A imagem que a população tem sobre o Pantanal brasileiro, com raras exceções, é o estereótipo veiculado pela mídia que remete a um paraíso ecológico com exuberante fauna e flora, áreas alagadas, fazendas de pecuária extensiva e povos tradicionais imersos em uma temporalidade contrária ao advento da modernidade. Ademais, constata-se a existência de uma considerável produção cientifica sobre os aspectos físicos e biológicos do Pantanal, no entanto, são escassos os trabalhos sobre os habitantes das áreas rurais pantaneiras, sua cultura e as rupturas pela qual vêm passando o modo de vida tradicional.
Diante desse cenário, surge a necessidade de produzir conhecimentos científicos sobre a complexa realidade socioambiental do Pantanal a fim de possibilitar a compreensão dos elementos da base econômica, das relações sociais de produção, da cultura, entre outros aspectos, reorientados sobre novas bases que contemplem a modernização socioeconômica e as transformações dela resultante.