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Director carlos morais josé • sexta-feira 4 de março de 2011 • ANO X • Nº 2322
tempo com abertas min 13 max 21 humidade 6090% • câmbios euro 10.08 baht 0.26 yuan 1.23
Governo assina com Mitsubishi
Metro ligeiro sem travões A Bombardier ainda tentou, mas não conseguiu reverter a assinatura do contrato com a Mitsubishi para a construção do Metro Ligeiro. Ontem, o Governo e a empresa japonesa assinaram contrato e arrancam às pressas para as obras para recuperar anos de atraso. > Página 6
Reolian assume ignorância • página 6
Cooperação com Guangdong
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EUA, aí vão os remédios chineses • página 5
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Agência Comercial Pico • 28721006
Falta de motoristas
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hojemacau
sexta-feira 4.3.2011 www.hojemacau.com.mo
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actual
Maria de Belém Roseira, antiga administradora da TDM, defende Rocha Vieira
“Rocha Vieira tem um perfil impoluto” Gonçalo Lobo Pinheiro
M
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aria de Belém Roseira é jurista. Foi ministra da Saúde, de 1995 a 1999 e ministra para a Igualdade, de 1999 a 2000. Alguns anos antes passou por Macau onde foi administradoradelegada da TDM. Em entrevista ao Hoje Macau, fala das suas memórias do território, de Rocha Vieira que conhece “há muitos anos”, do português como língua importante para a China e da nova debandada de portugueses para o território. Para Maria de Belém, a abstenção prejudicou Manuel Alegre e deixa uma mensagem à comunidade portuguesa da RAEM: “São um sinal vivo da presença portuguesa, sejam, por favor um bom
símbolo da nossa identidade”. Esteve em Macau em funções de administração na Teledifusão de Macau (TDM). Como surgiu esse convite? Ao tempo era Governador de Macau o senhor professor Pinto Machado que eu tinha conhecido bem no Governo de 1983 a 1985. Tinha ele sido Secretário de Estado do Ensino Superior e eu Chefe de Gabinete do Ministro da Saúde Maldonado Gonelha. A boa relação que se estabeleceu entre os dois ministérios permitiu resolver dossiers
delicados que se arrastavam há anos e criou uma relação mútua de grande admiração, estima e amizade e vontade de recriação da equipa de trabalho. Esta a razão que levou a que me fosse endereçado o convite para integrar o Conselho de Administração da TDM, o que aceitei com todo o gosto e empenho. Uma comissão nomeada pelo Governo estudou o actual posicionamento da TDM e sugeriu a “nacionalização” da estação. O Executivo aceitou o conselho e está a estudar a fase de transição. O que acha desta decisão? Não quero comentar porque não posso fazê-lo. Não tenho qualquer informação sobre a empresa e constituiria atrevimento da minha parte falar sem elementos ou conhecimento directo ou indirecto de qualquer ocorrência ou situação relativamente à TDM. Voltando ao seu tempo de Macau, como eram os seus dias pelo território? Eram dias muito normais, tendo em vista a forma como estou na vida. Muito trabalho, de manhã à noite; serão, de preferência, com a família; fim de semana, sábado à tarde (trabalhava-se de manhã, à época, o que não sei se se mantém) para organização da vida doméstica e, ao domingo, de vez em quando, um passeio até Hong Kong e, muito raramente, a Cantão. Como funcionava a TDM quando a tinha como administradora? Funcionava muito bem, com colaboradores excelentes, com alguns dos quais ainda hoje mantenho relações
de forte amizade, e era uma empresa essencial, não só para garantir o reforço de relação com a população autóctone como para manter a comunidade portuguesa informada sobre o que se passava em Portugal, bastante mais distante em tempo e facilidade de comunicação do que actualmente. Consequentemente, esse elemento de coesão, era muito importante. Sente saudades de Macau? Claro que sim. Sempre fui admiradora da cultura chinesa. Tive oportunidade de a conhecer mais de perto, de conhecer também a comunidade macaense e estabelecer fortes relações de amizade.
nossa presença histórica, não só no património construído como na comunidade humana, e mistério, aliados a crescimento económico sustentado constituem factores motivadores de vontade de descobrir e agarrar oportunidades diferentes, o que sempre seduziu os portugueses. Com a visita do primeiroministro José Sócrates ao território no ano passado, Wen Jiabao frisou que a língua portuguesa é importante para o futuro e para a China. Que comentário reserva a este “aviso” feito pelo primeiroministro chinês? Como deputada do Parlamento Português e membro, nesse
“Conheço o General Rocha Vieira há muitos anos, antes dele ter sido Governador de Macau e, nutro por ele grande admiração. Essa polémica, a existir, é uma polémica à portuguesa. Quando alguém tem um perfil impoluto aparece sempre gente de serviço a pretender denegri-lo. Antes da existência de psicanalistas, Camões chamou a isso ‘inveja’. Endémica, acrescento eu” Já voltou ao território entretanto? Sim, algumas vezes, não tantas quantas teria gostado. Recentemente, o general Rocha Vieira foi criticado por ter deixado a última bandeira portuguesa do território ficar arrumada numa gaveta.O que sabe sobre este episódio? Conheço o General Rocha Vieira há muitos anos, antes dele ter sido Governador de Macau e, nutro por ele grande admiração. Essa polémica, a existir, é uma polémica à portuguesa. Quando alguém tem um perfil impoluto aparece sempre gente de serviço a pretender denegri-lo. Antes da existência de psicanalistas, Camões chamou a isso “inveja”. Endémica, acrescento eu. Muitos jovens portugueses começaram agora a olhar para Macau como destino de imigração. Acha que a comunidade portuguesa na RAEM vai aumentar nos próximos anos? Macau constitui uma atracção para muitos portugueses. Terra de diáspora, sinais fortes da
âmbito, do Grupo Parlamentar de Amizade Portugal/República Popular da China, tenho bem a noção da importância da língua portuguesa como elemento estruturante da relação entre os povos, em todas as suas dimensões. Comungo, pois, dessa importância e fico muito feliz pelo reconhecimento disso mesmo ao mais alto nível da hierarquia do Governo chinês. E Macau, como vê este pedaço de terra a Oriente, agora em pleno séc. XXI? Qual a importância de Macau para o mundo e em especial para os países que falam a Língua Portuguesa? Macau integra já uma plataforma no âmbito da CPLP. Macau é a marca da nossa história de descobridores, de obreiros da primeira globalização. É marca também da convivência pacífica secular entre povos com culturas tão diferentes, que podem desenvolver amizade e respeito recíprocos, fundadores de franca e aberta cooperação e entreajuda nos mais diversos aspectos em que ela se exprima. Pode, pois,
Como respeitador da liberdade individual, a minha preocupação primordial é com a saúde dos fumadores passivos, designadamente a dos trabalhadores dos casinos, que continuarão necessariamente expostos aos malefícios do tabaco durante longos períodos de tempo de trabalho. José Pereira Coutinho, P. 13
numa economia globalizada, potenciar mais alargadamente, a todo o mundo que fala português, uma plataforma lusófona de entendimento, cooperação, relação e afirmação cultural que tão importante é no domínio do multilateralismo e da multipolaridade. Portugal atravessa graves problemas económicos. A China e Macau já avançaram para a compra da dívida portuguesa. Parafraseando uma música de Jorge Palma “Portugal, Portugal, o que é que estás à espera”... O que falta ao país para ser próspero? Falta que acreditemos em nós próprios e que definamos os objectivos permanentes e de interesse nacional em relação aos quais todos devamos entendernos, para que rememos todos para o mesmo lado. Há tempo para discordar e dividir águas, e há tempo para unir e somar. Foi mandatária de Manuel Alegre nas eleições presidenciais que agora pub
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3 “Macau constitui uma atracção para muitos portugueses. Terra de diáspora, sinais fortes da nossa presença histórica, não só no património construído como na comunidade humana, e mistério, aliados a crescimento económico sustentado constituem factores motivadores de vontade de descobrir e agarrar oportunidades diferentes, o que sempre seduziu os portugueses”
Manuel Alegre e Maria de Belém Roseira
findaram. Há cinco anos Alegre parecia reunir mais consensos e até derrotou Mário Soares. O que falhou desta vez? Os elevados níveis de abstenção, mais de 53%, marcam uma falta
sexta-feira 4.3.2011
de confiança dos eleitores na classe política que a crise acentua por causa da dureza das medidas que têm sido tomadas. Quando assim acontece, há sempre quem saia mais penalizado…
Que palavra deixa à comunidade portuguesa de Macau? Uma palavra de saudação e de confiança e também um pedido. São um sinal vivo da presença
portuguesa, sejam, por favor um bom símbolo da nossa identidade, que nos orgulhe e que nos reforce, em termos distintivos, de muitas outras formas de ser e de estar.
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4 Leonel Alves poupado a questão delicada Leonel Alves, membro da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC) em Pequim e advogado da Sands China, deparou-se com jornalistas na capital chinesa, num encontro à margem da assembleia da CCPPC, mas os repórteres chineses pareceram não estar ao corrente do papel crucial de Alves nas alegações de Steve Jacobs ex-director da Sands China. O advogado disse à rádio TDM que a Sands China não buscou junto de si assessoria jurídica nesse caso em particular, mas disse considerar que não era “nada de especial” para uma empresa cotada em bolsa ser investigada numa matéria como essa. “A Sands China lançou uma série de orientações a seguir em casos de comportamento ilegal e creio que isso estava relacionado com o processo”, afirmou ontem, sem especificar. Alves foi inquirido pelos jornalistas em Outubro acerca do seu envolvimento e a resposta na altura foi: “É tudo mentira.” Falando ontem à imprensa chinesa, o advogado foi mais longe e observou haver em Macau um departamento especializado em lidar com esse tipo de casos. “Não é que Macau não tenha feito nada. Mas tem as condições para ir mais fundo.” Associações sindicais exibem amizade Cheong Weng Fat, director da Associação de Mútuo Auxílio dos Operários, encontrou-se ontem com jornalistas para pedir desculpas a Lee Sio Kuan, director de outra associação – a do Poder de Subsistência dos Trabalhadores – pela observação que fez sobre um jantar organizado por aquela. Cheong comentou no domingo que achava injusto que a Poder de Subsistência recebesse subsídios do Governo para banquetes de caridade (publicado em Boletim Oficial na semana passada), enquanto a sua associação apenas tinha subsídios suficientes para comprar para os seus membros “bolachas”. Mas Lee terá ficado furioso com a observação e Cheong organizou de pronto a conferência de imprensa para pedir desculpas, tentando redireccionar as críticas para ajudas injustas recebidas pela União Geral das Associações dos Moradores de Macau (UGAMM) e pela Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM). Conferências no topo Macau acolheu em 2010 um total de 1.399 reuniões/conferências e exposições, mais 15% do que em 2009, com uma duração média de 2,5 dias, envolvendo mais de 800 mil participantes, além de 1399 eventos. Segundo dados oficiais ontem divulgados, o território registou em 2010 a organização de 1342 reuniões e conferências por sociedades comerciais e associações ou outras organizações, com uma duração média de 2,4 dias, em que participaram 149.832 pessoas, sendo que a sua maioria abordou temas ligados às áreas do comércio e gestão, tecnologias, banca e finanças e educação.
