Hoje Macau 6 NOV 2019 # 4405

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QUARTA-FEIRA 6 DE NOVEMBRO DE 2019 • ANO XIX • Nº 4406

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ

WEBSUMMIT

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hojemacau

Crime, precisa-se

O Governo quer castigar, com um novo tipo de crime, as empresas que provoquem grandes prejuízos à segurança e ordem pública. A decisão surge na sequência da consulta pública sobre a revisão do Código Penal para

penalizar pessoas colectivas e cujos resultados foram agora dados a conhecer. As empresas transnacionais, que segundo o Executivo representam um maior factor de risco, estão no centro das atenções.

“PRODUTOS” CONTROLADOS GRANDE PLANO

HABITAÇÃO ECONÓMICA

Acessos facilitados PÁGINA 4

OPINIÃO

LUGAR DO CORPO

TÂNIA DOS SANTOS PÁGINA 5

AUTISMO

Falsas ajudas PÁGINA 7

h

CANÇÃO ESCRITA LI HE

NÃO TENHO TEMPO JOÃO PAULO COTRIM

GEOGRAFIAS DA ALMA NUNO MIGUEL GUEDES

IFFAM | JUNTA-TE À FESTA EVENTOS

CHINA

Mercado aberto PÁGINA 12


2 grande plano

6.11.2019 quarta-feira

“AO USARES ´ O FACEBOOK ES UM PRODUTO” A

WEBSUMMIT

EDWARD SNOWDEN ALERTA PARA CONTROLO DE PESSOAS E NÃO DE DADOS PESSOAIS

Edward Snowden, antigo analista informático da Agência de Segurança Nacional dos EUA, esteve esta segunda-feira na abertura de mais uma edição da WebSummit, em Lisboa, e alertou a enorme plateia para a manipulação dos utilizadores da Internet e não apenas dos seus dados pessoais. Snowden, que em 2013 voou para Hong Kong, onde denunciou o sistema de vigilância mundial que ajudou a criar, alertou para a enorme proximidade entre empresas e Governos

casa estava cheia para ouvir Edward Snowden, ainda que por videoconferência. O antigo analista informático da Agência de Segurança Nacional (ASN) dos EUA que, em 2013, voou do Hawai para Hong Kong onde cedeu documentos confidenciais aos media sobre a existência de um sistema de vigilância mundial de comunicações e de Internet, esteve esta segunda-feira na WebSummit, em Lisboa, naquela que é considerada a maior cimeira de tecnologia do mundo. Edward Snowden encontra-se actualmente em regime de asilo político na Rússia, o que o impediu de estar em Lisboa. A entrevista, ao vivo, trouxe conclusões perturbadoras para todos aqueles que estão nas redes sociais e no mundo digital. “Os dados não são inofensivos nem abstractos quando se trata de pessoas. E quase todos os dados recolhidos hoje em dia são sobre pessoas. Não são os dados que estão a ser explorados, são as pessoas que estão a ser manipuladas”. Questionado sobre os esforços para a protecção de dados dos utilizadores na Europa, Snowden indicou que não considera a introdução do Regulamento Geral sobre a Protecção de Dados (RGPD) uma resposta eficaz, uma vez que “o problema não é a protecção de dados, mas sim a recolha de dados”.

O ex-analista informático salientou que “não há problema em recolher [dados] desde que não haja uma fuga", no entanto, o que percebemos em 2013, é que "há sempre uma fuga”. Desde que revelou um segredo muito bem guardado pelas autoridades norte-americanas que Edward Snowden tem vindo a ser acusado pelos Estados Unidos de espionagem e apropriação de segredos do Estado. Ao longo do seu discurso, Snowden referiu ainda que o modelo de negócios de empresas como o Google e o Facebook “é abusivo”, mas consideram-no “legal”. “Esse é que é o verdadeiro problema, nós

“Os dados não são inofensivos nem abstractos quando se trata de pessoas. E quase todos os dados recolhidos hoje em dia são sobre pessoas. Não são os dados que estão a ser explorados, são as pessoas que estão a ser manipuladas.” EDWARD SNOWDEN

legalizámos o abuso [relativamente aos dados pessoais recolhidos], criámos um sistema que torna a população vulnerável para benefício dos privilegiados", afirmou.

EMPRESAS VS GOVERNO

Numa entrevista com os responsáveis da Websummit, gravada antes do evento e cedida aos media, Edward Snowden confessou que nunca a ligação entre empresas da área digital e o Governo foi tão forte, pondo em causa a segurança dos utilizadores. “Quando os Governos percebem que há um mecanismo de acesso à informação, e quando os tribunais estabelecem este tipo de compromissos concedidos no passado há uma base para requerer novas cooperações. Em primeiro lugar há uma concordância, e em segundo lugar, e em último, acreditam que podem fazer esse tipo de pedidos para sempre. Então penso que há sempre uma falha ao nível da imaginação sobre aquilo que estes sistemas realmente mostram. As empresas em todo o mundo devem compreender para quem trabalham em último lugar e qual o sentido da sua existência. Trabalham em prol do público, ou existem em benefício do Governo?”, questionou. Apesar de destacar a existência da encriptação de mensagens, algo que existe em plataformas de


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comunicação como o Whatsapp ou Telegram, Edward Snowden assegura que não é suficiente para a protecção de dados pessoais. “Temos visto enormes avanços na forma como as comunicações entre pessoas são protegidas desde a adopção do sistema de encriptação. A encriptação refere-se a uma nuvem que passa pelo percurso hostil da Internet, e aí já não estamos despidos e podemos fazer o que queremos. Temos cada vez mais comunicações encriptadas, mas não são todas. Mesmo quando estão encriptadas elas continuam a ser observadas. É possível ver a sua origem e destino", salientou. Para Edward Snowden, “o problema disso é que vemos os Governos alarmados pela ideia de que podem perder este acesso perverso a todas as nossas comunicações e às nossas vidas, e a vigilância de massas pode ficar menos rentável ou acessível.” Para Edward Snowden, estas empresas necessitam cada vez mais de olhar para si mesmas e perceber para quem trabalham: se para as entidades institucionais, se para os cidadãos comuns. “Os utilizadores não são os clientes, e isso dá lugar a abusos. Quando usas o Facebook não és um cliente, és um produto. As pessoas não estão conscientes do que acontece com a Amazon, e infelizmente

pensam que é apenas um sítio onde compras sapatos. É isso de um ponto de vista, mas num fragmento muito pequeno”, exemplificou. “Sim, estas pessoas estão envolvidas em abusos, nomeadamente quando falamos de Amazon, Facebook ou Google, mas o seu modelo de negócio é o abuso e alegam que é legal. Quer estejamos a falar do Google ou da NSA, esse é o verdadeiro problema. Legalizámos o abuso contra as pessoas. Criámos um sistema que torna a população vulnerável para benefício dos privilegiados”, acusa o antigo analista da CIA. Snowden lembrou que “hoje, em qualquer idioma e qualquer jurisdição, reconhecemos que estas

“Temos cada vez mais comunicações encriptadas, mas não são todas. Mesmo quando estão encriptadas elas continuam a ser observadas. É possível ver a sua origem e destino.” EDWARD SNOWDEN

empresas têm cometido abusos através das suas plataformas, dado o seu posicionamento nas sociedades globais”. “A questão é o que vamos fazer sobre isso, para garantir que os seus serviços são úteis para a sociedade, mas a forma como exploram a sua posição deve ser analisada”, acrescentou.

LUGAR DA INTERNET

Ainda sobre o papel das empresas ao nível da segurança dos dados pessoais, Edward Snowden defendeu que devem ser criados limites legais em relação ao período temporal em que esses dados pessoais são guardados por empresas de telecomunicações, a Google ou o Facebook, entre outras. “As empresas não deveriam ter a capacidade de manter registos das vidas pessoais das pessoas por muito tempo, embora isso seja absolutamente essencial para atingir objectivos de negócio. Mas as empresas não necessitam desses dados cinco ou dez anos depois. E não necessitam, definitivamente, dos dados desde 1987, que é data de registo das empresas de telecomunicações.” Snowden defendeu “formas mais eficazes de regular os comportamentos” dessas empresas na sua relação com os utilizadores e descreveu a Internet como um lugar absolutamente comercial.

“Não estamos onde precisamos de estar. A Internet tornou-se num espaço de cooperação, e a comercialização da Internet foi uma espécie de valor aditado ao seu verdadeiro objectivo. Hoje em dia a Internet tornou-se num espaço cooperativo que se tornou colonizado e explorado, ultimamente transformado num espaço comercial competitivo em detrimento dos utilizadores.” Tal característica trouxe, para Edward Snowden, consequências sociais, por ser, “em larga medida, responsável por uma fracturação da sociedade que vemos hoje em dia”. No futuro, “deve ser restaurado o equilíbrio entre aquilo que a Internet é e a melhor forma de utilização, limitando as formas como somos explorados”.

“Legalizámos o abuso contra as pessoas. Criámos um sistema que torna a população vulnerável para benefício dos privilegiados.” EDWARD SNOWDEN

“A próxima geração de serviços está programada de uma forma em que não confiamos no serviço, pois eles são intermediários da tua comunicação, mas confiamos nas pessoas que são o fim da comunicação, os amigos ou a comunidade, as pessoas com quem queres comunicar. Esse é o futuro”, rematou. A quarta edição da Web Summit em Portugal decorre até quinta-feira e conta com a participação de 1.206 oradores que vão intervir nos 22 palcos distribuídos pelo recinto do evento. Fundada em 2010 por Paddy Cosgrave, Daire Hickey e David Kelly, a Web Summit é considerada um dos maiores eventos de tecnologia, inovação e empreendedorismo do mundo e evoluiu em menos de seis anos de uma equipa de apenas três pessoas para uma empresa com mais de 150 colaboradores. A cimeira tecnológica, que nasceu em 2010 na Irlanda, passou a realizar-se em Lisboa desde 2016, vai manter-se na capital até 2028, depois de, em Novembro do ano passado, ter ficado decidida a permanência da conferência em Portugal por mais 10 anos, após uma candidatura com sucesso. Andreia Sofia Silva (com Lusa) andreia.silva@hojemacau.com.mo


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TIAGO ALCÂNTARA

ILHA VERDE ELLA LEI QUER SABER DO ESTADO DE CENTRO DE SINISTRADOS

6.11.2019 quarta-feira

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deputada à Assembleia Legislativa, Ella Lei, interpelou, por escrito o Governo acerca do avanço das obras do novo Centro de Sinistrados da Ilha Verde e também quanto à data prevista da sua entrada em funcionamento. Na sua interpelação, Ella Lei afirma ter recebido inúmeras queixas de moradores afectados pelo incêndio que consumiu vários apartamentos no Edifício Kuong Fok Cheong e que são actualmente utentes do Centro de Sinistrados da Ilha Verde. Isto porque os moradores, refere Ella Lei, indicaram nas suas queixas que as instalações do actual centro não oferecem condições de higiene e algumas habitações estão mesmo em mau estado. Neste sentido, a deputada pede que as autoridades esclareçam de que forma é feita a manutenção e a gestão da higiene diária do local, incluindo quais os meios usados para garantir o bem-estar de todos os utentes. A deputada citou ainda a presidente do Instituto de Acção Social, Vong Yim Mui, aquando da sua resposta à interpelação da ex-deputada Kwan Tsui Hang, em Agosto de 2017, referindo que estavam a ser ultimados os todos os pormenores para que fosse possível iniciar as obras em 2018 e concluí-las no ano seguinte, em 2019. “Os serviços destinados aos desalojados que estão a ser prestados pelo Centro, irão ser transferidos para os serviços sociais da habitação económica do edifício do Bairro da Ilha Verde”, confirmou na altura Vong Yim Mui. No entanto, perante os factos, Ella Lei mostrou-se crítica e referiu que, apesar de as obras de construção do edifício terem sido concluídas em tempo útil, ainda não foi definido qualquer calendário para a mudança das instalações para o novo espaço. A deputada espera agora que o Governo possa explicar o estado actual das obras, bem como o cronograma previsto para o funcionamento do novo Centro.

O Governo aumentou os limites máximos do património para os candidatos à compra de uma habitação económica para 1,27 milhões de patacas e 2,55 milhões de patacas

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Governo aumentou os limites máximos do património para os candidatos à compra de uma habitação económica para 1,27 milhões de patacas e 2,55 milhões de patacas. A actualização dos valores foi publicada ontem em Boletim Oficial, num despacho assinado por Chui Sai On, que alterou os valores em vigor desde Maio de 2014. No que diz respeito ao património líquido dos candidatos, no caso de ser uma candidatura individual, o limite fica nos 1,27 milhões de patacas, quando anteriormente era de 959,6 mil patacas, um aumento de 32,7 por cento. Um crescimento na mesma percentagem foi igualmente aplicado para os agregados com dois ou mais indivíduos. Quando a candidatura do agregado envolve duas ou mais pessoas o limite do património não pode ultrapassar os 2,55 milhões. O limite anterior era de 1,92 milhões de patacas. O património em questão é líquido e segundo a lei da habitação económica envolve bens como imóveis, acções, participações em empresas, depósitos bancários, créditos, obras de arte, joalharia, entre outros. Os bens têm de ser declarados mesmo quando se encontrem fora da RAEM. Além do património, os limites dos rendimentos mensais dos candidatos foram igualmente actualizados, com variações entre os 22,6 por cento e os 37,1 por cento. Ao nível dos candidatos singulares o rendimento mínimo mensal para que

HABITAÇÃO ECONÓMICA GOVERNO AUMENTA VALOR DO PATRIMÓNIO DOS CANDIDATOS

Gorduras de Inverno

O Chefe do Executivo publicou um despacho em que aumenta o limite máximo do património e dos rendimentos mensais para os candidatos a habitação económica. O Governo de Chui Sai On está numa corrida contra o tempo para cumprir a promessa do líder e abrir um novo concurso até ao final do mandato possam candidatar-se a uma habitação económica sobe das 8.490 patacas para as 11.640 patacas, o que representa um aumento de 31,1 por cento. Já o rendimento mensal máximo cresce das 31.750 patacas para as 38.910 patacas, ou seja 22,6 por cento.

