Revista info aviação 18ª edição maio 2013

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Revista Info Aviaçao 18ª Edição / Maio 2013 Ano II

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Morar no mundo e passar só de vez em quando em casa. É estar longe dos problemas da Terra e sonhar alto É conhecer novas culturas, lugares, e pessoas. É acorda no sul e dormir no norte. Voar sempre mais alto!...e sair da rotina! É ter estado ontem em Santiago, hoje em Buenos Aires, amanhã em São Paulo, depois de amanhã em casa e simplesmente sentir saudades daquelas poltronas lotadas de gente, daquelas turbulências onde tudo para e os olhares arregalados só focam os seus movimentos. é sorrir pro passageiro na pior das turbulências. É ter bom senso e passar confiança. Ser equilibrado, serio e gentil ao mesmo tempo. Ser médico, psicólogo, pai, neto, amigo, centro de informações. É saber separa a razão do coração na hora de uma emergência. E sorrir quando se tem vontade de chorar. Poder chegar ao final de um voo e receber de volta o sorriso de cada pessoa durante a despedida no desembarque. É deixar de lado de fora do avião as nossas particularidades. É fazer tudo para agradar seu cliente e ao final ouvir que a sua empresa e uma merda mantendo um sorriso doloroso no rosto. É ter amor ao que se faz. É não saber se volta pra casa ao final do dia. É lidar com o perigo. E ter um eterno amante: O CÉU Transformar medo em tranquilidade; mostrar segurança ao desconhecido; receber o estranho como um velho amigo; fazer companhia ao solitário com palavras ou apenas atenção; trocar tristezas por alegrias; Irradiar sorrisos sem cobrar nada em troca; trabalhar sentimentos sem mesmo ser psicóloga ou terapeuta; Driblar a família, namorado, marido, filhos ou amigos para se ausentar em datas importantes; é esperar que seja compreendido a cada imprevisto; Afinal, assim é a aviação... Assim é a nossa profissão! Hoje estamos aqui, mas muitos estão nos ares, trabalhando para alguém poder partir ou chegar ao seu destino. Uma vida feita de muitas escalas, idas e vindas, faça chuva ou faça sol, calor ou frio. Seja feriado ou dias normais, sempre haverá comissários voando pelo céu, sempre haverá histórias alegres ou tristes, sempre haverá pequenos e grandes gestos, sempre haverá sorrisos em forma de gente. Porque ser comissário é mais do que uma profissão: É um conjunto de sentimentos, conhecimentos e gestos. Deus escolhe a dedo os tripulantes porque ele só permite que viva no céu, pertinho dele, pessoas especiais. Resumindo ser Comissário de Voo é um privilégio! Se você tem um sonho nunca desista, pois fazer o que gosta e privilégio de poucos.

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om a certificação da nova suíte de aviônicos Prodigy Touch para o jato executivo Phenom 300, emitida pela ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) e pela FAA (Federal Aviation Administration), dos Estados Unidos, a Embraer revoluciona a interface entre pilotos e aviônica, oferecendo o primeiro painel de controle com tela sensível ao toque, projetado especificamente para aeronaves a jato de pequeno porte. "O Prodigy Touch se beneficia de todos os recursos já existentes no Prodigy Flight Deck, porém, aprimora a experiência com a tecnologia de tela sensível ao toque hoje tão presente em nosso dia a dia", disse Ernest Edwards, presidente da Embraer Aviação Executiva. "Isso faz parte da iniciativa contínua da Embraer de sempre oferecer melhorias que aumentem o alerta situacional, a segurança e reduzam a carga de trabalho do piloto para uma melhor experiência no voo", completa o executivo. O Prodigy Touch, uma revolução na filosofia de cockpit baseado na plataforma Garmin G3000, estará disponível como um opcional para o Phenom 300 a partir do quarto

trimestre de 2013. O Prodigy Touch Flight Deck faz um amplo uso das mais avançadas tecnologias em uma arquitetura altamente integrada e automatizada. Projetado a partir do conceito quite-and-dark, a tecnologia de tela sensível ao toque é baseada em projeto de fatores humanos e automação inteligente dedicados especificamente para operação com um único piloto. Os três monitores de última geração apresentam visores maiores de 14,1 polegadas e de resolução mais alta, dois dos quais estão configurados como monitores de voo principais (Primary Flight Displays) e o outro configurado como monitor multifuncional (Multi-Function Display). Todos eles têm a funcionalidade de dividir a tela para indicar informações adicionais quando a janela multifuncional (Multifunctional Window) estiver ativa. O modo de tela dividida oferece a capacidade de exibir mapas, gráficos, documentos eletrônicos, sinóptica do sistema e informações do plano de voo, além das informações essenciais de cada monitor.

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O sistema também oferece dois controladores com tela sensível ao toque de 5,7 polegadas que consolidam diversas interfaces quando forem separadamente localizadas no painel do cockpit. Esses controladores servem como o ponto principal de entrada para o sistema Prodigy Touch e apresentam uma interface acionada por ícones de estilo desktop incorporada a uma estrutura de menu de fácil navegação, permitindo o acesso aos sistemas e sensores com poucos cliques ou sequências de páginas. Considerada uma das 15 aeronaves executivas mais importantes de todos os tempos de acordo com a imprensa especializada, o Phenom 300 é o jato com o espaço interno mais amplo da sua classe. A aeronave, com capacidade de 8 a 11 ocupantes, também oferece o melhor desempenho de decolagem da categoria light. Ele foi projetado para reduzir em 15% o custo operacional e oferecer o maior alcance e velocidade em seu segmento. O Phenom 300 definiu um novo padrão para as aeronaves da categoria e já recebeu diversos prêmios internacionais de design e inovação.


