Hoje Macau • 2010.11.05 #2244

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Goa, Damão e Diu continuam sem sede, mas José Colaço mantém agenda preenchida Páginas 18 e 19

Vice-ministro da Saúde chinês diz que Kiang Wu devia ajudar os pobres para ser um hospital responsável Última

tempo períodos de chuva min 15 max 19 humidade 65-98% câmbios euro 11.08 baht 0.26 yuan 1.20

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Subsídio

Há mais cheques para os residentes em 2011 • P.7

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Director carlos morais josé • sexta-feira 5 de novembro de 2010 • ANO X • Nº 2244

Casinos propõem salas de fumo para contornar lei

Um jogo de cinzeiros

Fumar dentro dos casinos vai passar a ser proibido... ou será que não? Os operadores de casas de jogo em Macau propõem-se a criar zonas separadas para os jogadores que fumam e a instalar sistemas superpotentes de filtragem do ar. Tudo para evitarem a debandada dos jogadores-fumadores e a consequente perda de receitas. Contrariando as opiniões dos cientistas e da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Governo está a estudar a proposta. >página 4

Comissariado da Auditoria diz que IACM não sabe cuidar das árvores

Copa que abana

Gabinete de Macau

Chefe derretido com imprensa • P.5

Página 6

Jiu-jitsu

Macau no mapa mundial • P.8

Soconsult

Governo não explica indemnização • P.4

Cultura

Retrato inédito entra para o museu • Centrais

os nossos contactos mudaram

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actual

Tailândia Inundações matam mais de 100

As fortes inundações que têm atingido a Tailândia desde 10 de Outubro causaram já 122 mortos, indicaram ontem as autoridades, quando o nível das águas começou a baixar no sul do país. Doze pessoas morreram nas províncias de Songkhla, Pattani, Satun e Surat Thani. Entre as vítimas, está um holandês, que foi electrocutado ou se afogou sexta-feira na província de Ayutthaya, a norte de Banguecoque, bem como uma mulher cambojana de 44 anos, levada num deslizamento de terra no início deste mês, e uma criança birmanesa, de dois anos, que se afogou. Milhares de soldados foram enviados para as zonas afectadas, em particular para a localidade de Hat Yai, com 150 mil habitantes, invadida pelas águas nos últimos dois dias. No total, 50 das 76 províncias da Tailândia foram afectadas pelas inundações.

Hu Jintao Olá Europa

O presidente chinês, Hu Jintao, partiu ontem para França, primeira etapa de uma visita de quatro dias à Europa que inclui Portugal. A partida do presidente chinês foi anunciada por cerca das 10h00. É o segundo líder chinês a deslocar-se a países da União Europeia em apenas um mês, depois do primeiro-ministro, Wen Jiabao, no início de Outubro. Dois responsáveis do Comité Central do Partido Comunista Chinês (Ling Jihua e Wang Huning), um conselheiro de Estado (Dai Bingguo) e três ministros (Yang Jiechi, Zhang Ping e Chen Deming) integram a comitiva de Hu Jintao, indicou a agência noticiosa oficial chinesa. Hu Jintao, 68 anos, é também secretário-geral do PCC e presidente da Comissão Militar Central, a liderança política das forças armadas chinesas.

Ilhas Curilhas Japão envia aviso a Moscovo

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Japão, Seiji Maehara, pediu ontem ao presidente da Rússia, Dimitri Medvedev, que se abstenha de voltar a visitar as ilhas Curilhas, cuja soberania é reclamada por Tóquio, noticiou a agência noticiosa Kyodo. “Transmitimos a nossa posição, de que as quatro ilhas – Kunashiri, Etorofu, Shikotan e Habomai - são território tradicional japonês. Espero que a Rússia tenha isso em conta”, disse Maehara, em declarações à imprensa. Medvedev viajou na segunda-feira para as Curilhas sem conhecimento prévio do Japão, o que provocou um forte protesto diplomático de Tóquio, que reclama a soberania das ilhas, que eram japonesas e foram anexadas pela então União Soviética no final da II Guerra Mundial. A deslocação de Medvedev foi a primeira visita de um residente russo às ilhas, identificadas como Territórios do Norte no Japão e ricas em recursos haliêuticos e com reservas de ouro prata, hidrocarbonetos e titânio.

Ouro Descoberta reserva de grandes proporções

Uma mina de ouro com uma reserva comprovada de pelo menos 100 toneladas foi descoberta na Região Autónoma da Mongólia Interior, norte da China. A mina, situada no município de Baotou, é a maior reserva de ouro descoberta na região, revelou Huang Zhiquan, engenheiro-chefe da divisão da polícia armada chinesa responsável pela exploração de minérios. Segundo a fonte, a mina tem um valor de aproximadamente 35 mil milhões de yuans. De acordo com um relatório divulgado pela Pesquisa Geológica da China, em Outubro, pelo Ministério da Terra e dos Recursos do Estado, a reserva total do minério de ouro no território chinês descoberta após 1999 soma 1830 toneladas.

Pequim pressiona governos europeus para evitar cerimónia do Nobel da Paz

O prémio a escorregar

A China está a pressionar governos europeus para evitar a cerimónia de entrega do prémio Nobel da Paz ao dissidente chinês Liu Xiaobo e declarações de apoio ao mesmo, disseram ontem alguns diplomatas em Pequim. A embaixada chinesa em Oslo enviou cartas oficiais a várias embaixadas europeias na Noruega a pedir para que os organismos não se fazerem representar na cerimónia de entrega do Nobel da Paz a Liu Xiaobo, agendada para 10 de Dezembro, disseram dois diplomatas em Pequim sob condição de anonimato. De acordo com um dos diplomatas que cita a carta, em declarações à agência Associated Press (AP), a China reafirma a sua posição de que Liu Xiaobo é um criminoso e considera o prémio uma ingerência nos as-

suntos internos do país. A carta apela ainda às embaixadas para não divulgarem quaisquer declarações públicas de apoio a Liu Xiaobo no dia da cerimónia, acrescentou. Vários líderes mundiais, incluindo o presidente norte-americano Barack Obama, e diversas organizações internacionais de defesa dos direitos humanos apelaram à libertação de Liu Xiaobo. Nas últimas semanas em Pequim, diversos diplomatas de diferentes países foram chamados para encontros com oficiais chineses, que lhes endereçaram pedidos semelhantes aos constantes das cartas da embaixada chinesa na Noruega. “Têm tentado de forma discreta aproximar-se, convidando-nos para pequenos

encontros, em que aproveitam para passar a mensagem”, disse um diplomata europeu citado pela AP. Outro diplomata europeu referiu que a China não pediu ao seu país para evitar o evento, mas disse ter conhecimento de outras nações a quem isso mesmo foi pedido.

China | segundo maior mercado aéreo em 20 anos

O céu será chinês A China comprará 4330 novas aeronaves comerciais avaliadas em 480 mil milhões de dólares durante os próximos 20 anos, tornando-se o segundo maior mercado de aviões do mundo depois dos Estados Unidos, afirmou o vice-presidente de marketing da divisão de aeronaves comerciais da Boeing, Randy Tinseth, segundo o Wall Street Journal. A Boeing e a BOC Aviation, companhia de leasing de aeronaves controlada pelo Bank of China e baseada em Singapura, anunciaram ontem que a Thai Airways International fechou uma encomenda de oito Boeings

777-300Ers, avaliada em aproximadamente 2,2 mil milhões de dólares a preço de tabela. A BOC arrendará os aviões para a companhia tailandesa. O mercado de aeronaves chinês está a crescer quase duas vezes mais rápido que o resto da indústria ao redor do mundo, destacou Tinseth. "Isso seria similar ao crescimento que vimos no início do mercado de aviação a jacto dos EUA durante os primeiros 20 anos", disse o executivo. A China só perde para os EUA em termos de demanda. "É um grande mercado." Tinseth declarou também que o volume de novas

Lula e Dilma declaram guerra ao yuan e dólar

Uma luta com vários galos "Se (os países) já tinham um problema para enfrentar, agora vão ter que enfrentar o Lula e a Dilma", disse o presidente brasileiro durante uma conferência ao lado da sua sucessora, Dilma Rousseff, que o acompanhará na reunião do G-20, que começa na próxima semana na Coreia do Sul. O governo brasileiro culpa outros países, sobretudo Estados Unidos e a China, pela valorização da moeda brasileira, o real, frente ao dólar, o que prejudica as exportações brasileiras.

Na avaliação da equipa económica, os dois países vêm adoptando políticas que desvalorizam as suas moedas, resultando numa série de medidas de controlo de capitais em outros países – daí a expressão "guerra cambial". A presidente eleita no passado domingo reafirmou o seu compromisso com a política de câmbio flutuante, mas não descarta adoptar "novas medidas" para evitar a valorização do real. Em entrevistas nos últimos dias, Dilma Rousseff disse esperar que o problema

encomendas da China deverá ser de aeronaves menores e de um corredor. A BOC Aviation disse que assinou um acordo com a Airbus, unidade da EuropeanAeronautic Defence & Space (EADS), para comprar 30 aviõesA320.As aeronaves serão entregues entre 2012 e 2014, afirmou a empresa chinesa em comunicado, sem revelar o valor do negócio. Segundo Tinseth, a participação da Boeing no mercado de jactos comerciais na China está entre 52% e 53%. "O nosso objectivo é manter o crescimento da participação de mercado", destacou Tinseth.

seja resolvido "de forma coordenada" entre os países que integram o G20. Na tentativa de recuperar-se mais rápido da crise económica, os Estados Unidos têm adoptado uma política monetária expansionista, ou seja, a colocar uma quantidade maior de dólares em circulação. Um efeito colateral dessa política tem sido a entrada de mais dólares em países como o Brasil, que oferecem taxas de juros atraentes. O resultado é a valorização do real. A China também é apontada por muitos economistas como uma das responsáveis pela chamada guerra cambial. Com câmbio fixo, Pequim consegue manter o yuan sempre atrelado ao dólar e desvalorizado em relação a outras moedas.


ONU pede ajuda à China nas situações do Sudão e Birmânia O secretário geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, pediu a ajuda dos dirigentes da China para a situação no Sudão e na Birmânia, mas contornou o registo chinês em matéria de direitos humanos. Ban disse que a China, um aliado do governo de Cartum e membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, pode ajudar a que o referendo de Janeiro no Sudão, que pode determinar a secessão do Sul, tenha um resultado pacífico. Ban também apelou à China que use a sua influência junto dos dirigentes da Birmânia para que estes se movam na direcção positiva, depois de a junta militar ter organizado no domingo as primeiras eleições em duas décadas.

Portugal pode ser “um parceiro económico ideal da China” nas relações com a União Europeia e os países de língua portuguesa, disse o presidente português, Aníbal Cavaco Silva, citado pela agência noticiosa oficial chinesa Xinhua. Numa entrevista por escrito a propósito da visita do homólogo chinês, Hu Jintao, neste fim-de-semana, Cavaco Silva salientou que Portugal é “membro fundador da zona euro”, “tem uma economia aberta, moderna e estável” e as suas empresas estão “intimamente integradas nos mercados europeus”. Cavaco Silva congratulou-se com o desenvolvimento das relações bilaterais e o processo de transição de Macau para

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“Um parceiro económico ideal”, diz presidente português sobre a China

O amigo que todos querem As duas partes “devem concentrar esforços para edificar uma justa e equilibrada ordem internacional, promover o multilateralismo e o diálogo construtivo, contendo os conflitos e o isolacionismo”, afirmou. Cavaco Silva defendeu também “um novo ímpeto” no intercâmbio cultural, citando o “bom exemplo” do recém-criado Instituto Confúcio de Lisboa e propondo a abertura de um Centro Cultural Português em Pequim Hu Jintao é esperado

a administração chinesa, em 1999, mas disse que “existe ainda um grande potencial para fortalecer ainda mais os laços e a cooperação entre os dois países, no plano político, diplomático e económico, e noutras áreas”. Portugal fará parte do Conselho de Segurança da ONU em 2012 e 2013, “o que significa que os dois países manterão um contacto mais estreito para explorar formas de lidar com desafios globais”, indicou o presidente português.

amanhã em Lisboa, depois de uma visita de dois dias a França. Será o primeiro presidente chinês a visitar Portugal em mais de uma década, depois do antecessor de Hu Jintao, Jiang Zemin, em Outubro de 1999. A visita ocorre num bom momento das exportações de Portugal para a China e coincide também com a disponibilidade chinesa para comprar títulos do tesouro português e “participar no esforço de recuperação económica e financeira” do país.

Tudo a postos para a chegada de Hu Jintao a Lisboa

Chineses investem na aprendizagem para garantir trabalho

A passagem de Hu Jintao por Lisboa, a partir de amanhã, ficará marcada pela assinatura de vários acordos de cooperação económica. A visita, de dois dias, coincide com a disponibilidade chinesa para comprar títulos do tesouro português e “participar no esforço de recuperação económica e financeira” do país. “Temos uma alta expectativa e esperamos ver muitos resultados”, disse a vice-ministra chinesa dos Negócios Estrangeiros, Fu Ying, acerca da viagem de Hu Jintao. O embaixador português em Pequim, José Tadeu Soares, anunciou a assinatura de “acordos oficiais” para “facilitar o desenvolvimento das relações económicas” e de “contratos de investimento de grande importância”, nomeadamente na área do turismo, mas não adiantou pormenores. Pelas contas das alfândegas chinesas, nos primeiros oito meses de 2010, as exportações portuguesas para a China cresceram 66% em relação a igual período do ano passado, somando 483,5 milhões de dólares. Há dez anos, a China era o 33.º mercado de Portugal: hoje é o 16.º, à frente da República Checa, Áustria e outros parceiros da União Europeia. Em 2009, a China foi mesmo um dos poucos mercados onde as exportações portuguesas cresceram, e acima dos 20%. As exportações chinesas também continuam a crescer: mais 39% nos primeiros oito meses deste ano, para 1.650 milhões de dólares.

