Revista PE – Projetos Esportivos

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EDIÇÃO 246 - MAR / 2015 ISSN 01041789 00246

R$9,95

ENTREVISTA Medalhista de ouro nos Jogos Olímpicos de 2008, Maurren Maggi anuncia sua aposentadoria

BADMINTON Pablo Schoeffel criou o projeto do Centro de Educação Superior do Alto Vale do Itajaí

GINÁSTICA Diego Hypolito participou da inauguração do Centro de ginástica Marcel Francisco do Santos

TÊNIS O carioca Alexandre Borges, ao lado da sua esposa Paula, comanda o programa ˜Tênis na Lagoa˜

Rugby para

todos

O instituto ensina a técnica do esporte a crianças de um bairro pobre de São Paulo




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CURIOSIDADES Crise Política e Olimpíadas Olimpíada Indígena

8 67 PERFIL E PROJETOS

Diego Hypolito

Pablo Schoeffel

Alexandre Borges

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ENTREVISTA OLÍMPICA Maurren Maggi

EM DIA COM 2016

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Voluntários Olimpíadas e Paraolimpíadas 2016 Preço dos Ingressos Mascotes para 2016

PROJETO DA SEMANA Rugby para Todos

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DIRETO NO GOL Escola de Futebol Indianópoçis


É SOBRE ESPORTES Primeira edição especial das Olimpíadas RIO-2016 Depois de muito choro e drama, chegamos e colocamos na mesa uma nova revista feita em parceira com o Projeto Generosidade que vai fazer você, esportista de plantão, se emocionar, pois aqui o assunto não é só esporte, é generosidade. Nessa revista os assuntos foram feitos pra deixar seu coração aquecido e seu dia mais alegre. Falamos sobre projetos sociais. Por meio de entrevistas, contamos um pouco da história de cada alma caridosa que através do esporte semeia o lado bom da vida, e mostra às crianças e jovens, outras oportunidades. E já para começar com tudo, esta é a edição especial Olimpíadas 2016, que traz com muito carinho projetos sociais e curiosidades relacionados às modalidades olímpicas de 2016. Esperamos que você goste e nos dê apoio para continuar com esse projeto editorial que pretende despertar o interesse, a generosidade e a compaixão.

5 RIO MA SU

PE ante PE Não se deixe levar pelas aparências! Ainda estudantes do 3º semestre do IED, mas garantindo um trabalho com todos os pixels nos lugares certos, nós, Sofia Colautti e Stephan Hannes, damos a você as boas vindas às nossas páginas feitas com muito esmero. Percam-se entre as formas e divirtam-se pelas cores de nossa revista.

PE - 26 de março de 2015

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E DAD

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Crise Política e Olimpíadas População insegura com os preparativos para 2016 Os organizadores dos Jogos Olímpicos do Rio 2016 estudam qual evento organizar para esquentar o ambiente olímpico, em Abril, quando faltarão somente 500 dias para o início dos primeiros Jogos realizados na América Latina. A atmosfera é completamente diferente da de um ano atrás, ao ponto do vice-presidente do Comitê Olímpico Internacional John Coates

(que há um ano falou dramaticamente sobre os “piores” preparativos da história) referir-se na última semana de Fevereiro, ao “grande progresso” feito pelo Comitê Organizador e, ao “relaxamento” pessoal que sentia. A insegurança da população continua, mas o Rio já demonstrou na Copa do Mundo de 2014 que sabe como “blindar-se” para não estragar uma bela festa.

Olimpíada Indígena Antes do Rio-2016, os povos indígenas terão sua olimpíada Palmas, capital do Tocantins, vai sediar em Setembro a primeira edição dos Jogos Mundiais Indígenas, com etnias de 30 países ao redor do mundo. Provas de natação realizadas no rio em vez de piscina; o atletismo disputado em pista de terra em vez de piso emborrachado; o equipamento do arco e flecha é rústico, tradicional. E o ponto alto da competição é a corrida de tora. Enquanto espera pelos Jogos do Rio, em 2016, o Brasil receberá, de 18 a 27 de setembro deste ano, uma olimpíada curiosa e interessante: os Jogos Mundiais Indígenas, que acontecerão na cidade de Palmas, capital do Tocantins. Será a primeira edição dos Jogos, que reunirão representantes de 30 países e cerca de 2.200 atletas. O Brasil terá 24 etnias na disputa. Por enquanto, estão asseguradas provas em 11 modalidades - tiro com arco e flecha, arremesso de lança, cabo de força, corrida de velocidade rústica (100m), canoagem rústica tradicional, corrida de tora, lutas corporais, xikunahati (espécie de futebol em que o toque na bola só pode ser dado com a cabeça), futebol, atletismo e natação (travessia), mas o Congresso Técnico a ser realizado em Abril ou maio poderá aumentar o número de categorias. 05

