Hoje Macau • 2010.10.29 #2240

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Forró, caipirinhas, música e artesanato em português. tudo sobre o Festival da Lusofonia Página 8

Hóquei em patins sofre duas derrotas seguidas em 24 horas. Já não há esperanças para o pódio Página 10

tempo pouco nublado min 15 max 25 humidade 35-70% câmbios euro 11.1 baht 0.26 yuan 1.21 pub

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Director carlos morais josé • sexta-feira 29 de outubro de 2010 • ANO X • Nº 2240

Mop$10

Executivo afirma que vai pôr em andamento diploma encalhado há 12 anos

Saúde

Chui Sai On promete novo programa • P.4

Jogo

Sands e Galaxy batem recordes de receita • P.6

Inflação

Decisões tardias podem ser desastrosas

Salário mínimo sem timidez

A promessa tem sido feita desde 1998, quando o artigo 7.º da Lei de Bases da Política do Emprego e dos Direitos Laborais foi promulgado. Depois de um período de apatia à espera do posicionamento de Hong Kong quanto ao salário mínimo, o Governo passou a dar mais ouvidos às opiniões. O secretário para a Economia e Finanças, Francis Tam, prometeu ontem o empenho do Executivo em avançar com a lei para o próximo ano. A Federação das Associações dos Operários de Macau apresentou os resultados de um inquérito, em que os trabalhadores querem ganhar 24 patacas por hora ou 6000 patacas mensais. O consenso com os patrões é o passo que se segue. >página 4

da Guiné-Bissau para Macau | Manecas Costa, músico e embaixador da UNICEF

Festival da união

Páginas 18 e 19

• P.7

Diplomacia

Hu Jintao confirma visita a Portugal • P.2

TDM

Kwan Tsui Hang pede mais fiscalização • P.5

os nossos contactos mudaram

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actual

Hu Jintao confirma visita a Portugal no dia 5 de Novembro

O aperto de mão sino-português O presidente da China, Hu Jintao, visitará Portugal nos dias 6 e 7 de Novembro, acompanhado por uma comitiva de vários membros do Governo chinês e cerca de 50 empresários, foi ontem anunciado. De acordo com uma nota divulgada pela Presidência da República portuguesa, o programa da visita de Estado de Hu Jintao, que decorre a convite do presidente da República português, Aníbal Cavaco Silva, terá início com a deposição de uma coroa de flores no túmulo de Luís de Camões, no Mosteiro dos Jerónimos. De seguida, o presidente chinês será recebido por Cavaco Silva no Palácio de Belém, onde os dois chefes de Estado terão uma reunião de trabalho. À tarde, Hu Jintao será

recebido, em audiência, pelo presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, terminando o programa do primeiro dia da visita com um banquete de Estado, no Palácio da Ajuda, oferecido por Cavaco Silva. No dia 7 de manhã, o presidente chinês terá um encontro com o primeiroministro no Palácio das Necessidades, onde decorrerá depois um almoço, oferecido por José Sócrates. Paralelamente ao programa institucional, no dia 6 realiza-se um seminário, promovido pela AICEP e pela Câmara de Comércio da China. No seminário, que será presidido pelo ministro da Economia português e pelo ministro do Comércio da China, irão participar empresários dos dois países.

A vice-ministra chinesa dos Negócios Estrangeiros chinês, Fu Ying, manifestou “alta expectativa” sobre a visita a Portugal, adiantando que serão assinados acordos

Cronologia das relações diplomáticas

As relações diplomáticas entre Portugal e a República Popular da China, estabelecidas em Fevereiro de 1979, estão marcadas pelos seguintes acontecimentos: 1980

- Assinatura de um Acordo Comercial, designado mais tarde por “Acordo de Cooperação Económica, Industrial e Técnica”. - Visita à China do presidente da Assembleia da República, Leonardo Ribeiro de Almeida.

1982

- Assinatura de um “Acordo de Cooperação Cultural, Cientifica e Tecnológica”.

1984

- Visita a Portugal do presidente chinês, Li Xiannian.

1985

- Visita à China do presidente português, António Ramalho Eanes.

1986

- Inicio das conversações oficiais sobre o futuro de Macau.

1987

- O primeiro-ministro português, Aníbal Cavaco Silva, e o homólogo chinês, Zhao Ziyang, assinam em Pequim a Declaração Conjunta sobre Macau, que determina a transferência da administração do território para a China em Dezembro de 1999.

1992

- Visita a Portugal do Primeiro-ministro chinês, Li Peng.

1994

- Visita à China do Primeiro-ministro português, Cavaco Silva. Abertura de uma delegação do ICEP (actual AICEP) em Pequim.

1995

- Visita à China do presidente português, Mário Soares.

1996

- Portugal e China instituem consultas políticas regulares.

1997

- Visita à China do presidente da República, Jorge Sampaio, e do presidente da Assembleia da República, Almeida Santos. - Visita a Portugal do presidente da Conferência Política Consultiva do Povo Chinês, Li Ruihuan.

1998

- Visita à China do Primeiro-ministro português, António Guterres.

1999

- Visita a Portugal do presidente chinês, Jiang Zemin. - Governo de Macau é transferido para China, numa cerimónia com a presença dos chefes de Estado dos dois países.

2005

- Visita à China do presidente português, Jorge Sampaio. - Visita a Portugal do primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, que assina com o homólogo português, José Sócrates, um “Acordo de parceria estratégica”.

2007

- Visita à China do primeiro-ministro português, José Sócrates.

na área económica e comercial. Os dois países “procurarão avançar a cooperação no comércio, investimento, desenvolvimento de infraestruturas e novas fontes de energia”, disse Fu Ying. “Temos uma alta expectativa e esperamos ver muitos resultados”, acrescentou. Também o embaixador de Portugal na China, José Tadeu Soares, referiu que a visita ficará marcada por vários “acordos” e “contratos de investimento”, nomeadamente na área do turismo. “Vão ser assinados uma série de acordos da maior importância a nível oficial e de empresas (…) Esperam-se contratos de investimento de grande importância”, disse o embaixador, sem revelar a natureza dos acordos e contratos, indicando apenas que dizem respeito ao “turismo e facilitação das relações económicas”. A visita de Hu Jintao a Portugal, a primeira de um presidente chinês em mais de uma década, ocorre num bom momento das exportações portuguesas para a China. Pelas contas chinesas, nos primeiros oito meses de 2010, as exportações portuguesas cresceram 66% em relação a igual período do ano passando, somando 483,5 milhões de dólares. “Estamos a crescer a um ritmo extremamente rápido, mas podemos fazer

Comitiva de peso Um líder do aparelho do Partido Comunista chinês, um conselheiro de Estado e três ministros acompanham o presidente Hu Jintao a Lisboa. Na hierarquia chinesa, a figura mais importante da comitiva é Ling Jihua, director da Secretaria-geral do Comité Central do PCC, um cargo que já foi ocupado pelo actual primeiroministro, Wen Jiabao. A nível de governo sobressai o conselheiro de Estado Dai Bingguo, responsável pela condução da política externa e interlocutor de Catherine Ashton, vice-presidente da União Europeia, no “diálogo político e estratégico” China-UE. A comitiva inclui ainda os ministros dos Negócios Estrangeiros, do Comércio e da Comissão Nacional para a Reforma e Desenvolvimento, Yang Jiechi, Chen Deming e Zhang Ping, respectivamente, além de cerca de 50 empresários.

mais”, disse o embaixador português. José Tadeu Soares defendeu também a abertura de um Centro Cultural Português em Pequim, “para responder ao elevado número de chineses que fala português”, e “o reconhecimentos dos cursos universitários portugueses”. “Há várias universidades portuguesas que dão cursos e mestrados na China e um número crescente de estudantes chineses que procuram as universidades portuguesas”, afirmou. O último presidente chinês recebido em Lisboa foi o antecessor de Hu Jintao, Jiang Zemin, em Outubro de 1999. Quem é Hu

O presidente chinês, Hu Jintao, concedeu apenas uma conferência de imprensa em quase uma década, só para

25 jornalistas estrangeiros e com perguntas previamente conhecidas. A iniciativa ocorreu uma semana antes dos Jogos Olímpicos de Pequim, o maior acontecimento internacional organizado pela China, no verão de 2008. Hu Jintao, 68 anos, revelou então que a natação e o ténis de mesa eram os seus desportos favoritos, mas pouco mais se sabe sobre a personalidade do homem que preside à economia mais dinâmica do mundo. Pelo estilo, estatura física e até no vestuário ou na cor do cabelo, Hu Jintao quase não se distingue dos outros oito elementos do Comité Permanente do Politburo do Partido Comunista Chinês, a cúpula do poder na China. As “novas ideias” associadas à sua liderança – “sociedade harmoniosa”, “conceito científico de desenvolvimento” e “crescimento


Enquanto em Portugal se desenrola o drama da aprovação do Orçamento, por Macau caminha-se pachorrentamente para a apresentação das LAG. De nenúfar em nenúfar, o Chefe do Executivo foi auscultando opiniões, chegando mesmo à arruada, ao mercado, à lojinha de massas e outras fitas. Carlos Morais José, P. 22

inclusivo” – parecem também uma “criação colectiva”. Um diplomata europeu que se encontrou com o presidente chinês no verão passado descreveu-o como “uma pessoa simpática, afável e bem informada” acerca dos dossiers que aborda com os seus interlocutores. Membro do PCC desde 1964, Hu Jintao é formado em engenharia hidráulica por uma das mais prestigiadas universidades do país, a Qinghua, em Pequim, onde a mulher, Liu Yongqing, e os dois filhos do casal também estudaram. Entrou para o Comité Central em 1982 e até chegar ao Comité Permanente do Politburo, dez anos mais tarde, dirigiu a organização do Partido na província de Guizhou, uma das mais pobres da China, no sul do país, e no Tibete. Foi presidente da Liga da Juventude Comunista e director da Escola Central do Partido, outro importante viveiro de líderes. Nomeado vice-presidente da Republica em 1998, Hu Jintao apareceu desde então como natural sucessor de Jiang Zemin na chefia do partido e do Estado, o que aconteceria após o XV Congresso do PCC, em 2002. Hu Jintao representa a chamada “quarta geração de líderes da Nova China”, depois de Mao Zedong (1893-1976), Deng Xiaoping (1904-97) e Jiang Zemin, que completou 84 anos em Agosto passado. Em 2012, deverá ceder o lugar a Xi Jinping, actual vice-presidente, 11 anos mais novo que Hu, assegurando a segunda transferência de poderes sem sobressaltos em apenas uma década, um fenómeno inédito em mais de meio século de governo comunista. Sob a direcção de Hu Jintao, a China tornou-se a segunda maior economia do mundo, a seguir aos Estados Unidos, e uma potência global com crescente influência política. Pelas contas do Fundo Monetário Internacional, o PIB chinês crescerá este ano 10,5 por cento, mas o seu valor per capita ainda é inferior a 4.000 dólares e o fosso entre ricos e pobres acentuou-se.

China mostra-se disponível para comprar títulos portugueses

Com a mão na dívida portuguesa A China manifestou-se ontem disponível para comprar títulos do tesouro português e “participar no esforço de recuperação económica e financeira” de Portugal. “A situação económica e financeira em Portugal tem sido sempre o centro das nossas atenções”, disse a vice-ministra dos Negócios Estrangeiras chinesa, Fu Ying, ao ser questionada pela agência Lusa em Pequim sobre a possibilidade de a China adquirir parte da dívida portuguesa. Segundo realçou, “a Europa tem sido sempre um dos principais mercados para o investimento das reservas da China em divisas”. “Temos vontade para participar nos esforços dos países europeus para recuperar da crise”, afirmou Fu Ying, antiga embaixadora da China em Londres e responsável pelas relações com a Europa. Referindo-se ainda a Portugal,

Fu Ying

Fu Ying manifestou-se confiante que o país conseguirá ultrapassar a crise actual. “Acreditamos que as medidas tomadas pelo Governo português conduzirão à recupepub

Lisboa apoia fim do embargo europeu

Armas a caminho Portugal apoia o levantamento do embargo à venda de armas à China, imposto em 1989, mas só decide a sua posição “no contexto da UE”, indicou ontem à agência Lusa o embaixador português em Pequim, José Tadeu Soares. “Portugal tem tido uma posição bastante favorável às teses chinesas”, disse o diplomata a propósito da visita do presidente chinês a Portugal. Já em 2005, o então presidente português Jorge Sampaio defendeu em Pequim que a UE devia levantar o referido embargo. Portugal apoia também a concessão do “estatuto de economia de mercado” à China, outra persistente reivindicação chinesa, manifestada em todas as cimeiras com a UE. Tadeu Soares realçou, contudo, que a posição portuguesa sobre aquelas matérias “é sempre decidida no contexto da União Euro-

peia”. “Não podemos decidir sozinhos matérias que são posições de política externa comum”, afirmou. O embargo à venda de armas à China foi imposto após a sangrenta repressão militar do movimento pró-democracia da Praça Tiananmen, em junho de 1989, que causou centenas de mortos. Para o governo chinês, a manutenção do embargo é “uma relíquia da Guerra Fria”. Há dois meses, em Pequim, a Alta Representante da UE para a Política Externa, Catherine Ashton, disse que “a China deseja que o embargo seja levantado, mas está consciente que é uma questão que os 27 têm (ainda) de discutir”. Grécia, Espanha e outros países da UE também já se manifestaram a favor do levantamento do embargo. Os Estados Unidos, pelo contrário, opõem-se.

ração dos sectores económico e financeiro de Portugal”, disse. As reservas da China em divisas, as maiores do mundo, somavam 2,65 biliões de dólares

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3 em Setembro passado, segundo o banco central chinês. Redução de 60%

O Banco da China, banco comercial detido pelo estado, comprou dívida portuguesa mas reduziu em 60%, nos primeiros nove meses do ano, a exposição à dívida de Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha, anunciou ontem a instituição. O valor dos “instrumentos de dívida emitidos por Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha detidos pelo banco atingiu os 2,79 mil milhões de yuans”, diz o Banco da China, o quarto maior banco chinês em termos de activos, no comunicado em que anuncia os resultados do terceiro trimestre. O valor representa “uma diminuição de 4,24 mil milhões de yuans em comparação com o final do ano passado, principalmente em resultado da alienação parcial de instrumentos de dívida emitidos pelas instituições financeiras e pelos governos” português, grego, espanhol, irlandês e italiano, adianta o banco.


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política

Governo avança para proposta de lei a pedir consenso entre patrões e empregados

Salário mínimo para o ano Vanessa Amaro

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Depois de uma década à espera, Macau poderá ter a definição do salário mínimo para o ano. O secretário para a Economia e Finanças, Francis Tam, disse ontem que espera um consenso sobre o montante para o próximo ano, o que levaria à redacção do diploma inédito no território. Quem está agora com a bola é o Conselho Permanente de Concertação Social, que em Agosto aceitou incluir o tema do salário mínimo na sua agenda de discussão. Em comunicado divulgado através do Gabinete de Comunicação Social (GCS), o secretário reafirmou os pub

anseios das autoridades em ver o salário mínimo definido para o próximo ano. “O Governo da RAEM tem vindo a desempenhar um papel predominante na definição do salário mínimo e espera que possa ser alcançado algum consenso no seio do Conselho Permanente de Concertação Social, mostrando-se convicto de que no próximo ano serão alcançados avanços concretos nesta matéria”, apontou Francis Tam. Na manhã de ontem, o responsável pela pasta das Finanças encontrou-se com representantes da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) e recebeu o relatório de estudo conduzido sobre o tópico.

A FAOM encomendou na primeira metade do ano um estudo a um instituto chinês sobre o salário mínimo, sendo que o nível preferido se fixa em cerca de 30 patacas à hora e 6000 patacas mensais. Depois de conhecer os resultados da pesquisa, Francis Tam disse aos jornalistas que “este é o momento certo para a preparação de um estudo concreto, assim como de qualquer discussão para contribuir com avanços nesta matéria”. A relembrar que encontrar um equilíbrio entre as exigências dos patrões e dos empregados quanto ao montante é uma tarefa difícil, o secretário acredita que levará ainda algum tempo para se

alcançar um consenso. Para acelerar o processo, Tam considera ser “fundamental” que empregadores e empregados compreendam “todas as questões implicadas no processo a fim de haver mais aceitação”. Atitude positiva

O presidente da FAOM, Chan Kan Meng, classificou de positiva a atitude do Governo em avançar para uma proposta de lei sobre o salário mínimo. No início do ano, a federação disse que já havia abordado o assunto com o Governo, mas os altos cargos tinham respondido vagamente, a

pedir para que se esperasse pelo exemplo de Hong Kong. Em Julho, a região vizinha aprovou o diploma inédito para o estabelecimento do ordenado mínimo, mas a discussão pelo valor continuou a ser debatido até ao mês passado, quando se chegou ao montante de 24 dólares por hora. “O Governo mostrou inicialmente uma posição passiva e gradualmente melhorou a abordagem ao tema. Agora tem-se mostrado aberto a receber opiniões. As últimas atitudes mostram que o Governo está confiante na criação de uma legislação para estabelecer o salário

mínimo”, apontou Chan Kan Meng no fim do encontro com Francis Tam. Embora exista já uma situação de salário mínimo nos subcontratos do Governo nas áreas de serviços de limpeza e de segurança, esta não é considerada como referência para a legislação, dado tratar-se de um único empregador relativamente rico. O salário mínimo foi legalmente estabelecido no Artigo 7.º da Lei de Bases da Política do Emprego e dos Direitos Laborais, que refere “o estabelecimento de um salário mínimo e a sua actualização regular” como uma das medidas, mas nunca foi posto em prática desde a sua promulgação em 1998. Dominic Sio, membro da Comissão Executiva do Conselho Permanente de Concertação Social, acredita que a discussão nos próximos meses apontará para uma legislação, havendo contudo a possibilidade de ser abandonada caso se prove não ser viável. “Penso que deveríamos manter uma atitude aberta na qual os empregadores não deveriam ver no salário mínimo um monstro poderoso e os trabalhadores deveriam pensar se este sistema salvaguardará os seus direitos com falta de protecção. As coisas acontecem em cadeia e nós começaremos a pensar em como elaborar a lei depois de saber exactamente quais são os benefícios”.

