Março 2018 - Edição nº 222 - Ano XVIII - Av. Coronel Marcos Konder, 1207 – 6º andar - sl 68 - Centro Empresarial Embraed - Centro - Itajaí/SC - 88301-303
O LEGADO DA VOLVO OCEAN RACE PARA O BRASIL
Ao todo, 2 mil empregos diretos devem ser gerados, com movimentação em 50 setores. Evento deve atrair público de 400 mil pessoas para Santa Catarina.
v Antuérpia inaugura instituto de treinamento marítimo no Brasil
v Empresas investem em veículos mais seguros para o transporte de cargas
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C ONECTAR LUGARES, PESSOAS, MERCA DOS E CLIENTES, LEVANDO NAVEGANTES PARA O MUNDO, C OM EFIC IÊNC IA, SEGURANÇA E C OMPE TÊNC IA. 2
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ISSO É SER POR TONAVE
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EDITORIAL
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EXPEDIENTE
UM VIVA À CULTURA NÁUTICA
PUBLICAÇÃO Perfil Editora DIRETORA Elisabete Coutinho elisabete@informativodosportos.com.br
O Brasil possui um potencial turístico bastante diversificado devido à sua extensão
DIRETORA ADMINISTRATIVA Luciana Coutinho luciana@informativodosportos.com.br
territorial. Como um dos maiores países do mundo, ele dispõe de áreas com diferentes culturas, climas e infraestruturas, o que possibilita a prática de diversos tipos de atividades turísticas, a exemplo do turismo de eventos e do turismo náutico. Em Santa Catarina, por
JORNALISTA RESPONSÁVEL Luciana Zonta (SC 01317 JP) luzonta@informativodosportos.com.br
exemplo, um dos pilares que sustenta a dinâmica e a multifacetada economia do estado é o turismo náutico, reforçado pelas paradas bianuais das etapas da América Latina da Volvo Ocean Race em Itajaí.
REPORTAGEM Adão Pinheiro, Alessandro Padin, Érica Amores e Luciana Zonta
Estudos preliminares indicam, por exemplo, que o impacto econômico total da terceira edição do Stopover/Volvo Ocean Race em Itajaí pode superar R$ 82 milhões, valor registrado na edição de 2015 para um investimento estimado pela comissão
FOTO Ainhoa Sanchez/Volvo Ocean Race (Capa) Flávio Roberto Berger/Fotoimagem
organizadora em R$ 12 milhões, como mostra reportagem especial desta edição do Informativo dos Portos.
REVISÃO Izabel Mendes
A cidade também vai se beneficiar, mais uma vez, com a exposição internacional que receberá por meio da cobertura global da mídia da corrida. Na perna espanhola, em Alicante, por exemplo, a Volvo Ocean Race 2017-18 adicionou 96,2 milhões de euros ao
COMERCIAL Thaísa Michelle Santos comercial@informativodosportos.com.br
Produto Interno Bruto (PIB) daquele país, um aumento de 7,6% em relação à edição 201415.
PROJETO GRÁFICO Elaine Mafra
Em entrevista exclusiva à equipe da revista, o arquiteto e navegador Dalmo Vieira Filho, o
DIAGRAMAÇÃO E CAPA Elaine Mafra (serviço terceirizado) elaine@informativodosportos.com.br
um setor econômico. Entretanto, é fundamental melhorar a infraestrutura e a qualidade
Dalminho, cita, por exemplo, que o turismo náutico gira um universo enorme em torno de dos serviços oferecidos aos visitantes para que, mais adiante, estado e município não venham a ser preterido em relação a outros destinos. Para seguir surfando nessas boas
PERFIL EDITORA Fone: (47) 3348.9998 | (47) 3344.5017 www.informativodosportos.com.br informativodosportos@informativodosportos.com.br
ondas e para melhorar seu desempenho, todos devem fazer sua parte e participar do esforço para novas conquistas, estabelecendo-se uma verdadeira cultura turística. Boa leitura!
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*Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não representam a opinião da revista.
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INFORMATIVO DOS PORTOS
ÍNDICE ESPECIAL O legado da Volvo Ocean Race para o Brasil
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PARCERIA INTERNACIONAL
Antuérpia inaugura instituto de treinamento marítimo no Brasil
ENTREVISTA Dalmo Vieira Filho, arquiteto e historiador
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DIÁRIO DE BORDO..................................................................10 Confira as novidades dos principais setores que movimentam o mercado INTERMODAL.........................................................................24 Inovação na logística permeou a Intermodal South America 2018 COBERTURA FOTOGRÁFICA........................................................30 Intermodal 2018 reúne executivos e profissionais do setor logístico CADEIA LOGÍSTICA...................................................................32 Terminal de Jundiaí movimenta mais de 1 mil TEUs em 60 dias MERCADO TURÍSTICO...............................................................36 Mercado de cruzeiros marítimos: para onde vamos?
TECNOLOGIA Empresas investem em veículos mais seguros para o transporte de cargas
NOVIDADE DE MERCADO...........................................................46 Programa de educação ambiental garante espaço de economia solidária CONTROLE............................................................................48 Porto de Imbituba utiliza a falcoaria para controle de pombos domésticos INFRAESTRUTURA PORTUÁRIA...................................................50 TCP dá início às obras de ampliação COLUNA DE TECNOLOGIA........................................................44 Tudo sobre o mercado tecnológico ARTIGO................................................................................52 Agente de carga na importação e exportação, por Wagner Coelho AGENDA DE EVENTOS............................................................54 Informações sobre as principais feiras, congressos e palestras
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DIÁRIO DE BORDO s
A GLP, líder global em instalações logísticas modernas presente em oito países, tem planos de investir R$ 400 milhões na ampliação de três condomínios logísticos em São Paulo. Ao todo, as obras vão aumentar em 240 mil m² o portfólio da empresa, que hoje tem 2,8 milhões de m² construídos no Brasil. A companhia fechou 2017 com o maior volume de novas locações do mercado imobiliário logístico. O volume locado de 270 mil m² representou 25% do total de locações do mercado no ano passado. Nos últimos 12 meses, a GLP também concluiu 87 mil m² em novos empreendimentos no Rio de Janeiro.
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INVESTIMENTO NO BRASIL
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COMPLEXO LOGÍSTICO NO BRASIL
IMPORTAÇÕES DE PORTUGAL
Depois do sucesso do maior complexo logístico de crossdocking e supply chain da Colômbia, a Blu Logistics quer replicar o modelo em outros países da América Latina, incluindo o Brasil. A estrutura em Bogotá é composta de armazéns gerais e alfandegados que totalizam 19 mil metros quadrados, além de outros 40 mil metros quadrados espalhados pelo país. Com isso, a Blu possui uma plataforma considerada maior que a dos Correios. No Brasil, a empresa começará com um trabalho focado nos terminais portuários de zona primária e secundária, com assessoria e negociações sob medida e de acordo com a necessidade do mercado.
As importações de Portugal para o Brasil cresceram 56% em número de processos na Allog International Transport em 2017, na comparação com o ano anterior. Entre os principais produtos importados do país estão commodities, alimentos e bebidas, maquinários, artigos domésticos, agrobusiness, madeiras, móveis, celulose, pedras, pisos e vidros. Segundo dados do Ministério da Indústria, o Brasil exportou para o mercado português US$ 1,43 bilhão em 2017, 119% a mais do que no ano anterior, enquanto Portugal exportou para o Brasil US$ 827 milhões, com um crescimento de 29% relativamente a 2016.
EXPORTAÇÃO DE MADEIRA CRESCE 8,2% O comércio exterior no Brasil vem se destacando e promete crescer ainda mais. Um item que está se sobressaindo nas transações externas é a madeira. Somente em janeiro, o consumo internacional de painéis do material cresceu 8,2% em comparação ao mesmo mês do ano passado. Foram mais de 92 mil metros cúbicos de chapas vendidos. Os dados divulgados pela Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) mostram o bom momento do insumo. Conforme a especialista em comércio exterior e diretora da UP Comex, Erica Debossan Reinert, um ótimo exemplo é o interesse da China pelo material brasileiro, que conquista reconhecimento no comércio internacional.
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O primeiro navio mineraleiro VLOC (Very Large Ore Carrier) fez seu primeiro carregamento no Porto de Tubarão, em Vitória, no Espírito Santo. O Yuan He Hai, com capacidade de 400 mil toneladas, é o primeiro VLOC a entrar em operação de uma frota de 32 que vão atender o transporte transoceânico de minério de ferro, em especial na rota Brasil-China. Os novos VLOCs, mais eficientes e sustentáveis, foram construídos a partir de iniciativa da Vale, mantendo o transporte marítimo de cargas da empresa como um dos mais eficientes do mundo em emissões de gases de efeito estufa. Os novos navios emitem entre 15% e 20% menos gás carbônico que os Valemaxes, considerados de primeira geração e que já operam desde 2011.
