileirado demencial, escarro, sangue e fezes que ardilosamente incita ao vómito e ao recriar de outras intoleráveis manifestações. O estrebuchar do verme vai-lhes à goela como o oral sexo do juiz face a lamurientos interrogatórios de petizes, e, quer a arruaça ainda venha longe já há uma enorme ejaculação verbal com sinais vermelhos para identificar o grau de viscosidade de alguma eventual patranha. Não será uma pura análise o que aqui se trata, pois que para analisar este grau de coisas será necessário uma boa dose de “trampa” misturada à literacia e à iliteracia, ovacionada nas carrancas que todos ousam destapar por aí, será mais, como dizer... um apanhado do célebre «Escárnio» que «Maldizer» é coisa de fêmea e de fêmeos (os fêmeos poetisos ). Este calcanhar é tanto de Aquiles como de Jacob: ambos ficaram coxos pois que é uma parte da ligação que compromete o equilíbrio do corpo - população de coxos - que anda de pé. Sim! E sem a tão popular dor de costas não repararíamos nos atrasados graus de evolução... ainda lhes custa andar de pé, e o melhor, sem-
21.9.2020 segunda-feira
“Implorei ao punhal veloz
Expulsão THOMAS COLE
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pre, é que este vasto rebanho se sinta desconfortável e ameaçado frente ao bípede, que nos seus cóccix , consegue o erecto ainda ver vestígios de uma antiga cauda. Nada tem a ver com posições ideológicos que há muito foi perdendo dimensão, estamos numa outra margem onde se dá uma súmula de ataques infecciosos. Não teremos certamente razões para grandes delírios circunstanciais depois que a pandemia chegou, mas a ovação dada a uns e a outros tem afectado os
mais incrédulos que bizarramente parecem também vítimas de incapacidade crónica. O vaivém de dissabores aliado a uma hipnótica apologia de regime não traduz a inquietação de uma atmosfera bisonha onde todos com mais ou menos talento tentam blindar alguém, desclassificá-lo, numa orfandade argumentativa que só a jactância lhes admite. Há um policiamento cromático neste estranho reino que se polícia a propósito de tudo e de nada, e um cansaço demagógico
Outrora o papel de vítima seria mais um distintivo sacrificial, quase um emblema de regeneração, e as vítimas, não raro, eram de tal ordem maníacas que se autoflagelavam, exercendo sevícias para espantar a malignidade sabe-se lá de quê
que raia a demência pública. Melhores dias virão, ou a expulsão?(...) Haja o que houver temos de não sentir o que estes esboroares da razão nos impõem com supremacia estroina adiantada pela incorreção e por solilóquios que sempre nos parecem de extremo mau gosto. Mas o gosto de gostar não será retirado jamais àqueles que gostando, muito mais que desgostando, se vão desta cada vez mais bizarra situação se libertando. Esperemos que não se autoexcluam, estes viveiros de gentes bizarras, da sua própria e ténue condição humana que é dada por elementos ainda mais frouxos que as suas próprias pretensões. ....e Deus expulsou-o do jardim do Éden............ depois, colocou a oriente querubins com espadas flamejantes, guardando assim a árvore da vida Génesis 3-23.
