Revista Oriente Ocidente N.26 - INSTITUTO INTERNACIONAL DE MACAU 2011

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EAST WEST

Número 26 Abril de 2011 Ilustração de Victor Hugo Marreiros

ENCONTRO DAS COMUNIDADES MACAENSES ORIENTEOCIDENTE


www.iimacau.org.mo

Rua de Berlim, 204, Edifício Magnificent Court, 2º (NAPE), Macau, Tel (853) 2875 1727 – (853) 2875 1767 Fax (853) 2875 1797 email: iim@iimacau.org www.iimacau.org.mo

Este número de Oriente/Ocidente teve o patrocínio da Fundação Jorge Álvares

ORIENTEOCIDENTE “newsletter” do IIM Instituto Internacional de Macau Número 26 Abril de 2011 Editor Rufino Ramos Cordenador-Adjunto José Mário Teixeira Produção IIM Design Gráfico victor hugo design Impressão Tipografia Welfare Lda. Tiragem 1.500 exemplares Preço MOP 30.00 / 3.00

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EDITORIAL

Ad Memoriam 06 07 10 11

Henrique de Senna Fernandes Aquele velho homem que escreveu o Amor e os Dedinhos de Pé Leonel Zilhão de Barros Lídia Lourdes da Cunha

Encontro das Comunidades Macaenses 12 17 18 21

Encontro das Comunidades Macaenses - Participação do IIM Centenário do nascimento de Danilo Bareiros IIM traz retrato feito por Smirnoff Testemunho de Cecilia Yvanovich Burroughs

Exposições e Seminários 22 24 25

ORIENTEOCIDENTE

Politécnicos de Beja e Castelo Branco recebem mostra fotográfica de Macau Macau é um Espectáculo – Pernambuco Macau e o Intercâmbio Sino-luso-brasileiro


Diáspora

26 Sessões de Patuá di Macau 27 Cordeiro distinguido em Toronto 27 Mudanças na Direcção de Casas de Macau

Lusofonia 28 29 29 30 31

Programa DOCTV CPLP Protocolo com o IILP FESTLATINO AULP Visita dos Politécnicos a Singapura e Malaca

Visitas 32 32 33 33 33

Direcção do IIM visita Chefe do Executivo Secretário-Executivo da CPLP visita IIM Visita ao Secretário Geral do Fórum Visita ao Pavilhão de Macau na Expo Xangai Ana Paula Laborinho visita IIM

Prémios

34 Prémio Jovem Investigador 35 Prémios na Escola Portuguesa

Publicações

36 36 38 38 39

Webpage Publicações lançadas durante o Encontro das Comunidades Macaenses Outras publicações novas: Macau e as relações económicas China / Países de Língua Portuguesa A Professora Graciete Batalha A Derrota dos Holandeses em 1622 Páginas da História de Macau Negociações e Acordos Luso-Chineses sobre os Limites de Macau no Séc. XIX Oferta de livros da IMPRENSA NACIONAL “DITEMA – Dicionário Temático de Macau”, I Volume

Os nossos Sócios 39

Rui Martins na Academia das Ciências

ORIENTEOCIDENTE


Editorial

ORIENTEOCIDENTE


Editorial Macau sempre foi uma cidade vanguardista no processo da mundialização. Há já cinco séculos que assumiu o papel de plataforma entre os universos oriental e ocidental e, desde então, tem cumprido esse papel de uma forma única. Se bem que a sua localização geográfica foi, e é, um ponto importante neste processo, é certo que não foi exclusivamente graças a esse ponto, o sucesso alcançado pelo território. As gentes de Macau e as suas criações foram, indubitavelmente, a chave do êxito deste pequeno pedaço de terra. Gentes e criações que deram origem a um património identitário, único no mundo, pela sua diversidade e harmonia.

É este património, tangível e intangível, do terreno da memória e do futuro, que o Instituto Internacional de Macau se propõe, desde a data da sua criação, proteger e promover, em Macau e no mundo. Lado a lado com Macau, a história do IIM é, também, uma história de sucesso.

A participação no Encontro das Comunidades Macaenses 2010 coroou um ano próspero do IIM, numa homenagem conjunta ao Patuá, a personalidades, a instituições, a memórias... e a Macau. Nestes momentos de triunfo da comunidade sobre o esquecimento, criam-se espaços novos, num processo eterno de criação e manutenção da identidade macaense.

Para cada pessoa que parte, criam-se também espaços de homenagem e de memória. Henrique de Senna Fernandes, Leonel Barros e Lídia Cunha foram peças no processo de criação de Macau e merecem, também, um destes espaços, na memória de cada um e na identidade de todos. Este número da Oriente/Ocidente é a prova disso. ORIENTEOCIDENTE


Ad Memoriam

Henrique de Senna Fernandes

Macau sempre foi terra produtora de grandes homens e grandes histórias. Aventureiros ou contadores de histórias, homens das ciências ou das letras, os filhos da terra deixaram a marca de água, uma identidade que pertence, agora, a todos os que partilham este pequeno espaço de terreno, portal entre as dimensões ocidentais e orientais. De vez em quando, um destes homens parte, e fica um espaço ocupado pela sua memória. Henrique de Senna Fernandes escreveu a última página do livro da sua vida, no dia 4 de Outubro de 2010. Advogado de profissão, o “decano” foi escritor e professor e reconhecido como um dos mais ilustres pela comunidade Macaense. A memória daquele velho homem que escreveu “Amor e dedinhos de pé”, ficará, eterna e indelével, como a sua obra.

ORIENTEOCIDENTE


Ad Memoriam

Aquele velho homem que escreveu o amor e dedinhos de pé O escritor filho da terra, Henrique Rodrigues de Senna Fernandes era um homem velho, não alto, gordinho e que tinha um “brandy nose”. Quando escrevi a tese [de licenciatura], estive uma vez no seu escritório na Nam Van (Praia Grande). Lá estava pendurada uma grande fotografia da actriz Ning Jing. Tendo visto que eu estava a escrutinar esta fotografia, o velho homem riu-se e disse: “She’s beautiful, isn’t she?! I love her.” Era uma fotografia de Ning Jing, na filmagem d’A Trança Feiticeira. Lisa e abundante a testa, brilhantes os grandes olhos e cheios de sorriso, doce é a actriz.

Henrique ORIENTEOCIDENTE


Ad Memoriam

Aquele velho homem que escreveU o amor e dedinhos de pé

Aconteceu isso há cerca de cinco anos. A minha colega “I-sap-gou-pao” [literalmente, vinte pães] (Isabel) que estava ainda em Portugal ajudou-me como intermediária a marcar o encontro. Na conversa, apresentou-me os seus contos do livro “Nam Van”. Dizendo que não se encontrava à venda, ofereceu-me já no dia seguinte um traduzido em chinês. Que bom! Embora me sentisse um pouco desapontado quando acabei de o ler, uma vez que, nalguns contos, o seu olhar, o olhar para o mundo dos chineses é de alto para baixo. Ainda é em A Trança Feiticeira que descreveu de forma mais viva e razoavelmente aquela aguadeira, aquele belo filho da terra de uma rica família. O que Nam Van reúne é as suas obras iniciais, cujas histórias considero bastante boas. Porém, o seu estilo de escrita é menos natural do que o dos posteriores romances. Os papéis não são suficientemente ricos, e ainda por cima, quando conta as histórias dos chineses, é numa perspectiva mais ou menos sobranceira. Não me sinto muito agradável quando leio este livro. Uma vez ele disse-me: “Amanhã arranjo-te o meu Nam Van, terá que ser o teu favorito.”

