Edição 17 - RCN

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ano XV | nº 71 | março 2014 | www.construirnordeste.com.br

arquitetura | tecnologia | negócios | índices | preços de insumos

15 anos

nó da fiação

R$ 12,90 | € 5,60

RCN Editores Associados

O emaranhado de fios e cabos pendurados causam danos ao meio ambiente e comprometem a vida da população. Como solução, surge o embutimento, mas com alto preço. A questão é: quem vai pagar essa conta?

ENTREVISTA

Felipe Cavalcante (Adit) fala sobre o retorno das grandes empresas para as suas cidades de origem

containers

Descartados após anos de uso, eles são reutilizados na construção civil

arquitetura

Com técnica inovadora, casarão no Centro do Recife é restaurado e abre as portas para o frevo




sumário

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61 CONSTRUIR VIDA

SUSTENTÁVEL

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PALAVRA Como sua empresa vai estar em 2015? | Vinícius de Carvalho

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ENTREVISTA É preciso planejar | Felipe Cavalcante

20 PAINEL CONSTRUIR 26 VITRINE ESTILO | VITRINE

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26 40

32 NBR. 15.575 Critérios para os sistemas de cobertura

36 ESPAÇO ABERTO | PEC Segurança Contra Incêndio em Edificações Drenagem urbana: o dia em que o Recife parou 40 ARQUITETURA | INTERIORES Onde o frevo tem lugar

46 CAPA O nó da fiação

54 TECNOLOGIA Vida útil prolongada 76 SOCIAL Q’Alegria atinge 8.700 atendimentos

80 NEGÓCIOS Tigre-ADS chega ao Nordeste Colunas

12 SHARE 68 TENDÊNCIAS | Renato Leal 84 CONSTRUIR DIREITO | Mariana Moura 86 CONSTRUIR ECONOMIA

89 CUSTO UNITÁRIO BÁSICO – CUB 90 INSUMOS 97 ONDE ENCONTRAR

Jorge Jatobá | Mônica Mercês

O Movimento Vida Sustentável (MVS) vem colocando o tema Sustentabilidade na Construção Civil na ordem do dia, entre empresários, profissionais, professores, estudantes e sociedade. Busca contribuir com a modernização do setor, divulgando os princípios da construção sustentável, com foco nas pesquisas; na divulgação de produtos e iniciativas eficientes; na multiplicação de conhecimento com a promoção de debates e capacitação, com ênfase na geração de energia, no reuso da água, drenagens e na gestão dos resíduos.


JANEIRO 2014

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caro leitor

Nossa história começou em 1997, quando estive pela primeira vez em visita à FEICON BATIMAT, em São Paulo. Foi nas conversas com expositores e visitantes que surgiu a ideia de criar a Revista Construir Nordeste, com a proposta de divulgar, levar as características da nossa região para o Brasil e, principalmente, promover a troca de experiências. De lá pra cá, com o crescimento econômico e a demanda local, esse intercâmbio só aumentou. Hoje, o nosso diálogo não só ultrapassou as fronteiras geográficas, mas consegue sintonizar especialistas de todas as áreas: arquitetos, engenheiros, urbanistas, empresários, paisagistas. Toda a cadeia produtiva e com o envolvimento da sociedade — fundamental nesse processo. Porque cidadãos somos todos nós, que a cada dia precisamos investir mais em qualidade de vida. E foi a partir desse conceito de demanda por qualidade de vida e estímulo à sintonia entre os personagens do setor que a jornalista Tory Oliveira foi até as ruas e verificou os gargalos do emaranhado de fios e cabos pendurados entre os postes. O assunto vem chamando a atenção de especialistas e políticos em todo o País. A poluição visual, os danos ao meio ambiente e a segurança talvez sejam os principais problemas desse caos urbano. Como solução, temos a alternativa da fiação subterrânea, que tem um custo médio de 12 a 18 vezes maior que a aérea, o que ainda impede a expansão do modelo no Brasil. Afinal, quem vai arcar com os custos? E como nossa preocupação é, também, com a saúde da cidade, o trabalho apresentado no Espaço PEC (pág. 39) — dos professores Marcos Antonio Barbosa da Silva Junior e Simone Rosa da Silva — traz a importância e as dificuldades dos sistemas de drenagem. O entrevistado deste número é Felipe Cavalcante. O repórter Pablo Braz conversou com o presidente da Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil (Adit Brasil) sobre as Comunidades Planejadas e as tendências do setor. E tem frevo na Arquitetura. A repórter Patrícia Félix foi até o Bairro do Recife, em Pernambuco, e acompanhou a reforma do casarão abandonado em estilo neoclássico inglês, que se transformou num espaço dedicado à pesquisa e difusão da dança e da música do frevo. É o Paço do Frevo. É o Nordeste de vários traços, contornos, várias cores e todos os carnavais. Aproveite a leitura!

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expediente RCN Editores Associados Diretora | Elaine Lyra

Publisher | Elaine Lyra elainelyra@construirnordeste.com.br Editora EXECUTIVA | Renata Farache renata@construirnordeste.com.br

CONSELHO EDITORIAL Adriana Cavendish, Alexana Vilar, Bruno Ferraz, Carlos Valle, Celeste Leão, Clélio Morais, Daniela Albuquerque, Eduardo Moraes, Elka Porciúncula, Francisco Carlos da Silveira, Inez Luz Gomes, Joaquim Correia, José Antônio de Lucas Simon, José G. Larocerie, Luiz Otavio Cavalcanti, Luiz Priori Junior, Mário Disnard, Mônica Mercês, Néio Arcanjo, Otto Benar Farias, Ozéas Omena, Renato Leal, Risale Neves, Rúbia Valéria Sousa, Sandra Miranda, Serapião Bispo, Gustavo Farache

CONSELHO TÉCNICO Professores: Alberto Casado, Alexandre Gusmão, Arnaldo Cardim de Carvalho Filho, Cezar Augusto Cerqueira, Béda Barkokébas, Eder Carlos Guedes dos Santos, Eliana Cristina Monteiro, Emília Kohlman, Fátima Maria Miranda Brayner, Kalinny Patrícia Vaz Lafayette, Simone Rosa da Silva, Stela Fucale Sukar, Yêda Povoas Reportagem Catharina Paes | Daniel Vilarouca | Isabela Morais | Patrícia Felix | Pablo Braz | Renata Farache | Tory Oliveira EDITOR DE ARTE E DiagramaÇÃO Michael Oliveira Revisão de texto Claudia Oliveira Fotografia Armando Artoni | João Rogério Filho | Jan Ribeiro | Gil Vicente | Lucas Oliveira Colunistas Jorge Jatobá | Mariana Moura | Miguel Bahiense | Mônica Mercês I Renato Leal | Vinícius de Carvalho

Publicidade Tatiana Feijó tatiana@construirnordeste.com.br | +55 81 92844883 construir@construirnordeste.com.br | +55 81 3038-1045

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agenda

cartas Este canal de comunicação objetiva auxiliar os profissionais da construção em seus questionamentos relacionadOs à gestão e À tecnologia da construção de edifícios A utilização de água de chuva em uma residência resulta em uma economia significativa na conta de água? A captação de águas pluviais, em qualquer caso, irá diminuir o consumo de água potável. Porém, alguns aspectos são importantes para avaliar se o impacto na redução do valor pago à concessionária será significativo: a) a demanda de água total consumida na residência; b) o percentual dessa demanda hídrica que poderá ser atendido pela água de chuva (não potável); c) o investimento necessário para viabilizar a implantação do sistema de captação de águas pluviais e a distribuição da água até os pontos de consumo. Outros fatores técnicos também precisam ser considerados, como os índices pluviométricos da região e o espaço físico disponível para construção do reservatório de águas pluviais. O ideal é que as instalações para captação de águas pluviais sejam planejadas desde a fase do projeto. Em geral, quanto maior a área da edificação, maior será o impacto na redução da conta de água. É importante lembrar que outros aspectos, além do econômico, devem ser considerados. Usando água de menor qualidade para fins menos nobres, estamos dando nossa parcela de contribuição para a questão ambiental, além do aspecto social — exemplo para outros cidadãos. Em Pernambuco, a Lei nº 14.572/2011 estabelece normas para uso racional e reaproveitamento de águas para residências a partir de 70 m2, incluindo a captação de águas pluviais. *Profa. Dra. Simone Rosa, simonerosa@poli.br Escola Politécnica da Universidade de Pernambuco. Grupo Ambitec – Engenharia Aplicada ao Meio Ambiente.

Qual seria uma alternativa viável a ser adotada pelos Órgãos Públicos para reduzir o descarte irregular dos resíduos da construção civil nas áreas urbanas? A geração de Resíduos da Construção Civil (RCC) nos mais diversos processos produtivos ainda é muito recorrente no Brasil, devido às obras da deste setor, como reformas e ampliações de construções existentes, construções de edifícios, demolições etc. Esse fato leva a população, muitas vezes, a descartarem o resíduo de forma irregular, tornando esse material uma fonte geradora de impactos negativos ao meio ambiente. Assim, a busca pela redução da geração de RCC não deve ocorrer mais por meio de ações pontuais para a solução de problemas localizados, mas pela atuação sistêmica do Poder Público. Algumas alternativas viáveis a serem adotadas pelos Órgãos Públicos para reduzir o descarte clandestino dos resíduos em áreas urbanas seriam: Pontos de coleta de resíduos acessíveis à população com fiscalização e organização; campanhas de conscientização e divulgação das diferentes formas de reaproveitamento ou reciclagem dos resíduos da construção através da integração Universidade/Sociedade; programas de incentivo à preservação do meio ambiente por meio da utilização de técnicas construtivas sustentáveis. Profa. Dra. Kalinny Lafayette, klafayette@poli.br Escola Politécnica da Universidade de Pernambuco Grupo Ambitec – Engenharia Aplicada ao Meio Ambiente.

MIPIM – THE WORLD’S PROPERTY MARKET DATA: 11.03 A 14.O3.2014 LOCAL: CANNES/FRANÇA MIPIM.COM FEICON BATIMAT DATA: 18.03 A 22.03.2014 LOCAL: SÃO PAULO/SP FEICON.COM.BR CONSTRUBR – INTELIGÊNCIA, TECNOLOGIA E GESTÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DE NEGÓCIOS DA CONSTRUÇÃO DATA: 23.04 E 24.04.2014 LOCAL: SÃO PAULO/SP CONSTRUBR.COM SALÃO IMOBILIÁRIO DE PERNAMBUCO DATA: 26.03 A 30.03.2014 LOCAL: OLINDA/PE SALAOIMOBILIARIODEPE.COM.BR ADIT JURIS DATA: 27.03 A 28.03.2014 LOCAL: SALVADOR/BA ADIT.COM.BR/ADIT-JURIS BRAZIL ROAD EXPO | 4ª FEIRA INTERNACIONAL DE INFRAESTRUTURA VIÁRIA E RODOVIÁRIA DATA: 09.04 A 11.04.2014 LOCAL: SÃO PAULO/SP BRAZILROADEXPO.COM.BR 6ª FEIRA DE FORNECEDORES INDUSTRIAIS DO NORDESTE | 6ª MOSTRA SUCROENERGÉTICA DO NORDESTE DATA: 22.04 A 25.04.2014 LOCAL: OLINDA/PE FORINDNE.COM.BR 14ª FEIRA INTERNACIONAL DA INDÚSTRIA DA ILUMINAÇÃO DATA: 22.04 A 26.04.2014 LOCAL: SÃO PAULO/SP EXPOLUX.COM.BR 86º ENCONTRO NACIONAL DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO FEIRA INTERNACIONAL DA CONSTRUÇÃO DATA: 21 A 23.05.2014 LOCAL: GOIÂNIA/GO enic.org.br

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ORLa A capital nordestina que estampa a fanpage da Revista Construir Nordeste nesta edição é São Luís, no Maranhão. Com belezas históricas e naturais, que se misturam a sua multiculturalidade, a cidade envolve cenários urbanos e mais de 150 km de praias. Reconhecida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como Patrimônio da Humanidade, a estrutura arquitetônica de São Luís tem cerca de 3.500 mil imóveis tombados.

Espaço Aberto A versão online do trabalho dos professores da Universidade Federal de Pernambuco José Jéferson do Rêgo Silva, Tiago Ancelmo de Carvalho Pires e Dayse Cavalcanti de Lemos Duarte, publicado na seção Espaço Aberto desta edição, pode ser conferido no portal da Revista Construir Nordeste. No artigo, resultado de pesquisas da UFPE, o grupo aborda a segurança contra incêndio e os novos padrões técnicos para as edificações. www.construirnordeste.com.br.

CONEXÃO A DuPont™ Corian® apresenta novo website brasileiro da marca. A plataforma permite que consumidores, processadores, arquitetos e decoradores tenham acesso a informações exclusivas do produto. O objetivo principal da nova ferramenta é proporcionar inspiração, ideias e referências que resultem em criações com as diversas possibilidades e tecnologias. São catálogos virtuais, técnicas de design, vídeos de temas variados, artigos, projetos e mais de 90 casos de sucesso em todo o mundo.

CONEXÃO 1 Para melhor orientar especificadores, assentadores e clientes, a Portobello lançou mais um canal de comunicação. O blog “Portobello Responde” contém posts que explicam a melhor forma de aplicar e manter os revestimentos cerâmicos, vídeos tutoriais desenvolvidos pela equipe técnica, além de manuais e apostilas disponíveis para download. Através da ferramenta, os internautas também podem enviar suas dúvidas, que serão respondidas pela equipe especializada da empresa. Atualmente, o revestimento cerâmico é um dos materiais mais versáteis da arquitetura. Ele reúne resistência, facilidade de transporte e aplicação, efeito estético e baixo impacto ambiental. www.portobello.com.br/portobelloresponde.

PROMOÇÃO Fique de olho na fanpage da RCN. Vamos sortear o livro Microconcreto de Alto Desempeño La tecnologia del MicroCAD aplicada en la construcción del hábitat social, recém-lançado pela Editora Mandarim em parceria com o Cyted - Programa Iberoamericano de de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento, que traz as mais recentes inovações na produção de peças pré-fabricadas com argamassa armada. São 200 páginas com artigos organizados pelo arquiteto e professor brasileiro Paulo Eduardo Fonseca de Campos da FAU/USP. A publicação, em espanhol, reúne textos técnicos, tabelas e gráficos, dezenas de imagens de obras realizadas e, também, um pouco da história do material. Está disponível, em versão digital, no site, mas também pode ser comprada em versão impressa, no endereço microconcreto.net.

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palavra

Como sua empresa vai estar em 2015? Vinícius de Carvalho *

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Não existe fórmula pronta para uma empresa de sucesso... Cada empresa é única e o ideal é investir em um diagnóstico personalizado para conhecermos em profundidade qual o grau de maturidade do seu negócio.

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á parou para pensar como sua empresa vai estar em janeiro de 2015? Estará cheia de vendas ou de dívidas? Ainda não é possível prever o futuro, mas existem certos cuidados que podemos tomar que aumentam, e muito, as chances de qualquer negócio. E o cenário atual é bastante promissor: pesquisa do Sebrae revela que 76% das pequenas empresas sobrevivem aos dois primeiros anos de vida. A porcentagem coloca o Brasil à frente de países como Canadá, Áustria, Portugal e Holanda. O sucesso de uma organização não deve ser medido apenas através da lucratividade. Precisamos observar também aspectos como o nível de satisfação de clientes e colaboradores, os indicadores de vendas, marketing, entre outros. Independente do tamanho, toda empresa depende de diversos fatores para ter sucesso. Como anda o seu relacionamento com o cliente? Mais do que ter uma boa venda, conseguir os clientes certos faz toda a diferença. Um cliente satisfeito volta para realizar uma nova compra e ainda indica sua empresa para familiares e amigos. Se esse cliente for uma pessoa com muitos contatos, fica ainda melhor. Um cliente satisfeito é a melhor propaganda que se pode ter. Falando nisso, como está o seu plano de marketing? É preciso desenvolver ações para engajar os clientes atuais e também conseguir novos consumidores, mas mais importante ainda é que seus funcionários atuem como verdadeiros representantes da sua marca. Ouça seu funcionário, peça feedbacks, incentive e premie os colaboradores que realmente fizerem a diferença para o seu negócio. Ouvir o não do cliente nunca é fácil, mas aproveite este momento de aprendizagem. Sempre questione um prospect que tenha negado seu produto ou serviço sobre o porquê dessa decisão. Saber ouvir pode gerar insights fundamentais para o seu negócio. É fato que toda empresa precisa ser lucrativa, por isso estar atento às vendas é muito importante. A equipe de vendas deve sempre trabalhar em conjunto com a de produção, pois

seus trabalhos são totalmente interligados. Garanta um bom clima organizacional entre os dois setores e aproveite também para monitorar todos os dados de vendas e a produção da empresa. Estar bem informado agiliza a tomada de decisão quando alguma emergência acontece. Ter um plano de negócios é outro item que contribui significativamente para bons índices empresariais. O ideal é ter um plano por escrito, com os objetivos estratégicos detalhados de forma clara. Teste sempre seu plano e o atualize quando necessário (sugiro que seja a cada 3 meses). Muitos especialistas afirmam que o cliente é o maior bem que uma empresa possui. Entendo essa colocação, mas acredito que esse posto deva ser dividido com uma outra figura: o colaborador. Ter uma equipe confiável, que não dá desculpas desnecessárias e que vê na mudança uma oportunidade para seu crescimento profissional é a chave para uma empresa lucrativa e que funcione harmoniosamente. Por fim, avalie sua gestão. Um bom gestor tem uma visão clara e detalhada de para onde sua empresa está caminhando, mas não vira “escravo” do seu negócio. Aprenda a delegar funções e confie no trabalho de seus funcionários. Encoraje sua equipe a apresentar soluções e a ter metas para sua própria carreira. Isso faz com que o colaborador fique mais motivado e, consequentemente, atue de forma mais proativa. Isso é bom para o colaborador e melhor ainda para a empresa. Não existe uma fórmula pronta para uma empresa de sucesso. Além dos tópicos aqui discutidos, existem outros de igual importância — como fluxo de caixa e conhecimento do mercado. Cada empresa é única, e o ideal é investir em um diagnóstico personalizado para conhecermos em profundidade qual o grau de maturidade do seu negócio. Enfrentar os problemas de um novo negócio não é fácil, mas, fazendo um bom trabalho, todas as possibilidades passam a atuar a nosso favor. *Por Vinícius de Carvalho, business coach da ActionCOACH - líder mundial em business coaching para pequenas e médias empresas.


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entrevista

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entrevista

é preciso planejar Felipe Cavalcante por Pablo Braz

Presidente da Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil (Adit Brasil), Felipe Cavalcante é um incentivador e gerador de conhecimento para o setor imobiliário, sendo responsável por organizar consagrados eventos como o Adit Juris e Adit Invest. Graduado em Administração pela Faculdade de Ciências da Administração de Pernambuco, ele não mede esforços para disseminar dentro do cenário nacional o conceito de Comunidades Planejadas. Além de se empenhar intensamente na atualização da conhecida Lei nº 6.766/79, a Lei de Loteamentos, Cavalcante também é sócio administrador da Vivendi Construtora, através da qual o empresário se tornou uma das principais lideranças dos setores imobiliário e turístico do País.


entrevista

Qual o panorama do setor imobiliário no Brasil? Quais as tendências e inovações verificadas no setor? O panorama do setor imobiliário no Brasil neste ano será de acomodação. A fase de estouro, de crescimento acelerado dos preços, ficou para trás. Vivemos aquele momento do Minha Casa, Minha Vida, das empresas que abriram capital na bolsa, dos preços que subiram 25% ao ano. Agora é uma fase de acomodação. A tendência é que as grandes empresas voltem para as suas cidades de origem ou fiquem em poucas cidades, onde elas têm conseguido se adaptar melhor. No ano passado, já era possível verificar esse freio de arrumação. Poucos estados continuaram a crescer em ritmo acelerado, como São Paulo. A maioria, no entanto, apresentou certa redução da atividade, que é natural, pois o aumento foi muito rápido nos últimos anos. E porque teve uma aceleração grande? O Brasil passou anos, desde o final da década de 1980 e início da década de 1990, sem haver uma oferta maior do mercado imobiliário de crédito. Nos últimos anos, com a estabilidade econômica e o aumento da renda e do crédito imobiliário, houve uma explosão na demanda por habitações, e isso fez o preço subir consideravelmente, mas não para níveis irreais. Havia então uma elevada demanda reprimida, onde os preços deram uma disparada entre 2002, 2003, até uns 2 anos atrás. Agora, o setor já normatizou essa demanda de ofertas, começando a crescer de maneira normal. Os empreendimentos de uso misto no Brasil estão ganhando destaque no cenário imobiliário brasileiro. É uma ideia que veio para ficar? Os empreendimentos de uso misto, que agregam unidades residenciais, comerciais e hotelaria em um mesmo projeto e localizados geralmente em centros urbanos, estão cada vez mais se tornando uma tendência necessária

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no País. As cidades brasileiras apresentam dia após dia um trânsito caótico, e o deslocamento entre bairros é algo desgastante para qualquer pessoa. No momento em que se faz empreendimentos de uso misto, você incentiva que o morador trabalhe e resida no mesmo local. Por outro lado, é um produto que gera serviço. Por exemplo, se existe no mesmo empreendimento residência, comércio e hotel, são oferecidos uma série de serviços para quem mora ali. Além disso, o risco para o empreendedor é reduzido. Ao lançar projetos que, em vez de terem 500 unidades só de salas comerciais, se produz uma parte comercial, uma parte hoteleira e outra residencial, misturando e diminuindo um pouco o risco do negócio, da superoferta. Esses fatores têm levado o crescimento do fenômeno dos empreendimentos de uso misto, especialmente nos centros urbanos. E como é toda uma indústria nova que está se criando, a própria gestão desse setor ainda é novidade para as empresas, sem contar com a própria legislação, que não foi preparada para esse tipo de projeto. É preciso fazer adaptações na lei para que o mercado floresça mais.

Os empreendimentos de uso misto são mais voltados para as classes média e alta. E como está o cenário para as classes mais populares? Teve grandes avanços. Inicialmente, há pouco mais de 10 anos atrás, o Programa de Arrendamento Residencial (PAR) foi um grande sucesso para essa fatia de cliente, e depois avançou mais com Minha Casa, Minha Vida, que hoje é um programa que tem dado muito certo e atendido a muitas pessoas no Brasil. Porém, apesar do grande volume de casas construídas, o déficit habitacional continua crescendo, pois a quantidade de brasileiros que entraram na idade economicamente ativa, que trocam apartamento, é muito grande. Houve novos casamentos, novas famílias. E, se tratando de moradia popular,

hoje são necessários alguns ajustes, pois os sinais que chegam ao mercado são de que a própria Caixa Econômica Federal está tendendo a reduzir o ritmo, e o setor está se adaptando depois de uma época de rápido crescimento. Há também alguns problemas situados no contexto da moradia popular, como os relativos à autoconstrução, o de pessoas que constroem uma, duas, dez casinhas e depois da obra pronta revendem isso para alguém. Se o empreendimento é feito por construtoras cadastradas, esse tipo de problema acontece muito menos. É importante que o programa Minha Casa, Minha Vida, ou qualquer outro que o venha substituir, não deixe de existir. Tem que manter o ritmo forte porque mesmo com quase três milhões de casas contratadas, ainda assim o déficit habitacional continua crescendo. A Caixa e o Ministério das Cidades estão muito preocupados com a qualidade do projeto da casa, a parte construtiva, mas eu acredito que o maior foco deles não deveria ser isso, e sim a qualidade do projeto urbanístico, incluindo até mesmo empreendimentos de uso misto. Todas as vantagens trazidas pelas Comunidades Planejadas, pelos empreendimentos de uso misto, podem ser tranquilamente adotadas nos projetos populares. E sem envolver custo adicional para a classe. É possível fazer um bom projeto sem necessariamente gastar mais com isso. O que se tem produzido em termos de conhecimento que possa ser aplicado na melhoria do desenvolvimento imobiliário no Brasil? Quais as contribuições da Adit Brasil nesse sentido? O grande foco da Adit Brasil é justamente produzir e difundir conhecimento para os empresários do setor. O mercado imobiliário de uns anos para cá deu uma revigorada no que diz respeito a novas configurações, tendências e conhecimento da área, mas praticamente não existe literatura relacionada a ele. Organizamos


anualmente eventos consagrados como o Adit Invest, o Adit Juris e o Complan, onde os participantes trocam experiência, trazendo soluções para desenvolver projetos e ideias. A Adit pretende agora gravar esses eventos e disponibilizá-los na internet, contribuindo ainda mais para a difusão das informações. Além disso, a Adit Brasil vai lançar seu primeiro livro este ano, que será sobre Comunidades Planejadas, e a partir daí pretendemos publicar obras de maneira constante, formando uma boa bibliografia. Falando então em Comunidades Planejadas, você tem trabalhado há anos disseminando esse conceito. O que caracteriza e quais os diferenciais do projeto? Primeiro, a Comunidade Planejada não é nem um loteamento grande nem é um empreendimento de uso misto. É como um novo bairro que será construído. O grande diferencial desse projeto é que o desenvolvedor do empreendimento permanece até a conclusão da obra, participando da gestão do espaço, como se fosse uma miniprefeitura, atuando junto com a associação de moradores e com o Poder Público. O gestor não pode simplesmente fazer como um loteador ou um incorporador faz: finaliza o projeto, entrega aos moradores e vai embora. Outro ponto da Comunidade Planejada é que ela precisa oferecer diversos produtos aos moradores, um uso misto. O que um bairro tem? Tem diferentes classes sociais, tem comércio, shopping, supermercado, farmácia, residência. A ideia é que a pessoa trabalhe, tenha lazer, estude, faça tudo no entorno para evitar deslocamento entre bairros. Logicamente que você não impede que as pessoas trabalhem fora, mas se incentiva ao máximo o contrário. Existem também as tendências urbanísticas preocupadas com o pedestre e com o ciclista, estimulando

menos o uso de carros. Ou seja, você não precisa fatiar a cidade em vários empreendimentos pequenos, que não se comunicam entre si, e sim fazer um masterplano de uma região, sabendo quem vai ser seu vizinho daqui a 40 anos. E isso está sendo uma grande tendência no País, porque o governo, o Poder Público em geral, não demonstra capacidade de urbanizar adequadamente o espaço das cidades e tem pouco interesse em investir na estrutura necessária. Por outro lado, há a demanda das pessoas, que querem morar com qualidade de vida, com segurança, num local bem jardinado, com uma infraestrutura que funcione. O setor privado, então, está identificado com a ideia, que já é bastante comum em todo o mundo. E, aqui no Brasil, tende a ser mais forte, porque há uma carência grande de opções que agreguem todos esses componentes. Acredito que a comunidade planejada veio para ficar. E em relação à Lei Complementar 140, quais os impactos para o setor imobiliário? O impacto da LC 140 foi muito grande, tanto para o mercado imobiliário quanto para o turístico e para outros setores industriais, porque ela definiu basicamente quem licencia os empreendimentos: o que é de responsabilidade do Ibama, do órgão estadual ou do órgão municipal, dando segurança jurídica aos projetos. Porém, mais importante que determinar quem licencia, a LC 140 definiu quem fiscaliza, autua e multa os empreendimentos. O que acontecia com frequência é que o empresário passava 2, 3, 6 anos licenciando com um determinado órgão e, quando ele iniciava a obra, vinha outro órgão ambiental e suspendia. Era necessário então começar todo o processo novamente. Hoje, somente o órgão que permite a licença é quem pode multar. Isso foi uma grande conquista para a economia brasileira.

E o que tem sido feito em prol da atualização da Lei 6.766/79, a Lei de Loteamentos? A lei 6.766, de 19 de dezembro de 1979, que fala sobre o Parcelamento do Solo para Fins Urbanísticos, foi sancionada há mais de 30 anos, sendo que desde então o cenário imobiliário nacional vem apresentando mudanças e novidades, como a criação das Comunidades Planejadas no País. Portanto, é preciso atualizar alguns pontos nessa lei quanto aos loteamentos e às Comunidades Planejadas, como: regularização dos loteamentos fechados, regularização da cobrança de taxa associativa de loteamentos fechados e condomínios e lotes, além dos prazos das licenças ambientais, que são curtos para projetos como os das Comunidades Planejadas, as quais exigem um tempo considerável para conclusão, podendo chegar a 40 anos. Além da atualização da Lei 6.766/79, qual outro grande desafio enfrentado pelo setor imobiliário? Paralelamente à atualização da lei, outra grande prioridade é conseguir recursos para financiar a implantação de loteamentos. Da mesma maneira que existe financiamento para a construção de prédios, acredito que é fundamental financiar a implantação de lotes urbanizados, porque o insumo mais caro da construção é o terreno. Então, quanto mais terreno se cria, mais barato fica a construção. O maior gargalo hoje é a questão do financiamento da produção de lotes. Em prol desse objetivo, a Adit vem fazendo reunião com os bancos com o intuito de conseguir lançar ainda este ano um produto focado nas loteadoras para a construção dos terrenos. E todo mundo sai ganhando com o negócio. O consumidor pode financiar a obra a longo prazo, a construtora faz o papel dela, empreendendo, o banco ganha sua receita financeira, e a sociedade é quem mais ganha, porque passa a incentivar o crescimento urbano adequado e justo das cidades.

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painel construir

MERCADO EM ALTA O desempenho da Eucatex, uma das maiores produtoras de painéis de madeira do Brasil, que atua também nos segmentos de tintas e vernizes, pisos laminados, divisórias e portas, superou as expectativas durante o ano de 2013. Como reflexo, o lucro líquido recorrente acumulado em 2013 atingiu um incremento de 117,5%, alcançando R$ 91,1 milhões, contra R$ 41,9 milhões em 2012. De acordo com o diretor Vice-Presidente Executivo e de Relações com Investidores, José Antonio Goulart, esse salto reflete o aumento das exportações, que apresentaram crescimento de 60% nos volumes em relação ao final de 2012, além de um incremento de 11,2%, em vendas físicas no segmento de tintas.

