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Recuperação e Resiliência: O Papel das Regiões de Saúde Coordenação Cristina Vaz de Almeida Paulo Nunes de Abreu
Licensees may copy, distribute, display and make derivative works based on it only if they give the author the credits in the manner specified by these rights and only under a license identical to the license that governs this work. Os Licenciados podem copiar, distribuir, exibir e fazer trabalhos derivados baseados neste somente se derem ao autor os créditos da maneira especificada por esses direitos e somente sob uma licença idêntica à licença que rege este trabalho. Tittle: Recuperação e Resiliência: O Papel das Regiões de Saúde Series: Cimeira das Regiões de Saúde (Book 1) Paperback: 111 pages Publisher: Independently published (April 19, 2022) Language: Portuguese ISBN-13: 9798806372346
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A saúde é um bem maior que exige um sentido de conexão. Pedro Ramos, Secretário Regional de Saúde e Proteção Civil da Madeira
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Tenhamos confiança. Tenhamos esperança que vamos conseguir mudar. Pedro Ramos, Secretário Regional de Saúde e Proteção Civil
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Coordenação CIENTÍFICA Profª Doutora Cristina Vaz de Almeida Investigadora, Presidente da Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde, Diretora da Pós-Graduação em Literacia em Saúde na Prática (ISPA) Coordenadora e autora de um vasto conjunto de livros, manuais, capítulos e artigos sobre Literacia em Saúde, Comunicação em Saúde; Marketing Social. e-mail: vazdealmeidacristina@gmail.com Linkedin: https://www.linkedin.com/in/cva2009/ ORCID https://orcid.org/0000-0001-5191-1718 5
ESTRATÉGICA Prof. Doutor Paulo Nunes de Abreu Doutorado em Ciências de Gestão pela Universidade de Lancastre, Cofundador do Fórum Hospital do Futuro e-mail: presidencia@hospitaldofuturo.com Linkedin (6.300 membros) https://www.linkedin.com/in/nunesdea ResearchGate: https://www.researchgate.net/profile/Paulo-Nunes-DeAbreu
Macaronésia Integra grupos de ilhas (ou arquipélagos) no Atlântico Norte, perto da Europa e da África. O nome, tem origem no grego e sublinha uma construção e interconexão positiva, sendo chamada, na origem, de (μακάρων = feliz, afortunado; e νῆσοι = ilhas) isto é, as "ilhas abençoadas".
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Índice Patrocínios
SECTRA SANOFI
Agradecimentos Prefácio
Paulo Nunes de Abreu
introdução
A saúde é um bem maior que exige um sentido de conexão. Secretário Regional de Saúde e Proteção Civil, Dr. Pedro Ramos
Abertura
Conexão, conversão, confiança Cardeal D. Tolentino Mendonça
Parte I Áreas temáticas • • • •
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Áreas Metropolitanas e Resiliência Cidadania e Comunidade Testagem e Vacinação o Tendências futuras Contributos da Saúde para a Recuperação Económica (O Papel da Saúde na Recuperação e Resiliência) o Tendências futuras I+D em Saúde: Da Medicina de Precisão às Regiões Inteligentes o Tendências futuras Modelos de integração funcional o Tendências futuras Turismo e Ruralidade 4.0 o Tendências futuras
PARTE II INOVAÇÃO
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Ideas Lab: Creating Self-Sustaining Hospitals in Smart Regions* o Tendências futuras
PARTE III CONCLUSÕES
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Relato das Conclusões
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Patrocínios A ambição da Sanofi é ser um líder global diversificado da área da saúde, centrado nas necessidades dos doentes. As suas necessidades são o foco das nossas atividades, com o intuito de melhorarmos a sua qualidade de vida, através do esforço diário da equipa humana que constitui a nossa companhia. https://www.sanofi.pt/pt/atividade-portugal
A Sectra é hoje um líder global, sendo responsável pela solução de gestão de imagem médica em quase 2.000 instalações a nível mundial. https://medical.sectra.com/about-sectra/regional-presence/sectra-em-portugal/
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A Sectra é hoje um líder global, sendo responsável pela solução de gestão de imagem médica em quase 2.000 instalações a nível mundial. Em Portugal temos Clientes que utilizam as nossas soluções desde 1998. Estamos orgulhosos de praticamente todos eles continuarem a depositar a sua confiança nas nossas soluções. O PACS da Sectra ganhou o prêmio “Best in KLAS” pelo nono ano consecutivo, por meio de questionários independentes de satisfação do cliente. Os clientes consideram a Sectra como o melhor parceiro nesta área de negócio, demonstrando um elevado grau de satisfação e confiança, o que para nós constitui uma responsabilidade acrescida que assumimos com muito orgulho e humildade. Atualmente trabalhamos em conjunto com os nossos Clientes, para que estes possam aumentar a eficiência na gestão da sua informação clínica, integrando todo o tipo de imagem (fixa ou vídeo), integrando diferentes serviços incluindo qualquer tipo de imagem de Anatomopatologia, todo o tipo de documentos relacionados com o processo clínico do doente, convertendo os PACS numa proposta de valor acrescentado em saúde. Na Sectra, trabalhamos com uma visão de atendimento centrado no paciente, onde imagens e dados acompanham cada um de seus pacientes durante sua jornada de atendimento – de forma eficiente. Com 30 anos de inovação e mais de 2.000 instalações em todo o mundo, estamos a transformar essa visão em realidade para os nossos clientes e seus pacientes. A nossa experiência em radiologia abriu o caminho para fornecer soluções corporativas que consolidam o manuseio de imagens e mantêm a eficiência do fluxo de trabalho clínico em alguns dos departamentos mais caros e com maior uso de imagens e recursos, incluindo mamografia, patologia, cardiologia e ortopedia.
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Graças a soluções eficazes e preparadas para o futuro, o nosso histórico de melhoria dos fluxos de trabalho de imagens clínicas e aos nossos profissionais, a Sectra está posicionada de forma única para ajudá-lo a alcançar a melhor performance em imagens médicas - tudo para o benefício dos seus pacientes. Carlos Cardoso Diretor-Geral Sectra Ibéria
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Agradecimentos Adelaide Belo – Presidente da Associação Portuguesa para os Cuidados Integrados. Adalberto campos Fernandes, Escola Nacional de Saúde Pública, Universidade Nova de Lisboa. Herberto Jesús, Diretor Regional de Saúde da Madeira. Alexandre Guedes da Silva, Presidente da SPEM Alexandre Lourenço, Presidente ad APAH – Associação dos Administradores Hospitalares Arlindo Nascimento do Rosário, Ministro da Saúde e Segurança Social de Cabo Verde. Berto Cabral, Diretor Regional da Saúde, Açores Carlos Nunes, Presidente da ARS do Norte. Clélio Meneses, Secretário Regional da Saúde e Desporto dos Açores. Cristina Vaz de Almeida, Presidente da Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde – SPLS. Filipe Dias, Hospital Garcia de Orta. Francisca Delerue, Diretora de Serviço no Hospital Garcia de Orta. Gustavo Tato Borges, Presidente da Comissão Especial de Acompanhamento da Luta Contra a Pandemia nos Açores. Herberto Jesus João Figueiredo, Diretor da Glintt Healthcare. Luis Filipe Pereira, ex-Ministro da Saúde. Nelson Carvalho, Secretaria Regional de Saúde e Proteção Civil da Madeira. Paulo Gonçalves, Vice-Presidente da SPEM. José Silvio Fernandes, Reitor da Universidade da Madeira José Tolentino de Mendonça, Cardeal da Santa Igreja Romana Válter Fonseca, Diretor de Qualidade na Direcção-Geral de Saúde.
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Recortes de imprensa
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Diretor Regional da Organização Mundial da Saúde encerra o 1º dia da II Cimeira das Regiões de Saúde Numa sessão que preside Pedro Ramos, Secretário Regional da Saúde da Madeira, com a participação do Ministro de Saúde de Cabo Verde, Arlindo Nascimento do Rosário, e os ex-ministros Adalberto Campos Fernandes e Luis Filipe Pereira.
Prefácio A Cimeira das Regiões de Saúde 2021, organizada pela Secretaria Regional de Saúde e Proteção Civil da Madeira, em parceria com o Hospital do Futuro, contou com a participação de todas as instituições regionais, organismos centrais, universidades e centros de I+D com intervenção neste sector, incluindo a Secretaria Regional dos Açores, Ministério da Saúde de Cabo Verde, Administrações Regionais de Saúde do Algarve, Alentejo, Norte e Paulo Nunes de Abreu, HD, CPF, Co-fundador do Lisboa e Vale do Tejo, INSA, SPMS, Fórum Hospital do Futuro UNINOVA, SPEM, ANF, Associação Nacional de Cuidadores Informais, APAH, DGS, Hospital Garcia de Orta, Glintt, FMUL, FMUP, Lusíadas Saúde, ACSS, Biocant Park, ANI, Ministério da Economia e Transição Digital, ENSP, AADIC, WHO, CHUSJ, DRS da Madeira, DRS dos Açores, CHPorto, Portuguese Association for Integrated Care, INATEL, e ADC. Este evento visa contribuir para o fortalecimento dos laços de colaboração entre as organizações de saúde, com a participação ativa da sociedade civil, na procura contínua de ganhos em saúde, reforçando a importância do papel a desempenhar pelas Regiões de Saúde. A evolução do sistema de saúde é um processo dinâmico, com responsabilidade dos seus profissionais, das suas decisões no planeamento e organização dos serviços de saúde. Durante dois dias, um vasto conjunto de personalidades e de “pensadores estratégicos” de vários setores, tais como da saúde da governação, da estratégia, da economia da saúde, do social, das novas tecnologias, das infraestruturas, recursos humanos e materiais, contribuíram para uma maior consolidação de conhecimento nacional e internacional.
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Justifica-se, assim, reunir numa publicação, estas reflexões programáticas, agora corporizada, para que, com atualidade, sirva também de referência estratégica para o futuro. A experiência autonómica na Républica portuguesa é um caso de sucesso e a partilha de experiências a boas práticas entre estas e o todo nacional em matéria de saúde pode gerar importantes ganhos para as populações. Esperamos que este evento possa contribuir para a melhoria continua e busca de excelência no sistema nacional de saúde no seu conjunto através de uma melhor coordenação regional, considerado como o nível ótimo para garantir a máxima equidade no acesso aos recursos de saúde. Paulo Nunes de Abreu Co-organizador e facilitador da II Cimeira das Regiões de Saúde
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Introdução A saúde é um bem maior que exige um sentido de conexão Pedro Ramos, Secretário Regional de Saúde e Proteção Civil
É
necessário que nas sociedades democráticas e avançadas, os líderes de opinião transformem a opinião em fator-chave, concretos e impactantes. Torna-se necessário que as organizações possam estruturar o seu pensamento e encontrar soluções para os casos concretos relacionados com a vida das pessoas. E um dos temas mais importantes das nossas vidas é o tema da saúde.
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Pedro Ramos, Secretário Regional de Saúde e
Esta Cimeira de Saúde abre caminho Proteção Civil para o debate ativo de melhoria dos sistemas de saúde, onde, a título de exemplo, as questões de mobilidade, assim como os direitos e deveres dos cidadãos têm de ser permanentemente debatidos. Todos nós precisamos de confiança e de esperança após estes meses de pandemia. Confiança na estratégia nacional e regional da testagem. Confiança na estratégia Nacional e Regional de vacinação. A confiança constitui continuará a ser um pilar importante da nas nossas sociedades.” Torna-se, por isso, necessário debelar as dificuldades das pessoas que lutam para encontrar soluções, e que possamos garantir, no futuro, um sistema mais equilibrado, com respostas adequadas.
