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VERSÃO DIGITAL
INOVAÇÃO TRADIÇÃO Setor Financeiro está em ebulição com os novos meios de pagamentos, que atraem outras funcionalidades como verificação de identidade Celso Azanha
Curva ascendente
Automatização Robótica de Processos, RPA bastante utilizada no País, ganha impulso 01_CAPA-IC41.indd 1
Novo padrão
Wi-Fi 6: ganhos econômico e tecnológico para empresas de todos os tamanhos
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Editorial https://inforchannel.com.br
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Diretor
Cláudio Miranda
Solidariedade tech
Editora
Irene Barella
Editor-assistente Carlos Ossamu
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A
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Consultoria Jurídica
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Impressão
Referência Gráfica Infor Channel é uma publicação da Editora Mais Energia /InforChannelOficial @inforchannel @inforchannel
PAULO UEMURA
/inforchannel
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Irene Barella
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busca pelo conhecimento preconiza, via de regra, a saúde e o bem-estar do ser humano e, nessa linha, a Tecnologia da Informação e as Telecomunicações devem servir às pessoas. A Conectividade, por exemplo, chega para viabilizar uma série de facilidades no dia a dia que fazem a diferença na ‘experiência do usuário’, no jargão da TIC. Há tempo vimos abordando a quinta geração de conexão e suas potencialidades. Nesta edição, Infor Channel trata de soluções viabilizadas pela 5G, como Meios de pagamento, com o Pix na crista da onda, ganhando posição frente às alternativas da economia digital emergente. Outra funcionalidade que se sobressaiu com a pandemia e cresceu na esteira da 5G foi a Automatização Robótica de Processos, ou RPA, que vem despertando o interesse de gestores e promete livrar as pessoas de tarefas repetitivas, especialmente no atendimento ao consumidor. O empolgante futuro das redes sem fio é o título da reportagem sobre mais uma tecnologia que se disseminou graças ao avanço da Conectividade: a última geração da conexão não cabeada, ou Wi-Fi 6. Somente na versão digital você terá acesso à Uma self para identificação biométrica, sobre Reconhecimento Facial. Infor Channel lançou uma campanha solidária em prol de Médicos Sem Fronteiras. A princípio sugerida aos participantes do Amigo Secreto do Canal, convidamos a todo mundo que quiser homenagear as pessoas queridas de uma forma especial.
Acesse: https://www.msf.org.br/presente-solidario, conheça e doe a partir de R$ 10.
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TECNOLOGIA || por MARCUS RIBEIRO
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Com o pé no acelerador A automatização de tarefas repetitivas está em alta, com as corporações buscando cada vez mais agilidade, eficiência e redução de custos
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e por um lado a economia mundial freou por causa da pandemia de Covid-19, por outro os projetos de Transformação Digital e seus correlatos, como a automação de processos e o seu irmão-siamês Robotic Process Automation – RPA, têm apresentado uma alta demanda. O Gartner, por exemplo, identificou que 69% dos conselhos de administração de grandes organizações norte-americanas aceleraram suas iniciativas de negócios digitais durante este período, e quase metade delas antecipou mudanças nos modelos de negócios com aposta na digitalização. “O RPA já é uma tecnologia bastante utilizada no Brasil, ainda que na maioria dos casos de forma isolada. Mas durante a pandemia, a nossa percepção foi de um aumento significativo na adoção desta tecnologia, afinal, o RPA foi projetado para otimizar e integrar tecnologias e processos para maior agilidade, eficiência operacional e redução de custos”, explica Rafael Lameirão, head de Vendas Latam da Pegasystems, ou Pega, como é mais conhecida. A mesma percepção de aceleração do mercado é compartilhada por Elton Donato, CEO da Digital Path. O atributo buscado pelos projetos, de acordo com o executivo, é o de contribuição para o aumento da competitividade dos negócios. “Essa tendência se tornou uma necessidade ou mesmo uma questão de sobrevivência para algumas empresas. Aumentar a eficiência operacional, com a redução de custos e correção de falhas operacionais, é uma demanda importante no enfrentamento da crise sanitária”, argumenta. O mercado para as soluções de automação segue, mesmo com esse boom, com muito espaço a ser desbravado. “Não
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DIVULGAÇÃO / PEGASYSTEMS
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Lameirão, da Pegasystems: RPA já é bastante utilizado no Brasil, ainda que de forma isolada.
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temos estatísticas seguras, mas seria possível afirmar que apenas em RPA assistido para contact centers, menos de 5% das empresas já exploraram alguma solução para automação no desktop do colaborador’, estima Ingrid Imanishi, diretora de Soluções Avançadas para a América Latina da Nice, outra fornecedora importante neste setor. Na ponta, nos canais, os sinais dos últimos meses também são interpretados. “Quando eu comecei a trabalhar com automação, tínhamos muita dificuldade de implementação, principalmente por barreiras internas nas empresas, por exemplo a TI, que somente entendia que tínhamos feito um ‘robô’ nos sistemas. Hoje, a demanda de automação vem inclusive da Segurança da Informação, que quer utilizar o RPA para detectar fraudes”, explica Rivaldo Barbosa, diretor da A5 Solutions.
O integrador é o grande pilar deste tipo de iniciativa dentro das organizações
Oportunidades
A demanda em ebulição gera oportunidades, certo? Mas qual o perfil dessa demanda? Para a Pegasystems, a experiência do cliente tem de ser o objetivo final de qualquer processo, razão pela qual a empresa foca na venda combinada de soluções, com as ferramentas de Workforce Intelligence, Case Management e Customer Service integradas. A Digital Path também aposta na experiência dos clientes e busca um ‘algo mais’, ao identificar demandas de automação e RPA nas áreas de Recursos Humanos, Fiscal, Contábil, Financeira, Logística, IT Automation e Experiência do Cliente. Já a Nice entende que a demanda atual é dinâmica e contínua, o que resulta em formas de aplicação do RPA mais relevantes. Dada a natureza dos processos de interação entre clientes e empresas, esta é uma área em que o assistente virtual, com capacidade de execução de tarefas e de entendimento do contexto total do desktop do agente, traz um impacto imediato e sensível na capacidade e na qualidade da experiência fornecida aos clientes. “A tecnologia é um meio. A construção e manutenção das soluções são os elementos de maior peso em investimentos no projeto de RPA. Desta forma, o integrador é o grande pilar deste tipo de iniciativa dentro das organizações e a Nice tem total consciência disso”, ressalta Ingrid.
Donato, da Digital Path: Oportunidade para o ecossistema de ERPs, com incorporação de soluções de automação.
Entre os parceiros, a fornecedora contabiliza três perfis: os canais focados no portfólio, que comercializam e implementam a suíte completa; as consultorias, que implementam projetos de otimização de processos; e os desenvolvedores, que fornecem recursos de codificação e suporte para alocação em projetos já concebidos, muitas vezes cooperando com outros parceiros. “Ainda temos espaço para atuação com todos estes perfis de canais”, revela Ingrid. De olho nos integradores, a Digital Path pretende expandir seu portfólio de soluções a partir de alianças estratégicas com fabricantes de tecnologias 4.0 adicionais, além de desenvolver soluções verticais por indústria, beneficiando diretamente os canais e parceiros de negócios, ampliando a oferta de soluções de automação. “Entendemos que existe uma oportunidade de mercado para as empresas que atuam no ecossistema de ERPs, a partir da incorporação de soluções de automação”, projeta Donato, que completa ao afirmar que nos mercados de PMEs e serviços contábeis, o perfil é de representação comercial. Ao observar sua carteira de canais, a Pega está aumentando sua estrutura na América Latina e estreitando o relacionamento com os parceiros, cujo perfil é o de integrador. “A prática em consultoria e implementação de nossas soluções, hoje, são providas por nos-
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Ingrid, da Nice: O integrador é o grande pilar deste tipo de iniciativa dentro das organizações.
