Material de Análise - 1º ano, Ensino Médio

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MATERIAL DE ANÁLISE

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ENSINO MÉDIO – 1O ANO


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BIOLOGIA 1o ANO


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Direção Executiva: Fabio Benites

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Diagramação, Ilustração de capa e Projeto Gráfico: Alan Giles Dominique Coutinho Erlon Pedro Pereira

Gestão Editorial: Maria Izadora Zarro

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Irium Editora Ltda Rua Desembargador Izidro, no 114 Tijuca - RJ CEP: 20521-160 Fone: (21) 2560-1349 www.irium.com.br

A reprodução desta obra, no todo ou em parte, por qualquer meio, sem autorização expressa, sujeitará o infrator, nos termos da Lei no 6.895, de 17/12/80, às penalidades previstas nos artigos 184 e 185 do Código Penal.


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BIOQUÍMICA: QUAIS OS PRINCIPAIS COMPONENTES DO CORPO HUMANO?

Objetivos de aprendizagem:

• Verificar as propriedades químicas da água e sua importância para os processos metabólicos; • Compreender a importância dos carboidratos na nutrição animal reconhecendo suas diversas funções, observando a classificação e suas propriedades;

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• Reconhecer a importância dos lipídios na nutrição animal, definindo-os e compreendendo suas funções;

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• Verificar as diversas funções dos sais e vitaminas, e as diversas avitaminoses e suas consequências.

(Disponível em: https://maximoasinelli. files.wordpress.com/2010/09/corao_1.jpg. Acesso em set.2016)


BIOQUÍMICA: QUAIS OS PRINCIPAIS COMPONENTES DO CORPO HUMANO?

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Os cuidados com a saúde devem começar cedo

Crianças e jovens devem limitar açúcar extra em bebidas e comidas

Entidade recomenda máximo de seis colheres de chá, ou 25 gramas, por dia.

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As doenças cardiovasculares constituem a maior causa-morte no mundo e no Brasil. Triste pensar que construímos um modo de vida, especialmente no meio urbano, cheio de correrias, estresses e excessos nocivos à saúde, como alimentos exageradamente adocicados e gordurosos, álcool e tabagismo. A correria e o estresse dificultam hábitos saudáveis como exercícios físicos e lazer. O tipo de alimentação que temos complica nossa saúde ainda mais. A cada ano, as estatísticas assustam cada vez mais, inclusive para os mais jovens. O número de infartos em jovens vem crescendo, e os cuidados com a saúde devem começar cedo. Já na adolescência, depressão, estresse e uso de drogas facilitam a tarefa dos demais fatores de risco. Mais do que nunca, devemos estar atentos às nossas emoções e alimentação. Nesse caderno, veremos algumas das principais substâncias que compõem o nosso organismo e como elas afetam o nosso bem-estar.

1) A água

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Quase toda a água do planeta está concentrada nos oceanos. Apenas uma pequena fração (menos de 3%) está em terra e a maior parte desta está sob a forma de gelo e neve ou abaixo da superfície (água subterrânea). Só uma fração muito pequena (cerca de 1%) de toda a água terrestre está diretamente disponível ao homem e aos outros organismos, sob a forma de lagos e rios, ou como umidade presente no solo, na atmosfera e como componente dos mais diversos organismos.

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1.1) A água no corpo humano A água é a substância encontrada em maior quantidade nos organismos vivos. Essa quantidade varia de acordo com a idade e o tipo de tecido, ou seja, sua porcentagem é maior nos tecidos mais metabólicos e nos seres mais jovens.

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Órgão

Porcentagem de água

Encéfalo de embrião

92,0%

Músculo

83,0%

Pulmões

70,0%

Rins

60,8%

Ossos

48,2%

Dentina

12,0%

A vida latente é caracterizada por uma atividade metabólica mínima e uma quantidade mínima de água. A esse estado chama-se anidrobiose, o que ocorre, por exemplo, nas sementes, que para germinarem precisam entrar em contato com mais água.


BIOLOGIA

Participa da maioria das reações químicas do organismo. Promove estabilidade química por meio das pontes de hidrogênio.

(Disponível em: http://3.bp.blogspot.com/-wc6nyusOvQE/ Tl0czBTX1vI/AAAAAAAABCI/DHzszTkZKpI/s1600/3D_model_ hydrogen_bonds_in_water_a.jpg Acesso em set.2016)

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Desidratação é a perda excessiva de água e de sais minerais pelo organismo. A diarreia é a principal causa de desidratação, podendo ser provocada por vírus e bactérias, adquiridas, geralmente, pela ingestão de água e alimentos. O médico deve ser consultado imediatamente. O Ministério da Saúde passou a incluir no calendário nacional de vacinação, a partir de 2006, a vacina contra o Rotavírus, um dos principais agentes causadores de diarreia. A água é eliminada dos organismos através de urina, suor, respiração e fezes. A perda de água (desidratação) causada por febre, diarreia ou vômitos representa grande ameaça à vida do indivíduo.

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Observação

É agente de difusão e de hidrólise (fragmentação). C12H22O11 + H2O → C6H12O6 + C6H12O6 (maltose)

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(Disponível em: http://materiais.dbio.uevora.pt/jaraujo/ biocel/imagens/biocelmol6.jpg. Acesso em set.2016)

1.2) Propriedades e funções da água

(água)

(glicose)

(glicose)

1.2.2) A tensão da água A tensão superficial da água é promovida pelas forças de coesão entre as moléculas de H2O.

A molécula de água tem fórmula molecular H2O e fórmula estrutural:

O

H

Devido a essa estrutura, a água possui uma série de propriedades, tais como:

1.2.1) Solvente universal

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Solvente universal e meio de transporte de outras substâncias. Exemplo: H2O (Solvente) + NaCl (Soluto) = Solução de sal e água. Participa do equilíbrio osmótico dos seres vivos.

(Disponível em: https://readingtosleep.files.wordpress. com/2015/06/9fe3a-jesus-lizard-running-on-water-basilisk. jpg?w=320&h=168. Acesso em set.2016)

A água atinge a sua densidade máxima de 1,0g/cm3, em, aproximadamente, 4°C, possibilitando a vida aquática abaixo do gelo, durante o inverno. Importante no processo de regulação térmica dos corpos, já que a água tem alto calor específico, isto é, capacidade de absorver e perder grandes quantidades de calor sem esquentar ou esfriar muito. 3

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BIOQUÍMICA: QUAIS OS PRINCIPAIS COMPONENTES DO CORPO HUMANO?

2.1) Principais sais, funções e fontes

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Observação

Os sais minerais podem ser observados em três formas: dissolvidos na forma de íons; no estado sólido, formando cristais ou combinados com moléculas orgânicas. Alguns minerais como sódio, potássio, cálcio, fósforo, cloro e magnésio são considerados macronutrientes por serem necessários em grande quantidade ao organismo (100 mg/dia ou mais); são macrominerais. Outros micronutrientes como ferro, zinco, cobre, manganês, iodo e flúor são necessários ao organismo em pequenas quantidades; são chamados microminerais.

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Quando a temperatura do meio ambiente eleva-se a determinados valores, as glândulas sudoríparas eliminam suor; a água do suor evapora levando com ela o calor da superfície corpórea. Se há grande umidade no ar, a evaporação da água do suor é prejudicada, o que dificulta o equilíbrio térmico. Quanto a temperatura corpórea, os animais se comportam de duas maneiras:

2) Sais minerais

1.2.3) Regulação da temperatura corpórea

• Homeotermos ou endotérmicos: são animais com temperatura corpórea praticamente constante. São endotérmicos as aves e os mamíferos. Homeotérmicos consomem mais O2 no frio para aumentarem as taxas metabólicas e, compensar a perda de calor para o ambiente.

Na forma iônica, há cátions (+) e ânions (–) dissolvidos, tais como: Sais Minerais

Cálcio

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• Pecilotermos ou ectotérmicos: são animais cuja temperatura do corpo varia com a temperatura do ambiente. São eles: os invertebrados, os peixes, os anfíbios e os répteis. (“Não sentem calor e nem frio”). Mecanismos de regulagem térmica.

Fósforo

→ Dias quentes = Sudorese e Ofegação: vasodilatação periférica;

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→ Dias frios = tremores musculares e vasoconstricção periférica.

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(Disponível em: estaoteenvenenando.blogspot.com- . Acesso em set.2016 [Adaptado])

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Enxofre

Potássio

Cloro

Sódio

Funções

Fontes

Componente importante dos ossos e dos dentes. Essencial à coagulação do sangue; necessário para o funcionamento normal de nervos e músculos. Componente importante dos ossos e dos dentes. Essencial para o armazenamento e transferência de energia no interior das células (componente do ATP); componente do DNA e do RNA. Componente de muitas proteínas. Essencial para a atividade metabólica normal. Principal íon positivo no interior das células, influencia a contração muscular e a atividade dos nervos. Principal íon negativo no líquido extracelular. Importante no balanço de líquidos do corpo e na manuteção do pH. Principal íon positivo no líquido extracelular. Importante no balanço de líquidos do corpo, essencial para a condução do impulso nervoso.

Vegetais verdes, leites e laticínios.

Leite e laticínios, carne e cereais.

Carnes e legumes.

Carnes, leite e muitos tipos de frutas.

Sal de cozinha e muitos tipos de alimentos.

Sal de cozinha e muitos tipos de alimentos.


BIOLOGIA

Iodo

Cobalto

Manganês

Cereais integrais, gema de ovo e vegetais verdes. Componente de muitas Cereais coenzimas. Necessário para integrais o funcionamento normal vegetais verdes. de nervos e músculos. Componente da Fígado, carnes, hemoglobina, mioglobina gema de ovo, e enzimas na respiração legumes e celular. vegetais verdes. Componente dos ossos Água fluorada. e dos dentes. Protege os dentes contra cáries. Componente de dezenas Diversos de enzimas, como as alimentos. envolvidas na digestão.

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A questão faz menção ao tema de sais minerais, em especial o fósforo, na forma de íon fosfato. É necessário que o estudante consiga fazer a ligação desse tema (sais minerais) com o aspecto ecológico de íon (presente em fertilizantes). Assim, assuntos como ciclos biogeoquímicos devem ser revistos bem como as características dos sais.

(ENEM) O fósforo, geralmente representado pelo íon de fosfato (PO4–3), é um ingrediente insubstituível da vida, já que é parte constituinte das membranas celulares e das moléculas do DNA e do trifosfato de adenosina (ATP), principal forma de armazenamento de energia das células. O fósforo utilizado nos fertilizantes agrícolas é extraído de minas, cujas reservas estão cada vez mais escassas. Certas práticas agrícolas aceleram a erosão do solo, provocando o transporte de fósforo para sistemas aquáticos, que fica imobilizado nas rochas. Ainda, a colheita das lavouras e o transporte dos restos alimentares para lixões diminuem a disponibilidade dos ions no solo. Tais fatores têm ameaçado a sustentabilidade desse íon. Uma medida que amenizaria esse problema seria: a) Incentivar a reciclagem de resíduos biológicos, utilizando dejetos animais e restos de culturas para a produção de adubo;

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Magnésio

Componente dos hormônios da tireoide, que estimulam o metabolismo. Componente da vitamina B12. Essencial para produção das hemácias. Necessário para a ativação de diversas enzimas.

Como fósforo pode cair no ENEM?

Cobre

Fígado, ovos, peixe, trigo, cereais integrais e feijão. Frutos do mar, sal de cozinha iodado e laticínios. Carnes e laticínios.

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Componente de muitas enzimas. Essencial para a síntese da hemoglobina.

Zinco

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Na organização molecular, são formadas estruturas esqueléticas, como, por exemplo, o cálcio, que se encontra em carapaças, esqueletos e casca dos ovos. Na forma combinada, há o ferro, na hemoglobina; o magnésio, na clorofila e o iodo nos hormônios da tireoide. Os sais têm origem exógena. De uma forma geral, os sais são essenciais para funcionamento do corpo humano, pois participam da:

Funções dos sais

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• Regulação hídrica: quando o meio intracelular é muito concentrado em partículas, inclusive íons, a água flui para dentro da célula. Quando o meio extracelular é mais concentrado que o meio intracelular, a célula perde H2O por osmose; • Equilíbrio elétrico da célula; • Funcionamento das enzimas: muitas enzimas só se tornam ativas com uma partícula auxiliar chamada cofator; • Equilíbrio ácido-base: Alguns sais participam de variações de pH de alguns meios; • Participa da produção da matéria orgânica dos seres autotróficos.

b) Repor o estoque retirado das minas com um íon sintético de fósforo para garantir o abastecimento da indústria de fertilizantes; c) Aumentar a importação de íons de fosfato dos países ricos para suprir as exigências das indústrias nacionais de fertilizantes; d) Substituir o fósforo dos fertilizantes por outro elemento com a mesma função, para suprir as necessidades do uso de seus ions; e) Proibir, por meio de lei federal, o uso de fertilizantes com fósforo pelos agricultores, para diminuir sua extração das reservas naturais.

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Flúor

Gabarito: A

Ferro


BIOQUÍMICA: QUAIS OS PRINCIPAIS COMPONENTES DO CORPO HUMANO?

HCl dissolvidos em H2O H+ + Cl– NaOH dissolvidos em H2O Na+ + OH–

PRATICANDO

1) Numa sauna, é possível aumentar a umidade do ambiente simplesmente atirando água numa superfície aquecida (pedra, por exemplo). Quando isso ocorre, a temperatura da superfície corporal aumenta imediatamente. Por que ocorre esse aumento?

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A partir daí, nota-se que a presença de um ácido tende a aumentar a concentração de H+, e a presença de uma base tende a aumentar a concentração de OH–. Se o pH diminui, fica mais ácido; se aumenta, fica mais básico. O pH varia de 0 a 14, na escala que mede essa variação.

(Disponível em: https://farmaciaebioquimica.files.wordpress. com/2014/02/efd59-riboseedesoxirribose-bmp.jpg. Acesso em set.2016)

O pH, Potencial de Hidrogênio Iônico, representa o grau de acidez ou basicidade (alcalinidade) de uma solução. Algumas substâncias liberam íons H+, quando dissolvidas em água e são chamadas de ácidos. Outras são capazes de liberar íons OH (Hidroxila) e são denominadas básicas ou alcalinas. Exemplo:

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2.2) pH

(Disponível em: http://2.bp.blogspot.com/_VRv1F_Ue7cw/ SDs2M1rVQ2I/AAAAAAAAACQ/51oWOh-debQ/s320/ ph+e+temp.jpg. Acesso em set.2016)

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Grandes variações de pH alteram reações metabólicas e estruturais das células, tais como a carga elétrica das proteínas e o funcionamento das enzimas, que são catalisadores biológicos de natureza proteica. Cada enzima tem um pH ótimo onde há um melhor rendimento da reação observada.

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2) Segundo estudo feito na Etiópia, crianças que comiam alimentos preparados em panelas de ferro apresentaram uma redução da taxa de anemia de 55% para 13%. Esta redução pode ser explicada pelo fato de que o ferro: a) aquecido ativa vitaminas do complexo B presentes nos alimentos prevenindo a anemia; b) contido nos alimentos transforma-se facilmente durante o cozimento e é absorvido pelo organismo; c) oriundo das panelas, modifica o sabor dos alimentos, aumentando o apetite das crianças; d) proveniente das panelas é misturado aos alimentos e absorvido pelo organismo. 3) Leia e responda:

Análise da Feema revela: peixes das lagoas da Barra estão contaminados. Tilápias, vendidas na Ceasa, têm toxina acima do recomendado para consumo. O lançamento de poluentes em rios e lagoas pode proporcionar, quando as condições ambientais são favoráveis, um rápido crescimento de organismos fitoplanctônicos na água. Recentemente, o complexo lagunar da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, apresentou uma dessas florações, com a presença de grandes quanti-


BIOLOGIA

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o açúcar dos restos de alimentos em ácidos, que corroem o esmalte do dente formando uma cavidade, que é a cárie1. Vale lembrar que a placa bacteriana se forma mesmo na ausência de ingestão de carboidratos fermentáveis, pois as bactérias possuem polissacarídeos intracelulares de reserva. (Disponível em: http://www.diariodasaude.com.br. Acesso em: 11 ago 2010 [adaptado].)

cárie1: destruição de um osso por corrosão progressiva. *cárie dentária: efeito da destruição da estrutura dentária por bactérias.

dades de cianobactérias. Dentre as espécies encontradas, algumas eram produtoras de potente toxina, o que troxe riscos à saúde da população. O conjunto de substâncias presentes na água, cujo aumento de concentração favorece o rápido crescimento de cianobactérias, é: a) sais minerais; b) metais pesados; c) matéria orgânica; d) óxidos de enxofre.

(HOUAISS, Antônio. Dicionário eletrônico. Versão 1.0. Editora Objetiva, 2001 [adaptado].)

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a) reguladora de pH; b) formadora de íons bicarbonato; c) catalisadora de H2CO3; d) produtora de prótons H+; e) transportadora de ânions HCO3.

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5) (ENEM) A cárie* dental resulta da atividade de bactérias que degradam os açúcares e os transformam em ácidos que corroem a porção mineralizada dos dentes. O flúor, juntamente com o cálcio e um açúcar chamado xilitol, agem inibindo esse processo. Quando não se escovam os dentes corretamente e neles acumulam-se restos de alimentos, as bactérias que vivem na boca aderem aos dentes, formando a placa bacteriana ou biofilme. Na placa, elas transformam

A partir da leitura do texto, que discute as causas do aparecimento de cáries, e da sua relação com as informações do dicionário, conclui-se que a cárie dental resulta, principalmente, de: a) falta de flúor e de cálcio na alimentação diária da população brasileira; b) consumo exagerado do xilitol, um açúcar, na dieta alimentar diária do indivíduo; c) redução na proliferação bacteriana quando a saliva é desbalanceada pela má alimentação; d) uso exagerado do flúor, um agente que em alta quantidade torna-se tóxico à formação dos dentes; e) consumo excessivo de açúcares na alimentação e má higienização bucal, que contribuem para a proliferação de bactérias.

3) Carboidratos Substância orgânicas As substâncias orgânicas são as grandes e complexas moléculas dos seres vivos e incluem, em suas composições, o carbono e o hidrogênio. Além de complexas e ricas em energia, desempenham várias funções, tais como: • Estruturais: compõem a arquitetura das células; 7

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4) A primeira ideia que vem à cabeça quando se pensa em hemoglobina é o seu papel no transporte da molécula de oxigênio. O esquema abaixo, no entanto, mostra os caminhos por onde passa o CO2 ao sair dos tecidos. Isso confere àquela substância uma outra função que seria a de:


BIOQUÍMICA: QUAIS OS PRINCIPAIS COMPONENTES DO CORPO HUMANO?

3.1) Classificação dos carboidratos

São glicídeos doces formados pela associação de dois a dez monossacarídeos. Podem ser decompostos por hidrólise. Exemplos: Glicose + Glicose

Sintese

Hidrólise

Glicose + Galactose Glicose + Frutose

Maltose + H2O

Lactose + H2O

Sacarose + H2O

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Os carboidratos são as biomoléculas mais abundantes na natureza. Para muitos carboidratos, a fórmula geral é: [C(H2O)]n, daí o nome carboidrato, ou hidratos de carbono. São moléculas que desempenham uma ampla variedade de funções, entre elas: • Fonte de energia; • Reserva de energia; • Estrutural.

Dissacarídeos

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Glicídios = carboidratos = hidratos de carbono

3.1.2) Dissacarídeos

• Energéticas: fornecem energia para o metabolismo celular; • Controladoras: regulam as atividades celulares.

3.1.1) Monossacarídeos Oses ou monossacarídeos

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São glicídeos doces não polimerizados. Não podem ser decompostos por hidrólise. São pentoses (C5H10O5) as moléculas de: Ribose: do ATP e do RNA. Desoxirribose: do DNA.

(Disponível em: http://www.fcfar.unesp.br/alimentos/bioquimica/ imagens/ligacao_glicosidica.PNG. Acesso em set.2016)

Ligação entre glicídios – Ligação Glicossídica:

(Disponível em: http://3.bp.blogspot.com/-6V6BfYe4fTo/ VgCoPvgHMJI/AAAAAAAAHwU/HFqz4078eDE/s1600/C.png. Acesso em set.2016)

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São hexoses (C6H12O6) as moléculas de: Frutose: comum das frutas e no esperma; Galactose: no açúcar do leite; Glicose: mais usado pelas células como fonte de energia.

