Número 4
iefpinformacao@gmail.com
“Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar.”
abril / 2016
Esopo
EQUIPA TEMA: Reflexões sobre a formação Rui Valente
Isabel Gonçalves
Mónica Trindade
Emília Moreira
Aline Rodrigues
Editorial
3
Agenda Formativa
4
Notícias
6
Vamos falar de…
9
Práticas
19
Nós
24
Ecos
31
Recortes
39
Investigação
45
Tecnologia
53
Saber Mais
54
Mário Coelho
Marta Venâncio Marco Bento
Filipe Castro
Sónia Coelho
Revista: IEFPinformação Número: 4 - abril de 2016 Grafismo e Edição: Marco Bento Filipe Castro Sónia Coelho
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Centro de Emprego e Formação Profissional do Porto Rua Peso da Régua – Bairro do Cerco 4300-409 PORTO Telefone: 225377053 / Fax: 225101018 Email Revista: iefpinformacao@gmail.com / CEFPPorto: cfp.porto@iefp.pt N.º 4
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Reflexões sobre a formação…
No numero 4 do IEFPinformação pretendo dedicar este espaço à divulgação de pequenos (grandes) projetos de promoção de formação e empregabilidade em que temos estado envolvidos! São projetos que se dirigem a população mais desfavorecida e socialmente excluída, com características muito particulares, para as quais, em regra, as “soluções convencionais” em pouco ou nada resultam. E, por isso, têm que ser pensados e aplicados modelos diferenciados suportados em abordagens inovadoras, nem sempre compatíveis com os cânones instituídos. Um destes projetos prende-se com a promoção da empregabilidade das pessoas sem abrigo. Tem enquadramento numa parceria que envolve várias organizações (publicas e privadas) designada Plataforma + Emprego, e que por sua vez integra um partenariado mais alargado sustentado na Estratégia Nacional para a Integração das Pessoas sem Abrigo. Para o CEFP Porto o grande desafio foi a construção de um programa experiencial de formação e capacitação para pessoas sem abrigo, que permitisse dotar aquelas pessoas de algumas competências técnicas, mas acima de tudo competências comportamentais ajustadas ao que é exigível no mercado de trabalho. Os resultados deste programa foram apresentados no passado dia 2 de dezembro no Seminário “Vida Ativa ao Serviço das Pessoas Sem Abrigo”, e o sucesso alcançado foi suficiente para lançar as bases do seu aprofundamento e aperfeiçoamento, estando já programada nova e mais alargada edição em 2016.
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Rui Valente Diretor do CEFPP-IEFP Noutra dimensão, não menos preocupante sobre o ponto de vista social e geracional, encontramos um numero muito significativo de jovens NEET, para os quais os modelos convencionais de educação e formação estão, em grande medida, esgotados. Neste âmbito o CEFP Porto tem vindo a apoiar e participar em dois projetos formativos inovadores: o projeto Arco Maior no Porto e o projeto da Escola de Segundas Oportunidades de Matosinhos. Diferenciados nos seus modelos experienciais, os projetos têm em comum a inovação na abordagem a estes jovens, adotando uma maior flexibilidade curricular e metodológica capaz de induzir a sua ressocialização. Fruto destas iniciativas um grupo de trabalho que integrou representantes da Escola de Segunda Oportunidade de Matosinhos, Escola Superior de Educação do Porto, Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da UP, Instituto de Sociologia da UP e Universidade Católica, produziu um documento preliminar que constitui a proposta de "Estratégia Nacional para a Redução do Abandono Precoce da Educação Formação" e que foi apresentada publicamente, no passado dia 16 de março. Importa, assim, sublinhar a relevância destes projetos experienciais, muitos deles de base local e regional, na promoção de abordagens inovadoras e de sucesso.
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Formação Profissional com Certificação Escolar e Profissional - Aprendizagem
Os cursos de Aprendizagem são cursos de formação profissional inicial, em alternância, dirigidos a jovens, privilegiando a sua inserção no mercado de trabalho e permitindo o prosseguimento de estudos. DESTINATÁRIOS: Candidatos ao primeiro emprego (preferencialmente) e desempregados (m/f) com Idades compreendidas entre 15 e 24 anos CONDIÇÕES DE ACESSO: Habilitações escolares: 9º ano de escolaridade CERTIFICAÇÃO: Certificado de Qualificações / Equivalência escolar ao 12º ano de escolaridade DESIGNAÇÃO
INÍCIO
LOCAL
DE REALIZAÇÃO
TÉCNICO(A) DE MECATRÓNICA AUTOMÓVEL
MAIO
Serviço Formação - Cerco
TÉCNICO(A) DE MECATRÓNICA AUTOMÓVEL
MAIO
Serviço Formação - Cerco
TÉCNICO(A) AUXILIAR DE SAÚDE
MAIO
Serviço Formação - Cerco
TÉCNICO(A) DE MECATRÓNICA INDUSTRIAL
MAIO
Serviço Formação - Cerco
TÉCNICO(A) DE MECATRÓNICA INDUSTRIAL
MAIO
Serviço Formação - Cerco
TÉCNICO(A) DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
JUNHO
Serviço Formação - Cerco
TÉCNICO DE ELETRÓNICA E TELECOMUNICAÇÕES
SETEMBRO
Serviço Formação - Cerco
TÉCNICO DE INSTALÇÕES ELÉTRICAS
SETEMBRO
Serviço Formação - Cerco
TÉCNICO DE ESTÉTICA COSMETOLOGIA
SETEMBRO
Serviço Formação - Cerco
As datas podem ser alteradas por motivo de planeamento e organização da formação. Para qualquer esclarecimento contactar o Centro de Emprego da área de residência ou:
Centro de Emprego e Formação Profissional do Porto
Serviço de Formação (CERCO) Rua Peso da Régua, S/N, Telefone: 225377053/4/5 Email: sfp.porto@iefp.pt Serviço de Formação (CIRÍACO) Rua Ciríaco Cardoso 180 Telefone: 226168100 Email: sfp.porto@iefp.pt Serviço de Emprego Rua Guedes de Azevedo, 212 Telefone: 222003353
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Formação Profissional com Certificação Escolar e Profissional - EFA
Os cursos de Educação e Formação para Adultos (EFA) visam elevar os níveis de habilitação escolar e profissional da população portuguesa adulta, através de uma oferta integrada de educação e formação que potencie as suas condições de empregabilidade e certifique as competências adquiridas ao longo da vida. DESTINATÁRIOS: Candidatos empregados, em risco de desemprego ou desempregados (m/f) com Idade igual ou superior a 18 anos ou 23 anos CONDIÇÕES DE ACESSO: Habilitações escolares: inferiores ao 4º, 6º ou 9º ano de escolaridade / Condições específicas exigidas para a respetiva saída profissional CERTIFICAÇÃO: Certificado de Qualificações / Equivalência escolar ao 6º, 9º ou 12º ano de escolaridade INÍCIO
TIPOLOGIA
CONDIÇÕES DE ACESSO
LOCAL DE REALIZAÇÃO
CARPINTEIRO DE LIMPOS
ABRIL
B2
18 anos; 4º ano
18 anos; 4º ano
OPERADOR JARDINAGEM
MAIO
B2
18 anos; 4º ano
18 anos; 4º ano
PINTOR(A) DE CONSTRUÇÃO CIVIL
JUNHO
B2
18 anos; 4º ano
18 anos; 4º ano
CANALIZAÇÕES
ABRIL
B3
18 anos; 6º ano
18 anos; 6º ano
OPERADOR DE LOGÍSTICA
ABRIL
B3
18 anos; 6º ano
18 anos; 6º ano
ELETRICISTA DE INSTALAÇÕES
MAIO
B3
18 anos; 6º ano
18 anos; 6º ano
REPARADOR CARROÇARIAS
MAIO
B3
18 anos; 6º ano
18 anos; 6º ano
ELETRICISTA DE INSTALAÇÕES
MAIO
PRO
18 anos; 9º ano
18 anos; 9º ano
PINTOR VEÍCULOS
MAIO
PRO
18 anos; 9º ano
18 anos; 9º ano
CABELEIRIERO UNISSEXO
ABRIL
PRO
18 anos; 9º ano
18 anos; 9º ano
TÉCNICO DE LOGÍSTICA
ABRIL
NS
23 anos; 9º ano
23 anos; 9º ano
TÉCNICO MECATRÓNICA AUTOMÓVEL
MAIO
NS
23 anos; 9º ano
23 anos; 9º ano
TECNICO DE CONTABILIDADE
MAIO
NS
23 anos; 9º ano
23 anos; 9º ano
TÉCNICO AUXILIAR SAÚDE
MAIO
NS
23 anos; 9º ano
23 anos; 9º ano
DESIGNAÇÃO
As datas podem ser alteradas por motivo de planeamento e organização da formação. Para qualquer esclarecimento contactar o Centro de Emprego da área de residência ou: Serviço de Formação (CERCO) Rua Peso da Régua, S/N, Telefone: 225377053/4/5 Email: sfp.porto@iefp.pt Serviço de Formação (CIRÍACO) Centro de Emprego e Formação Profissional Rua Ciríaco Cardoso 180 do Porto Telefone: 226168100 Email: sfp.porto@iefp.pt Serviço de Emprego Rua Guedes de Azevedo, 212 Telefone: 222003353
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Campeonato Nacional das Profissões/2016
O Campeonato Nacional das Profissões realiza-se de dois em dois anos e destinam-se a jovens com idades compreendidas entre os 18 e os 25 anos que se encontram a desempenhar uma profissão ou ainda em formação. Visa-se com esta competição estimular os jovens para a obtenção de uma qualificação profissional, desenvolver o gosto pelo trabalho e pela aprendizagem ao longo da vida, valorizar socialmente o estatuto das diversas profissões em competição e premiar a excelência e o mérito. Pretende-se, ainda, incrementar e dar a conhecer o nível de desempenho alcançado nas várias modalidades de qualificação profissional através de uma exibição pública da realização de provas práticas. Poderão ser diretamente observados o rigor e domínio individual das técnicas e das ferramentas inerentes a cada profissão e que foram sendo adquiridos e desenvolvidos ao longo do processo de ensinoaprendizagem. As provas são avaliadas de acordo com prescrições técnicas estabelecidas internacionalmente por júris constituídos por peritos altamente qualificados (formadores, profissionais, empresários). A 42ª Edição do Campeonato decorrerá em Coimbra de 22 a 27 de maio, e reúne os classificados com as melhores pontuações na fase de pré-seleção que disputarão entre si o título de campeão nacional em cada profissão. Os campeões da fase nacional candidatam-se a uma participação nos campeonatos Europeu (Gotemburgo, Suécia, 30 de novembro a 4 de dezembro de 2016) e Mundial das Profissões (Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos, 14 a 19 de outubro de 2017).
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Foi neste contexto que tiveram lugar a nível nacional, na semana de 22 a 26 de fevereiro, as provas de préseleção às quais se candidataram vários formandos de ações em curso no Centro de Emprego e Formação Profissional do Porto, nomeadamente nas saídas profissionais de Cabeleireiro, Esteticista, Jardinagem paisagística, Marcenaria, Tecnologia automóvel (Mecatrónica) e Multimédia - Animação/Vídeo, sendo esta ultima uma saída cuja prova é realizada por uma equipa de dois concorrentes.
No dia 22 decorreu a prova de Cabeleireiro. Participaram os formandos Daniel Valinho da Silva, Juliana Marques Costa, ambos do curso de EFA PRO de Cabeleireiro do Serviço de Formação do Porto - Cerco, e Hugo Manuel Ferreira Lapa, do curso EFA B3 de Cabeleireiro que decorre em Vila Nova de Gaia. A prova dividiu-se em duas partes de três horas cada. Na primeira, os formandos tiveram de realizar corte, cor e penteado “avant-garde” de homem. Na segunda parte, a prova de senhora visava a realização de cor e penteado moda em cabelo comprido, apanhado. Os formadores Alcino Monteiro e Fátima Soares constituíram o júri que selecionou o Daniel Valinho da Silva.
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No dia seguinte decorreu a prova de pré-seleção de Esteticista. Candidataram-se quatro formandas Ana Rita Moreira Coelho, Mariana Raquel Cabral Alves e Clara Raquel Martins Ribeiro, que frequentam o 2º período do curso de Aprendizagem de EsteticistaCosmetologista, que decorre nas instalações de Ciríaco Cardoso e Joana Cristina Ferreira da Costa que frequentam também o 2º período do curso de Aprendizagem de Esteticista-Cosmetologista, que decorre nas instalações do Cerco. A prova consistiu em duas tarefas, a reprodução, num modelo vivo, de maquilhagem de fantasia, representada numa fotografia e a realização de manicura de fantasia. De acordo com a avaliação das juradas, Maria Gracinda Taipa e Ana Leonor Sousa, as candidatas estiveram à altura do desafio. A Ana Rita Moreira Coelho foi a que recolheu a melhor classificação, estando assim apurada para o Campeonato Nacional.
À prova de marcenaria apresentou-se apenas um candidato, o Pedro Daniel Moreira Sá, do curso EFA B3 de Marcenaria que decorre no Serviço de Formação do Porto - Cerco. Nesta prova, o candidato teve de seguir as instruções de um plano de modo a construir o banco que vemos representado na fotografia. Apesar da tarefa dos jurados António Pereira e José Macedo ter sido facilitada (só houve um participante), o trabalho do formando não foi, por isso, menos elogiado .
A prova de jardinagem paisagística teve de ser adiada para 29 de fevereiro devido ao mau tempo que se fazia sentir no Porto no dia previsto e que impossibilitou a sua execução. Participaram na prova duas formandas Andreia Silva e Tânia Machado, do curso EFA B3 de Jardinagem e Espaços Verdes que decorre nas instalações da Escola Secundária do Cerco. A Engenheira Paula Andrade, formadora da área da jardinagem foi a jurada desta prova. Ambas as formandas ficaram classificadas para o Campeonato. O rigor patente na tarefa que desenvolveram e que consistia na elaboração de um pequeno jardim composto por diferentes elementos vegetais e de
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decoração, de acordo com um projeto, é reveladora não só do empenho e da motivação de ambas mas, também, da qualidade da formação desenvolvida no Serviço de Formação do Porto
Na saída profissional de Mecatrónica Automóvel foram três os candidatos submetidos à prova de préseleção para o campeonato: André Pereira; Daniel Moreira e Manuel Peixoto. O Júri da prova foi constituído pelos formadores da componente tecnológica dessa área, Fernando Ferreira e Bruno Faria.