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sos canais com nosso apoio direto. A expectativa é que o foco direcionado ao mercado local impulsione o resultado das empresas que fazem parte de nosso ecossistema”, pondera Daniela Fontolan, executiva sênior de Alianças. Com operação no Brasil exclusivamente por meio dos parceiros, a Nice diz possuir uma proximidade muito maior com o cliente em todo o processo de identificação de oportunidades de automação e de melhoria contínua. “Como provedores da plataforma tecnológica, somos responsáveis pelo desenvolvimento orientado por uma visão clara e dinâmica das tendências do mercado e das necessidades objetivas que virão no futuro. Isso implica tanto no desenvolvimento de novas funcionalidades, quanto na produção de conteúdo para capacitação dos profissionais nos parceiros”, admite Thiago Siqueira, diretor de Canais e Operações da Nice na América Latina. A estratégia da Digital Path é utilizar os canais diretos para acelerar o posicionamento de produtos no mercado, além de assegurar o volume mínimo de vendas, com o desenvolvimento de revendas e alianças estratégicas para a comercialização em larga escala das soluções no modelo White Label, que permite
que terceiros possam revender os produtos com sua própria marca e identidade a seus clientes.
É importante que o RPA seja acompanhado por serviços de consultoria
A visão do canal
Parceiro da Nice, a A5 Solutions tem a fornecedora como principal marca na prática e soma projetos junto aos clientes finais. “Nossa demanda começa com a redução de custo, mas a implementação traz também uma melhor experiência do cliente, que não precisa perder tempo esperando pelo serviço, verificação de identidade ou até mesmo apresentação das melhores opções baseados em seu perfil”, garante Barbosa. Nos últimos tempos, a integradora conseguiu entregar o mapeamento dos processos de forma automatizada, utilizando Inteligência Artificial e conectores para sistemas legados que acompanham a ferramenta. O executivo aponta ainda que a A5 investe constantemente em treinamentos, com certificações técnicas. E para o desenvolvimento dos projetos de automação, explica o diretor, o melhor perfil é daquele profissional curioso e que tenha uma boa visão de negócio. A integradora planeja a manutenção do programa interno de transferência de conhecimento e já conta com 20 profissionais dedicados a automação. Gigante global, a Atos implementou um grande projeto de RPA na Caixa Seguradora para automatizar os processos de inves-
Qualificação do canal Fabricantes preparam os parceiros para atendimento de clientes
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ara a Digital Path, o investimento do canal deve ser em certificações de Information Technology Service Management -ITSM, Agile e Project Management. E os parceiros devem ter conhecimento em Windows e Linux, bem como em infraestrutura, arquitetura de RPA e bancos de dados. Já a Nice acredita que, para o desenvolvimento de projetos de automação, o canal precisa possuir uma área de consultoria, responsável por trabalhar em estreita colaboração com os clientes e voltada para identificar casos de uso que possam agregar valor em termos de tempo, otimização de recursos, eficiência de processos e redução de custos indiretos. Com um programa de certificações, a Pegasystems treina os parceiros em sua metodologia e as certificações para profissionais evoluem do Analista de Negócios e Arquiteto de Sistemas até o Arquiteto líder de Sistemas. E o parceiro precisa de uma quantidade mínima de certificações para cada um destes profissionais a fim de trabalhar com as soluções da marca.
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Daniela, da Pegasytems: Estreitando o relacionamento com os parceiros, cujo perfil é o de integrador.
timentos da instituição. Com isso, somente um mês após o início do projeto, a empresa aumentou sua produtividade de investimento em R$ 70 milhões. Além disso, com a automatização, os funcionários puderam dedicar mais tempo em estratégias e objetivos de negócios. “Para que tudo dê certo, da implementação aos resultados, é importante que o RPA seja acompanhado por serviços de consultoria. Em um primeiro momento, é preciso ter uma noção bastante clara do problema que se quer resolver. Com isso, partimos para o segundo passo: traçar e iniciar um projeto com RPA que tenha foco total em resolver o problema identificado, sempre considerando as melhores práticas, agilidade e o cliente”, ensina Hemerson Mota, líder de Insurance da Atos Brasil. A ideia central do projeto consistia na integração de todas as áreas envolvidas e o estabelecimento de um mindset cultural de automação de processos.
Projeções
A Pega está reestruturando seu programa de canais globalmente, com um plano de novidades que se estendem até 2022. A principal premissa deste novo programa é crescer na atuação de canais implementadores
Onde o ‘bicho’ pega O
maior desafio para os canais em projetos de automação de processos e RPA reside na capacitação e no seu desdobramento, com um melhor atendimento e mapeamento dos processos para a execução do projeto. É importante descobrir o passo a passo do que é, de fato, executado dentro de uma operação de atendimento. Muitas vezes, os procedimentos oficiais de acesso aos sistemas que serão automatizados não são seguidos. “No processo de desenvolvimento deste tipo de integração existe uma fase crucial, que é o teste de conectividade com os sistemas do cliente. O RPA não necessariamente necessita de envolvimento de outras áreas, como a própria TI, mas a presença delas durante o projeto facilita em muito as entregas e o sucesso da implementação”, explica Rivaldo Barbosa, diretor da A5 Solutions. Para os fornecedores, no entanto, a maior barreira associada aos canais é algo bem heterogêneo, da complexidade em manter o canal capacitado até garantir a satisfação dos clientes na ponta. “O desafio é perene e está presente em todas as fases, como trabalhar com canais indiretos, a definição do perfil ideal de parceiro para cada negócio, passando pela prospecção, credenciamento, treinamento e, sobretudo, por ativá-lo comercialmente e posteriormente por mantê-lo produzindo”, afirma Elton Donato, CEO da Digital Path.
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A demanda atual é dinâmica e contínua, o que resulta em formas de aplicação mais relevantes do RPA
para parceiros comerciais de negócios. Parceiros que garantam uma maior cobertura, novas indústrias e soluções replicáveis construídas sobre a plataforma da Pega. Para a área corporativa, a Digital Path tem como perspectiva acelerar o desenvolvimento de alianças estratégicas que atuem na comercialização e implementação das soluções. Já nos mercados de PMEs e serviços contábeis, o foco está em acelerar o desenvolvimento de canais para o lançamento de uma plataforma de RPA exclusiva para estes segmentos, visando a democratizar a tecnologia e viabilizar que estas empresas nasçam e se desenvolvam digitalmente. Com um modelo de negócios 100% indireto, a Nice aposta que o mercado de RPA seguirá em amplo crescimento. “O nosso foco está no recrutamento de novos canais e requalificação dos parceiros existentes. Disponibilizamos treinamento online e em sala de aula, webinars, vídeos e tutoriais voltados ao desenvolvimento e parametrização da ferramenta, além de um programa completo de certificação para promover a conscientização e a familiaridade com a tecnologia em todos os níveis - desenvolvimento, implementação e Suporte”, projeta Siqueira
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RODOLFO STOPA
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Barbosa, da A5 Solutions: Hoje, a demanda de automação vem inclusive da Segurança da Informação, para detectar fraudes.