(Disponível em: http://images.slideplayer.com.br/3/381883/ slides/slide_12.jpg. Acesso em set.2016)

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(Disponível em: http://www.lqes.iqm.unicamp.br/images/lqes_ empauta_novidades_1224_cadeia_celulose.jpg. Acesso em set.2016)

3.1.3) Polissacarídeos • Matéria-prima para a biossíntese de outras biomoléculas. São polímeros formados pela associação de mais de dez oses. Não são doces.


BIOLOGIA

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Amido ou amilo: Cadeia ramificada de glicoses com propriedade de reserva energética nos vegetais (raízes, sementes) e nas algas. Quando a célula necessita de energia, o amido é quebrado por hidrólise, transformando-se, novamente, em moléculas de glicose. Ao fazer fotossíntese, as células desses seres produzem amido e o armazenam. Assim, podem usá-lo em momentos de necessidade energética. Glicogênio: cadeia mais ramificada de glicose com propriedades de reserva energética nos animais (músculos e fígado). Em humanos, cérebro e hemácias requerem suprimento contínuo de glicose, num valor acima de 70 mg/dL. O estoque corporal de glicose é pequeno e está representado por cerca de 300 g – 350 g de glicogênio muscular e 100 g – 150 g de glicogênio hepático. Apesar de haver menor estoque de glicogênio no fígado que no músculo, o glicogênio hepático é o mais importante em manter estável a concentração de glicose no sangue. Apresenta-se como grânulos com até 120.000 resíduos de glicose. Cada célula muscular pode conter glicogênio até 1% de seu peso, enquanto a célula de fígado pode chegar até 10%. O Glicogênio, por ser ramificado, pode ser rapidamente degradado, pois libera uma glicose a partir de cada extremidade, ao invés de uma única molécula, como ocorreria se fosse uma cadeia linear. Metabolismo Glicogênio – Glicose no Fígado:

(Disponível em: https://gleisonmagalhaes.files.wordpress. com/2014/08/metabolismo-fc3adgado.pngAcesso em set.2016 [Adaptado])

(Disponível em: http://alunosonline.uol.com.br/upload/ conteudo/images/obtencao-de-um-triglicerideo.jpg. Acesso em set.2016 [Adaptado])

Ácido Hialurônico: funciona como uma cola entre as células dos tecidos animais. Quitina: presente no exoesqueleto dos artrópodes e na parede celular dos fungos.

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Principais exemplos de polissacarídeos: Celulose: Cadeia linear de milhares de glicoses com função estrutural. Componente básico dos tecidos vegetais. Suas cadeias formam fibras alongadas que compõem as paredes das células vegetais, dando-lhes a resistência e a rigidez características, sendo ainda insolúvel em água. Dentre os poucos organismos que podem decompor a celulose e, a partir dela produzir substâncias facilmente metabolizáveis, acham-se certas bactérias e microrganismos do solo. O aparelho digestório dos ruminantes, que se alimentam de ervas, e dos cupins, que se nutrem de madeira, é habitado por microrganismos que possibilitam a digestão da celulose. As enzimas que decompõem a celulose chamam-se celulases. Industrialmente, a celulose é extraída da madeira de árvores como o pinho e o abeto ou de plantas herbáceas com grande quantidade de celulose no talo, com o a cana-de-açúcar, diversas gramíneas e juncos. O algodão puro é formado em 99,8% de celulose. Outras fibras têxteis, como a juta, o cânhamo, o rami e o linho também possuem grande proporção desse polissacarídeo. Utiliza-se a celulose na indústria de papel e na extração de fibras artificiais como raiom, também chamado seda artificial. Obtém-se o raiom por diversos processos que produzem diferentes tipos de fibra adequados a usos específicos. Assim, por exemplo, “raiom viscoso”, que se obtém pelo aquecimento da celulose com soda cáustica, é misturado ao algodão e outros produtos para fabricar uma grande variedade de tecidos. A partir da celulose, fabricam-se também vernizes, explosivos e o celuloide que serve de suporte a filmes fotográficos e cinematográficos.


BIOQUÍMICA: QUAIS OS PRINCIPAIS COMPONENTES DO CORPO HUMANO?

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Sangue

Glucagon

Células

Teste de tolerância à glicose: é um teste de diagnóstico para diabetes. Após passar a noite em jejum, você colhe uma glicemia de jejum e recebe para beber uma solução com alta concentração de açúcar (75 g de glicose) e é colhida nova glicemia após 2 horas. O teste de tolerância oral à glicose é considerado positivo quando a glicemia fica acima de 200 mg/dl após 120 min. Normalmente, a glicose não sobe muito e retorna ao normal após duas a três horas. No diabético, a glicose sanguínea é geralmente mais alta após o jejum, sobe mais depois de ingerir a solução de glicose e leva quatro a seis horas para descer.

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• O Teor de glicose no sangue é chamado de glicemia, e possui taxas normais de 40 ml de glicose / 100 ml de sangue até 100 ml de glicose / 100 ml de sangue; • Valores abaixo = hipoglicemia; valores acima = hiperglicemia; • Dois hormônios atuam no controle da glicemia e são produzidos no pâncreas: Insulina e Glucagon; • A glicose é usada na respiração celular para produção de energia; o excesso é armazenado. • Diabete melito → Insulino dependente = Hiperglicemia, com eliminação de glicose pela urina (“Doce”) = Glicosúria; → Insulino não dependente = redução da quantidade de receptores celulares de insulina e hiperglicemia = Glicosúria.

Insulina

3.2) Taxas de glicose no sangue

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Estudo indica que adoçante eleva glicose no sangue

Pesquisas defendem que pessoas que consomem esses produtos regularmente podem estar colocando sua saúde em risco da mesma forma que uma pessoa obesa

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Você provavelmente já passou pela seguinte situação quando pede um cafezinho: “Açúcar ou adoçante, senhor(a)?”. Bom, há algum tempo, o uso de adoçantes tornou-se popular no mundo, mas precisamente na década de 60. No Brasil, nos anos 80, estava associado aos portadores de distúrbios orgânicos, como a diabetes, e eram vendidos somente com prescrição médica. No entanto, em 1988, ocorreram mudanças na legislação e permitiram que os adoçantes passassem a ser vendidos sem prescrição e, atualmente, são consumidos por grande parte da população. Contudo, pesquisas realizadas em 2014, defendem que pessoas que consomem esses produtos regularmente, com o objetivo de perder ou evitar o ganho de peso, podem estar colocando sua saúde em risco da mesma forma que uma pessoa obesa. Saiba mais em www.4newsmagazine.com.br. #OlhaaGlicose #AçúcarOuAdoçante

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BIOLOGIA

Para a resolução da questão é necessário que o estudante consiga relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação, como por exemplo, gráficos e tabelas. Além disso, a compreensão dos processos endócrinos e do metabolismo da glicose é importante para que a leitura do gráfico seja correta.

4.1) Glicerídeos São representados pelos óleos e gorduras. São formados por álcool combinado com ácidos graxos. Exemplo: Triglicerídeo

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(UNICAMP) Os gráficos A, B e C mostram as variações da secreção de insulina e glucagon em função da concentração de glicose, e as variações da concentração de glicose no sangue, após uma refeição rica em carboidratos.

O grupo dos lipídios compreende os glicerídeos, os cerídeos, os esteroides e os fosfolipídeos. São substâncias que apresentam algumas propriedades comuns, tais como: são insolúveis em água e solúveis em solventes orgânicos (álcool, benzeno, éter e clorofórmio); as mais típicas são formadas por uma estrutura de álcool com ácidos de longa cadeia de carbonos, os ácidos graxos. Esta estrutura classifica os lipídios como ésteres.

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4) Lipídios

Como concentração de glicose pode cair no ENEM?

(Disponível em: http://www.fenixpesquisa.com.br/arquivos/ noticias/arquivos/2/imagens/ANALYTICA23.jpg- [Adaptado])

Os glicerídeos estão presentes no leite, na manteiga, nos ovos, que são de origem animal, e nos óleos vegetais. As gorduras são sólidas e os óleos são líquidos, a 20°C. Os óleos são ricos em ácidos graxos insaturados (ligação dupla entre carbonos). Isso faz com que sejam líquidos em temperatura ambiente. As gorduras são sólidas em função de sua composição de ácido graxo ser saturada (apenas ligação simples).

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Com base nos gráficos acima, pode-se afirmar que: a) se os níveis de glicose no sangue estão altos, a secreção de insulina aumenta para permitir que as moléculas de glicose sejam absorvidas pelas células, e os níveis de glucagon permanecem baixos, pois não há necessidade de o glicogênio ser transformado em glicose. b) o aumento dos níveis de glicose no sangue causa um aumento da secreção de insulina e de glucagon por células do pâncreas, pois ambos os hormônios contribuem para que as moléculas de açúcar atravessem a membrana plasmática das células. c) a secreção de glucagon é alta em indivíduos que tenham se alimentado de carboidrato duas horas antes, pois muitos desses carboidratos acabam se transformando em glicose; já com relação à insulina, ocorre um aumento porque os níveis de glicose estão elevados. d) as células secretoras do pâncreas estão sempre produzindo grandes quantidades de insulina e de glucagon, pois esses dois hormônios são responsáveis pela captura de glicose do sangue para as células.

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Gabarito: A

(Disponível em: http://3.bp.blogspot.com/_p4XCkIUSiXs/TABrKv5uKZI/ AAAAAAAAACE/yLBHDeoLS9M/s320/progesterona.GIF)


BIOQUÍMICA: QUAIS OS PRINCIPAIS COMPONENTES DO CORPO HUMANO?

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Ácidos Graxos Monoinsaturados, com uma única ligação dupla, estão presentes no azeite de oliva. Os Polinsaturados, são comuns na maioria dos óleos vegetais e nos peixes de água fria, tais como salmão, atum e anchova. Nestes peixes, são encontrados ácidos polinsaturados denominados Ômega-3 (indica que há uma dupla ligação no terceiro átomo de carbono a partir do final da cadeia) que parecem ter efeitos benéficos ao organismo, como o controle dos níveis de colesterol no sangue. Um ponto importante a ser observado sobre lipídios contendo ácidos graxos saturados e insaturados é o de que os insaturados fazem menos mal à saúde, possivelmente pelo fato de que não podem ser organizados de forma tão compactada como os saturados, dificultando a formação de coágulos. Além disso, o fato de terem uma dupla ligação na cadeia os torna mais reativos e suscetíveis à ação enzimática. Boas fontes de ácidos graxos insaturados são o azeite, o salmão, a castanha-do-Pará e o abacate.

tação; os glicídios que foram consumidos a mais são transformados em lipídios. Alguns animais, tais como os ursos, répteis e anfíbios permanecem longos períodos de tempo em jejum graças à reserva de lipídeos do panículo adiposo. • Isolante térmico: como o calor tem dificuldade de atravessar a gordura, essa camada funciona como isolante entre a temperatura do corpo e do meio ambiente, principalmente em homeotérmicos de regiões frias, como, por exemplo, a baleia, a foca e o urso; • Impermeabilizante e amortecedoras de choques mecânicos: a primeira pode ser observada em substâncias oleosas das aves, que são aplicadas nas penas, protegendo-as da água, e a segunda, na gordura da palma das mãos; • Estrutural: junto com as proteínas, os lipídios colaboram na formação de membranas celulares.

Texto complementar:

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Em (A), alguns ácidos graxos saturados bastante empacotados. Em (B), note como a curvatura causada pela dupla ligação em um ácido graxo insaturado não permite que as moléculas sejam empacotadas de forma tão próxima. (Stryer. Biochemistry. 5th Ed.)

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4.1.1) Funções dos triglicerídeos • Reserva alimentar: com finalidade energética, o organismo pode armazenar, em pouco volume, no tecido adiposo e nas sementes oleosas. Esta reserva é formada a partir do excesso de glicídeos e lipídios ingeridos na alimen-

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4.2) Cerídeos Os cerídeos são formados por um álcool de longa cadeia unido a um ácido graxo. Neste grupo são observadas as ceras, que não possuem valor nutritivo, tendo apenas função impermeabilizante nos seres vivos, tais como a do ouvido humano, a da carnaúba e a do favo das abelhas. Todas estas adaptações são importantes à vida terrestre.

4.3) Esteroides Os lipídios deste grupo são formados por um álcool de várias cadeias fechadas. São substâncias que têm cadeias associadas aos lipídios, com os quais apresentam propriedades comuns. Os esteroides podem ser de origem animal, tais como os hormônios sexuais, os corticosteroides, o colesterol, os sais biliares e a pró-vitamina D; ou de origem vegetal, como o ergosterol.


BIOLOGIA

(Disponível em: https://lh6.googleusercontent.com/7ioY5RYM24E/ULei4M4WMxI/AAAAAAAAD3U/CiX9nWLBKJY/ s401/colesterol-alto.gif. Acesso em set.2016 [Adaptado])

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Em contrapartida, o consumo de óleos vegetais insaturados como os presentes no azeite promove o aumento da produção, de HDL, o que por sua vez, resulta na eliminação de colesterol.

Hoje em dia, o colesterol é o esteroide mais “famoso” devido a quantidade de doenças cardíacas causadas pelo entupimento arterial pelo acúmulo de colesterol.

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Observação

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• O colesterol também faz parte da formação da estrutura da membrana plasmática das células animais, bem como da formação de hormônios sexuais (Testosterona e Progesterona), Hidrocortisona (hormônio das suprarrenais) e dos sais biliares. Taxas elevadas de colesterol no sangue aumentam as chances de ocorrência de obstrução dos vasos e de infartos. • Tipos básicos de colesterol:

→ H.D.L. (High Density Lipoprotein = Lipoproteína de Alta Densidade) – ”Bom” colesterol; → L.D.L. (Low Density Lipoprotein = Lipoproteína de Baixa Densidade) – Mau” colesterol.

4.4) Fosfolipídios Os fosfolipídios são lipídios conjugados, que possuem outra substância na molécula, além do álcool e do ácido graxo. Este grupo de lipídios, por exemplo, possui como molécula extra o ácido fosfórico e têm funções estrutural e de isolante elétrico nas membranas biológicas.

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O LDL transporta principalmente colesterol para as células do corpo, ao passo que a HDL transporta principalmente fosfolipídios, e, em menor quantidade, colesterol, mas para ser eliminado no fígado pela bile.

(Disponível em: https://biocosmos.files. wordpress.com/2010/04/cell_membrane_detailed. png?w=450&h=185-Acesso em set.2016 [Adaptado])

(Disponível em: http://image.slidesharecdn.com membranaplasmatica130407172356-phpapp02/95/membrana plasmatica-11-638. jpg?cb=1365355532. Acesso em set.2016 [Adaptado])

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A LDL é às vezes chamado de “colesterol ruim”, porque o consumo elevado de colesterol pode promover a diminuição da captação das LDL pelas células, e isso pode promover o aumento da deposição desses lipídios na parede dos vasos sanguíneos, formando placas de ateroma, aterosclerose.


BIOQUÍMICA: QUAIS OS PRINCIPAIS COMPONENTES DO CORPO HUMANO?

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O uso de anabolizantes vem se tornando, a cada dia, um hábito comum, principalmente pelas pessoas que praticam esportes, para aumentar a competitividade, ajudar na cura de lesões ou simplesmente por questões estéticas. Porém, o consumo excessivo desse tipo de produto é muito perigoso e pode causar danos irreparáveis ao corpo humano. 1 – Os esteroides androgênicos anabólicos, mas conhecidos como anabolizantes, é um produto derivado principalmente da testosterona, hormônio responsável por muitas características que diferem homem e mulher. Eles atuam no crescimento celular e em tecidos do corpo, como o ósseo e o muscular. 2 – O uso de anabolizantes gera efeitos colaterais, tanto em homens e mulheres, como: aumento de acnes, queda do cabelo, distúrbios da função do fígado, tumores no fígado, explosões de ira ou comportamento agressivo, paranoia, alucinações, psicoses, coágulos de sangue, retenção de líquido no organismo, aumento da pressão arterial e risco de adquirir doenças transmissíveis (AIDS, Hepatite). 3 – No caso das mulheres, o uso de anabolizantes pode gerar características masculinas no corpo, como engrossamento da voz e surgimento de pêlos além do normal. Além disso, aumento do tamanho do clitóris, irregularidade ou interrupção das menstruações, diminuição dos seios e aumento de apetite. 4 – Nos homens, o excesso de anabolizantes pode causar aparecimento de mamas, redução dos testículos, diminuição da contagem dos espermatozóides e calvície. 5 – Em adolescentes, as consequências podem ser piores, como comprometimento do crescimento, maturação óssea acelerada, aumento da frequência e duração das ereções, desenvolvimento sexual precoce, hipervirilização, crescimento do falo (hipogonadismo ou mega-

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10 coisas que você precisa saber sobre uso de anabolizantes

lofalia), aumentos dos pelos púbicos e do corpo, além do ligeiro crescimento de barba. 6 – Esses hormônios podem ser usados clinicamente e, ocasionalmente, serem prescritos sob orientação médica para repor o hormônio deficiente em alguns homens e para ajudar pacientes aidéticos a recuperar peso. Nos casos de necessidade clínica, os pacientes são indicados a tomarem apenas doses mínimas para apenas regularizar sua disfunção. 7 – O uso das injeções de anabolizantes esteroides pode levar ao risco de infecção pelo HIV e vírus da hepatite, se as agulhas forem compartilhadas. Esteroides Anabólicos obtidos sem uma prescrição não são confiáveis, pois podem conter outras substâncias, os frascos podem não ser estéreis e, além disso, é possível que nem esteroides contenham. 8 – Usar anabolizantes, sem orientação médica, é proibido, além de ser de grande risco para a saúde. Entretanto, por aumentarem a massa muscular, estas drogas têm sido cada vez mais procuradas e utilizadas por alguns atletas para melhorar a performance física e por outras pessoas para obter uma melhor aparência muscular. 9 – Um estudo de 2007 traçou o perfil do usuário de anabolizantes no mundo. De acordo com os dados, o usuário típico não é o adolescente ou o atleta, mas o homem de cerca de 30 anos, bem educado e com renda alta, segundo um estudo publicado hoje. Foram pesquisados 2.663 homens e mulheres de 81 países, indicando que o motivo principal para o uso desses compostos é o aumento da musculatura. 10 – Muitos atletas consomem anabolizantes a fim de conseguirem uma melhora na performance dentro do esporte. Os anabolizantes, quando entram em contato com as células do tecido muscular, aumentam o tamanho dos músculos do corpo humano. Porém, isso é caracterizado Doping, e o esportista pode ser punido por isso, como já ocorreu em inúmeros casos. Dependendo da situação, o atleta pode ser banido do esporte.

Texto complementar:

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(Disponível em: http://www.endocrino.org.br/10-coisas-que-voceprecisa-saber-sobre-uso-de-anabolizantes/. Acesso em set.2016)


BIOLOGIA

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6) Os lipídios são: a) os compostos energéticos consumidos, preferencialmente, pelo organismo; b) mais abundantes na composição química dos vegetais do que nos animais; c) substâncias insolúveis na água, mas solúveis nos chamados solventes orgânicos (álcool, éter, benzeno); d) presentes como fosfolipídios no interior da célula, mas nunca na estrutura da membrana plasmática; e) compostos orgânicos formados pela polimerização de ácidos carboxílicos de cadeias pequenas em meio alcalino.

“Quando você vê as baratas nas grandes cidades, elas estão no esgoto, nas frestas. Elas estão sempre escondidas”. Por isso, as chances de ela resistir a uma grande explosão são maiores do que as de um ser humano, que habita a superfície da Terra – não à toa que, durante a Guerra Fria, abrigos nucleares eram construídos no subsolo. Outra vantagem das baratas é sua alimentação diversa. “Uma pequena quantidade de matéria orgânica é suficiente para ela se alimentar”. Não só as baratas, mas outras espécies que vivem em locais protegidos e com hábitos alimentares propícios têm maior potencial para sobreviver a uma explosão nuclear. “Desculpa se estou tirando sua ideia de que as baratas são superesistentes, mas elas não têm nada especial”, resume Rubens Oda.

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PRATICANDO

Mito ou verdade? Será que as baratas sobrevivem a uma explosão nuclear?

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Animais que vivem abrigados têm chances maiores de sobrevivência

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Você já ouviu aquela história de que, se houvesse uma guerra nuclear, apenas as baratas sobreviveriam? (...) Será que esses insetos são capazes de resistir a explosões nucleares? O professor de biologia Rubens Oda explica que os insetos compõem 90% das espécies animais do planeta Terra. “Se fosse para eu apostar em alguém para sobreviver a uma explosão nuclear, eu apostaria num inseto, não no ser humano”, comenta o professor. Mas, apesar de apostar em insetos, o professor explica que a barata não tem nenhuma capacidade especial. “A carapaça da barata é o exoesqueleto de quitina igual a de qualquer outro inseto”, explica. Ou seja, ela não tem nenhuma resistência especial à radiação, ou mesmo ao calor e ao deslocamento de ar de uma explosão nuclear. O que acontece é que ela tem algumas características que a deixariam em vantagem numa situação extrema.

