ACESSE A VERSÃO DIGITAL
Informativo do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente no Estado da Bahia
Ano XXVIII – Nº 26 – 11 de agosto de 2014
Efeitos da seca:
Xique-Xique X ique-Xique vive vive risco risco de de colapso colapso no abastecimento de água O canal de onde é captada água no Rio São Francisco, e que tem cinco quilômetros de comprimento, perdeu expressivo volume e acendeu o sinal de alerta no município. Se nada for feito, dentro de 30 a 40 dias a população corre o risco de sofrer um colapso no abastecimento de água. É mais um dos efeitos da pior seca dos últimos 47 anos no semiárido baiano. Esse risco é admitido pela direção do Saae, que responde pelo saneamento no município. PÁGINA 2
FOZ JAGUARIBE APRESENTA UMA PROPOSTA ECONÔMICA, SINDICATO FAZ OUTRA
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JÁ TEMOS NOVOS ACORDOS COLETIVOS NA CETREL LUMINA E NO SAAE DE ITAPETINGA
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RÁDIO SINDAE PASSA A VEICULAR O JORNAL DA CUT
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www.sindae-ba.org.br
Seca coloca Xique-Xique sob risco de colapso no abastecimento de água Tida como a mais severa dos últimos 47 anos, a seca continua a assolar o semiárido baiano e um dos efeitos mais dramáticos está sendo observado agora em Xique-Xique, cuja sede municipal corre o risco de ficar sem água dentro de 40 dias, caso nada seja feito. Como não chove há vários meses, o canal do Guaxinim, que abastece a cidade e é uma ligação direta com o Rio São Francisco, sofreu uma baixa alarmante no volume de água e até a população rural está sentindo enorme dificuldade para obter água para uso doméstico e sobretudo para manter a pequena agricultura. O canal tem cinco quilômetros de comprimento, indo do São Francisco até a cidade. O próprio diretor do Saae local, Edgardo Pessoa Filho, aponta o problema que está perto de acontecer e admite publicamente o risco de colapso no abastecimento. "Até agora não tem problema, mas dentro de 30 a 40 dias o canal deve se 'romper', porque o leito do rio está por meio metro.As embarcações estão todas encalhadas. Se o canal se 'romper', a água não vai mais conseguir correr por aqui e muitas famílias vão ficar sem água para consumo humano", afirma o gestor. Diz, ainda, que “a grande questão é que o braço onde captamos água está perdendo a ligação com o rio. Podemos fazer a dragagem e alargar o canal, o que acaba sendo um paliativo se o volume de água continuar caindo. Outra solução é diversi-
ficar a fonte, mas essa opção depende de um grande investimento que o município não pode fazer sozinho”. Além do risco de desabastecimento na cidade, que tem cerca de 35 mil habitantes, o gestor também cita o sofrimento de quem mora na zona rural. Centenas de famílias que dependem da agricultura familiar estão prejudicadas, assim como a pesca e principalmente a locomoção, já que grande parte das famílias vive em ilhas e depende dos barcos para percorrer longas distâncias. Soluções para o problema são duas. Uma é por ação da natureza, pois precisa chover na cabeceira do Velho Chico, em Minas Gerais, para que o aumento do volume de água chegue até Xique-Xique. A outra é por ação humana: a dragagem do canal, para aumentar sua profundidade. Para esta, Edgardo diz que nem a Prefeitura nem o Saae tem recursos. O GRITO DE SOCORRO – e a esperança – ecoou no governo federal, através da Codevasf. Mas essa empresa apresentou uma alternativa que não apresenta uma solução rápida, pois quer fazer a dragagem do Velho Chico a partir de Ibotirama, distante 300 quilômetros de Xique-Xique, serviço que demora de 90 a 120 dias. Edgardo, no entanto, avisa que até lá o Canal do Guaxinim seca de vez e pede “uma forma emergencial para resolver o problema do canal para que, pelo menos, não falte água para o consumo humano”.
