Jornal Arrocha - Edição 31 - Tecnologia

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JANEIRO DE 2018. ANO IX. NÚMERO 31

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA - VENDA PROIBIDA

Arrocha

JORNAL-LABORATÓRIO DO CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL/JORNALISMO DA UFMA, CAMPUS DE IMPERATRIZ

FOTO: YASMIN COSTA

Tecnologia: desafios e facilidades

Educadores enfrentam dificuldades de se adaptarem às novas tecnologias Página 3 Aplicativos de serviços: ideias inovadoras que atendem necessidades do dia a dia Página 5


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Nota sobre a edição Informamos que esta edição 31 corresponde ao jornal que foi produzido pelas turmas de Laboratórios de Jornalismo Impresso, Fotojornalismo e Programação Visual, no segundo semestre de 2016. Por conta disso, as histórias contadas, os dados e as fontes refletem e dizem respeito ao período em que o jornal foi produzido.

ANO IX. EDIÇÃO 31 IMPERATRIZ, JANEIRO DE 2018

Editorial

A

tecnologia está cada vez mais presente em praticamente tudo que se conhece e provavelmente você está fazendo uso dela para ler o jornal. Esta edição do Jornal Arrocha vai apresentar vários âmbitos onde a tecnologia está inserida e como ela é importante no desenvolvimento de cidades e pessoas, além de ter alterado socialmente a nossa forma de ver e participar do mundo. Talvez você já tenha percebido que é difícil evitá-la, parece que os meios tecnológicos estão em todos os lugares. E estão mesmo! Mas você verá aqui que esta relação pode ser amigável. E que não importa a idade, seu uso pode ser feito para muitas coisas, seja para dar aquela ajudinha na hora de entrar no mercado de trabalho ou até mesmo para arrumar um par

romântico. E na escola? Sim, também podemos utilizar da tecnologia para aprender e com o incentivo certo, usufruir o que há de mais novo nessa área. Além é claro, de poder interagir com o mundo todo, se divertir e conhecer gente nova com os games, e quem sabe depois dos afazeres, usar um aplicativo de serviço para matar a fome e depois de consultar seu saldo pelo celular, pode até mesmo fazer umas compras. Mas nem tudo é perfeição no mundo tecnológico. Você vai descobrir o que o uso exagerado pode causar, e também vai saber como é a vida de quem não quer saber de jeito nenhum desses aparatos tão presentes no dia a dia. Provavelmente, quem não se utiliza muito da tecnologia “ñ iria

entender mt do internetês” que se vê por aí. Nesta edição, buscamos mostrar a você leitor como a tecnologia tem se inserido na cidade de Imperatriz e na região tocantina. E como seu uso pode ser atrelado às diversas formas de aprender, se comunicar, conhecer e fazer parte do mundo de um jeito diferente e sem sair do sofá. Mas se passar muito tempo sentado, vale também pegar o tablet e pesquisar por uns exercícios, hein? Tenha uma boa leitura! Arrocha: É uma expressão típica da região tocantina e também é um ritmo musical do Nordeste. Significa algo próximo do popular desembucha. Mas lembra também “a rocha”, algo inabalável como o propósito ético desta publicação.

NATALY TROVÃO ALINE DA SILVA CASTRO

QUEZIA ALENCAR

RUAN JEFFERSON DIAS DOS SANTOS

Exp e die nte Publicação laboratorial interdisciplinar do Curso de Comunicação Social/Jornalismo da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). As informações aqui contidas não representam a opinião da Universidade. Jornal Arrocha. Ano IX. Número 31. Janeiro de 2018 Reitora - Prof. Dra. Nair Portela | Diretor do Campus de Imperatriz - Prof. Dr. Daniel Duarte | Coordenador do Curso de Jornalismo - Prof. MSc. Carlos Alberto Claudino. Professores: Me. Leila Sousa (Jornalismo Impresso); Dr. Marco Antônio Gehlen (Fotojornalismo) e Dr. Thiago Falcão (Programação Visual). ARQUIVO DOS JORNAIS ARROCHA

www.imperatriznoticias.com.br/jornal-arrocha

Alunos de Jornalismo Impresso:

Aline da Silva Castro Ariel dos Santos da Rocha Arnoldo Araújo dos Reis Eugênia Barros da Silva Nascimento Frida Bárbara Leite Medeiros Gessiela Nascimento da Silva Karla Cristina da Silva Rodrigues Kellen Ayana Alves Ceretta Maiane Nascimento da Silva Maciel Morgana Albuquerque de Sousa Nataly Alencar Trovão Nayara Nascimento de Sousa Neroilton Raimundo Araújo do Nascimento Jr. Quézia da Silva Alencar Ruan Jeferson Dias dos Santos Sarah Dantas do Rêgo Silva Valdecy Marques dos Santos Yasmin Maria Eunice Rocha Costa

Alunos de Fotojornalismo: Adriana da Silva e Silva Aline da Silva Castro Ana Alice Mendes dos Santos Andre Ricardo Guimarães Cadete Ariel Santos da Rocha Arnoldo Araújo dos Reis

Asarias Sousa Silva Aurelícia Rodrigues de Almeida Cleverson Daniel Rodrigues Sena Daniel de Vasconcelos Paiva Edeui de Oliveira Mendes Eugenia Barros da Silva Nascimento Frida Barbara Leite Medeiros Gessiela Nascimento da Silva Gilmar Carvalho Chaves Guilherme Miranda Silva Jaciane Barreira Oliveira John Erik Sousa Silva Juliana de Sá Pinto Juliana Ferreira Eugênio Julie Anne dos Reis Paz Karla Cristina da Silva Rodrigues Kellen Ayana Alves Ceretta Lucas Vale Moreira Maiane Nascimento da Silva Maciel Monica dias Monteiro da Silva Morgana Albuquerque Sousa Nataly Alencar Trovão Nayara Nascimento de Sousa Neroilton Raimundo Araújo do Nascimento Júnior Paulo Rogério Pereira dos Santos Quezia da Silva Alencar Ruan Jefferson Dias dos Santos Sarah Dantas do Rego Silva

Thayna da Silva Freire Yasmin Maria Eunice Rocha Costa

Alunos de Programação Visual:

Fausta Goiama dos Santos Silva Fernanda Pillar Nogueira Fernandes Gabriel Henrique Ferreira Severino Giuliana Rodrigues Nascimento Piancó Janaina dos Santos Cunha Silva Janaina dos Santos Cunha Silva Joao Pedro Santos Costa Júlio Araújo da Costa Lianna Carolina Arraes Oliveira Lorenna Silva Sousa Luidianny Lima Carvalho Maria de Fatima Nascimento da Silva Santos Mariana Fernandes da Silva Matheus Lopes dos Santos Mayra Mariana Sousa da Luz Michele da Costa Souza Nandara Maria Melo Reis Paulla Monteiro Soares Pedro Henrique Barbosa Teixeira Sanny Oliveira de Jesus Thais Correia Marinho Thaise Marques da Silva Torres Thalys Vinicius Oliveira de Sousa Valeria Cristina Rodrigues da Silva


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ESCOLA

Tecnologias mudam o modo de ensinar A inclusão de novos aparatos tecnológicos na educação tem provocado grandes transformações no modo de ensinar dos professores e gerado dificuldades e desafios de adaptação. FOTOS: FRIDA BÁRBARA LEITE MEDEIROS

O famoso e tradicional quadro negro agora disputa espaço aparelhos tecnológicos como smartphones, data-show e tablets, além de outros equipamentos com recursos sonoros e visuais que surgem diariamente.

FRIDA BÁRBARA LEITE MEDEIROS

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esde a invenção do quadro negro até a inclusão do retroprojetor e outros aparelhos em sala de aula, as tecnologias vieram para romper as barreiras impostas pelas paredes da escola, tornando possível ao professor e aluno lidar com um mundo diferente a partir da troca de experiências. Atualmente, com os novos aparatos tecnológicos, o desafio é outro: como acessar a informação e transformá-la em aprendizado? Betânia de Oliveira Barroso, professora da Universidade Federal do Maranhão, explica que, o maior desafio dos educadores é se atualizar o tempo todo às novas plataformas tecnológicas. Para ela, ao mesmo tempo que o acesso rápido à informação abre novas possibilidades na aprendizagem e aciona caminhos para que se chegue ao conhecimento de um modo mais acelerado, há também uma parte conflituosa, “ ao lidar com esse tanto de informação, que às vezes não é educativa, o professor não consegue acompanhar o ritmo acelerado em que o aluno está, porque as vezes ele está mais em nível de informação do que em nível de aprendizagem”, explica. A especialista comenta ainda que há um retardo no processo de formação de profissionais que consigam dar auxílio, em termos tecnológicos, no processo educativo do aluno. “Ainda não conseguimos dar esse salto qualitativo na formação do estudante relacionando a questão das novas tecnologias com a formação do aluno mais crítico”, revela. Celina Soares, professora da rede pública há 22 anos, comenta que existe uma discrepância entre a teoria de uma educação inclusiva e acessível para todos, e a realidade. “Na teoria, a gente acompanha tudo, mas na hora de você colocar em prática não tem como, porque as escolas

não oferecem essas condições. E não é culpa da escola nem da direção, é do sistema. A gente sabe que todos os dias mudam as coisas, acontecem inovações que nós vemos nas escolas de ponta, em que todos os alunos têm acesso fácil aos diversos aparelhos com acesso a internet. Mas, essa realidade para a escola pública está longe. É uma distorção gigantesca entre o que é fundamental e a realidade que a gente vive”, completa. O professor José Armando Trovão, 54, admite que, além da dificuldade dos educadores de se adaptarem às novas tecnologias e tentar acompanhar as inovações nesse âmbito, o bloqueio do acesso de alunos aos

laboratórios de informática em grande parte das escolas é um atraso e prejudica no aprendizado. “Acho um retrocesso tremendo, porque uma vez que nós vivemos neste mundo cada vez mais tecnológico, que não tem mais como regredir, as escolas tem que se adaptar e entender que os alunos vivem um momento diferente, uma revolução”. E acrescenta que as escolas não estão fisicamente preparadas para o uso de tecnologias em sala e essa precariedade afeta diretamente o processo de ensino e aprendizagem. Quando disponível de forma eficaz, a tecnologia se torna aliada da educação e colabora para a constru-

ção do conhecimento dos alunos, como afirma o diretor do “Centro de Ensino Nascimento de Moraes”, Jacó Muniz, “a tecnologia relacionada a educação é vantajosa pelo fato do estudante ter acesso e ter oportunidade de visualizar alguma coisa que o professor está passando teoricamente”. Para ele, os alunos compreendem melhor com estímulos visuais ou auditivos e é preciso ajustar as formas de ensino para que todos sejam envolvidos. “Existem alunos que através da imagem e uso de sentidos como visão, conseguem absorver mais facilmente o conteúdo que está sendo passado em sala”, complementa.

