Jornal Arrocha - Edição 26 - Sabores de Imperatriz

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EDITORIAL

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ense em um prato de Impe­ ratriz. O que vem em sua mente? Provavelmente a panelada, caldeirada de peixe, sarapatel, galinha caipira, arroz de cuxá e por aí vai. Mas por que não pensar nos sanduíches criados especialmente para nossa cidade, como o “Maranhão do Sul”? Ou nas nossas peculiares comidas de rua, ou nos cupcakes com sabor imperatrizense? É para trazer as comidas que fazem parte do cotidiano de Im­ peratriz, mas que às vezes passam despercebidas pelos nossos pala­ dares, que o Arrocha desta edição aborda a gastronomia local. Nesta publicação o leitor vai saber mais

sobre a panelada, peixarias e fei­ ras da cidade e também sobre as iniciativas existentes para comba­ ter o desperdício de alimentos. Além disso, vamos conhecer um pouco sobre a realidade de quem já fez as famosas “dietas da moda”. E a nutricionista Whandra Braga Pinheiro, em entrevista dá dicas de como obter uma alimentação saudável. Nas páginas do Arrocha Gas­ tronomia, o leitor também co­ nhecerá as principais diferenças de um restaurante popular para um refinado. Ainda tem mais: quais as principais tendências dos buffets de Imperatriz? Em uma das matérias desta edição você po­

Ano VI. Número 26 iMPERATRIZ, jULHO de 2015

CHARGE

por Yasmin SIlva

derá saber mais detalhes sobre o assunto. Outros temas expressos nas próximas páginas são a comi­ da vegetariana, os fast foods, a culinária estrangeira e os ali­ mentos típicos das feiras. Nesta edição também estrea­ mos mudanças no visual do Ar­ rocha. A diagramação de nossas páginas foram trabalhadas em conjunto desde a concepção da pauta. Os estudantes de Labo­ ratório de Programação Visual, Fotojornalismo e Laboratório de Jornalismo Impresso trabalharam nas primeiras mudanças gráficas do jornal desde que foi criado. Que esse visual novo torne a sua leitura ainda mais saborosa.

KELLY SARAIVA

Jornal Arrocha. Ano VI. Número 26. Julho de 2015. Publicação laboratorial interdis­ ciplinar do Curso de Comunicação Social/Jornalismo da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). As informações aqui contidas não representam a opinião da Univer­ sidade.

Reitor: Natalino Salgado Filho | Diretor do Campus de Imperatriz - Gabriel Araújo Leite | Coordenador do Curso de Jornalismo - Antonio Carlos Claudino. Professores: Thays Assunção (Laboratório de Jor­ nalismo Impresso) e Yara Medeiros (Laboratório de Programação Visual) e Miguel Angel Lomillos (Labo­ ratório de Fotojornalismo). Revisão: Rosana Sousa Pereira e William Castro.

Diagramação: Artemisa Lopes da Silva Serejo, Asarias Sousa Silva, Aurelícia Rodrigues de Almeida, Barbara Suzany Campos Oliveira Leone, Brenda Raynara, Brigithy Karen Canuto Silva, Camila Mascarenhas, Deylanne Santos, Elane Sousa, Elvira de Oliveira Santana, Emerson de Franca Carvalho, Genyedi Soares Barros, Jéssica Torres, José Carlos Silva de Almeida, Juliana de Sá, Laura Glapinski Zacca, Letícia Feitosa Barreto, Lindiane Sousa do Nascimento, Paulo Rogério Pereira dos Santos, Raquel Macedo Reis., Ravinny Sousa, Rodrigo Ribeiro Bezerra, Ruann Carlos, Suelbe Gomes dos Santos, Thaylissa Souza Jorge, Thays dos Santos Nascimento, Vanessa Carvalho e Yasmin Silva.

Estagiárias: Deylanne Santos, Genyedi Soares Barros (2014.2) e Kelly Saraiva (2015.1) Reportagem e fotos: Ana Carla Rio, Camila Sousa, Catherine Moura (colaboração), Guilherme Miranda, Irisvânia Pinheiro, Islene Lima, Lorrane Alvarenga e Margaret Valente. Agradecimentos: Elza Rodriguez Silva e Lanna Luiza Bezerra por cederem o espaço do restaurante e a comida para a foto da capa.

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Contatos: Acesse o jornal em: www.imperatriznoticias.com.br Fone: (99) 3221-7625 Email: contato@imperatriznoticias.com.br


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DIVERSIDADE Famílias de estrangeiros escolheram Imperatriz para investir em estabelecimentos comerciais no ramo de alimentos e difundem sua culinária no interior do Brasil

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Imperatriz é uma cidade marcada por uma mistura de sabores, inclusive internacionais. Comidas como a panelada, arroz de cuxá, galinha caipira, sarapatel, caldeirada de peixe, pequi, bolo de puba e o açaí já fazem parte do cardápio de muitos imperatrizenses. Mas além destes, a culinária estrangeira tem conquistado o paladar do público local. Restaurantes árabes, japoneses, chineses, italianos e portugueses podem ser facilmente encontrados nas ruas de Imperatriz. A maioria dos proprietários desses estabelecimentos são estrangeiros que migraram dos seus países de origem em busca de uma nova vida, e acabaram abrindo seu próprio negócio no ramo da gastronomia. Confira algumas opções de cardápios estrangeiros da cidade.

Imperatriz à moda italiana – Sair para comemorar uma data especial, ou simplesmente bater um papo com os amigos tem lugar marcado entre os imperatrizenses: as pizzarias. Estes locais são encontrados tanto no centro, como nos bairros da cidade, e atraem um número maior de pessoas nos dias de “rodízio”,

que consiste em uma variedade de sabores de pizza oferecidos por um preço fixo, independente do número de fatias servidas. Jaldo Marinho tem 33 anos, trabalha há um ano em um restaurante da cidade especializado em pratos de origem italiana. Ele conta que apesar da lasanha e da macarronada terem ganhado grande notoriedade na cidade, o carro chefe da casa continua sendo a pizza. “Muita gente se junta e frequenta a casa para saborear uma pizza com diferentes recheios e ingredientes”, revela. Dentre os sabores mais pedidos nas pizzarias da cidade estão a pizza de frango com catupiry, a portuguesa, a calabresa e a “can-

gaceira”. Segundo o proprietário de uma cantina italiana na cidade, Arnaldo Junior, a pizza “cangaceira” foi criada para homenagear o povo nordestino, em especial os imperatrizenses. “Ela é composta de carne de sol, palmito, cebola, queijo, azeitona e orégano. Nós juntamos os ingredientes favoritos da população e criamos a pizza cangaceira, até o nome tem razão de ser”, explica. A telefonista Daniela Gomes, 26 anos, admira a culinária italiana e tem a pizza como um dos seus pratos favoritos. Ela conta que o melhor sabor é à base de carne de sol, alimento típico do nordeste brasileiro. “Eu gosto de pizza

porque além de ser deliciosa aceita vários ingredientes diferentes. E dessa forma acaba agradando todos os gostos”, garante. O sabor acentuado dos pratos italianos requer como acompanhamento um vinho também marcante. Por isso, as cantinas da cidade incorporam uma adega com vinhos italianos variados. O garçom Francisco Costa, 26 anos, conta que coloca os vinhos em cima das mesas do estabelecimento como estratégia, para que as pessoas sintam curiosidade e vontade de provar. “Temos uma variedade de vinhos e sempre recomendamos o acompanhamento com as massas vendidas na cantina”, revela.