Chefe do Executivo garante melhorar sistema público

Promessas para a saúde O compromisso foi assumido ontem, durante a cerimónia de posse da Associação de Beneficência do Hospital Kiang Wu, pelo Chefe do Executivo: Macau vai ter mais saúde. Fernando Chui Sai On reconheceu que o território já não é o que era e com o desenvolvimento da economia foi preciso pensar numa estratégia para elevar o nível da saúde. O programa, aponta o líder do Governo, já está criado. Segundo Chui Sai On, o Executivo criou um programa para incrementar a qualidade do actual sistema de saúde pública. No seu discurso no hospital privado, o Chefe do Executivo garantiu que “está prevista a atribuição de mais recursos, incluindo o aumento de instalações, criação de serviços especializados em geriatria, mais formação para médicos e pessoal de enfermagem”.

Aumentar os profissionais da enfermagem é outra meta do Governo, mas para tal é preciso ampliar a oferta de vagas na rede de ensino local. Este ano, por exemplo, o Instituto de Enfermagem do Kiang Wu recebeu 60 estudantes, mas havia mais de 500 candidatos a disputar as vagas. A Escola Superior de Enfermagem do Instituto Politécnico de Macau (IPM) registou cerca de 200 boletins de candidatura, mas também só 60 agarram um lugar. Ontem, Chui Sai On afirmou que vão ser criadas mais vagas nas duas escolas de enfermagem, “a fim de melhorar os serviços de saúde de Macau, e assim contribuir para o aumento da qualidade do sector”. Prazos concretos, no entanto, não foram avançados.


Corrupção discutida em Macau

sexta-feira 29.10.2010

A 4ª Conferência Anual da International Association of Anti-Corruption Authorities (IAACA) irá decorrer em Macau nos próximos dias entre 2 e 5 de Novembro, no Grand Hyatt. O tema da conferência é “Convenção das Nações Unidas sobre o Combate à Corrupção - Capítulo IV: Cooperação Internacional” e contará com a presença dos órgãos executores da lei relativa ao combate à corrupção vindos de 143 países e regiões e mais de 600 representantes, peritos e académicos de mais de dez organizações anti-corrupção internacionais.

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Reformas jurídicas seguem a todo o gás

Kwan Tsui Hang pede mecanismos de fiscalização

Há revisões para todos os gostos: do Código Penal, Civil, Comercial, das leis de Terras, Habitação, Construção, Condomínio e até da actividade de porteiro. Os três deputados democratas da Assembleia Legislativa - Ng Kuok Cheong, Ao Kam San e Chan Wai Chi – reuniram-se ontem com os responsáveis pelo Gabinete da Reforma Jurídica para questionar o andamento dos trabalhos na área da Justiça. E houve respostas para tudo. A coordenadora do gabinete, Chu Lam Lam, afirmou que os processos de revisão estão em curso de acordo com uma ordem previamente definida e tudo está a decorrer dentro dos prazos estipulados. Para breve, ainda até ao fim deste ano, estão, por exemplo, as propostas de alteração ao contrato de seguro do Código Comercial; o regime de contrato dos trabalhadores da função pública, e a Lei das Terras. Os estudos de Direito comparado e a consulta a especialistas já definiram

A deputada Kwan Tsui Hang interpelou o Governo no sentido de saber se este vai rever o actual regime de fiscalização e controlo para as entidades que são total ou parcialmente detidas por si, como é o caso da TDM. Para Kwan, devem ainda ser definidos com toda a clareza os direitos e deveres dos titulares dos órgãos, no sentido que melhor possam desempenhar as suas funções de gestão e fiscalização. “Em prol da população e do erário público”, afirmou a deputada à Assembleia Legislativa da RAEM. A deputada questiona quantos funcionários públicos foram destacados para o exercício de funções na Teledifusão de Macau. “E quantos são remunerados? Qual o critério subjacente à determinação da respectiva remuneração”,

Panóplia de leis

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também que o Código do Processo Civil que os modelos processuais sejam simplificados, que os recursos judiciais sejam distribuídos justamente, bem como a “desjudicialização”. No que toca o Código de Processo Penal, os recursos humanos a estudar a revisão foram redistribuídos este ano e mais cabeças foram convidadas a pensar no tema. Como resultado, vai haver uma reforma dos processos especiais, a justa distribuição dos recursos, a optimização dos processos, a introdução de tecnologias e a garantia dos direitos dos intervenientes processuais. Segundo o gabinete, o diploma já está a ser elaborado para consulta. O Regime Jurídico da Construção Urbana está agora na segunda ronda das acções de consulta pública, enquanto que outros processos, como o da habitação pública e o regime da actividade de administração de condomínios e porteiros, também estão em marcha, garante a coordenadora do gabinete.

Um icebergue chamado TDM

Kwan Tsui Hang

questiona Kwan no seu documento. O Governo procede à fiscalização da maioria das entidades que funcionam como empresas privadas, mas a realidade é que falta clareza na definição dos respectivos direitos e deveres, aponta Kwan. No que toca a TDM, foram identificados vários problemas, entre os quais a definição menos clara da assistência médica oferecida ao admi-

nistrador-delegado, a eficácia das deslocações ao exterior ou a falta de mecanismos para fiscalização das despesas de representação. Na sua interpelação, a deputada quer saber do Governo quais os mecanismos que irá adoptar daqui para a frente em questões de deslocações ao estrangeiro de profissionais da estação. “Na Administração Pública são muitas as deslocações ao exterior. O caso apontado no relatório do Comissariado de Auditoria [sobre a TDM] é apenas a ponta do icebergue.” Kwan defende, igualmente, que o Governo tem de criar condições para que seja apresentado um relatório final sobre as actividades que implicam as deslocações ao exterior e isso tem de ser divulgado para bem do erário público.


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sociedade

Sands e Galaxy batem recordes de receitas, mas problemas laborais continuam

Quem trabalha no casino? Rodrigo de Matos info@hojemacau.com.mo

Corre bem o negócio para a Sands China. O grupo Las Vegas Sands revelou anteontem (ontem de madrugada em Macau) sólidos resultados relativos ao terceiro trimestre do ano, sobretudo graças às suas operações em Macau e a um novo casino em Singapura. A Galaxy não ficou atrás e viu os seus lucros duplicarem no último trimestre, também graças à presença no mercado asiático. Mas nada disso parece chegar para evitar os iminentes atrasos nas obras de grandes empreendimentos que os dois grupos realizam actualmente no Cotai. Continuam por resolver os problemas laborais na base desses atrasos. A Galaxy apresentou ontem os resultados financeiros relativos ao terceiro trimestre de 2010 e os números não podiam ser mais animadores: os lucros antes da aplicação de juros, impostos, depreciação e amortização mais do que duplicaram em relação ao período homólogo do ano anterior, alcançando os 79,4 milhões de dólares (623 milhões de patacas). As receitas no trimestre aumentaram 88% para 5,4 mil milhões de patacas, beneficiando de um salto de mais de 60% nos lucros com o jogo em Macau, no período de Janeiro a Setembro. “O mercado começou a recuperar na segunda metade do ano passado”, observou Robert Drake, director-executivo para a área financeira do grupo Galaxy Entertainment, citado no site da Bloomberg, explicando que o aumento de ano para ano deverá abrandar no último trimestre. No entanto, “o quarto trimestre continua muito positivo. A primeira parte do trimestre, Outubro, está muito forte. Continuamos muito optimistas quanto às perspectivas que nos chegam de Macau. Pensamos que o futuro será muito brilhante”, afirmou em entrevista telefónica. Sands nas nuvens

Praticamente em simultâneo com a Galaxy, a Sands revelou também os seus resultados do período entre Julho e Setembro, e os números são ainda mais impressionantes: a empresa-mãe lucrou 168 milhões de dólares (1,32 mil milhões de

Mesmo com toda essa pujança financeira, os grupos Sands e Galaxy deverão deparar-se com dificuldades para concluir dentro do prazo os projectos actualmente em andamento e Macau. Problemas de recrutamento de trabalhadores, directores que se demitem, de tudo um pouco vai acontecendo para que o calendário pareça avançar depressa demais. Isto apesar das declarações optimistas dos responsáveis quanto ao cumprimento dos prazos

patacas), de uma receita recorde de 1,91 mil milhões de dólares (14,99 mil milhões de patacas), muito por culpa da solidez dos seus casinos no mercado da Ásia. Só em Macau (onde conta com o Venetian Macau, o Sands Macau, o hotel Four Seasons e o casino Plaza) a Sands arrecadou receitas de 1,08 mil milhões de dólares (8,47 mil milhões de patacas) – o que representa mais de metade das receitas globais –, com o Marina Bay Sands, de Singapura, a somar outros 485,9 milhões de dólares (3,81 mil milhões de patacas). Em Las Vegas, as receitas da Sands não foram além dos 290,7 milhões de dólares (2,28 milhões de patacas). Os números superaram as expectativas mais optimistas dos analistas entrevistados pela Reuters, que previam receitas da Sands não superassem os 1,79 mil milhões de dólares (14 mil milhões de pa-

tacas). “Destacámo-nos claramente do pelotão”, congratulou-se o patrão do grupo, o multimilionário Sheldon Adelson, citado no site da ABC News. “Para dizê-lo de forma simples: os nossos negócios globais nunca estiveram de tão boa saúde”, acrescentou. Nem tudo são rosas no Cotai

Mesmo com toda essa pujança financeira, os grupos Sands e Galaxy deverão deparar-se com dificuldades para concluir dentro do prazo os projectos actualmente em andamento e Macau. Problemas de recrutamento de trabalhadores, directores que se demitem, de tudo um pouco vai acontecendo para que o calendári o pareça avançar depressa demais. Isto apesar das declarações optimistas dos responsáveis quanto ao cumprimento dos prazos.

“Vamos abrir no início de 2011”, garante Robert Drake, mostrando optimismo por parte da Galaxy. “Ainda não demos a data definitiva, é ainda um pouco prematuro dizer o dia exacto. Queremos ter a certeza de que vamos executar e avançar bem, e num futuro próximo vamos revelar a data de abertura”, afirmou, garantindo: “Estamos a avançar dentro do prazo e do orçamento.” Os executivos da empresa reiteraram em entrevistas recentes que o novo casino-resort da Galaxy iria abrir as portas no início de 2011, apesar das reservas de alguns analistas, que prevêem atrasos na sequência da demissão de dois directores que tinham um papel-chave na execução do empreendimento. Carlo Santarelli, analista da Wells Fargo, escreveu num relatório na segunda-feira que considerava uma inauguração do novo complexo da Galaxy no início de 2011 seria já de si “um cronograma agressivo” e que, com a saída dos executivos, parecia “ainda menos provável” uma abertura dentro do prazo, que, considera, seria mais realista atirar para Maio ou Junho.

Praticamente em simultâneo com a Galaxy, a Sands revelou também os seus resultados do período entre Julho e Setembro, e os números são ainda mais impressionantes: a empresamãe lucrou 1,32 mil milhões de patacas, de uma receita recorde de 14,99 mil milhões de patacas A Sands também não pode contar com o ovo naquela parte da galinha. A escassez de mãode-obra disponível no mercado, combinada com as insistentes limitações à importação de trabalhadores estrangeiros, parece ser um obstáculo difícil de conciliar com os prazos de execução das parcelas 5 e 6 da Sands no Cotai. Praveen Choudhary, analista da Morgan Stanley, considera ingenuamente optimista a expectativa da administração da Sands de que o Governo de Macau possa dar nos próximos 30 dias uma resposta definitiva às suas solicitações a respeito das questões laborais nas obras em curso. “Pensámos que mais atrasos são inevitáveis”, afirmou Choudhary, citado na edição online do The Wall Street Journal.


Base de dados do ensino superior a ser lançada em Novembro As condições de vida e de estudo dos estudantes universitários em Macau será apurada num inquérito a alunos do ensino superior, que irá reunir informação para uma nova base de dados a ser lançada no próximo mês pela Universidade de Macau (UM). Encomendada pelo Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES), a nova base de dados irá recolher as opiniões alunos do primeiro ano através de um inquérito online a ser lançado a 1 de Novembro. O questionário estará disponível para o preenchimento pelos caloiros a partir do dia 1 de Novembro, no sítio do GAES, em: http://www.gaes.gov.mo/MHEDB , onde ficará activo até às 23h59 do dia 1 de Dezembro.

Valor da inflação anual pode chegar aos 3% este ano

Atitudes de má gestão Gonçalo Lobo Pinheiro info@hojemacau.com.mo

O índice de preços ao consumidor chegou aos 4% em Setembro, segundo dados revelados esta semana pela Direcção dos Serviços de Estatística de Censos. Mas o valor anual da inflação - que é isso que importa - ainda se queda pelos 2,43%. O patamar dos 3% anuais está à vista e pode ser alcançado antes do final do ano. “Para alguns estratos sociais o valor de 4% alcançado em Setembro não augura boas noticias e já é alto”, afirmou ao Hoje Macau o economista Albano Martins, acrescentando que a tendência é para continuar a subir. O Governo já por diversas vezes prometeu agir quando a taxa de inflação chegasse aos três pontos percentuais. Aliás, o secretário para a Economia e Finanças, Francis Tam, assumiu o compromisso de estar atento ao desenvolvimento dessa subida, prometendo lançar pub

“em tempo adequado” medidas para aliviar as dificuldades da população, mas também admitiu não ter dúvidas de que o aumento contínuo dos preços afecta directamente a vida dos cidadãos. Mas afinal que “tempo adequado” é esse? Segundo Albano Martins, o tempo adequado é antes das coisas acontecerem e não depois. “Não é de boa gestão tomar medidas depois das coisas acontecerem. Tem de se prever para não deixar acontecer”, explicou o economista. Como se sabe, não é fácil criar mecanismos que controlem o aumento dos

preços mas pode-se regular as situações relacionadas com a especulação. “Uma das medidas de combate ao aumento da inflação é o controlo da subida dos preços das habitações. É preciso que o Governo tenha muita atenção à especulação imobiliária”, avisa o especialista. Os cenários não se apresentam fáceis. Os preços na China continuam a aumentar, o yuan continua a valorizar e a pataca segue a desvalorização do dólar americano. Como se não bastasse, Macau tem de importar tudo e assim as coisas tornam-se mais complicadas. “O Governo tinha de ter a coragem de deixar de estar afecto ao dólar americano. Penso que é um caminho que pode ser seguido, já que outra possibilidade, o aumento das taxas de juro, as autoridades já fizeram saber que não o irá fazer”. Posto isto, o território está limitado em termos de política monetária, mas acima de tudo, defende Albano Martins, o Governo devia ter dois índices de inflação – como já aconteceu no passado sob administração portuguesa -, em que um se continha as rendas das casas e outro não. “Acho que assim seria mais correcto e transparente para todos. Não se pode meter tudo no mesmo campeonato”, aponta.

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7 A queda do pouco que se produz A lenta recuperação da economia mundial e o enfraquecimento da procura externa traduziram-se para Macau na descida do valor de produção e outras receitas em 2009, informaram ontem os Serviços de Estatística e Censos. Essa queda representa menos 26,5% em comparação com 2008, situando-se nos 10,69 mil milhões de patacas. O valor acrescentado bruto que reflecte o contributo económico do sector alcançou 3,18 mil milhões de patacas, isto é, menos 11,4% face ao ano 2008. O consumo intermédio totalizou 7,51 mil milhões de patacas, diminuiu 31,5% relativamente a 2008, enquanto que a formação bruta de capital fixo se atenuou 32,3%, cifrando-se nos 993 milhões de patacas. No ano passado existia um total de 1008 estabelecimentos industriais em actividade, pelo que se registou um decréscimo de 44 unidades em relação a 2008. Estes estabelecimentos tinham

19.289 trabalhadores ao serviço, ou seja, menos 23,1% que no ano anterior. O valor de produção das “indústrias transformadoras” caiu 33%, fixando-se nos 7,62 mil milhões de patacas. A “indústria do vestuário” e a “indústria têxtil”, pertencente a essas “indústrias transformadoras” e predominantemente exportadoras, apresentaram um comportamento insatisfatório, cujos valores de produção atingiram 3,53 e 1,03 mil milhões de patacas, que comparando com o ano de 2008 baixaram 42,4% e 37,1%, respectivamente. No entanto, nem tudo são más notícias. Algumas indústrias recém-surgidas registaram acréscimos nos seus valores de produção, realçando-se as “indústrias alimentares e das bebidas”, com 672 milhões de patacas, equivalentes a uma subida de 5,9%, em termos anuais, bem como a “edição e impressão”, com 562 milhões de patacas, correspondentes a uma ascensão de 2,6%.