MAIS ESCALÕES

Todavia, as maiores alterações são introduzidas com a criação

de mais cinco escalões. Anteriormente havia apenas dois escalões, sendo que os agregados com duas ou mais pessoas tinham de ter um rendimento mínimo de 13.210 patacas e máximo de 63.500 patacas. Contudo, com a nova actualização o rendimento máximo fica estabelecido para agregados familiares com duas ou mais pessoas nas 77.820

patacas, um aumento de 22,6 por cento. No entanto, o rendimento mensal sofre alterações. No caso de agregados familiares com duas pessoas passa para 17.660 patacas, com três indivíduos o montante sobe para 23.870 patacas e para 26.220 patacas, quando a candidatura envolve quatro pessoas. No escalão para cinco pessoas o rendimento mensal mínimo é de 27.930, 32,680 patacas quando são seis e, finalmente, 34.390 patacas quando os candidatos são sete ou mais. Anteriormente, o Chefe do Executivo, Chui Sai On, tinha prometido abrir um novo concurso até ao final do corrente mandato, o que acontece a 19 de Dezembro, mas ainda não há informações sobre quando tal poderá acontecer. Além da promessa, a revisão da lei da habitação económica está neste momento a ser debatida na especialidade da Assembleia Legislativa e ainda terá de ser votada novamente. Porém, ontem, a agenda do hemiciclo não previa qualquer reunião sobre o assunto até ao final do mês. Anteriormente, o secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, tinha equacionado a abertura de um concurso, mesmo sem a aprovação da nova lei. O último concurso para a venda de habitações económicas decorreu entre Dezembro de 2013 e Março de 2014 e mais de 42 mil pessoas apresentaram candidaturas para as 1.092 fracções disponíveis. João Santos Filipe

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Governo quer criar de um tipo de crime para penalizar as pessoas colectivas que “causem grandes prejuízos à segurança e ordem públicas da sociedade” e aponta às empresas transnacionais. A intenção foi ontem anunciada com a publicação do relatório da consulta pública sobre a “Revisão das Disposições do Código Penal Sobre os Crimes Cometidas pelas Pessoas Colectivas”. No que diz respeito aos crimes praticados por pessoas colectivas, a intenção é frisada e tem como alvo principal as “empresas transnacionais”, que o Executivo entende serem mais susceptíveis destas práticas. “Tem-se em consideração que a sociedade moderna é uma sociedade que se encontra em situação de risco na era da globalização, sendo possível a ocorrência de fenómenos em que as empresas, especialmente empresas transnacionais, por causa de interesses próprios, colocam em risco a segurança e ordem públicas da sociedade durante as actividades comerciais”, começa por ser apontado. “Desta forma, para prevenir e punir, de forma eficaz, os crimes cometidos pelas pessoas colectivas, sugere-se que se possa ponderar incluir no âmbito de aplicação os crimes [...] que causem graves prejuízos à segurança e ordem públicas da sociedade” , é defendido. No que diz respeito à criminalidade ligada às pessoas colectivas, o relatório destaca que as principais ocorrências estão relacionadas com as vertentes patrimonial e económica. Segundo a proposta do Governo, as empresas

CONSULTA SUGERIDO CRIME PARA AMEAÇAS À SEGURANÇA E ORDEM PÚBLICAS

Contra a impunidade

Quase um ano depois, o Governo apresentou ontem os resultados da consulta pública sobre a revisão do Código Penal para penalizar as pessoas colectivas e sugere a criação de novos tipos de crimes a pensar nas empresas transnacionais

Uma das intenções da revisão do Código Penal passa pela concentração da matéria constante em 21 leis avulsas

e associações poderão ser acusadas de prática criminosa quando os actos forem praticados em nome e no

Imposto Complementar Deputados pedem explicações

Os deputados da 2.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa estão a analisar na especialidade a proposta de lei de Alteração ao Regulamento do Imposto Complementar de Rendimentos e pediram esclarecimentos ao Executivo sobre o número de empresas afectadas pelas alterações. Com a nova legislação, o lucro tributável das empresas nos últimos três anos sobe para um milhão de patacas, quando anteriormente era de 500 mil patacas. No entanto, o Executivo não explicou à comissão o número de empresas afectadas e os deputados querem perceber a dimensão das alterações.

interesse da entidade, independentemente de serem executados por um dos seus representantes ou por um

Arquivos Coutinho quer saber quando começam trabalhos

O deputado José Pereira Coutinho interpelou o Governo sobre os trabalhos de digitalização dos arquivos históricos do território, a pensar nos académicos desejam estudar o passado de Macau. Ao mesmo tempo, o legislador questiona a criação de três grupos de trabalho que focam a área, nomeadamente o Grupo de Trabalho dedicado ao projecto dos Prazos de Conservação de Arquivos Administrativos Comuns, Grupo de Trabalho dedicado ao Projecto da Regulamentação das Técnicas de Digitalização de Documentos em

mero funcionário. Porém, para haver condenação, o Governo explica que é preciso provar que houve

Suporte de Papel e o Grupo de Trabalho Legislativo. De acordo com José Pereira Coutinho o problema passa pelo facto de não haver responsabilidades e uma área de intervenção bem definida: “estes Grupos de Trabalho não têm responsabilidades específicas de inventariar de uma forma global todos os documentos oficiais arquivados”, acusa. O deputado ligado à Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau questiona igualmente quando vão ser iniciados os trabalhos de digitalização de todos os documentos históricos.

intenção da pessoa colectiva de beneficiar com o crime. “Entendemos que esta actuação pode impedir, de forma

eficaz, situações em que os órgãos ou representantes da pessoa colectiva não utilizaram, intencionalmente, a sua qualidade de órgão ou representante, mas indicaram ou utilizaram os trabalhadores para cometer crimes, fugindo assim da assunção da responsabilidade penal das pessoas colectivas”, é sustentado.

SISTEMA DE CONVERSÃO

Outras das conclusões da consulta prende-se com a necessidade de se fazer uma distinção clara entre as penas principais e as acessórias a serem aplicadas às pessoas colectivas. A multa é vista como uma das melhores opções porque, segundo o documento do Governo, “consegue, sem dúvida, produzir efeitos dissuasórios e de combate aos crimes cometidos pelas pessoas colectivas”, assim como a dissolução judicial da pessoa colectiva. Finalmente, o Executivo propõe a criação de um sistema de equivalência entre as penas de prisão e o pagamento de multas. Segundo a sugestão, o número de dias de multa irá variar entre os 10 dias e os 3 mil dias, com um limite máximo de 3 mil e 600 dias. O valor sugerido a pagar por dia vai das 50 patacas às 20 mil patacas. O relatório da consulta pública sobre os crimes das pessoas Colectivas foi publicado ontem, quase um ano após a realização da consulta, que decorreu entre 1 e 31 de Dezembro do ano passado. Uma das intenções da revisão do Código Penal passa pela concentração da matéria constante em 21 leis avulsas sobre as responsabilidades penais das pessoas colectivas. João Santos Filipe

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Criminalidade Informática Associação de Advogados recolhe opiniões A Associação dos Advogados de Macau (AAM) está a pedir aos associados que enviem “com urgência” as opiniões sobre a proposta do Governo de alteração à Lei de Combate à Criminalidade Informática. É desta forma que a AAM reagiu ao pedido da 1.ª Comissão Permanente da AL para que se pronuncie sobre as mudanças ao diploma. “Para efeitos de elaboração de parecer sobre a proposta de lei intitulada ‘Alteração à Lei n.º 11/2009 – Lei de combate à criminalidade

informática’, que nos foi pedido pela Assembleia Legislativa, vimos, pela presente, solicitar que os (as) colegas nos enviem com urgência, os seus comentários ou sugestões, até ao próximo dia 11 de Novembro, através de correio electrónico”, pode ler-se na circular. Segundo o presidente da 1.ª Comissão Permanente, Ho Ion Sang em pelo menos em duas ocasiões a AAM ficou em silêncio, apesar de lhe terem sido pedidas opiniões sobre mudanças nas leis.


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MA publicação anónima numa página de Facebook associada à escola secundária Keang Peng, intitulado “KP Secrets 2.0”, dá conta de que alguns alunos terão sido interrogados pela direcção da instituição depois de um estudante ter publicado comentários na mesma rede social sobre os protestos em Hong Kong. “Será que a escola Keang Peng é tão vermelha que até houve alunos interrogados pela escola por terem posições políticas diferentes?”, pode ler-se na publicação, noticiada pelo portal informativo Dust Someone. De acordo com este website, um professor da escola secundária viu os textos publicados pelo aluno, referentes à situação política de Hong Kong e Taiwan, e comunicou o caso aos dirigentes do estabelecimento de ensino. Posteriormente, vários alunos terão sido interrogados, mas desconhece-se se houve algumas punições, adianta o website. Questionado ontem sobre o assunto numa palestra organizada pela Escola Tong Lam no IPM, Kong Chi Meng, director substituto

ENSINO DSEJ FRISA EXISTÊNCIA DE LIBERDADE DE PENSAMENTO

Rede de segredos

Uma página de Facebook ligada à escola secundária Keang Peng, intitulada “KP Secrets 2.0” denunciou um caso em que alunos terão alegadamente sido chamados pela direcção da escola depois de um estudante ter publicado textos sobre Hong Kong e Taiwan na sua página pessoal da mesma rede social. O director substituto da DSEJ volta a ressalvar a existência de liberdade académica nas escolas

da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), disse “não ser conveniente” responder a esta pergunta, uma vez que não dispõe de muitas informações, de acordo com o canal chinês da Rádio Macau. No entanto, o responsável salientou que a educação global dos alunos sempre foi um objectivo da DSEJ e sempre foi garantido que os alunos podem ter opiniões

diferentes, sobretudo nas aulas de educação cívica. Kong Chi Meng adiantou que, nestes casos, os professores têm obrigação de adoptar uma posição neutra para orientar os alunos.

CASO ANTIGO

Depois de um início de ano lectivo cheio de perturbações em Hong Kong, em que alguns alunos as-

sumiram várias formas de protesto em solidariedade para com os manifestantes, as escolas de Macau adoptaram uma postura bem mais reservada. Lou Pak Sang, director da DSEJ, sempre frisou que as escolas possuem total autonomia para gerir o assunto e que existe liberdade académica. “Se têm opiniões, podem expressá-las de forma pacífica”, referiu Lou Pak Sang.

As declarações foram proferidas no contexto da notícia publicada no Jornal Tribuna de Macau, em Setembro, que deu conta da mensagem passada pela Escola para Filhos e Irmãos dos Operários, no primeiro dia de aulas, que “avisou” os estudantes para não repetirem os protestos de Hong Kong e não terem comportamentos inadequados. Lou Pak Sang garantiu, nessa altura, que nas escolas de Macau possuem autonomia pedagógica. “Não solicitámos aos directores que proibissem manifestações de alunos”, esclareceu. Ainda assim, o responsável revelou terem sido dadas orientações às escolas “para servir como referência quando existirem estes casos”. “Não falámos de protestos ou manifestações, não referimos estas palavras, concentrámo-nos mais na segurança dos alunos e na forma de expressar as opiniões de forma razoável e pacífica”, acrescentou o director da DSEJ. In Man Ng

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O responsável salientou que a educação global dos alunos sempre foi um objectivo da DSEJ e sempre foi garantido que os alunos podem ter opiniões diferentes, sobretudo nas aulas de educação cívica

DSEC NÚMERO DE SOCIEDADES A SUBIR

AMCM DEPÓSITOS E EMPRÉSTIMOS EM CRESCIMENTO

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ADOS oficiais da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) revelam que foram constituídas um total de 4.704 sociedades até Setembro, mais 111, em termos anuais. O capital social destas sociedades cifrou-se em 4 mil milhões de patacas, aponta uma nota oficial, tendo aumentado 455,4 por cento em relação ao mesmo período de 2018. Além disso, dissolveram-se 646 sociedades, cujo capital social alcançou 202 milhões de patacas. Até ao fim do terceiro trimestre deste ano, o número de sociedades registadas totalizou 70.243, ou seja, mais 5.208 unidades, em termos anuais. Só no terceiro trimestre do ano foram constituídas 1.426 sociedades,

ou seja, mais seis em comparação com o mesmo trimestre de 2018. O capital social das sociedades constituídas cifrou-se em 536 milhões de Patacas, mais 111,2 por cento, em termos anuais, dado que no ramo das actividades financeiras se constituíram sociedades com um escalão de capital social elevado durante o trimestre em análise. “Em termos de ramos de actividade económica, salienta-se que se constituíram 501 sociedades de comércio por grosso e a retalho e 322 sociedades de serviços prestados às empresas. No trimestre em epígrafe dissolveram-se 225 sociedades e o capital social destas alcançou 45 milhões de patacas”, aponta a DSEC.