ARTES, LETRAS E IDEIAS 15
segunda-feira 21.9.2020
dar-me a liberdade”
José Simões Morais
Opiniões para reformar a Procuraturia
A
Comissão, nomeada para estudar e propor o que julgasse mais acomodado à reforma do tribunal da Procuratura dos Negócios Sínicos da Cidade de Macau e composta pelo presidente João Ferreira Pinto, Dr. Alexandre Meireles de Távor, Thomaz José de Freitas, Francisco A. Pereira da Silveira e como secretário relator A. Marques Pereira, entregou ao Governador José da Ponte e Horta (1866-1868) o relatório publicado no Boletim da Província de Macau e Timor de 25/3/1867. “Há muitos anos que cuidadosamente se procurava definir com precisão as funções daquele tribunal, e assim se podem explicar as medidas provisórias que neste longo período se tem tomado com respeito à Procuratura dos negócios sínicos. (...) Não seria isto, porém, ainda bastante, se se não aliviasse o Procurador dos negócios sínicos da decisão de um grandíssimo número de pequenas questões, que diariamente ocorrem entre uma população de mais de 100 mil almas, e que vão causar tanto maior dano à instrução e julgamento das causas importantes quanto aquela decisão tem de ser contínua e imediata.” Após demorado exame, a comissão achou resultar em imenso proveito adoptar-se, “com respeito aos chineses desta cidade a instituição dos juízes de paz, acumulando as funções de juízes eleitos, e nomeados para cada biénio pelo governador da província, conforme a ordenou, no seu artigo 86.º, o ‘Regimento para a administração da justiça nas províncias de Moçambique, Estado da Índia, e Macau e Timor’, aprovado pelo decreto de 1/12/1866, estes juízes poderiam ser, para a indicada população, dois ou três, portugueses ou chineses naturalizados, terem no cível e no crime a alçada que a V. Ex.ª parecesse justa, vencerem com os seus escrivães os emolumentos que por lei, ad instar, lhes competissem, e prestarem juramento perante o Procurador.” De não menos é “a falta de um agente do ministério público junto ao tribunal da Procuratura, pois aí se dá hoje o caso de, em crimes graves, e na ausência de acusador particular, afim de não proclamar a impunidade, ser o juiz o promotor da justiça. Com o mesmo facto sofrem as causas de fazenda e as de órfãos e ausentes, pois a nomeação de um advogado, onde há tão poucos, além de ser injusta como regra, mal pode efectuar-se, ainda nos casos que mais a determinam.” Parecia, para remediar tal, fazer extensivas as atribuições do delegado do procurador da coroa e fazenda ao tribunal da Procuratura, o que estaria de “acordo com o regimento
dos delegados, que lhes manda sê-lo em todos os tribunais existentes na comarca onde se achem providos.” Mas os deveres do delegado de Macau são já tão numerosos e variados, que tal solução não resolvia o problema e facilmente embaraçava o desempenho das outras atribuições. “A comissão ousa lembrar a V. Ex.ª a justiça de uma proposta ao governo de Sua Majestade para a nomeação de um funcionário especial, devidamente habilitado, que seja, no tribunal da Procuratura, o magistrado do Ministério Público.”
TRIBUNAL MOVIMENTADO
“O estudo da prática do regulamento de 17/12/1862 e a circunstância do aumento da população e comércio chinês, determinaram a comissão a elevar, nesta sua proposta, a alçada cível e comercial da Procuratura ao dobro do que era, nos bens móveis, e a mais metade nos de raiz. – O tribunal para o recurso nestas causas, quando superiores à alçada, (...) deve continuar a ser o Conselho do Governo, fazendo dele parte nestas sessões, como
relator, o agente do Ministério Público na Procuratura, e, na sua falta, o delegado da comarca. Ordenou o mesmo regulamento de 1862, para todas as causas cíveis sem distinção, o processo por árbitros. O decreto de 5/7/1865, já com ciência dos efeitos até então observados, restringiu essa fórmula às causas comerciais. Para umas e outras mostra hoje de sobra a experiência que tal processo, além de nunca realizar o fim que se quis obter, - a breve decisão dos pleitos, - ofende amiúdo e gravemente a justiça. Compreendem os chineses mal a arbitração, e ainda menos a respeitam em suas decisões e se respeitam no exercício dela. O comparecimento pontual dos árbitros para a prestação do juramento, para a audição dos inquéritos, para todos os actos enfim cuja legalidade depende da sua presença, é consecução por tal modo difícil que chega a exigir não poucas vezes repreensões e outras medidas de rigor. Vencido este primeiro obstáculo, vê-se ainda que, a despeito das mais claras advertências, os dois árbitros se consideram procuradores das partes que os nomearam,
“Após demorado exame, a comissão achou resultar em imenso proveito adoptar-se, ‘com respeito aos chineses desta cidade a instituição dos juízes de paz, acumulando as funções de juízes eleitos, e nomeados para cada biénio pelo governador da província.’”