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TENDÊNCIAS || por SOLANGE CALVO
Economia
digital Em um dos momentos mais intensos de sua jornada, mercado Financeiro prepara estratégias e soluções inovadoras para Meios de Pagamento
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m meio à atual ebulição de inovação no setor Financeiro, meios tradicionais de pagamento como dinheiro, cartões de crédito e débito, cheques e transferências bancárias tendem a perder posições para alternativas alinhadas à economia digital emergente. Consultores afirmam que os meios digitais vão dominar a forma como o consumidor efetua suas compras e realizam transferências de valores. Atores do segmento financeiro vêm se movimentando às vésperas do lançamento do novo meio de pagamentos instantâneos em transações digitais no Brasil – Pix, estimado para este mês de novembro. A nova modalidade promete revolucionar o mercado financeiro e deixar no passado outras formas de transferências bancária de valores como Documento de Crédito – DOC e Transferência Eletrônica Disponível – TED. O País vive, portanto, uma revolução em um mercado que movimentou R$ 8 trilhões em transferências, registrando mais de 1,6 bilhão de DOCs e TEDs no último ano, de acordo com a Federação Brasileira de Bancos, a Febraban. E se prepara para o Open Banking, que integrará todo o ecossistema financeiro, fortalecendo a competição e abrindo mais oportunidades.
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Inclusão financeira
O Banco Original, três dias depois do início do cadastramento de chaves de acesso no Pix, já contabilizava 300 mil cadastros no novo sistema de pagamentos. “O Pix é uma grande transformação para os empreendedores e para o Varejo. Para clientes pessoa jurídica estamos oferecendo tarifa zero para transações do Pix”, conta Raul Moreira, diretor-executivo de Tecnologia, Produtos, Operações e Open Banking do Banco Original. A instituição está empenhada em aprimorar soluções por meio de tecnologias como Inteligência Artificial. O uso da Biometria facial para a abertura de contas foi estendido para validação de transações de altos valores, prevenindo fraudes e será importante para a massificação do uso do Pix. “Mais de 1,3 milhão
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92% dos brasileiros estão dispostos a adquirir produtos bancários de forma online
de consumidores já foram convidados a interagir com a solução de IA do Original, desenvolvida sobre a plataforma Watson da IBM”, relata Moreira. A evolução no setor vai muito além das novas formas de pagamento, e representa um marco de inclusão financeira, que é diferente de bancarização. “No futuro, será possível combinar cartões e Pix que, atrelado ao conceito de Open Banking, permitirá a maximização da oferta de soluções financeiras para um público mais amplo”, acredita. Ele acrescenta que esse quadro irá se fortalecer, principalmente, por meio de parcerias com plataformas digitais desenvolvidas por fintechs. O novo Sistema de Pagamento Instantâneo será importante para a inclusão dos cerca de 50 milhões de brasileiros que ainda não possuem soluções financeiras digitais que atendam às suas necessidades básicas.
Soluções personalizadas
A Hub Fintech vem apostando no modelo White Label Banking como referência no mercado de meios de pagamento, acenando com solução capaz de construir bancos digitais em 15 dias, com toda infraestrutura tecnológica e arcabouço regulatório necessários. Nessa modalidade, somente a marca do cliente aparece nos cartões, portais de internet banking e contas digitais criadas. De acordo com o CEO Alexandre Brito, a fintech tem infraestrutura que contempla toda a cadeia de meios de pagamento,
Ikeda, da Fico: Empresas já consolidadas no mercado, como bancos tradicionais, vão precisar rever estratégias.
Moreira, do Banco Original: Solução de IA foi desenvolvida sobre a plataforma Watson da IBM. SILVIA ZAMBONI
Segundo Fabrício Ikeda, diretor de Prevenção a Fraudes da Fico América Latina, empresa global de software de análise preditiva, a demanda por pagamentos digitais ganhou ainda maior relevância no mundo pós-pandemia por reduzir o contato direto e uso de dinheiro. Ikeda alerta que empresas já consolidadas no mercado, como bancos tradicionais, vão precisar rever estratégias, apoiando-se em tecnologia. Nesse cenário, ferramentas de verificação de identidade ganham relevância, para atestar quem está transferindo e quem está recebendo valores nas transações. Estudo da Fico mostra que o brasileiro está aceitando cada vez mais as novas tecnologias de autenticação — 86% concordam em fornecer sua biometria para seu banco e 89% aprovam que a instituição financeira analise a forma como digitam sua senha para ampliar a segurança. Entre os recursos biométricos, 83% utilizariam impressão digital, 54% leitura facial e 35% varredura ocular. Durante a pandemia, o levantamento identificou que 92% dos brasileiros estão dispostos a adquirir produtos bancários de forma online. Os canais preferidos são o aplicativo do banco (43%) e o seu site (28%).
DIVULGAÇÃO / FICO AMÉRICA LATINA
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TENDÊNCIAS
DOUGLAS LUCCENA
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Brito, da Hub Fintech: Nascemos na Nuvem e então escalamos muito rápido.
desde impressão, gravação dos dados – conhecida como embossing, e personalização de cartões, até o processamento das transações e serviços agregados. “Somos B2B2C e temos como um dos importantes diferenciais a tecnologia desenvolvida dentro de casa.” “Nascemos na Nuvem e então escalamos muito rápido. Nos últimos meses, construímos 19 bancos digitais e recentemente obtivemos autorização do Banco Central para atuar como instituição de pagamento nas modalidades emissor de moeda eletrônica e credenciador”, destaca. Brito diz que a empresa se posiciona como um dos principais fornecedores de soluções e serviços Bank as a Service – BaaS, para o mercado B2B2C, para os chamados ‘Super Apps’, aplicativos que têm a proposta de resolver todo e qualquer tipo de questão, e também para outras fintechs, marketplaces, adquirentes e instituições financeiras. “A 99 é um dos nossos clientes. Oferece nossa conta digital para que seus motoristas recebam o valor das corridas, eliminando custos com TED e DOC. Também disponibilizamos a eles um cartão bandeirado white label, que pode ser usado em estabelecimentos comerciais, para pagar contas e realizar transferências bancárias”, diz.