política Democrata frustrado com terrenos abandonados
Au que isto chegou Kahon Chan
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naceitável é como Au Kam San qualifica a atitude do Governo que, segundo o deputado, tem evitado acções judiciais contra os concessionários de terrenos abandonados porque o judiciário é muito lento para resolver as disputas, levando o Executivo a frequentemente acabar em acordos de troca de lotes com os promotores, com termos negociados à porta fechada. O democrata exigiu ao Governo que definisse os pormenores dos terrenos que estão pendentes de serem permutados. O deputado apresentou uma interpelação escrita a 25 de Fevereiro para rever a troca de terras com a Panasonic, que desistiu da posse de uma área de barracas na Ilha Verde para projectos de habitação pública.ADirecção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) disse à imprensa que um acordo de permuta de terrenos foi assinado porque o Governo não quis perder tempo em tribunal para processar a Panasonic por falhar o cumprimento dos prazos. Mas Au Kam San vê o acordo de outra forma. “O promotor ocupou esta favela durante muitos anos sabendo de antemão o destino
que lhe esperava. A espera valeu a pena e a favela foi trocada por uma oportunidade de ouro na zona dos novos aterros. Não há melhor negócio do que os que se faz em Macau”, afirmou o deputado da Associação Novo Macau Democrático, que lembrou também o secretário Ao Man Long que também adiou a construção de um lote na Taipa pela mesmo razão de que os lentos procedimentos dos tribunais podiam prejudicar o interesse público ou, nas palavras de Au, “evitando uma abordagem normalmente adoptada para resolver disputas numa sociedade onde vigora o Estado de direito”. Au disse que quando o Governo se propôs a retomar a posse dos lotes dos concessionários que falhassem o cumprimento dos prazos, a reacção geral foi duvidosa e os acontecimentos na Ilha Verde só reforçaram as dúvidas. “O Governo não irá retomar a posse de nenhum dos lotes abandonados sob esta lógica. Terá de permutar terras secretamente para evitar quaisquer processos de salvaguarda do chamado interesse público.” Na interpelação, o deputado levanta a questão: se o Governo perdeu a confiança no sistema judicial, porque é que não toma medidas para resolver o problema da eficiência? E também pediu uma lista exaustiva dos lotes considerados em estado de abandono, com todos os pormenores de localização e especificações, tendo perguntado também se os lotes com cercas levantadas não eram considerados abandonados.
Função pública | Pereira Coutinho considera legislação “obsoleta”
Pagamento de custas a rever Gonçalo Lobo Pinheiro glp@hojemacau.com.mo
O
deputado da Assembleia Legislativa (AL) José Pereira Coutinho considerou, ontem, através de uma interpelação escrita ao Governo, que o mais recente relatório do Comissariado de Auditoria (CA), relativo às deslocações ao exterior dos funcionários públicos, mostra que “a anarquia chegou ao ponto de alguns serviços públicos ignorarem o relatório da deslocação, o que muito indicia mais ser uma deslocação privada do que uma missão oficial”. Pereira Coutinho acusa o CA de se “esquecer” de alertar as respectivas tutelas que nos termos do n.º 2 do artigo 233.º do Estatuto dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ETFPM), incorrem em infracção disciplinar
todos aqueles que não apresentem em tempo útil e legal o relatório da missão oficial. “Esta omissão permite, inclusivamente, aos serviços públicos não pagarem os valores não processados e exigir a reposição da quantia adiantada”, escreveu Pereira Coutinho no documento. O deputado da AL aponta como justificação para os procedimentos da administração pública o facto de “não haver um sistema interno e externo de fiscalização do funcionamento dos serviços públicos” e só por isso se explica que “muitos deles deixaram de cumprir com as disposições legais constantes no ETFPM”. Pereira Coutinho questiona o Governo se serão implementadas medidas no futuro, no sentido que sejam somente efectuadas viagens oficiais de extrema necessidade e pede para
o Executivo liderado por Fernando Chui Sai On “apurar se alguns dos gabinetes dos secretários procederam da mesma maneira como procederam alguns serviços públicos”. Para o deputado, o CA talvez, porque “os gabinetes de algumas tutelas também não cumprem com o exigido na lei”, tenha optado “por não alargar o número de entidades investigadas”. Uma coisa o presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) concluiu. Florinda Chan, a responsável pela pasta da Administração e Justiça, tem “ignorado as contínuas queixas internas dos serviços públicos que alertavam para o facto de os montantes previstos no regime geral serem manifestamente insuficientes para cobrir as despesas efectuadas pelos trabalhadores”.
Banco de dados do ensino superior confiado à UMAC
O Gabinete de Serviços de Educação Terciária entregou à Universidade de Macau (UMAC) a responsabilidade de criar uma base de dados sobre “Online Year-3 Undergraduates Survey 2010/2011”. O organizador adiantou que o objectivo da pesquisa é o de olhar para as condições de aprendizagem e de vida dos estudantes do ensino superior e realizar um estudo de forma a promover o desenvolvimento do ensino superior. Também será assegurado que todos os dados colectados serão tratados como estritamente confidenciais e será utilizado para análise estatística apenas. O aluno não pode ser identificado por administradores escolares ou outras utilizadores, portanto, a UMAC pede para os alunos preencherem o questionário com sinceridade.
Macau e Guangdong promovem medicina tradicional chinesa na Europa e EUA
O
s governos de Macau e da província de Guangdong vão, através de um acordo de cooperação que será assinado no domingo em Pequim, promover a medicina tradicional chinesa na União Europeia e Estados Unidos. “Guangdong possui experiência e recursos na área da medicina chinesa e, através da cooperação com Macau, será promovida, junto dos Estados Unidos e União Europeia, a investigação e exploração, produtos e certificação na área da medicina tradicional chinesa”, disse hoje o chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On, à partida para Pequim, citado num comunicado oficial. Chui Sai On salientou que o Acordo Quadro de Cooperação com a província chinesa vizinha prevê a construção de um parque de cooperação industrial com cinco pub
quilómetros quadrados na Ilha da Montanha, em Guangdong e adjacente a Macau. “Guangdong e Macau realizam, no próximo mês de Abril, uma reunião onde será definido o plano de acção para o referido parque, cujo primeiro projecto de cooperação consiste no Parque Científico e Industrial de Medicina Tradicional Chinesa”, disse o governante, ao realçar que será constituída para o efeito uma empresa por ambas as regiões. Após a assinatura do acordo de cooperação, Macau e Guangdong vão iniciar um estudo sobre as taxas aduaneiras e gestão de migração e alfândega, acrescentou Chui Sai On. O objectivo do acordo é tornar a região do Delta do Rio das Pérolas numa zona metropolitana de maior vitalidade e competitividade a nível internacional, promover a diversificação económica de Macau,
Gonçalo lobo pinheiro
Este remédio que vos dou
reforçar a integração económica e o desenvolvimento das duas regiões e impulsionar a cooperação em diversos sectores. A construção de um parque industrial e de tecnologia de
medicina tradicional chinesa na Ilha da Montanha - a terceira área estratégica da China no âmbito da sua política de reforma e abertura, depois de Pudong, em Xangai, e Binhai, em Tianjin - foi o projecto
sexta-feira 4.3.2011 www.hojemacau.com.mo
5 considerado “prioritário” por Chui Sai On em Maio de 2010 para o desenvolvimento das relações com a província vizinha. Até 2020, Pequim prevê que a ilha da Montanha, com 106,46 quilómetros quadrados – o triplo da área de Macau -, tenha uma população de 280 mil pessoas com um Produto Interno Bruto (PIB) per capita de 200 mil yuans face aos actuais 4000 habitantes e um PIB per capita de menos de 8000 yuans. O desenvolvimento daquela que é a maior das 146 ilhas do município de Zhuhai e está ligada por ponte a Macau vai implicar um investimento de, pelo menos, 100 mil milhões de yuans até 2020 e resultará de uma cooperação entre os governos de Guangdong, Macau e Hong Kong. Em 2012 estará concluída a primeira fase de desenvolvimento, que abrange um distrito financeiro e outro cultural, o maior parque aquático da Ásia, zona habitacional, um parque científico e tecnológico e outro para indústrias de alta tecnologia.
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6 Calendário Março 2011 • Início do projecto de concepção do metro Dezembro 2011 • Começo das obras de melhoramento na Ponte Sai Van
sociedade Metro | Obras geram 4000 postos de trabalho
Contrato assinado
Março 2012 • Início do processo de fabrico do material Abril 2012 • Entrega de modelo do comboio a Macau Setembro 2012 • Início de obras na Taipa Dezembro 2012 • Término da concepção do comboio Janeiro 2013 • Entrega do primeiro comboio a Macau Junho 2013 • Início dos testes ao comboio
Filipa Queiroz
Novembro 2013 • Conclusão da entrega do comboio
uatro anos é o tempo que a Mitsubishi Heavy Industries Ltd. tem de trabalho pela frente, em colaboração com empresas de Macau, para construir o sistema de Metro Ligeiro do ter-
Março 2013 • Término da fase de testes e início do funcionamento do metro
Q
filipa.queiroz@hojemacau.com.mo
ritório. O contrato de adjudicação para o fornecimento do material circulante foi assinado ontem entre a Administração e a empresa japonesa, no Centro Cultural de Macau. A cerimónia marcou o arranque das principais obras de fabricação do sistema e do próprio comboio. Ficou por saber quem irá ficar com os dois contratos adicionais,
para o fornecimento de comboios e peças extra, e para a manutenção futura do sistema do Metro Ligeiro. O coordenador do Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes (GIT), Lei Chan Tong, disse que o Governo espera empregar cerca de 4000 trabalhadores locais nas obras de construção da primeira fase do projecto - que consiste na construção
Reolian afirma que não sabia da falta de motoristas quando concorreu
Desculpa mais Veolia Kahon Chan
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O
s representantes franceses da Veolia na “joint-venture” franco-macaense Reolian afirmaram ter subestimado a escassez generalizada de motoristas de veículos pesados em Macau quando concorreram à concessão para o serviço de autocarros públicos. Noutra batalha para convencer o público de que apenas pretendem importar condutores por um breve período, a Reolian prometeu pagar o mesmo salário aos motoristas vindos da China Continental e substituí-los por jovens locais através de um programa a trabalhar com o Governo em dois anos. Simplesmente, a importação de trabalho parece ser a única solução a curto prazo, tendo o pedido formal para 200 condutores sido apresentado há poucos dias. “Diria que quando se participa num concurso, pode-se sempre fazer melhor. Sempre”, afirmou Bruno Charrade, presidente do conselho da “joint venture” e director de Desenvolvimento de Negócios da Veolia Transport China, sediada em Hong Kong, onde a Veolia opera uma rede de eléctricos. “Já tínhamos encontrado muitos motoristas na altura [antes da candidatura] e já nos tínhamos apercebido
de que a idade média era um pouco avançada, mas na nossa ideia, não nos demos conta de que havia uma falta de condutores.” O gigante dos transportes francês, que acentuou a sua experiência em operar vários tipos de transportes públicos em numerosas cidades, fez questão de explicar a sua “subestimação”. Em primeiro lugar, disse estar mais preocupada com a qualidade do serviço quando apresentou a candidatura; segundo, a inesperada concorrência do casino Galaxy, que também necessita de mais 200 condutores de autocarros devido a um atraso imprevisto no lançamento; por último, a empresa tinha sido informada de que quatro mil residentes locais estavam habilitados a conduzir autocarros, para só mais tarde descobrir que apenas uma pequena porção deles estaria interessada em conduzir autocarros públicos. “Sobretudo no mês passado, quando começámos a nossa grande campanha de recrutamento, vimos os resultados e foi então que começámos dar-nos conta disso”, disse Charrade. Com apenas 220 candidaturas recebidas para 400 vagas de motorista – com a Reolian a esperar que apenas 200 acabem por se apresentar ao trabalho no dia 1 de Agosto – a empresa delineou o que iria fazer para resol-
ver o “problema a curto prazo”. Em primeiro lugar, esclareceu que as nove mil patacas de salário mensal mencionadas pelo deputado da Assembleia Legislativa (AL) Lam Heong Sang era apenas o salário base dos motoristas que poderia subir para um valor entre 12 500 e 13 500 patacas consoante a experiência. A empresa acrescentou ainda que os condutores não seriam penalizados por lapsos de segurança e um plano de saúde mais favorável seria também fornecido. A preocupação, conforme foi explicado à imprensa, era que “99%” dos candidatos eram empregados de outros operadores de autocarros, pelo que ofertas “competitivas” servem apenas para transferir o problema de uns para os outros.
