Gota D'água - Ed. n.08 - Março 2016

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ACESSE A VERSÃO DIGITAL

Informativo do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente no Estado da Bahia

Ano XXX – Nº 08 – 9 de março de 2016 JÚLIA GUEDES

COLEGIADO 2016

Recado é este: contra a crise, classe trabalhadora deve assumir seu protagonismo

A crise política e econômica que o país atravessa fará da campanha salarial deste ano uma das mais difíceis de todas e a alternativa apontada pelo economista Élder de Arimatéia, do Dieese, não pode ser outro senão a retomada do protagonismo pelo movimento sindical. Outro economista, o professor Uallace Moreira, da Ufba, disse que a mobilização social é fundamental para conter a onda de retrocessos que as elites e partidos de direita querem impor à sociedade brasileira. O Colegiado resultou em três dias de intensos debates sobre temas variados e, no final, foram traçadas estratégias de luta da categoria. PÁGINA 3 MULHERES DO SANEAMENTO AMBIENTAL, GUERREIRAS PRONTAS PARA ENFRENTAR A DESIGUALDADE

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MUITAS CRÍTICAS À REVISÃO DO PLANO DE CARGOS DA EMBASA

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NOVOS REPRESENTANTES SINDICAIS SÃO EMPOSSADOS

NOTA DE APOIO AO EXPRESIDENTE LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

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www.sindae-ba.org.br

Trabalhadores do Saae de Curaçá conseguem mais 3,59% Logo após o início de uma paralisação de 72 horas, no último dia 7, o prefeito de Curaçá, Carlinhos Brandão, resolveu negociar para por fim ao impasse sobre o descumprimento do acordo coletivo do ano passado, fechado com os trabalhadores do Saae. Ele se comprometeu a enviar para a Câmara de Vereadores, imediatamente, projeto de lei concedendo mais 3,59% de reajuste salarial. Como já havia sido concedido 6,41% em janeiro, com os 3,59% o reajuste salarial passará a ser de 10%, conforme tinha sido negociado no ano passado.A revolta dos empregados foi a alegação de que o reajuste dependia de revisão na tarifa, e isso aconteceu em junho do ano passado. A conta de água aumentou 25% naquele período, mas o acordo continuou sendo descumprido. Já o cumprimento do acordo coletivo deste ano ficou de ser discutido posteriormente, pois a Prefeitura alega restrições colocadas pela Lei de Responsabilidade Fiscal.


VII ENCONTRO DAS MULHERES DO SANEAMENTO AMBIENTAL

Mercado de trabalho ainda espelha discriminação. Coisificação da mulher é repudiada FOTOS: MANOEL PORTO

O mercado de trabalho continua sendo um bom espelho da discriminação que é praticada contra a mulher e isso, mais uma vez, foi apontado por pesquisa do Dieese feita no ano passado, na Região Metropolitana de Salvador, e apresentada pela economia Ana Margarete, na abertura do VII Encontro das Mulheres do Saneamento Ambiental. Porém, antes de mostrar os números que traduzem esse problema, ela elogiou o evento, citando que é “coisa característica de mulher, fazer com beleza e leveza”, mesmo num encontro de guerreiras prontas para desafiar a desigualdade.

que a mulher negra padece de sistemáticos processos de coisificação e que “o abandono é um elemento que define a história da mulher. Sendo assim, ela é passível de todos os absurdos que ferem a dignidade humana”.

gra Zeferina, da Marcha Mundial das Mulheres, ao se referir à divisão de tarefas em nossa sociedade: “Até parece que a mulher nasce sabendo lavar roupa, varrer casa... Não é assim”. Conclamou todas à luta contra isso, pois “não é impossível acabar com a desigualdade, o racismo e o patriarcado”. E fez o alerta de que a privatização e o sucateamento dos serviços de saneamento trarão mais prejuízos às mulheres.

Magda de Almeida, diretora da Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários da Bahia (Unisol Bahia), disse que atua num segmento constituído por maioria de mulheres, muitas vítimas de abusos e de exploração, e onde impera o machismo. Na mesma linha de Maíra se pronunPara superar esses problemas é fundamen- ciaram as secretárias da CUT Bahia, Lucíola Conceição e Maria Cristina Costa, e Elisângela Araújo, da CUT Nacional. Aturdidas com os acontecimentos daquela ma“Até parece que a nhã da última sexta, envolvendo o ex-presidente Lula, disseram que aquilo também foi mulher nasce sabendo um ataque à Dilma, primeira mulher a prelavar roupa, varrer sidir o país. “Estamos aqui para defender a democracia. A mulher tem de ser respeitacasa... Não é assim” da”, disse Lucíola.

