EUA | Cidadão português de origem chinesa nascido em Macau foi condenado por espionagem página 3
Max Stahl ficou na história de Timor, depois de gravar o massacre de Santa Cruz centrais
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Director carlos morais josé • segunda-feira 30 de agosto de 2010 • ANO IX • Nº 2198
Paul chan fez o pleno das reuniões, Vitor Kwan é o oposto
China
Chineses querem saber quantos são • P.2
Governo
Caso das sepulturas ainda mexe • P.5
Taiwan
Alexis Tam rejeita divergências
O deputado ausente
O deputado Vítor Cheung Lup Kwan não esteve presente em nenhuma das 37 reuniões da terceira comissão permanente da AL, durante a última sessão legislativa. Curiosamente, é também o único deputado que não disponibiliza qualquer contacto, na sua página pessoal, no site da Assembleia. Paul Chan, por seu lado, além de estar no topo dos mais assíduos, é o “campeão” das interpelações ao Governo. >última
Alexis Tam promete contactos mais regulares com os jornalistas
Encontros com a Imprensa
• P.4
Trabalho
DSAL convida descontentes a ir embora • P.6
Música
Estádio cheio para ver Cui Jian • Última
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segunda-feira 30.8.2010 www.hojemacau.com
2 Surto de cólera na China
Trinta pessoas foram hospitalizadas na província de Anhui, no leste da China, devido a um surto de cólera, o primeiro noticiado em anos pela imprensa oficial chinesa. O surto foi declarado pelo distrito de Mengcheng e deverá ter sido causado pela ingestão de alimentos em más condições, informou o departamento de Saúde de Anhui. Médicos especialistas deslocaramse a Mengcheng para acompanhar os esforços de combate ao surto e tratar os doentes.
PM sul-coreano desiste do cargo
O primeiro ministro da Coreia do Sul, proposto pelo presidente, renunciou ontem ao cargo antes da votação da sua nomeação pelo parlamento local, devido a uma polémica sobre alegado envolvimento em donativos ilegais. “Apresento hoje a minha renúncia ao cargo (de primeiro ministro) por considerar que não deveria ser um obstáculo para o desenvolvimento dos assuntos de Estado pelo presidente Lee Myung-bak”, disse Kim Tae-ho em declarações transmitidas pelas televisões locais. A oposição, liderada pelo Partido Democrático, revelou-se, na sexta feira, contra a nomeação de Kim Tae-ho por este estar alegadamente envolvido num caso de donativos ilegais de dezenas de milhar de dólares por um empresário em 2007. A justiça sul-coreana absolveu Kim em dezembro de 2009, mas o caso voltou a ser tema de discussão no parlamento local.
Kim apresenta sucessor
O líder norte-coreano, Kim Jong-il, foi este fim de semana visto a sair de um hotel em Changchun, no nordeste da China, onde se terá encontrado com o presidente chinês Hu Jintao, segundo a imprensa sulcoreana. A estação de televisão MBC e a agência Yonhap, da Coreia do Sul, que citam fontes diplomáticas de Pequim, noticiaram que Hu Jintao chegou a Changchun na tarde de sexta-feira passada para um encontro com Kim Jong-il no hotel South Lake, acompanhado por um dos seus filhos. Os quartos e as salas de reunião do hotel estavam "todas reservadas", disse um responsável pela unidade hoteleira, uma vez que "encontros de alto nível" iriam ali ter lugar, indicou outro funcionário do hotel citado pela imprensa sulcoreana. Questionado sobre se o líder norte-coreano está de visita à China, um porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China disse aos jornalistas, na sexta feira, que a "China e a Coreia do Norte mantêm normalmente contactos de alto nível" e que "informação relevante será divulgada em tempo oportuno".
actual Censo na China vai durar até Setembro
200 milhões a mais A palavra de ordem, incitando os residentes de Pequim a colaborar com as autoridades no censo da população local, está espalhada pela cidade: “Só sabendo quantos somos poderemos construir uma sociedade harmoniosa.” Até 15 de Setembro, 100.000 escrutinadores vão contar quantas pessoas vivem em Pequim e para “assegurar a colaboração de todas”, o governo municipal prometeu mesmo reduzir ou facilitar o pagamento da pesada multa imposta aos que violaram a política de controlo da natalidade “um casal, um filho”. Em Pequim, um casal que tenha um segundo filho incorre numa multa até 267.000 yuan - 31.000 euros – três a dez vezes o rendimento anual médio). O objectivo é “conciliar” o número e dimensão das famílias com os registos da população, diz outra palavra de ordem muito difundida em Pequim, através de faixas de pano verdes e vermelhas estendidas nas ruas. Um investigador da Academia Chinesa de Ciências Sociais, Wang
Guangzhou, citado num jornal local, disse que 1,81 por cento da população “foi escondida” durante o ultimo censo nacional, realizado em 2000. É uma percentagem muito pequena, mas que representa cerca de 23 milhões de pessoas – mais do que a maioria dos países da União Europeia. A contagem da população da capital chinesa, iniciada no dia 15 de Agosto, insere -se no censo
nacional que se realiza de dez em dez anos. O próximo será em Novembro. Pelas contas do governo municipal, no final de 2009, a população de Pequim rondava os 17,5 milhões, mais de um quarto dos quais (5 milhões) eram trabalhadores migrantes. Em Julho passado, a ministra Li Bin, diretora da Comissão Nacional da População e Planeamento Familiar, estimou que em 2015 a China
chegará aos 1.400 milhões – mais 80 milhões que no final de 2008 – e, pela primeira vez, a maioria viverá em cidades. Nos primeiros trinta anos de governo comunista, até ao final da década de 1970, a população quase triplicou, para cerca de 1.000 milhões, mas o crescimento caiu 40 por cento com a política de “um casal, um filho”, imposta em 1980. O drástico controlo da natalidade não se aplica, contudo, aos tibetanos, uigures e todas as outras minorias étnicas, e no campo, os casais poderão ter um segundo filho se o primeiro for do sexo feminino. Segundo estimativas oficiais, em 2015, a população com mais de 60 anos (a idade da reforma) chegará a 200 milhões e no final desta década, a percentagem dos que têm entre 15 e 59 anos “começará lentamente a cair”. Mas os ricos, cada vez mais numerosos, têm dinheiro suficiente para pagar as multas ou vão às maternidades da Região Administrativa Especial de Hong Kong, onde cerca de um terço dos partos dizem respeito a mães do continente. E entre a actual população flutuante do país, estimada em duzentos milhões, o controlo da natalidade também não será 100 por cento rigoroso.
Jornal esclarece declarações de Wen Jaibao
Mais de 500 cancelamentos de viagens
Um jornal chinês refreou ontem a “sobre-excitação de analistas internacionais sobre grandes reformas políticas na China”, proclamando que o país “nunca copiará directamente os sistema políticos do Ocidente”. “Quer o mundo goste ou não, o país irá manter a sua própria passada”, disse o Global Times num editorial dedicado ao 30º aniversário da criação da Zona Económica Especial de Shenzhen, no sul da China. Antiga vila piscatória, adjacente a Hong Kong, Shenzhen foi a primeira Zona Económica Especial a abrir-se ao investimento externo e à iniciativa privada, detendo hoje o mais elevado PIB per capita do país, no valor de 13.600 dólares. No passado fim-de-semana,
O recente sequestro de um autocarro com turistas de Hong Kong nas Filipinas está a afectar as operações da PAL, companhia aérea filipina. Mais de 550 chineses já cancelaram as suas viagens. O incidente da passada semana, em Manila, no qual faleceram oito de um grupo de trinta turistas de Hong Kong sequestrados, levou já a administração de Hong Kong a emitir um aviso desaconselhando viagens às Filipinas, e está a afectar as operações da PAL, que voa para Hong Kong cinco vezes por dia. Segundo o presidente da companhia, Jaime Bautista, desde quarta-feira foram canceladas 558 reservas, por residentes em Hong Kong, mas também de vários pontos da China continental.
Democracia ocidental, nem pensem nisso! durante uma visita a Shenzhen, o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, manifestou “a determinação do governo para manter o ímpeto das reformas, incluindo das reformas políticas”. Os analistas internacionais não devem, contudo, “ficar sobreexcitados”, comentou hoje o Global Times, um jornal do grupo Diário do Povo, o orgão central do Partido Comunista Chinês. “Sob a liderança do Partido Comunista Chinês, o pais explorará a via socialista que sirva a sua própria situação interna”, afirmou o jornal. Shenzhen – realça também o Global Times – “condensa o espírito de reforma e inovação que incitou o pais a transformar-se numa potência mundial”.
Turistas de HK fogem de Manila
Bautista afirma ser cedo para contabilizar o impacto desta situação, cujas repercussões deverão ainda estender-se no tempo, e a redução dos voos para Hong Kong é uma possibilidade em avaliação. Certo mesmo é que os voos entre Manila e Hong Kong representam 6 % das receitas da companhia, que também voa para Macau, Pequim, Xangai e outros pontos na China. Benigno Aquino, presidente das Filipinas, já afirmou que o incidente não deixará de se repercutir negativamente na economia do país, mas afirmou também ter esperança de que o impacto não se prolongará no tempo, e pediu ao Departamento de Turismo um esforço acrescido para “voltar a ganhar a confiança dos turistas”.
Já não compreendo que se avance com a revisão de legislação que tem qualidade e é do melhor que Macau tem. É o caso das leis de imprensa e de reunião e manifestação. No primeiro caso, não consigo perceber a preocupação do Gabinete de Comunicação Social em mexer numa lei, que não tem merecido reparos de nenhum sector (…) Não deixo de ficar preocupado quando se pede à Universidade de Ciência e Tecnologia que faça um estudo sobre a matéria, deixando de fora a Universidade de Macau, que tem há anos em funcionamento uma licenciatura em comunicação social e outra em Direito. Gilberto Lopes P.15
Edison Kuok, ou Chi Tong Kuok, esteve quase quatro anos a ser investigado pela polícia norte-americana e foi apanhado com a boca na botija a tentar exportar ilegalmente tecnologia militar utilizada pela NATO. Português, residente em Macau, Edison Kuok acabou por admitir que era um espião ao serviço das autoridades da República Popular da China, já foi considerado culpado pelo tribunal federal de San Diego, Califórnia, e incorre agora em pena de 45 anos de prisão. Desde finais de 2006, o português estava a ser investigado por suspeitas de adquirir equipamentos de satélite e rádios norteamericanos através do site de leilões e-Bay – acções que, segundo as leis dos EUA, violam gravemente a legislação de exportação. Edison Kuok quase passava despercebido: fingia apenas ser um viciado em sites de compras e explorava as utilidades da Internet de forma criativa. A sua situação mudou de figura quando contactou uma fonte na indústria da defesa a solicitar um software para o controlador de dados aéreos VDC-300, usado para comunicações via satélite altamente seguras pelas forças norte-americanas. A fonte indicou um negociador em San Diego, que começou a tratar da questão directamente com Kuok. O residente de Macau tinha em mãos uma vasta lista de tecnologia militar que tencionava adquirir, variando de receptores GPS a dispositivos de gestão de mensagens encriptadas. Durante largos meses de negociações, Kuok manifestava receios de estar a lidar com agentes à paisana da CIA ou do FBI e pedia ao seu intermediário para nunca referenciar em mensagens de e-mail os números dos modelos em causa. Edison Kuok conseguiu comprar dois rádios portáteis PRC-148 por 8000 dólares e pediu que a
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Português residente em Macau considerado culpado de espionagem nos EUA
Um míssil pela culatra mercadoria fosse enviada para Macau. O pagamento foi efectuado através do Western Union. A utilizar um conta de e-mail com nome fictício, Kuok ainda contactou uma empresa no Arizona, que publicou no e-Bay um anúncio de venda de um KG-175 TACLANE – um dispositivo de criptografia da NSA usado para comunicações com redes de computadores militares classificados como SIPRNet do Departamento de Defesa. O equipamento que comprava era todo enviado para Macau e, segundo o próprio admitiu ao ser interrogado pelo Departamento de Defesa norte-americano, seria utilizado pelas autoridades chinesas para descobrir formas de monitorar as comunicações militares dos EUA. O cidadão português foi detido no aeroporto internacional de Atlanta em finais de Julho, quando fazia uma escala de um voo que ia de Paris ao Panamá. A passagem por solo norteamericano foi estrategicamente calculada, mas Kuok meteu-se com a pessoa errada. Tinha um encontro
marcado com um fornecedor que lhe entregaria rádios militares. Quando viu o cerco a armar-se à sua volta, percebeu que tinha estado em contacto com um agente federal infiltrado. Na semana passada, foi indiciado na Califórnia por lavagem de dinheiro, exportação de material militar sem licença, conspiração e tráfico de bens. Ao abrigo da Justiça norte-americana incorre numa pena que vai até aos 45 anos de cadeia. No dia 13 de Setembro, vai conhecer a sua sentença. O governo americano não tem dúvida que os destinatários dos equipamentos seriam realmente responsáveis do governo de Pequim. "Esta convicção realça a ameaça que representam os esforços ilícitos para obter tecnologia norte-americana sensível e a necessidade de vigilância constante desses regimes", chegou a dizer, em tribunal, o procurador-geral assistente para a Segurança Nacional, David Kris.
