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edição especial
Escola Secundária de Felgueiras 16
06
2021
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DIRETOR: Inácio Lemos, mlemos@esfelgueiras.org REDAÇÃO
Chefe de Redação: Armanda Sousa, asousa@esfelgueiras.org Redação:
Colaboradores: Rosa Guimarães, Armanda Sousa, Ofélia Ribeiro, Pedro Tribuzi, Moisés Pires, Lia Santos Clarisse Lemos, Hugo Morais, Ana Felgueiras
Revisão e tradução de Texto: Ofélia Ribeiro Diogo Soares
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Diretor de Arte: Inácio Lemos, mlemos@esfelgueiras.org Designer: Diogo Soares Rui Costa José Lage
FOTOGRAFIA E VÍDEO
Diretor de Fotografia: Diogo Silva, diogomsilva0102@gmail.com Editor de Fotografia: Inês Magalhães, inesmtmagalhaes24@gmail.com José Lage, jpedrolmar ns1122@gmail.com
Editor de Vídeo: Diogo Silva, diogomsilva0102@gmail.com José Lage, jpedrolmar ns1122@gmail.com
Rui Costa
Colaboradores: Beatriz Sousa, Tiago Oliveira Produção Gráfica: Inácio Lemos, mlemos@esfelgueiras.org
Administração: Anabela Leal, Emílio Esteves, Elsa Quadrado, Abílio Silva Conselho Editorial: Paulo Preto, Paula Magalhães Inácio Lemos Bruno Ribeiro, Diogo Silva, José Lage, Inês Magalhães Maria João Sousa, Beatriz Sousa, David Leite
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SEDE: Administração, Redação e Conselho Editorial Escola Secundária de Felgueiras Av. D. Manuel Faria e Sousa 4610-178 Felgueiras Telf: 255 310720 - Fax: 255 310 729 esfelgueiras@esfelgueiras.org www.esfelgueiras.org
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“Filme” com final feliz por Inácio Lemos
Ao aproximar-se o final de mais um ano letivo, é tempo de balanços, mas também de apresentação do resultado do final do trabalho que muitos elementos da comunidade educativa desenvolveram com muito esforço e empenho, vencendo dificuldades e obstáculos, mas tendo sempre como objetivo final a concretização de projetos, o alcançar de resultados que serão fundamentais, primeiro para o desenvolvimento individual de cada um e depois, por consequência, para o nosso desenvolvimento coletivo. O trabalho que a seguir se apresenta é um excelente exemplo da qualidade que pode ser alcançada quando o trabalho individual se articula com o coletivo, quando existe trabalho colaborativo. Resulta da qualidade do trabalho desenvolvido pelos alunos de 12º ano do Curso Profissional de Multimédia que, quando desafiados pelos seus professores orientadores, a fazer um produto final, com qualidade, que divulgasse o trabalho dos colegas, fizeram também eles, um excelente trabalho de promoção de Felgueiras e da Escola. Esta lógica colaborativa é, inquestionavelmente, o caminho que deverá, cada vez mais, ser explorado, porque potencia a qualidade do trabalho individual, porque se traduz em ganhos para todos. Desta forma os conteúdos, mais que transmitidos e consumidos, são criados, partilhados e transformados. Ao facilitar os processos de comunicação, interação e criação de grupos, é potenciado o desenvolvimento de novos ambientes de aprendizagem onde a comunidade se define como centro de construção de conhecimento. Neste modelo que expande os horizontes da aprendizagem e onde a adoção das tecnologias conduz a alterações na forma como se equaciona o conteúdo e o
currículo, o professor surge como agente de mudança, promotor de experiências de aprendizagem ricas e inovadoras. Incidindo sobre o papel da comunidade na promoção de modelos de aprendizagem mais dinâmicos e participativos, este trabalho reflete a importância cada vez maior do trabalho colaborativo na criação de comunidades de aprendizagem. Detesto filmes com finais previsíveis, mas no início deste trabalho tinha a esperança, para não dizer a certeza, de que este seria mais um projeto de sucesso, porque estavam reunidos todos os ingredientes para um final feliz! Não posso terminar sem antes agradecer ás turmas E, F e G do 11.º ano, e aos professores Odete Ramos, Pedro Fonseca e Carla Brandão que fizeram o levantamento histórico de monumentos, personalidades e tradições que integram o património cultural de Felgueiras.
EDITORIAL por Odete Ramos
“Monumentos, Personalidades e Tradições de Felgueiras”
O território felgueirense teve, ao longo da sua história, um caráter eminentemente rural. Durante o seculo XVIII destacaram-se algumas famílias burguesas, com extensas propriedades e bonitos solares, como a casa de Simães ou a casa de Valmelhorado.
Monumentos, personalidades e tradições de Felgueiras integram o património cultural do povo felgueirense. Mas, o que é o Património Cultural? É, sem dúvida, tudo o que valorizamos e queremos preservar, constituído pelo conjunto de saberes, fazeres, expressões, práticas e seus produtos, que remetem à história, à memória e à identidade desse povo. É o conjunto de todos os bens, manifestações populares, cultos e tradições materiais e imateriais.
Foi também berço de muitos emigrantes que procuraram, no Brasil, fortuna e que, ao regressarem, usaram de sua filantropia para criar teatros, escolas e hospitais. Entre estes “Brasileiros de Torna Viagem”, destacam-se Agostinho Ribeiro, José Joaquim de Oliveira Fonseca e António José da Fonseca Moreira. Foi também terra natal de outros ilustres, como Magalhães Lemos, Cerqueira Magro, Eduardo de Freitas, Leonardo Coimbra, Manuel de Faria e Sousa, Machado de Matos.
A terra de Felgueiras, cujo nome aparece referenciado pela primeira vez em finais do século X, no testamento de Mumadona Dia, é portadora de um conjunto patrimonial material e imaterial muito rico, que remonta ao NeolíticoCalcolítico. Os primeiros sinais de fixação encontram-se no Povoado de Cimalha, em plena Idade do Bronze e, durante a Idade do Ferro, contava com catorze povoados situados em pontos elevados do concelho. Mas foi, sem dúvida, a ocupação romana aquela que mais vestígios deixou, como é visível a Villa Romana de Sendim, a rede viária e a Ponte do Arco-Vila Fria.
Foram os povos que povoaram esta terra que deixaram as suas tradições e criaram a identidade cultural de Felgueiras. Fortemente ligado à indústria do calçado, são vários os produtos produzidos na região que completam a sua memória histórica. A nível da gastronomia, a sua maior iguaria é o pão-de-ló de Margaride, criado no séc. XVIII, mas também se destacam as cavacas e as lérias. Os bordados, sobretudo o Filé, não se dissociam da sua história, bem como o cortejo das flores que pontua um dos momentos áureos das festas da cidade, em honra de S. Pedro.
Foi durante a Idade Média que a família dos Sousa se estabeleceu na região, fundando o Mosteiro de Santa Maria de Pombeiro, uma das “joias” da arquitetura românica do Vale do Sousa. Na sua órbita, outras construções românicas foram erigidas na região: a igreja de Santa Maria de Airães, a igreja de São Vicente de Sousa, a igreja de Unhão e a igreja de São Mamede de Vila Verde.
Foi com o objetivo de dar a conhecer parte da Memória Histórica de Felgueiras que um conjunto de alunos da nossa escola se dedicou a estudar alguns dos monumentos, das personalidades e das tradições desta terra do vale de Sousa, os quais encontramos nas páginas seguintes. Foram os discentes que integraram, no presente ano letivo, as turmas E, F e G do 11.º ano, coordenados pelos professores Odete Ramos, Pedro Fonseca e Carla Brandão que fizeram o levantamento histórico e os alunos Diogo Soares, José Lage Martins e Rui Costa, da turma 12.º I, do Curso de Multimédia, coordenados pelo professor Inácio Lemos, que ilustraram o seu trabalho.
