Hoje Macau 24 JUN 2011 #2396

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AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

hojemacau MOP$10

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • SEXTA-FEIRA 24 DE JUNHO DE 2011 • ANO X • Nº 2396

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Ter para ler

TEMPO AGUACEIROS MIN 25 MAX 30 HUMIDADE 70-95% • CÂMBIOS EURO 11.4 BAHT 0.3 YUAN 1.2

Gastos nas missões ao exterior

VITÓRIA ACREDITA NA LEI

FERNANDA DIAS AS VISÕES E OS LIVROS

• PÁGINA 4

Contas do metro ligeiro derrapam mais 46%

Vai de metro, Santanás

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OPINIÃO Carlos Morais José

O REGRESSO DO LEOPARDO • PÁGINA 18

Jorge Rodrigues Simão

AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS E A TERRA • PÁGINA 19

O orçamento para a construção do metro ligeiro não pára de aumentar. Ontem, Lau Si Io anunciou aos deputados que esta fase já vai em 11 mil milhões de patacas. Mas os deputados consideram que o secretário não foi convincente e que, provavelmente, o preço irá ainda aumentar . > PÁGINA 7

Ana Cardoso

A DESIGNER ACIDENTAL • PÁGINAS 10 E 11


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ACTUAL

PCC não definiu calendário para a declaração de activos dos funcionários públicos

Falhas técnicas no sistema anti-corrupção

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Partido Comunista da China (PCC) disse na quarta-feira que não tem ainda calendário para implementar o tão esperado sistema de declaração de activos para os funcionários, devido a “razões técnicas”. Wu Yuliang, vice-secretário da Comissão Central de Inspecção Disciplinar (CCDI) do Comité Central do PCC, disse que faltam dois mecanismos vitais para que o sistema possa ser introduzido, um que cobriria a secção de crédito social - informações como histórico de crédito e empréstimo -, e outro de informações pessoais. Ambos são necessários para ser instalado e ficar apto a funcionar o sistema, antes que os funcionários sejam obrigados a divulgar os activos privados ao público. «Qualquer bom sistema tem que ter medidas de acompanhamento e um ambiente adequado para se tornar viável», disse Wu em entrevista colectiva citado pelo jornal China Daily, acrescentando que será difícil implementar o sistema

na China sem os dois mecanismos. Para o secretário, o público não vai confiar em contas fornecidas pelos funcionários, se não tiver acesso a estatísticas relevantes. Wu Yuliang disse, no entanto, que esta declaração de activos é uma medida anti-corrupção em muitos países, que tem eficácia

comprovada. «Estamos confiantes sobre a configuração de um sistema deste tipo», salientou. De acordo com a secção anti-corrupção do Comité Central do PCC, as directrizes para o período 2008-2012, vão acelerar a pesquisa e avaliação para configurar o sistema. A regulamentação, emitida no

CHINA | GOVERNO QUER ELIMINAR CORRUPÇÃO MAS IMPEDE SITES QUE A MENCIONAM

Estranha forma de vida U

M consultor de relações públicas chinês montou um portal na internet que permitia aos cidadãos colocar informações anónimas sobre a corrupção oficial. Apesar da popularidade, o tempo de duração do portal foi curto, já que o seu acesso foi bloqueado pelas autoridades para todas as pessoas que vivem na China. Chen acabou mesmo por fechar o portal, com medo de represálias. “O suborno converteu-se numa forma de vida na China e todo mundo é afectado”, afirmou o jovem dono de uma consultora de relações públicas na internet. A corrupção é um mal de grande escala no continente. A cúpula comunista já lançou várias campanhas públicas, na última década, para erradicá-la. Pesquisas públicas geralmente citam a corrupção como a principal queixa no país, e indicam que a situação piorou com a prosperidade económica. A breve história do portal de Chen reflecte a posição de Pequim na luta

contra a corrupção. Enquanto anuncia campanhas para combater o problema, o Governo Central teme envolver os cidadãos e correr o risco de haver uma explosão de fúria popular. Poucos dias antes do encerramento do site de Chen, surgiram outros dois portais similares, que foram igualmente fechados. “O problema da corrupção na China é profundo, especialmente com a falta de liberdade da imprensa. Por isso as pessoas tomam medidas extremas, como o suicídio”, afirmou Liao Ran, da Transparência Internacional, um grupo anti-corrupção sediado em Berlim. As mensagens anónimas do portal de Chen falavam de subornos de todos os tipos: funcionários que exigiam automóveis luxuosos e casas, polícias que pediam pagamentos para não emitir multas, médicos que recebiam dinheiro ilegalmente para garantir ao paciente que a operação seria segura. A imprensa divulgou a notícia sobre o portal, o que aumentou o alcance dos relatos indignados.

ano passado, obriga os funcionários a informar a renda pessoal, o status do emprego, o número de crianças e dados do cônjuge, bem como os seus interesses de propriedade e os investimentos. Mais de um milhão de funcionários em todo o país apresentou relatórios de activos para as organi-

zações do partido em 2010, de acordo com um documento distribuído na conferência de imprensa. Dados sobre a propriedade foram relatados por 851.353 funcionários, 606.813 relataram os seus investimentos e 805.269 relatou a situação de emprego dos seus filhos e cônjuge. Zhe Lin, professor de anti-corrupção na Escola do Partido do Comité Central do PCC, considera que vai ser preciso um longo período antes dos activos dos funcionários entrarem na arena pública.»O público na China não tem forma de saber disto, porque os detalhes são notificados apenas para o Partido», disse Lin. Wu alertou que as rápidas mudanças sociais e económicas fizeram da China «propensa à corrupção» e o PCC enfrenta um grande desafio. «A situação continua grave e temos uma tarefa difícil diante de nós.» Um total de 146.517 pessoas receberam a punição disciplinar e 5373 funcionários foram transferidos para tribunal em 2010.

CANDIDATOS A ACTORES CONTRATADOS COMO GUARDAS

A segurança que veio do palco C

ENTENAS de pessoas foram contratadas pelo município de Pequim como guardas para conter os protestos pela expropriação de terras num distrito a sul da capital chinesa, segundo a imprensa local. De acordo com o “Beijing News”, os novos guardas foram contratados à entrada dos estúdios de cinema de Pequim, onde diariamente centenas de pessoas chegam à procura de trabalho como actores e que, neste caso, conquistaram um lugar para conter manifestações como as que ocorreram a 10 e 17 de Junho. Os novos guardas receberam

um uniforme gratuito e foram levados para o distrito de Fengtai, na zona sul da capital, onde centenas de pessoas protestavam contra a expropriação das suas terras sem a adequada indemnização, numa zona onde está a ser construída a nova linha de metropolitano. Diariamente, os novos polícias/actores, alguns dos quais oriundos das províncias pobres do país, receberam cerca de 60 yuans. Um dos falsos polícias explicou ao diário ter sido contratado como agente de segurança em duas ocasiões e garantiu conside-

rar a actividade muito lucrativa. “Um responsável de segurança municipal em Fengtai reconheceu ao diário terem sido contratados 200 guardas a 10 de Junho e cerca de mil a 17 de Junho com o objectivo de “dispersar” manifestações, mas garantiu desconhecer que se tratava de actores. A China enfrenta anualmente milhares de protestos, alguns deles violentos, por expropriações ou desalojamentos forçados de terra, já que muitas das pessoas envolvidas nesses processos não recebem indemnizações ou as consideram insuficientes.

“HAIMA” SUSPENDE TRÁFEGO MARÍTIMO NA CHINA

A China suspendeu ontem o tráfego marítimo nas imediações do estreito de Qiongzhou, que divide o continente da ilha de Hainão, devido à chegada do tufão “Haima”, a quarta tempestade tropical registada na costa do gigante asiático este ano. A suspensão afectou directamente cerca de uma centena de pessoas, que tiveram de permanecer em terra, assinalou um responsável do serviço de ferry entre Hainão e a província de Cantão. O “Haima” atingiu ontem de manhã a costa chinesa, com chuva e ventos fortes até 60 quilómetros por hora, que segundo os serviços meteorológicos afectarão a ilha de Hainão e a província de Guangdong, sul do país, incluindo as regiões administrativas especiais de Hong Kong e Macau.


Já se percebeu que existem para aí associações que fazem do protesto uma arma de arremesso, no sentido literal do termo. E é pena, pois o seu comportamento invalida as eventuais boas razões e intenções. Realmente também concordo que a TDM deveria dar mais atenção ao noticiário e produção local, mas mandar abaixo barreiras, empurrar e exprimir as suas ideias aos berros não me parece a atitude mais eficaz. Aliás, a razão que teriam acabaram por perdê-la. Carlos Morais José P.18

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Ai Weiwei continua sob investigação mesmo depois de ter “confessado os crimes”

Artista feliz com lágrimas

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STAVA detido há quase três meses acusado de evasão fiscal e passou um longo período de tempo com paradeiro desconhecido. O artista plástico dissidente chinês Ai Weiwei foi finalmente libertado na quarta-feira sob caução, mas está impedido de sair de casa. As autoridades do continente confirmaram ontem a libertação, mas afirmam que o artista continua a ser “investigado” e não pode sair de casa sem autorização. “Durante este período, Ai Weiwei continua sob investigação. Não poderá ausentar-se do local de residência sem autorização”, disse o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Hong Lei. Na altura da libertação, a agência noticiosa Xinhua disse que a polícia de Pequim decidiu libertar Ai Weiwei “devido à boa atitude” do artista e “à doença crónica que o afecta”. Ainda segundo a fonte,

Ai terá “confessado os seus crimes” e prometido “pagar os impostos” que não entregou às finanças chinesas. Ontem, Ai Weiwei manifestou-se “muito feliz” por estar em casa, mas não fez qualquer menção ao processo. “Não posso dizer nada mais porque estou sob caução”, disse o artista aos jornalistas que acorreram a sua casa, no norte de Pequim. Contactado telefonicamente pela agência France Press, Ai Weiwei disse que estava “bem” e “muito feliz”. “Estou muito feliz por estar livre e por estar de novo com a minha família”, afirmou. Palavras que tinha já dirigido ao jornal alemão Bild: “Estou bem. Regressei a casa. E estou livre. Mas não posso falar. Por favor compreendam”. Ai Weiwei, de 54 anos, foi detido no aeroporto de Pequim no dia 3 de Abril, quando pretendia embarcar para Hong Kong, e a

única informação oficial divulgada até quarta-feira referia apenas que o artista estava a ser “investigado por suspeita de crimes económicos”. Dezenas de outros dissidentes chineses foram detidos nas semanas anteriores, no que já foi considerada a mais dura campanha do género das últimas duas décadas e que para alguns analistas, evidenciou o nervosismo das autoridades face à eventualidade de uma “re-

volução jasmim” no país. A vaga de detenções acentuou-se no final de Fevereiro, na sequência de apelos na internet a favor de protestos populares idênticos aos que agitaram o Médio Oriente e o Norte de África. Ai é um dos artistas plásticos chineses mais conhecidos internacionalmente e colaborou com o atelier suíço que desenhou o estádio olímpico de Pequim.

A sua detenção suscitou protestos de governos, museus e outras instituições culturais ocidentais, nomeadamente da União Europeia, que o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, visitará a partir da próxima sexta-feira. “A libertação de Ai Weiwei sob caução só pode ser um primeiro passo. Agora, o processo contra Ai Weiwei tem que ser clarificado de uma forma constitucional e transparente”, comentou o porta-voz da chanceler alemã, que na próxima semana irá receber Wen Jiabao. O gabinete de Catherine Ashton, Alta Representante da União Europeia para a Política Externa e de Segurança, congratulou-se com a libertação de Ai Weiwei, mas lamentou “as circunstâncias” da sua detenção. “Este caso foi um tema de generalizada preocupação”, disse o gabinete de Ashton. Ai realizou a última grande exposição em Londres.

COMBATE CONTRA A SIDA NA CHINA PERDE FINANCIAMENTOS DE ONGS

Esperança nas mãos do ministro da Saúde C

HEN Zhu, ministro da Saúde do continente, prometeu fazer tudo o que lhe for possível para melhorar a situação dos infectados com o HIV/SIDA. O responsável disse ter ficado chocado quando soube que associações não lucrativas estavam em dificuldades constantes para apoiar os doentes. Segundo o jornal China Daily, o ministro ouviu os participantes falarem sobre as dificuldades que os infectados enfrentam em gestos simples do dia-a-dia, como levantar dinheiro, registar-se como cidadãos e trabalhar com e nos departamentos governamentais. Apesar existirem há várias décadas Organizações Não Governamentais (ONG’s) na China, esta reunião foi a primeira deste tipo de diálogo aprofundado e sincero entre as autoridades de saúde e os representantes das ONG. A Fundo Global, uma organização internacional com sede em Genebra que oferece financiamento para o controlo de

doenças e trabalho de prevenção em todo o mundo, suspendeu os pagamentos de subvenção para a China. A organização citou o apoio do Governo Central às para ONGs e a sua gestão como «insatisfatório» como razão para a sua decisão. Cai Thomas, que dirige a AIDS Care China, uma ONG baseada em Guangzhou, que fornece apoio aos pacientes e familiares, disse que a perda súbita do financiamento desferiu um duro golpe na sociedade. “Mais importante, isto vai afectar a

batalha global do país contra a epidemia. Além disso, outras organizações no exterior podem seguir o exemplo e parar de fazer doações à China.” Chen Zhu tem esperanças de que o Fundo Global retome o seu apoio. «O ministério está em negociações com a Fundo Global e espera resolver os problemas», disse. Desde 2003 que a Fundo Global já desembolsou 548 milhões de dólares em doações para a China e tinha reservado cerca de 680 milhões dólares para um

financiamento futuro, principalmente dedicado ao combate ao HIV / SIDA e tuberculose, de acordo com o ministério. Os programas financiados pela organização estão alargados a dois terços da China e a milhares de pessoas. Medicamentos anti-virais são distribuído aos pacientes chineses gratuitamente, em grande parte pagos pelo Fundo, de acordo com Meng Lin, um coordenador do secretariado da Aliança Chinesa das pessoas que vivem com HIV / SIDA. «O Governo procurará uma forma adequada para manter o envolvimento das ONGs e desenvolvimento no campo, ajudando a melhorar o seu trabalho e serviços de compras «, disse Cai Thomas. O dirigente da associação diz-se optimista sobre o futuro, apesar da perda actual de financiamento e apoio da Fundo Global, observando que a sua retirada «levou o Governo a pensar mais sobre a força emergente das ONGs e como geri-las a longo prazo».

