Hoje Macau 29 MAR 2017 #3783

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DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ

As trocas automáticas

hojemacau

PÁGINA 4

MOP$10 SOFIA MARGARIDA MOTA

FISCO

QUARTA-FEIRA 29 DE MARÇO DE 2017 • ANO XVI • Nº 3783

Casa de bonecos EVENTOS

KIM-JONG NAM

Perdido no limbo ÚLTIMA

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Mortais e outros voos JOÃO PAULO COTRIM

A chinesa sexista JULIE O’YANG

SOFIA MARGARIDA MOTA

LAI CHI VUN | ESTALEIROS

JOSÉ BASTO DA SILVA

PASSOS DE AFIRMAÇÃO AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

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ENTREVISTA

Alto e pára a grua PÁGINA 7


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JOSÉ BASTO DA SILVA

ENTREVISTA

PRESIDENTE DA AAAEC

“O Executivo podia fazer mais. O discurso é sempre muito interessante, mas as acções ficam aquém do que é dito.”

“Somos nós que faze SOFIA MARGARIDA MOTA

Deixou a direcção da Associação dos Macaenses para se dedicar de corpo e alma à Associação dos Antigos Alunos da Escola Comercial Pedro Nolasco. A crescer aos poucos, a entidade quer promover cursos de patuá e de gastronomia. José Basto da Silva defende o voto para os residentes que vivem na diáspora e alerta para a falta de interesse na política local


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mos a diferença” Foi noticiado que a Associação dos Antigos Alunos da Escola Comercial Pedro Nolasco (AAAEC) poderá fazer parte do Conselho das Comunidades Macaenses (CCM). Até que ponto este passo é importante? É uma ideia ainda muito verde e ainda vamos discutir no seio da direcção da associação se faz ou não sentido. À partida, a proposta é interessante. Este ano, no Encontro das Comunidades Macaenses, fizemos uma exposição de fotografia. O convite até partiu do próprio CCM, porque muitos dos macaenses que vieram a Macau foram alunos da escola e fazia sentido fazer a exposição nessa altura. Ainda propusemos organizar um encontro maior, mas acabámos por ficar um pouco à parte dos principais eventos, o que foi uma pena. Podíamos ter feito contactos com muitos dos antigos alunos da Escola Comercial e isso não aconteceu. Mas compreendemos, porque ainda não somos parte do CCM, e não tínhamos esse papel mais interventivo. Achamos que, se calhar, podemos ponderar se faz sentido entrar ou não. Esperamos vir a ter mais sócios em Macau, em Hong Kong e até fora deste círculo, e por que não a associação constituir mais um canal para alcançar um maior número de macaenses que estejam a viver na diáspora? Essa candidatura traria uma maior credibilização à própria associação? Também. A associação quer constituir-se como mais um elo de ligação à diáspora, no sentido de ajudar a resolver alguns problemas sentidos? Sim. Não conheço muito bem os problemas sentidos pela comunidade macaense na diáspora, mas sem dúvida que seria uma forma de dar visibilidade e fazer crescer a nossa associação. Queremos ser uma associação mais interventiva e ter uma maior acção nas áreas culturais. Não queremos ter só festas e jantares, que são importantes também. Sobretudo a nossa comunidade macaense, e portuguesa também, tem de ter alguns eventos culturais, para enriquecer a sociedade. Não temos tido financiamento e grande visibilidade, e é difícil obter apoios sendo uma associação pequena

e com pessoas jovens. Voltei em 2012 para Macau, depois de estar cerca de 20 anos fora, e percebi que já existem muitas associações que são muito conhecidas, e tudo o que seja novo tem dificuldade em obter visibilidade.

“As pessoas em Hong Kong têm maior consciência cívica; aqui há um certo laxismo, que vem de algumas gerações.” As coisas novas não são aceites? Não é que sejam recusadas. São sempre as mesmas pessoas a fazer as mesmas coisas. Mas depois ouvem-se críticas de que os mais novos não trabalham, não se envolvem. Quando os mais novos se envolvem, querem mostrar trabalho e querem financiamento, são um bocado esquecidos. A minha intenção é fazer crescer a associação, ganhar sócios e representatividade, e mostrar trabalho, com cursos de culinária e patuá. Temos os Serões com História, feitos com o apoio da Fundação Rui Cunha. Depois então poderemos pedir financiamento e fazer ainda mais. Falta contar a verdadeira história dos macaenses? Penso que já foi pior. Há que reconhecer o trabalho da Associação dos Macaenses e de outras associações, bem como do grupo de teatro em patuá. É complicado, porque somos poucos. Pese embora o facto de o discurso dizer sempre que é importante, na prática existem alguns bloqueios. Refere-se a bloqueios institucionais ou vindos do próprio Executivo, que não dá a devida atenção a essas questões? O Executivo podia fazer mais. O discurso é sempre muito interessante, mas as acções ficam aquém do que é dito. É pena, porque somos nós que fazemos a diferença em Macau. Se não fossem os macaenses, Macau era desinteressante. Macau, Zhuhai ou outra cidade chinesa seriam exactamente iguais. Acho que o Governo Central percebe isso. O que questiono é

se o Governo da RAEM está interessado em fortalecer isso e em dar maior importância. Começam a ver-se alguns passos, mas ainda está muito aquém do que pode e deve ser feito. Quais as áreas ou os aspectos mais concretos onde gostaria de ver um maior apoio ou investimento? A língua, o respeito pelo português. Essa é uma das coisas que me choca. Ao nível dos serviços públicos não se percebem algumas coisas. Se um amigo meu, e isso já aconteceu, tem um acidente e vem um polícia falar com ele que não fala uma palavra de português, não se compreende. O que a Lei Básica diz é que o português é língua ofi-

“Quem olha para isto chega à conclusão que não vale a pena interferir muito no sistema, é deixar andar e fazer as coisas conforme o nosso alcance.”

cial, e entendo que tudo depende da vontade política. O português é muito maltratado. Voltando à diáspora macaense. Quais os problemas de quem vive lá fora de que tem conhecimento? Sei que quem está lá fora olha muito para Macau. Tenho visto que a comunidade macaense que está fora aponta imensos problemas em Macau. Problemas ao nível da língua, esse é o caso mais evidente. Fala-se também no excesso de turismo, que está a destruir a qualidade de vida das pessoas. Houve um boom económico, mas houve uma grande perda de qualidade de vida. Ganha-se mais, mas paga-se mais. Os residentes de Macau que vivem na diáspora não podem votar à distância para as eleições legislativas. Considera que é uma grande falha do sistema político local? Se são residentes deviam ter esse poder. Não ter um mecanismo de voto à distância é uma falha grave, porque, pelo menos, poderiam ter o poder de votar por carta. Está-se a eliminar um direito. A participação desses residentes poderia trazer mais dinâmica ao sistema político local? Não me parece que fizesse grande diferença. As pessoas não têm

a consciência política de Hong Kong. As pessoas em Hong Kong têm maior consciência cívica; aqui há um certo laxismo, que vem de algumas gerações. Nota-se algum desinteresse e até alguma desinformação. Os deputados eleitos, salvo raras excepções, acabam por ser sempre os mesmos, e não é com base nos programas políticos que são eleitos. Vão buscar votos porque são dos Kaifong [União Geral das Associações de Moradores] ou de Fujian. Quem se lembra dos últimos debates também vê que aquilo é pobrezinho. Não há ideias novas, não há um debate profundo sobre as coisas. Depois há aquelas histórias que são conhecidas, e sobre as quais as pessoas não gostam de falar muito, que são os almoços e os jantares. Por outro lado, vê-se o que se passa na Assembleia, com reuniões à porta fechada. Depois passam a vida a discutir coisas sem grande importância, e o que discutem pouco ou nada vai influenciar as decisões do Governo. Às vezes questiono-me: o que é que estão lá a fazer os deputados? Gostava que eles legislassem. Pelo menos é esse o nome. Quem olha para isto chega à conclusão que não vale a pena interferir muito no sistema, é deixar andar e fazer as coisas conforme o nosso alcance. Por exemplo: ninguém me pediu para pegar na associação, ela estava morta e enterrada. Mas juntei um grupo de amigos e decidi pegar nisto. Que projectos é que a associação pretende desenvolver este ano? Fizemos há tempos uma visita à Associação Fuhong no sentido de fazer uns materiais com o nome da associação para vender aos sócios. Em Maio, no dia 27, estamos a planear organizar um chá dançante, com músicas antigas. Queremos organizar um curso de culinária, pois muitos falam sobre isso, e, mais difícil, mas não desistimos, um curso de patuá. Queríamos ir à Escola Portuguesa de Macau e arranjar um professor macaense, das famílias antigas, que conheça mesmo o patuá com a pronúncia original. Já não deverá ser este ano, mas vamos ver se organizamos um encontro intermédio, um jantar, fora de Macau, com outros sócios. Mas este foi o primeiro ano em que tivemos o financiamento da Fundação Macau. Foi baixo, pedimos muito pouco e não tivemos sequer metade do que pedimos. Não vamos desistir de fazer as coisas só porque não nos dão dinheiro. A associação está a crescer e penso que os financiamentos e o reconhecimento virão naturalmente. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo


4 POLÍTICA

hoje macau quarta-feira 29.3.2017

Fisco MACAU E PORTUGAL VÃO TER TROCA ESPONTÂNEA DE INFORMAÇÕES

Paga aqui, sabe-se acolá A ideia é ir ao encontro dos padrões que são seguidos pela União Europeia e pelos membros do G20. Além da actual partilha de informações fiscais a pedido, a RAEM vai ter trocas automáticas e espontâneas com Portugal. O diploma segue em breve para a Assembleia Legislativa

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ACAU quer passar a trocar informações fiscais com Portugal de forma automática, a partir de 1 de Julho, transferindo regularmente dados como o saldo da conta dos portugueses que residam no território, foi ontem anunciado. A proposta de lei sobre o regime jurídico de troca de informações foi apresentada em Conselho Executivo e pretende alinhar-se com um padrão acordado pelos membros do G20 e União Europeia, que além da actual troca de informações fiscais a pedido, inclui trocas automáticas e espontâneas. A troca automática é predefinida e efectuada “em intervalos regulares preestabelecidos”, disse o director do Serviço de Finanças, Iong Kong Leong. As informações incluem “a conta de um

cidadão estrangeiro, nome, endereço ou até saldo da sua conta”, sublinhou. A proposta apresentada pelo Conselho Executivo esclarece que se aplica a “residentes fiscais estrangeiros que possuam as respectivas contas financeiras na RAEM [Região Administrativa Especial de Macau]”. A chamada “troca espontânea” é uma comunicação não sistemática, mas que pode acontecer a qualquer momento e na ausência de um pedido. Tal acontece se Macau “suspeitar que existe uma perda de receita fiscal em relação a outras partes contratantes, ou se um contribuinte obtiver na RAEM uma redução ou uma isenção de imposto que pode implicar um aumento do imposto nas outras partes (…), e se suspeitar que o contribuinte pratica actividades relacionadas com

a fraude, bem como fuga e evasão fiscais”. Iong Kong Leong frisou que a troca “existe para saber se alguma empresa está a declarar algo falso”, mas “não

é para um procedimento de cobrança coerciva”.

IMPOSTOS NA MESMA

A troca automática e a espontânea não implicam que o

contribuinte seja informado. No entanto, as informações “têm de estar sujeitas a codificação, assegurando o sigilo”, disse o director das Finanças. Este sistema é válido para as partes que assinem convenções bilaterais nesse sentido com Macau, como é o caso de Portugal e Estados Unidos. O acordo com Portugal apenas inclui as trocas de informação a pedido e vai ser revisto. O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Fernando Rocha Andrade, é esperado em Macau no próximo dia 5. Quando há trocas a pedido, o contribuinte tem de ser informado e o acto tem de ser autorizado pelo Chefe do Executivo. Tal acontece, por exemplo, “quando se quer saber se as informações declaradas são verdadeiras ou não, quanto tem que ver

com uma ordem pública, com segurança, direitos de propriedade”, disse Iong, listando possíveis motivos para o pedido de troca de informações. O porta-voz do Conselho Executivo, Leong Heng Teng, sublinhou que o acordo com Portugal “será actualizado” para incluir os diferentes tipos de trocas de informação fiscal, mas que “não implica um aumento da taxa tributária”.

O porta-voz do Conselho Executivo, Leong Heng Teng, sublinhou que o acordo com Portugal “não implica um aumento da taxa tributária” A norma internacional obriga a que o sistema comece a funcionar em 2018, pelo que é necessário Macau começar a recolher informações antes, a 1 de Julho. A proposta de lei será enviada para a Assembleia Legislativa “dentro de dias”.

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Lei Básica e Constituição para todos Gabinete de Ligação pede disciplinas obrigatórias nas escolas

W

ANG Zhimin, director do Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM, considera que a Constituição chinesa e a Lei Básica da RAEM devem ser ensinadas nas escolas através da criação de disciplinas obrigatórias. Em comunicado, Wang Zhimin defende ainda que as noções sobre os dois diplomas fundamentais deveriam ser incluídas nos exames de admissão de funcionários públicos, de modo a que se possa melhorar a consciência dos novos trabalhadores da Administração. Para o responsável, esse estudo iria permitir que os funcionários públicos mais jovens melhorassem as suas capacidades no que diz respeito à participação nas acções do Governo, sem violarem as leis. Além de um reforço a nível educativo, Wang Zhimin sugere a criação do “Dia da Constituição Nacional” e o “Dia Educativo para a Segurança Nacional dos Cidadãos”, onde a Lei Básica da RAEM e a Constituição

chinesa seriam promovidas junto da população. No âmbito de um encontro com os responsáveis da Associação de Divulgação da Lei Básica de Macau, ocorrido esta segunda-feira, Wang Zhimin disse ser fundamental a promoção da Constituição da China em conjunto com a promoção da Lei Básica de Macau, com vista a criar um maior efeito junto dos cidadãos quanto ao país e à sua legislação fundamental. Wang Zhimin pensa ainda que as duas legislações podem ser promovidas junto da sociedade de forma mais criativa, sendo que, para o director do Gabinete de Ligação, não basta que os cidadãos conheçam as leis que estão em vigor no território. Devem também saber cumpri-las, aponta um comunicado oficial. O representante de Pequim espera que a promoção da Constituição da China e da Lei Básica possa ser incluída nas políticas de fomento da educação cívica a adoptar pelo Executivo local.

