Espelhos Na cabeceira tinha um retrato teu e, Alguns versos escritos por ti. - Poeta de primeira viagem – Pensaste numa aurora de suspiros. Viajámos para o sentido de tuas quadras. - Fugaz amor. Ofereci-te, num reflexo prateado no mar, a Lua. E, As estrelas de luz infinda num prado celeste. Percorremos o tempo. Eu e a melancolia, mas Não discorremos a metamorfose. Fugiam os segundos antagónicos, sonhados. Mas, a melancolia, julgando a devoção Questionou a eternidade. Capitalizamos tudo e nada permanece Como um rochedo perante as tempestades. Voláteis são os sentimentos. Esquecemos a presença do amor e, A morte torna-nos humanos. - Somente sobram os teus quadros Que não lhes reconhecia a poesia. – Tudo é para um dia de dor, todos temos! São as faces do destino… Um velho amigo dizia. Mas, afinal, sou um fingidor. Não escrevo as verdades fugidias do meu eu. Sou o teu momento. Serei a palavra nos lábios de alguém. Estarei na saliva dos teus pensamentos, A mão que afaga o livro do poeta. Sou tu desejando um final feliz Para virar a página.