Hoje Macau • 2010.09.03 #2202

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Pavilhão do Japão uma montra da tecnologia e da estética do país do sol-nascente centrais

Entrevista Carlos Simões defende Hotel Estoril como solução para a instalação da Escola Portuguesa páginas 2 e 3

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Director carlos morais josé • sexta-feira 3 de setembro de 2010 • ANO IX • Nº 2202

Imprensa chinesa fala em transferência para os Assuntos Sociais

FSS pode mudar de tutela O jornal Va Kio, na sua edição de ontem e citando “diversas fontes” não identificadas, adianta que o Fundo de Segurança Social irá ser transferido para a tutela de Cheong U. Confrontado com a notícia, o secretário para os Assuntos Sociais afirmou aos jornalistas que os media eram livres de expressar as suas opiniões mas acrescentou que “quando houver um anúncio a fazer, vamos fazê-lo através do canal formal”. >página 4

Centro de Avaliação de Cuidados de Saúde não faz relatórios há oito anos

Sem sombra de queixas

Página 6

Orçamento

Governo promete informar melhor AL • P.5

Polémica

Oxfam processa empresas de Macau • P.7

China

Crianças obesas são problema crescente • P.8

Bolinha

Lam Pak e Kuan Tai disputam liderança • P.9

Saúde

Guangzhou proíbe fumo em público • Última

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entrevista

Carlos Simões, presidente da Associação de Pais dos Alunos da Escola Portuguesa de Macau

Aproxima-se a data de eleições para um novo período para a Associação de Pais dos Alunos da Escola Portuguesa de Macau, que se realizarão em Outubro. Esse foi um dos pretextos para uma conversa com o actual presidente da associação, o advogado Carlos Simões, pai de três alunos que estudam nesta escola. Estás prestes a acabar o mandato da Associação de Pais dos Alunos da Escola Portuguesa (EP), que balanço se pode fazer deste mandato? Eu acho que essencialmente o que estes dois anos permitiram foi o de alguma forma revitalizar a associação como um elemento de intervenção dentro da escola e de vitalização da própria escola e da comunidade escolar. Tenho a percepção de que a associação nos mandatos anteriores tinha sido, por força das circunstâncias, muito um veículo que estava bastante vocacionado para o exterior e para a comunicação social, para manifestar posições relativamente à situação da escola, e aos planos que se pretendiam em relação à mudança de instalações, e por causa disso era constantemente obrigada a tomar posições públicas sobre os problemas que afectavam a escola, ficando muito associada a isso, a uma associação de intervenção pública, descurando um bocado a intervenção que a associação não poderá deixar de ter, que é a de ser parte da escola e de contribuir dentro dela para o seu funcionamento e para a melhoria das condições escolares, pedagógicas, etc. Nessa perspectiva, em relação à anterior direcção, sem a mesma visibilidade nos jornais, parece que a associação não esteve muito activa. Isso é um processo natural e até já houve quem o tenha criticado. Eu acho que da parte dos membros desta direcção e dos restantes corpos sociais isso não aconteceu por acaso, foi algo deliberado porque se sentiu que essa intervenção pública acabava por afectar negativamente a escola e nem sempre produzia resultados imediatos ou conduzia a resultados sólidos. Talvez por isso houve uma certa inflexão

António Falcão | bloomland.cn

“Estoril é solução mais credível”

Eu acho que a (solução) do Hotel Estoril continua a ser a mais credível e a localização com mais potencial para a escola poder vir a mudar. Agora há uma série de meios que tem de ser disponibilizados (…) O que está pendente é o que estava pendente no passado. Basicamente que o governo manifeste a sua disponibilidade para que esse terreno seja utilizado para esse efeito, que a fundação concorde com essa mudança de instalações e que a comunidade em geral também. e uma política de deixar de ser essa a prioridade da associação, passando a ser a de participar na escola. Participámos nos dois dias abertos que a escola teve; participámos no Festival da Lusofonia, organizámos várias campanhas pedagógicas dentro da escola de âmbito ecológico.

Organizámos também palestras e desse modo tentámos dinamizar a participação dos pais dentro da associação que também estava esmorecida por causa dessa forma de intervenção pública. Desse ponto de vista, em que a política foi apoiar e participar mais na escola, acho que o balanço foi po-

sitivo e que está dentro daquilo que se pretendia. Mas não têm intervenção directa no que pode acontecer na escola... Sim, por um lado. Por outro, nestes últimos tempos, provavelmente aquelas grandes questões que afectavam a escola no passado acabaram por não ter o mesmo impacto, nem o mesmo mediatismo que tiveram no passado. Hoje quando se fala da mudança de instalações as pessoas não reagem como reagiam. Já se tornou uma banalidade... Por isso não tem sentido a associação continuar a mediatizar e a fazer uma polémica sobre um assunto que a comunidade já tem, pelo menos, como gasto, senão já encerrado. Mas é um facto de que se mantém a questão ou a dúvida de a escola sair ou não sair dali? Eu acho que se mantém. Há sempre a possibilidade de a escola ter melhores instalações do que aquelas onde está agora e desse ponto vista é sempre possível que a escola possa vir a mudar de instalações. Mas nestes dois anos não houve nenhum avanço nem se viu nenhuma tomada de posição crucial por parte da associação sobre o assunto... A nossa tomada de posição foi feita e foi feita várias vezes e que é a de que se a mudança acontecer tem de ser para melhor, se não for para melhor não se justifica. A escola não tem de pedir para mudar porque está bem onde está até que apareça uma melhor alternativa. E foi essa a posição que manifestámos e é essa a que mantemos. Qual é então a possibilidade mais forte e mais viável para que a escola mude? Não há nenhuma proposta, das que foram lançadas, que satisfaça os vossos requisitos? Eu acho que a do Hotel Estoril continua a ser a mais credível e a localização com mais potencial para a escola poder vir a mudar. Agora há uma série de meios que tem de ser disponibilizados. O que impediu então que isso tenha já acontecido? O que está pendente é o que estava pendente no passado. Basicamente

que o governo manifeste a sua disponibilidade para que esse terreno seja utilizado para esse efeito, que a fundação concorde com essa mudança de instalações e que a comunidade em geral também. Mas há sempre um avanço e um recuo... Neste momento se calhar já não é um assunto vivo, que o tal protocolo com a STDM ou qualquer outro documento canalize os meios financeiros que são necessários para uma mudança desse género. Será que se perdeu a oportunidade de se mudar para um sítio melhor? Houve a possibilidade de mudar para a Taipa, mesmo o acordo com a STDM não se sabe bem em que ponto está... Acho que não se perdeu oportunidade nenhuma, até porque não haveria a estabilidade para que um processo desses tivesse lugar. Com toda a polémica que esse assunto trouxe no passado não estavam sequer criadas as condições, em termos de comunidade, para que esse movimento tivesse lugar. Mas houve uma repetida abertura, tanto do governo como da própria STDM, para que tudo se resolvesse. Não há receio de toda a questão se tornar ridícula aos olhos do governo, deixando de acreditar na mudança, e olhando para este assunto com um ar trocista? O governo sabe, ou continua a realizar, que poderá haver aí custos associados. Pode haver uma fragmentação da comunidade em virtude desse processo, talvez por isso não quer liderar o processo, por causa das consequências negativas que possam vir daí. Mas a abertura e o potencial que existiam continuam a existir. Não há uma decisão porque provavelmente não estão alinhadas todas as circunstâncias para que seja tomada essa decisão. Como pai acha que a escola está no sítio certo? Como pai não me incomoda absolutamente nada a localização da escola. Acho que a localização é boa e que o edifício tem a nobreza e dimensões necessárias ao desempenho da função. Precisa de melhoramentos que


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com António Falcão

infelizmente não podem ser feitos devido a esta incerteza e esse seria o único “senão” a apontar àquela localização. Há certo tipo de reparações de fundo, como o ginásio, que não podem ter lugar em virtude disso. Em relação às mudanças na estrutura da Fundação da EP, coloca-se de novo a questão da viabilidade financeira da escola. Acho que foi uma evolução natural, aquilo que aconteceu na fundação. A saída da Fundação Oriente era uma processo que já vinha sendo desenhado há muitos anos e já tinha sido delineado como uma consequência necessária da postura da própria fundação, teria de sair. Esta saída podia ser uma oportunidade para abrir a estrutura da Fundação da EP a outros elementos da comunidade de Macau e dessa forma aproximá-la a Macau e à sua comunidade. É uma oportunidade que ainda pode ser aproveitada, trazendo outras entidades que tanto trabalham para essa estrutura. Por outro lado em termos de financiamento não creio que isso tenha criado um problema. Tanto o governo de Macau como o de Portugal manifestaram a sua disponibilidade para apoiar a escola no que for necessário. Há sempre essa afirmação de um apoio do executivo de Macau em relação à EP, caminha-se para uma integração da escola nos Serviços de Educação, seria essa uma boa solução para tornar viável o seu futuro a longo prazo? Acho que essa hipótese nunca foi discutida e creio que nunca foi pensada como sendo uma solução para os problemas financeiros da escola. Ou seja nunca, se determinou que para ter a sua sustentabilidade teria que ser integrada ou detida pelo governo de Macau. Isso parece difícil do ponto de vista formal, por parte dos currículos que a escola segue que não são os de Macau. Mantendo, claro, a sua independência... Por outro lado eu acho que a escola podia oferecer mais ao governo de Macau nesta área e no apoio ao ensino da língua portuguesa e nos cursos, para além dos curriculares, que podiam

ser criados para apoiar o ensino do português em Macau. Desse ponto de vista seria um veículo muito mais eficaz para o governo de Macau do que provavelmente outras instituições ou estabelecimentos que já existem. É um processo difícil, essa hipótese criaria alguma polémica, porque decerto muita gente não está confortável com a ideia. Qual seria então a situação ideal para o futuro e para a gerência da Escola Portuguesa, em termos de financiamento e estrutura de apoio? A situação ideal seria o governo de Macau tomar uma participação directa na Fundação da EP. Passando a ser um dos instituidores. Provavelmente não haverá uma conjuntura política para que isso aconteça. Nesse aspecto do ensino do português, de ano para ano, há sempre um maior défice de alunos, com a EP a ter um menor número de estudantes todos os anos. Que soluções podem ser apresentadas para contrariar esse estigma?

O problema tem várias vertentes. Uma será a reforma pedagógica da escola e dos conteúdos de ensino, o que de certa forma já tem tido lugar e já tem sido implementado nos últimos anos, mas é um processo que não se pode dar nunca por concluído, está sempre em evolução e em curso. As mudanças têm de continuar a acontecer, nomeadamente no ensino da língua chinesa e na procura de um modelo de ensino que seja mais eficaz e mais eficiente. Em segundo lugar tem de haver uma maior mediatização da escola de uma forma positiva e não de uma forma negativa que a caracterizou no passado, para aproximar mais a escola da comunidade e para que o seu nome e a sua reputação e solidez sejam mais conhecidas do público e de outras comunidades que não a portuguesa. A escola já tem tomado medidas nesse sentido. Para além do “Open Day” que passou a ser realizado existe também um curso preparatório que visa a integração dos alunos que vêm de outros sistemas de ensino. Passará também por uma agressividade comercial da escola na forma como se coloca e oferece os seus cursos, com a publicidade que faz. É necessária uma máquina administrativa que lhe permita aperfeiçoar todo esse aspecto. Não passa por uma internacionalização da escola, integrando

outro tipo de alunos que não tenham o português como língua primordial? No fundo esse é um dos resultados, mas é sempre complicado falar da internacionalização porque pode ser visto de várias formas. Uma é a abertura que temos veiculado que é a abertura da escola e do seu currículo a outras comunidades, tornandoo mais diverso, introduzindo outras línguas e permitindo a outras comunidades viverem mais na riqueza do ensino em português. Depois há a internacionalização que se falava há dez anos, e que provavelmente falava o Dr. Monjardino, que é pura e simplesmente a de abandonar o ensino em português e ter uma ala em inglês ou converter o ensino ao inglês. Desse ponto vista a “escola internacional” é sempre uma etiqueta complexa que pode criar ondas. Passa também pela criação de programas de ensino próprios que deixem a dependência específica de Portugal, com manuais escolares próprios? A escola já foi conferida com essa autonomia, já foi criada legislação própria que lhe dá essa liberdade pedagógica. Agora é preciso materializá-la, é preciso dar-lhe seguimento, para que a escola aproveite, crie e invente para se desenvolver mais nessa área. Outro aspecto muito importante

A saída da Fundação Oriente era uma processo que já vinha sendo desenhado há muitos anos e já tinha sido delineado como uma consequência necessária da postura da própria fundação, teria de sair. Esta saída podia ser uma oportunidade para abrir a estrutura da Fundação da EP a outros elementos da comunidade de Macau e dessa forma aproximá-la a Macau e à sua comunidade.

3 é no fundo uma reaproximação da EP à comunidade portuguesa, porque infelizmente há muitos pais que não vêm a EP como a solução ideal para os seus filhos e acho que aí também há algum equívoco, que de certo modo foi criado em relação à instabilidade que foi associada à escola. Ultrapassado esse problema ela deve-se posicionar para tentar recuperar esses alunos. Em relação ao novo ano lectivo que preocupações se levantam? O que quero é que corra tudo bem do primeiro ao último dia e em todas as áreas. Porque muitas vezes, e numa comunidade pequena, mesmo pequenos aspectos que não sejam fundamentais podem criar problemas maiores, criando uma indisposição em relação à escola. Nesse aspecto a associação tenta aperceber-se e tomar conhecimento tomando as medidas necessárias para ajudar a resolver esses problemas. Essa é também a preocupação para este ano. Que não existam problemas com horários, que não haja problemas com professores, que as turmas estejam bem compostas, que exista uma adesão dos pais nos assuntos da escola, para que a escola continue com o seu ambiente saudável. Fazendo um contraponto com o princípio da entrevista, esse foi também um dos aspectos desenvolvidos neste mandato. A questão das refeições, ou os professores que podem faltar mais, ou a questão da higiene durante os surtos de gripe que ocorreram, ou em relação às fardas, são pequenas coisas fundamentais para a qual a associação também trabalhou. Tem havido uma boa relação com a direcção da escola e com a própria fundação? Creio que tem havido uma relação saudável, na medida em que nós temos sido capazes de dialogar e também porque não colocamos sempre a tónica na crítica. Mas obviamente essa relação só será saudável enquanto tivermos a liberdade, iniciativa e a disponibilidade para confrontar a escola, a direcção e a fundação, com os problemas que a afectam. Não de uma forma pública, passando pelas manchetes dos jornais primeiro, mas sentados à mesma mesa e falando abertamente, pondo o dedo na ferida, se estamos sempre a dizer bem da escola e a escola a dizer bem da associação não vamos evoluir para lado nenhum, antes pelo contrário, a escola só vai regredir.