E acordo com os dados estatísticos divulgados pela Autoridade Monetária e Cambial de Macau (AMCM), os depósitos e os empréstimos, tanto de residentes como de não-residentes cresceram em Setembro. Quando comparados com os resultados do mês anterior, os depósitos dos residentes registaram aumentos de 1,2 por cento, atingindo um total de 655,1 mil milhões de patacas. Na mesma senda de crescimento, estão também os depósitos de não-residentes, que cresceram 1,7 por cento em relação aAgosto, atingindo 257,7 mil milhões de patacas.

Quanto aos empréstimos internos ao sector privado, há a registar um crescimento de 1,6 por cento em relação ao mês anterior, num total de 518,5 mil milhões de patacas. Alargando o espectro da análise, os empréstimos bancários reportados ao terceiro trimestre de 2019 aumentaram 49,3 por cento e 5,9 por cento respectivamente, nas rubricas “tecnologia da informação” e “construção e obras públicas”, em comparação com o trimestre anterior. Já as rubricas “indústrias transformadoras” e “restaurantes, hotéis e similares” registaram decréscimos na

ordem dos 14,4 por cento e 5,3 por cento, respectivamente. Os rácios de resultados entre depósitos e empréstimos, tanto de residentes como de não-residentes, materializaram naturalmente esse crescimento. O Boletim Informativo da AMCM concretiza que o rácio empréstimos/depósitos de residentes cresceu de 57,3 por cento registado no final de Agosto, para 57,6 por cento, enquanto que o volume que inclui o rácio empréstimos/ depósitos de não-residentes cresceu de 93,1 por cento para 94,3 por cento.


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AUTISMO GOVERNO APELA A DENÚNCIAS PARA CENTROS QUE PROMETEM “CURA”

Publicidade enganosa Wong Kit Cheng relatou a existência de centros que oferecem “treino psiquiátrico”, com pessoas a fazerem-se passar por psicoterapeutas que anunciam curas para o autismo. Os Serviços de Saúde pedem à população que, caso se deparem com estas situações, as denunciem

recem pode ajudar as crianças a ‘sair’ do autismo”, relatava Wong Kit Cheng. “Esta situação exige a intervenção e a fiscalização do Governo, por forma a garantir os direitos e interesses dos cidadãos ao nível da saúde”, acrescentou a legisladora. Face a este cenário, os SSM não revelam se até ao momento houve situações identificadas como as relatadas pela deputada, mas apelaram para que eventuais infracções sejam reportadas. “Caso o curso adopte a palavra ‘treino’ no nome, mas, de facto, forneça serviços de ‘tratamento’, se essa situação for descoberta será aberto um processo para acompanhamento”, responderam os SSM. “Caso os cidadãos suspeitem da prestação ilegal de serviços médicos podem denunciar a situação, sendo que os Serviços de Saúde procederão à investigação necessária e lidarão com os casos que violem a Lei e regulamentos médicos de acordo com a lei”, foi acrescentado.

O

Executivo apela ao público que denuncie os casos em que instituições prometem ajudar as crianças a “sair” do autismo. A declaração foi enviada pelo Serviços de Saúde de Macau (SSM) em resposta a uma interpelação sobre o tema da deputada Wong Kit Cheng, ligada à Associação Geral das Mulheres de Macau. A denúncia foi feita pela deputada numa interpelação de Setembro, em que alertava para a existência de instituições a trocar a designação de “psicoterapia” por “treino psiquiátrico”, de forma a poderem prestar estes cuidados sem qualificações e

NOVOS REQUISITOS

evitarem a fiscalização. “De um modo geral, os psicoterapeutas inscritos estão sujeitos a fiscalização e são regulamentados por

lei, e não podem, a seu bel-prazer, fazer publicidade ao seu trabalho. No entanto, algumas instituições alegam que o ‘treino’ que ofe-

Além de pedir aos cidadãos que relatem eventuais situações suspeitas e ilegalidades, os SSM recordam que desde 2018 houve uma adopção de novos requisitos para o reconhecimento de psicoteraupeutas. Porém, a legislação em vigor foi aprovada em 1990. “Dado o aumento da procura por serviços de psicoterapia e o trabalho de um psicoterapeuta clínico ser um acto médico, devendo os profissionais relevantes ser cada vez mais especializados, assim como a necessidade de melhorar a qualidade dos serviços de psicoterapia comunitários, em Julho de 2018 os Serviços de Saú-

“Os padrões de ingresso e o nível de qualificação profissional de psicoterapeutas foram melhorados, de forma a garantir a segurança e os direitos dos pacientes.” SERVIÇOS DE SAÚDE DE MACAU

de publicaram e implementaram novos requisitos de acreditação”, é recordado. “Os padrões de ingresso e o nível de qualificação profissional de psicoterapeutas foram melhorados, de forma a garantir a segurança e os direitos dos pacientes”, é sublinhado. João Santos Filipe

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Mulheres Associação ajudou 63 em exames de papanicolau

A Associação Geral das Mulheres de Macau ajudou à realização, nos últimos dez anos, de exames de papanicolau em 63 mulheres. Lao Ngan wa, directora do centro de saúde da associação onde se efectuam estes exames, declarou que os casos mais anormais ocorridos no exame acontecem, por norma, com mulheres com menos de 30 anos de idade, devido à mudança de comportamentos sexuais. Entre Abril de 2017 e Setembro deste ano, o centro realizou também avaliações de cancro da mama a mais de 17 mil pessoas, sendo que 52 casos foram contabilizados como sendo de alto risco, enquanto que 5.782 são casos considerados de risco médio. Apenas quatro casos foram diagnosticados como cancro da mama, noticiou o canal chinês da Rádio Macau.

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6.11.2019 quarta-feira

ANÚNCIO Consulta Pública n.º 7/DGF/2019 Arrendamento, com vista à sua exploração, do quiosque sito no Jardim da Cidade das Flores

Faz-se público que, por deliberação do Conselho de Administração para os Assuntos Municipais do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), tomada em 18 de Outubro de 2019, se acha aberta a consulta pública para o “Arrendamento, com vista à sua exploração, do quiosque sito no Jardim da Cidade das Flores”. O Programa de Concurso e o Caderno de Encargos podem ser obtidos, todos os dias úteis e dentro do horário normal de expediente, no Núcleo de Expediente e Arquivo do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), sito na Avenida de Almeida Ribeiro n.º 163, r/c, Macau, ou descarregados de forma gratuita através da página electrónica deste Instituto (www.iam. gov.mo). Se os concorrentes quiserem descarregar os documentos acima referidos, é também da sua responsabilidade a consulta de eventuais actualizações e alterações das informações na página electrónica deste Instituto durante o período de entrega das propostas. A sessão de esclarecimento desta consulta pública terá lugar, às 10h00 do dia 08 de Novembro de 2019, no quiosque sito no Jardim da Cidade das Flores. O prazo para a entrega das propostas termina às 17h00 do dia 21 de Novembro de 2019. Os concorrentes ou seus representantes devem entregar as propostas e respectivos documentos no Núcleo de Expediente e Arquivo do IAM, sito no rés-do-chão do Edifício do IAM, e prestar uma caução provisória no valor de MOP 1.000,00 (mil patacas). A caução provisória pode ser prestada na Tesouraria da Divisão de Assuntos Financeiros do IAM, sita na Avenida de Almeida Ribeiro, n.º 163, r/c, Macau, por depósito em numerário, cheque ou garantia bancária em nome do “Instituto para os Assuntos Municipais”. O acto público da consulta realizar-se-á no Divisão de Formação e Documentação do IAM, sito na Avenida da Praia Grande, n.os 762-804, Edifício China Plaza, 6.º andar, Macau, pelas 10h00 do dia 22 de Novembro de 2019. Aos 25 de Outubro de 2019 A Administradora do Conselho de Administração para os Assuntos Municipais Isabel Jorge www. iam.gov.mo

Anúncio Concurso Público N.º 27/ID/2019 “Renovação do sistema de plataforma elevatória da Piscina Olímpica de 25m do Centro Desportivo Olímpico” Nos termos do artigo 13.o do Decreto-Lei n.o 63/85/M, de 6 de Julho e, em conformidade com o Despacho do Ex. mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 24 de Outubro de 2019, o Instituto do Desporto vem proceder, em representação do adjudicante, à abertura do concurso público para a renovação do sistema de plataforma elevatória da Piscina Olímpica de 25m do Centro Desportivo Olímpico. A partir da data da publicação do presente anúncio, os interessados podem dirigir-se ao balcão de atendimento da sede do Instituto do Desporto, sito na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues n.º 818, em Macau, no horário de expediente, das 9.00 às 13.00 horas e das 14.30 às 17.30 horas, para consulta do Processo de Concurso ou para obtenção da cópia do processo, mediante o pagamento da importância de $1.000,00 (mil) patacas. Pode ainda ser feita a transferência gratuita de ficheiros pela internet na área de «Informação relativa à aquisição» da página electrónica do Instituto do Desporto: www.sport.gov.mo. Os concorrentes devem comparecer na sede do Instituto do Desporto até à data limite para a apresentação das propostas para tomarem conhecimento sobre eventuais esclarecimentos adicionais. A sessão de esclarecimento deste Concurso Público terá lugar no dia 18 de Novembro de 2019, segunda-feira, pelas 10.00 horas, na sala de reuniões da sede do Instituto do Desporto. Em caso de encerramento do Instituto do Desporto na data e hora da sessão de esclarecimento acima mencionada, por motivos de tufão ou de força maior, a data e hora estabelecidas para a sessão de esclarecimento serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte. O prazo para a apresentação das propostas termina às 12.00 horas do dia 16 de Dezembro de 2019, segunda-feira, não sendo admitidas propostas fora do prazo. Em caso de encerramento do Instituto do Desporto na data e hora limites para a apresentação das propostas acima mencionadas, por motivos de tufão ou por motivos de força maior, a data e a hora limites estabelecidas para a apresentação das propostas serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte. Os concorrentes devem apresentar a sua proposta dentro do prazo estabelecido, na sede do Instituto do Desporto, no endereço acima referido, acompanhada de uma caução provisória no valor de $400.000,00 (quatrocentas mil) patacas. Caso o concorrente opte pela garantia bancária, esta deve ser emitida por um estabelecimento bancário legalmente autorizado a exercer actividade na Região Administrativa Especial de Macau e à ordem do Instituto do Desporto ou efectuar um depósito em numerário ou em cheque emitido a favor da Caixa de Tesouro na mesma quantia, a entregar na Divisão Financeira e Patrimonial sita na sede do Instituto do Desporto. O acto público do concurso terá lugar no dia 17 de Dezembro de 2019, pelas 9.30 horas, terça-feira, no Auditório da sede do Instituto do Desporto. Em caso de encerramento do Instituto do Desporto na data e hora para o acto público do concurso, por motivos de tufão ou de força maior, ou em caso de adiamento na data e hora limites para a apresentação das propostas, por motivos de tufão ou de força maior, a data e hora estabelecidas para o acto público do concurso serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte. As propostas são válidas durante 90 dias a contar da data do acto da sua abertura. Instituto do Desporto, 6 de Novembro de 2019. O Presidente, Pun Weng Kun.

