Edição 76 RCN

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ano XVI | nº 76 | fevereiro 2015 | www.construirnordeste.com.br

arquitetura | infraestrutura | tecnologia | negócios | urbanismo

mil cores

Tecnologias para revestimento na construção civil começam a dar outras tonalidades às fachadas dos edifícios do Brasil

Luis Henrique Valverde conta como a Odebrecht tem driblado o momento de crise e fala sobre as novas ideias

ARQUITETURA

Sidney Quintela se inspira em elementos da ciência para assinar projeto do Parque Tecnológico da BA

negócios

A colunista Mônica Mercês afirma que oportunidades existem independente das expectativas

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ENTREVISTA


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sumário 15

ENTREVISTA Novas ideias | Luis Henrique Valverde

20 PAINEL ACONTECE 24 PAINEL TECNOLOGIA 30 À PRIMEIRA VISTA 22 VITRINE ESTILO | Andréa Calábria 34 ESPAÇO ABERTO | PEC - Telhado verde e seus benefícios para o meio ambiente - Identificação de blackspots: estudo piloto em trecho da BR-101 em Pernambuco

40 CAPA Mil cores

47 ARQUITETURA Criatividade molecular 54 TECNOLOGIA A pele que habita 58 NEGÓCIOS - É projetando que se vende - Design a serviço da ecologia - Perfil empresarial: Thiago Monteiro

15 54

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Colunas

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SHARE

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PALAVRA | Auxiliadora Sá

64 ISSO É DIREITO | Camila Oliveira 65 NEGÓCIOS: OPNIÃO | Mônica Mercês



caro leitor

Conexão entre o interno e externo para se fazer completo

Desta vez, excepcionalmente, vou pedir licença para ser um pouco mais filosófica neste espaço. E o título acima é o sinal disso. Explico: ao olharmos a vida, especialmente neste tempo, quando nutrimos tantos desejos (busca que não para nunca), ficamos expostos a tantas informações e precisamos (ou achamos que precisamos) absorvê-las todas. Nesse momento, nos escapa o contato do interno com o externo, com o que é natural: a “clorofila urbana”. As pessoas conectadas com a terra (ambiente) e a respeitando são mais felizes. Parece (e é) óbvio, mas quando essa relação (na vida prática e emocional) não é respeitada, ficamos agitados, perdidos e escolhemos, muitas vezes, o caminho errado, quando o certo está indicado por faróis piscantes que não conseguimos ver: o que é realmente importante na sua vida? O que não é? O que você realmente quer? Sem essas respostas, as decisões equivocadas surgem naturalmente. E vamos nos enrolando numa rede que nos amarra em todos os sentidos. E, muitas vezes, é preciso coragem para tomar determinadas decisões. Dito isso: olhe bem para a sua cidade. Um panorama de quem você é está ali. E ali estão as pistas do que você realmente precisa. Aproveite bem o conteúdo desta edição, nela indicamos algumas respostas: falamos sobre a importante conexão entre o interno e externo físicos; sobre a relação com meio ambiente e sua influência no espaço urbano. Na Revista Construir Vida Sustentável, o engenheiro — e conselheiro da RCN — Luiz Priori destaca a capacidade de adaptação da população de Lima, capital do Peru, frente ao aumento do risco constante de desastres naturais e a redução da vulnerabilidade infraestrutural. No Espaço Aberto o tema é telhados verdes. O mestre em Ciências Geodésicas Ivan Dorneles, apresenta, em seu trabalho científico, a solução encontrada pela arquitetura moderna para resolver uma série de problemas urbanos, como a consequência da falta de áreas verdes nos grandes centros. E na matéria de capa a abordagem é para a cor nas fachadas e como os prédios “vestidos” impactam na formação do cenário urbano. O resultado final é uma camuflagem pixelada que reflete visualmente a paisagem. Convido você para uma reflexão, e tudo poderá ficar mais claro, quase óbvio. Acredite, sua casa, sua cidade são oráculos... Ótima leitura!


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expediente

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A CARA DA CONSTRUIR NORDESTE

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Pernambucana, jornalista e consultora

Jornalista graduado pela UFPE, é aficionado por

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arquitetura e construção.

pela leveza na hora de experimentar a vida.

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tory oliveira rePÓRTER

Cinéfilo desde pequeno, designer gráfico

Paulista crescida no Amazonas, hoje circula por

antenado e aquariano no mundo da lua

São Paulo em busca de boas histórias para contar.

com suas séries e seus livros favoritos.

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observadora, é apaixonada por cultura

pela PUC/SP e videasta. Trabalhou em diversos

e tudo o que é ligado à comida.

veículos impressos, televisivos e assessorias.

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Jornalista mineiro radicado em Brasília,

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fala pouco, ouve muito e escreve bastante

Capitu não traiu Bentinho, mas que deveria.

sobre tudo que o intriga.

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uso influências da música, cinema, moda e

estivesse em um jogo de perguntas e respostas.

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Acompanhou todo o nosso crescimento. Pós-graduada

Adora achar soluções para os nossos desafios.

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aproveito cada minuto.

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DESAFIOS GLOBAIS Como parte das comemorações de 150 anos da Basf, a companhia criou recentemente o Space Creator, uma plataforma online interativa para discutir temas que envolvem grandes desafios globais, em busca de soluções inovadoras, com destaque para novas ideias que tragam mais eficiência energética para o mundo. Além disso, a plataforma também trata de temas como vida urbana. O objetivo é estimular a troca de informações entre pessoas comuns, clientes, especialistas e cientistas para o desenvolvimento de soluções inovadoras, um espaço para criação coletiva, discussão de ideias e surgimento de inovações. Atualmente, três grandes desafios globais estão em foco: preservação dos recursos naturais e crescente demanda de energia, aumento da qualidade nutricional e melhoria da qualidade de vida para a população. I creator-space.basf.com

visibilidade A Saint-Gobain, líder mundial no mercado do habitat e de materiais para construção, lança as suas páginas oficiais no Facebook, no G+ e no LinkedIn no Brasil. O objetivo é ampliar sua visibilidade e de suas marcas comerciais no mercado brasileiro do habitat sustentável e dos materiais de alta performance e aproximar-se ainda mais dos seus públicos tradicionais e do consumidor final.“Queremos mostrar que a Saint-Gobain, com suas marcas e atividades, faz parte da rotina dos brasileiros, seja para a construção ou reforma de suas casas, capacitação dos profissionais ou para a realização de grandes projetos urbanos e industriais”, afirma Adriana Rillo, Diretora Corporativa de Recursos Humanos e Comunicação da Saint-Gobain no Brasil | facebook.com/saintgobainbrasil I linkedin.com/company/saint-gobain-brasil I bit.ly/1C8C2Ek.

A TECNOLOGIA WIRELESS A Trane, empresa no fornecimento de soluções e serviços de conforto interior e marca da Ingersoll Rand, oferece novo aplicativo para dispositivos móveis: o Trane Wireless Comm. O aplicativo simplifica projetos através da minimização de custo de mão de obra, engenharia, orçamento e gerenciamento de projeto, associadas ao cabeamento do link de comunicação e sensor ambiente. Também facilita a solução de problemas para novos projetos, retrofits e expansões. O Trane Wireless Comm aproveita as vantagens da tecnologia de Auto-Correção (Self-Healing) sem fio com um alcance de sinal extendido e de fácil instalação, reduzindo o tempo necessário para solucionar problemas quando comparado com sistemas sem fio convencionais. O Trane Wireless Comm é compatível com o ZigBee® Building Automation, um padrão global para produtos sem fio interoperáveis I trane.com.

honorários O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR) acaba de disponibilizar ferramenta para calcular os custos de projetos arquitetônicos, paisagísticos e execução de obras. O software pode ser usado por arquitetos e urbanistas e clientes, e está acessível por computador, tablet e celular. O objetivo é resgatar o valor do trabalho profissional, esclarecendo a complexidade das atividades envolvidas na elaboração e execução de projeto. A tabela está dividida em três módulos que abarcam as mais de 211 atividades diferentes, sendo referência única para profissionais de todo o País, um documento fundamental para orientar os contratos recomendados pelo Código de Ética e Disciplina, evitando práticas abusivas ou aviltantes de preços. Também tem a missão de fixar e detalhar os serviços cobertos e descobertos pela remuneração estabelecida e nortear decisões em eventuais disputas judiciais | honorario.caubr.gov.br.

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FEVEREIRO 2015


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entrevista

Luis Henrique Valverde

NOVAS IDEIAS por Rosa Miranda

É consenso geral que o Brasil não escapa de um ajuste econômico em 2015. Depois de um tempo de bonança, quando o mundo estava em crise e nós estávamos bem, chegou a fase de “apertar os cintos” em todos os setores da economia. Porém, é unanimidade entre os tops do setor que essa desaceleração não afeta a indústria da construção civil. O mercado brasileiro sempre esteve um pouco abaixo do patamar mundial, e essa estabilização esperada para 2015 não vai inviabilizar a margem de lucro da indústria. Se o comprador tem condições e pode comprar, ele deve comprar. Em Pernambuco, a situação ainda é melhor que do resto do Brasil. E empresas com credibilidade e criatividade provam que bons ventos sempre chegam. A palavra de ordem é “resiliência”, termo emprestado da física e usado na psicologia para identificar pessoas com capacidade de voltar ao seu estado natural, principalmente após alguma situação crítica e fora do comum. A revista Construir Nordeste conversou com o engenheiro civil Luiz Henrique Valverde, diretor de Incorporação Imobiliária da Odebrecht em Pernambuco, para bater um papo sobre o mercado e como a empresa vem driblando o momento.


entrevista

O mercado ainda está bom no nosso estado, diferente da maior parte do País, que experimenta desaceleração econômica, porque Pernambuco iniciou em 2014 a consolidação de diversos empreendimentos esperados, como a fábrica da Fiat.

No setor imobiliário, mesmo sem quedas, o ritmo de vendas não será tão intenso quanto o sentido entre 2010 e 2012. Na construção civil, que representa cerca de 8% do Produto Interno Bruto (PIB) de Pernambuco, esse tempo foi em 2013 e se estendeu até 2014. Segundo análises de pesquisadores e empresários do setor, o aquecimento vai continuar, até porque a demanda continua forte, mas devagar. O comprador diante da crise fica mais cuidadoso? Qual a sua opinião? Pernambuco tem uma situação positiva em relação ao Nordeste e ao Brasil. Fomos afetados pela crise que trouxe aumento de juros, restrição de crédito e elevação do dólar. Mas o volume gigantesco de investimentos nos últimos 6 anos, principalmente em Suape, o aumento do PIB e um maior número de famílias desejando morar e trabalhar em Recife é uma oportunidade que visualizamos dentro da crise. O mercado ainda está bom no nosso estado, diferente da maior parte do País, que experimenta desaceleração econômica, porque Pernambuco iniciou em 2014 a consolidação de diversos empreendimentos esperados, como a fábrica da Fiat, em Goiana, que começou a operar em 2015. São investimentos que vão possibilitar o aumento da renda média, dando condições para as pessoas obterem moradia, mantendo em alta a demanda por habitação.

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No final, todos concordam que não é a construção quem indica o local onde vai haver mais interesse. Quem indica é a população, que vai atrás de estrutura nova onde possa viver. Por isso, mobilidade e serviços são as palavras-chave. Quais os diferenciais dos empreendimentos da Odebrecht Realizações Imobiliárias nessas áreas? A mobilidade da Reserva do Paiva, em Pernambuco, por exempo, faz do local um polo de moradia e trabalho com qualidade de vida. O empreendimento fica a apenas 12 km de Suape e a 14 km do Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes — Gilberto Freyre. O espaço ganhou mais vida em 2014 com novidades em comércio e serviços. O Novo Mundo Empresarial foi entregue no final do ano e o Hotel Sheraton já está em operação desde maio, em soft opening, sendo inaugurado em novembro. O Empório Gourmet, com 14 espaços comerciais, entre restaurantes, bares e outros estabelecimentos como sorveteria e delicatessen, estará com todas as suas operações em funcionamento até final de março. A Odebrecht Realizações Imobiliárias, o grupo Cornélio Brennand e o grupo Ricardo Brennand — desenvolvedores do bairro planejado — projetam que 40 mil pessoas vivam e, ou, trabalhem na Reserva do Paiva até sua total implantação. O impacto social e cultural vai ser enorme. Quais seriam os pilares essenciais para uma iniciativa dessas dar certo? São sonhos que foram plantados e vidas que estão sendo transformadas. Existe uma relação interessante, um desafio de uma cultura nova e coletiva. Não é fácil, é uma mudança. Eu hoje moro na Reserva do Paiva. Meu filho nasceu nessa cultura. Valores que são plantados hoje e que estão transformando vidas. Buscamos sempre juntar o social, o ecológico e o econômico. A ideia é enquadrada na proposta do bairro planejado. Esse conceito urbanístico surgiu nos Estados Unidos na década de 90 e foi amplamente divulgado pela necessidade de um novo

urbanismo que priorizasse a qualidade de vida e a proteção do meio ambiente. Quais características você poderia destacar nos projetos assinados por vocês? Prédios mais baixos, afastados entre si, com paisagismos integrados. Quem for trabalhar no Novo Mundo Empresarial, por exemplo, será beneficiado com um cenário único, belas paisagens e com a oportunidade de obter uma produtividade profissional diferenciada. O projeto foi construído em um terreno de 92 mil m². Se tivessem sido construídos espigões, o terreno poderia comportar 45 edifícios. Os empreendedores optaram por um projeto menos adensado e confortável. Uma ciclovia ao longo de toda a área com 6,5 km também oferece aos moradores e visitantes uma estrutura segura para lazer e turismo. Depois da construção, quem garante a manutenção e o gerenciamento das ações? Foi implantada a Associação Geral da Reserva do Paiva (AGRP), uma estrutura inovadora de governança que tem o objetivo de cuidar dos interesses comuns do público e do privado. O objetivo é promover a organização do bairro Reserva do Paiva e a integração entre o empreendimento e as comunidades vizinhas. Atuando junto ao Poder Público, vem para garantir a qualidade da infraestrutura do bairro, a eficiência dos serviços comuns, a sustentabilidade socioambiental da região e a boa convivência da população local. O Grupo de Salvamento Aquático do Corpo de Bombeiros atua na Praia do Paiva, monitorando toda sua extensão.

São sonhos que foram plantados e vidas que estão sendo transformadas. Existe uma relação interessante, um desafio de uma cultura nova e coletiva. Não é fácil, é uma mudança. Buscamos sempre juntar o social, o ecológico e o econômico.


A infraestrutura de todos os projetos da Reserva do Paiva teve foco na sustentabilidade. Por meio de sistemas de reutilização de água da chuva e de uso racional da água potável, o consumo eficiente é garantido.

Como o Paiva tem uma orla maior que a de Boa Viagem, talvez o fato de 20% dos apartamentos do Acqua Marine terem sido comprados à vista evidencie que o maior investimento desse público é realmente garantir um futuro melhor para toda a família. Sustentabilidade foi uma prioridade? Com cautela, tomando cuidados, sendo seletivos e com projetos diferenciados, transformamos a crise em oportunidade. O Reserva do Paiva Acqua Marine, por exemplo, vendeu 78% em 60 dias na beira mar em novembro de 2014. A infraestrutura de todos os projetos da Reserva do Paiva teve foco na sustentabilidade. Por meio de sistemas de reutilização de água da chuva e de uso racional da água potável, o consumo eficiente é garantido. Também foi realizada a instalação de vidros multifuncionais de alto desempenho na fachada de cada torre do centro empresarial, o que permite maior diminuição do consumo de energia elétrica. O residencial Acqua Marine surpreendeu o mercado ao apostar no “pé na areia”. O projeto, assinado pelo escritório de arquitetura Rangel Moreira, garante a todos os apartamentos uma vista deslumbrante da Praia do Paiva. O paisagismo do renomado Luiz Vieira também integra o verde da flora e o azul do mar, fazendo da moradia a realização concreta de um cenário de sonho. Ou seja, tanto sucesso não acontece por acaso. Além da beira-mar, são 6,6 ha de área verde do Parque do Paiva.

O Vila dos Corais, empreendimento que integra a Reserva do Paiva conquistou o Prix d’Excellence da Federação Internacional das Profissões Imobiliárias (Fiabci), prêmio imobiliário mais conceituado do mundo. Como você percebe esse reconhecimento? Para reconhecer projetos que melhor incorporam a excelência nas disciplinas imobiliárias, a premiação avaliou critérios como criação arquitetônica, comercialização, gestão de instalações, estratégia de marketing, impacto sobre comunidade local e proteção ambiental. Como vencedor do Prêmio Master Imobiliário 2013 na categoria Empreendimento Residencial, o Vila dos Corais foi automaticamente habilitado para participar da acirrada competição mundial, sendo contemplado na categoria Residential Low Rise. Depois de recebermos o prêmio nacional, o reconhecimento internacional mostra que os conceitos e a nossa forma de trabalho estão no caminho certo. O empreendimento traz o DNA da Odebrecht Realizações Imobiliárias, com o cuidado e a atenção a cada detalhe, visando a satisfação dos nossos clientes, incluindo os princípios mais modernos de responsabilidade socioambiental, da Seletividade, Sustentabilidade e Diferenciação.