Precisamos de reforçar um sentido de conexão, o que significa que todos juntos, em união, podemos desenvolver os sistemas de saúde, e dar respostas às situações que ocorrem. O sentido de conexão, conversão e confiança, como referido pelo Senhor Cardeal Tolentino Mendonça, leva-nos a ter uma maior preocupação com os outros, a olhar para os comportamentos que podem influenciar a vida dos outros e, a necessidade de todos juntos podermos desenvolver respostas às exigências dos sistemas de saúde. A saúde é um pilar importante, onde se destaca a comunidade e o cidadão, num papel de forte complementaridade, e onde todos os players são importantes. Existe confiança porque também os sistemas de saúde estão acreditados. Os cidadãos aguardam pela concretização dos projetos, e por isso, é nossa missão implementar e concretizar essas respostas. Eixos estratégicos na experiência regional. Plano de Desenvolvimento Económico da Madeira: 1. Valorizar a capacitação dos profissionais 2. Melhorar a acessibilidade, diagnóstico e a terapêutica e a reinserção social no circuito da saúde 3. Potenciar a inovação, desenvolvimento, investigação e inteligência artificial 4. Dar voz ao cidadão para participar no planeamento da sua saúde, Continuar a ser mais eficientes na área da saúde e contribuir para a melhoria dos sistemas de saúde em Portugal. Pedro Ramos Secretário Regional de Saúde e Proteção Civil
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Conexão, conversão e confiança Cardeal D. Tolentino Mendonça
Temos
de reconhecer que esta pandemia apanha as nossas sociedades impreparadas. Não só do ponto de vista sanitário. Falo do ponto de vista da nossa experiência, e daquilo que a nossa memória pode extrair em nosso socorro. Falo da nossa visão do mundo e da existência. Do que julgamos longínquo e do que está perto. Do que consideramos que nos protege e nos expõe. Da consciência da nossa real força e da nossa vulnerabilidade
Cardeal D Tolentino de Mendonça
A nossa geração tem sido uma juventude dourada. Todas as coisas más, aconteciam além e aos outros, e nem nos dávamos conta da perceção que tínhamos da humanidade, de uma visão que tínhamos tão
inabalável. Este tempo de crise representa uma oportunidade para nos reencontrarmonos. A experiência do confinamento tem-nos ajudado a compreender o que é Ser. A nossa vida não depende apenas de nós e das nossas escolhas. Todos estamos nas mãos uns dos outros. Todos compreendemos esta interdependência, de autonomia e relação. Como dizia o Papa Francisco, em 27 março de 2020: Ninguém se salva sozinho, estamos todos no mesmo barco. Os cuidados individuais são a forma de colaborar para uma construção maior. De colocar os outros no centro. De privilegiar o bem comum É preciso reaprender a estar nas nossas casas, e nas nossas famílias. Também depende de nós, o nosso prédio, o nosso bairro, a nossa comunidade. Reaprender a utilizar as redes sociais como canais de presença. Reaprender o valor da presença, da saudação. A incrível força que
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recebemos de um sorriso e de um olhar. Ninguém será deixado só. Não podemos deixar ninguém na indiferença. Sabemos por nos próprios o que é um ser humano A vida é isto, transformação, viragem, mudança. A vida também e este apelo que pode chegar através das formas mais exigentes e dolorosas que ouvimos até ao fim. A vida e um incessante modelar do inacabado. A pandemia parece um apocalipse. Mas o sentido dela é como uma revelação, não como um castigo, mas como um descobrir. O véu que ocultava a nossa visão foi retirado. Os cientistas revelam que o desequilíbrio dos ecossistemas provoca isto. Assim, uma palavra urgente para o seculo 21 é a palavra conexão: os nossos estilos de vida precisam de conexão. Atuamos numa lógica de utilitarismo: produzir mais para consumir mais. E esta pandemia ensina-nos que precisamos de modelos mais integrativos, com a dimensão da pessoa humana. Nestes últimos meses vimos o heroico sentido de responsabilidade dos profissionais de saúde. Isto não pode ser o triunfo do medo e da incerteza. Este é o tempo para semear, para relançar a nossa aliança. Precisamos todos de nos unir e fortalecer para desenvolver apostas de confiança na vida. No meio da emergência temos o testemunho humano altíssimo dos cuidadores. São eles, de forma anónima e de forma abnegadíssima, que continuaram a lutar por nós. São inúmeras as histórias, como a de uma imagem contada sem palavras, num hospital italiano onde se via uma enfermeira adormecida, com a cabeça em cima de um teclado do computador. A máscara colocada no rosto, os braços caídos ao longo do corpo. Há quantas horas aquela mulher não dormia… Que dimensão e peso tem o cansaço para fazer tombar assim o corpo. Mostra a atitude ética, as atitudes de amor dos profissionais de saúde que temos testemunhado, e que constitui uma grande reserva de humanidade para as nossas sociedades e para os nossos cidadãos. A geração que está a viver o turbilhão olhará de uma forma diferente para a vida. Esperamos que sim. Que todos passemos olhar para a vida de forma diferente.
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Na equação que despoletará esta mudança de mentalidade, não pode entrar só o medo. Que nós saibamos considerar, conservar e contar todas as histórias de amor que estão a ser escritas. A começar por esta multidão de profissionais e de voluntários que mostram o que a humanidade tem de melhor. Cardeal D. Tolentino Mendonça
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Parte I Áreas Metropolitanas e Resiliência 23
Plano de Recuperação e Resiliência - Madeira
Decreto Legislativo Regional n.º 2/2022/M. Estabelece um regime excecional de agilização e simplificação de procedimentos dos projetos aprovados no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que integram o Plano de Recuperação e Resiliência da Região Autónoma da Madeira (PRRRAM), através de subvenções a fundo perdido e os procedimentos a adotar. O presente diploma é aplicável a todas as entidades da administração pública regional, incluindo entidades públicas reclassificadas, que estão abrangidas pela Lei de Enquadramento do Orçamento da Região Autónoma da Madeira, aprovada pela Lei n.º 28/92, de 1 de setembro. Aplica-se, exclusivamente, aos projetos que integram e são financiados pelo PRR aprovado pela Comissão Europeia e com contratualização entre a Estrutura de Missão «Recuperar Portugal» e a Região, através do Instituto de Desenvolvimento Regional, IP-RAM (IDR), que assume as funções de beneficiário intermediário, e entre este último e os respetivos beneficiários finais quando estes se enquadrem no disposto neste diploma. DR 8, Série I, de 12 de janeiro de 2022.
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Arlindo Nascimento do Rosário, Ministro da Saúde e Segurança Social de Cabo Verde.
A saúde ajuda na economia e a economia ajuda na saúde. É preciso ter em conta o contexto geodemográfico e epidemiológico de Cabo Verde tem vários desafios. O setor do Turismo é o mais importante para o desenvolvimento e sabemos que a pandemia teve graves consequência. O Governo tentou mitigar o impacto, através do apoio social, salvaguardando os postos de trabalho, e temos feito uma boa gestão. O que fizemos foi procurar reforçar o serviço nacional de saúde. Do Arlindo Nascimento do Rosário, Ministro da Saúde de Cabo Verde ponto de vista da segurança sanitária eliminamos a transmissão autóctone do paludismo, baixamos a taxa de incidência de tuberculose, aumentamos as infraestruturas de saúde entre outros ganhos. Temos 32 centros de saúde em 9 ilhas com um investimento em equipamentos e também em recursos humanos. Procuramos trabalhar na área da promoção da saúde, no controlo de fatores de risco que acabam acelerar o processo e transição epidemiológica. Há um trabalho que está a ser feito. O financiamento é um pilar importante de todos os sistemas de saúde. Através do orçamento Geral do Estado, o turismo, fonte de financiamento da saúde, permite o aumento da fatia do orçamento de estado para essa área. Temos feito um investimento em TIC podemos ver que os centros de saúde estão ligados entre as várias ilhas por serviço de telemedicina que veio trazer um contributo muito importante para as ilhas mais isoladas, para consultas, troca de informações. Trabalhar na resiliência na capacidade de antecipar o evento e de responder. Temos uma cobertura vacinal acima de 95%. Isto também e um sinal de resiliência.
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Adalberto Campos Fernandes
O
mundo tem razões para estra otimista. A saúde é extraordinária para o desenvolvimento humano: na transformação social, no campo da investigação científica, com desenvolvimento e o grande salto da telessaúde. Acredito que a Primavera parece ser um ponto de viragem, e felizmente está a acontecer e resulta da leitura desses processos em termos da história milenar das pandemias, e a ter acesso a vacinas seguras e eficazes. As pessoas com mais de Adalberto Campos Fernandes, ENSP-UNL 60 anos estão vacinadas, assim como os profissionais de saúde. A efetividade das vacinas é extraordinária. 26
A mortalidade está a cair e conseguimos ter um maior controlo das doenças graves. Passada esta fase, (de pandemia), estamos a caminhar para fechar esta página. Penso que a COVID-19 passa para uma fase endémica. O papel da saúde é tudo. A saúde é um motor extraordinário para o desenvolvimento humano. É um motor para puxar pelas outras partes da vida social e economia, área industrial, investigação científica, novas tecnologias, o papel de telessaúde, que deu um salto brutal. Todos estão a perceber a vantagem de trabalhar em rede. Se os governos nacionais tiverem visão estratégica olham para a saúde como uma espécie de chave que se mete na fechadura de um modelo novo de desenvolvimento. A saúde acrescenta valor nacional. Talvez tenhamos que preparar a próxima pandemia. O mundo global é assim e os riscos do mundo mais percecionados pela população. Estes riscos existem e é preciso preparar o mundo para as próximas ameaças. Temos de fazer as coisas bem feitas, com segurança, com qualidade.
Luis Filipe Pereira, Presidente da AADIC
Vivemos
num momento de maior esperança. Observamos uma grande capacidade de elevação que a espécie humana teve, com soluções confiáveis num curto espaço de tempo. Foi possível, num espaço muito curto de tempo, produzir de forma eficaz. Por outro lado, temos de olhar a situação a nível mundial, sobretudo, dos países de baixo rendimentos, como a India que esta a passar por uma situação catastrófica com a falta disponibilidade de vacinas. E estamos todos no mesmo barco. É preocupante a situação nas regiões menos desenvolvidas. Temos de fazer mais. Luis Filipe Pereira, ex-Ministro da Saúde
O que é que os planos de resiliência trouxeram a saúde e como a saúde pode contribuir para a recuperação? O PRR deve ser um instrumento que deve servir para resolver problemas. Temos os cuidados primários, a reforma e reorganização e reforma dos hospitais públicos. Deve ser um instrumento que torna o sistema de saúde mais eficaz. Precisamos de investimentos na área da organização e decisão. O Plano de Resiliência não basta para aumentar ou repor a capacidade instalada. Não pode ser um meio de financiamento já previstos. É mais do que isto. É um salto. Precisamos de entrar por outras áreas: no Health data. É preciso criar investimentos que dotem os nossos sistemas de saúde com mais eficácia, com utilização da informação, de governação e de decisão. Temos resiliência e a capacidade de absorvermos os choques e de rapidamente podermos repor as operações, reduzir as vulnerabilidades e sobretudo evitar futuros choques.
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A recuperação é feita num contexto difícil. Temos de tornar o sistema mais resiliente, menos vulnerável, menos hospitalizações evitáveis, menos mortes antes dos 70 anos, menos fragmentação dos cuidados ou sua duplicação. O setor da saúde em Portugal representa 11 % do investimento empresarial, emprega 300 mil pessoas, tem um peso grande nas exportações. O PRR tem de ser um instrumento para recuperação económica.
Investir na prevenção e na promoção da saúde e contribuir para uma maior resiliência económica, investir em biotecnologia da saúde, investimento em medicamentos inovadores, áreas de desenvolvimento, tem um papel muito importante. Equilibrar que a rede de valor – os clusters – envolver universidades, empresas, que são chamados a contribuir para as cadeiras de valor. A contratação pública pode ser um instrumento importante. O setor de saúde pode ser chamado a contribuir. Luis Filipe Pereira, Presidente da AADIC
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Testagem e vacinação na nova normalidade Pandemia: Pela sua origem etimológica grega, pandemias, significa “todo o povo” também representada pela junção dos elementos gregos: “pan” (todo, tudo) e “demos” (povo). Clélio Meneses
Testagem e Vacinação na Nova Normalidade Preside: Carlos Jesus Nunes (Presidente da ARS do Norte) Intervenções: Cristina Abreu Santos (Vogal do Conselho Diretivo do INSA) Duarte Santos (Membro da Direção da ANF, Past President da PGEU Pharmaceutical Group of the European Union) Raquel Duarte (ARS Norte)
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Raquel Duarte, ARS Norte
A vacinação é uma "ferramenta eficaz" e o “grande pilar”, que permite o regresso à normalidade, ainda que "com prudência". Temos de ter espaços adequadamente ventilados. Pensar na qualidade do ar interior e estar preparados para novos surtos. A pandemia não acaba por decreto. Tem vontade própria. O caminho passa por vacinação, novos fármacos, e medidas mais eficazes na transmissão. Temos a população mais protegida. Temos de nos preparar para aliviar as medidas, com prudência. É preciso ver as populações que são mais vulneráveis e ter planos para novas ondas, novos surtos. O alívio deve ser feito de uma forma gradual. Não podemos ser surpreendidos por uma nova onda. Temos de manter a testagem. Temos
vacinas e tecnologia disponíveis e ferramentas mais eficazes do que tínhamos há dois anos atrás. A adoção da população depende da sua perceção do risco. Temos de ir monitorizando e estar sempre preparados” Raquel Duarte, Médica Pneumologista (fonte: https://cnnportugal.iol.pt/videos/raquel-duarte-vamos-ter-de-ser-vacinadosmais-vezes/620239870cf2c7ea0f17d6de )
Em 2021, os membros da Comissão Pan-Europeia de Saúde e Desenvolvimento Sustentável, um grupo multidisciplinar independente de especialistas, reviu as lições da pandemia, identificando formas de a sociedade mudar e enfrentar futuras ameaças à saúde. 30
Entre as Recomendações da Comissão Pan-Europeia sobre Cristina Abreu santos, Vogal C. Diretivo INSA Saúde e Desenvolvimento Sustentável, o ponto 6 refere que é necessário melhorar a governança da saúde num nível global, e especificamente, atuar com uma política global de vacina contra pandemia, estabelecendo os direitos e responsabilidades de todos os envolvidos para garantir a disponibilidade e distribuição das vacinas.