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NAVIO “VERDE” FAZ PRIMEIRO CARREGAMENTO
COOPERAÇÃO TÉCNICA s
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A Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa) e a Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegados (Abtra) assinaram carta de intenções para Cooperação Técnica Científica e Tecnológica durante a Intermodal. Segundo o diretor executivo da Abtra, Angelino Caputo, “o objetivo é prospectar e desenvolver projetos de tecnologia para aprimorar o fluxo de informação e os processos logístico-portuários”. Para ele, a revolução tecnológica conhecida como Indústria 4.0 abre portas para um novo cenário da logística a partir do compartilhamento seguro de documentos utilizando tecnologias como o blockchain e o cloud computing.
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TRANSPORTES INTERNACIONAIS TRANSPORTE MARÍTIMO FCL E LCL
23 anos de história. 05 anos de Brasil.
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PRESENÇA NO MAIOR COMPLEXO PORTUÁRIO DO ESTADO DE SANTA CATARINA ATENDIMENTO LOCAL ESTRUTURA GLOBAL
PANAMÁ Cidade do Panamá, Colón (Free Zone), Cocosolito e Aeroporto Internacional de Tucumen.
CHINA Shanghai, Pequim, Ningbo, Chongqing, Qingdao, Tianjin, Shenzen e Xiamen.
ARGENTINA Buenos Aires.
HONG KONG Hong Kong. MÉXICO Cidade do México, Monterrey e Guadalajara. EQUADOR Quito e Guayaquil. URUGUAI Montevideo.
10 PAÍSES
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ESTADOS UNIDOS Chicago, Greensboro, Los Angeles, Memphis, Miami, New River Valley,Richmond e St. Louis . Representantes comerciais em Raleigh, Dallas, Columbus. COLÔMBIA Bogotá, Medellín, Cali, Barranquilla, Cartagena, Pereira, Buenaventura, Ibagué, Pasto, Bucamaranga e Sincelejo.
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O LEGADO DA VOLVO OCEAN RACE PA R A O B R A SI L
Impacto econômico da terceira edição do stopover em Itajaí pode superar R$ 82 milhões. Santa Catarina também se beneficia de exposição internacional
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O impacto econômico total da terceira edição do Stopover/Volvo Ocean Race em Itajaí pode superar R$ 82 milhões, valor registrado na edição de 2015 para um investimento estimado pela comissão organizadora em R$ 12 milhões. A cidade também vai se beneficiar, mais uma vez, com a exposição internacional que receberá cobertura global da mídia da corrida. Na perna espanhola, em Alicante, por exemplo, a Volvo Ocean Race 201718 adicionou 96,2 milhões de euros ao Produto Interno Bruto (PIB) daquele país, um aumento de 7,6% em relação à edição 2014-15.
Segundo o velejador Alexandre Antônio dos Santos, idealizador do projeto Itajaí Sailing Team – time de vela que representa a cidade em competições oficiais desde 2012 –, a regata deu início a um amplo processo de resgate de uma vocação do município que estava adormecida: a atividade náutica. A partir daquele ano, vieram mais duas edições da regata Transat Jacques Vabre, que partiram da cidade francesa de Le Havre com destino a Itajaí, além de mais um stopover da Volvo Ocean Race e de outros eventos náuticos de menor porte.
A competição também gerou o equivalente a 1.700 empregos em tempo integral na Espanha, de acordo com um estudo de impacto econômico entregue pela PriceWaterhouseCoopers (PwC) que mediu o impacto do evento na região de Valência e na Espanha. Os setores que mais se beneficiam com esse tipo de evento são hotéis, restaurantes e empresas locais.
A consolidação do município nos cenários nacional e internacional da vela também fortaleceu a Associação Náutica de Itajaí (ANI), que desempenha um amplo trabalho junto às categorias de base. A entidade forma velejadores para a categoria optimist e, por meio do projeto Engenharia Naval Amadora, desperta cada vez mais a paixão dos itajaienses pela vela. Alexandre diz que a cidade ganhou novo perfil a partir do momento em que começou a sediar as paradas da Volvo Ocean Race. “Itajaí era uma cidade que dependia basicamente do porto e das atividades que ele gera e hoje é uma cidade multisetoral”, afirma. Na opinião do velejador, o maior benefício que o evento trouxe para a cidade foi a construção da Marina Itajaí. “A marina é o maior legado da competição para a cidade. Pode ser que a Volvo nem volte para Itajaí um dia, mas a marina é um benefício que vai ficar para toda a vida. Além de revitalizar o Saco da Fazenda, gerou a possibilidade de trazer outros eventos náuticos para o município”, pontua.
Ao todo, 2 mil empregos diretos devem ser gerados em Itajaí, com movimentação em 50 setores. A expectativa é que o evento, que será realizado de 5 a 22 de abril, atraia aproximadamente 400 mil pessoas, número superior à ultima edição, quando cerca de 352 mil visitantes passaram pelo local, segundo levantamento do Instituto de Pesquisas Sociais (IPS) da Univali. De acordo com as projeções, grande parte do público será catarinense, porém, a expectativa é que 40 mil pessoas devam deslocar-se de outros estados e cerca de 5 mil estrangeiros circulem pela região. Todo fluxo movimentará a cadeia econômica, englobando comércio, transporte e turismo local. “O cenário é de recuperação. O município colocou o porto com 75% de sua capacidade de funcionamento e a gente sabe que, quando o porto funciona, capitaliza para toda a cidade e vários setores passam a refletir esse positivismo”, explica o secretário do Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda da cidade, Giovani Alberto Testoni. Além da herança turística e estrutural, a Volvo Ocean Race abre novas portas. Exemplo é a expansão do potencial econômico na cidade após as edições de 2012 e 2015. Além de figurar entre os principais portos brasileiros, Itajaí passou a ser reconhecida em âmbito nacional como importante polo náutico, recebendo novas indústrias, com a produção de embarcações de luxo e ampliação no número de estaleiros navais. 16
Construída e administrada pelo empresa Porto Esportivo Itajaí, a Marina Itajaí entrou em operação em janeiro de 2016 após investimentos de mais de R$ 40 milhões. A estrutura é um ponto de concentração de lanchas, iates, veleiros, catamarãs, motos aquáticas e outros tipos de embarcação pela segurança, infraestrutura e localização em baía protegida, com calado de quatro metros, e que não sofre influência da maré. Atualmente está em desenvolvimento um projeto de ampliação das vagas e de outras atrações comerciais e de lazer. O complexo náutico conta com mais de 30 mil metros quadrados de área e 120 mil metros quadrados de espelho d’água. Possui um posto de combustível e com o diferencial de ser a única no Sul do Brasil a oferecer o diesel Verana (mais sustentável), restaurante de cozinha internacional, conveniência, segurança 24 horas e estacionamento.
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ESTRUTURA DE PESO Para receber a grande demanda de público, Itajaí dobrou a capacidade hoteleira em relação à última edição da Volvo Ocean Race. Nos últimos anos, redes internacionais se instalaram no município, que também ganhou novos leitos com a ampliação de empreendimentos tradicionais da cidade. “São cerca de 3 mil novos leitos. Nossa rede hoteleira investiu pesado para atender melhor aqueles que passam por aqui. Isso nos dá uma vantagem muito grande em relação à edição passada”, acrescenta Testoni. A rede de restaurantes também expandiu para oferecer o melhor da gastronomia típica e variadas opções aos visitantes. Para a edição 2017-18 da Volvo Ocean Race Itajaí, os estabelecimentos buscam ampliar e adaptar o cardápio para mais de um idioma e treinam os funcionários para melhor receber pessoas de diferentes culturas e estilos. Além de chamar novamente a atenção do Brasil e do mundo para os atrativos turísticos da cidade, o evento qualificará ainda mais os serviços oferecidos. A região, que tradicionalmente atrai mais de 3 milhões de pessoas na temporada de verão e tem uma taxa de aprovação superior a 98%, deverá ganhar ainda mais status entre os principais destinos brasileiros. “Estamos num dos paraísos naturais do Brasil. Somos um dos primeiros destinos escolhidos por diversos brasileiros e estrangeiros, mas temos certeza que as adequações realizadas no período da regata fazem com que sejamos ainda melhores”, diz o presidente do Itajaí Stopover, Evandro Neiva.