pelo que é sempre forçoso que vá a causa a um terceiro, cujo lado, ou não satisfaz à indispensável condição de desempate, ou se deixa curvar também de parcialidade, salvas poucas excepções, - a nomeação anual de uma turma de jurados chineses, de entre os quais se escolhesse à sorte um número limitado para a decisão de cada uma das causas comerciais, conduziria muito mais seguramente aos desejados fins de brevidade e justiça. A imediata sucessão do julgamento ao sorteio, e ainda mais a nomeação acertada dos comerciantes chineses designados para tão elevado ministério, afastaria completamente o receio de qualquer má influência das partes sobre seus julgadores. Ainda com respeito ao cível, pareceu à comissão que, para maior facilidade, pode continuar a fazer-se na Procuratura o processo de conciliação prévia, que a lei exige; pois que atribui-lo aos juízes assessores” produziria maior demora no andamento das questões e exigia mais numeroso pessoal de interpretação do que precisam esses tribunais para o conhecimento de pequenas questões de polícia. Nenhuma disposição considerou até hoje as atribuições da Procuratura quanto ao crime, “a não ser, haver alguns simples ofícios, limitando o prazo para as apelações, recomendando a observância de fórmulas impreteríveis, ou provendo enfim em assuntos destacados e ocasionais. A portaria de 19/11/1852, regulando em muito breves termos o processo geral da Procuratura numa época em que a população estimada da cidade era de 40 mil habitantes, em que os criminosos chineses eram entregues às autoridades de Hian-chan logo depois de uma simples averiguação verbal, em que finalmente era só quase o governo a instruir e julgar os casos que de sua natureza pediam mais atento exame, - portaria já não observada por não oferecer aplicação alguma às circunstâncias que nos últimos anos se deram. A comissão, guiando-se, pois, unicamente pelo estudo desta situação e do movimento do tribunal de que se ocupava, marcou a alçada que lhe determinavam os princípios de assimilação, atribuindo, porém, ao mesmo tribunal o julgamento de todos os demais crimes, com excepção dos de pena de morte. O tribunal superior para o julgamento destes últimos e decisão dos recursos, foi de voto a comissão com V. Ex.ª que deveria ser o da Junta de Justiça, por se darem nele todas as razões de competência, substituindo-se o Procurador nos casos de apelação ou agravo, e desempenhando a funções de relator nos de sentença.”
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segunda-feira 21.9.2020
Anabela Canas
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bicho. A respiração do bicho. A respiração volumosa do bicho. Ofegar audível e invisível. Lento, projectado. Do tamanho do corpo, é dizer pouco. Houvesse palavras impressas nas baforadas intensas, como sinais de fumo, e eram terríveis, talvez. E, a ter odor, fétidas, soltas, descompassadas. Está na arena porque foi ali colocado. Não sabe nada disso. Nem de que é para a morte nem nada. Nem de que a morte virá tarde, depois da humilhação e das farpas. Está ali porque lhe abriram as portas com direcção única. O túnel. E mesmo isso já lhe oferece uma raiva que o faz levantar poeiras ásperas na corrida. Nestes casos as caras conhecidas escondem-se para não ser cúmplices. Nem do túnel. Nesses momentos em que ninguém lhe toque. E noutros, sereno, sabe-se lá, de frente para as bancadas, alheado e surdo às provocações e ensaios do animal enfeitado e vaidoso em exibição de caracoletas e volteios segundo a arrogância da rédea. Também não merece coisas como essas tranças em cores. E penacho em repuxo a verter vaidade. O prémio de ser educável. E o bicho, ali, de costas voltadas ao inefável que o espera e a prolongar o tempo. Quando é assim, todo o tempo, dizem-no manso. Demais. Pateada. Querem-no a investir. Bravo mas de acordo com o protocolo e a direito. Em volta todos apostam no interruptor. Que está off. Se é fiesta é para correr para a que vem com habilidade precisa e rápida. Começar por aí. Mas isso era generosidade, não era fiesta. Deve correr. Dispara contra as bancadas, não sabe as regras. Simplesmente vai. Todo. Outros bichos. Sugam o sangue e inoculam a raiva. O controle da raiva é difícil para quem foi sugado. A teatralização de emoções ou o descontrole podem deixar que a raiva suba de tom. Mas isso é a raiva. Ali, a fúria. Disse mal: é fúria. Diagnóstico do bicho. A respiração do bicho. Este hausto irreprimido e forte. Da dificuldade em absorver vida sem cortes e sangramento. E como um suspiro vital, expelido com a força desesperada do último recurso. É fumo, essa impressão de vida, que se prolonga em minutos vazios. Fumo sem flor. Até podia ser vida sem dor. Mas não é isso que digo. São campos em que nasceu, esquecidos. Agora, vê-se ali, ainda inteiro.