A prova incidiu sobre três vertentes da Reparação automóvel: reparação de motores; sistema de direção, suspensão e travagem e diagnóstico de gestão eletrónica, abrangendo conhecimentos quer de mecânica como de eletrónica. O formando Manuel Peixoto obteve a melhor classificação, não tendo, no entanto ficado ainda classificado para o Campeonato, e estando ainda sujeito a uma nova prova regional, que decorrerá na Feira Qualifica, na Exponor, entre 14 e 17 de Abril.
Também os concorrentes com a melhor classificação na saída profissional de Multimédia – Animação/Vídeo, Diogo Macedo e António Ferreira, que concorrem como uma equipa estarão sujeitos a uma prova de igual índole a realizar também na Feira Qualifica. Uma palavra de apreço a todos os participantes das provas de pré-seleção. Apesar de apenas um em cada profissão poder representar o Centro, foram todos igualmente inexcedíveis em dedicação, motivação interior, trabalho e esforço. Participar é, por si só, muito enriquecedor do ponto de vista pessoal e profissional pois aprende-se a lidar com situações novas que mobilizam competências e comportamentos dos quais nem sempre se tem consciência plena. E os candidatos souberam aproveitar.
Maria Aline Rodrigues 8
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Um formador
Relação.com
No âmbito do programa EPIS, foi dinamizada a ação de AUGUSTO CURY
Foi
com este pensamento que cheguei ao IEFP (Porto), ciente que as dificuldades iriam ser muitas, mas que os desafios compensariam a amargura dos dias cinzentos ou o frio do inverno. De facto, a adaptação não foi fácil, mas o inefável apoio de colegas ajudou a clarificar ideias e, com o tempo comecei a adaptar-me à nova realidade. Houve momentos de hesitação, de desânimo, de falta de motivação? Claro que sim e foram muitos, logo compensados por uma palavra amiga dos mesmos e, pelo sorriso carinhoso de muitos formandos/formandas. Mais do que os conteúdos das UFCDs interessava-me ouvir as pessoas, muitas delas com percursos de vida que pareciam não ser possíveis, não por desconfiança, mas porque tendemos a ignorar as realidades que grassam na sociedade ou porque o tempo corre contra nós – deixamos o lado humano, para agirmos em função de números. Neste percurso foi bom assistir ao “crescimento” de alguns formandos, vê-los desanimar e fazê-los resistir, encontrá-los taciturnos e provocar-lhes um sorriso, ouvir as suas angústias e receios e tentar transformá-las em motivações e confiança. Aprendi e também “cresci” com tanta gente boa que tive oportunidade de conhecer. Guardo boas recordações desta experiência, quer ao nível de formandos, quer no que respeita a formadores (colegas). Já tenho saudades daquelas “convocatórias” para reuniões multi ou transdisciplinares, para o café da manhã ou para uma simples pausa. Enfim… tinha tanto para contar que não chegariam as páginas desta Revista para poder exprimir o que sinto ou o que senti. Tentei ensinar, não o bê-à-bá de um simples manual, antes “as mais importantes lições de vida”. Se consegui? Não sei, talvez, mas “formaria”? Sim, “formaria “outra vez!
formação "Relação.com", tendo como objetivo principal promover a reflexão sobre as formas de atuação dos formadores em contextos formativos de aprendizagem problemáticos, nomeadamente as relações interpessoais como fatores de motivação e promotoras da mudança de atitudes dos jovens perante o processo ensino-aprendizagem. Os formadores participantes tiveram oportunidade de desmistificar e desconstruir preconceitos e crenças, debater ideias, partilhar experiências e refletir sobre a nossa atuação enquanto formadores, o que constituiu um verdadeiro enriquecimento com claras implicações na vida quotidiana da formação. Tendo em conta os objetivos propostos e os temas abordados, esta ação foi útil e pertinente para qualquer contexto profissional, mas sobretudo para o contexto formativo em que atuamos diariamente. As dinâmicas de grupo desenvolvidas durante as sessões permitiram uma melhor compreensão das atitudes dos formandos e gerir conflitos de forma mais assertiva em contexto real de formação.
Formadora: Janett Fernandes
Formadora Teresa Ramalho N.º 4
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Ecos da vida de um formador
E
já lá vão 3 anos… Depois de tantas reflexões solicitadas aos formandos e analisadas em PRA, talvez seja o momento de também nós nos debruçarmos com um olhar reflexivo sobre as nossas práticas e experiências enquanto formadores desta casa. Para trás ficam as perguntas e/ou desabafos na sala dos formadores: “ Este computador tem SGFOR? Tenho que fazer os lançamentos das minhas mediações… Onde é que vais dar formação à tarde? Vamos comer um panado lá em baixo? Está cá alguém da equipa de cronogramas? ” Perguntas recorrentes do dia-a-dia de quem “anda a mil” mas que ainda assim consegue encontrar preciosos minutos para partilhar vivências, dúvidas e sorrisos numa equipa que agora vive momentos de incerteza! Uns estão de partida, outros continuarão e para todos fica sempre… saudade! Saudade destes momentos entre colegas, saudades de acordar de manhã e ir trabalhar com vontade, de ensinar e aprender com estes formandos que atualmente já estão a trabalhar nas mais diversas profissões. Nós damos-lhes um pouco de nós e eles agradecem-nos sempre que têm oportunidade sem saberem que já nos retribuem da forma mais gratificante possível pois, com a formação, têm hoje mais qualificações, estão novamente inseridos no mercado de trabalho e principalmente, estão mais felizes! E é bom encontrá-los assim em todo o lado: na residência geriátrica onde tentámos inscrever aquele nosso familiar, na confeitaria mais famosa do centro do Porto, na sala de preparação para o bloco operatório, no gabinete de estética onde fazemos a manicura, na oficina de automóveis onde fazemos a revisão do nosso fiel automóvel, o tal que não nos pode falhar ou não conseguiremos ir para Cinfães de tarde! É ótimo, ainda, visitar locais de formação prática em contexto de trabalho e dizerem-nos que estes formandos (técnicos, assistentes, adultos, jovens) estão muito bem preparados e que vão propor à direção ficar com eles. Independentemente da modalidade que frequentem, o nome IEFP, já é sinal de qualidade na formação e isso enche-nos de orgulho pois sabemos que fazemos parte deste projeto e que contribuímos para o seu sucesso.
Mas também há o cansaço de percorrer centenas de quilómetros por semana, de ter o carro sujo dos almoços em viagem, de não haver tempo…Tempo pensado entre horas de formação e horas não letivas, para momentos de planificação e reflexão sobre as atividades a desenvolver por grupo de recrutamento, para trocas de experiências sobre o que resulta melhor em formação e acima de tudo por não termos acesso à nossa própria avaliação! Com exceção do feedback que vamos tendo dos formandos, não sabemos se estamos a agir de acordo com o que realmente esperam de nós, algo tão importante para podermos melhorar a nossa prática enquanto profissionais. Sabemos também agora, em 2016, o que não sabíamos em 2013: que estarmos aqui significa querer dar continuidade ao trabalho que tem sido desenvolvido, que se prende com os laços criados com todos os elementos desta comunidade, com o à vontade com as plataformas informáticas de gestão da formação e que é o resultado de muitas horas de dedicação e de uma escolha consciente de quem prefere trilhar este caminho em vez do da escola. É por todos estes motivos que, em altura de concursos para o recrutamento de formadores 2016-2018, no qual impera saber a resposta para a pergunta: “o que é o IEFP? Que modalidades e áreas de formação conhece? Pode vir a resposta correta e esperada que consta no portal: “O IEFP é o serviço público de emprego nacional. Tem por missão promover a criação e a qualidade do emprego e combater o desemprego, através da execução de políticas ativas de emprego, nomeadamente de formação profissional”, ou pode simplesmente sair-me a resposta do coração de formadora: O IEFP é um instituto que muda a vida às pessoas… e que, definitivamente, mudou a minha!
Formadora Teresa Veladas 10
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Relações Interpessoais
Parece-me pertinente começar este texto com uma frase que tem servido de mote no desempenho do meu trabalho de docente do primeiro ciclo e formadora de Competências Básicas e Cursos EFA B1 no IEFP. Só com alguma experiência nesta “arte de ensinar” é que pude avalizar como é importante: "Se queres ser meu amigo, cativa-me", comungo a ideia de Antoine de SaintExupéry no conto "O Principezinho", que não é mais do que uma parábola para todos os adultos, e que se revela fundamental nas relações interpessoais. Quando falamos de comunicação e relação interpessoal, no que concerne a vida pessoal e também o campo profissional, é pertinente que cativemos e nos deixemos cativar, que nos descubramos mutuamente, que saibamos escutar para sermos escutados. É a experiência que nos faz olhar para o mundo de forma diferente, é com ela que conseguimos ir corrigindo e ultrapassando os nossos obstáculos. A experiência é um entrar em cena sem nunca termos ensaiado. Logo não se pode comprar a crédito, tem que ser vivida, sem se poder verificar qual das decisões é melhor, porque se vive tudo pela primeira vez e sem preparação prévia. Enquanto lia, ia interiorizando a informação e ia vestindo na pele as minhas atitudes e comportamentos quando comecei este novo trabalho como professora de adultos, num bairro da cidade do Porto. É através da comunicação que transmitimos e recebemos muita informação mas também recebemos através do que os nossos olhos captam ou querem captar. Quando olhei para os meus alunos pela primeira vez confesso que a comunicação se deu através da informação retirada pela exposição física, e fui recolhendo informações. Claro que eu usei a minha categorização e representação social para conhecer os meus alunos. Apesar de ter alunos de faixas etárias diversificadas (o mais novo tem 20 anos e o mais velho 54) tive que ir redimensionando as relações tentando compreendêlos, aceitando as suas diferentes perspetivas, permitindo que cada um de nós se revelasse ao outro. Claro que em todo este processo foi necessário o uso de filtros e disfarces como estratégias de defesa.
Assim, para que nesta dicotomia professor/aluno, haja sempre sucesso, é necessário que os comportamentos sejam avaliados para inferirem da melhor forma possível nas boas relações entre as pessoas. No que concerne à explicação dos nossos comportamentos, aí está sempre a nossa busca incessante sobre o aperfeiçoamento das nossas atitudes e comportamentos. Talvez vivamos sempre com a ideia do eterno retorno, de tentar descobrir onde erramos para não voltarmos a errar, ou voltamos a errar mas erramos de forma diferente. Da mesma maneira que tentamos explicar os nossos comportamentos e atitudes também os outros o fazem. Em suma, é necessário que cedamos e nos tornemos mais tolerantes com os juízos de valores e de comportamentos que fazemos dos outros. Ainda bem que não podemos comprar a experiência a crédito… Sem ela como poderia ter aprendido tanto neste meu dia-a-dia como “Stôra” dos adultos, no IEFP, por onde vagueio e aprendo tantas coisas e tão diferentes das que eu sempre categorizei com padrão, do meu estereótipo social e pessoal? O meu trabalho de formadora é consubstancial com a tarefa socializadora, não se confina ao currículo escolar, não é um fim em si mesmo, é sim uma prática intencional e valorativa. O ponto fulcral neste processo educativo é o que passa entre o professor e o aluno. Contudo, ainda que eu saiba quais as tarefas que tenho de desempenhar, por vezes, basta uma carta enviada pela segurança social para os destabilizar e suscitar algumas dificuldades e instabilidade. Objetivamente o que tenho feito é desconstruir o problema, uma vez que a dita carta foi recebida por todos. Então recorro sempre ao material que me vão trazendo para o desmistificar (uma vez que nem sempre uma carta da segurança social é sinónimo de corte do RSI!), para incitar a aprendizagem. Uma das minhas labutas tem sido assegurar que eles resolvam esse mal-entendido com a segurança social. A última carta era sobre a atualização de dados e a mesma foi aproveitada no processo ensino-aprendizagem. Pareceu-me lógico que fizesse uma aula sobre como escrever uma carta o que resultou numa panóplia bem curiosa.
Formadora Sónia Coelho
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Semana Aberta
De
28 a 30 de Setembro de 2015, realizou-se a Semana Aberta no Centro de Emprego e Formação Profissional do Porto subordinada ao tema, “Inovação e Qualificação”. Os três dias foram profícuos em atividades relacionadas com os diferentes contextos formativos: houve demonstrações de tarefas/competências inerentes a áreas profissionais dos mais diversos setores, painéis temáticos, jornadas de reflexão sobre vários temas, visitas guiadas a todas as secções/oficinas. Pretendeu-se, com esta semana aberta, contribuir para uma maior aproximação do Centro à comunidade em geral e, de uma forma mais esclarecida, dar a conhecer aos jovens e empresários os nossos espaços formativos e a nossa capacidade instalada de resposta em áreas do mercado de trabalho de potencial empregabilidade.
No dia 28 de setembro, após os desejos de boas vindas formulados pelo diretor do Centro, Rui Valente, todos os participantes puderam apreciar e ouvir Paulo Raízes que, além de se dedicar à música popular, se distingue pelo facto de ser também formando no centro de formação profissional do Porto de um curso educação e formação de adultos de técnico de animação e informação turística. Ilustres convidados de instituições, empresas, associações comerciais e empresariais, formadores e formandos puderam assistir de seguida a painéis sobre a estética, beleza e bem-estar num auditório repleto de magia e glamour.
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A convidada Carla Moreira, especialista em SPA, proporcionou uma viagem pelas grandes cadeias turísticas e deu a conhecer à plateia o mercado emergente na área dos cuidados de beleza e bem estar e as potencialidades de negócio/emprego associadas a este tipo de equipamentos integrados em hotéis. O painel constituiu um momento de aprendizagem, já que Carla Moreira trouxe à assistência três tipos de massagens.