Vamos conseguir vencer essa luta contra a COVID – 19, e, dentro de pouco tempo, com a testagem massiva e a vacinação, vamos obter melhores respostas, e vamos voltar ao nosso ritmo normal de vida.” Pedro Ramos, Secretário Regional de Saúde e Proteção Civil
Aprendemos com o processo de vacinação. Esta foi uma estratégia bastante acertada, durante a pandemia, sempre em linha com as orientações da Direção Geral de Saúde. Alexandre Lourenço, APAH A estratégia, no alinhamento das Recomendações Pan-Europeias, contou com empenho de profissionais e das estruturas locais, na constituição dos centros de vacinação, em parceria com as administrações regionais de saúde, agrupamentos, centros de saúde e as estruturas locais do Ministério da Saúde. “A campanha de vacinação COVID-19, iniciada no final de dezembro de 2020, seguiu uma ordem hierárquica de acordo com o risco de exposição, idade, grupos de doenças em risco elevado e grupos essenciais. Os portugueses mostraram interesse em vacinar-se, com baixos níveis de hesitação na vacinação. Até ao final de agosto de 2021, uma percentagem muito maior da população tinha sido vacinada em comparação com a média da EU.” Fonte: State of Health in the EU Portugal Country Health Profile 2021
O controlo da pandemia ganha sucesso e visibilidade sempre que é descentralizado. (…) O planeamento estratégico em saúde deve permitir uma flexibilização regional e local. Valter Fonseca, Diretor da Qualidade, DGS
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Para o Diretor do Departamento de Qualidade em Saúde da Direção Geral de Saúde, Coordenador da Comissão Técnica de Vacinação contra a COVID-19:
Valter Fonseca, Direção Geral de Saúde
O futuro é algo que devemos começar a planear. Desde já.
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Valter Fonseca, Diretor Departamento da Qualidade, DGS
Temos lições aprendidas que nos vão dar indicadores de sucesso, tais como: 1. A personalização das respostas locais; 2. A humanização dos cuidados; 3. A centralidade no cidadão. O maior sucesso na definição de orientações nacionais e de recomendações, foram exatamente aquelas que apontavam uma direção, um caminho, mas não restringiam a decisão, para garantir a participação de cada região, com as suas especificidades e dimensões, que são impossíveis de conhecer ao nível central. Constatando que as duas armas importantes no controle da pandemia passam pela testagem e pela vacinação, um dos pontos muito relevantes é a
comunicação em saúde, não apenas no contexto de emergências de saúde pública, mas como um dos pilares para tornar o cidadão peça central naquilo que é a gestão do seu percurso, e sem o infantilizar.”
O desafio no futuro consistirá numa maior convergência de todas as
pessoas. Sendo que a Saúde é um objetivo de toda a sociedade e, com tal, todas as pessoas devem participar sobretudo olhando com atenção para as questões relacionadas com o acesso. Valter Fonseca, Diretor Departamento da Qualidade, DGS
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Saúde, Cidadania e Comunidade Preside: Luís Pisco (Presidente da ARS de Lisboa) Intervenções: Alexandre Guedes da Silva (Presidente da SPEM) Cristina Vaz de Almeida (Investigadora, PhD Literacia em Saúde) Nélida Aguiar (Direção da Associação Nacional de Cuidadores Informais
Luis Pisco, Presidente ARS LVT
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papel da comunidade resulta da necessidade de termos respostas integradas, que envolvem o governo, as autarquias, as instituições, os laboratórios. Todos são muito importantes para esta resposta integrada.
Válter Fonseca, Diretor Qualidade DGS
Um cidadão que é exigente produz um sistema com mais qualidade”
Válter Fonseca, DGS
Uma resposta ao cidadão Os sistemas de acreditação do Serviço Nacional de Saúde põem em primeiro lugar, no seu foco de atuação, o cidadão, mas não esquecem os profissionais de saúde e as instituições, que proporcionam os profissionais de saúde qualidade e segurança. Esta resposta à comunidade e ao cidadão, que por alguma razão tem necessidade de recorrer às instituições de saúde, sejam elas os cuidados de saúde primários, cuidados hospitalares, os cuidados paliativos e cuidados continuados integrados, , todos eles cada vez mais diferenciados, são o resultado desta integração global. É a resposta que o cidadão está à espera, e é aquilo que todos nós, ligados à área da saúde temos a responsabilidade de oferecer ao cidadão no dia-a-dia.
Mesmo perante o desconhecido, os cidadãos são uma peça fundamental do sistema, tendo em conta os princípios da cidadania, da comunidade e da humanização dos cuidados. Constatando que as duas armas importantes no controle da pandemia passam pela testagem e pela vacinação, um dos pontos muito relevantes é a comunicação em saúde, não apenas no contexto de emergências de saúde pública, mas como um dos pilares para tornar o cidadão uma peça central naquilo que é a gestão do seu percurso, e sem o infantilizar. Pedro Ramos. Secretário Regional de Saúde e Proteção Civil
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Melhor acesso, melhor compreensão e uso num mundo de saúde mais digital As conversas com pacientes através da
Cristina Vaz de Almeida, PhD Ciências da Comunicação e Literacia em Saúde, Investigadora
telessaúde necessitam de preparação prévia, pelo que não basta oferecer iPad para que estes pacientes, sobretudo os com baixa literacia em saúde compreendam as informações dadas através desta comunicação à distância. Os números mostram que o digital está para ficar. A ITU, agência especializada da ONU em tecnologias de informação (TIC), e fonte oficial de estatísticas globais de TIC, estimou que, desde final de 2019, mais de 51 por cento da população global, ou 4 mil milhões de pessoas, usam a Internet (UTI, 2021).
Sendo o acesso, compreensão e uso da informação em saúde por si só, complexos, a pessoa, corporizada tantas vezes no papel de paciente, assim como a sua família que o acompanha, devem conseguir passar os obstáculos que se levantam, em todas as suas dimensões cognitivas. No acesso deve conseguir chegar à informação de forma simples efetiva, com diversidade que se explana nas várias especialidades que necessita, e com garantia que consegue suportar os custos. Na compreensão, os materiais que fazem parte da rede de saúde como bulas, consentimento informado, prescrições e outros suportes informativos devem conter a linguagem que está precisamente no nível e compreensão do respetivo leitor. E, finalmente, o uso dessa informação deve ser obtido com consciência de todos os passos que são necessários para conseguir manter ou ter mais saúde. Se a este processo, por si muito complexo, adicionarmos a distância, a dificuldade pode aumentar.
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Os pacientes devem saber o que fazer, quais as questões que devem colocar (o questionamento é crítico) e sentir a presença do profissional, como se ele estivesse perto, lado a lado. O profissional também deve preparar-se, criar o ambiente, verificar a estética desse ambiente, reduzir o barulho exterior, ter uma presença, postura, visibilidade como se estivesse sentado na sua cadeira no consultório com o paciente em frente de si ou ao lado de si. Cristina Vaz de Almeida, Investigadora. Presidente da Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde
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Nota-se um reconhecimento cada vez maior da participação do cidadão nos sistemas de saúde, que são quem servimos. Destaca-se também o papel da comunicação em saúde na promoção da saúde e na prevenção da doença. O trabalho interdisciplinar e partilhado só pode trazer melhores cuidados em saúde. Rita Espanha, Investigadora, ISCTE
Prof.ª Rita Espanha, ISCTE
A questão da descentralização é essencial, sobretudo através do empoderamento dos cidadãos, assim como pela discussão entre a administração central, as regiões Sul e os municípios. Alexandre Lourenço, Presidente APAH – Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares Alexandre Lourenço, APAH
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Parcerias e respostas locais Constitucionalmente, o Serviço Nacional de Saúde assenta no modelo de gestão descentralizada e participativa, pelo que é preciso encontrar soluções mais próximas dos cidadãos.
É através de parcerias e respostas locais que se consegue um sistema baseado na prevenção e nos resultados, em cuidados integrados e coerentes em hospitais sustentáveis, flexíveis e seguros, personalizados e com a potencialidade da transformação digital. Alexandre Lourenço, Presidente da APAH 39
A liderança das autarquias: o papel estratégico dos municípios Observamos durante a pandemia uma liderança forte das autarquias na
identificação e preparação das instalações, no contacto e transporte de doentes, e mesmo na contratação dos profissionais necessários à efetivação do programa de vacinação. Para Alexandre Lourenço, Presidente da APAH, Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, isto passa por comunicar com os cidadãos de forma responsável e responsabilizante e não de forma infantilizada.
Devemos tratar as pessoas face à responsabilidade que elas têm no sistema.
Alexandre Lourenço, Presidente APAH
O debate do papel dos municípios em áreas como educação não é uma matéria nova, e decorre pela incapacidade de, por vezes, a um nível da administração central, não ser possível atender, em tempo útil, às necessidades locais. O ano de 2018 marca uma descentralização das competências de logística no setor da saúde. O Presidente da APAH refere que este modelo, em si, não está isento de riscos e que podem ser os seguintes: • Risco de fragmentação dos cuidados • Dependência e capacidade financeira de cada município • As diferentes capacidades dos municípios podem ser promotoras de desigualdades no acesso a serviços de saúde
“É preciso encontrar soluções para o número de portugueses que não tiveram acesso a consultas hospitalares, consulta dos cuidados primários, acesso a cirurgias” Alexandre Lourenço, Presidente da APAH
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Tendências futuras Saúde, Cidadania e Comunidade Os empregadores têm um papel social único a desempenhar na vacinação. São vozes importantes e podem ajudar a reduzir o atrito associado à obtenção da vacina. (McKinsey, 2021, p. 66)
A estrutura, sistemas, disciplina e planeamento interessam, mas é preciso por mais enfase nas relações e na cultura em cada estádio deste planeamento e execução, seja nos negócios, nas organizações, na prestação de serviços públicos ou trabalhar com o público e os pacientes. (Nigel Crisp, 2020, p. 176)
A saúde, física e mental, define relacionamentos, produtividade, realização e resiliência. (Nigel Crisp, 2020, p. 176)
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Centralização e descentralização: é preciso dar oportunidade às decisões locais. O
processo de mudança para uma maior descentralização é uma questão de mentalidade e de comportamentos que demoram a ser modificados. Durante a pandemia deu-se uma grande liberdade para atuar. Mas há uma força de centralização, uma força contrária. Vamos aprendendo ao longo dos tempos. Sabemos que a descentralização de competências não é fácil. Com a pandemia é preciso decidir-se na hora. A DGS apresentou estratégias e caminhos.
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Carlos Nunes, Presidente da ARS Norte
A Região da Madeira tem oportunidade de ter uma maior capacidade de decisão. Em que é que a pandemia interferiu na prestação de cuidados? O que nos mostrou é que as reformas nos cuidados de saúde primários, hospitalares e continuados não estavam preparados para esta situação. A tomada de decisão de curto prazo tem de passar também por uma reflexão de longo prazo.
Outra questão que se coloca, é que esta é uma situação que nos envolve a todos e a todas as estruturas da sociedade. Esta responsabilização, observada de uma forma alargada, envolve vários stakeholders.