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contrato de venda de 30 aviões para a companhia aérea United Airlines e a opção de compra de outros 40 melhorará as contas da Embraer nos próximos dois anos, segundo a companhia, que subiu na bolsa apesar de uma queda de seu lucro no primeiro trimestre. O valor de mercado das aeronaves é de US$ 2,9 bilhões, segundo anunciou a empresa na segunda-feira após o fechamento do mercado. Esse comunicado compensou a divulgação de seu relatório de resultados do primeiro trimestre, que revelou uma baixa de 66,9% de seu lucro líquido com respeito aos três primeiros meses de 2012, que ficou em R$ 62,2 milhões. José Antonio Filippo, vice-presidente financeiro e de relações com o investidor da Embraer, explicou nesta terça em uma conferência telefônica com jornalistas que o contrato com a United Airlines terá um impacto nos resultados financeiros dos próximos anos da empresa, não no atual. A Embraer deverá entregar já no ano que vem 18 aviões E-175, com capacidade para 76 passageiros, e outros 12 em 2015, disse Filippo. Essas aeronaves serão destinadas aos voos internos nos Estados Unidos. A bolsa acolheu de forma positiva o anúncio do contrato e as ações ordinárias da Embraer registravam

uma alta de 3,9% na bolsa de São Paulo, às 11h04 (horário de Brasília). Filippo estimou hoje que neste ano a companhia alcançará um lucro operacional de entre US$ 530 e 610 milhões, o que implica em uma rentabilidade de entre 9% e 9,5%, enquanto os ingressos líquidos da companhia alcançarão entre US$ 5,9 e 6,4 bilhões. No primeiro trimestre do ano, seu lucro bruto de exploração (Ebitda) foi de R$ 200,8 milhões, que supõem uma queda de 24%. Entre janeiro e março, a Embraer entregou 17 aviões comerciais e 12 executivos, uma redução de quatro e uma aeronave, respectivamente, em cada segmento frente ao primeiro trimestre de 2012. Apesar do menor número de aeronaves entregues no período, o faturamento teve um aumento de 5,8% e ficou situado em R$ 2,16 bilhões, graças à revalorização do dólar. Filippo estimou que a companhia despachará entre 25 e 30 aviões executivos grandes neste ano e entre 89 e 90 pequenos. A pasta de pedidos firmes cresceu para os US$ 13,3 bilhões no período, em um avanço atribuído pela companhia 'ao melhor cenário das vendas e às ordens de pedidos contínuos do segmento de defesa e segurança', citou a Embraer.

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NHIndustries anunciou a entrega do primeiro NH90 TTH na configuração FOC (Capacidade Operacional Final) para o Exército italiano. Este evento ocorreu durante uma cerimônia oficial realizada na planta Veneza Tessera da AgustaWestland na presença Vice-Chefe do Estado-Maior do Exército italiano, General Enzo Stefanini. Esta entrega eleva para 21 o número de NH90 TTHs entregues ao exército italiano até agora, de uma encomenda total de 60 unidades.

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italiana para os 160 NH90s encomendados até agora pela Itália (Exército e Marinha, 60 e 56 helicópteros, respectivamente), Holanda (20), Noruega (14) e Portugal (10). A planta Veneza Tessera vai expandir progressivamente para se tornar o hub do programa NH90 para todos os clientes AgustaWestland, incluindo a provisão de manutenção, peças de reposição, serviços de engenharia, as atualizações e modificações, bem como os desenvolvimentos futuros das novas configurações do produto.

Esta última entrega representa um marco importante para o programa NH90 do Exército italiano, já que as cinco aeronaves atualmente destacados no Afeganistão ultrapassaram a marca de 470 horas de vôo, com excelente desempenho, confiabilidade e eficácia da missão em condições ambientais, climáticas e operacionais extremas e exigentes. O exército italiano também opera a frota líder no programa NH90, que alcançou cerca de 900 horas de vôo até o momento com o apoio da indústria.

A variante TTH (Tactical Transport Helicopter) do NH90 é um helicóptero da classe de 11 toneladas configurado principalmente para executar missões de transporte tático em todos os ambientes durante o dia e noite. A flexibilidade do NH90 TTH permite que seus usuários possam realizar missões adicionais, tais como transporte interno / externo de carga, operações helitransportadas, operações especiais, busca e salvamento, evacuação médica e missões de treinamento.

A planta Veneza Tessera da AgustaWestland, cobrindo 24 mil m2, é a nova linha de montagem final 9 |Info Aviação |Maio 2013


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Brasil vive um de seus melhores momentos no setor da aviação executiva, sendo hoje o país com a segunda maior frota de jatinhos, atrás somente dos Estados Unidos, e o terceiro que mais produz aeronaves deste tipo. À frente da Embraer, fabricante nacional, só estão a canadense Bombardier e a americana Cessna.

Ele explica que tradicionalmente havia mais aviões executivos nos Estados Unidos e na Europa, mas com a contínua crise nesses mercados e o avanço das economias em desenvolvimento, sobretudo dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) outros centros tornaram-se os grandes motores desta indústria - e a tendência é de expansão.