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TIRO AO ALVO O arco e flecha é disputado com equipamentos que os índios usam no dia a dia

WANESSA JUZZ/DIVULGAÇÃO (COPA INDÍGENA) - CHRIS PABLO (PABLO SCHOEFFEL)


Perfil projetos Pablo Schoeffel Coordenador do projeto de badminton Pablo Schoeffel, juntamente com o outro coordenador do projeto Osvaldo André Furlaneto Rodrigues e apoiado pelos docentes Fabrícia Perfoll e Djonatas Voltolini resolvemos criar o projeto de extensão de badminton do Centro de Educação Superior do Alto Vale do Itajaí (Ceavi), da Universidade do Estado de Santa Catarina em Ibirama no segundo semestre de 2011.

- Pablo Schoeffel - 38 anos CIDADE - Blumenal - SC PROFISSÃO - Professor de Engenharia de Software PARTICIPAÇÃO NO PROJETO - Coordenador NOME

IDADE

BADMINTON NO ALTO DO VALE DO ITAJAÍ

Qual a finalidade do projeto? Despertar na comunidade de nove municípios da região o gosto e o interesse pela prática do esporte, que integra os Jogos Olímpicos desde 1992. O projeto já capacitou 44 professores de Educação Física dos nove municípios que integram a Secretaria Regional de Desenvolvimento de Ibirama, o que representa praticamente a totalidade dos profissionais da região. Quantos alunos participam dele? A prática do badminton é centralizada na Escola Municipal Caminho da Estação, em Ibirama, e é voltada para crianças a partir dos sete anos. Atualmente 90 alunos praticam regularmente o badminton, outros 350 executam a modalidade nas aulas e 1.760 já passaram pelo projeto.

Os coordenadores do projeto querem agora desenvolver um software para avaliações físicas de quem pratica o badminton, principalmente para medir o grau de rendimento do atleta. WANESSA JUZZ (1)

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IL & PERF ETOS PROJ

Diego Hypolito

GINÁSTICA MARCEL FRANCISCO DO SANTOS É um novo centro de ginástica artística ao redor do qual se observa uma das comunidades mais carentes de São Bernado do Campo cujo rendimento médio mensal da população era de R$ 922 em 2010.

Criador de um centro de ginástica comunitário em São Bernardo do Campo

Depois da conquista de duas medalhas de ouro na etapa de Medellín, na Colômbia, da Copa do Mundo de ginástica artística, Diego participou da inauguração oficial do Centro de ginástica Marcel Francisco do Santos e disse não ser “dono” de lá. “Por ter sido comprada com dinheiro público, essa aparelhagem é do povo, não é só nossa. O objetivo é que também seja usada por crianças (a partir de 2015) no desenvolvimento do esporte”, afirmou. Onde fica esse projeto? O centro de ginásticafaz parte do polo esportivo construído no antigo Volkswagen Clube, área que divide com o de atletismo e com o de handebol, que será inaugurado em março de 2015. É fruto de uma parceria entre o município, o governo federal e a Confederação Brasileira de Ginástica. A prefeitura investiu cerca de R$ 1,25 milhão na reforma e adaptação do local. O que irá ser feito no futuro para a expansão do centro de ginástica? Por enquanto, o centro de São Bernardo do Campo está completo para os homens, mas não conta com todos os aparelhos da ginástica feminina. Os investimentos necessários gerais, para todos os centros, em aparelhagem são de aproximadamente R$ 7 milhões. - Diego Hypolito - 29 anos CIDADE - Santo André - SP PROFISSÃO - Ginasta artístico PARTICIPAÇÃO NO PROJETO - Criador NOME

IDADE

MARCELO DIAZ/DIVULGAÇÃO (DIEGO HYPOLITO)