Ela disse que a crise na economia (inclusive a internacional) e na política refletiu no mercado de trabalho em 2015 e, embora permaneça a desigualdade de gênero, as mulheres perderam menos empregos que os homens (19 mil contra 21 mil). Porém, mais mulheres deixaram de procurar trabaMaíra Guedes lho naquele período e as que mais sofreram Núcleo Negra Zeferina, da Marcha com o desemprego foram as mais jovens e Mundial das Mulheres com menos escolaridade. A discriminação também se manteve no rendimento mensal: enquanto a dos homens foi de R$ 1.794,00, a das mulheres ficou em R$ 1.495,00. tal trabalhar a autoestima delas. E também por isso, entende que questões de gênero O Encontro das Mulheres do Sanea- devem ser discutidas entre homem e mumento também debateu outros temas. A lher e não apenas entre mulheres. professora doutora da Ufba, Janja Araújo, integrante do Núcleo de Estudos InterdisA desigualdade de gênero não é natuciplinares sobre a Mulher (Neim), lembrou ral, pontuou Maíra Guedes, do Núcleo Ne-

O companheiro e vereador Gilmar Santiago (PT) também mostrou sua indignação com o ataque à Lula e aproveitou para mostrar outro desafio para a mulher trabalhadora: “Salvador tem 43% das casas com a mulher como chefe de família, mas não tem creche suficiente. São 150 mil crianças de 0 a 6 anos fora da escola”. A violência contra a mulher está presente em diversos espaços sociais, inclusive na Universidade. Maria Joana, do DCE da Ufba, afirmou que ali existem conflitos acirrados, com assédio moral e sexual. Para reforçar o que disse Ana Margarete, dois outros bons momentos de beleza e leveza do VII Encontro ficaram por conta da intervenção musical de Kênia Barreto e da bonita apresentação da banda Chita Fina. No final, foi servido um coquetel aos (às) participantes.

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COLEGIADO 2016

“É h hora do movimento sindical re retomar seu protagonismo” FOTOS: JÚLIA GUEDES

Que a crise está aí, é fato. E é grave, grave tanto na economia como na política, com graves consequências para a sociedade e eespeTodos cialmente para a classe trabalhadora. T bastante os aspectos desse quadro foram bast analisados durante três dias em nosso Colegiado, realizado entre os últimos dias 1º e 3, e uma frase que pode sintetizar bem o reeconomissultado do encontro foi dita p pelo econo ta Élder de Arimatéia, da Subseção do Dieese: “essa é a hora do movimento sindical retomar o protagonismo das lutas”. Ele fez essa afirmação após analisar os números da economia brasileira e sua relação com as campanhas salariais do ano passado. Se as anteriores foram difíceis, as deste ano serão ainda pior. “Será preciso brigar muito para conseguir aumento real de salário”, prevê ele. Também para o professor de Economia da Ufba, Uallace Moreira Lima, a saída está na mobilização dos movimentos sociais para conter a onda de retrocessos que as elites e partidos de direita querem impor, acentuando o processo de privatização e afastando o estado do controle da economia. “Querem acabar com o monopólio da Petrobras, retirar garantias constitucionais na saúde e educação, mexer na previdência e transformar estatais em sociedades anônimas, um absurdo”.

nas. Ainda no campo do petróleo, chamou a atenção de que a crise atinge todas as grandes petroleiras do mundo, não apenas a Petrobras, por causa do aumento da produção.

nas 20 são superavitários e que o assédio da iniciativa privada pelos sistemas que dão lucro se constituem numa ameaça ao subsídio cruzado, pelo qual a renda obtida nos grandes sistemas sustenta a despesa dos sistemas menores.Também afirmou que, além de subsídios, as empresas públicas de saneamento precisam de um fundo para garantir o investimento na ampliação dos serviços.

Também criticou o comportamento da imprensa nos últimos anos, pela disseminação do reacionarismo, e as medidas de ajuste fiscal conduzida pelo governo: “O Brasil tem cortado gastos públicos e já vimos o Já o assessor da Cerb, João Lopes, inforque isso gerou em países europeus. Olha a Grécia, a Espanha...” Disse ainda que a polí- mou que o governo do estado está estudantica de juros altos é suicida, lembrando que aumento de 1% na taxa Selic implica em jogar R$ 30 bilhões na dívida pública.