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sociedade

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Enlatados e bebidas mais baratos, com excepção de cerveja dinamarquesa O Conselho de Consumidores de Macau verificou que a maioria absoluta dos produtos entalados mantêm os seus preços, no entanto seis marcas de enlatados de Portugal e da China desceram o seu preço em 10%. A maior descida de preço verificou-se numa marca de carne de porco à moda chinesa, cuja queda de preço se cifrou em 15%. O conselho também abordou a avaliação de preços das bebidas, onde se verificou a mesma situação. Num modo geral, este tipo de produtos registou uma tendência para ficar mais barato em quase 10%. Em contrapartida, a marca de cerveja Carlsberg registou uma subida de 10%.

Fim-de-semana em Vizela

Do forró até à moqueca António Falcão

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E aí temos o tão esperado fim-de-semana grande do Festival da Lusofonia, com todos a acorrerem à Avenida da Praia, na Taipa. Pelo meio os expositores dos países, que trazem a língua portuguesa ao peito, vão ser o centro da animação com as suas iguarias e a brisa das suas nações. Esta é a cara que se une em uníssono num universo imenso que fala a língua de Camões. Depois da animação durante a semana no Largo do Senado, com todos os grupos convidados a pisarem o palco do centro da cidade, o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), passada a intempérie que fez adiar o evento, alinhou da melhor maneira que pôde um programa que aposta sobretudo no convívio e na boa disposição. Com eles os sons distintos de música do mundo que misturam as raízes portugueses irão ecoar pela noite fora. Com as baixas já conhecidas o menu principal arranca hoje ao fim da tarde com pub

a inauguração de duas exposições; uma colectiva de artistas contemporâneos de Angola e Nilton Lima, que vem de Cabo Verde apresentando pela primeira vez em Macau a sua pintura. Aorganização este ano voltou a apostar em força no folclore tradicional português como a cara lusófona de Macau, que tem suscitado para a sua prática o interesse da comunidade de etnia chinesa. São três espectáculos repartidos pelos três dias, respectivamente, com o grupo do Instituto Politécnico de Macau, o grupo infantil da Escola Portuguesa e o Grupo de Danças e

Cantares de Macau e finalmente, no domingo, o grupo “Macau no Coração”. De Portugal, actuam os Muxima, projecto de Janita Salomé que presta homenagem no seu reportório aos Duo Ouro Negro, prometendo levar a noite de sábado ao rubro. Complementando uma mão cheia de artistas locais, permaneceram no território os Lahane, de Timor-Leste, o Grupo de Danças e Cantares de Goa, que trazem também Kepemchim Kirnnam & Belinda, e a Companhia Nacional de Canto e Dança de Moçambique. Este é o cardápio possível que completa o Festival da Lusofonia com a sua Semana Cultural da China com uma comitiva especial de Sichuan. Uma das barraquinhas mais concorridas ao longo dos anos tem sido a do Brasil, que com as suas caipirinhas minam o equilíbrio de cada um e lhes desprendem o corpo. São mais de 250 garrafas de cachaça que estão preparadas para quase 3000 copos deste néctar que têm feito as graças do povo que se alinha anualmente em plena devoção. O Brasil promete para este ano muita batucada e forró do Nordeste, que acompanharam todos os outros países lusófonos que também prepararam com afinco toda a sua graça. Sem dúvida que o ponto mais alto da festa são os comes e bebes.

Programa Local: Casas-Museu da Taipa. Concertos no anfiteatro • 29 de Outubro, sexta-feira 18:30 | Inauguração da Exposição Colectiva de Artistas Contemporâneos de Angola • Casa de Exposições Temporárias da Avenida da Praia (4.ª casa) 19h00 | Inauguração da Exposição de Pintura de Nilton Lima – Cabo Verde • Casa de Recepções da Avenida da Praia (5.ª casa) 19h30 | Grupo de Dança Folclórica Portuguesa do Instituto Politécnico de Macau; Grupo Artístico de Sichuan 20h30 | Lahane (Timor-Leste); Grupo de Danças e Cantares de Goa (Goa, Damão e Díu); Companhia Nacional de Canto e Dança de Moçambique • 30 de Outubro, sábado 17h30 | Cerimónia de abertura oficial 18h30 | Peça mus ical dos alunos do Jardim de Infância D. José da Costa Nunes; Grupo Folclórico Infantil e Dança Hip-Hop da Escola Portuguesa de Macau; Grupo Lebab; Grupo Axé Capoeira do Mestre Eddy Murphy; Fabrizio Corce; Dança Indiana com Renu Dhawah; Grupo de Danças e Cantares de Macau; Grupo Artístico de Sichuan, R.P.C. 22h00 | Muxima (Portugal) • 31 de Outubro, domingo 18h30 | Banda da Escola Portuguesa de Macau; Teatro “Tru e Tru” pelo Grupo Maranatha; João Gomes e o Grupo de Ligação; Grupo Dança Brasil; Tuna Macaense; Elvis de Macau; Banda “Js and I”, Grupo da Associação de Danças e Cantares Portugueses “Macau no Coração” 21h30 | Grupo Artístico de Sichuan, Kepemchim Kirnnam & Belinda (Goa, Damão e Díu) • Durante todo o fim-de-semana | Das 12h00 às 0h00 Expositores das Comunidades Lusófonas, residentes na RAEM e de Sichuan • Simulador do Grande Prémio • Restaurante Gastronomia Lusófona • Torneios de Matraquilhos • Quiosque de bebidas e petiscos • Jogos Tradicionais Portugueses • Passeios de Pónei para Crianças • Insufláveis. • Feira de Artesanato da Lusofonia • Rádio Carmo


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NOTIFICAÇÃO EDITAL N.º 281/2010 (Trabalho ilegal – pagamento das multas)

NOTIFICAÇÃO EDITAL N.º 282/2010 (Trabalho ilegal - Exercício do direito de defesa)

Considerando em revelar ser impossível notificar, nos termos do artigo 14.º do Decreto-Lei n.º 52/99/M, de 4 de Outubro, do artigo 68.º e do n.º 1 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo (CPA), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, 阮永鋒 (romanizado em Un Wing Fong) (portador de Salvo Conduto para Hong Kong e Macau da Popular da China), TANG ZHIXING (portador de Salvo Conduto Para Ida e Volta, em Missão de Serviço Oficial, á R.A.E. de Hong Kong e á R.A.E. de Macau), NGUYEN XUAN SON (titular do passaporte de República Socialista do Vietname), TRAN DINH TRANG (titular do passaporte de República Socialista do Vietname), VONG HUU THANH (clandestino), NGUYEN VAN DUC (clandestino), PHAM DINH THUC (titular do passaporte de República Socialista do Vietname), THAI VAN TAI (titular do passaporte de República Socialista do Vietname), KWOK YEE CHONG (titular do bilhete de identidade de residente permanente da Hong Kong), PAU KING KIT (titular do bilhete de identidade de residente permanente da Hong Kong), CHENG KIT CHUI (titular do bilhete de identidade de residente permanente da Hong Kong), ZHANG MINGWEI (titular do título de identificação de trabalhador não-residente), ZHONG QUNRONG (titular do passaporte da República Popular da China), JIANG YONGYING (titular do passaporte da República Popular da China), LU GUANGXIANG (portador de Salvo Conduto para Hong Kong e Macau da Popular da China), WU JINYAN (portador de Salvo Conduto para Hong Kong e Macau da Popular da China), YANG HAIMEI (titular do passaporte da República Popular da China), WU JIECHANG (titular do passaporte da República Popular da China), LIU FAN (titular do passaporte da República da China), XIAO LIAN (titular do passaporte da República Popular da China), SU JIE (titular do passaporte da República Popular da China), LUO FENGMEI (titular do passaporte da República Popular da China), ZHANG HUAWEI (titular do passaporte da República Popular da China) e LI ZEPING (titular do passaporte da República Popular da China), pessoalmente, por ofício, telefone, ou outra forma, sobre a matéria acusada pela eventual infracção do Regulamento Administrativo n.º 17/2004 – Regulamento sobre a Proibição do Trabalho Ilegal, de 14 de Junho, e para o efeito do regime de procedimento da aplicação da respectiva multa, João Paulo Sou, Chefe do Departamento de Inspecção do Trabalho (DIT), Substo., da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), notifica, nos termos do n.º 2 do artigo 72.º do CPA, os aludidos infractores, o teor da decisão sancionatória em causa, no seguinte: 1. Dado exposto por ter comprovado a acção dos 阮永鋒 (romanizado em Un Wing Fong), TANG ZHIXING, NGUYEN XUAN SON, TRAN DINH TRANG, VONG HUU THANH, NGUYEN VAN DUC, PHAM DINH THUC, THAI VAN TAI, KWOK YEE CHONG, PAU KING KIT e CHENG KIT CHUI, bem como a culpa dos infractores, ao abrigo da alínea 1) do artigo 2.º do Regulamento sobre a Proibição do Trabalho Ilegal, nos termos da alínea 4) do n.º 1 do artigo 9.º do mesmo regulamento administrativo e foram aplicados por cada infractor, a pena de multa de MOP$ 5.000,00; 2. Dado exposto por ter comprovado a acção do ZHANG MINGWEI bem como a culpa do infractor, ao abrigo da alínea 2) do artigo 2.º do Regulamento sobre a Proibição do Trabalho Ilegal, nos termos da alínea 4) do n.º 1 do artigo 9.º do mesmo regulamento administrativo e foram aplicados por cada infractor, a pena de multa de MOP$ 5.000,00; 3. Dado exposto por ter comprovado a acção dos ZHONG QUNRONG, JIANG YONGYING e LU GUANGXIANG, bem como a culpa dos infractores, ao abrigo do artigo 3.º do Regulamento sobre a Proibição do Trabalho Ilegal, nos termos da alínea 1) do n.º 1 do artigo 9.º do mesmo regulamento administrativo e foram aplicados por cada infractor, a pena de multa de MOP$ 20.000,00; 4. Dado exposto por ter comprovado a acção das WU JINYAN, YANG HAIMEI, WU JIECHANG, LIU FAN, XIAO LIAN, SU JIE, LUO FENGMEI, ZHANG HUAWEI e LI ZEPING, bem como a culpa das infractores, ao abrigo do artigo 3.º do Regulamento sobre a Proibição do Trabalho Ilegal, nos termos da alínea 1) do n.º 1 do artigo 9.º do mesmo regulamento administrativo e foram aplicados por cada infractor, a pena de multa de MOP$ 30.000,00; 5. Mais, foi aplicada aos mesmos a sanção acessória prevista, no artigo 10.º do aludido regulamento administrativo, impedindo-os de exercer qualquer actividade laboral na RAEM por um período de dois anos, a contar do primeiro dia útil seguinte ao da publicação da presente notificação edital; 6. Informa-se ainda que, nos termos do n.º 2 do artigo 17.º do Regulamento Administrativo n.º 26/2008 Normas de Funcionamento das Acções Inspectivas do Trabalho, conjugado com as alíneas a) e b) do n.º 2 do artigo 145.º e 155.º do CPA, o acto administrativo em causa podem ser impugnado, no seguinte: a) Mediante reclamação para o autor do acto (Chefe do DIT), no prazo de 15 (quinze) dias, a contar do dia seguinte ao da presente notificação; ou b) Mediante recurso hierárquico necessário para o superior hierárquico do autor do acto (Subdirector da DSAL), no prazo de 30 (trinta) dias, a contar do dia seguinte ao da presente notificação. Por outro lado, nos termos do n.º 4 do artigo 150.º, conjugado com o n.º 1 do artigo 156.º do CPA, o direito acima referido é exercido por meio de requerimento, no qual devem ser expostos os fundamentos (de facto e de direito), juntando os documentos considerados convenientes, não sendo o acto acima mencionado susceptível de recurso contencioso. 7. Mais fica notificado que, nos termos do artigo 12.º do Regulamento sobre a Proibição do Trabalho Ilegal, e da alínea e) do artigo 14.º do Decreto-Lei n.º 52/99/M, conjugado com os n.os 1 e 2 do artigo 15.º do Regulamento Administrativo n.º 26/2008 Normas de Funcionamento das Acções Inspectivas do Trabalho, os aludidos infractores devem, no prazo de 15 (quinze) dias, a contar da data da publicação da presente notificação edital, comparecer na DSAL para o levantamento da guia de pagamento da multa e proceder ao seu pagamento na Repartição de Finanças de Macau da Direcção dos Serviços de Finanças. Fica ainda notificado que, nos 5 (cinco) dias subsequentes aos do prazo acima referido deverá entregar nestes serviços, o documento comprovativo desse pagamento, sob pena as cópias de todas os documentos acompanhadas do comprovativo de cobrança coerciva serem remetidos à Repartição das Execuções Fiscais da Direcção dos Serviços de Finanças para, ser efectuada a cobrança coerciva nos termos legais. Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais – Departamento de Inspecção do Trabalho, aos 25 de Outubro de 2010.

Considerando em revelar ser impossível notificar, nos termos dos artigos 10.º e 58.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, os indivíduos abaixo mencionados, pessoalmente, por ofício, telefone, ou outra forma, sobre a matéria acusada pela eventual infracção ao Regulamento Administrativo n.o 17/2004 – Regulamento sobre a Proibição do Trabalho Ilegal, de 14 de Junho, João Paulo Sou, Chefe do Departamento de Inspecção do Trabalho (DIT), Substº., manda que se proceda, nos termos do n.º 2 do artigo 11.º do Decreto-Lei n.º 52/99/M, de 4 de Outubro, conjugado com o artigo 94.º do mesmo código, à notificação dos indivíduos abaixo mencionados, para no prazo de 15 (quinze) dias, a contar do 1.º dia útil seguinte ao da publicação do presente éditos, exercerem por escrito o seu direito de defesa, em virtude de terem eventualmente cometido infracção ao disposto no Regulamento Administrativo n.º 17/2004 – Regulamento sobre a Proibição do Trabalho Ilegal. Os eventuais infractores abaixo mencionados poderão levantar a respectiva nota de culpa no DIT, sita na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado, n.os 221-279, edifício “Advance Plaza”, 1.º andar, dentro das horas de expediente, sendo também facultada a consulta do respectivo processo. Finda o prazo anterior seguirá a tramitação do processo da presente infracção administrativa nos termos do Decreto-Lei n.º 52/99/M. 1. Relativamente ao processo n.º 6185/2009, LIN TIEN HSIANG (titular do título de identificação de trabalhador não-residente), suspeito de ter colocado um trabalhador não-residente a exercer a sua actividade sem observância de outras condições de contratação imposta pelo respectivo despacho de autorização para esse efeito, cometendo eventualmente infracção ao disposto na alínea 3) do artigo 2.º do Regulamento Administrativo n.º 17/2004 – Regulamento sobre a Proibição do Trabalho Ilegal; 2. Relativamente ao processo n.º 429/2009, LIU ZHENGPING (titular do passaporte da República Popular da China), suspeito em ter exercido actividade em proveito próprio, sem a competente autorização administrativa para esse efeito, cometendo eventualmente infracção ao disposto na alínea 4) do artigo 2.º, conjugado com o n.º 1 do artigo 3.º do Regulamento Administrativo n.º 17/2004 – Regulamento sobre a Proibição do Trabalho Ilegal; 3. Relativamente ao processo n.º 6838/2010, 李寶珠 (romanizado em Lei Pou Chu) (titular Serviços de Alfândega da Região Administrativa Especial de Macau Autorização), suspeito em ter exercido actividade em proveito próprio, sem a competente autorização administrativa para esse efeito, cometendo eventualmente infracção ao disposto na alínea 4) do artigo 2.º, conjugado com o n.º 1 do artigo 3.º do Regulamento Administrativo n.º 17/2004 – Regulamento sobre a Proibição do Trabalho Ilegal; 4. Relativamente ao processo n.º 6841/2010, 羅梅花 (romanizado em Luo Mui Fa) (titular Serviços de Alfândega da Região Administrativa Especial de Macau Autorização), suspeito em ter exercido actividade em proveito próprio, sem a competente autorização administrativa para esse efeito, cometendo eventualmente infracção ao disposto na alínea 4) do artigo 2.º, conjugado com o n.º 1 do artigo 3.º do Regulamento Administrativo n.º 17/2004 – Regulamento sobre a Proibição do Trabalho Ilegal; 5. Relativamente ao processo n.º 6842/2010, 吳春桃 (romanizado em Ng Chon Tou) (titular Serviços de Alfândega da Região Administrativa Especial de Macau Autorização), suspeito em ter exercido actividade em proveito próprio, sem a competente autorização administrativa para esse efeito, cometendo eventualmente infracção ao disposto na alínea 4) do artigo 2.º, conjugado com o n.º 1 do artigo 3.º do Regulamento Administrativo n.º 17/2004 – Regulamento sobre a Proibição do Trabalho Ilegal;

