Infor Channel - Jun2021 #47

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VERSÃO DIGITAL

Simbiose Especial Distribuição

Análises, desafios e tendências do setor; prêmio Excelência em Distribuição e, de quebra, contatos dos Distribuidores

tecnológica

A Transformação Digital e a inovação acontecem via intersecção de tecnologias e da conversão de diversos dados em informações de negócios

Flávio Moraes Júnior, presidente da Ingram Micro

Serviços em tempo real

Arquitetura de Data Centers tende a mudar em função das novas tecnologias IC47_JUN2021.indd 1

Meios de Pagamento

Necessidades práticas de empresas usuárias respondem pela expansão da demanda

Comunicações Unificadas

Essas soluções se tornaram uma necessidade fundamental na digitalização das empresas 07/06/2021 11:16:37


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Editorial https://inforchannel.com.br

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Diretor

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Editora

Irene Barella

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Dra. Mara Louzada mara.louzada@lsladvogados.com.br Dr. José Paulo Palo Prado jp@lpsa.com.br

Impressão

Referência Gráfica Infor Channel é uma publicação da Editora Mais Energia /InforChannelOficial @inforchannel @inforchannel /inforchannel

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termo colaboração está em alta na sociedade em geral, especialmente no corporativo. Colaborar está na base das soluções e vai além, ao estabelecer associação recíproca entre tecnologias. Essa interdependência promove um salto na inovação, conforme demonstra o especialista em soluções digitais, Flávio Moraes Jr., recém-empossado presidente da Ingram Micro. Como reflexo da pandemia, o Digital permeia os temas tratados nesta edição: Data Centers, Meios de Pagamentos e Comunicações Unificadas. Especial Distribuição – O resultado do prêmio Excelência em Distribuição 2021; análises de especialistas; situação atual, evolução, tendências e desafios, além de declarações de executivos do segmento de Distribuição em TIC no País ganham destaque no caderno especial. Para completar, ele traz os contatos de empresas distribuidoras com a proposta de oferecer um caminho de mão dupla para ações de divulgação e prospecção.

PAULO UEMURA

Inaldo Cristoni, Irineu Uehara e Marcus Ribeiro (texto); Olavo Camilo (revisão); Paulo Uemura (foto de capa)

Boa leitura.

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Irene Barella

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ANÁLISES || por IRENE BARELLA

Evoluções digitais A

interligação de Tecnologias tem o poder de mudar modelos de negócios e alterar o dia a dia das pessoas. Em constante evolução, a Tecnologia da Informação e Comunicações, TIC, coloca à prova profissionais do setor, fornecedores e clientes corporativos e finais. Prova maior é a chegada da Computação em Nuvem, de Borda, 5G, Internet das Coisas - IoT, Big, Small e Wide Data, Inteligência Artificial, Analyctis, Aprendizado de Máquina... que, de forma simbiótica, promovem verdadeira revolução no mercado. Para tratar de suas evoluções, desafios e tendências, Infor Channel convida o recém-empossado presidente da distribuidora Ingram Micro, Flávio Moraes Júnior, especialista em soluções digitais. Formado em Engenharia Elétrica, atuou em Centros de Dados, redes e Telecomunicações. Sempre motivado a conhecer o que havia de novo em Tecnologia, vivenciou o bug do milênio, a chegada e o boom da Internet, e as novidades disruptivas atuais. A inovação habilita e abre oportunidade para a chegada de uma próxima Tecnologia. Por exemplo, para que IoT atingisse o atual estágio, a Computação em Nuvem teve um papel fundamental ao permitir uma capacidade fantástica de processamento de dados e informações, necessária para tratar os dados que estão sendo coletados pelos dispositivos e traduzir tudo em informação de negócios. Ao agir de forma simbiótica, uma habilita a outra. Acompanhe.

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Qual o principal ganho da intersecção de Tecnologias? São inúmeros. As redes 5G fazem com que o processo de casa, de coisas, de tudo conectado alcance um patamar no qual permitirá que esse volume de dados possa trafegar e que tenha cada vez mais dispositivos conectados, porque a tecnologia é disruptiva o tempo todo. Quando uma se consolida, abre oportunidade para que uma nova Tecnologia chegue e ela resolverá questões ou criará funcionalidades que até então a anterior não permitia. A Transformação Digital e a inovação acontecem por meio de cruzamentos e transformação de diversos dados em informações de negócios. Ao mesmo tempo, uma aplicação recebe e traduz isso para as empresas e dispara todo um processo. E os desafios? Existem muitas barreiras e questionamentos quando surge uma nova tecnologia. Preocupações com a Segurança, o Financeiro, composição de equipe. Será que vou perder o controle dessa tecnologia? No começo existe muita dúvida e insegurança no desenvolvimento e adoção, ao mesmo tempo muita curiosidade por parte dos CIOs. Na chegada da Computação em Nuvem, por exemplo, não existiam profissionais com conhecimento

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E particularmente as PMEs? Ao olhar as pequenas e médias empresas é perceptível que a TD democratizou o acesso desse ecossistema à Tecnologia. Antes, as PMEs precisavam comprar um sistema, um servidor e tinham poucas opções de se inserir no

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Como se define a TD? O conceito de Transformação Digital foi evoluindo ao longo do tempo. Começou com o conceito de digitalizar os dados, foi evoluindo de forma exponencial e começou a atuar em toda a camada. A TD agora é o pilar, é a frente que transforma não só a forma de tratar os dados, mas impacta nos processos e na experiência do cliente, que está cada vez mais personalizada e amigável. Há ferramentas e parcerias, inclusive com empresas como a Docusign, que faz todo esse processo de digitalização; é possível assinar contratos sem se deslocar, sem sair da cadeira. Ao assinar digitalmente, todas as

Moraes Júnior: a inovação habilita e abre oportunidade para a chegada de uma próxima Tecnologia

O UEMURA

Como essas novas tecnologias podem ajudar o mercado B2B? Para chegar no B2B é necessário entender a mudança que a Transformação Digital (TD) trouxe para as pessoas, para a forma de comprar, de acessar um conteúdo e de se relacionar. Este mercado quer entender como oferecer novas experiências, e a inovação do corporativo tem alguns focos claros, como aumentar vendas, utilizar processos, ou melhorar o aspecto de sustentabilidade, sempre tendo o cliente, o usuário, como centro dessa avaliação. A Cloud Computing, um dos grandes habilitadores da TD, permite novos modelos de negócios. O Comércio Eletrônico tem por trás uma grande plataforma para sustentar o grande aumento de demanda. Com Automação, as empresas podem se tornar mais eficientes quando começam a utilizar os RPAs para automatizar processos repetitivos; com IoT, deixando tudo cada vez mais conectado. Tudo isso faz com que novos serviços, novas soluções, novas formas de autenticação seja por Biometria, por Reconhecimento Facial, se tornem oportunidades de negócios para as empresas.

mundo digital. Hoje, as novas tecnologias permitem esse ingresso por meio da oferta no modelo ‘Como Serviço’. É por isso que tantas novas empresas estão surgindo e já nascem totalmente digitalizadas, utilizando todas essas tecnologias para suportar o início das operações.

FOTOS: PAUL

necessário para seguir de forma acelerada um projeto. Uma saída foi também trabalhar com empresas parceiras e com um ecossistema de desenvolvedores. Escalabilidade, Automação e o modelo do Serviço caracterizam a Cloud Computing e são os três pilares. Em 2012, ter uma plataforma capaz de fazer isso em larga escala era um desafio. Na época, a plataforma selecionada para um projeto da Embratel, onde trabalhei, foi a CloudBlue, que hoje é da Ingram. Adotar uma plataforma 100% digital, autosserviço, conectada a um ecossistema de sistemas legados, foi um grande desafio de tempo e de implementação.

