Jan. Fev. 2013
Nยบ.01
sportcor.lda@gmail.com
WWW.CATWATCHES.COM
iconesdotempo@gmail.com
lpn.natureza@lpn.pt
Mais um ano, mais uma revista. Já estamos em 2013, um ano, que muita gente diz vai ser um ano muito dificil, e esta é mais uma revista que vem juntar -se ao número infindo de publicações já existente. Mas nós queremos ser diferentes. Diferentes do ano que se adivinha difícil e diferentes das outras revistas. A primeira diferença está na nossa linha editorial. Ao contrário de muitas outras revistas em que todas falam por palavras diferentes sobre os mesmos temas e as mesmas personagens, nós abordamos um tema sobre o qual pouco existe no mercado: o relógio..., todos os relógios. Não queremos ser concorrência aos nossos colegas especialistas em alta relojoaria, apenas ser um complemento à sua linha editorial. Queremos também ser diferentes do ano. Quando todos apontam 2013 como um ano difícil, de crise, nós não queremos contribuir para o agravamento dessas dificuldades. Quando muita gente, para combater a dita crise, procura produtos “low cost”, nós, que queremos fazer melhor, oferecemoslhe uma revista “no cost”. Melhor é impossivel! Para nós o problema da crise não é só a falta de dinheiro. Um dos maiores problemas desta crise é a falta de ideias e coragem empreendedora. Passem bem! A. Reis - Coordenador Editorial
08
10
14
16
18
26
29
30
32
36
38
44
51
56
62
69
Museu do Relógio: 24 Horas
08
Novidades: Rolex, Harry Winston e Certina
10
Baselworld, as obras decorrem
14
Escaparate
16
Texturas, uma produção de imagens
18
A história do relógio de Gandhi
26
O fato de Steve Mc Queen
29
SIHH: Noite de corrida no stand da IWC
30
As 5 personalidades mais influentes da relojoaria suíça
32
Coração Milenar, a tradição redesenhada
36
Marcas e modelos no mercado
38
HYT H1, o relógio com as horas fluidas
44
Cinco em Ponto. O olhar de quem sabe!
51
McLaren 12C GT Can-Am
56
Sortelha, uma aldeia histórica
62
Gourmet: Brett, um vinho, uma novidade mundial
69
Eventos
O relógio de parede 24 Horas Numa cerimónia que decorreu no Polo de Évora do Museu do Relógio, o filho do seu fundador e atual diretor do museu, Eugénio Tavares d’Almeida, juntamente com a sua mãe e os presentes, prestaram uma merecida homenagem a António Tavares d’Almeida, um ano passado sobre a data do seu desaparecimento. A cerimónia culminou com a apresentação do Nº 1 do relógio lançado este ano pela casa, o relógio de parede 24 Horas. Trata-se de um relógio com mostrador e base construídos em madeira, numa parceria com o Museu do Marceneiro, e que pode ser personalizável segundo o critério do cliente. O relógio tem movimento mecânico com pêndulo e uma reserva de marcha de 20 dias. As principais característica desta peça são o seu mostrador e funcionamento que, ao contrário das habituais 12 horas, apresenta todas as horas de um dia pelo que o ponteiro das horas dá apenas uma volta por dia, em vez das duas voltas, como os relógios normais. Para mais informação ou encomenda do relógio visite: www.museudorelogio.com
António Tavares d’Almeida
Fundador do Museu do Relógio
A paixão deste homem começou, por mero acaso, em 1972 quando recebeu de herança do seu avô três relógios de bolso avariados. Para a sua reparação, conheceu o mestre relojoeiro António Couto que lhe transmitiu o conhecimento, o respeito e o valor desas pequenas máquinas de medir o tempo. O vício pegou-lhe de tal forma que percorreu o país à procura de relógios antigos e, lutando sempre contra dificuldades e mentalidades, seguiu o seu sonho de criar um Museu do Relógio na terra onde nasceu e onde era produtor de cevada para a indústria cervejeira, Serpa, em pleno Alentejo. Foi assim que, em 1995, sem ajudas ou subsídios, apenas com o dinheiro que ganhava com a cevada, realizou o seu grande sonho. O Museu do Relógio abriu a público em sua casa com a exposição distribuída por 9 salas conventuais, jardim, uma biblioteca com 600 livros temáticos e um acervo de mais de 2.000 relógios. Dois anos depois o museu teve que fechar portas pois as receitas provenientes das entradas não pagavam os encargos da exposição. Mas António d’Almeida não desistiu, visitou alguns museus na Suiça e Alemanha onde adquiriu conhecimentos para tornar o seu museu autossustentável, conseguiu pôr isso em prática e reabriu as portas, até hoje. Em 2011, já com o seu filho Eugénio a dirigir o museu devido ao seu estado de saúde, António d’Almeida alcança outro dos seus sonhos e, numa parceria com o Inatel, abre o Polo de Évora do Museu do Relógio. Infelizmente, um mês e meio depois, a doença prolongada de que padecia levou-o de entre nós, mas apenas o corpo, porque o espírito, o sonho e a força de vontade deste homem continuam connosco, entre ponteiros, máquinas e mostradores. A História nunca morre!...
Novidades
Cronometrist
A Rolex é a marca líder em relojoaria de luxo e foi uma das marcas pioneiras no patrocínio a eventos e modalidades desportivas. Numa cerimónia que decorreu no passado mês de Dezembro e onde estiveram presentes Bernie Ecclestone, o patrão da Formula 1, Jackie Stewart, o lendário piloto da modalidade e, Gian Riccardo Marini e JeanClaude Killy, em representação da Rolex, foi anunciado que esta será a marca de relógios e cronometrista oficial da Formula 1 nas próximas temporadas. A marca de relógios de luxo informou que o acordo entra em vigor em 2013 e faz parte da estratégia da marca que quer ligar a sua imagem a empreendimentos escolhidos pelo seu “forte valor simbólico e impacto global”. Os pormenores financeiros do acordo não foram revelados. “Este é um passo importante para nós, o acordo entre a Rolex e a Formula 1 é o mais natural possível e, como todas as grandes parcerias, necessita de pouca explicação” disse Gian Riccardo Marini, CEO da relojoeira. “Nos nossos respetivos campos, a Rolex e a Formula 1, ambos encarnam o espírito de aventura, a engenharia suprema e o forte desejo de impulso para a tecnologia de ponta. Estas aspirações são enormemente atrativas para as gerações mais jovens. Os relógios Rolex são também um símbolo da procura do mais alto nível de desempenho e fiabilidade, que é a síntese da Formula 1.
Jackie Stewart, antigo piloto Formula 1, G trão da Formula 1 e Jean-Claude Killy, da
ta e Relógio Oficial da Formula 1
Gian Riccardo Marini, CEO da Rolex, Bernie Ecclestone, o paRolex (da esquerda para a direita).
“Nos últimos 50 anos, tanto a Rolex como a Formula 1, cresceram lado a lado com a aspiração de serem líderes mundiais, por isso houve e haverá muitas oportunidades fantásticas para disfrutarmos juntos”. Com a sua capacidade técnica e como cronometrista e relógio oficial, a Rolex instalará tomadas de tempos em locais diferentes em todos os Grande Prémios. O logotipo da Rolex aparecerá em todos os circuitos e será colocado em locais estratégicos durante as corridas de Formula 1. Bernie Ecclestone, o CEO da Formula One Group acrescentou: “Sem qualquer dúvida a Rolex é o parceiro certo para uma modalidade desportiva de classe mundial como a Formula 1. O prestígio da marca, a excelência dos seus relógios, bem como o compromisso apaixonado que, de longa data, a Rolex tem para com os desportos motorizados, conferem-lhe uma credibilidade total. Esta parceria é algo que a maioria das pessoas de algum modo ligadas e interessada na Formula 1 já esperavam e, por tal, deve ser apoiada. A Rolex tem uma herança desportiva incrível e, portanto, a Formula 1 é o lugar certo para a Rolex estar!”.