ESPECIALISTA DA RAEHK LIBERTADO POR BOM COMPORTAMENTO Um especialista em história militar chinesa, de Hong Kong, preso sob a acusação de divulgação de segredos de Estado, foi libertado após ter cumprido 11 anos de uma sentença de 13, a qual foi reduzida por bom comportamento. Xu Zerong disse que tinha sido libertado na quinta-feira da prisão de Cantão, capital da província de Guangdong do sul da China. O investigador político foi condenado em 2001 a dez anos de cadeia por divulgação de documentos secretos e a três anos por operações comerciais ilegais. A acusação principal alegava de que Xu Zerong teria fornecido cópias de livros da Guerra da Coreia, a um investigador na Coreia do Sul.


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POLÍTICA

Especialistas analisam instruções para conter gastos nas missões ao exterior

Directora das Finanças acredita na vitória Estão em vigor desde o dia 17 as novas instruções para as deslocações ao exterior em missão oficial dos funcionários públicos, mas ainda não há decisão sobre se a lei actual vai ser ou não revista. Para Larry So, académico do território, e Jason Chao, presidente da Novo Macau Democrático, as orientações do Governo podem não ser suficientes, mas a directora das finanças está confiante. Joana Freitas

joana.freitas@hojemacau.com.mo

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ddie Kou Peng Kuan disse ontem que há já um Grupo de Trabalho encarregue de estudar se é ou não necessário efectuar uma revisão da legislação relativa às despesas das viagens em missão oficial ao exterior. Mas o director substituto dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP) afirma, no entanto, não se saber se a revisão vai mesmo acontecer nem estar ainda qualquer calendário definido. “A vertente do nosso estudo tem em conta as regiões vizinhas e a realidade de Macau”, avançou o responsável, acrescentando que “está a ser feito um esforço para terminar o estudo, mas não ainda data prevista, já que há muitas matérias para estudar”. As declarações de Edddie Kou Peng não satisfazem Larry So, académico no Instituto Politécnico de Macau e analista político, para quem esta revisão “deve ser feita o mais rapidamente possível”, uma vez que este é um assunto que “diz respeito à utilização de dinheiros públicos”. Também Jason Chao, presidente da Associação Novo Macau Democrático, defende a revisão, afirmando que o relatório obrigatório para as entidades, que menciona os gastos detalhados das despesas, “deve obrigatoriamente ser tornado público”, algo não incluído na versão anterior dos Estatutos dos Trabalhadores da Função Pública de Macau. “É tudo uma questão de transparência. O relatório de despesas e o objectivo da missão devem ser disponibilizados ao público”, defende o presidente. “De outra forma não

há grande diferença entre as novas directrizes e a ausência delas, porque o julgamento continua apenas do lado do Governo”, acrescenta. Apossibilidade de revisão das ajudas de custo, em vigor desde 1995, não parecem também fazer parte dos planos da Administração, pelo menos para já. “Queremos que até à a conclusão da revisão os serviços públicos possam conhecer e respeitar esta uniformização, queremos ter a certeza que cada missão é

de interesse para a RAEM, assegurar que as despesas são feitas numa questão de economia e que seja apresentado o relatório pelos colegas da missão oficial, que tem de ser de interesse para o território”, frisou Eddie Kuan. Jason Chao pega no exemplo dos EUA, onde “cada tem subsídios para diferentes tipos de gastos e os subsídios são actualizados anualmente” e defende que é preciosa a revisão destas ajudas, “obsoletas devido à inflação”.

Larry So aconselha à “fixação de um tecto máximo” para as despesas que os funcionários públicos podem ter no exterior, mas o director substituto dos SAFP, acredita que esta pode não ser a solução. “Definir um critério rígido é difícil”, explica Eddie Kuan. “Temos de ter em conta as alturas de cada missão oficial. Podemos previamente definir a necessidade da missão e, sendo necessária, vamos comparar os preços dos hóteis. Mas o

PRINCÍPIOS PARA CONTROLO DOS GASTOS

Para que seja cumprida a “ justa e razoável do erário publico”, os SAFP e os SEF vão apoiar os serviços públicos, disse ontem a directora da segunda entidade, Vitória da Conceição. A base para isso é o preenchimento do relatório dos gastos trinta dias após a a missão oficial, frisam os responsáveis. As novas directrizes anexam, por isso, um modelo de relatório, onde estão incluídas, por exemplo, informações sobre o tipo de visita, as actividades levadas a cabo, a entidade autorizadora e os resultados da missão. Nomeados para cumprimento estão também vários princípios, entre os quais o da “legalidade”, “economia” e “uniformização”.

que está em causa também aqui é a variação de preços consoante as datas e zonas”, explica o responsável. Fica a promessa de que esta vai ser uma situação “a estudar de forma aprofundada”.

DIVIDIR PARA REINAR Para que seja conseguido o princípio da economia, Eddie Kuan fala ainda de uma separação consoante a categorização do funcionário. Numa missão oficial fora da RAEM, determinadas categorias de pessoal poderão vir a ter diferentes categorias de hotéis e voar em classes distintas, sem deixar de fazer comparações entre o mais económico para a RAEM. O presidente da Nova Macau Democrático acredita que “pode ser razoável cate-

gorizar os funcionários públicos, devido aos protocolos de destino”, opinião semelhante à de Larry So, desde que se esteja a falar em “divisão de duas categorias”, tendo em conta as chefias, por exemplo, que têm diferentes destinos e propósitos nas missões. Ontem foi levada a cabo uma sessão de esclarecimento sobre as novas instruções, publicadas em despacho do Chefe do Executivo no boletim oficial de segunda-feira. Com a presença de responsáveis dos Serviços de Economia e Finanças (SEF) e dos SAFP, Florinda Chan, secretária para a Administração e Justiça, apresentou as directrizes. A secretária não falou aos jornalistas, mas Vitória da Conceição, directora dos SEF, disse acreditar que com as novas instruções “todos estão cientes da necessidade e da importância da apresentação do relatório” no prazo de trinta dias após a missão oficial”. A responsável diz que agora não podem haver “diferentes interpretações” quanto a essa obrigação. “Todos os serviços públicos têm, em princípio, autodisciplina e nos cremos que vão respeitar as instruções”, afirma a directora das finanças. O Comissariado de Auditoria de Macau divulgou em Fevereiro um relatório onde dava conta de excessos nos gastos do Governo com deslocações ao exterior. As despesas dos funcionários públicos situaram-se em mais de 40 milhões de patacas, só em 2008, com as “despesas de alojamento e alimentação a serem relativamente elevadas”. Para a elaboração do relatório em causa foram seleccionados dez serviços públicos, mas foi o Instituto de Desporto a entidade mais polémica. O relatório realçava, por exemplo, que “mais de 60% dos quartos de hotel mais caros utilizados pelos serviços públicos custaram mais de 2.000 patacas”.


RAEM TROCA INFORMAÇÃO PARA EVITAR CRIMES DE BRANQUEAMENTO

Macau vai assinar acordos para a troca de informação financeira no âmbito da prevenção e da repressão dos crimes de branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo com Singapura, Japão, Malásia e Tailândia. De acordo com despachos do Secretário para a Economia e Finanças, os memorandos de entendimento ou acordos de cooperação vão ser celebrados pela coordenadora do Gabinete de Informação Financeira, Deborah Ng, a quem foram conferidos poderes para o efeito. Os acordos serão celebrados entre o GIF de Macau e as entidades congéneres de Singapura, Japão, Malásia e Tailândia, mas não há, para já, referência às datas para a sua assinatura formal.

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Pereira Coutinho acusa IACM de explorar trabalhadores

Mas que triste sina esta de ser auxiliar... “Que razões levam o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) a explorar cerca de uma dezena de trabalhadores” é o que pretende saber o deputado José Pereira Coutinho. Na mais recente interpelação do também presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública (ATFPM), as perguntas dirigidas ao Governo da RAEM juntam-se a acusações de “exploração” dos funcionários supostamente “auxiliares”, que fazem, no entanto, outras funções externas à sua competência. Pereira Coutinho assegura ter recebido queixas de trabalhadores do IACM que dizem ter-lhes sido

operários qualificados. Pereira Coutinho questiona se, em caso de isto significar exploração dos trabalhadores, “serão as vítimas ressarcidas mediante compensação pecuniária até à data de cessação de exploração”. Os auxiliares queixosos dizem ainda que “foram escolhidos a dedo” por esaplicado um “horário de trabalho especial sem terem sido previamente consultados” e ainda de “serem obrigados a exercer funções de soldadores, mecânicos electricistas, responsáveis no manuseamento de diversos equipamentos na reparação

de estradas e de utilização de equipamentos para exterminação de mosquitos e insectos”, entre outras. Segundo os trabalhadores, são eles que, com a categoria de auxiliares, fazem o que deveria, segundo a lei, ser exercido por trabalhadores

Dois países e a ponte antiga O

vice ministro do Comércio da China acredita que o continente e Portugal devem explorar mais o potencial do crescimento do comércio e investimento bilaterais e destacou a função que Macau vem desempenhando neste aspecto. À margem de um evento numa visita a Lisboa que terminou ontem, o vice-ministro do Comércio da China, Jiang Yao Ping, considerou que as relações entre os dois países se desenrolam de forma “saudável e favorável” mas espera “que ambas as partes explorem com mais profundidade o potencial do crescimento do comércio bilateral” e também “de aumento do investimento bilateral”. Isto, ao mesmo tempo que se continua a “promover a função peculiar desempenhada por Macau, no desenvolvimento das relações económicas e comerciais entre a China e Portugal”. O governante chinês falava numa “sessão de apresentação sobre as oportunidades de investimento e de cooperação entre a China (Interior da China e Macau) e Portugal”, que decorreu na terça-feira integrada na visita de estudo que uma larga delegação governamental e empresarial da China e Macau fez a Portugal. O secretário para a Economia e Finanças da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), Tam Pak Yuen, foi outro dos oradores neste evento, organizado pelo Ministério do Comércio da República Popular da China e a Secretaria para a Economia e Finanças da

RAEM e que contou entre as entidades co-organizadoras, com a AICEP Portugal Global e o secretariado permanente do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Macau). No âmbito desta visita a Portugal, foram assinados vários protocolos e a delegação empresarial efectuou uma visita de estudo à cidade de Loures, onde contactou com diversas entidades, incluindo a GelPeixe – Indústria e Comércio de Alimentos Congelados, o mercado abastecedor da Região de Lisboa e a Quinta da Murta, com vista à identificação de oportunidades de negócio e cooperação. A China, cujo crescimento é considerado o “motor” da economia mundial, passou a ser, em 2009, o primeiro exportador e o segundo maior importador a nível mundial. A União Europeia, no seu conjunto, constitui um dos principais parceiros comerciais da China, depois do Japão, Coreia do Sul, Taiwan e Estados Unidos. A posição de Portugal, neste contexto, não tem relevância, ficando a quota de mercado, como fornecedor, aquém de 0,1%. Ainda assim, as quotas das importações portuguesas de bens provenientes desse país aumentaram sempre de 2006 a 2010. Em 2010, a China foi o 21º cliente de Portugal, com uma quota de 0,64%, e o 8º fornecedor, com um valor percentual de 2,8%.

vão ser impostas as responsabilidades disciplinares na falta de cumprimento da legislação. Coutinho quer ainda que, “por uma questão de transparência”, o IACM coloque na sua página electrónica toda a legislação respeitante ao seu funcionamento interno, em ambas as versões oficiais.

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL NA AL ATÉ FINAL DO ANO Chu Lam Lam, directora dos Serviços de Reforma Jurídica e do Direito Internacional, prevê que a Revisão do Código do Processo Penal possa chegar à Assembleia Legislativa até ao final do ano. A responsável falava ontem num seminário organizado pelo Centro de Estudos “Um País, Dois Sistemas”, do Instituto Politécnico de Macau. De acordo com Chu Lam Lam, menciona a Rádio Macau, procedese agora a emendas e à compilação da fase de consulta pública, uma tarefa que vai ser concluída nos próximos meses. A directora dos Serviços de Reforma Jurídica e do Direito Internacional defende que o projecto de revisão não vai colocar em causa os direitos fundamentais dos residentes e vai simplificar os trâmites do processo penal. Para o próximo ano está prevista a revisão do Código do Registo de Propriedade que pode entrar em consulta pública no primeiro semestre do ano. PUB

MACAU DESTACADO COMO PATAMAR DE EXPLORAÇÃO DE INVESTIMENTO ENTRE PORTUGAL E CHINA

tarem vinculados ao IACM “com contratos precários”, tais como os contratos individuais de trabalho. O deputado quer agora que o Governo lhe responda se o IACM vai mudar de atitude e ouvir previamente os trabalhadores antes de lhes instaurar um horário de trabalho, “conforme o disposto na lei”, e ainda se


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POLÍTICA

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O Conselho para os Assuntos de Habitação Pública concorda com a proposta do Governo para aumentar o limite máximo de rendimento e de património de habitação social mas diz que o assunto levanta várias questões a serem deliberadas Filipa Queiroz

filipa.queiroz@hojemacau.com.mo

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M Janeiro o Governo submeteu à apreciação do Conselho para os Assuntos de Habitação uma fórmula

COOPERAÇÃO PERMITE QUE ÁFRICA INVISTA MAIS NA ÁREA SOCIAL

O secretário-geral adjunto do Fórum Macau, Manuel Amante da Rosa, considera que a cooperação China/África dá uma capacidade inédita aos países africanos de investirem mais na área social por servir o processo de transformação económica de ambos. O embaixador cabo-verdiano disse à Lusa que as relações representam um “novo modelo de cooperação” e recordou que a China investiu cerca de 10 mil milhões de dólares em África no ano passado, que deverá registar este ano um crescimento do PIB de 5,5 %. Em 2020 terá uma população economicamente activa maior do que a da China ou Índia, já que mais de 70% da sua população terá menos de 20 anos. “Este século será o de África”, concluiu.

