Abril 2018 - Edição nº 223 - Ano XVIII - Av. Coronel Marcos Konder, 1207 – 6º andar - sl 68
Centro Empresarial Embraed - Centro - Itajaí/SC - 88301-303
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completa 83 anos e planeja investimentos até 2022
Santos projeta movimentar 178 milhões de toneladas em 2029
Mercado logístico registra crescimento da movimentação de cargas e prevê ano promissor para setores como automotivo, madeira e agronegócio
INFORMATIVO DOS PORTOS /
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UM MOMENTO DE ESPERANÇA!
PUBLICAÇÃO Perfil Editora DIRETORA Elisabete Coutinho elisabete@informativodosportos.com.br
O tempo, definitivamente, é de esperança! As perspectivas de retomada do crescimento da economia nacional começam a refletir positivamente também no comércio exterior
DIRETORA ADMINISTRATIVA Luciana Coutinho luciana@informativodosportos.com.br
brasileiro. Conforme matéria de capa desta edição ― que comemora os 20 anos da Revista
JORNALISTA RESPONSÁVEL Luciana Zonta (SC 01317 JP) luzonta@informativodosportos.com.br
objetivo de fomentar as melhores práticas de relações com o comércio exterior, a revista é
Informativo dos Portos ―, o setor deve crescer 3,4% em 2018 na comparação com o ano passado, segundo a gigante global do setor de navegação Maersk Line. Fundada com o hoje um dos mais importantes fóruns de discussão do segmento. Nestas duas décadas, nossa revista mudou bastante, tanto no conteúdo quanto no formato, mas se manteve
REPORTAGEM Adão Pinheiro, Alessandro Padin, Érica Amores e Luciana Zonta
sempre fiel aos princípios de estimular o desenvolvimento da economia.
FOTOS Ronaldo Silva Jr./Divulgação Flávio Roberto Berger/Fotoimagem
Com a previsão de crescimento de 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro neste
REVISÃO Izabel Mendes
por exemplo, deve ajudar a impulsionar a exportação da madeira brasileira para aquele
COMERCIAL Thaísa Michelle Santos comercial@informativodosportos.com.br
soja ― também deve ajudar a abastecer parte do mercado mundial que demanda pela
PROJETO GRÁFICO Elaine Mafra |Magic Arte
Por outro lado, o país precisa estar atento aos gargalos logísticos que ainda impactam na
DIAGRAMAÇÃO E CAPA Elaine Mafra |Magic Arte - @magicartedigital elaine@informativodosportos.com.br
que 15 rodovias das 109 avaliadas anualmente estão entre as piores ligações do país.
PERFIL EDITORA Fone: (47) 3348.9998 | (47) 3344.5017 www.informativodosportos.com.br informativodosportos@informativodosportos.com.br
pesquisados. A CNT calcula que sejam necessários
ano, o segmento prevê números bastante positivos. Alguns setores tendem a ser mais beneficiados do que outros. A alta do mercado da construção civil dos Estados Unidos, país ao longo do ano. O bom desempenho da safra de grãos brasileiros ― em especial a commoditie.
cadeia de produção. Um ranking da Confederação Nacional de Transportes (CNT) mostra
*Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não representam a opinião da revista.
Santa Catarina aparece com um trecho na pesquisa ― o que liga Florianópolis a Lages no planalto serrano. No ranking, a ligação ocupa o quinto lugar entre os piores trechos R$ 5,80 bilhões apenas para solucionar os principais
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problemas identificados nessas estradas.
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Boa leitura e ótimos negócios!
Abril 2018 - Edição nº 223 - Ano XVIII - Av. Coronel Marcos Konder, 1207 – 6º andar - sl 68
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INFORMATIVO DOS PORTOS
ÍNDICE ESPECIAL Comércio exterior brasileiro reage positivamente em 2018
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FALTA DE INVESTIMENTOS
Ranking apresenta as piores ligações rodoviárias do país
PASSADO E FUTURO Porto de Paranaguá completa 83 anos e planeja investimentos até 2022
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DIÁRIO DE BORDO..................................................................12 Confira as novidades dos principais setores que movimentam o mercado PORTO ITAPOÁ.......................................................................22 Expansão aumenta a capacidade para 1,2 milhão de TEUs por ano ARTIGO................................................................................24 Portos públicos: é preciso mais atenção às melhorias, por José KfuriAntônio Coelho MESA DE NEGOCIAÇÃO..............................................................28 Brasil quer diversificar comércio bilateral com o Canadá CASE EMPRESARIAL...............................................................30 Time Log é referência na prestação de serviços em comércio exterior
PLANO MESTRE Porto de Santos projeta movimentar 178 milhões de toneladas em 2029
MERCADO ANDINO..................................................................34 Brasil projeta aumentar exportações de calçados para a Colômbia COLUNA DE TECNOLOGIA..........................................................36 Tudo sobre o mercado tecnológico ARTIGO................................................................................36 O primeiro passo na jornada da Indústria 4.0, por Jaison Vieira CASE EMPRESARIAL.................................................................38 JCV completa 20 anos de fundação de olho no futuro UNIVERSIDADE & MERCADO.......................................................42 Universidade de Itajaí ganha sala conceito da Allog ARTIGO................................................................................46 Zonas econômicas especiais, por Wagner Coelho AGENDA DE EVENTOS...............................................................48 Informações sobre as principais feiras, congressos e palestras
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DIÁRIO DE BORDO s
A Hamburg Süd e seu cliente sueco Electrolux estão se unindo para reduzir as emissões de dióxido de enxofre nos portos. Durante suas escalas em Manzanillo (México), Callao (Peru), Iquique e Puerto Angamos (Chile), em março, o navio ‘Santa Catarina’ utilizou voluntariamente o Marine Gas Oil (MGO), considerado um combustível mais limpo, em substituição ao óleo padrão (HFO). Ambos devem funcionar no porto para fornecer eletricidade e calor ao navio. A Hamburg Süd e a Electrolux já realizaram anteriormente uma ação similar, contribuindo para a proteção do meio ambiente e da saúde. Devido ao teor de enxofre significativamente menor do MGO, as emissões de dióxido de enxofre diminuirão em mais de 95%. 12
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COMBUSTÍVEL MAIS LIMPO
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CONSULTA PÚBLICA
DRAGAGEM EM MACEIÓ
A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) abriu consulta e audiência públicas visando obter contribuições, subsídios e sugestões para o aprimoramento das minutas jurídicas e técnicas para realização dos certames licitatórios de seis terminais portuários destinados à movimentação de granéis líquidos, sendo cinco deles localizados no Porto de Belém e um no Porto de Vila do Conde, no estado do Pará. As contribuições poderão ser dirigidas à Antaq até 18 de maio exclusivamente por meio do formulário eletrônico disponível no site www.antaq.gov.br. A autarquia realizará audiência pública, que terá data e local definidos e divulgados no portal da agência.