de três segmentos na Taipa e quatro estações - salientando que “o mais importante é fazer a formação da mão-de-obra” e garantindo que o GIT se irá responsabilizar por “desenvolver essa formação de forma gradual”, bem como “fiscalizar a Mitsubishi de forma a contratarem trabalhadores locais”. A empresa japonesa reiterou essa intenção, dando como exemplo os casos de Hong Kong e Manila, capital das Filipinas, onde a Mitsubishi construiu metros não só em estreita colaboração com a mãode-obra local, como mantendo o acompanhando dos mesmo até hoje. Takeo Yamaguchi, gerente geral do Departamento dos Sistemas de Transportes e das Tecnologias Avançadas da Mitsubishi, disse que “continuidade é a política da empresa”, resta saber se será a eleita pelo Governo de Macau. O contrato de manutenção do sistema será estabelecido por dez anos (com possibilidade de ser cessado pelo Executivo ao fim de cinco) e André Ritchie, chefe funcional do GIT, disse que a escolha vai ser feita entre as três empresas que foram a concurso para a primeira fase do metro, ou seja, a Mitsubishi, a Siemens e a Bombardier, e que essa decisão será anunciada “atempadamente”.
Fase de concepção
Durante os próximos 21 meses a Mitsubishi vai conceber o modelo de Metro Ligeiro que irá funcionar no território. O representante da Mitsubishi para o projecto do metro de Macau, Yoshitaka Kaneko, explicou que o modelo de carruagem “terá em consideração o facto de ser uma cidade turística”, ou seja, incluirá vistas panorâmicas desafogadas para que os passageiros possam observar bem o território desde o interior do veículo. Kaneko também frisou que o modelo será “único e exclusivo para Macau”, usará “tecnologias ecologicamente eficientes”, alumínio “amigo do ambiente” e material reciclável, além de consumir pouca energia. A Mitsubishi sustenta que a vasta experiência na construção de metros em todo o mundo, incluindo no Dubai, Taiwan, Estados Unidos e Coreia do Sul, é um motivo de peso para que a empresa seja escolhida para ficar também a cargo da posterior manutenção do sistema. A expectativa é arrojada: Takeo Yamagushi disse mesmo que a empresa estava “muito orgulhosa por ter sido eleita pelo Governo de Macau” e que a Mitsubishi está pronta para fazer do metro de Macau “o melhor de toda a Ásia”.
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7 UMAC deixa de ser responsável pelo domínio da Internet
Novos sistemas na rede .mo joana.freitas@hojemacau.com.mo
A
Diversificar para desenvolver
Além de melhorias na área de
Edital n.º: Processo n.º: Assunto: Local :
EDITAL
36/E/2011 138/OI/2009/F Despacho de despejo Terreno situado em frente do Pátio do Sol n.º 16 na ilha de Coloane.
Jaime Roberto Carion, Director da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), faz saber por este meio aos inquilinos, sublocatários e demais ocupantes ilegais desconhecidos (todos adiante designados simplesmente por notificados) do terreno indicado em epígrafe (demarcado a tracejado na planta em anexo) que foi construído um prédio sem a devida licença, o seguinte:
Joana Freitas
partir de 12 de Março quando visitar a página www.hojemacau.com.mo vai estar a entrar numa área sob a responsabilidade da empresa HNET. Num contrato celebrado no final de Fevereiro, entre a empresa HNET Asia Lda, resultante da fusão da DotAsia Organisation com o Grupo Henrique Nolasco, e o Governo, a gestão e o registo dos nomes dos domínios da RAEM, os endereços “.mo”, vão ser transferidos da antiga entidade. A Universidade de Macau estava designada como a responsável destes registos e da gestão do Centro de Informação da Internet de Macau desde 1992. Ontem esta designação chegou ao fim e todos os cidadãos que queiram agora ter um domínio na rede da RAEM têm de efectuar o pedido à HNET Asia. A empresa foi escolhida entre três outras concorrentes devido à proposta mais apetecível. “Foi mais detalhada e apresentou conteúdo mais concreto, melhor para o serviço requerido, especialmente no design do sistema”, observou Antony Cheong Tak Kai, chefe da divisão de gestão dos recursos de telecomunicações da DSRT. A empresa, que fica também responsável pela gerência dos 3000 endereços já existentes, promete ainda lançar novas ideias.
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1. Por meu despacho de 25/05/2009 exarado sobre a informação no 2790/DURDEP/2009, (processo n.º 138/ OI/2009/F), ordeno aos notificados que procedam, por sua iniciativa, no prazo de 15 dias contados a partir da data de publicação da presente edital, procedam à demolição da obra ilegal de um prédio com estrutura em betão armado. 2. Devido ao prédio acima indicado foi habitado pelos ocupantes (foi ocupado), nos termos dos artigos 52.º e 55.º do Decreto-Lei n.º 79/85/M de 21 de Agosto, alterado pela Lei n.º 6/99/M de 17 de Dezembro e pelo Regulamento Administrativo n.º 24/2009 de 3 de Agosto, e por meu despacho de 28/02/2011, os notificados devem proceder , no prazo de 45 dias contados a partir da data de publicação do presente edital, à desocupação e à remoção de todos os materiais e equipamentos nele existentes do local acima referido. 3. Nos termos do artigo 56.º do mesmo Decreto-Lei, notifica-se ainda que se findo o prazo acima referido não derem cumprimento executada ao despacho de despejo, a DSSOPT, em conjunto com outros serviços públicos e com a colaboração do Corpo de Polícia de Segurança Pública, procederá, a partir do termo do respectivo prazo (45 dias), à execução dos trabalhos de despejo, caso não seja, esta Direcção de Serviços, sem prejuízo da aplicação da multa estabelecida no artigo 67.º do Decreto-Lei n.º 79/85/M e da responsabilidade civil e da responsabilidade criminal. 4. Nos termos dos artigos 145.º e 149.º do Código do Procedimento Administrativo (CPA), os interessados podem apresentar, no prazo de 15 dias a contar a partir da data de publicação do presente edital, reclamação do despacho de despejo para o autor do acto (o Director da DSSOPT), referida no ponto 2 do presente edital.
Edmon Chung
segurança, Edmon Chung, director executivo da DotAsia, falou em incluir nomes em chinês nos endereços da Internet. Apesar de este “ser [um processo] complicado”, como explica Chung, devido aos mais de 40 mil caracteres chineses, que assumem variáveis diferentes consoante o tradicional ou o simplificado e que tornam difícil a montagem dos nomes para os domínios, ao contrário do alfabeto romano. “Este é um aspecto importante nos serviços”, considera o responsável, “em Macau e na China há muitas empresas que utilizam o chinês para lançar os seus produtos e essa promoção é importante”, acrescenta. Para estruturar este projecto, a empresa adiantou que necessita de “cerca de um ano”.
A gestão e os registos dos nomes dos domínios da RAEM foi entregue ao governo devido à necessidade comercial da rede. O principal motivo da transferência da UMAC para a HNET Asia prende-se com o facto deste ser um sector que se está a tornar “cada vez mais comercializado” e com uma maior amplitude a nível global, salienta Edmon Chung. o director executivo de uma das empresas da fusão diz querer contribuir para o tornar o “.mo”, e o território, mundialmente reconhecido, e Jason Ho Wai Io, director do gabinete de tecnologia da UMAC, salienta que a universidade vai estar disponível para ajudar a HNET Asia. O contrato é válido até 28 de Fevereiro de 2014 e o novo sistema vai custar 12 milhões de patacas.
“Think tank” da UGAMM oficializado A constituição do “think tank” fundado pelo deputado da Assembleia Legislativa (AL) Ho Ion Sang, da União Geral das Associações dos Moradores de Macau (UGAMM), foi publicada ontem em Boletim Oficial, semanas depois de o novo braço político da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) também ter tido a sua constituição publicada. Apesar do nome chinês ser o mesmo adoptado para a lista apresentada nas eleições (Progresso), o “think tank” adoptou uma designação diferente em português: Centro de Política da Sabedoria Colectiva. Ho disse à imprensa há duas semanas que o grupo tinha
o objectivo de participar na política e promover a justiça social através da convergência entre sabedoria e esforços das pessoas, apesar de ressaltar também o “espírito do povo patriótico”, na sua introdução ao novo centro. O centro organizou o seu primeiro fórum no domingo, sobre o tema da habitação pública, com Ho Ion Sang a ser nomeado director-geral, e Iong Weng Ian, antiga deputada da AL em representação da Federação das Mulheres, a ficar como presidente. Outra novidade foi o aparecimento da Associação de Estudos dos Direitos Humanos de Macau que também teve a sua constituição publicada.
5. Nos termos do artigo 59.º do Decreto-Lei n.º 79/85/M de 21 de Agosto, e das competências delegadas pelos n.ºs 1.º e 4.º da Ordem Executiva n.º 124/2009, publicada no Boletim Oficial da RAEM Número Estraordinário, I Série, de 20 de Dezembro de 2009, da decisão referida no ponto 2 do presente edital cabe recurso hierárquico necessário para o Secretário para os Transportes e Obras Públicas, a interpor no prazo de 15 dias contado a partir da data de publicação do presente edital. RAEM, aos 28 de Fevereiro de 2011. O Director dos Serviços Jaime Roberto Carion Processo no: Local :
138/OI/2009/F Terreno situado em frente do Pátio do Sol n.º 16 na ilha de Coloane (demarcado a tracejado na planta em anexo).
