KillerPumpkin - Edição #8

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maio 2016 / edição 08 WWW.HORIGAMI.COM.BR

mirant cONFIRA A ENTREVISTA DA BANDA NA ÍNTEGRA

Camões “Cúmbia da gota” mescla o ritmo latino com beats eletrônicos

POP

ANTENADO Pitty e Grupo Revelação

ganham releitura clássica com Orquestra Petrobras

vai lançar disco ao vivo gravado em Amsterdã

JAVALI MAIO 2016 | KillerPumpkin

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#8


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ÍNDICE

KILLERPUMPKIN EDIÇÃO 08 - Maio DE 2016

DULCE QUENTAL TRAZ FAIXAS NUNCA LANÇADAS EM SEU NOVO DISCO

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6 10 14 18

18

LANÇAMENTOS

caMÕES

“Cúmbia da gota” mescla o ritmo latino com beats eletrônicos LANÇAMENTOS

Heavy Baile

lança EP de estreia “Embrasado” ANTENADO

Pitty e Grupo Revelação

ganham releitura clássica com Orquestra Petrobras CAPA

Pop Javali

vai lançar disco ao vivo gravado em Amsterdã

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ENTREVISTA

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LEIA

MIRANT mpb

a VIDA LOUCA DA mpb

JORNALISTA RESPONSÁVEL Amauri da Rocha Mtb: 36124

26

EDIÇÃO Horigami Amauri da Rocha TEXTOS Horigami Assessorias de Imprensa COMERCIAL Horigami contato@horigami.com.br DIAGRAMAÇÃO E ARTE Elias Setin FOTO CAPA Divulgação CIRCULAÇÃO Digital

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maio 2016 / edição 08


EM ESTÚDIO

NOVIDADES

NOVIDADE

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STYLE

HALLOWEEN

TODO DIA

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LANÇAMENTOS

“Cúmbia da gota” mescla o ritmo latino com beats eletrônicos na voz de

Camões

Lançamento do selo Gomus Music traz clipe, percussão de Jam da Silva e backing vocal de Karina Zeviani 6

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U

m encontro do orgânico com o eletrônico,

Camões, responsável também pela edição do

do brasileiro com ritmos latinos: assim

vídeo. A direção e a fotografia foram de Bruno

é a “Cúmbia da gota”, lançamento

Machado.

do projeto Gomus Studiotracks que chega aos principais serviços de música digital (Spotify,

Em seus trabalhos mais recentes, Paulo Camões

Deezer, iTunes, YouTube) e ganha um clipe. Na

assumiu o papel de produtor das próprias

voz do cantor carioca Camões e com backing

canções. Além de “Anilina”, ele lançou um edit

vocal de Karina Zeviani (Nouvelle Vague, Thievery

de um sucesso de Gonzaguinha, “Lindo lago do

Corporation), o single tempera o famoso ritmo

amor”. Para a cúmbia, Camões explorou seu

colombiano com batidas e timbres eletrônicos em

lado de compositor e intérprete.

uma inesperada canção dançante. “A música, apesar de não ter sido produzida por Com uma pegada pop irresistível, essa cúmbia

mim, se relaciona fortemente com meus trabalhos

improvável inspira os sentidos com jogos de

anteriores. Ela dá prosseguimento a essa minha

palavras e muita transpiração. A música faz

fixação em mesclar o orgânico, até o folclórico nesse

parte de um novo projeto da agência de

caso, com o eletrônico”, analisa.

music branding e selo Gomus Music, que traz lançamentos surpresa todas as semanas. Para

Para a “Cúmbia da gota”, o cantor trouxe seus

esta, foi convocado o cantor e compositor

talentos de letrista ao lado de Guilherme Freire

Camões, que soma no currículo os EPs “Cupim” e

e Guto Guerra, que também assinam como

“Anilina” com uma sonoridade em que o violão

autores. Guilherme e Guto ainda produziram

de nylon, tão associado à nossa MPB, é aliado

o single e participaram da gravação com o

de beats eletrônicos em crônicas urbanas.

percussionista Jam da Silva. Completa o time o backing vocal de Karina Zeviani que, além de

“A cúmbia é dançante por essência, por isso,

cantora solo, cantou ao lado de bandas como

nada mais justo do que misturá-la com batidas e

Thievery Corporation e Nouvelle Vague. Na faixa,

timbres eletrônicos. Além disso, essa mistura dialoga

ela dá um charme final no último refrão.

com o conceito estético que venho seguindo”, conta Camões, que vem tentando os limites de gêneros musicais em seus trabalhos recentes.

