Hoje Macau • 2011.01.25 #2296

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Director carlos morais josé • terça-feira 25 de janeiro de 2011 • ANO X • Nº 2296

Em 17 episódios, as festividades multiculturais são passadas a pente fino no “Olhar Macau”

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os nossos contactos mudaram

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centrais

Deputada lança acusação

Governo só age quando imprensa denuncia

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Um ano depois de abrir, Centro de Ciência continua a meio-gás e sem dar atenção às falhas página 6

Stanley Ho transfere acções da STDM para terceira mulher

Dança dos tronos

• Última

Combustível

Carro de Chui fica fora de limitação •P.7

Gabinete de Ligação

Aprendam mais com a China • Última

Pode-se dizer que Stanley Ho deixou de ser o rei do jogo. O magnata fez saber ontem que transferiu a sua participação de 4,8% na Sociedade de Turismo e Diversões de Macau SA (STDM) para a empresa da família Lanceford Ltd, uma operação considerada como mais um passo na sua sucessão. Assim sendo, a Lanceford, que detinha 26,8% cento das acções da STDM, constituindo o maior accionista individual, reforçou a sua participação na empresa, passando a deter 31,6% do capital, ao absorver 4,8% das acções que estavam

em nome de Stanley Ho. Depois de já ter passado, no mês passado, a pasta de administrador-delegado da Sociedade de Jogos de Macau (SJM) para Angela Leong, a sua quarta mulher, entra agora em acção a sua terceira esposa, Ina Chan Un Chan, que terá a oportunidade de discutir um lugar no conselho de administração da SJM. Ainda assim, ninguém está mais bem posicionado do que a directora executiva, ou seja, Angela Leong, para manter o controlo das operações. >página 4

Mais de 600 futebolistas de Macau “à venda” no Football Manager

Treinadores de teclado

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2 Gregos e japoneses são os mais pessimistas quanto ao seu futuro pessoal e à evolução do seu país. Chineses são os que mais importância dão a “sentirem-se livres” para uma vida satisfatória São os jovens brasileiros e indianos os que vêem com mais optimismo o futuro - tanto a sua própria vida como os próximos anos do seu país. Não é de admirar, dirão: são duas potências emergentes, dois grandes países que estão a tornar-se gigantes económicos. Mas as contas não são assim tão simples. A democracia é um factor importante para os jovens sentirem confiança no futuro: há mais chineses a apostar que o seu país tem um futuro prometedor do que no seu próprio sucesso pessoal. Um estudo francês conduzido pela empresa de sondagens TNS Sofres para a Fundação para a Inovação Política (Fondapol), divulgado esta semana, faz um retrato da juventude, em 2011, em 25 países (África do Sul, Ale-

actual Jovens chineses põem sucesso do país em primeiro lugar

Exemplo de optimismo

manha, Austrália, Brasil, Canadá, China, Espanha, Estónia, Estados Unidos, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Índia, Israel, Itália, Japão, Marrocos, México, Polónia, Roménia, Reino Unido, Rússia, Suécia, Turquia). A leitura que faz traduz a geopolítica - e, necessariamente, a crise económica. Assim se descobre como os

jovens cidadãos (16 a 29 anos) dos grandes países em desenvolvimento que já deram o salto para se tornarem importantes economias do planeta, como o Brasil e a Índia, e onde a riqueza económica começa a reflectir-se em melhorias no bem-estar dos cidadãos, são os mais optimistas. Na Índia, 90 por cento acreditam que o seu futuro pessoal é prometedor, e que o futuro do país também o é. Nos próximos 15 anos, aquilo com que sonham 60% dos indianos é “ganhar muito dinheiro (só 47% dos europeus pensam no mesmo). E há mais jovens que querem tornar-se célebres (27%) do que a querer um diploma universitário (24%). Influências do filme Slumdog Millionaire? Já os brasileiros acreditam mais em si próprios (87%) do que têm fé na nação. Essa ainda está presa por aquele cepticismo de quem sempre ouviu dizer que “o Brasil é o país do futuro”, mas nunca via esse

China pode decidir valorizar yuan em 2011

A tão sonhada mudança

A China pode decidir valorizar a sua moeda ao longo de 2011, sem admitir derrota na batalha com a comunidade internacional em relação ao valor do yuan, disse o ex-secretário do Estado dos EUA, Henry Kissinger. Durante uma entrevista concedida à rede de notícias CNN, Kissinger - que trabalhou na abertura das relações entre China e EUA há 40 anos - disse que ficaria “desapontado” se o país asiático não adoptasse esse tipo de postura em relação ao câmbio. “Se não pode ser feito de forma que pareça uma derrota chinesa, ou em outras palavras, se eles não podem subir numa tribuna e dizer ‘aceitamos valorizar a moeda’, acho que agora conhecem uma forma de fazer isso por meio de concessões mútuas ao longo de um período de, digamos, um ano”.

Kissinger reconheceu, porém, que a mudança talvez não reflicta o que os EUA almejam. “Acho que [o secretário do Tesouro] Tim Geithner apresentou nesta questão uma coisa que não combina com a forma como os chineses definem respeito por eles próprios e que não parece tão produtiva” para os americanos. Pequim assumiu o compromisso de adoptar uma política cambial mais flexível para o yuan, de forma a transformar a moeda numa rival global ante o dólar, mas críticos afirmam que a China ainda subvaloriza sua moeda para beneficiar o sector exportador do país. Os chineses dizem que uma oscilação muito acentuada na taxa de câmbio afectaria as indústrias dependentes de exportações e provocariam não só a perda de milhares de empregos, mas também revoltas populares. Desde Junho de 2010, quando as autoridades da China decidiram flexibilizar o câmbio, o yuan teve uma valorização de 3,6% em relação ao dólar, mas Geithner disse na semana passada que a apreciação real da moeda chinesa ante o dólar foi na verdade superior a 10% por causa da inflação.

futuro chegar. Ainda assim, 72% têm fé nas promessas do futuro brasileiro. Já na China, que 58% da juventude em todo o mundo identifica como um país que desempenhará um papel muito mais importante, dá-se a situação inversa: 82% dos jovens acreditam que a nação terá um futuro prometedor, enquanto 73% dizem acreditar no seu próprio sucesso. Mas a abertura ao mundo, a mundialização, é considerada quase unanimemente uma oportunidade (91%). Os jovens chineses querem ganhar muito dinheiro e têm orgulho na riqueza da China. Mas do inquérito ressalta uma característica única: os jovens chineses dão uma importância enorme a “sentirem-se livres” para poderem afirmar que a sua vida é satisfatória (40%). São valores bem acima dos citados pelos norte-americanos (21%) ou da média europeia (22%), a recordar

que a China, apesar de toda a sua pujança económica, é ainda um regime comunista, onde não são respeitados os direitos humanos e onde falta a liberdade. Fora de época

Mas este é o lado do mundo onde os jovens conseguem ver céus azuis quando pensam no futuro. Há outro onde o horizonte é carregado, e quase sempre coincide com locais de crise. A juventude grega é a mais pessimista de todas. Só 43% dos jovens conseguem achar que têm um futuro prometedor, em termos pessoais - e, quanto ao país, apenas 17% acredita nele. E para se ver como a crise económica semeou a desesperança no berço da democracia, apenas sete por cento se sentem contentes com a situação do país e 35% sonham em emigrar. Só 23% dos gregos se dizem satisfeitos de viver nesta época.

Nova lei proíbe violência nas expropriações na China

Ilha Verde fora do continente O Executivo chinês emitiu uma nova norma que proíbe o uso da violência nas expropriações obrigatórias de imóveis no país asiático, um dos principais motivos de tensão social e política, responsável anualmente por milhares de protestos. A agência oficial de notícias Xinhua informou que o Conselho de Estado da China aprovou uma nova regulação de expropriações e compensações em substituição à vigente desde 2001 para travar o descontentamento da população. Com imediata entrada em vigor, a lei proíbe a violência e as frequentes medidas coercitivas por parte das autoridades locais, tais como o corte no abastecimento de electricidade e de água para forçar a evacuação dos inquilinos. Da mesma forma, as autoridades não poderão participar das tarefas de demolição e recolocação dos inquilinos e proprie-

tários, e os governos locais também ficam impedidos de intervir nas demolições a menos que o tribunal correspondente aprove. Outro dos aspectos mais polémicos da actual regulação se refere ao preço de compensação, que na maioria de casos era irrisório ou inexistente. A nova lei especifica que se deve aplicar com base no valor real de mercado do momento da desapropriação. As denúncias de irregularidades em expropria-

ções e desalojamentos na China chegam a 100 mil e aumentam a um ritmo anual de 20%, conforme dados do Ministério de Terra. Calcula-se que na última década mais de 40 milhões de agricultores, a população mais desfavorecida, foi desapropriada na China para desenvolver áreas industriais e imobiliárias, sectores que vivem na actualidade um super aquecimento económico e bolhas especulativas.


O senhor que nunca se engana, raramente tem dúvidas, não lê jornais, responde pneumogastricamente às perguntas e não comenta coisa alguma, esse senhor continua sendo o presidente da República Portuguesa. Por inacção da república e apesar de, em relação a 2006, ter perdido mais de meio milhão de eleitores, exactamente 545.327 votos, recorde absoluto de abstenção popular. Helder Fernando, P.15

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Mais de 2500 representantes de 100 países reúnem-se amanhã na Suíça

Davos, o Fórum que se segue futuro próximo, o encontro em Davos vai ter a presença do ministro do Comércio chinês, Chen Deming e do presidente da Comissão Reguladora Bancária da China, Liu Mingkang. Para a China o ano 2011 marca também a primeira década como membro da Organização Mundial do Comércio, uma admissão que levou mais de dez anos a ser discutida. No dia 27 vai haver no Fórum, uma reunião especialmente preparada para marcar o aniversário da China como membro da OMC. Hoje a segunda maior economia do mundo, a China espera em 2011 alcançar

Maria João Belchior info@hojemacau.com.mo

“Normas partilhadas para uma nova realidade” vai ser o mote do encontro anual do Fórum Económico Mundial que começa esta quarta-feira em Davos, na Suíça. De 26 a 30 de Janeiro, o encontro de Davos deste ano vai juntar 2500 representantes de mais de 100 países. Angela Merkel, David Cameron, Medvedev, Sarkozy, Felipe Calderón estão entre a lista dos convidados que durante quatro dias vão discutir mudanças necessárias para o actual cenário económico. O total de presenças vai dividir-se entre empresários, chefes de Estado, ministros das finanças e presidentes dos principais bancos mundiais. Com a China e a Índia como actores principais no

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Inflação é o principal problema para o Governo chinês

Desaceleração necessária A inflação será o maior problema da China em 2011, especialmente no primeiro semestre, mas poucos analistas acreditam que as medidas de contenção que o Governo será obrigado a adoptar levem a um pouso forçado da economia. A maioria aposta numa aterragem suave, com o crescimento a rondar a casa dos 9%. A desaceleração é vista como necessária em razão dos temores de super aquecimento despertados pela expansão acima do esperado no quarto trimestre do ano passado, que levou a um aumento de 10,3% no Produto Interno Bruto (PIB) de 2010. “A inflação é significativa, mas manejável”, avaliou Arthur Kroeber, da consultoria Dragonomics. Na sua avaliação, o crescimento continuará alto em 2011 e poderá fechar o ano em 9%, apesar do esperado aperto monetário. Nesse ritmo de expansão, Kroeber estima que o Governo conseguirá manter o índice de preços nos limites da meta oficial de 4%. Mas se o crescimento voltar à casa dos dois dígitos, as pressões inflacionárias também aumentarão, o que exigirá medi-

das mais drásticas para esfriar a actividade económica. Depois da divulgação do PIB de 2010, Wang Tao, economista-chefe do UBS na China, elevou de 9% para 9,6% sua previsão de crescimento para 2011, que foi acompanhada da alta na estimativa de inflação de 4,3% para 4,8%. Ainda assim, Wang não acredita que o governo adoptará medidas drásticas de contenção. Segundo ela, as autoridades de Pequim ainda estão inseguras com a retomada do crescimento nos Estados Unidos e na Europa e não acreditam que a inflação dos alimentos seja resultado da expansão monetária - portanto, não seria amenizada com alta de juros ou aumento do depósito compulsório dos bancos. A economista espera que as taxas de juros subam um ponto percentual ao longo dos próximos 12 meses e aposta em várias elevações do depósito compulsório, que é o percentual dos depósitos que os bancos devem deixar imobilizado, diminuindo a quantidade de dinheiro disponível para o crédito.

um crescimento do Produto Nacional Bruto de 9,8%, segundo o estudo mais recente divulgado pelo Instituto de Previsão Económica da Academia de Ciências Sociais. Em 2010 o crescimento foi de 10,3%. Com a inflação esperada para este ano a um nível mais baixo que no anterior, o governo anunciou que o valor deve situar-se à volta dos 3,7%. Mas sendo hoje um motor da economia mundial, a República Popular não está isenta de problemas que vão além da disparidade entre o campo e a cidade. O receio da bolha de especulação imobiliária na China é outro dos temas a estar na agenda

em Davos. Os preços por metro quadrado mais do que quadruplicaram nos últimos anos nas maiores cidades chinesas. O que isto pode significar na economia chineses e mundial, é já há alguns anos referido por vários economistas que receiam os efeitos dessa bolha que não está a ser controlada pelo governo. Também em cima da mesa, a crise da dívida dos países da Zona Euro vai levar a encontros bilaterais e multilaterais durante os quatro dias de duração do Fórum. Para alguns governos, o encontro em Davos é uma forma de chamar mais investimento ao seu país.