Alunos desenvolvem novas competências de aprendizagem aliando tecnologia aos tradicionais recursos para estudo.

Práticas que deram certo - Formado em matemática com especialização em física, o professor Erã Klebson é um exemplo de educador que conseguiu construir uma boa relação com os meios tecnológicos. Para ele, “é possível usar a tecnologia como nossa aliada em sala de aula. Podemos utilizar em datashow para mostrar vídeos, fotos ou animações interessantes que estejam relacionados aos conteúdos da disciplina ou usarmos a internet em busca de informações que não estão nos livros didáticos. Com isso, podemos ter aulas mais dinâmicas e interessantes”. E acrescenta, “ a grande maioria dos assuntos de física podem ser ensinados de forma prática. Eu gosto de usar os vídeos mostrando aplicações da física no cotidiano, mas eu gostaria mesmo de usar softwares de simulação ou laboratório virtual.” Erã observou a necessidade dos alunos usarem celular para pesquisa em sala “eu percebi que era impossível um adolescente se desligar completamente do celular, então procurei colocar em prática a frase: ‘ se não pode vencê-los, junte-se a eles’” , finaliza. A modernização do conhecimento já está sendo executada, tanto nas redes privadas, quanto públicas. O desafio, todavia, é reproduzir em todo o sistema educacional as inovações tecnológicas ainda concentradas em poucas escolas, em decorrência da falta de estrutura das escolas e dificuldade dos professores para se adaptarem às constantes transformações. Contudo, as escolas terão de acompanhar as demandas do mundo contemporâneo em que o aluno não pode simplesmente consumir informações, mas absorvê-las e produzir conhecimentos que derrubarão as barreiras impostas pelas paredes da escola.


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NOVAS LINGUAGENS Com o avanço da tecnologia, adolescentes e jovens imperatrizenses reconhecem que é preciso ter cuidado com o uso da linguagem da internet em outros momentos de suas vidas. FOTOS: NEROILTON NASCIMENTO

O internetês nosso de cada dia

Aplicativos e redes sociais impulsionam a criatividade e possibilitam o desenvolvimento de novas formas de comunicar. NEROILTON NASCIMENTO

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Jornal Arrocha saiu às ruas e realizou uma consulta local para identificar o quanto das tecnologias atravessa o cotidiano dos Imperatrizenses. Foram consultados 150 adolescentes e jovens, na faixa-etária de 15 a 25 anos, alunos das escolas públicas e particulares de nível médio. Veja os resultados a seguir!

Os resultados apontam percentuais altos para uma realidade crescente na cidade. Hoje, pode-se afirmar que Imperatriz é digital,

devido ao acesso contínuo de adolescentes e jovens. Se há uma frequência no ciberespaço, haverá novos hábitos, entre estes as novas formas de linguagem provenientes do mundo digital. Atentar para a linguagem deste espaço é essencial, pois o mesmo deu abertura para uma nova maneira de se comunicar, o internetês. “O internetês surgiu da necessidade de comunicação rápida nos ambientes virtuais e se caracteriza por uma série de abreviações, com eliminação de quase todas as vogais e uso intenso dos emoticons, isto é, as carinhas que expressam estados emotivos dos interlocutores”, esclarece Orleane Santana. “Muitos adolescentes escondem o que, de fato, conversam nas redes sociais por meio de uma linguagem codificada e imagens. Tal situação ocorre com o intuito de controlar melhor a sua privacidade online”, acrescenta Elane Monteiro, Professora de Redação. O uso desse recurso linguístico, cheio de neologismos veio para fazer parte da vida dos frequentadores do ciberespaço. Por esta razão todos precisam entender as demarcações de seu uso, para não o introduzir em ocasiões onde se requer uma linguagem mais formal. “Enquanto o internetês estiver sendo usado em ambientes virtuais informais como WhatsApp, Facebook, etc., não há nenhum problema, pois está sendo usado de forma adequada. Porém, se usados em contextos formais virtuais e não virtuais, resulta numa inadequação de nível de linguagem à situação comunicativa. Assim sendo, não se deve levar o internetês a nenhum contexto de formalidade como uma redação de vestibular ou concurso, por exemplo. Deve-se restringir o seu uso apenas aos ambientes virtuais

informais”, explica Orleane Santana, Doutora e Professora de linguística da UEMA. O fato levantado por Santana é também a proposta reflexiva do Arrocha, uma vez que o gráfico da pesquisa local aponta que 84,6% dos entrevistados admitem que o uso da linguagem codificada pode interferir nas suas linguagens falada e/ou escrita. É o que já identificou a Professora Elane Monteiro, com alguns de seus alunos. “Já vi muitos textos escritos de forma abreviada e, quando fui questionar a um aluno, recebi como resposta: Ah, professora! Eu estou tão acostumada a escrever assim nas redes sociais que nem me toquei dessa mancada!”, recorda a professora. Pensando em situações como esta, a docente de Linguística da Faculdade Pitágoras, Elisa Maria Balzan adverte: “Quanto mais estudarmos, mais compreendere-

“Eu estou tão acostumada a escrever assim nas redes sociais que nem me toquei dessa mancada!”

mos nossa fala e nossa escrita. O apoderamento de outras formas como a internetês (linguagem de internet), ou a forma culta, ou mesmo a influência de línguas estrangeiras podem e sempre serão usadas por todos nós. O que importa é sabermos a hora e o lo-

Jovens fazem uso de linguagens próprias para trocar ideias e se fazerem compreender.

cal de uso de cada uma delas. Se assim procedermos não haverá prejuízo”. A professora Santana ainda acrescenta: “É preciso que se entenda que o internetês, quando usado de forma adequada, não empobrece a linguagem. Por ser mais uma forma de comunicação da língua, não pode ser rotulado como vilão. O que os usuários devem saber é que não se deve usar o internetês em ambientes formais e essa orientação cabe às escolas. Os professores de Língua Portuguesa, desde os primeiros anos do Ensino Fundamental até o Ensino Superior, devem orientar os estudantes quanto ao uso adequado da linguagem”. De fato, a educação é o braço forte na formação do intelecto do todo ser humano. É o que pode ser constatado na pesquisa com os estudantes imperatrizenses. 74,6% dos entrevistados atribuíram à leitura de livros a melhor solução

para evitar o desuso da linguagem formal. Não há uma só maneira preventiva para ensinar os alunos a identificarem a ocasião correta para uso desta ou daquela linguagem, cabe ao educador identificar a melhor estratégia. A professora Elane Monteiro, encontra na contação de histórias uma ótima ferramenta. “O incentivo à contação de histórias é essencial para despertar o interesse no aluno, não apenas para ter o contato com a escrita e oralidade da norma padrão, mas também para interagir em público. No ano de 2016, testei com meus alunos do Ensino Fundamental II e deu muito certo! Eles amaram e todas as aulas querem contar uma nova história. O docente também deve promover debates sobre assuntos atuais, uma vez que este faz com que o aluno se interesse, busque informações, troque ideias com seus pais e colegas de classe”.


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SERVIÇOS Aplicativos utilitários surgem com soluções inovadoras, e Imperatriz já possui aplicações pensadas para atender as necessidades da população.

Inovações atendem necessidades diárias FOTOS: YASMIN COSTA

YASMIN COSTA

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acilidade. Comodidade. Rapidez. São palavras que vêm à cabeça quando se pensa no crescimento do uso de aplicativos de serviços, ferramenta que tem como função principal tornar mais simples a execução de tarefas do cotidiano. Em Imperatriz, já existem programadores antenados com as necessidades da população e aplicativos voltados para o dia a dia da cidade. O estudante Otalício Caetano Neto, 20 anos, precisa pagar uma conta e rapidamente recorre ao aplicativo de seu banco no smartphone para efetuar o pagamento. Em poucos minutos, Caetano resolve uma tarefa cotidiana que poderia lhe custar mais tempo, gastos e deslocamento. O estudante faz parte de uma parcela da população que atualmente costuma resolver tudo através do celular, desde o pagamento de uma conta, verificar a localização de uma encomenda, até solicitar um dos serviços prestados pelo Viva Cidadão. “As facilidades são muitas. Por exemplo, não ter que enfrentar filas no banco para pagar um boleto ou fazer uma transferência me poupa muito tempo, tempo esse que utilizo realizando outras tarefas. Atualmente, possuo 4 aplicativos utilitários no meu celular que me auxiliam na faculdade, no trabalho e também na minha rotina em geral”, relata Otalício Caetano. Nos últimos tempos, os aplicativos de serviços têm ganhado força na cidade. Através de pesquisa feita para a realização desta reportagem, por meio de redes sociais e com diferentes usuários, constatou-se que entre os aplicativos mais utilizados na cidade estão os aplicativos de banco em geral, seguido pelo aplicativo dos Correios. Já entre os estudantes, o “Meu Ônibus” tem se tornado uma das ferramentas mais úteis para realizar as atividades do dia a dia, com ele o usuário consegue saber ao certo qual o horário exato que o ônibus passa na parada mais próxima e quais as linhas ele pode pegar para chegar ao destino desejado.

“Com a explosão das startups em Imperatriz e o apoio de instituições para novas ideias, a tendência é só aumentar o número de pessoas com soluções inovadoras.”