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política

FSS pode mudar da Secretaria da Economia para a dos Assuntos Sociais

Nova morada para o fundo hojemacau@yahoo.com

O Governo recusa-se a confirmar se o Fundo de Segurança Social (FSS) seria transferido da tutela da Secretaria para a Economia e Finanças para a da Secretaria para osAssuntos Sociais e Cultura, hipótese que foi ontem avançada pelo jornal “Va Kio”, citando fontes não identificadas. A mudança seria recebida de forma geral com uma reacção positiva, mas os deputados da Assembleia Legislativa (AL) consideram inadequado reestruturar apenas uma unidade em particular sem uma revisão geral e avistaram algumas outras agências mal posicionadas.

O jornal “Va Kio” noticiou ontem que diversas fontes tinham confirmado uma transferência “estrutural” do FSS da tutela de Francis Tam para a tutela de Cheong U, o que pode acontecer já em Outubro ou mais tarde, no âmbito da preparação para a entrada em vigor da nova lei da segurança social no primeiro dia de 2011. Quando o FSS esteve envolto em polémica, devido à questão da elegibilidade para o financiamento inicial das contas de Poupança Central, responsáveis daquele organismo fizeram questão de sublinhar que o FSS só podia executar as regras e leis feitas pela secretaria da tutela, o que aparentemen-

O director-geral do Departamento de Assuntos de Taiwan do Gabinete de Ligação, Cheng Jin-zhong, considera que a viagem de Cheong U irá “facilitar” os laços de Macau com Taiwan. E acrescenta que o facto de ele próprio acompanhar o secretário tem por objectivo ajudar a delegação quando esta precisar de assistência, sem outra missão. Uma vez que o secretário das Finanças de Hong Kong, John Tsang, voltou a casa de mãos vazias, com algumas memórias embaraçosas pelo meio, a eficácia da viagem de Cheong U foi posta em dúvida. Cheong U encontrou-se com Tseng Yung-Chuan, vice-presidente da legislatura da República da China (nome oficial de Taiwan) e vice-presidente do KMT, assim que chegou ao aeroporto de Taipé. Tseng, recorde-se, tem defendido activamente que a “Semana de Macau” tivesse lugar em Taiwan, desde a sua visita ao território em Abril deste ano. Tseng é também presidente da Associação dos Amigos de Hong Kong e Macau. As imagens da MASTV captaram o momento em que Tseng apelidava Macau e Hong Kong de “casamenteiros” nas relações através do estreito nos últimos anos, mostrando-se feliz por ver Macau a agir activamente, mandando uma comitiva a Taiwan. Com o KMT a preparar-se para as elei-

te terá deixado o FSS com poucas opções para planos de contingência. Cheong U foi confrontado com a notícia ontem de manhã no aeroporto, mas disse apenas que os média eram livres de expressar as suas opiniões e que não tinha nada a comentar. “Quando houver um anúncio a fazer, vamos fazêlo através do canal formal”, disse Cheong antes de se afastar dos jornalistas. O porta-voz da Secretaria para a Economia e Finanças disse ao Hoje Macau que não havia de momento nada de concreto para anunciar. Os deputados da AL Ho Ion Sang (Kai Fong, UGAMM) e Kwan Tsui Hang

(Federação dos Trabalhadores, FAOM) saudaram a possível reestruturação tendo em contra que a lei da segurança social transformou-se de um benefício relacionado com o emprego numa rede de de cobertura total graças à revisão da lei. Os dois deputados, no entanto, também propuseram mais mudanças estruturais. Ho Ion Sang, por exemplo, defende que o Instituto de Habitação de Macau (IHM) deveria passar para a alçada de Cheong U uma vez que a habitação se está a tornar num assunto de bem-estar social. Kwan Tsui Hang, pelo contrário, acha que a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) devia ser

supervisionada por Francis Tam porque o turismo é uma parte essencial da economia de Macau, sem ter nada a ver com Cultura. A deputada acrescentou que se Macau quer expandir as suas indústrias culturais, uma reestruturação do Instituto Cultural (ICM) e serviços relacionados deveria ser estudada. Há pontos de vista diferentes sobre o rumor acerca desta reestruturação. Ao contrário do que sugere o artigo do Va Kio, o deputado Paul Chan Wai Chi não acredita em nenhuma possibilidade de mudança estrutural do FSS quando a comissão da AL discutir a mudança da Lei da Segurança Social em detalhe.

Gabinete de Ligação destaca importância da viagem a Taiwan

Os laços de Cheong U KAHON CHAN

Kahon Chan

Além disso, Paul Chan Wai Chi não sente a necessidade de o Governo fazer esta “dança das cadeiras” com os seus serviços, entre as várias secretarias, Caso isso seja considerado necessário, o deputado preferia que fosse feita uma ampla revisão de toda a estrututa do Executivo. “É mais importante haver planeamento prévio suficiente. Penso que não é desejável mudar os serviços sem um plano global.” Chan vê no IACM um serviço específico que requer uma coordenação eficiente com outros departamentos das diversas secretarias devido à sua grande margem de responsabilidade, e que o Governo deveria avaliar se a “relocalização” de funções seria necessária. Para reforçar a coordenação, Chan propôs também a criação de “taskforces” interdepartmentais a serem estabelecidas para os grandes projectos.

trocas, o que é crucial para garantir a base para mais trocas no futuro. “Macau e Taiwan têm sempre estado bem próximos, com uma abordagem pragmática e, do meu ponto de vista, essa abordagem tem sido fantástica”, afirmou. “A visita é apenas um dos processos em curso e não irá afectar a tendência geral, a não ser facilitá-la.”

Uma vez que o secretário das Finanças de Hong Kong, John Tsang, voltou a casa de mãos vazias, com algumas memórias embaraçosas pelo meio, a eficácia da viagem de Cheong U foi posta em dúvida. Cheng Jin-zhong

ções municipais nas cinco maiores cidades taiwanesas em Novembro, Tseng também propôs introduzir uma ligação aérea entre Taichung e Macau para reforçar ainda mais os laços. O outro lado, contudo, só foi visto a repetir a ladainha do reforço de cooperação em turismo e indústrias culturais.

Cheong U

Há um programa claro definido. Cheng Jin-zhong falou nos propósitos da viagem, nomeadamente os assuntos económicos e culturais, com ênfase no turismo. A sua inclusão na delegação, enquanto assessor, levantou dúvidas que tentou explicar pessoalmente. “Vamos lá sobretudo para pres-

tar assistência ao secretário Cheong para este conseguir levar a cabo a viagem. Não tenho qualquer outra missão, apenas prestar assistência. Penso que irei dar ajuda sempre que for chamado para tal.” Cheng sublinhou que a viagem terá sucesso, uma vez que aumentou o conhecimento e reforçou as

Camões Tam, um crítico local de assuntos da actualidade com bons conhecimentos dos assuntos de Taiwan, concordou com o ponto de vista de Cheng, numa entrevista à TDM. A visita, diz Camões, será como um teste para verificar a existência de qualquer oposição potencial da China ou Macau e, se nada acontecer, todos poderão avançar com propostas e alcançar resultados concretos. - K.C.


Chui Sai On enaltece força económica de Macau na China O Chefe do Executivo, em visita oficial à Changchun, lembrou ontem, durante o seu discurso na VI Exposição do Comércio e Investimento do Nordeste da Ásia, que a economia de Macau não saiu abalada com a crise financeira mundial. Chui Sai On frisou que desde o terceiro trimestre do ano passado até o primeiro trimestre deste ano, há sinais evidentes da recuperação económica na RAEM. O líder do governo também prometeu incluir a acção promocional ‘Macau Dinâmico’ nas suas Linhas de Acção Governartiva (LAG), por ser vantajosa para promover internacionalmente produtos e marcas das pequenas e médias empresas locais.

Kahon Chan

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O Governo está a estudar a hipótese de passar a revelar as suas despesas à Assembleia Legislativa (AL), mas só para gastos que forem motivo de “grande preocupação” para a sociedade ou de “impacte mais amplo”, no futuro, sob certas condições que a Direcção dos Serviços de Finanças (DSF) diz estarem em estudo “pormenorizado” de viabilidade. Um deputado mostrou-se preocupado com os critérios envolvidos, enquanto um académico diz-se céptico quanto à existência de qualquer estudo feito pelo Governo. O deputado Ung Choi Kun apresentou uma interpelação escrita no final de Julho sobre as despesas do Governo, em que questionava se o Executivo iria dar poderes à AL para aprovar pub

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Novo modelo de relatório de despesas do Executivo em estudo

Governo promete contar tudo (ou não) as despesas excedendo um determinado montante, de forma a reforçar a fiscalização por parte da legislatura sobre os projectos de obras públicas e despesas extraordinárias. Ung observou, na sua inquirição, que o sistema de reserva a ser elaborado deverá introduzir o mecanismo de aprovação do Orçamento. Posteriormente, a DSF respondeu a 20 de Agosto, sugerindo que o Governo “levaria a cabo estudos para explicar as despesas dos programas de governação, que são relativamente preocupantes para a sociedade e com um impacte mais vasto, de forma atempada”, para reforçar a supervisão da AL sobre o Executivo e permitir

que o público tome conhecimento das “circunstâncias envolvidas”. E acrescentou que o projecto para o sistema de reserva foi submetido a revisão final, que está "basicamente concluído", com o processo legislativo a arrancar em princípio ainda este ano. Citado pelo porta-voz da DSF, o responsável

pela nova abordagem nos relatórios de despesas não quis avançar detalhes sobre os possíveis resultados, declarando na sua resposta por email que “no momento, o Governo da RAEM está ainda a levar a cabo um estudo detalhado de viabilidade sobre o assunto”, e reafirmou o objectivo do Governo de aumentar a

transparência e reforçar a cooperação com a AL. Paul Chan Wai Chi deu especial atenção aos dois “critérios” constantes na resposta. “Os deputados da AL são sem dúvida nenhuma responsáveis pela verificação financeira do Governo com um mecanismo que é abrangente e eficaz. Qualquer item mi-

núsculo em qualquer departamento pode dar origem a maus hábitos em todos os departamentos, tal como aconteceu com [a antiga directora da DSF] Orieta Lau na comissão”. Chan saudou o “primeiro passo” dado pela DSF, mas espera que haja planificação com o objectivo final de estabelecer uma forma responsável de gastar dinheiro. Por seu turno, Elio Yu, professor da Universidade de Macau, não vê que haja nenhuma grande ideia nova nas declarações feitas pela DSF, e sente que o Executivo sempre debita declarações do género quando não há qualquer política concreta a ser proposta. A menos que haja uma pressão substancial por parte do público, Yu acredita que o Governo não irá realmente colocar o poder de decidir sobre as suas despesas nas mãos dos deputados.


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sociedade

Centro de Queixas da Saúde não teve tempo de contabilizar reclamações em oito anos

Onde param as reclamações? Há oito anos foi criado o Centro de Avaliação de Queixas a Actividades de Prestação de Cuidados de Saúde, mais conhecido como CAQ. Até agora ninguém sabe quantos utentes já recorreram ao serviço, porque ainda não houve tempo para as estatísticas. Vanessa Amaro

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Chegar ao Centro de Avaliação de Queixas Relativas a Actividades de Prestação de Cuidados de

Saúde (CAQ) é um jogo de paciência. Liga-se para os Serviços de Saúde (SS) e ninguém sabe o que é. Liga-se para o Centro Hospitalar Conde de São Januário, passa-se a chamada para aqui e ali, longas esperas, a mesma conversa a ser repetida até chegar à extensão correcta. Quem lá conseguiu chegar para apresentar uma queixa contra a saúde pública não faz parte das estatísticas, porque os números nunca foram contabilizados. O CAQ foi criado há mais de oito anos – exactamente a 19 de Junho de 2002, por despacho dos SS -, para receber, analisar e dar seguimento a queixas dos utentes através de uma comissão independente, que foi renomeada a 15 de Julho deste ano, com cinco membros. Quantas queixas foram recebidas, quantas

tinham cabimento, quantas seguiram para inquérito interno. Três questões simples que o Hoje Macau tentou obter dos Serviços de Saúde e para as quais recebeu uma resposta única: “não temos nenhum dado estatístico”. Fonte do CAQ ouvida pelo Hoje Macau considera “descabida” a ausência dos

números. “É impossível não haver estatísticas, já que quando um utente nos apresenta uma queixa, ela automaticamente é numerada e inserida numa base de dados geral”, explica. A porta-voz dos SS, Kendie Pun, contudo, diz que a informação ainda não está disponível, apesar do organismo existir há oito

anos. “O CAQ está a preparar um relatório estatístico sobre as queixas recebidas ao longo deste oito anos e irá apresentá-lo publicamente. Neste momento, não podemos apresenta nenhum dado e esperamos a vossa compreensão para tal”, referiu. Mais de um mês e meio depois do primeiro pedido do Hoje Macau, os SS ainda não conseguiram colocar o número de queixas num documento. “Como é algo que tem de passar por uma série de procedimentos administrativos, precisamos de tempo para reunir a informação. Em breve, apresentaremos o que temos ao público”, acrescenta a representante dos SS. O organismo, que apesar de funcionar dentro do São Januário tem a sua própria autonomia, é constituído por cinco membros, um

presidente e quatro vogais, sendo três representantes dos SS e dois representantes do sector privado. Até o dia 14 de Julho de 2011, O Heng Wa, assistente hospitalar de medicina legal é o líder do grupo que avalia se as reclamações têm fundamento para chegar a instâncias superiores. Segundo o princípio estipulado nas Linhas de Acção Governativa (LAG) de 2007, o CAQ deve servir os cidadãos no intuito da “prevenção prioritária e tratamento adequado”, para elevar e fiscalizar a qualidade dos serviços médicos e fornecer informações. Para tal, o melhor caminho seria “desenvolver as funções do CAQ através da promoção, comunicação e coordenação entre o médico e do doente, e estabelecendo uma relação de mútua confiança”.

Ministro japonês chama a atenção de Pequim

Empresa pode construir fábrica no território vizinho

O ministro das Relações Exteriores do Japão, Katsuya Okada, alertou que a China corre o risco de perder investimentos estrangeiros a menos que adopte normas mais transparentes e consistentes em relação às empresas, incluindo o quadro legal para lidar com questões trabalhistas. “As companhias estrangeiras enfrentam problemas na China que são impensáveis num ambiente normal de negócios”, disse Okada em entrevista a The Wall Street Journal. “Continuaremos a levantar estas questões e esperamos que a China tome conhecimento e faça correcções”, disse. A China tem defendido a sua política para as companhias estrangeiras, alegando que o contínuo crescimento do investimento externo no país é prova de que não há discriminação. Este ano, uma onda de greves atingiu a produção de fabricantes japonesas na China, incluindo Honda Motor e Toyota Motor. Durante sua visita a Tóquio no sábado, o

A empresa canadiana Bombardier está a estudar a construção de uma fábrica em Zhuhai, província de Guangdong, para a montagem de carruagens para passageiros automatizadas, afirmou em Pequim o presidente da Bombardier China, Zhang Jianwei. Citado pelo diário chinês China Daily, Zhang adiantou que a fábrica a ser eventualmente construída

Estrangeiros à parte

primeiro-ministro da China, Wen Jiabao, sugeriu a Okada que as paralisações são causadas por salários relativamente baixos nestas fábricas e pediu que as companhias resolvam a situação. Entre outros exemplos de problemas com os quais as companhias japonesas estão tendo de lidar, o ministro das Relações Exteriores do Japão citou o repentino corte nas exportações de metais raros usados na fabricação de carros híbridos, sentenças desfavoráveis de tribunais locais e a fraca implementação de sentenças favoráveis a empresas que enfrentam disputas por propriedade intelectual. Okada disse que, porque a China é um mercado tão atraente, os problemas recentes não são suficientes para que as companhias desistam de investimentos ou se retirem do país. “Mas se estes problemas continuarem, haverá efeitos negativos sobre os investimentos futuros”, alertou.