RENDIMENTO MÁXIMO DE HABITAÇÃO SOCIAL AUMENTA ATÉ 20%

Habitação? Social, pois então... de cálculo que tivesse em conta a situação actual de rendimento dos arrendatários de habitação social, fazendo com que as rendas da maior parte dos arrendatários se mantivessem ou até descessem. A nova proposta entra em vigor no próximo dia 1 de Julho, e agora o Executivo pôs à consideração do Conselho um aumento do limite máximo de rendimento e limite de património de habitação social entre os 16 e os 20%, com entrada em vigor também no dia 1 de Julho de 2011, para se harmonizar com a actualização de rendas de habitação social. Mas se o limite aumenta, aumentará também a procura. E estará equilibrada com a oferta? Essa é uma das questões que o Conselho coloca e para a qual não mostrou ter ainda resposta. O presidente, Leong Keng Seng, disse ontem aos jornalistas, no final da reunião

ordinária do Conselho, que “os membros entendem que o limite máximo de rendimento e limite de património de habitação social até pode aumentar ainda mais no futuro”, no entanto “são várias as questões que essa decisão levanta”. Apesar de a entrada em vigor estar para breve, Leong Keng Seng disse que o colectivo “ainda está em fase de discussão, sem conclusões”. Na nota de imprensa o Con-

selho esclareceu apenas que a proposta do Governo surge no seguimento das diversas medidas de regalias sociais à população promovidas pelo Governo este ano, como o aumento de apoio económico, pensão para idosos e mínimo de subsistência, e tem como objectivo garantir que o aumento das regalias referidas possa beneficiar os agregados familiares carenciados. Também

NAS CONTAS DO GOVERNO

Para um agregado familiar de duas pessoas o limite total de rendimento mensal previsto há dois anos, no Despacho do Chefe do Executivo nº 297, é de 9,100 patacas. Mas de acordo com o limite para candidatura a habitação social actualizado, de acordo com os respectivos dados, passa a ser de 10,560. No caso do património líquido, de novo no caso de um agregado familiar de dois elementos, o limite previsto há dois anos é de 196 560 patacas, e actualizado de acordo com a nova proposta passa a ser de 228 100. No caso de um agregado com sete ou mais elementos a diferença é ainda mais significativa, passando de 17 500 patacas para 21 020 no caso do rendimento, e de 378 mil para 454 030 no caso do património.

que as diferenças das rendas pagas pelos arrendatários de habitações sociais sejam reajustadas nas rendas a pagar. O presidente do Conselho para os Assuntos de Habitação admitiu no entanto que a proposta do Governo levanta “várias questões” como: “Se a habitação aumentar terá de ser reduzida a habitação económica?” Outra questão tem a ver com a necessidade de construir mais habitação social para dar vazão à procura que, por sua vez, aumentará graças ao aumento do limite máximo de rendimento e de património porque mais pessoas se vão poder candidatar. Na mesma nota dirigida à comunicação social consta que os arrendatários das habitações sociais devem “ter atenção para pagarem o novo valor das rendas no dia 1” porque “se a proposta sobre o aumento do limite máximo de rendimento e limite total de património líquido de habitação social for aprovada, as diferenças das rendas pagas pelos arrendatários vão ser ajustadas nas rendas a pagar”.


SOCIEDADE Metro Ligeiro | Primeira fase já vai em mais 46% do valor inicial

Derrapagens nada ligeiras Gonçalo Lobo Pinheiro glp@hojemacau.com.mo

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ONFIRMA-SE aquilo que o Comissariado de Auditoria (CA) havia concluído no passado dia 24 de Maio. 2006 que o orçamento financeiro da primeira fase do Metro Ligeiro foi aumentado em 46% do valor inicial de 4,2 mil milhões de patacas. 11 mil milhões de patacas é a última estimativa apresentada apresentada, ontem, pelo secretário para os Transportes e Obras Públicas, Lau Si Io, aos deputados na Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Terras e Concessões Públicas da Assembleia Legislativa (AL). Para Lau Si Io a justificação parece simples. Subida do preço das matérias-primas e das taxas de câmbio, coordenação da capacidade de transporte e de protecção ambiental, e os segmentos dos lagos Nam Van e Sai Van que serão subterrâneos, foram as razões reveladas para mais um reforço. A obra arrancou no papel em 2006 com um orçamento previsto de 4,2 mil milhões de patacas mas três anos depois o valor quase que duplicou passando a estimar-se em 7,5 mil milhões. Com este novo reforço, estimado em 11 mil milhões de patacas, o Governo pretende executar a primeira fase do Metro Ligeiro deste ano até 2015, com aplicação de 360 milhões nos estudos prévios, 4,9 mil milhões reservados às carruagens e ao sistema – valor que já inclui a revisão do preço – e mais 5,74 mil milhões destinados às obras de construção de viadutos e estações.

DEPUTADOS DESCONTENTES

O erário público vai sendo lapidado sem que ainda nada de palpável esteja à mostra da população. “E o valor vai ser mais elevado”, garantiu o deputado José Pereira Coutinho.

KAHON CHAN

O Comissariado de Auditoria já tinha alertado para um aumento do orçamento da obra do Metro Ligeiro. O Governo, pela voz de Lau Si Ion, confirmou isso ontem aos deputados e reestruturou as contas da primeira fase da obra. Deputados ouviram mas não acreditam que 11 mil milhões de patacas seja o valor final a ser delapidado dos cofres públicos. GIT continua, de acordo com democratas e Pereira Coutinho, impune a “puxões de orelhas” pelas suas falhas.

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7 processo. O Metro Ligeiro é a obra mais importante de Macau e nem assume responsabilidades”, acusa. De acordo com diversas associações do território, o GIT terá realizado algumas transferências ilegais de benefícios durante a realização do projecto do metro ligeiro de superfície. Pelo menos é essa a suspeita da Associação para o Desenvolvimento da Comunidade de Macau (ADCM) e da Associação Juventude Unida que apresentaram petições ao Comissariado contra a Corrupção (CCAC) e ao Gabinete do Chefe do Executivo, respectivamente, para que lançassem investigações ao processo. Até agora não houve qualquer resposta por parte do CCAC ou de Fernando Chui Sai On.

URBANISMO AOS REMENDOS

Para Pereira Coutinho, que entregou nas mãos de Lau Si Io uma série de questões que a deputada Kwan Tsui Hang não permitiu que fosse discutidas durante a reunião, “os deputados são uns palhaços que estão na AL apenas para ouvir e calar”. “Este processo e qualquer custo da obra tem de ser aprovado pelo plenário. Cada vez mais tenho a certeza que não há transparência em todo os processo de adjudicação”, acusou. O democrata Ng Kuok Cheong também não está satisfeito com os resultados apresentados pelo Governo na reunião de ontem. “Acredito que o valor real é outro e bem mais alto. Não posso ficar satisfeito quando Lau Si Io não confirma se os 11 mil milhões de euros é o valor final de toda a primeira

fase do Metro Ligeiro”, desabafou acrescentando que o secretário “não se mostrou muito confiante no valor que apresentou”.

GIT ESBANJADOR

O Gabinete para as Infra-estruturas e Transportes (GIT) gastou, desde 2008, quase 70 milhões de patacas e muitos deputados não entendem o que é feito desse dinheiro. Ng Kuok Cheong já tinha alertado para esse facto assumindo que o GIT “cometeu erros significativos na atribuição da obra e orçamentos, como comprovam os relatórios de auditoria”. O parlamentar apresentou, numa das suas interpelações recentes, questões que apontavam falhas à isenção do processo de consulta por escrito das despesas dos

projectos premiados. O deputado observou que o GIT se disponibilizou a fazer pagamentos mesmo que a empresa de consultoria não os enquadrasse dentro das normas e pôs em causa se não haveria por trás alguma “relação” menos clara. O deputado insinua ainda a possibilidade que ter havido intenção na ocultação de certos segredos ao não manter os registos. Pereira Coutinho também concorda com o democrata. Acérrimo defensor da transparência de todo o processo, coisa que considera nunca ter existido, o deputado considera “lamentável” os gastos exacerbados do gabinete sem que “deputados e população fossem tidos nem achados”. “É como já disse vezes sem conta. Não há qualquer tipo de transparência neste

Outra questão discutida na reunião de ontem relacionou-se com os problemas levantados pelos moradores da Rua de Londres que vão ver o Metro Ligeiro a entrar pelas suas casas. Depois de apresentadas sugestões e exigências por parte da população, o Governo aponta que não existe viabilidade em qualquer uma delas e continua a acreditar que o primeiro trajecto é a melhor opção para os interesses da cidade. Aos jornalistas, Peter Lei, coordenador do GIT, foi peremptório. “Não há lugar a qualquer alteração pois as sugestões não são viáveis”, referiu. O Governo aponta diversos conflitos à alteração do trajecto no NAPE, justificando que essa alteração pode prejudicar a paisagem urbana de da marginal ou os actuais pilares de sustentação do viaduto rodoviário do Sands na Avenida Doutor Sun Yat-sen. Escavar um subterrâneo no NAPE também não é opção. Dados revelados pelo Executivo revelam que “a demolição de estruturas subterrâneas já existentes podem provocar uma redução no número de parques de estacionamento ao longo do traçado”. Peter Lei assumiu ainda que o desvio do Metro Ligeiro para a periferia irá reduzir substancialmente a eficácia dos serviços e alertou que se houverem atrasos estes “serão desfavoráveis à integração regional”. Não se alongando muito em observações, o deputado Pereira Coutinho referiu que o “caso” Rua de Londres é um “deitar poeira para os olhos das pessoas”. “Não há uma política de urbanismo em Macau. Não há articulações. O Governo sempre colocou a carroça à frente dos bois e agora temos uma cidade aos remendos”, atirou.


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SOCIEDADE

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DSAL ALERTA SOBRE SEGURANÇA NO EMPREGO DE VERÃO

Porque muitos jovens aproveitam as férias de Verão para trabalhar e adquirir experiência profissional, a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) lança um apelo aos estudantes para que sejam cuidadosos a escolher as ocupações ao nível da segurança e saúde, de forma a prevenir acidentes de trabalho e doenças profissionais. A DSAL apela a que evitem trabalhos de alto risco, desaconselhando totalmente o trabalho no sector da construção civil, entre outros conselhos mais básicos para quem opte por trabalhar em restaurantes, comércio a retalho, serviços de limpeza ou fábricas. Para informações mais específicas os interessados devem ligar para o 83999142 ou comparecer na DSAL para consulta.

ESTUDANTES NÃO QUEREM IR PARA FORA NEM ACEITAM A CONCORRÊNCIA DE EMIGRANTES

Conservadorismo agudo Virginia Leung

Virginia.leung@hojemacau.com.mo

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juventude em Macau é marcadamente conservadora. Foi a conclusão do “Relatório da Investigação à Competitividade dos Jovens”, apresentado pela Associação de Nova Juventude Chinesa de Macau (ANJCM), ontem em conferência de imprensa. Os estudantes manifestaram pouca simpatia pela ideia de ter a experiência de passar um tempo a trabalhar fora de Macau, e ainda menos pela de verem pessoas de fora a virem para Macau trabalhar. Com a evolução do projecto para a Ilha da Montanha e as consequentes oportunidades que se preparam para elevar Macau a um outro nível de desenvolvimento, o estudo da ANJCM aparece com o intuito de apurar se os jovens têm confiança em agarrar as oportu-

42,94% disseram não estar de acordo com a importação de talentos de fora, sendo que, pelo contrário, apenas 26,18%, se mostraram favoráveis ao aumento da concorrência por essa via nidades e se estão dispostos a enfrentar a concorrência. Os dados recolhidos deverão ser analisados pela associação numa perspectiva de posteriormente promover algumas sugestões para os jovens. Para o inquérito, foi utilizado o método de entrevista por telefone uma amostra aleatória

de residentes locais com idades compreendidas entre os 18 e os 45 anos, num total de 829 entrevistas realizadas entre 31 de Maio e 1 de Junho. Entre os inquiridos, 33,66% tinham pelo menos o grau de Licenciatura. Mais de 80% afirmaram estar actualmente a sentir a pressão da competitividade no ambiente

de trabalho, estudos ou no meio em que vivem. Além disso, 42,94% disseram não estar de acordo com a importação de talentos de fora, sendo que, pelo contrário, apenas 26,18%, se mostraram favoráveis ao aumento da concorrência por essa via. Os desenvolvimentos planeados para a Ilha da Montanha é que não convencem a maioria dos jovens, com 57,30% a não mostrarem o mínimo interesse pela hipótese de irem para ali trabalhar – 48,37% dos inquiridos disseram mesmo nada saber sobre os projectos de desenvolvimento para a Ilha da Montanha. Após a revisão do resultado da investigação, Sandro Kou, director-executivo da ANJCM, concluiu: “Os jovens em Macau são muito conservadores e não querem que haja em Macau uma injecção de concorrência nem querem pôr o pé para fora de Macau, o que reflecte

que, quando eles dizem ter confiança em si próprios para competir com jovens de outros sítios isso são só palavras da boca para fora”, afirmou o responsável, assinalando ter havido, por outro lado, um aumento na auto-confiança dos jovens para a competitividade, comparativamente aos dados recolhidos num estudo semelhante realizado em 2007. Analisando os resultados do inquérito deste ano, Sandro Kou deixa uma sugestão aos jovens: é preciso apostar mais no reforço dos conhecimentos e capacidades pessoais, sobretudo as que são os pontos fracos, de forma a aumentar o seu potencial e não permitir que se tornem um fardo para a sociedade, mas sim que acompanhem o seu desenvolvimento. “Os jovens têm de prosseguir o reforço das suas capacidades e participar em mais acções de formação. Além disso, através do ‘Programa de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento Contínuo’, os jovens devem usar recursos do Governo para ficarem bem preparados para qualquer tipo de concorrência.”