Segredos à solta
Segundo Stephanie Leiggi, pesquisador do Programa para a Não-Proliferação de
O cidadão português foi detido no aeroporto internacional de Atlanta em finais de Julho, quando fazia uma escala de um voo que ia de Paris ao Panamá. A passagem por solo norte-americano foi estrategicamente calculada, mas Kuok meteu-se com a pessoa errada. Tinha um encontro marcado com um fornecedor que lhe entregaria rádios militares. Quando viu o cerco a armar-se à sua volta, percebeu que tinha estado em contacto com um agente federal infiltrado.
Armas para o Leste da Ásia, os programas espaciais e de mísseis chineses estão a tirar grande proveito de informações obtidas secretamente da tecnologia norte-americana. “Basta observar a velocidade com que a China avançou com sistemas de mísseis para ter-se a ideia de que está a usar tecnologia e informações obtidas por fontes chinesas infiltradas nos EUA para lidar com dilemas técnicos”, aponta.
Saber, contudo, quanta informação já foi recolhida é uma missão quase impossível. “É extremamente difícil encontrar evidências fundamentadas de como a China está a adquirir ilicitamente tecnologia para os seus programas militares e espaciais. Os espiões chineses utilizam programas ‘indígenas’ para fazer passar a sua informação. A menos que se encontre alguém capaz de decifrar todo o
PB
esquema, é complicado ter dados concretos”, explica Stephanie Leiggi. O especialista em assuntos militares chineses Richard Fisher, do International Assessment and Strategy Center, em Washington DC, fala concretamente do caso do satélite Asiasat-2, lançado em 2005, como uma missão bem-sucedida de espionagem chinesa. “Em 1999, um cientista chinês confidenciou a um jornalista e a um senador norteamericanos como conseguiu obter dados que ajudaramno a aperfeiçoar um motor de arranque para satélites, que mais tarde foi aplicado também em mísseis DF-21. Antes disto, o projecto DF21 estava prestes a ser cancelado devido a falhas no sistema. Estas informações reunidas serviram ainda para se produzir um míssil intercontinental do Exército chinês, além de mísseis submarinos e nucleares”, afirma Fisher. Muitos outros exemplos de como a China deu um grande salto no seu arsenal balístico durante a década de 1990 baseada em conhecimentos “roubados” aos EUA poderiam ser dados, garantem os especialistas, mas obter provas de espionagem é uma matéria delicada, lembram. "Muitas das fugas de funcionários anónimos e os poucos casos divulgados são feitos de forma precisa para avançar uma posição política. Todo o aparato espacial chinês evoluiu consideravelmente num curto espaço de tempo. A partir daí, é fácil deduzir o poder dos mísseis nas mãos dos chineses”, diz Brian Weeden, assessor técnico do Secure World Foundation, no Colorado. “Os EUA já não conseguem controlar os seus segredos militares.”
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Política
Silêncio sobre a visita a Taiwan assinalado na imprensa chinesa
Tam aluno como director Kahon Chan
hojemacau@yahoo.com
Uma reportagem da Agência Central de Notícias (CNA) de Taiwan divulgada, na quinta-feira à noite, sublinhava o silêncio de Taiwan sobre a delegação encabeçada por Alexis Tam e, citando um responsável do Conselho para os Assuntos da China Continental (MAC), referia que Tam tinha sido apresentado como ex-aluno da Universidade ChengChi quando participou de um almoço com responsáveis do MAC, na quinta-feira passada. O editorial do jornal “Wa Ou”, que tem estado atento aos assuntos de Taiwan,
notou que a visita não foi mencionada na conferência de imprensa habitual do MAC, na mesma quintafeira e que os jornalistas aparentemente também não tinham sido informados sobre a visita. A imprensa de Taiwan, incluindo a CNA, teve de recorrer ao Gabinete para a Comunicação Social (GCS) de Macau e a colegas da imprensa local para conseguir notícias sobre a viagem de Alexis Tam. O “Wa Ou” também observou, no editorial de sexta-feira, que o comunicado do GCS tinha sido extensivamente utilizado pela agência Xinhua, um sinal claro da aprovação da China aos esforços de Macau
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MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.º 39/AI/2010 -----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se a infractora TAM KUOK CHI que, na sequência do Auto de Notícia n.º 1/DI-AI/2010, de 13.08.2010, levantado pela DST e por despacho do signatário de 27.08.2010, exarado n Relatório n.º 216/DI/2010, de 26.08.2010, foi desencadeado procedimento sancionatório, com vista ao seu alojamento na fracção autónoma situada na Rua de Terminal, Edifício Centro Internacional de Macau, Bloco 4, 3º andar G e utilizada para a prestação ilegal de alojamento.-----------Pelo mesmo despacho foi determinado, que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito sobre a matéria constante daquele Auto de Notícia, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito, e que não é admitida apresentação de defesa ou de provas fora do prazo, nos termos do n.º 2 da artigo 14.º da Lei n.º 3/2010.----------A matéria daquele Auto de Notícia, constitui infracção ao artigo 2.º da Lei n.º 3/2010, que dispõe: “a actividade de prestação de alojamento ao público, sem possuir a licença para exploração de estabelecimentos hoteleiros, em prédio ou fracção autónoma não destinado a fins de actividade hoteleira e similar,, cujo ocupante é não residente da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), ao qual não foi concedida autorização especial de permanência ou autorização de permanência de trabalhador não residente”, facto punível nos termos no n.º 1 do artigo 10.º da Lei n.º 3/2010 - : “Quem prestar ilegalmente alojamento ou controlar por qualquer forma prédio ou fracção autónoma utilizado para a prestação ilegal de alojamento é punido com multa de 200.000,00 a 800.000,00 patacas”.-------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços.-------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, em Macau, aos 27 de Agosto de 2010.
O Director dos Serviços, Substº. Manuel Gonçalves Pires Júnior
Kahon Chan
O Gabinete do Chefe do Executivo esclareceu que, da perspectiva de Macau, Alexis Tam realizou a visita a Taiwan, na semana passada, como chefe do Gabinete do Chefe do Executivo, e não como ex-aluno de uma instituição de Taiwan. O próprio Alexis Tam também desdramatizou o “excessivo” alarido feito em Macau, enquanto novas contradições com a versão de Taiwan foram observadas pela imprensa em chinês.
para uma melhoria dos laços oficiais com Taiwan. Uma vez que o MAC já havia, no passado, solicitado abertamente a presença de um
representante de Macau em Taiwan e Pequim também deseja que isso aconteça, o editorial considera um mistério o extraordinário
silêncio do conselho sobre a visita de Alexis Tam. Por outro lado, o Gabinete do Chefe do Executivo confirmou ontem que Alexis Tam realizou o périplo de três dias a Taiwan na qualidade de coordenador daquele orgão, pelo menos da perspectiva do Governo de Macau, e escusou-se a comentar a notícia da CNA referindo que Tam tinha sido identificado apenas como um ex-aluno. Questionado sobre a disparidade na repercussão mediática em ambos os lados, Alexis Tam disse
não ter sentido a diferença e que os “press-releases” do GCS foram emitidos de acordo com a rotina habitual. Mais movimentações entra as Regiões Administrativas Especiais (RAE) e Taiwan são esperadas esta semana. O secretário das Finanças de Hong Kong, John Tsang, irá passar por Taiwan, presidindo hoje à primeira reunião conjunta entre as duas associações semi-oficiais de Hong Kong e Taiwan, que irá finalizar a decisão sobre o mecanismo de comunicações oficiais bilaterais, no futuro. O secretário para os Assuntos Sociais e Cultura de Macau, Cheong U, irá também viajar para Taipé no final da semana para assistir aos eventos inaugurais da “Semana de Macau” e encontrar-se com altos responsáveis num périplo de cinco dias, planeado para promover o turismo em Macau. Ambas as RAE têm de obter aprovação do Governo Central para quaisquer contactos oficiais com Taiwan.
Alexis Tam anuncia encontros regulares com a imprensa
Com coisas sérias não se “briefing” O porta-voz do Governo, Alexis Tam, deverá anunciar oficialmente esta semana o início de encontros regulares com a imprensa. Foi o próprio Tam quem referiu ontem o lançamento dos “briefings”, prática considerada essencial por um académico de Guangzhou para que o sistema consiga fazer a ponte com o público. Pelo contrário, Victor Chan, director do Gabinete para a Comunicação Social (GCS), considera que os “briefings” regulares são redundantes. AAssociação de Recursos Humanos de Macau organizou um seminário no sábado sob o tema “O porta-voz e os média”, tendo como orador principal Liao Wei Jian, chefe do Instituto de Comunicações Públicas da Universidade Sun Yat-sen, de Guangzhou. Citado pelo jornal “Ou Mun”, Liao sublinhou no seminário que um sistema de portavozes não é uma pessoa, mas sim uma série de regras para fornecer informação à população quando esta tiver de ser informado. Toda a equipa dentro do sistema tem de estar familiarizada com os temas questionados pela população e com as opiniões de todos os sectores da sociedade em relação às políticas governamentais. Os seus membros devem actuar em interacção com as exigências
do público, de forma a alcançar a comunicação. Para pôr o sistema em prática, o requisito básico é uma lista de contactos e nomes de porta-vozes para os jornalistas contactarem e as conferências de imprensa sob esse sistema devem ser organizadas regularmente, como acontece na China Continental e nos Estados Unidos, uma vez que “briefings” aleatórios não são uma ponte efectiva entre o público e o Governo. “É impossível para uma sociedade moderna estar uma semana inteira sem eventos. Há acontecimentos quase todos os dias”, observou. O porta-voz deve, por isso, preparar-se para todas as questões que possam ser levantadas pelos jornalistas e fazer declarações oficiais com um alto grau de autoridade de forma a esclarecer a opinião pública. A realidade em Macau, pelo menos nos últimos seis meses - desde que o sistema de porta-vozes foi inaugurado - é que, enquanto os porta-vozes dos vários departamentos do Governo incluídos na lista de contactos se mantêm quase sempre contactáveis, Victor Chan (director do GCS e porta-voz adjunto) e Alexis Tam (que ocupa vários cargos além do de porta-voz) raramente têm dado con-
ferências de imprensa, com excepção das actualizações sobre o desaparecimento da Viva Macau e o anúncio de novos gabinetes. Em conversa com o Hoje Macau, ontem, Alexis Tam admitiu que seriam introduzidas as conferências de imprensa regulares, embora não tenha avançado com que frequências seriam realizadas. Mas Victor Chan, que também regressava ontem de um fórum em Fuzhou, reiterou haver uma dificuldade prática em realizar “briefings” porque o sistema de porta-vozes em Macau não representa qualquer departamento ou órgão em particular, ao contrário dos sistemas estabelecidos pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da China e pela Casa Branca, nos EUA. “Deve-se ter em conta as consequências de informarmos todos os departamentos do Governo de que iremos introduzir um ‘briefing’ semanal a cada quinta-feiras”, afirmou. “Se há um assunto em questão, porque é que não organizamos uma conferência de imprensa imediatamente, em vez de esperarmos pelo ‘briefing’ de quintafeira? Francamente, é normal haver uma diferença de expectativas, mas também devemos pensar profundamente sobre isso.” - K.C.
Sands critica política laboral do Governo
SEGUNDA-feira 30.8.2010
A operadora de jogo Sands China recrutou 1300 trabalhadores para reiniciar as obras em Macau, quando precisava do dobro, lamentou o presidente executivo interino ao sublinhar confiança na flexibilização da política de importação de mão de obra. “Temos actualmente 1300 trabalhadores, a maioria locais, (nas obras da zona de casinos do Cotai), quando precisávamos do dobro”, disse o presidente executivo interino da Sands China, Michael Leven, num encontro com jornalistas em Macau. Para garantir o emprego aos locais, o executivo de Macau definiu que por cada trabalhador da construção civil contratado ao exterior terá de ser recrutado um local.