Aplicativos imperatrizenses - “Com a explosão das startups em Imperatriz e o apoio de instituições para novas ideias, a tendência é só aumentar o número de pessoas com soluções inovadoras.” Afirma Tassio Aquino, um dos organizadores do GDG - Grupo de Desenvolvedores Google - Imperatriz . Tendo como base os problemas e as necessidades da população, surgem na cidade pessoas que buscam através dos aplicativos

Aplicativos de serviço são usados para driblar a correria e facilitar na resolução das demandas cotidianas. Dessa forma, também possibilitam um contato diferenciado com os equipamentos móveis.

trazer facilidades para quem busca. Em Imperatriz, existe o exemplo do aplicativo “Farma System”, que surgiu da necessidade de um pai em comprar uma lata de leite para o filho na madrugada e não encontrar nada que o informasse a respeito do funcionamento das farmácias de plantão, como conta Cristóvão Costa Rodrigues, programador de sistemas e responsável por desenvolver a aplicação. A aceitação do aplicativo na cidade, segundo Cristóvão, foi muito positiva. “Até hoje, o “Farma System” é um sucesso de acessos e de downloads. Todos os dias têm mais de oitenta acessos, chegando a cento e cinquenta nos finais de semana. Sempre me informo com os donos de farmácias e pessoas em geral, e todos já ouviram falar, ou possuem o aplicativo no celular”, conta. Pensando na segurança e privacidade de denunciantes, o professor de sistemas de informação e programador, Expedito Bezerra, desenvolveu o aplicativo “Disk Denúncia”, doado para a polícia militar. Ferramenta que facilita o processo e protege a identidade de quem faz denúncias. Bezerra relata que a ideia de criação do aplicativo surgiu da demanda de proteção do denunciador. “Vi a necessidade das pessoas, que reclamavam do fato de quererem efetuar denúncias e não sabiam como fazer. Ligavam para o 190, ligavam para o telefone fixo e não conseguiam realizar o processo, por medo de ter seu contato cadastrado. Diante desse problema,

Aplicativos utilitários facilitam e modificam o cotidiano da população e despontam no atendimento de necessidades da cidade.

me veio a ideia de um aplicativo onde a pessoa poderia denunciar, sem se preocupar em ser localizada.” Com relação às mudanças trazidas para o cotidiano da sociedade, o professor Expedito destaca que os aplicativos têm afetado um quantitativo considerável,”tendo em vista que hoje todo mundo vive em função do seu smartphone, passa mais tempo no próprio

celular do que em outros meios de comunicação, então, a tendência é que as pessoas utilizem a forma de comprar as coisas, de verificar tudo através dos seus aplicativos, que possuem diversas áreas e segmentos.” Para o futuro, a expectativa é de que os utilitários ganhem cada vez mais espaço, já que a todo o momento surgem novas soluções para as necessidades diárias. “Hoje

no mercado, cada dia se criam mais ideias em relação a vários tipos de aplicativos. Ideias inovadoras, ideias desenvolvidas por alunos de algumas instituições, que abrangem diversas àreas. Estão sempre estão surgindo novas soluções, de acordo com a necessidade do mercado. Mas sempre vai ter um novo aplicativo, dependendo do serviço”, completa o professor Expedito Bezerra.


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TECNOLOGIA OFF Imperatrizenses que fazem pouco ou nenhum uso de internet relatam experiências possíveis e reais sobre ter uma vida off-line ou acessar a tecnologia de forma reduzida e saudável

Desconectados: quem dispensa a internet NAYARA NASCIMENTO ARNOLDO ARAÚJO DOS REIS NAYARA NASCIMENTO

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cordar pela manhã e checar as últimas atualizações nas redes sociais. Marcar um encontro com os amigos pelo grupo no WhatsApp. Usar um aplicativo do banco no smartphone para conferir o saldo da conta. Essas são algumas das atividades consideradas básicas para muitos brasileiros atualmente, que, entretanto, não se refletem em realidade para boa parte do país. A Pesquisa sobre o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação nos Domicílios Brasileiros (TIC Domicílios) de 2015 revelou que 42% da população não faz uso da internet. Já a Pesquisa Brasileira de Mídias, também de 2015, realizada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), apontou que os principais motivos pelo qual os entrevistados não usam a internet são: o desinteresse (representando 43%), seguido pela falta de habilidade com o manuseio de aparelhos tecnológicos, que afeta especialmente pessoas com menos escolaridade e idosos (41%) e ainda a impossibilidade de pagar pelos serviços e equipamentos tecnológicos (14%). Para o aposentado Aldemir da Silva Ribeiro, 57, o uso da internet é dispensável, já que ele prefere fazer as atividades do dia a dia de forma presencial. “Vivo hoje da mesma maneira que vivia antes. Nunca precisei da internet nem para sacar o dinheiro do meu aposento. Gosto mesmo é de entrar na fila do banco, retirar a minha grana e pronto. Também nunca hei de comprar algum

Na contramão da onda tecnológica, há os que preferem ter uma vida além das tecnologias ou dosar os seus usos de maneira consciente e saudável.

produto pela internet. Só compro um objeto quando eu pego nele, olho e em seguida o viro de um lado para outro para, finalmente, comprá-lo”, declara. A antropóloga Vanda Pantoja, 40, explica que o não uso da internet pode estar relacionado ao estilo próprio dessas pessoas, que muitas vezes optam por manter uma vida social baseada na relação mais próxima com o outro. “É preciso uma vontade muito grande para uma pessoa poder ter os objetos necessários para se conectar e não usá-los. Eu diria até que é um estilo de vida, uma maneira

de estar no mundo, de pensar, que não se refere somente ao acesso à tecnologia, mas às relações pessoais”, pontua.

“Facebook e Instagram são nomes que só ouço dizer, mas ‘não sei nem pra onde vai”.

Em contrapartida, Pantoja ressalva que a falta de acesso aos equipamentos tecnológicos é também um fator de impedimento do uso da internet por parte dos indivíduos. “Tem pessoas que vivem completamente fora desse ambiente, não porque eles querem, mas por falta do instrumento tecnológico. A tecnologia não chegou de maneira semelhante para todos”, ressalta. É o caso do trabalhador rural Gilson Feitosa, 58, que vive a maior parte do tempo no campo e lida com sua rotina sem recorrer aos instrumentos de conexão na rede. “Facebook e Instagram são nomes que

só ouço dizer, mas ‘não sei nem pra onde vai’. Fico cuidando das minhas criações em meu roçado que tiro mais proveito”, afirma. A antropóloga pontua ainda que há aqueles que mesmo com todos os subsídios propícios para desfrutar da internet podem, de forma proposital, se isolar desse mundo virtual ou permanecer nele de forma reduzida. Um exemplo desse último caso em que alguém escolhe aderir parcialmente aos diversos recursos disponíveis com as tecnologias é a estudante Andressa Sousa e Silva, 19 anos, que mantêm contas em redes sociais e em aplicativos de mensagens instantâneas, mas usa com pouca frequência, pois, segundo ela, prefere dar atenção a outras atividades. “Eu sou usuária do Facebook e do WhatsApp, mas não entro frequentemente pela falta de tempo; tenho muitas coisas para fazer, como estudar e trabalhar”, declara. Tecnofobia – Outro motivo pelo qual muitas pessoas podem ter aversão ao uso da internet é devido à tecnofobia. O psicólogo Fábio José Cardias Gomes, 43, explica que esse tipo de fobia causa ansiedade e repulsa, em que os portadores tendem a não usar aparelhos de celular ou computadores, por exemplo, por medo de quebrá-los ou de não saber manuseá-los corretamente. “Na tecnofobia persiste o medo da tecnologia moderna e o receio de ter contato com um aparelho de computador, por exemplo. Para quem é usuário de internet, pode parecer estranho ver uma pessoa nos dias de hoje que não utiliza as tecnologias, porém, essa atitude de recusar é uma opção de vida”, esclarece.

Uso excessivo da internet pode ser um grave problema ARNOLDO ARAÚJO DOS REIS

VALDECY MARQUES

O

uso excessivo da internet pode ser prejudicial à saúde de quem passa muito tempo conectado? A tecnologia está definitivamente presente no dia a dia de muitas pessoas, principalmente pelo uso da Internet. Na comunicação familiar, nas relações profissionais, na educação, nos relacionamentos pessoais. A internet está presente em quase tudo que as pessoas fazem atualmente. Trazendo quase sempre um grande beneficio, quando usada com certa coerência. Já o vício no seu uso pode gerar problemas gravíssimos. O estudante do ensino médio L. L. S. não se considera viciado na web, mas admite que faz uso exagerado do celular. Ele diz não largar o telefone pela necessidade de estar atualizado. E destaca a comodidade de ter a internet à sua mão, facilitando pesquisas, além de fácil acesso às redes sociais e games que o ajudam a passar o tempo. O jovem passa mais de 12 horas por dia conectado, gerando preocupação em seus pais. Casos como o do jovem L. L. S. podem

Uso excessivo da internet é perigoso e pode causar doenças. O cuidado é a palavra-chave.

até ser considerados por muitos, como normal nos dias de hoje, porém educadores são unânimes em dizer que o uso excessivo da internet, traz sérios problemas ao desenvolvimento social e educacional de crianças e jovens, além de outros perigos como, por exemplo, o do assédio sexual, vazamentos de fotos e vídeos íntimos na web, gerando uma superexposição e causando sérios problemas de ordem emocional, familiar e social. Para Hélio dos Santos, pai do Jovem L. L. S. era normal ver o fi-

lho passar horas na internet. “Eu pensava que era algo próprio da rotina dos jovens”, diz o Santos. A real extensão do problema só veio à tona quando em uma reunião de pais, a professora falou sobre o risco de reprovação do seu filho. E lhe contou um pouco de como o comportamento do garoto havia mudado num curto período de tempo. A professora do ensino fundamental e médio da rede pública de Imperatriz, Kaline dos Santos Pereira, acrescenta que um dos

maiores problemas entre os jovens que exageram na internet é o alto déficit de atenção. Segundo ela, durante a aula é possível perceber alguns alunos que parecem estar com a cabeça bem longe da sala, outro aspecto é o isolamento. “Geralmente esses alunos só se relacionam com outros que se assemelham a eles”, esclarece. Já a Pedagoga e Especialista em psicomotricidade, Carla Santos, alerta que o problema do uso abusivo da internet é muito mais grave, porque pode até atrofiar algumas partes do cérebro, gerando transtornos como ansiedade excessiva, isolamento profundo e prejudicando até mesmo a alimentação que geralmente se torna lanches rápidos de alimentos não saudáveis como salgadinhos, sanduiches e refrigerantes. Lembra ainda que o vício é semelhante ao de uma dependência química, com efeitos devastadores para a mente de quem se encontra nesta situação. Segundo ela, os principais sintomas da dependência são: preocupação constante com o que acontece na internet quando se está off-line. Irritabilidade quando tenta reduzir o tempo de uso,

mentir para se manter on-line, necessidade constante de usar a web como forma de obter satisfação, usar a internet como fuga da realidade e seus problemas, culpa, ansiedade e ou depressão, diminuição do contato social com a família e amigos e a falta de interesse por atividades fora do mundo virtual. E, por fim, atrofia nas articulações dos dedos causadas pela intensa digitação ou repetição de movimentos semelhantes. Como prevenir? - Ainda segundo a Pedagoga Carla Santos, no caso dos adolescentes, o controle e o acompanhamento dos pais é fundamental para que o vício seja evitado, além de proporcionar a eles atividades em grupo, futebol, passeios e viagens, por exemplo. S e os sintomas persistirem por mais de seis messes é necessário buscar ajuda de um profissional como um Psicólogo para que seja feito um tratamento adequado. Outro alerta é para o monitoramento dos sites e das pessoas com as quais os filhos se relacionam na rede. Se preciso até bloquear certos conteúdos. “A prevenção é o melhor remédio”.


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SOCIABILIDADE EM REDE Instantâneos, rápidos, acessíveis e mundialmente conhecidos, os aplicativos de relacionamento ganham cada vez mais adeptos pela diversidade e infinitas possibilidades que oferecem. ARIEL SANTOS DA ROCHA

Aplicativos de relacionamento possibilitam rapidez e o contato amplo com diferentes tipos de pessoas. As ferramentas têm atraído atenção de jovens que usam o mecanismo para conhecer novas pessoas.

