blend Caia na night com Carol, Giulia e Ronaldo Tudo é possível:
Mapa da sexualidade
Ruy, Jayme e a
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união estável
Novidade: poeme-se
BLEND 01_R$12,00 JUNHO
mtv.com
sumรกrio
Novidade Infogrรกfico Destaque Perfil
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Nightlife
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Curiosidades
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Cultura
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Artigo
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Carta do Editor Aquilo o que antes era considerado certo e ideal está sendo quebrado com o desenrolar da modernidade. E, o que estamos chamando de moderno não são altas tecnologias, prédios feitos por engenheiros árabes de Dubai e sim o pensamento da sociedade, a aceitação de que nem tudo ou todos são ou devem ser do mesmo jeito. É crescente a quantidade de pessoas que estão se conscientizando de que a única regra que deve existir é ser feliz. No embalo destes novos tempos nos aprofundamos no tema Diversidade Sexual e ficamos satisfeitos em ver que há um progresso no Brasil aos direitos dos homossexuais; lento mas existente. Quisemos abordar aquilo o que nenhuma outra revista brasileira GLS foca de fato: histórias reais de casais gays, aspectos nacionais e mundiais à respeito de uma minoria que está ganhando força, direcionando a revista não só ao público LGBT mas também à heterossexuais, sem apelo pornográfico. Deixamos evidente a inserção de novas estruturas familiares que estão se formando, a partir da criação dos layouts da revista, com elementos gráficos como chaves, círculos, que estão dispostos de forma que remeta de fato à inclusão. Cores alegres, tipografia solta, indo de encontro com a idéia de liberdade e alegria.
Fábio Silveira
Sara Goldsmith
Jayme Liande
Ruy Soares
Mariana Caldas
Lucas Massimo
Colaboradores
Carolina Ferraz Giulia Feio Ronaldo Rezende
Direção de Arte & Redação
Esperamos que tenham uma boa leitura!
Novidade
poeme-se
Em um domingo Mariana Caldas, 22, a Mari, mergulhava na fotografia e em seus pensamentos para fazer à mão um poeme-se de presente. A partir deste momento Mari percebeu que esta ideia fazia sentido (unir imagem e texto) e foi aí que nasceu o Poeme-se, em junho de 2011. Desde então vêm ganhando admiradores e inspirando pessoas. “Gosto de dizer que o poeme-se é uma sensação boa, 30 segundos de respiro no nosso dia, sempre cheio. Ele vive pra fazer feliz, pra tirar um sorriso bobo, fazer lembrar do que é bom.” Mari. Acesse: www.poeme-se.tumblr.com
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Mapa
MAPA
SEXUALIDADE Entrando dentro da comunidade gay, para entender as suas categorias, escolhas e relações sexuais.
TRAVESTISMO está associado ao ato ou efeito de travestir-se, ou seja, de se vestir ou disfaçar-se com roupas do sexo oposto. O termo eonismo é utilizado de forma mais específica e associado ao travestismo masculino, inclusive com a adoção de maneiras femininas.
TRANGENISMO A expressão de gênero não corresponde ao papel social atribuído ao gênero designado para elas no nascimento.
TRANSEXUALIDADE possui uma identidade de gênero diferente a designado no nascimento,tendo o desejo de ser aceito como sendo do sexo oposto.
LÉSBICAS é uma mulher homossexual, tem atração sexual, física e afetiva por outra mulher.
ASSEXUALIDADE É a indiferença à prática sexual,o assexuado é um indivíduo que não sente atração sexual.
BISEXUAL pessoas, que se sentem atraídos por ambos os sexos.
PANSEXUALIDADE desejo sexual por qualquer um, incluindo pessoas que não se encaixam na binária de gênero macho/fêmea.
Mapa
ESQUEMA TÁTICO Ativos
Em um relacionamento o ativo se ve como o homem da relação, e preferem garotos mais meigos e com alguma caracteristica feminina, mostrando que ali o macho é ele. Por isso se segurem!