Novidades A conhecida marca americana de joias e relógios foi adquirida pelo
O Grupo Swatch acaba de comprar a totalidade das ações da companhia americana HW Holdings Inc., proprietária da conhecida marca de joias e relógios Harry Winston, com sede em Nova Yorque. A Swatch passa a ser proprietária da marca e todos os seus departamentos relacionados com as joias e os relógios, incluindo os seus 535 funcionários em todo o mundo e a empresa de produção de relógios em Genebra, na Suíça. O valor da aquisição foi de 750 milhões de dólares e com a compra a Swatch assume os cerca de 250 milhões de dívidas acumuladas pela Harry Winston. A transação não inclui as empresas mineiras da Harry Winston Diamond Corporation e que passa a chamar-se Dominion Diamond Corporation com sede em Toronto, no Canadá. Robert A. Gannicott, Presidente e CEO da Harry Winston Diamond Corporation, comentou: “A marca Harry Winston tem agora uma nova posição que lhe pode proporcionar todo o conhecimento e apoio que a marca merece para provar o seu verdadeiro potencial”. Por seu lado, Nayla Hayek, Presidente e Chairwoman do Swatch Group Ltd., disse que: “A Harry Winston vai complementar brilhantemente o segmento de prestígio do Grupo. Estamos muito contentes e orgulhosos de receber a Harry Winston na família do Grupo Swatch. Os diamantes continuam a ser os melhores amigos das mulheres”. A concretização da transação está ainda pendente da aprovação das diversas autoridades reguladoras.
CERTINA é o novo parceiro da FIA para o WRC Campenato do Mundo de Ralis A CERTINA, a marca de relógios suíços do grupo Swatch, e o novo parceiro da FIA , como cronometrista e relógio oficial do WRC, o Campeonato Mundial de Ralis. A marca terá uma posição dominante em todas as provas o que lhe dará uma grande visibilidade em termos de imagens televisivas. A CERTINA já esteve envolvida no mundo dos ralis entre 2002 e 2005 como patrocinador de Colin McRae e Petter Solberg e está ligada aos desportos motorizados desde os anos de 1970. O retorno aos ralis encaixa perfeitamente na imagem desportiva e de confiança patente nos relógios CERTINA. Na Escandinávia, onde a marca é líder no mercado de relógios desportivos, esta imagem é muito importante para o número particularmente elevado de espetadores locais que aguerridamente acompanham a modalidade. Além disso, a presença nos ralis, complementa o envolvimento da marca na Formula 1, outra disciplina do desporto automóvel em que a CERTINA está associada desde 2005. Adrian Bosshard, presidente da CERTINA afirma: “Correr rali exige do homem e da máquina tudo o que se possa imaginar durante uma corrida. Este ambiente dinâmico e desafiador é uma combinação perfeita para a nossa marca e os nossos relógios” Jean Todt, presidente da FIA referiu: “É com muito prazer que recebemos a CERTINA no Campeonato do Mundo de Ralis FIA. Como parceiro e cronometrista oficial irá garantir aos concorrentes o correto acompanhamento da competição ao longo das várias etapas”. “A chegada da CERTINA ao WRC Fia é a confirmação de que a escolha dos promotores, o Sportsman Media Group e Red Bull Mídia House, foi o caminho certo para atrair o interesse de parceiros de topo para este emocionante Campeonato do Mundo FIA”. O WRC é o topo do ranking de séries de corridas de ralis e é organizado pela FIA. Este campeonato consiste em 13 provas distribuídas por 3 continentes. Em Outubro de 2012 a FIA nomeou a Red Bull Mídia House e a Sportsman Media Group como novos promotores do WRC. Estas empresas são responsáveis por todos os aspetos comerciais do campeonato e foram co-responsáveis pelo estabelecimento desta parceria com a CERTINA.
As obras para execução do novo edifício na feira de Basilea avançam segundo o programado. O Salão Mundial de Relojoaria e Joalharia BASELWORLD abrirá pontualmente as suas portas a 25 de abril de 2013, dentro do prazo previsto. Nesta altura já se está a montar a fachada da infraestrutura de exposições mais moderna da Europa e a finalizar as obras de acabamentos no interior. Em Setembro de 2012 ficou concluída a obra em bruto da impressionante construção de pavilhões desenhados pelos arquitetos Herzog & de Meuron. Os trabalhos no interior da cobertura, com 32 metros de altura, decorrem de momento a um bom ritmo. A extraordinária fachada ficou pronta no final do ano. Para a BASELWORLD 2013, o Pavilhão 1 será ampliado para três pisos de exposição com 420 metros de comprimento, obtendo-se assim uma infrastrutura da máxima qualidade e com 141.000 m2 de área. Para este projeto fora investidos um total de 430 milhões de francos suíços, cerca de 360 milhões de euros. As áreas de exposição adjacentes e os novos pavilhões consolidam o caráter compacto do recinto da feira e melhoram a comodidade para todos os visitantes da BASELWORLD.
As obras para a BASELWORLD 2013 avançam ao ritmo previsto
Desde a BASELWORLD 2012 e depois da demolição dos pavilhões antigos, foram gastos na nova construção 3.500 toneladas de vigas de aço, 45.000 m3 de betão e 5.200 toneladas de aço de reforço. Em certas ocasiões foi necessário utilizar mais 8 gruas móveis, além das outras 8 gruas de obra, para a fluidez dos trabalhos. A 8 de Fevereiro, o Grupo MCH, na qualidade de proprietário, receberá o novo complexo de edifícios. Logo de seguida dar-se-á inicio à montagem dos espetaculares standes de exposição das marcas para a BASELWORLD 2013. As enormes dimensões dos pavilhões e os novos standes proporcionam um esplêndido ambiente para a apresentação das novidades e dos produtos. Desta forma se sublinha a singularidade do Salão Mundial da Relojoaria e Joalharia e se reforça a sua importância como o evento mais importante do setor. Mais informação em www.baselworld.com
Escaparate O Anu á 2013 rio Relógio já s&C a No p está nas banca netas para assad s o Bouti o ano que M dia 12.1 . de 2 ontbla sença .12, n n ramo de muitas c em Lisbo o espaço e p a d apres ntre, tamb ersonalida e com a p a ém m d e r uitos, es ligadas ema se ntada ao p convi ú x dados ao antiga ta, da pub blico esta , e licaça sobre ção p dição, a d foi Com o t e ma “r a elógio ortuguesa éciCorre inconfundí mais s”. v ia de Olive el assinatu uma ira, re ra tas e ferência p este título de Fernan ar to d c Sem dos a que a profissio ontinua a o moa surpr s esa e ssunt nais, entus er ção d oi s ia ta e sab edoria é mais u nteressa. ssabe m so Parab bre relógi e classe d a demons os tra éns e e que que c no nosso m mu ontinu país. ito e.