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ADMITE Enfermeiros de grau I (80 vagas) (Referência n.º 03410/01-ENF) Funções: • Exercício e prestação de serviços de enfermagem nestes Serviços. Exige-se: • Licenciatura em enfermagem oficialmente aprovada, ou habilitações equiparadas a licenciatura em enfermagem, nos termos do disposto no Regulamento Administrativo n.º 4/2010; • Domínio de uma das línguas oficiais; • A qualidade de residente permanente da R.A.E.M., que possua os requisitos gerais para o desempenho de funções públicas. Condições prioritárias: • Bom domínio da outra língua oficial; Métodos de selecção: • A selecção será efectuada em fases: análise curricular (25%); prova de conhecimentos (50%) e entrevista profissional (25%). A prova de conhecimentos é eliminatória. Oferece-se: • Lugar como enfermeiro de grau I, 1º escalão, índice 430, nos termos das disposições da alínea 1) do n.º 3 do artigo 7º do Regime das carreiras dos trabalhadores dos serviços públicos da Lei nº 14/2009 e do n.º 6 do Despacho da Secretária para a Administração e Justiça n.º 2/2001, durante o período experimental, é remunerado pelo índice 410 da tabela de vencimentos, com as regalias e direitos das disposições da função pública; • Contrato de assalariamento por um período experimental de seis (6) meses, e posteriormente contrato além do quadro; • Direitos e regalias de acordo com o “Estatuto dos Trabalhadores da Administração Pública de Macau” em vigor. * O concurso é válido durante um ano, a contar da data da publicação da lista classificativa, para o preenchimento dos lugares existentes e dos que vierem a vagar durante o prazo da sua validade. Os interessados podem apresentar a sua candidatura até 13 de Julho de 2011, num sobrescrito fechado, que deverá ser entregue na Secção de Expediente Geral dos Serviços de Saúde (situada no Centro Hospitalar Conde de São Januário) ou remetido pela Direcção dos Serviços de Correios com registo e aviso de recepção para a mesma Secção, com os seguintes documentos: a. Curriculum Vitae com foto recente; b. Boletim de inscrição dos Serviços de Saúde (a ser descarregado na página electrónica destes Serviços); c. Fotocópia do Bilhete de Identidade de Residente Permanente da R.A.E.M.; d. Fotocópia do Diploma do Curso; e. Fotocópia dos outros documentos comprovativos relacionados com a enfermagem. No rosto do sobrescrito fechado devem constar o nome do(a) candidato(a), em chinês e português, o nome do lugar e o número de referência do recrutamento (03410/01-ENF). As candidaturas só serão consideradas desde que a data do recibo da Secção de Expediente Geral dos Serviços de Saúde ou do carimbo da Direcção dos Serviços de Correios, não seja posterior ao prazo estabelecido para a sua entrega. As candidaturas recebidas serão apenas destinadas ao uso deste recrutamento. Os interessados que precedentemente tenham apresentado candidaturas, não serão incluídos neste recrutamento, devendo portanto, efectuar a candidatura acima mencionada. Será publicada na página electrónica dos Serviços de Saúde (http://www.ssm.gov.mo), a lista provisória em que constam os nomes dos candidatos admitidos, bem como, a data, o horário e o local onde se realizará a prova. Macau, aos 22 de Junho de 2011.

O Director dos Serviços, Subst. Chan Wai Sin


CHUI AUSCULTA OPINIÕES DE MEMBROS DA COMISSÃO ELEITORAL

O Chefe do Executivo, Chui Sai On, tem tido encontros, nos últimos dias, com membros da Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo dos sectores político e comercial. O objectivo das reuniões é ouvir opiniões sobre as linhas de acção governativa e esta acção encaixa-se no âmbito dos princípios da política de “um governo íntegro e decisões científicas”. Habitação, inflação e outras questões relacionadas com a vida da população, incluindo a segurança alimentar, bem como o desenvolvimento da RAEM como um centro internacional de lazer e turismo, diversificação adequada da economia, aperfeiçoamento da legislação, optimização da administração pública, política demográfica e laboral, educação, trânsito, gestão social foram temas tratados de 20 a 22 de Junho.

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SOCIEDADE

JOVENS MACAENSES PARTEM PARA PEQUIM

Olá China! Macau sã assi...

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MA delegação de jovens macaenses partiu ontem para Pequim, a convite do Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM. A comitiva, composta por 25 pessoas, é liderada por Leonel Alves, advogado, deputado à Assembleia Legislativa de Macau e membro de Macau na Conferência Consultiva Política do Povo Chinês. PUB

Mais dois “veteranos” conduzem o grupo de jovens à capital chinesa, sendo eles o arquitecto Carlos Marreiros e José Manuel Rodrigues, que preside à Associação Promotora da Instrução dos Macaenses. A delegação inclui elementos provenientes de diversos quadrantes, com a lista a integrar nomeadamente Duarte Alves, filho de Leonel Alves e Jorge Neto Valente, filho do presidente da Associação dos Advogados de Macau, com o mesmo nome. O médico Mário Évora e o jurista Jorge Godinho, ambos portugueses, também integram a comitiva que irá manter vários encontros na capital. A visita de uma delegação macaense tem como objectivo “dar-lhes a conhecer a China, a sua cultura, história, a economia”, mas também “dar a conhecer à China” uma comunidade singular. Este é a segunda vez, pelo menos oficialmente, que um grupo de jovens macaenses parte para a China a convite de Pequim, após ter, em Setembro do ano passado, visitado a província de Zhejiang. O regresso a Macau está marcado para domingo.

MAIS DE 500 ESTUDANTES JÁ PARTICIPARAM NO PROGRAMA DA PJ PARA A PREVENÇÃO DO CRIME

De pequenino se torce... Virginia Leung

Virginia.leung@hojemacau.com.mo

P

RESENCIAR um crime e passar ao lado como se nada fosse é uma atitude que não contribui para a segurança geral da sociedade. Tornar as pessoas mais alertas e cientes da atitude correcta a tomar em situações de crime foi a ideia que levou a Polícia Judiciária (PJ) a organizar ontem uma actividade na Escola Secundária do Coração Sagrado Canossiano (secção chinesa). Mais de 500 estudantes participaram no programa “Educação do Cidadão” que arrancou em Maio deste ano, tendo a PJ levado a cabo a iniciativa ao longo de nove eventos em oito escolas locais. “Esta foi uma de várias acções de educação dos ci-

dadãos”, relembrou Cathy Fong Ka Wai, representante da Divisão de Ligação entre Polícia e Comunidade e Relações Públicas da PJ. “Ao contar histórias do dia-a-dia e apresentar crimes que acontecem à nossa volta, como o uso de drogas ou a fraude na Internet, procuramos ensinar-lhes o que são os crimes e como defini-los”. Além disso, explicou a responsável, procurou-se através de actividades ensinar os mais jovens como apresentar queixas de crimes e como se manter afastado de crimes, por exemplo, como evitar as drogas. “Queremos, através de actividades relevantes, aumentar a percepção [dos alunos] em relação ao crime e aumentar a sua consciência de prevenção”, explicou Cathy Fong, sublinhando

que o objectivo do programa de reforçar a consciência de cidadania estava em consonância com a lei. Além disso, através da representação de papéis, procurou-se fomentar a cooperação entre professores e agentes da polícia no ensino da “responsabilidade cívica”. Quando começar o novo semestre, indicou a PJ, a promoção de actividades irá prosseguir, havendo já o compromisso estabelecido com várias escolas. A Judiciária está convencida da eficácia da organização de jogos e explicações para transmitir aos estudantes conhecimentos e consciência de prevenção e denúncia de crimes. O plano é inserir o conceito na educação contínua para aumentar a consciência dos cidadãos.

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AVISO Reunião Extraordinária O Instituto Politécnico de Macau reúne o seu Conselho Técnico e Científico no próximo dia 29 de Junho, às 15 horas, no anfiteatro n.º 1 do 1.º andar do Edifício Wui Chi. Os membros do Conselho Técnico e Científico constam das listas afixadas, hoje dia 24 de Junho, na respectiva unidade académica ou centro e serão notificados via email da ordem de trabalhos, devendo comparecer pontualmente à reunião que funcionará e deliberará de acordo com o estipulado no artigo 24º. do Código do Procedimento Administrativo.

Instituto Politécnico de Macau, aos 24 de Junho de 2011. O Presidente do Conselho Técnico e Científico (Lei Heong Iok)


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ANTÓNIO FALCÃO | BLOOMLAND.CN

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ENTREVISTA Ana Cardoso, designer de moda

“Esforço-me semp e apresentar mais

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SSUME a sua elegante fusão entre a Ásia e a Europa. Formada na Universidade Técnica de Lisboa, é modelo desde muito cedo, é designer de moda, concebe peças de joalharia, dá aulasno CPTTM, tem colecções de vestuário com a sua assinatura, adorava ter oportunidade de trabalhar no Japão ou em Pequim, toca viola e guzheng. Influência familiar no mundo das artes, principalmente através de sua mãe, a pintora Mira Dias. Eis o desfile de respostas de Ana Cardoso. Filha de professores, desde cedo também teve contacto com artistas plásticos, sua mãe também o é. Essa realidade influenciou-a de alguma maneira? Sem dúvida que sim. Influência e admiração. Minha mãe era aluna do pintor Mio Pang Fei, eu assistia às aulas, gostava muito e isso estimulou-me a desenhar, adoro desenhar. Isso levou-me, ainda no tempo do Liceu, a estudar pintura com a Fernanda Dias. Um salto para a frente. Como teve início a carreira profissional no mundo da moda? Como designer. Mas foi modelo, desfilou... Sim, ainda hoje, em “part-time”, mas mais por gosto. Realmente fui lançada profissionalmente pela minha vida de modelo, pois com 13-14 anos já desfilava através duma agência, a “Apple” que ainda hoje trabalha em Macau. Participei em desfiles aqui e em Hong Kong, até que terminado o 12º ano na Escola Portuguesa fui estudar para Portugal, exactamente na Universidade Técnica de Lisboa. Alguns exemplos públicos do que já concebeu e realizou. Em Portugal fiz dois ou três desfiles da minha colecção de vestuário. As primeira colecções foi para mulher, a última, em 2008, fiz para homem, mas nada de muito formal, ou seja incluindo alguns peças de senhora do que de homem, foi mais uma brincadeira, uma pequena irreverência. Depois destas ainda fiz mais alguns desfiles. Já em Macau tenho alguns convites para desfiles, mas ainda estou a estudá-los.

Como observa o mercado ou o ambiente local do “fashion design”? Na minha opinião, ainda está um mercado muito pequeno. Mas parece haver tantos “designers”... É verdade que sim, mas muitos estão ligados mais a acessórios do que propriamente à roupa. Acho que as pessoas em Macau não aderem muito à colecção, são mais tentadas por uma marca conhecida, vão atrás do “marketing” das grandes marcas. Também penso que Macau necessita de mais professores para dar formação. Existe o Centro de Produtividade e Transferência de Tecnologia, o CPTTM, onde dou aulas, que é uma boa escola, com professores locais e convidados no exterior. Estou satisfeita por saber que vai ser implementado, como opção o curso de moda e outros cursos profissionais nas escolas secundárias. Estou convidada a também dar aulas a partir de Setembro na Escola Técnico Profissional da Areia Preta. para os alunos é muito bom, pois


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com Helder Fernando

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mpre por ser inovadora s qualidade” muitas vezes acontece que o aluno acaba o 12º ano e não sabe o que fazer. Deste modo, o aluno tem ao seu alcance um leque, uma variadade de escolha para futura profissionalização.

Em Macau e em muitos outros lados, como em Portugal, é muito complicado os jovens terem trabalho garantido e dentro dos seus desejos ou vocações Não pensou numa carreira internacional? Sim, claro que pensei, nomeadamente em Hong Kong cujo mercado está muito mais vincado do que em Macau, por exemplo. Ou mesmo em Pequim, um mercado que está a começar mas que possui grandes condições de crescimento. Afinal, neste meu desejo de regressar às origens, ainda estou em Macau como que a apalpar o terreno, não ponho de

parte internacionalizar a minha carreira profissional no mundo do design de moda. Tem de estar em permanente actualização de conhecimentos... Sem dúvida! Este género de actividade requer uma constante busca e actualização. Muita leitura, contactos, conhecimentos. No CPTTM recebemos periodicamente os chamados “cadernos de tendência”. Desede estudante na UTL que tenho acesso a esses cadernos, conheço-os bem, são muito úteis; e, claro, existem outras publicações e outros meios para uma permanente actualização de conhecimentos nesta área. Querendo e tendo oportunidade de escolher, para onde iria desenvolver a sua carreira? Adorava ir para o Japão. Também Pequim. A Europa não a convence muito? Acho que é por causa das minhas origens que tenho muito mais vontade de prosseguir a minha carreira profissional na Ásia, como autora e na componente comercial. Quando dispõe de tempo, o que mais gosta de fazer ou viver?