KRONA NE Há 2 décadas no mercado brasileiro, a Krona Tubos e Conexões comemora 2 anos de atuação no Nordeste. Em 2013, o primeiro ano completo da fábrica, a Krona deu um salto para 50% no volume de vendas na região. A unidade, localizada em Marechal Deodoro (AL) e com 200 colaboradores, produz atualmente 1.300 toneladas/mês em tubos e conexões. A Krona planeja em 2014 a primeira ampliação da fábrica, que visa um acréscimo de 150% da capacidade da área da expedição. A planta aumentará aproximadamente 4 mil m² de área coberta e 2 mil m² de área aberta e, quando operar com capacidade total, poderá produzir 2 mil toneladas/mês. As obras iniciam em março e devem ser concluídas em novembro de 2014.

VOLVO NO BRASIL A Volvo Construction Equipment registrou aumento de participação de mercado em suas principais linhas de produtos em 2013. No segmento de carregadeiras, o market share passou de 10,3%, em 2012, para 11,8%, em 2013. Outro grande salto ocorreu com as escavadeiras, cuja participação de mercado passou de 10,9% para 12,8%, além do resultado na linha de caminhões articulados, onde o market share da Volvo, que já era bastante alto, na faixa dos 29%, atingiu a impressionante marca de 44,3% no País. Por sinal, o Brasil representou 71% das vendas no continente, com 2.654 equipamentos comercializados em 2013, continuando a ser o grande mercado da Volvo na América Latina.

OUTLET DE PORTAS A Multidoor Store, empresa líder em engenharia e design de portas no Brasil, aposta agora no segmento do outlet, conceito que alia descontos às grandes marcas de produtos variados. A inovação é apresentada dentro de um espaço da Multistore Store em Macéio (AL), primeira cidade brasileira a ter um espaço do gênero. De acordo com a diretora do grupo, Roberta Pimentel Lopes, as peças do Multidoor Outlet são os chamados “kits porta pronta”, conjunto de porta, marco e alizar que já vem pronto para o uso, inclusive com fechaduras e dobradiças colocadas — tudo de instalação fácil e rápida.

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TREINAMENTO MÓVEL A Saint-Gobain, uma das 100 maiores empresas industriais do mundo, continua oferecendo cursos gratuitos de capacitação, por meio de seu Centro de Treinamento Móvel (CTM), caminhão itinerante que percorre várias cidades do Brasil durante todo o ano. Em 2014, o CTM viajará pela Região Nordeste, com objetivo de treinar 6.000 profissionais e estudantes do setor na aplicação de produtos, nas orientações de segurança e soluções das marcas Brasilit, Isover, Norton, Placo e Weber. A proposta é auxiliar no atendimento do atual déficit nacional de mão de obra, contribuindo para o aumento da oferta de profissionais qualificados no Brasil.

15 MESES O RioMar Shopping em Fortaleza, do Grupo JCPM, teve sua estrutura concluída em apenas 15 meses. As obras foram iniciadas em outubro de 2012 e terminaram em fevereiro de 2014. A agilidade se deu, principalmente, por causa da tecnologia adotada pelo empreendimento — estrutura de concreto pré-fabricada, totalmente industrializada —, que permitiu que todas as peças fossem produzidas em duas fábricas da T&A Pré-Fabricados e depois transportadas apenas para montagem no canteiro de obras. Com inauguração prevista para outubro/ novembro de 2014, o RioMar Fortaleza está localizado no bairro de Papicu. Com seus 307 mil m², será o maior shopping do Nordeste e o segundo do Brasil.

Paisagismo funcional Pernambuco ganha mais um centro de compras e lazer: o The Garden Open Mall, empreendimento com projeto paisagístico diferenciado, que abriu as portas em Jaboatão dos Guararapes, no bairro de Piedade, que, segundo o Ibope, representa aproximadamente 8,8% do PIB do Estado. A característica mais forte do espaço, que conta com um terreno de 4.800 m², é a aposta em área verde, através de um paisagismo totalmente funcional. O espaço tem 60 lojas, estacionamento com 145 vagas, além de academia de ginástica e parque infantil de acesso gratuito.

PRAQUEMARIDO EM EXPANSÃO A Praquemarido, rede especializada em serviços de manutenção, reparo e reforma, está de olho no Nordeste para fortalecer sua presença nacional. Com mais de 100 unidades no País, algumas delas no Ceará, em Pernambuco e Alagoas, a empresa busca investidores para chegar aos outros estados da Região em 2014. O poder de compra dos nordestinos já chega a R$ 450 bilhões, além da Região ter atingido 13,5% de participação no PIB nacional. Diante desse cenário, a Praquemarido planeja uma ampliação em 100% dos números da rede na Região, realizando, nos próximos meses, eventos institucionais e rodadas de negócios com investidores no Nordeste.

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HOMENAGEM O diretor da Tecomat, Joaquim Correia, foi um dos homenageados pela construtora Queiroz Galvão Desenvolvimento Imobiliário (QGDI) na premiação “Top of the Year 2013”. O empresário recebeu o troféu das mãos do Diretor Corporativo de Engenharia-Brasil, Henrique Suassuna, e do Diretor Regional de Pernambuco, Múcio Souto, ambos da Queiroz Galvão. “Receber um destaque como este prêmio, na categoria de Projetos e Engenharia, é sem dúvida uma honra e uma grande alegria para mim, que divido com todos os que fazem parte da minha equipe, na Tecomat”, disse o prof. Joaquim. A premiação é realizada anualmente pela QGDI para homenagear projetistas, corretores, gerentes e imobiliárias.

DC Logistics no NE A DC Logistics Brasil, consolidada empresa do setor de gerenciamento logístico do transporte internacional, presente há 20 anos no País, planeja a instalação de uma nova unidade, desta vez em Recife (PE). De acordo com o managing director, Ivo Mafra, a empresa está com foco em capilarizar suas atividades, buscando os mercados em ascensão. Para ele, o Nordeste é, hoje, a Região que mais vem se desenvolvendo no País. A DC Logistics Brasil já conta com nove unidades próprias, oferecendo um serviço global, com follow-up proativo, flexibilidade às necessidades dos clientes e ferramentas online de acompanhamento de cargas.

CASA COR PE A Casa Cor Pernambuco, a mais completa mostra de arquitetura, decoração e paisagismo das Américas, chega à sua 17ª edição e vai até o dia 28 de abril. O evento acontece em uma mansão na orla da Praia de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, com 30 ambientes decorados por 36 arquitetos. O diferencial desta edição é um espaço paralelo de visitação gratuita de três ambientes, no Shopping Center Recife. Outro destaque é o Espaço Conceito Multimídia, túnel composto por containers, com projeções de imagem e som, que retrata o estilo de vida contemporâneo. Na foto, Rita Tristão e Amelinha Peixoto, dupla que comanda a Casa Cor PE.

No Nordeste Com o desenvolvimento da Região, a Betumat, empresa do grupo Brasquimica, que atua em todo Brasil no mercado técnico de impermeabilizantes, vem se consolidando cada vez mais no Nordeste. A sua matriz está localizada em Candeias, na Bahia; além de dois centros de distribuição estratégicos — um em Jaboatão dos Guararapes (PE) e outro em Fortaleza (CE), — o que tem facilitado a sua logística e, consequentemente, o seu crescimento. A proposta é expandir mais em 2014.

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CRESCIMENTO A Ciber Equipamentos Rodoviários, subsidiária no Brasil do Grupo Wirtgen, fecha pelo terceiro ano consecutivo com crescimento significativo nas vendas. Em 2013, a empresa registrou faturamento bruto de R$ 408 milhões, o que representa alta de 44% em relação a 2012. Acabadoras, britadores móveis, recicladoras, compactadores e usinas de asfalto foram as máquinas que puxaram o índice positivo, as quais estiveram presentes em grandes obras por todo o País. A empresa também investiu na participação nas principais feiras do setor, como a Bauma da África e da Alemanha, e a Road Expo em São Paulo, além da inauguração da Wirtgen Brasil Nordeste, em Jaboatão dos Guararapes (PE).

RECONHECIMENTO O sucesso da Construction Expo 2013 – Feira Internacional de Edificações & Obras de Infraestrutura, em junho do ano passado, resultou em uma homenagem a Afonso Mamede, presidente da Sobratema – Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração, como uma das principais lideranças no segmento de turismo de negócios em 2013, durante o IX Encontro do Setor de Feiras e Eventos (ESFE), realizado em São Paulo. Segundo Mamede, a homenagem é um grande reconhecimento e reforça o posicionamento da Sobratema como uma entidade que, há mais de 25 anos, trabalha para o desenvolvimento da cadeia produtiva da construção e mineração.

VALORIZAÇÃO DA ARTE A obra Mulher Deitada, esculpida e idealizada pelo artista Abelardo da Hora em 2005, irá embelezar o mais novo empreendimento da Rio Ave,, o edifício residencial Madison, na Av. Boa Viagem. A obra, que é feita em concreto polido, tem 1.2 m de altura, 2.2 m de comprimento, 1 m de profundidade e pesa 600 kg. A escultura participou da retrospectiva dos 60 anos da primeira exposição do escultor, no Centro Cultural Banco do Brasil (Brasília e Rio de Janeiro) e no Masp (São Paulo), com grande sucesso de público e crítica. Abelardo da Hora nasceu em 1924 em São Lourenço da Mata (PE). Formado pela Escola de Belas Artes do Recife. Vanguardista, foi um dos fundadores da Sociedade de Arte Moderna da cidade e um dos precursores da arte cinética no País. As obras de Abelardo da Hora estão espalhadas por todo o mundo: China, França, Estados Unidos, Suíça, Rússia e na antiga Tchecoslováquia.

PRÊMIO A Docol Metais Sanitários foi premiada no 27º Prêmio Design Museu da Casa Brasileira (MCB), com o Misturador Monocomando para Cozinha de Mesa DocolMassima, em primeiro lugar, na categoria Equipamentos em Construção. “Buscamos criar um produto que aliasse design, inovação e função. Partimos de um desenho orgânico que transparecesse leveza, sofisticação e fluidez. Além disso, investimos em alta tecnologia para um sistema eficiente e funcional”, afirma o designer de produtos da Docol, Marcelo Alves. Diferenciado, o Misturador Monocomando para Cozinha de Mesa DocolMassima possui volante ergonômico em alavanca. Com um só comando, é possível ajustar a vazão e a temperatura da água.

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01 MÓVEIS CONTEMPORÂNEOS A boutique virtual Obravip apresenta dois lançamentos. Com charme e bom humor aos ambientes, além de prática, a estante horizontal da é feita em MDF e tem os pés de madeira estilo palito. A ideia é que seja usada em locais como varandas, salas, quartos e escritório. Medidas: altura – 51 cm; largura – 108 cm; e comprimento – 30 cm. Já a cadeira Manai tem design despojado e visual alegre, garantindo um ar despojado, além de ser altamente resistente. Produzida em madeira e polipropileno, está disponível nas cores vermelha, preta e branca.obravip.com I 11 4063.1226

02 PARA RELAXAR Com linhas retas e design contemporâneo, a Pretty Jet inova ao apresentar a opção biocolor das banheiras Freestanding, nos modelos Atrium e Ciana. A linha Freestanding dispensa alvenaria, o que facilita a instalação, e, por ser uma peça móvel, pode ser facilmente transportada. São banheiras de imersão, mas contam com opcionais exclusivos como blower — sistema que realiza as borbulhas na água e proporciona a sensação de “flutuar”, cromoterapia e travesseiros. Em várias cores. prettyjet.com.br I 11 4334.9999

03 LORENVOGUE A linha da Lorenzetti possui design harmonioso e uma exclusiva haste com formato flat. A bica da torneira LorenVogue possui formas contemporâneas e levemente curvadas, que renovam o conceito da forma quadrada de maneira elegante. A altura elevada é o ponto forte, conferindo mais praticidade no uso. A peça também possui arejador, que torna o jato uniforme, evitando respingos, e mecanismo de vedação cerâmico ¼ de volta, capaz de evitar o desperdício devido à rapidez na abertura e ao fechamento da água. lorenzetti.com.br I 0800 016 02 11

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04 RÚSTICA Desenhada por Cristina Bertolucci, a peça é versátil l, pode fazer as vezes de banco e mesa de apoio. Intitulada de Cantareira, é trabalhada em ferro forjado e tora de madeira. Os acabamentos do ferro: prata, cobre e ouro velho. A madeira tem dimensões variadas, e a altura varia de 40 a 60 cm aproximadamente. cristianabertolucci.com.br I 11 3097.8566

05 CABEAMENTO O cabo Multinax Flex HEPR 90 ºC para 2, 3 e 4 condutores é composto por fios de cobre nu, eletrolítico, têmpera mole e encordoamento classes 4 e 5 (flexíveis). É isolado com composto termofixo Etileno Propileno (HEPR) de alto módulo para 90 ºC. Suas veias são torcidas entre si, formando o núcleo, e sua cobertura é extrudada com Policloreto de Vinila (PVC), tipo ST 2. cobrecom.com.br I 11 2118.3200

06 NAMORADEIRA Criação de Paulo Alves, a namoradeira “batizada” de Barney e Beth, homenagem ao simpático casal do desenho animado, o preferido do designer, é fabricada com meia tora de Seringueira, tem pés em estrutura de galhos e comprimentos variados. O acabamento é feito em verniz à base de água. Medidas: 140 x 50 x 50 cm. marcenariasp.com.br I 11 3032.4281

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um novo olhar para as tradições Arquiteto por formação, designer de produto pelo Instituto Europeo di Design em Milão e artista por vocação, Osvaldo Tenório desenvolve projetos em que o cuidado com desenho do detalhe personaliza os traços preferencialmente modernos. Com um diverso background de trabalho, Tenório expõe personalidade ao mesclar o detalhe regional com o ecletismo internacional. Hoje atendendo em São Paulo e Maceió, o arquiteto foca seu trabalho em projetos especiais e exclusivos, fugindo da massificação do mercado e propondo um olhar para técnicas atuais e resgates artesanais, ao agregar às suas linhas de desenho as características únicas e as condições do meio ambiente.

01 KENOA A opção por móveis e materiais naturais, como pedras cortadas à mão e até a ausência de pintura, mostrando o reboco aparente, é a marca registrada do Hotel Kenoa, em Barra de São Miguel, em Alagoas. O resort também apresenta soluções sustentáveis como garrafas recicladas, madeira recuperada e energia LED. A decoração traz um “quê” de brasilidade, com uso de muitas peças indígenas.

02 rÚSTICO CHIQUE No apartamento em Salvador, na Bahia, o diferencial é a presença de tecido 100% linho cobrindo as paredes e os móveis rústicos.

03 MOSTRA BLACK Para proposta de sala de banho íntima do casal da Mostra Black 2013, Osvaldo selecionou o Limestone Blue Marine proveniente de uma jazida do Ceará, para louças e metais — tudo exclusivo. São 61 m2 numa mistura de arte, cores e texturas.

04 DECÔ Coleção de vasos marroquinos, maxi luminárias e peça antiga usada como mesa lateral são os destaques na sala de estar.

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Os sistemas de cobertura (SC) são formados pelo conjunto de itens colocdos nos topos dos edifícios.

foto: celi

Critérios para os sistemas de cobertura Quinta parte da Norma de Desempenho reforça requisitos de segurança, estanqueidade, desempenho acústico e térmico dos sistemas de cobertura por Isabela Morais

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pós sua publicação pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a NBR 15.575, a chamada Norma de Desempenho, passou a ser exigida em todo o território nacional em julho de 2013. Dando continuidade à série de reportagens sobre o tema, a Revista Construir Nordeste aborda nesta edição os requisitos e critérios adotados na quinta parte do texto, referente aos sistemas de cobertura das edificações habitacionais. Os sistemas de cobertura (SC) são formados pelo conjunto de elementos dispostos no topo do edifício. Segundo a engenheira Lídia Couto, gestora do Comitê de Tecnologia da Construtora Celi, o SC é geralmente composto por uma estrutura, responsável por

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suportar as cargas do telhado, as telhas, que protegem a edificação das intempéries, e o sistema de drenagem, cuja função é conduzir as águas da chuva por caminhos definidos, até um local adequado, com o objetivo de evitar empoçamentos. Outros elementos são lajes, telhados, forros, calhas e rufos. “O sistema de cobertura é responsável por fornecer estanqueidade à edificação, protegê-la da deterioração causada pelos agentes naturais, garantir salubridade e contribuir para o conforto térmico e acústico dos usuários”, conta. Ademais, as coberturas devem contar com um suporte mínimo de cargas e resistência à ação do vento e ao fogo. A abordagem adotada na Norma de Desempenho explora conceitos que

não são trabalhados nos regulamentos prescritivos específicos. Para os especialistas, o cumprimento em conjunto dos requisitos estabelecidos pela NBR 15.575 e pelas normativas prescritivas deve possibilitar o atendimento integral às exigências do usuário, trazendo soluções tecnicamente adequadas e economicamente viáveis. “O texto prescritivo descreve o procedimento que deve ser seguido para a construção de um sistema, enquanto o de desempenho fornece requisitos que devem ser atendidos para o conforto, independente do material utilizado para a construção da edificação, como, por exemplo, a durabilidade dos sistemas, a manutenibilidade da edificação e o conforto tátil e antropodinâmico”, relata a engenheira.


Requisitos Um dos diferenciais dos sistemas de cobertura está em sua relação direta com os demais sistemas da edificação. Além de contribuir para a preservação da saúde dos usuários, as funções da cobertura afetam a própria proteção do corpo da construção, interferindo diretamente na durabilidade dos demais elementos. Cabe ao SC impedir a infiltração de umidade para os ambientes habitáveis e prevenir a proliferação de micro-organismos causadores de doenças provenientes do apodrecimento, corrosão ou fissuras dos materiais de construção. Por esses motivos, as coberturas devem ser planejadas e executadas visando à proteção dos outros sistemas. Para Lídia, dentre os requisitos listados na quinta parte da Norma de Desempenho, merecem destaque a segurança estrutural, a resistência ao fogo, o desempenho acústico e térmico e a estanqueidade.

Adequação ambiental

A NBR 15.575 estabelece que os sistemas de cobertura devem apresentar níveis satisfatórios de segurança contra a ruína, sem possuir avarias, deslocamentos ou deformações. Para isso, é preciso levar em conta as cargas transmitidas por pessoas nas fases de montagem ou de manutenção. Para garantir a segurança estrutural, o projeto deve estabelecer: as considerações sobre a ação do vento, principalmente em zonas de sucção; detalhes da fixação e a influência positiva ou não das platibandas. No caso de emprego de lastro sobre o sistema de impermeabilização, a resistência de aderência ao peso próprio deve ser suficiente para não ser removido pela ação das intempéries.

Por ser a parte mais exposta à radiação do sol, a cobertura exerce grande influência na carga térmica transmitida aos ambientes, sobretudo em casas térreas e no último pavimento de sobrados ou prédios. Isso influencia diretamente o conforto térmico dos usuários e o consumo de energia em equipamentos de ventilação e circulação do ar. Segundo a normativa, os sistemas de cobertura devem “apresentar transmitância térmica e absortância à radiação solar que proporcionem um desempenho térmico apropriado para cada zona bioclimática”. Outro ponto fundamental dos sistemas de cobertura é o desempenho acústico. A NBR 15.575 considera o isolamento de sons aéreos do conjunto fachada/cobertura de edificações e o nível de ruído de impacto no piso para as coberturas acessíveis de uso coletivo. Para habitações distantes de fontes de ruído intenso, deve-se garantir um isolamento de até 20 dB. Já para moradias em áreas de ruído intenso de meios de transporte, deve-se garantir um

Comportamento conjunto entre telhas, peças complementares e sistemas de águas pluviais, isolação acústica da cobertura, segurança nas operações de montagem e manutenção das coberturas são algumas das preocupações com o desempenho... De acordo com a redação, são toleradas falhas superficiais como fissuras e lascamentos, desde que não provoquem a perda da estanqueidade. As estruturas principais e secundárias, sejam reticuladas ou treliçadas, devem suportar a ação de carga vertical concentrada de 1 kN em sua região mais desfavorável. Para o forro, o projeto deve prever a fixação de luminárias e outras cargas de ocupação. Com relação à segurança contra incêndios, o texto determina que a cobertura deve dificultar a propagação de chamas e não impedir a fuga em situações de emergência. A resistência ao fogo deve atender aos requisitos da NBR 14.432:200 – Exigências de Resistência ao Fogo de Elementos Construtivos de Edificações – Procedimento.

foto: celi

Ercio Thomaz, pesquisador do Instituto de Pesquisas Tecnológicas da Universidade de São Paulo (IPT-USP), destaca alguns conceitos da Norma de Desempenho que não estão previstos nas regras prescritivas. “Comportamento conjunto entre telhas, peças complementares e sistema de águas pluviais, isolação acústica da cobertura, segurança nas operações de montagem e manutenção das coberturas são algumas das preocupações com relação ao desempenho”, conta. Além das referências aos textos prescritivos que devem ser seguidos, NBR 15.575 também descreve os ensaios a serem realizados para garantir condições de resistência às cargas concentradas, de peças fixadas em forro, ao impacto em telhados, de suporte das garras de fixação ou de apoio, das platibandas e ao caminhamento. Lídia completa: “Além disso, foram estabelecidos valores que, ao serem alcançados, classificam o nível de desempenho do sistema de cobertura em mínimo, intermediário ou superior”.

A engenheira Lídia Couto, da Construtora Celi.

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isolamento de 30 dB. Em regiões de aeroportos, estádios, locais de eventos esportivos, rodovias e ferrovias, há necessidade de estudos específicos. Em outro ponto, ao invés de impermeabilização, o texto fala em estanqueidade. O conceito foi adotado na nova redação a fim de avaliar o desempenho dos componentes de forma integrada. Na ocorrência de chuvas, a cobertura não deve apresentar escorrimentos, gotas aderentes ou gotejamento de água. É tolerado o aparecimento de manchas de umidade restritas a no máximo 35% da área. Coberturas formadas por estrutura ou por telhas metálicas devem ser aterradas conforme as exigências da NBR 5.419 – Proteção de Estruturas contra Descargas Atmosféricas. Além disso, o SC deve ter capacidade para drenar a máxima chuva passível de ocorrer na região sem apresentar empoçamentos ou vazamentos para o interior do prédio. Para essas condições, relacionadas à adequação ambiental e à durabilidade, os projetistas deverão considerar as condições do meio ambiente do local da obra para a escolha de materiais que atentem aos níveis de cada região. Lídia conta: “A Norma de Desempenho traz um mapa do Brasil dividido em oito zonas bioclimáticas, baseadas em três características principais: as médias mensais das temperaturas máximas, as médias mensais das temperaturas mínimas e as médias mensais da umidade relativa do ar. Cada uma dessas regiões possui o clima relativamente

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homogêneo, sendo que a Região Nordeste pertence, em sua maioria, às zonas sete e oito. A própria NBR 15220-3 traz algumas diretrizes construtivas para cada zona, com orientações para a hora de projetar”. Já Thomaz, do IPT, destaca a existência de critérios relativos à resistência da cobertura frente às ações do vento, que visam a evitar o deslizamento de telhas ou o descolamento de mantas impermeáveis, bem como critérios para a estabilidade de cores de componentes e outros. “Em termos de vida útil, independentemente dos materiais ou do sistema de cobertura, o projeto deve considerar o prazo de 20 anos, especificando materiais e as manutenções requeridas”, explica.

um aumento na complexidade do trabalho dos projetistas. De acordo com a engenheira da Construtora Celi, eles deverão elaborar os seus projetos com maior nível de detalhamento. Ela destaca: “A NBR 15.575 faz com que os problemas, em sua maioria, sejam estudados e resolvidos na fase de projeto, deixando a obra com a responsabilidade de seguir exatamente o que foi especificado pelo projetista”. Para Thomaz, a Norma de Desempenho fará com que os projetistas passem por uma total mudança de cultura, passando a estipular resultados esperados, processos de manutenção e vida útil projetada. “Os produtos deverão ser especificados com dados bastante concretos, como as propriedades físicas e mecânicas, o nível de desempenho necessário, etc., deixando-se de especificar apenas pela cor, marca ou tipo. A expressão similar também deverá ser banida de vez dos projetos e das especificações, em todas as disciplinas”, comenta.

Impactos no setor construtivo Conforme explica Lídia, os fornecedores de materiais serão cada vez mais solicitados a fornecer resultados de ensaios de seus materiais para que os projetistas possam fazer especificações que atendam ao desempenho requerido pela normativa. “Os fabricantes que já têm os seus produtos atendendo às normas prescritivas provavelmente não terão dificuldades em se adaptar à nova realidade da construção civil, pois a Norma de Desempenho se remete repetidamente às normas prescritivas dos materiais”, avalia. Para o pesquisador do IPT, os fabricantes de telhas cerâmicas, telhas de concreto e de mantas pré-fabricadas não deverão enfrentar muitos desafios para se adaptar aos novos critérios. “Basta obedecer às respectivas normas prescritivas de produtos, projetos e execução”, comenta. Já para a indústria de produtos que não contam com regras prescritivas, como telhas produzidas com fibras vegetais, pigmentos orgânicos, plásticos reciclados e outros, o engenheiro prevê algumas dificuldades. Um consenso entre os especialistas é que a nova redação proporcionará

foto: ipt/usp

A NBR 15.575 faz com que os problemas, em sua maioria, sejam estruturados e resolvidos na fase do projeto, deixando a obra com a responsabilidade de seguir exatamente o que foi especificado pelo projetista...

O pesquisador do IPT-USP, Ercio Thomaz, destaca conceitos da NBR 15.575.


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Segurança Contra Incêndio em Edificações A indústria da construção civil brasileira caminha em direção a um marco no que tange à segurança contra incêndio. Este artigo é resultado de pesquisas que vêm sendo realizadas na Universidade Federal de Pernambuco, pelos professores José Jeferson da Silva, Tiago Ancelmo de Carvalho Pires e pela professora Dayse Cavalcante de Lemos Duarte. O objetivo principal é apresentar pontos importantes para o desenvolvimento dos projetos de engenharia e arquitetura no que diz respeito às exigências de desempenho relacionadas à resistência ao fogo, demanda recente do mercado imobiliário. A UFPE, sob a coordenação dos autores deste artigo, realiza ensaios ao fogo de materiais e estruturas verticais, possui um laboratório de incêndio onde é possível determinar parâmetros da chama, tais como: velocidade de liberação de calor, calor de combustão, perda de massa, densidade da fumaça e emissão de gases tóxicos.