Seguiu-se o testemunho de Joaquim Guerra, reconhecido hair stylist da cidade do Porto, que presenteou toda a plateia com o relato do seu percurso profissional, reforçando que só com muito trabalho, empenho, sacrifício e talento poderão os aspirantes à profissão ser bem-sucedidos. Com Carlos Veloso e Celeste Marques pudemos ver técnica e arte acontecerem juntas: estes dois profissionais de design do cabelo executaram em palco um corte de senhora
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e um penteado de noiva. Com o seu exemplo vivo, demonstraram que ser cabeleireiro não é apenas dominar a técnica, para o que é necessário muito e muito trabalho todos os dias, mas ter uma verdadeira paixão pela profissão que se escolheu: trabalhar muito todos os dias, ter a humildade de reconhecer que se aprende até morrer, arriscar na inovação para fazer a diferença e amar o que se faz. Casos de sucesso foram testemunhados na primeira pessoa por três jovens de diferentes áreas profissionais: José Amaro Silva, cabeleireiro, Bruno Faria, mecatrónica automóvel e Daniel Machado de eletricidade.
A manhã do dia 29 de setembro foi dedicada à eletricidade e à mecatrónica automóvel. Empresas e formadores abordaram com energia estas áreas profissionais e a sua evolução num mundo tecnológico cada vez mais avançado, proporcionando aos participantes uma viagem ao futuro: as novas tecnologias nos sistemas elétricos, ar condicionado e no setor automóvel em geral.
As visitas guiadas ocorreram nas tardes dos dois primeiros dias. Todos os participantes tiveram oportunidade de assistir a um pouco de cada sessão formativa que estava naquele momento a decorrer nas várias secções práticas do Centro: Estética, Cabeleireiro, Mecatrónica Automóvel, Eletricidade e Energia, Serralharia Mecânica, Carpintaria, Canalizações, Painéis Solares Térmicos, Pintura Construção Civil, Jardinagem. N.º 4
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Estes três jovens frequentaram ações de formação profissional inicial com vista à obtenção de uma qualificação profissional, ingressaram no mercado de trabalho, conjugaram os conhecimentos adquiridos com a prática no contexto real de trabalho, complementando e afinando as suas competências, e regressaram mais tarde à formação profissional, agora como jovens formadores. Todos estes casos exemplares foram unânimes na mensagem que pretenderam transmitir aos formandos com quem conversaram: incentivaram todos os que procuram um caminho para o sucesso, demonstraram que a formação é essencial para se começar os primeiros passos neste percurso que não terá mais fim. Em suma: a formação profissional feita com empenho, esforço e rigor é a melhor estratégia para atingirmos os nossos objetivos.
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As jornadas de reflexão sobre o tema o “absentismo e abandono na formação” tiveram como ponto de partida a apresentação de um estudo efetuado no Centro de Emprego e Formação Profissional do Porto sobre esta problemática. As vozes de Isabel Gonçalves e Paula Almeida e Silva representaram o grupo de trabalho multidisciplinar constituído por coordenadores de formação e conselheiros de orientação profissional experientes no acompanhamento da formação profissional.
Depois de um caloroso e participativo debate, os trabalhos da manhã encerraram com a presença de duas talentosas e promissoras jovens, Sara e Catarina Monteiro, que encantaram todos com as suas vozes cristalinas, elogiando a música portuguesa (“Eu nasci para a música” e “Chuva”, respetivamente de José Cid e Marisa). No período da tarde, o desenvolvimento de 2 painéis por especialistas do Centro: “Medidas de apoio à contratação” por Mónica Trindade, diretora adjunta e “Modalidades de Formação” por Emília Moreira, conselheira de orientação profissional, constituíram oportunidades de informação por excelência, facilitadoras do acesso ao mercado de trabalho e à formação, invocando a pertinência da procura ativa e da formação ao longo da vida.
Com a dinâmica destas jornadas pretendeu-se alargar a reflexão sobre estas questões da formação a outros intervenientes/clientes dos outputs da formação, como o pedagogo e o empregador. Assim, em “Refletir com…”, participaram os convidados António Pego – AEP, Rafael Nunes - Empresa Fluxo Real, Adriano Fidalgo - Empresa Astrolábio, SA Consultadoria Gestão e Negócios, Manuel Januário Empresa Januários e Associados, José Manuel Castro – IEFP, I.P. e Docente da FPCEUP e César Ferreira então Delegado Regional do Norte do IEFP, I.P.
Em jeito de conclusão, estas jornadas mostraram o que temos e o melhor que sabemos fazer, mas mais que abrir as portas deste Centro e acolher quem nos visitou, julgamos ter homenageado a formação profissional e a sua importância para a integração no mercado de trabalho, com competência e qualidade.
Isabel Gonçalves 14
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CQEP: Balanço da atividade desenvolvida.
O CQEP do Centro de Emprego e Formação Profissional do Porto Formação tem como área geográfica de intervenção a zona do Grande Porto que integra os concelhos de Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto, Póvoa do Varzim, Santo Tirso, Trofa, Valongo, Paredes, Vila do Conde e Vila Nova de Gaia. O grande Porto é uma das NUT III que constituem a área metropolitana do Porto e a mais densamente povoada de toda a Região Norte. A população do Grande Porto apresenta baixos índices de escolaridade, o que se reflete na estrutura da sua população ativa: 440 377 indivíduos entre os 18 - 64 anos não possuem o 3º ciclo do Ensino Básico e 582 663 não completaram o Ensino Secundário, valores que, no conjunto do território nacional, apenas são ultrapassados pela Região da Grande Lisboa. Estando inserido na rede de CQEP do IEFP, I.P. e sediado num território marcado por uma elevada taxa de desemprego o seu público alvo prioritário são os desempregados em idade ativa (até aos 65 anos), pessoas com ciclos incompletos de qualificação e jovens que não têm emprego, não estão a estudar ou não participam em ações de formação (NEET), com idade inferior a 30 anos. Em matéria de atividade, o CQEP privilegia o desenvolvimento de processos de RVCC profissional, que podem associar, sempre que os candidatos não possuam um ciclo completo de escolaridade, processos de RVCC escolar, complementados ou não com formação modular, de forma a garantir a aquisição de um nível de qualificação. Ao longo do ano de 2015, a estratégia do CQEP passou por uma divulgação da sua oferta de certificação através da metodologia do RVCC profissional junto do seu público prioritário - os desempregados inscritos nos centros de emprego da sua área de intervenção. Neste sentido, foram periodicamente realizadas sessões de divulgação sobre a atividade do CQEP nos centros de emprego da nossa área geográfica de intervenção junto dos desempregados inscritos nas profissões privilegiadas pelo CQEP em matéria de certificação de competências com base na experiência:
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Eletromecânico de refrigeração e climatização/sistemas domésticos e comerciais, Eletricista de instalações; Agente em geriatria; Canalizador; Técnico de contabilidade.
Distribuição das certificações
Na área de geriatria, bem como na área de eletromecânica de refrigeração e climatização, foram desenvolvidos processos em entidades empregadoras. Nas outras áreas os processos foram desenvolvidos em regime de itinerância no contexto dos Centros de Emprego, com desempregados, e nas instalações do CQEP, no Centro de Emprego e Formação Profissional do Porto, quer com adultos empregados quer desempregados. A maioria dos adultos que frequentaram o RVCC Profissional em horário pós-laboral eram ativos tendo, alguns deles, sido indicados para frequentar o processo pela própria entidade empregadora com a qual colaboram. Foi estabelecida uma regular articulação com outras entidades e outros CQEP sempre que tal fazia sentido para a concretização do projeto de qualificação dos candidatos. O CQEP esforça-se por desenvolver a sua atividade em regime de itinerância, deslocando-se às instalações das entidades públicas e privadas com quem estabelece parcerias, desde centros de emprego, empresas, associações, juntas de freguesia, IPSS. Estas deslocações têm como objetivo não só a realização de sessões de informação, diagnóstico e orientação mas também a implementação de processos de RVCC Profissional. Deste modo, promove-se a proximidade junto da comunidade envolvente, proporcionando às pessoas a oportunidade de investir na sua qualificação sem terem de se deslocar da sua área de residência ou mesmo do seu local de trabalho. N.º 4
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Este serviço de proximidade é fundamental para as organizações que pretendem qualificar os seus recursos humanos numa lógica de otimização de tempo e de recursos. Como exemplo deste serviço destacam-se os processos realizados nas seguintes entidade empregadoras: Termofeira, o Abrigo Nossa Senhora da Esperança e, a breve prazo, com as Misericórdias de Gaia e do Porto. Em suma, para além de informar, orientar e encaminhar jovens e adultos para as soluções de qualificação mais adequadas, o CQEP deu um importante contributo na certificação de profissionais por via da experiência, que se traduz no quadro a seguir representado.
Certificações 2015
Para o ano de 2016, a estratégia do CQEP passa pela na promoção de formação modular nos casos em que se identifique a utilidade de realizar um conjunto de UFCD orientadas para uma mais rápida obtenção de um nível de qualificação, numa lógica de intervenção integrada, de forma a proporcionar a obtenção de uma certificação total a alguns dos adultos que obtiveram uma certificação parcial no decorrer de um processo de RVCC. O CQEP prevê ainda o alargamento dos processos de RVCC Profissional a outras áreas profissionais, nomeadamente, automóvel, comercial, hotelaria e restauração. O Centro de Emprego e Formação Profissional do Porto está sediado numa região que assistiu, nos últimos anos, a um significativo crescimento do setor do turismo. Urge dar resposta às necessidades de qualificação dos ativos deste setor, responsável por 10% do emprego. Assim, afigura-se de importância estratégica apostar na certificação de competências dos profissionais de hotelaria e restauração.
Marta Castro e Mónica Salazar 18
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Quando me tornei invisível
Já não sei em que datas estamos, nesta casa não há
Um dia disse-lhes:
folhinha e na minha memória tudo está revolto. As coisas -Quando eu morrer, então sim vocês vão sentir a antigas foram desaparecendo. minha falta. E eu também fui apagando sem que ninguém se desse E o meu neto respondeu: conta. Quando a família cresceu trocaram-me de quarto, depois -Estás viva avó? (rindo) passaram-me para outro menor, ainda acompanhada dos Estive três dias a chorar no meu quarto até que, numa meus netos, agora ocupo um anexo no quintal de trás. certa manhã, um dos meus netos entrou para guardar Prometeram-me mudar um vidro partido da janela mas coisas velhas e nem bom dia me deu. Foi então que me esqueceram-se! E, nas noites em que sopra um ventinho convenci de que sou invisível. gelado, aumentam ainda mais as minhas dores Certo dia os meus netos vieram dizer-me que iríamos reumáticas. passear no campo. Fiquei muito feliz, fazia algum Dei conta que a minha voz desapareceu. Quando falo os tempo que não saia. meus filhos e netos não me respondem, conversam sem olhar para mim como se eu não estivesse com eles. Às vezes digo algo acreditando que apreciaram os meus conselhos mas, não me olham nem me respondem, então retiro-me para o meu canto antes de terminar o meu café. Faço isso para que compreendam que estou triste e para que me venham procurar e pedir perdão. Mas ninguém vem.
Fui a primeira a levantar, quis arrumar as coisas com calma, afinal nós mais velhos somos mais lentos, assim arranjei-me a tempo de não atrasa-los. Em pouco tempo, todos entravam e saiam da casa correndo, atirando bolas e brinquedos para o carro. Eu já estava pronta e muito alegre, parei na porta e fiquei à espera. Quando se foram embora compreendi que eu não estava convidada, talvez não coubesse no carro. Senti que o coração encolhia e o queixo tremia…
Anabela Teixeira da Ação EFA B3 AFAC N.º 4
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Poema “Pintar ideias”
Caso alguém queira saber algo sobre nós… em vez de pintarmos coisas, pintamos ideias! Malta simpática e divertida, veio para uma missão. Fazer um curso B2, neste centro de formação!
Mal chegamos, não tivemos opção… Deram-nos baldes de tinta e pincel para a outra mão!
Somos o B2 de Pintura, um curso da construção Pintamos saudade, alegria e poesias na tela utilizamos a paixão.
Os pensamentos que escolhemos são as ferramentas para pintar, imaginamos o quadro das nossas vidas e a tela dá-nos espaço para sonhar!
A arte seja escrever, ler, pintar, desenhar é um exercício, uma terapia para a nossa saúde mental….
Formandos da Ação EFA B2 de Pintura de Construção Civil (Aurélio Santos, Carlos Morais, Cláudio Fernandes, Hélder Fraga, Hugo Pereira, José Cabreira, Licínio Morais, Luís Barbosa, Manuel Santos, Paulo Costa e Fernando Guimarães) 20
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Formação no Parque
À
semelhança de anos anteriores, a Fundação de Serralves, no ano de 2015, solicitou mais uma vez a colaboração de Centro de Emprego e Formação Profissional do Porto, para o desenvolvimento de formação destinada aos seus colaboradores. Após uma avaliação das necessidade efetuada pelo Serviço de Recursos Humanos da Fundação, verificou-se que seria importante desenvolver formação que permitisse à equipa de jardinagem que opera nos jardins do Parque, o aperfeiçoamento de competências de leitura e de interpretação de plantas de projetos de jardins, com vista à identificação e/ou implementação dos seus elementos constituintes. Nessa sequência, e após uma reunião com o responsável pelos Recurso Humanos, Dr. Faustino Barbosa, e com o Diretor do Parque, Eng.º João Almeida, decidiu-se desenvolver a UFCD 3068 – infraestruturas básicas e paisagísticas de jardinagem. O curso decorreu nas instalações da Fundação de Serralves, entre 15 de setembro e 17 de novembro, em horário laboral, com uma periodicidade aproximadamente semanal, tendo o cronograma sido elabora de forma a conjugar a formação com os compromissos e atividades de rotina necessárias à manutenção do Parque. Ao longo do curso, o desenvolvimento de conteúdos teórico-práticos foi sendo intercalado com a implementação de diferentes infraestruturas no terreno, nomeadamente a construção de caminhos, colocação de pavimentos com diferentes técnicas de aplicação, construção de floreiras em madeira, aplicação de tapetes de relva e implementação de diversos elementos verdes decorativos quer em grupo, quer de forma isolada. Foram também elaborados projetos de plantas de jardins pelos formandos e respetiva implementação, o que lhes atribui uma maior autonomia de trabalho. O grupo era constituído por 15 formandos, todos intervenientes nas atividades de manutenção das espécies vegetais do parque. Na sua generalidade, os formandos apresentaram uma postura colaborativa, demonstrando interesse pelos conteúdos e proatividade na realização das tarefas propostas.