A entrevista daquele dia evoluiu posteriormente para vários temas. Falámos do passado de Macau que ficou na sua mente e da sua época quando era jovem. Doía-lhe o coração por ver a modernização que estragou o silêncio da cidadezinha. Na minha mente estão especialmente nítidas estas palavras: “a minha paixão por Macau, tem que ser maior do que a dos muitos chineses que nasceram cá.” Não me atrevo afirmar que o que ele disse é verdadeiro, mas pelo menos, a sua paixão por Macau, podemos ver nos contos e romances. Naquele anoitecer em que foram acesos inúmeros candeeiros, naquelas ruas grandes e travessas pequenas, em toda a sua memória… Fotografias ou cinema agarrariam provavelmente estas cenas, mas não o cheiro. Nos seus contos e romances, há uma Macau de ontem tão nítida, tão clara, uma Macau tão sonora, tão colorida, tão cheirosa, tão animada! Henrique de Senna Fernandes era um dos filhos da terra mais interessantes que tenho visto. Agora partiu. Espero que tenha partido bem. Staci (Gu Yu)

Peço desculpas. Esse não foi o meu “favorito”, mas gosto mais do seu Amor e Dedinhos de Pé. Este romance conta o amor entre dois filhos da terra. Não so é atraente a história, mas também são mais caracterizadas as personalidades no romance do que nas outras duas obras. A história como esta, extraordinária e linda, até deu à gente uma quente sensação.

ORIENTEOCIDENTE

In Jornal Ou Mun, edição de 17 de Outubro de 2010. (Tradução de Cheong Kin Man)


de Senna Fernandes

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Ad Memoriam

Neco Barros

Leonel Zilhão Ayres da Silva Barros

Capa do Livro da autoria de Leonel Barros Leonel Barros nos dos Encontros da Comunidades Macaenses

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Leonel Barros, o “Neco”, foi, durante 87 anos, uma referência na comunidade Macaense. Ilustre promotor da cultura chinesa e da história de Macau, foi homenageado, na hora do adeus, pelos jornais portugueses e chineses de Macau, prova de que soube, como poucos, ter um papel relevante no encontro tão especial das culturas chinesa e portuguesa na “Cidade do Nome de Deus”. Autor de “Macau – Coisas da Terra e do Céu”, e de outras publicações sobre as tradições e costumes da terra onde nasceu, recebeu um louvor da Direcção dos Serviços da Educação e Juventude, ainda na época da Administração Portuguesa. O seu contributo destaca-se na sua atenção e promoção dos vários aspectos da vivência de Macau, sobretudo das realidades de religiões, lendas e tradições, que o autor descreveu num estilo de escrita cheio de paixões e surpresas, como consta do prefácio do seu livro, pela mão de Jorge Rangel.

O Instituto Internacional de Macau vai doar à Universidade de Macau, um exemplar de “Macau – Coisas da Terra e do Céu”, autografado pelo autor, que fazia parte da Biblioteca Comendador Joaquim Morais Alves do Instituto Internacional de Macau. Neco Barros tornou-se, através da sua vida e obra, ele mesmo, uma das “Coisas da Terra e do Céu” de Macau.


Ad Memoriam

Lídia Lídia Lourdes da Cunha assistiu à criação do Instituto Internacional de Macau, em 1999, e foi Secretária da Direcção desde então. Nenhuma homenagem da nossa parte será suficiente como reconhecimento póstumo do papel importante que ela desempenhou na vida do IIM. Que descanse em paz...

Lídia Lourdes da Cunha Lídia Lourdes da Cunha estudou na Escola Comercial Pedro Nolasco da Silva e entrou como funcionária pública no Palácio do Governo, durante a Administração Portuguesa. A sua carreira foi curta mas importante. Foi secretária do Governador Carlos Melancia e do Comissário contra a Corrupção Mendonça de Freitas e, nos últimos dez anos da sua vida, responsável, no Instituto Internacional de Macau, de tantas coisas de que nunca nos apercebemos, antes de ela nos deixar.

As homenagens justas vêm, por vezes, em ocasiões e formatos injustos. Lídia Cunha abandonou-nos antes do tempo que cremos normal e o espaço, ocupado pela sua ausência, é tão forte como a presença discreta a que ela nos tinha habituado.

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Encontro das Comunidades Macaenses

Encontro das Comunidades Macaenses Participação do IIM

O Teatro D. Pedro V foi palco de uma cerimónia organizada pelo Instituto Internacional de Macau, integrada no programa do Encontro das Comunidades Macaenses 2010. Centenas de Macaenses, de Macau e da diáspora, reencontraram-se com a Macau de antigamente, e com a sua genti, numa sessão de sucesso, honrando o Teatro que tantas vezes foi palco para este mesmo público. Durante a sessão o IIM entregou os

Prémios Identidade 2009 e 2010, à Santa Casa da Misericórdia e a Raquel Remédios, Presidente da União Macaense Americana, respectivamente, pelas mãos do seu presidente, Jorge Rangel. Por deliberação dos seus órgãos sociais, o Instituto Internacional de Macau tinha decidido atribuir o Prémio Identidade 2010 à União Macaense Americana (UMA), em reconhecimento da obra realizada em prol da defesa dos valores culturais de Macau e do papel desenvolvido no estabelecimento de uma identidade nos meios anglófonos da Diáspora Macaense.

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A UMA é a instituição mais antiga dos Filhos de Macau, nos Estados Unidos da América, dispondo de uma história de mais de 50 anos, desde que foi fundada em 1959, como uma modesta organização até aos presentes dias quando os seus mais de 800 membros acabaram de celebrar o respectivo jubileu de ouro, em Novembro de 2009. Através das suas múltiplas actividades sociais e do seu boletim noticioso trimestral, a UMA tem conseguido manter viva a identidade macaense, divulgando informações aos que desejem estar a par das novas da sua terra de origem e promovendo a harmonia e camaradagem entre a comunidade dos Filhos de Macau. A história da UMA começa com a sua fundação, em Outubro de 1959, por um punhado de recém-imigrados Macaenses na Califórnia. À semelhança do que aconteceu com outras instituições do género, em muitos outros lugares, o objectivo primário do clube era facultar apoio aos recém-chegados a terras estranhas, ajudá-los a estabelecer-se, encontrar sítio para eles residirem e garantir-lhes um emprego. A par desses nobres princípios, existia então o secundário: congregá-los em festas e passeios, fiel ao velho costume macaense de se entreterem juntos como um grupo de indivíduos com gostos semelhantes e história e tradições comuns.

Seria justo recordar os nomes dos principais membros fundadores da associação, designadamente John e Bernie Pomeroy, Alberto d’Almeida, Tony Gonsalves, Barry Barradas, Miguel Leite, Emmanuel (Gaudie) da Costa, Lionel Sequeira, e Merce Ramos. As suas contribuições, dedicação e interesse ajudaram a consolidar a base sobre a qual UMA conseguiu segurar e suceder. De entre as individualidades que contribuiram para a história da UMA, contam-se Bernie Santos, Tony Baptista, Mario Campos e algumas figuras nossas conhecidas como Frederic “Jim” Silva, Joaquim Pereira, Delano Pereira, etc. Os seus fundadores consignaram “preservar e promover a cultura, o património, tradição e história dos nossos antepassados, Portugueses e macaenses, manter uma relação fraterna com grupos homólogos, a nível global, e promover relações intelectuais e sociais entre os seus membros”, e à sombra desses princípios, a UMA cresceu para se tornar num clube vigoroso e dinâmico, ostentando uma lista de membros provenientes de diversos países. Todos os anos, a UMA tem mantido um calendário repleto de eventos para os seus membros, incluindo uma ‘Noite Macaense’ dançante, torneios de golfe e de bowling de relva, encontros sociais, convívios e passeios. Tem ainda fomentado a participação dos membros mais jovens da comunidade nas actividades do clube, para que eles perpetuem as ancestrais tradições para o futuro. A actual direcção da UMA é a seguinte: Maria Gomes, Presidente, Flávia Grenbel, vice-presidente, Francisco Carion, Tesoureiro, Luiz Osório, secretário e directores: Eduardo de Assis, Edmundo Guterres, Eduardo Machado, Mersia Poirier e Raquel Remédios.