Kahon Chan
hojemacau@yahoo.com
O deputado da Assembleia Legislativa (AL) Au Kam San apresentou uma interpelação escrita em que transcreve um rumor segundo o qual a secretária para a Administração e Justiça, Florinda Chan, teria recuperado e desviado parte dos documentos relevantes para a investigação do caso das sepulturas. Os documentos terão sido retirados do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) mesmo antes de o Ministério Público (MP) os ter solicitado. Au Kam San inquiriu o que terá feito o chefe do Executivo abrir mão de um inquérito disciplinar. O porta-voz do Governo, Alexis Tam, disse que isso seria um desperdício de recursos públicos. Au Kam San apresentou a interpelação escrita na quinta-feira passada solicipub
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Deputado acusa Florinda Chan de esconder provas
Caso das sepulturas ainda mexe
tando um inquérito complementar sobre a concessão definitiva de dez túmulos em Dezembro de 2001. Sem citar a fonte da sua informação, Au avançou uma versão segundo a qual a secretária teria “recuperado” documentos relevantes para a concessão permanente das sepulturas pouco antes de o MP lançar o inquérito sobre o incidente, tendo os documentos regres-
sado posteriormente às prateleiras do IACM com parte dos originais em falta. Como resultado, o IACM não terá sido capaz de fornecer a totalidade dos documentos ao MP quando este fez o pedido, comprovado numa carta do MP ao IACM datada de Maio. Au exigiu que o Governo investigasse o boato. Apesar das tentativas, o Hoje Macau não conseguiu
entrar em contacto com a Secretaria para obter uma reacção, até ao fecho desta edição. O responsável de comunicação do IACM, por sua vez, disse apenas que as interpelações escritas devem ser respondidas por carta e que o organismo iria respeitar esse procedimento. Au Kam San declarou que “uma pessoa” ter-se-á candidatado a um túmulo permanente, em nome de um familiar, após essa pessoa ter sido nomeada para a secretaria que supervisiona a agência responsável. Isso permitiu ao funcionário que deveria ser supervisionado por essa pessoa aprovar o pedido a título excepcional, sem bases legais, tendo em “consideração o estatuto po-
lítico de Macau”. O deputado questiona se não se trata de abuso de poder. E uma vez que o regulamento interno aprovado a 13 de Dezembro apenas foi adoptado por um breve período oito dias depois, refere Au Kam San, não haverá sinais de que o regulamento tivesse sido considerado efectivo desde que o IACM assumiu a responsabilidade da gestão da atribuição dos túmulos, como adianta o deputado. Au Kam San inquiriu igualmente porque é que uma investigação em curso do Comissariado contra a Corrupção (CCAC) impediria o Governo de iniciar uma revisão disciplinar sobre prováveis más práticas na concessão de sepulturas,
entendendo Au que ambas as investigações poderiam perfeitamente decorrer em simultâneo e que a defesa feita por Victor Chan, numa conferência de imprensa anterior, não foi convincente. “Se não foi só um simples equívoco na expressão, porque é que o chefe do Executivo acha que um inquérito independente levado a cabo pela Administração é uma intervenção sobre a autoridade do CCAC?”, pergunta na interpelação. O Governo tem uma explicação: “Não havia necessidade de gastar tantos recursos levando a cabo trabalhos com o mesmo objectivo”, uma vez que o CCAC é uma agência independente sob a alçada do Governo, explicou ontem o porta-voz do Executivo, Alexis Tam. O Governo afirma que os resultados do inquérito do CCAC serão revelados depois de concluída a investigação.
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Sociedade
Director da DSAL diz que trabalhadores insatisfeitos “podem voltar à sua terra”
Porta da rua é serventia da casa A lei não assiste aos trabalhadores não residentes o direito de mudarem de emprego, uma questão contestada por muitos e que tem uma solução para o director para os Assuntos Laborais: o regresso às respectivas terras natais. A lei de contratação de não residentes sem direito à fixação de residência, dispondo de uma autorização de permanência na região enquanto vigorar o contrato de trabalho – está em vigor há quatro meses apesar da contestação dos imigrantes que se dizem discriminados. A imposição de uma taxa mensal ao empregador por cada não residente contratado, para fins de segurança social, e a proibição de entrada em Macau, entre seis meses e dois anos, aos que virem cancelada a autorização de permanência (‘blue card’) ou que mudem de emprego estão no centro da contestação. O director dos Serviços para os Assuntos Laborais, Shuen Ka Ung, defendeu que a nova lei “já protege muito bem os direitos e deveres dos não residentes, que gozam dos mesmos direitos dos residentes, com excepção da liberdade de encontrarem emprego por eles próprios”. Questionado sobre a possibilidade de o Executivo poder inverter, no futuro, essa posição, permitindo aos mais de 72 mil não residentes mudarem de emprego perante melhores ofertas de trabalho, o responsável disse: “Se o trabalhador acha que as condições que o empregador lhe oferece não são suficientes ou são maltratados, ele pode voltar à sua terra para tentar arranjar outro emprego.” “Os trabalhadores locais têm prioridade no acesso ao emprego e o direito ao mesmo não pode ser
É uma descida e uma subida ligeira: 0,1% foi quanto caiu a taxa de desemprego, mas também foi quanto subiu a de subemprego. De acordo com os resultados do Inquérito ao Emprego da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos, entre Maio e Julho deste ano, a taxa de desemprego atingiu os 2,9%, enquanto que a de subemprego passou para 1,8%.
prejudicado, sendo que a importação de trabalhadores não residentes só é considerada como complemento temporário e autorizada apenas em caso de inexistência ou insuficiência de trabalhadores residentes aptos a prestar trabalho”, defendeu o Gabinete de Recursos Humanos de Macau. A taxa de desemprego de Macau situa-se nos 2,9%, ou seja, cerca de 9000 desempregados, a “maioria com idade mais avançada e baixas qualificações”, explicou Shuen Ka Ung, ao observar que, “em Macau, quase toda a população está empregada”. A política de restrição à importação de mão de obra é explicada pelo Gabinete de Recursos Humanos “para equilibrar a procura e oferta dos recursos humanos, sem prejuízo das oportunidades ao emprego dos trabalhadores locais serem asseguradas”. “A população empregada em Macau é de apenas 300 mil trabalhadores. Sente-se a falta de trabalhadores em alguns sectores, mas há empregadores que cometem erros na importação, por isso o importante é fiscalizar o processo”, acrescentou Shuen Ka Ung. Perante as queixas das pequenas e grandes empresas sobre a dificuldade em contratarem trabalhadores, o responsável sugere que aquelas “melhorem as regalias oferecidas” e afasta a possibilidade de as restrições à importação de mão de obra serem o único factor do trabalho ilegal. Salário mínimo para não residentes
O Executivo acredita que, em 2011, patronato e trabalhadores poderão alcançar um “consenso básico” para se avançar com a implementação de um salário mínimo, uma
medida que admite abranger os não residentes. A implementação de um salário mínimo vem sendo discutida há 11 anos, mas trabalhadores e patronato não se entendem sobre a viabilidade da medida e o Executivo não avança com uma proposta legislativa antes de se alcançar um “consenso básico”. Mas a aprovação da medida em Hong Kong, em Julho, está a levar o sector laboral de Macau a pressionar o Governo e patronato. “Hong Kong vai implementar o salário mínimo e Macau vai ter como referência essa experiência”, disse o director da DSAL, ao referir
que o Governo “prevê que, em 2011, patronato e trabalhadores possam chegar a um consenso básico”. “Depois há que ver se esse consenso permite avançar com a implementação do salário mínimo, pois é necessário metade dos votos do hemiciclo. Temos de conseguir ainda isso”, sustentou. “Os trabalhadores defendem um salário mínimo, mas o patronato acha que vai afectar o negócio. Se o salário for muito baixo não se conseguirá proteger os trabalhadores com mais dificuldades e se for muito elevado poderá ter um impacto negativo sobre
as pequenas e médias empresas, com competitividade mais fraca, podendo, no extremo, provocar o seu encerramento”, explicou. As 21 patacas por hora de salário mínimo pagas pelo Governo a trabalhadores de limpeza e segurança de serviços públicos “é um valor de referência adequado”, defendeu Shuen Ka Hung, ao admitir eventuais “dificuldades dos empregadores para pagar aquele valor”. Em Hong Kong, o salário mínimo não abrange as domésticas, a maioria não residentes, mas Shuen Ka Ung admite que essa opção poderá “criar problemas, porque os países que exportam mão de obra poderão denunciar que ela é injusta”. “Em Macau temos ainda de ponderar se o salário mínimo será ou não para todos os sectores, porque se incluirmos, por exemplo, as domésticas, cujo salário médio é de 2000 patacas, talvez não se satisfaçam algumas associações, porque irá implicar o aumento daquele valor para 4000 ou 5000 patacas”, observou. Os residentes que auferem menos de 4000 patacas podem requerer um subsídio de 4000 patacas, mas os não residentes são excluídos porque “não pagam impostos e não têm o direito à residência em Macau”, justificou Shuen Ka Hung ao apontar que o salário mínimo “é uma situação diferente, porque será pago pelo empregador”. “A lei laboral prevê a igualdade de salários e o empregador deve cumprir esta regra”, disse quando questionado se a implementação de um salário mínimo poderá abranger os não residentes. O salário mínimo “é um objectivo a longo prazo”, que requer ponderação para “não se dar um passo errado”, concluiu Shuen Ka Hung.
Cai número de desempregados, mas aumenta o de subempregados entre Maio e Julho
Desemprego e subemprego de mãos dadas A população activa totalizou 326 mil pessoas e a taxa de actividade foi de 71,5%, o que representa que, do total, 317 mil estavam empregadas – uma queda de 200 pessoas no período anterior de
Abril a Junho. Uma análise por ramos de actividade aponta para decréscimos da população empregada nas indústrias transformadoras e do comércio a retalho, mas um acréscimo no ramo da
construção. A população desempregada atingiu 9,6 mil indivíduos, um aumento de cerca de 300 pessoas face ao período transacto. Consequentemente, o peso dos desempregados à pro-
cura do primeiro emprego aumentou 3,7%, situando-se em 11,2%, devido à entrada no mercado do trabalho de jovens que concluíram os seus estudos no ano em curso.
Em comparação com o período de Maio a Julho de 2009, as taxas de actividade, taxa de desemprego e de subemprego caíram 1,3, 0,8 e 0,1 pontos percentuais, respectivamente.
Pensões ilegais varridas com toda força Entre sexta-feira e sábado, mais uma pensão ilegal foi encerrada pelo grupo de trabalho inter-serviços designada para garantir o funcionamento da nova legislação contra os hotéis sem licença. Desde o dia 13, quando o diploma entrou em vigor, foram inspeccionados 357 apartamentos autónomas, de entre os quais 43 foram encerrados sob suspeita de prestação ilegal de alojamento. As operações envolveram 344 ocupantes, de entre os quais 205 de pensões ilegais. Foram apurados nove exploradores, seis controladores, seis angariadores de hóspedes e dois ocupantes que se recusaram a colaborar. Entre os ocupantes, cinco permaneciam ilegalmente em Macau e um era imigrante ilegal.
Sabe que é necessário, mas não há condições para se avançar para a criação do Juízos Laboral e de Família e Menores. É dessa forma que o Governo esclarece que os novos tribunais vão continuar apenas em projecto, já que não será construído a curto prazo um edifício para abrigá-los e nem há magistrados disponíveis em Macau. O director dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAJ), Cheong Weng Chon, diz que
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Juízos laboral e de família sem condições para serem criados, admite Governo
Tribunais em suspenso só resta aguardar “condições adequadas para o efeito”. Em resposta a uma interpelação do deputado José Pereira Coutinho, que questiona quando serão criados os novos juízos,
Cheong Weng Chon garante que o Governo está ciente que as instâncias contribuiriam para “melhorar a especialização dos juízes no exercício das suas funções”. Mas previsões não há.
Creches | Governo acelera proposta de lei com vista a aumentar número de crianças por cada sala Enquanto as 1200 vagas de creches prometidas para os próximos três anos não se concretizam, o Governo vai trabalhando numa proposta de lei para dar vazão à procura. O Instituto de Acção Social (IAS) está a elaborar o projecto de revisão do diploma que vai alterar a capacidade máxima de 25 para 28 crianças em cada sala de actividades. Segundo o presidente do organismo, Ip Peng Kin, estão a ser “envidados todos os esforços para que a revisão fique concluída o mais breve pub
possível e possa ser levada à consideração superior”. O Governo acredita que será capaz de oferecer mais de 1200 lugares a ampliar as creches existentes, mas frisa que construir novos espaços para crianças até aos quatro anos é uma das suas prioridades. Com as instalações que vêm a caminho, o IAS acredita que vai superar as expectativas e sanar o problema da falta de vagas. “Quanto aos planos a médio prazo, o IAS deliberou reservar determinado número de espaços para a criação de creches nos empreendimentos, cujas obras de construção serão concluídas nos próximos anos e está a dar seguimento aos pedidos recentes de várias instituições particulares para aproveitamento de espaços que possuem para a criação de creches, acreditando que através das políticas e medidas acima mencionadas, o número de vagas das creches de Macau será superior às 1200 anteriormente anunciadas para os próximos três anos”, aponta Ip Peng Kin, em resposta a uma interpelação escrita do deputado Mak Soi Kun. A ausência de vagas para todos os bebés é justificada com um aumento súbito na taxa de natalidade da região a partir de 2009. Até 2008, lembra o IAS, a taxa anual de ingresso nas creches manteve-se na ordem dos 20% deste grupo etário da população total, o que significava mais oferta que procura. No ano seguinte, contudo, a situação alterou-se.