Passivos
Gostam de homens que paguem o cinema e mostrem a todo tempo que eles são “o sexo frágil” e que precisa de alguém que cuide deles e os proteja. gosta de se sentir a mulher da relação.
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Versáteis
Muitos gays também são versáteis, curtem tudo e por isso pra a coisa é ainda mais fácil, assim não precisam ficar perguntando se o cara é ativo ou passivo, o que vier é lucro!
%DAS MULHERES têm ou já tiveram relações sexuais
83% só com homens 1% só com mulheres 9% não costuma, não
gosta de ter relações sexuais com ninguém
6%
são virgens
%DOS HOMENS têm ou já tiveram relações sexuais
5% só com homens 89% só com mulheres 2% não costuma, não gosta relações com ninguém
4%
são virgens
de ter
Destaque
Erauma vez
O casamento homossexual ainda não é legalizado no brasil,porém ruy e jayme já deram o primeiro passo editado por carolina Ferraz
U
ilustração caio borges
ma história que começou pelas ruas de Ipanema e que tomou proporção de união, nos mostra que a felicidade é possível, basta acreditar, querer e amar. Ruy Soares, 45, light-designer de Presidente Prudente e Jayme Liande, 40, DJ, do Rio, se conheceram, logo depois começaram a namorar e a morar juntos. O casal, assim como muitos outros, entrou na justiça para adquirir a união estável, o que segura ao parceiro o benefício financeiro em caso de morte do outro e não o estado civil de casado. Por isso, Ruy e Jayme não costumam nomear o relacionamento de casamento e sim união. Em uma tarde de conversa conhecemos um pouco mais sobre a história de Ruy e Jayme e compartilhamos pensamentos e reflexões à respeito deste assunto que ainda é polêmico: união homossexual, duas pessoas do mesmo sexo dividindo o mesmo teto e as contas. Trouxemos para os nossos leitores um pouco desta história que é motivo de admiração.
Fotos de arquivo pessoal
Como vocês se conheceram? Jayme - Nos conhecemos na rua, há 12 anos. O Ruy morava em Ipanema, eu estava andando por ali..foi isso. Foi bem simples (risos). Foi dia 16 de dezembro de 1999, ficamos nessa de namora ou não namora e decidimos dia 01/01/00. Moramos juntos há 11 anos. Ruy- A gente comemora o reveillon e o aniversário de namoro no mesmo dia. Qual foi a reação da família? R- Demorou bastante para falar para a minha família. Eu tinha medo de ser rejeitado por eles. O Jayme não tinha esse problema, quando nós nos conhecemos ele já havia se relacionado com outras pessoas e a família já estava ciente. Eu passava cada vez mais tempo sem vê-los. E quando eu os via eu tentava ficar pouco tempo justamente para não dar abertura às famosas perguntas: você está namorando? Quando você vai casar, ter filhos? Até que chegou um momento da minha vida em que eu me cansei disso. Chegou um dia que a minha mãe me perguntou, e eu falei toda a verdade. A partir daí foi um processo bem interessante, talvez se eu tivesse dito antes eles não estariam preparados. Meus pais, meus irmãos foram super carinhosos comigo. Minha mãe me questionou dizendo que não era normal. O que é normal? É aquilo regido por normas. Se a gente está falando de normas, elas são feitas por alguém de carne e osso. Enfim, eu deixei essa mensagem para ela pensar um pouquinho e acho que ela fez o dever de casa muito bem. J- Eu acho que tudo isso que o Ruy colocou está muito relacionado com a diferença que ainda existe entre a cidade grande e o interior. Geralmente o gay quando mora em uma cidade de interior tende a se mudar para uma cidade metropolitana. No Rio é mais tranqüilo a idéia de aceitação. O pensamento das pessoas do interior continua muito tradicional, não é como no Rio, São Paulo, que tem um fluxo enorme de turistas, de informação, trocas. Nessas cidades
as pessoas convivem mais com a homossexualidade, e a exposição facilita a aceitação. Por isso eu acho que este processo de compartilhar a orientação sexual com a família foi diferente entre nós dois, porque está muito relacionado com a questão regional, o meio influencia demais o pensamento das pessoas. Acredito que daqui 10, 15 anos, as crianças estarão super acostumadas ao ver dois homens juntos ou duas mulheres. Hoje ainda é recente, mas aos poucos será digerido. R- Eu lembro que eu me sentia um peixe fora d’água morando no interior. Porque eu não ‘’podia’’ falar para ninguém o que eu sentia, o que eu pensava. Eu tinha alguns amigos que eram gays e era tudo escondido. Era um pessoal muito bacana, mas eu tinha que fingir para a minha