O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil autorizou as obras de dragagem do Porto de Maceió. A obra terá três meses de duração e, após este prazo, embarcações de grande porte poderão acessar o porto sem restrições. A empresa belga Jan de Nul, vencedora da licitação com valor de R$ 35 milhões, será a responsável pelas obras de aprofundamento do canal de acesso, da bacia de evolução e dos berços. Espera-se o aumento de 20% a 30% na movimentação de cargas, o que proporcionará redução de custos e maior rapidez nas operações dos navios graneleiros.
DICIONÁRIO DO COMEX Quem atua no comércio exterior precisa reduzir custos e evitar gastos extras que podem onerar e até prejudicar suas operações internacionais. Para auxiliar profissionais e executivos que atuam com importação e exportação, a Allog International Transport organizou um livro no formato de e-book com o objetivo de simplificar termos do comércio exterior e trazer praticidade ao dia a dia dos profissionais da área. Com o e-book, profissionais e estudantes podem arquivar e passar para os colegas informações do setor e até mesmo usar em sala de aula. O objetivo é contribuir com o conhecimento de comércio exterior e logística, além de oferecer um material prático e simples de consultar com visual atraente. Quem deseja baixar o e-book do Dicionário do Comex, pode baixar diretamente do blog da Allog (inserido no www.allog.com.br) ou solicitar via contato pelo próprio site. 13
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DIÁRIO DE BORDO Em parceria com a Associação Empresarial de Brusque — através de seu Núcleo de Tecnologia da Informação — a Totvs promoveu o evento “Transformação Digital”, que contou com a presença do diretor comercial da Totvs S.A, Alexandre Apendino; do diretor comercial da empresa em Santa Catarina, Mário Balsimelli Neto; e do diretor da PPIMultitask, Marcelo F. Pinto. O encontro reuniu estudantes e profissionais interessados em transformação digital e na Indústria 4.0 e nele se debateu como a tecnologia está ditando uma nova maneira de se fazer negócios, desbancando indústrias antigas e mudando setores inteiros de mercado, atingindo todas as empresas de todos os setores.
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TRANFORMAÇÃO DIGITAL
DESENVOLVIMENTO PORTUÁRIO s
Desenvolvimento Portuário no Brasil foi o tema abordado durante o 2º Encontro Boskalis On The Move que contou com a participação de quase 120 convidados em Vitória, capital do estado do Espírito Santos. Os seminários da Boskalis buscam reunir as comunidades de negócios para compartilhar e discutir os mais recentes assuntos em desenvolvimento e inovações do setor. O diálogo e o aprendizado de toda a indústria costuma ajudar executivos e profissionais do setor portuário.
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O R I E L I S A R B R O I R E T X E O I COMÉRC REAGE POSITIVAMENTE EM 2018
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MERCADO LOGÍSTICO REGISTRA CRESCIMENTO DA MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS E PREVÊ ANO PROMISSOR PARA SETORES COMO AUTOMOTIVO, MADEIRA E AGRONEGÓCIO
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As perspectivas de retomada do crescimento da economia nacional começam a refletir positivamente no comércio exterior brasileiro. O setor deve crescer 3,4% em 2018 na comparação com o ano passado. A previsão é da Maersk Line, empresa que projeta crescimento de 1,3% nas exportações e 4,6% nas importações dos produtos nacionais. O ritmo de crescimento será mais lento que o verificado em 2017, mesmo em um ano de Copa do Mundo, que traz resultados positivos nos desembarques de produtos eletrônicos. Dados da empresa mostram que o último trimestre do ano passado apresentou crescimento de 13,1% nas operações. Considerando apenas as exportações, o crescimento entre outubro e dezembro foi de 10,2%. Já as importações aumentaram 16,9%. No acumulado do ano, os embarques cresceram 4% e os desembarques, 15,5%. De acordo com a Maersk, enquanto as cargas secas movimentadas em contêineres tiveram crescimento de 10,5% em comparação ao mesmo
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período de 2016, as refrigeradas registraram alta de 8,3% na mesma base de comparação. Essas mercadorias contribuíram para o crescimento registrado no final do ano passado, tendência que deve se manter ao longo deste ano. “Vimos um impacto considerável da Copa no último trimestre de 2017, em especial na região Norte. Como o evento tem um efeito pontual, precisamos esperar mais para saber se esse começo de retomada econômica será suficiente para sustentar o crescimento do comércio exterior nos próximos trimestres”, destaca o diretor principal da Maersk Line para a Costa Leste da América do Sul, Antonio Dominguez. PRODUTOS EM DESTAQUE Algodão, madeira e carne foram os principais propulsores de crescimento das exportações conteinerizadas no período, com alta de 62%, 25% e 50%, respectivamente. Destaca-se também o desempenho da soja entre as commodities, que registrou alta de 157% por conta da maior demanda proveniente de Bangladesh e Holanda.
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Já com relação às importações, o diretor comercial da Maersk Line para a Costa Leste da América do Sul, Nestor Amador, aponta os componentes eletrônicos utilizados para a fabricação de televisores. Essa demanda cresce consideravelmente em anos de Copa do Mundo e empurra o consumo de outros eletrodomésticos. O evento esportivo também tem impulsionado a importação de plástico, borracha, químicos, têxtil e couro. O executivo ainda destacou a necessidade de manutenção dos estoques no final do ano passado. No entanto, esse crescimento não deve se sustentar durante 2018. “Temos claros e importantes indicativos do crescimento de alguns segmentos e um deles é a indústria automobilística. As exportações de carros e autopeças aumentaram 25% no último trimestre do ano – o que também ocorreu na Argentina, em escala um pouco menor (20%). Isso sinaliza uma retomada na atividade dessa indústria que foi tão impactada nos últimos anos”, salienta Amador. EXPECTATIVA DO MERCADO A expectativa de crescimento do comércio exterior brasileiro é reforçado por diferentes profissionais do mercado. Rodrigo Viti, gerente comercial da Allog International Transport, empresa especializada em logística internacional, explica que o início de 2018 foi atipicamente movimentado para o setor. Com a previsão de crescimento de 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro neste ano, o segmento prevê números bastante positivos. “Sabe-se que o setor de movimentação de cargas cresce de 3 a 4 vezes mais do que o próprio PIB. Dentro desta perspectiva, prevemos um crescimento de 8% na importação e de 10% na exportação brasileira”, observa Viti. Alguns setores tendem a ser mais beneficiados do que outros, segundo o gerente comercial. A alta do mercado da construção civil dos Estados Unidos, por exemplo, deve ajudar a impulsionar a exportação da madeira brasileira para aquele país ao longo do ano. O bom desempenho da safra de grãos brasileiros – em especial a soja – também deve ajudar a abastecer parte do mercado mundial que demanda pela commoditie. “E mesmo com as recentes restrições da carne brasileira para alguns países, acreditamos que também este setor deve crescer no mercado internacional”, observa. Para o advogado especializado em direito aduaneiro e professor nos cursos de comércio exterior e gestão portuária da Universidade do
Alguns setores tendem a ser mais beneficiados do que outros. A alta do mercado da construção civil dos Estados Unidos, por exemplo, deve ajudar a impulsionar a exportação da madeira brasileira para aquele país
Vale do Itajaí (Univali), Wagner Coelho, a retomada do crescimento econômico brasileiro deve contribuir principalmente para a importação de matéria-prima para a indústria brasileira. Um exemplo é a necessidade de importação de peças para a indústria automotiva nacional que dá claro sinais de retomada nas vendas nacionais e internacionais. “A fábrica catarinense de motores da GM, na região norte, é uma das indústrias do setor que mostra a força desta retomada”, observa. Só para se ter uma ideia do potencial de crescimento do mercado automotivo em 2018, as exportações de veículos montados cresceram 42,9% em fevereiro na comparação com janeiro, ao atingir
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COMÉRCIO EXTERIOR SEM BARREIRAS
66,3 mil unidades. De acordo com dados divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a produção de veículos no país aumentou 6,2% em fevereiro na comparação com o mesmo mês de 2017, passando de 201,1 mil unidades para 213,5 mil. Em janeiro e fevereiro, a produção cresceu 15% ante o primeiro bimestre do ano anterior. “Foi um número expressivo no mesmo padrão do ano passado. Batemos recorde histórico para o bimestre com um número positivo que mostra que a força das exportações vai trazer um bom ano”, afirmou o presidente da Anfavea, Antonio Megale. Segundo dados da Anfavea, as vendas aumentaram 15,7% em relação a fevereiro do ano passado, ao passar de 135,6 mil para 156,9 mil veículos vendidos. Na comparação com janeiro, entretanto, houve queda de 13,4%. No primeiro bimestre, foram licenciados 338,1 mil veículos, o que representa aumento de 19,5% em relação mesmo período do ano passado.