O selo Gomus lançou também artistas como BIAN, que já teve duas canções em trilhas de novelas, e o DJ/produtor DUX, presença

A interpretação visual da canção ficou a cargo de Diógines. O personagem aparece no clipe dançando ao som da cúmbia, em uma coreografia solitária numa pista de dança vazia. O vídeo foi gravado em plena Feira de São Cristóvão, na barraca Já Disse, da Vilani, point conhecido de karaokê, onde o bar diminuto vira o palco dos cantores. “Conheci o Diógines em uma festa em Belford Roxo, onde fui DJ. Ele

marcante em eventos de música eletrônica por todo o país.

SERVIÇO www.youtube.com/watch?v=pKAV9LlOJug spoti.fi/1S0Mbde

levou a esposa e duas amigas para a filmagem e, no final, todas as pessoas que estavam no

bit.ly/1qiUSZ9

bar começaram a dançar. Ele foi aplaudido por todos e ninguém resistiu à malemolência do maior dançarino de Nova Aurora”, recorda

apple.co/1UVpoVW MAIO 2016 | KillerPumpkin

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LANÇAMENTOS

Divulgação

DULCE QUENTAL TRAZ FAIXAS NUNCA LANÇADAS EM SEU NOVO DISCO

Álbum traz raridades gravadas em meados dos anos 90

D

ulce Quental é uma das grandes

agora aos serviços de música digital.

vozes femininas da música brasileira dos últimos 30 anos.

As canções de “Música e Maresia”

Vocalista original da banda Sempre Livre,

completam um ciclo criativo que começou

compositora de canções icônicas e dona

nos cultuados álbuns “Avião de Combate”

de discos clássicos do fim dos anos 80,

(1984), “Délica” (1985), “Voz Azul” (1988) e

Dulce surpreende o público ao lançar

“Dulce Quental” (1989) e continuou no seu

“Música e Maresia” (Cafezinho Edições/

último álbum de estúdio “Beleza Roubada”

Discosaoleo), um álbum composto por

(2004). Originalmente gravado entre 1991 e

faixas nunca antes lançadas e que chega

1994, o disco ocupa uma lacuna na carreira

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da cantora marcada por uma fase de muitos

“Música e Maresia” traz um olhar maduro

trabalhos como compositora para o Barão

de uma artista para sua própria obra, pronta

Vermelho, Frejat, Ana Carolina, Cidade

para apresentá-la a novos públicos. Além

Negra, Leila Pinheiro, Simone e outros artistas.

do formato digital, o álbum chegará às lojas no mês de junho em uma limitada edição

“Eu sempre tive o desejo de lançar

em vinil pela Discosaoleo. A produção é da

um disco com essas gravações. Estava

Cafezinho Edições e Produções Musicais, selo

esperando o momento certo. Mas foi preciso

da artista destinado a projetos nas áreas de

um empurrão de amigos e colaboradores

literatura e música.

para acontecer. A gente não faz nada sozinho. Acho também que só estou

“Tirar isso do baú e adicionar essas

conseguindo por causa do momento da

gravações à minha biografia é importante

indústria. A volta do vinil. A possibilidade de

no sentido de olhar retrospectivamente para

um artista independente lançar seu próprio

os caminhos que poderiam ter sido seguidos.

selo e distribuir diretamente através de uma

Hoje certamente não faria da mesma

plataforma digital sem o intermédio de uma

maneira. Algumas coisas são mais datadas

gravadora”, conta Dulce.

do que outras, mas a compositora está presente ali e a cantora em forma. Uma boa

O existencialismo e o estilo de MPB

referência para projetos futuros. Importante

misturado ao pop, rock e blues que fizeram

arrumar o baú antes de seguir em frente.