A empresa cuida da responsabilidade social e do impacto das suas realizações no entorno das suas ações? Na inauguração da Ponte do Paiva, o ex-governador Eduardo Campos falou da sua memória afetiva pelo lugar, pois era ali que veraneava na infância, e nos perguntou pelas mangabeiras. Diante dessa observação de Eduardo, verificamos que a mangaba tinha entrado em extinção. Convidamos então a Embrapa para desenvolver mudas que serão plantadas no parque. Já temos três mil mudas. O Bosque das Mangabeiras é uma parceria da Odebrecht Realizações Imobiliárias, por meio da Associação Geral da Reserva do Paiva (AGRP), com a

Embrapa. E também já é uma realidade. A urbanização das antigas áreas verdes da praia provocou uma redução quase que absoluta da espécie, que cobria todo o litoral. O trabalho conjunto foi iniciado em junho de 2012, no Viveiro de Mudas da Reserva do Paiva, e preserva essa fruta tão característica do Nordeste para as próximas gerações por meio da produção de mudas e replantio. Já é possível tomar um suco de mangaba. Os filhos e netos de Eduardo Campos vão poder sentir o sabor tão nosso que ele sentiu na infância. Quais as expectativas para 2015? Fazendo um balanço geral, como vocês enxergam o setor no futuro? Nossos empreendimentos na região começaram em 2007. Fizemos a Reserva do Paiva que tem expectativa de investimentos totais de R$ 5,3 bilhões, ao final da implantação do bairro. Já foram entregues 356 apartamentos e 66 casas em três condomínios, nos quais cerca de 120 famílias moram ou usam como segunda residência. O espaço ganhou mais vida em 2014 com novidades em comércio e serviços. Para 2015, visualizamos um ano menos turbulento que 2014, que teve eleições e Copa do Mundo. Desejo que o governo invista mais em austeridade fiscal e restabeleça a confiança do consumidor. Em 2016, os investimentos devem crescer. E a Reserva do Paiva vai ter a sua primeira escola pronta, trazendo mais vida ainda para todo um bairro que foi planejado com parques, praia, trabalho, lazer. Tudo perto, pois a vida é agora.

O objetivo é promover a organização do bairro Reserva do Paiva e a integração entre o empreendimento e as comunidades vizinhas. Atuando junto ao poder público, vem para garantir a qualidade da infraestrutura do bairro.

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palavra

PAISAGISMO URBANO: ARBORIZAÇÃO *Auxiliadora Sá

a paisagem não é apenas o espaço geográfico, mas todo o conjunto que envolve os seres vivos e os elementos abstratos.

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A

definição de paisagismo ou arquitetura da paisagem mais aceita no meio acadêmico é aquela defendida pela American Society of Landscape Architects, no sentido de que o paisagismo corresponde a um processo consciente de manejo, planejamento e recriação física da paisagem, e que se utiliza de princípios artísticos e científicos na construção de ambientes e cenários em qualquer escala de atuação. O paisagismo urbano se apresenta como um instrumento ambiental a ser utilizado para a melhoria da qualidade de vida nas cidades. Abrange os espaços livres, sendo a presença da vegetação para esta abordagem o item mais importante a considerar, devendo ser dado destaque aos aspectos ecológicos, paisagísticos, culturais e sociais. Deveria ser sempre tratado dentro de um arcabouço maior, o sistema da infraestrutura verde, com a utilização de tipologias nos projetos paisagísticos de jardim filtrante, telhado verde, jardim vertical, hortas comunitárias, paisagismo produtivo, etc. É preciso cuidar da paisagem - tanto o Poder Público quanto os profissionais que intervêm nas suas atividades diárias, como arquitetos, arquitetos paisagistas, engenheiros, construtores e outros. Isso pode ser afirmado, porque a paisagem não é apenas o espaço geográfico, mas todo o conjunto que envolve os seres vivos e os elementos abstratos. Sílvio Macedo, professor da Universidade de São Paulo, pontua que “a cada paisagem, a cada lugar, então se atribuem três tipos de qualidade: ambiental, funcional e estética”. A ambiental mede as possibilidades de vida e sobrevida de todos os seres e das comunidades na paisagem existente. A qualidade funcional está atrelada à avaliação do grau de eficiência do lugar quanto ao funcionamento da sociedade humana. E, por último, a qualidade estética, que reúne valores com características puramente sociais, ligada ao mundo particular de interesse e conhecimento de cada um. Observa-se, no entanto, o anonimato das pessoas nas cidades em constante confronto para conquistar espaços, seja de moradia, locomoção, trabalho e lazer. Estão sempre buscando um refúgio, o que implica ignorar até muitas das pessoas que são os seus vizinhos.

As áreas verdes estão cada vez mais escassas. São demolidas casas com quintais e jardins para dar lugar a prédios em que se conserva uma ou outra árvore, e isso porque influencia de forma mais favorável no cálculo de solo natural, com vistas a cumprir uma previsão legal. As árvores representam o elemento que requer mais atenção nos projetos paisagísticos para o espaço urbano. O Município do Recife possui base legal que lhe garante legitimidade para gerenciar, intervir com eficiência até mesmo no planejamento e implantação das tipologias da infraestrutura verde. A exemplo do Código do Meio Ambiente e do Equilíbrio Ecológico (1996); do Plano de Arborização da Cidade do Recife (2011); e do Manual de Arborização Urbana (2013). Mas é preciso que haja vontade política para continuamente cumprir a legislação municipal acerca do tema, de modo que a mudança periódica na administração pública não seja um empecilho na condução das ações. Decisão política que garanta os recursos necessários ao planejamento, ao plantio, à irrigação, às podas; à capacitação das pessoas envolvidas; campanhas educativas para acolher a participação social; a interação com os atores envolvidos na intervenção da paisagem, e, principalmente, a aplicação da legislação vigente. Por caber ao município e às concessionárias a prestação dos serviços públicos previstos em lei, recai sobre estes a responsabilidade civil por todos os atos danosos que tenham sido executados por seus agentes. O monitoramente das árvores é um dever do município e um direito do cidadão de dispor de um serviço de qualidade. Na efetiva omissão do Poder Público de conservar e podar árvores, a responsabilidade será objetiva, independente de dolo ou culpa. Motivo de força maior e caso fortuito podem ser causas excludentes da responsabilidade do município, muito embora a jurisprudência não seja pacífica.

*Auxiliadora Sá é arquiteta paisagista


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painel acontece CETEC DE OLHO NO NORDESTE Líder em máquinas para pintura industrial, a paulistana Cetec está otimista com o mercado de construção do Nordeste. “Temos notado um crescimento na procura pelos nossos equipamentos. Os construtores locais estão cada vez mais familiarizados com os métodos automáticos de pintura e suas vantagens,”, afirma Eduardo Cernic, diretor da Cetec. Além das construtoras, a Cetec aposta na evolução dos seus negócios junto às indústrias e estaleiros da Região. “Em 2015, estimamos que 5% da nossa receita será oriunda do Nordeste. É uma parcela pequena, mas que deve crescer bastante ao longo dos próximos anos”. Entre as novidade, está o lançamento da Titan Performance 460e, fabricada pela Titan e distribuída com exclusividade no Brasil pela Cetec.

AGENDA FECHADA A Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil (Adit) definiu a agenda semestral deste ano. A programação começa no próximo mês de março, com a 4ª Edição do Adit Juris, o mais importante seminário do setor jurídico-imobiliário nacional. Em junho, é a vez do Adit Invest, o principal encontro entre empresários brasileiros e investidores interessados em buscar as melhores oportunidades num ambiente apropriado para networking, Para completar suas ações, outros dois seminários serão promovidos: Adit Share, que tem como foco as Propriedades Compartilhadas; e o Complan, seminário sobre Comunidades Planejadas. O calendário prevê, ainda, a realização de algumas excursões para o exterior, chamadas de Missões Técnicas, que levam empresários brasileiros para conhecerem o funcionamento de alguns dos mais famosos empreendimentos imobiliários fora do Brasil.

ACCOR + PONTES A partir de maio deste ano, a Accor assume a operação dos hotéis da rede Pontes Hotéis & Resorts, da qual fazem parte o Mar Hotel Conventions, o Hotel Atlante Plaza e o Summerville Beach Resort. A decisão pelo modelo de conversão e administração foi estratégica para ampliar a presença da Accor no Recife. Atualmente, a capital pernambucana possui uma das maiores diárias médias e a melhor ocupação do Nordeste. Para Luis Guilherme Pontes, diretor superintendente da Rede Pontes Hotéis & Resorts, “ser líder de mercado implica em renovar as energias e de estar aberto a praticar uma hotelaria de conceito global. Com essa nova transação, a Accor amplia sua malha hoteleira no Nordeste. A empresa hoje conta com 24 hotéis nos estados de Alagoas, da Bahia, do Ceará, do Maranhão, do Rio Grande do Norte, da Paraíba, de Pernambuco, de Piauí e de Sergipe. Até 2018, serão mais 16. Na foto: Luis Guilherme Pontes, Renê Pontes, da Pontes Hotéis e Resorts, e Roland de Bonadona, Abel Castro e Patrick Mendes, da Accor.

EXPANDINDO MERCADO A Ibratin, marca de tintas decorativas e líder em revestimentos externos, decidiu apostar no Nordeste. A empresa chega para atender as necessidades da Região, investindo fortemente no mercado de varejo para atender todos os públicos e apresentar a sua completada de produtos. “Queremos estar mais presentes na Região. Já possuímos uma fábrica em Maceió (AL), porém detectamos que podemos oferecer maior comodidade na procura por nossas tintas e maior qualidade no atendimento com essa aproximação. A ideia é atender engenheiros, construtores, arquitetos e consumidor final, oferecendo produtos específicos para cada necessidade”, afirma Giuseppe Cartisano, Diretor da Ibratin Nordeste.

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POLO VIDREIRO DE PE A Intervidro será uma das empresas a integrar o Polo Vidreiro de Goiana, na Zona da Mata Norte de Pernambuco. A empresa, que atua há 8 anos na importação, no beneficiamento e na distribuição de diversos tipos de vidro para o mercado da construção civil, vai ampliar o seu mix de produtos e da sua capacidade de produção, passando a atender todo o Nordeste. De acordo com o diretor da empresa, Bruno Maçães, integrar o Polo Vidreiro vai permitir à empresa não só aumentar, mas diversificar sua produção. A estratégia é adquirir o vidro da CBVP e beneficiá-lo, passando a produzir vidros temperados, laminados e refletivos — tipo especial de vidro com alta eficiência na reflexão de luminosidade e calor. Para se instalar no Polo Vidreiro, a Intervidro irá investir cerca de R$ 6 milhões e gerar 102 empregos diretos, além de produzir até 7 mil t/mês. Na foto, Bruno e seu sócio Gustavo Krause.

MY CHAIR A Flexform, líder no mercado de cadeiras e poltronas corporativas e assentos na América Latina, promoveu uma ação para divulgar um de seus produtos, a cadeira MyChair. No evento, que aconteceu na Casa Ofício, no Recife, foi possível personalizar uma miniatura da cadeira e, após a customização, a criação foi compartilhada no Facebook. Os posts feitos pelos participantes foram sorteados no final da ação, e a premiação foi a entrega de uma MyChair em tamanho real ao vencedor. A empresa tem crescido acima dos índices registrados no segmento, Segundos os dados do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (Iemi), o crescimento do setor de mobiliário corporativo, nos últimos anos, foi de aproximadamente 71%. No mesmo período, a empresa chegou a ampliar seus negócios na ordem dos 176%.

ILUMINAÇÃO E ARTE Com o conceito de iluminação e arte, a loja paraibana Della’s Iluminação se prepara para a sua primeira exposição internacional, intitulada Faces à Luz. A mostra é assinada pela artista plástica suíça Rosmarie ManiMarty, que expõe pela primeira vez no Brasil. O trabalho de Rosmarie é focado na imagem das pessoas, nos traços que podem revelar a personalidade e o estado de espírito. Através de fotografias do rosto e com um processo que envolve jogo de luzes e impressão em plexiglass é possível perceber detalhes ainda não notados, com inúmeras possibilidades de interpretação. A exposição é uma homenagem a oito mulheres de destaque no Estado. A curadoria da mostra é do fotógrafo Cacio Murilo e da curadora de arte Bruna Lobo. O jornalista e fotógrafo Augusto Pessoa também está inserido no projeto. Na foto, Ana Kiepe, sócia da Della’s, e Rosmarie Mani-Marty.

CENTRO OLÍMPICO A GCP Arquitetos, escritório de São Paulo, assina o projeto do Centro de Formação Olímpica (CFO), um complexo para 26 modalidades esportivas em frente à Arena Castelão, em Fortaleza (CE). Com espaços criados para atender do esporte de base até o alto rendimento, o CFO ainda receberá um ginásio coberto para até 21 mil espectadores. O projeto, que tem conclusão prevista para dezembro deste ano, atende às especificações para atendimento e conformidade com as 26 confederações envolvidas, além de outros esportes não incluídos no programa olímpico — alinhamento necessário para que os espaços sejam homologados pelas entidades, e assim os recordes obtidos neles sejam válidos. Um destaque do projeto, que se localiza em área urbana, é manter a integração com os moradores, criando espaços de convivência acessíveis para pedestres, fácil acesso ao transporte público e incentivando o uso de transportes não poluentes.

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PARCERIA A Tópico — maior empresa do Brasil em soluções temporárias de armazenagem — e o Southern Cross Group — fundo de private equity com atuação na América Latina — anunciam parceria onde o fundo passa a responder por 70% de participação societária na Tópico, e o sócio-controlador anterior, Ricardo Vantini, permanece com 30%. Com o investimento, a empresa — que atua principalmente em logística, área industrial, agronegócios e infraestrutura — irá aumentar as operações no Brasil com a abertura de novas filiais em Porto Alegre, Manaus, Recife e Grande Goiânia, com um custo de abertura de R$ 20 milhões cada; além de expandir sua atuação para outros países da América Latina. O mercado de armazenagem no Brasil está em franca expansão, e o segmento de soluções temporárias de armazenagem tem sido um dos mais dinâmicos, triplicando nos últimos cinco anos.

NOVA GERÊNCIA Gustavo Luiz de Jesus Siqueira assume a Gerência Geral da SaintGobain Glass. O executivo é formado em Direito, com Pós-graduação em Direito Empresarial, Mestrado em Direito e Economia e MBA Executivo pela Coppead UFRJ. Siqueira, que atua no Grupo SaintGobain há 15 anos, já teve passagens como Coordenador Jurídico, Gerente Administrativo e Financeiro, Gerente e Diretor de Recursos Humanos e Diretor Comercial e de Marketing na divisão do polo de materiais de construção. Na Saint-Gobain Glass, ele será responsável pela administração do negócio, desenvolvimento e definição da estratégia da empresa e terá como objetivo principal consolidar a companhia no mercado, mostrando a importância do vidro impresso e as diversas aplicações, as funcionalidades e o design.

INVESTIMENTO A Prospecta Inteligência desenvolveu um estudo trazendo um novo conceito: uma análise do mercado de imóveis focado na demanda de cada região, em vez de se concentrar exclusivamente na oferta. A pesquisa apresentou o ranking das 100 melhores cidades brasileiras para investir em imóveis, indicando os lugares que devem eclodir no cenário nos próximos anos. “Sempre observa-se o preço do metro quadrado, que reflete os valores de imóveis já vendidos. Mas o que garante que uma cidade valorizada terá demanda para absorver novos produtos? Para ver o que está por vir, é preciso analisar a demanda”, afirma Cristiano Rabelo, diretor da Prospecta. Em comum, as cidades possuem características como renda per capita elevada, população com alto nível de instrução e de vínculo empregatício, um número considerável de empresas atuantes e déficit imobiliário elevado.

URBANIZAÇÃO A MRV Engenharia iniciou o ano investindo mais de R$ 8 milhões em urbanização apenas no mês de janeiro. Somente em Pernambuco, estado que a construtora vem atuando desde 2009, foram mais de R$ 497 mil aplicados especialmente na construção de vias, redes de esgoto, galerias de água, execução de rede elétrica, entre outras melhorias que auxiliam na promoção da qualidade de vida da população. Presente hoje em quatro cidades de Pernambuco — Recife, Jaboatão dos Guararapes, Olinda e Caruaru —, a MRV já realizou o lançamento de mais de 3.800 unidades no estado. A construtora líder nacional no segmento de imóveis econômicos pretende ao longo do ano expandir ainda mais suas operações, com previsão de lançamento de mais 3 mil unidades residenciais, contribuindo para a redução do déficit habitacional de Pernambuco.

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Delacryl Antibactéria e Dialine Esmalte Base Água Ao construir ou reformar um imóvel, é preciso se preocupar com resultados que vão além do perfeito acabamento. O mercado de tintas já se adequou para atender à demanda por produtos que são apropriados para contribuir com a “saúde do consumidor” e também diminuir os danos causados ao meio ambiente. Diante dessa realidade, a Iquine disponibiliza em seu portfólio alguns produtos com essas características, como o Delacryl Antibactéria, capaz de reduzir em 99% as bactérias por dois anos, o Dialine Esmalte Base Água, de tecnologia sustentável, dispensa o uso de solventes e tem um baixo índice de Compostos Orgânicos Voláteis, entre outros. Indicada para o uso interno e externo, a Delacryl é uma tinta acrílica da linha premium sem cheiro e com alto poder de cobertura, resistência e rendimento, com aditivo antibacteriano. O produto pode ser aplicado diretamente na área afetada, sem a necessidade de qualquer tipo de tratamento antes da pintura. É destinada para superfície de alvenaria, bloco de concreto ou cimento-amianto. A linha é comercializada em embalagens de 3,6 L (rende até 110 m² por demão) e 18 L (rende até 550 m²) e possui dois diferentes tipos de acabamento: fosco e semibrilho. O produto com acabamento fosco disfarça pequenas imperfeições da superfície e se destaca com a “Branco Luz”, entre as 13 opções de cores prontas. No acabamento semibrilho, indicada para realçar a beleza do ambiente. As duas versões estão disponíveis em mais de 1,2 mil cores, através das máquinas de sistema tintométrico Icores. SUSTENTABILIDADE Resultado de constantes investimentos em pesquisa e inovação, o Dialine Esmalte Base Água chegou ao mercado com novas cores e tecnologia sustentável. Indicado para áreas externas e internas, é um produto de secagem rápida e com uma fórmula exclusiva para promover uma película lisa, responsável por dificultar a aderência de sujeiras e facilitar a limpeza. Pode ser aplicado em revestimentos de alvenaria, madeiras, metais ferrosos, galvanizados, alumínio e PVC e dispensa o uso de aguarrás. O Dialine Esmalte Base Água é apresentado em 12 cores prontas e mais de 1.200 tonalidades, através do Icores. As cores são desenvolvidas com base nas pesquisas de tendências feitas pela Global Colors Reserch, empresa reconhecida pela competência em previsões de tendências, que desde 1999, tem parceria Iquine. O produto é comercializado em embalagem de 900 ml, com rendimento de até 18,5 m² por demão, e 3,6 litros, rendendo até 75 m². O Dialine Esmalte Base Água possui acabamento Alto Brilho e Acetinado.

