ESPECIAL
OS MAIORES CAMISAS
DO FUTEBOL BRASILEIRO Se você não conhece o time adversário, o primeiro jogador que vai chamar a sua atenção é o número 10. Desde que Pelé a usou, em 1958, quem a veste, seja na Copa do Mundo ou na pelada de rua, tem a obrigação de saber jogar muito bem futebol. Com o início do Campeonato Brasileiro, MONET consultou um time de 90 especialistas e elegeu os 20 craques que melhor honraram a camisa que o Rei imortalizou e aponta quais jogadores vão usá-la no torneio por humberto peron e luís augusto símon ilustração marcelo biscola
OS VOTANTES
JOGADORES–AlexSilva, Antônio Carlos, Beletti , Douglas , Fernandão,Ivo,JulioCesar(Corinthians),Kaká,Kempes,Kléber,LeandroDamião,Leonardo (Inter-RS), Miranda, PauloAndré,PHGanso, Rafael Sóbis, Rivaldo, Rodolfo (Grêmio),RogérioCeni,ThiagoSilva,Tiago(Bahia),TiagoRibeiro,Vitor(Grêmio),William(Náutico), William José CRAQUES DO PASSADO – Carlos Alberto Torres, Clodoaldo, Edu, Nelinho, Oscar Bernardi, Ronaldo Giovanelli, Valdir Joaquim de Moraes, Valdomiro, Vampeta, Viola, Zenon, Zetti, Zico, Zito TREINADORES – Joel Santana, Jorginho (Portuguesa), Jorginho (Figueirense), Leão, Luiz Felipe Scolari , Paulo Cesar Carpegiani, Silas, Zagallo JORNALISTAS - Abel Neto, Alberto Helena Jr., Ana Luzia Mikos, Bernardo Gleizer, Biah Schmidt, Cacau Menezes, Celso Unzelte, Clara Albuquerque, Dafne Sampaio, David Coimbra , Diego Figueira, Dudu Monsanto, Everton Siemann, Fernando Graziani, Henrique Januario, Humberto Peron, José Maria de Aquino, José Trajano, Juca Kfouri, Juliana Wosgraus, Junior Villela , Lauriberto Braga, Leonardo Mendes , Ludymilla Sá, Luís Alberto Nogueira, Luis Antonio Prosperi, Luis Augusto Monaco, Luís Augusto Símon, Luis Henrique Gurian, Marcio Guedes, Mauricio Fonseca, Maurício Noriega, Maurício Oliveira, Mauro Beting, Milton Leite, Nelson Nunes, Odir Cunha, Renato Maurício do Prado, Rodrigo Braga, Rodrigo Bueno, Sandro Barsetti, Sérgio Patrick e Wanderley Nogueira MAIO+MONET+25
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HORS CONCOURS
PELÉ. ELE SEMPRE FOI O 10
ALÉM DE SIMBOLIZAR O NÚMERO DO CRAQUE, O REI DO FUTEBOL É INDISCUTÍVEL. POR ISSO, FICA ACIMA DE QUALQUER ELEIÇÃO
Edison Arantes do Nascimento Nascimento: 23/10/1940 Clubes: Santos e Cosmos (EUA) Principais títulos: Tricampeão Mundial pela seleção (1958, 1962 e 1970); Bicampeão Mundial de Clubes pelo Santos (1962/63) EM BRASILEIROS: Santos (1961, 62, 63, 64, 65 e 68)
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EM 2010, 33 ANOS DEPOIS DE FAZER SEU ÚLTIMO JOGO como atleta profissional – um amistoso entre o Cosmos de Nova York e o Santos, em que defendeu um time em cada metade da partida – Pelé, o maior jogador de futebol de todos os tempos, ganhou mais cinco títulos brasileiros. Sua imagem exibindo, aos 70 anos, o mesmo sorriso jovial do menino que começou a dar seus primeiros chutes nos campos de terra em Bauru e ostentando as medalhas que simbolizavam suas conquistas em torneios nacionais dos anos 60, teve o poder de abrandar as críticas à decisão da CBF de reconhecer a Copa Brasil e o Torneio Roberto Gomes Pedrosa como títulos brasileiros (até então, só eram considerados os campeonatos realizados a partir de 1971).
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Nada a estranhar. Para Pelé, tudo é possível. E essa capacidade de concretizar o que os outros só podiam sonhar em seus momentos de maior devaneio foi mostrada ao mundo na forma de uma joia minimalista. O seu golaço – tão lindo como simples contra o País de Gales, na Copa de 1958 – mostrou ao mundo do futebol que um Rei estava nascendo. Um toque na bola, um lençol no zagueiro e outro toque, tirando do goleiro Jack Kelsey. Pelé fez muito mais. Contusões o impediram de mostrar sua realeza nos Mundiais de 1962 e 1966, mas um Rei mais maduro brilharia no México, em 1970. Marcou quatro gols, deu cinco passes que resultaram em gols e ainda teve um gol anulado. Nesse torneio, ele foi perfeito até quando errou. O chute do meio campo em Ivo Vicktor, goleiro da Tchecoslováquia, e o drible sem bola, que tiraram toda a elegância negra do uruguaio Mazurkiewicz não terminaram em gol, frustrando uma torcida mundial. Tudo bem. Foi a prova de que o deus do Futebol – deus negro, brasileiro, destro que também usava a canhota, que cabeceava, batia faltas, tinha a força de uma locomotiva desgovernada, treinava como ninguém e não recusava autógrafos – também podia errar.