O director da DSAJ explica que antes da criação do Juízo Laboral as partes interessadas podem submeter as acções ao Juízo de Pequenas Causas Cíveis, “cujos termos de processo estão relativamente simplificados”. Sem o Juízo de Família e de Menores, compete aos juízos cíveis do Tribunal Judicial da Base conhecer os processos que envolvam, por exemplo, jovens infractores, acções de divórcio, pensão de alimentos aos filhos ou investigação de maternidade e paternidade. Cheong Weng Chon acredita que não será necessário recrutar trabalhadores especializados na área da justiça ao estrangeiro, já que
“tanto os tribunais como o Ministério Público dispõem de um quadro de pessoal relativamente bem dotado”. Além disso, o responsável acredita que os graduados
do “curso de habilitação para ingresso nas carreiras de oficial de justiça judicial e de oficial de justiça do Ministério Público” são suficientes para reforçar os serviços de forma gradual. Já no caso de juízes estrangeiros, a figura é outra. “Tendo em consideração a carência de magistrados, o Governo contratou, sob a recomendação da Comissão Independente responsável pela indigitação de juízes e mediante Ordem Executiva do Chefe do Executivo, magistrados estrangeiros, tendo sido os contratos de alguns sucessivamente renovados, de harmonia com as necessidades reais”, explica Cheong.
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Aviso às pessoas colectivas da área do desporto para a apresentação do relatório final anual Informam-se as pessoas colectivas reconhecidas como pertencentes à área do desporto que, nos termos da lei, devem enviar o relatório final anual ao Conselho do Desporto, sito na Av. Dr. Rodrigo Rodrigues, Fórum de Macau, Bloco I, 4º andar, até ao termo do prazo legal (até às 17:45 de 30 de Setembro do corrente ano). Nos termos do n.o 1 do artigo 30.º da “Lei do Recenseamento Eleitoral”, aprovada pela Lei n.o 12/2000, com a redacção que lhe é dada pela Lei n.o 9/2008, republicada pelo Despacho do Chefe do Executivo n.o 390/2008, no Boletim Oficial n.o 1/2009 – I Série, de 5 de Janeiro de 2009, as pessoas colectivas reconhecidas como pertencentes a determinado sector estão obrigadas a enviar, até ao último dia útil do mês de Setembro de cada ano, o relatório final anual à respectiva entidade competente. Ainda nos termos do n.o 1 do artigo 34.o, a pessoa colectiva eleitora que não apresente o relatório final anual, conforme acima referido, “ e volte a cometer o mesmo facto nos 5 anos subsequentes à primeira falta de apresentação, vê a sua inscrição eleitoral suspensa a partir da data do termo da exposição dos cadernos de recenseamento que tiver lugar imediatamente a seguir à segunda falta de apresentação do relatório”. Para o conhecimento da lista das pessoas colectivas da área do desporto para a apresentação do relatório final anual e respectivas informações, é favor aceder ao website do Instituto www.sport.gov.mo ou contactar as funcionárias Sra. Iong, Sra. Iao e Sra. Lei pelo telefone número 2858 0762.
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entrevista
Nas cruzes de Santa Cruz Max Stahl, o jornalista “timorense” que testemunhou o massacre de Díli em 1991
Comemorando o feriado nacional que distingue o referendo de 30 de Agosto de 1999, os timorenses residentes em Macau decidiram reactivar a sua célula “Grupo Macau Rai Timor” com uma série de actividades. Para além de prestarem homenagem ao padre Francisco Fernandes, falecido nesta mesma data há cinco anos, convidaram o jornalista Max Stahl, inglês de nascimento mas timorense “de alma e coração.” António Falcão
hojemacau@yahoo.com
Max Stahl, jornalista britânico, é uma figura incontornável na pequena nação de Timor Lorosae. Das suas mãos chegaram as imagens do massacre do cemitério de Santa Cruz ocorrido no dia 12 de Novembro de 1991, quando tropas indonésias avançaram sobre manifestantes timorenses que prestavam homenagem a um estudante morto pela repressão. Stahl foi um dos poucos jornalistas ocidentais no local que puderam testemunhar o acontecimento e reportá-lo para o exterior, causando uma grande consternação no mundo e um embaraço para o governo da Indonésia que a partir daí não mais conseguiu conter a prolongada avalanche que viria, a pouco a pouco, culminar na independência deste pequeno país situado no Pacífico às portas da grande ilha australiana. Mas para Max Stahl esse acontecimento marcante não é um acto isolado, o seu interesse por Timor não cessou a partir daí, tendo percorrido o território ao longo dos anos
marcada por profundos conflitos internos, relegando o país para a cauda dos índices económicos mundiais. Embora sendo um território cheio de recursos e potenciais a nação vive dependente da cooperação internacional para a sua reconstrução e desenvolvimento futuro, adoptando mesmo o dólar americano com sua moeda oficial. Após o atentado ao presidente Ramos Horta em 2008 que marcou, nas palavras de Stahl, o fim de “uma grande crise de confiança entre os timorenses”, Timor parece finalmente ter entrado nos eixos e o optimismo é a face com que se abraça o futuro. Já este ano ficou marcado com a participação inédita numa exposição mundial, com Timor Leste a cunhar a sua presença na Expo de Xangai 2010. No âmbito da conferência “Timor, seu passado, presente e futuro” na Universidade de S. José, o Hoje Macau falou com Max Stahl, reflectindo sobre as suas vivências na “Repúblika Demokrátika Timor Lorosa’e” Como sente Timor Leste ao fim de todos estes anos?
Procurar “Timor” no arquivo audiovisual francês: www.ina_sup.com
e nos períodos mais importantes, registando a história de Timor como ninguém. O que de início foi uma sedução profissional, o sentimento cresceu e finalmente este jornalista de olhar brilhante adoptou a terra de Lorosae em 2003, onde reside desde então com a sua família. Para além de tudo, Stahl é um amigo dos timorenses, expressando-se num português fluente e no dialecto local. Depois de uma história conturbada desde a retirada dos portugueses em 1975, Timor tornou-se finalmente uma nação soberana em 20 de Maio de 2002, mas mesmo a partir desse momento a sua evolução tem sido
Agora, creio que Timor está muito bem. Acho que está a andar para a frente e as coisas vão melhorando, mas é claro há muitos desafios e a muitos níveis. Níveis sociais, políticos, de desenvolvimento, etc. Mas isto é o que faz o interesse para um jornalista, uma pessoa que faz filmes e que documenta ou pelo menos tenta documentar o processo de nascimento desta nação que agora já é uma criança. Sente que teve um papel preponderante na história recente de Timor? Acho que sim, porque tive o privilégio de estar presente em alguns
A conferência Duas presenças em palco no auditório da USJ, o padre Domingos, missionário católico a exercer no território de Macau e o jornalista inglês Max Stahl. O padre maubere fez a resenha do processo timorense ao longo do últimos anos, relatando todo o processo de resistência ocorrido desde a retirada das autoridades portuguesas, nomeando três razões para a persistente luta desde então. Primeiro a cultural, o povo com a colonização adquiriu de facto uma nova identidade. Com uma grande taxa de analfabetismo, as poucas coisas a que se pode agarrar foram essas raízes denominada lusotimorense. “Portugal ganhou o nosso coração”, afirmou o missionário. Essa verdade impediu que a integração com a Indonésia se efectuasse, era uma cultura com a qual não se podia casar, “era como azeite na água”, facto que se tornou também uma razão politica. A segunda causa foi a questão religiosa. De cariz católico, o povo maubere logo se viu confrontado com o estado islâmico indonésio e nesse conluio foi construindo a sua contestação. Por fim, a razão política. Timor Leste teve a sua independência em 1975 com a sua bandeira içada, esse foi um facto que conotou a ocupação do território pela Indonésia como uma invasão e que perdurou até à luta final. Stahl apresentou o Centro Audiovisual Max Stahl Timor Leste (CAMSTL). No total são mais de quatro mil horas de gravações com duas mil trascritas nos diferentes dialectos e idiomas em que se apresentam. Navegando no website francês que cedeu o espaço para a preservação do volátil registo em fita magnética feito em Timor, Stahl passou para a apresentação do seu filme sobre o registo do veteranos de Timor, uma das grandes questões que tem feito a vida do território. Quem é afinal veterano? Aqueles que lutaram de arma na mão nas montanhas durante anos e anos? Ou aqueles que os ajudaram, que serviram de base para o seu apoio? Ou mesmo a criança que não divulgou o esconderijo dos combatentes que se escondiam em alçapões das aldeias e vilas de Timor. Esta é uma questão primordial para o futuro da nação que tem trazido as exigências do povo para sempre frágil governação timorense. Por fim foi apresentado o filme “24 horas em Timor”, repartido simultaneamente por três ecrãs, que mostra vida do país com todas as suas potencialidades a cru. Este é o filme, da autoria de Max Stahlm que veste o interior do pavilhão de Timor Lorosae em Xangai e que mostra o optimismo latente para dias promissores. O futuro o dirá.
momentos chave. Não fui a pessoa chave nesse momento, mas estive lá. E essa oportunidade para contar essas histórias é também uma responsabilidade que estou agora a tentar cumprir. Uma responsabilidade não só para os timorenses, principalmente, mas também para a humanidade em geral. Porque Timor é o primeiro país independente do século XXI, tem muitos desafios, tem passado muitos momentos difíceis, mas também tem mostrado que tudo é possível. O próprio Prémio Nobel da Paz em 1996, por exemplo, foi um acontecimento relevante dentro dos prémios Nobel, que não só teve reacções em Timor, mas nas nações pequenas, mostrando os valores fundamentais da democracia, quer dizer, os valores internacionais que é preciso compartilhar entre os povos, que são valores não só de uma ou de outra nação. E aí Timor, na minha opinião, é uma história que inspira o mundo e dá esperança para lá das suas fronteiras, a outros países onde eu estive, como a Chechénia, onde eles mesmos falam de Timor. Em relação a esse momento no cemitério de Santa Cruz, se não tivesse presenciado o acontecimento o rumo de Timor teria sido escrito de maneira diferente? Pode ser, nunca se sabe. Eu posso dizer que naquele momento me senti um estrangeiro completamente sozinho. Não sozinho na verdadeira acepção da palavra, claro que estive lá com os timorenses, mas no sentido de estar sozinho entre o mundo dos media. O mundo lá fora parecia não ter nenhum interesse sobre o assunto. E este sofrimento e sacrifício dos jovens no cemitério acabou por ser uma vitória, principalmente para o povo timorense, mas também para os jornalistas, como eu, que estavam a lutar para que algumas histórias sobre os princípios, por exemplo, da democracia pudessem ser ouvidos e atendidos. Agora ainda é mais difícil fazer qualquer história que tenha por base princípios de valores, ou de qualquer valor. Até parece que é uma questão de moda. Quando chegou nessa altura a Díli sentiu que havia um clima de tensão que prenunciava aquilo que veio a acontecer? Essa situação eu já conhecia de muitas guerras, ocupações e situações em muitos países do mundo.