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ANÁLISES

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partes recebem a mesma cópia e o processo pode ser concluído em menos de uma hora. Isso é a Transformação Digital. Ela traz a inovação em diversos aspectos, que pode ser incremental, melhorando algo que já está evoluindo, ou mudar todo um processo. Totalmente disruptiva, é possível desligar um sistema legado e o substituir por um processo integralmente digital. Para onde caminham as atuais tecnologias? Continuarão evoluindo. Haverá consolidação de grandes plataformas totalmente conectadas e interligadas, como a de IoT, e a chegada do 5G fará com que esse processo chegue a novos patamares no Brasil. Cada vez mais a TD se sustenta com um ecossistema de colaboração muito forte,

com apoio de desenvolvedores, sendo um dos pilares para que a Transformação Digital siga acontecendo. Edge Computing segue a mesma tendência. Por conta da IoT, você precisa ter pontos mais próximos dos usuários de processamento dessas informações. É contínua a aceleração na adoção de Computação em Nuvem e já tem nos desafiado, inclusive trazendo outro efeito: o planejamento da Segurança. Fica o alerta quanto à necessidade que as empresas e o Canal de vendas têm de conectar novas soluções de proteção contra potenciais ataques virtuais, surgindo grande oportunidade também em Cybersecurity . IoT, junto com a 5G é um driver de grande crescimento para os próximos anos em todos os segmentos.

A TD e a inovação acontecem por meio de cruzamentos e transformação de diversos dados em informações de negócios

Como vender na Era Digital? É preciso habilitar e simplificar isso tudo, traduzir diversos conceitos e tecnologias que fazem uma simbiose da Transformação Digital – Big Data, IoT, 5G, Cloud Computing, Business Application, RPA. Nessa questão, a Ingram exerce um papel que faz parte de seu DNA para os parceiros que levam essa transformação para o mercado. Eles recebem apoio via conhecimento, capacitação, suporte, para que possam superar alguns desafios que os integradores têm. A transformação é difícil, porque ela faz com que a gente se desconstrua e reconstrua, mas quem vende pode usar a tecnologia para sua própria digitalização. Vender e oferecer um portfólio de soluções digitais é um desafio justamente pela novidade, porque a atividade exige atualizações e conhecimentos, sendo que, muitas vezes, há escassez no mercado de profissionais que tenham a competência para apoiá-los nesse processo. A dificuldade de transformação e da mudança do modelo passa também pela disponibilidade de recursos e necessidade de se investir em uma nova área de negócio, que muitas vezes vai até mesmo substituir o processo já consolidado de venda de outras soluções. Vejo o papel do distribuidor como hub de conhecimento, de tecnologias, alguém que entregue uma modelagem, que orienta as etapas de uma empresa que deseja sair de um modelo transacional para a oferta de soluções. É preciso ser um grande acelerador para os parceiros que estão fazendo essa jornada de transformação. Basicamente, essa é a proposta de valor da Ingram Micro como distribuidor e integrador de soluções digitais. Consultoria em TD é algo que entregamos aos parceiros. Qual o estágio atual da digitalização de negócios? Estudos sempre retratam que, por adotar rapidamente novas tecnologias, o Brasil ocupa posição de liderança na América Latina em tudo o que está relacionado à inovação e à adoção de novas tecnologias, porque o País é

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early adopter, muito aberto a experimentar. Talvez porque a gente tenha que lidar com algumas restrições e limitações até do ponto de vista de infraestrutura. Ou seja, quando existe uma tecnologia que permite ultrapassar essas limitações, há a rápida adoção. E isso faz com que novos projetos surjam, gerando oportunidades para todo o ecossistema de parceiros. As plataformas digitais têm melhoria contínua. Com o conceito de transformação, não é preciso ter tudo pronto para fazer um lançamento. Geralmente, uma das formas de entender se determinada modelagem faz sentido e se terá boa aceitação do mercado é ter uma versão mínima viável. Então, é possível colocar o produto no mercado, testá-lo e ir evoluindo com base na própria experiência e no retorno dos clientes. Há melhoria contínua, com novas implementações o tempo todo.

Como vê o futuro da TIC? Para dar algum palpite, porque de fato é futurologia, logo teremos uma nova tecnologia, um novo conceito tecnológico, uma nova possibilidade de seguir transformando a forma como se faz negócio, como as pessoas vivem, conversam e acessam conteúdos, como a gente conversa e se relaciona com outras pessoas, porque este é um processo de evolução constante. Toda parte cognitiva, de Inteligência Artificial, já está conectada e deve evoluir. Vemos robôs, agentes virtuais com maior e melhor capacidade de se relacionar e de atuar com seus clientes e com o mercado. A tendência é de melhorias na forma de se relacionar com o cliente, de uma forma assertiva, mais ágil, mais rápida e associando a uma eficiência melhor de processos.

Toda parte cognitiva, de Inteligência Artificial, já está conectada e deve evoluir

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Quais são os desafios de negócios? O mercado de TI como um todo cresce acima do PIB. Nós temos crescido mais rápido do que o próprio mercado de Distribuição no Brasil. E isso é resultado de um time eficiente e forte e de todo o investimento no portfólio, incluindo Cybersecurity, Cloud Computing e IoT. Investimos na digitalização dos nossos processos para torná-los mais automatizados e eficientes; nos portais de relacionamento com os parceiros, temos ampliado as nossas parcerias em todas as unidades de negócio. Tivemos um crescimento de três dígitos em faturamento e em número de clientes. Então, como estamos falando de uma plataforma e Cloud Computing tem um modelo de recorrência, os clientes vão chegando e você vai ampliando a base de parceiros, de negócios, clientes que estão conectados na plataforma. O número de clientes e de parceiros cresceu de forma exponencial e naturalmente isso resultou em faturamento. A Ingram Micro, local e globalmente, está num excelente momento, com crescimento exponencial, com foco em entregar a promessa de tecnologia para os nossos clientes. Meu grande desafio é criar e seguir o processo de estruturação dessa base que nos permite esse ritmo de crescimento; é ter uma agenda da Transformação Digital que nos habilite a entregar a melhor experiência para os nossos parceiros de negócio e para os usuários. Eu chego para somar a um time vencedor. Acredito na colaboração e que as coisas podem acontecer por meio da escuta, de entender o que os nossos clientes e nossos parceiros estão falando. Como evoluir juntos e certamente olhar como a própria Transformação Digital pode nos levar a novos patamares como distribuidor. Como inovar e abrir novas linhas de negócios que possam acelerar esse processo de adoção e de simplificação e habilitação dos nossos parceiros no mundo digital. Portanto, minha prioridade é garantir o bem-estar, capacitação e investimento em capital humano

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TECNOLOGIA || por INALDO CRISTONI

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Arquitetura descentralizada Processamento na Borda confere eficiência aos serviços que consomem mais banda e exigem alto nível de interação

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ritmo acelerado da digitalização consolida o Data Center como ambiente capaz de suportar o incremento do tráfego gerado pelas novas aplicações. Por isso, investimentos vultosos estão sendo realizados para melhorar a eficiência dos serviços prestados aos clientes, o que abrange a expansão da capacidade de processamento e a redução da latência, além de segurança, conectividade e disponibilidade. O mercado aponta como uma tendência, a mudança da arquitetu-

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ra do Data Center em decorrência das novas tecnologias, a exemplo da rede 5G de telefonia e o Edge Computing, que abrem espaço para o chamado processamento na Borda. A lista inclui a Computação em Nuvem que, apesar de não ser uma novidade, se faz presente na jornada digital em curso nas organizações.

Borda

A avaliação é de que o modelo de processamento e armazenamento centralizado está com dias contados.