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ZICO
Arthur Antunes Coimbra Nascimento: 3/3/1953 Clubes: Flamengo, Udinese (ITA) e Kashima Antlers (JAP) Principais títulos: Libertadores (1981) e Mundial de Clubes (1981) pelo Flamengo EM BRASILEIROS: Flamengo (1980, 82, 83 e 87)
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UMA HIPOTÉTICA PESQUISA FEITA PARA APONTAR os mais importantes legados da influência portuguesa sobre a cultura brasileira teria grande possibilidade de emplacar o sobrenome Coimbra. Nada a ver com algum campus avançado da famosa universidade, mas sim com Arthur Antunes Coimbra, filho do lusitano José Antunes Coimbra, e que foi batizado em homenagem ao avô materno. Também da terrinha. Arthur, Arturzico, Zico. O diminutivo veio pela fragilidade do garoto, que nunca o impediu de ser o melhor jogador da família (que teve também os atacantes Antunes e Edu), o mais habilidoso do bairro de Quintino – onde jogava por times amadores, como Juventude e River – e o símbolo do time mais popular do Brasil. Chegou ao Flamengo em 1967, com 14 anos. Estreou em 1971, contra o Vasco, mas voltou às categorias de base para ganhar físico. A carreira começou a deslanchar em 1974, quando já era titular e dono da camisa 10. Em 1980, começou a Era Zico, com três títulos brasileiros em quatro anos, além da Libertadores e do Mundial, em 1981. O currículo brilhante no clube não se repetiu na seleção. Vestiu a amarelinha em 1976, decepcionou na Copa de 1978, foi bem no Mundial de 1982, com quatro gols, e em 1986, no México, ficou lembrado pelas contusões e por perder um pênalti contra a França nas quartas de final. Em 1990, despediu-se do futebol no Maracanã, o seu palco preferido, onde marcou 333 gols. Depois de uma passagem como secretário de esportes no governo de Fernando Collor de Mello, o Galinho voltou a jogar, em 1991, no Japão, onde fez os últimos dos 826 gols de sua carreira. Depois de parar definitivamente de jogar, Zico fez parte da comissão técnica da seleção na Copa do Mundo de 1998, dirigiu o Japão no Mundial de 2006, comandou alguns clubes europeus e teve uma passagem curta como dirigente do Flamengo. A saída tumultuada não arranhou sua imagem com a torcida e ele continua sendo o maior jogador – e ídolo – do clube.
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2 RIVELLINO
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ADEMIR DA GUIA
Roberto Rivellino Nascimento: 1º/1/1946 Clubes: Corinthians, Fluminense e El-Helal (ARA) Principais títulos: Copa do Mundo pela seleção (1970); Bicampeão Carioca pelo Fluminense (1975/76) EM BRASILEIROS: nenhum
Ademir da Guia Nascimento: 3/4/1942 Clubes: Bangu e Palmeiras Principais títulos: Campeonato Paulista pelo Palmeiras (1963, 66, 72, 74 e 76) EM BRASILEIROS: Palmeiras (1967, 67, 69, 72 e 73)
EM 1964, O NISSEI SERGIO Echigo ensinou ao amigo Roberto o drible elástico. O aprendiz aperfeiçoou o lance e o levou para os campos, quando estreou em 1966 no Corinthians, já com o nome de Rivellino. A finta famosa foi apenas uma parte menor do repertório do meia que brilhou na Copa de 1970. O jogador tinha um chute potente – que lhe valeu o apelido de Patada Atômica –, força para chegar ao ataque e facilidade em lançamentos. Um atleta que, apesar de tantas qualidades, não conseguiu vencer o jejum de títulos que atormentava os corintianos na década de 70. Os 23 anos sem vencer o Paulistão só terminaram em 1977, quando Rivellino já estava no Fluminense, comandando a “Máquina” bicampeã carioca em 1975 e 1976.
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OS 10 ATUAIS
IRÊNIO
América-MG Revelado pelo Coelho na década de 1990, o jogador rodou por vários clubes até voltar às origens no ano passado. Já veterano, mas ainda mantendo o forte chute com o pé esquerdo e fazendo lançamentos longos, foi fundamental na heroica campanha do clube na Série B em 2010.
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ADEMIR DA GUIA É UM DOS MISTÉRIOS DO futebol brasileiro. O maior jogador de um dos mais populares times do Brasil teve uma carreira muito pobre na seleção. E, pior do que isso, as tentativas de explicação sobre a injustiça sempre são baseadas em falhas do craque e não dos treinadores. Diziam que Ademir era lento, quieto, tímido e a soma de tudo isso é responsável por haver jogado apenas 60 minutos em uma Copa – contra a Polônia, em 1974. Talvez tudo isso fosse verdade, mas o Ademir do Palmeiras nunca precisou gritar para comandar o time em várias conquistas. Também não corria feito louco, mas fazia com que a bola chegasse aonde deveria chegar. Tímido? Pode ser, mas sua aproximação da área adversária, carregando a bola sem muita velocidade e sem abrir a boca, era fatal.
Mesmo com vários clubes adotando numeração fixa, nenhum time – nem os seus torcedores – abre mão de
PRETO
Atlético-GO No ano passado, Elias – então camisa 10 do rubronegro – foi o responsável pela permanência do clube goiano na primeira divisão com seus gols. Agora, a torcida espera que Preto consiga ter o mesmo desempenho. Só que para isso precisa arriscar mais chutes de longa distância.