O Chefe do DIT Substº, João Paulo Sou

Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais – Departamento de Inspecção do Trabalho, aos 25 de Outubro de 2010. O Chefe do DIT Substº, João Paulo Sou


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desporto

Hóquei em patins | Agora podem vir os norte-americanos ou os australianos

Macau perde-se por entre tulipas Gonçalo Lobo Pinheiro info@hojemacau.com.mo

A organização de Dornbirn decidiu não limpar os cartões na passagem de grupo para eliminatórias e deitou por terra a táctica do seleccionador de Macau, Alberto Lisboa. Hélder Ricardo ficou excluído do jogo por acumulação de cartões azuis e a equipa do território perdeu com a Holanda por 7-3 em mais um jogo do Mundial B de hóquei em patins a decorrer na Áustria. “Prejudicaram-nos com esta regra. Como não limparam os cartões azuis do Hélder e ele não pôde jogar. Foi uma perda muito importante para uma selecção de poucos recursos como a nossa”, disse Alberto Lisboa no final do encontro. Apesar do desnível no marcador, o seleccionador da RAEM defendeu que o jogo foi equilibrado. “A partida foi muito bem disputada. Mas foi impossível vencer. Ainda rectificámos algumas coisas, mas eles são mais rápidos do que nós.” A falta de Hélder Ricardo notou-se dentro do ringue. “Com o Hélder, acredito que ganhávamos o jogo, porque

eles ficaram mais relaxados quando o viram sentado no banco sem os patins calçados”, afirmou ao Hoje Macau o treinador. Os golos de Macau foram apontados

por João Ramos (2 golos) e Nuno Antunes (1). Na madrugada passada, já a selecção de Lótus tinha perdido no último jogo do grupo B, para cumprimen-

Motociclismo | FIM Asian Championship

to de calendário, uma vez que não alterava em nada a classificação final de terceiro lugar. Os EUA levaram a melhor sobre Macau por 12-3. Agora Macau só pode

almejar ficar num lugar entre o quinto e oitavo. Hoje, pelas 22h locais, defronta o derrotado do jogo EUA-Austrália (2h30 da madrugada de hoje – pelo que, devido ao

João Fernandes dá uma mãozinha em Zhuhai O circuito vizinho de Zhuhai vai receber este fim-de-semana, uma vez mais, o importante FIM Asian Championship e o piloto João Fernandes vai estar presente. “Trata-se de um campeonato muito forte na categoria de 600cc Supersport, onde os melhores pilotos asiáticos estão presentes, como é o caso de alguns pilotos que participaram como wild cards em provas de Moto 2, nomeadamente em motegi e em sepang”, afirmou ao Hoje Macau o piloto João Fernandes. A participação do piloto português é derivada de um convite

da equipa Zongshen que já tem seis pilotos inscritos na prova. “A minha missão é ajudá-los a desenvolver as motas ao nível do chassis. Actualmente, correm com Kawasaki 600 novas e estão com muitas dificuldades em entrarem no top cinco”, adiantou. A missão do português é encontrar o que falta aos pilotos. “Já os conheço e sei que são muito rápidos nesta categoria, portanto alguma coisa tem de estar mal para não ganharem corridas”, acrescentou. As expectativas do piloto passam por encarar a corrida como

fecho do jornal não temos o resultado do jogo). “Acho que iremos defrontar a Austrália. Os EUA estão muito fortes, devem chegar à final”. A história diz que nos confrontos entre Macau e o país dos cangurus o saldo é 100% vitorioso para as cores macaenses. De qualquer forma Alberto Lisboa, mantêm a sua toada de “ver para crer”. “Os australianos estão muito fortes. Acho que, sinceramente, depende da equipa de arbitragem que escolherem para o jogo. Se for uma que deixe jogar, tudo bem, se for outra que, como tem sido até aqui, mostra cartões por tudo ou por nada, estamos mal”, atirou o treinador-jogador. Como desde o início da competição, Lisboa promete que a selecção do território tudo fará para trazer o melhor resultado. “A moral já esteve mais em alta. No entanto, não podemos desanimar. Estamos cansados de arbitragens sem critérios e o afastamento do Hélder Ricardo foi algo de muito nocivo para a nossa equipa. Estávamos confiantes que podíamos ganhar à Holanda.”

um treino para o Grande Prémio de Macau, onde este ano foi muito complicado ter uma mota com um nível aceitável. “Não quero arriscar. Não posso hipotecar a minha presença em Macau. Passar de 600cc para Superbike não foi fácil e isso implicou muito dinheiro extra.” A prova conta com quase 40 pilotos inscritos, o que revela a grande afluência a esta corrida dupla, com transmissão televisiva directa para quase todos os países asiáticos. “Pontuar é um objectivo e se entrar no top dez considero que o meu trabalho com a Zongshen foi bem sucedido”, concluiu. Para além deste prova, o FIM Asian Championship conta também com corridas no Japão, Malásia, Indonésia e Qatar. - G.L.P.


cultura Creative Macau com mais uma exposição

O mel de Cheong António Falcão

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“The Last Portrait” é o título da exposição de Mel Cheong que abre hoje no Creative Macau. Com um percurso ligado à fotografia e ao grafismo, Mel partiu para uma exploração empírica da pintura deixando cair os sentimentos do seu quotidiano e da sua existência na vida urbana do território.

“Conto de Macau” é um projecto levado a cabo pelo Centro Cultural de Macau (CCM) que se centra na dança contemporânea. Depois de “Vestido para Dançar”, levado à cena em 2008, e “Ter Pernas para Andar”, em 2009, a equipa de Yuri Ng, coreógrafo de Hong Kong, regressa ao território macaense para apresentar “A Sala de Estar”. Nesta recente produção, é abordado o papel dos homens numa sociedade na qual costumavam carregar todas as responsabilidades nos ombros. A principal questão levantada está na definição do lugar do homem moderno no interior da estrutura familiar numa altura em que a mulher já deixou o agregado em

Habituada à realidade do visor fotográfico, encontrou outros caminhos na tela onde pôde criar o que lhe vai na alma. Aí abriu-se para uma hipotética versão do seu mundo sobre o pretexto “e se...” tudo existisse de modo diferente. Agarrando nos pincéis, Cheong cria um drama que tem tanto de fictício como de real que compete com o poder da natureza, tentando sobre-

viver perante a impotência da Terra e a tristeza do Universo. É por esse mundo sem cor que Mel vagueia, procurando uma pequena faixa de luz. Títulos como “Quando o lado esquerdo do rosto à direita se apaixona pelo lado direito do rosto à esquerda” ou “Não sei como ser um palhaço” mostram essa sua vigilância para algo suspenso à espera de uma verdadeira definição e de um termo, disperso

Dança Contemporânea LOCAL no CENTRO CULTURAL

Que podem fazer os homens de hoje? busca de uma melhor posição social. Pelo terceiro ano consecutivo, Yuri vai trabalhar com a nova geração de bailarinos de Macau, depois de uma atitude entusiástica por parte do público aos dois projectos anteriores. Inspirado nos elementos básicos da vida, esta série utiliza a dança tradicional chinesa e as danças étnicas como ponto de partida, levando-as ao domínio da dança experimental. “A Sala de Estar” é uma peça de dança-teatro produto de

O novo livro de António Lobo Antunes, “Sôbolos Rios Que Vão”, foi apresentado ontem em Lisboa. O escritor português conta a história de um homem que entre as dores e a confusão provocada pela anestesia e pelos medicamentos, recupera fragmentos da sua vida e das pessoas que a atravessaram. Entre a doença, a proximidade da morte e o chamamento da vida, o narrador recorda os pais e os avós, a vila da sua infância, a natureza da serra, os amores e os desamores. Numa espécie de sonho e delírio. Em entrevista ao DN, explicou os seus processos de escrita que no limite de um estado de êxtase suporta toda a sua existência. “Parece que há diante de mim um abismo nos intervalos dos livros, mas não concebo a vida sem eles porque

uma combinação do trabalho árduo em equipa e que vai voltar a provocar o público. Yuri Ng é assistido por Popey Hong, Lok Ian-san e Leung Heng-un, três bailarinos locais bastante activos que prosseguiram as suas carreiras profissionais fora de Macau. O CCM apresenta assim o terceiro segmento de uma mesma série, como continuação e incentivo de um trabalho e esforço na criação de novos talentos na área da dança. Os trabalhos de Yuri fo-

Lobo Antunes lançou mais um capítulo da sua vida

Tudo é e não é ao mesmo tempo não sei fazer mais nada”, disse ao jornalista, no que acabou por ser um monólogo. O título foi roubado a Camões e surgiu após ter fechado o livro porque não tinha outro seu. E descreveu que a obra “que saiu agora enquanto manuscrito, tinha cinco vezes o tamanho do que foi publicado. Parece que estou a descascar uma cebola e que a cada revisão sai uma película até ficar como quero”. São palavras que lhes são ditadas ao ouvido, como muitas vezes já disse, e que ocupam todo o seu tempo. “O que interessava era fazer o melhor que podia e

desembaraçar-me dele, porque é um objecto independente de mim e que não me pertence.” Como se tivesse vindo ao mundo apenas para ser escritor, dia após dia. E mesmo as experiências reais são algo que vêm de um mundo fantasmagórico. “Fico completamente escravo do livro e, quando digo que vou deixar de escrever, é do coração, mas não sou capaz.” E assim construiu uma obra “descascada”, que deixou apenas o essencial do que queria dizer e que alguns dos críticos definem como um “livro libertador. “É-me indiferente, o livro é aquilo que

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11 entre os campos de um horizonte estranho, como quem viaja pela sua cidade sem a reconhecer. Mel Cheong, estudou comunicação e caminhou para uma percurso multidisciplinar, que além da fotografia aborda o design com toda a sua componente digital. Com 25 anos, é um dos símbolos de uma geração virtual, suportada pelo mundo dos computadores e da internet. Mel tenta desvincular-se desse sentimento tentado sentir o mundo com as próprias mãos. Na galeria da Creative Macau vão estar expostas nove pinturas e dez gravuras que nos mostram esse mundo de descobertas. “Último Retrato” inaugura hoje pelas 18h00.

ram reconhecidos através de diversos prémios, domésticos e internacionais incluindo o prémio de “Artista do Ano - Coreógrafo” pela associação de Artistas de Hong Kong em 1997 e um ano depois foi galardoado com o Prémio de Autor na sexta edição dos encontros Coreográficos Internacionais de St. Denis. As suas criações também foram distinguidas pela Aliança de Dança de Hong Kong por três ocasiões em 1999, 2004 e 2006. Acontecerá nos dias 12 e 13 de Dezembro no Pequeno Auditório, após uma workshop de orientação para a construção de um elenco de bailarinos locais que irão acompanhar a equipa já consagrada.

queria escrever. Nos últimos livros está lá tudo, aquilo que tem sido publicado era aquilo que eu queria dizer mesmo que tenha evoluído a minha ideia acerca dos livros.” São imagens com um fio condutor que ganham forma apenas na ponta da sua caneta. “Na vida, é muito difícil separar o que é invenção do que é memória.” Não sendo uma verdade da sua biografia o pano está levantado para um livro que aborda o fim da vida mas que traz uma certa esperança dentro de um rio. “Um rio de silêncios”, como o autor refere, afirmando de pronto que sente já o espanto das palavras a correr-lhe no ouvido. “Sôbolos Rios Que Vão” tem apenas 200 páginas e foi publicado, como sempre, pela Dom Quixote, chegando agora ao mercado. – A.F.


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cultura

12 Pavilhão da suíça

Tiago Quadros*

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Da autoria do atelier Buchner Bründler Architects, o pavilhão da Suíça, com cerca de 4000 metros quadrados de área, apresenta-se na Exposição Universal de Xangai com o tema interação rural-urbana. Da água e da terra, da meditação e dos tempos, a arquitectura do pavilhão da Suíça surge-nos reveladora e representativa de uma situação assumidamente transgeográfica. O atelier Buchner Bründler Architects desenvolve um projecto ambicioso, na medida em que pretende concretizar uma ponte entre dois mundos bem antagónicos: o urbano e o rural. Com efeito, estamos em presença de um caso ímpar, e que não autoriza uma qualquer extrapolação estratégica: de pub

Ainda na Terra

classificação ou de entendimento à luz das principais correntes de pensamento arquitectónico. O projecto de arquitectura do pavilhão da Suíça destaca-se dada a sua representatividade e a sua capacidade para, despertando emoções, proporcionar uma experiência relacionada com as questões da sustentabilidade. Do ponto de vista da arquitectura, revela uma simbiose entre a cidade e o campo. Trata-se de uma construção híbrida, da tecnologia e da natureza, que articula a urbanidade e a ruralidade. A estrutura do edifício dispõe de

uma vasta cobertura verde, assim como de dois cilindros que operam o acesso vertical dos visitantes. Esses mesmos cilindros representam, quer no interior do pavilhão quer na parte inferior da cobertura, a área urbana. Entre o fluxo de visitantes que corre através das áreas de exposição no interior dos cilindros e as várias rampas, o palco multifunções e o restaurante, surge a área definida como urbana, deliberadamente isolada do ponto de vista físico e acústico. Em contraste total e absoluto surge a cobertura verde com a sua topografia levemente ondulada. Esta paisagem aberta, lu-

minosa e tranquila relaciona-se com o registo urbano do pavilhão da Suíça através do teleférico que transporta os visitantes para longe da pressão urbana, em direcção à natureza. Esta dicotomia lembra os dramas retratados no cinema clássico europeu das primeiras décadas do século XX, nos quais se explorava o conflito entre a natureza e civilização ou, mais precisamente, entre a busca por um olhar inocente e o artificialismo que regula e sustenta as relações dos homens em sociedade. Em Aurora (1927) – primeiro filme de F.W. Murnau nos EUA – a união do casal, que vive no campo,

é ameaçada pela amante proveniente da cidade, despertando no marido o sonho pela agitação urbana. A mesma dicotomia surge, no pavilhão da Suíça, mais apaziguada e serena. A interação entre as partes é simbolizada pela comunicação circular entre os dois pólos. Os visitantes são transportados da zona urbana para a zona rural e vice-versa através de um sistema de rampas, bem como de teleférico. Ao circundar o pavilhão sob a forma de uma cortina de alumínio, com cerca de vinte metros de altura, sob a qual os visitantes caminham para acederem à área urbana no piso inferior, a fachada, interactiva e inteligente, revela de um modo fascinante a quantidade de energia desperdiçada que circula à nossa volta. Cada elemento da fachada, integrado na


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cortina, contém uma fonte de energia, um acumulador e um consumidor de energia sob a forma de uma célula de LED, num total de 11.000 células. A energia produzida torna-se visível sob a forma de flashes brancos que são accionados de forma independente das condições existentes nas imediações do pavilhão, como a luz solar, o vento, ou os flashes resultantes das máquinas fotográficas dos visitantes. Nesse sentido, os visitantes poderão observar as “influências do meio ambiente” em torno do pavilhão da Suíça e tomar consciência da energia circundante. Ao passarem sob a cortina na fachada, os visitantes são recebidos por uma rampa de 3 metros de largura. Num circuito inicial, realizado no cilindro principal, os visitantes obtêm uma panorâmica geral do pavilhão da pub

Suíça. Esta área, inicialmente de piso único, abre-se, de seguida, num átrio de três andares, através da utilização de galerias como se de um teatro se tratasse. O átrio acolhe uma tela de projecção. O filme de alta definição, intitulado “Os Alpes” mostra uma série contínua de pontos de vista sobre a paisagem Alpina. Ao correr, de modo

arrastado e lento, o filme revela o carácter omnipresente dos Alpes. OsAlpes são um indicador sensível do ecossistema como um todo. A sua paisagem oferece um habitat de importância ecológica e cultural relevantes. A proximidade dos Alpes pode ser sentida em toda a Suíça, sendo que as vidas dos suíços estão intimamente ligadas com as montanhas.