(Disponível em <http://redeglobo.globo.com/globociencia/ quero-saber/noticia/2013/12/mito-ou-verdade-sera-quebaratassobrevivem-uma-explosao-nuclear.html>.Acesso em: 11/04/2015. [Adaptado])

De acordo com o texto, o exoesqueleto quitinoso das baratas, embora ofereça resistência, não conferiria necessariamente uma proteção contra os efeitos de uma explosão nuclear. Assinale a alternativa que mostra corretamente o tipo de molécula orgânica que forma esse exoesqueleto quitinoso e mais uma de suas funções. a) Polipeptídeo – Inserção da musculatura; b) Proteína – Possibilita desenvolvimento de apêndices articulados; c) Polinucleotídeo – Possibilita impregnação de cálcio nos crustáceos; d) Polissacarídeo – Proteção contra desidratação; e) Carboidrato – Produção de hemácias pela medula óssea. BIO0128

8) (UERJ) Em períodos de jejum, após se esgotarem as reservas de carboidratos, a glicose circulante a ser utilizada pelo cérebro deverá originar-se, por gliconeogênese, da seguinte fonte de carbono: a) riboses; 15

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7) Leia o trecho do texto a seguir:


BIOQUÍMICA: QUAIS OS PRINCIPAIS COMPONENTES DO CORPO HUMANO?

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5) Vitaminas

As vitaminas, nutrientes reguladores não contêm energia útil para o corpo. Em geral, elas funcionam como elos essenciais que ajudam a regular a cadeia de reações metabólicas que facilitam a liberação da energia contida nas moléculas de alimentos. Elas também ajudam a controlar o processo da síntese tecidual (construção da massa muscular). As vitaminas são moléculas orgânicas necessárias em quantidades muito pequenas em relação aos outros nutrientes, já que elas trabalham em conjunto com as enzimas e não são gastas nas reações. As vitaminas são cofatores enzimáticos. Uma parte das vitaminas é eliminada pela urina ou catabolizada pela célula e como não são fabricadas pelo organismo, têm de ser adquiridas pela alimentação. As necessidades vitamínicas de um indivíduo variam de acordo com fatores como idade, clima, atividade que desenvolve e estresse a que é submetido. A quantidade de vitaminas presente nos alimentos também não é constante, varia de acordo com a estação do ano em que a planta foi cultivada, o tipo de solo ou a forma de cozimento do alimento (a maior parte das vitaminas altera-se quando submetida ao calor, à luz, ao passar pela água ou quando na presença de certas substâncias conservantes ou saporíferas). A insuficiência de vitaminas na alimentação pode causar doenças de carência. A carência de vitaminas na dieta produz doenças graves, as avitaminoses, como o raquitismo, a nictalopia (cegueira noturna), a pelagra, diversas alterações no processo de coagulação do sangue e a esterilidade. Também a ingestão excessiva de vitaminas pode causar perturbações orgânicas, as hipervitaminoses.

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9) (PUC) Radicais livres, que se originam de reações químicas das quais estes participam, têm efeitos nocivos sobre as membranas biológicas. Agindo sobre as duplas ligações dos ácidos graxos das lipoproteínas, comprometem as funções de tais membranas. Estrutura lipoproteica, portanto, sujeita à ação danosa do oxigênio, está presente: a) somente na membrana plasmática; b) somente nas membranas mitocondriais; c) somente nas membranas plasmática e nuclear; d) somente no retículo endoplasmático e na membrana nuclear; e) em todo o sistema de membranas das células.

b) A quais das funções, citadas no texto acima, os esteroides estão relacionados? Cite um esteroide importante para uma destas funções. c) Cite um local de estocagem de lipídios em animais e um em vegetais.

b) esteroides; c) aminoácidos; d) ácidos graxos.

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10) (UNICAMP) A alimentação rica em gordura, o sedentarismo e o consumo de cigarro são hábitos presentes na sociedade atual, sendo responsáveis, em parte, pela hipertensão arterial, que, por sua vez, favorece o acúmulo de placas de gordura na parede interna das artérias, causando a aterosclerose. a) O que ocorre com o fluxo sanguíneo nas artérias em que há acúmulo de placas de gordura? Justifique. b) Em situação normal, quando o sangue bombeado pelo coração passa pelas artérias, esses vasos sofrem alterações estruturais, que permitem sua adaptação ao aumento de pressão. Explique como as artérias se alteram para se adaptar a esse aumento da pressão arterial. Que componente da parede da artéria permite essa adaptação?

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11) (UNICAMP) Os lipídios têm papel importante na estocagem de energia, estrutura de membranas celulares, visão, controle hormonal, entre outros. São exemplos de lipídios: fosfolipídios, esteroides e carotenoides. a) Como o organismo humano obtém os carotenoides? Que relação têm com a visão?

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BIOLOGIA

5.1) Vitaminas lipossolúveis

5.3) Vitaminas e minerais

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Fitoquímico combate doenças Cientistas verificaram que a união de vitaminas e minerais e dos recém-descobertos fitoquímicos são responsáveis pela prevenção do câncer e também de doenças cardíacas. Este tema foi discutido pela revista norte-americana Time. Segundo o chefe de medicina preventiva do Brigham and Women´s Hospital de Harvard, Joann Manson, muitos desses componentes são encontrados separadamente em suplementos dietéticos, mas não causam efeito, pois o segredo está na combinação de antioxidantes, fitoquímicos e fibras encontrados juntos nos alimentos. Um dos alimentos que merece destaque é o tomate, que contém o antioxidante mais poderoso, o licopeno, que é responsável pela eliminação dos radicais livres e também utilizado na prevenção de câncer na próstata e outros cânceres no trato digestivo. Há ainda o espinafre, que contém ferro e folato. O folato, além de prevenir defeitos no tubo neural dos bebês, também reduz os níveis de homocisteína no sangue, um aminoácido que irrita os vasos sanguíneos e está ligado à doenças cardíacas. Já as nozes, que apesar de serem gordurosas e muito salgadas, apresentam um tipo de gordura considerada boa, que são as monoinsaturadas e poli-insaturadas. As nozes reduzem os níveis de triglicérides no sangue e colesterol LDL (ruim), enquanto aumentam o colesterol HDL (bom), o que auxilia na prevenção de doenças cardíacas. O brócolis também é considerado uma super verdura. Ele tem fitoquímicos, como o sulforafane e o indole-3-carbinol, que podem eliminar substâncias causadoras do câncer. Nas mulheres, o indole-3-carbinol pode transformar o estrógeno associado ao câncer de mama em uma forma mais benigna. O brócolis é uma rica fonte de betacaroteno, fibras e vitamina C. A melhor maneira de liberar os nutrientes do brócolis é cozinhando levemente.

As vitaminas receberam nomes científicos, mas são vulgarmente conhecidas por letras maiúsculas ou por um termo associado à doença produzida pela carência da vitamina no organismo. A classificação geral das vitaminas é feita de acordo com sua solubilidade em água ou gordura. Algumas vitaminas são destruídas pelo calor e outras pelas exposição ao O2 do ar. Por isso, verduras e legumes devem ser consumidos crus ou cozidos em pouco tempo com pouca quantidade de água. Vegetais e frutas devem ser cortados no momento de serem servidos para evitar oxidação pelo O2 do ar.

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5.2) Vitaminas hidrossolúveis

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As vitaminas solúveis em água são absorvidas pelo intestino e transportadas pelo sistema circulatório até os tecidos em que serão utilizadas. O grau de solubilidade varia de acordo com cada vitamina e influi no caminho que essa substância percorre no organismo. Quando ingeridas em excesso, as vitaminas hidrossolúveis são armazenadas até uma quantidade limitada nos tecidos orgânicos, mas a maior parte é secretada na urina. São as vitaminas do complexo B, vitaminas C e PP.

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As vitaminas solúveis em gorduras são absorvidas no intestino humano com a ajuda de sais biliares segregados pelo fígado. O sistema linfático as transporta a diferentes partes do organismo. O corpo pode armazenar uma quantidade maior de vitaminas lipossolúveis do que de hidrossolúveis. As vitaminas A e D são armazenadas sobretudo no fígado e a E nos tecidos gordurosos e, em menor escala, nos órgãos reprodutores. O organismo consegue armazenar pouca quantidade de vitamina K. Ingeridas em excesso, algumas vitaminas lipossolúveis podem alcançar níveis tóxicos no interior do organismo. As vitaminas A, D, E e K, dissolvem-se bem em lipídios e são encontradas no leite, no queijo, no ovo, na carne e no fígado. Se consumidas em excesso, acumulam-se no organismo, como, por exemplo, no fígado, gerando problemas orgânicos por hipervitaminose.


BIOQUÍMICA: QUAIS OS PRINCIPAIS COMPONENTES DO CORPO HUMANO?

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5.4) Vitaminas e os radicais livres 5.4.1) Radicais livres

A mitocôndria precisa do oxigênio para produzir energia. Para gerá-la, ela quebra glicose em água e gás carbônico, mas escapam moléculas com um elétron só: os radicais livres. Os elétrons precisam andar em pares. Assim, os radicais roubam elétrons de outras estruturas. Um dos alvos é o DNA, nosso código genético. Essa agressão, se for constante, pode provocar o câncer. A membrana das células também está na mira dos radicais. Quando surrupiam elétrons dela, eles provocam lesões responsáveis, entre outras coisas, pelo processo de envelhecimento.

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Há ainda a aveia, cuja fibra previne o câncer de cólon. Se consumida diariamente, ela ajuda a reduzir o colesterol. A aveia contém betaglucan, uma fibra solúvel e esponjosa que remove os precursores do colesterol nos intestinos e os remove do corpo. Outro exemplo é o salmão, que se alimenta de peixes que comeram algas. Estas algas estimulam um tipo especial de gordura, conhecida como ácido graxo ômega 3. O ômega 3 impede que as plaquetas no sangue aglomerem-se e grudem nas paredes arteriais.

Como vitaminas e minerais pode cair no ENEM?

BIO0131

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É importante que se saiba fazer a leitura da tabela e que se faça a ligação com os conceitos referentes às vitaminas e sais minerais. É preciso que o estudante tenha em mente quais alimentos contêm determinados sais e vitaminas, atentando sempre ao enunciado que cobra a opção incorreta.

(UFMG) Esta tabela refere-se ao teor de minerais e vitaminas, expressos em mg por 100g de parte comestível de alguns alimentos. ALIMENTO

MINERAIS

VITAMINAS

Ca

P

Fe

A

B1

C

Abacate

13

47

0,7

20

0,07

12

Couve

203

63

1,0

650

0,20

92

Goiaba

22

26

0,7

26

0,04

218

Grão-de-bico

68

353

7,0

0

0,46

5

M

AT

Com base nos dados dessa tabela, assinale a alternativa que contém uma recomendação alimentar INADEQUADA: a) Abacate para pessoas que sofrem de beribéri; b) Couve para alguém com osteoporose e xeroftalmia; c) Goiaba para quem sofre de escorbuto; d) Grão-de-bico para pessoas anêmicas.

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Gabarito: A

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6) Em quais patologias os radicais livres estão envolvidos? Os radicais livres estão envolvidos em diversas patologias, como: Arterioesclerose: é um processo de endurecimento da parede do vaso devido a depósitos de LDL oxidadas pelos radicais livres circulantes. Os efeitos clínicos desta doença são o infarto do miocárdio, infarto cerebral, gangrena de extremidades e aneurismas de grandes vasos (dilatações patológicas que alteram a circulação, podendo romper-se e causar morte súbita); Hipóxia Temporária: a perda de suprimento sanguíneo (isquemia) devido ao fluxo arterial interrompido (por trombos ou arteriosclerose) é a causa mais comum de hipóxia. Com a falta de oxigênio, a fosforilação oxidativa diminui e a produção de ATP para ou decai. Inicia-se o processo de glicólise anaeróbia, com acúmulo de ácido lático e fosfatos inorgânicos. Quando a célula é novamente oxigenada, o oxigênio reage com esses resíduos e forma RL; Doença de Alzheimer: as pessoas portadoras deste mal possuem em seus cérebros uma proteína chamada beta-amiloide, que


BIOLOGIA

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Embora os cientistas concordem que o consumo moderado de vinho tinto possa ajudar a proteger o coração, reduzir o colesterol “ruim” e prevenir o entupimento das veias e artérias, há divergências sobre o que está por trás desses benefícios. Recentemente, um grupo de cientistas tentou descobrir por que o vinho tinto caseiro feito no Uruguai é tão saudável e chegou a sequenciar o código genético da uva Tannat, usado na produção do vinho. Os especialistas identificaram uma alta quantidade de procianidina, uma classe de flavonoide, compostos químicos encontrados em frutas, vegetais, chás, cereais, cacau e soja com benefícios antioxidantes e para prevenção ao câncer que vêm sendo estudados há anos. Roger Corder, professor de terapias experimentais da Universidade Queen Mary, de Londres, é autor do livro The Red Wine Diet (A Dieta do Vinho Tinto, em tradução livre) e esteve por trás do estudo que pesquisou o vinho tinto uruguaio. Ele confirma que a uva Tannat contém um nível três ou quatro vezes maior de procianidinas do que a uva Cabernet Sauvignon. O pesquisador diz que estes compostos, aliados aos taninos (que combatem o envelhecimento das células e também são encontrados no vinho) seriam os grandes responsáveis pelos efeitos positivos do vinho tinto sobre a saúde.

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Texto complementar:

Mito ou realidade: vinho tinto faz bem à saúde?

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Há alguns, anos, se divulga que uma dose moderada de vinho tinto todos os dias faz bem à saúde. Não só para combater o câncer, mas também para reduzir o colesterol e evitar coágulos nos vasos sanguíneos. Mas estudos recentes questionam as evidências destes benefícios e apontam que eles podem estar restritos a vinhos caseiros ou fabricados seguindo um modo de produção tradicional.

Resveratrol

Outros cientistas apontam para o papel do resveratrol, um composto encontrado na casca das uvas vermelhas. Saudado durante muitos anos como uma espécie de substância milagrosa, o resveratrol é um composto que, segundo os cientistas, poderia retardar o envelhecimento e combater o câncer e a obesidade. Até o momento, estudos feitos em laboratório revelaram resultados animadores em testes com camundongos, mas ainda não foram encontradas evidências sobre a eficiência do composto em humanos. Na Universidade de Leicester, na Inglaterra, testes com ratos indicaram que dois copos de vinho por dia podem reduzir a incidência de tumores nos intestinos – e o cientistas estudam 19

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se fragmenta espontaneamente, liberando grãos de ferro de sua estrutura. O ferro propicia a reação de Fenton com o peróxido que “escapa” das defesas endógenas do organismo, criando o radical livre hidroxila, molécula capaz de destruir neurônios. Em geral, esta doença torna-se clinicamente evidente com o comprometimento da função intelectual, alterações de humor e comportamento, perda da memória, sendo que em 5 ou 10 anos o paciente encontra-se profundamente incapacitado, mudo e imóvel; Diabetes: a retinopatia diabética é a degeneração retiniana devido à peroxidação de lipídios da retina pelos RL (os radicais livres têm ação degenerativa favorecida pelos problemas de microcirculação que a hiperglicemia induz nos pacientes diabéticos). Isto acontece também porque o olho é muito sensível a agressões, possuindo duas características importantes: metabolismo que reúne condições de originar RL e grande abundância de membranas para peroxidação; Cancerologia: o efeito carcinogênico dos radicais livres resulta do poder oxidante que eles exercem sobre as cadeias de DNA (mutagênese), sobre as proteínas (disfunção enzimática) e sobre os ácidos graxos polinsaturados (certos produtos da peroxidação de lipídios teriam uma ação carcinogênica direta). As vitaminas A, C e E são essenciais em uma boa alimentação, pois entre outros benefícios são ótimos antioxidantes, combatendo os radicais livres.


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cientista, reforçando a necessidade do consumo moderado. “É muito difícil dizer que o vinho é uma bebida saudável quando as pessoas consomem muito álcool, na hora errada do dia e sem comer”.

Câncer

Para Emma Smith, do Cancer Research UK, centro britânico de pesquisas para o câncer, é um erro tomar vinho tinto achando que isto fará bem à saúde. “O vinho tinto contém uma quantidade muito pequena de resveratrol e as pessoas não deveriam beber vinho com a intenção de obter benefícios para a saúde”, diz. Ela ressalta que tradicionalmente o álcool tem uma ligação negativa com o câncer. “É importante relembrar que, mesmo em quantias moderadas, o álcool aumenta o risco de vários tipos de câncer e estima-se que seja a causa de cerca de 12.500 casos de câncer na Grã-Bretanha todos os anos”.

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maneiras de desenvolver o resveratrol como um composto isolado, para ser ingerido individualmente como uma droga para prevenir o câncer. Entretanto, para Roger Corder, da Universidade Queen Mary, de Londres, há pouca evidência sobre a importância do resveratrol. “É um mito que o resveratrol tenha qualquer coisa a ver com os benefícios do vinho tinto à saúde. A maioria dos vinhos tintos contém quantidades insignificantes de resveratrol e aqueles que possuem um pouco não contêm o suficiente para fazer qualquer efeito”, diz. Ele diz que são as sementes, e não a casca da uva, que contêm o segredo do vinho tinto. Quando as uvas são fermentadas por diversas semanas ou mais, as sementes podem liberar flavonoides que evoluem como moléculas mais complexas. Mas a má notícia é que isso não acontece com todos os vinhos, diz o cientista, sugerindo que os grandes benefícios da bebida podem ser restritos a um modo de produção mais tradicional – semelhante ao vinho tinto caseiro uruguaio. “A maior parte dos vinhos modernos não usa esta técnica durante a fabricação”, afirma o Uso no corpo

Deficiências

Principais fontes

Necessária para o crescimento normal e para o funcionamento dos olhos, do nariz, da boca, dos ouvidos e dos pulmões. Previne resfriados e várias infecções. Evita a cegueira noturna.

Cegueira noturna, xeroftalmia, “olhos secos” em crianças, cegueira total.

Vegetais amarelos (cenoura, abóbora, batata doce, milho), pêssego, nectarina, abricó, gema de ovo, manteiga, fígado.

B2 (riboflavina)

Auxilia a oxidação dos alimentos. Essencial à respiração celular. Mantém a tonalidade saudável da pele. Atua na coordenação motora.

Ruptura da mucosa da boca, dos lábios, da língua e das bochechas.

Vegetais de folhas (couve, repolho, espinafre), carnes, ovos, fígado, leite, fermento de padaria.

B1 (tiamina)

Auxilia na oxidação dos carboidratos, estimula o apetite. Mantém o tônus muscular e o bom funcionamento do sistema nervoso. Previne o beribéri.

Perda de apetite, fadiga muscular, nervosismo, beribéri.

Cereais na forma integral e pães, feijão, fígado, carne de porco, ovos, fermento de padaria, vegetais de folhas.

B3 (niacina)

Mantém o tônus nervoso e muscular e o bom funcionamento do aparelho digestivo. Previne a pelagra.

Inércia e falta de energia, nervosismo extremo, distúbios digestivos, pelagra.

Levedo de cerveja, carnes magras, ovos, fígado, leite.

B6 (piridoxina)

Auxilia a oxidação dos alimentos. Mantém a pele saudável.

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Vitaminas

A (vitamina da visão)

C

Doença da pele, distúbios Levedo de cerveja, cerais integrais, fígado, nervosos, inércia e extrema apatia. carnes magras, peixe.

Auxilia a oxidação dos alimentos. Mantém a pele Inércia e fadiga (adultos). Insônia e saudável, previne infecções. Mantém a integridade nervosismo em crianças, sangramento dos vasos sanguíneos e a saúde dos dentes. das gengivas, dores nas juntas, Previne o escorbuto. escorbuto.

Frutas cítricas, tomate, vegetais de folha, pimentão.

Atua no metabolismo do cálcio e o do fósforo. Mantém os ossos e os dentes em bom estado. Previne o raquitismo.

Problemas nos dentes, ossos fracos, contribui para os sintomas da artrite, raquitismo, dores nas juntas, escorbuto.

Óleo de fígado de bacalhau, fígado, gema de ovo.

E

Promove a fertilidade. Previne o aborto. Atua no sistema nervoso involuntário, no sistema muscular e nos músculos involuntários.