- Alexandre Borges - 44 anos CIDADE - Rio de Janeiro - RJ PROFISSÃO - Professor de Tênis PARTICIPAÇÃO NO PROJETO - Criador NOME

Alexandre Borges

IDADE

Coordenador de boleiros no Rio Open 2015 abre um projeto em comunidade carente Alexandre Borges, responsável por coordenar toda a equipe de boleiros no Rio Open 2015. Ao lado da esposa Paula, o carioca comanda o programa “Tênis na Lagoa”, que ensina a modalidade para crianças de comunidades carentes (e quem mais estiver interessado em aprender). Quem teve a ideia de criar o projeto? Tudo começou em 2004. Eu promovia “aulões” gratuitos de tênis e a molecada sempre vinha me perguntar quando teria outra. Resolvi tirar meu sonho do papel. Começamos com 60 alunos por aula. Hoje, são mais de 200. Já passaram mais de 1700 crianças e jovens pelas nossas mãos, vindos de comunidades como Rocinha, Vidigal, Cantagalo, Rio das Pedras e etc. Mas não queremos parar por aí, vamos continuar expandido o projeto para o maior número de crianças possível nos próximos anos. Qual é o objetivo do projeto? Mesmo que muitos garotos não se transformem em atletas, eles vão

HIGOR VALENTE/DIVULGAÇÃO (TÊNIS NA LAGOA)

realmente abrindo os horizontes treinando aqui. O esporte ocupa a vida deles, diverte e afasta eles de atividades erradas. Esse é o meu principal objetivo aqui no projeto: formar cidadãos, pessoas boas, de caráter. Nada melhor do que o esporte para alcançar isso. Quem financia o Tênis na Lagoa? Não temos patrocínio, tiro tudo o que preciso para levar o projeto em frente do próprio bolso, além de parcerias pontuais. Após 7 meses tentando, consegui o apoio da Prefeitura do Rio de Janeiro, que cedeu as quadras do bairro da Lagoa para a realização das aulas. Embora eu goste de ‘resolver as coisas sozinho’, lamento a falta de apoio. A carência de recursos, porém, não impediu que o projeto social formasse tenistas de ponta. Isaías, número 50 do Brasil, e Tamara, 40, são dois jovens oriundos do Tênis na Lagoa. Ambos vêm subindo no ranking nacional, alcançando semifinais e finais de torneios mega importantes no circuito brasileiro.

TÊNIS NA LAGOA O Projeto Tênis na Lagoa começou em 2004, hoje atua em comunidades carentes do Rio de Janeiro e tem o objetivo de promover o desenvolvimento de crianças e adolescentes por meio da prática do tênis e outros esportes.

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ENTREVIST OLIMPICA A

MAURREN

MAGGI NÃO PARTICIPARÁ DO RIO-2016 Maurren Maggi pede apoio ao esporte na preparação do Brasil para Olimpíadas de 2016

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Medalhista de ouro nos Jogos Olímpicos de Pequim-2008, Maurren Maggi anunciou neste domingo sua aposentadoria do atletismo. A saltadora revelou, durante programa da TV Globo, que 2015 será seu último ano em atividade. Com isso, descartou participar das Olimpíadas do Rio-2016, já que estará trabalhando como comentarista da própria emissora carioca. “Como todo mundo sabe, não tem como fazer tudo com qualidade. Tudo tem seu tempo. Então, esse é o último ano da minha carreira, vou fazer com qualidade o Time de Ouro. Acho que merecemos ter uma Olimpíada decente, brilhante. E esse ano é o último meu, e ano que vem é só a Rede Globo”, comentou, durante o programa “Esporte Espetacular” em janeiro desse ano. Apesar do anúncio, a saltadora, natural de São Carlos-SP, assinou contrato com o São Paulo e defenderá o clube no Troféu Brasil de Atletismo, que será realizado entre 14 e 17 de março em São Bernardo do Cam-

WANESSA JUZZ/DIVULGAÇÃO (MAURREN MAGGI)


“COMO TODO MUNDO SABE, NÃO TEM COMO FAZER TUDO COM QUALIDADE. TUDO TEM SEU TEMPO. ACHO QUE MERECEMOS TER UMA OLIMPÍADA DECENTE, BRILHANTE” APOSENTADORIA Maurren Maggi anuncia sua aposentadoria e não disputará Jogos do Rio

po, na grande São Paulo. Em julho, Maurren tentará o tetracampeonato dos Jogos Pan-Americanos em Toronto, no Canadá. Se quiser uma vaga no Mundial de Atletismo de Pequim, na China, que acontece em agosto, a brasileira terá de saltar pelo menos 6,70m.