O bom desempenho se deve, em grande parte, à crise internacional iniciada em 2008, que criou um ambiente favorável à compra desses aviões em outros países, além do crescimento dos emergentes.

"É claro que eles estão se beneficiando do momento circunstancial, mas além disso, esses países têm dimensões continentais e estão investindo para expandir o setor. A China está construindo centenas de aeroportos regionais e o Brasil planeja construir mais de 200. Há uma demanda enorme, e o crescimento vai continuar", afirma Lyra.

"O real sobrevalorizado, o mercado externo deprimido, o surgimento de melhores taxas de juros e até descontos, que acabaram reduzindo o preço, além do bom desempenho da economia nacional, são fatores que tornaram mais fácil para os brasileiros comprarem essas aeronaves no exterior", avalia Francisco Lyra, diretor da consultoria C-Fly Aviation e ex-presidente da Abag (Associação Brasileira de Aviação Geral).

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Brasil tem 5.565 municípios, mas destes, de acordo com o analista ouvido pela BBC Brasil, apenas 130 têm aeroportos atendidos por companhias aéreas. Em contrapartida, há 4.105 pistas de pouso para aviões de pequeno porte, sendo 713 pavimentadas e 11 |Info Aviação |Maio 2013

3.392 de terra. Em comparação, os Estados Unidos têm 500 aeroportos atendidos por linhas comerciais e 18 mil voltados aos jatos executivos. As pistas de terra só podem ser utilizadas por aviões turboélice, e geralmente estão localizadas em regiões do interior do país, além de fazendas. A cifra denota o potencial de crescimento do mercado de jatos no país e a demanda reprimida por mais aeroportos regionais. "A capilaridade do sistema se dá pela aviação executiva. Num país das dimensões do Brasil é inviável para um empresário ter alcance nacional por meio das linhas aéreas comerciais. Esta se torna a única opção", indica. Expansão Mirando obter uma parcela maior deste segmento, a Embraer, que desde 1969 se tornou a terceira maior fabricante de aviões comerciais e de defesa do mundo, atrás somente da Boeing e da Airbus, tem planos de aumentar seus investimentos no mercado executivo.


Embora o primeiro avião do tipo tenha sido entregue em 2002, a empresa só montou uma linha completa de jatinhos cinco anos atrás, com modelos que custam de US$ 4,1 milhões (R$ 8,2 milhões) a R$ 55 milhões (R$ 110,06 milhões). Neste pouco tempo a Embraer já detém uma posição de destaque global, tendo sido responsável por 15% das entregas dessas aeronaves em todo o mundo em 2012 - e a intenção é elevar esse número, inclusive entre o público brasileiro. "O Brasil está indo bastante bem, o mercado está comprador, e nós esperamos entregar uma quantidade significativa de aeronaves no país neste ano", diz Marco Túlio Pellegrini, vicepresidente da Embraer Aviação Executiva, que atualmente conta com fábricas em Portugal, Estados Unidos e na China, além do Brasil. Os jatinhos respondem atualmente por 21% do faturamento da Embraer, e a intenção, diz Pellegrini, é que a cifra seja elevada para 25% até o fim de 2013. Ele explica que mesmo nos países em crise ainda há mercado, e que os Estados Unidos, por exemplo, apesar de não registrarem aumento das vendas, continuam sendo o número um em compras mundiais. "O número de milionários no Brasil e no mundo continua, os negócios estão florescendo. Existe uma dúvida quanto à economia mundial, mas é uma dúvida. As pessoas que lideram o mundo dos negócios aceitam tomar riscos em

momentos de indefinição. E é onde se dão bem", avalia. Os Estados Unidos estão no topo da lista de compradores da Embraer, com 40% dos 630 jatos executivos brasileiros em operação no mundo atualmente. O Brasil fica em segundo, com 20%, seguido da Grã-Bretanha, Alemanha e Emirados Árabes Unidos. Luxo x Negócios O analista Francisco Lyra diz que há um estereótipo entre o público de que os jatinhos são associados ao mercado de luxo, quando na verdade, apesar da sofisticação, eles são primordialmente voltados ao mundo dos negócios e ajudam a otimizar o tempo e os recursos das grandes companhias. "Há essa visão de mordomia, luxo, mas na verdade trata-se de um escritório móvel, com internet, telefones e locais para reuniões. Hoje, 80% das viagens de jatos executivos estão relacionadas a tomadas de decisões sobre investimentos. São CEOs, presidentes, diretores, e o custo por hora dessas pessoas é tão elevado para as empresas que vale mais a pena enviá-los num avião particular do que deixá-los ociosos em trânsito", explica. Além disso, grandes redes bancárias e varejistas, como de supermercados, que têm presença nacional, não poderiam ser gerenciadas de outra forma, e há ainda a questão de segurança e confidencialidade. "Você discutiria decisões estratégicas que levam em conta investimentos de bilhões de dólares num voo com 150 pessoas, ou num ônibus?", diz.