De seguida, a rampa transporta os visitantes para o piso inferior, onde tem início a viagem de teleférico rumo a uma natureza próxima de nós. É nesse instante que se revela o segundo cilindro, aberto no topo a enquadrar o céu, revestido pelo verde que nos leva ao leito, suavemente ondulado, da cobertura. O atelier Buchner Bründler Architects foi fundado por Daniel Buchner e Andreas Bründler em 1997. O colectivo está sediado em Basileia. Quando a Exposição Universal de Xangai encerrar toda a fachada será reciclada. Cada célula será vendida como uma lembrança, uma espécie de mensagem destinada a expressar a inovação e sustentabilidade da Suíça. No contexto da Exposição Universal de Xangai, o pavilhão da Suíça oferece uma abordagem interactiva emocionante. O conceito

cultura

incide no equilíbrio entre o homem, a natureza e a tecnologia. Aarquitectura do pavilhão da Suíça surge alicerçada entre a realidade e a utopia (onde se confundem as próprias referências: realidade de uma utopia? Ou utopia de uma realidade?). Trata-se de um pré-edifício, uma imagem que precede a própria imagem, de um desejo que se constitui ou se dissipa, na permanência, efémera, de um fragmento, de um olhar, de uma emoção. De um fascínio e de uma interrogação. Ainda na Terra, a imagem de uma arquitectura que limita o fim e o início – de uma realidade, ainda incerta mas presente, ainda possível mas ausente. *Arquitecto. Mestre em Cor na Arquitectura pela Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa


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ideias l u z de i n ver n o Boi Luxo

A propósito de Die Fremde, 2010, de Feo Aladag

Contorna-se também com habilidade a tentação de cair no sentimentalismo (uma doença extremoasiática que gostava de ver cair no extremo de se assumir como tal e não conhecer limites, ultrapassar a decência e lançar-se vertiginosamente no kitsch sentimental), a banda sonora um exemplo perfeito de como se devem fazer as coisas, uma presença discreta, suave e bela, quase imperceptível No ano de 1965 o filme Kabe no naka no himegoto (Secret Acts Behind the Walls), de Wakamatsu Koji, foi escolhido para ser mostrado no Festival de Cinema de Berlim. Nem o próprio realizador foi avisado dessa intenção. As Olimpíadas de Tóquio de 1964 tinham marcado o regresso do Japão à cena mundial, as cabeças começavam a erguerse. A notícia da escolha do estranho filme de Wakamatsu não foi muito bem recebida no Japão. A oficialidade nipónica tremeu de vergonha e indignação ao imaginar as evoluções eróticas e assassinas das figuras de Wakamatsu como bandeira do cinema japonês junto da Europa culta. Talvez ainda hoje uma escolha idêntica não deixasse de causar um frisson nacional, porventura menos admitido mas certamente tão real. Die Fremde é um filme que pode vir também a ser um representante nacional perante um colégio de sábios e junto do regard do mundo. Este filme pode vir a ser o representante da Alemanha na competição dos prémios Óscar da AMPAS (a realizadora, Feo Aladag, é austríaca). Este é um produto típico da Europa contemporânea (de modo algum modelo único) e de outras cinematografias emergentes ou

re-emergentes a que poderemos chamar de banalidade de alta qualidade. É um género espalhado por todo o mundo e há vários tipos, uns mais petulantes outros mais sérios. Este é sério e trata de um problema sério com a gravidade apropriada. Uma senhora turca nascida abandona o marido com quem vivia na Turquia e, com o filho, regressa para junto da família que vive na Alemanha. Decorre desta sua decisão, que teimosamente não abandona, uma humilhação que impede a família de enfrentar a comunidade. Estendese sobre a família asiática um manto de vergonha. Outras humilhações se lhe juntam à medida que Umay, a bonita mas não fatal senhora turca do filme, tenta afirmar os seus direitos e conquistar a compreensão dos que a rodeiam. Neste filme, como em vários outros filmes europeus que tenho visto, está quase tudo muito bem feito. Ele é, como acontece em muito cinema asiático contemporâneo em geral (e no cinema chinês em particular), um manual de correção muito bem concebido. Os actores cumprem cabalmente para com as funções que lhes foram confiadas, sem picos de pavoneamento nem acessos de subrepresentação. Nada no seu trabalho

pode ser apontado como desapropriado. O que se conta é bastante plausível, e o modo de o mostrar não afecta falhas luminosas que não sejam um abrandamento da curva narrativa a cerca de três quartos do filme. Parece até que algo vai acontecer, como um atleta que se preparasse demoradamente para um salto. Mas nada acontece que não seja previsível e o salto dá-se com sucesso mas sem brilho. Contorna-se também com habilidade a tentação de cair no sentimentalismo (uma doença extremo-asiática que gostava de ver cair no extremo de se assumir como tal e não conhecer limites, ultrapassar a decência e lançar-se vertiginosamente no kitsch sentimental), a banda sonora um exemplo perfeito de como se devem fazer as coisas, uma presença discreta, suave e bela, quase imperceptível. Umay tem um filho de 8 anos, um menino que não causa problemas e que não é igualmente explorado para fins sentimentais. Nem mesmo a sua simplicidade é excessiva ou deslocada. O filme começa com umas imagens referentes ao seu final, inscrevendo-o numa curva que se fecha em círculo, um artifício pouco original mas que lhe dá algum colori-

do narrativo, um sorriso onde apercebemos uma sinceridade que está presente em toda a estória. Não se pode acusar este filme de falta de sinceridade ou de falta de honestidade. Sinceramente, o que mais me assusta é que não se pode acusar este filme de nada que seja fácil de definir. Quando é começou a ser aceitável que o cinema queira ser só isto e se aproxime tanto de uma série de televisão? Provavelmente quando se começou a aceitar que os homens e as mulheres sejam apenas bonitos e não fatais. Poder-se-á pensar que a gravidade do assunto - cuja extensão total só no final se revela - desmotiva a ousadia. Mas também se pode lembrar que há hoje em dia cinema (alguns filmes iranianos ou os filmes do realizador turco Nuri Bilge Ceylan por exemplo) em que problemáticas semelhantes são tratadas com uma espessura que falta a este filme talvez demasiado urbano. É essa densidade que aqui não existe e que se espera de um produto que tem o potencial de o exibir. Se o compararmos com o filme que representou a Alemanha junto da Academia no ano passado, Das Weisse Bande, de Michael Haneke, talvez se perceba de um modo mais completo onde quero chegar.


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15 Simplifica a vida e esquece a morte e como poderás não viver muito?

Capítulo 121, parte II Os rios e oceanos são próximos da Via e, assim, duram longamente, ligando o céu e a terra em preservação mútua. Quando reis e senhores praticam a Via, seu esforço é bem sucedido, mas não lhes pertence. Como não lhes pertence, são fortes e firmes, fortes e firmes sem serem violentos para com outros. Quando está profundamente mergulhado na Via, profunda é a tua virtude; e quando a tua virtude é profunda, sucesso e hora acabam por ser alcançados. A isto se chama virtude misteriosa. É profunda, alcança longe e é oposto do homem comum. O mundo tem um principio, mas ninguém conhece o seu desígnio. Apenas os sábios sabem como se desenrola. Não é masculino nem feminino, é nascido mas não morre. É produzido pelo céu e pela terra, formado por yin e yang e dado à luz por miríades de seres.

Assim, yin e yang têm o redondo e o quadrado, o curto e o comprido, o que sobrevive e o que se destrói – e a Via lhes dá direcção. Afundado no mistério, sem preocupação, o teu estado mental é muito subtil e a tua relação com a Via é muito exacta. A morte e a vida são parte do mesmo desígnio, a evolução de miríades de coisas se combina em uma Via. Simplifica a vida e esquece a morte e como poderás não viver muito? Desapega-te das coisas e das palavras e cuida de não complicares. Atém-te à Via com total estrita atenção e não te imponhas a ninguém. A mais elevada subtileza é informe; no começo do céu e da terra todas as coisas eram iguais na Via, acabando, depois, por diferir na forma. Por não ter objecto, a mais elevada subtileza pode ser universalmente maternal. Por ser tão imensa, nada está

fora dela e, por isso, é um telhado para todos os seres; por ser tão fina, nada se encontra dentro dela e, por isso, é preciosa para todos os seres. A Via é o meio de preservar a vida, a virtude é o meio de salvaguardar o corpo. A medida da Via suprema é livrar-se de preferências e não possuir conhecimento. Assim, distendendo o intelecto e harmonizando a mente, nada resta que contrarie a Via. O céu e a terra concentram-se num e se dividem em dois; quando se tornam a juntar, o alto e o baixo não se perdem, mas num se combinam. Depois, se dividem em cinco e quando se recombinam devem concordar com o compasso e com a régua. A Via é tão familiar que não se pode estranhar; tão próxima que não pode ser posta à distância. Aqueles que longe a procuram, partem e depois regressam.

Tradução de Rui Cascais Ilustração de Rui Rasquinho

O texto conhecido por Wen Tzu, ou Wen Zi, tem por subtítulo a expressão “A Compreensão dos Mistérios”. Este subtítulo honorífico teve origem na renascença taoista da Dinastia Tang, embora o texto fosse conhecido e estudado desde pelo menos quatro a três séculos antes da era comum. O Wen Tzu terá sido compilado por um discípulo de Lao Tzu, sendo muito do seu conteúdo atribuído ao próprio Lao Tzu. O historiador Su Ma Qian (145-90 a.C.) dá nota destes factos nos seus “Registos do Grande Historiador” compostos durante a predominantemente confucionista Dinastia Han. A obra parece consistir de um destilar do corpus central da sabedoria Taoista constituído pelo Tao Te Qing, pelo Chuang Tzu e pelo Huainan-zi. Para esta versão portuguesa foi utilizada a primeira e, até à data, única tradução inglesa do texto, da autoria do Professor Thomas Cleary, publicada em Taoist Classics, Volume I, Shambala, Boston 2003. Foi ainda utilizada uma versão do texto chinês editada por Shiung Duen Sheng e publicada online em www.gutenberg.org.


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Ideias

16 per s pecti va s Jorge Rodrigues Simão

Impactos ambientais “Protection of the environment has now become the third major objective of development. A variety of environmental economic techniques, including valuation of environmental impacts (at the local or project level), integrated resource management (at the sector or regional level), facilitate this process of incorporating environmental issues into traditional decision-making.”

q

Environmental Impacts of Macroeconomic and Sectoral Policies Mohan Munasinghe

ualquer pessoa, que perceba como a ciência difere de outras formas de conhecimento, reconhece que esta hipótese está errada. A essência do método científico, consiste em concentramo-nos numa parte da natureza, tentarmos trazê-la para o laboratório, ou pô-la debaixo do microscópio e controlar factores que a influenciam e que dela emanam. Assim, adquirimos conhecimentos acerca dessa porção isolada da natureza. Desde a época de Isaac Newton que julgamos que, ao concentramo-nos nos mais ínfimos fragmentos da natureza, conseguiremos entender o todo, se reunirmos as partes. Os físicos do século passado perceberam que esse relacionismo não funciona aos níveis mais elementares da matéria. Ao ser galardoado o Professor Roger W. Sperry, em 1981, com o Prémio Nobel da Medicina, o comité de escolha, afirmou, singularmente, na altura que existiam propriedades que emergem do todo, e que não são previsíveis com base no conteúdo das partes individuais. Infelizmente, a maior parte dos médicos, biólogos, empresários e políticos continua a funcionar, com base em pressupostos newtonianos. Mesmo que os cientistas, conseguissem descobrir princípios, que norteassem níveis superiores de organização, e criar unidades de medida de previsibilidade e de controlo, qual seria a extensão do nosso saber? Embora a evolução da ciência tenha disparado no século passado, em especial a partir da Segunda Grande Guerra Mundial, aquilo que ignoramos continua a ser muito superior, aquilo que sabemos, sobretudo no domínio das ciências biológicas. Tomemos um exemplo muito simples, o de quantas espécies biológicas existem na Terra? Não sabemos. Existem várias formas de cálculo, e as estimativas variam entre cinco a trinta milhões de espécies. Isto significa apenas, que foi dado um nome a um espécime morto. Não significa que saibamos alguma coisa acerca da sua biologia básica, do seu “habitat”, das suas necessidades alimenta-

PB

Os seres humanos continuarão a destruir as florestas, a construir barragens e a desenvolver projectos imobiliários, e uma forma de tentar prever as consequências ecológicas é de realizar estudos de impacto ambiental. O problema é que a enormidade da nossa ignorância impede até de fazermos conjecturas res, da sua reprodução, da sua interacção com outras espécies, da sua distribuição geográfica, etc. Foram gastos centenas de milhões de dólares a estudar a “Drosophila melonogaster”, conhecida por “mosca da fruta”, e ainda nem sequer se sabe, como sobrevive durante o rigoroso inverno canadiano ou como se distribui na natureza. É um erro puro e simples confiar na ciência, ao ponto de considerarmos, que é a salvação em termos ambientais a longo prazo. Parece existir uma verdade sagrada, que tem de ser abandonada, pelas mesmas razões, ao julgarmos que podemos administrar novas tecnologias, de modo a que os seus perigos sejam minimizados. Porém, existe um factor adicional. Os seres humanos continuarão a destruir as florestas, a construir barragens e a desenvolver projectos imobiliários, e uma forma de tentar prever as consequências ecológicas é de realizar estudos de impacto ambiental. O problema é que a enormidade da nossa ignorância impede até de fazermos conjecturas. As avaliações de impacto ambiental, por exemplo para extracção de petróleo nas regiões do Árctico, são feitas com base em estudos que levam no mínimo três anos, onde a água gela durante nove meses, a escuridão é total, durante quase cinco meses, pelo que a investigação científica é, no mínimo, difícil.

No Árctico, as populações de diversos animais e plantas, encontram-se extraordinariamente adaptadas a esse ambiente impiedoso, e podem flutuar em ciclos de quinze, vinte ou mais anos. A ideia de que uma breve avaliação de Verão, de um determinado grupo de seres vivos, escolhidos de uma gama limitada, poder-nos dizer algo sobre a complexidade das comunidades locais, é simplesmente ridícula. Esses elementos são inúteis em termos científicos, devido às suas limitações de escala, âmbito e duração. Na muito abrangente e importante discussão actual, sobre os recursos finitos do mundo, e o ritmo a que estamos a consumi-los, existe um silêncio ensurdecedor acerca do tempo. De certo modo, não é para admirar. A nossa evolução cultural levou-nos a acreditar que podemos poupar tempo, ou aumentar a nossa eficiência. Um dos instrumentos são os “Estudos de Impacto Ambiental (EIA)”, que servem para definir questões essenciais, necessárias abordar, com vista a determinar, os efeitos que eventualmente determinado empreendimento, exerça sobre o meio ambiente. A pesquisa ou análise é a primeira actividade lógica nos EIA. O processo começa no início do projecto, não quando começa a construção. Uma vez que o promotor de um projecto, tenha identificado uma necessida-

de, e avaliado todas as alternativas realistas do desenho do mesmo, ou locais, devem ser postas questões importantes, como os seus efeitos no meio ambiente, e se tais são significativos ou não. As respostas detalhadas a tais questões, não podem ser dadas nesta fase do processo dos EIA, dado que o objectivo é definir a possibilidade de determinado projecto apresentar impactos ambientais significativos. É quando se torna necessário elaborar os EIA. Esse procedimento é conhecido como exploração, e implica adaptar o projecto, em conformidade com a legislação em vigor sobre a matéria. O processo dos EIAé iterativo, demonstrando na fase inicial de análise, onde os requisitos oficiais e os custos associados, podem levar a que o promotor de determinado empreendimento, repense ou a refaça o desenho do projecto, com o propósito de reduzir os impactos ambientais, que porventura possa vir a produzir, face ao legalmente prescrito. Não seria viável para todos os projectos, como a construção de uma linha de caminhode-ferro, uma ponte, um aeroporto, para o qual, os EIA podem ser exigidos, a qualquer momento e em qualquer forma, mas podem ser necessário para projectos, como edifícios residenciais, comerciais ou industriais, infraestruturas turísticas, ou uma área vizinha dos ditos edifícios de recolha de resíduos, para os quais a dimensão e a escolha da tecnologia de construção, podem determinar a necessidade da elaboração dos EIA. Devia existir uma lei que obrigasse, que todos os tencionassem realizar EIA, se apresentassem ante a estátua de um porco, que no budismo representa a ignorância, que morreu em consequência directa, de algo que sempre caracterizou a investigação científica, mas cujas consequências estão cada vez mais em evidência, em muitas questões ambientais e cujo problema se pode resumir à questão de saber qual a diferença entre uma teoria correcta e uma incorrecta. Fácil resposta, que a maioria desconhece ou faz, o que é pior, e que é de dez anos. Esta máxima significa, que é quase certo, que qualquer modelo científico existente, será alterado ou mesmo totalmente destruído por descobertas subsequentes. As previsões a mais de dez a vinte anos, baseadas nos modelos actuais, têm uma probabilidade considerável de vir a estar, senão erradas, pelo menos pouco certas. Quanto maior é a complexidade do sistema que está a ser modelado, maior é a sua probabilidade de erro. É um facto que deveria ser ponderado, antes de se fazerem previsões indevidamente, muitas das vezes, optimistas acerca do provável impacto de um determinado projecto ou empreendimento.