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Os formandos avaliaram o curso de uma forma bastante positiva, tendo revelado que a ação de formação foi de encontro Às necessidades sentidas, considerando ainda que as sessões se encontravam bem estruturadas na duração e respetivos conteúdos. Acrescentaram também que as temáticas abordadas corresponderam aos seus interesses e que as suas expetativas foram largamente excedidas, mostrando vontade em realizar novas ações de formação. Esta experiência revelou-se muito gratificante para toda a equipa envolvida no desenvolvimento da formação, pois a articulação com a Fundação de Serralves foi sempre facilitada por todos os interlocutores, t4endo-se desenvolvido uma relação de trabalho muito harmoniosa, quer com os responsáveis pela ação, quer com os formandos, que se mostraram sempre colaborativos. As instalações cedidas mostraram-se muito adequadas ao desenvolvimento da formação, tendo sido um privilégio poder desenvolver formação num espaço quase paradisíaco como são os jardins do Parque de Serralves.
Formadora Paula Andrade Sandra Costa – Coordenadora da Ação 21
Uma Ida a Serralves
Sexta-feira, 4 de Março de 2016, pelas 14 horas, saem de Matosinhos os carros. Neles os alunos do curso Técnico de Informática e sistemas, rumo à fundação de Serralves. Os alunos, juntamente com a Formadora Sandra Mateus de STC 6 (Sociedade, Tecnologia e Ciência), lá foram à aventura e embrenharam-se pela densa e enorme fundação. Começaram pela parte do museu, que estava cheio de arte contemporânea. Pudemos observar a exposição de fotografia do fotógrafo e artista Wolfgang Tillmans, que se baseia em fotografar terra-horizonte, mar-horizonte. As fotos eram divinais, pois ao, observá-las, podíamos quase sentir o mar a tocar-nos ou então quase nos sentíamos na natureza. Pudemos também contemplar à entrada um pedaço de cobre que nos transporta para a estátua da liberdade, pois significa a parte lateral da estátua, mais precisamente a zona dos rins. Na outra ala do museu, aí sim, observamos a arte contemporânea com escultura de Arman e de Giovanni Anselmo, entre muitos outros. Havia esculturas em alto-relevo e esculturas com objetos que os escultores transformaram e deram outra dinâmica.
Havia também uma sala simples, com um piano que deixava soar uma música em tons suaves e à sua volta neve preta caía por cima. Uma luz da clarabóia deixava transparecer uma enorme beldade de um simples piano. Esta obra é de Liam Gillick. Passamos para outra fase da visita, o exterior. Começamos por observar a colher do jardineiro
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oferecida pelos escultores Claes Oldenburg & Coosje van Bruggen, em homenagem a todos os que trabalham na fundação e mantêm aqueles jardins lindos e visitáveis. Passamos pelo jardim das flores, mais precisamente, roseiral. Embora o Conde de Vizela (Carlos Alberto Cabral) não gostasse de flores, é certo que ele mandou construir o roseiral de rosas brancas para agradar sua esposa, Madame Blanche Daubin. Neste dia, devido à atividade para uma exposição de camélias que iria decorrer no fim-de-semana seguinte, não foi possível visitar a casa cor de rosa ou Casa Villa, nem a sua capela. Ficamo-nos pelo exterior, mas mesmo observando o exterior denota-se que o Conde de Vizela, para a época, tinha já nos seus sentidos umas noções de vanguardista. Aqui tudo se transforma, nesta visita ainda conseguimos e tentamos nos aventurar por aquela imensidão de arvoredo, jardins, florestas e hortas, mas não nos foi possível, pois como estamos no inverno e nesse dia a chuva decidiu dar o ar da sua graça. Quer dizer chuva é uma maneira simpática de dizer, foi mais ou menos um grande aguaceiro, daqueles de nos deixar encharcados desde as pontas dos cabelos às pontas dos pés. No entanto ainda assim, conseguimos observar e nos maravilhar com o parque Central, com aquelas maravilhosas cascatas de água a correr, observamos o jardim do relógio de sol e o lago artificial, a quadra de ténis e a casa de chá. Vimos também a oliveira com mais de 1500 anos oferecida pela firma Oliveira da Serra. Ficou muito por observar, ficou muito por explorar e deliciar com aquela imensidão de terra, mas tudo isto que nos foi possível observar foi muito bom e gratificante, apesar da chuva, claro está. Também é de realçar o excelente profissionalismo do guia Paulo Jesus que nos recebeu muito bem e nos explicou tudo com muito primor.
Formadora Sandra Pereira N.º 4
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Atividade Final de Tema de Vida - “As dependências”
No dia 25 de fevereiro de 2016, realizou-se no Centro de Emprego e Formação Profissional do Porto a atividade final do tema de vida, "As dependências”, da turma EFA B3 de Marcenaria. Neste âmbito, o IEFP despertou com uma palestra proferida pela Dr.ª Sónia Faro, Assistente Social da Administração Regional de Saúde do Norte e representante do Centro de Respostas Integradas Porto Oriental. O auditório rendeu-se à temática apresentada e à interação dialógica criada. A Dra. Sónia Faro versou todo o tipo de dependências, numa primeira fase, tendo depois iniciado um período de questões, conseguindo assim uma elevada participação de todos os presentes no auditório deste Centro. A segunda parte da manhã, foi preenchida com o visionamento de um filme “O jogador” que retrata a temática da dependência do jogo. Da parte de tarde, os formandos da turma, alertaram através da prática desportiva, para a prevenção das dependências, organizando um torneio de futebol intercursos, que se revelou um momento de convívio saudável entre toda a comunidade do Centro de Emprego e Formação Profissional do Porto aderente participantes e assistentes. Durante todo o dia estiveram expostos trabalhos elaborados nas diversas áreas da formação base através da projeção de diapositivos, bem como, nas sessões práticas. Toda a comunidade ficou encantada com os trabalhos apresentados no âmbito da marcenaria, quer pela sua criatividade e originalidade, quer pela complexidade e atualidade, dos mesmos. Foi um dia muito preenchido, demonstrativo do trabalho e da dedicação dos formandos que por este centro passam.
Cecília Vilas Boas Ação EFA B3 Marcenaria N.º 4
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Formamos, logo empregamos? 1. 2.
Toda a pessoa tem direito à educação. (…) A educação deve visar à plena expansão da personalidade humana e ao reforço dos direitos do homem e das liberdades fundamentais e deve favorecer a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e todos os grupos raciais ou religiosos, (…) Declaração Universal dos Direitos do Homem, art. 26º
No âmbito das Jornadas para a Educação realizadas em Santa Maria da Feira nos dia 23 e 24 de outubro consideramos pertinente apresentar uma breve reflexão sobre o IV Painel - “Formamos, logo, empregamos?” As intervenções dos convidados focaram aspetos que para nós, formadoras, são do nosso conhecimento e fazem parta da nossa prática, mas que achamos importante partilhar. Nunca é de mais relembrar de que o conhecimento é o que se vai adquirindo todos os dias pelo que a formação ao longo da vida (lifelong education) e através da vida (life wide education) – pelas vivências e experiências - são primordiais num mundo global e competitivo. Assim, a mão de obra qualificada é uma mais valia para o desenvolvimento económico de um país, no entanto, além das competências técnicas que o formando venha a adquirir, os empregadores procuram pessoas dedicadas e polivalentes. Fazer formações diversas vai de encontro ao que o mercado necessita e as escolas profissionais são as que melhor preparam os jovens ou adultos para o mercado de trabalho. Cabe-nos orientar os formandos para as suas expetativas, mas também para as necessidades de empregabilidade de cada região destacando e estimulando a importância da mobilidade. Deste modo, será adequado às entidades competentes definir áreas prioritárias por região a fim de se responder mais convenientemente às exigências do mercado de trabalho de modo a rentabilizar de forma estratégica os recursos humanos. É de relembrar que as competências sociais e pessoais transversais (soft skills), responsabilidade, disponibilidade, pro atividade, trabalho em equipa, resiliência e motivação irã facilitar a integração no mercado de trabalho. Acrescente-se, ainda, que a educação não formal, nomeadamente a motivação intrínseca é um contributo imprescindível para a empregabilidade. Em conclusão, se queremos profissionais qualificados, preparados para integrar um mercado de trabalho competitivo devemos não só transmitir conhecimentos formais e técnicos com estimular a educação não formal e fomentar a auto aprendizagem, a criatividade, a curiosidade intelectual e a inteligência emocional. A educação vai para além do que acontece dentro das salas/oficinas de formação. https://www.youtube.com/watch?v=UdZ9P_tWFSw
Maria Colaço, Salete Macieira, Sónia Coelho e Teresa Ramalho Formadoras CEFP Porto 24
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III Jornadas do Projeto Educativo Municipal do Porto
As III Jornadas PEM-Porto decorreram nos dias 14 e 15 de Dezembro de 2015 e concretizaram o esforço partilhado da comunidade na construção do projeto educativo para a Cidade visando fortalecer e potenciar a Rede Interinstitucional PEM Porto através: - da divulgação e visibilidade das iniciativas do PA PEM Porto à comunidade educativa; - do impulso para o estabelecimento de compromissos e novas parcerias entre os diferentes atores e instituições do território; do conhecimento e reflexão sobre a educação na cidade do Porto, enquanto território; - e da congregação de iniciativas educativas para reforçar o Porto como Cidade Educadora.
O CEFP do Porto, parceiro neste projeto, participou neste evento através da realização de dois workshops nas áreas de jardinagem e estética, dinamizados por formandos de curso EFA de jardinagem e de uma ação de aprendizagem de esteticismo/cosmetologia.
Tangram
O “Tangram” é um jogo de paciência ou de quebracabeças inventado por chineses, do qual não se sabe exatamente a origem. Uma vez que hoje em dia existem diversas lendas que não especificam exatamente quem foi o inventor, não podemo9s afirmar a verdadeira origem. Este jogo é formado por 7 peças: 1 quadrado,1 paralelograma, 2 triângulos isósceles maiores, 2 menores e 1 médio. Estas 7 peças formam um quadrado, com o objetivo de se conseguir montar determinada forma, onde se devem seguir as seguintes regras: usar todas as 7 peças, todas elas têm de se tocar e não podem ser sobrepostas. O “Tangram” é usado em todo mundo, especialmente por professores do ensino de geometria, matemática, psicologia e pedagogia. Apesar de fácil manuseament5o das peças, é considerado um jogo de difícil resolução por exigi muito raciocínio lógico. Este quebra-cabeças proporciona o desenvolvimento do raciocínio logico, da criatividade, atenção, paciência, trabalho de grupo e dinamismo. Pode ser jogado individualmente, em família, entre amigos ou na escola, além de poder ser ilustrado pela própria pessoa. Com este jogo já foram encontradas mais de cinco mil formas de se construir figuras. Assim, propomos que busquem com o exemplo da nossa turma, uma forma de se divertirem e dar largas à vossa imaginação, também aprendendo.
Foram realizadas maquilhagens e atividades de jardinagem de interior, que permitiram aos formandos mostrar as competências adquiridas que entusiasmaram os participantes destas jornadas.
Isabel Gonçalves N.º 4
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Formadores: Daniel Gomes, Alberto Taveira, Raquel Araújo Ação EFA B3 de Jardinagem 25
Formandos Certificados em 2015 no Centro De Emprego E Formação Profissional Do Porto
Com esta breve exposição pretende-se apresentar alguns dados estatísticos dos formandos certificados, no ano de 2015, no Centro de Emprego e Formação Profissional do Porto. Estes dados têm em conta, para além do nº absoluto de formandos certificados por modalidade de formação, a sua distribuição por género e idade. Pretendese também referir quais as áreas de formação mais trabalhadas nos cursos EFA e de Vida Ativa. Pela extração do mapa da aplicação Business Objects (BO) - “Formandos Certificados em 2015” - pode-se constatar (Quadro 1 e Gráfico 2) que de um total de 19.716 formandos certificados em 2015 neste Centro de Formação, 17.303 formandos (87,76%) foram certificados em cursos de Formação Modular (Vida Ativa e Ativos Empregados) e 1.476 formandos (7,48%) foram certificados em cursos EFA. QUADRO 1 FORMANDOS CERTIFICADOS EM 2015 - POR MODALIDADE DE FORMAÇÃO
MODALIDADE
Nº FORMANDOS CERTIFICADOS 2015
EFA 1476 EFA B1 102 EFA B2 289 EFA B2+B3 2 EFA B3 357 EFA Básico PRO 78 EFA NS Tipo A 601 EFA NS PRO 47 CEF Tipo 2 15 APRENDIZAGEM 422 COMP. BÁSICAS 429 PORT. PARA TODOS 71 FORM. MODULAR 17303 TOTAL 19716 Fonte: BO - Formandos Certificados em2015
GÉNERO FEMININO MASCULINO 874 602 47 55 173 116 0 2 178 179 61 17 376 225 39 8 5 10 254 168 243 186 44 27 11792 5511 13212 6504
IDADE 15/19 3 0 0 0 3 0 0 0 15 121 1 0 189 329
20/29 280 3 36 2 91 21 118 9 0 301 32 14 4113 4740
30/39 444 12 59 0 106 15 236 16 0 0 68 19 4330 4861
40/49 438 41 97 0 104 25 156 16 0 0 179 20 4796 5433
50/59 293 44 91 0 49 17 85 6 0 0 141 13 3366 3813
> 60 18 2 6 0 4 0 6 0 0 0 8 5 509 540
Fazendo uma análise mais detalhada aos cursos EFA (Gráfico 3), pode-se verificar que das 7 tipologias de percurso trabalhadas, a que tem maior destaque é a tipologia EFA NS Tipo A, com 601 formandos certificados, que representa 40,72% do total de formandos que foram certificados nesta modalidade de formação. Por outro lado, a tipologia EFA B3 apresenta-se em segundo lugar, com 357 formandos certificados (24,19%). Por aqui se pode verificar que a grande aposta continua a ser na dupla certificação (escolar e profissional), com uma maior incidência no nível secundário.