ANÚNCIO Consulta Pública n.º 26/DGF/2019 Arrendamento, com vista à sua exploração, do quiosque sito na Praça de Jorge Álvares

Faz-se público que, por deliberação do Conselho de Administração para os Assuntos Municipais do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), tomada em 25 de Outubro de 2019, se acha aberta a consulta pública para o “Arrendamento, com vista à sua exploração, do quiosque sito na Praça de Jorge Álvares”. O Programa de Concurso e o Caderno de Encargos podem ser obtidos, todos os dias úteis e dentro do horário normal de expediente, no Núcleo de Expediente e Arquivo do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), sito na Avenida de Almeida Ribeiro n.º 163, r/c, Macau, ou descarregados de forma gratuita através da página electrónica deste Instituto (www.iam.gov.mo). Se os concorrentes pretenderem fazer o descarregamento dos documentos acima referidos, assumem também a responsabilidade pela consulta de eventuais actualizações e alterações das informações na página electrónica deste Instituto durante o período de entrega das propostas. A sessão de esclarecimento desta consulta pública terá lugar, às 10h00 do dia 11 de Novembro de 2019, no quiosque sito na Praça de Jorge Álvares. O prazo para a entrega das propostas termina às 17h00 do dia 22 de Novembro de 2019. Os concorrentes ou seus representantes devem entregar as propostas e respectivos documentos no Núcleo de Expediente e Arquivo do IAM, sito no rés-do-chão do Edifício do IAM, e prestar uma caução provisória no valor de MOP 1.000,00 (mil patacas). A caução provisória pode ser prestada na Tesouraria da Divisão de Assuntos Financeiros do IAM, sita na Avenida de Almeida Ribeiro, n.º 163, r/c, Macau, por depósito em numerário, cheque ou garantia bancária em nome do “Instituto para os Assuntos Municipais”. O acto público da consulta realizar-se-á no Centro de Formação do IAM, sito na Avenida da Praia Grande, n.os 762-804, Edifício China Plaza, 6.º andar, Macau, pelas 10h00 do dia 25 de Novembro de 2019. Aos 29 de Outubro de 2019 O Administrador do Conselho de Administração para os Assuntos Municipais Mak Kim Meng www. iam.gov.mo

Aviso Faz-se público que, por despacho do Exmo. Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 22 de Outubro de 2019, se acha aberto o concurso de avaliação de competências profissionais ou funcionais, externo, do regime de gestão uniformizada, para preenchimento de um lugar vago de auxiliar, 1.º escalão, área de servente, em regime de contrato administrativo de provimento, do Fundo de Segurança Social. As condições de candidatura podem ser consultadas no Boletim Oficial da RAEM, n.° 45, II Série, de 6 de Novembro de 2019 e estão disponíveis nas páginas electrónicas do FSS http:// www.fss.gov.mo/ e dos SAFP http://www.safp. gov.mo/. Fundo de Segurança Social, aos 29 de Outubro de 2019. O Presidente do Conselho de Administração, Iong Kong Io


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De olho em ti Governo quer instalar 4200 câmaras de videovigilância até 2028

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CRIME DOIS HOMENS SEQUESTRADOS OBRIGADOS A TRANSFERIR MILHÕES

Prato que se serve frio

Depois de ser vítima de uma burla milionária, uma mulher do interior da China vingou-se orquestrando o sequestro de dois homens, à saída de um casino no Cotai. As vítimas foram obrigadas a transferir mais de um milhão de RMB para contas particulares. Depois de uma perseguição, digna de filme, os suspeitos foram detidos

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A passada segunda-feira, Macau transformou-se, por momentos, em cenário de filme de acção. Depois de uma perseguição automóvel, os agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP) interceptaram um veículo onde seguiam duas vítimas que tinham sido sequestradas à saída de um casino no Cotai. Antes de serem apanhados pelas autoridades, os sequestradores, uma mulher do interior da China e três residentes de Macau, seguiram para um local na Taipa com pouco movimento.

O local exacto não foi divulgado pela Polícia Judiciária (PJ). Aí, os suspeitos obrigaram as vítimas a transferir 1.150.000 RMB para contas bancárias, forçaram-nas a assinar uma nota informal de dívida (IOU, que é abreviatura inglesa para “eu devo-te”) no valor de 10.900.000 RMB e

subtraíram-lhes 100 mil dólares de Hong Kong. Enquanto as vítimas eram extorquidas, as autoridades foram alertadas para o sequestro e o automóvel onde seguiam foi apanhado pela PSP, seguindo o caso para a PJ.

HISTÓRIA DE FUNDO

Segundo informação veiculada pela PJ, as

Os suspeitos obrigaram as vítimas a transferir 1.150.000 RMB para contas bancárias, forçaram-nas a assinar uma nota informal de dívida no valor de 10.900.000 RMB e subtraíram-lhes 100 mil dólares de Hong Kong

vítimas foram cercadas por, pelo menos, nove pessoas quando foram forçadas a entrar no automóvel. Mais tarde, outro residente de Macau foi detido na sequência deste caso. Segundo as autoridades policiais, esta série de crimes têm como pano de fundo um desfalque ocorrido em Julho deste ano, quando uma mulher do interior da China, de apelido Liu, convenceu uma conterrânea, de apelido Shao a investir 20 milhões de RMB numa empresa chinesa. As coisas começaram a dar para o torto quando Shao não recebeu qualquer di-

videndo do investimento, nem conseguiu reaver o dinheiro. Assim sendo, e face à informação de que dois amigos de Liu viriam a Macau para jogar nos casinos, Shao viu uma possibilidade de reaver o dinheiro perdido, obrigando os amigos de Liu a pagar, sob pena de não os libertar. Os cinco suspeitos detidos estão acusados dos crimes de sequestro (que implica pena de 1 a 5 anos de prisão), extorsão (2 a 8 anos de prisão) e associação criminosa (3 a 10 anos de prisão). João Luz

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videovigilância está a aumentar a olhos vistos. Através do “Plano decenal de prevenção e redução de desastres” o Governo prevê que existam na região qualquer coisa como 4200 câmaras de vigilância em espaços públicos, até 2028. A expansão do “Sistema de Videovigilância em Espaços Públicos” também conhecido por “Olhos no Céu” está em linha com os objectivos de melhoria do sistema de comando em emergência e do aumento da capacidade de monitorização e controlo da segurança urbana, traçados pelo Executivo. Projectado para ser implementado em seis fases, o sistema dispõe actualmente de 820 câmaras correspondentes às três primeiras fases e prevê que a conclusão da quarta aconteça no primeiro trimestre de 2020, altura em que deverão estar em funcionamento um total de 1620 câmaras. A fase seguinte, de aplicação a curto prazo, contempla a instalação de 2600 câmaras até 2023 e tem como objectivo “reforçar a vigilância de locais de grande concentração de pessoas, designadamente instalações de ensino, estações de autocarro e táxis”. Cinco anos depois, até ao final da 6ª fase em 2028, o número de câmaras aumenta para 4200. Neste designado plano de médio prazo, a principal motivação é assegurar a vigilância nos arredores de centros comerciais, escritórios e novos empreendimentos como hotéis e casinos, mas também por reforçar a cobertura de locais públicos movimentados, como a ilha artificial da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau e o Posto Fronteiriço Qingmao. Ainda no plano de médio prazo, é notória a atenção depositada na orla costeira da região e na zona dos novos aterros, quer, no primeiro caso, pelo “risco da ocorrência de casos de imigração clandestina” ou, no segundo, pelo expectável desenvolvimento de infraestruturas, que deverá trazer “uma concentração e um movimento de pessoas cada vez maior.” Prevê-se que os estudos sobre a escolha dos locais de instalação das câmaras referentes às últimas duas fases do sistema sejam concluídos no primeiro trimestre de 2020.


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Começa a contagem decrescente para a quarta edição do Festival Internacional de Cinema de Macau, que se realiza entre 5 e 10 de Dezembro. O cartaz deste ano tem cerca de 50 filmes, com destaque para o cinema local numa edição que também celebra os 20 anos da RAEM

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quarta edição do Festival Internacional de Cinema de Macau (IFFAM) já mexe. Ontem foi apresentado o programa da festa da sétima arte, que se realiza entre 5 e 10 de Dezembro. A abertura da quarta edição do IFFAM estará a cargo de "Jojo Rabbit", uma comédia de humor negro passada na Segunda Guerra Mundial. “O filme da noite de abertura é a película norte-americana ‘Jojo Rabbit’, realizada pelo neozelandês Taika Waititi. É uma maravilhosa comédia agridoce, protagonizada por Scarlet Johanson e Sam Rockwell”, adianta Mike Goodridge, o

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A festa da FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINEMA DE MACAU 50 FILMES ENTRE 5 E 10 DE DEZEMBRO

director artístico do IFFAM. Quanto ao filme de abertura, Goodridge destaca que este venceu o Grande Prémio do Público no Festival Internacional de Cinema de Toronto, “que normalmente é presságio de boas coisas”. No ano passado, o filme da noite de abertura, ‘Green Book’ também venceu aquele prémio canadiano e mais tarde arrebatou o óscar para melhor filme.

Os dez filmes finalistas na secção Competição Internacional são: "Bellbird" (Nova Zelândia), "Bombay Rose" (Índia/França/Reino Unido/Qatar), "Buoyancy" (Austrália), "Family Members" (Argentina), "Give Me Liberty" (EUA), "Goldie" (EUA/França/Holanda/Luxemburgo), "Lynn+Lucy" (Reino Unido/França), "Two of us" (França/Bélgica/Ho-

landa/Luxemburgo) e "Two/ One" (Reino Unido/China/ Canadá). “Penso que é um programa muito forte. A nossa equipa de produção trabalhou o ano inteiro sem parar para seleccionar os cerca de 50 filmes que vamos mostrar”, declarou o director artístico do festival. Ainda assim, um dos destaques referidos por Mike Goodridge foi “The

“Penso que é um programa muito forte. A nossa equipa de produção trabalhou o ano inteiro sem parar para seleccionar os cerca de 50 filmes que vamos mostrar.” MIKE GOODRIDGE DIRECTOR ARTÍSTICO DO IFFAM

Long Walk”, uma produção conjunta do Laos, Espanha e Singapura, realizado por Mattie Do, um filme que nasceu de um projecto fomentado pelo IFFAM. “Estou muito excitado por ter ‘The Long Walk’ no programa. É a primeira película que será exibida no festival depois de ter estado no projecto de marketing de 2016, e de ter sido exibido como ‘work in progress’ no ano passado. O filme estreiou em Veneza este ano, e estamos muito entusiasmados por termos participado na sua evolução”.

NOVIDADES E LOCAIS

O IFFAM contará ainda mais duas secções de concurso,

Novo Cinema Chinês e Competição de Curtas, e seis secções foram de competição: Panorama do Mundo, que inclui o filme "A vida invisível de Eurídice Gusmão" de Karim Ainouz (Brasil/ Alemanha), Adagas Voadoras, Gala, Apresentações Especiais, Apresentações Especiais para o 20.º Aniversário da RAEM e Escolha do Realizador. Nesta última serão exibidos os filmes "Os Quatrocentos Golpes" de François Truffaut (1959), e "Viagem a Tóquio" de Yasujiro Ozu (1953). A directora dos Serviços de Turismo e presidente da comissão organizadora do certame, Maria Helena de Senna Fernandes, destacou para esta edição uma nova secção fora de competição, Apresentações Especiais para o 20.º Aniversário da RAEM [Região Administrativa Especial de Macau], e um "maior número de filmes de Macau" no IFFAM. "Queremos continuar a dar esta oportunidade aos filmes de Macau. Desde a primeira edição que registamos o interesse de grande parte de novos jovens realizadores e produtores locais para entrarem no festival", afirmou a responsável aos jornalistas, à margem da conferência de imprensa de apresentação do evento. Naquela secção vão ser exibidas cinco produções cinematográficas de Macau: "Ina and the Blue Tiger Sauna", "Let's Sing", "Pátio da Ilusão", "String of Sorrow" e "Years of Macao". António Faria, realizador de "Ina and the Blue Tiger Sauna", traçou o percurso até chegar ao cartaz deste ano do IFFAM. “Este filme começou com uma curta metragem em 2014 com o Macau Stories, a convite do produtor Albert Chu. Desde aí pensámos sempre fazer uma longa-metragem e tivemos bons resultados”. O cineasta revela que o dis-


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sétima arte

tribuidor norte-americano achou por bem investir no filme e levá-lo aos mercados mundiais. “Então tivemos oportunidade de fazer de uma curta-metragem uma longa-metragem e daí surgiu o ‘Ina’”, aponta António Faria. Passados cinco anos da rodagem da breve película original, o realizador voltou a usar a mesma actriz, num processo que não foi fácil. “Foi como montar um puzzle, tentar minimizar os custos a nível de produção e contar uma história ao PUB

nível de imagens. Mas o mais importante foi trazer para Macau um filme feito por pessoas de Macau e com actores de Macau em cantonês”.

LUGAR AO SOL

Maria Helena de Senna Fernandes

Com a organização e cartaz que segue em crescendo, a directora da DST aponta para objectivos a edição deste ano. "Depois de três edições, queremos dar ao festival um posicionamento próprio, um perfil distinto, com características de Macau, e manter a qualidade do programa",

acrescentou Maria Helena de Senna Fernandes sobre o certame, orçado este ano em cerca de 55 milhões de patacas. Na terceira edição do IFFAM, a obra “Clean Up”, do sul-coreano Kwon Man-ki, venceu o prémio de melhor filme. Entre 6 e 8 de Dezembro, mais de 200 profissionais de cinema oriundos de 28 países e regiões vão participar no Intercâmbio para a Indústria Cinematográfica, e durante o qual serão apresentados 14 projectos

de filmes a investidores, no âmbito do Mercado de Projetos do IFFAM. As apresentações de trabalhos em curso vão apoiar, uma vez mais, os realizadores de projectos em fase de conclusão ou já concluídos para conseguirem financiamento para terminar filmagens, pós-produção, distribuição e exibições em festivais, entre outros. João Luz com LUSA

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TAXAS DE JUROS BANCO CENTRAL CHINÊS ANUNCIA CORTES

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Banco do Povo Chinês (banco central) anunciou ontem um corte nas taxas de juro de 3,30 por cento para 3,25 por cento, a primeira redução na principal ferramenta de empréstimos bancários no país desde 2016. Numa breve declaração publicada no seu portal oficial, a instituição limitou-se a mencionar a queda nas taxas dos serviços de empréstimos a médio prazo, que abrange uma injecção de 400.000 milhões de yuans no sistema financeiro, com vencimento de um ano. Num relatório, a consultora Capital Economics destacou que o banco central chinês está a revelar-se “mais proactivo” em “adoptar medidas directas para reduzir os custos de financiamento”. Segundo o analista Julian Evans-Pritchard, a medida visa reduzir os custos dos empréstimos bancários e deve reflectir-se na leitura da nova taxa de referência para empréstimos (LPR), cuja próxima actualização está agendada para dia 20 deste mês.

