QUARTA-FEIRA 25 DE JANEIRO DE 2017 • ANO XVI • Nº 3741 PUB
hojemacau
MOP$10 AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006
GCS
DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ
A secretária para a Administração e Justiça recusou-se a comentar as questões levantadas pelos deputados Pereira Coutinho e Ng Kuok Cheong sobre os alegados favorecimentos a familiares, denunciados pelo ex-procurador Ho Chio Meng. Sónia Chan justificou o silêncio com o facto do caso estar nas mãos do CCAC. Coutinho exige a demissão da secretária.
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ECONOMIA PARTILHADA
O NOVO PARADIGMA GRANDE PLANO
HOJE MACAU
Nada a dizer
Um quarto crescente GCS
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ATERROS
LICÍNIO DE AZEVEDO
A TELA HUMANA ENTREVISTA
CHINA
Dois tristes tigres PÁGINA 12 E ÚLTIMA
Doutoras e virgens JULIE O’YANG
Respiração das coisas JOÃO PAULO COTRIM
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PÁGINA 5
EVENTOS
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2 GRANDE PLANO
Em Macau, à semelhança do que acontece noutras jurisdições, a Uber não assina contratos de trabalho, nem paga dias de férias ou folgas, porque o condutor é apenas um prestador de serviços. Já o website Airbnb tem dezenas de quartos para subarrendar a turistas, uma situação proibida por lei. A chamada economia partilhada existe no território, mas vive à margem da legalidade
UBER E AIRBNB OS DESAFIOS E ILEGALIDADES DA ECONOMIA PARTILHADA
ESPARTILHOS LABORAIS O
conceito existe por todo o mundo e mostra-nos uma nova faceta da economia que visa a obtenção de ganhos com a partilha daquilo que não usamos. Na chamada economia partilhada recebemos dinheiro por disponibilizar a nossa casa, o nosso carro ou para cuidar do cão de alguém em troca de um dinheiro extra, existindo já várias aplicações de telemóvel ou websites criados para esse efeito. O problema é que os utilizadores abdicam, muitas vezes, dos seus direitos laborais, como a obtenção de um contrato de trabalho, pagamento de horas extra ou de impostos. Em Macau, a Uber e o Airbnb são os exemplos existentes dessa economia, mas ambos operam no mercado com diferentes perspectivas. Se a Uber já conseguiu penetrar no mercado de transportes e gerar protestos em prol da sua continuação, apesar de ser considerada ilegal, o Airbnb surge timidamente online, com umas dezenas de quartos e apartamentos para arrendar a turistas a preços, muitas vezes, semelhantes aos de um quarto de hotel. No caso da Uber, não há contratos de trabalho e, por consequência, não há dias de folgas e de férias pagos, nem existe um limite máximo de horas de trabalho por dia. Quantas mais horas o motorista trabalhar, mais recebe, mas não há um controlo. Katie Lee, directora de comunicação da empresa para os territórios de Macau, Hong Kong e Taiwan, explicou ao HM como tudo se processa. “A Uber é uma plataforma de serviços, então os condutores são nossos parceiros e não temos empregados, não estabelecemos qualquer salário fixo. Fazemos contactos com os veículos que estão disponíveis e que
Cabe a cada pessoa decidir quantas horas trabalha e quanto quer ganhar. “Os motoristas não são nossos empregados, são nossos parceiros.”
podem prestar este tipo de serviços. Não temos contratos de trabalho, o que fazemos é estabelecer acordos escritos com os motoristas, contratos de parceria.” Com 25 por cento dos colaboradores a trabalhar a tempo inteiro, a Uber não tem uma média salarial dos seus motoristas. “Os condutores têm o seu próprio horário e os valores podem variar, não temos números, não temos detalhes”, apontou Katie Lee. Cabe a cada pessoa decidir quantas horas trabalha e quanto quer ganhar. “Os motoristas não são nossos empregados, são nossos parceiros. Não podem por isso usufruir de benefícios, pois só são estabelecidos contratos de parceria. Trabalham numa empresa, mas com base em comissões. O condutor pode decidir quando quer pôr fim a essa parceria e ficar offline, não tem de contactar a Uber, o condutor tem todo o controlo quanto a isso”, referiu Katie Lee.
VINDOS DO JOGO
No caso de Macau, muitos dos motoristas que trabalham para a Uber foram, um dia, trabalhadores no sector do jogo. “O panorama negativo do sector do jogo fez com
Muitos dos quartos ou apartamentos são arrendados, e quem os publicita no website espera apenas uma ajuda para pagar uma renda cara à revelia do senhorio
que muita gente tenha perdido a oportunidade de encontrar um trabalho, ou ficar a trabalhar na indústria do jogo, e muitos deles são actualmente condutores da Uber. Vemos que mais pessoas em Macau estão interessadas neste tipo de trabalho”, explicou Katie Lee. Alex (nome fictício) é disso exemplo. O jovem decidiu tornar-se motorista ao abrigo desta plataforma porque sentiu que não tinha mais alternativas. “Trabalhava numa sala VIP de um casino que fechou”, contou ao HM.AUber disponibiliza dois tipos de pacotes para os motoristas, a tempo integral ou parcial. Alex escolheu o primeiro. “Aderi ao programa a tempo inteiro, porque precisava. Trabalho 40 horas por semana”, o que, na prática, perfaz oito horas diárias a conduzir passageiros, se pegar no carro cinco dias por semana. Alex conta que chega a fazer cinco mil patacas semanais. “É bom a tempo parcial, mas não integral, porque não temos quaisquer benefícios. A longo prazo não é apropriado porque, com este trabalho, se não conduzirmos não ganhamos.”
KATIE LEE DIRECTORA DE COMUNICAÇÃO DA UBER
Os valores de que fala Alex são praticados um pouco por todo o mundo. Já em Portugal, onde a Uber é legal, os motoristas ganham cerca de 500 euros mensais (cerca de 4400 patacas),
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pagos a recibos verdes, trabalhando 12 a 16 horas diárias, segundo uma reportagem do jornal online Observador.
PAGAR A RENDA NO AIRBNB
Quanto à Airbnb, o HM conseguiu confirmar que a plataforma já começa a ser amplamente utilizada em Macau para disponibilizar alojamento aos turistas, mas há um pequeno senão: muitos dos quartos ou apartamentos são arrendados, e quem os publicita no we-
bsite espera apenas uma ajuda para pagar uma renda cara à revelia do senhorio. Apenas uma utilizadora, que não quis identificar-se, assumiu colocar um quarto no Airbnb para ajudar nas despesas. Vários utilizadores recusaram prestar esclarecimentos perante a evidência de, do outro lado, estar uma jornalista e não uma turista à procura de um quarto. À luz do regime do arrendamento urbano, é proibido subarrendar um apartamento, mas não há qualquer tipo de controlo sobre isso. Ao HM, Helena de Senna Fernandes, directora dos Serviços de Turismo, confirmou isso mesmo. “Não temos meios para implementar medidas contra a plataforma em si, mas estamos perante uma situação em que, se detectarmos pessoas a utilizar apartamentos em Macau para servir de alojamento ilegal a turistas, claro que vamos combater essas acções. Continuamente fazemos a nossa investigação e estamos atentos.” Se em Lisboa é cada vez mais difícil encontrar uma casa para morar, por estarem quase todas destinadas ao alojamento turístico, o mesmo não se passa em Macau, onde o alojamento de baixo custo demora a aparecer. Ainda assim, os sinais da economia partilhada já se fazem sentir. Andreia Sofia Silva
andreia.silva@hojemacau. com.mo
GONÇALO LOBO PINHEIRO
hoje macau quarta-feira 25.1.2017 www.hojemacau.com.mo
“Muitas áreas estão a surgir na ilegalidade” Economista alerta para inacção do Governo
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UESTIONÁMOS Albano Martins sobre o novo paradigma económico que determina que é possível ganhar uns trocos apenas com a instalação de uma aplicação no telemóvel. Para o economista, o Governo deveria começar a agir. “Em Macau são menos rápidas e quando entram, entram violando praticamente todas as regras que já estão estabelecidas noutros países. Muitas áreas estão a surgir na ilegalidade porque Macau é ilegal em muita coisa. O Governo deve sempre antecipar-se e deve ter sempre ter os seus fiscais, para garantir que devem antecipar-se os desenvolvimentos e impedir que ocorram de forma ilegal. Isso não está a acontecer.” Sobre a Uber, Albano Martins assume ter deixado de lado as maravilhas da famosa aplicação. “Os condutores trabalham muitas mais horas do que um trabalhador normal, mas o problema é que nem sempre
isso significa ganharem mais. A Uber deveria ser permitida, mas com condições laborais e com regras perfeitamente definidas, de modo a que as pessoas que tenham esses acordos não sejam exploradas ao máximo.” “É uma forma de se tentar contornar as leis laborais e, ao mesmo tempo, de ganhar dinheiro. É mais uma forma de tentar tirar ao máximo o proveito do trabalho de outrem sem garantir o mínimo de dignidade, e neste momento sou contra”, acrescentou o economista. Para Albano Martins, os condutores que antes estavam no sector do jogo vão, mais tarde ou mais cedo, perceber os direitos aos quais não têm acesso. “Está tudo a funcionar numa zona de sombra e não me parece que qualquer sociedade deva trabalhar nestas circunstâncias. As coisas devem estar reguladas e as pessoas deveriam ter consciência de quais são as relações laborais que existem.” Para o futuro, o economista reconhece dificuldades na legalização. “É nessa relação [de prestação de serviços] que é preciso pensar e ver se, mais cedo ou mais tarde, não vai criar mais exploração desenfreada para com aqueles que estão mais desprotegidos. Penso que vão ter muitas dificuldades em serem legalizados num ambiente laboral como é o de Macau”, concluiu. A.S.S.
4 POLÍTICA
hoje macau quarta-feira 25.1.2017
Aterros GOVERNO NÃO AVANÇOU DATAS SOBRE QUARTO ESPAÇO
No segredo dos deuses O Executivo não conseguiu explicar quando é que vai pedir ao Governo Central o aterro que irá albergar o chamado quarto espaço. Apesar de ser uma “ideia abstracta”, tudo indica que será construído a sul de Coloane ambiental do desenvolvimento de um novo aterro. A postura do Executivo é, para já, de estudo e reflexão sobre a possibilidade de desenvolver mais um aterro, ainda que todo o discurso político esteja orientado para a construção de um espaço habitacional e de lazer.
TIAGO ALCÂNTARA
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deputado Si Ka Lon levou ontem a plenário algumas questões sobre o chamado quarto espaço, um novo aterro além dos que já estão a ser construídos. O Governo garantiu tratar-se apenas de uma “ideia abstracta”, não tendo sequer avançado uma data para desencadear o processo junto do Governo Central, uma pergunta feita pelo deputado Si Ka Lon. “Que posicionamento económico terá? A população pensa que o Governo disse esta informação por dizer e que não há uma informação em concreto. Quando vamos pedir ao Governo Central esse quarto espaço? A sociedade está ávida para saber onde vai ser construído.” Mi Jian, consultor principal do Gabinete de Estudo
de Políticas, disse apenas que existem, para já, umas “ideias básicas”, sendo que o sul de Coloane é, para o Executivo, a melhor localização para o quarto espaço. “Só podemos em primeiro lugar ir para sul e
PLANO DIRECTOR CONCURSO PÚBLICO AINDA ESTE ANO
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Governo adiantou ontem no hemiciclo que o concurso público para a elaboração do Plano Director do território deverá ter início ainda em 2017. “Estamos a preparar o lançamento do concurso público e vamos lançá-lo ainda este ano”, confirmou um assessor do secretário para os Transportes e Obras Públicas. Raimundo do Rosário confirmou que tudo estará pronto dentro do prazo previsto. “Em 2019 devemos finalizar este plano e estará de acordo com a calendarização”, apontou.
oeste, pedimos aos peritos para nos ajudarem, mas ainda não chegámos a nenhuma conclusão. Em princípio será localizado a sul de Coloane, indo para oeste. Mas há ainda um problema: este quarto espaço não depende apenas da RAEM e depende de muitos trabalhos. Só os nossos descendentes é que vão usufruir desta ideia”, explicou Mi Jian. A ideia de quarto espaço foi divulgada pela primeira vez numa reunião do Conselho do Planeamento Urbanístico, sendo que a localização a sul de Coloane levantou várias questões, sobretudo quanto ao impacto PUB
Para os efeitos tidos por convenientes, anuncia-se que, por deliberação da assembleia geral extraordinária realizada em 28 de Dezembro de 2016, foi decidido, por unanimidade, dissolver e encerrar, a partir da referida data, a sociedade comercial por quotas supra identificada, tendo o respectivo registo sido requerido em 30 de Dezembro de 2016. Macau, aos 25 de Janeiro de 2017
MI JIAN CONSULTOR PRINCIPAL DO THINK-TANK DO GOVERNO “O que entendemos por este quarto espaço? Está em causa uma coisa abstracta, mas será um espaço onde a população pode viver e desenvolver-se. Esta é uma concepção constante na estratégia de desenvolvimento urbano. Com o início dos trabalhos de investigação podemos dar mais conteúdo a este quarto espaço”, adiantou Mi Jian. O deputado José Pereira Coutinho foi um dos intervenientes, tendo alertado para a necessidade de “ter em conta os interesses da população nesse planeamento”. Já o vice-presidente da Assembleia Legislativa, Lam Heong Sang, lembrou que “estamos ainda à espera do Plano Director, sendo o quarto espaço é ainda algo mais longínquo”. “Quando vai ser concluído?”, questionou. O Governo acabaria por responder logo de seguida (ver texto nesta página). Andreia Sofia Silva
andreia.silva@hojemacau.com.mo
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EVERÁ passar para as mãos da Administração o terreno localizado perto da zona do Pac On, na Taipa, que foi concessionado a privados para a construção de um parque aquático. Em resposta à interpelação oral da deputada Ella Lei, o secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, referiu que “estão em curso os procedimentos para a eventual declaração de caducidade da respectiva concessão e consequente reversão desse lote para a RAEM”. Durante o debate, vários deputados voltaram a exigir ao Governo maior transparência e rapidez
no processo de reversão dos terrenos concedidos pela Administração a privados. Raimundo do Rosário confirmou que não será necessário esperar até 2020, estimativa feita pelo deputado Ng Kuok Cheong. “Depois de tantos meses, já publicámos 49 despachos de declaração de caducidade. Devem reconhecer que os serviços têm vindo a trabalhar. Talvez não tenhamos de esperar até 2020, senhor deputado. Se eu tivesse mais tempo faria isto [assinar declarações de caducidade e analisar os processos dos terrenos] todos os dias”, concluiu o secretário. A.S.S.