família que eu não os conhecia. Então era muito chato ter essa vida dupla. Acredito que hoje as pessoas estão buscando ser felizes, com a ferramenta que tiverem à mão. Pertencer à uma minoria não é confortável, mas por outro lado fingir para mim mesmo e para as outras pessoas que eu não pertenço à essa minoria com certeza me condenaria à infelicidade. Teve alguma interferência no trabalho? J- Quando eu trabalhava em empresa nunca foi uma coisa declarada. Atualmente existem leis que amparam, mas quando eu comecei a trabalhar isso ainda não existia. De 10 anos para cá mudou bastante, mas como profissional liberal nós nunca tivemos problemas, sempre trabalhamos com eventos, que é uma área que tem muitos colegas gays. R- As pessoas tem uma aceitação maior no meio que a gente trabalha. J- Eu acho que ainda existem algumas questões de estranhamento nas empresas com profissionais homossexuais, que já melhorou muito. Mas como profissional liberal não tem obstáculo. No Brasil, por ser um país latino, a questão pessoal e profissional é muito entrelaçada nas empresas então os colegas mais próximos costumam
“Acredito que hoje as pessoas estão buscando ser felizes, com a ferramenta que tiverem à mão” perguntar sobre a vida pessoal, com quem namora, com quem é casado. Nos Estados Unidos, por exemplo, as coisas são muito separadas. É independente da profissão o aspecto pessoal, está vinculado à questão cultural de cada lugar, o que faz a gente voltar ao pensamento de que tudo está relacionado ao meio. Pensam em adoção? J- Eu não tenho vontade. R- Eu tenho alguma curiosidade à respeito, mas a partir do momento em que o Jayme não quer não é uma coisa vital para mim. A gente tem dois passarinhos (risos). J- Eu estava conversando com um amigo que me contou algo que talvez não seja todo mundo que saiba, mas há um fluxo intenso de casais homossexuais para a Índia em busca de uma barriga de aluguel, porque lá é legal, barato. Ao invés de adotar há muitos casais optando por essa alternativa. A configuração das famílias está realmente mudando; casais de homens e mulheres com filhos adotados ou gerados em barrigas de aluguel, pessoas sozinhas, casais héteros que optam por não ter filhos ou por não se casar, casais héteros e homossexuais que moram em casas separadas, enfim. Acho que essa configuração pai, mãe e filhos está cada vez mais escassa.
Capa
Sofreram preconceito em algum momento? R- Eu acho que antes de qualquer coisa deve existir a pergunta: qual é a sua posição diante dos outros? J- Uma coisa que é interessante é que a questão vai para outro lado, o preconceito existe até de você com você mesmo. A questão do preconceito tem uma raiz do ser humano, porque tudo o que é diferente o homem tende a rejeitar, seja pobre, seja negro, alto, baixo, gordo, magro, feio, bonito. Falar de preconceito é muito abrangente. Mas sofrer o preconceito eu nunca sofri, porque eu acho que isso, como eu disse, está muito relacionado à sua postura. Eu e o Ruy sempre fomos muito discretos, nunca demos abertura suficiente para qualquer situação desagradável. Tiveram sucesso judicial? Se não, quanto tempo já passou desde o início do processo? J- Entramos com a petição para a união estável, porque ainda não é legal o casamento homossexual no Brasil. A união estável (além da questão afetiva) garante ao casal direitos financeiros e de bens assim como para casais héteros. Por exemplo, o Ruy pode ser meu dependente no plano de saúde ou eu dele. Nós temos uma empresa, se um dos dois morre, o direito de bem
total é do outro. Com a união estável você consegue garantir o seu parceiro, então isso é importante. Eu acho que o foco do assunto não é mais levantar a bandeira gay e sim a criação de leis que amparem o cidadão em todas as esferas. No Brasil ainda se mistura muito a idéia de casamento e religião, e é aí o problema, porque nós não estamos falando em casamento como religião sob a benção de Deus, dogmas, nós nos referimos em relação ao casamento como direito, sob questões legais. R- No estado civil continuamos solteiros. Temos notícias de vários casais héteros que estão fazendo a mesma coisa, não estão casando e sim entrando com a união estável. Tiveram alguma influência para realizar a cerimônia? R- Quando a gente anunciou para os amigos mais próximos que a gente tinha acabado de fazer o contrato de união estável, três amigas nossas falaram que nós tínhamos que fazer uma festa. J- Até porque nós estamos nesse meio também né.