O português é o melhor veículo para garantir trabalho na China, reconheceram à Lusa estudantes chineses que há três semanas iniciaram em Lisboa um novo ano lectivo, de consolidação na aprendizagem da língua e cultura portuguesas. Para Xu Mengze e Jin Chuan Bo, que durante um ano serão Cristina e Pedro, é a oportunidade de garantir trabalho futuro, cumprindo um dos objectivos do programa de intercâmbio entre a Universidade de Lisboa e instituições congéneres chinesas. Desse programa resultou a criação, na Universidade de Lisboa, do Instituto Confúcio, que vai no terceiro ano lectivo e pelo qual já passaram 30 estudantes chineses. “O Instituto é como uma plataforma de ligação com a China. Independentemente do seu papel no ensino da língua e cultura chinesas, também funciona como pólo de relação com diferentes universidades, com diferentes interesses relacionados com a China, que nos permite estabelecer parcerias e aceder a bolsas, inclusive do próprio Governo chinês”, explicou à Lusa a vice-reitora da Universidade de Lisboa, Amélia Martins-Loução.

Expectativas no forno

Além do seu homologo português, Aníbal Cavaco Silva, Hu Jintao vai encontrar –se com o presidente da Assembleia da Republica, Jaime Gama, e com o primeiro-ministro, José Sócrates. Na União Europeu, Portugal é um dos países favoráveis ao levantamento do embargo à venda de armas à China e ao reconhecimento do estatuto de economia de mercado, outra persistente reivindicação do Governo chinês. Portugal é, também, um dos poucos membros de UE que tem um acordo de “parceria estratégica” com a China, assinado há cinco anos entre José Sócrates e o homólogo chinês, Wen Jiabao. As relações políticas entre Lisboa e Pequim são consideradas “excelentes” e ambos os governos encaram a transferência da administração de Macau para a China, em Dezembro de 1999, como uma história de sucesso. Em Abril passado, em Pequim, o ministro português dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, defendeu “uma relação muito mais ambiciosa” com a China e o “inadiável reforço” da presença diplomática, económica e cultural portuguesa naquele país. “Temos que olhar para a nossa relação com a China de uma forma muito mais ambiciosa. Estamos a virar uma página da história do mundo e é preciso ter consciência das profundas mudanças que estão a ocorrer. A China está nessa nova página”, afirmou Luís Amado.

Português, língua do futuro "Há um grande interesse por parte dos chineses em explorar esta capacidade que lhes permite falar o português. Há também uma carência (de quadros) muito grande (resultante) da entrada da China em países de língua oficial portuguesa. (Os estudantes) chegam ao quarto ano (do curso) e têm logo uma quantidade de empregos à espera deles e oportunidades de trabalho muitíssimo grandes”, salientou. Empenhados e disciplinados na aprendizagem, os estudantes chineses têm em Portugal uma oportunidade para sair do país, ensejo que Cristina e Pedro, ambos de 21 anos, que saíram de Harbin, no extremo nordeste da China, querem cumprir, vivendo no Brasil ou em Angola. “Escolhi a língua portuguesa porque existem mais oportunidades de emprego nas empresas da China em Portugal, Brasil e África, como por exemplo Angola e Moçambique. Portugal tem uma história muito longa e muito rica. Ao aprender português tenho oportunidade de conhecer estas culturas e estes lugares”, explicou Cristina. No futuro, vê-se a trabalhar em empresas com negócios

de exportação e importação, no Brasil ou Angola. Pedro partilha os mesmos objectivos: “Gosto de Portugal e da oportunidade de estudar lá”, diz, elegendo o Brasil como destino laboral preferido. Apesar da distância de casa, aos poucos vão conhecendo pontos de interesse, resultado da integração facilitada pelo contacto com estudantes portugueses e de outras latitudes. “Nós temos a preocupação de os colocar entrosados numa população estudantil o mais heterogénea possível. Automaticamente isso leva-os a experimentar outro tipo de culinárias, de alimentação, mas não só, a irem a espectáculos e a tentarem entrosar-se na vida do dia a dia português”, explicou Amélia Loução-Martins. Se a língua oferece barreiras que só o tempo ajuda a ultrapassar, a linguagem estudantil garante denominadores comuns: “Por exemplo, os (alunos chineses) de Tianjin já sabiam muito bem onde é que era o Bairro Alto”. ”Mostra que eles estão a envolver-se e a tentar, o mais possível, perceber onde se encontram e a tentar usufruir, o melhor possível, da sua estadia”, conclui.


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política

Governo pondera solução já descartada por cientistas e pela OMS

Salas de fumo nos casinos Kahon Chan

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Perante a possibilidade de uma proibição total de fumar abranger também os casinos, os operadores já pensam em formas alternativas de evitar a debandada dos fumadores das suas salas de jogo e surgem com uma proposta: criar salas de fumo dentro dos casinos. Lei Chin Ion, presidente dos Serviços de Saúde (SS), admitiu terem sido encomendados estudos para investigar a efectividade de áreas separadas para fumadores ou sistemas de filtragem do ar, como medidas de compromisso para contornar a proibição total de fumar em locais fechados, apesar do desacordo já manifestado por estudiosos de Hong Kong e da Organização Mundial da Saúde (OMS). O deputado da Assembleia Legislativa (AL) Ng Kuok Cheong considera que o Governo é demasiado vulnerável a obstáculos colo-

cados pelo grande capital no caminho das boas políticas. A informação foi pela primeira vez revelada à imprensa ontem num seminário académico por Ng Kuok Cheong, que apresentou uma interpelação escrita na segunda-feira para questionar as razões porque um novo esboço da lei de controlo antitabágico não foi apresentado à AL durante meses. O deputado dirigiu-se a Lei Chin Ion na ocasião, para

colocar a mesma questão, e foi informado de que, uma vez que os seis concessionários de jogo propuseram-se a instalar sistemas “avançados” de purificação do ar dentro dos casinos para contornar a proibição total de fumar, o Governo encomendou a especialistas chineses que estudassem a viabilidade sem um prazo definido para a apresentação de resultados. Conforme divulgou na sua página no Facebook, Ng acredita que os ope-

radores de casinos estão intencionalmente a impedir o avanço de uma decisão política importante, mantendo assim o público exposto às consequências prejudiciais do fumo passivo, embora todas essas movimentações estejam a ser escondidas dos olhos da população. “Como aquelas pessoas poderosas e ricas podem praticar actos letais por trás da cortina sem serem vistas, certamente que me vejo obrigado a expor esta informação”, escreveu o deputado, esperando que o Governo actue com determinação política e imponha a proibição de fumar gradualmente em todos os espaços fechados. Duro golpe

Lei confirmou a situação quando confrontado pelos jornalistas e admitiu que os casinos estavam preocupados com uma possível “queda drástica no negócio” que seria um “duro golpe para a economia de Macau”. Mas o responsável dos SS garantiu que as “negociações

e interacções” à porta fechada não eram tentativas dos casinos de obstruir o processo legislativo, mas sim a procura de um ponto de equilíbrio. E sublinhou que a saúde da população era uma prioridade, mas não avançou se o Governo tinha uma posição a respeito desse “equilíbrio” de interesses. Quando Hong Kong alargou a sua proibição de fumar em espaços fechados às instalações de entretenimento, incluindo clubes de mahjong, que são as únicas casas de jogo comercial legais, a par do Jockey Club, em Hong Kong, o Governo local encomendou um estudo semelhante à Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong. Apresentado no Conselho Legislativo (Legco) em Abril de 2009, o estudo concluiu que “mesmo com um rigoroso design da sala e normas de ventilação, os não-fumadores do lado de fora [da zona de fumadores] continuavam a ser expostos aos malefícios do fumo passivo sempre que havia movimentação de

Deputado questiona desempenho da Soconsult e denuncia valores exorbitantes

20 milhões para indemnização misteriosa Ainda antes do Governo decidir mudar de empresa de consultadoria para a área do jogo – o que aconteceu em Agosto com a contratação da New Page, de David Green -, o deputado da Assembleia Legislativa Au Kam San questionou, em Abril, as autoridades sobre o desempenho da Soconsult e o pagamento de quantias avultadas por um serviço, que segundo ele, não foi feito. A resposta só chegou cinco meses mais tarde e deixa no ar uma série de dúvidas. O democrata questionou se era verdade que o Governo teria de pagar uma indemnização de 20 milhões de patacas à empresa por quebra do contrato, mas Cheong Weng Chon, director da Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAJ) recusou-se a comentar valores.

“A Soconsult recebeu o dinheiro [entre 9 e 10 milhões de patacas por ano] e nada fez, isto é, limitou-se a umas resenhas das leis relativas ao jogo, e pouco mais. Foi por isso que Chui Sai On decidiu não renovar o contrato com aquela empresa, mas, ao quebrar o contrato, o Executivo sujeita-se ao pagamento de 20 milhões de patacas de indemnização”, denuncia o deputado, para mais tarde questionar a veracidade da informação. “Isso é verdade? Quais foram os fundamentos da empresa para solicitar essa indemnização? O que vai o Governo fazer quanto a esse pedido? Vai recorrer à via judicial?” Na sua resposta escrita, o responsável da DSAJ não responde a nenhuma dessas questões e tampouco quis enumerar quais

foram exactamente os trabalhos desenvolvidos pela Soconsult. “A empresa apresentou o relatório dos projectos de trabalho do ano 2009, o qual demonstra que elaborou relatórios de estudos e projectos de diplomas legais, projectos de acompanhamento quanto ao financiamento e capacidade financeira, planeamento de acompanhamento contínuo da base dos dados legislativos, base de dados informativos da imprensa, documentos de intercâmbio e correspondência sobre transacções de títulos mobiliários, entre outros”, aponta Cheong Weng Chon. Au Kam San questionou ainda a natureza da companhia, apontando que o antigo Chefe do Executivo Edmund Ho transferiu um grupo de funcionários públicos para de-

pessoas para dentro e para fora da sala.” A OMS divulgou a sua recomendação de política de ambientes fechados 100 por cento libertos de fumo para proteger as pessoas dos perigos do fumo passivo em Maio de 2007, com base nos dados de três grandes relatórios concluídos ainda antes de 2007 que chegaram, todos eles, à mesma conclusão. A organização internacional explicou que os custos do fumo passivo não se limitavam ao impacte da doença, mas também implicavam custos económicos aos indivíduos, negócios e à sociedade como um todo devido aos altos custos médicos, altos prémios de seguros e perda de produtividade. A OMS sublinha: “A ventilação e as salas de fumo separadas não reduzem a exposição ao fumo passivo para níveis aceitáveis ou seguros.” A recomendação da OMS foi também mencionada num estudo dos SS sobre a exposição ao fumo passivo em Macau, que revelou que quase 30 por cento dos residentes locais estavam expostos ao fumo passivo em casa e quase 50 por cento, no local de trabalho. O estudo foi apresentado na IV Conferência sobre o Controlo do Tabaco.

sempenhar funções na Soconsult, “a cada um dos quais foi ainda paga uma indemnização de 700 mil patacas”. O director da DSAJ referiu, no entanto, que a Soconsult, que celebrou contratou com o Governo em 2008 e começou a desempenhar funções em Janeiro de 2009, “é uma empresa constituída nos termos das disposições legais aplicáveis, com a participação social privada, sendo todos os sócios pessoas singulares”. Em Agosto, o Hoje Macau questionou a Secretaria para a Economia e Finanças sobre a ausência de resposta para a interpelação do deputado entregue a 16 de Abril. Mas o organismo empurrou a questão para a DSAJ a referir que deveria ser esta direcção a elaborar a resposta. Contudo, ao ser contactado pelo Hoje Macau o porta-voz da DSAJ assegurou que essa era uma responsabilidade dividida a meias com a pasta de Francis Tam e a de Florinda Chan.


Chui Sai On presente no 50.º aniversário da Universidade de Huaqiao O Chefe do Executivo estará hoje na província de Fukien, na China, a convite da Universidade de Huaqiao dos chineses ultramarinos, para participar num jantar e nas comemorações alusivas ao 50.º aniversário daquela instituição de ensino, que se realizam amanhã. Durante a ausência do Chui Sai On, a secretária para a Administração e Justiça, Florinda Chan, assume as funções interinas de Chefe do Executivo.

Na sua primeira aparição diante da imprensa, um mês depois de ter assumido o cargo de director do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau, do Conselho de Estado, Wang Guangya falou aos jornalistas em Pequim e elogiou-os por serem profissionais e por suportarem altos níveis de stresse. Sobre a sua adequação à nova posição que ocupa, disse contar com um passado na diplomacia, incluindo a sua experiência como representante da China nas Nações Unidas, para o ajudar. Numa breve conversa com jornalistas de Hong Kong baseados na capital chinesa, antes de avançar para uma reunião com uma dezena de delegados da Federação de Associações de Kowloon, uma união sindical formada em 1997 que abrange 139 associações “tradicionais” pró-comunistas em Hong Kong. A sessão fotográfica foi a primeira acção de publicidade de Wang desde que assumiu a chefia do gabinete há um mês. De acordo com declarações pub

Novo chefe das relações Macau-Hong Kong elogia imprensa

Wang em acção de charme emitidas pela RTHK e pela rádio Commercial, Wang disse aos média que, com base nos seus encontros prévios com a imprensa, sentia pessoalmente que os jornalistas de Hong Kong e Macau eram profissionais e toleravam bem o stresse, e que costumavam estar presentes mesmo em ocasiões em que a imprensa ocidental e mesmo a da China continental não apareciam. Além disso, Wang disse que a cobertura de grandes eventos como os Jogos Olímpicos e de notícias de última hora ajudaram as pessoas as duas Regiões Administrativas Especiais a mais bem compreender a China, o que para o responsável era de saudar. Wang disse que esperava manter a comunicação com os média em Hong Kong e Macau no futuro de forma a aprofundar esse entendimento.

O elogio foi claramente dirigido aos média de Hong Kong que têm contado amplamente com jornalistas estacionados nas

principais cidades chinesas desde a transição. De notar, no entanto, que os meios de comunicação de Hong Kong mantêm uma visão

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5 relativamente céptica em relação à governação comunista de Pequim e a cobertura que fazem é, em geral, negativa. Entretanto, Wang também se referiu à situação económica em Hong Kong, mostrando estar a par das menções à habitação e condições de vida feitas no “Policy Address” (equivalente ao discurso das Linhas de Acção Governativa – LAG – em Macau) apresentado pelo chefe do Executivo de Hong Kong em Outubro, e dizendo acreditar que a economia de Hong Kong iria continuar no bom caminho com a colaboração de todas as partes. Wand reiterou que a China Continental iria continuar a apoiar o desenvolvimento de Hong Kong e que o novo plano económico quinquenal deveria incluir Hong Kong. O responsável não revelou se havia planos para visitar as duas RAE, mas explicou que parte do seu trabalho era perceber a situação em Hong Kong e disse que haveria muitas oportunidades no futuro para essas visitas.