Chegando à Idade Moderna, as terras e as gentes de Felgueiras foram agraciadas com a outorga do Foral, dado pela mão de D. Manuel I, em 1514, documento que faz menção aos privilégios do seu povo.
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INDÍCE Monumentos 8-27
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Personalidades 48-67
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Tradições 28-47
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Igreja do Salvador do Unhão esf on 8
ESF.ON MONUMENTOS Igreja do Salvador de Unhão A Igreja do Salvador de Unhão é um excelente testemunho nacional da arquitetura e da escultura de estilo românico. A Igreja foi iniciada por D. João Peculiar, que ocupou o cargo de arcebispo de Braga entre 1138 e 1175. Desta forma, a construção original da Igreja do Salvador de Unhão iniciou-se no século XII, mas só foi concluída no século XIII, e remodelada no século XVIII. A referência ao “Magister Sisaldis” e a existência de uma série de siglas com um “S” de grande dimensão parecem indicar o nome do mestre da obra, elemento raro no panorama da arquitetura românica portuguesa. Apesar das transformações que foi recebendo ao longo do tempo, conserva ainda traços originais, integrando-se na Rota do Românico do Tâmega e Sousa. Nesta igreja encontramos uma miscigenação de soluções decorativas próprias da região com outras, provenientes da região de Braga. O portal principal apresenta um conjunto de capitéis vegetalistas considerados entre os mais bem esculpidos de todo o românico do Norte de Portugal. O ESF.ON MONUMENTOS Igreja de Salvador de Unhão portal principal é composto por três arquivoltas em arco de volta perfeita apoiadas em três colunas de cada lado, tendo os capitéis decoração vegetalista e a base decoração geométrica, tal como se visualiza no arco exterior. O portal é encimado por uma cruz vazada no tímpano, dentro de uma forma pentagonal, que se salienta em relação à fachada da igreja. A igreja de Unhão apresenta uma planta longitudinal, conservando a nave românica, mas apresentando uma cabeceira típica da Idade Moderna. Já a torre sineira, foi incorporada na fachada principal no séc. XVIII, provavelmente adaptada de uma torre sineira medieval. No interior destaca-se a imagem de Nossa Senhora do Leite, escultura em calcário policromado de origem desconhecida, que se encontra colocada no retábulo-mor. A ausência de movimento da imagem, a dimensão da cabeça e das mãos, bem como o olhar fixo e ausente, sugerem que se tratará de uma escultura do estilo românico. De olhar fixo e ausente, Nossa Senhora não estabelece nenhuma relação visual com o Filho, como é próprio daquela época. Contudo, o facto de o Filho ser representado como uma criança, despida e olhando para a Mãe, é mais comum da religiosidade gótica. Joana Moreira, Lara Cunha, Tatiana Leite Diogo Sampaio
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ESF.ON MONUMENTOS
Capiteis e Bases esf on 10
ESF.ON MONUMENTOS
Capiteis esf on11
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Mosteiro de Santa Maria de Pombeiro
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ESF.ON MONUMENTOS Mosteiro de Santa Maria de Pombeiro O Mosteiro de Pombeiro ou Mosteiro de Santa Maria de Pombeiro localiza-se na freguesia de Pombeiro de Ribavizela, concelho de Felgueiras, e foi declarado Monumento Nacional a 23 de junho de 1910. É um dos mais importantes monumentos que integram a Rota do Românico. A referência documental mais antiga de Pombeiro data de 1099, registando a existência de um cenóbio. Contudo, a sua fundação data de 10 de fevereiro de 1102 e é atribuída a D. Gomes Echiegues e sua mulher Gontroda. A 1 de agosto de 1112, D. Teresa, mãe de D. Afonso Henriques, concede carta de couto ao Mosteiro, tornando-o terra privilegiada com justiça própria na pessoa do seu abade. Por esta altura já devia seguir os costumes da Ordem de Cluny, recebidos por intermédio do mosteiro de Sahagún (Espanha), os quais inspiraram o seu costumeiro, ainda hoje conservado em códice do século XIII. O Mosteiro, situado na interseção das duas principais vias medievais da época – a que ligava o Porto a Trás-os-Montes e a Beira a Guimarães e Braga, serviu de guarida à Corte e aos peregrinos que rumavam a Santiago de Compostela. O Mosteiro teve grande autoridade na Idade Média. Graças às dádivas da família dos Sousões, fundadores desta região, e dos inúmeros fiéis, chegou a dominar 37 igrejas, com território que se estendia até Vila Real, adquirindo grande poder económico. Foi este poder económico que permitiu a construção de tão grandioso monumento, o qual atingiu o seu auge no governo do D. Abade Rodrigo (1252-1276). A construção da Igreja tal como hoje se apresenta – apesar de muito reformada nos séculos XVII e XVIII – corresponde à obra da época românica, provavelmente iniciada no último quartel do século XII, mas só terminada nas primeiras décadas do século XIII. Assim parecem indiciar a rosácea da fachada ocidental e a escultura e o alçado do portal principal. No que diz respeito à cabeceira da Igreja, a documentação garante que a capela-mor foi totalmente reconstruída em 1770. A sua planta original era semicircular, tal como os absidíolos ainda hoje presentes. O portal principal é um notável exemplo de escultura românica. Os capitéis, de inspiração vegetalista e de magnífica execução, demonstram uma mão muito hábil no domínio da escultura em granito e representam o que de melhor se esculpiu nesta região. À entrada da Igreja de Pombeiro, na área protegida pelo coro alto, encontram-se dois sarcófagos armoriados cobertos com estátuas jacentes, que podem ser atribuídos aos finais do século XIII. A Igreja é composta por três naves, divididas por arcos-diafragma e com cobertura em madeira pintada, nas naves laterais. A planta original da capela-mor, reconstruída no século XVIII, era semicircular à boa maneira românica, assim como os absidíolos ainda existentes. O retábulo-mor da igreja de Pombeiro, executado no triénio de 1770-1773, impõe-se dominando todo o topo da capela-mor. É uma excelente peça de madeira de castanho, totalmente dourada, onde se destaca a policromia do