Esterilidade do macho, aborto, sangramento das gengivas, dores nas juntas, escorbuto.

Óleo de germe de trigo, carnes magras, laticínios, alface, óleo de amendoim.

K

Atua na coagulação do sangue. Previne hemorragias.

Hemorragias.

Vegetais verdes, tomate, castanha.

M

D*

EM1BIO01

(Disponível em: http://www.bbc.com/portuguese/ noticias/2013/09/130910_vinho_tinto_mito_realidade_jp Acesso em set.2016)

*A vitamina D não é encontrada pronta na maioria dos alimentos; estes contêm, em geral, um precursor que se transforma na vitamina quando exposto aos raios ultravioleta da luz solar.

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BIOLOGIA Nome

Solubilidade

Ação

Retinol

gordura

Crescimento / visão / hormônios

Tiamina

água

B2

Riboflavina

água

B5

Ácido pantotênico

água

B6

Pirodoxina

água

B11

Ácido fólico

água

B12

Cianobobalamina

água

B

C

Ácido ascórbido

D

*

E

Calciferol Tocoferol

**

Biotina

K

**

Naftoquinona

PP

**

Nicotinamida (Niacina)

PRATICANDO

Ácido nucleico / glóbulos vermelhos Células vermelhas do sangue / DNA

Resistência / estresse / absorção de ferro Retenção de cálcio e fósforo

gordura

Esterilidade / mucosa / digestão de gorduras

gordura

Pele / metabolismo de glicídios e proteínas

gordura

Coagulação / vasos / fígado

água

Aproveitamento da energia dos alimentos

ER IA L

AT

Hemácias / proteínas / sistema nervoso central

gordura

12) (PUC) Associe as vitaminas apresentadas na coluna A, aos males causados pela deficiência dessas substâncias relacionados na coluna B. Coluna A Colune B 1 – vitamina C ( ) Escorbuto 2 – vitamina A ( ) Hemorragia 3 – vitamina D ( ) Cegueira Noturna 4 – vitamina K ( ) Raquitismo A sequência correta nos parênteses, de cima para baixo, é: a) 1, 2, 3, 4; b) 1, 4, 2, 3; c) 2, 3, 4, 1; d) 3, 4, 1, 2; e) 4, 3, 2, 1. BIO0132

13) Osteoporose afeta 25% das mulheres na

M

Mucosa / olhos / cicatrização

Energia / sistema nervoso central

DE A

H

água

Nervos / crescimento / tecidos

menopausa. (Folha de S. Paulo, 17-09-95)

Para prevenção da osteoporose, recomendam-se, entre outras medidas, caminhadas e sol. Esse tratamento preventivo leva o organismo a produzir:

*Produzida no organismo a partir do ergosterol ** Produzida ou sintetizada no intestino

a) estrogênios, que reduzem a atividade osteoclástica dos ossos; b) estrogênios, que são necessários para uma maior absorção de cálcio e de fosfato nos ossos; c) vitamina A, que é o radical prostético de enzimas que atuam na absorção de cálcio e fósforo; d) vitamina C, necessária nos processos de cicatrização das fraturas, por aumentar a atividade osteoblástica dos ossos; e) vitamina D, que aumenta a absorção do cálcio pelo intestino. 14) (UERJ)

Megadoses de desconfiança Utilização de tratamentos alternativos e práticas de terapia ortomolecular provocam polêmica entre médicos. (Época, 14/09/98)

Algumas vitaminas, entre elas o ácido ascórbico e o tocoferol ou vitamina E, são preconizadas em doses elevadas pelos defensores da chamada medicina ortomolecular, com o objetivo de prevenir uma série de doenças provocadas, segundo eles, por um acúmulo de radicais livres no organismo.

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EM1BIO01

B1

LI SE

Subgrupo

A

Grupo


BIOQUÍMICA: QUAIS OS PRINCIPAIS COMPONENTES DO CORPO HUMANO?

ER IA L

LI SE

DE A

15) (UFF) A vitamina K – vitamina lipossolúvel descoberta em 1939 – é uma vitamina: a) que, como todas as vitaminas lipossolúveis, deve ser ingerida em grandes quantidades, por ser considerada substrato energético importante para as nossas células; b) importante para a síntese de rodopsina, e sua carência resulta em maior dificuldade de adaptação a ambientes mal-iluminados; c) que participa ativamente da absorção intestinal do cálcio e da sua fixação nos ossos e dentes; d) que participa ativamente da síntese do colágeno e sua carência provoca escorbuto; e) essencial para a formação da protrombina e de alguns outros fatores envolvidos na coagulação sanguínea.

dentária, de osteoporose e de hemorragias constantes através de sangramentos nasais. Verificaram a ocorrência de carência de alguns íons minerais e, para suprir tais deficiências, apresentaram as propostas seguintes. Proposta I – distribuição de leite e derivado; Proposta II – adicionar flúor à água que abastece a cidade; Proposta III – adicionar iodo ao sal consumido na cidade, nos termos da legislação vigente; Proposta IV – incentivar os habitantes a utilizar panelas de ferro na preparação dos alimentos; Proposta V – incrementar o consumo de frutas e verduras. Diante destas propostas, responda: a) Qual delas traria maior benefício à população no combate à anemia? Justifique. b) Qual proposta que, pelo seu principal componente iônico, poderia reduzir, também, os altos índices de cáries dentárias, de osteoporose e de hemorragias? Por quê?

A utilização com essa finalidade está baseada na seguinte propriedade química dos compostos citados: a) oxidante; c) detergente; b) redutora; d) emulsionante.

M

AT

16) (UERJ) Um médico holandês observou, no final do século XIX, que galinhas alimentadas com arroz polido, ou descascado, apresentavam os sintomas de uma doença conhecida como beribéri, que era curada com a ingestão da película, ou casca, retirada dos grãos do arroz. A substância necessária em pequenas quantidades na dieta para evitar o beribéri é a vitamina denominada: a) E; c) B; b) C; d) A.

EM1BIO01

APROFUNDANDO

17) Os médicos de uma cidade do interior do Estado de São Paulo, ao avaliarem a situação da saúde de seus habitantes, detectaram altos índices de anemia, de bócio, de cárie

22

BIO0126

18) (UFRJ) É muito comum que mulheres apresentem um quadro de anemia durante a gravidez. As mulheres anêmicas queixam-se de cansaço constante, além de uma acentuada falta de ar. Essa condição, em geral, pode ser tratada por meio da ingestão de sais de ferro ou de uma dieta rica em ferro. Explique de que forma a dose extra de ferro alivia os sintomas de falta de ar. 19) (ENEM) A perda de pelos foi uma adaptação às mudanças ambientais, que forçaram nossos ancestrais a deixar a vida sedentária e viajar enormes distâncias à procura de água e comida. Junto com o surgimento de membros mais alongados e com a substituição de glândulas apócrinas (produtoras de suor oleoso e de lenta evaporação) por glândulas écrinas (suor aquoso e de rápida evaporação), a menor quantidade de pelos teria favorecido a manutenção de uma temperatura corporal saudável nos trópicos castigados por calor sufocante, em que viveram nossos ancestrais. (Scientific American. Brasil, mar. 2010 [adaptado].)


BIOLOGIA

LI SE

d) Carlos é deficiente na produção de lactase e João é deficiente na produção de insulina; e) Carlos é deficiente na produção de lactase, mas João não o é. 21) (PUC) Analise as afirmações sobre avitaminoses ou doenças de carência, que são formas de estados mórbidos, ou seja, são doenças causadas pela carência de uma ou mais vitaminas no organismo: I) O escorbuto é uma doença que se instala pela falta de Vitamina D; II) O raquitismo é uma doença que surge pela falta de Vitamina C; III) A xeroftalmia, que pode levar à cegueira, é consequência da falta de Vitamina A; IV) O beribéri é causado pela falta de vitamina do Complexo B. Estão corretas as afirmações: a) apenas I, II e III; b) I, II, III e IV; c) apenas I e II; d) apenas II e III; e) apenas III e IV.

DE A

De que maneira o tamanho dos membros humanos poderia estar associado à regulação da temperatura corporal: a) Membros mais curtos desenvolvem mais o panículo adiposo, sendo capazas de reter maior quantidade de calor; b) Membros mais longos possuem pele mais fina e com menos pelos, facilitando a perda de maior quantidade de calor; c) Membros mais longos têm maior massa muscular, capazes de produzir e dissipar maior quantidade de calor; d) Membros mais longos apresentam maior relação superfície/volume, facilitando a perda de maior quantidade de calor; e) Membros mais curtos têm ossos mais espessos, que protegem vasos sanguíneos contra perda de calor.

ER IA L

20) (FGV) João e seu amigo Carlos tomaram, cada um deles, dois copos de caldo de cana, ou garapa. Passados trinta minutos, pode-se detectar um aumento considerável na concentração sanguínea de glicose em ambos, mas a glicemia dos dois voltou ao normal algumas horas depois. Após 3 dias, os amigos tomaram, cada um, dois copos de leite, sem adição de açúcar. Trinta minutos depois, notou-se uma elevação na glicemia de João em relação à de Carlos.

a) Que vegetais poderiam estar expostos nas bancas correspondentes às vitaminas A e C indicadas pelas placas, em substituição às pastilhas, comprimidos e cápsulas? 23

EM1BIO01

M

AT

Carlos, contudo, seis horas após ter bebido o leite, apresentou excesso de gases, dores abdominais e fezes diarreicas. Sobre esses amigos, podemos dizer que: a) Carlos e João são deficientes na produção de insulina e Carlos também é deficiente na produção de lactase; b) Carlos e João são deficientes na produção de lactase e João também é deficiente na produção de insulina; c) João é deficiente na produção de insulina, mas Carlos não é;

22) Na charge a seguir, extraída da Revista Saúde (fevereiro de 1996, p. 130, Seção Humor Spacca), encontram-se à venda, em forma de pastilhas, de comprimidos e de cápsulas, vitaminas extraídas de vegetais.


23) O ovo é um recipiente biológico perfeito que contém material orgânico e inorgânico em sua constituição. Um de seus componentes é a clara ou albúmen, formada predominantemente por água e também por proteínas. Caso a galinha se reproduza antes da liberação do óvulo ocorrerá a formação de um embrião no interior do ovo. Porém, para que este se desenvolva é necessária uma transferência de calor, que ocorre durante o período em que essas aves chocam os ovos.

No quadrinho apresentado, Calvin nos chama a atenção para a grande quantidade de água presente em nosso organismo. Cite três justificativas para as altas taxas de água encontradas nas células.

DE A

(Disponível em: <http://super.abril.com.br>. Acesso em 21 abr. 2015. [Adaptado])

b) Que distúrbios orgânicos podem ser evitados pela ingestão de alimentos ricos em vitaminas B1 e K?

LI SE

BIOQUÍMICA: QUAIS OS PRINCIPAIS COMPONENTES DO CORPO HUMANO?

ER IA L

Caso a galinha saia do ninho temporariamente durante esse período, o desenvolvimento do embrião não cessará em virtude da água no interior do ovo: a) diluir substâncias tóxicas; b) ser um solvente universal; c) possuir um alto calor específico; d) participar de reações de hidrólise; e) apresentar elevado valor nutricional.

EM1BIO01

M

AT

24) Uma criança passeando com seus pais na beira da lagoa reparou que havia vários insetos caminhando sobre a superfície da água. Eles não afundavam, porque: a) as patas dos insetos estabelecem uma reação hidrofóbica; b) a água é uma substância apolar e forma uma reação química com a superfície das patas dos insetos; c) as pontes de hidrogênio são extremamente instáveis, tornando-se uma superfície sólida para os insetos; d) as patas dos insetos estabelecem uma reação hidrofílica; e) a tensão superficial da água consegue suportar o peso do inseto. 25) No quadrinho apresentado, Calvin nos chama a atenção para a grande quantidade de água presente em nosso organismo.

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26) As gorduras, para serem utilizadas no metabolismo energético, sofrem as transformações indicadas no esquema a seguir: gorduras

ácidos graxos + glicerol

acetil – coenzima A A acetil-coenzima A, por sua vez: a) sofre as reações da glicólise, convertendo-se em piruvato que se acumula nos músculos; b) sofre as reações do ciclo de Krebs e da cadeia respiratória, convertendo-se em gás carbônico e água; c) transforma-se em ácido lático, que se acumula nos músculos, causando a fadiga muscular; d) transforma-se em glicogênio, que fica armazenado nos músculos e no fígado; e) é transportada até os lisossomos onde é hidrolisada.


BIOLOGIA

LI SE

DESAFIANDO

DE A

27) Com base no conhecimento da importância do nitrogênio, potássio e fósforo, NPK, na produtividade primária do planeta e nas repercussões negativas para a natureza pelo mau uso desses nutrientes, é correto afirmar: a) O nitrogênio e o potássio são nutrientes recicláveis, enquanto o fósforo não apresenta a capacidade de reciclo realizado pelos decompositores; b) A necessidade dos vegetais em retirar os nutrientes orgânicos do solo faz da fertilização com NPK uma condição importante na realização da fotossíntese pelas plantas; c) A sustentabilidade do planeta só estará ameaçada no final do século XXI por causa do uso exagerado de micronutrientes por uma agricultura que continuará aumentando sua produção, sem qualquer limite ou controle; d) A capacidade de suporte da natureza depende, dentre outros fatores, da capacidade de produção de alimentos, que, por sua vez, é dependente da disponibilidade de determinados nutrientes inorgânicos encontrados no planeta; e) O nitrogênio, o fósforo e o potássio são micronutrientes essenciais para a produção primária e, consequentemente, essenciais para a manutenção do fluxo bidirecional de energia e matéria ao longo das cadeias tróficas dos ecossistemas.

AT

ER IA L

28) A anemia é uma doença que atinge inúmeras pessoas em todo o mundo, mesmo em países desenvolvidos, trazendo fadigas e diminuição do desempenho físico e cognitivo. O esquema a seguir destaca alguns fatores envolvidos direta ou indiretamente na eritropoiese. No esquema (eritropoietina) é um hormônio produzido e liberado em resposta a baixos teores de oxigênio no sangue que passa pelos rins.

25

EM1BIO01

M

De acordo com o esquema e seus conhecimentos sobre o assunto, assinale a afirmativa INCORRETA: a) Uma das vitaminas mostradas acima é necessária para a síntese de e sua deficiência tem profundo efeito na eritropoiese; b) A anemia perniciosa surge em consequência de deficiência de uma vitamina necessária para a absorção de ferro pelo organismo; c) Doença renal crônica pode acarretar anemia, que pode ser corrigida pela administração de recombinante; d) Três dos fatores mostrados anteriormente estão envolvidos com a síntese do grupo prostético da hemoglobina.


PESQUISANDO

LI SE

BIOQUÍMICA: QUAIS OS PRINCIPAIS COMPONENTES DO CORPO HUMANO?

“Você é aquilo que come” Esse é um velho ditado. Exagerado ou não, é fato que a alimentação tem papel crucial na nossa vida. É importante fazer exercícios, seja por questões estéticas ou de saúde. Porém, sem uma alimentação adequada, será difícil alcançar seus objetivos.

RESUMINDO

DE A

Pesquise e monte uma dieta semanal adequada para manter-se saudável em todos os aspectos. O que você deve colocar no seu prato?

• Os seres vivos possuem em sua composição química substâncias inorgânicas, água e sais minerais, e orgânicas, glicídios, lipídios, proteínas, vitaminas e ácidos nucleicos; • A água é a substância mais abundante no corpo humano, chegando a alcançar 92% nos cérebros enquanto embrião;

ER IA L

• Os sais minerais são adquiridos através da alimentação e todos são importantes. A carência de sais específicos gera problemas de saúde. Destaque especial para o cálcio, componente importante para os ossos e os dentes; o fósforo, na processo de transferência interna de energia; e o potássio, para a atividade neural e muscular; • Os carboidratos (glicídios) são os principais fornecedores de energia, presentes principalmente em massas e açúcares. Destaque para a glicose, o principal composto utilizado como fonte de energia no nosso corpo;

AT

• Os lipídios popularmente são conhecidos como as gorduras. Destaque para os triglicerídeos que funcionam como reserva alimentar, isolante térmico, proteção contra choques e compõem a estrutura da membrana celular. O colesterol é um esteroide e compõe a membrana celular. O excesso de colesterol no sangue provoca entupimento das artérias, o que pode acarretar em uma doença cardiovascular, a principal causa-morte no mundo hoje. Os esteroides anabolizantes são substâncias sintéticas e facilitam o crescimento muscular. Por isso, muitas pessoas fazem uso dessas substâncias, às vezes, até sem acompanhamento médio;

EM1BIO01

M

• As vitaminas são nutrientes reguladores que facilitam o funcionamento dos processos internos do corpo. Destaque para a vitamina A, essencial para a visão; C, mantém a integridade dos vasos sanguíneos; D, ajuda no bom estado de ossos e dentes; e K, que previne hemorragias. As vitaminas A, C e E são excelentes antioxidantes, pois evitam o acúmulo de radicais livres, estes estão entre os responsáveis pelo desenvolvimento de câncer.

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M

AT ER IA L DE A NÁ

LI SE

ESPANHOL 1o ANO


LI SE

Direção Executiva: Fabio Benites

DE A

Diagramação, Ilustração de capa e Projeto Gráfico: Alan Giles Dominique Coutinho Erlon Pedro Pereira

Gestão Editorial: Maria Izadora Zarro

M

AT

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Irium Editora Ltda Rua Desembargador Izidro, no 114 Tijuca - RJ CEP: 20521-160 Fone: (21) 2560-1349 www.irium.com.br

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ER IA L

DE A

LI SE

¿LOS PRONOMBRES PERSONALES: CUÁL ES LA IMPORTANCIA?

Objetivos de aprendizaje: • Diferenciar os artigos definidos e indefinidos; • Compreender as contrações; • Entender os pronomes pessoais;

AT

• Aprender a conjugar dos verbos ser e estar no Presente do Indicativo;

M

• Identificar alguns adjetivos.

(Disponível em: http://www.istockphoto. com/. Acesso em jul.2016)


¿LOS PRONOMBRES PERSONALES: CUÁL ES LA IMPORTANCIA?

LI SE

¿Cuál es la importancia de los pronombres personales ?

DE A

¡Hola amigos! Vamos a empezar el Español hablando primeramente de los pronombres personales, mejor dicho, sujetos. Ellos son muy parecidos al Portugués, así como los artículos que vamos a conocer a seguir. Los artículos, sus contracciones y la conjugación de los verbos ser y estar en el Presente de Indicativo también son temas de nuestro caderno. ¿Entonces, tu estás preparado? Lea la viñeta abajo y se atente para los pronombres sujetos hablados por Mafalda.

ER IA L

(Disponível em: http://www.taringa.net/post/info/18103032/Quino-Extrano-dibujar.html. Acesso em jul.2016))

1) Los artículos

Entonces, ¿ya conoces a los artículos? Por supuesto que ya has visto, pero solamente en Portugués. Ahora vamos a conocerlos en Español y vamos a empezar por los artículos determinados.

1.1) Los artículos determinados

M

AT

Los artículos son utilizados para acompañar los sustantivos y puede darse de forma femenina, masculina y en plural cuando tratarse de más de una cosa. ¿Vamos a ver sus formas?

EM1ESP01

El – Para singular masculino El niño está enfermo. La – Para singular femenino La chica es muy guapa.

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Los - Para plural masculino Los padres van a salir de vacaciones. Las - Para plural femenino Las mujeres van a viajar. Tal y como ya explicado anteriormente, los artículos concuerdan en género y número con el sustantivo al que acompañan. En algunas situaciones, el sustantivo ya ha sido mencionado previamente y se omite para evitar repeticiones inútiles, siendo suficiente la referencia del artículo acompañado de algunas de las palabras que normalmente acompañan al sustantivo (adjetivos, posesivos, etc.) o de la construcción de + sustantivo. Mira a los ejemplos: –– ¿Qué camisa quieres? –– La roja. –– Dame esas gafas, por favor. –– Éstas no son las tuyas, son las mías.


ESPANHOL

b) Valor demostrativo neutro = Lo + que Ej.: Lo que me habías dicho era verdad. No encontró lo que buscaba. (Lo que = Aquello que)

2) Completa las siguientes frases con el, la, los, las, el o del: a) ________ águilas son aves; b) Montevideo es ________ capital de Uruguay; c) Queremos ver ________ jefe de estudios; d) Voltaré ________ cine a las siete.

