Íntima é a saudade Dos que correm com a brisa Por mares e campos pontilhados de cores Íntima é a saudade Da distância entre um sonho aromático E o arco-íris após temporal de sentidos. Íntima é a saudade Do ludibriar a inconstância e desencontros Cravando a escarlate frases libertárias no espaço. Íntima é a saudade Duma canção imortal entoada em surdina E o deslizar obsceno de uma mão Nas vidraças embaciadas pela chuva. Íntima é a saudade Da dor e nostalgia De amores e poesias E o ultrapassar fronteiras desconhecidas Numa noite fria Da primavera esquecida.