Fotos: Anuário Relógios & Canetas e Estação Cronográfica
Espir al referê do Tempo , n Portu cia no mu outra publi gal, já cação ndo d o ta nº de d s i s relógi ponib 41, In o i l s i z v o e tema e de ca rno 2012, u a sua re m p vis Além q a da en a Madam ue tem co m e t fele, este revista a C Chopard. o n a outro s inte úmero es roline Sch tá re e cos e histór ssantes co recheado uic assin ados os do mun nteúdos té de po cn d cialist as qu r, entre ou o da relojo iar e tr mos: Migue há muito t os, dois es ia am pe lS A pub licaçã eabra e C bém adm ir o na ve arlos rsão d também Torre as. e i vista em: w gital atravé stá dispon ív ww.es s pirald do site da el otemp r o.com e-
Fotos: Espial do Tempo
METAL
METAL
natureza
natureza
o RELÓGIO DE BOLSO COM ALA
“um modelo excecional, um A sua fiabilidade extrema acompanhou as conquistas mais extraordinárias assim como as mais nobres. Algumas dessas conquistas foram façanhas efémeras. Outras foram façanhas de uma vida… Graças à sua constância prodigiosa, os relógios Zenith têm estado presentes nos acontecimentos mais importantes da Humanidade. Estes abriram os caminhos para o céu e os da liberdade com homens e mulheres que se atreveram a acreditar nos seus sonhos. Exploradores, pioneiros, viajantes ou guias espirituais, todos eles acreditaram um dia na sua estrela da sorte juntamente com os seus relógios. Talvez por também terem sido fruto de reflexões visionárias Esta é a história de como, no início do século XX, os primeiros relógios de bolso com alarme Zenith começaram a correr o mundo como verdadeiros viajantes incansáveis. Esta é a história de como um desses relógios se tornou num dos raros objetos estimados por um dos maiores mestres da nossa era: Mahatma Gandhi…
ARME DE GANDHI
m destino invulgar...” A partir de 1915, a Manufatura Zenith compreendeu a importância de fabricar relógios de bolso fiáveis, precisos e pequenos que pudessem acompanhar os viajantes nas suas peregrinações. Tratava-se de responder às exigências de um mercado que adotava cada vez mais inovações ao mesmo tempo que combinava qualidade e conforto com as dificuldades inerentes a viagens de negócios ou de turismo de longo curso. A função de alarme ainda é uma das mais fascinantes complicações da relojoaria já que permite ao seu proprietário descontrair e desfrutar de um descanso absoluto sem ter de se preocupar com a hora de acordar. Esta função eminentemente prática e pessoal também é muito útil porque pode ser facilmente levada em viagens de barco, avião ou comboio, para os confins da terra. Uma pioneira por natureza, a Zenith registou a primeira patente em 1913 de um relógio sofisticado no qual era possível acertar a hora do alarme com uma coroa de parafuso especial. Este primeiro marco abriu caminho para os relógios de bolso lançados em 1915 que estavam disponíveis em várias versões, ou seja, com uma caixa metálica dourada, prateada, de aço enegrecido ou branca. Estes relógios de bolso mostraram ser altamente funcionais uma vez que além da função de alarme, a caixa tem uma tampa com dobradiças ao meio-dia que, quando aberta, pode ser utilizada como suporte para o relógio e assim, permitir ouvir muito melhor o som musical do alarme. Este som é produzido por um martelo que bate no gongo que é independente do centro.
Com este modelo, a Zenith oferece um relógio com alarme perfeito que não é nem mais espesso nem mais volumoso que um relógio de bolso normal. A coroa com dupla função dá corda ao movimento de forma inteligente no sentido normal da esquerda para a direita. No outro sentido, fornece reserva de marcha ao impressionante mecanismo. O centro está equipado com dois botões e acerto que emolduram a coroa. O botão direito permite acertar a hora e o botão esquerdo permite acertar a hora do alarme. Um contador situado ao meio-dia no mostrador permite ler a hora do alarme. Esta versão com mostrador tem algarismos árabes luminescentes. O ponteiro dos segundos está classicamente posicionado às 6 horas tal como acontece com a maioria dos relógios de bolso para que o mostrador permaneça simples e o utilizador nunca tenha dificuldade em ler a hora. O design deste relógio com alarme foi concebido para ser discreto e autêntico permitindo-lhe ser utilizado da forma que o seu proprietário desejar, onde quer que esteja e em qualquer situação.
A Zenith começou a sua expansão internacional no início do século XX. A Índia não foi exceção à implementação da marca a partir de Le Locle que, graças à sua filial de Londres, a Zenith Watch Co., começou em 1914 a exportar estes relógios para países tão distantes como a Índia. O novo relógio de bolso com alarme apareceu pela primeira vez em 1916 nos jornais indianos, nos quais foi anunciado. Indira Nehru, que ocupou o cargo de primeira-ministra da Índia entre 1966 e 1977, ofereceu uma versão em prata de lei deste relógio ao seu amigo Mahatma Gandhi. Este, que apreciava as virtudes da pontualidade e precisão, sobretudo para as orações, utilizava diariamente o seu relógio Zenith e a respetiva função de alarme. Para sua consternação, roubaram-lhe o relógio durante uma viagem de comboio para Kanpur. Entristecido por ter perdido um dos poucos objetos materiais que levava para todo o sítio e que ritmava a sua vida diária, escreveu alguns dias mais tarde, numa das suas notas, a 28 de Maio de 1947: “Sem esquecer que tinha um disco de rádio… e também um mecanismo de alarme. Tinha--me sido oferecido. O preço naquela altura era mais de 40/-. Era um relógio Zenith.” Seis meses mais tarde em Nova Deli, o ladrão que tinha ficado a saber da tristeza de Mahatma em relação à sua perda e cheio de remorso, pediu para ver Gandhi para lhe devolver o objeto roubado e pedir perdão. A saga deste modelo durou muitos mais anos visto que antes de morrer, Gandhi deu o relógio à sua neta e assistente Abha Gandhi, que acabaria posteriormente nas mãos de colecionadores privados. Este modelo excecional tem tido um verdadeiro destino invulgar desde que em Março de 2009, os leiloeiros Antiquorum ofereceram um lote numa das suas vendas que incluía os famosos óculos redondos, uma tigela e um prato, o relógio com alarme assim como as sandálias de pele de Gandhi. Estes objetos, fiéis companheiros de Mahatma Gandhi, foram vendidos pela quantia recorde de 1,8 milhões de dólares americanos ao bilionário indiano Vijay Mallya, regressando assim à sua terra natal.
O Fato de Corrida de Steve McQueen O fato de corrida, usado por Steve McQueen no filme Le Mans, foi vendido num leilão na Califórnia por 984.000 dólares, 800.000 dólares foi o seu custo mais 184.000 dólares de taxas e impostos. Em 1971, num concurso organizado pelo jornal britânico “The Observer”, Timothy Davies, um rapaz de 12 anos que vivia em Wolverhampton, no Reino Unido, e que respondeu acertadamente a três perguntas sobre a história das 24 Horas de Le Mans, foi escolhido como vencedor e recebeu como prémio esse fato. Esta indumentária, além da petrolífera Gulf e dos pneus Firestone, ostenta também o antigo logotipo da Heuer, marca do relógio que também é usado pelo ator. O fato ficou famoso ao ser usado por Steve McQueen durante as sequências de gravação do filme “Le Mans”, quando interpretava o papel do piloto Richard “Dickie” Attwood, que, ao volante do Porsche 917K Gulf, venceu a corrida de Le Mans em 1970. Timothy Davies tinha entretanto já vendido o fato a outrem e, por isso, não foi quem usufruiu da pequena fortuna que este rendeu no leilão.
Noite de corrida no stand da IWC no SIHH em Genebra No decorrer do SIHH, Salon International de la Haute Horlogerie, a IWC Schaffhausen organizou uma noite diferente para apresentar a renovada coleção do seu modelo Ingenieur. A nova coleção deste modelo da IWC foi buscar inspiração às oficinas e carros da formula 1, o que se faz notar pelo tipo de materiais usados na sua construção como a cerâmica, titânio, carbono e outras sofisticadas ligas e técnicas utilizadas na disciplina máxima do desporto automóvel. Parceira com a equipa MERCEDES AMG PETRONAS na Formula 1, a casa suíça trouxe até aos pavilhões da Palexpo em Genebra o ambiente de corrida das pistas do mundial da especialidade. Para isso tinham em exposição alguns dos mais emblemáticos modelos de corrida da marca alemã, o que deu um ambiente desportivo à festa. Para puxar pela adrenalina dos presentes, não faltou uma equpa de mecânicos da MERCEDES AMG que, em pleno salão, simulou uma intervenção PIT STOP, como fazem em corrida. Os presentes podiam aventurar-se noutras atividades como simuladores de corridas e, mais real, uma corrida de Formula 1 com modelos da marca alemã, mas à escala e telecomandados. Entre os 800 convidados para a festa estavam os embaixadores da marca, personalidades conhecidas do mundo do espetáculo, do desporto e artes. Entre eles Miko Roseberg, o piloto F1 da Mercedes, Zidane e outros. Também não faltou o “nosso” embaixador da IWC, Luís Figo.