De tudo um pouco, leituras, filmes, gosto muito de música, até porque aprendi a tocar viola há bastante tempo, embora nada de profisionalmente, apenas para mim e para os amigos. Gosto de participar no Grupo de Danças e Cantares de Macau, viajar com eles é óptimo! Agora ando a aprender o chamado piano chinês, o “guzheng” e gosto muito. tenho agora um desafio enorme que é tocar a solo, dia 6 de Julho, uma quarta-feira, no Centro Cultural. Outro grande interesse meu, extra profissão, é o teatro. Ainda recentemente participei na peça “Qui Pandalhada”, no Grupo Doci Papiaçam di Macau e adorei a experiência! Estéticamente, Macau é bonita? Sim, e acho que isso também me inspira. Nas minhas colecções mostro a minha directa influência da Europa e da Ásia, é automático. Em Macau encontro facilmente essa ligação. Aqui as pessoas são mais abertas a novas ideias do que, por exemplo em Hong Kong, onde as pessoas vivem mais obcecadas com o ritmo casa-trabalho-casa. Nós

aqui também gostamos muito do lazer. E quanto às lojas com peças de design, diversificadas que, felizmente estão abrindo em Macau? Acho muito bem. Embora existam espíritos diferentes. Os orientais, no geral, abrem as lojas mais no sentido exclusivo do comércio. As lojas portuguesas estão também

MODELO, DESIGNER E INSTRUMENTISTA

Olhos nos olhos, esta jovem mulher, mostra aquela bela suavidade firme de quem sabe o que quer e como alcançar. Liceu, Escola Portuguesa, Universidade Técnica de Lisboa (UTL), arquitectura de design de moda, dado que o design é uma das grandes áreas de conhecimento da UTL. Após a licenciatura, Ana Cardoso completa um mestrado também com vertente em joalharia, onde foi aluna da professora Elisa Vilaça - uma vez que a sua tese “Como a Jóia e a Moda se Complementam” fazia a ligação entre moda e joalharia. A propósito, há peças de joalharia de sua autoria, disponíveis em algumas lojas da cidade. Entretanto, com o estágio, feito, entre 2009 e 2010, regeressa a Macau - “em termos de moda, o mercado é fechado em Portugal e eu desejava e desejo sempre abrir novos horizontes profissionais. Inclusivamente, na Ásia está a desenvolver-se bastante o mundo das artes, da moda em geral, para além de pretender voltar às minhas origens, o que fiz em finais de Outubro do ano passado.” Sem trabalho previamente agendado, Ana Cardoso veio com apurado sentido de exploração. Conheceu a Clara Brito e Manuel Correia da Silva, da “Lines Lab” onde começou a trabalhar e onde, confessa, aprendeu bastante. Os “meses em que trabalhei com eles foram muito proveitosos e com interesses diferenciados, pois fazem-se várias criações, incluindo vestuário, uniformes, etc.. Gostei muito”. Uma vez que em Portugal também obteve o curso de Formação de Formadores, actualmente dá aulas de design de padrões no Centro de Produtividade e Transferência de Tecnologia de Macau (CPTTM). Sente gosto e inclinação para a docência e presume que isso deverá ter origem no facto de os pais serem professores. Esta modelo e designer valoriza bastante as iniciativas diversificadas de wokshops realizadas localmente, realçando o facto de, sendo a região pequena, fácil se torna frequentar acções de formação, por exemplo em horário pós laboral. A música é uma boa constante nos seus tempos extra carreira profissional. Toca vilola e guzheng, o piano chinês. Atenção: Ana Cardoso tocará a solo no Centro Cultural, na noite de 6 de Julho.

Tenho muito mais vontade de prosseguir a minha carreira profissional na Ásia, como autora e na componente comercial muito viradas para o gosto de mostrar exemplos de criatividade, originalidade, e vender, claro, mas é um processo mais preocupado com a natureza do que vendem, o agrado dos clientes. Naturalmente que eu tenho tenho dentro de mim, bastante influência portuguesa, continuo a bater o pé para seguir esta minha carreira diversificada para a frente, mas sempre com vontade de me esforçar cada vez mais em ser inovadora, em apresentar qualidade. Tenho colegas minhas que prefeririam ter ido para tradutoras, porque vêm essa profissão como meio de conseguirem um bom emprego. Eu comprendo, pois aqui em Macau e em muitos outros lados, como em Portugal, é muito complicado os jovens terem trabalho garantido e dentro dos seus desejos ou vocações. Há algumas ajudas em Macau, no campo das artes. Sim, o governo está ajudando, subsidiando alguns aspectos, esse é um bom caminho. Tudo o que se possa fazer para incentivar todos os tipos de arte é muito importante para a sociedade.


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CULTURA A AFA abriu novas inscrições para bolsas de estudo na área das artes. Em três anos seis jovens já tiveram a formação patrocinada pela associação local Filipa Queiroz

filipa.queiroz@hojemacau.com.mo

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OI criado em 2008 com o objectivo de apoiar os jovens talentos de Macau a prosseguir os estudos na área das Artes. Até agora a associação Art For All Society (AFA) já deu seis bolsas a estudantes até aos 30 anos de Macau. Apenas um seguiu

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Abertas candidaturas para bolsas de estudos artísticos

“Queremos apoiar novos talentos” os estudos no território, em Artes Visuais, três elegeram o continente (Guangdong e Sichuan) para fazer o bacharelato e mestrado em Pintura a Óleo e dois foram estudar Escultura e Belas Artes para Taiwan. James Chu está satisfeito, diz que talvez só não tenham sido dadas mais oportunidades por indefinição dos participantes. “Recebemos cerca de 10 a 20 candidaturas todos os anos, há muita gente a candidatar-se, só que acho que muitos não estão esclarecidos sobre que áreas que querem seguir”, explicou o presidente da associação artística. “Nos primeiros dois anos eles fazem

uma formação mais geral e só depois é que vão para uma área específica, só que nós temos de ter uma noção à partida do que eles vão seguir por isso é muito complicado dar a bolsa quando eles não têm essa certeza”.

CAÇA TALENTOS

A iniciativa da AFA já tem três anos durante os quais a associação tem vindo a reunir um Fundo de apoio à iniciativa, com o apoio de doadores locais. Arrancou com 700 mil patacas em 2008. “Queremos descobrir novos talentos e ajudá-los a estudar e desenvolver a sua arte quando terminam o ensino

obrigatório”, justifica James Chu. “Se forem bons o suficiente tentamos mostrar os trabalhos deles, metê-los no mercado, no fundo dar-lhes espaço para que consigam ter a oportunidade de se tornarem artistas a tempo inteiro”, continuou. É o caso de Lei Ieng Wai. O jovem termina os estudos de Pintura a Óleo na Academia de Artes de Cantão em Julho e a AFA já está a planear organizar uma exposição individual do seu trabalho. “Consideramos que ele evoluiu muito nos últimos anos e o trabalho dele tem qualidade suficiente para ser exposto, aliás já foi exibido

numa mostra colectiva da AFA e até já tem compradores”, atirou Chu. O também artista plástico admite que a associação não tem tido mãos a medir com as suas próprias iniciativas, por isso não tem sido prioritário aumentar as receitas para o Fundo, mas está contente por muita gente continuar a responder ao chamado. Estão abertas até dia 31 de Julho as inscrições para as Bolsas da AFA para jovens artistas locais que pretendam licenciar-se, tirar o bacharelato, mestrado ou pós-graduação em disciplinas das artes visuais que incluam o desenho, fotografia, crítica

de arte, escultura, vídeo arte, instalação, história da arte, arte performativa, administração de arte ou desenvolvimento e gestão de indústrias criativas. Além dos requisitos referidos os interessados em candidatar-se à bolsa da AFA devem necessariamente ter sido aceites pelas instituições académicas de destino, descarregar o formulário disponível no site oficial da AFA (www.afamacau. com) e enviar o materiais de candidatura para o endereço afamacao@gmail.com até 31 de Julho. As inscrições serão avaliadas por membros da AFA e uma comissão de artistas locais de renome locais.

JON HAMM COMO DON DRAPER POR MAIS 3 ANOS

“Mad Men” em 2012 S

osseguem os fãs da série norte-americana “Mad Men”. Acadeia de televisão AMC anunciou mais duas temporadas, com a possibilidade de uma terceira, e contando com a peça fundamental: o carismático protagonista John Hamm O actor de 40 anos, que interpreta o director criativo de uma agência de publicidade nova-iorquina na série “Mad Men” Don Draper, assinou contrato por mais três anos com a cadeia televisiva AMC. As negociações entre o canal e Matt Weiner, criador da série, foram especialmente difíceis, pelo que a rodagem da nova temporada - que só será emitida em 2012 - teve de ser adiada até Agosto. Certo é que

Don Draper e companhia estarão de volta aos nossos pequenos ecrãs no próximo ano e, pelo menos, até 2014. John Hamm vai cumprir o contrato que o tornou no actor mais bem pago da televisão por cabo norte-americana. Segundo a revista Variety o actor nomeado por quatro vezes para Globo de Ouro - que ganhou uma vez, em 2008 - e três vezes para o Emmy pode chegar a ganhar cerca de 250 mil dólares por episódio no último ano de contrato. Em Abril deste ano Matt Weiner firmou um contrato de 30 milhões de dólares americanos com a AMC para continuar a liderar a equipa criativa da série, mas agora os meios de comunicação norte-americanos já especulam que o valor do contrato de Hamm não andará muito longe desse valor. A série que trata o quotidiano de uma agência publicitária nova-iorquina na década de 1960 é uma das mais premiadas nos últimos anos. Entre outros prémios, “Mad Men” arrecadou o prémio de Melhor Drama nas últimas três edições dos Emmy e, na segunda-feira, foi distinguido com o mesmo prémio na primeira edição do Critics Choice Television Awards, concedido pela Associação de Jornalistas de Televisão dos EUA.

EXPOSIÇÃO DA RAINHA DA POP COM MAIS DE 50 PEÇAS EM MACAU

Madonna na cidade dos sonhos Virginia Leung

Virginia.leung@hojemacau.com.mo

É

a primeira exposição da Ásia dedicada à estrela da música pop Madonna. Pelo menos é o que alega o casino City of Dreams ao anunciar o evento que tem início hoje e se prolonga até 24 de Julho. A mostra irá apresentar mais de 50 objectos pessoais de Madonna, entre eles algumas roupas e acessórios usados em concertos memoráveis. “Madonna é definitivamente uma artista multifacetada e sabe bem como utilizar da melhor forma os seus atributos enquanto ‘performer’ e ‘entertainer’”,

afirma Sandy Lam Yik-lin, artista de Hong Kong, presente na pré-abertura da exposição “Simply Madonna” (simplesmente Madonna). “É muito entusiasmante para mim estar aqui esta noite para ver em primeira-mão todas aquelas roupas emblemáticas e objectos de uma artista tão notavelmente original”, explicou, considerando também Madonna como uma artista muito inteligente e inovadora. A cerimónia de abertura reuniu mais de 200 notáveis convidados e os meios de comunicação social. Entre os objectos e trajes seleccionados dos icónicos e “avant-garde” espectáculos da “superstar”,

estarão, por exemplo: o vestido “Material Girl”, prémios de videoclipe e álbum do ano da MTV, um cartão de crédito American Express pessoal vencido, a rescisão do acordo pós-marital com o actor Sean Penn, o traje da “Reinvention Tour”, instruções escritas à mão para concertos, entre outros. Além disso, o City of Dreams oferece aos visitantes da exposição um jogo que os habilita a participarem num sorteio, tendo para isso de descarregar nos seus smartphones uma aplicação especial, em que terão de inserir códigos dos objectos em exposição. O prémio é um desses objectos exibidos: um chapéu usado no filme musical “Evita”.


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PERFIL

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ALIOUNE BADARA THIAM | CANDIDATO A DOUTORAMENTO

A paixão pelos estudos Patrícia Ferreira

patricia.ferreira@hojemacau.com.mo

O desejo pelos estudos na área do direito surgiu desde criança, mas aprendeu com o tempo que para ser sucedido tem que ser percorrido um caminho longo. Alioune Badara Thiam, de 29 anos, é actualmente estudante de Doutoramento na área do Direito Comparado na Universidade de Macau. Deixou o país de origem, Senegal, onde completou os estudos secundários no ano de 2001, ainda o mestrado em Direito de Gestão, no ano de 2006, e fez estudos avançados em Integração e Organização de Negócios Mundiais, no ano de 2008. A vontade de querer sempre estudar foi algo inevitável para Alioune, e cada vez mais opções invadiam a sua alma, mas sabia que fosse qual fosse a decisão final para a sua carreira profissional teria de ser algo relacionado com o Direito. “ Quando terminei a escola secundária sentia que ainda havia mais para aprender e decidi estudar com mais profundidade o Direito”, disse. Prova do desejo pelos estudos foi quando decidiu ainda ter mais conhecimento

do Direito após ter feito o Mestrado em duas áreas diferentes, e ter-se candidatado para um doutoramento na China. Porquê escolher a China? Pelo facto da China ter um sistema de ensino diferente comparado com o país de origem ou a França, pois embora tivesse oportunidade de estudar na universidade de Nantes, era praticamente o mesmo sistema que o seu país . “Eu queria continuar os meus estudos num país com um sistema diferente e poder fazer uma pesquisa mais alargada que completasse os meus estudos em Direito , mas como a França tinha quase o mesmo sistema que Senegal decidi que seria melhor escolher a China”, explicou. Alioune confessou que os pais também o influenciaram para continuar a estudar e assim ter um carreira bem sucedida. Com o apoio da família saiu rumo à China para fazer o doutoramento, mesmo sabendo que teria que fazer mais dois anos de mestrado nas Finanças do Direito Internacional antes do doutoramento. Por instantes, viaja no tempo até ao mo-

mento da partida, o que contou ter sido o momento mais difícil por ser uma pessoa muito apegado à família. “Não consigo explicar por palavras o que foi que senti quando tive que separar-me da minha família, simplesmente posso dizer que deixei uma parte de mim no Senegal”. Alioune foi seleccionado pela universidade de Wuhan, onde passou dois anos a estudar Finanças do Direito Internacional, obtendo certificados em outras áreas como Direito de Propriedade Intelectual, Taxas do Direito Internacional e Direito de Contracto. O maior obstáculo foi a língua inglesa que, embora tenha estudado durante alguns anos, disse não ter sido fácil por ter tido apenas o básico. “Quando cá cheguei embora soubesse que os estudos iriam ser em inglês, o que seria mais fácil para mim que chinês, não conseguia acompanhar o professor, por isso passava a maioria do tempo a estudar o inglês”, disse. Com o apoio de alguns amigos e professores conseguiu ultrapassar o desafio e suceder nos estudos. Empenhou-

-se ainda em estudar Chinês e hoje consegue falar bem o mandarim. Terminado os estudos em Wuhan já queria fazer o doutoramento e como surgiu o interesse pelo estudo da Organização dos Direitos de Negócios em África (OHADA), candidatou-se para a Universidade de Macau, recomendado pelo professor Mancuso. Foi assim aceite para o Doutoramento em Direito Comparado, no ano de 2010. “Fiquei muito feliz quando fui aceite, principalmente por poder estudar numa área que estou muito interessado”, confessou. Integrou-se na comunidade rapidamente e disse já estar a aprender o cantonense com amigos e colegas chineses. Alioune diz gostar de Macau por ser uma cidade linda com muitas oportunidades no campo estudantil e profissional . Os planos futuros para quando terminar os estudos ainda não sabe e confessa que a vida sempre reserva surpresas. Por agora fica a certeza de que estará sempre de braços abertos para o que o destino lhe reservar. Sobretudo, para estudar.


