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ENTREVISTA
Os desafios do setor portuário foram tema do seminário Governança Portuária – Gestão dos Portos Públicos Brasileiros, Desafios e Perspectivas, realizado em Curitiba, capital do Paraná. O evento debateu a regulação portuária, entendimentos dos tribunais superiores e os impactos da Lei 14.230/2021 sobre improbidade administrativa.
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O evento foi realizado pela Academia Brasileira de Formação e Pesquisa, com apoio institucional da Associação Brasileira de Entidades Portuárias e Hidroviárias (Abeph) e contou com palestrantes como Tarcísio de Freitas, ex-ministro da Infraestrutura, Kássio Nunes Marques, ministro do Superior Tribunal Federal, Guilherme Caputo, corregedor da Justiça do Trabalho, e Luiz Fernando Garcia, diretor-presidente da Portos do Paraná.
Em entrevista à revista Informativo dos Portos, Luiz Fernando Garcia falou sobre o novo cenário dos portos brasileiros e como a governança corporativa tem gerado avanços surpreendentes no setor. Segundo ele, há uma revolução nos números da movimentação portuária em diferentes cantos do país e a pandemia acabou evidenciando ainda mais a importância do setor para o Brasil.
Confira a entrevista concedida pelo diretor-presidente da Portos do Paraná.
Informativo dos Portos: Quais dos assuntos debatidos durante o seminário estão entre os principais destaques do evento? Luiz Fernando: A governança portuária é a principal. Durante muitos anos, o setor portuário foi bastante estigmatizado e agora a gente consegue mostrar como a governança nas empresas, sejam elas públicas ou privadas, conseguem evoluir este cenário. Também debatemos os aspectos judiciais e técnicas legais para que os portos superem a burocracia no momento de implementar os grandes projetos de infraestrutura.
Informativo dos Portos: Como você avalia o cenário dos portos brasileiros na atualidade? Luiz Fernando: Nós vemos uma revolução nos números da movimentação portuária. Basta dizer que, na pandemia, foi pelos portos que o grande volume de insumos hospitalares e as máscaras chegaram ao Brasil. Foi um dos poucos setores que não parou em nenhum momento.
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Os portos sempre foram importantes para o país, mas muita gente não tinha essa consciência. Infelizmente, com a pandemia, ficou ainda mais evidenciada a necessidade de evolução para que este setor tão importante para a economia nacional evolua com infraestrutura e eficiência.
Informativo dos Portos: Os portos avançaram bastante nos últimos anos, especialmente o Porto de Paranaguá. Apesar disso, há desafios. O que você coloca como os principais desafios para as gestões portuárias? Luiz Fernando: Acredito que o principal desafio é vencermos os estigmas ambientais para obras importantes como dragagem, derrocagem e investimentos em mar, por exemplo. Temos o desafio de propor e comprovar que é possível um desenvolvimento econômico aliado à sustentabilidade e à conservação ambiental nos ambientes portuários.
Informativo dos Portos: O Porto de Paranaguá estabeleceu metas até 2027. Como são planejadas estas metas? Luiz Fernando: Nós temos algumas metas preestabelecidas. Temos o planejamento estratégico que é o que dá o norte para a empresa. Desde então, nada passa a ser uma surpresa. Todos os projetos são muito bem estruturados e seus tempos de maturação estão ali neste instrumento de planejamento.
Informativo dos Portos: O Porto de Paranaguá está em uma região extremamente competitiva. Para o Norte está o Porto de Santos e ao Sul, diversos terminais bastante eficientes em Santa Catarina. Diante deste cenário, como Paraguá tem feito para atrair as cargas tanto de contêineres quanto a granel? Luiz Fernando: No final das contas, a competição de mercado acaba girando em eficiência e custo. A eficiência envolve a operação em si e como a carga é tratada, mas o custo envolvido também é primordial na decisão. O desafio é mostrar ao setor que é eficiente trazer as cargas do Mato Grosso do Sul ou do estado de São Paulo e que este custo competitivo é muito mais vantajoso aqui, o que faz valer a pena. Na atualidade, as empresas sabem muito bem fazer as contas e tem tudo na ponta do lápis. O nosso trabalho é prover infraestrutura e diminuir custo portuário para atrair novas cargas e manter as que já optam pelos portos paranaenses. Claro que temos muito ainda a melhorar, mas, se olharmos para o ano de 2012, quando movimentávamos 44 milhões de toneladas, veremos uma grande evolução. Atualmente, movimentamos quase 60 milhões de toneladas e isso demonstra um pouco da nossa eficiência. Ao tempo que nós evoluímos, os outros portos também avançaram. É aquela briga sadia e competitiva. Se você aprimora infraestrutura e elimina gargalos fica claro para a iniciativa privada onde estão as vantagens para embarcar a carga, frente aos portos vizinhos.