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política

Terceira esposa com parcela grande mas longe do poder

Stanley Ho passa ceptro Kahon Chan

kahon.chan@hojemacau.com.mo

O império de Stanley Ho mudou de mãos. A mais recente transferência de participações da STDM, a empresa-mãe da SJM Holdings que deu ao magnata o controlo da sua “fábrica de dinheiro”, acabou por deixálo sem o controlo efectivo e deu à sua terceira mulher – Ina Chan Un Chan – uma parcela mais equilibrada no maior operador de casinos de Macau. Apesar de a parcela de Ina Chan lhe permitir discutir um lugar no conselho de administração da SJM, ninguém está mais bem posicionado do que a directora executiva Angela Leong para manter o controlo das operações. Confirmando os anúncios anteriormente feitos pela Shun Tak Holdings e pela SJM Holdings, Stanley Ho terá cedido as suas participações de controlo em ambas as

empresas cotadas em bolsa, apesar de estar a melhorar de saúde desde o enfarte que sofreu no Verão de 2009. Philip Tulk, analista da RBS em Hong Kong, considera que os investidores ficam assim mais descansados. “É provavelmente uma boa coisa para quem é accionista da SJM, porque ele está a tentar assegurar que não haverá uma grande luta quando ele se for”, explicou. A SJM Holdings (0880. HK) suspendeu as suas transacções na bolsa de valores de Hong Kong mais cedo durante a sessão de ontem e fez o anúncio após o meio-dia de que Stanley Ho tinha abdicado de todas excepto 100 unidades de acções ordinárias na STDM, pondo um fim ao seu controlo estrutural e participativo no império. Antes dessas mudanças, Stanley Ho detinha directamente uma participação de 4,839% na STDM e 26,816% de forma pub

AVISO

[Nº165/2011] Avisam-se os herdeiros dos ex-arrendatários abaixo mencionados que os objectos existentes nas fracções abaixo mencionadas foram, temporáriamente, guardados pelo Instituto de Habitação: Ho Lai Hing - 14ºandar sala A, do Torre C, do Bairro Tamagnini Barbosa, sito na Avenida Artur Tamagnini Barbosa, em Macau; Lou Hou - 6º andar sala nº614, do Edifício D. Julieta Nobre de Carvalho B, sito na Avenida Artur Tamagnini Barbosa, em Macau; Chan Son Veng - 1º andar sala E, do Bloco 10, do Bairro Social da Taipa, sito na Rua de Ponte Negra, em Macau. Caso queiram reclamar os referidos objectos, deverão dirigir-se à Divisão de Fiscalização Habitacional do IH, sita no nº102 da Travessa Norte do Patane, no prazo de 30 dias, a contar da publicação do presente aviso. Se não reclamarem os objectos acima mencionados dentro do prazo estabelecido, o IH tratará, como melhor entender, os mesmos. Macau, aos 18 de Janeiro de 2011 O Presidente, Tam Kuong Man

Ina Chan (a primeira do lado esquerdo) passa agora a ter mais mão na STDM

indirecta, através da companhia Lanceford. Aparentemente, o multimilionário terá transferido a totalidade da sua parcela directa para a Lanceford antes de distribuir todas as suas acções entre “familiares” que não foram identificados. O anúncio esclareceu que a alteração não implicaria “nenhum efeito sobre a propriedade total” dos membros da família de Ho, nem mudanças na administração estratégica da empresa, mas não foi fácil convencer o público de que este jogo de transferência de participações não faria qualquer diferença, o que ficou comprovado numa queda de 9% no valor das acções antes de uma recuperação parcial. A Lanceford notou a preocupação e emitiu um comunicado através de uma agência de relações públicas para “evitar especulação desnecessária na imprensa”: Ina Chan, a “terceira esposa”, ganhou o controlo de 50,55% das participações na Lanceford e cinco filhos de Lucina Ho (Pansy, Daisy, Maisy, Josie e Lawrence Ho) iriam dividir entre si e de forma igualitária as restantes 49,45%.

Alguns dos filhos são novos na STDM. Josie Ho, actriz de Hong Kong que teve um papel discreto no “blockbuster” de Hollywood “Contagion”, é um dos novatos no jogo do poder e a sua entrada foi particularmente notada devido à sua reconhecida resistência em se envolver nos negócios da família. Pansy Ho detinha 0,117% da STDM antes da transferência de acordo com o anunciado pela SJM Holdings, enquanto os seus irmãos também estavam profundamente envolvidos na Shun Tak Holdings ou noutros operadores de casinos. A Shun Tak também controla 11,5% da STDM. Os controladores

Como a Lanceford controla 31,7% da STDM, que por sua vez controla 55,7% da SJM Holdings (que detém a concessão de jogo e 30% de quota de mercado em Macau), o controlo maioritário da Lanceford garante uma presença significativa na SJM Holdings e Ina Chan está no centro das atenções, em vez dos cinco filhos, cujo ganho de poder é nominal. A terceira esposa detinha

Apesar de a parcela de Ina Chan lhe permitir discutir um lugar no conselho de administração da SJM, Angela Leong mantém o controlo das operações uma parcela nominal de 0,235% na STDM antes da transferência, mas o seu controlo maioritário (50,55%) da Lanceford permitir-lhe-ia exercer grande influência sobre o operador de casinos. Se a Fundação Henry Fok foi capaz de inserir Timothy Fok no conselho de administração da SJM Holdings com cerca de 26,6% de participação na STDM, Ina Chan estaria ainda mais bem posicionada para fazer o mesmo, com a sua parcela de 31,7% na STDM. De acordo com o relatório e contas da SJM de 2009, o controlo de Ina Chan

sobre a Lanceford deveria fazer dela a detentora do poder na STDM, mas esse entendimento perde força na nova matriz de propriedade que se estende a mais membros da família. Além disso, apesar da parcela efectiva de Chan na SJM por proporção simples ser de 8,9%, comparada com os 7,69% de participação directa de Angela Leong na empresa na sequência de uma transferência de Stanley Ho há pouco mais de um mês, a quarta esposa tem também a vantagem de ter sido nomeada directoraexecutiva da SJM Holdings no mês passado e de contar com uma longa presença na companhia e um envolvimento enraizado em todos os aspectos da empresa, desde os preços de espaços comerciais no Hotel Lisboa até aos laços próximos com operadores de salas de jogo VIP, ou o projecto de parque temático, que tem sido reivindicado como projecto à parte da SJM. A parcela na STDM é outro impulso para Ina Chan uma vez que entrou para a política ao fazer parte do comité de Guangdong da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC) desde Janeiro de 2010. Chan nasceu em Macau e tornou-se enfermeira no Hospital de São Januário antes de mudar de emprego para ser enfermeira particular e emigrar para Hong Kong no final dos anos 70. Acabou por manter uma relação com Stanley Ho ao tomar conta da sua primeira mulher (Clementina Leitão Ho) nos anos 80 e teve três filhos do magnata dos casinos. Actualmente, detém o cargo de terceira vice-presidente no Hospital Tung Wah, uma das maiores organizações de beneficência de Hong Kong, bem como de directora de numerosas empresas em Hong Kong. Abriu uma loja de antiguidades nos anos 80 e também uma empresa de administração de propriedades em 2004 para tomar conta dos apartamentos que ia adquirindo. Pelo menos duas das irmãs de Chan estão envolvidas em negócios próximos da STDM, incluindo o serviço de helicópteros.


Coutinho interpela Chui Sai On pela impossibilidade de Ho ser testemunha Depois da já muito badalada decisão de Chui Sai On em não deixar Edmund Ho testemunhar no caso conexo ao escândalo Ao Man Long, José Pereira Coutinho interpelou ontem, por escrito, o Chefe do Executivo. O presidente da ATFPM e deputado da AL exige saber “quais os fundamentos, de direito e de facto, para tal impedimento”. A dúvida surge devido à lei de 22/2009, que impõe limitações aos principais cargos do Governo após a cessação de funções, no que diz respeito a temas confidenciais, mas que não impede directamente que um titular de um desses cargos possa ser inquirido como testemunha. Pereira Coutinho acusa o Chefe do Executivo de ter tomado esta decisão sem fundamentos legais.

Não foi preciso uma segunda volta para Cavaco Silva ser reeleito presidente da República Portuguesa nas eleições de domingo. O candidato apoiado pelo PSD e o CDS-PP fez o pleno em todos os distritos do continente e nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira - 52,9% dos votos, mais 33,19% do que o segundo classificado, o socialista Manuel Alegre. O antigo primeiro-ministro ultrapassou a percentagem com que foi eleito há cinco anos, 50,54%, mas perdeu mais de meio milhão de votos (2.230.104 contra os 2.773.431 de há cinco anos). Cavaco foi, inclusive, o mais votado em Beja, onde há cinco anos perdera para Jerónimo de Sousa, mas perdeu para José Manuel Coelho a maioria no concelho do Funchal. Apesar de confirmarem as sondagens divulgadas nos últimos meses, os números da abstenção foram recorde: pub

eleições | Vitória de Cavaco, derrota da cidadania

Abstenção na ribalta

53,37%, (com 99,75% das freguesias apuradas, já que restam 11 por apurar nos consulados no exterior). Já 4,3% foram em branco e 1,9% nulos. Alegre descontente

“A derrota é minha, não

é daqueles que me apoiaram”, disse Manuel Alegre, assumindo pessoalmente o mau resultado de 19,75%. nas eleições de domingo. O candidato socialista obteve menos votos concorrendo com o apoio do PS e do Bloco de Esquerda do que quando

não tinha apoios partidários, em 2006. Já Cavaco Silva, o oitavo presidente português a ser eleito desde o 25 de Abril de 1974, depois de Ramalho Eanes, Mário Soares e Jorge Sampaio, disse no discurso de vitória que os que esperam que a sua reeleição traga mudanças na sua conduta devem “perder desde já todas as ilusões”, mas prometeu ser “um referencial de confiança, estabilidade e solidariedade”. Indiferença?

Em Portugal, especialistas apontam o descontentamento face à situação social do país, a falta de credibilidade relativamente aos políticos e a indiferença e laxismo por parte dos cidadãos como os

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5 principais motivos para o elevado nível de abstenção. A 12.860 quilómetros de distância, em Macau, a história não foi diferente. Dos 11 mil eleitores inscritos no Consulado Português de Macau votaram 335, pouco mais de 3%. Uma queda de mais de 50% de participação comparando com 2006, quando havia 11.547 eleitores registados e votaram 798, uma taxa de participação de 6,9%. Dos apenas 141 dos votos contados na primeira mesa em Macau, Cavaco Silva foi o favorito com 115 votos. Já Manuel Alegre obteve 12 e Fernando Nobre 2. Os votos da segunda mesa só serão revelados dentro de dias, quando chegarem os boletins dos eleitores de Pequim, Xangai, Tóquio e Seul. AAgência Lusa avançou que na capital chinesa votaram 12 dos 28 eleitores inscritos no Consulado Português e em Xangai só 11 foram às

urnas, numa comunidade de 250 pessoas. Inquérito aberto

O Ministério da Administração Interna (MAI) lamentou, ontem, a confusão instalada nas mesas de voto durante as eleições presidenciais e anunciou a abertura de um inquérito para apurar responsabilidades, de forma a evitar que problemas semelhantes aconteçam no futuro. “Aproximadamente entre as 14h00 e as 16h30, picos contínuos de acessos simultâneos, na ordem dos 22 mil por segundo, determinaram que muitos pedidos tivessem ficado sem resposta ou quase tivesse verificado demoras acima do desejado”, justifica a tutela em comunicado, pelo facto de os serviços de mensagem móvel, o Portal do Eleitor e o telefone terem estado indisponíveis durante a maior parte do tempo.