Encontro das Comunidades Macaenses

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Encontro das Comunidades Macaenses

Lançamento de Publicações A sessão do IIM no Encontro das Comunidades Macaenses 2010 foi o acontecimento escolhido para a apresentação da maior parte das novas publicações editadas em 2010, juntando, de uma vez só, os autores, a direcção do IIM e um público atento e interessado. Sete livros foram lançados, sete árvores representativas da memória, identidade e cultura macaenses: Os volumes V e VI do “Falar de Nós”, de Jorge A. H. Rangel; “Meio Século em Macau” Volume I e II, de J. J. Monteiro; “Things I Remember”, de Frederic “Jim” Silva; “The Portuguese Community in Hong Kong – A Pictorial History, Volume II”, de António Pacheco Jorge da Silva; “Cinema em Macau” de Henrique de Senna Fernandes.

CENTENARIO DO NASCIMENTO DE DANILO BARREIROS Aproveitando a oportunidade do Encontro de Macaenses, no Teatro D. Pedro V, foi feita uma sessão de homenagem à figura de um ilustre macaense, Leopoldo Danilo Barreiros (1910-1994), a comemorar o centenário do seu nascimento. O seu filho, Pedro Barreiros, autor da obra “Danilo no Teatro da Vida”, esteve presente para apresentar, ao mesmo tempo, a obra, e o homem.

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Encontro das Comunidades Macaenses

Retrato

IIM TRAZ FEITO POR SMIRNOFF

A sessão do IIM no Encontro das Comunidades Macaenses 2010 foi coroada pela entrega de uma obra do pintor russo, George Smirnoff, pelas mãos da proprietária e modelo do retrato em questão, Cecília Yvanovich, ao Museu de Artes de Macau. George Smirnoff (1903-1947), que esteve abrigado em Macau, durante alguns anos da II Guerra Mundial, deixou para a posteridade belas paisagens de Macau, feitas na maioria em aguarela. De António “Toneco” Pacheco Jorge da Silva – autor do Portuguese Community in Hong Kong – Vol. 1 & 2 – tinha o IIM recebido uma pergunta sobre o eventual interesse de Macau numa obra original de Smirnoff, em aguarela. O nosso interesse acentuou-se quando descobrimos que era um retrato raro, dado que na colecção conhecida do artista não figurava qualquer retrato. O desejo da proprietária, fomos informados, era de “o doar para um museu de arte que tenha a maior colecção das suas obras.” Exílios diferentes provocaram o encontro entre esse artista russo e Cecilia Maria Yvanovich, em 1945, em Macau. Desse acaso, e das mãos do pintor, tinha saído dos poucos retratos produzidos por ele, mais conhecido pelas aguarelas de cenas e paisagens do Território. É este retrato que a jovem modelo ofereceu, 66 anos depois, através do IIM, a Macau, para que ele possa reunir-se às outras obras do mestre, no Museu de Artes. A invasão de Hong Kong, durante a II Grande Guerra, tinha trazido Cecilia, seus pais e irmãos a Macau, em 1942. Os Yvanovich pertencem a uma das famílias Macaenses que com o seu suor, sangue e lágrimas ajudaram também a escrever a história de Hong Kong. De Macau, Cecilia Yvanovich guarda ainda gratas recordações daqueles três anos, principalmente da Administração que os tratou de forma hospitaleira e amigável, da casa onde viveu na Estrada da Vitória e das pessoas com quem conviveu em festas, chás dançantes e outras ocasiões, apesar dos tempos difíceis. Este retrato, feito por Smirnoff em aguarela, que se pode considerar uma peça única do património artístico e cultural de Macau, foi presenteado àquele Museu pessoalmente por Cecilia, no dia 28 de Novembro, quando ela se deslocou a Macau, com a sua filha e netas, para participarem no Encontro das Comunidades Macaenses. O Instituto Internacional de Macau deseja expressar o seu agradecimento a todos os que estiveram envolvidos nesta operação de trazer de volta a Macau uma peça do seu património cultural e artístico e tem orgulho de ter participado neste exercício de “salvamento”. Em particular à Sra. Cecilia Maria Yvanovich Burroughs, que é simultaneamente proprietária, modelo e doadora dessa peça única do património de Macau, desejamos expressar os nossos sinceros votos de agradecimentos, em nome de todos nós. É uma contribuição que todos apreciamos e da qual nos lembraremos!

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Encontro das Comunidades Macaenses

Filhas de Augusto e Inêz de Carvalho 1909 Segunda linha: Pureza Maria d’Almada e Castro de Carvalho (mãe da Cecília), Olga Maria d’Almada e Castro de Carvalho Em frente: Laura Maria d’Almada e Castro de Carvalho, Maria Elsa d’Almada e Castro de Carvalho e Idalina Maria d’Almada e Castro de Carvalho Cecília e Helen Yvanovich Cecília Maria Socorro Yvanovich e Helena Maria Filomena Yvanovich Maria Luísa Salomé Tavares Maria Luísa foi uma das jovens a quem George Smirnoff fez o retrato. Ela casou com Dr. José António “Zécas” da Silva Vidigal, que exercia a profissão de Veterinário em Macau Casamento deFrederic M. Burroughs e Cecília Maria Socorro Yvanovich 7 de Abril, 1956

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Encontro das Comunidades Macaenses

Testemunho da Cecilia Yvanovich

A maioria das aguarelas de George Smirnoff são paisagens de Macau, mas em 1945 ele quis experimentar algo diferente. Num belo dia de Junho daquele ano, George Smirnoff pediu-me para posar para um retrato que ele queria pintar. Ele pedira a três outras senhoras em alturas diferentes para lhe fazer o mesmo.

Cecília Maria Socorro Yvanovich Vicente António com a filha e o filho 1931 Segunda linha: Helena Maria Filomena Yvanovich, João António Yvanovich, Vicente António Lima Yvanovich (em segunado plano: Englehaardt “Christy” Christensen casado com Cassilda Maria “Cassie” Carvalho)

Fotos da colecção de Cecília Maria Yvanovich Burroughs

Meses antes, disseram-me que ele tinha solicitado a Elsa Maria Demée que tinha então 12 ou 13 anos de idade para lhe posar para o primeiro retrato. Depois ele pediu a Maria Luisa Vidigal (née Tavares), a Bessie Hagedorn e a mim. Naturalmente, sentia-me muito lisonjeada aos 18 anos ao ter este pedido e excitada quando ele assinou e me deu o retrato. George estava satisfeito com a pintura da Bessie e a minha, mas Luisa disse-me que ele não estava contente com a que fez dela. O irmão de Elsa Maria Demée, o pintor Luís Luciano Demée, agora famoso, foi aluno de George antes de ir a Lisboa cursar na Escola Superior de Belas Artes, em 1952. Elsa deu a sua pintura ao filho Manuel que vive agora em Boston, E.U.A., a da Luisa perdeu-se e há muitos anos que deixei de ter contactos com a Bessie pelo que não tenho conhecimento se ela tem ainda este seu retrato. Os Japoneses ocuparam Hong Kong em 25 de Dezembro de 1941. Sendo de cidadania Portuguesa, a nossa familia não foi encarcerada pelos Japoneses. Não viémos a Macau como as outras famílias senão quase em finais de Outubro 1942 quando Hong Kong foi bombardeada pelos aviões Americanos. Foi então quando o nosso pai decidiu que era tempo de a nossa família mudar-se para Macau.

