HOJE MACAU
DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ
TERÇA-FEIRA 5 DE NOVEMBRO DE 2019 • ANO XIX • Nº 4405
MOP$10
ANTÓNIO GRAÇA DE ABREU
ESTÓRIAS DA CHINA E MACAU
hojemacau
ENTREVISTA
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Porco dourado A crise da peste suína que afecta o mercado chinês está para durar e o constante aumento dos preços da carne de porco começa a afastar o produto das ementas dos consumidores. Segundo o presidente
do Instituto para os Assuntos Municipais, José Tavares, os preços subiram mais de 7 por cento desde 10 de Outubro e o cenário de instabilidade não se deve alterar, pelo menos até ao Ano Novo Chinês.
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SEGURANÇA
SPORTING DE MACAU
ALLIANCE FRANÇAISE
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EVENTOS
LIÇÕES DE MATEMÁTICA
NOVO CAPÍTULO
ELOS DE LIGAÇÃO
2 ENTREVISTA
ANTÓNIO GRAÇA DE ABREU
“Portugal não investe em Macau”
HOJE MACAU
DOCENTE, POETA E TRADUTOR
Professor na Universidade de Aveiro, poeta e tradutor, António Graça de Abreu já visitou todas as províncias da China, país para onde foi viver em 1976. À margem de uma palestra recente proferida na Universidade Nova de Lisboa, intitulada “História Chinesa: As relações China-Portugal”, o académico falou da ida de Ramalho Eanes à China em 1984 como o ponto alto da ligação bilateral. Sobre Macau, recorda os limites de poder da Administração portuguesa do período pré-1999 e um encontro com a Companhia Nam Kwong, que denotou o poder chinês no território à época Qual é para si o momento mais marcante desta relação entre Portugal e a China? Talvez em 1984, quando Ramalho Eanes foi à China e tem um encontro com Deng Xiaoping, e se começa a antever e a prever o fim de Macau sob bandeira portuguesa. Já estava tudo mais ou menos alinhado em relação a Hong Kong, e é a altura em que Portugal começa a ter consciência de que inevitavelmente um dia a bandeira portuguesa seria arreada. A partir da Declaração Conjunta é o fim de mais de 450 anos de presença por-
tuguesa em Macau efectiva, com algum controlo sobre o território. Embora esse controlo e essa soberania portuguesa tinham sido sempre muito divididas e muitas vezes pouco eficiente, porque como sabe os chineses sempre tiveram uma mão forte sobre o território de Macau. Os portugueses, até há poucos anos, tinham a ideia que mandavam bastante em Macau, mas isso é tudo muito relativo. É uma terra muito especial. Sempre foi uma Administração controlada.
Mandávamos no que directamente nos dizia respeito, mas a outra parte do icebergue foi bem escondida pelos chineses ao longo dos séculos. É um dado que marca aquele território. É um poder não bem oculto, mas relativo.
Era o poder das elites? Cheguei à China em 1977, através do PCP-ML (Partido Comunista de Portugal Marxista-Leninista), que era o único partido português que tinha relações institucionais com o Partido Comunista Chinês (PCC), antes e depois do 25 de Abril.
Apercebi-me logo que esse relacionamento entre Portugal e a China era muito estranho, diria eu, porque uma coisa é o relacionamento de Macau e as zonas adjacentes, e tem sido assim ao longo dos séculos. Outra coisa são as relações de país para país, entre Lisboa e Pequim. O
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numa desorganização completa do partido e mais alguma coisa, Ho Cheng Peng tinha tudo preparado em Macau para receber quem quer que fosse, através dos canais do partido, para os fazer chegar a Macau e os colocar em qualquer parte do mundo. A importância que os chineses com ligação à China tinham em Macau nos anos 80, 60, com Ho Yin, escapava quase sempre ao controlo das autoridades portuguesas. Não entravam dentro desse mundo nem tinham de entrar, e sempre foi assim. Há a amizade entre os povos... Mas há sempre uma barreira? Há a barreira linguística e das mentalidades, e dos afectos, e aqui falo dos afectos. Por exemplo, o senhor Ho Cheng Peng afecto pelo PCC, havia também os interesses e as motivações de cada um. Até pelo sentimento patriótico que é muito forte na China, ainda nos dias de hoje. Isso não é igual a nós (portugueses) e complica o nosso entendimento. Fui então recebido por Ho Cheng Peng, mas deram-nos uma importância silenciosa e na altura não falei. Não convinha falar sobre isso. Fui recebido por esses senhores e depois enviaram-me livros para Pequim. Mas havia depois o grupo que estabelecia a ligação entre chineses e portugueses, composto por pessoas como Roque Choi ou Ho Yin, que referiu há pouco. Mas não havia uma ligação efectiva? Mas esses sabiam de tudo e faziam até jogo duplo, diria eu. Sabiam quem eram os poderes chineses em Macau e havia alguns portugueses que eventualmente já tinham boas ligações. Já nessa altura o Jorge Neto Valente tinha boas ligações com a companhia Nam Kwong, por exemplo. Foi ele que me encaminhou, de algum modo, porque eu não sabia bem mexer-me em Macau, era um homem de Pequim, nunca tinha passado nem por Macau nem por Hong Kong. Outra coisa que não gostei de Macau nesses anos era que os portugueses estavam muito zangados uns com os outros.
relacionamento entre o PCP-ML e o PCC era entre Lisboa e Pequim, não passava por Macau. No entanto, fui a Macau pela primeira vez em 1979 e recebi ordens, se se pode falar assim, para apresentar cumprimentos à companhia Nam Kwong. De facto, esses senhores
eram os representantes efectivos do PCC em Macau, mas com uma capa de companhia comercial que ainda hoje existe. Nessa altura eram preponderantes. Fui recebido por Ho Cheng Peng e este senhor tinha ligações estreitíssimas com o PCC, e só depois é que comecei
a perceber onde estava. Durante a Revolução Cultural, naqueles anos complicados, em que não se sabia exactamente o que estava a acontecer na China e os próprios chineses, líderes do partido, estavam com problemas porque aquilo esteve quase a descambar
Refere-se ao período do pós-25 de Abril? Sim, anos 70, 80. Havia uma série de guerrilhas permanentes, uns portugueses eram importantes, mas estavam em Macau há dois ou três anos e falavam da China com uma autoridade enorme. Nunca tinham passado das Portas do Cerco e diziam já saber tudo. Eram bem pagos e mesmo assim queixavam-se. Mas falo no geral. Outra questão: porque é que Macau não dá sinólogos? Porque se calhar
as pessoas chegam a Macau e pensam que sabem tudo sobre a China. Aprendem português no início e depois fartam-se. O português não é metódico nem organizado, essencial para aprender chinês. Ana Maria Amaro, que viveu em Macau 15 anos, chegou a fundar o Instituto Português de Sinologia. E o que é feito desse instituto? Ela só criou, mas nunca funcionou. Tem pessoas que não fazem rigorosamente nada, não tem publicações. Deveriam existir mais centros de estudos chineses em Portugal e não existem, e Macau aí também não ajuda. Mas Hong Kong também não é um bom sítio para criar sinólogos, também não há muitos. Há a vida dos expatriados, e fazem a vida entre eles. Não se ligam ao mundo chinês nem estão interessados. Meter a cabeça dentro da China dói.
‘‘Daqui a 30, 40 ou 50 anos a China vai passar por grandes convulsões. É inevitável e os chineses sabem isso há muitos anos.’’ Quando foi para a China não tinha esse grupo de apoio. Não havia expatriados. Havia a embaixada a 19 quilómetros do lugar onde vivia. Fui escrevendo e também sobre o meu dia-a-dia. Fui aprendendo chinês e tentando mexer-me naquele mundo. Viajei muito pela China, visitei todas as províncias. Fui trabalhar para as Edições de Pequim e foi a imersão no mundo chinês e na própria propaganda do PCC. Publicávamos uma revista de propaganda sobre a China, sobre a qual não concordava, mas sempre pensei: “quem sou eu para concordar ou não? Para corrigir um universo, na altura de 900 milhões de pessoas?”. Aceitava. Temos de aceitar que do outro lado há um bloco sobre o qual temos a nossa opinião, mas não me compete a mim corrigir eventuais erros do PCC, até porque os erros de hoje podem ser coisas boas de amanhã. De todos os governantes portugueses quais foram aqueles que melhor lidaram com o processo de Macau, os que melhor souberam dialogar com a China? Diria que nenhum, mas não sei. A verdade é que essas visitas são Continua na página seguinte
4 entrevista
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HOJE MACAU
entre a China e Angola não passam pelo Fórum Macau, por exemplo.
sempre protocolares. Em 1995 fui com Mário Soares à China, tive a sorte de ser convidado. Estava a dar aulas de cultura chinesa na Missão de Macau em Lisboa. E aí apercebi-me que as pessoas nessa comitiva grande de empresários e jornalistas, planavam sobre a China. Chegávamos a Pequim e aquelas pessoas não entraram bem na China. O ministro dos Negócios Estrangeiros era Durão Barroso, cheio de problemas, porque era do PSD e o Mário Soares era do PS. As negociações não davam quase nada, não tinham consequência. Mesmo os empresários que os presidentes da República ou os primeiro-ministros costumam levar fazem mal o trabalho de casa. Ainda hoje? Ainda hoje. Estou a lembrar-me dessa viagem de 1995. Contaram-me depois que os 70 ou 80 empresários contactaram as comitivas chinesas e achavam que rapidamente iam fazer grandes negócios. Mas esqueceram-se de fazer o trabalho de casa. Chegamos lá, desenrascamo-nos e depois logo se vê. Muitas vezes até Macau, e o Fórum Macau não aproveitamos. Com o chinês tem de ser tudo muito bem trabalhado. Há coisas que têm sido bem feitas, há empresas que trabalham bem e que agora tem os seus escritórios em Xangai. Lembro-me da Corticeira Amorim que há 20 ou 30 anos colocava cortiça em toda a Ásia.
E como vê as relações hoje em dia entre a China e Portugal? Começam a surgir algumas críticas ou receios pela forma como a China está a investir no país. Não conheço bem a parte económica, sou mais ligado à cultura. Mas pergunto-lhe a nível diplomático, com todas estas visitas que têm sido feitas. As relações são boas e tem-se procurado que não haja atritos nem conflitos. Mas é evidente que com a própria comunidade europeia tenha havido alguns problemas com a política “Uma Faixa, Uma Rota”, porque Portugal embarcou rapidamente nela. Parecia um bom negócio para Portugal, mas a Europa ficou um bocadinho de pé atrás, porque a comunidade europeia disse que isso só servia a China. Portugal tem estado calado,
‘‘Esse controlo e essa soberania portuguesa tinham sido sempre muito divididas e muitas vezes pouco eficientes, porque como sabe os chineses sempre tiveram uma mão forte sobre o território de Macau.’’