“O Brasil tem cortado

Outro palestrante no Colegiado foi o gastos públicos e já vimos diretor Técnico de Planejamento da Embasa, César Ramos. Ao tratar de sustentabilidade o que isso gerou em Ainda segundo ele, a Petrobras é funda- econômico-financeira, disse que dos mais de países europeus. Olha a mental para a nossa economia e a população 300 municípios operados pela empresa, apenão faz ideia disso. “Destruíram a imagem da Grécia, a Espanha...” Petrobras por conta do pré-sal”, citando o Uallace Moreira Lima, interesse americano nessa imensa riqueza Professor de Economia da Ufba, recém descoberta pelo Brasil. “Serra (senador) negociou mudanças na concessão dos campos de exploração com a Chevron, depois o presidente da Shell veio ao Brasil para do a implantação de sistemas de saneamento fazer lobby”, disse ele, numa alusão aos morural, no modelo de centrais operadas pelas vimentos dessas grandes empresas americapróprias comunidades. O próprio João Lopes é um dos idealizadores desse modelo, que foi implantado inicialmente em Seabra, em 1995, depois em Jacobina e copiado por outros estados do Nordeste. O corte feito pelo governo em mais de 50% dos recursos não onerosos para o saneamento, atingindo o Ministério das Cidades e Funasa, mereceu dura crítica do professor Luiz Roberto Moraes, da Ufba, que falou da necessidade de universalização desses serviços para conter a epidemia provocada pelo mosquito Aedes aegypti, transmissor não apenas do vírus Zika, mas também da dengue e da febre chikungunya.Voltou a lembrar da importância de cada município elaborar o seu plano de saneamento e convocou a plateia para a Campanha da Fraternidade, que no saneamento o seu eixo principal.

Encarte da edição de nº 08/2016

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Representantes empossados (as) assumem missão de representar a categoria JÚLIA GUEDES

Empossados na última quarta (2), durante o Colegiado, os novos representantes sindicais de base, eleitos entre dezembro e janeiro últimos, assumiram a missão de representar a categoria em seus locais de trabalho. É uma difícil mas importante tarefa e, para isso, serão capacitados: vão participar de cursos, entre eles os de negociação coletiva e oratória, além de vários eventos que o Sindicato promove e que desenvolvem a capacitação. Durante o ato de posse, o companheiro e diretor de Imprensa, Edmilson Barbosa lembrou que ao representante sindical cabe ter uma atuação firme na defesa da categoria, disponibilidade para os compromissos, respeito aos (às) trabalhadores (as) e ser propositivo, tanto no campo do trabalho quanto no social, participando dos espaços de discussão para, também, defen- Ferreira, Adilson de Carvalho Bispo e Silveder interesses da sociedade. rino Oliveira Sales (Feira de Santana), Antônio Costa Ribeiro (Caetité) e Luiz Carlos Outros requisitos que deve ter o (a) Batista Oliveira (Irecê); da Embasa – Alex representante é a disposição para o diálogo, Fábio Lisboa Nepomuceno (Alphaville), o que permitirá resolver conflitos no am- Claudiane Miranda da Silva (Jacobina), Dabiente de trabalho, lembrou o companheiro niel Oliveira Alves (Senhor do Bonfim), Éder e diretor de Formação, Crispim Carvalho, Santana Gonçalves (Itamaraju), Édipo Galque também contou um pouco da história e lhardes Almeida Batista (Itaberaba), Jaimilda forma de organização do Sindae. son Santos Ferreira (ETA Principal), Marivon Os (as empossados) na última quar- de Jesus da Silva (Candeias), Clévio Silveira ta foram: dos Saae’s – Fábio Correia Alves Rocha (Barreiras), Marcos Cícero Carvalho (Barra), José Wilton de Oliveira (Catu) e Figueiredo (Federação) e Roberval da Cruz Romão Soares de Souza Neto (Pindobaçu); (Bolandeira). A posse dos demais eleitos seda Cerb – José Nilton Reis, Aderbal Alves rá marcada posteriormente.