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Vanessa Amaro

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Se as árvores falassem e tivessem de dar uma nota ao Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) pelo tratamento que recebem, o número seria de certeza negativo. Ontem, o Comissariado da Auditoria (CA) revelou os resultados da sua investigação aos cuidados que o organismo público tem prestado aos espaços verdes e a conclusão é aterradora: há falhas e insuficiências em todos os aspectos. O principal problema, como indica o documento de 82 páginas, é a ausência de uma legislação específica e adequada para tratar das zonas verdes da cidade. O mais próximo a isso que existe actualmente é um regulamento administrativo referente aos espaços públicos, mas, por não se tratar de um diploma legal para regular a área verde, “as suas disposições são insuficientes e pouco específicas”.

sociedade

IACM não sabe cuidar dos espaços verdes da cidade

Pobres árvores Apesar disso, o IACM ainda elaborou três orientações como medidas provisórias. No entanto, desde 2007, mais nenhuma palha foi movida – “nada de concreto foi produzido”, critica o relatório do CA. A falta de entendimento sobre as árvores é tão grande que o organismo chegou a comprar um detector de rádio para pragas e doenças que nem sequer era adequado para as espécies plantadas em Macau. Além disso, os dados recolhidos nas inspecções tinham de seguir para análise em Inglaterra, “cujo processo é moroso”. Entre 2007 e 2009, a área total

dos espaços verdes de Macau aumentou 30%, passando para mais de 7 milhões de metros quadrados, o que implica um gasto anual superior a 50 milhões de patacas para a sua manutenção. Contudo, como denuncia o relatório, os dados constantes nas Estatísticas do Ambiente – documento elaborado pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos com base em material do IACM – pode não ser tão fiável. “O IACM incorria em erros e omissões em cadeia no tratamento dos dados dos espaços e zonas verdes e ignorava que calculava mal nas Estatísticas do Ambiente, denotando assim pouca atenção na produção estatística e deficiência no seu controlo”, aponta o CA. Incidentes evitáveis

Árvores no hospital

• As principais falhas que o relatório do Comissariado da Auditoria aponta - Macau não dispõe de legislação específica e adequada para espaços e zonas verdes - O IACM não dedica a atenção devida ao planeamento - Desde 2007 não há nenhum esforço legislativo para preencher lacunas - O regime de inspecção padece de deficiências, por não ser regular, técnico nem controlado - A queda de árvores poderia ser impedida se houvesse melhor fiscalização - O IACM incorreu em erros e omissões no tratamento das estatísticas do ambiente

O relatório aponta que existem 315 trabalhadores dedicados à gestão e manutenção de árvores. O IACM corrige a informação, ao apontar que esse número refere-se ao número de pessoas a fazer trabalhos nos jardins e parques públicos e que a quantidade correcta é de 48 funcionários dedicados exclusivamente às árvores. Independente do número, o CA afirma que os inspectores da linha da frente “não possuem formação profissional sistemática”. As inspecções de doenças “não obedecem a normas específicas nem são controladas adequadamente e, ainda, são limitadas por insuficiências de recursos humanos”. Essa lacuna leva com que vários

A falta de entendimento sobre as árvores é tão grande que o IACM chegou a comprar um detector de rádio para pragas e doenças que nem sequer era adequado para as espécies plantadas em Macau incidentes com quedas de árvores não pudessem ser evitados nos últimos anos, “porque [o IACM] não foi capaz de descobrir a tempo as doenças e pragas que estavam a afectar as árvores”, revela o CA. “O regime de inspecção vigente padece de lacunas e deficiências.” Continua também por haver árvores fora da contabilidade do

território, apesar de um estudo ter sido adjudicado, em 2003, para desenvolver um sistema de gestão e conservação das árvores. “A realidade mostra que o projecto ficou muito aquém dos objectivos iniciais”, constata o CA. Embora não seja da competência do IACM planear os espaços verdes – essa questão está a cargo da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) -, cabe ao organismo a total responsabilidade pela manutenção, uma vez que as áreas já estejam criadas. O processo de auditoria também foi confuso e evidencia manipulação de documentos por parte do IACM. De acordo com o CA, o organismo entregava os documentos solicitados “repetidamente fora dos prazos acordados”, com a justificação de que precisava de tempo para os localizar. Quando os papéis chegavam finalmente às mãos dos auditores, estavam “incompletos e parte deles retocada”, o que “põe em evidência que falta ao IACM um sistema de arquivo e documentação adequado”. Para ajudar na tarefa de cuidar melhor das árvores, o CA elaborou uma lista de sugestões (ver caixa) que devem ser levados a cabo dentro da maior brevidade possível. O IACM, por sua vez, respondeu que a auditoria tem um significado positivo e é uma boa oportunidade para “rever a insuficiência dos trabalhos”. O organismo acrescenta ainda que se tem esforçado para plantar mais árvores e promete cuidar das que já estão nas ruas da amargura.

Recomendações para o bem arbóreo

- Deve ser criada uma estrutura inter-serviços para reforçar a comunicação entre os serviços de planeamento e construção e os serviços de gestão dos espaços verdes - O Governo deve avançar, o quanto antes, para uma legislação do planeamento urbano, que inclua conteúdos objectivos para as áreas verdes - O IACM deve estabelecer um plano geral e de longo prazo, bem como programas pormenorizados de execução - A gestão documental deve ser melhorada dentro do organismo - O modelo de inspecção às árvores deve ser revisto e melhorado - Inspectores devem receber mais formação - Antes de se comprar equipamentos, deve-se estudar as suas funcionalidades e aplicações - Os critérios para a produção de dados estatísticos deve ser normalizado


Empresas de transportes cresceram em 2009 Os Serviços de Estatística e Censos informaram ontem que no ano passado o número de empresas em actividade no sector dos transportes, armazenagem e comunicações foi de 2210, ou seja, mais 16 em relação a 2008. As receitas globais do sector cifraram-se em 14,21 mil milhões de patacas, enquanto que as despesas atingiram o valor de 12,96 mil milhões de patacas, representando cada um decréscimo de 9% em relação ao ano de 2008. Havia um total de 14.748 trabalhadores ao serviço no sector, uma diminuição de 1% face a 2008.

Número dos viciados no jogo e no telemóvel é uma incógnita em Macau

Estatísticas desconexas Gonçalo Lobo Pinheiro info@hojemacau.com.mo

Afinal, quantas são as pessoas que sofrem do vício patológico do jogo e não conseguem literalmente viver sem um telemóvel? Em Macau, não há números concretos, mas diferentes estudos mundiais indicam também números diferentes. De acordo com o psiquiatra Carlos Duarte, que hoje, a partir das 18h30, conduz uma discussão pública sobre o jogo patológico e o vício do telemóvel no Clube C&C, as estatísticas sobre o tema ainda não são de se fiar. “Em Macau não há estatísticas de casos mas pelo mundo há estudos que revelam que 1% da população é realmente viciada, outros revelam que são 40%. São valores muito díspares. Depende sempre da forma como o estudo é feito”, afirmou ao Hoje Macau O médico e orador vai abordar durante a “conversa informal” desta tarde temas relacionados com os novos comportamentos aditivos,

ou “vícios tecnológicos” – uso e abuso da internet, jogos electrónicos e telemóveis. “Vamos falar das dependências onde não há o uso de substâncias, como o álcool e as drogas. O abuso de internet, jogos e telemóveis são, cada vez mais, comportamentos patológicos e que suscitam o interesse das populações”, disse o psiquiatra

do Centro Hospitalar Conde de São Januário. Numa terra como Macau, o jogo é algo que está sempre na ordem do dia. Nesse sentido é premente perceber onde o individuo está. “Temos de compreender concretamente a distinção entre o jogo patológico e o jogo problemático, que é o meio termo entre o primeiro e o jogo dito de social. É preciso entender a dependência ou perturbações do controlo de impulsos”, aponta Carlos Duarte.

novos moldes da venda por licitação de terras

Fai Chi Kei vai a leilão

Mais pormenores sobre o próximo leilão de terreno para construção de apartamentos privados de pequena e média dimensão foram revelados por Wong Chan Tong, chefe de gabinete da Secretaria para os Transportes e Obras Públicas. O lote irá localizar-se no Fai Chi Kei e o leilão será realizado na segunda metade de Dezembro. Além das restrições no ta-

manho dos apartamentos e nas datas de venda e conclusão das obras, a concessão de terras irá também proibir a construção de um clube de condóminos e piscina no novo empreendimento habitacional, numa tentativa para manter baixos os preços no lote. Wong disse que o impacte das dez medidas para conter a especulação imobiliária deve merecer um pouco mais de tempo para observação, e que a redução no número de transacções no terceiro trimestre (comparativamente ao período homólogo do ano anterior) era um sinal positivo de abrandamento. Entretanto, o chefe do departamento de planeamento urbanístico da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), Lao Iong, avançou que o Governo iria autorizar mais espaço de construção em altura para os promotores que conseguissem transformar as suas zonas industriais falidas em empreendimentos residenciais lucrativos, mas provavelmente com um prémio de terras revisto.

Nas questões de internet, o médico afirma que esta é uma ferramenta que todos utilizam, “sendo difícil aferir quem usa o computador de forma abusiva”. O psiquiatra defende que, no que concerne aos telemóveis, a situação “é extrema”. E vai mais longe questionando: “Como se pode ficar dependente de algo que é de uso comum? Pode isso ser considerado uma dependência? Veja que há notícias que dizem que crianças foram internadas em Espanha com problemas relacionados com o abuso de uso de telemóveis”. O médico explica que todas estas dependências podem ser entendidas como escapes para problemas de índole pessoal e, nesse sentido, é necessário alertar a comunidade fazendo uma prevenção primária. “Precisamos saber quais são os modelos de dependência para assim consagrar a medicalização - que pode passar por tratamentos biológicos, psicoterapêutica ou até mesmo internamento -, necessária no combate aos comportamentos aditivos.”

Cheques continuam para o ano

Mais dinheiro Os cheques distribuídos pelo Governo aos residentes de Macau vão ser reintroduzidos no próximo Verão, revelou Iong Hong Meng, director-geral da União Geral das Associações dos Moradores de Macau (UGAMM), citando Chui Sai On. O Chefe do Executivo terá sugerido, no entanto, um ajuste no valor exacto dos cheques, mas o montante não foi revelado na

reunião com delegados da UGAMM. O líder do Governo também ter-se-á comprometido a investigar formas de reduzir a diferença dos preços ao consumidor para os produtos alimentares em Macau e na China Continental, com ênfase nos meios de importação, de forma a combater o impacte da inflação do yuan. O presidente da UGAMM, Leong Heng Teng, é membro do Comité Executivo.

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7 Muita gente, pouco trabalho O deputado da Assembleia Legislativa (AL) Ung Choi Kun apresentou ontem uma interpelação escrita a pedir que passasse a ser controlado o tamanho do Governo de Macau. Ung assinalou que o rácio de funcionários públicos na população de Macau era consideravelmente mais elevado do que em outras regiões vizinhas, e que a força de trabalho pública ascendia a mais de 22.500 funcionários em Junho deste ano – número que representa uma subida de 30%, em comparação com o aumento de 25% numa população sobretudo constituída por trabalhadores imigrantes – mas Ung considera que a governação não melhorou proporcionalmente. Como o aumento das despesas com salários para funcionários públicos foi também superior ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), o deputado mostrou-se preocupado com os riscos a longo prazo para as finanças públicas, e exigiu que o Governo reavaliasse o tamanho razoável e eficiente da força de trabalho no Governo.

Bactéria assassina Os Serviços de Saúde confirmaram, na noite de quarta-feira, um caso de morte por infecção bacteriana causada pelo estreptococo suíno de tipo II. A vítima, de 63 anos, era proprietária de uma banca de venda de carne de porco no Mercado de Iao Hon. No dia 28 de Outubro, manifestou sintomas de febre, dores abdominais, dispneia e cianose e recorreu ao Serviço de Urgência do Hospital Kiang Wu para consulta. O homem padecia, entretanto, de hipertensão e doenças crónicas pulmonares, tendo pequenas feridas na parte epidérmica da mão antes do aparecimento de sintomas. O estreptococo suíno encontra-se no nariz e na boca dos mamíferos, incluindo suínos. Os humanos ou os animais podem manifestar sintomas aquando da diminuição da imunidade ou da mudança ambiental. A contaminação pode acontecer através do contacto com o porco ou as suas secreções, excreções, ou ao comer a carne crua do animal. As vias de penetração incluem as feridas ou mucosas bocais e nasais. Apesar da vítima fatal, o Instituto de Assuntos Cívicos e Municipais afirmou que não há razão para preocupação, já que não foram encontradas anomalias na inspecção na importação da carne de porco ou no matadouro local.