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De acordo com a Associação, o emprego no setor automobilístico teve estabilidade entre janeiro e fevereiro, com elevação de 1,1%, passando de 128,9 mil postos de trabalho para 130,4 mil em fevereiro. “A pequena variação mostra que, a conta-gotas, a situação está melhorando. Em janeiro, havia 1.721 pessoas em lay-off e Programa de Proteção de Emprego (PPE) e em fevereiro esse número era de 1.344 pessoas. São 936 em PPE e 498 em lay-off (suspensão temporária do contrato de trabalho). Praticamente 300 pessoas a menos e, gradualmente, caindo, à medida que as fábricas vão retomando a produção, aumentando turnos e chamando mais pessoas”, acrescenta Megale. AGRONEGÓCIO BRASILEIRO
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As exportações brasileiras do agronegócio também cresceram neste início de ano. As vendas do segmento aumentaram 5,2% em valores em fevereiro na comparação com o mesmo período de 2017. As exportações do setor no período somaram US$ 6,23 bilhões em fevereiro de 2018, acima dos US$ 5,93 bilhões do mesmo mês em 2017. A análise do índice de quantum — obtidos implicitamente, por meio do deflacionamento dos valores exportados pelas variações de preços — das exportações do agronegócio revela que a elevação da quantidade exportada foi fator determinante para a expansão do valor exportado no mês (+7,7%), uma vez que a mensuração do índice de preço das exportações revelou queda de 2,3% nos preços. Foi destaque do agronegócio o forte aumento na quantidade exportada de farelo de soja (90,5%) e do óleo de soja (65,5%), gerando expansão no valor embarcado para o exterior de 100,3% e 54,7%, respectivamente. Outra evidência no mês foi a expansão de 74,4% no valor da celulose exportada. De acordo com a Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio (SRI) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, houve recorde tanto na quantidade (35,3%) do produto quanto do valor, considerando a séria histórica desde 1997. O milho também teve crescimento expressivo nas vendas externas, de 157% na quantidade exportada, que foi de 1,3 milhão de toneladas. Outro aumento registrado foi na quantidade exportada de carne bovina in natura, que cresceu 24% em relação a fevereiro de 2017, totalizando 98 mil toneladas, equivalentes a US$ 392 milhões. As exportações de bovinos vivos também tiveram forte crescimento (US$ 48,79 milhões com aumento de 1.640%), com aquisições principalmente da Turquia (US$ 41,12 milhões). Enquanto as exportações do agronegócio cresceram, as importações diminuíram 1,4%, caindo de US$ 1,10 bilhão em fevereiro de 2017 para US$ 1,08 bilhão em fevereiro de 2018. O incremento das exportações e a concomitante queda das importações resultou na expansão do saldo comercial do agronegócio de US$ 4,83 bilhões em fevereiro do ano passado para US$ 5,15 bilhões. g
INFORMATIVO DOS PORTOS / PORTO
ITAPOÁ
EXPANSÃO AUMENTA A CAPACIDADE PARA 1,2 MILHÃO DE TEUS POR ANO Com área inaugurada em março, pátio passou a ter 210 mil m². Até o final de maio, mais 40 mil m² de pátio e 170 metros de píer serão entregues A primeira fase das obras de expansão do Porto Itapoá tem previsão de entrega até o final de maio, quando devem estar finalizados mais 40 mil m² de pátio e mais 170 metros de píer. Em março, uma nova área de 60 mil m² foi inaugurada, aumentando o pátio de contêineres para 210 mil m². Com essa estrutura, o Porto Itapoá passa a contar com capacidade para movimentar 1,2 milhão de TEUs/ano.
to num setor pouco conhecido dentro do ambiente logístico-portuário, o customer care. Implantado em Itapoá em 2017, o departamento foi responsável pela recuperação do nível de satisfação do cliente, quando se propôs a concentrar todas as demandas originárias do mercado em um único ponto da empresa com o poder para sanar dúvidas e entregar soluções confiáveis.
Inaugurado em junho de 2011 com uma infraestrutura capaz de movimentar 500 mil TEUs por ano, o terminal vem desde 2013 superando essa movimentação. Para atender à demanda crescente, foi dado início naquele ano o processo de ampliação. As primeiras obras começaram em outubro de 2016, depois da obtenção de todas as licenças.
Outros dois índices também são trabalhados nessa pesquisa. O primeiro é o SSI (spontaneous satisfaction index), no qual o terminal obteve 92% de satisfação. O SSI é a representação da imagem da empresa junto aos clientes. Já o CJI (customer’s journey index) representa a satisfação do cliente com os serviços efetivamente realizados pelo porto. Nesse indicador, a satisfação dos clientes com o Porto Itapoá atingiu 87%.
