MAM mergulha no passado e apresenta uma exposição sobre pintura tradicional chinesa centrais
Menos alunos marcam abertura de ano lectivo na Escola Portuguesa página 6
tempo possibilidade de trovoadas min 23 max 33 humidade 50-95% câmbios euro 10.2 baht 0.25 yuan 1.18 pub
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Director carlos morais josé • quinta-feira 9 de setembro de 2010 • ANO X • Nº 2206
Mop$10
IACM cancela apoios ao Macau TrailWalker. oxfam vai para tribunal
Um trilho acidentado Acidente
Morreram nove portugueses em Marrocos
O Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais diz que nunca teve nada a ver com a organização do Macau TrailWalker nem autorizou a utilização do seu logotipo na promoção do evento. A Oxfam, por seu lado, vai mesmo avançar para tribunal e processar os organização, por considerar que o nome se presta a confusões com um outro evento, realizado em Hong Kong há 27 anos. >página 7
Governo autoriza construção de treze novos edifícios
Internet
Blogue de Susana Chau mais controlado
kahon chan
• Última
Mais prédios para a Taipa Página 4
• P.5
Cotai
Sands diz que já tem licença do Governo • P.7
Aeroporto
Terrenos foram “vendidos” em Outubro de 2005 • P.3
Desporto
FC Porto venceu selecção de sub-23 • P.10
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actual
Ameaça de bomba em avião tailandês causa pânico nos EUA
Foi só uma brincadeira
A polícia norte-americana inspeccionou na terça-feira à noite, num aeroporto da Califórnia, um avião da companhia tailandesa Thai Airways, onde foi encontrada uma mensagem com uma ameaça de bomba, anunciou o FBI. A direcção da Thai Airways afirmou que o alerta foi lançado de imediato, depois de ter sido descoberta uma
nota, colada no espelho de uma casa de banho do aparelho, segundo a qual havia “uma bomba no avião”. Segundo a Thai Airways, o voo TG794, efectuado por um Airbus A340-500, partiu de Banguecoque na terçafeira à noite, e aterrou em Los Angeles às 20:50 locais, com 179 pessoas a bordo. Num comunicado, o di-
rector do departamento de crise da companhia aérea tailandesa, Surapol Isarakura Na Ayutthaya, referiu que agentes norte-americanos inspeccionaram o avião depois de este aterrar, não tendo encontrado qualquer explosivo. O incidente ocorre num altura em que os Estados Unidos reforçaram a segurança
China pede ao Japão para libertar pesqueiro
Solta o barco ou há resposta
O vice-ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Song Tao, entregou ontem ao embaixador japonês em Pequim um protesto formal pela detenção de um pesqueiro chinês encetado pelas autoridades nipónicas. De acordo com a Xinhua, duas patrulhas japonesas colidiram terça-feira com um barco pesqueiro da China em águas das ilhas Diaoyu – denominadas
Senkaku pelos japoneses –, motivo de um diferendo entre a China, Taiwan e o Japão desde que na década de 70 foram descobertas reservas de gás natural no arquipélago. Depois do acidente, em que não foram registados feridos, o barco chinês foi interceptado pelas patrulhas japonesas levando agora o Governo chinês a apelar ao Japão que “cesse com as deten-
ções ilegais”. Já na terça-feira, a porta-voz chinesa, Jiang Yu, tinha dito em conferência de imprensa que a China estava a acompanhar o caso da embarcação aprisionada e que se reservava no direito de tomar medidas de resposta. Segundo as autoridades japonesas, o pesqueiro chinês estava a operar em águas territoriais nipónicas e foi perseguido até que as patrulhas japonesas o conseguiram interceptar. Uma equipa de investigação japonesa vai ainda interrogar a tripulação chinesa por, alegadamente, violar a lei da pesca e recusar a inspecção ao navio por parte da guarda costeira, revelou a imprensa nipónica.
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As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes
Plataforma petrolífera desequilibra-se
Mais de 30 encarcerados Uma plataforma petrolífera no mar da China Oriental inclinou-se na madrugada de terça para quarta-feira 45 graus, fazendo cair ao mar dois trabalhadores e deixado presos outros 34 na estrutura da plataforma. A zona onde está instalada a plataforma 3 da companhia Shengli
tem uma profundidade de sete metros e localiza-se a cinco milhas náuticas da costa da província de Shandong. O ministério chinês dos Transportes enviou equipas de resgate para o local do acidente que enfrentaram alguns problemas de acesso à plataforma, devido ao forte vento que se fazia sentir na região. Dois helicópteros foram accionados para as operações de busca e salvamento das duas pessoas que caíram à água, enquanto que as restantes 34 que ficaram presas estão a salvo. A companhia petrolífera assegurou que a válvula da plataforma foi encerrada após o acidente da plataforma. A 16 de Julho outro acidente petrolífero na China pelo uso inadequado de um catalisador provocou o derrame de 1500 toneladas de crude no mar, naquele que é considerado o pior acidente na história recente do país asiático.
Vodafone vende participação à china mobile
Lucrar às custas da China
Aviso Faz-se público que, por despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 26 de Agosto de 2010, se encontra aberto o Concurso Público nº. 30/P/2010 “Testes e Obra da Manutenção de UmArmário de Interruptor de Uma Unidade Resfriadora de Líquidos “CHILLER” aos Serviços de Saúde”, cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos encontram-se à disposição dos interessados desde o dia 8 de Setembro de 2010, todos os dias úteis, das 9:00 às 13:00 horas e das 14:30 às 17:30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato sita na Cave 1 do Centro Hospitalar Conde de S. Januário, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento do custo das respectivas fotocópias ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no website dos S.S. (www.ssm.gov.mo). Os concorrentes deverão comparecer no Cave 1 da Divisão de Aprovisionamento e Economato situada no Centro Hospitalar Conde de São Januário no dia 13 de Setembro de 2010 às 15:00 horas para visita às instalações a que se destina o objecto deste concurso.
com a aproximação do nono aniversário dos atentados de 11 de Setembro, quando dois boeing-767 embateram nas duas torres do World Trade Center, em Nova Iorque, fazendo-as ruir e matando mais de 2500 pessoas. Nesse dia, um outro aparelho foi lançado contra instalações do Pentágono, nas imediações de Washington.
Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de S. Januário e o respectivo prazo de entrega das propostas termina às 17:30 horas do dia 24 de Setembro de 2010. OActo Público deste concurso terá lugar em 27 de Setembro de 2010, pelas 09:30 horas na sala do “Museu” situada no r/c do Edifício da Administração dos Serviços de Saúde junto do C.H.C.S.J.. A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de vinte e quatro mil patacas (MOP$ 24.000,00) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/Seguro-Caução de valor equivalente. Serviços de Saúde, aos 1 de Setembro de 2010 O Director dos Serviços, Subst.º, Chan Wai Sin
O grupo Vodafone encaixou 6,5 mil milhões de dólares com a venda de uma participação de 3,2% na China Mobile, líder do mercado de telecomunicações móveis chinês. Segundo a BBC, foram vários os compradores desta posição, que representou a maior venda de sempre de um activo não estratégico pela Vodafone. Os mais de 600 milhões
de acções, cotadas na bolsa de Hong Kong, foram vendidos por um preço que está 3,4% abaixo do valor de mercado. Cerca de 70% do produto da venda (que totaliza cerca de cinco mil milhões de euros ao câmbio actual) será utilizado pela Vodafone para remunerar os accionistas através de um programa de recompra de acções. O remanescente servirá para reduzir a dí-
vida líquida. A entrada da Vodafone na China Mobile deu-se em 2000 e, segundo destacou o presidente da empresa, Vittorio Colao, o valor da alienação representa quase o dobro do investimento original. Colao garantiu que, apesar da venda, as duas empresas vão continuar a cooperar em áreas como o roaming e desenvolvimento de redes.
Chega ao fim o processo Casa Pia. Com pesadas sentenças condenatórias a seis dos sete arguidos, incluindo Carlos Cruz, o antigo provedor da Casa Pia Manuel Abrantes e o embaixador Jorge Ritto, que Macau chegou a conhecer. Culminam neste acórdão de duas mil páginas oito anos de investigações e seis anos de julgamento durante o qual foram interrogadas mais de mil testemunhas. Pedro Correia P. 14
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Venda de terrenos decidida em Outubro de 2005
A Moon Ocean pagou 1,36 biliões de patacas a cinco empresas privadas de Macau, maioritariamente detidas pelo Governo, por outros tantos lotes de terreno, junto ao aeroporto de Macau, com uma área total de 78.742 metros quadrados. O preço pago oscilou entre as 15.653 patacas e as 19.284 patacas por metro quadrado.
currybet
Lotes do aeroporto bem pagos
Paulo Reis
hojemacau@yahoo.com
Destes 1,6 biliões de patacas, os cofres do território terão ficado com a fatia de leão -1,2 biliões de patacas, segundo o director dos Serviços de Obras Públicas - correspondente à participação accionista do Executivo nas cinco empresas, que era de 88 por cento. O maior lote transaccionado, com uma área de 33.848 metros quadrados, rendeu 529 milhões de patacas à Lei Tin Development, enquanto a Tai Lei Loi Development, detentora do lote mais pequeno, com apenas 4 mil metros quadrados, embolsou uns escassos 77 milhões de patacas. Estes valores, no entanto, segundo documentos da Chinese Estate Holdings (CEH), a que o Hoje Macau teve acesso, estão expresso em iuans. Porém, nos termos dos contratos assinados entre a Moon Ocean e as cinco empresas, onde o Governo de Macau surge também como outorgante, os mesmos valores estão expresso em patacas. A Chinese Estate Holdings, uma empresa com forte presença no sector imobiliário de Hong Kong, controla 70,1 por cento da Moon Ocean, com sede nas Ilhas Virgens Britânicas, estando os restante 29,9 por cento na posse da empresa Best Express Holdings. Os accionistas das cinco empresas que venderam os lotes de terreno à Moon Ocean eram o governo de Macau, com 88 por cento,
a STDM e a CAM, com 5 por cento cada uma e a Tai Fok Wah, com 2 por cento, como revelou a revista Macau Business, na sua edição de Setembro. Promessa
Curiosamente, e embora o negócio da venda destes terrenos – concessionados às cinco empresas ainda durante a administração Rocha Vieira – tenha sido autorizado pelo então secretário para as Obras Públicas, Au Man Long, em 29 de Março de 2006, o contrato-promessa para a transmissão dos direitos
de concessão já tinha sido firmado em 15 de Outubro de 2005. A Chinese Estate Holdings, por sua vez, adquiriu 70,1 por cento da Moon Ocean já depois
dessa data, a 5 de Janeiro de 2006. Em 16 de Fevereiro de 2006, os representantes legais das cinco empresas, José Castanheira Lourenço e Pun Pou Leng, res-
Quanto ganharam as empresas
Empresa
Parcela vendida(m2)
Preço (MOP)
Tai Lei loi San Hung Fat San Hou Kong San Vai Ip Lei Tin Dev.