“Este último corte para empréstimos a curto prazo reduzirá os custos de financiamento para os bancos e, como resultado, os bancos estarão mais dispostos a reduzir as taxas cobradas em empréstimos”, apontou. No entanto, o especialista alerta que os cortes não serão suficientes para reverter a desaceleração do aumento do crédito, afectado pelo abrandamento da economia chinesa, que também é consequência de factores externos, como a guerra comercial que o país enfrenta contra os Estados Unidos. Evans-Pritchard prevê que o banco central volte a reduzir as taxas em meados de 2020. PUB

澳門特別行政區立法會 Região Administrativa Especial de Macau Assembleia Legislativa

Aviso Faz-se público que, de harmonia com a deliberação da Mesa da Assembleia Legislativa, de 11 de Outubro de 2019, se encontra aberto o concurso de avaliação de competências profissionais ou funcionais, externo, do regime de gestão uniformizada, em regime de contrato administrativo de provimento, dos Serviços de Apoio à Assembleia Legislativa, para o provimento de cinco lugares de técnico superior de 2.ª classe, 1.º escalão, área jurídica, (Concurso de Rec03/2019). O aviso de abertura encontra-se publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau n.º 45, II Série, de 06 de Novembro de 2019. As condições de candidatura e as informações respectivas constam do referido aviso, que se encontra disponível na página electrónica da Assembleia Legislativa, em http://www.al.gov.mo/ e na página electrónica dos SAFP, em http://www.safp.gov.mo/. Serviços de Apoio à Assembleia Legislativa, aos 29 de Outubro de 2019. A Secretária-Geral, Ieong Soi U.

João Torres, secretário de Estado português do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor “Esta feira, que vai na segunda edição, é uma feira que manifesta, justamente, essa vontade de abertura das autoridades chinesas, e penso que daqui advêm oportunidades múltiplas que devem depois ser aproveitadas por cada país.”

XANGAI SECRETÁRIO DE ESTADO SEGURO NA ABERTURA DO MERCADO CHINÊS

Confiança lusitana

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secretário de Estado português do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor enalteceu ontem os compromissos da China em abrir o seu mercado, à margem de um evento que promoveu o país asiático como importador. “Pelo que ouvi do discurso do Presidente chinês há, de facto, uma intensão muito sólida de abrir a China a outros mercados e com isso promover uma globalização económica”, apontou João Torres à agência Lusa. No discurso inaugural da Feira Internacional de Importações da China, Xi Jinping prometeu uma “abertura gradual” do mercado doméstico, numa altura em que enfrenta uma crescente pressão dos Estados Unidos e de alguns países europeus, que reclamam maior reciprocidade no acesso ao mercado chinês. João Torres considerou que a vontade demonstrada por Xi “irá efectivar-se em medidas e em acções concretas”. “Esta feira, que vai na segunda edição, é uma feira que manifesta, justamente, essa vontade de abertura das autoridades chinesas, e penso que daqui advêm

oportunidades múltiplas que devem depois ser aproveitadas por cada país”, disse. Cerca de duas dezenas de empresas portuguesas participam no certame, segundo um comunicado emitido pelo Ministério da Economia e da Transição Digital, e abrangem os sectores automóvel, moda, calçado ou vestuário. Segunda maior economia mundial, a seguir aos Estados Unidos, a China é o maior mercado do mundo para vários bens e serviços. No ano passado, no entanto, Portugal registou um saldo comercial negativo com a China superior a 1.500 milhões de dólares. João Torres sublinhou que têm sido feitos esforços

“muito significativos” para promover as exportações de produtos portugueses para a China e destacou o papel da indústria agroalimentar, depois de as alfândegas chinesas terem autorizado importações de carne de porco e uva de mesa oriundos de Portugal. O Presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, participam também este ano na Feira de Importações da China, que envolveu 3.000 empresas, oriundas de 150 países.

CHEGA DE PROMESSAS

Na primeira edição, que se realizou no ano passado, as potências ocidentais não enviaram delegações ao

ACORDO PARA PRODUTOS IGP

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União Europeia (UE) e a China assinam esta quarta-feira um acordo bilateral para a protecção de duzentas indicações geográficas (IGP) chinesas e europeias protegidas (100 de cada parte), incluindo seis portuguesas, foi ontem anunciado em Bruxelas. O acordo, que começou a ser negociado em 2006, prevê a protecção dos produtos da lista contra imitações e usurpações e o reforço do nível de informação dos consumidores. A lista de produtos da UE a proteger na China inclui produtos portugueses, como vinhos de IGP do Alentejo, Dão, Douro, vinho verde, vinho do Porto e pera rocha do Oeste. O champanhe francês, a vodca polaca e os queijos feta (grego), manchego (espanhol) e gorgonzola (italiano) estão entre os 100 produtos europeus incluídos na lista. O acordo é assinado no âmbito de uma deslocação do comissário europeu para a Agricultura, Phil Hogan, a Xangai e Pequim.

mais alto nível, reflectindo as tensões comerciais com o país asiático. Pequim reduziu, entretanto, taxas alfandegárias e eliminou outras restrições sobre as importações, mas nenhuma destas medidas responde directamente às reclamações dos Estados Unidos e alguns países europeus, que exigem mudanças estruturais nas políticas industriais chinesas. Num relatório difundido na segunda-feira, a Câmara de Comércio da União Europeia na China pediu “resultados mais tangíveis”, apelando a Pequim para que cumpra as promessas de uma maior abertura. “Esperamos que o evento deste ano seja complementado por medidas concretas para facilitar ainda mais a abertura do mercado e aumentar o investimento estrangeiro, e não promessas vazias que já ouvimos por muitas vezes”, afirmou Carlo D’Andrea, vice-presidente da Câmara de Comércio. Na sexta-feira passada, a UE alertou também para “um risco real de fadiga” face às promessas de Pequim” e disse que é preciso fazer mais para oferecer às empresas estrangeiras condições recíprocas no acesso ao mercado chinês.


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Contar com Xi Hong Kong vê palavras de Presidente chinês como “voto de confiança”

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Governo de Hong Kong considerou ontem como um “voto de confiança” o apoio manifestado pelo Presidente chinês, Xi Jinping, à chefe do Executivo da região semiautónoma chinesa, Carrie Lam. “O facto de ele [Presidente chinês] estar tão ocupado e ter encontrado tempo para falar com Lam é, realmente, um voto de confiança em nós mesmos”, declarou o secretário para a Administração de Hong Kong, Matthew Cheung. Em conferência de imprensa, o mesmo responsável disse que Pequim dá grande importância a Hong Kong. Xi “tem um alto grau de confiança na Chefe do Executivo e no trabalho do actual Governo e da equipa política. Isso é bastante tranquilizador para nós”, acrescentou Matthew Cheung. De acordo com os órgãos de comunicação social chineses, Lam e Xi estiveram reunidos na segunda-feira à noite, no primeiro encontro oficial desde o início da contestação social, há cinco meses, desencadeada pela apresentação de uma proposta de alteração à lei da extradição, que permitiria ao Governo e aos tribunais da região administrativa especial a extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental. A proposta foi, entretanto, formalmente

retirada, mas as manifestações generalizaram-se e reivindicam agora também a implementação do sufrágio universal no território, uma investigação independente à violência policial e a libertação dos detidos ao longo dos protestos.

VISITA EMMANUEL MACRON APELA A ACORDO QUE PONHA FIM À GUERRA COMERCIAL

Com tudo a perder

Emmanuel Macron esteve em Xangai onde criticou fortemente o proteccionismo e apelou a um rápido acordo que acabe com a disputa comercial entre a China e os Estados Unidos que, segundo o Presidente francês, põe em causa não só as economias dos dois países, mas de todo o mundo

DEVER CUMPRIDO

Ontem de manhã, o Presidente da China declarou apoiar a Chefe do Executivo de Hong Kong: “O Governo central confia em si e ratifica integralmente o seu trabalho e o da sua equipa”, afirmou Xi Jinping, durante um encontro com Carrie Lam, em Xangai, de acordo com a agência de notícias oficial chinesa Xinhua. Após ouvir o relato da responsável sobre a situação em Hong Kong, Xi afirmou que, sob o comando de Lam, o Governo do território “cumpriu as suas obrigações e esforçou-se para estabilizar a situação e melhorar a atmosfera social”. “Fez um trabalho duro e óptimo”, descreveu. O líder chinês expressou ainda a vontade de que as “pessoas de todos os setores da sociedade em Hong Kong implementem plena e fielmente a fórmula ‘um país, dois sistemas’ e a Lei Básica da Região Administrativa Especial de Hong Kong e realizem esforços conjuntos para salvaguardar a prosperidade e a estabilidade de Hong Kong”.

“O mundo inteiro está a ser prejudicado”, porque “ninguém sai vencedor numa guerra comercial”, acrescentou o Presidente francês, num discurso que incluiu fortes críticas ao proteccionismo e o apelo por maior conexão económica entre os países, “respeitando as particularidades de cada um”

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Presidente francês, Emmanuel Macron, disse ontem ao homólogo chinês, Xi Jinping, esperar que haja em breve um acordo que ponha fim à guerra comercial entre a China e os Estados Unidos. “Esperamos que haja em breve um acordo que alivie as tensões”, afirmou Macron, durante a cerimónia de abertura da Feira Internacional de Importações da China, um evento que serve para promover o país asiático como importador, e que decorre em Xangai. O líder francês considerou que as disputas comerciais entre as duas maiores economias

do mundo estão a afectar todos os países, incluindo a União Europeia. “O mundo inteiro está a ser prejudicado”, porque “ninguém sai vencedor numa guerra comercial”, acrescentou o Presidente francês, num discurso que incluiu fortes críticas ao proteccionismo e o apelo por maior conexão económica entre os países, “respeitando as particularidades de cada um”. Macron enfatizou ainda a colaboração em outras áreas, como o meio ambiente, lembrando que o trabalho comum da Europa e da China para reduzir as emissões será “decisivo”, numa altura em que

os Estados Unidos planeiam retirar-se do Acordo de Paris. “Se queremos cumprir com o Acordo de Paris teremos no próximo ano que reforçar os nossos compromissos para reduzir as emissões e devemos confirmar os novos compromissos até 2030 e 2050”, apontou.

NOVA ORDEM

Macron felicitou a China pela sua visão de abertura ao mundo através de eventos como a Feira de Importações, que envolve 3.000 empresas de 150 países, que procuram assim acesso ao emergente mercado chinês. Portugal está representado pelo secretário de Estado do

Comércio Autorizada importação de miúdos de suínos do Brasil A ministra da Agricultura do Brasil, Teresa Cristina, anunciou segunda-feira que o Governo chinês autorizou a exportação de produtos de sete fábricas de miúdos de suínos localizadas no estado brasileiro de Santa Catarina. “A China acaba de habilitar sete plantas [fábricas de carnes] de Santa Catarina para exportação de miúdos suínos”,

escreveu a ministra na rede social Twitter. Segundo a ministra brasileira, a autorização é um saldo positivo da viagem que o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, fez à China entre os dias 24 e 26 de Outubro. “A habilitação é resultado das negociações realizadas durante a viagem do Presidente Jair Bolsonaro ao país asiático no

fim de Outubro”, acrescentou na mesma mensagem. As vendas de carnes congeladas ou frescas de suínos brasileiros à China cresceram 56 por cento este ano, mas ainda representam apenas 0,78 por cento das exportações totais do país, segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).

Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor, João Torres. Cerca de duas dezenas de empresas portuguesas participam no certame (ver página 12). “Hoje, a China precisa de se abrir ao mundo e o resto do mundo precisa de se abrir à China”, disse Macron, na sua segunda visita oficial ao país asiático. O Presidente francês ressaltou a necessidade de “redefinir a ordem do comércio mundial, para que reflita as realidades atuais” e garantiu que a Europa e a China podem “contribuir de maneira razoável” para esse fim. A economia e o comércio, a cultura e a luta contra as alterações climáticas são as prioridades da viagem de Macron. Macron jantou com Xi Jinping e partiu depois para Pequim, onde encerra a sua visita de Estado com a assinatura de acordos comerciais. A China enfrenta uma prolongada guerra comercial com os EUA, que impuseram taxas alfandegárias adicionais sobre centenas de milhares de milhões de dólares de bens oriundos do país asiático. Pequim tem tentado recrutar os países europeus como aliados na guerra comercial, mas Paris e Berlim ecoam também as reclamações norte-americanas sobre as práticas comercias chinesas, apesar de se oporem às tácticas do líder norte-americano, Donald Trump.


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6.11.2019 quarta-feira

Corpo, corpo, porque me abandonaste?