O projeto de expansão contempla ainda 200 mil m² quadrados de áreas adicionais de pátio (com aterro em andamento) e 410 metros de píer (novo berço), cuja evolução acontecerá nos próximos três anos. A entrega das obras em fases faz parte da estratégia do terminal de atender à alta demanda de forma escalonada e planejada. A cada área finalizada, um novo processo de licenciamento é iniciado para evitar gargalos operacionais na movimentação de contêineres. Ao mesmo tempo que tem a sua infraestrutura ampliada, o terminal aperfeiçoa o relacionamento com o cliente. O resultado da última pesquisa de satisfação de clientes apontou um dos melhores índices de satisfação do Brasil e do mundo, com um NPS (net promoter score) de 76 pontos. O NPS é um índice globalmente aceito de fidelização que classifica os clientes em uma rede de promotores ou detratores do negócio e se baseia na ideia de recomendação de produtos e serviços para outros consumidores. A realização das pesquisas identificou uma oportunidade de investimen22
NÚMEROS O Porto Itapoá registrou um acréscimo de 10% em sua movimentação total em 2017, incluindo exportações, importações, cabotagem, transbordos e movimentação de contêineres vazios. Ao longo do ano passado foram movimentados 612 mil TEUs contra 558 mil TEUs de 2016. A previsão para 2018 é que o porto movimente 750 mil TEUs (mas já com capacidade para 1,2 milhão de TEUs/ano), um avanço de 22% em relação ao ano passado. O destaque de 2017 ficou para o aumento das movimentações de longo curso, com um avanço de 16,21% no total, o que significa 47 mil TEUs a mais do que em 2016, chegando aos 337 mil TEUs. Segundo o presidente do Porto Itapoá, Cássio Schreiner, nesses sete anos de operação, o terminal apresentou números muito positivos e, mesmo quando o cenário político e econômico foi desfavorável, o empreendimento proporcionou diferenciais aos clientes, criando uma relação de confiança e se consolidando entre os maiores terminais de contêineres do país.g
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INFORMATIVO DOS PORTOS /
INFORMATIVO DOS PORTOS / ARTIGO
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PORTOS PÚBLICOS: É PRECISO MAIS ATENÇÃO ÀS MELHORIAS por José KfuriAntônio Coelho
O Brasil deve registrar mais uma superssafra de soja neste ano. Seguramente estamos diante de um quadro bem positivo. As condições climáticas favoreceram a produção de soja e as expectativas mais otimistas foram superadas e as questões relacionadas a transportes e armazenagem permaneceram inalteradas em relação a anos recentes.
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O único ponto negativo se dá no Porto de São Francisco do Sul, no litoral Norte de Santa Catarina, onde a falta de manutenção preventiva de equipamentos de embarque (fitas e shiploaders) pela Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) gera uma perda significativa no volume exportado. Em 2015, chegou a 8 milhões de toneladas e para este ano, na melhor das hipóteses, deverão sair por este porto 5 milhões de toneladas.
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Para combatermos os gargalos na logística do Brasil e melhorarmos o desempenho do país é fundamental a definição de políticas e de planos viáveis de melhoria nos portos públicos, indispensáveis para o adequado escoamento das safras de grãos. Meu entendimento é que não apenas os portos privados devem privilegiar-se de dispositivos que permitam atualizações e aumento de eficiência.
É SEMPRE IMPORTANTE, EM QUALQUER ATIVIDADE, QUE SE FAÇA UMA COMPARAÇÃO COM CONCORRENTES, DIRETOS E INDIRETOS. NÓS, DO TERLOGS, FAZEMOS ISTO CONSTANTEMENTE, ANALISANDO PORTOS NO BRASIL E NO EXTERIOR.
Nossa operação em São Francisco do Sul, há alguns anos, era destaque. Nos dias atuais, infelizmente, por conta do descaso com a manutenção do Corredor de Exportação no porto público, estamos perdendo excelente oportunidade de superar números anteriores, sobretudo quando o país tem uma safra recorde e a taxação chinesa sobre a soja norte-americana nos abre um espaço incrível de mercado. Desde 11 de março deste ano, quando houve quebra das fitas de exportação e avarias também nos shiploaders, estamos operando precariamente com metade da capacidade de embarque. Cada vez mais um Brasil competitivo exige gestão moderna e transparente e isso ainda não está evidente em São Francisco do Sul. No nosso entender, o ideal é que pudesse ser praticado o que prevê a Lei 8.033, que define investimentos emergenciais em reparos indispensáveis, com a participação dos terminais graneleiros no Corredor de Exportação do porto público e, em seguida, a operação e a boa manutenção dos equipamentos de embarque, cuja compensação se pode dar por diversas formas com a Autoridade Portuária, à semelhança do que fez o Porto de Paranaguá. É sempre importante, em qualquer atividade, que se faça uma comparação com concorrentes, diretos e indiretos. Nós, do Terlogs, fazemos isso constantemente, analisando portos no Brasil e no exterior. Um bom exemplo, contudo, está muito perto: trata-se do Porto de Paranaguá. Com uma ativa abordagem de resultados, tem feito investimentos em equipamentos de embarque e tem cuidado da manutenção e operação, via Associação dos Terminais, o que gerou aumento de produtividade com incremento efetivo dos embarques de grãos em 45% nos últimos sete anos, sem que novos berços de atracação tenham sido incorporados. A melhor gestão de Paranaguá se aproveita da ineficiência de São Francisco do Sul e agrega mais carga às suas operações. g
O autor é CEO da Marubeni Grãos/Terlogs
INFORMATIVO DOS PORTOS /
FALTA DE INVESTIMENTOS
RANKING APRESENTA AS PIORES LIGAÇÕES RODOVIÁRIAS DO PAÍS Conclusão mostra que as más condições das estradas que compõem as ligações se devem ao baixo nível de investimento realizado pelo governo federal Quinze rodovias das 109 avaliadas anualmente pela Confederação Nacional de Transportes (CNT) estão entre as piores ligações rodoviárias do país, no período compreendido entre 2004 e 2017. Durante esse período, foram realizadas 13 pesquisas utilizando os mesmos métodos de avaliação, o que permitiu a construção de uma base de dados ampla o suficiente para verificar a evolução da qualidade das ligações selecionadas. Santa Catarina aparece com um trecho na pesquisa – o que liga Florianópolis a Lages no planalto serrano. No ranking, a ligação ocupa o 5º lugar entre os piores trechos pesquisados pela confederação. O levantamento usou como critério a regra de que a extensão deveria ser majoritariamente de jurisdição federal e que aparecesse por, pelo menos, quatro vezes entre as 20 últimas posições do ranking de classificação de Ligações da Pesquisa CNT de Rodovias nas edições publicadas entre 2004 e 2017. O presidente da Confederação Nacional do Transporte, Clésio Andrade, diz
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AS 15 PIORES LIGAÇÕES RODOVIÁRIAS ENTRE 2004 E 2017: 1º) Açailândia (MA) – Miranda do Norte (MA) 2º) Araguaína (TO) – Picos (PI) 3º) Barracão (PR) – Cascavel (PR) 4º) Dourados (MS) – Cascavel (PR) 5º) Florianópolis (SC) – Lages (SC) 6º) Governador Valadares (MG) – João Neiva (ES) 7º) Jataí (GO) – Piranhas (GO) 8º) Maceió (AL) – Salgueiro (PE) 9º) Manaus (AM) – Boa Vista (RR) – Pacaraima (RR) 10º) Marabá (PA) – Dom Eliseu (PA) 11º) Marabá (PA) – Wanderlândia (TO) 12º) Poços de Caldas (MG) – Lorena (SP) 13º) Porto Velho (RO) – Rio Branco (AC) 14º) Rio Brilhante (MS) – Porto Murtinho (MS) 15º) Salvador (BA) – Paulo Afonso (BA)