Bombardier instala-se em Zhuhai será a primeira para montagem de carruagens para passageiros automatizadas fora da América do Norte. Os sistemas de carruagens para passageiros automatizadas servem habitualmente pequenas áreas como aeroportos, zonas comerciais ou parques temáticos dispondo os sistemas de maior dimensão de características de metropolitanos

ligeiros. A Bombardier é uma das empresas candidatas à primeira fase do projecto de metropolitano ligeiro de Macau, associada à sua parceira China Road and Bridge Corporation, tendo Zhang Jianwei afirmado que caso o consórcio vença o concurso todas as carruagens serão montadas na fábrica de Zhuhai, zona económica especial da China adjacente a Macau.


Moedas comemorativas do Ano Lunar do Coelho a caminho Entre 7 e 17 de Setembro, os coleccionadores de moedas comemorativas podem inscrever-se para garantir a do Ano Lunar do Coelho. A nova série de moedas comemorativas para 2011 foi produzida, após autorização da Autoridade Monetária de Macau, pela “Singapore Mint”, casa de cunhagem de renome. As moedas subscritas serão levantadas na sede da AMCM durante o período de 5 a 14 de Janeiro de 2011. A partir do dia 24 de Fevereiro, as moedas serão também colocadas à venda ao público.

O evento já se realiza em Hong Kong há 24 anos e a Oxfam sente-se lesada por uma empresa do território utilizar o mesmo nome, TrailWalker, para uma caminhada com fins solidários, agendada para o dia 11. Sem acordo à vista, a Oxfam promete ir a tribunal para impedir a iniciativa Vanessa Amaro

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A primeira caminhada PokerStars Macau Trailwalker pode acabar em tribunal. Tudo porque a Oxfam Hong Kong soube, a 21 de Junho, que a empresa local Upward Bound e o jornal Macau Daily Times decidiram lançar uma iniciativa com o mesmo propósito solidário e nome idêntico – Trailwalker. A caminhada está marcada para acontecer no próximo dia 11, nos trilhos de Coloane, com os fundos arrecadados a reverter para a Associação pub

do Desenvolvimento Infantil, mas a Oxfam afirmou ao Hoje Macau que vai tentar impedir o evento. De acordo com Brenda Wong, responsável pela angariação de fundos, a Oxfam contactou os organizadores da caminhada em Macau no início do mês de Julho e o encontro cara a cara aconteceu no dia 22 do mesmo mês. Mas não houve cedência de nenhum dos lados, o que leva agora a Oxfam a ameaçar com os tribunais, caso o nome do evento não seja alterado. “A Oxfam Hong Kong pediu aos organizadores

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Oxfam queixa-se de empresa de Macau

Caminhada da discórdia

para alterarem o nome do evento PokerStars Macau TrailWalker para evitar confusões com a acção por nós levada a cabo há 24 anos. No entanto, da parte de Macau

não houve nenhuma abertura. Por isso, estamos a receber aconselhamento jurídico sobre o que podemos fazer”, afirmou Brenda Wong. Por outro lado, Kowie

Geldenhuys, director da empresa Macau TrailWalker e administrador do jornal Macau Daily Times, apoiante da causa, descarta qualquer conflito de interesses com a caminhada de Hong Kong e alega que Macau tem a sua própria legislação que em nada interfere com a da região vizinha. A sua posição é clara: não há intenção de se mudar nada. “A Macau TrailWalker Ltd é uma empresa comercial com responsabilidade limitada, legalmente registada em Macau e totalmente comprometida com trabalho de caridade em Macau. Segundo a legislação local, antes do nome da empresa ser aprovado, a Conservatória do Registo Comercial

garante que a designação ou qualquer similar não está em uso ou não foi solicitada em Macau. Assim sendo, como este é um evento estritamente realizado em Macau, não entendemos as objecções legais que a Oxfam tem para tentar impedir o nosso evento”, sublinha Geldenhuys. A Oxfam contesta essa posição e rebate dizendo que a TrailWalker é um dos maiores e mais populares eventos desportivos de Hong Kong, com uma “forte reputação” e preocupação com normas de segurança dos participantes e que o nome está a causar dissabores. “Os organizadores, participantes e entusiastas da Oxfam TrailWalker estão preocupados com a confusão criada pelo mesmo nome usado em Macau. Faremos tudo para proteger a reputação do nosso evento”, aponta John Sayer, director-geral da instituição.


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8 Pequim emite título do Tesouro

O Ministério das Finanças da China anunciou quarta-feira que vai vender títulos do Tesouro amortizáveis em 20 anos num valor de 28 bilhões de yuans a partir da quinta-feira. Os títulos do Tesouro terão uma taxa de juro fixo de 3,82% por ano e os juros serão pagos a cada seis meses, segundo um comunicado publicado no site do ministério. Os títulos vão estar à venda entre os dias 2 e 6 de Setembro e poderão ser comercializados a partir de 8 de Setembro através do mercado interbancário de títulos do Tesouro como também nos bancos comerciais designados. Este é o segundo lote de títulos do Tesouro do Tesouro que a China emite neste ano.

Media chineses querem parcerias

O director da Administração Estatal de Imprensa e Publicação da China, Liu Binjie, afirmou que o país irá adoptar políticas de estímulo para favorecer a parceria internacional no mercado editorial. Durante o Fórum de Publicação Internacional de Beijing, Liu Jiebin disse que a China é o segundo país produtor de livros e jornais e o segundo maior mercado editorial o mundo. Temas relativos à imagem chinesa e contos da China estão entre os assuntos de maior interesse das publicações estrangeiras. Para ele, a diferença cultural impediu cooperações internacionais com a China na área editorial. Além disso, o mau entendimento e as distorções sobre a realidade do país, bem como a falta de experiência na exploração do mercado internacional, são factores agravantes. De acordo com o director, para reforçar a cooperação internacional no segmento, a China irá promover feiras internacionais de livros e outros tipos de eventos. O governo vai incentivar ainda o investimento no exterior e a criação de livrarias on-line

China nega reforço militar na fronteira

A China refutou quarta-feira as informações sobre a presença de mais de 11 mil soldados chineses no norte do Paquistão e disse que essas "informações infundadas" têm "motivos ocultos". "Acreditamos que os intentos de algumas pessoas, ao inventar histórias, é dificultar às relações da China com o Paquistão ou da China com a Índia", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Jiang Yu, em comunicado. A porta-voz fez o comentário em resposta a informações recentes de alguns jornais americanos e indianos que reportaram que a China disponibilizou mais de 10 mil soldados na região de GilgitBaltistan do Paquistão.

china Crianças obesas frequentam acampamentos especiais

Emagrecer é glorioso Yu Shun, de 11 anos, está entre as 12 milhões de crianças obesas da China, e o seu objetivo para este verão era emagrecer. Por isso, participou de um acampamento onde fazia quatro horas diárias de exercícios numa academia, tentando deixar para trás o excesso de peso, cada vez mais comum no país. Shun pesava 67 quilos quando os seus pais o matricularam num acampamento para emagrecer em Pequim, e, após 15 dias, dos 29 previstos para as actividades, depois de correr em esteiras, levantar pesos e praticar outros exercícios, perdeu 5,5 quilos. A criança levantava-se todos os dias às 7h00, num hotel de três estrelas próximo do centro desportivo, onde às 9h30 começava a exercitarse durante duas horas e regressava às 13h45 para mais uma sessão de actividades Os pais de Shun inscreveram-no no acampamento depois de saberem que o seu fígado estava "sujo" e o menino estava acima do peso médio para sua idade. "Gosto de hambúrgueres, bata-

tas fritas e pizzas. Ia três vezes por semana ao McDonald's e ao KFC", contou Shun à agência Efe, dizendo que no acampamento se alimentou de sopas, arroz branco, verduras, carne de vaca e frango. Shun, que nos tempos livres fazia deveres escolares, via televisão, navegava na internet ou praticava algum desporto, confessou que gostaria voltar a comer fast-food, mas sabe que não poderá, pois sua mãe o proibiu. O número de crianças com excesso de peso ou obesas, no gigante asiático, chegou a 12 milhões em 2009, ou seja, um terço do total mundial, segundo um estudo da Associação

Chinesa para Nutrição de Estudantes e Promoção da Saúde. Os especialistas atribuem este excesso de peso e obesidade ao rápido crescimento económico da China, à mudança dos hábitos alimentares, à proliferação das redes de fast-food e ao aumento de uma vida sedentária, que também afectaram os adultos entre os últimos 20 e 30 anos. Os dados oficiais mais recentes, de 2004, citados pela agência de notícias "Xinhua", assinalam que o número de pessoas com excesso de peso na China (país com 1,3 bilhões de habitantes) em 2002 era de 200 milhões, 39% a mais que em 1992. Uma das medidas desenvolvidas na China para lutar contra o excesso de peso e a obesidade são os acampamentos para emagrecer, como o que Shun frequentou juntamente com outros 60 alunos que, desde o início de julho, participaram da actividade Neste acampamento, com garotos de idades entre 9 e 17 anos e aberto também aos maiores de idade e estrangeiros, os participantes costumam perder, em média, entre

7 e 11 quilos em 29 dias. No local onde Shun foi inscrito, cujo custo é de 9.480 iuanes, os acampamentos são oferecidos durante todo o ano, mas em Julho e Agosto, durante as férias escolares, o movimento é maior. Três monitores acompanham as crianças 24 horas por dia. Os miúdos podem ver os pais só uma ou duas vezes por semana, quando recebem visitas, mas alguns, que vivem noutras províncias, nem sequer vêem suas famílias. A mãe de outro aluno, Gao Xiaohe, de 40 anos, disse à agência Efe que está "contente" por ter levado o seu filho, Lin Junjie, de 12, a este acampamento. "O meu filho mede um metro e setenta,e pesava 92 quilos, mas perdeu dez quilos em 29 dias", disse. Junjie também comia fast-food antes de ir para o acampamento, mas com menor frequência que Shun. A mãe reconhece que não acredita que esta fosse a causa de sua obesidade, e sim o excesso de alimentação que recebia em casa, por ser filho único. Shun, Junjie e os outros participantes neste acampamento receberam, no fim das actividades, um CD com instruções sobre o que comer e exercícios para fazer para não voltarem a engordar, sabendo que terão que resistir à tentação dos fast-food e deixar de lado a vida sedentária.

Jornalista promete continuar a sua luta

Activista agredido O jornalista, bloguer e activista Fang Zhuozi, conhecido na China pela sua luta contra as fraudes académicas e por ter revelado famosos escândalos que envolveram empresários e cientistas, sofreu um ataque no último fim de semana, em Pequim, informa a imprensa oficial. Segundo o jornal estatal China Daily, um homem ainda não identificado atacou Fang com um spray, enquanto outro o atingiu com um martelo, logo depois de o jornalista ter dado entrevista para uma rede de televisão, numa rua de Pequim. Fang é apelidado de "polícia cientista" e revelou vários escândalos no país, relacionados com fraudes académicas e falsas descobertas científicas, campos nos quais há grandes redes de corrupção, com falsificação de diplomas e outros crimes. Foi Fang, por exemplo, quem acusou o ex-director executivo da

Microsoft China, Tang Jun, de ter falsificado o seu currículo académico nos Estados Unidos. Também foi ele o responsável por arruinar a carreira do monge taoísta com mais seguidores da China, Li Yi, demonstrando que alguns de seus supostos "milagres" eram truques televisivos. Li, que tinha entre seus seguidores celebridades e milionários da China, confirmou esta mesma semana que renunciou ao cargo de vice-presidente da Associação Taoísta Chinesa. Após a agressão sofrida, Fang recebeu o apoio de muitos internautas chineses, entre eles o célebre artista Ai Weiwei (outro activista que foi vítima de ataques nos últimos anos) e jornalistas da imprensa chinesa, tanto oficiais como independentes. "Não me vão assustar, manterme-ei firme no trabalho que estou a fazer", disse Fang ao China Daily.

Ingleses dizem que é campanha de mau gosto

Princesa da lingerie Treze anos depois da morte da Princesa Diana, ela virou tema de campanha de lingerie da empresa chinesa Jealousy International. A imagem sensual inspirada na princesa que morreu em um acidente de carro em 31 de agosto de 1997, foi estampada em outdoors no aeroporto da cidade de Shentzhen, no sudeste da China. A campanha

pede que os clientes "sintam o romantismo da realeza britânica" e provocou irritação na Inglaterra, onde Diana é venerada. “Eu fui recolher a minha bagagem da passadeira rolante, quando vi o outdoor. Não podia acreditar naquilo”, disse o jornalista inglês Sam Chambers em entrevista ao jornal Daily Mail.


desporto

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Lam Pak e Kuan Tai discutem hoje liderança da série A da Bolinha

Dois galos para um poleiro alguns dos adversários com os quais o Kuan Tai já se debateu conjugaram-se para permitir que a formação liderada por João Rosa pudesse assumir o estatuto de candidato à vitória na edição de 2010 da “Bolinha”. Para manter a invencibilidade e a inédita candidatura o triunfo na competição, o Kuan Tai tem que derrotar esta noite o Lam Pak no D. Bosco e repetir a façanha frente ao Futebol Clube do Porto numa das últimas jornadas do principal Campeonato de Futebol de Sete da RAEM. Depois de ter somado duas derrotas consecutivas frente ao Hong Ngai (2-1) e ao Lam Pak (2-0), os dragões do território regressaram anteontem às vitórias e recuperam fôlego e margem de manobra para tentar lutar por um lugar ao sol no âmbito da fase de grupos da prova. Com duas vitórias e duas derrotas, o conjunto azul e branco tem no Hong Ngai um rival à medida na corrida pelo terceiro ou eventualmente pelo segundo lugar da competição. O Hong Ngai, que se impôs surpreendentemente ao Futebol Clube do Porto na segunda jornada do Campeonato, impôs-se ontem à formação do Pau Peng/Artilheiros por duas bolas a uma, numa partida de nervos em que o golo da vitória surgiu já em período de descontos. A protagonizar um campeonato menos conseguido, o Grupo Desportivo Artilheiros entrou melhor no encontro, beneficiando das melhores oportunidades da primeira metade. Depois de ter desperdiçado várias ocasiões, o sete do Pau Peng conseguiu inaugurar o marcador a dois minutos do intervalo, mas o

factor “vantagem” pouco ou nada contribuiu para a tranquilidade da equipa. O Hong Ngai recolheu ao balneário a perder pela margem mínima, mas regressou ao relvado com moral para dar e vender e a postura abertamente ofensiva com que a formação iniciou o segundo tempo frutificou em menos de cinco minutos, com o camisola 11 do Hong Ngai a repôr a igualdade num remate de belo efeito desferido de fora da área do Artilheiros. Com o empate a uma bola a pautar o andamento do marcador, o Hong Ngai pisou no acelerador e tentou o tudo por tudo para arrancar a terceira vitória na corrente temporada da “Bolinha”, mas o Pau Peng conseguiu anular o poderio ofensivo do adversário até aos últimos intantes da partida. O tento da vitória do Hong Ngai chegou já em período de descontos, numa altura em que os adeptos do Grupo Desportivo Artilheiros já pediam o fim do encontro. No outro encontro ontem disputado no Complexo Desportivo do Colégio D. Bosco, a contar para as contas da série B do Campeonato da 1ª Divisão da Bolinha, um Hoi Fan em crise não conseguiu levar a melhor sobre o Lai Chi. Com o macaense Lino Mourato Lopes no sete inicial, o Hoi Fan foi surpreendido pelo Lai Chi, perdendo por duas bolas a uma. O Lai Chi colocou-se em vantagem aos 17 minutos e o Hoi Fan ainda conseguiu empatar aos 41, mas três minutos depois o Lai Chi voltou a marcar, construíndo desse modo o resultado com que terminou a partida.