Todos têm de
participar no processo, incluindo farmácias, municípios, e estende-se também à responsabilização dos cidadãos. Carlos Nunes, Presidente da ARS Norte Outra das questões salientes passa pela necessidade de uma melhor comunicação em saúde. É por isso importante aprender ainda mais como se comunica em saúde. Este é talvez o ponto mais fraco e que tem de ser resolvido conclui o Presidente da ARS Norte.
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Tendências futuras Áreas Metropolitanas e Resiliência
Segundo a OCDE (2020), “Nos últimos anos, Portugal também adotou uma série de mudanças organizacionais que aumentaram o envolvimento dos cuidados de saúde primários, incluindo a utilização de consultas digitais ou teleconsulta entre equipas de cuidados de saúde primários e especialistas, e a criação de clínicas móveis de saúde para chegar às populações mais vulneráveis em algumas zonas rurais, para ajudar a aliviar a escassez de mão-de-obra.” (OCDE, 2020). 44
Contributos da Saúde para a Recuperação Económica
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Contributos da saúde para a recuperação económica: Fomentar a cooperação inter-organizacional Recordo
na primeira vaga da pandemia (março 2020) o movimento das empresas para produzir EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual) com capacidade de elevação e resiliência da nossa indústria. Temos de juntar as potencialidades da capacidade humana, com a participação estratégica de organizações como as empresas, universidades, unidades de saúde e outras.
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Victor Herdeiro, Presidente da ACSS
A economia e o valor Victor Herdeiro, Presidente da ACSS sugere uma dupla abordagem. Por um lado, a questão económica, considerada como um fortíssimo contributo, desde que bem utilizado para o estímulo que o país precisa. Há contributos para os cuidados de saúde primários e o PRR (Plano de Recuperação e Resiliência) vem ajudar nestes casos (espirómetros, por ex., os centros de diagnóstico de baixa resolução, a construção de mais centros de saúde, a rede de cuidados continuados integrados e a saúde mental, incluindo a capacitação dos profissionais de saúde, investimentos em hospitais). É importante perceber que estes investimentos estão ligados a metas, sendo necessário fazer uma abordagem holística e compreensiva de todo o sistema.
Por outro lado, a criação de valor. O Presidente da ACSS destaca dois pontos: vejo a criação de valor e a criação de datalakes como algo imprescindível.
Os dados e a transformação em conhecimento Se os dados estiverem estruturados, podemos transformar os dados em conhecimento. Ajudam os investigadores, a indústria, os clínicos, para ajudar a medicina preditiva. Podemos construir modelos de financiamento futuro, refere o presidente da ACSS. É uma oportunidade para melhorar os percursos dos doentes no sistema – repensar e estruturar o desenho desse percurso. A tradução digital desses percursos torna decisiva a intervenção da SPMS .
As boas práticas têm de ser generalizadas. A partir daqui conseguimos desenvolver a integração de cuidados, a gestão do doente crónico complexo, os internamentos evitáveis. Vitor Herdeiro, Presidente da ACSS É importante que estes percursos estejam pensados. O percurso dos doentes deve ser algo natural, para facilitar a vida tanto dos doentes como dos profissionais.
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O processo clínico eletrónico registou um grande avanço, mas precisa de mais passos. Os fundos históricos que estamos a receber, vão poder deixar para as gerações futuras com um sistema de saúde mais robusto e moderno, conclui o Presidente da ACSS.
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Saúde 4.0: Dados e Interoperabilidade Preside: Luís Goes Pinheiro (Presidente da SPMS EPE) Intervenções: Filipe Dias e Sofia Salvo (Hospital Garcia de Orta): Novas tecnologias nos internamentos no domicílio. Paulo Gonçalves (Vice-Presidente da SPEM) Data Lake com a ajuda dos pacientes. João Figueiredo (Healthcare Diretor Glintt)
Interoperabilidade significa a capacidade de os sistemas de informação trabalharem em conjunto dentro e através das organizações, para desenvolver o estado da saúde e a entrega efetiva de cuidados de saúde aos indivíduos e á comunidade
Luis Goes Pinheiro, Presidente SPMS
João Figueiredo, Diretor de Healthcare na Glintt
Neste painel dedicado à saúde.4, salientaram-se as oportunidades nas componentes social, privado e pública, que permite uma visão alargada e tridimensional na entrega dos sistemas que nos permitem dar um salto qualitativo. Também foi realçado que a colaboração e a transparência têm de estar no centro, garantindo que todos os stakeholders são ouvidos.
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A gestão da mudança capitaliza a interoperabilidade Reeducar significa que queremos criar centros de excelência em Portugal. É preciso fazer uma reforma educativa dos sistemas tecnológicos. É um tema central.
50 João Figueiredo, Diretor Healthcare da Glintt
É
preciso caminhar para a construção sólida de uma estrutura e arquitetura. Para isso precisamos começar por uma folha em branco, e não fazer um “copy-paste”. João Figueiredo, Diretor Healthcare da Glintt
Sobre a Qualidade dos dados sublinha o Diretor de Healthcare da Glintt: De uma forma geral, não temos, em Portugal uma cultura de registo de dados. Pelo que é preciso que esse registo se faça desde o início, para que haja benefícios para todo o sistema.
A inteligência artificial não substitui os médicos “As inovações no uso e na aplicação de dados pelas empresas têm gerado grande valor económico ao aprimorar a tomada de decisões baseada em dados e reduzir os custos de transação”. Relatório Banco Mundial (2021, p. 8)
A comunicação clínica é fundamental. Temos de pensar nos riscos clínicos e financeiros, nos processos internos e pessoas, que produtos e serviços vamos entregar com qualidade. A evolução no sector da Saúde tem gerado uma diversidade de oportunidades proporcionadas por um ecossistema de saúde interoperável. Neste âmbito, os modelos de prestação de cuidados integrados representam impactos significativos para os cidadãos, prestadores e sociedade em geral, com destaque, nomeadamente para: • • • •
O trabalho na área da saúde, em equipa e com qualidade Evolução para uma educação digital O fortalecimento da qualidade, segurança e interoperabilidade dos dados Uma atuação efetiva na estão do processo de mudança
Temos a capacidade de entregar e qualificar. Temos de continuar a imaginar.
João Figueiredo, Diretor Healthcare da Glintt
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Um grande desafio: a interoperabilidade A falta de interoperabilidade é efetivamente um dos maiores desafios para a garantia de melhorias na saúde e eficiência de custos prometidas pelos sistemas emergentes de eHealth sublinha João Figueiredo, Diretor do Mercado Healthcare da Glintt) Para que se consiga aumentar a interoperabilidade nos cuidados de saúde, sejam eles nacionais e/ou europeus deve existir uma transparência e colaboração entre os diferentes intervenientes nos processos, assim como soluções que sejam centradas no utilizador final. Os fundamentos da interoperabilidade precisam de tornar-se comuns para todos os profissionais. Neste processo, são guias orientadores desta ação, o pensamento crítico e o desenvolvimento de uma mentalidade proativa de aprendizagem contínua.
A cooperação das empresas de serviços e da indústria com a academia são fundamentais para projetar e implementar centros de excelência para interoperabilidade em saúde. João Figueiredo, Diretor Healthcare da Glintt Os prestadores de saúde precisam de ser transparentes relativamente aos benefícios e riscos da interoperabilidade, e trabalhar como equipa para aproveitar a energia coletiva e aproveitar as oportunidades proporcionadas pela interoperabilidade, refere João Figueiredo, Diretor do Mercado Healthcare da Glintt.
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A telemonitorização permitiunos ganhar mais confiança e segurança para podermos agir junto do doente. O doente sente-se mais próximo dos profissionais de saúde como se estivesse no hospital. A pandemia veio a demonstrar o benefício da telemonitorização. Podem poupar-se dias de internamento recorrendo á telemonitorização. Francisca Delerue & Filipe Dias, Hospital Garcia de Orta
Francisca DeleRue, HGO
A maior parte das pessoas quer ter um serviço, e que não a incomodem. Os melhores serviços são aqueles que são invisíveis, em que o cliente nem se apercebe que estão a ser prestados, nem carece de compreensão no sue uso. Luis Goes Pinheiro, Presidente SPMS Todos os intervenientes no painel sublinham que o equilíbrio pode atingirse através da correta medição da satisfação do utente. Neste âmbito, é preciso envolver alguns stakeholders, garantindo que os destinatários dos serviços sejam incomodados o mínimo possível.
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O utente é a razão de ser do nosso trabalho. Precisamos de uma vontade férrea para traçar o caminho. Às vezes a melhor maneira é ir depressa e estamos a ir para lá. A Interoperabilidade tem de ser obsessiva sob pena de não ser uma realidade. Luis Goes Pinheiro (SPMS)
A saúde passa pela digitalização. Julio Nóbrega, Diretor Clínico SESARAM
A transferência de dados é critica. É preciso avançar para a conquista da interoperabilidade dos dados para fazer face a esta questão com eficácia. Antonio Taveira Gomes, Presidente da ULS Matosinhos
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Regulação em saúde 4.0 Regulação e Saúde 4.0 Preside: Rui Nunes (Faculdade de Medicina da Universidade do Porto) Intervenções: Maria do Céu Machado (Professora Catedrática jubilada da Faculdade de Medicina de Lisboa (FMUL) Nuno Figueiredo (Coordenador de Cirurgia Lusíadas Saúde) Ponciano Oliveira (Vogal do Conselho de Administração da ARS Norte)
Maria Céu Machado, Professora Catedrática Jubilada FMUL
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É importante falar do “Sistema” de Saúde e fazer uma medicina de proximidade, compreensiva de oportunidade. Maria do Céu Machado Queremos uma Saúde em todas as políticas, incluindo os seus determinantes como a educação e habitação. Torna-se importante falar em sistema de saúde, para além do Serviço Nacional de Saúde. Esta é uma oportunidade de dar um salto qualitativo. Há legislação em Portugal, mas falta a regulação dessa legislação.
O que faz sentido é haver uma integração. É preciso perguntar o que no sistema nacional de saúde pode ser integrado. As propostas têm de ser integradas.
Maria do Céu Machado
Foi ainda dado destaque à necessidade de uma gestão integrada da doença crónica, sendo esta transversal aos cuidados. Para a Professora Catedrática, Maria do Céu Machado, neste momento, esta gestão ainda está muito fragmentada. Evidencia-se uma medicina de proximidade, compreensiva de oportunidade, em que é preciso olhar para a pessoa de uma forma biopsicossocial e de forma mais próxima. Segundo Maria do Céu machado, o capítulo sobre saúde mental deveria ter uma organização diferente. Apresentou o caso de Amsterdão, a título de exemplo, em que se organizaram equipas de psicólogos e psiquiatras que se deslocam as escolas, ao bairro, as empresas. Segundo a especialista, isto é inovador e completamente diferente.
Algumas Reflexões Na inovação terapêutica e na perspetiva da negociação será que deve ser o Infarmed a negociar o preço? Funcionaria melhor o Infarmed, como agência reguladora aprovar e impor os critérios, mas a negociação ser feita no ministério das finanças? Os Centros de Referência (CR): Desde 2013, e com vários despachos, foram criados sequencialmente os grupos de trabalho, a comissão e nomeado o presidente. Hoje existem 23 centros aprovados. Os CR devem estabelecer protocolos, seguir o doente, receber um valor pelo doente, sendo pequenas unidades especializadas. Para a sua ativação, torna-se importante dar um salto qualitativo, mesmo em termos de recursos humanos.
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É preciso caminhar para uma medicina de proximidade, à distância, dando voz aos pacientes. Nuno Figueiredo, Médico
Há uma complementaridade no esforço assistencial, público e privado, com uma regulação transparente e clara. Hoje em dia há capacidades técnicas, sendo necessária, no entanto, a formação das equipas. Muitos dos recursos humanos já são partilhados entre as organizações públicas e privadas. É importante assegurar a manutenção e segurança clínica, em boas condições assistenciais. Estamos neste momento numa acelerada transição digital, que inclui a realidade aumentada, a inteligência artificial
O doente deve estar no local de melhor segurança clínica, que é a sua casa, e são os profissionais que se deslocam a este ambiente, pelo que é necessário haver também uma monitorização a distância e formação dos profissionais.
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Ponciano Oliveira, Vogal do Conselho de Administração da ARS Norte Ponciano Oliveira, Vogal CA ARS Norte
Pela internet das coisas, o doente é acompanhado e tem uma monitorização de proximidade. Com este processo de hospitalização domiciliária, os doentes interagem, a partir de suas casas com os clínicos.