R- Nós queríamos compartilhar com as pessoas mais queridas. Para mim o que tinha mais valor não era a festa e sim o que a gente construiu juntos, as nossas conquistas. Mas eu sabia que quando chegasse este momento eu iria curtir, e foi o que aconteceu porque as pessoas mais queridas estavam lá, para a gente elas eram a prioridade neste momento. Foi legal, melhor do que a gente pensava. Que lugares costumam frequentar? J- Costumamos ficar no Jardins, Pinheiros, Itaim. Não temos restrições apenas à lugares de freqüência gay, circulamos por todos os ambientes. Moema não porque é muito família. R- Vocês viram que ele tem um preconceito né? (Risos). J- Eu particularmente prefiro freqüentar lugares misturados, acho mais legal. O que vocês gostam de comprar? R- Posso resumir essa resposta? Eu eletrônicos, Jayme; moda. (risos) J- Não é bem assim (risos). Sou mais voltado para o lado do design, moda, gosto de decoração. Eu acho inclusive que tem um lado do gay masculino que tem muito apelo ao estético, não são todos. Eu não gosto de shopping. No Rio há o costume de se comprar em lojas de rua eu acabei trazendo o espírito carioca para São Paulo, inclusive moramos no Jardins aonde há tudo com fácil acesso.
“A configuração das famílias está realmente mudando”
Jayme
Ruy
Perfil
TOM FORD Thomas Carlyle “Tom” Ford (nascido em 27 de agosto de 1962 em Austin, Texas) é um dos mais famosos estilistas estado-unidenses. Ford é bem-conhecido na indústria da moda por sua revitalização da Gucci, que hoje é uma das marcas mais influentes do mundo. Namora, há mais de duas décadas, o jornalista Richard Buckley, ex-editor da revista Vogue. Ford começou sua carreira profissional como ator de comerciais, mas acabou desistindo dela quando uma das exigências para um novo trabalho era raspar a cabeça. Passou a estudar, na Parsons School of Design, de Nova York, descobrindo, assim, a moda. Nessa mesma época, ele conheceu Richard Buckley, editor da revista Vogue Hommes, com quem vive desde então. Com formação em desenvolvimento de produto e técnicas de marketing, Ford está perfeitamente dentro das exigências modernas de faturamento.
Go Nightlife
dance
A experiência em lugares que não costumamos ir nos causa estranheza e muitas vezes pensamentos pré-conceituosos. O relato ilustra a vivência de três adolescentes que desta vez foram à uma balada gay com questões à se refletir.