estofo das imagens dos santos que o mesmo suporta: S. Bento, Santa Escolástica, e no nicho central a imagem medieval de Nossa Senhora com o Menino. Na sua estrutura destacam-se duas colunas em cada um dos lados, que suportam o entablamento e remate da máquina retabular, e enquadram o imponente trono eucarístico. Enquadrada atualmente no retábulo-mor da Igreja, merece atenção a escultura do orago, Santa Maria, devotíssima imagem ainda durante os séculos XVII e XVIII, conforme garante frei Agostinho de Santa Maria. Nessa época, a imagem, também designada de Santa-Maria-a-Alta, estava em altar próprio situado no corpo da Igreja, do lado do Evangelho. É uma escultura em madeira dourada e policromada, de consideráveis dimensões, apresentando a Nossa Senhora em pé, segurando o Filho no braço esquerdo, e que ostenta, na mão direita, um cetro (colocado no século XVIII, quando se dourou de novo a imagem). O Menino está sentado no braço da Mãe em posição entronizada, revelando uma fisionomia quase adulta. É uma escultura que deve ser enquadrada na época gótica, talvez nos finais do século XIV, certamente bastante retocada em épocas posteriores. Em Pombeiro conservam-se dois programas de pintura mural: um no absidíolo do lado do Evangelho e outro no absidíolo do lado da Epístola. No arco do portal que dava acesso ao claustro há também vestígios de pintura mural, compostos por uma barra decorativa. Apesar de datarem do início da década de 30 do século XVI, estas pinturas acusam ainda soluções próprias do tardogótico, embora mostrem, simultaneamente, o acolhimento de novas formas de inspiração renascentista. O mau estado a que a pintura do absidíolo do lado do Evangelho chegou impossibilita uma apreciação estilística adequada. No entanto, pelo que restou do programa, o tema poderá reportar-se a uma cena alusiva à vida de São Brás. No dia 13 de Maio do ano de 1809, o Mosteiro sofreu um avassalador incêndio que viria a destruir grande parte das oficinas do complexo monástico, deixando-o à beira da ruína, exigindo-se obras de reparação profunda ao nível das estruturas arquitetónicas que nunca chegariam ao seu termo. Logo de imediato os monges trataram de erguer as estruturas que pereceram. Mas os tempos já eram de declínio para as instituições monásticas de Portugal. E, embora os religiosos de Pombeiro estivessem ainda otimistas, como é revelador a empresa construtiva que encetam no claustro, a precipitação da conjuntura nacional não lhes permitiu acabá-lo. A extinção das Ordens Religiosas masculinas em Portugal, em 1834, ditou o seu declínio. Trabalho realizado pelos alunos do 11.º E: Daniel Nogueira Eduardo Quintela Francisca Silva José Ari Ferreira
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Jardins do Mosteiro de Pombeiro Freguesia de Pombeiro Felgueiras
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Mosteiro de Pombeiro Freguesia de Pombeiro Felgueiras
Igreja do Salvador do Unhão esf on15
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Igreja de Santa Maria de Airães
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ESF.ON MONUMENTOS Igreja de Santa Maria de Airães A igreja de Santa Maria de Airães constitui um exemplar do padrão construtivo da época românica no Tâmega e Sousa, tendo sido construída entre final do séc. XIII e início do séc. XIV, apesar de aparecer datada de 1091. Situada na freguesia de Santa Maria de Airães, integra-se no percurso turístico-cultural da Rota do Românico, tendo sido classificada como Monumento Nacional desde 1977. Esta igreja é um exemplo de como as características próprias do estilo românico se prolongaram no tempo. Atualmente apresenta três naves. Contudo, a primitiva construção românica, de que se conserva a cabeceira, coberta por uma abóbada de berço quebrado, e o corpo central da fachada principal, possuía apenas uma nave. Na base das paredes da igreja existem silhares almofadados, de tipologia romana, sugerindo a existência de um antigo edifício de origem paleocristã ou suevo-visigótico. No interior salienta-se, para além da padroeira em calcário policromado, o conjunto de esculturas religiosas da Época Moderna, tal como a peça decorativa que guarda um presépio, em estilo rococó, na sacristia, assim como vestígios de azulejos do século XVII. A capela-mor está apetrechada com um retábulo dourado e sacrário. Na nave norte situa-se a capela de Santa Luzia e na nave posta, o retábulo de Santo António. O conjunto de talha dourada que decora a igreja testemunha uma renovação do espaço sacro, datada do séc. XVIII. Exteriormente, o portal principal apresenta um arranjo similar ao das igrejas de Sousa, de Unhão e de Ferreira. Inserido numa estrutura pétrea pentagonal e saliente à fachada, é decorado com quatro arquivoltas sem decoração e com capitéis fitomórficos, com forma e dimensão típicas do gótico, e com um friso com um padrão de laçaria de sabor céltico. A norte da cabeceira ergue-se a torre sineira.
Trabalho realizado pela turma 11.º E
Altar da Igreja de Santa Maria de Airães
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Entrada Principal da Igreja de Santa Maria de Airães
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Capiteis da Igreja de Santa Maria de Airães
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Igreja de São Vicente de Sousa esf on20
ESF.ON MONUMENTOS Igreja de São Vicente de Sousa A Igreja de São Vicente de Sousa é um bom exemplo das soluções originais desenvolvidas pelo Românico Português. As datas mais remotas deste edifício apontam-se para 1162 e 1214, referentes a duas inscrições da época românica, gravadas na face externa da parede da nave, à direita do portal norte do templo, e outra na face exterior da parede sul da capelamor. A igreja é constituída por uma planta longitudinal de nave única e capelamor retangular, reconstruída na Época Moderna, e apresenta uma torre sineira na fachada sul da Capela-mor. Na fachada principal, abre-se um portal inserido em estrutura pétrea pentagonal composto por quatro arquivoltas, em arco de volta perfeita, que assentam sobre três colunas com bases bolbosas e de plinto decorado por entrelaços, fustes cilíndricos alternando com fustes prismáticos, capitéis e ornamentos de motivos vegetalistas talhados em bisel, com a particularidade da criação de uma cara na aresta do capitel exterior. A qualidade da escultura deste portal patenteia a importância dos portais na época, simbolizando a “Porta do Céu”. As fachadas laterais são rematadas superiormente por arquinhos sobre cachorrada lisa onde assenta a cornija. Nos muros abrem-se dois vãos de iluminação, os quais, pelas características, terão sido rasgados Época Moderna. Na fachada norte, o portal é composto por duas arquivoltas e tímpano com representação de uma cruz. Por seu lado, na fachada sul encontramos uma estrutura simples e tímpano liso e a meia altura dos muros corre um lacrimal sobre mísulas, o que testemunha a possível existência de um claustro. Como era habitual nas construções medievais, os claustros situavam-se no lado sul, onde havia mais sol e onde as temperaturas eram mais quentes, em torno do qual se organizavam outros aposentos monásticos como a casa do capítulo, o refeitório e o dormitório, era também muito frequente a existência de alpendres pela mesma razão e ainda por motivos simbólicos visto que a banda norte era destinada a rituais funerários e à tumulação, por ser o lado mais sombrio, era associado à escuridão da noite e à morte. Nestes locais, são criadas esculturas de motivação que têm a intenção e o poder de afastar o que é negativo, mais frequentes nos portais setentrionais onde são esculpidos animais que aparentam ferocidade, animais híbridos e fantásticos, cruzes rodeadas de entrelaços ou ainda estrelas de cinco pontas e outros signos semelhantes. No entanto, este tipo de escultura não é exclusivo dos portais situados a norte como nos mostra a cruz rodeada de entrelaços no tímpano do portal sul da Igreja de São Vicente de Sousa. A torre sineira poderá corresponder à torre sineira medieval. Na sua base abre-se um portal da Idade Média, indicando a relação entre a Igreja e a Torre.