que a superação desses problemas requer fortes investimentos em infraestrutura. “O quadro apresentado pela CNT neste estudo é dramático, pois demonstra a incapacidade do Estado de promover a melhoria das rodovias brasileiras, o que leva a perpetuação das deficiências na infraestrutura de transporte”. A conclusão mostra que as más condições das rodovias que compõem as ligações se devem ao baixo nível de investimento realizado pelo governo federal. Apesar de a maior parte dos recursos (67,9% do orçamento público federal) aportado especificamente nas ligações se destinarem à ações de manutenção, o volume de recursos é insuficiente para promover a melhoria da qualidade oferecida aos usuários. A CNT calcula que sejam necessários R$ 5,80 bilhões apenas para solucionar os principais problemas identificados nessas estradas, ou seja, para recuperar apenas as piores ligações rodoviárias do país, é necessário destinar a essas ações prioritárias o equivalente a 69,7% do recurso autorizado pelo governo federal para intervenções rodoviárias em 2017.g
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MESA DE NEGOCIAÇÃO
BRASIL QUER DIVERSIFICAR COMÉRCIO BILATERAL COM O CANADÁ País da América do Norte é um importante mercado consumidor. Em 2017, o fluxo comercial entre Brasil e Canadá foi de cerca de US$ 4,5 bilhões
A possibilidade de um acordo de livre comércio entre o Mercosul e o Canadá pode contribuir para diversificar a pauta de exportação brasileira para aquele país da América do Norte. O ministro brasileiro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge, diz que espera um aumento expressivo e a diversificação da pauta exportadora do Brasil para o Canadá, que atualmente é bastante concentrada. As negociações entre o Mercosul e o Canadá foram feitas em Assunção, no Paraguai. O encontrou reuniu os chanceleres dos quatro países do Mercosul – Aloysio Nunes (Brasil) Eladio Loizaga (Paraguai), Rodolfo Nin Novoa (Uruguai) e Jorge Faurie (Argentina) e o ministro canadense de Comércio Internacional, François-Philippe Champagne. O Canadá aplica, em média, tarifa de 22,5% sobre a importação de produtos agrícolas e de 6% sobre produtos manufaturados. Na área industrial, acordos firmados pelo Canadá tendem a promover eliminação imediata de tarifas, com exceção do setor automotivo. MERCADO CONSUMIDOR O Canadá é um importante mercado consumidor. Em 2017, o fluxo comercial entre Brasil e Canadá foi de cerca de US$ 4,5 bilhões, com um superávit para o Brasil de pouco mais de US$ 950 milhões. O ministro ressaltou que o Mercosul e o Canadá negociam um acordo amplo que envolve temas como o comércio de bens, serviços, compras governamentais, pequenas e médias empresas, barreiras não tarifárias e propriedade intelectual. Nos últimos anos, a participação brasileira nas importações canadenses oscilou em torno de 0,6%. Já os produtos canadenses representam entre 1% e 1,5% das compras brasileiras. A pauta comercial bilateral é bastante concentrada em produtos químicos inorgânicos, açúcar e produtos de confeitaria, pedras e metais preciosos (do lado brasileiro) e adubos e fertilizantes, reatores nucleares, máquinas e aparelhos, aeronaves e suas partes (do lado canadense). Análises preliminares indicam oportunidade para pelo menos 90 produtos brasileiros, principalmente calçados, produtos químicos, de borracha, minerais não metálicos e automóveis. g
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CASE EMPRESARIAL
TIME LOG É REFERÊNCIA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS EM COMÉRCIO EXTERIOR Para alcançar objetivos planejados, empresa aplica sistema de gestão customizada, que identifica o que o cliente busca em um prestador de serviço Com 16 anos de atuação no setor de despacho aduaneiro e logístico de comércio exterior e bagagem de mais de 20 anos de conhecimento na área, a Time Log Agenciamentos tem como compromisso oferecer serviços de qualidade e geração de valores para seus clientes e público de relacionamento. Para acompanhar o crescimento do setor de comércio exterior, a empresa — que tem sede em Itajaí (SC) e matriz em São Francisco do Sul (SC) e São Paulo (SP) — acompanha cada etapa da exportação e importação. Conhecida por oferecer um ambiente de trabalho considerado espetacular, a empresa se destaca também pela atuação dos colaboradores, investimentos em tecnologia, relacionamento entre pessoas e confiança no trabalho que realiza. De acordo com Daniel Carmona, sócio-proprietário da Time Log, a expertise em comércio exterior está no DNA dos sócios e em grande parte no quadro de colaboradores da empresa, formados em comércio exterior. Mesmo com as dificuldades impostas pelo comportamento da economia brasileira nos últimos anos, a Time Log realizou investimentos em tecnologia e continuou acreditando na especialização. Para o empresário, é preciso entender mais o mercado, as necessidades dos clientes e parceiros e contar com o apoio de uma equipe de colaboradores eficientes e especializados. “Nosso país é muito grande e temos obrigação de buscar cada vez mais eficiência por meio do conhecimento acadêmico e profissional
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Daniel Carmona Chiaratti e Fábio Luís Pereira, diretores da Time Log adquirido ao longo dos anos. Não tenho dúvidas que Santa Catarina é o melhor estado do Brasil para se trabalhar o comércio exterior”, completa. Para alcançar os objetivos planejados, a empresa buscou um sistema de gestão customizada, que identificou o que cliente buscava em um prestador de serviço como a Time Log. A partir desse entendimento, desenvolveu um sistema “cliente a cliente”, que vem dando certo e garantido resultados. “Como cada empresa possui um jeito específico de trabalhar no comércio internacional, a Time Log acaba ajudando nesse papel e incorpora o setor de comércio exterior do nosso parceiro”, diz Carmona. Para garantir o bom desempenho, a Time Log conta com um quadro de colaboradores inovadores e participativos. “Nos tempos de crise sempre estiveram ao lado da empresa para que pudéssemos, juntos, ultrapassar a tempestade do mercado. Temos ao nosso lado pessoas que estão conosco há vários anos e isso nos ajuda, principalmente, com os mais jovens que têm aprendido com essa expertise. A recíproca é verdadeira, pois a juventude já chega ligada nas novas tecnologias”, explica. Somam-se, ao bom relacionamento com a equipe, as ações do departamento de Recursos Humanos e de Marketing, tendo como plataforma principal as redes sociais. “De olho no futuro, a direção da empresa está sempre trabalhando com ideias inovadoras e eficientes”, conclui.g
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PASSADO E FUTURO
PORTO DE PARANAGUÁ COMPLETA 83ANOS E PLANEJA INVESTIMENTOS ATÉ 2022 A previsão de investimentos é de R$ 725 milhões, incluindo dragagem de manutenção continuada, obras de modernização e extensão do berço 201 A Atlântico Sul Consultoria oferece aos seus clientes soluções criativas e inovadoras para o desenvolvimento de projetos de engenharia e estudos ambientais para os setores portuário, de transporte marítimo e hidroviário, náutico e costeiro. Na área de Engenharia a Atlântico Sul é especializada na elaboração de projetos de dragagem e derrocagem, projetos de engenharia portuária e costeira e na prestação de serviços de fiscalização e gerenciamento de obras. Na área de Meio Ambiente a Atlântico Sul destaca-se na realização de estudos de oceanografia costeira e geologia litorânea, estudos de viabilidade, modelagem numérica computacional e manejo de material contaminado em ambientes aquáticos.