4.012 13.425 18.707 8.750 33.848
77.367609 232.102.828 289.542.416 239.136.247 529.850.900
Total
78.742
1.368.000.000
pectivamente coordenador e coordenador-adjunto do Gabinete para o Desenvolvimento de Infraestruturas, solicitaram à DSSOPT autorização para transmissão dos direitos de concessão dos cinco lotes para a Moon Ocean. O parecer da Comissão de Terras foi despachado pelo Chefe do Executivo, nos cinco pedidos, a 17 de Marco de 2006 e os contratos de transmissão assinados pelos representantes da Moon Ocean, Lo Hing Hung, no Cartório do Notário Privado João Miguel Barros. O negócio já tinha sido alvo de um interpelação ao Governo, feita pelo deputado Au Kam San, em Dezembro de 2009, questionado, entre outras aspectos, o facto de o montante da venda dos direitos à Ocean Moon ter sido “superior ao do prémio fixado pelo Governo, mas mesmo assim ainda muito inferior ao preço real de mercado”. Na resposta a esta interpelação, o director dos Serviços de Obras Públicas e Transportes, referiu que “as receitas resultantes da transmissão dos direitos resultantes da (…) concessão entraram inteiramente para as contas” das sociedades participantes no negócio. Jaime Carion salientou ainda que “(...) sendo a RAEM a maior accionista destas sociedades, esta transmissão rendeu para os cofres da RAEM mais de 1,2 mil milhões de patacas e a parte remanescente destas receitas entraram para as contas da CAM e dos demais accionistas”. A Tai Fok Wah, detentora de dois por cento do capital de cada uma das cinco empresas que venderam os lotes de terreno à Moon Ocean, é uma empresa fundada pelo anterior Chefe do Executivo, Edmund Ho, como adiantou a Macau Business. De recordar que o anterior Chefe do Executivo desligou-se de todas as empresas privadas em que tinha participações accionista ou onde desempenhava funções executivas antes de Dezembro de 1999. No entanto, a revista “Macau Business” adianta que, no caso das empresas San Vai Ip, San Hou Kong e Lei Tin, onde Edmund Ho era o representante da Tai Fak Wah, isso apenas aconteceu em 18 de Janeiro de 2001.
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4 Kahon Chan
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O Governo acabou de publicar em Boletim Oficial a concessão de terras revista para as fases 4 e 5 do empreendimento Nova City na Taipa, que permite aos promotores acrescentarem 13 grandes edifícios residenciais em torno do novo parque central, a uma média de 160 patacas o pé quadrado para as áreas comerciais e residenciais, presumivelmente mais rentáveis. Ambos os projectos irão gozar da vista do Parque Central da Taipa e de acessos convenientes à nova biblioteca, tudo pago pelos contribuintes. A concessão de terrenos revista publicada ontem compreende na verdade três lotes na zona da Baixa da Taipa, nomeadamente A, A4 e BT35, e a construção no lote A4 já foi concluída com a fase 3 do Nova City, enquanto o A e o BT35 deverão ser, segundo a proposta, as fazes cinco e quatro, respectivamente. A mudança mais significativa feita nessa concessão de
POLítica
Publicada concessão de terras revista para Nova City na Taipa
Crescer até ao céu terras foi a eliminação de um hotel desses terrenos e o aumento tanto da área comercial como da residencial em todos os lotes, embora o custo médio da área habitável tenha subido um pouco. O novo contrato também estabelece restrições mais pormenorizadas ao design dos edifícios residenciais em lotes específicos. Embora os hotéis gerem receitas para o proprietário, pode levar décadas até haver retorno e uma propriedade de três estrelas iria sofrer lucros marginais ainda mais baixos, enquanto as unidades residenciais podem ser rentabilizadas instantaneamente para ganhar-se dinheiro rápido. O novo contrato não só reduz 58.159 metros quadrados de área de hotel, como também, por outro lado acrescenta
38,3 por cento de unidades residenciais e 156,9 por cento de área comercial às fases 4 e 5 do Nova City, elevando a área residencial totoal para 531.588 metros quadrados. O contrato publicado em Boletim Oficial não divide a área total de construção autorizada entre cada parcela, mas de acordo com a declaração de resultados provisórios emitida pela Shun Tak Holdings, a fase 5 (lote A) irá compreender 214 mil metros quadrados de unidades residenciais em oito edifícios com 39 a 43 pisos, enquanto a fase 4 irá contar com 63,2 mil metros quadrados de unidades residenciais em três prédios de apartamentos, todos eles de 39 andares. A fase 5 irá apresentar um centro comercial, e ambas as fases terão instalações sociais,
lugares de estacionamento e clubes. O custo final de aquisição a ser fixado pela concessionária, a Nova Taipa-Urbanizações, ascende a 1,080 biliões de patacas, mas desde que o Governo dispensou mais de seis milhões em dinheiro para “9.386 metros quadrados de
Acordo de troca de terrenos para aumentar Rua da Harmonia
Bom negócio para o dono O proprietário da faixa de terra que foi convertida numa extensão da Rua da Harmonia recebeu um lote de terreno ligeiramente maior em Coloane como compensação. Localizado mesmo a sul do reservatório, o novo terreno com 7722 metros quadrados de área residencial pode até parecer fora de mão para muitos, mas a proximidade do Cotai e o novo plano de urbanização de Seac Pai Van auguram-lhe um futuro brilhante. A conclusão de acordos de permuta de terrenos tem sido escassa desde que o antigo secretário para os Transportes e Obras Públicas Ao Man Long foi detido por corrupção já que várias das situações que o levaram a ser condenado foram possíveis através da troca de terras, na sequência da aquisição de lotes a privados, por parte do Governo. Exemplo digno de nota foi a recuperação da Casa do Mandarim, que garantiu a Pedro Chiang o lote C7 na zona de Nam Van, apesar de ter havido muitas outras trocas
questionáveis aprovadas por Ao Man Long entre 2005 e 2006. O lote original envolvido neste intercâmbio foi uma faixa estreita de terra com duas extremidades ligadas à Rua da Pedra e à Rua da Ribeira do Patane, descritas na Conservatória do Registo Predial sob os números 5249 e 11 952. O Governo planeava recuperar o lote
de propriedade privada e estender a Rua da Harmonia até à Rua da Ribeira do Patane para aliviar a pressão do trânsito na zona de San Kio e o acordo foi alcançado em Setembro do ano passado, com o prolongamento a ser concluído a 28 de Novembro de 2009. Conforme referido pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Trans-
equipamento social”, o Nova Taipa apenas teria de pagar 1,018 biliões de patacas para todo o projecto, como custo das terras, incluindo o prémio adicional necessário para rever o contrato de concessão de terras. O custo médio para área construída vendável é de 1.717 patacas por metro
portes (DSSOPT), a negociação envolveu elites sociais e associações para selar o acordo. O negócio foi finalizado ontem com a concessão do lote de substituição a ser publicada em Boletim Oficial e, de acordo com o despacho, o proprietário da faixa de terra terá solicitado a permuta em Maio de 2003, mas o pedido não foi processado até que ele apresentasse outro requerimento em Agosto de 2009, quando as negociações se abeiravam de um acordo. Por concordância de ambas as partes, ao proprietário da faixa de terra no Patane que media 963 metros quadrados, nomeadamente a Companhia de Investimento Predial Wai Ma, foi concedido um lote na parte Norte de Coloane com uma área de 1100 metros quadrados, vizinha à defunta zona industrial de Seac Pai Van. Com base na avaliação feita em 2007 seguindo o “Método de determinação do montante do prémio de concessão”, a faixa no Patane foi avaliada em 18 874 836 patacas, enquanto a de Coloane foi cotada em 19 330 687 patacas. Para obter a concessão de terras por 25 anos para o novo lote, a Wai Ma apenas teve de pagar a diferença – 455 851 patacas. O novo terreno permite a construção de uma área bruta ha-
quadrado, ou 159,5 patacas por pé quadrado. De acordo com os mais recentes prospectos da agência imobiliária Midland Macau, os apartamentos em segunda-mão na fase três do Nova City custam até 3.300 por metro quadrado, enquanto apartamentos com vistas menos apetecíveis podem ver o seu preço cair para 2.900 patacas por pé quadrado. Uma característica notável do Nova City é que alguns dos apartamentos permanecem abertos à agradável vista do Parque Central de 440 milhões de patacas, que conta ainda com uma piscina pública e uma nova livraria pública. Todos os quatro lados do Parque Central estão cercados pelos apartamentos do Nova City. O Nova City foi desenvolvido pela Shun Tak Holdings, que tem sede em Hong Kong, e ainda pel Hopewell Holdings e pelos STDM. A fase 5 vai começar a ser construída no último trimestre deste ano, enquanto a fase 4 começará a ser construída no segundo trimestre de 2011.
bitável de 7722 metros quadrados com 770 metros quadrados de zona comercial e 2002 metros quadrados de estacionamento. A DSSOPT não foi capaz de fornecer os dados sobre a área bruta máxima de construção na estreita faixa do Patane, se é que existe qualquer plano de construção. Na avaliação da terra em que se baseia o prémio, o lote de Coloane foi classificado como Classe E para fins habitacionais, uma classe acima do lote localizao no Patane. Uma classe mais elevada geralmente implica um prémio mais elevado, mas há outras variáveis a afectarem o resultado final da fórmula. A DSSOPT já tinha incluído toda a área da zona industrial de Seac Pai Van, juntamente com a área da antiga pedreira que foi reservada para habitação pública, num plano de urbanização do Norte de Coloane que cobre uma área total de 300 mil metros quadrados e irá acomodar 60 mil moradores no futuro. O novo lote irá permanecer fechado com os lotes de propriedade privada na zona industrial adjacente à Estrada do Altinho de Ká Hó como parte do novo empreendimento que irá contar também com novas instalações sociais. - K.C.
Reunião super-privada entre Chui Sai On e Teixeira dos Santos O ministro das Finanças português, Teixeira dos Santos, vai reunir-se hoje com o Chefe do Executivo a portas fechadas e sem agenda pública. O Gabinete de Chui Sai On disse ao Hoje Macau que não estão previstas conversas com os jornalistas acerca dos assuntos discutidos. A reunião, segundo o Ministério das Finanças de Portugal, serve para tentar captar investimento, bem como adquirir compradores de dívida pública. Também estão agendados contactos com comunidades financeiras e empresarias de Macau até amanhã.