CANÍDROMO AFASTADO PROCESSO JUDICIAL
É certo que o Governo já garantiu o prolongamento da actividade do Canídromo até 2018, mas Angela Leong, administradora da Sociedade de Jogos de Macau (SJM), deixou ontem bem claro que não avançará para tribunal caso o Executivo decida, um dia, utilizar o terreno para outros fins. “Quanto ao Canídromo, não vou entrar numa acção judicial contra o Governo, pois é um terreno onde se podem construir mais de dez mil fracções de habitação pública. Não há terrenos e seria um grande apoio para a juventude”, garantiu a empresária. TIAGO ALCÂNTARA
Jumeirah Serviços de Gestão (Macau) Limitada Registada na Conservatória dos Registos Comercial e de Bens Móveis de Macau sob o n.º 33469 Alameda Dr. Carlos D’Assumpção n.os 411-417, edf. Dynasty Plaza, 15.º andar O,P, Macau
“Mas há ainda um problema: este quarto espaço não depende apenas da RAEM. Só os nossos descendentes é que vão usufruir desta ideia.”
PAC ON PARQUE AQUÁTICO POR ÁGUA ABAIXO
5 POLÍTICA
hoje macau quarta-feira 25.1.2017
AL SÓNIA CHAN NÃO COMENTA CUNHAS. COUTINHO EXIGE DEMISSÃO
mas isso não quer dizer que o Governo, nos termos do estatuto da Função Pública, não possa instaurar processos disciplinares. Porque é que houve uma diferença? Não basta dizer que o CCAC está a investigar e o Governo fica de braços cruzados.” “Estou desapontado consigo”, disse ainda Coutinho. “Se deixamos que tudo seja tratado pelo CCAC, então para que serve a Administração? O CCAC investiga matérias ligadas a corrupção e o Governo averigua irregularidades administrativas”, afirmou. A secretária deixou claro que o Governo está aberto à investigação em curso. “O processo está a correr no CCAC, que também faz parte do Governo. O Governo não vai fugir à questão, isso foi tornado público. Temos de declarar os rendimentos e isso consta nas normas.”
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NTES de dar a resposta oficial da praxe, a secretária para a Administração e Justiça deu a justificação que manteve até ao fim do debate. “Quanto ao meu caso, já fiz um esclarecimento público. Neste momento, o Comissariado contra a Corrupção (CCAC) recebeu uma queixa e não devo comentar este caso.” Foi desta forma que Sónia Chan reagiu ontem na Assembleia Legislativa (AL) às questões colocadas pelos deputados José Pereira Coutinho e Ng Kuok Cheong, que questionaram o Chefe do Executivo sobre as medidas a implementar para evitar mais favorecimentos na contratação de pessoas para a Função Pública. Apesar de as perguntas serem dirigidas ao Governo, o Chefe do Executivo, Chui Sai On, optou por delegar as explicações na secretária, não estando presente no hemiciclo. As interpelações orais surgiram no seguimento das declarações do ex-procurador da RAEM em tribunal, Ho Chio Meng, que confirmou que Sónia Chan lhe telefonou a recomendar dois familiares para trabalharem no Ministério Público (MP). A acusação visou também a
“Queremos que o CCAC proceda às investigações pois, além de investigar os actos de corrupção, também tem competência para averiguar irregularidades administrativas”, acrescentou Sónia Chan.
Meu querido CCAC GCS
O facto de o Comissariado contra a Corrupção estar a investigar o caso dos telefonemas feitos a Ho Chio Meng levou a que a secretária para a Administração e Justiça nada tenha dito no hemiciclo quanto ao favorecimento de familiares. Coutinho pediu a demissão de Sónia Chan
“Se estivesse no seu lugar pedia a demissão. Devia levantar-se e pedir desculpa.” PEREIRA COUTINHO DEPUTADO No debate foram poucos os deputados que pediram para usar da palavra. Gabriel Tong, nomeado pelo Chefe do Executivo, ainda questionou se seria viável debater o assunto. “É um caso que entrou em sede de investigação do CCAC, penso se será uma matéria discutível”, declarou. Andreia Sofia Silva
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PUB HM • 1ª VEZ • 25-1-17
Sónia Chan
anterior secretária da tutela, Florinda Chan. Fugindo às questões, Sónia Chan optou por explicar todas as regras em vigor nos vários regimes de contratação na Função Pública, algo que não agradou aos dois autores das interpelações. Coutinho foi mais longe e exigiu a demissão da secretária. “Se estivesse no seu lugar pedia a demissão. Devia levantar-se e pedir desculpa, era o melhor que deveria fazer, mas não fez isso”, acusou o deputado. Coutinho fez ainda referência às últimas declarações de Ho Chio Meng em tribunal, que disse serem 14 as pessoas recomendadas pelo ex-procurador para trabalharem no MP. “É ou não necessário legislar sobre isso? As recomendações de familiares são uma constante. Será que o Chefe do Executivo imputou-lhe responsabilidades quando ainda era directora do Gabinete de Protecção dos Dados Pessoais? Não temos uma lei de declaração
de interesses. Há ainda 14 funcionários que entraram no MP por recomendação e parece que é apenas a ponta do icebergue. Não sabemos quais são os precedentes, então temos que discutir esta questão porque é apenas a ponta do icebergue”, apontou o deputado. Ng Kuok Cheong defendeu que tanto Sónia Chan, como Florinda Chan deveriam pedir desculpas publicamente. “Está a fugir às minhas perguntas. Não perguntei sobre os procedimentos de recrutamento de um trabalhador para a função, quis saber o que pode ser feito para combater a recomendação de familiares para a Função Pública. O Governo deveria pedir às duas dirigentes que pedissem desculpas à população.” O deputado solicitou ainda ao director dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP), Kou Peng Kuan, que avance quantos processos disciplinares já foram colocados sobre
alegadas “cunhas” no recrutamento, mas não houve qualquer resposta.
A VOZ AOS SAFP
Tendo mantido a posição até ao fim, Sónia Chan foi ainda acusada de estar a passar a bola para o director dos SAFP, que continuou a fazer referência às actuais normas de contratação de funcionários públicos. A secretária rejeitou essas acusações. “Não estou a perceber muito bem a afirmação do deputado José Pereira Coutinho, quando diz que empurrei as responsabilidades para o director. Já existe um processo no CCAC e não posso comentar, isso é natural.” Na perspectiva de José Pereira Coutinho, o Governo deveria instaurar um processo disciplinar, algo que não iria interferir na investigação levada a cabo pelo CCAC. “Não devemos misturar as coisas. O CCAC tem atribuições para investigar casos ligados à corrupção,
ANÚNCIO Proc. Execução por custas/multa/ Indemnizações n.º
CV3-15-0006-CEC
3º Juízo Cível
EXEQUENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO.-------------------------------------------------EXECUTADO: JOHAN STRAGA, ora ausente em parte incerta, com última residência conhecida em Macau, Estrada Nordeste da Taipa, nº 312, Edif. Pearl on the Lough, Torre 2, 16º andar H.------------------------------------------------------------*** FAZ-SE SABER que, pelo Juízo, Secção e Tribunal acima identificados, correm éditos de TRINTA (30) dias, contados da segunda e última publicação dos respectivos anúncios, notificando, por esta forma, o executado acima identificado, de todo o conteúdo do requerimento executivo de fls. 2-19, 24, dos despachos determinativos das penhoras, exarados a fls. 20, 25, e da realização destas, fls. 36, 40, penhora de contas bancárias abertas no Banco Nacional Ultramarino, S.A. e no Banco da China, sucursal de Macau, para garantia e pagamento da quantia exequenda de MOP$6.708,00 (Seis Mil, Setecentas e Oito Patacas) e demais acréscimos legais, podendo, no prazo de DEZ (10) dias, posterior ao dos éditos, deduzir embargos de executado ou oposição à penhora, bem como requerer a substituição dos bens penhorados por outros de valor suficiente , - artº. 820º. n.º 2 do C.PC.M.------- Tudo como melhor consta do requerimento executivo, cujo duplicado se encontra nesta Secretaria à disposição do notificando e que poderá ser levantados nas horas normais de expediente.------------------------------------------------------ Caso o notificando pretenda beneficiar do regime geral de apoio judiciário, deverá dirigir-se, ao balcão de atendimento da Comissão de Apoio Judiciário, sito na Alameda Dr. Carlos D´Assumpção, nº 398, Edf. CNAC, 6º andar, Macau, para apresentar seu pedido, sendo que poderão pedir esclarecimentos através do telefone n.º 2853 3540 ou correio electrónico info@caj.go.mo.------------ Para o efeito, terá de comunicar ao processo a apresentação do pedido àquela Comissão, para beneficiar da interrupção do prazo processual que estiver em curso, nos termos do n.º 1, do art.º 20.º, da Lei 13/2012, de 10 de Setembro.-----------------------Macau, 18 de Janeiro de 2017 ***
6 hoje macau quarta-feira 25.1.2017
Foi ontem entregue na Assembleia da República, em Portugal, uma petição que pede, entre outras coisas, o voto electrónico para os emigrantes. Em Macau apenas 17 portugueses assinaram o pedido. Pereira Coutinho, conselheiro do CCP, desconhecia a iniciativa
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UASE cinco mil emigrantes portugueses (4701) assinaram a petição criada pela plataforma “Também somos portugueses”, que pede a introdução do voto electrónico, o recenseamento eleitoral automático aquando da alteração da morada no estrangeiro no cartão de cidadão, e ainda o
A silenciosa minoria Apenas 17 assinaram petição para voto electrónico entregue na AR
recenseamento via postal e Internet para quem vive no estrangeiro. O documento foi ontem entregue na Assembleia da República (AR) a Jorge Lacão, vice-presidente do parlamento português. Em Macau, a petição foi assinada por apenas 17 pessoas, número que inclui dois portugueses que residem na China. De Hong Kong não seguiram quaisquer assinaturas. O documento passou despercebido no território, ao ponto de José Pereira Coutinho, conselheiro do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP), desconhecer a petição. Ainda assim, apoia a iniciativa. “Sou apoiante da simplificação administrativa e de uma maior transparência e facilidade do recenseamento e votação. Tudo o que não implique questões de segurança e o próprio processo eleitoral vale a pena investir”, disse ao HM. “É com agrado que vejo este assunto ser mais discutido em Portugal, o qual não tem sido discutido como deveria”, apontou ao HM Tiago Pereira, coordenador
POLÍTICA
da secção do Partido Socialista em Macau. “A petição fala em problemas que são nítidos, nomeadamente em relação à votação para a AR, por via postal, algo que não serve, tendo em conta os problemas que existem. Muitas pessoas não conseguiram votar e há muitos problemas que põem em causa a validade dos votos.”
UM PROBLEMA MENOR
Para Tiago Pereira, o facto de só 17 pessoas terem assinado a petição não significa uma menor participação na vida política do
país. O pedido “fala de problemas que as pessoas sentem com o recenseamento e renovação do cartão de cidadão e passaporte, e também com os documentos em geral”, aponta. “Aqui em Macau não sentimos tanto isso, pois temos o consulado, mas em muitos casos os emigrantes têm de meter férias para tratar destes assuntos.” Além disso, “as pessoas não terão tido conhecimento desta petição”, considerou Tiago Pereira. Os mentores da iniciativa escreveram na página oficial do movimento que Jorge Lacão “teve
uma reacção muito positiva à petição, concordando genericamente com ela, com a ressalva do voto pela Internet para o Presidente da República”. “Fez muitas perguntas e tirou muitas notas”, acrescenta-se. A votação deverá acontecer na AR “antes do Verão”, pode ler-se no mesmo comunicado. “O processo vai agora ser entregue à Comissão Parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos Liberdades e Garantias, que nomeará um relator. Serão ouvidos os partidos políticos e quem desejar pronunciar-se sobre a petição. A votação em plenário da petição e de propostas de leis de partidos [o PSD e o Bloco de Esquerda já anunciaram que o irão fazer] decorrerá daqui a alguns meses.” Para os mentores, este foi “um momento histórico em que a diáspora portuguesa teve a iniciativa de pedir direitos para todos os portugueses, onde quer que vivam”. O HM tentou chegar à fala com António Cunha, conselheiro do CCP no Reino Unido, mas até ao fecho desta edição não foi possível estabelecer contacto. Andreia Sofia Silva (com J.L.) andreia.silva@hojemacau.com.mo
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Anúncio Concurso Público para «Empreitada de Construção do Sistema de Drenagem do Centro de Saúde do Bairro da Ilha Verde» 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13.