Además estos artículos, tenemos también el artículo neutro Lo que es usado basicamente en estas situaciones: a) Sustantiva los adjetivos Ej.: Lo ideal es que los hijos estean seguros. Lo importante es que digas la verdad.

cer ________ mal, ________ falso testimonio, y ________ sembrar ________ discordia entre hermanos.” (Pv. 6.16-19). c) “ ________ ganancias del bueno hacen progresar ________ causa de ________ justicia.” (Pv. 10.16).

LI SE

–– ¿Quién es Pedro? –– El chico de la derecha, el de la camisa verde.

3) La frase que se completa con el artículo la es: a) Ha puesto el coche en ________ garaje. b) Necesitamos cruzar ________ puente. c) ________ legumbre es saludable. d) ________ día está maravilloso.

DE A

c) Acompañado de adverbio Ej.: La paz es lo más valioso sentimiento. No me di cuenta de lo rápido que pasó este año.

e) A veces acompañado de preposiciones Ej.: Ella siempre hace lo de siempre. Lo de Carlos es caso perdido.

ER IA L

¡OJO!

AT

El artículo lo se usa para referirnos a conceptos abstractos y viene solamente acompañado de adjetivos, adverbios o participios para que sean convertidos en un sustantivo abstracto. Así, tienes que prestar atención porque el artículo neutro nunca va acompañado de sustantivos.

PRACTICANDO

M

1) Completa con el artículo determinado: a) “Dichoso ____________ hombre que tiene hijos sabios; infeliz ______________ madre del rebelde.” (Pv. 10.1). b) “Hay seis cosas que ________ Señor (Dios) detesta, mejor dicho, siete: ________ altivez, ________ mentira, ________ homicidio, ________ planes perversos, ________ empeño en ha-

1.2) Los artículos indeterminados Los artículos indeterminados en español tienen el mismo uso que portugués. Veamos. Mi padre he comprado un coche nuevo. Las chicas estudian en una buena escuela. Unos ladrones asaltaron el banco. Mi novio me dio unas flores. Masculino Femenino Neutro

Singular el/un la/una lo

Plural los/unos las/unas

PRACTICANDO 4) Completa con los artículos indeterminados: a) He traído ________ caramelos para los niños. b) ¿Me puedes dar ________ lápiz? c) Yo tomaré ________ cerveza y ________ patatas fritas. d) Tropecé con ________ piedra.

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d) Acompañado de participio Ej.: Siento mucho lo ocurrido. Esto es más comum de lo pensado.


¿LOS PRONOMBRES PERSONALES: CUÁL ES LA IMPORTANCIA?

Ejemplos: Yo voy al cine. Este juego es del niño.

DE A

Así como en portugués, en español también hay las contracciones de los artículos cuando vienen acompañados de las preposiciones de y a. Veamos: de + el = del a + el = al

Tenemos que saber que sólo existen estas contracciones en español. Las otras expresiones con preposición + artículo se escriben separadas: en el, en la, de la, a la, por el, por la etc.

ER IA L

PRACTICANDO

5) Completa con las preposiciones correctas: a) Mi abuela viene ________ iglesia. b) Yo tengo que ir ________ banco. c) Los soldados responden ___________ llamado ________ general. d) ¿Vamos ________ playa?

M

AT

(UERJ)

EM1ESP01

El muralismo latinoamericano El muralismo, el más antiguo en la expresión del hombre, siempre buscó dialogar reteniendo 4

LI SE

1.3) Contracciones del artículo determinado

pasajes históricos, relatando fábulas, reviviendo hechos y fantasías para cuestionar y confrontar los pensamientos y los sentidos. Los maestros muralistas estaban convencidos que la principal función del muralismo no era decorativa, sino comunicacional. (...) Los muralistas entienden que los problemas de las naciones giran alrededor de la invasión de las culturas dominantes y del exacerbado individualismo que llevó al artista a perder el compromiso con el pueblo y a dedicarse a hacer arte para el mercado o para pequeños grupos de entendidos. Un arte público y social como el muralismo rescata los valores nacionales, crea conciencia de grupo y proyecta un compromiso de nación para construir entre todos. Esto se comprueba con el surgimiento de grupos muralistas donde no existe un líder determinado, sino que las obras son realizadas colectivamente (...).

e) Vendré con ________ amiga mía y con ________ de mis hermanas. f) Me ha hecho ________ regalo muy bonito. g) Quiero comprarme ________ falda a cuadros.

(Disponível em: DEL VITTO, Cristian. http://www. minotaurodigital.net. Acesso em jul.2016)

6) El Sub-comandante Marcos y Emiliano Zapata son los dos líderes mexicanos de movimientos populares que se ve en el mural presentado en la foto. El fragmento del texto que justifica el origen de essa clase de pintura es: a) “El muralismo (...) siempre buscó dialogar reteniendo pasajes históricos, relatando fábulas, reviviendo hechos y fantasías”. b) “Los muralistas entienden que los problemas de las naciones giran alrededor de la invasión de las culturas dominantes”. c) “del exacerbado individualismo que llevó al artista a perder el compromiso con el pueblo y a dedicarse a hacer arte para el mercado”. d) “el surgimiento de grupos muralistas donde no existe un líder determinado,”. 7) Según el texto, se puede comprender la función principal del arte muralista como la de: a) representar el arte oficial. b) borrar la historia de una nación. c) expresar la visón de un individuo. d) apoyar un sentimiento de grupo.


ESPANHOL

¿Y a los pronombres personales ya conoces? Entonces, vamos a conocerlos ahora: 1a p.s. – yo 2 p.s. – tú a

3a p.s. – él/ella/usted 2a p.pl. – vosotros (as) 3a p.pl – ellos/ellas/ustedes

PRACTICANDO

8) Rellena los huecos con un pronombre sujeto: Al perderte ________ a ti, ________ y ________ hemos perdido:________ porque ________ eras lo que ________ más amaba y ________ porque ________ era el que te amaba más. Pero de _____________ dos ________ pierdes más que ________ : porque ________ podré amar a otras como te amaba a ti pero a ti no te amarán como te amaba ________ .

1a p.pl. – nosotros (as)

¿Cómo se llama usted? ¿Dónde vive usted? ¿Cómo están ustedes?

LI SE

2) Pronombres personales

DE A

Los pronombres personales yo, tú, él/ella, usted, nosotros (as), vosotros (as), ellos (as), ustedes, como sujeto, muchas veces no son empleados explícitamente en la frase. Omitirlos es lo más común. Se puede encontrarlos en los siguientes casos: a) cuando se enfatiza la persona: ¡Yo no me llamo Carlos, me llamo Roberto!

c) cuando se establece contraste entre dos personas: Ellas son ingenieras, nosotras arquitectas.

2.1) Formalidad e Informalidad

M

AT

Informalidad – Empleamos el tratamiento informal cuando nos referimos a la(s) persona(s) con quien hablamos por la 2a persona (tú o vosotros[as]). ¿Cómo te llamas? ¿Dónde vives? ¿Cómo estáis? Formalidad – Empleamos el tratamiento formal cuando nos referimos a la(s) persona(s) con quien hablamos por la 3a persona (usted o ustedes). Existe la excepción de América, donde ustedes también se emplea informalmente.

En español, así como en Brasil, tenemos verbos regulares e irregulares. En este momento, vamos a ver la conjugación de los verbos ser y estar en el Presente de Indicativo: yo tú él/ella/usted nosotros (as) vosotros (as) ellos (as) / ustedes

Ser

Estar

Soy Eres Es Somos Sois Son

Estoy Estás Está Estamos Estáis Están

PRACTICANDO 9) “...serás siempre el ángel de mis sueños.” El Presente de Indicativo de lo subrayado es: a) eres; b) es; c) sois; d) seas.

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EM1ESP01

ER IA L

b) cuando se quiere evitar equívocos, en el uso de la tercera persona (Ud./él/ella): ¿Dónde vive usted? ¿Dónde vive ella?

3) Verbos irregulares en el presente de Indicativo


¿LOS PRONOMBRES PERSONALES: CUÁL ES LA IMPORTANCIA?

El buen juguete

Hay sin duda que gustan más que otros y que llegan a hacerse de un sitio insustituible en el __________________ de los recuerdos, esa __________________ de íntimos trebejos que resiste todo intento del __________________ o la madre por depurarlo, por nutrirlo de __________________ nuevos en lugar de los __________________. ¿Qué __________________ no se ha separado com nostalgia de su __________________ favorita? ¿Cuántos hombres no han deseado para sus hijos __________________ el mismo juguete que una vez les quitó a ellos el __________________ y el sosiego? Todos hemos concebido alguna vez el___________ a la medida de un muñeco de __________ , un soldadito de __________________ o un tren __________________ . También hemos aprendido, __________________ , a amar y a vivir. Y en cada __________________ ha quedado atesorado un __________________ de emociones y __________________ , esas que sólo los niños saben hacer __________________ . Nada en el __________________ es superfluo ni intrascendente. Jugar es adiestrarse para la __________________, es asomarse al universo y tomarlo en las __________________desde que se está en la __________________.

ER IA L

DE A

¡Hey! ¿Cómo te describes a ti mismo? ¿No lo sabes en Español? Entonces, vamos a conocer algunos adjetivos e sus antónimos para que lo consigues. alegre – triste alto(a) – bajo(a) ancho(a) – estrecho(a) bobo(a) – listo(a) bonito(a) – feo(a) bueno(a) – malo(a) contento(a) – descontento(a) corto(a) – largo(a) delgado(a) – gordo(a) feliz – infeliz fuerte – débil grande – pequeño(a) inteligente – torpe rico(a) – pobre rubio(a) – moreno(a) simpático(a) – antipático(a) trabajador(a) – perezoso(a) tranquilo(a) – afligido(a) viejo(a) – joven/nuevo(a)

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4) Adjetivos

12) Del texto abajo se sacaron algunas palabras. Léelo y pon las palabras de abajo en el espacio adecuado. viejos / juguete/ padre / eléctrico / adolescente / cuna/ objetos/ juego / muñeca / universo / jugando/ vida / plástico / realidad / sueño / juguetes / mundo / peluche / fantasías / colección / manos / varones / baúl

10) Complete las formas con “ser” o “estar”. a) Las serpientes ________ peligrosas. b) Este libro ________ interesante. c) La nieve ________ blanca. d) No os sentéis en esas sillas. ________ sucias.

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Ahora que ya sabes, ¿puedes describirte?

PRACTICANDO

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11) Contesta a las preguntas, negando y presentando el antónimo. Sigue el modelo: ¿Eres torpe? –– No, soy inteligente. a) ¿Tu pelo es corto? b) ¿Ellas están feas? c) ¿Usted es débil? d) ¿El carioca es perezoso? e) ¿Vuestros abuelos son ricos? f) ¿La carretera es ancha?

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(Por Casín Roberto, in revista de LanChile, 1999)


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O Estado Islâmico abala o Estado belga e a União Europeia

Ataque terrorista em 2016 apresenta um ineditismo, mas já era cogitado pelas principais forças de segurança da Europa

(PUC)

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La familia frente a la TV

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Según un estudio de la Asociación de Televisión por Cable de los Estados Unidos, un estudiante norteamericano de 16 años ha pasado en su vida, como mínimo, 11.000 horas en el aula del colegio y 15.000 frente a un televisor. No hacen falta más datos para advertir que la formación moral y cultural de los niños y los jóvenes es hoy, en el mundo, en buena medida, el resultado de las tensiones entre el sistema educativo formal y lo que se ha dado en llamar el sistema paraeducativo o informal. Dicho de un modo más simple, los jóvenes están sometidos, hoy, a la influencia de dos educadores que, a menudo, compiten entre sí: la escuela y la TV. Un trabajo de la empresa Total Research, por su parte, señala que los chicos de la ciudad de Buenos Aires y del sector del conurbano destinan un promedio de cuatro horas diarias a mirar televisión. Lo cual refuerza la certeza de que la presión televisiva sobre niños y jóvenes no es un problema privativo de un país: se padece con

pareja intensidad en los Estados Unidos y en la Argentina. Y también, presumiblemente, en el resto del mundo. Por supuesto, el verdadero gran tema no es el número de horas que los menores dedican a la TV, sino la situación de indefensión en que suelen encontrarse para resistir o cuestionar su influencia, sobre todo en el terreno moral y en lo que concierne a su formación integral. La acción tutelar de los padres de familia no puede dejar fuera de su órbita de acción el gran tema de la influencia de la TV sobre los niños y los conflictos que se plantean cuando sus contenidos y valores contradicen la enseñanza impartida en el hogar o en la escuela. La Convención Americana sobre Derechos Humanos (Pacto de San José de Costa Rica) dice textualmente en su artículo 19: “Todo niño tiene derecho a las medidas de protección que su condición de menor requiere por parte de su familia, de la sociedad y del Estado”. ¿Cómo son ejercidas hoy en la Argentina esas tres responsabilidades? Es difícil establecer si las famílias están cumpliendo eficazmente, en nuestro país, su irrenunciable obligación de velar por la formación espiritual y cultural de los niños sujetos a su cuidado. 7

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PROFUNDIZANDO

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Após os atentados terroristas na França em 2015, a Bélgica foi vítima de novos ataques. E mais, as investigações confirmaram uma suspeita: o país é o principal abrigo de jihadistas (terroristas que atuam pela causa da “Guerra Santa”) da Europa. Não é uma consequência à toa, uma vez que seu território possui a considerada “capital da União Europeia”, entre outros motivos. Venha saber mais no nosso site www.4newsmagazine.com.br. #TensaoDoTerror


¿LOS PRONOMBRES PERSONALES: CUÁL ES LA IMPORTANCIA?

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a) la cantidad de horas delante de la pantalla; b) su ausencia de sentido crítico frente a lo que se les ofrece; c) la falta de nivel artístico de los programas; d) la probreza de los recursos técnicos; e) la poca oferta de programas educativos.

16) Reflexionándose sobre el título del texto advertimos que: a) la familia está indefensa en cuanto a la calidad de los programas exibidos; b) las familias pasan muchas horas mirando TV; c) la familia colabora para mejorar las programaciones televisivas; d) la familia debe tomar una posición más decidida sobre sus responsabilidades con respecto a la TV; e) la familia enfrenta directamente, sin rodeos sus preocupaciones en ese sentido.

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La responsabilidad de la sociedad parece remitirnos al comportamiento de quienes ejercen funciones de conducción empresaria o de creatividad profesional y artística en el extenso campo de la televisión y a quienes dirigen o administran los organismos de control que actúan – o deberían actuar – en el ámbito de la radiodifusión. No hacen falta demasiados esfuerzos para advertir que ambas responsabilidades se están ejerciendo deficientemente en la Argentina. Un sector – la sociedad – tiende a pecar por acción; los otros dos – la familia y el Estado – suelen fallar por omisión. Unos y otros olvidan los derechos de la minoridad frente a un embate contracultural que con excesiva frecuencia los margina o los daña. Es decir, unos y otros olvidan el derecho de los niños a ser niños. Algo tan simple y tan fundamental como eso. (La Nación, Buenos Aires, domingo 27 de agosto de 2000)

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13) Algunos organismos o empresas se han detenido sobre problemas que afectan la formación de los niños. Señale cual SE EXCLUYE en esa relación: a) La Asociación de Televisión por Cable de los Estados Unidos; b) La empresa Total Research; c) La Convención Americana sobre Derechos Humanos; d) El Pacto de San José de Costa Rica; e) El periódico La Nación.

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14) Entre los datos presentados por la Asociación de Televisión por Cable estadounidense, 1o observaciones sobre la conducta de los niños y jóvenes argentinos (2o párrafo) hay una relación de: a) contradicción; b) equivocación; c) similitud; d) consecuencia; e) ambigüedad. 15) Lo que se plantea fundamentalmente con respecto al uso de la tele por los niños (3o párrafo) reside em:

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17) En el 1o párrafo “la formación moral y cultural de los niños y jóvenes es hoy, en el mundo, en buena medida...”, lo subrayado significa: a) en su totalidad; b) de ninguna manera; c) en pocos casos; d) en todas las circustancias; e) en la mayor parte. 18) La expresión a menudo (1o párrafo) da a entender que: a) la escuela y la TV compiten siempre; b) la TV nunca compite en igualdad de condiciones com la escuela; c) la escuela y la TV rivalizan frecuentemente; d) la TV y la escuela jamás se enfrentan; e) la TV y la escuela se asocian. 19) Señale a qué se refiere el término destacado: “ los niños sujetos a su cuidado.” (6o párrafo): a) Argentina; b) los niños; c) nuestro país;


ESPANHOL

20) La profesora es muy guapa. Lo subrayado es lo mismo que: a) delgada; b) agradable; c) bonita; d) fea.

22) Lo que importa es que ames. El lo tiene el mismo uso en: a) Lo importante es que ames; b) Importa que lo cumplas; c) Vive para lo que tiene significado; d) Haz lo necesario.

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d) las familias; e) formación espiritual y cultural.

DESAFIANDO

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21) “...usted y yo somos el uno para el otro.” El singular de lo subrayado es: a) sea; b) es; c) sois; d) soy.

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23) (PUC) Dicen que ____ habla ____ hombres es mucho más agresiva que ____ lenguaje femenino. a) lo – de los – la; b) la – del – lo; c) el – de los – el; d) la – dos – la; e) el – del – él.

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24) (UFSM) Rellene los huecos de las frases siguientes con lo (Lo) o el (El): Considere las siguientes afirmaciones: 1- Ese dulce es _____________ mejor que he comido. 2- _____________ barato es caro. 3- La mujer y _____________ anciano reciben especial atención. 4- _____________ mío es la Filosofía. 5- _____________ cartero no vino hoy.

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Pueden rellenarse con Lo las frases: a) sólo 1 y 4; b) sólo 2 y 4; c) sólo 3 y 5; d) 1, 2 y 4; e) 1, 3 y 5.


PESQUISANDO

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¿LOS PRONOMBRES PERSONALES: CUÁL ES LA IMPORTANCIA?

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La palabra “adjetivo” procede del término latino “adiectïvus”, cuyo significado es agregar algo. Entre los adjetivos, existen algunos que son propios del lenguaje oral o coloquial, así como de la jerga específica de una comunidad. Se oyen en la calle pero no se encuentran en el diccionario. De esta manera, haz una pesquisa y apunta 10 adjetivos más utilizados para el mundo del fútbol de los nativos de la lengua española.

RESUMIENDO

• Los artículos definidos son el, la, los, las y lo e los indefinidos son un, una, unos y unas; • Las contracciones de los artículos son de la, del, a la, al; • Los pronombres personales (sujetos) son yo, tu, él, nosotros, vosotros, ellos; • La conjugación en el Presente de Indicativo del verbo ser es yo soy, tu eres, él es, nosotros somos, vosotros sois, ellos son;

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• La conjugacion del verbo estar en el Presente de Indicativo es yo estoy, tu estás, él está, nosotros estamos, vosotros estáis, ellos están;

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• Algunos adjetivos y sus antónimos son alegre – triste, alto(a) – bajo(a), ancho(a) – estrecho(a), bobo(a) – listo(a), bonito(a) – feo(a), bueno(a) – malo(a), contento(a) – descontento(a), corto(a) – largo(a), delgado(a) – gordo(a), feliz – infeliz, fuerte – débil, grande – pequeño(a), inteligente – torpe, rico(a) – pobre, rubio(a) – moreno(a), simpático(a) – antipático(a), trabajador(a) – perezoso(a), tranquilo(a) – afligido(a), viejo(a) – joven/ nuevo(a).

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FILOSOFIA 1o ANO


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Direção Executiva: Fabio Benites

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Diagramação, Ilustração de capa e Projeto Gráfico: Alan Giles Dominique Coutinho Erlon Pedro Pereira

Gestão Editorial: Maria Izadora Zarro

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Irium Editora Ltda Rua Desembargador Izidro, no 114 Tijuca - RJ CEP: 20521-160 Fone: (21) 2560-1349 www.irium.com.br

A reprodução desta obra, no todo ou em parte, por qualquer meio, sem autorização expressa, sujeitará o infrator, nos termos da Lei no 6.895, de 17/12/80, às penalidades previstas nos artigos 184 e 185 do Código Penal.


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FILOSOFIA CLÁSSICA: COMO OCORREU A TRANSFORMAÇÃO DO PENSAMENTO GREGO NO SÉCULO V a.C.?

Objetivos de aprendizagem: • Caracterizar a religião grega clássica; • Explicar como era a economia na Grécia Clássica; • Apresentar a política na Grécia Clássica; • Caracterizar a cultura geral na Grécia Clássica;

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• Apresentar as condições da origem da filosofia.