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Normas relacionadas • NBR 11702 • NBR 15079 Características • Produto sem cheiro • Antibactéria • Linha premium • Acabamento (semibrilho e fosco) • Rendimento

Normas relacionadas • NBR 11702 Características • Secagem rápida • Baixo odor • Resistente a fungos • Rendimento • Fácil aplicação

Serviço Tintas Iquine 81 2101.4000 tintasiquine.com.br facebook.com/tintasiquine


mais agilidade e sustentabilidade NA construção civil A Gerdau desenvolveu telas de aço que viabilizam a aplicação de um inovador sistema de construção civil no Brasil. A solução, criada pela dinamarquesa BubbleDeck, permite a diminuição do volume de concreto empregado em lajes por meio da utilização de esferas de plástico reciclável entre as telas. O método pode reduzir em até 35% o peso próprio da estrutura, o que possibilita eliminar a necessidade de vigas e vencer grandes vãos com menor consumo de materiais. O principal desafio da Gerdau foi criar um produto diferenciado, com composição, dimensões e espaçamentos personalizados, contribuindo para o aumento de produtividade nas construções. Em comparação aos métodos convencionais, o sistema BubbleDeck pode proporcionar a uma obra de 10 mil m², por exemplo, economia de até 882 m³ de concreto, redução de 60% na quantidade de escoramento e de mais de 2 mil t de cargas nas fundações. Sob o ponto de vista ambiental, o método evita o descarte de 30 t de plástico em aterros, a emissão de 400 mil kg de CO² na atmosfera e o corte de 194 árvores. A tecnologia já foi utilizada em obras de grande relevância nacional, como a ampliação do Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro.

Composição técnica O aço utilizado para a fabricação das telas é o aço CA60 Características As dimensões (largura e comprometimento) e os espaçamentos alternados entre as barras da tela soldada Certificação Os produtos são certificados pela ABNT conforme norma NBR 7481 de Telas Soldadas Normas relacionadas NBR 7481

Sobre a Gerdau A Gerdau é líder no segmento de aços longos nas Américas e uma das principais fornecedoras de aços especiais do mundo. Recentemente, passou também a atuar em dois novos mercados no Brasil, com a produção própria de aços planos e a expansão das atividades de minério de ferro, iniciativas que estão ampliando o mix de produtos oferecidos ao mercado e a competitividade de suas operações. Com mais de 45 mil colaboradores, a Gerdau possui plantas industriais em 14 países — nas Américas, na Europa e na Ásia —, as quais somam uma capacidade instalada superior a 25 milhões de toneladas de aço por ano. Além disso, é a maior recicladora da América Latina e, no mundo, transforma, anualmente, milhões de toneladas de sucata em aço, reforçando seu compromisso com o desenvolvimento sustentável das regiões onde atua. Com mais de 120 mil acionistas, as ações das empresas Gerdau estão listadas nas bolsas de valores de São Paulo, Nova Iorque e Madri.

Serviço gerdau.com.br 51 3323.2000

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orientaÇÕES PARA tratamento E reforma de fachadas A pintura da fachada de um edifício é um grande fator para a conservação das paredes. Porém, antes da utilização desse procedimento é necessário verificar se a fachada possui trincas, fissuras e mofos, que podem acarretar em grandes estragos. O ideal é realizar o tratamento da parede e depois utilizar uma boa repintura, evitando surpresas desagradáveis e garantindo uma superfície bem acabada “Com o tempo, a degradação da pintura afeta a aparência, diminuindo sua cor, aspecto e as demais propriedades. Então, antes deve ser feita uma análise completa da fachada e das áreas a serem repintadas e verificar se há trincas, fissuras, mofos e algas. Ao identificar essas patologias, deve-se tratá-las devidamente”, afirma Giuseppe Cartisano, diretor da Ibratin Nordeste Ltda. Após serem feitos os devidos tratamentos, o profissional ou a empresa contratada deve seguir as recomendações do fabricante do produto e seguir as etapas indicadas do início ao fim desse processo, tomando também os cuidados no que se refere à segurança. Para preparar a superfície, é recomendado o Sanitizante H.A.S, que é um microbicida de ação rápida desenvolvido especialmente para a higienização, assepsia e sanitização, que pode ser aplicado desde o reboco novo até as repinturas. Sua composição balanceada garante o controle efetivo dos micro-organismos presentes no meio ambiente, e seu excelente poder penetrante retarda a proliferação de fungos e algas, atuando diretamente sobre os micro-organismos através da remoção das colônias formadas em sua superfície. Após a higienização, é indicado o uso do preparador R.A.F, que é um selador incolor à base de resina acrílica, microbicida com principio ativo isotiazolona. Sua formulação multissinérgica garante proteção contra fungos e algas, além do poder sanitizante, resultando em maior durabilidade do produto aplicado. Para uso em alvenaria, rebocos, gesso, texturas, tintas e concreto. Indicado para isolar paredes que possam gerar reações químicas na aplicação de tintas e revestimentos à base de água, algas e fungos. Em seguida, aplica-se o Permacryl Micro, desenvolvido para a repintura em texturas, com acabamento fosco granulado, excelente para repinturas internas ou externas de qualquer tipo de textura. Além disso, renova as cores e devolve o aspecto natural, mantendo a originalidade da textura. Já no caso da aplicação sobre uma tinta antiga ou uma superfície lisa, pode-se aplicar qualquer textura da linha Permalit, disponível em diversos tipos de acabamentos. “Há grandes diferenças entre os procedimentos da pintura e da repintura. É necessário entendêlas, assim não haverá erros e problemas futuros. Por conta disso, é bom estar sempre atento ao que o fabricante orienta e indica”, explica.

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SANITIZANTE H.A.S Consumo: galão de 3,6 L = 72 a 140 m² Balde de 18 l = 400 a 700 m² Tipo de Produto: antimofo Superfície de Aplicação: algas e mofos Linhas de Produtos: engenharia Linha Standard: linha complementos

PERMACRYL MICRO REVESTIMENTO Consumo: galão 5,0 kg: 8,0 a 12 m² Balde de 18l = 40 a 60 m² Tipo de Produto: tintas Superfície de Aplicação: alvenaria, bloco de concreto, áreas externas, áreas internas, concreto aparente, reboco novo, texturizadas. Linhas de Premium: Linha Permacryl Linha de produtos: engenharia

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À PRIMEIRA VISTA

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01 INOVADOR Sem similar no Brasil, o Conector Automático 222 da WAGO conta com a tecnologia de conexão à mola, uma grande inovação no segmento de emendas elétricas. Por meio do fácil manuseio de alavancas, o produto faz simultaneamente a isolação e a conexão dos condutores e dispensa o uso de ferramentas. À prova de vibração e robusto, o conector suporta até 32 A de corrente nominal, para uso predial ou industrial, e conecta fios de diferentes classes e bitolas — fios rígidos ou flexíveis de 0,08 até 4 mm², além de ser reutilizável e não enferrujar. wago.com. br | 11 4591.0199.

02 PRATICIDADE DESPOJADA O design jovem e despojado da linha DOC é ideal para cozinhas gourmets contemporâneas e originais, que prezam pela facilidade e praticidade na utilização. Um dos destaques dessa linha, criada pela Docol, é o Misturador Monocomando DOC Red, que possui ducha manual com duas opções de jato — arejado e ducha. O volante em formato alavanca permite firmeza no ajuste da vazão e temperatura da água. Além disso, funciona em baixa e alta pressão. docol.com.br | 0800 474333

03 BANHO ARROJADO Com visual diferenciado e cores arrojadas, o painel de banho El Dorado, da Astra, é produzido em vidro temperado, com frente em vidro preto e vermelho e acabamento todo feito em metais cromados. Além de moderno, o item proporciona ao usuário uma pressão de 25 mca e conta com três pequenos jatos articuláveis de hidromassagem. A peça possui ainda ducha de cabeça em plástico cromado com haste em aço e uma ducha de mão em plástico cromado com mangueira flexível de aço. O painel mede 138 X 24,4 cm e pesa menos de 9 kg. astra-sa.com.br | 0800 165.051

04 ITALIANO Projetada pelos designers e arquitetos italianos Ludovica+Roberto Palomba, a linha de louças e móveis Palomba Collection apresenta um novo modelo de lavatório, com mesa lateral da coleção que já conta com 18 itens comercializados no Brasil, como banheira, bacias sanitárias, caixa acoplada e suspensa, bidê convencional e suspenso, lavatórios e móveis em diferentes dimensões, cores e acabamentos. laufen.com/br | 11 4587.2324

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05 DISCRETA Ideal para uso em obras verticais, onde se exige a medição individualizada do consumo de água, a Caixa de Descarga Embutida da Docol é fácil de instalar e não necessita de tubulação hidráulica exclusiva, tendo opções para paredes de alvenaria ou drywall, com bacias convencionais ou suspensas. Possuem registro integrado, ¼ de volta, que permite o fechamento individualizado do abastecimento de água, e o acesso para a manutenção se dá apenas com a remoção do acabamento, não sendo necessário quebrar paredes ou do auxílio de ferramentas especiais. A válvula de enchimento é operada por diafragma que elimina o ruído durante o enchimento da caixa. docol.com.br | 0800 474333

06 CONTEMPORÂNEA Seguindo a tendência de revalorização da azulejaria, o Tresor foi desenvolvido pela Portobello a partir de uma proposta contemporânea inspirada em metais preciosos. Trata-se de um acessório arrojado, com formato multifacetado e irregular, na qual o produto, através do módulo de três peças teladas, possibilita diferentes paginações. O toque e a textura do metal são resultados de um trabalho de matérias-primas nobres, como a utilização do metal ecológico e o processo artesanal em algumas fases da produção. portobello.com.br | 0800 648 2002

07 20 ANOS DE CARREIRA Vistos em conjunto no livro Paulo Alves, lançado apela Editora Olhares, os móveis desenhados pelo autor desvendam uma lógica criativa em que a madeira — e suas características naturais e simbólicas — é a protagonista. Ao longo do livro, é possível observar como certas soluções do designer avançam e se recombinam em diferentes linhas de produtos. O livro conta com a participação de nomes como Nando Reis, Marcelo Rosenbaum e Zanini de Zanine, entre os autores que escrevem sobre aspectos da obra de Paulo. 164 páginas I editoraolhares.com.br | 11 2924.1744

08 PEDRA NATURAL Exaltando a estética singular oferecida pela natureza, a Dekton® traz novas cores em padrões que remetem à nobreza da pedra natural. A Vegha é uma dessas tonalidades lançadas pela Dekton® by Cosentino. Com um tom de cinza escuro e denso, trazendo um visual de sobriedade e de aconchego, a Vegha se baseia em um padrão inspirado nas formações naturais de calcário e arenito, que se adapta de projetos mais modernos e vanguardistas a composições de maior apelo clássico. dekton.com.br | 27 3348.8366

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VITRINE Estilo

projetando histórias Graduada pela Universidade Federal de Pernambuco e com mais de 20 anos de carreira, Andréa Calábria assina projetos residenciais, comerciais e de interiores em todo o Brasil. A pernambucana traduz um estilo que valoriza o espaço sem exagero de informações, contemporâneo e também privilegiando o jogo de misturas de elementos diferentes — cores e design. Ela acredita que a imparcialidade é uma utopia e tem como norte em seus trabalhos a impressão da personalidade de seus clientes. “As pessoas que vão viver o ambiente são quem devem se enxergar nele. Eu apenas devo traduzir os seus anseios e procurar inserir novas informações para enriquecer os seus desejos”, ressalta. Calábria coleciona prêmios, dentre eles o Internacional Property Awards 2012 (Londres), sendo vencedora em duas categorias: Best Interior Design Private Residence (Americas Central e Sul) e Best Private Residence (Brasil). Nessa edição de Vitrine Estilo, a arquiteta apresenta projetos que são a cara e alma dela.

01 SIMETRIA Apesar da arquiteta estar em constante busca pela impressão de seus clientes, uma característica marcante no seu perfil profissional é a simetria. As formas retilíneas são evidentes nas composições para propor a harmonia visual. Na cozinha, as áreas são definidas numa estética funcional e agradável ao ambiente.

02 CORES Os revestimentos em tons claros serviram como pano de fundo para dar destaque aos móveis em cores predominantes, como o sofá Otto azul turquesa, a poltrona Coração na cor uva e as cadeiras Diz, em madeira, de Sérgio Rodrigues.

03 DESIGN O design tem presença fiel em suas assinaturas seja em móveis, objetos e variadas formas de inserção, como na imponente porta de entrada revestida de couro dourado com moldura e puxador em aço inox.

04 Contemporaneidade O ar contemporâneo trazido à tona pelo design é despretensioso, sua irreverência tem segurança para ousar sem medo ao lado de elementos clássicos e arrojados com total harmonia.

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espaço aberto

TELHADO VERDE e seus benefícios para o meio ambiente Uma solução encontrada pela arquitetura moderna para se resolver uma série de problemas urbanos é o chamado telhado verde ou telhado ecológico. O principal problema está relacionado com os fatores ambientais e climáticos causados pela falta de áreas verdes nos grandes centros urbanos. Em uma escala pequena, o primeiro benefício de um telhado verde é o ecológico, por atrair insetos, borboletas e pássaros. A redução das ilhas de calor é outro benefício que pode ser obtido se diversas pessoas adotarem um telhado verde em suas residências. Isso ocorre por causa de um efeito chamado resfriamento evaporativo, na qual as plantas servem como um agente da dispersão do calor, criando um microclima mais temperado. o trabalho aqui apresentado está relacionado com o conforto térmico em uma edificação gerado pela construção de um telhado verde nas instalações do Complexo de Controle Ambiental Vista Alegre (CCA), mais precisamente sobre um cômodo do escritório local do CCA, implementado pelo Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itep), no município de Palmares, na Zona da Mata de Pernambuco. O estudo consiste na medição de onze pontos de temperatura entre o telhado e o interior de duas salas, uma contendo a cobertura vegetal, outra coberta com telha cerâmica apoiada sobre laje e mais uma com apenas cobertura da laje.

IVAN DORNELAS Mestre em Ciências Geodésicas e Tecnologias da Geoinformação, o engenheiro cartógrafo Ivan Dornelas atua como diretor-comercial do Itep e é gestor do Contrato de Gestão firmado com a Secretaria Estadual de Infraestrutura (Seinfra) para a execução do Projeto Barragens, que contempla a construção de barragens integrantes do Sistema de Contenção de Enchentes e Prevenção aos Efeitos da Seca no Estado de Pernambuco. Com experiência na área de geociências com ênfase em sensoriamento remoto, Dornelas atua em segmentos como cartografia, geoprocessamento, cadastro e meio ambiente.

PEDRO MORAIS Graduado em Engenharia Agrícola e Ambiental pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Pedro Moraes atua como coordenador de Qualidade Ambiental no Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itep), implementando ações com objetivo de avaliar as consequências acarretadas pelas intervenções antrópicas causadas por obras de grande porte e traçar diretrizes para reduzir esses impactos. Com experiência em segmentos como análise ambiental estratégica, manejo de recursos hídricos e arquitetura sustentável, Pedro Moraes já desenvolveu projetos de pesquisa em áreas como gestão de água e solo no semiárido pernambucano e técnicas para medição de nível de lençol freático em áreas degradadas por encharcamento.

PALAVRAS-CHAVE Conforto Térmico; Impactos Ambientais; Telhado Verde.

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O telhado verde é uma técnica de engenharia cujo objeto principal é o plantio de plantas nas coberturas de residências e edifícios através da impermeabilização e drenagem da cobertura dessas edificações, criando assim condições para a execução segura desse projeto, evitando problemas estruturais e infiltrações. Desde o final de 2014, a técnica passou a ser obrigatória por lei no Recife para edifícios com mais de quatro pavimentos e construções que possuam mais de 400 m² de área de coberta, sendo essencial o conhecimento de suas potencialidades. Apesar de ser uma técnica conhecida já empregada por civilizações antigas e amplamente utilizada em muitas partes do mundo, especialmente na Europa, onde é vista como um meio de minimizar os impactos decorrentes da impermeabilização dos grandes centros urbanos, o telhado verde ainda é pouco difundida no Brasil, principalmente no Nordeste. Assim, o Itep vem desenvolvendo um projeto experimental com aplicação do telhado verde em uma área inicial de 43 m² a fim de verificar os principais benefícios gerados pelo método para o meio ambiente, por meio da redução de impactos como poluição e ilhas do calor, e as vantagens para a vida útil da edificação. Além disso, também vêm sendo estudados todos os cuidados necessários para o bom funcionamento da metodologia, a qual apesar de ser caracterizada como um sistema leve, necessita de impermeabilização da laje e sistema de drenagem adequado para uma operação eficaz. Logo, o trabalho desenvolvido pelo instituto poderá ser utilizado como fonte de pesquisa para empresas e profissionais que buscam investir em edificações mais sustentáveis.