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desporto

Associação de Jiu-Jitsu quer Mundial em Macau

Com toque de samba

Se dentro de portas, a conjuntura é de crescimento para o jiujitsu brasileiro, em termos internacionais a projecção da modalidade não podia ser mais favorável, com o jiu-jitsu a integrar a lista de modalidades que deverão ser avaliadas na corrida por um lugar no restrito leque dos desportos que deverão integrar a lista das modalidades de demonstração nos Jogos Olímpicos de 2016

Marco Carvalho

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É uma das modalidades de combate que mais tem crescido por toda a Ásia e a RAEM não é excepção. O jiu-jitsu é ainda um desporto com pouca expressividade competitiva no território, mas os responsáveis pela Associação de JiuJitsu Brasileiro de Macau estão apostados em alterar um tal cenário e até, quem sabe, trazer até aos ringues locais um campeonato do mundo ou um campeonato asiático da modalidade. Constituída há pouco mais de dois anos, a associação deverá poder incutir um forte impulso à modalidade no início do próximo ano, com a abertura no final de Janeiro ou no início de Fevereiro de um segundo espaço de treino num edifício industrial da rua Padre António Roliz, paredes meias com o Centro Comercial Fortuna. Actualmente, os praticantes da modalidade treinam numa academia improvisada num edifício situado na zona da Rampa dos Cavaleiros, mas não tem sido a precariedade das instalações que tem inviabilizado a obtenção de bons resultados a nível internacional. Foram já vários os atletas do território que triunfaram fora das fronteiras de Macau, em torneios organizados em países e regiões

como a República Popular da China, a Tailândia ou a vizinha Hong Kong. Os triunfos obtidos fora de portas levaram os responsáveis pela tutela e o ensino das lides do jiu-jitsu na RAEM a acreditar que a modalidade pode ter um futuro brilhante pela frente e levar longe o nome de Macau, ainda que a conquista de troféus e de distinções não seja o principal objectivo de quem pratica jiu-jitsu no território: “Há muita rivalidade no seio das artes marciais e é pena porque há um objectivo comum que perpassa todas as artes marciais e que passa pela promoção da prática desportiva como forma de potenciar uma vida saudável. Em Macau não conheço ninguém que esteja a treinar para ser campeão do mundo ou fazer vida profissional das andanças do jiu jitsu. Querem sobretudo conhecer pessoas novas, abraçar um novo projecto e fugir à rotina”, explica Daniel Charles, mestre de jiu-jitsu e um dos responsáveis pela formação da Associação de Jiu-Jitsu Brasileiro de Macau. Charles, que para além de ensinar as técnicas e os segredos da modalidade no território, dá ainda formação na outra margem do Delta do Rio das Pérolas, acredita que a abertura de um segundo espaço de treino pode ajudar a chamar mais praticantes

FALECIMENTO

DR. ANTÓNIO JOSÉ ABREU GOMES DA SILVA

Família enlutada e amigos comunicam o seu falecimento.no dia 3 do Novembro de 2010 no Porto, Portugal. MISSA Realiza-se hoje, dia 5 de Novembro de 2010, pelas 18:00 horas na Sé Catedral, uma missa pela alma do Dr. António José Abreu Gomes da Silva, Ex-Director do Centro Hospitar Conde de São Janúario. Agradece-se antecipadamente a todos quantos se queiram associar a este piedoso acto.

a um desporto que, tendo raízes asiáticas, encontrou um segundo fôlego no Brasil. Nas terras de Vera Cruz despontaram alguns dos maiores talentos da modalidade e um estilo depurado e enérgico que rapidamente conquistou entusiastas além fronteiras. A inclusão do jiu-jitsu brasileiro nos circuitos internacionais de Artes Marciais Mistas (MMA, na designação inglesa) em pé de igualdade com modalidades como o muay thai, o boxe ou os desportos de combate chineses ajudou a popularizar a modalidade um pouco por todo o mundo e a China não é excepção. O jiu-jitsu tem centenas de praticantes nas principais cidades do Continente e deverá continuar a crescer nos próximos anos. Aproveitando o estado de graça da modalidade, Daniel Charles quer capitalizar a maré favorável de que as lides do jiu-jitsu actualmente beneficiam no Extremo Oriente. O mestre brasileiro quer ver Macau na rota das grandes competições internacionais da modalidade e garante que está a trabalhar para trazer até ao território uma competição de grande envergadura: “Estamos a ultimar um grande torneio em Macau. Sou árbitro da Confederação Internacional de Jiu-Jitsu e estou a montar, em conjunto com a Associação e o presidente da Confederação, um projecto e uma proposta para tentar trazer à RAEM, com o apoio do governo ou de um casino, uma grande competição internacional. Falo de um Campeonato do Mundo, de um Campeonato Asiático ou de uma prova de grande envergadura”, revela Daniel Charles. Se dentro de portas, a conjuntura é de crescimento para o jiu-jitsu brasileiro, em termos internacionais a projecção da modalidade não podia ser mais favorável, com o jiu-jitsu a integrar a lista de modalidades que deverão ser avaliadas na corrida por um lugar no restrito leque dos desportos que deverão integrar a lista das modalidades de demonstração nos Jogos Olímpicos de 2016.

Ténis de Mesa Tiago Apolónia no “top 20”

Fruto da vitória no Open da Áustria, no qual derrotou o actual campeão europeu na final, Tiago Apolónia subiu do 32.º para o 19.º posto do “ranking” mundial. Pela primeira vez na história, Portugal surge então representado no «top 20» da Federação Internacional (ITTF). O ranking é liderado pelo chinês Ma Long, com 2743 pontos, enquanto Tiago Apolónia soma 2233.

Judo Leandra Freitas no projecto Londres 2012

Leandra Freitas (48 kg) acabou de entrar para o nível 2 do Projecto Londres 2012, pelo que a modalidade passou a deter nove judocas envolvidos na preparação para os próximos Jogos Olímpicos. A atleta do Nacional da Madeira beneficiou do 7.º lugar no Mundial de Tóquio, tendo também dois quintos lugares nas Taças do Mundo de Bucareste e Varsóvia deste ano. Em provas continentais, Leandra já foi campeã europeia de juniores e ganhou uma medalha de bronze na mesma prova. Sagrou-se ainda vice-campeã como Sub23. Para além da madeirense, de 22 anos, fazem ainda parte da lista de preparação as atletas femininas Ana Hormigo (48 kg), Joana Ramos (52 kg), Telma Monteiro (57 kg), Ana Cachola (63 kg) e Yahima Ramirez (78 kg) e os masculinos João Pina (73 kg), João Neto (81 kg) e André Alves (73 kg).

Automobilismo China sem Fórmula 1?

A FIA (Federação Internacional de Automobilismo) anunciou o calendário da F1 para a temporada de 2011, confirmando o recorde de 20 etapas num mesmo ano, já que a data do GP da Índia foi incluída. A corrida indiana, porém, ainda depende da aprovação da entidade, já que o autódromo ainda está em construção. Além da etapa estreante, a corrida na China, marcada para o dia 30 de Outubro, também depende de aprovação, o que causa alguma estranheza - o autódromo de Xangai faz parte do calendário da categoria desde 2004. A entidade informou que a observação a ser feita na China se deu pelo facto de a licença de homologação da pista ter expirado.


Surf | Andy Irons poderá ter morrido de overdose A polícia está a investigar a morte do havaino Andy Irons, que vinha a lutar contra a febre do dengue, e surgiu a suspeita que o surfista tenha sofrido uma overdose. Andy Irons foi encontrado morto num quarto de hotel, na cidade de Dallas, dois dias depois de ter sido aconselhado a abandonar uma prova de Porto Rico por questões médicas. A polícia investigou o quarto de Andy Irons e foi encontrada metadona e outros medicamentos. Recorde-se que o surfista esteve um ano afastado da competição por problemas de dependência, pelo que existem suspeitas que possa ter sido overdose. Por seu turno, a Direcção-Geral da Saúde portuguesa emitiu um comunicado a informar que Andy Irons, que esteve no Rip Curl em Peniche, não contraiu em Portugal a febre do dengue.

Mini-campeonato Intercontinental Le Mans Cup

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Rodolfo Ávila termina temporada em Zhuhai

Lamy regressa a Zhuhai Com matemática tudo é possível Sérgio Fonseca

info@hojemacau.com.mo

A cidade vizinha de Zhuhai animase este fim-de-semana com a chegada da caravana do “Intercontinental Le Mans Cup”, um mini-campeonato criado este ano pelos organizadores das 24 horas de Le Mans para entreter equipas e construtores ao longo do ano. O reputado piloto português Pedro Lamy irá alinhar na corrida do circuito permanente da cidade chinesa adjacente a Macau. Convidado pela Larbre Competition, o piloto português irá tripular um Saleen S7R, viatura de construção norte-americana que dividirá com os gauleses Roland Berville e Patrick Bornhouser. Aproveitando o facto de Lamy estar “livre” das suas funções na equipa oficial da Peugeot, Jack Leconte, patrão da Larbre Competition, não teve dúvidas em convidar o piloto pub

português para voltar a ajudar a sua equipa a lutar pela vitória da categoria GT1 num circuito que bem conhece. “Já corri muitas vezes com a Larbre e inclusive vencemos por duas vezes a categoria GT1 do European Le Mans Series, em 2004 e 2006. A equipa provou sempre ser muito profissional e o carro bastante fiável. Espero conseguir cumprir os objectivos da equipa, que é lutar por mais uma vitória da categoria GT1”, afirmou Pedro Lamy, que já correu na pista de Zhuhai num passado recente no campeonato FIA-GT. A prova, que terá mil quilómetros de distância, está marcada para arrancar às 12h00 de domingo, devendo prolongar-se até às 18h00. Estão 23 viaturas inscritas no minicampeonato, mas a vitória será discutida entre os Peugeot 908 HDI FAP e os Audi R15 TDI, ambas viaturas equipadas com motores Diesel de alto rendimento.

Gonçalo Lobo Pinheiro info@hojemacau.com.mo

A Taça Porsche Carrera Ásia termina este fim-de-semana numa jornada dupla no Circuito Internacional de Zhuhai, na China. O piloto Rodolfo Ávila que capitalizar o bom momento de forma que o empurrou para o pódio na corrida de Xangai. “Foi excelente termos terminado no pódio em Xangai. Foi

fruto de um trabalho de evolução que temos tido ao longo da temporada. Em Xangai utilizámos toda a experiência nas afinações à chuva e no último momento da qualificação, na derradeira volta, ficámos apenas a um décimo da primeira linha da grelha de partida”, comentou o piloto. Rodolfo Ávila conhece como poucos a pista vizinha de Zhuhai e sente que pode jogar com o “factor casa” a seu favor. “O meu conheci-

mento da pista de Zhuhai significa que terei todas as hipóteses de ter um bom carro desde o início. Mesmo sabendo que a concorrência é forte e que em Zhuhai as diferenças de tempos são sempre mínimas, espero que os resultados vão ao encontro das nossas expectativas e espero dar a todos os que estarão em Zhuhai a apoiar-me um forte motivo de alegria”. No fim deste campeonato, Ávila ocupa o quinto lugar na geral, mas tem margem para subir uma ou duas posições de os resultados aparecerem. “Tecnicamente já não estamos na luta pelo título, mas é ainda matematicamente possível finalizar no segundo lugar.Apesar dos pontos serem importantes, o que mais me importa é terminar nos lugares do pódio em ambas as corridas e finalizar a temporada com um bom resultado”, concluiu Rodolfo Ávila.


Comparações:

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cultura

Moleskine à chinesa Famosos cadernos são “made in China” e estão agora em exposição em Xangai

Os cadernos Moleskine – usados por Picasso, Hemingway e outras celebridades, como diz a publicidade – também já são feitos na China, mas os proprietários da marca querem igualmente vendêlos no mercado chinês e por preços europeus. Uma exposição itinerante sobre “a experiência Moleskine” iniciada há três anos em Nova York está agora em Xangai, num dos mais chiques edifícios do renovado “Bund”, a marginal neoclássica da cidade. É uma colecção de 50 cadernos de bolso, de capa dura preta, com notas, desenhos, fotografias e

colagens de outros tantos autores, entre os quais os cineastas Jia Zhangke e Zhang Yuan, o arquitecto Ma Yansong e o jovem escritor Han Han, que a revista Time incluiu este ano entre na lista das “100 personalidades mais influentes do mundo”. Um “moleskine” de 14 por nove centímetros custa no mínimo 120 yuans, o que corresponde a 10% do salário mínimo em Xangai, que é, aliás, o mais alto do país. E uma agenda “moleskine” do mesmo tamanho custa quase o dobro. “É muito caro porque é uma marca muito famosa”, explica a empregada de

uma das lojas da Fuzhou Lu, a rua das livrarias e papelarias de Xangai, onde os “moleskine” já estão à venda. A “fama” foi comprada há 13 anos por um editor de Milão a uma família de pequenas industriais franceses, mas como muitos outros produtos de uso quotidiano no Ocidente, a produção dos cadernos foi entretanto transferida para a China. “Quando se trata deste tipo de impressão e de encadernação é sempre na China que se pode encontrar isso”, disse Arrigo Berni, presidente da “Moleskine Srl”, citado pelo jornal Diário de Xangai.

A referência “made in China” afixada nos “moleskine” decepcionou alguns fiéis da marca, mas a empresa garante que encontrou naquele país “as melhores condições” para fabricar os seus cadernos, nomeadamente “a qualidade da matéria prima” e “a capacidade para combinar produção industrial e artesanal”. Respondendo implicitamente aos que associam a expressão “made in China” a produtos de má qualidade, a Moleskine Srl salienta que “a China inventou o papel, no século II A.C., quando o Ocidente usava apenas o pergaminho” e a

Retrato inédito de George Smirnoff regressa a macau

Prenda única a caminho Um retrato inédito feito em Macau há 66 anos por George Smirnoff (1903-1947), o pintor russo que esteve abrigado no território durante alguns anos da II Guerra Mundial, vai entrar agora para o espólio do Museu de Artes, pelas mãos do Instituto Internacional de Macau (IIM). O instituto soube da vontade da proprietária de um retrato feito por Smirnoff de “o doar para um museu de arte que tenha a maior colecção das suas obras”, como apontou ontem em comunicado. Exílios diferentes provocaram o encontro entre o artista russo e Cecilia Maria Yvanovich, em 1945, em Macau. Desse acaso, e das mãos do pintor, saiu um dos poucos retratos produzidos por ele, mais conhecido pelas aguarelas de cenas e paisagens do território. É este retrato que a jovem

modelo oferece, 66 anos depois, através do IIM, a Macau, para que ele possa juntar-se às outras obras do mestre, no Museu de Artes. A invasão de Hong Kong, durante a II Grande Guerra, tinha trazido Cecilia, seus pais e irmãos ao território, em 1942. Os Yvanovich pertencem a uma das famílias macaenses que com o seu suor, sangue e lágrimas ajudaram também a escrever a história de Hong Kong. De Macau, Cecilia Yvanovich guarda ainda gratas recordações daqueles três anos, principalmente da casa onde viveu na Estrada da Vitória e das pessoas com quem conviveu em festas, chás dançantes e outras ocasiões, apesar dos tempos difíceis. Este retrato, feito por Smirnoff em aguarela, que se pode considerar uma peça única do património artístico e

cultural de Macau, será presenteado ao Museu de Artes pessoalmente por Cecilia no dia 28 de Novembro, quando a “modelo” se deslocará a RAEM com a sua filha e netas, para participarem no próximo Encontro das Comunidades Macaenses.

tipografia, “quatro séculos antes de Gutenberg”, A referida exposição, já apresentada em Paris, Berlim, Istambul, São Francisco, Roma, Milão, Veneza e Tóquio, visa também apoiar uma fundação empenhada no combate ao analfabetismo chamada “lettera27” (uma alusão à letra 27, que não existe no alfabeto latino). Por coincidência, o “outsourcing” da Moleskine Srl ocorre numa altura em que os jovens designers chineses estão a abandonar a designação “made in China”, preferindo antes a fórmula “Made by China” ou “Created in China”.