DANIEL CARVALHO
Atlético-MG Exemplo de como uma transferência precoce pode atrapalhar a carreira de um jogador. Revelado pelo Inter, ele foi para o futebol russo aos 20 anos. O meia voltou para o Colorado em 2008 e está no Galo desde o ano passado. Chegou a hora de ele mostrar uma parte do potencial que tinha quando surgiu.
PAULO BAIER
Atlético-PR Se existe ainda um camisa 10 que “manda” no resto dos jogadores ele é Paulo Baier. O veterano é o líder do time em campo, mas não se limita apenas a orientar. Dos pés dele surgem as principais jogadas do Furacão. Batedor oficial de faltas e pênaltis, também lidera a lista de goleadores da equipe.
MARQUINHOS
Avaí Identificado com o clube, o meia chorou quando o Avaí ganhou do Santos e escapou do rebaixamento no ano passado. Detalhe: ele estava no elenco do time paulista. O ato foi a senha para que o meia, com boa visão de jogo e bom aproveitamento nas cobranças de falta, voltasse à Ressacada.
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5 ALEX
RIVALDO
Rivaldo Vito Borba Ferreira Nascimento: 19/4/1972 Clubes: Santa Cruz, Mogi Mirim, Corinthians, Palmeiras, La Coruña (ESP), Barcelona (ESP), Milan (ITA), Cruzeiro, Olympiakos (GRE), AEK Atenas (GRE), Bunyodkor (UZB) e São Paulo Principais títulos: Copa do Mundo pela seleção (2002), Bicampeão Espanhol pelo Barcelona (1997/98-1998/99), EM BRASILEIROS: Palmeiras (1994)
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SE MARKETING FOSSE IMPORTANTE para jogador de futebol alcançar sucesso, Rivaldo nunca teria sido titular nem nas peladas em Paulista, sua cidade natal, perto de Recife. Calado e contido, só conseguiu ser unanimidade na Copa do Mundo de 2002, quando foi fundamental na conquista do pentacampeonato pela seleção brasileira. Antes, metade dos críticos do jogador diziam que ele era um meia que ia muito ao ataque. A outra parte dizia que ele era um atacante que recuava para armação. Ídolo no Palmeiras e no Barcelona, jogou muito mais do que buscou holofotes. Com os pés, escreveu sua história no futebol.
Alexsandro de Souza Nascimento: 14/9/1977 Clubes: Coritiba, Palmeiras, Parma (ITA), Flamengo, Cruzeiro e Fenerbahçe (TUR) Principais títulos: Copa América pela Seleção Brasileira (1999 e 2004); Libertadores pelo Palmeiras (1999); Copa do Brasil pelo Palmeiras (1998) e pelo Cruzeiro (2003); EM BRASILEIROS: Cruzeiro (2003)
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UMMEIADELANÇAMENTOSPERFEITOSEGOLS de categoria. Assim é Alex, às vezes, arco, em outras, flecha. Revelado pelo Coritiba, era o principal jogador da seleção brasileira sub-20 em 1997, quando chegou ao Palmeiras, onde marcaria época, com a conquista da Libertadores dois anos depois. Depois de passagem apagada pelo futebol italiano, voltou ao Palmeiras em 2002, quando marcou seu mais belo gol, após chapéus no zagueiroEmersoneemRogérioCeni. 2003 foi o seu melhor ano, levando o Cruzeiro aos títulos do Campeonato Mineiro, Copa do Brasil e Brasileirão. Com a camisa da seleção venceu duas vezes a Copa América (1999 e 2004), mas não foi às Copas do Mundo de 2002 e 2006. Esquecimento que Scolari e Parreira nunca souberam explicar.
ter o camisa 10 como referência. Neste ano, craques como Montillo, Douglas, Valdívia e Adriano prometem justificar a mística da camisa dos craques
ZEZINHO
Bahia Revelação do Juventude, chegou ao Santos no ano passado, mas teve poucas oportunidades. Contratado pelo Bahia, o jovem já encara a responsabilidade de suportar a pressão da fanática torcida do time e o desafio de fazer um bom campeonato e deixar de ser apenas uma promessa para se tornar realidade.
ÉVERTON
Botafogo O jogador ficou conhecido depois de ser campeão brasileiro com o Flamengo, em 2009, e chegou ao Botafogo no início do ano. Depois de um início ruim, pois estava fora de forma, a torcida botafoguense espera que ele, aos 23 anos, seja o armador capaz de abastecer a dupla de ataque formada por Herrera e Loco Abreu.
GERALDO
Ceará No atual elenco do Vovô, nenhum jogador tem tanta identidade com a torcida como Geraldo. Ele esteve na campanha do time, que subiu para a Série A em 2009 e foi destaque do Ceará, que terminou em 12º lugar no Brasileirão, mas chegou a liderar o torneio. Incansável, os ataques invariavelmente passam pelos seus pés.
ADRIANO
Corinthians Contratação de risco do Timão, já que no seu último clube, o Roma (ITA), o jogador pouco entrou em campo. Agora, o clube espera que o artilheiro recupere a vontade de treinar e jogar. Se isso acontecer, o Corinthians ganha um grande reforço. Caso contrário, trouxe um imenso problema.
MARCOS AURÉLIO
Coritiba Marcar gols em jogos decisivos transformou o atacante num dos principais ídolos da torcida do Coxa. No currículo do artilheiro, baixinho (1,67m) e velocista, estão tentos do título paranaense de 2010 e muitos gols na Série B, que foram importantes para a volta do time à primeira divisão.