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COMIDA RÁPIDA Muito procurados pelos jovens, lanches são práticos e têm preço acessível, mas podem ser prejudiciais à saúde se forem consumidos em excesso devido a seu alto valor calórico

Sabor e praticidade do lanche fast food são irresistíveis para a juventude local Margaret Valente Camila Sousa

em fast food na cidade, os sanduíches que não podem faltar no cardápio são: x-salada, x-tudo, x-bugger e x-frango. Existe ainda o sanduíche criado es­ pecialmente para o público local. Ele foi batizado de “Maranhão do Sul”, graças ao plebiscito de 2007, que pro­ punha a aprovação de um novo esta­ do para o Brasil, tendo como capital Imperatriz. O sanduíche “Maranhão do Sul” é feito com pão, hambúrguer, filé mignon, filé de frango, salsicha, bacon, presunto, queijo, milho e creme de leite. Allan Moraes, 21 anos, mora na cidade e se tornou cliente adepto das lanchonetes que vendem fast food na cidade. “Eu como sanduí­ ches todos os dias, principalmente à noite. Pois prefiro ingerir lanches a refeições domésticas”, comenta. Ele conta ainda que o seu sanduíche favorito é o x-tudo, que é feito à base de pão, hambúrguer, salsicha, ovo, ba­ con, presunto, queijo, tomate, alface, milho e creme de leite.

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ão oito horas da noite, a praça de alimentação de um dos sho­ ppings centers da cidade está repleta de pessoas. O ambiente não exala aquele cheiro forte de comida, mas mesmo assim os imperatrizen­ ses são atraídos a fazer suas refei­ ções naquele local, principalmente os jovens e adolescentes que não abrem mão de saborear um delicioso fast food. É o caso do estudante de 23 anos, Marcos Almeida. Todos os dias, ele saboreia um sanduíche com direi­ to a hambúrguer de carne bovina, ce­ bola, alface, tomate, ketchup, queijo fa­ tiado, bacon, maionese e um copo de refrigerante estupidamente gelado. “Meu dia a dia é muito corrido, não tenho tempo para fazer um almoço em casa, por exemplo,” relata. O fast food é um tipo de alimen­ tação caracterizada pela produção de lanches e acompanhamentos (batatas fritas, empanados) de for­ ma rápida. Ele surgiu nos Estados Unidos em 1950 e ganhou adeptos em todo mundo. Em Imperatriz, a gerente de uma franquia especiali­ zada em vender fast food na cidade, Ana Paula Alves, revela que os san­ duíches agradam todos os públicos, mas a preferência por esse tipo de alimentação ainda é dos jovens. “Eles gostam do sabor e da varieda­ de de pratos e sanduíches”, afirma. Também nas lanchonetes de Impe­ ratriz, as crianças e adolescentes são

Após as aulas, estudantes costumam lotar as mesas das lanchonetes para saborear os mais diversos sanduíches e outros tipos de lanches rápidos.

os principais frequentadores. “Eles sempre lotam as mesas assim que terminam as aulas, isso porque há escolas próximas daqui”, afirma o funcionário de uma lanchonete da cidade, Rodrigo Feitosa. O sabor e a praticidade do fast food, que é sempre muito calórico, o tornam uma comida irresistí­ vel. No entanto, o hábito de fazer refeições com poucos nutrientes e com excesso de calorias, pode

se tornar um grande vilão para a saúde de qualquer um, especial­ mente na adolescência. “O fast food é uma comida rica em gordura e pobre em carboidrato. Por isso, não deve fazer parte da rotina. Alimen­ tos desse tipo contribuem para o surgimento de doenças cardíacas”, alerta a nutricionista Luiza Gomes. Segundo ela, além do problema de excesso de peso, adolescentes que se alimentam de frituras e gorduras

correm o risco de desenvolver sérios problemas no futuro. “É durante a adolescência que temos uma neces­ sidade nutricional maior, devido ao crescimento e à puberdade. E é nes­ sa idade também que a reposição de nutrientes com uma dieta adequada passa a ter grande importância para prevenir doenças”, pontua.

Cardápio - Para quem é cliente assíduo dos estabelecimentos especializados

Preço - Embora não seja tão re­ cente em Imperatriz, o fast food fortaleceu-se nos últimos anos graças ao preço. “Além do sabor vir pronto, e você já saber o que vai comer, o preço é bem mais acessível, comparado a um prato tradicional”, relata o microempre­ sário Leonardo Silva. Os valores dos sanduíches nas lanchonetes da cidade variam entre R$ 3,00 e R$ 30,00. Já nas franquias, o valor do fast food pode chegar a 30 reais.

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CULINÁRIA REGIONAL

Beira-Rio concentra as tradicionais peixarias que conhecemos a dona Elizete Duarte Cardoso, 50 anos. Ela a Avenida Beira-Rio, um trabalha há 20 anos como sócia e dos cartões-postais da ci­ cozinheira em uma das peixarias dade de Imperatriz, é fácil da Beira-Rio. encontrar lugares onde o consu­ Dona Elizete veio para Impe­ mo de peixes seja preferência. De ratriz quando tinha 19 anos, e de frente ao rio Tocantins, as pei­ lá pra cá o sustento da família é xarias se intercalam em espaços tirado do peixe. O local é simples, que vão dos mais modestos aos pequeno e todo de madeira. Com mais requintados. No entanto, o gostinho de casa, o ambiente é peixe comercializado nesses am­ amigável e agrada quem passa bientes, raramente é comprado por lá. em Imperatriz. Ele Quando vem de Cururupu visitamos o es­ (MA) ou Belém (PA), tabelecimento Mesmo às margens já que dourada, de dona Elizete do rio Tocantins, filhote de tucunaré já passava das moradores da cidade e a pescada amarela dez da manhã. são peixes que não degustam peixes vindos O cheiro da são encontrados no caldeirada de de outras localidades rio Tocantins. peixe cozido De domingo a estava irresis­ domingo, a Beira­ tível! O prato, Rio possui seis estabelecimentos um dos mais pedidos por lá, é que oferecem um cardápio diver­ acompanhado com ovo cozido, sificado de peixes, com preços pirão de caldo de peixe, vina­ que variam entre R$ 45,00 e R$ grete, farofa e arroz. A menor 152,00. Tem porção para três, porção dá para três ou quatro quatro, cinco pessoas, depen­ pessoas. O custo é de R$ 50,00 e dendo do tamanho da família varia até R$ 87,00, caso o clien­ ou da roda de amigos. E foi em te prefira um acréscimo um desses dos estabelecimentos, de ingrediente: o peixe frito. GENYEDI SOARES

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Famílias imperatrizenses frequentam as peixarias onde são servidos pratos como peixe frito, caldeirada de camarão e moqueca de peixe.

Tradição - Existe peixaria que virou preferência em Imperatriz por estar há mais tempo funcio­ nando na cidade. Há quase 30 anos, o estabelecimento que co­ meçou simples, hoje tem requinte e tradição. O movimento nunca caiu e a diversidade de pratos garante o sucesso do local. Maria Raimunda da Conceição, garçonete, que trabalha desde 1995 na peixaria, conta que a receita dos pratos é segredo da casa; as

cozinheiras não compartilham com ninguém, embora não haja nenhum ingrediente surpresa ou que fuja do comum. O peixe frito e a caldeirada de camarão são os pratos mais pedidos por lá. Mas, é a moqueca de peixe a preferida dos clientes. “O tempero é comum, normal, o diferente é que é cozido na panela de barro,” revela dona Maria Raimunda. Um dos pratos mais caros é a pescada amarela ao molho de ca­

marão. Com R$ 149,00, você pode provar a porção, que dá para três ou quatro pessoas, dependendo da disposição e da fome. Além do peixe, a peixaria também oferece carne de sol, filé a parmegiana, petiscos, caldos, entre outros pratos diversos. Nos feriados e datas come­ morativas, o consumo nesses estabelecimentos pode dobrar, aumentando também a variedade do cardápio.