Detalhes Construtivos O processo para colocação do telhado verde possui várias etapas. O primeiro passo para implementar o telhado verde é a cobertura, sendo mais usual a laje de concreto. A cobertura é o elemento estrutural onde devem ser consideradas as cargas permanentes e as cargas acidentais, também podendo ser utilizado um outro suporte estrutural, a exemplo de telhas de fibra de vidro. É preciso destacar que qualquer cobertura pode ser adaptada para receber essa cobertura verde. O peso médio da maioria dos telhados preenchidos por grama é de aproximadamente 60 kg/m² quando encharcado, mas há variância nesse peso. Foi verificado que a seção de drenagem e de solo pode ter várias combinações, de maneira a se obter uma carga mais leve. Isso impacta diretamente na escolha da planta a ser implantada para cultivo, no que se refere ao condicionamento de suas raízes. As plantas mais utilizadas possuem sistemas radiculares pouco profundos, justificando o emprego de uma camada de solo ou substrato compacta. A camada impermeabilizante é a etapa seguinte do processo e tem a importante função de proteger o elemento estrutural do risco de infiltrações, uma vez que este é o problema mais comum encontrado nessa técnica. Um único ponto de vazamento estende-se rapidamente para toda a cobertura,

portanto, é de fundamental importância o cuidado na fase de impermeabilização da cobertura. Vale ressaltar que a cobertura verde também aumenta a durabilidade do serviço de impermeabilização, pois oferece proteção contra a insolação direta. A drenagem é o elemento da construção mais variante. Muitas vezes, objetiva-se um escoamento mais rápido, tendo em vista a segurança da cobertura, pressupondo que sua capacidade de suporte de peso seja reduzida. Esse escoamento também pode ser mais rápido pela necessidade de uso constante da água caída sobre o telhado ecológico, como exemplo a irrigação diária de hortas e jardins. Partindo para infiltração lenta, é possível obter uma melhor qualidade da água. Quando há pretensão em realizar o reúso e, principalmente, quando essa água terá contato com humanos, uma filtração mais lenta é mais viável. O telhado verde funciona como um filtro biológico natural, viabilizando o reúso da água, sentido principalmente nas atividades onde não há necessidade de água potável, bem como um isolante térmico. Para a Região Nordeste, o resfriamento interno proporcionado por essa estrutura é um dos benefícios mais notórios. Isso ocorre por causa de um efeito chamado resfriamento evaporativo, na qual as plantas servem como um agente da dispersão do calor, criando um microclima mais temperado. Nas primeiras semanas após a implantação, a camada de substrato ainda se encontra em fase de conformação, portanto nota-se na água a presença de partículas do composto, mas que sumirão com o decorrer dos dias. Os drenos que dão vazão ao excesso de água no solo podem ser constituídos de argila expandida, brita ou seixos de diâmetros semelhantes, sendo fundamental para o sistema. Sua espessura pode variar de 07 a 10 centímetros. Também como medida de auxílio à drenagem e manutenção da camada fértil, evitando o arraste das partículas de solo do telhado verde, utiliza-se normalmente uma manta geotêxtil sobreposta em 10 cm. A manta geotêxtil, quando associada ao solo, tem a capacidade de drenar, filtrar, separar, reforçar e proteger, permitindo a drenagem e a proteção das superfícies contra ervas daninhas e crescimento de raiz em projetos de paisagismo, além do reforço do solo. Para o telhado verde, o ideal é um solo ou substrato orgânico com boa drenagem, de preferência um solo não argiloso que apresente uma boa composição mineral de nutrientes para o sucesso das plantas. Em relação à espessura, pode haver variação de acordo com o tamanho das plantas. Logo, quanto maior forem as plantas maior será a sua profundidade do solo. Já para escolha da vegetação, é necessário levar em consideração o clima local, o tipo de substrato a ser utilizado e o tipo de manutenção que será adotada no telhado verde. No caso de irrigações, o ideal é a escolha de plantas que não são exigentes à umidade e que resistem bem ao estresse hídrico. Também é importante a escolha de plantas de pequeno porte e crescimento lento. Para manutenção do telhado verde, é necessária apenas uma poda regular que deve ser feita a cada período de quinze dias de maneira semelhante a um jardim comum.

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espaço aberto

Projeto experimental do Itep estuda benefícios do telhado verde

Inicialmente, a técnica foi aplicada em área de 43 m²

FOTOS: RAPHAL SAGATIO

Vantagens para o Meio Ambiente

Vantagens para a Edificação

Na aplicação da técnica do telhado verde, diversos benefícios para o meio ambiente vêm sendo observados. Entre eles, o combate ao efeito “ilha de calor urbano”, fenômeno responsável pelo incremento de temperatura dentro do perímetro de uma cidade devido ao aquecimento que produzem os gases de veículos e aparelhos de ar-condicionado, assim como pela energia solar absorvida pelas superfícies urbanas depois irradiada à atmosfera como calor. Consequentemente, a técnica permite também a diminuição dos efeitos danosos dos raios ultravioleta. Outros pontos positivos são a redução da incidência de ventos e a melhoria da qualidade do ar na cidade devido à capacidade das plantas e árvores para absorver as emissões de gás carbônico através da fotossíntese. Logo, o telhado verde vem se mostrando um agente purificador do ar urbano, graças também à aderência dos poluentes ao substrato. O telhado verde também pode ser empregado para filtrar o ar, absorvendo partículas de pó e atenuando a poluição, a quantidade de gás carbônico e os metais pesados presentes na água da chuva. Através das plantas, as partículas atmosféricas são incorporadas naturalmente ao sistema, fazendo com que o telhado verde funcione como um filtro natural. A metodologia também provoca uma redução das águas pluviais e consequente diminuição da pressão nos esgotos da cidade, o que é bastante positivo para cidades como Recife, que possuem um alto nível de precipitação e freático e a peculiaridade de estar abaixo do nível do mar. O lazer é outro benefício que pode ser explorado, afinal, o telhado verde proporciona espaços agradáveis à vista, com possibilidade de uso a nível público (para jardins e parques urbanos, por exemplo), para os vizinhos de um imóvel ou para os trabalhadores de uma empresa. Também é preciso ressaltar que o método aumenta os espaços de habitat e refúgio para espécies como pássaros, borboletas, formigas, besouros e aranhas, que naturalmente são atraídas por áreas verdes.

Entre os principais benefícios trazidos pelo telhado verde está a maior longevidade ao telhado da edificação, que pode alcançar os 40 anos contra os cerca de 15 anos proporcionados pelas coberturas planas tradicionais. A técnica também é eficiente para o isolamento térmico, uma vez que, no verão, a transmissão de calor pelo telhado pode ser reduzida em mais da metade se for um teto verde, proporcionando uma consequente diminuição do uso do ar-condicionado e redução do consumo de energia. O mesmo ocorre no inverno, quando é possível observar uma diferença na temperatura entre o interior e o exterior. Logo, há um aumento da eficiência energética nos edifícios pelas suas propriedades isolantes, reduzindo assim os custos de aquecimento e refrigeração sem necessitar de isolamento térmico, o que coloca o telhado verde como uma solução para a redução do consumo de energia, problema que vem se intensificando no Brasil nos últimos anos. Além do isolamento térmico, o telhado verde também favorece o isolamento acústico, visto que o ambiente torna-se menos propício a ruídos externos, ampliando, dessa forma, o conforto acústico. O teto verde também pode ser de grande utilidade para aumentar as áreas verdes das grandes cidades, possibilitando a criação de novos jardins e parques verdes, mostrando-se uma solução eficiente para a falta de espaço para essas áreas nos centros de grande porte uma vez que são utilizadas áreas que eram desprezadas anteriormente. A técnica também contribui para a valorização do imóvel e da paisagem. Vale ressaltar que, quando bem cuidados, os tetos verdes também costumam deixar as edificações mais agradáveis internamente e mais bonitas externamente. Além disso, o edifício passa a ter uma área útil a mais para os moradores, valorando diretamente o preço do imóvel. Os benefícios listados tanto em favor do meio ambiente quanto em prol da edificação são inúmeros e podem ser gerados em grande escala. Para tal, é necessária a popularização do sistema, que pode ser utilizado não só por grandes construtoras, mas também pela população em geral como forma de contribuir para a recuperação do meio ambiente nos centros urbanos.

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espaço pec

IDENTIFICAÇÃO DE BLACKSPOTS: ESTUDO PILOTO EM TRECHO DA BR-101 EM PERNAMBUCO Danielle Maria Gomes de Oliveira, Emilia Rahnemay Kohlman, Márcia R. O. B. C. Macedo, Ms.C Rabbani*

Os acidentes de trânsito no Brasil destacam-se tanto pelo elevado índice de mortes e feridos quanto pelas consequências monetárias que recaem sobre os usuários e toda a sociedade. De acordo com o Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), em 2010, 40.610 pessoas morreram em decorrências de acidentes de trânsito no Brasil, sendo 1.920 pessoas só no Estado de Pernambuco. Em função do crescimento de registros de acidentes viários, os setores responsáveis estão sendo cada vez mais exigidos para garantir um planejamento urbano mais eficiente. O grupo de pesquisa Desenvolvimento Seguro e Sustentável (DESS), da UPE, está desenvolvendo uma pesquisa voltada para identificação e diagnóstico dos locais onde há maior incidência de acidentes, os chamados Pontos Negros (blackspots) para poder desenvolver um Sistema de Informações Geográficas que possa contribuir com o gerenciamento de segurança nas vias do Estado (SIG@TRANS). A metodologia adotada foi a do Manual de Segurança Rodoviária (PIARC, 2003), e o método escolhido para a identificação desses pontos foi o Relative Severity Index (RSI), ou em português, Índice de Gravidade Relativa:

Onde: FIJ = frequência de acidente tipo i no local Ci = custo médio de um acidente tipo i

O valor dos custos foram relacionados com as consequências/gravidade dos acidentes registrados conforme apresentados na tabela. Custo Médio de Acidente tipo de acidente

custo r$

SEM VÍTIMA

3.262,00

COM FERIDO

17.460,00

COM MORTE

144.143,00

relacionadas às características geométricas e condições fisicas das vias. Para tanto, a pesquisa contará com o apoio de dois alunos de Iniciação Científica e uma aluna de Mestrado em Engenharia Civil da Poli/ UPE, que estarão dedicando o ano de 2015 para a finalização da pesquisa.

Figura – Mapeamento dos blackspots identificados no trecho da BR-101 analisado.

Aplicando o método aos dados de acidentes ocorridos em 2013 fornecidos pela Polícia Federal de um trecho de 60 km da BR-101 (de Suape a Abreu e Lima) e com registros de acidentes a cada 100 m (do km 44 ao km 104), determinou-se como pontos críticos aqueles que apresentaram RSis maiores que o dobro do somatório do RSis médio em todo o trecho analisado, ou seja, maiores que R$ 22.516,83. Foram identificados um total de 44 Pontos Negros na BR-101, que reunidos chegam a somar mais de R$ 6 milhões só de prejuizos economicos em 2013. A figura mostra o mapeamento destes Pontos Negros no trecho analisado da BR —101. A próxima etapa da pesquisa cosistirá na análise detalhada de cada um dos 44 Pontos Negros identificados, a fim de diagnosticar as principais causas

REFERÊNCIAS DATASUS. Ministério da Saúde. Por Vias Seguras. Disponível em < http://www.vias-seguras.com/os_acidentes/estatisticas/estatisticas_nacionais/ estatisticas_do_ministerio_da_saude>. Acesso em 20 maio de 2014. UOMA, J.; SIVAK, M. Road-Safety Management in Brazil, Russia, India and China. Disponível em: <http://deepblue.lib.umich.edu/bitstream/handle/2027.42/89427/102786.pdf>. Acesso em: 06 dez. 2013. PIARC - TECHNICAL COMMITTEE ON ROAD SAFETY. Road Safety Manual: Recommendations from the WoWorld Road Association. Paris: Route Market. 2003. *Danielle Maria Gomes de Oliveira é engenheira química (UFPE), mestranda de Engenharia Civil na Universidade de Pernambuco (UPE), pesquisadora do Grupo de Pesquisa Desenvolvimento Seguro e Sustentável (Dess) e bolsista de mestrado da Facepe *Emilia Rahnemay Kohlman Rabbani, PhD é Professora Associada da Universidade de Pernambuco (UPE), é professora permanente do programa de Pósgraduação em Engenharia Civil (PEC/Poli), coordenadora do Grupo de Pesquisa Desenvolvimento Seguro e Sustentável (Dess), pesquisadora do Núcleo de Segurança e Higiene do Trabalho (NSHT), pesquisadora visitante do Technion – Israel Institute of Technology (IIT) e pesquisadora visitante do Colorado State University (CSU) *Márcia R. O. B. C. Macedo, Ms.C é professora assistente da Universidade de Pernambuco (UPE), pesquisadora do Grupo de Pesquisa Desenvolvimento Seguro e Sustentável (Dess) e doutoranda em Ciência da Computação (UFPE)

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2 prêmio o

O RECONHECIMENTO DAS MELHORES INICIATIVAS.


Ins criçõe s

a partir de

AGOSTO | 2015

-

PARTICIPE!

faleconosco@construirnordeste.com.br

Serão escolhidos os melhores trabalhos publicados nas seis últimas edições da revista Construir NE, nas categorias: Espaço Aberto | Espaço PEC | Arquitetura | Boas Práticas. A premiação traz também a Categoria Infraestrutura, com o tema Cidade com Mobilidade. Profissionais de toda Região Nordeste poderão participar com obras/projetos de infraestrutura para mobilidade urbana. As inscrições serão abertas a partir de agosto.

Apoio

Realização


MIL CORES Disseminadas na Europa, novas tecnologias para revestimento na construção civil, como o concreto colorido, começam a dar novas tonalidades às fachadas de edifícios no Brasil. A solução economiza tempo, precisa de menor manutenção e dispensa o uso de outros revestimentos, mas custo maior ainda é entrave. Conversamos com representantes de empresas e arquitetos sobre a nova tendência.

por Tory Oliveira


AÇA

* PR

DAS

ARTES

- SÃO

PAULO


Soccer City (África do Sul) Tanto do ponto de vista ótico quanto técnico, o Soccer City é um dos novos símbolos da África do Sul. Com capacidade para 88.958 espectadores, a concepção inovadora e inteligente da fachada transmite a peculiar cultura do continente africano .Os painéis em concreto reforçado de fibra de vidro e coloridos na massa com pigmentos em cores tradicionalmente africanas.

foto: ABEEólica

foto: lanxess

U

foto: lanxess

m vislumbre nas profundezas de um complexo de cavernas na região sudoeste da França revela a antiguidade da relação entre os seres humanos e os pigmentos utilizados para dar vida e cor às paredes dos locais de descanso e abrigo. A gruta de Lascaux, localizada na região de Montignac, tem suas paredes recobertas por mais de duas mil figuras de animais, seres humanos e símbolos — grande parte deles delineado com a ajuda de pigmentos minerais extraídos do meio ambiente. Trata-se das mais conhecidas

Givanildo Ferreira, da Lanxess.

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pinturas rupestres do mundo, criadas por mãos humanas há mais de 17 mil anos. Em tempos contemporâneos, a tecnologia utilizada para colorir a fachada do principal estádio da Copa do Mundo da África do Sul, o Soccer City, mostra sinais da evolução dos processos de pigmentação utilizados em paredes e fachadas no Brasil e no mundo. Para suportar os fortes ventos e a poeira das minas de ouro das proximidades, cujo efeito abrasivo corroeria uma pintura tradicional, o estádio foi revestido com painéis de concreto reforçado com fibra de vidro e colorido com pigmentos Bayferrox, desenvolvidos pela empresa Lanxess. Givanildo Ferreira, gerente nacional de marketing e vendas da Lanxess, explica que a empresa produz pigmentos inorgânicos desde 1926. “Desde então, os óxidos de ferro sempre foram muito utilizados na indústria da construção civil, especialmente no segmento de tintas e vernizes, bem como para a coloração do concreto arquitetônico”, relembra. Material mais utilizado no mundo no setor da construção civil, o concreto está, na visão de Givanildo, no “DNA da arquitetura brasileira”. “No Brasil, temos uma arquitetura bastante concreteira, ou seja, arquitetos e empresas de engenharia utilizam com frequência o concreto como material principal em suas obras.