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Ronaldo de Assis Moreira Nascimento: 21/3/1980 Clubes: Grêmio, Paris Saint-Germain (FRA), Barcelona (ESP), Milan (ITA) e Flamengo Principais títulos: Copa do Mundo pela seleção (2002); Liga dos Campeões pelo Barcelona (2005/06) EM BRASILEIROS: nenhum
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Cruzeiro Depois da boa participação no Campeonato Brasileiro do ano passado, o argentino começa a edição de 2011 credenciado para ser o melhor jogador do torneio. Recursos para isso não lhe faltam. O jogador consegue ser um excelente armador de jogadas, finaliza muito bem com os dois pés e ainda ajuda na marcação.
BREITNER
Figueirense Após poucas chances no Santos, a revelação com nome de craque alemão tem a oportunidade de ganhar experiência para voltar à Baixada com condições de ser titular em 2012. Para ter sucesso, o novato tem que aprender qual é a hora de passar a bola para um companheiro ou quando é preciso tentar outra finta.
Carlos Roberto de Oliveira Nascimento: 13/4/1954 Clubes: Vasco da Gama, Barcelona (ESP), Portuguesa e Campo Grande Principais títulos: Torneio Bicentenário dos Estados Unidos pela seleção (1976); Campeão Carioca pelo Vasco (1977, 1982, 1987, 1988 e 1992) EM BRASILEIROS: Vasco (1974) A CAMISA ERA 10, MAS O FUTEBOL FOI O DE QUEM veste a 9, ou seja, um centroavante implacável, pronto a decidir. Os números comprovam: marcou 748 gols na carreira, é o maior artilheiro do campeonato brasileiro (190 gols) e do Vasco (698 gols em 1110 jogos). É considerado o quinto maior goleador do mundo, quando se fala apenas de jogos de primeira divisão, com 470 anotações em 758 jogos. Com o passar do tempo, Roberto foi mudando seu estilo. Em 1988, mais recuado, foi autor de muitos passes que um certo Romário, em início de carreira, converteu em gols para o Vasco. Atualmente é o presidente do clube, ao derrotar a chapa apoiada por Eurico Miranda. Um gol a mais em sua carreira.
UM ELÁSTICO E UM rolinho em Dunga, na decisão do Gauchão de 1999, apresentaram Ronaldinho aos torcedores brasileiros. Logo depois, um chapéu sobre o venezuelano Rey, no seu primeiro toque na bola, na estreia do Brasil na Copa América de 1999, o mostraram ao mundo. Assim poderia se resumir toda a sua carreira. Lances fantásticos e gols maravilhosos. Eleito duas vezes o melhor jogador do mundo, começou seu declínio cedo, quando a magia deixou de ser sua companheira constante e lhe foi pedida a constância. Agora, no Flamengo, todos torcem para que volte a ser fantástico. Será que ainda é possível?
MONTILLO
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ROBERTO DINAMITE
RONALDINHO GAÚCHO
Flamengo A estrela do Brasileirão não terá como dar suas arrancadas pela esquerda. No Flamengo, armado por Vanderlei Luxemburgo, ele joga como um atacante central, abrindo espaço para os meias. Mesmo com uma área delimitada, sempre há a expectativa de um lance de gênio.
EMERSON
Fluminense No atual campeão brasileiro, quem veste a 10 é um atacante. Depois de vencer a desconfiança da torcida tricolor, pois havia jogado no Flamengo, o Sheik foi peça de destaque na campanha do ano passado. Em 2011, tenta se livrar das inúmeras contusões, que o impedem de ter uma sequência de jogos.
DOUGLAS
Grêmio Muito se diz que a chegada do técnico Renato Gaúcho foi fundamental para o Grêmio sair da zona do rebaixamento e conquistar uma vaga na Libertadores. Mas também é preciso reconhecer que o time subiu muito de produção quando Douglas começou a se destacar com seus dribles curtos e preciosos passes.
ILUSTRAÇÕES: ILUSTRA NEVES
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RONALDINHO GAÚCHO
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9 RAÍ
GÉRSON
Raí de Souza Vieira de Oliveira Nascimento: 15/5/1965 Clubes: Botafogo (SP), Ponte Preta, São Paulo e Paris-Saint Germain (FRA) Principais títulos: Copa do Mundo pela seleção (1994); CampeãodoMundialdeClubespeloSãoPaulo(1992); Campeão do Mundial de Clubes pelo São Paulo (1992); Bicampeão da Copa Libertadores pelo São Paulo (1992/93) EM BRASILEIROS: São Paulo (1991) EMBRASILEIROS:
NO FUTEBOL POUCOS JOGADORES têm a oportunidade de se recuperar após um fracasso. Gérson teve sua redenção na Copa de 1970, depois de ser titular na Olimpíada de 1960, de ficar longe do Mundial de 1962, por ser muito novo, e de fracassar em 1966, ouvindo ainda insinuações de haver se omitido em campo. No México, aos 29 anos, jogou muito. E falou ainda mais, justificando o apelido de Papagaio. Deu passes e longos lançamentos que pareciam programados por algum GPS, saindo de sua chuteira para os pés ou cabeças de Jairzinho e Pelé. E na final, contra os italianos, ainda fez um gol. Há quem duvide que um jogador com o seu estilo pudesse brilhar atualmente. Mas, se fosse Gérson, as dúvidas acabariam ao primeiro toque na bola.