Palavras-chave Fogo; fumaça; gases; incêndio; resistência; segurança; termodinâmica

José Jéferson do Rêgo Silva, PhD em Engenharia Civil, professor do Dep. de Eng. Civil da Universidade Federal de Pernambuco Tiago Ancelmo de Carvalho Pires, PhD em Engenharia Civil, professor do Dep. de Eng. Civil da Universidade Federal de Pernambuco Dayse Cavalcanti de Lemos Duarte, PhD em Gerenciamento de Riscos, professora do Dep. de Eng. Mecânica da Universidade Federal de Pernambuco

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1. Introdução O crescimento natural da indústria de construção tem demandado novos padrões técnicos para as edificações. Um claro exemplo desta afirmação é a NBR 15575, que impõe exigências de desempenho nunca antes apresentadas ao mercado imobiliário. Por exemplo, a resistência ao fogo começa a ser exigida como parâmetro de desempenho, sendo necessário considerá-la já na fase de projeto. Este artigo resulta de trabalhos de pesquisa que vêm sendo realizados na Universidade Federal de Pernambuco e tem como objetivo apresentar alguns pontos que são importantes para o desenvolvimento dos projetos de engenharia e arquitetura e, portanto, devem integrar os programas de formação destes profissionais responsáveis pelos empreendimentos imobiliários. 2. Contextualização Desde meados do século 19, incêndios estão entre os mais sérios e imprevisíveis eventos que afetam a vida, missão e os objetivos dos empreendimentos econômicos e da sociedade em geral. Ainda hoje, eles continuam a ocorrer, sendo o seu impacto econômico crescente. A indústria da construção civil brasileira pode assumir como marco inicial da segurança contra incêndio as catástrofes ocorridas nos edifícios Andraus e Joelma na década de 1970, que resultaram na perda de diversas vidas humanas, além de diversos traumas aos que estiveram envolvidos diretamente nesses incêndios. Essas tragédias provocaram mudanças na legislação, nas corporações de bombeiros e nos institutos de pesquisa, principalmente no Estado de São Paulo. Apesar de outras tragédias terem ocorrido nas décadas seguintes, em 2013 o incêndio na boate Kiss reacendeu fortemente o debate e a preocupação com a segurança contra incêndios em edificações. A segurança contra incêndios em edificações é uma área multidisciplinar, estendendo seus assuntos e sua responsabilidade a diversos profissionais, tais como: arquitetos, engenheiros civis, mecânicos, elétricos, eletrotécnicos. A solução para o incêndio em edificações passa desde a necessidade do controle da fumaça (maior causa de mortes), a dinâmica do fogo que engloba as ventilações e os materiais projetados na edificação, ao desempenho da estrutura (estabilidade estrutural), rotas de fuga e a ação dos meios de prevenção/proteção passiva e ativa. 3. Justificativa Nenhum tipo de estrutura é imune à ação do fogo. As propriedades mecânicas do material reduzem com o aumento da temperatura; além disso, outras alterações em suas características podem ocorrer. O tempo de falha das estruturas será função de uma série de variáveis que compõe o cenário

do incêndio, entre elas a severidade e duração do mesmo e a peculiaridade de cada material, seja este concreto, aço ou madeira. Por exemplo, o concreto apresenta vantagens como a baixa condutividade térmica, porém há a questão do spalling (lascamento) quando úmido e aquecido rapidamente. Já o aço é incombustível e homogêneo, mas suas seções esbeltas e sua alta condutividade térmica o conduzem a uma baixa resistência ao fogo se não for protegido. Já na madeira, o processo de carbonização por ser um material combustível, por um lado, diminui a seção transversal, mas, por outro, forma-se uma camada isolante que protege a integridade das fibras da região central nas peças mais robustas. A resistência das estruturas em situação de incêndio é de extrema importância para o abandono (fuga) dos ocupantes da edificação e para o combate ao fogo por parte dos bombeiros. Ainda é função da estrutura da edificação garantir a compartimentação do ambiente, evitando ou retardando a propagação do fogo para compartimentos ou edificações adjacentes. Recentemente, entraram em vigor as versões revisadas da NBR 15200:2012 (Projeto de Estruturas de Concreto em Situação de Incêndio) e NBR 14323:2013 (Projeto de Estruturas de Aço e Mistas de Aço e Concreto em Situação de Incêndio). A próxima versão da norma para projetos de estruturas em madeira, NBR 7190, atualmente em revisão, deverá apresentar considerações para situações de incêndio. É necessário, portanto, a análise do desempenho das estruturas e do comportamento dos materiais em situação de incêndio e seu correto dimensionamento para tal. Diversos estudos são ainda necessários para as aplicações dos métodos propostos de forma generalizada, considerando os diversos cenários de incêndios. Tudo isso ratifica a preocupação do meio profissional com o desenvolvimento do conhecimento técnico a respeito da resistência ao fogo das estruturas e dos materiais. 4. Método Modelos experimentais para análise termomecânica constituem ferramentas importantes para o estudo de materiais estruturais expostos a elevadas temperaturas, pois possibilitam estabelecer os efeitos da temperatura nas suas propriedades físico-químicas e no seu comportamento mecânico, expresso em função das tensões e deformações. Uma das dificuldades significativas nesses tipos de análise consiste na validação de modelos experimentais que de fato representem situações de incêndios reais de forma generalizada. Modelos matemáticos e formulações numéricas aproximadas têm sido propostos para a representação do comportamento termomecânico dos materiais submetidos a altas temperaturas. De maneira geral, modelos matemáticos mais

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simplificados não conseguem representar o problema de engenharia de modo mais consistente com a realidade. A tendência atual é desenvolver modelos matemáticos mais complexos, capazes de melhor representar o problema físico, o que exige técnicas numéricas computacionais mais robustas, que possibilitem a melhor simulação do problema do ponto de vista da engenharia. 5. Resultados A UFPE vem envidando esforços para adequar seu Laboratório de Estruturas e Materiais, no Departamento de Engenharia Civil; para a realização de ensaios ao fogo e para a modelagem numérica de estruturas em situação de incêndio. Atualmente, no laboratório, é possível realizar testes de reação ao fogo de materiais além de estruturas verticais (pilares) e de vedação em situação de incêndio. Esta área encontra-se sob a coordenação do professor José Jéferson Rêgo Silva. Cabe destacar ainda o Laboratório de Incêndio existente na mesma instituição, sob coordenação da professora Dayse Duarte, onde é possível determinar parâmetros da chama, tais como: velocidade de liberação de calor, calor de combustão, perda de massa, densidade da fumaça, gases tóxicos. Uma disciplina sobre Gerenciamento de Riscos de Incêndio também é ofertada pela professora. Essa estrutura possibilitou o desenvolvimento de 5 dissertações de mestrado acadêmico na área de estruturas e materiais submetidos a incêndio, além de trabalhos de conclusão de curso que fomentaram a capacitação de profissionais especializados na questão. Atualmente, na pós-graduação do curso de Engenharia Civil, é ofertada uma disciplina para o dimensionamento de estruturas em situação de incêndio,

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ministrada pelos professores José Jéferson Rêgo Silva e Tiago Ancelmo de C. Pires. As linhas de pesquisa nessa área envolvem análise experimental e análise numérica. No Brasil, assistimos a um crescimento no número de profissionais e pesquisadores capacitados nessa área, com grupos de pesquisa consolidados em diversas universidades do País, a exemplo: UFRN, UFPE, Ufes, Ufrj, UERJ, UFMG, USP (Escola Politécnica e Escola de Engenharia de São Carlos), Unicamp, Ufsc e UFRGS. Ainda não existem cursos a nível graduação ou pós-graduação específicos em Engenharia de Incêndio como existem em outros países. No entanto, o crescimento da área, o trabalho conjunto de diversos pesquisadores e o apoio da Associação Luso-Brasileira para a Segurança Contra Incêndio (Albrasci) contribuem para que, em breve, no Brasil, seja implantado um curso específico para capacitar profissionais na área. Nesse sentido, os pesquisadores da UFPE têm trabalhado para divulgar e desenvolver o conhecimento na área da segurança contra incêndio, especialmente na Região Nordeste, sempre mantendo parcerias com outros grupos a nível nacional e internacional. Ainda é objetivo desse grupo fomentar a produção científica e promover eventos para o crescimento da área, atraindo, inclusive, eventos internacionais. 6. Bibliografia A. I. Seito; A. A. Gill; F. D. Pannoni; R. Ono; S. B. Silva; U. Del Carlo; V. P. Silva. (Org.). A segurança contra incêndio no Brasil. Ed. São Paulo: Projeto Editora, 2008. Oliveira, T. A. de C. P. de; Rodrigues, J. P. C.; Rêgo Silva, J.J. Fire resistance of concrete filled circular hollow columns with restrained thermal elongation. Journal of Constructional Steel Research, v. 77, p. 82-94, 2012.


espaço pec

Drenagem urbana: o dia em que o Recife parou Marcos Antonio Barbosa da Silva Junior* e Simone Rosa da Silva*

N

ão é de hoje que o Recife sofre nos períodos chuvosos. Com seu processo de ocupação urbana de forma desordenada, a cidade foi estabelecida num grande delta formado pelos rios Capibaribe, Beberibe, Jiquiá, Tejipió e Jaboatão. Sua localização torna o sistema de drenagem altamente vulnerável às oscilações de maré, podendo provocar sérios problemas de alagamentos em épocas chuvosas combinados com eventos de sizígia. As baixas cotas de seu território em relação ao nível do mar, áreas planas, o lençol freático próximo à superfície, a canalização de riachos urbanos e as ocupações irregulares de suas margens, a alta taxa de impermeabilização do solo e a falta de saneamento são características peculiares que dificultam a drenagem local. Além dessas peculiaridades geográficas e urbanísticas, e tratando-se de uma área costeira, verifica-se que o comportamento do nível do mar em relação aos sistemas de drenagem é fator determinante para o eficiente desempenho durante os eventos extremos de chuva. Nesses locais, durante as preamares, haverá uma diminuição na diferença de altitude entre a área a ser drenada e o local para onde a água irá fluir,

deixando o sistema mais lento, sobretudo nos locais com drenagem feita por gravidade. Em 17 de maio de 2013, o Recife sofreu com um evento extremo de precipitação, que causou vários transtornos à população. Segundo dados da Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC­2 013), o total precipitado na estação Recife­­­­ -Várzea nesse dia foi de 119,8 mm, correspondente a 40% do total do mês de maio. A maior parte do total precipitado neste dia concentrou-se num curto período, tendo ocorrido a precipitaçãode 100mm das 5h às 8h. Nesse dia, ocorreu a maré de 1,8 m às 8h57. Esses dois fatos concomitantes acarretaram sérios problemas para a cidade, como foi amplamente divulgado pela mídia. É importante registrar que o tempo de retorno da precipitação foi calculado em 5 anos, isto é, não representa um evento raro. Os impactos decorrentes desse evento refletiram-se principalmente na mobilidade urbana, com alagamentos em vários pontos estratégicos da cidade, incluindo as principais vias de acesso da Zona Sul aos demais bairros do Recife, como o viaduto Capitão Temudo e a Av. Mascarenhas de Morais. Na área do entorno do viaduto, a situação foi bastante crítica, deixando a

Estação do Metrô Joana Bezerra inoperante por algumas horas. Algumas intervenções (Quadro 1), visando à eficiência da drenagem, foram realizadas pela Prefeitura do Recife através da Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb): o sistema de comportas do canal Derby­-Tacaruna; a drenagem forçada na Avenida Recife; e o microrreservatório, localizado entre as ruas Santo Elias e Conselheiro Portela, no bairro do Espinheiro. Também será implantado um sistema de drenagem forçada no canal Derby-Tacaruna, composto por seis bombas próximo às comportas localizadas na altura do Shopping Tacaruna e do Hospital Português. A solução eficiente para a drenagem urbana passa por um conjunto de fatores, que incluem não só intervenções clássicas na área de contribuição ao ponto de alagamento, como também medidas que integram a drenagem com o planejamento urbano e medidas não estruturais, que incluem a educação ambiental da população e normas para que cada usuário amplie a sua contribuição para a rede de drenagem. Atualmente, está em elaboração o Plano Diretor de Drenagem Urbana do Recife, que apontará soluções integradas para a cidade.

Quadro 1 – Principais intervenções realizadas na drenagem urbana do Recife

Intervenção I Obra Sistema de comportas do canal Derby-Tacaruna

Período De 1998 a 1999

Custo da Obra

R$ 850 mil

Financiamento

Funcionamento / Resultados

PCR e MMA

As portas de ferro têm 3 m de altura e descem ao nível do canal, encontrando-se com uma prancha de madeira de mesma espessura, que desce 6 m de profundidade no canal. Quando a maré atingir 2,2 m, as comportas serão fechadas eletronicamente, evitando que as águas avancem pelo canal.

Sistema composto por 3 bombas com capacidade total de Drenagem forçada De maio a vazão de 3 m³/s, as quais efetuam o recalque das águas (av. Recife com a av. Dom dezembro R$ 1,8 milhão MI e PCR pluviais, auxiliando nano drenagem de uma área Fontes: Prefeitura do Recife (Emlurb), I Diário de Pernambuco (Recife, 01 de Julho de 1999, “Comportas funcionarão final do mês”), Jornal do com mais Helder Câmara) de 2006 de Projeto 50 ha em eventos de chuva e maré alta.para as Commercio (Recife, 02 de setembro de 1998, “PCR começa a dragar o canal Derby-Tacaruna”), Técnico: Microrreservatórios (Soluções

cidades). Siglas: PCR: Prefeitura da Cidade do Recife I MMA: Ministério do Meio Ambiente I MI: Ministério de Integração Nacional. Antes da construção, os alagamentos chegavam a cerca

Microrreservatório no bairro

De abril a

*Simone Rosa da Silva é Prof. Adjunta da Escola da UPE, julho de Politécnica R$ 336.446,54 do Espinheiro Doutora em Engenharia Civil pela UFPE2007

de 50 cm nos eventos chuvosos mais intensos. Após a

*Marcos Antonio Barbosa da Silva Junior é Mestrando em Engenharia PCR construção, alguns porém com Civil da Escola Politécnica daocorreram UPE, Engenheiro Civil alagamentos, pela UPE

níveis bem inferiores.

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arquitetura/interiores

A fachada do Paço do Frevo foi restaurada integralmente como a original.

Onde o frevo tem lugar O edifício que hoje abriga o Paço do Frevo passou por uma grande restauração até se tornar a casa de um dos maiores patrimônios da cultura do País. por Patrícia Felix fotos: Gil Vicente e Lucas Oliveira

I

magine receber a missão de transformar um edifício histórico, que estava há 36 anos sem uso, em uma casa para uma das expressões culturais mais importantes para o Brasil? Os arquitetos Felipe Campelo e Ronaldo L’amour, do escritório Grau – Grupo de Arquitetura e Urbanismo, foram os responsáveis pelo projeto do Paço do Frevo, um prédio localizado no bairro do Recife Antigo, centro da capital de Pernambuco, que foi pensado para dialogar constantemente com a cidade.

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Desde que foi inaugurado, no dia 9 de fevereiro deste ano – Dia do Frevo –, a edificação vem chamando atenção pela sua singularidade e preservação. São 1.733m², divididos em quatro pavimentos que abrigam exposições permanentes e temporárias, escolas de dança e música, além de um centro de documentação, um estúdio de gravação e uma rádio online. O imóvel de estilo neoclássico, tombado pelo Iphan desde 1998, abrigava

até o ano de 1973 a Great Western Telegraph Company, empresa pioneira na implantação do telégrafo no País. O antigo prédio, que hoje faz parte do complexo turístico das cidades de Recife e Olinda, foi o primeiro ponto de ligação teleférica entre a América do Sul e a Europa. Projetado por arquitetos ingleses, foi construído com alguns materiais trazidos da Inglaterra, como os ladrilhos hidráulicos e as vigas de ferro para


Os estandartes de 54 agremiações do frevo foram emoldurados para compor o piso.

arquitetura

Cortinas com dezenas de traça-traças compõem o 4º pavimento do edifício.

estruturação das lajes. O restauro das fachadas, a adaptação do prédio e a implantação da museografia levaram quatro anos. Para Campelo, a maior dificuldade ligada a restauração foi chegar ao desenho original do edifício. “Por se encontrar com praticamente todas as esquadrias originais retiradas, tivemos dificuldade para chegar ao seu desenho original. Só conseguimos através do somatório dos resquícios existentes, já que em cada pavimento sobraram partes significativas originais”, explica.

Preservação O Paço do frevo foi restaurado a partir de uma técnica inovadora que utiliza fibras de carbono em sua composição. Esse método permitiu que as lajes fossem recuperadas com mais

rapidez e resistência. “A técnica de recuperação de lajes através de fibra de carbono possui algumas vantagens em relação à restauração convencional. A rapidez dos trabalhos, através da aplicação de fitas de carbono na parte inferior da laje, aumenta a sua resistência, a ausência de entulhos na obra, e a economia na contratação de mão-de-obra são alguns dos benefícios”, esclarece Campelo. “A desvantagem é o seu custo um pouco mais elevado em relação a outros métodos, mas o valor tende a baixar com o passar do tempo”, acrescenta. Campelo destaca que sua participação no projeto do Paço foi gratificante devido à grande importância, tanto histórica, quanto arquitetônica, da edificação. A fachada foi restaurada integralmente como a original. As paredes brancas e as esquadrias verdes foram deduções das prospecções

arquitetônicas executadas por firmas especializadas. Também através de prospecções, os arquitetos deduziram quais eram as paredes originais e quais tinham sido construídas depois para serem posteriormente demolidas. A pintura sílico-mineral, em substituição ao cal – original das paredes externas –, se deve a sua maior durabilidade e características físico-químicas semelhantes, além de possibilitar a transpiração do reboco e a lavagem sem danos. “Por ter um custo muito superior à tinta PVA e até mesmo acrílica, é um produto comumente usado na restauração de prédios históricos sem fundação em concreto, pois sua porosidade permite que as paredes respirem evitando as manchas de umidade ascendente (vindas do solo) que surgem quando usamos tintas à base de PVA”, enfatiza Campelo.

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arquitetura/interiores

De acordo com ele, o principal elemento preservado no interior da edificação foi o piso em ladrilho hidráulico original que foi todo restaurado através de uma empresa especializada. As paredes novas só foram necessárias para o isolamento acústico das salas de ensaio individual e para a copa do térreo. No restante do prédio foram preservadas apenas as paredes originais.

Interiores Relógios marcam o tempo musical da Linha do Tempo.

Além dos relógios, livros marcam o tempo e contam a história do frevo.

O último por três ambientes que representam o MARÇO 2014 42 pavimento é composto frevo através da dança, da música e da vivência propriamente dita.

Com a curadoria de Bia Lessa, a museografia do local foi pensada para que o Frevo, reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, pudesse ser transformado em aspecto físico palpável. A união do imaterial com o material se deu a partir da criatividade da curadoria agregada a um grande projeto de restauração. “Como colocar dentro de um edifício o frevo que vive e se cria nas ruas? Como depositar tanto conteúdo em tão pouco espaço? Como dialogar com a ideia de permanência e construção, futuro e passado vivendo juntos?”, foram os questionamentos que deram início ao trabalho. Essas perguntas foram respondidas com eficiência ao longo do projeto. No hall de entrada, o público é recebido por vídeos exibidos nas paredes que contam histórias sobre o frevo e sua tradição, através de ilustres representantes do gênero. No teto, uma cortina de bonecos foi produzida a partir de um tipo de PVC recortado. Lessa explica que “os bonequinhos representam a multidão anônima, que de longe parece massa, mas de perto é composta por indivíduos, cada qual com suas infinitas particularidades. Assim é a criação do frevo: pessoas ilustres e anônimas que criam a partir da observação do outro. Uma criação coletiva e individual ao mesmo tempo.” No mesmo andar, o espaço destinado a Linha do Tempo é pintado com tinta verde fosca – imitando uma grande lousa –, e permite que os visitantes incluam informações utilizando giz. Relógios dialogam com metrônomos que


marcam o tempo musical. Um centro de documentação e um pequeno café foram alocados no mesmo pavimento. A escola de música, o estúdio de gravação, a rádio online e o espaço para exposições temporárias ficam no primeiro andar. No segundo pavimento, estão a escola de dança, as oficinas de cenário e figurino, além de uma sala para mostras de curta duração. Toda a iluminação do edifício foi pensada para estabelecer uma ligação direta com as luzes populares que iluminam festas de rua em todo o Brasil, contrapondo com a sofisticação das luzes de led. ‘Unindo o popular ao erudito”, enfatiza Lessa. Na Linha do Tempo todas as luzes se dirigem para o centro, desaguando em um grande livro que contém eventos sociais, políticos e culturais relacionados ao frevo. O quarto pavimento é dividido em três ambientes. Nos dois primeiros há duas salas individuais para a projeção de vídeos produzidos especialmente para o Paço, uma dedicada à dança e outra à música. Os estandartes de 54 agremiações do frevo foram emoldurados em vitrines de vidro para compor parte do piso, e cortinas com dezenas de traça-traças – elemento típico do estado – integram o último e encantador ambiente. Neste andar foi seguido o mesmo raciocínio de iluminação da linha do tempo: lâmpadas comuns criando uma “catedral popular” e lâmpadas frias para iluminar os back lights. “A luz se faz presente não apenas para iluminar, mas também como peça museológica. Ela é um elemento em exposição que contribui para o discurso expositivo da sala”, diz Lessa. A curadora destaca que no caso do Paço do Frevo, “não se trata de tornar um ambiente bonito ou feio, agradável ou desagradável, trata-se de tentar transpor o conteúdo para a forma. Foi exatamente o que tentou-se fazer: traduzir a potência do frevo, a riqueza popular e erudita, e a ideia de movimento contínuo de uma arte que se transforma constantemente e que é produzida pelo povo em salas expositivas.”

O espaço para exposições temporárias fica no 2º pavimento.

A parede verde fosca permite que os visitantes incluam informações.

Toda a iluminação do edifício remete as luzes populares rua. MARÇOque 2014iluminam festas de43


arquitetura/interiores

O piso em ladrilho hidráulico original foi o principal elemento preservado do interior do prédio.

Fundado pelos arquitetos Felipe Campelo e Ronaldo L’amour, o Grupo de Arquitetura e Urbanismo (Grau) tem sua sede no Recife, em Pernambuco. O escritório detém em seu acervo projetos executados em diversas áreas, com ênfase em intervenções e restaurações do patrimônio cultural edificado. Em seu currículo constam projetos no Recife e Região Metropolitana (RMR), e em São Luiz (MA). Alguns projetos: Avenida Dantas Barreto (PE), Mercado das Flores (PE), Shopping Popular de Santa Rita (PE), Igreja da Madre de Deus (PE), Cine-Teatro Guarany (PE), Caixa d’água de Olinda (PE), Sítio Histórico do Matadouro de Peixinhos (PE), Sítio Histórico do Alto da Sé (PE), Palácio do Campo das Princesas (PE), Solar São Luiz (MA).


Um Nordeste de vários traços, contornos, várias cores e de todos os carnavais

foto: João Rogério Filho


O nó da fiação Quase tão presente na paisagem urbana brasileira quanto o asfalto cinza, a poluição visual do emaranhado de fios e cabos pendurados entre os postes está na berlinda de prefeituras e câmaras municipais do País. A solução para limpar os horizontes seria a fiação subterrânea, mais segura e eficiente do que a aérea. O custo para embutir uma cidade, porém, ainda emperra avanço do modelo no Brasil. por Tory Oliveira foto: sinngern / istockphoto.com



Apenas 7% da cidade de São Paulo tem a fiação embutida. Um exemplo, é a avenida Paulista.

foto: cifotart / istockphoto.com

Mais eficiente, porém, caro e de difícil execução, o embutimento de fios provoca discussões entre empresas e Poder Público nas cidades brasileiras

O

emaranhado de fios presente na paisagem da cidade de São Paulo provocou má impressão e comentários da francesa Catherine Deneuve durante a passagem da atriz pela capital paulista, em 2011. “Pelo que vi, não há muitas árvores, não há verde... E também não há muita cor nos imóveis, é tudo um pouco cinza. Tem também muitos fios de eletricidade”, disse à época ao jornal Folha de São Paulo a estrela de A Bela da Tarde. O comentário pode parecer estranho para os brasileiros, já acostumados à fiação aérea pairando sobre as ruas das cidades entre os postes de eletricidade, mas faz sentido vindo de uma moradora da França: em Paris, boa parte da rede de fios corre embaixo da terra. O mesmo acontece em outras metrópoles globais, como Londres ou Nova York, ou até em cidades brasileiras como Brasília. Com 38 mil quilômetros de fiação, São Paulo convive diariamente com

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o emaranhado de cabos de internet, eletricidade, telefonia e televisão. Em São Paulo, apesar de algumas regiões nobres como a Avenida Paulista e a rua Oscar Freire não apresentarem mais fios expostos em sua paisagem, a fiação enterrada corresponde a apenas 7% do total da cidade. O caso não é isolado: em todo o Brasil, menos de 2% das redes de baixa e média tensão das zonas urbanas é subterrânea, de acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de 2010. Nos últimos anos, porém, cresceu a mobilização de arquitetos, urbanistas e também do Poder Público em prol do fim da fiação exposta. Na Região Nordeste, a fiação embutida já é realidade em Olinda (Pernambuco) e também está sendo discutida pelos poderes legislativo e executivo no Recife desde o ano passado. Mais vulnerável a acidentes capazes de interromper o fornecimento

de energia elétrica e de outros serviços de telecomunicação, a rede aérea é considerada menos eficiente do que a subterrânea. A fiação exposta é mais suscetível a fenômenos naturais, como chuvas, raios e ventanias, capazes de comprometer a transmissão de dados pelos fios e causar a interrupção da energia elétrica ou do sinal de telecomunicação. Além disso, a fiação aérea corre mais riscos de ser envolvida em acidentes, como a batida de um carro em um poste, por exemplo, e também é mais perigosa para o pedestre que transita na via. No entanto, os valores elevados alegados pelas concessionárias de energia elétrica para a implantação da fiação embutida e a falta de planejamento dos centros urbanos são obstáculos para a substituição do modelo no País. Em São Paulo, segundo cálculos da AES Eletropaulo, responsável pelo setor, seriam necessários 50 bilhões de reais para embutir toda a


fiação do centro expandido da capital, em até 15 anos. Em geral, o custo alegado para construir uma linha de fiação subterrânea é de três a quinze vezes maior do que o equivalente na fiação aérea, segundo dados da Aneel. Dados da AES Eletropaulo, o desembolso médio de uma rede subterrânea varia de 12 a 18 vezes o custo da rede aérea tradicional. Para Valter Caldana, diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie, não existe nenhuma desvantagem de fato na adoção da fiação enterrada. “A fiação subterrânea é absolutamente necessária para qualificar o espaço público urbano”, defende. O diretor acredita que os fios elétricos e de telecomunicações enterrados são mais seguros, estáveis, apresentam menos problemas de manutenção e não impactam a paisagem urbana. Além disso, a fiação subterrânea têm um efeito colateral positivo: a viabilização da arborização da cidade.

“Hoje, a fiação é a maior inimiga da arborização, imprescindível para a qualidade ambiental. Ou seja, para a temperatura média e drenagem do solo da cidade.” Segundo o especialista, atualmente muitas metrópoles apresentam ilhas de calor e são mais suscetíveis à enchentes e alagamentos devido à pouca vegetação presente nas ruas e calçadas. Um dos entraves para uma cidade mais verde é a presença de postes e fios, que dificultam ou mesmo impedem a colocação de novas árvores nos centros urbanos. “Ela não gera danos ambientais e

Hoje, a fiação é a maior inimiga da arborização, imprescindível para a qualidade ambiental. Ou seja, para a temperatura média e drenagem do solo da cidade...

ainda possibilita a diminuição de dois outros problemas urbanos: o calor e as enchentes”. Caldana também contesta o argumento de que seriam necessários grandes gastos para trocar a fiação aérea pela enterrada. Ele diz que, ao menos no caso de São Paulo, o orçamento divulgado pela AES Eletropaulo sobre os custos do embutimento da cidade não foi aprofundado. “O estudo dizia que custaria dois milhões de dólares por quilômetro, ao passo que em Nova York isso é feito por menos da metade do montante”, analisa. São coisas que precisam ser discutidas”, reclama. Estudo encomendado pela AES Eletropaulo estima que o custo para o enterramento de toda a fiação exposta da cidade seria de cerca de 50 bilhões de reais. Considerando apenas o centro expandido da capital, este custo ficaria entre R$ 13 e R$ 15 bilhões. O custo médio para enterrar 1 quilômetro quadrado de fiação, a partir do mesmo estudo, é calculado hoje em

FOTO: Passarinho

Patrimônio Histórico Nacional, Olinda (PE) tem parte da sua fiação aterrada desde 2011. Custo da obra: R$ 3 milhões.

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R$ 5,8 milhões. A principal dificuldade é simplesmente saber quem vai pagar essa conta. Em São Paulo, a proposta da Eletropaulo é repassar ao consumidor 20% do valor do investimento, por meio de um aumento de 5 a 10% na tarifa ao longo da execução das obras — que pode levar até 15 anos para ser concluída. O restante seria bancado por parcerias publico-privadas e por isenção fiscal. Mas pesquisa realizada pela companhia de distribuição elétrica revela que 66% dos paulistanos não estão dispostos a arcar com os custos das obras em sua conta de luz e preferem não ter o serviço. No entanto, o benefício do aspecto visual da cidade é apontado por 92% dos entrevistados como um efeito positivo das redes subterrâneas. A pressa e a expansão urbana desordenada são fatores que reiteram a prevalência da rede aérea no Brasil. Como as cidades brasileiras cresceram muito rapidamente e havia a necessidade de se levar energia elétrica para as casas, a pressa justificou a construção de fiações aéreas. Nas últimas duas décadas, houve um grande aumento da oferta de serviços. O resultado é que onde antes passavam dois ou três cabos, agora

passam dezenas e até mesmo centenas deles. “Isso transformou o aspecto urbano, afetando desde questões de saúde até a manutenção do próprio serviço fornecido”, conta Caldana. Segundo o arquiteto e especialista em planejamento urbano, Valter Caldana, boa parte dos apagões pelo Brasil afora acontecem pelo excesso de chuva ou por acidentes envolvendo a fiação aparente. Ela também seria mais sujeita a vandalismos e roubos. “A única vantagem dela é a velocidade com que é implantada”. No ano passado, a Câmara de Vereadores de Recife aprovou o Projeto de Lei 99/2013, apresentado pelo vereador Augusto Carreras, que determina o embutimento de toda a fiação exposta da cidade. O projeto,

Como as cidades brasileiras cresceram muito rapidamente e havia a necessidade de se levar energia elétrica para as casas, a pressa justificou a construção de fiações aéreas.

O custo médio de uma rede subterrânea varia de 12 a 18 vezes o desembolso de uma rede aérea.

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que inicialmente previa um prazo de 2 anos para o aterro dos fios e cabos, foi parcialmente sancionado pelo prefeito Geraldo Julio (PSB). “Provavelmente, precisaremos de um tempo maior do que 2 anos”, prevê o vereador Eurico Freire (PV-PE), membro da Comissão dos Impactos das Obras das Concessionárias de Serviços Públicos no Recife. Criada no final de 2013, a comissão será responsável por discutir os impactos das obras realizadas pelas concessionárias de serviços públicos na capital pernambucana, como eletricidade, telefonia e gás. Segundo o vereador, a comissão já se reuniu com as empresas responsáveis e a prefeitura para discutir o tema da fiação exposta. “Como nossa cidade não é planejada, um dos ganhos do comitê será planejar as próximas vias criadas pela prefeitura já no padrão que permita o embutimento”. “Na minha visão pessoal, é impraticável, porque a rede subterrânea tem um custo. Quem vai arcar com ele?”, questiona o engenheiro Francismar Tomaz Leite. Ele reforça que, “sem dúvidas”, os sistemas subterrâneos são superiores aos aéreos. “A principal desvantagem é o preço e

FOTO: passarinho


Francismar explica que existem vários tipos de modelos para a instalação da fiação no subsolo. O primeiro deles, mais comum nas cidades europeias, é o sistema aterrado sem transformação, em que o transformador (principal equipamento do sistema subterrâneo) fica instalado em um cubículo exposto ao solo. No entanto, o modelo não é interessante para megalópoles, uma vez que o cubículo de transformação toma muito do espaço, já escasso das metrópoles. Nos Estados Unidos, por exemplo, o mesmo cubículo fica no subsolo. Outro entrave para a execução da

Não adianta exigir ou esperar que o enterramento de fios aconteça todo de uma vez. Isso custa muitos bilhões. O mais importante é ter um plano de longo prazo e, aos poucos, perseguir os objetivos desse plano.

proposta é conhecer quais são as empresas responsáveis por utilizar a fiação exposta em cada cidade. Como nem todas as empresas estão cadastradas ou em situação regular com as prefeituras, a tarefa pode ser árdua. Para o arquiteto e professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, Renato Cymbalista, o custo da implantação da rede subterrânea não pode ser um impedimento. “Em muitas capitais, a fornecedora elétrica cobra um aluguel das demais empresas pelo direito de usar os postes. Se a fiação é subterrânea, essas empresas deixam de pagar esse aluguel e, portanto, podem colaborar financeiramente para o enterramento dos fios”, sugere. Na análise de Cymbalista, enquanto o poder público e as companhias de eletricidade insistirem no “jogo de empurra” sobre quem arcará com os custos, a discussão não avançará. Estratégias e planos de longo prazo também são fundamentais para que a ideia saia do papel. “Não adianta exigir ou esperar que o enterramento de fios aconteça todo de uma vez. Isso custa muitos bilhões.

