CONTRIBUTO UBUNTU
nos conectemos. A conexão é fundamental quando se fala de empatia, sendo que as experiências devem ter um carácter de reciprocidade - é importante, neste tipo de experiências, trabalhar com e não trabalhar para. A intencionalidade do ensino da empatia na educação prevê que as experiências disponibilizadas aos estudantes sejam impactantes e transformadoras. É expectável que o estudante questione a sua visão de si, dos outros e do mundo na sequência das suas experiências com a comunidade. Assim, a reflexão orientada por professores constitui-se como fundamental para estruturar as aprendizagens realizadas, responder às questões que são despoletadas e, por último, mas não menos importante, generalizar os conhecimentos aprendidos com estas experiências reais para o seu dia-a-dia. É importante que os estudantes vivam a empatia no dia-a-dia e não, apenas, no contexto destas experiências. Espera-se, com este modelo, promover a empatia na família, nos amigos, na escola, no trabalho… Em todos os contextos em que o estudante esteja inserido. Este processo de ação-reflexão que a aprendizagem e serviço advoga é essencial para que o estudante possa desaprender, aprender e reaprender, através da integração das suas experiências, e deve acontecer num contexto relacional seguro, que permita uma conexão do estudante com o seu propósito de vida. Trazer a empatia para os curricula é, no fundo, ensinar ao estudante a “estar num estado de presença, para que a escuta, a conexão, a empatia e o amor possam acontecer, em qualquer contexto em que estejamos e com quem estejamos” (Luísa Mota Ribeiro, Ubuntu Talk).
3.4. Experiência de participação na Semana Ubuntu Experiências como a Semana Ubuntu permitem aos estudantes sentirem-se mais próximos de si, uns dos outros e da comunidade em que se inserem, permitem “ver a parte humana dos professores” (Ana Pinto, Ubuntu Talks) e conectar com realidades próximas, que nunca tinham experienciado nem refletido. Testemunhos de participantes nestas atividades mostram-nos que se torna percetível para os estudantes os pontos que os unem e o seu papel na transformação da realidade em que se inserem, admitindo que pequenas ações podem ter um grande impacto. Na sequência destas semanas surgem, muitas vezes, iniciativas, atividades, organizadas pelos próprios estudantes, para os colegas que não tiveram oportunidade de participar na semana. Os estudantes 185