Da Época Moderna data o conjunto de talha e pinturas barrocas no interior da Igreja, tal como os 30 painéis de teto que representam um ciclo dedicado ao orago da Igreja – São Vicente, num conjunto de 30 cenas sobre a vida e os milagres daquele santo, criados em 1693, por Manuel Freitas Padrão. Esta igreja do Vale do Sousa foi considerada Monumento Nacional, em 1977, e constitui um dos edifícios mais bonitos desta região, pelo cariz do seu portal principal. Turma 11º E
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Capiteis da Igreja de São Vicente de Sousa
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Arcos da Entrada Principal da Igreja de São Vicente de Sousa
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Igreja de São Mamede de Vila Verde
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ESF.ON MONUMENTOS Igreja de São Mamede de Vila Verde A igreja de São Mamede de Vila Verde situa-se na freguesia de Vila Verde e está classificada como Monumento de Interesse Público, desde 2012. Os documentos mais antigos que referenciam esta igreja são de 1220, apontando-a como parte integrante do padroado do Mosteiro de Santa Maria de Pombeiro. Este monumento foi inserido num povoamento eminentemente rural e serrano, dedicado à pastorícia, cujo orago S. Mamede tinha função proteger o gado. São Mamede é um santo de devoção muito antiga em Portugal. Desde o século X que é muito frequente a invocação deste santo em igrejas paroquiais e em capelas situadas em montes, demonstrando o interesse económico que se dava então à pastorícia e à criação de gado. Segundo a lenda, São Mamede foi pastor e mártir de Cesareia, na Capadócia (na atual Turquia). No deserto construiu um oratório onde pregava o Evangelho aos animais selvagens e com o leite dos animais produzia queijos, que um anjo lhe ordenara oferecer aos pobres. Perseguido pelo imperador Aureliano, Mamede foi condenado a ser devorado por um leopardo, um leão e um urso que, recusando-se a atacá-lo, se ajoelharam aos seus pés. Depois de ter sofrido terríveis martírios, as suas relíquias foram levadas da Capadócia para Itália, Alemanha e França. São Mamede tornou-se, por causa do seu nome e por ter sido alimentado pelo leite dos animais selvagens, protetor das amas de leite. Os martírios a que foi sujeito tornaram-no ainda protetor das doenças dos intestinos. No entanto, a sua maior popularidade deve-se à fama de protetor do gado. Apesar dos vestígios do século XIII, o a Igreja de Vila Verde apresenta características mais tardias. A capela foi provavelmente construída no século XIII, quando D. Mendo de Sousa se instalou no lugar de Vila Verde e a sua reedificação será provavelmente do século XIV, e da responsabilidade dos irmãos Martim e Ana Anes, cujos túmulos se encontram no exterior. Caracteriza-se por ser um excelente exemplo de arquitetura regional e periférica, apresentando nave única e cabeceira retangulares, sendo esta mais estreita e mais baixa do que a nave, correspondendo ao esquema mais usado na arquitetura medieval portuguesa, de função paroquial. É uma construção de estilo românico, adotando as técnicas construtivas e decorativas, a planta e os alçados próprios da arquitetura românica, embora tenha sido contruída numa época em que o estilo dominante já era o gótico. Os vestígios da pintura mural do século XVI, hoje muito residuais, resultaram de uma encomenda por parte dos abades do Mosteiro de Pombeiro. As paredes laterais da capela-mor foram pintadas com um padrão decorativo de motivos vegetalistas e geométricos, à maneira dos panos de armar. Na parede fundeira, onde se visualiza uma espécie de retábulo, identificam-se dois santos, segurando báculos, que tudo leva a
crer corresponderem a São Bento e a São Bernardo, uma vez que um deles veste hábito negro e o outro, hábito branco. A pintura mural de Vila Verde mostra como, por vezes, as igrejas de pouco aparato arquitetónico receberam programas de pintura da autoria de artistas de acentuada qualidade. É curioso notar que esta igreja apresenta uma solução arquitetónica tardia, de repetição das formas românicas ainda no século XIV, mas constitui-se como um exemplar de modernidade no que diz respeito à pintura mural. Documentação fotográfica das décadas de 20 ou 30 do século XX permitiram ainda identificar uma outra campanha de pintura mural, datada de 1530-1550, onde se identifica a representação de São Mamede, orago da Igreja. Junto aos pés do santo estavam pintados dois queijos e um púcaro, assim como uma ovelha, em clara alusão à lenda que narra a sua vida, bem como à sua qualidade de patrono do gado e do leite. Esta campanha é comparável à da Igreja do Mosteiro de Pombeiro, que apresenta o mesmo motivo decorativo na moldura de uma porta entaipada que dava acesso ao claustro. Esta campanha pictórica poderá ser atribuída ao pintor Arnaus, que assina os frescos da igreja de Midões (Barcelos), datados, por inscrição, de 1535. A parede da capela-mor patenteia um brasão pertencente aos Melos, reforçando a ligação da encomenda deste programa aos abades do Mosteiro de Pombeiro, igualmente responsáveis por várias campanhas de pintura mural de outras igrejas do seu padroado. Esta igreja foi votada ao abandono a partir de 1866, devido à construção de uma nova igreja paroquial no local, mas, entre 2004 e 2006, no âmbito do projeto Rota do Românico do Vale do Sousa, foi totalmente reformada. 11.º E
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Igreja de São Mamede de Vila Verde Freguesia de Vila Verde Felgueiras
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Rendas de Filé Casa do Risco Airães
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ESF.ON TRADIÇÕES Rendas de Filé Não se sabe ao certo quando é que a tradição dos Bordados de Filé começou. Há quem diga que é tão antiga quanto o Homem. Praticada em várias regiões do globo, desde sempre, supõe-se que em Felgueiras tenha começado há cerca de 200 anos, em trabalhos bordados no Mosteiro do Pombeiro, sendo que alguns dos panos serviam para decorar os altares. Existem dois tipos de Filé: o Filé Simples e o Filé Bordado. O Filé Simples consiste numa simples rede constituída por nós, também chamada de rede de nó. Executa-se da mesma forma que a rede dos pescadores, a qual muitas pessoas afirmam ter servido de modelo. O Filé Bordado utiliza o Filé Simples como suporte a um bordado a fio de linho, de algodão ou de seda, em que certos quadrados da rede são tapados de acordo com o design ou desenho escolhido. Este tipo de Filé é típico na freguesia de Pombeiro e constitui uma rica paisagem ao longo da estrada nacional que liga Felgueiras a Guimarães. Os Bordados de Filé destacam-se dos restantes bordados: enquanto na maioria dos bordados as riscadeiras riscam o desenho e, posteriormente, bordam-no, no Bordado de Filé as bordadeiras têm como base de trabalho uma rede, que, como foi previamente referido, é parecida com a rede de pescadores, apesar de ser feita com fio de algodão. As redes são geralmente feitas com fio cru ou de cor branca, dependendo dos trabalhos, mas em casos específicos podem apresentar outras cores. Esta rede tem de ter o tamanho do trabalho que se pretende realizar e é feita com pequenos quadrados que variam conforme o desenho pretendido. As redes são presas com pequenas taxas em bastidores de madeira, posteriormente são bordadas e, finalizado esse trabalho, retiradas da estrutura de madeira. A espessura do fio de algodão é também um fator que diferencia os diferentes tipos de trabalhos de Filé. Um trabalho bordado em Filé pode incluir vários pontos, sendo os mais utilizados o ponto a cheio, o ponto russo, o ponto de neve, o ponto formiga, o ponto cruz, o ponto de estrelas, o ponto lérias, o ponto de argola, o ponto de olho de rola e muitos outros pontos de fantasia. Os bordados de Filé são utilizados, maioritariamente, para
enfeitar mesas, contudo a sua utilidade também passa pela confeção de roupas, pela decoração de paredes das ruas e árvores, nos dias festivos. São, também, uma fonte de rendimento. Fazendo parte de uma importante tradição, a população, para a conservar viva, paga às senhoras mais velhas para a manterem. Estas fazem parte de um grupo chamado Bordadeiras de Felgueiras. Como referido anteriormente, para fonte de rendimento e para manter viva a tradição, essas mesmas senhoras dão continuidade à execução das rendas e ainda criaram um centro de ensino e comércio de Rendas de Filé. Este grupo é organizado por cerca de uma dúzia de mulheres, numa pequena aldeia denominada por Burgo, junto à zona do rio de Vizela. Também, como motivação para manter viva a tradição das rendas, Ader-Sousa organizou uma festividade denominada de “Festa da Aldeia”, de maneira a cativar público de todas as idades para essa atividade. Embora a sua origem aponte para uma proveniência egípcia e de poderem ser encontradas um pouco em todo o mundo, foi em Felgueiras que estas rendas encontraram fiéis executoras, cuja devoção transformou a história desta região. Apesar de as Rendas de Filé serem já uma tradição quase extinta, graças à perda de interesse ou desconhecimento por parte das gerações mais jovens, são muitas as tentativas de a tentar reviver e reutilizar. Sendo bastante antigas, fazem já parte da identidade e costumes de Felgueiras.