Patrimônio do estado do Paraná, o Porto de Paranaguá acaba de completar 83 anos de fundação com resultados animadores: crescimento na movimentação de cargas, diversificação do portfólio de clientes e investimentos em melhorias de infraestrutura. Quem vivenciou a inauguração do porto, em 1935, com movimentação de erva-mate, madeira, açúcar, café e manufaturados importados, talvez não imaginasse a potência econômica que a base de importação e exportação se tornaria. No início das atividades, os números eram modestos: no ano de sua inauguração, o porto recebeu 437 navios e movimentou 91 mil toneladas de mercadorias. Atualmente, a quantidade de navios que passa por ano pelo local é pelo menos três vezes maior e o volume de cargas movimentadas já aumentou 500 vezes, ultrapassando a marca de 51,5 milhões de toneladas em 2017. De acordo com o diretor-presidente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Lourenço Fregonese, o segredo do sucesso do complexo está na modernização da infraestrutura e na atualização dos serviços. “Com o passar dos anos, a natureza dos produtos transportados foi mudando, bem como a forma de movimentar as mercadorias. Isso exigiu muitas melhorias na estrutura e acompanhamento das mudanças de mercado”, explica. INVESTIMENTOS A previsão de investimentos públicos para Paranaguá é de R$ 725 milhões, a partir deste ano até 2020. O montante será aplicado em dragagem de manutenção continuada (R$ 488 milhões) e obras de modernização e extensão do berço 201, no valor de R$ 183 milhões, que serão iniciadas ainda em 2018. No pacote de investimentos para este ano também estão previstas obras no sistema viário de Paranaguá, intervenções de derrocagem (processo de retirada ou destruição de pedras ou rochas submersas, que impedem a plena navegação), trocas das defensas e correias transportadoras.
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“As melhorias visam complementar o maior pacote de investimentos já realizado no Porto de Paranaguá. De 2011 a 2017 a Appa já investiu R$ 657 milhões no repotenciamento do porto e em obras para o aumento da produtividade do terminal”, afirma Frego-
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nesi. Fruto disso, a movimentação por Paranaguá cresceu praticamente o dobro da média nacional em 2017. Enquanto as operações pelo porto paranaense aumentaram 14% ao longo do ano passado, a movimentação portuária nacional teve alta média de 8%. NOVA REALIDADE A erva-mate e o café, produtos extremamente importantes para a economia do país na época da inauguração, hoje já não passam pelo porto. Principal opção no Brasil para o escoamento da produção agrícola, o porto paranaense tem agora como carro-chefe a soja, responsável por mais de 22% de todo o volume movimentado. Além disso, o porto abriu as portas para a diversificação de produtos e tem sido referência na movimentação de diferentes tipos de carga. Em 2017, por exemplo, as mercadorias de carga geral (máquinas, peças industriais e produtos de alto valor agregado) somaram 9,5 milhões de toneladas movimentadas. Além disso, passaram pelo porto 8,8 milhões de toneladas de fertilizantes e 4,7 milhões de toneladas de derivados de petróleo. O açúcar representou 4,8 milhões de toneladas exportadas; os farelos, 4,5 milhões; e o milho, 3,5 milhões de toneladas. Para suprir toda a demanda e atrair importadores e exportadores, com qualidade e agilidade de serviço, os últimos anos do Porto de Paranaguá foram de intensos investimentos que ampliaram as áreas de movimentação e a capacidade operacional. De 2011 a 2017, foram mais de R$ 657 milhões em investimentos públicos. “Somente nesse período, a movimentação de cargas de Paranaguá teve um aumento de 25%”, ressalta o presidente da Appa. De acordo com o secretário estadual de Infraestrutura e Logística, José Richa Filho, as ações dos últimos anos foram fundamentais para a intensificação das operações no porto. “Os números têm surpreendido e não devem parar de crescer. Os investimentos feitos de 2011 para cá já fizeram aumentar em 33% a capacidade na descarga de grãos, que é a principal operação do local. Além disso, mês após mês, os resultados mostram uma multiplicação da quantidade de caminhões de diferentes cargas que acessam o porto”, comemorou. g
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MERCADO ANDINO
BRASIL PROJETA AUMENTAR EXPORTAÇÕES DE CALÇADOS PARA A COLÔMBIA
Com tarifas de importação zeradas entre os dois países, Brasil tem agora a oportunidade de exportar, para a Colômbia, bens e serviços com maior valor agregado O chamado Acordo de Complementação Econômica entre o Mercosul e a Colômbia, assinado em julho de 2017 e internalizado pelos países membros em dezembro, zerou as tarifas de importação de 97% dos itens da pauta comercial dos países membros do mercado comum e o país andino já a partir de 2018, com preferência tarifária imediata aos setores têxtil e siderúrgico. Com a oficialização do acordo, o Brasil tem agora a oportunidade de exportar, para a Colômbia, bens e serviços mais intensivos em tecnologia e com maior cadeia de valor agregado. O fluxo de comércio bilateral não chega a representar 5% do total, mas o acordo introduz novas perspectivas para a relação comercial entre os dois países. Um dos setores que pode ser beneficiado com o acordo é o calçadista. Na primeira edição do showroom Colômbia, realizado pelo Brazilian Footwear, programa de apoio às exportações de calçados mantido pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), o país comercializou 30 mil pares de calçados. O volume gerou US$ 458 mil para as 12 marcas verde-amarelas que participaram da ação. “Já para os próximos meses, em negócios que ficaram alinhavados no evento, devem ser gerados outros US$ 974 mil”, destaca a analista de Promoção Comercial da Abicalçados, Maria Patrícia de Freitas. Segundo a analista, a ação foi um sucesso comercial de relacionamento com o mercado local, já que gerou muitos contatos novos com grandes players da Colômbia.