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PRATO SÍMBOLO Receita elaborada com as tripas e outras partes do boi é degustada principalmente nas “Quatro Bocas”, região da cidade, na Avenida Bernardo Sayão, que concentra as bancas das “paneleiras”

Panelada é marca registrada da culinária imperatrizense DEYLANNE SANTOS

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á passa das 11h da manhã e os carrinhos de panelada das “Quatro Bocas” estão em seus postos há horas. Avisto uma senhora simples, montando o seu carrinho. Maria da Paz ou “Paizinha”, 53 anos, trabalha há 24 anos vendendo panelada, umas das comidas mais apreciadas pelos imperatrizenses. Em meio à montagem e orga­ nização do carrinho ela conta que veio de Bacabal, sua cidade natal, em busca de melhores oportuni­ dades e a venda de comida tem lhe proporcionado isso. “Aqui eu come­ cei esse ramo, criei meus quatro filhos e consegui uma casinha para morar”, comenta. Maria da Paz foi uma das pri­ meiras a vender panelada no ponto das “Quatro Bocas” na Avenida Bernardo Sayão. Segundo ela, só existiam três barracas na avenida. A venda de comida no local reúne várias famílias, caracterizando­se como um pequeno negócio in­ formal. Além de “Paizinha”, suas outras duas irmãs vendem comida, oferecendo como carro­chefe a panelada. Carmem dos Santos, 38 anos, também divide a venda da iguaria

com o pai e uma irmã. Ela relata que vivem exclusivamente da venda de panelada e que o pai começou com o negócio há quase trinta anos.

Movimento ­ Segundo as “panelei­ ras”, como são conhecidas, os dias de maior movimento nas barracas são aqueles em que há shows pela cidade. Carmem comenta que o fa­ turamento é considerável e que os clientes gostam mesmo de panela­ da. “A venda aqui é melhor quando tem show. Quem vem dessas festas não quer café ou leite não, quer a panelada mesmo”, revela. A estudante Rhina Peres, consi­ dera que não há nada melhor para recuperar as energias depois de uma noite de farra, do que um pra­ to de panelada. “Com uma pimen­ tinha e um limão, não tem nada melhor. É uma delícia!” Além da panelada, nas barracas são oferecidas outras refeições como chambaril, sarapatel, carne de porco e frango, porém a mais vendida é mesmo a panelada. O valor do prato varia entre R$ 10,00 e R$ 15,00 e é servido com arroz, farinha, pimenta e limã0.

Prato demora cerca de duas horas para ser concluído e ao servir os temperos ficam a critério do paladar.

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Maria da Paz começa os afazeres cedo. Às 6h da manhã ela começa o preparo da comida, para que esteja tudo pronto até às 11h. Nesse horário ela segue para o ponto de venda, e fica até às 17h. Rotina essa que se repete todos os dias da semana. Questionada se pretende dei­ xar esse ramo, ela afirma que não. “Quando eu me aposentar eu vou reduzir a quantidade de trabalho, não vir para cá todos dias, mas eu pretendo estar sempre trabalhan­ do”, enfatiza Maria da Paz.

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Fazendo das tripas refeição Receita

Rotina ­ Quem trabalha com o preparo e a venda desses tipos de alimentos leva uma vida agitada.

Sobre

o Prato

Existe um impasse entre historiadores sobre a origem da panelada. Alguns afirmam ser de descendência portuguesa devido à se­ melhança com o prato português “Tripas à moda do Porto”. Porém, por ser um prato tipicamente nordestino, acredita­se que te­ nha surgido nesta região, oriundo do povo sertanejo.

De acordo com historiador Adalberto Franklin, a panelada tem origem das festas de ferra de gado das fazendas do sertão nordesti­ no. Ele considera que Imperatriz transformou a iguaria em uma marca do município. Além das famosas “paneleiras” das “Qua­ tro Bocas”, o prato pode ser encontrado em vários pontos da cidade, como pequenas ban­ cas espalhadas pelas calçadas ou em restau­ rantes de Imperatriz.

A panelada é feita das tripas, do estômago, nervos e dos pés do boi. De­ pendendo do lugar, o modo de preparo pode variar com o acréscimo de alguns ingredientes, como a linguiça calabresa e a azeitona. A dona de casa Lucimar Lima, 48 anos, considera sua receita simples, mas garante que é a mesma que as pessoas de Imperatriz estão acostumadas a saborear. Inicialmente, já com os ingredien­ tes principais limpos, escaldados e cortados em pedaços pequenos, ela condimenta com temperos a gosto. “Depende da quantidade que você for fazer, mas eu coloco uma boa quan­ tidade de tomate, pimentão, cebola, pimenta de cheiro picadinha, sal e misturo tudo.” Em uma panela de pressão, ela põe o óleo em pequena quantidade, alho amassado e corante. “Espero o alho dourar e acrescento a panelada com os temperos, deixo refogar um pouco e coloco a água,” explica Lucimar. Por ser feita das vísceras, o cozi­ mento é demorado e em média o prato fica pronto em cerca de duas horas. Após o cozimento é adicionado o chei­ ro verde e a folha de louro que fica a critério do paladar.


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CArdápio alternativo

Comida vegetariana pode ser opção mais barata Camila Sousa

Poucos restaurantes vegetarianos atendem o imperatrizense Islene Lima

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mito de que a comida vege­ tariana é mais cara que os demais pratos está sendo derrubado. Em Imperatriz, o valor médio da comida no quilo é de R$ 28, enquanto que o da comida vege­ tariana custa R$ 18. Na cidade, exis­ tem poucos restaurantes especiali­ zados em pratos sem carne, sucos e iogurtes naturais. Para o público vegetariano de Imperatriz, o preço da comida é barato, tendo em vista que a qualidade e as opções ofere­ cidas não deixam nada a desejar em criatividade, variedade e sabor. Maria Dias, 55 anos, é proprietá­ ria de um restaurante vegetariano da cidade, ela conta que começou a cozinhar para a própria família e ao decorrer do tempo, de boca em boca, as pessoas adeptas do vegan (tipo de vegetariano), começaram a frequen­ tar e indicar a comida. Por dia, Maria Dias recebe de 20 a 30 clientes, sen­ do que o horário de funcionamento é apenas das 11h40 até 13h30. A empresária fala do amor com o preparo da comida, dos ingre­ dientes e na forma da preparação dos pratos. ‘‘Como em todo restau­ rante, tenho muito cuidado com a mercadoria, procuro sempre com­ prar nas feiras produtos orgânicos, sempre visando à qualidade do cardápio’’. Para a dona do restau­ rante, a busca por receitas novas, adaptação de pratos regionais e as inúmeras vertentes que a comida vegetariana pode ter, ultrapassa a típica saladinha verde, além de mostrar os benefícios para a saúde. Os pratos mais pedidos pelos clientes são: glúten, bife do glúten, farofa da linhaça e o estrogonofe. “Meu maior prazer é satisfazer o gosto da nossa clientela, por isso, todos os dias oferecemos quatro

pratos diferentes e na quinta-feira a tradicional feijoada vegetariana”. Maria Dias ainda ressalta que seu restaurante tem todos os tipos de perfis e classes sociais. “Tenho clientes professores, de doutrinas re­ ligiosas, médicos e advogados, uma demanda que para mim está relacio­ nada, principalmente, ao bem-estar e a uma mudança alimentar cons­ ciente.” Vegetariana há cinco anos, a universitária, Tais Vieira Soares, 25 anos, é diferente dos tradicio­ nais vegetarianos, pois, a estudante excluiu do cardápio todo tipo de carne branca e vermelha, mas come ovo em todas as refeições. No co­ meço ela queria perder peso, porém com o passar do tempo viu que seu metabolismo melhorou depois da mudança alimentar, e desde então nunca mais comeu carne vermelha, frangos ou qualquer tipo de doce. A maior dificuldade enfrentada por Tais foi à discriminação. “Eu sofri bullying de familiares, amigos e namorado, todos me criticando, dizendo que eu iria passar mal, que perderia proteínas encontradas na carne vermelha. Na verdade tive todos os motivos para desistir, mas, a minha força de vontade superou qualquer crítica e obstáculo.”