(Disponível em: http://1.bp.blogspot. com/-B_4RcpiBTrA/Tc2G2iFGSEI/ AAAAAAAAAHQ/NFGYl72LsTk/ s1600/70846_Papel-de-ParedeParthenon_1024x768.jpg. Acesso em: maio de 2016)


As narrativas mitológicas

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FILOSOFIA CLÁSSICA: COMO OCORREU A TRANSFORMAÇÃO DO PENSAMENTO GREGO NO SÉCULO V a.C?

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Antes do século VI a.C., todas as civilizações adotavam algum tipo de mitologia para explicar os fenômenos encontrados no mundo. Todavia, em determinado momento, algo novo aconteceu nas colônias gregas – algo que faria com que as narrativas mitológicas deixassem de ser utilizadas como a base a partir da qual toda a vida social era organizada. Para compreender o que aconteceu no mundo grego no século VI a.C., é preciso que respondamos perguntas como: – Como era a mitologia adotada pelos gregos? – Como a sociedade grega se organizava? – Como a economia grega funcionava? – Como ocorreu a passagem do pensamento mitológico para o filosófico? Neste caderno, você encontrará algumas respostas para essas perguntas. Ao fim, terá compreendido quais foram as condições nas quais a filosofia, um pensamento radicalmente novo, pôde surgir.

1) A mitologia grega

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A filosofia e a ciência surgiram na civilização grega por volta do século VI a.C. Isso não aconteceu por acaso: elas apareceram porque alguns gregos começaram a mudar sua atitude diante do mundo. Essa mudança é, muitas vezes, descrita como “a passagem do mythos para o logos”.

Observação

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Mythos: o conjunto de narrativas fundadoras e estruturantes de uma civilização. Em torno dos mitos surgem crenças, valores, práticas e rituais que passam a definir um povo. Os mitos não precisam se constituir de forma lógica ou racional; pelo contrário, eles contêm histórias maravilhosas de deuses e de homens extraordinários.

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Logos: o princípio racional que rege os discursos que explicam, sem recorrer à mitologia, os fenômenos do mundo. A lógica, produto do logos, exige uma justificação suficientemente racional para as formulações argumentativas que visam a estruturar os conjuntos de crenças, valores, práticas e rituais de um povo.

As explicações mitológicas se baseiam na narrativa das ações de deuses, deusas e seres humanos com poderes extraordinários. Essas narrativas apresentam os critérios considerados adequados para que as pessoas comuns guiem suas vidas. Nesse sentido, a mitologia tem um profundo sentido pedagógico: por meio dela, ensina-se como se deve agir e viver de modo “correto” (isto é, de modo “correto” dentro de uma determinada civilização, pois em outro lugar o modo “correto” de fazer as coisas pode ser completamente diferente).


FILOSOFIA

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(Disponível em: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/ commons/e/e6/The_Triumph_of_Civilization.jpg. Acesso em: maio de 2016)

Durante milhares de anos, os povos que viriam a se tornar os gregos eram grandes navegantes, e conheciam todo o Mediterrâneo. Por causa de suas viagens, os gregos e seus antepassados entraram em contato com muitas outras civilizações. Eles conheceram e trocaram mercadorias com povos da Ásia Menor, da África, do Oriente Médio e de todo o sul da Europa. A cada vez que os navegantes entravam em contato com outros povos, a coleção de histórias mitológicas aumentava. O caráter cosmopolita do mundo grego ajuda a explicar por que há tanta riqueza na mitologia grega; por que os mitos gregos têm uma grande variedade de versões; e por que os mitos de tantas culturas, às vezes, são muito similares. Os mitos gregos são familiares, pois gerações de pessoas recontam-nos como histórias. Muitos desses mitos foram adaptados de narrativas que os gregos aprenderam de outras culturas. Antes da invenção do alfabeto grego, em cerca de 800 a.C., os mitos eram ensinados oralmente e as pessoas os decoravam. Foi sob a forma de histórias contadas sob a forma de poemas que os mitos e as lendas viajaram de um ponto a outro da Grécia e do mundo. Finalmente, quando o alfabeto grego foi estabelecido, essas histórias foram escritas, e foi sob essa forma que elas chegaram a nós.

(Disponível em: http://4.bp.blogspot.com/-bb8CdUx-Eck/ Tg9MlNmelQI/AAAAAAAAGJ0/8drgvfzE1fs/s1600/sirenes_ sereias_ulisses.jpg. Acesso em: maior de 2016)

(Disponível em: http://www.3livrossobre.com.br/wp-content/ uploads/2013/05/odiss%C3%A9ia.jpg. Acesso em: maio de 2016 )

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Além de constituir um guia para a vida das pessoas, a mitologia também tem outras duas funções primordiais: ela serve para explicar a realidade e para permitir algum controle sobre os fenômenos incontroláveis. Ademais, a mitologia pode ser compreendida como um conjunto de símbolos que, juntamente com a filosofia e a ciência, é uma parte essencial da interação simbólica da humanidade com o mundo. Isso tudo é verdadeiro para qualquer tipo de pensamento mitológico, independentemente do local ou da época em que ele tenha florescido. Assim, acontecia na Grécia do século VI a.C. Os mitos gregos tinham um caráter pedagógico, pois ajudavam a educar os cidadãos para que adotassem as crenças e práticas da comunidade; eles serviam para explicar os fenômenos naturais por meio da personificação das forças da natureza ou das emoções e valores humanos e, por meio de sacrifícios e rituais, os gregos acreditavam poder, de algum modo, obter a boa vontade dos deuses e, assim, influenciar o futuro.


(Disponível em: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/ commons/5/51/Austria_Parlament_Athena_bw.jpg. Acesso em: maio de 2016)

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Por volta do século VIII a.C., o poeta Homero compôs a Ilíada e a Odisseia. Esses dois poemas épicos contêm narrativas mitológicas sobre eventos famosos da história grega. A Ilíada relata a história do décimo ano da Guerra de Troia, que deve ter acontecido em cerca de 1250 a.C., quando Troia foi destruída. A Odisseia reconta as aventuras de Odisseu, lendário governante de Ítaca, uma ilha localizada na costa ocidental da Grécia. Ninguém sabe muito sobre Homero. Segundo a lenda, era um poeta cego que teria vivido na Ásia Menor ou em Chios, uma das ilhas da costa da Ásia Menor. Devido ao fato das narrativas orais serem tão importantes antes do advento do alfabeto grego, as histórias homéricas devem ter sido contadas de memória por gerações antes de receberem sua forma escrita. Outro poeta importante dessa época foi Hesíodo, que nasceu por volta de 700 a.C. Dois de seus poemas chegaram até nós: a Teogonia, que conta a história mítica da criação do mundo, e os trabalhos e os dias, que conta outras histórias mitológicas. Esses dois poemas dizem muito sobre os mitos adotados pelos gregos àquela época.

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FILOSOFIA CLÁSSICA: COMO OCORREU A TRANSFORMAÇÃO DO PENSAMENTO GREGO NO SÉCULO V a.C?

2) As manifestações religiosas na Grécia

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Os gregos antigos eram politeístas, ou seja, acreditavam na existência de muitos deuses. Um grupo de deuses é chamado panteão, e o líder do panteão grego era Zeus, o rei dos deuses e governante do céu. Os gregos acreditavam que os deuses tinham um grande poder sobre o mundo e que controlavam a natureza em todas as suas formas. Os deuses eram frequentemente adorados em templos erigidos em sua honra. A maioria das cidades tinha um deus particular, considerado pelos habitantes um deus protetor. Atenas, por exemplo, considerava a deusa Atena e o deus Poseidon como seus protetores particulares.

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As cidades instituíam festivais em honra de deuses individuais várias vezes ao ano. Em muitos desses festivais, os poetas recitavam as histórias das aventuras dos deuses, e peças teatrais eram encenadas e julgadas competitivamente (dando origem ao teatro como nós conhecemos hoje). Um dos festivais mais famosos na Grécia antiga era a celebração, em Atenas, em honra de Dionísio, o deus do vinho e da embriaguez. A adoração aos deuses às vezes incluía o sacrifício de um animal, como um bezerro ou um galo. Os gregos acreditavam ainda em oráculos e profetas. Nos templos dos vários deuses, os sacerdotes, que podiam ser homens ou mulheres, eram frequentemente requisitados a interpretar sinais, como o avistamento de um certo tipo de pássaros ou o aparecimento de um algum evento natural. Um dos oráculos mais famosos era o localizado na cidade-Estado de Delfos, que possuía muitos templos importantes. As pessoas viajavam por todo o mundo grego para visitar os templos e honrar os deuses. Os deuses ocupavam um papel central na vida cotidiana da Grécia antiga, e cada divindade tinha suas funções específicas. Às vezes, um deus tinha várias responsabilidades. Zeus, por exemplo, que era o governante do céu e líder dos deuses, também era o protetor dos viajantes. Hera, a esposa de Zeus, era


FILOSOFIA

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Os gregos acreditavam que os deuses viviam no Monte Olimpo, uma montanha que fica na Tessália, na região central da Grécia. Todavia, de acordo com a tradição grega, os deuses poderiam ir a qualquer lugar. Os mitos falam de deuses tomando forma humana e andando entre as pessoas comuns. No panteão, os deuses às vezes casavam entre si, e alguns tinham mais de uma esposa. Na verdade, os arranjos conjugais dos deuses variam de narrativa a narrativa. Não havia uma única maneira de relatar as divindades, pois as pessoas mudavam suas ideias sobre os papéis dos deuses, e, com isso, alteravam o modo como os mitos eram contados.

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a deusa do casamento e do parto. Atena era a protetora de Atenas, mas também a deusa da sabedoria e da guerra. Poseidon era outro protetor de Atenas, mas, como governante do mar, cuidava também dos navegantes e dos viajantes das embarcações. Hefesto era o deus do fogo, mas também servia como ferreiro dos deuses.

(Disponível em: http://1.bp.blogspot.com/-B_4RcpiBTrA/ Tc2G2iFGSEI/AAAAAAAAAHQ/NFGYl72LsTk/s1600/70846_Papelde-Parede-Parthenon_1024x768.jpg. Acesso em: maio de 2016)

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BCE aceitará bônus da Grécia como garantia para empréstimos

Os gregos foram às urnas para decidir se concordam com as condições europeias para um novo empréstimo, mas 61,3% dos gregos decidiram pelo “não”

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O Banco Central Europeu (BCE) afirmou que voltará a aceitar os bônus soberanos do governo da Grécia como colaterais para as operações de empréstimos da instituição, reabrindo um canal de financiamento barato que pode dar novo gás à economia local. A decisão de retomar o financiamento ajuda a restaurar a confiança no setor bancário grego. Quer saber mais sobre o tema? Então visite a nossa página: www.4newsmagazine.com.br. #CriseNaGrecia #PitagorasSemGrana

PRATICANDO

3) Como os mitos eram aprendidos na civilização grega?

2) Explique o significado da palavra grega logos.

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1) Explique o significado da palavra grega mythos.


FILOSOFIA CLÁSSICA: COMO OCORREU A TRANSFORMAÇÃO DO PENSAMENTO GREGO NO SÉCULO V a.C?

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3) A civilização grega

começavam a aparecer – entre elas, Atenas, Esparta e Tebas. Conforme a civilização grega se desenvolvia, os povos que compunham o mundo grego habitava cidades independentes entre si. Não havia nada parecido com um “império”, nem com um legislador único. Havia, constantemente, guerras entre as cidades. Os gregos antigos não tinham nenhuma unificação política nem militar. As pessoas que viviam na região hoje chamada de Grécia eram ligadas por quatro fatores: – acreditavam que eram descendentes de Helena, a fundadora mitológica do povo grego; – eram educados a partir das mesmas matrizes mitológicas, ou seja, tinham as mesmas crenças; – falavam a mesma língua; – tinham mais ou menos o mesmo biotipo. No século XI, um exército desconhecido destruiu a antiga cidade-fortaleza de Tróia, localizada na parte ocidental da Ásia Menor. Foi exatamente contra essa cidade que os gregos supostamente lutaram juntos para resgatar Helena, esposa de Menelau, rei de Esparta. Logo após esse evento, muitas cidades no interior da Grécia foram destruídas. Os gregos, posteriormente, atribuíram essa destruição maciça aos Dórios, que eram grupos invasores que falavam grego.

(Disponível em: http://3.bp.blogspot.com/-9OOhXvKPLGo/ UytQjU21qMI/AAAAAAAAAME/UDR8v3r_aC4/s1600/mapaantigua-grecia51.jpg. Acesso em: outubro de 2016)

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Há muitos milhares de anos já havia povos vivendo na região atualmente conhecida como Grécia. Contudo, pouco sabemos sobre os mais antigos habitantes do lugar. Os anos entre 3000 e 1600 a.C. são geralmente considerados como o início da cultura grega e da civilização ocidental de modo geral. Provavelmente, eles eram fazendeiros, mas há poucas informações sobre suas vidas cotidianas. Por outro lado, há uma grande quantidade de informação sobre a civilização que então florescia na ilha de Creta, onde se considera que o Rei Minos tenha vivido. A civilização cretense (também conhecida como minóica), que teve início por volta de 2200 a.C., construiu palácios fabulosos e dominou os mares da região. Por volta de 1450 a.C., os palácios de Creta foram destruídos, mas a civilização minóica exerceu grande influência sobre os gregos na arte, na religião e na cultura. Por volta de 1650 a.C., Micenas se tornou um centro importante de cultura grega. Essa cidade, localizada no Peloponeso (região onde, posteriormente, Atenas e Esparta disputariam a supremacia política e militar), era rica e poderosa. As pessoas que lá viviam falavam uma linguagem similar ao grego moderno. Outras cidades, na época, apenas

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(Disponível em: http://www.ienh.com.br/download/ ATIVIDADES_ALFABETO/livro/livro/alfabetogrego.jpg. Acesso em: maio de 2016)

Por volta de 800 a.C., o alfabeto grego foi criado, utilizando o alfabeto fenício como modelo. Com essa invenção, deu-se início a um período de grande desenvolvimento político e comercial no interior da Grécia e nas ilhas que a circundavam. Nessa época, várias cidadas estabeleceram suas primeiras consti-


FILOSOFIA

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grego, embora houvesse uma classe comercial bastante dinâmica, boa parte dos cidadãos continuava a cultivar a terra e habitar o campo. A agricultura grega tinha os caracteres que conservaria por milênios: insuficiência de cereais, como arroz e milho, e excedente de vinho e azeite. Determinava-se, assim, um duplo movimento de trocas, que asseguravam à frota mercante fretes de ida (levando vinho e azeite) e de volta (trazendo aos gregos os cereais). Por volta do século VIII, os gregos, portanto, deixaram de relacionar-se com os outros povos por meios violentos, passando a comercializar com eles. Deste modo, o comércio internacional se desenvolveu, e a civilização grega passou a se estabelecer em todas as costas do Mediterrâneo. Pela colonização, ocupou novas terras aráveis, e facilitou ainda mais o comércio. O desenvolvimento simultâneo da agricultura e da colonização imprimiu um grande impulso à indústria. Com a finalidade de envasilhar grandes quantidades e qualidades finas de azeite e vinho, a cerâmica grega tornou-se refinada. Os pedidos dos colonos, habituados aos produtos metalúrgicos e têxteis das metrópoles, levaram ao aumento da produção. Por seu turno, quanto mais a indústria produzia, maior era a capacidade de comércio, pois aumentavam os valores que circulavam nas cidades. Ao mesmo tempo em que o regime mercantil desenvolvia as cidades, a economia urbana assumia proporções novas. A pólis compreendia, além de um certo número de aldeias que a faziam viver, um centro provido de um mercado, e, muitas vezes, de um porto. As cidades que se colocam em primeiro plano são as que reúnem as vantagens de um solo fértil e de uma situação geográfica favorável. A preponderância cabe primeiro aos centros situados na costa da Ásia Menor. Os vales vizinhos, que lhes enviam víveres e metais preciosos, pedem-

4) A economia grega

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Antes do século VIII, a economia grega era baseada na agricultura e na indústria familiar, com uma pequena parcela da população se dedicando ao comércio marítimo. O solo da península grega é rochoso, o que faz com que somente cerca de 20% da área seja propícia ao cultivo. Com o desenvolvimento das póleis, e o consequente aumento populacional, tornou-se necessário encontrar outros recursos e outras terras para ampliar a capacidade de produção. Os gregos, então, dedicaram-se ainda mais ao comércio. Para isso, começaram a fundar colônias em diversos pontos da costa do Mediterrâneo. Isso não significa que os gregos deixaram de lado a agricultura e a indústria baseada no núcleo da família, mas que eles passaram a depender, cada vez mais, das relações comerciais com os outros povos. Essa dependência progressiva do comércio foi mais forte nos grandes centros urbanos e menos intensa nas regiões montanhosas e periféricas, geralmente mais pobres. De fato, mesmo em Atenas, a capital econômica do mundo

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tuições, vindo a se tornar entidades políticas separadas conhecidas como póleis. Pólis (plural: póleis): a cidade-Estado típica dos gregos após o século XI a.C. As póleis eram definidas por algumas características: possuíam uma legislação própria, seu próprio governante, seu regime político, seu exército e seu próprio tesouro. Muitas póleis possuíam uma ágora (uma praça central onde a política e os negócios eram livremente realizados); em algumas póleis há uma acrópole (região mais elevada, às vezes fortificada, onde as estruturas arquitetônicas mais nobres, como os mais importantes templos e o centro administrativo, eram localizadas); e em todas existiam inúmeros templos dedicados aos mais diversos deuses.


FILOSOFIA CLÁSSICA: COMO OCORREU A TRANSFORMAÇÃO DO PENSAMENTO GREGO NO SÉCULO V a.C?

PRATICANDO

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4) Qual foi a transformação no modo de produção econômica ocorrida entre os séculos VIII e VII a.C. na Grécia?

5) Por que o surgimento das moedas no século VIII a.C. foi importante para a transformação da civilização grega?

5) A política na Grécia clássica Na cidade de Atenas, essa transformação aconteceu de forma paradigmática. No ano de 508 a.C., Atenas se tornou a primeira democracia do mundo, quando um grupo de indivíduos adquiriu o direito de participar dos assuntos da cidade, obtendo, assim, o título de cidadãos. O grande líder democrata da época foi Péricles. Em Atenas, os critérios para que uma pessoa pudesse gozar da cidadania plena eram: – ser homem; – ter mais de 18 anos; – ser livre (não ser escravo); – ter nascido na cidade; – ter pai e mãe livres, nascidos na cidade e cidadãos. A cidadania das mulheres livres nascidas na cidade era relativa; ela era “protegida” pela pólis, mas não podia participar de sua administração. A democracia pressupõe uma igualdade entre os cidadãos. Atenas reunia as condições para a realização dessa igualdade. Possuía uma unidade étnica, todos os povoados se reuniam numa só cidade, e lá não havia o privilégio da primogenitura – todos os irmãos tinham o mesmo direito à herança. Os homens livres formaram desde cedo uma classe de camponeses e outra de artífices, em que os indivíduos eram remunerados segundo seu trabalho e se habituavam a tratar coletivamente os negócios comuns. Em 594, Sólon, o grande legislador ateniense, aboliu as ser-

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-lhes recipientes para vinho e para azeite; o planalto interior abastece de lã suas fábricas de tecidos; as grandes vias do comércio continental trazem-lhes muitos produtos, assim como proporcionam uma via de exportação de tudo o que é produzido na cidade; as grandes vias do comércio marítimo partem daí em todos os sentidos. É tudo isso que torna grandiosa, por exemplo, a cidade de Mileto. Na Europa, Cálcis cria, com suas minas e forjas, uma especialidade que explora largamente graças a uma colonização bem empreendida. Os gregos, assim, aumentaram seu perímetro para todo o Mediterrâneo. O desenvolvimento do comércio tornou necessário um instrumento de troca prático e seguro; esse instrumento foi a moeda, inventada no século VIII para facilitar o comércio entre o reino da Lídia e os portos gregos. Com a moeda, surgiu um novo mundo para os gregos. Mercadores, armadores e particulares passam a imaginar operações e contratos de inúmeros tipos. O crédito confere às transações uma amplidão desconhecida. Os negócios passam a incluir a possibilidade do pagamento a prazo. Faz-se trabalhar o dinheiro dos outros por uma larga utilização do empréstimo a juros, principalmente o empréstimo marítimo de risco. Improvisadamente, o gênio mercantil dos gregos eleva-se à especulação econômica. Todos os meios são considerados bons para conquistar a fortuna mobiliária, e o tesouro acumulado não passa de fundos destinados a aumentá-lo. Assim, forma-se um regime, de certo modo, capitalista, que se opõe à economia familiar primitiva. O surgimento desse regime teve como consequência uma transformação completa nas ideias sociais e políticas na Grécia. Há séculos a Grécia caminhava do regime patriarcal, que conhecia a propriedade coletiva e a economia doméstica, para um regime que tornava o solo propriedade privada e adicionava aos frutos da terra os recursos do comércio e da indústria.