é um país pequeno. Mesmo assim as importações e exportações para a China já começam a ter algum peso. Portugal tem tentado a nível das exportações, sobretudo da carne de porco, que os chineses precisam. Há uma série de negócios que têm de se fazer, mas que têm de ser bem preparados. As contrapartidas é que são sempre discutíveis. Os chineses têm quase liberdade plena para abrirem empresas na Europa, mas o contrário não acontece. Mas a China também está a atenuar as limitações que tem tido face ao investimento estrangeiro. O chinês gosta muito de jogar, nos negócios e na política. Portugal não é muito duro e determinado. Agora começamos a ter alguns especialistas nesta área, mas não tínhamos. Quais foram os grandes erros de Portugal em relação a Macau ao longo destes anos? Antes da transição Portugal lembrava-se muito de Macau, era uma boa fonte de rendimentos, inclusive para algumas forças políticas. Mas era assim que funcionavam as coisas. Macau foi plataforma de bons negócios e bons empregos. Mas depois começou a ficar um pouco esquecido pelo mundo da política e dos negócios. Mas, repare: há o Fórum Macau que é subsidiado pelos chineses, Portugal não investe em Macau. Mas os resultados do Fórum Macau são relativos. Quando se fala dos negócios da China,
‘‘Hong Kong podia ser independente, porque além de ser uma grande praça financeira, tem o maior porto de contentores do mundo. Tem um grande poder económico e uma pujança que lhe iria permitir não depender da China, a não ser para os negócios.’’ as pessoas dizem que Macau é o trampolim. Isso repete-se há 100 anos, não é de agora. Em Macau estamos na China, mas estamos a 2800 quilómetros de Pequim. Negociar com a China a partir de Macau é diferente, e os países que estão no Fórum Macau também têm as suas embaixadas e adidos comerciais, como é o caso do Brasil, que tem uma embaixada pujante, que não precisa de passar por Macau para coisa nenhuma. Há países de língua portuguesa que até desprestigiam Macau porque têm interesse em fazer os seus negócios directamente nas suas embaixadas em Pequim ou Xangai. É mais fácil porque estão mais próximos das empresas. Os negócios do petróleo
Agrada-lhe o rumo que Macau está a tomar? Macau foi incorporada na grande China em 1999, e a partir daí o jogo tem sido um bocadinho diferente. Os casinos cresceram exponencialmente. Macau não é igual a nenhum outro lugar do mundo. É uma terra complexa. Em Portugal quase todos somos portugueses, mas o chinês de Macau vê a sua terra de determinada maneira, e os chineses que vivem em Macau oriundos da China já olham para a realidade da terra de maneira diferente. Temos depois os portugueses e os macaenses. Os portugueses conseguem sobreviver porque tem a arte de saber viver em Macau. Penso que aqueles que amam mais Macau são os macaenses e os chineses nascidos em Macau. Em Hong Kong, chineses lá nascidos são mais de quatro milhões, e a população é de sete milhões. E Macau é pequena. Hong Kong podia ser independente, porque além de ser uma grande praça financeira, tem o maior porto de contentores do mundo. Tem um grande poder económico e uma pujança que lhe iria permitir não depender da China, a não ser para os negócios. Aí tem de saber negociar. As pessoas de Hong Kong que se manifestam nas ruas têm a percepção de que o território tem de ser uma coisa muito diferente da China, em termos de direitos e liberdades. Eu compreendo-os, mas Hong Kong está inserido no grande mundo chinês, onde essas grandes liberdades e direitos, que fazem parte do nosso mundo ocidental, ainda não prevalecem. Deng Xiaoping dizia que o primeiro direito humano é podermos comer todos os dias. Muitas pessoas na China não se preocupam com a ditadura. Podemos estar a falhar ao avaliar a China de acordo com os nossos conceitos ocidentais, o que não quer dizer que não haja valores universais. Penso que os chineses querem mais liberdades, mas toda a gente quer mais liberdade, é da natureza humana. Por exemplo na Internet. Xi Jinping quer reforçar o poder do partido, porque os chineses têm muito medo do caos. Se as manifestações de Hong Kong entrassem pela China adentro, imagine o que acontecia ao país. Caía o poder? Podia dar uma guerra civil. E um dia isso vai acontecer, talvez no seu tempo, não no meu. Daqui a 30, 40 ou 50 anos a China vai passar por grandes convulsões. É inevitável e os chineses sabem isso há muitos anos. O partido vai-se desagregar. Isso será mau para a China e para o mundo inteiro. E os negócios? Andreia Sofia Silva
andreia.silva@hojemacau.com.mo
política 5
O
secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, negou na sexta-feira que tenha existido, nos últimos anos, um enorme aumento de contratações na área das Forças de Segurança, conforme foi referido numa reportagem publicada pelo jornal Ou Mun. De acordo com um comunicado oficial, Wong Sio Chak assegura que, entre 2015 e Setembro deste ano, o aumento do número de pessoal, em termos reais, não foi além dos oito por cento. “No início de 2015 o número total do pessoal da área de Segurança fixava-se nos 10.407, e, em Setembro de 2019, contavam-se 11.277, num aumento de 870 trabalhadores. Nestes, incluem-se 113 funcionários da antiga Comissão de Segurança dos Combustíveis, do Instituto de Menores da Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça e do Gabinete de Informação Financeira, integrado, durante o presente Governo, na área de Segurança, portanto, o aumento real dos recursos humanos acaba por ser inferior a oito por cento.” Além disso, Wong Sio Chak esclareceu que, com base no Plano decenal de prevenção e redução de desastres em Macau (2019-2028), “a proporção do número dos bombeiros e dos polícias de segurança pública face à população residente, nesse período, é de 2.5 por cada mil habitantes (2.5 por cento) e 10 por cada mil habitantes (10 por cento), respectivamente e, não 2.5 por 100 habitantes e 10 por 100 habitantes como referiu o jornal. Wong Sio Chak disse que como está em causa uma diferença de dez vezes no número, era importante esclarecer este ponto”, lê-se no comunicado. Apesar de negar um excessivo aumento do nú-
TIAGO ALCÂNTARA
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“A proporção do número dos bombeiros e dos polícias de segurança pública face à população residente, nesse período, é de 2.5 por cada mil habitantes (2.5 por cento) e 10 por cada mil habitantes (10 por cento), respectivamente e, não 2.5 por 100 habitantes e 10 por 100 habitantes como referiu o jornal” - Comunicado
SEGURANÇA SECRETÁRIO NEGA ENORME AUMENTO DE POLÍCIAS NOS ÚLTIMOS ANOS
É só fazer as contas
Wong Sio Chak, secretário para a Segurança, nega que tenha existido nos últimos anos um enorme aumento de pessoal nas Forças de Segurança, assumindo que o aumento real, entre 2015 e Setembro deste ano, é inferior a oito por cento. No que diz respeito à lei de combate à criminalidade informática, Wong Sio Chak volta a frisar o cumprimento de acordos internacionais mero de trabalhadores, Wong Sio Chak explicou que a existência de mais 870 funcionários nas Forças de Segurança “vem dar resposta aos planos que estão a ser implementados, desde
2014, pelo terceiro governo e que houve, nos últimos cinco anos, um crescimento do número de turistas e de postos fronteiriços, que deverão aumentar ainda mais no futuro”.
Além de uma maior resposta na área da protecção civil, Wong Sio Chak destacou também o “aumento ligeiro no número de trabalhadores do Corpo de Polícia de Segurança Pública, que passou a
contar com mais 361 agentes nos últimos cinco anos”.
TUDO NOS CONFORMES
Na sexta-feira, à margem de um evento público, Wong Sio Chak falou também da
proposta de lei de combate à criminalidade informática, em análise na especialidade na Assembleia Legislativa. O secretário voltou a afirmar que as disposições do diploma “são ajustados e estão em estrito acordo com as necessidades da aplicação da legislação, bem como com os padrões e práticas internacionais na área, o que significa que correspondem inteiramente às convenções internacionais”. No que diz respeito ao receio de que a polícia venha a realizar mandatos de busca sem a autorização de um juiz de instrução criminal, Wong Sio Chak afastou essa possibilidade. “(A lei de combate à criminalidade informática aprovada em 2009) prevê que os órgãos de polícia criminal podem adoptar as medidas especiais definidas na lei, ‘mesmo sem prévia autorização da autoridade judiciária competente, quando tiverem fundadas razões para crer que os dados informáticos relacionados com o crime são susceptíveis de servirem a prova e que, de outra forma, poderiam perder-se ou quando a demora possa representar grave perigo para bens jurídicos de valor relevante’”, recordou o secretário. No entanto, “a realização da diligência é, sob pena de nulidade, imediatamente comunicada à autoridade judiciária competente e por esta apreciada em ordem à sua validação, a efectuar no prazo máximo de 72 horas”. No mesmo comunicado, Wong Sio Chak esclareceu que “a proposta de alteração à lei não abrange o referido artigo, uma vez que o seu conteúdo corresponde completamente às normas e aos princípios gerais do Código de Processo Penal”. A.S.S.
VIDEOVIGILÂNCIA SULU SOU PEDE SUSPENSÃO DO PLANO DE RECONHECIMENTO FACIAL
O
deputado Sulu Sou interpelou por escrito as autoridades de segurança acerca dos fundamentos legais que estão na base da execução experimental da instalação de câmaras de videovigilância equipadas com tecnologia de reconhecimento facial. Em causa está a instalação prevista para o primeiro trimestre de 2020,
que não dispõe para já, segundo o deputado, de fundamentos claros acerca da sua execução técnica no Regime Jurídico da Videovigilância em espaços públicos. Assim, numa altura em que não existe uma definição clara para a execução do projecto e que o Gabinete de Protecção de Dados Pessoais (GPDP) não dispõe ainda de
condições para exercer o seu direito de apreciação para proteger a privacidade da população no espaço público, Sulu Sou pretende saber, nesta fase, se as autoridades de segurança concordam com a suspensão do plano antes da sua aplicação. O deputado espera também que as autoridades possam apresentar ao GPDP, e ao
público, o conteúdo detalhado do plano, incluindo o seu âmbito, processo de recolha de dados pessoais, as instalações técnicas a utilizar e os códigos de conduta relativos à protecção da privacidade. “Será que as autoridades vão criar uma base de dados estatísticos para preservar as informações pessoais dos cidadãos e visitantes, de forma
a conseguirem procurar e rastrear suspeitos através do reconhecimento de facial?”, questionou o deputado na sua interpelação. Por ocasião de uma reunião de esclarecimento de dúvidas com o GPDPsobre a instalação deste tipo de equipamentos, o deputado tinha já frisado que não tinham sido dadas garantias suficientes para assegurar
que a privacidade das pessoas não seria violada mediante o uso desta tecnologia. Recorde-se que o aumento do número de câmaras de vigilância é uma das medidas previstas no plano de prevenção e redução de desastres naturais apresentado pelo Governo, sendo que em 2023 deverão existir já 2600 destes equipamentos.
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5.11.2019 terça-feira
EDITAL N.º 03/DSO/2019 Processo n.º 2304.01 Notificação da execução: Despejo do terreno situado na península de Macau, junto à Travessa do Laboratório, demarcado e assinalado com as parcelas A (396 m2), B (91 m2) e C (20 m2) na Planta Cadastral n.º 1 351/1989 de 25 de Outubro de 2019 Shin Chung Low Kam Hong, director subst.º da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, nos termos do n.º 2 do artigo 72.º do «Código do Procedimento Administrativo», aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, faz-se saber por este meio aos ex-concessionário Tam Iec Choi e seus eventuais herdeiros, demais interessados ou ocupantes desconhecidos, o seguinte: 1. Por despacho do Chefe do Executivo de 6 de Março de 2019, foi declarada a caducidade da concessão do terreno referido no assunto em epígrafe, a que se refere o processo n.º 41/2018 da Comissão de Terras, pelo decurso do seu prazo, nos termos e fundamentos do parecer do Secretário para os Transportes e Obras Públicas (STOP) de 19 de Fevereiro de 2019. 2. A declaração de caducidade da concessão acima referida foi publicada, pelo Despacho do STOP n.º 27/2019, no Boletim Oficial da RAEM n.º 31, II Série, de 31 de Julho de 2019, e através do Edital n.º 02/DAT/2019 de 5 de Agosto de 2019, foram notificados editalmente os destinatários acima referidos o conteúdo do referido despacho. 3. Nestas circunstâncias, nos termos do n.º 1 do artigo 179.º da Lei n.º 10/2013 «Lei de terras», por despacho do STOP de 27 de Setembro de 2019, são ordenados os destinatários acima referidos para a desocupação do terreno referido em epígrafe, devendo também demolir todas as construções e remover também todas as coisas existentes no local, no prazo de 60 dias a contar da publicação do presente edital. As eventuais benfeitorias por qualquer forma incorporadas são revertidas para a RAEM, livre de quaisquer ónus ou encargos, sem direito a qualquer indemnização. 4. Esta Direcção de Serviços deve ser notificada por escrito após a conclusão da desocupação acima referida, a fim de proceder à respectiva vistoria de recepção. 5. Em caso de incumprimento da ordem de que lhes é transmitida através do presente edital, nos termos do n.º 2 do artigo 179.º da «Lei de terras» e do artigo 56.º do Decreto-Lei n.º 79/85/M, de 21 de Agosto «Regulamento Geral da Construção Urbana», esta Direcção de Serviços, em conjunto com outros serviços públicos e com a colaboração das Forças de Segurança de Macau, procederá, a partir do termo do referido prazo de 60 dias, à execução substituta coercivamente dos referidos trabalhos de despejo, devendo as respectivas despesas ser de responsabilidade dos destinatários em epígrafe. 6. De acordo com os artigos 8.º e 9.º do «Código do Procedimento Administrativo», ficam comunicados os destinatários acima referidos que as despesas de execução substituta de despejo das parcelas em epígrafe poderão atingir a $200.000 (duzentas mil patacas), mas as suas despesas exactas serão definidas conforme o montante de liquidação da obra que tem a ver com o nível de complexidade da obra, a quantidade de objectos existentes nas parcelas, a inflação, etc. 7. Os objectos, materiais e equipamentos abandonados no terreno serão tratados de acordo com o artigo 210.º da «Lei de terras». 8. Para os efeitos das referidas despesas de execução substituta, a acção de despejo não pode ser cancelada quando tenha sido iniciada. 9. Para mais informações, os destinatários acima referidos podem, munidos do seu documento de identificação, dirigir-se pessoalmente ao Departamento de Gestão de Solos da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, situado na Estrada de D. Maria II n.º 33, 18.º andar durante o horário de expediente. RAEM, aos 31 de Outubro de 2019.
O Director de Serviços, subst.º Shin Chung Low Kam Hong
política 7
terça-feira 5.11.2019
Metro ligeiro Fumo preto avistado em estação
Fumo preto foi avistado no passado sábado na estação de Metro Ligeiro da Estrada Governador Albano de Oliveira. A notícia, é avançada pelo jornal Exmoo que refere que segundo o Corpo de Bombeiros, a evacuação não terá sido necessária devido ao facto de o fumo ter sido originado a partir da activação não voluntária de um gerador eléctrico secundário de diesel. A falha, aponta a mesma fonte, deveu-se a um erro no sistema informático do metro. Recorde-se que, apesar de ainda não existir uma data definida para o arranque das operações do Metro Ligeiro, o secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, garantiu que o Metro Ligeiro iria entrar em funcionamento ainda durante o mês de Novembro. “Vamos pôr o metro a funcionar seguramente em Outubro ou Novembro, na Linha da Taipa”, afirmou Rosário, na altura.