Ex-presidente da AL obrigada a censurar comentários no seu blog
Aqui Chou eu que mando Kahon Chan
hojemacau@yahoo.com
As reflexões de Susana Chou sobre os ataques organizados de que tem sido alvo na blogosfera não só lhe valeram um recorde de visitas na entrada respectiva, mas também obrigaram a antiga presidente da Assembleia Legislativa (AL) a excluir dos comentários os não-membros do servidor do seu blogue, já que alguns dos comentários estravam a passar dos limites, com ataques pessoais e a propagação de boatos. O artigo dedicado aos “atacantes organizados”, um conceito que merecia o cepticismo de Susana Chou, acabou por degenerar numa acesa discussão entre os leitores. O site que aloja o blog já tinha solicitado contenção na disputa que se gerou na secção de comentários ao “post”. Na última entrada, lançada na terça-feira, Chou disse considerar que alguns desses comentários tinham sido feitos de forma irresponsável e com um propósito malicioso, para espalhar rumores ou atacar pessoas. Após alguma reflexão, Susana Chou decidiu suspender a publicação de comentários para os
Vanessa Amaro
hojemacau@yahoo.com
Florinda Chan manifestou-se ontem, numa nota à comunicação social, contra as acusações de José Pereira Coutinho de estar a interferir nas liberdades de expressão e de imprensa. A secretária para a Administração e Justiça esteve no centro de mais uma polémica esta semana, depois de o deputado, através de uma mensagem via telefone móvel enviada a dezenas de pessoas, a ter acusado de se queixar ao bispo de Macau, sobre artigos publicados no semanário O Clarim. Essas queixas, segundo Pereira Coutinho, teriam levado a diocese a proibir notícias sobre política no jornal. A responsável pela pasta da Justiça afirmou que tal referência de Pereira Coutinho é “sem fundamento”
não-membros (utilizadores não registados no site que aloja o blog) de forma a impedir que pessoas anónimas abusarem do seu blog para lançar boatos “maliciosos”, que têm “poluído” o espaço que a ex-presidente da AL resolveu criar apenas para expressão da sua opinião pessoal. Se a restrição não
for suficiente, Chou irá suspender todos os comentários e as pessoas só a poderão contactar por email, embora se assuma como respeitadora de todas as opiniões, sejam elas concordantes ou não com o seu ponto de vista. Susana Chou reafirmou a sua simples intenção de expressar as
suas opiniões após ter deixado a presidência da AL e o seu direito como “pessoa comum” a fazê-lo. “Não represento quaisquer interesses políticos ou económicos porque vendi todos os negócios em Macau há muito tempo e o meu rendimentos actualmente são zero. A pequena associação de caridade
Secretária refuta acusações de Pereira Coutinho
Referência sem fundamento e que, por isso, não teceria “qualquer comentário”. Florinda Chan acrescenta que o Governo tem cumprido “escrupulosamente
o estatuído na Lei Básica”, o que quer dizer que está garantido “o exercício da liberdade de expressão e de imprensa, bem como de
todos os direitos fundamentais dos cidadãos”. A secretária garante ainda que o Governo “tem adoptado sempre a posição de garantir a liberdade de imprensa, a liberdade de edição, a liberdade de expressão entre outras, no máximo respeito pelos trabalhos desenvolvidos pelos media, e, em caso algum, impede o exercício da liberdade de imprensa, de edição e de expressão”. Ontem, o jornalista José Miguel Encarnação, que está a substituir o director, padre Albino Pais durante as férias, confirmou ter tido uma conversa com o bispo, que lhe terá solicitado um ajustamento da linha edi-
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5 (Tong Chai) é tudo o que tenho em Macau agora”, afirmou. “Eu deveria ter-me juntado à minha família em Hong Kong e deixado Macau, mas não o fiz porque me encontro profunda e emocionalmente atada a este lugar.” O blog de Susana Chou tem constantemente figurado entre os 50 mais populares do site de alojamento de blogs MySinaBlog, estando actualmente na 43.ª posição, numa classificação baseada no número de visitas aos seus artigos nas últimas duas semanas. A antiga presidente da AL já produziu 132 artigos desde Novembro passado e, apesar de a sua opinião sobre os assuntos da actualidade ser bastante publicitada na imprensa e bem conhecida dos legisladores, nada menos que metade dos seus artigos tem sido dedicada às suas memórias e experiência recente com família e amigos. Os artigo mais lido do seu blog foi aquele que a levou a suspender a função de comentários, com mais de 1500 visitas, enquanto as suas opiniões sobre problemas específicos do Governo têm, em geral, recolhido à volta de mil visitas cada. Apesar de mencionar pouco os meios de comunicação social, as suas histórias pessoais também somam entre 300 a 600 visitas, o que indica um número consistente de leitores do blog. Susana Chou expressou gratidão para com os seus apoiantes, o que a irá continuar a motivar para escrever aquilo em que acredita.
torial, por forma a dedicar mais atenção a questões relacionadas com a doutrina social da Igreja, ao desporto e cultura. Em declarações ao jornal inglês Macau Post Daily, o bispo José Lai garantiu não ter feito nenhum tipo de pressão sobre o jornal: “Durante as últimas eleições pedi ao director para tomar as devidas precauções de forma a não servir de mecanismo de porta-voz de propaganda de pessoas do sector político”, disse o prelado, acrescentando que a publicação “não tem necessidade de acompanhar assuntos políticos”. José Pereira Coutinho reiterou a sua opinião sobre o assunto ao Hoje Macau e diz não estar preocupado por Florinda Chan ter dito que a sua referência não tem fundamento. “Contra factos não há ar-
gumentos. Não me interessa o que a secretária acha. A verdade é que esta determinação [de acabar com temas políticos em O Clarim] é um ataque à liberdade de expressão que tem uma conexão directa ao nome dela”, afirmou, lembrando o caso das sepulturas perpétuas atribuídas em 2001, assunto que fez manchete do semanário há quase um mês. O deputado garante estar seguro do que diz, já que foi o próprio jornalista José Miguel Encarnação, responsável pelo artigo sobre as campas, quem lhe revelou a conversa tida com o bispo D. José Lai, sobre a proibição de escrever sobre política e temas do Governo de Macau. “Os factos são claros. O texto sobre Florinda Chan espoletou a decisão. Com base nisso, nada mais é necessário ser dito”, referiu.
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6 Marco Carvalho
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As férias foram “curtas”, como sempre, e a maioria dos estudantes viajaram até à sua terra natal com os pais, onde aproveitaram para matar saudades da família e do país, lá longe na cauda da Europa, que lhes está em permanência no coração e na alma. Mas Macau é a cidade escolhida e é aqui que os estudos avançam. Para este ano lectivo estão inscritos 447 alunos, um decréscimo de 2,6% face ao ano anterior, que se repartem pelos quatro capítulos do sistema de ensino vigente: os três ciclos do Ensino Básico e por fim o Ensino Secundário, que leva os alunos até ao último patamar junto à fronteira que define a carreira profissional na escolha dos cursos universitários. Nesta última fase existe ainda um curso profissional pós-laboral que oferece “uma modalidade de educação decorrente do ensino secundário, que se caracteriza por uma forte ligação com o mundo profissional”, iniciado no ano lectivo 2009-2010 a EPM disponibiliza nos seus currículos o Curso Profissional de Administração: Técnico de Administração Pública, Tradução e Turismo; e um ano preparatório que possibilita que os estudantes não falantes de língua portuguesa, que venham de outras escolas e de outros sistemas de ensino, se adaptem de modo efectivo ao sistema português. Por essa via chegaram este ano mais alunos ao ensino básico do que no ano passado. Esse é aliás uma das medidas mais recentes dos responsáveis pela EPM para atrair alunos espalhados por outras escolas que por uma razão ou por outra torcem o nariz à EPM. Dentro das salas vão estar 44 professores a receber os alunos, este é o efectivo docente que compõe a EPM, acompanhados ainda de um professor a tempo parcial e de uma psicóloga que procura acompanhar os estudantes mais necessitados. É um abatimento acentuado se olharmos para 1999, ano em que a escola abriu as suas portas, com um total de 91 professores, na altura estudavam na EPM 1150 alunos, mais 703 do que no ano que vai abrir. Mas daí é preciso referir o golpe logo no primeiro ano, com a debandada de muitas famílias portuguesas a seguir à transferência de poderes, que retirou de uma assentada 290 estudantes. SUAVEMENTE
Hoje será um dia pela metade, uma abertura suave para um ano que se aponta como muito preenchido. Continua-se numa fase de transição
sociedade As aulas na Escola Portuguesa começam hoje
A fase de transição Será pelas 9h00 de hoje que irá tocar o “sino” da Escola Portuguesa de Macau (EPM), é um som a que os alunos já estão habituados, mas desta vez é um dia especial, ele marca o regresso às aulas. António Falcão | bloomland.cn
quinta-feira 9.9.2010
D. José da Costa Nunes, a opinião foi diferente, seis escolheram o ‘Sim’ e 17 o ‘Não’. Para os alunos que atravessam a margem para um nível mais alto há sempre uma apreensão latente e um certo nervosismo. “Sentem que vai ser diferente”, afirma uma das mães que preparou com afinco a entrada da sua filha no 2º Ciclo. A mães da Joana continua a apostar na EPM, mas refere que esta escolha depende sempre de muitos factores e é “cada caso é um caso.” Na sua opinião “está tudo bem”, mas por outro lado “também não está tudo bem ao mesmo tempo”, afirmando que “há sempre lugar há mudança e há sempre muita coisa para melhorar” que passam de áreas como “a cantina, com as refeições que se servem e o tipo de alimentos que dispõem, até ao próprio currículo.” É PRECISO ESTUDAR
depois da definitiva legislação que permite que o sistema actual se adapte mais ao contexto regional em que está inserido, fugindo da raiz quadrada definida pelos ministérios em Portugal. A direcção da escola promete para este ano algumas diferenças, numa tentativa de abrir caminho para esse desígnio. O primeiro passo será a utilização, pela primeira vez, de um manual específico sobre a história de Macau, para o ensino básico, que será apresentado em breve. Referido
por Edith Silva, directora da escola, desde o primeiro dia, sairá do prelo um volume de contos e lendas de Macau numa edição trilingue. A novidade é também a implementação de mais meia hora na carga horária dos alunos mais novos. Com esta medida os pequenos do 1º Ciclo passarão a entrar às 8:00 da manhã. Foi uma decisão que levantou alguma discussão no final do ano. Segundo as palavras de Carlos Simões, o presidente da associação de pais, “a mudança de horário foi
uma iniciativa do corpo docente da escola.” Uma decisão que partiu da premissa de que na passagem do 1º para o 2º ciclo se cavou um fosso com a introdução da reforma curricular na EPM, com disciplinas como o Mandarim, que vieram retirar tempo ao bloco principal gerido pelas professoras responsáveis por cada ano. Esta é uma medida que visa colmatar as dificuldades sentidas por alguns alunos durante esse salto. Foi feito um inquérito aos pais e o resultado ditou a mudança. Na EPM 46 votaram pelo ‘Sim’ e 28 pelo ‘Não’, destes as críticas são unânimes, afirmando ser “uma violência” para os alunos mais novos passarem tanto tempo na escola. Nessa perspectiva os pais dos alunos do patamar abaixo, no
Para a mãe de Francisco, que já está quase às portas da adolescência, este é um ano de novas experiências. “Quero responsabilizá-lo”, afirma com exactidão, “ele é que vai decidir se vai estudar muito ou pouco”, contextualizando a sua opção na decisão que os alunos devem ter sobre a sua vida escolar, dando-lhe a importância devida. É ela que vai definir todos os passos futuros e a maneira como se vai atingir o sucesso profissional. “É preciso aplicação e estudo”, dizem os mestre, caso contrário não se passa da cepa torta. Muitos dos alunos de Macau, no sistema de ensino mais amplo, acabam por abandonar os estudos ofuscados pela atracção de um emprego num casino. Não é o caso da maioria dos alunos portugueses que optam pelo ensino superior, na sua maioria em Portugal, mas muitos já a delinear outras opções, escolhendo outras universidades na Europa, na Ásia e também na Austrália. Questão vinculada ao longo dos anos, que já parece uma fábula, é a localização da EPM. Serve sempre a velha teoria, apontada por vários pais: “mudar só para melhor!” O local pode não ser o ideal, face ao congestionamento de tráfego, mas Macau é assim mesmo, e a maioria dos encarregados de educação afirma que “onde estamos, estamos bem.” Outra disciplina de discussão é a abertura do ensino para outras frentes, como forma de fazer face ao eterno decréscimo de alunos. “É sempre uma decisão política”, é o mote, “porque há sempre o Ministério da Educação envolvido” e por isso mesmo a escola “precisa de ter uma componente portuguesa muito genuína.” E assim: “prognósticos só no fim do campeonato.”