Mas nunca tinha observado esse mesmo sentido de isolamento. O povo timorense ficou completamente isolado nesse momento, quase que se sentia que não se podia respirar. E por isso quando houve uma pequena abertura, uma pequena oportunidade, os jovens estavam prontos, mesmo para morrer. Só para mostrar que eram humanos, que estavam vivos, que
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segunda-feira 30.8.2010
Nouvelle Vague grava êxitos da música portuguesa dos anos 80 Vários temas de grupos de música moderna portuguesa vão ser recordados num disco que a banda francesa Nouvelle Vague vai editar em Dezembro, revelou à agência Lusa Marc Collin, um dos elementos do grupo. “Nesse trabalho vamos ter músicas dos Heróis do Mar, Madredeus, Rádio Macau, entre outros grupos portugueses, ou seja, o pop rock português dos anos 1980 vai estar em destaque”, avançou. Apreciador de fado e do público português, que diz ser “encantador”, Marc Collin explicou que os Nouvelle Vague, que contam com a vocalista luso-descendente Helena Nogueira na sua formação, inspiram-se “no mundo, no cinema e na música”, para dar um novo rumo aos temas que produzem. Alguns dos sons deste novo projecto vão ser já apresentados no dia 2 de Setembro, no Casino Estoril.
tinham ideias, que se guiavam por ideais e que não aceitavam essa sufocação movida pela Indonésia. E isso foi a raiz desse dia. Era um acontecimento inevitável que mais cedo ou mais tarde iria acontecer... Sem dúvida. O padre Domingos que agora está aqui em Macau, ele mesmo deu uma entrevista, na altura estava em Suai, e falou pre-
cisamente disso, dizendo que “as coisas vão espoletar aqui, isto não pode continuar, porque os jovens se sentem completamente fechados, em todos os caminhos e não o aceitam!” Sentiu a sua vida em perigo nesse dia? Claro, mas nesse momento estava junto com outras pessoas e as vidas deles estavam muito mais em
perigo do que a minha. E por isso não é uma coisa que está muito na consciência, é extraordinário e seria até um pouco egoísta pensar nisso. Senão ainda menos se consegue ver o que está a acontecer e como jornalista estás ali para fazer um trabalho, e dar também uma ajuda, para poder passar os momentos difíceis através do serviço que estás a realizar. Como foi todo o processo, os momentos seguintes aos acontecimentos ocorridos no cemitério de Santa Cruz? Depois eles apanharam-me e levaram-me para a polícia para ser interrogado e para me revistarem. Mas não encontram nada ou quase nada e de seguida deixaram-me sair, porque entretanto já se começava a falar nisso. E voltei ao cemitério nessa noite para recuperar as imagens que tinha feito. Deixei-as enterradas debaixo da terra porque não havia outra pessoa que pudesse ficar com elas e tive de fazer isso. Depois foi o processo para organizar tudo de modo a evitar que qualquer outra pessoa sofresse algumas consequências com a minha presença, tive de recuperar a minha motorizada com a qual me tinha deslocado até ali, mas sempre com a atenção de não deixar pistas ou caminhos que os indonésios pudessem seguir. Mais tarde saí no avião e levei as imagens. Deixei uma cassete a um padre e outra dei a uma mulher que conhecia para minimizar o risco de perder tudo, mas levei mais de 25 cópias para fora, e quando cheguei à Tailândia enviei-as para todo o mundo. E a partir daí? Claro que a reacção foi muito forte, especialmente quando as imagens passaram nas notícias e nas televisões e ali a História teve de mudar um bocado porque já se estava no processo de encerrar todo esse assunto. Desde então nunca deixou de acompanhar o processo de Timor. Sim, nunca deixei. Fiz mais um filme em 1993, entrando em Timor com outro nome, depois em 95, 96 e 99. 2000 e 2002 até hoje. Tenho agora um arquivo audiovisual e é algo muito difícil de gerir. Não tem sentido ter um arquivo só por dois anos, é preciso continuar. E para a sua preservação estabelecemos uma ligação com França, onde existe o maior arquivo audiovisual do mundo inteiro. Eles agora aceitaram as nossas imagens, que têm vindo a ser colocadas na Internet. Temos um espaço de mil horas para ocupar. Qual a sua relação com as autoridades timorenses? Em geral boa, com os diferentes
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“Posso dizer que naquele momento [do massacre] me senti um estrangeiro completamente sozinho. Não sozinho na verdadeira acepção da palavra, claro que estive lá com os timorenses, mas no sentido de estar sozinho entre o mundo dos media. O mundo lá fora parecia não ter nenhum interesse sobre o assunto. E este sofrimento e sacrifício dos jovens no cemitério acabou por ser uma vitória, principalmente para o povo timorense, mas também para os jornalistas, como eu, que estavam a lutar para que algumas histórias sobre os princípios, por exemplo, da democracia pudessem ser ouvidos e atendidos. partidos e com o governo. Todos têm ajudado dando-nos espaço para trabalhar. As autoridades timorenses têm ajudado muito o nosso trabalho, não deixámos de ser independentes, não temos salário de nenhum governo, eles dãonos um espaço e ajudam no que for preciso, principalmente com questões logísticas, mais quando é preciso uma coisa importante como ter acesso a pessoas chave, como o presidente que nos têm patrocinado um pouco. A vida de Timor é difícil e o futuro do país está sempre nas mãos de muitas equações. Há uma solução, alguma coisa que se pode fazer em concreto para finalmente ter Timor como uma nação desenvolvida e integrada no mundo? Na minha opinião tudo faz parte de um processo, todas as nações passaram por isso, mas é preciso tempo, vida, e são precisas estruturas. E toda a gente tem de participar. As novas gerações estão aptas para cumprir esse desígnio? Depende. Mas sem dúvida, a democracia de Timor está a andar e isso já é uma grande diferença. Sente que há outros “timores”
pelo mundo que precisam de ter essa abertura que Timor teve? Claro. A Chechénia, por exemplo, agora. E outros também. Um território também esquecido, parece que já é uma história do passado que, como disse, é um assunto que já passou de moda. Sim, esquecido, e é muito difícil de entrar para contar a história. É completamente manipulado e as pessoas sofreram muito com muita gente morta ali. Agora tem um governo mafioso, colocado pelos russos, que controla tudo. Pode fazer qualquer coisa, até matar. Matam à vontade. Quais os seus planos para o futuro? Por enquanto quero levar este projecto muito difícil para a frente, do arquivo audiovisual de Timor Leste, que é um desafio muito grande, e isto envolve também uma ligação às pessoas de fora que possam ter interesse. Aqui em Macau, por exemplo. É a primeira vez que estou aqui e já que cá estou não posso perder a oportunidade de falar com os macaenses e com as pessoas daqui para saber se têm algum interesse naquilo que estamos a fazer.
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desporto
Sporting confiante para a fase seguinte
Paulo Sérgio promete ser realista Paulo Sérgio, treinador do Sporting, reagiu com prudência ao resultado do sorteio da Liga Europa que colocou Lille, Levski Sófia e Gent no caminho dos leões, referindo que pretende “estudar bem os adversários para encarar a próxima fase com realismo”. “É um grupo que certamente nos trará dificuldades, como em qualquer outro que pudéssemos estar inseridos. Vamos inteirar-nos o mais possível sobre cada adversário e preparamo-nos da melhor forma para as datas em que teremos os embates contra eles. Estamos confiantes, acreditando que estamos a dar passos firmes em relação àquilo que queremos da equipa, e é com
Em relação a possíveis reforços, Paulo Sérgio deixa a porta aberta até ao fecho do mercado, mas está preparado para lutar com os jogadores que já tem à disposição. “Desde o primeiro dia falei das minhas ideias em relação ao reforço da equipa. O
realismo que iremos encarar a Liga Europa”, destacou o treinador no final do treino aberto que o Sporting realizou no Estádio de Alvalade. Quanto ao histórico jogo com o Brondby, o treinador lembrou que as vitórias trazem sempre mais confiança à equipa, mas salientou que o
grupo não pode nunca perder a identidade em função de uma vitória ou de uma derrota. “Temos de saber aquilo que fazemos e queremos, o grupo tem de acreditar em si mesmo e só com muito trabalho é que o Sporting poderá atingir objectivos elevados”, acrescentou.
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Notificação n°.003/DM/SIS/2010 Considerando que não se revela possível notificar o interessado, por ofício, telefone ou outra forma, para efeitos de prosseguimento do respectivo processo administrativo sancionatório, nos termos dos artigos 10°, 58° e n°. 1 do art° 72° do “Código do Procedimento Administrativo”, aprovado pelo Decreto-Lei n°. 57/99/M, de 11 de Outubro. Ordeno, assim, por meu despacho de 18 de Agosto de 2010 e nos termos do n° 2 do art° 72° e dos art°s 93° e 95° do “Código do Procedimento Administrativo”, o início do procedimento administrativo, com vista a rescisão do contrato de arrendamento, contra SOU LAI MENG (蘇麗明), arrendatário da banca de Hortaliças n° 20, situada no Jardim pequenito do Almirante Lacerda, por se haver verificado a interrupção da exploração da respectiva banca por um longo período de tempo, tendo, porém, o arrendatário o direito de apresentar as suas alegações no decurso do procedimento. O arrendatário acima mencionado deve, no prazo de 10 (dez) dias, a contar do dia seguinte ao da publicação desta notificação, comparecer na Divisão de Mercados do IACM, sita na Avenida do Ouvidor Arriaga, n°. 70 A, Edf. Fortune Tower, 1° andar, para efeitos de audiência; caso contrário, expirado o prazo, prosseguirá o procedimento administrativo com vista à rescisão do contrato de arrendamento da referida banca. Nos termos do n° 3 do art° 95° do “Código do Procedimento Administrativo”, a falta de comparência do notificado não constitui motivo bastante para adiamento da audiência, mas, caso apresente uma justificação razoável até ao termo do prazo que lhe foi fixado, poderá ela ser adiada. Macau, aos 18 de Agosto de 2010. O Vice-Presidente do Conselho de Administração Lei Wai Nong www. iacm.gov.mo
poder financeiro do Sporting é diferente do dos outros e como tal vamos, para já, confiar muito naqueles que temos e se até ao fecho do mercado alguma evolução houver, muito bem, se não é com estes que vamos até Maio”, referiu.
O treinador referiu ainda que Tonel e Pongolle, ausentes no treino de sexta-feira, foram devidamente dispensados para tratar de assuntos pessoais”, mas, entretanto, o central já foi apresentado como reforço dos croatas do Dínamo Zagreb.
Avançado do Atlético de Madrid sai por “razões pessoais”
Simão fica fora da selecção Simão Sabrosa será a principal ausência da primeira convocatória de Portugal para a fase de qualificação para o Euro2012 de futebol, ontem anunciada porAgostinho Oliveira, que substitui o castigado Carlos Queiroz. O jogador doAtlético de Madrid anunciou na passada semana a renúncia à selecção portuguesa por razões pessoais, ficando de fora dos encontros com Chipre (sexta feira) e com a Noruega (7 de setembro), juntando-se a Deco, que saiu após o Mundial de 2010. O início da campanha para o Europeu da Polónia e da Ucrânia está marcado pela polémica, após o castigo aplicado pelo Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) ao seleccionador português, Carlos Queiroz, por injúrias a elementos da brigada antidoping que se deslocou ao estágio da selecção para o Mundial2010. A Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP) decidiu avocar
este processo e abrir um inquérito próprio ao ocorrido na Covilhã e poderá punir o seleccionador com uma suspensão de um a quatro anos. No CD da FPF, está ainda a decorrer outro processo disciplinar, na sequência de uma entrevista de Queiroz ao semanário Expresso, em que acusava o vice-presidente administrativo da FPF,Amândio de Carvalho, de ser a “cabeça do polvo”, considerando existir uma acção concertada visando o seu despedimento da Federação. Dentro do campo, com as ausências de Simão e de Deco confirmadas, Agostinho Oliveira terá ainda outros problemas para resolver, devido às lesões de Pepe (Real Madrid), Duda (Málaga) e Pedro Mendes (Sporting), jogadores que estiveram no Mundial2010. A meio campo, surgem também algumas dúvidas, devido à pouca utilização de Raul Meireles e Tiago, titulares no Mundial2010.
Clube de Veloso e Eduardo tem bom arranque
Génova abre com vitória Excelente arranque de liga italiana para o Génova que, com Eduardo e Miguel Veloso a titulares, se impôs no terreno da Udinese (0-1). Um pontapé acrobático de Mesto, aos 81 minutos, valeu o primeiro golo da temporada na Liga italiana, num jogo que permitiu a Eduardo confirmar os créditos ganhos durante o Mundial: o guardaredes esteve irrepreensível a fechar a baliza da sua nova equipa, e levou a melhor nos duelos com Di Natale, o
avançado mais perigoso da Udinese. Miguel Veloso teve também uma estreia meritória. Viu um amarelo aos 26 minutos, por uma entrada de pé em riste, e depois disso teve uma excelente abertura que deixou Sculli na cara do golo, mas o avançado falhou. O médio português tentou também por duas vezes o remate de fora da área, mas sem a pontaria desejada. Miguel Veloso foi substituído aos 60 minutos, numa altura em que
o técnico Gasperini procurava reforçar o meio-campo. A vitória do Génova, de resto, teve mérito reforçado pelas contrariedades sofridas: primeiro a lesão de Luca Toni (também ele reforço para esta época), que obrigou o avançado a ser substituído por Palladino. Depois, já com as substituições esgotadas, o próprio Palladino lesionouse num ombro, obrigando a sua equipa a jogar os últimos minutos com um homem a menos.