A importância da regulação numa sociedade que se quer saudável A regulação terá um papel essencial nas garantias de acesso, equidade e eficiência
Ponciano Oliveira, Vogal da ARS Norte A regulação é o substrato de garantia de funcionamento do sistema e, enquanto fator de calibragem do sistema, desempenha um papel de empoderamento e de fluidez do sistema de saúde. Para Ponciano Oliveira, “a saúde contribui para recuperação do país”. No limite, num sistema de enfermidade generalizada, como é a situação de pandemia, que levou a uma paralisação da sociedade, foi evidente que só uma sociedade saudável pode promover uma sociedade sustentável com uma coesão social. Para isso precisa de cumprir os seus fins. Numa dimensão estrutural, o Vogal da ARS Norte explica que devemos considerar a criação de valor. O que se pode fazer em termos de reforma? Constata-se com a maior das evidencias um envelhecimento da população e uma escassez de recursos. Neste processo é imperioso garantir que temos melhores resultados.
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Equidade, acesso e eficiência com inovação Precisamos de equidade, acesso e eficiência, sublinha Ponciano de Oliveira, Vogal da Norte. É preciso também inovação, e por isso, trazer algo de novo ao que está estabelecido atualmente. A pandemia expôs um conjunto de fragilidades no sistema de Saúde. Na transição digital tem de se encontrar os projetos que tragam resultados, como tele rastreio, centralização da imagiologia, a capacitação dos recursos, para poder garantir o acesso robótico a cuidados. A regulação terá um papel essencial nas garantias de acesso. É preciso, neste processo de avaliação, considerar a infoexclusão das populações menos literadas. No entanto, face a esta evidência, há um conjunto de entidades que podem colaborar para os melhores resultados, e nelas se incluem as ordens profissionais no exercício das profissões, as administrações regionais de saúde, entre outras. O desafio exige uma regulação mais escorreita, de garantia e empoderamento do sistema, como um elemento essencial enquanto calibração do sistema, como o caso da garantia dos dados pessoais. Na utilização das tecnologias é preciso preservar a confidencialidade do cidadão.
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Tendências futuras Saúde 4.0: Dados e Interoperabilidade Segundo a consultora McKinsey (2021), a inovação é uma força motriz, e as empresas podem manter os seus clientes que se tornaram digitais, inovando nos seus serviços digitais (p. 8). As empresas podem melhorar os seus serviços e experiências digitais inovando em torno das três dimensões que os consumidores dizem ser mais importantes, refere a McKinsey no seu relatório 2021: É preciso então: 1 — Melhorar a confiança nos serviços digitais, aumentando a privacidade e a segurança. (44% dos consumidores não confiam plenamente nos serviços digitais); 2 — Melhorar a experiência do utilizador nos canais digitais através da refinação de interfaces de utilizador e da criação de interações, por exemplo, nos artigos de alta qualidade ou de compra complicada, pode envolver -se um agente humano. (56% dos utilizadores insatisfeitos transmitiram desconforto com o digital, ou falta de informação suficiente); 3 — Melhorar a experiência do consumidor de ponta a ponta, disponibilizando todos os produtos e serviços digitalmente, melhorando os serviços pós-venda e oferecendo melhores preços e ofertas em canais digitais. (39% dos utilizadores insatisfeitos dizem que não conseguem realizar tudo o que pretendem nos canais digitais, e 20% dos insatisfeitos querem misturar conversas online com um humano nas suas interações digitais). (p. 9) De acordo com o Banco Mundial (2021), “um marco funcional de governança de dados garante que a infraestrutura, as leis, as políticas económicas e as instituições, trabalhem juntas para apoiar o uso de dados”. Estes dados, devem estar alinhados com os valores de cada sociedade, enquanto protegem os direitos individuais sobre o uso de dados” (p. 17)
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Investigação & Desenvolvimento (I+D) e Regiões Inteligentes Investigação & Desenvolvimento (I+D)
em Saúde: da Medicina de Precisão às Regiões Inteligentes Preside: Fernando Almeida (Presidente do INSA) Oradores Convidados: António Bob Santos (Vogal Executivo do Conselho de Administração da Agência Nacional de Inovação) Arthur Jordão (Adjunto do Secretário de Estado para a Transição Digital) Fausto Pinto (Diretor da Faculdade de Medicina de Lisboa) Ricardo Jardim Gonçalves (Professor Catedrático e Chefe de Desenvolvimento Internacional da Universidade Nova de Lisboa - FCT NOVA) Fernando Almeida, Presidente INSA
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A Medicina personalizada e a Medicina de Precisão: Este é um tema aliciante e complexo Fernando de Almeida, Presidente do Instituto Nacional Ricardo Jorge As regiões inteligentes, são cada vez mais importantes, em todas as regiões, cidades, territórios, especialmente nas mais periféricas, e envolve o acesso das populações, assim como as áreas da economia, investigação, turismo, comunicação, saúde e outras.
Plataformas e acesso digital em saúde - o Programa de Recuperação e Resiliência da Região Autónoma dos Açores É preciso facilitar o acesso digital aos serviços de saúde ao nível da informação clínica, através da criação de uma plataforma, que será criada neste âmbito, para marcação de consultas e exames, gestão de vacinas, incluindo a capacitação dos profissionais de saúde na transição digital, através do desenvolvimento de um portal de saúde. 63 Clélio Meneses, Secretario Estado Regional Açores
Num 1º nível Queremos investir na investigação científica, como algo fundamental para os cuidados de saúde, através da reforma do modelo de exploração das unidades de saúde. Queremos ainda investir, no planeamento e desenvolvimento de um sistema integrado de gestão de recursos humanos, de gestão de stocks dos hospitais e melhoria do sistema de emergência médica.
Num 2º nível Incrementar a telessaúde no SNS, que é muito pertinente nesta região (Açores) com 9 ilhas, e muitas delas sem hospital. Será essencial para um melhor acesso, para uma melhor saúde e uma resposta mais rápida. Assim como melhorar a interoperabilidade dos sistemas de informação dados nas áreas de análises, exames e imagiologia e a desmaterialização dos processos clínicos. O investimento nos cuidados de saúde primários, passa pela aquisição de equipamentos médicos hospitalares, sendo um projeto de longo prazo que visa, ainda, para além das questões remuneratórias e de estabilização, a fixação de quadros de saúde nas ilhas”.
I+D em Saúde: Temos de ter uma perspetiva mais abrangente, cooperativa e holística António Bob Santos, Agência Nacional de Inovação “O nosso território está preparado para dar resposta aos setores da saúde. Muita da transformação da saúde tem a ver com o desenvolvimento tecnológico e investigação. Passa pela saúde digital, Big data, segurança dos dados que influencia a medicina de precisão. É um processo cooperativo, que tem de integrar os diversos intervenientes na saúde: desde os profissionais, investigadores, empresas, incluindo as start-ups e grandes empresas, os centros de investigação, as universidades e politécnicos, mas também os pacientes e utilizadores, fornecedores e reguladores que trazem novos serviços e soluções.
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Portugal é hoje um dos países mais inovadores na União Europeia e deve-se muito ao esforço do setor público, do privado e do progresso tecnológico. Estamos ao mesmo nível da Alemanha e França. António Bob Santos, Agência Nacional de Inovação
António Bob dos Santos, ANI
As mais-valias de Portugal na inovação passam por: • Qualidade das instituições • Ambiente para empreendedorismo • Start Ups • Sistema de inovação aberto • Transferência tecnológica e de conhecimento
A Agência Nacional de Inovação – ANI - fomenta a ligação dos intervenientes. Há instrumentos financeiros, mecanismos para incentivos fiscais, inserção das entidades nas redes internacionais. Nos próximos 10 anos temos 7 mil milhões de euros para investir em Portugal em ID e desenvolvimento tecnológico. A saúde é uma área transversal prevendo-se um financiamento significativo para Universidades, Polos de Investigação, empresas, entre outras.
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Benefícios Agência Nacional de Inovação (ANI) Incentivos fiscais Capacitação das infraestruturas tecnológicas Laboratórios colaborativos – ¼ direcionado para a área da saúde até á investigação aplicada Política de clusters
ZLT - Zonas Livres Tecnológicas: uma ferramenta de um ecossistema inovador As ZLT são um espaço de ambiente físico, graficamente localizados em ambiente real ou quase real, destinado à realização de testes e experimentação de tecnologias, produtos, serviços e processos inovadores de base tecnológica. A criação de ZLT é uma medida fundamental para a transição digital de Portugal.
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Arthur Jordão, Adjunto Sec. Estado Transição Digital
Arthur Jordão Adjunto do Secretário de Estado para a Transição Digital
Smart4Health
(INOVA coordena o desenvolvimento da plataforma). Muito importante para toda a Europa. Espera-se uma contribuição para Portugal.
No contexto do COVID foi aberta uma nova proposta para ser instalada uma rede de apoio nas unidades de cuidados intensivos, contando com a participação do Governo Regional da Madeira. Por ex. se um turista chega ao hospital em que é necessário contatar outra unidade hospitalar, é possível essa ligação ser feita, com segurança no acesso e partilha de dados. Esta também a ser instalada uma rede de telemedicina no hub da Madeira. Há mais valias quando uma região pode disponibilizar segurança e conforto, e a tecnologia pode ajudar.
Ricardo Jardim Gonçalves, Uninova
Ricardo Jardim Gonçalves Professor Catedrático e Chefe de Desenvolvimento Internacional da Universidade Nova de Lisboa - FCT NOVA
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Tendências futuras Investigação & Desenvolvimento em saúde
Nestes tempos desafiadores, as organizações devem elevar o ativo mais importante que possuem: suas pessoas. Ao concentrar-se nos fundamentos da estratégia de pessoas – liderança, cultura, talento, requalificação e RH – as empresas podem emergir mais fortes, mais ágeis, mais inovadoras e mais capazes de responder a um ambiente em constante mudança”. Boston Consulting Group 68
O Papel da Saúde na Recuperação e Resiliência
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O Papel da Saúde na Recuperação e Resiliência Preside: Pedro Ramos (Secretário Regional da Saúde e Proteção Civil da Madeira) Moderador: Paulo Nunes de Abreu (Co-fundador Fórum Hospital do Futuro) Adalberto Campos Fernandes (ENSP, UNL) Arlindo Nascimento do Rosário (Ministro da Saúde e Segurança Social de Cabo Verde). Luis Filipe Pereira (AADIC) Orador convidado: Hans Kluge, WHO Regional Director for Europe
Hans Kluge, Regional Director WHO
O estado regulador, implica introdução de alguma tensão e concorrência no sistema de saúde para criação do Value for Money. Não é suficiente aumentar os fluxos financeiros, mas é preciso gerar mais valor para os recursos disponibilizados, e passa por soluções inovadoras, sem pressupostos ideológicos, para gerar mais eficiência. A regulação é essencial, com uma nova perspetiva regulatória. O setor da saúde é provavelmente o mais regulado de todas a administração publica. Há necessidade de um planeamento estratégico, incluindo uma política de recursos humanos.
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A integração de cuidados e as redes de referenciação. Devemos questionar se cada hospital deve ter uma política individual, ou deve de uma forma integrada e especializada canalizar os doentes em rede? Verificou-se que, na resposta COVID – 19 os doentes fluíram de forma positiva entre as cidades do país, mostrando que o sistema de saúde é um. Há necessidade de uma abertura de espírito para as ferramentas digitais, telessaúde e telemedicina. Esta transição digital e modernização não pode deixar de lado os direitos das pessoas (como a privacidade).
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A
modernização não deve conflituar com os direitos das pessoas. Dados a favor das pessoas e não para outras causas. Rui Nunes, Professor Catedrático FMUP
Garantir às gerações vindouras: satisfação com o sistema de saúde e com os profissionais de saúde. Para o professor Catedrático, Rui Nunes, os investimentos feitos permitem deixar às gerações vindouras um sistema de saúde melhor do que temos hoje. É preciso aproveitar o PRR para modernizar o sistema, do ponto de vida as instalações e equipamentos, capacitação, reformas de fundo para um sistema de saúde sustentável e conforme todos desejamos.