Gráfico 3
Gráfico 2 26
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Outro dado que se pode observar pela análise do Gráfico 3, é o peso preponderante que o grupo etário 30/49 anos, que representa 883 formandos (60%), tem relativamente às restantes faixas etárias. Esta mesma tendência mantém-se se extrapolarmos para o universo total de formandos certificados, conforme se pode observar no Quadro 1. Esta tendência reforça o papel do IEFP em dar resposta a públicos adultos desempregados em detrimento dos jovens, que continuam a procurar nas escolas a melhor resposta para os seus projetos pessoais. Outro dado interessante que importa analisar é a distribuição dos formandos certificados por género (Gráfico 4). Em todas as modalidades de formação há uma tónica comum: o número de mulheres certificadas, que representa 67% do universo, é francamente superior ao número de homens certificados (33%). Para fazermos uma análise mais consistente a esta disparidade de género, e uma vez que a formação constitui uma medida ativa de emprego, deveremos olhar para os Gráfico 4 dados do desemprego publicados pelo INE relativos ao 4º trimestre de 2015: a população desempregada foi estimada em 633,9 mil pessoas, sendo que a taxa de desemprego dos homens (12,0%) foi inferior à das mulheres (12,4%) em 0,4 pontos percentuais, constituindo-se assim numa diferença pouco significativa em termos globais. DISTRIBUIÇÃO DOS FORMANDOS POR GÉNERO - CURSOS EFA Perante os factos, poder-se-á delinear uma possível leitura da diferença acentuada entre o número de mulheres e homens na formação: através de uma analogia com a discrepância existente entre o nº de mulheres que frequentam o ensino regular e que prosseguem estudos superiores, comparativamente com o nº de homens que tendem a desistir mais precocemente. Citando uma fonte do Jornal I, “Este ano (2015) há menos 26 mil alunos que alunas em universidades e politécnicos”, tendência que iniciou há 20 anos atrás Gráfico 5 (1985) e que se mantém até aos dias de hoje. Ou seja, e de um modo geral, poder-se-á dizer que as mulheres revelam uma maior vocação para prosseguir os seus estudos, contrapondo com um maior número de homens que concluem os seus estudos cumprindo a escolaridade obrigatória, entrando assim mais precocemente do que as mulheres no mercado de trabalho. Esta tendência pode ser reforçada se fizermos uma análise apenas centrada nos dados dos cursos EFA NS (Gráfico 5): 376 mulheres certificadas (63%), contra 225 homens certificados (37%).
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Uma última análise que importa fazer é sobre as áreas de formação mais trabalhadas no ano de 2015, fazendo também a comparação entre as áreas privilegiadas nos cursos EFA em contraponto com as áreas com maior incidência nos cursos de Formação Vida Ativa. Pela análise do Gráfico 6., fazendo o enfoque apenas nos cursos EFA - cursos de longa duração destinados, preferencialmente, a ativos desempregados - podemos verificar que as áreas de formação 622 (Floricultura e Jardinagem), que abrange 23 ações, e 811 (Hotelaria e Restauração), que inclui 21 ações, foram, indiscutivelmente, as áreas de formação que tiveram uma maior incidência. Estamos aqui a falar, essencialmente, da saída profissional de Jardinagem e Espaços Verdes (níveis 1 e 2), que é o referencial de formação mais trabalhado nos percursos de baixa escolaridade (4º e 6º anos de escolaridade), relativamente à área 622; e das saídas profissionais de Cozinheiro (níveis 2 e 4), Mesa e Bar (níveis 2 e 4) e Empregado de Andares (níveis 1 e 2), relativamente à área 811. Temos ainda as áreas tradicionais: 815 (Cuidados de Beleza), com 13 cursos realizados essencialmente nas saídas profissionais de Cabeleireiro Unissexo e Esteticismo/Cosmetologia; e a área 522 (Eletricidade e Energia), com 11 ações realizadas, onde se destaca a saída profissional de Eletricista de Instalações.
Por último, e para terminar esta breve pesquisa, passemos agora a analisar o Gráfico 7, que reflete as áreas de formação mais trabalhadas nos cursos de Formação Vida Ativa - ações de curta duração e apenas destinadas a ativos desempregados. Podemos verificar que as opções formativas nesta modalidade de formação não seguem a mesma lógica dos cursos EFA: se, por um lado, a área 622 (Floricultura e Jardinagem), detém a maior expressão nos cursos EFA, no que se refere aos cursos Vida Ativa tem pouca relevância, com apenas 18 ações das 977 ações concluídas no ano 2015. Na Vida Ativa, a área de formação que mais se destaca, com 243 ações realizadas, é a área 341 (Comércio) que, pelo contrário, nos Cursos EFA tem pouca expressão, com apenas 9 ações concluídas no ano 2015. Seguem-se as áreas 762 (Trabalho Social e Orientação), com 161 ações realizadas e as Técnicas de Procura de Emprego (TPE’s) com 115 ações. Esta diferença na seleção das áreas explica-se perfeitamente pelos objetivos intrínsecos a cada uma das modalidades de formação.
Gráfico 6
Gráfico 7 Clara Félix Costa 28
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Academia Microsoft Centro de Emprego e Formação Profissional do Porto
O Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP, IP) e a Microsoft Portugal assinaram em 2015 um protocolo de cooperação com o intuito de possibilitar aos formandos de qualquer área profissional, a obtenção de formação qualificada e certificada em Tecnologias de Informação reconhecida à escala mundial. Na fase inicial de implementação da Academia Microsoft/Centro de Exames CERTIPORT, a formação e certificação incidirá fundamentalmente em aplicações do Office 2013 (versão inglesa), nomeadamente o Word, Excel, Powerpoint, Outlook, Access, Sharepoint e OneNote. Realça-se o facto dos conteúdos programáticos, exames e software existentes nas plataformas da Microsoft e da CERTIPORT estarem em língua inglesa, implicando desta forma que os destinatários dos cursos dominem obrigatoriamente esse idioma. Para o 1.º semestre de 2016, prevê-se a realização das primeiras ações de Word, Excel e Powerpoint, integradas no Plano de Atividades deste Centro de Emprego e Formação.
Administrador: Alexandre Campos Formadores Cláudia Castro, Fernanda Nunes e Jorge Grante N.º 4
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Academia CISCO
Centro de Emprego e Formação Profissional do Porto Serviço de Formação Profissional do Porto (Cerco) Foi celebrado, em julho de 2015, um acordo de cooperação entre o IEFP, IP e a CISCO Systems Inc, com vista a definir os termos de parceria entre as duas entidades, designadamente no que concerne à adesão dos Centros de Emprego e Formação Profissional do IEFP, IP ao programa CISCO Networking Academy (Academias Cisco). Através deste acordo, o IEFP, IP pretende ir ao encontro dos sinais dados pelo mercado de emprego, formando profissionais para áreas relevantes da indústria tecnológica. O Serviço de Formação Profissional do Porto (Cerco) está a ultimar o espaço de formação bem como a formação técnica da sua equipa de formadores, constituída por Álvaro Cardoso e Jorge Monteiro - especialistas certificados com larga experiência em redes e sistemas informáticos. Em breve, todos os que procurarem o Centro de Emprego e Formação Profissional do Porto para as ações de formação do programa Cisco, vão poder adquirir competências técnicas modernas e relevantes para o mercado de trabalho, incluindo a certificação reconhecida internacionalmente nas mais recentes tecnologias Cisco.
Os 3 NÍVEIS DE FORMAÇÃO A DESENVOLVER NA ACADEMIA CISCO (conteúdos programáticos e respetivas cargas horárias a definir pelo Departamento de Formação Profissional do IEFP, IP)
Administrador Alexandre Gonçalves Formadores Álvaro Cardoso e Jorge Monteiro 30
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Curso de Aprendizagem – Animadores Socioculturais - CRESCER
N âmbito do Curso de Educação e Formação de Adultos B3 – Agente em Geriatria que decorreu na CESPU, promovido pelo Centro de Emprego e Formação Profissional do Porto e coordenado pela Eng.ª Marta Venâncio, um grupo de formandos no passado dia 20 de novembro apresentou o seu Tema de Vida intitulado “A importância da Dança no desenvolvimento intelectual” no Centro Paroquial de S. Martinho de Campo - Valongo. Este projeto teve como fundamentação a importância da dança no quotidiano da população mais idosa. As atividades recreativas podem proporcionar momentos de descontração, diversão e alegria, que contribuirão para uma melhor ocupação do tempo livre e para a aquisição de novas experiências. Apesar das principais vantagens serem de ordem social, uma vez que fomentam a interação entre pessoas, os idosos podem igualmente beneficiar a nível físico destas atividades, pois elas propiciam oportunidades para se divertirem e, consequentemente aumentar a sua movimentação. A organização Mundial de Saúde aponta um estilo de vida ativo como uma das principais formas de prevenir doenças, manter o funcionamento cognitivo e providenciar a integração na sociedade. Desta forma, não se trata de rejuvenescer, mas sim, de envelhecer da melhor maneira possível.
A atividade foi preparada ao longo das aulas e articulada com os diferentes formadores da Área de Base e da Área Técnica, onde se aproveitaram as competências/experiências dos diferentes formadores e formandos para uma enorme panóplia de determinantes e de conhecimentos imprescindíveis para o sucesso deste evento.
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O grupo de formandos foi recebido com grande entusiasmo e admiração por parte de todos os convidados para este evento, na sua grande maioria população idosa oriunda de várias localidades limítrofes. Igualmente, estiveram presentes familiares dos formandos que exteriorizaram a importância desta atividade como um culminar de várias etapas do processo de aprendizagem dos mesmos. Agora citando alguns formandos emocionados “nunca pensei conseguir chegar até aqui… muito obrigada”… todos os formandos agradeceram a oportunidade concedida pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional do Porto, nomeadamente à coordenadora da ação Eng.ª Marta Venâncio e à Dra. Emília Moreira que foram incansáveis no apoio ao bom desenvolvimento desta ação. Só assim, se conseguiu prestar o melhor apoio para que os formandos conseguissem alcançar este grande objetivo da vida deles, a obtenção do 9º ano de escolaridade e certificado de Formação Profissional que é, sem dúvida, um passaporte para, o exigente, mercado de trabalho.
Formadora Olga Cardoso Ação EFA – B3 - Agente em Geriatria 31
Projeto "Promover o sucesso da aprendizagem no IEFP"
Desde novembro de 2014 que o Centro de Emprego e Formação Profissional do Porto integra o projeto EPIS – Empresários para a Inclusão Social - através da implementação de uma metodologia piloto de combate ao absentismo na formação profissional, especificamente nos cursos de Aprendizagem em Alternância. No ano de 2015, a equipa de mediadoras EPIS, constituída por duas psicólogas, desenvolveu um acompanhamento de proximidade aos formandos de dez cursos de Aprendizagem em Alternância, nomeadamente nas áreas de Mecatrónica Automóvel, Esteticismo e Cosmetologia, Auxiliar de Saúde e Informação e Animação Turística. A intervenção junto dos formandos teve como objetivo principal diminuir os níveis de absentismo, através da monitorização regular da assiduidade, aproveitamento e comportamento dos formandos. Neste sentido, a partir da intervenção individual e em grupo, procura-se capacitar e auxiliar os formandos na definição de estratégias promotoras da melhoria das dimensões mencionadas, através da exploração e intervenção na motivação, do envolvimento das equipas técnicopedagógica e, em alguns casos, do envolvimento das famílias. O acompanhamento das turmas integradas no projeto estendeu-se à Formação Prática em Contexto de Trabalho, emergindo a necessidade de antecipar e facilitar a transição para o contexto real de trabalho, através do desenvolvimento de competências transversais, nomeadamente de responsabilidade e sentido de compromisso, em sessões orientadas para o grupo turma.
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Contudo, o trabalho de mediação só se torna completo e eficaz quando existe multidisciplinariedade e espírito colaborativo, daí a equipa promover o envolvimento dos vários departamentos e recursos do Centro de Formação, nomeadamente Direção, Coordenação de Formação, Orientação Profissional, Responsáveis Pedagógicos, Serviço Social, Formadores, entre outros. Assim, e particularmente ao nível da prática profissional das equipas técnico-pedagógicas, procurou-se intervir na melhoria da relação pedagógica formador-formandos, através da implementação do programa Relação.com, que integrou dois grupos de formadores, num total de 30 participantes, ao longo de 12 sessões semanais. As sessões foram direcionadas para a aquisição de estratégias e competências de cariz comportamental, que facilitem a superação dos desafios que diariamente se colocam no contexto da formação profissional. Assim, as sessões desenvolvidas, e baseadas em exercícios práticos, centraram-se em temáticas como a cooperação, a consciencialização sobre mitos e crenças subjacentes ao exercício profissional, a comunicação, o relacionamento interpessoal, a gestão de conflitos, entre outras. O balanço de implementação do programa foi, de um modo geral, bastante positivo, quer tendo por base a avaliação que a equipa de mediadoras foi realizando ao longo das sessões, quer considerando as apreciações qualitativas realizadas pelos participantes no decorrer do programa e na avaliação final. Destacamos alguns testemunhos relativamente ao balanço final da formação Relação.com:
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PAF Técnico Auxiliar de Saúde “Considero que a ação foi extremamente útil e desenvolvida de forma excelente.” “O curso foi muito adequado à formação em geral e ajudou-me bastante em algumas situações ao longo das sessões”. “Implementação de mais atividades de debate de situações práticas, trazidas pelos formadores. Apresentação de diferentes situações e sugestões de reação/ação”. “O propósito desta ação foi bem conseguido. As dinâmicas de grupo e brainstorming foram uma maisvalia para a entreajuda entre todos os técnicos presentes na formação, no âmbito do uso de ferramentas capazes de dar resposta a situações pouco agradáveis do dia-a-dia. Verifica-se a necessidade de acompanhamento aos formadores que lidam com todo o tipo de situações diariamente e, por vezes, esta troca de conhecimentos e experiências fazem toda a diferença. A Débora e a Mariana tiveram um papel fundamental na orientação das discussões de grupo e de estimulação às mais diversas reflexões promovidas por elas em contexto formativo.”
Nos dias 2, 3 e 4 de Março realizou-se a prova de avaliação final (PAF) do curso Técnico Auxiliar de Saúde, com a modalidade de formação Aprendizagem, nas instalações do Centro de Emprego e Formação Profissional do Porto. Este curso de Técnico Auxiliar de Saúde foi o primeiro curso a ser desenvolvido neste centro, com o objetivo de formar formandas para a área da saúde. Sendo um curso com alguma empregabilidade no mundo do trabalho. As formandas optaram por este curso por terem um interesse mútuo nesta área e também porque lhes proporciona várias escolhas profissionais no mundo da saúde. Através do IEFP as formandas conseguiram adquirir conhecimentos e experiências profissionais obtendo, assim, o 12º ano de escolaridade com uma qualificação profissional.