Benefícios - A nutricionista Wandra Braga Pinheiro, ressalta que antes da pessoa mudar seu cardápio alimen­ tar, sendo ela vegetariana ou não, deve procurar um médico juntamen­ te com o seu nutricionista, para que eles possam aconselhá-la da melhor forma possível. Os benefícios para quem é adepto da comida vegetaria­ na vão além do que se possa imagi­ nar. Dentre alguns deles está a redu­ ção no tempo do processo digestivo. “A digestão da comida, por ser mais leve, levará em média dez horas para ser concluída, bem diferente dos consumidores de carnes vermelhas ANA CARLA RIO

Pratos à base de vegetais beneficiam a saúde, são variados e saborosos, mesmo assim seus adeptos ainda sofrem críticas e falta de incentivo.

que tem um processo de digestão de 42 horas”, afirma a nutricionista. Outro benefício de ser vegeta­ riano é o menor risco de adquirir doenças como: câncer, epidemias, diabetes e hipertensão, que são decorrentes de uma má alimentação, encontrados nos produtos industria­ lizados, alimentos com conservantes, arroz branco, açúcar e produtos refinados. Entretanto, a nutricionis­ ta deixa claro que ser vegetariano é algo sério, e que em alguns casos o paciente terá que recompor alguns

Feijoada vegetariana Ingredientes Feijão preto Salsicha vegetariana Glúten Proteína de glúten Alho e cebola a gosto

Amor pela profissão - Fernando Gabriel Nogueira, 35 anos, é médico veteriná­ rio e vegetariano. Ele decidiu deixar de comer carnes vermelhas e brancas por amor à profissão e pelos animais. “Quem estuda medicina veterinária,

Modo de preparo Primeiro coloque o feijão preto para ser cozinhado. Em seguida pegue a salsicha vegetariana, o glúten e as proteínas de glúten e refogue juntamente com o alho e a cebola, deixe tudo em cubos peque­ nos até ficar no ponto. Depois acrescen­ te tudo no feijão já cozido. Para o prato ficar mais saboroso, você pode colocar também cheiro verde, queijo frescal ou outro de sua preferência.

consegue aprofundar-se no mundo animal, e ao ver que tais animais eram usados como forma de saciar meu desejo alimentar, eu comecei a pensar no assunto, coloquei em prática e mudei radicalmente minha alimentação, tudo em prol do amor que sinto aos animais.” Fernando ressalta que sua decisão foi pensada, e que se deve ter cuidado antes de começar qualquer mudança drástica na alimentação. “É importante estar atento à forma como o seu orga­ nismo irá receber essa nova prática, já que abster-se de comidas que habitualmente faziam parte da sua vida desde criança não é nada fácil.” Hoje, o veterinário não se arrepende da escolha que fez há oito anos. “Eu tenho 1,75 m e peso 84 quilos, sou ativo, disposto em tudo que faço, não tenho nenhuma doença relacionada à má alimentação, e vivo muito feliz com a escolha alimentar que fiz.”

Serviço - O restaurante Comida vegeta­ riana Bia está localizado à Santo Cristo, entre ruas Paraíba e Maranhão, Nova Im­ peratriz, e funciona de domingo a sexta­ -feira das 11h40 até 13h30.

Nutricionista alerta sobre “dietas da moda” GUILHERME MIRANDA

Isadora foi hospitalizada após fazer a dieta da proteína e passar dias só comendo alimentos gordurosos.

alimentos para reforçar a alimenta­ ção. “As folhas em si têm pouco teor de nutrientes e carboidratos, por isso é sempre bom adicionar na alimenta­ ção as castanhas, nozes, amendoim e amêndoas, e em outros casos a suplementação com vitaminas.”

Vou fazer a dieta detox, pois perco 3kg em 15 dias!”, “a me­ lhor dieta mesmo é a da sopa, em uma semana você emagrece rapinho”! Essas são algumas das pro­ messas feitas pelas chamadas “dietas da moda”, tipo de alimentação que garante a perda de peso em pouco tempo e com o mínimo de esforço. Por isso, muitas pessoas acabam se submetendo a um regime desequi­ librado em questões de nutrientes, e passam por sérios problemas de saúde. Isadora Nogueira Costa, 19 anos, foi parar no hospital quando resol­ veu fazer a dieta da proteína. Ela passou dias comendo apenas ali­ mentos gordurosos, sem consumir legumes e alimentos naturais. “Fiquei com colesterol alto, tive que tomar medicamentos, e fazer uma dieta restrita pra baixar.” Entre os problemas causados pelas dietas sem orientação estão: a perda de massa muscular ao invés de gordura, fazendo cair o nível de proteínas no corpo; baixa na imuni­ dade, que pode trazer mais facilmen­ te viroses, ou doenças infecciosas, como a gripe por exemplo. Além de várias outras complicações.

A nutricionista Wandra Braga Pinheiro alerta sobre os perigos de fazer essas dietas sem orientação profissional: “Algumas táticas ado­ tadas pelas dietas prejudicam nossa saúde, pois ao deixar de comer, nu­ trientes como: carboidratos, açúcares e vitaminas, o corpo ficará carente. E isso fará com que o organismo não funcione corretamente.”Ainda, a nutricionista aconselha que ninguém “siga a dieta da moda”, afinal de contas, mesmo que aconteça a perda de peso naquele momento, depois de um tempo a pessoa volta a engordar, não sendo, tão eficiente como se esperava.

Mudança alimentar - A reeducação é a opção mais recomendável pelas nutricionistas para quem deseja perder peso. Este processo propõe mudanças, como o hábito de comer mais verduras, frutas, carnes magras, substituir carboidratos, beber muita água, o que pode ser uma grande diferença para alguns. Para a jovem Maria Gabriela Menezes, a reeducação foi a melhor alternativa para seu processo de emagrecimento. Graças à mudança de hábitos alimentares ela conseguiu perder 15 quilos. “Com a reeduca­ ção alimentar tive mais vantagens

em relação às dietas malucas, pois consegui alcançar o meu objetivo de forma mais saudável. Pra mim foi a melhor coisa que já fiz na vida, pois pude mudar meu corpo de forma mais leve e equilibrada, sem estresse ou sequelas causadas por uma dieta desregular”, assegurou.

As dietas mais praticadas Dieta da proteína – são recomendados queijo, manteiga, carnes, ovos e fru­ tas oleaginosas e devem ser evitados os de pouca proteína como vegetais, frutas, pão e massas. Dieta da maçã – consumir pelo menos quatro maçãs com casca por dia. Não pode comer carne vermelha e o café é permitido apenas pela ma­ nhã, na primeira refeição. Dieta da sopa – apenas o consumo cal­ dos de legumes e verduras no almo­ ço e jantar, no intervalo das refei­ ções a ingestão de líquidos. Dieta da lua – Deve se beber apenas lí­ quidos com baixa caloria por 24h, nos dias de mudanças das fases ou quatro vezes por mês. Deve se con­ sumir água, chás, e café sem açúcar. São permitidos também sopas bati­ das e iogurtes.


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entrevista Nutricionista aconselha pessoas que desejam mudar seus hábitos alimentares a procurarem profissionais capacitados para elaborar um cardápio exclusivo que atenda as necessidades individuais

O poder das boas escolhas

Irisvânia Pinheiro

Margaret Valente

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m tempos de comidas semiprontas e da falta de tempo, uma boa ali­ mentação representa uma grande aliada na conquista de mais quali­ dade de vida e bem-estar. Além disso, a ingestão correta dos alimentos e de maneira balanceada pode contribuir para evitar problemas de saúde, como: obesidade, diabetes, hipertensão, colesterol alto, entre outros. Em entrevista, a nutricionista Whandra Braga Pinheiro Abreu, explica sobre alimentação saudável, reeducação alimentar, como consumir determinados alimentos, e peculiaridades da alimentação local. Além disso, a profissional alerta para os perigos de uma má alimentação.