ANABELA CANAS
O bicho
Cartografias
Tocam de leve a respiração do bicho. Sentem que vive. Não dizem. Voltam sobre a sombra, pé ante pé - range uma tábua, um resmalhar de cascalho a despertar a dor do bicho - e escrevem os átomos universais. Mas sem dizer o que foi visto. Nem que. Ficam feromonas discretas. Deixam-no só, para ali. Possante. O bicho levanta a cabeça e espuma. Depois. Não vá dar-se o caso de um medo. Levam-lhe as histórias quase histórias. Servidas com alfinetes de costura a uma distância segura. Grandes bandarilhas espetadas no curso dos dias. No torço e no cachaço revoltado e carnudo.
“Diagnóstico do bicho. A respiração do bicho. Este hausto irreprimido e forte. Da dificuldade em absorver vida sem cortes e sangramento. E como um suspiro vital, expelido com a força desesperada do último recurso.”
Nada que mate. Dessa morte que só vem depois. As feromonas criam um rasto de caminho útil às formigas. Um rasto de sangue na areia. Um animal violento pode apresentar-se de orelhas baixas, sem chifres, mas o olhar bovino é igual ao de outros campeões. Quando vítreo. O impulso, a velocidade a imprevisibilidade da rotação combinada com o impulso e a velocidade. Quantas toneladas de fúria em potência num touro em repouso? Antes do fogo. Pouco ou nada se saberá das emoções pombalinas. O que se sabe é do fogo e que o fogo que consumiu a cidade medieval. Veio o frio, uma ideia construtiva de rigor e geometria para evitar o fogo. Oposto do que existia. Fogo terrível e devastador como a ferida que dói é o outro no interior das paredes, no interior da cidade. Danos no que foi consumido. Talvez nada de estrutural. Talvez o que foi alma da combustão deixasse intacta a lâmpada. Se não era vela de arder até ao fim. Talvez haja dois tipos de pessoas nisto do fogo. As que ardem e se apagam e as que alumiam queimando combustível. O bicho arde e apaga-se. Foi programado para isso. Livre. Na campina anterior à queda de joelhos. O bicho não pode resistir ao fogo. Há que resistir ao bicho.
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identificar indivíduos infectados ainda antes de desenvolverem sintomas. O objectivo é usar o olfacto canino em aeroportos, hospitais e locais para quarentena.