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Os fatores de risco comportamentais, nomeadamente o consumo de álcool, a obesidade e a falta de atividade física, são os principais motores da doença e da mortalidade em Portugal. State of Health in the EU Portugal Country Health Profile 2021
O paciente no centro, a sua privacidade, a necessidade de investigação e a sustentabilidade do sistema Alexandre Guedes da Silva, Presidente da SPEM – Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla 73
Para o Presidente da SPEM – Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla, é preciso: Defender uma qualidade de vida em domicílio, pois as pessoas estão mais próximas da família. Neste sentido, quando se legisla, convém perguntar às pessoas que serão os clientes finais dos serviços, o que é que elas consideram sobre o que vai ser feito. A pandemia permitiu repensar alguns processos que existem, por exemplo quanto aos doentes crónicos. Pensamos em 4 perguntas: 1) O paciente no centro: o sistema não está centrado no cidadão se pensarmos no sistema todo, embora nos cuidados de saúde primários isso possa acontecer; 2) Privacidade, sendo o utente o dono dos dados, e garantir que quem tem acesso a informação deve colocar sempre essa questão de permissão sobe o uso dos dados (RPDP); 3) Permitir a investigação científica, histórica e estatística; 4) Deve ser assegurada a sustentabilidade com um modelo autofinanciado, de pagamento por uso (pay -per-use),
Tendências futuras A influência da Saúde na Recuperação e Resiliência A pandemia é uma lembrança da relação íntima e delicada entre as pessoas e o planeta. As sociedades precisam de se proteger e recuperar o mais rápido possível. Mas não podemos voltar ao modo como fazíamos as coisas antes. WHO Director-General Dr Tedros Adhanom Ghebreyesus. Address to the 73rd World Health Assembly. May 18th 2020. 74
Modelos de Integração
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Centros de responsabilidade integrada: uma visão de futuro aumentar os resultados, a qualidade e diminuir os custos Preside: Herberto Jesús (Diretor Regional de Saúde da Madeira) Intervenções: Francisco Rocha Gonçalves (Head of Market Access and Public Affairs, Sanofi) John Preto (Diretor do CRI Obesidade do CHUSJ) Eurico Castro Alves (Diretor de Cirurgia do Centro Hospitalar do Porto e Presidente da Convenção Nacional de Saúde)
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Herberto Jesus, Diretor Regional de Saúde Madeira
É preciso ter uma visão de esperança e uma visão de futuro. Herberto Jesus, Diretor Regional de Saúde da Madeira
Os Centros de Responsabilidade Integrada Desde 1988, com o modelo de governação dos hospitais, que aponta a criação dos Centros de Responsabilidade Integrada Os objetivos de um Centro de Responsabilidade Integrada (Modelo Integrado), que permitem uma gestão eficiente sãos os seguintes: • • • • • • • •
Aumentar os níveis de produtividade Melhorar a autonomia e a responsabilidade Investir nas Infraestruturas Melhorar acesso e tempos de resposta SNS Melhores qualidade e práticas clínicas Investir em Recursos Humanos Rentabilizar a capacidade instalada Satisfação e motivação dos profissionais
O caminho para uma arquitetura saudável: pessoas saudáveis aumentam o PIB Para o Diretor Regional de Saúde da Madeira, Herberto Jesus, “precisamos de produzir, criar mais qualidade de vida e valor para as pessoas, permitindo que o futuro seja mais sustentável. É preciso ter uma nova visão mais holística sobre os indicadores. Por exemplo, se o meu doente consegue, através dos CRI regressar ao seu trabalho mais cedo, e há benefícios para o cidadão, é preciso ir para além dos indicadores económico-financeiros.
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É ainda preciso ter uma noção do ciclo de vida. É preciso envolver as associações de doentes. Se as associações virem que há bons resultados, são os cidadãos que vão ajudar a construir. Herberto Jesus, Diretor Regional de Saúde da madeira
Precisamos de uma visão integradora e holística. Francisco Rocha Gonçalves, Sanofi
Para Francisco Rocha Gonçalves da Sanofi, este processo integrador, aborda 4 pilares:1) a integração centrada no doente; 2) a medição sistemática; 3) os contratos de incentivos baseados em resultados e 4) o apoio na digitalização. A digitalização é subsidiaria, e tem de servir de apoio á restante atividade hospitalar. Proporcionamos aos hospitais os meios certos para atuar em conformidade.
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Francisco Rocha Gonçalves, Sanofi
Primeiro planeamos, desenhamos o serviço que queremos, olhamos para a patologia, olhamos para as guidelines, olhamos para a forma certa de abordar e diagnosticar, e depois desenhamos uma rede informática, para que, com um click não seja preciso repetir informação administrativa do doente, a circulação do receituário, os exames prescritos para dentro e fora do hospital.
Tudo isto permite a que os Hospitais também possam candidatar-se a prémios nacionais e internacionais.
A centralidade doente é a tónica destes Centros de Responsabilidade Integrada. Congregam-se, à volta dele, e de uma forma multidisciplinar, todos os elementos que permitem maximizar o processo clínico. John Preto, Centro de Responsabilidade Integrado – Obesidade. CHUSJ Temos de ter um olhar sobre o ciclo clínico do doente, desde a sua entrada nos cuidados de saúde primários até á sua intervenção, onde a investigação está sempre presente. O caminho passa pela integração numa app, de links, tendo o próprio doente a possibilidade de relatar os seus outcomes.
A criação dos Centros de Responsabilidade Integrada é uma maisvalia e um valor acrescentado. Os resultados dependem do modelo de governação.
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Desde 1988 que se fala no modelo de gestão hospitalar integrada e responsabilidade. Sabemos que há duas bases fundamentais: 1) Estar de acordo com o plano de atividades do hospital, e; 2) Os custos têm de ser melhores que os proveitos. Eurico Castro Alves Centro Hospitalar Universitário do Porto, Convenção Nacional de Saúde
Se olharmos para triângulo de ferro da saúde que temos para oferecer: a qualidade, o acesso e o financiamento, verificamos que duas das variáveis são fáceis de oferecer, diferentemente das três em conjunto. Os CRI podem transformar num triangulo virtuoso que conduzem ao equilíbrio de financiamento, de acesso, realizando a equidade dentro de padrões da qualidade Delfim Rodrigues, Vice-Presidente APAH
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Tendências futuras Modelos de Integração funcional
Segundo o Gartner Group (2021), 75% dos trabalhadores dizem que suas expectativas de trabalhar com flexibilidade aumentaram, e quatro em cada 10 funcionários, se pudessem, mudariam de empresa ou organização que lhes pedisse para trabalhar num ambiente de escritório presencial.
O cidadão vai ser o centro do mundo. O cidadão pode gerir o percurso da doença. 81
Herberto Jesus, Diretor Regional da Saúde Madeira
Se as empresas tornarem os serviços de saúde mental mais acessíveis e intervirem no local de trabalho de forma a melhorar o bem-estar, simultaneamente farão investimentos que proporcionarão melhorias reais nos resultados dos funcionários e, consequentemente, no desempenho da empresa. Herberto Jesús, Diretor Regional de Saúde Madeira
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Turismo & Ruralidade 4.0: Contributos da saúde.
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O Hospital em Casa Preside: Paulo Morgado (Presidente da ARS do Algarve) Intervenções: Rosa de Matos (Presidente do Conselho de Administração do CHULC) Delfim Rodrigues (Coordenador Plano Hospitalização Domiciliária do SNS) Ricardo Mestre (ex-Vogal do Conselho Diretivo da ACSS) Mónica Rebelo (HSOG), Unidade Móvel de Apoio Domiciliário
Paulo Morgado, Presidente da ARS do Algarve
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Importância de termos em consideração a parte emotiva do doente. Um maior desenvolvimento estratégico e tecnológico vai tornar a hospitalização domiciliaria uma realidade. Os doentes estão em casa e são tele monitorizados e vão dando o feedback da sua situação.
Levar o hospital, os Cuidados e Assistência, a casa A Hospitalização Domiciliária, conhecida como HD, consiste num modelo de assistência hospitalar do doente agudo, que se caracteriza pela prestação de cuidados no domicílio. Destina-se a doentes agudos ou crónicos agudizados, com patologia de complexidade elevada, mas com possibilidade de internamento no domicílio. Todos nós conhecemos as desvantagens da hospitalização em enfermaria convencional nomeadamente: Infeções nosocomiais, acamamento / deterioração funcional, síndrome confusional agudo, desnutrição, desintegração social e alheamento da família / Cuidador
da situação clínica do doente. A HD, surge então como uma alternativa ao internamento hospitalar, na qual o doente é internado na sua casa, com cuidados de nível hospitalar, e com eficácia e resultados clínicos semelhantes ao internamento convencional. A primeira experiência de HD começou no século passado em 1947 na cidade de Nova Yorque nos EUA. Na Europa teve início em França na década de 50 e mais tarde na década de 80 surge na nossa vizinha Espanha, país onde a equipa do Hospital Garcia de Horta (pioneira nesta experiência em Portugal em 2015), foi buscar a inspiração. Desde esta data estas Unidades espalharam-se por Portugal e atualmente temos já em pleno funcionamento, 36 Unidades de HD, dispersa por todo o País. A boa notícia, é que a RAM vai dentro em breve iniciar esta experiência. Importa salientar, que a evidência mostra várias vantagens da HD: • Maior satisfação do utente e famílias. • Menor demora média; • Menor mortalidade; • Menos complicações; • Um custo 22 a 32% inferior; A experiência portuguesa, encontrou ainda mais vantagens: • Dedicação exclusiva; • Maior envolvimento do utente e famílias na doença; • Maior satisfação dos profissionais de saúde; • Mais educação para a saúde; • Mais ensino e educação, adaptados ao ambiente do doente (ensino, instrução, treino). • Mais tempo para o utente; • Melhor adesão e reconciliação terapêutica; • Melhor articulação com os Cuidados de Saúde Primária; • Menor deterioração do estado funcional; • Recuperação mais rápida do doente; Por tudo isto se percebe a importância que tem a HD no sucesso dos Serviços de Saúde. Termino fazendo referência ás novas interfaces de comunicação atualmente existentes com o Sistema de saúde, e que são também uma grande mais valia para a HD, uma vez que nos vai permitir ter os doentes em casa com maior segurança. Falo da Telemonitorização, que na nossa unidade de HD vai estar presente para todos os doentes. Falando um pouco destas interfaces de comunicação: A transformação digital na área
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da saúde é já uma realidade, utiliza soluções inovadoras de assistência aos doentes, baseadas em dados e evidências em tempo real, levando a melhorias no sistema de saúde, a nível individual, populacional e organizacional. A este propósito, importa aqui referir, que o seu sucesso, depende da capacidade instalada da oferta e da literacia em saúde e da versatilidade técnica da população. A telemedicina e a saúde digital, têm o potencial de melhorar o compromisso dos doentes com a sua saúde, melhorar a decisão partilhada, pelo aumento da sua literacia em saúde, e ajudar os profissionais de saúde, na qualidade dos cuidados prestados aos doentes. Acabam assim, por melhorar o sistema de saúde, ao aumentarem a eficiência na sua organização, e evitarem o consumo exagerado de serviços de saúde secundários.
A saúde digital, é no fundo, uma parceria entre o doente e o seu médico assistente, na gestão das suas doenças agudas ou crónicas, gerando uma melhor saúde.