Planta em anexo :
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entrevista
P
Rogério Miguel Puga, professor universitário e investigador
“Portugueses e ingleses foram semp António Falcão | bloomland.cn
rofessor na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, Rogério Miguel Puga regressou mais uma vez a esta região onde foi docente no departamento de História da Universidade de Macau, já na primeira década pós-transição - a propósito do seu mais recente trabalho de investigação publicado em livro e apresentado localmente pela professora Leonor Seabra, “A Presença Inglesa e as Relações Anglo-Portuguesas em Macau (1635-1793)”, precisamente “no espaço mais anglófono que Macau tem para além do Cemitério Protestante”, como diz o professor. Apesar de exercer em Portugal a sua vida académica, Macau continua ocupando espaço destacado na vida deste investigador da História. A distância não altera a sua ligação afectiva e intelectual a Macau... Se calhar é a tal coisa: “quem bebe a água do Lilau”... Realmente é verdade, mantenho uma estreita relação com Macau em muitos dos meus trabalhos. Incluindo a organização mensal de um seminário sobre estudos relacionados com Macau. Como funciona essa iniciativa? Realiza-se na Universidade Nova de Lisboa. A ideia foi e é tornar Macau mais audível no exterior, neste caso em Portugal. E partilhar muitas questões relacionadas com esta região não somente com académicos, mas com todos os interessados em geral, como vem acontecendo. Dei o nome de Seminário Permanente de Estudos sobre Macau, com variadíssimos intervenientes. Penso que é um dever da universidade. Se a comunidade tira partido disso ou não, isso é com ela. E tem tirado? Tem tirado. Antes de começar a primeira iniciativa, algumas pessoas perguntavam-me se eu não acha um risco chamar “Seminário Permanente”, eu sempre achei que não. Já fizemos quatro sessões, todas com sucesso, muito bem recebidas e participadas. Pode enumerá-las? A primeira foi sobre a poesia de Alberto Estima de Oliveira, no “binómio Oriente/Ocidente” como lhe chamou a Professora Mónica Simas, uma académica brasileira que tem investigado bastante sobre assuntos de Macau. Foi uma sessão muito particular, muito emotiva, pois contou também com a presença da viúva do poeta e mais familiares e amigos de Estima de Oliveira. Aprendemos nós e aprendeu a própria investigadora com os testemunhos que ali fora apresentados sobre a poesia e o seu autor. Foi um excelente pontapé de
partida lusófono para abordarmos, nas sessões posteriores, as coisas de Macau. A segunda sessão, com a doutora Dora Gago, do Centro de Línguas e Cultura da Universidade de Aveiro, como oradora, foi sobre Macau na poesia de Miguel Torga e de Eugénio de Andrade “O Exotismo da Palavra”. A terceira foi sobre uma freira interessantíssima que viveu em Macau no século XVII e que escreveu algumas obras, a madre María Magdalena de la Cruz. Foi muito dinâmica esta sessão apresentada pela Doutora e bolseira pós doutoramento Elsa Penalva. A mais recente sessão teve como orador o Professor Arnaldo Gonçalves que falou sobre “Macau,
“[Havia] uma constante luta de interesses sobretudo da parte inglesa que pretendia uma Macau para eles. Mas da parte portuguesa com muita diplomacia, com defesa dos interesses locais em Macau, mas sem confrontos, pois vinha da Coroa a intrusão sobre esse procedimento, de modo a não ferir a aliança anglo-portuguesa. Sempre foram rivais sobre este território” as três últimas décadas. Entre Portugal e a China”. Já está escolhido o tema da próxima sessão? Posso já avançar que o próximo orador será o poeta e investigador António Graça de Abreu, a 7 de Abril. Irá falar sobre Macau visto com
os olhos da China. Proximamente será a Professora Ana Maria Amaro que já se mostrou disponível para colaborar no Seminário. Sendo que o local desse Seminário costuma ser a Universidade Nova, a assistência é geralmente do meio académico?
Na primeira sessão, sobre a poesia de Estima de Oliveira, os assistentes eram muito variados. Nas outras, o público realmente é sobretudo composto por académicos e por pessoas que viveram em Macau. Vamos ao que o trouxe novamente a esta região, o livro sobre “A Presença Inglesa e as relações anglo-portuguesas em Macau (1635-1793)”. Por que a escolha deste tema sobre a velha aliança e sobre esta época? A época porque todos os temas de investigação têm de ter uma baliza temporal de início e fim. Neste caso, a partir da chegada do primeiro navio inglês a chegar a Macau e o estudo termina na data da primeira
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com Helder Fernando
pre rivais sobre Macau”
embaixada britânica a Pequim e que passa por Macau. Portanto, um trabalho sempre com a China como pano de fundo. Já agora, deixe que agradeça à Fundação Oriente e à professora Ana Paula Cleto, a oportunidade que me deram de mostrar esta investigação em Macau, e também à professora Leonor Seabra que superiormente apresentou esse meu trabalho. Como classifica este período de pouco mais de século e meio? É um período de afirmação da Inglaterra como potência mundial. Também um período em que eles tentam estabelecer relações directas com a China, isto do ponto de vista dos seus interesses e precavidos
com o que já lhes acontecera com o Japão. Por um lado, Portugal e a Grã-Bretanha eram aliados na Europa, a tal mais velha aliança, mas aqui no Oriente outros interesses falavam mais alto. Portugal e Inglaterra rivalizavam... Bastante... Uma constante luta de interesses sobretudo da parte inglesa que pretendia uma Macau para eles. Mas da parte portuguesa com muita diplomacia, com defesa dos interesses locais em Macau, mas sem confrontos, pois vinha da Coroa a intrusão sobre esse procedimento, de modo a não ferir a aliança anglo-portuguesa. Sempre foram rivais sobre este território. Saliente alguns dos mais marcantes factos incluídos neste seu livro. Algum ambiente. Por exemplo, os estrangeiros que estavam proibidos por lei de adquirirem casa e residirem em Macau, mas o facto é que residiam. E é, sobretudo, logo desde esse primeiro navio com a bandeira inglesa, mas que efectivamente é fretado pelos portugueses e ao serviço do vice-rei em Goa, a tentativa de os ingleses se estabelecerem em Macau ou ao lado de Macau. Como é óbvio, os portugueses começam a defender os seus interesses através das mais variadas maneiras. Como nunca conseguem aqui, acabam por fundar a colónia de Hong Kong. As fontes que utilizou nesta investigação foram sobretudo recolhidas onde? Foi o cruzamento de fontes da documentação de origem portuguesa e de origem inglesa. Um jogo de espelhos muito interessante. Outros aspectos que chama a atenção neste seu trabalho? O aspecto da luta de poder, sobretudo na segunda metade do século XIX, entre os agentes da poderosa Companhia das Índias que tinham de respeitar a lei portuguesa, e a administração portuguesa. Por essa altura começam a sentir-se as tensões que desembocarão na tal “guerra do ópio” forjada pelos britânicos. Essa guerra desfalca também interesses de alguns portugueses em Macau que, a troco de dinheiro, auxiliam os ingleses. Isso enfurece a elite que governava Macau através do Senado, pois queriam ver o mais longe possível os seus rivais comerciais.
O desejo britânico de conquistar Macau prossegue até ao final da época balizada neste seu livro? Pois continua! O primeiro embaixador inglês, efectivo, pois houve outro que faleceu no caminho, foi a Pequim pedir ao Imperador um terreno igual a Macau para a Grã-Bretanha. Não tiveram resultado essas negociações. Há uma carta onde exactamente está a argumentação utilizada, ou seja se tivermos esse
território semelhante ao que têm os portugueses, transformaremos o local num dos mais importantes portos asiáticos. Até 1793, data em que termina esta minha investigação publicada, o projecto britânico de pretender Macau ou equivalente, continua. Sendo ainda um académico ainda jovem, reparo que nas suas principais áreas de investigação, para além dos estudos angloportugueses e da História das expansões portuguesa e inglesa, também é matéria do seu interesse a teoria da literatura e literatura portuguesa. De alguma forma tudo isto está ligado... Para além da docência, continuo a investigar várias áreas, neste caso particular a História de Macau, em diferenciados e muito
“Estou agora a prosseguir uma investigação que diz respeito aos diários de mulheres norte-americanas que residiram aqui no século XIX. Mulheres que vinham com os maridos, mercadores, dos Estados Unidos da América, não podiam entrar na China continental, utilizando então Macau como residência anual, elas e os filhos. Foram famílias que fizeram fortuna cá, no eixo CantãoMacau, por exemplo a conhecida família Forbes”
9 curiosos aspectos. Por exemplo, estou agora a prosseguir uma investigação que diz respeito aos diários de mulheres norteamericanas que residiram aqui no século XIX. Mulheres que vinham com os maridos, mercadores, dos Estados Unidos da América, não podiam entrar na China continental, utilizando então Macau como residência anual, elas e os filhos. Foram famílias que fizeram fortuna cá, no eixo CantãoMacau, por exemplo a conhecida família Forbes. Tal como a família do presidente Roosevelt. Essas mulheres, que eram protestantes e não se confessavam como os católicos, escreviam diários como exame espiritual, digamos. Esta é uma das justificações que geralmente são apresentadas para o facto de muitas delas, mais do que as mulheres do Sul da Europa, escreverem os seus diários, alguns com bastantes pormenores do quotidiano de Macau. Estou a trabalhar em três desses diários que são inéditos. São fontes extremamente importantes para o estudo do século XIX em Macau. O resultado desse trabalho será publicado em livro quando? Para já, é difícil saber. Em Portugal, Macau é assunto muito restrito... Quer dizer que não se investe na investigação histórica? Investe, mas há outras prioridades. Vou publicando alguns artigos em revistas aqui e ali, em capítulos de livros. Penso que vai sair um livro em Hong Kong, com alguma coisa minha, fruto de um congresso realizado ainda eu estava a dar aulas em Macau. Mas aquilo que eu gostava de conseguir, que era a publicação desses diários com estudos e notas em língua inglesa, não faço ideia se algum dia conseguirei. No regresso a Portugal, sobre o que, prioritariamente, vai debruçar-se? Várias coisas, para além das aulas. Por exemplo, os viajantes ingleses no Portugal do século XX, é o projecto de investigação que tenho entre mãos. Será mais prioritário do que a presença feminina norteamericana em Macau. Noto que lida com duas utopias, a anglotopia e a lusotopia... A propósito, essa palavra lusofonia incomoda-o? (risos) O pós modernismo tem destas coisas, a desconstrução de conceitos, o dificultar as certezas. A lusofonia é uma coisa muito simples, um espaço cultural de falantes e simpatizantes da língua portuguesa nas suas mais diversas nuances, da Europa ao Brasil, de África ao Oriente.
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cultura Reveladas quatro obras eleitas para Bienal de Veneza
E os vencedores são... Edgar Martins, James Chu, Alice Kok, João Magalhães e Ana Botelho. Foram eles os eleitos do júri para representar o território na exposição internacional
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Alice Kok
número de candidatos foi recorde: 49. Subordinados ao tema “Memória e Mobilidade”, as obras candidatas para a 54.ª edição da Bienal de Veneza foram seleccionadas em duas fases, numa primeira reunião pública foram escolhidos 12 trabalhos e, desse conjunto, foram eleitos os quatro favoritos. A saber: “A Metaphysical Survey of
James Chu
British Dwellings & Dwarf Exoplanets”, do fotógrafo Edgar Martins; a instalação “Five-Storey Mansions” de James Chu; “PassingGreen Island”, o trabalho videográfico de Alice Kok e “Espelho Vivo” de João Magalhães e Ana Botelho. Esses seguirão para Veneza no Verão, mas o júri escolheu mais oito para exibir: “Universal Scent Blackbox” da autoria de Lai
Mei Kei, ‘Transformations & Memories’ de Lampo Leong, “Delouix” uma obra de Shen Wen Jin, “Crossing the Box of Memory” pelo arquitecto Vicente Bravo, “Win” um trabalho assinado por Bonnie Leong Mou Cheng and Kitty Leung Mou Kit, “The Vanishing Bairro Social de Mong-Ha” pelo artista plástico James Chu, ‘The Journey of Qi’ por Ho Veng Yin and Kok Sin Chai e ‘Peep’, obra assinada por Lai Sio Kit. A organização do projecto fez saber que o júri internacional avaliou os projectos baseando-se em critérios como a criatividade, a relevância, a perspectiva social e a exequibilidade.