Dulce famosa estão no novo álbum, que

Outros projetos virão. A voz está voltando

conta com parcerias com Roberto Frejat,

com força”, conclui, empolgada, Dulce

Rodrigo Santos (Barão Vermelho), Luís Carlini

Quental.

(Tutti Frutti) e George Israel (Kid Abelha), além de participações especiais de grandes nomes da história da música brasileira como Sérgio Dias (Mutantes), Nilo Romero e Jaques Morelenbaum.

SERVIÇO open.spotify.com/ album/5I5pIlWNhG9hjFvFADsVFZ

“Muitas dessas canções foram gravadas no sistema ADAT, a forma como a gente conseguia gravar em casa, pois computador e programas de gravação ainda estavam por vir. Não tem autotune para corrigir a voz, nem nada desse tipo”, explica a artista. “Essas gravações foram feitas em parte na casa do Nilo, com nada de dinheiro, e num tempo em que as gravadoras estavam totalmente de portas fechadas. Infelizmente as fitas originais se perderam, mas eu consegui salvar alguma coisa em fitas DAT, um pré-mix que acabou me servindo de master.” MAIO 2016 | KillerPumpkin

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LANÇAMENTOS

Heavy Baile lança EP de estreia “Embrasado”

“Se liga na fita, que o seu terror chegou / Tô

Justi em 2010, e hoje é um dos eventos

solteiro, tô embrasado, pronto pra qualquer

mais conhecidos da noite carioca e com

caô”, canta o MC Tchelinho no começo

apresentações em São Paulo, Brasília, no

de “Embrasado”, faixa-título do primeiro EP

festival Vive Latino, na Cidade do México e

do Heavy Baile como um coletivo artístico,

até na última edição do Lollapalooza Brasil,

encabeçado por Leo Justi. O trabalho conta

quando o Heavy Baile dividiu o palco com

com produções de Justi, Dorly e DJ Sydney

Karol Conka. O produtor carioca de 29 anos

Sousa, vocais do MC Tchelinho e oferece ao

conseguiu destaque internacional com dois

público um intercâmbio de culturas de guetos

EPs lançados pelo selo Waxploitation (“HVY

do mundo todo pra pista.

BL NSS PRR”, de 2014, e “Vira a Cara”, de 2015), além de fazer parcerias com M.I.A.,

Marcado pela mescla de estilos entre o

Phantogram, Tropkillaz, Emicida e MC Guimê,

funk carioca, eletrônico, hip hop, kuduro

transformando seu estilo em um verdadeiro

e moombahton, o HVY BL foi criado por

novo gênero musical.

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Fotos: Divulgação

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“Embrasado” também apresenta com mais foco o trabalho do MC Tchelinho, figura emblemática nos eventos do coletivo e sempre em participações nos shows da MC Carol no Rio. Ator de teatro desde criança, ele traz dos palcos uma performance explosiva para o baile. Tchelinho, apelido de Marcelo Valentim, começou a levar a sério sua carreira no funk há apenas dois anos, tendo iniciado um movimento em sua comunidade, a Cruzada São Sebastião, no Leblon. O “Rap da Cruzada” se tornou uma ação afirmativa cultural para as crianças da favela e uma porta de entrada na música e cultura da área. Desde 2014 ele faz parte do coletivo Heavy Baile, que conta também com Justi, Johnny Ice, Ulyverse e Dorly, os dançarinos Sabrina Ginga e Ronald Sheick e a produtora executiva Ana Paula Paulino. Esse trabalho serve para consolidar a nova fase do projeto, unindo as forças dos produtores Leo Justi e Dorly, traçando voos mais altos em 2016.