FOTO: mackenzie

a identificação da falha, que é mais complexa”, conta Leite, que também ressalta a dificuldade de implementação da rede aterrada em uma cidade já pronta. Apesar de falhar substancialmente menos do que a rede aérea (taxa de 0,04 falhas por quilômetro, ante 1,52 falha por quilômetro), a fiação subterrânea demora mais tempo para ser reparada em caso de problemas. Enquanto na rede tradicional o processo de reestabelecimento de energia leva de 35 minutos a 1h45 minutos, na subterrânea o tempo de reparo salta para no mínimo 9 horas. Para que os fios e cabos pendurados nos postes possam ser transferidos para o subsolo da cidade, é necessária a abertura de valas e a instalação de caixas e concreto, onde ficarão os conduítes e outros tipos de cabeamento. As exigências variam de acordo com cada tipo de terreno, o que também determina o preço final da obra. A maior parte do custo (cerca de 75%) seria ocasionado pela mão de obra empregada no projeto, construção de dutos e pavimentação e pelos demais serviços. Gastos com equipamentos, acessórios e outros materiais correspondem ao resto do orçamento.

FOTO: edmar melo

Vereador do Recife Eurico Freire (PV/PE) defende o projeto de Lei.

Valter Caldana, arquiteto e especialista em planejamento urbano.

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Rede de distribuição aérea

Rede subterrânea

Principais causas de falhas

Contato de árvores com a rede Falha de materiais Pipas Colisão com postes Causas não determinadas

Falha em emendas Falha provocada por clientes Cabo atingido por terceiros Falha em transformador Falha em cabos

Tempo estimado de reparo

De 00h35 min a 01h45 min

De 09h00 a 14h45 min

Taxas de falhas

1,52 falhas / km

0,04 falhas / km

Fonte: AES Eletropaulo

Nova York embutida No começo do século 19, Nova York era uma cidade tomada pelo caos do cabeamento aéreo. O enterramento da rede de distribuição, motivada principalmente por fatores estéticos, foi iniciado nas décadas de 1920 e 1930. Houve planejamento, na década de 1960, de embutir toda a rede, mas o custo estimado na época inviabilizou o enterramento imediato. A cidade então optou por priorizar as obras nas áreas mais densamente ocupadas, como a ilha de Manhattan. Assim, locais como o Brooklin, o Bronx e o Queens não tiveram suas redes enterradas. O projeto, porém, avançou. Em 2011, a cidade já havia embutido 72% de toda a fiação.

Para cada caso, é necessário um estudo aprofundado sobre o tipo de terreno, a topografia e a rede de esgotamento sanitário... O mais importante é ter um plano de longo prazo e, aos poucos, perseguir os objetivos desse plano”, defende. No entanto, nem mesmo a criação de uma lei determinando o embutimento dos fios e cabos é garantia de mudança na paisagem urbana. Um exemplo de morosidade pode ser encontrado justamente em São Paulo, onde vigora há 8 anos a lei municipal 14.023, responsável por obrigar as concessionárias, empresas estatais e operadoras de serviços a enterrar o cabeamento do município. De acordo com a lei de 2006, as empresas precisariam embutir cerca de 250 quilômetros de fios e cabos todos os

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anos. De lá para cá, a fiação subterrânea avançou em apenas alguns pontos da cidade, geralmente custeados com a ajuda da iniciativa privada e dos comerciantes locais. Dos 38 mil quilômetros de fiação, apenas 13 foram aterrados desde 2006. Heitor Scalambrini Costa, professor associado da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), explica que há muita especulação sobre os custos do embutimento da rede aérea. “Para cada caso, é necessário um estudo aprofundado sobre o tipo de terreno, a topografia e a rede de água e esgotamento sanitário…”, justifica. No caso do Recife, a maior parte da verba, na visão dele, deveria ser custeada pela Companhia Elétrica de Pernambuco (Celpe). “Ela ganha com o uso do espaço público para explorar uma atividade comercial lucrativa e não pode fugir a essa responsabilidade”, critica. Ao Poder Público, caberia a elaboração de estudos para a viabilização da

obra, o fornecimento de plantas existentes do subsolo e a logística para a realização dos trabalhos. De acordo com o vereador Eurico Freire, o projeto de lei que determina o aterramento da fiação no Recife não tratou ainda dos custos e de como a obra deverá ser executada. “O custo é uma questão que preocupa, mas o projeto é feliz na medida em que traz para a pauta do dia a discussão”, defende. Enquanto as negociações no Recife não avançam, a cidade vizinha de Olinda já enterrou parte de sua fiação. Iniciada em 2009 e concluída em 2011, a obra foi executada pela empresa Real Energy, com recursos do Ministério do Turismo e da prefeitura da cidade pernambucana. Cerca de 150 pessoas participaram das obras na região do Alto da Sé, cujo custo foi estimado em 3 milhões de reais. Segundo o presidente da Real Energy, Alberto Cardoso, um dos maiores desafios do projeto foi manejar os achados arqueológicos encontrados durante


as escavações e também a realização de alguns restauros históricos. Para Cardoso, o principal entrave para a expansão da rede subterrânea ainda é a falta de interesse do Poder Público e das concessionárias em investirem na modalidade. “À medida que outras cidades fizerem mais projetos, a tendência é que o custo da produção diminua”, aposta. “Olinda tem um projeto que está há mais de 3 anos em funcionamento, sem qualquer problema, e agora realmente o Alto da Sé, ponto turístico da cidade, tem outro visual”, conta.

Em todo o Brasil, menos de 2% das redes de baixa e média tensão das zonas urbanas é subterrânea, de acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)...

Benefícios das redes subterrâneas Estéticos - Valorização dos imóveis e de áreas históricas - Aumento da arborização - Incremento do turismo e do comércio local - Queda no número de acidentes de veículos com postes e estruturas Segurança - Redução de acidentes envolvendo a população em contato com a rede elétrica. - Queda no número de acidentes de veículos com postes e estruturas.

Qualidade no fornecimento - Diminuição das interrupções de energia elétrica - Redução no impacto de chuvas e ventanias no fornecimento de eletricidade. Ambientais - Aumento da arborização e redução do impacto ambiental com podas de árvores

Embutimento de fios é inconstitucional Embora a criação da lei municipal tenha motivação social, a Prefeitura terá dificuldade para aplicá-la. A Constituição Federal, no art. 22, IV, diz que a competência para legislar sobre serviços públicos essenciais é privativa da União. E que outros entes federativos só podem emitir normas relacionadas depois de uma lei complementar federal que os autorize. E mesmo o art. 30, I dizendo, que os municípios podem legislar sobre matérias de interesse local, não é possível confundir esta situação com a modificação de regras de uma concessão federal.

*Evilasio Tenorio da Silva Neto. Especialista em Direito Público

Sem a lei complementar, conclui-se que o Recife invade a competência da União. Ao obrigar o embutimento e ainda transferir o custo desta obra milionária para as empresas, o Recife modifica diretamente a forma de prestação de serviços públicos essenciais, que devem se submeter unicamente à União. Ademais, o investimento para esta obra impacta diretamente no custo operacional das empresas, que repassariam o ônus ao consumidor pernambucano. E, numa tacada só, todos custeariam a modificação planejada. A polêmica sobre o embutimento das fiações tem ocorrido muito em função das recentes mortes por fios soltos e de como o excesso de cabeamento tira a beleza de nossas ruas. São pontos justos, mas, por si só, não são capazes de superar as regras da Constituição Federal. Ou o Recife revê esta determinação ou grandes são as chances de que se crie mais uma “lei que não pega”, levando a cidade a uma batalha jurídica que ocasionará uma derrota significativa, e atrasará ainda mais a melhoria da qualidade de vida. O município está buscando resolver o problema do embutimento da forma mais prática e conveniente possível, tomando um caminho indevido.

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Tecnologia

O Viaduto Ferroban (SP) teve a sua estrutura ampliada. O diferencial foi a impermeabilização de 937 m2 do tabuleiro de concreto.

FOTO: Viapol

Vida útil prolongada Projetos detalhados com sistemas de impermeabilização e de manutenção garantem longevidade a pontes e viadutos de concreto armado por Isabela Morais

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enominados tecnicamente como obras de arte especiais, pontes e viadutos são importantes não apenas pela interligação viária, mas também por, em muitos casos, se tornarem pontos turísticos e marcos de cidades. Mas devido à expansão e retração térmica, ao trânsito de cargas móveis, à trepidação e, sobretudo, à exposição a severos ciclos de umidade e secagem, essas estruturas de concreto armado são mais suscetíveis à deterioração. Conforme destaca o engenheiro Tibério Andrade, sócio–fundador da Tecomat Tecnologia da Construção, os principais danos a essas estruturas são causados pela água. Apesar de ser essencial para o endurecimento do concreto de cimento Portland, após esse processo, a água se torna o principal agente de deterioração. A empresa foi fundada em 1992, com o objetivo de prestar serviços de controle tecnológico

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de concretos e argamassas e assessorar as empreiteiras nas grandes obras da Região Nordeste. A partir de 2007, com o boom da construção civil, a Tecomat cresceu e incorporou novas áreas de atuação. Hoje, além das atividades de controle, tecnologia e consultoria em concreto e argamassa, a empresa atua no controle de solos, execução de projetos de alvenarias e fachadas, inspeções, laudos e provas de carga em estruturas de edifícios. Corrosão das armaduras, reações álcalis-agregado e ataques de sulfato são os principais processos destrutivos de pontes e viadutos por ordem de incidência, segundo Andrade. “Em pontes, a água está sempre presente, molhando e umedecendo o concreto parcial ou permanentemente. Já os viadutos, de um modo geral, possuem ambiente menos agressivo, em função de não existir água livre saturando os elementos de

concreto. Sem a presença de água nessas estruturas, pode-se afirmar que o material teria vida quase eterna”, conta. A situação é ainda mais delicada para as obras de arte especiais em contato com água salgada. Devido às marés, os ciclos de molhagem e secagem em partes da estrutura são intensificados, e a condição se torna crítica para o desenvolvimento de corrosão em armaduras. Os elementos estruturais mais desprotegidos, nesses casos, são os pilares, os blocos de coroamento e as estacas. “A água salgada contém íons cloretos, que, em concentrações elevadas, promovem a despassivação das armaduras do concreto e favorecem a propagação da corrosão eletroquímica”, explica. O ambiente salino e a localização geográfica do Recife, por exemplo, favorecem a ocorrência prematura de problemas, especialmente quando não há manutenção regular preventiva.


Devido à grande variação na intensidade de atuação desses agentes, não é possível estabelecer um tempo médio para que pontes e viadutos comecem a apresentar os primeiros sintomas de deterioração. A garantia de maior vida útil e desempenhos estrutural e funcional satisfatórios só pode ser obtida por meio de um bom planejamento e de manutenções periódicas. Para Andrade, o projeto de uma obra de arte especial deve especificar o concreto, o cobrimento e até as proteções superficiais com procedimentos de manutenção preventivas ao longo dos anos da vida útil estabelecida. Desse modo, é possível evitar a deterioração prematura. “Se o conceito de vida útil não é incorporado na fase de projeto, é preciso intervir com a atividade de recuperação estrutural”, alerta. “Essas intervenções encarecem assustadoramente o custo final do empreendimento em relação às ações que poderiam ser tomadas na fase de projeto”, garante.

Detalhes que protejam a estrutura do contato com a água ou que favoreçam a secagem dos elementos e especificações de concretos com baixa relação água/cimento, com emprego de cimento Portland e adições minerais que reduzam a permeabilidade desse material aos íons cloretos, podem postergar a vida útil da estrutura. De acordo com o sócio da Tecomat, especificações em projeto do cobrimento compatível com a agressividade do meio são de fundamental importância para que os íons cloretos levem mais tempo para despassivar as armaduras e dar início à propagação da corrosão. Já o uso de agregados não reativos mitigam o desenvolvimento de reação álcali-agregado e a tendência à fissuração do concreto ao longo do tempo, a qual levará inevitavelmente ao aumento da sua permeabilidade e a penetração de agentes agressivos. Apesar das vantagens de um projeto detalhado, a prática ainda não foi

totalmente incorporada à cultura construtiva do Brasil e, por isso, a demanda por recuperações estruturais de pontes e viadutos é grande. Conforme explica o engenheiro, a atividade de recuperação poderia ser minimizada ou mesmo suprimida caso a mesma fosse dimensionada corretamente no que diz respeito à durabilidade ao longo da vida útil. “Nesses casos, as atividades

Se o conceito de vida útil não é incorporado na fase do projeto, é preciso intervir com a atividade de recuperação estrutural. Essas intervenções encarecem assustadoramente o custo final do empreendimento...

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Tecnologia

O mau funcionamento de um selante pode comprometer severamente a estrutura de uma grande obra, trazendo prejuízos e riscos à sua operação. despendidas seriam apenas de monitoramento e de manutenções preventivas, definidas no manual de uso e operação da estrutura.”

Impermeabilização No Brasil, um dos países com maior índice pluviométrico do mundo, as soluções para evitar a percolação da água em obras de arte especiais não costumam envolver a impermeabilização na concepção do projeto. Em 1975, com as primeiras notas emitidas pelo CB–22 (Comitê Brasileiro de Impermeabilização), entendeu-se que o simples uso de concreto impermeável seria uma solução adequada. Porém, com o passar dos anos, a ideia se mostrou um grande erro técnico. Um dos momentos

decisivos para a revisão desse conceito aconteceu em 1988. Na época, a Prefeitura de São Paulo vistoriou 145 pontes e viadutos para análise da situação de patologia. Os resultados revelaram uma grande quantidade de infiltrações e vazamentos graças à inexistência de sistemas de impermeabilização. De acordo com o engenheiro Flávio de Camargo, gerente técnico e de Marketing da Denver Impermeabilizantes, a falta de cultura de preservação e impermeabilização de obras em geral ocorre por falta de conhecimento e formação dos engenheiros. “Nos Estados Unidos e na Europa, esse item já faz parte dos projetos. É claro, o fato de serem locais com gelo e degelo faz com que o avanço da corrosão se torne mais rápido caso não haja a impermeabilização. Porém, temos que levar em consideração que nosso clima é extremamente úmido. Em qualquer inspeção, podemos verificar que nossas estruturas de concreto têm muitas fissuras que permitem a passagem de umidade”, avalia. Para Camargo, a única forma de proteger as armaduras internas e evitar corrosão e deterioração do concreto é impermeabilizando as áreas

FOTO: TECOMAT

Ensaios devem ser realizados para avaliação de estruturas de concreto.

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horizontais, como os tabuleiros, e protegendo com sistemas de pinturas especiais as superfícies verticais. “Devido ao acesso e ao custo, essas estruturas não recebem manutenção em curtos períodos, por isso uma pequena infiltração irá fatalmente levar muito tempo para ser tratada. Quando isso ocorre, na maioria das vezes, já há um alto comprometimento das armaduras por processo de corrosão, manchas e desagregações do concreto de cobrimento”, revela. Há 30 anos, a Denver atua como uma das maiores fabricantes nacionais de impermeabilizantes e especialidades químicas para a construção civil. Segundo Camargo, a empresa oferece suporte técnico a projetistas e especificadores de recuperação estrutural, auxiliando-os na escolha de sistemas e produtos para impermeabilização e tratamento da estrutura. Dntre as tecnologias desenvolvidas pela Denver, o engenheiro destaca as linhas Denvermanta Elastic (para áreas horizontais), Denver Poliasfato (para asfalto aquecido) e o sistema de poliuretano Denverpren Pu Arq. Outra técnica recomendada é a aplicação de selantes. Jorge Gabrielli, sócio–gerente da Jeene Juntas e Impermeabilizações, garante que, apesar de um detalhe, os selantes têm papel importante em obras simples ou de grande complexidade. “O mau funcionamento de um selante pode comprometer severamente a estrutura de uma grande obra, trazendo prejuízos e riscos à sua operação. A impermeabilização das juntas de dilatação evita a penetração de materiais indesejáveis que influem na livre movimentação e permitem a passagem de água que pode penetrar no concreto da infraestrutura e dos pilares. A reação pode provocar a oxidação das ferragens que, ao aumentarem de volume, rompem a capa protetora de concreto. Gabrielli comenta: “Mesmo especificados nos projetos, selantes para pontes, viadutos e passarelas muitas vezes são esquecidos pelos e não instalados, apesar de sua importância e


Aplicação de sucesso Na região de Campinas (SP), sobre a Rodovia Anhanguera, o Viaduto Ferroban atende ao tráfego ferroviário da região por décadas. Em 2009, a estrutura foi ampliada para a construção de pistas marginais dos quilômetros 92 a 98 da via. Um dos diferenciais da nova estrutura foi a impermeabilização de 937 m² do tabuleiro de concreto, com aplicação de 1.122 m² de manta asfáltica Torodin de 5 mm. “O desafio superado foi quebrar o paradigma e entender que uma estrutura de concreto é eterna, desde que receba manutenção ‘ad eternum’. Houve, também, o desafio do prazo curto para executar a impermeabilização, com duas paradas de 12

horas e uma de 24 horas, com tráfego de trens de carga sob o viaduto e de veículos sobre ele, na Via Anhanguera”, diz o engenheiro Marcos Storte, da Viapol, empresa responsável pela impermeabilização. A manta asfáltica Torodin Extra de 5 mm utilizada na obra recebeu proteção com um geotêxtil de não tecido de poliéster e imediato lançamento de brita de lastro para os trilhos, suportando o tráfego e peso das locomotivas e vagões. A tecnologia é produzida a partir da modificação física de asfaltos com uma combinação de polímeros elasto–plastoméricos de elevado peso molecular, que proporciona à massa impermeabilizante estabilidade térmica, resistência ao envelhecimento e aos agentes atmosféricos e flexibilidade em baixas temperaturas. “É estruturada com não tecido de filamentos contínuos de poliéster, previamente estabilizado de elevada resistência mecânica”, conta.

FOTO: TECOMAT

do baixo custo que representa no valor total da obra”. A empresa, fundada em 1975, oferece produtos e serviços para selar juntas.

O engenheiro Tibério Andrade, sócio fundador da Tecomat Tecnologia da Construção

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ano IV | nº 20 | março 2014

sustentável e criativo O reúso de containers é o mais novo conceito para a arquitetura e para a construção civil brasileira P. 71

Entrevista

Robert Sanchez, profissional LEED AP, fala sobre sustentabilidade na construção de fábricas

P. 65

Eu digo Miguel Bahiense comenta sobre as vantagens do uso do Isopor® e o mercado para o produto no Brasil

P. 70

Tendências

Nova lei que prevê embutimento de fios no Recife e falta de planejamento são temas

P. 68


SOCIAL

Os empreendendores Cyro Côrte Real e Serapião Bispo acreditam que a construção sustentával vai além do madismo, já é realidade.

foto: ARMANDO ARTONI

referência sustentável Construção do Camará Shopping se propõe a ser completamente baseada nos pilares da sustentabilidade

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uitos ouvem falar em sustentabilidade, e, de certa forma, o termo virou usual e facilmente associado às campanhas de marketing, como referência de eficiência e compromisso com o meio ambiente. Entretanto, uma construção sustentável é muito mais do que uma simples escolha de marketing, mas também uma real necessidade para os futuros empreendimentos. Nesse sentido, o Camará Shopping é uma iniciativa que investe na sustentabilidade desde a sua concepção do projeto, passando pela construção e futura operação do centro de compras. O Camará Shopping possui um projeto inovador, com características pioneiras em suas etapas. Em uma delas utiliza o BIM (Building Information Modeling), tecnologia que integra as informações dos diferentes projetos de arquitetura, instalações prediais,

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climatização e outros, em um modelo único e feito em cinco dimensões. “Com essa plataforma, é possível prever a incompatibilização de projetos, facilitando a identificação e solução de problemas que, até então, eram percebidos e resolvidos apenas durante a execução da obra. Tudo isso resulta em um menor desperdício de material, redução dos custos da obra e tempo”, explica Cyro Côrte Real, empreendedor e líder do Comitê de Engenharia do Camará Shopping. Outro diferencial fundamental é que a construção é baseada no modelo de obra seca. Ou seja, diferente das construções tradicionais. “O material utilizado é fabricado nas dimensões exatas do shopping, reduzindo o desperdício e tempo de construção, que resulta em uma obra mais eficiente”, complementa Cyro.

De acordo com o empreendedor e diretor-presidente, Serapião Bispo, as vantagens de uma construção totalmente sustentável são várias. Entre elas, está a redução do custo de operação e a maior permanência do consumidor no centro de compras, gerando um contato mais estreito da marca com o público-alvo, além de uma maior rapidez na consolidação do empreendimento. Já para o consumidor, um projeto com base nesse conceito torna-se uma alternativa agradável de lazer e bem-estar. Concebido para ser um exemplo totalmente sustentável em todas as suas etapas, o Camará Shopping atua implantando o conceito a serviço da economia. Para tanto, investe em várias práticas sustentáveis. Entre elas, a de economia de energia, atuando com 100% de energia limpa e renovável. “Parte da energia consumida será


foto: ARMANDO ARTONI

gerado na comunidade do entorno, o Camará desenvolveu o Programa Obra Limpa, um Plano de Controle de Impactos em Canteiro de Obras, visando reduzir desperdícios, minimizar os riscos de acidentes de trabalho, racionalizar processos, otimizar as atividades e conter os incômodos aos moradores da região. Além de aplicar as noções e tecnologias relacionadas à sustentabilidade durante a sua construção e operação, o empreendimento tem o objetivo de disseminar e apoiar as boas práticas ambientais além dos “limites” do empreendimento. Pensando em fortalecer este conceito, o Camará concluiu seu

processo de filiação junto ao Green Building Council Brasil, instituição não governamental que busca desenvolver a indústria da construção sustentável no País. “Ter acesso aos últimos conceitos e tendências na área de sustentabilidade”, explica Bispo. O Camará Shopping faz parte da Reserva Camará - Complexo Multiúso, empreendimento baseado em 48 conceitos de sustentabilidade e que busca a Certificação LEED ND, a principal certificação ambiental para bairros sustentáveis, reconhecida internacionalmente e desenvolvida pelo United States Green Building Coucil (USGBC).

Na obra, são mais de 200 funcionários envolvidos.

foto: ARMANDO ARTONI

gerada localmente, através de painéis fotovoltaicos (energia solar) e geradores eólicos (energia eólica), instalados dentro do próprio local. O restante da demanda será adquirido no mercado livre, através de usinas eólicas, garantindo, assim, o uso de energia limpa e sustentável”, afirma Bispo. Ainda sobre o uso sustentável da energia, o equipamento busca a principal certificação energética brasileira: Etiquetagem Procel Nível A, que exige, dentre outras estratégias, um sistema de climatização, iluminação e arquitetura de alta eficiência. O shopping terá sua climatização feita pelo Sistema de Piso Frio e Vigas Frias, resfriando o ambiente e deixando o mall com uma climatização mais confortável para os consumidores. “O sistema reduzirá os custos operacionais com climatização em 50% na conta de energia do condomínio”, adianta o engenheiro. Outro foco na construção diz respeito às águas e aos efluentes. Para se isso, o shopping terá sua operação de água e esgoto baseada na concepção de Ciclo Fechado. Nela, todo o esgosto gerado será tratado, destinando a água de reúso para o sistema de climatização, bacias sanitárias, lavagens de piso e irrigação. O método faz parte do Plano de Conservação de Água (PCA), cujo objetivo principal é o uso racional da água potável. Uma outra questão que ainda é motivo de muita preocupação em qualquer tipo de edificação é a geração de resíduos das obras. Para isso, foi feito o Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção do Camará Shopping, contempla a reciclagem e a reutilização de todos os resíduos da demolição na própria construção do empreendimento e destinação de todos os resíduos recicláveis às cooperativas de catadores da região. Até o momento, mais de 4 mil toneladas de resíduos da demolição já foram reutilizados na construção, significando uma economia financeira de mais de R$ 290 mil. Considerando os impactos decorrentes das atividades de construção dentro do canteiro de obras e o incômodo

A previsão é que o Shopping Carmará seja inaugurado em 2015.

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entrevista

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entrevista

Robert Sanchez

A natureza em benefício próprio por Pablo Braz

Robert Sanchez é arquiteto e engenheiro industrial formado pela Dartmouth College (EUA), reconhecida pela sua excelência acadêmica. Pós-graduado na Universidade de Illinois, Sanchez acumula em seu currículo a especialização Leadership in Energy and Environmental Design (LEED AP), a qual permite certificar um projeto como sustentável, através da avaliação do aproveitamento de elementos da natureza e de medidas de sustentabilidade nas obras, como obtenção de energia pelo sol, vento ou águas da chuva e ainda o uso de materiais recicláveis, entre outras alternativas. Com mais de 30 anos de experiência, Robert trabalha para a PAC Group, empresa sediada em Michigan, com iniciativas na Austrália, África, Europa, Ásia e Américas. A Revista Construir Nordeste aproveitou a passagem de Sanchez pelo Brasil e provocou um bate-papo. O engenheiro veio implantar o projeto de sustentabilidade na construção da fábrica da Fiat, em Goiana, Pernambuco.


entrevista

Só existe 1% de água potável disponível na superfície do planeta. É uma coisa sagrada, importante, para se desperdiçar... Como a sustentabilidade pode ser entendida ou aplicada quando se fala na construção de fábricas? Sustentabilidade é a ciência de colocar sabedoria na matéria: águas de chuva, raios de sol, ventos e a biomassa humana. Como poderíamos aplicar isso na construção industrial? Por exemplo, uma forma imediata, particularmente no Brasil, onde se encontra uma grande quantidade de águas de chuva, é aproveitar e guardar esse recurso em uma cisterna e utilizar para descargas sanitárias. Utilizar em princípio água potável para descargas é um crime ecológico que não deveria continuar. E, sim, além de ter um alto custo. Só existe 1% de água potável disponível na superfície do planeta. É uma coisa sagrada, importante, para desperdiçar lavando calçadas, carros ou usando para regadios e incêndios, etc. Além do aproveitamento dessa natureza, através da água e também do sol e vento, a sustentabilidade nos processos industriais modernos hoje em dia pode ser aplicada como processamento de sucatas produzidas pelas indústrias. Para exemplificar: uma fábrica de alumínio fabrica molduras de alumínio, onde algumas placas de 2 m no final terminam se transformando em pedaços de 20 cm. Com isso, é produzida, por dia, meia tonelada de sucata. É um desperdício. Toda essa sobra pode ser perfeitamente reciclada. Outro aspecto da sustentabilidade é relacionado ao

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destino dos resíduos industriais que são nocivos à saúde. No caso da Fiat, podemos citar os restos das pinturas, ácidos das baterias e outros lixos da produção automotriz. É preciso pensar de forma responsável e inteligente como solucionar os resíduos que são prejudiciais à saúde, os quais precisam ser limpos e processados por empresas adequadas, trabalhando sempre com respeito à natureza e ao ser humano. Sempre me vem à cabeça uma frase de um índio americano da tribo Cherokee: “Não herdamos as terras de nossos avós, nós estamos emprestando as terras para os nossos netos. O que vamos deixar para elas”. Qual seria então o primeiro passo para o empresário que tem interesse em investir em sustentabilidade no seu empreendimento? Inicialmente, o empresário precisa implantar pelo menos duas medidas para que seu projeto se caracterize como sustentável, entre as quais utilizar os raios solares para o aquecimento da água ou obter energia elétrica através das águas da chuva, assim como fazer uso de materiais que a natureza “refaz” em menos de 10 anos, entre eles o bambu, a rolha, a palha extraída das folhas secas, etc. É importante também que o empreendimento tenha o certificado LEED (Leadership in Energy and Environmental Design). E quem já tem uma estrutura antiga, não adaptada, como deve proceder? Os empresários que já têm uma fábrica com estrutura antiga, não adaptada às medidas sustentáveis, podem utilizar o processo LEED EC para projetos existentes, com o qual é possível economizar energia através de várias formas, como construção de cisternas para armazenagem de água da chuva para descargas sanitárias, substituição de lâmpadas incandescentes por lâmpadas tipo LED, entre outras medidas.

Até que ponto a adoção ou não de medidas sustentáveis por parte dos empresários pode interferir na visibilidade (imagem) de suas empresas? A imagem positiva de uma indústria aumenta consideravelmente quando os consumidores tomam conhecimento de que essa empresa respeita a natureza. Por exemplo, na indústria automotriz, a Toyota, Land Rover e a Fiat exigem que seus novos projetos apliquem medidas sustentáveis, tais como certificação LEED, Spot Cooling, utilização de águas pluviais para descarga sanitária, combate à incêndio e regadios de jardim. É importante também que, além da visibilidade externa positiva da fábrica, os funcionários da indústria se sintam confortáveis no ambiente, contribuindo para o bem-estar dos trabalhadores e consequentemente para a empresa. Por exemplo, há uma norma brasileira, chamada de NR-15, que exige que um funcionário que trabalhe em uma indústria em temperaturas superiores a 27 °C e umidade alta tenha direito a descansar 15 minutos em lugar fresco. Para responder a essa lei, criamos o Spot Cooling, acondicionamento do ar nas áreas de concentração de pessoas dentro dos setores de produção industrial. As máquinas que provêm o ar condicionado estão fora, nos tetos, nas paredes. Essa máquina trabalha então para transformar 50 °C em 25 °C, em conjunto com um ventilador chamado Bigass Fan, que dá turbulência na área. Essa tecnologia está respondendo positivamente à determinação, através de economia de energia elétrica com o máximo de conforto para os trabalhadores.

Os empresários que já têm uma fábrica com estrutura antiga, não adaptada às medidas sustentáveis, podem utilizar o processo LEED EC...