Moradores querem estacionamento de motos longe das suas portas e janelas Um grupo de moradores das ruas de São Domingos e Mercadores foi ontem à Direcção para os Assuntos de Tráfego (DSAT) a queixar-se da solução de parqueamento para motociclos encontrada pelo Governo para aquelas ruas da cidade. Segundo eles, as suas portas e janelas do rés-do-chão ficam completamente obstruídas com a autorização de estacionamento e não há espaço para a circulação de pedestres. Uma petição para a revisão da questão foi entregue à DSAT, sob alegações de que os motociclos estão a afectar seriamente a vida e a segurança dos moradores.
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Oxfam avança com processo e IACM retira apoio à Macau TrailWalker
Caminhada de obstáculos Vanessa Amaro
hojemacau@yahoo.com
A Macau TrailWalker, uma caminhada solidária agendada para este sábado em Coloane, continua a provocar discórdia. Depois de ter sido anunciado publicamente o apoio do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) ao evento, o organismo público veio agora demarcar-se da iniciativa. Ao mesmo, a Oxfam Hong Kong confirmou que tem bases legais para avançar com um processo para garantir a reputação da caminhada que organiza há mais de 20 anos na região vizinha.
O nome do IACM foi ontem “cortado” da lista de apoiantes da causa mencionado na publicidade do Macau TrailWalker. Segundo o porta-voz do organismo, Lai Chi Weng, o súbito desaparecimento deveu-se a “uma provável confusão por parte da organização”. “Só ontem [terça-feira] demo-nos conta de que estavam a utilizar o nosso nome e logótipo associado ao Macau TrailWalker. Houve um engano, já que o IACM não apoia e nunca apoiou tal iniciativa”, referiu ao Hoje Macau. Autoridades do IACM contactaram com a empresa Macau TrailWalker Lda. a so-
licitar uma rectificação, razão pela qual, explica o porta-voz, já na publicidade de ontem a entidade não aparecia. O apoio do Instituto do Desporto também desapareceu da caminhada, mas até ao fecho desta edição não foi possível obter reacções oficiais. Confusão e processo
A Oxfam Hong Kong voltou ontem à carga, depois de na semana passada ter acusado a empresa local de ter adoptado um nome que poderia causar confusão entre os participantes da iniciativa que organiza há mais de 20 anos sob o nome de TrailWalker.
A organização humanitária afirmou ao Hoje Macau que a sua equipa de advogados já avaliou a questão e que há matéria para se avançar com um processo. “A nossa acção legal contra o uso do nome TrailWalker pela Macau PokerStar TrailWalker vai basear-se no facto de competição desleal previsto no Código Comercial de Macau”, afirmou ao Hoje Macau Brenda Wong, responsável pela angariação de fundos da Oxfam Hong Kong. A Oxfam alega que a TrailWalker é um evento bastante conhecido em Macau e em todo o mundo e que a referência ao mesmo nome
Sands reitera que tem licenças para parcelas sete e oito do Cotai
É nosso e ninguém pode tirar As Obras Públicas dizem que a análise do processo está a decorrer na normalidade e que ainda não há decisão, mas a Sands China garante já ter licenças do Governo para já ter deitado mãos à obra nas parcelas sete e oito do Cotai. Depois da Sociedade de Jogos de Macau (SJM) ter enviado uma carta às autoridades locais a manifestar interesse pelos terrenos no Cotai – documento que a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) diz desconhecer -, o director-executivo
da empresa de Las Vegas, Michael Leven, emitiu um comunicado a dar conta que a terra já lhe está prometida e que não desistirá do projecto. Segundo explica Leven, a Sands China submeteu à apreciação uma candidatura detalhada para aproveitamentos dos lotes. “Em consequência disso, obtivemos as licenças de investigação e de consolidação das parcelas por parte do Governo de macau, que nos autorizou a entrar no local e a conduzir trabalhos substanciais
que à data já foram concluídos”, aponta o executivo. Posto isso, a empresa norte-americana acredita que o interesse da SJM na terra que já lhe custou 800 milhões de patacas em investimentos cairá em saco roto. “Não há razões para acreditar que a subsequente candidatura de uma terceira parte irá resultar”, julga Michael Leven. “Os nossos consultores continuam a tratar da candidatura com normalidade. Não recebemos indicações de nenhum departamento do Governo a apontar que algo não esteja bem.” - V.A.
Michael Leven
para fins diferentes “pode ser confudida”, o que seria altamente prejudicial. “Além disso, a Macau TrailWalker Ltd ter sido registada como empresa é irrelevante para o processo. Temos preocupações muito sérias sobre a utilização do nome, porque os participantes em Macau podem achar que estão a contribuir para a luta contra a pobreza por parte da Oxfam, o que não acontece”, refere Wong. As questões de segurança da caminhada pelos trilhos de Coloane também é questionada pela organização. Em Hong Kong, o percurso chega aos 100 quilómetros
e, embora em Macau não ultrapasse os 30 quilómetros na etapa mais exigente, a Oxfam receia que não estejam reunidas todas as condições para a iniciativa. “Pedimos aos participantes para prepararem-se para a prova e formamos mais de 3000 voluntários para assistilos ao longo do percurso. Há normas rigorosas de segurança a cumprir. A Macau TrailWalker não é comparável em termos de desafio, mas estamos preocupados se estão a ser seguidos padrões de segurança. Se acidentes ocorrerem, haveria um reflexo negativamente no nome TrailWalker”, explica a responsável pela angariação de fundos da Oxfam Hong Kong. Kowie Geldenhuys, director da empresa responsável pela caminhada em Coloane, não se mostrou disponível a comentar o assunto.
Comparações:
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8 António Falcão* hojemacau@yahoo.com
No âmbito da sua colaboração com alguns museus da China continental, o Museu de Arte de Macau apresenta mais uma exposição sobre pintura tradicional chinesa, trazendo até nós alguns trabalhos contemporâneos dos finais da dinastia Ming e início da dinastia Qing. São algumas obras que chegam por empréstimo do Museu de Nanjing. O título desta mostra é longo, o Museu de Arte de Macau não é dado a simplificações, prima pelo extenso da memória. “Luar Enevoado – Pinturas da Escola de Jinling das Dinastias Ming Tardia e Primórdios dos Qing da Colecção do Museu de Nanjing” vai estar patente a partir do dia 11 de Setembro e vai ocupar a Galerias de Pintura, Caligrafia e Cerâmica chinesas, no 4º andar do MAM, durante mais de dois meses. Conhecida na antiguidade como Moling e Jinling, Nanjing foi capital da China durante seis dinastias. A cidade capital dos Ming localizou-se primeiro em Nanjing antes de ser transferida para Pequim pelo Imperador Chengzu. Sendo por isso uma cidade de enorme importância cultural e económica. Em inícios da dinastia Qing, a maioria dos pintores de Jinling recusou-se a capitular à soberania estrangeira ou às tentações de dinheiro e poder. Muitos deles se decidiram por uma vida feita da venda ou do ensino da pintura. Estes pintores canalizaram os seus sentimentos patrióticos prestando homenagem nos mausoléus dos imperadores Ming em Xiaoling e escrevendo poesia. Sentimentos que acabaram por se reflectir na sua pintura e poemas, que marcariam os traços essenciais desta pintura. Nunca suporiam eles que um dia essas obras iriam estar expostas neste pequeno enclave de Macau virado ao mar. A exposição apresenta doze pintores de Os Oito Mestres de Jinling (designação genérica dos pintores de Jinling) e outros 17 pintores locais ou de visita a Jinling, totalizando 100 conjuntos, e um bom número de relíquias como a obra prima de Gong Xian Torre de Yueyang; Árvores Verdejantes Subindo até ao Céu, um dos
cultura MAM rebusca passado da tradição artística chinesa
Na penumbra da Lua partilhavam a mesma atitude política e áreas de trabalho, cultivando temas semelhantes e observando idênticos padrões estéticos, embora tivessem naturalmente estilos diferentes. Os Oito Mestres de Jinling é uma designação genérica que inclui, entre outros, Gong Xian, Fan Qi, Gao Cen, Zou Jie, Wu Hong, Ye Xin, Hu Zao e Xie Sun. Eram pintores profissionais, especializados em pintura paisagística, embora alguns também fossem exímios na modalidade “flores e pássaros”. Mas os seus estilos eram variados, na medida em que eram oriundos de escolas e tradições pictóricas diferentes.
Em inícios da dinastia Qing, a maioria dos pintores de Jinling recusouse a capitular à soberania estrangeira ou às tentações de dinheiro e poder. Muitos deles se decidiram por uma vida feita da venda ou do ensino da pintura.
mais famosos trabalhos de Shi Qi; Pavilhão Fresco de Shi Tao, uma pintura de paisagem em estilo realista; as 10 peças em rolo de Wu Dan’s intituladas Nove Montanhas e Três Rios e Poema de sete caracteres em escrita corrida de Zhou
Lianggong, o famoso artista de inícios da Dinastia Qing. A Escola de Jinling
Ao contrário de outras escolas, em regra definidas pelo seu estilo artístico, a Escola de Jinling é a designação genérica de um
grupo de artistas de Jinling – na época o centro político e económico da região de Jiangnan (Delta do Rio Iangtzé) – onde nos finais da dinastia Ming os membros da fu she (associação de literatos) se reuniam para trocar ideias. Com as dramáticas
mudanças políticas ocorridas neste período, a nobreza Ming, incluindo artistas de várias escolas e estilos de todo o país, procuraram refúgio em Jinling, onde se formou aos poucos uma activa comunidade artística, leal à dinastia Ming. Estes pintores
No entanto, eram considerados como um grupo, pois ao contrário das escolas ortodoxas que advogavam “seguir os artistas antigos”, estes assumiam uma atitude mais inovadora. Buscando inspiração na natureza, descreveram sobretudo as paisagens de Jinling, utilizando uma técnica que combinava o estilo de pintura paisagística do Norte, característico do período das Cinco Dinastias e do início do período Song, com a pintura decorativa da corte imperial, típica da dinastia Song do Sul.
Jean-Luc Godard: Óscar é apenas um pedaço de metal
quinta-feira 9.9.2010
Anunciado pela Academia de Hollywood que Jean-Luc Godard iria receber um Óscar honorário. O realizador francês anunciou no entanto que não se deslocará aos Estados Unidos devido à sua idade, 79 anos, informou a sua mulher, Anne-Marie Mieville. Mas também por outra razão: afinal, o realizador terá dito, “estes não são os verdadeiros Óscares”. Godard pensou inicialmente que o Óscar honorário seria entregue durante a cerimónia dos Óscares, mas depois “percebeu que seria num jantar em Novembro”, explicou Mieville. “Ele está a ficar velho para este tipo de coisas. Vocês fariam uma viagem dessas por causa de um pedaço de metal?”
Angelina repudia queima cópias do Alcorão
O acender da chama
Esta é uma mostra que pretende levar o visitante à descoberta do estilo artístico e criatividade únicos que emergiram no ambiente político e cultural especial desta antiga capital do grande império chinês. Para complementar a exposição serão realizados seminários sobre o tema com cerca de 30 académicos estrangeiros e do Interior da China. *com MAM
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A actriz Angelina Jolie juntouse ontem a um coro crescente de oposição ao plano de um padre americano de queimar cópias do Alcorão no aniversário dos ataques de 11 de Setembro, temendo que a iniciativa possa incentivar o ódio religioso. O evento de queima do Alcorão, planeado para o Sábado pelo pastor Terry Jones, que chefia uma pequena igreja pouco conhecida da Flórida, está alimentando temores crescentes sobre o aumento nas tensões entre cristãos e muçulmanos nos Estados Unidos e também em outros lugares do mundo. Jolie, premiada com um Óscar, está de visita ao Paquistão para chamar a atenção para a situação de milhões de vítimas das piores enchentes na história do país. Declarando que jamais seria favorável a planos
desse tipo. “É claro que não. É claro que não”, disse num conferência de imprensa, quando lhe foi perguntado se apoiava os planos do pastor Jones. Jolie disse que “mal tinha palavras” para expressar a sua oposição à queima do texto religioso de qualquer fé. Saudando, do mesmo modo, a oposição do governo americano aos planos, que já suscitaram protestos irados no Afeganistão, onde tropas americanas combatem militantes dos Taliban. Comandantes militares americanos em Cabul avisaram que a queima do Alcorão colocará vidas de americanos em risco no Afeganistão. A Casa Branca e o Departamento de Estado divulgaram advertências, deixando claro que o governo do presidente Barack Obama condena o plano.