Oscar Niemeyer, por exemplo, é responsável por grandes obras arquitetônicas em concreto espalhadas por todo o mundo”, explica. Apesar do uso disseminado, o concreto colorido ainda é uma novidade no mercado brasileiro, cujo uso passou a se intensificar só a partir de 1996, ano em que a Lanxess adquiriu uma fábrica de pigmentos inorgânicos na cidade de Porto Feliz (SP). Naquele momento, lembra Givanildo, menos de 5% das vendas de pigmentos inorgânicos eram aplicadas à construção civil. “De lá para cá, o número cresceu, e, hoje, 40% das vendas ao mercado são do segmento de construção civil”, comemora o executivo. Atualmente, a empresa coleciona uma gama de mais de 100 tonalidades distintas, variando do vermelho ao verde. “As cores provenientes do óxido de ferro são amarelo, vermelho, preto e suas derivações. Já com relação ao óxido de cromo, a cor é a verde. A partir delas, é possível desenvolver uma série de outras combinações”, explica Givanildo. Para o professor do curso de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Mackenzie, em São Paulo, o concreto colorido traz enorme vantagem, pois trata-se de uma “solução acabada”. “Quando você faz o concreto colorido, você não precisa mais dar nenhuma manutenção, ele já fica com


BODEGA ANTIÓN (ESPANHA) Uma adega de experimentação sensorial, um espaço para produção e apresentação de vinhos Rioja de alta qualidade, alta gastronomia e hotelaria de luxo. No projeto do arquiteto Jesus Marino Pascual, a cor ocre dominante do concreto reforça a intenção arquitetônica de integrar harmoniosamente diferentes níveis e espaços na concepção global.

foto: lanxess

a aparência, a materialidade dele fica extremamente bonita e fica com uma aparência na qual você nunca mais precisa dar uma manutenção”, explica Sílvio Stefanini Sant’Anna. “Se pensarmos no concreto colorido de elevada resistência, pode-se dizer que é uma vantagem explorar a estética do concreto aparente pigmentado e projetar estruturas esbeltas, com linhas mais finas. Ou seja, projetar ambientes mais agradáveis, contribuindo para a satisfação do usuário”, opina Marcelo Medeiros, do Departamento de Construção Civil da Universidade Federal do Paraná (UFPR). “São altamente resistentes à alcalinidade do cimento, têm máxima solidez à luz, são insolúveis em água, quimicamente inertes — ou seja, não reagem com outros componentes do concreto, têm resistência a intempéries, são atóxicos, além de terem excelente dispersabilidade”, elenca Givanildo, da Lanxess. Para Ricardo Essinger, o cimento colorido embeleza e “quebra a monotonia” do concreto tradicional. “É muito grande a diferença entre o concreto em sua cor natural, cinza e sem graça, para um cimento com uma tonalidade amarela, por exemplo, é muito mais agradável. É um embelezamento permanente, sem necessidade de manutenção”, afirma o vice-presidente da Federação das Indústrias

de Pernambuco (Fiepe) e proprietário da Pigmentos Oxinor. A empresa, instalada em 1989 em Pernambuco a fim de fabricar óxido de ferro, hoje produz pigmentos em tonalidades como vermelho, marrom, amarelo e preto, tanto para a construção civil quanto para as tintas. “Nossos produtos são controlados com espectrômetros para garantir a qualidade da cor e manter um padrão. Nossos pigmentos são permanentes, não sofrem efeitos com a ação do sol e de raios ultravioletas e infravermelhos, da chuva ou de outras intempéries e são testados e aprovados pela Associação Brasileira de Cimento Portland”, explica Ricardo, ressaltando que os produtos são isentos de metais pesados e outras substâncias tóxicas. O problema do concreto colorido, segundo Sílvio Sefanini Santana, é que ele requer uma tecnologia ainda não usual no Brasil, o que encarece o produto final. “Ele tem que ser feito com concreto branco, a cobertura das ferragens é um pouco maior do que a do concreto normal, o disforme não é feito com aqueles olhos que mancham o concreto, ele tem que ser feito com parafina, têm que ser feitos encapsulamentos das ferragens para que a ferrugem não manche o tingimento da cor que você está aplicando, e, por isso tudo, ele acaba por sair mais

caro”, conta, ressaltando que, caso as cores sejam mais claras, é necessário lavar os granulados, a areia e a pedra. No entanto, o custo aparentemente maior acaba se traduzindo em economia, no longo prazo. “A grande vantagem é que, se você fizer uma obra de concreto aparente colorido, você acaba tendo uma finalização para usos públicos, por exemplo, extremamente vantajosa por questões de manutenção no dia a dia”, explica Sílvio, pontuando que o produto já é largamente utilizado na Europa, onde a tecnologia é mais corriqueira. “A solução comum no Brasil, o uso de granitos, não tem a durabilidade necessária para esses tipos de edificações públicas”.

É muito grande a diferença entre o concreto em sua cor natural, cinza e sem graça, para um cimento com uma tonalidade amarela, por exemplo, é muito mais agradável, GIVANILDO FERREIRA.

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Colorido e ecoeficiente Em 2012, uma equipe de 15 alunos do curso de Engenharia Civil da UFPR orientados por Marcelo criou um tipo de concreto colorido ecoeficiente e recebeu o primeiro prêmio de um concurso promovido pelo Instituto Brasileiro de Concreto (Ibracon). “A finalidade é estimular os alunos de Engenharia Civil de todo o Brasil a se aprofundarem na área de novos materiais para a dosagem do concreto pensando na estética do concreto aparente associado a altas resistências”, conta ele. O professor explicar que a participação neste tipo de atividade já é uma tradição no curso — além de incentivar a inovação, mostra aos estudantes a importância de se pesquisar novos materiais e aprimorar aqueles considerados tradicionais. Para ser considerado “ecoeficiente”, o concreto deveria ter elevada resistência, com o consumo de aglomerante máximo de 300 kg/m³. Para se ter uma ideia, o concreto convencional utilizado em obras têm resistência entre 20 e 40 MPa,

foto: depositphotos.com

Na Europa, o uso de concretos pigmentados é mais comum, principalmente porque as concreteiras já estão acostumadas ao processo. O cimento branco sai mais barato, e as empresas estão acostumadas a lavar os agregados. Já no Brasil, exemplifica o arquiteto, as empresas cobram a mais apenas para lavar a pedra e a areia, o que já é parte natural do processo de fabricação do cimento colorido. Para usar o disforme, as construtoras costumam fazer uma forma e passar um disformante, uma espécie de óleo. “Só que, para não manchar o concreto, você não pode usar um óleo comum, você tem que usar parafina. Essa parafina, aqui no Brasil, não é usual, e você precisa importar”. Apesar de ainda considerar o uso do produto já colorido “vantajosa”, Silvio destaca que tudo depende do emprego que será dado ao material. “Existem obras em que a materialidade requer o concreto colorido e existem obras que não justificam”. Em Portugal, por exemplo, usa-se muito o concreto branco, justamente porque era muito comum utilizar a pedra calcária. Para recompor toda a fachada desse calcário branco, opta-se pelo concreto branco.“Isso é uma coisa que acaba tendo uma economia muito grande. Ao invés de usar a própria pedra, que acaba saindo muito mais caro, usa-se o concreto branco”. Marcelo Medeiros, professor do Programa de Pós-graduação em Engenharia de Construção Civil da Universidade Federal do Paraná (UFPR), explica que o concreto colorido é bastante usado para estruturas de concreto aparente quando a ideia é não aplicar revestimento. “Desse modo, trata-se de uma alternativa para deixar a estrutura de concreto à mostra e numa tonalidade de cor diferente do tradicional cinza, natural do concreto”, conta ele. Para Marcelo, outra desvantagem é a dificuldade de se obter peças com coloração homogênea. “Ninguém quer projetar um pilar de concreto aparente colorido em sua casa e obter como resultado um concreto com aparência de manchado”, resume. Para evitar essa situação, explica, a chave é trabalhar bem na confecção das formas e na elaboração, no lançamento e no adensamento do concreto.

Novas tecnologias e cores também para tintas.

e o consumo de cimento é de 300 a 400 kg/m³ de concreto. “Os meus alunos conseguiram a proeza de dosar um concreto de 171 MPa usando 300 kg/m³. Isso é maximizar o cimento e a adição empregados”, revela o professor, com orgulho. A natureza também agradece: o cimento Portland é um aglomerante emissor de elevadas quantidades de dióxido de carbono (CO2) para o ambiente. A produção de 1 kg de cimento puro emite cerca de 0,9 kg de dióxido de carbono para a atmosfera — uma relação de 1kg de emissão de gás para 1 kg de cimento. “Desse modo, o cimento é um produto que tem elevado impacto ambiental, sem contar que sua produção consome bens não renováveis, como o calcário e a argila da natureza”. Além de ser ecoeficiente, o concreto produzido pela equipe de alunos de Marcelo Medeiros também era colorido, o que aumentou ainda mais o desafio do projeto. “Conseguir uma cor viva e homogênea no concreto é uma dificuldade que


só mesmo tentando para se ter ciência de que não é uma coisa tão simples”, afirma, explicando que a pigmentação é mais um fator que dificulta a obtenção de resistência elevada para o produto. “Se ele tem elevada resistência, o projetista da estrutura pode projetar pilares e vigas de menores dimensões, com menor volume de concreto para a estrutura de suporte de uma edificação. Se o volume usado é menor, isso significa que foi empregado menos cimento, areia e brita, que saem da natureza e geram emissão de CO2 para serem produzidos”, conclui. O desenvolvimento de dois novos produtos para fachadas, porém, mostra que a inovação não é exclusividade do mundo acadêmico, o qual também pode ser aproveitado por empresas. O Laboratório de Pesquisa & Desenvolvimento da Suvinil, por exemplo, recebe e filtra

diversas ideias oriundas de institutos de pesquisa, universidades, clientes e até mesmo de funcionários. Um dos frutos desse investimento é a tinta Suvinil Sempre Nova, acrílico premium que remove e evita 90% do acúmulo de sujeira nas paredes, além de apresentar mais elasticidade, resistência alta, não descascar e nem sofrer tanta deterioração com o passar do tempo. “Utilizar a tinta correta para cada tipo de superfície evita problemas de reparo precoce na pintura e aproveita as principais qualidades da tinta utilizada, além de garantir ainda mais perfeição ao ambiente”, ensina Mauro Borba Porto, gerente de Produto da Suvinil. Outro produto, Suvinil Proteção Total, deixa as paredes livres de fissuras graças a um filme 100% elástico e resiste ao mofo e ao efeito da maresia em cidades localizadas no litoral. “O

produto forma uma barreira elástica que suporta as contrações e a dilatações da parede conforme a temperatura do ambiente e não deixa que a água penetre na edificação”, explica Mauro. Em terras tupiniquins, a perspectiva é de aumento do uso desse tipo de tecnologia, em especial a do concreto colorido. “Eu acredito que está crescendo e que a perspectiva é de crescer bastante”, aposta Sílvio Sant’Anna. Estão em ascensão, segundo o arquiteto, obras com cimento branco, ainda que algumas especificações — como a lavagem do pigmento — ainda sejam cortadas por conta do alto custo. Givanildo Ferreira, da Lanxess, também vê com otimismo a nova tendência. “Acreditamos ser possível chegar a 60% das vendas do cimento colorido para a construção civil, como acontece em países na Europa”, aposta.

Outras tecnologias, novas cores

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foto: victor affaro

Os moradores e visitantes da região dos Jardins, em São Paulo, já perceberam as novas cores que tomaram conta da Avenida Rebouças, no quarteirão entre a Rua Oscar Freire e a Alameda Lorena. O responsável pelo novo colorido é o WZ Hotel Jardins, cuja marca é a ousadia da arquitetura interativa. Explica-se: a fachada do edifício é capaz de interagir e traduzir, por meio de cores, o ambiente do entorno. Durante o período diurno, tons de azul, dourado e cinza aplicados em placas metálicas simbolizam as diferentes intensidades de sons captados por microfones na fachada. Após o tratamento dado por um software específico, a fachada do hotel consegue informar para quem a observa o nível de poluição sonora do local: quando há um pico sonoro, a cor refletida é o dourado; Guto Requena. quando há menos movimento, o azul marinho domina; em situações com pouco barulho, o edifício exibe a cor azul claro e; em silêncio absoluto, o cinza. À noite, porém, é que o espetáculo torna-se mais vivo. Uma manta com dispositivos de LED acende, criando duas novas dinâmicas de interação na fachada. Com o ambiente, reage ao estímulo de sons e da qualidade do ar em tempo real. Também há interação com o público passante, por meio de aplicativos para celulares. Com eles, as pessoas podem produzir sons e desenhos, projetados na fachada. Instalados no hotel, sensores captam e analisam os sons do entorno, colorindo a fachada com luzes geradas por computador. A qualidade do ar, coletada por outro grupo de sensores, também é traduzida em diferentes tonalidades. Nos dias em que a poluição é mais intensa, o edifício colore-se de tonalidades quentes, como os vermelhos e os laranjas. Quando a qualidade do ar melhora, aparecem cores frias, como o roxo, o azul e o verde. “Vestimos o edifício com um padrão gráfico colorido gerado com o auxílio de um computador, a partir da análise da paisagem sonora coletada num ciclo de 24 horas com um gravador polifônico posicionado no terceiro andar de um prédio”, explica o arquiteto responsável pelo projeto, Guto Requena. Após a gravação durante um dia inteiro, foi desenhada a maquete digital do edifício e, com a ajuda de um software paramétrico, as diferentes intensidades de som geraram diferentes cores nas chapas metálicas. “O resultado final é uma camuflagem pixelada que reflete visualmente a paisagem sonora de uma das avenidas mais movimentadas de São Paulo, a Rebouças”. Informações fundamentais para a compreensão da paisagem urbana de São Paulo, o som e a qualidade do ar são traduzidos, de modo simples e direto, na fachada do próprio hotel, provocando e estimulando a reflexão a respeito desse tema. “A fachada interativa do Hotel Lorena revela um futuro em que a arquitetura se torna híbrida, fruto da mistura entre as instâncias analógica e virtual. A partir de agora, fazemos arquitetura não mais apenas com matéria física, mas também com o digital”, aposta. Nesse novo modelo, sensores e computadores integram-se ao tijolo, ao vidro e ao concreto para apresentar uma nova experiência arquitetônica ao público.

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SOM

QUALIDADE DO AR

INPUT

INPUT

1. Microfones instalados na fachada do prédio para captação dos ruidos do entorno.

1. Sensores de qualidade do ar são instalados no topo do prédio.

INTPUT QUALIDADE DO AR

+ SOM

+ USUÁRIO

= OUTPUT CRIATURA LUZ

OUTPUT OUTPUT 2. O audio é transformado em ondas gráficas. 3. A onda sonora gráfica é unida em formato circular. 4. A forma final continua sendo gerada a partir dos gráficos sonoros, porém, em forma anelar que simula uma forma viva. 5. Quanto maior a intensidade de ruidos, maior é seu tamanho e quantidade de movimento.

2. A qualidade do ar será escalada entre “Péssima” e “Ótima”, e representada do verde ao vermelho respectivamente. 3. A escala cromatica determinará a variação de cor da forma gerada pelos inputs sonoros. ÓTIMA (CORES FRIAS) BOA RUIM PÉSSIMA (CORES QUENTES)

APLICATIVO PARA TELEFONE O aplicativo para telefone celular revela o funcionamento da fachada interativa, de maneira simples e gráfica, mostrando em tempo real a coleta dos sensores e permitindo que qualquer pessoa estimule a arquitetura a partir do toque ou da voz.

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arquitetura

Fotomontagem do Parque Tecnológico da Bahia, contendo a sede já construída e as duas novas edificações propostas, que buscam em seu partido arquitetônico a transparência e a integração do complexo com a área verde do seu entorno.

Criatividade molecular Projeto do arquiteto Sidney Quintela destaca coberturas de vidro e aço inspiradas em elementos da ciência por Pablo Braz

C

fotos por SQ+Arquitetos Associados e Marina Silva

om uma área de 581 mil m², o Parque Tecnológico da Bahia se consagra como um espaço de convergência e integração científica entre o Poder Público, a comunidade acadêmica e o setor empresarial, onde são desenvolvidas pesquisas, produtos e processos em diversas áreas, desde saúde a sistemas de informação. O empreendimento, localizado na Avenida Paralela, em Salvador, é um investimento do governo da Bahia, e está dividido em 83 lotes, sendo 22 públicos e 61 privados, reunindo empresas âncoras, institutos de pesquisa e universidades, que trabalham de forma integrada. O

Tecnocentro, primeiro prédio do Parque, foi inaugurado em setembro de 2012 e é voltado para a área de tecnologia da comunicação e informação. A segunda etapa de obras do empreendimento já está em andamento e contempla a implantação do Complexo de Equipamentos Dinamizadores, que abriga em seus laboratórios uma infraestrutura de pesquisa aplicada nas áreas de Biotecnologia, Nanotecnologia, Energias Limpas, Calibração de equipamentos, entre outros. Integrantes desse complexo, duas novas edificações se destacam por seu design inovador e criativo no

meio de uma reserva de mata atlântica: os Laboratórios Compartilhados e os Espaços Interativos. Projetados pelo arquiteto Sidney Quintela, diretor do escritório SQ+ Arquitetos Associados, os prédios, em construção, irão ocupar uma área construída de mais de 19 mil m², abrigando laboratórios científicos e tecnológicos, além de um auditório e um restaurante, com destaque para as coberturas de vidro que lembram moléculas e tulipas de grande dimensão. O edifício Laboratórios Compartilhados, sede dos laboratórios, é implantado em um terreno com um

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arquitetura

Acesso do prédio “Espaços Interativos”, que reune os usos de escola, restaurante e museu. A edificação em grande parte elevada do solo se integra à urbanização do Parque e se torna um amplo espaço coberto para exposições e lazer.

declive muito acentuado e com uma vista para um vale que abriga parte de mata atlântica, tendo as principais áreas localizadas no subsolo. De acordo com Sidney, o ponto de partida foi a concepção de uma arquitetura “invisível”, com o prédio projetado no subsolo. “Decidiu-se não privar todas as pessoas que passem pela rua ou calçada desta vista, então foi construída a edificação encravada do declive do terreno, mantendo, assim, 100% de transparência entre a rua e o vale, sem prejudicar em nada a funcionalidade e o conforto do equipamento”, explica o arquiteto. O acesso principal ao Laboratórios Compartilhados é feito através de uma grande praça que faz uso das lajes de cobertura dos edifícios que o compõem, coberta por uma enorme estrutura em aço com vedações em vidros,

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formando cúpulas que lembram estruturas moleculares por se tratar de um complexo de laboratórios de biociências. “O sistema foi concebido de forma natural, como uma membrana metálica espacial, em aço carbono sob pintura intumescente, e possui as vedações em vidro de alta eficiência energética, objetivando uma redução na passagem dos raios ultravioleta, bem como garantindo um conforto térmico admissível”, ressalta Sidney. Quintela detalha que há três espaços no subsolo conectados por uma passarela: laboratórios de ciências, laboratórios de tecnologia e uma edificação oval que contém um auditório. Toda a estrutura dessa passarela é em concreto armado e com um desenho orgânico, visando permitir fluidez e o convívio com espécies vegetais existentes no terreno, além de interligar todos os edifícios do complexo no nível de acesso às áreas restritas apenas às pessoas autorizadas. O complexo de laboratórios de biociências possui diversas salas com variados níveis de biossegurança, além de serem áreas estéreis com um controle muito grande para evitar qualquer tipo de contaminação com o exterior, devido à sua aplicação em pesquisas biológicas e celulares. Todos os materiais utilizados são específicos para esse uso, desde pisos a forros

especiais. Já o espaço do laboratório de tecnologia tem exigências técnicas bem menores que o de biociências, visto que esse é uma área limpa, livre de contaminações, pois é destinada ao desenvolvimento tecnológico e à certificação e homologação de produtos, possuindo apenas algumas especificidades quando da utilização de microscópios atômicos e eletrônicos que necessitam de estabilidade absoluta. O auditório possui a forma de um ovo seccionado longitudinalmente, com uma estrutura em concreto armado, tipo “casca”, com 10 cm de espessura e com todo o conforto acústico internamente, suprindo toda a demanda acadêmica que um complexo como esse se destina. Além do Laboratórios Compartilhados, há também o grande complexo Espaços Interativos, divididos em duas edificações, interligadas no térreo pela praça coberta com tulipas e no piso superior por passarela metálica. Uma

Os projetos buscam entender o ser humano, saber como aquele determinado público vive, conhecer o que ele gosta e traduzir tudo isso no espaço, Sidney Quintela.


