KillerPumpkin - Edição #9

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JUNHO / JULHO 2016 / edição 09

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Bogotah cONHEÇA A BANDA DE SÃO GONÇALO

Ana Sucha

A força da mulher com bom humor e valentia em seu disco de estreia

DAN lança EP “Amber”

LIMONGE

Um por todos

JUNHO 2016 | KillerPumpkin

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#9


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ÍNDICE

KILLERPUMPKIN EDIÇÃO 09 - JUNHO / JuLHO DE 2016

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Ana Sucha A força da mulher com bom humor e valentia em seu disco de estreia

8 10 18

18 26 30

26

LANÇAMENTOS

Almir Chiaratti

lança EP ao vivo e vídeo com participação de Luiza Sales LANÇAMENTOS

Broken Jazz Society

trio de stoner rock lança videoclipe LANÇAMENTOS

DAN

lança EP “Amber” CAPA

limonge

Um por todos

NOVIDADE

Bogotah

cONHEÇA A BANDA DE SÃO GONÇALO LEIA

Sabbath Bloody Sabbath

JORNALISTA RESPONSÁVEL Amauri da Rocha Mtb: 36124 EDIÇÃO Horigami Amauri da Rocha TEXTOS Horigami Assessorias de Imprensa COMERCIAL Horigami contato@horigami.com.br DIAGRAMAÇÃO E ARTE Elias Setin FOTO CAPA Patricia Scavone CIRCULAÇÃO Digital

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KillerPumpkin | JUNHO 2016

junho 2016 / edição 09


ANTENADO

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ANTENADO

ENTREVISTA

EM ESTÚDIO

STYLE

HALLOWEEN

TODO DIA

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LANÇAMENTOS

Almir Chiaratti lança EP ao vivo e vídeo com participação de Luiza Sales

C

lassificada pelo cantor e compositor

clipe para a música "Ne T'inquiète Pas", com

Almir Chiaratti como "a melhor noite

participação da cantora Luiza Sales.

do início das melhores noites que

virão pela frente", o show de lançamento

Disco de estreia da carreira musical de

do álbum "Bastidores do Sorriso", realizado

Almir Chiaratti, o "Bastidores Ao Vivo" é o

em 2015, foi a primeira apresentação da

nascimento do artista no palco. "Este EP ao

turnê e também o primeiro show do artista.

vivo é muito bacana pra mim por que é um

A emoção sentida por todos naquele

registro completamente afetivo de uma

dia agora é transformada em um EP, o

noite muito especial. Ele é zero preocupado

"Bastidores Ao Vivo", que também gerou o

com aquelas regrinhas de duração de

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música do mercado, sabe? Tem faixas de

parceiros, familiares e fãs, que investiram

cinco minutos porque fiz questão de colocar

em um financiamento coletivo para ganhar

as falas de agradecimento e tentar trazer

ingresso, CD e outras recompensas.

essa experiência de ouvir um show ao vivo mesmo, sem muitos cortes.", explica o cantor.

Sempre voltado para a evolução do seu trabalho como cantor e compositor, Almir

Um dos pontos altos da apresentação,

já se prepara para um novo trabalho, bem

o dueto com a cantora Luiza Sales para a

diferente do disco "Bastidores do Sorriso":

canção "Ne T'inquiète Pas" se tornou um

"Quanto a um próximo CD, eu tenho músicas

clipe ao vivo. O vídeo também registra a

novas que estou trabalhando. Mas estou

participação da banda Ruivo, Urso e Mogli,

num processo de aprendizado tão grande

que tocaram no CD e no show, mas não

que ainda estou digerindo e ruminando tudo

acompanham atualmente o cantor. Da

isso que está acontecendo na minha vida

formação original do disco, o saxofonista

musical! Certamente pro fim do ano a gente

Mateus da Silva continua se apresentando

já deve lançar alguma coisa com uma cara

com Almir Chiaratti.

distinta em relação ao 'Bastidores'", adianta.