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sociedade

Centro de Ciência | Um ano depois ainda não está a 100%

O Hoje Macau foi visitar o Centro de Ciência de Macau um ano após a sua abertura. O balanço positivo sai para o Planetário que contrasta com as galerias por abrir, convites não realizáveis e letreiros “em manutenção”

rodrigo de matos

Falhas na casa da ciência

Joana Freitas

joana.freitas@hojemacau.com.mo

Faz hoje um ano desde que abriu ao público, a 25 de Janeiro de 2010. O Centro de Ciência de Macau (CCM), que ocupa cerca de 20 mil metros quadrados na zona do NAPE, abriu as portas contando receber meio milhão de visitantes. No entanto, até ao fim de Dezembro do último ano foram apenas 328.064 as pessoas que visitaram o Centro de Exposições e o Planetário, com o mês de Agosto a contribuir com mais de 50 mil visitantes. Construído pelo famoso arquitecto cantonense Ieoh Ming Pei, responsável por construções como a Pirâmide do Louvre e a biblioteca John F. Kennedy, quatro anos e 800 milhões de patacas depois, o CCM continua a funcionar a meio gás. O CCM foi inaugurado por Hu Jintao e o então Chefe do Executivo Edmund Ho, a 20 de Dezembro de 2009 como parte integrante das festividades dos dez anos da transferência. O Hoje Macau percorreu os 5800 metros quadrados da área de exposição, mas nem tudo o que está à vista é o que parece. Defeitos sem aviso prévio

“O conceito base de todo o projecto é a interactividade”, menciona o prospecto do CCM. No entanto,

depois de comprarmos à entrada o bilhete de 25 patacas, é que é possível apercebermo-nos que nem todas as 14 galerias estão disponíveis e as que em funcionamento não podem ser usufruídas na sua totalidade. À entrada, numa das salas para “exposições especiais”, que tem o sinal “Em fase de testes”, é-nos oferecida a possibilidade de visitar o espaço. Aberta há um mês, a galeria número um contém, por exemplo, réplicas da Nave Shenzhou 7, a primeira aeronave tripulada lançada ao espaço em 2008, os fatos dos astronautas chineses, monitores com as rotas feitas pelos foguetões, entre outros. No entanto, as instalações e simuladores que convidam os visitantes a experimentarem a cadeira do comandante, a sala do explorador espacial ou o simulador da atmosfera lunar não são, na verdade, permitidos. Quando questionamos as duas funcionárias voluntárias da exposição, “só podem ser experimentados mais tarde” é a resposta que recebemos, sem termos, no entanto, data

precisa. Enquanto percorremos o caminho em caracol de galeria em galeria, é-nos oferecida a hipótese de aprender, por exemplo, sobre robótica, meio ambiente e água. No entanto, à parte da galeria três e quatro, de Ciência Divertida e Ciência para Crianças, que conta com o maior número de visitantes, todos menores de 12 anos, deparamo-nos com a galeria nove (sobre o planeta Terra) e dez (que incide sobre meteorologia) fechadas desde a abertura do CCM. No último piso, e depois de vários avisos “em manutenção” nas exposições sobre robótica e do expresso da ciência, podemos entrar na última galeria, a 14, cujo tema se debruça sobre ciência alimentar, mas onde também não é possível ver tudo, já que o letreiro “em fase de testes” também está colocado à porta. À excepção da galeria dos desafios do desporto, que tem meia dezena de adultos que exploram as armas de pressão de ar, não se contabilizam mais de

Planetário nota dez Na altura da chegada do Hoje Macau, e contrariamente ao Centro de Exposições, mais de 50 pessoas esperavam à entrada para o Planetário. Com um ecrã único no mundo, de 15 metros de diâmetro, o Planetário oferece filmes a duas e três dimensões, chegando mesmo a ter a estreia mundial, em Dezembro do ano passado, o filme em cúpula “Selecção Natural”, que narra a história de Charles Darwin e a sua “Origem das Espécies”, com traduções português, inglês e mandarim, além do cantonês. “Um conto de naves espaciais gémeas”, “Colisões Cósmicas” e a “Alvorada da Era Espacial”, são outros dos espectáculos disponíveis no Planetário do CCM, onde por 35 a 45 patacas podem ser apreciadas instalações únicas durante 30 a 45 minutos. O anfiteatro está equipado com auscultadores e comandos interactivos, 140 lugares sentados e óculos 3D. Na sexta-feira, o CCM recebe o evento “Processamento de dados em terra provenientes do Programa Chinês de Exploração Lunar”, numa palestra aberta ao público.

uma dezena de pessoas no Centro de Exposições do CCM. Contradições

De acordo com o boletim oficial, cerca de 70 voluntários tiveram formação e participaram em visitas guiadas desde a abertura do CCM. No entanto, na altura da visita do Hoje Macau, apenas a primeira e a última galeria contavam com a ajuda de funcionários, apesar de os quadros que anunciavam demonstrações ao vivo, disponíveis em algumas galerias em determinados horários, exigirem a presença de, pelo menos, mais três na hora seguinte. Mesmo com a intenção de dar a conhecer ao público, de forma interactiva, as actividades e mostras de ciência, o CCM fica aquém das expectativas dos visitantes. De acordo com o testemunho de uma professora no local, com três alunos com idades entre os 18 e os 21, “não há muita interactividade, a que há é

feita de forma simples e as explicações científicas são feitas de modo infantil”. Já Lin Yung, mãe de duas crianças de cinco e oito anos, mostrase satisfeita pelo “divertimento das crianças na galeria da água”, mas diz concordar com muitas das críticas feitas ao CCM, em que “é demasiado brincalhão e pouco apelativo aos mais adultos”. Apesar das declarações em contrário de Yip Chee-Kuen, curador do CCM, em boletim oficial, é ainda sentida a necessidade de concordância com muitos dos comentários feitos na imprensa ao longo de 2010, nos quais se atribuía ao CCM a denominação de “parque infantil e para adolescentes, sem presença nítida de ciência”. Além destas, há ainda outras pequenas falhas apontadas por um dos visitantes entrevistado pelo Hoje Macau. “Existe um cartão que grava as nossas experiências mas não se encontra”, aponta Sandy Sou, estudante de português na Universidade de Macau. O Cartão Pearl, de que nos fala a visitante, é dado a conhecer ao público apenas depois da visita à galeria dois, onde encontramos quadros e computadores que disponibilizam informações acerca desta invenção. O Pearl é um cartão que serve de apoio aos expositores dentro do CCM e não só grava as interacções pessoal dos visitantes, como fornece informações de eventos futuros do CCM, podendo ser utilizado através da internet. No entanto, dado a ausência de avisos sobre o Pearl na bilheteira, só à saída conseguimos perceber que pode ser comprado na loja de lembranças. Também a oferta do McDonald’s como único espaço de restauração é apontada pelos visitantes mais velhos, que ironizam o facto da última galeria a ser visitada apontar para o tema da alimentação saudável. Sem justificações

Por ocasião do aniversário de inauguração, Yip Chee-Kuen disse haver ainda objectivos a cumprir que passariam por “melhorar as exposições permanentes” e “empenhar esforços na abertura das galerias que faltam”. Contudo, em contacto com Bonnie Fung, responsável pelo departamento de relações públicas, foi dito ao Hoje Macau que iriam ser dadas as respostas às nossas perguntas, no que toca ao longo período de espera para abrir ou pôr em total funcionamento as galerias e na justificação de continuar a ser o McDonald’s o único restaurante disponível dentro do CCM. No entanto, um mês depois e até à hora do fecho desta edição, nada nos foi justificado.


Número de visitantes em Macau aumenta em 2010 O ano passado Macau recebeu 24,965,411 visitantes, mais 15% do que em 2009. A China Continental, Hong Kong e Taiwan foram os principais pontos de partida, para além da República da Coreia que aumentou em 62% o número de provenientes para o território. Dezembro registou mais de 2 milhões de pessoas em visita à RAEM, um aumento de 11,6% em relação ao período homólogo. Oriundos do continente chegaram 1,200,324 indivíduos, perfazendo 52% do total, e de Hong Kong mais 10.9% (667,595), tendo os visitantes da Coreia aumentado em 49%, ao contrário dos de Singapura, que mostraram uma queda de 12%. O último mês do ano contabilizou mais de um milhão de excursionistas, mais de metade do total, sendo a via terrestre a mais adoptada para entrar no território.

Clube C&C recebe amanhã palestra sobre meio ambiente

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“O mundo novo das energias alternativas”

Já chega de combustível este ano

A “falta de consciência ecológica” da maioria dos cidadãos de Macau vai dar o mote para uma palestra sobre energias alternativas. Conduzida por António Correia, advogado e gestor de empresas relacionadas com o sector eólico, a conferência visa dar a conhecer à audiência as novas alternati-

Entrou em vigor dia 18 de Janeiro e limita os litros de combustível utilizado anualmente. Chui Sai On aprovou, por despacho, a ordem que determina o máximo de gasolina ou gasóleo a ser utilizado por cada veículo do território, dependendo do trajecto, categoria e cilindrada. À excepção de Chui Sai On e dos titulares dos mais altos cargos do Governo da RAEM, que ficam de fora, os veículos pessoais até 1300 cilindradas podem utilizar 840 litros de combustível por ano, seguidos dos 1440 litros que podem ser consumidos pelos veículos até 1600 cilindradas e dos 1500 litros cedidos aos que possuam mais de 1600 cilindradas. Estes valores podem ser contabilizados em dobro, no caso da distância ser percorrida entra Macau e Taipa, ou em triplo para os donos dos veículos que efectuem o percurso diário entre Macau e Coloane. Para os serviços gerais de transportes de pessoas ou mercadorias, a utilização de combustível vai desde 1020 litros, para os veículos até 1300 CC, até 1728 litros, para os com potência superior a 1600 CC. O ciclomotores e os motociclos podem atestar com 192 e 264 litros, respectivamente. Para os transportes de piquete, o uso de gasolina ou gasóleo pode ir desde os 1080 litros aos 1800 litros, conforme as cilindradas, ficando os ciclomotores com a hipótese de serrem atestados com 144 litros e os motociclos com 480 litros.

vas energéticas e a capacidade de aproveitamento do sol, do vento, das marés e da biomassa, bem como a necessidade de despertar consciências no que diz respeito aos desastres ambientais. Conforme explicou ao Hoje Macau, António Correia espera “sensibilizar as pessoas”, sobretudo no

que diz respeito “ao consumo excessivo de energia” no território, que “pode ser reduzido”. O “recentemente adepto das energias renováveis”, como

Residentes de Ká-Hó em fase de avaliações à saúde

À espera dos resultados No passado fim de semana tiveram lugar os exames físicos aos habitantes da Zona de Ká-Hó. De acordo com os Serviços de Saúde, já estão a ser feitas as análises dos resultados, que serão divulgados o mais rápido possível, garantem os técnicos. O plano dos exames

físicos contou com 279 pessoas inscritas no passado dia 8 de Janeiro, das quais 173 já concluíram as análises. Em falta estão a inscrições de funcionários e alunos de quatro escolas daquela zona afectada pelas cinzas volantes. O exame físico avalia a situação da exposição

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se intitula o advogado que já viveu em Macau, acredita no “mundo novo das energias renováveis” que, “apesar de caro, já se começa a desenvolver à volta do mundo, sem deixar de fora a China.” A palestra tem lugar amanhã no Clube C&C, na Avenida da Praia Grande, às 18h30. - J.F.

dos residentes às cinzas, contém entrevista clínica, análise ao sangue e às funções hepática e renal, estudo da existência de chumbo no sangue, elaborados por especialistas de Hong Kong e da China. Os Serviços de Saúde já se comprometeram a manter o acompanhamento a longo prazo dos indivíduos eventualmente afectados. Para já, os Serviços de Saúde estipularam três anos para o exame físico destinado aos residentes de Ká-Hó. A entidade espera ainda a chegada do relatório ambiental para reajustes ao plano de exames.


Comparações:

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cultura

Dis

Músico espect cabo p Lobo e Exótico

Casa de Portugal apresenta hoje a série televisiva “Olhar Macau”

RAEM pela via do entendimento António Falcão

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O convite está aí e com ele o sentimento do dever cumprido. Este é o culminar de um longo processo de trabalho mas que finalmente vê a luz do dia. “Olhar Macau” é uma série documental filmada sobre as festividades tradicionais do território que se apresenta hoje ao público. No total, são 17 episódios de 25 minutos que chegam aos ecrãs da TDM por alturas do Ano Novo Chinês. Neles se celebra o multiculturalismo do território macaense, a mostrar como “o entendimento e o respeito mútuo entre as comunidades não são uma utopia mas uma realidade da RAEM”. Esta foi uma das grandes apostas da Casa de Portugal (CP) ao longo de dois anos e que empenhou mais de 40 pessoas. Pelo caminho, um percurso de aprendizagem com muitos milhares de patacas envolvidos, num traçado inteiramente suportado pelo Governo através da Fundação Macau e apadrinhado pelo actual Chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On, que não faltará à apresentação oficial, pelas 18h, no Centro de Actividades Turísticas. “Apresentámos o projecto no final de 2009”, recorda o arquitecto Carlos Couto, um dos responsáveis pela associação portuguesa. “No início do ano seguinte começámos logo a filmar, mesmo sem termos a certeza que iríamos ter os apoios pretendidos”, informou. A confirmação che-

garia no meio do ano e, com a certeza do financiamento, a equipa da CP mergulhou no calendário festivo da RAEM, não deixando passar nada em claro. Das procissões religiosas aos barcos-dragão, as tradições locais das várias comunidades residentes no território com os seus momentos festivos foram passadas a pente fino. No registo das lentes ficaram 25 festividades de várias origens comemoradas anualmente em diferentes locais da cidade. Depois de “2010 ter sido destacado para as filmagens”, o passo seguinte foi para o

complexo período de edição, o que levou a empreitada a estender-se para além do tempo previsto. “Filmámos tudo em alta definição”, refere Carlos Couto. “Muitas vezes em condições adversas e com iluminação deficiente”, acrescenta. Como documentário, a técnica foi adaptada às situações existentes. “Não é ficção”, afirma o dirigente da CP. Posto isto, chegou-se à pósprodução, mais um período moroso, mas que imprimiu o brilho necessário, no som e na imagem, ao detalhe de cada episódio. “Fizemos a correcção

de cor e a equalização do som em Hong Kong e isso demorou a ser feito.” Contas feitas, no final as despesas deixam o registo de 125 mil patacas pelos 25 minutos que compõem cada episódio. “Se compararmos com o documentário DOC-TV, para o qual foi concedida uma verba de 500 mil patacas por 50 minutos, penso que conseguimos um bom valor”, confessa Carlos Couto. Nestes números está incluído o equipamento adquirido pela associação e que agora constitui património da “Casa” para voos futuros,

que se vê em mãos com um departamento profissional de audiovisuais. Apresentação pública