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SERVIÇO soundcloud.com/heavybaile/sets/embrasado-ep Ficha Técnica - EMBRASADO (EP) PRODUÇÃO: Leo Justi e Dorly PRODUÇÃO EXECUTIVA: Leo Justi, Dorly e Ana Paula Paulino MIXAGEM: Leo Justi e Dorly MASTERIZAÇÃO: Leo Justi e Dorly DESIGN GRÁFICO: Ricardo Tramontini DIREÇÃO ARTÍSTICA: Leo Justi SELO: Heavy Baile/independente


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ANTENADO

Pitty e Grupo Revelação ganham releitura clássica com Orquestra Petrobras

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Fotos: Divulgação

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Q

uem foi que disse que a música

de apresentações-surpresa em parceria

clássica não pode ser pop? Foi

com a cervejaria Jeffrey, e venceu o

a partir dessa pergunta que a

Prêmio Profissionais da Música 2016.

Orquestra Petrobras Sinfônica criou novos arranjos para músicas conhecidas do

O diretor executivo da OPES, Mateus

grande público, como “Na Sua Estante”,

Simões, conta sobre a versatilidade da

da Pitty, e “Coração Radiante”, do Grupo

Orquestra:

Revelação. O quinteto de cordas da OPES acaba de lançar o EP “O Clássico é Pop”,

“A Petrobras Sinfônica é uma orquestra

em parceria com a gravadora Deckdisc e

inovadora, que está sempre buscando

já disponível nas principais plataformas de

novas ideias e parceiros criativos que

streaming.

ajudem a difundir a música clássica. O projeto ‘O clássico é...’ vem para mais uma

Com mais de quatro décadas de

vez mostrar a capacidade de adaptação

existência, a Orquestra Petrobras Sinfônica

do nosso grupo. Sempre quisemos trabalhar

cada vez mais investe em renovação,

com a Deckdisc, pois é uma gravadora

como fez recentemente com o projeto

que gosta de pensar fora da caixa e

“Concerto Secreto”, que realizou uma série

entende nossa visão”, explica.

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Pensado como uma série que abordará diversos gêneros musicais, o projeto “O Clássico é Pop” traz nesta edição além dos já mencionados hits da Pitty e do Grupo

SERVIÇO youtube.com/watch?v=C0bTBA3dvHw

Revelação, as músicas “Rindo à toa”, do Falamansa, e “De janeiro a janeiro”, da

youtu.be/nSGKeGKHaAM

Roberta Campos. Nas próximas edições, o projeto trará homenagens ao rock e ao samba.

spoti.fi/1Wnu7iC apple.co/20v7Iju bit.ly/1ROMYBb

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CAPA

Fotos: Divulgação

Pop Javali vai lançar disco ao vivo gravado em Amsterdã

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D

epois de dois álbuns lançados, shows ao lado do Deep Purple, Uriah Heep e Ugly Kid Joe, o Pop Javali

caminha cada vez mais em direção ao sucesso. Cedo ou não pra dizer, o fato é que a banda vive seu melhor momento até aqui. Definitivamente! O power trio de hard/heavy acabou de retornar da Europa onde realizou nove shows pela Inglaterra, Alemanha, Suíça, Itália e Holanda. Entre as apresentações, destacam-se a do Cart & Horses em Londres - mesmo pub onde o Iron Maiden iniciou sua

“Live In Amsterdam” foi gravado durante a turnê europeia da banda que além da Holanda também passou por Inglaterra, Alemanha, Suíça e Itália

carreira, o show que fizeram em Amsterdã, na Holanda, no The Waterhole, e os dois festivais, Sneker Metal Meeting, na Holanda, e Razorblade, na Alemanha. A recepção ao Pop Javali foi tão boa que o grupo logo tornou-se pauta na imprensa do velho mundo. O The Pit, um dos sites especializados mais respeitados da Alemanha, publicou em sua cobertura do Festival Razorblade que o Pop Javali foi, “sem dúvida, a grande surpresa do festival”. Aqui no Brasil a repercussão não tem sido diferente. A Roadie Crew, principal e mais respeitada revista impressa de rock, publicou uma entrevista de duas páginas com o grupo! Para consolidar o sucesso dessa primeira experiência pela Europa, o Pop Javali anuncia o lançamento de seu primeiro CD ao vivo, “Live In Amsterdam”, gravado durante uma das apresentações de destaque da turnê, no Waterhole, na capital holandesa. “Live In Amsterdam” será mixado e masterizado por ninguém menos que Andria Busic, do Dr Sin, com quem a banda já havia trabalhado em seu disco anterior de estúdio, “The Game Of Fate”.