Para o responsável, é necessária uma promoção mais abrangente na sociedade, que chegue não só às salas de aula, mas também a toda a sociedade, com vista à formação dos mais jovens com base no conceito “Um País, Dois Sistemas”. Vítor Ng

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Wong Sio Chak foi à prisão

Legislação PASSOS TÍMIDOS NA APRECIAÇÃO DA LEI DO ENSINO SUPERIOR

Uma questão de tempo

À

Continua a discussão do regime do ensino superior em sede de comissão permanente. Além de alterações à redacção, foi discutida a mudança no prazo da entrada em vigor da lei, já que as dúvidas acerca do financiamento subsistem. Outra questão por responder é se a lei é aprovada antes do fim da legislatura GCS

saída da reunião da 2.a Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL), que está a analisar a proposta de lei para o regime do ensino superior, as questões sobre o financiamento do sistema de ensino superior mantêm-se como o maior entrave à dinâmica legislativa. “Ainda vamos reunir com o Governo para discutir o artigo sobre o financiamento do ensino superior, porque neste artigo prevê-se a criação do fundo do ensino superior, assim como o regime de atribuições”, revelou Chan Chak Mo, presidente da comissão. Uma das maiores dúvidas dos deputados prende-se com o facto de a proposta de lei deixar para regulamento administrativo, e não constar da lei, o modo como o fundo vai ser definido. Ou seja, as regras que vigoram sobre a gestão e criação do fundo, de dinheiros públicos, passam a ser elaboradas pelo Governo, em vez da AL. “Como se trata de uma matéria complexa, vamos pedir esclarecimentos ao Executivo sobre esta opção”, explica o deputado. Outro aspecto alterado foi a entrada em vigor do diploma. A versão inicial previa que a lei entraria em vigor 90 dias após a data da publicação, mas com a nova versão foi alterada para um ano. A justificação do Executivo para este alargamento prendeu-se com a necessidade de mais tempo para aprovar um leque de regulamentos administrativos necessários para complementar o regime legal, que teriam de entrar em vigor, em simultâneo, com a lei geral.

TEMPO QUE FOGE

“Segundo as opiniões de alguns membros da comissão, o prazo de um ano é longo de mais, e propomos que seja reduzido para seis meses”, conta Chan Chak Mo. Logo, será algo também a discutir com o Executivo. Estas foram as duas questões de fundo discutidas na reunião da comissão permanente. No entendimento do presidente, a redacção da proposta de lei tem sido aperfeiçoada, também na sequência do acolhimento de sugestões propostas pelos deputados. Por exemplo, no aprimoramento de conceitos como o de “entidades privadas”, que passaram a ser designadas como “entidades privadas locais colaboradoras”. Também no capítulo que rege as sanções, onde foram acrescentadas algumas subalíneas. A comissão tinha previsto continuar a análise amanhã, sem

representantes do Governo presentes, mas como conseguiu dar por findos os trabalhos irá tentar chamar à reunião o Executivo. “Vamos tentar reunir o mais rapi-

damente possível com o Governo para concluirmos o nosso trabalho, e a proposta de lei ser submetida ao plenário e aprovada”, revela Chan Chak Mo.

“Vamos tentar reunir o mais rapidamente possível com o Governo para concluirmos o nosso trabalho, e a proposta de lei ser submetida ao plenário e aprovada.” CHAN CHAK MO PRESIDENTE DA 2.A COMISSÃO PERMANENTE

POLÍTICA

O deputado prevê que o parecer da comissão permanente esteja pronto nos finais de Abril, ou princípio de Maio, mas tudo “depende da reunião com o Executivo”. Entretanto, há outro prazo que corre, sem interrupções: o fim da legislatura, o que pode fazer com que o ensino superior de Macau continue sem uma legislação específica que o regule por ainda mais tempo. João Luz

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Secretário quer gestão mais moderna e humana

V

ER para crer é um lema batido, mas ainda eficaz para mudar consciências. Foi o que aconteceu com o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, depois da visita que fez ontem ao Estabelecimento Prisional de Coloane e ao Instituto de Menores. Durante a inspecção, o governante conheceu o estado dos equipamentos de segurança, do sistema informático, assim como o funcionamento e o andamento das obras de melhoramento do Instituto de Menores. Wong Sio Chak ouviu as dificuldades por que passam os trabalhadores e reuniu com as chefias da Direcção dos Serviços Correccionais (DSC), inspeccionou equipamentos e tomou conhecimento dos melhoramentos nos trabalhos do IM. Em comunicado, diz-se que, durante as visitas, o secretário ficou a conhecer os reais problemas e necessidades concretas que a DSC enfrenta, assim como as dificuldades por que passam os funcionários da frente. Os maiores problemas prendem-se com a insuficiência do espaço das zonas prisionais, assim como a carência de recursos humanos. Nesse sentido, Wong Sio Chak “deu instruções imediatas” ao responsável pela DSC para que elabore planos de melhoramento, a fim de fortalecer o trabalho policial e a administração penitenciária. Para tal, devem ser optimizados meios científicos e tecnológicos para que se possa fazer uma “gestão mais moderna e humana”. No seguimento da visita, o secretário procedeu à inspecção dos equipamentos de trabalho dos guardas e ainda teve tempo para assistir a uma simulação antimotim apresentada pelo Grupo de Intervenção Táctica. Durante a visita às instalações ao Instituto de Menores, Wong Sio Chak inspeccionou os trabalhos de reparação de várias instalações, assim como a situação de melhoramento do ambiente de trabalho do pessoal da instituição.


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hoje macau quarta-feira 29.3.2017

Notificação Edital

N.º 36/2017

(notificação de sanção) Lai Kin Lon, Chefe do Departamento de Inspecção do Trabalho, substituto, manda que se proceda, nos termos dos artigos 14.º e 15.º do Regulamento Administrativo n.º 26/2008 – “Normas de funcionamento das acções inspectivas do trabalho”, conjugados com o n.º 2 do artigo 72.º e n.º 2 do artigo 136.º do Código de Procedimento Administrativo (CPA), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, à notificação do infractor da Notificação n.º 33/R/2017, a sociedade “China Golden Joalharias (Macau) Limitada”, registo do Empresário Comercial, Pessoa Colectiva: n.º 50962(SO), sita na Rotunda do Dique Oeste, Hotel Broadway, Loja E-G038, na Ilha de Taipa, em Macau, para no prazo de 15 (quinze) dias, a contar do dia seguinte ao da publicação da presente notificação edital, proceder ao pagamento da multa aplicada na referida notificação, no valor de MOP$5.000,00 (cinco mil patacas), por prática da infracção nos termos do artigo 78.º da Lei n.º 7/2008 – “Lei das relações de trabalho”, e a multa aplicada conforme os termos da alínea 1) do n.º 1 do artigo 88.º da mesma Lei. Por outro lado, devendo, nos 5 (cinco) dias subsequentes ao do termo do atrás citado prazo, fazer prova do pagamento efectuado. O infractor acima mencionado poderá, dentro das horas normais de expediente, levantar as cópias do despacho, a notificação e as guias de depósito, no Departamento de Inspecção do Trabalho, sita na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado, n.ºs 221-279, Edifício “Advance Plaza”, 1.º andar, Macau, sendo-lhe também facultada a consulta do processo n.º 4225/2016, mediante requerimento escrito.

Decorridos os prazos acima referidos, a falta de apresentação do documento comprovativo do pagamento efectuado implica a remessa, nos termos legais, das cópias dos respectivos documentos acompanhadas do comprovativo de cobrança coerciva à Repartição das Execuções Fiscais da Direcção dos Serviços de Finanças para ser efectuada à cobrança coerciva. Nos termos dos artigos 145.º, 149.º e 155.º do CPA, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, o infractor pode impugnar a referida decisão da Chefe do Departamento de Inspecção do Trabalho, pelos seguintes meios: a) No prazo de 15 (quinze) dias a contar do dia seguinte ao da publicação da presente notificação edital, mediante reclamação para a Chefe do Departamento de Inspecção do Trabalho; b) No prazo de 30 (trinta) dias a contar do dia seguinte ao da publicação da presente notificação edital, mediante recurso hierárquico necessário para o Director dos Serviços para os Assuntos Laborais. A decisão punitiva acima referida não é susceptível de recurso contencioso. Departamento de Inspecção do Trabalho, aos 22 de Março de 2017. O Chefe do Departamento, substituto, Lai Kin Lon


7 hoje macau quarta-feira 29.3.2017

SOCIEDADE

Lai Chi Vun IC VAI CLASSIFICAR ESTALEIROS. DEMOLIÇÃO FICA SUSPENSA

A vitória ao povo pertence

F

OI necessária a demolição de dois estaleiros na povoação de Lai ChiVun, em Coloane, bem como a apresentação de uma petição por parte de associações locais, para o Governo dar ouvidos às vozes críticas. O presidente do Instituto Cultural (IC), Leung Hio Ming, anunciou ontem o que muitos desejavam: o Executivo vai mesmo proteger os estaleiros e classificá-los como património. “Na semana passada, fizemos estudos e análises sobre os estaleiros. O IC está a preparar a abertura do procedimento de classificação desta área, que será feita de acordo com a lei de salvaguarda do património cultural”, adiantou. O processo de classificação deverá demorar um ano a ser concretizado e arranca já no próximo mês. Será necessário cumprir várias fases, que incluem a informação aos interessados e concessionários dos estaleiros, sem esquecer a organização de sessões de esclarecimento e recolha de opiniões. A decisão de classificação dos estaleiros trava, assim, a continuação das demolições em Lai Chi Vun. “No período de abertura do procedimento de classificação, nenhuma obra pode ser realizada. Estamos a preparar a abertura de classificação de toda a área dos estaleiros e, neste momento, não podem ser feitas quaisquer demolições”, explicou Leung Hio Ming.

MUSEUS E OUTRAS HISTÓRIAS

O presidente do IC disse ainda em conferência de imprensa de que a

posição do organismo não mudou em relação a um parecer emitido em 2012. Desde então, e até às primeiras demolições decretadas pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Marítimos e da Água (DSAMA), em conjunto com a Direcção dos Serviços para os Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, houve apenas silêncio.

SOFIA MARGARIDA MOTA

O Instituto Cultural vai iniciar no próximo mês o processo de classificação dos estaleiros, para que sejam considerados património. Este trabalho deverá demorar cerca de um ano a ser concluído, sendo que as demolições ficam, para já, suspensas

“Estamos a preparar a abertura de classificação de toda a área dos estaleiros e, neste momento, não podem ser feitas quaisquer demolições.” LEUNG HIO MING PRESIDENTE DO INSTITUTO CULTURAL

CCAC IC ABRE INVESTIGAÇÃO INTERNA

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presidente do IC explicou ontem que o último relatório do Comissariado contra a Corrupção (CCAC) “foi um choque grande”, estando a ser levada a cabo uma investigação interna sobre alguns pontos mencionados no documento. “Estamos a fazer reuniões sobre a situação. Até 2016 tínhamos mais de 90 trabalhadores em regime de contrato de aquisição de serviços e vamos estudar a forma do IC trabalhar com poucas pessoas”, disse. “Vamos fazer uma apresentação dos rendimentos dos trabalhadores no IC e vamos investigar os trabalhadores que conseguiram chegar ao concurso de acesso do IC. O principal problema apontado no relatório é o recrutamento ilegal feito no âmbito do regime de aquisição de serviços, e vamos ver como podemos resolver este problema.” Fica a promessa da elaboração de um relatório a apresentar no prazo de 30 dias ao secretário da tutela, por exigência de Alexis Tam.

NOVO MACAU MAIS PRESSÃO SOCIAL

S

cott Chiang, presidente da Associação Novo Macau, esteve ontem à porta das instalações do IC com cartazes a apelar à preservação de Lai Chi Vun. Ao HM, o activista mostrou-se satisfeito com a decisão anunciada, mas pediu mais pressão para que os membros do Conselho do Património Cultural aceitem a classificação dos estaleiros. “Queremos que a sociedade se mobilize e pressione os membros do conselho, para que não desistam do processo tão facilmente.” Scott Chiang não entende a falta de acções desde 2012, ano em que o IC já defendia a preservação dos estaleiros. “É um alívio que finalmente tenham iniciado este procedimento. Contudo,

esta decisão já vem tarde, porque já foram demolidos dois estaleiros. Quais as razões para que tenham demorado tanto tempo a fazer esta preservação?”, questionou. David Marques, porta-voz dos moradores de Lai Chi Vun, também esteve presente. “Houve verdadeiramente uma pressão social que resultou nesta decisão. Quando ficar garantida a segurança e tudo estiver acertado, é um grande passo para a preservação dos estaleiros, desde que se mantenha o lado tradicional da povoação”, disse ao HM. David Marques entregou ontem no IC uma proposta para que artistas tenham permissão para fazer espectáculos na povoação.