Parte desses serviços agora será realizada na Borda, ou seja, em pequenos Data Centers próximos dos usuários, que tendem a surgir em profusão no mercado com o objetivo de executar com mais eficiência serviços em tempo real que consomem muita banda e exigem alto nível de interação. Os dois ambientes não são concorrentes, mas complementares. Segundo Marcos Siqueira, vice-presidente de Operações da Ascenty, o Edge Data Center melhora a percep-

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ção do usuário final na ponta ao dar respostas mais rápidas de consumo de dados. Mas os dispositivos que estão na Borda precisam se conectar aos pontos concentradores, que são os grandes centros de dados. “O Edge Computing pode impulsionar a necessidade de mais Data Center, porque um volume cada vez maior de dados será gerado”, diz. De acordo com Flávio Marques, da área de Engenharia da Furukawa, a velocidade de conexão, a latência e a disponibilidade são requisitos fundamentais desses ambientes. Por esse motivo, ele acredita que parte dos investimentos realizados pelos players deste mercado devem ser direcionados para dotar a Borda com o mesmo nível técnico do grande Centro de Dados. A Computação na Borda ganha relevância com a crise sanitária que acelerou o processo de digitalização e fez aumentar a demanda por conectividade, banda e serviços de processamento de dados. “Estamos no momento de pico de demanda por Edge Data Center”, diz Marques. Entretanto, a tendência de pulverização do processamento nas bordas não tira o protagonismo do

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Data Center. Novas tecnologias facilitam a conexão em estruturas descentralizadas, mas haverá sempre a necessidade de se acessar uma base de dados instalada no Data Center, sendo que os serviços de Computação em Nuvem reforçam sua importância. “Cada dispositivo criado estará dentro de uma estrutura de Cloud Computing que, por sua vez, está instalada no Data Center”, aponta Eduardo Carvalho, presidente da Equinix. Tudo converge para o Centro de Dados. Atualmente não se cria uma empresa cuja operação não seja suportada por uma plataforma digital ou um aplicativo. “Os negócios passam obrigatoriamente pela digitalização. Abrigar os dados em um ambiente de alta disponibilidade e performance faz parte do conceito dos negócios digitais”, ressalta Carvalho. De acordo com Edivan da Silva, coordenador da área de Produtos da Angola Cables, desde o início da pandemia do novo Coronavírus houve um aumento significativo na demanda por serviços de colocation ou por soluções de Cloud Computing. A avaliação é de que os recursos computacionais tendem a ser alocados

no Centro de Dados. “Como o trabalho remoto virou uma realidade, os recursos computacionais das empresas cada vez mais serão deslocados para o Data Center”, acredita.

Serviços

Existe uma gama de serviços que pode ser oferecida a partir da nova arquitetura dos Centros de Dados. Para Rafael Garrido, diretor-geral da Vertiv, o processamento de dados mais rápido aumenta a segurança de uma operação remota das aplicações. “Consequentemente, será possível fazer muito mais host das soluções de hardware e de software, para que os clientes entrem na Nuvem com velocidade de processamento muito maior”, afirma. A avaliação, entretanto, é que o colocation segue como principal serviço do Centro de Dados e o que muda é a forma como a modalidade é oferecida. De acordo com o executivo da Vertiv, alguns players se limitam a fornecer o espaço físico para que outros clientes instalem os equipamentos que farão o processamento dos seus dados. Outros formatam um pacote de ofertas com uma camada de serviços. “Tem demanda para as

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Há dez anos, 10% das empresas no Brasil estavam conectadas a um Data Center. Hoje, a taxa gira em torno de 20% a 25%

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TECNOLOGIA

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Siqueira, da Ascenty: Processamento na Borda vai impulsionar a demanda por Data Center.

O mercado aponta como uma tendência a mudança da arquitetura do Data Center

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Marques, da Furukawa: Se tiver uma segunda onda, talvez tenha impacto no Data Center colocation. duas, mas vejo espaço para crescimento maior do colocation como é oferecido atualmente”. Marques, da Furukawa, também aposta na expansão desses serviços, que não foram afetados pelas mudanças de arquitetura do Data Center. Fornecedora de soluções completas para infraestrutura de redes de comunicação e energia, a companhia tem muitos projetos com foco nessa modalidade que estão em diferentes estágios de integração. “Acho que o pico da onda de migração dos negócios das empresas para Nuvem já passou. Se tiver uma segunda onda, talvez tenha impacto no Data Center colocation”, acredita. Esta modalidade é uma das três verticais de negócio da Ascenty. As outras duas são conectividade, garantida por uma rede de fibra óptica de 5 mil km de extensão, que está em expansão e as parcerias com grandes provedores de serviços de Nuvem, como Amazon Web Services, AWS, Google Cloud e Microsoft, entre outras, para possibilitar baixa latência na conexão de clientes ao Centro de Dados. Para Siqueira, o Data Center vai se concentrar na entrega de infraestrutura associada a planos de co-

Carvalho, da Equinix: Aceleração digital aumentou protagonismo do Data Center. nectividade para suprir necessidades específicas dos clientes que demandam, cada vez mais, capacidade de processamento. “Há dez anos, 10% das empresas no Brasil estavam conectadas a um Data Center. Hoje, a taxa gira em torno de 20% a 25% e muitas empresas ainda farão a migração”, revela. A Equinix enxerga o Centro de Dados como um ambiente que não se restringe à prestação de serviço de colocation, mas que possibilita a criação de um ecossistema de negócios ao qual empresas se conectam para estabelecer relações comerciais. Trata-se de um modelo similar ao de um marketplace. Para as empresas que compram e vendem produtos e serviços via esse ecossistema de negócios, o Centro de Dados oferece como vantagens performance, latência e custos de interconexão. Segundo Carvalho, se houver necessidade de estender a conexão na última milha, os custos e a latência aumentarão.

Investimentos

Intensiva em capital, esta indústria dá continuidade ao plano do investimento com o objetivo de atender à demanda crescente do mercado.

Garrido, da Vertiv: Alta demanda para serviços de colocation. A Equinix já destinou US$ 1 bilhão na aquisição, expansão e construção de Data Centers na América Latina desde 2011. Este ano pretende entregar unidades em São Paulo, Rio de Janeiro e no México, totalizando US$ 200 milhões em investimentos. A Ascenty anunciou uma captação de US$ 950 milhões para expandir a operação. Possui 17 Centros de Dados em operação e outros dez em fase de construção, totalizando 27 sites no Brasil, Chile e México. De acordo com Siqueira, das unidades que estão em construção, quatro serão ativadas este ano e as demais estão previstas para até 2023. Além disso, ampliou em 500 km a rede de fibra óptica para viabilizar a conectividade dos clientes. A demanda por estes serviços superou as expectativas da Angola Cables, que tem uma planta em Fortaleza, Ceará, onde chegam os cabos submarinos que conectam o Brasil a outros continentes. Por enquanto, a infraestrutura disponível é capaz de atender ao mercado, mas se o ritmo de crescimento atual se mantiver, será necessário ampliar as instalações. Segundo Silva, da Angola Cables, o site foi planejado para suportar cinco fases de expansão

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MERCADO || por IRINEU UEHARA

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O pagamento é digital, as oportunidades são reais Ecossistema desta indústria se fortalece e abre um sem-número de oportunidades para consultorias, integradores, revendas, atuantes nas cadeias de valor.