Meu pai e minha mãe, Vincente e Pureza Yvanovich, e os filhos, Teresa, Vincent Jr., Helen, Cecilia e John, embalámos o que foi possível e deixámos a nossa casa para virmos a Macau. A Administração Portuguesa de Macau recebeu os refugiados Portugueses de Hong Kong. As famílias eram alojadas em centros de refugiados mas nós fomos muito afortunados por nos ser possível habitar numa bonita casa na Estrada da Vitória, durante a nossa estada em Macau. A guerra acabou em Agosto de 1945 e em Outubro nós regressámos a Hong Kong. São felizes as recordações que tenho desse três anos em Macau. As pessoas e a Administração não podiam ser mais hospitaleiras e amigáveis. Os residentes de Macau, com idade entre os 18 anos e os 30s e aqueles de Hong Kong, quase da mesma idade, rapidamente se tornaram amigos e muitas vezes se juntavam em festas, chás dançantes, e outros eventos. George Smirnoff que ensinou pintura a vários deles, muitas vezes nos juntava. Foi através destas pessoas amigas de Macau que eu conheci George. Ficarei muito contente e honrada quando o meu retrato figurar juntamente com as outras bonitas aguarelas de George Smirnoff, das muitas paisagens que ele pintou de Macau. Cecilia Maria Yvanovich Burroughs

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Exposições e Seminários

Exposições e Seminários

macau

é um espectáculo

Politécnicos de Beja e Castelo Branco recebem mostra fotográfica de Macau

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Exposições e Seminários

O Instituto Politécnico de Beja (IPBeja) recebeu, em Setembro, a exposição “Macau é um Espectáculo – As artes nas ruas de Macau”.

Na inauguração estiveram presentes os presidentes do IIM, Jorge Rangel, do IPBeja, Vito Carioca e o Governador Civil de Beja, Manuel Monge.

A mostra, co-organizada pelo IPBeja e pelo Instituto Internacional de Macau é constituída por uma colecção de fotografias da Associação Fotográfica de Macau, que ficaram expostas durante uma semana na Galeria de Exposições do IPBeja.

Seguiu-se dai para o Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) , onde foi inaugurada na presença de muitas personalidades da vida cultural daquela cidade. Usaram da palavra o Presidente do IPCB, entidade que a organizou localmente, o Presidente do IIM, a Directora do Museu e ainda a Vereadora da Cultura, em representação do Presidente da Câmara.

Estas iniciativas, inicialmente inseridas nas comemorações do décimo aniversário da Região Administrativa Especial de Macau, seguem a itinerância, um ano depois, mostrando ao mundo uma cidade com uma diversidade etno-cultural, não só original das comunidades que co-existem no território, como também influenciada pela mundialização, numa cidade aberta ao mundo, com uma identidade forte e exclusiva.

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Exposições e Seminários

“MACAU É UM ESPECTÁCULO” EM PERNAMBUCO Continuando a itinerância no Brasil que se iniciou o ano passado, a exposição “Macau é um espectáculo”, organizada pelo Instituto Internacional de Macau com o apoio da Associação Fotográfica de Macau, realizou-se, no dia 8 de Novembro, no Gabinete Português de Leitura do Recife. Na cerimónia de abertura, em que estiveram presentes o Vice-Cônsul de Portugal, dirigentes do Gabinete e muitas personalidades da vida

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cultural e académica do Recife, o Presidente da Directoria do Gabinete, Vicente Miranda, entregou ao Instituto Internacional de Macau a Medalha de Bronze Comemorativa do Sesquicentenário do Gabinete.

Na mesma ocasião, foi assinado um protocolo entre o IIM e o Real Gabinete Português de Leitura do Recife, com o intuito de alargar a cooperação institucional no universo lusófono na senda da promoção da língua portuguesa.

Em resposta, o Vice-Presidente do IIM, José Amaral, depois de explicar de forma sucinta o que é o IIM, ofereceu à biblioteca do Gabinete Português de Leitura uma colecção dos livros editados pelo IIM.

A exposição seguiu depois para a Faculdade Fafire, prestigiada universidade do Estado de Pernambuco que tem cerca de dezasseis mil alunos. Está previsto que ela seja mostrada a seguir na Biblioteca Nacional de Brasília.


Exposições e Seminários

Macau e o Intercâmbio Sino-luso-brasileiro O Instituto Internacional de Macau, em conjunto com o Instituto Brasileiro de Estudos da China e da Ásia-Pacífico (IBECAP), organizou, no dia 16 de Novembro, na Confederação do Comércio, no Rio de Janeiro, a segunda parte do seminário “O papel de Macau nas relações sino-luso-brasileiras”, cuja primeira parte foi realizada em Macau. Este seminário debruçou-se sobre as relações entre o Brasil e a China, e o papel de Macau como

portal de entendimento entre o gigante asiático e o gigante sul-americano. A China tornou-se o maior parceiro comercial do Brasil em 2009 e, tornar-se-ia, em 2010, o maior investidor estrangeiro no Brasil, assumindo um volume de 12 mil milhões de dólares em investimentos directos. Segundo o vice-presidente do IIM, José Amaral, “Macau tem um papel importantíssimo no diálogo entre a China e o mundo de língua portuguesa”. Por

outro lado, e segundo o presidente do IBECAP, Severino Cabral, é “crucial” o Brasil aumentar a sua participação na região de Cantão, “uma das regiões mais prósperas, onde existe essa janela portuguesa e brasileira”. A organização e participação neste seminário foi um ponto importante numa agenda do IIM cheia, no Brasil, em Novembro.

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Diáspora

Diáspora SESSÕES DE PATUÁ DI MACAU

O video “Patuá di Macau, unde tá vai?” continuou a deleitar audiências no estrangeiro, por obra das associações de matriz macaense.

Toronto, Canada

Em Richmond Hill, na provincia canadiana de Ontario, mais de 300 pessoas assistiram a uma exibição do video, nas versões inglesa e em mandarim, por iniciativa do Clube Amigu di Macau, em colaboração com o IIM, em 30 de Outubro, num jantar que contou com a presença do cônsul da China, Zhuang Yunyun, da deputada federal, Lois Brown, que foi portadora de uma mensagem do Ministro da Cidadania, Imigração e Multiculturalismo Jason Kenneyu, do vereador da Câmara de Toronto, Mike Del Grande, dirigentes de várias associações chinesas, representantes da comunicação social e muitos sócios daquele Clube. No início da cerimónia, no seu discurso, o cônsul da China manifestou-se satisfeito por voltar a encontrar-se com os membros da comunidade macaense e enalteceu a importância da exibição do vídeo considerando que ele “promove a RAEM” e “divulga a rica cultura trazida há muitos séculos ao Oriente”.

José Cordeiro, presidente do Clube, aproveitou para falar um pouco da história de Macau e do patuá, do passado e no presente. Por sua vez, José (Zito) Rodrigues, sócio do clube, teve ocasião de falar em patuá, exemplificando muitos vocábulos oriundos do cantonense, o que despertou o interesse dos presentes.

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O documentário “Patuá di Macau – Unde ta vai?”, foi também exibido na Casa de Macau de Toronto. Este foi mais um passo dado em conjunto entre o Instituto Internacional de Macau e as instituições macaenses da diáspora, para a sensibilização de todos na cruzada para a preservação do Patuá como memória cultural e da identidade macaense. O grupo “Papiaçám Maquista”, da mesma Casa de Macau de Toronto, levou a palco, na mesma ocasião, a peça de Armando Santos – “Quim vâi tratâ papelada” e, foi apresentada uma sessão de diapositivos, cortesia de Eddie Cruz, com imagens de Macau dos anos 50 e 60. O evento terminou com um “chá gordo”, permitindo a todos os presentes, aquilo que foi sublinhado no discurso de abertura da sessão, “matá saudadi”.

Vancouver, Canada

A Casa de Macau participou também num evento semelhante organizando uma sessão

de vídeo, com “Chá Gordo” em que estiveram presentes os membros, no dia 10 de Julho.