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Rendas de Filé Casa do Risco Airães
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Rendas de Filé Casa do Risco Airães
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Pão de Ló de Margaride Curso Profissional de Cozinha/Restauração Escola Secundária de Felgueiras
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Pão de Ló de Margaride Sabias que foi no início do século XVIII que se iniciou o fabrico do Pão de Ló de Margaride, pelas mãos de Clara Maria? Foi na sua casa, ainda hoje localizada na freguesia de Margaride, aqui na cidade de Felgueiras, que tudo aconteceu. Foi ali que se deu o nome ao conhecido “Pão de ló de Margaride”. Este doce nasceu em Felgueiras, na Freguesia de Margaride. O avô do atual responsável pelo seu fabrico iniciou a sua atividade em 1930, juntamente com a sua esposa, Maria Arminda Teixeira, "mulher das massas", massas essas que eram batidas à mão. Desde 1900 que o doce, com marca registada, é preparado nas atuais instalações, de forma artesanal, utilizando os mesmos fornos e recorrendo a mão-de-obra com segredos transmitidos de geração em geração. Devido ao aumento da procura do tão afamado doce, abre em 1948 a mais antiga confeitaria do concelho, a Confeitaria Ribeiro, que ainda hoje está na família e vende o tão famoso Pão de Ló. O atual herdeiro da Fábrica do Pão de Ló de Margaride é Guilherme Lickfold que afirma que apesar da aposta em novas tecnologias para a promoção da guloseima, a confeção do Pão de Ló respeita o receituário tradicional, continuando a garantir o estatuto de fornecedora oficial da Casa Real e Ducal Portuguesa, desde 1888. A qualidade e excelência deste doce regional foram reconhecidas pela Casa Real Portuguesa, tendo sido atribuído à sua criadora, D. Leonor Rosa da Silva, o título de “Doceira da Casa Real”. Este doce tem uma importância cultural, quer ao nível da sua história, quer pelo que representa na vida dos felgueirenses e visitantes, sendo que, em tempos remotos, este doce era transportado em carroças de cavalo, em grandes caixas de madeira, forradas a panos de linho para serem vendidos nas romarias e aldeias vizinhas. Esta especialidade é o tema para o festival internacional do Pão de Ló que decorre todos os anos, no fim-desemana que antecede o fim-de-semana da Páscoa, em Felgueiras, onde estão sempre representados vários doceiros de diversos pontos do país e em especial os doceiros do Pão de Ló de Margaride. O Pão de Ló de Margaride também serve para muitos emigrantes matarem as saudades de Portugal, o que leva a vendas elevadas para os países onde trabalham mais portugueses. Para além disso, este doce é tradicionalmente oferecido aos afilhados na altura festiva da Páscoa. Ao longo dos anos, outras casas se especializaram no fabrico e venda deste produto tão tradicional e típico do concelho de Felgueiras. Hoje em dia, cinco empresas fazem o Pão de ló típico de Margaride, distinguindo-o nacional e internacionalmente: Fábrica de Pão de Ló de Margaride;
ESF.ON TRADIÇÕES Pão de Ló de Margaride de António Lopes; Casa do Pão de Ló Agostinho de Sousa; Pão de Ló de Margaride Mário Ribeiro (Fernando Jorge Cibrão Ribeiro); Casa Rosa Sousa, Alojamento e Produtos Regionais. O autêntico Pão de Ló de Margaride é cozido em forno de lenha em formas de barro não vidrado. É considerado o melhor Pão de Ló seco de Portugal. A receita original, usada pela casa Leonor Rosa da Silva, que o comercializa, está guardada a sete chaves. A versão abaixo apresentada é adaptada de uma receita antiga de Maria de Lurdes Modesto, recolhida junto de habitantes de Felgueiras. Ingredientes: 12 gemas + 3 ovos inteiros 225 g açúcar 1 colher de café sal grosso 100 g farinha fina ou extra fina sem fermento (tipo 55) papel almaço para forrar Como fazer: Bata os ovos com o açúcar e o sal na batedeira, em velocidade média, durante 15 minutos. Aumente para a velocidade máxima e bata durante mais 5 minutos. Peneire a farinha diretamente para a massa e envolva delicadamente em movimentos circulares, garantido que a farinha é bem absorvida. Forre uma forma de barro para pão de ló (ou outra de buraco, grande) com folhas de papel almaço, inclinadas e ligeiramente sobrepostas, verta a massa, coloque uma tampa e leve a forno pré-aquecido a 200ºC, durante cerca de 1 hora ou até estar cozido. Retire do forno, retire a tampa e desenforme depois de frio. Notas: Se não tiver a forma tradicional de barro, use outra, desde que seja grande (nº 30); Se não tiver papel almaço, use em alternativa, papel vegetal, papel A4 normal ou papel de cenário. Pode, em alternativa, fazer este pão de ló untando apenas a forma com manteiga e polvilhando com farinha; Na forma de barro, o tempo é entre 1 hora, 1 hora e um quarto, na de alumínio serão cerca de 50 minutos; Antes de retirar o pão de ló do forno faça o teste do palito para confirmar que está cozido. A saber: O pão de ló de Margaride não conhece a faca. É um bolo que se parte à mão. Com este texto pretendemos dar a conhecer mais sobre este doce, sobre este costume que é muito comum em Felgueiras e que sempre ficará marcado na história da nossa terra como uma das variadíssimas tradições que esta terra tem. O Pão de ló de margarida é, sem dúvida, um doce para não esquecer! Turma G do 11.ºANO esf on33
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Pão de Ló de Margaride Curso Profissional de Cozinha/Restauração Escola Secundária de Felgueiras
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Pão de Ló de Margaride Restaurante Pedagógico Curso Profissional de Cozinha/Restauração Curso Profissional de Restaurante/Bar Escola Secundária de Felgueiras
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ESF.ON TRADIÇÕES Ponto de Cruz
Bainhas Abertas
Ponto de Alinhavo
Crivo Bordados de Felgueiras Bordados Alberto Monteiro - Serrinha Felgueiras
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Bordados de Felgueiras O Bordado em si é uma forma de criar, à mão ou à máquina, desenhos e figuras num tecido, utilizando, para este fim, diversos tipos de ferramentas como agulhas, fios de algodão, de seda, de lã, de linho, de metal… de maneira a que os fios utilizados formem o desenho desejado. Bordados em Felgueiras Ao contrário do que é a regra nas áreas onde, tradicionalmente, se borda para um mercado, o Bordado da Terra de Sousa mal definiu, ao longo de mais de um século, um conjunto de motivos a que se possa, em rigor, considerar "típicos", no sentido em que tal perspetiva é aplicada noutros bordados, ou seja, não é fácil e imediato o seu reconhecimento. Felgueiras tem uma variedade de bordados, tais como: Bainhas abertas; Crivos; Pontos: (ponto de cruz, ponto de alinhavo…). Bainhas Abertas As bainhas abertas constituem, como os crivos, um trabalho em que, previamente, se retiram fios ao tecido. Mas enquanto que nos crivos, quase sempre, se retiram fios da trama e da teia e predomina o trabalho em superfícies em que nenhuma direção prevalece sobre outra, nas bainhas só se retiram os fios numa dada direção, paralela ao correr do trabalho e do modo como este se desenvolve. Como o nome indica, durante muito tempo as bainhas constituíam uma técnica que, sobretudo, valorizava os acabamentos de toalhas e lençóis, embora desde sempre tenham sido usadas num contexto decorativo mais amplo, como, por exemplo, a definir centros de mesa. De há uns quinze anos a esta parte têm, contudo, ganho grande ascendente e, nos nossos dias, fazem-se bainhas abertas em quantidades e expressão verdadeiramente extraordinárias. Crivos Até ao século XVI, as oficinas de bordado eram, por toda a Europa, quase exclusivamente constituídas por homens, pois tratava-se de bordar com materiais muito ricos, como ouro, seda ou a prata, sobre tecidos raros e dispendiosos - as vestes sumptuárias da mais alta hierarquia da nobreza e do clero, o que exigia crédito e capitais. A situação começou a mudar, talvez ainda pelo final do século XV, e as técnicas utilizadas pelos bordadores começaram a difundir-se pelos interiores domésticos, transpondo para o trabalho com fio de linho e para as mulheres, as técnicas que até então só se encontravam naquelas oficinas. No entanto, até àquela época, a única técnica que hoje também se