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Entidade que põe a obra a concurso: Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas. Modalidade de concurso: concurso público. Local de execução da obra: no Edifício Cheng I, na Avenida do Conselheiro Borja e nas estradas periféricas. Objecto da Empreitada: construção do sistema de drenagem do Centro de Saúde do Bairro da Ilha Verde. Prazo máximo de execução: 75 (setenta e cinco) dias de trabalho (Indicado pelo concorrente; Deve consultar os pontos 7 e 8 do Preâmbulo do Programa de Concurso). Prazo de validade das propostas: o prazo de validade das propostas é de noventa dias, a contar da data do encerramento do acto público do concurso, prorrogável, nos termos previstos no Programa de Concurso. Tipo de empreitada: a empreitada é por série de preços. Caução provisória: $60 000,00 (sessenta mil patacas), a prestar mediante depósito em dinheiro, garantia bancária ou seguro-caução aprovado nos termos legais. Caução definitiva: 5% do preço total da adjudicação (das importâncias que o empreiteiro tiver a receber, em cada um dos pagamentos parciais são deduzidos 5% para garantia do contrato, para reforço da caução definitiva a prestar). Preço Base: não há. Condições de Admissão: serão admitidos como concorrentes as entidades inscritas na DSSOPT para execução de obras, bem como as que à data do concurso, tenham requerido ou renovado a sua inscrição, neste último caso a admissão é condicionada ao deferimento do pedido ou da renovação de inscrição. Local, dia e hora limite para entrega das propostas: Local: sede do GDI, sita na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 10.º andar; Dia e hora limite: dia 20 de Fevereiro de 2017 (segunda-feira), até às 17:00 horas. Local, dia e hora do acto público do concurso: Local: sede do GDI, sita na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 10.º andar, sala de reunião; Dia e hora: dia 21 de Fevereiro de 2017 (terça-feira), pelas 9:30 horas. Os concorrentes ou seus representantes deverão estar presentes ao acto público do concurso para os efeitos previstos no artigo 80.º do Decreto-Lei n.º 74/99/M, e para esclarecer as eventuais dúvidas relativas aos documentos apresentados no concurso. Local, hora e preço para obtenção da cópia e consulta do processo: Local: sede do GDI, sita na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 10.º andar; Hora: horário de expediente; Preço: $500,00 (quinhentas patacas). Critérios de apreciação de propostas e respectivos factores de ponderação: - Preço da obra 60%; - Prazo de execução 10% - Plano de trabalhos 15%; - Experiência e qualidade em obras 15%. Junção de esclarecimentos: Os concorrentes poderão comparecer na sede do GDI, sita na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 10.º andar, a partir de 10 de Fevereiro de 2017, inclusive, e até à data limite para a entrega das propostas, para tomar conhecimento de eventuais esclarecimentos adicionais.
Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas, aos 20 de Janeiro de 2017. O Coordenador Chau Vai Man
Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais Aviso Faz-se público que foi instaurado nos termos do n.o 2 do artigo 353.o do “Estatuto dos Trabalhadores da Administração Pública de Macau”, processo disciplinar contra Romeu Osvaldo Manhão Izidro (que se encontra em parte incerta), assistente técnico administrativo especialista, 3.º escalão da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, devendo a parte formular, por escrito a sua defesa, dentro do prazo de 30 dias a contar do dia seguinte ao da publicação do presente aviso, podendo consultar o processo em causa e requerer cópia da acusação que lhe foi feita nesta Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, sita no 1.o andar da Avenida Dr. Vieira do Machado, n.os. 221-279, Edifício “Advance Plaza”, em Macau. Macau, aos 13 de Janeiro de 2017. A Instrutora do processo, Cheok Sok Kuan
7 hoje macau quarta-feira 25.1.2017
A
utilização de veículos eléctricos em Macau está longe de ser satisfatória. A constatação é feita por Angela Leong, deputada à Assembleia Legislativa, que escreveu ao Governo a pedir medidas para que esta alternativa às viaturas movidas a gasolina passe a ser uma realidade mais visível nas ruas da cidade. Na interpelação escrita, Leong refere que há apenas 140 veículos eléctricos em circulação no território. A deputada lamenta também o facto de a Companhia Eléctrica de Macau (CEM) ter adicionado apenas 60 postos de carregamento durante o ano que passou. A empresária conta que, pelo que lhe foram dizendo, os postos de carregamento nos auto-silos são pouco usados. Por este tipo de equipamento não estar generalizado, as pessoas têm receio de adquirir viaturas eléctricas, por temerem ficar sem bateria. “Isto tem influência na generalização deste tipo de carros”, vinca. Assim sendo, Angela Leong quer saber que medidas pretendem as autoridades adoptar para que sejam criados mais postos de carregamento, sobretudo nos auto-silos privados. A deputada refere que estes equipamentos têm sido rejeitados pelas empresas e comissões que gerem os condomínios, por serem caros. A deputada pergunta ainda ao Governo se vão ser criados regulamentos para definir as características dos veículos eléctricos a circular na cidade, de modo a que “estejam em consonância com o Plano Quinquenal de Desenvolvimento da RAEM”.
CEM TAMBÉM QUER MAIS
De acordo com a CEM, há neste momento 18 auto-silos públicos equipados com postos de carregamento para carros eléctricos. Em declarações citadas ontem pelo jornal Ou Mun, Un Iok Meng, consultor da comissão executiva
Veículos eléctricos ANGELA LEONG QUER MEDIDAS DE INCENTIVO
Liguem-se à ficha
Há apenas 140 veículos eléctricos no território. As contas são da deputada Angela Leong, que gostaria de ver o Governo apoiar, de forma mais activa, a adopção de transportes amigos do ambiente
SOCIEDADE
CEM CENTRAL EM MACAU DEMOLIDA ESTE ANO
A Companhia de Electricidade de Macau (CEM) acredita que, durante este ano, deverá ser demolida a central eléctrica situada na Avenida de Venceslau de Morais. O Governo anunciou, no ano passado, ter planos para reverter o terreno onde a estrutura está instalada. Em declarações citadas pelo jornal Ou Mun, Un Iok Meng, consultor da comissão executiva da CEM, explicou que a concessionária e o Executivo têm estado a trabalhar em conjunto, sendo que está a ser feita uma avaliação de impacto ambiental, um trabalho realizado por uma entidade independente. O responsável acredita que o relatório referente a esta avaliação deverá estar pronto em breve, pelo que não deverá haver problemas em relação à demolição, a ser levada a cabo ainda em 2017. Un Iok Meng deixou também previsões sobre o consumo de energia no território. O consultor da CEM explicou que a empresa estima um aumento entre cinco a seis por cento, motivado pelo desenvolvimento económico de Macau e pela inauguração de novos empreendimentos hoteleiros.
TEMPLO DE A-MÁ OBRAS SÓ NO ANO DO GALO
da empresa, explicou que, no ano passado, com o apoio do Governo, foram instalados sistemas de carregamento em mais dez parques de estacionamento. Ao contrário de Angela Leong, o responsável da CEM
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auto-silos públicos têm postos de carregamento para carros eléctricos
mostra-se satisfeito com o facto de a utilização de carros eléctricos ter já aumentado. Mas, tal como a deputada, espera que este tipo de veículos possa ser a opção de mais condutores, “a bem do ambiente”.
O pavilhão principal do templo de A-Má, o pavilhão budista Zhengjiao Chanlin, continua por restaurar, um ano depois de um incêndio que causou danos significativos no espaço. Numa nota à imprensa, o Instituto Cultural explica que o plano para as obras foi recentemente aprovado, mas a intervenção só vai ter início depois das festividades do ano novo chinês. Destacando que tem havido uma “comunicação próxima” com a associação responsável pelo templo, o IC acrescenta que se achou por bem, por razões de segurança e devido ao elevado número de visitantes por esta altura, começar as obras já no novo ano lunar. O pavilhão principal permanece assim encerrado, enquanto os outros pavilhões do templo estarão abertos ao público.
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Edital n.º Processo n.º Assunto Local :
EDITAL
:15/E-BC/2017 :83/BC/2013/F :Início de audiência pela infracção às disposições do Regulamento de Segurança Contra Incêndios (RSCI) Avenida do Ouvidor Arriaga n.º 5, Edf. Long Fai, fracção 1.º andar B (CRP:B1), Macau.
Cheong Ion Man, subdirector da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), no uso das competências delegadas pelo Despacho n.º 12/ SOTDIR/2015, publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) n.º 38, II Série, de 23 de Setembro de 2015, faz saber que fica notificada U ka Lei, do seguinte: 1. Na sequência da fiscalização realizada pela DSSOPT, apurou-se que no local acima indicado existem as seguintes obras não autorizadas: Obra
Infracção ao RSCI e motivo da demolição
ao n.º 12 do artigo 8.º, obstrução do acesso aos pontos de penetração Fechamento das janelas da fracção com paredes em alvenaria de tijolo. Infracção no edifício. Construção de um compartimento com paredes em alvenaria de tijolo, Infracção ao 1.2 suporte metálico e janelas de vidro no pátio junto às janelas da fracção. no edifício. n.º 12 do artigo 8.º, obstrução do acesso aos pontos de penetração 2. As janelas e varanda acima referidas são consideradas pontos de penetração para realização de operações de salvamento de pessoas e de combate a incêndios, não podendo ser obstruídos com elementos fixos (gaiolas, gradeamentos, etc.) de acordo com o disposto no n.º 12 do artigo 8.º, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 24/95/M, de 9 de Junho. As alterações introduzidas pelos infractores nos referidos ewspaços, descritas no ponto 1 do presente edital, contrariam a função desses espaços enquanto pontos de acesso ao edifício e comprometem a segurança de pessoas e bens em caso de incêndio. Assim, as obras executadas não são susceptíveis de legalização pelo que terá necessariamente de ser determinada pela DSSOPT a sua demolição a fim de ser reintegrada a legalidade urbanística violada. 3. Nos termos do n.º 7 do artigo 87.º do RSCI, a infracção ao disposto no n.º 12 do artigo 8.º, é sancionável com multa de $2 000,00 a $20 000,00 patacas. 4. Considerando a matéria referida nos pontos 2 e 3 do presente edital, pode a interessada, querendo, pronunciar-se por escrito sobre a mesma e demais questões objecto do procedimento, no prazo de 5 (cinco) dias contados a partir da data da publicação do presente edital, podendo requerer diligências complementares e oferecer os respectivos meios de prova, em conformidade com o disposto no n.º 1 do artigo 95.º do RSCI. 5. O processo pode ser consultado durante as horas de expediente nas instalações da Divisão de Fiscalização do Departamento de Urbanização desta DSSOPT, situadas na Estrada de D. Maria II, n.º 33, 15.º andar, em Macau (telefones n.os 85977154 e 85977227). RAEM, 20 de Janeiro de 2017 Pelo Director dos Serviços O Subdirector Cheong Ion Man
EDITAL
Edital n.º :4/E-OI/2017 Processo n.º :221/OI/2013/F Assunto :Início de audiência pela infracção às disposições do Regulamento Geral da Construção Urbana (RGCU) Local : Avenida do Ouvidor Arriaga n.º 5, Edf. Long Fai, fracção 1.º andar B (CRP:B1), Macau. Cheong Ion Man, subdirector da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), no uso das competências delegadas pelo Despacho n.º 12/SOTDIR/2015, publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) n.º 38, II Série, de 23 de Setembro de 2015, faz saber que fica notificada U ka Lei, do seguinte:
1.
1.1
Na sequência da fiscalização realizada pela DSSOPT, apurou-se que no local acima indicado realizou-se a obra não autorizada abaixo indicada, a qual infringiu o disposto no n.º 1 do artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 79/85/M (RGCU) de 21 de Agosto, alterado pela Lei n.º 6/99/M de 17 de Dezembro e pelo Regulamento Administrativo n.º 24/2009 de 3 de Agosto, pelo que a mesma é considerada ilegal: 1.1 Abertura de um vão na parede exterior junto à fracção.
2.
Obra
Nestas circunstâncias e nos termos dos artigos 52.º e 65.º do RGCU, ordena à infractora que proceda à demolição da obra ilegal referida no ponto 1.1 e à reposição da parte afectada do edifício de acordo com o projecto aprovado por esta Direcção de Serviços, e informa que incorre em infracção sancionável com multa de $1 000,00 a $20 000,00 patacas. 3. Nos termos dos artigos 93.º e 94.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, a interessada pode apresentar a sua defesa por escrito e as demais provas para se pronunciar sobre as questões que constituem objecto do procedimento, bem como requerer diligências complementares, no prazo de 10 (dez) dias contados a partir da data da publicação do presente edital. 4. O processo pode ser consultado durante as horas de expediente nas instalações da Divisão de Fiscalização do Departamento de Urbanização desta DSSOPT, situadas na Estrada de D. Maria II, n.º 33, 15.º andar, em Macau (telefones n.os 85977154 e 85977227). RAEM, 20 de Janeiro de 2017 Pelo Director dos Serviços O Subdirector Cheong Ion Man
8 CHINA
hoje macau quarta-feira 25.1.2017
EX-CHEFE DA SINOPEC CONDENADO A 15 ANOS
dros do PCC que durante muito tempo pareciam agir com total impunidade. Em 2015, a Comissão de Inspecção e Disciplina do PCC prometeu investigar os grandes grupos estatais. Os observadores consideram, no entanto, que a China falhou em garantir a independência do judiciário e uma imprensa livre, permitindo que a campanha de Xi esteja sujeita à influência política.
Petróleo sujo
O PEQUIM FIRME NA DEFESA DE DIREITOS NO MAR DO SUL A China transmitiu ontem “firmeza em salvaguardar os seus direitos e interesses” no Mar do Sul da China, em resposta aos comentários da Casa Branca de que os EUA vão defender os interesses norte-americanos e internacionais naquela área. “A China tem a soberania incontestável das ilhas do Mar do Sul da China e as suas águas adjacentes”, afirmou a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying. A Casa Branca advertiu na segunda-feira a China de que os EUA vão defender “os seus interesses e os interesses internacionais” no Mar do Sul da China. Pequim insiste que tem direitos de soberania sobre a quase totalidade do Mar do Sul da China, uma via marítima estratégica pela qual passa um terço do petróleo negociado internacionalmente. Nos últimos anos construiu ilhas artificias, inclusive algumas com pistas de aviação, em arquipélagos reclamados, total ou parcialmente, pela China, Filipinas, Malásia, Taiwan, Vietname e Brunei. “Os EUA não são parte da questão do Mar do Sul da China”, realçou Hua Chunying.