De acordo com o baixista e vocalista Marcelo Frizzo, “Live In Amsterdam” reafirma o sucesso da primeira turnê internacional do Pop Javali e faz um resumo de toda trajetória do power trio até aqui. “Lançar esse disco ao vivo é, sem dúvidas, um dos mais importantes passos na carreira do Pop Javali”, diz entusiasmado o músico. “Registramos o áudio de vários outros shows durante a turnê, mas Amsterdã teve um MAIO 2016 | KillerPumpkin

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sabor especial. Esse show foi sensacional!

com a banda Mystical Warning - com quem

Primeiro porque foi um show numa segunda-

lançaram o álbum “Third Millenium” pela

feira! Onde mais você poderia se apresentar

Megahard Records em 1998 - o Pop Javali

numa segunda-feira e ainda gravar um

sempre manteve-se ativo e produtivo.

disco ao vivo com uma plateia formada por gente do mundo todo? Isso só é possível em

Já dividiram o palco com algumas das

Amsterdã! Até me lembro que durante nosso

maiores bandas de rock de todos os

set apareceu um montão de músicos da

tempos, como o Deep Purple e Uriah Heep,

Indonésia na plateia que ficaram agitando

e gravaram dois álbuns, “No Reason To Be

sem parar. Ao fim do show rolou a maior

Lonely” de 2011 e o mais novo trabalho, “The

‘brodagem’ com os caras. Foi uma noite

Game Of Fate”. “The Game Of Fate” foi

muito feliz e emocionante, já que foi o último

produzido pelos irmãos Andria e Ivan Busic

show da turnê. Através desse disco ao vivo

do Dr. Sin, outro seminal power trio brasileiro.

queremos agora compartilhar com nossos fãs toda essa alegria e a emoção surreal que

Segundo Loks Rasmussen, o encontro do

é ter sua música bem recebida no outro lado

trio com os irmãos Busic foi obra do destino. ”Minha tia trabalhou alguns anos como

do oceano.”

cuidadora de idosos e, coincidentemente, a “Live In Amsterdam” será lançado antes do fim do primeiro semestre de 2016. Tracklist e capa serão anunciados em breve.

POP JAVALI Rush, Motörhead, Cream, EL&P, Triumph,

mãe dos Busic foi uma delas. Minha tia então levou um CD nosso para o Ivan, que me ligou parabenizando assim que ouviu o disco. Ele então nos convidou para conhecer o estúdio Sonata 84 e se colocou a disposição pra produzir o disco. Assim nasceu não só

ZZ Top, The Police. A história do rock está

The Game Of Fate, mas laços pessoais e

repleta ríveis. Não há como negar que as

musicais. De fãs, passamos a ser amigos e

formações de bandas de rock com apenas

parceiros de trabalho.”

três integrantes possuem algo especial. Os laços entre Pop Javali e Dr Sin Apenas uma questão estética? Basta

estreitaram-se da tal maneira que os próprios

tomar como base os nomes citados pra

irmãos Busic fazem questão de ressaltar o

concluir que não. O Pop Javali é um power

relacionamento existente entre eles. “São

trio brasileiro que há mais de 20 anos

grandes pessoas e donos de um talento

vem seguindo os mesmos passos de seus

musical raro”, diz Ivan Busic. “Eles têm no

predecessores.

conjunto a formula de uma banda que faz música com o coração. Um álbum repleto

Formada em 1992, a banda mantém a mesma formação até hoje: Marcelo Frizzo

de peso, melodias, grooves e riffs de tirar o fôlego”.