Maria da Luz Brazão Internista Coordenadora da Unidade de Hospitalização Domiciliária do SESARAM
Vejamos então algumas das suas vertentes: Consulta de telemedicina - Utiliza sistemas de telecomunicação, para prestar cuidados de saúde à distância. Pode ser síncrona (videoconsulta e consulta telefónica) ou assíncrona (resposta a emails dos doentes). As vídeoconsultas, demonstraram maior qualidade, ao permitirem uma maior interação, a dimensão visual e a troca de fotos e outros documentos em tempo real. Além disso, permitem uma avaliação médica rápida a
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qualquer doente em qualquer lugar, com bons índices de satisfação e uma análise de custos positiva. - Digital first - Forma de reorganizar o acesso aos SU, realizado por médicos treinados na videoconsulta, preferencialmente os médicos assistentes do doente, com acesso aos dados agregados que permitam uma visão holística, e abrangente da sua situação clínica Inteligência artificial – Seguindo algoritmos de: Triagem pré-consulta ou os symptom checkers, de forma a otimizar a performance (por exemplo: o tempo de consulta e consequente referenciação) Existem várias experiências nacionais e internacionais, usando plataformas de interface com o doente: Coaching; Telemonitorização; “internet of things” (IoT); Triagem sintomas (HTA, Diabetes, IC, DPOC) etc. Prevê-se, que no futuro, o médico vai ser dependente da tecnologia digital, e a literacia tecnológica vai ultrapassar o conhecimento clínico. Segundo o relatório 2022 “Clinician of the future”, de 2021 para 2031, o conhecimento científico do médico, passará de 71% para 45%, a literacia tecnológica será de 50%, e o doente estará no centro de tudo a coordenar a sua saúde e doença. No futuro, as consultas serão maioritariamente virtuais, havendo mais tempo para desenvolvimento pessoal e de literacia em saúde. Maria da Luz Brazão Internista Coordenadora da Unidade de Hospitalização Domiciliária do SESARAM
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Saúde e Turismo Preside: José Robalo (Presidente da ARS Alentejo) Gustavo Tato Borges (Presidente da CEALCP Açores) Ricardo Jardim Gonçalves (Professor Catedrático e Chefe de Desenvolvimento Internacional da Universidade Nova de Lisboa - FCT NOVA coordenador do “Smart4Health”) Elsa Caramujo (Diretora, Fundação INATEL) Jaime Quesado (Economista)
Jose Robalo, Presidente da ARS Alentejo
A UNWTO (Organização Mundial de Turismo, 2021) afirma: Os turistas esperam ter acesso à mesma tecnologia nas áreas rurais que usufruem em destinos urbanos. Isso inclui acesso à internet sem fio rápida e confiável e a capacidade de fazer pagamentos sem dinheiro. O acesso à tecnologia também é fundamental para fornecer às empresas locais acesso ao mercado e promover a inclusão de fornecedores de todos os tamanhos na cadeia de valor do turismo. Garantir que os destinos rurais desfrutem da mesma tecnologia que as áreas urbanas e não sejam 'deixados para trás' é um desafio para os setores público e privado.
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A preparação de uma Região Saúde
e turismo são um assunto muito vasto. Turismo em saúde, significa que as pessoas possam movimentar-se de um lado para o outro, visitar os países, articulando-se com as unidades de saúde dos países para continuar os seus tratamentos (por exemplo pessoas que fazem hemodialise). Pode enriquecer a região na sua oferta de cuidados e de serviços, naquilo que as pessoas necessitam. Gustavo Tato Borges, Açores Gustavo Tato Borges
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Torna-se necessário efetuar uma gestão da expetativa dos turistas, que querem também ter uma experiência livre de testes. Gustavo Tato Borges, Açores Segundo tato Borges, tem de haver a preparação das unidades para receber os turistas, garantir uma articulação com os serviços de saúde, e, caso seja necessário, acionar algum tipo de resposta, mantendo o acompanhamento. As regiões também têm de estar sob controlo pandémico. Outra fase fundamental deste equilíbrio é a vacinação. Permitir vacinar as pessoas para que tenhamos a maior parte das pessoas vacinadas. É útil a promoção dos serviços para promover a vacinação, face a serviços que não são urgentes. A “via verde” de vacinação tem de ser tida em conta a nível das regiões, a nível de Portugal e da União Europeia. Os “semáforos de risco” permitem a diferenciação de turistas conforme o local de onde provêm. O objetivo não e ser punitivo, mas tornar as viagens mais seguras.
É preciso ter um
Gustavo Tato Borges
pensamento estratégico, porque precisamos que os turistas venham para as nossas regiões, mas que seja feito com segurança e com cuidado, olhando para os rastreios como uma forma preventiva Gustavo Tato Borges, Açores
Mais do que turismo de saúde, é preciso criar um ambiente seguro. As pessoas querem fazer turismo de saúde onde os cuidados são bons e seguros. Temos uma marca turística muito forte.
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Ponciano Oliveira Vogal do Conselho de Administração da ARS Norte Ponciano Oliveira
Excelência dos cuidados de saúde na região da Madeira, através do uso das soluções digitais como a telessaúde. Existe um problema de base que é a interoperabilidade dos dados, que podem existir, mas não estar acessíveis
Ricardo Jardim Gonçalves
Ricardo Jardim Gonçalves, Professor Catedrático e Chefe de Desenvolvimento Internacional da Universidade Nova de Lisboa - FCT NOVA
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Tendências futuras Turismo & Ruralidade 4.0
O Turismo e o Desenvolvimento. Rural' são mais relevantes do que nunca, à medida que o setor de turismo global enfrenta a pandemia de COVID-19. O turismo em áreas rurais oferece importantes oportunidades de recuperação, tornando fundamental apoiar as comunidades rurais que enfrentam os impactos econômicos e sociais da pandemia. (UNWTO, 2021)
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A OMT (Organização Mundial do Turismo) prevê que o turismo doméstico retornará antes do turismo internacional. Bem administrado, isso pode beneficiar as comunidades rurais, principalmente protegendo os meios de subsistência e impulsionando as economias locais. (UNWTO, 2021)
Parte II Inovação Ideas Lab: Creating SelfSustaining Hospitals in Smart Regions* 93
“A sustentabilidade e o desenvolvimento sustentável são mais comumente
descritos como "um desenvolvimento que atenda às necessidades e aspirações do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades" Comissão Mundial do Ambiente e do Desenvolvimento, 1987
Estamos
preocupados com aquilo que é uma resposta de fim de linha, com a conjugação dos serviços de proximidade. A gestão do SESARAM é uma gestão preocupada com a política de proximidade com o cidadão. Rafaela Fernandes, Presidente SESARAM Procuramos fazer todos parte de uma equipa. A saúde tem de estra em articulação com a educação. Temos de atuar o mais precocemente possível para fazer melhor o nosso papel” 94
Rafaela Fernandes Presidente do Conselho de Administração do SESARAM
“O problema da saúde é um problema de todos, e não e um problema de uma região, é um problema do mundo, e abrange também as questões climáticas. Só com solidariedade conseguiremos ultrapassar as questões da pandemia. Julio Nóbrega, Diretor Clínico, SESARAM
Como tornar autossustentável um hospital numa região? Comunidade José Ornelas
Importância de toda a intervenção comunitária, num modelo holístico, ao longo do ciclo vital e utente, família, comunidade. E importante o planeamento em saúde e planeamento e colaboração intersectorial. Há exemplos bem-sucedidos de intervenção comunitária, como as competências parentais ou a literacia em saúde. Os exemplos no caso da violência doméstica pressupõem começar a agir desde a infância, para prevenir os indesejáveis comportamentos futuros. No âmbito da Covid-19 é preciso mitigar problemas, nomeadamente ao nível da saúde mental. A alteração de rotinas traz situações de ansiedade e depressão e é preciso um agir mais precoce e proativo. Deveremos poder juntar os profissionais da saúde e do serviço social através da criação de equipas de saúde comunitária que possam ser mais ativas e efetivas.
Modelos de integração Ana Teixeira
Os modelos de integração ao nível de cuidados primários, secundários e integrados devem possibilitar a realização de exames nos serviços convencionados em que o cidadão tem direito ao acesso aos seus dados e decidir quem tem acesso aos seus dados para além dele. Uma grande parte da população tem dificuldade de lidar com a transformação digital e a literacia digital não é a melhor, pelo que é preciso analisar esta questão, assim como os equipamentos dos profissionais não são sempre os ais adequados.
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Há softwares disponibilizados aos profissionais de saúde que não estão interconectados. É preciso interconectar os sistemas, por exemplo importar a informação do doente. Poder disponibilizar através do cartão de cidadão, o perfil e o percurso do cidadão na saúde. Quando se pensa no armazenamento de dados, seria desejável que os próprios profissionais de saúde pudessem intervir na dinâmica de saber onde estão os dados, como se guardam e o próprio cidadão saber quem acedeu, quando e onde foram acedidos os seus dados.
Cuidados de saúde baseados em valor Maria Regina Brites
Resultados da cadeia de valor 1. A cadeia de valor em saúde torna o sistema de saúde mais sustentável; 2. A cadeia de valor pretende obter maior envolvimento e responsabilização de todos, desde os sistemas e organizações até organizações e cidadão otimizando o sistema em prol do doente; 3. Pretende libertar o potencial de inovação existente na sociedade clínica, tornando-a mais saudável mais produtiva e mais resistente as crises 4. Permite desenvolver projetos, que permite saber como alocar os recursos e importante para a sustentabilidade 5. Promove a medição resultados e melhorar processos. “O que pode ser medido, pode ser melhorado (Drucker)
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Self-Sustaining Hospitals in Smart Regions Saúde inteligente: tornando a assistência médica mais inteligente Excerto adaptado de um artigo da autoria de ShuoTian1, Wenbo Yang1, Jehane Michael, Le Grange, Peng Wang, Wei Huang e Zhewei Ye (2019)
A era de hoje é a da informatização. Com o avanço da tecnologia e da teoria científica, a medicina tradicional, com a biotecnologia como seu núcleo, gradualmente começou a se digitalizar e se informar. E a saúde inteligente, incorporando uma nova geração de tecnologia da informação, surgiu. A saúde inteligente não é apenas um simples avanço tecnológico, mas também uma mudança completa e multinível. Essa mudança está incorporada no seguinte: mudanças no modelo médico (de cuidado centrado na doença para cuidado centrado no paciente), mudanças na construção da informatização (da informatização clínica para informatização médica regional), mudanças na gestão médica (de gestão geral para gestão personalizada) e mudanças no conceito de prevenção e tratamento (de foco no tratamento de doenças para foco em cuidados de saúde preventivos). e representam a direção de desenvolvimento futuro da medicina moderna. Esta revisão começará a partir do conceito de saúde inteligente e, em seguida, apresentará brevemente as principais tecnologias que suportam a saúde inteligente e explicará as conquistas e os desafios disso, revisando o status de aplicação dessas tecnologias em importantes campos médicos, antes de finalmente apresentar as perspetivas futuras da saúde inteligente. assistência médica.
O conceito de saúde inteligente A saúde inteligente nasceu do conceito de “Smart Planet” proposto pela IBM (Armonk, NY, EUA) em 2009. Simplificando, o Smart Planet é uma infraestrutura inteligente que usa sensores para perceber informações, transmite informações através da internet das coisas ( IoT) e processa as informações usando supercomputadores e computação em nuvem. Ele pode coordenar sistemas sociais e integrá-los para realizar o gerenciamento dinâmico e refinado da sociedade humana. A saúde inteligente é um sistema
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de serviços de saúde que usa tecnologia como dispositivos vestíveis, IoT e internet móvel para acessar informações dinamicamente, conectar pessoas, materiais e instituições relacionadas à saúde e, em seguida, gerência e responde ativamente às necessidades do ecossistema médico de maneira inteligente. A saúde inteligente pode promover a interação entre todas as partes no campo da saúde, garantir que os participantes obtenham os serviços de que precisam, ajudar as partes a tomar decisões informadas e facilitar a alocação racional de recursos. Em suma, a saúde inteligente é um estágio superior da construção da informação na área médica.
Hospitais inteligentes A saúde inteligente integra, pelo menos, três componentes importantes: regional/comunidades, hospitalar e familiar. Os hospitais inteligentes projetam-se num ambiente que é fortemente baseado na tecnologia de informação e comunicação, centralização no paciente e cuidados humanizados. Os processos de implementação tecnológica, visam ampliar a prestação de serviços destes hospitais inteligentes, e são baseados numa progressiva otimização de processos automatizados, para melhorar os procedimentos existentes de atendimento ao paciente e introduzir novos recursos. Podemos observar que existem três tipos principais de serviços nestes hospitais inteligentes que devem procurar registar a trabalhar as reais necessidades de cada um destes segmentos. São eles, de uma forma geral: os serviços para equipa de saúde; os serviços para pacientes; e os serviços para gestores e administradores. Na gestão hospitalar, a plataforma de informação que integra os vários sistemas digitais deve conectar os vários dispositivos digitais, as infraestruturas dos edifícios, assim como o pessoal. A monitorização dos pacientes nos hospitais tende, cada vez mais, a ser suportada por tecnologia, que se estende também à Telemonitorização em domicílio, após a alta hospitalar. No processo de monitorização tecnológica, verificamos os passos largos que se têm dado no apoio diário da equipa de saúde, assim como o rastreio e monitorização do funcionamento adequado de instrumentos e de processo de análises. A saúde inteligente estende-se à indústria farmacêutica, seja no processo de produção como de circulação de medicamentos, gestão de armazenamento, controlo seguro do medicamento e outros processos. Em termos de tomada de decisão, o estabelecimento de uma plataforma de gestão integrada pode
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realizar funções como alocação de recursos, análise de qualidade e análise de desempenho, e pode reduzir custos em saúde, maximizar a utilização de recursos e ajudar os hospitais a tomar decisões em relação ao desenvolvimento. Em termos de experiência do paciente, os pacientes podem aceder a várias informações que lhes respeitam, como os exames físicos, análises, relatórios, consultas on-line e interações de telemedicina ou de teleconsulta. Os sistemas tecnológicos que são automatizados tornam os processos de tratamento em saúde mais eficazes e promotores de maior controlo de custos. Se o resultado permite diminuir tempos de espera aos pacientes, melhorar a interação e respostas de um atendimento mais humanizado, e se há uma efetiva auto perceção de satisfação, naturalmente os resultados em saúde melhoram.