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Toshiba apresenta concorrente da Apple
Desculpe... iQuê? O grupo japonês apresentou na quinta-feira, em Berlim, durante a conhecida feira internacional de produtos electrónicos IFA, um novo aparelho - o Folio 100 - que deverá ser lançado internacionalmente no final do ano. É um tablet, funciona com o sistema operativo Android da Google e pretende ser um concorrente do iPad da Apple, e que revolucionou a maneira de olhar para uma publicação. O aparelho, desenvolvido pela electrónica japonesa Toshiba, pode chegar aos mercados europeu, asiático e africano já este ano, embora não se saiba ainda a data do seu lançamento no Japão e Estados Unidos. O equipamento tem 25,7 cm de comprimento, 1,4 cm de espessura, um ecrã táctil de 10,1 polegadas e pesa pouco mais de 750 gramas. Conta também com uma webcam de 1,3 megapixéis e possibilidade de videoconferência, o que
o iPad ainda não permite. Depois do Galaxy Tab da sul-coreana Samsung ter sido apresentado na quinta-feira, surge, assim, em simultâneo mais um produto que pretende concorrer ao lado do iPad da Apple. O Folio 100 não é o primeiro produto da Toshiba no campo dos leitores electrónicos. Já em deste ano colocou o JournE Touch no mercado europeu de 2010, um mês antes do lançamento do iPad na Europa. Segundo especialistas da empresa produtora do equipamento, o novo aparelho com acesso a redes de Internet Wi-Fi deverá custar à volta dos 400 euros, cerca de 4200 patacas. Apesar do lançamento destes novos aparelhos, vários críticos e especialistas, citados na imprensa internacional, acreditam que o iPad vai continuar a ser o produto dominante no sector de mercado, pelo menos até 2012.
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Marco Carvalho
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Virtualmente afastada da luta pelo título no âmbito da presente edição do principal Campeonato de Futebol de Sete do território, a formação da Casa do Futebol Clube do Porto em Macau continua na corrida por um dos lugares cimeiros na competição, mas a tarefa não se afigura fácil. Os dragões do território contam com dois rivais de peso na difícil demanda por uma eventual segunda posição da tabela, numa odisseia desportiva em que ninguém se afigura disposto a perder terreno para os adversários. Com o Lam Pak na liderança isolada da prova, Kuan Tai, Hong Ngai e Futebol Clube do Porto protagonizam uma acérrima peleja pelo segundo lugar na Série A da “Bolinha” e se uma equipa diz “mata”, somando ao currículo nova vitória, a outra apressa-se a responder e logo diz “esfola”, pagando na mesma moeda a ousadia do adversário. Este tem sido o princípio que governa a evolução da presente edição do Campeonato de Futebol de Sete e esta semana, quase em jeito de comprovativo, não foi excepção. O Futebol Clube do Porto inaugurou no início da semana a quinta ronda da prova, com uma vitória tranquila sobre a selecção de Sub 23 da Associação de Futebol de Macau e um dia depois, na terça-feira, o Hong Ngai respondeu na mesma medida com um triunfo sofrido sobre o sete da Autoridade Monetária e Cambial de Macau. Depois de ter vencido
desporto
António mil-homens
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Porto soma e segue, mas Hong Ngai não desarma
Amor com amor se paga
na semana passada o Grupo Desportivo da Polícia de Segurança Pública com golos de Alison Brito e Kuok Siu Tin, os dragões do território mantiveram a veia ganhadora, ao levar a melhor sobre os jovens da selecção de Sub-23 num encontro que se adivinhava difícil para o conjunto orientado por Daniel Pinto. A formação azul e branca não se deixou atemorizar pela genica e pela juventude do adversário, inaugurando o marcador aos 17 minutos, num lance concluído pelo brasileiro Marcus Vinicius Tavares. Os dragões do território
Portugal continua a vencer no Campeonato da Europa, e depois de bater na terça-feira a Itália por 4-1, onem foi a vez de esmagar a Inglaterra. Com a goleada por 14-1, os portugueses colocam-se praticamente nas meias-finais, faltando ainda saber o resultado desta 2ª jornada entre a Alemanha e a Itália. Num encontro onde Portugal era favorito, os hoquistas portugueses não defraudaram as expectativas e ao intervalo
recolheram ao balneário a vencer pela margem mínima, depois de terem controlado o andamento da partida durante toda a primeira parte e no regres ao relvado sintético do campo do Complexo Desportivo do Colégio D. Bosco não deixaram créditos por mãos alheias, dilatando a vantagem menos de quatro minutos depois do árbitro apitar para o recomeço do encontro. Un Ka Hei foi o autor do tento, estreando-se assim a marcar com a camisola do Futebol Clube do Porto. Aos 33 minutos, os jogadores da Selecção de Sub-23 ainda conseguiram reduzir, mas a reacção da formação
jovem da Associação de Futebol de Macau não deu para mais e aos 36 minutos, Alison Brito marcou o terceiro da formação portista, quinto da conta pessoal na presente edição do Campeonato da Bolinha. O avançado caboverdeano só não conseguiu marcar no encontro frente à toda poderosa formação do Lam Pak. Á vitória do conjunto azul e branco, respondeu o Hong Ngai na terça-feira com um triunfo periclitante frente à Autoridade Monetária. O Hong Ngai, que na terceira jornada surpreendeu o Futebol Clube do Porto, sofreu ainda assim
Portugal vence Inglaterra em hóquei patins
Tudo sobre rodas já venciam por 6-0. Karl Smith ainda apontou o tento de honra para os ingleses, mas Portugal acabaria por vencer por 14-1. Ricardo Oliveira esteve em destaque ao apontar seis golos, sendo auxiliado por Luís Viana (2) Pedro Moreira (2), Ricardo Barreiros, Reinaldo Ventura,
Tiago Rafael e André Azevedo. Portugal defronta hoje a Alemanha na 3ª e última jornada da fase de grupos, devendo seguir para as meias-finais, onde encontraram a Espanha e Suíça que com os triunfos de ontem, disputam amanhã o primeiro lugar do grupo.
a bom sofrer para levar a melhor sobre o adversário e até começou o encontro a perder, depois de Chan Man ter colocado a Autoridade Monetária em vantagem ao minuto 16. O Hong Ngai repôs o equilíbrio no placar antes ainda do fim da primeira parte, com Cheng Siu Wai a marcar o golo do empate aos 21 minutos. Aos trinta minutos, cinco minutos volvidos sobre o início da segunda parte, Cheng Chun Man rematou de forma vitoriosa para o segundo golo do Hong Ngai, selando desse modo a marcha do marcador.
Na série B, o equilíbrio é a nota dominante, ainda que o Ka I continue a exercer o seu domínio quase de forma inexpugnável. A formação orientada por Rui Cardoso – que se encontra ausente em Portugal – derrotou na terça-feira o sete do Hac Sa por duas bolas a zero. Do outro lado do espectro de conquistas a que o Ka I habituou os seus adeptos ao longo da época, está o histórico Hoi Fan. Enredada numa crise profunda, a formação do Clube de Natação Hoi Fan foi ontem goleada por cinco bolas a uma pelo quase desconhecido sete da formação do Taxi Chi Iao.
FIA decide não punir a Ferrari no “caso Alonso”
quinta-feira 9.9.2010
A Federação Internacional do Automóvel (FIA) decidiu não punir a Ferrari, nem os seus pilotos, na sequência da investigação ao caso protagonizado a 25 de Julho, no Grande Prémio da Alemanha. Recorde-se que responsáveis da equipa italiana ordenaram a Felipe Massa que reduzisse a velocidade para que Fernando Alonso passasse à frente e vencesse a prova. A Ferrari já foi obrigada a pagar uma multa de 100 mil dólares (mais de 77 mil euros), ordenada pela FIA logo após o incidente, e, após deliberação decidiu que a punição seria apenas essa.
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Presidente do Sindicato dos Jogadores alerta
Toni diz que selecção precisa de reforma
Joaquim Evangelista alertou para o facto de Portugal continuar a ser o país do Mundo que mais jogadores brasileiros importa e pede medidas para uma realidade que pode colocar em risco o futebol português. De acordo com dados da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Portugal recebeu na época passada181 jogadores para os clubes nacionais, três vezes mais relativamente ao segundo maior contingente - a Alemanha recebeu 60. O presidente do Sindicato de Jogadores alertou para o problema durante uma conferência de imprensa para a apresentação de um estudo sobre as nacionalidades dos jogadores na I e II Liga. “Na época passada, a liga principal de futebol teve 46 por cento de jogadores portugueses contra 54 por cento de estrangeiros, ao passo que
Toni não se recorda de uma situação igual em torno da equipa das “quinas” e embora reconheça erros no trabalho de Carlos Queiroz, considera que a solução para a selecção nacional de futebol passa por “uma reforma estrutural”. “Não me lembro de uma situação igual e pouca gente se lembrará da sucessão de factos e resultados que se vivem, e que não podemos dissociar do que está a acontecer à selecção”, disse à agência Lusa o antigo treinador que fez parte da equipa técnica do Euro84, a par com Fernando Cabrita, António Morais e José Augusto. Toni considera que, no “meio do vulcão ou terramoto” que se vive, “não estão criadas condições para a selecção ter sucesso”, já que não tem “estabilidade e tranquilidade para viver esta convulsão” de acontecimentos.
O perigo brasileiro
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na II Liga houve 77 por cento de portugueses e 33 por cento estrangeiros. Portugal é o terceiro país europeu com mais estrangeiros nas suas ligas profissionais, atrás de Inglaterra e Chipre” afirmou Evangelista. Para o presidente do Sindicato de Jogadores Profissionais de Futebol, a maioria dos atletas estrangeiros não acrescenta qualidade ao futebol português, considerando ainda haver uma relação directa com as más prestações das várias selecções nacionais. “Isto está a colocar em perigo o futebol português. Ainda por cima a maior parte dos estrangeiros que vem não acrescenta qualidade”, assinalou Evangelista, estabelecendo uma relação directa com “as más prestações das várias selecções nacionais”. “As grandes gerações estão a acabar e não há regeneração”, alertou.