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ex-presidente da Sinopec, a principal refinaria da Ásia, foi ontem condenado a 15 anos e seis meses de prisão por corrupção, parte de uma campanha que atingiu várias figuras do sector petrolífero chinês. Wang Tianpu, de 54 anos, chefiou a Sinopec entre 2011 e 2014, quando foi afastado na sequência da explosão de um oleoduto na cidade costeira de Qingdao, no leste do país, que provocou a morte a 62 pessoas e cerca de 136 feridos. Wang foi ainda punido com uma multa de 3,2 milhões de yuan (437 mil euros), avançou a agência oficial chinesa Xinhua. O tribunal intermédio de Nanchang, capital da província de Jiangxi, ordenou que os bens obtidos ilicitamente por Wang sejam confiscados e que os activos desviados sejam devolvidos à Sinopec, segundo a televisão estatal CCTV.
NÃO SOU O ÚNICO EDITAL Notificação da decisão final relativa à reparação de prédio em mau estado de conservação Edital n.º : 4/E-AR/2017 Processo n.º : 27/AR/2013/F Local : Avenida do Infante D. Henrique n.º 62, Edf. Centro Comercial Central, Macau. Li Canfeng, Director da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, faz saber que ficam notificados os condóminos, inquilinos ou demais ocupantes do prédio acima indicado, do seguinte: Em conformidade com o Auto de Vistoria da Comissão de Vistoria constante do processo em curso nesta Direcção de Serviços, os elementos decorativos na parte superior da arcada do prédio acima indicado e a laje para instalação de aparelhos de ar condicionado do 5.º andar encontram-se em mau estado de conservação e carecem de reparação, pelo que, nos termos do n.º 2 do artigo 54.º do Decreto-Lei n.º 79/85/M (Regulamento Geral da Construção Urbana) de 21 de Agosto, ficam os interessados notificados da decisão final relativa à sua reparação. No uso das competências delegadas pela alínea 12) do n.º 2 do Despacho n.º 11/ SOTDIR/2016, publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) n.º 21, II Série, de 25 de Maio de 2016, o Chefe do Departamento de Urbanização da DSSOPT, Lai Weng Leong, homologou o Auto de Vistoria acima indicado através de despacho de 9 de Dezembro de 2016. De acordo com os artigos 93.º e 94.º do Código do Procedimento Administrativo (CPA), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, foi realizada, no seguimento de notificação por edital publicado nos jornais em língua chinesa e em língua portuguesa de 19 de Dezembro de 2016, a audiência escrita dos interessados, mas não foram carreados para o procedimento elementos ou argumentos de facto e de direito que pudessem conduzir à alteração do sentido da decisão de ordenar a reparação dos elementos decorativos na parte superior da arcada do prédio acima indicado e da laje para instalação de aparelhos de ar condicionado do 5.º andar. Nos termos do n.º 2 do artigo 54.º do RGCU e por despacho de 18 de Janeiro de 2017, ordena aos interessados que procedam, no prazo de 60 dias contados a partir da data da publicação do presente edital, à sua reparação. Para o efeito, de acordo com as disposições do RGCU, os interessados deverão apresentar nestes Serviços o Pedido da Aprovação de Projecto (de Alteração) da Obra de Reparação / Conservação, no prazo de 10 dias contados a partir da data da publicação do presente edital. O impresso do respectivo pedido está disponível na página electrónica da DSSOPT. Findo o prazo acima referido, caso os interessados não tenham dado cumprimento à respectiva ordem, esta Direcção de Serviços aplicar-lhes-á a multa prevista nos artigos 66.º e 67.º do RGCU. Na falta de pagamento voluntário da despesa, nos termos do n.º 1 do artigo 142.º do CPA, proceder-se-á à cobrança coerciva da quantia em dívida pela Repartição das Execuções Fiscais da Direcção dos Serviços de Finanças. Nos termos do n.º 1 do artigo 59.º do RGCU e das competências delegadas pelos n.os 1 e 4 da Ordem Executiva n.º 113/2014, publicada no Boletim Oficial da RAEM, Número Extraordinário, I Série, de 20 de Dezembro de 2014, da decisão do presente edital cabe recurso hierárquico necessário para o Secretário para os Transportes e Obras Públicas, a interpor no prazo de 15 dias contados a partir da data da publicação do presente edital. RAEM, 18 de Janeiro de 2017 O Director dos Serviços Li Canfeng
A sentença surge menos de uma semana depois de Liao Yongyuan, antigo executivo na “empresa-mãe” da Sinopec, a CNPC, ter sido condenado
Wang foi acusado em Novembro de ter aceite 33,5 milhões de yuan em subornos, segundo o órgão anti-corrupção do Partido Comunista Chinês
a 15 anos de prisão, também por corrupção. Wang foi acusado em Novembro de ter aceite 33,5 milhões de yuan em subornos, segundo o órgão anti-corrupção do Partido Comunista Chinês. Mais de uma centena de quadros dirigentes, alguns
dos quais ministros, foram atingidos pela campanha anti-corrupção em curso na China desde que o actual presidente Xi Jinping assumiu a chefia do PCC, em Novembro de 2012. Xi prometeu combater os “tigres” e as “moscas”, numa alusão aos altos qua-
As regras do jogo Apoio à integração económica após saída dos EUA do Acordo Transpacífico
O
Governo chinês anunciou ontem que continuará a impulsionar acordos de integração económica alternativos ao Acordo de Associação Transpacífico (TPP), do qual o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na segunda-feira a saída. “A China continua comprometida em promover a integração económica na Ásia-Pacifico e vai impulsionar as negociações para a Associação Económica Regional Integral (RCEP) e o Acordo de Livre Comércio para a Ásia Pacífico (FTAAP)”, disse a porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying. O TPP, que Trump recusou, foi sempre visto em Pequim como uma estratégia de Washington para
contrariar a ascensão económica e comercial da China, que foi excluída daquele acordo. “A China tem defendido acordos para um comércio aberto, transparente e de benefício mútuo e acreditamos que as regras do comércio devem ser acordadas através de consultas em pé de igualdade”, disse Hua. “Estamos preparados para trabalhar com todas as partes, tendo como base a consideração pelas diferenças económicas e a diversidade desta região”, acrescentou.
TODOS JUNTOS
A porta-voz recordou que o Presidente chinês, Xi Jinping, defendeu estas posições tanto na cimeira dos líderes da APEC (Fórum de Cooperação
Os membros do partido suspeitos de corrupção são primeiro detidos e sujeitos a interrogatório pelo órgão anti-corrupção do partido, e só depois o caso transita para as instâncias judiciais. A Sinopec ocupa o 2.º lugar da lista das “500 maiores companhias globais” identificadas pela revista Fortune, com receitas a rondar os 389 mil milhões de euros e 313 mil milhões em activos.
Económica Ásia-Pacífico), como no Fórum Económico Mundial, em Davos, na Suíça. “A China desempenhou um papel claro e tangível e estamos preparados para trabalhar com todas as partes para mostrar responsabilidade, superar as dificuldades e contribuir dentro do possível para solucionar os desafios que o mundo enfrenta”, disse Hua. O RCEP agrupa os países da Associação de Nações da Ásia Pacífico (ASEAN), a Austrália, Coreia do Sul, Índia, Japão, Nova Zelândia e a China. “A economia mundial continua débil, o comércio global, porém, regista altos e baixos e os países deviam continuar a trabalhar em conjunto e perseguir um desenvolvimento aberto, inclusivo e interconectado”, concluiu a porta-voz.
9 hoje macau quarta-feira 25.1.2017
Os negócios sínicos
Accionista da TAP compra posição maioritária em fundo ligado a Trump
O
grupo chinês HNA, accionista da TAP através do consórcio Atlantic Gateway e da companhia brasileira Azul, acordou comprar uma participação maioritária num fundo de investimento fundado por um dos assessores do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Segundo o jornal oficial China Daily, o fundo SkyBridge Capital, que detém uma carteira de activos avaliada em 12.000 milhões de dólares, anunciou que venderá a maioria das suas acções à subsidiária da HNA nos Estados Unidos e ao conglomerado RON Transatlantic. O acordo prevê que Anthony Scaramucci, que representou a equipa de transição de Trump no Fórum Económico Mundial de Davos, na semana passada, deixará a empresa, enquanto a sua equipa será mantida.
“O nosso investimento na SkyBridge é um importante passo na estratégia da HNA Capital para construir um negócio global de gestão de activos” YANG GUANG CONSELHEIRO DA HNA
“O nosso investimento na SkyBridge é um importante passo na estratégia da HNA Capital para construir um negócio global de gestão de activos”, assinalou o conselheiro delegado da HNA Capital, Yang Guang, citado pelo China Daily. A HNA detém indirectamente cerca de 20% do capital da TAP, através de uma participação de 13% na Azul (companhia do brasileiro David Neelman que integra a Atlantic Gateway) e de 7% na Atlantic Gateway. Em Fevereiro, a firma chinesa comprou a distribuidora de tecnologia norte-americana Ingram Micro, por 6.000 milhões de dólares, e acordou pagar 1,3 mil milhões de euros pela Gategroup, a segunda maior empresa de “catering” de aviões do mundo. O grupo, que actua nas áreas de turismo, aviação, imobiliário e logística, acordou ainda, em Outubro passado, pagar 6.500 milhões de dólares ao fundo Blackstone por 25% do capital da cadeia hoteleira norte-americana Hilton.
CHINA
DÍVIDA PÚBLICA ULTRAPASSA LIMITES DEFINIDOS EM 2016
A
dívida pública da China disparou, em 2016, para 2,83 biliões de yuan, o equivalente a 3,8% do Produto Interno Bruto do país e oito décimas acima do limite fixado pelo Governo. As receitas fiscais do Estado chinês fixaram-se em 15,96 biliões de yuan e os gastos públicos em 18,78 biliões, revelou na segunda-feira o ministério das Finanças chinês. Pequim fixou um tecto para o endividamento público equivalente a 3% do PIB, para 2016, um acréscimo face ao ano anterior (2,3%), visando contrariar o abrandamento económico através de
mais gastos públicos e redução dos impostos. A despesa pública do país aumentou 6,4%, no ano passado, face a 2015, e excedeu o aumento das receitas fiscais, de 4,5%, detalhou o ministério. O aumento da despesa pública, no entanto, desacelerou no segundo semestre, depois de ter crescido 15,1%, em termos homólogos, entre Janeiro e Junho. Os números divulgados esta semana pelo ministério das Finanças são ainda provisórios. Os dados finais devem ser aprovados em Março, durante a sessão anual da Assembleia Nacional Popular, o órgão legislativo chinês.
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ANÚNCIO CONCURSO PÚBLICO N.o 5/P/17
Aviso Faz-se público que o prazo limite para a entrega das propostas no âmbito do concurso público da “Complexo de Cuidados de Saúde das Ilhas – Empreitada de construção do Instituto de Enfermagem” publicado em 11 de Janeiro de 2017 no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau, n.º 2, II Série, vai prolongar-se por mais 7 (sete) dias, passando a data limite de entrega de propostas para o dia 15 de Fevereiro de 2017, até às 17,00 horas, e a data de realização do acto público para o dia 16 de Fevereiro de 2017, pelas 9,30 horas. Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas, aos 19 de Janeiro de 2017. O Coordenador, Chau Vai Man
Faz-se público que, por despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 16 de Janeiro de 2017, se encontra aberto o Concurso Público para «Prestação dos Serviços de Medição/Análise da Qualidade do Ar aos Serviços de Saúde», cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 25 de Janeiro de 2017, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita no 1. º andar, da Estrada de S. Francisco, n.º 5, Macau, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de MOP33,00 (trinta e três patacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de pagamento: Secção de Tesouraria dos Serviços de Saúde) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no website dos S.S.(www.ssm.gov.mo). As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,45 horas do dia 15 de Fevereiro de 2017. O acto público deste concurso terá lugar no dia 16 de Fevereiro de 2017, pelas 10,00 horas, na “Sala Multifuncional”, sita no r/c, da Estrada de S. Francisco, n.º 5, Macau. A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de MOP41.400,00 (quarenta e uma mil, quatrocentas patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/Seguro-Caução de valor equivalente. Serviços de Saúde, aos 19 de Janeiro de 2017 O Director dos Serviços, Substituto Cheang Seng Ip
ANÚNCIO CONCURSO PÚBLICO N.o 6/P/17
ANÚNCIO CONCURSO PÚBLICO N.o 7/P/17
Faz-se público que, por despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 16 de Janeiro de 2017, se encontra aberto o Concurso Público para «Prestação de Serviços de Reparação e Manutenção do Sistema de Segurança do Centro Hospitalar Conde de São Januário», cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 25 de Janeiro de 2017, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita no 1. º andar, da Estrada de S. Francisco, n.º 5, Macau, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de MOP 42,00 (quarenta e duas patacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de pagamento: Secção de Tesouraria dos Serviços de Saúde) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no website dos S.S. (www.ssm.gov.mo). Os concorrentes do presente concurso devem estar presentes no Departamento de Instalações e Equipamentos do Centro Hospitalar Conde de São Januário, no dia 6 de Fevereiro de 2017, às 10,00 horas, para efeitos de visita às instalações a que se destina à prestação de serviços objecto deste concurso. As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,45 horas do dia 2 de Março de 2017. O acto público deste concurso terá lugar no dia 3 de Março de 2017, pelas 10,00 horas, na “Sala Multifuncional”, sita no r/c, da Estrada de S. Francisco, n.º 5, Macau. A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de MOP100,000.00 (cem mil patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/Seguro-Caução de valor equivalente. Serviços de Saúde, aos 19 de Janeiro de 2017 O Director dos Serviços, Substituto Cheang Seng Ip
Faz-se público que, por despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 18 de Janeiro de 2017, se encontra aberto o Concurso Público para a «Prestação de Serviços de Limpeza das Unidades de Saúde da Área de Cuidados de Saúde Generalizados e de Outras Unidades Subordinadas dos Serviços de Saúde», cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 25 de Janeiro de 2017, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita no 1º andar, da Estrada de S. Francisco, n.º 5, Macau (Antigo Gabinete para a Prevenção e Controlo do Tabagismo), onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de MOP 76,00 (setenta e seis patacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de pagamento: Secção de Tesouraria dos Serviços de Saúde) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no website dos S.S. (www.ssm.gov.mo). Os concorrentes deverão comparecer na “Sala Multifuncional”, sita no r/c, da Estrada de S. Francisco, n.º 5, Macau no dia 27 de Janeiro de 2017 às 9,00 horas para uma reunião de esclarecimentos ou dúvidas referentes ao presente concurso público, seguida duma visita aos locais a que se destinam a respectiva prestação de serviços. As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,45 horas do dia 21 de Fevereiro de 2017. O acto público deste concurso terá lugar no dia 22 de Fevereiro de 2017, pelas pelas 10,00 horas, na “Sala Multifuncional”, sita no r/c da Estrada de S. Francisco, n.º 5, Macau. A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de MOP380.000,00 (trezentas e oitenta mil patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/Seguro-Caução de valor equivalente. Serviços de Saúde, aos 19 de Janeiro de 2017 O Director dos Serviços, Substituto Cheang Seng Ip
10 ENTREVISTA
LICÍNIO DE AZEVEDO REALIZADOR
“O primeiro filme grande que fiz foi uma ficção, ‘A Colheita do Diabo’. Depois disso, o meu lado de jornalista ganhou preponderância novamente e passei muitos anos a fazer só documentários.”