O primeiro trecho e o pontapé de saída deste “Olhar Macau” vai acontecer precisamente com um dos acontecimentos que mais marca a milenar tradição chinesa: o começo de um novo Ano Lunar. Este episódio irá “Olhar Macau” é apresentado hoje pelas 18h, no Centro de Actividades Turísticas, ao lado do Museu do Vinho

dar início a uma maratona de 17 fins-de-semana na TDM e marca também a apresentação a decorrer hoje, evento onde se incluíram mais dois episódios que descrevem duas festividades filipinas. “Vamos ver se o público vai gostar”, afirma o arquitecto português, referindo que a CP está confiante e satisfeita com o trabalho efectuado. “Fizemos algumas projecções privadas e toda a gente gostou”, declara. Para já está assegurada a transmissão nos dois canais oficiais do território, em português e chinês. Mais tarde a série irá percorrer o mundo. “Estamos a reatar agora alguns contactos com canais de televisão de países lusófonos”, afirmou Carlos Couto. Isto enquanto se prepara o lançamento do projecto em DVD. “Ainda não há uma data certa”, esclarece o dirigente da CP. Sabe-se que os episódios já estão alinhados “de maneira lógica” e que o composto gráfico já está no forno, pela mão do atelier do designer macaense Victor Marreiros. Depois é preciso definir a melhor maneira de albergar as mais de sete horas de filme que compõem o ramalhete de “Olhar Macau”. Nesta edição, será possível seleccionar os quatro idiomas em que a série se vê representada, chegando assim a todas as esferas da comunidades local, com o português, o cantonês, o mandarim e o inglês. Também por decidir está a maneira como a série se irá “manifestar acessível” às escolas do território, cumprin-


sco com sabor a oriente apresentado em Lisboa

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os de Portugal, Hong Kong e Macau juntaram-se neste fim-de-semana pela primeira vez em concerto, no Museu do Oriente, em Lisboa, num táculo inédito de dois dias que marcou a apresentação ao público da versão portuguesa do projecto multicultural “T(h)ree”, um projecto levado a por David Valentim. Os espectáculos contaram com as actuações de O Monstro, a máscara de inverno de António Conceição, de Macau. Norberto e dos portugueses Olga, na sexta-feira, e de Wilson Tsang e Joey Chu, de Hong Kong, que tocaram com Bernard Devlin, vocalista do grupo Osso co. Também em palco os AbztraQt Sir Q e os Hipnótica, que se reuniram com a cantora tradicional chinesa Cao Bei.

do assim outro dos objectivos do projecto. Projecto em banho-maria

Lançado em paralelo com a série documental, e no debuxo deste caminho, esteve outro projecto que partiu da obra ficcional “A Terra de Lebab” de Fernando Sales Lopes. Um livro editado pelo Instituto Português do Oriente em 2007, no qual vários jovens personagens de diferentes etnias percorrem precisamente as festividades locais. A intenção é passar o texto para filme e criar uma nova série de episódios. “O argumento está a ser escrito”, informa Carlos Couto, realçando que a importância deste projecto reside no grupo de jovens criado e que continuamente, e de modo exaustivo, têm vindo a ser profissionalizado na área das artes dramáticas. “É um trabalho muito grande que levou à formação artística de um grupo de jovens, elevando a sua postura na sociedade”, confessa o arquitecto português. O grupo sofreu uma grande transformação e teve por uma nova “formação humana” vincada principalmente no teatro, uma disciplina que a CP vai continuar a desenvolver no programa futuro das suas actividades, complementando assim a sua oferta à comunidade. Comunidade essa que poderá usufruir de toda a máquina audiovisual criada pela CP. “Estamos abertos a propostas”, explica Carlos Coutos, referindo que a estrutura associativa está aberta a quem quiser usufruir dela para projectos que “não tenham uma vertente comercial” mas que se afirmem como promoção da cultural de Macau. “Sempre nos batemos por essa vocação”, refere o arquitecto, expressando assim o apoio a novas e diversas formas de olhar Macau.

Wang Qingsong é um dos artistas chineses consagrados que mais uma vez se apresenta nos grandes palcos mundiais. “When Worlds Collide” leva-o desta vez a Nova Iorque para uma exposição individual, reafirmando-se como um dos mais inovadores artistas contemporâneos da China. Assim, em exibição no Centro Internacional de Fotografia (ICP) está uma dúzia de imagens de grande escala e três trabalhos em vídeo, numa mostra que pode ser observada até ao dia 8 de Maio. Esta é a mais extensa exibição que o artista apresenta nos Estados Unidos. Desde a sua transferência da pintura para a fotografia na década de 90, Wang Qingsong (pronuncia-se “ching wahng sahng”), artista baseado em Pequim, criou obras convincentes que transmitem uma visão irónica do encontro entre a China do século XXI com a cultura de consumo global. Trabalhando sob a forma de um realizador de cinema, Wang concebe cenários elaborados envolvendo dezenas de modelos que são encenados em conjunto num elaborado estúdio de cinema. As fotografias coloridas resultantes empregam o seu saber a referências a obras

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A China contemporânea para ver em Nova Iorque

Quando os mundos colidem clássicas chinesas, lançando uma luz inesperada sobre a China de hoje. No trabalho se enfatiza uma nova riqueza material, um desinibido abraço aos valores comerciais e as tensões sociais resultantes do afluxo maciço de trabalhadores migrantes às cidades. Devido ao uso de configurações de estúdio elaboradas e arranjos estilizados de modelos para fazer as suas enormes fotografias a cores, Wang Qingsong às vezes é comparado a artistas contemporâneos como Gregory Crewdson. Uma comparação mais convincente, no entanto, poderia ser uma figura anterior como George Grosz, cujas pinturas da era Weimar de Berlim estão igualmente cheias de agulhas de observação social, humor sarcástico, estranheza calculada e, às vezes, um exagero grotesco. Nas obras de Wang, o apego profundo do artista pelo seu país mistura-se com a consternação frequente e os excessos desta época de exaltação na China. Recuando ao que chama

de “o esplendor superficial” do “nouveau-riche” gosto chinês de hoje, Wang também insiste noutra tecla. “Eu gosto da civilização chinesa porque ela me oferece um enorme espaço para a imaginação. As coisas tomam uma forma hoje e depois mudam para outra forma amanhã”, afirma contundente o artista chinês. “When Worlds Collide” de Wang Qingsong inclui 12 obras do artista, algumas fotos de grandes dimensões que medem até 21 metros de comprimento e três dos seus últimos trechos na vídeoarte. Além disso, uma série de vídeos documentais em exibição ao lado das galerias de exposição leva o espectador para dentro do estúdio do artista, permitindo-lhes seguir passo a passo a criação de várias das principais obras que figuram na mostra. Da plataforma de petróleo para Belas Artes

Nascido em 1964, Wang Qingsong cresceu em campos

de petróleo de Daqing, na província de Heilongjiang, no nordeste da China, onde os seus pais trabalhavam. Desde jovem, voltou as suas atenções para se tornar um artista, embora o caminho que seguiu não foi de todo fácil. Quando o seu pai morreu num acidente de trabalho num dos campos petrolíferos, deixou a sua família sem apoio financeiro e o rapaz de 15 anos tomou imediatamente o antigo lugar do seu progenitor numa plataforma de perfuração, onde trabalhou durante os oito anos seguintes, continuando a ter aulas de arte e a solicitar a admissão às escolas artísticas de topo na China. Após a sua aceitação por parte do prestigiado Instituto de Belas Artes de Sichuan, Wang Qingsong formou-se como pintor a óleo, em 1992. Determinado a fazer o seu caminho como artista independente, chegou a Pequim em 1993 e começou a impor-se na arte contemporânea chinesa e a atrair a atenção internacional.

Christian Bale em novo filme baseado na China

A mais cara produção chinesa António Caeiro Agência Lusa

Batman voou de Gotham até à China, com uma missão especialmente difícil: ajudar o cinema local a rivalizar com o persistente sucesso de Hollywood entre o público chinês. O intérprete da última adaptação cinematográfica daquele clássico da banda desenhada, Christian Bale, que há muitos anos interpretou o rapaz de “O Império do Sol”, um filme de Steven Spielberg baseado em Xangai, é o protagonista do novo filme de Zhang Yimou, um dos mais conhecidos cineastas chineses e aclamado encenador das cerimónias oficiais dos Jogos Olímpicos de Pequim. Chama-se “Heróis de Nanjing” e passa-se durante a brutal ocupação japonesa da China, em 1937. É uma das mais caras super-produções do cinema chinês, com um orçamento de 600 milhões de yuan (cerca de 820 milhões

de euros) e além de Bale, conta com a equipa de efeitos especiais que fez “The Dark Knight” (2008), o filme onde aquele actor faz o papel de Batman. No filme de Zhang Yimou, Bale é um padre americano que fica encurralado na sua igreja com treze prostitutas e um grupo de estudantes de uma escola feminina, quando as tropas japoneses ocuparam Nanjing, a então capital da China. Cerca de 300 mil pessoas foram mortas pelos invasores, num dos piores massacres da segunda guerra mundial e cuja memória continua a ferir as relações entre a China e o Japão. “Espero que este filme arrecade 200 milhões de yuans (270 milhões de patacas) no estrangeiro e 1000 milhões de yuans na China”, disse o produtor, Zhang Weiping, numa conferência de imprensa ao estilo de Hollywood, realizada em Pequim, em Dezembro. Se isso acontecer, “Heróis de Nanjing” será o mais lucrativo filme chinês

de sempre, a curta distância do recorde absoluto de bilheteira na China, estabelecido por “Avatar”: 1380 milhões de yuans (1850 milhões de patacas). A estreia no final de 2011

“Para vender o filme no mundo in-

Wang Qingsong primeiro ganhou reconhecimento como pintor, em meados da década de 1990 através de sua participação no grupo Gaudy Art, um movimento influenciado pela obra de Jeff Koons e defendida por um dos críticos de arte da China mais influentes, Li Xianting. Em 1997, abandona a pintura e abraça a fotografia, um meio que lhe permitiu rapidamente registar e comentar as mudanças económicas e sociais na China de que forma arrebatadora. O seu trabalho já apareceu em mais de 20 exposições individuais e mais de 80 exposições colectivas. Expôs internacionalmente em locais como a Bienal de Sydney, a Bienal de Gwangju, a Bienal de Havana, o Getty Museum, o Museu Hammer, o Mori Art Museum, a Casa da Fotografia de Moscovo, entre outros. Em 2001, o ICP foi o primeiro museu a adquirir a obra de Wang Qingsong para sua colecção permanente. Desde essa altura as suas obras estão em acervos de instituições, tais como o Museu Getty, o Victoria & Albert Museum, o Mori Art Museum, o Museu Nacional de Arte do Brasil, o Museu de Arte de Filadélfia e por aí fora.

teiro precisamos de um actor como Bale”, afirmou Zhang Weiping. O realizador concorda: “A estratégia geral do cinema chinês é projectar-se no mundo e alargar a sua influência”, disse Zhang Yimou na mesma conferência de imprensa. O mercado cinematográfico na China é o que mais cresce no mundo, com a abertura anual de centenas de novas salas. Em 2010, as receitas de bilheteira atingiram o recorde de 10.170 milhões de yuans (13.700 milhões de patacas) – um aumento de 64,25% em relação 2009 e mais de o dobro de há apenas dois anos. A importação de filmes continua a ser, contudo, monopólio do governo e está sujeita a quotas: 20 por ano. (“The Dark Knight”, por exemplo, nunca foi exibido nos cinemas chineses). Mesmo assim, metade dos dez filmes mais lucrativos de 2010 foram estrangeiros, e no conjunto asseguraram um quinto das receitas. “A China ainda carece de bons filmes (…) Até agora não tem sido possível competir com filmes como ‘Avatar’ e ‘Insection’”, lamentou o director da Administração estatal da rádio, cinema e televisão, Tong Gang.


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desporto

Jogadores de Macau surpresos por estarem no jogo de computador Football Manager

De repente posso jogar no Barça Gonçalo Lobo Pinheiro glp@hojemacau.com.mo

São 680 os jogadores e sete os treinadores que compõem a tribo macaense no jogo para computador Football Manager (FM). “Já são bastantes. Isso é curioso mas será que são todos verdadeiros?”, questiona o treinador Rui Cardoso. O jogo já foi considerado por diversas vezes uma base de dados importante para os clubes de todo o mundo e, verdadeiros ou não, Macau está nessa panóplia convenientemente representada, apesar da Casa de Portugal, do Sporting e do Benfica não constarem das listas de clubes no território e o Monte Carlo não ter jogadores. “Desconheço o jogo. Fico orgulhoso e muito surpreendido de estar na base de dados de um jogo tão importante”, afirmou Armandinho, médio de 44 anos pertencente ao Futebol Clube do Porto de Macau. Armandinho, que nasceu em Angola, tem uma história interessante no futebol. Jogou em equipas de topo em Angola e chegou a ser internacional das Palancas Negras por 13 ocasiões. Por pouco não jogou no Belenenses. “Joguei no Petro Atlético e no 1.º de Agosto. Com muito orgulho cheguei à selecção de Angola, mas por questões políticas não fui autorizado a assinar contrato com o Belenenses no final dos anos 80. É um momento muito triste que recordo”, revelou o angolano. Armandinho vive em Macau há 13 anos e trabalha agora no Aeroporto de Macau. Para o futebol encontra sempre tempo. “Depois de chegar ao território joguei ainda como profissional em Hong Kong. Se ainda jogo é porque as pessoas vêem em mim capacidades para dar uma ajuda”, afirmou. E deixou uma promessa. Quer comprar o jogo para, apesar dos 44 anos de idade, colocar o Armandinho

no Belenenses ou numa outra equipa de topo. “Vou comprar já esse jogo. Vai ser giro treinar-me a mim próprio. Se calhar é desta que o Armandinho vai jogar no Belenenses ou noutro clube de Portugal.” O Football Manager é uma série de jogos electrónicos criado pela Sports Interactive e distribuída pela SEGAtodos os anos. As actualizações da época seguinte saem sempre entre Outubro e Dezembro. Luís Amorim, médio do FC Porto de Macau, conhece e já andou a disputar partidas. “Eu compro sempre o Luís Amorim para as equipas que treino. Quando soube que estava nessa base de dados fui logo tentar arranjar o jogo. Hoje em dia estamos todos a brincar entre nós para ver quem é o melhor virtualmente”, disse Amorim. O jogador de 25 anos, que jogou alguns anos no Macau sub-23 e é assim que aparece na versão de 2010, diz não ter muito tempo para jogar mas sempre que pode lá se vai treinando. “Gosto de ver que com o tempo me torno um jogador melhor. Os meus valores sobem e, às vezes, sou titular indiscutível das equipas.” A primeira versão do jogo foi lançada há seis anos sob o título de Football Manager 2005. Hoje em dia já há versões de motor de jogo em 3D, com muitas animações. Cunha,

esquerdino de 37 anos, joga actualmente no FC Porto de Macau e só tomou conhecimento do jogo há três meses. “Vieram dizer-me que estava num jogo de computador. Eu ri-me e não acreditei mas depois tive curiosidade e deparei com o meu nome lá escrito, ainda como jogador do Kuan Tai”, soltou o médio. Para Cunha, o jogo também pode servir de aprendizagem e encontro de jogadores. “Eu aprendo com o jogo e, entre nós, já andamos a disputar quem é o melhor e o pior. Estar no jogo deixa-me muito satisfeito.” Uma lista sem fim

