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MCTI
EXPANSÃO DO PROGRAMA AEROESPACIAL E LINHAS DE FINANCIAMENTO SÃO ESTRATÉGIAS DO MCTI PARA APOIO À BIDS
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á três anos comandando o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, o Ministro Marcos Pontes tocou a gestão com um olho no presente e outro no futuro. Desenvolvimento, parceria, diversificação e oportunidades são palavras muito presentes nas explanações do Ministro, especialmente quando trata do setor aeroespacial, que também integra a Base Industrial de Defesa e Segurança (BIDS). Nesta entrevista, Marcos Pontes fala das muitas possibilidades que a participação do Brasil em programas como o Artemis (missão espacial liderada pela Nasa que tem o objetivo de estabelecer uma base lunar para astronautas até 2024) abre para as empresas, projetando as necessidades que estarão no mercado para a exploração da Lua, Marte e o espaço profundo. O Ministro defende ainda a busca da independência comercial das empresas da BIDS para não depender apenas do poder de compra do Estado.
tes, como inteligência artificial e materiais avançados que nós temos investido aqui no Ministério, que vão certamente favorecer o desenvolvimento de tecnologias para setores como defesa e segurança. IA - Muitas empresas do setor aeroespacial integram a BIDS. Quais as perspectivas do MCTI de investimento neste setor para o próximo ano? Pontes - Nesta gestão do MCTI, entre outras coisas, nós temos feito uma série de tratativas, junto com FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos) e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), para facilitar o acesso ao crédito mais barato para o desenvolvimento de produtos do setor aeroespacial e a criação de novas empresas, startups, etc. São muitos programas trabalhando em conjunto que podem e vão ajudar a BIDS. É necessário também que as empresas se adaptem à realidade atual enfrentando os desafios, com a diversificação e o desenvolvimento de novos produtos e a busca de novas tecnologias e inovações.
Informe Abimde - Quais são os projetos em IA - Quais as perspectivas do MCTI quanto à curso atualmente no MCTI que têm parcerias ou construção e lançamento de satélites e, ainda, podem vir a ter com a o senhor pretende BIDS? investir em acordos “A gente tem que desenvolver tecnologias Ministro da Ciência, bilaterais para potennacionais, principalmente tecnologias críticas, Tecnologia e Inovacializar a indústria que têm grande interesse de muitos países.” ções, Marcos Pontes nacional? - O MCTI tem trabaPontes - O desenvollhado na melhoria do vimento de satélites Programa Espacial Brasileiro e, com apenas dois anos é uma das prioridades, um dos eixos do Programa e meio de gestão, demos passos de décadas. Eu vou Espacial Brasileiro. Em nossa gestão, temos focado focar um pouco aqui na área aeroespacial. Dentro bastante no fortalecimento completo do sistema, o deste setor, temos vários eixos. Um deles é a infraesque significa também o desenvolvimento de sistemas trutura, como o Centro Espacial de Alcântara, aumen- espaciais no Brasil. Eu estou ampliando um pouco o to da estrutura de laboratórios e produção. Outro eixo conceito de satélites para outros sistemas espaciais é o desenvolvimento de sistemas espaciais do Brasil, por causa da parceria internacional com o Programa com os satélites nacionais. Artemis, por exemplo, e com outros países, que vai exigir o desenvolvimento de sistemas que podem ser A participação do Brasil no Programa Artemis tamutilizados na exploração da Lua, de Marte, na consbém abrirá oportunidades e proporcionará a criação trução do Projeto Lunar Gateway entre outros. de novas empresas e produtos no Brasil; tanto para exploração da Lua, Marte como do espaço profundo. Então, isso é um desafio muito grande que tem que As dificuldades de uma exploração dessas abre persser encarado pelas empresas, universidades e centros pectivas muito grandes. de pesquisa, em conjunto. Quando se fala no desenvolvimento de novos satélites, mesmo constelações Além disso, há a área de foguetes. Nós desejamos ter de nanosatélites como temos agora o desenvolvimenempresas brasileiras fazendo lançamento de foguetes to da Constelação Catarina, com o Estado de Santa em Alcântara e não só empresas internacionais. Outro Catarina, são exemplos de projetos que podem utilieixo de destaque é o desenvolvimento de aplicações zar a estrutura de financiamento; e vem outras por aí do espaço, que pode participar de várias áreas, como para a área de agricultura, oceanos, defesa. agricultura, defesa, meio ambiente, monitoramento. Além disso, no CBERs, que é um programa já muito Tudo isso vai permitir participação cada vez maior do antigo, parceria do Brasil com a China, o foco que setor privado no sistema e parcerias internacionais. estamos dando na continuidade dele é com o desenEsse é o exemplo do setor aeroespacial, mas tem as volvimento de um satélite de radar de abertura sinoutras áreas de utilização de tecnologias estruturantética. Utilizando para isso a Plataforma Multimissão