Outro acordo é fechado entre os Saae’s. Agora foi em Itapetinga Finalmente, depois de longa espera, foi fechado e aprovado em assembleia o acordo coletivo com o Saae de Itapetinga. Os problemas na gestão dificultaram as negociações e o reajuste salarial ficou em 6%, mantendo-se as demais cláusulas do acordo anterior. A autarquia alega defasagem tarifária (muito tempo sem aumento), ao mesmo tempo em que abriga várias empreiteiras. Em outros Saae’s existem diferentes problemas para as negociações. Enquanto no de Alagoinhas o acordo já está aprovado e assinado, faltando apenas passar pelo Conselho Municipal das Cidades para depois seguir para a Câmara de Vereadores, no de Barra tem havido muita insatisfação com a postura de um grupo de vereadores, que não concorda com um reajuste de 2% na tabela salarial.
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Sindicato nos parques da Embasa: maioria aprova o acordo
O Sindicato estará lá nos próximos dias para negociar, mas não está descartada uma paralisação. CATU E MACARANI - Em Catu, o acordo aprovado pela categoria vem sendo praticado, salvo na questão da cesta básica. Também ali parte dos vereadores não aceita a concessão desse benefício, esquecendo que a autarquia tem autonomia financeira. O Sindicato irá discutir o problema com os gestores do Saae e representantes da Prefeitura, visando derrubar esse entrave político. Já em Macarani, o Saae ainda não negociou o acordo coletivo, mas por conta da pressão já concedeu reajuste de 11,5%, incluindo a correção no plano de cargos e salários. Será outra autarquia que será visitada por dirigentes do Sindicato nos próximos dias.
Dirigentes do Sindae têm visitado diversos parques e unidades da Embasa para fazer, junto com os (as) trabalhadores (as), uma avaliação da última campanha salarial.A maioria expressa satisfação com o novo acordo coletivo de trabalho e tem aproveitado as reuniões para tirar dúvidas sobre os avanços obtidos em muitas cláusulas sociais e também sobre as cláusulas novas contidas no acordo. Também nesses encontros o Sindicato tem discutido o perigo das parcerias público-privada, a ameaça da privatização sobre o saneamento e a necessidade do fortalecimento da nossa entidade, seja através da filiação de novos (as) associados (as), seja pela manutenção da contribuição assistencial prevista no acordo coletivo. Ela é fundamental para repor os gastos feitos pelo Sindicato na campanha salarial.
Rádio Sindae passa a veicular o Jornal da CUT Com pouco mais de três meses em funcionamento, a Rádio Sindae, em parceria com a Rádio Digital Web, vai oferecer mais um suporte noticioso aos (às) associados (as). Vai incluir na sua programação a veiculação diária do Jornal da CUT Nacional, que pode ser acompanhado sempre às 10, 12h30min e 18 horas.Além do Jornal da CUT, nosso boletim Gotad’água tem a sua versão para rádio também veiculada na grade de programação da rádio. Nessa semana, os (as) trabalhadores (as) já podem acompanhar as entrevistas feitas no Sindae. A Rádio Sindae, está disponível no site do Sindae ou através de celulares modelos smartphones com aplicativo para tocar rádio web pesquisando por “Rádio Digital Web”.
Cetrel Lumina é mais uma empresa a ter acordo coletivo fechado
Foz Jaguaribe faz proposta de acordo, mas sindicato faz outra Na primeira negociação com o Sindicato após a retomada da campanha salarial, ocorrida na última quinta (7), a Foz Jaguaribe apresentou sua proposta econômica para o acordo coletivo deste ano, oferecendo 7% de reajuste salarial retroativo a primeiro de maio.A proposta também contempla alguns benefícios, mas o Sindicato fez uma contraproposta e nova negociação ficou de ser marcada.