São inúmeros os jogadores de Macau que podem ser contratados virtualmente durante uma sessão de jogo no FM. O Hoje Macau fez um levantamento exaustivo dos craques e chegou à conclusão que os chineses de Macau estão em grande número, mas os macaenses ou os portugueses de Macau aparecem pouco ou alguns já cá nem estão a jogar no território. No entanto, a base de dados não possui todas as equipas de Macau. Não se sabe ao certo quem é o responsável pela inclusão dos futebolistas locais - vulgo olheiro - na plataforma. Certo é que, apesar de algumas falhas, é surpreendente como se consegue comprar cerca de 680 jogadores com

nacionalidade ou residência no território. Macau e Hong Kong, como na realidade futebolística, aparecem também como regiões autónomas da China no jogo. Com nacionalidade portuguesa aparecem nomes como Alberto, Rosa, Rineo Sousa, Noruega, Miguel Heitor, Joseph, Martins, Miguel Marques, Nuno Peres, Fábio Ritchie, Rosário, Hugo Afonso, Eusébio, Ricardo Torrão, Manhão, Pedro Nuno, Eric, Calicas, João Vicente, Anacleto, Marcial, Aleixo, Amarante, José Novo,Teles, Souza Lei, Azinheira, Jerónimo, Camoesas, Jânio, Américo, Vasco Vidal, entre muitos outros. Um vício chamado FM

A série FM surgiu após uma polémica entre a Sports Interactive e a Eidos Interactive em 2004, quando na altura desenvolviam o mítico Championship Manager (CM). Com o fim da parceria, a Eidos Interactive manteve a patente do nome, CM, e a Sports Interactive a patente do código fonte e a base de dados. Há seis anos, a Sports Interactive lançou a sua versão sob o nome de FM2005 e foi logo um sucesso estrondoso pelo mundo fora. Tratava-se na verdade do mesmo jogo mas com outro nome e melhorias que o diferenciavam do seu antecessor. No FM, o jogador assume

o papel de treinador de futebol e todas as suas responsabilidades. As possibilidades de interacção disponíveis são vastas e vão desde um simples comentário à imprensa antes de um clássico, passando pela elaboração de tácticas e sistemas de treinos. O triunfo pode dar-se num dos diversos campeonatos existentes no jogo, entre eles o Campeonato português (Liga Sagres, Orangina e 2.ª divisão), Campeonatos estaduais brasileiros (todos), Brasileirão (1.ª, 2.ª e 3.ª divisões), Campeonato Espanhol (1.ª Liga, Liga BBVA e 2.ª divisão B), Campeonato Italiano (Serie A, B, C1 e C2), Copa Libertadores da Améri-

ca, Liga dos Campeões, Copa da UEFA. Há ainda espaço para outras competições internas de cada país, como a Copa do Brasil, Taça de Inglaterra e Taça do Rei e os campeonatos de selecções como Campeonato do Mundo, Copa América, Campeonato Europeu e Jogos Olímpicos. Até o campeonato da Malásia pode ser jogado. A base de dados do jogo reúne clubes, selecções, jogadores e técnicos reais dos cinco continentes, entre grandes estrelas e completos desconhecidos, tudo graças a uma grande rede de colaboradores em todo o mundo que enviam informações para a Sports Interactive.

Lista de clubes, jogadores e treinadores em Macau • CLUBES E JOGADORES Clube Nº de jogadores Autoridade Monetária e Cambial de Macau 22 Clube Desportivo dos Serviços de Alfândega 23 Chong Heng 21 C.A.C Corrida 19 Assoc. Promo. Desen. de Macau Fan Weng Wui 20 Associação Desportiva do Grupo 48 18 Associação Desportiva e Recreativa Hac Yeng 22 Grupo Desportivo Operário Hóng Lok 21 Clube Desportivo Hong Nam 21 Associação Desportiva Hong Ngai 18 Clube Desportivo Ieong Heng 20 Grupo Desportivo Jardim da Amizade 18 Grupo Desportivo Kam Fong 22 Associação Desportiva Kan Fong 21 Clube Desportivo Kei Lun 17 Grupo Desportivo Keong Sai 5 Clube Desportivo “Os Velozes” Lai Chi 22 Clube Desportivo Lam Ieng 15 Grupo Desportivo Lim Ch’eng 21 Macau sub-18 17 Macau sub-23 23 Clube Desportivo Fung Hong 19 Clube Desportivo Monte Carlo 0 Motocross 20 Polícia Judiciária 25 Clube Desportivo Roma 20 Toi San Chi Iao 20 Clube Desportivo Veng Kei 22 Assoc. Desportiva Dinastia de Macau Vong Chiu 16 Associação Desportiva Ka I 17 Associação Desportiva e Cultural Kuan Tai 18 Clube Desportivo Azul e Branco Lam Pak 16 Polícia de Segurança Pública 24 Futebol Clube do Porto de Macau 17 Futebol Clube “Os Artilheiros” 21 Clube de Natação Hoi Fan 19 • TREINADORES Daniel Pinto Fernando Bento Eduardo Jesus Jr. José Martins Carlos Peixoto Massad Simões Wilfredo Marques

51 anos 48 anos 41 anos 35 anos 57 anos 43 anos 48 anos


Manchester United nega venda do clube Os dirigentes do Manchester United desmentiram ontem que o clube tenha iniciado contactos com investidores árabes com vista à venda do clube. Segundo a imprensa inglesa, o negócio seria feito com a Qatar Holding por um valor superior a 1,7 mil milhões de euros. A empresa do Médio Oriente, que comprou a Harrods em 2010, é uma subsidiária da Qatar Investment Authority e é gerida pelo xeque Hamad bin Jassim bin Jaber Al Thani, do Qatar. “Não existiram aproximações para comprar o clube e mesmo que existissem não seriam consideradas porque o Manchester United não está à venda”, referiu um porta-voz do clube. Entretanto, na única partida realizada ontem na Premier League, o Blackburn derrotou o West Bromwich por 2-0.

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Futebol | Árbitros espanhóis exigem respeito a José Mourinho

Fartos do “special one” Os árbitros espanhóis estão cansados dos ataques permanentes de Mourinho à arbitragem A guerra entre José Mourinho e os árbitros espanhóis parece estar para durar. O jornal espanhol Marca adianta que os juízes discutiram as críticas do treinador português na sua reunião semanal, sendo comum o descontentamento pelo que consideram ser constantes faltas de respeito. No entanto, o Comité Técnico de Árbitros não pode abrir um processo contra o técnico do Real Madrid, pois essa medida só pode ser desencadeada pelo Comité de Competição.

Em 2009/10, o organismo não hesitou numa questão semelhante com Pep Guardiola e multou-o em 15 mil euros por ter chamado “mentiroso” a um árbitro. Costas viradas

Questionado sobre o reforço do plantel durante a conferência de imprensa de ontem, Mourinho afirmou que “não falo com Valdano, falo directamente com o presidente”. O jornal “A Bola” escreve que a vitória sobre o Maiorca não pacificou a vida interna do Real Madrid. Logo após

o final da partida de domingo, José Mourinho referiu-se a Jorge Valdano, director-geral desportivo do Real Madrid, a propósito do reforço do plantel. “Não falo com Valdano, falo directamente com o presidente. Não falámos de contratações. Todos conhecemos a velha história do avançado”, disse. Cartazes

Odiado por adversários, amado pelos seus: a sina de Mourinho. O português, é sabido, costuma sempre receber o apoio reiterado de adeptos

e jogadores. Ora num momento particularmente difícil para o treinador, atacado por vários lados, o Santiago Bernabéu saiu em defesa e manifestou-lhe que está com ele. Espalhadas pelo recinto, vários cartazes mostravam o apoio que Mourinho recebe das bancadas. Mas ao centro, uma tarja enorme chamava a atenção. “Nem canalha nem violento, o Bernabéu está até à morte com Mourinho”, podia lerse, numa manifestação de defesa perante acusações de Preciado e dos árbitros.

Em relação aos cartazes com palavras de apoio exibidos durante o jogo com o Maiorca, Mourinho afirmou que “se os adeptos estão com a equipa, estão comigo. Não gosto de manifestações de apoio individuais nem preciso delas”.

FC Porto sem igual na Europa

Golo! Um grito que se prolonga há 41 jogos

Benfica | Jesus sujeito a suspensão de uma a nove semanas

Agressão pode sair cara O treinador do Benfica, Jorge Jesus, poderá enfrentar uma suspensão mínima de uma semana e máxima de nove meses, caso a Comissão Disciplinar da Liga considere que agrediu, ou tentou agredir, Luís Alberto, jogador do Nacional, no final do encontro entre as duas equipas, no sábado. O relatório do árbitro, Rui Costa, não refere os incidentes no centro do relvado após o final da partida, mas as imagens televisivas podem ser usadas como meio de prova, caso o órgão disciplinar da Liga considere que há motivos para agir.

No entanto, só hoje, dia em que se reúne a Comissão Disciplinar da Liga, será possível perceber se este órgão entende que o comportamento de Jesus é merecedor da abertura de um processo disciplinar. Os dois intervenientes admitiram a existência de empurrões mútuos no final do encontro. “Palavra para cá, palavra para lá. Empurra para cá, empurra para lá. Mais nada”, desvalorizou Jesus, em conferência de imprensa. O Benfica, entretanto, recusou qualificar os inci-

dentes como tentativa de agressão, salientando que tudo não passou de meros “empurrões”. A definição dos incidentes será importante, já que o regulamento disciplinar prevê sanções para agressões e tentativas de agressões. No caso de uma agressão a um jogador, um treinador é punido com uma pena que vai de 23 dias a nove meses de suspensão. No caso de uma tentativa de agressão, a punição varia entre uma semana e três meses de castigo, para além de multas pecuniárias nos dois casos.

O FC Porto de André Villas-Boas continua a somar feitos dignos de figurar nos livros de recordes dos mais importantes campeonatos europeus. Este mês, no Dragão, foi-se o registo de invencibilidade na temporada, exclusivo de que os portistas foram a última equipa europeia a abdicar. Na derrota diante do Nacional, porém, não faltou o denominador comum a todos os jogos oficiais disputados esta época: o golo. No futebol dos portistas, o nulo é uma raridade. O seu caudal ofensivo impressiona pela quantidade mas, sobretudo, pela frequência. O FC Porto leva 41 jogos seguidos sempre a marcar, em todas as competições, feito que não encontra paralelo em equipa alguma do Velho Continente. Para Luís Freitas Lobo, o registo dos azuis e brancos “tem a ver com o facto de ter sido a equipa mais completa” até ao momento. O comentador desportivo crê que não se pode avaliar o processo ofensivo dos dragões através desta estatística. “Uma equipa é um todo. Para se atacar bem, é preciso ter em conta os outros sectores”, reiterou Freitas Lobo.

O último encontro em que os portistas ficaram a zero foi a final da Taça da Liga, a 21 de Março de 2010, quando foram derrotados, por 3-0, pelo Benfica. Esta época, todavia, foram os encarnados a sentir na pele os efeitos da elevada produção ofensiva da formação portuense. A goleada imposta ao Benfica, por 5-0, é o retrato fiel de uma época em que os portistas se alimentam da veia goleadora de Hulk e Falcao. Cada um marcou dois golos às águias no resultado mais expressivo de uma época em que os azuis fizeram o gosto ao pé nos 32 jogos que disputaram. Em Espanha, o líder Barcelona olha de soslaio para o recorde da equipa treinada por Villas-Boas. O registo dos catalães nas 34 partidas oficiais que jogaram esta temporada ficou manchado por um empate a zero na Taça do Rei, em Dezembro, frente ao Athletic de Bilbau, e por uma derrota frente ao Hércules (0-2) na liga, à segunda jornada. Para Luís Freitas Lobo, o “cenário competitivo do futebol português” deve ser tido em conta na comparação. “O FC Porto tem um ataque forte, mas está inserido numa realidade competitiva de segunda linha”, afirmou o comentador. Esta temporada, o FC Porto já gritou golo por 78 vezes, 25 delas por Hulk. O brasileiro é o melhor marcador do campeonato, ao mesmo tempo que Falcao lidera a lista de goleadores da Liga Europa (7). Na arte de balançar as redes, são os dois executantes mais eficazes na hora de fazer ecoar os gritos de golo portista.


