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Pré-leitura

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Aprofundamento

Aprofundamento

do século XVIII, o livro e as atividades contribuem para identificar o seu processo de construção cultural e histórico.

EM13LGG704 Apropriar-se criticamente de processos de pesquisa e busca de informação, por meio de ferramentas e dos novos formatos de produção e distribuição do conhecimento na cultura de rede.

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Ao realizarem pesquisas sobre a vida da protagonista Bárbara Heliodora (1759-1819) e dos personagens que circulam a obra — como seu marido, Alvarenga Peixoto (1742-1792), os poetas inconfidentes Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810) e Cláudio Manuel da Costa (17291789) e a figura histórica de Tiradentes (1746-1792), por exemplo —, seja nos meios físicos ou nas múltiplas plataformas digitais, o professor e o aluno irão se deparar com várias possibilidades de abordagem de um fato histórico, além de produzirem, como resultado de seu trabalho, outras possibilidades de divulgação das histórias desses heróis, também elas por meio digitais, com o objetivo de fomentar o conhecimento na rede.

PRÉ-LEITURA

Como Bárbara Heliodora conseguiu se tornar figura destacada da história e da poesia nacionais em ambiente hostil à participação feminina? Ao assumir para si participação mais ativa sobre sua própria vida, quais foram suas motivações, quais foram seus medos? Como era a vida da mulher no período do Brasil colonial? Como conciliar a figura de esposa, mãe e participante política durante os acontecimentos da Inconfidência Mineira (1789)?

Responder a essas e outras perguntas sobre uma figura tão admirável quanto Bárbara Heliodora é a motivação que esperamos que

você, professora ou professor, tenha — e, com isso, inspire suas alunas e seus alunos a fazerem o mesmo.

Antes de iniciar a leitura com os alunos, porém, é importante que alguns aspectos sobre o enredo do livro sejam apresentados em sala, incluindo os seus personagens, a contextualização histórica da narrativa e os fatos que motivaram a Conjuração Mineira (1789). Lembre-se, todavia, de não fornecer a chave dos acontecimentos de antemão, uma vez que estamos diante de uma prosa literária que preza pela trama. Caso os alunos já tenham repertório sobre os desdobramentos da Inconfidência Mineira, como o desterro de seus líderes e a pena a que foi submetido o herói Tiradentes, procure fazer com que saibam que encontrarão respostas no livro e fora dele, e que muitos desses acontecimentos têm influência no modo como lidamos com as revoltas ocorridas em passado muito próximo.

Por isso, aconselhamos apresentar a obra por meio do vídeo do estudante, que compõe o conjunto da obra (lembre-se de que, hoje, o apelo visual é um obstáculo para a concentração na leitura). Esse recurso certamente contribuirá para motivar os estudantes a iniciarem a leitura. Com a intermediação do professor em momentos pontuais da obra, a leitura integral do livro, por parte do aluno, é parte não apenas do processo de aprendizado, mas também da conquista de protagonismo e de autonomia.

Além disso, para incentivá-los à leitura, pode ser interessante discutir com os alunos as manifestações culturais brasileiras contemporâneas que eles recebem e que os influenciam. Muitas vezes, o descontentamento com os rumos da sociedade brasileira é objeto de criação artística: o rap, o hip-hop e até mesmo o funk, por exemplo, são ex-

pressões culturais de uma camada marginalizada da população. Nesse ponto, procure estabelecer paralelos com a produção poética do período da Inconfidência Mineira. Como se sabe, os inconfidentes eram literatos, poetas e leitores do pensamento iluminista que, por meio da poesia árcade, revelavam, ainda que veladamente, os acontecimentos do período.

Desse modo, antes da leitura, em uma aula sobre contextualização da obra, procure apresentar algumas passagens da Segunda Parte de Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga, por exemplo, em que o poeta revela a agonia de ser encarcerado e a sua condição de sofrimento por estar distante da mulher amada. Essa é uma possibilidade de relação entre a produção de ontem e a contemporânea.

Apresente, por exemplo, estes versos, que o poeta escreveu durante o processo de julgamento dos inconfidentes:

[...] A quem não tem virtudes, nem talentos, Ela, Marília, faz de um cetro dono: Cria num pobre berço uma alma digna De se sentar num trono.

A quem gastar não sabe, nem se anima, Entrega as grossas chaves de um tesouro; E lança na miséria a quem conhece Para que serve o ouro.

A quem fere, a quem rouba, a infame deixa, Que atrás do vício em liberdade corra;

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