José Castro anuncia saída do Depor
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José Castro vai deixar o Deportivo. Foi o próprio a anunciar a saída da Corunha através da sua assessoria de imprensa, e já nem foi convocado pelo treinador Miguel Angel Lotina para o primeiro jogo do campeonato, frente ao Saragoça. «Falei com o treinador e concordámos que não teria lógica jogar amanhã [domingo] e eventualmente sair segunda-feira [hoje], pois há negociações com alguns clubes», disse.
Parece mentira o que se passou ontem na Luz - e é provável que, contado, ninguém acredite, porque, se calhar, nem Hitchcock construiria um argumento assim. O Benfica venceu o Setúbal e fê-lo com goleada e também com nota artística, pela beleza dos lances dos três golos, mas bem pode agradecer o êxito a... Roberto. Esse mesmo, o guardaredes espanhol. Roberto ficou no banco, de castigo pelos erros cometidos quase sem parar desde que assinou, mas teve de entrar logo aos 24’, porque Júlio César... fez um penálti e foi expulso! Se isto já parecia incrível, pois obrigava à entrada em campo de um jogador que Jesus tinha decidido deixar fora dele, o que veio a seguir só realça o carácter surpreendente, apaixonante e também intrigante do futebol: Roberto defendeu o penálti e impediu que, na altura, o Setúbal chegasse ao
Liga Portuguesa | Benfica 3- Setúbal 0
O rolo compressor voltou
empate. A Luz quase veio abaixo. E o Benfica pode ter ganho um guarda-redes quando se preparava para se desfazer dele! O Benfica foi uma equipa com sentido e personalidade desde o início, procurando declaradamente a baliza do Setúbal. Jesus, além de fazer o que se previa - e impunha
-, com Júlio César na baliza, apostou também em Salvio, deixando o centro do terreno por conta de Javi García e Aimar, enquanto Gaitán surgiu sobre a esquerda. E essa entrada forte valeu aos campeões nacionais a vantagem madrugadora, obtida logo aos 4’. Cardozo, que quase nem precisou
de saltar para finalizar de cabeça um cruzamento perfeito de Gaitán - depois das boas indicações deixadas há uma semana na Choupana, o argentino ex-Boca Juniors confirma-se como elemento de indiscutível qualidade e, sendo diferente de Di María, não tão explosivo, promete deixar a sua marca. O que o público não esperava foi o que se passou sobre os 23 minutos de jogo. De frente para a sua baliza, Maxi Pereira demorou uma eternidade a decidir se afastava a bola ou se a atrasava ao guardião, optando pelo atraso quando Júlio César tinha um adversário em cima. Sem reacção para aliviar de primeira, perdeu a bola para Zeca e teve de derrubar o jovem. Penálti, vermelho... e o resto já se
11 sabe: Roberto entrou, parou o penálti de Hugo Leal e de vilão passou a herói. Jesus, que (com lógica) tirou Salvio para a entrada do guarda-redes, reorganizou a equipa, com Aimar a ficar sobre a direita e Gaitán sobre a esquerda, ambos em posições interiores, preparado para a inversão de papéis que se previa: o Benfica à espera do Setúbal e o Setúbal, com mais um em campo, a ir para cima do Benfica. Mas os sadinos, afectados pelo penálti falhado e demasiado lentos, nunca causaram
problemas a Roberto e, pior, sofreram novo golo à beira do intervalo. Luisão fugiu a Collin, na sequência de um canto ridiculamente cedido pelo francês do Vitória, e cabeceou com êxito. Dos balneários voltou mesmo um Benfica ainda mais tranquilo, então já com Rúben Amorim a fortalecer o miolo (saiu Saviola), em contraste com o abatimento dos sadinos. Foi por isso com naturalidade que as águias chegaram ao 3-0, depois de um lance espectacular entre Coentrão e... Gaitán. O argentino centrou, Diego largou, Aimar, oportuno, encostou. A mais de meia hora do fim estava tudo decidido. Manuel Fernandes ainda mexeu, mas o Vitória, como que torpe pela sucessão de acontecimentos, já não reagiu. E o encontro acabou assim com dois factos, um natural e outro que parece sobrenatural: os três pontos ficaram na Luz, e Roberto saiu ovacionado.
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O Pedido do Projecto de Apoio Financeiro do FDCT para à 3ª vez do ano 2010 (1) Fins O FDCT foi estabelecido por Regulamento Administrativo nº14/2004 da RAEM, publicado no B. O. N° 19 de 10 de Maio de 2004, e está sujeito a tutela do Chefe do Executivo. O FDCT visa a concessão de apoio financeiro ao ensino, investigação e a realização de projectos no quadro dos objectivos da política das ciências e da tecnologia da RAEM. (2) Alvos de Patrocínio (i) Universidades, instituições de ensino superior locais, seus institutos e centros de investigação e desenvolvimento (I&D); (ii) Laboratórios e outras entidades da RAEM vocacionados para actividades de I&D científico e tecnológico; (iii) Instituições privadas locais, sem fins lucrativos; (iv) Empresários e empresas comerciais, registadas na RAEM, com actividades de I&D; (v) Investigadores que desenvolvem actividades de I&D na RAEM. (3) Projecto de Apoio Financeiro (i) Que contribuam para a generalização e o aprofundamento do conhecimento científico e tecnológico; (ii) Que contribuam para elevar a produtividade e reforçar a competitividade das empresas; (iii) Que sejam inovadores no âmbito do desenvolvimento industrial; (iv) Que contribuam para fomentar uma cultura e um ambiente propícios à inovação e ao desenvolvimento das ciências e da tecnologia; (v) Que promovam a transferência de ciências e da tecnologia, considerados prioritários para o desenvolvimento social e económico; (vi) Pedidos de patentes.
(4) Valor de Apoio Financeiro (1) Igual ou inferior quinhentos mil patacas. (MOP$500.000,00) (2) Superior a quinhentos mil patacas. (MOP$500.000,00) (5) Data do Pedido Alínea (1) do número anterior Alínea (2) do número anterior
Todo o ano A partir do dia 1 – Set. – 2010 até 1 –Nov. – 2010 (O próximo pedido será realizado no dia 3 – Jan. – 2011 ao 2 – Mar. – 2011)
(6) Forma do Pedido Devolvido o Boletim de Inscrição e os dados de instrução mencionados no Art° 6 do Chefe do Executivo nº 273 /2004, «Regulamento da Concessão de Apoio Financeiro», publicado no B. O. N° 47 de 22 de Nov. de 2004, para o FDCT. Endereço do escritória: Alameda Dr. Carlos d’Assumpção, n° 411-417, Edf. “Dynasty Plaza” 9° andar, Macau. Para informações: tel. 28788777; website: www. fdct.gov.mo. (7) Condições de Autorizações Por despacho do Chefe do Executivo nº 273 /2004, processa o «Regulamento da Concessão de Apoio Financeiro». O Presidente do C. A. do FDCT, Tong Chi Kin 26 / 8 / 2010
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o Hoje [r]ecomenda
12
[f]utilidades Su doku [ ] Cruzadas
HORIZONTAIS: 1-Exista. Sucesso desairoso. 2-Reflexão de um som. Discursariam. 3-Revestiam de laca. Nome de homem. 4-Peça de artilharia, parecida com um morteiro comprido. Planta apiácea. 5-Cobalto (s.q.). Semelhante ao azeite. 6-Reclame com direito. Em isto. 7-Alarido. Do corrente ano (abrev. lat.). 8-Bordo (planta). Recitará, alegará. 9-Flor-de-lis. Avelórios para colar ou rosário. 10-Aromático, odorífero. Departamento de França. 11- O m. q. orvalhinha (planta). Solitário.
VERTICAIS: 1-Aparelho de propulsão accionado por um motor e aplicado aos navios, aviões, torpedos, etc.. Estímulo, incitamento. 2-Mau cheiro (Bras.). Diz-se do ácido oxigenado resultante da combinação de um anidro com a água (Quím.). 3-Orangotango, chimpanzé. Que não estão lesos. 4-Fazer bojo. Criminosa. 5-Semelhante, na forma e no tamanho, a um ovo de galinha. Relação, lista. 6-Grupo de palavras que exprimem uma ideia. Decrépita, velha. 7-Abalavam. Designo, aponto. 8-Sopro. Deixara para outro dia. 9-Tailândes. Em forma de asa. 10-Palmeira da India. Rincho do cavalar (Onomat.). 11-O m. q. Ohm. Extensão de água salgada que rodeia os continentes.
Soluções do problema HORIZONTAIS: 1-HAJA. FIASCO. 2-ECO. ORARIAM. 3-LACAVAM. ARI. 4-I. OBUS. AMIO. 5-CO. OLEIDEO. 6-EXIJA. NISTO. 7-ALARIDA. AC. 8-ACER. DIRA. E. 9-LIS. ROCALHA. 10-ODOROSO. AIN. 11-ROSELA. ERMO. VERTICAIS: 1-HELICE. ALOR. 2-ACA. OXACIDO. 3-JOCO. ILESOS. 4-A. ABOJAR. RE. 5-OVULAR. ROL. 6-FRASE. IDOSA. 7-IAM. INDICO. 8-AR. ADIARA. E. 9-SIAMES. ALAR. 10-CARIOTA. HIM. 11-OMIO. OCEANO.
REGRAS |
Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição solução do problema do dia anterior
‘The Box’, Richard Kelly
E se de repente alguém lhe batesse à porta e lhe oferecesse a hipótese de ganhar um milhão de dólares, ‘livre de impostos’, só por carregar num botão? Norma (Cameron Diaz) e Arthur (James Marsden) vão receber um presente especial: uma caixa de madeira com um botão. Se escolherem premi-lo, duas coisas acontecem, segundo o ‘mensageiro’ desta caixa: o casal receberá uma mala cheia de dinheiro enquanto, ao mesmo tempo, algures no mundo, alguém que eles não conhecem morre.
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Informação Macau Cable TV
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[O]bjectiva Manuel Malzbender
13 Raio [X] Escrava da moda Maria Diná
Santos
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Sala 1 The stool pigeon [C] Um filme de: Dante Lam Com: Nick Cheun, Nicholas Tse, Lun-mei Guey 14.30, 16.45, 19.15, 21.30
• Galo (Tp) Clérigos 45 2882 7318 http://www.yp.com.mo/domgalo • Riquexó Av Sid Pais 69 2856 5655
Banza
(Taipa) Nam San Bl. 5, GH Tel. 2882 1519 • O Porto Interior Alm Sérgio 259B 2896 7770 • A Lorcha Alm Sérgio 289 2831 3195
falado em Cantonês
Um filme de: Akira Shigino 14.30, 16.30, 19.30
Inception [C] Um filme de: Christopher Nolan Com: Leonardo Dicaprio, Ellen Page 21.30
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• Afonso III Central 11A 2858 6272
• LA COMEDIE CHEZ VOUS Ed Zhu Kuan S/N G (Oppsite Cultural Centre) 2875 2021
• Bar Oporto Tv Praia 17 2859 4643 • Maria’s Comida Portuguesa Patane 8A 2823 3221
• LE BISTROT (Tp) Nova Taipa Garden Block 27, G/F 2884 37392884 3994
• Restaurante Pinocchio (Tp) Regedor 181-185 2882 7128 • Canal dos Patos Parque Municipal Sun Yat Seng 2822 8166
• CHURRASCÃO Nova Taipa Garden, Block 27 G/F, Taipa 2884 37392884 3994 • Yin Alª Dr Carlos d’Assumpção 33 2872 2735
[ ] Cinema
SALA 2 crayon shin-chan: super-dimmension! the storm called my bride [B]
• Sawasdee Thai Av Sid Pais 43AE 2857 1963 • Aquamarine Thai Café (Tp) Jardm Nova Taipa bl 21 2883 0010
Sala 3 Keroro 5 -the movie [a]
• Fogo Samba VENETIAN-Grand Canal Shoppes Apt 2412 2882 8499
the sorcerer’s apprentice
Não é preciso ser uma ‘expert’ em moda para saber que uns saltos altos fazem qualquer mulher mais elegante. Por isso, e porque os meus 1,65 centímetros não fazem de mim um exemplar feminino requisitado pelas passerelles, desde os 17 anos que no meu vocabulário mais utilizado associado à palavra “sapatos” surge sempre as palavras “saltos” e “altos”. Com tacão dos sete aos 15 centímetros tenho modelos para todos os gostos, géneros e feitios e uma sapateira que não tem fim. Naquele dia, quando saí de casa pela manhã para mais uma jornada de trabalho, escolhi um par de sandálias castanhas com saltos de 12 centímetros a fazer ‘pandan’ com a malinha. O bater do salto na calçada provoca sempre o virar de algumas cabeças masculinas, uns piropos e uns assobios, mas nesse dia provocou também uma apreciação feminina. Já atrasada ultrapassei no passeio a toda a velocidade uma senhora sexagenária que passeava um cão daqueles bem pirosos com muito pelo e um lacinho cor-de-rosa na cabeça. Entre o trepidar dos meus saltos no chão e o barulho dos carros na estrada pareceume ouvir a senhora resmungar algo. Olhei para trás e ela, com um ar de quem me iria bater a qualquer momento, atirou: “Escrava da moda! Sim, estou a falar consigo. Acha que isso são modos de sair à rua?” Ainda abismada com o que se estava a passar, olhei para trás na esperança de que ela estivesse a insultar outra pessoa que não eu. Mas não havia ninguém, por isso perguntei: “Está a falar comigo?” Ela, que de repente aos meus olhos me pareceu a bruxa malvada das histórias de encantar, rosnou: “Esses saltos hão-de matá-la. Um dia parte uma perna e nem percebe porquê. Quando chegar à minha idade não vai conseguir andar. É uma escrava da moda.” Pensei em virar costas e continuar a andar, afinal a senhora tinha mais de 70 anos e talvez tivesse apanhado muito sol na cabeça. Mas a minha avó tem a idade dela e na juventude também usou saltos vertiginosos e lembro-me de ver fotografias dela lindas com as suas longas pernas. Por isso ripostei enervadíssima: “Quando tiver a sua idade estarei num lar a coser meias e não a chatear desconhecidas na rua. Além disso, minha senhora, no seu tempo alguém se deu ao trabalho de lhe arranjar marido, mas agora o mercado está mau e se uma mulher não usar de todos os trunfos acabará encalhada para o resto da vida. Escrava da moda de repente soou-me a elogio. Passe bem. Ah, e já agora tire esse laço ridículo da cabeça do cão que está com um ar absolutamente gay!” Dias depois dei uma queda aparatosa nas escadas de minha casa, torci um pé e ando desde então com umas ‘sabrinas’ bem rasas. Cara senhora, diga o que quiser da boca para fora, mas por favor não me rogue mais pragas! Obrigada.