Não há memória
Portugal que perdeu terça feira frente à Noruega e empatou a quatro golos com o Chipre, está a ter um dos piores inícios de uma qualificação da sua história. O técnico diz ser fundamental que se implementem reformas estruturais, que vão demorar o seu tempo a terem resultados. “É importante analisar o que
aconteceu desde 1996 para cá, só falhamos o mundial de 1998. Desde aí que há uma sucessão de presenças em campeonatos do Mundo e da Europa. Por isso pensámos todos que estava tudo bem, porque havia resultados”, explicou. “Há que reformular a estrutura federativa, a estrutura técnica e olharmos para a frente. O ‘viveiro’ das selecções AA são os sub-21 os sub-20, sub-19 e sub-18 e veja-se o que há para aí”, alertou Toni. Sobre Carlos Queiroz, Toni defende que o seleccionador nacional “cometeu alguns erros”, avançando que seria a pessoa ideal para assumir um cargo de “director técnico nacional”, pelo método de trabalho que tem. “Considero o Carlos Queirós um indivíduo inteligente, não esperto, mas inteligente, mas cometeu alguns erros que eu pensava que pela sua inteligência não cometeria, mas acabou por embrulhar-se nesses erros. Estaria melhor no cargo de director técnico nacional”, rematou.
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o Hoje [r]ecomenda
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[f]utilidades Su doku [ ] Cruzadas
HORIZONTAIS: 1 – Espaço de tempo que a Terra gasta numa translação completa em volta do Sol; receptáculo ou bolsa de tecido, couro, plástico, etc., aberto em cima e fechado no fundo e dos lados; caminhava. 2 – Sem companhia; qualidade ou estado de seco. 3 – Matéria porosa que serva para purificar e clarificar um líquido; parte inferior ou terminal dos membros inferiores. 4 – Deseje; contr. da prep. designativa de falta, exclusão, ausência, condição, excepção. 5 – Molusco marítimo cefalópode, de tentáculos retrácteis; parte do dedo no qual a unha se encaixa. 6 – Planta lilácea da China; mulo; lanço secundário de estrada ou caminho-de-ferro, para pôr em comunicação certas localidades com a via principal. 7 – Concha ou prato da balança; peça ou máquina simples de forma circular e própria para mover-se em torno de um eixo e que, geralmente, serve para imprimir movimento. 8 – Cordel delgado; grande massa e extensão de água salgada. 9 – Aqui está; prejuízos. 10 – Divisa; batráquio anfíbio aquático, anuro, da família dos ranídeos; germe (fig.). 11 – Árvore leguminosa cesalpinácea; espaço coberto de vegetação no meio de um deserto. VERTICAIS: 1 – Betume espesso, escuro e luzidio, que contém hidrocarbonetos e substâncias minerais, resíduo da destilação do petróleo bruto; cada um dos anéis que faz parte de uma cadeia. 2 – Laçada; forma apocopada de muito; leal. 3 – Bílis; cisão religiosa, política ou literária. 4 – Sétima nora da escala musical; mau humor; grito aflitivo. 5 – Coloca selo em; designa dor; admiração, repugnância (interj.). 6 – Cerimónia pública e solene (pl); desejar. 7 – Frequentar; o homem de estatura muito mais baixa do que a normal. 8 – Declamo; terra amassável, própria para trabalhos de olaria. 9 – Que está no lugar mais elevado; sinal radiotelegráfico internacional para pedir socorro. 10 – Rasto; observei. 11 – Besta de carga; as nossas pessoas.
Soluções do problema HORIZONTAIS: 1-ANO. SACO. IA. 2-SO. SECURA. 3-FILTRO. PE. 4-AME. AOS. SEM. 5-LULA. SABUGO. 6-TI. MU. RAMAL. 7-CUIA. RODA. 8-FIO. MAR. 9-EIS. DANOS. 10LEMA. RA. OVO. 11-OLAIA. OASIS. VERTICAIS: 1-ASFALTO. ELO. 2-NO. MUI. FIEL. 3-FEL. CISMA. 4-SI. AMUO. AI. 5-SELA. UI. 6-ACTOS. AMAR. 7-CURSAR. ANÃO. 8-ORO. BARRO. 9-SUMO. SOS. 10-PEGADA. VI. 11-AZEMOLA. NOS.
REGRAS |
Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição solução do problema do dia anterior
Klaxons - ”Surfing The Void”
“Surfing The Void” é o resultado de um longo período de incubação em estúdio. Enquanto figuras tutelares de um movimento que não durou mais do que uma estação, o nu-rave, aos Klaxons colocou-se o desafio de abandonar esse nicho estilístico e procurar outras paragens notando-se um desejo de ruptura. O disco é complicado não deixando de trazer à memória o seu irmão mais velho. Requer audições recorrentes até atingir o ponto.
[ Te l e ] v i s ã o
20:00 Play Misty For Me 22:00 Force 10 From Navarone 00:00 Tmz 318 00:20 Lost Boys : The Tribe
TDM 13:00 TDM News - Repetição 13:30 Jornal das 24h 14:30 RTPi DIRECTO 18:10 Noruega vs Portugal (Apuramento Euro 2012) - Repetição 19:30 Olhos de Água 20:28 Acontecimentos Históricos 20:30 Telejornal 21:00 Jornal da Tarde da RTPi 22:10 Novela: O Clone 22:58 Acontecimentos Históricos 23:00 TDM News 23:35 Casas com História 23:50 Câmara Café 00:30 Telejornal (Repetição) 01:00 RTPi DIRECTO INFORMAÇÃO TDM
MGM 43 11:45 The Group 14:15 Committed 15:45 SFW 17:15 Mr. Hercules Against Karate 19:00 Cutter's Way 21:00 Dancehall Queen 22:45 Wicked Stepmother 00:15 Kidnapped DISCOVERY CHANNEL 50 13:00 Mythbusters - Seesaw Saga 14:00 Eco Taiwan: Species Wars 15:00 River Monsters - Congo Killer 16:00 Build It Bigger - Abu Dhabi Central Market 17:00 Dirty Jobs - Bridge Painter 18:00 Factory Made 19:00 Perfect Disaster - Solar Storm 20:00 How The Universe Works - Stars 21:00 Build It Bigger - Port Of Rotterdam 22:00 Construction Intervention - Real Deal Barbershop 23:00 Howe & Howe Tech - Subterranean Rover Blues 00:00 Build It Bigger - Port Of Rotterdam
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[O]bjectiva EPA/FRISO GENTSCH
13 Raio [X] As linhas de asfalto ou de terra batida ou de caminhos de ferro ou lá o que nos espera daqui a 16 kms Maria José
O Museu Picasso em Münster na Alemanha celebra o seu 10º aniversário
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• CHURRASCÃO Nova Taipa Garden, Block 27 G/F, Taipa 2884 37392884 3994 • Yin Alª Dr Carlos d’Assumpção 33 2872 2735
shanghai Cineteatro | PUB
Sala 1 shanghai [C] Um filme de: Mikael Håfström Com: John Cusack, Chow Yun-fat, Gong Li 14.30, 16.30, 21.30 SALA 2 The stool pigeon [C] Um filme de: Dante Lam Com: Nick Cheun, Nicholas Tse, Lun-mei Guey 19.15
• Fogo Samba VENETIAN-Grand Canal Shoppes Apt 2412 2882 8499
[ ] Cinema going the distance [c] Um filme de: Nanette Burstein Com: Justin Long, Drew Barrymore 14.30, 16.30, 19.30, 21.30 Sala 3 Step Up 3 [b] Um filme de: Jon Chu, Com: Rick Malambri, Adam G. Sevani, Sharni Vinson 14.30, 16.30, 19.30, 21.30
E se te dissesse que te senti a falta mesmo não existindo tempo? E que fotografei os meus olhos em contra luz porque é assim que vejo os teus? Que corri e gritei para apanhar o comboio depois de me ter embebedado num trago? E que andei de lenço na cabeça para escapar aos gafanhotos, com o vestido branco que mudou de cor e que pouco me importei? E se te contasse daquela boleia no carro vermelho de Pekra a Cver com a música aos berros “niet gazoline” diziam eles... Da queda de lambreta e do prazer de sentir o sangue e a linfa a escorrerem do joelho pela perna até ao pé? E se te dissesse que dormi no convés e que no chão estendida observei os rapazes e percebi os seus jogos e danças de sedução? Que persegui crianças com a minha máquina e as imobilizei contra vontade? Que fotografei ilhas, o pôr do sol e o quarto vazio, que não falhei nenhum cliché? E se te contasse que fui apanhada pela polícia num acto ilegal? E te mostrasse o que assentei no meu caderninho? “Poetry will be seen in the final flash of nuclear annihilation,” Silently screaming, ‘I told you so!’ esta estava numa parede, mas há mais. E se te dissesse que fiz desenhos sem olhar para o papel e que cantei alto com os auscultadores nos ouvidos “Just a Perfect Day” do Lou Reed.? Que comi mal, arrotei e esfreguei a barriga sempre que me apeteceu? E que me deliciei ao sentir a água a passar por entre as pernas quando mergulhei nua? E se te pedisse que me explicasses porque tenho vontade de te dizer isto? E te dissesse que não sei para quem falo, que sem corpo não há espaço nem passa o tempo e que a única razão para gostar de ti é gostar de mim a pensar em ti mas que não deixo de desejar a tua boca?
[Não vejo a Maria há uma data de tempo e tenho saudades dela]
Anúncio: Tem algum Raio X para mostrar ao mundo? O Hoje Macau recicla as suas radiografias, sem custos, sem uso de maquinaria moderna, sem corpo médico. Basta que as envie ao nosso cuidado para raiox@hojemacau.com.mo e nós tratamos das suas maleitas. Mostre-nos o que os outros não vêem. Sem medo. Ficamos à sua espera. Obrigado.