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MERCADO

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DIVULGAÇÃO / PAYSMART

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Segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartão de Crédito e Serviços, os brasileiros movimentaram mais de R$ 2 trilhões em pagamentos com cartões de crédito, débito e pré-pagos em 2020

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m que pese a retração econômica causada pela pandemia, o mercado de meios de pagamento digitais segue crescendo a olhos vistos, dando origem a uma inédita diversificação em termos de fornecedores, soluções e serviços. A migração acelerada dos negócios para o digital e as necessidades práticas de vários perfis de empresas usuárias respondem pela expansão da demanda. Segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartão de Crédito e Serviços (Abecs), os brasileiros movimentaram mais de R$ 2 trilhões em pagamentos com cartões de crédito, débito e pré-pagos em 2020, com o comércio eletrônico avançando mais de 30% em relação a 2019, com gastos totais de R$ 435,6 bilhões. Este aquecimento vem fortalecendo o ecossistema de pagamentos e abre um sem-número de oportunidades para os prestadores – consultorias, integradores, revendas etc – atuantes nas cadeias de valor desta indústria, que se profissionaliza cada vez mais ao abraçar boas práticas e ao conquistar certificações especializadas. “Muitas empresas estão se dando conta de que plugar pagamentos em seus serviços pode ser um diferencial. Hoje, existe facilidade para que negócios de todos os tamanhos e segmentos econômicos se conec-

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tem com fintechs, a fim de oferecer recursos que antes só eram disponibilizados por grandes instituições financeiras”, observa Daniel Oliveira, CEO da paySmart. Para ele, este mercado, tradicionalmente muito fechado e monopolista, agora dispõe de ofertas mais simples de usar e com custo acessível, mesmo para pequenas e médias organizações. É assim que desponta uma clientela composta por carteiras digitais, operadores de benefí-

Carrara, da HST Card Technology: Todo nosso atendimento é realizado por uma equipe própria, que se dedica exclusivamente ao atendimento destes clientes, tanto na entrega quanto na sustentação das soluções

cios, bancos digitais, associações de crédito, cooperativas e varejistas. “Na verdade, qualquer empresa que tenha uma relação direta com uma comunidade de usuários e que queira oferecer serviços de pagamento pode se beneficiar”, assegura o executivo. Em termos mais amplos, André Carrara, diretor de Estratégia da HST Card Technology, nota um movimento no setor amparado no tripé tecnologia, regulamentação e comportamento. “O objetivo é per-

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Oliveira, da paySmart: Um executivo de um grande banco bateu na mesa e me disse: ‘nenhum banco jamais vai aceitar rodar nada na Nuvem, rapaz!’. Mas hoje ninguém mais questiona a validade do SaaS e quem segue pensando em hardware e software próprio está ficando para trás

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mitir que a experiência de pagamento seja cada vez mais fluida e esteja incorporada naturalmente ao nosso dia a dia, colocando foco também nos clientes ou, melhor dizendo, nas pessoas que participam desta dinâmica”, comenta. Com o País entrando no segundo ano de pandemia, prossegue o diretor, algumas mudanças foram impulsionadas, por exemplo, pelas tecnologias que permitem pagamentos mais ágeis (efetuados geralmente, pelas transações sem contato), impactando diretamente o comportamento das pessoas e as experiências de compra. Agora o mercado percorre um caminho mais digital e mais fluido, migrando para o uso de QR Code e também para as carteiras eletrônicas. Na Grafeno, outra fornecedora desta área, a demanda provém de empresas credoras que usam sua plataforma bancária no modelo white label. Ou seja, a Grafeno cede a infraestrutura, que passa a estampar a marca do credor. “A plataforma com marca própria muda o usuário de patamar. Ele passa a ocupar o espaço dos bancos tradicionais, tornando disponível uma conta 100% digital inovadora, segura, sem precisar desenvolver tecnologia bancária; e pode-se usar essa conta para conceder crédito”, ressalta Paulo David, CEO da Grafeno.

doras de cartão, entre outros. E os clientes compõem um canal igualmente muito importante, visto que a indicação “boca a boca” é sempre muito efetiva. Indo na mesma linha, André Carrara, da HST Card Technology, opina que cada vez mais se torna essencial poder contar com ecossistemas externos que possam viabilizar qualquer tipo de negócio: “Principalmente quando se buscam diferenciais competitivos baseados não só em escala e abrangência, mas também na velocidade com que novas opor-

Prestação de serviços

Mas, afinal, que tipo de expertise, de competências e de certificações um consultor/integrador, interno ou externo, tem de ostentar para implantar as soluções de pagamento? O segmento, lembra Carrara, é constituído por diversos processos, demandas e especificidades. Neste quadro, um grande diferencial é que o consultor/integrador tenha conhecimento, mesmo que generalista, dos constituintes e papéis do ecossistema. Outro requisito é que sejam estabelecidos relacionamentos

Novas oportunidades

Diante deste conjunto de demandas novas e de tecnologias emergentes, os executivos ouvidos avaliam que efetivamente estão despontando oportunidades de negócios para os fornecedores e seus parceiros na indústria de pagamentos. Para começar, como atesta Daniel Oliveira, da paySmart, é muito difícil uma única empresa hoje conseguir prover uma solução que atenda os requisitos de todos os clientes e nichos: “Na nova economia, parece ser justamente o contrário - mais e mais as empresas estão se interligando e utilizando esse ecossistema hiperconectado para propiciar uma experiência completa. Nesse cenário, integradores podem ajudar, ligando essas pontas”, explica. A paySmart opera com uma equipe própria de vendas, mas trabalha também muito de perto com seus parceiros – bandeiras e personaliza-

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aplicação de algumas regras e políticas de avaliação, validação técnica e orientação. O escopo, entre outros, é garantir o atendimento de todas as regulamentações aplicáveis do Banco Central. De maneira geral, Natália Tukoff, diretora comercial e de Marketing da Yapay, observa que é indispensável que o integrador contemple os seguintes requisitos: ter noções de padrões de APIs, transformar diretrizes em entregáveis e conhecer documentações para formar uma visão do processo de desenvolvimento e do projeto como um todo. “O profissional deve ter ainda uma rotina de curiosidade que estimule a proatividade para buscar melhorias e resultados. É necessário também que possua conhecimento da plataforma com a qual irá trabalhar, entendendo a diferença entre marketplaces e outros modelos, por exemplo”, preconiza a executiva. Na indústria de pagamentos, o bom integrador deve dominar a modelagem de negócios quanto às formas, métodos, conciliação e demais aspectos que vão fazer parte do dia a dia das operações. “Meios de pagamentos evoluem em alta velocidade. Então, as tecnologias precisam acompanhar o mercado. A busca de informações e insights que agreguem ao projeto dão destaque ao profissional”, arremata Natália.

Ofertas na Nuvem

tunidades precisam ser geradas e concretizadas”, diz. É muito importante estar o mais próximo possível dos clientes, sublinha Carrara, dada a criticidade e complexidade do portfólio oferecido. “Todo nosso atendimento é realizado por uma equipe própria, que se dedica exclusivamente ao atendimento destes clientes, tanto na entrega quanto na sustentação das soluções”, explica. Contudo, em âmbito internacional, como parte da estratégia de expansão da HST, foram iniciadas em 2021 tratativas com alguns distribuidores locais de alguns dos países alvos.

estreitos com clientes a longo prazo e celebradas verdadeiras parcerias. De resto, a HST planeja internamente todo o processo de capacitação para a implementação e sustentação das soluções da empresa, por meio do aprendizado e das experiências no dia a dia, no bojo de um programa de desenvolvimento. “Alguns conhecimentos são considerados essenciais, principalmente os que tenham relação com a garantia da segurança e com as certificações que precisamos manter e/ou obter”, explica Carrara. Também a Grafeno efetua um processo organizado de treinamento e homologação dos parceiros, com a

No que concerne às atividades de implementação das plataformas, hoje se tornaram muito comuns as ofertas na Nuvem, no regime Software as a Service (SaaS), o que agiliza os projetos e melhora a relação custo x benefício. “Para a nossa realidade, de fato o modelo SaaS tem permitido facilitar a adoção das nossas soluções pelos nossos clientes, visto que é possível centralizar recursos, como infraestrutura, delivery e sustentação”, afirma André Carrara. Porém, ressalva o diretor de Estratégia da HST, o mesmo modelo também coloca novos desafios, como a preocupação ainda maior com questões como segurança e disponibilidade. “Para nós, tem sido um exercício constante equilibrar todos os fatores envolvidos nesta oferta”, reconhece. A propósito, Daniel Oliveira, da paySmart, lembra que o emprego de Nuvens computacionais teve de