As imagens mostram três ambientes do complexo Espaços Interativos: áreas de exposições interativas à ciência e tecnologia, uma escola de iniciação científica e um restaurante, respectivamente.

delas comportará o restaurante, e a outra receberá uma escola de iniciação científica e áreas de exposições interativas ligadas à ciência e tecnologia. Nesse projeto, o térreo é livre, e a edificação é estruturada por pilares centrais remetendo aos pilotis, sem contar com as janelas em fita. “Por se tratar de um terreno plano, escolheu-se por elevar o edifício sobre pilotis, proporcionando um vão livre embaixo do mesmo, de modo a criar uma praça acessível ao público em geral, formando assim um espaço público. Já as janelas em fita é uma das características principais da arquitetura modernista, que permite um excelente aproveitamento da iluminação natural, bem como uma grande interação entre o interior e o exterior do prédio”, esclarece Sidney. A cobertura da praça que interliga os dois edifícios do Espaços Interativos e serve de acesso ao equipamento foi concebida inspirada em grandes tulipas com estrutura em aço e, assim como o Laboratórios Compartilhados, tem vedações em vidro de elevada eficiência energética com a função de diminuir consideravelmente a passagem dos raios ultra violeta e proporcionar um conforto térmico adequado. Outro detalhe pontuado pelo arquiteto é que toda a drenagem de água do complexo, desde a instalada nas coberturas em concreto e em vidro até a dos jardins, é captada e direcionada para um reservatório específico conectado a um sistema de tratamento de água e voltada para o reúso no próprio equipamento, sem contar também que o próprio desenho das tulipas facilita naturalmente a captação de águas pluviais. O paisagismo adotado é uma continuidade da vegetação existente no local: a floresta da Mata Atlântica, utilizando espécies nativas da região, porém não muito denso, de maneira a permitir uma leveza maior à edificação que, em sua grande parte, está elevada em relação ao solo. A conclusão da obra está prevista para dezembro de 2015.

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arquitetura

No acesso do prédio dos laboratórios integrados, a transparência das cúpulas integra o exterior à área coberta da edificação, que se une ao parque em um grande espaço de contemplação.

As circulações da edificação são Integradas à paisagem, trazendo leveza e luz aos ambientes, em contraponto à ideia de confinamento que retrata o trabalho nos laboratórios integrados.

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Laboratórios Compartilhados

02

Tecnocentro

03

Espaços Interativos

02

01 03


arquitetura

BANCADA DE VENTILAÇÃO

10

6

9

6

8 5

1

11

Planta baixa do pavimento de acesso do edifício Espaços Interativos. Os acessos separados para cada uma das funções do prédio se interligam por uma área externa com exposições interativas e área de lazer conectada com o exterior e a urbanização do parque tecnológico.

11

7

2 4

1 - Lobby 2 - Pátio 3 - Deck 4 - Café/Loja 5 - Espaço interativo 6 - Sanitários 7 - Recepção 8 - Reunião 9 - Sala 10- Diretor 11 - Salas de aula

6 6

2

1

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LEGENDA 1

LOBBY

2

PÁTIO

3

CAFÉ/LOJA

ESPAÇO INTERATIVO

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SANITÁRIOS

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RECEPÇÃO

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PLANTA BAIXA TÉRREO NÍVEL +0.02/+3.17

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DECK

4 5

REUNIÃO SALA

10

DIRETOR

11

SALAS DE AULA

COBERTURA

3° PAVIMENTO

Corte aa da edificação Espaços Interativos. Os ambientes elevados do solo permitem a conexão visual da edificação com todo o Parque.

2° PAVIMENTO

1° PAVIMENTO

TÉRREO

GARAGEM

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1

GUARITA

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C ASA DE LIXO/ GÁS

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CORTE AA

B

A

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1 2

N

C

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6

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SUBESTAÇÃO GARAGEM

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REUNIÃO DIRETORIA

11

11

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CAFÉ REFEITÓRIO E COZINHA SANITÁRIO ESCRITÓRIO

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16 17

9

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6

C

10

6

6 1

8

8

7

6

6

RESTAURANTE E COCÇÃO RECEPÇÃO

3 4 5 6

9 PRODUÇÃO 10 COORDENAÇÃO 11 SETORES ADMINISTRATIVOS 12 COPA 13 AUDITÓRIO 14 GERADORES 15 MEDIDORES

G. VOL.

#### m²

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5

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2

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2 DEPÓSITO

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#####m²

CIRC.

#####m²

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5

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C

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1

A

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PLANTA BAIXA NÍVEL -4.10/-4.80

PLANTA DE COBERTURA

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Implantação do prédio dos Laboratórios Compartilhados. As cúpulas em vidro cobrem todo o platô de acesso, trazendo luminosidade e integração à paisagem de toda a edificação.

1 - Restaurante e cocção 2 - Recepção 3 - Café 4 - Refeitório e cozinha 5 - Sanitário 6 - Escritório 7 - Reunião 8 - Diretoria 9 - Produção 10 - Coordenação 11 - Setores administrativos 12 - Copa 13 - Auditório 14 - Geradores 15 - Mediadores 16 - Subestação 17 - Garagem

Planta baixa nível – 4.80, Onde estão inseridos algumas salas de trabalho e laboratórios, o auditório para palestras e convenções e o estacionamento da edificação, permeados por amplas circulações integradas à paisagem.

1

G01

2 3

RECEPÇÃO ÁREA TÉCNICA

4 5

SANITÁRIO DEPÓSITO

6

DORMITÓRIO

1 - GO1 2 - Recepção 3 - Área técnica 4 - Sanitário 5 - Depósito 6 - Dormitório

1

2

3

3

5

4

3

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CORTE BB

01 2

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3

6

O pavimento de acesso implantado na cota da via do parque tecnológico faz com que a edificação pareça totalmente integrada com o complexo. Os laboratórios e as salas estão implantados em cotas inferiores e se abrem à paisagem de acordo com a declividade do terreno doexistente no terreno.

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arquitetura

Serviço SQ+ Arquitetos Associados sidneyquintela.com.br 71 3333.7000

Sidney Quintela Nascido na cidade de Feira de Santana, interior da Bahia, o arquiteto e urbanista Sidney Quintela fundou em 1999 a SQ+ Arquitetos Associados, sediada em Salvador, que atua nos setores residencial, comercial, institucional e empreendimentos imobiliários. Em 15 anos de trabalho, Sidney e sua equipe de cerca de 50 profissionais já desenvolveram quase dois mil projetos pelo Brasil, estando também representado nos Estados Unidos, na Itália, na Espanha, em Portugal, na Suíça, na Angola e em Moçambique por meio da SQ+ Internacional. Quintela, que guarda uma relação de carinho com sua cidade natal, a qual deixou aos 16 anos para alcançar outros rumos, ressalta que o aprendizado no dia a dia é constante e enriquecedor:“A cada projeto que desenvolvemos aprendemos mais. Aprendemos com os incorporadores, com os engenheiros, com os publicitários e, sobretudo, com os usuários dos empreendimentos entregues, de quem sempre pegamos as impressões daquilo que realmente foi relevante”.O arquiteto destaca que uma das marcas registradas de sua carreira é o emprego de esquadrias piso/teto, presente em 99% dos seus projetos, que reduz a quantidade de paredes na fachada e ainda aumenta a quantidade de luz natural e de ventilação.“Com essa característica, buscamos a maior utilização da iluminação e ventilação naturais e uma maior leveza na arquitetura, além de proporcionarmos aos usuários uma maior relação com o entorno, ou seja, fazemos de forma que a área de convívio visual amplie para a área externa, crescendo assim a relação com o espaço e aumentando o conforto inconscientemente”, explica Sidney. Para ele, a arquitetura precisa ter um foco humanista, reconhecendo que o local onde se vive impacta até nas relações interpessoais e no humor.“Os projetos buscam entender o ser humano, saber como aquele determinado público vive, conhecer o que ele gosta e traduzir tudo isso no espaço”, pontua. O arquiteto conversou um pouco com a Construir Nordeste. Confira: Quais suas maiores inspirações na hora de elaborar um projeto? O que te toca e sensibiliza na hora do despertar das ideias? Sempre parto da compreensão do contexto do projeto, ou seja, do objetivo a ser alcançado com o equipamento proposto, de modo a assegurar sua funcionalidade e seu conforto. Já a solução estética acaba por ser o resultado dessa busca. Como o arquiteto, enquanto cidadão e profissional, tem a contribuir para a construção de cidades mais saudáveis e humanas? As cidades são feitas por arquitetos e urbanistas, portanto a influência desses profissionais acaba por ser muito grande na forma de viver das pessoas, algumas vezes positivamente e outras nem tanto! Os arquitetos são humanistas, ou deveriam ser! Todo bom projeto deve partir da preocupação com as pessoas e servir a estas. Para você, falta algo na arquitetura de hoje? Se sim, o que seria? Sempre faltará algo na arquitetura de uma época, e é essa a busca de todos nós, o inédito, aquilo que fará a diferença na vida das pessoas. Esse processo de evolução da arquitetura é constante, adaptando-se aos novos hábitos e às novas tecnologias. O que você destacaria como sendo a sua cara, sua identidade na arquitetura? Buscamos sempre utilizar ao máximo os recursos naturais, tais como: iluminação natural e ventilação natural, buscando sempre uma relação entre o espaço interno e o externo, concebendo a arquitetura o menos agressiva possível.

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arquitetura

"A M&T EXPO oferece aos profissionais de compras o ambiente perfeito para a realização de bons negócios. Acredito que ela ocorrerá no melhor momento de 2015. Estaremos lá."

A FEIRA ONDE OS NEGÓCIOS ACONTECEM

Paulo Oscar Auler Neto, Odebrecht Participa desde 1995

A M&T Expo Máquinas e Equipamentos, Feira e Congresso, segundo seus expositores e visitantes, é o ambiente perfeito para gerar bons negócios, tecnologia e conhecimento. A M&T EXPO ocorrerá no melhor momento de 2015 e oferecerá aos compradores mais de 500 expositores e 1.000 marcas em 110.000 m2 de área. Esperamos por você. DE 9 A 13 DE JUNHO DE 2015 | SÃO PAULO/SP | BRASIL | EVITE FILAS. CREDENCIE-SE AQUI WWW.MTEXPO.COM.BR Realização

Local


Tecnologia

O sistema digital cria perfeição de imagem, com produções ilimitadas de texturas e cores.

FOTO: DIVULGAÇÃO

A PELE QUE HABITA Novas tecnologias e inovação para os revestimentos por Tory Oliveira

Q

uando o Enterprise, primeiro ônibus espacial testado pela Nasa, retornou em segurança depois de deixar a atmosfera terrestre em 1975, a engenharia alcançou um novo patamar: graças a placas cerâmicas altamente resistentes testadas pela primeira vez naquele voo, finalmente foi possível superar os quase 3.000 ºC causados pelo atrito da reentrada e passar a realizar inúmeras viagens espaciais com as mesmas naves. Protegido pela cerâmica, o homem deu um passo decisivo para chamar de lar, também, o que está além do planeta. Mais próximo ao chão, não é diferente. Os revestimentos, cerâmicos ou de outros materiais, como massas, papéis, madeira e tintas, desempenham papel fundamental em um lar não apenas do ponto de vista estético, mas também ajudam a garantir a higiene nos cômodos e protegem as fundações do edifício. E a tecnologia aplicada a esses produtos, claro, também é da era

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do espaço. As impressoras de alta definição e em três dimensões, além de lasers de alta precisão, são algumas das técnicas que garantem alta complexidade aos revestimentos de última geração. O avanço tecnológico chegou também às placas de cerâmica. Até a década de 1980, os projetos executados no Brasil utilizavam basicamente placas cerâmicas com tamanhos padronizados, sem outros aditivos: 15 cm x 15 cm ou 15 cm x 25 cm. Nos últimos 15 anos, porém, o Brasil quadruplicou sua produção de revestimentos cerâmicos e galgou o posto de segundo maior fabricante do mundo do material. Em 2012, por exemplo, foram produzidos 866 milhões de metros quadrados do produto, marca que já ultrapassou países como Espanha e Itália e só é superada pela produção chinesa. Representante de 93 empresas em 18 estados, a Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos, Louças Sanitárias e Congêneres (Anfacer) afirma que os

fabricantes nacionais têm em suas mãos a melhor tecnologia disponível no mundo. O crescimento brasileiro acentuou-se na década passada, quando o setor recebeu apoio de um projeto submetido ao programa de Consórcios Setoriais para Inovação Tecnológica (Consitec), da Fapesp, que reuniu pesquisadores do Centro Cerâmico do Brasil (CCB) e de um conglomerado de empresas do polo cerâmico de Santa Gertrudes, na região de Rio Claro, no interior paulista, além de pesquisadores de universidades e institutos de pesquisa. Com foco no desenvolvimento da indústria local, o projeto introduziu inovação e capacitação de pessoal nas fábricas a fim de melhorar a qualidade e a competitividade da cerâmica do Estado de São Paulo. Entre as inovações que já chegaram ao mercado estão cerâmicas revestidas com funcionalidade antibactericida — tornando o produto ideal para ser utilizado em hospitais ou ambientes em


que há manipulação de alimentos. Há também tratamentos capazes de proteger o material contra manchas e riscos, tornando-o mais resistente aos desgastes de longo prazo. Outra transformação tecnológica é o desenvolvimento de placas enriquecidas com bióxido de titânio, capaz de reagir com a luz do sol e reduzir a emissão de gases poluentes. A linha EcoIris, da Vidro Real, é exemplo da funcionalidade de alta tecnologia característica dos produtos apresentados na feira: a empresa promete que seus tijolos de vidro misturado com dióxido de titânio acumulam uma camada de umidade em sua superfície que previne a aderência de poluição e sujeira. A Revitech promete façanha parecida. Com inspiração na tecnologia mais atual para pisos de ambientes assépticos, como hospitais e laboratórios, a empresa desenvolveu a linha Unique SK, cujas características autolimpantes impedem a proliferação de fungos e bactérias. A 1st Floor, empresa dedicada a revestimentos para quartos de crianças, aplica a tecnologia de corte de alta precisão de peças de cortiça natural para oferecer padrões coloridos para o chão e as paredes dos quartos dos pequenos, como quebra-cabeças e composições geométricas: além de oferecer um solo mais macio e confortável, a empresa promove ainda a importância do tato para o conforto da criança em seu quarto ou espaço de brincadeiras. A técnica de encaixe dos pisos também pode ser coisa muito séria: a Pertech, com a linha Acqua Floor, lançou em 2015 um piso que pode ser desmontado à vontade, permitindo mudança de posição das placas e até a retirada do piso de uma casa para outra. As inovações em impressão de cerâmicas em alta definição permitem ainda outro tipo de ganho objetivo: a proteção do meio ambiente. Com cada vez mais facilidade de criar qualquer tipo de padrão sobre os azulejos, é possível abandonar materiais cuja extração causa dano considerável ao meio ambiente, como pedras e madeiras. A Cerâmica Strufaldi, por exemplo, transformou essa técnica em homenagem à Mata Atlântica: com cerâmicas impressas em HD, a empresa oferece

padrões de madeiras nobres nativas da Mata Atlântica brasileira. No sentido oposto ao da reprodução naturalista da madeira, a italiana Gardenia Orchidea aplicou as novas tecnologias de impressão digital em cerâmicas que emulam a aparência da madeira naturalmente polida pela água e pelo tempo nas construções de Veneza. A sustentabilidade, um dos principais eixos das inovações apresentadas pelo setor de revestimentos para 2015, inclui também os materiais: com placas feitas de fibras de bananeira, coco, cascas de mamona e arroz resinadas, a Verdom produz revestimentos que buscam combinar

a praticidade da cerâmica e as vantagens táteis e acústicas da madeira. A IntiQuilla segue o mesmo caminho com peças feitas de casca de coco, madeira de demolição, mármore, pedras brasileiras, vidros, quartzitos, cerâmicas craqueladas e espelhos. O tema rústico desse tipo de peça acompanha o tema “retrô” das peças de revestimento voltadas ao design, como os pisos de vinil da Amtico, que apresenta paleta de 188 cores e desenhos abstratos, ou os azulejos para parede da Mazza Cerâmica, que se inspirou nas paredes do metrô de Londres para reafirmar o tom cosmopolita de seus revestimentos.