"A Ruivo, Urso e Mogli, ou seja o Rafael d'Almeida, o André Santos e o André Luiz me acompanharam no disco e além de ótimos músicos, são meus amigos há anos. Esse show marca o nascimento do meu projeto musical e o fim do projeto do CD até onde eles me acompanharam, então foi uma noite de nascimento e despedida da RUM me acompanhando. Muitos motivos para agradecê-los pra sempre", conta. Gravado no Solar de Botafogo, o show foi troca de energia das pessoas que estavam lá para assistir, dos músicos que estavam no palco e, até mesmo, do público que assistia online. Isso porque a apresentação foi transmitida ao vivo pela fanpage do cantor. "Lembro que na época a grande multidão de 12 pessoas, entre elas a sogra e a namorada do guitarrista, pois elas são

O EP “Bastidores Ao Vivo” está disponível no Soundcloud e Spotify. Assista ao vídeo ao vivo de “Ne T’inquiète Pas” no You Tube.

SERVIÇO https://youtu.be/0yAdmRZMGyw

de SP e não puderam vir ao Rio. Isso me ganha e me emociona até hoje, sabe? Usar a tecnologia para chegar onde importa", relembra Almir Chiaratti. O show foi possibilitado pelo apoio de amigos,

open.spotify.com/album/2NzRChvzmcZv1A0fWwlzyH soundcloud.com/almirchiaratti/sets/bastidores-ao-vivo

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LANÇAMENTOS

Broken Jazz Society

trio de stoner rock lança videoclipe sobre a crise política e moral vivida no Brasil

A

crise política do Brasil, as operações policiais contra a corrupção e as manifestações nas ruas, tudo isso serviu

de inspiração para Mateus Graffunder (guitarra/ vocal), João Fernandes (baixo) e Felipe Araújo (bateria) escreverem uma canção chamada "Riot Spring". Ela faz parte do EP "Gas Station", o mais novo trabalho do Broken Jazz Society, banda que tem sido a razão de viver desses três mineiros desde 2013, quando foi formada. 8

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Com cenas filmadas em Uberaba/MG,

Um teaser do videoclipe "Riot Spring"está

cidade natal da banda, e em diferentes

disponível no canal oficial do Broken Jazz

locações no centro antigo de São Paulo, o

Society no Youtube: https://www.youtube.

videoclipe de "Riot Spring" é uma expressão

com/watch?v=Y6kXFOipoUQ

fidedigna do momento de revolução que vive o Brasil. Cortesia dos diretores Foster Caldas Rodrigues e do respeitadíssimo Rodolpho "Rod"

SOBRE "GAS STATION" "Gas Station" aponta para uma nova

Cauhi, fundador da Origem Filmes e sócio-

sonoridade se comparado ao disco de

fundador da Amsterdam Digital, responsável

estreia do Broken Jazz Society, "Tales

por mais de 50 clipes. "Riot Spring" ainda

From Purple Land" de 2014. Gravado por

contou com roteiro de André de Vito.

Ricardo Barbosa no do 106Studio em Uberaba/MG e mixado/masterizado pelo mestre Gustavo Vazquez (Black Drawing Chalks, Hellbenders, Uganga), "Gas Station" traz o Broken Jazz Society com roupagem menos lo-fi e mais centrado nos sons de guitarra e baixos recheados de fuzz. Com referencias desde clássicos setentistas até o rock alternativo contemporâneo, "Gas Station" é uma explosão lisérgica de stoner rock, sem abrir mão da riqueza e complexidade nas melodias. É o que demonstram "Riot Spring" e as outras duas faixas que compõem o trabalho, "Mean Machine" e a faixa-título. "Gas Station" é um lançamento da Sapólio Rádio, mesma gravadora de

SERVIÇO

www.brokenjazzsociety.com facebook.com/brokenjazzsociety

importantes nomes da cena mineira do rock contemporâneo como Uganga, Seu Juvenal e Lava Divers. "Gas Station" pode ser adquirido através do site oficial da gravadora: www.sapolioradio.com.br

twitter.com/official_bjs youtube.com/user/brokenjazzsociety instagram.com/brokenjazzsociety soundcloud.com/broken-jazz-society JUNHO 2016 | KillerPumpkin

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LANÇAMENTOS

Luisa Mascarenhas

DAN lança EP “Amber”

Trabalho traz influência do rock acústico e do indie

D

aniel Borges é DAN, cantor carioca

para contar histórias sobre relacionamentos.

que lança seu EP de estreia "Amber". O

Entre versos intimistas, ele apresenta as fases de

trabalho chega ao público logo após

uma relação amorosa: o encantamento inicial,

a divulgação do primeiro single, "Tell Me", que

a paixão e o amadurecimento, narrando ao

também ganhou clipe. Com canções leves e

longo das faixas a aventura de pessoas jovens

influência do rock acústico, DAN usa a música

que ainda não sabem tão bem o que querem.