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A Volvo Ocean Race também repercute positivamente o litoral catarinense na mídia nacional e internacional. Segundo levantamento do Instituto de Pesquisas Sociais (IPS) da Univali, mais de 300 jornalistas do Brasil e do mundo estiveram em Itajaí na edição 2015 para cobertura do evento. TRATATIVAS PARA VOLTAR Para garantir que a Volvo Ocean Race volte em novas edições à região, equipes da prefeitura e das secretarias de turismo de Itajaí e de Santa Catarina uniram forças nas tratativas com a organização internacional da regata. A previsão é que as ações sejam formalizadas apenas próximo a 2020, porém, os representantes catarinenses garantem que alinham forças para garantir que o Brasil, Santa Catarina e Itajaí permaneçam na configuração do evento mundial. De Itajaí, os atletas seguirão para New Port (EUA) e depois disputarão outras três etapas, até Haia, na Holanda. Única representante do Brasil na maior regata a vela do planeta, a medalhista olímpica e campeã mundial Martine Grael integra a equipe AkzoNobel. Com 27 anos e filha do bicampeão olímpico Torben Grael, Martine deverá ser recebida pela família na cidade catarinense, único local da América do Sul por onde a regata passará. Martine é medalhista de ouro nas Olímpiadas do Rio em 2016. Com essa medalha, ela e o pai Torben Grael são os únicos pai e filha campeões olímpicos da história do Brasil. Ela também conquistou medalha de prata nos Jogos Panamericanos de Toronto em 2015, e em 2014 recebeu, do Comitê Olímpico Brasileiro, o Prêmio Brasil Olímpico de Atleta do Ano. g
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EVENTO TERÁ FOCO NO COMBATE AO LIXO NO MAR O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (ONU Meio Ambiente) afirma que 8 milhões de toneladas de plástico tomam conta dos oceanos todos os anos e a previsão é que, em cerca de 30 anos, haverá mais plástico do que peixes nos mares do mundo. O papel de cada cidadão para evitar essa situação é o grande foco da edição 2017/18 da Volvo Ocean Race. Durante a parada em Itajaí serão realizadas 20 diferentes ações em favor do meio ambiente, com foco principal na limpeza dos oceanos. Uma das principais será o seminário técnico-científico “O futuro dos oceanos: combate ao lixo no mar”, que acontecerá em 18 de abril no auditório do Centreventos. Organizado pela Fundação do Meio Ambiente de Itajaí (Famai), Prefeitura de Itajaí e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com apoio da ONU, o evento contará com a participação do procurador-chefe do Ministério Público Federal em Santa Catarina (MPF/SC), Darlan Airton Dias, da representante da ONU Meio Ambiente, Fernanda Daltro, do professor da Universidade de Aveiro (Portugal), Armando da Costa Duarte e do coordenador de Gerenciamento Costeiro do Ministério do Meio Ambiente, Régis Pinto Lima. No seminário será assinado um protocolo de intenções do município com a campanha global “Clean Seas”, em português: “Mares Limpos”. Proposta pela ONU Meio Ambiente, ele alerta sobre a poluição dos oceanos e atividades poluidoras e orienta para o destino correto dos lixos. Mais de 40 países já aderiram à campanha. Na cidade catarinense também serão realizadas ações como projeções no ‘The Globe’, orientação de visitantes para que assumam compromissos de redução do consumo de plástico, abordagem entre barcos de lazer e turismo para conscientização do descarte correto do lixo em alto mar, além do apoio de outras ações sustentáveis realizadas na Vila da Regata. A proposta envolve ainda o Team Clean Seas, um dos sete veleiros participantes da maior regata deste estilo no mundo. A equipe, composta por mais de 10 tripulantes, embarcou com a missão de recolher os lixos marinhos encontrados durante todo o percurso de 45 mil milhas náuticas, quatro oceanos, cinco continentes e 12 cidades. “A poluição plástica é um problema global que precisa de solução global. A passagem da Volvo Ocean Race pelo Brasil, com foco na campanha Mares Limpos, é uma oportunidade de chamar a atenção de diversos setores da sociedade para o tema e, quem sabe, ver a
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comunidade e as empresas locais se engajando e assumindo compromissos por um planeta sem lixo em nossos rios e oceanos”, destaca Denise Hamú, representante da ONU Meio Ambiente no Brasil. Além da experiência global, a Volvo Ocean Race contará com iniciativas sustentáveis exclusivas para o Brasil, como a apresentação do Veleiro ECO, primeiro do Brasil desenvolvido para expedições e pesquisas oceanográficas. Um dos poucos exemplares desse modelo no mundo foi produzido pela UFSC, conta com tecnologia de ponta e oferece baixo custo para coleta e análise de dados para estudos sobre o impacto de mudanças climáticas e a diversidade marinha. O barco estará aberto para visitação a partir de 15 de abril e detalhes também serão apresentados em um estande especial dentro do Itajaí Stopover. SUSTENTABILIDADE NOS COPOS Outra grande ação em prol do meio ambiente promovida na Volvo Ocean Race Itajaí está relacionada ao uso dos utensílios. Os frequentadores da Vila da Regata serão convidados a vivenciar um evento sem copos descartáveis e com a utilização de utensílios reutilizáveis que irão evitar o lixo de, no mínimo, meio milhão de descartáveis. Para ter um copo reutilizável basta deixar um valor caução de R$ 5 em qualquer caixa do evento e retirar o copo nos bares com a bebida. Após o uso, a pessoa pode ficar com o copo e evitar os descartáveis no cotidiano ou devolver o utensílio e pegar o dinheiro de volta. “Somente no Brasil, 720 milhões de copos descartáveis vão para o lixo todos os dias. Destes, 97% vão para natureza, podendo levar até 400 anos para se decompor”, alerta Larissa Kroeff, co-fundadora da empresa Meu Copo Eco. Entre os atos simples e conscientes que podem evitar um problema global será a utilização de pratos biodegradáveis nos restaurantes da Volvo Ocean Race Itajaí. Todos os utensílios utilizados facilitam a decomposição. Em média, enquanto os pratos biodegradáveis se decompõem em menos de 30 dias, os descartáveis produzidos com plástico podem levar mais de 200 anos para se decompor. “Iremos vivenciar um momento histórico, um evento que se propõe a não somente divulgar ações sustentáveis, mas que busca agir e respirar pela conscientização global como um todo”, afirma o presidente do Itajaí Stopover, Evandro Neiva. g
Bons ventos sopram na direção de quem faz um bom trabalho.
Itajaí
O Polo Náutico do Brasil
Lei nº 6.678. Veículo: Anuário dos Portos (Luciana Coutinho Rocha / CNPJ: 19.027.676/0001-05) - 1 inserção de página simples: R$ 2.000,00
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Pela 3ª vez, sede latino-americana da Volvo Ocean Race, a maior regata do mundo. Uma cidade que transformou sua localização em atração turística. Dona de uma das melhores marinas do Brasil. E um dos maiores PIBs de Santa Catarina. Assim é Itajaí, que possui o 2º porto do país em movimentação de containers, fazendo do mar seu caminho para o futuro. É por ele que desembarca aqui, pela terceira vez, a Volvo Ocean Race, mantendo Itajaí como a única cidade da América Latina a sediar a maior regata do planeta.
Destaque no mercado náutico.
Uma rede hoteleira que só cresce.
Desejado destino turístico no Brasil.
Venha prestigiar: de 5 a 22 de abril. Entrada gratuita. 21
MERCADO TURÍSTICO
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MERCADO DE CRUZEIROS MARÍTIMOS: PARA ONDE VAMOS?
Enquanto no mundo o segmento de turismo náutico é o que mais cresce, no Brasil, a ausência de infraestrutura adequada prejudica sensivelmente o setor
Terminal Canada Place, Canadá O Terminal Canada Place, inaugurado em 2001, é parte integrante do Vancouver Convention Center, tendo como anexo o Pan Pacific Vancouver Hotel. Foi o primeiro a integrar temporadas de cruzeiros com outros tipos de atrações durante o ano todo. Seus quatro palcos, cinema e espaço para festivais públicos têm maior movimentação no inverno, quando as águas congelam e revelam uma atração turística única para quem frequenta o local.
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Terminal Internacional de Cruzeiros de Xangai, China Localizado no encontro entre o rio Yangtze e o Oceano Pacífico, Xangai é o maior porto da China e uma das capitais econômicas do país. Concluído em 2011, dispõe de uma série de edifícios de escritórios, um parque ao longo do rio e um grande espaço em lojas, que funcionam fora da temporada de cruzeiros.
Porto de Barcelona Em Barcelona, fica o porto de maior movimentação do continente europeu. No local existe o World Trade Center, empreendimento que dá vida ao complexo fora das temporadas.