TODO JOGADOR CRIATIVO SABE COMO É difícil se livrar de “sombras”, aquele marcador carrapato que exagera na marcação individual. Já Raí, para ser reconhecido como craque, venceu a mais dura das sombras: as comparações com o irmão Sócrates, onze anos mais velho, bem mais habilidoso e menos preocupado com a preparação física. As desconfianças com o jogador no São Paulo só terminaram em 1990, quando Telê Santana assumiu o time. Até então, Raí havia marcado 26 gols. Por conta do trabalho e da parceria com o treinador, só em 1991, ele marcou 28 e comandou o time nas conquistas do Paulista e do Brasileiro. Nos anos seguintes, foi a referência do clube nas conquistas do bi da Libertadores de um Mundial de Clubes. O São Paulo, que deu espaço para Raí se livrar da sombra do irmão, teve a recompensa de sair da sombra dos rivais nacionais e ganhar relevância mundial.
Gérson de Oliveira Nunes Nascimento: 11/1/1941 Clubes: Canto do Rio, Flamengo, Botafogo, São Paulo e Fluminense Principais títulos: Copa do Mundo pela seleção (1970), Bicampeão Carioca pelo Botafogo (1967/68); Bicampeão Paulista pelo São Paulo (1970/71) EM BRASILEIROS: Botafogo (1968)
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D’ALESSANDRO
Internacional Apesar de ganhar títulos importantes nos últimos anos, o Inter não vence um Brasileirão desde 1979. A esperança para o final desse jejum está no desempenho do argentino, que precisa ser mais regular – se há partidas em que ele decide, em outras parece não entrar em campo –, o que é fundamental nos pontos corridos.
VALDÍVIA
Palmeiras No time bem armado taticamente por Felipão, o talentoso chileno é a esperança da torcida para decidir uma partida numa jogada individual. Temperamental, o jogador vai ter que aprender a ser disciplinado para diminuir o número de cartões recebidos e não desfalcar o Verdão em jogos importantes.
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PH GANSO
Santos Se ficar no clube depois de vários boatos de transferência, o meia vai precisar resgatar a confiança dos santistas, que começaram a chamar o atleta de mercenário. E o Brasileirão vai ser uma excelente chance para Ganso mostrar que está recuperado dos problemas que teve no joelho.
RIVALDO
São Paulo Com 39 anos, não vai conseguir suportar a maratona do Brasileiro. Assim, o craque não participará como titular na maioria dos jogos e deve ser uma excelente opção para entrar nos minutos finais. Com os adversários cansados, ele pode tanto mudar um placar quanto prender a bola para segurar o resultado.
DIEGO SOUZA
Vasco Eleito melhor jogador do Brasileirão em 2009, foi muito mal no ano passado – acabou dispensado do Palmeiras e não se firmou no Atlético-MG. Principal reforço do Vasco, o meiaatacante tenta recuperar os bons momentos – e a forma física – que lhe possibilitaram vestir a camisa 10 da seleção.
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José Ferreira Neto Nascimento: 9/9/1966 Clubes: Guarani, Bangu, São Paulo, Palmeiras, Corinthians, Millionários (COL), Santos, Matsubara, Atlético-MG, Araçatuba, Osan Indaiatuba, Paulista e Deportivo Italia (COL) Principais títulos: Campeão Paulista pelo São Paulo (1987) EM BRASILEIROS: Corinthians (1990) OS ”FIÉIS” JURAM QUE NETO NASCEU vestindo a camisa do Corinthians. Mas não foi assim. Antes de se tornar o herói da maior torcida paulista, Neto, com apenas 24 anos, já havia mostrado lampejos de craque no Guarani, Bangu, São Paulo e Palmeiras. Mas, com seu estilo rebelde, de habilidade mas pouca participação no jogo, muita raça e dificuldades com o peso, ele só poderia dar certo mesmo quando respaldado pelos passionais corintianos. Depois do Brasileiro de 1990, quando o time sucessivamente eliminou o Atlético-MG (dois gols dele), o Bahia (um de Neto) e o São Paulo, o craque virou xodó eterno da Fiel.
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12 DJALMINHA Djalma Feitosa Dias Nascimento: 9/12/1970 Clubes: Flamengo, Guarani, Shimizu S-Pulse (JAP), Palmeiras, La Coruña (ESP), Austria Wien (AUT) e América (MEX) Principais títulos: Copa América pela seleção (1997); Campeão Espanhol pelo La Coruña (1999/2000) EM BRASILEIROS: Flamengo (1992) DJALMINHA COMEÇOU A SER CONHECIDO na Copa São Paulo de 1992, quando comandou o Flamengo na conquista do título. Foi o suficiente para que não o chamassem mais de filho de Djalma Dias, o zagueiro de técnica exemplar. Tinha o estilo dos anos românticos, com passes precisos e total domínio do ritmo de jogo, mandava no meio-campo. Por isso o chamavam de gênio. Ao mesmo tempo, era rebelde, não fugia de uma briga e por isso foi chamado de louco. Em 2002, ficou marcado por uma cabeçada em Javier Irueta, seu técnico no La Coruña. Com medo desses momentos, Felipão abdicou da genialidade do meia e o cortou da seleção que venceria a Copa de 2002.