(baixo e vocal), Jaéder Menossi (guitarra) e Loks Rasmussen (bateria). Por mais que

Parceiro na produção e irmão de Ivan,

durante a segunda metade da década

Andria Busic também não economiza

de 90, Jaéder e Loks tenham se destacado

elogios. “Foi um grande prazer produzir

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do Pop Javali tem algo de “espiritual”, não se baseia em regras de teoria musical”. Segundo Marcelo Frizzo, esse elemento espiritual também permeia, de certa forma, o conteúdo das letras do álbum e, consequentemente, acaba refletindo na arte da capa. “O surrealismo contido na capa tem a intenção de fazer pensar em como você vê (olho) a vida passando (relógio) e o que isso pode significar pra sua vida. O tempo é suficiente? Qual o seu tempo? O que você faz com o tempo que tem? Coisas assim, relacionadas à vida, ou ao Jogo Do Destino, como diz o título do álbum, são pensamentos que cultivamos ao longo de nossa carreira e queremos compartilhar com as pessoas através desse álbum”. músicos tão competentes e que se tornaram

Desde seu lançamento em maio de 2014,

grandes amigos. Fico muito feliz em fazer

“The Game Of Fate” tem conquistado a

parte da historia desta banda que, com

mídia do país inteiro.”Um dos melhores

certeza , veio pra ficar e melhorar o cenário

álbuns de Hard/Heavy dos últimos anos”,

do rock brasileiro”.

publicou, por exemplo, a renomada revista Roadie Crew em resenha feita sobre o disco.

Em relação ao processo de composição

Na mesma publicação, “The Game Of Fate”

do álbum, depois de tanto tempo tocando

rendeu ao Pop Javali três indicações entre

juntos, o momento criativo no Pop Javali

os Melhores de 2014: Melhor Álbum, Melhor

acabou se tornando uma experiência quase

Baixista e Melhor Baterista.

metafísica. “Depois de mais de 20 anos, fica fácil mostrar uma ideia de uma música e

Mas, indubitavelmente, o maior trunfo que

fazer com que o outro entenda sem precisar

o Pop Javali conquistou com “The Game Of

ficar explicando muito”, reflete o guitarrista

Fate” foi a oportunidade de excursionar pela

Jaéder Menossi.

primeira vez fora do Brasil. O grupo realizou em Outubro de 2015 a sua primeira turnê pela

“Mas acontece algo curioso com a gente:

Europa. Foram ao todo nove shows por cinco

quando estamos criando, algumas músicas

países: Milão na Itália, Worblaufen na Suíça,

soam pra gente como se já existissem! Em

Londres na Inglaterra, Hamburgo (dois shows)

alguns momentos conseguimos “ouvir” essa

e Oer-Erkenschwick na Alemanha, além de

música nova no ar e a transpomos para os

Sneek, Drachten e Amsterdã na Holanda.

instrumentos. O processo de composição

De volta ao Brasil, os músicos trouxeram na

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bagagem não apenas mais experiência,

cidades que passamos foi sensacional’’,

novas amizades e a sensação de um sonho

diz empolgado Marcelo Frizzo.“Mas tenho

realizado, mas, sobretudo, uma emoção sem

que destacar nosso show em Londres, onde

precedentes por ter sua música bem recebida

tocamos no Cart & Horses, mesmo pub

do outro lado do oceano.

onde o Iron Maiden iniciou sua carreira, e os festivais Sneker Metal Meeting, na

“A receptividade do público em todas as

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Holanda, e Razorblade, na Alemanha”.


Provas da excelente recepção que o Pop Javali teve no velho mundo estão espalhadas pela imprensa. O The Pit, um dos sites especializados mais respeitados da Alemanha, publicou em sua cobertura do Festival Razorblade que o Pop Javali

SERVIÇO www.popjavali.com.br facebook.com/popjavali

foi, “sem dúvida, a grande surpresa do festival”. No Brasil, a Roadie Crew publicou uma entrevista de duas páginas com a banda!

twitter.com/popjavali youtube.com/popjavali92 soundcloud.com/popjavali

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ENTREVISTA

MIRANT entrevista com a banda

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fotos: Rafael Amaro

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A

MIRANT é um projeto de longa

Com a produção às vésperas de se iniciar,

data que foi tomando forma aos

o então baterista precisou deixar o grupo e

poucos. Sérgio (vocal e guitarra)

seguiram produzindo com os três integrantes,

tinha algumas composições e resolveu juntar

e gravaram o EP “Ao Meu Redor” com o

alguns amigos no ano de 2014 para tirar

Patrick Laplan, enquanto fizeram alguns

essas músicas do papel.

testes até encontrar André (baterista).