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o Hoje [r]ecomenda

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[f]utilidades Su doku [ ] Cruzadas

HORIZONTAIS: 1-Planta da serra de Sintra. Jeitoso. 2-Designativo de estqado. Tem dor. Empr. Pública. 3-Título honorífico de certos árabes, correspondente a príncipe ou senhor. Em que há pudor. 4-Ave do Norte, espécie de pato, de cuja penas se fazem os edredões. Farol. 5-Pate do calçado, correspondente à base do calcanhar. Expressão adoptada para designar o vinagre na sua maior pureza. 6-Entre os Muçulmanos, guia, chefe. Género de insectos coleópteros. Ala do exército. 7-Alimentação. 8-De origem árabe, que entrou na formação de palavras portuguesas. Elemento de origem grega que significa orelha. Epopeia. 9-Censurar. Ânsia. 10-Produzir ira em. Recta que forma com outra, ou com uma superfície, ângulo agudo ou obtuso. 11-Goa, carta de seguro. Vento de sueste que no Verão sopra has praias do golfo Pérsico. 12-Deixar. Formação de pedra em qualquer glândula ou em qualquer reservatório orgânico. 13-Ovelha. Relativo à cidade de Leão. Olá.

VERTICAIS: 1-Alcalóide orgânico que existo no tabaco. Última parte do intestino delgado. 2-Ah! ou oh! Ficar meditando no que se ouviu. 105, em romano. 3-Enfrequece. Raque. 4-Conhecimento. Torrão pequeno. 5-Pancada que alguém dá no alto da cabeça de outrem. Partidário do docetismo. Unif. Res. Loc. 6-Travesseiro com almofada. Planta, do género liquidâmbar. 7-Conjunto dos centros nervosos. Pequeno donativo.8-Em inglês, e. Relativo a pão. Índio. 9-Pandeiro antigo. Prisco. 10-Linha esbranqueada, que envolve a pupila dos olhos dos idosos. Desejei. 11-Elemento de origem grega que significa montanha. Género de polipeiros, cuja espécie típica habita o Egipto. 12-Provocar desolação em. Variedade de prego, cuja cabeça tem a forma de asa de mosca. 13-Suco de plantas. Árvore de que se fazem azagaias, espécie de palmeira. Antig., meu.

Soluções do problema HORIZONTAIS: 1-NUTICANA. GIDO. 2-IA. DOLENTE. EP. 3-CIDE. PUDOROSO. 4-O. EIDER. FOROL. 5-TACAO. ECETOL. 6-IMA. COXELO. AZ. 7-NOITECER. XIRA. 8-AL. OTO. EPOS. G. 9-ARRAZOAR. AFA. 10-IRAR. OBLIQUA. 11-L. COULO. SURIM. 12-ECHAR. LITIASE. 13-OVE. LEONES. OI. VERTICAIS: 1-NICOTINA. ILEO. 2-UAI. AMOLAR. CV. 3-T. DECAI. RACHE. 4-IDEIA. TORROA. 5-CO. DOCETA. URL. 6-ALPE. OCOZOL. E. 7-NEURAXE. OBOLO. 8-AND. CEREAL. IN. 9-TOFEL. PRISTE. 10-GEROTOXO. QUIS. 11-I. ORO. ISAURA. 12-DESOLAR. FAISO. 13-OPOL. ZAGA. MEI.

REGRAS |

Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição solução do problema do dia anterior

‘Love and Other Drugs’, Edward Zwick

Estamos em 1996, ano em que o Viagra surge no mercado. ‘O Amor é o Melhor Remédio’ é uma comédia romântica, já se vê, mas com um pezinho na indústria farmacêutica. E na medicina, claro. O filme questiona as relações na hora das dificuldades, mais precisamente perante a doença. Diz a fórmula (pouco) mágica: ‘Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, até que a morte nos separe.’ Mas, na hora H, será mesmo assim?

[ Te l e ] v i s ã o TDM 13:00 TDM News - Repetição 13:20 Jornal das 24h 14:30 RTPi DIRECTO 17:35 Liga Sagres: Beira Mar vs F.C.Porto (Repetição) 19:00 TDM Desporto (Repetição) 19:30 Ganância 20:25 Acontecimentos Históricos 20:30 Telejornal 21:00 Jornal da Tarde da RTPi 22:15 A Muralha 22:58 Acontecimentos Históricos 23:00 TDM News 23:30 Montra do Lilau 00:00 Grandes Livros 00:30 Telejornal (Repetição) 01:00 RTPi DIRECTO INFORMAÇÃO TDM RTPi 82 14:00 Telejornal Madeira 14:30 Nobre Povo 15:00 Magazine Macau Contacto 15:30 Percursos Da Música Portuguesa 16:00 Bom Dia Portugal 17:00 O Preço Certo 17:45 O Olhar Da Serpente 18:30 A Alma E A Gente 19:00 Documentário 20:00 Jornal Da Tarde 21:15 O Preço Certo 21:45 Magazine Macau Contacto 22:15 Portugal No Coração TVB PEARL 83 06:00 Taking Stocks and Bloomberg First Up 07:30 NBC Nightly News 08:00 Putonghua E-News 08:30 ETV 10:30 Inside the Stock Exchange 11:00 Market Update 11:30 Inside the Stock Exchange 11:32 Market Update 12:00 Inside the Stock Exchange 12:02 Market Update 12:30 Inside the Stock Exchange 12:35 Market Update 13:00 CCTV News - LIVE 14:00 Market Update 14:40 Inside the Stock Exchange 14:43 Market Update 15:58 Inside the Stock Exchange 16:00 Guess What? Timothy & Annabel 16:30 ZingZillas 17:00 Olivia 17:30 Eco Company 18:00 Putonghua News 18:10 Putonghua Financial Bulletin 18:15 Putonghua Weather Report 18:20 Financial Report 18:30 Football Asia 19:00 The Works 19:30 News At Seven-Thirty 19:50 Weather Report 19:55 Earth Live 20:00 Peta Unplugged In Marrakech 20:30 Heroes 21:30 Panda Adventure With Nigel Marven 22:30 Marketplace 22:35 Human Target 23:30 World Market Update 23:35 News Roundup 23:50 Earth Live 23:55 Meteor 00:50 The Pearl Report 01:20 Transworld Sport 01:50 European Art At The MET 02:00 Bloomberg Television 05:00 TVBS News 05:30 CCTV News ESPN 30 13:00 US Open 9-Ball C’ship 2010 Semifinals Corey Deuel vs. Mika Immonen 15:00 Winter X Games Fourteen Classix 16:00 AFC Asian Cup 2011 Quarterfinal 18:00 Football Asia 18:30 The Monday Night Verdict Npl 19:00 Players Lives 19:30 (LIVE) Sportscenter Asia 20:00 Asean Basketball League 2010/11 1st Semi-Final: Game #1 Chang Thailand Slammers vs. Singapore Slingers 22:00 Sportscenter Asia 22:30 Commonwealth Bank Series (H/lts) Australia vs. England

23:30 Sportscenter Asia 00:00 (LIVE) AFC Asian Cup 2011 Semifinal STAR SPORTS 31 08:00 (LIVE) Australian Open 2011, Mens / Womens Quarterfinals 14:30 Full Throttle 2010/2011 15:00 International Motosport News 2011 16:00 Planet Speed 2010/11 16:30 (LIVE) Australian Open 2011, Mens / Womens Quarterfinals 20:00 Full Throttle 2010/2011 20:30 (Delay) Score Tonight 21:00 (LIVE) AFC Asian Cup 2011 Semifinal 23:30 (Delay) Australian Open 2011, Day #9 Highlights STAR MOVIES 40 12:25 The Replacement Killers 14:05 Anacondas: The Hunt For The Blood Orchid 15:50 The 6Th Day 18:00 Cool World 19:50 Soul Men 21:30 83Rd Academy Awards Nominations Annoucement 22:00 The Haunting In Connecticut 23:50 Way Of War HBO 41 13:00 Grey Gardens 14:45 Bottle Rocket 16:50 The Apostle 19:10 Imagine That 21:00 Frost / Nixon 23:05 He’s Just Not That Into You CINEMAX 42 12:00 Casualties Of War 13:40 The Lodger 15:15 Time Trax 16:45 Journey To The Center Of The Earth 18:15 Hud 20:15 The Plot To Kill Hitler 22:00 Screamers: The Hunting 00:00 Sheena

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Informação Macau Cable TV


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[O]bjectiva Gonçalo Lobo Pinheiro

13 Raio [X] O segredo é ser “burra” Maria Diná

O santuário dos elefantes na Malásia (2010)

Para[ ]comer • Pérola 3/F, Sands, Largo de Monte Carlo, no.203 8983 82222888 3352 http://www.sands.com.mo • VINHA Alm Dr. Carlos d' Assumpção 393 r/c AC 2875 2599vinha@macau.ctm.net http://www.vinha.com.mo • FAT SIU LAU (SINCE 1903) Av.Dr.Sun Yat-Sen,Edf.Vista Magnifica Court Rua de Felicidade No.64, R/C Macau 2857 3585fsl1903@macau.ctm.net http://www.fatsiulau.com.mo

• Casa Carlos Bispo Medeiros 28D 2852 2027

• HAC SA PARK Hac Sa Park-Hac Sa Beach Coloane 2888 2297 http://www.yp.com.mo/hacsa

• António (TP) R, dos Negociantes 3 28999998

• SOL NASCENTE (TP) Av Dr Sun Yat Sen No.29-37 R/C 2883 6288 http://www.yp.com.mo/solnascente • TENIS CIVIL (LEON) Av.da República N°14 1° Macau 2830 1189 http://www.yp.com.mo/leon • Platão Trav. São Domingos No.3 2833 1818 reservation@plataomacau.com • Banza (Tp) Nam San Bl.5, GH 28821519

• Galo (Tp) Clérigos 45 2882 7318 http://www.yp.com.mo/domgalo • Riquexó Av Sid Pais 69 2856 5655

• Clube Militar Av Praia Grande 795 2871 4000 cmm@macau.ctm.net • Espaço Lisboa Lda (Col) Gaivotas 8 2888 2226 2888 1850 • Camilo Av Sir Anders Ljungsted 37 2882 5688

• Dom Galo Vista Magnifica Court 2875 1383 domgalo@yp.com.mo http://www.yp.com.mo/domgalo • O Santos (TP) R. do Cunha 28827508 • Porto Exterior Ed Chong U 2870 3276 http://www.portoext.com.mo • Restaurante Fernando (Col) Praia Hác Sá 9 2888 2264

• Ó MANEL (Tp) Fernão M Pinto 90 2882 7571

• Litoral Restaurante Lda Alm Sérgio 261 2896 7878 2896 7996 http://www.yp.com.mo/litoral

• A PETISQUEIRA (TP) S João 15A 2882 5354

• Nga Tim Café (Col) Caetano 8 2888 2086

Tacos – Cozinha internacional & Café Bar (Macau) – Rua Cidade de Braga 51 A r/c. Tel.28750151

• O Porto Interior Alm Sérgio 259B 2896 7770 • A Lorcha Alm Sérgio 289 2831 3195

• Sawasdee Thai Av Sid Pais 43AE 2857 1963 • Aquamarine Thai Café (Tp) Jardm Nova Taipa bl 21 2883 0010 • Bangkok Pochana Ferrª Amaral 31 2856 1419 • Kruatheque Henrique Macedo 11-13 2835 3555 • Restaurante Thai Abreu Nunes 27E 2855 2255

• Afonso III Central 11A 2858 6272

• LA COMEDIE CHEZ VOUS Ed Zhu Kuan S/N G (Oppsite Cultural Centre) 2875 2021

• Bar Oporto Tv Praia 17 2859 4643 • Maria’s Comida Portuguesa Patane 8A 2823 3221

• LE BISTROT (Tp) Nova Taipa Garden Block 27, G/F 2884 37392884 3994

• Restaurante Pinocchio (Tp) Regedor 181-185 2882 7128 • Canal dos Patos Parque Municipal Sun Yat Seng 2822 8166

• CHURRASCÃO Nova Taipa Garden, Block 27 G/F, Taipa 2884 37392884 3994 • Yin Alª Dr Carlos d’Assumpção 33 2872 2735

the tourist Cineteatro | PUB

Sala 1 the tourist [b] Um filme de: F. Henckel von Donnersmarck Com: Angelina Jolie, Johnny Depp 14.30 shaolin [c] (Falado em putonghua/cantonense, legendado em chinês e inglês) Preço: Mop50.00 Um filme de: Benny Chan Com: Andy Lau, Nicholas Tse, Jackie Chan 16.45, 19.15, 21.45

• Fogo Samba VENETIAN-Grand Canal Shoppes Apt 2412 2882 8499

[ ] Cinema

SALA 2 let the bullets fly [C] (Falado em putonghua, legendado em chinês e inglês) Um filme de: Wen Jiang Com: Yun-fat Chow, Wen Jianf, You Ge 14.30, 16.45, 19.15, 21.30 Sala 3 karigurashi no arietty [a] (Falado em cantonense) Um filme de: Hiromasa Yonebayashi 14.30, 16.30, 19.30

if you are the one 2 [b] (Falado em putonghua, legendado em chinês e inglês) Um filme de: Xiang Feng Com: You Ge, Hsu Chi 21.30