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integra no vasto domínio do chamado bordado a branco é um trabalho que aparece em várias toalhas de altar, decoradas com base em desfiados e crivos passajados, encontradas na Suíça e Alemanha do Sul, alguns exemplares datando ainda do século XIII, o chamado Opus Teutonicum. É que, por vezes, num bordado é tão ou mais importante o que se lhe junta, como aquilo que se lhe retira, e é neste princípio que se fundamenta o esforço da produção de crivos. As bordadeiras de Terra de Sousa, mais uma vez, fazem jus à sua diligente habilidade e os crivos constituem mais um conjunto de técnicas que dominam na perfeição. Ponto de Cruz Ponto-cruz ou ponto de cruz é uma forma popular de bordado em fios contados na qual os pontos têm formato de “X”. O artista conta as linhas da trama do tecido que deve ter a trama uniforme em cada direção, de modo que os pontos fiquem de tamanho e aparência uniformes. Essa forma de ponto-cruz é também chamado “ponto-cruz contacto”, a fim de distingui-lo de outras formas de ponto-cruz. Por vezes, o ponto-cruz é feito sobre desenhos impressos no tecido; o artista simplesmente faz os pontos sobre o padrão impresso. O pontocruz também é executado facilmente em um tecido de fios contados, de modo que as tramas do tecido não precisam ser contadas de facto. Ponto de Alinhavo Ponto de alinhavo é um ponto de bordado do tipo reto, o ponto básico para a costura à mão. É utilizado para marcar os desenhos, principalmente Richelieu*, como também pode ser utilizado para ajudar na confeção de alguns pontos. O chamado massinhas é o conjunto de vários alinhavos miúdos no seu conjunto, usa-se muito em ponto de fundo em alguns desenhos. *Richelieu é um tipo de bordado recortado que se deve ao nome Cardeal Richelieu, o principal Ministro de Luís XIII de França. Conclusão: Como podemos observar, nós temos muitas variedades de bordados em Felgueiras. Desde as Bainhas abertas aos Crivos e os vários tipos de Pontos que podem ser feitos à mão ou também em máquinas, utilizando qualquer tipo de tecidos e desenvolvendo quaisquer tipos de figuras, sendo ainda aplicados a diversos materiais. Trabalho realizado pela turma G - Humanidades - 11ºano
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Vários Pontos Pano de Amostras
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Ponto de Cruz
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Cavacas de Margaride agradecimento casa do Pão-de-Ló, António Lopes
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Cavacas de Margaride No centro de Felgueiras, na casa de Rosa de Sousa, criada em 1974, fazem-se os deliciosos doces tradicionais de Felgueiras, as Cavaquinhas de Margaride. As cavacas são um dos produtos mais tradicionais dessa loja. Havendo pequenas e grandes e, agora, as que levam queijo cremoso no interior, são pequenos bolos com cerca de 30g, de forma redonda e ligeiramente achatada, que vão ao forno antes de serem cobertos com uma calda de açúcar. Confecionadas apenas com amêndoa, açúcar, um pouco de farinha e água, apresentam cor castanha no interior e castanha escura no exterior, com o branco do açúcar em calda por cima. Apresentam textura dura ao toque, mas macia no interior. Quem já experimentou sabe que uma “sanduíche” de Cavaquinhas de Margaride e Queijo da Serra é a melhor combinação. Estas são o resultado da inovação e dedicação de quem as fabrica. Neste caso, escolheram “o melhor queijo da Serra da Estrela” para lhes juntar. Todos os felgueirenses têm por tradição, na Páscoa, juntarem-se e comerem estas deliciosas cavaquinhas. Segundo a recomendação da casa Rosa de Sousa, estas cavaquinhas podem ser consumidas em qualquer altura do ano. Se for no Verão, fazem-se acompanhar por um bom vinho espumante, se for no inverno, pode ser acompanhado por um vinho do Porto ou um vinho maduro. Para concluir, podemos afirmar que, hoje em dia, embora se mantenha a tradição secular de serem só servidos na Páscoa, agora as cavacas são confecionadas durante todo o ano e também podemos ver que as Cavacas de Margaride são um dos doces mais requisitados em Felgueiras. Turma 11º G
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Cavacas de Margaride
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Cavacas de Margaride
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Cortejo das Flores Foto ex. alunos do Curso Profissional de Multimédia
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ESF.ON TRADIÇÕES Cortejo das Flores São Pedro, uma tradição longínqua, é um marco no calendário festivo do concelho de Felgueiras e da região, sendo uma festa religiosa e popular muito importante na cidade de Felgueiras. Esta tradição, marcante na memória dos felgueirenses, tem como evento atrativo o célebre Cortejo das Flores. Esta tradição antiga, que se realiza na manhã do feriado municipal, dia 29 de Junho, consiste num desfile pela cidade de Felgueiras em direção a Santa Quitéria, onde decorre o arraial da festividade. É desta forma que chama a atenção de vários participantes e assistentes. De cada freguesia surgem os diferentes participantes: entre eles raparigas jovens, mulheres e crianças com molhos de flores em açafates/cestos à cabeça, com seus acompanhantes, jovens e adultos. Desfilando, todos sobem pela estrada antiga, acompanhados pela melodia de instrumentos tradicionais, como violas, cavaquinhos, concertinas, ferrinhos, pandeiretas, recos e bombos, cantando cantigas, a fazer lembrar o folclore tão característico na nossa região. Tem sido quase sempre assim desde a década de 30 do século passado, naquele que é, para muitos felgueirenses, um dos momentos mais marcantes do ano, num misto de festa, cor e devoção religiosa. Milhares de pessoas, cumprindo a tradição antiga, sobem a pé, no dia de São Pedro, dia de feriado municipal – 29 de junho, o íngreme monte de Santa Quitéria, em Felgueiras, carregando cestos de flores que depositam aos pés de nossa senhora. Com muitos momentos religiosos e profanos, o Cortejo das Flores é um grande acontecimento, talvez pela sua singularidade em termos nacionais, atraindo dezenas de milhares de pessoas que ladeiam as ruas e caminhos e que se deixam contagiar pelo ambiente festivo. Mas para muitos os que incorporam o cortejo, é ainda mais especial, porque a marcha a pé, pelo caminho das capelas, é precedida de muitos dias de trabalho de preparação dos arranjos florais, dos trajes que remontam à lavoura de outros tempos e dos versos rimados que vão sendo entoados na longa subida. Todos os anos, dezenas de grupos, em representação de freguesias, lugares ou associações do concelho, com uma certa vaidade, executam coreografias, enquanto exibem os seus arranjos florais. Os brasões das freguesias “desenhados” com flores de muitas cores que são dignos de aplausos e manifestações de espanto para quem os vê. São geralmente as mulheres mais velhas
que, orgulhosas, de socas, carregam à cabeça grandes cestos de vime decorados com flores garridas, de todos os tipos. De mãos nas ancas que emolduram as saias coloridas, as mulheres dançam e cantam, com vozes agudas e com todos os pulmões, músicas com letras alusivas ao São Pedro e a Santa Quitéria, como a fazer lembrar quando eram jovens e casadoiras. Também as crianças, sempre em grande número, dão brilho ao momento, com ramos de flores e vestes garridas, como que a dizer que a tradição está para durar. A devoção caminha para a almejada chegada ao alto de Santa Quitéria, com o seu templo de tantos devotos, compensando o esforço e o suor dos romeiros. Chegada a hora de depositar os arranjos florais aos pés da virgem, saudados pelo executivo municipal e outras entidades do concelho, que os esperam no local, como manda a tradição em Felgueiras, todos se enchem de brio e devoção. No final, a base do pedestal da imagem da santa fica repleta de milhares de ramos de flores, um consolo para o olfato e para os olhos, que pode ser apreciado tarde fora, para alegria e orgulho de todos. Com este gesto e perante um cenário floral único e deslumbrante fica a nostalgia e a vontade de voltar no ano que vem. Tem sido assim, há décadas. 11.º G
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Cortejo das Flores Foto ex. alunos do Curso Profissional de Multimédia