O novo disco da fadista Ana Moura está em terceiro lugar no top da Amazon britânica, na categoria de World Music. “Leva-me aos Fados”, assim se chama o sucessor do multigalardoado “Para Além da Saudade”, editado em 2007, não tem passado despercebido internacionalmente: além das vendas, a fadista tem conquistado espaço nos palcos lá fora. Na quarta-feira actuou em Sherwsbury, no Theatre Severn, e hoje dá um espectáculo na Union Chapel, em Londres. Amanhã aterra na Alemanha, para actuar na sala da Filarmónica de Colónia. “Leva-me aos Fados”, disco em que a fadista canta temas de Tozé Brito, Manuela de Freitas, Mário Raínho, Nuno Miguel Guedes e Amélia Muge, surge imediatamente atrás de “Tango 3.0”, dos Gotan Project, e da colombiana Shakira, em primeiro lugar com “Sale el Sol”. A projecção internacional de Ana Moura não é recente, e para isso muito terá contribuído a colaboração com os Rolling Stones - com quem cantou no Estádio de Alvalade - e com Prince,

Fadista está em

Ana Mo


Associação Art For All distribui bolsas de estudos A AFA (Art for All Society) atribuiu a sua bolsa de arte a dois estudantes este ano. Zhang Ke do Sichuan Fine Arts Institute e Loi Mei I do Instituto Politécnico de Macau foram os escolhidos. Mais de 20 candidaturas foram submetidas à comissão de avaliação da AFA nos últimos dois meses. A bolsa visa apoiar e ajudar os estudantes locais, com idade inferior a 30 anos, no sentido de conseguirem prosseguir os seus estudos na área das artes visuais (administração de pintura, fotografia, escultura, vídeo, multimídia, instalações, história da arte, crítica de arte, arte da performance, artes , cursos de desenvolvimento criativo e de gestão). Desde que a bolsa existe, um total de cinco alunos estudaram na China continental, Taiwan e Macau.

Domingo marca o fim da 24.ª edição do Festival Internacional de Música de Macau e, para fechar o evento com chave de ouro, a ópera Il Trovatore, de Giuseppe Verdi, sobe ao palco do grande auditório do Centro Cultural para a sua terceira representação. A peça co-produzida pela Opera Australia e pelo Instituto Cultural, contando ainda com a participação da Orquestra de Macau, dirigida por Lü Jia, do Coro do Teatro Nacional da Eslováquia . A ópera II trovatore, baseada na peça El trovador de Antonio Gutiérrez, é passada durante uma Guerra Civil espanhola que teve lugar no século XV. A Espanha tinha-se

Festival Internacional de Música encerra COM Il trovatore

Ópera para o acto final libertado do regime mouro (711-1492). Durante a Reconquista e recristianização que se seguiu, a Inquisição da Igreja Católica perseguiu inicialmente os restantes muçulmanos e judeus e depois mulheres acusadas de feitiçaria e qualquer pessoa que se atrevesse a duvidar do poder totalitário e da infalibilidade do Clero. As colónias de Espanha, particularmente as da América Latina, eram impiedosamente roubadas da sua riqueza. As culturas

índias eram extintas e incontáveis vidas eram ceifadas. II trovatore foi estreada em Janeiro de 1853, menos de cinco anos depois das revoluções de 1848-49, nas quais os austríacos foram temporariamente expulsos da Itália do norte e central. Estes incidentes constituíram importantes convulsões sociais naquele período da história política e social da Itália. Verdi era um patriota apaixonado e a sua música

desempenhava um papel importante na reunificação do seu país. Os seus sentimentos não se confinavam a uma ou duas das suas óperas mas estão presentes em toda a sua obra, retratando o seu ódio pela opressão. Verdi teve que situar as suas óperas em tempos e locais remotos para poder dizer o que queria sobre o seu próprio tempo e lugar. Enquanto muitas das suas óperas antes de Il trovatore indicam a possibilidade de uma Itália que ressuscita, com

m terceiro lugar nas vendas da Amazon britânica

oura a um tango de Shakira depois de ter partilhado o palco do Super Bock Super Rock deste ano. A colaboração surgiu depois do músico americano, de 50 anos, ter viajado propositadamente até Paris para assistir a um concerto da fadista. Na altura, Prince elogiou a “sensualidade da voz” da portuguesa, confessando mais tarde, no Festival de Jazz de Montreux, ter ficado “impressionado com a forma como a fadista “cativa as plateias”. “Leva-me aos Fados” é o quarto registo de Ana Moura. O seu maior sucesso discográfico é “Para Além da Saudade”, que inclui temas badalados como “Os Búzios” e “Fado da Procura”, e vendeu mais de 50 mil cópias, depois de estar 120 semanas no top de vendas. Em 2008, Ana Moura foi galardoada com o Prémio Amália na categoria de Melhor Intérprete e iniciou

uma digressão mundial com mais de 300 espectáculos. Ana Moura começou a cantar fado “por brincadeira”. Antes de se iniciar como residente na casa de fados Senhor Vinho, em 2000 - onde viria a conhecer o seu principal compositor, Jorge Fernando -, a fadista cantava todos os domingos num bar próximo de casa. Nas suas influências contam-se Amália Rodrigues e Dulce Pontes. Ao quarto disco, talvez seja ela a tornar-se a referência para os novos fadistas.

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esta história deprimente, o autor abandona a esperança e deixa-se invadir pelo desespero – não faz sentido a luta e o sofrimento humano. Com Il trovatore, Verdi espelha bem o credo de Iago – “Após a morte, não existe nada”. Quando a ópera apareceu nos palcos, Verdi escreveu: “As pessoas dizem que é muito triste, que há demasiadas mortes nela. Mas a morte é tudo o que há para além da vida. O que mais há?” Este favorito do público,

pub

no qual a acção é impelida por um irresistível fluxo de melodias, inclui um êxito atrás do outro. O destino e o desejo, temas favoritos de Verdi, são tecidos através desta história de suspense sobre um conde corrupto, um oficial impetuoso e uma cigana que planeia vingar a morte injusta da sua mãe. Os bilhetes encontram-se à venda na rede Kong Seng, com preços entre as 100 e as 400 patacas. O espectáculo começa às 20h no domingo.


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ideias l u z de i n ver n o Boi Luxo

de Brillante Mendoza

Kinatay, 2009

Este é um daqueles filmes que se desloca rapidamente em direcção a um lugar numa vertigem silenciosa mas inexorável. É também um daqueles filmes que nos obriga a segui-lo de perto mesmo que essa deslocação se possa tornar, desde o seu início, num exercício temível Há uma longa viagem de carro neste filme, uma longa viagem que o marca indelevelmente. Durante esta deslocação urbana, que começa na estranha Baía de Manila, atravessam-se vários lugares da cidade e esta é uma cidade verdadeiramente do cinema, uma cidade nocturna que é real mas que é muito mais do que isso, é uma verdadeira cidade de um lugar que é cada vez mais impossível de descobrir, um lugar que é a ficção. Há um silêncio dentro da carrinha que atravessa a cidade, à noite, em direcção a um lugar que desconhecemos mas de que não nos vamos esquecer. O início do filme é, no entanto, diurno, de uma luminosidade que é a luminosidade buliçosa das grandes cidades tropicais, parecida à da cidade retratada em outros dos seus filmes. Trata-se do casamento de Peping e Cecille e esta primeira parte do filme, que dura cerca de 25 minutos, é uma parte celebratória e feliz. No final do filme, após os seus 35 minutos nucleares, regressamos ao ponto de partida, a casa de Peping e ao recomeçar de um novo dia, sensivelmente 24 horas depois. Mas antes disso, no dia anterior, vemos pôr-se o sol na Baía de Manila. Com o chegar da noite o enredo adensa-se e o ruído começa a ganhar uma tonalidade mais carregada. Este é um daqueles filmes que se desloca rapidamente em direcção a um lugar numa vertigem silenciosa mas inexorável. É tam-

bém um daqueles filmes que nos obriga a segui-lo de perto mesmo que essa deslocação se possa tornar, desde o seu início, num exercício temível. É precisamente durante a viagem nocturna entre a Baía de Manila e uma casa nos subúrbios da cidade - que dura uns 30 minutos e que é o duro nervo do filme - que um profundo incómodo se começa a instalar. Esse incómodo é-nos transmitido pela densa impressão de que algo se vai passar. Vemo-lo através da presença inocente da figura principal da estória, o recém-casado Peping, estudante numa academia de polícia. É através do contraste entre a sua figuração, de alguém que protagoniza o começo de algo através do casamento, e a figuração de um fim iminente, que a estória se estrutura. É este tempo que é a massa deste filme que nos vem de um país a que tenho prestado pouca atenção porque o seu cinema, muito abundante e eléctrico, não tem tido muita visibilidade fora das Filipinas. Vem-nos de um país onde a imagem, seja ela a da televisão, da banda desenhada ou do cinema tem uma importância maior na ocupação dos tempos livres e na ilustração das gentes. Desde os anos 50 que o cinema filipino tem uma indústria montada que lhe permite a produção de muitos filmes, sendo nos anos 50 o país extremo asiático que mais filmes produzia (depois do Japão e com mais filmes que Hong Kong) em géneros tão diferentes como os famosos Bomba, filmes soft-porn

que (tal como no Japão) se moviam num terreno marginal que lhes permitia tocar em aspectos da sociedade filipina que outros tipos de filmes não se atreviam a cobrir, comédias românticas, filmes de denúncia social, filmes de acção (muitos), filmes no género James Bond, entre outros. Os anos 70 viram aparecer produções independentes e alguns filmes daquele que será porventura o realizador filipino com maior exposição internacional, Lino Brocka, um exemplo entre muitos de um autor que vê na exploração de estórias de preocupação social um dos seus temas fundamentais. Este filme, daquele que ameaça tornar-se o realizador filipino mais conhecido internacionalmente, não esconde a filiação num tipo de cinema violento e de exposição do horror (existente na banda desenhada também), um excesso que sempre recolheu um particular favor junto do público deste país. Pode ser injusto caracterizar um filme apenas por um pormenor estrutural mas é a singularidade da força que emana deste seu aspecto que me leva a fazê-lo. Nem este filme necessita de alguma condescendência. Que Brillante Mendoza tenha realizado Serbis, em 2008, e Lola, em 2009 (mais no género retrato social mas não se ficando por aí - Lola ganhando uma proporção quase épica), ambos de intenção tão diversa da que está por trás de Kinatay, é prova da sua capacidade criativa. Pouco importa. Em Kinatay somos puxados

por uma imensa força, por uma velocidade própria, uma velocidade negra acentuada pelos néons da cidade que aos poucos vamos abandonado. Lenta mas vertiginosamente deixamos as luzes da cidade e aproximamonos do fim do mundo. Este é um objecto de uma grande concentração, de uma concentração difusa e quase preguiçosa mas que nos atrai para o seu centro. É a mão segura de Mendoza que o consegue, concedendo-nos apenas o suficiente para que o sigamos. Sem nos apercebermos, vemo-nos mergulhados noutro tempo, irremediavelmente atraídos para o engolimento. Aí vamos permanecer durante cerca de 35 minutos. Parte do apelo deste filme advém-lhe de nos confrontar com uma situação universal. Ao contrário de Serbis ou Lola, este, pelo que mostra, vem mais despido de cor local. Facilmente poderia ser transposto para um outro qualquer lugar. A identificação é violenta e directa, muito eficaz e sem ruído. O que aqui se passa não é apenas filipino, podia passar-se em qualquer outro lugar do mundo. O que aqui se passa também é que o filme nos abandona. Não havendo um processo de identificação com nenhuma das figuras, nem sequer com Peping, aquela que se posiciona mais próximo, nem um processo de rejeição individual por nenhuma das outras, ele deixa-nos a pairar sós nos subúrbios de Manila sem que saibamos como voltar para trás.


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13 Os senhores têm nomes, mas ninguém conhece a sua verdadeira condição.

Capítulo 122, parte I Lao Tzu disse: Os senhores têm nomes, mas ninguém conhece a sua verdadeira condição. Os senhores prezam a sua virtude, os reis prezam a sua justiça, os hegemónicos compreendem os seus desígnios. A Via dos sábios não é possessiva em relação a nada. Só depois de se estreitar é que a Via faz concessões ao conhecimento; só depois de diluída é que a virtude faz concessões ao castigo; só depois da percepção se tornar superficial é que faz concessões ao exame. Quando se permite que o conhecimento domine há perturbação

da mente. Quando se permite que o castigo domine, existe amargura entre regentes e regidos. Quando se permite que o exame domine, os que estão em baixo procuram melhor servir os que estão em cima e, assim, se tornam corruptos. Como tal, os sábios evoluem segundo o céu e a terra e suas virtudes são como o céu um tecto e como a terra um suporte. Guiam o povo segundo os tempos e, assim, o seu viver é rico. Enriquece o seu viver e o povo será ordeiro; mesmo que existissem sábios espirituais , porque mudariam isto? Desapega-te do conhecimento intelectual, minimiza os castigos e regressa à claridade e à calma e

o povo será naturalmente probo. A liderança da Via é sacerdotal; é solene, misteriosamente silenciosa, e, ainda assim, todo o mundo recebe sua a bênção. Cobre uma pessoa sem ser demasiado larga, cobre dez mil pessoas sem ser demasiado estreita. Assim favor excessivo e dureza excessiva são ambos contrários à Via. Aqueles que fazem favores dão generosamente, mas se recompensarem ricamente aqueles que nada alcançaram e promoverem aqueles que nada fizeram, então, aqueles a seu serviço serão preguiçosos nos seus postos e aqueles que vivem ociosamente de tal se aproveitarão.