MAST IRHAM | EPA
Uma equipa de investigação da Universidade de Adelaide, na Austrália, está a treinar cães para detectar pessoas infectadas com covid-19. Estudos anteriores indicam que os cães conseguem
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SOLUÇÃO DO PROBLEMA 26
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7 1 9 2 1 8 3 7
PROBLEMA 27
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2 3 3 6 7 1 0 9 6 1 0 2 7 Cineteatro
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C I N E M A
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TENET [B]
Um filme de: Cristopher Nolan Com: John David Washington, Robert Pattinson, Elizabeth Debicki 14.30, 18.00, 21.00
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UM ÁLBUM HOJE
CANÇÕES DO PÓS-GUERRA | SAMUEL ÚRIA
I’M LIVING’ IT [B] Um filme de: WONG Hing Fan
7 3Com: 2Aaron KWOK, 0 Miriam YEUNG,9Alen MAN4 14.30, 19.00 0 PENINSULA [C] Um filme de: Yeon Sang-ho MULAN [B] 8 0Com: 1 Gang Dong-won, FALADO EM INGLÊS Lee Jung-hyun 3 LEGENDADO EM CHINÊS 0 9 8 16.45, 21.15 14.30, 16.45, 19.15, 21.30 1 5 8 4 7 2 7 6 0 1 6 8 3 5 8 7 6 7 9 5 9 2 1 0 4 8 6 SALA 2
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SALA 3
“Temos todos a marca de água das revoluções”, ouve-se em “Aos pós”. É uma das músicas que integra o novo álbum de Samuel Úria, “Canções do pós-guerra”. Devia ter saído na Primavera, mas a pandemia levou a mudanças no calendário e acabou por ser lançado na semana passada. Não é necessariamente uma referência a guerra literal, mas antes a contendas pessoais, um incentivo à reflexão interior. O álbum tem nove canções, uma delas dueto com a cantora Catarina 32 Falcão, e Miguel Araújo também aparece neste projecto a tocar 0 em 5 “As 1 Traves”. 3 8 Os 2 vídeos 7 9 que acompanham as músicas mere9 7 8 6 1 5 3 0 cem ser vistos. Salomé Fernandes
30 9 4 0 6 7 1 8 3 2 5 4 6 67 3 2 8 9 0 4 5 1 78 2 4 1 7 3 5 82 91 2 0 6 4 6 4 0 2 9 8 1 3 5 7 3 85 4 1 24 5 6 32 9 7 0MULAN 2 3 4 5 7 6 0 1 9 8 03 20 6 7 41 57 8 3 92 19 5 9 6 0 4 7 8 2 3 1 7 0 9 3 16 49 6 2 5 8 7 1 3 8 2 9 5 4 6 0 Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos 6 4 94 39 1 03 6 28Colaboradores 82 5 7Anabela 4 Morais 2 José 5 Editores 9 João 0 Luz; 1 José6C. Mendes 8 Redacção 7 3 Andreia Sofia Silva; João Santos Filipe; Pedro Arede; Salomé Fernandes Canas; António Cabrita; António de Castro Caeiro; António Falcão; Ana Jacinto Nunes; Amélia Vieira; Duarte Drumond Braga; Emanuel Cameira; Gisela Casimiro; 9 5M.Tavares;JoãoPaulo8 Cotrim;6José Drummond; 4 87 7 9 33Gonçalo 14 Lobo 0 Pinheiro; 6 2Gonçalo 7 4 José 3 Navarro 0 de2Andrade; 5 José1Simões 9 Morais;LuisCarmelo;MichelReis;NunoMiguelGuedes;PauloJoséMiranda; Paulo Maia e Carmo; Rita Taborda Duarte; Rosa Coutinho Cabral; Rui Cascais; Rui Filipe Torres; Sérgio Fonseca; Valério Romão Colunistas António Conceição Júnior; André Namora; David 9 8 45 7 Chan; 22 5 3 João96 1 Jorge 03Rodrigues 67 Simão; Olavo Rasquinho; 3 0Paul2 1 Chi;6Paula4Bicho;9Tânia7dos Santos 8 Grafismo 5 Paulo Borges, Rómulo Santos Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Romão; Chan Wai www. Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare hojemacau. 9 com.mo 6 5 19 00Morada 25 Calçada 77 4deSanto 8 Agostinho, 3 n.º19,CentroComercial 1 8Nam9Yue,6.º7andar5A,Macau 3 Telefone 4 628752401 0 Fax228752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo 1 2 7 3 4 8
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ai, portugal, portugal
ANDRÉ NAMORA
O anti-benfiquismo é político
A
QUI em Portugal está tudo a ficar doido. Estou à vontade a escrever sobre o Benfica porque até sou portista. Mas, na verdade a loucura absolutamente anti-benfiquista é uma campanha política porque tem sido ao longo da semana passada um fartote de críticas por parte de políticos destacados e de personalidades que não gostam do primeiro-ministro António Costa. Temos em jogo, sem árbitro, uma panóplia de noticiários radiofónicos e televisivos, já não falando da imprensa, que tem abordado o facto de António Costa e Fernando Medina, presidente da edilidade lisboeta, terem sido escolhidos por Luís Filipe Vieira como fazendo parte de uma lista com mais 498 nomes para apoio à sua futura recandidatura à