falado em Cantonês
Um filme de: Shin Yamaguchi, Junichi Sato 14.30, 16.00, 17.45, 19.30
the sorcerer’s apprentice [B Um filme de: Jon Turteltaub Com: Nicolas Cage, Jay Baruchel 21.30
[Maria Diná, a trintona em busca de um homem, conta com menos uma arma de sedução em versão sapatos rasos]
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opinião ca der n o di á r i o Pedro Correia
SEGUNDA, 23 Quando me falam da superioridade dos políticos de outrora face aos actuais lembro-me sempre de Henry Wallace. Quem era? O segundo dos três vicepresidentes de Franklin Delano Roosevelt. Só por 82 dias não chegou à presidência dos EUA. Esses três meses fizeram toda a diferença. Com Wallace na Casa Branca, a história do mundo contemporâneo teria sido bem diferente. Rezam as crónicas que Henry A. Wallace (1888-1965) era um dos políticos intelectualmente mais brilhantes da sua geração. Serviu a administração Roosevelt como secretário da Agricultura (1933-40) e ascendeu à vice-presidência no ano seguinte. Não havia ninguém mais à esquerda que ele em Washington: fez uma longa viagem viagem à URSS em Maio e Junho de 1944, a convite de Molotov, ministro dos Negócios Estrangeiros soviético, e veio de lá maravilhado com o “progresso” e o “desenvolvimento” do país, na altura aliado dos Estados Unidos contra a Alemanha nazi. No Partido Democrata, nunca gozara de grandes simpatias. Roosevelt só o impusera como vice-presidente entre os seus pares quando ameaçou não se recandidatar à Casa Branca. No Verão de 1944, no entanto, o presidente estava a morrer: o seu cardiologista dera-lhe, no máximo, um ano de vida. As mãos tremiam-lhe tanto que por vezes era incapaz de segurar uma chávena. Mas decidira concorrer a um quarto mandato para enfrentar os meses finais da II Guerra Mundial. O problema era o seu número dois: à luz da Constituição americana, o vicepresidente ascende automaticamente à Casa Branca por morte do presidente. O partido não queria Wallace, que andava “sempre nas nuvens”, se fechava no seu gabinete a aprender espanhol e dizia comunicar com o espírito de um antigo chefe Sioux. O frágil Roosevelt, quase moribundo, recandidatouse, vencendo a eleição de Novembro de 1944. Mas levou o senador Harry Truman como seu novo vice-presidente. Prestaram juramento a 20 de Janeiro de 1945. A 12 de Abril, Roosevelt morreu, vítima de uma hemorragia cerebral. Truman era o novo presidente. Wallace não se conformou. Quatro anos depois, desvinculado dos democratas, apresentou a candidatura à Casa Branca em nome do Partido Progressista. Dizia-se então “cem por cento pacifista”, defendia o desarmamento integral do arsenal atómico norteamericano e a ajuda maciça de Washington à “reconstrução” da URSS. Na convenção progressista em Filadélfia, chegou a defender que o Ocidente abdicasse da defesa de Berlim “em troca da paz” com Estaline. “[Wallace] Não consegue ver nada de mal no facto de haver 4,5 milhões de soldados russos estacionados na Polónia, na Áustria, na Hungria, na Roménia e na Manchúria”, anotou Truman no seu diário, nessa amarga campanha de 1948.
Rezam as crónicas que Henry A. Wallace (1888-1965) era um dos políticos intelectualmente mais brilhantes da sua geração. Serviu a administração Roosevelt como secretário da Agricultura (1933-40) e ascendeu à vicepresidência no ano seguinte. Wallace – que contou com o apoio formal do Partido Comunista norte-americano – obteve 1,100 milhões de votos nessas presidenciais, correspondentes apenas a 2,4% do total do escrutínio, ganho por Truman. Um fiasco global. Só em Nova Iorque conseguiu um apoio significativo: meio milhão de votos. “É uma bênção que o vice-presidente se chame Harry Truman e não Henry Wallace”, escreveu o futuro secretario de Estado Dean Acheson ao filho, pouco depois da norte de Roosevelt, com uma notável premonição. Com um presidente Wallace, Washington teria abdicado perante Moscovo nos primeiros lances da Guerra Fria. O controlo soviético da Europa teria sido ainda mais acentuado. Não teria havido NATO nem Plano Marshall. Não teria havido um presidente firme, como Truman foi. TERÇA, 24 Ainda Henry Wallace. Talvez por dominar a língua russa, chegou a dizer-se dele que seria um agente encoberto do KGB. Colunistas célebres, como H. L. Mencken, não o pouparam nas suas sátiras. Admirador de Estaline, ultra-esquerdista para os padrões americanos, Wallace virou no entanto à direita logo no início da década de 50. Radicalmente à direita.
c arto o n por Steff
Desvinculou-se do Partido Progressista e apoiou a Guerra da Coreia como qualquer falcão. Em 1956, aplaudiu a candidatura presidencial do republicano Dwight Eisenhower. Quatro anos mais tarde, esteve com Richard Nixon contra John Kennedy. Um longo caminho fora percorrido desde os dias em que o ex braço direito de Franklin Roosevelt defendera o desmantelamento das forças armadas norte-americanas e a partilha com os soviéticos do segredo do fabrico da bomba atómica. Nos últimos anos de vida, Wallace dedicou-se à agricultura, especializando-se em milho transgénico. Há quem diga que era essa a sua verdadeira vocação. QUINTA, 26 - Esta é a primeira entrevista do candidato do PCP à Presidência da República. Pretendemos saber um pouco mais a seu respeito. - Boa noite. Portanto os trabalhadores portanto explorados portanto por este governo de direita. Nós defendemos... - Não pretendíamos falar muito de política. Para já, só queríamos saber um pouco de si. - Defendemos a mudança da política portanto contra o governo de direita portanto que explora os trabalhadores.
tecnologias
- Mas os portugueses não o conhecem. Quem é o senhor afinal? - Um comunista portanto integrado no colectivo portanto nós pensamos que estas políticas de direita portanto só prejudicam os trabalhadores. - É casado? Tem filhos? - Portanto nós lançámos esta candidatura para fazer a diferença portanto o que importa é alterar a política... - Desculpe, mas não respondeu à minha pergunta. Gostava de saber se é casado e tem filhos. - Hum... Vivo em união de facto e tenho duas filhas. Portanto a nossa intenção com esta candidatura é defender os trabalhadores... - E nos tempos livres? O que faz quando não exerce actividade política? - Sempre ao serviço do povo trabalhador portanto o colectivo decidiu apresentar esta candidatura... - Desculpe, não está a responder ao que lhe perguntei. Como ocupa os seus tempos livres? - Hum... No contacto com a natureza portanto há que pôr fim portanto a esta política de direita que já dura há mais de trinta anos e portanto de exploração das classes trabalhadoras... - E de onde é natural? - Nós defendemos portanto uma verdadeira política de esquerda... - Desculpe, mas não está a responder. Pretendia saber onde nasceu. - Hum... Nasci numa terra da Beira onde vou de vez em quando portanto com esta política de direita... - E gosta de ler? Lê nos tempos livres? - Nós pretendemos que esta candidatura portanto esteja ao serviço das classes trabalhadoras e do povo português portanto contra o grande capital monopolista... - Desculpe, mas não me respondeu. Perguntei-lhe que livros costumava ler. - Hum... Leio ensaios. Políticos. Portanto nós exigimos o fim desta política de direita... - E não lê romances? - O PS é igual ao PSD portanto e ao CDS na política de direita portanto contra os trabalhadores... - Desculpe, não me respondeu. Costuma ler romances? - Hum... Já li. Romances de José Saramago e Álvaro Cunhal. Nós pretendemos... - Mas só lê autores comunistas? - Uma candidatura portanto que esteja mesmo ao serviço dos trabalhadores... - Desculpe, mas não me respondeu. Só lê autores que sejam comunistas? - Hum... Também já li portanto autores de outras tendências. Mas nós portanto lançámos esta candidatura para que o povo português portanto esteja representado na Presidência da República... - Para finalizar: a Coreia do Norte é uma democracia? - Os trabalhadores... contra o governo de direita... nós... portanto... portanto... portanto... portanto...
Há maridos que dão às suas mulheres tudo o que lhes pedem. Mas de elogiar a sua nova toilete, o seu cabelo, os seus sapatos.
esquecem-se
Padre Manuel teixeira [1912-2003]
Dito da Semana
“Desde o início que há suspeitas graves de que o concurso para o fornecimento dos veículos e sistema do metro ligeiro está a ser conduzido de forma cinzenta, injusta e ilegal, em claro favorecimento de um dos concorrentes”. PEREIRA COUTINHO NUMA INTERPELAÇÃO ENVIADA AO GOVERNO
Alterações para pior
O Governo devia ter outras prioridades, mas parece que andam por aí umas mentes iluminadas que acham que é urgente mexer no que é bom e está bem. Provavelmente, para introduzir alterações para pior... Quanto à lei de reunião e manifestação, não tenho dúvidas que temos uma excelente lei, que responde ao que Macau precisa. O que pode estar em causa é a sua aplicação, mas isso é outra questão.
O Governo devia ter outras prioridades, mas parece que andam por aí umas mentes iluminadas que acham que é urgente mexer no que é bom e está bem. Provavelmente, para introduzir alterações para pior...
Acontecimento da Semana
Mão-de-obra • As concessionárias do jogo queixam-se, as pequenas e médias empresas também, mas o Governo, pressionado pelas forças tradicionais e os ditos democráticos, não sabe bem o que fazer. Os números não enganam. De acordo com as últimas estatísticas, há falta de mão-de-obra em vários sectores. No comércio por grosso e a retalho há 3072
postos vagos, na segurança 796 e 327 no sector dos transportes, armazenagem e comunicações. A Galaxy e a Venetian precisam de contratar trabalhadores para terminar os seus projectos em COTAI, etc. Os dados estão lançados, o diagnóstico feito, mas o Governo continua amarrado, sem tomar medidas, que podem solucio-
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15 ol h a del a
“Favorecimento”
• A produção legislativa regressou esta semana ao debate público. O presidente da Assembleia Legislativa e o deputado Pereira Coutinho falaram do tema, que tinha abordado em recente Olhadela (16 de Agosto). Há muito que defendo que é urgente tomar medidas, para acelerar a elaboração das leis que a RAEM necessita. Não faz sentido que se fale todos os anos, quando a sessão legislativa termina, que a Assembleia Legislativa aprovou poucas leis e que só na fase final dos trabalhos o Governo enviou à AL novos diplomas, que acabaram por ser aprovados à pressa. Já não compreendo que se avance com a revisão de legislação que tem qualidade e é do melhor que Macau tem. É o caso das leis de imprensa e de reunião e manifestação. No primeiro caso, não consigo perceber a preocupação do Gabinete de Comunicação Social em mexer numa lei, que não tem merecido reparos de nenhum sector. O que falta é criar os conselhos, já que é fundamental regulamentar e fiscalizar o exercício da profissão, mas essas preocupações não tem o GCS. Não deixo de ficar preocupado quando se pede à Universidade de Ciência e Tecnologia que faça um estudo sobre a matéria, deixando de fora a Universidade de Macau, que tem há anos em funcionamento uma licenciatura em comunicação social e outra em Direito. Os seus docentes não estão, certamente, melhor preparados (?) que os da Universidade de Ciência e Tecnologia para fazer o citado estudo.
segunda-feira 30.8.2010
nar o problema. Em breve, a situação será ainda mais grave. Não é possível esperar mais tempo. Uma verdadeira política de mão-de-obra deve ser incrementada, mesmo que isso represente ter os tradicionais e os democráticos contra o Governo. É altura de pensar a longo prazo e nos verdadeiros interesses da RAEM.