Como foi a sua chegada a Moçambique? Fui directo para as antigas zonas libertadas do norte do país e fiquei alguns meses recolhendo estórias que foram publicadas, inicialmente, em formato de livro. “Relatos do Povo Armado” são dois volumes com 30 e tal estórias que serviram de base para a primeira longa-metragem de ficção moçambicana, “O Tempo dos Leopardos”. O filme foi realizado por um jugoslavo porque, na época, não havia cineastas moçambicanos. Em Moçambique os documentários eram muito formais, filmávamos e eu escrevia os guiões e as partes de voz off. Só uns dez anos depois é que comecei a realizar, já em meados dos anos 80, mantendo ainda alguma ligação com o jornalismo. De vez em quando ainda enviava alguma reportagem mas, aos poucos, comecei a fazer cinema e achei que valia a pena. Como entra na ficção? Comecei a fazer pequenas experiências em vídeo, com narrativas diferentes em curtas-metragens. O primeiro filme grande que fiz, uma produção independente, foi uma ficção, “A Colheita do Diabo”. Depois disso, o meu lado de jornalista ganhou preponderância novamente
e passei muitos anos a fazer só documentários, sempre com uma linguagem pouco tradicional. Fazia a pesquisa e um guião usando os elementos narrativos da ficção.
“Tínhamos grandes discussões teóricas sobre linguagem, assim como algumas regras básicas de cinema. Ele dizia que o cinema era contabilidade, que o grande exercício seria filmar um minutos e montar três, aquelas maluquices do Godard.”
HOJE MACAU
Licínio de Azevedo, nome maior do cinema moçambicano, fez uma transição suave do jornalismo para o cinema. Os seus filmes contam estórias de dor e profundo humanismo, e estão em exibição, até quinta-feira, na Fundação Rui Cunha, num ciclo organizado pela Associação dos Amigos de Moçambique
Como é que passou do jornalismo para o cinema? Foi bastante natural. No Brasil, fazia um tipo de jornalismo diferente, baseado no novo jornalismo norte-americano, muito influenciado por John Reed, que escreveu “Os Dois Dias que Abalaram o Mundo”, “México Rebelde”, e o próprio Garcia Marquez que, antes de ser escritor, trabalhou na Venezuela como jornalista. Os textos dele já eram contos, eram estórias, não era aquele jornalismo objectivo. Procurava fazer algo assim, contar uma estória. Viajava muito pela América Latina, publicava na imprensa independente da época, nos jornais de oposição ao Governo militar. Fiz reportagens sobre os mineiros na Bolívia e coisas assim, mas sempre com uma estória, com personagens e tudo isso. Entrei pelo cinema através da escrita, com essa ligação do jornalismo com a literatura, e nem me interessava em fazer cinema, o que queria mesmo era escrever. Depois, em 1976, estive na Guiné Bissau e recolhi muitas estórias sobre a guerra da independência. Fiz entrevistas a combatentes, a camponeses, e publiquei um livro no Brasil com esse estilo, baseado nas entrevistas, mas mais literário. Entretanto, o Ruy Guerra, um cineasta brasileiro famoso, convidou-me para ir para Moçambique em 1977 para ajudar à criação do Instituto Nacional de Cinema. Era a primeira instituição cultural criada pelo Governo pós-independência. Eles apostavam muito na força da imagem para a criação da unidade, porque o povo falava várias línguas e tinha um nível de analfabetismo muito grande. O cinema era um instrumento de comunicação mais forte que a escrita.
Uma vida
O que aprendeu com o contacto que teve com Jean-Luc Godard? Tínhamos grandes discussões teóricas sobre linguagem, assim como algumas regras básicas de cinema. Ele dizia que o cinema era contabilidade, que o grande exercício seria filmar um minutos e montar três, aquelas maluquices do Godard. São coisas que nos ficam na cabeça. Além disso, foi a primeira pessoa que chegou a Moçambique com uma câmara de vídeo quando, na época, a grande opção era a 16mm, enquanto as produções maiores eram 35mm. Foi através do Godard que se introduziu o vídeo em Moçambique e, graças a ele, nunca fiz um filme em película e ainda bem. Mas ele nunca filmou em Moçambique, assim como o Ruy Guerra, tinham projectos grandes, mas o problema dos cineastas é que são muito individualistas. Como já eram estrelas, entraram em confronto com a instituição revolucionária que tinha uma visão mais colectivista. Então, as coisas não funcionaram bem para nenhum deles. Como compara o cinema e o jornalismo em termos de intervenção social? A criação do Instituto Nacional de Cinema era um organismo educativo de informação, um instrumento político. Isso continua até hoje, fazemos muitos pequenos filmes institucionais, educativos, que é algo que me dá muito prazer porque me faz viajar pelo país inteiro.Apesar de serem institucionais, tenho liberdade total para escolher a forma como passar a mensagem, seja sobre educação, saúde ou agricultura. Cheguei até a fazer um filme mudo, de meia hora, sobre a água dos poços, porque em Moçambique há várias línguas diferentes. Apesar de filmados em África os seus filmes têm projecção internacional.
Moçambique passou por várias fases diferentes. Independência, euforia e depois veio o começo da guerra com a agressão rodesiana, de seguida o começo da guerra civil, que destruiu completamente o país. Depois o retorno dos refugiados, a reconstrução e o recomeço da guerra. Tudo isso levou-me a pensar em temas actuais, sendo que o cinema também passou a ter outra função bastante forte, que foi transmitir durante a guerra toda essa informação para públicos de outros países. Trabalhei muito com a ZDF, a BBC, Channel 4, com televisões francesas. Agora perderam um pouco o interesse porque há conflitos por todo o lado, o mundo está a arder completamente e há mais dificuldade em conseguir fundos. Hoje para fazer
documentário em Moçambique é algo de uma dificuldade terrível, porque o interesse das televisões está muito disperso por todo o lado. Há a Síria, o Iraque, a Líbia e as Primaveras que se transformam em Invernos. É mais difícil para mim, por incrível que pareça, conseguir financiamento para documentários do que para ficção, apesar do documentário ser bem mais barato. Qual foi o passo fundamental para entrar definitivamente na ficção? “Desobediência” foi a transição. Fiz pequenas experiências de ficção nos anos 80, mas parei para fazer só documentário, contando uma estória onde os personagens agiam diante da câmara. O filme “Deso-
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a contar estórias
ENTREVISTA
tragédia com a morte de centenas de mulheres. Inspirado nessa fotografia, fiz um documentário bem tradicional. Entrevistei senhoras que foram “reeducadas”, antigas prostitutas e as chefes guerrilheiras desses centros, que eram de trabalhos forçados. E uma delas contou-me uma estória de um minuto, que aparece no filme, sobre uma jovem que foi com ela para lá. Era uma adolescente camponesa, de 15 anos, que não tinha bilhete de identidade. Tinha ido à cidade comprar o enxoval para o casamento e foi considerada prostituta por não ter identificação. Uma estória que foi contada num minuto deu uma ficção de longa-metragem. O documentário serviu-me de pesquisa para escrever o guião do “Virgem Margarida”, e criei uma estória em torno daquele centro de reeducação, onde uma das personagens principais é essa jovem virgem. Coloquei elementos ficcionais, ela é violada e suicida-se. O filme saiu há quatro anos e venceu três prémios internacionais. Como está a ser a aceitação do seu último filme? “O Comboio do Sal e Açúcar” é um filme com co-produção portuguesa da Ukbar Filmes, e está a ser lançado com enorme sucesso. Ganhou o prémio no Festival de Locarno, onde passou na Piazza Grande para 4500 pessoas. Ganhou o melhor filme do Festival de Joanesburgo, e no Cairo ganhei o prémio de melhor realizador. O filme está a ter grande aceitação, foi convidado para 18 países diferentes, e com muitas possibilidades de sair em salas até na Turquia. Ou seja, nem consigo mais pensar em projectos de documentário, porque tudo é mais demorado. Tenho três projectos de ficção e um deles está bem encaminhado, rapidamente consigo financiamento.
bediência” nasceu quando vi uma pequena notícia no jornal. No centro do país, num sítio completamente isolado onde as pessoas não tinha televisão, um homem suicidou-se porque a mulher era desobediente, o que achei completamente absurdo. Com tanta mulher bonita no mundo vai suicidar-se porque a mulher não obedece? Fui para lá e encontrei uma estória completamente diferente, que me obrigou a fazer um filme diferente, onde as pessoas reproduziram tudo aquilo que aconteceu. Há um tabu, do tipo Electra ou Édipo, ao género das tragédias gregas, em que gémeos não podem fazer amor com a mesma mulher. O homem que se suicidou fez amor com a esposa do irmão gémeo. Os
“Inscrevi ‘Desobediência’ no Festival de Biarritz na área de documentário e foi rejeitado. Acabou por concorrer como ficção. Enfim, ganhou o prémio de melhor ficção, um filme feito com 100 mil euros.”