Um dos amigos que ele convidou foi Cauê

O time foi formado e desde então

(guitarrista) com o qual foi trabalhando e

a Mirant vem trabalhando o material

ensaiando enquanto testávam formações

lançado junto às redes sociais e nos

para a banda. No final do mesmo ano,

shows, além do planejamento de novos

convidaram o Dunha (baixista) que já havia

lançamentos.

tocado em bandas parceiras de suas antigas bandas, todas de Guarulhos/SP.

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Confira a entrevista...


- QUAL A VISÃO DA BANDA SOBRE A MÚSICA BRASILEIRA NOS DIAS DE HOJE?

do trabalho. A primeira música (+5) foi feita durante o processo de produção.

Cauê: O consumo da música vem mudando em uma velocidade absurda e a facilidade para o artista disponibilizar seu trabalho para um número grande de pessoas é muito maior se comparada a 15, 20 anos atrás.

- QUAIS INFLUÊNCIAS MUSICAIS (ESTILOS E MÚSICOS E/OU BANDAS) VOCÊS TRAZEM NO ÁLBUM? Dunha: Nós temos como referências muitas bandas diferentes. Entre elas podemos citar

Comunidades nas redes sociais, serviços

Incubus, Foo Fighters, Red Hot Chili Peppers,

de streaming, flash mobs e campanhas de

Thrice, Charlie Brown Jr. Tem muito anos 90

financiamento coletivo são apenas algumas

no EP.

ferramentas que aproximam o artista e o ouvinte com rapidez. Acredito que tudo isso

- COMO DEFINEM O SOM QUE FAZEM?

deu um novo fôlego pro mercado da música

André: Ficamos meio perdidos com rótulos,

tanto nacional, quanto internacional. Mas

mas cremos que nosso som é um Rock

falando de música brasileira, os músicos

Alternativo.

da nova MPB, do rap nacional e da nova cena do rock alternativo merecem total credibilidade. Cada vez mais surgem artistas de qualidade absurda, com trabalhos tão bons que é pra gringo nenhum botar defeito. Vivemos tempos excelentes pra sair de casa

- VOCÊS QUEREM SER UNDERGROUND OU ENTRAR PARA O MAINSTREAM? André: Preferimos deixar que o tempo traga o que for melhor para nós. Ao mesmo tempo que muitas bandas

e ir num show de um artista brasileiro, seja

underground têm reconhecimento

num barzinho, seja num mega festival.

nacional, algumas bandas que chegam ao mainstream acabam isoladas de uma cena

- QUAIS FORAM OS MAIORES DESAFIOS PARA CONSEGUIR CONCLUIR O EP? Sérgio: Um dos maiores foi, com certeza,

que está em ebulição simplesmente porque alguma cláusula de algum contrato não as permite tocar onde bem entenderem,

realizar a produção sem baterista, com horas

por exemplo. É complicado definir, mas

e horas de estúdio só com duas guitarras,

nós trabalhamos para que nossa música

baixo e voz. A bateria ficou a cargo do

chegue a mais pessoas o possível e que

nosso produtor Patrick Laplan. Assim que

possamos tocar em quantos lugares legais

terminamos a gravação, encontramos o

conseguirmos.

André, que já saiu tocando conosco por aí. - QUAL PALCO, LOCAL, FESTIVAL... TÊM O - COMO FOI A ESCOLHA DO REPERTÓRIO?

SONHO DE TOCAR?