A imagem positiva de uma indústria aumenta consideravelmente quando os consumidores tomam conhecimento de que essa empresa respeita a natureza. Quais são os grandes impasses que os empresários enfrentam na implantação de medidas sustentáveis em suas fábricas? A falta de apoio do governo, através de incentivos fiscais, a empresas que adotem soluções sustentáveis em seus processos industriais; a ausência de normas dentro dos códigos de construção que exigem a implantação de soluções de sustentabilidade; e a falta de uma cultura ecológica por parte da população em geral e de treinamento técnico e conhecimento adequado sobre reciclagem são alguns dessas dificuldades. Acredito que o desperdício zero é um objetivo possível e alcançável. E quanto ao custo da aplicação das medidas sustentáveis? É preciso pensar em sustentabilidade na construção de fábricas como um investimento a médio prazo. Há o aparente alto custo, mas que em 3 a 4 anos você consegue pagá-lo, pois o investimento inicial vale a pena, refletindo posteriormente em economia para a empresa. Por exemplo, 350 mil reais por ano podem ser poupados em um projeto utilizando um investimento de 90 mil reais para a construção de uma cisterna que recolhe água da chuva e bombeia para encanar os sistemas de esgoto biológico, uso para proteção contra o incêndio e regadio de jardinagem.

Existe algum conceito ou ideia que você gostaria de destacar quanto à sustentabilidade? O ambientalista britânico David de Mayer Rothschild nos traz um conceito de que hoje moramos em uma sociedade de berço a cemitério, onde deveríamos viver em uma sociedade de berço a berço. Como assim? Por exemplo, uma fábrica produz um aparelho de televisão e vende a dona Maria. Depois de 5 anos, o aparelho já não funciona mais. E o que ela faz com isso? Ela joga fora esse aparelho. Onde? Lá. Onde fica lá? Na terra dos nossos netos. Vamos pensar diferente: a empresa fabrica o aparelho e vende a dona Maria. Depois de um tempo, a empresa chega à casa de dona Maria e recompra o alumínio, o plástico e os outros materiais componentes do objeto. Isso nos leva a refletir que haverá sempre o desperdício, mas o desperdício precisa sempre ser aproveitado, reciclado. O certo é pensar antes de começar a construir. Como se poderia aplicar o conceito de sociedade de berço a berço dentro do segmento da construção civil? Reciclando toda a sucata de uma obra em demolição. Por exemplo, desmontar com cuidado as janelas, portas, os pedaços de madeira, as vigas e os outros objetos para serem reutilizados. Tijolos, blocos de mármore e granito também podem ser arrancados para aplicação em novos empreendimentos, assim como o concreto, que pode ser triturado e reutilizado, misturando-o com argamassa. Como você avalia a aplicação da sustentabilidade na construção de fábricas aqui no Brasil? Aqui no Brasil, a aplicabilidade de medidas sustentáveis nesse segmento não anda muito rápido. Existe ainda muita falta de informação. Por exemplo, em uma universidade em Santa Catarina e em uma universidade de Juiz de Fora, quando pude conversar com estudantes,

de engenharia e de arquitetura, muitos não sabiam que o Brasil adotou o sistema LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), organização que habilita os profissionais para certificar um projeto ou uma planta de acordo com sistemas que respeitam a natureza. Falta, então, um conhecimento adequado sobre o tema, além de profissionais capacitados para poder apresentar as vantagens das medidas sustentáveis. Há também o aparente alto custo, mas que em 2 ou 3 anos você consegue pagá-lo. Afinal, o investimento inicial vale a pena. Por último, os governos ainda não estão incentivando essas atitudes. Nos EUA, por exemplo, quem utiliza sistemas solares para aquecimento de água ou para gerar energia elétrica utilizando painéis solares ou quem demonstra estar investindo em sistemas sustentáveis, o governo financia parte do projeto. Esses fatores, eu não verifico no Brasil. E isso não nasce tão rápido. Mas já existe uma consciência no País: o conhecimento de que a mãe natureza tem formas que podem ser aproveitadas. E, neste momento, o mundo inteiro está olhando para o Brasil com binóculos e microscópios, devido à Copa e aos Jogos Olímpicos. O Brasil, como o pulmão da América Latina, poderia ser um exemplo bem-sucedido de como aplicar medidas sustentáveis em todo tipo de construção. O Brasil já adotou o programa LEED, e isso representa um passo enorme para o País, o de adotar um sistema de respeito à natureza. Aproveitar o que a natureza dá ao País, muito mais do que a outros países. A natureza é poderosa e fantástica aqui no Brasil, em especial no Nordeste.

É preciso pensar em sustentabilidade na construção de fábricas como um investimento inicial a médio prazo. 67|9


TENDÊNCIAS

Uma oportunidade de ouro, Sr. Prefeito Renato Leal *

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Perdemos a cultura do planejamento a longo prazo. E com isso, a capacidade de pensarmos a cidade e executarmos obras de forma eficiente e integrada.

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a segunda semana do corrente ano, fui surpreendido com a notícia de que, finalmente, foi sancionada a lei que prevê o embutimento dos fios de eletricidade e comunicações na cidade do Recife, ficando estabelecido um prazo de 120 dias para elaboração dos devidos estudos técnicos. Fiquei contente, no primeiro momento, ao imaginar nossa cidade sem esse emaranhado caótico de fios que, dentre outras coisas, enfeiam a cidade, dificultam a manutenção, quebram nos temporais com a queda das árvores e mataram, somente no ano passado, mais de 50 pessoas no Estado de Pernambuco, bem mais que os tubarões fizeram ao longo dos últimos 40 anos. Se agíssemos da mesma forma como o fizemos com a ameaça que veio do mar, teríamos que espalhar pela nossa cidade placas mais ou menos assim:“Não saiam de casa, pois há risco de morrer eletrocutado...”. Passado um certo ufanismo, começou a vir à tona uma série de preocupações, que transmito agora aos meus eventuais leitores e ao chefe do Burgo. Vamos aproveitar esta oportunidade do embutimento dos fios para planejarmos todo o contexto no qual eles estão inseridos. Já que vamos quebrar as calçadas para embuti-los, que de uma vez por todas — e de uma só vez — entreguemos esse equipamento tão relevante para a cidadania, disciplinando a sua construção, de forma que possam ser utilizados por todos sem constrangimentos de nenhuma espécie. Aqui, deveria se incluir, materiais, espaços para circulação de pessoas e cadeirantes, locais para o plantio de árvores, colocação de lixo, disciplinamento do uso dos postes (placas, anúncios, etc.)e dos estacionamentos, acesso às caixas de distribuição de águas pluviais e saneamento e às águas para os bombeiros. Já que se está quebrando a calçada, que se apliquem novas paradas de ônibus, maiores e com maior área coberta, trazendo conforto aos usuários. E por que não bancos? E se aproveite também a viagem, e que sejam plantadas árvores adequadas à manutenção das calçadas e ao sombreamento das ruas. Se plantarmos uma árvore a cada 10 m teremos aproximadamente 20 árvores a cada 100m de ruas revitalizadas. Se na

rua houver uma praça, que seja integrada nesse esforço de revitalização do espaço público. Assim, de uma só vez e quebrando só uma vez, estaríamos minimizando custos e transtornos aos cidadãos e dando ao Recife um visual moderno e limpo e calçadas para durar. Mexer nos fios torna imperioso também alterar a nossa iluminação pública, encontrando soluções automatizadas e lâmpadas de baixo consumo, que permitirão economias gigantescas e melhor eficiência na iluminação. Não esquecer ainda que temos que criar uma cultura de iluminação noturna que permita valorizar os nossos monumentos históricos, praças, praias e áreas verdes, tornando a nossa cidade agradável, segura e valorizadora dos seus ativos. Qual a minha preocupação? Se não agirmos assim, por sucessivas vezes serão quebradas e novamente quebradas as calçadas para que cada uma dessas etapas sejam concretizadas. Assim, proponho uma rua por vez. Um bairro de cada vez seria definitivamente ordenado, de forma mais econômica para o bem-estar dos cidadãos recifenses. Perdemos a cultura do planejamento a longo prazo. E, com isso, a capacidade de pensarmos a cidade e executarmos obras de forma eficiente e integrada. E já que estamos com a mão na massa, que sejam montadas modernas estruturas de fiscalização — e duras multas — e campanhas educativas, pois não adianta fazer para, em seguida, a população desrespeitar e/ou destruir. Recursos para fazer tudo isso, há aos montes, tanto para redução de consumo energético como para plantio de árvores. Um patrocínio criativo poderá também angariar fundos para bancos de calçada, paradas de ônibus, manutenção de praças e seus equipamentos e iluminação de monumentos. O que faltar, que usem dos nossos impostos que já são muitos e que não sabemos bem para onde vão. É ou não uma oportunidade de ouro, Sr. Prefeito?

* Renato Leal estrutura negócios, atuando no Brasil e em Portugal



eu digo

Avanços nas construções sustentáveis Miguel Bahiense *

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A construção civil destaca-se como um dos principais mercados EPS, sendo estimado que 50% da produção brasileira é destinada a esse setor... O consumo por habitante é de 0,49 Kg... Na Alemanha, a proporção sobe para 3,70 Kg.

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Brasil está progredindo nos debates sobre meio ambiente. Temas, como construção sustentável, que considera o bem-estar das pessoas, o menor impacto ambiental e o custo/benefício competitivo, passam a ocupar lugar de destaque nas discussões estratégicas da construção civil. Segundo o Green Building Council, uma das ONGs americanas certificadoras de edificações sustentáveis, o Brasil ocupa a quarta posição no ranking mundial de construções sustentáveis, atrás dos Estados Unidos, da China e dos Emirados Árabes. Nesse contexto, o País segue uma tendência mundial de desenvolvimento tecnológico em busca de produtos com foco em sustentabilidade, agregando a eles melhor custo/benefício, eficiência térmica/energética e reciclabilidade. Veja o exemplo do EPS (poliestireno expandido, popularmente conhecido como Isopor®). Atualmente, o mercado de EPS está em pleno crescimento no Brasil. O consumo aparente (valor da soma da produção e da importação, menos a exportação) do produto no País, em 2012, foi de 96.000T/ano, e a estimativa para 2013 é que chegue a 101.000T/ano. A construção civil destaca-se como um dos principais mercados do EPS, sendo estimado que 50% da produção brasileira é destinado a esse setor. São várias as aplicações do produto na construção; entre elas, enchimento de lajes, telhas, sistemas construtivos, concreto leve, forros, estabilização de solos (geofoam), entre outras. No Brasil, diferente de outros países, não existe ainda uma obrigatoriedade de isolamento térmico ou acústico nas construções, aplicações nas quais o EPS poderia ser usado. No País, o consumo por habitante é de 0,49 kg. De acordo com dados de um dos maiores fabricantes de EPS do mundo, no Chile, onde há legislação que dita que as construções devam ter isolamento, foram consumidos, em 2012, 1,21 kg de EPS por habitante. Na Alemanha, a proporção sobe para 3,70 kg/habitante. Ou seja, o Brasil tem espaço para avançar. Um dos pontos fortes do EPS em prol da sustentabilidade é referente à redução do consumo energético propiciado pelas suas características

técnicas. A aplicação do EPS em projetos construtivos e arquitetônicos permite uma economia de energia que pode chegar a 30%. E as vantagens não param por aí. Além da baixa condutividade térmica, baixo peso, resistência ao envelhecimento, absorção de choques, resistência à compressão e absorção de água, o EPS é um material versátil e de fácil manuseio, o que garante uma economia de cerca de 20% no prazo de construção, além de apresentar uma redução de 6% a 8% no custo total do projeto. É importante salientar que esse material também é utilizado em outras aplicações da infraestrutura, como blocos de geofoam para a estabilização de solos, por exemplo. Fabricado no Brasil desde meados dos anos 1960, o EPS é um plástico inerte, atóxico, além de versátil, higiênico. Porém, a maioria das pessoas não sabe que se trata de plástico e que os plásticos são 100% recicláveis, ou seja, o material deve ser separado na coleta seletiva e encaminhado para reciclagem. Após o processo de reciclagem, o EPS é destinado a empresas que transformam o produto em materiais como molduras, rodapés, material para escritório, entre outros. No entanto, a indústria de reciclagem poderia atuar de forma mais contundente e representativa se a coleta fosse mais eficiente. Se as pessoas não sabem como destinar adequadamente o EPS pós-consumo e, pior, se não existe coleta seletiva, o material reciclável em questão vai parar no aterro sanitário, eliminando-se todo o benefício de seus atributos sustentáveis. O Brasil tem potencial, principalmente em tempos de grandes construções, de avançar ainda mais sua posição entre os países que investem na sustentabilidade, buscando o melhor custo/benefício à população, além da preservação do meio, por meio de tecnologias eficientes e sustentáveis.

* Miguel Bahiense é presidente da Plastivida Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos.


Os containers têm se apresentado como uma tecnologia limpa, barata e sustentável no mercado da construção civil.

foto: Junak / istockphoto.com

DO MAR PARA A TERRA: O USO DE CONTAINERS NA CONSTRUÇÃO CIVIL Descartados após anos de uso no transporte marítimo de cargas, os containers têm sido reutilizados na construção civil para promover uma edificação mais sustentável. Na Europa e nos Estados Unidos, a ideia já está consolidada e, no Brasil, começa a ganhar força com a transformação destes equipamentos em estandes de vendas, escritórios, lojas, casas e até hotéis. Com isso, as grandes caixas de metal ganham uma longa vida em terra. por Daniel Vilarouca


No Brasil, as caixas de metal têm sido muito utilizadas como estandes de vendas de construtoras, escritórios em canteiro de obras e lojas.

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eduzir os impactos da construção civil no meio ambiente tem sido, definitivamente, o grande desafio do setor nos últimos anos. Mas, para levar uma vida ecologicamente mais correta, é preciso ditar novas regras, mudar hábitos e, sobretudo, vencer preconceitos quanto à lógica de reaproveitar materiais usados. “Nós, arquitetos, temos a obrigação de fazer uma arquitetura sustentável”, afirma o arquiteto Celso Costa. Ele é diretor da Costa Container Arquitetura, empresa que vem reutilizando containers para a edificação de casas e outros empreendimentos da construção civil, em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. “As pessoas ainda têm uma resistência ao uso do container porque, no passado, eles serviram para abrigar escolas e presídios”, diz André Krai, proprietário e idealizador da Container Ecology Store, rede de lojas que funcionam dentro de containers comercializando roupas e acessórios de grife. “O container surge como uma nova alternativa de sistema construtivo e tem como principais características sua estrutura sólida, flexibilidade de edificação, seu baixo custo, fácil transporte, curto prazo

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para a conclusão do projeto, pouco uso de mão de obra e ainda evita desperdício com materiais de construção”, comenta a arquiteta alagoana Fabíola Costa. Ela é formada pela Universidade Federal de Alagoas, tem especialização em construção sustentável e é diretora executiva do escritório Conceito A – Arquitetura Sustentável. Celso Costa, André Krai e Fabíola Costa fazem parte de um grupo de arquitetos e empresários que vêm introduzindo o container na construção civil brasileira como uma opção mais sustentável, rápida e economicamente viável para o setor e para o bolso do consumidor. Nas regiões Sul e Sudeste, residências que têm o container como estrutura base já são uma realidade bastante visível. No Nordeste, entretanto, o equipamento ainda é reaproveitado de forma muito modesta. É possível encontrá-los, por exemplo, como estandes de vendas de construtoras, escritórios nos canteiros de obras e lojas. Porém, esta é uma situação que vem mudando. No último ano, Fabíola Costa e a Conceito A desenvolveram 25 projetos para imóveis que têm o container como base, e outros 15 estão aguardando análise de orçamento.

foto: Grupo Container

É como brincar de Lego Pensados, originalmente, para o transporte marítimo de cargas, o container tem se apresentado como opção de destaque em casos de construções modulares e mais limpas, uma vez que dispensam quase que por completo a existência de um canteiro de obras, e as peças saem da fábrica prontas para montagem no terreno onde será erguido o imóvel. No mar, onde está à mercê de fatores externos como a maresia, o container pode ter uma vida útil de aproximadamente 20 anos. Depois disso, é descartado, seu ferro é derretido e transformado em outros objetos de metal. Mas não sem antes passar mais um período esquecido em um local qualquer. É nesse hiato entre o descarte do container e o derretimento do metal que os arquitetos entram em ação selecionando os equipamentos que sofreram menos desgaste e poucos danos estruturais. Os containers passam por um intenso processo de recuperação que segue normas e especificações do Institute of International Container Lessors (ou Instituto


sanduíche entre a estrutura e as placas, que podem ser cimentícias ou OSB. “Nestes vãos, cria-se passagem para a colocação dos tubos que serão usados na rede elétrica e nos canos hidro sanitários”, explica ela. Tudo isso ajuda a controlar a temperatura e a propagação de sons dentro do container. A arquiteta completa dizendo que, na parte interna, os containers aceitam vários tipos de acabamento num estilo muito semelhante às construções em light steel framing. Ou seja, permite acabamentos lisos com o uso de cimento ou madeira, por exemplo. Entretanto, se o proprietário do imóvel desejar aderir de fato à questão da sustentabilidade, pode deixar a parte externa do container em seu formato original. “Todas as pessoas que solicitam projetos em containers querem unir preço e qualidade a um empreendimento com personalidade. Porém, todos têm algo em comum: querem utilizar algo que foi realmente descartado, que esteja sendo reutilizado”, diz Fabíola. Ela ainda destaca, que para uma obra como esta ser realmente sustentável, é necessário um estudo ambiental do espaço onde será construído o projeto para o melhor aproveitamento da

Será que não vai fazer calor? Este é o principal questionamento de quem planeja construir imóveis usando containers. Nestes casos, nas franquias da Container Ecology Store, o André Krai utiliza uma tinta especial que repele o calor. Já Fabíola Costa recomenda um tratamento térmico e acústico que utiliza lã de vidro ou lã de rocha que são dispostas em forma de

ventilação e da iluminação natural. Costa indica ainda o uso de tratamentos de esgoto ecológico, energia fotovoltaica, iluminação, aparelhos com lâmpadas de LED e outras tecnologias que gerem benefício à natureza e ao bolso do usuário.

Relação custo/benefício O metro quadrado de uma construção que usa o container como estrutura base varia entre R$ 800,00 e R$ 1.600,00. A depender da mão de obra e do acabamento utilizado, o custo total do serviço pode ficar até 30% mais barato em relação às construções convencionais. Mas arquitetos e especialistas alertam: esse é o valor somente da construção, sem o preço do terreno que já deve ser de posse do interessado no projeto. A rapidez com que uma obra como essa pode ser entregue ao usuário é outro fator que tem atraído o interesse do mercado brasileiro. Uma casa com dois quartos, por exemplo, pode ficar pronta em 45 dias. O posicionamento do container no solo exige cuidado e preparo. É preciso estudar a área onde o projeto será edificado. Em algumas situações, é necessário pouco trabalho de terraplanagem, e, em outros, o container tem de

foto: Conceito A - Arquitetura Sustentável

Internacional de Locadores de Containers). Com os devidos tratamentos e conservação adequada, estima-se que, em terra, os containers possam ultrapassar a marca dos 90 anos. Após esta seleção prévia que leva em conta os ataques químicos e os problemas estruturais, os boxes de metal seguem para a parte de serralharia com cortes, soldas e a colocação de novas molduras. Aqui, é necessário precisão para evitar soldagens adicionais que podem causar eletrólise ou novos problemas estruturais. Uma terceira etapa é a da limpeza com a remoção de graxa e tratamento abrasivo. Por último, chega à parte da pintura anticorrosão. Concluídos estes processos, o container está pronto para ser usado na construção de imóveis, e é aqui que a “brincadeira” começa. Por ser feito em blocos, na edificação de moradias, os containers podem ser montados criando as mais diversas, modernas e arrojadas formas. Pode-se montá-los lado a lado, aumentando os vãos da casa; um em cima do outro, criando pisos superiores; ou mesmo intercalados, desenvolvendo uma geometria ousada. Como construção modular, o container apresenta duas grandes vantagens: primeira, mesmo depois de concluída a obra, o proprietário do imóvel pode fazer ampliações na edificação acrescentando novas caixas de metal à planta original sem precisar fazer grandes reformas; segunda, é possível desmontar toda a residência, colocar tudo em cima de um caminhão e levá-la para um novo terreno, deixando o espaço anterior completamente limpo para receber um novo empreendimento.

No Nordeste, Fabíola Costa e a Conceito A – Arquitetura Sustentável têm desenvolvido projetos para empreendimentos em containers.

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Um fomento ao uso do container Um dos pioneiros no reaproveitamento de containers no Brasil é o gaúcho André Krai. Executivo do Grupo Container, ele é o idealizador da franquia Container Ecology Store, que possui oito lojas na Região Nordeste. Tudo começou quando, numa viagem a Cingapura, na Ásia, o empresário viu uma

foto: Grupo Container

receber mais peso de um lado que do outro, equilibrando e ajustando o equipamento à topografia local. Neste ponto, ocorre a primeira, e talvez a única, desvantagem em solicitar um projeto para a construção de casas em containers: este não é um empreendimento financiável por instituições financeiras públicas. Apenas pelas privadas, pois, nesses casos, até a quitação do financiamento, o imóvel é de propriedade do banco, e estas instituições ainda não consideram as casas-containers uma iniciativa rentável. Se o solicitante do financiamento não pagar a dívida, o banco pode repassar a residência para outro interessado. Contudo, diante da baixa procura por esse tipo de empreendimento, as instituições financeiras ainda têm o receio de ficar com o imóvel inutilizado por tempo indeterminado.

Depois de uma experiência em Cingapura, André Krai criou a Container Ecology Store — rede de lojas que funcionam dentro de containers.

loja montada numa caixa de metal. A ideia fazia parte de uma estratégia de marketing, e, a cada dia, o ponto comercial estava num lugar diferente. Krai gostou do que viu e, em 2008, resolveu aplicar a iniciativa no Brasil criando uma boutique que comercializa roupas de marca em containers. O conceito da loja é totalmente sustentável, e, dentro do box climatizado e decorado, as camisas, calças, saias, os vestidos e acessórios estão dispostos em pallets e caixotes, corrimãos de ônibus são usados como araras, tudo para dar um visual rústico, moderno e totalmente sustentável ao ambiente.

“Vi, ali, a oportunidade de transformar containers velhos em boutiques de moda. Além do visual moderno, ainda atendemos a uma demanda cada vez maior de obras sustentáveis e ecologicamente corretas”, comenta o empresário. A proposta deu tão certo que, atualmente, o Grupo Container cuida não só da Container Ecology Store, mas também da Box Container, que aluga, vende e desenvolve projetos arquitetônicos em containers e da Container Baby & Kids, loja que comercializa roupas infantis. Além de construir empreendimentos como temakerias, espaços

Além das lojas da Conteiner Ecology Store, o Grupo Container desenvolve projetos em containers para outros empresários.

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foto: Grupo Container


promocionais e agências de propaganda para outros empresários. Mas André Krai quer ir mais além, quer avançar e entrar no mercado de construção de hotéis e moradias. No momento, o Grupo Container está desenvolvendo projetos para a construção de dois hotéis, um no Recife e outro em São Paulo. “Container é como Lego, você vai montando do jeito que quer. Vamos fazer um hotel em dois meses, será um recorde”, finaliza.

SERVIÇO

Vantagens no uso de containers na construção civil: - O valor do metro quadrado varia entre R$ 800,00 e R$ 1.600,00 a depender da mão de obra e do acabamento utilizado. - O valor total do projeto pode ficar até 30% mais barato que as construções convencionais. - O tempo estimado para a construção de uma casa com dois quartos é de 45 dias. - É possível ampliar o imóvel acrescentando outros containers sem grandes reformas à construção original.

Grupo Container Avenida Senador Salgado Filho, 4318 Bairro Scharlau – São Leopoldo/RS Fone: (51) 3568.4904

- É possível desmontar a casa inteira e levá-la para um novo terreno em casos de mudança.

Conceito A – Arquitetura Sustentável Rua Íris Alagoense, 103 Bairro do Farol – Maceió/AL conceitoaa@gmail.com Fone: (82) 9920.6969

- Sem rachaduras ou infiltrações.

- Construção sólida e resistente.

Desvantagens no uso de containers na construção civil: - Ainda não é um empreendimento financiável por bancos públicos.


SOCIAL

Q’Alegria atinge 8.700 atendimentos O projeto está instalado em cinco capitais brasileiras: Fortaleza, Maceió, Recife, João Pessoa e Cuiabá por Catharina Paes

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m apoio ao Casa da Criança, a Pizza Hut (Ceará e Paraíba) tem realizado a campanha Sabor Social. A ideia é sensibilizar e envolver os clientes da rede, que podem participar doando R$ 1,00 à organização social. Além disso, a cada contribuição, a Pizza Hut ainda acrescenta 20% em cima desse valor. Com o resultado dessa campanha, foi possível a realização do projeto Q’Alegria. O conceito do Q’Alegria propõe reinventar ambientes hospitalares utilizados para quimioterapia, respeitando as exigências técnicas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária

(Anvisa) e auxiliando os médicos a manter as crianças e os jovens por horas consecutivas nas poltronas durante o tratamento. O objetivo é tornar o espaço arquitetônico lúdico, com a proposta de entretenimento, estimulando a audição, a visão e o tato, através de músicas, filmes, jogos eletrônicos, internet, livros (inclusive, em braile) e cromoterapia ­­— tudo personalizado, de acordo com a necessidade de cada paciente. Atualmente, o Q’Alegria está em cinco cidades brasileiras ­­— Fortaleza, Maceió, Recife, João Pessoa e Cuiabá, cidade que também recebeu

patrocínio do Tribunal Regional do Trabalho (MT). O equipamento é composto por: • Mesa flex, com regulagem de extensão para suporte de laptop, livros e papéis para desenhos. • Suporte frontal de TV para acesso a canais televisivos e uso de jogos eletrônicos. • Suporte lateral para equipamentos de DVD e/ou jogos eletrônicos, controles e fone de ouvido. • Suporte superior para pontos de iluminação em LED, possibilitando o uso de diferentes cores para a cromoterapia.

Cuiabá (MT) Hospital do Câncer de Mato Grosso 1.800 atendimentos desde 2012

Fortaleza (CE) Instituto do Câncer do Ceará 1.100 atendimentos desde 2011

João Pessoa (PB) Hospital Napoleão Laureano 3.600 atendimentos desde 2010

Maceió (AL) Hospital do Açúcar 900 atendimentos desde 2013

Recife (PE) Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira (Imip) 1.300 atendimentos desde 2012


SOCIAL


BOAS PRÁTICAS

SERINGUEIRA FELIZ O “Projeto Seringueira” idealizado por Paulo Alves, Fernando Jaeger, Zanini de Zanine, André Cruz e pelos irmãos Sergio Fahrer e Jack Fahrer, utiliza a madeira de forma inédita na elaboração de peças cuja matéria–prima seria descartada pela indústria da borracha. A seringueira possui madeira clara, bonita, resistente, durável e ainda aceita os mais variados acabamentos e tingimentos. Seus troncos sólidos e lisos podem ser aplicados na fabricação de pisos, móveis, brinquedos, laminados e outros produtos sendo uma opção ao uso de madeiras nativas na fabricação de móveis e em construção civil. A sua galhada também pode ser aproveitada como biomassa na produção de energia. O bacana é que o material usado para as peças vem de árvores que completaram o ciclo de produção do látex (uma média de 35 anos) e da borracha natural. Ou seja, de árvores que foram cortadas para dar lugar a novas mudas, um produto florestal estabelecido como não madeireiro, no qual o objetivo principal seria a extração do látex. Por se tratar de uma nova possibilidade de madeira para a produção de móveis, trabalhar com ela bruta foi decisão do designer Paulo Alves. “A ideia é explorar o elemento de várias maneiras para descobrir suas potencialidades. É possível ver um pedaço da tora em seu estado bruto somente tirando a casca e aproveitar a própria superfície macia do tronco. Nas extremidades, é possível ver todos os anéis de crescimento da árvore, sendo que cada um corresponde ao ciclo de um ano que ela passou plantada”, afirma. Já André Cruz optou por adotar a mistura de materiais: “Usei o concreto, pois vi similaridade com o processo de extração do látex, que é líquido ao ser extraído e depois se torna sólido através de diversos processos. Esse material também é inicialmente uma massa líquida, que pode se transformar no shape que quiser”, conta. Fernando Jaeger participa do projeto por acreditar na importância desse resgate: “Por se tratar de uma matéria–prima renovável, contribui para evitar a exploração predatória de espécies nativas. Há uma grande carência de madeira na indústria moveleira, e ter mais uma, além das (poucas) alternativas, é sempre bom”, diz. Sérgio e Jack Fahrer fazem parte de um grupo de designers que na década de 1990 trabalhou difundindo o selo do Forest Stewardship Council (FSC) no Brasil, que certifica toda cadeia de custódia da extração e comercialização de madeira certificada. “O intuito desse projeto é promover o uso da seringueira, estimulando o reaproveitamento da espécie, evitando o desmatamento e a extinção de outros tipos ameaçados”, explicam. O mercado de móveis fabricados com a seringueira está estabelecido há mais de 20 anos em países asiáticos, como a Tailândia, Malásia, Indonésia e o Vietnã, tradicionais produtores de borracha natural, com imensas áreas dedicadas ao cultivo de seringueira. A cultura perdeu espaço no Brasil no final do século 19, quando empresários ingleses levaram as nossas sementes e entraram no mercado competitivo nacional. Atualmente, o País importa a borracha natural devido à baixa produção, que é muito menor do que a consumida — o que parece uma ironia, já que o Brasil foi detentor mundial na produção do látex.

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Moradia sustentável de baixa renda Como garantir uma moradia segura e sustentável num espaço restrito e com recursos limitados? O engajamento da comunidade é o primeiro passo e o mais importante. É nisso que acredita a organização não governamental Habitat para a Humanidade, que vem dando orientação e assessoria aos moradores da Bomba do Hemetério, na Zona Norte do Recife, desde 2010. Resultado dessa integração entre comunidade e especialistas é a cartilha Projeto Ambiente Seguro. O livro foi produzido pela equipe da ONG juntamente com jovens que participaram de capacitações durante trabalho nas áreas de risco da comunidade. Tratase de um material produzido durante workshops, que de forma lúdica, informa a população sobre a realidade local e conduta para moradores da região, com a ideia de uma comunidade mais saudável e livre de riscos ambientais e sociais. Entre os pontos levantados, estão os alagamentos e deslizamentos. A destinação errada do lixo foi identificada como o maior agente causador desse tipo de ameaça. A partir das ações já desenvolvidas pela ONG, a população já vem lidando com os ambientes inseguros, assumindo práticas individuais ou grupais na perspectiva da prevenção, do monitoramento dos ambientes e na difusão das boas práticas. Para o CEO da entidade, Jonathan Reckford, iniciativas como essa trazem esperança. “Uma moradia adequada é a base para todas as outras necessidades do ser humano. Se uma pessoa mora em um lugar apropriado, ela é saudável e assim pode ir bem na escola, se inserir no mercado, quebrando o ciclo de pobreza.” Ele destaca ainda que a integração entre governos, terceiro setor e setor privado é vital para que projetos como os da Habitat sejam realizados.