Gilberto Lopes
A Figura da Semana
O que se esperava • Muito se fala agora de Susana Chou, a verdadeira líder da oposição, como lhe chamei neste espaço de opinião. Os menos atentos esqueceram o que foi a sua actuação nos primeiros anos da RAEM e as responsabilidades que também tem, directa e indirectamente, no que se passou. Lau Cheoc Va não é, não pode ser, nem nunca será, como a sua antecessora. Não tem o mesmo perfil, a mesma formação e origem. Não se lhe pode pedir que seja agressivo com os membros do Governo, que mande “calar” os deputados (Pereira Coutinho tem agora saudades dos tempos em que a presidente da AL o colocava na ordem). Já não entendo que não se valorize a opinião de que devia existir um plano de produção legislativa. Com Susana Chou era uma boa ideia, agora é um cópia... e não tem justificação. O seu primeiro ano à frente da AL não foi bom, nem mau. A AL pode ter hoje uma liderança mais fraca, mais cinzenta, mas sem surpresas. Foi o que se esperava. Ou alguém estava à espera de uma actuação diferente?
MAIS e menos + O Fórum para a Cooperação Eco-
nómica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa volta a financiar a Festa da Lusofonia. É uma boa decisão, para tornar o encontro lusófono numa iniciativa com outra dimensão e não apenas uma festa de comes e bebes. Como já defendeu no “HM” o meu camarada Hélder Fernando, chegou a hora de encontrar outro local para a sua realização. - Os anos passam e o diferendo entre as empresas de antenas e a TV Cabo não se resolve. O Governo não consegue encontrar uma solução para o dossier, que tem sido criticado por instâncias internacionais, como a União Europeia. Vai ser necessário chegar ao fim do contrato de concessão para encontrar uma saída para o caso?
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a fechar Indústrias culturais em base de dados
Os produtos de design original “made in Macau” vão ser os primeiros a ingressar na base de dados que o Departamento para a Promoção das Indústrias Culturais e Criativas do Instituto Cultural está a desenvolver. O IC espera assim concentrar mais exaustivamente a informação sobre o mercado de indústrias culturais, de modo a permitir uma análise e pesquisa mais compreensivas para a elaboração de políticas. A recolha de dados para a com a Base de Dados para as Indústrias Culturais e Criativas será realizada por fases. Durante a primeira fase, com início na sexta-feira passada, vão ser recolhidos dados da indústria do design. Os alvos incluem organizações profissionais locais tais como “marcas originais de moda”, “design gráfico e visual”, “design de lembranças e ofertas” e “design web de multimédia”. Em Outubro, as indústrias criativas locais vão ter também espaço na 15ª Feira Internacional de Comércio e Investimento de Macau.
Praça de Ponte e Horta vista à lupa
Os moradores e os comerciantes da zona da Praça de Ponte e Horta começam hoje a ser entrevistados para um inquérito sobre o reordenamento dos bairros antigos. A equipa responsável pela pesquisa realizará a sondagem e estudo centralizado na aplicação de pesquisa quantitativa, testemunho histórico verbal dos inquiridos e pesquisa específica, que compreende ainda a realização de um inquérito com a duração de dois meses e que será dirigido aos moradores e comerciantes de aproximadamente 1.600 fracções habitacionais e lojas do total de 107 edifícios. Na sequência do Inquérito Dirigido aos Moradores e Comerciantes das Imediações da Rua da Praia do Manduco realizado no ano passado e tendo em conta a proximidade existente entre a Praça de Ponte e Horta e a Rua da Praia do Manduco, considerou-se ser necessário em termos de planeamento urbanístico ponderar plenamente os diversos aspectos.
Michelle Brito apurada para o Open dos EUA
Michelle Larcher de Brito garantiu no passado sábado o apuramento para o quadro principal do Open dos EUA. Para tal, a portuguesa tratou de eliminar a russa Alexandra Panova, na última ronda da fase de qualificação. A melhor portuguesa do ranking WTA (176.ª) alcançou o triunfo sobre Panova em três «sets». Michelle perdeu o primeiro (2-6), mas deu a reviravolta com duplo 6-3, assegurando um lugar no último Grand Slam da época, que será disputado em Nova Iorque. Fernando Gil é o outro português presente em Flushing Meadows, tendo entrado directamente para o quadro principal masculino. Leonardo Tavares e Rui Machado ainda tentaram passar pela fase de qualificação, mas acabaram eliminados.
Meireles no Liverpool
O FC Porto oficializou hoje a transferência de Raul Meireles para o Liverpool de Inglaterra pelo valor de 13 milhões de euros, em informação fornecida à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). “A Futebol Clube do Porto - Futebol, SAD (...) vem informar o mercado que chegou a acordo com o Liverpool FC para a cedência, a título definitivo, dos direitos de inscrição desportiva do jogador profissional de futebol Raul Meireles pelo valor de 13.000.000 Euro (treze milhões de euros)”, pode ler-se na comunicação dos “dragões”. A nota refere ainda que “o acordo relativo a esta transferência envolve pagamentos eventuais futuros, dependentes da performance desportiva do clube que o atleta irá representar”.
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Vítor Cheung Lup Kwan, o mais ausente, Paul Chan totalista
O campeão da Assembleia Kahon Chan
hojemacau@yahoo.com
Onde está o Vítor? A pergunta deve ter ecoado na Assembleia Legislativa (AL) no último ano, ou não tivesse o deputado Vítor Cheung Lup Kwan sido totalista... na ausência das reuniões da comissão permanente e apresentado um registo de zero intervenções no período de antes da ordem do dia. Nem vale a pena tentar contactar Cheung, já que é também o único deputado que não deixou nenhuma informação pública de contactos no sítio da AL na Internet. Pelo contrário, Paul Chan foi o mais trabalhador na assembleia, batendo qualquer outro deputado, tanto em número de interpelações, como de discursos no período de antes da ordem do dia. O relatório de avaliação daAssembleia mostra que o novo mandato daALorganizou menos reuniões no seu primeiro ano, em comparação com o quarto ano do último mandato da AL, apesar do estabelecimento de três comissões de acompanhamento. Todos os três deputados daAssociação Novo Macau Democrático, a par dos deputados nomeados Vong Hin Fai e Ho Sio Kam, alcançaram um registo de assistência notável, com zero faltas. Paul Chan e Mak Soi Kun fizeram ambos intervenções no período de antes da ordem do dia em 13 reuniões, para liderarem o “ranking”. Paul Chan também subiu ao posto mais alto do pódio na categoria de As dezenas de milhar de fãs que acorreram na sexta-feira à noite ao “Concerto dos Heróis do Rock Chinês”, no monumental Estádio dos Trabalhadores, em Pequim, não foram apenas ver e ouvir os seus ídolos. Ao longo de três horas e meia, eles cantaram com os grupos que iam desfilando pelo palco, celebrando juntos uma música que durante muitos anos esteve banida na China. Foi um dos maiores espectáculos do género no país, que reuniu as principais figuras do rock chinês, entre as quais o chamado “Bob Dylan da China”, Cui Jian, fundador da primeira banda chinesa, em 1984. Uma semana antes, os bilhetes mais caros – no valor de 2010 yuan (230 euros), o equivalente a mais do dobro do salário mínimo em Pequim – já estavam esgotados e o os mais baratos – 180 yuan (20 euros) – também. A assistência, de várias gerações, parecia saber de cor a letra de todas as canções e identificava as músicas assim que soavam os
quantidade de interpelações escritas apresentadas (44 em 10 meses), a par de Kwan Tsui Hang. Ambos fizeram também cinco interpelações orais. Quantidade não costuma ser sinónimo de qualidade, mas não se pode avaliar a qualidade quando a quantidade é zero. Vítor Cheung Lup Kwan, que é promotor imobiliário, fez um trabalho digno de nota nos últimos 10 meses, uma vez que não chegou a participar em qualquer uma das 37 reuniões na terceira comissão permanente, que passou por um ano difícil a debruçar-se sobre propostas de alteração à segurança social e no regime de carreiras médicas. É também o único deputado a não ter feito qualquer intervenção no período de antes da ordem do dia – na verdade, Ho Iat Seng, Chui Sai Cheong e Cheang Chi Keong também não chegaram discursar, mas pelo menos assinaram um inscrições no período de antes da ordem do dia, uma vez nos últimos 10 meses. Vítor Cheung foi também o único deputado da AL a não deixar os seus contactos públicos no site da AL, em mais de 10 anos, enquanto
outros empresários deixaram os contactos das suas respectivas empresas. Com 28 presenças, em 38 reuniões plenárias, Cheung só perde para Fong Chi Keong no “ranking” da assistência mais baixa em sessões da AL. Cheung entrou para a AL em 2001, através de eleições directas, tendo então optado por entrar na legislatura por eleição indirecta. A apresentação de interpelações escritas mostra um domínio absoluto dos 12 deputados eleitos directamente. Das 412 interpelações escritas apresentadas no último mandato, estes deputados apresentaram nada menos do que 400. Mesmo o “mais activo” dos deputados não eleitos – Lam Heong Sang, da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), - submeteu menos interpelações do que o mais “preguiçoso” dos deputados eleitos directamente: Melinda Chan (seis contra 10). Os deputados eleitos directamente são também relativamente mais activos no que toca a discursos no período de antes da ordem do dia, embora a diferença seja mais reduzida, em comparação com os outros.
Cui Jian no Estádio dos Trabalhadores
Rock in Beijing primeiros acordes. O clamor e as vozes do público só deixavam de se ouvir nos momentos mais “heavy metal”, quando a percussão e as guitarras eléctricas abafavam tudo. “O rock significa liberdade, afirmação individual, energia e persistência”, afirmou um antigo músico da banda de Cui Jian a um jornal chinês. Um dos organizadores recusou, contudo, conceder uma entrevista à agência Lusa, alegando que o rock “ainda é um tema muito sensível para ser abordado com a imprensa estrangeira”. A música rock, no Ocidente, já tem uma história de mais de 50 anos, mas só chegou à China na década de 1980, depois do país ter adoptado a política de “Reforma Económica e Abertura ao Exterior”. Erguido em 1959 para celebrar o 10º aniversário da República
Popular da China, o Estádio dos Trabalhadores é um ícone da arquitectura socialista de Pequim. Como o Grande Palácio do Povo e outras obras da mesma empreitada, o Estádio dos Trabalhadores foi construído em menos de um ano, “reflectindo o espírito do Grande Salto em Frente da classe operária chinesa na construção do socialismo”. Meio século depois, o estádio continua a ser uma referência,
mas por razões pouco proletárias: a zona em redor é um dos centros da animação nocturna de Pequim, com alguns dos restaurantes, discotecas e clubes nocturnos mais caros da cidade. Foi também no Estádio dos Trabalhadores, em 1986, que Cui Jian interpretou pela primeira vez em público a canção “Não tenho nada em meu nome”, manifesto inconformista que se tornou rapidamente o hino de uma geração. Antigo trompetista da Orquestra Filarmónica de Pequim, Cui Jian tinha então 25 anos. “Na altura, poucos chineses, incluindo eu próprio, sabiam realmente o que era o rock ‘n’ roll, mas sabíamos que era qualquer coisa que libertava energia”, recordaria o músico num texto publicado treze anos mais tarde na revista Time. Sexta-feira à noite, Cui Jian voltou ao mesmo palco, vestido com uma camisa preta e o já clássico boné de pala branco com uma estrela vermelha. Parecia um pouco mais gordo, mas – mais uma vez – a energia não faltou.