O que se entende por educação alimentar? A educação alimentar consiste na intervenção dos pais na alimentação dos filhos, com o objetivo de elimi­ nar os maus hábitos alimentares das crianças, e inserir em seu cardápio alimentos mais saudáveis. Quan­ do falamos de uma pessoa adulta que procura uma nutricionista com um problema patológico, redução de peso, ou mesmo como deve se alimentar de forma saudável para evitar algum problema de saúde, o termo correto a ser empregado é de reeducação, pois aquela pessoa já foi educada com uma cultura alimentar e deseja alterá-la. Mas o importante observar é que tanto a educação ali­ mentar quanto a reeducação objeti­ vam educar uma pessoa em relação a uma alimentação saudável.

Ingestão excessiva de alimentos ou preparações ricas em açúcar, gordu­ ra, sal e industrializados.

O que é preciso para fazer uma reeducação alimentar? Seguir as orientações de alimenta­ ção indicadas por uma nutricionis­ ta. Não adianta querer fazer uma reeducação alimentar sozinho, pois cada recomendação é adequada para o perfil de uma pessoa. Além disso, quando se opta por uma mudan­ ça alimentar sem acompanhamen­ to acaba-se caindo em erros, como: “Vou deixar de comer tudo o que gosto e passar a comer somente fru­ tas, verduras, legumes e alimentos light”. Mas isso é errado! O nosso orga­ nismo é uma máquina, as vitaminas são como se fossem os parafusos, e sem elas o organismo não funciona corretamente, então são necessárias. A fibra, por exemplo, é muito im­ portante para controlar as taxas de glicose no nosso sangue, lipídios, co­ lesterol, e triglicérides. Dessa forma, antes de querer mudar radicalmente seu cardápio, procure um profissio­ nal para acompanhá-lo.

Geralmente comemos demais e rapidamente e com escolhas ruins, o que isso pode causar para o nosso corpo? Por conta da correria tem-se comi­ do muito rápido, e acabamos es­ quecendo que a digestão começa na boca. Se você não mastiga direi­ to e engole, então essa digestão já quebrou uma etapa, isso dificulta toda a parte de digestão total. Além disso, a absorção dos nutrientes na boca fica prejudicada. Isso é um problema sério, pois pode desenca­ dear uma gastrite ou úlcera na pes­ soa. Assim, na hora de comer procu­ re mastigar bem os alimentos antes de ingeri-los.

Quais as principais doenças decorrentes da má alimentação? As principais doenças são as crôni­ cas não transmissíveis, como: diabe­ tes, hipertensão, colesterol alterado, cardiopatias, gastrite e outras. Quais os benefícios e malefícios da comida vegetariana? O principal benefício deste tipo de alimentação é que ela segue rigoro­ samente um cardápio saudável, ou seja, rico em verduras e frutas. No entanto, a ausência de determina­ dos alimentos causa uma carência de proteínas e vitamina B12. Em sua opinião, quais os principais erros alimentares dos imperatrizenses?

As comidas japonesas, árabes, italianas são muito comuns nos cardápios dos restaurantes locais. Quais delas são consideradas como saudáveis? As japonesas e árabes apresentam preparações mais saudáveis, usam poucos industrializados, e abusam de condimentos e temperos natu­ rais. Os pratos italianos consomem muita massa, mas em contrapartida os molhos são feitos de forma natu­ ral (tomate para molho, ao invés de extrato de tomate industrializado), e são acompanhados por vinho na­ tural (protetor cardíaco quando na dose certa e antioxidante – resvera­ trol).

Quanto às comidas de rua, como por exemplo, os lanches, galinha

Não adianta querer fazer uma reeducação alimentar sozinho, pois cada recomendação é adequada para o perfil de uma pessoa

Whandra lembra as principais doenças decorrentes de uma má alimentação: diabetes, hipertensão, colesterol alterado, cardiopatias e gastrite.

caipira, sarapatel, espetinhos. Que perigos estes alimentos trazem a saúde? Na maioria dos casos, as comidas vendidas na rua apresentam sérias dificuldades de higienização, como a pouca água para lavar pratos e alimentos, e a ausência de ambien­ te adequado para deixar os alimen­ tos refrigerados. Fora isso, entra a questão da higiene da pessoa que prepara a comida. Assim, depen­ dendo destes fatores, os alimentos podem ser contaminados, e ocasio­ nar sérias infecções alimentares nos consumidores. O prato preferido dos imperatrizenses e que já se tornou uma referência cultural na cidade é a panelada. Há uma contra indicação no consumo deste prato? A panelada é uma “bomba”, se in­ gerida à noite, por se tratar de um prato muito calórico. Então se você come panelada e vai dor­ mir, sem exercício nenhum, você vai prejudicar sua digestão, seu fí­ gado, pois seu organismo não vai conseguir metabolizar todo ali­ mento, e a gordura fica acumula­ da. É perigoso até a pessoa enfar­ tar durante o sono.

O pequi e o açaí são alimentos muito consumidos pelos imperatrizenses, o que você tem a dizer sobre esses alimentos? O pequi é rico em vitamina A, e é bom para os olhos e cabelo. O açaí, apesar de ser rico em vitaminas e sais minerais, torna-se bastante calórico quando associado a ou­ tros alimentos. Por isso, é reco­ mendável ingerir o açaí como suco mesmo. Que dica a senhora deixa nessa entrevista para os imperatrizenses que desejam ter uma alimentação saudável? Saber escolher os alimentos é fun­ damental para uma boa alimenta­ ção. Por exemplo, no café da manhã é necessário ingerir uma fruta, café, leite e um pão com manteiga. E o aconselhável é que sejam ingeridas frutas com bastante líquido, e com casca, onde se concentra a maior de quantidade de fibras. Outra dica é optar por leite integral para crian­ ças e pessoas de 25 a 30 anos. Tam­ bém é essencial ingerir algo entre o café da manhã e o almoço, um io­ gurte ou uma barra de cereal, um biscoito integral, comer uma fruta, mas não deixar de se alimentar.

A panelada é uma “bomba”, se ingerida à noite, por se tratar de um prato muito calórico. É perigoso até a pessoa enfartar durante o sono


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petiscos

CAMILA SOUSA

Calçadão e Beira-Rio concentram barracas de vendedores de refeições rápidas

Batata frita: a querida das ruas Lorrane Alvarenga

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isturado ao vai e vem das pessoas, ao barulho dos carros de som e as lojas, o cheiro das comidas vendidas por ambulantes impregna o maior centro comercial de Imperatriz, o Calçadão. As opções de comi­ da não faltam para quem passa por ali: a batata frita, o cachoro­ quente, o açaí, pastéis, bolos e os salgados. Mas a preferida pelos adeptos desses lanches é a batata frita. Erika Rodrigues, vendedora do Calçadão e cliente fiel do Sr. Manuel Braz, vendedor de batata frita, afirma que a barraca dele é a mais movimentada. Todo dia no intervalo do trabalho, ela recorre às batatas fritas para “espantar a fome”, como declara. “Aqui é como casca de coco, não acaba e não fica pouco”, é o que diz o Sr. Braz, sobre o fato de sua barraca estar sempre cheia. Ele trabalha há 20 anos vendendo batata frita no Calçadão, e diz que o segre­ do do negócio é o carisma, bom atendimento e a humildade. Pelo que foi visto, a receita realmente

deu certo, e essas são fortes carac­ terísticas de vários outros donos de barracas que tiram de lá seu sustento. Outro local da cidade em que é comum encontrarmos barracas de batata frita é na Beira-Rio. Maria dos Santos trabalha há 17 anos no local vendendo diversos alimen­ tos, entre eles, a “queridinha” dos imperatrizenses – a batata frita. “Também vendo crepe e guaraná da amazônia, mas a batata ainda é a preferida”, diz. Ela ainda comen­ ta que gosta do seu trabalho, pois ele a possibilita conhecer diversas pessoas e conversar, sendo essa última a sua forma de conquistar os clientes. A variedade, rapidez e o preço baixo são alguns dos atrativos que convencem as pessoas a “encosta­ rem” nas barracas de comida de rua. Entretanto, para alguns, comer na rua pode virar uma experiência trau­ matizante. É o que aconteceu com a estudante Aline Lima, que após ingerir alimentos de uma barraqui­ nha desenvolveu uma intoxicação alimentar, e está há três anos sem co­ mer esse tipo de alimento. Segundo ela, a falta de equipamentos de higie­ ne e de um devido cuidado durante a

KELLY SARAIVA

Ambulantes do Calçadão foram incluídos no projeto do camelódromo, mas voltaram ao local de origem em busca de mercado mais vantajoso.

manipulação dos produtos foi o que a fez desistir de comer na rua.