Ng Fong Chao, curador do Pavilhão de Macau para a 54.ª Bienal de Veneza e curador do Museu de Arte de Macau, destacou o aumento de 50% na participação dos artistas locais no evento em relação à última edição, em 2009. O júri “admirou o potencial das propostas”, declarou Ng Fong Chao. O evento visa promover o desenvolvimento artístico e criar oportunidades para os artistas locais. As obras seleccionadas serão exibidas no Museu de Arte de Macau, entre o dia 25 de Maio e o dia 21 de Agosto, e as quatro vencedores seguem para Veneza no dia 4 de Junho e até 23 Novembro.
Pavilhão da Criatividade abre portas amanhã com expositores locais
“Miaus” nas ideias criativas Joana Freitas
joana.freitas@hojemacau.com.mo
A
bre amanhã o “Pavilhão de Criatividade de Macau” no Centro de Actividades Turísticas e Culturais. Mais de uma dezena de entidades criativas de Macau participam com exibições de diversos produtos únicos, livros, artigos periféricos de eventos culturais locais e projectos cinematográficos, que podem ser adquiridos pelo público. Entre as empresas presentes,
está a Meow Space. A loja de animais, criada em 2007, vende produtos de design para um fim original: apoiar gatos abandonados. “O objectivo é combinar a arte com o amor aos animais”, disse ao Hoje Macau Chan Puiyee. Para isso, os criadores tratam dos mais de 700 gatos que acolhem actualmente e usam-nos como modelos para as criações artísticas. A ideia parece resultar não só entre os amantes dos animais como nos meios de comunicação à
volta do mundo – Hong Kong, Taiwan, Japão, China e EUA. Se gosta de gatos, amanhã no pavilhão pode ter acesso a diversos objectos da Meow Space - t-shirts, carteiras, livros, sacos e cartões postais. “Tudo feito à mão e com a temática do bichano”, salienta Puiyee. Esta não é a primeira vez que a Meow Space participa em exibições de indústrias criativas e esteve mesmo presente na Expo Xangai, o ano passado, onde foi protagonista de uma curta-metragem.
Hong Kong | Mais de 400 mil milhões de patacas para os cineastas independentes
Fortuna para ver nos ecrãs O
Governo de Hong Kong vai investir mais de 400 mil milhões de patacas na promoção internacional de cineastas independentes e artistas de comédia. Este investimento integra-se no âmbito de um plano a longo prazo do Executivo da antiga colónia britânica para desenvolver as indústrias criativas. Uma das medidas previstas é a criação
de um fundo com 2,7 milhões de patacas para apoiar a participação de produtores de curtas-metragens em eventos internacionais. O Centro de Artes de Hong Kong vai formar um júri para seleccionar mais de 30 curtasmetragens que foram premiadas em seis competições locais para submete-las depois a 40 concursos e festivais internacionais. Através daquele fundo, serão suportados
os custos com a deslocação e participação dos artistas de Hong Kong naquelas iniciativas internacionais. Outra das medidas previstas passa pela organização de um curso de três dias para 20 artistas de comédia, que contará com a participação de professores internacionais, sendo no final atribuídas bolsas aos dois melhores alunos para um curso de verão numa escola francesa.
Spielberg pode estar a preparar um filme sobre a WikiLeaks Os direitos dos dois livros que retratam a vida de Julian Assange, criador da Wikileaks, foram comprados pela DreamWorks, produtora do realizador norte-americano Steven Spielberg. Os pormenores ainda são escassos, não se sabendo as ideias para o projecto nem as possíveis datas de rodagem. O site “Deadline” avança que o filme será um suspense de investigação ao estilo de “Os Homens do Presidente”, seguindo a forma do argumento adaptado do filme “A Rede Social” e também nas entrevistas e documentos judiciais sobre a criação do Facebook. O projecto de Spielberg é assim o mais sonante dos três que estão a ser preparados actualmente sobre Assange: um documentário de Alex Gibney e um filme, produzido pela HBO e a BBC, baseado num artigo de Raffi Khatchadourian, da revista “New Yorker”. Os livros retratam a vida de Assange, desde a sua infância até à criação do site WikiLeaks, em 2006. O primeiro livro revela ainda a parceria que o fundador da Wikileaks manteve com os jornalistas do “The Guardian”, a quem cedeu, em Dezembro, mais de 250 mil documentos diplomáticos. Por sua vez, o livro de Daniel Domscheit-Berg revela os momentos por trás da criação da WikiLeaks e o seu modo de funcionamento, num discurso mais directo, vindo de alguém que esteve ligada a Assange e à fundação do site.
[f]utilidades Cineteatro | PUB
[ ] Cinema
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SALA 2
i am number four [b] Preço: Mop50.00 Um filme de: D.J. Caruso Com: Alex Pettyfer, Timothy Olyphant 14.30, 16.30, 19.30, 21.30 SALA 3
space battleship yamato [B]
Sala 1
Black Swan [c]
Preço: Mop50.00 Um filme de: Darren Aronofsky Com: Natalie Portman, Vincent Cassel, Winona Ryder 14.30, 16.30, 19.30, 21.30
Preço: Mop50.00 (Falado em japonês, legendado em chinês) Um filme de: Takashi Yamazaki Com: Takuya Kimura, Meisa Kuroki, Toshiro Yanagiba 14.15, 16.45, 19.15, 21.45
VERTICAIS: 1-Chabu. Muitos, numerosos. 2-Décimo dia do mês solar e oitavo mês do ano persa. O mesmo que hierarca. 3-Tombar. Antes, sarar. 4-Ílio. Abrev. de estar. 5-Símbolo químico de einsténio. Mutirom. 6-Cabeça. Belo. Mulher caridosa e desvelada. 7-Muito minha. Estrôncio. 8-Género de serpente da classe dos répteis. Peia. 9-Pessoa que se embriaga, Gabar, por interesse próprio. 10-Que tem cauda. Prefixo, ante. 11-Desmaio. Planta têxtil do Ceará.
Soluções do problema HORIZONTAIS: 1-XAVIER. VOCE. 2-ABOLSAR. DAS. 3-BALI. ZEBRUM. 4-U. COM. MOEDA. 5-JANUBIA. AI. 6-VER. TEN. ATO. 7-AR. TILHADO. 8-RASAR. APU. C. 9-IRARAM. ELAR. 10OCA. OASIANO. 11-SARI. ERARTA. VERTICAIS: 1-XABU. VARIOS. 2-ABA. JERARCA. 3-VOLCAR. SAAR. 4-ILION. TAR. I. 5-ES. MUITIRAO. 6-RAZ. BEL. MAE. 7-REMINHA. SR. 8-V. BOA. APEIA. 9-ODRE. ADULAR. 10-CAUDATO. ANT. 11-ESMAI. CROA.
REGRAS |
Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição solução do problema do dia anterior
Su doku [ ] Cruzadas
HORIZONTAIS: 1-Variedade de fruta-manga, na Índia. Dicção pronominal. 2-Formar bolso. De mais as. 3-Pali. Relativo a zebro. 4-Apesar de. Tudo que tem valor moral ou intelectual. 5-Buzina índia. Designação de alegria. 6-Árvore da antiga Índia portuguesa. Elemento de origem grega que significa tendão. Sufixo, instituição. 7-Assembleia da República. Que tem tilha. 8-Tornar raso, encher até à borda. Antiga partido politico. 9-Enraiveceram. Prender-se com elos, segurar-se com as gavinhas. 10-Nome são-tomense da mafumeira. Habitante de um oásis. 11-Espécie de xale, usado pelas parsinas e por mulheres cristãs da Índia. Género de plantas gramíneas, originárias do Cabo da Boa Esperança.
[Tele]visão www.macaucabletv.com
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Filipa queiroz
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perfil
Maria Laura Fino | mestranda
A eterna passageira Filipa Queiroz
filipa.queiroz@hojemacau.com.mo
“Caminante, no
hay camino, se hace camino al andar. Caminante, son tus huellas, el camino y nada más.” O poema é de António Machado, a filosofia é de Maria Laura. Exprime-a assim: na miscelânea entre o espanhol, o português e o italiano nativo que a caracteriza – perdão, “calabrese, com muito orgulho”. A fazer mestrado em Direito Comparado na Universidade de Macau (UMAC), Maria nasceu em Itália mas tem o coração em África, e conta-nos tudo à conversa num café na China. Com 26 anos, fala oito idiomas, uns mais fluentes que outros, mas todos frutos do mesmo: o momento, o contacto humano e o vício de viajar. O poema do poeta espanhol é a forma que usa para dizer que na sua vida não existem metas mas sim percursos que tenta desfrutar a cada passo. Há seis meses esse trilho começou a ser traçado em Macau. “Um sítio estranho e muito diferente” daqueles onde já viveu. A saber: França, Inglaterra, Itália, Estados Unidos, Quénia e Uganda, mais precisamente. Como? Começamos por um sonho. “África. Viver lá e tentar fazer alguma coisa de concreto”, conta. “Se calhar é uma motivação
egoísta a dos voluntários, mas eu queria ir porque precisava de agradecer por tudo aquilo que eu tinha”, diz. “Depois de uma experiência como a que eu tive em África, uma pessoa fica a pensar na sorte que tem. Mas este raciocínio não foi consciente, calculado, foi fruto da digestão da experiência que ainda não terminou.” Maria Laura estagiou quatro meses na embaixada de Itália em Nairobi, capital do Quénia. Do contacto com a população residente nas favelas, a jovem retirou a vontade de experimentar o inverso, ou seja, trabalhar numa organização não-governamental e numa área mais pequena. “Descobri um trabalho num campo de refugiados que se transformou em aldeia no tempo da guerra, no norte do Uganda”. Ali dirigiu um projecto focado na violência de género, que incluía apoio psicológico a vítimas de violências doméstica e violação. “Foi um desafio muito grande, sobretudo porque as mulheres ali não reconhecem o marido, o irmão ou o tio como violadores, para elas é como se fosse normal, como um dever”, explica. Durante um ano, Maria aprendeu a viver sem água corrente, luz ou Internet.