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TERRA À VISTA EM SANTA CATARINA Uma iniciativa catarinense desponta como alternativa para o país no mercado de cruzeiros marítimos. O projeto da empresa Ports Developed By Shiphandlers (PDBS), o BC Port, em Balneário Camboriú, pode se tornar a primeira Instalação Portuária de Turismo (IPTur) plena do país. O projeto se encontra em fase final de obtenção das licenças. No complexo estão previstas lojas, restaurantes e hotel, com previsão de funcionamento mesmo fora da temporada. O investimento previsto é de R$ 320 milhões. Também tem o propósito de priorizar mão de obra local e gerar mais de 6 mil empregos diretos e indiretos. Pelo projeto, o BC Port terá capacidade para receber até dois navios com 362 metros de comprimento e 60 de largura, com 5,8 mil passageiros cada. Segundo a PDBS, estima-se que, após sua implementação, os cruzeiros marítimos com saída do BC Port serão 30% mais econômicos se comparados com Santos. Além da previsão de custos operacionais “bastante reduzidos”, o entorno do empreendimento viabiliza o transporte de mercadorias, insumos e passageiros pelo rio Camboriú, descartando o uso de veículos terrestres. É um projeto para recolocar o Brasil nos trilhos do desenvolvimento marítimo internacional, proporcionando rotas estratégicas para o exterior e também para o mercado nacional, que respira após uma longa crise política. É esperar para ver. g
Mercado de cruzeiros pelo Atlântico Sul mostra potencial Com o mercado basicamente restrito à costa da Argentina, Chile, Uruguai e Brasil, os cruzeiros marítimos na região do Atlântico Sul se encontram ainda em fase embrionária. Entretanto, há perspectivas de novos investimentos no setor. O Porto Madryn, de Buenos Aires, é um dos principais portos da América Latina, porta de entrada para o sul do continente, destino para turistas interessados nas atrações da Patagônia, seus pinguins, geleiras e baleias. Recentemente, o governo argentino aprovou a reforma do Porto Madryn, um investimento de mais de 40 milhões de doláres. No continente, também há negociações em andamento para que os governos uruguaio e chileno organizem licitações para que a iniciativa privada empreenda “Home Ports” em Punta del Este, no Uruguai, e Puerto Montt, no Chile. MERCADO NACIONAL O Brasil já contou com mais de 20 navios transatlânticos de grandes operadoras cumprindo rotas pela zona costeira. Entre 2004 e 2011, o país experimentou o auge da movimentação de passageiros, sendo 2010 o ano de maior giro econômico desse setor. Hoje em dia, essas embarcações não passam de seis.
Terminal de Cruzeiros Kai Tak, Hong Kong Situado na baía Victoria, o terminal ocupa o lugar do antigo aeroporto de Kai Tak. É um investimento de US$ 500 milhões.
Centro de Cruzeiros de Marina Bay, Cingapura Com um investimento de US$ 500 milhões, o Centro de Cruzeiros de Marina Bay pode receber navios de até 220 mil toneladas. Compõe o Marina Bay Sands, que entre todas construções que desenham o horizonte futurista da ilha, é a mais icônica. O complexo hoteleiro inclui cassino, shopping, museu de arte moderna, teatro e três torres que abrigam a famosa piscina “infinita” do hotel.
Em pleno 2018, o Brasil ainda opera em portos predominantemente de carga adaptados para passageiros. É o caso do Porto de Santos, onde os passageiros sentem os impactos das operações portuárias e enfrentam poeira e mau cheiro da movimentação de grãos. Eles também precisam atravessar instalações portuárias e até as linhas férreas, às vezes precisando esperar o fim de manobras de trens para só depois descarregar as bagagens. Além disso, as rotas do Mercosul são precariamente atendidas por terminais de apoio, onde o navio ancora em alto mar e os passageiros seguem em botes salva-vidas para a costa. Desembarcam em pequenas marinas, cujas estruturas nem chegam perto de uma infraestrutura de excelência. 23
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ENTREVISTA
ENTREVISTA: DALMO VIEIRA FILHO, ARQUITETO E HISTORIADOR “Estamos 50 anos atrasados na valorização náutica do Brasil” O arquiteto e historiador Dalmo Vieira Filho, o Dalminho, é um dos grandes nomes do patrimônio nacional. Com seu trabalho, ajudou a tombar centros históricos em mais de 30 cidades brasileiras, entre elas Paranaguá e Antonina, quando fez parte do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em âmbitos nacional e regional de Santa Catarina. Ele também ajudou a criar o Museu Nacional do Mar, em São Francisco do Sul, e a ampliar as poligonais tombadas de capitais como Natal, João Pessoa, Recife, Manaus, Belém, Salvador e Campo Grande. Dalminho, que também é um amante do mar, avalia que Santa Catarina é o estado que oferece as melhores condições do Brasil para expandir o turismo de lazer náutico. Nesta entrevista exclusiva para revista Informativo dos Portos, ele avalia que as administrações públicas costumam pensar em praias e em atrair navios, mas esquecem o potencial náutico de lazer. Confira os principais trechos da entrevista. 24
Informativo dos Portos: Como as cidades litorâneas brasileiras podem tirar melhor proveito de sua saída para o Oceano Atlântico? Dalmo Vieira Filho: Penso que as cidades que podem tirar melhor proveito da saída para o litoral no Brasil são as que estão posicionadas em dois lugares bem definidos: as que estão entre Santos (no litoral de São Paulo) e o Rio de Janeiro (capital), e o litoral de Santa Catarina, principalmente no trecho que vai de Itajaí a Florianópolis. Evidentemente que essa área em Santa Catarina poderia ser ampliada para a região entre São Francisco do Sul e Laguna, mas o trecho realmente vocacionado, com ventos, abrigo, atrativos e suporte náutico fica entre Itajaí e Florianópolis. Informativo dos Portos: Em sua opinião, as administrações públicas pensam as cidades de forma a aproveitarem o potencial do litoral ou ficam restritas à faixa da área e a algumas atividades náuticas? Dalmo: De modo geral, as administrações se preocupam muito com as praias e com os navios de passageiros, mas a atividade que mais causa consequências, inclusive sociais, são os chamados portos de lazer. O Amir Klink, que é uma lenda da navegação brasileira, por exemplo, é dono de uma marina em Parati (RJ), com aproximadamente 200 veleiros. Amir diz que ele é o maior empregador de Parati porque em volta desses 200 barcos transitam aproximadamente 600 pessoas das mais variadas especialidades que a gente nem imagina. Gira um universo enorme em torno de todo esse ambiente econômico. Parati tem hoje em torno de 150 pousadas e hotéis, mas o que gera divisas e mantém o movimento econômico é a dimensão náutica do município. Temos sim, uma atividade em potencial ainda pouco explorada no Brasil. Informativo dos Portos: O que as administrações estão fazendo para mudar essa realidade? Dalmo: Acho que um projeto estratégico para Santa Catarina seria desassorear a barra do Rio Tijucas, Barra do Sul, na região de São
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“NÓS PERDEMOS DÉCADAS. ESTAMOS PELO MENOS 50 ANOS ATRASADOS. É COMUM ENCONTRAR VELEJADORES EM VIAGENS PELO MUNDO INDO PARA BUENOS AIRES (ARGENTINA) PORQUE OS BARCOS DE BANDEIRA ESTRANGEIRA TÊM UM TEMPO MUITO LIMITADO PARA FICAR NO BRASIL”. Francisco do Sul, e o Rio Cubatão em Palhoça. Todas as regiões precisam de desassoreamento, mas tem que dar um destaque para Itajaí. Eu acho que Itajaí, com a marina e particularmente com esses grandes eventos que foram trazidos para o município (Volvo Ocean Race e Regata Jaques Vabre, realizada em 2015 entre a França e o Brasil), ganhou destaque internacional. A cidade já está nos mapas dos navegadores do mundo inteiro. Itajaí aprendeu e desenvolveu uma expertise de olhar o mar num processo que eu espero que só cresça. No mundo se diz assim: a última fronteira náutica não explorada é a brasileira.