espíritos começaram a agir dentro dele, as pessoas acreditam nisso, e ele matou-se. Para não revelarem esse segredo culparam a viúva de desobediência. Digo que foi uma transição porque as pessoas não tinham televisão, nunca tinham visto um filme e, então, aproveitaram aquela oportunidade para provarem que tinha razão. Ou seja, que a mulher era, realmente, desobediente. Consultaram um curandeiro, houve muitas agressões que quase resultaram em morte. Inscrevi este filme do Festival de Biarritz na área de documentário e foi rejeitado. Acabou por concorrer como ficção. Enfim, ganhou o prémio de melhor ficção, um filme feito com 100 mil euros, que concorreu com ficções de
10 milhões e 15 milhões de euros. Passa amanhã às 18h30 na Fundação Rui Cunha. Qual a estória por detrás do filme “Virgem Margarida”? O grande fotógrafo moçambicano Ricardo Rangel mostrou-me uma fotografia a que ele chamou “A última prostituta”. A foto era do tempo depois da independência, e tinha dois militares da guerrilha a escoltar uma prostituta para ser enviada para os centros de reeducação no norte do país, no meio da selva. Estes centros eram na realidade campos de concentração. Isto era algo que fazia parte de um processo maluco que era a criação do homem novo, cheio de boas intenções, mas que acabou em
O que nos pode adiantar do próximo projecto? É um filme baseado num livro de um escritor brasileiro, Altair Maia, que é praticamente um guião. Li-o e apaixonei-me. O livro chama-se “Tributo a Jonathan Makeba”, que é um líder comunitário, mas também um homem de negócios do Burkina Faso, uma personagem real. Ele tinha um negócio de fosfatos para adubos, entre o Niger e o Burkina Faso. Makeba desenvolveu um projecto a pensar nas comunidades desses dois países, e criou milhares de empregos. Cerca de 25 por cento do investimento que vinha do estrangeiro ia para contas bancárias de líderes e não sobrava nada para a população. Neste filme falo da corrupção como um problema actual em África, Moçambique, Angola, em quase todos os países africanos. Aliás, é por isso que as pessoas ficam presas ao poder, como por exemplo, agora, na Gâmbia. O filme é muito actual, mas ainda é um projecto, ainda não rodei mas já tenho produtoras interessadas. João Luz
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ANÚNCIO “Prestação de Serviços de Manutenção e Reparação dos Parques e Jardins da Zona Norte de Macau” Concurso Público N° 011/SZVJ/2016 Faz-se público que, por deliberação da Secretária para a Administração e Justiça, de 05 de Janeiro de 2017, se acha aberto concurso público para a “Prestação de Serviços de Manutenção e Reparação dos Parques e Jardins da Zona Norte de Macau”. O Programa de Concurso e o Caderno de Encargos podem ser obtidos, todos os dias úteis e dentro do horário normal de expediente, no Núcleo de Expediente e Arquivo do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), sito na Avenida de Almeida Ribeiro, n.º 163, r/c, Macau. O prazo para a entrega das propostas termina às 10:00 horas do dia 21 de Fevereiro de 2017. Os concorrentes ou seus representantes devem entregar as propostas e os documentos no Núcleo de Expediente e Arquivo do IACM. A caução provisória pode ser efectuada na Tesouraria da Divisão de Contabilidade e Assuntos Financeiros do IACM, sita na Avenida de Almeida Ribeiro nº 163, r/c, Macau, por depósito em dinheiro, cheque ou garantia bancária, em nome do “Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais”, o valor da caução provisória é o seguinte: Grupo A–MOP42,000.00 (Quarenta e dois mil patacas); Grupo B–MOP35,700.00 (Trinta e cinco mil e setecentos patacas); Grupo C–MOP32,130.00 (Trinta e dois mil e cento e trinta patacas); O acto público de abertura das propostas realizar-se-á no Centro de Formação do IACM, sita na Avenida da Praia Grande, Edifício China Plaza, 6.o andar, pelas 10:00 horas do dia 22 de Fevereiro de 2017. O IACM realizará uma sessão de esclarecimento sobre o concurso às 10:00 horas do dia 6 de Fevereiro de 2017 no mesmo local. Macau, aos 12 de Janeiro de 2017. O Presidente do Conselho de Administração JOSÉ MARIA DA FONSECA TAVARES WWW. IACM.GOV.MO
Notificação n.º 007/DLA/SAL/2017 (Notificação de instauração de procedimento sancionatório administrativo) De acordo com a competência atribuída pelo artigo 49.º do Decreto-Lei n.º 47/98/M, de 26 de Outubro, alterado pela Lei n.º 10/2003, este Instituto procedeu à instauração de processos administrativos sancionatórios ao estabelecimento, abaixo discriminado, por suspeita de ter infringido as disposições do referido Decreto-Lei. Considerando que não se revela possível notificar o interessado, por ofício ou telefone, para efeitos de participação no respectivo processo de instrução, nos termos dos artigos 10.º e 58.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, notifico, pela presente, de acordo com o n.º 2 do artigo 72.° do Código do Procedimento Administrativo, o proprietário do estabelecimento abaixo indicado e eventuais interessados, para, no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir do dia da publicação da presente notificação, se dirigirem ao Centro de Serviços do IACM, sito na Avenida da Praia Grande, n.º 804, Edifício China Plaza, 2.º andar, zona C, e apresentarem, por escrito, as suas alegações, relativamente ao auto de notícia abaixo referido e respectivas provas legais. A sua apresentação fora do prazo é considerada renúncia ao seu direito. Nome do estabelecimento 元素派對用品
Proprietário
Auto de notícia
VONG CHAN MENG (Bilhete de Identidade Auto de notícia n.º 794/ de Residente da Região DFAA/SAL/2015, de Administrativa Especial de 15 de Julho de 2015 Macau n.º 5182XXX(X))
Infracção Suspeito de ter infringido ao artigo 3.° do Decreto-Lei n.º 47/98/M, de 26 de Outubro, alterado pela Lei n.o 10/2003
O proprietário do estabelecimento acima referido e eventuais interessados obrigam-se a suspender, de imediato, as actividades reguladas pelo referido Decreto-Lei, sob pena de o Instituto executar as medidas cautelares, nos termos do artigo 47.º do mesmo Decreto-Lei. Para quaisquer esclarecimentos ou consulta de processo, queiram dirigir-se à Divisão de Licenciamento Administrativo dos Serviços de Ambiente e Licenciamento, sita na Avenida da Praia Grande n.o 804, Edf China Plaza, 2.º andar, zona F. Aos 13 de Janeiro de 2017. O Vice-Presidente do Conselho de Administração Lei Wai Nong WWW. IACM.GOV.MO
na ordem do dia 热风
h ARTES, LETRAS E IDEIAS
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Julie O’yang
“Doutoradas ou virgens recebem um bónus de 10%” 日租金超千元 T
AOBAO 淘宝网,literalmente “procura de tesouros na net” é um website de compra e venda online semelhante ao eBay, à Amazon e ao Rakuten. É operado a partir de Hangzhou, Zhejiang, pelo Alibaba Group. Fundado por aquele Grupo a 10 de Maio de 2003, o Taobao Marketplace promove o comércio entre consumidores através de uma plataforma desenhada para pequenos negócios. Também ajuda empresários individuais a abrir lojas online, direccionadas principalmente a consumidores de zonas onde se fala chinês (China continental, Hong Kong, Macau e Taiwan) mas também para o estrangeiro. Em finais de 2010 o número de membros registados no Taobao tinha ultrapassado os 370 milhões, representando cerca de 80% do mercado chinês de compra e venda online. De há uns tempos a esta parte o Taobao passou a disponibilizar um artigo único com bom potencial de negócio: O aluguer de namorada/o para o Ano Novo Chinês. Para fugir ao casamento, muitos jovens solteiros alugam namorados/as temporários quando visitam a família no Festival da Primavera (Ano Novo Chinês), o acontecimento social mais importante na China. A diária varia consoante os serviços prestados, podendo atingir os 2000 ou 3000 RMB. Alguns anúncios apresentam a lista completa dos serviços de cada pacote, na qual se incluem tocar as mãos (preço por cada toque), abraços (preço por abraço), encostar a cabeça ao ombro (preço à hora) etc. O “aluguer verde”, inclui quartos partilhados. O “Namorado de aluguer” tem mais procura do que a “Namorada de aluguer” e os preços também são ligeiramente mais altos. O pagamento é feito à cabeça e as duas partes assinam um acordo de prestação de serviços. Deslocações e alojamento estão incluídos. Muitos jovens encontram aqui
Citação de um anúncio do Taobao: “Durante as festividades do Ano Novo Chinês as duas perguntas mais frequentes são, ‘quando é que vou casar, quando é que vou ter um bebé?’ Agora o Taobao vai poder ajudá-lo. Podemos alugar-lhe uma namorada! Quanto à qualidade… isso já não podemos garantir!! AH AH!”
uma oportunidade para viajar de graça e acima de tudo para fugirem às grilhetas familiares. Na China tradicional os casamentos dos jovens eram negócios de família. Ficar solteiro era considerado nocivo ou mesmo perverso. Não ter filhos depois do casamento era “contra-revolucionário”. No entanto a política do
“filho único”, bem como a urbanização do país, desenvolveram o apetite pela procura individual. O anúncio mais incrível que apareceu no Taobao a semana passada veio de um jovem empresário que oferecia um milhão de RMB, para alugar uma namorada para passar o Ano Novo com ele no Norte da China. “Deve ter menos de 25
anos, mais de 1,68 m e menos de 50 kg. Atraente, com diploma universitário, sendo que a primeira escolha vai para uma doutorada, ou para uma virgem, nesse caso recebe um bónus extra de 10%. Será feito um depósito de 200.000 RMB no primeiro dia de trabalho. Por favor contactem a minha assistente para marcação de entrevista.”
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WANG CHONG
王充
OS DISCURSOS PONDERADOS DE WANG CHONG
“Indignado, o poeta não se pode calar.” Resposta aos críticos – 7
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Sheng de Jin, o Taowu de Chu e os Anais de Lu não tratam dos mesmos factos, apesar de pertencerem ao mesmo género. O Clássico das Mutações fala de “Qian” e de “Kun”; os Anais, falam do “princípio original”; Yang Xiong fala de “mistério”. Sob todas estas diferentes apelações, é sempre do qi que se trata. De igual modo, podemos comparar os Discursos Ponderados e Dos Assuntos Políticos com as memórias apresentadas por Tang Lin e Gu Yong. A dinastia Han assistiu à eclosão de uma grande quantidade de autores, sendo particularmente numerosas as obras de criação, tal como Da Música, de Yangcheng Zizhang, ou O Mistério Supremo, de Yang Xiong. Estas obras nasceram na biblioteca de Lantai e foram lidas nos palácios imperiais; o seu impacto foi enorme. Tratava-se de criações originais, mas os seus autores chegaram a ser comparados aos santos da Antiguidade e a corte nada tinha a apontar-lhes. Então, o que poderia ser apontado às minuciosas análises dos Discursos Ponderados, que desfazem os erros comuns, iluminam o justo e o falso e permitem aos letrados das gerações vindouras distinguir entre verdade e mentira? Com medo que eles se perdessem, consigneios a placas. Neles nada há de muito diferente das glosas sobre os Clássicos ou dos diversos tratados dos mestres antigos: trata-se apenas de propor critérios para refutar os comentários enganosos e as falsificações em voga nos nossos dias. O sábio não pode tolerar estes escritos que semeiam a dúvida nos espíritos, estas absurdidades que circulam livremente, só lhe resta insurgir-se como Confúcio: “Indignado, o poeta não se pode calar. Indignado, não me posso conter!” Foram esses os motivos que me levaram a escrever. O jade mistura-se com a gravilha e já ninguém os sabe separar, como no caso daquele inspector de Chu
que tomou o jade por pedra e assim causou a punição de Bian He, a quem foi amputado um pé. Como poderíamos calar-nos se o justo é tomado pelo falso? Só erros nestas práticas à moda e nestas obras populares! Para Zou Yan, o império não passa de um continente entre outros, havendo mais nove para lá dos quatro mares! Segundo o Huainanzi, Gong Gong, furioso com o seu falhanço face a Zhuanxu, contra quem lutava pelo trono, teria percutido o Monte Buzhou, quebrando o pilar celeste e as amarras da terra! Na época do Imperador Yao, teriam surgido simultaneamente dez sóis e este teria feito abater nove deles à flechada! Durante um combate do duque de Luyang, o sol pôs-se de súbito a cair, mas o duque fêlo regressar à sua posição inicial brandindo uma lança na sua direcção! Nos livros do nosso tempo só se encontram absurdos destes! O coração se insurge, o pincel não consegue parar, é necessário criticar, reflectir, regressar aos factos, pois só desse modo poderemos refutar as afirmações sem fundamento. Assim o fez Sima Qian nas suas Memórias Históricas. E o leitor só pode louvar as passagens em que, entre outras coisas, ele demonstra que Xu You não se fez ermita [após recusar o trono de Yao], não mais do que Dan, príncipe herdeiro de Yan, teria feito regressar o sol ao centro do céu. Tradução de Rui Cascais Ilustração de Rui Rasquinho Wang Chong (王充), nasceu em Shangyu (actual Shaoxing, província de Zhejiang) no ano 27 da Era Comum e terá falecido por volta do ano 100, tendo vivido no período correspondente à Dinastia Han do Leste. A sua obra principal, Lùnhéng (論衡), ou Discursos Ponderados, oferece uma visão racional, secular e naturalista do mundo e do homem, constituindo uma reacção crítica àquilo que Wang entendia ser uma época dominada pela superstição e ritualismo. Segundo a sinóloga Anne Cheng, Wang terá sido “um espírito crítico particularmente audacioso”, um pensador independente situado nas margens do poder central. A versão portuguesa aqui apresentada baseia-se na tradução francesa em Wang Chong, Discussions Critiques, Gallimard: Paris, 1997.
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Macau (Site 9) Limitada Avenida da Amizade n.º 918, World Trade Center, 14.º andar A e B, Macau Registada na Conservatória dos Registos Comercial e de Bens Móveis sob o n.º 26229
Vila Real Companhia Limitada Avenida da Amizade n.º 918, World Trade Center, 14.º andar A e B, Macau Registada na Conservatória dos Registos Comercial e de Bens Móveis sob o n.º 37337
Para os efeitos tidos por convenientes, anuncia-se que, por deliberação da assembleia geral extraordinária realizada em 29 de Dezembro de 2016, foi decidido, por unanimidade, dissolver e encerrar, a partir da referida data, a sociedade comercial por quotas supra identificada, tendo o respectivo registo sido requerido em 30 de Dezembro de 2016.
Para os efeitos tidos por convenientes, anuncia-se que, por deliberação da assembleia geral extraordinária realizada em 29 de Dezembro de 2016, foi decidido, por unanimidade, dissolver e encerrar, a partir da referida data, a sociedade comercial por quotas supra identificada, tendo o respectivo registo sido requerido em 30 de Dezembro de 2016.
Macau, aos 25 de Janeiro de 2017
Macau, aos 25 de Janeiro de 2017
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diário de um editor
João Paulo Cotrim
Respiração das coisas BEDETECA DA AMADORA, 19 JANEIRO Uma caneta de tinta permanente, não a primeira, mas a mais viajada. Um rato de computador, antigo quanto baste, também não o inicial, mas com ele andei horas sem conta de mão dada na solidão da pradaria fluorescente. Um velho fio-de-prumo, gasto e sujo de cimento, este herança de pai que se gastou no moldar das pedras e no erguer das casas. Espero que seja suficiente para colocar a dúvida na meia dúzia de almas que passará os olhos por estes três objectos nas vitrinas, lado a lado com recortes de jornal com tiras impressas, notas rasuradas e esquemas coloridos. Um argumentista trabalha nas obras? Ao cabo de muitas dezenas de exposições sobre o trabalho dos outros, ser posto na qualidade de objecto deste «Banda Escrita: uma exposição em torno do trabalho do argumentista» perturbou-me. Mexer no passado põe-me a fazer contas de cabeça. Sem exageros, que é coisa modesta, como convém, em curva entalada entre o elevador e as lombadas. Amostra será, mas capaz de me fazer olhar, por primeira vez, para este somatório como corpo. Gosto de ver corpos, mas terá este as partes essenciais para se erguer do esquecimento, autor ou Frankenstein? Depois, basta folha velha para iluminar momento em que o caminho bifurcou. (Foram tantas as vezes, que duvido até do caminho.) Estava sublinhada a palavra importante? Ou urgente? Havia ali a possibilidade de outra vida? O passado continua promissor. Não nos levemos a sério. Só o puro gozo me empurrou para o terreno baldio das bandas desenhadas, algumas delas aqui e agora evocadas, por força do esforço desamparado (politicamente) do Pedro Moura. Duram um relâmpago mais, se alguma vez contiveram luz. O trabalho do argumentista resume-se ao despertar no desenhador o desejo de imagens, disse Benoît Peeters, o das frias cidades mentais. Mantenhamos o assunto atado à âncora volátil do desejo. RTP 3 | FACEBOOK, 20 JANEIRO Devo um obrigadinho a Trump, o despenteado mental. Para comentar a sua tomada de posse, António José Teixeira, velho amigo agora na RTP 3, encomendou 30 segundos aos Spam Cartoon, projecto de cartoon
coisas. Inúmeros lugares saltam à vista: bons de dormir, ideais para desaparecer, perfeitos para a provocação. O bicho tigrado preferia que lhe fosse roubar a bola com que se entretém desdobrando-se em múltiplos, o que atira e o que apanha, o que salta e o que rebola. Juro que os vejo em simultâneo. Onde antes havia tédio nasce enigma. Começámos por lhe chamar Pires, invocando a alma peluda de Rafael Bordalo Pinheiro, mas o puto insiste em comportar-se como Ivan. O frenético.