O programa Relação.com foi implementado em vários Centros de Formação a nível nacional, tendo sido as principais conclusões e reflexões partilhadas pelos vários mediadores, numa sessão de integração que decorreu na sede das instalações da EPIS, no final de 2015. Os contributos das várias experiências de implementação do programa permitiram concluir que, de facto, é importante continuar a intervir de forma sistémica e continuada com os vários agentes que diretamente intervêm na promoção do sucesso na aprendizagem. Assim, e em futuras edições, coloca-se o desafio de envolver, para além dos formadores, outros técnicos e funcionários que atuam nos centros de formação, de modo a promover, junto dos nossos jovens, práticas educativas verdadeiramente consistentes e eficazes, que favoreçam a construção de trajetórias adaptativas.
Mariana Pinto e Débora Coutinho N.º 4
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Ação Aprendizagem Técnico Auxiliar de Saúde 33
A Fórmula Perfeita para uma Pele Saudável
Quem não gosta do Sol e do Verão? Todos nós sabemos que a radiação ultravioleta (UV) faz parte da luz solar que atinge o nosso planeta e que é essencial à preservação do calor e existência de vida. A radiação UV engloba as radiações UVA, UVB e UVC, de diferentes comprimentos de onda e frequências. As radiações UVC apresentam um comprimento de onda menor e são muito nocivas à Biosfera. Contudo, esta radiação é praticamente absorvida na camada do ozono. Mas, como se sabe, a camada do ozono tem vindo a ser destruída pela emissão de CFC’s (clorofluorcarbonetos) para a atmosfera deixando-nos, assim, mais expostos a estas radiações, sem qualquer tipo de proteção, podendo originar queimaduras, fotoalergias, envelhecimento cutâneo e até mesmo o cancro de pele. Embora a radiação UVC seja a mais prejudicial de todas, a UVB também contribui para lesões da pele, entre outras patologias. A maior incidência das radiações UV situa-se entre as 12 e as 16 horas, sendo indispensável a utilização de um cosmético com um filtro solar para a proteção da pele. Os protetores solares, além do princípio ativo incorporado, o filtro solar, têm também outras substâncias, tais como: excipientes, adjuvantes, antioxidantes e hidratantes que garantem a qualidade e segurança de um cosmético. Os protetores solares contêm um Fator de Proteção Solar (FPS) que indica a eficácia do filtro solar. Todo filtro solar tem um número que determina o seu FPS que pode variar entre 2 a 50+. A pele, quando exposta ao Sol, sem proteção, leva um determinado tempo a ficar vermelha. Quando se usa um filtro solar com FPS 20, a pele leva 20 vezes mais tempo a ficar vermelha e fica com menor probabilidade de desenvolver problemas de pele. Porém, índices inferiores a 15 não protegem contra o envelhecimento e/ou cancro de pele. Como margem de segurança, recomenda-se o uso de um FPS igual ou superior a 30. Desta forma, são minimizados os efeitos das radiações na pele, conservando, assim, o seu brilho natural.
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Ação Aprendizagem de Esteticismo e Cosmetologia - Sobreira N.º 4
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Workshop ETPOS- Sector de Restauração
O
curso EFA/NS Técnico de Restaurante Bar recebeu em Barca, no seu local de formação, um workshop de ETPOS- Sector de Restauração, com a duração de 3 horas, presidido pelo formador certificado Hélder Peixoto da empresa SDILAB. O ETPOS é um software com certificado, sendo adaptável a qualquer área de negócio. Neste workshop para além da informação teórica também simulamos exemplos práticos nos equipamentos disponibilizados onde podemos testar as potencialidades e a facilidade de utilização recebendo conhecimentos sobre o sistema ETPOS. Neste workshop adquirimos competências tais como: - Conhecer o ETPOS como software de faturação para o setor da restauração. - Descrever a interface e efetuar configurações básicas. - Personalizar salas, transferir, imprimir, dividir contas, efetuar pagamentos parciais e reservar mesas. - Realizar operações diversas com a lista de artigos. - Registar e anular pedidos diretamente no ETPOS e no ETPED. - Efetuar as operações inerentes ao recebimento. - Emitir documentos fiscais. - Imprimir mapas de vendas, de artigos, de stocks e de IVA. Este workshop foi de grande utilidade para todos nós, formandos, devido à área de curso que estamos a concluir uma vez que estes equipamentos estão inseridos no mercado de trabalho que iremos integrar. No final foram distribuídos certificados de participação proporcionando vantagens diferenciadoras em termos comerciais e profissionais na abordagem ao mercado de trabalho.
Formadora Inês Tavares EFA/NS Técnico de Restaurante Bar N.º 4
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Natal solidário
No dia 16 de dezembro de 2015, o Centro de Emprego e Formação Profissional do Porto organizou um almoço solidário, onde participaram cerca de 100 pessoas carenciadas provenientes de instituições de cariz social, proporcionando a todos um dia mais caloroso e pleno de alegria. As formandas das ações de aprendizagem de esteticismo/cosmetologia e de cabeleireiro de educação e formação de adultos puseram mãos à obra e com muito carinho cuidaram da imagem de todos os que quiseram beneficiar das competências adquiridas até ao momento e da qualidade da formação ministrada pelo Centro. Antes do almoço, os participantes puderam assistir a duas divertidas performances proporcionadas pelo grupo de Agente em Geriatria de Valbom de educação e formação de adultos e pelo grupo de Aprendizagem de Animador Sociocultural. A comédia "O Natal às portas do Céu" e a peça interativa “ Crescer” soltaram as gargalhadas da plateia. Seguiu, depois, um momento de partilha musical. O almoço, composto por iguarias natalícias, foi confecionado pelos formandos que frequentam os cursos de Cozinha/Pastelaria e de Restaurante/Bar, da modalidade de educação e formação de adultos, níveis básico e secundário. Foi certamente um dia diferente na vida dos convidados, mas também na dos formandos que puderam, desta forma, ao participarem num ato de responsabilidade social do IEFP IP conhecer e servir a comunidade que nos rodeia, numa manifestação de cidadania e de respeito pelo outro. Assistir a momentos de felicidade, torna cada UM igualmente feliz.
Isabel Gonçalves 36
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Visita de estudo à unidade de exploração de cogumelos Sousacamp
No âmbito da UFCD STC6, inserido no tema Ruralidade e Urbanidade, no dia 1 de Março de 2016 efetuamos uma visita de estudo à fábrica Sousacamp que se dedica à produção, comercialização e distribuição de cogumelos. A fábrica situa-se na freguesia Madalena, Concelho de Paredes. À chegada fomos muito bem recebidos pelo Eng.º Guilherme Machado, que nos forneceu logo uma toucas para respeitarmos as normas de higiene. O engenheiro proporcionou-nos uma visita guiada, onde nos foi explicando, os processos pelo qual a produção de cogumelos passa. Começamos por ver algumas das 35 salas climatizadas, onde existem seis longos andares de prateleiras com um substrato orgânico composto por terra, palha e micélio. Nestas salas escuras, quentes e húmidas o micélio desenvolve-se e origina os cogumelos. Durante todo o processo de produção, tudo é controlado, tanto a nível de humidade, como temperatura, para que o crescimento ocorra nas melhores condições e mediante as necessidades do cliente. Ao fim de duas semanas começam a ser recolhidos os primeiros cogumelos e posteriormente ainda podem ocorrer mais duas colheitas por sala, dependendo do tamanho pretendido. De cada sala são retirados uma média de nove a dez mil toneladas de cogumelos. A exploração não pára nenhum dia por ano, a colheita é feita diariamente por vários funcionários, já que se trata de um produto fresco e as necessidades de mercados são diárias. Depois das cinco semanas produtivas, as salas são desinfetadas, limpas e prontas para iniciar novamente o processo. Toda a matéria-prima é importada da Holanda, que lhes garante a qualidade do produto. Seguidamente fomos acompanhados pela Dra.º Fátima que nos mostrou as fases de embalamento e etiquetagem do produto que depois é enviado para as grandes superfícies do mercado nacional. Assim, depois de colhidos e selecionados, os cogumelos são armazenados em câmaras de refrigeração. De seguida uns são laminados e outros seguem inteiros para a secção de embalamento, onde são devidamente embalados e etiquetados. A fábrica produz cogumelos de muitas variedades, mas o de produção mais significativa nesta unidade é o cogumelo branco, mais conhecido por Champignon, inteiro ou laminado. Os cogumelos da Sousacamp servem na sua maioria o mercado nacional mas chegam também à mesa de apreciadores alemães, holandeses ou italianos. Para o Dubai ou Israel segue a versão enlatada A empresa também pensa na preservação ambiental, fazendo o reaproveitamento do substrato utilizado na produção juntamente com os cogumelos que não estão nas condições exigidas é utlizado para a produção de fertilizantes naturais. Em todo este processo não são utilizados qualquer tipo de químicos, apenas produtos naturais, o que é uma mais-valia.
Formadora Sandra Mateus N.º 4
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Visita de estudo à AMI
No dia 10 de dezembro de 2015, os formandos do curso de Técnico de Cozinha e Pastelaria, na modalidade de aprendizagem, que decorre em Penafiel realizaram uma visita de estudo à AMI. A AMI (Associação Médica Internacional) é uma organização não-governamental (ONG) portuguesa, privada, independente, apolítica e sem fins lucrativos. Desde a sua fundação pelo médico-cirurgião urologista, Fernando Nobre, em 5 de dezembro de 1984, a AMI assumiu-se como uma organização humanitária inovadora em Portugal, destinada a intervir rapidamente em situações de crise e emergência e a combater o subdesenvolvimento, a fome, a pobreza, a exclusão social e as sequelas de guerra em qualquer parte do Mundo. A visita teve como objetivos dar a conhecer o papel, a função e importância da existência de instituições de solidariedade social como a AMI, estimular os formandos para a adopção de comportamentos empáticos e possibilitar aos formandos o contacto com pessoas de diferentes faixas etárias, culturas e realidades socioeconómicas. Os formandos começaram por visionar um pequeno vídeo de apresentação da associação, tendo, depois, tido oportunidade de visitar as instalações acompanhados pela diretora do Centro Porta Amiga, de Gaia, Susana Reis. Foi, também, possível conhecer alguns dos trabalhos realizados pelos utentes desta instituição, nomeadamente as maquetes feitas pelos Sr. Francisco. Contactaram com diversos utentes desta instalação da AMI e proporcionaram alguns momentos diferentes aos utentes mais idosos do centro. Enquanto os formandos preparavam as mesas com um lanche que levaram aos idosos, passaram o filme Tempos Modernos, de Charlie Chaplin”.
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Esta visita de estudos foi bastante enriquecedora para os formandos, pois possibilitou-lhes sair do contexto de sala de aula e entrar em contacto com diferentes pessoas de diferentes faixas etárias, culturas e status socioeconómicos. Permitiu-lhes ainda, através de um pequeno gesto, alegrar a tarde de alguns dos utentes da AMI.
Formadoras Sandra Silva e Luísa Trindade N.º 4
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Da responsabilidade individual ao compromisso social
Refletir sobre o conceito de responsabilidade leva-me à teoria de Jean Paul Sartre, e a reequacionar escolha como caminho para a responsabilidade individual, que inevitavelmente também é social. De facto nada pode ser mais verdadeiro do que a afirmação de que “nada pode ser bom para nós sem que o seja para todos”. A escolha é um método de análise que permite perceber o que é bom para mim e por dedução também para os outros, por isso, ao equacionar a problemática da responsabilidade social, impõe-se uma questão de ética e de valores. Os valores orientam a nossa conduta, com base neles decidimos como agir diante das diferentes situações que a vida nos impõe. Sem eles, a vida, parafraseando Nietzsche, seria uma noz oca, vazia por dentro. Um indivíduo tornar-se-á ético quando puder compreender e interpretar o código de ética, além de atuar de acordo com os princípios por ele propostos. Ética é uma espécie de legislação do comportamento moral das pessoas. Ética e moral são os maiores valores do homem. Ambos significam "respeitar e venerar a vida". O homem, com seu livre arbítrio, forma seu meio ambiente ou o destrói, apoia a natureza e suas criaturas ou subjuga tudo que pode dominar, e assim ele mesmo se torna no bem ou no mal deste planeta. Responsabilidade social é um novo conceito, que integrará uma nova axiologia, criado em função da perceção cada vez mais crescente entre os povos. O ser humano só tem sentido no seio da sociedade. Ser responsável ultrapassa as barreiras do individual, tal como a liberdade é preciso que cada um seja responsável também pela sociedade, pelo coletivo, responsabilizando-se também pela liberdade do outro. Desta forma, a responsabilidade social diz respeito ao cumprimento dos deveres e obrigações dos indivíduos para com a sociedade em geral. Esta nova perspetiva da responsabilidade, não mais individual, mas coletiva, precisa ser veiculada por intermédio dos processos educativos de que o corpo social dispõe para manter e preservar a cultura. A atualidade tem voltado a sua atenção para a sociedade, caracterizada pela desordem social, as diferenças económicas, as fragilidades sociais, preconizando-se cada vez mais a necessidade de formar cidadãos conscientes. A cidadania é um direito em direção à participação, à solidariedade e à inclusão. O indivíduo começa a entender que sua responsabilidade vai além do pessoal, do familiar, a ter consciência de que a sociedade não é compromisso só do Estado e que todo cidadão é ele próprio o Estado, a responsabilidade social deve traduzir o crescimento para a cidade, em comunidades de sucesso. Entende que pode e deve agir na sociedade, dentro de seu universo, desenvolvendo o sentido de cidadania. Passa a viver no entendimento de que todos têm direitos, assim como têm deveres, igualdade de oportunidades, condenando regalias e privilégios. O cidadão constrói-se desde que nasce e conceituar cidadania e não praticá-la é perder, para o aprendiz de cidadão, o seu significado. A chave da responsabilidade social está nos atos praticados pelos cidadãos; se esses atos passarem uma imagem favorável à prática do bem comum, do compromisso com o outro, essa imagem propagarse-á, do mesmo modo o seu contrário. Conversar, dialogar, formular normas conjuntamente, não impondo, mas conscientizando, reforça o sentimento de responsabilidade.