Nota de apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva A FNU, a CNU, a FRUNE e a FITUESP, entidades que representam mais de 250 mil trabalhadores do ramo urbanitário, vêm por meio desta nota manifestar seu total repúdio à violência sofrida pelo ex-presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, na manhã desta sexta-feira, dia 04 de março. A ação policial se deu de forma autoritária, contando com forte aparato das forças de segurança, um circo midiático sem propósito legal, somente com a intenção de constranger uma das maiores lideranças políticas da História do Brasil. As entidades que representam os trabalhadores urbanitários não se calarão neste momento de ataque à democracia, de forte perseguição a uma liderança popular sem igual, um homem que tem uma trajetória de lutas em defesa da nossa soberania e na construção de um país mais justo socialmente. Um presidente eleito pelo voto popular que reti-

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rou mais de 40 milhões de brasileiros da linha da pobreza. Como em outros momentos da história política do país, mais precisamente nos Governos de Getúlio em 1954 e Jango em 1964, as elites brasileiras, em parceria com os oligopólios da comunicação, se articulam para derrubar um governo popular eleito democraticamente. O processo de falsas acusações acontece desde a eleição da presidenta Dilma, quando havia o entendimento destes setores reacionários de que haveria uma guinada para direita com a eleição do PSDB. A FNU, a CNU, a FRUNE e a FITUESP reiteram seu total apoio ao presidente Lula, e se colocam também em defesa do estado de direito e da democracia. Os trabalhadores não vão se omitir diante de tamanha injustiça e da manipulação dos fatos.Vamos às ruas!

Encarte da edição de nº 08/2016

Muitas críticas à revisão do plano de cargos da Embasa Trabalhadores (as) presentes em nosso Colegiado fizeram duras críticas à revisão do Plano de Cargos, Salários e Carreiras (PSCS) da Embasa, cuja implementação, pelo acordo coletivo, deve acontecer até junho próximo.A visão de muitos dos (das) presentes é de que a revisão é um grave retrocesso, pois ampliará a precarização das condições de trabalho e, em seguida, no sucateamento da empresa. A precarização será resultado dos baixos salários estabelecidos para a faixa inicial – aquele salário que será pago para quem entrar na empresa a partir de agora. O novo plano define salários bem inferiores aos que são pagos atualmente, o que vai incomodar aqueles que vierem a entrar na Embasa e, por tabela, criar transtornos nas relações destes com os antigos. E mais: vai implicar em integrar no quadro baixa qualidade da mão de obra. O enquadramento buscado pela empresa para corrigir desvios de função foi classificado como imoral, pois amplia demasiadamente as funções de vários cargos, sem a devida contrapartida de remuneração. O entendimento é de que, com os enquadramentos, ela procura esconder os desvios de função. A revisão do plano voltará a ser discutida pela direção do Sindicato esta semana, mas já existe a orientação de que, quem se sentir prejudicado, procurar o setor jurídico do Sindicato.A Embasa, por sua vez, ficou de fazer uma apresentação do novo plano à direção do Sindicato nesta quinta (10).


CUT reage ao novo presidente do TST, que é favorável à terceirização e flexibilização das leis trabalhistas Uma volta ao período da escravidão. Assim reagiu o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT),Vagner Freitas, sobre as “lamentáveis” declarações do novo presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ives Gandra Martins Filho, empossado no final de fevereiro. Gandra disse ser favorável à flexibilização das leis trabalhistas e que a Justiça do Trabalho ainda é muito paternalista, pois “dá de mão beijada 1 milhão de reais para um trabalhador”, por danos morais, quando não há nada previsto na legislação trabalhista sobre este tema. “Ele mostrou ter uma visão ultrapassada e reacionária. Por ele, voltaremos ao período da escravidão, sem tempo de expediente predeterminado, por exemplo. Ives Gandra também defende a terceirização. Um total absurdo. Isso é anular todas as conquistas dos trabalhadores”, reagiu Vagner Freitas, que já pediu audiência ao presidente do TST para discutir esses assuntos.

“Se ele reafirmar para nós o que disse na entrevista à imprensa, vamos nos opor duramente, com greves e manifestações, porque ele quer rasgar a CLT defendendo a terceirização, por exemplo”, prometeu Vagner. Outro ponto de divergência é que o presidente do TST defende negociações onde prevalece o negociado sobre o legislado, sem respeitar as regras mínimas estabelecidas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). POSIÇÃO DOS JUÍZES – Em nota, a Associação dos Magistrados da Justiça do trabalho (Anamatra) informou que as manifestações de Ives Gandra são “convicções pessoais” e que essas convicções não se identificam com o pensamento majoritário da Magistratura do Trabalho e nem com a Corte Superior Trabalhista, principalmente quando diz sobre os rumos do Direito do Trabalho no Brasil, e menos ainda quanto ao papel institucional da Justiça Especializada ou quanto ao perfil de seus juízes.