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Cortejo das Flores Foto ex. alunos do Curso Profissional de Multimédia
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Magalhães Lemos Praça da República Felgueiras
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Magalhães Lemos António de Sousa Magalhães e Lemos, filho de João António de Magalhães Lemos e de Emília de Jesus de Sousa, nasceu em Felgueiras, na Casa do Curral, na freguesia de Margaride, no dia 18 de Agosto de 1855. Este notável médico, psiquiatra e professor, estudou na Escola Médico-Cirúrgica do Porto, doutorando-se, em 1882, com distinção num estudo sobre A Região Psicomotriz. Um ano mais tarde foi nomeado médico-ajudante no Hospital Conde de Ferreira e, mais tarde, conseguiu assumir funções de médico adjunto neste recémcriado hospital. Estudioso, dinâmico e bondoso, preocupava-se com a assistência médico-social, realizando uma série de conferências na Universidade Livre do Porto, no início do séc, XX, sobre causas das doenças mentais e nervosas e participou num estágio em Paris. Com a sua dissertação sobre Paralisia Geral, concorreu a professor. Em 1911 desempenhava as funções de diretor do Hospital do Conde de Ferreira e professor na Faculdade de Medicina do Porto, onde lecionou as cadeiras de Neurologia e Psiquiatria. Em 1917 era reconhecido como Doutor em Medicina pelo Conselho Escolar da Faculdade de Medicina da Universidade do Ponte, assumindo, a partir de 1921, a cátedra de Psiquiatria. Pertenceu ao corpo docente do Instituto Comercial e Industrial do Porto, durante mais de 30 anos, era sócio da Academia de Ciências de Lisboa e da Sociedade das Ciências Médicas e do Instituto de Coimbra. Foi também sócio correspondente de várias coletividades científicas estrangeiras, oficial de Instrução Pública de França e cavaleiro da Legião de Honra. Demonstrava-se ativo na participação de muitos congressos, sendo nomeado Presidente de Honra da secção de Neurologia e Psiquiatria do Congresso Internacional de Medicina, realizado em Paris. Magalhães Lemos foi autor de diversas obras científicas, entre as quais: “Hallucionations de l`ouie” e “A Psiquiatria e neurologia no Porto: histórias e estado atual do seu ensino”. Em 1925, encontrando-se com incapacidade física, decidiu
aposentar-se. Porém, o diretor da Faculdade de Medicina solicitou-lhe que não o fizesse antes do centenário da fundação da Real Escola de Cirurgia, a realizar em junho desse mesmo ano. O seu desejo de aposentação, efetivamente, não se concretizou pois, em 1926, foi nomeado Diretor do Serviço Clínico de Clínica Psiquiátrica e continuou a fazer parte do Conselho Médico Legal, sendo professor de Psiquiatria Forense no curso superior do Instituto de Medicina Legal. Em 1927 doou a sua casa e os seus terrenos à Faculdade de Medicina da Universidade do Porto para que estes construíssem um Dispensário (estabelecimento de beneficência para tratamento de doentes com dificuldades económicas), local onde foi edificada a Maternidade do mesmo hospital. Magalhães Lemos faleceu a 22 de julho de 1931, com 75 anos, não deixando descendência, mas um importante legado, reconhecido nacional e internacionalmente. A sua memória foi perpetuada e, no Porto, encontramos uma rua e um Hospital Psiquiátrico com o seu nome – o Hospital Magalhães Lemos. Na sua cidade natal, podemos visualizar o seu busto na Praça da República.
Trabalho realizado por: Isabel Moura Leonardo Teixeira Matilde Araújo Rúben Silva 11º. F
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Busco de Magalhães Lemos Praça da República Felgueiras
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Chafariz da Estátua de Magalhães Lemos Praça da República Felgueiras
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Teatro Fonseca Moreira Casa das Artes Felgueiras
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António José da Fonseca Moreira António José da Fonseca Moreira, filho de José António da Fonseca e de Joaquina Rosa Moreira, nasceu em SendimFelgueiras, em meados do século XIX, falecendo no Brasil aos 95 anos, sendo posteriormente os seus restos mortais transladados, conforme sua vontade, para jazigo do cemitério da sua terra natal. Com 14 anos, foi para o Brasil num navio de vela onde se fez homem, adquirindo avultados bens de fortuna através de um trabalho árduo e honesto, investindo essa fortuna em Portugal. Foi um “brasileiro de torna-viagem”, como centenas deles que sobressaíram por todo o país. Esta designação de “brasileiro de torna-viagem” é dada aos portugueses que emigravam para o Brasil à procura de fortuna, a qual mandavam para Portugal com fins caritativos e culturais. Foram muitos os que mandaram edificar escolas, hospitais, bem como outro tipo de instituições, com o objetivo de promoverem o bem-estar da população da sua terra-natal, mas também no sentido de perpetuarem a sua memória, ou seja, a recordação do pobre que partindo se tornou rico e praticou o bem. Fonseca Moreira era escritor, dramaturgo e autor de peças de teatro. Foi pelo amor às artes que este escritor mandou construir o Teatro Fonseca Moreira, resultado de um grande sonho e investimento. O Teatro Fonseca Moreira, atualmente conhecido como Casa das Artes, foi inaugurado a 20 de fevereiro de 1921, com a presença do próprio Fonseca Moreira e com a representação da peça “Feitiço contra Feiticeiro”, da sua autoria. Este teatro conheceu tempos áureos, marcados pela presença de autores consagrados. Foi também nesta sala de teatro que os felgueirenses puderam visualizar as primeiras projeções de filmes e que muitos populares ensaiaram e descobriram os seus dotes artísticos. O edifício mandado edificar pelo “brasileiro”, teve igualmente fins caritativos, uma vez que inúmeras representações foram aí
realizadas para angariações de fundos e obras. A sua memória foi, sem dúvida, perpetuada entre os felgueirenses, que podem visualizar e usufruir do belo edifício que nos deixou e que festeja o seu centenário no início do próximo ano. Turma 11.º F Daniel Ferreira Diana Gomes Vânia Silva
Fonseca Moreira
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Teatro Fonseca Moreira Casa das Artes Felgueiras Foto de ex. alunos do Curso Profissional de Multimédia
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Teto do Teatro Fonseca Moreira Casa das Artes Felgueiras Foto de ex. alunos do Curso Profissional de Multimédia
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Hospital Agostinho Ribeiro Felgueiras
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Agostinho Ribeiro Agostinho Cândido de Sousa Ribeiro nasceu em 1848, na freguesia de Lagares, e faleceu em 1916, na freguesia de Margaride. Em 1861, emigrou para a Baía, dedicando-se à atividade comercial, onde fez fortuna. Foi em terras do Brasil que casou com D. Maria Viana, em 1876, em memória de quem mandou construir o Asilo Maria Viana. Foi irmão honorário e principal fundador da Santa Casa da Misericórdia de Felgueiras, a qual começara a funcionar em 1885, e à qual doou todos os seus bens, em 1912. Era habitual, nesta época, os denominados brasileiros de torna-viagem fazerem fortuna em terras brasileiras e legarem os seus bens com fins beneméritos na sua terra natal. É muito provável que, desde a sua fundação, Agostinho Ribeiro tenha concedido benesses à instituição. Tal justifica-se pelo facto de, em 1899, se propor em mesa administrativa que Agostinho Ribeiro e a sua mulher fossem considerados irmãos benfeitores da Irmandade e que o seu retrato fosse colocado na sala principal da Misericórdia. Foi, sem dúvida, um dos maiores beneméritos da Misericórdia de Felgueiras, criando o seu hospital, construído na época, a expensas próprias, e com capacidade para 40 doentes, 20 do sexo masculino e 20 do sexo feminino. A Câmara Municipal, para homenagear a dádiva de Agostinho Ribeiro, deliberou, por unanimidade, em reunião de 26 de setembro de 1912, escolher para feriado municipal o dia da inauguração do hospital, ou seja, o dia 12 de Outubro, o qual vigorou até 1957. Além disso, o seu nome batizou a estrada de ligação da Estrada Real n º 27 com a entrada do hospital, denominando-se Avenida Agostinho Ribeiro.