“Em 2012, já tínhamos dado a nossa opinião e não mudámos [de posição]. Queríamos manter o padrão da povoação e mostrar a história da construção naval. O tempo passou e vamos agora ver como será feita a avaliação.” Leung Hio Ming assegura que “o Governo é apenas um e o secretário Alexis Tam comunica bastante com Raimundo do Rosário”. “Acho que todos concordam com a abertura da classificação, este é um acto positivo”, disse ainda. Questionado sobre se os projectos privados para a requalificação de Lai Chi Vun vão ser tidos em conta pelo Governo, Leung Hio Ming referiu apenas que “o plano não está só relacionado com o IC”. “Quando fizermos o estudo desse planeamento pensamos construir um museu para mostrar a arte da construção naval. Estamos a falar de uma zona localizada junto da montanha e queremos que o público aproveite esse espaço”, concluiu. Recorde-se que a DSAMA, nas várias informações que foi divulgando sobre a matéria, insistiu na questão da segurança para justificar a demolição dos estaleiros, alegando que constituem um perigo para quem vive nas imediações. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo

JUSTIÇA HO CHIO MENG DE REGRESSO AO TUI

É hoje retomado o julgamento do antigo procurador da RAEM. As sessões que estavam agendadas para as últimas semanas foram canceladas depois de, no passado dia 9, o advogado de Ho Chio Meng ter abandonado o caso. Leong Weng Pun pediu o abandono do patrocínio ao arguido, tendo comunicado a decisão ao Tribunal de Última Instância (TUI), que se viu obrigado a aguardar por indicação de novo defensor. Na semana passada, por causa de duas testemunhas arroladas pela defesa que não residem no território, realizou-se uma sessão que apanhou desprevenido o arguido, uma vez que não se contava com novas audiências antes do dia 29. Ho Chio Meng tem agora como mandatária Oriana Pun. O TUI deu duas semanas à advogada para estudar o processo, num caso que é constituído por mais de 30 mil páginas, contando com os 36 volumes da acusação principal e os 81 volumes de apensos. Ao todo, o ex-procurador responde por 1536 crimes.

FORMAÇÃO ASSINADO ACORDO NA ÁREA FINANCEIRA

O Gabinete de Informação Financeira (GIF) e o Instituto de Formação Financeira de Macau (IFF) assinaram um acordo de cooperação para a formação, no domínio do combate contra o branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo. O entendimento foi celebrado na passada sexta-feira, mas a notícia foi divulgada apenas ontem. Em comunicado, o GIF explica que o acordo em causa tem como objectivo reforçar os conhecimentos dos trabalhadores nos sectores financeiro e segurador, através de acções de formação na área de luta contra o branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo. Pretende-se ainda sensibilizar o público, em particular os estudantes das escolas secundárias e do ensino superior. Durante este ano, vão ser organizados seminários e acções de formação profissional. O GIF passa a participar nos eventos organizados pelo IFF, entre eles o “Financial Education Day” e a “Global Money Week”.


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hoje macau quarta-feira 29.3.2017

ANÚNCIO 【N.º 63/2017】

ANÚNCIO 【N.º 66/2017】

Para os devidos efeitos vimos por este meio notificar a promitente-compradora de habitação económica abaixo indicada, nos termos do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro:

Para os devidos efeitos vimos por este meio notificar o representante do agregado familiar da lista de candidatos a habitação social abaixo indicado, nos termos do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro:

Nome

N.º do Boletim de candidatura

Nome

N.º do boletim de candidatura

LOU, WING CHI MAY

81201313915

SI HIM KIN

31201301485

Após as verificações deste Instituto, notamos que o total do rendimento mensal do agregado familiar de candidatos a habitação social acima mencionado ultrapassa o valor constante da tabela I do n.º 1 do Despacho do Chefe do Executivo n.º 179/2012, alterado pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 473/2015 e o representante do agregado familiar acima mencionado não apresentar os documentos mencionados no prazo fixado, pelo que, este não reúne os requisitos exigidos para a candidatura, nos termos da tabela I do n.º 1 do Despacho do Chefe do Executivo n.º 179/2012, alterado pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 473/2015, alínea 3 do artigo 2.º e n.º 1 do artigo 3.º do Regulamento Administrativo n.º 25/2009 (Atribuição, Arrendamento e Administração de Habitação Social), e do n.º 3 do artigo 9.º do Regulamento de Candidatura para Atribuição de Habitação Social, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 296/2009. De acordo com os artigos 93.º e 94.º do Código do Procedimento Administrativo, deve apresentar, por escrito, a sua interpretação e todas as provas testemunhais, materiais, documentais ou as demais provas, no prazo de 10 dias, a contar da data de publicação do presente anúncio. Se não apresentar a interpretação no prazo fixado ou a mesma não for aceite por este Instituto, a respectiva candidatura será excluída da lista geral de espera por IH, nos termos dos artigo 5.º, nº 3 do artigo 9.º, alíneas 1) e 2) do artigo 11.º do Regulamento de Candidatura para Atribuição de Habitação Social, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 296/2009. e n.º 2 do artigo 9.º do Regulamento de Candidatura para Atribuição de Habitação Social, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 296/2009, alterado pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 141/2012. No caso de dúvidas, poderá dirigir-se ao IH, sito na Travessa Norte do Patane, n.º 102, Ilha Verde, Macau, durante as horas de expediente, ou contactar Sr. Wong através o tel. n.º 2859 4875 (Ext. 372), para consulta do processo.

Por causa da representante do agregado familiar acima mencionada não comparecer, na data fixada, no este Instituto para assinar o contrato-promessa da fracção da habitação económica que comprometeu a comprar, este Instituto informou-a por meio de ofício, com o n.o 1604270067/DHEA, datado de 4 de Maio de 2016, a solicitar à interessada acima mencionada para apresentar por escrito a sua contestação pelos factos acima referidos no prazo de 10 (dez) dias a contar da data de recepção do referido ofício, entretanto não o fez dentro do prazo indicado. Nos termos da alínea 5) do n.º 1 do artigo 28.º da Lei n.º 10/2011 (Lei da habitação económica), alterada pela Lei n.º 11/2015, e a decisão do despacho do signatário, exarada na Proposta n.º 295/DHP/DHEA/2017, a adquirente seleccionada foi excluída do concurso. E nos termos dos artigos 148.º e 149.º e n.º 2) do artigo 150.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, pode reclamar da respectiva decisão administrativa, ao signatário, no prazo de 15 (quinze) dias a contar da data de publicação do presente anúncio, a reclamação não tem efeito suspensivo; ou pode apresentar directamente recurso judicial ao Tribunal Administrativo, no prazo de 30 (trinta) dias a contar da data de publicação do presente anúncio, nos termos do artigo 25.º do Código de Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 110/99/M, de 13 de Dezembro.

Instituto de Habitação, aos 23 de Março de 2017.

Instituto de Habitação, aos 27 de Março de 2017.

O Presidente, Arnaldo Santos

Anúncio 【N.º67/2017】 Nos termos do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, são por este anúncio notificados, os representantes dos agregados familiares candidatos à aquisição de habitação económica, do seguinte: Representante do agregado familiar candidato a habitação económica

SIO NGOK KENG

Número do boletim de candidatura

Causa e fundamento legal da exclusão de adquirente seleccionado

82201325363

Falta de entrega dos documentos necessários para a avaliação do requerimento no prazo fixado (Nos termos da alínea 2) do n.º 1 do artigo 28.º da Lei n.º 10/2011, alterada pela Lei n.º 11/2015)

Nos termos dos artigos 93.º e 94.º do Código de Procedimento Administrativo, o Instituto de Habitação (IH) notificou, através de oficio, a referida representante do agregado familiar candidato à aquisição de habitação económica para que apresentasse, no prazo de 10 dias, justificação escrita, não sendo a mesma considerada quando submetida fora do prazo, considerando-se como desistência. A representante do respectivo agregado familiar candidato à aquisição de habitação económica não apresentara qualquer justificação escrita dentro do prazo fixado, pelo que o presidente do IH aprovou, de acordo com o despacho exarado na Proposta n.º 0122/DAJ/2017 a exclusão do referido agregado familiare de adquirentes seleccionados. Caso não concorde com a decisão acima referida, deve ser apresentada reclamação ao presidente do IH (sem efeito suspensivo) nos termos do artigo 149.º do Código de Procedimento Administrativo no prazo de quinze dias a contar da data da publicação do presente anúncio, ou/e intentar a acção do recurso contencioso ao Tribunal Administrativo dentro do prazo legal nos termos do artigo 25.º do Código do Processo Administrativo Contencioso. Atenciosamente Instituto de Habitação, aos 27 de Março de 2017 O Chefe da Divisão de Assuntos Jurídicos, Nip Wa Ieng

O Presidente, Arnaldo Santos

Anúncio Concurso Público para «Empreitada de Construção de Habitação Pública na Rua Central de Tói San» 1. 2. 3. 4. 5.

6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15.

16.

Entidade que põe a obra a concurso: Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas. Modalidade de concurso: concurso público. Local de execução da obra: na Avenida do Conselheiro Borja, Tói San. Objecto da empreitada: construção de habitação pública e remodelação de equipamentos sociais. Prazo máximo de execução: 1250 dias de trabalho. - Primeira (1.ª) meta obrigatória de execução: o prazo máximo de execução para conclusão do suporte periférico e melhoramento de solos é de 400 dias de trabalho; - Segunda (2.ª) meta obrigatória de execução: o prazo máximo de execução para conclusão de betonagem das fundações por estacas até à laje do pavimento é de 334 dias de trabalho; - Terceira (3.ª) meta obrigatória de execução: o prazo máximo de execução para conclusão de betonagem da estrutura do pavimento até à estrutura da laje de cobertura é de 316 dias de trabalho. (Indicado pelo concorrente; Deve consultar os pontos 7 e 8 do Preâmbulo do Programa de Concurso). Prazo de validade das propostas: o prazo de validade das propostas é de noventa dias, a contar da data do encerramento do acto público do concurso, prorrogável, nos termos previstos no Programa de Concurso. Tipo de empreitada: a empreitada é por série de preços. Caução provisória: $10 700 000,00 (dez milhões e setecentas mil patacas), a prestar mediante depósito em dinheiro, garantia bancária ou seguro-caução aprovado nos termos legais. Caução definitiva: 5% do preço total da adjudicação (das importâncias que o empreiteiro tiver a receber, em cada um dos pagamentos parciais são deduzidos 5% para garantia do contrato, para reforço da caução definitiva a prestar). Preço base: não há. Condições de admissão: serão admitidos como concorrentes as entidades inscritas na DSSOPT para execução de obras, bem como as que à data do concurso, tenham requerido ou renovado a sua inscrição, neste último caso a admissão é condicionada ao deferimento do pedido ou da renovação da inscrição. Local, dia e hora limite para entrega das propostas: Local: sede do GDI, sita na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 10.º andar; Dia e hora limite: dia 26 de Abril de 2017 (quarta-feira), até às 17:00 horas. Local, dia e hora do acto público do concurso: Local: sede do GDI, sita na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 10.º andar, sala de reunião; Dia e hora: dia 27 de Abril de 2017 (quinta-feira), pelas 9:30 horas. Os concorrentes ou seus representantes deverão estar presentes ao acto público do concurso para os efeitos previstos no artigo 80.º do Decreto-Lei n.º 74/99/M, e para esclarecer as eventuais dúvidas relativas aos documentos apresentados no concurso. Local, hora e preço para obtenção da cópia e consulta do processo: Local: sede do GDI, sita na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 10.º andar; Hora: horário de expediente; Preço: $7 000,00 (sete mil patacas). Critérios de apreciação das propostas e respectivos factores de ponderação: - Preço da obra 50%; - Prazo de execução: 10% - Plano de trabalhos: 18%; - Experiência e qualidade em obras: 22%; Junção de esclarecimentos: Os concorrentes poderão comparecer na sede do GDI, sita na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 10.º andar, a partir de 19 de Abril de 2017, inclusive, e até à data limite para a entrega das propostas, para tomar conhecimento de eventuais esclarecimentos adicionais.

Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas, aos 23 de Março de 2017. O Coordenador Chau Vai Man


9 hoje macau quarta-feira 29.3.2017

CPCS LEI LABORAL VAI A CONSULTA PÚBLICA A PARTIR DE JULHO

Uma ponte longe demais O Governo promete avançar com o processo de consulta pública à lei laboral a partir da segunda metade do ano. Quanto ao salário mínimo universal e à lei sindical, a Concertação Social continua sem fazer avanços

A

revisão da lei laboral vai a consulta pública durante o terceiro trimestre deste ano.Aideia foi deixada ontem por Wong Chi Hong, responsável máximo pela Direcção dos Serviços para osAssuntos Laborais (DSAL), após mais uma reunião do Conselho Permanente de Concertação Social (CPCS). Após a consulta pública, o Governo pretende terminar o relatório final até ao final do ano, de forma a que a proposta de lei possa dar entrada na Assembleia Legislativa no início de 2018. Na reunião de ontem, foi ainda debatida a elaboração de uma lei sindical, prevista na Lei Básica. O Governo pretende avançar com a abertura de um concurso para a realização de um estudo por parte de uma entidade independente. O objectivo, apontou Wong Chi Hong, “é recorrer a um organismo independente para analisar as condições que devem existir na sociedade para se poder implementar a lei sindical”. Ainvestigação vai passar por um estudo sobre o conhecimento que cada sector tem acerca do regime jurídico e explorar as características de leis idênticas implementadas nas regiões vizinhas, “de modo a ter um suporte científico para a sua implementação no território”, explicou o responsável pela DSAL. Os trabalhos para abertura do concurso público serão iniciados “com a maior brevidade possível” e o processo “contará com as opiniões de trabalhadores e patronato”. A iniciativa não parece desagradar aos empregadores. António Chui Yuk Lum, representante da classe, aprovou a apresentação da minuta do programa de investigação. “Só após o estudo será possível saber as condições específicas de Macau para se poder elaborar a lei sindical”, afirmou. Para os trabalhadores, os procedimentos sobre a matéria devem

“seguir as convenções laborais internacionais”, afirmou Lei Chan U, representante da classe no CPCS. Lei Chan U admite que, entre os diversos interesses, as opiniões diferem, mas cabe ao Executivo exercer a sua função. “O Governo deve aplicar todos os esforços para a elaboração do diploma e esperamos que, com este estudo, se possa vir a saber em concreto a melhor maneira de o fazer, ou seja, de proteger os direitos dos trabalhadores.”