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Informativo dos Portos: Pensando a partir desse ponto de vista, é possível dizer que o Brasil e Santa Catarina perderam tempo em não explorar o litoral? Dalmo: Esta é uma lástima muito comum no Brasil. Nós perdemos décadas. Estamos pelo menos 50 anos atrasados. Só para dar um exemplo, é comum encontrar velejadores em viagens pelo mundo indo para Buenos Aires (Argentina) porque os barcos de bandeira estrangeira têm um tempo muito limitado para ficar no Brasil. Enquanto o mundo todo quer que esse pessoal fique porque gira turismo em torno deles, no Brasil não pode ficar por conta de uma lei do começo do século passado, cuja alegação seria para defender a indústria nacional. Informativo dos Portos: No caso específico de Santa Catarina, onde a atividade portuária é intensa, você acha que este é o melhor aproveitamento para o litoral ou existem alternativas que ainda não foram percebidas pelos administradores? Dalmo: Acho que Santa Catarina, mais do que o Rio de Janeiro, devido à presença constante de ventos, é a região que tem todas as condições de desenvolver a navegação de lazer. Até mesmo por estar localizada entre o Paraná e o Rio Grande do Sul. As condições favoráveis à atividade vistas em Santa Catarina dificilmente serão encontradas em outras regiões do mundo. Informativo dos Portos: Em que países ou cidades do mundo está o melhor aproveitamento do mar e do seu litoral? Dalmo: Todos os países litorâneos, com exceção do Brasil, tem um bom aproveitamento do seu litoral. Poderia falar da Nova Zelândia, da Austrália, da Escandinávia, da França. Não há país onde não seja feito um bom aproveitamento. Na França, a navegação de lazer é uma obsessão nacional, é o grande país marítimo do mundo. Se formos para a Inglaterra, Estados Unidos e Itália, veremos que também estes souberam aproveitar o seu potencial marítimo. Eu desconheço algum país importante do mundo que não
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tenha aproveitado adequadamente as suas saídas para o mar, o que não é o caso do Brasil, que trata com tanto desleixo a sua relação com o mar. Informativo dos Portos: No Brasil temos algum exemplo de bom aproveitamento das condições que o mar oferece? Dalmo: Eu acho que cresceu muito em Parati, onde está começando a acontecer os aluguéis de barco, que empolgam muito. Começa a aparecer por aqui uma espécie de consórcio de embarcação. As pessoas são donas de um barco, mas têm um prazo para usar. A vantagem é que, ao invés de ter o custo de manter um barco o ano inteiro, com esse sistema vai ter um barco zero todo preparadinho para ela usar somente quando precisa. Esse modelo de navegação tem grandes vantagens e movimenta milhões na indústria náutica e na renovação de frota. Isso está começando a acontecer no Brasil. Eu também acho que a Marina de Itajaí, por tudo que ela representa e por estar em posição central com relação à cidade, é uma novidade importante. A gente precisa corrigir alguns erros, como o muro da Marina Tedesco em relação a Balneário Camboriú. Marina tem que ser aberta, as pessoas têm que chegar à borda, têm que ver os barcos. Não pode ser um quintal de ricos. Esse lugar tem que ser uma grande fonte de acolhimento, trabalho, para celebrar esta relação que o Brasil sempre teve com o mar e que deixou de lado. g
“COM A MARINA E PARTICULARMENTE COM ESSES GRANDES EVENTOS QUE FORAM TRAZIDOS PARA CÁ, ITAJAÍ GANHOU DESTAQUE INTERNACIONAL. A CIDADE JÁ ESTÁ NOS MAPAS DOS NAVEGADORES DO MUNDO INTEIRO. ITAJAÍ APRENDEU E DESENVOLVEU UMA EXPERTISE DE OLHAR O MAR NUM PROCESSO QUE EU ESPERO QUE SÓ CRESÇA.”
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PARCERIA INTERNACIONAL
ANTUÉRPIA INAUGURA INSTITUTO DE TREINAMENTO MARÍTIMO NO BRASIL Porto europeu aplicou com sucesso um modelo semelhante na Índia, onde foi inaugurado um centro de treinamento especial para profissionais do setor O Porto de Antuérpia está prestes a disponibilizar seu know-how e especialização ao Brasil para tornar ainda mais profissional a gestão portuária no país. Para isso, oferecerá uma série de seminários em dois centros de treinamento já ativos aos profissionais do setor marítimo: um em São Paulo e outro em Alagoas. A iniciativa é descrita em um Memorando de Entendimento (MOU) assinado por Marc Van Peel e Maurício Quintella, ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil. O Porto de Antuérpia já aplicou com sucesso um modelo semelhante na Índia, onde foi inaugurado um centro de treinamento especial para profissionais do setor na cidade portuária de Mumbai. “A APEC, nossa subsidiária de treinamento, possui experiência comprovada e relevante no treinamento de profissionais do setor portuário,” declarou o encarregado municipal do porto, Marc Van Peel, logo depois de assinar o documento.
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O Brasil possui 45 portos estatais e 131 terminais portuários privados, todos cruciais para o comércio estrangeiro do Brasil. Para se ter uma ideia, no mínimo 98,6% das exportações passaram por eles em 2015. Mesmo assim, há ainda muito trabalho a ser feito: a infraestrutura logística precisa ser modernizada, sendo um dos fatores mais importantes para que o país consiga aquecer a economia e manter-se competitivo no cenário internacional. “Foi neste contexto que o ministério brasileiro solicitou à APEC que fizesse uma contribuição maior”, explica o diretor administrativo Kristof Waterschoot. “A APEC já é bastante conhecida nos círculos portuários brasileiros, uma vez que mais de 660 profissionais do Brasil já participaram de um seminário ou outro tipo de treinamento em Antuérpia”. Com um volume de cargas anual de 7,1 milhões de toneladas, o Brasil é o sétimo maior parceiro comercial de Antuérpia. Portos como Salvador, Santos, Paranaguá, Rio de Janeiro e Rio Grande geram grandes volumes de entrada e saída de carga, com contêineres que transportam mercadorias ultracongeladas e produtos agrícolas, bem como derivados de combustível e produtos de metal. No inverno do ano passado, a outra subsidiária da Autoridade Portuária, o Porto de Antuérpia Internacional, decidiu investir US$ 10 milhões no Porto do Açu, primeiro complexo portuário privado operacional no norte do estado do Rio de Janeiro, o coração industrial do Brasil.g
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INTERNACIONAL
INTERMODAL INOVAÇÃO NA LOGÍSTICA PERMEOU A INTERMODAL SOUTH AMERICA 2018 Feira internacional comemorará seus 25 anos de existência em 2019. A edição que ira celebrar o jubileu de prata do evento acontecerá de 19 a 21 de março
O crescimento do e-commerce no Brasil está diretamente relacionado com as inovações que o segmento de logística expressa precisa implementar. Isso é que apontam players do segmento, como Fabien Mendez, CEO da Loggi, empresa especializada em entregas rápidas. “A venda do varejo por e-commerce no país é de 3%, enquanto na China já é de 20%. O foco principal dessa estratégia é planejar com foco na experiência do usuário”, aponta. Mendez quer que a Loggi seja catalisadora dessa tendência de entregas rápidas no Brasil. O CEO proferiu palestra durante a XXI Conferência Nacional de Logística (CNL), organizada pela Associação Brasileira de Logística (Abralog) durante a Intermodal South America 2018. Para confirmar a tendência de a logística expressa ser fator estratégico para o sucesso de um negócio no ambiente digital, Mendez apresenta outro dado: “Uma pesquisa da McKinsey & Company revela que se um e-commerce oferecer uma entrega same-day e next-day por uma taxa de 7%, 50% dos consumidores escolheriam essa opção”. A inovação tecnológica também impactará positivamente o promissor segmento de condomínios logísticos no Brasil. Carlos Corsini, responsável pelo Gerenciamento de Propriedades, Gestão de Projetos e Obras da Colliers, destaca algumas iniciativas que já são realidade no segmento, como o reuso da água e instalação de placas fotovoltaicas para diminuir gastos. “O impacto será maior na segurança, que hoje representa 45% do total 30
dos custos condominiais, com a implantação de vistoria e segurança com drone, biometria, reconhecimento facial e telemetria”, ressalta. O setor de condomínios logísticos está em crescimento no país. Segundo Abiner Oliveira, diretor de Indústria e Logística da NAI Brazil, só em 2017 foram fechados o equivalente a R$ 1 bilhão em contratos de locação, o que mostra o potencial do setor. “Só em 2018 já são 13,8 milhões de metros quadrados de estoque ocupados”, frisa.