Tímidos: aplicativos de relacionamento são uma alternativa ARIEL SANTOS DA ROCHA MÔNICA SANTOS

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ápido, direto e dinâmico. Essas são características que podem ser atribuídas aos aplicativos de relacionamento – os apps. Além de ser uma forma mais barata de conhecer pessoas, esse tipo de ferramenta proporciona ao usuário a possibilidade de selecionar com quem se relacionar de acordo com os seus gostos, seja na busca de um relacionamento sério, contato sexual casual ou simplesmente fazer amizades. Atualmente no mercado existe uma variedade de aplicativos de relacionamento para dispositivos móveis, a maior parte deles está disponível de forma gratuita e na maioria das vezes promovem interações conforme a localização de quem está utilizando. Segundo uma pesquisa on-line realizada com 2.000 internautas em dezembro de 2015 pelo site CONECTAÍ, Badoo, Tinder, Twoo e WeChat são alguns dos aplicativos mais utilizados no Brasil. Há também aplicativos para públicos específicos e pessoas de interesses em comum, como Grindr para homens gays, bissexuais e curiosos e o Kickoff para quem procura um relacionamento sério. Alguns desses meios funcionam como uma espécie de catálogo, onde os usuários economizam

tempo na procura de com quem se relacionar, pois fotos e informações pessoais já estão dispostas no perfil, facilitando assim a avaliação e a escolha de alguém que agrade. São também uma ótima saída para quem não possui muita habilidade na hora de se relacionar mais diretamente com outras pessoas. “Para esse tipo de coisa sou meio tímido sim e os aplicativos e as próprias redes sociais ajudam a ter um pouco mais de segurança”. Afirma o universitário Mateus Ja-

“Para esse tipo de coisa sou meio tímido sim e os aplicativos e as próprias redes sociais ajudam a ter um pouco mais de segurança” come, 18 anos, usuário de aplicativos de relacionamento há dois anos e que vê neles uma ajuda para ter mais segurança no momento de interagir, e até mesmo se sente mais protegido em relação a levar um “fora”. Porém, as formas de se relacionar via rede surgiram bem antes dos aplicativos, já em chats on-line, como por exemplo, o Bate-papo do site Universo Online (UOL), esse tipo de contato era possível.

Nas chamadas “salas” para conversação, qualquer usuário pode iniciar uma conversa, diferente da dinâmica de alguns aplicativos em que para contatar uma pessoa é necessário estar até determinada distância ou ter “combinado” com ela. “Transformou a comunicação e a amizade “entre aspas”, em um hábito consumido através de aplicativos, e todos os nossos consumos, de um tempo pra cá, tem vindo sempre no sentido de individualizar e manter as pessoas afastadas”. É o que coloca o sociólogo Jesus Marmanillo sobre essas formas de se relacionar virtualmente. Diversão e curiosidade foram os principais motivos que fizeram a universitária Juliana Oliveira, 19 anos, recorrer a essa forma de se relacionar. Com cerca de três meses de uso do Tinder - aplicativo que funciona com base em “matchs” e da geolocalização - conheceu o atual marido Sider César, 24 anos. Os dois estão juntos há quase dois anos e são pais de uma menina de quatro meses chamada Heloísa Helena. “O acesso mais facilitado de conhecer novas pessoas, amizades, amantes de uma maneira prática e direta, principalmente para pessoas tímidas como eu”. Explica Sider a respeito do que o levou a usufruir do aplicativo. Encontrar o que se espera nos apps depende da intenção, paciência e muitas vezes, sorte. É certo

que nem todos os procuram, exceto os específicos para isso, com o propósito de achar alguém para manter um relacionamento sério. Esses meios podem ter suas vantagens e desvantagens, pois não funcionam para todos os usuários de forma igual, o que acarreta em experiências negativas ou positivas. Marmanillo coloca que a comunicação via rede é fundamental para os tímidos, mas ela não substitui o contato direto com os outros indivíduos. “A gente aprende a se comunicar socialmente na infância quando sai de casa e vai pra escola e outros espaços de sociabilidade, sempre é face a face desde pequeno com o outro, [mas] esse hábito de consumo individualista vai isolando as pessoas e muita gente hoje está partindo pra interação virtual, e como é que uma pessoa que não sabe se relacionar face a face aprende [a se relacionar] na rede?” Conclui o sociólogo. Cuidado – Deve-se ter cautela ao utilizar qualquer aplicativo de relacionamento, pois o fácil acesso e a rapidez no contato que eles proporcionam, são pontes para pessoas de intenções maliciosas – como “stalkers” e ladrões de informação/ identidade. “Tento agir com cuidado na rede. Não passo informações pessoais, coisa que muitos perguntam na maior naturalidade, mas para mim sempre soou invasivo e nunca respondo, falo apenas o necessário.” Sobre a sua segurança nos aplicativos, conta a universitária Antônia Martins que já manteve um relacionamento por cerca de 10 meses com alguém conhecido por meio do Tinder. Ter cuidado em relação a suas informações pessoais nesses aplicativos e marcar primeiros encontros em locais seguros – como ambientes abertos, com constante fluxo de pessoas e câmeras de segurança – já são atitudes que podem resguardar usuários de possíveis perigos.

Conheça dez aplicativos de relacionamento com funcionalidades diversas Bumble Nesse aplicativo é sempre as mulheres que dão o primeiro passo. Se ela não iniciar a conversa, no intervalo de 24 horas, a combinação desaparece e não poderá conversar novamente. Wapa Um app muito popular entre lésbicas, bissexuais e curiosas. Se diferencia pelo recurso chamado “pegadas” no qual é possível saber quem viu e o que acharam do seu perfil. 3nder Serve tanto para solteiros quanto para casados. Com foco em relações sexuais, o app é para usuários que buscam se relacionar com três ou mais pessoas. Down Visando sexo casual, o app mostra quais contatos do Facebook se interessam por você. O usuário tem acesso a uma lista com todos os contatos e pode selecionar seus interesses. Jobr É um aplicativo para encontrar vagas de emprego e talentos. Os candidatos analisam as vagas e escolhem se candidatar ou não.


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ENTREVISTA Companhias que dispensam o uso das tecnologias podem “ficar para trás de fato e de vez”

“Empresas devem ficar atentas às plataformas mobile” FOTOS: MORGANA ALBUQUERQUE

Cenário tecnológico Imperatrizense desponta, demanda atualização empresarial e abertura de mercado para as novas possibilidades trazidas pelas novas tecnologias. KARLA CRISTINA MORGANA ALBUQUERQUE

A

s tecnologias têm despertado interesse em diferentes áreas de atuação. Em Imperatriz, o GDG - Grupo de Desenvolvedores Google - formado por profissionais da área, vêm desenvolvendo atividades e eventos que destacam o cenário tecnológico local e expandem as oportunidades para atuação no mercado. Em entrevista, o fundador do GDG, Antônio Eloi de Sousa Júnior fala sobre a importância das empresas manterem-se atualizadas. Eloi Júnior é bacharel em Sistemas de Informação pela Faculdade de Imperatriz - FACIMP, e atualmente é professor de Ciências da Computação no IFMA. Como empresário da área, atua há 20 anos projetando softwares e instalando programas para empresas da região. Uma pesquisa realizada pela Dell Technologies e disponível no site da Brasscom* em 2016, diz que as empresas brasileiras contam com a maioria de atributos digitais que elas precisarão adotar para serem bem-sucedidas na próxima década, quais seriam esses atributos? Disposição para estar aprendendo sempre, aprendendo sempre uma nova tecnologia para que você sempre esteja diante de uma maneira correta de resolver os problemas atuais. A primeira coisa, é estar sempre atento à direção que as coisas estão seguindo, isso normalmente demanda tempo para você conseguir se atualizar, mas felizmente graças o que a gente tem hoje na internet, você fica aí um final de semana ou um mês estudando, baixando documentação normalmente gratuita, e você se torna um conhecedor de uma determinada tecnologia. Em relação às profissões voltadas para as tecnologias, às pos-

sibilidades de mercado, qual a sua visão sobre a realidade em Imperatriz? Aqui em Imperatriz, boa parte do mercado em tecnologia é direcionado para um segmento maior que é o varejo e o atacado. Mas, mesmo aí você consegue verificar várias oportunidades, por exemplo, na área de desenvolvimento de sistemas e na área de redes. As empresas vêm cada vez mais prestando atenção nessa necessidade de ter uma pessoa especialista em redes para atentar para eventuais invasões, por problemas relacionados à segurança de sistemas. Muitas empresas estão começando a necessitar ou desejar ter seu sistema para plataformas móveis, para smartphones androids e smartphones iOS. Então, se antes existia uma demanda para web, muitas empresas queriam ter sites na internet, hoje também, tem muitas empresas desejando ter parte do seu segmento funcionando em smartphones para ser entregue para o usuário final. E quais os cuidados que as empresas que não possuem um profissional especialista em redes devem tomar para garantirem a segurança tecnológica? Cuidado típico, e-mails se você não conhece o remetente não abra, apesar das ferramentas de e-mail terem antivírus. A máxima é você não abrir se o assunto não tem nenhuma relação com o que você trabalha, com o que você precisa. Agora tem um detalhe, uma coisa é você ter um cuidado particular com uma máquina, outra coisa é você ter uma máquina numa empresa onde várias pessoas utilizam. Parte desse problema em ter atenção com e-mails cai por terra quando aquele equipamento não é equipamento particular, e outras pessoas utilizam. Então, se você tem todo cuidado, mas outra pessoa não tem, não adianta. A pesquisa da Dell Technologies,

diz ainda que 38% das empresas brasileiras admitem que podem se tornar obsoletas no período de três a cinco anos, como as tecnologias podem ajudar a manter essas empresas atualizadas no mercado? Hoje a ferramenta maior é a internet, como profissional de tecnologia percebo que a coisa é muito rápida. Eu citaria a área de plataformas mobile, a área de smartphones, pois se a empresa não tiver dentro da sua equipe alguém que saiba trabalhar ou desenvolver para android ou desenvolver pra iOS, ela pode perder um mercado muito grande aqui, por que as empresas já estão começando a buscar e já existe gente atuando, então é muito rápido mesmo.

“A maioria absoluta das vezes se paga muito alto por um serviço de uma empresa de fora e pouco por um serviço de uma empresa regional.”