Informa ainda discordar da afirmação de que juízes “dão de mão-beijada” aos trabalhadores indenizações de até um milhão de reais, como se a jurisdição não fosse praticada com zelo, mas sim de modo irresponsável. A entidade também se posicionou contrária à flexibilização das leis trabalhistas.

Se ele reafirmar para nós o que disse na entrevista à imprensa, vamos nos opor duramente, com greves e manifestações Vagner Freitas

Núcleo Negra Zeferina, da Marcha Mundial das Mulheres

Desafios importantes nos Saae’s e na Emasa Depois de fazer uma homenagem aos dirigentes sindicais e trabalhadores (as) que, décadas atrás, lutaram para que a sindicalização chegasse até os Saae’s, a começar por Juazeiro, e de fazer um retrospecto dessa luta, o companheiro e diretor Pedro Romildo citou que os desafios continuam grandes nessas autarquias e que é fundamental lutar pela viabilidade delas, pois se trata de patrimônio público. “Uma autarquia ‘quebrada’ não vai assegurar um bom serviço à comunidade nem garantir boas condições de trabalho”, disse ele. Para vencer isso, é necessário que a categoria mobilize a sociedade para cobrar a melhoria da gestão, a implantação do plano municipal de saneamento básico e de um fundo municipal de saneamento, para captar recursos e investir, uma vez que nem todo município possui condição de tocar obras nesse setor. Citou, ainda, que é fundamental impedir a continuidade do uso político dessas autarquias, buscar a realização de concursos públicos e implantação de planos de cargos e salários, brigar contra a terceirização e pela solução do regime jurídico dos (das) empregados (as), se celetistas ou estatutários. E alertou que outra grande luta é conter a vontade do governo de promover parcerias público-privadas e de cooptar Saae’s para tomar os serviços para a Embasa. Francisco Ivan, diretor da Região Norte, afirmou que muitos Saae’s viraram “ca-

bides de emprego” e sofrem com gestões irresponsáveis. “Os políticos descobriram que essas autarquias são uma fonte de ouro”, disse ele, lembrando que os (as) trabalhadores (as) arcam com os prejuízos, desde o descumprimento ou não fechamento de acordos coletivos, até pelo trabalho em desvio de função e falta de treinamento. Além disso, a negociação é sempre difícil e complexa, pois envolve o gestor do Saae, o prefeito e vereadores. O DRAMA DA EMASA - A tentativa de cooptação de serviços municipais pela empresa estadual é uma parte do drama vivido pelos (as) empregados (as) da Emasa (Itabuna). A outra parte é a investida de empresas privadas que também querem tomar o serviço. O companheiro e diretor Erick Maia fez longo relato da luta que vem sendo travada pelo Sindicato naquele município, desde novembro passado. Segundo ele, a grave irregularidade no abastecimento de água e a falta de esgotamento sanitário resultam num índice alarmante de dengue, criando uma péssima imagem da empresa junto à sociedade. O Plano Municipal de Saneamento Básico, recém elaborado, mas ainda não aprovado, prevê necessidade de vultosos recursos e o dinheiro é escasso. O prefeito tem negado intenção de privatizar o serviço, mas lançou um Procedimento de Manifestação de Interesse, pelo qual várias empresas já demonstraram interesse: Odebrecht, Águas do Brasil, Casa Própria Construtora

(através de parceria público-privada) e Embasa (gestão compartilhada). A expectativa agora é a definição do modelo de gestão para o saneamento de Itabuna, o que deve acontecer ainda este mês. No próximo dia 29, o Observatório do Saneamento da Bahia, que o Sindae integra, realizará um seminário na cidade para discutir a questão com a sociedade.

Discriminação, sim. Tem saneamento na Barra, na Pituba, e não tem na periferia, onde mora a classe trabalhadora. Maíra Guedes, da Marcha Mundial das Mulheres

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PLANTÃO DOS (AS) ADVOGADOS (AS) MARÇO/2016 ADVOGADO (A)

TURNO

GRITO DA ÁGUA

ATENDIMENTO TELEFONE

PESSOAL

Dra. Gabriela

Manhã Tarde

– 08, 15, 22 e 29

08, 15, 22 e 29 –

Dr. Daniel

Manhã Tarde

– 10, 17, 24 e 31

10, 17 e 24 –

Dr. Eduardo

Manhã Tarde

16 e 23 –

– 09, 16, 23 e 30

Estagiário (a)