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Lyra explica que os jatos Ultra Long Range (ULR, ou jatos de longo alcance), com maior autonomia de voo, foram um dos segmentos que mais cresceram dentro da aviação executiva nos últimos anos e que eles são comprados por mega investidores e as maiores multinacionais. "Esse tipo de aeronave teve procura na Europa. Em tempos de crise, é preciso buscar novos negócios", diz. No caso da Embraer, o modelo desta categoria é de tamanho semelhante ao ERJ-190, que é usado por companhias aéreas de todo mundo, e que na configuração executiva pode levar até 19 passageiros. "Os compradores dessas aeronaves são em geral grandes empresas, e até governos dos mais variados países", diz Marco Túlio Pellegrini. Ele explica que o avião é capaz de fazer rotas para os Estados Unidos e a Europa com apenas uma parada e que entre seus diferenciais estão cinco áreas de cabine, com hall de entrada, sala de estar e reuniões e até uma suíte com cama de casal e banheiro com chuveiro. "É como se fosse a sua casa, tem todo o conforto, mas com a diferença de estar a 40 mil pés de altura", diz Pellegrini, acrescentando que há centenas de opções disponíveis para configurar o interior da aeronave - bastam R$ 110 milhões para personalizar o seu.


Instituto de Controle do Espaço Aéreo (Icea) planeja investir R$ 22 milhões este ano em treinamento, equipamentos e simuladores para aperfeiçoar as competências dos controladores de tráfego aéreo do país. Nos últimos quatro anos, o órgão, sediado em São José dos Campos e subordinado ao Comando da Aeronáutica, já desembolsou pouco mais de R$ 60 milhões com esse objetivo.

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Segundo o diretor do Icea, coronel-aviador Leandro Andrade, esse montante vai ajudar a preparar esses profissionais para lidarem com o aumento da demanda de fluxo aéreo, bem como garantir a proteção das áreas onde serão realizados os grandes eventos esportivos, que vão acontecer no país nos próximos dois anos. O trabalho vem sendo feito de forma mais intensiva desde outubro do ano passado, focado nos 880 controladores que atuam nas 12 capitais que vão participar da Copa das Confederações em junho, Copa do Mundo de 2014 e também no Rio de Janeiro, onde vai acontecer em julho a Jornada Mundial da Juventude. De acordo com Andrade, esses equipamentos permitem fazer a preparação dos controladores da forma mais realista possível, projetando o ambiente previsto durante os grandes eventos - o que representa um aumento de 30% na demanda do tráfego aéreo, estimativa feita com dados coletados durante visita recente aos centros de controle de tráfego aéreo da Alemanha, Inglaterra e África do Sul. Além disso, são contempladas eventuais contingências relacionadas a acidentes, necessidade de evasão do espaço aéreo entre outras. É no Icea que se concentra hoje toda a infraestrutura do país em termos de equipamentos necessários para o treinamento dos controladores em ambiente de tráfego aéreo real. Para tanto, o Instituto dispõe de um conjunto de simuladores de última geração comprados de empresas como a canadense Adacel, a americana Boeing e a brasileira Atech.

São 6 tipos de simuladores e 32 equipamentos no total. "É um centro de referência na América do Sul e Central", afirma o diretor. O simulador de torre em tempo real 3D, por exemplo, fornece 4 cenários específicos do espaço aéreo e está ganhando mais 3. "Ele permite uma visualização idêntica ao aeroporto estudado, o que torna o treinamento bastante realista." O treinamento básico dos controladores que estão iniciando na carreira, tanto da Infraero quanto da Aeronáutica, também é feito em um simulador de torre 3D, mas com um cenário menor. Quatro salas do Icea estão equipadas cada uma com 7 simuladores, podendo treinar até 28 equipes ao mesmo tempo. O Instituto também desenvolveu um simulador radar de baixo custo, o SRBC, que representa o cenário existente hoje nos oito Centros de Aproximação (APP) e nos quatro Centros de Controle Aéreo (ACC), que cobrem o espaço aéreo brasileiro. Este simulador, segundo o coronel Andrade, recebeu um programa de treinamento específico para os grandes eventos. Uma das salas abriga também o simulador de tempo acelerado, fornecido pela Boeing, que pode modelar tanto as rotas quanto as condições dos aeroportos no futuro, identificando necessidades e possíveis melhorias para ajudar as companhias aéreas a serem mais produtivas. "Com este equipamento é possível, por exemplo, trabalhar com os números de tráfego de um dia normal e testar mudanças de rota, construção de pistas e novos procedimentos", afirma. Em relação aos novos projetos previstos para o Icea, o diretor destaca o desenvolvimento de um novo simulador de torre que vai estar pronto em 12 meses e um empreendimento que vai abrigar todos os simuladores do Instituto, além de ampliar a capacidade de treinamento atual. A nova estrutura, de acordo com Andrade, vai beneficiar os cerca de quatro mil controladores do país. A cada ano uma média de 300 novos profissionais são formados no Brasil. O Departamento de Controle de Tráfego Aéreo (Decea) também acaba

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de abrir concurso para a contratação de 135 controladores civis, que vão começar a ser treinados em julho. Dos 880 que estão em treinamento para os grandes eventos, 90% são militares e o restante da Infraero.

desenvolver uma nova versão do simulador de treinamento dos controladores e também para modernizar o de defesa aérea, destinado a operações militares. A Atech também começou a desenvolver o 'backup' do Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), sediado no Rio de Janeiro.