SALÁRIOS POUCO UNIVERSAIS

A universalização do salário mínimo em Macau também esteve na mesa da reunião de ontem. No entanto, os passos ainda são cautelosos e, para já, a DSAL, patronato e trabalhadores não se entendem. Em causa está a análise de um inquérito feito junto das entidades que já aplicam a medida, ou seja,

do patronato de trabalhadores de limpeza e da área da segurança. De acordo com Wong Chi Hong, foi dada resposta a 30 por cento dos inquéritos que, “segundo os requisitos internacionais, podem servir de referência para fazer a análise da situação”. António Chui Yuk Lum afirmou, no entanto, que apenas tinham sido entregues três por cento das respostas. O representante das entidades empregadoras referia-se apenas aos inquéritos dirigidos às empresas de administração predial, sendo que o director da DSAL clarificou a situação. “Os inquéritos foram dirigidos ao Governo, assembleias gerais de proprietários e companhias de administração predial”, explicou. Para o representante dos empregadores, os números não revelam a situação concreta do sector, nomeadamente do impacto que a política

“O Governo deve aplicar todos os esforços para a elaboração da lei sindical e esperamos que, com este estudo, se possa saber em concreto a melhor maneira de o fazer.” LEI CHAN U REPRESENTANTE DOS TRABALHADORES NA CPCS

possa ter. “Iremos administrar um novo inquérito às companhias de administração predial e, depois de obtidos os resultados, vamos enviá-los para análise”, contou. A falha nas respostas às questões do Executivo, aponta António Chui Yuk, terá tido que ver com lacunas na concepção do próprio inquérito. “Dentro dele constam questões que as empresas não querem e que estão relacionadas com montantes e informações detalhadas acerca do funcionamento das empresas.”

QUE VALORES?

Já Lei Chan U considera que é tempo não de análises, mas de ajustamentos de valores. Apesar das actuais 30 patacas horárias, o salário mínimo deve, para o representante dos trabalhadores, acompanhar o custo de vida e seguir o que se faz nas regiões vizinhas. “Hong Kong já tem aumento marcado para 1 de Maio”, salientou. “O resultado do estudo do Governo não revelou impactos negativos para os trabalhadores, pelo que achamos que o Executivo deve acelerar a sua plena implementação, para que todos possam usufruir deste direito”, concluiu. Sofia Margarida Mota

sofiamota.hojemacau@gmail.com

SOCIEDADE

IACM METRO QUE TE QUERO VERDE

O plano para as plantas e árvores ao longo do segmento da Taipa do metro ligeiro deverá estar concluído no próximo mês. A informação foi avançada ao jornal Ou Mun por Leong Kun Fong, membro do Conselho de Administração do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM). O responsável explicou que a Universidade de Agricultura do Sul da China está a colaborar com o IACM na concepção dos trabalhos, que vão abranger uma área superior a nove quilómetros. No que diz respeito a árvores, o segmento da Taipa vai estar dividido em quatro partes, sendo que cada uma delas terá uma cor que corresponde a um tema específico. Leong Kun Fong deu um exemplo: da área do Cotai à zona antiga da Taipa, a ideia é criar um ambiente romântico, para que mais casais e turistas escolham o local para tirar fotografias de casamento. O responsável avançou ainda que vão começar a ser plantados arbustos e árvores em Seac Pai Van, na urbanização de habitação pública de Coloane.

CENTRO DE CONTROLO DE TABAGISMO ABRE ESTE ANO

Está prevista a abertura ao público, durante o corrente ano, de um centro de recursos para o controlo do tabagismo. A estrutura ficará junto ao Centro de Saúde da Areia Preta e vai servir para a realização de uma série de actividades de incentivo a um estilo de vida sem fumo. A notícia foi deixada por Lei Chin Ion, director dos Serviços de Saúde de Macau (SSN), na resposta a uma interpelação de Ella Lei. A deputada queria saber mais sobre o que está a ser feito para prevenir o tabagismo entre os jovens. O responsável defendeu que o Governo já tem várias medidas destinadas a este grupo da sociedade e destacou também o trabalho que tem sido feito junto dos adultos, por influenciarem em muito o comportamento dos mais novos. Desde 2011 que têm sido feitas campanhas junto das escolas e das famílias. Um estudo dos SSM indica que o número de fumadores passivos jovens diminuiu de 39,4 por cento, em 2010, para 30,3 por cento, em 2015.


´ 10

O QUE DIZ UM BONECO Marionetas EXPOSIÇÃO E ESPECTÁCULOS PARA VER ESTA SEMANA

EVENTOS

No início, era a religião. Depois, passou a ser a sátira e a crítica social. As marionetas estão de regresso pela mão de Elisa Vilaça, para uma exposição e espectáculos na Casa Garden. Há oferta para todas as idades

“Nas escolas tem havido mais interesse, as pessoas têm pedido para se fazerem espectáculos (...) e workshops.” ELISA VILAÇA PEDAGOGA E INVESTIGADORA

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A cultura ocidental, a leitura que comummente se faz dos espectáculos de marionetas remete-nos para o universo infantil. Mas nem sempre foi esse o caso – antes pelo contrário. Os “bonecos”, como carinhosamente lhes chama Elisa Vilaça, tiveram a religião na origem. Foi assim na Ásia e no resto do mundo. A Oriente, as marionetas continuam a ser muito associadas à divulgação de princípios religiosos e morais; a Ocidente, a realidade alterou-se com o Concílio de Trento. Passaram a ter como função a sátira. Mereceram as composições de nomes como Schumann. E por cá? Por aqui, é uma forma de expressão artística que começa a ter mais entusiastas, apesar de ainda ser incipiente. Elisa Vilaça, pedagoga, detentora de uma colecção de marionetas que chega aos 900 exemplares, tem procurado dinamizar a arte. O encontro de marionetas e a exposição que pode ser já vista na Casa Garden são a prova deste trabalho. “É um esforço que tem dado alguns frutos principalmente na parte da comunidade educativa”, conta Elisa Vilaça. “Nas escolas tem havido mais interesse, as pessoas têm pedido inclusive para se fazerem espectáculos.As escolas chinesas têm-nos pedido para fazermos workshops de construção de marionetas de sombras e de pinturas de máscaras”, relata. Estas “abertura e maior sensibilização” na comunidade educativa são “extremamente importantes”. Fora das escolas, a história tem outra narrativa. “No âmbito geral, como há pouca oferta deste género em Macau, as coisas são muito pontuais, não há fluidez. Esporadicamente faz-se um encontro, uma vez por ano, quando se pode.” É difícil trazer para Macau grupos de outros locais e, no território, só há duas formações a trabalharem com marionetas. Porque considera que vale a pena tornar este tipo de arte

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA 10 HISTÓRIAS DE AMOR EM PORTUGAL • Alexandre Borges

Este livro inclui dez histórias de amor portuguesas. Algumas mais distantes no tempo e, por isso, sendo baseadas em dados históricos, podem envolver-se numa atmosfera de lenda. No entanto, a maioria destas histórias são romances vividos no século XX e alguns permanecem até hoje. Seja pelas peripécias que envolvem várias destas paixões, seja pela relevância pública dos seus intervenientes, estas são algumas das grandes histórias de amor portuguesas.

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A QUEDA DE WALL STREET • Michael Lewis

Com apenas 24 anos, Michael Lewis foi contratado pelo banco Salomon Brothers. Recebia centenas d de dólares por ano mas não percebia nada de acções. Três anos depois bateu com a porta e escreve Poker a relatar a sua experiência. E ficou à espera: tinha a certeza absoluta de que Wall Street, ma mais tarde, iria cair com estrondo. Provavelmente o maior bestseller de sempre sobre a actual crise de Wall Street narra-nos a história dos visionários que previram a mudança de paradigma, e que milhões de dólares com isso, e mostra-nos um mundo que poucos conhecem – a alta finança, as ag rating e os seus monstruosos equívocos.


M CO

014 • MAIL@LIVRARIAPORTUGUESA.NET

de milhares eu o Liar’s ais cedo ou e, A Queda ganharam gências de

11 hoje macau quarta-feira 29.3.2017

EVENTOS

HOJE TERAPIA Paula Bicho

Naturopata e Fitoterapeuta • obichodabotica@gmail.com

Dispepsia • DESCRIÇÃO A dispepsia, também designada por indigestão, é uma perturbação do processo digestivo que se torna difícil e doloroso. Caracteriza-se por dor, desconforto ou ardor na região do estômago, frequentemente associada a outros sintomas como acidez, arrotos, náuseas, sensação de enfartamento, digestão difícil e demorada, gases e distensão abdominal, intolerância às gorduras e sonolência após as refeições. Trata-se de uma perturbação muito difundida, estimando-se que ocorra em 25% dos adultos dos países desenvolvidos.

mais acessível a quem cá vive, Elisa Vilaça ainda não desistiu da criação de um centro, “um espaço onde as pessoas pudessem ter workshops de construção de várias técnicas de manipulação, construção de bonecos e aprender a manipulá-los”. Trata-se de uma ideia que “não é fácil” de concretizar.

COM VIDA

Enquanto Elisa Vilaça não cria o seu espaço, as marionetas vivem do encontro que se realiza no próximo fim-de-semana na Casa Garden, organizado pela Casa de Portugal em Macau (CPM) com o apoio da Fundação Oriente. Ao todo, são três os intervenientes: um grupo que chega de Hong Kong, Elisa Vilaça e Sérgio Rolo. A formação da região vizinha “traz espectáculos muito típicos da tradição chinesa, com marionetas de fios e marionetas de vara”. Os espectáculos de sábado e domingo estão agendados para o espaço exterior da Casa Garden, junto à escadaria, e têm início às 15h. Uma hora mais tarde, às 16h, há um espectáculo para bebés, no auditório, da responsabilidade de Elisa Vilaça. No domingo, há uma performance extra: na blackbox da Escola de Artes e Ofícios da CPM, Sérgio Rolo apresenta um espectáculo “mais alternativo, diferente, numa linha mais moderna, não tão tradicional, que se chama ‘Mono’”, descreve a organizadora. A entrada para todos os eventos é livre. Quem passar pela Casa Garden até ao próximo dia 15 de Abril pode ainda ver

a “Exposição de Marionetas Asiáticas – Vozes da Terra”. Elisa Vilaça é a curadora da exposição e proprietária de todo o espólio. A investigadora tem marionetas de quase todo o mundo mas, nesta mostra, estão em destaque cerca de 50 marionetas, provenientes de vários países orientais e com diferentes técnicas de manipulação. “Esta exposição tenta dar uma breve imagem da enorme diversidade e características de uma arte milenar, que se mantém cada vez mais viva no tempo e reconhecida mundialmente”, lê-se no comunicado sobre a exposição. A escolha do título “Vozes da Terra” tem que ver com a origem remota das peças exibidas. Elisa Vilaça começou a coleccionar marionetas na década de 1980, nas viagens que ia fazendo pela Ásia e também pela Europa. Com um mestrado em História, decidiu começar a fazer investigação em torno destes “bonecos”, que carregam um contexto histórico, social e cultural. As marionetas dizem mais do que aquilo que são. Ao longo de 38 anos de vida profissional, Elisa Vilaça foi utilizando as marionetas sobretudo numa vertente pedagógica, construindo os bonecos que manipula. Ainda assim, vai fazendo alguns espectáculos fora do contexto escola, sobretudo em festivais internacionais. Já levou as suas marionetas a Portugal, à Tailândia, ao Brasil e a Hong Kong. No fim-de-semana, há uma oportunidade de ver os bonecos de Elisa em Macau. Isabel Castro

isabelcorreiadecastro@gmail.com

CAUSAS A dispepsia pode ser um sintoma de uma patologia como por exemplo a gastrite, úlcera gástrica ou duodenal ou cancro do estômago, sendo fundamental proceder ao seu diagnóstico. No entanto, geralmente as causas são benignas, não existindo lesões orgânicas no aparelho digestivo. A ansiedade e o stress do dia-a-dia, a deficiente secreção dos sucos digestivos (gástrico, biliar ou pancreático) ou dificuldades no esvaziamento da vesícula biliar, os maus hábitos alimentares e até a toma de alguns medicamentos podem provocar alterações nas secreções digestivas e na motilidade do estômago e do intestino, contribuindo para o aparecimento da dispepsia. Neste caso, há que corrigir as causas, uma vez que a dispepsia não tratada pode evoluir para gastrite e úlcera gástrica. COMO O TRATAMENTO NATURAL PODE AJUDAR Fitoterapia Numerosas plantas podem aliviar a dispepsia. Além das sugeridas hoje, muitas outras podem ainda ser úteis. Podem também ser tomadas as plantas estimulantes do apetite e as que favorecem a função hepatobiliar, futuramente abordadas. CAMOMILA, Matricaria recutita L. (sin. Chamomilla recutita (L.) Rauschert), flores (Asteraceae): Os seus benefícios sobre o aparelho digestivo são conhecidos pelo menos desde a Antiguidade. O óleo essencial, os flavonóides e as lactonas sesquiterpénicas justificam as suas propriedades. Tem acção digestiva, anti-inflamatória e antiespasmódica, alivia as náuseas e vómitos e estimula ligeiramente o apetite; favorece ainda a expulsão de gases, tonifica o intestino e é sedativa. Toma-se em infusão. ERVA-CIDREIRA, Melissa officinalis L., folhas (Lamiaceae): É usada como remédio para o estômago desde há mais de 2000 anos. Contém óleo essencial. Tem propriedades digestivas, antiespasmódicas e favorece a eliminação de gases. Também é sedativa. Toma-se em infusão. HORTELÃ-PIMENTA, Mentha x piperita L., folhas (Lamiaceae): Foi

descrita como «benigna para o estômago» por Dioscórides, no século I. As suas propriedades medicinais são atribuídas principalmente ao óleo essencial; no entanto, outros componentes, como os compostos polifenólicos e os constituintes amargos, contribuem para acção final da planta. Tem actividade digestiva, auxilia a eliminação de gases e putrefacções intestinais e favorece a produção de bílis pelo fígado; combate ainda os espasmos gastrintestinais e biliares e é analgésica sobre as mucosas do aparelho digestivo. É um tranquilizante suave e tónico do organismo. Toma-se em infusão. ALIMENTAÇÃO Aumentar a ingestão de: • Alimentos germinados: contêm enzimas e são muito facilmente digeridos. • Cereais integrais e saladas: ricos em fibra, estimulam a digestão mecânica dos alimentos. • Ananás e papaia: contêm enzimas que facilitam a digestão das proteínas. • Abóbora, cenoura, batata e abacate: neutralizam o excesso de acidez. • Alho, pimento e limão: favorecem a produção de sucos digestivos. • Água (fora das refeições): uma boa hidratação melhora o processo digestivo. Evitar ou reduzir a ingestão: • Especiarias, bebidas alcoólicas, café, chocolate, vinagre, refrigerantes e alimentos fritos: são irritantes para a mucosa gástrica. • Gorduras, alimentos ricos em gordura e marisco: são de difícil digestão. • Leite: a intolerância à lactose é bastante frequente, sendo uma causa de dispepsia. • Algumas pessoas referem alguns alimentos específicos, como por exemplo o pepino ou o pimento. HIGIENE DE VIDA • Fazer refeições mais ligeiras e frequentes, mantendo um horário regular. • Mastigar bem os alimentos, comer com calma e de forma relaxada. • Não tomar medicamentos com o estômago vazio. • Deixar de fumar. • Combater o stress e o sedentarismo. • Prevenir a obstipação e manter um peso normal.

