Revista InvestNews
Edição 6 • março-abril 2022
PARTNERSHIP E O PODER DO EQUITY Por Henrique de Bethencourt, Diretor de Operações InvestSmart de caixa livre próximo da depreciação, ou nulo ou até mesmo positivo, isso significa que ela já surfou o crescimento do seu setor, ao passo que as três primeiras, estão num estágio inicial ou de aceleração. Com isso, encontramos a famosa assimetria porque se a companhia souber aproveitar, tem todo o famoso “oceano azul” pela frente e quem participar do Partnership pode conquistar inclusive a independência financeira. Hoje em dia, Start-Ups e empresas que ainda precisam ser aceleradas, mas já possuem receitas e clientes e também aquelas de alto crescimento já adotam esse modelo como forma de atrair excelentes profissionais do mercado e reter os maiores talentos da companhia. O programa de Partnership também é uma forma de competir com grandes empresas, que por sua vez, já possuem fluxo de caixa operacional mais robusto e, portanto, podem ter não só um encorpado pacote de benefícios como têm folego para pagar salários maiores que a média de mercado. Se organizações como as Start-Ups, de crescimento incipiente e aquelas de alto crescimento, que ainda não possuem fluxo de caixa operacional estável ou positivo, investir esforços num robusto pacote de benefícios e altos salários, prejudicará, certamente, os seus indicadores gerenciais e estratégicos, posto que o custo fixo aumentará, as margens ficarão mais espremidas e parte do crescimento futuro será freado por conta dessa estrutura de custos. Seria um erro estratégico dessas companhias.
Henrique de Bethencourt
A gestão das empresas até muito pouco tempo atrás era O modelo surgiu no Brasil na década de 70, mais precisa-
pensada numa estrutura hierárquica piramidal, com executivos
mente em 1971, trazido pelo renomado empresário Jorge Paulo
(diretores), gestores no meio e funcionários na base da pirâmide,
Lemann, a partir da observação do modelo implantado pelo
em um modelo de governança totalmente top-down, onde os
Banco de Investimentos americano, Goldman Sachs em Nova
níveis superiores enviam as diretrizes aos colaboradores com
York. Jorge aplicou o modelo no antigo Banco Garantia e depois
função operacional de execução. No entanto, isso vem mudando, empresas estão se esfor-
levou para a AMBEV. Mas o que é o Partnership? Partnership, em português, signi-
çando cada vez mais para prover esse sentimento de dono
fica parceria. É o termo que as empresas usam para transformar
aos colaboradores via participação acionária. Ou bonificando
os colaboradores em sócios ou cotistas dependendo da natureza
todos aqueles que tem perfil e desempenho alinhados com a
daquela organização.
organização e também dando a possibilidade para que os cola-
Com o passar dos anos empresas de consultoria, companhias
boradores comprem ações/quotas. Essa estratégia de empre-
do mercado financeiro e escritórios de advocacia começaram a
sas de transformar seus colaboradores em sócios faz com que
implantar essa novidade em seus respectivos sistemas de gestão.
haja um aumento de produtividade, dado que são donos do negócio também.
Vale destacar, que de acordo com Damodaran, há 6 estágios de vida de um negócio. Existem as Start-Ups, empresas de cresci-
Um programa de Partnership que gera engajamento é aquele
mento incipiente, organizações de alto crescimento, companhias
cujas regras são claras. A definição de metas cabe a uma dire-
de crescimento moderado, estável e em estágio de declínio.
toria de planejamento ou performance seguindo o que as par-
No caso das três últimas, as empresas já possuem um fluxo
tes relacionadas exigem de desempenho para que a empresa 29