As cinco personagens mais influentes na industria relojoeira suiça para o ano de 2013 Quem são as personagens que movimentam e controlam a prestigiada indústria relojoeira Suíça rumo ao sucesso? Segundo o jornal online Swiss Watch Wire, há, provavelmente, cerca de uma vintena de autoridades nesta posição. Aqui vamos apresentar aqueles que, segundo a escolha do jornal, são certamente os cinco principais protagonistas na matéria.
Nick Hayek Jr.
Hayek Jr. foi a escolha mais fácil de fazer pois ele é a pessoa mais poderosa dentro da maior companhia relojoeira do mundo, o Grupo Swatch. Este relojoeiro produz 80 por cento dos movimentos da industria suíça, maioritariamente através da sua subsidiária ETA, e dirige um largo conjunto de marcas icónicas onde estão incluídas, entre outras, a Omega, Longines, Tissot, Breguet, Blancpain, Rado, Certina, Hamilton e Swatch. Excetuando pouquíssimos países, como é o caso de Portugal, o Swatch Group faz diretamente a distribuição das suas marcas nos diversos mercados e, por isso, também controla uma rede de mais de 1.000 lojas distribuídas por todo o mundo.
Jean-Daniel Pasche
Pasche está à frente da Federation of the Swiss Watch Industry (FH), a Federação Suíça da Indústria Relojoeira, e é o líder e coordenador da campanha que luta contra a contrafação de relógios Suíços. Outra missão importante desta personagem é a definição e controlo das regras para que um relógio possa ostentar no seu mostrador o rótulo Swiss Made.
Johann Rupert
Rupert é Sul-Africano e é o chairman e CEO do Richemond Group que é proprietário da Cartier, Vacheron Constantin, Piaget, Panerai, IWC e diversas outras marcas líderes da indústria. O Grupo Richemond é o segundo maior da indústria relojoeira Suíça e, por isso, a sua influência é muito importante no meio.
Gian Riccardo Marini
Quem é o CEO da Rolex, é, automaticamente e sempre, um dos melhores cinco jogadores deste campeonato. A marca Rolex, dirigida por Marini, é, sem sombra de dúvidas, a mais forte marca de relógios do mundo e uma das mais lucrativas. É a maior marca independente de relógios e, como nenhuma outra, é a marca mais conhecida e mas conceituada do planeta. A influência do seu chairman é inquestionável.
Patrik Ducrey
Ducrey é o diretor da Switzerland’s Competition Commission (COM-CO), a Comissão Reguladora do Mercado que está encarregada, entre outras, de investigar os planos do Grupo Swatch de reduzir a produção de movimentos para terceiros, violando as regras anti cartel. Muitas pequenas manufaturas que não conseguem produzir os seus próprios movimentos, como a Frederique Constant, dependem muito de perto das suas regras. Literalmente, Ducrey tem nas mãos o futuro de muitas companhias relojoeiras.
O estilista Gio Rodrigues e a Aquaverdi redesenharam a tradição A Aquaverdi é um dos espaços de maior tradição em alta joalharia e relojoaria na cidade do Porto e acaba de lançar a coleção “Milenar”, uma linha própria de filigranas que transporta esta arte ancestral portuguesa para o mundo da moda. Composta por peças artesanais e tradicionais da ourivesaria portuguesa, esta coleção tem como peça icónica o “Coração Milenar”, uma peça redesenhada pelo estilista Gio Rodrigues. “O objetivo desta coleção é o de enaltecer o melhor que se faz na ourivesaria nacional e homenagear os artesãos portugueses, ao mesmo tempo que apresentamos peças que aliam a técnica ancestral da filigrana à alta joalharia. Portugal tem de saber valorizar os seus talentos e a filigrana é uma arte reconhecida mesmo a nível internacional”, afirma Paulo Neves, proprietário da Aquaverdi. Juntando a tradição à técnica da alta joalharia, a Aquaverdi dá uma nova imagem e significado à arte da filigrana portuguesas e volta a colocá-la, desta vez, no centro da moda moderna. Foi com esse objetivo que a Aquaverdi criou o “Coração Milenar”, uma peça que é o ícone desta colcção, em ouro rosa, com 73 diamantes e 1 rubi. Um exclusivo nacional da Aquaverdi, esta joia é apresentada numa edição numerada e limitada de 10 peças, num estojo especial com certificado de autenticidade. Saiba mais em: www.aquaverdi.pt
Na Moda e a Tempo Depois de todas as semanas de moda e dos saldos, as tendências na relojoaria para a próxima estação estão definidas. Inspirados nas melhores passarelas de New York, London, Milan e Paris, a Timex tem uma peça adequada a cada tendência.
GOTICO
Estilo forte e escuro, tem voltado ás passarelas em ondas, com os designers a incorporarem preto e roxo nos seus looks.
METALLICS
É tempo de brilhar, os tons metálicos chegaram e venceram as passarelas mundiais.
PADRÕES
Desde as origens humildes das terras altas da Escócia, estes padrões garantiram o seu lugar na passarela.
MILITARY
Marche ao som da tendência military desta estação.
Mais informação:
www.timexportugal.pt
“Sermos responsáveis por trazer uma marca internacionalmente tão reconhecida ao nosso mercado faz-nos sentir optimistas. A Ice-Watch é extremamente versátil, capacitada para satisfazer um público dos 8 aos 80 e detentora de uma relação qualidade/preço verdadeiramente sedutora. Gostaríamos de poder vê-la a liderar o mercado da relojoaria português, tal qual já acontece nos principais mercados europeus.”, afirma Miguel Rodrigues, Director Geral da Certora – Medição do Tempo, S.A., sobre a nova aposta da empresa.
A Ice-Watch, a famosa insígnia belga de relógios, presente em 110 países, que lidera o sector na Alemanha, Inglaterra, França, Holanda, entre outros, promete posicionar-se como o must have da relojoaria em Portugal. A Ice-Watch apoderou-se do mercado desde a sua origem em 2007, com um design único com modelos e cores para todos os gostos, estilos e situações. Sob o mote “Change. You Can”, a marca congrega características extremamente apelativas e adaptáveis aos mais variados gostos, afirmando-se como intercultural, intergeracional e internacional – um forte posicionamento que tem contribuído para a conquista de tantos apreciadores. O preço acessível, o design inovador, o uso de cores ousadas, os detalhes únicos dos cristais Swarovski e as braceletes minuciosamente desenhadas, conferem aos relógios Ice Watch um toque de modernidade e originalidade, apelativo para quem tem um gosto mais simples e também para o seguidor das últimas tendências. Celebridades internacionalmente reconhecidas como David Guetta, No Doubt, Black Eyed Peas e Katy Perry, são alguns dos muitos nomes que comprovam o gosto pela marca e a levam a todos os cantos do mundo. A marca caracteriza-se, ainda, por não criar linhas direccionadas para o público masculino ou feminino: todos os seus relógios são concebidos como modelos unissexo, factor que facilita a tarefa do consumidor quando quer adquirir um relógio que satisfaça todas as suas necessidades, o que distingue a Ice-Watch face à sua concorrência. Entre as várias colecções Ice-Watch encontram-se a Sili Forever, a Ice-Solid, a Ice-Pure, a Ice-White, a Ice-Love, a Ice-Alu, a Stone Sili, a Ice Pink & Ice Purple, a Ice-Elegant, a Ice-Chrono, a Ice-Chrono Matte, a Ice-Chrono Electrik e F*** ME I’M FAMOUS. Todos os modelos apresentam resistência à água até 10 bars e movimento japonês Miyota.