ADVERTÊNCIAS: Este artigo tem como objectivo apenas a divulgação e não deve substituir a consulta de um profissional de saúde, nem promover a auto-prescrição. Além disso, algumas plantas têm contra-indicações, efeitos adversos ou interacções com medicamentos.


12 CHINA

hoje macau quarta-feira 29.3.2017

HONG KONG ACTIVISTAS ACUSADOS DEVIDO A PROTESTOS DE 2014

A

polícia de Hong Kong acusou, na segunda-feira à noite, nove activistas que tiveram um papel preponderante nos protestos pró-democracia de 2014, um dia depois da escolha da nova líder do Governo. Segundo a emissora pública RTHK, os três organizadores do Occupy Central - Benny Tai, Chan Kin-man e Chu Yiu-ming - foram acusados de conspiração para causar perturbação à ordem pública e incitação. Segundo Tai, enfrentam uma pena máxima de sete anos de prisão. Seis outros - a deputada do Partido Cívico Tanya Chan, o deputado do sector de assistência social Shiu Ka-chun, o vice-presidente da Liga dos Social Democratas Raphael Wong, o membro do Partido Democrático Li Wing-tat, e dois antigos líderes estudantis Eason Chung

e Tommy Cheung - enfrentam acusações de incitação ao crime. As acusações foram feitas após o encontro dos nove com a polícia. O grupo apresentou-se na sede da polícia em Wan Chai na segunda-feira e irá comparecer em tribunal na quinta-feira. As acusações surgem dois anos e meio após os protestos, quando dezenas de milhares de pessoas saíram à rua para pedir sufrágio universal genuíno para Hong Kong. A acção legal foi anunciada um dia depois de a antiga número dois do Governo, Carrie Lam, ter sido escolhida, por um comité de 1.200 membros, para nova chefe do Executivo.

SABER NADAR É OBRIGATÓRIO NA MELHOR UNIVERSIDADE CHINESA

A

Universidade de Tsinghua, considerada a melhor da China, vai obrigar os novos alunos a provar que sabem nadar, antes de completarem a licenciatura, noticiou ontem o jornal China Daily. De acordo com o diário oficial chinês em língua inglesa, os novos alunos que não saibam nadar vão ser obrigados a frequentar aulas de natação no ‘campus’universitário. O ‘campus’ da Tsinghua, onde se formaram muitos dos líderes chineses, como o actual Presidente, Xi Jinping, tem duas piscinas olímpicas, ambas com 50 metros de comprimento. “Nadar é um requisito para sobreviver”, afirmou o director do departamento de Educação Física e

Ciências do Desporto da Tsinghua, Liu Bo. “É benéfico para os estudantes a longo termo, porque nadar ajuda os alunos a tornarem-se mais perseverantes”, afirmou. Auniversidade aprovou aquele requisito logo após a inauguração, em 1911, mas teve que o abandonar, devido ao crescente número de estudantes. Os alunos terão que fazer, a partir de agora, um teste de natação, que inclui os estilos livre, bruços, mariposa e costas. Recentemente, outras importantes universidades da China, como a Universidade de Pequim ou a de Xiamen, no sudeste do país, também tornaram a natação obrigatória para os alunos.

Taiwan EX-PRESIDENTE ILIBADO EM CASO DE FUGA DE INFORMAÇÃO

A primeira vitória

O

ex-Presidente de Taiwan Ma Ying-jeou foi ontem ilibado num caso de fuga de informação confidencial, numa das várias acções judiciais que enfrenta desde que deixou o poder no ano passado. Ma Ying-jeou foi absolvido de fuga de segredos e de difamação por um tribunal de Taiwan. “O réu Ma Ying-jeou é considerado não culpado” de violar a Lei de Segurança e Vigilância de Comunicação e a Lei de Protecção de Informações Pessoais, disse o juiz Wu Yung-yi. Ma não estava presente quando o veredicto foi anunciado. Durante o julgamento, o antigo líder de Taiwan negou qualquer irregularidade. Ma Ying-jeou gozou de imunidade enquanto foi Presidente de Taiwan, mas assim que deixou o poder, em Maio do ano passado, depois de ter cumprido dois mandatos, foi alvo de uma série de alegações de corrupção.

altura, Wang Jing-pyng, próximo do independentista Partido Democrata Progressista (PDP). Durante o seu mandato, Ma promoveu uma aproximação à China que levou à assinatura de 23 acordos entre Taipé e Pequim, bem como a uma histórica reunião com o Presidente chinês, Xi Jinping, em Singapura, em Novembro de 2015. Ma, que há muito tinha diferenças políticas com Wang, foi informado pelo então procurador-geral Huang Shih-ming sobre um alegado uso indevido de influência, descoberto em conversas entre

DIVISÕES E DERROTAS

MAIS A CAMINHO

O ex-Presidente de Taiwan (20082016) vai enfrentar novo julgamento depois de procuradores do Estado terem apresentado novas acusações de fuga de informação contra o antigo líder. No dia 14 de Março, o ex-presidente de Taiwan Ma Ying-jeou (2008-16), próximo da China, foi acusado formalmente de cumplicidade em fuga de informação confidencial num caso de escutas telefónicas em 2013. O caso das escutas desencadeou divisões dentro do Partido Kuomintang (KMT), então no Governo, entre Ma – que o dirigia – e o presidente do parlamento da

Wang e o porta-voz do PDP, na altura na oposição, Ker Chien-ming, sobre um caso contra este último. Huang, que foi condenado a 15 meses de prisão por divulgar informação confidencial, reconheceu no julgamento que tinha comunicado ao então Presidente detalhes sobre a investigação a Ker e Wang, a 31 de Agosto de 2013, e disse ter informado o primeiro-ministro Jiang Yi-hua quatro dias depois, por ordem de Ma. Após a fuga de informação para a imprensa sobre o possível recurso a influência indevida, Ma fez os possíveis para que o KMT expulsasse Wang, lhe retirasse o assento parlamentar e o cargo de presidente do parlamento, mas um recurso de Wang bloqueou legalmente as intenções do KMT.

• O ex-Presidente de Taiwan (2008-2016) vai enfrentar novo julgamento depois de procuradores do Estado terem apresentado novas acusações de fuga de informação contra o antigo líder

O caso afectou a unidade do partido, e juntamente com o Movimento dos Girassóis de 2014 – protagonizado por estudantes e movimentos sociais preocupados com a aproximação à China – levou à derrota eleitoral do KMT nas eleições municipais de 2015 e nas presidenciais e legislativas de 2016. O deputado do PDP Ker Chien-ming apresentou uma queixa contra Ma em 2013 acusando o então Presidente de ceder informação sobre uma investigação criminal em curso. Ker afirmou que Ma divulgou informação obtida pelo então procurador-geral. No entanto, o ex-Presidente defendeu sempre que é inocente e os seus advogados negam que o procurador tenha recebido instruções presidenciais para divulgar informação confidencial sobre essas conversas.

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CONVOCATÓRIA Nos termos do n.º 2 do artigo 14.º dos Estatutos de Matadouro de Macau, S.A.R.L., convoco todos os membros da Assembleia Geral, para reunir no dia 21 de Abril de 2017, à tarde 15H00, para a realização da reunião extraordinária da Assembleia Geral, a ter lugar na sede da Sociedade, sita na Estrada Marginal da Ilha Verde, s/n, Macau. Ordem de trabalhos 1. 2.

Aprovação do novo mandato dos membros do Conselho de Administração. Outros assuntos de interesse para a sociedade.

Macau, 24 de Março de 2017 Presidente da Mesa da Assembleia Geral Zhang Haipeng

Concurso Público n.º 3/2017 Concurso Público para Prestação de Serviços de Limpeza à Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública Nos termos previstos no artigo 13.º do Decreto-Lei n.º 63/85/M, de 6 de Julho, e em conformidade com o despacho da Secretária para a Administração e Justiça, de 17 de Março de 2017, a Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública vem proceder, em representação do adjudicante, à abertura do concurso público para a prestação de serviços de limpeza à Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública. A partir da data da publicação do presente anúncio, os interessados poderão dirigir-se ao balcão de atendimento do SAFP, sito na Rua do Campo, n.º 162, Edifício Administração Pública, R/C, nos dias úteis, das 09,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, para a obtenção da cópia do programa do concurso e do caderno de encargos, mediante o pagamento da importância de MOP$100,00 (cem patacas) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet na página electrónica: www.safp.gov.mo. A sessão de esclarecimento sobre este concurso terá lugar no próximo dia 18 de Abril de 2017, pelas 11,00 horas, na sala de reuniões, sita no 26.º andar, do Edifício Administração Pública, sito na Rua do Campo, n.º 162. Caso os interessados tenham dúvidas sobre o programa e o caderno de encargos deste concurso, devem apresentá-las até às 17,30 horas do dia 13 de Abril de 2017, de acordo com a forma estabelecida no respectivo

programa do concurso, para que as dúvidas sejam clarificadas na sessão de esclarecimento. O prazo para a apresentação das propostas termina às 17,30 horas do dia 25 de Abril de 2017, não sendo admitidas fora do prazo. Os concorrentes devem apresentar a sua proposta dentro do prazo estabelecido no Balcão de Atendimento do SAFP, sito na Rua do Campo, n.º 162, Edifício Administração Pública, R/C, e entregar uma garantia bancária no valor de MOP$30.000,00 (trinta mil patacas), a favor da Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública ou efectuar o depósito em dinheiro no banco indicado, para efeitos de caução provisória deste concurso. O acto público de abertura das propostas do concurso terá lugar no dia 26 de Abril de 2017, pelas 11,00 horas, na sala de reuniões, sita no 26.º andar, do Edifício Administração Pública, na Rua do Campo, nº 162. Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública, aos 22 de Março de 2017. O Director, Kou Peng Kuan


13 CHINA

hoje macau quarta-feira 29.3.2017

A

China apelou ontem à França para que proteja a segurança e os direitos dos seus cidadãos, depois de a polícia ter matado um chinês, em Paris, motivando protestos violentos. A polícia francesa deteve já 35 pessoas depois de as manifesta-

Violência em cadeia

FUTEBOL INCÊNDIO ‘COMPROMETE’ ESTÁDIO DO SHANGHAI SHENHUA

Pequim apela a Paris que direitos dos seus cidadãos sejam protegidos após morte de chinês

ções, ocorridas na segunda-feira, terem degenerado em confrontos violentos. Hua Chunying, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, disse que Pequim pediu a Paris que “garanta a segurança e os direitos legais e interesses dos cidadãos chineses em França e que trate a reacção dos chineses a este incidente de forma racional”. Pequim apresentou já uma reclamação oficial às autoridades francesas, adiantou a porta-voz.

MICHEL EULER, AP

A morte de um cidadão chinês, baleado pela polícia, na sequência de uma alegada disputa doméstica, levou centena e meia de membros da comunidade asiática a protestar violentamente junto a uma esquadra da polícia. As autoridades detiveram 35 pessoas e há pelo menos três polícias feridos

REACÇÃO SÍNICA

Após saber da ocorrência, a China “ordenou imediatamente à sua embaixada em França que activasse o mecanismo de emergência e empreendesse diligências junto do lado francês, pedindo que fizesse uma investigação profunda sobre o incidente”. “Por enquanto, esperamos que os nossos cidadãos em França possam expressar os seus desejos e exigências de uma forma legal e razoável”, afirmou. As autoridades parisienses revelaram que cerca de 150 “membros da comunidade asiática” reuniram-se na

segunda-feira junto a uma esquadra da polícia, no nordeste de Paris. Três polícias ficaram feridos durante os confrontos e um veículo da polícia ficou danificado, devido ao lançamento de um engenho incendiário. A manifestação foi motivada pela morte de um cidadão chinês, baleado por um polícia. Segundo fontes da polícia, citada pela agência France-Presse, a polícia

foi chamada a casa do homem, devido a uma disputa doméstica. Um polícia acabou por disparar sobre o homem, após ter sido atacado com uma faca, segundo o relato oficial. A família, porém, contesta a versão da polícia, afirmando que não havia qualquer disputa doméstica e que o homem foi baleado sem aviso prévio, depois de um vizinho ter chamado a polícia por ter ouvido gritos.

Um incêndio danificou ontem uma das partes laterais do estádio do Shanghai Shenhua, clube dos futebolistas Carlitos Tévez e Freddy Guarín (exFC Porto), num incidente sem vítimas. A informação foi dada pelo departamento de incêndios do governo de Xangai, que recebeu o alerta às 08:16 locais e enviou uma equipa de bombeiros, que controlaram e apagaram o incêndio. Os responsáveis comunicaram na rede social Weibo, que não houve feridos e que será feita uma investigação para determinar as causas do ocorrido. A imprensa local adianta que as obras que estão a decorrer num dos pavilhões do estádio Hongkou poderão estar na origem do sucedido no recinto, a primeira infraestrutura profissional para futebol na China, construído em 1999. Em dúvida está também a possibilidade do Shanghai Shenhua, quarto classificado após dois jogos na liga chinesa, jogar no recinto os seus próximos compromissos.