Parte do investimento anunciado vai ser destinado à empresa Atech, do grupo Embraer, contratada para

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afra recorde, municípios em plena expansão, investimentos privados e públicos. Economia aquecida que chega ao espaço aéreo matogrossense. O Estado, que tem o 6º maior número de aviões do país, registrou crescimento de 20% na quantidade de aeronaves nos últimos 2 anos, de acordo com dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Em 2010, eram 1,052 mil unidades, saltando para 1,263 mil no ano passado, o que impacta diretamente no mercado de trabalho cada vez mais promissor no segmento. Anderson Zaniolo, 29, já pensou bastante sobre tudo isso. Calculou os prós e contras da profissão, “pesou” os custos da qualificação e do sonho de se tornar piloto. A escolha pela área agrícola foi baseada na velocidade do retorno financeiro e alguns benefícios como tempo de aposentadoria. Motorista profissional há 10 anos, Zaniolo confia no crescimento da aviação no Estado e se planeja para aproveitar o bom momento. A primeira conquista foi a aprovação de 100% do financiamento do curso superior de Pilotagem Profissional de Aeronaves pelo Financiamento Estudantil (Fies). Demanda que também pode ser contabilizada nas salas de aula das instituições que preparam candidatos à pilotos para as provas teóricas e práticas da Anac. São aeroclubes, escolas de aviação e faculdades instaladas em Cuiabá, Várzea Grande, Jaciará e Sinop. O coordenador do curso de Pilotagem da Universidade de Cuiabá (Unic), Henrique Cesar Gallina Barbosa, conta que a 1ª turma começou em meados de 2006 ofertando 60 vagas, mas 12 alunos se

inscreveram. Hoje, no entanto, as turmas iniciam completas. “A faculdade tem um intuito de formação do piloto com a cultura aeronáutica de segurança de voo. Hoje, as empresas preferem os alunos que têm uma faculdade. Com isso, muitos alunos que têm carteira e já são pilotos estão vindo para a faculdade para ter a graduação”, afirma Barbosa, frisando que o curso oferece toda a formação teórica e as aulas práticas são feitas nos aeroclubes ou escolas de aviação. Conforme o coordenador, a promoção na carreira fica mais próxima com a formação de nível superior, além da facilidade para entrar nas empresas. Com aproximadamente 3,5 mil horas de voo, Jakson Aureliano Rondon Mendonça é piloto de Boing 737800 contratado por uma grande companhia aérea brasileira -uma posição sonhada pela maioria dos aspirantes a piloto. Experiente e profissionalmente realizado, Mendonça decidiu ainda assim retornar à sala de aula. “Não é obrigatório, mas conta ponto. Em grandes companhias, as horas de voo cobradas para contratação diminuem mais de 50%. Eu fui contratado quando tinha mais de 1,5 mil e para quem tem faculdade passa para 500 horas”. Remuneração e claro, “paixão” pela aviação fizeram com que ele desse um tempo na atividade administrativa desenvolvida como servidor público para iniciar a carreira, primeiro como piloto comercial de táxi aéreo e depois como piloto agrícola. “Aaviação agrícola é um ramo rápido de ganhar dinheiro, mas não é fácil. São 6 meses na fazenda, sem a família, e a aviação comercial, mesmo também

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sendo dinâmico, me dá mais tempo para fazer outras coisas que gosto”. Para chegar ao mesmo destino do xará, Jackson Francisco dos Santos, 20, decidiu mudar o rumo profissional. “Hoje é um mercado bom financeiramente. Mais que tudo, eu gosto da sensação de controle de uma máquina que se aproxima da perfeição”, diz entusiasmado ao comentar que sabe que o investimento para chegar às grandes companhias será alto. “Costumo mostrar para os alunos que é um ciclo. Como a aviação brasileira está crescendo, muitos pilotos das grandes companhias são mão de obra retirada das empresas regionais. Eles começam com salários menores, mas por pouco tempo”, diz o coordenador do curso de pilotagem da Unic. Fundado há 22 anos, o Aeroclube de Várzea Grande (Aerovag) é o mais antigo do Estado, ofertando cursos de piloto privado, piloto comercial, comissário de bordo e mecânicos. Segundo o diretor do Aerovag, José Jalmar Vargas, a demanda crescente no setor “suportou” o aumento da concorrência com a abertura de novas escolas de aviação em Cuiabá. “Mato Grosso é maior que muitos países e pela necessidade surgem outras empresas de voos regionais. E não é só isso. Na agricultura, por exemplo, não tem como fazer a pulverização de uma área grande sem o avião. Mesmo com tratores não se tem velocidade de trabalho. O avião faz mil hectares por dia e o trator não chega 200 hectares”. Em 2013 - O empresário Hélio Vicente, proprietário da Abelha Táxi Aéreo, está esperando que a expansão sentida nos anos passados seja notada em 2013. Conforme ele, a aviação regional está se readequando a nova realidade vivida pelas grandes companhias nacionais, que foram vendidas ou se associaram, passando por um processo de enxugamento de custos e reestruturação. O reflexo disso é a “calmaria” na rotatividade comum no mercado de trabalho local. “Sonho de aviador é voar em empresas maiores, o que