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David, da Grafeno: Hoje, as plataformas utilizam cada vez mais tecnologias avançadas para detecção em tempo real de transações fraudulentas, prevenção de invasões e roubo de dados e recursos financeiros

vencer considerável resistência no mercado. Quando sua empresa lançou um serviço de processamento EMV (Europay, Mastercard e Visa) em Cloud, em 2013, ele chegou mesmo a ser tachado de ‘maluco’. “Um executivo de um grande banco bateu na mesa e me disse: ‘nenhum banco jamais vai aceitar rodar nada na Nuvem, rapaz!’. Mas hoje ninguém mais questiona a validade do SaaS e quem segue pensando em hardware e software próprio está ficando para trás”, compara. Concordando com seus colegas, Natália, da Yapay, assinala que a utilização de serviços na Nuvem fez com que as integrações ganhassem escala de acordo com a demanda, uma vez que não era mais necessário aumentar uma estrutura física de servidores a cada novo parceiro que passasse a utilizar as soluções de pagamentos.

Utilização de APIs

Natália comenta que, na verdade, trata-se de empregar uma solução de SaaS com Interfaces de Programação de Aplicações, ou APIs, que utilizam as melhores práticas e padrões do mercado, o que possibilita ganhar escala nas integrações e viabilizar, de forma simples e rápida, novas implementações. O uso de APIs é essencial para conectar os meios de pagamento com os apps ou páginas Web (comércio eletrônico, marketplaces etc). O recurso proporciona uma rápida in-

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terconexão e uma comunicação ágil e precisa entre aplicações e, principalmente, a integração com diferentes linguagens de programação. “Para meios de pagamento é muito importante ter esta performance e estabilidade, garantindo flexibilidade sem que o cliente tenha perda de conversão”, pontua a executiva. “Entregar um serviço por APIs muda tudo e permite uma agilidade incrível”, reforça Daniel Oliveira. No passado, eram necessárias semanas ou meses para resolver questões de infraestrutura do cliente - cada qual com suas peculiaridades, equipamentos e sistemas operacionais - e hoje isso é transparente. “O cliente se conecta na plataforma paySmart e sai rodando”, afiança. Por fim, André Carrara percebe, inclusive em instituições e entidades mais tradicionais, a preocupação com a atualização das plataformas legadas, buscando arquiteturas que permitam tanto agilizar o desenvolvimento quanto o ganho de escala. “Diante destes requerimentos, de fato a utilização de APIs pode acelerar tanto a integração com o que definitivamente não será escopo destas atualizações, quanto com provedores terceiros que podem trazer um complemento às soluções que já são ofertadas, permitindo uma maior diversidade dos serviços que são ofertados”, comenta.

Oferta de soluções no modelo Software as a Service e o trabalho com APIs, além de maior profissionalismo, agilizam projetos e trazem maiores benefícios para fornecedores, implementadores e clientes

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INFORME PUBLICITÁRIO

Coexistência e sobrevivência

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Odilon Almeida*

sejam limpos, relevantes, com a linhagem presucesso e a competição entre as insticisa, íntegros e confiáveis. tuições financeiras estão diretamenO Data Fabric conecta todos os dados te ligados ao acesso sob demanda a dados precisos e dinâmicos atualmente. No armazenados em arquiteturas de gerenciamodelo tradicional de operação ou no univermento tradicionais – bancos de dados, data warehouses e data lakes – e oferece suporso das fintechs, em todo o mundo, entregar te a acesso contínuo e facilidade de uso por valor com respostas rápidas e menor risco usuários finais e aplicativos. Um Smart Data aos clientes e áreas de negócios nos momentos mais críticos depende de os players Fabric leva isso um passo adiante, incorpoterem acesso em tempo real a dados precirando recursos analíticos avançados, como business intelligence, exploração de dados, sos, consistentes e confiáveis, sob demanda aprendizado de máquina (ML) e outros recure conforme suas necessidades. A partir daí, deve haver a capacidade de sos diretamente no próprio Data Fabric. Vale processar as informações e atender as dilembrar que o Data Fabric não exige que os versas demandas das áreas diversas dos dados sejam copiados e armazenados fora clientes e das áreas de negócios e, assim, de sua origem e tem a vantagem de evitar a entregar valor no momento preciso. É uma Odilon Almeida, executivo criação de novos silos de dados. Portanto, é tarefa quase impossível se eles não forem responsável pelo mercado o conceito ideal para alongar a vida de sistecapazes de ter uma visão única – macro po- financeiro da InterSystems no Brasil mas legados. Os Data Fabrics, muito comendemos dizer – de todos os silos de informatados por grandes institutos como Gartner e ções relacionadas aos negócios e recebidas Forrester, são uma ótima estratégia para se dos clientes ao longo de anos de relacionamento. aproveitar décadas de dedicação, pois permite que sistemas O volume dos dados não para de crescer e as informações tradicionais e novos coexistam sem conflito. chegam aos sistemas corporativos das mais diversas fontes, A coexistência de sistemas pode ser a chave para a manude forma descoordenada e em padrões tecnológicos diversos. tenção do relacionamento com os clientes, já que possibilita Diante dessa complexidade, a tomada de decisões acertadas customizar ofertas e recomendações de produtos específicos continua a ser um grande desafio. Tratar, gerenciar e fazer uso e relevantes. Para chegarem a esse resultado, as instituições inteligente de dados, portanto, não pode ser mais negligenprecisam conhecer como a hiperpersonalização é o resultado ciado. O gerenciamento de dados por meio de uma plataforma positivo proporcionado pelo Data Fabric. É um processo que confiável, interoperável e escalável é essencial para que as parece complexo, mas não é. A implantação não interrompe instituições aproveitem as informações armazenadas e proo fluxo dos negócios, preserva o histórico de informações, cessadas nas mais diversas aplicações e bases de dados e as promove a transformação digital e garante a continuidade integrem às aplicações de missão crítica. da relação comercial. Embora as análises avançadas, a ciência de dados e a inteliNo universo das instituições financeiras, o Data Fabric deve gência artificial (IA) estejam mais próximas da realidade, o acesso ser encarado como uma arquitetura moderna para integrar, aos dados onde, quando e por quem são necessários ainda não gerir e processar informações dispersas, o que permite a criaestão tão acessíveis e gerenciadas quanto necessário. Geralmenção de aplicações como a hiperpersonalização. Data Fabric te, as informações estão armazenadas em várias plataformas que possibilita outras aplicações para o setor, entre elas o Know foram adotadas para finalidades distintas ao longo da história Your Customer (KYC), a análise de risco, a análise de liquidez das instituições financeiras. A questão de inovação e personaou a gestão dos negócios. lização de serviços no mercado de capitais e no setor bancário Essas aplicações vão garantir a fidelização dos clientes é que todos os recursos dos endpoints estejam na mesma linnessa era em que as ofertas se diversificam exponencialguagem de forma inteligente em uma só plataforma intuitiva. mente e cativam os investidores para serviços financeiros Isso está ligado à implementação de um Data Fabric utilizando ágeis e vantajosos. Na jornada digital, cheia de chatbots, os recursos proporcionados por um sistema já consagrado no pagamentos tap-and-go e linhas de crédito “compre agora, mercado. Na sequência, a plataforma é alimentada pelos dados pague depois”, a hiperpersonalização se mostra a nova froncom procedimentos de governança adequados para garantir que teira dos serviços financeiros.