Vencedor de 2009 quer fazer história

RAEM é talvez o mais velho piloto de Fórmula 3 da actualidade, e, como o próprio disse aos jornais chineses do território, irá efectuar quatro corridas “como preparação para o Grande Prémio” no Open Europeu de Fórmula 3, campeonato anteriormente designado como Campeonato de Espanha de Fórmula 3, pela equipa inglesa West-Tec. Mesmo beneficiando dos subsídios governamentais da RAEM, Michael Ho irá tripular um carro da categoria B, para carros da geração anterior. Dada a incapacidade do território em lançar uma nova geração de pilotos, tal como aconteceu o ano passado, Ho continuará a ser o único piloto local na prova, cabendo-lhe, para não variar, o papel de figurante. A 57a edição do Grande Prémio de Macau poderá marcar igualmente o regresso da bandeira de Portugal à prova de Fórmula 3. Depois da participação de Álvaro Parente em 2004, António Félix da Costa, vencedor este ano de duas corridas da Fórmula 3 Euroseries, deverá estrear nas ruas de Macau na edição de 2010.

Marco Carvalho

hojemacau@yahoo.com

O Grupo Desportivo Lam Pak e o Kuan Tai disputam ao início da noite de hoje no relvado sintéctico do Complexo Desportivo do Colégio D. Bosco a liderança da série A do principal Campeonato de Futebol de Sete do território, no encontro que coloca um ponto final na quarta jornada da prova. As duas formações são as únicas que ainda não conheceram o travo amargo da derrota nas andanças da “Bolinha” da corrente temporada, somando por vitórias os três encontros até agora disputados na competição. Apesar de liderarem as contas da série A em ex-aequo com o Kuan Tai, os homens da formação orientada por Chan Man Kin estão em melhor posição para rematar a fase de grupos da prova na liderança da respectiva poule de apuramento, já que conseguiram superar com sucesso obstáculos da craveira do Futebol Clube do Porto e do Grupo Desportivo da Polícia de Segurança Pública. O calendário e o mau momento de forma de Sérgio fonseca

hojemacau@yahoo.com

Edoardo Mortara vai mesmo regressar ao Grande Prémio de Macau para defender a coroa na corrida de Fórmula 3 e caso consiga voltar a saborear o champanhe da vitória, o piloto italiano de 23 anos será o primeiro a fazê-lo em mais de vinte e seis anos da prova. “Não estou certo que alguém tenha feito isso antes, porque não? Macau é um grande evento, vamos lá uma semana e temos tanto divertimento, e ainda a oportunidade de correr numa das melhores pistas do Mundo”, disse Mortara à edição comemorativa dos sessenta anos da revista semanal inglesa Autosport. O actual líder da Fórmula 3 Euroseries irá com certeza encabeçar a sempre longa lista de favoritos, mas o piloto transalpino deixa esse factor para segundo plano, assim como a pressão do fardo que carrega. “Não tenho pressão. Já venci a prova. Mas se querem fazer de mim o favorito, não há problema. Macau é o meu circuito favorito, e já o era

Vinte anos é muito mesmo antes de eu ter alcançado o sucesso. Só quero voltar a Macau pelo gosto que me dá em conduzir”, afirmou à mesma publicação. Mortara, que o ano passado venceu no Circuito da Guia, reabilitando assim uma carreira que parecia sem rumo na GP2, acredita no valor do DallaraVolkswagen preparado pela equipa francesa Signature Plus. “Estou certo que teremos um bom carro lá. Temos um conjunto bastante forte. Ficaria tolo se não quisesse correr com este carro em Macau outra vez. É como

um campeonato mundial de F3 com os japoneses e britânicos também presentes. É uma corrida a não perder”, concluiu o italiano que é grande aposta da Volkswagen Motorsport para voltar a escrever história na clássica do sudeste asiático. A pensar no Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 está também o veterano piloto local Michael Ho, que, ao que tudo indica, vai voltar a repetir a participação de anos anteriores na prova destinada aos “jovens lobos”. O quarentão piloto da

Angola surpreende no basquetebol

A selecção angolana de basquetebol, treinada pelo português Luís Magalhães, somou ontem a segunda vitória no Mundial2010, ao surpreender a Alemanha por 9288, após prolongamento, e ficou a um passo dos oitavos de final. Em Kayseri (Turquia), Olímpio Cipriano, com 30 pontos, e Joaquim Gomes, com 14 ressaltos, foram as grandes figuras da equipa africana e decisivos no prolongamento, depois da igualdade verificada a 78 no final do tempo regulamentar. Depois de dois desaires pesados (frente à Argentina e Sérvia) e um triunfo esperado sobre a Jordânia, este resultado coloca Angola em boa posição no Grupo A para alcançar os "oitavos".

Treinadores reuniram em Nyon

Os portugueses Jorge Jesus, do Benfica, Mourinho, do Real Madrid, e Jesualdo Ferreira, do Málaga, estiveram na quarta-feira em Nyon para participar no 12º Fórum de treinadores de clubes de elite da UEFA. O encontro que reúne os técnicos de alguns dos maiores clubes da Europa e treinadores de renome prossegue esta quinta, de manhã. Nesta ocasião, os técnicos aproveitam esta oportunidade para trocarem opiniões sobre o actual panorama do futebol profissional. Pepe Guardiola, do Barcelona, Alex Ferguson, do ManUtd, Ancelotti, do Chelsea, também fazem parte do grupo de treinadores que decidiu marcar presença no fórum.

Mourinho farto da “novela” Queiroz

José Mourinho, tal como muitos portugueses, está farto da polémica em torno de Carlos Queiroz. O treinador do Real pede frontalidade e objectividade. “Se o processo visa o despedimento do actual seleccionador, que o mesmo seja efectivado de forma clara. É uma situação que não me agrada, obviamente. Gosto da frontalidade e da objectividade. Se é para o seleccionador ir embora, então que resolvam as coisas e que vá. Não é com castigos, depois regressos e mais castigos que as coisas se resolvem”, disse Mourinho. O treinador português apelou à união do grupo e garantiu que torcerá sempre pela equipa das Quinas: “Os jogadores têm de se unir para dois jogos importantes, onde estão seis pontos em jogo para a qualificação para o Europeu. Eu continuarei a ser adepto da selecção, como sempre fui, mesmo quando a selecção era treinada por um não português. Portanto, sendo um treinador português, ainda mais”.


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cultura

Cripta do século XVII encontrada debaixo da Assembl

Para já são visíveis apenas as arcadas superiores, mas não há dúvidas de que as estruturas subterrânea sembleia da República, no Palácio de São Bento, em Lisboa, pertencem à cripta dos marqueses de Castel do século XVII. Foram trabalhos de cadastro da rede de rega dos jardins junto ao parque de estacionam Agosto, deixaram a descoberto as arcadas, anunciou a Assembleia da República. “A cripta foi redescoberta Gomes, lembrando que já em 1939, durante obras no edifício, ela fora encontrada, acabando por ser no

Pavilhão do japão

Bio-game

Tiago Quadros* hojemacau@yahoo.com

O pavilhão do Japão na Exposição Universal de Xangai, denominado de Ilha de Seda Púrpura – tendo em conta a sua forma e cor – revelase na criação de uma estrutura que respira como um enorme organismo vivo. Com uma área de 8.200 m2 e 24 metros de altura, apresenta-se como uma das maiores estruturas no recinto da Exposição. Revestido com uma dupla membrana, lembra o corpo de um paquiderme adormecido ao sol. É essa organicidade, quase animal, quase tecnológica, que melhor o define. A sua densidade bio-tecnológica traz-me à memória eXistenZ, filme realizado por David Cronenberg em 1999. Durante o filme as pessoas desdobram-se em personagens, “são alvos de mutações, golpes brutais, desvanecimentos lentos e passagens difusas”. No mundo de eXistenZ as pessoas-personagens e as personagens-pessoas circulam aos “tropeções num mundo informe, cujas regras e objectivos são totalmente desconhecidos e indecifráveis”. Enquanto os verdadeiros corpos de Pikul e Allegra descansam estirados sobre a cama do chalé camuflado, eXistenZ leva-os para o mundo sujo,

absurdo e grotesco da Quinta das Trutas. De repente, e a meio de um almoço especial, surgem necessidades, vontades de matar. Os mutantes crescem em cativeiro para servirem os sistemas nervosos dos “game pods”, e quando menos se espera, o cão revela-se amigo do chinês. Inexplicavelmente, os acontecimentos do jogo traduzem-se na realidade das nossas vidas, o chamado “estranhoefeito-realidade” desencadeia inúmeras contrariedades. Com efeito, o biológico e o tecnológico estabelecem relacionamentos cada vez mais íntimos. Se a imprensa adquiriu a função de propagar o conhecimento, com a televisão reforma-se o protagonismo do olho, que com os computadores pessoais estabelece uma simbiose entre o cérebro e o ecrã mediante o dedo no mouse, tendo o olho como mera ligação do ecrã ao cérebro. Mas o advento digital tem outras repercussões. Com as máquinas informáticas em rede, passa a ser possível partilhar uma realidade digital, superando a individualidade de relacionamentos Homem Vs. terminal de computador. Respondendo a um desejo de mobilidade, o Homem desenvolveu continuamente, meios de comunicação e de transporte. Foram necessários aproximadamente 5000 anos para

O espectáculo, patente no pavilhão do Japão, é em tudo semelhante a um episódio ocorrido em Agosto de 1991: o Hipervioloncelista YoYo Ma toca com o pulso, o arco e o violoncelo, todos ligados com sensores especiais a um computador que vai traduzindo sinais enviados pelos sensores em sons sintéticos. Instrumentista, instrumento, computador e sistema de amplificação constituem um organismo cibernético.

que a velocidade de deslocação passasse de 40km/h para 120km/h, mas apenas 50 anos para passar de 120km/h para 1200km/h. Com os novos meios de comunicação o corpo está permanentemente representado à distância, é um organismo cibernético em que se diluem as fronteiras entre o orgânico e o tecnológico. Estamos no advento da possibilidade de uma realidade não corporal nos ser introduzida através de uma “bio-porta”, tal como nos é revelado no filme de David Cronenberg – uma extensão sensorial do homem e a vivência de realidades paralelas credíveis como antes acontecera através de meios psicotrópicos. Timothy Leary, por exemplo, foi um dos Gurus que, após defender a expansão do corpo-mente com o LSD, acabou concentrado na rede telemática. “Tal emergência de um ambiente paralelo de vivência humana, tornou-se possível pela centralidade que adquire o fenómeno da digitalização. Permito-me estabelecer um paralelo entre aquilo que opera a digitalização relativamente à informação digital e a genética em relação ao corpo humano. A digitalização através do bit divide, isola e reduz tudo a um conjunto de elementos recombináveis. As redes de informação, por seu lado, fornecem

o modelo de estrutura aos bancos de órgãos para transplantes disseminados por todo o mundo.” A tradução universal em bits digitais tende, como refere Paul Virilio, a tornar a rede numa estereo-realidade, no mapa do mundo de José Luís Borges. A representação nipónica destaca os avanços no âmbito da tecnologia de teor ecológico, e na importância desses mesmos desenvolvimentos com vista ao alcance de uma vida mais baseada em critérios de sustentabilidade e, por isso mesmo, de confiança no futuro. Do ponto de vista dos conteúdos expositivos, o pavilhão é dividido em

três áreas: passado, presente e futuro. Além disso, sofisticadas tecnologias que permitem poupanças energéticas relevantes, estão em exposição. Contudo, a representação nipónica dá também ênfase à cooperação entre os indivíduos com vista à resolução de questões ambientais globais. O pavilhão do Japão apresenta também actividades de conservação ambiental, incluindo tecnologias de ponta nas áreas da robótica, meio ambiente e video. Somos todos cyborgs já que a simbiose em curso faz das tecnologias de informação, mais do que uma mera extensão, a entidade mediadora da


leia da República

as encontradas debaixo do edifício da Aslo Rodrigo, construída na primeira metade mento interior do palácio que, no dia 14 de a”, aponta o historiador de arte Paulo Varela ovamente enchida com entulho.

nossa relação com o mundo e com os outros. Para ilustrar esta imagem, a Toyota Motor Corporation apresenta no pavilhão do Japão o projecto Partner Robot concebido para apoiar as actividades humanas, fornecendo colaboração nas áreas da enfermagem e assistência médica, bem como no âmbito dos afazeres domésticos. O robot, de aparência humanóide apresenta-se em palco a tocar violino. O espectáculo, patente no pavilhão do Japão, é em tudo semelhante a um episódio ocorrido em Agosto de 1991: o Hipervioloncelista Yo-Yo Ma toca com o pulso, o arco e o violino, todos ligados com sensores especiais a um computador que vai traduzindo sinais enviados pelos sensores em sons sintéticos. Instrumentista, instrumento, computador e sistema de amplificação constituem um organismo cibernético. Onde estão as fronteiras de cada um? Onde está o Professor William Mitchell quando afirma que “sem sair do meu escritório no MIT, eu ensino uma turma em Singapura”? O nosso corpo é permanentemente apresentado à distância. O número de utilizadores de sistemas globais de comunicação on-line em tempo real e interactivos, que contém todos os meios de comunicação desenvolvidos até ao momento como é o caso da internet, continua a crescer. É possível ser telepresente. Ao nível do projecto foram realizados esforços para se minimizar os consumos energéticos do pavilhão do Japão. Nesse sentido, foram salvaguardadas acções energéticas naturais, incluindo a luz do sol, a chuva e o ar num sistema de circulações plenamente integrado na estrutura do pavilhão. O arrefecimento de todo o edifício é realizado por aspersão de água da chuva acumulada na