A série Marmoker, da Casalgrande Padana, tem proteção antibacteriana e propriedades autolimpantes e redução de poluentes.

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Desenvolvido pela Castelatto, o revestimento Origami traz inovações por meio dos elementos tridimensionais inspirados pela arte japonesa de dobradura de papel.

FOTO: DIVULGAÇÃO

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Tecnologia

A palavra de ordem, porém, mesmo com o visual sedutor do vintage, é inovação. A variedade estética e de utilidades dos diversos tipos de revestimento entrando no mercado em 2015 é grande, mas, também neste ano, uma ferramenta para profissionais e amadores promete facilitar a visualização de diversos tipos de revestimentos de forma rápida e personalizada: a Promob, criadora dos softwares Arch e Revest, permite um passeio virtual por um ambiente decorado de acordo com as especificações do usuário. Uma viagem que não nos tira exatamente do lugar, mas nos move em direção à casa do futuro.

A Verdom, do Ceará, produziu o Bananabá a partir da fibra da bananeira, gerando forro acústico leve e resistente.

FOTO: DIVULGAÇÃO

Cinco dicas para tirar o melhor dos revestimentos 1. Novas tecnologias de texturização ampliaram as alternativas de pisos antiderrapantes para ambientes próximos a piscinas ou que precisam ser lavados com frequência, mas convém evitar em ambientes de cozinha: o ambiente é engordurado e pode causar acúmulo. 2. Mantas isolantes entre o piso e o contrapiso abafam o som, oferecendo maior privacidade à casa e menos incômodo aos vizinhos. Têm maior efetividade combinadas a pisos vinílicos — e, juntos, também melhoram a acústica de ambientes dedicados à música ou à TV. 3. Peças produzidas a partir de materiais orgânicos, como fibras vegetais polimerizadas, oferecem maior conforto tátil e visual, com as vantagens de fácil manutenção da cerâmica. 4. As marcas do tempo são únicas e, por isso, o preço dos materiais de reaproveitamento aumenta a cada ano: se, nos anos 1980, restos de azulejos das décadas de 1920 a 1940 eram uma opção mais barata para a obra, hoje já se tornaram artigo de coleção. Pode sair mais em conta um revestimento novo que imita a cor e a textura dos materiais reaproveitados. 5. Cada vez mais, as empresas apostam em designs modernos para revestimentos, e é possível dar outro ar ao azulejo ou ao cimento com peças de formatos incomuns: a Solarium, por exemplo, oferece peças em forma de losango e hexágono para composição de padrões mais interessantes.

Saiba Mais: pesquisa e desenvolvimento Laboratório de Revestimentos Cerâmicos da Universidade Federal de São Carlos O grupo de estudos sob coordenação do Prof. Dr. Anselmo Ortega Boschi, integrante do Departamento de Engenharia de Materiais da universidade, tem como objetivo buscar soluções em colaboração com os técnicos da indústria para melhorar a cadeia produtiva de revestimentos da composição de massas à pigmentação de peças. Rod. Washington Luiz, Km 235, São Carlos (SP) 16 3351.8249 I 3361.7980 larc@ufscar.br

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NEGÓCIOS NEGÓCIOS

foto: GERSON LIMA

A arquitetura comercial trabalha a visibilidade da marca, reestruturando desde o layout da loja até detalhes como a iluminação e o mobiliário. Na foto, uma unidade da Lavasecco em Curitiba.

É projetando que se vende

Através da reestruturação dos ambientes físicos das lojas, a arquitetura comercial se torna uma ferramenta eficiente para atrair clientes

por Pablo Braz

A

foto: FACULDADE DOS GUARARAPES

s empresas buscam diariamente incrementar seus negócios com estratégias cada vez mais para ter sucesso nas vendas. E com um mercado bastante competitivo, cada medida utilizada faz diferença na hora de obter os resultados. Nesse cenário, surge a chamada arquitetura comercial, que já vem sendo estudada há alguns anos por pesquisadores e profissionais da área como uma ferramenta de venda extremamente eficiente.

O arquiteto e urbanista Pablo Nogueira.

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De acordo com o arquiteto e urbanista Pablo Nogueira, coordenador do curso de Construção de Edifícios e coordenador adjunto dos cursos de Engenharia Civil e Arquitetura e Urbanismo da Faculdade dos Guararapes (PE), ambientes projetados com expertise da arquitetura comercial têm a capacidade de fidelizar clientes a partir de um conjunto de técnicas de programação visual, entre elas, o visual merchandising. “Esse viés da arquitetura caracteriza -se por desenvolver projetos focados no resultado, buscando promover e consolidar uma relação entre cliente e marca de forma eficiente. Para diminuir essa distância entre cliente e produto, é preciso atrair o cliente para dentro do ponto de venda e fazer com que o cliente permaneça mais tempo dentro da loja”, explica. Pablo explana que as estratégias adotadas variam principalmente em função do produto e do perfil do cliente, trazendo diferentes maneiras de abordagem para que a arquitetura transpire a marca. “Na prática, estuda-se uma grande série de questões que envolvem a programação da identidade da marca, passando pelo layout e percurso internos que mais se adequam ao produto, no

caso de uma loja, até os mínimos detalhes da iluminação em expositores, do posicionamento do produto na vitrine, do aroma e do som do estabelecimento”,detalha. O arquiteto ressalta ainda que mais de 80% das decisões de compras se dão dentro do ponto de venda, pois é o elemento chave da negociação, sendo o único lugar onde se pode encontrar produto, consumidor e dinheiro ao mesmo tempo. Assim, é possível entender que um bom investimento nessa ferramenta de venda é fundamental para colaborar com o sucesso da empresa. “Hoje, com a versatilidade das lojas, algumas marcas investem semestralmente na mudança de visual e, diariamente, em mudanças rápidas de posicionamento de produtos. Isso é perceptível nos shoppings centers, por exemplo, o que é um indício de que a aplicação dessas técnicas tem dado retorno”,exemplifica. Mas para obter esse resultado positivo verificado no desempenho direto das vendas, Nogueira ressalta que o investimento em arquitetura comercial geralmente é muito alto, e que grandes marcas tem reposicionado o investimento destinado a mídia para os pontos de


dimensões, materiais utilizados, disposição do mobiliário e do maquinário, entre outras ações relativas à estratégia do franqueador. “Há um estudo de mercado que determina até mesmo a média de metragem da loja de acordo com a cidade ou localização em que será instalada. O mobiliário normalmente é modular, com peças-chave que cabem em qualquer ambiente, e há ainda um projeto piloto que pode ser adaptado para a região, utilizando materiais similares”, completa Denise. Um exemplo de franquia que utiliza a arquitetura comercial como uma das estratégias de marketing é a Lavasecco, lavanderia premium com 21 lojas no Brasil. Em Curitiba, a unidade do Ecoville é considerada a loja conceito da rede, ganhando inclusive o terceiro lugar no Prêmio Design da Associação Brasileira de Franchising (ABF). O conceito da marca envolve a visibilidade da operação, ou seja, os clientes enxergam as máquinas e a lavagem. Além disso, é obedecida uma sequência lógica em circuito do maquinário, otimizando o processo. “Essa setorização no sistema de franchising também faz parte da estratégia de marketing que envolve o projeto arquitetônico. Há um padrão de localização de cada aspecto, dando funcionalidade ao espaço”, afirma a arquiteta Aline. Outra característica relevante na Lavasecco é o projeto luminotécnico. Birgit e Driano Marsili explicam que é um cuidado necessário

para que as roupas não desbotem e para facilitar a inspeção das peças logo que chegam ao balcão.“Além dos aspectos funcionais, tivemos um cuidado especial com a decoração, para que o cliente tenha a melhor experiência de consumo possível”, acrescenta Birgit. A parede de pietrafina (mármore com iluminação interna) e um televisor de LED de 60 polegadas, que exibe os últimos desfiles e tendências da Europa, além do imponente lustre de cristal e das poltronas confortáveis para o cliente tomar um café enquanto espera, complementam o espaço.“Buscamos por meio da arquitetura dar um toque de sofisticação a um serviço que, à primeira vista, é comum. A qualidade está em todos os detalhes, para que seja possível fidelizar o cliente e nos diferenciar no mercado”, finaliza Driano.

SERVIÇO Pablo Nogueira — Arquiteto e Urbanista pablonogueira.com 81 9924.7691 Bernacki Arquitetura bernackiarquitetura.com.br 41 3022.0366 Lavasecco Franchising lavasecco.com.br 0800 771.2161

O projeto luminotécnico é um dos destaques quando se fala em arquitetura comercial.

foto: GERSON LIMA

venda, pois são mais eficientes na conquista da clientela.“Um projeto desse em uma casa convencional custa em torno de R$ 1200 o metro quadrado. Em algumas lojas, essa reconfiguração custa entre R$ 4 mil a R$ 5 mil o metro quadrado, e quando pensado em estabelecimentos com área de 300 ou até 1000 m²,se percebe a dimensão do investimento, visto na iluminação, na pintura, no mobiliário, nos displays e em todo tipo de equipamento usado para expor um produto da forma adequada”, destaca. O tempo se torna, então, um fator fundamental nesse cenário, quando se compara com um projeto de habitação.“Você tem que modificar uma loja porque daqui a um mês terá o Dia das Crianças ou Dia das Mães. Se trabalha, portanto, com a reforma ou aquisição de um ponto de venda, que é o espaço que se ganha dinheiro, e sendo assim, quanto mais tempo a obra demora ou fica parada, menos se lucra e mais perde. Já existiram situações em que desenvolvi um projeto de uma loja de cerca de 50 m² em 24 horas”,esclarece Pablo,que também presta consultoria na área de arquitetura comercial. No entanto, o consultor reforça que um aspecto muito importante que está além da avaliação do faturamento é o de mensurar o quanto a marca é lembrada na hora da compra, bem como o fluxo de cliente na loja.“É importante considerar que antes de efetivarmos uma compra precisamos nos identificar com o produto. Essa etapa não é tão facilmente mensurável quanto o faturamento, mas é de importância crucial para analisar o desempenho nas vendas”, pontua. Ele cita como exemplo a Dell Anno, empresa nacional de móveis planejados, onde o arquiteto desenvolveu em 2007 um trabalho de renovar a identidade visual das lojas da rede a partir da reconstrução da marca. Na época, a grife tinha cerca de 700 unidades espalhadas pelo País, e hoje conta com mais de 1000.“Foi feita uma concepção completamente nova desde o layout até o aroma característico da marca. Com isso, a visibilidade aumentou consideravelmente e fez o cliente querer percorrer todos dos espaços do estabelecimento, reposicionando, dessa maneira, a marca frente ao mercado e ao seu público”,explica. Outro ponto destacado é com relação às franquias. Segundo as arquitetas da Bernacki Arquitetura, Aline e Denise Bernacki, um projeto arquitetônico nesse tipo de estabelecimento comercial acompanha geralmente um manual de especificações, no qual está disponibilizado


NEGÓCIOS PERFIL EMPRESARIAL

Arquiteto Thiago Monteiro.

Imagem da piscina com borda infinita do edifício Starck Home Design, que traz referências às obras de Phillippe Starck, o maior nome do design na atualidade.

Acompanhando as constantes mudanças do mercado imobiliário, a Incorporadora Maxplural vem há dez anos se tornando uma alternativa para quem busca produtos que aliam identidade, estética e funcionalidade. A empresa, sediada no Recife (PE), iniciou sua experiência em 2005, com a construção de casas em Porto de Galinhas e obras em Enseada dos Corais, no litoral sul pernambucano, passando também por projetos pelo interior do Estado, em Caruaru. Em 2011, a incorporadora resolveu apostar em um setor pouco explorado em Pernambuco: o de empreendimentos-conceito, apresentando ao mercado edifícios exclusivos ao unir moradia com estilo de vida. Sob o comando do arquiteto Thiago Monteiro e do administrador Igor Castro, a Maxplural comemora o sucesso no segmento do Home Design, marca registrada da empresa. Para saber mais sobre a incorporadora, a Construir Nordeste conversou com Thiago, que falou sobre os principais pontos estratégicos que a destacam no mercado. Por Pablo Braz

FOCO COMO INCORPORADORA Com a incorporação, a empresa fica mais próxima do cliente. Porque como não se tem uma estrutura pesada de construção para se preocupar, é possível se dedicar mais com o cliente, principalmente no desenvolvimento do produto. Não contratamos um arquiteto externo, que monta o projeto, e apresenta para ser aprovado. Há toda uma inteligência de mercado, através de uma pesquisa não só no segmento nacional (Rio de Janeiro e São Paulo), mas também internacionalmente. Eu viajo pelo menos duas vezes por ano para ver o que o mundo tem feito, pois o meu cliente viaja, está “antenado” com o que está acontecendo. Olhamos para o que mundo estabelece como padrão e levamos isso para a empresa. Mas o grande diferencial da incorporação é que não se terceiriza.

COMPACTOS E SOFISTICADOS A maioria dos nossos produtos são compactos, que vão de 35 a 50 m². O que é que oferecemos? Na realidade, nós vendemos um vão. Segundo dados da Ademi, 86% dos novos moradores irão reformar o apartamento: renovar piso, quebrar parede, mudar o gesso, trocar revestimento. Se 86% das pessoas fazem isso, então para que colocar paredes em um apartamento tão pequeno? É impossível uma planta acertar exatamente o que você precisa. Quando não se quebram as paredes, elas se adaptam ao que o arquiteto estabeleceu no projeto como condição de moradia. Como as unidades estão cada vez mais compactas, quanto mais integrados os espaços, melhor. Com isso, se evita desperdício, porque o custo de quebrar uma parede é muito mais alto do que construí-la, porque tem que contratar um pedreiro para quebrar, um papa-metralha para recolher entulho, um gesseiro para corrigir o gesso, um pintor, um eletricista para relocar um conduíte, entre outros. Além do custo alto, demora uns dois a três meses para finalizar toda a reforma, gerando sujeira no ambiente. É, no mínimo, dois anos para as áreas comuns começarem a voltar ao normal. Por outro lado, quando se economiza as paredes internamente, se compensa o custo com itens que realmente o cliente não vai substituir, como torneiras, esquadrias e bancadas de excelente qualidade; porcelanato, por exemplo. O que eu

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FEVEREIRO 2015


entrego o cliente não arranca, como fechadura digital conectada a um smarthphone ou sistema de ar condicionado VRF que pode ser controlado a distância por um aplicativo no celular, como itens básicos. Ao invés de cada morador comprar separadamente e mais caro esses itens, eu fecho um contrato diretamente com o fabricante a preço de incorporadora e já entrego instalado. São coisas que o mercado geralmente não oferece. Fazemos esquadria de canto a canto para dar a sensação de que o espaço é mais amplo. Quando se tem a planta aberta, como um loft, você garante isso. Um apartamento de 40 m² acaba parecendo ser bem maior. Por exemplo, um apartamento de 100 m², quando se tira a área de serviço, banheiro de serviço, corredor e o quarto dos fundos pouco usado, ele

se torna um de 50 m². Trazemos o essencial, mas com generosidade nos ambientes. E para completar eu não só tenho essa flexibilidade no interior do apartamento, mas a minha área de lazer é na realidade uma extensão da casa, prezando pelo aconchego com sofisticação. Por exemplo, um sofá grande em U, integrado com uma adega, onde cada apartamento tem sua própria gaveta para guardar o vinho. Trazemos um espaço integrado a um café, que hoje faz parte da cultura pernambucana. Muitos profissionais autônomos, hoje, como arquitetos e corretores, usam o ambiente do café para trabalhar. O profissional pode estar na cobertura do prédio dele, com uma vista à beira mar, tomando um café e recebendo um cliente, mas sem quebrar a privacidade do lar.

EMPREENDIMENTOS CONCEITO A Maxplural, que completa dez anos, é uma empresa jovem para o mercado da construção civil. Para entrar no mercado do Recife, há duas formas de se posicionar: ou como qualquer empresa nova que chega ao mercado que oferece um preço mais em conta, ou parte para trazer de fato um produto inovador, um conceito diferente, sempre olhando para as melhores práticas do mundo. Um detalhe é que a construção civil é um mercado muito conservador, onde qualquer mudança tem um prazo muito alongado. Pode-se até mudar algumas técnicas de engenharia, mas para modificar o modos operandi é muito difícil. Baixar preço é muito arriscado. Então se não vai ser competitivo por preço, vai ser competitivo por produto. O que o mercado precisa? Ou melhor: o mercado, às vezes, nem sabe que precisa, mas quando você apresenta a ele, passa a perceber que não vivia sem aquilo, a exemplo do smartphone.

Com relação ao nosso conceito, entra uma característica de um produto de design: identidade. Se eu vou batizar um empreendimento com um nome de Fernando Pessoa, o prédio tem que ter no seu DNA algo que faça referência à pessoa e à obra do mesmo. No caso desse empreendimento, o uso do azulejo é um aspecto bem presente, que é uma característica portuguesa comumente usada pelos pernambucanos. Saindo do elevador, você terá em cada pavimento um texto sobre a obra de Fernando Pessoa saindo da parede. Cada pavimento é batizado com um homônimo do escritor. Na cobertura, há uma área de estar com uma minibiblioteca. É preciso mostrar sutilmente que o artista vai estar presente no edifício através de uma cultura arquitetônica, mas sempre atento com a linha muito tênue entre homenagear e tornar o prédio um espaço cultural, o que não é nosso objetivo.