animado que partilho há anos com o André Carrilho, a Cristina Fazenda e o João Fazenda. A Cristina fez da criatura um boxeur desastrado que, em dança macabra, castiga tudo e todos até que a própria força o derruba (https://www.facebook.com/rtpnoticias/videos/1213379418748419/?hc_ ref=PAGES_TIMELINE). Visão esperançosa, bem entendido, mas pouco nos resta além disso: revolta, pensamento e… esperança. Não o podemos reduzir à caricatura que incarnou neste filme de série B com que nos atormenta, mas o riso e a raiva são o nosso trabalho, reclamando, pelo menos, a mesma liberdade que ele afirma para cuspir barbaridades. O mundo não pode limitar-se a ser saco de pancada. No mo-
mento em que escrevo, na métrica da contemporaneidade, i.e., no Facebook vai em 40 mil e tal partilhas, 5600 gostos e mais de milhão e meio de visionamentos. Curiosamente ou não, a maioria dos comentários defende-o com a energia do insulto. SANTA BÁRBARA, LISBOA, 20 JANEIRO A nossa casa cresceu. Primeira consequência de quando um gato toma posse. Chão é apenas começo e a descoberta da novidade não se fica pelas traseiras do sofá. O olhar felino define nas ombreiras e nas portas, nos interruptores e nos puxadores, nas estantes e gavetas, nas bancadas e mesas, até no tecto, sinais ocultos de respiração das
LIVRARIA MIGUEL CARVALHO, COIMBRA, 21 JANEIRO Estava um frio de rachar convenções e até as hirsutas máscaras africanas me surgiram arrepiadas, quietas na paragem entre a ironia e o desdém. Impressão minha, elas não encarnam doutores. Pedro Serra partilhava leituras para «Beleza Tocada», uma bíblia roxa de tão negra na qual se conserva a voz singular de José Emílio-Nelson. Prometendo desenvolvimentos para breve, em começo de conversa propôs dois eixos, o da merda e o do ar, que cruzou depois com interpretações de obras de Manzoni, para afirmar a extrema materialidade em que assenta esta poesia: a alma esfuma-se com a morte, mas o corpo mantém-se como cadáver. José Emílio acendeu a verve e apresentou o seu programa: «escrever as últimas palavras possíveis antes de ser queimado em auto de fé». Exige que o pecado seja inscrito na normalidade e filia-se na danação. Em contínuo diálogo com a pintura, a música e o cinema, condenados a ecoar no luxuriante labirinto do catolicismo, os seus versos parecem desenhados a escopro em fragas ora de granito ora de mármore: «A Língua, beleza tocada, sopra em órgão, no escarlate martírio amortalhado / em frenético espasmo. <Santa Loucura>». Diz o poeta que o detalhe é a fissura, pelo que tenta a emenda até ao último suspiro, tendo quase enlouquecido Luiz Pires dos Reys, que desenhou com sublimes minúcias o volume de 726 páginas. Em volume antigo, «Pénis Pénis», composto ainda em chumbo, acrescentou à boca da máquina a palavra excremento para indignação do compositor. No volume impresso, saiu escremento. Confrontado, respondeu o velho tipógrafo: «deixe lá, sempre disfarça».
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A China no “Chinese economy is faced with downward pressure as many other countries are now. However, China’s 1.3 billion population has offered a giant market with various buffer zones for the world’s economy and enormous consumption demands for its recovery. China imports goods worth $3.2 million from other countries in every 1 minute; and one in every 10 products exported around the world is bought by China. Just imagine, if every Chinese person buys products or service worth $100 from your country, $130 billion are generated in bilateral trade. ” CIPG Digital Media Center, January 17, 2016
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Ano Novo Chinês começará, tendo como regente o Galo, a 28 de Janeiro de 2017 e terminará a 15 de Fevereiro de 2018, marcando o final do ano do Macaco. O Galo é o signo da madrugada e do despertar. O triunfo e o êxito só aparecerão após muito trabalho e paciência. Assim, neste novo Ano Novo Chinês que se aproxima, a economia chinesa adaptou-se a uma nova normalidade em 2016, caracterizada pelo excesso de preocupações relativas ao crescimento do PIB, reforma estrutural dirigida à oferta, política monetária e ao Renmimbi (RMB), entre muitas outros factos e situações. O próximo Ano Novo Chinês está a poucos dias de se iniciar e a grande questão é a de saber fundamentalmente, como será o desempenho da economia chinesa, existindo desde logo seis sectores que merecem a máxima atenção. Apesar da pressão descendente, o crescimento económico da China estabilizou-se em 6,7 por cento nos três primeiros trimestres de 2016, desmentindo os rumores de uma dura aterragem.
Os políticos chineses, em 2017, vão continuar a dar prioridade à estabilidade, dado que o Partido Comunista da China irá realizar o seu XIX Congresso Nacional, em Pequim, durante a segunda metade do ano. Os economistas prevêem um pouso suave da economia chinesa, e assinalam que a política fiscal pro-activa continuará a desempenhar um papel positivo. O sólido crescimento da China será garantido, quer por um forte potencial de crescimento, como por políticas de controlo macroeconómico. O crescimento do investimento imobiliário e as vendas diminuirão, mas o efeito negativo será compensado pelo investimento em infra-estruturas. A Conferência Central de Trabalho Económico tem realizado a pesquisa do progresso, mantendo a estabilidade, que é o tema principal do trabalho económico, comprometendo-se a estimular um progresso significativo na reforma estrutural direccionada à oferta. É de crer que a China melhorará o seu sistema económico básico, e acelerará as reformas para delegar competências e optimizar os serviços. É de crescente importância a reforma estrutural dirigida à oferta e as políticas de controlo macroeconómico, sendo que o crescimento estável da China não poderá ser conseguido sem reformas, que nunca terão sucesso se não forem controladas. Observando a partir de uma perspectiva global, a vantagem da China reside na sua ampla margem de manobra para realizar as necessárias reformas. A China espera realizar reformas fundamentais em empresas públicas, tributação, finanças, solo, urbanização, segurança social, educação ecológica e abertura. A política monetária da China será prudente e neutral de acordo com a Conferência Central de Trabalho Económico. É pouco provável que no Ano do Galo, haja uma flexibilização monetária significativa e a política monetária poderá mudar, deixando
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Macau (Site 4) Limitada Avenida da Amizade, n.º 918, World Trade Center, 14.º andar A e B, Macau Registada na Conservatória dos Registos Comercial e de Bens Móveis sob o n.º 25707
Macau (Site 8) Limitada Avenida da Amizade n.º 918, World Trade Center, 14.º andar A e B, Macau Registada na Conservatória dos Registos Comercial e de Bens Móveis sob o n.º 26230
Para os efeitos tidos por convenientes, anuncia-se que, por deliberação da assembleia geral extraordinária realizada em 29 de Dezembro de 2016, foi decidido, por unanimidade, dissolver e encerrar, a partir da referida data, a sociedade comercial por quotas supra identificada, tendo o respectivo registo sido requerido em 30 de Dezembro de 2016.
Para os efeitos tidos por convenientes, anuncia-se que, por deliberação da assembleia geral extraordinária realizada em 29 de Dezembro de 2016, foi decidido, por unanimidade, dissolver e encerrar, a partir da referida data, a sociedade comercial por quotas supra identificada, tendo o respectivo registo sido requerido em 30 de Dezembro de 2016.
Macau, aos 25 de Janeiro de 2017
Macau, aos 25 de Janeiro de 2017
17 hoje macau quarta-feira 25.1.2017
OPINIÃO perspectivas
JORGE RODRIGUES SIMÃO
Ano do Galo de apoiar tão drasticamente o crescimento para evitar riscos. É de esperar que o banco central opte por instrumentos, tais como acordos de recompra e facilidades em empréstimos a médio prazo, para garantir a liquidez e evitar um crescimento excessivo do crédito. Apolítica monetária da China será determinada pelo objectivo de crescimento económico anual do governo, sendo de esperar uma crescente inflação, a subida das taxas de juros nos Estados Unidos e um yuan mais fraco, o que reduzirá o espaço para a flexibilização. O RMB tem registado agudas desvalorizações desde Outubro de 2016, causando preocupações no mercado. Todavia, é de descartar a possibilidade de quedas persistentes, e acreditar que a China pode gerir o impacto, mesmo se ocorrerem alterações nas taxas de câmbio maiores que o esperado. É de considerar que não existe precedente para um país com o maior superavit em conta corrente no mundo, uma taxa excepcional de crescimento do PIB, abundantes reservas internacionais e restrições de capital, venha a sofrer uma depreciação significativa da sua moeda. O sólido progresso económico da China determina que o RMB irá manter a sua robustez contra outras moedas, considerando a recente debilidade, como uma correcção da excessiva valorização anterior. É de esperar que o RMB termine a série de perdas na primeira metade do ano. O sector imobiliário, sendo um factor crucial do investimento em activos fixos, irá ser vigiado de perto pelo seu efeito no crescimento económico. O mesmo deveria acontecer em Macau onde as flutuações de carácter especulativo têm sido díspares, com um aumento geral de 32 por cento nos preços por metro quadrado das casas em Dezembro de 2016, quando comparado com o mesmo mês de 2015. A China contará com regras mais severas para a compra de casas a fim de travar a especulação e a revisão do aumento de
preços, pelo que a venda de propriedades crescerá a ritmo menor. Todavia, é de esperar que a urbanização da China apoie a procura de casas e mantenha um sólido crescimento do mercado. O principal órgão legislativo da China aprovará uma discutida lei de imposto sobre imóveis que fará aumentar o custo da especulação. É provável que o governo continue com as políticas imobiliárias diferenciadas para lidar com a divergência do mercado, entre as grandes e as mais pequenas cidades. A economia mundial enfrenta uma lenta recuperação, com uma população em envelhecimento e uma larga diferença de riqueza, entre outros obstáculos a longo prazo. A China, por contaste, ainda que viva uma desaceleração, registou um invejável crescimento entre 6,5 e 7 por cento e continua a ser um poderoso motor a nível global, e neste contexto, o mundo depende cada vez mais da China para fazer face aos obstáculos que se apresentarão. A China, apesar das invectivas de Donald Trump, terá um papel ainda maior no impulso da globalização. Tal como as maiores economias do mundo, os laços económicos entre a China e os Estados Unidos, merecem maior atenção, pois é provável que a decisão de Donald Trump de apelidar a China como manipulador de moeda e impor grandes tarifas alfandegárias contra os seus produtos, venha a criar uma enorme incerteza e a gerar efeitos negativos. A nível global há que relembrar que nos princípios desta década, a corrente central de pensamento nos países centrais e em outros grandes actores internacionais, imaginava a consolidação de uma nova ordem internacional, assente sobre três pilares básicos. A hegemonia dos Estados Unidos apoiaria a paz internacional e o contínuo avanço da democracia liberal. O modelo de sucesso de integração continental, seria a contribuição da União Europeia (UE), o que poderia, eventualmente, ser imitado em outros locais.
O Ano do Galo irá assistir ao enterro da velha ordem e à exigência de uma nova, que especialmente considere o novo estatuto da China como uma superpotência global, sendo que num futuro próximo, este novo mundo multipolar terá que encontrar um novo equilíbrio A Rússia em declínio, uniria forças com a China, que continua a crescer, reconhecendo ambas as vantagens oferecidas aos seus países, em serem parte deste mundo concebido pelas potências ocidentais. Mas vai começar o mandato presidencial de Donald Trump, e a sua declarada intenção, é de que os Estados Unidos abandonem muito do seu esforço global e se concentrem em resolver os problemas de fronteira. Esse é o sentimento dominante na maioria dos americanos. A Europa parece estar à deriva. A UE golpeada pelo Brexit, o destino do euro e os milhões de imigrantes que chegam, fez perder de vista boa parte do projecto original e não há nada de novo, que enriqueça e substitua a actual versão. Quanto à Rússia está demonstrada a sua política de ingerência e ocupação, pela invasão da Crimeia e no Médio Oriente. A China não pertence ao Tratado Transpacífico (TPP, na sigla em inglês), assinado em Auckland, a 4 de Fevereiro de 2016, e do qual fazem parte os Estados Unidos, Japão, Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Peru, Malásia, México, Nova Zelândia, Singapura e Vietname, representando cerca de 40 por cento do PIB mundial, um
terço das exportações mundiais e abarca um mercado de oitocentos milhões de pessoas, e apesar dessa ausência avança para impor o seu domínio sobre os mares que a rodeiam, e têm deixado bem claro que não aceita a estratégia americana, e que a pode desafiar com sucesso. Esta mudança não aconteceu de um dia para o outro, pois existiam muitos sinais que a prediziam, ainda que quase sempre aconteçam desapercebidos. A crise financeira global de 2007-2008 que ainda faz sentir os seus efeitos, revelou fraquezas e limitações do actual modelo capitalista. A UE teve a sua sacudidela com a crise do euro e da zona euro. A China nunca deixou de crescer e assumir maiores parcelas no comércio e poder mundial. A novidade agora é um novo tipo de nacionalismo. A “América Primeiro” promete um recuo da globalização e uma concentração no isolacionismo. A Rússia, com uma economia fraca, mas ainda com poderosos recursos militares, e quer uma desforra do “Império dos Czares”, depois da humilhação sofrida após a queda da União Soviética. A China, o “Império do Meio”, a maior economia do mundo até o século XVII, quer ressuscitar e deixar para trás a humilhação de ocupações sucessivas do seu território durante mais de cem anos. Todas estas nações, até agora actores de segundo plano, procuram definir um novo modelo de relações internacionais que, obviamente, seja mais favorável aos seus interesses nacionais do que o actual. O Ano do Galo irá assistir ao enterro da velha ordem e à exigência de uma nova, que especialmente considere o novo estatuto da China como uma superpotência global, sendo que num futuro próximo, este novo mundo multipolar terá que encontrar um novo equilíbrio.