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O projeto teve início em 2016, com a

em realidade. Além da voz e letra de

ideia de acompanhar uma história de amor

Daniel Borges, a gravação contou com a

por meio da música. A primeira faixa, que

participação dos músicos Sérgio Duarte

também intitula o EP, centraliza todo o

(baixo e teclado) e Jonas Cáffaro (bateria),

enredo. "Amber" conta sobre o vínculo de

o que tornou o EP ainda mais completo. A

uma moça com alguém, desde o momento

produção ficou por conta de Duarte e o

em que se conheceram. A imagem de

próprio DAN.

capa, ilustrada por Carolina Munhoz, também intercala com a estória, por meio dos cabelos cor de laranja de uma mulher, que rementem ao espírito da personagem, e o azul, que significa o fim de tudo. Quem escuta a interpretação de DAN pouco imagina que o cantor nem sempre sonhou em ser músico. Na adolescência, pegou um violão pouco usado para tocar algumas canções, graças ao encanto pela melodia de sua maior inspiração, o americano John Mayer. "Nos meus 15 anos, um amigo meu, devido ao nosso interesse nos álbuns "Continuum" e "Where The Light Is?", perguntou se eu queria aprender. Arranjei um violão que corria de casa em casa na família e não havia sido tocado por ninguém. Aprendi "Wonderwall" do Oasis, e foi realmente amor à primeira vista", diz ele. Apesar de focar apenas em seu trabalho solo, Daniel demonstra facilmente o dom em sinfonias. Durante as aulas de guitarra, adquiriu uma paixão pela composição, e descobriu grandes referências para a carreira, os ingleses Chris Martin, vocalista do Coldplay, e Alex Turner, frontman do Arctic Monkeys. Além das inspirações internacionais, DAN identifica-se com o brasiliense Tiago Iorc e os ex-integrantes do Los Hermanos, Rodrigo Amarante e Marcelo Camelo. Tamanha influência transformou "Amber"

Assista o clipe de "Tell Me", o primeiro single e ouça "Amber"

SERVIÇO open.spotify.com/album/6sAJscKFD2AFyECU2M9P90 youtu.be/TBycHCk7gGo itun.es/br/sk2Rbb deezer.com/album/12827914 JUNHO 2016 | KillerPumpkin

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LANร AMENTOS

Ana Sucha

Fotos: Barbara Lopes

A forรงa da mulher com bom humor e valentia em seu disco de estreia

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"Inês é morta" é uma das expressões mais

A inspiração para o nome do disco surge

famosas da língua portuguesa. Sinônimo de

na terceira canção, "Uma mulher feliz", onde

uma causa perdida, a expressão acabou

a artista carioca de nascimento e brasiliense

sendo um norte no bem humorado e urgente

de coração canta "Ô Mamãe / Há mais de

"Inês", disco de estreia da cantora Ana

um mês / To namorando a Inês / Nem reparei

Sucha, que se debruça sobre o feminismo,

no rapaz / Porque pra mim tanto faz".

sexismo e visibilidade LGBT. "Eu já tinha feito a música com os meus "Eu era baterista, mas estava

parceiros Eugenio Dale e Suely Mesquita e

completamente parada já tinha quase cinco

numa audição com a fotógrafa Barbara

anos, como me mudei pro Rio, não conhecia

Lopes, ela brincou falando que 'agora Inês é

ninguém que pudesse formar uma banda

morta'. Procurando a origem da expressão

comigo. Daí veio essa urgência de tocar

encontrei a história incrível que inspirou no

dentro de mim e eu pensei - 'poxa, eu toco

proceder do disco", conta Ana.

bateria, percussão, violão e até que sou afinada, acho que dá pra brincar de tocar

Inês de Castro foi uma cidadã portuguesa

sozinha mesmo'", explica Ana, que contou

do século XIII que viveu um romance

com a força do produtor e arranjador

proibido com o principe real da época,

Eugenio Dale na concepção do projeto.