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FILOSOFIA

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6) O nascimento da filosofia e da ciência como campos autônomos na Grécia Com a desarticulação das antigas formas de vida e o surgimento de um sentimento democrático, com o qual se rejeitava a noção de que haveria uma desigualdade essencial entre os cidadãos – e entre os seres humanos de modo geral –, os gregos começaram a sentir a necessidade de reformular as bases de sua cultura. Com o avanço da técnica, os gregos perceberam que precisavam conhecer as verdadeiras causas dos fenômenos com os quais lidavam, de modo que sua ação fosse mais eficiente. Todavia, essas novas formas culturais utilizadas para conhecer melhor o mundo, que foram a filosofia e a ciência, não surgiram de uma só vez, nem nasceram subitamente na Grécia. Elas foram, pouco a pouco, tomando forma no mundo grego, como veremos nos próximos cadernos. E suas raízes remontam a civilizações mais antigas... Além disso, os próprios deuses da mitologia grega se colocam entre os homens – a despeito de seus poderes extraordinários, suas ações são medidas na escala humana, e suas emoções são exatamente as mesmas que nós temos. Se juntarmos a essa reflexão a constatação de que, nos poemas homéricos, os verdadeiros heróis são homens, e não deuses – e que frequentemente, nesses poemas, os homens conseguem vencer os deuses por meio da astúcia –, então podemos perceber que no seio da própria mitologia estavam sementes da valorização da racionalidade e da concepção de que tudo o que existe está no mesmo plano, o plano da compreensão racional do mundo pelo homem. Em outras palavras, a visão racional (ou seja, filosófica e científica) de mundo significou um rompimento com a visão mitológica, mas esse rompimento não foi instantâneo: foi gestado durante séculos, e o aparecimento da filosofia não significou o desaparecimento do pensamento mitológico.

(Disponível em: http://www2.uol.com.br/historiaviva/ reportagens/img/hoplitas3.jpg. Acesso em: maio de 2016)

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A democracia, nascida no final do século VI a.C., foi fortalecida com as guerras. A união patriótica diante do inimigo mesclou as classes. Atenas e a Grécia foram salvas em Maratona pelos hoplitas, que eram os soldados-cidadãos de classe média, e em Salamina pelos marinheiros de classe baixa: a classe média e a classe inferior adquiriram, assim, poder político e requisitaram a participação intensa na política. A descoberta de novas jazidas de prata no monte Láurion, a construção do grande porto no Pireu, a fundação de uma grande rede marítima de comércio, a manutenção de uma marinha poderosa, o desenvolvimento acelerado do comércio e da indústria opuseram à nobreza fundiária uma nova força e deslocaram o centro de gravidade do poder. A democracia, fundamentada na igualdade entre todos os cidadãos, estava em pleno vigor nos séculos VI e V a.C, em Atenas. Nesse contexto, grandes avanços foram obtidos na Filosofia, na História, na Medicina e nas Artes. Essa época é, frequentemente, chamada de “era de ouro de Atenas” ou de “Século de Péricles”.

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vidões dos homens livres. Libertou-se a pessoa: o habeas corpus, a proibição de empenhar seu corpo como garantia de uma dívida, se tornou um pilar da dignidade do cidadão. A noção de cidadania, como o indivíduo detentor de direitos e deveres e capaz de participar da administração pública, encontrou sua expressão social num sistema flexível de classes, em que os cidadãos se posicionavam não em relação à sua origem familiar, mas em relação à sua renda.


FILOSOFIA CLÁSSICA: COMO OCORREU A TRANSFORMAÇÃO DO PENSAMENTO GREGO NO SÉCULO V a.C?

7) Na democracia grega, quem podia ser considerado um cidadão?

Textos Complementares Texto I

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8) Em que sentido, a mitologia grega se diferenciava da mitologia dos outros povos na época de Homero e Hesíodo?

Do mito à filosofia

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Que terá levado o homem, a partir de determinado momento de sua história, a fazer ciência teórica e filosofia? Por que surge no Ocidente, mais precisamente na Grécia do século VI a.C., uma nova mentalidade, que passa a substituir as antigas construções mitológicas pela aventura intelectual, expressa através de investigações científicas e especulações filosóficas? (...) Embora a questão do início histórico da filosofia e da ciência teórica ainda contenha pontos controversos (...), a grande maioria dos historiadores tende hoje a admitir que somente com os gregos começa a audácia e a aventura expressas numa teoria. Às conquistas esparsas e assistemáticas da ciência empírica e pragmática dos orientais, os gregos do século VI a.C. contrapõem a busca de uma unidade de compreensão racional, que organiza, integra e dinamiza os conhecimentos. Essa mentalidade, porém, resulta de longo processo de racionalização da cultura, acelerado a partir da demolição da antiga civilização micênica. A partir daí, a convergência de vários fatores – econômicos, sociais, políticos, geográficos – permi-

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6) Quais eram as características que distinguiam uma pólis de outra?

te a eclosão do “milagre grego”, que teve na ciência teórica e na filosofia sua mais grandiosa e impressionante manifestação. (...) O complexo processo de formação do povo e da cultura grega determinou o aparecimento, dentro do mundo helênico, de áreas bastante diferenciadas, não só quanto às atividades econômicas e às instituições políticas, mas também quanto à própria mentalidade e suas manifestações nos campos da arte, da religião, do pensamento. A Grécia continental, mais presa às tradições da pólis arcaica, contrapunham-se às colônias da Ásia Menor, situadas em regiões mais distantes pelo intercâmbio comercial e cultural com outros povos. Da Jônia surgem as epopeias homéricas e, a partir do século VI a.C., as primeiras formulações filosóficas e científicas dos pensadores de Mileto, de Samos, de Éfeso. Entre esses dois momentos de manifestação do processo de racionalização por que passava a cultura grega, situa-se a obra poética de Hesíodo – voz que se eleva da Grécia continental, conjugando as conquistas da nova mentalidade surgida nas colônias da Ásia Menor com os temas extraídos de sua gente e de sua terra, a Beócia.

PRATICANDO

(PESSANHA, José Américo Motta. Do mito à filosofia)

Texto II

Homero, Hesíodo e o nascimento de uma nova cultura Foi somente após se desarticularem a visão tradicional do mundo e as normas costumeiras de vida que os gregos começaram a sentir as necessidades que as filosofias da natureza e da conduta procuram satisfazer. Tais necessidades não se fizeram sentir de imediato. As máximas ancestrais de conduta não foram seriamente questionadas até a antiga visão da natureza desaparecer. Por isso, os primeiros filósofos ocuparam-se principalmente com especulações sobre o mundo ao seu redor. [...]


FILOSOFIA

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sivos, e narradas em tom muito sério. [...] A antiga despreocupação se foi, e é importante dizer a verdade sobre os deuses. Hesíodo também está ciente de pertencer a uma época posterior e mais triste que a de Homero. [...] Ele também percebe que está cantando para uma outra classe. É aos pastores e agricultores da raça antiga que se dirige, e os príncipes aqueus para quem Homero havia cantado tornam-se pessoas distantes [...]. As aventuras e o esplendor [dos heróis de Homero] não significavam nada para as pessoas comuns. Entre elas, a visão primitiva do mundo nunca havia realmente morrido, de modo que era natural que seu primeiro porta-voz a assumisse em seus poemas. É por isso que encontramos em Hesíodo essas antigas histórias selvagens que Homero desdenhou. Todavia, seria um erro ver na Teogonia uma mera revivescência da antiga superstição. Hesíodo não pôde deixar de ser influenciado pelo novo espírito e se tornou um prisioneiro a despeito de si mesmo. Os rudimentos do que vieram a ser a ciência e a história jônicas têm de ser encontrados em seus poemas. A rigor, ele fez mais do que qualquer outro para apressar o declínio das velhas ideias que buscava conter. A Teogonia é uma tentativa de reduzir todas as histórias referentes aos deuses a um único sistema, e os sistemas são fatais para algo tão inconstante quanto a mitologia. Além disso, embora Hesíodo aborde seu tema no espírito da antiga raça, os deuses que canta são, em sua maioria, os dos aqueus [que constituíram a Grécia clássica]. Isso introduz um componente de contradição no sistema, do começo ao fim. Heródoto nos diz que Homero e Hesíodo fizeram uma teogonia para os helênicos, deram nomes aos deuses e distribuíram entre eles seus ofícios e artes, o que é a mais pura verdade. O panteão olímpico tomou o lugar dos antigos deuses na mente dos homens, e isso foi obra tanto de Hesíodo quanto de Homero. O homem comum

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No entanto, convém lembrar que o mundo já era muito antigo quando a ciência e a filosofia começaram. Em particular, o mar Egeu tinha sido o centro de uma civilização desenvolvida desde a era neolítica – uma civilização tão antiga quanto a do Egito ou a da Babilônia, e superior a ambas na maioria das coisas que contam. A cada dia fica mais claro que a civilização grega de épocas posteriores foi sobretudo uma revivescência e continuação dessa, embora sem dúvida tenha recebido alguns elementos novos e importantes dos povos menos civilizados do norte, que suspenderam seu desenvolvimento por algum tempo. A população original do Mediterrâneo deve ter superado em muito o número dos invasores e deve tê-los assimilado e absorvido em poucas gerações, exceto numa cidade-Estado como Esparta, que se dispôs deliberadamente a resistir a esse processo. Seja como for, é à raça mais antiga que devemos a arte e a ciência grega. [...] é claro que os invasores do norte devem ter contribuído para o livre desenvolvimento do gênio grego, ao desarticularem as poderosas monarquias de épocas anteriores e, acima de tudo, ao conterem o crescimento de uma superstição semelhante à que acabou por sufocar o Egito e a Babilônia. [...] É por isso que encontramos tão poucos vestígios da visão tradicional de mundo [isto é, a visão dos povos anteriores aos gregos] na epopéia [de Homero]. Os deuses tornaram-se francamente humanos, e tudo o que é primitivo fica longe dos olhos. Existem, é claro, vestígios de crenças e práticas antigas, mas eles são excepcionais. Tem-se observado com frequência que Homero nunca fala do costume primitivo da purificação em caso de homicídio. Os heróis mortos são queimados e não sepultados como os reis da antiga raça. Os fantasmas praticamente não desempenham qualquer papel. [...] Ao chegarmos a Hesíodo, parece que estamos em outro mundo. Ouvimos histórias de deuses não apenas irracionais, mas repul-


FILOSOFIA CLÁSSICA: COMO OCORREU A TRANSFORMAÇÃO DO PENSAMENTO GREGO NO SÉCULO V a.C?

Texto III

A religião grega e a filosofia

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O surto da Filosofia só pode ser compreendido através de certas características muito peculiares à religião grega. Não se trata de afirmar que a religião tenha sido a causa da instauração da Filosofia; também não se trata tão só de reconhecer a coincidência de certos conteúdos. O problema consiste muito mais em compreender como estes conteúdos foram transferidos de um contexto mítico para o domínio da pergunta racional. Quando Tales afirma que a água é o elemento primordial de todas as coisas, há nisto uma clara ressonância do mito homérico, que mergulha por sua vez nas mais primitivas crenças religiosas. Mas tal ressonância não autoriza a dizer que a afirmação do mundo natural implica a recusa de uma realidade sobrenatural. Sem dúvida, as colônias em que se desenvolveu a filosofia pré-socrática não se caracterizavam pela intensa religiosidade da Grécia peninsular – que se ex ta siava, na mesma época, com a tragédia. Não é, contudo, a falta de religiosidade que explica o sur to da Filosof ia. Trata -se muito mais de outro tipo de religiosida de, que obrigava o homem das colônias a viver mais por si mesmo e a desenvolver uma cer ta ousadia intelec tual. O itinerá rio do pensamento pré-socrático não se desdobra do “mito ao logos” , mas de um logos mítico para a conquista de um lo gos mais acentuadamente noético.

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(BURNET, John. A aurora da filosofia grega)

Por outro lado, se quisermos explicar tal ousadia devemos atentar a um rasgo fundamental da religiosidade grega: o homem grego não compreende os seus deuses como pertencentes a um mundo sobrenatural; deparamos com uma religião que desconhece o dogma ou qualquer tipo de verdade que não encontre os seus fundamentos na própria ordem natural. Os deuses gregos apresentam-se com uma evidência que os prende à ordem natural das coisas. Não existe o exclusivismo do Deus hebraico ou muçulmano, que só reconhece o homem quando este se converte. Longe de se limitarem a uma igreja ou aos privilégios de um povo escolhido, os deuses gregos são reconhecidos em sua presença puramente natural na ordem do mundo. E é esta presença natural que empresta aos deuses gregos uma universalidade ímpar. Os deuses existem assim como existem as plantas, as pedras, o amor, os homens, o riso, o choro, a justiça. A partir de tais pressupostos religiosos compreende-se que aos poucos uma atitude filosófica diante do real se tornasse viável, que o homem passasse a afirmar-se como um ser que por suas próprias forças questiona o real. Claro que a autonomia da pergunta filosófica só pode surgir ao cabo de um longo itinerário. Se em Homero o poeta se esconde, anônimo, atrás dos feitos dos deuses e dos heróis, já Hesíodo se apresenta como homem, e quase que constrói a seu modo uma teogonia. Desta forma, a atividade racional do homem se afirma com uma intensidade crescente, até atingir, ao tempo dos pré-socráticos, o seu primeiro momento de maturidade. Burnet chama a atenção para o fato de que os primeiros filósofos usam até mesmo a palavra deus em um sentido não religioso. Se o pensamento filosófico é em certa medida condicionado pela religião, esta passa a sofrer o impacto da Filosofia.

dificilmente reconheceria seus deuses nas figuras humanizadas, desvinculadas de todas as associações locais, que a poesia colocara no lugar dos objetos de culto mais antigos. Tais deuses eram incapazes de satisfazer as necessidades do povo.

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(BORNHEIM, Gerd. Os Filósofos Pré-Socráticos)


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O pensamento filosófico e a descoberta do cosmos

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Não é fácil traçar a fronteira temporal do momento em que surge o pensamento racional. Passaria, provavelmente, pela epopéia homérica. No entanto, nela é tão estreita a interpenetração do elemento racional e do “pensamento mítico”, que mal se pode separá-los. Uma análise da epopeia, a partir deste ponto de vista, nos mostraria quão cedo o pensamento racional se infiltra no mito e começa a influenciá-lo. A filosofia jônica da natureza sucede à epopéia sem solução de continuidade. [...] Parafraseando o dito de Kant, poderíamos dizer que a intuição mítica, sem o elemento formador do Logos, ainda é “cega” e que a conceituação lógica, sem o núcleo vivo da “intuição mítica” originária, permanece “vazia”. A partir deste ponto de vista devemos encarar a história da filosofia grega como o processo de racionalização progressiva da concepção religiosa do mundo implícita nos mitos. [...] O ponto de partida dos pensadores naturalistas do séc. VI era o problema da origem, a physis, que deu nome ao movimento espiritual e à forma de especulação que originou. Isto se justifica, se temos presente o significado originário da palavra grega e não misturamos a ele a moderna concepção da física. O seu interesse fundamental era, na realidade, o que na nossa linguagem corrente denominamos metafísica. Era a ele que se subordinavam o conhecimento e a observação física. É certo que foi do mesmo movimento que nasceu a ciência racional da natureza. Mas a princípio estava envolta em especulação metafísica, e só gradualmente se foi libertando dela. No conceito grego de physis estavam, inseparáveis, as duas coisas: o problema da origem – que obriga o pensamento a ultrapassar os limites do que é dado na experiência senso-

rial – e a compreensão, por meio da investigação empírica, do que deriva daquela origem e existe atualmente. Era natural que a tendência inata dos Jônios – grandes exploradores e observadores – para a investigação levasse as questões a um maior aprofundamento, onde aparecem os problemas últimos. É natural também que, uma vez colocado o problema da origem e essência do mundo, se desenvolvesse progressivamente a necessidade de ampliar o conhecimento dos fatos e a explicação dos fenômenos particulares. Pela proximidade do Egito e dos países do Oriente Próximo torna-se mais que verossímil – confirmam-no as tradições mais autênticas – que o contato espiritual dos Jônios com as mais antigas civilizações daqueles povos não só tenha levado à adoção das conquistas técnicas na agrimensura, na náutica e na observação do céu, mas tenha também dirigido a atenção daquela raça de navegadores e comerciantes, de espírito vivo, para a consideração dos problemas profundos que aqueles povos resolveram de maneira muito diferente dos Gregos, por meio de mitos referentes ao nascimento do mundo e às histórias dos deuses. Há, porém, algo de fundamentalmente novo na maneira como os gregos puseram a serviço do seu problema último – da origem e essência das coisas – as observações empíricas que receberam do Oriente e enriqueceram com as suas próprias, bem como no modo de submeter ao pensamento teórico e causal o reino dos mitos, fundado na observação das realidades aparentes do mundo sensível: os mitos sobre o nascimento do mundo. É neste momento que assistimos ao aparecimento da filosofia científica. É este, aliás, o feito histórico da Grécia. É certo que foi só gradual a sua libertação dos mitos. Porém, o simples fato de ter sido um movimento espiritual unitário, conduzido por uma série de personalidades independentes, mas em íntima e recíproca ligação, já demonstra o seu caráter científico e racional. A conexão do nascimento da filosofia

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Texto IV


FILOSOFIA CLÁSSICA: COMO OCORREU A TRANSFORMAÇÃO DO PENSAMENTO GREGO NO SÉCULO V a.C?

(JAEGER, Werner. Paidéia)

Texto V

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Do mito ao pensamento racional

torno dos personagens divinos, os personagens humanos sendo reduzidos eles próprios a essências com o estatuto da quase-dependência, na época clássica – no século V – o homem, como cidadão-guerreiro, que fala e que combate, aparece como assumindo o seu destino. Nesta época os gêneros culturais mudam de sentido e estilo: a tragédia, antes fundamentalmente religiosa, torna-se cerimônia cívica; a comédia passa do jogo burlesco à crítica política; outros se afirmam como a história-geografia: descrições lendárias e genealogias místicas dão lugar a paisagens e costumes analisados e descritos com precisão, a sequências de acontecimentos narradas escrupulosamente; outros nascem como uma medicina que, doravante, faz apelo antes à investigação das causas das enfermidades que aos recursos ambíguos da adivinhação; como a “física”, que passa pouco a pouco das especulações mágicas ao estudo das relações fenomenais; como a arte da palavra, que deixa de ser o apanágio das famílias nobres para se tornar o meio do qual todo cidadão dispõe, pelo menos em direito, para fazer valer suas opiniões e interesses; como a “filosofia”, que deixa de ser declaração exaltante e misteriosa para reivindicar, com a mestria com que domina o jogo das questões e respostas, seu direito a definir em todos os domínios a jurisdição suprema. Em suma, para falar como Condorcet, o progresso vai bem. Lentamente, as “luzes” se instalam. O lugar onde esta mutação se opera é a Pólis, a Cidade. Esta se forma nas cidades coloniais, particularmente da Ásia Menor; chega então à metrópole e Atenas será o lugar de uma evolução tida posteriormente por exemplar. O esquema de evolução é, consequentemente, satisfatório: a conquista política do estatuto cívico – da ordem da cidadania, na qual o destino de cada um é definido não pela proximidade aos deuses, nem por pertencer a uma família, nem pela obrigação de lealdade a um chefe, mas pela relação ao princípio abstrato que é a lei – constitui uma primeira etapa. A instauração da democracia que se

naturalista com Mileto, a metrópole da cultura jônica, torna-se clara, se notarmos que os seus três primeiros pensadores – Tales, Anaximandro e Anaxímenes – viveram no tempo da destruição de Mileto pelos Persas (início do século V). [...] O modo de propor e resolver os problemas segue, nos três, a mesma direção. Abriram o caminho e forneceram os conceitos fundamentais à física grega de Demócrito até Aristóteles.