O estudo citado anteriormente, aponta que 66% das empresas planejam investir em Tecnologias da Informação e expandir os recursos de desenvolvimento de Softwares. Você como empresário da área, identifica esse mesmo interesse das companhias aqui de Imperatriz? Eu vejo assim, boa parte das empresas não só tem esse interesse como elas estão envolvidas nesse processo de se adaptarem ao que vem por aí, mas algumas realmente estão ficando para trás, e a

consequência é, se elas não acordarem no tempo certo, poderão ficar para trás de fato e de vez. Mas ao menos uma maioria das empresas, empresas nossas, de pessoas e colegas aqui de Imperatriz, eu observo que estão sempre atentas ao que vem por aí e às novidades tecnológicas. Você acha que as startups podem ser consideradas uma ameaça para as empresas que dispensem ou que não usam adequadamente as tecnologias? Não, eu vejo as startups como algo extremante positivo, inclusive já está acontecendo na região. As startups que estão atuando aqui em Imperatriz têm projetos completamente diferentes e para a área de smartphones. Então, esse movimento de startups que surgiu conseguiu reunir as pessoas de tal forma que desenvolvedores de sistemas estão criando projetos extremamente interessantes e importantes para a sociedade. O “Up Moto” é uma startup que criou um aplicativo para moto táxi, o “Doe Vida” para de alguma forma auxiliar o processo de doação de sangue. Então, são caras que tiveram a ideia, desenvolveram a ferramenta e estão com a ferramenta já no mercado na área de tecnologia. Eu acredito que eles têm um impacto extremamente positivo na nossa região. O uso das tecnologias em Imperatriz ainda está em desenvolvimento, e elas aos poucos estão se popularizando no mercado. Com qual cidade pode ser comparado esse processo? As faculdades têm contribuído para essa mudança de paradigma aqui na cidade. Hoje, já existem muitas empresas atuando, não só aqui em Imperatriz como em qualquer lugar do país. Dessa forma, a gente está engatinhando ainda, mas em termos de mentes o que as pessoas estão pensando em fazer aqui, eu me arrisco a dizer que

não vai demorar a chegar próximo a uma capital como Recife, e chegar próximo a uma cidade polo tecnológico como Campina Grande, na Paraíba. Eu até acho que nós estamos melhores que São Luís, nós sempre fomos melhores. Se consegue ver mais profissionais em tecnologia aqui em Imperatriz, do que em São Luís. Eu diria que o mercado de tecnologia é mais forte aqui, do que em São luís, estamos caminhando para nos tornarmos mais fortes, daqui a vinte anos as coisas vão estar mais avançadas ainda. Quais as dificuldades para uso, e também para a expansão das tecnologias em Imperatriz? Um problema antigo aqui, é de mentalidade do empresário, acho que isso não é uma reclamação irreal. A maioria absoluta das vezes se paga muito alto por um serviço de uma empresa de fora e pouco por um serviço de uma empresa regional. A gente também tem muito problema de capacitação das pessoas que vão trabalhar com sistemas, isso é algo corriqueiro. Por incrível que pareça, tem pessoas que não têm o mínimo de conhecimento de um sistema operacional do Windows, que é uma coisa natural. Como era e como está o cenário tecnológico local? No passado tinha aqui como concorrentes praticamente empresas de Goiânia. Hoje, Imperatriz tem muitas empresas atuando no país inteiro, eu consegui formar bons parceiros, bons clientes. Eu vejo de forma positiva, melhorou muito, é claro que existem muitas dificuldades, mas são dificuldades relacionadas ao trabalho. O mercado, apesar da concorrência estar mais acirrada, continua bom nesse segmento. *Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação


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COMÉRCIO DIGITAL Diante do novo perfil de consumidor, o virtual, os empreendedores/empresários de Imperatriz estão apostando na venda online/no comércio eletrônico de seus produtos.

Empreendedores aderem às vendas online nova leva de clientes que estão cada vez mais conectados ao mundo vironecto, logo existo”. Essa tual. paródia sobre a máxima Por outro lado, Nailany Lopes, de Descartes reflete muito proprietária da boutique virtual, bem o perfil da sociedade pós-mo- Maslu, restringiu-se somente ao coderna, onde o sinônimo de intera- mércio online. A empreendedora, ção é frequentemente confundido que possui aproximadamente 10 mil com algo que esteja relacionado à seguidores de todo o país em sua internet. A boa conversa na calça- conta do Instagram, confessa que da foi substituída pelo WhatsApp, optou pela loja online por causa do o diário, que era compartilhado en- baixo custo. “Primeiro que, para eu tre amigos, foi trocado por Blogs, os ter uma loja virtual, não irei precivínculos amigáveis foram limitados sar de um ponto comercial, logo não ao Facebook e a relação entre ven- precisarei gastar com aluguel, não dedor e cliente perdeu espaço para irei precisar de funcionários, poros sites de compras online. A este úl- que eu dou conta de fazer as vendas timo será dada uma maior atenção. sozinha, não preciso pagar imposto A cada ano é perceptível o cres- alto, apesar de eu ter CNPJ, sou cacente número de empreendedores e dastrada no Microempreendedor Inconsumidores que aderem ao mun- dividual – MEI, então eu pago uma do virtual. De taxa leve”, declaacordo com ra. Consumidora dados da E-bit, virtual assumiem 2017, no da, Lopes lista Brasil, as venvários benefícios das online tivedo comércio na “Enquanto muitas ram uma cresempresas, que já possuem internet, como cente de 7,5% gasto mínimo um estabelecimento físico, opara no primeiro manter a apostam no uso das redes loja comparado semestre, dansociais para a venda de do um tanto de a uma com um seus produtos, outras têm espaço físico, a R$ 21 bilhões ao comércio praticidade do se limitado somente às brasileiro. No atendimento, via vendas pela internet.” mesmo período WhatsApp, e o de 2016, foram feedback que ela registrados R$ recebe dos clien19,6 bilhões. O tes. De 10, 9 ou 8 número de concompradores ensumidores virtram em contato tuais também aumentou, no primei- para falar que recebeu a mercadoria ro semestre de 2017, chegando a 25,5 ou para elogiar o produto, tal recimilhões de usuários, uma crescente procidade, de acordo com ela, não de 10,3%. Apesar da suposta crise se vê com frequência em uma loja econômica vigente, a estimativa é física. que o ano de 2017 tenha fechado Engana-se quem pensa que o com um aumento de aproximada- comércio eletrônico está limitado mente 10% de faturamento. somente à venda de objetos, como Em Imperatriz, é visível o nú- roupas ou calçados. A hamburguemero de empreendedores que se ria imperatrizense “Fumaça” veio entregam ao comércio eletrônico. desmitificar isso. A empresa, que Enquanto muitas empresas, que já começou suas atividades em agosto possuem um estabelecimento físico, de 2016, possui um site próprio para apostam no uso das redes sociais, si- a venda dos hambúrgueres. O protes e/ou aplicativos para a venda de prietário, Josenildo Reis, afirma que seus produtos, outras têm se limita- a ideia surgiu a partir de um planedo somente às vendas pela internet. jamento, como alternativa de canal É o caso da lanchonete “Altas de atendimento mais cômodo ao Horas”, conhecida do público impe- cliente. E tem dado tão certo que em ratrizense, que não se conteve em dezembro de 2017 a hamburgueria, apenas oferecer seu produto num que funcionava apenas no delivery, espaço físico estabeleceu-se também inaugurou seu espaço físico. “É parte nas redes sodo nosso plano de ciais. Assim negócios a abertuo cliente, ao ra de uma unidavisualizar um de física para conproduto ofesumo no local, recido pelo porém as vendas Instagram ou online continu“A empresa teve que se Facebook, enarão a ser o foco tra em contato adaptar a essa nova leva principal de nospelo celular, de clientes que estão cada so negócio”, afirou WhatsAma. Um exemplo vez mais conectados ao pp, e recebe de que as vendas mundo virtual” sua refeição pela internet têm em casa, via dado certo e, tamdelivey. Não bém, para facilitar satisfeito, o ainda mais a vida proprietário, do consumidor, o Ronaldo Maia, Fumaça Hamburainda fez uso gueria também de um cardápio digital, acessível lançou um aplicativo de vendas, disa qualquer pessoa através de um ponível para os sistemas IOS e Anaplicativo pelo celular. “Você pode droid. baixar o aplicativo na Playstore, ter O comércio eletrônico têm se exacesso a todo o cardápio e fazer seu pandido de tal forma que uma nova pedido de casa”, ressalta. É claro que classe de compradores tem surgia empresa teve que se adaptar a essa do: os consumidores virtuais. São

FOTOS: KELLEN CERETTA

KELLEN CERETTA

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Comércio online amplia a concorrência entre as empresas e possibilita a conquista de um público maior e diversificado.

Empresas online oferecem a opção do Delivery. Comprar produtos sem precisar sair de casa representa comodidade, facilidade e economia ao consumidor.

aqueles que preferem comprar um produto pela internet ainda que esse mesmo produto seja oferecido em lojas físicas da cidade. Os mesmos se abstêm de pegar no produto ou até mesmo de testá-lo, se contentando apenas com a descrição oferecida pelas lojas virtuais. Todos alegam que a maior vantagem em se fazer compras online é a praticidade. Como a estudante Katarine Costa, que diz que só o fato de não precisar sair de casa já é um proveito enorme. “Para sair de casa é preciso tempo, algo que poucas pessoas têm hoje em dia; se eu vou com meu carro, terei que arrumar um estacionamento, coisa que nem toda loja tem; e ainda é preciso enfrentar problema com algum vendedor que é mal educado, que não sabe atender direito.”. Há também a

facilidade na hora de pesquisar os preços de um produto. Como na internet existem várias opções de lojas, a pesquisa para saber onde é oferecido o menor preço ou o melhor desconto se torna muito mais hábil. Porém, nem tudo são flores. Como quase tudo tem seu lado negativo, com as vendas online não seria diferente. E o maior inimigo tanto dos consumidores quanto dos proprietários se chama: Correios! Muitos empresários virtuais apontam que se sentem prejudicados quando uma mercadoria, que já foi postada, atrasa. Isso porque alguns clientes vão tirar satisfação com o fornecedor, muitas vezes de maneira até ofensiva, outros nem voltam a comprar na loja. “A pior parte de vender pela internet é precisar dos

correios. Tem cliente que compra com muita antecedência, paga caro por um Sedex, para poder estar com a mercadoria o mais rápido possível, mas a mercadoria não chega na data prevista. E infelizmente o cliente se estressa e joga a culpa na gente. Isso me prejudica muito,” afirma Nailany Lopes. Já os consumidores virtuais reclamam da demora e do preço do frete que é oferecido para algumas cidades. Katarine Costa aponta que o maior problema é em relação à chegada do produto. “Porque eu moro longe dos grandes centros, então tem certa demora na entrega do produto. E também tem a questão do frete que às vezes eu pago um pouco mais caro em relação às outras pessoas que moram nos grandes centros”, diz.