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Outra empresa do segmento, a GLP, apresentou na Intermodal South America a calculadora de eficiência logística. O dispositivo mostra como otimizar a relação custo-benefício para o cliente na locação de galpões logísticos. O objetivo é chamar a atenção para alguns fatores importantes durante a escolha de um empreendimento. A calculadora, que foi desenvolvida na versão física e na versão digital, traz cinco funções que permitem uma análise da área de armazenagem que vai além do valor do metro quadrado da locação. CABOTAGEM COMPETITIVA A principal proposta de valor da cabotagem é a de oferecer uma solução intermodal para os clientes, destaca a gerente de Produtos Cabotagem & Mercosul da Aliança Navegação e Logística, Isabelle Paperini. “Nos nossos projetos, trabalhamos em conexão com o transportador rodoviário, autoridades e terminais portuários. Esta é a vantagem competitiva da cabotagem: um processo multimodal gerenciado por uma única empresa”. A Aliança lançou, durante a Intermodal South America, o Portal da Cabotagem 2.0. Pelo portal, o cliente pode acompanhar uma proposta comercial, o momento em que o booking foi realizado, quando a carga foi coletada, a previsão de chegada, desembarque e agendamento da entrega. “Oferecemos, por exemplo, a programação de navios de forma ágil. Se uma empresa precisa entregar uma carga para o Dia das Mães em Manaus, é possível consultar quais as próximas embarcações agendadas no período pesquisado”, explica Isabelle Paperini. ESTUDO DE MERCADO O Porto do Itaqui, do Maranhão, apresentou estudos sobre o mercado de contêineres durante coletiva de imprensa na 24ª edição da Intermodal South America. O documento conceitual e logístico das áreas de influência do corredor de transporte e integração sul-norte do Maranhão e do Porto do Itaqui aponta potencial de movimentação de 120 mil TEUs em 2020. O estudo selecionou 25 produtos estratégicos de maior relevância para a área de influência da região e mapeou sua movimentação de cargas atual e futura. A partir dessas análises foi identificado o potencial de movimentação de cargas de cada trecho do corredor, totalizando um potencial de movimentação de carga de 7,2 milhões de toneladas até 2020 e de 8,9 milhões de toneladas até 2030. No que se refere ao mercado de contêineres, o estudo apontou que os principais estados de origem e destino dos contêineres movimentados pelo Itaqui são o Maranhão, Goiás, Pará e Tocantins. Juntos, eles representam 89,6% da movimentação potencial no ano de 2020, estimada em 120 mil TEUs, podendo atingir 162,0 mil TEUs em 2030. De acordo com o diretor de Planejamento e Desenvolvimento da Empresa Maranhense de Adminis31
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tração Portuária (Emap), gestora do Porto do Itaqui, Jailson Luz, a iniciativa teve como objetivo exemplificar o potencial do complexo portuário. “Trazendo cada vez mais cargas, conseguimos aumentar a competitividade do Porto do Itaqui”, finaliza. SEGURANÇA JURÍDICA Segurança jurídica para que os portos brasileiros sejam competitivos e antenados com as melhores práticas do setor executadas no mundo. Este é um objetivo que pode ser alcançado com o Decreto 9.048, o chamado Decreto dos Portos, segundo especialistas e players do segmento. O que pesa contra é o fato de a legislação, que foi assinada pelo presidente Michel Temer no ano passado, após 40 reuniões realizadas entre governo e lideranças, ter sido arrastada para o meio dos extremismos que dominam o debate político atualmente. “É um grande avanço”, afirma Willen Mantelli, ex-presidente da Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP), em participação na 24ª edição da Intermodal South America. “Simplificou os procedimentos tanto dos terminais públicos como privados. Desde a implantação, cerca de 60 projetos de melhorias em complexos foram apresentados, mas há um julgamento negativo precipitado sobre o decreto, em virtude do ambiente político. Há muitos terminais sérios querendo investir”. Para o advogado especialista em direito portuário Matheus Miller, o decreto é um instrumento técnico que finalmente adota as práticas que os melhores portos do mundo utilizam. “Uma grande evolução é a possibilidade de arrendamentos com prorrogações sucessivas a critério do poder concedente, com base na análise do momento. Isso proporciona maior flexibilidade e segurança jurídica para que os terminais façam investimentos”, explica. O presidente da Frente Parlamentar de Logística de Transporte e Armazenagem (Frenlog), senador Wellington Fagundes (PR-MT), vai mais longe e destaca que grandes negócios já estão sendo firmados em virtude da segurança jurídica proporcionada pelo Decreto dos Portos. ”Um deles é a compra de 90% da TCP por uma empresa chinesa (Merchants Port Holdings Co Ltd). Isso só aconteceu porque há um ambiente de segurança jurídica no segmento”, afirmou durante a Intermodal South America. NOVOS NEGÓCIOS A 24ª edição da Intermodal South America marcou a estreia de muitas empresas que buscam destaque neste competitivo setor da logística. O 3P – Porto Pontal Paraná e Porto de Porto Velho, de Rondônia, são dois exemplos. “O resultado foi excelente. Pudemos mostrar que no Brasil há transporte pluvial de qualidade e não só marítimo. Precisamos mudar essa cultura”, afirmou o coordenador de Gestão Portuária do Porto Público de Porto Velho, Edemir Monteiro Brasil. No complexo são transportados, por ano, cerca de 14 milhões de toneladas de cargas como soja, milho, adubo fertilizante, e carne bovina. 32
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Outra estreante é a 3P – Porto Pontal Paraná, a nova marca do Porto Pontal. A nova identidade visual da empresa foi lançada durante a Intermodal South America e marca o início do processo de instalação do empreendimento, que já tem data para inaugurar: 5 de maio de 2020. “Além de lançarmos a nova marca, apresentamos detalhes do nosso projeto aos principais players do mercado para mostrar o potencial de logística portuária que o Paraná terá a partir da nossa operação, pois seremos o porto com a maior profundidade de navegação do Sul do Brasil”, destaca Patrício Júnior, presidente do porto.
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As obras de instalação do 3P deverão ser iniciadas nos próximos meses. Com investimentos de mais de R$ 1,5 bilhão, o 3P – Porto Pontal Paraná vai ocupar um espaço de mais de 600 mil metros quadrados na nova zona portuária de Pontal do Paraná. O empreendimento também contará com uma das maiores áreas de depósito de contêineres do país, com cerca de 450 mil metros quadrados, gerando 1.500 empregos diretos na operação plena, além de aproximadamente cinco mil empregos indiretos. Quem também trouxe novidades para essa edição foi o complexo industrial portuário privado Porto Central, que fica localizado em Presidente Kennedy, no sul do Espírito Santo. O diretor presidente da empresa, José Maria Novaes, anunciou que o Ibama acaba de emitir a licença de instalação, o último documento que faltava para o início da construção das primeiras instalações. O Porto Central tem previsão de término em até quatro anos. O projeto será responsável por construir a infraestrutura portuária básica, como um canal de acesso de 25 metros de profundidade, quebra-mar, cais e vias de acessos internos. Os terminais terão uma área de 2.000 hectares para construir e operar suas atividades. “O objetivo do projeto é que o Porto possa receber os maiores navios do mundo que atendem as principais rotas comerciais globais”, completou Novaes. Essa primeira etapa envolve um investimento de aproximadamente R$ 4 bilhões. Em 2019, a Intermodal South America comemorará seus 25 anos de existência. A edição que irá celebrar o jubileu de prata do evento acontecerá de 19 a 21 de março, no São Paulo Expo. g
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COBERTURA FOTOGRÁFICA
INTERMODAL 2018 REÚNE EXECUTIVOS E PROFISSIONAIS DO SETOR LOGÍSTICO Depois de três dias intensos de visitas, debates e muito networking entre empresas do segmento logístico, a 24ª edição da Intermodal South America deixou um balanço positivo para as marcas que expuseram suas soluções no evento. Formado, em sua maioria, por executivos e profissionais com poder de decisão, o público da Intermodal vai ao evento em busca de inovação e oportunidades de negócios. A próxima edição do evento – quando completará o jubileu de prata, com 25 edições – já tem data marcada: 19 a 21 de março de 2019. Confira algumas fotos da edição 2018.g