E
ra uma noite de sextafeira Carolina, Giulia e Ronaldo foram à uma balada chamada “ Alôca” na Frei Caneca.. Os três já foram a uma balada gay mas não com questionamentos feitos a partir de um desafio dado em sala de aula. Os diversos ambientes possuem características próprias que são integralmente compreendidas pelo público correspondente à estes lugares e que buscam por espaços de festas, shows, que lhes dêem aquilo que procuram para se divertir. Os objetivos e expectativas variam de pessoa para pessoa, de tribo para tribo, de grupo de amigos para outro ciclo de amizade. Desta forma vão se formando as identidades dos lugares, à fim de
constituir uma imagem que venderá o produto. Chegando à balada notamos que na fila havia muito mais homens do que mulheres (provavelmente porque a maioria das baladas gays são destinadas ao público masculino ou tem como público frequente os homens). Todos muito animados e com roupas descoladas, bem pensadas, abordando a maioria das pessoas com simpatia e espotaneidade. Entrando na festa vimos uma multidão de pessoas dançando livremente, de olhos fechados, à vontade ao som de muito pop dance. Sentimos um astral bom, de alegria e compromisso com a felicidade. Fomos até o bar pegar uma bebida aonde estavam dois distintos grupos de amigos, conversando sobre diferentes assuntos
mas com pontos de convergência. Em um deles estava-se debatendo à respeito das Cotas Raciais. E no meio de tantas reflexões e opniões à respeito deste assunto tão polêmico ouvia-se uns “ mas maravilhoso a questão não é essa gato, direitos iguais!’’, o amigo em resposta - “ amor, leia novamente o argumento dos senadores que votaram à favor’’, e entre a fala de um e do outro; comentários aleatórios utilizando-se dos mesmos palavreados. O outro grupo de amigos, enquanto isso, falava sobre uma calça que haviam visto no shopping à tarde. “Piri, aquele tamanho não ficou bom para você. Acho que você está mais para um M’’ - ‘‘ Mas você é uma bicha má mesmo, eu ein, tô gostoso, to podendo’’. Achamos super engraçado,
! Nightlife
e eles nos olhavam como quem queria apoio para o que estava sendo dito, demos uma risada e dissemos que ele estava ótimo para usar um P. Todos caíram na risada. Achamos interessante porque conhecemos grupos de amigos gays que não tem a fala caracterizada, trejeitos; são discretos. Assim como há gays que se vestem de modo feminino e outros que não apresentam indícios de qualquer definição. Comentamos isso um com o outro no fumodromo da balada (único lugar onde se consegue ouvir alguma frase que faça sentido além do bar). E, considerando que já fomos à outras baladas gays não vimos baladeiros tão expressivos. Na volta do fumodromo fomos para a pista. Iluminação caprichada, dj frenético em sua pickup e muita gente feliz, homens, mulheres, casais gays, casais héteros, três pessoas se beijando ao mesmo tempo e seguranças com cara de quem não via a hora de chegar logo em casa. Nos divertimos muito nessa festa, conhecemos pessoas engraçadas e interessantes, com histórias distintas, objetivos opostos. Comparando com baladas chamadas ainda de “normais” por ter como público heterossexuais, sentimos que as baladas gays tem um clima de descontração e descompromisso com status e imagem, diferentes das “baladas normais”. Na “ Alôca” e em outras festas gays que já fomos, constatamos que o público frequente não está preocupado com a roupa que o outro está usando, se a calça é Renner ou Chanel, se ficou meia hora passando chapinha no cabelo ou apenas 5 minutos. Acredito que ainda há más impressões à respeito de baladas gays justamente porque não são iguais às outras. Claramente a diferença começa no que o baladeiro de uma boate gay procura e o que o festeiro de outro tipo de balada pretende encontrar. Normalmente quem vai para uma balada, em sua maioria, está atrás de muita diversão, de uma noite em que os problemas e preocupações do dia a dia passem longe dos pensamentos.