Vacinas Deputada quer clínicas privadas a armazenar injecções
A deputada Song Pek Kei, ligada ao empresário Chan Meng Kam e à comunidade de Fujian, quer saber se o Governo vai alterar a lei para permitir que as clínicas privadas possam armazenar e administrar vacinas. A questão faz parte de uma interpelação da legisladora que questiona também se o Executivo tem a intenção de melhorar as exigências no que concerne aos mecanismos de transporte, armazenamento e injecção. A deputada frisou ser necessário promover o desenvolvimento do sector privado e que as clínicas ficariam a ganhar se pudessem disponibilizar este serviços. “Se os hospitais e as farmácias registadas podem depositar vacinas, então os organismos de saúde privados também deveriam ter essas condições de gestão das vacinas”, sublinhou Song.
Shen Chunyao, APN “O plenário decidiu intensificar o sistema e o mecanismo de nomeação do Chefe do Executivo e os principais cargos das RAEs, de acordo com a interpretação da APN das leis básicas para possibilitar que o Governo Central exerça a sua autoridade”.
PCC DIRIGENTE DIZ QUE “UM PAÍS” É A PRIORIDADE FACE AOS “DOIS SISTEMAS”
Princípio da relatividade
O Comité Central do Partido Comunista da China quer que “Dois Sistemas” fiquem subordinados a “Um País” e reforçar a autoridade do Governo Central nas RAEs. Além disso, Pequim pretende exercer mais influência na selecção dos Chefes do Executivo e dos altos cargos governativos de Macau e Hong Kong
A
S regiões administrativas especiais estiveram na agenda da sessão plenária do comité central do Partido Comunista da China, em particular a política basilar “Um País, Dois Sistemas”. À saída da sessão, Shen Chunyao, líder dos comités da Assembleia Popular Nacional (APN) que supervisionam as leis básicas de Macau e Hong Kong, traçou a posição de Pequim quanto à aplicação do princípio. Em primeiro lugar, Shen destacou a importância de “Um País, Dois Sistemas”, acrescentando a necessidade de as duas cidades
salvaguardarem a segurança nacional. O plenário do Comité Central formulou “tarefas e ajustes específicos” em relação ao princípio “Um País, Dois Sistemas”, de acordo com o líder da APN, citado pelo China Daily, que destacou também os princípios do elevado grau de autonomia, especificamente em relação a Hong Kong, e da governação pelas suas gentes. Neste aspecto, Shen acrescentou a necessidade de “defender ‘Um País’ como prioridade e fundação para a implementação de os ‘Dois Sistemas’”, que “pertencem e de-
vem ficar por baixo de ‘Um País’”, rumo à unificação. “O plenário decidiu intensificar o sistema e o mecanismo de nomeação do Chefe do Executivo e os principais cargos das regiões administrativas especiais, de acordo com a interpretação das leis básicas feitas pela APN para possibilitar que o Governo Central exerça a sua autoridade, conforme estipulado na constituição e na Lei Básica”, referiu Shen Chunyao.
ENSINAR PATRIOTISMO
Depois de reiterar “tolerância zero” face a qualquer comportamento que desafie o princípio “Um País, Dois
Sistemas”, qualquer acção com a intenção de dividir o país ou atente contra a segurança nacional, Shen Chunyao destacou a necessidade de educar a população de Macau e Hong Kong. O dirigente da APN, citado pelo South China Morning Post, referiu que é necessário “fortalecer a educação nacional da população de Hong Kong e Macau, especialmente dos funcionários públicos e jovens, nos temas da constituição, lei básica, cultura e história chinesa, de forma a impulsionar a consciência nacional e o espírito patriótico”. João Luz
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8 sociedade
Um inquérito realizado por Fernando Lourenço, professor do Instituto de Formação Turística, chegou à conclusão que entre 296 trabalhadoras da indústria hoteleira de Macau, 103 revelam ter sido vítimas de assédio
U
MA em cada três mulheres que trabalha na indústria hoteleira diz ter sido vítima de assédio sexual. A conclusão faz parte de um estudo conduzido pelo académico Fernando Lourenço, do Instituto de Formação Turística (IFT), revelada pela Rádio Macau. De acordo com a resposta a um questionário, houve mesmo vítimas assediadas mais do que uma vez num espaço de dois anos. Porém, as respostas vão mais longe e apontam tendências sistemáticas e frequentes. Outra das revelações passa pelo facto de o fenómeno não ficar circunscrito às trabalhadoras mais jovens. “É um pouco intrigante. No início, assumi que as vítimas de assédio sexual seriam mulheres mais novas, de cargos inferiores e com baixos salários. Mas a investigação veio a mostrar que a percentagem de assédio sexual em cada sub-grupo varia de 30 a 60 por cento. Isso significa que ninguém fica de fora”, afirmou Fernando Lourenço, à Rádio Macau. Apesar de mais de um terço das trabalhadores ter sido assediada durante o expediente de trabalho,
5.11.2019 terça-feira
ASSÉDIO SEXUAL ESTUDO APONTA QUE UMA EM CADA TRÊS TRABALHADORAS É VÍTIMA
Por detrás da recepção o número de pessoas que se queixa é muito mais baixo.
DENÚNCIAS REDUZIDAS
Segundo as conclusões, apenas uma em cada seis vítimas apresenta queixa. E as trabalhadoras não-residentes, devido ao medo de perderem o emprego, são as menos protegidas. “A maioria das vítimas concorda que deve acusar o autor do assédio, mas ao mesmo tempo disseram-me que não apresentariam queixa. Ou seja, sabem que é correcto avançar com uma queixa, mas na realidade não o farão”, apontou o professor.
Jogo Receitas descem 3,2% em Outubro
Os casinos de Macau fecharam o mês de Outubro com receitas de 26.443 milhões de patacas, menos 3,2 por cento do que no mesmo mês do ano passado, foi sexta-feira anunciado. As receitas brutas acumuladas de Janeiro a outubro totalizaram 246.740 milhões de patacas, uma diminuição de 1,8 por cento em relação a igual período de 2018, de acordo com os dados publicados na página 'online' da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ). No mesmo período de 2018, as receitas brutas acumuladas foram de 251.383 milhões de patacas. Em relação ao mês passado, as receitas dos casinos registaram uma subida de 4.364 milhões de patacas. Em 2018, as receitas dos casinos cresceram 14 por cento, para 302.846 milhões de patacas.
Segundo as conclusões, apenas uma em cada seis vítimas apresenta queixa. E as trabalhadoras nãoresidentes, devido ao medo de perderem o emprego, são as menos protegidas
As razões para temer apresentar queixas vão do medo de perder emprego à crença de que as estruturas das empresas não estejam preparadas para proteger as vítimas. “O motivo é muito comum: estabilidade laboral. Precisam de um emprego e não querem correr o risco de perdê-lo. Também há outro
factor relacionado com o poder, que tem a ver com a antiguidade. ‘Ele [agressor] é gestor? Como é que posso dizer alguma coisa? Alguém vai acreditar em mim? A minha história vai ser credível?’”, relatou. Na investigação, Fernando Lourenço deparou-se mesmo com um caso de uma pessoa que foi des-
pedida, depois de ter apresentado queixa por assédio. “Uma amiga de uma das entrevistadas contou que sofreu abusos sexuais e que tentou denunciar a situação, mas em vão. Ninguém acreditou nela e, no final, acabou mesmo por ser despedida”, relatou. Ainda de acordo com as declarações de Fernando Lourenço, um dos aspectos mais desconcertantes dos resultados apurados foi o facto de ter percebido que a maior parte dos ouvidos não conhece os seus direitos nesta matéria. João Santos Filipe
joaof@hojemacau.com.mo
UM REITOR DEFENDE COOPERAÇÃO COM UNIVERSIDADES LUSÓFONAS
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reitor da Universidade de Macau (UM) defendeu que “a cooperação a longo prazo com universidades dos países de língua portuguesa é uma componente essencial da estratégia global” da instituição, citado num comunicado divulgado sexta-feira. A declaração de Yonghua Song foi realizada numa reunião com o reitor da Universidade de Lisboa, uma das instituições univer-
sitárias portuguesas visitadas na semana passada por uma delegação da UM. Durante a reunião, o reitor da Universidade de Macau afirmou ainda que a UM “atribuiu grande importância ao desenvolvimento de uma parceria estratégica” com a Universidade de Lisboa. No encontro, ambas as partes comprometeram-se em “fortalecer a cooperação” em áreas como a investigação
e intercâmbio de alunos e professores. A delegação de Macau visitou ainda a Universidade de Coimbra. Na reunião com a vice-reitora da universidade portuguesa, Cristina Albuquerque “expressou o desejo de fortalecer a cooperação com a UM no que diz respeito ao intercâmbio de professores e alunos, ao lançamento de cursos conferentes de dois graus académicos e à investi-
gação científica”, pode ler-se na mesma nota. Para além das visitas à Universidade do Porto e Universidade do Minho, a delegação da UM manteve ainda encontros com o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior português, com o embaixador da China em Portugal e com o chefe da Delegação Económica e Comercial de Macau em Lisboa.
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terça-feira 5.11.2019
CPSP
D CPSP Apreendidos cinco carros modificados
O Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) apreendeu cinco carros na madrugada de ontem, que se suspeita estivessem a realizar corridas ilegais na Taipa e em Coloane. De acordo com o comunicado das autoridades, nos últimos dias o CPSP recebeu queixas que havia carros a competir de forma ilegal nas Ilhas e por esse motivo decidiu fazer a inspecção que resultou na apreensão de cinco viaturas. Os carros foram entregues à Direcção de Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) que vai agora acompanhar o caso.
Jardins de infância Médicos alertam para necessidade de limpeza
Os dados de doenças de declaração obrigatória do mês de Setembro de 2019, divulgados pelos Serviços de Saúde, mostram que o número de casos de infecção por enterovírus aumentou em comparação com o mês de Agosto e o mesmo período homólogo do ano anterior. Como a patologia afecta particularmente crianças em idade pré-escolar, o vicepresidente da Associação de Médicos de Macau, Lei Iok Fai apelou ontem aos jardins de infância e creches que façam limpezas com maior frequência, prestando atenção também a brinquedos e mobiliário acessível às crianças. De acordo com a Rádio de Macau, Lei Iok Fai, afirmou que os períodos de pico da infecção de enterovírus acontecem no Verão e no Outono. O médico informou que a infecção pode ser transmitida por contacto directo com fezes dos infectados, saliva ou contacto com materiais contaminados. Os sintomas correspondem à doença de mãos, pés e boca ou herpangina, quadro clínico que afecta em particular crianças com idade inferior a 5 anos.
EPOIS de vários aumentos, a carne de porco começa a sair das listas de compras dos consumidores de Macau. Pelo menos, de acordo com a Agência Comercial de Géneros Alimentícios Nam Yuen. Citado pelo jornal do Cidadão, uma fonte da empresa releva que antes da inflação conduzida pela peste suína, a procura levava à importação de cerca de 400 porcos por dia. Porém, hoje em dia é muito complicado importar animais nesta ordem de grandeza, mesmo com os preços praticados, panorama ao qual o mercado de Macau se adaptou. Assim sendo, o consumo adaptou-se à subida dos preços. Desde 10 de Outubro, o preço por 60 quilos de carne de porco subiu de 3240 para 3470 patacas, um aumento de 230 patacas, ou seja, mais 7,1 por cento em menos de um mês. Em declarações ao jornal Cidadão, José Tavares, presidente do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) revelou que o número actual de porcos vivos importados diariamente se situa entre os 70 e 200. José Tavares projectou ainda que a instabilidade no mercado da carne de porco se deve manter, pelo menos, até ao Ano Novo Chinês. O presidente do IAM mostrou-se ainda esperançado que a entrada em funcionamento do ponto de trânsito de porcos vivos de Doumen melhore a situação.