Tradução de Rui Cascais Ilustração de Rui Rasquinho

O texto conhecido por Wen Tzu, ou Wen Zi, tem por subtítulo a expressão “A Compreensão dos Mistérios”. Este subtítulo honorífico teve origem na renascença taoista da Dinastia Tang, embora o texto fosse conhecido e estudado desde pelo menos quatro a três séculos antes da era comum. O Wen Tzu terá sido compilado por um discípulo de Lao Tzu, sendo muito do seu conteúdo atribuído ao próprio Lao Tzu. O historiador Su Ma Qian (145-90 a.C.) dá nota destes factos nos seus “Registos do Grande Historiador” compostos durante a predominantemente confucionista Dinastia Han. A obra parece consistir de um destilar do corpus central da sabedoria Taoista constituído pelo Tao Te Qing, pelo Chuang Tzu e pelo Huainan-zi. Para esta versão portuguesa foi utilizada a primeira e, até à data, única tradução inglesa do texto, da autoria do Professor Thomas Cleary, publicada em Taoist Classics, Volume I, Shambala, Boston 2003. Foi ainda utilizada uma versão do texto chinês editada por Shiung Duen Sheng e publicada online em www.gutenberg. org.


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ideias

per s pecti va s Jorge Rodrigues Simão

“Greenhouse gases could cause the globe to warm up, destroying our agriculture so that we will not have food. A nuclear war with as few as two hundred bombs could generate so much smoke and dust that the summer weather would be like winter, too cold for plants to grow. Although overpopulation may seem to be the opposite of the extinction of the human species, it could lead to poverty, starvation, and border wars over farmland. The energy crisis also could reduce us to poverty and ignite wars; indeed, some say that these wars have already begun.” Ignoring the Apocalypse David Howard Davis

o

clima, a água e a energia marcam as nossas vidas e fazem-nos lembrar diariamente que o dado à Terra por ela nos será devolvido. A humanidade tem enormes desafios, face à perda de produtividade e conservação dos oceanos e mares, esses grandes reservatórios de água que, dia após dia, contribuem solidariamente com a espécie humana, para regularizarem o clima a nível mundial, e proporcionarem alimentos, meios de vida sustentáveis, cenários de entretenimento e até elementos de inspiração. Alguns dos aspectos que criam as mudanças nas populações dos diferentes locais do litoral marinho são perceptíveis, enquanto outros, passam indiferentes perante os olhares gerais, reduzindo cada vez mais a importância das águas. Os pescadores guerreiros, nativos dos litorais desde Portugal à Grécia, com marcada experiência na faina da pesca, dizem que ao colocar a mão na água do mar, sentem-na mais quente; outros têm de entrar hora e meia no oceano para poder pescar, pois muitas espécies não aparecem perto da costa como acontecia antes, tal é o caso da sardinha, por exemplo. A poluição lançada por infra-estruturas turísticas, e a quantidade de água que desce dos rios contaminados, provoca por vezes autênticas monstruosidades nos litorais, traduzidos em quantidades gigantescas de fauna marinha morta, e a maioria dos pescadores reconhece que as novas tecnologias do sector, prejudicam mais que beneficiam a pesca, e a reconstituição da biologia marinha. Existe um fosso quase abismal entre as práticas conhecidas como artes de pesca e as novas tecnologias, que produzem gases de estufa e têm a sua quota-parte de impacto sobre a fertilidade do mar. As práticas de pesca inapropriadas de todos os produtos do mar marcam inexoravelmente a sua produtividade. Muitos países realizam progressos através do enquadramento legal da pesca de arraste, que tem por objecto regular as empresas e barcos que praticam esse tipo de actividade, proporcionando a sua migração para outras formas de produtividade marinha, permitindo a recomposição de todo o tipo de espécies, que são extraídas das entra-

Era do ambiente Temos obrigação de saber qual a forma mais eficaz de nos livrarmos de organismos vivos, por exemplo, baratas que pululam Macau; não é matá-las uma por uma, mas sim alterar completamente o seu “habitat”. Pelo contrário, se pretendemos que proliferem, devemos proporcionar-lhes mais “habitat” nhas do mar, sem tomar em conta a sua fase de desenvolvimento, traduzindo-se numa grande perda de exemplares jovens, e logo, massivamente das populações marinhas. Não obstante, estes avanços legais convivem com a carência de um sistema eficaz de avaliação, estudo, publicação e divulgação dos efeitos práticos de tal legislação. Os mares e oceanos vêem sendo alterados e sua produtividade sofre impactos devido às actividades humanas, que se desenvolvem nas costas, e se estendem águas acima, dado que são os grandes colectores dos rios que neles desaguam. Os ecossistemas marinhos mais vulneráveis são os primeiros indicadores biológicos, que acusam os efeitos dos impactos e da carência de responsabilidade ambiental. Entre os que mais sofrem, estão os recifes coralinos, que são organismos que servem de ajustamento da corrente alimentícia de muita da fauna marinha e lugar de reprodução de muitas espécies comerciais. Estes são muito susceptíveis ao impacto negativo da poluição por águas usadas e não tratadas, pela sobrepesca, aumentos de temperatura e acidez das águas, devido a efeitos de gases estufa, excessos resultantes

c arto o n por Steff

do turismo, descargas de águas quentes, causadas pelo funcionamento de centrais produtoras de electricidade, alterações de salinidade e turvamento das águas, como resultado da erosão e arraste de partículas, originadas pela desflorestação de árvores e queimas de vegetação. Uma das fontes criadoras de fertilidade dos mares e oceanos mais desconhecida das populações é o plâncton, ou microrganismos de origem vegetal, que na corrente trófica animal constitui o elemento de nutrição principal dos peixes nas suas fases larval, jovem e adulta. O crescimento e presença da população do plâncton é o resultado da inter-relação de variáveis, que vão desde as temperaturas dos mares até a presença de poluentes químicos, passando pelo grau de acidez, falta de pureza e diluição dos elementos químicos no mar. As alterações climáticas são o resultado da presença crescente na atmosfera de gases de estufa criados, entre outros, pelo aumento de destruições e queimas indiscriminadas, efectuadas com o fim de ocupação de solos, de vastos depósitos de resíduos, de escapes de gases de veículos, de actividade industrial

novo correio rápido

anárquica, sendo um dos elementos que contribuem para a diminuição da produtividade marinha. Os gases de estufa originam alterações potenciais no grau de acidez dos mares, na sua temperatura, na diluição dos seus sais e nos seus níveis Tais actividades são cada vez mais identificadas pelas sociedades, cuja sensibilidade e educação ambiental tem vindo paulatinamente a aumentar, exigindo dos governos o efectivo cumprimento das legislações existentes ou a sua feitura. A acidificação dos mares, produto da presença crescente de dióxido de carbono (CO2), afecta a subsistência dos recifes coralinos. Estudos realizados pela Universidade de Queensland, publicados na revista “Science”, de 24 de Setembro, referem que 98% do mar será atingido, sendo um terço do CO2 absorvido pela atmosfera, poluindo progressivamente e atingindo os recifes coralinos. Entre eles, os localizados no mar das Caraíbas serão dos primeiros a ser lesados em 2050 e tudo o que depende da sua existência. Estes impactos negativos dos gases de efeito estufa não só constituem uma ameaça terrível às populações marinhas e às comunidades humanas que se estabeleceram nas costas, mas também à produtividade dos países, quando atingem de forma significativa alguns parâmetros ambientais, como a temperatura, salinidade, limpidez da água, pH e radiação luminosa, podendo alterar os níveis do mar e as infra-estruturas de comunidades, em termos habitacionais e industriais, com consequências nefastas nas actividades que nelas se desenvolvem. A biologia que se devia aprender mais nas escolas em profundidade passa muita das vezes, ilusoriamente, pelo conhecimento das variações biológicas, as alterações de carácter, as alterações de ácido desoxirribonucleico (ADN) e a simbiogénese. Temos obrigação de conhecer a herança das variações e do potencial biótico, em que são produzidos mais indivíduos do que aqueles que poderão sobreviver, no seio das populações de todos os seres, de todos os tempos. Temos obrigação de saber qual a forma mais eficaz de nos livrarmos de organismos vivos, por exemplo, baratas que pululam Macau; não é matá-las uma por uma, mas sim alterar completamente o seu “habitat”. Pelo contrário, se pretendemos que proliferem, devemos proporcionar-lhes mais “habitat”. Temos obrigação de conhecer o efeito de sobrepovoamento; que o lixo nunca desaparece, circula interminavelmente; que a matéria nunca se perde, gira e que as células humanas não acolhem bactérias fotossintéticas, ao contrário das células das plantas. Temos obrigação de saber que existem limites naturais ao crescimento de todas as populações e que não pode ser ensinado, porque a nossa civilização, diz-nos que os seres humanos dominam a Terra. E a civilização só vê dinheiro.


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o Hoje [r]ecomenda

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[f]utilidades Su doku [ ] Cruzadas

HORIZONTAIS: 1 – Plantio de amieiros; estado da Índia, cuja capital é Pangim. 2 – Ósmio (s.q.); ter ódio a; mercúrio (s.q.). 3 – Cesta de bambu para cereais; duas vezes. 4 – Que é feito de cobre, de bronze ou de arame; grande quantidade; nome da letra grega que corresponde ao R latino. 5 – Aparelhar; conjunto das regras jurídicas estabelecidas pelo legislador. 6 – Azáfama; cabelo raro e delgado. 7 – Fracção da unidade, quando dividida em mais de 10 partes alíquotas, que não sejam potência de dez; mamífero carnívoro da família dos canídeos. 8 – Contr. da prep. de com o art. def. a; grande massa e extensão de água salgada que cobre cerca de três quartas partes da superfície do Globo; antigo instrumento musical de cordas. 9 – Astro considerado como centro de um sistema planetário; aquilo que prejudica ou se opõe ao bem. 10 – Fluído gasoso, transparente e invisível que constitui a atmosfera; ladeira; batráquio anfíbio aquático, anuro, da família dos ranídeos. 11 – Órgão excretor com a função da formação da urina; loiro-avermelhado. VERTICAIS: 1 – Tigelinha em que se dilui a tinta, para pintura a aguarela ou guache; flanquear. 2 – Granizo; assume a expressão alegre. 3 – Tardio nos movimentos. 4 – Pedra circular e rotativa de moinho ou de lagar; além disso; red. de maior. 5 – Caminhado; fazer passar pelo ralador. 6 – Grito aflitivo; gastar com o uso; filho de burro e égua ou de cavalo e burra. 7 – Trabalho penoso e aturado; elemento de formação de palavras, de origem grega que exprime a ideia de por cima de, sobre, fora de, por for a de. 8 – Contrair os músculos e as linhas da face de modo especial, por efeito de alegria ou nervoso; conjunto de coisas descritas e enumeradas; avenida (abrev.) 9 – Sulco natural em certos mármores ou outras pedras. 10 – Designativa de espanto (interj.); atenuar as consequências. 11 – Estado do doente que não distingue os objectos; grande cão de fila.

Soluções do problema HORIZONTAIS: 1-AMIAL. GOA. 2-OS. ODIAR. 3-DAL. BIS. 4-EREO. RORO. RO. 5-ARREAR. LEI. 6-LIDA. REPA. 7-AVO. RAPOSA. 8-DA. MAR. LIRA. 9-SOL. MAL. 10-AR. RAMPA. RÃ. 11-RIM. RUIVO. VERTICAIS: 1-GODE. LADEAR. 2-SARAIVA. RI. 3-LERDO. 4-MO. ORA. MOR. 5-IDO. RALAR. 6-AI. RAFAR. MU. 7-LABOR. EPI. 8-RIR. ROL. AV. 9-LESIM. 10-OH. REPARAR. 11-AGNOIA. ALÃO.

REGRAS |

Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição solução do problema do dia anterior

«Crazy Love (Hollywood Edition)»

A «Hollywood Edition» contém o single homónimo que ataca a obsessão pela fama. Não é, certamente, a canção que irá transferir Bublé para o panteão dos maiores do jazz mas é, pelo menos, indiciadora de um sentido de humor nem sempre evidente quando se remete ao classicismo e às baladas. As cinco canções gravadas ao vivo aceleram as comparações com a actuação no Atlântico mas nada se compara com essa experiência.