Para os solteiros, se rolar alguém interessante é bem-vindo para colorir ainda mais a noite. Porém em baladas gays o interesse é justamente de um homem em outro homem, ou de uma mulher em outra mulher. E assim como em baladas hetero os caras ou meninas ‘‘chegam chegando’’ em sua presa, pegando na cintura (os mais respeitosos) ou então já agarrando. Caso você for hetero, o negócio é entender que todos estão ali para ser felizes, conhecer gente nova. Então leve numa boa, diga que não quer e continue curtindo a balada, porque vale a pena. Chegamos lá 00:30 e fomos embora às 4:30. Em quatro horas de festa aproveitamos muito e nos sentimos extremamente à vontade e livres, cada um do seu jeito, com o seu estilo e expectativas. O que concluímos do nosso trabalho de campo? Que assim como todos os lugares em que se possa frequentar há características comuns que os identificam, tribos assíduas, astral que define a festa, o restaurante, bar, houseparty ou o que for. Há baladas que tem como público patricinhas e mauricinhos, alternativo, maconheiro, comunista, rockeiro, e há baladas destinadas ao público gay, à pessoas que curtem o estilo de música indy, sertanejo ou samba. No fim das contas não existe lugar ruim ou bom e sim o lugar que você se identifica, o lugar que te deixa à vontade, se sentindo bem. Há muita gente em São Paulo e nas grandes cidades, logo há diversificados ambientes para cada gosto. Porém dentre os lugares que mais gostamos e costumamos frequentar, achamos interessante ir, mais uma vez, em uma balada gay. Carolina, Giulia e Ronaldo com suas diferentes caracerísticas, gostos e interesses, aconselham você a se aventurar em uma experiência diferente e deixar o novo te envolver e te mostrar que no fim das contas
o que realmente importa é ser você.
Iluminação caprichada, dj frenético em sua pickup e muita gente feliz, homens, mulheres, casais gays, casais héteros, três pessoas se beijando ao mesmo tempo
SE JOGA
Se você se interessou pela balada, entre no site da “ Alôca’’ e confira a programação. Recomendamos também que você vá de coração aberto para novas situações em um novo ambiente. Cada dia da semana oferece estilos musicais diferentes, fomos em uma sexta-feira dia que eles chamam de ‘‘ Tudo Junto e Misturado”, todos os estilos musicais. Boa festa! http://aloca.com.br/blog/
Curiosidades
Open mind ATITUDE HOTÉIS Com sede na Suiça, estende sua ação por vários países europeus. A Attitude Hotels é uma rede de hotéis que surge para atender ao segmento gays e lésbicas e teve sua apresentação na ITB de Berlim, anunciando 27 unidades associadas na Europa e Estados Unidos. No primeiro ano de operações a cadeia pretende alcançar 100 hotéis no mundo inteiro, segundo o empresário Pedro Castro, que já confirmou o primeiro empreendimento em Portugal. A partir do dia 1 de Julho, a abertura do aparthotel Palacete Chafariz d´El Rey, próximo à discoteca Lux, em Lisboa.. França e Espanha serão os próximos destinos europeus, depois a Grécia e Itália, antes dos Estados Unidos. A Attitude Hotels pretende utilizar dos meios tecnológicos a nível mundial para disputar a grande percentagem de turistas gays e lésbicas que marcam as suas viagens através da internet. A rede vai dispor de três categorias de unidades: Attitude Premium (estabelecimentos de luxo com serviço personalizado), Attitude Comfort (hotéis com ambiente sofisticado e serviços ), e Attitude Value (com preços econômicos, ambiente cordial e serviço de qualidade). Pedro Castro refere que o conceito “Attitude” está associado a um “savoir vivre” e a uma maneira autêntica e natural de viajar e de ser recebido.
Pesquisa do jornal The Independent, elegeu as cidades com a melhor qualidade de vida para homossexuais. Confira o Top 6:
Um segmento em alta no país é o destinado ao turismo GLS. Eventos como a Parada Gay reúnem milhares de pessoas em várias cidades do país. O réveillon, o carnaval e festas temáticas GLS também movimentam os hotéis e pousadas brasileiros o ano todo. Rio de Janeiro e São Paulo ainda são consideradas as capitais GLS do Brasil, mas outras cidades do Brasil jã são consideradas gay-friendly, por possuírem comunidade GLS atuante e noite agitada e atraente. São elas Recife, Florianópolis, Salvador e Fortaleza.