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Pedro Virgilio Rocha Franchetti Nascimento: 3/12/1942 Clubes: Peñarol (URU), São Paulo, Coritiba, Palmeiras, Monterrey (MEX) e Al-Nasser (ARA) Principais títulos: Mundial de Clubes pelo Penãrol (1961 e 66); Libertadores pelo Penãrol (1960, 61 e 66); Campeão Paulista pelo São Paulo (1970, 71 e 75) EM BRASILEIROS: nenhum O REI PELÉ DECRETOU: “Pedro Rocha foi um dos cinco maiores jogadores do mundo”. Só a chancela real seria suficiente para que o uruguaio, que no Brasil marcou época jogando no São Paulo na década de 1970 estivesse nesta lista. Mas também é preciso dizer que Pedro Rocha era um jogador completo. Ao mesmo tempo que era um armador de passes e lançamentos perfeitos, aparecia sempre na área do adversário e marcava muitos gols – inclusive de falta e cabeça. O faro de goleador foi visto no Campeonato Brasileiro de 1972, quando, ao marcar 17 gols, ele se tornou o primeiro estrangeiro a ser artilheiro do Nacional – terminou empatado com Dario.
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13 PH GANSO Paulo Henrique Chagas de Lima Nascimento: 12/10/1989 Clube: Santos Principais títulos: Copa do Brasil (2010) e Campeão Paulista (2010) pelo Santos EM BRASILEIROS: nenhum FOI O ÍDOLO GIOVANNI QUEM FACILITOU A vinda de Ganso para o Santos, diretamente de Belém. Mais um motivo para ser idolatrado pela torcida. Ganso formou com Neymar, a partir de 2009, a dupla que deu esperança para acreditar no retorno ao futebol brasileiro de antes, com velocidade e muita técnica. Venceram o Campeonato Paulista e criou-se uma corrente espontânea, exigindo a presença dos dois na Copa do Mundo. A vaga que o povo queria ver com Ganso ficou com Julio Batista. A estreia na seleção foi após a eliminação na Copa, mas uma contusão impediu que continuasse como titular no time de Mano Menezes. Recuperado, ele voltou aos gramados, um presente para todos que gostam de futebol bem jogado.
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FOTOS: DIVULGAÇÃO
10 NETO
PEDRO 11 ROCHA
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Dener Augusto de Souza Nascimento: 2/4/1971 Clubes: Portuguesa, Grêmio e Vasco Principais títulos: Campeão Gaúcho pelo Grêmio (1993) e Campeão Carioca pelo Vasco (1993) EM BRASILEIROS: nenhum
O FRANZINO DENER ERA A grande esperança do futebol brasileiro após a derrota da pragmática seleção brasileira, comandada por Sebastião Lazaroni, na Copa de 1990. Revelado pela Portuguesa e com passagens rápidas por Grêmio e Vasco, Dener – com seus dribles e uma sequência de gols de placa que pareciam não ter mais fim – representava a essência da habilidade dos nossos grandes craques, como Garrincha e Pelé. Infelizmente, para quem gosta de futebol, o craque morreu precocemente, aos 23 anos, em um acidente automobilístico.
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OS 10 SEM 10
Nem todo craque precisou usar a camisa para ficar eternizado na memória dos torcedores. Apresentamos uma seleção de ídolos que fizeram muitos fãs abdicarem de comprar e vestir a 10 do seu clube de coração
MARCOS
Com esse número, ele ganhou o apelido de “Santo”. Na maior 12 conquista do Palmeiras, a Copa Libertadores de 1999, o goleiro saiu da reserva para ser o herói. Tendo Marcos como ídolo, é raro um palmeirense usar uma camiseta de goleiro com o número 1.
DJALMA SANTOS
Presente em quatro Copas do Mundo (1954, 58, 62 e 66), 2 o lateral-direito, além de ser muito bom na marcação, já arriscava apoiar o ataque numa época em que os jogadores da posição dificilmente passavam da linha central.
LUÍS PEREIRA
Um dos mais completos zagueiros do nosso futebol. Ele 3 era perfeito na antecipação dos atacantes e preciso nos carrinhos – acertava sempre a bola, nunca o adversário. Ainda tinha fôlego de sobra para partir em seguidas arrancadas para o ataque.
CARLOS ALBERTO
O jogador imortalizou a camisa 4 da seleção ao marcar o 4 quartogoldoBrasilnafinaldaCopadoMundode1970.Excelente lateral-direito, o capitão do tri aparece no nosso time como quartozagueiro, posição em que atuou com categoria ao final da carreira.
FALCÃO
Esqueça os volantes atuais que só sabem dar carrinho e fazer 5 faltas. Falcão era um volante que jogava com a cabeça erguida e raramente errava um passe. Técnico, sempre chegava à área do adversário fazendo tabelas com meias e atacantes.
NILTON SANTOS
15 ZENON Zenon de Souza Farias Nascimento: 31/3/1954 Clubes: Hercílio Luz, Avaí, Guarani, El-Helal (ARA), Corinthians, Atlético-MG, Portuguesa e São Bento Principais títulos: Bicampeão Paulista pelo Corinthians (1982/83) EM BRASILEIROS: Guarani (1978) ZENON REPRESENTA UMA classe de armador que não existe mais. Aqueles jogadores que dão longos e perfeitos lançamentos que acabam nos pés dos atacantes. Foi com esses passes perfeitos que o catarinense conseguiu destaque nacional jogando no Guarani, que conquistou o Campeonato Brasileiro de 1978.
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“A Enciclopédia”. Não haveria melhor apelido para um jogador 6 que sabia tudo de bola. Nilton Santos, que só jogou no Botafogo durante toda a sua carreira, conseguia ter tanta visão de jogo,
que chegava a driblar um adversário só observando a sombra do rival.
GARRINCHA
Com suas pernas tortas, o jogador não se cansava de driblar 7 laterais pelo mundo – todos apelidados de João. Seu grande momento foi no bicampeonato Mundial em 1962, quando carregou o time nas costas e praticamente ganhou o torneio sozinho.