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16 Marco Carvalho info@hojemacau.com.mo

H

Á um ano os praticantes de críquete contavam-se pelos dedos das mãos, mas um ano bastou para que a modalidade ganhasse um novo e impensável fôlego. A Macau Cricket Association organiza a 3 de Julho e pelo segundo ano consecutivo o Festival de Críquete do território, uma iniciativa que traz até à RAEM duas formações oriundas da vizinha Região Administrativa Especial de Hong Kong e uma equipa de Cantão. O certame, que volta a ter as instalações da Escola Internacional como palco, vai ser disputado por um total de oito formações, cinco das quais do território. O número representa um recorde absoluto e os responsáveis pela Associação de Críquete de Macau dizem até que se viram forçados a recusar inscrições: “Acabámos por ter que dizer que não a duas equipas. Como vamos competir em instalações que não nos pertencem, temos de organizar o certame num único dia e se PUB

DESPORTO ASSOCIAÇÃO DE CRÍQUETE ORGANIZA SEGUNDO FESTIVAL DA MODALIDADE

Equipas a dar com um pau aceitássemos mais do que as oito equipas inicialmente previstas, corriamos o risco de não conseguir levar a cabo os nosso objectivos”, explica Adnan Nasim, o presidente da Macau Cricket Association. O evento irá disputar-se na variante de críquete de seis, um formato que permite reduzir a pouco mais de quarenta minutos as lides de uma modalidade reputada pelos mais longos duelos do mundo do desporto. Para permitir que o nome do vencedor da segunda edição do Festival de Críquete de Macau seja apurado num único dia, a organização decidiu também limitar a cinco overs (um over é um conjunto de seis serviços consecutivos) o número de lançamentos por equipas. Há uma ano, o certame foi disputado por um total de quatro formações e a equipa anfitriã acabou por surpreender tudo e todos,

ao triunfar na competição. Adnan Nasim diz que águas passadas não movem moínhos e afasta todo e qualquer favoritismo, até porque os atletas da Associação de Críquete de Macau vão competir este ano em duas formações distintas: “Este ano decidimos dividir os nossos jogadores pelas formações dos Macau Knights e dos Taipa Thunders. Esta é uma das razões pelas quais considerámos pouco provável a repetição do brilharete

de há um ano. Por outro lado, este ano contámos também com a participação dos Panyu Indians, uma equipa da vizinha província de Cantão que apresenta um nível de jogo muito elevado”, sintetiza o dirigente. Para além das duas formações da Macau Cricket Association e do conjunto oriundo do Continente, a segunda edição do Festival de Críquete de Macau conta ainda com a participação dos Macau Muppets,

dos Hong Kong Diamondz, dos Hong Kong Olympianz e de outras duas formações, representando a Air Macau e o restaurante Morton’s Stake House. A festa do críquete do território está agendada para o primeiro sábado de Julho e para além de overs e de innings a iniciativa dá também o pretexto para o que poderá vir a ser uma pequena feira gastronómica fora de tempo. A Associação de Críquete de Macau convidou vários restaurantes para se associarem ao evento e tem já garantida a participação de uma mão cheia de estabelecimentos de comes e bebes. Ao longo do último ano, o número de entusiastas da modalidade duplicou , mercê sobretudo da chegada de novos contingentes de expatriados ao território. De acordo com Adnan Nasim, o número de praticantes de críquete ultrapassa actualmente a barreira das sete dezenas. A maior parte dos jogadores é oriunda do sub-continente indiano, região onde as lides do críquete mobilizam milhões de adeptos.


[f]utilidades Cineteatro | PUB

[ ] Cinema

SALA 1

SALA 2

Um filme de: Martin Campbell Com: Ryan Reynolds, Blake Lively, Peter Sarsgaard 19.30, 21.30

Um filme de: J. J. Abrams Com: Elle Fanning, Kyle Chandler, Ron Eldard 19.30, 21.30

SALA 2

SALA 3

Um filme de: Martin Campbell Com: Ryan Reynolds, Blake Lively, Peter Sarsgaard 14.30, 16.45

Um filme de: Matthew Vaughn Com: Michael Fassbender, James McAvoy 14.30, 16.45, 19.15, 21.30

GREEN LANTERN [B]

GREEN LANTERN [B]

Su doku [ ] Cruzadas

SOLUÇÕES DO PROBLEMA HORIZONTAIS: 1-FEITOS. ULOM. 2-UNDE. OUTONO. 3-CEARENSE. UE. 4-SA. GUSANO. Ç. 5-IDROL. DAMBA. 6-NAU. IMA. BIO. 7-A. GIMO. GRA. 8-DICOTILO. D. 9-PARA. EROSAO. 10-AI. RATIM. DA. 11-LAVORES. AOS. VERTICAIS: 1-FUCSINA. PAL. 2-ENEADA. DAIA. 3-IDA. RUGIR. V. 4-TERGO. ICARO. 5-O. EULIMO. AR. 6-SONS. MOTETE. 7-USADA. IRIS. 8-UTENA. GLOM. 9-LO. OMBROS. A. 10-ONU. BIA. ADO. 11-MOEÇAO. DOAS.

SOLUÇÃO DO PROBLEMA DO DIA ANTERIOR

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X-MEN FIRST CLASS [B]

VERTICAIS: 1-Substância encarnada que se extrai da anilina. Sistema de TV. a cor. 2-Relativo a leve ruído. 4-Cumeada de montanha. Individuo ambicioso. 5-Género de moluscos gastrópedes. Fluido gasoso que respiramos. 6-Ruidos. Composição poética, para ser cantada. 7-Gasta. Planta que serve de tipo às irídeas. 8-Pássaro dentirrostro africano. Árvore são-tomense, de propriedades purgativas. 9-Parte em que se amuram as velas do navio. Pl. de ombro. 10-Nações unidas. Grande árvore indiana. Nome de leite em alquima. 11-Moedura. Dons, donativos.

Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

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SUPER 8 [C]

HORIZONTAIS: 1-Actos, factos. Certa casta de chá. 2-Portanto, por consequência. Terceira estação do ano, entre o Estio e o Inverno. 3-Relativo ao estado do Ceará, no Brasil. União Europeia. 4-Mulher, na ilha de São Tomé. Verme que se produz na madeira e a fura. 5-Citrato de prata. Depressão ou desfiladeiro entre dois morros. 6-Grande navio de guerra ou grande navio mercante. Entre os Muçulmanos, guia, chefe. Prego de pau. 7-Gemido. Galha de uma espécie de carvalho. 8-Dicotiledóneo. 9-Com. destino a. Acto ou efeito de carcomer, de corroer lentamente. 10-designação de alegria. Espécie de mandil. ...capo, loc. musical. 11-Trabalhos. Contracção da preposição a com o artigo os.

REGRAS |

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[Tele]visão www.macaucabletv.com TDM 13:00 13:30 14:30 19:00 19:30 20:25 20:35 21:00 22:00 22:58 23:00 23:30 01:10 01:40

TDM News - Repetição Jornal das 24h RTPi DIRECTO Ásia Global (Repetição) Ganância Acontecimentos Históricos Telejornal Jornal da Tarde da RTPi Viver a Vida Acontecimentos Históricos TDM News Ice Princess (O Caminho para a Fama) Telejornal (Repetição) RTPi DIRECTO INFORMAÇÃO TDM

RTPi 82 14:00 Telejornal Madeira 14:30 Desafio Verde 15:30 Com Ciência 16:00 Bom Dia Portugal 17:00 Cuidado Com a Língua! 17:30 Marchas Populares 2011 19:15 Estado de Graça 20:00 Jornal Da Tarde 21:15 O Preço Certo 22:00 Encontros Imediatos 22:30 Recantos 23:00 Dia de Portugal TVB PEARL 83 06:00 Bloomberg West 07:00 First Up 07:30 NBC Nightly News 08:00 Putonghua E-News 08:30 ETV 10:30 Inside the Stock Exchange 11:00 Market Update 11:30 Inside the Stock Exchange 11:32 Market Update 12:00 Inside the Stock Exchange 12:02 Market Update 12:30 Inside the Stock Exchange 12:35 Market Update 13:00 CCTV News - LIVE 14:00 Market Update 14:40 Inside the Stock Exchange 14:43 Market Update 15:58 Inside the Stock Exchange 16:00 ZingZillas 16:30 Mr. Moon 17:00 The Penguins of Madagascar 17:30 Ben 10 Ultimate Alien 18:00 Putonghua News 18:10 Putonghua Financial Bulletin 18:15 Putonghua Weather Report 18:20 Financial Report 18:30 Green Challenge: Golfing World 19:00 Global Football 19:30 News At Seven-Thirty 19:50 Weather Report 19:55 Earth Live 20:00 Money Magazine 20:30 Green Cuisine and Leading Brands of the World 21:30 Weekend Blockbuster: Michael Jackson’s This Is It 22:40 Marketplace 22:45 Weekend Blockbuster: Meet the Spartans 23:55 The CEO Connection and World Market Update 00:00 News Roundup 00:15 Earth Live 00:20 Leading Brands of the World 00:25 Dolce Vita 00:50 The Michael Jackson Story 01:45 Get Reel Music Mix 02:10 European Art at the MET 02:30 Bloomberg Television 05:00 TVBS News 05:30 CCTV News ESPN 30 11:00 14:00 14:30 15:00 15:30 18:30 19:30 20:00 21:00 22:00 22:30 23:30

US Open Championship 2011 3rd Round Total Rugby 2011 FINA Aquatics World 2011 Planet Speed 2010/11 MLB Regular Season 2011 Philadelphia Phillies vs. St. Louis Cardinals (Delay) Baseball Tonight International 2011 (LIVE) Sportscenter Asia (LIVE) MotoGP World Championship 2011 - Qualifying Iveco TT Assen Baseball Tonight International 2011 Sportscenter Asia (LIVE) Red Bull MotoGP Rookies Cup 2011 - Races Football Asia 2011/12

STAR SPORTS 31 11:00 The Championships, Wimbledon 2011 2nd Round 16:00 V8 Supercars Championship 2011-Highlights 18:00 The Championships, Wimbledon 2011 Daily Highlights 19:00 (LIVE) The Championships, Wimbledon 2011 3rd Round STAR MOVIES 40 12:35 Vip Access: X-Men 13:05 Great Buck Howard 14:40 Avatar 17:25 The Incredibles 19:25 Old Dogs 21:00 Ice Age 3: Dawn Of The Dinosaurs 22:40 George Of The Jungle 00:15 In The Line Of Fire HBO 41 13:00 14:35 16:00 17:50 19:20 21:00 23:30

Monsters Vs. Aliens Justice League: Crisis On Two Earths Trading Places Shorts 17 Again Robin Hood The Karate Kid

CINEMAX 42 12:00 13:30 15:15 17:30 19:15 21:45 22:00 23:45

Babylon 5: The River Of Souls The Killing Room The Caine Mutiny Funeral In Berlin Battle Of The Bulge Epad On Max 116 Intrusion Cambodia Spartacus: Blood And Sand

MGM CHANNEL 43 13:00 The Meteor Man 14:45 California Casanova 16:15 Rockula 17:45 Stone Cold 19:15 April Morning 21:00 I’m Gonna Git You Sucka 22:30 Girlfight 00:30 War Stories DISCOVERY CHANNEL 50 13:00 Mythbusters - Mini Myth Mayhem 14:00 Brew Masters - Grain To Glass 15:00 Mega Builders 4 - Giant Floating Bridge 16:00 Build It Bigger 4 - Port Of Rotterdam 17:00 Dirty Jobs - Dairy Cow Midwife 18:00 Factory Made 18:30 How Do They Do It? 19:00 Mega Moves - Mammoth Mansions 20:00 What A Tool - Earth Beasts 21:00 The Shift 2 22:00 Kidnap & Rescue - Taxi Cab Killer 23:00 Forensics: You Decide 00:00 The Shift 2