[ Te l e ] v i s ã o TDM 13:00 TDM News - Repetição 13:30 Jornal das 24h 14:30 RTPi DIRECTO 19:00 Ásia Global (Repetição) 19:30 Olhos de Água 20:28 Acontecimentos Históricos 20:35 Telejornal 21:00 Jornal da Tarde da RTPi 22:00 Novela: O Clone 22:58 Acontecimentos Históricos 23:00 TDM News 23:30 The Sixth Sense (O Sexto Sentido) 01:20 Telejornal (Repetição) 01:45 RTPi DIRECTO

19:00 Impromptu 21:00 We Think the World of You 22:45 In the Custody of Strangers 00:30 Panga DISCOVERY CHANNEL 50 13:00 Mythbusters - Steam Cannon 14:00 World War II In Colour - Lightning War 15:00 Half Man Half Tree 16:00 Real Wolf Kids 17:00 Dirty Jobs - Camel Rancher 18:00 How It’s Made 19:00 World War II In Colour 20:00 Mythbusters - Mini Myth Mayhem 21:00 Discovery Atlas: China Revealed 22:00 On The Case 23:00 Extreme Forensics 00:00 One Way Out - Trial By Fire

INFORMAÇÃO TDM RTPi 82 14:00 Telejornal Madeira 14:30 Casas Com História 15:00 Magazine Timor Contacto 15:30 Concelhos de Portugal 16:00 Bom Dia Portugal 17:00 Moda De Sonho 17:45 Herman 2010 19:00 Carrega No Botão 20:00 Jornal Da Tarde 21:15 Portugueses Pelo Mundo 22:00 Magazine Timor Contacto 22:30 Portugal No Coração TVB PEARL 83 06:00 Bloomberg Rewind 07:30 NBC Nightly News 08:00 CCTV News – LIVE 08:30 ETV 10:30 Inside the Stock Exchange 11:00 Market Update 11:30 Inside the Stock Exchange 11:32 Market Update 12:00 Inside the Stock Exchange 12:02 Market Update 12:30 Inside the Stock Exchange 12:35 Market Update 13:00 CCTV News - LIVE 14:00 Market Update 14:40 Inside the Stock Exchange 14:43 Market Update 15:58 Inside the Stock Exchange 16:00 Sesame Street 17:00 Taste Buds 17:30 Ben 10 Alien Force 18:00 Putonghua News 18:10 Putonghua Financial Bulletin 18:15 Putonghua Weather Report 18:20 Financial Report 18:30 Transworld Sport 19:00 Football Asia 19:30 News At Seven-Thirty 19:50 Weather Report 19:55 Earth Live 20:00 Money Magazine 20:30 The Amazing Race 21:30 Weekend Blockbuster: Red Eye 22:30 Marketplace 22:35 Weekend Blockbuster: Red Eye 23:15 World Market Update 23:20 News Roundup 23:35 Earth Live 23:40 Dolce Vita 00:10 Top Gear 01:10 The Pulse 01:35 European Art At The MET 02:00 Bloomberg Television 05:00 TVBS News 05:30 CCTV News ESPN 30 12:00 (LIVE) Wgc - HSBC Champions 2010 Day 2 16:00 Cev Beach Volleyball European Championship 2010 Women’s Semifinals 18:00 Football Asia 18:30 (Delay) Baseball Tonight International 19:00 Castrol Football Crazy 19:30 (LIVE) Sportscenter Asia 20:00 16 Nations - Road To Qatar Jordan 20:30 Total Rugby 21:00 ABL game2 21:30 Sport Express 22:00 Sportscenter Asia 22:30 16 Nations - Road To Qatar Jordan 23:00 Total Rugby 23:30 Sportscenter Asia STAR SPORTS 31 13:00 Ace 2010 13:30 Games 14:00 The FA Cup 2010/11 Preview Show 14:30 GT 3 Asia + GT 4 15:30 Hot Water 2010/11

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NATIONAL GEOGRAPHIC CHANNEL 51 13:00 Silat 14:00 Locked Up Abroad - Sao Paulo Death Trap 15:00 Shark Men - Rough Seas 16:00 Nat Geo Amazing! - 2 17:00 Viewer’s Favourite - Sawfish 18:00 Mega Factories - Harley Davidson 19:00 The Philippines 20:00 Korean Soul Food 21:00 Secrets of The Taj Mahal 22:00 Strange Love 23:00 Initiation Rituals 00:00 The Philippines

(MCTV 40) Star Movies 16:15 australia

16:30 World Sport 2010 17:00 Ace 2010 17:30 (LIVE) Commonwealth Bank Tournament Of Champions 2010 Quarterfinals 21:30 (Delay) Score Tonight 22:00 Football Asia 22:30 The FA Cup 2010/11 Preview Show 23:00 MotoGP World Championship 2010 - Highlights Grande Premio De Portugal 03:40 (LIVE) FA Cup 2010/11 Rochdale vs. FC United of Manchester STAR MOVIES 40 12:35 The Keeper 14:15 High School Musical 3: Senior Year 16:15 Australia 19:05 Bringing Down The House 21:00 Ice Age 3: Dawn Of The Dinosaurs 22:45 Max Payne 00:30 Father Of The Bride Part II HBO 41 13:00 My Stepmother Is An Alien 14:40 The Foot Fist Way 16:00 Footloose 17:45 Center Stage: Turn It Up 19:20 A Perfect Getaway 21:00 Hotel For Dogs 22:40 The Rise Of The Lycans 00:10 Tin Cup

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CINEMAX 42 12:00 Once Upon A Time In The West 14:40 Nowhere To Hide 16:15 Dead Ringer 18:20 Blade Squad 20:00 Art Heist 21:45 Epad On Max 84 22:00 Saint Sinner 23:15 Tmz 359 00:00 Spartacus: Blood And Sand MGM CHANNEL 43 10:15 Mac and Me 12:00 Just Between Friends 14:00 After Midnight 15:30 Witness for the Prosecution 17:15 Stella

Informação Macau Cable TV


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[O]bjectiva Gonçalo Lobo Pinheiro

17 Raio [X] Campo de batatas Enrique Vila-Matas

A brisa que passa em Portugal já não move cata-ventos (Bucelas, 2008)

Para[ ]comer • Pérola 3/F, Sands, Largo de Monte Carlo, no.203 8983 82222888 3352 http://www.sands.com.mo • VINHA Alm Dr. Carlos d' Assumpção 393 r/c AC 2875 2599vinha@macau.ctm.net http://www.vinha.com.mo • FAT SIU LAU (SINCE 1903) Av.Dr.Sun Yat-Sen,Edf.Vista Magnifica Court Rua de Felicidade No.64, R/C Macau 2857 3585fsl1903@macau.ctm.net http://www.fatsiulau.com.mo

• Casa Carlos Bispo Medeiros 28D 2852 2027

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• Dom Galo Vista Magnifica Court 2875 1383 domgalo@yp.com.mo http://www.yp.com.mo/domgalo • O Santos (TP) R. do Cunha 28827508 • Porto Exterior Ed Chong U 2870 3276 http://www.portoext.com.mo • Restaurante Fernando (Col) Praia Hác Sá 9 2888 2264

• Ó MANEL (Tp) Fernão M Pinto 90 2882 7571

• Litoral Restaurante Lda Alm Sérgio 261 2896 7878 2896 7996 http://www.yp.com.mo/litoral

• A PETISQUEIRA (TP) S João 15A 2882 5354

• Nga Tim Café (Col) Caetano 8 2888 2086

• Sawasdee Thai Av Sid Pais 43AE 2857 1963 • Aquamarine Thai Café (Tp) Jardm Nova Taipa bl 21 2883 0010

A Tasca do Luís

• Bangkok Pochana Ferrª Amaral 31 2856 1419 • Kruatheque Henrique Macedo 11-13 2835 3555

(Taipa) Rua Correia da Silva 57-59 R/C Tel. 2882 7636 • O Porto Interior Alm Sérgio 259B 2896 7770 • A Lorcha Alm Sérgio 289 2831 3195

• Restaurante Thai Abreu Nunes 27E 2855 2255

• Afonso III Central 11A 2858 6272

• LA COMEDIE CHEZ VOUS Ed Zhu Kuan S/N G (Oppsite Cultural Centre) 2875 2021

• Bar Oporto Tv Praia 17 2859 4643 • Maria’s Comida Portuguesa Patane 8A 2823 3221

• LE BISTROT (Tp) Nova Taipa Garden Block 27, G/F 2884 37392884 3994

• Restaurante Pinocchio (Tp) Regedor 181-185 2882 7128 • Canal dos Patos Parque Municipal Sun Yat Seng 2822 8166

• CHURRASCÃO Nova Taipa Garden, Block 27 G/F, Taipa 2884 37392884 3994 • Yin Alª Dr Carlos d’Assumpção 33 2872 2735

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• Fogo Samba VENETIAN-Grand Canal Shoppes Apt 2412 2882 8499

[ ] Cinema

Sala 1 eat pray love [B] Um filme de: Ryan Murphy Com: Julia Roberts 14.30, 19.15 SALA 1 Perfect Wedding [B] (legendado em inglês) Um filme de: Barbara Wong Com: Miriam Yeung, Raymond Lam 17.00, 21.45

Sala 2 Paranormal activity 2 [c] Um filme de: Tod Williams Com: Katie Featherston, Micah Sloat 14.30, 16.30, 19.30, 21.30 Sala 3 Life as we know it [b] Um filme de: Greg Berlanti Com: Katherine heigl, Josh duhamel 14.30, 16.30, 19.30, 21.30

Há um ano, voltei a escrever contos, mas sem me dar conta de que, na realidade, continuava com os hábitos de romancista. Continuava a utilizar um tempo moroso, nada adequado para o relato. As frases alargavam-se sem pressas e concentravam-se opressivamente nos pormenores. Até que compreendi que assim não ia a lado nenhum. Tinha de estar mais consciente de que havia regressado ao conto e que era obrigado a um sentido de brevidade que o romance não pedia. Mas o maior conflito não tinha origem unicamente nesse lastro de maus hábitos adquiridos como romancista. A tensão mais forte era provocada pelo duro esforço de contar histórias de pessoas normais e ter, ao mesmo tempo, de reprimir a minha tendência para me divertir com textos metaliterários. Sem saber que os que me odeiam me censurariam também o contrário, quer dizer, que me recriminariam por qualquer coisa que fizesse, entreguei-me com a melhor das vontades aos contos com pessoas normais, de carne e osso, sangue e fígado. Não é que fosse algo antinatural para mim, mas logo a partir do primeiro momento senti-me pouco à vontade com as vísceras, o suor, o odor, as frases vulgares e as lágrimas dos meus personagens. Não conseguia esquecer-me até que ponto me identificava com Paul Valéry, quando assegurava que a sua mente não estava feita para os romances tradicionais, uma vez que as suas grandes cenas, as cóleras, as paixões, os momentos trágicos, longe de o exaltarem, chegavam-lhe como reflexos miseráveis, estados rudimentares onde toda a estupidez anda à solta, onde o ser se simplifica até ao disparate. Recriminavam-me também, os que me odeiam, que tivesse mitificado tanto o literário. Não me permitiam que dissesse o que, por exemplo, deixam dizer perfeitamente a Francisco Ayala, talvez porque fez mais de cem anos, idade em que se perdoa tudo: “Eu digo que a literatura é o essencial, o básico. Tudo o que não seja literatura não existe. Porque onde está a realidade? Uma árvore é-o, porque a nomeamos. E ao nomeá-la estamos a suscitar a imagem inventada que tínhamos. Mas se não a nomearmos a árvore não existe.” Suei em bica com as secreções e exsudações dos meus personagens, fiz um esforço incrível para mostrar “apego à existência normal das pessoas normais”. E ultimamente já me sinto bem adaptado à minha nova asquerosa vida. No fundo, contistas como Raymond Carver sempre me impressionaram, com todas as suas histórias de empregadas de motel e camionistas e outros seres anódinos, perdidos no cinzento de um dia-a-dia sufocante. Reconheço que é um dos génios do conto. Também gosto desses autores que, por exemplo, descrevem um campo de batatas com uma precisão magistral. Eu, porém, tive sempre muita dificuldade em fazê-lo. Se tinha de descrever um campo de batatas, fazia-o, mas tratava-se de batatas a germinar numa cave, por exemplo, e acabava por ter de corrigir-me a mim mesmo, batendo sadicamente na mão com que escrevia esses surrealismos.»

[Enrique gosta de explorar o abismo]


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entrevista

JOSÉ COLAÇO, PRESIDENTE DO NÚCLEO DE ANIMAÇÃO CULTURAL DE GOA, DAMÃO E DIU

“Vivemos e revivemos tradições tão antigas António Falcão | bloomland.cn

Quarenta e cinco anos de Macau. Um sonho, o de aqui viver, vindo de muito longe no tempo. Jovem adulto, já saído da sua terra natal que é Damão e trabalhando em Goa nos Serviços de Economia, José Colaço mantinha um sonho de menino: ir à descoberta do mundo. Dois locais no imaginário, Madeira e Macau. Macau foi o destino desde 1965. Homem de hábitos culturais conhecidos, este verdadeiramente jovem de quase 80 anos, herdou do seu pai o gosto pelas leituras. O elegante casal José e Henriqueta Colaço tem deliciado gerações de pessoas que aplaudem a inconfundível voz clara e vibrante dele e a arte exímia dos dançares dela. Não apenas em convívios ou espectáculos relacionados com as culturas de Goa, Damão e Diu. Também permanência assídua no Grupo de Danças e Cantares portugueses, incluindo nas deslocações ao exterior. Lições de vida, com lucidez, generosidade e uma dinâmica constantemente elogiada.

com a designação de Núcleo e oficialmente associados, temos outra e maior abrangência. Quais são os principais objectivos do Núcleo? Transmitir os valores culturais que recebemos dos nossos antepassados e alimentado por séculos de história e tradição comum, através das canções, das danças, da união das comunidades de Goa, Damão e Diu, preservando as ligações que antes existiram e continuam agora. Fazemos os possíveis para fazer chegar este legado às gerações que agora despontam e se integram neste meio social de Macau para aqui darem um valioso contributo no sentido duma vida em paz, harmonia e felicidade. Nestes quatro anos de existência do Núcleo, isso tem sido conseguido? Sem dúvida que sim. É público que nos apresentamos sempre com várias gerações, dos

“Temos dado nas vistas, temos sido aplaudidos e acarinhados e sentimos ser muito reconhecido o nosso trabalho, a nossa actividade, de cada vez que nos apresentamos” Em Macau, as comunidades do espaço chamado lusófono normalmente constituem-se em associações. Como surgiu a ideia de se formarem com o nome de núcleo? Colocámos várias hipóteses. O nome de núcleo foi escolhido por acharmos por bem fugirmos à designação de associação. Se bem que o vosso histórico já vem de trás, com muitas actuações que tanto divulgaram as culturas de Goa, Damão e Diu. Exactamente. Sob o nome de Grupo de Danças e Cantares de Goa, Damão e Diu, mas que não estava legalmente oficializado. Assim sendo, não podíamos beneficiar de apoios financeiros e outros. O grupo aparecia em situações, digamos que caseiras, por convites pessoais e de instituições, como, por exemplo, a doutora Ana Paula Laborinho que nos convidava para festas do IPOR etc.. Agora,

avós aos netos, sentindo uma grande felicidade nisso. Temos sempre uma alegria imensa em participarmos em iniciativas de carácter cultural, social ou recreativo, organizadas por entidades oficiais ou particulares, divulgando as nossas raízes, dando curso aos nossos objectivos publicados e que estão na base e são justificação da nossa existência. Queremos cada vez mais juntar e engrossar o nosso grupo que deseja viver e reviver as tradições tão antigas como belas. Quantos associados têm? Temos 40 associados. Sabemos que, residentes em Macau, há mais de 40 naturais de Goa, Damão ou Diu que ainda não se inscreveram para sócios, porque já têm um parente ou amigo associado ao Núcleo, ou por terem uma série de obrigações pessoais e profissionais, mas gostaríamos que todos se associassem, ajudando-nos a


sexta-feira 5.11.2010

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com Helder Fernando

como belas” prosseguir. Por outro lado, nem todos os sócios são naturais destas antigas parcelas que foram colónia portuguesa na Índia. Aceitamos todos aqueles que, de alguma maneira, se identificam ou gostam da nossa diversificada cultura, dos nossos hábitos, da nossa maneira de estar. São bemvindos todos os que queiram, como amigos, juntar e engrossar este grupo cujo único interesse é aquele que já sublinhei. De que modo o leitor interessado em se associar ao Núcleo pode fazê-lo? Simples: preenchendo um impresso. As pessoas podem consultar o nosso blog na internet e, através dele, também entrar em contacto connosco. Quem trata do blog é o nosso associado e tesoureiro Oscar Noruega, ele é um grande dinamizador. O endereço do blog é onacgdd.blogspot.com. Quatro anos depois, o Núcleo ainda não tem sede. Já solicitaram uma? Realmente ainda não temos sede, o que dificulta imenso a nossa actividade associativa, como se calcula. Oficialmente a sede é em minha casa e da minha mulher, Henriqueta, mas obviamente que não temos condições, embora alguns órgãos do Núcleo reúnam várias vezes aqui. Há quatro anos, quando formalmente nos constituímos, apresentámos cumprimentos e solicitámos, por escrito, ao anterior Chefe do Executivo, a concessão de um espaço para funcionamento da sede. Também voltámos a insistir com o actual governo da RAEM, estando agora a aguardar alguma resposta. De que forma o Núcleo de Animação Cultural de Goa, Damão e Diu tem sido apoiado? Têm recebido subsídios? O único subsídio que temos recebido é na altura da Festa da Lusofonia. O IACM atribui-nos, tal como às outras associações de matriz lusófona, um subsídio da mesma importância para erguermos o nosso stand. Também estamos muito gratos à Rita Santos, pelo facto de o Fórum nos ter subsidiado para organizarmos a vinda de um artesão e respectiva mostra de artesanato no decorrer do recente Festival da Lusofonia.