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Macau (Site 10) Limitada Avenida da Amizade n.º 918, World Trade Center, 14.º andar A e B, Macau Registada na Conservatória dos Registos Comercial e de Bens Móveis sob o n.º 26228
Macau (Site 7) Limitada Avenida da Amizade n.º 918, World Trade Center, 14.º andar A e B, Macau Registada na Conservatória dos Registos Comercial e de Bens Móveis sob o n.º 26232
Para os efeitos tidos por convenientes, anuncia-se que, por deliberação da assembleia geral extraordinária realizada em 29 de Dezembro de 2016, foi decidido, por unanimidade, dissolver e encerrar, a partir da referida data, a sociedade comercial por quotas supra identificada, tendo o respectivo registo sido requerido em 30 de Dezembro de 2016.
Para os efeitos tidos por convenientes, anuncia-se que, por deliberação da assembleia geral extraordinária realizada em 29 de Dezembro de 2016, foi decidido, por unanimidade, dissolver e encerrar, a partir da referida data, a sociedade comercial por quotas supra identificada, tendo o respectivo registo sido requerido em 30 de Dezembro de 2016.
Macau, aos 25 de Janeiro de 2017
Macau, aos 25 de Janeiro de 2017
18 (F)UTILIDADES TEMPO
MUITO
hoje macau quarta-feira 25.1.2017
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NUBLADO
O QUE FAZER ESTA SEMANA Diariamente EXPOSIÇÃO “VELEJAR NO SONHO” DE KWOK WOON Oficinas Navais N.º1
MIN
15
MAX
21
HUM
55-80%
•
EURO
8.59
BAHT
EXPOSIÇÃO “52ª EXPOSIÇÃO DO FOTÓGRAFO DA VIDA SELVAGEM DO ANO” Centro de Ciência (Até 21/02)
O CARTOON STEPH
EXPOSIÇÃO “I’M TOO SAD TO TELL YOU”, DE JOSÉ DRUMMOND Casa Garden, (Até 24/02) EXPOSIÇÃO “OBSERVAÇÕES”, DE MANUELA MARTINS Casa Garden (Até 04/02)
C I N E M A
A STREET CAT NAMED BOB SALA 1
SALA 3
Filme de: Denis Villeneuve Com: Amy Adams, Jeremy Renner, Forest Whitaker 14.30, 16.45, 19.15, 21.30
FALADO EN MANDARIM LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Filme de: Simon Hung Com: Yuan Huang, Megan Lai, Darren Wang 14.30, 21.30
ARRIVAL [B]
SALA 2
A STREET CAT NAMED BOB [B] Filme de: Roger Spottiswoode Com: Luke Treadaway, Joanne Froggatt, Ruta Gedmintas 14.30, 16.30, 19.30, 21.30
PROBLEMA 164
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 163
UM LIVRO HOJE
SUDOKU
DE
EXPOSIÇÃO “AD LIB” DE KONSTANTIN BESSMERTNY Museu de Arte de Macau (Até 05/2017)
Cineteatro
1.16
SER BENFIQUISTA
EXPOSIÇÃO “33 ANOS NA RÁDIO DO LOCUTOR LEONG SONG FONG” Academia Jao Tsung-I (Até 05/02)
III FESTIVAL DE CINEMA DE MOÇAMBIQUE, Fundação Rui Cunha, 18h30 (Até 26/01)
YUAN
AQUI HÁ GATO
EXPOSIÇÃO “CHANGE OF TIMES” DE ERIC FOK Galeria do IFT
EXPOSIÇÃO “SOLIDÃO”, FOTOGRAFIA DE HONG VONG HOI Museu de Arte de Macau
0.22
Não percebo o deporto, nem nada que envolva adesão de massas. Como tal, o futebol não me diz rigorosamente nada. Mas quando ouço falar em paixão pelo Benfica a minha perplexidade felina chega ao limite. Já acho difícil compreender o conceito de amor, muito mais quando envolve um clube, uma colectividade. Mas há quem não durma para ficar agarrado a um streaming de baixa qualidade, ou a uma nervosa transmissão radiofónica. Parece tão aleatório como tudo o que envolve as emoções dos desgraçados bípedes. Estar do outro lado do mundo, com os nervos em franja pelo destino de uma esfera de couro, empurrada por 11 homens, é de loucos. Isso é o suficiente para se mandar um berro no meio da madrugada, um grito primordial de emoção que desconhece razão, lógica, ou respeito pelos vizinhos. O que move estes adeptos, que acumularam anos de vexame futebolístico? Por que saltam como loucos a pensar no Marquês? Sei pouco de psicologia, muito menos de histeria de massas, ou psicoses colectivas, mas há algo que une esta gente. Estão unidos na dor e na extrema alegria. Nunca se consegue ser adepto num estágio psicológico temperado, talvez venha daí a alusão à paixão, ao desvario que lhes foge ao controlo. Alguém que se diga adepto, mas que não ligue muito ao jogo, não é um adepto, é uma pessoa normal, livre das emoções extremas que afligem os apaixonados até ao apito final. Pu Yi
JACK LONDON – “O POVO DO ABISMO”
O início do século XX foi um período de grandes dificuldades e fracturas sociais. É neste período que a escrita de Jack London floresceu, sempre com uma forte dose de consciência social. Em “O Povo do Abismo”, o autor mergulha na pobreza extrema do East End de Londres, entrando na vida das pessoas e, muitas vezes, dormindo na rua. A obra relata episódios de miséria, de fome, sempre na primeira pessoa, antecipando o estilo do New Journalism que viria a ganhar fulgor 60 anos depois. O livro chegou a influenciar George Orwell, que repetiu os passos de London e escreveu um livro semelhante. Essencial em qualquer biblioteca. João Luz
10000 MILES [B]
SING [A] FALADO EM CANTONENSE Filme de: Garth Jennings 16.30, 19.30
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Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Isabel Castro; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Sofia Mota Colaboradores António Cabrita; António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; José Drummond; José Simões Morais; Julie O’Yang; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Paulo José Miranda; Rui Cascais; Rui Filipe Torres; Sérgio Fonseca Colunistas António Conceição Júnior; André Ritchie; David Chan; Fernando Eloy; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Rui Flores; Tânia dos Santos Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges, Rómulo Santos Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo
19 ÓCIOSNEGÓCIOS
hoje macau quarta-feira 25.1.2017
CAFE SAB 8 SANDRA BARROS, PROPRIETÁRIA
Um minchi especial que culminou com a inauguração do Sab 8 em Agosto de 2015.
SAB 8
No coração do antigo Bazar, há um espaço que pega na tradição dos sabores de Macau e dá-lhes um twist moderno. No remodelado Pátio Chôn Sau, o Cafe Sab 8 é uma opção para uma refeição, ou apenas para um café e um pastel
ATMOSFERA CONFORTÁVEL
“Aideia era criar um espaço com uma atmosfera relaxada, simples, e acolhedora”, revela Sandra Barros. Quem entra no café é recebido com um sorriso hospitaleiro e um jazz suave. Apesar de não ser um espaço amplo, é confortável, mesmo para um cappuccino, ou uns aperitivos. Neste capítulo, aconselha-se um copo gelado de vinho verde Pássaros, um néctar que mistura as castas alvarinho e trajadura, da região vitivinícola de Monção/ Melgaço, de preferência acompanhado por uma tarte de bacalhau.
“Quero que os clientes sejam felizes no café, comer é uma parte tão importante na vida das pessoas, que é um prazer poder proporcionar essa satisfação a alguém.”
Q
UEM atravessar o Pátio Chôn Sau encontra os graffitis modernos mas, agora, completamente tomados de assalto pela decoração para o ano novo chinês. Depois do festim de cor, é possível que a visão seja tentada por um pequeno café/ restaurante que convida quem passa a entrar: o Cafe Sab 8. Aí, prepare-se para regalar o olfacto e o paladar num verdadeiro festim para os sentidos. Se resistir ao minchi de carne picada e arroz, dificilmente poderá passar as tartes de bacalhau e sardinha. Se sobrar espaço, a torta de laranja é uma das mais populares sobremesas do restaurante à qual é difícil resistir. Estes são os pratos com maior saída do estabelecimento. Sandra Barros, dona e mentora do Sab 8, conta-nos que “procurou trazer a cozinha macaense para a modernidade”, isto porque considera que “esteve estagnada durante demasiado tempo”. A ideia foi dar-lhe um toque contemporâneo para a encaixar melhor no mercado actual e tornar os pratos tradicionais macaenses mais apelativos para as novas gerações. A localização não podia ser mais propícia à fusão do moderno e do tradicional. O Pátio Chôn Sai é muito trendy, cheio de lojas de design e decoração com um toque vanguardista. Este pequeno oásis de modernidade fica situado numa das zonas comerciais mais antigas de Macau. A 50 metros de distância pode-se comprar um gelado de coco num barracão ou passear pelas lojas tradicionais que vendem antigo mobiliário chinês. Também se podem encontrar inúmeras barraquinhas de rua a
vender toda a espécie de iguaria chinesa. É como se um pequeno reduto moderno estivesse a desafiar o tradicionalismo circundante. Sandra sempre gosto de cozinha, as experiências com paladares e cheiros cresceram com ela. “Quando tinha 10 ou 11 anos, adorava ir ao mercado e cozinhar o que comprava”, conta. No entanto, a vida não a aproximou logo da restauração. Primeiro veio a formação na área económica. Depois de estudar gestão, onde teve a oportunidade de trabalhar numa cadeia de cafés
de Macau, decidiu aprender pastelaria. Durante esse processo de formação, frequentou um estágio onde fez mais de 300 horas na cozinha de vários hotéis. Apaixonou-se e assim começou a aventura,
O Sab 8 está localizado numa zona turística, apesar de relativamente escondida pela Rua de Nossa Senhora do Amparo. Ainda assim, os principais clientes são “turistas e, também, pessoas locais que trabalham nas imediações, como Leal Senado e San Ma Lo”, revela a dona. Quem entra, normalmente, sai satisfeito. Para Sandra, esse é o grande objectivo. “Quero que os clientes sejam felizes no café, comer é uma parte tão importante na vida das pessoas, que é um prazer poder proporcionar essa satisfação a alguém”, confessa. Para que tudo corra bem, Sandra Barros tem em atenção todos os detalhes, para manter tudo em ordem no café. A cozinha limpa e organizada, o chão imaculado, tudo no seu devido lugar. Estas são as partes chatas de gerir a operação de um café/restaurante. Por outro lado, há que garantir que os ingredientes são frescos através de um rigoroso controlo de qualidade. Este é o equilíbrio necessário para que nos chegue um prato a fumegar à mesa. Bom apetite. João Luz
info@hojemacau.com.mo
Engraxar Pequim é sujar os próprios sapatos. Atlântido
LIVRO SOBRE MANUEL DA SILVA MENDES COM CROWDFUNDING O jornalista João Botas lançou uma campanha de recolha de fundos para financiar os custos de edição da biografia de Manuel da Silva Mendes, falecido em Macau em 1931. A campanha de crowdfunding para a pré-venda do livro estará aberta até ao dia 20 de Março, sendo que “os interessados podem contribuir com qualquer montante a partir de 1 euro (cerca de dez patacas)”. “Com uma doação de 5 euros terão o seu nome impresso na lista de apoiantes. Com 10 euros, recebem ainda um livro autografado. Com o apoio de 15 euros recebem não só um livro de oferta como também têm direito a 50 por cento de desconto sobre o pvp na compra de mais exemplares, num máximo de três unidades”, explica ainda o autor. João Botas necessita de recolher dois mil euros até Março. Manuel da Silva Mendes foi um advogado que abraçou a luta contra a monarquia.
Caça ao tigre
Antigo alto quadro do Partido Comunista chinês condenado a prisão perpétua
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REUTERS
M tribunal chinês condenou a prisão perpétua o antigo vice-presidente do principal órgão de consulta do Partido Comunista Chinês (PCC) por aceitar milhões de dólares em subornos, engrossando a lista de altos quadros chineses condenados por corrupção. Su Rong era antigo vice-presidente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, cargo com categoria superior à de ministro, quando foi colocado sob investigação, em Junho de 2014. Na segunda-feira, foi considerado culpado de aceitar subornos, abuso de poder e de possuir “grande quantidades” em activos cuja origem não conseguiu explicar, anunciou um tribunal do norte da China. Mais de uma centena de quadros dirigentes, alguns dos
quais ministros, foram atingidos pela campanha anti-corrupção em curso na China desde que o actual presidente Xi Jinping assumiu a chefia do PCC, em Novembro de 2012. Xi prometeu combater os “tigres” e as “moscas”, numa alusão aos altos quadros do PCC que durante muito tempo pareciam agir com total impunidade. Ex-primeiro secretário da organização do PCC na província de Jiangxi, leste da China, e filiado no partido desde 1970, Su Rong era um dos “tigres da corrupção”, escreveu a agência noticiosa oficial Xinhua, em Fevereiro passado. Entre 2002 e 2014, Su aceitou subornos no valor de 116 milhões de yuan (15,7 milhões de euros) e possuía mais 80 milhões de yuan de origem desconhecida, detalhou o tribunal. Su Rong aceitou o veredicto e não vai recorrer.
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quarta-feira 25.1.2017