CARNE DE PORCO PREÇOS NÃO VÃO BAIXAR ATÉ AO ANO NOVO CHINÊS
Bifana de ouro
O presidente do Instituto para os Assuntos Municipais, José Tavares, revela que o preço da carne de porco vendida em Macau subiu mais de 7 por cento desde 10 de Outubro e que o mercado não deve acalmar antes do Ano Novo Chinês. A Nam Yue adianta que a procura diminuiu à medida que o preço aumentou
VOZ DO MERCADO
Em declarações à Rádio Macau, um talhante do Mercado Vermelho deu
Desde 10 de Outubro, o preço por 60 quilos de carne de porco subiu de 3240 para 3470 patacas, um aumento de 230 patacas, ou seja, mais 7,1 por cento em menos de um mês
conta da forma como o negócio foi afectado pela inflação da carne de porco. Kuan refere que o número de clientes caiu para metade. Outro dono de talho, de apelido U, revelou à mesma fonte que num determinado dia só houve carne de porco para sete talhantes no Mercado Vermelho. Na semana passada, foi noticiado que o matadouro português
Maporal fechou a venda de 100 contentores de carne de porco para Zhuhai. A importação vai custar cerca de 7,5 milhões de euros à Zhuhai Import Frozen Foodstuffs Association. O importador chinês prevê comprar um total de “entre 400 a 500 contentores”, até ao final de 2020, detalhou Marco Henriques,
director comercial da Maporal. “Estamos a tentar fazer uma parceria para abranger uma área maior no Sul [da China] e ter mais relação com Macau”, explicou. In Nam Ng
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CAMPISMO SIMPATIA PERMITIU SOBRELOTAÇÃO DO PARQUE
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presidente do Instituto para os Assuntos Municipais, José Tavares, admitiu que durante a semana dourada a capacidade do Parque do Campismo foi ultrapassada em cerca de 40 tendas, devido à simpatia dos funcionários do Governo no local. No entanto, o presidente do IAM garante que no futuro não vão ser permitidas no local mais de 60 tendas e se os turistas não conseguirem acampar vão ter mesmo de ir para um quarto de hotel. Durante a semana dourada, no início de Outubro, o Parque de Cam-
pismo de Coloane recebeu cerca de 100 tendas, quando a capacidade máxima actual para as três áreas de campismo é de 60. “De acordo com as fotos houve mais de cem tendas no local. E isto não deveria acontecer dado que o parque só tem capacidade para acolher cerca de 60 tendas”, reconheceu o dirigente. Ainda de acordo com o líder do IAM, nessa altura os funcionários do parque “por simpatia” permitiram que fossem montadas cerca de 40 tendas fora das zonas de campismo.
A situação não vai voltar a acontecer no futuro, frisou Tavares, porque as instalações sanitárias não têm capacidade para esse número, o que poderia colocar em causa a segurança e higiene públicas naquela zona. Em declarações à margem do Bazar da Cáritas, José Tavares afirmou também que as autoridades irão prestar atenção à situação do local em causa, e que o parque de campismo de Hác Sá é apenas destinado para pessoa singular e não para excursões, tendo apenas quatro indivíduos em cada barraca.
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5.11.2019 terça-feira
Sons da hi ALLIANCE FRANÇAISE DE MACAU FESTIVAL DE MÚSICA BARROCA ARRANCA SÁBADO
Entre 9 e 14 de Novembro a Alliance Française de Macau promove concertos de músic ca em mais uma edição do festival que anualmente acontece no território. O tema des “Connecting Worlds” e pretende também celebrar o 70.º aniversário da implantação d blica Popular da China e os 20 anos da transição de Macau BARCELONA “SEA OF MIRRORS” EM COMPETIÇÃO NO FESTIVAL DE CINEMA ASIÁTICO
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filme “Sea of Mirrors”, de Thomas Lim, vai estar em competição na sétima edição do Festival de Cinema Asiático de Barcelona, que decorre entre os dias 7 e 10 de Novembro. As nomeações são para melhor produção, melhor realização e melhor argumento. Citado por um comunicado, Thomas Lim adiantou que “estar em competição significa que os esforços e o trabalho árduo de ‘Sea of Mirrors’ compensou. Ten-
do em conta os resultados, este é um grande encorajamento para a equipa. Estou confiante no meu trabalho e este é um grande elogio para a equipa”. “Sea of Mirrors” foi totalmente filmado em Macau, contando com actores locais, como é o caso de Sally Victoria Benson, entre outros. Thomas Lim reside em Los Angeles, Estados Unidos, e recorda que este foi o primeiro filme realizado por ele em Hollywood, o que
lhe deu pujança para o acesso ao mercado internacional do cinema. O mesmo comunicado dá conta que, actualmente, Thomas Lim está a trabalhar num conjunto de 14 filmes e séries televisivas em Los Angeles para uma produtora de Hong Kong. Contudo, a ideia de produzir mais filmes em Macau e levá-los aos mercados internacionais está sempre presente. “Sea of Mirrors” foi filmado a seguir a “Roulette City”, que es-
treou em Macau em Maio de 2018. Thomas Lim assume ter vontade de realizar um terceiro filme no território, que considera o ponto de origem de todo o seu trabalho como realizador. Este filme será como “uma carta de amor à cidade que o adoptou como um dos seus cineastas”, a fim de completar uma espécie de “Trilogia de Macau”. Esse projecto deverá começar a dar os primeiros passos em 2020 ou 2021, aponta a mesma nota oficial.
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terça-feira 5.11.2019
istória
ca barroste ano é da Repú-
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ELEBRAR a história com música clássica. É isto que propõe a Alliance Française de Macau com a quinta edição do Festival de Música Barroca, que acontece entre sábado, 9 de Novembro, e o dia 14. De acordo com uma nota oficial, o instituto que se dedica ao ensino da língua francesa no território, e em várias cidades do mundo, recorda que “o ano de 2019 é mais do que simbólico para Macau”, uma vez que “se trata de um ano de celebrações, com o 70.º aniversário da implantação da República Popular da China e os 20 anos da transferência de soberania de Macau”. Neste sentido, o tema do festival deste ano é “Connecting Worlds” (conectando mundos) e apresenta, já este sábado, o espectáculo “As Quatro Estações”, conduzido pelo maestro Lio Kuokman. O concerto mistura as composições de António Vivaldi com o tango de Astor Piazzolla, “sublinhadas nas diferenças culturais entre a Europa Mediterrânica e o coração do sul da América”. Além da presença do maestro Lio Kuokman, o espectáculo conta ainda com a presença dos violinistas Yoo Jin Wang, Quan Yuan, Melody Wang e Amelia Chan e de Laurent Perrin no violoncelo. O concerto acontece
no pequeno auditório do Centro Cultural de Macau (CCM) no sábado às 20h00. No dia seguinte, a 10 de Novembro, o Clube Militar de Macau recebe um quarteto de cordas que se propõe tocar temas de vários compositores do barroco. O segundo concerto
O tema do festival deste ano é “Connecting Worlds” (conectando mundos) e apresenta, já este sábado, o espectáculo “As Quatro Estações”, conduzido pelo maestro Lio Kuokman ‘De Portugal para França’ reúne, portanto, um quarteto de cordas de Macau em parceria com músicos da Orquestra de Macau. “O programa é uma jornada pela música do período renascentista português, através da Era Barroca em Espanha, chegando ao período barroco francês com a música de François Couperin.” Actuam no Clube Militar, domingo, às 18h00, os músicos Jia Lu, no violoncelo, Vit Polasek
e Melody Wang, no violino, e Fan Xiao, na viola.
RECITAL NO SEMINÁRIO
O cartaz do quinto Festival de Música Barroca de Macau encerra-se nos dias 13 e 14 de Novembro com um recital de órgao protagonizado por Vincent Thévenaz no Seminário de S.José. Conforme aponta a Alliance Francaise de Macau, “os concertos de órgão têm sido uns dos mais populares do festival”, tendo sido convidado Thénevaz, organista da Catedral de São Pedro, em Genebra, musicólogo e músico de jazz. Para a organização, “estes dois programas espelham o progresso dos primeiros dois concertos, que começam com a música do período do Renascimento, seguindo-se o período Barroco até ao concerto final. Ambos contêm compositores de França e Portugal e será ainda feito um concerto improvisado ao estilo barroco.” Desta forma, “este trabalho em três movimentos contém temas de França, Portugal e China”. O concerto no Seminário de S.José tem entrada livre, estando limitado à ordem de chegada do público. O início está marcado para as 19h30.
Da academia para as bancas Maria João Ferreira lança “Macau: Turismo e Identidade”
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HAMA-SE “Macau: Turismo e Identidade” e é o novo livro de Maria João Ferreira, macaense, doutorada na área do turismo. A obra foi recentemente apresentada em Lisboa e é fruto da tese de doutoramento defendida em 2016, com o título “A gastronomia macaense no turismo cultural de Macau”, no Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa (UL). “O livro nasce quatro anos depois porque ainda não tinha surgido a oportunidade nem a urgência”, disse a autora ao HM. “O meu objectivo sempre foi pesquisar a gastronomia macaense até porque sou nascida e criada em Macau”, adiantou a autora, que trabalhou como bibliotecária durante 40 anos até decidir continuar os estudos académicos. Na sua tese de doutoramento, Maria João Ferreira realizou um estudo cujas conclusões se prendem com a falta de uma estratégia de marketing efectiva para a culinária macaense. “Existe um longo caminho a percorrer até que a gastronomia macaense possa efectivamente contribuir para o turismo cultural de Macau, apesar de estar fortemente implantada no seio das famílias macaenses”, aponta Maria João Ferreira. “Os restaurantes visitados durante a observação directa não demonstraram muito empenho na sua confecção e divulgação. A
dificuldade e a incerteza do retorno do investimento a fazer inibe-os de se aplicarem. Os entrevistados demonstraram alguma esperança na capacidade da gastronomia macaense se firmar, enquanto reconhecem haver pouco apoio governamental e pouco estímulo à restauração”, pode ler-se ainda na tese.
“MOTIVO DE ORGULHO”
Questionada sobre o rumo que a gastronomia macaense deve tomar, e tendo em conta as conclusões da sua tese de doutoramento, Maria João Ferreira optou por deixar a resposta para as autoridades de Macau. “Há conclusões e recomendações de um estudo encomendado à PATA - Pacific Asia Travel Association sobre essa matéria. É dar tempo ou tempo”, disse apenas. Depois da publicação do trabalho académico, Macau foi nomeada, em 2017, como Cidade Criativa da UNESCO na área da gastronomia, distinção que dá um “duplo orgulho” à autora. Maria João Ferreira também pouco adiantou sobre o caminho que a cultura macaense deverá percorrer no contexto da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau. “O papel assumido pelo turismo na Grande Baía é uma questão que terá de colocar a quem de direito. A cultura macaense irá manter-se enquanto houver macaenses, e enquanto houver macaenses haverá Macau”, rematou. A.S.S.
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5.11.2019 terça-feira
HONG KONG DUZENTOS DETIDOS APÓS CONFRONTOS DE SÁBADO
Soma e segue
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ERCA de 200 pessoas foram detidas em Hong Kong na sequência de tumultos e de confrontos com polícias no sábado, durante os quais foram destruídos vários órgãos de comunicação oficiais, incluindo a sede da agência chinesa Xinhua (ver texto secundário), informou a polícia. Segundo as autoridades, os detidos são acusados de manifestação ilegal, posse de armas ofensivas, danos criminais e uso de cobertura facial durante as concentrações de protesto. Além disso, o Departamento de Combate ao Crime Organizado e Tríades (máfias locais) deteve quatro homens e uma mulher por posse de armas, informou a polícia domingo em comunicado, no qual assinala que também apreenderam 188 cocktails Molotov, “numerosos” bastões extensíveis e ‘spray’ de gás pimenta. A polícia local diz ainda que implantou veículos especializados para a gestão de multidões, como camiões equipados com jactos de água, e usou gás lacrimogéneo e balas de borracha, entre outros, para impedir os actos dos manifestantes. Hong Kong registou no sábado um dos seus dias mais violentos, com
confrontos entre polícia de choque e grupos de manifestantes, alguns dos quais também causaram destrui-
ção em lojas e organizações, como a sede no território da agência de notícias estatal chinesa Xinhua.
Tudo começou com uma manifestação no Parque Vitória, no centro da cidade, que a polícia não havia autorizado, mas que os 128 candidatos pró-democracia às eleições distritais, que se realizam no final de Novembro, tentaram transformar em comícios. Mais de mil activistas concentraram-se no parque, grande parte deles usando
Hong Kong registou no sábado um dos seus dias mais violentos, com confrontos entre polícia de choque e grupos de manifestantes, alguns dos quais também causaram destruição em lojas e organizações, como a sede no território da agência de notícias estatal chinesa Xinhua máscaras, desafiando a proibição de cobrir o rosto em manifestações decretada pelo governo local. Os polícias antimotim alertaram que o uso de máscaras violava a lei e que a concentração não era autorizada, mas os manifestantes permaneceram no local, após o que a polícia usou gás lacrimogéneo para os dispersar.
AJUNTAMENTOS
Após a acção policial no parque, grupos de manifestantes foram para a área central, que abriga a sede do Governo, do parlamento e da polícia, para onde, duas horas depois, estavam convocadas outras duas manifestações autorizadas. Aos que estavam reunidos no parque juntaram-
-se milhares de pessoas, mas a polícia começou a bloquear as avenidas que até ao centro e tiveram início confrontos entre os manifestantes e os agentes. A polícia usou veículos com canhões de água, enquanto os manifestantes arremessaram cocktails Molotov, garrafas e pedras da calçada contra os agentes. A polícia anunciou de seguida, invocando leis coloniais de ordem pública e mediante a “violência” exercida pelos manifestantes, que as duas manifestações autorizadas na área central tinham sido proibidas. A partir desse momento, os confrontos generalizaram-se e um grande número de polícias foi destacado para várias zonas da cidade, onde ocorreram lançamentos de gás lacrimogéneo. Grupos de manifestantes ergueram barricadas e fogueiras em algumas avenidas para impedir a passagem da polícia e também causaram danos a vários edifícios de organismos relacionados com a China continental. O Governo de Hong Kong informou domingo que a chefe do executivo local, Carrie Lam, reunir-se-á em Pequim esta quarta-feira com o vice-primeiro-ministro chinês Han Zheng. Será a primeira reunião oficial desde o início dos protestos em Hong Kong entre Lam e Han, o líder chinês responsável pelos assuntos de ex-colónia britânica.