Sérgio: Gravamos cinco músicas ao vivo

Dunha: Gostamos muito da atmosfera

pra mandar ao nosso produtor e ele pediu

intimista que algumas casas de show com

mais material. Acabou que uma música

palcos próximos do público proporcionam,

feita em 2007 entrou pro EP, duas das cinco

mas nosso sonho é tocar em festivais como

gravadas viraram uma música só e as outras

Rock in Rio, Lollapalooza e Planeta Atlântida.

pareciam que já faziam parte do contexto

Só de imaginar toda a infraestrutura de MAIO 2016 | KillerPumpkin

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um evento desse porte, a gente fica muito

Sérgio: Tudo começou na capa do EP,

animado. Estamos participando de um

onde trabalhamos o conceito de praia

concurso chamado EDP Live Bands, cujo

misturada ao cotidiano urbano com a foto

prêmio é tocar num festival de dois dias em

de uma modelo de biquíni tomando sol em

Portugal.

plena Avenida Paulista. Então, depois de uma conversa com o amigo Felipe Rocha,

- O BRASIL É CARENTE DE BOAS BANDAS? DE TALENTOS MUSICAIS? Sérgio: Não, o Brasil tem muita música boa

que tem uma série de vídeos chamada Explícito, tivemos a ideia de, através desta série, seguir deixando as mulheres

e muitos talentos. E nesse caso, o que facilita,

interpretarem a nossa música. Então

é também o que dificulta. Para se destacar

chamamos algumas amigas, que cada uma

na internet, é preciso trabalho constante

à sua maneira deu vida aos lyric videos do EP

do artista, é preciso conhecer seu público, se mostrar pra galera. Com tanta gente boa, aparecer para um número grande de pessoas torna-se um pouco difícil. Quem ganha é o ouvinte, que em poucos minutos encontra uma banda nova nos artistas relacionados à banda que ele está ouvindo em algum player, por exemplo. - SE VOCÊS TIVESSEM O PODER DE FAZER UMA REVOLUÇÃO NA MÚSICA BRASILEIRA, O QUE FARIAM? Cauê: A gente acha que, no momento, o que a música brasileira mais precisa é democracia. Acreditamos que todo mundo tem seu lugar ao sol sim, mas quando se olha uma lista com músicas mais tocadas nas rádios, por exemplo, fica evidente o abismo que separa alguns gêneros musicais de outros. Pode ser porque alguns poucos executivos do ramo queiram assim, pode ser porque alguns artistas vendem mais fácil que outros, enfim, não sabemos ao certo a causa. No fim das contas, a gente gostaria mesmo é de ver todo mundo com as mesmas oportunidades de divulgar seu trabalho pro mundo. - OS LYRICS VIDEOS FORAM MUITO BEM PRODUZIDOS, ESSA IDEIA PARTIU DE ONDE? 30 KillerPumpkin | MAIO 2016

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Mpb

LEIA

A Vida Louca da

E

ntre muitos comentários e olhares

que não contemplaram qualquer barreira

sobre a música popular brasileira,

entre a música e o vício, que mergulharam

poucos atentam para a loucura de

de cabeça na vida e perpetuaram um

suas histórias. Buscando os detalhes pouco

testemunho tatuado em cifras que ainda

conhecidos das vidas conturbadas de

não desapareceram de nossos ouvidos,

artistas como Noel Rosa, Cazuza, Maysa e

mesmo depois de mortos.

Vinicius de Moraes, este livro abre as portas

Nos caminhos e descaminhos que deram

para o lado obscuro, excêntrico e por vezes

forma à música popular brasileira, dezessete

engraçado das vidas de dezessete figuras

artistas se destacam por suas histórias de loucuras, escândalos, porres e quedas fenomenais que renderam material inesgotável à construção de mitos. Dos anos 1930 aos 2000, eles viveram intensamente, fundaram escolas, revolucionaram estilos, encantaram multidões e continuam sendo referência para qualquer um interessado na diversificada constelação da MPB. São histórias – muitas com mais de uma versão na cada vez maior bibliografia musical brasileira – recontadas a partir de uma perspectiva distanciada, sem dourar pílulas ou esconder vexames. Desafiado a perfilar esses vidas-loucas, Ismael Caneppele tanto mergulhou na história de algumas personalidades que fizeram a trilha de sua adolescência e juventude – contemporâneos como Cássia Eller, Renato Russo, Cazuza e Itamar Assumpção – quanto foi atrás de gente da qual tinha menos referências, algumas vagas ou caricatas.

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