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TERMINAL DE JUNDIAÍ MOVIMENTA MAIS DE 1 MIL TEUS EM 60 DIAS Um total de 22 trens transportaram mais de 500 contêineres durante o período. Números superaram as expectativas do mercado
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No final do ano passado, o primeiro trem saiu do Terminal Intermodal de Jundiaí (Tiju) rumo ao Porto de Santos. De lá para cá, as movimentações não pararam de crescer. Ao todo, 1.122 TEUs foram movimentados em 22 trens que partiram para a exportação ou chegaram para abastecer as empresas da região de Jundiaí e Campinas. “Quando lançamos um terminal desse tipo, naturalmente, trabalhamos com um período de maturação das operações. Afinal de contas, nem todos os players da região conhecem as vantagens que a ferrovia pode oferecer à sua cadeia logística, como custo inferior, segurança operacional e da carga, além de ser um modal menos poluente”, ressalta Guilherme Alvisi, gerente geral de Negócios – Carga Geral da MRS Logística. O Tiju está localizado na malha da MRS e é operado pela Contrail Logística que também faz um balanço positivo sobre o início das operações. “Para que se tenha uma ideia clara da evolução que estamos tendo, neste início de operação do terminal, no primeiro mês recebemos cinco trens e, já no terceiro mês, que foi fevereiro, realizamos a operação de 12 trens”, avalia Rodrigo Paixão, CEO da Contrail. O otimismo do executivo não é em vão, tendo em vista que o Tiju tem capacidade para o transporte de 70 mil TEUs por ano e a MRS já se consolida no mercado como uma das maiores operadoras de contêineres no país. “Em um cenário econômico de baixo crescimento e de busca por eficiência, a ferrovia oferece várias vantagens, entre elas o acesso sem filas aos portos. Uma composição ferroviá-
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CADEIA LOGÍSTICA
ria, com 21 vagões, transporta o equivalente a 84 caminhões, além de um elevado nível de segurança operacional e da carga – estes dois itens reduzem também custos com seguros”, destaca Rodrigo Carneiro, gerente de Contas Comerciais – Pós-Venda da MRS. Com sua localização privilegiada e com a integração entre modais de transportes, o Tiju também reduz custos dos clientes com armazenagem de cargas, uma vez que os contêineres podem ficar na área da Contrail, liberando espaço nos estoques das indústrias. Dessa forma, o empreendimento funcionará como um “pulmão logístico”, regularizando o fluxo operacional e evitando grandes picos de demandas. Por conta de suas características, o terminal pode beneficiar especialmente empresas do segmento de tecnologia e eletrônicos, que têm fábricas na Zona Franca de Manaus e utilizam o serviço de cabotagem (navegação doméstica) para distribuir seus produtos na região de maior consumo, a Grande São Paulo. Outras indústrias que podem ter ganhos logísticos são as que utilizam insumos importados, aproveitando o fluxo de retorno dos trens do Porto de Santos no sentido do interior. E como este terminal já tem um movimento significativo de contêineres, praticamente qualquer tipo de carga pode ser transportada pelos trens: desde commodities agrícolas até produtos com médio e alto valores agregados. Dentro do contêiner, a carga pode passar pela rodovia, ferrovia e modal marítimo de uma forma bem prática. g
PORTO À PORTA O serviço ofertado, neste caso, é para toda a gestão do transporte feito por meio do terminal, desde o porto até a porta do cliente. Ao longo de 2018, o Terminal Intermodal de Jundiaí também deve operar cargas com origem ou destino no Rio de Janeiro, por meio da malha ferroviária da MRS. O Terminal Intermodal de Jundiaí está localizado em uma das regiões mais industrializadas do país, a 30 km de Campinas e a 50 km de São Paulo. Além da conexão direta à malha da MRS, com extensão de 150 km até o Porto de Santos e 480 km até os portos do Rio de Janeiro, há, ainda, a possibilidade de receber e enviar cargas pelas rodovias dos Bandeirantes e Anhanguera. g
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EMPRESAS INVESTEM EM VEÍCULOS MAIS SEGUROS PARA O TRANSPORTE DE CARGAS Ocorrências de roubo de cargas impactam na distribuição em todas as regiões do país. Novidades em tecnologias foram destaque na Intermodal O roubo de cargas em todo o Brasil causa um prejuízo milionário. Em 2017, apenas no estado do Rio de Janeiro, este tipo de incidente movimentou o valor de R$ 861,7 milhões, crescimento de 39,1% em relação a 2016, segundo levantamento da MC2R Inteligência Estratégica. O aumento nas estatísticas deste tipo de crime tem impactado nos investimentos de empresas transportadoras de cargas e valores. A Transvip Brasil está ampliando a frota, que atualmente conta 13 veículos de transporte de valores, entre eles, carretas blindadas e caminhões. “Aguardamos a entrega de 10 caminhões blindados, com a perspectiva de aumentar ainda mais esse número. Investimos cerca de R$ 5 milhões neste projeto para 2018, com a compra de novas carretas e de outras tecnologias de segurança”, afirma o diretor geral da Transvip Brasil, Marcos Guilherme Dias da Cunha. A empresa destacou as novas aquisições na Intermodal South America. Segundo o diretor geral da Transvip Brasil, além da blindagem, entre as medidas de segurança reforçadas, estão o rastreamento por GPS e via satélite, desde a coleta dos produtos até a entrega, o sistema de vídeo de monitoramento, botão de pânico, fechadura e sensores de portas. Outra empresa do segmento de transporte de valores e carga que investiu
no último ano foi a Prosegur. Em 2017, ela aplicou R$ 4,3 milhões em novos caminhões Rodotrem e Truck. O caminhão Rodotrem MB 2644 AXOR é o maior de transporte de mercadorias de alto valor agregado da América Latina, indicado para o deslocamento de medicamentos, celulares, eletroeletrônicos e cigarros. “O veículo é composto por um cavalo mecânico blindado e equipado com tecnologia de segurança de ponta embarcada”, afirma o diretor comercial e de estratégia da Prosegur Cash, Sergio França. A Prosegur, também expositora da Intermodal, pretende ainda em 2018 ampliar o atendimento das operações de cargas fracionadas, coletas e entregas de volumes menores, utilizando a estrutura de carros-fortes que são ideais para cargas de pequeno porte. “Para a divisão de Cargas Especiais, vamos adquirir novos equipamentos, ferramentas e sistemas de gestão de transporte”, afirma França, que comenta ainda: “Além disso, uma importante novidade será apresentada ao longo do ano”. Os desafios e as tendências do transporte de cargas no Brasil foram discutidas na XXI Conferência Nacional de Logística (CNL), organizada pela Associação Brasileira de Logística (Abralog) e que aconteceu, pela primeira vez, durante a Intermodal. O evento, que é o principal das Américas de Logística, Transporte de Cargas e Comércio Exterior, reuniu empresas nacionais e internacionais.g
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• Gourmet bar O Centro Histórico de São Francisco do Sul ganhou um espaço de economia solidária para a comercialização de produtos feitos por artesãos e indígenas do município. A iniciativa é um dos resultados do trabalho social da Associação Arte Babitonga, em parceria com o Programa de Educação Ambiental (PEA) da Administração do Porto de São Francisco do Sul e a prefeitura. A Associação Arte Babitonga é constituída de aproximadamente 50 artesãos da cidade e contribui para o fortalecimento de cadeias produtivas locais de economia popular e solidária. Na loja, também estão reunidos artesãos da cidade que não possuem espaço de comercialização e indígenas da Comunidade do Morro Alto.
RUA LAURO MULLER, 170 - CENTRO - ITAJAÍ/SC 44
Toda estrutura foi reformada pelos próprios artesãos. Alguns móveis novos e materiais foram doados pela Administração do Porto de São Francisco do Sul e por empresas parceiras, como a Norsul e a Acquaplan Tecnologia e Consultoria Ambiental, empresa responsável pelo Programa de Educação Ambiental da Administração do Porto de São Francisco do Sul. g
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aInfraestrutura adequada; aManuseio com equipe qualificada; aGerenciamento de estoque, montagem de kits e reembalagem; aGestão realizada através do sistema WMS (Warehouse Management System), que oferece total controle de entrada e saída de mercadorias em tempo real.