ZIZINHO
O meia jogava tanto que foi o ídolo de Pelé e era chamado 8 pelos companheiros de “Mestre”. Suas atuações na Copa do Mundo de 1950 foram tão magistrais que a imprensa europeia comparava suas jogadas a quadros de grandes gênios da pintura.
RONALDO
Maior artilheiro da história das Copas do Mundo, teve a carreira 9 marcada por várias contusões e voltas por cima, quando já consideravam sua aposentadoria. Goleador implacável, o Fenômeno foi eleito o melhor jogador do Mundo em três oportunidades.
ROMÁRIO
O grande trunfo do artilheiro era saber se colocar na área. 11 Por isso, vários dos mais de mil gols – contagem própria – foram feitos com o atacante aparecendo livre de marcação. Sabendo se posicionar, o baixinho também fez vários tentos de cabeça.
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ESPECIAL
16 DIRCEU LOPES
Dirceu Lopes Mendes Nascimento: 3/9/1946 Clubes: Cruzeiro, Fluminense, Uberlândia e Democrata Principais títulos: Campeão Mineiro pelo Cruzeiro (1965, 66, 67, 68, 69, 72, 73, 74 e 75) EM BRASILEIROS: nenhum ASSIM COMO ADEMIR DA GUIA, DIRCEU LOPES É outro craque que não conseguiu ter sucesso na seleção brasileira em Mundiais. Era nome certo para disputar a Copa de 70, mas com a troca de técnico – a substituição de João Saldanha por Zagallo – acabou sendo cortado pelo novo treinador. Mesmo assim, com a camisadoCruzeiro,timequedefendeudurante 14anos,foiumarmadorquesedeslocavaportodoogramado. FormouumaduplaexcepcionalcomTostãonadécadade 60.
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17 TÉVEZ Carlos Alberto Tévez Nascimento: 5/2/1984 Clubes: Boca Jrs. (ARG), Corinthians, West Ham (ING), Manchester United (ING), Manchester City (ING) Principais títulos: Mundial Interclubes pelo Boca Jrs. (2003) e pelo Manchester Utd (2008); Libertadores pelo Boca Jrs. (2003) EM BRASILEIROS: Corinthians (2005) NA HISTÓRIA DO CORINTHIANS, NENHUM ESTRANGEIRO se identificou tanto com a torcida quanto o argentino Tévez. Na sua curta passagem, pouco mais de um ano no clube – entre 2005 e 2006 –, o atacante conquistou a Fiel pela vontade mostrada em campo, dividindo bolas com os zagueiros e não desistindo de nenhuma jogada. Destaque na conquista do Brasileiro de 2005, Tévez sempre é um nome lembrado quando o Corinthians cogita trazer um reforço para o ataque.
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18 GIOVANNI Giovanni Silva de Oliveira Nascimento: 4/2/1972 Clubes: Tuna Luso, Sãocarlense, Santos, Barcelona Barcelona(ESP),Olympiakos(GRE),El-Helal (ESP), Olympiakos (GRE), El-Helal (ARA), Sport, Mogi Mirim Principais títulos: Copa América pela seleção (1997), Bicampeão Espanhol pelo Barcelona (1998/99 e 1999/2000) EM BRASILEIROS: nenhum GIOVANNI É CHAMADO DE MESSIAS PELOS santistas.Também,pudera,noiníciodadécadade1990,o Santosviviaumafasetãoruimquesomenteumsalvador Santos vivia uma fase tão ruim que somente um salvador poderiafazerotimesergrandenovamente.Eoparaensefezesse poderia fazer o time ser grande novamente. E o paraense fez esse papelmuitobem.Comsuaspassadaslongasegrandesarrancadas,ele papel muito bem. Com suas passadas longas e grandes arrancadas, ele levouoSantosaovice-campeonatoBrasileirode1995.Aindavoltou levou o Santos ao vice-campeonato Brasileiro de 1995. Ainda voltou aoalvinegropraianoemduasocasiões:em2005enoiníciode2010, ao alvinegro praiano em duas ocasiões: em 2005 e no início de 2010, paraabençoaronascimentodecraquescomoNeymare para abençoar o nascimento de craques como Neymar e PH Ganso.
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20 D´ALESSANDRO Andrés Nicolás D’Alessandro Nascimento: 15/4/1981 Clubes: River Plate (ARG), Wolfsburg (ALE), Portsmouth (ING), Zaragoza (ESP), San Lorenzo (ARG), Internacional Principais títulos: Mundial sub-20 pela Argentina (2001); Copa Libertadores pelo Inter (2010) EM BRASILEIROS: nenhum
19 PITA Edvaldo Oliveira Chaves Nascimento: 4/8/1958 Clubes: Santos, São Paulo, Racing Estrasburgo (FRA), Nagoia Grampus Eight (JAP), Inter-SP Principais títulos: Campeão Paulista pelo Santos (1978) e pelo São Paulo (1985 e 87) EM BRASILEIROS: São Paulo (1986) DESDE QUE PELÉ PAROU DE USAR A 10, EM 1974, OS santistas esperaram quase quatro anos para que um craque voltasse a usar a mítica camisa. A agonia acabou quando o jovem Pita a vestiu. Canhoto, com muita habilidade – capaz de enfileirar vários adversários em uma arrancada – e excelente finalizador, ele comandou os “Meninos da Vila” que ganharam o Campeonato Paulista de 1978. No meio da década de 1980, já experiente, no São Paulo, foi o maestro de um time formado de garotos como Silas, Müller e Sidney, apelidados de “Menudos” e que ganhou vários títulos.