Também a “estar entre dois mundos, o dos ‘deadlines’ a cumprir e o de uma realidade onde ‘deadlines’ simplesmente não existem, nem fazem sentido”. De tudo, “o contacto com as pessoas” foi o que mais gostou. E não é preciso muito tempo de conversa para perceber que esse contacto foi uma constate na vida de Maria, que aos 13 anos foi sozinha para Inglaterra aprender inglês e aos 14 para França, com a mesma finalidade, aprender a língua nativa. Em 2008, foi a vez de Boston, Estados Unidos. “Estava farta de Roma [onde estudou] e queria desligar, então fui, a pretexto de ajudar uma amiga da minha mãe a cuidar dos filhos durante um mês.” Ficou quatro. E é aqui que entra o português entra na história. “Comecei a fazer capoeira num bairro brasileiro da cidade. Sempre que lá chegava para uma aula, toda a gente falava só em português, então resolvi que tinha de aprender”. A bossa-nova ajudou. “Adoro, então ouvia as letras e praticava”. Mais uma lição que havia de tornar-se muito útil na última paragem: Macau. “Quando estava em Uganda, uma das minhas funções era treinar o pessoal da associação e eu gostei muito dessa vertente, então decidi
voltar a estudar com a ideia de talvez, um dia, leccionar”. Continuar “próxima” de África foi requisito obrigatório, e quando o professor Salvatore Mancuso lhe deu luz verde, Maria não pensou duas vezes. Hoje faz trabalho administrativo e investigação sobre organizações africanas na UMAC e aproveita a oportunidade para explorar pela primeira vez a Ásia. Como não podia deixar de ser, está a aprender mandarim. Um desafio “mais difícil” do que foi o suaíli e o acholi. “Acho mal estar aqui e não poder comunicar com as pessoas. E depois, quero muito viajar na China e visitar lugares remotos, mais rurais e sem turistas, por isso preciso de saber falar e escrever.” Momentos que irá imprimir na memória e em fotografias, uma das suas paixões. Fonte de inspiração, também tem uma. “A minha mãe”, diz. “Digo sempre que se conseguir chegar a ser metade da pessoa que ela é, já ficarei feliz com a minha vida.” Maria conta que tinha sempre a necessidade do apoio da mãe para tudo, até um primeiro e decisivo obstáculo durante uma das primeiras estadias fora de casa. “Nessa altura em vez de me ajudar, ela disse: ‘Querias a bicicleta agora tens de pedalar.’” E ela pedalou.
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ca u sa s p ú b l i ca s Um olhar atento sobre a actualidade da RAEM
José Pereira Coutinho
Tabaco, recursos humanos e metro Lei do Tabaco
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esde 1996 que existe um diploma a regular o consumo de tabaco e destinado a prevenir e limitar o tabagismo (lei n.º 21/96/M) e esta nova proposta de lei há muito em análise na 2.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (“AL”) relativa ao «Regime de prevenção e controlo do tabagismo» visa actualizar e modernizar o regime em vigor. Recentemente, as concessionárias de casinos expressaram à AL a sua preocupação com o impacto que a aprovação da proposta de lei poderá provocar no seu negócio. Esta preocupação prende-se com o facto de a proposta de lei prever a proibição de fumar nos casinos, sendo certo que se permite que nos casinos podem ser criadas áreas para fumadores, no prazo de um ano, até um máximo de 50% do total da área destinada ao público. Ou seja, em metade das áreas fechadas dos casinos, incluindo as salas de jogo, vai-se poder continuar a fumar. Ora, como respeitador da liberdade individual, a minha preocupação primordial é com a saúde dos fumadores passivos, designadamente a dos trabalhadores dos casinos, que continuarão necessariamente expostos aos malefícios do tabaco durante longos períodos de tempo de trabalho. Dado que as pessoas são livres de fumar, mesmo conhecendo o efeito nefasto do tabaco na saúde, para mim o cerne da questão é precisamente proteger os milhares de trabalhadores dos casinos que não conseguem evitar ser afectados pelo fumo nas áreas em que o consumo do tabaco será permitido. Mais ainda, não se deve presumir que a futura lei terá necessariamente um impacto negativo por exemplo no número de jogadores que vêm jogar, levando assim a uma diminuição das receitas de jogo duma forma que ponha em perigo a economia de Macau. Os jogadores vão aos casinos para jogar e há cada vez mais a consciência de que o tabaco faz mal à saúde. Os fumadores que queiram continuar a fumar podem fazê-lo nos locais destinados a fumadores ou nas áreas ao ar livre. Afinal de contas, na Europa, Estados Unidos e em Hong Kong, é agora proibido fumar em praticamente todos os locais fechados e até em diversos locais ao ar livre. Não creio que a nova lei afecte o negócio dos casinos. Aliás, o receio de algo novo fazme recordar a década de noventa, quando a rua da Palha e o Largo do Senado foram fechados ao trânsito e inúmeras vozes críticas se levantaram, manifestando receio sobre perdas de negócio para as lojas. Pouco tempo depois, a maioria das pessoas, incluindo os comerciantes, estavam muito contentes e apoiavam a medida, e hoje em dia, um mar
de turistas circula naquela rua e no Largo do Senado. Por fim, o jogo é a actividade económica dominante em Macau e as concessionárias compreenderão que o Governo e a AL têm a responsabilidade de prevenir os malefícios do tabagismo e proteger quem seja forçado a desempenhar a sua actividade profissional. Como tal, a proposta de lei deveria conter disposições imperativas para criação de regulamentos específicos que visem acautelar a protecção dos fumadores passivos (ex. aparelhos especial destinados à filtragem do ar afectado pelo tabaco) e, mais importante ainda, que sejam estipuladas condições especiais para os trabalhadores que tenham
muito válidos e com vontade de trabalhar, mas um esforço de educação e formação especializada é necessário para uma mudança de mentalidades que as adapte ao novo paradigma profissional que os casinos, o mercado financeiro e a hotelaria trouxeram à RAEM: mais multicultural, mais aberto ao mundo, mais exigente e produtivo e mais apoiado na meritocracia. Mas, para que isso possa acontecer de forma natural e evolutiva, a RAEM tem que ela própria se abrir ao mundo e rever profundamente o seu actual sistema de autorização de trabalho não-residente. Concordo em absoluto com a prioridade dos cidadãos de Macau ao mercado de
Uma total falta respeito por mim, pela AL e pelos cidadãos de Macau, e a confirmação que o GIT se sente seguro da sua impunidade e não tenciona actuar de forma transparente. Ainda assim, importa revelar algo de extrema gravidade aos leitores: foi na sequência de uma carta enviada por mim, em que revelei conhecer diversos incumprimentos da Mitsubishi, que o GIT decidiu suspender as negociações com a empresa japonesa e enviar todo o processo para nova avaliação que exercer a sua actividade profissional em ambientes de fumo, como regalias compensatórias a nível salarial, exames médicos periódicos e seguros de saúde obrigatórios. A ver vamos se o Governo terá a coragem de agir neste sentido.
A questão dos recursos humanos
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iscute-se recorrentemente em Macau a questão da falta de recursos humanos locais, defendendo-se como solução a importação de trabalhadores não-residentes. De acordo com dados estatísticos, a população de Macau é de cerca de 549 mil pessoas. Em 1999, antes da transferência da administração, rondava as 429 mil pessoas. Estão registados cerca de 75 mil trabalhadores não residentes, mais do dobro dos cerca de 32 mil que se encontravam registados em 1999. Em 2010, 79,8% da população total eram adultos entre os 15 e os 64 anos, ou seja a maioria da população está em idade activa para o trabalho. Perante estes dados que demonstram claramente o aumento exponencial da população, residente e não residente, em apenas uma década, bem como o aumento da procura e das vagas disponíveis, vários desafios se levantam. É preciso apostar fortemente na educação (incluindo o domínio da língua portuguesa e inglesa), na qualificação e treino da mão-de-obra local e no aperfeiçoamento das leis laborais. Macau dispõe de recursos humanos
trabalho e com a necessidade de potenciar os recursos humanos locais, mas não podemos cair em extremismos que emperram a actividade económica, prejudicam a imagem internacional da RAEM e que tornam Macau numa região menos atractiva para o investimento estrangeiro (China e Hong Kong incluídos). Para além do mais, a presença de mão-de-obra especializada na RAEM gera transferência de know-how e de conhecimentos, intercâmbio e qualificação para os nossos próprios residentes. Ora, se existir uma modernização do mercado de trabalho local, logo o Governo poderá paulatinamente limitar o seu acesso aos não-residentes, mas não antes! É preciso que não tenhamos complexos em tornar o mercado laboral mais aberto, mais flexível e mais global. E para isso, é preciso rever o sistema artificial e pouco cientifico de atribuição de quotas e de contratação de mão-de-obra não residente, designadamente tornando-o mais transparente o seu processo de atribuição. Os residentes e a economia de Macau ganharão com isso. Em suma, a resolução do problema dos recursos humanos em Macau está perfeitamente ao nosso alcance, assim haja a vontade política para o fazer.
Ainda o Metro Ligeiro
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gora que o assunto já não se encontra na justiça, permito-me terminar com a situação do Metro Ligeiro. O GIT avançou
ontem para a assinatura do contrato com a Mitsubishi, algo que tanto desejava a muito tempo e a todo o custo. O GIT, em mais uma manobra escandalosa, respondeu à minha interpelação de 3 de Novembro em 31 de Janeiro, curiosamente já com a providência cautelar a correr nos tribunais. E se eu julgava que a minha interpelação de Agosto tinha sido respondida sem conteúdo e de forma evasiva, o que dizer desta resposta? Um total vazio, um completo nada, com erros de expressão, com partes de outros documentos cortadas e coladas em que se chega até a dizer que o GIT vai pedir esclarecimentos a todos os concorrentes quando à data da resposta, já a adjudicação era oficial! Em suma, uma total falta respeito por mim, pela AL e pelos cidadãos de Macau, e a confirmação que o GIT se sente seguro da sua impunidade e não tenciona actuar de forma transparente. Ainda assim, importa revelar algo de extrema gravidade aos leitores: foi na sequência de uma carta enviada por mim, em que revelei conhecer diversos incumprimentos da Mitsubishi (entre eles, relativamente ao sistema de Automatic Traffic Control - ATC), que o GIT decidiu suspender as negociações com a empresa japonesa e enviar todo o processo para nova avaliação (em 14/9/2010), obrigando a Comissão de Avaliação a confessar que tinha ignorado tal gravíssimo incumprimento, solicitando à Mitsubishi que obtivesse – fora de tempo! – um documento que ajudasse a mascarar o facto de não fornecer directamente o sistema de ATC. O documento submetido pela concorrente japonesa nada diz sobre o facto da Mitsubishi fornecer directamente o ATC, apenas indicando que “completou um projecto” que o incluía, o que jamais deveria ter sido aceite. Por outro lado, a questão da Ponte Sai Van continuará a ser um tema crucial: caso o GIT persista em acreditar cegamente nos engenheiros japoneses que entendem desnecessária a alteração dos cabos, penderá para sempre sobre eles essa responsabilidade, como uma espada de Damocles. Caso se decida mudar os cabos de suspensão da Ponte, veremos quem pagará a conta… De todo este processo, resulta evidente que urge actualizar a legislação dos concursos públicos e mudar drasticamente os procedimentos cinzentos de certos sectores da administração pública, que é terreno fértil para abusos de poder e arbitrariedade. Mas não descanse o GIT à sombra do contrato que ontem assinou, porque continuarei muito atento à execução deste projecto, especialmente à ocorrência de atrasos, custos adicionais e derrapagem financeira.