Copa do Mundo e Olimpíadas Em Pequim-2008, a atleta conquistou a medalha de ouro com um salto de 7,04m de distância. A paulista é recordista brasileira e sul-americana, com 7,26m, e foi campeã nos Pans dos anos 1999, 2007 e 2011. Maurren Maggi pediu durante o lançamento da 3ª Conferência Nacional do Esporte, no Palácio Itamaraty, mais apoio aos esportes olímpicos para que todos os atletas brasileiros possam brilhar nos Jogos de 2016. “Em 2014, tivemos a Copa do Mundo e este é o país do futebol. Como atleta amadora que conquistou uma medalha olímpica inédita para o Brasil, espero que tenhamos um pouco de sensibilidade para tratar dos outros esportes depois da Copa do Mundo, quando teremos um ano de preparação para uma Olimpíada, que será um grande marco na nossa história”, disse a atleta paulista. Além de Maurren Maggi, estiveram no evento outros atletas e ex-atletas de diversas modalidades olímpicas e paraolímpicas. Com o tema Plano Decenal do Esporte e Lazer - 10 pontos em 10 anos para projetar o Brasil entre os 10 mais, a Conferência Nacional do Esporte será realizada de 3 a 6 de Junho, em Brasília, DF. A conferência servirá para formular um plano para o esporte brasileiro para o período 2010-2020. Antes da etapa nacional, haverá reuniões preparatórias nos municípios e estados. “A ideia de um plano decenal para o esporte brasileiro é decisiva para que logo possamos

transformar o país numa potência esportiva”, destacou o ministro do Esporte, Orlando Silva, na conferência. Entre as proposições que o Ministério do Esporte vai apresentar à Conferência Nacional está a de apresentar ao Congresso Nacional uma emenda constitucional para destinar 1% dos orçamentos da União, dos Estados e dos municípios à pasta para aplicação nas diversas modalidades, desde o esporte de alto rendimento e à formação de atletas em geral para o Brasil.

Medalhas

conquistadas

Quantas medalhas! 1999-2011 JOGOS OLÍMPICOS

JOGOS PAN-AMERICANOS

2008

2011

CAMPEONATOS MUNDIAIS

UNIVERSÍADA

2008

2001

2003

2007

2001

1999

1999

1999

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PROJETO DA SEMANA

da e ida as cu ianรง anos a r E m e c 17 AD ra e ID prog รฃo d e 8 O maรง entr r s fo en jov

GETTYIMAGES (RUGBY)


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PROJETO DA SEMANA

CRESCIMENTO Ao longo dos últimos 10 anos, mais de 5 mil crianças passaram pelo instituto

“Pude contar com a boa vontade de muita gente desde o começo.” Assim nasceu o Instituto Rugby Para Todos, criado em 2004 com o objetivo de ensinar a um público que nem sequer sabia como pronunciar o nome do esporte. Hoje, o propósito do programa é cuidar da formação de 250 crianças e jovens entre 8 e 17 anos, todos moradores de Paraisópolis. Ao longo dos últimos dez anos, mais de 5 mil crianças passaram pelo instituto. Ele oferece, além dos treinos e desenvolvimento técnico, apoio pedagógico e reforço escolar. O projeto também começa a ganhar fôlego no Rio de Janeiro, em parceria com clubes. Cento e cinquenta crianças de comunidades atendidas pelo programa praticam o rúgbi na areia da praia. “O esporte pode ser algo transformador. Eles ganham conhecimento fazendo uma atividade de que gostam”, afirma Draghi. Os meninos e as meninas que participam do programa têm atividades três vezes por semana. Duas delas no campo Palmeirinha, aquele mesmo vis17