Informativo dos Portos: No seminário foram discutidas também a mão de obra portuária e as limitações na relação trabalhista e na capacitação de trabalhadores. Essa mão de obra precisa ser melhor capacitada? Luiz Fernando: Temos uma legislação que nos obriga a contratar determinada mão de obra. Em âmbito nacional, muito se discute se deve ser exclusivo ou não. O fato é que temos que treinar, temos o dever de prover esta capacitação. Alguns destes cursos o porto consegue prover. Outros precisam vir de um sistema nacional, o Sistema S, mas, por conta das restrições orçamentárias e financeiras do país, tem sido contingenciado nos últimos anos. Um dos principais pedidos dos portos e das entidades que representam estes trabalhadores é para que essa capacitação volte a ocorrer de uma forma mais frequente. Cada vez mais tecnologia tem chegado aos portos e é preciso prepará-los para isso. n
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PORTO ITAPOÁ LANÇA NOVAS SOLUÇÕES LOGÍSTICAS INTEGRADAS AO MERCADO
Novos serviços trazem praticidade a clientes com interesses específicos, mas também podem significar redução de custos operacionais
O Porto Itapoá, no litoral Norte de Santa Catarina, acaba de lançar novas soluções logísticas integradas. A primeira delas é o serviço de armazenagem de cargas em armazém geral com área dedicada exclusivamente para as operações gerenciadas pelo próprio porto, com mais de 2 mil metros quadrados. A segunda solução é o serviço de transporte rodoviário de carga consolidada (LTL - less-than-truckload) até a porta do cliente, com saídas diárias.
As novidades, segundo o diretor de Negócios e Experiência do Cliente, Roberto Pandolfo, foram introduzidas para atender interesses específicos de algumas empresas. “As soluções integradas buscam facilitar a jornada do cliente, mas
PESSOAS E também podem significar uma redução de custos, dependendo da composição logística que for estruturada”, explica. EXPERIÊNCIA GLOBAL No caso do serviço de armazenagem para cargas gerais, Pandolfo explica que o benefício imediato é a flexibilidade obtida pelo cliente em relação ao uso do contêiner, cessando ou reduzindo o pagamento da demurrage – multa paga pelo cliente que utiliza um contêiner para além do prazo contratado. “Com a localização estratégica deste espaço, a ‘desova’ do contêiner e sua devolução para o armador tornam-se mais práticas e rápidas, sobretudo pelo fato de o free-time (tempo de uso do contêiner) ter sido consideravelmente reduzido desde o início da pandemia”. PORTO EM EXPANSÃO
Esses são fundamentos que fazem do Grupo Jan De Nul um sucesso fenomenal. Graças a funcionários altamente capacitados e a mais moderna frota, o Grupo jan De Nul é o maior especialista em atividades de dragagem e construção naval, bem como em serviços especializados para a indústria offshore de petróleo, gás e energia reno vável. A combinação das atividades de engenharia civil e ambientais torna o Grupo completo. www.jandenul.com 35
O espaço também pode funcionar como um “pulmão” para a empresa que estiver com sua capacidade de estoque próxima ao limite. “Trata-se de uma Nossas soluções modernas e inovadoras já consolução para aquele cliente que eventualmente precisa de um local para arma- quistaram a confiança de todos nesse negócio. zenar sua carga. Além disso, os trâmites operacionais ficam sob nossa respon- Seja com relação à construção das novas comsabilidade, o que é, sem dúvida, uma comodidade”, comenta Pandolfo. portas no Canal do Panamá ou um novo complexo portuário no oeste da Austrália, juntos com CARGAS FRACIONADAS nossos clientes, contribuímos para o desenvolvimento econômico responsável. Quanto à segunda solução, em complemento às operações de cargas fracionadas em contêineres (LCL – less container load), o Porto Itapoá desenvolveu o serviço de transporte de cargas fracionadas (LTL – less-than-truckload) que Jan De Nul do Brasil Dragagem Ltda Av. das Américas, 3500, Edifício Londres, Bloco 1, Salas 515 e 516 22640-102 Barra da Tijuca, Rio de Janeiro - RJ I Brazil teve seu início em julho e já faz parte da estratégia de alguns clientes. As entregas são feitas nos raios de 160 km e 260 km do porto. O objetivo é levar a T +55 21 2025 18 50 I F +55 21 2025 18 70 I E brasil.office@jandenul.com carga do Porto Itapoá diretamente até a porta do cliente através de transporte gerenciado pelo próprio terminal. Roberto Pandolfo destaca, ainda que, para além da estrutura própria do Porto Itapoá, diversos serviços logísticos estão disponíveis na retroárea do terminal. “A estrutura de serviços de apoio à operação portuária em nossa região, exercidos por terceiros, atualmente já se encontra num estágio de maturidade e tem capacidade para suprir interesses diversos”, finaliza o executivo. As obras de expansão do Porto Itapoá já tiveram início e serão concluídas até o fim de 2023. A expansão representa um importante passo para as atividades do terminal, uma vez que a capacidade de movimentação de carga vai praticamente dobrar. O pátio vai dos atuais 250 mil m² para 455 mil m². A expansão será fruto de um investimento de R$ 750 milhões. O diretor do Porto Itapoá, Roberto Pandolfo, mostrou satisfação em ver o bom andamento da obra. “Temos feito constantes investimentos em infraestrutura e tecnologia, sempre com foco em desempenho”, ressaltou. “Esta expansão vai nos proporcionar aumentar nossa capacidade de movimentação de 1,2 milhão de TEUs movimentados por ano para 2 milhões de TEUs”, salienta Pandolfo. O Porto Itapoá iniciou suas operações em junho de 2011, sendo considerado um dos terminais mais ágeis, eficientes e sustentáveis da América Latina e um dos maiores e mais importantes do País na movimentação de cargas conteinerizadas, segundo a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).n