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14 p er sp ect i va s Jorge Rodrigues Simão
Democratização árabe O
Médio Oriente e a África árabe estão submergidos no eleitoralismo, que pode ser apelidado de fetichismo eleitoral. A democratização está presente na agenda política dos países árabes do Médio Oriente, durante cento e cinquenta anos. No início da década de 1860, os Khedives do Egipto e os Reis de Beylicate de Tunis, capital da Tunísia, viveram momentaneamente experiências democráticas com constituições, eleições e parlamentos. A democratização é uma discussão que estranhamente associa as ordens políticas coloniais e pós-coloniais. Certamente capta muitos momentos de rivalidade do islão com o cristianismo, colonialismo franco-britânico, e imperialismo americano na longa história do encontro com o conhecimento político ocidental. A compreensão e o significado da democratização no mundo árabe são uma tarefa difícil, dado que é confrontada com problemas de historicidade, excepcionalismo, fundacionalismo, essencialismo e orientalismo. Algumas ferramentas de abordagem teórica lançam dúvidas sobre a democratização como um paradigma universal e totalizante, bem como a sua utilidade para explicar a transição entre fronteiras de tempo, espaço, cultura e história. Além disso, o que alguns transitologistas euro-americanos contam como a consolidação democrática, é tão-somente no modelo etnocêntrico das ciências sociais definidas como um não democrático “outro”. A democratização árabe é relevante como problemática para o inquérito, mas não na imaginação do etnocêntrico modelo oferecido pelos cientistas sociais. Ao pensar em democratização nos países árabes vimos o aparecimento do eleitoralismo no final da década de 1980 no Egipto, e desde meados da década de 1990 a rotineirização do “fetichismo eleitoral”, que é o autoritarismo eleitoral ou autocracia liberalizada na evidência do regime de tutela, a “regra de dividendo” estratégico, monopólio dos recursos materiais e imateriais. A sociedade civil fraca na autocracia liberalizada corresponde aos impasses dos processos eleitorais que tiveram eleitores, mas não produziram cidadãos, e não mediaram a alternância de poder de forma razoável ou livre. Tudo se volta a iniciar a 17 de Dezembro de 2011 na Tunísia, com manifestações como protesto pela imolação de um vendedor ambulante, incapaz de pagar a licença de actividade exigida pelas autoridades. Tais protesto, que geraram tumultos sérios, põe em marcha a denominada “Revolução Jasmim” como foi designada nas redes sociais, que levam à fuga do presidente Zine El Abidine Ben Ali, exilando-se na Arábia Saudita, a 14 de Janeiro,
e que governou o país de forma ditatorial com incontáveis violações aos direitos humanos durante vinte e três anos, e cujo mandato de captura é emitido pela Interpol. O país conta com uma grande disparidade social, economia débil, alta taxa de desemprego e miséria social. Esta revolução foi apoiada e incentivada pelos meios de comunicação social e em que a ““WWW ou Web” teve um papel decisivo. Mohamed Ghannouchi ocupa o cargo de presidente durante um dia, sendo a presidência ocupada desde 15 de Janeiro por Fouad Mebazaâ que se constituiu no terceiro presidente, após a independência do país a 20 de Março de 1956. Estes protestos que constituíram a dita revolução, rapidamente espalharam-se pelo mundo árabe, do Médio Oriente ao Norte de África, afectando países que durante dezenas de anos vivem debaixo de ditaduras apoiadas pelo Ocidente, nomeadamente os EUA e os seus aliados estratégicos. Após Saddam Hussein, é o primeiro ditador árabe a cair, que constitui a primeira conclusão. O que se passou na Tunísia nada mais é que a demonstração do peculiar fetichismo árabe de democratização e que depressa se espalhou a outros países, por força dos meios de comunicação social em que o “Twitter” e o “Facebook” tiveram um papel relevante, e aportam ao Egipto. Tunis contagia o Egipto, e a 26 de Janeiro, os riscos aumentaram com palavras de ordem de “Chega Hosni Mubarak!” que as multidões egípcias clamavam. Existiram tentativas de assalto do palácio presidencial, choques com polícias e mortos. Entre 200 a 300 mil pessoas criaram os piores distúrbios em trinta anos, com a possibilidade de contágio a todo o Magreb. As alusões de despedida ao presidente egípcio e à sua família eram claros e o lema em massa de uma marcha que inundou a capital e Alexandria. O verdadeiro contágio da revolução tunisina de deposição de ditadores e democratização “à la mode árabe” não é sinal da geopoliticamente pequena Tunis, mas do Egipto e dos seus cerca de oitenta e cinco milhões de habitantes. É a segunda conclusão. Na fase actual dos tumultos, um relatório publicado pela Comissão Europeia, dizia que a Tunísia e o Egipto se encontravam à beira de revoltas populares, que poderiam ter um efeito de contágio a Marrocos, Argélia, Mauritânia e Mali. A veloz e estrondosa queda do presidente tunisino demonstrou quanto débeis podem ser as autocracias familiares ou dinásticas. É a terceira conclusão. Se a violência na capital e Alexandria aumentasse, terminaria com o regime, que era um perigo que os seus aliados israelitas calculavam mas não desejavam, e o efeito dominó poderia ser imparável, maxi-
A democratização é uma discussão que estranhamente associa as ordens políticas coloniais e pós-coloniais. Certamente capta muitos momentos de rivalidade do islão com o cristianismo, colonialismo franco-britânico, e imperialismo americano na longa história do encontro com o conhecimento político ocidental me, se a divisão do Sudão em guerra civil há quarenta e seis anos, aliado da China, depois do referendo separatista, se concertasse com a guerras civis em Darfur e no Chade. O Magreb, que significa ocidente em árabe, viu-se face a uma crise sociopolítica impensável poucas semanas atrás, que paralisou os Estados Unidos, a União Europeia e a NATO. Acontece que este fenómeno ameaçava descontrolar-se e ter uma extensão à escala internacional, porque o objecto das marchas populares espontâneas é também contra regimes feudais ao Leste do Egipto, englobando a Arábia Saudita, Kuwait, Qatar, Bahrein, Omã e os Emirados Árabes Unidos. A 27 de Janeiro, enquanto a população egípcia exigia a renúncia de Hosni Mubarak, o seu rival nas próximas eleições, se tivessem lugar, Mohamed El Baradei, ex-diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) e Prémio Nobel da Paz de 2005, conjuntamente com a AEIA, deslocou-se da reunião anual de Davos do Fórum Económico Mundial a Alexandria, para parlamentar com o presidente.
Nesse momento, a “mancha vermelha”, salpicava a Argélia, Norte do Sudão, Egipto, Marrocos, Mauritânia, Jordânia, Iémen e Omã. No Egipto, houve mais de mil detenções e para cima de quarenta mortos. No dia anterior, existiram novas tentativas de tomar alguns edifícios oficiais na capital e outras cidades. Calculava-se serem cerca de quatrocentos mil os actores das desordens. Entretanto, o presidente líbio que não contava com o que lhe bateria à porta logo de seguida, oferecia a capital do seu país ou a cidade de Benghazi, como local neutro, para a realização do encontro entre o presidente egípcio e o seu opositor. Uma quarta conclusão a retirar é de pela primeira vez, uma explosão popular multi-islâmica não se relaciona com o conflito palestino, mas com problemas internos muçulmanos. Se a violência não engloba apenas o Iémen, Omã ou a Jordânia e rebenta na Arábia Saudita existirá uma crise na protecção dos lugares santos, um regime teocrático político-religioso, mas capitalista no aspecto económico-financeiro. Um novo factor preponderante aparece nestes processos tumultuosos de tentativas de democratização fetichista árabe, que é a “Web” que parece ser um cadinho de cultivo, ao invés de simples caixa de ressonâncias para revoltas, protestos e violência social, que é quinta conclusão. A cega decisão egípcia de deixar oitenta e cinco milhões de pessoas isoladas do mundo virtual foi uma arma de dois gumes. O presidente egípcio, o seu filho preparado para o suceder, e o infame meio de ambos autocratas, pretendia uma impossibilidade cibernáuta que era tapar o sol, ou os incêndios com as mãos. Este absurdo ordenado numa Sexta-Feira, que é Domingo islâmico, privou de “Internet”, telefones móveis e mensagens de textos um país vital para o Oriente, que não atenuou antes espicaçou a revolta, que se tornou mais sangrenta e efervescente nas cidades egípcias com mais de cento e vinte mortos e, iniciou uma reacção internacional em corrente, com os Estados Unidos a liderar, antevendo o fim inevitável do regime por si apoiado. Mesmo fora do terrorismo, não haverá um vislumbre dessa exigência parúsica no fantasma global de catástrofe que paira sobre o mundo contemporâneo? Porque a hiper-realidade acaba com a própria ocorrência do juízo final, ou do apocalipse, ou da revolução. Todos os fins previstos nos escapam, e a história não tem qualquer hipótese de os concretizar, pois terminará entretanto; é sempre a história do messias de Franz Kafka que chega demasiado tarde, um dia mais tarde, e esse desfasamento é insuportável. Estas sociedades que nada mais esperam que de um advento do futuro e cada vez menos confiam na história, que se escondem atrás das suas tecnologias prospectivas, atrás dos “stocks” de informação e nas redes alveoladas da comunicação, onde o tempo acaba por ser destruído pela circulação pura; essas gerações, provavelmente jamais despertarão, mas não o saberão.