TECNOLOGIA APLICADA Não adianta simplesmente diferenciar um produto através de um conceito inovador se não se tem isso nas “vísceras” do empreendimento, o que está relacionado ao alto nível de industrialização da construção. O modelo artesanal até fazia sentido antigamente quando a mão de obra era muito barata, mas hoje em dia ela está cara. Eu ganho muito em produtividade. O vão é livre, não tem escora, e a obra é limpa. Toda a minha tubulação já vem numerada, evitando que o encanador corte e gere desperdício. Tem laje em steel deck e paredes e fachada em stell frame. E não é simplesmente apenas exportar tecnologia, é preciso entender o mercado. Também usamos na fachada um revestimento que é uma placa cimentícia, que dá um aspecto de concreto, que dá um apelo estético diferenciado. Há ainda todo um trabalho de light design. Essa tecnologia tem que estar presente no DNA do prédio, não só no visual, no design.

PLANEJAMENTO Um prazo de entrega de uma obra geralmente vai de 36 a 48 meses. Se eu lançar um empreendimento hoje e daqui há um ano eu entregar, fica muito pesado para o cliente pagar. Normalmente, o prazo que cabe bem no bolso é de 3 a 4 anos. No convencional, você lança o produto e com três meses começa a obra. É o maior equivoco que existe, porque quando você faz isso não tem tempo para planejar. Isso está no DNA da Maxplural: o planejamento. Normalmente, nós gastamos 50% planejando e 50% executando. O Deco Design Concept, por exemplo, tem 44 apartamentos e com 432 pranchas de arquitetura,de estrutura e de compatibilização de projetos,apresentando detalhe por detalhe,onde há a numeração das tubulações,se tornando praticamente uma obra de encaixe.Um produto que é feito na fábrica e chega ao canteiro apenas para ser montada. Quando eu invisto em planejamento, eu reduzo muito o meu risco de desperdício, usando para isso sistemas industrializados.

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NEGÓCIOS

Design a serviço da ecologia Atuando em projetos de arquitetura e design de produtos, a pernambucana Ecohus trabalha com madeira 100% de reflorestamento e reutilizada

E

ntre os anos de 2008 e 2013, durante as suas viagens pelo mundo, o recifense Rafael Vaisman conheceu um universo de possibilidades. Foi nesse período que ele morou três anos na Suécia e concluiu dois mestrados nas áreas da Gestão da Inovação, Tecnologia e Sustentabilidade, na Universidade de Lund. Em 2013, depois de passar também pelo Canadá, pelos Estados Unidos, pelo México, pelo Chile e pelo Reino Unido, Rafael voltou ao Brasil e resolveu aplicar seu conhecimento fundando no Recife a Ecohus, empresa que desenvolve projetos e fabrica produtos ecológicos reutilizando matéria-prima provinda de madeira de reflorestamento, além do reaproveitamento de pallets, caixotes e madeira de demolição. O nome surgiu pela junção do Eco (ecologia em português) + Hus (casa, ambiente em sueco), e Rafael resolveu dedicar o projeto ao pai da taxonomia moderna, Carl Linnaeus. “Quando estudei no departamento de Ciências Naturais da universidade, descobri que era a mesma instituição em que Carl tinha estudado. Como Linnaeus também é considerado pai da nomenclatura binominal e fundador da Academia de Ciências Naturais da Suécia, e todos os produtos da Ecohus levam o nome de uma espécie da flora sueca ou brasileira inclusa na lista das ameaçadas de extinção, é mais do que justo homenageá-lo”, explica Vaisman.

Ele exemplifica alguns produtos: robur (sofá), articus (mesa-atendimento), borealis (mesa-bistrô), carolinum (palco ecológico) e calluna (centro de cama). A empresa, que iniciou também a produção em São Paulo desde setembro do ano passado, atua não só em projetos de arquitetura e design de produtos, como também em aluguel de mobília ecológica e ambientação para eventos. De acordo com o idealizador, o trabalho de inovação realizado na empresa é bem dinâmico. “Muitas vezes temos no nosso portfólio produtos que os clientes buscam, ou outras vezes, desenhamos novas peças, personalizando. Em algumas situações, os arquitetos ou designers de interiores enviam o próprio desenho do seu móvel. Nossa equipe busca inovar diariamente, trabalhando com profissionais e estudantes da área, e trocando conhecimento com empresas que fazem um trabalho similar em outros países”, ressalta. Para Vaisman, é preciso também ficar atento ao mercado de empresas que se denominam sustentáveis. “Fazer um móvel com cor de madeira ou usar madeira de pinho não quer dizer que seja um objeto ecológico sustentável. Existem muitas dificuldades, talvez por isso não há tantas empresas que trabalham com madeira reutilizada. Recuperar madeira requer cinco vezes mais tempo do que montar um móvel com madeira pronta para trabalhar”, pontua. Ele

ainda complementa:“Pinho (novo) pode ser comprado em qualquer lugar, por um bom preço. O trabalho de transformar essa matéria-prima é que é o desafio da empresa”. Mesmo com os entraves desse mercado, a Ecohus já iniciou em 2015 as negociações para abertura de filiais nos estados de São Paulo, Rio Grande do Norte, Paraíba, Rio de Janeiro e Ceará. Em 2016, o objetivo será levar o design da empresa para fora do País. Peru, Uruguai, Canadá e Estados Unidos são os primeiros da lista. Além disso, a aposta em investimentos sociais colabora ainda mais para a Ecohus se destacar nesse cenário e ir além do conceito do ecologicamente correto. “No ano passado, nós iniciamos um projeto chamado Painel do Bem, no qual um painel de madeira foi produzido e levado ao Hospital do Câncer de Pernambuco (HCP) para ser pintado pelas crianças. Ele circula por diversos locais, em exposição, e estimula a doação de mantimentos. Ao final de dois meses, a Ecohus, junto ao HCP, conseguiu arrecadar quase uma tonelada de alimentos. Ainda este ano, será criado o centro Sócio-Ecohus. A ideia é que qualquer cidadão possa trabalhar, participar, apoiar e se tornar sócio da instituição”, reforça Rafael.

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Os produtos da Ecohus unem o design rústico arrojado com a sustentabilidade do material. Ao lado, o idealizador do projeto, Rafael Vaisman. fotos: jonas liberato


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ISSO É direito

XXI: o Século da Ética Camila Oliveira*

A corrupção deixa de ser tratada com condescendência; assume a importância de indicador de desempenho econômico e social; e, finalmente, transforma-se em um problema para organizações privadas e públicas.

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S

im, refiro-me a este século, até então marcado por escândalos de corrupção nos setores público e privado. Não, a afirmação não representa uma ironia. Já a partir do último quarto do século XX, houve um forte avanço legal do tema anticorrupção pelo mundo. Como principais referências normativas no cenário mundial, tem-se o norte-americano Foreign Corrupt Practices Act (FCPA) (1977) e o britânico UK Bribery Act (2011). O Brasil, no cenário internacional, assumiu três compromissos de combate à corrupção — Convenções da OCDE, Interamericana contra a Corrupção (OEA) e das Nações Unidas contra a Corrupção (CNUCC), ratificadas em 2000, 2002 e 2005, respectivamente. Internamente, a questão é abordada na Lei de Licitações (8.666/93), de Improbidade Administrativa (8.429/92), de Lavagem de Dinheiro (9.613/98), nas Leis Complementares de Responsabilidade Fiscal (101/00) e da Ficha Limpa (135/10), na Lei de Defesa da Concorrência (12.529/11), na do Crime Organizado (12.850/13), entre outras. O progresso significativo da matéria está, todavia, na chamada Lei Anticorrupção (12.850/13), que dispõe sobre ilicitudes praticadas contra a administração pública nacional e estrangeira. Por que agora seria diferente? Com foco na iniciativa privada, a Lei Anticorrupção consagra a responsabilização objetiva (administrativa e civil) das pessoas jurídicas corruptoras e a aplicação de penas severas. Traduzindo a responsabilidade objetiva, se o despachante de uma sociedade pagar propina para“acelerar” a liberação de uma licença, de nada adiantará a empresa provar não o ter solicitado ou desconhecer a atuação. No tocante às penalidades, são previstas, administrativamente, multas de 0,1% a 20% do faturamento bruto (excluídos os tributos) do exercício anterior ao do delito e, caso impossível determiná-lo, de R$ 6.000,00 a R$ 60.000.000,00. Judicialmente, estipula-se perdimento de bens, suspensão ou interdição parcial da sociedade, dissolução compulsória e proibição de recebimento de incentivos,subsídios e financiamentos.Em qualquer caso, os danos causados deverão ser reparados e haverá publicação extraordinária da condenação, inclusive no Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas (Ceis) e no Cadastro Nacional de Empresas Punidas (Cnep). Não, embora promulgada em razão da pressão internacional (o Brasil foi um dos últimos signatários da

Convenção da OCDE a honrar o compromisso de edição de uma lei específica sobre a matéria) e popular (os brasileiros foram às ruas protestar contra a corrupção), a Lei Anticorrupção não é apenas “para inglês (ou brasileiro) ver”.Houve uma automática aceitação da norma, legitimada pelos valores que visa proteger (a corrupção compromete o desenvolvimento do mercado e afasta possibilidades de lucratividade e sustentabilidade consistentes no longo prazo). Paralelamente, já surgem as primeiras ações e decisões judiciais fundamentadas na norma. Em Goiás, o Ministério Público Federal promoveu,com fundamento na Lei Anticorrupção,a Ação Civil Pública nº 47314-59.2014.4.01.3500 em face de construtoras, a quem imputa suposto superfaturamento. O juiz da 4ª Vara Federal concedeu a liminar de retenção de valores pleiteada. Esse é o cenário do recém-iniciado século XXI. A corrupção deixa de ser tratada com condescendência; assume a importância de indicador de desempenho econômico e social; e, finalmente, transforma-se em um problema para organizações privadas e públicas, que são convocadas a trabalhar para a sua erradicação e responsabilizadas pelas falhas cometidas. O que fazer? A estruturação de um eficiente programa de compliance é um excelente começo para qualquer empresa. Como as principais causas de corrupção nas organizações são a percepção moral, a pressão situacional e a oportunidade, a criação de políticas claras e de mecanismos de prevenção, detecção e resposta aos atos ilegais é essencial para a proteção da empresa contra os atos de seus funcionários, parceiros e prestadores, bem como para construir um ambiente de integridade e confiança nas relações comerciais. Além disso, ou por isso, ele é previsto como atenuante pela Lei Anticorrupção. É certo que a mudança não será instantânea, mas será menos tortuosa se cada um, esteja no setor público ou no privado, fizer a sua parte. Todos — e não poucos — só têm a ganhar! * Camila Oliveira é Sócia Titular da Área de Direito Empresarial. Bacharela em Direito pela Faculdade de Direito do Recife - UFPE e Pós-graduada (MBA) em Direito Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas - FGV. É também graduanda em Ciências Contábeis pela Universidade Católica de Pernambuco - Unicap.


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CLASSIFICADOS NEGÓCIOS CUB

Compreendendo o Custo Unitário Básico (CUB/m²) Os indicadores do Custo Unitário Básico (CUB/m2) médio Brasil, em 2014, no comparativo acumulado em 12 meses, mostraram uma trajetória declinante no 2º semestre/14 em relação a 2013, mesmo comportamento observado para o Nordeste. Em dez/2013, o indicador Brasil foi de 7,38%, reduzindo-se para 6,02% em dez/2014. Na região Nordeste o recuo foi de 1,8 ponto percentual: 7,85% (dez/13) para 6,05% (dez/14). As variações acumuladas em 12 meses nas demais regiões do país, no marcador de dez/14, foram: Sul 6,62%; Sudeste 6,31%; Centro Oeste 5,51%; Norte 3,01%. Analisando o indicador do CUB desagregado observa-se que o indicador de custo com a mão-de-obra no Nordeste teve uma maior variação acumulada em 12 meses, 9,57%), que no Brasil (8,42%) - dados de dez/14, situação semelhante para o custo com Equipamentos (13,88% Nordeste X 10,71% Brasil). A variação dos custos com materiais e despesas administrativas, no mesmo comparativo, foram: BR Materiais: 2,68% | NE materiais: 2,15% - BR Despesas Administrativas: 9,97% | NE Despesas Administrativas: 9,37%. Com isso, em dez/14, a participação dos itens mão de obra, materiais, despesas administrativas e equipamentos no CUB total, atingiu: 53,73% mão de obra | 41,74% materiais | 4,05% despesas administrativas | 0,48% equipamentos

CUB Médio Brasil Ano

Mês

CUB Médio Região Nordeste Variações %

Valor em R$/m²

Mês

Variações %

Valor

Acumuladas Ano

12 meses

Ano

Mês

em R$/m²

Mês

Acumuladas Ano

Jan

1.089,00

0,79

0,79

7,73

2014

Jan

1.018,34

1,67

1,67

9,29

2014

Fev

1.092,35

0,31

1,1

7,78

2014

Fev

1.025,07

0,66

2,34

8,92

2014

Mar

1.098,30

0,54

1,65

7,61

2014

Mar

1.027,70

0,26

2,6

8,35

2014

Abr

1.103,24

0,45

2,11

7,83

2014

Abr

1.044,86

1,67

4,32

9,23

2014

Mai

1.112,90

0,88

3,01

6,82

2014

Mai

1.052,15

0,7

5,04

9,2

2014

Jun

1.126,52

1,22

4,27

6,55

2014

Jun

1.052,36

0,02

5,06

7,32

2014

Jul

1.137,20

0,95

5,25

6,87

2014

Jul

1.056,66

0,41

5,49

7,73

2014

Ago

1.140,20

0,26

5,53

6,77

2014

Ago

1.057,47

0,08

5,57

7,18

2014

Set

1.141,72

0,13

5,67

6,69

2014

Set

1.058,24

0,07

5,65

7,22

2014

Out

1.143,19

0,13

5,81

6,39

2014

Out

1.059,69

0,14

5,8

6,49

2014

Nov

1.144,82

0,14

5,96

6,17

2014

Nov

1.063,76

0,38

6,2

6,59

2014

Dez

1.145,42

0,05

6,02

6,02

2014

Dez

1.062,22

-0,14

6,05

6,05

Serviço Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) I CUB cub.org.br

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12 meses

2014

FEVEREIRO 2015


NEGÓCIOS OPINIÃO

Oportunidades de negócios sempre existirão, independente das expectativas Mônica Mercês*

P

revisões, cenários, expectativas, isso é o que sempre vivemos na passagem de um ano para outro. O que sabemos de 2015, até então, é que será um ano difícil. Neste momento, ninguém arrisca dizer algo contrário. Não viveremos, no curto prazo, o que ocorreu no passado recente, quando assistimos a arrancada positiva de diversos indicadores econômicos, mudando o patamar das estatísticas do Brasil. Assim, crescer, em cima desses novos níveis, será sempre mais desafiador do que antes, quando as bases estavam deprimidas. Até ficar estável, exigirá muito da economia e de seus atores. Quando analisamos as estatísticas recentes do mercado imobiliário, observamos que esse segmento teve uma expansão bem significativa, ao ponto de ser classificada como eufórica. Também depois de décadas sem integrar a agenda prioritária do País, elevando o déficit habitacional a patamares absurdos, ao primeiro estímulo consistente assistimos a uma corrida dos consumidores à compra do bem, considerado em muitos estudos, o mais desejado pela maioria da população. E é extremamente importante citar que o efeito multiplicador do setor da construção civil, em toda a sua cadeia produtiva, contribuiu para o crescimento da economia brasileira nos últimos anos. É só parar para refletir que do início do negócio (aquisição do terreno) até a entrega do imóvel, diversos produtos industriais e serviços são demandados. E após essa entrega novas demandas surgem — outros produtos (móveis, eletrodomésticos, objetos de decoração, etc.) e serviços (instaladores em geral, formação de condomínios – zeladores, vigias, etc.) — movimentando uma outra parcela da economia. Entretanto, vivenciamos um período confuso e de muita desconfiança no que vem pela frente, o que naturalmente causa lentidão e/ou paralisia em decisões estratégicas. Os últimos indicadores do nível de confiança do empresário e do consumidor, de janeiro de 2015, calculado pela Fundação Getúlio Vargas, mostram isso. De janeiro de 2014 a janeiro de 2015, o índice de confiança do consumidor, com ajuste sazonal, caiu de 108,9 para 89,8 pontos

(menor registro desde setembro de 2005, quando do início desse estudo). Pelo lado do setor produtivo, a confiança também declinou nesse mesmo período (Jan/14: 99,5 pontos | Jan/15: 85,9 pontos). A tendência para 2015 é que essa confiança continue desconfiada, guiada pelas expectativas, que em economia costuma se dizer que é uma variável caprichosa e voluntariosa, mas merecedora de toda a atenção e todo o respeito, não podendo ser jamais ignorada pelos analistas de plantão. Mas o importante é também observar as oportunidades de negócios que surgem em momentos como este, e neste quesito o mercado imobiliário se coloca bem no contexto, pois de um lado o déficit habitacional continua gigante, e, de outro, há produtos modernos, diferenciados, de todos os tamanhos, espalhados em várias localidades do País, para todos os gostos e bolsos. Assim, eu acredito que oportunidades de negócios sempre existirão, independente das expectativas. É saber aproveitá-las. Bons negócios!

E é extremamente importante citar que o efeito multiplicador do setor da construção civil, em toda a sua cadeia produtiva, contribuiu para o crescimento da economia brasileira nos últimos anos.

*Mônica Mercês é economista, assessora de Planejamento e Inteligência de Mercado da Diretoria da Queiroz Galvão Desenvolvimento Imobiliário (QGDI)

FEVEREIRO 2015

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A

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