Pedro I de Portugal, que estava prometido

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a outra mulher. Anos depois, já viúvo, Pedro

originalidade e talento, em pouco tempo

I e Inês decidiram viver seu amor. Por medo

de estrada, já a levaram para grandes

da repercussão política e moral que aquele

palcos dentro e fora do Brasil. Depois de

segundo casamento causaria, o Rei Afonso

tocar no maior festival de música brasileira

IV mandou executarem Inês.

da Holanda – por onde também passaram Caetano Veloso, Gilberto Gil e Maria Gadú,

Da morte dela, surgiria uma das cenas

Ana Sucha apresenta seu disco de estreia,

mais tétricas e lendárias da história ibérica,

"INÊS", com produção de Eugenio Dale,

onde Pedro I coroaria Inês como sua rainha

que trata de suas vivências enquanto "ser

depois de morta e os súbitos fizeram fila para

mulher", dotado de sentimentalidades, ironia

beijarem a mão do cadáver.

e boas doses de diversidade musical.

De canções de protesto como "Vermelho

O disco é inspirado pela história de Inês

cor de sangue" até um dueto com o

de Castro, uma jovem mulher que vivia um

sistema operacional Siri em "Onde você

amor proibido com D. Pedro I de Portugal.

está?", o disco mistura humor e seriedade

Ela foi brutalmente assassinada a mando do

para falar o dia a dia de muitas Inês,

pai do seu amado – anos após ser morta, foi

rainhas vindas do sofrimento.

coroada como rainha. Conforme ouvimos o disco, conseguimos reconhecer um pouco

"Cada um tem uma estratégia pra lidar com a 'opressão de cada dia' - a minha é o

de Inês em cada mulher – muitas vezes preteridas, mortas, mas sempre rainhas.

humor. Eu não sou uma pessoa 'séria' (risos). Ao mesmo tempo, tem coisas que pesam

Autodidata, Ana Sucha toca – junto

muito no dia a dia e que são relevantes

com Eugenio Dale – praticamente todos

da gente falar, se posicionar e acho que

os instrumentos no disco. Nas faixas "Seis

esse é o meu jeito de me fazer ouvir, de

sentidos" e "Eu sorrio bem mais", eles contam

contar a minha história. E acho que tratar

com a participação dos incríveis Frederico

as coisas com humor e ironia não diminui a

Puppi (violoncelo) e Gustavo Corsi (guitarra).

mensagem", explica.

Já na canção "Onde você está?" e "Bagatelas", quem participa é Dennis Novaes

"Inês" está disponível para audição a

(cavaquinho).

partir de junho, e chega às plataformas de streaming no mesmo mês. A versão física do disco sai em julho. Ouça "Inês": https://www.youtube.com/wat ch?v=RPnWk6DFjQ0&feature=youtu.be

RELEASE DO DISCO "INÊS", DE ANA SUCHA Ana Sucha é uma jovem cantora, compositora e multi-instrumentista. Sua

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Ana assina sete das 10 faixas do disco, ora sozinha, ora acompanhada por parceiros como Eugenio, Dennis, Suely Mesquita ou Zerzil. Também assinam canções, João Paulo Gusmão e Dennis Novaes, parceiros da cantora da época em que vivia em Brasília, e Zerzil. "Doze temporadas", balada de Ana Sucha, abre o disco sentenciando a superação de um relacionamento – consigo mesma - por


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meio da música. A canção dá o tom da

forte e depoimentos de mulheres sobre o

poética de Sucha, onde há espaço para

primeiro assédio que sofreram colados em

sentimentalidades e ironia. A "volta por cima"

pastiche ao longo da canção, a exemplo

e o sentimento de libertação para ser quem

do videoclipe da música - lançado no dia

e o que quiser ser, pode ser ouvido na faixa

internacional da mulher.

seguinte, "Do Fundo do Poço", um pop-rock assinado por Sucha e Zerzil.