Cronógrafos de Aviação Sportura Um Triunfo na medição do tempo A SEIKO apresenta uma excelente sugestão que o pode surpreender: os novos Cronógrafos de Aviação SPORTURA, que aliam a precisão tecnológica a um estilo desportivo. Há mais de 40 anos que a SEIKO desenvolve e fabrica os melhores relógios para a Aviação com todas as especificidades e características exigidas. Os novos cronógrafos SPORTURA não fogem à regra. Autênticos objectos de requinte, estes relógios apresentam uma caixa de 44mm em aço com tratamento IP preto, vidro de safira com tratamento anti-reflexo, com uma bracelete em pele preta com pesponto verde. Equipado com o calibre 7T62, o cronógrafo tem uma capacidade de medição até 60 minutos em incrementos de 1/5 de segundo, e apresenta ainda alarme, duplo fuso horário e medição de tempos parciais e acumulados. Tudo isto numa caixa com resistência à água até 10 bars de pressão. Com botões polidos, régua de cálculo rotativa, que permite calcular distâncias, o consumo de combustível e a taxa de subida e velocidade, esta colecção está disponível em mais duas versões. O preço recomendado para o modelo da foto é de 499.00 euros. Conheça a nova colecção em: www.seiko.pt
Cielo Metallic Para complementar o já existente leque de cores deste relógio para senhora, a Lambretta Watches acaba de apresentar três novas opções de cor metálica para o Cielo. Todos reconhecemos as novas tendências metálicas na moda. Nas montras de loja de todo o planeta vemos as roupas, o calçado, bolsas e cosméticos. Mesmo na pista de dança e no desfile de moda, a mulher sensual segue a tendência metálica. Com os relógios Lambretta Cielo, uma mulher moderna não se vai deixar ultrapassar. As três glamourosas opções de cor são o Metallic Hot Pink, Electric Blue e Frosty Silver. O estilo retro das Lambrettas dos anos 60 é visível no modelo e com estas novas opções de cor é ainda mais fácil transformar o seu look do dia para a noite! Os relógios Lambretta Cielo Metallic são docemente atrativos e inspirados nos gloriosos tempos das famosas scooter italianas e, certamente, darão o toque final de moda na traje de uma mulher. O Lambretta Watches Cielo Metallic tem 37mm de diâmetro, o seu movimento é um Miyota 2035 e a correia é em couro genuíno. O preço recomendado de venda a público é de 75 € e encontra-se à venda em várias relojoarias, casas de moda e desporto e nos concessionários nacionais das scooter Lambretta. Mais informação sobre este e outros modelos da marca pode ser encontrado em: www.lambrettawatches.com .
...para homens charmosos e confiantes!
A Emporio Armani apresenta um relógio e dois modelos de botões de punho ideais para homens charmosos e confiantes. Com um mostrador branco que contrasta com a correia de pele preta inspirada em pele de crocodilo, este relógio veio trazer um toque de elegância ao seu dia-a-dia. E se pensava que os botões de punho são um clássico do passado, estava enganado, compostos por aço e esmalte preto em forma de nó, os botões de punho são o complemento perfeito para um look bem moderno e cheio de requinte. Deixe-se contagiar pela elegância das peças Emporio Armani.
Relógio 199.00 euros Botões de punho em preto 132.00 euros Botões de punho em aço 112.00 euros
U-BOAT
ITALO FONTANA
Uma nova dimensão no tempo
U- 51 CHIMERA BRONZE
A U-Boat acaba de apresentar um novo modelo, o U-51 CHIMERA BRONZE. Numa edição limitada a 300 peças e com um design único este modelo encarna de forma arrojada os traços distintivos da marca: a caixa de grandes dimensões, a grande coroa que surge na parte esquerda do relógio, num modelo tecnicamente avançado e altamente resistente, mesmo a condições extremas. A caixa é em bronze e pulseira em pele natural de bezerro. Já está disponível no nosso mercado. Mais informações no site do distribuidor em: www.jborgesfreitas.pt
Caixa e fundo em bronze Funções de horas, minutos, pequenos segundos, cronógrafo e data Coroa em bronze Vidro de safira Diâmetro 46 mm Estanque até 100 metros Movimento mecânico automático Reserva de marcha de 44Horas Pulseira em pele natural de bezerro Edição Limitada a 300 peças PVP. 7 650€
H1 UM RELÓGIO COM AS HORAS FLUIDAS Já há milhares de anos que os nossos antepassados mediam o tempo com fluidos, usavam as clepsidras, mas foi preciso esperar mais de 3.000 anos para que o fluido se libertasse da força da gravidade e pudesse indicar a hora num relógio de pulso mecânico. Se muitos o haviam sonhado, Vincent Perriard, CEO da HYT, e a sua equipa conseguiram-no.
O princípio A combinação entre a alta relojoaria e a mecânica de fluidos era, à partida, uma utopia. Rejeitando todas as certezas e contornando o conformismo, a ideia e a força que levaram à criação do H1 é, no entanto, simples: dois depósitos flexíveis, acionados mecanicamente, acoplados a cada um dos extremos de um tubo capilar. Num deles, um líquido aquoso carregado de fluoresceína e no outro um líquido transparente viscoso. Para os manter separados uma técnica também muito simples, é usada a força de repulsão originada pela polaridade de ambos, um menisco delimita a fronteira entre eles. A operação começa pelas 6 horas, neste ponto o capilar está preenchido com o fluido transparente. Acionado pelo movimento mecânico do relógio, o primeiro depósito, cheio com o fluido fluorescente, começa a comprimir-se e a injetar o fluido para o capilar, substituindo o fluido transparente. Com o avançar das horas o liquido fluorescente vai preenchendo o capilar e o menisco, em forma de meia-lua e que marca o ponto de rutura entre os dois fluidos dentro do tubo capilar, vai indicando a hora. Chegando às 18 horas, com o capilar totalmente preenchido com o fluido fluorescente, este volta à sua posição inicial, instantaneamente, com um movimento retrógrado. Os depósitos são construídos numa liga eletrocomposita, extremamente flexível e resistente, movidos por dois pistons acionados pelo movimento do relógio. Um movimento mecânico que aciona o sistema de fluidos Orquestrado por Bruno Moutarlier, com a colaboração de Jean-François Mojon e a sua equipa da Chronode SA, o movimento mecânico, alojado na parte superior do relógio, aciona as alavancas que vão empurrar os pistons que fazem funcionar os depósitos. O desafio principal foi encontrar uma interface perfeita entre o movimento mecânico e o sistema de fluidos, num circuito fechado e hermético. Primeiro porque o volume disponível para albergar ambos os elementos era reduzidíssimo, depois, tinham que ser montados em separado para que fossem autónomos mas funcionassem perfeitamente em conjunto. Uma integração modular que originou outras complicações, nomeadamente a montagem do mostrador secundário pelos lados e em duas partes.
Do desenho à realização: A convergência de dois mundos diferentes para um objetivo comum. Se a ideia básica de conceção era simples, a sua realização foi, no mínimo, muito complexa. Sob a direção de Bruno Moutarlier, formaram-se duas equipas: Uma com JeanFrançois Mojon e os seus colaboradores da Chronode, para a parte relojoeira do projeto. A parte fluídica foi confiada à Preciflex, a sociedade depositária das patentes criadas pelos fundadores da HYT, com Patrick Berdoz, Lucien Vouillamoz e Emmanuel Savioz. Também colaborou com eles a Hebling Technick, uma empresa do setor médico, onde se utiliza muito o movimento de fluidos em determinados tratamentos médicos. Foi uma aventura humana formidável que empurrou dois mundos, normalmente em pontos opostos, para uma nova era de desenvolvimento em comum. Uma tecnologia única que mexe, não só, a indústria da relojoaria, mas também a tecnologia médica, onde este sistema de bomba abre novas vias para aplicações inéditas neste setor.
A exploração relojoeira até aos confins da nanotecnologia. Uma das etapas da construção deste relógio foi a elaboração de fluidos a um nível de condições de relojoaria, com cor e textura homogénea, resistência a vibrações e golpes, sujeitos a variações de temperatura, sem sofrer alterações a longo prazo e hermeticidade a toda a prova. Para alcançar estes imperativos foi necessário o desenvolvimento de um grande número de inovações. Até hoje já foram registadas 7 patentes para a tecnologia e 1 para o desenho. Um mergulho vertiginoso no inédito que levou as proezas técnicas da relojoaria até às fronteiras da nanotecnologia.