Plataformas integradas
Ter um ecossistema com bancos, fintechs, meios de pagamentos e companhias fora do setor Financeiro será uma tendência
Iglesias, da Topaz: Uso de multiplataforma, altamente parametrizável, flexível e escalável.
mente precisam, desde a fluidez no caixa até condições especiais para o pagamento de compras. “A Topaz, outro braço da Stefanini, complementa a nossa oferta de ponta a ponta, um poderoso core banking, que usa tecnologia multiplataforma, altamente parametrizável, flexível e escalável”, completa Jorge Iglesias, CEO da Topaz e responsável pela torre de banking da empresa. Para se tornar competitiva no segmento, a Stefanini trouxe para a Orbitall a Logbank, que atua com modelo white label para soluções de Payment Service Provider, oferecendo arranjos de pagamento, conta digital e máquinas de cartões de crédito e débito. “Juntas, as empresas terão uma carteira de 90 clientes, entre elas Ipiranga, Creditas e Stone, com a previsão de chegar ao final de 2023 com cerca de mil clientes”, revela. “A pandemia fez com que as instituições colocassem, de fato, os clientes no centro da estratégia, entendendo as suas necessidades, aprimorando processos por meio da tecnologia. Hoje, o cliente não quer ir às agências, quer fazer isso do sofá da casa dele”, afirma. Para Iglesias, o cliente não está sozinho no centro da estratégia, ao lado dele está a tecnologia, como suporte, como meio para viabilizar suas ações e criar produtos e soluções que
DIVULGAÇÃO / STEFANINI
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A Orbitall, empresa do Grupo Stefanini, avança com a plataforma Banking in a Box, que reúne serviços como conta pagamento, pagamento de boletos, cartão pré e pós-pago, recargas de celular, contratação de seguros, entre outras possibilidades que podem também ser acessadas via telefone inteligente. Permite às corporações oferecer aos clientes o que eles real-
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Tendência digital em pagamentos A
16ª edição do estudo World Payments Report da Capgemini, realizado em 44 países, incluindo o Brasil, revela a necessidade de as empresas de pagamento priorizarem rapidamente a transformação da tecnologia para se tornarem mestres digitais e permanecerem competitivas. O levantamento mostra que 30% dos consumidores globais já estão usando uma BigTech, como Google, Apple e Amazon, para efetuar pagamentos. E é uma tendência também no Brasil. “Os brasileiros usam todas as BigTechs disponíveis, com serviços como WhatsApp, Facebook, Google Maps e Instagram, mais do que aplicativos de instituições financeiras”, diz Glória Guimarães, vice-presidente de Finanças da Capgemini. A pesquisa abordou 8,6 mil consumidores em todo o mundo e 280 executivos de bancos, fintechs, empresas de pagamentos, empresas de cartões, provedores de serviços de tecnologia e grandes varejistas. Cerca
de 68% dos consumidores responderam que Internet banking e transferências diretas de contas são suas formas de pagamento preferidas em meio à crise de saúde global. Os cartões sem contato, ou toque para pagar, ocupam o segundo lugar, com 64% afirmando que os usam com frequência. Carteiras digitais, incluindo pagamentos baseados em QR Code, são a preferência de 48% dos entrevistados. A criação de um ecossistema com bancos, fintechs, meios de pagamentos e companhias fora do setor Financeiro, mas que fazem parte do universo do cliente, será uma tendência na avaliação de Glória. Segundo ela, é um meio mais amplo de garantir uma melhor experiência ao cliente. “Essa nova era, que na Capgemini chamamos de Open X, fomentará um processo de inovação acelerado e uma troca e reaproveitamento de recursos muito grande, gerando novos modelos de negócio.”
Somente com modelos analíticos e poder de processamento será possível combater fraudes e lavagem de dinheiro
Usuários buscam alternativas aos meios tradicionais de pagamento % 41 de usuários
de dinheiro experimentaram cartão sem contato
% 35 dos que possuíam um cartão adicionaram-no a uma carteira digital
27%
dos clientes experimentaram pagamentos com QR Code
31% migraram para um banco desafiador
Maioria citou facilidade, conveniência e rapidez como motivos
Dois em cada cinco clientes têm acima de 40 anos
FONTE: CAPGEMINI
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TENDÊNCIAS
DIVULGAÇÃO / EQUINIX
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torne a instituição financeira mais competitiva. “Nesse novo cenário, a inclusão financeira é chave para a economia. É preciso conhecer o cliente, ter uma visão 360, entender seus hábitos e o seu momento, para que essa inclusão seja constante.”
Plataforma de interconexão eficiente
De acordo com Eduardo Carvalho, presidente da Equinix no Brasil, a demanda por experiências personalizadas está transferindo as transações de pagamento clássicas para um processo digital baseado em colaboração aberta. Para ele, o processo digital requer etapas de expansão no processamento de pagamentos enquanto atende, simul-
Carvalho, da Equinix: É necessária uma infraestrutura que favoreça transações rápidas, estáveis e seguras.
Ferramentas de verificação de identidade ganham relevância
taneamente, às expectativas dos clientes para uma execução veloz. Entre as demandas para estar em linha com o atual setor financeiro, está uma infraestrutura que favoreça transações rápidas, estáveis e seguras. “Em um dos nossos Data Centers em São Paulo oferecemos a conexão de menor latência”, destaca. Até porque, ele diz, todo o caminho a ser percorrido pelas transações no Pix, por exemplo, precisa ser cumprido em dez segundos. Para garantir a efetividade e a segurança nesse processo, será necessário estar em uma plataforma de interconexão segura e que permita uma melhor ligação entre os agentes Pix e os serviços de que precisam para oferecer um serviço de qualidade
Desafios e alertas Em transações efetivadas em segundos, todo o cuidado é pouco porque se trata de valores irrecuperáveis. Perdas financeiras impactam a experiência do usuário e geram risco à imagem das empresas envolvidas.
Verificar a identidade dos usuários
O processo de provisionamento é o ponto mais crítico para detectar uma tentativa de fraude ou possível falsidade ideológica no mundo de pagamentos instantâneos. Muitos desafios estão relacionados aos riscos de malwares, roubo de dados, engenharia social, treinamento aos usuários e phishing.
Combinar tecnologias e fontes de dados para validações biométricas
Usar Machine Learning e tecnologias disponíveis no mercado para autenticar os usuários, mas ao mesmo tempo, atenção para não criar processos invasivos que afetem a experiência do usuário.
Checar a origem dos fundos e a idoneidade das pessoas e empresas Ninguém quer que seu negócio seja usado como um canal de captação de fundos ilícitos ou ocultação de ativos. Da mesma maneira que pagamentos instantâneos trazem benefícios como agilidade e facilidade para se oferecer novos produtos financeiros, isso também abre lacunas para possíveis crimes financeiros, que podem ocorrer em questão de segundos.
Monitorar transações com modelos analíticos cognitivos
Transações serão 24x7 e não será mais possível ligar para um cliente às duas horas da madrugada para perguntar se ele reconhece ou não uma transação. Somente com modelos analíticos e o poder de processamento que hoje possuímos será possível combater ativamente tentativas de fraude e lavagem de dinheiro.
FONTE: FICO
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ENTREVISTA || por IRENE BARELLA
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Serviços diferenciados Especializada na distribuição de software, a Pars atua desde 1981 com foco no desenvolvimento de parcerias com revendas e fabricantes. Trabalha com exclusividade nas marcas Adobe, Autodesk e Red Hat, e atua no desenvolvimento de soluções junto a cada revenda. Conta com uma equipe técnica e comercial de pré-vendas, gerentes de desenvolvimento de negócios para todas as regiões do Brasil e um time de vendas interno para agilizar todo o trâmite operacional. “Oferecemos excelência em serviço, programas de suporte e ferramentas necessárias para tornar nossos parceiros qualificados, atualizados e competitivos”, destaca Celso Azanha, presidente da Pars, que há oito anos integra o grupo Sonda, fornecedor latino-americano de serviços de TI. Nesta entrevista ele conta os desafios atuais e os planos da distribuidora. Acompanhe.