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JOGOS VIRTUAIS

ALINE CASTRO

Games: gerador de relações Jogos eletrônicos contribuem na formação de laços de amizade e sociabilidade de usuários Jogos eletrônicos e virtuais trazem dinamismo e novos aportes/ possibilidades lúdicas. Assim, desterritorializam, modificam e ampliam as relações de amizade entre os jovens. ALINE CASTRO

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erá que é possível habitar dois mundos simultaneamente? Através das tecnologias atuais, sobretudo dos games, é criada a oportunidade de ter acesso não só a este mundo, o do real, como também o virtual. Além de passar de fases e ter aquele quê de competição o mundo dos games também proporciona aos seus adeptos o poder de ter amigos, clãs, casas, dinheiro. Fazendo com que os usuários sintam que possuem não somente uma, mas duas realidades. Desde os tempos mais antigos o ser humano é adepto aos jogos de entretenimento, jogos com bola, tabuleiros e de fantasia e estes, geralmente fazem parte da infância de muitas gerações. Com a chegada das tecnologias, essas brincadeiras tomaram roupagem nova, mas sem deixar de ter como principal objetivo a diversão de seus jogadores. Os games, que foram criados como principais fontes de entretenimento, quebram a barreira e se transformam em um leque de oportunidades. Desde aqueles que ajudam no estudo para o vestibular, até os que ajudam a manter o foco nos exercícios físicos. Os jogos vêm mostrando que há possibilidades de ajudar os usuários em muitas áreas de suas vidas. Entre as muitas citadas, umas das mais importantes é a criação de laços através jogos eletrônicos. O professor da UFMA e pesquisador de games, Thiago Falcão, acredita que os jogos tem grande capacidade de gerar relações e formar amizades, pois permite uma grande interação, e revela que apesar de muitas pessoas ainda terem uma opinião ultrapassada sobre como os jogos podem afetar os usuários de maneira negativa, ele afirma que é exatamente o oposto. Um estudo de 2016, feito pela Universidade Columbia, nos Estados Unidos, aponta que crianças

que tem acesso a games, tendem a ter um melhor desempenho escolar e a ser mais sociáveis e que a prática associada com moderação e limites, pode melhorar relações. Como prova disso, o estudante de 16 anos, José Humberto Brito, vê nos jogos grandes oportunidades, tanto em criação de laços de amizade quanto no âmbito profissional. Brito afirma que: “Muitas pessoas ainda são muito preconceituosas com relação aos games e aos jogadores e não procuram se informar direito sobre o bem que os jogos podem nos fazer. Hoje em dia existem players profissionais, que ganham campeonatos e chegam a receber de 300 à 5 mil reais “ Ainda no segmento de jogos como negócio, Erick Resende, sócio da Geek Store, afirma que o local além de uma empresa, é ponto de encontro de muitos jovens e adultos e que os jogos só tendem a beneficiar os que jogam. “Os jogos que fazem mais sucesso aqui são os de batalha, como “Naruto”, e a maioria, eu diria que 80% dos “players” preferem os games de futebol”, frisa Resende. Com o intuito de agradar o público com o interesse em jogos, Dienny Vieira, graduada em Sistema de Informação pela Facimp, decidiu criar um jogo para celular chamado “Zaradack and Dragon”. O game, que a princípio foi usado para a apresentação do seu trabalho de conclusão de curso, se tornou um projeto maior, indo além dos portões da faculdade. “O objetivo mesmo sempre foi a conclusão de um projeto completo que trouxesse diversão às pessoas que jogassem.” Vieira ainda acredita que os games tem uma grande relevância para crianças e adolescentes em desenvolvimento. “Os games não são apenas para diversão, eles podem ser muito mais que cores, animação ou desenhos fictícios, depende de quem os manipula e qual a finalidade do mesmo.”

Tecnologia: avanço e surgimento de novas profissões Modernização ocasiona modificações no mercado de trabalho viabilizando novas oportunidades SARAH DANTAS

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e acordo com pesquisas, apesar da crise, o mercado de trabalho oferece no Brasil 50 mil vagas para profissionais formados na área da computação” afirma José Vieira Lima Junior, o professor do curso de Sistemas de Informação e graduado em Ciência da Computação pela Universidade Federal do Maranhão - UFMA-. Com o advento das novas tecnologias, os avanços sociais nas mais diversas áreas é algo constante. Como consequência desses avanços, as relações vão se modificando e o mercado de trabalho vai se adequando a uma nova realidade na medida em que inovações tecnológicas surgem. Assim, também nascem a cada dia novas profissões que estão exclusivamente ligadas ao uso de recursos tecnológicos. O profissional de TI – Tecnologia da Informação - é uma dessas profissões que surgiram com o avanço tecnológico. Sua função é otimizar o uso de arquivos de empresas, facilitando o acesso a dados, além de auxiliar no gerenciamento das informações. Fábio Leal e Caíque Coelho são exemplos desses novos profissionais que atuam no suporte e gerenciamento de informações. Graduados em Sistemas de Informação pela Facimp, atualmente trabalham no departamento de TI da UFMA. Leal explica que suas principais demandas de trabalho na Universidade são atender as solicitações básicas de suporte, e au-

xiliar aqueles que ainda sentem dificuldades ao usar um aparelho tecnológico. Coelho complementa, afirmando que “a tecnologia está mudando o modelo de negócio”. Toda empresa hoje necessita de um técnico de informática para ajudar na expansão de seus serviços. Outra profissão que vem ganhando espaço nos dias atuais, e está em plena ascensão na cidade de Imperatriz, é o desenvolvedor de aplicativos. Esse profissional é o responsável por oferecer facilidades para as pessoas, disponibilizando serviços de empresas, e programas relacionados à educação, saúde, lojas etc. em meios tecnológicos. Leandro Rolim, graduando em Ciência da Computação no Instituto Federal do Maranhão – IFMA, cursou um período na Université d’Orleans na França, e é um dos que atuam na área de desenvolvimento de aplicativos, que é responsável por proporcionar às pessoas serviços digitais. Ele também desenvolveu aplicativos de suporte para estudantes, como uma calculadora de química e uma calculadora vetorial. No entanto, quando questionado sobre o mercado de trabalho local, Rolim frisa que “o mercado ainda tem que evoluir bastante no sentido tecnológico, e neste ano percebi que muitos começaram a se movimentar no sentido de adaptar as novas tecnologias, mas ainda estamos engatinhando, espero que esse movimento continue.” Ainda na temática de profissões do futuro, o social media também tem se destacado no ce-

nário atual. Com o objetivo de cuidar do espaço online de empresas e instituições públicas, a fim de garantir que as pessoas estejam sempre por dentro das novidades e viabilizando alcançar um público cada vez maior. O social media produz textos e materiais audiovisuais. Elton Sales é social media na cidade de Imperatriz. Ele é responsável por elaborar a estratégia de mídia da marca de uma empresa em redes e plataformas sociais, contemplando as especificações e peculiaridades de cada meio. Além disso, tem a função de executar e aperfeiçoar as campanhas de acordo com os objetivos da marca. Sales afirma que “a internet deu um poder para as pessoas que elas nem sabiam ter, o poder de influenciar.” Essas novas profissões que ganham espaço gradativamente surgem da necessidade que as pessoas têm de utilizar as tecnologias. A utilização adequada delas pode tornar as pessoas cada vez mais ativas e gerar avanços e facilidades no desenvolvimento das tarefas cotidianas. O professor José Vieira abona que as tecnologias se renovam a cada dia e garante que “o mercado vai estar sempre aberto e sempre buscando novas mentes inteligentes, que possam disponibilizar novos conceitos, novos aplicativos, novas ferramentas, para realmente auxiliar. O papel da comunicação é auxiliar o ser humano para facilitar o seu dia a dia”.


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CIDADE CONECTADA Iniciativas tecnológicas possibilitam a inserção e participação da sociedade no contexto digital. Aplicativos e rede de wi-fi móvel disponibilizada em espaços urbanos modificam a rotina da população.

Imperatriz recebe iniciativas tecnológicas GESSIELA NASCIMENTO

GESSIELA NASCIMENTO RUAN DIAS

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lhares rápidos. Luzes em constante movimento. Dedos sempre ativos. O tempo não para! Essas são algumas características de São Paulo (SP), Palmas (TO) e Teresina (PI), que estão entre as 100 cidades mais inteligentes e conectadas do Brasil no ano de 2017, pelo ranking Connected Smart Cities, da Urban System. Uma cidade inteligente é definida por possuir sistemas inovativos e TIC´s,-Tecnologia da Informação e Comunicação - que a mesma traz dentro da localidade, sendo feita por cabos, fios ou sem fio. Essa tecnologia pode ser aplicada na indústria, comércio e educação. Em Imperatriz, um exemplo da utilização dos TIC’s é o projeto desenvolvido pelo estudante de engenharia de alimentos da UFMA, Túlio Cañedo, que utiliza um braço robótico com auxilio de uma luva para realizar leituras em libras. Desde maio de 2016, o Ministério das Comunicações, implantou o Projeto “Minha Cidade Inteligente”. No Maranhão, a cidade de São José do Ribamar, localizada há 32 quilômetros da capital, foi agraciada, porém não inaugurada. O Assessor Especial de Políticas de Inovação e Cidadania Digital, Gustavo Adolfo Plottier Pilotto, menciona que, “a situação econômica atual não ajuda, quando um município ganha uma destas chamadas, tem algumas despesas que por diferentes motivos, não podem ou não desejam efetuar”, declarou. A Prefeitura de Imperatriz não aderiu ao Projeto, no entanto, em

Aplicativos de diversos tipos facilitam a vida da população e demandam um público cada vez mais conectado e com bom manejo das tecnologias.

meados de outubro de 2017, lançou o Programa “A gente faz cidade conectada”, que visa promover o sinal aberto de internet para a população, contemplando inicialmente dez paradas de ônibus. Para ter acesso a rede, basta efetuar um cadastro no site da Prefeitura com o CPF e senha pessoal. Cidades do futuro em desenvolvimento no presente – Com o intuito de usar energia limpa, trazendo mais be-

nefícios para a cidade, no ano de 2014, foi instalado um protótipo de semáforo movido à energia solar. O mesmo continua em funcionamento e está situado no cruzamento da Av. Babaçulândia com a Av. João Palmeira. Os meios de condução também são agraciados com o desenvolvimento tecnológico. Tendo como objetivo expandir as redes de transportes, empreendimentos como os aplicativos

de locomoção “Meu Ônibus Imperatriz”, “UpTáxi” e “Uber” foram implantados. Eles utilizam o GPS como ferramenta para facilitar na busca e localização. O GPS e os aparatos tecnológicos utilizados pelos aplicativos foram primordiais para a inclusão digital na cidade. No entanto, falta muita coisa para se tornar uma cidade inteligente. “Ainda estamos em uma fase de inclu-

são digital e as pessoas não acreditam no poder da tecnologia, preferindo usar métodos mais difíceis”, disse Rubens Alves, um dos criadores do aplicativo UpTáxi. Já a Uber oferece um serviço semelhante ao táxi, porém, para realizar uma solicitação de viagem, é necessário ter o aplicativo instalado no celular – assim como todos os outros mencionados. Sendo essa mais uma alternativa de transporte, trazendo flexibilidade, comodidade e conexão entre o motorista e passageiro. Outra iniciativa que merece destaque é o aplicativo “55Help”. Thiago Rodrigues, um dos criadores, menciona que o utilitário é voltado para chamada de emergência. “O aplicativo está recebendo financiamento do Estado para o seu desenvolvimento. A lógica se parece com o UpTáxi, porém, voltado para os serviços emergenciais”, declarou. Aos adeptos dos aplicativos de locomoção, muita coisa melhorou. A espera incansável pelo ônibus já é controlada. O estudante Lucas Sousa, 18, declara: “agora, já não fico muito tempo no ponto de ônibus, só vou quando ele está perto de passar”. E ressalta, “falta muita coisa para a cidade se tornar inteligente, porém o primeiro passo já foi dado. Espero que projetos como esses continuem, tanto na área da segurança, saúde e educação”. Com o aplicativo “Meu Ônibus Imperatriz”, o usuário monitora em tempo real, a localização e o tempo que o ônibus levará para chegar até o ponto de embarque, utilizando a internet aberta – distribuída pela cidade – para fazer o acompanhamento.