IMPRENSA ASSOCIAÇÕES CONDENAM ATAQUE A DELEGAÇÃO DA AGÊNCIA XINHUA
SUDESTE ASIÁTICO ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA ACUSADOS DE “SEMEAREM A DISCÓRDIA”
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SSOCIAÇÕES de imprensa de Hong Kong condenaram domingo o ataque, na véspera, à delegação da agência estatal chinesa Xinhua no território, defendendo que ninguém deve interferir no trabalho dos órgãos de comunicação. No sábado, pela primeira vez em quase cinco meses de protestos, alguns manifestantes vandalizaram o escritório da agência Xinhua em Hong Kong, partindo janelas, portas de vidro e
provocando um pequeno incêndio no ‘lobby’ do edifício. Num comunicado divulgado domingo, a Hong Kong News Executives’ Association condenou “veementemente todos os actos de violência contra os órgãos de comunicação social” e pediu um traba-
lho rigoroso por parte da polícia para que sejam evitados futuros ataques. Também a Associação de Jornalistas de Hong Kong pediu o fim da violência contra os ‘media’, sublinhando que a sua actividade não deve sofrer qualquer interferência. A própria Xinhua emitiu uma declaração, condenado com veemência os “comportamentos selvagens dos ‘amotinados’ que vandalizaram e atearam fogo ao edifício” localizado em Wan Chai.
EQUIM acusou ontem Washington de “semear a discórdia” entre a China e países do Sudeste Asiático, depois de um membro da administração norte-americana denunciar o regime comunista por “intimidação” em disputas territoriais no Mar do Sul. “Os Estados Unidos não são directamente afectados na questão do Mar do Sul da China, devem respeitar os esforços dos países da região na busca pela paz e estabilidade”, disse o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros Geng Shuang.
O porta-voz exigiu que Washington “pare de alimentar problemas na região e fazer declarações irresponsáveis”. Geng respondeu assim às acusações do assistente do Presidente norte-americano, Donald Trump, para os Assuntos de Segurança Nacional dos EUA, Robert O’Brien, que acusou ontem “Pequim de usar a intimidação para impedir que os países da ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático) pudessem explorar os seus recursos naturais”. O’Brien afirmou ainda que a “região não tem in-
teresse em regressar a uma era imperial”. O representante norte-americano fez estas acusações durante a cimeira entre a ASEAN e países parceiros, que decorre em Banguecoque, e onde a China esteve representada pelo primeiro-ministro, Li Keqiang (ver última). “Os líderes da ASEAN concordaram que o seu relacionamento com a China está entre os mais dinâmicos. Acho que é uma resposta firme às tentativas dos EUA de semear a discórdia entre os dois lados”, apontou Geng.
terça-feira 5.11.2019
é a abstracta vida que me assalta.
Contos para normais
O rei do catete
MARCELO CARVALHO
Paulo José Miranda
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Á pessoas que vivem como se fossem animais com sorte, como se fossem animais habitando um lugar onde não falta nem comida, nem fêmeas, e onde não há predadores, transformando-as assim em pessoas felizes. Aparecem no mundo, inexplicavelmente não pedindo nada, tendo muito pouco e sendo servidos generosamente pela vida. Na verdade, e para sermos rigorosos com o mistério, deve haver tanto de natural quanto de sabedoria. No Rio encontrei algumas destas pessoas. Airton era um mulato vistoso, de 37 anos, com um quarto nos fundos de uma casa no bairro do Catete por onde passava muita garota, “o matadouro”, como dizia aos amigos. Passava algumas noites da semana no barzinho do Garibau, jogando sinuca. E entre uma e outra tacada bebia uma geladinha e botava discurso. Todo o mundo gostava do Airton. Papo fácil, generoso na atenção, pagava cerveja ou pinga a amigos, moderadamente, que não era trouxa, e arrasava as coxas das mulheres. Desde muito cedo que as mulheres gostavam de se deitar com ele, e assim
foi levando a vida como Deus mandou, e Martinho da Vila cantou num samba. Se medíssemos a sua vida pelo que tinha, era quase um miserável. Mas se a medíssemos pela sua alegria, era um rei. Tinha feito mais estudos, à noite, que a maioria das pessoas da sua condição, e ostentava isso com algum orgulho. Virou-se para mim e disse: “E boto estórias num caderninho feito Machado de Assis, que vivia bem
“Adianta viver com medo? Enquanto cá andamos temos o dever de procurar alegria. E se não há alegria, temos de inventar. Portuga, há lugar mais alegre que bunda de mulata sambando?”
perto daqui, portuga.” Ia levando a vida, entre a oficina de bate-chapas, um ou outro livro que lia, as estórias que escrevia e as mulatas, que eram a sua perdição, e ele também a perdição delas. Vivia esperando fim de semana e Carnaval. “Como papai noel vive para a dia 25 de Dezembro, aqui o Airton vive para Carnaval.” E, no Rio, este festival tem muito mais dias que noutros lugares. Nessa altura, quase não dormia. Valia tudo para não fraquejar. Todo o tipo de estimulantes estavam valendo. “Cara, você me pergunta o que é o Carnaval para mim? Carnaval é o melhor da vida, quando o melhor do paraíso se junta com o melhor do inferno: vida sem trabalhar, calor, cerveja e muita sacanagem. Tem coisa melhor?” Um amigo dele tinha vivido uns tempos em Portugal e veio de lá muito decepcionado com o país. “Aquilo é frio que só pinguim aguenta, mulher é tudo fresca e nenhuma samba. Que adianta que não tem violência. Nem violência nem alegria. Não há cidade como o Rio! É a cidade maravilhosa. Bandido tem em todo o lado. Agora mulata assim, bundona, gostosa, sambando feito diabo
em feriado de Deus, não tem em mais lado nenhum.” Esta convicção de Airton justificava a vida no Rio e desculpava o despautério de violência que grassava a cidade. “Me diga onde não tem violência! O próprio nascimento dá-se com a agressão do filho à sua mãe, cara. A verdade é que nossa vida está presa por um fio invisível. Nascimento e morte é um mistério. Minha mãe morreu bem jovem, de cancro, sem alegria, sem marido, só comigo do seu lado, que nada podia fazer. Pobre ou rica, morreria na mesma. Enquanto cá esteve é que tinha de fazer com que a sua vida tivesse valido a pena! Adianta viver com medo? Enquanto cá andamos temos o dever de procurar alegria. E se não há alegria, temos de inventar. Portuga, há lugar mais alegre que bunda de mulata sambando?” Encaçapava a bola 8, sorria e pedia mais uma geladinha ao Garibau. “Esta noite ainda vou escrever estória.” Juntava as bolas na mesa de bilhar, ia junto à mesa encher o copo e percebia-se que a vida não tinha mistério. Airton não era o rei da selva, era o rei do Catete.
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Michel Reis
5.11.2019 terça-feira
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Tesouros do Bussaco Convento de Santa Cruz e Capelas dos Passos da Via-Sacra reabrem ao público
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OI inaugurada, no passado dia 19 de Julho, a obra de “Requalificação e valorização da Mata Nacional do Bussaco – Recuperação do Convento de Santa Cruz e Capelas dos Passos da Via-Sacra”, um investimento global de cerca de um milhão de euros. A empreitada, adjudicada a uma empresa especializada na reabilitação, conservação e restauro do património construído, englobou trabalhos de conservação e restauro em fachadas, paredes e tetos interiores, recuperação de vãos interiores e exteriores, recuperação de coberturas e intervenções pontuais de correcção em drenagem de águas pluviais e em pavimentos. Toda a empreitada, iniciada em Março de 2018, obedeceu aos projectos aprovados pela Direcção Regional da Cultura do Centro. O investimento foi em parte suportado por fundos comunitários (Programa Centro 2020) e pela Câmara Municipal da Mealhada. A inauguração contou com a presença da ex-Secretária de Estado da Cultura, Ângela Ferreira, do Presidente da Câmara Municipal da Mealhada, Rui Marqueiro, que sublinhou que a reabilitação e preservação da Mata Nacional do Bussaco será sempre uma prioridade para a Autarquia, adiantando que as próximas áreas a intervencionar serão as garagens do Palace Hotel, o chalet de Santa Teresa e a igreja do Convento de Santa Cruz, e ainda do Bispo de Coimbra, D. Virgílio Antunes, que destacou o “valor ímpar do Bussaco como um todo, absolutamente distinto no país e no mundo” e enalteceu “o projecto que tem vindo a ser realizado com a colaboração de muitas entidades públicas e privadas”. Os imóveis reabilitados são património do Estado, encontrando-se os mesmos afectos à Fundação Mata do Bussaco há cerca de 10 anos, por via do usufruto constituído por força do Decreto-Lei n.º 120/2009, de 19 de Maio. Contudo, para que as obras avançassem de facto – algo comummente aceite por todos como urgente há vários anos -, teve a Câmara da Mealhada de se substituir ao papel do próprio Estado. Classificado em finais de 2017 “finalmente” como Monumento Nacional, já que apenas ostentava a categoria de Imóvel de Interesse Público desde 1943, o conjunto monumental do Bussaco é formado pelo Palace Hotel do Buçaco – instalado em 1917 num pavilhão de caça dos últimos reis de Portugal – pelo Convento, as ermidas, as capelas e os Passos que compõem a Via-
-Sacra, a Cerca com as Portas, o Museu Militar e o monumento comemorativo da Batalha do Buçaco. Esta decisão, assim como a requalificação mencionada, reforça o processo de candidatura deste importante conjunto monumental a Património Mundial da UNESCO, apresentada em 2017. O Convento de Santa Cruz do Bussaco, construído entre 1628 e 1630 e ligado à prática eremítica dos Carmelitas Descalços e à acção reformadora (1562) de Santa Teresa de Ávila e São João da Cruz, estimulou a criação de um dos mais originais Desertos da Ordem. A sua história inicia-se em 1628,
No Convento do Bussaco, o discurso iconográfico do espaço, das formas, dos materiais e das técnicas vai ao encontro de uma espiritualidade que se constrói pela fé e pobreza
quando o bispo de Coimbra D. João Manuel doa aos carmelitas da província portuguesa a mata do Bussaco para a construção do convento e retiro dos religiosos da Ordem. No apelo constante à solidão e ao afastamento do mundo, o Convento seria então o palco de uma experiência profunda de contemplação, oração e penitência. A partir da acção enérgica de frei Tomás de S. Cirilo, frei João Baptista e Alberto da Virgem, o essencial da construção da complexa estrutura conventual decorreu até 1639, altura em que foi sagrada a igreja dedicada a Santa Cruz. Aqui, aliou-se o sentido simbólico da planta centralizada à prática pouco comum da colocação do templo no meio dos espaços de circulação associados às estruturas claustrais, estabelecendo-se assim a aproximação ao arquétipo do Templo de Salomão, primeiro espaço verdadeiramente sagrado da Cidade Santa. No Convento do Bussaco, o discurso iconográfico do espaço, das formas, dos materiais e das técnicas vai ao encontro de uma espiritualidade que se constrói pela fé e pobreza. O emprego das cortiças e da técnica dos embrechados, de grande originalidade pelos materiais utilizados e pela perfeita integra-
ção na arquitectura bem como no enquadramento de natureza em que se insere, os conteúdos da azulejaria do séc. XVII, inspirados em tecidos orientais com motivos de animais e ramagens, de grande riqueza cromática e decorativa, conservados no seu local de origem, ou a força da imaginária religiosa reforçam esse sentido de uma exemplaridade cristã vivida no isolamento. O Convento de Santa Cruz do Bussaco tinha outra dimensão que respondia às necessidades da vida conventual mas, apesar dos rigores de um quotidiano de silêncio e penitência, não deixou de ter um papel fundamental no acolhimento ao cenário de guerra da Batalha do Bussaco (1810) ou atrair um constante fluxo de religiosos que, em regime temporário ou perpétuo, escolhiam este local. Procurado e beneficiado por algumas das mais prestigiadas entidades eclesiásticas dos séculos XVII e XVIII, como D. Manuel de Saldanha, Reitor da Universidade, ou D. João de Melo, bispo de Coimbra, o Convento de Santa Cruz prosperou até 1834, data em que a extinção das Ordens Religiosas ditou o seu abandono. No contexto da Guerra Peninsular, em 1810, as suas instalações serviram de hospedagem a Arthur Wellesley, 1.º Duque de Wellington, que comandou as forças anglo-portuguesas contra as do general francês André Massena na Batalha do Bussaco. A partir de 1888, contudo, um novo impulso construtivo traria ao Bussaco o Palace-Hotel que, se implicou a destruição das estruturas conventuais anexas à igreja, ao corredor e pátios que hoje testemunham a existência do Convento, permitiu a sua inclusão num Bussaco romântico que permanece como um dos locais patrimonialmente mais ricos na sua diversidade compositiva. A Igreja é localizada no centro do Convento simbolizando o Templo de Salomão que também se situava no centro da cidade de Jerusalém; a Via Sacra é uma verdadeira encenação dos locais por onde Cristo passou desde o Horto, local onde foi condenado, até ao Túmulo; os Passos são explicados através de inscrições descritivas dos mesmos e do seu percurso dentro da cidade de Jerusalém, que estão colocadas nas capelas e em locais específicos (escadaria, arcos, caminhos) do itinerário da Via Sacra dentro da Mata. As ocorrências epigráficas assumem aqui um papel de extrema importância contribuindo para a leitura iconográfica da imaginária das capelas e indicando ao caminhante as várias etapas a percorrer na Via Sacra.