Por ampla maioria, durante assembleia realizada na última sexta (8), em Camaçari, os empregados da Cetrel Lumina aprovaram o novo acordo coletivo de trabalho, cujo conteúdo é bem semelhante aos das empresas Cetrel S/A e DAC, que são do mesmo grupo econômico. Ele garantiu um reajuste salarial de 6,8%, o que implica num ganho real de salário de 0,98%, além de melhorias em vários benefícios. Os (as) trabalhadores (as) consideraram boa a nova proposta, sobretudo porque, sobre os salários já reajustados em 6,8%, será aplicado outro percentual de 8,33% em substituição do prêmio assiduidade. Além disso, esses reajustes incidirão
nos adicionais e no salário-base, repercutindo também no benefício na aposentadoria. Pelo acordo, o tíquete alimentação passa a R$ 29,50 (com o desconto de 5% seu valor líquido fica em R$ 28,00), os auxílios creche e educação vão à R$ 650,00 cada (aumento de 8,33%), o auxílio por filho portador de necessidades especiais passa para R$ 730,00 (aumento de 8,95%) e o auxílio funeral chegou a R$ 4.600,00 para o titular e R$ 3.300,00 para os dependentes (reajustes de 6,97% e 6,10%, respectivamente). Já o pagamento do extra-turno ficou de ser discutido após o fechamento desse acordo.
Cipa em Feira de Santana realiza “blitz” para fiscalizar normas e diminuir acidentes A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) da Embasa, na unidade de Feira de Santana, vem realizando uma “blitz” para orientar os (as) trabalhadores (as) quanto ao uso do crachá, EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual) e fardamentos, entre outros, numa ação proativa objetivando diminuir os índices de descumprimento das leis que regulamentam as questões relacionadas à saúde e segurança do trabalhador. Durante a atividade há fiscalização nos veículos da unidade, a exemplo da verificação de documentos do motorista e do veículo, transporte inadequado de materiais, extintores, condições dos pneus etc. O Sindicato apoia essas iniciativas com foco na melhoria contínua das condições no ambiente de trabalho da
empresa, além de ajudar no cumprimento das normas impostas pelo Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o Ministério Público do Trabalho. LIZ EMPRESARIAL E ALPHAVILLE - Já está com novos integrantes a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) da Embasa nas unidades que funcionam no Liz Empresarial e Alphaville.A eleição aconteceu na semana passada. As unidades são as mais recentes a constituírem uma Cipa, conforme previsto na Norma Regulamentadora Nº 5, do Ministério do Trabalho e Emprego. As unidades partem agora para um segundo ciclo de gestão objetivando dar continuidade à prevenção de acidentes no local de trabalho e atividades de sensibilização dos (as) trabalhadores (as) com ações educativas sobre o tema.
Além do salário, a Foz Jaguaribe propôs reajustar o tíquete alimentação de R$ 26,50 para R$ 28,00, mas descontando 5% dos (das) empregados (as), e também o auxílio funeral, que passaria dos atuais R$ 3.600,00 para R$ 4.000,00, equiparando para cônjuge (companheiro ou companheira) e dependente até 21 anos. A empresa resiste em aceitar a implantação dos auxílios creche, educação e filho especial. Ela alega que sua receita é sempre a mesma, mas esquece essa mesma receita é sempre garantida e que todo ano tem sua fatura reajustada pelo IPCA.Além disso, o quadro de pessoal é pequeno, possuindo cerca de 60 empregados (as). A contraproposta feita pelo Sindicato na mesa de negociação foi reajuste salarial de 8%, tíquete alimentação de R$ 27,00 sem desconto ou de R$ 29,50 com os 5% de desconto, auxílios creche e educação de R$ 200,00 cada e filho especial a R$ 300,00. A empresa ficou de avaliar a contraproposta e marcar nova negociação.
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A história de todas as sociedades que existiram até nossos dias tem sido a história das lutas de classes. Marx e Engels
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Sistema de avaliação vai começar, mas deve gerar apenas frustração na maior parte da categoria
TOMENota ROEDORES EM BOLANDEIRA
O Sindicato continua recebendo denúncias sobre a presença de ratos nos diversos módulos do Parque de Bolandeira, mesmo tendo a Embasa informado que uma empresa está lá fazendo a desratização da área. A falta de um espaço dimensionado para os trabalhadores realizarem a refeição contribui para o aparecimento dos roedores, uma vez que os restos de comida devem ser acondicionados e deixados em recipientes adequados.
CONDENADA
CAPTAÇÃO – PEDRA DO CAVALO
Sem entender, a reação da categoria não poderia ser outra senão a de resistência frente ao processo e metodologia. Se na fase inicial já está assim, imagine nas posteriores? Por isso mesmo, o sistema deixa um rastro de dúvidas e mostra um modelo burocrático, difícil de atender aos fins desejados pelo conjunto dos (das) trabalhadores (as).