não tem ocorrido neste período”, avalia o empresário, que acredita em um cenário diferente no futuro com as transformações que estão ocorrendo em Mato Grosso. Anac - A estrutura da Agência em Mato Grosso é alvo de reclamações dos profissionais do setor. “Se você fosse fazer um comparativo, o Detran ganha (da Anac) porque tem informações, desde o número de motocicletas ao de carteiras de provisória e permanente”, avalia o diretor do Aerovag, frisando que o tempo de liberação dos documentos no órgão estadual também é menor. Conforme Vargas, na Anac o aluno termina a parte teórica e prática e tem que sair de Mato Grosso para fazer os exames. Após a aprovação, demora até 30 dias para o aluno receber a carteira provisória. “Igual era há 50 anos porque o exame itinerante da Anac não tem mais”. De acordo com o coordenador do Curso de Pilotagem, o cancelamento total do atendimento da Anac no aeroporto de Várzea Grande só não ocorreu porque os profissionais se mobilizaram e uma sala do órgão foi mantida. “Teoricamente tinha que ser um escritório regional da Anac com funcionários para fazer provas e fiscalização. Enviamos ofício a Brasília, mas não deram prazo para voltar a fazer exame. Tem apenas um funcionário concursado agendando as provas”. Em nota, a Anac informou que a diretoria da agência publicou, em fevereiro, a transformação de postos de serviço em escritórios de aviação civil em 19 Núcleos Regionais de Aviação Civil (Nurac), e um deles está em Cuiabá. A instituição dos núcleos segue um novo modelo de administração descentralizada, implantada com a alteração do regimento interno da agência, instituída por meio da Resolução 245, de setembro de 2012. Em relação às provas de profissionais da aviação, o servidor da Anac lotado no Núcleo de Cuiabá marca as provas regularmente e as provas são realizadas nos locais disponíveis optados pelos alunos.

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segunda geração de E-Jets da Embraer vai disputar um mercado estimado em US$ 315 bilhões, envolvendo cerca de 6,8 mil aeronaves ao longo de 20 anos. A nova família vai ser anunciada formalmente no dia 17 de junho no glamouroso Salão de Aeronáutica e Espaço de Paris, no aeroporto de Le Bourget. A novidade é que os aviões regionais brasileiros serão, ainda, os mesmos que saem agora das linhas de produção – porém, absolutamente renovados. As alterações vão determinar consideráveis ganhos de eficiência, por exemplo, em itens sensíveis como o consumo de combustível. Nos modelos E-170e E-175 haverá redução de 5% no consumo. Nas séries E-190 e E-195, a economia será de 4,4%. Há mais. As winglets, aquelas pequenas extensões na extremidade dos dois lados da asa, ficaram maiores, viraram wingtips, mais longas e em ângulo crítico, uma sofisticação aerodinâmica usada para melhorar o desempenho. Só esse recurso é responsável por metade da

vantagem adquirida nos gastos com o querosene de aviação. Os aperfeiçoamentos chegarão primeiro no E-175, de até 86 passageiros.Asencomendasentregu esem2014 incorporarão o pacote.A família toda estará no mercado a partir de 2018. Há estudos considerando a possibilidade de algum aumento na capacidade dos jatos maiores. O birreator E-195 receberia 118 passageiros no arranjo de baixa densidade – ou136, na ocupação compacta para curtas distâncias. Expectativa. A notícia era esperada há três, talvez quatro, anos. No período, a especulação correu à solta no mercado. Logo depois do lançamento dos novíssimos Sukhoi Super 100, da Rússia, e Mitsubishi RJet, do Japão, em 2008, ambos concorrentes diretos dos E-Jets da Embraer, o mercado dava como certo que o grupo do Brasil passaria a competir na faixa de cima, de aviões de 150 lugares e alcance de 5 mil quilômetros. A decisão de Frederico Curado, o presidente da Embraer, de acompanhar o movimento do setor, revelou- se adequada: pouco tempo depois, os gigantes da indústria, a 17 |Info Aviação |Maio 2013

americana Boeing e a europeia Airbus, apresentaram planos para produtos menores – e, claro, mais caros. A geração avançada de aviões regionais da Embraer chega aos clientes apenas em 2018 – mas já está voando, há meses, na “caverna”, a sala que abriga o Centro de Realidade Virtual, no setor de engenharia de projeto da empresa. Ali, engenheiros quase todos muito jovens circulam com o rosto coberto por imensos óculos com capacidade tridimensional. Os jatos que, por enquanto, só eles veem, serão motorizados com turbinas da Pratt & Whitney em vez de GE, fornecedora da linha atual. Isso determinou uma espécie de elevação da asa – os motores têm diâmetro maior, precisam de espaço. A aviônica, o sistema de controle eletrônico de bordo, é da terceira geração da Honeywell, uma evolução das versões empregadas nos E-Jets desde a estreia da linha, em 2004. O trabalho dos pilotos será facilitado também pela adoção de monitores digitais, de alta


resolução gráfica. No total, cinco telas de emprego múltiplo.

maior frota de E-Jets do mundo, operando 73 unidades.

A empresa contempla vendas de 800aeronaves nos próximos seis anos, antes, portanto, da introdução dos modelos renovados. Segundo Paulo Cesar Silva, presidente e CEO da Embraer Aviação Comercial, “não há exagero em avaliar que até 2030 ou pouco mais, o mercado de jatos comerciaisde61a120 lugares,o segmento no qual a empresa é a líder, com mais de 40% de participação, demandará 6,4 mil aeronaves para atender o crescimento e proceder a substituição das frotas antigas”.