Dominar as necessidades energéticas Quando falamos em força hidráulica falamos em pressão. Quando o líquido fluorescente faz uma volta completa e chega às 6 ou 18 horas, a bomba emissora comprime-se, enquanto o fole recetor se distende, originando alguma resistência e, consequentemente, uma maior necessidade energética. Para o remediar a Peciflex desenvolveu uns foles totalmente inovadores, com uma liga finíssima mas, por outro lado, extremamente flexível e resistente, inspirada nos emissores utilizados pela NASA mas com um desenho adaptado às necessidades da relojoaria. A sua forma, especialmente estudada, permite reduzir, ao máximo, a energia necessária para a sua compressão, além da absorção de golpes e uma hermeticidade a toda a prova.
.
A Metafísica dos fluidos Ao longo de todo o processo de desenvolvimento, levado a cabo paralelamente por ambas as engenharias, as quantidades de líquidos foram objeto da máxima atenção. Cada microlitro conta e o volume total no circuito fechado é extremamente preciso. O sistema deve apresentar uma hermeticidade nos limites da nanotecnologia. Devido à reação pouco habitual entre a coroa e os fluidos, foi idealizado um sistema de acerto de hora especial, para evitar que o fluido circule com demasiada rapidez e danifique o menisco.
Dados técnicos Movimento mecânico de corda manual, calibre exclusivo HYT, 28.800 alt/h, 4 Hz, 35 rubís, pontes decoradas com Punção de Genève, chanfrados manualmente, foles rodeados, reserva de marcha de 65 horas Funções de horas fluídicas retrógradas, minutos e segundos Caixa em titânio, diâmetro 48,8 mm, altura: 17,9 mm Acabamento escovado, polido com jato de areia e acetinado. Coroa de enroscar com protetor em titânio. Armadores fixos enroscados. Cúpula metálica às 6 h Vidros em cristal de safira, facetado, tratamento antirreflexo interior. Fundo em cristal de safira aparafusado. Mostrador desestruturado opalino e prateado, horas fluídicas, índices e agulhas luminescentes, regulador nas 12 h. Roda de segundos nas 9:30 h e indicador de reserva de marcha nas 2:30 h Correia de tela cosida forrada a pele, fivela com segurança. Outras versões: Caixa de titânio tratado com revestimento de DLC negro, mostrador secundário a negro. Caixa de ouro rosa 5N de 18 quilates, mostrado secundario a negro. Preço sob consuta. A versão em titânio ronda os 40.000 euros. Mais informação em: www.hytwatches.com
www.obaku.com
sportcor.lda@gmail.com
Técnica e Restauro
Cinco em Ponto
O olhar de quem sabe!
P
or muito bom, complicado e sofisticado que seja um relógio, independentemente do seu preço, marca ou modelo, quer seja construido em aço, cerâmica, titânio ou ouro, nenhum relógio é perfeito, é preciso “olhar” por ele. Todo o relógio requer manutenção e, em muitos casos, reparação de avarias. No Porto, fomos visitar a Cinco em Ponto, um verdadeiro “hospital” para relógios onde o rigor, a técnica e a qualidade dos seus serviços fizeram da casa o ponto de assistência oficial de muitas e prestigiadas marcas de relojoaria.
A
necessidade de medir o Tempo, remonta à Idade Média. Desde então, o Homem embarcou na senda do Segundo Absoluto. Diga-se, hoje, já o conhecemos e determinamos. Eis, porém, que nos finais da década de 50 do século passado, vários senhores e em diferentes cantos do globo, decidem miniaturizar essa Senda, ao pulso do Homem. Esta odisseia prevalece até aos nossos dias e está longe chegar ao fim. Todos os dias, mais relógios, mais contadores de Tempo, mais precisos, mais finos, mais complicados, mais ornamentados, mais desenhados, mais coloridos, embalam os nossos olhos, gostos e aspirações. São máquinas, pequenas, muito pequenas, com peças e componentes ainda mais pequenos, alguns microscópicos, que desde o momento em que são criadas, contam-nos o Tempo, 24 horas por dia, 7 dias por semana, 365 dias por ano. Anos, décadas a fio! Como qualquer máquina, com um âmbito tão lato de funcionamento, naturalmente será necessária, como também a qualquer um de nós, manutenção e cuidados. A Cinco em Ponto, dedica-se exclusivamente, a assistência técnica e serviço pós venda de relojoaria. Como centro relojoeiro certificado das marcas, Omega, Chronoswiss, Longines, Tissot, Hamilton, Rado, Certina, CK, Balmain, Hugo Boss, Gucci, Technomarine, Zeno Watch Basel, Prometheus e Nixon.
Uma equipa técnica composta por 9 relojoeiros, equipada para responder a qualquer tipo de intervenção em relojoaria, desde a simples regulação ao restauro completo e em todo o tipo de relógios, a Cinco em Ponto gere atualmente uma carteira de mais de 500 clientes em Portugal e Espanha. Disponibiliza aos seus clientes o acesso a uma plataforma logística, que possibilita a recolha e entrega através de serviço de courrier ou estafeta, diretamente na morada do cliente “Os nossos clientes não têm que se preocupar com o envio das suas reparações! Nós vamos busca-las!” Em 2010, respondendo às necessidades demonstradas pelos seus clientes, cria uma nova oficina, a Bolli, totalmente equipada
para o serviço de assistência técnica em Ourivesaria e Joalharia, dotada com laboratório de galvanoplastia. Torna o grupo, atualmente capaz de responder a qualquer intervenção no domínio do acabamento de relojoaria e lança a Bolli para a assistência em metais menos nobres, como o aço. Dotada de meios eletrónicos e digitais desenvolvidos internamente, permitem ao seu cliente, o acompanhamento on-line, da reparação em oficina.
Ricardo Sousa CEO da Cinco em Ponto
C
omo diz o velho ditado, “uma imagem vale mais que mil palavras”. Por isso optamos por enriquecer este artigo com as imagens que captamos durante a nossa visita e que são ilustrativas do rigor, técnica e qualidade da empresa, tal como referimos no início. Sobre as capacidades da empresa, Ricardo Sousa já nos descreveu no seu texto, com alguma modéstia, aquilo que estão capacitados para fazer. Resta-nos confessar a nossa admiração pela organização e eficiência do seu trabalho, sempre num ambiente de boa disposição, não obstante a minuciosidade, a técnica e a precisão exigidas a estes profissionais. Contactos e informações estão disponíveis em: Américo Reis - Icones do Tempo
www.cincoemponto.com
o construtor britânico confirma os planos para a p sÊrie limitada de 30 unidades do modelo 12C GT CA
MAQUINAS
produção de uma AN-AM Edition.
MAQUINAS No seguimento do sucesso da sua apresentação num estúdio de design do Pebble Beach Concours d’Elegance, no início do verão passado, num evento exclusivo durante o Grande Prémio dos Estados Unidos, no Circuito das Américas, a McLaren GT confirmou os planos para a produção de uma série limitada de carros para corrida, baseados no 12C de estrada. Esta edição limitada é um tributo a Bruce McLaren e Denny Hulme e aos seus sucessos ao volante dos carros da McLaren nas corridas Can-Am, quando conquistaram uma série de campeonatos para a equipa Bruce McLaren Racing. A McLaren GT, o departamento da marca que fabrica os carros para corridas, não vai produzir mais que 30 exemplares do 12C GT Can-Am Edition. Apelidado com o “ultimate track car”, este modelo não será sujeito aos habituais regulamentos que regeram a construção do 12C GT3, modelo de sucesso no qual é baseado. Este modelo será equipado com uma versão livre do familiar motor biturbo V8 de 3.8 litros com uma afinação própria e sistema de refrigeração otimizada que lhe confere uma potência de 630 CV, fazendo do 12C GT Can-Am Edition o modelo mais potente de todos os seus irmãos 12C produzidos até à data. A espetacular figura do 12C GT Can-Am Editon é dominada pela grande asa traseira, construída em fibra de carbono. Esta faz parte de um singular conjunto de acessórios aerodinâmicos, provenientes do departamento tecnológico que a McLarem Racing usa para a Formula 1, e que proporciona ao bólide um apoio aerodinâmico de 30 por cento. Para completar este conjunto de componentes em carbono que realçam o estilo racing do carro, e que o diferenciam da versão de corrida GT3, estão incluídos os suportes e espelhos, os capôs do motor, as grelhas laterais dos radiadores, as proteções das soleiras e os emblemas.