Como avalia o mercado de distribuição no Brasil? O mercado de distribuição de software e hardware segue em consolidação, com os clientes mais maduros e conscientes de suas necessidades. Por outro lado, as revendas esperam cada vez mais, valor agregado de seus distribuidores que, de modo genérico, atuam como o elo entre os fabricantes e seus clientes, sejam eles as revendas ou clientes finais. Em um mercado competitivo e em crescimento, cabe aos distribuidores agregar valores a seu ecossistema. A Pars tem como maior valor suas equipes de vendas e técnicas, que atuam ao lado dos fabricantes e revendas e adicionam conhecimento e agilidade aos processos. Esta forma de atuação reduz os ciclos de vendas, proporciona maior assertividade e minimiza custos associados. E como avalia o mercado de software hoje no País? Vejo como um mercado em crescimento e ávido por soluções ágeis e que atendam aos requisitos de negócios. O mercado está maduro e os clientes pontuais em relação as suas necessidades. O atendimento e a confiança na continuidade das relações se tornam determinantes nas avaliações e aquisições. Acredito que este será o ritmo pelos próximos dois anos. Qual sua avaliação do modelo de venda SaaS? É um modelo que complementa as ofertas e a expectativa é de crescimento para os próximos anos.
Deveremos anunciar em breve esta modalidade para alguns de nossos softwares. A necessidade é ‘ter acesso a’ e não necessariamente ‘possuir licenças de software’, principalmente quando falamos de soluções a clientes finais. Movimento similar ao ocorrido quando o conceito de Cloud privado e externo surgiram doze anos atrás. Qual o maior desafio da empresa e como superá-lo? Certamente o desafio em manter o negócio de distribuição competitivo e ao mesmo tempo aumentar a eficiência. Ou seja, fazer mais com menos, resultando em melhoria de sistemas internos, além da integração e automação com fornecedores e revendas. Estamos avançando rapidamente em ambos, o que traz agilidade e valor ao canal. Tem ações para a Transformação Digital interna? Há quatro anos estamos orientados a modernizar processos e sistemas. A revisão colaborativa de negócios do nosso ecossistema é um deles, bem como a integração online com os fabricantes e as revendas para a entrada e processamento de pedidos. Há intenção de ampliar o portfólio? Anunciamos este mês a entrada da Unity, conhecida pela excelência em softwares interativos para Realidade Virtual e Realidade Aumentada aos segmentos de Arquitetura, Construção e Infraestrutura. Deveremos anunciar dois novos fabricantes no correr do
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A Pars possui um programa para suas revendas? Acabamos de anunciar nosso programa de canais, o Speed GrowWin. Trata-se de uma iniciativa única, pensada para o crescimento das revendas e que além de benefícios financeiros agrega processos ágeis, suporte a vendas e geração de demanda. O Speed GroWin Partner Program foi idealizado para auxiliar os parceiros em toda a jornada de conhecimento, capacitação e atualização sobre a Pars e os fabricantes que compõem o portfólio. Ele foi totalmente elaborado para oferecer uma experiência completa, desde nosso suporte até o bônus por performance. Construímos uma plataforma que em sua primeira fase possibilitará ao canal gerenciar todos os recursos e benefícios ofertados pela Pars, com diferentes níveis de acesso aos seus colaboradores. É com o propósito de capacitar cada vez mais nossas revendas e prover recursos efetivos, que vamos incentivar seus negócios e conseguiremos ajudá-los a atingir um crescimento sustentável. Quantas revendas ativas mantém atualmente? Cerca de 1,5 mil revendas trabalham com a Pars para as marcas de nosso portfólio. As características e especificidades de cada família de soluções exigem revendas com perfis adequados, a exemplo das que mantêm foco em infraestrutura ou aquelas que se dedicam a soluções de usuários finais. Nossa característica é apoiar tanto revendas tradicionais, como
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Anunciamos este mês a entrada da Unity, conhecida pela excelência em softwares interativos para Realidade Virtual e Realidade Aumentada
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próximo ano. Por outro lado, não sairemos de nossa estratégia de agregar valor, principalmente ao canal, que espera relacionamento e serviços diferenciados, além de complementaridade às ofertas.
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as revendas ainda pequenas, que buscam seu espaço. O contato direto com nossa área de Canais é a melhor forma de iniciar o relacionamento com a Pars. Houve apoio aos parceiros de vendas frente à atual crise? A Pars, como parte fundamental de sua estratégia, possui linhas de crédito próprias para as suas revendas. Durante este período de crise, atuamos para atender às demandas referentes a financiamento e refinanciamento, de acordo com nossas políticas de crédito. Estes procedimentos os ajudaram a alavancar negócios novos e a manter a saúde financeira de nossas revendas. O trabalho remoto teve impacto nas suas vendas? Para nossa surpresa, o fato de todos os colaboradores da empresa estarem trabalhando de forma remota, impactou a operação, e consequentemente os resultados, de modo positivo. As interações entre o nosso pessoal com os fabricantes, revendas e clientes se tornaram mais objetivas e produtivas. Os clientes
Celso Azanha, presidente da Pars se colocaram mais disponíveis; muitos agilizaram seus processos, se preparando para o pós-crise, que para muitos setores da economia será de expansão rápida. Esta experiência irá gerar alguns ajustes estruturais na operação. Quais são os planos futuros? Seguiremos sendo um distribuidor que agrega valor para os fabricantes, revendas e clientes finais. Deveremos firmar parceria com outros fabricantes muito em breve, com o objetivo de complementar nosso portfólio e atender às demandas de nossas revendas. O objetivo é ampliar para que elas ofereçam soluções completas a seus clientes. Em nossa empresa cada marca possui estratégia e equipes de vendas e pré-vendas especificas, o que gera atuação pontual e dedicada a cada fabricante. Este direcionamento será reforçado nos próximos anos
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OPINIÃO || ANDRÉ FLEURY*
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Os bancos e os hackers do bem A
s empresas cujos negócios trafegam no ambiente digital já sabem que a mudança e a evolução constante das tecnologias de informação e comunicação são uma certeza. E sabem que conseguirão sobreviver se forem capazes de seguir o ritmo da resiliência e da segurança cibernética. Nesse rápido compasso, os cibercriminosos que atuam contra a sua indústria, também se especializam no negócio da sua empresa e são cada vez mais eficientes. Tanto é que o custo com o cibercrime cresceu 67% nos últimos cinco anos, segundo pesquisa recente da Accenture Security. Em 2019, as organizações reportaram perdas de US$ 13 milhões decorrentes de ataques realizados por cibercriminosos, comparadas com US$1,4 milhão em 2018, um crescimento tão assustador quanto o crime em si. Se nosso ritmo de ação for o mesmo de hoje, estima-se que o custo total com perdas derivadas de fraudes digitais e crimes cibernéticos poderá chegar a US$ 5,3 trilhões nos próximos cinco anos. É um número tão significativo que fez o mercado de segurança cibernética crescer exponencialmente, mesmo na pandemia. Vivemos a ‘tempestade perfeita’. De um lado, há pressões regulatórias, que são uma boa notícia em geral, como a Lei Geral de Proteção de Dados - LGPD. De outro, há evolução no mundo da tecnologia aumentando a exposição digital, trazendo mais velocidade, menor custo, mais agilidade com os serviços de Computação em Nuvem, mas também maior risco cibernético. Finalmente, as técnicas do mundo do cibercrime nunca evoluíram tanto e estes criminosos nunca estiveram tão profissionalizados e integrados com grupos de narcotraficantes e terroristas. A Febraban pensou nisso e agiu. Com o desenvolvimento e operação de um Laboratório de Cibersegurança para o setor Financeiro, tomou iniciativa inédita na América Latina. Neste centro de excelência, hackers (do bem) analisam as tendências e técnicas criminosas e ajudam os bancos a se defender por meio de treinamentos e exercícios simulados. O papel da inteligência cibernética agora é lançar mão de especialistas em todo o mundo para compilar informações da darkweb e de grupos hackers; entender suas técnicas, ferramentas e alvos principais; e alimentar um programa dedicado ao setor financeiro brasileiro. O objetivo é estar um passo à frente dos criminosos.