A Embraer credita à inovação o fator determinante no seu posicionamento competitivo.“ Essas verdades ganham dimensões especiais na indústria aeronáutica, em que inovação e desenvolvimento tecnológico são as questões da sobrevivência, e não apenas de diferenciação competitiva”, posição da companhia revelada em nota formal da diretoria.

A empresa está vivendo a retomada de grandes contratos, como o da Republic Airways. Uma operação em duas etapas, envolvendo a aquisição de 47 E175 e em seguida de outro lote de mesmo tamanho, vai acrescentar ao faturamento não menos de US$ 4 bilhões. A Republic é dona da

A política de aplicação de novidades, definida pelo presidente, Frederico Curado, ocorre em quatro dimensões transversais à cadeia de valor: 1) inovações de produtos e serviços; 2) inovações dos processos; 3) inovação de marketing; e 4) inovações empresariais. A ousadia é evidente no ramo militar. Como reflexo do desenvolvimento do cargueiro e reabastecedor de combustível, o KC-390, a empresa

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criou uma coligada, a Embraer Defesa e Segurança (EDS), que nasceu rica, dona de uma fábrica em Gavião Peixoto, a 300 km de São Paulo, e da maior pista de decolagem e pouso da América Latina – 5 mil metros de asfalto cercados de monitores e sensores eletrônicos. Mudanças para reduzir os custos ● A segunda geração de jatos comerciais, os E-Jets da Embraer, vai receber turbinas Pratt & Whitney e soluções aerodinâmicas que vão permitir grande redução de custos. A bordo, novos sistemas eletrônicos e capacidade expandida acima de 130 passageiros. ● Previsão “Até 2030 ou pouco mais o mercado de jatos de 61 a 120 lugares, segmento no qual a empresa é a líder, com mais de 40% de participação, demandará 6.400 aeronaves.”


A

Embraer anunciou a venda de 40 jatos regionais modelo 175 à norteamericana SkyWest, numa transação que foi considerada pela fabricante brasileira como “uma das mais importantes encomendas da história das duas companhias”. Os pedidos firmes são avaliados em cerca de US$ 1,7 bilhão, mas o acordo dá à compradora opções de compras adicionais, que poderiam levar a um contrato total de mais de US$ 4 bilhões. A SkyWest, maior grupo aéreo regional do mundo, tem uma opção inicial que lhe permitirá comprar outros 60 jatos do mesmo modelo, o que elevaria os pedidos firmes para 100 unidades e o acordo para até US$ 4,1 bilhões. Cada aeronave 175 tem preço de tabela de US$ 41,7 milhões. O acordo também inclui opções para a compra de outros 100 aviões E175. Se a encomenda do total de200aviões se confirmar, o contrato chegará a cerca de US$ 8,3 bilhões. Para que a companhia americana faça novas encomendas ela terá de assinar novos acordos com empresas dos Estados Unidos para as quais presta serviços. A Embraer afirmou que a venda é adicional ao recente contrato assinado por ela com a United Airlines, que envolveu 30 pedidos firmes e 40 opções para o jato 175.

Segundo a Embraer, a entrega do primeiro jato à SkyWest, com capacidade para 76 lugares, está prevista para o segundo trimestre de 2014. A empresa vai operar os aviões sob um acordo de compra de capacidade com a United Airlines. O novo pedido eleva para 119 o total de encomendas firmes da família E-Jet, que inclui o modelo 175, recebidas pela Embraer em 2013. Em janeiro, a fabricante anunciara a venda de 47 unidades do jato para a também norteamericana Republic Airways. No fim de abril, veio o anúncio de um contrato firme coma United Airlines para a venda de 30 jatos 175, em um negócio avaliado em US$ 1 bilhão. Com isso, a Embraer tem praticamente garantida uma recuperação da divisão de aviões comerciais, após ter reduzido a produção por causa da queda na demanda. “Embora não se possa dizer que esse contrato vai influenciar outras aquisições, observa-se um aumento da demanda e espera-se que este ano seja melhor que o anterior”, diz Sandra Peres, analista da corretora Coinvalores. O pedido da Sky West, combinado com a venda para a United Airlines, elevam a carteira de pedidos da Embraer para US$ 16,1 bilhões, o que significa um 19 |Info Aviação |Maio 2013

aumento de 21% na comparação com os US$ 13,3 bilhões registrados no primeiro trimestre deste ano, segundo cálculos do Bankof America Merrill Lynch. Liderança. O pedido também assegura a liderança da Embraer sobre a rival canadense Bombardier, na corrida por encomendas de grandes empresa aéreas dos EUA. “O anúncio consolida a liderança da Embraer em relação à campanha atual de jatos regionais com empresas aéreas americanas”, diz Walter Spracklin, analista no RBC Dominion Securities. A última encomenda que uma empresa americana fez à Bombardier foi em dezembro, quando a Delta Air Lines fez pedidos firmes por 40 aviões e mais 30 opções. O contrato com a SkyWest deve ajudar a Embraer a manter o ritmo de entregas no segundo semestre de 2014. Segundo os analistas do Citi, a tendência é que as entregas estejam mais concentradas nos E175, o que significaria redução de receitas em relação ao verificado entre 2004 e 2010, quando a maior parte das entregas eram de aeronaves maiores. Eles ressaltam que a venda teve um desconto e que todo o fluxo de pedidos por jatos da Embraer neste ano veio de apenas duas companhias aéreas.


