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TÂNIA COSENTINO, PRESIDENTE DA MICROSOFT BRASIL, FALA SOBRE OS OBJETIVOS DA EMPRESA, REVÊ 2020 E DESTACA PLANOS PARA 2021

“Houve uma transformação digital esperada para anos à frente. Isso só foi possível por causa da nuvem”

Inteligência Artificial, comunicação, Cloud e entretenimento são só alguns dos muitos ramos de atuação da Microsoft. Estar presente em mercados tão diversificados é uma das chaves para que a gigante da tecnologia alcance seu objetivo. “O que nós queremos é estar presentes na vida das pessoas. No dia a dia, no trabalho, nos momentos de lazer, nos passeios, na escola e até na saúde. Assim, conseguimos viver em plenitude a nossa missão de empoderar cada pessoa e organização do planeta a conquistar mais”, explica Tânia Cosentino, presidente da Microsoft Brasil. A IM Magazine conversou com a executiva para saber mais sobre as mudanças causadas pela transformação digital e conhecer as principais apostas da empresa para os próximos meses.

Ingram Micro: Segundo um estudo encomendado pela Microsoft, a adoção de Inteligência Artificial (IA) pode adicionar 4,2 pontos percentuais de crescimento extra ao PIB do Brasil até 2030. Como a empresa pretende atuar com essa tecnologia ao longo de 2021?

Tânia Cosentino: Estamos incorporando Inteligência Artificial em diferentes áreas de negócios da Microsoft. Essa tecnologia veio para ampliar a engenhosidade humana. Com ela, conseguimos gerar insights, transformar negócios, ao trazer informações relevantes em tempo real, e oferecer ganhos de produtividade significativos. Isso está relacionado à previsão de aumento do PIB, porque as pessoas conseguem produzir mais com menos. A IA é capaz de transformar a experiência dos clientes, dos colaboradores da empresa e dos negócios, além de conectar a cadeia de suprimentos, ajudar a sociedade a se desenvolver e até contribuir para o meio ambiente.

IM: A popularização da Inteligência Artificial impacta o mercado de trabalho brasileiro. É preciso qualificar ainda mais os profissionais?

TC: Se nós não acelerarmos a requalificação profissional da força de trabalho e tampouco fomentarmos ambientes de inovação e empreendedorismo, podemos bloquear a capacidade de absorver os benefícios da adoção dessa tecnologia. Isso, consequentemente, prejudica o crescimento econômico do País. A Microsoft oferece treinamentos e desenvolvimentos de parceiros para que possamos acelerar a adoção da Inteligência Artificial. Também investimos pesado em programas de qualificação profissional para poder cobrir o gap do mercado de TI.

Tania Cosentino, presidente da Microsoft Brasil

IM: Como você vê o panorama atual de Cloud no Brasil?

TC: Com a pandemia, experimentamos uma transformação digital que era esperada para anos. Isso só foi possível por causa da nuvem. É ela que democratiza e possibilita que empresas de pequeno, médio e grande portes tenham acesso a tecnologias de ponta — não só do ponto de vista de infraestrutura de TI, mas também de serviços cognitivos, Machine Learning e outros. Como um líder de mercado, estamos investindo muito na área e na conexão entre os nossos produtos. Estudos indicam que o mercado de Cloud deve dobrar nos próximos três anos. Queremos continuar explorando essa tecnologia para ajudar nossos clientes em suas transformações digitais.

IM: Nos últimos meses, serviços da Microsoft foram essenciais para manter a alta qualidade do ensino e do trabalho remotos. O que a companhia espera para 2021?

TC: Nossas plataformas foram responsáveis por habilitar diversas atividades nos últimos meses. Entre elas, [estão] o trabalho remoto, oempoderamento da linha de frente dos hospitais, a interação de pessoas com familiares e amigos, e a conexão entre estudantes e professores. Investimos muito no Teams. Foi ele que viabilizou tudo isso.

IM: A adoção de recursos como o Teams veio para ficar?

TC: Uma vez adotada, a tecnologia se perpetua. O mundo nunca mais vai ser o mesmo. Teremos um mix de virtual com presencial, inclusive nas escolas. No início da pandemia, apoiamos as instituições de ensino e os professores na construção de novos materiais, já que para atuar virtualmente é preciso adaptar todo o programa de classe e a forma de dar aula. O Teams proporcionou tudo isso, permitindo disponibilizar materiais em avanço, compartilhar arquivos, trabalhar em tempo real com os colegas e interagir. Ele é uma ferramenta poderosa. Infelizmente, o Brasil ainda precisa trabalhar para disponibilizar essa alternativa a um número maior de alunos. Percebemos uma desigualdade social no ensino e precisamos que as escolas, principalmente as públicas, tenham acesso pleno a esse tipo de tecnologia.

“UMA VEZ ADOTADA, A TECNOLOGIA SE PERPETUA. O MUNDO NUNCA MAIS VAI SER O MESMO. TEREMOS UM MIX DE VIRTUAL COM PRESENCIAL”

IM: Nos últimos meses, observamos um aumento considerável no número de ameaças cibernéticas e vazamentos de dados. Como a Microsoft analisa isso?

TC: Recentemente, depois do início da pandemia, notamos um aumento de ataques cibernéticos, inclusive na área da saúde. Para viabilizar o trabalho remoto, as empresas permitiram que seus colaboradores fossem para casa e atuassem com dispositivos da companhia ou pessoais, sem que esses equipamentos estivessem devidamente preparados para essa atividade. Isso aumentou muito as áreas de vulnerabilidade das companhias. A Microsoft conduz vários estudos e percebe que os clientes estão mais conscientes dos riscos, porém, poucos deles investem de forma preditiva. A questão é se preparar para ser o mais resiliente possível. Nós investimos mais de US$ 1 bilhão anualmente em questões voltadas à segurança. Nos nossos centros cibernéticos ao redor do mundo, monitoramos mais de seis trilhões de dados todos os dias. Isso nos permite antecipar movimentos e colaborar para conter ou antecipar ataques criminosos. Tudo isso para garantir que as nossas ferramentas tragam o maior nível de proteção para o cliente.

IM: Recentemente, a Microsoft lançou o console Xbox Series, que deve ajudar a ditar uma nova era para o universo gamer. A companhia também fechou uma parceria com a General Motors e a Cruise para acelerar o desenvolvimento de veículos autônomos e elétricos. Como essas e outras iniciativas tecnológicas da empresa prometem transformar o mundo ao longo dos próximos anos?

TC: Para emponderar, temos de conectar pessoas e negócios. Precisamos estar presentes no dia a dia da população. Não só no trabalho, mas também no lazer. E é aí que entra o Xbox, que foi ainda mais utilizado durante a pandemia. Os novos lançamentos Xbox Series S e Series X trouxeram uma grande evolução para o mundo dos games. Temos uma arquitetura robusta, aparelhos compactos, um hardware menor, um software potente e uma interface gráfica poderosa. Tudo isso porque queremos transformar a experiência dos gamers. E esse processo vai além dos consoles, já que, atualmente, é possível adquirir jogos pela plataforma de assinatura Xbox Game Pass. Em relação à parceria com a Cruise e a GM, a iniciativa vem de acordo com o compromisso de reduzir não só as nossas emissões de CO2, mas também de ajudar os clientes a fazer isso. Quase um terço das emissões do planeta vem dos veículos terrestres. Então, fazer a migração para modelos autônomos e elétricos colabora para acelerar a jornada rumo a uma economia de baixo carbono. Nosso objetivo é ajudar a disponibilizar ao mercado um carro autônomo, com total segurança e zero emissões.

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