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O Ensino/formação contribui com a responsabilidade social, desenvolvendo a consciência crítica da realidade, a compreensão de que o interesse social é mais importante que o individual, a fazer os jovens ver a realização como fruto do esforço comum. Ela deve permitir espaços de realização, criar formas de intervenção social, despertando interesse por atividades sociais potenciadoras do crescimento dos mais jovens.
Cidadania é vivência, cabe aos educadores e à família dar o exemplo no entendimento de que só existe cidadania praticando-a. A este propósito não poderia deixar de tecer rasgados elogios aos nossos formandos e equipas pedagógicas e técnicas, que contribuíram para elevar os princípios de ética e solidariedade em prol da causa social. Merece por isso, ser partilhado algumas práticas realizadas: • Almoço solidário; • Atendimento das utentes pelos formados dos cursos cabeleireiro e estética • Recolha de alimentos e outros produtos para entrega a instituições de caridade (crianças, animais, pessoas carenciadas) • Sinalização de formandos em situação de emergência social à assistência social e posterior acompanhamento da intervenção, durante e após a formação • Limpeza dos arruamentos do centro Contudo e de volta ao princípio de que ser livre é ser responsável estaremos, aprendendo, na prática, o sentido de democracia e de cidadania.
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Ciclo de conferências “Engenharia em Movimento”
No passado dia 03 de março, o auditório magno do ISEP encheu-se para debater algumas questões que o setor do turismo enfrenta. As intervenções vieram de diferentes quadrantes e começaram com a Secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, que reafirmou a importância que o setor assume para o desenvolvimento do país e adiantou algumas das prioridades estratégicas que passam, por exemplo, pelo incremento da comunicação em ambientes digitais, sejam plataformas ou sistemas de informação, que potenciem a visibilidade do país enquanto produto turístico. Disponibilizar wi-fi gratuito nas zonas históricas de Porto e Lisboa ou desenvolver uma plataforma online para “facilitar o acesso ao património, através de vendas integradas” de bilhetes, são exemplos do que está a ser gizado. Seguiram-se as intervenções de Luís Pedro Silva, arquiteto responsável pelo projeto do terminal de cruzeiros do porto de Leixões, e Fernando Almeida Santos, presidente da Ordem dos Engenheiros da região Norte. As suas intervenções sublinharam a relação entre a engenharia e o turismo e a necessidade de articulação entre várias competências e áreas do saber. Por fim, Mário Ferreira, CEO da Douro Azul, apresentou a perspetiva de um empresário que considera haver um enorme potencial de crescimento em número de visitantes, duração da estadia e cadeia de valor acrescentado pois, como bem lembrou, Lisboa e Porto são apenas duas das muitas possibilidades que o país tem para oferecer e salientou que obras públicas como o túnel do Marão serão decisivas no futuro próximo. No final da conferência o público pôde colocar questões e partilhar as suas próprias ideias num debate cheio de vivacidade. Quanto aos formandos, ficou a certeza de que vários agentes – públicos e privados – estão a apostar no turismo e que haverá uma maior necessidade de recursos humanos qualificados, o que constitui um encorajamento e um desafio.
Formadora Susana Pereira Ação EFA NS Técnico de Ambiental e Rural – Gaia N.º 4
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CEFP Porto Qualifica a população de Cinfães
O Município de Cinfães em parceria com o Centro de Emprego e Formação do Porto e o Serviço de Emprego de Penafiel têm vindo a desenvolver um conjunto diversificado de ações de formação, quer no modelo Vida Ativa, quer no modelo de Dupla Certificação, nomeadamente de Educação e Formação de Adultos, proporcionando formação a uma larga camada da população cinfanense. O leque de idades é variado, bem como a oferta formativa, através da qual se pretende solucionar ou, pelo menos, minimizar enormes lacunas dos formandos que a procuram, incentivando-os ao exercício de uma cidadania organizada e proativa, a qual resulta da aquisição de competências chave para o seu desenvolvimento pessoal, profissional e social. Esta parceria tem ainda como objetivo a capacitação das pessoas para a procura de emprego e a melhoria das suas apetências para o desempenho de determinadas funções.
No dia 1 de abril o Curso Técnico de Turismo Ambiental e Rural (TAR) terminou a sua formação curricular com a apresentação de um site sobre o Turismo em Cinfães, na Biblioteca Municipal, no qual estiveram presentes, entre outros, o Presidente da Câmara Municipal de Cinfães, Armando Mourisco, a Vereadora da Educação e Qualificação Profissional, Graça Reis, a Diretora Adjunta do Centro de Emprego e Formação Profissional do Porto, Isabel Gonçalves, e o Coordenador da ação, José Ferreira. Os formandos, agora em contexto de estágio, quer nos espaços do Município, quer em empresas do setor privado na região, mostraram-se radiantes pelas aprendizagens e experiencias realizadas, bem como pela realização de um sonho consecutivamente adiado - a conclusão do 12º ano.
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O Executivo da Camara Municipal de Cinfães espera desta parceria a continuidade de propostas de ações de formação direcionadas para áreas em crescimento na região, por forma a dotar a população de mão de obra devidamente qualificada. Até ao momento no modelo Vida Ativa beneficiaram, destas ações 373 formandos; Dupla Certificação cerca de 502 formandos e no Modelo de Vinculação Educativa 50 Assistentes Operacionais dos dois Agrupamentos de Escola do Concelho e ainda uma turma de Licenciados Desempregados no total de 25 formandos. Esta última modalidade de formação foi concebida como modelo integrado para a qualidade na educação e formação assente nas duas premissas de intervenção que enformam os Modelos de Qualidade Total - a incidência nos processos organizacionais, neste caso, os educativos e formativos, e nas pessoas a eles ligados, os atores educativos - professores e formadores, líderes, auxiliares de ação educativa, pais e encarregados de educação e outros parceiros interessados.
Cinfães continua a apostar na qualificação da sua população.
Vereadora da Educação e Qualificação Profissional Graça Reis O Coordenador da ação de TAR José Ferreira N.º 4
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Poema “Podia ser eu”
Podia ser eu… Noite fria, vagueando na rua sem lar pr’a dizer seu, rasga-se o teto de recordações e não aquece a pele nua. Podia ser eu… Palavras iguais, escritas de solidão do tempo, passado na calçada com sonhos se vive à toa, parece ter fim, a infinita escravidão Podia ser eu… Manhã erguida em teu azul, de um céu pintado de esperança Olhos q’ trazem sorrisos e em sua boca a confiança. São meus iguais, meus semelhantes que do Eu sinto p’lo Outro deixa-lo perdido, que humilhante! Pois podia ser eu…
Isabel Gonçalves N.º 4
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Vida ativa ao Serviço das Pessoas Sem-abrigo
Realizou-se
no dia 2 de Dezembro, no Serviço de Formação do Porto – Cerco do Centro de Emprego e Formação Profissional do Porto o seminário “Vida Ativa ao Serviço das Pessoas Sem Abrigo” organizado em parceria pelo IEFP, I.P. e pela Plataforma + Emprego. Este seminário teve como objetivos a apresentação dos resultados do projeto-piloto de formação destinado a pessoas sem-abrigo, desenvolvido entre dezembro de 2014 e abril de 2015, denominado “Competências para a Integração”, assim como a apresentação do plano de formação a desenvolver em 2016, destinado à população dos sem-abrigo.
Após um momento emotivo de apresentação de um vídeo com os testemunhos dos formandos que participaram no projeto-piloto, foram entregues os Certificados de Qualificação aos mesmos formandos. Foram ainda apresentadas, pelo Diretor do Centro de Emprego e Formação Profissional do Porto, o Eng.º Rui Valente, as linhas de orientação do plano de formação para 2016. Para concluir, o Professor Américo Mendes, da Universidade Católica, apresentou um resumo crítico das questões trabalhadas no Seminário, tendo lançado alguns desafios quer às entidades envolvidas, quer mesmo à plateia em geral no que respeita à integração dos sem-abrigo na sociedade.
Na sessão de abertura participaram o então Delegado Regional do Norte, Dr. César Ferreira, o Diretor de Unidade de Desenvolvimento Social e Programas do Instituto de Segurança Social, Dr. Hugo Tavares, o Provedor da Santa Casa da Misericórdia Porto, Dr. António Tavares, o Delegado Regional da Educação da Região Norte, Dr. José Mesquita, e o Diretor do Centro de Emprego e Formação Profissional do Porto, Eng.º Rui Valente. Seguiu-se a apresentação da Plataforma + emprego, pelo Dr. Alfredo Costa, representante da referida Plataforma e da entidade WelcomeHome e a apresentação dos resultados do projeto pela Dr.ª Sandra Costa, do Centro de Emprego e Formação Profissional do Porto, e pela Dr.ª Olga Rocha, representante do Centro Distrital do Porto do Instituto da Segurança Social e da Plataforma + Emprego.
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Formação Prática em Contexto de Trabalho (FPCT) Tutores: “Se eles tiveram um ano disto porque é que eles não sabem ainda?”. “Respeitar as normas da empresa” “Melhor acompanhamento” “Eles põem-me aqui o estagiário, os miúdos vêm e apresentam-se, vão-se embora, não há um telefonema” Formandos: “Poder aprender muito mais do que no centro.” “Para mim a formação prática em contexto de trabalho é essencial para poder por em prática o que se aprendeu na formação.” “Aprendi a lidar com muitas pessoas e alguns problemas” “…inserção no mercado de trabalho” “Melhor acompanhamento de quem me avalia” “O Centro de Formação Profissional devia de seguir mais os formandos na FPCT” “Os tutores terem conhecimento do conteúdo dos cursos” “Estou disponível para qualquer tipo de trabalho dentro da empresa” Responsável pedagógico: “deveríamos falar com os empresários (…), perguntar qual é o perfil de formando que pretendem obter” “qual é o tipo de formação que nós devemos ministrar para que eles pudessem ser melhores nas empresas” “…não estamos a trabalhar isso porque nós não temos tempo” “mais vale fazer pouco e bem do que muito e mal” Não poucas vezes estes são os comentários que surgem quando o assunto é a Formação Prática em Contexto de Trabalho. Esta componente de formação, de extrema importância, é como tal parte integrante de todas as modalidades do sistema nacional de qualificação embora por vezes, por diversos motivos, é relegada para segundo plano. Certamente que todos concordam que sendo um ponto fulcral na formação e a parte mais importante do processo, precisa que lhe seja dedicado mais tempo. Pretende-se aqui dar-lhe algum espaço, pelo menos. A FPCT visa o desenvolvimento e a aquisição de conhecimentos e competências técnicas, relacionais e organizacionais relevantes para o exercício da atividade profissional. Confere à formação profissional um carácter integrado, apontando para a necessária ligação entre contexto de formação e contexto de trabalho, como resposta às constantes evoluções organizacionais e tecnológicas. A FPCT distingue-se da prática simulada por se afigurar mais rica do ponto de vista dos saberes operativos, num ambiente e num sistema de trabalho concretos. Outro aspeto que não podemos descurar é o facto de esta componente de formação, ser um importante veículo, para a inserção no mundo do trabalho. Potenciadora dos resultados finais da aprendizagem, e também porque as empresas em caso de necessidade de recrutamento, não raras vezes admitem indivíduos cujas potencialidades já conhecem e cujas competências ajudaram a adquirir. Sendo sem dúvida uma componente de formação importante está na hora de ter uma abordagem, mais estruturada e integrada. Quer entidades, quer formandos se sentem um pouco abandonados nesta fase. Não nos podemos nunca esquecer que estes são os 2 principais intervenientes no processo. É para eles que trabalhamos e se a perceção é de abandono é porque o esforço que fazemos não está no caminho certo…
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Certo é que os formandos só no decorrer da FPCT é que valorizam os conhecimentos adquiridos em contexto de formação. No caso específico da Aprendizagem a integração em estágio ocorre numa fase muito incipiente do percurso formativo, a articulação entre Centro de Formação/ Empresa, reveste-se de toda uma importância primordial, para evitar que da parte da empresa surjam os comentários: “Se eles tiveram um ano disto porque é que eles não sabem ainda?” e também para que formando, quando confrontado com situações reais, às quais não consegue dar resposta, não sinta como inútil a formação que é ministrada no Centro. É de vital importância que os Srs. formadores que ministram a formação técnica da ação, tenham capacidade de reorganização e conhecimento/ flexibilidade suficiente para em qualquer altura responder a solicitações dos formandos, estruturando a sessão de forma diferente do planeado, para responder a necessidades concretas, que obviamente representarão uma mais-valia para os jovens. Por parte das empresas, estas por vezes acusam o sistema de formação de não fornecer pessoas com as qualificações necessárias às suas necessidades, mas também não se organizam no sentido de contribuir para a adequação necessária entre oferta e procura, entendendo que essa é uma tarefa fora do âmbito das suas responsabilidades.
O Responsável Pedagógico, é um interveniente privilegiado nas fases de preparação, desenvolvimento e de avaliação desta componente de formação. O responsável pedagógico é o elemento que assegura para além de outras atividades, a articulação entre a equipa pedagógica e o grupo de formação, assim como entre estes e a Entidade Enquadradora.
Obviamente que é sempre mais fácil, fazer parte do problema do que da solução, mas infelizmente temos que reconhecer que ao longo dos anos, esta componente, que era uma “bandeira de diferenciação” do IEFP, já existia uma ligação bastante próxima das empresas, falávamos a mesma linguagem, a linguagem da profissão, se foi perdendo. Continua a existir a FPCT no final de um percurso, ou no decorrer do mesmo, mas o contato com as empresas tornou-se frio e distante, perdoem a comparação, mas é mais ou menos a diferença entre o “ir à mercearia do bairro ou ir ao hipermercado”. Quando existia a possibilidade (leia-se tempo) de fazer contatos prévios, reuniões preparatórias de estágio, podia no decorrer da formação haver um ou outro problema, mas empresas estavam sempre em contato connosco, não havia dúvida na forma de operacionalização, desta componente, nem por parte das empresas, nem por parte dos formandos. Com o afastamento que o volume de trabalho nos impõe, perde-se a relação de confiança, não poucas vezes importante, para o sucesso da Formação em Contexto de trabalho e até para um maior número de integrações no final do estágio. A ligação entre o contexto de trabalho e o contexto de formação deve ser estreita.