Para a manutenção quotidiana do Núcleo não temos subsídio, a não ser as 20 patacas mensais dos associados, o que é praticamente simbólico. Não deve ser fácil, continuar com a vossa dinâmica sem apoios financeiros. Apoio financeiro não temos tido grande necessidade porque, de certa maneira, as quotas dos sócios sempre ajudam alguma coisa, até porque evitamos fazer despesas. Independentemente desta situação, não podemos deixar de mencionar a disponibilidade do Rui Cunha desde a primeira hora. Ele é um grande aglutinador do Núcleo, tanto através das suas palavras sempre estimulantes, como através, por exemplo, da extrema generosidade em nos conceder o espaço do seu escritório de advocacia, para reuniões da nossa assembleia-geral. Se não fosse este seu grande gesto, não haveria possibilidades, teríamos que alugar um espaço, o que dificultaria muito, ou mesmo inviabilizaria, grande parte da nossa actividade. É uma pessoa que sempre nos ajuda com ideias e com atitudes que muito nos encorajam.

Quais os principais membros dos órgãos dirigentes do Núcleo? São: o dr. Trui Cunha, presidente da assembleia geral, o dr. Salvador Figueiredo, presidente do conselho fiscal, Oscar Menezes, vogal do Conselho Fiscal, Oscar Noruega, tesoureiro da direcção e eu como presidente da direcção do Núcleo.

“A minha terra, claro, é Damão, vou lá todos os anos, mato saudades, ainda lá tenho familiares, mas não seria para lá que iria se tivesse que sair de Macau. Era para Portugal. Tenho lá casa, familiares, o meu neto!” No mais recente Festival da Lusofonia esteve presente uma comitiva artística com bastante peso vinda de Goa. Sim, foram 35 elementos. Isso só foi possível com um apoio dum grande amigo que não pretende revelar a identidade e a quem ficamos muito gratos. Para falar somente nestes quatro anos de existência do Núcleo,

quer destacar alguma iniciativa em que tenham participado? Por exemplo, o lançamento do livro do professor Cândido de Azevedo “O Lúdico na História do Oriente Português”, no Instituto Politécnico. Recentemente fomos convidados pelo doutor Hugo Cardoso para participarmos, na Casa Garden, de um debate com académicos sobre “A extinção dos crioulos Ibero-Asiáticos”. O Núcleo participou através de canções em crioulo. Temos recebido vários elogios, inclusive do professor Alan Baxter, pela nossa participação. Iremos, e eu pessoalmente, continuar a colaborar nesta matéria dos crioulos e naquelas em que podermos ser úteis. Estando a chegar ao fim, pela segunda vez consecutiva, o ciclo na presidência da direcção do NACRGDD, vai recandidatar-se a terceiro mandato de dois anos? Penso não recandidatar-me, podendo assim facilitar a eleição de outro presidente que tenha também as suas ideias e introduzir alguma inovação na forma de gerir o Núcleo, como espaço cultural, social e recreativo do interesse não apenas dos naturais de Goa, Damão e Diu aqui em Macau, como também de muitos outros amigos e simpatizantes. Que balanço faz destes quatro anos? Embora com as dificuldades já

19 mencionadas, com destaque para a falta de espaço a que chamaria sede, considero que podemos fazer um balanço positivo. Temos dado nas vistas, temos sido aplaudidos e acarinhados e sentimos ser muito reconhecido o nosso trabalho, a nossa actividade, de cada vez que nos apresentamos. E a juventude? Como todos sabem, apresentamo-nos muitas vezes com os mais jovens, a quem transmitimos os valores culturais e outros que recebemos. A comunidade de Goa, Damão e Diu é muito conhecida em Macau e não só. Temos a alegria enorme em sermos convidados, com frequência, para as festas e demais iniciativas de outras associações. Somos uma presença efectiva e isso para nós é de grande felicidade. Com uma sede, criaremos atractivos que levem os nossos jovens a participar ainda com maior entusiasmo. Fala-se bastante em lusofonia. A expressão incomoda-o? Sei que há vários especialistas e pensantes que se debruçam sobre o termo lusofonia. Enquanto não for alterado, vamos manter-nos com ele, pois é aceite e até o povo não o contraria, até no estrangeiro. Pessoalmente a minha dedicação a Portugal também facilita no sentido de não me incomodar a expressão lusofonia. A Festa ou Festival da Lusofonia tem futuro em Macau? Estou certo que sim. Começou nos últimos anos da administração portuguesa, fruto do entusiasmo de algumas pessoas, foi crescendo, foi tendo maior dimensão e afluência, e hoje é o sucesso que se sabe. Sei que existe controvérsia em relação ao local principal, na Taipa, mas eu confesso que sou a favor daquele espaço, até porque a iniciativa ainda não tem dimensão para justificar um espaço maior. Se um dia decidisse sair de Macau, que local escolheria? Portugal, sem dúvida. Em qualquer lado, mas preferencialmente Lisboa. Tenho lá casa, familiares, o meu neto! A minha terra, claro, é Damão, vou lá todos os anos, mato saudades, ainda lá tenho familiares, mas não seria para lá que iria se tivesse que sair de Macau. Estou nesta região há 45 anos, Macau é como se fosse a minha terra, tenho amigos em todas as comunidades, sinto-me bem aqui.


a fechar sexta-feira 5.11.2010

Aviação Airbus perde peças em pleno voo

O Airbus A380 da companhia aérea australiana Qantas, que ontem teve problemas num motor perto de Singapura, perdeu peças no ar que atingiram edifícios e automóveis na ilha indonésia de Batam, disseram testemunhas e a polícia. As peças, algumas de alumínio e de aço com as cores vermelhas e brancas da companhia aérea, “ficaram espalhadas por Batam, uma ilha próxima de Singapura, especialmente em zonas residenciais”, disse um responsável policial, Bobby Baharudin. O responsável acrescentou que a queda das peças não fez feridos. A companhia suspende temporariamente os voos com o A380.

Economia Juros da dívida quase nos 7%

Os juros da dívida pública portuguesa a 10 anos chegaram ontem aos 6,7%. O máximo anterior era de 6,6% e tinha sido atingido também no dia de ontem. Na análise de Filipe Silva, gestor do mercado de dívida do Banco Carregosa, a justificação para a subida das taxas da dívida soberana pode estar na robustez dos mercados. “Uma justificação pode ser o facto dos mercados accionistas estarem muito fortes”, explica Filipe Silva. O mercado da dívida parece não ter ficado convencido com a aprovação do Orçamento do Estado para 2011 e continua a castigar Portugal, apesar do primeiro-ministro, José Sócrates, se ter mostrado confiante com a possibilidade da aprovação do OE afastar o país da zona de perigo e da turbulência do mercado financeiro.

Ecologia Carros menos poluentes

Portugal perdeu para França a posição de líder europeu na venda de carros amigos do ambiente, segundo um estudo da Federação Europeia para os Transportes e Ambiente. Até 2008, os carros vendidos em Portugal eram os que menos emitiam dióxido de carbono - em média, 138 gramas por quilómetro. Em 2009, a média caiu para 134 gramas por quilómetro, mas ficou algumas décimas abaixo da de França, que assumiu a primeira posição. A meta europeia para 2015 é de 130 gramas por quilómetro.

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Vice-ministro chinês aconselha abertamente hospitais de Macau

Por uma saúde responsável Kahon Chan

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O hospital Conde de São Januário deveria concentrar-se no desempenho do seu papel como prestador de serviço público de saúde, aconselhou Huang Jiefu. O vice-ministro da Saúde da China disse também que o hospital Kiang Wu não devia ver o São Januário como um concorrente e devia, por outro lado, dar atenção aos pobres assumindo-se como uma instituição de saúde responsável. Huang falava ontem num seminário no Hospital Kiang Wu quando proferiu os comentários sobre os dois hospitais de Macau. Entre outras coisas, disse que o hospital privado de Macau devia assumir um melhor posicionamento e distinguir-se do Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ), enquanto este não deveria ser visto como um concorrente. Por outro lado, assinalou o governante chinês, o CHSCJ deveria mais bem desempenhar o seu papel no serviço

público de saúde, dotando-se de equipamento adequado, enquanto o Kiang Wu poderia proporcionar o serviço ao escalão mais alto do mercado. O Governo também deveria ver o Kiang Wu como um complemento à oferta do CHSCJ. Ao mesmo tempo, no entanto, e do ponto de vista da responsabilidade social, o Kiang Wu deveria manter o seu lema de

servir os pobres na prestação dos seus serviços de saúde. Huang recomendou também a esse hospital que desse mais atenção à função de investigação de um hospital, como a colaboração e intercâmbio com instituições de educação ou investigação da China Continental, de forma a nutrir a qualidade dos profissionais do sector médico em Macau. A equipa médica do hospital devia também ser mais bem paga de forma a manter-se os profissionais mais dotados e experientes. No seu discurso, o vice-ministro da Saúde chinês também revelou que tanto Lei Chin Ion, director dos Serviços de Saúde (SS), como Cheong U, secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, haviam sido informados acerca do seu ponto de vista sobre o posicionamento do CHCSJ e do Kiang Wu. Embora as mudanças na equipa administrativa encarregada do Kiang Wu possam indicar um bom recomeço, Huang não é o único a criticar

Governo prepara novos diplomas

Mais mexidas no imobiliário Educação Lady Gaga em cadeira universitária

Pode parecer algo insólito, mas um professor universitário norte-americano, Ma-thieu Deflem, especializado em áreas como antiterrorismo, política internacional e sociologia da lei, propôs à Universidade da Carolina do Sul criar uma cadeira dedicada ao fenómeno Lady Gaga. Sim, a cantora que muitos já apelidam de “rainha do pop”, mesmo que ainda só tenha lançado um álbum de originais e um EP. As inscrições para a cadeira abrem na próxima segunda-feira. No entanto, e para já, as 50 vagas só estarão à disponibilidade de alunos da faculdade e para estudantes de Sociologia. A cadeira tem por nome “Lady Gaga e a Sociologia da Fama” e, além de se dedicar ao fenómeno da cantora de 24 anos, nestas aulas será também analisado o contexto que a levou tão rapidamente ao sucesso com escala planetária: “O grande objectivo é desvendar algumas das dimensões sociologicamente relevantes da fama de Lady Gaga”, lê-se no texto de apresentação da disciplina no site da universidade.

Depois de terem sido anunciadas medidas, no mês passado, para travar a especulação imobiliária, o Governo está a trabalhar a todo o gás em novos diplomas para o sector dos imóveis do território. No campo da contribuição predial urbana, o projecto de lei já foi submetido ao Conselho do Executivo para discussão. A legislação para a regulação de actividade de mediação imobiliária e o projecto de revisão do regulamento do imposto de selo seguiram pelo mesmo caminho e não devem tardar para chegar à Assembleia Legislativa. A Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAJ), em conjunto com a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), está ainda a elaborar o projecto de lei que visa regular a alienação de fracções de edifícios em construção, estando previsto o início da auscultação pública em

Dezembro. O diploma regulará os prazos, o regime de registo obrigatório, o conteúdo do contrato, por forma a tornar o negócio mais transparente e regularizado, garantindo o interesse do adquirente e diminuindo as actividades especulativas.

Na vertente do aumento do grau de transparência, a DSSOPT está a preparar uma orientação a ser lançada ainda este mês, a exigir a apresentação de mais documentação nos projectos submetidos pelos empreiteiros para apreciação.

o estatuto actual do hospital. Fong Chi Keong, deputado da Assembleia Legislativa (AL) e novo director-geral da Associação de Beneficência do Hospital Kiang Wu, disse ao jornal “Va Kio” na terça-feira que o hospital estava a sofrer com a perda de profissionais qualificados, a falta de especialistas experientes, a fraca investigação clínica, a falta de clareza na responsabilização da administração e com a inconsistência na qualidade de serviço. Fong disse ao jornal que a primeira coisa a fazer era promover um melhoramento do moral entre o pessoal com uma melhor relação interpessoal, seguido de uma revisão geral e mudanças na equipa de gestão, melhoria nos salários e títulos profissionais e promoção da qualidade do serviço. Um núcleo duro será formado sob a alçada da associação para lançar as reformas. O responsável acredita que os novos dirigentes da associação serão capazes de executar as mudanças.

A orientação vai exigir aos empreiteiros que indiquem, na ficha técnica do projecto de construção, informação sobre as proporções da área de construção e da área de utilização de cada finalidade.. O Governo promete continuar a monitorizar o ambiente económico externo, a evolução financeira e do mercado imobiliário, para avaliar a necessidade de implementação de mais medidas concretas.


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