Australia

O documentário foi exibido primeiramente em Brisbane, a 4 de Julho, para comemorar o Dia do Padroeiro da Cidade, S. João Baptista. Os presentes acharam o video muito interessante que estimulou em alguns o desejo de fazer um esforço para aprender umas frases do patuá. A versão inglesa foi de agrado de muitos principalmente dos mais jovens que puderam melhor apreciar o documentário. Foi novamente mostrado em Sydney na festa do Natal, que reuniu muitos sócios da Casa de Macau. Rio de Janeiro, Brasil A Casa de Macau apresentou este documentário aos convidados e sócios que participaram no almoço em comemoração do aniversário da Casa e do Dia de Portugal.


Diáspora

CORDEIRO DISTINGUIDO EM TORONTO O presidente do Clube “Amigu di Macau” em Toronto, José Cordeiro foi distinguido com o “Prémio Comunidade” do “Toronto Chinese Media Award”, em princípios do corrente ano. Este prémio da Imprensa de Língua Chinesa é uma iniciativa conjunta de 33 jornais publicados no Canadá, apoiada por diversas entidades chinesas locais. Entre 53 personalidades premiadas pelo seu “contributo para a comunidade”, José Cordeiro é o único ligado a Macau. Desde os anos 90, o então membro da direcção do Clube de Macau emToronto, fomentava as ligações entre a comunidade chinesa de Macau residente naquele país e a administração portuguesa de Macau. Em 2002, para promover a sua terra no Canadá, através de espectáculos de música chinesa de Macau, José Cordeiro fundou o Clube “Amigu di Macau”. O seu longo percurso de promover Macau e a sua cultura junto das comunidades no Canadá é reconhecido quer pela comunidade portuguesa quer pela chinesa. Em 2003, o Clube Amigu di Macau assinou um protocolo com o IIM, visando reforçar os laços culturais e a cooperação. Duas exposições organizadas em 2009, em Toronto, “RAEM – Uma História de Sucesso” e “Macau é um espectáculo”, foram realizadas com o seu apoio no Consulado Geral de Portugal em Toronto e na Universidade de Toronto, respectivamente.

Mudanças na Direcção de Casas de Macau Por motivos de saúde, o Presidente da Direcção da Casa de Macau de Lisboa, Gustavo de Senna Fernandes, renunciou ao cargo, tendo sido substituído pelo Vice-Presidente, António Faria Fernandes. Para completar a Direcção, foi cooptada a sócia Marina Isabel Laborde Basto d’Andrade de 31 anos, sobrinha-neta de um dos fundadores daquela Casa. Marina d’Andrade estudou em Macau desde a instrução primária, tendo frequentado o Colégio Santa Rosa de Lima e o Liceu de Macau. Foi uma das representantes da Casa, no I Encontro da Comunidade Juvenil Macaense - Macau 2009. Em Toronto, a Casa de Macau anunciou uma nova direcção para o triénio de 2011-2013, constituída por: Monica Alves ( Presidente) Marie-Cecile Remedios (Primeiro VicePresidente), Bernardine Vieira (Segundo VicePresidente), Barbara J. Baptista (Tesoureira), e Marie Louise Rocha Chang (Secretária) A Casa de Macau de São Paulo passa a ter novos órgãos sociais, a partir de 1 de Abril, para o triénio de 2011/14, que ficam assim constituídos: Directoria Gilberto Quevedo da Silva (Presidente), Roque Rui Badaraco (Vice-Presidente), Rolando da Luz (Secretário-Geral), Frederico António (Director Financeiro), Francisco Inácio (Director Social). Conselho- Consultivo Carlos Santos, Carlos Luís e João Luís; Conselho Fiscal Aníbal Joaquim, Boaventura da Luz e Catarina da Silva Santos; O IIM deseja um rápido e completo restabelecimento ao Presidente cessante da Casa de Macau de Lisboa e aos novos membros de ambas as Direcções os melhores sucessos no desempenho das suas funções. ORIENTEOCIDENTE 27


Lusofonia

Lusofonia CPLP O DOCTV CPLP é um programa da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa – CPLP, que reúne as autoridades visuais e TVs de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e a Região Administrativa Especial de Macau, sob a coordenação executiva do Secretariado Executivo da CPLP, Instituto do Cinema e Audiovisual – ICA – I.P., Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura do Brasil, Rádio e Televisão de Portugal – RTP, Televisão Pública de Angola – TPA e Empresa Brasil de Comunicação – EBC. Este programa tem como objectivos o estímulo ao intercâmbio cultural e económico entre os povos da CPLP, a implantação de políticas públicas integradas de fomento à produção e teledifusão de documentários nos países da CPLP e a difusão da produção cultural da CPLP no mercado mundial. O I Programa DOCTV CPLP sistematiza um modelo pioneiro de co-produção e teledifusão baseado num conceito de operação em rede. A celebração desta política de integração regional confirmou-se com a estreia da série DOCTV CPLP, num circuito de teledifusão especialmente desenhado para o Programa, e que contou com os seguintes documentários: - “Nos Trilhos Culturais da Angola Contemporânea”, de Miguel Grangeia e Dias Júnior (Angola); - “Exterior”, de Matias Mariani e Maíra Buhler (Brasil); - “Eugénio Tavares – Coração Crioulo”, de Júlio Silvão Tavares (Cabo Verde); - “O Rio da Verdade”, de Domingos Sanca (Guiné-Bissau); - “Timbila e Marimba Chope”, de Aldino Languana (Moçambique); - “Li Ké Terra”, de Filipa Reis (Portugal); - “Tchiloli – Identidade de um Povo”, de Felisberto Branco (São Tomé e Príncipe); - “Uma Lulik”, de Victor de Souza (Timor-Leste); - “O Restaurante”, de Fernando Eloy (Macau). O Instituto Internacional de Macau, observador consultivo da CPLP, é uma das instituições organizadoras deste Programa DOCTV CPLP, representando o pólo de Macau, em conjunto com a Teledifusão de Macau S.A. – TDM e o Instituto Inter-Universitário de Macau (ora, Universidade de São José).

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Lusofonia

FESTLATINO

PROTOCOLO DE COOPERAÇÂO COM O

O Instituto internacional de Macau e o Instituto Internacional da Língua Portuguesa, (IILP), assinaram um protocolo de cooperação, com os objectivos de estimular e promover a investigação, o estudo e a divulgação da língua portuguesa, de apoiar instituições ou investigadores de países da CPLP, da República Popular da China e de Macau, em projectos de investigação ou outros relacionados com a língua portuguesa, em áreas académicas ou científicas. O IILP, organismo criado na VI Reunião Ordinária do Conselho de Ministros da CPLP, tem como objectivos fundamentais “a promoção, o enriquecimento e a difusão da língua portuguesa como veículo de cultura, educação, informação e acesso ao conhecimento científico, tecnológico e de utilização oficial em fóruns internacionais”

Realizou-se no Recife o IV Congresso do Movimento Festival Internacional de Culturas, Línguas e Literaturas Neolatinas – FESTLATINO - que é um movimento cultural que tem desenvolvido a sua acção no sentido de ampliar os vínculos entre os países europeus de línguas neolatinas, os Países Ibéricos e a América Latina,os Estados membros do Mercosul e os da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa-CPLP, no qual participam escritores, artistas, investigadores, diplomatas e representantes de instituições culturais de cerca de doze países. Durante o ano findo, o FESTLATINO realizou também seminários internacionais em Lisboa, em Abril, no Maputo, em Junho e em Buenos Aires, em Julho. Abriu o Congresso o Prof. Humberto França, fundador e Secretário-Geral do FESTLATINO, que afirmou que “a partir deste Encontro pretendemos estimular acções continuadas para aumentar o diálogo entre o Brasil, o Mercosul, os Países da CPLP, a Ásia Latina, a Europa Latina e a América Latina” e tendo anunciado que, no ano de 2010, o Festival homenageia o escritor José Eduardo Agualusa. Seguiu-se a assinatura de um protocolo de cooperação entre o FESTLATINO e o Instituto Internacional de Macau no qual, entre outras acções, se prevê o apoio a entidades de Macau, da República Popular da China e do Brasil que queiram desenvolver projectos de investigação relacionados com estes países nas áreas académicas e científicas e também a possibilidade de o IIM poder vir a apoiar a realização em Macau, em 2011, de um seminário do FESTLATINO.