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cobertura. A luz penetra no edifício através de condutas. eXistenZ termina com o assassinato do suposto criador do jogo transCendenZ, Yevgeny Nourish, morto por Allegra Geller e Ted Pikul, que seriam terroristas pertencentes ao movimento para a destruição de sistemas. “Morte ao demónio Yevgeny Norish! Morte à PilgrImage! Morte ao transCendenZ!” A repetição desta frase sugere que o jogo continua num outro nível, deixando um dos participantes confuso a ponto de dizer: “Não precisam de me atingir. Digam-me a verdade: ainda estamos no jogo?” Cronenberg demonstra que a possibilidade de criar interacção em diferentes níveis de realidade virtual leva à total perda de índices de localização e referência dos limites que separariam o jogo da realidade. Em eXistenZ somos confrontados com uma nova possibilidade não corporal, de existência: o facto de uma outra realidade poder ser introduzida no nosso corpo, não através do sistema sensorial, mas sim através de uma “bio-porta” que introduz a realidade directamente no nosso cérebro. Essa realidade, passa a ser produzida por nós próprios, tendo por base as memórias, os desejos e os medos que experimentamos na realidade. No pavilhão do Japão celebra-se uma espécie de sagração das engenharias da omnipotência, numa fuga em frente, predatória e cega. Altamente patológica. Pré-humana. Inumana. Perante um objecto sofisticado e entrópico, que explora ao máximo os seus recursos, estamos num bio-game. *Arquitecto. Mestre em Cor na Arquitectura pela Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa

pub


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ideias per s pecti va s Jorge Rodrigues Simão

Alterações climáticas (1)

“Over the last few decades the discussion about the global climate change and its possible impact on the global environment has broken from the narrow field of scientific investigation to become a topic of general concern, particularly the threat of global warming due to the greenhouse effect prompting a series of international conferences organized by WMO (World Meteorological Organization) and UNEP (United Nations Environmental Program) in the framework of IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change).” Climate Change – Environment and History of the Near East Arie S. Issar and Mattanyah Zohar

A

s alterações climáticas são presumivelmente o desafio ambiental mais importante que a nossa sociedade defronta, dado que tanto os ecossistemas naturais, como as populações humanas sofrerão os seus impactos. O aumento da temperatura média global da Terra, a subida do nível do mar, o desaparecimento das massas de gelo e dos glaciares, ou o aumento dos fenómenos me teorológicos extremos, são alguns exemplos dos efeitos das alterações climáticas. Existe um amplo consenso científico, acerca da estreita relação existente, entre as alterações climáticas e as emissões de gases de efeito de estufa (GEIs), produzidas pela actividade humana na indústria, transporte, etc. A décima quinta Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas de 2009, também denominada de Conferência de Copenhaga ou Cimeira de Copenhaga (oficialmente United Nations Climate Change Conference ou COP15), realizou-se entre 7 e 18 de Dezembro de 2009, em Copenhaga, na Dinamarca. Esta cimeira, organizada pelas Nações Unidas, reuniu os líderes mundiais, tendo em vista encontrarem uma forma de reagir contras as alterações climáticas (aquecimento global) actuais. A Cimeira de Copenhaga deve ser valorizada, dado ter sido mais outra grande oportunidade de reconduzir uma situação em que a incapacidade de conciliar interesses de todo tipo, lança a nosso sofrido planeta para um desastre mais do que anunciado. Entendemos que somar esforços às soluções possíveis é uma responsabilidade inevitável, uma vez, que a decepção, a impossibilidade e a pobreza de esforços e meios, esboçam uma sombra cada vez mais alargada, que pode complicar enormemente a consecução de objectivos mínimos de sustentabilidade. Medidas dirigidas à redução e eliminação de impactos negativos sobre o meio ambiente, ganham maior valor no âmbito de macro iniciativas, como foi a Cimeira de Copenhaga, porque encorajam e auxiliam as disposições e condutas individuais e

A Cimeira de Copenhaga foi uma reunião de pastores com uma ovelha morta? Este dizer, quer referir-se ao facto de quando a sociedade, actualmente globalizada, anteriormente se dedicava, de corpo e alma à obtenção de recursos primários que a natureza concebia, fosse na pecuária, agricultura ou pesca. Era ainda, tido por falso o conceito de que o planeta era inesgotável, e o que o ser humano pudesse fazer, não iriam mudar rapidamente os processos naturais inerentes ao globo terrestre. colectivas, que são determinantes na luta contra as alterações climáticas. A participação de Estados Unidos, independentemente dos compromissos que finalmente pudessem vir a ser adoptados, não deve relativizar-se a 1990, mas valorizar pelo esforço na tentativa de se encontrar um acordo para o futuro pós Quioto. A presença dos países mais emissores em termos de poluição, espelhou um avanço fundamental quanto à sensibilização. A Cimeira de Copenhaga foi uma reunião de pastores com uma ovelha morta? Este dizer, quer referir-se ao facto de quando a sociedade, actualmente globalizada, anteriormente se dedicava, de corpo e alma à obtenção de recursos primários que a natureza concebia, fosse na pecuária, agricultura ou pesca. Era ainda, tido por falso o conceito de que o planeta era inesgotável, e o que o ser humano pudesse fazer, não iriam mudar rapidamente os processos naturais inerentes ao globo terrestre. O desenvolvimento social, industrial e económico foi tal, pelo menos, no “primeiro mundo”, que a ideia da Terra inesgotável, foi desaparecendo nas últimas décadas. Presentemente e, salvo no caso de algum milagre, todos temos uma clara percepção, de que o actual desenvolvimento económico das sociedades não é sustentável.

O que era possível esperar daquela reunião de pastores? Pouco e não se trata de intuição, mas porque a experiência, após anos da formalização dos compromissos de Quioto ou do Rio de Janeiro, provou os escassos avanços realizados. Algo foi feito, mas o fundamental continua a ser pouco, principalmente o envolvimento dos países, num dos maiores problemas que a humanidade tem de fazer face, e que paulatinamente se tem vindo a agravar. Não se trata apenas de prometer ou de comprometer com uma redução, por ora, sempre aparente, das emissões de dióxido de carbono (CO2). Este facto é apenas a ponta do iceberg. O compromisso de um mundo sustentável é bem maior. Inclui também, o equilíbrio dos países ricos com os pobres e a cedência dos primeiros, para que os segundos possam, pelo menos, sobreviver. Os países não são entes sem pés nem cabeça. São compostos por pés e cabeças reais; os pés precisam de ser calçados e as cabeças sonham que um dia terão tudo o que têm os países ricos. O problema é que apenas uma pequena percentagem dessas cabeças, e somente nos países ricos, conseguirão realizar os seus sonhos, muitas vezes à custa daquelas outras que, por nascer onde nasceram, não terão

essas oportunidades. Assim, a ovelha está a ser morta por todos. Existe a necessidade de reconhecer, que são os países desenvolvidos, são os que espetam a faca com maior tenacidade e precisão, fazendo crer que são os demais países que realizam esse desagradável trabalho. O melhor que pode ser feito para salvar o planeta, passa pela responsabilidade individual de cada cidadão, independente do país, começando pelo local onde vivemos e alargando o circulo de actuação, porque a forma de entendimento que resulta destas cimeiras, entre países tem sido bem parco, e o receio é de que os pastores falem muito mais ainda da ovelha, sem encontrarem medicamentos certos para que a sua morte se não dê. Alegremo-nos porque o animal, ainda que mal, continua a respirar. As alterações climáticas, são um dos maiores desafios que enfrenta a humanidade e, por isso, ocupa um lugar de primazia nas agendas políticas dos principais líderes mundiais. A Cimeira de Copenhaga tinha-se convertido ilusoriamente, numa meta de fundamental importância para a adopção de decisões urgentes com vista a tal luta. Em 1988, o candidato à presidência dos Estados Unidos, George Bush, prometeu ser um presidente ambientalista. Depois de eleito, cedo revelou que as suas afirmações eram de um oportunismo político grosseiro. Na mesma altura, o primeiro-ministro canadiano, Brian Mulroney, descobriu bruscamente que o ambiente era uma prioridade. Quando foi reeleito em 1988, nomeou para ministro do Ambiente uma pessoa de grande prestígio, Lucien Bouchard. Pouco depois da sua nomeação, numa entrevista foi-lhe perguntado, qual era o seu mais sério desafio. Respondeu, imediatamente que era o aquecimento global. Foi-lhe feita nova pergunta, acerca de qual a gravidade da situação. Contestou, que se tratava da sobrevivência da espécie humana. Nova pergunta, sobre se o seu governo iria cancelar todos os megas projectos no domínio da extracção do petróleo e do gás natural, e se iria concentrar-se na conservação dos ecossistemas e nas energias alternativas. A sua resposta foi chocante, ao afirmar, que não podiam anular o passado. Tinham feito promessas políticas, que tinham de cumprir. Era uma pessoa inteligente e bem intencionada. Consciente de que o aquecimento global ameaçava a nossa sobrevivência, mas não integrava essa crise nas suas prioridades políticas. A sua capacidade para defender requisitos totalmente contraditórios, é prova de como a maioria dos políticos compartimentam as suas vidas, e vêm o mundo como um monte de fragmentos desconexos.


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13 Assim, existem vinte e cinco tipos de pessoas entre o céu e a terra.

Capítulo 115, parte II Quando se mobiliza um exército de cem mil, tal custa mil unidades de ouro por dia; depois de uma expedição militar seguem-se sempre anos maus. Como tal, o armamento é um instrumento de mau presságio, que não é estimado por homens cultos. Quando se reconciliam grandes inimigos de tal modo que permanece ainda, e inevitavelmente, uma certa inimizade ter-se-á procedido desastradamente! Como tal, os antigos não traziam a si os íntimos através de palavras, nem comandavam os longínquos através de palavras; no entanto, os que estavam próximos de si eram felizes e ninguém vinha até eles de longe. Quando tens os mesmos desejos que o povo, estás em harmonia. Quando tens os mesmos princípios que o povo, estás seguro. Quando tens os mesmos pensamentos que o povo, conhece-lo. Aqueles que ganham o poder do povo enriquecem; aqueles que ganham o elogio do povo se tornam distintos. Se houver algo nas tuas acções que convide

à inimizade, ou algo nas tuas palavras que crie problemas, a menos que alguém to diga de antemão, o povo o sussurrará depois. Afectadas pelo rumor em toda a parte, as palavras são problemáticas. É na língua que tal começa; depois de teres falado sem propriedade, nem uma parelha de cavalos poderá ultrapassar as tuas palavras. Outrora, o Mestre do Centro disse que o céu tem cinco direcções, a terra cinco elementos, a música cinco notas, as coisas cinco sabores, a matéria cinco cores primárias, os homens cinco posições. Assim, existem vinte e cinco tipos de pessoas entre o céu e a terra. As mais elevadas são as pessoas espirituais, as pessoas reais, as pessoas da Via, as pessoas aperfeiçoadas e os sábios. Se seguida encontram-se as pessoas de virtude, as pessoas ponderadas, as pessoas conhecedoras, as pessoas boas e aquelas que discernem. No meio encontram-se as pessoas justas, as pessoas fiéis, as pessoas de confiança, as pessoas moderadas e as cuidadosas. De seguida encontram-se os letrados, os

artesãos, os silvicultores, os agricultores e os mercadores. No nível mais baixo, encontram-se as pessoas sem individualidade, as pessoas servis, as pessoas estúpidas, as que são como bocados de carne e as mesquinhas. A diferença entre os cinco tipos mais elevados e os cinco mais baixos é como a diferença entre seres humanos e bois e cavalos. Os sábios vêem com os seus olhos, escutam com os seus ouvidos, falam com suas bocas e caminham com seus pés. As pessoas reais reparam sem olhar, escutam sem ouvir, caminham sem andar, são justas sem falar. Assim, os meios pelos quais os sábios movem o mundo nunca foram experimentados pelas pessoas reais; os meios pelos quais as pessoas justas corrigem a moral de uma sociedade nunca foram observados pelos sábios. Aquilo a que chamamos a Via não tem frente nem costas: todas as coisas são misteriosamente as mesmas, sem bem nem mal.

Tradução de Rui Cascais Ilustração de Rui Rasquinho

O texto conhecido por Wen Tzu, ou Wen Zi, tem por subtítulo a expressão “A Compreensão dos Mistérios”. Este subtítulo honorífico teve origem na renascença taoista da Dinastia Tang, embora o texto fosse conhecido e estudado desde pelo menos quatro a três séculos antes da era comum. O Wen Tzu terá sido compilado por um discípulo de Lao Tzu, sendo muito do seu conteúdo atribuído ao próprio Lao Tzu. O historiador Su Ma Qian (145-90 a.C.) dá nota destes factos nos seus “Registos do Grande Historiador” compostos durante a predominantemente confucionista Dinastia Han. A obra parece consistir de um destilar do corpus central da sabedoria Taoista constituído pelo Tao Te Qing, pelo Chuang Tzu e pelo Huainan-zi. Para esta versão portuguesa foi utilizada a primeira e, até à data, única tradução inglesa do texto, da autoria do Professor Thomas Cleary, publicada em Taoist Classics, Volume I, Shambala, Boston 2003. Foi ainda utilizada uma versão do texto chinês editada por Shiung Duen Sheng e publicada online em www.gutenberg.org.


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14 EDITAL

Edital no: 238/E/2010 Processo no: 1226/BC/2010 Assunto: Início do procedimento de audiência pela infracção às respectivas disposições do Regulamento de Segurança Contra Incêndios (RSCI) Local: Rua da Ribeira do Patane no 52F, Edf. Industrial Wa Pou, terraço sobrejacente à fracção 9 andar(CRP:A9), Macau. Jaime Roberto Carion, Director da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), faz saber por este meio aos dono da obra e proprietário, cujas identidades se desconhecem, da obra existente no local acima indicado, o seguinte: 1. O agente de fiscalização desta DSSOPT constatou no local acima identificado a realização de obra sem licença, cuja descrição e situação é a seguinte: Situação Infracção ao RSCI e Obra da obra motivo da demolição Concluída 1.1 Construção de compartimento não autorizado com janela em caixilharia de alumínio, muro metálico e cobertura em chapa de zinco no local acima indicado 2.

Infracção ao no 4 do artigo 10o obstrução do caminho de evacuação e ao no 2 do artigo 29o ocupação do piso de refúgio.

Sendo as escadas e corredores comuns e terraço do edifício considerados caminhos de evacuação, devem os mesmos conservar-se permanentemente desobstruídos e desimpedidos, de acordo com o disposto no nº 4 do artigo 10º do RSCI, aprovado pelo Decreto-Lei nº 24/95/M, de 9 de Junho. E o terraço acima referido é considerado como piso de refúgio, em caso de incêndio, não é permitida a sua ocupação ilícita com elementos construtivos, de acordo com o disposto no nº 3 do artigo 29º do RSCI. As alterações introduzidas pelo infractor

3.

4.