presidência do clube encarnado. E digo que está tudo doido ao criticarem Costa e Medina quando estas duas personalidades sempre foram sócios do Benfica e convidados a assistir aos jogos na tribuna do estádio da Luz. Então, um sócio de um clube não tem o direito e a liberdade de escolher um candidato? Não pode fazer parte de uma comissão de honra do seu candidato preferido? A demagogia tem imperado nas críticas dos mais distintos quadrantes nas redes sociais.Alvitram os detractores que a o cargo de primeiro-ministro e de presidente de Câmara é incompatível com o apoio a um candidato a presidente de um clube de futebol. Que o candidato Luís Filipe Vieira tem processos em tribunal e dívidas bancárias. Mas o que tem a ver o cu com as calças? Para sermos sérios temos que concordar que António Costa e Fernando Medina são sócios do Benfica e nessa condição têm acompanhado as vitórias e derrotas do seu clube, vibrado com os golos como os sócios de outro qualquer clube, têm tomado conhecimento das dificuldades em dirigir um
clube com a grandeza do Benfica, sabem dos balanços financeiros anuais, ocupam-se com a vida do clube e, talvez, por isso, é que preferem determinado candidato a dirigir os destinos do clube. Se Luís Filipe Vieira tem problemas judiciais, isso é uma questão com os tribunais. Nada tem a ver com a política. Se Vieira na qualidade de candidato à presidência do Benfica escolheu 500 sócios para a sua comissão de honra porque não vieram à baila os outros nomes? Naturalmente, que houve uma intenção de matar dois coelhos com uma cajadada. Assim, os alvos das críticas têm sido Luís Filipe Vieira e António Costa. Vieira porque se tem processos no Ministério Público não tem credibilidade e seriedade para dirigir o clube, com os críticos a esquecerem-se do que diz a lei ao referir que até em julgado todo o cidadão é inocente. Por outro lado, António Costa leva pela medida grossa porque é o secretário-geral do Partido Socialista e é importante para os políticos adversários mancharem a sua imagem o mais possível com a mira de em futuras eleições poderem destroná-lo, esquecendo-se que as sondagens dão os socialistas perto da maioria absoluta. É óbvio que a proximidade entre a política e o futebol causa sempre polémica, mas neste caso, o primeiro-ministro fez muito bem em afirmar que não tem nada a dizer sobre
Assistimos a posições descabidas e intencionais com o fim de denegrir a imagem de Costa. Acusam-no de promiscuidade, que os negócios do futebol são sujos e ilegais, que se Luís Filipe Vieira está a contas com a justiça também António Costa ao apoiar um dirigente com problemas judiciais passa a ter o mesmo carisma
o assunto porque a sua posição no clube da Luz nada tem a ver com a sua participação política na vida pública. Só que assistimos a posições descabidas e intencionais com o fim de denegrir a imagem de Costa. Acusam-no de promiscuidade, que os negócios do futebol são sujos e ilegais, que se Luís Filipe Vieira está a contas com a justiça tambémAntónio Costa ao apoiar um dirigente com problemas judiciais passa a ter o mesmo carisma. Nada mais errado. O que tem o primeiro-ministro a ver com contratações ou vendas de jogadores, com obras no complexo do Seixal, com os funcionários do clube que andaram ligados ao mundo da droga, com as pesquisas ilegais efectuadas pelo hacker Rui Pinto? Que eu saiba, nada. Sendo assim, há que ter um pouco de seriedade mental ao acusar-se uma pessoa com um cargo de Estado sem ter os fundamentos legais. Direi mais, sem eu ter qualquer ligação partidária: António Costa teria todo o direito de mover uma queixa-crime contra os principais adversários políticos que deixaram na praça pública a ideia de que o socialista primeiro-ministro era igual ao “vigarista” Luís Filipe Vieira. Há acusações e insinuações intoleráveis. Não pode valer tudo em política e na rivalidade clubística. Quem não for benfiquista deve respeitar o bom nome do clube representado pelos seus directores eleitos. Se não se gosta de um primeiro-ministro e pretende-se efectuar uma luta política, arranjem-se argumentos políticos com veracidade para essa mesma luta. Asemana que passou fica tristemente marcada pela demagogia e radicalismo demonstrado por certas facções políticas e desportivas. Portugal não pode continuar a assistir à destruição do carácter sem qualquer lógica de quem ocupa lugares cimeiros no espólio político. O mais lamentável é que Luís Filipe Vieira acabou por retirar os nomes dos sócios benfiquistas António Costa e Fernando Medina da comissão de honra para a sua recandidatura alegando que a “companha difamatória e ofensiva” contra as duas individualidades e contra ele próprio “está a ultrapassar todos os limites”. Os detractores ganharam o jogo, sem árbitro. *Texto escrito com a ANTIGA GRAFIA