Manhã Tarde

09 –

31 –

gabriela@sindae-ba.org.br

daniel@sindae-ba.org.br

eduardo@sindae-ba.org.br

Contato: (71) 3111-1700

CRISE DA ÁGUA EM IBICARAÍ

Apelo é feito à Embasa para restaurar adutora e acabar o drama

EXPEDIENTE

Durante o nosso Colegiado, o diretor de base do Sindicato, Rubens Machado, fez um apelo ao diretor Técnico de Planejamento da Embasa, César Ramos, para que essa empresa restabeleça a adutora da barragem de Patioba até Ibicaraí para acabar o tormento vivido pela po-

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pulação. A adutora de 8 quilômetros foi construída há 10 anos, em época de seca, mas não chegou a ser acionada. Tempos depois, a Embasa retirou o equivalente a 6 quilômetros de tubos para uso em outras localidades. Essa obra é apontada como a principal alternativa para superar a crise no abastecimento. O governo tem se mostrado insensível à situação, embora tenha homologado por decreto a situação de emergência no município em 15 de dezembro, quando a crise começou a se acentuar. Dias depois engenheiros da Cerb estiveram em Ibicaraí para analisar a abertura de quatro poços artesianos, mas nenhum serviço foi iniciado. A crise no abastecimento só fez piorar. O Saae gasta R$ 30 mil por mês com os carros-pipa, despesa idêntica à da Prefeitura. RECICLÁVEL

A população de Ibicaraí, distante 47 quilômetros de Itabuna, está vivendo um drama com a crise de água que já dura seis meses e ficou ainda pior de janeiro para cá, quando secaram as duas principais fontes de captação, o Ribeirão do Luxo e o Córrego Grande. Os 21 mil habitantes estão sendo abastecidos por carros-pipa contratados pela Prefeitura e pelo Saae e que percorrem as ruas da cidade diariamente, levando água comprada da Embasa e retirada no vizinho município de Floresta Azul.

TOMENota

Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente no Estado da Bahia (Sindae), filiado à FNU/CUT; UT Responsabilidade: Diretoria Executiva; Editor: José Sinval Soares; Comp. e Impressão: Gráfica do Sindae; Tiragem: 8.000 exemplares; Endereço: Rua General Labatut, nº 65, Barris. Salvador – Bahia CEP: 40.070-100; Tel.: (71) 3111-1700; Fax: (71) 3013-6913 Email: sindae@sindae-ba.org.br

Foi realizada nesta quarta (9) a primeira reunião preparatória do XVI Grito da Água, reunindo diversas entidades da sociedade civil organizada. O evento comemorativo ao Dia Mundial da Água (22 de março) será realizado em Salvador nesta mesma data, mas em Feira de Santana haverá outro, na véspera (dia 21). Em ambos, o objetivo é reagir contra as propostas de privatização do saneamento na Bahia. A próxima reunião com as entidades será na próxima quarta (16) às 14h, no Sindae.

COMITÊ DE BACIAS

Integrantes do Fórum Nacional dos Comitês de Bacias estiveram reunidos nesta quarta (9), em Salvador, para a discussão da pauta e das atividades que acontecerão no Encontro Nacional desses comitês, a ser realizado de 3 a 8 de julho, na capital baiana. O Sindae, na condição de representante da sociedade civil, é um dos coordenadores do encontro. O saneamento será um dos pontos de discussão no evento.

DESPERDÍCIO

A Embasa diz travar uma luta diária contra o desperdício de água, que fica em torno de 40% na Região Metropolitana de Salvador. Contudo, ela própria dá um mau exemplo: no R-4 (Cabula) a água jorra em grande volume para fora de uma enorme tubulação que passa pela unidade. O tamponamento feito é uma piada. O pior é que o vazamento é tão grande que coloca em risco empregados (as) do local.

ÁREA DE RISCO

Mais uma estação de tratamento de água da Embasa se tornou área de risco, pois se tornou alvo da ação de bandidos: é a de Itaberaba. No último dia 19, às 22 horas, trabalhadores foram surpreendidos com um assalto aos ocupantes do veículo que faz a apanha na troca de turno. Os bandidos tomaram os celulares. Para os operadores, a mudança da jornada de turno deixou a todos expostos ao risco.

SOBRADINHO

Depois de ter chegado ao volume morto em dezembro último, a barragem de Sobradinho alcançou a cota de 31,94% de sua capacidade na última quinta (3). Uma melhora substancial, mas ainda não afasta de todo o problema causado pela escassez de chuva. Por causa disso, a Agência Nacional de Águas decidiu manter, até o final de março, a defluência de água em 830 metros por segundo. Isso cria problemas para as comunidades que ficam abaixo da barragem.


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