Ao analisarmos as tendências e ações destes grupos aqui e lá fora, conseguimos entender, por exemplo, que os ataques cibernéticos mais conhecidos e divulgados na mídia são uma verdadeira cortina de fumaça para o que realmente está acontecendo. Quando um ransomware é disparado, toda a atenção é assegurada para recuperar a capacidade de operação. Esse tipo de ataque usa criptografia para codificar servidores e estações de trabalho, resultando em total incapacidade operativa da organização-alvo. No entanto, enquanto as empresas tentam recuperar seus dados ou negociam resgate com o grupo criminoso, milhões de dados são roubados, ou milhões de reais são desviados sem deixar rastro. Outra análise importante é que enquanto empresas investem milhões em proteção para suas infraestruturas tecnológicas e sistemas críticos, muitas vezes não percebem que, ainda hoje, o principal alvo é o ser humano. O uso da técnica de phishing, que cresceu cerca de 700% durante a pandemia, segundo dados de um fabricante de solução antiphishing, ainda é a mais eficaz e utilizada. O usuário desatento clica em um banner de um site com código malicioso, baixa aquela foto de um gatinho fofo no e-mail que recebeu, e pronto!. O mercado não sabe que, em geral, quando um ataque de ransomware é disparado e o tema é divulgado na mídia estamos no final de um processo que começou há cerca de seis meses a um ano. Provavelmente tudo teve início com um usuário que não seguiu as melhores práticas de Segurança. A cibersegurança vai muito além de algo ligado à tecnologia. Deve priorizar a proteção das pessoas, sejam clientes ou usuários internos das empresas. O objetivo deve ser a conscientização e o treinamento, simulações e certificações obrigatórias para os funcionários, que podem provocar riscos milionários para a empresa. O Laboratório da Febraban vai levar estas informações e ajudar os bancos a entenderem os riscos por uma ótica dos grupos criminosos que atuam no Brasil e contra o sistema financeiro brasileiro. Como eles operam, como lavam dinheiro para se financiarem? Quais são as fraudes mais lucrativas e quais as técnicas mais usadas? Isso coloca a segurança cibernética no centro das atenções e leva o tema a ser discutido nos principais fóruns e comitês em cada um dos bancos brasileiros. Além disso, a existência de um ambiente por meio do qual bancos recebem informações e treinam seus times de forma colaborativa é fundamental no combate ao crime digital. Há dois tipos de empresa: as que já sofreram ataque grave e as que não sabem que sofreram. Todos poderão estar preparados, com informações sobre quem é o inimigo e como ele atua, para reagir rápido e minimizar perdas
Ataques cibernéticos divulgados na mídia são uma verdadeira cortina de fumaça para o que realmente está acontecendo
* O autor é especialista em Segurança Cibernética na Accenture Technology América Latina
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INOVAÇÃO || por MARCELO GIMENES VIEIRA
O empolgante fu redes sem fio
Novo padrão wireless 802.11ax já domina projetos de redes corporativas e prepara campo para aplicações que precisam de mais velocidade e densidade, com retomada de investimentos à vista
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arece só uma troca de letras ao final de um código – de 802.11ac para 802.11ax –, mas essa mera letrinha representa um dos maiores saltos já dados pelas redes sem fio. O Wi-Fi 6 foi anunciado em outubro de 2018 e oficializado em setembro de 2019 pela Wi-Fi Alliance. Passado um ano começa a se popularizar em empresas e residências no mundo, inclusive Brasil. A tecnologia 5G deve finalmente viabilizar aplicações antes reservadas ao futuro, como Internet das Coisas – IoT e Automação Comercial e Residencial. E o novo Wi-Fi já está aí para acompanhar essas mudanças. Apesar de recente, o novo padrão de redes sem fio já está em 16,8% dos pontos de acesso vendidos para empresas no segundo trimestre de 2020, segundo a IDC – um aumento significativo frente aos 11,8% do período anterior. Em termos de receita, isso significa 28,9% ante 21,8%, indicando uma adoção significativa do novo padrão WLAN, segundo a empresa de pesquisas. Para a consultoria ABI Research, o novo padrão terá 50% do mercado de equipamentos Wi-Fi 6 para consumidores finais até o fim de 2024, impulsionado em boa parte por suas vantagens frente ao padrão anterior. Mas quais são elas?
Vantagens e impulso
A expectativa positiva sobre o Wi-Fi 6 é unânime. A tecnologia aprimora a forma como as redes sem fio locais funcionam, aumentando a capacidade dos padrões anteriores e melhorando a experiência. Isso graças ao alto potencial
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de transferência – até 9,6 Gbps, frente aos 3,5 Gbps do padrão anterior – e da área de cobertura, mas principalmente à capacidade até quatro vezes maior de sustentar muitos dispositivos conectados ao mesmo tempo. Densidade é um aspecto bastante sensível para redes sem fio. Quem nunca teve uma experiência frustrada com redes Wi-Fi de empresas ou de lugares públicos, como shoppings e aeroportos? O Wi-Fi 6 promete solucionar o problema dividindo a transmissão de dados em vários subcanais responsáveis por aparelho conectado. “Nas gerações anteriores havia uma comunicação direcional, e o AP conversava com meu dispositivo, depois o seu, ou seja, respondia às solicitações em linha. Com o padrão AX ele consegue responder a vários ao mesmo tempo”, explica Junior Carrara, diretor comercial da WDC Networks. Isso só é possível graças a duas tecnologias: Orthogonal Frequency-division Multiple Access, Ofdma e Multiuser, Multiple-input Multiple-output communication, ou MU-Mimo. É um salto frente aos roteadores de gerações anteriores,
O novo padrão terá 50% do mercado de equipamentos Wi-Fi 6 para consumidores finais até o fim de 2024 DIVULGAÇÃO / CISCO
Mattias, da Qualcomm: Conforme aumenta a banda larga que chega às residências, é preciso aumentar a capacidade na ponta.
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Saez, da Cisco: Wi-Fi First: mesmo empresas tradicionais do segmento corporativo querem ser 100% wireless.