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Ana Macedo Couto | Arquitecta

As saudades da “Macau-aldeia” Gonçalo Lobo Pinheiro info@hojemacau.com.mo

“Um dia comprei um bilhete de avião e vim para Macau. Surpreendi muita gente.” Foi assim que começou a conversa que agora dá corpo a este perfil. Ana nasceu em Cascais, viveu em Sintra e sempre quis ser arquitecta. O curso, tirado na Universidade Autónoma de Lisboa e terminado em 2009, foi conseguido com custo e a responsabilidade é quase toda do seu irmão Carlos Couto, também arquitecto. “Se sou arquitecta devo-o ao meu irmão. Sempre o tive como exemplo.” A recém-arquitecta também “culpa” o irmão da sua vinda para Macau. “Tenho uma profunda admiração por ele. Conquistou o seu sucesso e veio para Macau há 30 anos. Como sempre quis sair de Portugal e sou fascinada pelo Oriente segui-lhe as pisadas. Estou cá a colaborar no seu atelier de arquitectura.” A primeira vez que Ana Macedo Couto esteve no território foi em 1998. “Estive cá um mês. Tinha, na altura, 14 anos e adorei”, lembra defendendo que o território nada

tinha a ver com o que anos mais tarde veio a encontrar. “Não havia edifícios altos. Os casinos eram reduzidos e a península estava pouco aterrada. Tenho a lembrança de ver Macau como uma aldeia.” A perspectiva que se tem na adolescência não é a mesma de agora mas há coisas, que a olhos vistos, mudaram significativamente em 13 anos. “Voltei ao território quase a fazer 27 anos. Estes anos todos foram anos de muitas mudanças”, constata a arquitecta. “Lembro-me que em 1998 passeei muito pelas ruas e até cheguei a perder-me [risos]. O que mais me seduziu naquela altura foram os cheiros, mas isso ainda hoje permanece igual. Não são cheiros de sardinha assada ou de refogado, como em Portugal, são cheiros completamente diferentes e novos.” Para europeia, o clima até nem lhe fez mossa. “Adorei o calor e a humidade. Este clima faz-me bem o que até é um pouco estranho”, admitiu. A mescla de culturas também deixaram Ana extasiada e, apesar do desen-

volvimento abrupto depois da transferência, a cidade consegue ser mais calma do que Lisboa, por exemplo. “Acho fascinante a mistura cultural que existe em Macau e toda a diferenciação linguística. E depois há coisas totalmente inesperadas como uma pessoa que parece portuguesa mas depois não fala nada de português e um chinês que fala português e tem orgulho nisso. Há de tudo um pouco em Macau. É surpreendente.” Para já, os planos são ficar por tempo indeterminado. “Está fora de questão voltar a Portugal. Já vivi lá 26 anos da minha vida. Se calhar volto para curtir a velhice, não sei. Vejo-me mais facilmente a ir para outro país do que para a minha pátria. Não quero mais do mesmo.” Por agora, Ana pretende trabalhar e ganhar mais experiência na sua área e vê Macau como o ponto de partida para crescer mais. No entanto, nem tudo lhe agrada no território. “Antigamente Macau era bem melhor. Pelo menos eu acho isso. Agora está tudo

muito ligado ao jogo e ao que isso pode trazer de bom e de mau. Parece-me redutor basear o território na cultura do entretenimento. Macau tem muito mais potencial, basta aproveitá-lo.” Num lugar onde tão depressa se vê um templo taoista como um templo budista ou um monumento português, a arquitecta sente-se como peixe na água. “Há tantas e diversas características arquitectónicas. A mistura é fantástica.” Vive na Taipa mas diz que isso é apenas um equívoco temporário. Pretende, no médio prazo, mudar-se para o centro velho de Macau, onde aí consegue sentir o “pulsar da cidade e dos seus habitantes”. Ana, tia do piloto André Couto, acha curioso o facto dos turistas fotografarem o tecto do Venetian como se tivessem em Veneza e prometeu continuar a explorar Macau, mas assume que nos primeiros tempos tem feito uma vida mais caseira. “Estive a apoiar a minha família no problema do meu sobrinho Afonso”, justifica, triste.


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entrevista

MANECAS COSTA, MÚSICO E COMPOSITOR DA GUINÉ-BISSAU

“Podemos falar crioulo, fula, kimbundo, português, a lusofonia é um conceito unificador” O guineense Manecas Costa é, com justiça, um dos músicos de topo no continente africano. Só que vem caminhando além disso, extravasando a sua arte, derrubando fronteiras e obtendo reconhecimento e aplauso estrondoso em muitos e exigentes palcos internacionais. Surpreendeu-me o modo como elabora a sua música sem lhe retirar, nem por um momento, as raízes africanas e a marca forte do seu país, Guiné-Bissau, colocando, definitivamente a partir da entrada do século XXI, a música guineense no mapa dos mais exigentes ambientes musicais destes nossos tempos. Sempre acompanhado de exímios músicos ou, circunstancialmente, aparecendo a solo, tocando guitarra acústica ou baixo eléctrico, ou a tina (tambor de água, puramente guineense, meia cabaça flutuando

num alguidar com água, proporcionando sonoridades únicas), o compositor Manecas Costa, derrama a sua música também repleta de soul, de sentimentos profundos, da alegria à nostalgia, do tremendo batuque dançado sem parar, até à sensualidade do Gumbé, música crioula do seu país, e mesmo aos apelos humanistas deste autor com assumidas preocupações sociais. Uma grande voz da África para o mundo, que Macau teve o grande privilégio de aplaudir na edição deste ano do Festival da Lusofonia. Quando o público local, ainda pouco convencido pelos ritmos de África, toma a “ousadia”, espontaneidade rara localmente, de dançar, gritar, saltar para o palco, abraçar os músicos, envolver-se com as inesquecíveis bailarinas e cantoras e como que venerar

o cantor, é porque a mensagem passou, passou completamente. E permanece. Como sentiu o público de Macau? Fantástico! O que aconteceu ontem, com o povo local a saltar para cima do palco, demonstra mais uma vez que festivais com esta dimensão, este tipo de manifestações culturais, só podem trazer paz, trazer alegria, amizades, ajudam a construir um novo e melhor mundo. E depois aquele prazer imenso de estarem assistindo outros músicos que vieram também ao Festival. O carinho dos Ferro Gaita, dos músicos brasileiros, dos são-tomenses, tantos outros, por entre aquele público maravilhoso, misturado, atento, cúmplice connosco,

afinal entendendo as nossas mensagens, a nossa música, as nossas danças, a nossa força, e reagindo como reagiu. Inesquecível. São belos exemplos de fraternidade, de compreensão, que todos nós necessitamos tanto. Foi uma honra grande, uma enorme vibração, quando vimos entre a assistência pessoas erguendo a bandeira da GuinéBissau e dançando connosco, cantando connosco. Viemos a Macau fazer uma maravilhosa viagem para a Guiné-Bissau! Uma iniciativa já com alguma tradição, esta do Festival da Lusofonia, que deve prosseguir? Absolutamente. Mais: é preciso que países como Angola, Brasil, Moçambique, países grandes, com experiência cultural, com capacidade organizativa, apoiem

os países mais pequenos deste universo lusófono. De forma rotativa, deviam realizar-se encontros culturais do género que se faz em Macau. Há sempre muita riqueza nestes encontros. Troca de experiências, todo o manancial de informações, inspirações. Uma simples troca de um mapa por um mapa de outro país, já é uma troca de grande valor, fazemos muito pelos nossos países. Criar uma semana de juventude, por exemplo, para que os jovens conscientes de que o futuro é deles, possam ter a curiosidade de pesquisar sobre a música, as artes, sobre os países. Também por isso valorizo muito este Festival organizado por Macau. Vem dar sentido e grandeza à família lusófona, vem contribuir


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com Helder Fernando para a união dos nossos povos. A música da Guiné-Bissau passa por uma fase de evolução? Estou certo que sim. Estamos conscientes de que ainda temos muito para fazer, problemas para resolver, mas o papel da cultura, neste caso da vertente musical, ajuda imenso na união dos povos, dos estados, neste espaço grande da lusofonia, que ultrapassa essa questão da língua. Podemos falar português, crioulo, fula, mandinga, kimbundo, tudo acaba por ter a sintonia lusófona, porque há pontes feitas por nós todos. Se não houver essas pontes perdemos todos, foi esse o meu pensamento quando vim até Macau, porque é essa preocupação que tenho como artista e como cidadão. Dáme pena que esta iniciativa do Festival da Lusofonia não aconteça também em Angola ou Moçambique ou no Brasil e nos outros países. E levar ao conhecimento desses países os artistas de Macau, os seus músicos, escritores, poetas, autores, criativos, desportistas, gente da comunicação social, criando intercâmbios e integrando mais estreitamente este espaço lusófono que, afinal, é um mundo muito próprio, onde gostamos de partilhar o sonho, as ideias. Desse futuro desejado, vamos para o passado. Como a música começou em Manecas Costa? Com seis anos, em Bissau, o meu pai oferece-me um helicóptero de brinquedo como presente de Natal. Eu chorei, disse que não queria. Então o que queres? Uma viola. A partir daí as coisas começaram na música, era uma intuição de criança. Eu e o meu irmão mais velho, o Nelson, aprendemos juntos a tocar umas coisinhas sem mestre, ouvindo o que passava na rádio e tentando reproduzir. Após a independência, formámos o grupo “África Livre”, éramos jovens e fomos o grupo revelação em toda a Guiné. Agora vamos gravar, depois destes anos todos, já quarentões. Mas voltando a esses tempos, vencemos o Festival de Música Moderna, Bissau, 1978, a seguir fizemos a primeira parte do espectáculo com a orquestra cubana “Aragón”, colaborámos com os “Tubarões” de Cabo Verde. As coisas começaram a crescer. Fruto da grande ajuda dos meus pais, que me incentivaram desde pequeno, embora sempre me

É preciso que países como Angola, Brasil, Moçambique, países grandes, com experiência cultural, com capacidade organizativa, apoiem os países mais pequenos deste universo lusófono. De forma rotativa, deviam realizar-se encontros culturais do género que se faz em Macau. Há sempre muita riqueza nestes encontros dizendo que a par da música era importante estudar. Algum músico guineense que o tenha influenciado definitivamente? Sem dúvida que o José Carlos Schwartz, o mais importante músico da Guiné-Bissau, entretanto falecido. Ainda meninos, eu e o meu irmão estávamos com as violas tocando umas coisas que a gente nem sabia muito bem o quê. Passou o Schwartz, que nós só conhecíamos de ouvir na rádio, e disse-nos que as violas estavam desafinadas. Perguntámos quem era ele para saber dizer aquilo. Ele identificou-se e começou a afinar as violas enquanto o meu irmão foi chamar o nosso pai. Começámos a ter algumas lições com ele, foi uma base importante. Aos 14 anos já fazia parte do grupo musical do José Manuel Fortes e gravámos um disco em Portugal. Com aquela idade, sou o primeiro músico da Guiné-Bissau a tocar mais de dois instrumentos numa só gravação. Continuo a tocar no “África Livre”, nos anos 80 começo a compor, faço a minha carreira a solo, ganho alguns festivais e o título de Embaixador da Boa Vontade da Guiné-Bissau pela UNICEF, pela forma como consegui fazer passar as mensagens da minha música pelas pessoas mais carenciadas, explicar-lhes a importância da vacinação, dos cuidados de higiene e saúde, tudo isso. É difícil gravar em Bissau? Sim, profissionalmente não temos estúdios para gravações, naturalmente que existem outras prioridades. Em Portugal a minha integração foi mesmo muito fácil, quis fazer amigos verdadeiros, fui à procura e consegui. Quando vamos à procura de amigos não vamos à procura de problemas, portanto, para mim foi fácil. Encontrei um grupo de pessoas que me abriu as portas e através deles mostrei o meu valor. Conheço o João de Barros, um produtor da Guiné-

Bissau que também tinha uma revista, a “África Notícias”, que quando me viu em Lisboa me proporcionou entrar em estúdio e gravar o meu disco “Mundo di Femea” que foi um sucesso. A seguir vem outro disco em 1999, “Fundo di Mato”, com a colaboração especial de Luís Represas e com outros músicos de várias partes do espaço lusófono. Depois vêm as várias colectâneas internacionais. Aí os produtores da BBC ouviram, na circunstância em Espanha, e me ligaram dizendo que todo o mundo estava ouvindo e adorando as canções “Fundo di Mato” e “Ermons di Terra”. Fiquei muito surpreendido e muito emocionado. Resolveram colocar essas duas músicas numa outra colectânea chamada “Palop Africa”. Num tour com os artistas que integraram a colectânea, a minha música começou a destacar-se. Em Londres, no meio de gente importante do mundo musical,

a minha produtora declaroume: chegou a hora da tua internacionalização, está ali o boss da produtora musical da BBC. Uma estrutura de dimensão mundial a reparar num músico guineense filho duma pátria cheia de problemas... Isso! Disseram-me que iriam fazer tudo o que eu quisesse, que a Guiné-Bissau precisava também duma atenção especial através da minha obra. Então disse-lhes que queria gravar no meu país, pelo menos uma boa parte do disco. Assim foi, deslocaram imensos meios técnicos e uma dúzia de grandes profissionais para Bissau e ali gravei a estrutura do “Paraiso di Gumbe”, sempre a pensar comigo: o meu país merece isto, tem de orgulhar-se de mim, tenho de mostrar o lado positivo da minha terra, como acontece em tantos lugares onde vou actuar, do Rock in Rio até Macau, de Portugal a S. Paulo, etc., etc. O meu grupo, o que foi aplaudido em Macau, ganha prémios, tudo isso para mim é de muita alegria e orgulho. Por outro lado, devo chamar a atenção dos governantes para as questões mais urgente e faço tudo para escrever uma página histórica na música da GuinéBissau. O mais recente álbum, “Aló Irmão”, um trabalho em profundidade e também bastante elaborado, é uma parceria com

Quando vamos à procura de amigos não vamos à procura de problemas, portanto, para mim foi fácil. Encontrei um grupo de pessoas que me abriu as portas e através deles mostrei o meu valor

19 um cantor e autor da Galiza, o Narf. Um trabalho ao vivo no Teatro Principal de Santiago de Compostela, que reflecte a estreita ligação entre nós como artistas e como gente que reflecte sobre o mundo, o que nos está mais próximo e o que, aparentemente, nos está distante. Uma fusão temática entre a Galiza e a Guiné-Bissau, uma aventura musical a pensar com um futuro melhor para os povos. Depois de Macau qual a próxima etapa? Este próximo fim de semana já estou em Espanha actuando com o galego Carlos Blanco. Serão dois espectáculos e já sei que estão completamente esgotados. É uma peça de teatro musicado onde mostro e toco instrumentos tradicionais do meu País, falo das coisas bonitas da Guiné, das suas ilhas, da sua gente e de tudo o mais, vou fazer aquele público cantar músicas da Guiné, como fiz em Macau e faço sempre. Gosto de mostrar o meu País. Já levantámos plateias no Brasil, Argentina, por exemplo. Volto ao Brasil, com o meu irmão, para uma Feira Internacional de Música em Porto Alegre. Em Espanha, já recebi o prémio de melhor músico original. Perto do fim deste ano estarei em Bissau dirigindo o famoso Festival Pindjiguiti. Ainda na Galiza, há um grande festival chamado “Cantos na Galiza” que é também um festival lusófono, pois é dedicado à cultura galegoportuguesa. É organizado pela minha grande amiga e grande cantora, a diva Uxia com quem já gravei. O crioulo da GuinéBissau pegou mesmo, em muitos lados, neste caso na região espanhola. O nosso instrumento, a tina, já é o símbolo de grandes acontecimentos musicais, como em Portalegre, onde também o introduzimos. Moçambique foi um dos muitos países onde já actuou. Ah, sim, inesquecível! Estivemos com a nossa querida amiga Sónia Sultuane, uma grande artista plástica e uma grande poetisa. Musicámos um poema dela, As Palavras” que é um sucesso tremendo em todo o lado por onde passamos. Tenho de dizer isto: A Sónia tem uma capacidade enorme de escrever, uma pessoa de enorme sensibilidade e qualidade poética, os seus poemas já têm com eles a melodia. Tenho uma profunda admiração pelos seus trabalhos e estou a musicar alguns dos seus belos poemas.


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o Hoje [r]ecomenda

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«Dobro dos Sentidos», Paulo Praça

[f]utilidades Su doku [ ] Cruzadas

HORIZONTAIS: 1 – Planta espinhosa; sólido geométrico que se obtém intersectando uma das folhas de uma superfície cónica fechada por um plano que intersecte todas as geratrizes da superfície. 2 – Aversão; agrupamento de pessoas que cantam ao mesmo tempo. 3 – Prep. indicativa de ausência ou carência; renda ou pensão que o enfitueta paga anualmente ao senhorio directo; crómio (s.q.). 4 – Certamente; contr. do pron. pess. te com o pron. pess. o; criada de quarto. 5 – Proprietário de roças (bras.). 6 – A tua pessoa; palavra que exprime alegria, admiração ou espanto; prep. que exprime várias relações, como: providência, causa, instrumenteo, posse, etc.; a si mesmo. 7 – Ferocidade. 8 – Interj. que designa chamamento, espanto ou afirmação; medida itinerária chinesa; fachada lateral de um edifício. 9 – A parte mais larga da enxada; mulher formosa (fig.); caminhar ou dirigir-se para o lugar onde estamos. 10 – Tradição que, sob a forma de alegoria, simboliza um facto natural, histórico ou filosófico; parte inferior de uma encosta. 11 – Cada uma das 24 partes em que se divide o tempo que a Terra leva a dar uma rotação completa sobre si; sacou.