EXPEDIENTE
Como se sabe, o Sindicato tem defendido as promoções por antiguidade e por mérito dentro do plano de cargos e salários. Para a de mérito teve de ser criado
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um sistema de avaliação, mas, após as primeiras reuniões do comitê implantado para discutir o sistema, o Sindicato resolveu se afastar, comunicando a decisão à categoria e à empresa. Não concordamos com o processo de avaliação por vários motivos: porque o gestor avaliará o (a) empregado (a), mas o (a) empregado (a) não pode avaliar o gestor, não existem indicadores claros e transparentes sobre o desempenho de cada um (uma) e a empresa não disponibilizou previamente um treinamento funcional. Fora outras discordâncias, também merece destaque o fato de que as promoções estarão atreladas aos limites orçamentários da Embasa. O recurso disponibilizado é muito pequeno. Ou seja, a empresa irá promover poucos. O que tinha tudo para se tornar um bom modelo de promoção vai se tornar numa grande frustração para a categoria. Diante disso, o Sindicato reforça a necessidade da empresa rever o procedimento em função das inúmeras divergências, inclusive de quem irá utilizar o sistema a nível gerencial.
Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente no Estado da Bahia (Sindae), filiado à FNU/CUT; UT Responsabilidade: Diretoria Executiva; Editor: José Sinval Soares; Comp. e Impressão: Gráfica do Sindae; Tiragem: 8.000 exemplares; Endereço: Rua General Labatut, nº 65, Barris. Salvador – Bahia CEP: 40.070-100; Tel.: (71) 3111-1700; Fax: (71) 3013-6913 Email: sindae@sindae-ba.org.br
ORBRASERV – I
A Embasa resolveu agir para "aliviar" o calote que a empreiteira Orbraserv poderia dar nos seus 468 empregados (as) que prestavam serviços de zeladoria e motorista. Ela reteve R$ 666 mil da fatura da "gata" para tentar viabilizar o pagamento das indenizações, que pode começar esta semana. Quem tem a receber até R$ 1,6 mil, recebe de uma só vez. Quem tem a receber acima disso, recebe R$ 1,6 mil agora e a diferença será paga a partir de um cronograma que ainda será elaborado.
ORBRASERV – II
Até a semana passada era aguardada apenas uma reunião com um representante da Orbraserv para que fosse anunciado o pagamento das indenizações. A expectativa dos (das) trabalhadores (as) é grande.Tomara que essa atitude seja tomada com todas as prestadoras de serviço, até que elas tenham mais respeito com os (as) trabalhadores (as).
CESTA BÁSICA
RECICLÁVEL
Prestes a entrar em funcionamento, com início previsto para a próxima segunda (18), a percepção dos (das) trabalhadores (as) sobre o sistema de avaliação para fins de promoção por mérito é essa: confuso, complicado e sem consistência. Nas palestras de apresentação do processo, realizadas em diversas unidades, como em Pedra do Cavalo na semana passada (foto), grande parte da categoria mostra nada entender como o sistema vai de fato funcionar.
A Justiça do Trabalho condenou a Lojas Esplanadas, em Salvador, ao pagamento de uma indenização de R$ 15 mil por danos morais coletivos aos (às) empregados (as) devido à pratica de assédio moral. De acordo com a sentença, ficou provado que eram comuns xingamentos e constrangimentos a funcionários (as) que não conseguiam “bater” as metas previamente estabelecidas. A ação foi proposta pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) na Bahia e a indenização deve ser revertida ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
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De acordo com o Dieese, a cesta básica em Salvador sofreu redução de preço em julho (menos 3,19%), após quatro meses seguidos de alta. Ela passou de R$ 278,97 para R$ 270,06 e é a segunda mais barata dentre as 18 capitais pesquisadas pelo órgão. Contudo, diante das altas anteriores, de janeiro a julho a cesta acumula aumento de 1,86% e de 3,98% nos últimos doze meses na capital baiana. Para a aquisição de todos os produtos dessa cesta, o (a) trabalhador (a) precisou gastar em julho R$ 810,18, ou seja, 11,9% a mais do que o salário mínimo em vigor.