PE - Março 2015

itado por Draghi em 2004, no coração de Paraisópolis. Lá, aprendem a prática do rúgbi com jogadores e ex-jogadores, que trabalham como voluntários. O terceiro dia de atividades é dedicado ao atendimento dos 20 profissionais contratados, entre pedagogos, psicólogos e nutricionistas. Eles observam as dificuldades dos garotos na escola e na família. Há diversas outras ações para estimular a formação dos meninos. Uma das mais populares é a Lojinha Rugby Para Todos. Ela funciona assim: os alunos ganham fichas de acordo com

seu desempenho pessoal ao longo do ano. As metas baseadas nos valores do esporte, como amizade, respeito, disciplina e cooperação, são estipuladas pelo pessoal do instituto. Se bater a meta, o aluno ganha fichas, posteriormente trocadas por produtos na lojinha. Dá para comprar brinquedos, roupas, bolsas, livros – arrecadados pelo instituto ao longo do ano. Para os jovens a partir dos 15 anos, os cuidados vão além da escola. A preocupação passa a ser também com a profissão e a entrada no mercado de

JANINE MARCEL/DIVULGAÇÃO - GETTYIMAGES(RUGBY) - IAN TREVOR/DIVULGAÇÃO


parceria com o Unicef, num projeto chamado Raízes do Futuro. Ele ajuda o jovem a desenvolver suas competências e a achar um emprego. “Os garotos formados no projeto podem sonhar”, diz Draghi. “Muitos conquistaram seu espaço não só no esporte, mas na vida.” O rúgbi é o segundo esporte mais praticado no planeta, atrás apenas do futebol. Como o berço do rúgbi é a Inglaterra, que formou a primeira liga do esporte em 1871, países de colonização britânica lideram o ranking mundial: Nova Zelândia, África do Sul e Austrália. No Brasil, há mais de 10 mil atletas registrados, jogando em 150 clubes, em 22 Estados. É o esporte coletivo que mais cresce em número de praticantes no Brasil. A seleção nunca participou de uma Copa do Mundo. Em 2016, no Rio de Janeiro, irão pela primeira vez a uma Olimpíada. Em Paraisópolis, há dois times, os Leões e as Leoas. As meninas, 25% do grupo, foram campeãs brasileiras na categoria sub-18. E os meninos integram as categorias de base do Pasteur Athletic Club. “Nossa missão é devolver para eles o retorno pessoal que tive com esse esporte”, diz Draghi.

Crescendo

Rugby com o

As crianças do projeto precisam aprender a jogar o rugby. A base de todos os esportes é a marcação de pontos. Abaixo estão os quatro modos básicos de pontuação do rugby

TRY

ESTUDO Um dos dias de atividades é dedicado ao atendimento dos 20 profissionais contratados, entre pedagogos, psicólogos e nutricionistas. Eles observam as dificuldades dos garotos na escola e na família.

LOJINHA Os alunos ganham fichas de acordo com seu desempenho pessoal ao longo do ano. As metas baseadas nos valores do esporte, como amizade, respeito, disciplina e cooperação, são estipuladas pelo pessoal do instituto. Se bater a meta, o aluno ganha fichas, posteriormente trocadas por produtos na lojinha. Dá para comprar brinquedos, roupas, bolsas e livros.

DROP GOAL

Quando o jogador consegue apoiar a bola no chão dentro do chamado in-goal (área de validação), isto é, atrás da linha das traves (do gol).

Em qualquer momento se pode fazer um chute a gol. A bola deve passar sobre a trave horizontal e entre as traves verticais.

Vale 5 pontos

Vale 5 pontos

CONVERSÃO

PENAL

Após um try, a equipe que pontuou tem direito a um chute a gol. A bola deve passar sobre a trave horizontal e entre as traves verticais.

Faltas graves podem ser punidas com um chute de penalidade. A bola deve passar sobre a trave horizontal e entre as traves verticais.

Vale 2 pontos

Vale 3 pontos


EM DIA COM 2016

Preço dos Ingressos Irão sobrar ingressos para alguns dias?

Voluntários Olimpíadas e Paraolimpíadas 2016 Seja um voluntário, receba o treinamento e ajude o país a ter uma ótima Olimpíada No programa de voluntariado dos Jogos Olímpicos Rio 2016, há oportunidades para mais de 500 funções, em nove áreas: atendimento ao público, esportes, imprensa e comunicação, apoio operacional, produção de cerimônias, protocolo e idiomas, serviços de saúde, tecnologia e transportes. Ao se inscrever, o candidato pode indicar a área que tem mais afinidade, mas ter experiência não é pré-requisito, já que os voluntários selecionados passarão por treinamentos específicos. Os selecionados receberão também um certificado exclusivo de participação.