A seguir à assinatura do protocolo de cooperação, o Vice-Presidente do IIM, José Amaral, usou da palavra para descrever o que tem sido a actividade do IIM ao longo destes 11 anos de actividade tendo a sessão sido encerrada com uma conferência do Embaixador brasileiro Isnard Penha Brasil sobre as origens das línguas neolatinas. De entre as várias sessões temáticas do Congresso, houve uma dedicada aos Países da CPLP e às regiões que falam português, na qual a abordagem da obra de José Eduardo Agualusa ficou a cargo da Profª.Isabel Pires de Lima, antiga Ministra da Educação de Portugal, e na qual também o Vice-Presidente do IIM, José Amaral, fez uma intervenção sobre o tema “Macau – o diálogo Oriente/Ocidente”.

No âmbito deste protocolo, o Instituto Internacional de Macau patrocinou, juntamente com a Presidência da República de Angola e com a Embaixada de Angola em Portugal, cinco volumes de histórias, provérbios e adivinhas dos Países da CPLP e também de Macau, que serão apresentados ao público em sessão a anunciar brevemente.

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Lusofonia

AULP, no IIM

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O Instituto Internacional de Macau foi anfitrião de uma sessão incluída no programa do XX Encontro da Associação das Universidades de Língua Portuguesa (AULP). Materializou-se, assim, mais uma fase do processo a que se propôs o IIM, desde a sua criação, de servir como plataforma institucional ao serviço da

Região Administrativa Especial de Macau, através do intercâmbio cultural, académico e científico entre o território e o mundo, e em especial, o espaço lusófono. Após uma apresentação do IIM pela voz do Secretário Geral do Instituto, Rufino Ramos, fez-se uma sessão quase integralmente dedicada


Lusofonia

ao Patuá macaense. Foi mostrada uma versão reduzida do documentário “Patuá di Macau, Unde Tá Vai?”, de James Jacinto e Silvie Lai, cuja itinerância pelos organismos macaenses da diáspora e divulgação junto das entidades académicas tem sido patrocinada e apadrinhada pelo IIM. Seguiu-se uma apresentação mais detalhada sobre a situação do Patuá, possibilidades e urgências no seu estudo, preservação e candidatura a património intangível da UNESCO, apresentação esta, levada a cabo por Alan Baxter, director do Departamento de Português da Universidade de Macau, e um dos maiores, senão o maior especialista do mundo, nos crioulos asiáticos de matriz portuguesa. Paralelamente ao evento, foi apresentada uma parte da exposição “Macau – Uma História de Sucesso”, que tem vindo, pelas “mãos” do IIM, a correr mundo, mostrando a Região Administrativa Especial de Macau, e o sucesso do território nos últimos dez anos, a todos os níveis. A sessão contou com cerca de 100 atentos participantes, entre membros da AULP, sócios do IIM e diplomatas ligados à República Popular da China e aos Países de Língua Portuguesa.

VISITA DOS POLITÉCNICOS A SINGAPURA E MALACA Os Institutos Politécnicos de Portugal estiveram numa visita de intercâmbio em Singapura, a várias unidades de investigação e de ensino. É a primeira vez que uma delegação portuguesa, de tão alto nível académico e com essa dimensão, se desloca a Singapura para conhecer os homólogos e dar a conhecer oportunidades de cooperação, numa iniciativa organizada pelo Conselho Coordenador dos Institutos Politécnicos de Portugal (CCISP) e da responsabilidade do Instituto Internacional de Macau.

Uma delegação, composta por cerca de duas dezenas de dirigentes dos Politécnicos Portugueses, visitou o Singapore Polytechnic, o Republic Polytechnic e o Temasek Polytechnic, onde foram recebidos pelos respectivos Presidentes. O Embaixador de Portugal em Singapura, Dr. Jaime Leitão, que assistiu a um dos encontros, aproveitou também a oportunidade para conviver com os visitantes. Durante esta visita, a delegação teve oportunidade de conhecer as estruturas de ensino e de investigação aplicada dos politécnicos de Singapura, o nível, a disponibilidade e a

dinâmica das instituições, e de abrir portas para uma cooperação futura, de intercâmbio de professores e de alunos. Na área de gestão hoteleira, em particular, sente-se existir muito espaço possível para cooperação. Deixou ainda sugestões para alunos de Singapura estagiarem em Portugal, em determinadas áreas de aprendizagem. A delegação, mais alargada com o resto da comitiva que estava de caminho a Macau para participar no XX Encontro da Associação das Universidades de Língua Portuguesa, fez ainda uma viagem a Malaca para visitar o Bairro Português e aí conviver com representantes daquela comunidade. O encontro foi emocional para muitos que não esperavam, por um lado ter com eles um grupo tão numeroso, e por outro, o afecto demonstrado por Portugal por um punhado de pessoas dele tão distantes, no tempo e no espaço. Durante o almoço, de típica culinária de Malaca, onde esteve também presente o regedor, Pedro Gomes, houve uma sessão de música portuguesa, desde o “Malhão” até aos fados de Coimbra, tocada e cantada por Manuel Lazaroo, “Papa Joe”, outro ilustre membro daquela comunidade. A delegação dos Politécnicos, colectiva e individualmente, ofereceu lembranças que irão enriquecer o Museu que existe na Praça do Bairro. Foram ainda iniciados contactos para se disponibilizarem bolsas de estudo para que jovens malaqueiros possam prosseguir estudos nos Politécnicos de Portugal. ORIENTEOCIDENTE 31


Visitas

Visitas

Direcção do IIM visita Chefe do Executivo

Uma delegação de membros da Direcção do Instituto Internacional de Macau apresentou cumprimentos ao Chefe do Executivo da Região Administrativa Especial de Macau, Fernando Chui Sai On, para o actualizar sobre a actividade do IIM, objectivos e êxitos recentes, e para lhe agradecer o apoio prestado neste caminho de sucesso. A reunião teve lugar no Salão Lótus do Palácio do Governo, na Praia Grande, e contou com a presença do Chefe do Executivo e membros do seu gabinete, e com o Presidente do IIM, Jorge Rangel, o Vice-Presidente, José Amaral, o Secretário-Geral, Rufino Ramos, e o Vogal, Rui Martins.