No "samba quadrado" "Eu sorrio bem mais", uma composição de Dennis Novaes

"Uma mulher feliz", terceira faixa do disco,

e João Paulo Gusmão, encontra-se outra

tem assinatura de Ana Sucha, Eugenio Dale

volta por cima, com bela linha de violoncelo

e Suely Mesquita, e remonta influências

em diálogo com a voz de Ana Sucha. O

da música paraense, com sintetizador

disco termina com "Bagatelas", canção de

bem marcado, para falar de uma relação

mensagem positiva que remete ao blues

homossexual com o "eu-lírico" do disco, a

e tem na "fofura" e na brincadeira seu eixo

Inês. Divertida, a faixa promete encabeçar

central, com coro bem marcado, gravado

as preferidas do público, com seguinte a

por amigos da cantora.

frase: "Ô mamãe/Há mais de um mês/Tô namorando a Inês/Nem reparei no rapaz". A sequência traz "Meu nome é tchau", de Ana Sucha e Suely Mesquita, e traz um funk carioca irônico sobre o término de uma relação opressora. A balada "Seis sentidos" é uma boa

SERVIÇO youtube.com/user/anasucha1 facebook.com/sucha.ana

declaração de amor à carioca e confere ao disco caráter popular, com promessas de boa aceitação radiofônica. Emenda-se a esta, "Sobre pássaros, flores e espinhos", do compositor brasiliense Dennis Novaes. A faixa, que originalmente foi composta como samba, ganha, no disco, um potente arranjo roqueiro e traz uma bela reflexão sobre o amor: "Amor/A vida é feito um passarinho/É como a flor e o espinho/Tem o cantar e o sofrer". "Onde você está?" tem linha melódica doce e se apresenta como uma balada que versa sobre a solidão de forma muito criativa e contemporânea. Em "Vermelho cor de sangue", de Zerzil, Ana Sucha empunha campanha feminista com letra 16

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soundcloud.com/ana-sucha


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CAPA

LI

MON

GE Um por todos

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Fotos: Patricia Scavone

C

antor, compositor e multiinstrumentista. É assim que o paulista Limonge, 28 anos, se apresenta ao lançar seu segundo EP “O Tempo”. O projeto conta com três músicas autorais que visam retratar as sensações que todos têm ao se deparar com a passagem do tempo, da nostalgia do passado (representado na faixa “Geração 90”), ao imediatismo do presente (“2 minutos”), até das certezas e incertezas do futuro (“O Tempo”). Seguindo a mesma linha do primeiro projeto, Limonge toca todos os instrumentos das músicas e também assina toda produção.

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Como foi o processo de produção do EP,

Qual foi o tempo de estúdio para finalizar o EP?

já que você tocou todos os instrumentos e,

LIMONGE - Foram cerca de 4 dias atuando

claro, gravou a voz? Ah, e ainda assinou a

como músico (gravando) e um belo

produção. Resumindo: fez tudo.

mês atuando como produtor (mixando,

LIMONGE - Pode parecer extremamente complexo, mas fluiu de forma tão orgânica que até me assustei (rss). Como costumo produzir material sozinho em home studio já

reeditando e trabalhando em cada faixa). E o resultado final, ficou com esperava ou mudaria algo? LIMONGE - Olha, sim e não (rss). Não acredito

há algum tempo, a gravação não foi um

que seja um problema exclusivamente meu,

processo complicado, o grande problema

mas depois de ouvir as mesmas músicas por

acabou sendo a autoanálise.

umas 100 vezes, você fica meio "acostumado" e acredita ter em mãos a obra da vida, o

O que lhe deu mais trabalho para concluir este projeto? LIMONGE - Atuar como crítico do seu próprio

santo graal da música. Passa um tempo, você ouve de novo e descobre umas 30 mudanças que gostaria de fazer e que deixariam a

trabalho é muito complicado, o julgamento

música soar melhor... Contudo, analisando

acaba sendo contaminado pelo apego

friamente, ficou satisfatório, mas já tenho uma

emocional. Acredito que digerir o todo e deixar

série de aprendizados pra colocar em prática

cada uma das músicas num formato que soasse

no próximo trabalho.