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que só podem se comunicar com um cliente por vez, criando uma fila de dispositivos a serem respondidos. O Ofdma traz vantagens no uplink. “No mesmo pacote é possível levar informações para mais de um destino. Aumenta os streams, as vias por onde a informação trafega, e também a cobertura”, explica Hamilton Mattias, diretor de produtos da Qualcomm. “Com o MU-Mimo, trazido pelo 5 e aprimorado no 6, amplia-se a capacidade das redes. Permite que se tenha mais tráfego simultâneo.” O Wi-Fi também permite maior duração da bateria para dispositivos conectados graças ao Target Wake Time – TWT, em tradução livre ‘tempo de despertar do alvo’, função que detecta quando os dispositivos conectados estão em repouso, conferindo melhor rendimento às transferências de dados, de acordo com a necessidade. Isso otimiza a bateria não só de smartphones, tablets e notebooks “pendurados” na rede, mas também pontos de acesso que dependam de alimentação própria. Outro ponto positivo é o WPA3, mais novo protocolo de segurança Wi-Fi – que a bem da verdade já é suportado em equipamentos de Wi-Fi 5 mais modernos, mas que deve ser popularizado junto com o novo padrão. O Wi-Fi 6 também é compatível com dispositivos que funcionam com tecnologias anteriores, e nas mesmas frequências – 2,4 GHz e 5 GHz, com a possibilidade de operar também em 6 GHz no caso do Wi-Fi 6e. Apesar disso, se o usuário quiser aproveitar todos os benefícios da nova tecnologia, precisará ter um dispositivo compatível. A Qualcomm, fabricante de chips para dispositivos de rede e de comunicação, enumera mais de 200 produtos em desenvolvimento ou já à venda, compatíveis com Wi-Fi 6. Os anúncios para a América Latina incluem roteadores da TP-Link, APs da CommScope para pequenos negócios e da Cisco para grandes empresas, além de chips da linha Snapdragon para smartphones. “São produtos que fazem a diferença na experiência do usuário. Conforme aumenta a banda larga que chega às residências é preciso aumentar também a capacidade dos equipamentos na ponta”, explica Mattias.
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Economicamente é muito mais viável partir para uma solução de Wi-Fi 6 do que expandir o 5
A maior parte dos grandes fabricantes de equipamentos de rede sem fio já trabalha com o novo padrão certificado pela Wi-Fi Alliance, inclusive no Brasil. As empresas que lideram este mercado mundialmente são, segundo a IDC, Aruba (HPE), Cisco, CommScope (ex-Ruckus), Huawei e Ubiquiti. “A Cisco está no mercado desde o início do Wi-Fi e acabamos ajudando no desenvolvimento de padrões. No 6 não foi diferente e contribuimos com o know-how”, diz Malko Saez, gerente de desenvolvimento de negócios para redes da empresa, que é uma das fundadoras da Wi-Fi Alliance. “Nosso investimento no Wi-Fi 6 foi bastante forte. Iniciamos a oferta no Brasil ainda em 2019, com os APs de entrada.” A companhia está aproveitando o novo padrão inclusive para consolidar o portfólio de Wi-Fi, reunindo switchs, controladores e APs na mesma plataforma, chamada Catalyst. Boa parte dos produtos da marca com o novo padrão já está sendo usada no Brasil, principalmente em projetos que demandam alta densidade. “Começamos com redes de educação e vimos também projetos interessantes em call centers. Fazer chamadas de voz com tecnologias anteriores de Wi-Fi era complicado
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Força de trabalho híbrida
por causa da latência, mas o padrão novo ‘casa’ muito bem com voz sobre IP”, conta Saez. Escritórios de engenharia também foram grandes early-adopters porque geram tráfego elevado em aplicações que consomem muita banda. Mas a grande mudança de paradigma trazida pelo Wi-Fi 6, segundo o executivo da Cisco, é que as empresas começam a pensar projetos de rede observando, antes, as redes sem fio e não as cabeadas. É o chamado Wi-Fi First, em que mesmo empresas tradicionais do segmento corporativo querem ser 100% wireless – o que era mais difícil e complexo de ser executado com o Wi-Fi 5. Hoje, com grandes escritórios e suas redes colocados em xeque, o conceito do escritório do futuro ganhou fôlego e parte das empresas está se preparando para um retorno híbrido às atividades presenciais. “Elas estão pensando no refresh do escritório, em colocar Wi-Fi de qualidade e mais seguro. Isso traz oportunidades, e aí tanto parceiros como distribuidores estão começando a retomar projetos interessantes”, destaca Saez. O executivo espera que a curva de adoção do Wi-Fi 6 em ambientes corporativos no Brasil seja
Na casa (e bolso) do consumidor
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ritmo de adoção do Wi-Fi 6 pelo consumidor doméstico é bem mais lento do que o corporativo. Cerca de 60,2% das vendas de equipamentos e 73,7% do faturamento ainda são de produtos com padrões anteriores. A IDC estima que o padrão legado 802.11ac, o Wi-Fi 5, ainda representa a maior parte das remessas de equipamentos (75,6%) e das receitas (69,4%). Por outro lado, o mercado de WLAN para usuários finais cresceu 20,3% no segundo trimestre de 2020, impulsionado pelo trabalho remoto. Para a TP-Link, fabricante de equipamentos de rede, cujo público-alvo são residências e pequenos negócios, a pandemia fez com que o consumidor, incomodado com lentidões e dificuldades de conexão, corresse atrás de equipamentos mais modernos e potentes. É aí que o Wi-Fi 6 entra. “Todo mundo ficou um pouco mais expert, porque de fato precisou trabalhar, estudar, fazer conexões simultâneas de vídeo com vários equipamentos. E não adiantava recorrer à operadora se o roteador não era capaz de compartilhar a Internet”, explica Marcello Liviero (foto), diretor nacional de Vendas da TP-Link. Essa necessidade fez com que a marca conseguisse aumentar o volume de produtos de alta qualidade vendidos no Brasil, incluindo roteadores inteligentes com tecnologia Mesh, que melhora a qualidade do sinal em toda uma residência, mas cujo custo frequentemente ultrapassa os mil reais. Roteadores com Wi-Fi 6 também tiveram crescimento no volume de vendas, apesar do alto custo, o que está levando a fabricante a aumentar o portfólio disponível no País.
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“Em novembro devemos introduzir mais dois ou três itens, que estão em homologação na Anatel. Fora isso, temos um portfólio grande lá fora, que no começo do ano que vem devemos lançar no mercado nacional”, diz o executivo, que também mira o mercado de provedores regionais de internet (ISPs). Roteadores com Wi-Fi 6 podem ser um diferencial competitivo para empresas que vendam conexões de fibra óptica, por exemplo. “Incentivamos e capacitamos esse canal a agregar cada vez mais serviços. Por que não oferecer monitoramento? Ou automação residencial em um nível plug & play, simples de instalar? Quanto mais devices [o cliente do ISP] tem, mais vai precisar de banda larga”, explica Liviero, se referindo ao portfólio de dispositivos conectados para casas inteligentes. A fabricante está desenvolvendo essa prática junto aos provedores para agregar serviço a um portfólio hoje restrito, basicamente de banda larga e Wi-Fi. A TP-Link trabalha exclusivamente com canais e fechou 2019 com mais de 60 mil revendas ativas. A expectativa da empresa é terminar 2021 com faturamento 20% maior no Brasil, sendo que o Wi-Fi deve ser responsável por até um décimo desse resultado. “É uma expectativa alta para uma tecnologia nova, que chega aqui com ticket alto, mas acho que é uma nova era”, diz Liviero. Conectividade, cabeada ou não, é a base da Transformação Digital e o Wi-Fi 6 vai mudar a realidade de como as pessoas se conectam, gerando uma série de novos produtos e serviços.