A Poesia Completa de Li He

開 愁 歌 秋風吹地百草乾,華容碧影生晚寒。 我當二十不得意,一心愁謝如枯蘭。 衣如飛鶉馬如狗,臨岐擊劍生銅吼。 旗亭下馬解秋衣,請貰宜陽一壺酒。 壺中喚天雲不開,白晝萬里閒淒迷。 主人勸我養心骨,莫受俗物相填(豕灰)。

Canção Escrita Sob O Monte Hua1 Sopra um vento outonal sobre a terra, Morre a erva, O Monte Hua torna-se uma sombra safira no frio ocaso. Apesar de ter chegado ao meu vigésimo ano, Falhei meu propósito.2 O meu coração triste e seco como orquídea moribunda. Roupas como penas de codorniz raquítica, Cavalo como um mastim, Onde bifurca a estrada bato minha espada Com um urro de desafio. Desmontando numa taberna dispo minha capa de outono, Para empenhá-la por um jarro de vinho de Yi-yang.3 Fundo no jarro invoquei o Céu – Mas nenhuma nuvem se desfez, O dia branco longo de mil léguas, Frio e desolado. O meu anfitrião instou-me a cultivar Corpo e mente, E a não me preocupar se o vulgo Me reduzir a cinza.

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O Monte Tai-hua no distrito de Hua-yin (Shanxi), entre Xi-na e Luo-yang. É possível datar o poema do ano 810, aquando da rejeição de He aos exames oficiais. O antigo nome do distrito onde vivia a família de He, cerca de 150 quilómetros a leste do Monte Hua.

Tradução de Rui Cascais • Ilustração de Rui Rasquinho Li He (790 a 816) nasceu em Fu-chang durante a Dinastia Tang, pertencendo a um ramo menor da casa imperial. A sua morte prematura aos vinte e sete anos, a par da escassez de pormenores biográficos, deixam-nos apenas com uma espécie de fantasma literário. A Nova História dos Tang (Xin Tang shu) diz-nos que He “nunca escrevia poemas sobre um tópico específico, forçando os seus versos a conformarem-se ao tema, como era prática de outros poetas [...] Tudo quanto escrevia era inquietantemente extraordinário, quebrando com a tradição literária.” Segundo um crítico da Dinastia Song, o alucinátorio idioma poético de Li He é a “linguagem de um imortal demoníaco.” A versão inglesa de referência aqui usada é a tradução clássica da autoria de J.D. Frodsham, intitulada Goddesses, Ghosts, and Demons, publicada em São Francisco, em 1983, pela North Point Press.


ARTES, LETRAS E IDEIAS 15

quarta-feira 6.11.2019

Diário de um editor João Paulo Cotrim

HORTA SECA, LISBOA, 28 OUTUBRO Recebo de boas mãos, com costumeiros valor e estima, o cuidado e volumoso «Tutti Frutti» (ed. Turbina), onde se recolhem as pranchas diárias do Marco [Mendes] para o Jornal de Notícias, espaço de respiração tão atípico quanto necessário se os nossos jornais ainda respirassem. Acabou abruptamente, e ao que parece não muito bem, esta coluna que se afirmava sinal de resiliência sob inúmeros pontos de vista, do estético ao político. O pressuposto era mais da diarística do que do comentário à actualidade, ainda que esta se impusesse com contornos de protagonista, motivando pranchas de grande intensidade. Conserva-se, para memória futura, um fragmento do quotidiano, não apenas nessa cronologia das catástrofes que marcaram à navalha a segunda metade de 2018, mas nas minudências do dia-a-dia de uma geração e de uma cidade, de um pintor e de um professor, de uma família (alargada). Com humor ou um esgar de nojo, com ternura e desprendimento. O estilo, sendo figurativo, espraia-se por modulações de expressionismo que sublinha bem o carácter poético de muitos momentos, tantas vezes dispensando palavras: uma cidade que amanhece, a mesma a entardecer, ressumando nos gestos banais de quem a habita. Surpreende a atenção ao mar, em ondas sucessivas, apenas visuais, reflexivas ou como pano de fundo para o horror. Muito natural, a atenção à pintura e ao processo criativo, ampliando minúcias, convocando reflexões, jogando sempre, que a ironia está omnipresente. Veja-se a prancha de 10 de Outubro de 2018 com «lição» sobre o tempo, esse vazio entre quadrados que na banda desenhada se torna um absoluto. Não apenas pela sugestão de movimento entre instantes, mas por nos permitir imaginar possibilidades. Estas micronarrativas não se limitam a contar do real, mexeram com ele, sobretudo em papel de jornal, estou certo. De igual modo, o Marco que começou a desenhar este «Diário Rasgado» acabou outro. Assim o explicam os auto-retratos. HORTA SECA, LISBOA, 29 OUTUBRO A escuridão monta agora mais cedo pela tarde, e a chuva agrava a sensação de que a noite invadiu gentes e lugares agravada por ser segunda-feira. A esfuziante alegria criativa do Pedro [Proença] abre rasgos solares no ambiente taciturno. As suas explicações em torno da criatura Sandralexandra, senhora que inventa paisagens

Fica para outra vez, agora não tenho tempo

no cruzamento postal de palavras e ícones da viagem, brilham no escuro. E o Pedro gargalha, conta do nascimento, do percurso, destaca pedaços, descobre poemas antigos que dá a ler. Fervilha o pensamento, como se cozinhasse em lume branco. E logo passamos aos mitos, sem levantar a mão da folha, unificando cada momento com a linha de um irrequieto ecocardiograma. O passo atrás para ver melhor, logo se torna tese sobre o uno e múltiplo. (Continua). BARRACA, LISBOA, 31 OUTUBRO O ritual do lançamento da edição centésima, este «As Orelhas de Karenin», do duo dinâmico, Rita [Taborda Duarte] e Pedro [Proença], talvez merecesse festa mais rija. As circunstâncias impuseram estados de espírito, digamos, alternativos, mas cumpriu-se a função, em ampla companhia e boa disposição, com leituras (comentadas) da Inês [Fonseca Santos], com o comentário (lido) do Paulo [José Miranda], os sublinhados da autora e as torrenciais interpretações do artista, tudo em álacre comunhão. Deixo-me levar pelos pormenores, o do logótipo desta edição, entre copo-vulva e orelha-vórtice, noto que as orelhas do livro ficaram acanhadas e levantam ligeiramente a capa, dando a ver o

dito (mise en) abysmo. E quedo-me, meditabundo, na ficha técnica onde brilha incandescente o #100. Uso parágrafo para o salto. Constato que, sem plano além do horizonte movediço de cada dia, temos quase metade de lombadas sacrificadas à poesia. Excluamos, por agora, as que se dedicam a pensá-la, sem por nunca a abandonar. Resistimos o que pudemos à ideia seca, gasta pelo sol das novas experiências de leitura, de colecção, mas acabei cedendo no caso das traduções, para já marcadas pela língua castelhana, sem descurar atenção que nem seta aos clássicos, tão contemporâneos um (Píndaro) como outro (Trakl). E na portátil «Mão Dita», que acolhe canções, esboços, breviários e alguns que nem tanto (veja-se «Tratado», de Luís Carmelo). Aliás, nada parece estável por estas bandas. O «Anastasis», do Carlos [Morais José], apesar de versejar, cuida de viagens ao âmago, e portanto foi para o devido agrupamento. A pensar em classicismos, temos três volumes de antologias, duas ensaísticas, outra testamental. Falo de Helder Macedo e Levi Condinho, além do José Manuel Simões. E acolhemos Antero [de Quental], com a Poesia Completa tratada com o se jardim fosse, com saber e sabor, pelo Luiz [Fagundes Duarte]. Excepção e

regra. Aplica-se aos que combinam a leitura e a música com a voz dizendo, e falo dos projectos, «No Precipício Era o Verbo» e «Lisbon Poetry Orchestra», em torno dos quais se anunciam novas tempestades, sem saber se o formato se manterá, tal o alento gráfico do André [da Loba] e do Daniel Moreira. Noto, por via do trabalho com outros operários do livro, que alguns autores se foram arrumando em formato muito seu, mais ou menos ilustrado, mexendo no objecto ou apenas procurando a relação mais duradoura com a imagem. Não gosto assim tanto dos livros penteados na estante, mas se obrigasse a biblioteconomia a uma qualquer ginástica, imagino lado a lado as edições da Inês [Fonseca Santos], do Paulo [José Miranda], do José [Anjos], do José Luiz [Tavares], até o inclassificável José-Emílio Nelson, cada um com a sua altura e respectiva largura. Em tempos, há dias, fui amargamente criticado por dar demasiada atenção ao cadinho em que mergulhava texto, ilustração, objecto, quando a ânsia de qualquer autor exige constância, leia-se, imediata publicação. Contudo, ainda são estes os processos do editor em contramão, atire quem possa desde já os telhados de vidro do futuro. Mas sendo fácil, facilitei, que também preciso, pelo que estacionei em redondo no rectângulo onde se acumularão os mais urgentes, por aflições e quejandos. Sobram os soltos da luxúria, o «NÆvus», do Rui Baião, quando este acreditava que a editora seria a dos seus desejos, uma antologia doida a fazer correr de par poetas e ilustradores, outro livrinho a citar Celan no corte e a arder no esplendor da Bárbara Fonte ou o primevo «Má Raça», nado e criado para os desenhos nocturnos do Alex Gozblau. Cem não representam grande coisa, grãos de areia no sorvedouro do ó do abysmo, a escorrer no funil do ípsilon, mas para cada um deles guardo o que contar, o que fez dele diferente, insubstituível, vivo. Fica para outra vez, agora não tenho tempo. SANTA BÁRBARA, 1 NOVEMBRO Dia da Santa Saudade do México. Nunca a vanguarda mergulhou raízes tão fundas na tradição, mas isso pouco importa. Eis a banda sonora da minha tristeza, alegria tanta do passado: https://youtu.be/ EM008zcvKg0


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Divina Comédia Nuno Miguel Guedes

6.11.2019 quarta-feira

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Geografias da alma

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S dias continuam a viver connosco lá dentro. Não temos alternativa, relembro e relembra o meu poeta mais próximo. E alguns passam lestos, vertiginosos, quase sem deixar outro rasto que não seja um leve aroma a alegria. São os dias felizes, aqueles em que acreditamos que o mundo foi criado à nossa medida e à nossa espera. Talvez um dia desses tenha feito Keats escrever Give me Women, Wine and Snuff, onde exalta o hedonismo e garante que passaria de boa vontade a eternidade com vinho, mulheres e rapé, “My beloved Trinity”, garante-nos. Depois há os outros, vagarosos, plúmbeos, eternos. Dias de que queremos sair, jaulas de tempo triste que provavelmente não merecemos mas que sabemos que iremos sempre enfrentar. Nós e os outros, os que amamos e os que desconhecemos. Escrevo estas notas ainda sem caminho à vista, um caos doce que com alguma sorte conseguirei transformar em crónica. Estou a meio caminho entre os dias de que vos falo, sentado num cais a olhar os barcos atracados num baloiçar suave. Há silêncio e algumas pessoas que passam. E sem querer descubro-me a pensar nos dias que esses desconhecidos carregam, cheios de conquistas e angústias, iguais aos meus e aos de toda a gente.

Preciso de olhar para o mar mas não vivo sem esse pedaço de terra que me liga ao Outro. Para mim é talvez o melhor dos estados porque a solidão pode coabitar sem problemas com a necessidade de ver e estar com alguém “No man is an island”, e o famoso verso de John Donne parece ganhar ainda mais sentido e força quando se está só à beira-mar. Não o somos, de facto, por mais que por vezes gostássemos de o ser. Não o somos e esta certeza tem de ser constantemente relembrada num mundo em que paradoxalmente tudo é criado para encurtar distâncias e oferecer proximidade. Tal é um dos critérios contemporâneos do que se julga ser o progresso. Só que muitas vezes essa proximidade não passa de uma quimera, uma homeo-

patia para a solidão: existe mas não cura nem resolve. Saber a geografia da alma e praticá-la parece-me importante. Há pouco tempo falava com uma amiga sobre a insularidade que não é apenas territorial mas sim um traço de personalidade de quem vive em ilhas. Uma vocação contemplativa, melancólica e um eterno dilema entre a fuga e o regresso. Percebo e constato. Mas contraponho a peninsularidade que me habita, talvez fruto de um determinismo geográfico, não sei. Preciso de olhar para o mar mas não vivo

sem esse pedaço de terra que me liga ao Outro. Para mim é talvez o melhor dos estados porque a solidão pode coabitar sem problemas com a necessidade de ver e estar com alguém. Quero acreditar que os tempos não nos estão a transformar em arquipélagos humanos, próximos mas ao mesmo tempo distantes. Não existem substitutos virtuais para a amizade ou o amor, nada que substitua o olhar e a presença. O que temos à nossa disposição - as redes virtuais, a rapidez de informação - são ferramentas e não

valores em si. Saibamos aproveitá-las sem as venerar. E amigos, a ordem misteriosa das coisas voltou a atacar: mal acabei de escrever a frase anterior recebi uma mensagem de alguém que nunca vi mas que pertence à minha rede de contactos virtuais. É uma rapariga colombiana. Escreveu-me que nesta data, há nove anos, ouviu um fado com letra minha que a comoveu e fez com que me contactasse via Facebook. O fado chama-se De Que São Feitos Os Dias. Voltei a olhar para os barcos e juro que vi alguns a sorrir.


desporto 17

quarta-feira 6.11.2019

LIGA EUROPA SPORTING E BRAGA PODEM APROXIMAR-SE DA QUALIFICAÇÃO

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PORTING e Sporting de Braga procuram dar esta quinta-feira um passo decisivo para a qualificação para os 16 avos de final da Liga Europa de futebol, numa quarta jornada em que o FC Porto joga pressionado em Glasgow. Praticamente afastado da luta pelo apuramento, ao não ter conquistado qualquer ponto na primeira volta, o Vitória de Guimarães é a primeira equipa lusa a entrar em campo, ao receber na quarta-feira o Arsenal. Já a 10 pontos do líder Benfica na I Liga, o Sporting, que vem de uma derrota com o Tondela (1-0), procura somar o terceiro triunfo consecutivo na Liga Europa, algo que não consegue nas competições europeias, na mesma época, desde 2011/12, quando chegou às meias-finais da segunda prova de clubes. Depois de ter vencido por 1-0 em casa, o Sporting, que perdeu o único jogo que fez fora (2-3 em Eindhoven), desloca-se agora ao reduto do Rosenborg e um novo triunfo deixa os ‘leões’ muito perto da qualificação para a fase seguinte. Única equipa portuguesa que ainda não perdeu na Europa, o Sporting de Braga, também a fazer um campeonato muito abaixo das expectativas, procura o terceiro triunfo em quatro encontros na ‘poule’ K, na recepção ao Besiktas.