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O hospital do futuro está a mudar. Faz-se a previsão de que vai haver mais internamentos no futuro e nos cuidados intensivos. O doente crónico vai ser abordado de uma forma mais integrada e abrangente, que inclui o hospital de dia e a hospitalização domiciliaria. Há necessidade de mais e melhores cuidados hospitalares e de melhorar a utilização de recursos. Temos de inovar como modelo organizativo. Centrado no doente, que ganha em eficiência, qualidade e humanização com maior satisfação de todos os envolvidos. O doente quer ser informado e o familiar deve ser capacitado, para que o doente sinta que tem as mesmas vantagens que tem no hospital.
Problemas e soluções Desde a chegada da saúde inteligente, conceitos e sistemas maduros foram formados. No entanto, com o surgimento de novas tecnologias e novos problemas, ainda há muito espaço para desenvolvimento, e muitos desafios estão surgindo. Atualmente, a saúde inteligente carece de orientação macro e documentos programáticos, o que leva a objetivos de desenvolvimento pouco claros e, em última análise, a um desperdício de recursos. Além disso, as instituições médicas carecem de padrões uniformes entre as diferentes regiões e diferentes organizações, e são necessárias melhorias para garantir a integridade dos dados. A quantidade de dados é muito complicada e muito grande, o que leva a dificuldades no compartilhamento e comunicação de dados. Também há problemas de compatibilidade entre diferentes plataformas e dispositivos. Do ponto de vista do paciente, a saúde inteligente carece de normas legais relevantes e há riscos em relação a informações pessoais e violações de privacidade. Alguns utilizadores ainda têm natural dificuldade em usar a tecnologia, pelo que se impõe processos formativos tanto das equipas de saude como dos seus utilizadores, utentes, o cidadão. Quanto ao processo de implementação e numa perspetiva de estrutura e implementação, existem ainda tecnologias relacionadas à saúde inteligente numa fase experimental e que exigem financiamento para serem mantidas e atualizadas.
Tecnologia e regulação Portanto, para resolver os problemas mencionados acima, precisamos focar em dois aspetos: tecnologia e regulação. Em primeiro lugar, em termos de tecnologia, podemos acelerar a maturidade e a estabilidade das tecnologias
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relacionadas por meio de atualizações. Melhorar a capacidade de analisar informações de Big data também é importante. Em segundo lugar, é importante estabelecer um padrão técnico unificado para obter a máxima compatibilidade entre diferentes dispositivos e plataformas. Dessa forma, podemos melhorar a integridade dos dados e remover barreiras à troca de informações. Finalmente, a segurança dos dados e a estabilidade da transmissão devem ser asseguradas o máximo possível pela aplicação de técnicas como blockchain.41 Em termos de regulamentação, profissionais de áreas relevantes podem trabalhar juntos para esclarecer os objetivos de desenvolvimento da indústria. A legislação é um caminho prático para garantir a privacidade do pessoal relevante e tornar a saúde inteligente mais segura.
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Resumo: A experiência do paciente no sistema de saúde e a visão integrada dos recursos de saúde Cristina Vaz de Almeida Seguindo o alinhamento de Tian, Yang, Michael et al .e Ghosh, Mishra, Gupta, et al. (2021), podemos afirmar que as perspetivas para a saúde mais inteligente são boas, amplas e eficazes e devem acompanhar os momentos de mudança que estão a ocorrer. Nestes domínios levanta-se questões relacionadas com como a utilização dos recursos disponibilizados pelo Plano de Recuperação e Resiliência, a transferência das competências de saúde para as autarquias e o novo poder local empoderado por estas novas dotações humanas nas áreas da saúde, Acrescem os desequilíbrios sociais, políticos que ocorrem em muitos países, sobretudo em conflito, e também geram consequências para o universo português da saúde e para todas as regiões com as quais estamos conectados, como o caso da Macaronésia. O nome, macaronésia, tem origem no grego e sublinha uma construção e interconexão positiva, sendo chamada, na origem, de (μακάρων = feliz, afortunado; e νῆσοι = ilhas) isto é, as "ilhas abençoadas". Como chegamos a esta “bênção” e “fortuna” faz-nos refletir diariamente, com mais pensamento crítico e com maior investigação -ação, parcerias e enquadramento nos objetivos do desenvolvimento sustentável (2030). Se pensarmos nos utilizadores individuais, a saúde mais inteligente, racionalizada, digital e humanizada, pode facilitar um melhor processo de autocuidados e de autogestão da saúde. Os serviços de saúde quando são adequados podem ser acedidos quando necessário, usados de forma mais consciente e responsável e o conteúdo dos serviços de saúde tende a ser, passo a passo, cada vez mais personalizado e orientado para a experiência do paciente no sistema. Para as entidades de saúde uma prestação de serviços e de assistência em saúde mais inteligente, interativa, humanista, pode reduzir custos, conduzir a uma maior avaliação de soluções na gestão do pessoal, obter uma gestão mais estandardizada e unificada dos circuitos, prestações, materiais e informações e, por fim, contribuir para melhorar a experiência do paciente no sistema de saúde. Para instituições de investigação e desenvolvimento (I&D), uma saúde mais inteligente pode incrementar a relação das escolas e da investigação com as empresas, fomentando parcerias, boas práticas, reduzir o custo e os tempos
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da pesquisa, como se observou no campo das vacinas durante o período pandémico COVID – 19, e melhorar a sua eficiência geral quanto à recolha e análise de dados, resultados e passos seguintes que tragam mais ação benéfica para as populações. No domínio da tomada de decisões, o caminho para uma saúde mais inteligente, liga as entidades da saúde de forma integrada com o social, com as estruturas autárquicas, com pontes tecnológicas facilitadoras e de humanização. O investimento numa saúde mais inteligente prepara e dá competências às equipas, pode melhorar os desequilíbrios das desigualdades de recursos de saúde, assim como dar um estímulo consistente para uma maior racionalização e visão concreta do processo de reforma da saúde. Um investimento nas pessoas, com formação associada às novas tecnologias promove um maior planeamento e implementação de estratégias de prevenção e promoção da saúde, capacita e reduz os custos sociais da saúde. A solução para as questões e problemas existentes seja a nível de recursos humanos, materiais e financeiros, depende não apenas do progresso tecnológico, mas também do esforço conjunto de todos os envolvidos, desde os decisores políticos, os gestores das entidades da saúde e outras, os pacientes, as associações de doentes, os profissionais de saúde e outros, numa estreita cooperação com as entidades que fornecem tecnologia e também, com as comunidades.
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Parte III Conclusões
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Linhas orientadoras futuras O sistema 1. A autogestão da saúde é complexa, pelo que se torna essencial simplificar os processos para melhorar o acesso, a compreensão e o uso dos sistemas de saúde. 2. A Comunicação em saúde deve melhorar em vários meios e suportes. 3. A saúde deve ter uma só voz, e ser coesa, conexa e produzir confiança. 4. É necessário caminhar para um sistema de saúde mais integrador onde todos os players contam. 5. Importante haver liderança, descentralização dos sistemas. 6. A eficiência na área da saúde é da responsabilidade das políticas de saúde e de todos: dos gestores, das organizações, o cidadão. 7. É preciso escolher as pessoas certas para atuarem no terreno. 8. O sistema torna-se cada vez mais digital, mas também deve garantir a humanização de cuidados
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As organizações 1. É necessário investir numa informação credível, e em sites onde as pessoas podem encontrar informação verdadeira. 2. Existe uma necessidade de melhorar a literacia em saúde, para que o cidadão saiba navegar no sistema de saúde e tomar decisões acertadas em saúde. 3. O reforço da humanização de cuidados traz mais-valias a todos. 4. Um caminho de evidência para a hospitalização domiciliária, de qualidade e com vista o maios bem-estar do doente. 5. A importância das parcerias estratégicas e a visão dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS 2030).
Os profissionais 1. É necessário que os profissionais e o sistema continuem a fazer aprendizagens e a ter um pensamento crítico. 2. As parcerias e a interação com vários ambientes fortalecem o conhecimento. 3. A preparação dos profissionais para a digitalização deve ser tida em conta no processo de evolução das organizações
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O cidadão e os stakeholders 1. A centralização no paciente passa também pela sua responsabilidade e maior capacitação. 2. O cidadão pode participar no seu percurso de saúde. 3. Os doentes têm de ser vistos como “visitas da casa”, sendo que uma visão centrada na “experiência do paciente” é cada vez mais essencial. 4. O empoderamento do cidadão passa pelo investimento no reforço das fontes de informação credíveis. 5. As associações de doentes devem continuar a ser envolvidas para colaborar com o sistema, como voz ativa. 108
O caminho para o digital 1. Deve fazer-se um esforço e investimento de conciliar as pessoas com o digital, e caminhar para uma maior interoperabilidade dos sistemas que sirvam o cidadão.
Fórum Hospital do Futuro Criado em novembro de 2003 o Fórum Hospital do Futuro é uma iniciativa de carácter privado e sem fins lucrativos, cofundada por Paulo Nunes de Abreu e que promove a reflexão e o diálogo estratégico no sector da saúde, envolvendo como parceiros as principais associações sectoriais, entidades privadas e organizações do Ministério da Saúde. PLATAFORMA DE COMUNICAÇÃO Através dos seus canais de comunicação, o HdF atinge um público-alvo composto por cerca de 13.000 dirigentes e profissionais de saúde implicados com a inovação: • 1.345 membros inscritos no site HdF. • + 5.500 subscritores da e-Newsletter enviada mensalmente. • + 6.000 seguidores na nossa página de Facebook. • + 600 seguidores na nossa página do Linkedin. SERVIÇOS DE MODERAÇÃO E FACILITAÇÃO DE GRUPOS Através da plataforma donde emana – col.lab | collaboration laboratory, o Fórum Hospital do Futuro oferece várias metodologias participativas para a criação de diálogo, potenciando a diversidade de perspetivas para desenvolver novas ideias e a geração de consensos . Contatos: Paulo Nunes de Abreu presidencia@hospitaldofuturo.com
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Referências Banco Mundial. 2021. “Relatório de Desenvolvimento Mundial 2021: Dados para uma vida melhor.” Visão geral, livreto. Banco Mundial, Washington, D.C. Licença: Creative Commons Attribution CC BY 3.0 IGO. DGS (2020a). Plano Nacional de Preparação e Resposta à Doença por novo coronavírus (COVID-19). DGS (2020b). Plano Nacional para a Segurança dos Doentes 2015-2020. DGS (2020c). Relatório de Vacinação. EU Expert Group on Health Systems Performance European Commission (2020). A pharmaceutical strategy for Europe. Gartner Group. (2021. Future of Work Reinvented. Returning to the Workplace — Differently. Disponivel em: https://www.gartner.com/en/insights/future-of-work Ghosh, S., Mishra, S., Gupta, A., & Sharma, N. (2021). Impact of Human Resource Management on employee performance through employee satisfaction , SPAST Abstracts . Smart Green Connected Societies Mckinsey (2022). How organizations can support employees well-being in 2022. Disponível em: https://www.mckinsey.com/featured-insights/themes/howorganizations-can-support-employees-well-being-in-2022?cid=other-emlalt-mip-mck&hdpid=17550184-5e75-49bb-aa4e692da090b94b&hctky=12905863&hlkid=a774e1a8976d4a078406df70a8 406fd5 Mckinsey (2020). Mental health in the workplace: the coming revolution. Disponível em: https://www.mckinsey.com/industries/healthcare-systems-andservices/our-insights/mental-health-in-the-workplace-the-comingrevolution OCDE. (2020). Realizing the potential of primary health care. OECD Health Policy Studies. Tian, S., Yang,W., Michael, J., Grange,L., Wang, P., Huang , W., & Ye, Z. (2021) Smart healthcare: making medical care more inteligente. Global Health Journal, 3(3).
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