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ANÚNCIO CONCURSO PÚBLICO N.o 4/P/17 Faz-se público que, por despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 10 de Março de 2017, se encontra aberto o Concurso Público para «Fornecimento de Um Conjunto de Instrumentos Médicos de Cirurgia Geral aos Serviços de Saúde», cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 29 de Março de 2017, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita no 1. º andar, da Estrada de S. Francisco, n.º 5, Macau, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de MOP 154,00 (cento e cinquenta e quatro patacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de pagamento: Secção de Tesouraria dos Serviços de Saúde) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no website dos S.S. (www.ssm.gov.mo ). As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o

ANÚNCIO CONCURSO PÚBLICO N.o 10/P/17

respectivo prazo de entrega termina às 17,45 horas do dia 15 de Maio de 2017. O acto público deste concurso terá lugar no dia 16 de Maio de 2017, pelas 10,00 horas, na “Sala Multifuncional”, sita no r/c da Estrada de S. Francisco, n.º 5, Macau. A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de MOP198.000,00 (cento e noventa e oitenta mil patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/Seguro-Caução de valor equivalente. Serviços de Saúde, aos 23 de Março de 2017. O Director dos Serviços Lei Chin Ion

ANÚNCIO CONCURSO PÚBLICO N.o 11/P/17 Faz-se público que, por despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 10 de Março de 2017, se encontra aberto o Concurso Público para «Fornecimento e Instalação de Um Sistema de Cirurgia Oftalmológica aos Serviços de Saúde», cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 29 de Março de 2017, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita no 1.º andar, da Estrada de S. Francisco, n.º 5, Macau, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de MOP40,00 (quarenta patacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de pagamento: Secção de Tesouraria dos Serviços de Saúde) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no website dos S.S. (www.ssm.gov.mo ). As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São

Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,30 horas do dia 28 de Abril de 2017. O acto público deste concurso terá lugar no dia 2 de Maio de 2017, pelas 10,00 horas, na “Sala Multifuncional”, sita no r/c da Estrada de S. Francisco, n.º 5, Macau. A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de MOP23.000,00 (vinte e três mil patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/Seguro-Caução de valor equivalente. Serviços de Saúde, aos 23 de Março de 2017 O Director dos Serviços Lei Chin Ion

Faz-se público que, por despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 10 de Março de 2017, se encontra aberto o Concurso Público para «Fornecimento, Substituição e Ensaio do Sistema de Ar Condicionado VRV ao Edifício da Clínica Psiquiátrica da Taipa dos Serviços de Saúde», cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 29 de Março de 2017, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita no 1.º andar, da Estrada de S. Francisco, n.º 5, Macau, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de MOP48,00 (quarenta e oito patacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de pagamento: Secção de Tesouraria dos Serviços de Saúde) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no website dos S.S. (www.ssm.gov.mo). Os concorrentes devem estar presentes no Edifício da Clínica Psiquiátrica da Taipa, no dia 3 de Abril de 2017, às 10,00 horas para visita de estudo ao local da instalação dos equipamentos a que se destina o objecto deste concurso.

As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,45 horas do dia 4 de Maio de 2017. O acto público deste concurso terá lugar no dia 5 de Maio de 2017, pelas 10,00 horas, na “Sala Multifuncional”, sita no r/c da Estrada de S. Francisco, n.º 5, Macau. A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de MOP360 000,00 (trezentas e sessenta mil patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/Seguro-Caução de valor equivalente. Serviços de Saúde, aos 22 de Março de 2017 O Director dos Serviços Lei Chin Ion

ANÚNCIO CONCURSO PÚBLICO N.o 12/P/17 Faz-se público que, por despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 10 de Março de 2017, se encontra aberto o Concurso Público para «Fornecimento e Instalação de um Sistema de Raio-X Móvel (C-ARM) aos Serviços de Saúde», cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 29 de Março de 2017, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita no 1. º andar, da Estrada de S. Francisco, n.º 5, Macau, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de MOP41,00 (quarenta e uma patacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de pagamento: Secção de Tesouraria dos Serviços de Saúde) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no website dos S.S. (www.ssm.gov.mo ). As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São

Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,45 horas do dia 2 de Maio de 2017. O acto público deste concurso terá lugar no dia 4 de Maio de 2017, pelas 10,00 horas, na “Sala Multifuncional”, sita no r/c da Estrada de S. Francisco, n.º 5, Macau. A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de MOP60.000,00 (sessenta mil patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/Seguro-Caução de valor equivalente. Serviços de Saúde, aos 23 de Março de 2017. O Director dos Serviços Lei Chin Ion


h ARTES, LETRAS E IDEIAS

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WANG CHONG

王充

OS DISCURSOS PONDERADOS DE WANG CHONG

Quando os sábios elogiam as obras destinadas a elevar o povo, os espíritos pobres não lhes fazem caso. Fragmentos de “Autobiografia” – 12

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EVEMOS falar com a verdade no coração, não com a elegância. Devemos procurar agir correctamente em vez de procurar agradar. Como poderia desagradar às gentes aquele que discute o verdadeiro e o falso? É justamente por não se entender com aqueles que se enganam, por expor os seus erros e lhes indicar como agir correctamente. Se fosse necessário pôr-se sempre de acordo com o povo e conformar-se às suas ideias, obedecer aos costumes e aos Antigos, repetir e imitar, que meios teríamos para debater o verdadeiro e o falso? Quando o duque Ai de Lu ofereceu pêssegos e painço a Confúcio, que lhe fazia companhia, o sábio começou, logicamente, por comer o painço, mas todos os circunstantes se puseram a rir, pois tinham de há muito o hábito de fazer ao contrário. As minhas verdades são como o bom senso de Confúcio e aqueles que recusam escutar-me não diferem dos que se riram do sábio. A música oficial não tem qualquer sucesso no principado de Zheng, as danças rituais nunca seduziram os habitantes de Zhao, os cânones de Yao e Shun dizem tanto aos Cinco Tiranos como as obras de Confúcio e Mozi a Ji ou a Meng. Habitualmente, um plano essencial para o Estado não interessa ao homem da rua e o mais edificante dos discursos será acolhido com desdém pelo povo. Un Dia Ya apreciava pratos demasiado refinados para o vulgo e, onde o vulgo só conseguia ver calhaus, Bian He descobria jade. Quem tem razão? Quem está enganado? Terá havido casos em que os ritos não estivessem em contradição com a moral popular? Quando o duque Wen de Lu faltou aos ritos sacrificiais, houve três pessoas que se foram embora. Cinco conselheiros do duque Ding de Lu abandonaram-no por este não obedecer às regras. Enquanto os talentos eminentes são sensíveis aos discursos originais, o vulgo não os estima. Quando os sábios elogiam as obras destinadas a elevar o povo, os espíritos pobres não lhes fazem caso. Tradução de Rui Cascais Ilustração de Rui Rasquinho

Wang Chong (王充), nasceu em Shangyu (actual Shaoxing, província de Zhejiang) no ano 27 da Era Comum e terá falecido por volta do ano 100, tendo vivido no período correspondente à Dinastia Han do Leste. A sua obra principal, Lùnhéng (論衡), ou Discursos Ponderados, oferece uma visão racional, secular e naturalista do mundo e do homem, constituindo uma reacção crítica àquilo que Wang entendia ser uma época dominada pela superstição e ritualismo. Segundo a sinóloga Anne Cheng, Wang terá sido “um espírito crítico particularmente audacioso”, um pensador independente situado nas margens do poder central. A versão portuguesa aqui apresentada baseia-se na tradução francesa em Wang Chong, Discussions Critiques, Gallimard: Paris, 1997.


15 hoje macau quarta-feira 29.3.2017

diário de um editor

João Paulo Cotrim

Mortais e outros voos

HORTA SECA, LISBOA, 22 MARÇO Que crueldade! Seres tão frágeis não deviam andar para aqui e para ali, de trás para frente, de casa para o escritório. Outras formas há de preservar as formas além do museu. São frágeis, mas de todo o terreno. Um fotógrafo dado à moda que pouco vem a Lisboa, Sal Nunkachov, criou editora, a Paper View, não apenas para dar corpo às suas visões de um punk benigno, mas para acolher projectos, sobretudo fotográficos, de outrem. Por exemplo, os nus de praia de Leonor Ribeiro, esculturas a preto-e-branco que parecem tintadas de bronze, reflexos de sol a brutalizar as massas, a dançar nas águas, a desfazerem-se com suave raiva no fim, afinal: a areia. Matéria que nos fica nas pontas dos dedos, pois a capa deste Sand está impressa em lixa. Não se trata apenas de fotografia, mas de impressão. Sal experimenta. Em periódica Newds, no caso a #10, imprime a negro sobre papel preto explodindo em pleonasmo. No tradicional jogo das escondidas de quem se despe, a escuridão acrescenta luzes. Lá dizia o mesmo Mário: «Ora as sombras existem/as sombras têm exaustiva vida própria/ não dum e doutro lado da luz mas no próprio seio

na imagem) e acabo a perder os óculos. Perder as lentes na noite, quem me manda mensagens? No aniversário da morte, ressuscito pedaço de texto antigo. «Cesariny vem de um tempo em que viver era rasgar possibilidades, Mário, e as contas não foram ainda feitas, de Vasconcelos, pelo que não sabemos quanto lhe devemos em desejo e ventania, em confusão e lucidez, em verticalidade e camisolas de alças, inteireza e veludo com nódoas. Afiou cada âncora como palito, de maneira que os dentes acabaram por se tornar estrelas. Lugares irrequietos onde só se vislumbram regressos, como este, fazem-se difíceis de atracar aos mapas e só com muita sorte e acaso se conseguem indicações capazes de levar o viajante ao encontro da sua perdição, aquela que buscamos com íntimo desespero ao fugir-lhe. Noite e dia, trabalham algures os pianos escravos a escrever no chão com navalhas as maldades, que são outros tantos caminhos. Esta personalidade geográfica caracteriza-se pela aguda magreza que explode mais tarde, por vezes antes, em largueza de vistas.»

MÁRIO CESARINY

TORRE DO TOMBO, LISBOA, 20 MARÇO Última reunião de um grupo de trabalho sobre livrarias independentes, a ideia da Direcção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, que reuniu profissionais do sector para reflectir e sugerir medidas práticas ao Ministro da Cultura capazes de travar o seu definhamento e morte. Se bem que algumas tenham surgido nos últimos meses, e na sequência das conversas que tivemos, não consigo afastar esta sensação de miúdo com dedo no buraco do dique. O óbvio desamor ao livro e à leitura, a inexorabilidade de práticas comerciais tóxicas e selvagens, se não cultivadas, pelo menos ignoradas pelo Estado, e o nosso atavismo organizativo condenam-nos à sempiterna dependência da bondade de estranhos. Alinhavaram-se definições, na vã tentativa de circunscrever o sentido de independente, e propuseram-se medidas de alcance variável, mas o que está por fazer depende afinal da capacidade de cada actor construir independências. Cesariny dizia: «Faz-se luz pelo processo /de eliminação de sombras». Vou ficar à espera de uma rede que se faça cama elástica e permita pulos, cambalhotas, mortais e outros voos.

dela /intensamente amantes loucamente amadas /e espalham pelo chão braços de luz cinzenta /que se introduzem pelo bico nos olhos do homem». Em Pin Hole, soma-se o verde e o desfoque e a objectiva sublima o desejo, amachuca o ser no parecer, ou pelo contrário. Fulgurantes são ainda as sobreposições de Here’s How To Do It e Round Abount. Sempre corpos femininos, rostos, torsos, cabelos e atitudes, mas por cima de moldes da Burda, no primeiro, e de cartas e mapas arrancados a atlas, no segundo. Estas sedes abrem-me o apetite. CCB, LISBOA, 23 MARÇO Ainda Cesariny, o de Pena Capital (Assírio & Alvim): «Por outro lado a sombra dita a luz /não ilumina realmente os

objectos/os objectos vivem às escuras / numa perpétua aurora surrealista /com a qual não podemos contactar /senão como amantes /de olhos fechados /e lâmpadas nos dedos e na boca». Após a gravação de mais um Obra Aberta, com Nuno Saraiva e António Gonçalves, descemos para visita guiada à exposição que homenageia Mário Cesariny, sublinhando a sua veia experimental, libertária e iconoclasta. E lá vimos as sismogravuras, os aquamotos e os objects trouvées, figuras onde o acaso vai de mão dada com o impulso artístico. Quem diz acaso diz a água, movimento dos eléctricos ou recolha do lixo. Interessa-me, sobremaneira, a colagem, essa faculdade de romper cortes no visto para deixar surgir o imprevisto. Fico horas ouvendo esta homenagem a Satie (ao lado,

MUSEU BERNARDO, CALDAS DA RAINHA, 25 MARÇO Paulo José Miranda anima com extrema facilidade qualquer grupo, em girândola de assertivas observações, leituras selvagens e ditos de espírito. Mal se desloca para um palco recolhe-se, encolhe-se, isola-se, hesita-se. Passa a mão pelo rosto à procura da frase certa e a coreografia rima com gaguejo. Depois a gargalhada põe fim à fase do aquecimento e o poeta solta-se. Voltou a acontecer em «Bem em Tempos de Mal», sessão dos encontros íntimos que José Ricardo Nunes anima em descomprometido e irónico Museu Bernardo, com a cumplicidade de, entre outros, Henrique Fialho. Gente que ama a poesia das mais activas formas, pelo comentário em tertúlia ou pela leitura em voz alta. Às tantas, Fialho (atentíssimo leitor, a conferir no seu blogue Antologia do Esquecimento: http://universosdesfeitos-insonia.blogspot.pt/) sublinha a (omni) presença de Deus na obra do mano convidado e pergunta-lhe em que ponto está essa produtiva relação. «Sou viciado em Deus, estou em recuperação, mas a qualquer momento posso ter uma recaída», respondeu. A noite chuvosa ganhou esplendor acetinado, à maneira da impressão de preto sobre negro: precisamos mexer corpo e colagem para detectarmos mancha e brilho.