ARTES, LETRAS E IDEIAS 15
terça-feira 5.11.2019
estendais Gisela Casimiro
E
RA sexta-feira. Ela tinha o rosto coberto e, depois de o destapar e lhe dar um beijo, voltou a cobri-lo. As tias e outras pessoas formaram um círculo e, de mãos dadas, começaram a cantar. Eu não percebia bem o que elas diziam, porém a música era tão bela e triste, o ar tão pesado que, minutos depois, me fez romper num pranto desesperado. Não era a única. Quando quis despedir-me, aproximei-me do caixão e destapei-lhe o rosto. Parecia uma versão um pouco acinzentada de si mesma. A maquilhagem utilizada para disfarçar as marcas da violência que sofrera não era suficiente. O piercing no nariz ainda lá estava e o pescoço coberto, mas eu só soube a razão um mês depois. Pedi-lhe desculpa por tudo aquilo mas também pela pena que involuntariamente sentia de mim mesma agora, uma semana antes do meu aniversário, aquele que eu nunca esqueceria. Disse-lhe adeus, baixinho, e encostei os lábios à testa dela para dar um beijo à rapariga com a tatuagem de Pégaso. Fui invadida pelo gelo que é já não termos o coração a bater. Ela estava da temperatura mais baixa que eu alguma vez tinha sentido. E foi como se me abandonasse o espírito, e repente pensei que ia desmaiar, tal era a forma desvairada (tão
Rapariga com tatuagem de Pégaso diferente da minha voz de sempre) como eu gritava, chorava e dizia o quão fria ela estava. Como se mais ninguém soubesse. Eu nunca tinha tocado numa pessoa que não estivesse viva. Nos filmes e na televisão nunca vemos alguém estranhar essa temperatura oposta à nossa. Era a segunda pessoa
Sábado. Mais um funeral em dia solarengo e quente. Comecei a achar que fazia sempre sol nos funerais, mas claro que isso não fazia sentido
morta que eu via, mas a primeira em quem eu tinha tocado. Já não sei quem me segurou; estava histérica e não percebia como é que a rapariga de antes fora capaz de fazê-lo com tanta serenidade. Consegui controlar-me algum tempo depois, apenas o suficiente para voltar para junto dela e dar-lhe o beijo de despedida que interrompera. Sábado. Mais um funeral em dia solarengo e quente. Comecei a achar que fazia sempre sol nos funerais, mas claro que isso não fazia sentido. Nem parecia que estávamos em Outubro. Foi tudo muito difícil, desde o percurso da igreja para o cemitério ao baixar do caixão e atirar dos primeiros bocados de terra (ouviram-se choros e lamentos reforçados, nesse momento), até ao olhar em volta, para aquela massa enorme de gente, e pensar “Será que ele está aqui?” Ele, o autor de
tudo aquilo, sobre quem cedo pensei que precisaria de perdão. No dia seguinte, domingo, como habitualmente passei as duas últimas horas de trabalho sozinha e, entre a falta de chamadas e a visão da sua cadeira vazia, tão perto da minha e mais vazia do que as outras, dei por mim a vaguear pela sala, até encontrar um saco cinzento, dos que usávamos para guardar os headsets e, dentro dele, entre várias outras coisas, o seu caderno actual. Foi uma descoberta assombrosa. Um caderno A5, azul, pautado, com argolas brancas, perfeitamente comum, que eu guardaria durante muitos anos, como se pudesse trazê-la de volta. Todos os tínhamos; eram uma das nossas ferramentas de trabalho mais importantes, onde registávamos o nome da pessoa com quem estávamos a falar, fosse cliente, colega de loja ou motorista, o número da loja e o número do processo em questão, um procedimento que parece obsoleto, volvidos doze anos. O caderno começava a nove de Setembro e terminava a vinte e três de Outubro de dois mil e sete. Começava com uma Fátima e acabava com uma Ana. E entre uma e outra houvera Rosas, Danielas, Verónicas, Josés, Mafaldas, Paulas, Carlos, Pedros, Sandras, Cristinas, Jorges, Tiagos, Margaridas, Salomés, Brigites, Marcos, Ruis, Olgas, Cátias, Ricardos, Elsas, Joanas, Adílias, Martas, Dulces e tantos outros nomes, de inúmeros sítios do país. Havia um post-it amarelo com o nome e o número de telemóvel do nosso chefe. As datas apareciam a vermelho e marcador amarelo fluorescente. Tudo o resto fora escrito a azul e, antes de cada nome, alternadamente, um traço ou uma bolinha, a vermelho. Metade do caderno estava preenchida, a outra metade em branco. Alguns rabiscos, uma ou duas notas não relacionadas com o trabalho, o seu nome e alcunha escritos em vários sítios, com uma daquelas canetas de bico fino, verde escuro. Um bloco de apenas três post-its, com o rebordo pintado a verde, na folha do dia 23 de Outubro - sem nada escrito. Nada mais seria escrito. Eis o caderno da Vânia, que sabia dançar, que fumava, que devorava Pringles e adorava Skittles embora afirmasse, com toda a certeza, que os de Inglaterra sabiam muito, muito melhor. Compreendo. Afinal, a vida também sabia melhor quando ela estava por perto. A filha herdou dela a beleza e, com um pouco de sorte, a todos nós terá calhado alguma da sua força. Ouço “Visions” de Stevie Wonder repetidas vezes. Olho as fotos cúmplices que já conheço de cor. De algum modo, sinto que são as mais belas. Passou metade da pena de prisão. Passou muita coisa, excepto a memória de alguém que conheci apenas durante meio ano. Bolas, que belo meio ano.
16 desporto
5.11.2019 terça-feira
Curva do Lisboa Bilhetes para a bancada esgotados
Mais de 90 por cento dos bilhetes para o Grande Prémio de Macau estão vendidos e a Bancada da Curva do Hotel Lisboa está esgotada. A informação foi avançada pelo Coordenador da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau, Pun Weng Kun, no sábado, durante uma cerimónia para as famílias relacionada com as corridas, que teve lugar na Praça do Tap Seac. A Bancada da Curva do Hotel Lisboa é a mais popular do traçado por ser uma das zonas de ultrapassagens e também pelos vários toques que acontecem naquela curva. Ainda de acordo com Pun, neste momento já só estão à venda os bilhetes para a Bancada do Reservatório, junto à linha da meta.
Motos Miguel Oliveira diz que cirurgia “correu bastante bem”
E
M meados de Outubro, cerca de 585 mil patacas separavam Sophia Flörsch de um regresso ao Circuito da Guia, como a própria explicou ao HM. Porém, graças ao apoio de empresas da RAEM, a jovem de Munique, que saiu miraculosamente ilesa após o aparatoso acidente na Curva Lisboa na edição passada da prova, viu concretizar-se o seu objectivo de voltar ao “Grande Prémio de Macau de F3 – Taça do Mundo de F3 da FIA” este ano. Sophia Flörsch segurou a última vaga disponível na equipa HWA Racelab, com quem testou um dia em Valência no mês passado. Numa época em que os pilotos de Macau lamentam a falta de apoio por parte das empresas do território, a participação da piloto germânica só foi possível porque três entidades locais - MGM Casinos, Theodore Racing e IXO Models - decidiram apoiar o seu regresso. “Acredito que todo o Macau está contente em ver a rápida recuperação e o regresso da Sophia ao Circuito da Guia”, declarou o diretor-executivo da MGM China Holdings Limited, Grant Bowie, em comunicado. “A MGM está entusiasmada em apoiar jovens talentos com alto potencial a brilhar e a perseguir os seus sonhos, e a Sophia deu-nos a melhor das
GP SOPHIA FLÖRSCH REGRESSA COM APOIOS DE MACAU
Santos da casa razões para nos aventurar-mos na Fórmula 3 pela primeira vez.” Seguindo as pisadas do seu pai, que no tempo da administração portuguesa foi um dos grandes impulsionadores do Grande Prémio, Teddy Yip Jr, através da sua Theodore Racing também decidiu apadrinhar este aclamado regresso. O sobrinho do empresário Stanley Ho volta a estar em força este ano no Grande Prémio, apoiando o esforço de três carros da favorita equipa Prema na prova de Fórmula 3. Bernard, Jean e Eric Peres, da IXO Models, uma marca que
A participação da piloto germânica só foi possível porque três entidades locais - MGM Casinos, Theodore Racing e IXO Models decidiram apoiar o seu regresso
tem uma ligação forte ao evento, também se juntaram à iniciativa, partilhando o seu entusiasmo: “Depois do dramático acidente do ano passado, a Sophia provou ser uma lutadora e uma piloto corajosa, e estamos contentes em tê-la vinculada à nossa marca. Esperamos que este seja o começo de um relacionamento gratificante e compensador. Temos a certeza de que nossa marca estará bem representada.”
AMBIÇÕES LIMITADAS
Numa grelha de partida que terá trinta pilotos à partida, Flörsch não entra em falsas euforias no que respeita às suas ambições desportivas na prova, até porque este ano disputou o Campeonato Europeu de Fórmula Regional, a competição criada pela federação internacional que se posiciona entre a F4 e a F3. O Grande Prémio será a sua primeira prova ao volante do novo Fórmula 3 da FIA. “Tentei tudo, nos últimos doze meses, para estar o melhor
preparada possível, mas preciso de ser realista”, disse a alemã de 18 anos que recentemente completou a maratona de Berlim. “É um carro novo, não tenho muita prática e há muitas variáveis.” Contudo, Flörsch admite que “vou dar o meu melhor. É isso que eu devo a todos os que me apoiaram. Na altura e agora”, salientando a Embaixadora da Boa Vontade do Turismo de Macau que “é por isso que estou muito agradecida ao meus novos patrocinadores: MGM Casinos, Theodore Racing e IXO Models. Sem eles, o meu sonho não se tornaria realidade”. Entretanto, a FIA comunicou que a lista de participantes na prova ficou completa com as confirmações das participações de Flörsch, do holandês Richard Verschoor, do indiano Arjun Maini, do dinamarquês Frederik Vesti, do inglês Enaam Ahmed e dos italianos Leonardo Pulcini e Alessio Lorandi. Sérgio Fonseca
info@hojemacau.com.mo
A cirurgia ao ombro direito de Miguel Oliveira correu “bastante bem”, revelou domingo o piloto português que corre no Mundial de MotoGP nas redes sociais. O almadense foi operado do0mingo de manhã num hospital em Innsbruck, na Áustria, pelo cirurgião Karl Golser, especialista nas articulações do ombro e do cotovelo. “Apenas para vos dizer que já fui operado e que a cirurgia decorreu bastante bem. Agora preciso de tempo para descansar e recuperar”, escreveu o piloto português, prometendo voltar “ainda mais forte”. Recorde-se que Miguel Oliveira sofreu uma queda a 25 de Agosto, provocada pelo francês Johann Zarco, durante o Grande Prémio da Grã-Bretanha de MotoGP, que originou uma lesão num tendão e ligamentos do ombro direito. A lesão piorou no passado dia 26 de Outubro, em virtude de uma segunda queda, nos treinos livres para o GP da Austrália, quando foi atingido por uma rajada de vento numa altura em que seguia a 300 quilómetros por hora. O prazo de recuperação deste tipo de cirurgias ronda os três meses.