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Não há muito tempo, os tutores das empresas eram convidados a participar nas reuniões que se realizavam, boa prática que se foi perdendo no tempo, mas que atualmente se tenta recuperar, pois estes momentos, são momentos privilegiados, já que permitem troca de informações entre empresa e equipa formativa. Neste espaço quer a equipa quer a empresa têm a possibilidade de partilhar informação sobre determinado formando o que sem dúvida é elemento facilitador da aprendizagem e integração. Podemos concluir que esta componente, exige ser tratada com mais atenção, para que a mesma tenha a perceção igual ao valor que se lhe atribui: Assim, podemos identificar alguns aspetos que urge sejam melhorados: -o acompanhamento da FPCT por parte do Centro de Formação Profissional -o reforço da articulação entre Centro de Formação e a empresa. -necessidade de estabelecer um diálogo continuado com as empresas/ tutores -assegurar condições para se fazerem as visitas de acompanhamento às empresas, durante a realização da FPCT -interação continuada entre o Tutor e o responsável pedagógico/ coordenador -envolvimento das empresas no processo formativo Em 2013, passámos por um novo paradigma da Formação Profissional, com a aglutinação entre Centros de Formação e Centros de Emprego; com nova organização das equipas formativas, que se previa viesse dar mais estabilidade à formação. De facto a nível de equipas formativas algumas vantagens vieram, mas como não há bela sem senão, no campo das mediações/ responsáveis pedagógicos, nem tudo são rosas e o panorama não foi de melhoria, já que passámos das raras substituições dos mediadores/ responsáveis pedagógicos, para as sistemáticas substituições. Junto das empresas passámos a ter ao longo de um mesmo percurso de formação, vários interlocutores, enquanto responsáveis pedagógicos. As empresas sentem-se perdidas nos contatos que têm que efetuar, há perda de informação, na transição de uns para outros e obviamente aproveitamento da situação, nem sempre pela positiva por parte dos formandos. Uma vez que se prevê, que talvez em 2016 haja reformulação desta componente (FPCT), talvez estejamos prestes a ter um novo paradigma neste domínio, que se deseja mais eficaz.
Bibliografia: CN11/ 2013, 3ª revisão, de 16/08/2013, Regulamento específico da APZ, anexo 5 -Guia de orientações da FPCT. Pereira, Emanuel de Jesus Borges, 2010, “Avaliação da Formação Prática em Contexto de Trabalho, no âmbito dos Cursos de Aprendizagem”, Lisboa –Universidade de Lisboa, Instituto de Educação Zélia Rosado Vaz N.º 4
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XVII CONGRESO INTERNACIONAL DE GALICIA E NORTE DE PORTUGAL DE FORMACIÓN PARA O TRABALLO
Decorreu nos dias 18, 19, 20 novembro de 2015, na ESCOLA GALEGA de ADMINISTRACIÓN PÚBLICA, em Santiago de Compostela, o XVII CONGRESO INTERNACIONAL DE GALICIA E NORTE DE PORTUGAL DE FORMACIÓN PARA O TRABALLO. No âmbito da formação de formadores e do projeto de doutoramento, o formador Marco Bento apresentou a seguinte comunicação:
Formar formadores para a era do Mobile Learning Ficando aqui um resumo da mesma: “Cada vez mais existem estudos que mostram que a maioria dos estudantes utiliza, na formação profissional, tablets ou smartphones para aceder à Internet. De nada valem os normativos que insistem em proibir nas salas de aula estes recursos tecnológicos. O caminho é, com certeza, a sua integração nos trabalhos e pedagogias escolares, aproveitando todas as sua potencialidades. Assim, os formadores são chamados a mudar as suas práticas, mas só o poderão fazer se tiverem as competências necessárias para tal. Tornar os formadores utilizadores proficientes destes meios, é o primeiro passo para que a integração dos tablets e smartphones nas salas de aula se faça com ganhos para todas as partes. Neste artigo apresentamos a formação realizada junto de 21 formadores de formação profissional do Centro de Emprego e Formação Profissional do Porto. A formação sobre a utilização de tablets e iPADs na sala de aula realizou-se num total de 35 horas, assumindo uma forte componente prática. Apresentamos toda a metodologia inerente ao desenvolvimento deste projeto, assim como os resultados finais, que se tornaram surpreendentemente motivadores para nova intervenção.” O artigo pode ser consultado na íntegra em: https://www.academia.edu/19742300/Training_trainers_for_the_era_of_Mobile_Learning
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XVII CONGRESO INTERNACIONAL DE GALICIA E NORTE DE PORTUGAL DE FORMACIÓN PARA O TRABALLO
No âmbito do projeto “Leitura Digital” os formadores Sónia Coelho e Marco Bento apresentaram no mesmo congresso a seguinte comunicação:
Na rota dos livros digitais Ficando aqui um resumo da mesma: “Uma das competências da formação profissional é a de consolidar leitores. A prática de leitura é uma aposta social e um ataque ao analfabetismo funcional. Assim, ler, é um processo mental de construção de significados, com base num texto escrito. O pleno desenvolvimento da personalidade, o ideal da educação, o fim último e pleno da educação apenas se poderá alcançar por métodos educativos propícios, como a experiência vivida e de leitura, a liberdade de pesquisa, o desenvolvimento do espírito crítico, a elaboração de regras, a resolução de problemas, o trabalho em equipa, a cooperação e a iniciativa. O digital constitui um desafio a este entendimento da leitura, porque o seu contexto de comunicação implica o uso de novos textos, na medida em que se trata de textos multimodais, de natureza interativa, em rede, situados em contextos de significação também eles renovados por serem marcadamente ativos, tangíveis, móveis e corporizados. Neste artigo apresentamos o desenho, metodologia e os resultados do projeto “Na rota dos livros digitais”, que visava a dinamização de leitura digital na formação profissional nos cursos do Centro de Emprego e Formação Profissional do Porto.” O artigo pode ser consultado na íntegra em: https://www.academia.edu/19742221/On_the_route_of_digital_books
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O projeto de leitura além-fronteiras - IACOBUS
Os resultados preliminares do projeto Leitura Digital foram positivos pela diminuição de absentismo formativo, pelo aumento do gosto pela leitura e pelo aumento de aquisição de competências de leitura e escrita. Foi-nos endereçado um convite para uma candidatura (aceite) a um projeto além-fronteiras, o IACOBUS. O objetivo central no processo de intervenção IACOBUS era o de apresentar à formação profissional galega, no Centro Indalecio Pérez Tizón (IES), em Tui, ao qual foi atribuído o título “O encontro entre a literatura portuguesa e a galega”, de forma a criar e consolidar leitores através da rede social facebook e também conhecer as dinâmicas de trabalho dinamizadas no Centro IES. Esta experiência decorreu entre os dias 31 de agosto a 4 de setembro de 2015. A estadia começou com uma visita ao centro profissional, promovida pelo Sr. Diretor Carlos Jiménez, na qual foi possível ver e conhecer as instalações do centro e equipa de formadores. De seguida participamos numa série de reuniões onde o centro IES evidenciou as metodologias utilizadas no seu centro, nos seus cursos e em particular na área da literatura. Foi realizada uma visita à biblioteca para aferir os livros disponíveis para o efeito, uma vez que um dos objetivos continua a ser a de apostar na leitura para combater o analfabetismo funcional e consequentemente a pobreza de linguagem. Após esta pequena visita guiada, em que verificamos a disponibilidade de recursos para a dinamização do projeto, reunimos com um grupo de formadores para uma explicação do projeto e sensibilização do uso das tecnologias disponíveis pelos próprios alunos, ou seja a utilização do facebook em contexto formativo. Depois foi formado um grupo de trabalho constituído por formadores de línguas e foram explorados alguns autores galegos assim como abordagens metodológicas à análise textual, caracterização de personagens e comparação com os autores portugueses. Nos dias seguintes trabalhamos com o formador de literatura galega, Manuel Rosende que mostrou e explicitou como é que exploravam em termos didáticos a literatura nos planos curriculares e projetos transdisciplinares, nomeadamente com o Agrupamento de Escolas de Muralhas do Minho. Assim realizamos formação aos formadores sobre como poderiam implementar o projeto e realizamos algumas das tarefas já desenvolvidas em Portugal, como a interação no perfil do projeto e análise dos autores propostos no mesmo, nomeadamente Camilo Castelo Branco. Acordamos que iríamos, através do facebook do projeto partilhar, explorar e trocar conteúdos para aplicarmos em ambos os lados da fronteira. Como conclusão verificou-se que seria, extremamente importante, que um formador e ou turma visitasse o CEFPP, para efetuar uma pequena visita e participar em aulas de literatura portuguesa e que pudesse acontecer o processo inverso, uma turma do CEFPP visitasse o Centro IES, em Tui.
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Novas metodologias de Aprendizagem: Mobile Learning O mundo a educação/formação encontra-se, hoje, num ambiente que está cheio de dispositivos móveis, sejam telemóveis, smartphones, tablets. A popularidade destes equipamentos junto dos alunos/formandos aumentou tanto nos últimos anos que os professores/formadores são confrontados com o desafio de os integrar pedagogicamente nas suas práticas pedagógicas, constituindo-se o denominado mobile learning. Nesta modalidade, o espaço de aprendizagem não é definido ou limitado por horas de aula regulares ou locais específicos, mas por aprendizagem e pluralismo pedagógico. Com as tecnologias móveis nas mãos, os alunos/formandos podem aprender tanto em sala de aula como fora dela, tanto no tempo da letivo como após o mesmo, potenciando a aprendizagem formal e a aprendizagem informal. Assim, aprender hoje, é aprender em qualquer lugar e a qualquer hora.
http://projetosupertabi.blogspot.pt O futuro é um novo paradigma educacional e não se preparar para uma nova realidade é ficar parado no tempo. Apresentamos um blogue e uma comunidade prática onde se apresentam conteúdos, estratégias e práticas da implementação desta modalidade em sala de aula/formação, já testadas no Centro de Emprego e Formação Profissional do Porto.
http://bit.ly/1P7n77f N.º 4
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Jacaranda mimosifolia
Reino: Plantae Género: Jacaranda
Família: Bignoniaceae Espécie: Jacaranda mimosifolia
Nomes comuns: jacarandá, jacarandá-mimoso
Origens geográficas: Sul Americana Folhagem: Caduca a semi-caduca Clima: Adapta-se a uma ampla variedade de locais, mas aprecia o clima subtropical. Quando jovem, não tolera frio excessivo, mas torna-se mais resistente ao frio com o tempo Tipo de solo: Fértil, bem drenado e rico em matéria orgânica Exposição: Sol. O momento em que surgem as primeiras flores de Jacarandá nunca passa despercebido. De uma forma geral esta floração anuncia o fim da primavera e o início dos dias longos e quentes de verão. Uma cor quase irreal anuncia uma época do ano, esperada com alguma ansiedade. Durante o resto do ano passamos por estas magníficas árvores sem lhes prestarmos a devida atenção, embora elas permaneçam nas nossas ruas, praças e jardins todo o tempo. Tal como aqui no Centro de Formação Profissional do Porto, localizadas junto ao campo de futebol, viradas para o pavilhão principal. A formosura da sua copa florida foi celebrada por grandes poetas de língua castelhana, como o chileno Pablo Neruda no seu Canto Geral, e o espanhol Rafael Alberti, que no poema Vaivém falou da neve azul do jacarandá. Muito provavelmente, esta espécie foi introduzida no nosso país em meados do séc. XIX. O “aquecimento global” que se tem vindo a verificar, tem favorecido uma melhor adaptação desta espécie à cidade do Porto. Recentemente têm-se plantado, com bons resultados, jacarandás em várias ruas e jardins por ser uma árvore muito ornamental, resistente à poluição urbana e à maioria das pragas e doenças, que filtra moderadamente a luz do sol, é de crescimento rápido e possui raízes que não são agressivas para os arruamentos.
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Magnolia grandiflora Os jacarandás são das poucas árvores a ter o mesmo nome em todos os idiomas. Para isso deve ter contribuído o facto de o botânico francês A.L. Jussieu, quando criou o género, ter adotado para o designar um termo da língua indígena tupi-guarani, iacaranda ou yacara’nda, que significa de interior duro ou perfumado. São árvores de porte médio que podem atingir cerca de 15 metros de altura, mas a sua altura média ronda os 5-6 metros. Têm a copa arredondada e irregular. A sua folhagem é delicada. As folhas medem aproximadamente 40 cm de comprimento e tem uma coloração verde-clara acinzentada. O caule varia entre 30 a 40 cm de diâmetro e é um pouco retorcido, com casca clara e lisa quando jovem, que gradativamente se vai tornando áspera e escura com a idade. As flores são duráveis, perfumadas e grandes, de coloração azul ou arroxeada, em forma de trompete e arranjadas em inflorescências do tipo panícula. Os frutos são lenhosos, deiscentes (abrem-se quando maduros, liberando as sementes) e contêm numerosas e pequenas sementes, que surgem no outono e servem para a sua propagação. Estes frutos são utilizados no artesanato para confeção de bijuterias, entre outros. A madeira do jacarandá é de excelente qualidade. Apresenta uma cor rosada muito apreciada, é muito dura, pesada, compacta e de longa durabilidade. É bastante usada, na indústria de mobiliário, pisos laminados, instrumentos musicais e em aplicações no interior de automóveis de luxo. Esta espécie não necessita de muita poda, nem é exigente na manutenção. Não tolera secas prolongadas nem ventos fortes, principalmente carregados de ar do mar. http://www.portaldojardim.com/pdj/2009/05/27/jacaranda https://pt.wikipedia.org/wiki/Jacarand%C3%A1-mimoso#cite_note https://www.google.pt/search?q=jacarand%C3%A1.&espv=2&biw=1024&bih=466&source=lnms&tbm=isch&sa= X&ved=0ahUKEwjHwZXNgK3LAhVG1hQKHcqEAQMQ_AUIBigB#imgrc=kLvm-2BJ9rDhuM%3A
Formadora Filipa Miranda N.º 4
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