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hoje macau quarta-feira 29.3.2017

na ordem do dia 热风

Julie O’yang

A chinesa sexista e o seu marido 罗敷的丈夫究竟是谁? que viriam posteriormente a ser usadas em cerimónias e rituais oficiais. Quando Luofu nos é apresentada, tem. “Cabelo lindamente entrelaçado, /Brincos de pérola como raios de Lua,/Jaqueta amarela,/Aventalinho púrpura.” Uma visão não é verdade? E para quê? Não ia propriamente a nenhuma festa, apenas apanhar folhas de amoreira para dar aos bichos da seda! Esta cena faz-me lembrar o filme Disponível para Amar de Wong Kar-Wai. A protagonista vestia-se todos os dias a rigor só para descer as escadas e ir comprar massas a um vendedor de rua. No nosso poema, Luofu, domina a arte da sedução porque, não só sabe que é sexy como os diabos, mas também porque é espirituosa e bem-humorada e de alguma forma provocadora no que diz respeito ao marido:

WONG KAR-WAI’S IN THE MOOD FOR LOVE

C

HAMAVAM-LHE Qin Luofu e o mais certo é nunca terem ouvido falar dela. Luo Fu quer dizer “uma beldade”, o que significa que podia ser qualquer mulher bela, mas os chineses sabem que pertencia à família Qin. Leiam a biografia de Luofu comigo. NA ESTRADA DAS AMOREIRAS A luz da manhã Ilumina a Mansão Qin, orgulhosa da sua dama, A dama Luofdamau. Alimentava os bichos da seda com folhas das amoreiras que cresciam a sul; A cassia pendia do seu cesto, presa por uma fita de seda.

“Que disparate dizeis, senhor! Tendes uma esposa, e eu, um marido.

Cabelo lindamente entrelaçado, Brincos de pérola como raios de Lua, Jaqueta amarela, Aventalinho púrpura Quando um viajante a avistou, Pousou o seu fardo por instantes e coçou a barba. Sentiu um alvoroço quando a viu Tirou o boné e cumprimentou. O lavrador deixa de lavrar, o cavador de cavar, E quando voltam a casa, não encontram graça nas mulheres, depois de terem vislumbrado Luofu. Do sul vem um Senhor numa carruagem com cinco cavalos; Surpreendido, pára e manda perguntar, “Quem é aquela beldade, A que família pertence?” “Pertence aos Qins, E o seu nome é Luofu.” “E que idade terá?” “Menos de vinte Primaveras, mas mais de quinze.”

E então, condescendente, diz, “Luofu, gostarias de entrar na minha carruagem?” Ela encara-o sem medo, e responde: “Que disparate dizeis, senhor! Tendes uma esposa, e eu, um marido. De Leste vêm cem cavaleiros e ele vem na sua frente. Como sabereis quem ele é? Pelos cavalos que monta, com sedosas caudas entrançadas E pelo pónei que o segue, Pelos chicotes dourados; e p’la espada com punho de jade à cintura, pela qual pagou milhões. Com quinze anos

era guarda-livros da Prefeitura, Escrivão aos vinte, Aos trinta era ministro; E agora, aos quarenta, É Governador de Distrito. A sua pela é muito clara a sua barba comprida. Desloca-se na casa dos mandarins Com passos lentos e seguros; Senta-se entre milhares que lhe cedem o melhor.” (1) Este é um dos mais famosos poemas Yuefu da Dinastia Han (202AC-220AD). Yuefu foi um departamento musical do Governo fundado durante a Dinastia Qin (221AC-206AC). A Dinastia Han herdou a supervisão deste departamento tendo-se concentrado na recolha do folclore e nos arranjos destas peças musicais

De Leste vêm cem cavaleiros e ele vem na sua frente. Como sabereis quem ele é? Pelos cavalos que monta, com sedosas caudas entrançadas E pelo pónei que o segue, Pelos chicotes dourados; e p’la espada com punho de jade à cintura, pela qual pagou milhões. Com quinze anos era guarda-livros da Prefeitura, Escrivão aos vinte, Aos trinta era ministro; E agora, aos quarenta, É Governador de Distrito. A sua pela é muito clara a sua barba comprida. Desloca-se na casa dos mandarins Com passos lentos e seguros; Senta-se entre milhares que lhe cedem o melhor.” (1) - Cá para mim o marido a que Luofu se referia era um bicho da seda!


17 hoje macau quarta-feira 29.3.2017

OPINIÃO

JOSÉ PACHECO PEREIRA in Público

RUMPnão é um epifenómeno. Tudo é interessante no “momento” Trump. Quase tudo é perigoso em Trump. Nada vai ficar igual com ele e nada vai ficar igual depois dele. Quase tudo muda com ele. Trump é o mais moderno político hoje em funções numa democracia, mas a modernidade que ele ajuda a revelar é assustadora. É a cor do futuro no presente e, para quem preza a democracia, é a mais suja das cores. Mas está lá, mas está cá. Ele é o Presidente da “nova ignorância”, sobre a qual escrevi há algum tempo, um misto de troll, de figurante de um reality show especialmente bully, um artista de variedades e um con man, um vigarista. Desculpem tanta palavra em inglês, mas é nessa língua que tem florescido a ecologia que é a de Trump. O seu Twitter é um retrato psicológico do mundo que se encontra hoje nas redes sociais, a mesma incapacidade de separar verdade da mentira, a mesma ignorância presumida e arrogante, o mesmo desprezo pelo saber e pela especialização, o mesmo misto de ameaças e de gabarolice, o mesmo uso paupérrimo da linguagem, com abundância de expletivos e de maiúsculas, que são uma forma de gritar numa mensagem. Só não há erros de ortografia, porque alguém os corrige. A ameaça, a chantagem e a vingança são elementos fundamentais no seu Twitter e, como estamos a falar do homem mais poderoso do mundo (por ironia uma televisão americana fez um documentário sobre Putin, o “homem mais poderoso do mundo”…, mas não é), tem de ser tomado muito a sério. A questão da verdade, cuja “morte” uma capa da Time anunciava interrogativamente, é também relevante. Alguns media americanos têm falado da “mentira patológica” de Trump, mas a classificação parece-me errada, ao atribuir a uma disfunção aquilo que nele é uma função. Trump, e aqui encontramos mais uma vez o “novo homem” das redes sociais, vive num mundo próprio, egocentrado e torna-se subjectivamente muito poderoso, porque está associado ao seu sucesso – daí a obsessão com ratings, sondagens e audiências – em que vontade e verdade são uma mesma coisa. Daí que as suas mentiras sejam ao mesmo tempo reveladoras do mundo de um homem pouco culto, brutal e propenso às teorias conspirativas, uma forma de política e visão do mundo muito atractiva para os ignorantes e autodidactas, e um instrumento de trabalho, de influência, entre os “seus”. Ao termos de as discutir e desmentir, participamos na sua divulgação e, ao fazê-lo, exercemos o efeito de as “igualizar” na trituradora das redes sociais, onde cada vez mais gente vai buscar a “informação”.

HARRY HOOK, LORD OF THE FLIES

T

Trump não é um epifenómeno

À sua volta, baseado no princípio de que os semelhantes se atraem uns aos outros, está uma falange de “novos ignorantes”, mas não só. O “mas não só” são aqueles que percebem muito bem a enorme oportunidade que podem ter com este homem e com a sua gente, como é o caso de Steve Bannon. Estes são os mais perigosos, têm um plano e têm sabido cumpri-lo. Aquilo que nós consideramos falhas e incompetências são o elemento gerador do caos de que eles necessitam. São os verdadeiros revolucionários que pretendem subverter o sistema democrático, instituir uma série de “novas ordens” no plano cultural, rácico, social e político. Vieram da obscuridade e das margens para o centro do mundo, onde nunca pensaram estar, precisam do conflito como pão para a boca e são homens de guerra. Não são fascistas, como às vezes levianamente são intitulados, mas apresentam um impulso de subversão, uma determinação, uma resiliência sem falhas, que é comum a muitos revolucionários modernos, como os fascistas. Na sua versão do papel criador do caos, da manipulação do ressentimento, em que são especialistas, e da “educação pela bomba”, são mais parecidos com algum anarquismo niilista. São uma versão intelectual – sim, porque eles são intelectuais – do grupo anarquista do “agente secreto” de Conrad, com todas as ideias perigosas, todas as ligações perigosas e todos os conhecimentos, o know-how perigoso. Não os comparo com os bolcheviques, porque a componente voluntarista e individualista que também existe em Lenine e Trotsky nos anos da Revolução, entre 1917 e 1921, não caracteriza o movimento em si, e o comunismo assenta numa ideia colectiva e numa imagética diferente. No entanto, têm em

comum uma filosofia da história teleológica e uma profunda negação do presente, daí serem revolucionários. Uma outra coisa são aqueles que, na sua mais infeliz classificação, Hillary Clinton chamou os “deplorables”, que merecem ser tratados à parte.

O seu estilo ajuda a recrutar e ascender gente que faz do bullying um modo de exercer o poder Trump não é um democrata, mas um autocrata numa democracia. Como Erdogan e Putin, com quem tem semelhanças na mecânica do uso do poder. Ia a escrever que era um autocrata “numa (ainda) democracia”, mas essa classificação seria injusta para a efectiva resistência quer institucional, quer opinativa, quer social, quer política que tem encontrado e que começa a travá-lo com eficácia. Não vai ser fácil travá-lo de todo nos seus excessos autocráticos, até porque homens como Trump geram uma enorme polarização, um clima de guerra civil e garantem mobilizações de apoiantes muito duras e intransigentes, que até agora têm aceite tudo o que ele faz sem pestanejar. Quando Trump se gabou de que podia matar um homem em plena 5.ª Avenida e continuar a ter o mesmo apoio, por uma vez, disse a verdade, revelando a natureza fanática do apoio que recebe, também pouco natural em democracia. Por isso, ele não foi atingido pelas revelações sucessivas de escândalos e de condutas, para ser eufemístico, pouco apro-

priadas, nem mesmo no crime mais eficaz em efeitos populistas que é a manipulação fiscal, o esconder das suas declarações de impostos e os seus negócios obscuros. No entanto, todas estas atitudes e revelações contribuíram para o outro lado da polarização e ajudaram a criar uma linha de intransigência contra Trump, que tem impedido o partido e os políticos democratas de terem qualquer complacência com Trump. Como dizia um comentador televisivo americano, os eleitores do Partido Democrata iam às reuniões locais com os seus representantes eleitos e exigiam-lhes que nem sequer um vago sorriso ou protocolar cumprimento tivessem com Trump, mas ruptura total. Esta resistência total tem riscos, um dos quais é o cansaço que leva a desistir, mas tem ajudado a travar Trump. Como sempre acontece nos debates sobre a táctica, há quem ache que ela ajuda a estratégia confrontacional de Trump e de Bannon, distrai com os incidentes picarescos e anedóticos, matéria-prima para os cómicos e os engraçadistas, das medidas mais de fundo e mais estruturais do programa de Trump. Muita coisa se está a passar que não chega às primeiras páginas, quase sempre ligadas ao mundo dos negócios predadores que a Administração Trump favorece, ao exemplo do seu próprio negócio. E muitas pequenas perseguições estão a ser feitas por todo o lado, com a disseminação de “comissários políticos” por várias estruturas do poder nacional e local. O estilo de Trump ajuda a recrutar e ascender gente que faz do bullying um modo de exercer o poder, e, como estão muitas vezes bastante isolados, usam e abusam do poder formal que lhes é dado. Em áreas como a polícia, as autoridades de emigração e outras, este processo é bastante perigoso.


18 (F)UTILIDADES TEMPO

MUITO

hoje macau quarta-feira 29.3.2017

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NUBLADO

O QUE FAZER ESTA SEMANA Hoje

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18

MAX

23

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75-98%

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8.69

BAHT

CONCERTO “THE BRIDGE – THE MACAU JAZZ CLUB LEGENDARY BAND” Live Music Association | 20h00 INAUGURAÇÃO DA INSTALAÇÃO “SEARCHING FOR SPIRITUAL HOME II”, DE YEN-HUA LEE Armazém do Boi (até 7 de Maio)

Diariamente

O CARTOON STEPH

EXPOSIÇÃO “SOLIDÃO”, FOTOGRAFIA DE HONG VONG HOI Museu de Arte de Macau EXPOSIÇÃO “AD LIB” DE KONSTANTIN BESSMERTNY Museu de Arte de Macau (Até 05/2017)

PROBLEMA 7

SOLUÇÃO DO PROBLEMA 6

UM DISCO HOJE C I N E M A

SUDOKU

DE

EXPOSIÇÃO “VELEJAR NO SONHO” DE KWOK WOON Oficinas Navais N.º1 (Até 23/4)

Cineteatro

1.16

A ESPERA

Domingo

EXPOSIÇÃO “TRACING LINERS”, DE JOÃO PALLA Casa Garden

YUAN

AQUI HÁ GATO

“CONVERSAS SOBRE O LIVRO – A LITERATURA MODERNA CHINESA DE MACAU” Fundação Rui Cunha | 18h30 às 20h30

EXPOSIÇÃO | “ANSCHLAG BERLIM – DESENHO DE CARTAZES DE BERLIM”, Galeria Tap Seac

0.23

Nós, os gatos, fomos reis da ociosidade, mestres da indolência. Já os humanos não conseguem lidar com o vagar dos ponteiros do relógio, excepto alguns governantes. Para estes inquietos bípedes, o bocejo causa maior cansaço do que uma maratona. Rebentam em alergias e suspiros de inquietação à mera ideia de inactividade, principalmente quando ouvem as palavras mágicas: “Sente-se, por favor”. Nunca ninguém que preveja acção pede para a outra pessoa se levantar, ou ficar de joelhos, essa posição está reservada para execuções e coisas indizíveis para gatos bem-educados. “Por favor, deite-se” está reservado para massagens, cirurgias e actividades diversas. Agora, o pedido para sentar é sempre reservado para a espera. Não há grandes surpresas aí.Acadeira devia ser o símbolo da delonga, a materialização mobiliária do tempo perdido, com excepção para a do poder e eléctrica. Aposição sentada prepara emboscadas ao bocejo, postura de artimanha de assalto a tempo precioso, aquele que foge. É uma posição de expectativa e derrota, de jogo de caçador e presa, sendo que a presa está sentada, impaciente a aguardar a sua vez de receber a concretizadora flecha no flanco. Esperar não é alcançar, é esperar, morrer devagarinho como quem toma a dose diária de cicuta que se vai acumulando. Longa se torna e, passados segundos apenas, desespera. Pu Yi