Juntei três amigas num jantar com um objectivo traçado: descobrir por que razão os homens fogem de mim como o diabo da cruz. Uma é casada, a outra tem namorado, a terceira tem o que eu chamo de uma vida ‘preenchida’. As quatro sentadas à mesa de um restaurante italiano com um menu bem regado a vinho tinto e eis que lanço a primeira questão: “O que é que eu faço mal?” Reposta da Joana: “Maria, tu fazes tudo. Esse é o teu problema. Tu tens um emprego importante, tens casa própria, tens carro, vives sozinha. Tu és tudo, menos aquilo que um homem quer.” Como assim? Mas é suposto ser uma pobre coitada para arranjar namorado? “Tens de ser burra, ou melhor, fingir que és burra!”, acrescentou a Filipa. Burra? “Sim, Maria. Se eu te perguntar qual é a capital do Cazaquistão aposto que tu sabes a resposta.” Dah! Sei a resposta, é Astana. Mas o que há de errado nisso? “Maria, quantas línguas falas tu?”, soltou a Inês. Além do português, falo fluentemente inglês e francês. Depois domino alemão e arranho espanhol e italiano. “Não podes. É que nem te atrevas a dizer isso a um homem, sobretudo se viajares com ele. Deixa-o falar sempre!”, explicou a Inês. “Tu tens de perceber que os homens gostam do papel de protectores, gostam do papel de professores, gostam de dominar as conversas. E tu não dás hipóteses”, esclareceu a Filipa. O jantar decorreu neste tom e eu passei a noite a assimilar todas as dicas possíveis. Depois do restaurante fomos dar um pezinho de dança e eis se não quando me deparo com um belo exemplar masculino. “Olá”, atirou ele com um sorriso 33. “Boa noite”, respondi com voz sexy. “Posso oferecer-lhe uma bebida?”, disse ele. Aceitei. “O que bebe?” Ora começaram os meus problemas! O que será que bebe uma mulher ‘burra’? Uma cerveja? É que eu não bebo tal coisa nem que esteja a precisar de álcool nas veias como um cacto a necessitar de água no meio do deserto. “Aceito uma sugestão sua”, ronronei entre um olhar sensual. A criatura pediu-me um whisky-cola. Pelo amor de Deus! Nunca ouviu falar em cocktails?! Adiante... “O que é que faz?” Ora mais uma bela questão. Vejamos, protectores e professores... Aposto que vai adorar esta: “Sou educadora de infância.” “Tem filhos?”, perguntou ele. “Não, Deus me livre! Não tenho vocação para vómitos, fraldas e chupetas!” Pronto, saiu e agora? Está dito, está dito. Ele olhava para mim incrédulo. “Lamento, sou uma mulher inteligente. Se me perguntar o que quero para o mundo não tenho uma reposta ao estilo Miss América para lhe dar. Não quero paz para o mundo. Na verdade estou preocupada com as tomadas de decisão do FMI, com as cheias no Brasil e com os confrontos na Tunísia. Ah, e já agora a capital do Cazaquistão é Astana!” Ele fitava-me num misto de apatia e admiração. “Dá-me o seu número de telemóvel? Gostava de a convidar para jantar um destes dias”, soltou finalmente. E esta?! Por esta não esperava...

[Maria Diná até se esforça, mas nenhum homem lhe toca. Por que será?]


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opinião ca der n o di á r i o Pedro Correia

SEGUNDA, 18 Há certas actrizes que nos parecem deslocadas da sua época. Senti sempre que era esse o problema com Susannah York. Esta inglesa nasceu para o cinema numa altura em que as deusas do celulóide eram vistas como uma relíquia do passado. Naquela década de 60, interessava “desmistificar”a mulher, torná-la “igual” aos homens, libertá-la de toda a encenação e todo o artifício. Carole Lombard, Ingrid Bergman, Rit Hayworth, Ava Gardner, Grace Kelly, Elizabeth Taylor e tantas outras rainhas dos anos dourados de Hollywood davam lugar à mulher banal, destituída de glamour, despojada daquele brilho cintilante que todas as estrelas irradiam. Era o tempo da Sally Field e da Jill Clayburgh e da Glenda Jackson e da Karen Allen: figuras banais, rostos banais, que poderíamos ver a qualquer hora num restaurante de bairro ou num transporte público. A mulher destituída de aura hollywoodesca era uma mulher “libertada”, uma mulher “consciente” – dizia-se então. E até actrizes inegavelmente belas desse período, como Jane Fonda e Julie Christie, pareciam pedir desculpa aos espectadores, em sucessões contínuas de filmes urbano-depressivos, por serem tão bonitas. Nesses tempos muito ideológicos, havia uma conotação implícita entre beleza e classe dominante, que devia ser derrubada pelas massas oprimidas. Muito sofreram algumas mulheres desses tempos. E alguns homens também... Susannah York nada tinha de banal. Bastava vê-la surgir em cena para se perceber que era impossível permanecer indiferente ao fulgor daqueles olhos azuis, à sedução daqueles lábios volumosos e ao fascínio daquela voz quente e bem timbrada. Desempenhou papéis memoráveis em dois filmes galardoados com o Óscar: Tom Jones (1963) e Um Homem para a Eternidade (1966), ambos de produção britânica. Entrou numa das películas norte-americanas mais aclamadas da década de 60: Os cavalos também se abatem (1969). Fez de mulher de Marlon Brando no mega-sucesso Super-Homem (1978). Contracenou com Alan Bates num perturbante filme de culto que nunca mais revi: O Uivo (1979). Trabalhou também na televisão: lembro-me bem dela na versão britânica da série Dear John. Filmar com Fred Zinnemann, Sydney Pollack, Richard Donner, Tony Richardson e Jerzy Skolimowski, entre outros nomes grandes da realização, é suficiente para garantir a alguém um lugar em qualquer enciclopédia do cinema. Mas fiquei sempre com a convicção de que Susannah York podia ter ido muito mais longe do que foi, tornando-se um verdadeiro ícone da sua época. O problema não foi dela, mas dos ventos dominantes daqueles dias que mandavam derrubar todos os ícones em nome da idolatria do cidadão comum. Um problema insolúvel para quem era incomum, como Susannah York. Tivesse ela nascido dez anos mais cedo ou vinte anos

São sinais dos tempos. Os políticos deviam estar bem atentos a eles. Todos – cada qual a seu modo – prenunciam o declínio desta república mais tarde, nada decorreria como decorreu. Nem, como sucedeu há dias, se despediria da vida – depois de se despedir do cinema – perante a lamentável indiferença de um público cinéfilo que em muitos casos não chegou sequer a saber quem ela foi. QUINTA, 20 Revejo Janela Indiscreta. Um filme sobre a incurável curiosidade do ser humano narrado de um ponto de vista subjectivo, em que a visão do espectador coincide quase sempre com a do protagonista. Um filme com unidade espacial, unidade temporal e unidade de acção: sabemos daquelas personagens que estão ali, à nossa frente, exactamente o mesmo que sabe o protagonista, L. B. Jeffries - soberba criação de James Stewart. O que temos aqui? Uma larga janela que dá para um vulgar pátio de traseiras nova-iorquino. E o olhar treinado de Jeffries, repórter fotográfico calejado em cenários de guerra. Um homem habituado a fazer da mala de viagem a sua casa e a comer “coisas para as quais até temos nojo de olhar quando estão vivas.” Não podia haver maior contraste entre o intrépido fotógrafo sem fronteiras e a sofisticada cronista mundana Lisa Fremont, com quem mantém um namoro intermitente.

carto o n por Steff

Ela está apaixonada por ele e sonha com o casamento. Ele, já há muito casado com a profissão, é um inimigo declarado e antecipado da rotina conjugal. O casamento, para ele, nada mais é do que “chegar a casa num dia quente e ouvir o barulho da máquina de lavar”, como confidencia à enfermeira Stella (Thelma Ritter). “Tornámo-nos numa raça de mirones”, sentencia Stella ao perceber como Jeffries, há sete semanas com uma perna imobilizada em gesso, está cada vez mais interessado em espiolhar a vizinhança: a escultora que gosta de tomar banhos de sol, a bailarina com uma intensa vida social, os jovens recém-casados que não abandonam o quarto, a solteirona viciada em álcool… E há ainda aquele misterioso vendedor ambulante de jóias, casado com uma mulher inválida. O que se esconde detrás daqueles estores cerrados numa noite tão quente em Greenwich Village? Terá ele cometido um homicídio? Jeffries, cada vez mais envolvido na vida dos outros, cada vez mais esquecido da sua, recorre ao binóculo e até a uma potente câmara fotográfica dotada de tele-objectiva - esse “buraco de fechadura portátil”, como lhe chama a desdenhosa Stella. O prodígio de Alfred Hitchcock nesta sua obra-prima de 1954, é transformar quase toda a acção física em mera acção visual. Somos o que vemos - e aqui somos todos voyeurs. Jeffries e nós, cada um dos espectadores. E também Stella e Lisa e até Tom Doyle, o céptico inspector de polícia. O mais espantoso, neste filme, é que Hitchcock inverte com sucesso o axioma: aqui nenhuma aparência ilude e apenas o que vemos se torna verdadeiro. A propósito, é espantosa a evolução visual de Lisa Fremont (Grace Kelly), essa mulher “demasiado perfeita”, na definição inicial do seu indeciso

israel sobe a fasquia

namorado. Quando ela surge no ecrã, vão decorridos 16 minutos de filme, estamos perante uma das mais deslumbrantes aparições alguma vez ocorridas na Sétima Arte: só vendo se acredita. Mas o guarda-roupa dela e até o penteado vão perdendo requinte e aproximando-se do modelo de mulher aventureira e sem glamour que Jeffries idealiza como seu duplo e como seu par. É uma armadilha destinada a caçar o caçador, como bem nos apercebemos na cena final, carregada de ironia hitchcockiana na sua óbvia metáfora da conjugalidade: ele adormecido, mais imóvel que nunca; ela com o glamour recuperado, trocando a leitura da revista dele pela revista dela. Cerra-se a cortina, acentua-se o efeito de claustrofobia. Só não escutamos - mas bem podíamos - o ruído de uma máquina de lavar. DOMINGO, 23 Eleições presidenciais. No meio da maior crise social e económica em Portugal. Cavaco Silva, Presidente desde 2006, recandidata-se. Tem 71 anos e promete cuidar do futuro dos portugueses com o apoio do PSD e do CDS. Manuel Alegre, que perdeu para Cavaco em 2006, também se recandidata. Tem 74 anos e diz-se igualmente apostado num futuro melhor, com o apoio do PS e do Bloco de Esquerda, irredutíveis adversários na vida política portuguesa. O Partido Comunista, como sempre faz, apresenta o seu próprio candidato: desta vez é o deputado Francisco Lopes, de 55 anos – o benjamim nesta corrida presidencial. Candidatam-se também o médico independente Fernando Nobre (59 anos), o deputado socialista Defensor Moura (65 anos) e o deputado madeirense José Manuel Coelho (58 anos). De três destes candidatos a grande maioria dos portugueses mal ouvira falar até ao início desta campanha, que ficou marcada por uma crispação apenas semelhante à das presidenciais de 1991, quando Basílio Horta confrontou (sem qualquer sucesso) Mário Soares com acusações de vária ordem a propósito de Macau. Nobre, o único que vem fora da política, trouxe um toque de frescura e originalidade. Coelho, opositor a Alberto João Jardim na Madeira, trouxe um trouxe de irreverência e humor. Tudo o resto foi penoso e previsível: esta campanha mobilizou pouca gente e afastou ainda mais os portugueses da política. Não me espantaria se ficasse marcada pela maior taxa de abstenção de sempre numas presidenciais. À minha volta, multiplicam-se as vozes em defesa do voto branco ou nulo. Ou mesmo do fim do sufrágio directo para a Presidência da República, consagrado na Constituição de 1976. Ou até daqueles que gabam os méritos da monarquia. São sinais dos tempos. Os políticos deviam estar bem atentos a eles. Todos – cada qual a seu modo – prenunciam o declínio desta república.


nunca

O melhor é confiar no Amigo que falha e cujo Amor nos persegue do berço ao túmulo. Padre Manuel teixeira [1912-2003]

terça-feira 25.1.2011

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15 à fl or da pel e Helder Fernando

O

Venceu a maioria da minoria

senhor que nunca se engana, raramente tem dúvidas, não lê jornais, responde pneumogastricamente às perguntas e não comenta coisa alguma, esse senhor continua sendo o presidente da República Portuguesa. Por inacção da república e apesar de, em relação a 2006, ter perdido mais de meio milhão de eleitores, exactamente 545.327 votos, recorde absoluto de abstenção popular. Menos de 47 por cento do eleitorado foi às urnas, a mais pequena participação de sempre nas presidenciais portuguesas. Lamentável para qualquer democracia política tal minoria do eleitorado fazer uma maioria. O candidato Manuel Alegre, o único verdadeiramente derrotado, também perdeu, em relação a 2006, 306.338 votos. O dito apoio, tarde e a más horas, desta direcção do PS foi uma desconchavada hipocrisia política a que Alegre não soube esquivar-se, entrincheirado, talvez cedo demais, pelo BE. Não fosse uma parte do eleitorado “socialista”, obediente ou não aos dirigentes partidários, ter votado, por exclusão de partes, neste ex-deputado e ex-dirigente, e a derrota teria sido muito maior. Estou convicto de que em cada ocasião que Sócrates apareceu na campanha, escorregaram milhares de votos para outro lado qualquer ou para nenhum. A frase assassina descaradamente dita pelo secretário-geral do PS, comentando os resultados eleitorais, “os eleitores optaram pela estabilidade política”, revela a índole da figura. As pessoas não estão, como tanto se diz, fartas da actividade política. As pessoas estão desiludidas e já não suportam é a actividade destes situacionistas políticos no poder. Alegre assumiu, como eticamente lhe competia, a responsabilidade da derrota. Como lembrou, “em democracia perder não é vergonha; vergonha é não saber pelo que se luta”. Fica quase tudo dito. Desta vez não houve surpresas nem o resultado traz novidades para além do aumento da abstenção e de um Presidente eleito com o menor número de votos de todas as presidenciais. Desconheço se houve ou não houve alguém a minar a campanha de MA desde o início. Desconheço se houve ou não houve