pais
Os são responsáveis por isto tudo: dão dinheiro aos filhos, mas não lhes dão amor. Padre Manuel teixeira [1912-2003]
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u m g r i t o n o d eser t o Paul Chan Wai Chi*
Incêndio nas traseiras N
os últimos tempos, muita coisa tem acontecido com o Governo de Macau. Houve, por exemplo, falhas na redacção da proposta de lei do tabaco. Na versão inicial, dizia-se que os casinos teriam direito a um período transitório de um ano para introduzirem áreas para fumadores e não-fumadores e que, passados três anos e com base na análise a estudos da saúde dos trabalhadores, poderia ser introduzida a proibição total de fumar. Na versão “corrigida”, o texto mudou bastante: os casinos não precisam de se preocupar com a proibição total e devem separar as áreas no período de um ano. Consequentemente, aqueles que eram a favor de uma proibição total ficaram insatisfeitos e as operadoras de jogo também. O Executivo admitiu que tal confusão foi causada por erros de redacção. Mas o porquê de erros de falta de atenção serem cometidos fica sem resposta. Devido a essas falhas de escrita, ficamos sem saber quanto tempo levará para uma nova versão da lei do tabaco chegar às mãos dos deputados da Assembleia Legislativa. Contudo, tenho a certeza que a data para a proibição de fumar será de novo atrasada. Embora os representantes da Administração admitam a sua responsabilidade neste grande erro, as pessoas ais observadoras sabem que essas falhas são na verdade causadas pelas decisões erradas e contra o senso colectivo. São o resultado de uma fraca gestão nos órgãos da Administração. No final das contas, ninguém será responsabilizado por ter posto a pata na poça. Esse não é o único diploma problemático. A proposta de lei do Regime de Construção e Venda de Habitação Económica é outro exemplo, já que refere que os antigos e os novos candidatos terão de se reger pelos mesmos critérios. Os problemas que surgem de tais artigos neste caso são mais danosos que os da lei do tabaco. O Governo constantemente gaba-se de tomar decisões científicas através de extensas consultas públicas entre diversos sectores da sociedade. Para traçar o diploma da habitação económica, o Executivo criou o Conselho para os Assuntos de Habitação Pública. Membros especiais foram escolhidos a dedo para integrar tal conselho, com base em diversos sectores sociais e diferenciadas associações. O propósito por detrás de tal selecção era salvaguardar e complementar o trabalho eficaz das autoridades. A nova
Como a qualidade dos representantes do Governo é baixa, o Executivo em si parece um pato sem patas, incapaz de andar para frente enquanto tenta antes suavizar os problemas que são criados. Os membros da Administração são movidos por motivos egoístas e tentam empurrar a culpa a terceiros quando os problemas aparecem proposta de lei da habitação vai totalmente contra aquilo que o próprio Chui Sai On prometeu em Agosto: ter métodos diferentes para os candidatos em lista de espera e os novos. Segundo o diploma, os candidatos antigos têm a mesma restrição de renda familiar que os novos. Os que estão nas listas de espera estão furiosos com a mudança de regras do jogo. Para justificar a situação, alguém do lado a favor da lei lembrou-se de dizer que aquilo que Chui Sai On referiu no Verão não tinha sido claramente transmitido e que é bastante aceitável que os candidatos antigos estejam sujeitos a um limite de renda mensal. Estas declarações deixaram a população ainda mais ressentida. No fim, Chui Sai On veio a público esclarecer que o limite de renda não conta para os candidatos já
ca rtoon
inscritos. Embora o Chefe do Executivo desta vez tenha feito ser claramente entendido, a verdade é que a proposta já foi enviada para a Assembleia Legislativa, está mal escrita e não coincide com aquilo que o líder do Governo tem assegurado. A nova proposta de lei foi aprovada em sessão plenária depois de duas horas de uma discussão fervorosa. Uma coisa ficou bastante clara: toda a gente está ciente do funcionamento descoordenado por parte do Governo. Como a qualidade dos representantes do Governo é baixa, o Executivo em si parece um pato sem patas, incapaz de andar para frente enquanto tenta antes suavizar os problemas que são criados. Os membros da Administração são movidos por motivos egoístas e tentam empurrar a culpa a
terceiros quando os problemas aparecem. Assim semeiam ainda mas raiva entre a população. O bombeiro de serviço é Chui Sai On. A brigada de incêndio inicial deveria apagar o fogo, mas faz o contrário, ateia-o. Mas depois diz que foi alguém de fora que espalhou combustível para fazer o fogo crescer. Quando não há fogo, o que pode provocar a combustão? As pessoas que não sabem reflectir sobre os seus erros não valem a pena. Se o Governo continuar a dar subsídios a associações de forma a que estas dêem o seu apoio às políticas do Executivo, tal cultura simbiótica fará com que a qualidade da Administração mantenha-se eternamente baixa. Continuará a haver faíscas daqui e dali devido a falhas básicas na escrita na diferenciação de antigo e novo ou bom e mau. Nessa altura, quando tudo estiver completamente em chamas, os braçosdireito do Chefe do Executivo podem fugir, mas o líder do Governo terá de ficar para apagar o incêndio. *Deputado e presidente da Associação Novo Macau Democrático
execuções
por Steff
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Glasgow Adeptos humilham sem-abrigo O episódio ocorreu na semana passada, antes do jogo frente ao Sporting, mas o vídeo só agora foi colocado na Internet. Adeptos do Glasgow Rangers aproveitaram a tarde do dia da partida para se concentrarem na praça do Rossio. O pior foi depois: foram filmados a meterem-se com um semabrigo, que se encontrava sentado no chão. Nas imagens agora divulgadas, no meio de risos e muita cerveja, um adepto escocês decide pegar no homem e atirá-lo para dentro da fonte da praça. Incomodado, o sem-abrigo acaba por sair da fonte completamente encharcado. A risada é geral entre os presentes. O Glasgow Rangers empatou a duas bolas em Alvalade e seguiu em frente, para os oitavos-de-final da Liga Europa.
iPad 2 Mais fino, mais leve e potente A surpresa do evento realizado pela Apple na tarde de ontem, em São Francisco (Estados Unidos), acabou por ser a presença de Steve Jobs, que tem estado afastado da gestão da marca devido a problemas de saúde. De resto, e como se esperava, a estrela foi o iPad2, apresentado com o lema “mais leve, mais fino e mais potente”. A nova versão da popular tablete pesa apenas 580 gramas, é 33% mais fina do que a antecessora (8,8 milímetros) - bate até a elegância do iPhone 4 - e estará disponível a 11 de Março (Estados Unidos; 25 de Março na Europa) em preto e branco. Líbia Inquérito visa Kadhafi e filhos O procurador-geral do Tribunal Penal Internacional (TPI) fez saber, ontem, que irá abrir um inquérito aos alegados crimes contra a humanidade na Líbia. O líder líbio Muammar Kadhafi, alguns dos seus filhos e conselheiros são os visados. Numa primeira fase, o TPI irá investigar algumas queixas, nomeadamente de forças de segurança que terão matado manifestantes desarmados, deslocamento forçado, detenções ilegais e ataques aéreos sobre civis. De acordo com o procurador, as investigações incidirão sobre os acontecimentos na Líbia desde 15 de Fevereiro.
Já há contrato, já há contrato !!!
Calma, as obras apontam apenas...
...para o final do ano
!!!
Hóquei | Principais candidatos ao título empatam
Um jogo cheio de nervos Marco Carvalho
P
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oderia ter sido para qualquer uma das equipas o braço-de-ferro da mais que provável consagração antecipada, mas nem Iao Lok nem Lusitânia conseguiram mostrar dentro das quatro linhas que têm jogo suficiente para reivindicar de forma inapelável o título de principal colosso da actualidade no que às lides do hóquei em campo do território diz respeito. O Iao Lok, campeão em título e o Lusitânia, seu principal rival na corrida pela revalidação do troféu, esgrimiram argumentos ao início da noite de ontem no Centro de Hóquei da Taipa, no derradeiro encontro da primeira volta do principal campeonato de hóquei em campo da RAEM. As duas equipas seguem igualadas na liderança da classificação da prova, ainda que o onze do Lusitânia Sport Club chame a si uma ligeira vantagem, decorrente de uma maior eficácia frente às balizas adversárias. A formação presidida por Frederico Cordeiro marcou mais golos que os adversários e não sofreu tantos quanto o Iao Lok e ontem poderia ter dado um passo de gigante rumo à conquista do Campeonato, não fosse ter empatado a duas bolas com o seu principal rival na corrida pelos louros da vitória.
A perder pela margem mínima, o Iao Lok procurou a todo o custo esboçar uma reacção e a perseverança da formação campeã em título acabou por frutificar ainda na recta final da primeira parte, com Leong Nap Man a empatar o encontro aos 42 minutos na sequência de um canto-curto apontado do lado direito do ataque. O empate de ontem adia para a segunda volta do Campeonato uma eventual decisão quanto ao sucessor do Iao Lok na lista dos vencedores da principal competição do hóquei em campo do território. A segunda volta da prova deve começar a disputar-se apenas em Maio. A Associação de Hóquei de Macau explica o interregno e a decisão com a necessidade de preparar com afinco a selecção do território para os compromissos internacionais que tem pela frente.
CCAC investiga médico do São Januário por acumulação de serviços
Trabalho a horas extras Joana Freitas
joana.freitas@hojemacau.com.mo
A
o que o Hoje Macau apurou junto de fontes do hospital, uma médica dermatologista chinesa é alegadamente a suspeita de acumulação de funções num centro de beleza do território, que “pertence ao marido”. Contactadas pelo Hoje Macau, as fontes asseguram que “é esta” a pessoa em questão e que a situação “não é nada de novo”. Em comunicado divulgado ontem, o Comissariado Contra a Corrupção (CCAC) não adianta o nome da suspeita, divulgando apenas que interrogou “um médico dermatologista do Hospital do Conde de São Januário por alegada acumulação de funções”. O Hoje Macau contactou o centro de beleza, que tem duas clínicas abertas há cerca de seis anos no território e presta serviços de cirurgia plástica e cosmética, mas não foi possível falar com o responsável para confirmar a notícia. Os médicos do serviço público não podem prestar serviços fora
do âmbito de exclusividade, consagrado no Estatuto dos Trabalhadores da Administração Pública de Macau e, segundo o comunicado do CCAC, a suspeita não só o fez sem autorização como tirava proveito das funções hospitalares para angariar pacientes, chegando mesmo a distribuir cartões de visita. Uma das testemunhas de acusação é um funcionário público que foi atendido por esta médica no centro de beleza e a quem foram cobradas 500 patacas, o que indica acto de violação dos estatutos que regem a função pública. O caso continua a ser investigado pelo CCAC, mas foram também notificados os Serviços de Saúde, para que fossem tomadas medidas administrativas que impedissem acontecimentos semelhantes. Apesar da notícia, os profissionais que falaram ao Hoje Macau asseguram que o ambiente no hospital “está calmo e sereno” e que o trabalho segue normalmente.
Corrupção vezes dois
Na semana anterior a ter surgido
este caso, um outro tinha sido também divulgado em comunicado pelo CCAC. Dessa vez foram encaminhados ao Ministério Público quatro auxiliares do mesmo hospital envolvidos em alegados crimes de corrupção, que passavam por “conluio com os exploradores dos cemitérios e casas mortuárias”. Alegadamente, os auxiliares do hospital indicavam à família dos pacientes mortos uma agência que tratasse dos trâmites do funeral e enterro, recebendo em troca “comissões de cerca de 2500 patacas por cada cliente angariado”. Na altura, profissionais do Conde de São Januário disseram ao Hoje Macau que desconheciam que actos como estes pudessem ser caracterizados como corrupção, já que esta tinha sido “uma prática comum ao longo dos anos”. No mesmo comunicado o CCAC refere ainda que “foram detectados” profissionais do hospital que “tinham por prática entrar e jogar nos casinos, infringindo assim a lei”.
sexta-feira 4.3.2011 www.hojemacau.com.mo
HK Dez anos por ter morto filho Um homem que admitiu ter matado o filho de três meses foi ontem condenado em Hong Kong a uma pena de prisão de dez anos por homicídio involuntário. A juíza do Tribunal de Última Instância da ex-colónia britânica salientou na leitura da sentença que um relatório psiquiátrico provou que o arguido não sofria de problemas mentais, mas que era alcoólico. O bebé foi agredido pelo pai em Abril de 2010, tendo morrido dez dias depois de ter sido internado com uma fractura no crânio e lesões cerebrais. A defesa do arguido alegou que o seu casamento era infeliz, tendo sido forçado a casarse com a actual mulher, que manteve uma relação com outro homem, e que apenas tiveram um filho porque os sogros não permitiram um aborto, acrescentando que os dois já se tinham reconciliado. Economia Juros sobem em Abril O presidente do Banco Central Europeu admitiu, esta quinta-feira, que a instituição pode subir a taxa de juro de referência já na próxima reunião de política monetária, em Abril. “Um aumento da taxa de juro na próxima reunião é uma possibilidade”, disse Jean-Claude Trichet na conferência de imprensa que se seguiu à reunião do BCE. “Não digo que vai acontecer, mas é uma possibilidade”, acrescentou. O responsável adiantou que a subida dos juros não será “o início de uma série de alterações na taxa de referência”, mas apenas um movimento pontual para travar a subida dos preços. Exemplo Chefe do Executivo eleito em 2012 O Conselho Legislativo de Hong Kong aprovou hoje as alterações propostas pelo Executivo ao modelo de eleição do líder do Governo, em 2012, e que passam pelo alargamento da comissão eleitoral dos actuais 800 para 1200 membros. A proposta foi aprovada por uma maioria de 42 deputados contra 11, depois de um debate que se prolongou por 11 horas. Com a entrada em vigor da proposta, o Chefe do Executivo de Hong Kong será eleito em 2012 por um colégio eleitoral composto por 1200 membros e a candidatura só será formalizada após se conseguir o apoio de um mínimo de 150 daqueles membros, em vez dos 100 que eram exigidos até agora.