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NEGÓCIOS

foto: Tigre-ADS

Com localização estratégica, a nova Tigre-ADS ganha maior poder competitivo, reduzindo os custos de produção.

Tigre-ADS chega ao Nordeste Unidade fica no Polo Industrial José Aprigío Vilela, em Marachel Deodoro, em Alagoas

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Tigre-ADS, empresa que produz e comercializa tubos de polietileno de grandes diâmetros (PEAD), abriu sua fábrica em Marechal Deodoro, região metropolitana de Maceió, em Alagoas. Esta é a primeira planta da empresa no Nordeste e a segunda no País. A unidade em Alagoas produzirá tubos corrugados com foco nos mercados do Norte e Nordeste e terá capacidade de produção até o final do ano de até 450 toneladas/mês quando estiver em pleno funcionamento. A Tigre-ADS investiu cerca de R$ 20 milhões na planta, que ocupa um terreno de 40 mil m2, sendo 3,8 mil de área coberta. Além do apoio do Governo de Alagoas, é possível dizer que a instalação da Tigre-ADS surge de um plano estratégico — e muito bem articulado — do Estado para renovar a cadeia do plástico e química, que começou

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com a instalação da Braskem em 2012, com uma planta de R$ 1 bilhão. A instalação da empresa no Polo favoreceu as indústrias que utilizam resina como matéria–prima, com condições diferenciadas, sem sobre taxas de importação, que é o que o caso da Tigre-ADS. Uma outra vantagem: a cidade de Marechal Deodoro também tem ligação com rodovias importantes, o que facilita o escoamento da produção, que será todo rodoviário. “O governo estadual e municipal nos concedeu incentivos significativos para nossa instalação, o que foi decisivo para escolhermos o local desta planta”, afirma José Antonio Cattani, gerente-geral da Tigre-ADS. A unidade produzirá todas as soluções de seu portfólio para infraestrutura, mineração e agricultura, com soluções para saneamento, aterros sanitários, detenção e retenção, infiltração,

drenagem e drenagem esportiva, tendo em vista uma grande oportunidade de negócios na região. “O Brasil passa por um momento muito importante no que se refere a obras de infraestrutura, principalmente com a proximidade de grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo, que terá um impacto especial sobre a Região Nordeste. A proposta da Tigre-ADS é atender com mais agilidade a um mercado que tem registrado forte demanda”, diz Cattani. O constante desenvolvimento da economia local também foi outro importante fator para a instalação da segunda unidade da Tigre-ADS. “Observamos grandes oportunidades de atender a esta região, que, em 2013, representou 50% do faturamento da empresa. Diferentes estudos apontam que Norte e Nordeste crescerão acima da média do Brasil em 2014”, observa Cattani.


Sobre a Tigre-ADS Joint venture criada em 2009 pela brasileira Tigre Tubos e Conexões e pela americana ADS (Advanced Drainage Systems Inc.) para atuar na produção de tubos corrugados de Polietileno de Alta Densidade (PEAD). Atende aos mercados de infraestrutura, mineração e irrigação, com soluções para saneamento, aterros sanitários, drenagem, detenção e retenção, drenagem esportiva e infiltração. Sua atuação é na América do Sul, com fábricas em Santiago e Antofagasta — no Chile; e Rio Claro e Maceió — no Brasil.

TIGRE-ADS EM NÚMEROS Fundação: 2009 Fábricas no Brasil: 2 (Rio Claro/SP e Marechal Deodoro/AL) Principais clientes: Compesa, Engemat, Sambódromo do Rio, Prefeitura de São Paulo, Alphaville, Consórcio Construtor Viracopos, BMW. Fábricas no exterior: 2 (Chile: Antofagasta e Santiago) Total de funcionários na América do Sul: 175 Volume produzido em 2013 na América do Sul: 16 mil toneladas

Serviço Rodovia Divaldo Suruagy, Km 424. Marechal Deodoro, Alagoas.

foto: Tigre-ADS

O local conta ainda com um polo industrial com importantes indústrias químicas e infraestrutura totalmente adequada, além de uma grande área de preservação. O projeto foi desenvolvido para ter o menor impacto ambiental possível, preservando a vegetação do entorno e aproveitando a luz natural na fábrica.

José Antônio Catanni está no comando da unidade.

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PREVIEW TECOBI

TELHADOS E COBERTURAS EM PAUTA Setor altamente especializado tem na TeCobI Expo a sua principal vitrine

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ada tipo de construção tem uma finalidade, e, para cada uma delas, existe um tipo adequado de telhado ou cobertura. Foi para atender toda especificidade demandada pelo mercado que foi lançada a TeCobI Expo – Feira e Congresso de Telhados, Coberturas e Impermeabilização, que chega agora à sua segunda edição com o mesmo foco e mesma segmentação que caracterizaram a edição de estreia, em 2012. Na hora de construir ou reformar, a decisão sobre os materiais e de tecnologias que serão aplicados no topo das edificações, é fator fundamental no custo do projeto — ­ inclusive da estrutura —, além de aspectos como segurança, durabilidade e estética da construção. A melhora constante da eficiência dos materiais, tanto em sua capacidade de escoamento, reflexão dos raios solares, seu isolamento térmico, como também sua transparência, resistência aos agentes agressivos do clima de cada região, tudo isso e muito mais deve ser pensado quando o assunto é cobrir uma construção. A TeCobI Expo reunirá, de 20 a 22 de maio, alguns dos principais players do segmento de coberturas, seja para obras residenciais, comerciais ou industriais. “Por essa razão, arquitetos, engenheiros, construtores, especificadores, varejistas de

Na primeira edição, em 2012, a TeCobI Expo reuniu profissionais do setor e 100 marcas expositoras.

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materiais de construção ou prestadores de serviços não podem deixar de circular na TeCobI Expo 2014. Visitando o evento, esses profissionais terão contato direto com os fabricantes e representantes das principais marcas do mercado, num ambiente que propicia o acesso a uma grande gama de informações técnicas que têm papel fundamental para garantir eficiência, agilidade e economia nas obras”, destaca o engenheiro Guilherme Ramos, diretor da mostra. As telhas de fibrocimento, que, segundo dados oficiais, estão presentes em aproximadamente 50% dos telhados do País, estarão expostas na feira. Outro destaque são os representantes do mercado de telhas cerâmicas. Para construções comerciais e industriais, as telhas de aço e alumínio marcarão forte presença na TeCobI Expo. Uma das vantagens das telhas metálicas é que, por vencerem grandes vãos, reduzem os custos com estruturas de sustentação. Se antes a ausência de propriedades termoacústicas deixava as telhas metálicas de fora de um projeto residencial, essa barreira foi vencida com a criação das chamadas telhas–sanduíche, que, além de isolarem acusticamente o ambiente, também têm melhor resultado quando se fala no isolamento térmico, transmitindo menos calor

foto: TeCobI Expo

ou frio do ambiente externo para o interno. A TeCobI Expo ainda reunirá outras soluções em isolamento termoacústico. Seguindo a linha da eficiência ambiental, a TeCobI contará com opções em telhas translúcidas que possibilitam o uso da iluminação natural nos ambientes cobertos por elas. Como alternativa para uso residencial, as telhas translúcidas são bastante indicadas para coberturas de indústrias, galpões, clubes, ginásios e escolas. Outra solução são os domos prismáticos. Estruturas: Resistência estrutural, leveza, flexibilidade de projeto, facilidade de ampliação, resistência à corrosão e baixo custo de manutenção. Essas são algumas características das estruturas metálicas para telhados que também estarão em destaque na segunda edição da TeCobI Expo . O engradamento metálico, sob a forma de tubos, perfis e acessórios em aço galvanizado, garante sustentabilidade e economia às obras. Várias das empresas expositoras da segunda edição da TeCobI apresentarão soluções para este segmento. Impermeabilização: Problemas de umidade e infiltração representam pelo menos 85% dos problemas em edificações e isso explica a importância dos serviços de impermeabilização. Na TeCobI Expo o público visitante poderá conhecer algumas novidades nesse setor fundamental, não apenas para a longevidade, mas principalmente para a segurança das construções. As tecnologias mais atuais possibilitam uma visão abrangente sobre impermeabilização, que vai além do conceito de “piche sobre lajes”. Atualmente, a impermeabilização está presente em fundações, sub-solos, fachadas e coberturas de edificação, o que proporciona maior aproveitamento das áreas de serviços e lazer, garantindo proteção da edificação. Opções em produtos para esse segmento estarão em exposição na segunda edição da TeCobI Expo.


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construir direito

Protocolo Familiar: um instrumento para famílias empresárias Mariana Moura*

N

O grande desafio dos negócios familiares, no entanto, está no longenvidade. Uma pequena minoria das empresas familiares consegue resistir à transição de geração ao longo dos anos.

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o Brasil, 70% dos grandes grupos empresariais são de controle familiar. Ou seja, empresas cujo maior acionista é um grupo de pessoas de uma mesma família. Especialmente no ramo da Construção Civil, aqui na região, percebemos que a maior parte das construtoras, Queiroz Galvão, Moura Dubeux, Pernambuco Construtora, Gabriel Bacelar, Rio Ave, entre outras, são empresas cujos fundadores e seus familiares atuam na gestão dos negócios ou detém boa parte do capital. As empresas familiares, ao contrário do que se pensa, destacam-se pelos bons resultados financeiros, alto padrão de gestão, planejamento e competitividade, apresentam maior apreço à marca, cultura e história da empresa, bem como privilegiam a visão de longo prazo. O grande desafio dos negócios familiares, no entanto, está na longevidade. Uma pequena minoria das empresas familiares consegue resistir à transição de gerações ao longo dos anos. A sucessão da liderança, os conflitos entre familiares, a disputa de poder são as maiores causas de descontinuidade dos negócios. Esses entraves são, inclusive, mais determinantes para o fim das empresas do que os próprios desafios relativos à atividade em si, ou seja, concorrência, mudanças mercadológicas, posicionamento da marca, entre tantas outras questões que envolvem o dia a dia da gestão. O que fazer, então, para solucionar ou dirimir esses potenciais problemas? Só existe um caminho, e é este que vem sendo trilhado pelas empresas que conseguem resistir ao estreito funil da sobrevivência ao longo dos anos. O caminho das boas práticas de Governança Corporativa alinhada ao que hoje chamamos de Governança Familiar. A Governança Familiar diz respeito ao regramento das relações entre os sócios e herdeiros, ou seja, todos aqueles familiares que de alguma forma se relacionam com a empresa. Essa estrutura deverá se preocupar com o relacionamento entre a família, a propriedade e o negócio em si, estabelecendo regras para o seu funcionamento e sua dinâmica, com o objetivo de dirimir

conflitos entre membros da família, promover a união e o compartilhamento de uma visão de futuro. O Protocolo Familiar, em inglês chamado de Family Constitution, é uma ferramenta que visa viabilizar a continuidade da empresa e ,mais especifimente, regular, de maneira formal, o relacionamento entre os familiares e a empresa, estabelecendo suas fronteiras e regras. Em seu conteúdo, deve constar quem são os envolvidos; uma declaração de crenças e valores da família; indicação dos princípios de gestão dos negócios; políticas que governam as relações entre família e negócios; e uma metodologia para revisar o documento periodicamente. É objetivo do Protocolo Familiar tratar sobre o planejamento da sucessão, especialmente das principais lideranças; preparar a família no caso de uma gestão por executivos não familiares; garantir um sistema de governança adequado para a empresa; promover o conhecimento dos sócios e herdeiros quanto às regras de representação e acesso às informações; difundir valores e padrões de conduta compatíveis com o papel de sócio; estabelecer soluções para conflitos de interesse; eleger valores que são compartilhados por todos; promover a união entre os sócios e herdeiros; oferecer serviços para a família e seus membros, como apoio à gestão de negócios particulares, coaching, assessoria financeira; incutir nos futuros proprietários um senso de responsabilidade; criar regras para entrada e saída de membros da família na gestão dos negócios ou nos cargos da governança. Importante ressaltar, porém, que, mais importante que elaborar o conteúdo do Protocolo Familiar, é promover um ambiente de discussões, ou seja, valorizar o processo do seu desenvolvimento, podendo se tornar esse instrumento um forte aliado das famílias empresárias na busca da continuidade, geração após geração.

*Mariana Moura é advogada, titular da área de Governança Corporativa do Queiroz Cavalcanti Advocacia, é também Conselheira de Administração do Grupo Moura.


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CONSTRUIR ECONOMIA

CUSTOS E DESAFIOS DA MOBILIDADE URBANA Jorge Jatobá*

O

Investimentos em infraestrutura de mobilidade e transporte público de qualidade devem se somar a uma política que priorize o transporte coletivo ao invés do individual...

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ir e vir das pessoas nas grandes e médias cidades brasileiras virou um desafio para a política pública e para os governantes. Os tempos e as condições de deslocamento da população para os diversos afazeres diários impactam negativamente o bem-estar social e traduziram-se em insatisfações e protestos populares que levaram e continuam conduzindo milhares de pessoas às ruas do País. As dificuldades de deslocamento nos principais centros urbanos brasileiros geram custos para os indivíduos, para a sociedade, para os governos e para o meio ambiente. Em média, as pessoas estão levando um pouco mais de uma hora para chegar ao local de trabalho. Na Região Metropolitana do Recife (RMR), em torno de 1,5 milhão de pessoas se deslocam diariamente para trabalhar. Horas excessivas no trânsito são subtraídas de tempo produtivo ou para o lazer, aumentam o custo de manutenção dos veículos por quilômetro rodado, elevam o consumo de combustível — emitindo mais monóxido de carbono na atmosfera — e ampliam a tensão, irritação e agressividade dos motoristas. Em suma, as dificuldades com relação à mobilidade urbana reduzem a qualidade de vida das pessoas e aumentam custos sociais e privados. A população da RMR tem crescido lentamente nos últimos 10 anos (0,93% ao ano entre 2002 e 2012), ocupando um território de apenas 2.773.80 km², de alta densidade demográfica (1.330,52 habitantes por km²), 60% maior do que a da Região Metropolitana de Salvador. Neste território, a frota de veículos mais do que duplicou nos últimos 10 anos, chegando a 1.148.564 em 2013 e superando a de Salvador, de 1.022.039 veículos, no mesmo ano. Destacam-se o crescimento das motocicletas num ritmo anual de 15,2% (2003–2013) — quase o dobro do crescimento do total da frota e quase o triplo (6,1%) do número de automóveis (2003– 2013). O aumento da frota de ônibus ficou abaixo da média do estoque de veículos. Em consequência, aumentou a importância relativa das motos no estoque de veículos à custa da frota de ônibus e de automóveis. Estes últimos cresceram 81% (acumulado entre 2003 e 2013), o que significa a

adição, em média, de 30 mil automóveis por ano ou de 2.525 por mês. Por essa razão, o número de pessoas por carro caiu 39% no período, isto é, de 9,7 habitantes por auto, em 2002, para 5,9 em 2012. O crescimento excepcional da frota, entre outros motivos, elevou no Recife, em 2010, o número de vítimas fatais no trânsito para 16,1 por cem habitantes (11° entre as capitais do País) e o de vítimas não fatais para 10,34 (3° no ranking das capitais). Além disso, os acidentes com motos transformaram-se em problema de saúde pública, gerando elevados custos para os sistemas de saúde e de previdência social. Em 2010, o número de passageiros transportados por ônibus na RMR situou-se em 488 milhões, número ligeiramente inferior ao observado em 1990. Foram transportados por ônibus cerca de 1,6 milhão de passageiros por dia útil, uma queda de 200 mil passageiros/dia em relação a 1990. Os usuários substituíram o ônibus pela moto, pelo automóvel, pelo metrô e pela bicicleta. Não surpreende que o número de linhas de ônibus tenha crescido lentamente nos últimos 20 anos. Em 2010, tínhamos apenas 337 linhas contra 505 em Salvador. Portanto, temos ônibus a menos, automóveis e motos a mais, um metrô de baixa cobertura (71 km integrados ao sistema de ônibus, que transporta 230 mil pessoas por dia e relativamente muitos táxis que somavam 6,2 mil unidades em 2010, frota 2,8 vezes superior à de Curitiba, cujo modelo de transporte público é referência internacional. Investimentos em infraestrutura de mobilidade e transporte público de qualidade devem se somar a uma política que priorize o transporte coletivo ao invés do individual, restrinja a circulação de automóveis e caminhões nas áreas de maior adensamento de tráfego, regule o transporte de carga e descarga, intensifique a fiscalização para cumprimento das normas básicas de trânsito e reeduque a população para conviver com o novo paradigma de mobilidade que está se abatendo sobre as nossas cidades. *Jorge Jatobá é economista e sócio-diretor da Ceplan

Consultoria Econômica e Planejamento


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construir ECONOMIA

Lições pós-boom imobiliário Mônica Mercês*

A

Muito mais importante que o tamanho do banco de terrenos, é a sua qualidade que é fundamental para as etapas seguintes do negócio. Sem ela, a possibilidade de insucesso é grande, diria quase plena.

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MARÇO 2014

conversa de hoje está dividida em quatro capítulos. O primeiro deles será apresentado neste artigo, e os demais, nos seguintes. Como numa minissérie baseada em fatos reais, a ideia é refletir sobre as lições aprendidas, e quiçá apreendidas, com o encerramento do primeiro ciclo dos empreendimentos do mercado imobiliário, gestado pelo boom de 2010, pois é sabido que, em 2013, vivemos um período — que se prolongará ainda por 2014 — de conclusão desses projetos. Julguei, assim, neste momento, oportuno uma análise sobre as macroetapas do negócio. Uma característica importante e às vezes esquecida pelos desavisados de plantão, sobre a atividade de construção imobiliária, é a longevidade de seu ciclo operacional e produtivo, datada entre a aquisição da área e a entrega do que nela será produzida. A rigor, esse final de ciclo deve ser lembrado como estendido em virtude das responsabilidades pós-entrega que as empresas do setor possuem. E, nesse contexto, palavras como planejamento e controle são fundamentais para que se evitem surpresas não desejadas. Afirmação óbvia, mas faço questão de fazê-la! Isso posto, ressalto que a primeira lição deixada se refere ao ponto de partida de tudo: aquisição de áreas. Etapa das mais estratégicas para o negócio; muitas vezes, nesse período recente, teve sua importância diminuída. Explico. Formaram-se grandes bancos de terrenos para se chegar a um número de Valor Geral de Vendas (VGV) que, somado a tantos outros, pudessem falar, por si só, do tamanho da empresa. Entretanto, banco de terreno sinaliza apenas “potencial” de geração de negócios. O negócio propriamente dito e os resultados gerados são etapas futuras, mas dependem muito de uma partida vencedora. Em minha opinião, algumas empresas deixaram de entender que a aquisição de áreas requer estudos de solo, de mercado, de projetos, de viabilidade econômico-financeira, entre outros, reduzindo, assim e erroneamente,

sua relevância. Como colheita dessa atitude, o mercado presenciou determinadas dinâmicas não recomendáveis na visão dos que entendem do negócio e se posicionam bem nas mais diversas métricas empresariais, das operacionais às financeiras. Como exemplos, cito a venda desses terrenos por valores abaixo do adquirido, além, e pior ainda, da insistência em se realizar projetos em áreas não recomendáveis e desejadas pelos clientes, tendo como consequência o encalhe de produtos, gerando estoques que distorcem as análises do mercado. Acredito que produtos bons não sobram! Ao invés de assumir os erros cometidos, o mais fácil mesmo é colocar a culpa no mercado e na sua “suposta” perda de vigor. Só que, no mesmo instante desta acusação, outros concorrentes estão realizando seus negócios e obtendo os resultados esperados. Então, não tenho dúvidas que há algo a ser apreendido. Muito mais importante que o tamanho do banco de terrenos é a sua qualidade, que é fundamental para as etapas seguintes do negócio. Sem ela, a possibilidade de insucesso é grande, diria quase plena. Parece óbvio o que acima descrevo, mas a cada dia me convenço mais que há muitos que buscam soluções para complexidades nada estratégicas, deixando de lado obviedades totalmente estratégicas. Lição número 1 exposta, trarei à reflexão no próximo artigo a etapa seguinte: o lançamento do empreendimento.

* Mônica Mercês é economista, assessora de Planejamento e Inteligência de Mercado da Diretoria da Queiroz Galvão Desenvolvimento Imobiliário – QGDI.


cub - custo unitário básico

FEVEREIRO de 2014

O

s valores abaixo referem-se aos Custos Unitários Básicos de Construção (CUB/m²), calculados de acordo com a Lei Fed. nº. 4.591, de 16/12/64 e com a Norma Técnica NBR 12.721:2006 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). “Estes custos unitários foram calculados conforme disposto na ABNT NBR 12.721:2006, com base em novos projetos, novos memoriais descritivos e novos critérios de orçamentação e, portanto, constituem nova série histórica de custos unitários, não comparáveis com a anterior, com a designação de CUB/2006”. “Na formação destes custos unitários básicos não foram considerados os seguintes itens, que devem ser levados em conta na determinação dos preços por metro quadrado de construção, de acordo com o estabelecido no projeto e especificações correspondentes a cada caso particular: fundações, submuramentos, paredes-diafragma, tirantes, rebaixamento de lençol freático; elevador(es); equipamentos e instalações, tais como: fogões, aquecedores, bombas de recalque, incineração, ar-condicionado, calefação, ventilação e exaustão, outros; playground (quando não classificado como área construída); obras e serviços complementares; urbanização, recreação (piscinas, campos de esporte), ajardinamento, instalação e regulamentação do condomínio; e outros serviços (que devem ser discriminados no Anexo A - quadro III); impostos, taxas e emolumentos cartoriais, projetos: projetos arquitetônicos, projeto estrutural, projeto de instalação, projetos especiais; remuneração do construtor; remuneração do incorporador.” Os preços unitários dos insumos constantes do lote básico foram cotados no período de: 1 à 24 de fevereiro de 2014. A partir de fevereiro/2007, com a entrada em vigor da NBR 12.721/2006, adotamos o projeto-padrão R-16-N como o novo CUB PADRÃO do SINDUSCON/PE, e passamos a divulgar os valores referentes a materiais, mão de obra, despesas administrativas e equipamentos, que formam este CUB Padrão, bem como suas variações percentuais no mês, no ano e em 12 meses.

Projetos

Padrão De Acabamento

Variação Percentual

Projetos-Padrões

R$/ m² Mensal

Acumulado No Ano

Acum. Em 12 Meses

RESIDENCIAIS

R-1 (Residência Unifamiliar)

PP-4 (Prédio Popular)

R-8 (Residência Multifamiliar)

R-16 (Residência Multifamiliar)

Baixo

R-1-B

1.185,79

4,07%

8,32%

9,11%

Normal

R-1-N

1.446,17

4,45%

8,58%

9,56%

Alto

R-1-A

1.838,70

3,85%

8,47%

9,61%

Baixo

PP-4-B

1.088,07

3,98%

8,32%

9,49%

Normal

PP-4-N

1.361,92

4,31%

8,61%

9,57%

Baixo

R-8-B

1.027,67

4,00%

8,30%

9,40%

Normal

R-8-N

1.162,50

4,63%

8,52%

9,51%

Alto

R-8-A

1.479,39

3,75%

8,54%

9,81%

Normal

R-16-N

1.134,26

4,54%

8,54%

9,58%

Alto

R-16-A

1.459,61

4,61%

8,44%

9,46%

PIS

771,42

4,23%

6,93%

8,12%

RP1Q

1.115,44

5,52%

7,95%

8,63%

Normal

CAL-8-N

1.309,59

4,77%

8,39%

9,08%

Alto

CAL-8-A

1.441,39

4,32%

8,46%

9,35%

Normal

CSL-8-N

1.112,89

5,08%

8,50%

9,09%

Alto

CSL-8-A

1.262,44

4,54%

8,87%

9,78%

Normal

CSL-16-N

1.483,27

5,07%

8,44%

9,19%

Alto

CSL-16-A

1.681,32

4,54%

8,78%

9,82%

GI

623,06

4,82%

7,82%

8,56%

PIS (Projeto de Interesse Social) RP1Q (Residência Popular) COMERCIAIS CAL-8 (Comercial Andares Livres)

CSL-8 (Comercial Salas e Lojas)

CSL-16 (Comercial Salas e Lojas)

GI (Galpão Industrial)

VARIAÇÃO DO CUB-PADRÃO: R-16-N 6,21%

VALOR(R$/m2)

Variação Percentual Mensal

No Ano

Em 12 Meses

CUB DE MATERIAIS

590,54

0,94%

7,64%

CUB DE MÃO DE OBRA

491,51

9,76%

9,76%

9,86%

CUB DE DESPESAS ADMINISTRATIVAS

46,05

0,00%

8,99%

8,99%

6,16

0,00%

-1,91%

-0,16%

1.134,26

4,54%

8,54%

9,58%

CUB DE EQUIPAMENTOS DE OBRA CUB TOTAL

9,50%

MARÇO 2014

89


insumos MARÇO-2014 - Cotação no período de 05 a 26-03-2014. Esta seção contém a listagem de preços unitários de insumos para construção civil. Responsabilidade técnica do engenheiro Clelio Fonseca de Morais (CREA nº 041752. Titular da CM-Assessoria de Obras Ltda.) Fone: (81) 3236.2354 - 9108.1206 | cleliomorais.custodeobras@gmail.com | www.cleliomorais.com.br | Assinantes da Revista Construir Nordeste têm desconto de 50% sobre o preço da assinatura anual da lista de preços de serviços, contendo a listagem resumida de preços unitários (com preços unitários de materiais e mão de obra separados); um quadro com diversos indicadores econômicos e setoriais dos últimos 13 meses, e mais outras informações interessantes para o setor. AGLOMERANTES Cal hidratado Calforte Narduk

kg

0,58

Cal hidratado Calforte Narduk (saco com 10 kg)

sc

5,78

Cimento Portland

kg

0,440

Cimento Portland (saco c/ 50 kg)

sc

21,87

Cimento branco específico Narduk

kg

1,02

Cimento branco específico Narduk (saco com 40 kg)

sc

40,99

Gesso em pó de fundição (rápido)

kg

0,43

Gesso em pó de fundição (rápido) (saco com 40kg)

sc

17,31

Gesso em pó para revestimento (lento)

kg

0,35

Gesso em pó para revestimento (lento) (saco com 40kg)

sc

14,00

Gesso Cola

kg

1,53

Gesso Cola (saco com 5kg)

sc

7,67

ARTEFATOS DE CIMENTO

Vigota treliçada para laje B16 com SC=150kgf/m2 p/ vão de até 6,00m Vigota treliçada para laje B16 com SC=300kgf/m2 p/ vão de até 6,00m Vigota treliçada para laje B20 com SC=150kgf/m2 p/ vão de até 7,00m Vigota treliçada para laje B20 com SC=300kgf/m2 p/ vão de até 7,00m Vigota treliçada para laje B25 com SC=150kgf/m2 p/ vão de até 8,00m Vigota treliçada para laje B25 com SC=300kgf/m2 p/ vão de até 8,00m Vigota treliçada para laje B30 com SC=150kgf/m2 p/ vão de até 9,00m Vigota treliçada para laje B30 com SC=300kgf/m2 p/ vão de até 9,00m

m

7,66

m

8,24

m

7,71

m

13,30

m

7,95

m

14,86

m

8,45

m

9,24

ARTEFATOS DE FIBROCIMENTO Caixa d'água cônica CRFS de 250 litros c/tampa Brasilit

un

79,02

Caixa d'água cônica CRFS de 500 litros c/tampa Brasilit

un

150,16

Bloco de concreto p/alvenaria vedação c/9x19x39cm(2,5MPa)

un

1,55

un

252,86

Bloco de concreto p/alvenaria vedação c/12x19x39cm(2,5MPa)