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TULIO VIDAL
mais acentuada do que a registrada quando o Wi-Fi 5 surgiu.
Todos os tamanhos de demanda
Nogara, da Aruba: A adoção acontece de forma acelerada. Para nós, a esteira de projetos hoje é predominantemente Wi-Fi 6.
“O Wi-Fi de forma geral, e o 6 em específico, nos deixa muito confortáveis e otimistas”, diz Antenor Nogara, country manager da Aruba, subsidiária de equipamentos de rede sem fio da HPE. A empresa vende equipamentos Wi-Fi 6 no Brasil desde o fim de 2018, o que permitiu dar “elasticidade para a linha” no período, ou seja, o portfólio inclui equipamentos para vários perfis de empresas e aplicações. “A adoção está acontecendo de forma acelerada, e a esteira de projetos hoje é predominantemente Wi-Fi 6”, garante Nogara. “Economicamente é muito mais viável partir para uma solução de Wi-Fi 6 do que expandir o 5. Os preços já estão bem mais próximos, e é uma tecnologia compatível com os padrões anteriores, então não é algo que inviabilize o uso de dispositivos legados.” Essa vantagem vale tanto para
O integrador que já trabalhava com redes sem fio não terá dificuldades em se adaptar – o que pode inclusive ser considerado uma vantagem
grandes como pequenas e médias empresas, e a adoção se justifica porque a entrega de serviços de qualidade para os colaboradores se tornou preponderante para todos os perfis. As linhas de entrada da marca buscam atrair com recursos de gerenciamento facilitado, configuráveis até mesmo por um celular, provisionamento automático etc. Entre as verticais que mais compram a tecnologia da Aruba estão Saúde, Educação e Indústria, com o Varejo correndo por fora. Projetos para grandes espaços públicos e o setor de hospitalidade, incluindo estádios, casas de shows e hotéis, entre tantos outros, devem crescer e representam “um movimento natural”, graças à capacidade do Wi-Fi 6 de suportar muitos dispositivos ao mesmo tempo. No entanto a pandemia freou esses investimentos, conforme apontam todas as fontes ouvidas para a reportagem. “Mas [o investimento desses setores] vai acontecer muito em breve, e o nível de exigência dos clientes inevitavelmente será mais alto”, diz o executivo da Aruba. “A impossibilidade de receita fez os fluxos de caixa serem repensados. Mas não tenho dúvida que o mínimo retorno à normalidade fará os investimentos voltarem.” Ele projeta que entre 40% a 50% dos projetos prospectados sejam convertidos para uso de Wi-Fi 6 nos próximos 18 meses.
A estratégia dos canais
Para os canais de distribuição e integração, o Wi-Fi 6 representa grandes oportunidades. Se os segmentos de eventos e hotelaria, que mais teriam a ganhar com as capacidades do novo padrão sem fio, estão represando investimentos por conta da pandemia, o segmento corporativo segue como grande investidor, antes e depois da retomada. “Se olharmos os escritórios como são hoje, são ambientes bastante desafiadores”, lembra Larisse Góis, gerente de tecnologia da Logicalis, referindo-se à necessidade crescente por mais banda e menos latência, o que permite ter aplicações de voz, vídeo, realidade aumentada e até mesmo games conectados às redes sem fio corporativas. Redes sem fio mais potentes exigem cuidado com as redes físicas – o que representa outra oportunidade
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Larisse, da Logicalis: Várias coisas influenciam, desde o material das paredes até os objetos e a densidade de usuários.
Roteadores com Wi-Fi 6 podem ser um diferencial competitivo para empresas que vendam conexões de fibra óptica
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de negócios. “Quando fazemos projetos, e sempre de forma consultiva, é bom verificar a ‘infra’ que vai suportar os objetivos de negócio”, ressalta. Atualmente todos os projetos corporativos de rede sem fio da Logicalis usam o Wi-Fi 6 como opção, muito embora a palavra final sobre usar um padrão antigo – e mais barato, fique por conta do cliente. No entanto, pondera a gerente, escolher o Wi-Fi 5 passa a não fazer mais sentido, seja para projetos novos, atualizações ou expansões de projetos antigos. “É melhor pensar no investimento que dá retorno por mais tempo. É aquela história sobre o Fusca e a Ferrari: ambos levam para onde o motorista quer, mas há diferentes perfis de cliente, das necessidades básicas às complexas. Parte do trabalho que fazemos é discutir essas necessidades”, diz Larisse. Segundo os executivos ouvidos pela Infor Channel, apesar de os projetos com Wi-Fi 6 serem, em média, de 20% a 30% mais caros, por outro lado a capacidade expandida dos pontos de acesso permitem, conforme a necessidade, reduzir a quantidade de equipamentos empregados no projeto, principalmente APs. A nova tecnologia também é mais segura, mais rápida, suporta mais usuários e melhora a experiência, o que significa que o retorno sobre o investimento é substancial e rapidamente detectado. “Se a empresa vai investir em uma rede Wi-Fi hoje, seria um tremendo desperdício não ter projetos com Wi-Fi 6”, enfatiza Junior Carrara, da WDC Networks. “Projetos recentes indo para a rua já têm solicitação para cotação com equipamentos no novo padrão. Se o CEO não está fazendo isso, está fazendo errado.” Carrara diz que a demanda pelo novo padrão antecede a própria disponibilidade de equipamentos no País. Se de janeiro a julho essa ‘falta’ de produtos foi um problema, desde então os fabricantes têm de fato importado mais equipamentos homologados para suprir a demanda local. Além da diferença de preço, que
pode ser compensada pelo retorno do investimento ao longo do tempo, a complexidade de projetos com Wi-Fi 6 não difere do padrão antigo. Via de regra, o integrador que já trabalhava com redes sem fio não terá dificuldades em se adaptar. “Há particularidades nas configurações, mas não exigirá do integrador um grande investimento em conhecimento. Ele terá que ajustar o discurso, o que é
ótimo, porque a taxa de adoção será alta”, acredita Carrara. Apesar da maior potência e abrangência de cobertura dos novos pontos de acesso, continua necessário fazer estudos detalhados da propagação de sinal. “Não adianta ter o melhor AP e esperar que tudo vá funcionar sem entender como o sinal se propaga no ambiente. Várias coisas influenciam, desde o material das paredes até os objetos e a densidade de usuários em diferentes áreas”, explica Larisse. Revendas, distribuidores e integradores vêm se preparando para atender à demanda crescente por Wi-Fi 6. A busca por conhecimento junto aos fabricantes, incluindo treinamentos e certificações para novos produtos e recursos, já são observados. Para os canais, as estimativas em torno do Wi-Fi 6 são positivas, porém difíceis de precisar tanto por conta da novidade em torno do padrão, como pela pandemia, mas as empresas estão buscando e estudando o que está disponível. A WDC, por exemplo, espera crescer em torno de 40% no segmento de telecomunicações, puxado tanto pelo novo padrão de redes sem fio, como por fibra óptica. Já a Logicalis não revela porcentagens, mas é otimista quanto à retomada de projetos paralisados, mas não cancelados. A perspectiva é de um grande crescimento na adoção do Wi-Fi 6 na retomada
DIEGO RODARTE
L@U
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Carrara, da WDC Networks: Hoje, investir em uma rede Wi-Fi e não ter projetos com Wi-Fi 6 é um tremendo desperdício.
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