VERTICAIS: 1 – Tira de pano que reforça os punhos e o colarinho; da Etiópia ou a ela relativo. 2 – Ave palmípede, espécie de pato; naquele lugar. 3 – Versejar; uma das consoantes do alfabeto sânscrito; pedra circular e rotativa de moinho ou de lagar. 4 – Contr. da prep. de com o art. def. o; ecoar; manifestar riso. 5 – Espécie de cebolinho. 6 – Nó falso num cabo de embarcação; fisionomia. 7 – Membrana da parte posterior do olho, situada entre a esclerótica e a retina. 8 – Discurso em público; diz orações; sétima nota da escala musical. 9 – Laçada; contr. da prep. a com o art. def. o; a primeira luz do dia. 10 – Conselho de Imprensa (abrev.); planta herbácea da família das umbelíferas. 11 – Ser portador de; indivíduo contra quem se intenta processo judicial.

Soluções do problema

HORIZONTAIS: 1-CARDO. CONE. 2-ODIO. CORO. 3-SEM. FORO. 4-MAS. TO. AIA. 5-ROCEIRO. 6-TU. AH. DE. SE. 7-BRAVEZA. 8-OLA. LI. ALA. 9-PA. ROSA. VIR. 10-MITO. SOPE. 11-HORA. TIROU. VERTICAIS: 1-COS. ETIOPE. 2-ADEM. LA. 3-RIMAR. BA. MO. 4-DO. SOAR. RIR. 5-CHALOTA. 6-COTE. VISO. 7-COROIDE. 8-ORO. REZA. SI. 9-NO. AO. ALVOR. 10-CI. AIPO. 11-TRAZER. REU.

REGRAS |

Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição solução do problema do dia anterior

Paulo Praça já foi rocker nos Turbo Junkie. Pintou-se de electro pop nos Plaza. Foi guitarrista de uma das suas bandas preferidas, os GNR. É membro do Comité Caviar de Pedro Abrunhosa. E fez parte de um dos maiores fenómenos da década que entretanto findou, os «Amália Hoje», embora do núcleo central do supergrupo primasse pela discrição. «Dobro dos Sentidos» é um disco de canções despretensiosas em que o descomprometimento resulta numa grande desigualdade criativa. O sangue só fervilha quando a electricidade é ligada.

[ Te l e ] v i s ã o TDM 13:00 TDM News - Repetição 13:30 Jornal das 24H RTPi 14:30 RTPi Directo 19:00 Ásia Global (Repetição) 19:30 Olhos de Água 20:28 Acontecimentos Históricos 20:30 Telejornal 21:00 Jornal da Tarde RTPi 22:10 O Clone 22:58 Acontecimentos Históricos 23:00 TDM News 23:30 O Recruta 01:20 Telejornal - Repetição 01:45 RTPi Directo

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DISCOVERY CHANNEL 50 13:00 Mythbusters - Cell Phones On Planes 14:00 World War II In Colour - Lightning War 15:00 The Boy With Divine Powers 16:00 Octoman 17:00 Dirty Jobs - Diaper Cleaner 18:00 How It’s Made 19:00 World War II In Colour - Red Sun Rampant 20:00 Mythbusters - Mega Movie Special 22:00 On The Case 23:00 Extreme Forensics 00:00 One Way Out - Buried Alive NATIONAL GEOGRAPHIC CHANNEL 51 13:00 The Toilet Men 14:00 Philippine Terror 15:00 Shark Men - Dead Zone 16:00 Nat Geo Amazing! 17:00 Photography Month 18:00 Mega Factories - Ferrari 19:00 Pakistan 20:00 The Toilet Men 21:00 Photography Month 22:00 Prostitution 23:00 Gross Food 00:00 Pakistan

INFORMAÇÃO TDM RTPi 82 14:00 Telejornal Madeira 14:30 Casas Com História 15:00 Magazine Timor Contacto 15:30 Concelhos de Portugal 16:00 Bom Dia Portugal 17:00 O Preço Certo 17:45 Herman 2010 19:00 Carrega No Botão 20:00 Jornal Da Tarde 21:15 Portugueses Pelo Mundo 22:00 Magazine Timor Contacto 22:30 Portugal No Coração TVB PEARL 83 06:00 Bloomberg Rewind 07:30 NBC Nightly News 08:00 CCTV News – LIVE 08:30 ETV 10:30 Inside the Stock Exchange 11:00 Market Update 11:30 Inside the Stock Exchange 11:32 Market Update 12:00 Inside the Stock Exchange 12:02 Market Update 12:30 Inside the Stock Exchange 12:35 Market Update 13:00 CCTV News - LIVE 14:00 Market Update 14:40 Inside the Stock Exchange 14:43 Market Update 15:58 Inside the Stock Exchange 16:00 Sesame Street 17:00 Taste Buds 17:30 Ben 10 Alien Force 18:00 Putonghua News 18:10 Putonghua Financial Bulletin 18:15 Putonghua Weather Report 18:20 Financial Report 18:30 Transworld Sport 19:00 Football Asia 19:30 News At Seven-Thirty 19:50 Weather Report 19:55 Earth Live 20:00 Money Magazine 20:30 The Amazing Race 21:30 Weekend Blockbuster: The Ring Two 22:30 Marketplace 22:35 Weekend Blockbuster: The Ring Two 23:45 World Market Update 23:50 News Roundup 00:05 Earth Live 00:10 Dolce Vita 00:35 Top Gear 01:35 The Pulse 02:00 Bloomberg Television 05:00 TVBS News 05:30 CCTV News ESPN 30 13:00 PGA Europro Tour 15:00 World Series 2010 Game #2 18:00 The Immortals 18:30 (Delay) Baseball Tonight International 19:00 ABL game2 19:30 (LIVE) Sportscenter Asia 20:00 Football Asia 20:30 16 Nations - Road To Qatar 21:00 Total Rugby 21:30 Players Lives 22:00 Sportscenter Asia 22:30 Football Asia 23:00 16 Nations - Road To Qatar 23:30 Sportscenter Asia STAR SPORTS 31 13:00 Ace 2010 13:30 Game 14:00 2010 Alltech World Equestrian Games H/l 15:00 Intercontinental Rally Challenge 2010 - Magazine 15:30 Hot Water 2010/11 16:30 FIA F1 World Championship Highlights 2010 Korean Grand Prix 18:00 Ace 2010

ANIMAL PLANET 52 13:00 Mad Mike and Mark - Nowhere To Hide 14:00 Saba And The Rhino’s Secret 15:00 King Cobra And I 16:00 Wild Indonesia - Magical Forests 17:00 Caught In The Moment - Japan 18:00 Animal Cops Phoenix - A Tale Of Three Tails 19:00 Beverly Hills Groomer 20:00 Mad Mike and Mark - Bushman’s Holiday 21:00 Dugong & Din 22:00 Secrets of the American Jungle 23:00 Caught In The Moment - Madagascar 00:00 Mad Mike and Mark - Bushman’s Holiday

(MCTV 42) Cinemax 22:00 trick ‘r Treat

18:30 19:00 21:00 21:30 22:00

World Sport 2010 AFC Champions League 2010 Seongnam Ilhwa vs. Al Shabab Football Asia (LIVE) Score Tonight V8 Supercars Championship Series 2010 - Highlights

STAR MOVIES 40 11:30 Keeping The Faith 13:40 The Terminator 15:30 Sorority Row 17:15 Make It Happen 18:50 Vip Access: Wall Street 19:20 Janky Promoters 21:00 A Dangerous Man 22:40 The Eye 00:25 Mothman HBO 41 13:00 Forrest Gump 15:15 Riding In Cars With Boys 17:25 The Paper 19:20 Lara Croft: Tomb Raider 21:00 Pride And Glory 23:00 The Uninvited 00:25 The Cell 2

HISTORY CHANNEL 54 13:00 Hidden Cities - Beijing 14:00 Twin Towers Of The East 15:00 The Real Cujo 16:00 The Lost City Of Atlantis 17:00 Archer Enemies 18:00 Biggest Killers 19:00 Zipline Of Fire 20:00 Archer Enemies 21:00 The Maguindanao Massacre 22:00 The Next Pompeii 23:00 Wrath Of The Gods 00:00 WWII Lost Films STAR WORLD 63 12:50 Ugly Betty 13:35 The King Of Queens 14:00 How I Met Your Mother 14:25 Britain’s Next Top Model 15:15 F1 2010 16:05 Ugly Betty 16:55 Britain’s Next Top Model 17:45 Rules Of Engagement 18:10 How I Met Your Mother 18:35 Idol Chat 19:30 Rules Of Engagement 20:00 Cougar Town 20:50 Singfest 2010 21:40 Rules Of Engagement 22:00 How I Met Your Mother 22:25 America’s Next Top Model 23:20 Cougar Town 23:45 America’s Next Top Model 00:35 Idol Chat

CINEMAX 42 12:00 Vantage Point 14:00 Village Of The Damned 16:00 The Birds 18:15 House On Haunted Hill 20:00 Wolvesbayne 21:45 Epad On Max 83 22:00 Trick ‘R Treat 23:20 Tmz 354 00:00 Spartacus: Blood And Sand MGM CHANNEL 43 12:45 Tokyo Pop 14:30 New York New York 17:15 Assassination Tango 19:15 The Mechanic 21:00 Sometimes They Come Back 22:45 Wisdom 00:30 That Championship Season

Informação Macau Cable TV


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[O]bjectiva Gonçalo Lobo Pinheiro

21 Raio [X] Sociedade secreta Ring Joid

Viajar de avião tem destas coisas... (Alpes, 2009)

Para[ ]comer • Pérola 3/F, Sands, Largo de Monte Carlo, no.203 8983 82222888 3352 http://www.sands.com.mo • VINHA Alm Dr. Carlos d' Assumpção 393 r/c AC 2875 2599vinha@macau.ctm.net http://www.vinha.com.mo • FAT SIU LAU (SINCE 1903) Av.Dr.Sun Yat-Sen,Edf.Vista Magnifica Court Rua de Felicidade No.64, R/C Macau 2857 3585fsl1903@macau.ctm.net http://www.fatsiulau.com.mo

• Casa Carlos Bispo Medeiros 28D 2852 2027

• HAC SA PARK Hac Sa Park-Hac Sa Beach Coloane 2888 2297 http://www.yp.com.mo/hacsa

• António (TP) R, dos Negociantes 3 28999998

• SOL NASCENTE (TP) Av Dr Sun Yat Sen No.29-37 R/C 2883 6288 http://www.yp.com.mo/solnascente • TENIS CIVIL (LEON) Av.da República N°14 1° Macau 2830 1189 http://www.yp.com.mo/leon • Platão Trav. São Domingos No.3 2833 1818 reservation@plataomacau.com • Banza (Tp) Nam San Bl.5, GH 28821519

• Galo (Tp) Clérigos 45 2882 7318 http://www.yp.com.mo/domgalo • Riquexó Av Sid Pais 69 2856 5655

• Clube Militar Av Praia Grande 795 2871 4000 cmm@macau.ctm.net • Espaço Lisboa Lda (Col) Gaivotas 8 2888 2226 2888 1850 • Camilo Av Sir Anders Ljungsted 37 2882 5688

• Dom Galo Vista Magnifica Court 2875 1383 domgalo@yp.com.mo http://www.yp.com.mo/domgalo • O Santos (TP) R. do Cunha 28827508 • Porto Exterior Ed Chong U 2870 3276 http://www.portoext.com.mo • Restaurante Fernando (Col) Praia Hác Sá 9 2888 2264

• Ó MANEL (Tp) Fernão M Pinto 90 2882 7571

• Litoral Restaurante Lda Alm Sérgio 261 2896 7878 2896 7996 http://www.yp.com.mo/litoral

• A PETISQUEIRA (TP) S João 15A 2882 5354

• Nga Tim Café (Col) Caetano 8 2888 2086

Aquamarine Thai Café (Taipa) Jardim Nova Taipa Bl. 21 Tel. 2883 0010

• O Porto Interior Alm Sérgio 259B 2896 7770 • A Lorcha Alm Sérgio 289 2831 3195

• Sawasdee Thai Av Sid Pais 43AE 2857 1963 • Aquamarine Thai Café (Tp) Jardm Nova Taipa bl 21 2883 0010 • Bangkok Pochana Ferrª Amaral 31 2856 1419 • Kruatheque Henrique Macedo 11-13 2835 3555 • Restaurante Thai Abreu Nunes 27E 2855 2255

• Afonso III Central 11A 2858 6272

• LA COMEDIE CHEZ VOUS Ed Zhu Kuan S/N G (Oppsite Cultural Centre) 2875 2021

• Bar Oporto Tv Praia 17 2859 4643 • Maria’s Comida Portuguesa Patane 8A 2823 3221

• LE BISTROT (Tp) Nova Taipa Garden Block 27, G/F 2884 37392884 3994

• Restaurante Pinocchio (Tp) Regedor 181-185 2882 7128 • Canal dos Patos Parque Municipal Sun Yat Seng 2822 8166

• CHURRASCÃO Nova Taipa Garden, Block 27 G/F, Taipa 2884 37392884 3994 • Yin Alª Dr Carlos d’Assumpção 33 2872 2735

Paranormal activity 2 Cineteatro | PUB

• Fogo Samba VENETIAN-Grand Canal Shoppes Apt 2412 2882 8499

[ ] Cinema

Sala 1 Paranormal activity 2 [c] Um filme de: Tod Williams Com: Katie Featherston, Micah Sloat 14.30, 16.30, 19.30, 21.30 SALA 2 Perfect Wedding [B] (legendado em inglês) Um filme de: Barbara Wong Com: Miriam Yeung, Raymond Lam 14.30, 16.30, 19.30, 21.30

Sala 3 Life as we know it [b] Um filme de: Greg Berlanti Com: Katherine heigl, Josh duhamel 14.30, 16.30, 19.30, 21.30

Somos um grupo de dez pessoas. Não interessa a proveniência, o feitio, a idade. Tanto faz se é um homem ou uma mulher. Quanto mais diverso melhor. No nosso círculo, cada um de nós tem de formar um outro corpo de dez pessoas. Pelo menos um desses elementos tem de ser de uma cidade no exterior. Se for de um país distante, agradecemos. Encontramo-nos de dez em dez dias, num local a designar na reunião precedente. Por regularidade é ao ar livre, no meio das árvores. Numa clareira, numa praia ou num penedo. Não importa. Não há um livro de regras, nem nenhuma norma. Somos todos iguais. Basta haver um pouco de luz para que nos possamos ver. E conversar. Encontramo-nos todos os dias 10, 20 e 30 de cada mês. Em Fevereiro, no dia 30 que não existe, é a data do nosso aniversário e fazemos uma grande festa onde juntamos todos os círculos do nosso país. Nessas ocasiões chegam a juntar-se vários milhares de indivíduos. Aí, pelas dez da noite, cada um de nós com uma vela na mão, ou um pequeno dispositivo que nos ilumine, forma um ponto de tangência com o outro grupo de que também faz parte. São precisos vários níveis, para que todos possam unir as suas circunferências tangentes externas. Um mecanismo de vários degraus que anexa cada elemento estendendo-o numa perfeita união celular. Do cimo, no espaço, todos os satélites de imagem fotografam o evento guardando-o nos seus arquivos, na pasta do dia que não existe: 30 de Fevereiro, dia da nossa instauração, que denominou também o nosso nome. Nos dez dias de intervalo entre cada reunião temos de praticar as coisas boas da vida e de nos envolver com os outros, como uma espécie. A nossa missão, única, é fundir o Ser Humano como um todo, como um só, liberto de raças, de nacionalidades, de credos. É só isso que temos de fazer. Falar com os outros, ensiná-los a olhar para o tempo sem rancor, sem ambições furiosas de poder, sem pisar os outros; nos seus direitos, nas suas liberdades, nos seus desafios. Ajudando-os se for preciso. Fazendo o bem. Nas reuniões, todos os dez dias, sem ritos, sem artes circenses, temos dez minutos para contar a nossa história, do que vimos, do que fizemos, do que conseguimos modificar. Todos ouvem, todos contam. No final levamos uma peça nova para casa e sentimonos mais fortes para continuar. A nossa rede, que agora cobre todo o terreno a uma escala planetária, existe para nos salvar e para nos suportar. Para fazer de nós melhor gente. E sobe e desce, conforme as necessidades. Estamos cá, para o que der e vier. Um dia o Homem será só um, e aí podemos comunicar com outras entidades. Mas nada disto se pode dizer. Porque é secreto.