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OS BRASILEIROS CONHECERAM O HABILIDOSO meia canhoto na Libertadores de 2003, quando, jogando pelo River Plate, D’Alessandro desmontou o time do Corinthians, no Morumbi. Depois de uma passagem apagada pelo futebol europeu – jogou na Alemanha e na Espanha –, ele desembarcou em Porto Alegre em 2008 para virar ídolo da torcida do Colorado, principalmente após a conquista da Libertadores do ano passado. O pavio curto em algumas ocasiões e o “desaparecimento” em outros momentos da partida não ofuscam o brilho desse que representa o clássico armador argentino, sempre tirando da cartola um passe perfeito, algum drible desconcertante ou uma finalização mortal.
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JOGOS TOP 10 Em um campeonato de pontos corridos, um mau resultado na primeira rodada pode tirar o título de uma equipe. Por isso, selecionamos dez jogos fundamentais no primeiro turno do Campeonato Brasileiro e que
FLUMINENSE X SÃO PAULO Dia 22 de maio, domingo, 18h30, SporTV, 39 e PFC
terão grande influência na colocação final do torneio. Na nossa seleção, clássicos regionais, a rivalidade entre paulistas e cariocas, a força de mineiros e gaúchos e a estreia de um ídolo contra o seu ex-clube.
FLAMENGO X FLUMINENSE Dia 10 de julho, domingo, 18h30, PFC >> O clássico mais tradicional do nosso futebol reúne os dois últimos campeões
>> No encontro de tricolores, o carioca inicia sua luta para conquistar o bi
GRÊMIO X SANTOS Dia 24 de julho, domingo, 18h30, SporTV, 39 e PFC
FLAMENGO X CORINTHIANS Dia 5 de junho, domingo, 16h, PFC >> Ídolo da torcida do Fla, Adriano, agora no Corinthians, enfrenta seu ex-clube
CRUZEIRO X SANTOS Dia 11 de junho, sábado, 18h30, SporTV, 39 e PFC >> No encontro de dois favoritos, show de times que jogam ofensivamente
>> O futebol força do time gaúcho tenta parar a rapidez de Neymar e companhia
FLUMINENSE X INTERNACIONAL Dia 4 de agosto, quinta, 21h, SporTV, 39 e PFC >> Partida que envolve dois dos grandes favoritos à conquista do título.
BOTAFOGO X VASCO Dia 7 de agosto, domingo, 18h30, PFC
CORINTHIANS X SÃO PAULO Dia 26 de junho, domingo, 16h, PFC
>> Confronto para provar que os dois times não vão fazer o papel de coadjuvantes
>> A briga entre as diretorias dos dois clubes aumenta a rivalidade.
ATLÉTICO-MG X INTERNACIONAL Dia 30 de junho, quinta, 21h, SporTV, 39 e PFC
PALMEIRAS X CORINTHIANS Dia 28 de agosto, domingo, 16h, PFC >> Para os torcedores dos dois times, ganhar do rival vale tanto quanto o título
>> Historicamente, o confronto entre os dois clubes é certeza de jogo bom
EM BUSCA DE UMA VAGA NA ELITE
NA SÉRIE B, 20 TIMES LUTAM PELAS QUATRO VAGAS QUE GARANTEM O SONHADO ACESSO À PRIMEIRA DIVISÃO Jael – No ano passado, o artilheiro ajudou o Bahia. Em 2011, ele é a esperança da fanática torcida da Lusa
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m título de competição nacional sempre é importante, mas no Campeonato Brasileiro da Série B, a quarta colocação é tão relevante quanto levar a taça. Explica-se. A competição, que conta 20 clubes (ABC, Americana, ASA, Bragantino, Criciúma, Duque de Caxias, Goiás, Grêmio Prudente, Guarani, Icasa, Ituiutaba, Náutico, Paraná Clube, Ponte Preta, Portuguesa, Salgueiro, São Caetano, Sport, Vila Nova e Vitória), tem a mesma fórmula da Série A, com os times jogando todos contra todos, em turno e returno. Os quatro mais bem colocados garantem vaga na elite do nosso futebol em 2012. Mais uma vez, o campeonato está recheado de clubes que têm muita tradição no futebol brasileiro. Entre eles aparece o Sport, campeão nacional de 1987, que conta com o caldeirão do seu estádio, a Ilha do Retiro, para conseguir o acesso. Outro campeão brasileiro é o Guarani. Vencedor da edição de 1978, o time campineiro, com sérios problemas financeiros, tem dificuldades para montar um time competitivo. Há também Goiás e Vitória, que, depois de vários anos disputando a Série A, vão enfrentar a segunda divisão. Para voltar logo, o Vitória não poupou e contratou o meia-atacante Giovanni, que teve passagem pelo Barcelona. Por fim, há a Portuguesa, que depois de dois anos terminando em quinto lugar, aposta nos gols do artilheiro Jael para acabar com a sina de morrer na praia. Se existe luta para ficar entre os quatro mais bem colocados é bom não esquecer que os quatro piores caem para a Série C, o que, para times tradicionais, significa o fundo do poço. BRASILEIRÃO – SÉRIE A, a partir do dia 21. Aos sábados, 18h30 e 21h, e domingos, 16h e 18h30, SPORTV, 39, e PFC • SÉRIE B, a partir do dia 20. Terças e sextas, 21h, e sábados, 16h, SPORTV, 39, e PFC
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