Empreendedorismo e inovação no mundo das startups QUEZIA ALENCAR

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termo é novo, mas elas estão em rápida ascensão no cotidiano de todos que usam a internet. Já ouviu falar de Snapchat? E Spotify? Para muitos a resposta é sim, e estes aplicativos estão na lista das 15 Startups mais valiosas do mundo. As startups geralmente são utilitárias e usam a web como plataforma de serviço, uma ideia que pode virar negócio, com empreendedorismo do pesquisador. Uma startup, na verdade, é um estágio de transição entre uma ideia– negócio–empresa. Mas ela foge da ideia de uma empresa tradicional. “É um grupo de pessoas que estão em busca de um modelo de negócio, tentando resolver um problema real, e buscando uma solução que atinja não só 10 ou 20 pessoas, mas que alcance milhares” declara Fernando Pontes, criador da startup “BikeeLive” que está em desenvolvimento para atuar em Imperatriz. No processo de criação de uma Startup tudo começa com a pesquisa, deve-se iniciar com o chamado “Canvas”, uma forma de colocar em ordem toda a ideia apresentada. Por exemplo, fazer pesquisar, ver a viabilidade do modelo de negócio, quanto vai custar e quem são os clientes, perguntas iniciais para quem quer começar. È uma ferramenta de modelagem de negócio e foi criada pelo Alexander Osterwalder e hoje é muito utilizado para começar negócios com propostas diferentes e

inovadoras. E a partir do momento que a ideia já foi posta em prática, foi validada, quando resolveu um problema real e ganha clientes, se pode dizer que virou um negócio. Em Imperatriz o movimento das Startups começou há um ano quando um grupo de jovens que já se conheciam e já sabiam do conceito de startup começaram a desenvolver as ideias. Um deles foi Fernando Pontes, criador da startup “BikeeLive” aplicativo que está sendo estudado e será lançado no mercado, voltado para os ciclistas. Outro imperatrizense que apostou em uma startup foi Rodrigo Alexandrino que desenvolveu o aplicativo “DoeVida” onde é possível criar campanhas para a doação de sangue, colocando o tipo sanguíneo, quantas bolsas será necessário e pode ser usado também para quem quer doar, podendo compartilhar a campanha nas redes sociais. Os criadores destacam que os aplicativos estão em constante desenvolvimento, mesmo o “DoeVida” que já está lançado no mercado. Ao mesmo tempo em que esse grupo começou a empreender, em novembro de 2015, o edital da FAPEMA para startups foi lançado. Com isso veio a oportunidade de oficializar as ideias. Em Imperatriz cinco startups foram submetidas ao edital e todas foram aprovadas, entre elas: “DoeVida”, “Bikeelive”, “Stok”, “SmartCall” e “MedCenter”. O movimento só vem crescendo e já fez parte de vários eventos durante o ano. Um deles foi o “Startup Weekend”, financiado pelo Google e realizado em outubro de 2016, um lugar

onde as pessoas falavam das suas ideias e em 54 horas desenvolviam uma startup utilizando o potencial tecnológico à disposição. Segundo o organizador do evento, Fernando Pontes, foram selecionadas três startups para serem estudadas e desenvolvidas. “Uma Startup não precisa ser algo que nunca foi criado, só precisa solucionar a necessidade de alguém; o objetivo é que seja algo replicável, que possa sair da região em que foi criada e ir para qualquer lugar, sendo utilizado por

Conhecer o perfil do público alvo é essencial para o crescimento de uma empresa, como também entender a necessidade do mercado e tentar supri-la. qualquer pessoa, além de ter um baixo custo.” afirma Douglas Kishi, estudante de engenharia de alimentos na UFMA, que está desenvolvendo uma startup voltada para a área social, com a criação de próteses através de uma impressora 3D. Segundo ele, atualmente quando se faz solicitação de prótese pelo SUS, a demora é muito grande e há um custo alto. Quem tem uma Startup ou está trabalhando para ter, enfatiza que conhecer o

público a ser alcançado é uma das etapas importantes do processo, colocando em segundo tópico a utilidade dos serviços oferecidos. Identificar uma necessidade no mercado e lançar nele um produto que venha supri-la. È importante também que seja algo inovador para a região, algo que ajude de uma maneira diferente em necessidades cotidianas, e com a internet como plataforma de serviço dos modelos de negócios apresentados como startup, vincula-se um baixo custo que permite o empreendedor errar mais vezes, quando no mercado tradicional um erro dentro da empresa pode ser fatal. Para Rodrigo Alexandrino criador do “DoeVida”, já foi mais difícil criar um negócio. Existe hoje um movimento ativo em Imperatriz e que busca espaço na sociedade. O movimento está caminhando para a formalização da Associação de Startups em Imperatriz. Alexandrino destaca que um dos primeiros passos para a realização do DoeVida foi estabelecer o perfil do usuário com conversas por telefone, email e redes sociais, o que é importante para focar no conceito do produto. Ainda destaca que a diferença de uma empresa comum para uma startup é a possibilidade de escalabilidade, não tendo usuários somente de Imperatriz, mas em todo o Brasil e podendo expandir potencialmente sem limite e com um baixo custo comparando ao mercado tradicional. Detalhando um pouco, um modelo de negócio escalável é aquele que possui capacidade de aumentar o faturamento sem precisar elevar da mesma maneira os

custos com produção, escritório e mão-de-obra, entre outras coisas. O termo vem ganhando evidência junto com o crescimento do movimento das startups. Compreendendo o nível de escalabilidade do negócio, pode-se saber o potencial da ideia nas circunstâncias do mercado e onde ele poderia falhar. Para o criador da “BikeeLive” é um fator fundamental para o desenvolvimento da ideia. “Se você não trabalhar com escalabilidade de atingir várias pessoas, você vai trabalhar com um produto que não vai te dar os recursos necessários para manter a empresa”, afirma Fernando Pontes. Uma prova de escalabilidade do negócio é sua capacidade de ser repetível, um modelo de produção que funciona e pode ser ampliável indica que há mercado e áreas para expansão da startup. Uma startup bem estruturada desde o início, conhecedora do seu público, é capaz de atingir o sucesso no mercado rapidamente. Segundo o autor Eric Ries no livro “A startup enxuta” pode haver dificuldades em colocar toda a metodologia sugerida pelo movimento, em prática. Para trabalhar com um modelo de startup é necessário destacar que o risco é alto, o mercado é inconstante, um meio onde há incertezas. E com todos os olhos voltados para esse movimento, é importante lembrar que a tendência desse mercado é crescer, há um interesse de investidores em trabalhar com novos projetos que tendem a evoluir mais rápido, como as startups.


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AUTONOMIA As ferramentas tecnológicas tem ganhado a simpatia e a adesão de idosos e os conectam à família. Existem benefícios quanto a memória e ao raciocínio. MAIANE NASCIMENTO

Idosos de Imperatriz cada vez mais conectados

Idosos têm se inserido no ambiente digital e feito usos e apropriações de novos instrumentos tecnológicos e de comunicação para facilitar tarefas cotidianas e estabelecer relações de proximidade com amigos e parentes. MAIANE NASCIMENTO

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amília, internet e comunicação. Engana-se quem considera os idosos contrários às novas formas de se relacionar. Devido a popularização dos aparelhos de celular e dos computadores, por exemplo, além da maior facilidade de operação, a tecnologia tem adquirido adeptos da terceira idade, que se mostram cada vez mais interessados em fazer parte do “mundo TEC”. A internet, aliada aos aplicativos disponíveis em dispositivos móveis e computadores, é um dos principais elementos na comunicação entre muitos idosos com familiares ou conhecidos que moram distantes. Para Francisca Araújo, 68, o aparelho celular tem sido uma ferramenta eficaz em sua vida, propiciando assim o contato com seus alunos que hoje estão espalhados pelo mundo em busca de um futuro melhor. “Meus ex-alunos que estão no outro lado

do Brasil me localizam pelas redes sociais e me enviam várias mensagens”, aponta. Alem disso, ela conta que essa ferramenta melhora, inclusive, sua autoestima, pois possibilita contato com pessoas que estão longe, até mesmo com os seus filhos, hoje residentes nos Estados Unidos. Os celulares criados inicialmente para as telecomunicações, hoje contam com diversas funções, como aplicativos de mensagens, vídeos e ligações via internet, permitindo contato entre pessoas de todo o mundo. A rede social Facebook e o aplicativo de mensagem instantânea WhatsApp são os meios mais utilizados pelas pessoas com mais de 60 anos que frequentam a Casa do Idoso de Imperatriz, segundo pesquisa realizada na instituição, em outubro de 2016. Essas funções extras que os celulares promovem, como o uso de aplicativos, têm aumentado a satisfação e o grau da ligação afetuosa que alguns mantêm com os aparelhos mó-

veis. A dona de casa Izaura Neli de Moura, 65, residente em Imperatriz desde abril de 2015, usa celular há quase vinte anos. Ela conta que os filhos foram os primeiros a se estabelecerem na cidade por motivos de trabalho, e, devido à saudade, decidiu se mudar para Imperatriz também.