NATIONAL GEOGRAPHIC CHANNEL 51 12:30 Dubai Mega Mall - Dubai Mega Mall 13:25 Mega Factories - Super Subway 14:20 Situation Critical 15:15 Salvage Code Red - Fire Storm 16:10 Megastructures 17:05 Dogtown - Second Chances 18:00 Extraordinary Dogs 19:00 Every Singaporean Son 20:00 Dubai Mega Mall - Dubai Mega Mall 21:00 Naked Science - Star Clock 22:00 Mystery Files 23:00 Taboo - Initiation Rituals 00:00 Drugs Inc. - Heroin ANIMAL PLANET 52 13:00 Corwin’s Quest - The Alligator’s Bellow 14:00 Weird Creatures With Nick Baker 15:00 Wild Hearts: Growing Up Wild 16:00 Wildest Africa - Namibia 17:00 Animal Cops Miami 18:00 Animal Cops Philadelphia 19:00 Groomer Has It - Rags To Riches 20:00 Corwin’s Quest - The Camel’s Hump 21:00 Wild Hearts: Growing Up... 22:00 Whale Wars - The Sound Of Ice 23:00 Animal Cops Miami 00:00 Corwin’s Quest - The Camel’s Hump HISTORY CHANNEL 54 13:00 Modern Marvels 14:00 Prehistoric Monsters Revealed 16:00 Top Shot 17:00 Swamp People 18:00 The Universe 19:00 Modern Marvels 20:00 Swamp People 21:00 Icons Of Power 23:00 Modern Marvels 00:00 Top Shot BIOGRAPHY CHANNEL 55 13:00 Intervention 14:00 Obsessed 15:00 Intervention 16:00 Bram Stoker 17:00 Trauma: Life In The E.R. 18:00 Storage Wars 19:00 Rendezvous With Simi Garewal 19:30 Shatner’s Raw Nerve 20:00 Tough Love Couples 21:00 Heavy 22:00 Gene Simmons: Family Jewels 22:30 Storage Wars 23:00 Intervention 00:00 Celebrity Ghost Stories AXN 62 12:15 13:05 14:00 14:50 15:40 16:30 17:25 18:15 19:10 20:05 20:35 21:05 23:50

Csi: Crime Scene Investigation Ncis: Los Angeles Wipeout Numb3Rs Csi: Crime Scene Investigation) Hawaii Five-O Csi: Crime Scene Investigation Ncis: Los Angeles Csi: Ny Sony Style Tv Magazine Ebuzz Csi: Ny So You Think You Can Dance

STAR WORLD 63 12:35 DC Cupcakes 13:05 Rules of Engagement 13:35 Private Practice 15:25 90210 16:20 Desperate Housewives 17:15 Got To Dance UK 18:10 How I Met Your Mother 18:40 MasterChef Australia 19:05 DC Cupcakes 19:35 Melissa & Joey 20:00 Hell’s Kitchen 21:50 90210 22:45 MasterChef Australia 00:05 Hell’s Kitchen

(MCTV 43) MGM Channel 13:00 THE METEOR MAN Informação Macau Cable TV


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OPINIÃO ed i t or i a l Carlos Morais José

O regresso do leopardo ou mudar para que tudo fique na mesma Que a

mudança do sistema político vai surgindo no horizonte da RAEM como uma inevitabilidade, ainda esta semana um estudo, que referimos aqui no Hoje Macau, o voltou a provar. Mas o que tem de diferente esta análise? É que, quanto a mim, transporta em si uma imensa ironia. Repare-se: a conclusão é lampedusiana: é preciso mudar para que tudo possa ficar na mesma, ou seja, se o governo da RAEM não alterar o sistema político arrisca-se a ter de enfrentar convulsões que poderão ter consequências irremediáveis para os mandarins locais, muito mais sérias e gravosas do que a implementação de alterações. Assim, se o sistema político continuar na mesma, sem aumento de lugares eleitos directamente para a Assembleia Legislativa e sem outra solução que a dinossáurica Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo, para além de serem tomadas outras medidas que assegurem mais transparência, o governo arrisca-se a ter nos braços um bebé-gritão, cujo comportamento deverá ser pior do que aquilo que nos tem habituado. Se, por receio ou extrema ambição, os mandarins locais não abrirem um pouco mão do seu actual poder, arriscam-se a ficar sem dedos, pois uma situação de descontentamento social poderá justificar essa incógnita que é uma intervenção, directa ou indirecta, de Pequim. Se, por ganância ou estupidez, os senhores do poder e da massa continuarem a rejeitar o alargamento à população alguma capacidade decisória, teme-se que impere a desarmonia social. Estamos perante uma situação em que mais valia de facto mudar qualquer coisa para que tudo fique na mesma. Caso contrário, por quererem o queijo todo, os poderosos poderão ter de responder em alto tribunal (político, espera-se) sobre as razões que os levam a agarrar-se de unhas e dentes às cadeiras e aos negócios. Na verdade, não têm nada a temer. Deste o seu início, que a democracia se vende pelo melhor preço. Por isso os ricos continuarão a mandar, embora com outro tipo de enquadramento. Contudo, se insistirem em manter este regime oligárquico, mais tarde ou mais cedo isso criará um descontentamento tal que produzirá agitação social. O que, convenhamos, por aqui não interessa a ninguém. * Já se percebeu que existem para aí associações que fazem do protesto uma arma de arremesso, no sentido literal do termo. E é pena, pois o seu comportamento invalida as

Se, por receio ou extrema ambição, os mandarins locais não abrirem um pouco mão do seu actual poder, arriscam-se a ficar sem dedos, pois uma situação de descontentamento social poderá justificar essa incógnita que é uma intervenção, directa ou indirecta, de Pequim. Se, por ganância ou estupidez, os senhores do poder e da massa continuarem a rejeitar o alargamento à população alguma capacidade decisória, teme-se que impere a desarmonia social eventuais boas razões e intenções. Realmente também concordo que a TDM deveria dar mais atenção ao noticiário e produção local, mas mandar abaixo barreiras, empurrar e exprimir as suas ideias aos berros não me parece a atitude mais eficaz. Aliás, a razão que teriam acabaram por perdê-la. Seja como for, a TDM deveria levar a cabo uma profunda reflexão, porque é verdade que os seus noticiários deviam ser mais concentrados na informação local. O resto podemos todos ver em televisões com outros meios. Estas não dão é nada sobre Macau. É um pouco a mesma lógica que seguimos aqui neste modesto diário... * Habitação. É grande a confusão. Ele é

habitação económica, habitação social, habitação de animal. Há de tudo e para todos os gostos. E, nesta babel de intenções e moções, de estudos e relatórios, dá-se por um governo que parece unicamente navegar à vista, por medo de perder o pé. Como deve ser profundo este oceano de interesses de empreiteiros, gestores e outros mais... Na verdade, não se percebe qual é realmente a estratégia do executivo e porque executa e para quem. Não é realmente claro se os grandes beneficiários das boas intenções vão ser os empreiteiros, os especuladores, os senhores (do costume) ou o desgraçadinho do mexilhão. Não, não se sabe, não... E enquanto for assim o governo continua a dar rastilho para se queimar. Ou

seja, para ser constante alvo de críticas, de protestos, de dúvidas e desconfianças. Dizia alguém que “quando te falarem de obras, leva a mão à carteira...”. Pois... * E por falar em obras... o metro ligeiro teve mais uma... pesada derrapagem. Não que isso afecte os cofres miríficos deste abençoado território, mas é bom que exista uma fiscalização independente desta mega-obra que tanta falta faz à RAEM. A circulação de viaturas é péssima e tende a piorar. Onde estão as regras? Onde está a preocupação? Ainda ontem um taxista se queixava do excesso de autocarros que, desde há uns anos, invadiu esta cidade. Pois é, bom amigo, e o pior é que nem sequer foi exigido aos casinos que se apetrechassem com autocarros verdes. O que me parece mais espantoso é a falta de amor que se tem aos filhos. Afinal, eles serão os grandes prejudicados do excesso de poluição que por aqui se faz sentir. Mas o governo e a Assembleia assistem de braços cruzados. Deve ser por pena dos casinos que, coitados, não têm dinheiro para investir em meios de transportes não-poluentes...


gula

Quando a nos incita a comer ou beber demasiado, a voz tirânica diz-nos: basta. Padre Manuel Teixeira [1912-2003]

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19 p er sp ect i va s Jorge Simão

Alterações climáticas “It is very likely that over the past 50 years: cold days, cold nights and frosts have become less frequent over most land areas, and hot days and hot nights have become more frequent. It is likely that: heat waves have become more frequent over most land areas, the frequency of heavy precipitation events has increased over most areas, and since 1975 the incidence of extreme high sea level has increased worldwide.” Climate Change 2007: The Physical Science Basis Intergovernmental Panel on Climate Change

A

variabilidade do clima é um factor primordial do processo evolutivo. Em geral, as mudanças processam-se tão lentamente que não nos apercebemos delas. Os animais, as plantas e outras formas de vida têm tempo de se adaptar ou migrar. O vale do rio Tamisa é um bom exemplo. Há 130 mil anos, era o “habitat” de hipopótamos que viviam nas zonas pantanosas. Há 18 mil anos, renas e mamutes percorriam a tundra, não muito longe da camada de gelo que cobria a região situada a norte, e apenas há 900 anos, os franceses tentaram neutralizar os vinhedos existentes no Sul da Inglaterra, por serem demasiado competitivos. Vivemos num dos breves períodos quentes da história recente da Terra. Nos últimos 2,5 milhões de anos, o seu ritmo foi de 100 mil anos, com mais de vinte períodos glaciares, intercalados com períodos inter-glaciares de 10 mil a 15 mil anos. Estes ciclos são o resultado de uma combinação dos ciclos descritos pelo matemático sérvio Milutin Milankovitch, na sua teoria das idades de gelo, relacionando as variações das órbitas terrestres e as alterações de longa duração do clima, ou seja, durante as quais a proximidade da Terra e o seu ângulo de rotação em relação ao Sol variam; do movimento das placas tectónicas e da elevação e queda das montanhas, que afectam a relação existente entre a terra e o mar; das mudanças provocadas pelas emissões vulcânicas; e da influência dos seres vivos, por exemplo, da fluorescência das algas, que pode favorecer a formação de nuvens. Existem variações entre os períodos quentes. Durante um período quente, há cerca de seis mil anos, a temperatura média era de 1,5° C superior à actual e os níveis de água do mar eram ligeiramente superiores. O tempo arrefeceu e a situação não se inverteu, senão há cerca de dois mil anos. O período inicial da “Idade Média” foi o mais quente

de que há memória. Mas na “Pequena Era Glaciar”, entre os séculos XIV e XVIII, as temperaturas eram de 1° a 2° C inferiores às actuais. Neste quadro amplo, existem vestígios claros das alterações induzidas pelos seres humanos. Ainda antes da “Revolução Industrial”, na “Idade do Bronze”, registaram-se variações de microclima devido às mudanças do uso do solo, sobretudo com a desflorestação. Existe uma relação estreita entre as árvores e a precipitação. Sem um determinado número de árvores, não se regista um determinado volume de precipitação. Os exemplos são visíveis no Mediterrâneo Oriental, ao longo da Costa do Norte de África e no estado americano do Arizona. Nos tempos modernos, as alterações criadas pela desertificação e pela urbanização anárquica são visíveis em todos os continentes, excepto na Antárctica. Estão a registar-se alterações em larga escala, ou seja, em todos os sistemas climáticos. Verifica-se uma aceleração dos factores anteriores com novas mudanças do uso do solo, e expansão desregrada sem planos urbanísticos equilibrados e coerentes do cimento, da pedra e do tijolo, que acompanha o crescimento das cidades. No Reino Unido, berço da “Revolução Industrial”, as zonas urbanas ocupam 13 por cento do total e desde a mesma, usamos a atmosfera como escoadouro de resíduos, aumentando o efeito de estufa com emissões de dióxido de carbono, metano, óxido nitroso, clorofluorcarbonetos e outras moléculas na atmosfera. Sem o efeito de estufa, a temperatura da Terra seria 33° C mais baixa e a vida, tal como a conhecemos, seria impossível. Trata-se de uma verdade cientificamente comprovada e indesmentível. O dióxido de carbono é responsável pela maior proporção dos gases de estufa. Graças à análise de núcleos de ferro, sabemos que durante a última glaciação, a sua concentração na atmosfera era de 190 partes por milhão (ppm). Elevou-se para 280 ppm antes do inicio da “Revolução Industrial”. Actualmente é de 355 ppm e regista um crescimento anual de 0,5 por cento. A principal fonte é a combustão de combustíveis fósseis e de biomassa, em especial os incêndios florestais. A preocupação generalizada com os possíveis efeitos das alterações ambientais aumentou muito nas últimas quatro décadas. Em primeiro lugar, realizou-se a “Conferência sobre o Ambiente”, organizada pela ONU em Estocolmo, em