Secretário-Executivo da CPLP visita o IIM O Instituto Internacional de Macau recebeu a visita do Secretário-Executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Eng. Domingos Simões Pereira, num encontro de foro oficial, mas de tom informal, em Setembro passado. Esta visita foi mais um degrau subido em conjunto entre o IIM e a CPLP, em direcção aos objectivos definidos nos estatutos da CPLP, na materialização de projectos de promoção e difusão da Língua Portuguesa, e na cooperação em todos os domínios entre os estados membros e os observadores, e à promoção e divulgação de Macau como um elemento especialmente relevante para Portugal e os países lusófonos, não só culturalmente, mas também geográfica e historicamente, como é um dos objectivos também definido nos estatutos do IIM. Note-se que recentemente a CPLP foi distinguida com o Prémio Fundação Luso-Brasileira na categoria de “Política e Responsabilidade Social” (2010), em reconhecimento do seu pepel fulcral na união e desenvolvimento dos Países Lusófonos. Segundo aquela Fundação, “a CPLP teve um contributo determinante para o desenvovimento e projecção internacional do mundo de língua portuguesa”. O IIM tem estatuto de observador consultivo da CPLP e é a única instituição macaense com esta posição. Porque é interesse do IIM promover Macau como plataforma de intercâmbio entre a China e os Países de Língua Portuguesa, esta visita significou mais um êxito pontual em quase onze anos de sucesso contínuo na promoção e preservação da cultura e identidade macaenses. ORIENTEOCIDENTE 32


Visitas

Ana Paula Laborinho visita IIM A sede do Instituto Internacional de Macau recebeu, em Setembro, a Presidente do Instituto Camões, Ana Paula Laborinho. Desta visita resultou a possibilidade de criação de um protocolo de cooperação entre as duas instituições que poderá ser uma etapa importante na promoção e divulgação da Língua Portuguesa no Oriente. O IIM foi representado pelo Secretário Geral, Rufino Ramos.

VISITA AO Secretário-Geral do Fórum A Direcção do IIM teve um encontro com o Secretário-Geral do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, Chan Hexi. O encontro serviu para discutir, em linhas gerais, formas de cooperação e de divulgação dos trabalhos do respectivo Secretariado Permanente, incluindo algumas actividades que poderiam ter lugar em Macau e no exterior. Estiveram também presentes nessa reunião ambos os Secretários-Gerais Adjuntos do Fórum, Emb. Manuel Amante da Rosa e Rita Santos.

VISITA AO PAVILHãO DE MACAU NA EXPO DE XANGAI Uma delegação do IIM visitou o Pavilhão de Macau e a réplica da Casa de Penhores Tak Seng, na Expo de Xangai, onde foi recebida pela coordenadora do Gabinete Preparatório para a participação de Macau naquele evento, Christiana Ieong. Foram recordados alguns aspectos do design, estrutura, conteúdos e actividades que distinguem ambos os pavilhões como afirmação de traços distintos e especiais de Macau dos nossos dias, enquanto ponto de encontro das culturas oriental e ocidental e de vivência e intercâmbio multiculturais, tais como danças folclóricas, a arquitectura portuguesa, entre outros. O Presidente do IIM felicitou o design do Pavilhão e da réplica da Casa de Penhores, bem como o conjunto de certos pormenores da cultura ocidental, como os azulejos portugueses, que combinados com a cultura oriental traduzem bem as características únicas da RAEM. Deu ainda os parabéns à representação de Macau no certame, pela distinção com o Red Dot Design e os prémios de prata e de mérito do 46.o Concurso Internacional de Comunicação Audiovisual de Chicago.

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Prémios

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Prémios

Prémios

Prémio Jovem Investigador 2010 Instituído pelo IIM desde 2002, o Prémio Jovem Investigador visa premiar investigadores, das instituições académicas de Macau ou de entidades privadas, com menos de trinta anos de idade, e cujo trabalho possa ser de interesse para a Região Administrativa Especial de Macau. A atribuição do prémio pecuniário tem também como objectivo, motivar estes mesmos investigadores para a continuação do trabalho, ou para o desenvolvimento de novos trabalhos na mesma, ou noutras áreas de interesse para a RAEM.

o prémio, apesar de haver temas e trabalhos com bastante potencial, por acreditarem que apesar das boas intenções e boas ideias dos trabalhos, seriam necessários mais esforço na investigação e uma metodologia mais organizada para possibilitar um resultado mais coerente.

Em 2010, foi aberto o concurso para o Prémio Jovem Investigador, na área de Ciências Aplicadas e na de Património, Cultura e Identidade. Os elementos do júri foram convidados pelo IIM, por serem algumas das personalidades mais respeitáveis no meio académico de Macau. Os elementos do Júri para o prémio de Ciências Aplicadas foram os seguintes: Prof. Doutor Mok Kai Meng, Dr. Paulo Cheang e prof. Doutor Ben U Seng Pan; e os elementos do júri para o prémio de Património, Cultura e Identidade foram: Prof. Doutora Maria Antónia Espadinha, Dr. Artur Wardega e Dr. José Luís de Sales Marques.

- Luo Ting - Duty Crime, differences between Macau and Mainland China

- Kameliya Georgieva Scerleva - The Environmental Impacts of Tourism in Macau

- Cheong Kin Man - Uma Identidade de Muitos – Diferentes Interpretações dos “Ou Mun Ian” após a primeira década da RAEM

Após a análise dos trabalhos candidatos ao prémio e de uma série de reuniões com o objectivo de afinar a decisão final, ambos os júris decidiram, por unanimidade, não atribuir

Prémios na Escola Portuguesa de Macau

O júri decidiu no entanto atribuir três menções honrosas na área do Património, Cultura e Identidade aos seguintes trabalhos:

Estas menções honrosas foram atribuídas na esperança de que sirvam de motivação para que os investigadores aprofundem os temas apresentados e eventualmente se recandidatarem para a próxima edição do Prémio Jovem Investigador. A sessão de entrega das menções honrosas e apresentação de alguns dos trabalhos seleccionados teve lugar na sede do IIM, no dia 19 de Novembro de 2010.

E uma na área de Ciências Aplicadas ao trabalho:

-Hu Guang / Lam In Kei / Li Shiang / Li Zhenhua - Study on Angiogenic Activity of Traditional Chinese Medicine O Prémio teve também o patrocínio da Fundação Henry Fok

Com o objectivo de incentivar o estudo e de motivar e premiar o gosto pela excelência, o Instituto Internacional de Macau atribuiu, mais uma vez, o Prémio do IIM para os melhores alunos de Inglês e História da Escola Portuguesa. O prémio é atribuido aos melhores alunos de história do nono e décimo-segundo anos, e aos melhores alunos de inglês do sexto, nono e décimo-segundo anos, e consiste num diploma e num prémio pecuniário de MOP1.000,00, para o sexto ano, MOP2.000,00 para o nono e MOP3.000,00 para o décimo-segundo. Os contemplados com o Prémio do Instituto Internacional para o ano lectivo 2009/10 foram:

Melhor Aluno em História Graciliana de Beltrão Coelho – 9.º ano Natacha Generao Mendonça Barreto – 12.º ano Melhor Aluno em Inglês Rafael Fernandes Santos – 6.º ano Ana Carolina Marcelino Sécio Vieira – 9.º ano Natacha Generao Mendonça Barreto – 12.º ano

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Publicações

Publicações

WEBPAGE No Século da globalização e da mundialização, as plataformas virtuais são indispensáveis ao bom funcionamento de toda e qualquer instituição, independentemente da sua missão e dos seus objectivos. Mais ainda quando se trata de uma instituição cujo objectivo é o de preservar e divulgar uma identidade, de criar plataformas de entendimento supra-nacionais e de proporcionar condições para o intercâmbio académico e científico em estreita colaboração

com outras instituições dos cinco continentes. Com isto em vista, e uma necessidade incessável de se actualizar a todos os níveis, o Instituto Internacional de Macau inaugurou a nova webpage, com um novo design e um interface mais intuitivo. A nova página está disponível no mesmo endereço www. iimacau.org.mo e conta com uma versão em português já produzida, e uma versão em inglês e chinês, em fase de actualização.

www.iimacau.org.mo

Publicações lançadas no Encontro das Comunidades Macaenses Nenhuma instituição pode querer promover o desenvolvimento académico, científico, social ou económico, sem apostar na forma original de promoção e disseminação do conhecimento – os livros. Como é hábito, a actividade editorial, continua a ser um dos objectivos mais importantes do Instituto Internacional de Macau. No Encontro das Comunidades Macaenses 2010, foram apresentadas sete obras às quais o tempo prestará homenagem, tornando-as documentos indispensáveis ao estudo da memória e da identidade macaense:

“Falar de Nós V e VI”, de Jorge A. H. Rangel, presidente do IIM, mais duas compilações dos artigos publicados semanalmente no jornal “Tribuna de Macau”, acerca de Macau e da Comunidade Macaense, local e da diáspora.