Portugal precisa de um Presidente com a exacta noção da grandeza do País e do seu Povo, que entenda todo o acto político como um acto de cultura. Portugal precisa de um Presidente empenhado na esperança, batendo-se pelo sonho realizado e a realizar alguém a influenciar directa ou indirectamente o aparecimento da candidatura de Fernando Nobre e quais as hipotéticas intenções dessa presumível influência. O certo é que motivos não faltam a qualquer pessoa de bem, como Fernando Nobre, com uma obra assinalável e reconhecida internacionalmente, para, num gesto de revolta pelo estado a que Portugal chegou, se chegar à frente. Nada contra, excepto o estilo de pastor protestante com pouca vocação, em princípio de carreira, colocado a contragosto na fronteira Sul do Novo México. O mais certo é voltarmos a ouvir falar novamente de Fernando Nobre. Dentro de cinco anos ele mudará de estilo e a situação de Portugal antevê-se que esteja tristemente

ainda pior. Poderá haver factores que farão com que esta figura ressurja mais experiente, com mais apoios, mais autenticamente ele próprio. O aparecimento do militante PCP na campanha presidencial é sempre, desde Octávio Pato em 1976, trigo limpo pardais ao cesto. Desta vez oeleitorado “comunista” nem precisou de tapar a foto do candidato PS no acto de votar - como sucedeu na “final” entre Mário Soares e Freitas do Amaral em 1986. O lema mais popularucho da précampanha eleitoral foi “Coelho ao Poleiro”, lançado para provocar e inteligentemente retirado logo depois. Sem sequer dispor de uma sede, José Manuel Coelho foi o homem

sozinho e a sua circunstância. Comparando com as outras candidaturas, gastou meia dúzia de patacos, produziu menos poluição, respondeu a tudo o que lhe foi perguntado, comentou sobre tudo, sobre todos e até sobre ele mesmo. Sem meios, Coelho fez uma campanha contente sobre o descontentamento. O aparecimento de Defensor Moura como candidato não entendi nem faço esforço para entender. Factos costumam ser factos. Manuel Alegre estava “condenado” à derrota. Creio que, tal como a generalidade dos que nele votaram, corajosamente foi em frente, embora sem a envolvência de há cinco anos. Raramente conseguiu um discurso bem estruturado, apelativo, aglutinador. Entre outros pormenores certamente evitáveis e incompreensivelmente mantidos, uma deplorável entrevista dada ao DN quase no final da campanha demonstrou o desacerto na organização e produção da campanha eleitoral de Manuel Alegre. Perante o naipe de candidatos, perante o estado geral do País, perante o poderoso suporte posto ao serviço do candidato da Direita, Alegre devia ter assumido claramente o discurso da Esquerda. Dificílimo fazê-lo, sabe-se, uma vez que pensou ser-lhe útil o apoio do PS, o partido do governo que, alegadamente por causa da crise, retirou quase todas as almofadas aos mais comuns dos cidadãos. Portugal – e qualquer país – precisa de um Presidente que acredite nas pessoas e em quem as pessoas realmente acreditem. Portugal precisa de um Presidente que use o primado dos grandes valores do humanismo, que deteste a tirania das políticas económicas assentes nas obscuras especulações dos mercados. Portugal precisa de um Presidente verdadeira e consequentemente sensível às carências dos mais fracos, dos seus direitos, que se preocupe e actue em defesa do estado social. Portugal precisa de um Presidente com a exacta noção da grandeza do País e do seu Povo, que entenda todo o acto político como um acto de cultura. Portugal precisa de um Presidente empenhado na esperança, batendo-se pelo sonho realizado e a realizar.

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José editor Vanessa Amaro Redacção António Falcão; Filipa Queiroz; Gonçalo Lobo Pinheiro; Joana Freitas; Kahon Chan; Rodrigo de Matos Colaboradores Carlos Picassinos; José Manuel Simões; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Correia Marques; Gilberto Lopes; Hélder Fernando; João Miguel Barros; Jorge Rodrigues Simão; José I. Duarte; Marinho de Bastos; Paul Chan Wai Chi; Pedro Correia Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão; António Mil-Homens; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Laurentina Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Av. Dr. Rodrigo Rodrigues nº 600 E, Centro Comercial First Nacional, 14º andar, Sala 1407 – Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo


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Macau Fundo do desporto muda regras

O Fundo para o Desenvolvimento Desportivo viu serem-lhe alteradas algumas alíneas que trazem modificações à estrutura anterior, aprovada em Fevereiro de 94. Assim, entre os cinco membros que gerem o Conselho de Administração, está o presidente do Instituto de Deporto (ID) e um representante da Direcção das Finanças. A tarefa de nomear um secretário para o Conselho cabe agora ao presidente do ID, alterando o anteriormente previsto, no qual se elegia o chefe da secção das finanças do ID (antes designado como IDM) para ocupar o cargo. Também as duas reuniões ordinárias mensais passam a ser três, tendo sido alterado o diploma de Fevereiro de 94. Quanto ao ordenado dos membros do Conselho, passa a ser o correspondente ao índice 80 da tabela indiciária, contrariando os 50% dos 100 da mesma tabela auferidos desde a aprovação em boletim de 1994 até 2010.

Tecnologia Telemóvel testado no espaço

Um grupo de engenheiros da empresa britânica Surrey Satellite Technology Limited construiu um telemóvel para ser testado no espaço. Segundo explicou o gestor do projecto, Shaun Kenyon, o “smartphone” funciona com o sistema operativo Google Androide será usado para controlar um satélite de 30 centímetros e para tirar fotografias da Terra. «Primeiro que tudo, queremos ver se o telefone funciona lá em cima e, se isso acontecer, queremos verificar se pode controlar um satélite», explicou o responsável. O modelo do aparelho ainda não foi divulgado, mas sabe-se que irá actuar como um apoio para o computador principal do satélite. Após algum tempo, espera-se que o telemóvel possa funcionar sozinho, assumindo o controlo da missão.

Terrorismo Explosão em Moscovo faz 31 mortos

Pelo menos 31 pessoas morreram e 130 ficaram feridas na sequência de uma explosão no aeroporto de Domodedovo, em Moscovo, o aeroporto mais movimentado da capital russa, segundo informa o Ministério russo da Saúde. Segundo a imprensa russa, a explosão terá sido causada por um bombista suicida, embora esta ainda não tenha sido reivindicada. A explosão deu-se na zona de recolha de bagagens, no terminal das chegadas internacionais. Os serviços de socorro já estão no local. O aeroporto de Domodedovo fica a 40 quilómetros do centro de Moscovo e é bastante utilizado por trabalhadores estrangeiros e turistas que se dirigem à capital russa. Companhias aéreas como a TAP e a British Airways operam neste local. Entretanto, a polícia russa foi colocada em estado de alerta, estando o metro e os restantes aeroportos de Moscovo debaixo de apertada vigilância.

G20 Sarkozy quer alargar papel do FMI

O presidente francês afirmou, esta segundafeira, que pretende alargar o papel do Fundo Monetário Internacional (FMI) e envolver a Alemanha, Rússia e Reino Unido nos trabalhos da presidência francesa do G20 para a reforma do sistema monetário, regulação dos preços agrícolas e governação mundial. “Vamos propor ao G20 que elabore um código de conduta em matéria de gestão de fluxos de capitais e, a prazo, é desejável uma reforma dos estatutos do FMI para que prevaleçam regras comuns”, declarou Nicolas Sarkozy, na apresentação das prioridades da presidência francesa do grupo as 20 maiores economias do mundo.

... jogadores de Macau

!!!

terça-feira 25.1.2011 www.hojemacau.com.mo

Deputada adverte que infracções à lei danificam imagem do Governo

Kwan é que isto tem fim? Kahon Chan

kahon.chan@hojemacau.com.mo

A deputada da Assembleia Legislativa (AL) Kwan Tsui Hang apresentou uma interpelação a questionar o falhanço do Executivo em observar e impedir várias infracções óbvias à lei, com exemplos recentes a incluírem uma grande linha de montagem de aparelhos de televisão no meio do mato e a construção não autorizada de uma ligação a uma estrada importante no Cotai. Kwan advertiu que o Governo estava a perder prestígio e reputação aos olhos da opinião pública com a sua lenta e passiva reacção aos infractores da lei. Na interpelação apresentada na sexta-feira, a deputada observou que os residentes têm estado a par da construção clandestina da estrada no campo de golfe Caesars há mais de um mês, e uma vez que os trabalhos na via continuam a poder ser

vistos facilmente da estrada principal entre a Taipa e Coloane, questionou como podem os responsáveis do Governo e outros funcionários públicos fazer vista grossa à situação. Kwan questiona também se os funcionários públicos são encorajados a denunciar movimentações suspeitas, ou se o Governo se limita a deixar que a lei seja transgredida livremente. “À apreensão de terras públicas em Coloane, linhas de montagem de aparelhos de televisão, cinzas volantes e escavações ilegais nos aterros, as autoridades apenas respondem, e de forma passiva, quando o problema já subsiste há muito tempo ou é relatado pelos meios de comunicação. Porque é que as infracções à lei acontecem uma após a outra e porque é que a aplicação da lei não é capaz de as impedir numa fase mais inicial?”, escreveu a deputada. “Seja como for, as recorrentes pub

ofensas à lei já afectaram seriamente a o prestígio de todo o Governo.” Na sequência dos danos causados à credibi-

lidade da Administração em fazer cumprir a lei, Kwan recomenda que o Executivo reforce o conceito de um governo

uno que atende às necessidades das pessoas, em vez de um conjunto disperso de burocracias egocêntricas pouco interessadas em interagir entre elas, de forma a lavar a má imagem criada pela ineficiente aplicação da lei e o falhanço em defender a justiça com a sua autoridade, o que poderia se tudo corresse bem restaurar a confiança no Governo.

Gabinete de Ligação quer dinamizar intercâmbio

Ligações proveitosas O Gabinete de Ligação instou os meios de comunicação locais a aprofundar o intercâmbio com os média da China Continental, a câmara empresarial a assumir compromissos quanto às leis laborais para benefício mútuo e os “chineses ultramarinos” a fazerem uso da sua rede de contactos fora de Macau. Xu Ze, director interino do gabinete, participou em dois encontros em jeito de seminário na Associação Comercial de Macau (ACM) e na Associação Geral dos Chineses Ultramarinos de Macau ontem de manhã. Quando a câmara se queixou de que as leis laborais eram demasiado duras e pediu alterações, Xu disse que era importante que o sector empresarial concordasse com algo que também era aceite por outras partes. “Tanto os empregadores como os empregados vão ter de chegar a uma proposta que seja aceite por todas as partes através de negociação moderada pelo Governo. O ‘Um País, Dois Sistemas’ é uma demonstração de aceitação por todas as partes”, afirmou, acrescentando que a ACM tinha de “fazer

muito” para mostrar oportunidades as empresas locais. Na Associação Geral dos Chineses Ultramarinos de Macau, Xu também apelou a um maior contacto com compatriotas através da rede de contactos fora de Macau. A urgência foi menor quando outro director interino, Li Benjun, falou aos editores dos meios de comunicação chineses de Macau num banquete à noite. Li observou que os média tinham feito uma cobertura abrangente da visita do primeiro-ministro, da Expo e dos Jogos Asiáticos, o que reflectia a “paixão dos jornalistas, responsabilidade social e a busca de um jornalismo profissional”. A única esperança para a imprensa, na opinião do responsável, era “aprofundar” o intercâmbio com a imprensa e os média da China, e comprometeu-se a prestar um bom serviço aos média. O Hoje Macau não foi convidado a partilhar da honra ao lado da imprensa chinesa. As palavras de Li foram emitidas na Rádio Macau. O Gabinete de Ligação normalmente só convida a imprensa não-chinesa para o almoço anual de ligação. - K.C.

Cooperação aeronáutica Autoridades da China e de Macau firmaram um acordo de cooperação de prestação de serviços de informação aeronáutica, meteorológicos, de combate ao fogo no aeroporto, entre outros. De acordo com um comunicado divulgado ontem pela Administração, os objectivos do acordo são a partilha de recursos, o apoio mútuo e o desenvolvimento cooperativo. A Autoridade de Aviação Civil da RAEM (AACM) e a Administração da Aviação Civil da China (CAAC) chegaram a um consenso sobre na área de segurança da aviação e concordaram na vinda anual de peritos da China a Macau para prestar apoio técnico nos serviços de informação aeronáutica, serviços cartográficos, planeamento de voos, serviços meteorológicos e serviços de combate aos incêndios no aeroporto. Por seu lado, a CAAC vai convidar pessoal do território para participar em cursos de formação e actividades de intercâmbio organizadas pelo continente.


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