1972. Seguiu-se a criação do “Programa da ONU para o Ambiente”, a “Primeira Conferência Mundial sobre o Clima” em 1979, a publicação de muitos textos, incluindo o “Global 2000”, o “Relatório da Comissão Brundtland sobre o Ambiente e o Desenvolvimento” e várias declarações sobre o ambiente em países industrializados e não industrializados. Em 1990 realizou-se a “Segunda Conferência Mundial sobre o Clima” e, em Junho de 1992, a “Cimeira da Terra”, no Rio de Janeiro. A “Convenção da Biodiversidade” de 1992, prevê a transferência de parte dos recursos ou lucros obtidos com a exploração e comercialização dos recursos naturais para o local de origem dos mesmos, que receberiam essa quantidade de fundos para aplicar em programas de preservação e de educação ambiental. O “Protocolo de Quioto” foi celebrado em 1997, e assinado por 84 países. O pacto entrou em vigor depois da assinatura de 55 países, ou seja a 16 de Fevereiro de 2005. É um acordo internacional para reduzir as emissões de gases de estufa dos países desenvolvidos e para garantir um modelo de desenvolvimento limpo aos países em desenvolvimento. O documento prevê que os países desenvolvidos reduzam as suas emissões em 5,2 por cento em relação aos níveis medidos em 1990, no período de 2008 a 2012. A “Conferência do Rio +10”, ou “Cúpula do Desenvolvimento Sustentado”, que se realizou em Joanesburgo, de 26 de Agosto a 4 de Setembro de 2002, teve como agenda, o “Clima e a Energia”, tendo sido estabelecido o uso de energias limpas; o “Subsídio Agrícola”, em que dada a superficialidade do texto fortalece a OMC controlada pelos países ricos, esvazia o papel da ONU. Quanto ao “Protocolo de Quioto” nada mudou, pois os países que não haviam assinado até então, apenas prometeram que estudariam o caso; No que respeita à “Biodiversidade”, decidiu-se reduzir o ritmo de desaparecimento das espécies em extinção e devolver os recursos obtidos aos seus locais de origem. A “Agenda 21” é um dos principais instrumentos resultantes da “Conferência Eco-92”, considerada a mais abrangente tentativa de promover um novo padrão de desenvolvimento a nível mundial, por meio da proposta de conciliação dos métodos de protecção ambiental com justiça social e eficiência económica, tendo como questões principais a criação de emprego e de ren-

dimento; a diminuição das disparidades regionais e interpessoais de rendimentos; a mudança nos padrões de produção e consumo e a adopção de novos modelos e instrumentos de gestão. O consenso científico em torno do factor chave do clima foi essencial. Daí a criação do “Intergovernamental Panel on Climate Change (IPCC)” em 1987. O “IPCC” publicou os resultados da sua primeira avaliação em 1990. Naquele que considerou ser um cenário vulgar, a empresa, o “Panel” previu com base em modelos, uma subida média de 1° C em 2025 e de 3° C no final do século. Não se trataria de uma subida consistente devido à intervenção de muitos outros factores. Esta subida média pode parecer insignificante, mas é comparável a uma descida de apenas 5° C durante a última grande glaciação. O “IPCC” também previu que o nível das águas do mar subiria em média seis centímetros por década este século, com uma margem de incerteza de três a dez centímetros por década. Na sua origem estaria a expansão termal dos oceanos e a fusão de uma parte do gelo terrestre. A subida poderia atingir os vinte centímetros em 2030 e sessenta e cinco centímetros no final do século. Nem todos os modelos confirmam esta previsão. No passado, os climas mais quentes provocaram uma maior quantidade de precipitação, incluindo mais neve nos pólos e, consequentemente, uma camada de gelo mais espessa. Mas ainda que o nível dos mares baixasse, o efeito seria temporário, visto que o aquecimento continuaria, e quase todos os modelos revelam um aumento substancial, à semelhança dos períodos quentes anteriores da história da Terra. Os resultados seriam bastante diferentes consoantes as regiões. No Equador, por exemplo, a mudança seria pouco significativa, e as grandes alterações registar-se-iam nas regiões polares e temperadas. A mudança de temperaturas é sempre mais pronunciada em terra. No Norte, as subidas mais acentuadas têm-se registado nas temperaturas mínimas nocturnas, mais do que nas temperaturas máximas diurnas. Na Europa Meridional e na América do Norte, haveria menos precipitação durante o Verão e menos humidade no solo. De um modo geral, a precipitação seria maior, mais extrema e irregular. A camada de neve e de gelo seria reduzida. Contudo, a modelação ainda não permite prever resultados geográficos com rigor.

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Vanessa Amaro Redacção Filipa Queiroz; Gonçalo Lobo Pinheiro; Joana Freitas; Patrícia Ferreira, Rodrigo de Matos; Virginia Leung Colaboradores António Falcão; Carlos Picassinos; José Manuel Simões; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Correia Marques; Gilberto Lopes; Hélder Fernando; João Miguel Barros, Jorge Rodrigues Simão; José I. Duarte, José Pereira Coutinho, Luís Sá Cunha, Marinho de Bastos; Paul Chan Wai Chi; Pedro Correia Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; António Mil-Homens; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Laurentina Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Av. Dr. Rodrigo Rodrigues nº 600 E, Centro Comercial First Nacional, 14º andar, Sala 1407 – Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo


Lei de bases dos direitos dos idosos RFA MENOS IMPOSTOS E MUDANÇA NA LEI Depois da redução de impostos na ordem dos 10 mil milhões de euros prevista para o princípio de Julho, que incidirá, sobretudo, sobre rendimentos baixos e médios, a chanceler Angela Merkel anuncia uma mudança na lei da imigração para receber mais médicos e engenheiros estrangeiros. A Alemanha quer apostar na atracção de médicos, engenheiros mecânicos e engenheiros electrotécnicos através do fim de restrições que dificultam actualmente a estes profissionais o acesso ao emprego no país. Este é um dos primeiros passos de um plano da Alemanha para reforçar a sua mão-de-obra qualificada. Angela Merkel fez um acordo nesta quarta-feira com os líderes da União Europeia e o sector da Indústria para mudar a lei da imigração, já que os especialistas alertaram que a Alemanha não está a criar profissionais qualificados suficientes e pode enfrentar uma queda de 6,5 milhões de qualificados em 2025. BRASIL CASAMENTO “GAY” COLECTIVO Quarenta e três casais homossexuais casaram na quarta-feira, no Rio de Janeiro, no primeiro casamento colectivo no Brasil entre pessoas do mesmo sexo, informaram fontes oficiais citadas pela agência Efe. A cerimónia realizou-se graças a uma deliberação do Supremo Tribunal Federal, que em Maio decidiu que a união estável entre homossexuais é igual em direitos ao casamento heterossexual. Dois terços dos casais que deram na quarta-feira o nó eram formados por mulheres, segundo um comunicado do governo regional do Rio de Janeiro. COLÔMBIA DE 6 MIL A 14 MIL CRIANÇAS-SOLDADOS Entre seis mil a 14 mil crianças estão envolvidas no conflito armado colombiano, segundo dados divulgados quartafeira num fórum em Bogotá, noticia a Efe. Os dados cruzam informação de relatórios da Organização das Nações Unidas (ONU), da agência da ONU para a infância (Unicef), de diversas organizações não governamentais e do governo colombiano. De acordo com os dados, 20 a 30 por cento de algumas unidades guerrilheiras e grupos de ex-paramilitares têm meninos-soldado. Na Colômbia mantém-se duas guerrilhas activas - as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia e o Exército de Libertação Nacional -, bem como vários grupos criminosos formados por ex-paramilitares da extrema-direita.

SEXTA-FEIRA 24-.6.2011 www.hojemacau.com.mo

Diploma único precisa-se

C

OMEÇA hoje e termina no final de Julho o período de auscultação pública sobre o projecto de enquadramento das leis relativas aos direitos dos idosos. Dispersas por, pelo menos, seis conjuntos legislativos, estas normas pecam, muitas vezes, por falta de especificidade. O Governo pretende por isso uni-las de forma a garantir os direitos aos idosos. Os principais objectivos da legislação prendem-se sobretudo em definir a participação social dos mais velhos, garantir-lhes cuidados continuados e identificar as entidades responsáveis pela fiscalização e disposições legais em caso de não cumprimento das leis que os protegem. Iong Kong Io, presidente do Instituto de Acção Social (IAS), frisou o crescente aumento da população envelhecida no território, avançando com dados que indicam que, em 2030, em cada 100 habitantes com capacidade de trabalho, 28 idosos têm de ser sustentados. “Apopulação de Macau

que pertence ao grupo com idade igual ou superior a 65 anos atingirá 19% daqui a 20 anos”, acrescentou Iong Kong Io. A preocupação do Executivo prende-se exactamente com esta realidade. Segundo dados da Direcção de Serviços de Estatísticas e Censos (DSEC), desde a transição de Macau para a China até 2009, a percentagem de idosos subiu para 8% em simultâneo com uma descida no número de jovens – de 23,2% para 12,2%. Estas estatísticas indicam um aumento de 30 para 65% no índice de envelhecimento da população de Macau. “A população está envelhecida e a envelhecer a um ritmo muito rápido”, disse Lam Pui Seong, chefe da divisão do IAS dedicada aos idosos. O IAS admite haver margem de manobra para melhorar os diplomas legais que protegem os idosos do território e pede apoio à sociedade para participar na coordenação das legislações. Durante um mês, as opiniões dos cidadãos

podem ser recolhidas por diversos meios, onde se inclui a gravação telefónica e o email. Para facilitar o processo, o IAS disponibiliza um modelo de resposta, que pode ser descarregado na página de internet do instituto, e posteriormente enviado por fax ou carta ou depositado nas caixas de sugestões espalhadas pelos diversos centros de acção social do território. Em 2007 foi criada a Comissão para os Assuntos do Cidadão Sénior, órgão destinado a apoiar o Governo no apoio aos idosos. Em 2009 deu-se início ao estudo da legislação relativa aos seus direitos e foi iniciada a primeira fase de consulta pública. O ano passado foi já elaborada a análise técnico-jurídica do trabalho até agora efectuado e o IAS está, então, a iniciar a segunda ronda da consulta pública. Não há ainda calendarização definida para a entrada em vigor desta lei de bases, que abrange todos os idosos, residentes permanentes e não permanentes. - J.F.

GOVERNO CRITICADO POR CAUSA DOS PAINÉIS INFORMATIVOS FALTA de inspecção e manutenção estão a transformar alguns painéis de sinalização ou publicitários em autênticas minas prontas a rebentar a qualquer momento, pondo em risco a segurança dos transeuntes nalgumas zonas de Macau. A União Geral das Associações dos Moradores de Macau (UGAMM) apelou ao Governo para que abrisse os olhos para o problema e reforçasse a vigilância e tomasse medidas para remover os sinais perigosos a tempo, devendo também aplicar restrições e regulamentação mais rigorosa em nome da segurança de todos. O número de painéis de grande porte está a aumentar, de acordo com o relatório de investigação de acompanhamento da Associação dos Moradores da Zona de Aterros do Porto Exterior (AMZAPE). Isto apesar de ter havido uma redução de 16% nos “outdoors” próximos à Rua de Pequim, Alameda Dr. Carlos d’Assumpção e Rua de Luís Gonzaga Gomes, onde o problema era mais gritante. Alguns dos sinais, ainda assim, estão a assumir-se como uma potencial ameaça à segurança, tal como acontece com alguns painéis de informação anti-incêndio que estão a cair devido à falta de manutenção, causando a ruptura de superfícies plásticas e expondo fios à corrosão, etc.

Alguns painéis estão posicionados a uma altura insuficiente, podendo facilmente magoar pessoas que estejam a passar. Como se não bastasse, a poluição luminosa provocada pelos painéis luminosos de publicidade está a afectar o bem-estar dos residentes da zona. Os moradores queixam-se de que os letreiros costumam permanecer colocados mesmo quando as respectivas lojas fecham ou mudam-se para outro sítio. Wong Chou Tim, do comité supervisor da UGAMM, denuncia que, devido à ausência de uma inspecção mais forte, as pessoas podem mudar elas próprias os sinais ou acrescentar coisas sobre elas ou colocá-las ilegalmente sem apresentarem pedido de autorização ao Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM). Não existe uma verificação e reparação regular, nem sequer a introdução de seguros contra acidentes provocados por esses sinais e letreiros. Uma “bomba-relógio” para Macau, considera. O responsável criticou também que os painéis publicitários próximos à ZAPE e a sua colocação irregular se deviam à lacuna da ausência de uma lei competente em vigor. E pediu ao Governo que reforçasse a vigilância para impedir as actividades ilegais. - V.L.

ca r t oon por Steff

ROUBOU UM DÓLAR PARA SER TRATADO NA PRISÃO Um norte-americano de 59 anos tentou roubar um dólar na caixa de uma agência bancária para poder ser detido e enviado para a prisão. O objectivo era ser tratado no hospital prisional a uma doença que necessitava de cuidados urgentes. James Varone, 59 anos, sem seguro de saúde, necessitava de ser internado urgentemente para tratar uma hérnia discal. Então, planeou um assalto a uma agência do Banco RCB, no estado da Carolina do Norte, nos EUA. Para tanto, escreveu numa folha: “Isto é um assalto, por favor quero um dólar”. Entrou na referida agência bancária, entregou ao caixa e esperou, calmamente, o aparecimento da polícia. O agente não se fez tardar. Apareceu, tomou conta da ocorrência e deteve o homem. Às autoridades, Varone disse a verdade: estava desempregado e precisava de um tratamento gratuito urgente na cadeia. FISCO CAÇA JOE BERARDO A Fundação Berardo é acusada pela Inspecção-Geral das Finanças de não ter liquidado IVA e retido IRS, em 2009, quando adquiriu obras de arte para o Museu Colecção Berardo, que recebeu fundos estatais da Cultura. Joe Berardo nega qualquer incumprimento fiscal. O relatório da InspecçãoGeral das Finanças revela que a Fundação Berardo que detém o aquele museu instalado no Centro Cultural de Belém, em Lisboa - registou um incumprimento fiscal de 129 mil euros, entre 2008 e 2009, respeitante à falta de liquidação de IVA e à não retenção na fonte de IRS na compra de obras da arte. PEDÓFILO PROCURADO PELA INTERPOL FOI PRESO Kenneth Andrew Craig, de 42 anos, é acusado de abusar sexualmente de dois adolescentes, na Florida em 1998, e de filmar o incidente, de acordo com a folha de informações da Interpol. A Interpol suspeitou que Kenneth estava escondido no Brasil ou na Costa Rica, e, de acordo com oficiais americanos, usava um nome falso e tentava passar-se por professor de inglês e musico. O Supremo Tribunal do Brasil vai agora decidir se Craig será extraditado para os Estados Unidos da América. No domingo, o canal televisivo Globo, transmitiu uma história sobre o caso do pedófilo e a polícia brasileira ofereceu perto de 7.000 euros pela sua captura, tendo recebido 42 chamadas anónimas, de onde se acredita que vieram as pistas para a captura de Kenneth.


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