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Esses são fundamentos que fazem do Grupo Jan De Nul um sucesso fenomenal. Graças a funcionários altamente capacitados e a mais moderna frota, o Grupo jan De Nul é o maior especialista em atividades de dragagem e construção naval, bem como em serviços especializados para a indústria offshore de petróleo, gás e energia renovável. A combinação das atividades de engenharia civil e ambientais torna o Grupo completo. Jan De Nul do Brasil Dragagem Ltda Av. das Américas, 3500, Edifício Londres, Bloco 1, Salas 515 e 516 22640-102 Barra da Tijuca, Rio de Janeiro - RJ I Brazil T +55 21 2025 18 50 I F +55 21 2025 18 70 I E brasil.office@jandenul.com
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INFORMATIVO DOS PORTOS /
CONTROLE
PORTO DE IMBITUBA UTILIZA A FALCOARIA PARA CONTROLE DE POMBOS DOMÉSTICOS Serviço contratado pelos próximos seis meses utiliza animais licenciados pelo Ibama, treinados para afugentar e capturar os pombos sem matá-los A SCPar Porto de Imbituba passou a utilizar aves de rapina para auxiliar no controle populacional de pombos domésticos na área portuária. O serviço contratado para ser executado nos próximos seis meses utiliza animais licenciados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), treinados para afugentar e capturar os pombos sem matá-los. Uma vez capturados, eles são movidos para um local adequado, no qual é feito o controle de natalidade e a coleta de seus dados biológicos. Atraídas pela intensa movimentação de grãos e vasta área para abrigo, as aves têm utilizado o complexo portuário como seu habitat. Em junho de 2017, uma contagem inicial registrou uma média
de 916 pombos na área. Um segundo levantamento, realizado em janeiro deste ano, apontou uma média de 464 aves. Entre os fatores responsáveis por essa baixa de quase 50% na população estão as melhorias nas vias internas e externas, com a restauração do Acesso Norte, e o novo pavimento interno, que proporcionaram a redução dos grãos que caem dos caminhões. A previsão é de que a redução populacional seja ainda maior com o auxílio da falcoaria. Entre as ações adotadas pelo Setor de Saúde, Segurança e Meio Ambiente (SSMA) da Autoridade Portuária para o controle da espécie também estão a limpeza constante dos grãos na área afetada e a redução dos acessos e abrigos, com a vedação de forros de telhado e outros espaços. Com essa metodologia integrada, espera-se minimizar os riscos da transmissão de doenças e danos estruturais ao porto. Todas essas ações estão aliadas às atividades do Programa de Prevenção da Fauna Sinantrópica (PPFS), que integra o Plano de Controle Ambiental (PCA) da SCPar Porto de Imbituba. g
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INFORMATIVO DOS PORTOS / INFRAESTRUTURA
PORTUÁRIA
TCP DÁ INÍCIO ÀS OBRAS DE AMPLIAÇÃO EXPECTATIVA É DE QUE AS OBRAS REPOSICIONEM O PORTO DE PARANAGUÁ NA ESCALA DE SELEÇÃO DE TRANSPORTADORES E ARMADORES, EM CURTO PRAZO Trabalho é acompanhado semanalmente por gerentes, diretores técnicos e engenheiros do Porto de Itajaí. Serviços devem ser concluídos em maio deste ano O Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) deu início às obras de complementação da ampliação do seu terminal. O projeto prevê a instalação de um novo berço de atracação para navios de contêineres, o reposicionamento dos quatro dolfins de amarração/atracação para a movimentação de navios car carriers (transporte de veículos e máquinas em geral) e a ampliação da área de movimentação de retrocais (pátio de contêineres) do terminal. Com as novas obras, o TCP passará a contar com 1.099 metros lineares de cais, com capacidade de atender, ao mesmo tempo, três navios de grande porte da classe Super Post Panamax (comprimento de 334 metros) ou dois navios de 368 metros. O retrocais passará dos atuais 302.800 m² para 460.300 m², e sua capacidade de movimentação de contêineres, que atualmente é de 1,5 milhão de TEUs/ano, passará para 2,5 milhões de TEUs/ano. A expectativa é de que as obras contribuam para o desenvolvimento da economia, proporcionando expansão de mercados, aumento da eficiência portuária e redução dos custos na logística dos transportes marítimos. A ampliação da capacidade de um terminal portuário consolidado como a TCP vai gerar aumento do seu desempenho operacional e poderá torná-lo o mais moderno do país, reposicionando Paranaguá na escala de seleção de transportadores e armadores, em curto prazo. A TCP se caracteriza como um dos três terminais mais produtivos e eficientes do Brasil. Conta com uma movimentação média mensal de 80 MPH (movimentação de contêineres por hora) e 879 metros lineares de cais, garantindo que um navio aguarde, em média, quatro horas para atracar no terminal e nele ocupe menos de 50% de sua capacidade. LICENCIAMENTO AMBIENTAL Para iniciar suas atividades construtivas para a complementação
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das obras de ampliação, o TCP passou por todos os passos do processo de licenciamento ambiental junto ao Ibama. O empreendimento já dispõe da Licença de Instalação (LI), expedida em novembro de 2017, concedida após o detalhamento dos programas ambientais constantes no Estudo Ambiental. Assim, o TCP inicia suas obras já executando os programas de monitoramento exigidos, assim como as ações de comunicação social e de educação ambiental. O objetivo é prevenir e monitorar potenciais impactos que possam ocorrer no meio ambiente e nas comunidades das áreas circunvizinhas no decorrer das obras de instalação do novo cais e do novo retrocais. Segundo a empresa, “todas as obras estão sendo executadas seguindo as boas práticas da engenharia e da construção civil, adotando os devidos controles ambientais”. O terminal analisa incluir na gestão ambiental das obras as sugestões e solicitações da população, através de um Programa de Comunicação Social voltado às comunidades circunvizinhas e veículos de comunicação locais.g
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INFORMATIVO DOS PORTOS /
ARTIGO
AGENTE DE CARGA NA IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO por Wagner Antônio Coelho
O objetivo deste artigo complementa o arrazoado da edição passada a respeito das funções da agência de carga na logística de transporte internacional. Naquela ocasião, abordou-se a ausência desse importante personagem nas definições da Resolução Normativa nº 18 da Antaq, DOU 26/12/2017. Nestas breves linhas, pretende-se demonstrar as principais funções das agências de carga no transporte marítimo e suas diferenças entre operações de importação e exportação. Na operação de importação, o agente de carga brasileiro pode realizar a contratação do transporte marítimo junto ao armador/transportador marítimo real/efetivo, a qual é evidenciada no conhecimento de embarque marítimo, denominado BL master. Posteriormente, realiza-se o repasse desse serviço/direitos para o importador brasileiro, por intermédio de subcontratação, a qual é evidenciada no conhecimento de embarque marítimo, denominado BL house/filhote/sub-master emitido por um NVOCC estrangeiro parceiro, diante da impossibilidade de a agência de carga brasileira consolidar carga no exterior. Nessa operação, a agência de carga brasileira é responsável pela desconsolidação da carga junto à Aduana brasileira, representa os interesses no NVOCC estrangeiro no Brasil e, ao mesmo tempo representa os interesses do importador brasileiro. Por sua vez, caso a operação seja contratada por NVOCC estrangeiro parceiro, em cargas denominadas “route order”, este adquire o espaço junto ao armador/transportador marítimo real/efetivo, posteriormente emite o conhecimento de embarque marítimo house/filhote/sub-master, e precisa da agência de carga brasileira parceira para desconsolidar a carga e representá-lo no Brasil.
Nesse sentido, observa-se um conflito de interesses pelas agências de carga brasileiras, especialmente na operação em que representam diretamente os interesses do importador brasileiro, pois exercem representação, nos termos do art. 710 do Código Civil, tanto do transportador contratual estrangeiro quanto do importador brasileiro. Já na função de freight forwarder (transitário de carga), a agência de carga, de fato e de direito, desempenha atividade de intermediar a contratação do transporte marítimo entre importador e o armador/transportador marítimo efetivo/real, posto que solicita a reserva de praça em nome do importador junto ao armador. Nas operações de exportação de mercadoria brasileira, o agente de carga brasileiro pode realizar a contratação do transporte marítimo junto ao armador/transportador marítimo real/efetivo/executor, a qual é evidenciada no conhecimento de embarque marítimo, BL Master, com posterior repasse desse serviço/direitos para o exportador brasileiro, por intermédio de subcontratação, a qual é evidenciada no conhecimento de embarque marítimo house/filhote/sub-master. No entanto, diferente da importação, o agente de carga é responsável legal pela consolidação da carga e emissão do conhecimento de embarque marítimo internacional, na qualidade de transportador contratual (NVOCC), nos termos da IN RFB 800/2007 . Assim, verifica-se a impossibilidade de NVOCC estrangeiro consolidar carga e emitir conhecimento de embarque, BL house/filhote/ sub-master no Brasil, restando tal atividade para as agencias de carga brasileiras. g
Wagner Antonio Coelho, advogado inscrito na OAB/SC 19654, especialista em Direito Aduaneiro e Comércio Exterior, sócio do escritório Guero e Coelho Advogados Associados – OAB-SC 1042-2005, Consultor de Tradings Companies e empresas ligadas ao Comércio Exterior, Membro fundador da Comissão de Direito Aduaneiro, Marítimo e Portuário da OAB/SC Itajaí-SC, Membro fundador da Comissão Estadual de Direito Portuário, Marítimo e Aduaneiro da OAB/SC, Professor da UNIVALI: no Curso de Gestão Portuária, nas disciplinas de Legislação Aduaneira e Direito Marítimo; nos Cursos de Especialização - MBA em Importação e Internacionalização de Empresas; Direito Aduaneiro e Comércio Exterior; Direito Marítimo e Portuário; e, na Faculdade Avantis na Especialização em Direito Aduaneiro, Marítimo e Portuário.
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INFORMATIVO DOS PORTOS /
GUIA DE SERVIÇOS
AGENDA DE EVENTOS Evento: Transport Logistics Data: 16 a 18 de maio
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Local: Shanghai - China Mais informações: www.transportlogistic-china.com Evento: Marintec South America Data: 14 a 16 de agosto Local: Centro de Convenções SulAmérica - Rio de Janeiro/RJ Mais informações: www.marintecsa.com.br Evento: XXIII Fórum Internacional Supply Chain & Expo - Logística
ITACEX COMISSÁRIA DE DESPACHOS ADUANEIROS LTDA. Rua: Gil Stein Ferreira, 100 - Sala 602 - Centro - Itajaí/SC Fone: (47) 2104.2000 - 2104.2001 www.itacex.com.br edson@itacex.com.br
Data: 18 a 20 de setembro Local: São Paulo/SP Mais informações: www.forum.ilos.com.br Evento: 107ª Convenção Anual da AAPA Data: 7 a 10 de outubro Local: Valparaiso - Chile Mais informações: www.aapavalparaiso2018.com Evento: LOGISTIQUE – Feira de Logística e Negócios Multimodal Data: 23 a 25 de outubro
SUL AMÉRICA LTDA. Rua: Lauro Muller, 325 - Centro - Itajaí/SC Fone: (47) 3348.1495
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Local: Joinville/SC Mais informações: www.logistique.com.br
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INFORMATIVO DOS PORTOS / 24 A EDIÇÃO
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