Comida de rua pode ser saudável? - É possível ter uma boa alimentação nesses ambientes observando as condições de higiene onde eles estão localizados, os utensílios e equipamentos, a higiene pessoal do vendedor, a forma como ele manipula os alimentos e a qua­ lidade. Ao analisar estes itens, o vendedor diminui os riscos de in­ toxicação alimentar e proporcio­ na aos clientes uma alimentação que não põe em risco a saúde.

CAMILA SOUSA

Regularização das comidas de rua - Em Imperatriz, a prefeitura faz a fiscalização de diversos pontos de vendas de comidas de rua, como a Beira-Rio e o Calçadão. E segundo Eduardo Massoli, chefe de fiscalização da Secretaria do Meio Ambiente, os donos de barracas do calçadão já foram incluídos no projeto da prefeitura do camelódromo, mas os ambulantes voltaram ao antigo local de trabalho sob a justificativa de que lá as vendas são maiores, e o mercado mais vantajoso. Após essa iniciativa

Alimentos regionais são atrativos das feiras Margaret Valente

KELLY SARAIVA

CAMILA SOUSA

KELLY SARAIVA

não houve outro plano para o remanejamento. Já para os donos de barracas da Beira-Rio existem dois projetos de regulamentação das barracas de comida. Um deles visa regulamentar os ambulantes da pracinha com demarcações e limitação de barracas, logo após a reforma da Beira-Rio, e o outro projeto é colocar quiosques fixos na área de passeio e caminhadas do local. Ambas propostas encontram-se no papel e estão à espera de apoio financeiro para serem efetivadas, informou Massoli.

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om o carrinho de compras atrelado ao braço, dona Maria de Jesus Dias Vasconcelos, 78 anos, atravessa sete quarteirões até chegar ao Mercadinho. Ela sai de casa todos os domingos sempre às 7 horas da manhã à procura de ali­ mentos presentes apenas nas feiras das cidades. “Todos os domingos eu venho à feira do Mercadinho. Eu gosto de feira! Aqui você tem mais escolhas, é mais barato. Além disso, aqui é que encontramos os melho­ res produtos que a gente não encon­ tra nos supermercados”, afirma. Consumidora assídua de açaí, dona Maria de Jesus vai exclusiva­ mente ao Mercadinho por causa da fruta. “Venho aqui para comprar o açaí batidinho na hora. Lá em casa tomo o açaí à tarde, na merenda, com farinha de puba. Então, é um alimento que não pode faltar em casa.” Além do açaí, as feiras de Im­ peratriz são ricas em alimentos regionais como, a “puba”, o buriti, a tapioca, coco babaçu e o pequi. O vendedor Arnoldo trabalha há 32 anos no Mercadinho, e revela que o fruto mais vendido, apesar de não ter um bom cheiro, é o pequi. “Se tivesse perfume de pequi eu até usaria! Ele é bom pra saúde e pra muitas outras coisas”, garante.

Outro fator que chama atenção dos clientes das feiras é o preço dos alimentos. Por exemplo, a ta­pio­ca custa de R$ 4,00 a R$ 5,00, o saco com 8 unidades de pequi é vendido por R$ 2,00, o preço do meio quilo de coco babaçu varia de R$3,00 a R$4,00, o litro de açaí custa de R$ 7 a R$15 reais, a puba chega a custar R$ 5,00 reais e o litro de buriti R$ 6,00.

Localize-se Confira os bairros com feiras periódicas e permanentes:

Bom Sucesso Rua Quintino Bocaiúva. Funcio­ na aos domingos.

Nova Imperatriz Rua São Francisco, entre as ruas Pára e Amazonas. O local está em reforma e alguns feirantes mi­ graram para Av. Bernardo Sayão com a rua Piauí, principalmente aos domingos.

Mercadinho Rua Aquiles Lisboa com rua Cea­ rá. Funciona todos os dias.

Bacuri Rua General Gurjão com rua Leôncio Pires Dourado. Funciona todos os dias, com maior movi­ mento aos domingos.


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CONFEITARIA Bolinho americano é sucesso pelo sabor e visual agradáveis e ainda, tem gerado lucros aos profissionais do ramo da confeitaria com sabores regionais como açaí e tapioca

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Cupcake com recheio imperatrizense

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ISLENE LIMA

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doce que atualmente está deixando os imperatrizenses com água na boca e fazendo parte de aniversários, casamentos e formaturas na cidade é o cupcake. Feito com uma massa básica de bolo, recheio e cobertura, a tradicional guloseima americana ganhou em Imperatriz novos sabores. A auxiliar de cozinha, Jordana Silva, é uma das confeiteiras da cidade que tem apostado em cupcakes a base de frutas regionais. “Por ser algo agradável aos olhos, eu procuro conquistar meu freguês primeiramente pela arquitetura do doce, sempre procuro inovar, por isso resolvi ajustar alguns sabores. Comecei mudando a massa, fiz ela de açaí, e coloquei o recheio com tapioca. E depois criei os cupcakes com a massa de açaí e recheio de chocolate ou morango.” O cupcake chegou a Imperatriz em meados de 2012, e logo despertou a curiosidade das pessoas que desejavam saber mais sobre o doce. Ao passo que os imperatrizenses foram degustando o cupcake, ele se tornou um verdadeiro sucesso na cidade, sendo comercializado hoje em universidades, escolas, festas e lojas especializadas. Lucicleia Brito Sá trabalha com cupcake há um ano e meio, depois de muitas pesquisas relacionadas ao assunto, a confeiteira resolveu entrar na moda dos bolinhos criativos. “Foi a melhor coisa que fiz, pois me trouxe bons lucros! A princípio optei por vender esse tipo de doce para ajudar na renda da família, depois fui me apaixonando pela delicadeza e sutileza que o cupcake

deve ter”. Lucicleia Brito, vendia seus cupcakes principalmente em festejos, porém vendo que a procura estava crescendo a microempreendedora resolveu abrir seu próprio negócio, sendo a primeira doceira da cidade especializada na venda de cupcake. A ideia foi tão bem aceita, que Lucicleia chega a vender de 30 a 40 cupcakes por dia. “É algo novo, as pessoas que compram na verdade nem sabem do que se trata, a curiosidade é o principal motivo que os levam a comer o bolinho.”

Cursos - Em Imperatriz, os cursos de confeitaria já ensinam a técnica para fazer cupcake. Antônio Brito é dono de um curso de culinária na cidade e há dois anos faz parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), onde ministra aulas de bolos, bem casados, cupcakes e doces finos. Para ele, a novidade trazida dos EUA deve ser como uma obra de arte, bem elaborada, delicada e recheada de chantilly. O empresário fala da experiência de poder ajudar pessoas a terem um ganho extra no orçamento e a chegada do novo queridinho de todos os eventos da cidade, o cupcake. “Eu sempre busco novidades no ramo alimentício, e com o cupcake não foi diferente, fiz testes, criei sabores novos, incrementei no recheio, pasta americana, e hoje é um dos cursos mais procurados no meu estabelecimento.” O curso de culinária do Antonio Brito é composto de 35 alunos incluindo os do Senai e particular. “O curso de cupcakes é novo e por isso o Senai não disponibiliza ele gratuitamente, porém devido a demanda de alunas pedindo o curso adicionei ele na plataforma

do meu negócio, custando R$ 50 a matrícula e R$ 250 o curso completo.”