Para César Rodrigues, do departamento comercial da Awana Brasil, a iniciativa foi satisfatória, especialmente porque trouxe um público qualificado, de poder de decisão, o que dificilmente seria alcançado numa grande feira comercial. “A ação colocou os maiores players do mercado colombiano em um evento menor, mais focado nas negociações. Quando vamos para uma feira comercial, por exemplo, ficamos torcendo para o cliente entrar no estande. Quando entra, muitas vezes é um relacionamento muito impessoal”, comenta. O representante comercial da Ferracini, Paulo Petry Júnior, reforça a avaliação de satisfação com o evento. Segundo ele, desde o planejamento da ação até a participação foi fundamental o apoio tanto da Abicalçados, por meio do Brazilian Footwear, quanto da agência de Matchmaking e Relações Públicas do projeto na Colômbia, que conseguiu trazer alguns dos maiores compradores do mercado local, bem como grandes veículos de comunicação. COLÔMBIA Atualmente o oitavo maior mercado internacional para o setor, a Colômbia já importou mais de US$ 4 milhões em calçados brasileiros no primeiro bimestre de 2018, valor estável em relação aos dois primeiros meses de 2017. Como o país é um grande importador desses produtos — dos mais de 100 milhões de pares consumidos anualmente, cerca de 50% são importados —, trata-se de um mercado promissor para o calçado brasileiro. No ranking dos 10 principais destinos de exportação do setor, o mercado colombiano foi o que apresentou maior crescimento entre 2016 e 2017, com aumento de 23% no período.g
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TECNOLOGIA
O PRIMEIRO PASSO NA JORNADA DA INDÚSTRIA 4.0 por Jaison Vieira O termo Indústria 4.0 se originou de um projeto de estratégia do governo alemão voltado à informatização da manufatura, cujo fundamento básico é o de que, conectando máquinas, sistemas e ativos, as empresas podem criar redes inteligentes ao longo de toda a cadeia de valor e controlar os módulos da manufatura de forma autônoma, criando-se a fábrica do futuro também conhecida como “smart factory”. Esses processos tendem a torna-se cada vez mais eficientes, autônomos e customizáveis com a adoção de sistemas cyber-físicos, “internet das coisas” e “internet de serviços”, o que significa um novo período no contexto das grandes revoluções industriais. No entanto, não se pode sair de uma fábrica “desconectada” e transformá-la em uma fábrica integrada com um simples plano de ação. Essa transformação envolve mudanças dentro da organização, desde a cultura à alteração de processos. Para isso, é necessário um projeto segmentado em fases. Uma verdadeira jornada para a Indústria 4.0 é geralmente dividida em três grandes etapas. A primeira delas é a integração vertical, na qual sistemas de produção estão conectados em rede e os dados são coletados e monitorados em tempo real. Nas empresas que já possuem um ERP (enterprise resource planning), mas essa ferramenta não está diretamente conectada com as máquinas, faz-se necessária a implantação de um software MES (manufacturing execution system), que gera a conexão entre o ERP e as máquinas. Ele leva o que foi planejado para a máquina de forma automática e reporta ao ERP tudo o que acontece em tempo real, eliminando as atividades manuais no fluxo desse processo.
Porém, para que o MES funcione corretamente são necessários alguns equipamentos que fazem a coleta automática dos dados das máquinas e o input de informações, podendo ser divididos em dois grupos: o coletor de sinais e a interface homem-máquina (IHM). O primeiro é o grupo de equipamentos responsáveis por receber, identificar, transformar e enviar o sinal da máquina para o servidor do MES. Já o grupo IHM reúne os equipamentos de interação com o operador da máquina, na qual o operador registra os eventos em que ocorreram no período que ele está responsável pela máquina. Assim é possível monitorar em tempo real as informações de cada máquina, como saber o status atual de cada uma, saber a ordem de produção que está alocada, o quanto foi produzido, o quanto falta para produzir, as paradas que houveram, o ritmo de produção e o quanto foi reprocessado. Essas informações podem ser acessadas em relatórios ou até mesmo serem transmitidas através de Andons pela fábrica. Claro que para alcançar esse primeiro passo há uma necessidade de investimentos em hardware e software. Mas, fazendo o exercício de olhar para alguma empresa conhecida, quanto é possível ser mais competitivo com a redução de horas de paradas de máquinas em um mês? O quanto isso representaria financeiramente para essa empresa? Ou, qual o ganho em saber exatamente o momento em que determinada máquina teve um desvio e poder prontamente acionar a cadeia de ajuda? Com todos esses benefícios é possível fazer o cálculo do payback de um projeto desses e começar a própria jornada. Há empresas preparadas, a exemplo TOTVS, que poderão conhecer o seu processo e propor uma solução dentro de sua realidade. Este é um caminho sem volta! g
Jaison Vieira é engenheiro de Produção Mecânica, especialista em Engenharia de Produção Enxuta (Lean Manufacturing) e consultor especialista em manufatura da TOTVS
PARANAGUÁ-PR Matriz – Unidade Comercial Rua João Eugênio, 922 Centro, CEP 83203-630 +55 (41) 3420-2300
CURITIBA-PR Unidade Comercial Av. Comendador Araújo, 143, Centro, CEP 80420-900 – Conj. 144/145 +55 (41) 3221-5600
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SÃO FRANCISCO DO SUL-SC Porto Seco Rocha – EADI - Terminal de Conteineres Vazios - DEPOT Rodovia Duque de Caxias, s/n – Km 2,5 Iperoba, CEP 89240-000 Tel: 55 (47) 3471-1800
GUARUJÁ-SP Terminal Contêineres Vazios – DEPOT Rodovia Cônego Domenico Rangoni, 5525 – Km 07 Paecara Distrito Vicente Carvalho, CEP 11454-630 Tel: 55 (13) 3347-9400
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CASE EMPRESARIAL
JCV COMPLETA 20 ANOS DE FUNDAÇÃO DE OLHO NO FUTURO Empresa se consolida no mercado e ganha projeção, aliada ao fato de oferecer vantagens e benefícios exclusivos, além de atendimento diferenciado Um dos mais conceituados despachantes aduaneiros de Santa Catarina, a JCV Despachos Aduaneiros Eireli, de Itajaí (SC), chega aos 20 anos com muito a comemorar. A empresa tem como foco o atendimento de excelência e a qualidade do serviço que presta. De acordo com o CEO da empresa, JC Vitorino, competência, know how e perseverança são fatores importantes para oferecer prestação de serviços aos clientes. “A data é um marco importante para a JCV e é o resultado de muita credibilidade, confiança e dedicação aos nossos clientes e parceiros”, destaca. As últimas duas décadas da JCV foram marcadas pela expansão do volume de negócios. Com isso, a empresa se consolidou no mercado e ganhou projeção, aliada ao fato de oferecer vantagens e benefícios exclusivos, atendimento diferenciado e a forma comunicativa com que lida com cada um de seus parceiros comerciais. Conforme Vitorino, o maior desafio tem sido explorar o próprio potencial, que vai desde a centralização nos processos logísticos à nacionalização de mercadoria. A JCV segue na busca constante para que a equipe de colaboradores esteja cada vez mais em sintonia.
José Carlos Vitorino - Diretor Comercial Se seguir o rumo atual, as maiores mudanças projetadas para os próximos 20 anos devem ocorrer na estrutura física, investimentos em modernização e na capacitação do quadro de colaboradores. “O mundo está mudando em uma velocidade alucinante. Pensando em negócios, esperamos estar sempre à frente das necessidades do mercado, buscando as áreas prioritárias de onde e como devemos atuar”, enfatiza Vitorino. Segundo o CEO, desenvolver uma estratégia de mercado é peça-chave para o sucesso de qualquer empresa. “Em meio à competição acirrada imposta pelo setor, é essa estratégia que guiará a empresa rumo ao sucesso”, diz. De fato, conforme o executivo, possuir produtos e serviços de qualidade, uma equipe de profissionais de alto nível e uma boa estrutura gerencial e tecnológica é fundamental para conquistar os objetivos almejados. Por ser um tema estratégico para a empresa, a gestão de pessoas também tem sido bastante discutida. O que fazer, o que não fazer e os principais desafios desta gestão são questões que exigem um estudo mais aprofundado para que sejam respondidas com mais assertividade. “Estamos motivados a nos manter firmes na missão de capacitar e desenvolver talentos, mostrando como o seu papel é fundamental para o crescimento da organização”, conclui. g
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A Universidade do Vale do Itajaí (Univali) e a Allog Internacional Transport acabam de inaugurar a Sala Allog, um espaço destinado à capacitação e treinamento localizada no bloco B7 da instituição. A estrutura vai atender os cursos de administração de empresas, logística, comércio exterior, gestão portuária e ciências contábeis na graduação; além de cursos de pós-graduação e mestrado. A empresa investiu na estruturação do local para simular um ambiente de trabalho dentro da universidade. O espaço modelo levou para a Univali a identidade visual da Allog adaptada a uma sala de aula, com carteiras e cadeiras especiais, projetor, sistema de iluminação e piso diferenciado. Para o reitor da Univali, Valdir Cechinel, a inauguração da Sala Allog é um momento importante porque traz um ambiente de interação entre a empresa e os alunos dos cursos de graduação e de pós-graduação. Confira algumas fotos da inauguração do espaço.