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Natália, da Yapay: Para meios de pagamento é muito importante ter esta performance e estabilidade, garantindo flexibilidade sem que o cliente tenha perda de conversão

Mitigar os riscos

Hoje, os meios eletrônicos de pagamentos contam com uma série de tecnologias para resguardar os dados trafegados, como é o caso da Inteligência Artificial e do Big Data. Mas é preciso também apostar em educação e mudanças comportamentais. Em qualquer projeto de implantação de meios de pagamento ele-

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Além de requerimentos técnicos, a certificação também exige adequações processuais. Por isso é de alta relevância trônicos, a prioridade zero, como não poderia deixar de ser, é a segurança das informações trafegadas. Nesse sentido, uma série de cuidados devem ser tomados, desde a escolha da plataforma de pagamentos, as ferramentas e procedimentos de proteção a serem adotados, até a gestão proativa e contínua de todo o ambiente transacional.

Tudo isso levando em conta que as políticas de mitigação de riscos têm de considerar o tripé pessoas, processos e sistemas, abrangendo, portanto, não só a tecnologia em si, mas também as mudanças culturais e de comportamento. Ralf Germer, CEO da PagBrasil, enfatiza que os episódios recentes de megavazamentos reforçam a tese de que todas as empresas que processam e armazenam informações sensíveis não devem poupar investimentos e iniciativas no que se refere à proteção. “As consequências de um incidente afetam diretamente a integridade de dados importantes dos usuários que, na mão de pessoas mal-intencionadas, podem ser usados para as mais variadas fraudes e engenharias sociais”, salienta. Paulo David, CEO da Grafeno, não tem dúvida: os meios de pagamentos digitais são seguros e um caminho sem volta. A disseminação destes recursos acontece ao mesmo tempo em que são desenhados sistemas sofisticados de defesa. “Hoje, as plataformas utilizam cada vez mais tecnologias avançadas para detecção em tempo real de transações fraudulentas, prevenção de invasões e roubo de dados e recursos financeiros”, afirma. Além de investir em tecnologia, ele preconiza que as empresas também devem apostar em educação e em governança: “Muitas vezes os fraudadores focam em enganar as pessoas, e não os sistemas. Por isso, é importante manter colaboradores e clientes informados sobre novos métodos de fraude cibernética e as boas práticas para responder a elas”, diz.

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Germer, da PagBrasil: As consequências de um incidente afetam diretamente a integridade de dados importantes dos usuários que, na mão de pessoas malintencionadas, podem ser usados para as mais variadas fraudes e engenharias sociais

IA e Big Data

Outros recursos disponíveis no arsenal de defesa são as tecnologias de Inteligência Artificial (IA), Machine Learning (ML) e Big Data, que possibilitam antecipar as ameaças cibernéticas e mitigar mais eficazmente os riscos. “São extremamente importantes para robustecer a segurança, sem afetar as conversões da loja virtual. Na PagBrasil, nós trabalhamos com uma solução que, através da combinação dessas tecnolo-

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Hoje, os meios eletrônicos de pagamentos contam com uma série de tecnologias para resguardar os dados trafegados, como é o caso da Inteligência Artificial e do Big Data. Mas é preciso também apostar em educação e mudanças comportamentais

gias, aprende com o comportamento do consumidor e, assim, refina a sua análise das fraudes, trazendo resultados muito mais precisos”, afiança Ralf Germer. A Grafeno também recorre a ferramentas para identificar e refrear transações atípicas. “O uso de modelos de IA e Big Data é importante, porque dá escala à segurança. Torna-se possível monitorar um volume de transações enorme, em um curto espaço de tempo, com respostas quase em tempo real. Na maior parte das vezes, quando a tentativa de fraude acontece, ela é barrada a tempo de ser evitada”, afirma Paulo David. Numa avaliação geral, Natália Tukoff lembra que o próprio meio

de pagamento já é capaz de prevenir os riscos envolvidos. Partindo-se de um fluxo simples de transação no e-commerce, ao se inserir os dados no checkout já se inicia o processo de segurança, pois ali existem páginas protegidas, criptografia e solicitação de dados estritamente necessários para a transação. Posteriormente à captura, a solução realiza o confronto dos dados com birôs de mercado, plataformas de IA cruzam as informações inseridas no checkout e verificam a consistência de informações, endereços de entrega, lastro, disparidades de dados. Esses passos compõem mais uma camada de segurança oferecida. Aliás, ferramentas de IA precisam, na maioria das vezes, ser contratadas à parte pelos clientes. “Por isso, optar por um meio de pagamento com essa proteção inclusa traz maior vantagem em custo e performance”, argumenta Natália.

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Instantaneidade e conveniência O mercado conta com estes dois novos instrumentos para facilitar a vida de empresas e consumidores, em virtude do esforço do BC no sentido de democratizar o acesso a pagamentos e transferências

F Agora o mercado percorre um caminho mais digital e mais fluido

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acilidade de uso, praticidade, instantaneidade e capilaridade são os grandes apelos do Pix e do WhatsApp Pay como meios de pagamento e transferência. Além de favorecer usuários finais e empresas, eles são, cada um à sua maneira, importantes instrumentos para ampliar o acesso às transações financeiras no mercado. “Novos meios são muito válidos no contexto de democratização de pagamentos, especialmente quando estão preocupados em proporcionar menor atrito e uma experiência mais confortável em operações eletrônicas”, assinala Natália Tukoff, diretora comercial e de Marketing da Yapay. Ao completar seis meses no ar, o Pix já se tornou um hábito para a maioria da população brasileira, atingindo a marca de R$ 1 trilhão movimentados até recentemente, de acordo com o Banco Central (BC). Mais de 83,5 milhões de pessoas, incluindo os empreendedores individuais (MEI), e em torno de 5,5 milhões de empresas estão recorrendo ao sistema. Há um total de 237,3 milhões de chaves cadastradas, entre pessoas físicas e jurídicas, nas mais de 750 instituições habilitadas para ofertar o serviço, entre elas bancos tradicio-

nais, fintechs, instituições de pagamento e cooperativas de crédito. A taxa de crescimento média, relativa ao pagamento de pessoas para empresas, é de 57,5% ao mês. E a previsão é de que o Pix avance mais ainda entre as PMEs com o anúncio de novas funcionalidades. Por exemplo, no último dia 14, foi lançado o Pix Cobrança, que permite gerar faturas com data de vencimento para quitação por meio de um QR Code. “O Pix é uma ferramenta extremamente interessante. A ideia de um método instantâneo atrai a visão de empreendedores. E ele também já era apontado em pesquisas como meio preferido por 60% do público frente a opções como DOC ou TED logo depois de ser lançado”, rememora Natália.

Agilidade

Depois de nove meses de espera, o brasileiro terá doravante acesso a uma alternativa também ágil: o WhatsApp Pay – exclusivo para celular–, que permitirá transferências entre pessoas físicas desde que sejam via cartões de débito das bandeiras Visa e Mastercard. A solução foi aprovada pelo BC no dia 30 de março e atende aos microempreendedores

que já utilizam o aplicativo de mensagens instantâneas como instrumento de trabalho, trazendo maior flexibilidade tanto para os consumidores como para as empresas. Na fase que se inicia, o WhatsApp Pay estará disponível apenas para transferências de valores entre pessoas (P2P), em um grupo de bancos integrados, devendo ser expandido no futuro para transações comerciais de aquisição de bens e serviços (P2B ou B2B). Com custo zero entre as transações, o recurso permite o valor de até R$ 1 mil por operação, com limite mensal de R$ 5 mil entre enviados e recebidos e 20 transações por dia. Basta o usuário se cadastrar na função pelo app, criar um PIN com seis dígitos ou inserir reconhecimento facial ou biometria e adicionar os dados pessoais e do cartão e confirmar a verificação do cartão via SMS, e-mail ou app do banco. Existe, contudo, uma diferença importante no operacional do Pix e no do WhatsApp Pay: este último não desintermedia a cadeia usual de pagamentos, preservando o papel de bandeiras de aceitação e adquirentes, o que não acontece, necessariamente, no caso do Pix!