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nos referidos espaços, descritas no ponto 1 do presente edital, contrariam a função desses espaços enquanto caminhos de evacuação, piso de refúgio e comprometem a segurança de pessoas e bens em caso de incêndio. Assim, a obra executada não é susceptível de legalização pelo que terá necessariamente de ser determinada pela DSSOPT a sua demolição a fim de ser reintegrada a legalidade urbanística violada. Nos termos do nº 3 do artigo 87º do RSCI, a infracção ao disposto no nº 4 do artigo 10º é sancionável com multa de $4 000,00 a $40 000,00 patacas, e nos termos do nº 7 do mesmo artigo, a infracção ao disposto no nº 3 do artigo 29º, é sancionável com multa de $2 000,00 a $20 000,00. Além disso, de acordo com o nº 4 do mesmo artigo, em caso de pejamento dos caminhos de evacuação, será solidariamente responsável a entidade que presta os serviços de administração ou segurança do edifício. Considerando a matéria referida nos pontos 2 e 3 do presente edital, podem os interessados, querendo, pronunciar-se por escrito sobre a mesma e demais questões objecto do procedimento, no prazo de 5 (cinco) dias contados a partir da data de publicação do presente edital, podendo requerer diligências complementares e oferecer os respectivos meios de prova, em conformidade com o disposto no nº 1 do artigo 95º do RSCI. O processo pode ser consultado durante as horas de expediente nas instalações da Divisão de Fiscalização do Departamento de Urbanização desta DSSOPT, situadas na Estrada de D. Maria II, nos 32-36, Edifício CEM, 2º andar, Macau (telefones nos 85977154 e 85977227).

Aos 25 de Agosto de 2010 O Director dos Serviços Jaime Roberto Carion

DRAGÃO GIGANTE TRANSPORTES MARITIMOS, S.A. (Matriculada na Conservatória dos Registos Comercial e de Bens Móveis de Macau sob o no.23955)

Nos termos e para os efeitos do disposto no artigo 13.º dos Estatutos, é convocada a Assembleia Geral Ordinária da Dragão Gigante Transportes Marítimos, S.A., para reunir no dia 20 de Setembro de 2010, pelas 15.30 horas, na sede social, sita em Macau na Avenida da Praia Grande, no.594, 15.º andar, Edifício BCM, com a seguinte ordem de trabalhos:

1) Apreciar e deliberar sobre o relatório, balanço e contas apresentados pelo Conselho de Administração, acompanhados do parecer do Fiscal Único e do relatório dos auditores, relativos ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2009;

2) Outros Assuntos de interesse para a Sociedade. Macau, aos 30 de Agosto de 2010. O Presidente da Assembleia Geral, Liang, David Chong Hou

Assine-o Telefone 28752401 | Fax 28752405 e-mail hojemacau@yahoo.com

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António Falcão | bloomland.cn

perfil

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Rui Luís Carrascalão Severino | Relações Públicas

Cavalo de corrida António Falcão

hojemacau@yahoo.com

A história é própria de um português que anda pelo mundo. O seu nome é o que está escrito em cima, mas todos o conhecem de outra maneira. Um termo carinhoso de um ramo distante da família dos Severinos que veio de Itália. Gijo era o ente querido falecido antes do tempo, que se foi aos 18 anos num acidente, era o primo e o melhor amigo do pai. A promessa ficou feita desde aí: “Quando tiver um filho chamo-lhe Gijo!” Rui acabou por ser a versão permitida de um desejo gravado no coração. É de resto o nome do seu avô com quem escreveu grande parte das curvas do seu destino. O local de nascimento foi em Timor Leste, onde o pai João cumpria o serviço militar, que é um nome que faz parte da história deste jornal e uma figura saliente da portugalidade de Macau das últimas duas décadas do século passado. Não é dele que se fala aqui, mas foi quem escolheu o percurso e quem marcou os bilhetes para um espectáculo que atravessa vários continentes. A partir dos cinco meses em Portugal e depois neste lado do mundo, já na escola primária. Do seu país fica o convívio com o avô, Ruy Andrade, um homem da rádio, o mentor dos Parodiantes de Lisboa. Homem vivido que lhe incutiu um certo espírito marialva, entre touros e fados, com uma familiaridade que se repartia entre artistas, toureiros, cantores, escritores e gente cheia de alegria com quem captou uma maneira apaixonada de estar na vida. Daí nasceulhe o gosto para os cavalos e para o pêlo na venta que nunca mais o abandonaria. Ainda criança aterrou no território macaen-

se, entrando para o colégio Santa Rosa de Lima. “Eu sou de Macau”, afirma sem o mínimo de hesitação. Foi o início de uma vida entrelaçada com os outros, numa cidade que tinha um ambiente distinto, onde as amizades e a entre ajuda se viviam à flor da pele, por entre as corridas de bicicletas e as lutas de panchões. Na Barra, na Penha, nos jardins de Santa Sancha, a trocar as voltas à polícia. Era um mundo livre e o início da juventude onde quase tudo era permitido. Depois os anos do liceu a catrapiscar outros interesses. “As miúdas do liceu eram as raparigas mais bonitas de Macau”, afirma, sem deixar de mencionar as da Escola Comercial, “para elas não ficarem chateadas.” Depois os motores, nas motorizadas, nas corridas de carros, obviamente, no grande prémio. No pai e no tio que sempre tiveram o gosto por velocidades desenfreadas, habitués nos campeonatos da especialidade. Mas o desenho traçou outro rumo. No final do secundário foi viver para a Austrália, não por estar perto da terra Natal da mãe, mas com o objectivo maior de terminar os estudos e preparar a vida adulta. Foi aí que se acendeu de novo a luz que foi auspiciada pelo avó: os cavalos. A enorme pradaria australiana deu conta do resto. No gosto por uma vida de estábulos, no duro prazer de comer e dormir com esses animais possantes. “Eu acho que já me estava no sangue”, afirma Gijo, com um orgulho desmedido. Por se lembrar da sua infância e por ter um pretexto para retomar ao começo da história, nos dias felizes passados com o avó, a sua grande referência.

Foi por ele que regressou a Portugal, quando o maior dos “parodiantes” que a rádio conheceu começou a fraquejar. Mas o Macau Hoje, o jornal a que o pai se entregava de corpo e alma, estava sempre lá ao longe a badalar. As notícias, o correr do dia-a-dia, as palavras sempre à mesa de jantar com o que estava a ferver no mundo, numa vontade explícita de passar a informação verdadeira, “nua e crua”. Era isso, também, que sempre lhe esteve no pulso, o ser directo e sem rodeios. Daí sobravam as conversas, os contactos com os outros e cresciam as amizades, sempre fortes, aqui e ali. É preciso atalhar caminho na história, não há espaço para contar tudo. Dessa passagem por Lisboa ficou um curso de vídeo e imagem, porta de entrada, na página seguinte, para um emprego em Macau na TDM, como assistente de realização. Importa este pormenor? Na verdade, cada dia dava uma história cheia de personagens e de enredos, como um filme a acelerar os sessenta minutos à hora. O que é certo é que os cavalos fazem também parte do universo de Macau e era inevitável o enlace e o retorno a uma vida fora de horas. De novo os estábulos, de novo as corridas, de novo essa paixão pela velocidade do puro sangue. Que se repartia entre as duas rodas e as quatro patas. Mas atrás de uma curva há sempre uma contra curva. Os sinos do handover já tinham soado e Macau por essa altura, talvez vindo num tufão, tornou-se um assunto arrumado. Contudo, o que estava para vir era o melhor do mundo, a abertura para um campo então desconhecido, que não cabe no espaço da

memória, muito menos na página de um jornal, que levado pelos ventos trocou o nome próprio pelo apelido. A alegria aconteceu na Austrália. Chama-se “Leo” e está agora tatuado no braço. “Tudo o que faço agora é a pensar no meu filho, para um dia voltar a estar com ele.” É verdade, o que acontece na vida das pessoas por vezes não tem explicação, acaba-se por não se poder controlar o rumo das coisas e é-se levado a virar caminho e andar em direcção ao oposto de tudo aquilo que se deseja. Aprende-se com isso, corremos de outra maneira e compreendemos que nem sempre a vida é uma folia. De vez em quando abre-se o sino da amargura e não há nada a fazer. Rui Severino vive de novo em Macau, já há um ano. Aqui veio encontrar o apoio para uma mudança de ares nas sobras de uma relação que acabou em litígio. Sentiu a pressão do regresso, mas ao chegar recebeu de imediato a amizade e o afecto dos grandes amigos que cá deixou. Um deles é André Couto, “somos grandes amigos, já nos conhecemos há mais de 30 anos”, da Barra, das bicicletas, dos panchões e das miúdas. Foi com ele que prosseguiu a sua carreira profissional. Hoje trabalha no marketing e na logística do piloto macaense, na André Couto Racing, acompanhando-o sempre nas corridas no Japão. Aqui, bem vindo em qualquer lugar, sente-se em casa, como sempre, desfrutando do carinho dos outros. Mas é um estado de pausa, à espera de um futuro promissor, cheio do azul do céu. O que quero é “treinar cavalos de corrida com o meu filho a assistir!”


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o Hoje [r]ecomenda

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[f]utilidades Su doku [ ] Cruzadas

HORIZONTAIS: 1 – Fraude; extremidade. 2 – Designa alternativa (conj.); dureza (fig.). 3 – Ferro curvo para abrir fechaduras; tontura. 4 – A faculdade de emitir esses sons, de falar ou de cantar; mesquinho; astro considerado como centro de um sistema planetário. 5 – Caminhava; parietal; deus egípcio. 6 – Doença; espaço ilimitado em que se movem os astros. 7 – Prep. que indica lugar, tempo, medo, causa, fim e outras relações; concerto musical de noite; sorri. 8 – Relação; monarca; vende a crédito. 9 – Que é de bronze; penacho que se usa na cabeça, no chapéu, no elmo, etc. 10 – Coisa delicada que se oferece; grito aflitivo. 11 – Posição estudada; da cor do ouro, do trigo maduro. VERTICAIS: 1 – Bismuto (s.q.); mantimentos. 2 – Estado da Índia, cuja capital é Pangim; maior. 3 – Devorador; planta da família das algas. 4 – Fulgor; certamente; o m.q. lírio. 5 – Relativo à úvula; a mim. 6 – Tombar; porco (prov.). 7 – Aqui; criado que acompanha o amo usando ou não libré. 8 – Para barlavento; vadiagem; nome vulgar do óxido de cálcio. 9 – Ruminante bovídeo empregado em serviços de lavoura, na alimentação do homem, etc. (pl.); planta fagácea. 10 – Grande quantidade; sorrir. 11 – Falatório; molibdénio (s.q.).

Soluções do problema HORIZONTAIS: 1–BURLA. CABO. 2-OU. CALO. 3–GAZUA. OIRA. 4-VOZ. VIL. SOL. 5-IA. MURAL. RA. 6–MAL. CEU. 7-EM. SARAU. RI. 8-ROL. REI. FIA. 9-ERIL. COCAR. 10-MIMO. AI. 11-POSE. FLAVO. VERTICAIS: 1-BI. 2-GOA. MOR. 3-ROAZ. LIMO. 4-LUZ. MAS. LIS. 5-UVULAR. ME. 6-CAIR. RECO. 7-CA. LACAIO. 8-ALO. LEU. CAL. 9-BOIS. FAIA. 10-ROR. RIR. 11-FALACIA. MO.

REGRAS |

Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição solução do problema do dia anterior

«The Sellout», Macy Gray

Desta vez, Macy Gray deixou-se de modas e concentrou-se numa ideia de pureza que, no limite, dá asas a uma voz que, essa sim, nunca enganou. É, pois, sem subterfúgios que a ouvimos. Provavelmente, pela primeira vez. A grande questão que «The Sellout» suscita é tanto estilística mas sim de conjuntura no mercado da música. O que valerá mais a pena? Investir em nomes que potencialmente suscitem manchetes ou trabalhar as canções até estarem prontas para ver a luz do dia? A julgar pelo passado recente, nenhuma das hipóteses serve.

[ Te l e ] v i s ã o

MGM 43 12:00 In The Time of the Butterflies 13:30 The Boost 15:00 Alias Jesse James 16:30 Kidnapped 18:00 Bridge to Silence 19:30 Modern Girls 21:00 Boris and Natasha 22:45 Dead of Winter 00:30 Road House

TDM TDM News - Repetição 13:30 Jornal das 24h 14:30 RTPi DIRECTO 19:30 Olhos de Água 20:28 1 Minuto de Astronomia 20:35 Telejornal 21:00 Jornal da Tarde da RTPi 22:00 Novela: O Clone 22:58 1 Minuto de Astronomia 23:00 TDM News 23:30 To Gillian on her 37th Birthday (A Magia de Gillian) 01:15 Telejornal (Repetição) 01:45 RTPi DIRECTO INFORMAÇÃO TDM

DISCOVERY CHANNEL 50 13:00 Mythbusters - Banana Slip, Double Dip 14:00 Fight Quest- Israel 15:00 Howe & Howe Tech - Badger Goes Boom! 16:00 The God Of Rice 17:00 Dirty Jobs - Steam Ship Cleaner 18:00 Factory Made 19:00 Everything You Need To Know - Hurricanes 20:00 Mythbusters 21:00 Inside 22:00 I Almost Got Away With It - Got A Video Rental Store 23:00 Crimes That Shook The World 00:00 Inside

RTPi 82 14:00 Telejornal Madeira 14:30 Eurotwitt 15:00 Concelhos de Portugal 15:30 Magazine Timor Contacto 16:00 O Preço Certo 17:00 Notícias 17:30 Herman 2010 18:30 As Ilhas de Darwin 19:15 Grande Noite do Fado de Lisboa 2006 20:00 Jornal da Tarde 21:15 Nobre Povo(R) 21:45 Magazine Timor Contacto 22:00 Verão Total TVB PEARL 83 06:00 Bloomberg Rewind 07:30 NBC Nightly News 08:00 Putonghua E-News 09:00 CCTV News - Live 10:00 Market Update 10:30 Inside the Stock Exchange 11:00 Market Update 11:30 Inside the Stock Exchange 11:32 Market Update 12:00 Inside the Stock Exchange 12:02 Market Update 12:30 Inside the Stock Exchange 12:35 Market Update 01:00 CCTV News - Live 02:00 Market Update 02:40 Inside the Stock Exchange 02:43 Market Update 03:58 Inside the Stock Exchange 04:00 What’s Your News? 04:30 Dennis and Gnasher 05:00 Escape from Scorpion Island (II) 05:30 Ben 10 Alien Force (I) 06:00 Putonghua News 06:10 Putonghua Financial Bulletin 06:15 Putonghua Weather Report 06:20 Financial Report 06:30 Transworld Sport 07:00 Football Asia 07:30 News At Seven-Thirty 07:50 Weather Report 07:55 Earth Live 08:00 Money Magazine ESPN 30 13:00 World Cup Germany - Mens 14:00 World Cup Germany - Womens 15:00 (Delay) Big 10 College Football Marshall vs. Ohio State 18:00 WNBA Action 2010 18:30 (Delay) Baseball Tonight International 19:00 The Immortals 19:30 (LIVE) Sportscenter Asia 20:00 Football Asia 20:30 Total Rugby 21:00 Planet Speed 2010/11 21:30 The Immortals 22:00 Sportscenter Asia 22:30 Football Asia 23:00 Total Rugby 23:30 Sportscenter Asia STAR SPORTS 31 13:00 Ace 2010 13:30 Game 14:00 GP 3 Series 2010 15:00 Inside Racing 2010 15:30 Hot Water 2010/11 16:30 FIA F1 World Championship Highlights 2010 Belgian Grand Prix 18:00 Ace 2010 18:30 World Sport 2010 19:00 MotoGP World Championship 2010 - Highlights Indianapolis Grand Prix 20:00 Ladies Scottish Open