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Descrições e análises dos acontecimentos e das memórias através da pena daquele que é uma das personalidades mais carismáticas da Comunidade Macaense. Os dois novos volumes foram apresentados pelo autor.


Publicações

“Things I Remember”, de Frederic “Jim” Silva, mais um número da colecção “Mosaico”. Uma compilação de vários pequenos artigos sobre histórias e memórias macaenses, tradições e gastronomia, do mesmo autor que assinou o primeiro volume desta colecção, “We Macanese”. O autor apresentou o livro.

“Meio Século em Macau” Volume I e II, de J. J. Monteiro, uma obra monumental do “soldado--poeta”, sobre o meio século que ele viveu em Macau. Homem simples e de rima fácil, J. J. Monteiro registou, em verso, tudo o que marcou a sua existência em Macau. O texto, de uma graça típica das rimas simples, é completado com um trabalho documental de coleccionador, impressionante pelo detalhe com que é disposto. É uma obra obrigatória para quem tenha passado tempo em Macau durante esse intervalo de cinquenta anos. A apresentação da obra ficou a cargo do filho do autor, Américo da Silva Leong Monteiro.

“The Portuguese Community in Hong Kong – A Pictorial History”, Volume II, de António Pacheco Jorge da Silva, este segundo volume é mais um monumento à comunidade Portuguesa de Hong Kong. À imagem do primeiro, uma história gráfica da comunidade, através de um trabalho de investigação e de recolha de informação e imagens, de uma dimensão mundial. O autor apresentou o livro.

“Cinema em Macau” de Henrique de Senna Fernandes, um romance de Macau, com o cinema como protagonista principal. Um texto notável, com descrições minuciosas da sociedade macaense do início do Século XX, sempre à volta do Cinema, das míticas salas de cinema, dos actores e filmes que fizeram vibrar os Filo-filo di Macau, e dos acontecimentos marcantes da época. O “Cinema em Macau” foi publicado pela primeira vez, sob a forma de uma série de artigos, num jornal de Macau dos anos 70, A Confluência. Nos anos 90 foi republicado com a mesma forma, pela Revista de Cultura de Macau e, pela primeira vez, em 2010, algumas semanas apenas após o falecimento do autor, foi lançado o livro que compila estes artigos, com apresentação do filho do autor, Miguel de Senna Fernandes, num discurso emocionado e emocionante. A versão inglesa deste livro encontra-se também disponível.

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Publicações

Outras publicações novas

No Real Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro foi lançado, no dia 17 de Novembro, o livro “Macau e as Relações Económicas entre a China e os Países de Língua Portuguesa”, documento que contém toda a informação necessária à compreensão das relações entre o gigante asiático e o universo da lusofonia, e que seria lançado, mais tarde, em língua chinesa, formato livro, e como número da revista “Macau Focus”, em língua inglesa. Saíram do prelo, também, em 2010, mais dois números da colecção “Mosaico” – “A Professora Graciete Batalha”, de António Aresta, homenagem póstuma a uma das personalidades mais marcantes do ensino em Macau e do estudo do Patuá.

“A Derrota dos Holandeses em 1622”, de Luís Gonzaga Gomes, pequeno documento sobre a vitória do povo macaense contra os Holandeses que tentaram várias vezes, na altura, ocupar o território. Este é parte integrante de um volume mais completo de Luís Gonzaga Gomes, que contém passagens e acontecimentos marcantes da história de Macau: “Páginas da História de Macau” foi também editado este ano pelo IIM. A sala de conferências do IIM foi palco da apresentação de outra obra, já anteriormente lançada em Lisboa, “Negociações e Acordos Luso-Chineses sobre os Limites de Macau no Século XIX. – Contribuição para a compreensão dos actuais limites da Região Administrativa Especial de Macau da República Popular da China”, da autoria de António Vasconcelos de Saldanha, Professor Catedrático da Universidade Técnica de Lisboa, conhecido especialista das relações luso-chinesas, que em Macau foi Presidente do Instituto Português do Oriente. A obra – é o resultado do tratamento minucioso e sucessivo de muitas fontes inéditas, recolhidas nos arquivos do Ministério dos Negócios Estrangeiros, do antigo Ministério das Colónias e nos Arquivos Imperiais Chineses. A delimitação das fronteiras resulta de uma “dialéctica extremamente interessante entre portugueses e chineses” sobre os limites das Portas do Cerco, aldeia de Monghá, ilhas da Taipa, Coloane e Montanha, e sobretudo as águas territoriais de Macau – contribui decisivamente para colocar nos seus devidos termos a origem da parte territorial dos “poderes de administração” que Portugal devolveu à China em 1999. A apresentação foi feita por Jin GuoPing, académico chinês especialista na História de Macau.

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Oferta de Livros da Imprensa Nacional O acervo da Biblioteca “Joaquim Morais Alves” do IIM foi enriquecido recentemente com a oferta de mais de 600 exemplares de publicações ofertadas pela Imprensa Nacional/ Casa da Moeda de Lisboa. Essas publicações compreendem obras na área de Literatura, Filosofia, Historia, e outras das Ciências Sociais. O IIM regista e agradece esta amável oferta.


Publicações e Os nossos Sócios

Os nossos Sócios DITEMA (Dicionário Temático de Macau) Sem pompa, mas na melhor circunstância, chegou às mãos dos seus destinatários o DITEMA por ocasião do XX Encontro da AULP, em Setembro de 2010 e este primeiro volume foi também patrocinado pela referida associação. Primeiro de um conjunto de quatro volumes, a presente obra, de cerca de 450 páginas, contém um breve apêndice cronológico da história de Macau, desde 1498, e entradas, por ordem alfabética, de A (Ábaco) a C (Cushing, Caleb). Tendo contado com a colaboração de especialistas de diversas áreas, o DITEMA oferece informação sobre temas que vão da História e da Cultura aos Espaços Físicos, aos Visitantes e moradores mais ilustres e às tradições das várias culturas que contribuíram para criar a preciosa amálgama que é hoje Macau.

O projecto em vias de conclusão teve início em 1998, por proposta do Professor António Rodrigues Baptista, e contou com o apoio da Universidade de Macau, da então Fundação para a Cooperação e Desenvolvimento de Macau e, posteriormente, da Fundação Macau. Entre os colaboradores contam-se alguns dos maiores especialistas das respectivas áreas e os verbetes foram alvo de criteriosa atenção por parte da prestigiada Comissão Científica que tomou sobre si esse encargo. Está prevista para breve a publicação dos restantes três volumes.

Rui Martins na Academia das Ciências O Prof. Doutor Rui Martins, Vice-Reitor da Universidade de Macau e sócio fundador do Instituto Internacional de Macau, foi recentemente eleito membro correspondente da Academia das Ciências de Portugal, Classe de Ciências (7ª. Secção, Ciências de Engenharia e outras Ciências Aplicadas). A Academia, fundada em 1779, tem actualmente duas classes: Ciências e Artes - cada uma com 30 membros efectivos e 70 membros correspondentes, podendo, ainda, ter um número igual de correspondentes estrangeiros. Os membros são seleccionados pelo mérito do seu trabalho académico ou científico. A Academia das Ciências de Lisboa é a organização portuguesa pertencente ao Conselho Internacional de Uniões Científicas (ICSU), e é, também, um dos membros da Fundação Europeia da Ciência, desde o seu arranque, em 1974. O Instituto Internacional de Macau felicita o Prof. Doutor Rui Martins por esta distinção, que também dignifica a instituição e Macau. ORIENTEOCIDENTE 39


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