Caixa d'água cônica CRFS de 1000 litros c/tampa Brasilit

un

1,75

Cumeeira articulada Fibrotex CRFS TTX superior Brasilit

un

4,10

Bloco de concreto p/alvenaria vedação c/14x19x39cm(2,5MPa)

un

2,07

Cumeeira articulada Fibrotex CRFS TTX inferior Brasilit

un

4,10

Bloco de concreto p/alvenaria estrutural c/14x19x39cm(4,5MPa)

un

49,90

un

2,40

Bloco de concreto p/alvenaria estrutural c/19x19x39cm(4,5MPa)

un

49,90

un

3,06

Caixa de concreto p/ar condicionado 7.000 BTU's aberta 60x40x40cm

un

56,33

un un un

34,37 34,33 34,33

Caixa de concreto p/ar condicionado 7.000 BTU's fechada 60x40x50cm

un

71,97

Telha Kalheta 8mm de 3,00m Brasilit

un

147,67

Caixa de concreto p/ar condicionado 10.000 BTU's aberta 70x50x40cm

Telha Kalheta 8mm de 4,00m Brasilit

un

181,95

un

74,83

Caixa de concreto p/ar condicionado 10.000 BTU's aberta 70x45x60cm

un

Caixa de concreto p/ar condicionado 10.000 BTU's fechada 70x45x60cm

un

73,00

Elemento vazado de cimento Acinol-CB2/L com 19x19x15cm

un

2,80

Elemento vazado de cimento Acinol-CB6/L/Veneziano 25x25x8cm

un

4,20

Elemento vazado de cimento Acinol-CB7/L/Colmeia com 25x25x10cm

un

86,33

4,90

Elemento vazado de cimento Acinol-CB/9/Boca de Lobo 39x18x9cm

un

4,20

Lajota de concreto natural lisa para piso de 50x50x3cm

m2

15,13

Lajota de concreto natural antiderrapante para piso de 50x50x3cm

m2

16,10

Meio fio de concreto pré-moldado de 100x30x12cm

un

15,50

Nervura de 3,00m para laje pré-moldada com SC=200kg/m2

m

8,06

Piso em bloco de concreto natural "Paver" de 6cm c/25MPa (48pç/m2)

m2

28,17

Piso em bloco de concreto natural "Paver" de 6cm c/35MPa (48pç/m2)

m2

30,83

Piso em bloco de concreto pigmentado "Paver" de 6cm c/25MPa (48pç/m2)

m2

32,67

Piso em bloco de concreto pigmentado "Paver" de 6cm c/35MPa (48pç/m2)

m2

35,50

Piso em bloco de concreto natural Unistein de 8cm c/25 Mpa (34pç/m2)

m2

33,67

Piso em bloco de concreto natural Unistein de 8cm c/35 Mpa (34pç/m2)

m2

37,33

Piso de concreto vazado ecológico (tipo cobograma)

m2

32,00

Tubo de concreto simples de 200mm classe PS1

m

12,60

Tubo de concreto simples de 300mm classe PS1

m

19,12

Tubo de concreto simples de 400mm classe PS1

m

27,92

Tubo de concreto simples de 500mm classe PS1

m

35,68

Tubo de concreto simples de 600mm classe PS1

m

55,25

Tubo de concreto simples de 800mm classe PS1 Tubo de concreto simples de 1000mm classe PS1 Tubo de concreto simples de 1200mm classe PS1 Tubo de concreto armado de 300mm classe PA2 Tubo de concreto armado de 400mm classe PA2 Tubo de concreto armado de 500mm classe PA2 Tubo de concreto armado de 600mm classe PA2 Tubo de concreto armado de 800mm classe PA2

m m m m m m m m

105,30 154,60 230,00 45,00 56,15 73,00 106,00 187,25

Tubo de concreto armado de 1000mm classe PA2

m

249,50

Tubo de concreto armado de 1200mm classe PA2 Verga de concreto armado de 10x10cm Vigota treliçada para laje B12 com SC=150kgf/m2 p/ vão de até 4,00m Vigota treliçada para laje B12 com SC=300kgf/m2 p/ vão de até 4,00m

m m

469,00 12,95

m

8,46

m

9,05

Cumeeira articulada TKO superior para Kalhetão CRFS Brasilit Cumeeira articulada TKO inferior para Kalhetão CRFS Brasilit Cumeeira normal CRFS TOD 5G 1,10m Brasilit Cumeeira normal CRFS TOD 10G 1,10m Brasilit Cumeeira normal CRFS TOD 15G 1,10m Brasilit

Telha Kalheta 8mm de 5,50m Brasilit

un

215,30

Telha Kalheta 8mm de 6,00m Brasilit

un

239,94

Telha Kalheta 8mm de 6,50m Brasilit

un

254,74

Telha Kalhetão 8mm de 3,00m CRFS Brasilit

un

221,43

Telha Kalhetão 8mm de 6,70m CRFS Brasilit

un

451,29

Telha Kalhetão 8mm de 7,40m CRFS Brasilit

un

513,73

Telha Kalhetão 8mm de 8,20m CRFS Brasilit

un

612,43

Telha Kalhetão 8mm de 9,20m CRFS Brasilit

un

618,47

Telha Fibrotex CRFS de 4mm com 1,22x0,50m Brasilit

un

7,01

Telha Fibrotex CRFS de 4mm com 2,13x0,50m Brasilit

un

12,48

Telha Fibrotex CRFS de 4mm com 2,44x0,50m Brasilit

un

12,07

Telha Maxiplac de 6mm com 3,00x1,06m Brasilit

un

Telha Maxiplac de 6mm com 4,10x1,06m Brasilit

un

Telha Maxiplac de 6mm com 4,60x1,06m Brasilit Telha Residencial CRFS de 5mm com 1,22x1,10m Brasilit Telha Residencial CRFS de 5mm com 1,53x1,10m Brasilit Telha Residencial CRFS de 5mm com 1,83x1,10m Brasilit Telha Residencial CRFS de 5mm com 2,13x1,10m Brasilit Telha Residencial CRFS de 5mm com 2,44x1,10m Brasilit Telha ondulada BR CRFS de 6mm com 1,22x1,10m Brasilit Telha ondulada BR CRFS de 6mm com 1,53x1,10m Brasilit Telha ondulada BR CRFS de 6mm com 1,83x1,10m Brasilit Telha ondulada BR CRFS de 6mm com 2,13x1,10m Brasilit Telha ondulada BR CRFS de 6mm com 2,44x1,10m Brasilit Telha ondulada BR CRFS de 8mm com 1,22x1,10m Brasilit Telha ondulada BR CRFS de 8mm com 1,53x1,10m Brasilit Telha ondulada BR CRFS de 8mm com 1,83x1,10m Brasilit Telha ondulada BR CRFS de 8mm com 2,13x1,10m Brasilit Telha ondulada BR CRFS de 8mm com 2,44x1,10m Brasilit

m3 m3 m3 m3 un m

68,33 65,00 64,00 52,00 0,40 10,00

sc

6,51

ARGAMASSA PRONTA Argamassa Megakol AC-I Narduk uso interno (saco 20kg) Argamassa Megakol AC-I Narduk uso interno Argamassa Megaflex AC-II Narduk uso externo (saco 20kg) Argamassa Megaflex AC-II Narduk uso externo Argamassa Megaflex AC-III Narduk alta resistência (saco 20kg) Argamassa Megaflex AC-III-E Cinza Narduk alta resist. (saco 20kg) Massa para alvenaria (saco 40kg)

kg

0,33

sc

11,95

kg

0,60

sc

21,59

sc

23,21

sc

11,22

Reboco pronto Reboduk Narduk interno (saco 20kg)

sc

5,05

Reboco externo pronto (saco 20kg)

sc

5,25

Rejunte aditivado interno (saco 40kg) Rejunte aditivado interno Narduk Rejunte aditivado flexível externo (saco 40kg) Rejunte aditivado flexível externo Narduk

sc kg

42,86 1,07

sc

56,39

kg

1,41

kg kg kg kg kg kg

5,71 5,79 6,47 6,85 8,09 6,68

Arame farpado "Elefante" - fio 2,2mm - rolo com 250m

un

117,42

Arame farpado "Elefante" - fio 2,2mm - rolo com 400m

un

187,78

ARAMES Arame galvanizado nº 10 BWG liso 3.40mm Arame galvanizado nº 12 BWG liso 2.76mm Arame galvanizado nº 14 BWG liso 2.10mm Arame galvanizado nº 16 BWG liso 1.65mm Arame galvanizado nº 18 BWG liso 1.24mm Arame recozido 18 BWG preto

Arame farpado "Touro" - fio 1,6mm rolo com 250m Arame farpado "Touro" - fio 1,6mm rolo com 500m

un

99,75

un

185,34

Bomba centrífuga trifásica de 1/2 CV Schneider

un

540,46

Bomba centrífuga trifásica de 3/4 CV Schneider

un

577,32

Bomba centrífuga trifásica de 1 CV Schneider

un

611,00

Bomba centrífuga trifásica de 1 1/2 CV Schneider

un

790,43

Bomba centrífuga trifásica de 2 CV Schneider

un

847,25

Bomba centrífuga trifásica de 3 CV Schneider

un

690,30

Bomba centrífuga trifásica de 5 CV Schneider

un

1.430,92

115,55

Bomba centrífuga trifásica de 7,5 CV Schneider

un

1.760,67

180,08

Bomba centrífuga monofásica de 1/4 CV Schneider

un

461,49

un

186,39

Bomba centrífuga monofásica de 1/2 CV Schneider

un

539,79

un

25,80

Bomba centrífuga monofásica de 3/4 CV Schneider

un

585,38

Chave de proteção magnética trifásica até 5CV WEG

un

160,71

Chave de proteção magnética trifásica até 7,5CV WEG

un

173,08

Chave de proteção magnética trifásica até 10CV WEG

un

207,79

BOMBAS CENTRÍFUGAS

un

31,67

un

37,17

Bóia para bomba com 10 amperes

un

47,59

un

43,55

Bóia para bomba com 20 amperes

un

47,65

un

49,93

CARPETES

un

31,20

Carpete Flortex Tradition Grafite da Fademac com 3mm

m2

11,23

un

37,83

Carpete Reviflex Diloop Grafite da Fademac com 4mm

m2

12,15

Concreto usinado FCK=10MPa Concreto usinado FCK=15MPa

m3 m3

239,00 245,00

Concreto usinado FCK=15MPa bombeável

m3

253,00

Concreto usinado FCK=20 MPa Concreto usinado FCK=20 MPa bombeável Concreto usinado FCK=25 MPa Concreto usinado FCK=25 MPa bombeável

m3 m3 m3 m3

255,50 265,00 278,67 290,00

Concreto usinado FCK=30 MPa

m3

289,00

Concreto usinado FCK=30 MPa bombeável

m3

300,00

Concreto usinado FCK=35 MPa

m3

310,00

Concreto usinado FCK=35 MPa bombeável Taxa de bombeamento

m3 m3

320,00 32,50

m2 m2 m2 m2

336,67 303,33 336,67 450,00

m2

283,33

m2

326,67

un

44,63

un

52,27

un

62,87

un

39,50

un

49,70

un

59,50

un

69,70

un

79,90

CONCRETO USINADO

ESQUADRIAS DE ALUMÍNIO

AGREGADOS Areia fina Areia grossa Saibro Barro para aterro Barro para jardim Pó de pedra Brita 12 Brita 19 Brita 25

Brita 38 Brita 50 Brita 75 Pedra rachão Paralelepípedo Meio fio de pedra granítica

m3 m3 m3 m3 m3 m3 m3 m3 m3

44,00 45,00 37,67 23,33 35,00 43,33 73,00 73,00 73,33

Janela de alumínio com bandeira Janela de alumínio sem bandeira Janela de alumínio tipo basculante 0,60x1,00m Porta de alumínio com saia e bandeira ESQUADRIAS DE FERRO Gradil de ferro c/cantoneira L de 1.1/4" e barras de 1"x1/4" Portão de ferro em chapa preta nº 18 (cant.)


Portão em tela de ferro quadrada 13mm e fio 12

m2

510,00

Tubo de ferro preto de 2" Tubo de ferro preto de 4" Tubo de ferro preto de 6" Tubo de ferro galvanizado de 2" Tubo de ferro galvanizado de 2.1/2" Tubo de ferro galvanizado de 4"

m m m m m m

18,37 38,76 90,87 31,12 38,98 86,13

EQUIPAMENTOS CONTRA-INCÊNDIO

Ferro CA-25 de 25mm Ferro CA-50 de 6,3mm

kg kg

3,21 3,75

Ferro CA-50 de 8mm

kg

3,78

Ferro CA-50 de 10mm

kg

Ferro CA-50 de 12,5mm Ferro CA-50 de 16mm

Soleira de granito preto tijuca de 15x2 cm

m

Rodapé de granito preto tijuca de 7x2cm

m

24,67

3,50

Lajota de granito verde ubatuba de 50x50x2cm

m2

190,00

kg

3,26

150,00

3,28

Ferro CA-50 de 20mm

kg

3,44

Lajota de granito verde ubatuba de 15x30x2cm Bancada de granito verde ubatuba de 60x2cm

m2

kg

ml

182,00

Ferro CA-50 de 25mm

kg

3,16

Divisória de box em granito verde ubatuba 7x2cm

ml

39,00

Soleira de granito verde ubatuba de 15x2cm Rodapé de granito verde ubatuba de 7x2cm

ml

30,00

ml

19,33

gl lata gl bd kg

68,25 305,31 33,50 146,83 40,40

Adaptador de 2.1/2"x1.1/2"

un

54,33

Ferro CA-50 de 32mm

kg

3,05

Adaptador de 2.1/2"x2.1/2"

un

68,37

Ferro CA-60 de 4,2mm

kg

3,44

un

236,00

Ferro CA-60 de 5mm

kg

3,47

un

17,67

Ferro CA-60 de 6mm

kg

3,33

Caixa de incêndio com 75x45x17cm para mangueira predial Chave Storz Esguicho Jato sólido de 1.1/2"

un

53,67

Ferro CA-60 de 7mm

kg

3,30

Extintor de água pressurizada 10 litros

un

113,33

Ferro CA-60 de 8mm

kg

2,61

Extintor de CO2 de 6kg

un

461,67

Extintor de pó quimico 4kg

un

98,27

Extintor de pó quimico 6kg

un

110,60

Extintor de pó quimico 8kg

un

143,00

Extintor de pó quimico 12kg

un

181,67

un

219,33

un

466,67

Mangueira predial de 1.1/2" x 15m com união Mangueira predial de 1.1/2" x 30m com união Porta corta fogo P90 de 0,80x2,10m

un

917,50

Porta corta fogo P90 de 0,90x2,10m

un

972,50

Registro Globo 45° de 2.1/2"

un

139,33

Tampa de ferro fundido de 60x40cm "incêndio"

un

234,00

Tampão cego de 1.1/2" T.70 articulado

un

60,12

Porta em compensado liso semi-oca de 0,60x2,10x0,03m Porta em compensado liso semi-oca de 0,70x2,10x0,03m Porta em compensado liso semi-oca de 0,80x2,10x0,03m Porta em compensado liso semi-oca de 0,90x2,10x0,03m Porta em compensado liso de 0,60x2,10x0,03m EIDAI Porta em compensado liso de 0,70x2,10x0,03m EIDAI Porta em compensado liso de 0,80x2,10x0,03m EIDAI Porta em compensado liso de 0,90x2,10x0,03m EIDAI Porta em fichas de madeira maciça de 0,60x2,10x0,03m Porta em fichas de madeira maciça de 0,70x2,10x0,03m Porta em fichas de madeira maciça de 0,80x2,10x0,03m Porta em fichas de madeira maciça de 0,90x2,10x0,03m Porta em venezianas de madeira maciça de 0,60x2,10x0,03m Porta em venezianas de madeira maciça de 0,70x2,10x0,03m Porta em venezianas de madeira maciça de 0,80x2,10x0,03m Porta em almofadas de madeira maciça de 0,60x2,10x0,03m Porta em almofadas de madeira maciça de 0,70x2,10x0,03m Porta em amolfadas de madeira maciça de 0,80x2,10x0,03m Porta em almofadas de madeira maciça de 0,90x2,10x0,03m Grade de canto em massaranduba até 1,00x2,10m para pintura esmalte Grade de caixa em massaranduba até 1,00x2,10m para pintura esmalte Grade de caixa em Jatobá até 1,00x2,10m para verniz ou cera

un

63,68

un

54,93

un

55,26

un

65,00

un

68,30

un

66,55

un

74,02

un

84,44

un

167,30

un

198,07

un

242,67

un

241,77

un

182,00

un

203,00

un

219,25

un

154,26

un

160,26

un

185,67

un

216,00

un

45,33

un

106,33

un

55,00

EQUIPAMENTOS h

75,83

Andaime tubular de 1,5x1,0m (2peças=1,00m)

mês

12,00

Betoneira elétrica de 400L sem carregador

mês

337,88

Compactador CM/13 elétrico Compactador CM/20 elétrico Cortadora de piso elétrica Furadeira industrial Bosch ref. 1174 Guincho de coluna (foguete) Mangote vibratório de 35mm Mangote vibratório de 45mm Motor elétrico para vibrador Pistola finca pinos Pontalete metálico regulável (1 peça) Serra elétrica circular de bancada

mês mês mês mês mês mês mês mês mês mês mês

363,33 575,33 597,67 163,33 302,33 81,67 81,67 90,67 177,50 6,00 121,33

FERROS Ferro CA-25 de 12,5mm Ferro CA-25 de 20mm

kg

5,64

m2

12,41

Bloco de gesso com 50x65x7,5cm para parede divisória

un

7,17

Placa de gesso lisa para forro com 65x65cm

un

3,18

m

15,00

m

18,00

m

20,00

MADEIRAS

m

13,33

Assoalho de madeira em Ipê de 15x2cm Assoalho de madeira em Jatobá de 15x2cm Rodapé de madeira em Jatobá de 5x1,5cm

m2 m2 m

71,74 78,05 8,93

m

18,00

Lambri de madeira em Angelim Pedra de 10x1cm

m2

29,50

un

47,97

un

43,47

m m m

1,80 5,82 2,87

kg

5,74

m2

5,57

kg

5,74

m2

8,49

kg

5,50

m2

9,89

Rodateto de gesso - friso com largura de até 6cm aplicado Rodateto de gesso - friso com largura de até 15cm aplicado Rodateto de gesso - friso com largura de até 20cm aplicado Junta de dilatação de gesso em "L" de 2x2cm aplicada Junta de dilatação de gesso em "L" de 3x3cm aplicada Dobradiça em aço cromado de 3"x2.1/2" sem anéis ref. 1500 LaFonte Dobradiça em aço cromado de 3"x2.1/2" sem anéis ref. 1410 LaFonte Dobradiça em latão cromado de 3"x2.1/2" sem anéis ref. 90 LaFonte Conjunto de fechadura de cilindro ref. 521 E-CR LaFonte Conjunto de fechadura interna ref. 521 I-CR LaFonte Conjunto de fechadura para WC ref. 521 B-CR LaFonte Conjunto de fechadura de cilindro ref. 436E-CR LaFonte Conjunto de fechadura interna ref. 436I-CR LaFonte Conjunto de fechadura para WC ref. 436B-CR LaFonte Conjunto de fechadura de cilindro ref. 2078 E-CR LaFonte Conjunto de fechadura interna ref. 2078 I-CR LaFonte Conjunto de fechadura para WC ref. 2078 B-CR LaFonte Conjunto de fechadura de cilindro ref. 608E-CR LaFonte Conjunto de fechadura interna ref. 608I-CR LaFonte Conjunto de fechadura para WC ref. 608B-CR LaFonte

kg kg

3,02 3,26

Granilha nº 02 (saco com 40kg) Granilha nº 02 Bancada em granito cinza andorinha de 60x2cm c/1 cuba,test.e esp. Divisória de box em granito cinza andorinha de 7x2 cm Soleira de granito cinza andorinha de 15x2 cm Rodapé de granito cinza andorinha com 7x2cm Lajota de granito cinza andorinha de 50x50x2cm Lajota de granito preto tijuca de 50x50x2cm Lajota de granito preto tijuca de 15x30x2cm

gl

33,95

bd

136,79

gl bd gl lata bd bd gl bd cart gl bd gl bd bd bd bd bd

25,90 125,45 59,42 237,36 17,30 67,45 45,88 154,80 26,47 40,05 148,52 74,88 225,46 59,88 136,43 201,48 170,01

un

5,82

un

10,23

Folha de "fórmica" texturizada branca de 3,08x1,25m Folha de "fórmica" brilhante branca de 3,08x1,25m Estronca roliça tipo litro Barrote de madeira mista de 6x6cm Sarrafo de madeira mista de 10cm (1"x4") Tábua de madeira mista de 15cm (1"x6")

m

4,25

un

86,15

Tábua de madeira mista de 22,5cm (1"x9")

m

5,61

Tábua de madeira mista de 30cm (1"x12")

m

8,09

Madeira serrada para coberta (Massaranduba) Peça de massaranduba para coberta de 7,5x15cm Peça de massaranduba para coberta de 6x10cm

m3

2.379,00

m

26,93

m

18,39

Barrote de massaranduba para coberta de 5x7,5cm

m

9,53

m

4,74

FERRAGENS DE PORTA un

4,59

un

63,54

un

63,90

un

61,08

un

49,80

un

49,80

un

86,43

un

54,31

un

63,87

un

134,96

un

107,28

un

107,28

GRANITOS

Retroescavadeira 580H, 4x4 (com operador)

IMPERMEABILIZANTES Acquella (galão de 3,6 litros) Acquella (lata de 18 litros) Bianco (galão de 3,6 litros) Bianco (balde de 18 litros) Compound adesivo (A+B) (2 latas=1kg) Desmol CD - líquido desmoldante p/concreto (galão de 3,6 litros) Desmol CD - líquido desmoldante p/concreto (balde de 18 litros) Frioasfalto (galão de 3,9 kg) Frioasfalto (balde de 20kg) Neutrol (galão de 3,6 litros) Neutrol (lata de 18 litros) Vedacit (galão de 3,6 litros) Vedacit (balde de 18 litros) Vedacit rapidíssimo (galão de 4 kg) Vedacit rapidíssimo (balde de 20kg) Vedaflex (cartucho com 310ml) Vedapren preto (galão de 3,6 litros) Vedapren preto (balde de 18kg) Vedapren branco (galão de 4,5 kg) Vedapren branco (balde de 18kg) Sika nº 1 (balde de 18 litros) Igol 2 (balde de 18kg) Igol A (balde de 18kg) Silicone (balde de 18 litros)

Tela de ferro c/malha 15x15cm c/fio de 3,4mm tipo Q61 (0,972kg/m2) Tela de ferro c/malha 15x15cm c/fio de 3,4mm tipo Q61 (0,972kg/m2) Tela de ferro c/malha 15x15cm c/fio de 4,2mm tipo Q92 (1,480kg/m2) Tela de ferro c/malha 15x15cm c/fio de 4,2mm tipo Q92 (1,480kg/m2) Tela de ferro c/malha 10x10cm c/fio de 3,8mm tipo Q113 (1,803kg/m2) Tela de ferro c/malha 10x10cm c/fio de 3,8mm tipo Q113 (1,803kg/m2) Tela de ferro c/malha 10x10cm c/fio de 4,2mm tipo Q138 (2,198kg/m2) Tela de ferro c/malha 10x10cm c/fio de 4,2mm tipo Q138 (2,198kg/m2) FORROS, DIVISÓRIAS E SERVIÇOS DE GESSO

ESQUADRIAS DE MADEIRA

38,50

sc kg

10,40 0,17

m

165,80

m

19,93

m

26,78

m

16,70

m2

111,25

m2 m2

250,00 235,00

Bancada de granito preto tijuca de 60x2cm

m

227,00

Divisória de box em granito preto tijuca 7x2 cm

m

50,50

Ripa de massaranduba para coberta de 4x1cm Prancha de massaranduba para escoramento de 3x15cm Prancha de massaranduba para escoramento de 5x15cm Chapa de madeira plastificada de 10mm c/1,10x2,20m Chapa de madeira plastificada de 12mm c/1,10x2,20m Chapa de madeira plastificada de 15mm c/1,10x2,20m Chapa de madeira plastificada de 17mm c/1,10x2,20m Chapa de madeira plastificada de 20mm c/1,10x2,20m

m

14,88

m

28,53

un

41,18

un

46,61

un

55,93

un

73,59

un

81,79

Chapa de madeira resinada de 6mm c/1,10x2,20m

un

17,72

Chapa de madeira resinada de 10mm c/1,10x2,20m

un

25,98

Chapa de madeira resinada de 12mm c/1,10x2,20m

un

30,12

Chapa de madeira resinada de 15mm c/ 1,10x2,20m

un

36,26

Chapa de madeira resinada de 17mm c/1,10x2,20m

un

41,99

Eletroduto em PVC flexível corrugado de 1/2"

m

1,13

Eletroduto em PVC flexível corrugado de 3/4"

m

1,50

vara

3,92

vara

5,53

MATERIAIS ELÉTRICOS E TELEFÔNICOS

Eletroduto em PVC rígido roscável de 1/2" (vara com 3m) Eletroduto em PVC rígido roscável de 3/4" (vara com 3m) Eletroduto em PVC rígido roscável de 1" (vara com 3m) Eletroduto em PVC rígido roscável de 1.1/4" (vara com 3m) Eletroduto em PVC rígido roscável de 1.1/2" (vara com 3m) Eletroduto em PVC rígido roscável de 2" (vara com 3m)

vara

8,47

vara

10,72

vara

13,75

vara

17,70


Eletroduto em PVC rígido roscável de 2.1/2" (vara com 3m)

vara

37,18

Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 1/2"

un

0,43

Disjuntor tripolar de 70A GE

un

71,13

Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 3/4"

un

0,68

Disjuntor tripolar de 90A GE

un

60,00

Conjunto 4"x2" c/1 interruptor simples + 1 tomada univ. 2P Pial Plus Conjunto 4"x2" c/2 interruptores simples+1 tomada univ. 2P Pial Plus Conjunto 4"x2" com 1 tomada de corrente universal 2P Pial Plus Conjunto 4"x2" com 2 tomadas de corrente universal 2P Pial Plus Conjunto 4"x2" com 1 tomada de corrente c/ aterramento 2P+T Pial Plus Conjunto 4"x2" c/1 tomada de corrente c/aterramento 3P Pial Plus Conjunto 4"x2" c/1 tomada de corrente p/chuveiro elétrico 3P Pial Plus Conjunto 4"x2" com 1 botão pulsador para campainha Pial Plus Conjunto 4"x2" com 1 botão pulsador para minuteria Pial Plus Conjunto 4"x2" com 1 saída para antena de TV/FM Pial Plus Suporte padrão 4"x2" Pial Plus

Eletroduto em PVC rígido roscável de 3" (vara com 3m)

vara

45,05

un

1,12

un

1,20

un

1,82

un

1,03

Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 1"

un

0,89

Disjuntor tripolar de 100A GE

un

60,00

Placa cega 4"x2" Pial Plus

un

2,40

Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 1.1/4"

un

1,43

5,73

un

1,82

un

21,56

Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 2"

un

2,83

Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 2.1/2"

un

7,96

cj

10,70

Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 3"

un

9,75

cj

16,60

Bucha de alumínio de 1/2"

un

0,37

Placa cega 4"x4" Pial Plus Haste de aterramento Copperweld de 5/8"X2,40m com conectores Conjunto 4"x2" com 1 tomada p/telefone 4P padrão Telebrás Pial Pratis Conjunto 4"x2" com 1 tomada para telefone RJ11 Pial Pratis Conjunto 4"x2" com 1 tomada p/telefone 4P padrão Telebrás Pial Plus Conjunto 4"x2" com 1 tomada para telefone RJ11 Pial Plus

un

Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 1.1/2"