Mascotes para 2016 Finalmente Vinicius e Tom foram escolhidos Acabou a espera! Vinicius e Tom foram os nomes escolhidos pelo público para batizar os mascotes dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016. Após três semanas de votação popular e 323.327 votos, 44% do público escolheram homenagear os músicos e parceiros Vinicius de Moraes e Tom Jobim. Os outros dois pares de nomes que estavam em votação eram “Oba e Eba” e “Tiba Tuque e Esquindim”. 15

PE - Março 2015

Os ingressos da Olimpíada de 2016 vão custar entre R$ 40 e R$ 4.600. Os valores foram anunciados no dia 19 de Setembro de 2014 pelo Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio2016. A venda é feita por internet e começou em março de 2015. O preço das entradas varia conforme o evento olímpico, a categoria e o dia do ingresso. O bilhete mais barato dará acesso às fases preliminares de competições de modalidades menos populares, como hóquei sobre a grama. Já o ingresso mais caro será o da cerimônia de abertura dos Jogos, que acontecerá no dia 5 de agosto de 2016. O Comitê Rio/2016 também vai seguir o exemplo da Copa do Mundo e realizar uma parte substancial das vendas pela internet. O número de ingressos, porém, será duas vezes superior ao que existia para o Mundial. Na Copa foram vendidos 3,1 milhões de entradas. Mas 11 milhões de pessoas fizeram seus pedidos. Segundo Ferreti, também haverá sorteio para os Jogos Olímpicos. Para a Parolimpíada, serão mais 1,8 milhão de entradas. Perto dos dias de competições pontos de vendas serão instalados para oferecer ingressos durante os próprios dias do evento.

Lugares Vazios A dificuldade para o COB e o COI, porém, será preencher as vagas e arquibancadas para esportes sem grande repercussão no Brasil. E o problema não seria inédito. Em Atenas/2004, na Grécia, os organizadores foram convocados pelo COI para tentar lidar com as imagens de arquibancadas vazias durante algumas competições.

CARLOZ MIND (VOLUNTEER) - SITE OFICIAL RIO-2016 (INGRESSOS) - SITE OFICIAL RIO-2016 (MASCOTES)



TO DIREGOL NO

Escola de Futebol Indianópolis

FUNDAÇÃO A Escola de Indianópolis foi fundada em 1993 por Carlos Roberto Silva, em BH

Iniciativa utiliza o futebol para manter crianças longe dos perigos da rua A Escola de Futebol Indianápolis foi fundada em 1993 por Carlos Roberto Silva, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Carlos via no esporte um meio para lapidar o caráter de crianças e adolescentes. “Hoje, o que a sociedade mais precisa é da boa utilização dos esportes para que haja uma qualidade de vida melhor”, diz Carlos. Há 20 anos, a escola de futebol coopera para que crianças e adolescentes, de 6 a 15 anos, tenham oportunidades de crescimento físico e psicológico saudáveis. Com o histórico do Brasil no futebol, revelando craques mundialmente reconhecidos, a escola enfatiza a busca de talentos, principalmente na periferia. A escola trabalha para, através da prática do esporte, tornar os jovens cidadãos de bem, mantendo-os longe das ruas. Quase três mil alunos passaram pela

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PE - Março 2015

“O RESULTADO DESSE TRABALHO FOI EXPOSTO EM UM ENCONTRO CIENTÍFICO NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA”

escola até o momento. Já foram revelados 26 atletas para o futebol profissional. A escola já conquistou 16 títulos estaduais no últimos anos. Através de um grupo no Facebook, a escola divulga resultados, se comunica com os alunos e pais, publica fotos, etc. Carlos conta com o apoio de sua esposa, Nilde, que ajuda na escola e “faz o papel mais importante, o de ‘mãe’ dos alunos, a que dá o carinho e procura compreender a situação de cada um deles, principalmente dos que os pais são separados, ou não têm a figura da mãe presente”, comenta Carlos. A Escola de Futebol Indianápolis está em busca de parcerias para reformara estrutura do local, investir em materiais esportivos e em mais profissionais qualificados para uma melhor organização da escola.

SOFIA COLAUTTI (ILUSTRAÇÃO)




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