Fórmula 1 Hamilton conquista sexto título mundial
O britânico Lewis Hamilton (Mercedes) assegurou domingo a conquista do seu sexto título mundial de Fórmula 1, ao terminar em segundo o Grande Prémio das Américas, atrás do finlandês e companheiro de equipa Vallteri Bottas. Na 19.ª e antepenúltima prova da temporada, o britânico terminou a 4,148 segundos do vencedor, à frente do holandês Max Verstappen (Red Bull), que alcançou a terceira posição, a 5,002. Com a conquista do sexto cetro mundial, o terceiro consecutivo, Hamilton tornou-se no segundo piloto com mais títulos na história da modalidade, a um do alemão Michael Schumacher (1994, 1995, 2000, 2001, 2002, 2003 e 2004), ultrapassando já os cinco do argentino Juan Manuel Fangio (1951, 1954, 1955, 1956 e 1957).
desporto 17
terça-feira 5.11.2019
Brasil Flamengo regressa às vitórias com goleada
O Flamengo, do treinador português Jorge Jesus, regressou domingo às vitórias no campeonato brasileiro de futebol, ao golear o Corinthians, por 4-1, e manteve os oito pontos de vantagem na liderança, na 30.ª jornada. Depois do empate no campo do Goiás na ronda anterior (2-2), o Flamengo recebeu o sétimo classificado da prova e construiu um triunfo folgado, com Bruno Henrique em destaque. O avançado brasileiro assinou um ‘hat-trick’, aos 45+1, 45+2 e 46 minutos, enquanto Vitinho fechou a contagem, aos 68. Aos 52, Mateus Vital fez o tento de honra do Corinthians. Com este resultado e com oito jornadas por disputar, o Flamengo continua a liderar o Brasileirão com oito pontos de vantagem sobre o Palmeiras, segundo classificado, que no sábado recebeu e bateu o Ceará, por 1-0. Na próxima ronda, a equipa de Jorge Jesus desloca-se ao campo do Botafogo, enquanto o Palmeiras visita o Vasco da Gama.
Ténis Nadal sobe a número um mundial
Nadal regressou ao primeiro lugar do ‘ranking’ mundial de ténis, com o português Frederico Silva a entrar pela primeira vez na carreira no ‘top-200’. Apesar de ter desistido antes de disputar a meia-final do Masters 1.000 de Paris, Nadal já sabia que ia ultrapassar o sérvio Novak Djokovic, que conquistou pela quinta vez o torneio parisiense. ‘Nole’ tinha ultrapassado Nadal há um ano no ‹ranking› e ainda poderá recuperar o número um antes do final da temporada, nas ATP Finals, que começam em 11 de Novembro, em Londres. O terceiro lugar continua a ser ocupado pelo suíço Roger Federer, com o canadiano Denis Shapovalov, finalista em Paris, a ascender ao 15.º lugar, a sua melhor posição de sempre. Entre os portugueses, João Sousa desceu para 61.º e Pedro Sousa para 137.º, numa semana em que Frederico Silva, depois de ter chegado às meias-finais no ‘challenger’ de Shenzhen, na China, se estreia no ‘top-200’, ao subir 27 lugares, para 175.º. João Domingues também se mantém entre os 200 melhores do mundo e subiu para a 192.ª posição.
Outro dos pontos fortes da lista é a disponibilização de um campo de treinos no Interior da China, nomeadamente na Ilha da Montanha
J
O S É Morgado encabeça a única lista que se tinha apresentado até ontem ao acto eleitoral que vai escolher a nova direcção do Sporting Clube de Macau. Hoje é o último dia para a apresentação das candidaturas e as eleições estão agendadas para a próxima terça-feira, 12 de Novembro, entre as 18h00 e as 20h00, no Átrio do Consulado Geral de Portugal. Entre os membros da lista de José Morgado está João Ma, neto do empresário Ma Man Kei e filho de Alexandre Ma Iao Lai, presidente da influente Associação Comercial de Macau, instituição que tem como presidente da direcção o presidente da Assembleia Legislativa, Kou Hoi In. O HM contactou ontem José Morgado para perceber os contornos da lista e as ideias propostas, mas o candidato a presidente do clube remeteu qualquer explicação aos órgãos externos à instituição para depois do acto eleitoral. No entanto, de acordo com a informação apurada pelo HM, a lista tem como
SPORTING DE MACAU JOSÉ MORGADO CANDIDATA-SE À PRESIDÊNCIA
criada a partir dos activos do BESOR. O banqueiro fez também parte da comissão executiva do Banco Well Link, que resultou da compra da representação local do Novo Banco por parte de um grupo de empresários chineses, entre os quais investidores ligados à família Ma.
O banqueiro conta com João Ma, neto de Ma Man Kei e filho de Ma Iao Lai, na lista que concorre ao acto eleitoral. O projecto para o futuro passa pelo reforço da aposta na Academia do Sporting
REGRESSO À NORMALIDADE
Via verde principal prioridade o reforço da aposta na Academia do Sporting e a formação de jovens talentos. Outro dos pontos fortes da lista é a disponibilização de um campo de treinos no Interior da China, nomeadamente na Ilha da Montanha. Este é um projecto que deverá estar pronto nos próximos dias e que vai permitir aos leões ter um local para treinar com regularidade. A falta de espaços
para treinar regularmente é um dos principais desafios das equipas locais, e um campo em Hengqin pode ser assim um trunfo para o ritmo competitivo dos atletas. José Morgado encontra-se actualmente reformado, mas liderou anteriormente o Banco Espírito Santo do Oriente (BESOR) e, após a grave crise financeira do BES, chefiou a representação do Novo Banco Ásia, que foi
No acto eleitoral podem participar entre 60 e 70 sócios e segundo o presidente da Mesa da Assembleia da Assembleia Geral, o advogado Frederico Rato, até ontem tinha sido entregue uma lista. Os destinos do Sporting de Macau estão a ser geridos desde os finais de 2016, altura em que o então presidente António Conceição Júnior se demitiu, por uma comissão de gestão. Segundo Frederico Rato este acto eleitoral vai permitir ao clube voltar à “normalidade estatutária”. “Acredito que com a restituição do Sporting à normalidade estatutária, ou seja, com a sucessão da comissão de gestão, que foi um instrumento temporário, penso que o Sporting reúne condições
para que a sua actividade desportiva, e não apenas no futebol, também em outras modalidades, possa retomar um papel importante no desporto local”, afirmou, em declarações ao HM. Frederico Rato elogiou ainda o trabalho da comissão de gestão, que em 2017 tinha como presidente Lívio Leonel Borges, Hugo Reis Pereira como vice-presidente e ainda os membros António Peralta, Rui Pinto e José Reis Pereira. “A comissão de gestão assumiu um acto de coragem e durante estes quase três anos que geriu os destinos do clube contribuiu para que o Sporting de Macau se mantivesse nas provas tradicionais locais”, considerou. “Também contribuiu para criar as condições para que fosse apresentada uma lista e penso que o seu trabalho merece elogios porque manteve a bandeira do Sporting de Macau onde ela costuma estar. A comissão temporária ajudou o clube num período que diria de vacas muito magras”, reconheceu. João Santos Filipe joaof@hojemacau.com
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5.º FESTIVAL DE MÚSICA BARROCA – ALLIANCE FRANÇAISE DE MACAU Centro Cultural de Macau | 20h00
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5.º FESTIVAL DE MÚSICA BARROCA – ALLIANCE FRANÇAISE DE MACAU Clube Militar | 19h30 CINEMA | IV CICLO DE CINEMA DE MOÇAMBIQUE Fundação Rui Cunha | Até 7/11
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3 6 3 8 2 9 5 1 4 7 0 5 6 1 3 8 0 2 9 7 9 4 0 2 6 7 1 3 8 Cineteatro
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4 7 0 3 5 2 1 6 5 0 5 9 2 8 3 TERMINATOR: 8 4 DARK 9 FATE1[C] 2 Um filme de: Tim Miller Com: 3 Linda Hamilton, 6 Arnold 7 Schwarzenegger, 0 9 Mackenzie Davis 14.15, 16.45, 19.15, 21.45 1 0 8 6 7 THE ADDAMS FAMILY [B] 9 5 3 2 4 FALADO EM INGLÊS LEGENDADO EM CHINÊS 6de: Conrad 3 Vernon, 4 Grerg9Tierman1 Um filme Com: Charlize Theron, Chloe Grace Moretz, Allison Janney, Oscar 0 8 1Isaac 7 6 14.30, 21.30 2 FAMILY 5 [B]4 8 THE7 ADDAMS SALA 1
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FALADO EM CANTONÊS LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS
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O Irão assinalou ontem o quadragésimo aniversário da invasão da embaixada dos Estados Unidos em Teerão com protestos anti-americanos em muitas cidades do país. Em Teerão, dezenas de milhares de pessoas reuniram-se no início da manhã em frente à antiga representação diplomática dos Estados Unidos no centro da capital.
6 93 61 30 15 07 58 72 8 2 7 2 8 6 3 4 5 91 0 01 4 1 9 2 67 8 73 5 5 70 28 09 81 9 1 46 3 3 84 5 4 19 7 9 20 6 6 12 0 2 43 8 3 57 9 4 93 76 30 62 0 2 15 8 84 3 4 5 7 20 6 09 1 1 0 9 8 5 3 4 62 7 5 26 57 69 71 90 13 04 3 4 SOLUÇÃO DO PROBLEMA 55
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26 1 FILME 60 4 0 HOJE 9 8 75 3 UM 57 9 7 08 63 8 3 2 4 8 3 42 57 2 7 96 10 6
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Numa tarde normal em 0 Kong, 78 1uma8carrinha 7Hong 4 35 4 5 6 2 que transporta dinheiro faz mais 69travagem 23 91 3brusca, 2uma 5 1 58 4 87 0 as portas traseiras abrem4e8caem 0 três 85caixas. 12 5As6 29 67 9 7 -se pessoas na rua começam a 3 5desesperadamente 9 27 9 71 0 18 4 8 correr para apanhar o dinheiro, o 7 faz4com3que 61autori8 1 0 5 9 4que 8 as dades tenham de fazer uma 9 67 54 7 4 30 2 0 1 operação para recuperar o montante 1 8 levado 0 por 26meros 9 63 7 34 5 transeuntes. Ao mesmo tempo, os internautas de fórum online de Hong Kong começam também as suas investigações e 2 4que aparentava 8 5 7ser 9 61 0 1 4aquilo um mero acidente, acaba 14 3um4roubo... 60 8 05 29 5 1por7 esconder Uma comédia que mergu6na 9 15 2 5 08 3 8 7 1 subcultura lha da0 região vizinha. João Santos Filipe
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S U D O K U
Diariamente
EXPOSIÇÃO | “QUIETUDE E CLARIDADE: OBRAS DE CHEN ZHIFO 8 5 4 0 9 2 3 6 1 7 DA COLECÇÃO DO MUSEU DE NANJING” MAM2| Até917 /11 3 1 7 5 6 8 4 0
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CULPA DO SISTEMA
Sábado
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YUAN
VIDA DE CÃO
INAUGURAÇÃO DA EXPOSIÇÃO CONJUNTA DE OBRAS DE CERÂMICA E CALIGRAFIA DE UNG CHOI KUN E CHEN PEIJIN Fundação Rui Cunha | Das 18h00 às 20h00
EXPOSIÇÃO | “LÍNGUA FRANCA – 2ª EXPOSIÇÃO ANUAL DE ARTES ENTRE A CHINA E OS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA” Vivendas Verdes e Antigo Estábulo Municipal de Gado Bovino | Até 8 de Dezembro
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Quando se procura um culpado sem rosto para um problema, com graus diversos de variações de especificidade, o “sistema” é aquele vilão apetecível desde tempos imemoriais. Se a equipa de futebol não vence, culpa-se o sistema, que pode significar uma rede de influências e poderes, ou desculpa para uma época desportiva miserável. A economia anda pelas ruas da amarga, culpa-se o sistema. Apesar do panorama de vilania nessa badalhoquice geral que é a macro-economia, por vezes o sistema é o bode expiatório para a preguiça e a auto-vitimização. Depois existem os sistemas especiais de corrida das RAEs, que são uma espécie de unicórnio enraçado de jumento em termos de direito internacional. Pequim está a puxar o músculo da primeira premissa do princípio “Um País, Dois Sistemas”, referindo que a primeira parte se sobrepõe e deve ser prioridade em relação à segunda. No fundo, tenta acabar com os protestos em Hong Kong agravando a razão pela qual eles começaram. Falar em prioridade da unificação do país e da subordinação ao poder central, ao mesmo tempo que se fala do elevado grau de autonomia representa uma ginástica mental digna de medalha de ouro nas Olimpíadas Orwellianas. Como dizer que é preciso dar prioridade ao minchi em prol da descida do colesterol. Além disso, Pequim quer reforçar o seu papel na escolha dos governantes de Macau e Hong Kong, terminando, finalmente, a influência desmedida e maquiavélica de Fornos de Algodres nas regiões administrativas especiais. Como em tudo, a culpa é do sistema. João Luz
6KEYBOARD WARRIORS | SIT HO-CHING (2018) 4 0 3 7 2 8 1 9 5