“Os cães nunca me mordem. Só os humanos.”
Coreia do Norte Imagens de satélite indicam grande parada militar
24H de Le Mans Filipe Albuquerque fala em “sonho concretizado”
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Coreia do Norte está a preparar uma grande parada militar em Pyongyang para assinalar os 75 anos do partido no poder, em Outubro, indicam imagens captadas por satélites norte-americanos. A confirmar-se, o desfile vai ser organizado numa altura em que se mantêm em vigor as medidas contra a propagação da pandemia de covid-19 no país. As imagens foram fornecidas pela Maxar, uma companhia de satélites com sede no Colorado, Estados Unidos, e mostram milhares de pessoas em formação na Praça Kim Il Sung, em Pyongyang, a treinarem um desfile. O aniversário do Partido dos Trabalhadores assinala-se no dia 10 de Outubro. A Coreia do Norte costuma exibir novos equipamentos militares nos desfiles que marcam as datas relacionadas com o regime. Pyongyang insiste que o país não regista um único caso de covid-19, uma declaração muito contestada por especialistas internacionais. Na segunda-feira, a agência de notícias da Coreia do Norte indicava que o país está a intensificar as medidas contra a crise sanitária. O líder norte-coreano, Kim Jong Un apelou à unidade dos 25 milhões de habitantes no sentido de enfrentarem as várias crises, incluindo a pandemia e os estragos provocados pela recente passagem de um tufão.
Índia Jornalista detido por vender informação aos serviços chineses
A polícia de Nova Deli deteve um jornalista indiano, uma cidadã chinesa e um nepalês por alegadamente vender informação confidencial aos serviços secretos chineses, divulgaram ontem as autoridades. O jornalista de 61 anos, identificado como Rajeev Sharma, foi detido após uma busca à sua casa, na qual “documentos confidenciais relacionados com o Departamento de Defesa da Índia e outros documentos incriminatórios foram apreendidos”, disse o subcomissário da polícia, Sanjeev Kumar, em comunicado, citado pela Efe. Sharma, que se encontra em prisão preventiva desde dia 14 de Setembro, “trabalhava para funcionários dos serviços secretos chineses”, acrescentou. As forças de segurança detiveram também Qing Shi, de origem chinesa, e o nepalês Sher Singh, conhecido por ‘Raj Bohra’, por alegadamente fornecer “enormes quantidades de dinheiro” em troca de informação. PUB
segunda-feira 21.9.2020
PALAVRA DO DIA
Marilyn Monroe
Não racha lenha Países europeus refutam decisão dos EUA de restabelecer sanções contra Teerão
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S ministros dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, França e Reino Unido refutaram ontem a decisão unilateral dos Estados Unidos de restabelecer todas as sanções internacionais contra o Irão, alegando que Washington abandonou o pacto nuclear com Teerão. Os Estados Unidos “retiraram-se do acordo em 8 de Maio de 2018, pelo que já não fazem parte deste mecanismo”, afirmaram os três ministros num comunicado conjunto. “As decisões ou medidas que (os Estados Unidos) possam adoptar em relação a este processo não têm qualquer efeito jurídico”, disseram os três países. O comunicado foi emitido depois de o Governo norte-americano ter declarado no sábado à noite que todas as sanções internacionais contra o Irão tinham sido restabelecidas e avisado que iria tomar medidas, além de ameaçar os membros da ONU que se lhes opusessem. “Mantemos o nosso objectivo de manter a autoridade e integridade do conselho de
segurança da ONU”, dizem os ministros dos três países no comunicado, onde também expressam o empenho no acordo nuclear com o Irão.