uniforme e agradável foi a grande dificuldade... Qual a fórmula para administrar tudo isso, e

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ainda dar certo? LIMONGE - Não existe uma equação,

do caminho... mas é preciso continuar a nadar, gerar conteúdo, buscar algo que te

acredito que, acima de tudo, temque haver

diferencie do todo e achar teu nicho, teu

muita força de vontade e desejo constante

oceano, sem seguir o rastro já traçado por

de aprender e evoluir... Nunca estar satisfeito

alguém, senão, morrer afogado, perder

e acomodar faz com que você siga adiante.

relevância ou se tornar só mais um são

Mas admito que minha administração não

probabilidades bem altas.

é muito exemplo pra ninguém (rss). Apenas deixo a coisa fluir e sigo meu coração, que não me deixa parar nunca.

Ser totalmente independente é um bom negócio ou, às vezes, dá aquela vontade de pedir socorro?

Tem algum segredo para cuidar da carreira solo, além de ter que compor, tocar e cantar? LIMONGE - Além da Geração Y que

LIMONGE - Tem horas que pesa, mas o saldo acaba sendo bem positivo. Ter pleno controle sobre tudo que cria faz

me salva pra caramba, não surtar

tudo valer a pena. Sigo meu rumo como

(hahahahahahaha). Amar o que você faz

acho que devo, não como querem que

torna tudo mais fácil, é o tipo de coisa que

eu siga e, quando dá certo, a sensação

flui naturalmente, não tem muito roteiro,

de dever cumprido e satisfação ao saber

acaba acontecendo tudo ao mesmo tempo

que aquilo é um pedaço sincero meu

e os processos se complementam ao longo

compensam todo esforço. JUNHO 2016 | KillerPumpkin

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Falando um pouco de você. O que

tão pasteurizado, tão forçado, que me soa

Limonge ouve e o que jamais perderia

mais como negócio do que música... é uma

tempo em ouvir?

fórmula que deu certo e qualquer zé mané

LIMONGE - Não vou vir com aquela de "sou

agora deu de replicar. Não desce, saca?

eclético" porque soaria falso e é papo de gente que fica em cima do muro (rs). Gosto muito de rock clássico, grunge, britpop, pop/rock dos anos 80/90, mpb, jazz, blues, folk, música francesa (pasmem)...

Dentro dessa mesma linha de pensamento, quais são suas influências musicais? Estilos, músicos, compositores, cantores? LIMONGE - Grande parte do meu DNA

respeito muito o sertanejo de raiz, vejo muito

musical foi formado por Pop/Rock Nacional,

valor em rap e funk, apesar de não serem

Grunge e Britpop. Tivesse que exemplificar

estilos que gosto efetivamente, considero

isso em artistas, por ordem de importância

movimentos que agregam muito à cultura

diria: Pearl Jam (Eddie Vedder é minha

(com algumas ressalvas). O único estilo que

maior referência como músico e pessoa),

não sinto a menor curiosidade/necessidade

Stone TemplePilots, FooFighters, Lulu Santos,

de ouvir é o sertanejo universitário... é algo

Legião Urbana e Oasis. Além disso, uma

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banda nacional pouco conhecida (que infelizmente teve um fim precoce e trágico)

SERVIÇO

chamada Extromodos merece destaque,

www.limonge.net

pois me influencia muito em uma série de aspectos. O único álbum que lançaram, chamado "Pra Ficar", tem músicas incríveis... pra quem não conhece, recomendo muito ouvir. Bira Ribeiro (vocalista e compositor) era

facebook.com/LimongeOficial youtube.com/channel/UCXHnxfIJN8wpjmClYa2OzZg

sensacional.