[Ring acredita que o mundo pode ser melhor]


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opinião ediCarlos tor ial Morais José

Restaurante Harmonia Em casa onde há pão, ninguém ralha e todos têm razão Ditado impopular

Enquanto em Portugal se desenrola o drama da aprovação do Orçamento, por Macau caminha-se pachorrentamente para a apresentação das LAG. De nenúfar em nenúfar, o Chefe do Executivo foi auscultando opiniões, chegando mesmo à arruada, ao mercado, à lojinha de massas e outras fitas. No pequeno país teme-se o descalabro; no pequeno enclave não se teme nada: tudo é passível de um enquadramento de marcha regular, sem tragédias, nem emoções fortes, na área governamental, com o beneplácito do Céu (leia-se Pequim) e as riquezas da Terra

ca r t o o n

(leia-se, Jogo). Neste novo país da utopia, onde amodorrados à sombra de frondosa árvore regurgitamos o almoço e esperamos pelas delícias da ceia, não sabemos, não vemos, não ouvimos. Só que, ao invés, comemos. Eis o menu: Primeiro prato: o leitão de luzes almiscaradas. Iguaria para os olhos, o desfilar de jovens de uniforme rosa, segurando acima das cabecitas o animal sacrificado. Depois, sublime momento para os dentes que se cravam na crocante pele enquanto, em simultaneidade perfeita, afluem às narinas odores crespos de aipo e alho francês. Uma respiga de picante vermelho conclui o incidente. Segundo prato: Garoupa ao vapor. Lascas que se elevam brancas, oferecidas, em cama

de ervas claras, de coentros da ribeira, da escura soja a pontilhar. Delírio de suavidade no palato, inflamado pela sombra de gengibre. Rodou o peixe e, quando aqui chegou, restava uma ternura de óleo sobre o arroz alvíssimo. Cheirava a fresco, que delícia...

Presidente pinera

Terceiro prato: Galinha assada. Apresente-se a condenada! Tostadinha, crepitante, ainda de cabeça agarrada. Reparta-se agora a ave pelos ilustres comensais: para ali, o peito gordo, a perna, o ovo; as peles para os demais. Não gostais? Mas a pele é nutritiva, tem gordura e bom sabor. Há quem diga que é mesmo a melhor parte, ainda que não a queira quem parte. Quarto prato: Sopa de tubarão. Que delícia de odor se evola ali daquela panela, onde ossos e barbatanas partilham da mesma cama, do calor, da cozedura. É cálido o caldo fino, desliza pela colher e sinaliza a fartura. Aí vem a minha vez, levo ao lábios a loucura. E, quando, com prudência, engulo a carne do frango, ainda creio na língua fiapos de tubarão, que certamente nadou numa outra direcção. Quinto prato: Camarões à Sichuão. Polvilhados de picante, do que faz adormecer, são camarões populares que fartamente se dão a todos os convidados. Fazem beber, é certo, mas a vida não se faz a metro: é à unidade e camarões de Sichuão são para todos, sem excepção. Afinal, há que dar alimento ao povo e o picante dormente é um achado brilhante. E que saia mais uma travessa para aquela mesa do fundo... É de dar no camarão... Sexto prato: Bacalhau à brava. Adaptação local do lusitano à Brás. Igual na confusão, na mistura, na falta de rigor, da caótica acepção do ovo com a batata, da cebola com o salgadito, da salsa com a chalaça. À origem, acrescente-se-lhe o “vale tudo”, condimento a ser usado com toda a impunidade, sem pejo e sem poejo. Mexa-se bem, evite-se o sal, pimenta ainda vale, mas deixe de fora o mistério, público ou privado: um prato para comer às claras. Sétimo prato: Arroz frito, massa e sobremesa. Para quem ainda tiver fome, eis o truque definitivo, a tranca da refeição. Que ninguém diga: ai que fome, meu Senhor! Aqui tem, senhor doutor, o complemento da casa: arroz ali de Cantão, massa e doce de feijão. É comer até fartar. De barriga cheia são mais suaves os desgostos, suportam-se melhor as adversidades desta e da outra vida. Tendes queixas, a comida estava má? Deve ser da digestão. Recomendamos um chá... Convém uma explicação. A refeição apresentada foge ao tradicional banquete de catorze pratos. A razão é a contenção necessária em época de crise internacional, para não despertar escusadas invejas em vizinhos e parentes. Apresentadas as LAG, depois de consulta apurada e de muita animação, verse-á que aqui não reina o reino da confusão. Por aqui tudo desliza, com vigor e alegria, à medida do menu do Restaurante Harmonia. E biba a RAEM! Hic!...


O sorriso

atrai, a carranca repele.

sexta-feira 29.10.2010 www.hojemacau.com.mo

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Padre Manuel teixeira [1912-2003]

u m gr i to n o des er to Paul Chan Wai Chi*

O

Chefe do Executivo participou recentemente numa sessão em que falou directamente com alguns jovens. Perguntaram-lhe sobre a sua habilidade em falar mandarim, que é reconhecidamente fraca. Chui respondeu que já estava a fazer um esforço por aprender mandarim. Disse aos jovens que se tem falado mal, que contava com eles para o lembrarem do seu fraco desempenho linguístico, obrigando-o a melhorar. Mostrou-se muito pomposo e socialmente distante ao responder aos jovens. E foi recompensado com um aplauso de toda a audiência na sessão. Tenho um candeeiro num quarto da minha casa há anos e costumo pensar que a sua iluminação é fraca. Ultimamente, as lâmpadas frequentemente se fundem no momento em que o ligo. Decidi há muito tempo comprar um novo candeeiro mas ainda não o fiz. O motivo é que eu queria encontrar um candeeiro muito melhor para substituir o antigo. Seduzido por esse pensamento, venho adiando a substituição do velho candeeiro dia após dia. Mas enquanto escrevia este texto, o candeeiro emitiu um chiado e um cheiro a cabos queimados infestou-me o quarto. Então, tive de desligar o candeeiro imediatamente e comprei um novo no dia a seguir para evitar pôr a minha casa em perigo. Antes de o senhor Chui se ter tornado

Chui e o meu candeeiro Antes de o senhor Chui se ter tornado chefe do Executivo, foi secretário para os Assuntos Sociais e Cultura durante dez anos. Durante esse tempo, sabia que precisava aprender a falar um mandarim decente? Como é possível que não tenha melhorado o seu mandarim durante esses dez anos e que tenha esperado até agora para decidir melhorá-lo? chefe do Executivo, foi secretário para os Assuntos Sociais e Cultura durante dez anos. Durante esse tempo, sabia que precisava aprender a falar um mandarim decente? Como é possível que não tenha melhorado o seu mandarim durante esses dez anos e que tenha esperado até agora para decidir melhorá-lo? A razão por trás disso é semelhante ao caso do meu velho candeeiro. Quando uma pessoa não sente o perigo, não sente a necessidade de mudança. Até que os problemas aparecem e, então, começa-se a tratá-los com seriedade. Na minha maneira de ver, o motivo porque o chefe do Executivo disse aos jovens para o lembrarem das suas (in)capacidades linguísticas é que não há ninguém à sua volta a oferecer-lhe opiniões acerca do seu nível de mandarim. Havia um famoso orador na Grécia Antiga que nasceu com um problema na fala e

não era capaz de se expressar fluentemente. Como que para ultrapassar essa fraqueza, o orador punha uma pequena pedra na boca e ia praticar a expressão oral para a praia. Até que um dia, conseguiu resolver a sua deficiência e acabou por tornar-se um reconhecido orador. Creio que os nossos leitores conhecem esta história. Na verdade, é um pouco difícil melhorar a habilidade de falar mandarim num curto período de tempo. Leva algum tempo a prática de conversação em mandarim. Tudo o que ele tem a fazer é encontrar alguém que leia o discurso em mandarim, grave o discurso e ouvir a gravação repetidas vezes. O resultado seria certamente muito melhor do que o que temos ouvido quando ele fala mandarim. Entre os membros nucleares do “think tank” do Gabinete do chefe do Executivo, há alguns capazes de falar um mandarim fluente. Nesse caso,

o risco de revelar informação confidencial à população é eliminado. Se uma pessoa quer fazer alguma coisa, há sempre uma maneira de o conseguir. O problema principal é que o chefe do Executivo não tem a motivação para o fazer e as pessoas à sua volta não têm a iniciativa de o lembrarem disso. Para falar um bom mandarim, não deveriam ser necessários os lembretes dos jovens. Recentemente, fui com os outros dois deputados da Associação Novo Macau a numa visita ao chefe do Executivo. Expresseilhe a minha opinião acerca do caso de uma jornalista da TDM. Como esse matéria está sob processo judicial, não me alonguei muito sobre maneiras de resolver o caso. Apenas recordei o chefe do Executivo de que, enquanto ouvia as opiniões de várias pessoas sobre o assunto, apenas imaginasse o que o falecido Chan Wei Heng (vice-presidente da Associação dos Jornalistas de Macau) teria dito sobre o caso. A razão é que há apenas algumas pessoas na sociedade de Macau dispostas a falar a verdade. Há muitas pessoas a dizer coisas bonitas à frente do chefe do Executivo. Chan era um daqueles casos raros, uma vez que sempre dizia a verdade e o chefe do Executivo havia de gostar de ouvir as suas opiniões. Se o chefe do Executivo tivesse por hábito ouvir diferentes opiniões, não precisaria de lembretes nenhuns. *Deputado e presidente da Associação Novo Macau Democrático

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José editorES Paulo Reis; Vanessa Amaro Redacção António Falcão; Gonçalo Lobo Pinheiro; Kahon Chan; Rodrigo de Matos Colaboradores Carlos Picassinos; João Carlos Barradas; José Manuel Simões; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Correia Marques; Gilberto Lopes; Hélder Fernando; João Miguel Barros; Jorge Rodrigues Simão; José I. Duarte; Marinho de Bastos; Paul Chan Wai Chi; Pedro Correia Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges; Catarina Lau Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão; António Mil-Homens; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Laurentina Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Av. Dr. Rodrigo Rodrigues nº 600 E, Centro Comercial First Nacional, 14º andar, Sala 1407 – Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo


a fechar sexta-feira 29.10.2010

Futebol Candidatura ibérica notificada

A candidatura ibérica à organização do Mundial 2018 já foi notificada de que a FIFA abriu um inquérito às suspeitas de troca de votos com o Qatar. O director-geral da candidatura de Espanha e Portugal à organização do Mundial 2018 está confiante que o processo não irá dar em nada. Em declarações à Agência EFE, Miguel Ángel López disse que a candidatura ibérica prestou a máxima colaboração à FIFA para a investigação e fez saber que está certo de que o inquérito não dará em nada, porque “não fizemos nada incorrecto”. A FIFA informa que “nunca mencionou os nomes das associações ou candidaturas envolvidas na investigação” e recorda que está prevista uma decisão final para meados de Novembro. O anúncio das candidaturas vencedoras acontecerá a 2 de Dezembro.

Justiça Armando Vara acusado de três crimes

O ex-administrador do BCP Armando Vara foi acusado de três crimes de tráfico de influência no âmbito do processo Face Oculta. De acordo com a acusação revelada ontem, citada pelo Expresso, Vara é acusado de beneficiar o empresário Manuel Godinho, de quem terá recebido 25 mil euros em 20 de Junho de 2009, adianta a edição online do semanário. Já José Penedos, ex-presidente da REN, está acusado de dois crimes de corrupção passiva e de dois delitos de participação económica em negócio. O seu filho, Paulo Penedos, exassessor jurídico do então administrador da PT, Rui Pedro Soares, foi acusado de um crime de tráfico de influência. Ao todo, 34 pessoas e duas empresas foram formalmente acusadas no processo. Os arguidos respondem por crimes de associação criminosa, corrupção activa e passiva para acto ilícito, furto qualificado, burla, falsificação de notação técnica e perturbação de arrematação pública.

Óbito Néstor Kirchner vítima de crise cardíaca

O ex-presidente argentino Néstor Kirchner morreu, aos 60 anos, na quarta-feira à noite vítima de uma paragem cardio-respiratória. Kirchner estava em El Calafate, na Patagónia (sul da Argentina), cidade que se tornara o seu refúgio. Oficiosamente, indica-se que Kirchner começou a sentir-se mal pela manhã. Perante a gravidade dos sintomas, a presidente Cristina Kirchner chamou, de imediato, a segurança presidencial. Néstor Kirchner foi transportado de urgência numa ambulância para o hospital José Formenti, em El Calafate. Ali faleceu. O homem que co-governava a Argentina foi eleito deputado pela província de Buenos Aires, após deixar a chefia do Estado. Secretário-geral da Unasul (União de Nações Sul-americanas) desde Maio, era visto como provável candidato à presidência no ano que vem.

Indonésia Merapi tem nova erupção

O número de mortos devido ao terramoto seguido de tsunami que atingiu na segundafeira o arquipélago de Mentawai, Indonésia, aumentou ontem à noite para 343. A juntar-se à tragédia está novamente o vulcão Merapi, que entrou em actividade esta manhã, dois dias depois da primeira erupção que levou à retirada de mais de 40 mil pessoas e à morte de mais outras 30. Ferry Faisal, funcionário da Agência Nacional de Gestão de Desastres de Sumatra Ocidental, indicou que "338 pessoas permanecem desaparecidas" devido ao terramoto magnitude 7,7 na escala Richter e do tsnunami que se fez sentir no país. Além disso, cerca de 4 mil pessoas perderam as suas casas, destruídas por ondas de até seis metros que entraram nas ilhas Mentawai, situadas próximo ao litoral de Sumatra.

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DSPA promove obras no sentido de assegurar a biodiversidade do Cotai

Para bem dos passarinhos Gonçalo Lobo Pinheiro info@hojemacau.com.mo

O dia convidou a um passeio e ontem a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) promoveu uma visita às zonas ecológicas do Cotai onde está a proceder a obras de optimização com vista a assegurar a sua biodiversidade. Estas zonas contêm ricos componentes orgânicos, onde proliferam diversas espécies de macroinvertebrados bentónicos, que atraem mais de 50 espécies de aves limícolas e aquáticas, sejam migratórias ou indígenas, que ali procuram alimento, designadamente a garça-branca-grande, a garça-branca-pequena, o colhereiro-de-cara-preta, a garça-cinzenta, a garça da China ou o pato-real, entre muitas outras espécies, fique concluído antes da chegada de aves migratórias, no final de Outubro. O projecto está dividido em três fases: desocupação nas margens da Zona Ecológica 2, junto à Avenida Marginal Flor de Lótus, e construção das ilhas e recifes; desocupação na Zona Ecológica 1 pub

do Cotai com projectos de melhoria da água e o projecto de transplantação de manguezais nas margens, uma vez que os mangues absorvem

os nutrientes da água e purificam a mesma junto às margens. As zonas ecológicas caracterizam-se pela riqueza dos seus recursos zoo-botânicos e a DSPA já prometeu continuar a estudar como melhorar a conservação ecológica, promovendo a construção de observatórios de aves na Zona Ecológica 1. As zonas húmidas são áreas de pântano, charco, paul, sapal, turfa ou água, naturais ou artificiais, permanentes ou temporárias, que normalmente albergam uma grande biodiversidade, tanto em termos de plantas como

de animais aquáticos, ou os que se alimentam daqueles. Podem ter água estagnada ou corrente, doce, salobra ou salgada, incluindo áreas de água marinha com menos de seis metros de profundidade na maré baixa, como os mangais e reci-

fes de coral. Podem ser alimentados por água subterrânea, por rios ou por outras zonas húmidas e podem estar secos durante uma parte do ano, mas o período em que se encontram inundadas é suficiente para manter o ecossistema vivo.

filipinos desmentem cônsul

Indesculpável A responsável da Associação Migrante Macau, Catalina Yamat, pediu ao Consulado das Filipinas para não se desculparem pela falta de consideração que cônsul-geral, Renato Villapando, teve para com os trabalhadores filipinos no passado domingo. “Isso é um insulto. É desapontante e é mentira que tenhamos sido previamente avisados do adiamento da reunião”, afirmou Yamat. A responsável alegou que a reunião estava marcada há mais de três semanas e que os membros das associações de migrantes foram avisados “por mensagem escrita” a poucas horas do início das conversações do cancelamento do encontro, em que iriam fazer exigências para descomplicar a vida dos migrantes em Macau. “Condenamos Renato Villapando por dar prioridade a outras questões marginais e por agora estar a dizer publicamente que gostaria de se encontrar connosco no próximo dia 31 de Outubro sem antes consultar a nossa disponibilidade”, escreve a comunidade filipina. Renato Villapando anunciou recentemente que vai participar numa reunião em Manila. “Continua a insultar os filipinos. Sugerimos que o cônsul-geral se explique de uma vez por todas porque não dá ouvidos e ignora as queixas dos conterrâneos que estão em Macau.”


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