DECLARAÇÃO DE MOSCOVO
O Ministério dos Negócios Estrangeiros russo também denunciou ontem a declaração unilateral dos Estados Unidos de que as sanções da ONU contra Teerão estavam de novo em vigor, sublinhando que as reivindicações de Washington não tinham base
“As iniciativas e acções ilegítimas dos Estados Unidos não podem, por Ministério dos Negócios Estrangeiros russo definição, ter consequências jurídicas internacionais para outros países.”
legal. “As iniciativas e acções ilegítimas dos Estados Unidos não podem, por definição, ter consequências jurídicas internacionais para outros países”, disse o ministério num comunicado. A Rússia, um aliado chave do Irão, acusou Washington de fazer uma “representação teatral” e salientou que as declarações dos Estados Unidos “não correspondem à realidade”. Adecisão dos EUAfoi formalizada através de uma declaração do secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, que recorda que Washington iniciou em Agosto um procedimento na ONU para restabelecer todas as sanções internacionais contra o Irão. Estas sanções foram levantadas devido ao acordo nuclear assinado em 2015, depois de um longo processo de negociação, do qual Washington se retirou em 2018 por considerar que Teerão não estava a cumprir os seus compromissos. Uma maioria do conselho de segurança, que até agora não tomou qualquer medida sobre o assunto, considera que os Estados Unidos não têm o direito de utilizar este mecanismo.
piloto português Filipe Albuquerque (United Autosports) considera “um sonho concretizado” ter vencido ontem a prova das 24 Horas de Le Mans em automobilismo, na classe LMP2, “por Portugal”. O triunfo valeu ao piloto de Coimbra, que faz equipa com os britânicos Phil Hanson e Paul di Resta no Oreca, a conquista matemática da Taça do Mundo de Resistência. Para que o título seja efectivo, basta a Albuquerque alinhar à partida da última prova, no Bahrain. “Pontualmente, já o conseguimos, mas, regulamentarmente, precisamos de alinhar na última corrida no Bahrain. Por isso, para já, podemos festejar a vitória em Le Mans, o resto virá a seu tempo. Aequipa fez um trabalho extraordinário, nós pilotos demos sempre o nosso melhor e não tenho dúvida que somos justos vencedores”, disse Albuquerque, que viveu o último turno de condução a partir das boxes. O piloto luso considerou que foi uma “corrida incrível”. “Foi uma corrida muito suada, mas trazemos o caneco para casa. Foi mesmo até à última volta”, comentou Albuquerque, após ver o companheiro Phil Hanson cortar a meta em primeiro, batendo a equipa do outro português em prova, António Félix da Costa (Jota). As últimas voltas foram de cortar a respiração, com o Oreca da equipa de Albuquerque a ter de ir às boxes reabastecer a sete minutos do final. No entanto, Phil Hanson, que quase se despistava à entrada e à saída das boxes, conseguiu sair à frente do britânico Anthony Davidson, um dos companheiros de Félix da Costa, juntamente com o mexicano Robert González. Davidson acabaria por parar uma volta mais tarde, também para reabastecer, deixando Filipe Albuquerque com um suspiro de alívio.