PERSONALIZADO A agência de viagem Gay Travel Brazil oferece ao viajante homossexual viagens com destiwno à cidades que ofereçam programas para o público gay
1ºSão Francisco 2º Sydney 3º Nova Iorque 4º Mykonos 5º Paris 6º Barcelona
Curiosidades
(
BUCK ANGEL
#ohomemdevagina
Quando nasceu, Buck era Susan, mas nunca esteve confortável com o próprio corpo. Pela sociedade, era classificado como lésbica, mas nunca se sentiu assim, sempre tendo em mente que era homem. Há 15 anos resolveu transformar-se em homem: operou o seios e começou a tomar hormônios masculinos. Quando a transformação estava quase completa, chegou a pensar em implantar um pênis, mas estava tão bem sendo um homem com vagina que resolveu deixar pra lá.Aproveitando seu bem-estar, Angel resolveu apresentar seu talento ao mundo por meio de filmes adultos, incluindo performances com transeuais homens.. Que coisa, não?
Anderson Cooper Jornalista
O
Rachel Maddow Apresentadora
Barry Diller Presidente do IAC
s 5 gays mais influentes do mundo representam cidadãos que assim como muitos outros exercem suas funções independente de qualquer estranhamento público. São pessoas que mostram que a diferença não significa ser melhor ou pior, e sim que não pertencem a uma maioria que é formada por heterossexuais, homossexuais assumidos e ainda muitos
Ellen Degeneres Apresentadora
Tim Cook Ceo da Apple
homossexuais que por questões pessoais e externas se escondem de sua própria felicidade. Desta forma, a revista Out Magazine divulgou o ranking de 2011 dos 10 gays mais influentes do mundo, o que simboliza inspiração e força para homens e mulheres que por ventura possam restringir seus talentos por temores naturais.
Cultura
LIVRO
Fique por dentro de todos os lançamentos do mês. CINEMA
Cine Arco-Íris
Verão em L.A.
Em um dos verões mais quentes de Los Angeles, emoções crescem quando a feliz relação entre dois homens, Jonathan e Raul, é testada. Jonathan recebe uma mensagem de que seu ex-amante Troy está de volta à cidade, depois de anos em Barcelona. Aparentemente, um encontro inocente com Troy interrompe a vida de Jonathan e Raul e revive um longo e enterrado desejo. Essa explosão do passado torna-se um caso passional e o que se desenvolve é um emaranhado de escolhas que esses três homens devem fazer por amor.
CD
Kasaky / Dance for Change
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O Kazaky é um grupo pop ucraniano formado por quatro rapazes (ou algo assim) que ganhou uma notoriedade absurda e uma grande base de fãs pelo mundo depois de seus vídeos cheios de luxúria e visuais andrógenos. pessoas dançando junto em tanta sincronia
O livro tem resenha, curiosidades e ficha técnica de quase 300 filmes de temática LGBT ou com personagens não-heterossexuais. O autor explica que a proposta não foi apenas “juntar” produções. “A ideia não era simplesmente fazer um compêndio de títulos. Procurei ir mais fundo, enfocando os filmes que tiveram importância histórica.”
Tom of Finland XXL “Tom of Finland XXL” (edição trilíngue: inglês, francês e alemão) traz mais de mil imagens, que abrangem seis décadas da carreira do artista finlandês, cujo nome real era Touko Laaksonen (1920-1991), gênio dos desenhos homoeróticos.
The Big Penis Book Segundo pesquisas, menos de 2% da população mundial masculina possui mais de 20cm de dote, e, para analisar os diferentes “tipos” e “tamanhos” o livro trás mais de 400 fotografias históricas dos anos 70, data em que houve uma verdadeira revolução sexual.
Cultura DVD
top5
2# Les Amours Imaginaires
Les Amours Imaginaires se centra num triângulo amoroso entre dois inseparáveis amigos, Francis (Xavier Dolan) e Marie (Monia Chokri), que se encontram apaixonados pelo enigmático e segundo os protagonistas, um “adónis”, Nico (Niels Schneider).
3# Contracorrente
Dois irmãos que moram com o pai em uma cidade no sul dos Estados Unidos. A chegada do tio deles e ex-presidiário, muda completamente a vida de todos.