MAQUINAS Como complemento ao look exterior o 12C GT Can-Am tem jantes de alumínio em liga leve acabadas em preto acetinado e calçadas com pneus Pirelli de corrida. Partilhando o mesmo chassis monocelular em fibra de carbon dos seus irmãos 12C e 12C Spider, o 12C GT Can-Am Edition é também equipado com um rol-bar completo e aprovado pelas normas da FIA. No interior do cockpit, dois assento de corrida equipados com cintos de segurança de seis apoios e um exclusivo volante proveniente do 12C GT3. O formato e sistema de aperto deste volante é derivado do modelo MP4-24, o McLaren da Formula 1. Um sistema integrado de ar condicionado do tipo motosport, está incorporado no super leve tablier, construído em carbono, o que lhe confere um toque especial de conforto e racing. Os compradores do 12C GT Can-Am Edition podem também usufruir de packs personalizados de acessórios e medidas, proporcionados pela McLaren GT. Devido ás modificações feitas no carro, este não tem homologação para circular em estrada, é um carro só para circular em pista fechada. Se acha que tem mãos, e carteira, para uma máquina destas, reserve já a sua. O 12C GT Can-Am Edition será construído a partir de Março deste ano nas novas instalações da McLaren GT em Woking, no Reino Unido, e serão produzidas apenas trinta unidades que custarão cerca de 500.000 euros cada.
sportcor.lda@gmail.com
www.lambrettawatches.com
Onde fica?..
Sortelha
Perdida entre montes e penedos, dura como pedra, soalheira e guardada entre muralhas. É Sortelha, onde o tempo parou há mais de 500 anos.
Seguimos pela estrada de alcatrão que sobe serpenteando pela encosta acidentada e pejada de penedos graníticos. Lá em cima, no alto de um monte elevado, a mais de 760 metros de altitude, encontramos uma cidadela de onde se destaca uma torre de menagem. Mais à frente, um portal medieval convida-nos a entrar para dentro das muralhas. Sortelha é uma povoação ornada com penedos e barrocos, onde as casas encostam e assentam. Esta disposição das casas, expostas ao sol, explica o cognome de “lagartixos” dado aos seus habitantes. É uma aldeia em granito, com ruas e vielas tipicamente medievais, fechadas por um círculo de muralhas, vigiado por um sobranceiro castelo do século XIII. Sortelha é, certamente, uma das mais belas e antigas povoações do nosso país, cujo traçado pouco se alterou nos últimos 500 anos. Caminhamos pelas ruas e vielas empedradas e parece que nos sentimos deslocados na época, dá a ideia que o tempo deixou de visitar o sítio há séculos, as marcas no granito esforçam-se por nos demonstrar a sua idade. Sortelha foi povoada por D. Sancho II, com população da região envolvente. A escolha do local deveu-se a uma mera questão defensiva contra as invasões da vizinhança espanhola, de modo a garantir as condições mínimas de segurança. Foi sede do concelho até à sua extinção em 1855 e atualmente é uma das mais bem conservadas e bonitas Aldeias Históricas da Beira Interior.
É uma freguesia muito rica do ponto de vista turístico, quer ao nível do património monumental, quer em termos de natureza, gastronomia e artesanato. Do seu património cultural e edificado destaca-se a Igreja Matriz, a Igreja da Misericórdia, as capelas de S. Sebastião, de S. Tiago, de Santa Catarina, de S. Cornélio e da Senhora do Desterro, assim como as muralhas, o Castelo, o Pelourinho e as sepulturas escavadas na rocha. Outros locais de grande interesse, já fora das muralhas, são a Cabeça da Velha, a serra da Pena, a pedra furada e as minas de Vale da Arca, Carrasca e Bica. O Castelo está classificado como Monumento Nacional, desde 1910. A sua situação geográfica permite-lhe um controlo do vale. É possível que no local existisse um castro pré-romano. Na Idade Média o repovoamento da zona ocorre no século XII com D. Sancho I e em 1228 D. Sancho II outorgou-lhe foral e foi nesta época que terá sido construído o castelo. Corresponde a um castelo roqueiro românico-gótico, com intervenção pontual do manuelino. As muralhas foram construídas tendo por base a técnica de construção que consistia no levantamento de duas paredes fortes e paralelas, que eram seguidamente cheias com pedra grossa e gravilha. Exibe apenas uma abertura a sul (portal de arco de volta perfeita), três seteiras e merlões retangulares. Possui ainda duas portas: a Porta do Castelo e a Porta Falsa. A primeira apresenta balcão mata-cães e, ao lado, as armas reais de D. Manuel I com esferas armilares. Tradicionalmente este balcão é apelidado de Varanda de Pilatos.
As habitações do interior das muralhas são tipicamente beirãs, havendo uma distinção funcional entre os dois pisos que as compõem e um balcão ou escada com patamar. Podemos aqui encontrar vários tipos e tamanhos de casas, todas criteriosamente recuperadas, maioritariamente para fins turísticos. O perímetro amuralhado da vila apresenta um traçado ovalado irregular. A muralha assenta, em vários locais, diretamente no afloramento rochoso. Apresenta quatro portas que permitiam fazer a ligação com o exterior: Porta da Vila ou Porta do Concelho, Porta Nova, Porta Falsa e outra Porta Falsa junto ao castelo. Existe ainda uma outra torre, a Torre do Facho, de planta quadrada, desprovida de vãos. A Igreja Matriz, dedicada a Nossa Senhora das Neves, fica localizada no Largo da Igreja, dentro do perímetro amuralhado. Inclui, para além da igreja, a torre sineira, um passo da via sacra e algumas sepulturas escavadas na rocha. Embora, atualmente, o que podemos observar corresponda a uma igreja renascentista, a sua construção poderá datar do século XVI, no portal possui a data de “1573”.
A atividade da pastorícia remonta a tempos imemoriais, fazendo parte do imaginário desta terra. É comum ainda hoje ver, pelas encostas e vales em torno de Sortelha, cabradas e rebanhos de ovelhas conduzidos placidamente por pastores. Esta atividade providenciou durante séculos alguns produtos básicos da gastronomia local, sobretudo a caldeirada de cabrito e o famoso queijo. Outros sabores podem ser apreciados como são os enchidos, a pita amarela, o pão-de-ló e os ovos esquecidos. Ao nível do artesanato realça-se o bracejo, os tapetes de Arraiolos, os panos de linho, as mantas de farrapo, as flautas e as esculturas em pedra. Merece bem a pena uma viagem a estas terras. Ao lado de Sortelha, Quarta-Feira é outro local de interesse, outra aldeia histórica. A cerca de 20 quilómetros, Belmonte e a sua história como terra de judeus, o Centum Cellas e outros monumentos, são motivos de visita. Depois, mesmo alí ao lado é Manteigas, está na Serra da Estrela! Aproveite a viagem! Fontes: J. F. Sortelha, C. M. Sabugal e outras. Fotos: Américo Reis - Icones do Tempo
Como ir Os acessos A maneira mais fácil e rápida de chegar a Sortelha é pela A-23. Se vai do sul, pela A1, tome a A-23 em Alcanena seguindo em direção a Castelo Branco. Cerca de 200 Km depois, a seguir à Covilhã, saia na saída 32. Se vai do Norte, siga pela A-25 até à Guarda onde vai tomar a A-23 até à saída 32, depois de Belmonte. Após sair da A-23 siga para sul até Caria, seguindo depois em direção a Sabugal. Cerca de 15 Km depois, em Santo Amaro, vai encontrar um cruzamento com a indicação de Sortelha. Siga as indicações e, 7 Km depois, escondida entre penedos, vai encontrar Sortelha, protegida pelas suas muralhas. Aproveite a viagem para uma visita à Serra da Estrela que é mesmo ali ao lado.