1 8 6 9 2 3 0 80 8 1 73 47 4 5 92 69 6 8 9 7 4 3 9 7 7 7 45 4 6 9 0 32 3 18 1 TERMINATOR: DARK FATE 6 7 4 1 0 4 26 2 13 1 8 95 9 47 4 0 Um filme de: Conrad Vernon, Grerg Tierman 7Com: Charlize 3 Theron, 0 Chloe6Grace Moretz, 5 Allison 9 54 5 32 63 6 18 1 0 7 7 0 7 61 93 1 3 24 5 4 8 Janney, Oscar Isaac 416.30, 19.30 5 2 8 1 85 03 54 32 47 29 7 9 6 1 8 8 9 07 0 1 42 4 6 35 3 2THE FORTUNA’S 4 5 EYE3[B] 9 54 37 49 76 98 61 8 1 0 2 3 3 1 48 4 2 07 0 9 56 5 FALADO EM JAPONÊS 0LEGENDADO 6 EM CHINÊS 1 E7 4 60 6 57 15 1 83 8 2 9 2 1 2 90 84 0 4 53 7 3 6 INGLÊS 8 Um filme de: Takahiro Miki Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor João Luz; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; In Nam Ng; João Santos Filipe; Juana Ng Cen; 5Com: Tyunosuke 0 Kamiki, 8 Kasumi 2 Arimura 7 90 8 03 17 3 Colaboradores 76 4 6Ana Jacinto 2 Nunes; 5 Amélia Vieira; António 6 9António 2 9Castro0Caeiro; 1 Falcão; 7 Casimiro; 8 Gonçalo Lobo Pinheiro; Gonçalo M.Tavares; João Paulo Cotrim; 65 Cabrita; 13António 74 Gisela 14.30, 16.30, 21.30 José Drummond; José Navarro de Andrade; José Simões Morais; Luis Carmelo; Michel Reis; Nuno Miguel Guedes; José Miranda; Paulo Maia e Carmo; Rita Taborda Duarte; Rui 3JOKER2[C] 9 5 4 1 9 3 Torres; 8 Sérgio 0 Fonseca; Valério 2 9Colunistas 3 9 António 5 Conceição 6 8 Júnior; 0 Chan; 4 5 4 56 7 6 29Cascais; 2 Romão 07 David 41 João4Paulo Rui8Filipe0 Romão; Jorge Rodrigues Simão; Olavo Rasquinho; Paul Chan Wai Borges, 9UmCom:filmeJoaquin 1de: Todd 3Phillips 0 6 2 0 8 Chi;5Paula1Bicho; 7 Paulo 04 8 9Rómulo 4 9Santos6Ilustração 2 Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; 7 Cartoonista 6 3 6www. 9 4Tânia9dos Santos 1 Steph 71Grafismo 35 23Rui Rasquinho Phoenix, Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada SALA 3
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opinião 19
terça-feira 5.11.2019
macau visto de hong kong
DAVID CHAN
Liberdade condicional
S
OUBE-SE através da comunicação social que no passado dia 28 de Outubro, Tony Maycon Munoz-Mendez, detido na Rogers State Prison, em Ritzville, Georgia, tinha sido foi libertado por engano do estabelecimento prisional, às 11:30 do dia 25. Munoz-Mendez foi condenado a prisão perpétua em Abril de 2015, acusado de duas violações e de um crime de abuso de menores agravado. A direcção da cadeia não explicou as circunstâncias do erro, nem porque é que o comunicado só foi feito três dias após o ocorrido. Não é a primeira vez em que se dá uma libertação deste género numa prisão da Georgia. Em Abril do ano passado, Paul Serdula foi libertado por engano de uma prisão deste Estado, facto que muito chocou a opinião pública. Paul Serdula, enfermeiro na Marietta Dental Clinic, tinha sido condenado a prisão perpétua por ter violado uma paciente. Surpreendentemente, pouco tempo depois, Serdula entregou-se de livre vontade e regressou à prisão. As pessoas são presas porque cometem crimes e esses crimes ficam provados em Tribunal. Se o tempo de cadeia for cumprido ajustam as suas contas com a sociedade. Uma fuga da prisão pode acontecer por iniciativa individual, ou com a ajuda de terceiros. As diferentes legislações têm
diferentes definições de “fuga da prisão”. A libertação de um prisioneiro por falha da direcção da cadeia pode ser ou não considerada fuga, consoante a legislação aplicada no Estado, não é igual em todo o lado. Da mesma forma, a fuga da prisão não é julgada da mesma forma em todos os Estados. De um modo geral, por causa deste crime o prisioneiro será julgado e sofrerá um agravamento da pena anterior. Neste caso, sejam quais forem as circunstâncias a pena não será agravada. Munoz-Mendez já tinha sido condenado a prisão perpétua pelos crimes anteriormente cometidos. Se se entregar enfrenta uma vida no cárcere, se fugir e for apanhado sofre a mesma pena. Se voltar a fugir, para desfrutar um pouco de liberdade, quando regressar não pode receber um castigo maior. Se o prisioneiro encarar as coisas desta forma é possível que esteja enganado. Todos
Fugir da prisão constitui um crime grave e faz perder a oportunidade de liberdade condicional. Se for o caso, depois de ser capturado, o fugitivo tem de voltar a aceitar o castigo, ou seja, a prisão perpétua, do qual não poderá escapar, porque perderá para sempre a possibilidade de vir a beneficiar de liberdade condicional
sabemos que o espaço das prisões é limitado. Com o aumento do número de detidos, as cadeias tendem a ficar superlotadas. Além disso levanta-se a questão do comportamento, Alguém condenado a prisão perpétua não tem esperança de vir a sair e por isso não tem motivação para obedecer aos regulamentos. Começa a criar problemas dia após dia. Para evitar estas situações, existe a “liberdade condicional”, que se aplica se o detido: · Estiver encarcerado há muito tempo; e · se tiver bom comportamento; e · se mostrar arrependimento pelos crimes cometidos; e · se for ao encontro de outros requisitos jurídicos, Nesse caso pode pedir liberdade condicional e, se for atendido, pode sair da prisão mais cedo. Quem sai da prisão em liberdade condicional, continua a ser seguido e tem de respeitar um conjunto de condições. A forma mais comum de liberdade condicional permite ao prisioneiro sair durante o dia para trabalhar em instituições que têm acordos com o sistema, recolhendo à noite a um dormitório supervisionado. Embora seja uma liberdade condicionada, é muito preferível a ficar na prisão entre quatro paredes. Fugir da prisão constitui um crime grave e faz perder a oportunidade de liberdade condicional. Se for o caso, depois de ser capturado, o fugitivo tem de voltar a aceitar o castigo, ou seja, a prisão perpétua, do qual não poderá escapar, porque perderá para sempre a possibilidade de vir a beneficiar de liberdade condicional.
Professor Associado do IPM • Consultor Jurídico da Associação para a Promoção do Jazz em Macau • legalpublicationsreaders@yahoo.com.hk • http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog
Aprendi muita coisa por ouvir cuidadosamente. Ernest Hemingway
PALAVRA DO DIA
terça-feira 5.11.2019
XANGAI CHUI SAI ON VISITA EXPOSIÇÃO INTERNACIONAL DE IMPORTAÇÕES
Últimos cartuchos
O
Chefe do Executivo de Macau, Fernando Chui Sai On, desloca-se hoje a Xangai, o grande centro financeiro do continente chinês, para participar na segunda exposição internacional de importações da China. Chui Sai On, que vai deixar o cargo a 20 de Dezembro, após 10 anos na chefia do Executivo, lidera a delegação de Macau no certame, que decorre entre esta terça-feira e domingo em Xangai, segundo um comunicado do porta-voz do Governo. No evento são esperadas "personalidades do meio político e empresarial, oriundas de cerca de 170 países e regiões, bem como vários representantes de entidades internacionais", é referido na mesma nota. O pavilhão de Macau está localizado no interior do pavilhão da China, no âmbito da Feira Nacional de Comércio e Investimento, e acolhe a exposição 'Macau Hub', com o centro histórico da cidade, património mundial da UNESCO, como pano de fundo. "Através de instalações visuais interactivas e trabalhos gráficos, os visitantes terão oportunidade de conhecer as conquistas e o progresso socioeconómico alcançados nos últimos 20 anos",
desde o regresso de Macau à China, em 1999. Com recurso à realidade virtual, "os visitantes poderão ainda simular uma caminhada por algumas das ruas mais icónicas" do antigo território administrado por Portugal, é referido noutro comunicado oficial.
O
Operação de charme
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Governo chinês anunciou ontem várias medidas destinadas a "promover os intercâmbios e a cooperação económica e cultural" com Taiwan, mas Taipé respondeu que "não há necessidade" de implementá-las. Entre as 26 medidas anunciadas por Pequim, treze visam "garantir" que as empresas taiwanesas recebem o mesmo tratamento que as do continente no acesso ao mercado chinês, incluindo em "investimento, participação em grandes projectos de desenvolvimento tecnológico, redes de quinta geração (5G), economia circular, aviação civil, parques temáticos e novas instituições
COMÉRCIO GLOBAL
das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO). Anunciada pelo Presidente chinês, Xi Jinping, em 2017, a exposição internacional de importações da China constitui uma importante medida de Pequim para apoiar a liberalização do comércio e a globalização económica.
GCS
À semelhança do ano passado, o Instituto de Promoção do
Comércio e do Investimento de Macau (IPIM) e o Fundo das Indústrias Culturais organizaram a participação de vários sectores nesta exposição empresarial. O certame é organizado pelo Ministério do Comércio e o Governo Popular de Xangai, com o apoio da Organização Mundial do Comércio (OMC), da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) e da Organização
Pequim aprova medidas para seduzir taiwaneses
financeiras", informou ontem a agência noticiosa oficial Xinhua. As outras 13 medidas visam garantir igualdade de tratamento para os "compatriotas" de Taiwan, oferecendo mais facilidades em questões como protecção consular, despesas com telecomunicações, qualificação para compra de casas ou validação de títulos profissionais, explicou a agência.
SEM NECESSIDADE
Logo após o anúncio, o ministro taiwanês dos Negócios Estran-
geiros, Joseph Wu, respondeu na rede social Twitter que "não há necessidade" de implementar aquelas medidas, que foram acrescentadas a outras 31 anunciadas no ano passado e que, segundo o Governo de Taiwan, "não foram eficazes em atrair os taiwaneses". Wu ironizou que, em vez daquelas medidas, "dar às pessoas mais liberdade também seria bom", enquanto a porta-voz do ministério taiwanês dos Negócios Estrangeiros
acrescentou que "Taiwan é um Estado soberano" e que "a jurisdição consular do governo de Taiwan não tem nada a ver com a China". A proposta chinesa surge dois meses antes das eleições presidenciais em Taiwan. Pequim cortou os mecanismos de diálogo com Taipé desde a eleição de Tsai Ing-wen, do Partido Progressista Democrático (DPP, sigla em inglês), pró-independência, em 2016, e afirmou que só aceita voltar atrás se a líder taiwanesa declarar que a ilha é parte da China. Tsai concorre a um segundo mandato nas eleições que se realizam em Janeiro.
ASEAN ALIANÇA COMERCIAL PODE SER ASSINADAEM 2020
O
S dez países da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) estão dispostos a assinar no próximo ano um megatratado comercial para criar a maior aliança económica do mundo, anunciou ontem o primeiro-ministro da Tailândia. Os membros da ASEAN finalizaram as negociações do projecto, denominado Parceria Económica Regional (RCEP), e estão dispostos a assinar o tratado em 2020, afirmou Prayut Chan-Ocha. Estas declarações foram proferidas durante a cimeira da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), que se realiza em Banguecoque. Além dos países-membros da ASEAN (Malásia, Indonésia, Brunei, Vietname, Camboja, Laos, Myanmar, Singapura, Tailândia e Filipinas) e da China, o acordo inclui ainda a Índia, Japão, Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia, que, juntos, representam aproximadamente 40 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial e quase metade da população do planeta. O projecto, promovido por Pequim e que junta 16 Estados da região da Ásia-Pacífico, tem como objectivo fortalecer a influência da China. O RCEP, cujas negociações foram formalmente iniciadas na ASEAN em 2012, abrange uma população de 3,4 mil milhões de pessoas, ou 47 por cento da população mundial, e um PIB mundial de 32 por cento, 29 por cento do comércio mundial e 32,5 por cento do investimento mundial. A RCEP nasceu como a resposta de Pequim aoAcordo Transpacífico de Cooperação Económica (TPP), apoiado ao princípio por Washington, mas rejeitado pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que decidiu retirar o país do TPP, pouco depois de ter assumido o cargo em 2017.
Grécia Encontrados 41 migrantes vivos em camião frigorífico
A polícia grega encontrou ontem 41 migrantes vivos dentro de um camião frigorífico que foi interceptado numa autoestrada na zona norte da Grécia. Sete migrantes apresentavam problemas respiratórios e foram transportados para um hospital local. As pessoas que estavam no interior do camião eram maioritariamente jovens do sexo masculino oriundos do Afeganistão, precisou a polícia helénica. O motorista do camião frigorífico, natural da Geórgia, foi detido ontem de manhã por suspeita de tráfico de pessoas na autoestrada de Egnatia, na direcção da cidade de Tessalonica, perto das portagens da cidade de Xanthi, segundo as forças policiais. Um segundo indivíduo de origem turca, que viajava na cabine do camião, conseguiu fugir e continua a ser procurado pelas autoridades, avançou um ‘site’ de notícias local, citado pelas agências internacionais.