“Hoje o celular pra mim é meu batom, meu brinco, não posso esquecer” Apesar disso, Neli de Moura continua mantendo contato com os amigos da sua terra natal e só deixa o celular na hora de dormir, o que a faz se sentir melhor, já que mora sozinha. “Hoje o celular pra mim é meu batom, meu brinco, não posso esquecer”, declara. Além disso, a mesma acrescenta que o aparelho serve como guia ao escrever

palavras, pois conta com a função do corretor ortográfico. “Quando tenho dúvida para escrever alguma palavra eu uso o celular”, relata satisfeita. Para quem tem como trabalho acompanhar o cotidiano de quem frequenta a Casa do Idoso, Alexandra Sérgio Nobre, 38, coordenadora da instituição, afirma que os idosos atualmente se sentem atraídos pela tecnologia porque facilita a comunicação com os familiares e com os amigos distantes. Relata ainda que agora eles não ficam mais sozinhos, pois de certa forma, o aparelho “aproxima os laços”. Ela é uma incentivadora na adesão às tecnologias e aponta que hoje um dos projetos da Casa do Idoso é trabalhar a inclusão digital, para que os idosos sejam inseridos cada vez mais na era digital. Segundo Nobre, apesar da entidade não contar com espaço multimídia com computadores, eles já utilizam o aplicativo WhattsApp mantendo um grupo com participação dos idosos.

A coordenadora acrescenta que ao ver a interatividade que os idosos têm com o aplicativo, ela mesma estimula àqueles que ainda resistem a aderir à tecnologia. “Tudo que é novo gera medo, mas será uma experiência maravilhosa, vai abrir muitas possibilidades com a interação em conversas, trocas de experiências e integração com o mundo digital”, acrescenta. Para a psicóloga Gizele da Costa Cerqueira, 46, a comunicação dos idosos com outras pessoas por meio das atuais tecnologias ajuda no sentido de inseri-los nos tempos atuais, deixando-os próximos das gerações mais novas. O uso das tecnologias traz ainda efeitos positivos para a memória e o raciocínio dos idosos, sendo também um meio de interação com os familiares. Porém, ela orienta quanto ao uso consciente das ferramentas tecnológicas. “Quem faz a intenção de uso das tecnologias somos nós, não é a tecnologia em si”, ressalta.

Crianças e tecnologia: orientação é o ideal NATALY TROVÃO

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mundo está cada vez mais conectado e o uso da tecnologia é precoce. Assim como tudo que é conhecido, o uso exagerado de aparatos tecnológicos também pode causar problemas. Então como inserir as crianças nesse mundo sem prejudicá-las e existiria uma idade ideal para essa inserção? A psicóloga Renata Cardoso Trovão explica que as crianças precisam ser imersas no mundo virtual e conhecer a tecnologia para se adaptarem e se desenvolverem neste sentido, pois lá na frente se destacarão tendo este conhecimento específico. Porém, é preciso que a criança seja estimulada de diversas formas e em diversas áreas, pois essa estimulação servirá de base para o desenvolvimento futuro dela, explica. Seria um facilitador existir uma ida-

de ideal para a inserção dos meios tecnológicos, tanto para proteção em situações de emergência, como o uso de aparelho celular ou computador para o lazer. Contudo, os profissionais não tem um consenso de que idade seria ideal para essa inserção. A pedagoga Leide Mayara Cruz afirma que a tecnologia é importante em todas as fases da vida, mas acredita que na fase da criança de 2 a 6 anos, não seria interessante se ater tanto ao celular. “A criança precisa, além da capacidade cognitiva, experimentar do mundo, não só através da internet, mas do tato, olfato, paladar. Tudo para a criança deve ser uma descoberta, e existe hora e lugar para o uso de aparelhos eletrônicos”, esclarece. Superexposição - Um dos assuntos que mais assusta pais e responsáveis no que diz respeito ao uso do “mundo aberto” que é a internet, é a exposição desneces-

sária. Perigos como cyberbullying, pedofilia e assédio são casos comuns no uso da rede. Para prevenção desses casos, a doutora em antropologia social Emilene Leite sugere a orientação, e completa: “É preciso tornar este processo de orientação translúcido para a criança. Explicar que há coisas divertidas a serem feitas lá fora e que há coisas ruins acontecendo na internet, há coisas erradas sendo feitas. Digo isso porque, se a criança for muito pequena, (como o público de hoje que antes de completar um ano de idade e até os dois assiste a Galinha Pintadinha, por exemplo) ela só vai descobrir a tecnologia e fazer uso se alguém lhe apresentar Além da exposição desnecessária que pode ocorrer durante o acesso das crianças, os pais também se preocupam com o desenvolvimento escolar dos filhos. Catiane Lima Leonardo, mãe de Nayara Luiza Leonardo Miranda, de 11 anos, acredita

que a utilização dos aparelhos eletrônicos possa prejudicar o desenvolvimento escolar da filha, como causar a negligência com atividades escolares, deixar de brincar com os colegas e se afastar da vida social. Nesses casos, ela acredita que não se pode proibir radicalmente, mas dar opções de outras diversões para os filhos. Diz também saber que isso requer paciência, algo que nem todos os pais têm e acabam propensos a facilitar o uso de tecnologias que distraiam os filhos. Alerta: Mudanças de comportamento - Alguns comportamentos diferentes do normal na criança ou no adolescente podem ser a primeira pista de que algo está errado naquilo que ele acessa. Em crianças menores, a pedagoga Leide Mayara afirma que os desenhos produzidos pela criança podem mostrar algo que elas ainda não conseguem expressar com pala-

vras, fique atento! “Além de sinais de alteração de humor, como quando a criança está muito retraída ou ansiosa demais, a família também deve ficar atenta a outras alterações comportamentais.” Afirma a psicóloga Renata Trovão. Agressividade e isolamento são fatores que aparecem em crianças mais velhas, segundo a psicóloga. E ainda se a criança ou adolescente já não quer que o pai veja aquilo que ela faz no smartphone ou computador, ou se procura sair sem a companhia dos pais. Estes são sinais que os responsáveis devem ficar atentos e procurar sempre manter uma orientação clara sobre o uso da tecnologia. Tal orientação é o que garante que os pais saibam o que acontece na vida virtual do filho e possam com isso, deixar que a tecnologia contribua com a formação individual da criança.


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ALÉM DA TV Interatividade, qualidade de imagem e aproximação com o público: a televisão, referência na linguagem audiovisual, passa por transformações e reinvenções para atender a um público conectado às novas tecnologias”.

Televisão se reinventa frente a novas mídias EUGÊNIA NASCIMENTO

EUGÊNIA NASCIMENTO

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esde a chegada ao Brasil em 1950, a televisão passou por várias transformações em decorrência do advento de novas tecnologias. Do preto e branco até a SmartTV existe um longo percurso repleto de desafios vencidos. Para quem vive em uma época em que a televisão conecta-se à rede de internet, oferecendo conteúdos extras, flexibilidade nos horários da programação, imagens e som de alta qualidade, serviços de áudio-descrição para deficientes visuais, além de estar disponível em outros aparelhos como no celular e no computador, é difícil, por exemplo, imaginar uma programação totalmente ao vivo como acontecia no início. “Eu nem lembro como era antes dessa modernidade toda. Acontece muito da gente passar o fim de semana assistindo Netflix, tomando uma cerveja, assando carne ou vou pra casa do meu pai, colocamos um datashow e assistimos filme com a família toda reunida. Trabalho, estudo, assisto filmes, séries, documentários, tudo pela internet. Minha televisão virou meu monitor”, afirma o técnico em informática, Lucas Vale. “A internet quando chegou, principalmente o youtube, criou uma nova linguagem do audiovisual, somado a proliferação dos dispositivos móveis, o consumo de vídeos passou a ser muito maior, não só o consumo, mas também a possibilidade de produzir conteúdo. Novas ferramentas passam a ‘competir’, de certa forma, com a televisão. Ela teve que se readequar a esse momento, aproximando-se cada vez mais do público. Ela está mais descolada, quer pregar uma linguagem para simular uma interação com o público, mais próxima, mais coloquial. Muito menos engessada do que a gente tinha no início”, explicou Lívia Cirne, doutora em comunicação e professora de webjornalismo na Universidade Federal do Maranhão (UFMA). A professora prossegue comentando que “Com as SmartTVs, você deixa de assistir a programação para ficar na internet. Então você tem dois momentos, a televisão passa a se apoiar na linguagem da internet e também a internet como sistema de distribuição que passa agora a ocupar os monitores de TV. As pessoas passam a assistir conteúdo de internet na televisão, que tem que cativar o público, se não as pessoas vão cada vez mais assistir menos televisão.” A respeito disso Vale complementa: “hoje em dia se alguém me perguntar qual é a programação da Globo, do SBT, eu não sei responder. Eu não assisto, pra mim não é interessante.” Não foi só a televisão que se transformou com tempo, o bom e velho radinho também ficou mais moderno. Engana-se quem pensa que esse veículo não faz mais parte do cotidiano dos brasileiros. Presente nos carros, nos celulares e na internet, ele está ainda mais interativo. A professora da Universidade Federal do Pernambuco (UFPE) e doutora em comunicação, Giovana Mesquita, relata como a internet modifica e amplia as possibilidades do rádio. “O rádio é interativo por

O tradicional aparelho de televisão sofre alterações e reinvenções constantes. Atualmente, compete com os equipamentos móveis, que oferecem praticidade e a possibilidade de conexão móvel.

natureza e a internet ampliou essa interatividade, criou novas possibilidades, como a Web rádio que traz vários meios: o som, a foto, o vídeo. O rádio continua vivo como nunca! Apenas houve uma modificação do aparelho que você se apropria dele”, disse a professora. Giovana Mesquita ainda chama atenção para os atrasos quanto o sinal de rádio no Brasil. “Enquanto no mundo a mudança está sendo do analógico para o digital, no Brasil

ainda a perspectiva é de mudar do AM para o FM, que via de regra, tecnicamente é uma mudança de qualidade sonora. O Brasil está atrasado nessa questão, a discussão que já está para o mundo é do rádio digital, é de o rádio convergir com outras mídias.” O locutor e gerente artístico da rádio FM Terra, Jan Ricardo, informa sobre a modernização da FM Terra, primeira rádio a oferecer programação online em Imperatriz em agosto

de 2000, em um site que perpetua até hoje. Sobre a iniciativa, Jan Ricardo declara: “Muita gente de Imperatriz foi embora para os Estados Unidos, Japão, São Paulo, e houve a necessidade de termos essas pessoas sempre conosco. Até essa época 50% dos ouvintes online eram dos Estados Unidos. Atualmente 40% da audiência é de fora do Brasil, isso é bom, o site foi feito para eles. Nós não criamos a moda, já sabíamos que outras rádios do eixo Rio- São

Paulo já estavam online, porque não Imperatriz?” O radialista reforça que a FM Terra também foi pioneira ao oferecer o aplicativo da rádio em Imperatriz “Nesse aplicativo além de você poder ouvir a nossa rádio, você pode interagir, mandar email, enviar recados via whatsapp, acessar o site da FM Terra, o twitter e também o facebook. Além de tudo isso, o aplicativo está disponível para todas as plataformas.”


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