Estátua de Agostinho Ribeiro Felgueiras
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Estátua de Agostinho Ribeiro Felgueiras
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Hospital Agostinho Ribeiro Felgueiras
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Praça Machado de Matos Felgueiras
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Machado de Matos José Maria Machado de Matos nasceu em 1915 e, apesar de não ser natural de Felgueiras, ficou na história desta terra. Formou-se em Direito, sendo um ilustre advogado, conhecido pela sua conduta a favor da liberdade, mostrando-se opositor do Estado Novo. O Dr. Machado de Matos teve um papel interventivo em diversas instituições locais, com destaque na corporação dos Bombeiros Voluntários de Felgueiras e no Futebol Clube de Felgueiras, sendo também o primeiro Presidente da Câmara Municipal democraticamente eleito no concelho de Felgueiras. Esteve no poder concelhio entre 1975 e 1986, pelo Partido Socialista, no primeiro ano, como presidente da comissão administrativa da Câmara Municipal de Felgueira e, a partir de 1976, como Presidente da Câmara, cumprindo dois mandatos consecutivos. Após a sua governação na Câmara, foi provedor da Santa Casa da Misericórdia de Felgueiras durante 2 anos (até 1988). Foi sempre um elemento pacificador, defensor dos ideais de liberdade, mostrando-se um elo de concórdia pelas instituições por onde passou, congregando boas vontades e colaborando na recolha de fundos. O Dr. Machado de Matos faleceu no dia 28 de março 1989, numa segunda-feira de Páscoa, vítima de enfarte, desempenhando, na época, o cargo de presidente da assembleia municipal de Felgueiras. Em reconhecimento dos contributos que deu a Felgueiras e aos felgueirenses, o seu nome é evocado em ruas, avenidas e edifícios por todo o concelho, como o estádio municipal e a Escola de Pombeiro. Machado de Matos era conhecido pelos felgueirenses como um homem bom.
Machado de Matos
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Praça Machado de Matos Evento Praça das Artes Felgueiras Foto de ex. alunos do Curso Profissional de Multimédia
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Praça Machado de Matos Evento Praça das Artes Felgueiras Foto de ex. alunos do Curso Profissional de Multimédia
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Leonardo Coimbra Casa da Cultura da Lixa Felgueiras
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ESF.ON PERSONALIDADE Leonardo Coimbra JLeonardo José Coimbra foi um filósofo, professor e político português. Nasceu em Borba de Godim, Lixa, a 30 de dezembro de 1883 e faleceu, no Porto, a 2 de janeiro de 1936, com 52 anos. Aos 14 anos Leonardo Coimbra deixou o Colégio de Nossa Senhora do Carmo, em Penafiel, para se matricular na Escola Normal de Coimbra, em 1898. Em 1905 iniciou o curso da Academia Politécnica do Porto, que concluiu em Lisboa quatro anos depois, com média elevada. Mais tarde, em 1907, fundou e dirigiu, com Jaime Cortesão, Cláudio Basto e Álvaro Pinto, a “Nova Silva” (de orientação anarquista), e no ano seguinte fundou a Sociedade dos Amigos do ABC de inspiração huguesca, para combater o analfabetismo. Constitui depois com Jaime Cortesão, Rodrigo Solano, Gil Ferreira e Correia de Sousa, o grupo político-literário "Nova Seara" e fundou, em 1912, a Renascença Portuguesa, com as suas "Universidades Populares", tendo por órgão a revista “A Águia”. Em 1913 apresentou a sua tese "Criacionismo" ao concurso de assistente de Filosofia e, no ano seguinte, iniciou a sua carreira de político, filiando-se no Partido Republicano Português. Em 1915 lecionou no liceu Gil Vicente, em Lisboa. Ainda no universo das publicações periódicas, colaborou com a “Serões”, a “Atlântida” e a “Contemporânea”. Foi por duas vezes ministro da Instrução Pública (1919 e 1923) dos governos da Primeira República Portuguesa, criando as Escolas Primárias Superiores, as Universidades Populares e a Faculdade de Letras da Universidade do Porto, onde foi professor e diretor, bem como reformou a Biblioteca Nacional. Como pensador fundou o movimento Renascença Portuguesa, e evoluiu do criacionismo para um intelectualismo essencialista e idealista, reconhecendo a necessidade de reintegrar o saber das "mais altas disciplinas espirituais", como a metafísica e a religião. Apesar de toda a polémica gerada, defendeu a liberdade do ensino religioso nas escolas particulares fiscalizadas pelo Estado. Fez parte da Maçonaria, tendo sido iniciado na loja Luz e Caridade da Póvoa de Varzim, com o nome simbólico de Kant. Foi um dos maiores impulsionadores do Espiritismo em Portugal, tendo feito parte da mesa do I Congresso Espírita Português, realizado em Lisboa. Apesar de grande defensor do laicismo, em 1935 converteu-se ao Catolicismo, vindo a falecer, pouco depois, num acidente de automóvel.
Casa da Cultura da Lixa
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Manuel Faria e Sousa
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Manuel Faria e Sousa Manuel de Faria e Sousa foi um fidalgo, humanista, escritor, poeta, critico, historiador, filólogo e moralista português. As suas obras foram quase todas escritas em língua castelhana, pátria que adoptou. Foi Comendador da Ordem de Cristo. D. Manuel de Faria e Sousa nasceu na Quinta do Souto, na paróquia de Pombeiro, em Felgueiras, no dia 18 de março de 1590. Era filho de Amador Peres de Eiró, fidalgo da Casa Real, e de D.Luísa de Faria, neta do senhor de Valmelhorado. Aos 10 anos foi estudar Humanidades para Braga e o empenho demonstrado nos estudos não passou despercebido. Em 1604 entrou ao serviço como secretário do Arcebispo do Porto, D. Francisco Gonçalo de Morais, que era seu parente. Em 1614 casou com Catarina Machado, filha de Pedro Machado, primeiro contador da Fazenda Real do Porto, e de Catarina Lopes Ferreira. Em 1619, partiu para Madrid como secretário particular de Pedro Álvares Pereira, Conde de Muge, secretário do Conselho de Estado da dinastia Filipina para os negócios de Portugal. Depois da morte deste, Manuel Faria e Sousa regressou à pátria, estabelecendo-se em Lisboa, onde permaneceu entre 1628 e 1631. Em 1632 partiu com a sua família para Roma, para assumir o cargo de secretário do embaixador Português no Vaticano, o marquês de CasteloRodrigo, regressando dois anos mais tarde a Madrid. Após a Restauração da Independência de Portugal, em 1640, decidiu não regressar a Portugal por motivos ainda não inteiramente esclarecidos. No entanto, existe uma teoria que defende que Manuel de Faria e Sousa não regressou para que pudesse funcionar como informador da coroa portuguesa sobre as ações de Madrid. Foi autor de cerca de vinte obras impressas e dezasseis manuscritas, destacando-se como poeta, historiador e polígrafo notável. Em 29 anos de trabalho, escreveu milhares de páginas, chegando a redigir, por dia, cem cartas de assuntos diversos. Foi o primeiro a escrever em versos de oito sílabas o que se compunha em onze, assim como, as sextinas de consoantes. Como polígrafo, deve-se a ele a primeira grande interpretação d' Os Lusíadas, de Luís de Camões, no ano de 1639. Como historiador, seguiu
João de Barros. Nas obras Epítome de las histórias portuguesas, de 1628, Ásia Portuguesa, de 1666, e África Portuguesa, de 1681 - estas duas últimas impressas postumamente - Manuel de Faria e Sousa mostrou o desejo de escrever uma história geral do nosso país. Faleceu a 3 de junho de 1649, na casa do marquês de Montebelo e foi sepultado no Mosteiro Premonstratrense de Madrid, sendo os seus restos mortais transladados para o Mosteiro de Pombeiro, em 1660. 11.º F
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