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NATIONAL GEOGRAPHIC CHANNEL 51 13:00 Speed Nation 14:00 Busted And Pregnant 15:00 Mongolian Terror Trout 16:00 Predator CSI - Elephant Graveyard 17:00 Street Monkeys -Turf War 18:00 Super Carrier: Airport At Sea 19:00 Air Crash Investigation: The Plane That Vanished 20:00 Speed Nation 21:00 Nat Geo Amazing! 22:00 Paranatural - Mystery Lights 23:00 Super Carrier: Airport At Sea 00:00 Air Crash Investigation: The Plane That Vanished

(MCTV 63) Star World 21.00 Stylista

21:00 21:30 22:00 02:55

Football Asia (LIVE) Score Tonight Gp2 Series 2010 (LIVE) 2012 UEFA European Football C’ship Qualifier England vs. Bulgaria

STAR MOVIES 40 11:40 Eve Of Destruction 13:25 The Spirit 15:15 Finding Amanda 16:55 Deception 18:50 Remo Williams: The Adventure Begins 21:00 The Reader 23:05 Bringing Down The House 00:55 Trade HBO 41 13:00 The Fighting Temptations 15:00 Hollywood One On One 102 15:25 Pontiac Moon 17:10 Drillbit Taylor 18:50 Hbo Central 19:20 Neil Simon’S The Odd Couple Ii 21:00 Ghost Town 22:45 Yes Man 00:30 No.1 Ladies’ Detective Agency CINEMAX 42 12:00 Face Of Terror 13:45 Bad Boys 16:00 Deadly Encounter 18:00 The Sting 20:30 Angel Of Death 21:45 Epad On Max 75 22:00 Ride Or Die 23:25 Tmz 314 23:45 Gremlins

ANIMAL PLANET 52 13:00 Crime Scene Wild - Bears 14:00 Great British Sea Monster 15:00 Dugong & Din 16:00 Equator - Power Of An Ocean 17:00 Animal Battlegrounds 18:00 Animal Cops Houston - Exodus 19:00 Animal Competitions 20:00 The Alligator’s Bellow 21:00 In Search Of The Man-Eating Python 22:00 Equator - Battles For The Light 23:00 Animal Battlegrounds - Islands 23:30 Predators’ Prey - Con Artists 00:00 The Alligator’s Bellow HISTORY CHANNEL 54 13:00 Secrets Of Sin City 14:00 Deep Freeze 15:00 Killer Crocs 16:00 Underwater Alien Bases 17:00 The Empire Of Reason 18:00 Tsunami 2004: Waves Of Death 19:00 Battle For The Mind 20:00 Final Battle 21:00 A Global Warning? 23:00 The Power Of Doubt 00:00 Malaysia’s Very Able Troopers STAR WORLD 63 13:00 Everybody Loves Raymond 13:30 Scrubs 14:00 Canada’s Next Top Model 15:00 90210 16:00 Ugly Betty 17:00 Canada’s Next Top Model 18:00 How I Met Your Mother 18:30 American Idol 19:30 Rules of Engagement 20:00 Cougar Town 20:30 Accidentally On Purpose 21:00 Stylista 22:00 How I Met Your Mother 22:30 American Idol 23:30 Cougar Town 00:00 America’s Next Top Model

Informação Macau Cable TV


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[O]bjectiva Manuel Malzbender

17 Raio [X] Ele cegou-me com ciência Pedro Mil-folhas

A noite já vai alta

Para[ ]comer • Pérola 3/F, Sands, Largo de Monte Carlo, no.203 8983 82222888 3352 http://www.sands.com.mo • VINHA Alm Dr. Carlos d' Assumpção 393 r/c AC 2875 2599vinha@macau.ctm.net http://www.vinha.com.mo • FAT SIU LAU (SINCE 1903) Av.Dr.Sun Yat-Sen,Edf.Vista Magnifica Court Rua de Felicidade No.64, R/C Macau 2857 3585fsl1903@macau.ctm.net http://www.fatsiulau.com.mo

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• Galo (Tp) Clérigos 45 2882 7318 http://www.yp.com.mo/domgalo • Riquexó Av Sid Pais 69 2856 5655

• Clube Militar Av Praia Grande 795 2871 4000 cmm@macau.ctm.net • Espaço Lisboa Lda (Col) Gaivotas 8 2888 2226 2888 1850 • Camilo Av Sir Anders Ljungsted 37 2882 5688

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• Litoral Restaurante Lda Alm Sérgio 261 2896 7878 2896 7996 http://www.yp.com.mo/litoral

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Tacos – Cozinha internacional & Café Bar (Macau) – Rua Cidade de Braga 51 A r/c. Tel.28750151

• O Porto Interior Alm Sérgio 259B 2896 7770 • A Lorcha Alm Sérgio 289 2831 3195

• Sawasdee Thai Av Sid Pais 43AE 2857 1963 • Aquamarine Thai Café (Tp) Jardm Nova Taipa bl 21 2883 0010 • Bangkok Pochana Ferrª Amaral 31 2856 1419 • Kruatheque Henrique Macedo 11-13 2835 3555 • Restaurante Thai Abreu Nunes 27E 2855 2255

• Afonso III Central 11A 2858 6272

• LA COMEDIE CHEZ VOUS Ed Zhu Kuan S/N G (Oppsite Cultural Centre) 2875 2021

• Bar Oporto Tv Praia 17 2859 4643 • Maria’s Comida Portuguesa Patane 8A 2823 3221

• LE BISTROT (Tp) Nova Taipa Garden Block 27, G/F 2884 37392884 3994

• Restaurante Pinocchio (Tp) Regedor 181-185 2882 7128 • Canal dos Patos Parque Municipal Sun Yat Seng 2822 8166

• CHURRASCÃO Nova Taipa Garden, Block 27 G/F, Taipa 2884 37392884 3994 • Yin Alª Dr Carlos d’Assumpção 33 2872 2735

letters to juliet Cineteatro | PUB

• Fogo Samba VENETIAN-Grand Canal Shoppes Apt 2412 2882 8499

[ ] Cinema

Sala 1 The stool pigeon [C] Um filme de: Dante Lam Com: Nick Cheun, Nicholas Tse, Lun-mei Guey 14.30, 16.45, 19.15, 21.30

crayon shin-chan: super- -dimmension! the storm called my bride [B]

SALA 2 Inception [C] Um filme de: Christopher Nolan Com: Leonardo Dicaprio, Ellen Page 14.30, 21.30

Sala 3 letters to juliet [b] Um filme de: Gary Winick, Com: Amanda Seyfried, Chris Egan 14.30, 16.30, 19.30, 21.30

falado em Cantonês

- Já não há homens! - disse, de frente para a Madalena cortada em quatro pedaços iguais. - Não há homens?! - São uma espécie em vias de extinção... - Explica-te, mulher. - Os bons ou são casados ou estão cheios de filhos ou à beira do prazo limite. - Jesus, o que vos passa pela cabeça! - É uma verdade, desculpa, cada vez há mais maricas e indisponíveis. É difícil arranjar um em perfeito estado de conservação. - É só generalidades... - Basta saíres à noite para saberes que esta é a verdade. - Quer dizer que se me separasse e me anunciasse no mercado teria alguma chance de ser cobiçado? - Tens os teus encantos, chamas a atenção... ainda não tens barriga... mas... - Mas?! - Isso, o seres cobiçado, era se não fosses tão rodado! - Tão rodado?! - Sim, os rodados também não servem, não há exclusividade, há histórias e passados a mais... - Não tarda nada estás a ofender-me a sério... com que então muito rodado?! - Sim, não julgues que não sei, lá por seres casado... - Não fales do que não sabes... - Achas que não te topo?! - Olha, se queres saber, vocês não sabem é agarrar os tipos que vos agradam, não sabem conquistálos e muito menos mantê-los... - Explica lá isso, então. - Se não lhes deres o que eles realmente querem em questão de meses tratam de descobrir alguém que os satisfaça verdadeiramente e saltam para outro nenúfar mais seguro. - De nenúfar em nenúfar até à vitória final, é isso? - Fala quem sabe, presta atenção se quiseres. - Pois, para ti quem tem a culpa é sempre a mulher! - Limitei-me a defender os homens de um disparate em que acreditas como se fosse uma certeza científica. - Sei do que estou a falar, só te digo. [linha de espaço] Silêncio, trinta segundos dele. Ele pega num dos quartos da Madalena e trinca-o calmamente. - Com que então muito rodado?! Diabos, é assim que me vês?! - É e os rodados também não servem.

Um filme de: Akira Shigino 17.00, 19.30

[Pedro é controlador de tráfego]


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opinião edi tor i a l Carlos Morais José

Qual é o alvo? A entrada de Timothy Fok para a direcção executiva da STDM, se for entendida como uma presença de Pequim na companhia que controla a maior empresa do jogo em Macau, pode trazer alguma luz sobre alguns dos desenvolvimentos recentes na RAEM. Segundo soubemos não se trata de um caso isolado, mas de mais uma pedra estratégica no tabuleiro de jogo por parte do Governo Central, tendo ocorrido situações semelhantes noutras concessionárias. Estavam os operadores do jogo em Macau habituados ao doce laisser faire, laissez passer dos administradores portugueses, mas certamente não iriam esperar que Pequim tivesse a mesma atitude para com uma indústria que se tornou numa das mais lucrativas do país. Seria de pensar que, mais tarde ou mais cedo, os homens de Pequim resolvessem estar totalmente inteirados da forma como o dinheiro circula por Macau, nomeadamente pela franja conhecida por Las Vegas da Ásia. Bem como reservar uma palavra para um momento de crise ou de extrema confusão. Como, aliás, faria qualquer governo normal em qualquer país do mundo. Resta-nos agora especular. Será que é esta proximidade cada vez maior de Pequim aos negócios do jogo que está a tornar nervosas algumas gentes de Macau? Será a pressão e marcação constante ao executivo da RAEM um modo de enviar bilhetinhos ao Governo Central? Serão determinados membros do governo, como Florinda Chan, por exemplo, entendidas como mais perto de Pequim e merecendo a confiança do Norte? Será a intenção de derrubar o governo uma prova de força, não em relação a este executivo em particular mas a qualquer um, presente ou futuro? Trata-se apenas de algumas hipóteses que poderão talvez ajudar a compreender esta onda de contestação que a muitos aparece como descabelada e infundada. No fundo, é como se cada protesto, cada contestação, tivesse como alvo não a Praia Grande mas, mais além, os verdadeiros patrões de Macau. Porque, a não ser assim, como poderiam estas criaturas pensar que a mudança das pessoas iria representar uma alteração de política? Algo há por aqui que não bateu certo neste Verão quente de 2010 e os jogos não estão feitos. * As declarações de Shuen Ka Hung a propósito dos trabalhadores não-residentes são, no mínimo, deselegantes. Dizer a alguém que “se não está bem que se vá embora”, não pode ser a postura de um governo, de uma administração, de um Estado. Ainda que a sua prática seja essa. Mas Shuen já nos

É como se cada protesto, cada contestação, tivesse como alvo não a Praia Grande mas, mais além, os verdadeiros patrões de Macau. Porque, a não ser assim, como poderiam estas criaturas pensar que a mudança das pessoas iria representar uma alteração de política? Algo há por aqui que não bateu certo neste Verão quente de 2010 e os jogos não estão feitos. habituou ao facto de ter a boca muito perto do coração e, doutras vezes como esta, de outros órgãos menos simpáticos. Lá está. Tem direito de o dizer? Tem. Deve dizê-lo? Não. Contudo, há muito boa e má gente nesta terra que não compreende nada disto... E lá seguem cantando e rindo... Quanto ao mesmo assunto, a posição dos ditos democratas sugere-me o seguinte comentário: os reivindicantes de democracia, em Macau e Hong Kong, sempre se caracterizaram por posições de “direita”, não demonstrando qualquer solidariedade para com os trabalhadores, nem protestando pelas suas miseráveis condições de vida. Nas suas ligações com os EUA, por exemplo, sempre tenderam mais para o Partido Republicano. Portanto, não admira que, de quando em vez, sejam surpreendidos com a boca no megafone da xenofobia.

carto o n por Steff

A verdade é que Macau não existe sem mão-de-obra importada. O desemprego é residual e crónico. Sugiro um subsídio de desemprego, que se transforme em Rendimento Mínimo Garantido, para calar alguns dos que não estão desempregados: têm o emprego de protestar. * É dito, desde os Antigos, que a inveja faz enverdecer. Como faz diminuir a talha. Com efeito, o invejoso sente-se mais pequeno, diminuído, e isso acaba por ter reflexo numa postura corporal encolhida. É por isso que muitas vezes os apanhamos em bicos-dos-pés. Mais bizarro é o advento do verde na pigmentação. Porque razão se atribui ao invejoso, desde tempos primevos, uma

paz à mesa

tonalidade esverdeada? Há quem assegure que a inveja prejudica o fígado e provoca a emanação de um excesso de bílis, podendo também, de quando em vez, alourecer o cabelo. Outros, porém, descartam por completo esta hipótese, por lhe faltar um real raciocínio científico. Pouco fisiognomonistas, estes sábios afastam radicalmente qualquer possibilidade de relação entre a inveja e qualquer degeneração física, chamando mesmo a atenção para o facto de existirem invejosos de todos os calibres, tamanhos e feitios. Seja como for, por mais que lhe falte a pujança científica, a teoria do esverdeado pequeno, afinal baseada no senso comum da observação quotidiana, continua a atrair numerosos adeptos. Um dos tiques comuns nos ataques dos invejosos é a tendência para a identificação com o objecto da sua inveja. Por exemplo, insinuar que o outro obedece a determinada prática de que afinal é ele próprio devoto, ou seja, transferir para os outros os seus próprios defeitos. Neste ponto, a razoabilidade esvai-se e o argumento torna-se impossível. É muito desagradável ser alvo de inveja. Dantes dizia-se ser vítima de mau-olhado porque, supersticiosamente, acreditava-se que o invejoso, investido de sagrada bílis, poderia realmente afectar a vida alheia. Aliás, é próxima a relação da inveja com o olho: diz na Bíblia, citada por Francis Bacon nos seus Ensaios, que a inveja é uma “ejaculação do olho”. Ora como se pode compreender não é simpático ser alvo de “ejaculações” alheias. Ou seja, a inveja é chata e acaba por incomodar. Os portugueses têm uma relação particular com a inveja. Não será por acaso que Camões a utiliza como palavra final da epopeia. O poeta reconhece-lhe certamente um valor fulcral no ser português para, sem pejo, encerrar “Os Lusíadas” com tão estranho sublinhado. Com sobejas razões de queixa, Luís Vaz sublinha, mas as lamúrias de um poeta parecem pívias quando comparadas com as catástrofes motivadas pelo facto de “a galinha do vizinho ser melhor que a minha”. É na disputa das insignificâncias que o ser invejoso melhor expõe a sua excessiva altaneirice saloia, acidez e mediocridade. Contudo, existe uma excepção. Num pequeno enclave, situado no sul da China, a inveja, mesmo entre a comunidade portuguesa ali moribunda da História, não medra. Não, aqui a inveja não tem lugar. Ainda que às vezes, em noites de mais intenso luar, a imaginação nos proporcione às vezes a visão de um ser enfezado e verde. É mentira: ele não está lá.