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Quem não se comunica, não fatura As Comunicações Unificadas ganharam destaque com a pandemia; conheça as soluções, as demandas e como os Canais podem aproveitar as oportunidades geradas pelo trabalho remoto

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A

s Comunicações Unificadas, ou Unified Communications (UC), se tornaram uma necessidade fundamental na jornada de transformação digital das empresas, desde o acesso à Web até às aplicações na Nuvem a partir de dispositivos móveis, com a premissa de integração dos serviços de comunicação em tempo real – algo ainda mais fundamental com a pandemia e a aceleração e difusão do trabalho remoto. O que abriu ainda mais oportunidades para os fornecedores e seus parceiros de Canais. No mercado, fornecedores aceleraram a oferta de soluções ainda mais flexíveis e integradas, que reúnem informações de presença, telefonia (incluindo telefonia IP), videoconferência, controle de chamadas e reconhecimento de fala com os serviços de comunicação em tempo real, unificação de mensagens (integrados de voz, chat, e-mail, SMS e fax) e compartilhamento de dados e aceleração de colaboração, entre outras features. Surgiu então a sigla UCaaS (Unified Communications as a Service), um modelo de entrega de serviços em Nuvem.

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No geral, os executivos dos fornecedores apontam que as funcionalidades foram aprimoradas de 2020 para cá, em especial com o advento da pandemia, que acelerou a adoção das soluções

As soluções

Mas em um cenário com grande diversidade de marcas e soluções, quais os diferenciais que cada um

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dos fornecedores advoga para si? O Rainbow, da Alcatel-Lucent, aposta em dois formatos de soluções. O primeiro deles é transformar a residência no ponto remoto do trabalho como se o colaborador estivesse no escritório. No segundo caso, a plataforma faz todas as conexões necessárias entre as aplicações da empresa e seus colaboradores quando ela não conta com um sistema mais robusto de UC. Por exemplo, Rainbow pode funcionar como conector do PABX da fornecedora com outras ferramentas de colaboração de várias marcas. E, aponta a companhia,

DIVULGAÇÃO / CISCO AMÉRICA LATINA

E o papel da pandemia é relevante nessa corrida aos projetos de Comunicações Unificadas. “Em abril de 2020, tínhamos 75 milhões de usuários por dia no Microsoft Teams, e em outubro já eram 115 milhões - um aumento de 40 milhões de usuários no período”, pontua Danni Mnitentag, vice-presidente de Parceiros da Microsoft Brasil. Ele diz que o tempo de reuniões cresceu 2,5 vezes, sessões de chats aumentaram 45% e o envio de documentos de forma colaborativa saltou 66%. Para corroborar com esse cenário de rápida expansão, uma pesquisa realizada pela Frost & Sullivan em janeiro de 2020 apontou que penas 0,7% dos colaboradores trabalhavam de forma remota no Brasil naquele momento. Em maio, já com a pandemia, esse número subiu para 50%, com a tendência de avançar ainda mais ao longo de 2020. O mesmo crescimento exponencial foi observado pelos demais fornecedores de soluções. A Cisco, por exemplo, viu o uso da solução Cisco Webex subir de forma exponencial, chegando a um aumento de 300% no número de usuários no Brasil durante o isolamento social. Já a Alcatel-Lucent estima em 70% a 90% o salto na adoção de suas ferramentas de UC no período.

operando no conceito de Communications Platform as a Service (CPaaS), baseado em Nuvem. O discurso da Alcatel-Lucent é que a sua solução vai muito além de uma simples solução de UC. “O mesmo mecanismo pode ser usado para integração com plataformas de CRM (Customer Relationship Management), aplicativos para gerenciar fluxos de trabalho e aplicativos de UC de terceiros. O cliente tem o que precisa no momento que precisa e com a capacidade ideal para sua demanda, mesmo com momentos de pico de trabalho em missões críticas ou em intervalos de baixo processamento”, argumenta Sinclair Fidelis, diretor-geral da Alcatel-Lucent Enterprise no Brasil. Já a Avaya afirma ter a ‘solução mais completa’. “Dificilmente, o cliente vai encontrar no mercado um vendor que consiga entregar todo o portfólio que a Avaya oferece: call center, mobilidade, colaboração e videoconferência. Em geral, os concorrentes estão focados em uma única tecnologia”, observa Rafael Gonçalves, diretor de Canais Avaya, que também enfatiza a longa trajetória da marca neste mercado. Outra veterana, a Cisco aposta na solução Webex. “Oferecemos uma colaboração inclusiva para todos e uma experiência dez vezes melhor com o Webex comparado às interações presenciais”, contabiliza Marcelo Moreira, líder de Engenharia de Cola-

Moreira, da Cisco América Latina: Oferecemos uma colaboração inclusiva para todos e uma experiência dez vezes melhor com o Webex comparado às interações presenciais.

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O mercado não vai arrefecer por conta do trabalho híbrido e da variação do ensino híbrido

Segurança e integração

Com discurso próximo dessa abordagem, a Microsoft tenta agregar à ideia de UC as soluções de platafor-

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mas de colaboração e produtividade a partir do Microsoft 365 e do Microsoft Teams, ambos baseados na Nuvem Azure. “Ao todo, a Microsoft consegue analisar mais de 8,2 trilhões de sinais diariamente, além de contar com uma equipe de 3,5 mil especialistas em segurança. Com isso, conseguimos oferecer aos nossos clientes ferramentas de segurança nativas para os dados, documentos e informações trocadas via chat”, pontua Mnitentag, da Microsoft. No geral, os executivos dos fornecedores apontam que as funcionalidades foram aprimoradas de 2020

DIVULGAÇÃO / SEAL TELECOM

boração da Cisco América Latina, que ressalta: “desde setembro de 2020 implementamos mais de 400 novas funcionalidades na ferramenta”. O executivo explica que o Webex, além de ser uma plataforma de Colaboração com recursos que garantem a privacidade e a segurança nas comunicações, conta com uma ferramenta unificada, o Webex App, que oferece recursos para chamadas, mensagens, troca de arquivos, reuniões, eventos, entre outros. “Oferecemos um portfólio completo de dispositivos de vídeo para uso pessoal ou em salas de reunião, e uma linha ampla de telefones IP para diferentes casos de uso”, completa Moreira, para enfatizar que a solução mira a modalidade de trabalho híbrido. Para Mario Mendes Júnior, sócio-diretor da Olitel Brasil, empresa de integração de tecnologias e serviços, atualmente a Comunicação Unificada é muito mais do que um esforço computacional. “Trata-se de uma transformação e subsistência dos negócios corporativos. O maior desafio do mercado é conseguir traduzir para os sistemas o novo modo de fazer negócios e em constante mudança”, diz, afirmando que o fundamental agora é pensar na comunicação de forma unificada dentro de uma estratégia de múltiplos canais.

para cá, em especial com o advento da pandemia, que acelerou a adoção das soluções. Como em uma guerra, as necessidades geradas acabam resultando em inovações. E UC se tornou um instrumento real de negócio, inclusive com uma maior integração com outras plataformas internas, como ERP, além do clássico CRM. Fora deste aspecto de negócios, as soluções de videoconferência e suas variações se tornaram mais flexíveis, mais baratas e com menor consumo de banda, e com melhor qualidade, mesmo com a adesão massificada. “A pandemia forçou o aumento da adesão por soluções em Nuvem. E recursos básicos se tornaram extremamente populares, como o de desfocar a imagem de fundo durante uma videochamada”, lembra Rafael Gomes, gerente de Global Business Development da Seal Telecom. Mas qual o futuro da UC e do trabalho com os canais com o pós-pandemia? Os executivos apostam que o mercado não vai arrefecer por conta do trabalho híbrido, e da variação do ensino híbrido, ao contrário: com a necessidade de trabalhar tanto no escritório como em casa com o mesmo ferramental e produtividade, os projetos tendem a continuar em alta. Afinal, o trabalho remoto, híbrido ou não, vai continuar - somente 2% das empresas entrevistadas em pesquisa da Frost & Sullivan afirmaram que não vão permitir trabalho remo-

Gomes, da Seal Telecom: A pandemia forçou o aumento da adesão por soluções em Nuvem. E recursos básicos se tornaram extremamente populares, como o de desfocar a imagem de fundo durante uma videochamada.