Quadro de distribuição de energia em PVC para 3 disjuntores

cj

15,00

cj

21,52

Cabo telefônico CCI 50 - 1 par

m

0,27

Cabo telefônico CCI 50 - 2 pares

m

0,43

Cabo telefônico CCI 50 - 3 pares

m

0,67

Cabo telefônico CCI 50 - 4 pares

m

1,12

Cabo telefônico CCI 50 - 5 pares

m

0,93

Cabo telefônico CCI 50 - 6 pares

m

1,69

un

51,30

un

81,56

un

119,85

un

144,44

un

212,33

un

356,38

un

895,48

Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 1/2" Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 3/4" Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 1" Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 1.1/4" Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 1.1/2" Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 2" Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 2.1/2" Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 3"

un

2,68

un

3,12

un

5,13

un

12,37

un

14,42

Disjuntor monopolar de 30A Pial

un

6,99

Disjuntor tripolar de 10A Pial

un

42,73

Disjuntor tripolar de 25A Pial

un

43,37

Disjuntor tripolar de 50A Pial

un

45,19

Disjuntor tripolar de 70A Pial

un

71,90

Disjuntor tripolar de 90A Pial

un

68,53

Disjuntor tripolar de 100A Pial

un

68,26

Disjuntor monopolar de 10A GE

un

5,38

Disjuntor monopolar de 15A GE

un

5,25

Disjuntor monopolar de 20A GE

un

5,50

Disjuntor monopolar de 25A GE

un

5,50

Disjuntor monopolar de 30A GE

un

5,50

Disjuntor tripolar de 10A GE

un

45,00

Disjuntor tripolar de 25A GE

un

41,25

Disjuntor tripolar de 50A GE

un

42,00

Quadro de distribuição de energia em PVC para 6 disjuntores Quadro de distribuição de energia em PVC para 12 disjuntores Quadro metálico de distribuição de energia para 12 disjuntores Kit barramento p/quadro de distribuição de energia com 12 disjuntores Quadro metálico de distribuição de energia para 20 disjuntores Kit barramento p/quadro de distribuição de energia com 20 disjuntores

un

11,92

un

39,22

un

70,85

un

119,99

un

37,73

un

123,50

un

46,33

Quadro metálico de distribuição de energia para 32 disjuntores

un

181,95

Kit barramento p/quadro de distribuição de energia com 32 disjuntores

un

Bucha de alumínio de 3/4"

un

0,50

Bucha de alumínio de 1"

un

0,69

Bucha de alumínio de 1.1/4"

un

0,94

Bucha de alumínio de 1.1/2"

un

1,14

Bucha de alumínio de 2"

un

2,31

Bucha de alumínio de 2.1/2"

un

2,00

Bucha de alumínio de 3"

un

3,26

Arruela de alumínio de 1/2"

un

0,24

Arruela de alumínio de 3/4"

un

0,28

Arruela de alumínio de 1"

un

0,53

Arruela de alumínio de 1.1/4"

un

0,76

Arruela de alumínio de 1.1/2"

un

0,90

Arruela de alumínio de 2"

un

1,14

Arruela de alumínio de 2.1/2"

un

1,98

Arruela de alumínio de 3"

un

2,36

Caixa de passagem em PVC de 4"x4"

un

3,17

Conjunto 4"x2" com 2 interruptores simples Pial Pratis

cj

10,25

Caixa de passagem em PVC de 4"x2"

un

1,82

Conjunto 4"x2" com 3 interruptores simples Pial Pratis

cj

14,56

Caixa de passagem sextavada em PVC de 3"X3"

un

2,95

Conjunto 4"x2" com 1 interruptor paralelo Pial Pratis

cj

7,73

Caixa de passagem octogonal em PVC de 4"X4"

un

3,20

Soquete para lâmpada (bocal) com rabicho

un

1,73

Soquete para lâmpada (bocal) sem rabicho

un

1,86

Cabo de cobre nú de 10mm2

m

4,59

Cabo de cobre nú de 16mm2

m

6,26

Cabo de cobre nú de 25mm2

m

9,65

Cabo de cobre nú de 35mm2

m

13,53

m

0,57

Cabo flexível de 1,5mm2 com isolamento plástico Cabo flexível de 2,5mm2 com isolamento plástico Cabo flexível de 4mm2 com isolamento plástico Cabo flexível de 6mm2 com isolamento plástico Cabo flexível de 10mm2 com isolamento plástico Cabo flexível de 16mm2 com isolamento plástico Cabo flexível de 25mm2 com isolamento plástico Cabo flexível de 35mm2 com isolamento plástico Fio rígido de 1,5mm2 com isolamento plástico Fio rígido de 2,5mm2 com isolamento plástico Fio rígido de 4mm2 com isolamento plástico Fio rígido de 6mm2 com isolamento plástico

m

1,03

m

1,84

m

2,51

m

4,23

m

6,70

m

12,28

m

14,75

m

0,60

m

0,94

m

1,56

m

2,17

66,10

13,70

Quadro metálico de embutir para telefone de 20x20x13,5cm Quadro metálico de embutir para telefone de 30x30x13,5cm Quadro metálico de embutir para telefone de 40x40x13,5cm Quadro metálico de embutir para telefone de 50x50x13,5cm Quadro metálico de embutir para telefone de 60x60x13,5cm Quadro metálico de embutir para telefone de 80x80x13,5cm

cj

12,38

Quadro metálico de embutir para telefone de 120x120x13,5cm

cj

12,00

cj

15,23

Conjunto Arstop completo (tomada + disjuntor) de embutir

un

29,93

Conjunto Arstop completo (tomada + disjuntor) de sobrepor

un

30,23

Conjunto 4"x2" com 1 interruptor simples Pial Pratis

cj

5,78

Conjunto 4"x2" com 2 interruptores paralelos Pial Pratis Conjunto 4"x2" com 1 interruptor simples + 1 paralelo Pial Pratis Conjunto 4"x2" c/1 interruptor simples + 1 tomada univ. 2P Pial Pratis Conjunto 4"x2" c/2 interruptores simples+1 tomada univ. 2P Pial Pratis Conjunto 4"x2" com 1 tomada de corrente universal 2P Pial Pratis Conjunto 4"x2" com 2 tomadas de corrente universal 2P Pial Pratis Conjunto 4"x2" c/1 tomada de corrente c/aterramento 2P+T Pial Pratis Conjunto 4"x2" c/1 tomada de corrente c/aterramento 3P Pial Pratis Conjunto 4"x2" c/1 tomada de corrente p/chuveiro elétrico 3P Pial Pratis Conjunto 4"x2" com 1 botão pulsador para campainha Pial Pratis Conjunto 4"x2" com 1 botão pulsador para minuteria Pial Pratis Conjunto 4"x2" com 1 saída para antena de TV/FM Pial Pratis Suporte padrão 4"x2" Pial Pratis Suporte padrão 4"x4" Pial Placa cega 4"x2" Pial Pratis Placa cega 4"x4" Pial Pratis

cj

13,26

un un un un

0,67 1,23 2,26 5,48

Conjunto 4"x2" com 1 interruptor simples Pial Plus

cj

Conjunto 4"x2" com 2 interruptores simples Pial Plus

cj

cj

16,26

cj

18,83

cj

7,56

cj

15,20

cj

13,68

cj

11,03

cj

29,65

cj

9,90

cj

8,46

cj

15,03

MATERIAIS HIDRÁULICOS

cj

7,71

Caixa sifonada de PVC de 100x100x50mm c/grelha branca redonda Caixa sifonada de PVC de 100x125x50mm c/grelha branca redonda Caixa sifonada de PVC de 150x150x50mm c/grelha branca redonda Caixa sifonada de PVC de 150x185x75mm c/grelha branca redonda Ralo sifonado quadrado PVC 100x54x40mm c/grelha

un

5,08

cj

8,90

Adaptador de PVC para válvula de pia e lavatório

un

1,31

Bucha de redução longa de PVC soldável para esgoto de 50x40mm

un

1,27

Curva de PVC soldável para água de 20mm

un

1,13

Curva de PVC soldável para água de 25mm

un

1,53

Curva de PVC soldável para água de 32mm

un

3,17

Curva de PVC soldável para água de 40mm

un

5,54

Joelho 90° de PVC L/R para água de 25mm x 3/4"

un

1,80

Joelho 90° de PVC roscável para água de 1/2"

un

1,00

Joelho 90° de PVC roscável para água de 3/4"

un

1,50

Joelho 90° de PVC roscável para água de 1"

un

2,56

8,68

Joelho 90° de PVC roscável para água de 1.1/4"

un

6,50

cj

15,90

Joelho 90° de PVC roscável para água de 1.1/2"

un

7,56

Conjunto 4"x2" com 3 interruptores simples Pial Plus

cj

22,62

Joelho 90° de PVC roscável para água de 2"

un

15,00

Joelho 90° de PVC soldável para água de 20mm

cj

6,58

cj

14,40

cj

17,80

cj

6,28

cj

6,20

un

6,50

un

10,55

un

15,04

un

16,76

Fita isolante de 19mm (rolo com 20m)

un

10,27

Conjunto 4"x2" com 1 interruptor paralelo Pial Plus

cj

11,18

un

0,34

Disjuntor monopolar de 10A Pial

un

7,95

Joelho 90° de PVC soldável para água de 25mm

un

0,46

Conjunto 4"x2" com 2 interruptores paralelos Pial Plus

cj

21,90

Disjuntor monopolar de 15A Pial

un

6,99

Joelho 90° de PVC soldável para água de 32mm

un

1,20

Disjuntor monopolar de 20A Pial

un

6,99

Conjunto 4"x2" com 1 interruptor simples + 1 paralelo Pial Plus

cj

18,90

Joelho 90° de PVC soldável para água de 40mm

un

2,90

Disjuntor monopolar de 25A Pial

un

6,99

Joelho 90° de PVC soldável para água de 50mm

un

3,33


Joelho 90° de PVC soldável para água de 65mm

un

13,34

Joelho 90° de PVC soldável para água de 75mm

un

47,38

Joelho 90° de PVC soldável para água de 85mm

un

53,53

Joelho 90° c/visita de PVC soldável para esgoto de 100x50mm

un

10,43

Joelho 90° de PVC soldável para esgoto de 40mm

un

0,98

Joelho 90° de PVC soldável para esgoto de 50mm

un

1,50

Joelho 45° de PVC soldável para esgoto de 50mm Junção simples de PVC soldável para esgoto de 100x50mm Registro de gaveta Targa 1509 C40 de 3/4" CR/CR Deca Registro de gaveta Targa 1509 C40 de 1.1/2" CR/CR Deca Registro de gaveta Targa (base 4509+acab. C40 710 CR/CR) 1" Deca

un

1,95

un

9,38

un

59,26

Registro de gaveta Bruto B1510 de 1.1/2" Fabrimar

un

60,26

Registro de pressão Targa 1416 C40 de 3/4" CR/CR Deca

un

59,73

Tê de PVC roscável de 1/2" Fortilit/Akros/Amanco/Tigre

un

1,37

Tê de PVC roscável de 3/4" Fortilit/Akros/Amanco/Tigre

un

1,95

Tê de PVC roscável de 1" Fortilit/Akros/Amanco/Tigre

un

4,51

Tê de PVC roscável de 1.1/4" Fortilit/Akros/Amanco/ Tigre Tê de PVC roscável de 1.1/2" Fortilit/Akros/Amanco/ Tigre Tê de PVC roscável de 2" Fortilit/Akros/Amanco/Tigre Tê de PVC soldável de 25mm Fortilit/Akros/Amanco/ Tigre Tê de PVC soldável de 60mm Fortilit/Akros/Amanco/ Tigre Tê de PVC soldável de 75mm Fortilit/Akros/Amanco/ Tigre Tê de PVC soldável de 85mm Fortilit/Akros/Amanco/ Tigre Tubo de ligação para bacia de 20cm com anel branco Astra Tubo de PVC roscável de 1/2" CL15 Fortilit/Akros/ Amanco/Tigre (vara c/6m) Tubo de PVC roscável de 3/4" CL15 Fortilit/Akros/ Amanco/Tigre (vara c/6m) Tubo de PVC roscável de 1" CL15 Fortilit/Akros/ Amanco/Tigre (vara c/6m) Tubo de PVC roscável de 1.1/4" CL15 Fortilit/Akros/ Amanco/Tigre (vara c/6m) Tubo de PVC roscável de 1.1/2" CL15 Fortilit/Akros/ Amanco/Tigre (vara c/6m) Tubo de PVC roscável de 2" CL15 Fortilit/Akros/ Amanco/Tigre (vara c/6m) Tubo de PVC soldável de 20mm CL15 Fortilit/Akros/ Amanco/Tigre (vara c/ 6m) Tubo de PVC soldável de 25mm CL15 Fortilit/Akros/ Amanco/Tigre (vara c/ 6m) Tubo de PVC soldável de 32mm CL15 Fortilit/Akros/ Amanco/Tigre (vara c/ 6m)

un un

105,72 43,12

un

9,48

un

11,63

un

18,80

un

0,72

468,87

un

293,88

un

481,76

un

169,33

Tanque em aço inox, de 50x40cm, com válvula, Franke Douat

un

374,93

Mictório em aço inox, de 1,50m, completo, Franke Douat

un

612,50

Válvula para pia de aço inox, de 3 1/2"x1 1/2", Franke Douat

un

16,42

m

131,20

MÁRMORES Bancada de mármore branco rajado de 60x2cm Bancada de mármore branco extra de 60x2cm Bancada de mármore travertino de 60x2cm Lajota de mármore branco extra de 30x30x2cm Lajota de mármore branco rajado de 15x30x2cm Lajota de mármore branco rajado de 30x30x2cm Lajota de mármore travertino de 30x30x2cm Lajota de mármore travertino de 15x30x2cm Rodapé em mármore branco rajado de 7x2cm

un

32,25

un

50,23

un

4,52

vara

19,53

vara

26,83

vara

54,26

MATERIAIS DE PINTURA

vara

70,46

vara

85,92

vara

8,10

vara

11,73

vara

24,46

vara

41,30

vara

49,18

Tubo de PVC soldável de 60mm CL15 Fortilit/Akros/ Amanco/Tigre (vara c/ 6m)

vara

79,73

Tubo de PVC soldável de 75mm CL15 Fortilit/Akros/ Amanco/Tigre (vara c/ 6m)

vara

116,56

Tubo de PVC soldável de 85mm CL15 Fortilit/Akros/ Amanco/Tigre (vara c/ 6m)

vara

158,56

Tubo de PVC p/esgoto Sanifort 40mm PBV Fortilit/ Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

vara

17,02

vara

30,88

vara

38,28

Tubo de PVC p/esgoto Sanifort 100mm PBV Fortilit/ Akros/Amanco/Tigre(vara c/6m)

vara

44,72

Tubo de PVC p/esgoto Sanifort 150mm PBV Fortilit/ Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

vara

110,33

un

146,40

Válvula de retenção horizontal com portinhola de 2" Docol Vedação para saída de vaso sanitário Adesivo para tubos de PVC (tubo com 1 litro) Solução limpadora para tubos de PVC (tubo com 1 litro)

270,83

un

17,55

129,13

Tubo de PVC p/esgoto Sanifort 50mm PBV Fortilit/ Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m) Tubo de PVC p/esgoto Sanifort 75mm PBV Fortilit/ Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)

un

Pia aço inox lisa c/1,80m, 2 cubas, sem válvulas, concretada, Franke Douat Pia aço inox lisa c/2,00m, 1 cuba, sem válvula, concretada, Franke Douat Pia aço inox lisa c/2,00m, 2 cubas, sem válvulas, concretada, Franke Douat Cuba em aço inox retangular, de 55x33x14cm, sem válvula, Franke Douat

un

vara

Tubo de PVC soldável de 40mm CL15 Fortilit/Akros/ Amanco/Tigre (vara c/ 6m) Tubo de PVC soldável de 50mm CL15 Fortilit/Akros/ Amanco/Tigre (vara c/ 6m)

Pia aço inox lisa c/1,80m, 1 cuba, sem válvula, concretada, Franke Douat

un

6,51

litro

26,64

litro

24,46

Pia aço inox lisa c/1,20m, 1 cuba, sem válvula, concretada, Franke Douat

un

135,83

Pia aço inox lisa c/1,40m, 1 cuba, sem válvula, concretada, Franke Douat

un

176,43

MATERIAIS DE INOX

m

416,53

m

197,47

m2

157,50

m2

69,00

m2

58,33

m2

122,50

m2

115,00

m

14,00

m

21,33

m

48,33

m

21,33

m

31,00

Fundo sintético nivelador branco fosco para madeira (galão)

gl

73,20

Selador PVA(liqui-base) para parede interna (galão)

gl

23,77

lata

103,13

Rodapé em mármore travertino de 7x2cm Soleira em mármore branco extra de 15x2cm Soleira em mármore branco rajado de 15x2cm Soleira em mármore travertino de 15x2cm

Selador PVA(liqui-base) para parede interna (lata c/18 litros) Selador acrílico para parede externa (galão)

gl

23,57

Selador acrílico para parede externa (lata c/18 litros)

lata

103,53

Massa corrida PVA (galão) Massa corrida PVA (lata c/18 litros) Massa acrílica (galão) Massa acrílica (lata c/18 litros) Massa à óleo (galão) Solvente Aguarrás (galão c/5 litros) Tinta latex fosca para interior (galão) Tinta latex fosca para interior (lata c/18 litros) Tinta latex para exterior (galão) Tinta latex para exterior (lata c/18 litros) Líquido para brilho regulador (galão) Líquido para brilho regulador (lata c/18 litros) Tinta acrílica fosca (galão) Tinta acrílica fosca (lata c/18 litros) Textura acrílica (galão) Textura acrílica (lata c/18 litros) Impermeabilizante à base de silicone para fachadas (galão) Verniz marítimo à base de poliuretano (galão) Tinta antiferruginosa Zarcão (galão) Esmalte sintético acetinado (galão) Esmalte sintético brilhante (galão) Tinta à óleo (galão) Tinta à óleo para cerâmica (galão) Tinta acrílica especial para piso (galão) Tinta acrílica especial para piso (lata c/18 litros) Tinta epoxi: esmalte + catalizador (galão) Diluente epoxi (litro) Lixa para parede Lixa para madeira Lixa d'água Lixa para ferro Estopa para limpeza Ácido muriático (litro) Cal para pintura

gl lata gl lata gl gl gl lata gl lata gl lata gl lata gl lata

10,67 36,43 23,43 99,63 37,93 60,90 23,90 106,63 44,87 222,47 45,27 223,47 45,27 191,60 22,10 98,40

gl

62,70

gl gl gl gl gl gl gl lata gl l un un un un kg l kg

56,63 59,80 59,77 51,23 44,19 72,67 32,97 143,60 151,33 20,63 0,45 0,54 0,87 1,87 8,13 2,87 0,84


insumos Tinta Hidracor (saco com 2kg) Massa plástica 3 Estrelas (lata com 500gramas)

sc lata

3,40 5,13

MATERIAIS PARA INSTALAÇÃO DE ÁGUA QUENTE Tubo de cobre classe "E" de 15mm (vara com 5,00m) Tubo de cobre classe "E" de 22mm (vara com 5,00m) Tubo de cobre classe "E" de 28mm (vara com 5,00m) Tubo de cobre classe "E" de 35mm (vara com 5,00m) Tubo de cobre classe "E" de 54mm (vara com 5,00m)

un

62,54

un

100,06

un

118,43

un

209,22

un

388,27

MATERIAIS SANITÁRIOS Assento sanitário Village em polipropileno AP30 Deca

un

Assento sanitário almofadado branco TPK/A5 BR1 Astra

un

42,86

un

15,20

un

264,27

Assento convencional branco macio TPR BR1 em plástico Astra Bacia sanitária c/caixa descarga acoplada Azálea branco gelo Celite Conjunto bacia com caixa Saveiro branco Celite Bacia sanitária c/caixa descarga acoplada Ravena branco gelo Deca Bacia sanitária c/caixa descarga acoplada Ravena cinza real Deca Bacia sanitária convencional Azálea branco gelo Celite Bacia sanitária convencional Targa branco gelo Deca Bacia sanitária convencional Izy branco gelo Deca

un

75,95

163,90

Torneira de parede para pia de cozinha Targa 1168 C40 Deca Torneira de mesa para pia de cozinha Targa 1167 C40 Deca Torneira para lavatório Targa 1190 C40 CR/CR (ref. 1190700) Deca

un un

183,80 185,97

un

99,52

Ducha manual Evidence cromada 1984C CR Deca

un

146,70

Válvula de descarga Hydra Max de 1.1/2" ref. 2550504 Deca

un

138,10

Válvula cromada para lavatório ref.1602500 Deca

un

37,46

Válvula cromada para lavanderia ref. 1605502 Deca

un

45,86

Válvula de PVC para lavatório

un

3,33

un

2,97

kg m2 kg

15,68 3,38 4,33

Válvula de PVC para tanque ou pia de cozinha OUTROS Corda de nylon de 3/8" Tela de nylon para proteção de fachada Bucha para fixação de arame no forro de gesso Pino metálico para fixação à pistola com cartucho Cola Norcola (galão com 2,85kg)

un

0,59

gl

31,71

Cola branca (pote de 1 kg)

kg

6,92

Bloco de EPS para laje treliçada

m3

208,75

PRODUTOS CERÂMICOS Tijolo cerâmico de 4 furos de 7x19x19cm

mil

383,33

Tijolo cerâmico de 6 furos de 9x10x19cm

mil

186,50

Tijolo cerâmico de 6 furos de 9x15x19cm

mil

326,67

Tijolo cerâmico de 8 furos de 9x19x19cm

mil

442,11

un

280,83

un

277,45

un un un

122,56 236,83 67,68

Bacia sanitária convencional Ravena branco gelo Deca

un

123,95

Tijolo cerâmico de 8 furos de 12x19x19cm

mil

474,39

Bacia sanitária convencional Ravena cinza real Deca Bacia sanitária convencional Village branco gelo Deca Bacia sanitária convencional Village cinza real Deca Cuba de embutir oval de 49x36cm L37 branco gelo Deca

un un un

125,95 169,30 173,83

Tijolo cerâmico de 18 furos de 10x7x23cm

mil

605,00

un

47,78

Cuba de embutir redonda de 36cm L41 branco gelo Deca Cuba sobrepor retang. Monte Carlo 57,5x44,5cm L40 branco gelo Deca Lavatório suspenso Izy de 43x23,5cm L100 branco gelo Deca Lavatório suspenso Izy de 39,5x29,5cm L15 branco gelo Deca Lavatório c/ coluna Monte Carlo de 57,5x44,5cm L81 branco gelo Deca

420,00

Telha em cerâmica tipo colonial (Itajá) - 32un/m2

mil

770,00

Telha em cerâmica tipo calha Paulistinha (Quitambar) - 22un/m2

mil

950,00

m2

14,67

Pedra Ardósia verde de 20x20cm

m2

20,03

Pedra Ardósia verde de 20x40cm

m2

26,00

Pedra Ardósia verde de 40x40cm

m2

26,42

Pedra Itacolomy do Norte irregular Pedra Itacolomy do Norte serrada

m2 m2

20,67 27,34

Pedra São Thomé Cavaco

m2

33,00

Pedra Cariri serrada de 30x30cm Pedra Cariri serrada de 40x40cm Pedra Cariri serrada de 50x50cm Pedra sinwalita de corte manual Pedra Sinwalita serrada Pedra portuguesa (2 latas/m2) Pedra Itamotinga Cavaco Pedra Itamotinga almofada Pedra Itamotinga Corte Manual Pedra Itamotinga Serrada Pedra granítica tipo Canjicão Almofada Pedra granítica tipo Rachão Regular de 40x40cm Solvente Solvicryl Hidronorte (lata de 5 litros)

m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 m2 lata

17,34 17,67 18,00 21,00 27,67 15,33 15,67 18,33 20,67 26,67 32,00 27,00 33,00

gl

38,80

m2

34,54

m2

40,47

m2

45,11

m2

18,08

Resina acrílica Acqua Hidronorte (galão de 3,6 litros) REVESTIMENTOS VINÍLICOS E DE BORRACHA Piso vinílico Paviflex de 30x30cm de 1,6mm com flash Piso vinílico Paviflex de 30x30cm de 2mm com flash Piso vinílico Paviflex de 30x30cm de 2mm sem flash Piso de borracha pastilhado Plurigoma de 50x50cm para colar TELHAS METÁLICAS Telha de alumínio trapezoidal com 0,5mm Telha de alumínio trapezoidal de 1,265x3,00m com 0,5mm Telha de alumínio trapezoidal com 0,4mm Telha de alumínio trapezoidal de 1,265x3,00m com 0,4mm VIDROS Vidro impresso fantasia incolor de 4mm (cortado) Vidro Canelado incolor (cortado) Vidro aramado incolor de 7mm (cortado)

m2

31,33

un

106,99

m2

25,76

un

91,52

m2

27,44

m2 m2

27,04 91,29

Vidro anti-reflexo (cortado)

m2

30,21

Vidro liso incolor de 3mm (cortado)

m2

23,20

Vidro liso incolor de 4mm (cortado)

m2

32,77

Vidro liso incolor de 5mm (cortado)

m2

37,22 43,48 66,74

un

71,90

Telha em cerâmica tipo colonial Simonassi (Bahia) 28un/m2

mil

2.250,00

un

58,70

Telha em cerâmica tipo colonial Barro Forte (Maranhão) - 25un/m2

mil

1.640,00

un

140,92

Tijolo cerâmico refratário de 22,9x11,4x6,3cm

mil

1.285,80

Massa refratária seca

kg

0,72

Vidro liso incolor de 6mm (cortado) Vidro liso incolor de 8mm (cortado)

m2 m2

50,00

Vidro liso incolor de 10mm (cortado)

m2

83,10

Vidro laminado incolor 3+3 (cortado)

m2

110,63

Vidro laminado incolor 4+4 (cortado)

m2

131,42

Vidro laminado incolor 5+5 (cortado)

m2

161,29

Vidro bronze de 4mm (cortado)

m2

42,74

Vidro bronze de 6mm (cortado)

m2

65,06

Vidro bronze de 8mm (cortado)

m2

102,18

Vidro bronze de 10mm (cortado)

m2

131,07

Vidro cinza de 4mm (cortado)

m2

36,46

Vidro cinza de 6mm (cortado)

m2

57,54

Vidro cinza de 8mm (cortado)

m2

86,12

Vidro cinza de 10mm (cortado)

m2

108,62

Espelho prata cristal de 3mm (cortado)

m2

49,04

Espelho prata cristal de 4mm (cortado)

m2

73,27

Espelho prata cristal de 6mm (cortado)

m2

108,79

Vidro temperado de 10mm incolor sem ferragens (cortado)

m2

128,83

Vidro temperado de 10mm cinza sem ferragens (cortado)

m2

149,49

Vidro temperado de 10mm bronze sem ferragens (cortado)

m2

169,32

Tijolo de vidro 19x19x8cm ondulado

un

10,31

Junta de vidro para piso

m

0,40

Massa para vidro

kg

1,22

MÃO DE OBRA Armador Azulejista Calceteiro Carpinteiro Eletricista Encanador Gesseiro Graniteiro Ladrilheiro Marceneiro Marmorista Pastilheiro Pintor Serralheiro Telhadista Vidraceiro Pedreiro Servente

h h h h h h h h h h h h h h h h h h

5,60 5,60 5,60 5,60 5,60 5,60 5,60 5,60 5,60 5,60 5,60 5,60 5,60 5,60 5,60 5,60 4,65 3,42

73,73 49,45

Bolsa de ligação para bacia sanitária BS1 de 1.1/2" Astra

un

Caixa de descarga sobrepor 8 lts. c/engate e tubo ligação Fortilit/Akros/Tigre

un

2,30 19,68

un

2,88

un

3,70

Chuveiro de PVC de 1/2" com braço

un

5,83

Chuveiro cromado de luxo ref. 1989102 Deca

un

208,47

par

7,27

par

13,46

par un

10,76 46,95

un

71,50

Misturador para pia de cozinha tipo mesa Prata 1256 C50 CR Deca Misturador para pia de cozinha tipo parede Prata 1258 C50 CR Deca Torneira para tanque/jardim 1152 C39 CR ref. 1153022 Deca Torneira para lavatório 1193 C39 CR (ref.1193122) Deca Torneira para pia de cozinha Targa 1159 C40 CR Deca Torneira de parede p/pia de cozinha 1158 C39 CR ref. 1158022 Deca

mil

76,00

un

Fita veda rosca em Teflon Polytubes Polvitec (rolo com 12mm x 25m) Tanque de louça de 22 litros TQ-25 de 60x50cm branco gelo Deca Coluna para tanque de 22 litros CT-25 branco gelo Deca Tanque de louça de 18 litros TQ-01 de 56x42cm branco gelo Deca Coluna para tanque de 18 litros CT-11 branco gelo Deca Tanque de louça sem fixação de 18 litros de 53x48cm branco Celite Balcão de cozinha em resina c/1,00x0,50m c/1 cuba Tanque em resina simples de 59x54cm marmorizado marmorizado Marnol Resinam Balcão de cozinha em resina c/1,20x0,50m c/1 cuba Tanque emMarnol resina simples de 60x60cm granitado granitado Marnol Misturador para lavatório Targa 1875 C40 CR/CR Deca

417,50

Telha em cerâmica tipo colonial (Dantas) - 35un/m2 46,93

un

Sifão de PVC de 1" x 1.1/2"

400,00

mil

un

Lavatório de canto Izy L101 branco gelo Deca

Parafuso de fixação para bacia de 5,5x65mm em latão B-8 Sigma (par) Parafuso de fixação para tanque longo 100mm 980 Esteves (par) Parafuso de fixação para lavatório Esteves (par) Sifão de alumínio fundido de 1" x 1.1/2" Sifão tipo copo para lavatório cromado de 1"x1.1/2" Esteves

mil

Tijolo cerâmico maciço de 10x5x23cm

un

Lavatório c/ coluna Saveiro de 46x38cm branco Celite

Chicote plástico flexível de 1/2"x30cm Fortilit/Akros/ Amanco/Luconi Chicote plástico flexível de 1/2"x40cm Fortilit/Akros/ Luconi

Tijolo cerâmico aparente de 6 furos (sem frisos) de 9x10x19cm

Pedra Ardósia cinza de 40x40cm

un

7,38

un

3,30

un un

260,33 70,60

un

188,35

un

68,63

un

163,45

un un

69,56 53,23

un un un

80,53 50,55 240,10

un

372,30

un

359,60

un

57,20

un

56,11

un

87,53

un

66,63

Taxa de acréscimo para tijolos paletizados(por milheiro)

mil

Bloco de cerâmica de 30x20x9cm para laje prémoldada

mil

720,00

PREGOS E PARAFUSOS Prego com cabeça de 1.1/4"x14

kg

5,96

Prego com cabeça de 2.1/2"x10

kg

5,98

Parafuso de 5/16"x300mm em alumínio para fixação de telhas

un

1,28

Arruela de alumínio para parafuso de 5/16"

un

0,16

un

0,17

Arruela de vedação em borracha/plástico para parafuso de 5/16" Porca de alumínio para parafuso de 5/16" Parafuso de 1/4"x100mm em alumínio para fixação de telhas

un

0,15

un

0,31

Parafuso de 1/4"x150mm em alumínio para fixação de telhas

un

0,52

Parafuso de 1/4"x250mm em alumínio para fixação de telhas

un

0,71

Parafuso de 1/4"x300mm em alumínio para fixação de telhas

un

0,92

Arruela de alumínio para parafuso de 1/4"

un

0,17

Arruela de vedação em borracha/plástico para parafuso de 1/4"

un

0,12

Porca de alumínio para parafuso de 1/4"

un

0,10

REVESTIMENTOS CERÂMICOS Cerâmica Eliane 10x10cm Camburí White tipo "A" Cerâmica Eliane 20x20cm Camburí branca tipo "A" PEI4 Porcelanato Eliane Platina PO(polido) 40x40cm Porcelanato Eliane Platina NA(natural) 40x40cm Cerâmica Portobello Prisma bianco 7,5x7,5cm ref. 82722 Cerâmica Portobello Linha Arq. Design neve 9,5x9,5cm ref. 14041 Cerâmica Portobello Patmos White 30x40cm ref. 82073

m2

17,19

m2

14,45

m2 m2

37,46 32,85

m2

23,65

m2

30,73

m2

21,65

Azulejo Eliane Forma Slim Branco BR MP 20x20cm

m2

18,67

Azulejo liso Cecrisa Unite White 15x15cm tipo "A"

m2

16,41

REVESTIMENTOS DE PEDRAS NATURAIS Pedra Ardósia cinza de 20x20cm

m2

12,33

Pedra Ardósia cinza de 20x40cm

m2

13,33



COLABORADORES DESTA EDIÇÃO Entrevista Adit/Brasil Rua Durval Guimarães, 1217, sala 204/210, Ponta Verde. Maceió/AL. adit@adit.com.br I 82 3327.3465 NBR 15.575 Construtora Celi Av. General Calazans, 682, Bairro Industrial. Aracaju/SE 79 3216.5000 ESPAÇO ABERTO Dep. de Engenharia Civil/UFPE Av. Prof. Moraes Rego, 1235, Cidade Universitária. Recife/PE. civil@ufpe.br I 81 2126.8220/8221 TECNOLOGIA Tecomat R. Serra da Canastra, 391 - Cordeiro. Recife/PE. 81 3366.6444/6401 I tecomat.com.br Denver R. Vereador João Batista Fitipaldi, 500, Vila Maluf, Suzano. São Paulo/SP. denverimper.com.br I 11 4741.6000 Uniontech uniontech.com.br I 11 2216.1313 Betumat Rodovia BA 522, Km 03, Distrito Industrial. Candeias/BA. 71 3118.2000 ESPAÇO ABERTO Dep. de Engenharia Civil/UFPE Av. Prof. Moraes Rego, 1235, Cidade Universitária. Recife/PE. civil@ufpe.br I 81 2126.8220/8221 SOCIAL Projeto Casa da Criança R. Dr. Raul Lafayette, 191, sala 1401, Boa Viagem. Recife/PE projetocasadacrianca.com.br I 81 3467.9968

MARÇO 2014


MARÇO 2014

97


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