Mundial de basquete

No basquete atual, uma equipe que Não defeNde bem pode gaNhar uma ou duas partidas, mas NuNca vai veNcer competições importaNtes”

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Vencendo com o inimigo

o técnico que deu à argentina sua medalha de ouro olímpica quer resgatar a honra do basquete brasileiro a partir deste mês, no campeonato mundial

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por humberto peron foto renato parada

ubén Magnano vai tentar transformar a seleção brasileira numa equipe respeitada novamente (para quem não sabe, fomos bicampeões do mundo em 1959 e 1963). Ele é um dos treinadores mais vencedores da modalidade e seu mais importante título é a medalha de ouro nos Jogos olímpicos de atenas, em 2004, quando comandou a argentina. Perto da estreia do brasil no Mundial da Turquia, o técnico falou com a MonET sobre a sua experiência de trabalhar naquele que era um de seus maiores rivais.

O que levou o senhor aceitar o desafio de dirigir a seleção brasileira?

o mais importante foi a proposta da confederação, que é de um projeto para o basquete brasileiro com objetivos importantes para o futuro. sempre gostei de pensar adiante. o que me chamou a atenção é que os dirigentes não cobraram resultados imediatos. todos sabem que o técnico vive de bons resultados, mas se eles colocassem como objetivo ficar entre os quatro primeiros de um torneio, eu não teria aceitado. Finalmente, sou um treinador que adora desafios e a seleção brasileira vai ser muito importante para a minha carreira e minha pessoa. É possível um bom desempenho no Mundial? Quais são as grandes potências?

acho que os times mais fortes são os Estados Unidos, a Espanha, a argentina, a grécia e a turquia, que joga em casa, e seleções tradicionais do Leste Europeu, como a Croácia. Penso que será um torneio muito equilibrado. a ideia é fazer um bom papel no Mundial e para isso temos que pensar seriamente na primeira fase, com respeito por Irã e tunísia, e trabalhando para vencer equipes fortes como Croácia e Eslovênia [nosso outro adversário na chave são os Eua]. assim, entraríamos na segunda fase, que é de mata-mata, com boas aspirações. Por isso, temos que fazer uma preparação forte e ter uma equipe que lute sem egoísmo.

Falando em egoísmo, nos últimos anos, a seleção teve problemas em contar com os principais jogadores. Qual é o segredo para confiar neles agora?

Eu não fiz praticamente nada. Expliquei para os atletas quais eram os meus sentimentos e como iria trabalhar. Mostrei a eles que existem muitos bons jogadores na seleção e isso deveria ser aproveitado. Esses atletas são um espelho para os jogadores mais jovens, porque jogam na NBa e nos melhores campeonatos da Europa.

As grandes seleções brasileiras de basquete sempre foram equipes muito fortes no ataque. Nos últimos anos se tentou mudar isso e os resultados não apareceram...

Desculpe. Por que não deu certo? o Brasil ganhou a Copa américa, no ano passado, em Porto Rico, com um jogo mais solidário e consistente na parte defensiva. No basquete atual, uma equipe que não defende bem pode ganhar uma ou duas partidas, mas nunca

vai vencer competições importantes.

Por isso, vamos jogar basicamente como atuam as principais seleções da Europa, pois vários dos nossos atletas jogam – ou jogaram – lá e entendem a filosofia que quero adotar.

Como os jogadores e os técnicos brasileiros receberam sua indicação?

Eu fui muito bem recebido, até pelos treinadores. Eu sei como é difícil aceitar que um profissional estrangeiro comande sua seleção. [n.R. para melhorar sua comunicação com jogadores e treinadores, Magnano contratou até uma professora para aprender português].

Historicamente, os jogadores levam a rivalidade dos clubes para a seleção.

Como o senhor trabalha com isso?

Hoje não vejo isso. Deixei bem claro para os jogadores e falo todos os dias. o nome da seleção do Brasil está acima de qualquer nome. acima de clubes, de jogadores, de treinadores. temos que dar coisas para a seleção e não receber. sou transparente e deixo bem claro que não existe grupo fechado e todos os jogadores têm chances, principalmente os mais comprometidos, de ficar entre os convocados do Mundial.

A sua vida é o basquete?

Vivo muito o esporte. Vejo jogos de todas as categorias. gosto muito de basquete, mas aprendi que tenho de conhecer outras coisas para visualizar sobretudo o que acontece com os jogadores. Não é porque treinamos oito horas seguidas que vamos nos transformar em melhores profissionais. É preciso também ser treinador da vida e ter percepção para atacar os problemas que surgem no momento certo. tudo isso não se compra em qualquer loja e são necessários muitos anos de vivência com grupos de jogadores.

Para terminar, o senhor já se imaginou enfrentando a Argentina?

Não gosto de adiantar as situações. sei que algo acontecerá, mas ainda não consigo explicar o que é, já que foram vários anos treinando os argentinos. Mas sou um profissional do esporte, estarei defendendo uma seleção e terei que lutar pela vitória. n MUNDIAL DE BASQUETE, dia28,sábado,

15h30,SPORTV,39 eESPN Brasil, 70

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