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Com a necessidade de trabalhar tanto no escritório como em casa com o mesmo ferramental e produtividade, os projetos tendem a continuar em alta

O papel dos parceiros

Como integrador, a Seal Telecom, empresa do Grupo Convergint Technologies, aderiu ao discurso de “trabalhar de forma agnóstica com os melhores fabricantes do mercado na elaboração e customização das soluções para os clientes, de acordo com suas necessidades”. Segundo Gomes, o time de engenheiros especializados busca entender as de-

mandas do mercado e desenvolvem aplicações customizadas de acordo com o perfil de cada cliente. Para os fornecedores, o papel dos Canais é relevante e fundamental. “São os parceiros que nos ajudam a levar a inovação para as pessoas, empresas e organizações ao redor do mundo. Mais de 90% da nossa receita é advinda do nosso trabalho com os Canais. Atualmente são mais de 64 mil parceiros na Nuvem, sendo 25 mil no Brasil”, revela Mnitentag. Os times dos parceiros da Microsoft oferecem suporte aos clientes

Inteligência na comunicação

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ovas tecnologias, como IA, Inteligência Artificial, e as plataformas de Nuvem, têm impacto no mercado na definição das novas versões das soluções de UC. A Cisco, por exemplo, já incorpora features de IA como reconhecimento de gestos, redução de ruído, tradução simultânea etc. Assim como a contagem de quantidade de pessoas em uma sala de conversas também pode ser medida por IA com o disparo de alertas, caso exceda seu número visando manter o distanciamento social. Na abordagem da Microsoft, a tecnologia de IA no Microsoft 365 tem como foco proteger os dados, colaboradores e os dispositivos dos clientes. “Contamos com capacidades de segurança integradas e inteligentes em todas as camadas do Microsoft 365, melhorando a produtividade do usuário. Ao todo, são mais de 400 bilhões de e-mails analisados por meio do Outlook.com e Microsoft 365 a cada mês”, explica Mnitentag, da Microsoft Brasil. Ao todo, ele continua, são 1,2 milhão de dispositivos verificados por mês com o Windows Defender. A Nuvem é mais que uma tendência, é uma realidade clara para a migração das soluções de colaboração para um modelo de oferta do tipo pay per use. “É por isso que definimos nossa solução Rainbow como UC como serviço, UCaaS, o que chamamos de Rainbow Workflow”, aponta Fidelis, da Alcatel-Lucent.

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Capacitação e certificação

A Cisco também aposta na capacitação e certificação de seus canais por meio de um programa focado nas soluções de Colaboração da marca. Neste programa, os canais contam com diversos treinamentos de venDIVULGAÇÃO / MICROSOFT

to em 2021 –, o que demonstra uma perspectiva positiva para as mudanças no modelo atual de trabalho.

antes, durante e após a implementação das plataformas, e também os auxiliam na adaptação e treinamento dos times. “Nossos parceiros especializados atuam, não apenas na revenda da solução, mas – e mais importante – na adoção, treinamento e manutenção do ambiente junto aos clientes”, completa. Por meio do programa Microsoft Partner Network, que funciona como um canal específico para relacionamento e comunicação com os parceiros, são realizados 3 milhões de treinamentos e mais de 96 mil certificações, com uma média superior a 4 milhões de usuários ativos mensalmente. Complementando esse trabalho, a Microsoft lançou recentemente a plataforma LatamPartnerOne, que tem como objetivo ser um canal de fornecimento de informações sobre como se tornar um Parceiro Microsoft, com ferramentas para simplificar os negócios e uma experiência personalizada para ajudar os parceiros a escalar por meio dos vários programas.

Mnitentag, da Microsoft: Em abril de 2020, tínhamos 75 milhões de usuários por dia no Microsoft Teams, e em outubro já eram 115 milhões - um aumento de 40 milhões de usuários no período.

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TENDÊNCIAS

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Perfis de demanda dos projetos de UC  Migração de aplicações de comunicação para Cloud em geral  Área de Educação, em regime de EAD  I ntegração de sistemas de telefonia, com aplicações como Teams e Zoom S oluções de colaboração e interconexão híbrida à infraestrutura on-premises  I ntegração com ferramentas de Data Analytics e Inteligência Artificial A tivação de equipes de trabalho com foco em colaboração

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Cisco em agregação de valor. “Os sistemas de colaboração necessitam de infraestrutura de redes e comunicação que respondam às necessidades das aplicações em proporcionar uma ótima experiência de uso. Assim, a vantagem dos integradores está na capacidade de somar conhecimentos de segurança, conectividade, observação e performance”, explica Alfredo.

DIVULGAÇÃO / AVAYA

das – posicionamento e estratégia de entrega de valor aos clientes, treinamentos focados para os times de engenharia de pré e pós-vendas – manejo dos diversos componentes das soluções, e programas de certificação de processos e modelos de comercialização aderentes ao mercado brasileiro. O canal Cisco tem perfil predominantemente consultivo, com sua estrutura de negócios voltada, como aponta o fornecedor, para a “busca em entregar estratégias de alto valor agregado às necessidades de seus clientes”. Para o canal de colaboração da Cisco, as aplicações e produtos para chamadas de voz, vídeo e trocas de mensagens instantâneas são inseridas no dia a dia de seus clientes, de forma a proporcionar uma experiência de colaboração efetiva e segura. “As informações geradas durante as diversas etapas da colaboração são consideradas como importante ativo para esta criação de valor”, garante José Alfredo, gerente de Desenvolvimento de Negócios de Colaboração para Parceiros da Cisco. Os integradores de soluções de informática, redes de computadores e de telecomunicações também têm um papel importante na estratégia da

Por sua vez, o foco da Avaya junto aos canais é nos modelos de licenciamento de seu portfólio, com os quais pode oferecer vantagens, que incluem dispositivos como câmeras para videoconferência e câmeras com integrações avançadas, como o Collaboration Unit 360. “Com essa adesão para o trabalho remoto, temos dispositivos inteligentes que podem ser integrados a assistentes virtuais como Alexa da Amazon e Google Home”, revela Gonçalves. Ele ressalta que o modelo de negócios com os parceiros se adequa aos tamanhos dos clientes, passando até mesmo pelas operadoras de telecom. E todos os canais possuem um programa específico de capacitação, e sem custo algum para o time comercial. No Programa de Canais Avaya Edge, são realizados ainda tracks para parceiros SMB e Enterprise, bem como os parâmetros que definem o crescimento desses canais em vendas e capacitação. Já a Alcatel-Lucent aposta em sua ampla rede de Canais com capacidades bem heterogêneas no Brasil, capacitados a oferecer soluções de UC com portfólio desde Cloud até formatos híbridos de todos os produtos lançados localmente. “Temos um programa bem qualificado de treinamento e capacitação para todos os parceiros em toda a região, não só no Brasil, como na região latino-americana”, admite Fidelis

Gonçalves, da Avaya: Com essa adesão para o trabalho remoto, temos dispositivos inteligentes que podem ser integrados a assistentes virtuais como Alexa da Amazon e Google Home.

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