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PLANO MESTRE
PORTO DE SANTOS PROJETA MOVIMENTAR 178 MILHÕES DE TONELADAS EM 2029 Objetivo do Plano Mestre é propor metas e sugestões de um caminho embasado em regras, direitos e dexveres, de forma clara, transparente e compartilhada
O Plano Mestre do Porto de Santos, o maior da América Latina, prevê que o porto vai movimentar 178 milhões de toneladas em 2029. O Plano Mestre é um estudo realizado a cada quatro anos que utiliza como referência o Plano Nacional de Logística Portuária e propõe ações e melhorias de investimentos. Além da previsão de demanda apontando um crescimento de quase 38% em 2029, o plano traz avaliações, considerando o setor operacional, a infraestrutura de acessos, a gestão da Autoridade Portuária e as relações com o meio ambiente e entre o porto e a cidade. O estudo compara a capacidade de atendimento e a demanda de forma específica para cada grande segmento de carga até 2025. O diretor-presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), José Alex Oliva, destaca que o objetivo do plano é propor metas e sugestões de um caminho embasado em regras, direitos e deveres, de forma clara, transparente e compartilhada. A versão preliminar do Plano Mestre será disponibilizada no site da Secretaria Nacional de Portos para ampliar a coleta de contribuições, validar as sugestões pela Autoridade Portuária e pela Secretaria Nacional de Portos e, então, elaborar a versão final.g
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ZONAS ECONÔMICAS ESPECIAIS por Wagner Antônio Coelho
As breves linhas desta edição abordam o tema das Special Economic Zones/ Free Zones, um assunto pouco debatido no Brasil e de muita importância para o desenvolvimento econômico e estímulo ao comércio exterior de vários países, tais como Irlanda, China e Coreia do Sul. As Free Zones (Zonas Livres/Zonas Francas) foram pioneiras no que diz respeito ao intercâmbio econômico entre países. Ao longo dos anos elas foram o local de entrada e saída de mercadorias, estabelecidas em vários países, desempenhando um papel importante para o surgimento de outras vertentes. Os primeiros países que utilizaram os modelos de Zonas Econômicas Especiais (ZEE), no pós-Segunda Guerra Mundial, tiveram um grande desenvolvimento com retorno econômico e a atração de investimentos e tecnologia que as zonas econômicas proporcionavam, tal como o exemplo da Shannon Free Zone, criada em 1959 na Irlanda. Outro marco importante foi a implantação da ZEE de Shenzhen, próximo a Hong Kong, em 1980, a qual se tornou uma usina de exportações. A transformação da aldeia de pescadores em uma cidade com dezenas de milhões de habitantes passou a ser conhecida como o “Milagre de Shenzhen”. De acordo com as explanações feitas por diversos autores, o termo ZEE abrange outras variações com áreas específicas e tratamentos aduaneiros diferenciados com objetivo de possibilitar o desenvolvimento do comércio com geração de emprego com uso de mão de obra qualificada. Elas mesmas podem ser usadas para industrialização, aperfeiçoamento de passivo, dentre outras finalidades. No Brasil, identificam-se pelo menos três variantes de Zonas Econômicas Especiais, mas cada uma com suas especificidades, que são muito diferentes das praticadas ao redor do mundo. São elas as Áreas de Livre Comércio (ALCs) brasileiras, as Zonas de Processamento de Exportação
ZPEs brasileiras e a Zona Franca de Manaus (ZFM). A criação das ALCs e da ZFM ocorreram durante o regime militar, por meio do Decreto-Lei nº 288 de 1967, com principal objetivo de estimular o desenvolvimento regional no interior da Amazônia. Nesse sentido, a ZFM é uma área de livre comércio de importação e exportação e de incentivos fiscais especiais, estabelecida com a finalidade de criar, no interior da Amazônia, um centro industrial, comercial e agropecuário dotado de condições econômicas que permitam seu desenvolvimento, em face dos fatores locais e da grande distância em que se encontram os centros consumidores de seus produtos. O Brasil, por ser um país colonizado e com baixa infraestrutura, dependia inicialmente de tecnologia externa para o seu desenvolvimento, e foi diante disso que o presidente da época, José Sarney, após uma viagem à China em 1988, verificou uma enorme mudança naquele país e voltou convencido de que o milagre econômico chinês vinha de um dos grandes instrumentos adotados para o desenvolvimento: as Zonas Econômicas Especiais (ZEEs). A partir do conhecimento e do bom retorno que esse tipo de ferramenta proporcionava aos países, tanto no desenvolvimento tecnológico quanto regional e principalmente econômico, no mesmo ano foi prevista possibilidade de instalação de ZPEs no Brasil, por meio do Decreto-Lei nº 2.452, de 29 de julho de 1988. Entretanto, passados quase trinta anos, ainda são poucas as ZPEs em atividade no Brasil, em sua grande maioria com entraves políticos entre governo federal e estadual, referentes à arrecadação de tributos e outras complicações derivadas do ambiente institucional que dificultam os investimentos estrangeiros nessas áreas. No Brasil, a ZFM é o modelo de Zona Econômica Especial mais bem sucedido. g
Wagner Antonio Coelho, advogado inscrito na OAB/SC 19654, especialista em Direito Aduaneiro e Comércio Exterior, sócio do escritório Guero e Coelho Advogados Associados – OAB-SC 1042-2005, Consultor de Tradings Companies e empresas ligadas ao Comércio Exterior, Membro fundador da Comissão de Direito Aduaneiro, Marítimo e Portuário da OAB/SC Itajaí-SC, Membro fundador da Comissão Estadual de Direito Portuário, Marítimo e Aduaneiro da OAB/SC, Professor da UNIVALI: no Curso de Gestão Portuária, nas disciplinas de Legislação Aduaneira e Direito Marítimo; nos Cursos de Especialização - MBA em Importação e Internacionalização de Empresas; Direito Aduaneiro e Comércio Exterior; Direito Marítimo e Portuário; e, na Faculdade Avantis na Especialização em Direito Aduaneiro, Marítimo e Portuário.
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