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opinião ca der n o di á r i o Pedro Correia
SEGUNDA, 30 É, sem dúvida, um dos acontecimentos editoriais do ano em Portugal. Vou mesmo mais longe: é um dos acontecimentos editoriais dos últimos anos. Refiro-me ao lançamento de uma grande biografia de António de Oliveira Salazar – algo que vem colmatar uma enorme lacuna na historiografia portuguesa. Salazar, de Filipe Ribeiro de Meneses – um livro que hoje me chegou às mãos e de imediato comecei a ler, com a convicção antecipada de estar perante um título que servirá de referência a futuros investigadores desse tema inesgotável que é o salazarismo. O mais curioso é o facto de não estarmos perante uma obra original: este Salazar foi editado originalmente em 2009, em versão inglesa, por uma casa editorial norte-americana, graças a uma bolsa concedida em Dublin ao autor português, que vive na Irlanda. Durante um ano, Filipe Ribeiro de Meneses pôde fazer um levantamento exaustivo de documentação em arquivos e hemerotecas, beneficiando também do trabalho pioneiro de Alberto Franco Nogueira, que em 1977 lançou o primeiro volume da sua monumental biografia dedicada a Salazar. Essa biografia tinha, no entanto, um carácter apologético, como aliás seria de esperar: Franco Nogueira foi o último ministro dos Negócios Estrangeiros de Salazar, entre 1961 e 1968, e nessa qualidade funcionou então como o seu mais próximo colaborador. O Salazar que Franco Nogueira nos deu a conhecer há 30 anos tinha ainda assim aspectos muito reveladores, designadamente em relação à infância, anos de formação académica e à etapa inicial de governante do político que mais marcou o século XX português, e também a aspectos da sua vida privada, designadamente as mulheres por quem se foi apaixonando, contrariando a ridícula propaganda de décadas, que o pretendia “casado com a pátria”. Mas Franco Nogueira não foi – nem pretendeu ser – isento. A sua admiração por Salazar era notória. Os seis volumes que redigiu padeciam de um defeito simétrico ao das inúmeras obras surgidas nos anos imediatamente após o 25 de Abril destinadas a diabolizar o ditador sem proporcionar aos leitores dados suficientes que lhes permitissem tirar as suas próprias conclusões. É precisamente o que Ribeiro de Meneses se propõe nesta biografia de quase 800 páginas divididas em 13 capítulos agora lançada pela Dom Quixote. Tarefa facilitada, desde logo, por uma característica geracional: o autor nasceu em 1969, um ano antes da morte de Salazar, e por isso consegue estudá-lo com a mesma distância analítica com que qualquer de nós olharia (por exemplo) para o Marquês de Pombal, Mouzinho da Silveira ou Fontes Pereira de Melo. Esta proclamada isenção, de clara inspiração anglo-saxónica, aumenta a minha expectativa em torno desta obra que, como o autor explica no prefácio, “aspira a ser muito mais do que uma visita introdutória” a Salazar
Chega ao fim o processo Casa Pia. Com pesadas sentenças condenatórias a seis dos sete arguidos, incluindo Carlos Cruz, o antigo provedor da Casa Pia Manuel Abrantes e o embaixador Jorge Ritto, que Macau chegou a conhecer. enquanto político. Felizmente a historiografia portuguesa foi-se libertando da escola dos Annales, que durante décadas menosprezou as biografias, que praticamente desapareceram do mercado, com a sua visão da História como um conjunto de grandes “estruturas” sociais e económicas, onde o indivíduo se diluía em vagas de estatísticas. Como se a História não se devesse também – há quem diga sobretudo – a enormes rasgos individuais. QUARTA, 1 Os programadores televisivos portugueses – e já não falo dos nossos exibidores cinematográficos, pois essa é uma guerra há muito perdida – só podem andar muito distraídos. Se não andassem, já teríamos certamente visto, num dos canais de televisão em sinal aberto, a reposição dessa obra-prima do cinema que é O Grande Carnaval, de Billy Wilder (The Big Carnival). Vem mesmo a propósito dessa história fascinante, que o mundo por estes dias acompanha com atenção, dos 33 mineiros chilenos soterrados a 700 metros de profundidade, no deserto do Atacama. Algo nesta história me faz lembrar irresistivelmente o enredo do filme de Wilder, que tem Kirk Douglas como protagonista. Também no filme um homem fica soterrado no subsolo, vivendo dias de ansiedade na
c arto o n
expectativa de ser socorrido. E também esse acontecimento, algures num lugarejo perdido do Novo México, ganha ampla repercussão mediática. O filme funciona como uma poderosa crítica à imprensa sensacionalista no seu afã de encontrar “histórias com interesse humano” que possam vender papel. Douglas é um jornalista sem escrúpulos, chamado Chuck Tatum, que converte o drama do indivíduo encurralado num grande espectáculo para consumo de massas. Mobiliza todos os meios que imagina para puxar à lágrima fácil e fazer acelerar a pulsação dos leitores. Chegando ao extremo de subornar algumas autoridades para retardar o resgate do indivíduo, de modo a que o filão não se esgote demasiado depressa. A história acaba mal, como cedo pressentimos, neste filme que devia ser visto e debatido em todos os cursos de jornalismo. Porque aqui se traça uma fronteira nítida entre jornalismo como serviço público, que jamais pode existir sem parâmetros éticos, e a contrafacção noticiosa, que manipula factos ao sabor de estratégias de baixo comércio, vigarizando o público. É um filme que interpela a consciência dos jornalistas – e de todos os consumidores
de informação, de modo geral. Infelizmente, tornou-se um filme “invisível”: quem nunca o viu numa das antigas “noites de cinema” da RTP ou numa ocasional exibição na Cinemateca passa ao lado desta corrosiva sátira de Wilder, um cineasta que tinha uma visão desencantada do jornalismo. É pena. Porque o Chuck Tatum d’ O Grande Carnaval não passou de moda: ele continua aí, a criar mau “espectáculo” que faz passar por notícias. Se dependessem dele, os mineiros do Atacama tardariam o mais possível a ser socorridos. Para fazer render a história. E apelar ainda mais ao drama. E chafurdar ainda mais na lama. QUINTA, 2 Tanto no registo da comédia como do drama, Billy Wilder alcançou vários êxitos de bilheteira com filmes como Farrapo Humano (1945), O Pecado Mora ao Lado (1955), Quanto Mais Quente Melhor (1959) e O Apartamento (1960). Mas O Grande Carnaval (1951), sintomaticamente, foi um dos seus maiores fracassos comerciais: o público norte-americano não estava preparado para se ver retratado de forma tão impiedosa neste filme que demonstrava como um repórter sem escrúpulos pode manipular largas audiências, tal como um político demagogo. Nem a assombrosa interpretação de Kirk Douglas, então no auge da carreira, funcionou como chamariz para as plateias. Só muitos anos depois O Grande Carnaval conquistou o estatuto de filme de culto. Após ter sido proibido em países como Singapura, alegadamente por transmitir uma “imagem cruel” da sociedade norte-americana. Por vezes nada há tão chocante como a exactidão de certos retratos. SEXTA, 3 Chega ao fim o processo Casa Pia. Com pesadas sentenças condenatórias a seis dos sete arguidos, incluindo Carlos Cruz, o antigo provedor da Casa Pia Manuel Abrantes e o embaixador Jorge Ritto, que Macau chegou a conhecer. Culminam neste acórdão de duas mil páginas oito anos de investigações e seis anos de julgamento durante o qual foram interrogadas mais de mil testemunhas. A justiça aplicou-se enfim. Longe da perfeição, claro. Desde logo, uma justiça lenta é sempre uma justiça tendencialmente injusta. De qualquer modo, a conclusão (provisória) deste processo, que transitará agora para sede de recurso, permite estabelecer um consenso social em Portugal contra esse repugnante crime que é a pedofilia. Um crime a que demasiada gente fechou os olhos durante demasiado tempo, incluindo os agentes da autoridade. Bastaria isso para saudar a página que agora se vira na justiça portuguesa. Sem esquecer que nada disto teria vindo a lume sem o esforço de vários jornalistas, que tiveram o desassombro de lançar luz sobre uma rede que agia na sombra, impunemente, abusando de menores. Graças a eles, essa rede foi enfim desmantelada. Esperemos que para sempre.
Ninguém pode dizer com
verdade que todas as religiões são boas.
Padre Manuel teixeira [1912-2003]
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t r a ves s a da s ver da des Paulo Reis
36 anos de Liberdade de Imprensa em Macau
T
al como em Portugal, a Liberdade de Imprensa chegou a Macau com a chamada revolução de Abril, em 1974. Desde então, pesem embora alguns “incidentes de percurso”, jornais e jornalistas têm gozado de condições bastante razoáveis para o exercício da sua profissão. Não há registo, até hoje, de jornalistas mortos ou presos apenas por causa das notícias que tivessem publicado. Também não há memória de, tal como aconteceu ao falecido Leonel Borralho, fundador e director da Gazeta Macaense durante mais de 30 anos, jornalistas terem sido desterrados para a Taipa e obrigados a residir na ilha, durante algum tempo, por terem sido considerados perturbadores da tranquilidade pública, pelo Governador – pese embora aquele triste episódio do então secretário-adjunto para a Cultura, Salavessa da Costa, ao referir que havia “portugueses que não mereciam estar em Macau”, como comentário a notícias sobre uma greve dos trabalhadores da recolha do lixo, divulgadas em Portugal por correspondentes locais. Claro que, nesses “incidentes de percurso” houve alguns episódios curiosos. Alguns, conheço por me terem sido relatados por intervenientes e testemunhas. A outros, mais recentes, assisti pessoalmente. Uma característica comum a esses episódios é o facto de resultarem do exercício de poderes e competências do Governo, utilizando como instrumentos serviços e, nalguns casos autoridades policiais, para intimidarem ou pressionarem jornalistas. Lembro, a propósito disso, o famoso jantar de desagravo que foi organizado em honra de Carlos Assumpção, depois da dissolução da Assembleia Legislativa, e que foi atentamente seguido, vigiado e até filmado por agentes da autoridade – algo que, em Portugal, faria cair o Carmo e a Trindade. Ou o que aconteceu ao director de um semanário que, devido a notícias sobre o mesmo evento, passou algumas horas nas instalações da Polícia Judiciária, sentado numa cadeira e de cara virada para a parede. Em períodos perfeitamente distintos – leia-se nos consulados de Almeida e Costa e de Rocha Vieira – abundaram os processos judiciais contra alguns jornalistas e jornais. Nada de muito grave, porque a melhor forma
Em períodos perfeitamente distintos – leia-se nos consulados de Almeida e Costa e de Rocha Vieira – abundaram os processos judiciais contra alguns jornalistas e jornais. Nada de muito grave, porque a melhor forma de tirar dúvidas sobre a correcção do que se escreveu é discutir isso em tribunal, como diz frequentemente o meu bom amigo (e ex-chefe, dos tempos em que me iniciei na profissão como estagiário...) Rocha Dinis. de tirar dúvidas sobre a correcção do que se escreveu é discutir isso em tribunal, como diz frequentemente o meu bom amigo (e ex-chefe, dos tempos em que me iniciei na profissão como estagiário...) Rocha Dinis. Mas os processos judiciais tornam-se, no mínimo, incómodos, quando a Justiça parece dar razão a quem dela diz que é cega, mas não e surda. E aqui lembro, embora seja parte interessada, a única condenação de que fui alvo, por ter reproduzido um artigo do Tal & Qual na Gazeta Macaense. O autor do artigo e o semanário lisboeta, alvos de igual queixa e pelas mesmas razões, em Lisboa, acabaram por vê-la arquivada, no que se poderia apelidar, ironicamente, de “um país, dois sistemas”, no mau sentido. A cereja no topo do bolo, em matéria de tentativas de calar jornalistas incómodos, foi colocada por Rocha Vieira. Depois de actualizar o diploma que regulava a atribuição de subsídios à Imprensa, o último governador de Macau juntou o saber jurídico à ginástica olímpica com uns toques de magia. Com um salto mortal e duas piruetas incorporadas,
tirou da cartola uma interpretação fantasiosa da lei, considerando que só tinham direito a subsídio os jornais que já o recebiam, no momento da publicação do novo diploma. Aqueles que perfizessem três anos de existência depois disso, “mou’a”. Coincidência, sem dúvida: o único jornal que estava nessa situação era o Ponto Final, uma voz especialmente crítica do general que tentou impor em Macau “um regime de bota cardada e tropa na parada”. O pau e a cenoura foram, aliás, a base ideológica do general Rocha Vieira, em matéria de política de Comunicação Social. Ao Ponto Final, recusou-lhe um subsídio de escassos milhares de patacas mas encheu os bolsos do dócil Expresso com largos milhões de patacas, pagando toda a publicidade de uma edição da Revista desse semanário, para que uma edição especial sobre Macau saísse pura e alva, só notícia. Outros largos milhões foram para um suplemento publicitário, apregoado pelo cordato semanário como “um olhar credenciado sobre Macau”. Claro que Rocha Vieira não inventou
nada, porque já Almeida e Costa tinha feito melhor, ao financiar um jornal criado para o apoiar. O único aspecto em o General foi inovador teve a ver com as perseguições pessoais a jornalistas “anti-patriotas”, como diziam os seus acólitos, incluindo a família dos ditos cujos, tentando fazer com que os contratos das esposas e/ou parceiras de vida não fossem renovados e dando instruções para que nenhum serviço público as voltasse a contratar. A maquiavélica estratégia, no entanto, esbarrou logo à primeira com uma directora de serviços que disse um rotundo “não” a esta manobra rasteira. E por aí ficou. Nos governos de Pinto Machado e de Carlos Melancia, julgo que será justo afirmar que os jornalistas tiveram uma vida tranquila, com raras excepções e que não terão a ver com problemas idênticos aos que referi anteriormente. Após 1999, o Chefe do Executivo, Edmund Ho, fiel às suas responsabilidades, à Declaração Conjunta e à Lei Básica, atirou para o caixote do lixo a interpretação esdrúxula do General e repôs a legalidade, no que tocava à atribuição de subsídios. E não só. Na minha opinião, o anterior Chefe do Executivo merecia uma homenagem pública dos jornalistas de Macau, pela forma como nos soube respeitar e pelas condições que criou, para o exercício da nossa profissão. Quanto a Chui Sai On, até agora tem seguido a política do seu antecessor, tendo a seu crédito a criação do sistema de porta-vozes que facilita a vida a quem anda à procura de respostas. O episódio da lei de apoio judiciário aos funcionários públicos gerou alguma intranquilidade, mas penso ter sido algo semelhante a “erro de casting”, uma decisão apressada. Sobre a mais recente polémica, que envolve o Clarim, o Bispo, Florinda Chan e Pereira Coutinho, parece-me uma situação em que se grita que vem aí o lobo, mas não sei se haverá, de facto lobo ou se ele terá dentes assim tão grandes. Por outro lado, conversas pessoais são pessoais e assim devem ficar. E acusar com base em presunções, convicções ou coincidências, é sempre complicado. Um jornalista tem que ser fiel aos seus princípios. Se o pretendem obrigar a violar esses princípios, basta-lhe dizer que não e enfrentar as consequências que, normalmente, são pesadas – e nisto, falo do que sei, conheço e já experimentei.