De aprendiz a dono - Natal Macedo, 28 anos, trabalhou como confeiteiro durante cinco anos em um grande supermercado da cidade. Lá aprendeu dicas, superou obstáculos decorrentes do tempo, fez amigos e se aperfeiçoou ainda mais no que sempre gostou construir um sonho com doces e bolos. O autônomo ainda ressalta como o cupcake chegou ao seu cardápio. “Como toda profissão, eu tive que me adequar ao mercado de trabalho, as pessoas pediam muito, era e continua sendo a sensação do momento, eu adaptei meus horários para dar conta de tantas encomendas, cheguei a produzir 100 por dia, e meu diferencial é a degustação que proporciono aos clientes.” CAMILA SOUSA

Um doce de presente Você sabe como surgiu o cupcake? Foi na Inglaterra durante o século XIX, e foi levado para os Estados Unidos, chegando lá mudou de nome porque era conhecido como FairyCakes (bolo das fadas), um bolinho de massa de baunilha com cobertura de fondant, muito tradicional no famoso “chá das cinco”. Nos EUA ele recebeu o nome de cupcake= bolo de xícara, porque era feito em xícaras, e sua medida também era feita em xícaras. O cupcake era um bolo feito pelas donas de casa para ser oferecido como presente para a vizinhança.

Aprenda a fazer Ingredientes 200 gramas de margarina; Três xícaras de trigo peneiradas junto com o fermento; Uma colher de chá de fermento; Uma xícara de leite; Duas xícaras de açúcar.

Modo de preparo Bata os ovos, açúcar e manteiga na batedeira, depois coloque a massa na mistura que foi batida, mexa tudo e depois acrescente a essência da sua preferência, e volte a bater novamente todos os ingredientes. Polvilhe o chocolate em gotas, para não derreter, coloque no forno em temperatura ambiente, espere assar, depois escolha o sabor e está pronto.

O bolinho é um verdadeiro sucesso. É comercializado em universidades, escolas, festas e lojas especializadas O doce é estrangeiro, mas em Imperatriz já existem inovações: a massa de açaí dá um toque regional aos recheios de chocolate e morango.


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FESTAS Tendência na organização de festas, finger foods são dispostas em ilhas de alimentos, evitam disperdício e possuem outras vantagens como a facilidade de comer, menor preço e informalidade

Charme e praticidade dos minipratos conquistam buffets de todos os estilos ANA CARLA RIO LORRANE ALVARENGA

Minha festa vai de quê?

A

mais nova tendência dos buffets, vinda dos Estados unidos, e que anda conquis­ tando o público imperatrizense são os chamados “fingers foods”, que significa comida para comer com as mãos. Também conhecida como minipratos, essa técnica consiste em preparar pequenas porções de comi­ das variadas e dispô­las sobre mesas em vasilhames diferentes. Esse estilo de apresentação une delicadeza e praticidade, pois além de adicionar um charme a mais à festa, possui vantagens como: cardápio variado, menor preço, informalidade e facilidade de comer. Além disso, resolve a queixa de diversas pessoas sobre o desperdício de comida em festas e o alto custo de jantares. Ainda no quesito apresentação, a técnica de “ilha de alimentos” é uma boa aposta para qualquer tipo de evento. Ela consiste em empi­ lhar harmonicamente alimentos como: sushis, comida árabe, massas e doces, o que possibilita que aos próprios convidados se servirem à vontade e dá um visual moderno ao evento. Aliás, a presença dos doces é também uma tendência muito bem­ ­vinda em qualquer ocasião justa­ mente por agradarem a qualquer público, serem versáteis e variados. Os cupcakes entram na lista dos mais

A cerimonialista Lizandra Carvalho dá dicas na escolha do buffet adequa­ do para cada tipo de festa:

Festa infantil: Como o público princi­ pal é composto por crianças, procure sempre alimentos que os agradam, coquetéis de salgados, comidas infan­ tis (hambúrgueres, pipoca, cachorro­ quente) que podem vir no estilo fingers foods. Não esquecendo dos doces, eles são fundamentais neste tipo de evento.

Casamento: Por se tratar de um evento mais formal, o buffet mais utilizado é o de jantar, servir à francesa é uma boa opção, adicionando coquetéis (de salgados, canapés, camarões e etc) e doces.

Festa de 15 anos: Para esse tipo de even­

Finger food, que significa comida para comer com as mãos, são minipratos dispostos em ilhas de alimentos para os convidados nas festas.

pedidos e é um forte exemplo de como os doces estão em alta.

Tipos de buffets ­ Hoje em Imperatriz existem dois tipos de buffets: os externos e os atrelados a casa de evento, sendo o segundo mais re­ comendado em grandes festas pela

Projeto evita descarte de toneladas de comida IRISVÂNIA PINHEIRO

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riado em 2007 com o objetivo de garantir o direito básico à alimentação das camadas menos favorecidas de Imperatriz por meio da doação de empresas e feirantes, o Banco de Alimentos evita mensalmente que aproximadamente oito toneladas de alimentos perecí­ veis e não perecíveis sejam jogados no lixo. Além disso, o programa des­ tina estes alimentos a mais de 1.000 famílias e cerca de 210 instituições filantrópicas. “O Banco de Alimentos recebe por mês aproximadamente oito toneladas de alimentos perecíveis e não perecíveis que seriam jogados no lixo. E estas doações beneficiam mais de 1.000 famílias e cerca de 210 instituições filantrópicas”, disse a secretária do Banco de Alimentos, Sildeni Pereira Martins. Ainda a secretária informa que durante todo o ano o Banco de Ali­ mento faz campanhas de incentivo

Como doar

a doações. “uma das campanhas que fazemos ao longo do ano é a ‘3 kg você pode!’, que possibilita a divul­ gação do projeto e o seu papel na sociedade imperatrizense, como uma solução para a redução do desperdí­ cio”, explica. Apesar dessas iniciativas, a superintendente da Secretaria de Desenvolvimento (Sedes), Andressa Jacqueline Assunção, comenta que o número de doações está baixo, o que dificulta as doações às pessoas que precisam dessa ajuda. “Todos os dias nos deparamos com alimentos jogados no lixo, e, ao mesmo tempo, vimos pessoas que necessitam de comida pra sua sobre­ vivência, como é o caso do Lar São Francisco, que abriga hoje cerca de 50 idosos beneficiários do Banco de Alimentos de Imperatriz. O presiden­ te da instituição, Francisco Pereira Lima, nos informou que, devido às poucas doações, o Banco necessita manter um gasto de 30 reais por dia para alimentar os idosos”, relatou a superintendente da Sedes.

– Os interessados em fazer doações para o Banco de Alimentos podem se dirigir a sede da instituição localizada a rua Tancredo Neves, 495, Entroncamento, de segunda à sexta­feira em horário comercial. No caso de pessoa jurídica, o responsável deve preencher um cadastro fornecendo dados como endereço, telefone e ramo de atividade da empresa. Já se o doador for pessoa física, como feirantes, é necessário apenas ligar para o Banco de Alimentos todas as vezes que tiver alimentos para doar, pois a instituição faz a coleta onde o doador estiver.

praticidade e o preço mais em con­ ta. Mas antes de escolher o buffet é preciso analisar alguns critérios. Segundo Lizandra Carvalho, ceri­ monialista que já trabalha há dez anos na área, fatores como: porte do evento e o tipo do público impli­ cam diretamente na escolha desse

Como ser beneficiado pelo Banco de Alimentos

serviço. O orçamento também é importante, antes de procurar uma empresa especializada é necessário adequar o buffet desejado à quanto deseja gastar, sempre primando por empresas qualificadas e procuran­ do indicações para evitar possíveis transtornos.

to, podem ser utilizadas duas opções de buffets, dependendo do tipo e orça­ mento, para de grande e médio porte com bom orçamento pode se incluir jantar, coquetéis e doces, já para fes­ tas mais intimistas e com poucos con­ vidados o ideal são: coquetéis, doces e pode­se adicionar uma ilha de alimen­ tos dependendo do orçamento.