“A LITTLE MORE BLUE” | MARIA DE MEDEIROS | 2007

Há dez anos, a actriz Maria de Medeiros aventurou-se a gravar um disco de originais da Música Popular Brasileira. Está lá o saudosismo de Caetano Veloso, exilado, em “A Little More Blue”, está a Joana Francesa do Chico Buarque, sem esquecer “Sentimental”. Maria de Medeiros não é cantora, mas neste disco a sua voz funciona, levando-nos a embarcar num exercício curioso de interpretação de canções. Andreia Sofia Silva

LIFE SALA 1

POWER RANGERS [C] Filme de: Dean Israelite Com: Bryan Cranston, Elizabeth banks, Naomi Scott 14.30, 16.45, 19.15, 21.30 SALA 2

LIFE [C] Filme de: Daniel Espinosa Com: Jake Gyllenhaal, Rebecca Ferguson, Ryan Reynolds 14.30, 16.30, 19.30, 21.30 SALA 3

A SILENT VOICE: THE MOVIE [B] FALADO EM JAPONÊS LEGENDADO

EM CHINÊS E INGLÊS Filme de: Naoko Yamada 14.15, 19.15

SILENCE [C] Filme de: Martin Scorsese Com: Andrew Garfield, Adam Driver, Liam Neeson 16.30

KONG: SKULL ISLAND [C][3D] Filme de: Jordan Vogt-Roberts Com: Tim Hiddleston, Samuel L. Jackson, Brie Larson 21.30

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Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Isabel Castro; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Sofia Margarida Mota Colaboradores António Cabrita; António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; José Drummond; José Simões Morais; Julie O’Yang; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Paulo José Miranda; Rui Cascais; Rui Filipe Torres; Sérgio Fonseca Colunistas António Conceição Júnior; André Ritchie; David Chan; Fernando Eloy; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Rui Flores; Tânia dos Santos Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges, Rómulo Santos Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo


19 hoje macau quarta-feira 29.3.2017

ÓCIOSNEGÓCIOS

LOJA DO CAFFÉ ARTUR PEREIRA, CEO

Não é fácil encontrar um bom café expresso em Macau. Porém, há um negócio que colmata essa lacuna com toda a comodidade e à distância de um click. A Loja do Caffé distribui, ao domicílio ou onde lhe der mais jeito, cápsulas da Delta

A ideia é fazer chegar ao público chinês, mais adepto do chá, o produto que faz mover o Ocidente. “Vamos lançar várias campanhas para o consumo do café e usar a loja online como âncora para mais tarde abrirmos mesmo espaços físicos”, revela Artur Pereira. Outra novidade da abordagem da Loja do Caffé será levar o seu produto directamente aos clientes, com uma agressiva campanha de vendas de porta a porta. “É o melhor café do mundo e se a pessoa aceitar e assinar aqui, amanhã tem uma máquina”, revela Artur Pereira, quanto à estratégia a seguir. Um pouco à semelhança da venda de produtos de telecomunicações em Portugal, o empresário imagina uma frota de funcionários a vender máquinas de café e cápsulas de porta em porta. “É uma experiência nova, que acho que faz sentido, com um enorme potencial, até porque em Macau há condomínios muito concentrados”, explica. Artur Pereira vê, sem dificuldades, uma equipa a percorrer prédios a grande velocidade, organizando pequenos eventos de demonstração que criem “um glamour em torno da marca”.

HOJE MACAU

Uma bica na Internet

COPY & PASTE

A

origem deste negócio nasce de uma plataforma maior, centrada nas tecnologias da informação. Artur Pereira, director executivo de uma empresa ligada à informática, reparou que havia em Macau um nicho comercial por preencher no que toca a vendas online. É assim que surge a Loja do Caffé, como alavanca para um conjunto de outras marcas que o empresário pretende implementar em lojas na Internet. O presente materializou-se a partir de uma experiência passada. Artur já havia sido representante da Delta Cafés em Angola. Juntando a isso, a visão de que havia uma falta de oferta no sector das vendas online fê-lo unir pontes onde antes havia margens separadas. Mesmo fora do âmbito da muito latina bica, “em Macau existem poucos lugares com café de qualidade”. Nesse aspecto, o empresário entende que o negócio não se deve limitar ao expresso, daí a sua estratégia passar pela adaptação da marca Delta a café americano, ou latte. “Vamos ter máquinas que fazem isso, para chegarmos mais longe, além do mercado da saudade do português que vive cá”, explica.

Primeiro era o café, depois vieram os outros produtos. Este podia ser o evangelho da Loja do Caffé. Com uma empresa-mãe na área das tecnologias da informação, Artur Pereira reparou que em Macau não há uma grande tradição de compras online de uma forma organizada, principalmente de marcas “premium”. “Não é um mercado ainda habituado ao consumo através da Internet”, esclarece. Enquanto na Europa se fazem muitas compras na ‘web’, principalmente em segmentos promocionais, onde as lojas online vendem o dobro das suas congéneres físicas, Macau é um mercado relativamente virgem neste sentido. Para já, Artur pretende apenas ganhar a confiança do mercado de forma a preparar-se para lançar outros produ-

“Vamos lançar várias campanhas para o consumo do café e usar a loja online como âncora para mais tarde abrirmos espaços físicos.”

tos. A ideia é que se os consumidores se habituarem a comprar café através do site da Loja do Caffé, irão comprar outras coisas. “Vão surgir novidades, que serão lançadas quando tivermos um pouquinho mais de visibilidade”, conta. Nesse sentido, “a Loja do Caffé é apenas um balão de ensaio”, um prenúncio que aí virá. A adesão do público ainda não é muito grande, mas é um segmento comercial que requer a criação de um hábito. Uma vez criada a apetência para comprar pela Internet, Artur pretende expandir a ideia. Assim sendo, prepara-se para representar 12 marcas através de outras lojas online dedicadas, exclusivamente, a uma marca. Entre elas, uma loja de meias italianas.

Para o empresário, um dos maiores desafios será educar o mercado para a qualidade dos seus produtos, uma vez que terá “marcas conhecidas a preços promocionais”, algo que representa uma vantagem para o vendedor quando não tem de suportar os custos de manter uma loja física aberta. “Temos de discernir muito bem entre o verdadeiro e o falso, fazer uma boa gestão de comunicação, para não corrermos o risco de sermos confundidos com cópias oriundas da China”, releva. Para já, o mercado vai sendo desbravado por um produto de reconhecida qualidade: os cafés Delta. Andreia Sofia Silva e João Luz info@hojemacau.com.mo


É de não esquecer que o futuro nasce do passado Atlântido

MITROGLOU E SAMARIS JÁ NO SEIXAL A PENSAR NO FUTEBOL CLUBE DO PORTO

PPE PEDE FORMALMENTE DEMISSÃO DE DIJSSELBLOEM

O

grupo parlamentar do Partido Popular Europeu (PPE) pediu esta terça-feira, formalmente, a demissão do presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem. Em comunicado, exige-se a demissão de Dijsselbloem e um pedido formal de desculpas pelas suas polémicas declarações numa entrevista ao jornal alemão FrankfurterAllgemeine Zeitung sobre o gasto de dinheiro e a solidariedade, analisando a relação entre os países do norte e do sul da Europa. «Muitos de nós não nos sentimos representados por si desde que tivemos conhecimento das suas afirmações. É por isso que, respeitosamente, lhe pedimos que se desculpe e que se demita do cargo. Atacar um certo grupo de países, como o fez, é atacar cada um dos países da União Europeia. Atacar a mulher com expressões humilhantes, comparando-as a objectos, é atacar toda a gente, homens e mulheres. Sem distinção», diz a carta. O pedido de demissão partiu do vice-presidente do Grupo Partido Popular Europeu, o espanhol Esteban Gonzalez Pons e foi subscrito por todos os deputados do grupo europeu do PSD e um grande grupo de outras delegações. «Na crise do euro os países do Norte mostraram solidariedade para com os países do Sul. Como social-democrata, a solidariedade é para mim extremamente importante. Mas quem a pede, tem também deveres. Não posso gastar o meu dinheiro todo em bebidas e mulheres e depois disso ir pedir ajuda. Este princípio vale para o nível pessoal, local, nacional e também europeu», disse na entrevista.

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Jeroen Dijsselbloem

quarta-feira 29.3.2017

Kuala Lumpur CORPO DE KIM JONG-NAM CONTINUA NA MALÁSIA

Processo envenenado

O

ministro da Saúde da Malásia, Subramaniam Sathasivam, disse ontem que o corpo de Kim Jong-nam, meio-irmão do líder norte-coreano, Kim Jong-un, continua numa morgue de Kuala Lumpur enquanto decorrem negociações com a Coreia do Norte. A informação do Ministério da Saúde da Malásia nega as notícias de que os restos mortais de Kim Jong-nam estariam a ser enviados para fora do país como parte de negociações diplomáticas. Notícias contraditórias foram publicadas pela imprensa local da Malásia na segunda-feira, umas indicando que o corpo de Kim Jong-nam seria cremado e enviado para Pyongyang, e outras referindo que o corpo estava prestes a ser enviado para Macau, onde se acredita que resida a família de Kim Jong-nam. A morte de Kim Jong-nam desencadeou uma disputa diplomática entre a Malásia e a Coreia do Norte. As autoridades malaias confirmaram oficialmente que a vítima de homicídio por envenenamento com o agente nervoso VX no aeroporto de Kuala Lumpur levado a cabo por duas mulheres no passado dia 13 de Fevereiro é Kim Jong-nam, mas não precisaram então se tinham utilizado ADN como prova ou outro qualquer procedimento. Uma das hipóteses é que as autoridades malaias tenham utilizado

o ADN de Kim Han-sol, filho de Kim Jong-nam, que dias depois do assassinato do seu pai divulgou um vídeo em que dava conta do homicídio e que se encontrava em segurança com a sua mãe e irmã. Também a Coreia do Sul afirmou três dias depois do assassinato que a vítima, que viajava com um passaporte diplomático norte-coreano em nome de Kim Chol, era na verdade o irmão mais velho de Kim Jong-un. A Malásia acusa uma vietnamita e uma indonésia de envenenar a vítima e lançou um mandato de busca contra sete norte-coreanos, entre os quais quatro homens que saíram do país, e outros três que

A informação do Ministério da Saúde da Malásia nega as notícias de que os restos mortais de Kim Jong-nam estariam a ser enviados para fora do país como parte de negociações diplomáticas

se acredita estarem escondidos na embaixada da Coreia do Norte em Kuala Lumpur. O Governo de Seul acusou desde a primeira hora Pyongyang de estar por detrás do assassinato, atribuindo-o a uma ordem directa de Kim Jong-un.

DIZERES DO NORTE

A Coreia do Norte continua a insistir que o morto é Kim Chol e que a sua morte se relaciona com um ataque cardíaco, acusando as autoridades malaias de conspirarem com a Coreia do Sul e com os Estados Unidos. O Governo norte-coreano anunciou no passado dia 7 de Março que proibia a saída do país de todos os cidadãos malaios até que o caso seja resolvido, uma medida que foi replicada pela Malásia em resposta à letra. Kim Jong-nam nasceu em 1971 da relação entre o antigo líder norte-coreano Kim Jong-il e a sua primeira concubina, a actriz Song Hye-rim, e Kim Jong-un é filho da última consorte de Kim Jong-il, Ko Yong-hui. Kim Jong-nam chegou a ser considerado como o melhor posicionado para suceder ao pai, mas caiu em desgraça em 2001, depois de ser detido no Japão com um passaporte dominicano. Nos últimos anos viveu exilado na China e em 2012 atraiu as atenções pelas suas críticas a Pyongyang e ao sistema de sucessão do poder norte-coreano.

Kostas Mitroglou e Andreas Samaris já se apresentaram, segunda-feira, no Seixal, e treinaram-se com o restante plantel do Benfica, na primeira sessão, esta semana, de preparação do clássico com o FC Porto, marcado para este sábado, na Luz. Os dois jogadores estiveram ao serviço da selecção da Grécia, no sábado. Mitroglou e Samaris foram titulares e fizeram os 90 minutos do jogo em Bruxelas, com a Bélgica, partida de apuramento para o Mundial-2018, que deixou os gregos no segundo lugar do grupo H, a dois pontos dos belgas. A Grécia arrancou um ponto (1-1), com Mitroglou a marcar o golo da formação helénica. O treinador do Benfica, porém, continua a ter um plantel reduzido, sem a presença de vários internacionais. O grupo ficará bem mais composto na quarta-feira, com as chegadas de Nélson Semedo, Pizzi, Eliseu (Portugal), Pedro Pereira (Portugal, sub-19), Lindelof (Suécia), Zivkovic e Jovic (Sérvia). O plantel só ficará completo no dia seguinte, a dois dias do clássico, com as chegadas de Carrillo (Peru), Raúl Jiménez (México) e Ederson (Brasil

MASERATI CHAMA À REVISÃO QUASE 40.000 VEÍCULOS NA CHINA

O fabricante italiano de automóveis topo de gama Maserati vai chamar à revisão quase 40.000 veículos vendidos na China, a maioria devido a um problema com a cablagem que origina riscos de incêndio, informaram ontem as autoridades. Em comunicado, a AdministraçãoGeral de Supervisão da Qualidade, Inspecção e Quarentena da China explica que os cabos dispostos debaixo dos acentos eléctricos da frente podem gerar fricção ao serem ajustados, o que poderá resultar num curto-circuito e consequente incêndio. Os modelos afectados são os sedans Quattroporte (11.815), Ghibli (14.004) e o Levante (5.802), fabricados entre Março de 2013 e Dezembro de 2016.A revisão começa no próximo dia 30 de Junho. Os restantes 7.660 veículos são unidades do SUV Levante, fabricados entre 31 de Maio de 2016 e 27 de Fevereiro de 2017, e que serão chamados à revisão a partir desta semana. No ano passado, a Maserati chamou 21.000 veículos à revisão na China, devido a um defeito no desenho do pedal do acelerador.


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