O

seleccionador Fernando Santos anuncia na quinta-feira os convocados para os últimos dois jogos de Portugal na fase de qualificação para o Euro2020 de futebol, numa lista em que são esperadas algumas baixas, sobretudo a meio campo. Obrigada a vencer a Lituânia, no Algarve, em 14 de Novembro, e no Luxemburgo, em 17, para assegurar o segundo lugar do Grupo B e o apuramento directo para o próximo Europeu, a selecção nacional não vai poder contar com William

JLOC ANDRÉ COUTO NO ASIAN LE MANS SERIES 2019/2020

Inverno em acção

A

NDRÉ Couto vai estar ausente da 66ª edição do Grande Prémio de Macau, mas o piloto português de Macau vai continuar bastante activo este Inverno. Couto foi confirmado como um dos três pilotos da equipa Japan Lamborghini Owner’s Club (JLOC) para a temporada 2019/2020 do campeonato Asian Le Mans Series. A equipa japonesa, que Couto representou este ano no campeonato nipónico Super GT, vai inscrever um dos seus dois Lamborghini Huracan GT3 EVO na classe GT do campeonato de quatro provas promovido na Ásia pelos organizadores das 24 Horas de Le Mans. O vencedor desta categoria receberá um convite para a clássica de re-

sistência francesa que anualmente se disputa no solstício de Junho. Na sua estreia no Asian Le Mans Series, Couto fará equipa com os experientes pilotos japoneses Yuya Motojima e Yusaku Shibata. O dono da equipa, Isao Noritake, disse em comunicado que a equipa “preparou

“O objectivo principal será tentar conquistar o título. Sabemos que temos uma boa equipa, bons parceiros e um carro com muito potencial.” ANDRÉ COUTO PILOTO

Ausências de peso

Convocados para jogos da selecção anunciados amanhã

Carvalho, um dos mais utilizados de Fernando Santos, que continua a recuperar de lesão. Até Outubro, o jogador do Bétis era totalista absoluto na campanha de Portugal nesta fase de qualificação, mas uma lesão acabou por afastar o médio dos confrontos com Luxemburgo (3-0) e Ucrânia (2-1) e o mesmo

deverá agora acontecer nas duas últimas jornadas do grupo. Há um mês, Fernando Santos optou por chamar André Gomes para ocupar o lugar deixado vago por William, mas o jogador do Everton sofreu uma lesão muito grave no último fim de semana e é baixa certa nos próximos tempos na selecção nacional.

o melhor conjunto para este novo desafio. Vamos fazer o nosso melhor desde a primeira corrida em Xangai, que será realizada no fim-de-semana de 23 e 24 de Novembro”.

OBJECTIVO VENCER

Tal como o responsável máximo da equipa, o reputado piloto do território está igualmente confiante que a equipa poderá conseguir um bom resultado nesta sua estreia. “O objectivo principal será tentar conquistar o título”, afirmou convictamente Couto ao HM. “Sabemos que temos uma boa equipa, bons parceiros e um carro com muito potencial. Vamos ver o que podemos fazer nestas quatro corridas, mas à partida estamos confiantes. Não sabemos quão

Com Renato Sanches também a recuperar de problemas físicos no Lille, é esperado que Fernando Santos possa chamar um nome inesperado para resolver os problemas a meio campo, mas as dores de cabeça do seleccionador português não ficam por aí. Na frente, João Félix está a recuperar de lesão no Atlético Madrid e também poderá falhar os dois jogos determinantes de Portugal no Grupo B. Ausência certa é ainda o extremo benfiquista Rafa, que já tinha sido excluído por lesão dos últimos jogos.

forte será a concorrência, mas a equipa está motivada e quer mostrar que é capaz de vencer”. A competição arranca com as 4 Horas de Xangai para continuar depois em Janeiro na Austrália, com uma prova de 6 horas na The Bend Motorsport Park. Em Fevereiro realizam-se as duas provas finais, ambas de quatro horas de duração, em Sepang (Malásia) e Buriram (Tailândia). Entretanto, a época de 2019 do campeonato Super GT terminou no pretérito fim-de-semana no circuito de Motegi. Na temporada que marcou o seu regresso a tempo inteiro ao mais forte campeonato de automobilismo do país do sol nascente, Couto, que fez equipa com Tsubasa Takahashi num dos Lamborghini da JLOC, terminou classificado na 8ª posição da categoria GT300. O destaque da temporada foi sem dúvida a vitória, contra todas as probabilidades, nos 500 km de Fuji, a prova mais importante da temporada do Super GT. Sérgio Fonseca

info@hojemacau.com.mo

Em caso de triunfo sobre Lituânia e Luxemburgo, Portugal garante logo o apuramento directo para o Euro2020, mas poderá fazer a festa mais cedo, no Algarve, se bater os lituanos e se a Sérvia, no mesmo dia, não conseguir ganhar na receção aos luxemburgueses. A Ucrânia, que já garantiu o primeiro lugar do Grupo B, soma 19 pontos, seguido de Portugal, com 11, da Sérvia, com 10, do Luxemburgo, com quatro, e da Lituânia, que tem apenas um.


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NUBLADO

O QUE FAZER ESTA SEMANA Sábado

5.º FESTIVAL DE MÚSICA BARROCA – ALLIANCE FRANÇAISE DE MACAU Centro Cultural de Macau | 20h00

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Diariamente

CINEMA | IV CICLO DE CINEMA DE MOÇAMBIQUE Fundação Rui Cunha | Até 7/11

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EXPOSIÇÃO | “WE ART SPACE - DOCUMENTARY EXHIBITION” 7 2do Boi8 | Até68/123 4 5 9 0 1 Armazém

0 4 1 9 2 6 8 7 5 3 3 8 5 4 1 7 9 2 6 EXPOSIÇÃO 6 1 | OBRAS 0 2DE CERÂMICA 4 8 E CALIGRAFIA 3 5 9 DE UNG CHOI KUN E CHEN PEIJIN 4 9Rui 7 Fundação Cunha3 6 0 2 1 8 8 3 4 5 7 2 6 0 1 1 0 9 8 5 3 4 6 7 2 5 6 7 9 1 0 3 4 Cineteatro EXPOSIÇÃO | “BY THE LIGHT OF THE MOON 5 7BY HONG 2 WAI” 0 8 9 1 4 – WORKS AFA – Art Garden | Até 5/12

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C I N E M A

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2 4 8 5 7 7 1 3 4 6 6 9 1 2 5 TERMINATOR: 0 7 DARK 6 FATE9[C] 1 Um filme de: Tim Miller Com: Linda 8 Hamilton, 0 Arnold 5 Schwarzenegger, 3 4 Mackenzie Davis 14.15, 16.45, 19.15, 21.45 5 3 4 7 9 THE ADDAMS FAMILY [B] 1 2 9 8 0 FALADO EM INGLÊS LEGENDADO EM CHINÊS 9de: Conrad 8 Vernon, 0 Grerg1Tierman3 Um filme Com: Charlize Theron, Chloe Grace Moretz, Allison Janney, Oscar 4 5 7Isaac 6 2 14.30, 21.30 6 FAMILY 2 [B]0 8 THE3 ADDAMS SALA 1

SALA 2

FALADO EM CANTONÊS LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS

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5 1 0 9 7 3 6 2 8 4

9 6 0 1 3 8 0 2 5 9 0 3 TERMINATOR: 8 7 DARK 4 FATE Um filme de: Conrad Vernon, Grerg Tierman 3Com: Charlize 2 Theron, 5 Chloe4Grace Moretz, 8 Allison Janney, Oscar Isaac 216.30, 19.30 7 9 6 1 6THE FORTUNA’S 8 1 EYE0[B] 2 FALADO EM JAPONÊS 4LEGENDADO 5 EM CHINÊS 7 E INGLÊS 3 6 Um filme de: Takahiro Miki 7Com: Tyunosuke 4 Kamiki, 6 Kasumi 2 Arimura 5 14.30, 16.30, 21.30 1JOKER9[C] 3 8 0 5UmCom:filmeJoaquin 1de: Todd 4Phillips 9 7 Phoenix, SALA 3

Robert de Niro, Zazie Beetz 19.15

EURO

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BAHT

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YUAN

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O FIM DA INDIVIDUALIDADE

5.º FESTIVAL DE MÚSICA BARROCA – ALLIANCE FRANÇAISE DE MACAU Clube Militar | 19h30

EXPOSIÇÃO | “QUIETUDE E CLARIDADE: OBRAS DE CHEN ZHIFO DA COLECÇÃO DO MUSEU DE NANJING” MAM | Até 17 /11

VIDA DE CÃO

Domingo

EXPOSIÇÃO | “LÍNGUA FRANCA – 2ª EXPOSIÇÃO ANUAL DE ARTES ENTRE A CHINA E OS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA” Vivendas Verdes e Antigo Estábulo Municipal de Gado Bovino | Até 8 de Dezembro

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CHAMADA PARA A MORTE

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SOLUÇÃO DO PROBLEMA 56

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7 9 LIVRO 4 3 0 HOJE 8 2 5 UM 6 5 0 7 3 2 1 8 1 8 3 9 4 6 5 2

“Diamond Hill” é um livro de 2 1 5que8retrata 9 7 memórias um 4 dos 0 bairros mais pobres de Kowloon 0 2os 6 1século 9 3 durante anos4 50 e5 60 do passado. 8 3 Com 9 0uma6 população 4 7 1 largamente constituída por re5 4 do 2 Interior 1 7 da3China, 6 9 fugiados Diamond Hill pertencia à parte 9 de 0 uma 7 Kowloon 6 2 marcada 5 8 4 rural pela marginalidade, o jogo 4 7 8 5 1 0 mas, 3 6 sobretudo, a força de superar 3 6 1 A2escrita 8 9 0 7 adversidades. de Feng Chi-shun não é brilhante, mas vale pela inocência e pela forma desencantada como descreve 60 situações de pobreza. Longe de ser 0 miserabilista, 8 1 3 este 7 livro 4 está 5 2 repleto de episódios felizes, mes7 quando 5 4 descreve 6 9 cenários 0 2 3 mo sinistros e o lado negro 6 2 3 1 8 5de uma 9 7 cidade em crescimento. João Luz

4 5 2 9 7 0 1 8 4 0 6 7 6 2 9 3 9 5 7www. 0 8

hojemacau. com.mo

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Três bombeiros italianos morreram após uma explosão, na madrugada de ontem, num edifício na região noroeste do Piemonte, em Itália. O canal de notícias italiano Sky TG24 informou que os bombeiros estavam a responder a uma chamada sobre uma explosão num sector desativado de um prédio numa quinta, na província de Alessandria, quando uma segunda explosão mais forte ocorreu no início da madrugada de ontem.