Se não fossem os padres, os macaenses seriam Padre Manuel teixeira [1912-2003]

F

analfabetos durante três séculos.

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u m gr i to n o des er to Paul Chan Wai Chi*

Inspirado durante a viagem

ui com a família a Kuala Lumpur, numas curtas férias, durante o interregno na Assembleia Legislativa (AL) em nome do descanso. No entanto, a minha cabeça não conseguiu relaxar durante as férias. No dia em que nos dirigimos para o Aeroporto de Macau, a estrada à volta da Ponte de Pac On estava congestionada, com obras na via pública ainda em curso junto à intersecção. O guarda sinalizador no local não podia fazer nada de especial para aliviar o fluxo do trânsito. Segundo as previsões da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego, a circulação hoje em dia ainda não está no seu pior. Uma vez lançados os trabalhos, a toda a força, nas estradas de Macau, é inimaginável quanto irá o povo sofrer com essas obras intermináveis. Como tinha em mente descansar, ao ir de férias, escolhi ir a sítios onde já tinha estado no passado para aliviar a mente. O desenvolvimento urbano de Kuala Lumpur levou uma “lavagem de cara”, comparado com o que vi há dez anos. Os preços dos bens à venda, próximos dos dos artigos de marca, nos postos de venda para turistas subiram tanto que não tive carteira para eles. Quando fui visitar as célebres Torres Gémeas Petronas, decidi dar uma vista de olhos às lojas e livrarias que havia por lá, já que ali os preços estavam à altura do bolso das pessoas de Macau e Hong Kong. A livraria no centro comercial do quarto piso da Torre tinha uma boa variedade de livros, com preços semelhantes ou até mais baixos do que os praticados em Hong Kong e Macau. Mas devido ao tempo limitado e à família a pedir para seguir adiante, não pude explorar a colecção nas prateleiras da Secção de Livros Chineses da livraria. Mesmo assim, fiquei muito impressionado com os modos e a cordialidade do serviço prestado pelo pessoal que ali trabalhava. Ao fazer uma viagem ao estrangeiro, os melhores momentos são quando temos liberdade para dar umas voltas. Como o hotel onde ficámos era localizado perto de uma zona de comércio, demos um passeio no metro ligeiro de Kuala Lumpur juntamente com as outras pessoas da excursão, por sugestão do nosso guia. Através da cidade, passámos por trilhos elevados, em

O metro ligeiro de Kuala Lumpur atravessa o centro da cidade, de forma a canalizar o fluxo de tráfego, tornando assim a vida mais fácil para os cidadãos. Ao contrário, o metro ligeiro de Macau deverá passar por fora do centro da cidade. Além disso, depois de ter sofrido com a crise financeira em 1997, o Governo malaio aprendeu a lição. vagões similares aos do metro de Hong Kong. Não havia muitas paragens – cerca de 10 no total – ao longo da linha e o bilhete custava em média 1,60 dólares malaios, enquanto o percurso mais caro ascendia aos 2,10 dólares malaios. Convertido para moeda de Macau, estamos a falar de cerca de quatro patacas. O metro ligeiro

de Kuala Lumpur atravessa o centro da cidade, de forma a canalizar o fluxo de tráfego, tornando assim a vida mais fácil para os cidadãos. Ao contrário, o metro ligeiro de Macau deverá passar por fora do centro da cidade. Além disso, depois de ter sofrido com a crise financeira em 1997, o Governo malaio aprendeu a lição.

Desde então, adoptou uma estratégia ao mesmo tempo estável e progressiva, em vez de dar um grande salto em frente no seu desenvolvimento urbano. Ao longo dos anos, o Governo da Malásia tem elevado a tabela salarial e reduzido os subsídios em geral aos trabalhadores, a um ritmo gradual, para permitir que os seus cidadãos se tornem cada vez mais auto-suficientes. Quando vi o estilo de vida modesto dos malaios e olhei para a próspera paisagem urbana da Macau dos nossos dias, senti-me realmente preocupado com o Governo da RAEM. Em termos de casinos, o Genting Casino da Malásia é bem famoso em toda o Sudeste Asiático. Mesmo assim, a vida dos malaios não é muito afectada por ele. A Malásia é um país islâmico e, de acordo com as doutrinas islâmicas, o jogo não é bem-vindo. Em segundo lugar, os muçulmanos entre os malaios respeitam o Ramadão. Durante esse período, os crentes abdicam de comida, bebidas e outros prazeres, do nascer ao pôr do sol. Ao jejuar, os crentes conseguem manter o seu espírito desperto e mentalizam-se de que não podem ceder aos prazeres terrenos. Isso é tão diferente do que temos em Macau, onde as pessoas são encorajadas a viverem uma vida melhor através de boa comida e roupas bonitas. De acordo com a reportagem de um programa local de televisão, o investimento no casino de Singapura pelo grupo Sands e o investimento dos estúdios Universal ascendem a um total de 12 mil milhões de dólares de Singapura, o que equivale a 60 mil milhões de patacas. Para Singapura, o foco não é a indústria do jogo mas sim o turismo e a indústria da hospitalidade. Quando comparei o montante do investimento no jogo pelas seis empresas de casinos em Macau com os de Singapura, apercebi-me de que Macau não deveria esta tão orgulhoso de si mesmo. Enquanto viajante, desejava encontrar paz de espírito, mas não o consegui fazer. Como posso eu aliviar a minha mente quando vejo outros a terem um planeamento a longo prazo? Por isso, senti-me tão preocupado com Macau e com o seu Governo de vistas curtas, em termos de planeamento. *Deputado e presidente da Associação Novo Macau Democrático

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José editor Paulo Reis Redacção António Falcão; Kahon Chan; Rodrigo de Matos; Vanessa Amaro Colaboradores Carlos Picassinos; Francisco Isöo; João Carlos Barradas; José Manuel Simões; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Severo Portela Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Correia Marques; Duarte Santos; Gilberto Lopes; Hélder Fernando; João Miguel Barros; Jorge Rodrigues Simão; José I. Duarte; Marinho de Bastos; Paul Chan Wai Chi; Pedro Correia; Zélia Ribeiro Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges; Catarina Lau Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão; António Mil-Homens; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Laurentina Silva (hojemacau@gmail.com) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Av. Dr. Rodrigo Rodrigues nº 600 E, Centro Comercial First Nacional, 14º andar, Sala 1407 – Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail hojemacau@yahoo.com Sítio www.hojemacau.com


a fechar Deslizamento de terras mata na China

Pelo menos três pessoas morreram e outras 57 estão dadas como desaparecidas por causa de um deslizamento de terras na província de Yunnan, sul da China, de acordo com a agência Xinhua. O acidente aconteceu em uma localidade do distrito de Longyang, na cidade de Baoshan, onde viviam 82 pessoas, de um total de cerca 20 famílias. Além destes três mortos e dos 57 desaparecidos, as equipes de socorro conseguiram resgatar a tempo 11 pessoas que estavam no local no momento do acidente. Cerca de uma dezena de outros sobreviventes estavam a trabalhar fora da povoação, quando ocorreu o deslizamento.

Filho de Fok comenta nomeação

Timothy Fok, recém-nomeado director-executivo da SJM, fez uma curta declaração à RTHK de Hong Kong, justificando a sua indicação para a direcção daquela empresa como “fazendo parte da responsabilidade de um administrador da Fundação Henry Fok”. O filho mais velho do magnata de HK, falecido em 2006, acrescentou que sempre apoiou o desenvolvimento de Macau, dentro dos princípios defendidos pelo seu pai e recusou-se a esclarecer se a sua nomeação teria também a ver com o estado de saúde de Stanley Ho.

NATO atinge civis no Afeganistão

Dez civis foram ontem mortos num bombardeamento aéreo da NATO no norte do Afeganistão, anunciou o Presidente Hamid Karzai, que condenou o incidente. O comunicado da Presidência refere que a NATO bombardeou três veículos que transportavam apoiantes de um candidato às eleições legislativas, e confirma as informações fornecidas previamente pelas autoridades locais. “No âmbito da guerra contra o terrorismo, os apoiantes da democracia devem ser distinguidos daqueles que a combatem”, sublinhou Karzai, citado no comunicado.

Desemprego em Espanha aumentou

O desemprego em Espanha subiu 9,3% em Agosto face ao mesmo mês do ano anterior, tendo atingido mais 61 mil espanhóis, num total de 340 mil pessoas sem trabalho no país. De acordo com os dados do ministério espanhol do Trabalho e da Imigração, num só ano o desemprego em Espanha aumentou em 340.581 pessoas, o que representa uma subida de 9,3%. Os mesmos dados revelam que, no passado mês de Agosto, 61.083 pessoas ficaram sem trabalho, sendo que o sector agrícola foi o único a registar uma queda no desemprego, com menos 1.328 pessoas. Nos restantes sectores a situação é inversa, com os serviços a contar com 62% do número total de desempregados. As mesmas fontes adiantam que a Segurança Social espanhola perdeu 131.858 mil pessoas, igualmente em Agosto passado, o que em termos percentuais representa uma redução de 0,74%.

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Multas podem ir até 30 mil patacas

Guangzhou proíbe tabaco Uma lei anti-fumo entrou em vigor quartafeira em Guangzhou, capital da Província de Guangdong, sul da China. A lei abrange toda a cidade de Guangzhou e proíbe o fumo na maioria dos locais públicos, tais como escritórios, salas de conferência, corredores e elevadores. Os centros comerciais com mais de 150 metros quadrados de área ou com mais de 75 lugares sentados podem designar uma área para fumantes. As pessoas que violarem a lei estarão sujeitas a uma multa de 50 yuans e os locais de comércio que não cumprirem suas obrigações serão multados em até 30 mil yuans . Porém, algumas pessoas acreditam que será difícil que a lei seja aplicada. “Qual é o órgão controlador e como se comprovam as evidências?” pergunta um habitante local. “Uma fumaça rápida pode ser despacha-

da em menos de um minuto. Como é que os fiscais pode agir em tão pouco tempo?”, questiona outro residente, em declarações à agência Xinhua. Hu Angang, professor de economia da Universidade Tsinghua, disse que o fraco controle do tabagismo, na China, exige que metas sejam incluídas no 12º plano quinquenal de desenvolvimento nacional. “Colocar as metas no plano nacional demonstra uma forte vontade política dos líderes do país, fazendo com que toda a sociedade, especialmente os governos locais, implementem metas sem hesitação. O plano é um documento obrigatório para o governo”, de acordo com Hu. Shanghai começou a implementar uma regulação para banir o cigarro em 12 tipos de locais públicos desde o dia 1 de Maio, como parte dos esforços para criar uma Expo Mundial livre do fumo.

União Europa quer pequim mais tolerante

nuclear | china quer voltar a falar

A Alta Comissária Europeia para a Política Externa, Catherine Ashton, elogiou ontem as iniciativas chinesas para reduzir a aplicação da pena de morte, mas exortou a China a “fazer mais”. “Acho que a pena de morte devia ser abolida”, disse Catherine Ashton no final de dois dias de “diálogo estratégico e político” com responsáveis chineses, entre os quais o primeiro-ministro, Wen Jiabao. Definindo-se como “uma apaixonada defensora da abolição da pena de morte”, Ashton afirmou ter “encorajado” os seus interlocutores “a fazer mais” e a “avançar” naquela direcção. Um projeto-lei apresentado há uma semana na Assembleia Nacional Popular chinesa preconiza a abolição da pena de morte para 13 crimes económicos não violentos. “Fiquei satisfeita por ver as medidas que a China tomou”, comentou Ashton. Sobre os Direitos Humanos, a Alta Comissária Europeia afirmou que “a questão é sempre levantada” nas conversações entre a EU e a China, mas disse que não abordou casos específicos. O Código Penal chinês prevê a aplicação da pena de morte para 68 crimes, desde o homicí-

A China apelou ontem aos seus parceiros nas negociações a seis sobre o programa nuclear norte-coreano para que façam compromissos que permitam um recomeço das conversações, congeladas há mais de um ano. As negociações, lançadas em 2003, reúnem as duas Coreias, a China, o Japão, a Rússia e os Estados Unidos e visam obter do regime norte-coreano uma renúncia às suas ambições nucleares em troca de ajuda energética. Em 2009, a Coreia do Norte recusou prosseguir as conversações no Grupo dos Seis. “A situação atua na península coreana é complicada e sensível”, declarou uma portavoz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Jiang Yu, numa conferência de imprensa. “Esperamos que as diferentes partes possam manter a calma, demonstrar contenção e fazer mais compromissos para reduzir as tensões”, acrescentou. O enviado especial da China para a questão nuclear nortecoreana, Wu Dawei, concluiu recentemente uma visita às duas Coreias, ao Japão e aos Estados Unidos para consultas com vista

Abolir pena de morte Faz sol na península dio à corrupção. Pelas contas da Amnistia Internacional, em 2009, a China executou cerca de 1.700 pessoas, mais de dois terços das 2.400 que a organização registou no mundo inteiro. Catherine Ashton chegou à China no domingo passado, e, além do primeiro-ministro, encontrou-se com o conselheiro de estado Dai Bingguo, responsável pela política externa, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Yang Jiechi. O programa incluiu uma visita à Expo2010, em Xangai, e uma deslocação à província de Guizhou, uma das mais pobres da China, no sul do país.

ao recomeço das negociações. Segundo a porta-voz, Wu vai à Rússia proximamente. “Esperamos que as partes possam fazer esforços em conjunto, de maneira a que a questão da península coreana regresse à via do diálogo, da consulta e de uma solução política”, disse a porta-voz. Estas declarações são feitas um dia depois de o porta-voz da diplomacia norte-americana, Philip Crowley, ter-se referido a uma “responsabilidade particular” da China, “ponta de lança do processo a seis”. A China, disse Crowley, “tem um papel especial a desempenhar para tentar levar a Coreia do Norte a mostrar-se mais construtiva nesse processo”. Durante uma visita à China, na semana passada, o dirigente norte-coreano Kim Jong-Il pronunciou-se por um reinício das negociações a seis, segundo os ‘media’ oficiais chineses.


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