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a fechar quinta-feira 9.9.2010
Pedras contra Sakineh ficam no bolso
O regime de Teerão anunciou ontem um prolongamento da suspensão da sentença de morte por apedrejamento pronunciada contra Sakineh Ashtiani – condenada por adultério e, posteriormente, homicídio. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros avançou que a suspensão se manterá enquanto as autoridades judiciais revêem o caso. “O veredicto referente às relações extra-matrimoniais foi suspenso e está a ser reanalisado”, afirmou Ramin Mehmanparast. A sentença de morte contra Ashtiani, de 43 anos e há cinco detida na prisão de Tabriz, fora originalmente suspensa em meados de Julho, na esteira da enorme onda de críticas e de condenação internacional – desde as Nações Unidas ao Vaticano. A decisão ontem anunciada surgiu apenas algumas horas depois de o Parlamento Europeu ter adoptado uma resolução reiterando as críticas à sentença de morte por lapidação e instando as autoridades de Teerão a reverem-na prontamente.
Filho suspeito da morte da mãe em Coimbra
O filho adoptivo de uma médica de 55 anos, que foi anteontem encontrada morta em casa, foi detido pela Directoria de Coimbra da Polícia Judiciária, por se tratar do presumível autor do crime de homicídio. De acordo com fonte policial, os indícios recolhidos contra o jovem de 24 anos, estudante do 4º ano do Curso de Medicina da Universidade de Coimbra, “são extremamente evidentes” e tudo aponta para que tenha havido “algum grau de premeditação” no crime. Os motivos que poderão ter estado na origem do homicídio são “complexos”, mas as relações familiares “muito tensas”, em particular entre mãe e filho, poderão ser parte da explicação. O corpo da médica foi encontrado terça-feira de manhã, pela empregada doméstica, num cenário de alguma violência. O filho adoptivo foi detido ainda ontem pela Polícia Judiciária
Fidel critica Ahmadinejad
Numa entrevista concedida a um correspondente da revista norte-americana The Atlanti, o antigo líder histórico cubano criticou duramente o chefe de Estado iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, por continuar a negar o holocausto. “Acho que ninguém sofreu mais calúnias do que os judeus. Diria até que sofreram muito mais do que os muçulmanos. Sofreram muito mais porque são acusados e caluniados por tudo”, disse. Ainda assim, Fidel não é a favor das sanções dos Estados Unidos e de Israel ao Irão, que considera gratuitas. Considera, ainda, que Israel só conseguirá garantir a sua segurança quando proceder ao desarmamento nuclear. O ex-líder cubano disse, ainda, que se fosse hoje não teria agido da mesma forma relativamente à crise dos mísseis de Cuba e não teria recomendado à então União Soviética que bombardeasse os Estados Unidos.
Queima do Corão provoca alerta mundial
A intenção anunciada por um grupo evangélico norte-americano de queimar exemplares do Corão no aniversário do 11 de Setembro está a provocar reacções de indignação nos EUA e no mundo. Depois dos generais no Afeganistão, também a Casa Branca e a NATO advertiram para os riscos que tal acção pode acarretar para as os soldados americanos. O "Dove World Outreach Center" é um grupo fundamentalista cristão da Florida que conta com cerca de 50 membros. Definindo-se como uma "igreja independente e do Novo Testamento", está decidido a queimar em público exemplares do livro sagrado dos muçulmanos no próximo sábado, para assinalar o nono aniversário dos ataques terroristas do 11 de Setembro. A iniciativa foi baptizada de "Dia Internacional de Queima do Corão” e, segundo a igreja, destina-se a recordar as vítimas dos atentados. O momento escolhido é particularmente sensível: coincide mais ou menos com o final do Ramadão.
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Despiste de autocarro em Marrocos põe fim trágico a férias de 44 turistas
Nove portugueses mortos Nove portugueses morreram e 36 ficaram feridos num acidente de autocarro com passageiros do paquete português Funchal, em Fnideq, norte de Marrocos. Segundo informações da Classic International Cruises, empresa responsável pelo paquete Funchal, uma das vítimas do acidente ocorrido esta manhã em Marrocos e que provocou nove mortos é o motorista do autocarro. A criança que seguia também na mesma viatura terá sobrevivido sem ferimentos graves. A empresa está ainda a finalizar o processo de identificação das vítimas. “O número de vítimas não deverá aumentar mais”, referiu Nuno Fonseca, porta-voz da Classic International Cruises, adiantando, no entanto, que se aguardam informações sobre as duas pessoas que foram alvo de uma intervenção cirúrgica de emergência. Sobre as críticas à assistência após o acidente, o responsável lembra que o despiste ocorreu numa “zona remota e não no centro de uma cidade” e acrescenta: “é natural que as pessoas reajam mal a um acidente, é sempre um choque e o socorro nunca é suficientemente rápido para quem está
envolvido”. De resto, Nuno Fonseca afirma que teve conhecimento do acidente “cinco minutos após ter acontecido” e que menos de 40 minutos depois já se encontravam equipas de socorro no local. Segundo informações prestadas por um representante do Governo espanhol em Ceuta, o acidente foi provocado por óleo na estrada misturado com a água da chuva que caia àquela hora. O motorista era o proprietário da empresa de autocarros que efectuava uma excursão à região e que envolvia mais quatro viaturas. A
viatura acidentada seria a que seguia na frente da excursão e as outras não sofreram qualquer acidente. Segundo Nuno Fonseca, dois dos cinco autocarros pertenciam a uma empresa subcontratada pelo agente marroquino que habitualmente trabalha com a operadora turística. Foi um destes dois autocarros que sofreu o acidente. Um testemunho local recolhido pela AFP disse que na altura do acidente “havia muito nevoeiro e caía uma chuva fina” e que o autocarro “guinou e caiu numa ravina”. Segundo a polícia marroquina, os feridos foram transportados para os hospital de Tetouan, Fnideq (perto de Ceuta) e M’diq (a dez quilómetros de Ceuta). De acordo com Nuno Fonseca, alguns feridos foram transportados para o hospital em Tetouan, mas a empresa está a proporcionar o transporte para que todos os passageiros sejam assistidos no hospital em Ceuta. Esta viagem - o “Cruzeiro do Fado” - começou no passado domingo, em Lisboa, tendo os 488 participantes passado por Gibraltar, Málaga e Ceuta, antes do regresso a Portugal.
tv russa mostra realidades diferentes
tiro de aviso para deter fugitivo
Há cerca de uma semana, Alexandra aparecia no telejornal do ORT, primeiro canal da televisão pública russa, como uma criança adaptada à nova realidade. As câmaras de televisão filmaram o primeiro dia de escola em Pretchistoe, vila natal da sua família, onde Alexandra (tratada como Sandra na Rússia) - hoje com sete anos - está a viver com a mãe. "Todo o país falava e conhecia Sandra há vários meses atrás. A sua mãe, Natália Zarubina [que viveu em Portugal durante vários anos], inicialmente entregou a menina a uma família de acolhimento, mas depois tentou recuperá-la [o caso chegou ao Tribunal da Relação de Guimarães]. Recuperou-a e trouxe-a para casa, de Portugal para a aldeia de Pretchistoe, no distrito de Iaroslavl", referia a jornalista na peça de televisão divulgada no início do mês. "Imagens filmadas durante o primeiro mês de Sandra na Rússia mostram que ela falava
Kahon Chan
O lado A e o lado B de Alexandra
e compreendia russo com dificuldade. Hoje, fala, compreende e comporta-se como uma aluna normal. Esta é a sua primeira aula. Num meio de uma confusão barulhenta, Sandra tenta, o mais depressa possível, ocupar o seu lugar, como todas as outras crianças", conclui a reportagem que quis mostrar a imagem de uma criança feliz e integrada. Alexandra desde os 17 meses de idade até ao ano passado viveu com a família de acolhimento em Portugal. Porém, um canal privado de televisão divulgou agora uma reportagem que contraria este cenário de harmonia e que parece mostrar que a criança pode estar em risco. As imagens, reproduzidas pela SIC em Portugal, mostram Alexandra a falar sobre a violência doméstica que alegadamente assiste diariamente. A peça fala também nos supostos hábitos alcoólicos da mãe. As autoridades russas ainda não reagiram a esta reportagem do canal privado.
Mais rápido que uma bala hojemacau@yahoo.com
Um agente do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) disparou um tiro de aviso para o ar no exterior do campus da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST), na Taipa, ontem à noite, numa tentativa de deter um homem em fuga. O agente do CPSP mandou parar um veículo privado na Avenida Wai Long, próximo ao campo da MUST, por volta das 18h30 e reparou que o motorista tinha afixado uma taxa de serviço de transporte de forma aparentemente irregular. Na sequência, o carro foi confiscado e o condutor interrogado. Durante a averiguação, o funcionário reparou que o indivíduo tinha o visto de trabalho (cartão azul) vencido e tentava ocultar um “objecto” que parecia ser uma arma. O homem recusouse a mostrar o objecto, recolheu uma pedra do chão e desatou a correr para escapar ao polícia
apesar de este várias vezes ter ordenado que parasse. O agente viu-se então obrigado a disparar um tiro de aviso para o ar, embora o homem tenha continuado a subir pela encosta ao longo da Estrada da Ponta da Cabrita. Um numeroso grupo de agentes deu início às buscas na área depois que o homem ter desaparecido no mato. A notícia depressa levantou discussões pelos fóruns da Internet em Macau, com muitas pessoas a questionarem a utilização de uma arma de fogo para deter um indivíduo em fuga. Houve ainda a preocupação geral de que a bala poderia atingir alguém quando regressasse ao solo. Atirar para o ar pode ser perigoso, como se viu noutros tiros de aviso disparados pelo CPSP nos protestos do 1.º de Maio de 2007. A bala é projectada para o ar a uma velocidade incrível. Quando regressa ao chão, a velocidade é normalmente suficientemente elevada para penetrar na pele humana.