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PROBLEMA 57

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S U D O K U

TEMPO

6.11.2019 quarta-feira

De 56um lado Edward Snowden a falar dos perigos do mundo digital e de 8 6 2 como 4 os Governos da era moderna estão a usar os nossos dados pessoais 3 6 2 9 8 para nos controlar, qual “Big Brother 0 do século XXI. 4 Do is1 Watching You” outro, o presidente da Huawei, Guo 7 4 5 8 Ping, a falar das maravilhas da rede 5G, bastante 8 questionada 4 6 7pelo0mundo1 ocidental pela forma como os nossos 5 3 dados1vão ou2não7ser6protegidos, uma vez que 3 na China 1 não 2 existe0um regulamento geral sobre dados pes4 8 à parte, foi 1 assim soais. Contradições a7 tarde5de ontem na8maior 0 cimeira de9 tecnologia do mundo, a WebSummit. 0 de9pessoas acorreram à zona 1 7 Milhares do Parque das Nações, em Lisboa, para ouvir dizer que estamos a ser manipulados e controlados e nem 58 sabemos muito bem como. Vivemos 4 ecrãs,0 5 agarrados aos apps8 atrás de apps, e nem temos consciência do perigo que estas plataformas constituem. Talvez 6 2 7 seja o8fim3da nossa4individualidade preconizada por Edward Snowden. 1 8 9 7 4 6 O bom samaritano do mundo tecnológico 0 deixou 6 de trabalhar 5 1 para o3inimigo para nos proteger desse mesmo 8 Hoje, 9 vive exilado. 6 4 Enquanto 1 inimigo. isto, casos 4 como 1 o7 da3Cambridge 6 0 Analytica acontecem e nada muda 0 7 na2forma 5 de operar 4 3 verdadeiramente de gigantes digitais como o Facebook ou a Google. Somos cada vez mais 1 8 7 globais e digitais, mas 9não de uma forma positiva. Andreia Sofia Silva

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0 DIAMOND 8 4 CHI-SHUN9 HILL 7 | FENG 7 4 3 2 1 9 4 5 3 6 1 8 0 4 3 4 0 6 5 1 8 6 9 1 7 2 9 0 1 7 4 9 3

9 6 8 1 4 0 3 6 8 1 0 7 1 2 4 6 5 3 2 7 0 9 6 5 5 1 3 8 2 9 Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor João Luz; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; In Nam Ng; João Santos Filipe; Juana Ng Cen; 0 Colaboradores 3 1 4Ana Jacinto 7 Nunes; 8 Amélia Vieira; António Cabrita; António Castro Caeiro; António Falcão; Gisela Casimiro; Gonçalo Lobo Pinheiro; Gonçalo M.Tavares; João Paulo Cotrim; José Drummond; José Navarro 6 Cascais; 8 7 0 1 4de Andrade; José Simões Morais; Luis Carmelo; Michel Reis; Nuno Miguel Guedes; Paulo José Miranda; Paulo Maia e Carmo; Rita Taborda Duarte; Rui Rui Filipe Torres; Sérgio Fonseca; Valério Romão Colunistas António Conceição Júnior; David Chan; João Romão; Jorge Rodrigues Simão; Olavo Rasquinho; Paul Chan Wai 4 Chi;9Paula6Bicho;5Tânia3dos Santos 2 Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges, Rómulo Santos Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo

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opinião 19

quarta-feira 6.11.2019

sexanálise

TÂNIA DOS SANTOS

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Lugar do corpo no sexo

EMOS pouca consciência do espaço que o nosso corpo ocupa. Diria, até, que são poucos aqueles que têm consciência de si próprios, da consciência plena dos seus limites. O sexo, se bem feito, pode criar uma ligação com esse lugar. O corpo que deambula sem pensar muito, anda para a frente para trás sem sabermos muito bem como. Prendemo-nos nos automatismos diários e não permitimos a redescoberta. Claro que há quem defenda que já nos focamos no corpo demasiado, no corpo médico e mecanizado. Nesse caso o sexo é frequentemente simplificado, tomando o corpo como garantido. Esta tese é a da complexificação do corpo como lugar de prazer sem automatismos ou expectativas. O prazer que não é o simples orgasmo, ‘o fim último’, mas um dos seus caminhos. O prazer que vem em estarmos presentes com o nosso corpo. Em crianças o corpo é claramente o nosso veículo, e nós aprendemos a lidar com ele através de movimentos cada vez mais sofisticados que o nosso corpo desenvolve. Depois desenvolvemos o pensamento abstracto e aí ficámos, na cabeça. O nosso desenvolvimento estagna a nossa possibilidade de descobrirmos além – dentro do corpo, mas para além da nossa imaginação. A naturalidade de nos reconectar-

mos com a nossa presença deixa de ser natural, ou fácil. Exige o esforço de encontrarmos aquilo que ignoramos: o lugar de corpo que julgámos conhecer. O sexo é o lugar onde nos poderíamos deslumbrar vezes sem conta com a subtileza do toque e com a coordenação dos nossos sentidos. Só que esta consciência plena do nosso corpo, até no sexo, é rara. Vivemos no passado e no futuro e esquecemo-nos do momento presente. O corpo está lá, muito mais do que nós. A meditação também é uma forma de nos ligarmos com o presente - e está muito na moda. A sua eficácia na prevenção de mal-estares mentais já foi mais do que mostrada. Há quem diga que a nossa desadequação com o presente é o resultado de vidas contemporâneas de mil e uma distracções. Estamos sempre a pensar em alguma coisa. Tal como a meditação, o sexo poderia ser a nossa oportunidade de desligarmos das tormentas do passado e das ansiedades do futuro, mas

Se o sexo, de consciência plena, é uma forma de meditação que nos conecta com o corpo – e com o corpo de um outro, se for caso disso –, e se a meditação traz imensos benefícios para a saúde, o sexo tem o potencial de ser a cura para muitos males

mesmo assim, trazemo-las para a cama. Por isso há quem proponha trazer a meditação para a cama também, ainda que sexo viva do prazer da entrega dos sentidos. O toque, paladar, olfacto, visão e audição, tudo importa na entrega ao sexo ou, pelo menos, deveria importar. Esta é uma ideia que está longe de ser inovadora. Já nos anos 50, quando a primeira investigação sobre o sexo começou a surgir e os primeiros terapeutas sexuais começaram a surgir também, esta ideia de ‘foco sensorial’ era chave para que as pessoas pudessem ter uma atitude mais saudável com o sexo. O sexo, que frequentemente se distorce de expectativas irreais e que enfatiza determinadas performances, deixa os seus praticantes muitas vezes perdidos, nervosos e insatisfeitos. Estes princípios sensoriais são utilizados para nos gentilmente afastarmos do que se passa na nossa cabeça, sem pressões e sem julgamentos. A investigação mostra a importância deste foco sensorial para nos tornarmos mais presentes. Mais do que uma simples técnica para melhor aproveitarmos o sexo, é uma forma de estar. Se o sexo, de consciência plena, é uma forma de meditação que nos conecta com o corpo – e com o corpo de um outro, se for caso disso –, e se a meditação traz imensos benefícios para a saúde, o sexo tem o potencial de ser a cura para muitos males. Males que atormentam a nossa existência enquanto seres sexuais, e enquanto seres que têm que lidar com este mundo confuso, cheio de notificações, e sem espaço para redescobertas.


Os factos não deixam de existir só porque são ignorados. Aldous Huxley

PALAVRA DO DIA

quarta-feira 6.11.2019

CHILE PRESIDENTE DIZ QUE NÃO SE DEMITE

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Adeus formalizado ACORDO DE PARIS CHINA, RÚSSIA E FRANÇA LAMENTAM SAÍDA DOS ESTADOS UNIDOS

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RANÇA, China,Alemanha e Rússia lamentaram ontem a formalização da intenção dos Estados Unidos de deixar o Acordo de Paris sobre o clima, decisão anunciada em 2017 pelo Presidente norte-americano, Donald Trump. Os Estados Unidos informaram na segunda-feira a Organização das Nações Unidas (ONU) de que iniciaram o processo de retirada do acordo de combate às alterações climáticas, assinado em Paris em 2015. A China, maior emissor mundial de gases com efeito estufa, anunciou ontem lamentar esta formalização dos Estados Unidos diante da ONU. “Esperamos que os Estados Unidos mostrem mais responsabilidade e contribuam mais para o processo de cooperação multilateral, em vez de adicionar energia negativa”, disse o porta-voz da diplomacia chinesa, Geng Shuang, aos jornalistas. A França declarou também lamentar a oficialização pelos Estados Unidos, uma medida que “já se esperava”. “Lamentamos e isso torna ainda mais necessária a parceria franco-chinesa sobre o clima e a biodiversidade”, indicou a Presidência francesa, no momento

em que o Presidente Emmanuel Macron inicia o seu segundo dia de visita à China. A Alemanha sublinhou ontem que a decisão do governo dos EUA de se retirar o acordo climático de Paris é “lamentável”, mas não surpreende. A ministra do Meio Ambiente alemã, Svenja Schulze, disse que os EUA anunciaram o seu plano de se retirar do Acordo há dois anos e “felizmente permaneceram sozinhos ao fazê-lo”. Svenja Schulze declarou que o “efeito dominó” que alguns temiam depois que o anúncio de Donald Trump não ocorreu. “O resto do mundo está unido na protecção do clima”, disse num comunicado a ministra alemã, observando que até a Rússia, exportadora de combustíveis fósseis, aderiu recentemente ao pacto. A formalização da saída dos EUA do Acordo representa um “sério” golpe neste pacto pela luta contra as mudanças climáticas, disse por seu lado o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. “Isso prejudica o acordo da maneira mais séria, porque é um país líder em termos de emissões de gases de efeito estufa”, disse Peskov, acrescentando que “sem a maior economia do

mundo, é ainda difícil falar de um acordo climático”. O Chile, como presidente da próxima cimeira do clima da ONU (COP25) e a Espanha, como país anfitrião da conferência, expressaram em conjunto o seu desejo de que os Estados Unidos “reconsiderem essa decisão o mais rapidamente possível”, a fim de contar com sua contribuição neste acordo. As ministras enfatizaram o “apoio global ao Acordo de Paris”, ratificado até hoje por 187 países, o que mostra um claro sinal de compromisso da comunidade internacional.

DE MAL A PIOR

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, afirmou na segunda-feira que tinha submetido à ONU o pedido formal de retirada do Acordo. Este pedido inicia o processo de saída que, contudo, vai demorar pelo menos um ano. Na declaração, Pompeo considera que o Acordo de Paris constitui “um peso económico injusto” para os EUA. Os conservadores norte-americanos saudaram a decisão da administração Trump, mas a presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, considerou tratar-se

de “uma nova decisão contrária à ciência (…) que vende o futuro do planeta e das crianças”. Cerca de 200 nações assinaram o acordo de Paris, no qual cada Estado fixa os seus próprios objectivos para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa que provocam a crise climática. O Acordo enunciou a meta de impedir um agravamento da subida já verificada na temperatura média mundial em mais entre 0,5 e 1 grau Celsius. Mas os compromissos avançados pelos participantes em 2015 são insuficientes para impedir aqueles níveis de aquecimento. O aquecimento global, provocado pela queima de carvão, petróleo e gás, já causou o aumento da temperatura média global em um grau centígrado desde o final do século XIX. Entre os seus resultados estão a fusão dos gelos, eventos extremos e a acidificação dos oceanos. E os cientistas asseguram que, dependendo da quantidade de dióxido de carbono emitido, a situação só vai piorar até ao final do século, com a temperatura a aumentar vários graus e o nível médio do mar em pelo menos um metro.

Presidente chileno, Sebastian Piñera, garantiu ontem que não vai demitir-se, apesar das manifestações violentas contra o seu regime que abalam o país há mais de duas semanas. Em entrevista à televisão inglesa BBC, o Presidente conservador afirmou que não se demitirá, embora tenha reconhecido ser “responsável por uma parte” dos “problemas que se acumularam nos últimos 30 anos”. O movimento de protesto, que entrou ontem na terceira semana apesar de já terem sido anunciadas várias medidas sociais, começou contra o aumento do preço do bilhete de metropolitano, tendo-se alargado rapidamente para uma série de outras reclamações. “Os problemas acumularam-se nos últimos 30 anos. Sou responsável por alguns deles e assumo a responsabilidade, mas não sou o único responsável”, sublinhou Piñera. O chefe do Estado chileno referiu-se às “numerosas denúncias de uso excessivo de força”, garantindo que “se isso aconteceu, haverá uma investigação (...) e uma acusação”. Alguns activistas, incluindo a vencedora do Prémio Nobel da Paz Rigoberta Menchu, pediram a Piñera que pusesse fim às violações “sistemáticas e graves” dos direitos humanos nas repressões às manifestações. “Não haverá impunidade”, assegurou Sebastian Piñera na entrevista. O Presidente chileno justificou ainda a instauração do estado de emergência no país, explicando que “usou as ferramentas democráticas e constitucionais existentes (...) para restaurar a ordem pública e proteger os cidadãos”. Na primeira semana do conflito, o exército chileno juntou-se à polícia para patrulhar as ruas de Santiago.

Ivo Vieira Segundo jogo com o Arsenal será “mais difícil”

O treinador do Vitória de Guimarães, Ivo Vieira, considerou ontem que a recepção desta quarta-feira ao Arsenal, para a Liga Europa de futebol, apresenta “maior dificuldade” do que a partida disputada entre as duas equipas em Inglaterra. Depois de ter estado por duas vezes na frente do ‘marcador’, a formação vimaranense perdeu em Londres, por 3-2, mas o treinador do Vitória frisou que o objectivo para o novo duelo com os ‘gunners’ é vencer, apesar de esperar um adversário “mais precavido” para a capacidade ofensiva vitoriana. “O nosso objectivo é ganhar, mas a minha expectativa é que este jogo seja mais difícil, pelo elã que se criou [no clube] e pela expectativa de podermos ter ganhado e isso não ter acontecido. Isso tem de nos dar muito equilíbrio, para não irmos com ‘muita sede ao pote’ e permitir que o Arsenal, em transição, possa tornar o jogo complicado para nós”, disse o técnico, na antevisão ao jogo, marcado para as 15:50, no Estádio D. Afonso Henriques.


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