4# De Repente California
O jovem Zach foi obrigado a abandonar seus sonhos de estudar numa escola de artes para poder ajudar sua família. Ele passa os dias trabalhando num emprego sem perspectivas e ajudando sua irmã carente a cuidar de seu filho. A trama retrata obstáculos da difícil vida do jovem, tendo a Califórnia como cenário.
1# Kaboom Rotina de Smith (Thomas Dekker) no dormitório da universidade: sair com a sarcástica amiga artista Stella (Haley Bennett), dar uns amassos na bela e liberal London (Chris Zylka), paquerar seu bonito e bobo colega de quarto Thor. Mas tudo vira de cabeça para baixo depois de uma fatídica noite.
5# Tomboy
Laure (Zoé Héran) é uma garota de dez anos que sofre dificuldades no relacionamento com seus pais. Quando a família se muda para uma nova vizinhança nos subúrbios de Paris, ela subitamente decide se vestir como um garoto e faz amizades com os meninos.
TEATRO
Priscilla - Rainha do Deserto As drag queens Anthony (Hugo Weaving) e Adam (Guy Pearce) e a transexual Bernadette (Terence Stamp) são contratadas para realizar um show em Alice Springs, uma cidade remota localizada no deserto australiano. Eles partem de Sydney a bordo de Priscilla, um ônibus, tendo a companhia de Bob (Bill Hunter). Só que no caminho eles descobrem que quem os contratou foi a esposa de Anthony.
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Artigo
iversidade
sexual
Sociólogo, atualmente ocupando a Assessoria Especial para Diversidade Sexual do Governo do Estado de Pernambuco.
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Falar em diversidade sexual é primeiramente repensar novos paradigmas culturais, uma vez que temos impregnado em nosso ser valores que nossos pais receberam de seus antepassados e nos repassaram. Neste valores o diferente sempre foi visto com maus olhos, como errado, pois não fomos educados para respeitar as diferenças mas sim para sermos padronizados, para seguirmos a heteronormatividade. A sexualidade faz parte da vida das pessoas desde que o mundo é mundo. Hoje as formas de expressão da diversidade sexual é que são novas, as pessoas estão tornando o assunto mais público do que antigamente e dando abertura para que se tenha exposição e reflexão. A realidade social tem mudado de modo que o Movimento Homossexual veio nesses anos todos conquistando espaço, mostrando a cara e dizendo: “Nós temos direito de ser diferentes
“Uma das melhores maneiras de dar um sentido à vida, é procurar deixar o mundo um pouco melhor do que nós o encontramos” (Sol Gordon)
e de expressar essa diferença. Nós merecemos ser respeitados porque ninguém é obrigado a aceitar o jeito de ser do outro, mas temos que ter um mínimo de respeito pelo/a outro/a”. Hoje não há mais como negar nem camuflar a existência de um novo modelo familiar composto por dois homens ou duas mulheres e a lei precisa estar aberta para as novas formas de constituição familiar. Mesmo sem amparo legal é cada vez maior o número de homossexuais que vêm conseguindo na justiça a equiparação de seus direitos aos dos héteros. Mas as vitórias na justiça não
podem ser confundidas com direitos iguais porque essas conquistas foram a duras penas, não foram dadas automaticamente como para os héteros) mas foram frutos de batalhas constantes: na justiça, nas escolas, nos bairros, e também na família. É difícil afirmar com precisão a porcentagem da população brasileira que é favorável ou não à união civil entre pessoas do mesmo sexo por falta de pesquisas específicas. Alguns levantamentos de opinião nos fazem crer que a homofobia ainda é muito forte – e a realidade não diz o contrário – na sociedade brasileira. E para entendermos quais são os valores morais que fundamentam essa rejeição é preciso centrar o olhar sobre a mais comum de suas origens: a religião. Todas as grandes religiões monoteístas (Islamismo, Judaísmo, Cristianismo) rejeitam o homossexual. Por Rildo Veras
que reine a paz, acabem as fronteiras n贸s
somos
um
poeme-se