soundcloud.com/limonge Como você vê (e ouve) a música brasileira atualmente? O rock nacional ainda tem força? LIMONGE - A força hoje é descentralizada, existem diversos nichos e uma gama enorme de bandas que fazem sucesso para públicos seletos; isso é bom e ruim... Bom porque há um espaço maior para mais bandas, a "fama" é menor, mas é possível crescer junto a essas cenas. Ruim pois não há mais força no rock como na década de 80/90. Apesar do resgate recente da rádio rock e de bandas incríveis surgirem como Supercombo, Scalene, The Baggios, Plutão Já Foi Planeta, infelizmente nada disso chega ao mainstream, apesar de merecerem muito mais espaço do que o que toca nos supostos "top 10". Acredito que o rock nacional não morreu, só se adaptou a um novo ecossistema pra continuar vivo, estamos numa espécie de "era glacial" da vertente. Espero que logo uma união ajude a esquentar a superfície novamente e nos tire das cavernas. Tem algum novo projeto engatilhado, pronto para ser lançando? Quando isso deve acontecer? LIMONGE - Tenho um clipe no forno e, em breve, vou realizar o sonho de lançar meu primeiro álbum juntando as músicas dos 2EPs (remixadas, pra variar) com algumas novas composições... Os próximos 2/3 meses prometem muitas novidades! 24 KillerPumpkin | JUNHO 2016


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NOVIDADES

CONHEÇA A BANDA de São GonÇalo

Bogotah 26 KillerPumpkin | JUNHO 2016


B

anda de Rock de São Gonçalo, Rio

e um CD completo com 10 músicas em

de Janeiro, que mistura elementos

janeiro de 2016. Toda essa dedicação

pesados do rock e metal com riffs

já rendeu a banda a possibilidade de

grooveados e passagens rápidas. Uma

participar duas vezes de um dos maiores

mistura afinada de peso e intensidade. Nem

festivais de música independente do

leve, nem pesado - contemporâneo.

mundo, o Grito Rock, na cidade de Teresópolis (RJ) e em Betim (MG). Além

A Bogotah foi criada em junho de 2013

disso, foi selecionada para tocar no Festival

com o objetivo de misturar diferentes

de Bandas Independentes do RJ, no II Rio

vertentes do metal e do rock visando

Moto Festival, no Rock na Pista e no Dia da

criar um estilo próprio com personalidade.

Música. Atualmente a banda encontra-se

Desde então, a banda lançou um EP em

em turnê de lançamento do seu primeiro

abril de 2014 contendo quatro músicas

CD, “Um Brinde ao Fim do Mundo”.

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O primeiro álbum da Bogotah trata-se de

do Brasil e de atitudes da população

uma obra conceitual onde as 10 músicas

brasileira no dia a dia. “Um Brinde ao Fim

contam a mesma história. O CD traz a

do Mundo” é um marco de mudança

história de uma pessoa que se arrepende

apresentando um pouco das angústias

de trabalhar e acreditar em um governo

presentes em nós, seja num contexto global

totalitário e junta-se aos insurgentes para

ou num contexto pessoal. Agrega-se ao

buscar a liberdade do seu povo.

conceito, uma coleção de riffs criativos e passagens pesadas inspiradas em bandas

Entre temas pessoais, filosóficos e políticos, o álbum entrega reflexões sobre a situação

SERVIÇO www.bogotah.com.br facebook.com/bogotah twitter.com/bogotahoficial youtube.com/user/bogotahrock soundcloud.com/bogotah

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de rock e metal do século passado bem como características contemporâneas.


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LEIA

Sabbath Bloody Sabbath

A

gloriosa e caótica carreira do

Vinnie Appice; os problemas de saúde e a

Black Sabbath permanece

triste perda de Dio em 2010, e o reencontro

como a prova mais extrema

da banda, com novas entrevistas, análise

da indestrutibilidade do rock britânico.

das músicas e especulações sobre seu futuro

Ozzy, Tony, Geezer e Bill sobreviveram

com a ausência de Ronnie.

contra todas as possibilidades, sempre respondendo a quaisquer que fossem os rumores de fim da banda – invariavelmente celebrando com mais um álbum estrondoso. Joel McIver revela a frenética história da banda maldita de Birmingham – incluindo os membros que entraram e saíram com o passar dos anos – bem como a relação instável que Ozzy manteve com basicamente qualquer pessoa que já tenha se envolvido com o grupo. Esta edição de Sabbath Bloody Sabbath inclui detalhes da criação do Heaven and Hell por Tony Iommi com Ronnie James Dio, Geezer e o baterista 30 KillerPumpkin | JUNHO 2016


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