Estudos ficam prontos até o fim do ano. Obras em 241 terminais que não pertencem à Infraero começam no ano que vem

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governo pretende licitar nos próximos meses os estudos e projetos de 241 dos 270 aeroportos regionais incluídos no pacote de investimentos anunciado no fim do ano passado pela Secretaria de Aviação Civil. Os outros 29, que pertencem à Infraero, serão incluídos no plano de investimentos da estatal. De março para cá, a equipe da SAC visitou todos os terminais, analisou relatórios sobre necessidades de intervenções e elaborou os critérios de contratação dos projetos. A licitação será feita em lotes: uma mesma empresa será responsável por um conjunto de terminais. Não está decidido se os aeroportos serão agrupados por proximidade regional ou perfil de operação.

“Os estudos ficarão prontos no 2º semestre de 2013. As obras começam em 2014”, informa Fabiana Todesco, diretora de gestão do Programa Federal de Auxílio a Aeroportos. A intenção, explica, é tornar os aeroportos regionais capazes de operar voos regulares. O valor total das obras pode ultrapassar os R$ 7,3 bilhões previstos inicialmente no pacote de 2012. As regiões Norte, Nordeste e Centro- Oeste são prioritárias. Ontem, pesquisa do IBGE mostrou que só 135 cidades do país têm aeroportos com voos regulares. R$ 265 MILHÕES - É o valor do edital para compra de 186 caminhões de combate a incêndios em aeroportos regionais. A licitação está na fase de habilitação das empresas.

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m ano depois de se juntar à concorrente Trip e assim se firmar como a terceira maior companhia de aviação do País, a Azul Linhas Aéreas vai abrir o capital na bolsa e espera captar cerca de R$ 1 bilhão coma operação, apurou o ‘Estado’. O pedido de registro foi apresentado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Fundada pelo americano naturalizado brasileiro David Neeleman menos de cinco anos atrás, a Azul tem hoje uma participação de cerca de 15% nos voos nacionais. A empresa cresceu inspirada no modelo de baixo custo da JetBlue, que o próprio empresário já havia criado nos Estados Unidos, e tornou se a maior do País no segmento de aviação regional. Com a incorporação da Trip, o faturamento da empresa mais que dobrou, passando de R$ 1,7 bilhão em 2011 para cerca de R$ 4 bilhões no ano passado. Mas seus resultados, assim como os de todo o setor, ainda são mambembes. A fusão com a Trip tinha sido o lance mais relevante de Neeleman até agora. Ele já vinha alimentando

a ideia de abrir o capital da Azul há dois anos.

no vermelho, assim como as outras companhias do setor.

Ainda não foi batido o martelo sobre o tamanho da participação que será colocada à venda, mas a intenção é captar algo em torno de R$ 1 bilhão, segundo fontes que acompanham a operação. Se não houver problemas e a CVM der todas as autorizações necessárias, espera-se que a oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) seja realizada até o fim de julho.

As empresas brasileiras de aviação estão passando por momentos difíceis, em que a demanda já não cresce tanto e os custos para operar são elevados.

Neeleman tem 67% do capital votante da Azul e os grupos Caprioli e Água Branca, que eram da Trip, são donos de um terço da empresa. Outros acionistas relevantes, embora não tenham ações com direito a voto, são o grupo Bozano, o fundo Gávea, do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, e o fundo de privateequity americano TPG. Resultados. Apontada como empresa inovadora quando foi criada, em 2008, a Azul só foi dar lucro operacional pela primeira vez em 2011 – R$ 25 milhões. A empresa não divulgou dados mais recentes, mas analistas do mercado acreditam que ela esteja operando 21 |Info Aviação |Maio 2013

Embora os resultados da Azul ainda sejam titubeantes, a abertura do capital da empresa é uma aposta no histórico empreendedor Neeleman. Nascido em São Paulo, mas criado nos Estados Unidos, o empresário enxergou a oportunidade de repetir no Brasil a experiência bem-sucedida que teve com a americana JetBlue. O empresário também esteve envolvido na criação de outra empresa de aviação americana, a Morris Air, e com uma canadense, a WestJet. Aviação regional. O caminho para competir num mercado dominado por duas empresas, TAM e Gol, foi focar o esforço na aviação regional. O empresário revitalizou o Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), e desde então montou uma rede de viagens para cidades de médio e grande portes.


Sem contar Campinas, cerca de 40% dos seus 865 voos diários partem do interior. A empresa voa hoje para 103 dos 122 municípios atendidos por voos regulares no País e sua meta é chegar ao fim do ano com mais sete cidades atendidas.

fontes do mercado, também pode ser uma oportunidade para alguns dos acionistas colocar em suas participações à venda.

Foi de R$ 4 bilhões em 2012, depois da fusão com a concorrente Trip.

● Mercado

Faz 865 voos diários, para 103 das 122 cidades atendidas por voos regulares no País.

De acordo com fontes que acompanham a operação de abertura de capital, a intenção é aplicar nos planos de expansão os recursos que venham a ser captados na operação. Segundo

Empresa tem hoje uma participação de cerca de 15% dos voos nacionais.

● Principais acionistas

● Receita

David Neeleman, Caprioli, Água Branca, grupo Bozano, fundo Gávea e o fundo TPG (EUA).

● Operação A EMPRESA

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Revista Info Aviaçao 18ª Edição / Maio 2013 Ano II

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