Informações Uteis POSTO DE TURISMO DE SORTELHA Largo do Corro, 6320-536 Sortelha Nº Verde: 800 262 788 (chamada gratuita) Horário de funcionamento: Das 10:00h às 12:30h e das 14:30h às 16:30h (Encerrado às Terças-feiras). E-mail: turismo@sabugalmais.com www.sortelha.sabugal.pt CÂMARA MUNICIPAL DE SABUGAL Praça da República, 6324-007 Sabugal Telefone: 271 751 040 Fax: 271 753 408 E-mail:geral@cm-sabugal.pt www.cm-sabugal.pt
Gourmet
S
ousel, viu renascer um espaço há muito abandonado. A herdade foi comprada pela família Antunes que lançou um ambicioso projeto: tornar o Arrepiado Velho numa referência de excelência no Alentejo. O monte alentejano, do sec. XIX, foi reconstruído de acordo com a arquitetura tradicional da região, pleno de espaços de rara beleza, onde a paixão se sente a cada recanto e em cada detalhe, quer na casa quer no espaço envolvente, numa área de 100 ha, onde a barragem se destaca entre as vinhas, o olival e os bovinos de raça charolesa, num misto de cor e tranquilidade como só o Alentejo proporciona. Estas caraterísticas fazem com que a herdade se integre na Rota de São Mamede, um dos três caminhos da Rota do Vinho Alentejano. A herdade ganhou forma, investiu-se na qualidade e em 2002, 33 ha de vinha foram plantados de raiz num “terroir” que combina, de forma rara, solos xistosos de acentuado declive com temperaturas amenas e abundância de água, caraterísticas naturais indicadoras de grande potencial. O viticultor David Booth, e o enólogo António Maçanita, juntaram os seus conhecimentos, inovação e dedicação, selecionaram as castas e criaram a “Vinha dos 100 Pontos”. Por isso, os vinhos que alí se produzem não passam despercebidos, quer pela imagem quer pelas sensações organolépticas.
Gourmet
Q
uando se ouve António Maçanita, o enólogo da Herdade do Arrepiado Velho, a falar sobre os seus vinhos, faz lembrar um artista a falar das suas obras de arte. Mas no fundo, é disso que se trata, a maioria das suas criações são verdadeiras obras de arte. Prova disso são o grande número de vinhos premiados que ostenta no seu palmarés. E um desses exemplos é o vinho que apresentamos hoje: o Brett. O que, à partida, iria ser um vinho com defeito, contaminado por uma bactéria, com algum engenho e arte, este brilhante enólogo transformou-o numa especialidade, numa novidade enológica a nível mundial. Foi assim que, em 2007, na Herdade do Arrepiado Velho, os frutos de uma casta Syrha, cultivados por António Antunes e vinificados por António Maçanita, após um estágio em pipas de carvalho francês, se transformaram no Brett Edition, um vinho diferente e inédito a nível mundial.
P
orquê Brett Edition?
Longe de ser consensual, o “Brett” divide os apaixonados e entendidos de vinhos. O “Brett”, nome curto para a levedura «Brettanomyces/Dekkera», tem a capacidade de produzir aromas descritos como, suor de cavalo, cabedal e outros. Defeito ou virtude, é parte da composição do aroma dos grandes clássicos e é, por uns, apelidado como a “complexidade do velho mundo”. No entanto é, por outro lado, considerado por outros um escandaloso defeito. Na primeira edição, a natureza decidiu tomar a liderança na enologia, já no final do estágio em barrica. Na ultima edição parte do Syrah estagiou nas barricas da edição anterior. O resultado é um vinho multidimensional, produzindo o “Brett” niveis de complexidade aromática, só possiveis com vários anos de garrafa, mas mantendo aínda toda a fruta.
B
rett Edition Tinto 2008
Casta: Syrah (100%) Vinificação: Vindima manual, em caixas de 25 Kg, seguida de escolha apertada em mesa de seleção, desengace muito leve a estalar o bago. Fermentação alcoólica e malolática naturais e espontâneas. “Cuvaison” de 21 dias. Envelhecimento: 16 meses em barricas de carvalho francês Alcool: 14,5 % em volume Conservação: 16 a 18ºC Serviço: Por ser um vinho de teor alcoolico elevado, servir a 18º para ser bebido a 20º Gastronomia: Acompanha bem pratos com notas detorrefação, como assados no forno de carnes vermelhas ou caça, e também combinações de carne com compotas de frutos secos. Combina de forma fantástica com queijos, desde um cremoso “Azeitão” a um tradicional “Roquefort”. Notas de Prova: Cor violeta-ruby, concentrado. Nariz exuberante, aromas a lembrar caixas de cigarros, couro, especiarias e groselhas pretas. Ataque redondo, suave e rico, boa frescura e presitência no final da boca. Ousado. Mais informação: www.arrepiadovelho.com
Gourmet
Fogaças e Fogaceiras A Fogaça é um pão doce tradicional de Santa Maria da Feira, cujo formato estiliza a torre de menagem do Castelo com os seus quatro coruchéus. É cozida diariamente em várias casas de fabrico do Concelho e distingue-se por tradicionais aprestos, quer no preparo, quer na forma como vai ao forno. Comercializada durante todo o ano, a Fogaça da Feira é utilizada como voto na Festa das Fogaceiras, a 20 de Janeiro. Ingredientes - Farinha de trigo, ovos, açúcar, manteiga, fermento de padeiro, água, canela, sal grosso e sumo e raspa de casca de limão. Confecção - Dissolve-se o fermento na água tépida e junta-se farinha de trigo até se obter uma massa mole. Se o ambiente for ameno, deixa-se levedar 15 minutos. Depois adicionam-se os ovos, o açúcar previamente peneirado com a canela, a manteiga, o sal, a raspa e o sumo dos limões e a farinha necessária para se obter uma massa um pouco mais consistente do que a do pão. Deixa-se fermentar 30 minutos, o tempo necessário para a massa dobrar de volume. Nesta altura, formam-se bocados de massa do tamanho que se pretende fazer a fogaça, e moldam-se num rolo comprido, semelhante a uma serpente. Depois, começa-se a enrolar pelo lado mais largo, resultando uma pirâmide. À medida que vão sendo enroladas, as pirâmides vão sendo colocadas no tendal (tabuleiro forrado com um pano polvilhado com farinha), onde voltam a crescer (30 minutos a 1 hora). Colocam-se as fogaças em fila na pá do forno e pincelam-se com ovo batido. Com uma tesoura, dão-se quatro golpes no topo da pirâmide, dos quais resultarão os quatro coruchéus da torre de menagem do Castelo. Introduzem-se as fogaças em forno bem quente e, 15 minutos depois, puxam-se para fora com a ajuda da pá e, à mão, separamse as “torres do Castelo”, permitindo, assim, que o calor penetre no interior das fogaças, cozendo-as uniformemente. Fonte: www.cm-feira.pt
Ficha Técnica Icones do Tempo Diretor e Coordenador Editorial: Américo Reis Produção e arte: News on Time Redação: Mónica Jesus, Jorge Luz Américo Reis, Tó Flores Revisão: Nina Vieira Pré impressão: News on Time Contactos: iconesdotempo@gmail.com
comercialdotempo@gmail.com
Web: www.iconesdotempo.com Publicidade: News on Time Propriedade: News on Time Ideias, Eventos e Distribuição, Upss. Lda. newsontime@iol.pt Rua M. Outeiro 82 - Arm. 1 4520-462 RIO MEÃO VFR Icones do Tempo é uma revista de edição digital, com periodicidade bimensal. A distribuição é gratuita, sendo proibida a venda da edição gráfica ou assinatura digital. É proibida a reprodução total ou parte do material publicado sem a respetiva autorização e referência da origem. A informação e as opiniões publicadas são da responsabilidade de quem as assina e não refletem, necessariamente, a opinião do corpo editorial. Enviada por via electronica para 468.338 endereços de mail.
o penultimo numero
w
Se aínda não leu o número anterior, estará sempre a tempo de o fazer. Clique sobre o link abaixo e faça-o. A nossa revista é para si!..
http://www.iconesdotempo.com/numero00.html
wwwwww
Leia Subscreva AnuncĂe facebook.com/iconesdotempo iconesdotempo@gmail.com
www.iconesdotempo.com
www.lambrettaoriginal.pt