Eventos particulares: Coffe breaks de em­ presas e eventos em casa, o sugerido são coquetéis e as comidas em mini­ porções que configuram festas mais informais.

MARGARET VALENTE

Para as famílias receberem as cestas básicas do Banco de Alimentos, elas precisam possuir baixa renda e estar cadastradas no Centro de Referência da Assistente Social (CRAS) do seu bairro. No caso de instituições filan­ trópicas, elas devem fazer um cadas­ tro no Banco de Alimentos anexando documentos como CNPJ, ata de fundação e lista dos beneficiários. Coleta e entrega de alimentos - A coleta dos mantimentos acontece geralmen­ te no período da manhã e a entrega no mesmo dia à tarde. Mas antes de chegar ao destino final, os alimentos são avaliados pela nutricionista da entidade para que eles possam ser lavados e embalados. Em seguida, as doações são distribuídas conforme as características da instituição ou famílias, considerando o número de pessoas atendidas, público atendido (crianças, adultos, idosos, deficientes físicos, mentais, se a população tem algum tipo de doença específica, entre outros), capacidade de armazenamen­ to e preparo de alimentos. O Banco de Alimentos de Imperatriz é um programa desenvolvido pela prefeitura municipal, via Secreta­ ria Municipal de Desenvolvimento Social (Sedes), em parceria com o Mi­ nistério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).

Alimentos passam por triagem antes de serem destinados aos beneficiários do Banco de Alimentos.


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CATHERINE MOURA

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Popular ou refinado? Preço ainda é fator decisivo para escolha de restaurante em Imperatriz, estabelecimentos oferecem opções para todos os bolsos GuILHERME MIRANDA

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em muitos atrativos de en­ tretenimento em Imperatriz, os restaurantes têm sido a principal opção de lazer dos imperatrizenses. Sair a dois, com a família ou amigos para comer um bom prato já virou um hábito na cidade. Na hora de escolher, as principais opções estão entre res­ taurantes refinados e populares. Que se diferem pelo preço, cardá­ pio, atendimento e ambiente dos espaços. No entanto, o que afasta ou aproxima a maioria do públi­

co imperatrizense é o preço. Nos restaurantes populares, os pratos ficam na faixa de R$ 10 a R$ 84. Já nos refinados o valor varia entre R$ 29,90 e R$ 207. Assim, por apresentarem uma média de valo­ res menor, os restaurantes popu­ lares são a opção mais procurada pelas pessoas. Por outro lado, os administra­ dores dos restaurantes refinados estão tentando mudar este pen­ samento do público local. James Magno e Camila Martins Car­ valho, gerentes de dois grandes restaurantes da cidade, concor­ dam nesse ponto. “As pessoas não

Ambiente São bem mais simples, ousam menos, sem muita compli­ cação. Alguns restaurantes estão preocupados em oferecer ao cliente, um local agradável, embora sem luxo. Outros se importam apenas em ter o lugar para posicionar as mesas. Poucos oferecem música ambiente, as luzes servem apenas para iluminar, e a decoração é mais trabalhada apenas em alguns casos, e são bem variadas, com quadros, peças de decoração na parede, versículos bíblicos, e até pinturas. As mesas na maioria dos ambientes são simples tem apenas as toalhas e porta­guardanapos.

Nos restaurantes sofisticados é comum o ambiente ser climatizado com música de fundo, luzes discretas e cores que combinam com a decoração. Das mesas às paredes, tudo está dentro da proposta de dar um estilo próprio, que faça o cliente se sentir mais familiarizado. Em Imperatriz há dois estilos de decoração dos estabelecimentos: o rústico, com cores escuras e mais amareladas, que dá ideias de mais aconchegante e mais próximo. O outro estilo é mais sofisticado, com mesas, preferencialmente brancas, algo “clean”, que juntamente com os talheres e louças, torna o ambiente luxuoso e traz mais fineza e nobreza à mesa.

vêm, porque acham que é uma casa cara e que não dão conta de pagar”, diz Camila. Estratégias como dias de cardápio especial, e as redes sociais tem sido usadas não para popularizar, mas cons­ cientizar, e mostrar que apesar das diferenças, há um exagero e preconceito por parte de alguns, e que ir a um desses restaurantes pode não custar tão caro como parece. Apesar das diferenças, os dois segmentos apresentam boas pro­ postas para a população de Impe­ ratriz, já que um bom restaurante não é sinônimo apenas de venda

de comida. O hábito de sair pra almoçar ou jantar é também um tempo para conversar, familiarizar, conhecer pessoas, se aproximar, ou se reaproximar, e já faz parte da cultura de Imperatriz, assim como em todo o mundo. Oferecer bons ambientes, com bom atendimento, e comida de qualidade, não se trata do estilo, ou da classe que pertence, mas de saber que o restaurante, é um lugar de como diz a origem da palavra, de restauração, e deve ser um lugar para se “comer bem”, em todos os sentidos, e da melhor for­ ma possível. Confira as diferenças entre esses restaurantes.

Restaurante popular

Restaurante refinado

Atendimento Geralmente um nível aceitável, apesar das diferenças, muitos conseguem ter um serviço que satisfaça em parte o cliente, mas esse é certamente um ponto em que os populares ficam atrás dos refinados. Apesar das diferenças, o atendimento deve apresentar o mesmo nível de simpatia e prestação de serviço em todos os restaurantes. E algumas vezes fica claro, certo despreparo e falta de atenção de alguns funcionários. A demora, e a falta de assistência às mesas são os principais problemas, afirma a estudante Lorena Lima Gouveia. Ela frequenta os dois tipos de restaurantes e chama a atenção para o atendimento nos restaurantes populares. Segundo ela, o serviço prestado pelos restaurantes refinados é melhor.

É fundamental para os gerentes e responsáveis pelos estabelecimentos tratar o atendimento ao público como prioridade. Presam por um bom serviço, não só do garçom, mas de toda a equipe treinada a se portar de acordo com o ambiente, com muita postura e disciplina, para reforçar a ideia de sofisticação do lugar. E se mostram atenciosos com os clientes, desde o começo quando indicam uma mesa, até a hora de trazer a conta, buscando sempre estabelecer uma cumplicidade com os consumidores.

Cardápio

REPRODUÇÃO

DE INTERNET

Apesar de servirem comidas parecidas de certa maneira, os restaurantes populares apresentam uma diversidade maior, embora também trabalhem com pratos de carne vermelha, frango, massas e saladas, não possuem chefes de cozinha. O cardápio é feito com pratos pré­estabelecidos e são bem mais simples, geralmente se escolhe apenas o tipo da carne, que na maioria dos restaurantes é servida assada. Há também os restaurantes self service, que cobram pela quantidade de comida que é pesada em cada prato, além é claro dos rodízios, mais comuns em churrascarias, e que deixam o cliente comer à vontade, pagando por um valor fixo.

Em Imperatriz todos trabalham com a comida à la carte. Carne vermelha, frango e massas sempre estão nos principais pratos. Inclusive em dois restaurantes pesquisados, um refinado, e outro popular, os pratos mais pedidos tem o filé do boi como ingrediente principal. O diferencial fica para quem prepara às refeições. Os chefes de cozinha são treinados e fazem os pratos de maneira mais trabalhada, diferenciando do preparo comum, e embora o sabor seja pessoal para cada um, isso traz personalidade e valorização à comida.


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