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A história moderna da filosofia da Antiguidade restabelece uma ordem intelectualmente satisfatória para aqueles que a elaboram. No princípio, há, a religião, o mito, a poesia; de Homero a Píndaro (e, passando por um desvio, até os autores clássicos da tragédia); em seguida, uma transição: os “pré-socráticos”. No mesmo “saco” são metidos os “físicos” – Tales, por exemplo –, os atomistas, os médicos, os historiadores, Heráclito, Parmênides, Anaxágoras, Empédocles, os sofistas. Surge então Sócrates: tudo muda, mas de uma maneira que não é ainda radical. Com Platão, com a fundação da Academia, em 387, é instituída finalmente a ordem da racionalidade; precária, inábil, essa ordem, que estará sujeita a múltiplas modificações, determinou já seus princípios. Ao pensamento que obedece à exigência lendária, substitui-se uma nova lógica regulando, graças a uma estrita disciplina do discurso, a questão do direito à palavra verdadeira, isto é, eficaz. Uma semelhante leitura é boa. É incontestável que a concepção grega do homem e do mundo se “secularizou” ou “laicizou” progressivamente e que o universo dos deuses desapareceu pouco a pouco face às ações dos homens. Enquanto nos séculos que se convencionou chamar homéricos a narração se organiza em

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mentou a passagem do mito ao logos”. Explique essa afirmação.

(CHÂTELET, François. História da Filosofia: Ideias, Doutrinas, vol. 1)

14) Reflita e responda: em nosso tempo, nós consideraríamos a democracia ateniense como uma verdadeira democracia? Justifique sua resposta.

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efetua, por causas históricas localizáveis, em Atenas, é o segundo momento. Uma democracia não é apenas, como sua etimologia indica, o poder do “povinho”, é antes o regime no qual o governo está “no meio”, quando cada cidadão está de direito e de fato capacitado a participar dele. Uma organização racional, correspondendo ao lugar do homem na disposição cósmica, se opõe às desordens dos bárbaros longínquos, à ordem absurda dos bárbaros demasiado próximos – o Império Persa. Subministra-se aí um pensamento novo, que rejeita nos horizontes distantes do arcaísmo o excessivo interesse pelos deuses e, em consequência, marca o exclusivo interesse pelos homens.

11) Explique por que a posição central da península grega foi fundamental para o desenvolvimento econômico da Grécia.

12) É possível considerar que a escassez de recursos naturais e o solo pouco propício à agricultura foram benéficos para a civilização grega? Por quê?

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APROFUNDANDO

13) Por que é possível afirmar que os poemas de Hesíodo contribuíram para o desmantelamento da mitologia grega?

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9) Quais são as principais funções da mitologia em qualquer civilização? 10) “O homem grego do século VI a.C. experi-

DESAFIANDO

15) Em que sentido podemos dizer que, em nosso tempo, ainda existe o pensamento mitológico?

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16) Identifique uma crença de tipo mitológico que você possua.


PESQUISANDO

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FILOSOFIA CLÁSSICA: COMO OCORREU A TRANSFORMAÇÃO DO PENSAMENTO GREGO NO SÉCULO V a.C?

1) Faça uma pesquisa sobre a influência de Homero na cultura grega.

RESUMINDO

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2) Pesquise também a poesia de Hesíodo e apresente as diferenças entre os dois poetas.

• A filosofia e a ciência surgem na civilização grega na passagem do século VI ao século V a.C. e podem ser compreendidas como a passagem do mythos ao logos;

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• A mitologia é guia para a vida das pessoas, explicação para a realidade e tentativa de controle dos aspectos incontroláveis da natureza; • Os poemas de Homero e de Hesíodo são as bases da cultura grega clássica; • O culto aos deuses constituía uma parte importante do modo de ser grego; • A Grécia era constituída de póleis, ou cidades-Estado, independentes entre si. Todavia, os gregos viam a si mesmos como membros de um mesmo povo, mesmo que separados politicamente;

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• O desenvolvimento econômico dos gregos propiciou o surgimento da moeda. Com a moeda, surgem novas maneiras de enriquecimento, e a economia grega se desenvolve fortemente; • Com a dissociação entre riqueza e propriedade de terras, surge uma nova classe social, que, embora não seja aristocrata, pretende participar do poder. A democracia surge aos poucos;

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• Com o surgimento da democracia, os mitos que sustentavam o modelo tradicional aos poucos são substituídos por uma nova visão de mundo, segundo a qual todos os homens podem obter o conhecimento da verdade a partir de seus próprios esforços. Essa visão de mundo inclui a possibilidade da filosofia e da ciência.

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FÍSICA 1o ANO


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Direção Executiva: Fabio Benites

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Diagramação, Ilustração de capa e Projeto Gráfico: Alan Giles Dominique Coutinho Erlon Pedro Pereira

Gestão Editorial: Maria Izadora Zarro

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Irium Editora Ltda Rua Desembargador Izidro, no 114 Tijuca - RJ CEP: 20521-160 Fone: (21) 2560-1349 www.irium.com.br

A reprodução desta obra, no todo ou em parte, por qualquer meio, sem autorização expressa, sujeitará o infrator, nos termos da Lei no 6.895, de 17/12/80, às penalidades previstas nos artigos 184 e 185 do Código Penal.


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INTRODUÇÃO À FÍSICA: POR QUE COMPREENDER OS CONCEITOS BÁSICOS É TÃO IMPORTANTE?

Objetivos de aprendizagem:

• Compreender a importância do sistema internacional de unidades na padronização e na universalização da produção científica, e as conversões de medidas;

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• Saber expressar corretamente as medidas científicas (algarismos significativos, notação científica, ordem de grandeza e arredondamento de medidas).

(Disponível em: www.istockphoto.com.br. Acesso em: abril de 2016)


Voo em “V” dos gansos ensina como o homem pode trabalhar em equipe

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INTRODUÇÃO À FÍSICA: POR QUE COMPREENDER OS CONCEITOS BÁSICOS É TÃO IMPORTANTE?

Quando você vir gansos voando em formação “V”, pode ficar curioso quanto às razões pelas quais eles escolhem voar dessa forma… Uma equipe de cientistas da Universidade de Montreal no Canadá pesquisou o voo em “V” na década de 60, concluindo: 1o) À medida que cada ave bate suas asas, ela cria uma sustentação para a ave seguinte. Voando em formação “V”, o grupo inteiro consegue voar pelo menos 71% a mais do que cada ave isoladamente.

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2o) Sempre que um ganso sai da formação, ele repentinamente sente a resistência e o arrasto do ar por tentar voar só, e de imediato, ele retorna à formação para tirar vantagem do poder de sustentação da ave à sua frente. 3o) Quando o ganso líder se cansa, ele reveza, indo para a fim do “V”. Nesse momento, imediatamente um outro assume a ponta. 4o) Os gansos de trás grasnam para encorajar os da frente a manterem o ritmo e a velocidade. (Roberto Garini - Disponível em: http://www.sonoticiaboa.com.br/2012/11/28/voo-em-qvq-dos-gansos-ensinacomo-o-homem-pode-trabalhar-em-equipe/)

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Os gansos, por processo prático de aprendizagem, aprenderam que o ar em movimento ajuda na sustentação. Ao voar sozinho, a camada atmosférica que é fundamental no processo de voo também acaba gerando dificuldades. Tudo se resume em economizar energia, que é um objetivo da Física. Nada pode ser desperdiçado.

1) Introdução à Física

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Estudar Física é estudar os fenômenos da natureza, para as pessoas curiosas pode ser bastante prazeroso. Dedique-se e verá que você não vai se arrepender. Aprender nos torna melhores. Neste caderno, você vai conhecer os procedimentos matemáticos que são utilizados para expressar respostas e dados físicos corretamente, também conhecerá os vetores, este ente matemático que representa algumas grandezas físicas.

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1.1) O Sistema Internacional de Unidades (SI) Do sistema inglês de unidades herdamos a milha, o pé, a libra e outras unidades. Essas unidades são muito confusas para nós, que trabalhamos com quilômetros, centímetros e quilogramas. Em 1960, foi criado o Sistema Internacional de Unidades, conhecido como (SI) e adotado para a linguagem científica por todos os países. No estudo da Física citaremos as unidades do SI e as oficiais do Brasil quando for preciso.


FÍSICA

Nome

Equivale

Potência de dez

μ

micro

÷ por 1 000 000

10 -6

m

mili

÷ por 1 000

10 -3

c

centi

÷ por 100

10 -2

d

deci

÷ por 10

10 -1

da

deca

x por 10

10

h

hecto

x por 100

102

k

quilo

x por 1000

103

M

mega

x por 1 000 000

10 6

Para resolver o problema, convencionou-se que a potência 100,5 estabeleceria a fronteira de avaliação.

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Comprimento 1km = 103 m → 1m = 10 -3 km 1m = 102cm → 1cm = 10 -2 m 1m = 103mm → 1mm = 10 -3 m

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1.3) A notação científica

A notação científica é utilizada para expressar certas medidas de modo mais simples. Observe que não é nada agradável escrever: Distância do Sol à Terra: 150.000.000.000m → Fica mais fácil escrever: 1,5 x 1011m Diâmetro do átomo de hidrogênio é: 0,000000000053 m → Fica mais fácil escrever: 5,3 x 10 -11m.

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Escrever uma medida na notação científica é escrevê-la do seguinte modo: a,bcd x 10n u

M

O algarismo representado pela letra “a” deve ser tal que 1 ≤ a ≤ 9.

1.4) Ordem de grandeza de uma medida Nem sempre é necessário conhecer todos os algarismos de uma medida. A noção de seu valor já satisfaz. As potências de dez

1

10º

Medidas neste intervalo O.G = 10º

3,16 100,5

Medidas neste intervalo O.G = 101

10 101

Veja os exemplos:

A O.G. da medida 2,5 x 105 m ⇒ 100 x 105 m ⇒ é 10 m. 5

A O.G da medida 7,32 x 10 -7 m ⇒ 101 x 10 -7m ⇒ é 10 -6 m. Temos que ter atenção quando a medida não se encontrar na notação científica, veja os exemplos a seguir: A O.G. de 720.427cm ⇒ 7,2427 x 105 cm ⇒ 10 x 105 cm ⇒ é 106 cm. 1

A O.G. de 0,000238km ⇒ 2,38 x 10 -4 km ⇒ 100 x 10 -4 km ⇒ é 10 -4 km.

1.5) Algarismos significativos de uma medida Algarismos significativos de uma medida é o conjunto dos algarismos corretos mais o algarismo duvidoso. Algarismo Correto ⇒ É o algarismo que é fornecido (lido) no instrumento de medição. Algarismo Duvidoso ⇒ É o algarismo avaliado por quem realiza a medição; ele é sempre o último algarismo da medida.

3

EM1FIS01

Veja nos exemplos a seguir como podemos trabalhar com os prefixos:

Massa 1kg = 103g → 1g = 10 -3 kg

Observe que, pela definição de O.G., dizer algumas ordens de grandezas se torna muito fácil: a ordem de grandeza de 90 é 102, pois 90 está bem perto de 100; a ordem de grandeza de 1.200 é 103, pois 1.200 está mais próximo de 1.000 do que de qualquer outra potência de 10. O problema surge para números ou medidas que estejam igualmente distantes de duas potências de dez.

Prefixo

foram adotadas como parâmetros de comparação. A ordem de grandeza de uma medida é a potência de dez mais próxima da medida.

LI SE

1.2) Os prefixos mais utilizados


INTRODUÇÃO À FÍSICA: POR QUE COMPREENDER OS CONCEITOS BÁSICOS É TÃO IMPORTANTE?

4

cm

3

4

cm

Na primeira régua lemos 3,9 que são algarismos corretos como temos que fazer uma avaliação ficará 3,94cm. A medida possui 3 algarismos significativos. Já pela segunda régua lemos apenas 3. Ao fazer a avalição ficará 3,9cm.

A medida 13,181 m com 3 A.S. ficará 13,2 m, pois o primeiro algarismo que foi abandonado é 8 e por isso ao 1 somou-se mais uma unidade.

1.6.2) Operações com algarismos significativos Adição e Subtração

Arredonda-se primeiro, colocando todas as medidas com o mesmo número de casas decimais (ditadas pelo que tiver menos casas decimais); a seguir faz-se a operação indicada.

DE A

A medida possui 2 algarismos significativos.

LI SE

3

2a) Se o primeiro algarismo a ser abandonado for 5, 6, 7, 8, ou 9 soma-se uma unidade no último algarismo que ficará na medida final.

Observe as duas “réguas” a seguir. A superior possui divisões de milímetros enquanto que a inferior, sua menor divisão é o centímetro. Com elas vamos indicar a medida do segmento negro.

Sobre algarismos significativos você não deve esquecer: I) Zero à esquerda não conta como algarismo significativo. 0,0042 m ⇒ 2 algarismos significativos

0,00402 m ⇒ 3 algarismos significativos

0,004200 m ⇒ 4 algarismos significativos

ER IA L

II) Uma mudança de unidade não modifica o número de algarismos significativos da medida. 0,4 m = 0,0004 km

Para unidades que se transformam em subunidades, a saída é a potência de dez. 2 m ≠ 200 cm ⇒ 2 m = 2 x 102 cm

III) Potência de dez não conta como algarismo significativo.

AT

1.6) Arredondamento

Arredondar uma medida é escrevê-la com um número menor de algarismos significativos previamente estabelecido.

M

1.6.1) Normas para o arredondamento

EM1FIS01

1a) Se o primeiro algarismo a ser abandonado for 0, 1, 2, 3, ou 4 a medida não se altera. A medida 12,743 m escrita com apenas 3 A.S. ficará 12,7 m, pois o primeiro algarismo que foi abandonado é 4.

4

47,23m + 107,4m + 68,865m 47,2m + 107,4m + 68,9m = 223,5m Multiplicação e divisão

Primeiro, faz-se a operação; a seguir, o arredondamento, dando a resposta com número de algarismos significativos da medida menos precisa. 3,54 m x 2,4 m ⇒ 8,496 ⇒ 8,5 m2 20 km ⇒ 6,6666 ⇒ 7 km/h. 3h

Como ordem de grandeza pode cair no ENEM? FIS0121 Quando queremos expressar uma quantidade muito grande ou muito pequena, utilizamos a Ordem de Grandeza para indicar o valor aproximado. É comum olhar para uma multidão e dizer “ali existem 1000 pessoas”, mesmo sem ter contado o número exato. Na questão indicada, devemos identificar a OG de quantas pastilhas são necessárias para cobrir uma área.

Um corredor plano, em forma de um quadrilátero, foi medida com instrumentos de precisões diferentes e, obteve-se para comprimento 6,8m e para a largura 2,25m.


FÍSICA

4) Qual o resultado, fisicamente correto, para as seguintes operações? a) 1,75m + 4,4m + 3,08m + 2,031m b) 235,498km – 124,33km c) 2,451m x 3,62m

LI SE

Desejando-se cobrir tal corredor com pastilhas quadradas de 2 cm de lado, a ordem de grandeza do número de pastilhas que seriam necessárias é: a) 101 d) 104 b) 102 e) 105 c) 103

FIS0122

Gabarito: E

5) Um evento está sendo realizado em uma praia cuja faixa de areia tem cerca de 4 km de extensão e 100 m de largura. A ordem de grandeza do maior número possível de adultos que podem assistir a esse evento sentados na areia é de: a) 104 c) 106 b) 105 d) 107

PRATICANDO

DE A

1) Observe a medida a seguir e responda às questões abaixo. 0,4127 m a) Quantos algarismos significativos existem nesta medida? b) Quais os algarismos corretos? Qual o algarismo duvidoso? c) Como fica esta medida escrita com 2 algarismos significativos? E com 3?

AT

3) A graduação da fita métrica da figura a seguir é o centímetro. Assinale a alternativa que melhor indica o comprimento medido.

M

42 43

a) 48 cm b) 48,3 cm c) 48,5 cm d) 48,1 cm e) 48,0 cm

44

45

46

47

48 49

Grandeza é um conceito primitivo, não precisa ser definida para que se saiba que comprimento é diferente de tempo, que massa é diferente de volume, mas podemos agrupá-las em duas categorias.

2.1) Grandezas escalares São as que ficam definidas quando conhecemos seu módulo (número ou valor numérico acompanhado de uma unidade). Comprimento: 2,0 km; 200 m; 30 cm Volume: 3,5 m3; 40 dm3; 500 L Tempo: 2 h; 35 min; 7 dias

2.2) Grandezas vetoriais São aquelas que só conhecemos em todos os seus detalhes, só ficam perfeitamente definidas se conhecemos seu módulo, sua direção e seu sentido. Força: uma força de 10 N, na horizontal com sentido para a direita. Velocidade: o ônibus ia a 60 km/h, na estrada Presidente Dutra e no sentido para São Paulo.

5

EM1FIS01

ER IA L

2) Assinale a alternativa que contém as medidas 157.300 m e 0,0080 x 10 –2 km escritas corretamente na notação científica, respectivamente: a) 1,57300 . 105 m e 8,0 . 10 –6 km b) 1,573 . 105 m e 8,0 . 10 –6 km c) 1,57300 . 106 m e 8,0 . 105 km d) 1,57300 . 104 m e 8,0 . 106 km e) 1,57300 . 105 m e 8,0 . 10–5 km

2) Grandezas escalares e vetoriais


LI SE

INTRODUÇÃO À FÍSICA: POR QUE COMPREENDER OS CONCEITOS BÁSICOS É TÃO IMPORTANTE?

Desemprego fica em 10,9% no 1º trimestre de 2016 no Brasil, conforme pesquisas realizadas pelo IBGE

Taxa é a maior desde o início da série da Pnad Contínua, em 2012

ER IA L

DE A

A taxa de desemprego no Brasil vem crescendo rapidamente desde o início do ano de 2015. De acordo com o IBGE, a taxa alcança 10,9% no 1º trimestre de 2016, ou seja, a cada dez pessoas, uma está desempregada. Nas principais regiões metropolitanas brasileiras, a fila do desemprego cresceu aproximadamente 43% comparado a 2015. Para se embasar de tais dados, o IBGE, organização pública responsável pelas estatísticas e pelos dados brasileiros, se utilizou de conceitos econômico-sociais, tais como população ocupada, população desocupada, PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), entre outros. Qual a relação entre esses dados e a economia brasileira? O que isto interfere no nosso dia a dia? Quer saber mais? Então se joga no site www.4newsmagazine.com.br #NaoVaiTerEmprego

3) Vetor

É um ente matemático que possui um módulo, uma direção e um sentido

3.1) Características do vetor

AT

Módulo: o tamanho do vetor. Direção: dada pela reta que o contém. Sentido: dado pela seta em sua extremidade.

M

3.2) Representação do vetor B

A

2.3) Saiba um pouco mais sobre os vetores I) Veja que a primeira nomenclatura é mais completa, pois nos informa a origem do vetor (ponto A) bem como sua extremidade (ponto B). II) A segunda nomenclatura é mais utilizada. III) Quando queremos que o nome de um vetor seja “EFE”, devemos colocar sobre a letra → uma seta F , ou então, escrever a letra em negrito: F. IV) Quando for preciso apenas se referir ao módulo do vetor, usa-se a letra sem a seta sobre ela. V) Alguns detalhes quando comparamos vetores:

Lê-se vetor AB e representa-se (AB ). ou então

EM1FIS01

Lê-se vetor a e representa-se a .

6

→ a

→ b

→ c → d

→ e → f

→ g


FÍSICA

Dado um conjunto de vetores, dá-se o → nome de soma vetorial (S ) ao vetor que substitui o conjunto, produzindo o mesmo efeito.

4.1) Método do polígono

→ b → d

→ c

ER IA L

Com todos os vetores traçados em escala, a soma vetorial seria: → b

→ a

=a +

I) Vetores de mesma direção e sentido (θ = 0o). → a

→ b

→ a

→ b

→ S

→ d

b

+

c

+

d

AT

4.1) Método do paralelogramo

M

Quando se tem apenas dois vetores, o processo mais utilizado é o do paralelogramo: traça-se os vetores a partir de uma origem comum, fechando um paralelogramo. Com os vetores abaixo, fazendo o traçado do paralelogramo fica:

→ a

→ a

→ b

4.4) Soma de dois vetores: casos particulares

S=a+b

→ c

S

Onde θ é o ângulo entre dois vetores a e b . Vejamos um exemplo: Dois vetores têm módulos iguais a 10 u e 20 u e formam entre si um ângulo de 120°. Qual o módulo da soma vetorial desses vetores? Dado: cos 120° = – 0,5 S2= a2+ b2+ 2abcos 120° S2= 100 + 400 + 2.10x20x(–0,5) S2= 500 – 200 S2 = 300 ⇒ S = 10√ 3 u

DE A

Aplica-se para um conjunto de mais de dois vetores: a partir de um ponto traça-se um vetor e cada vetor a seguir é traçado a partir da extremidade do anterior. Veja com os vetores abaixo: → a

S2 = a2 + b2 + 2.a.b. cos θ

4) Soma vetorial

Conhecendo-se os módulos dos vetores a a e → b, bem como o ângulo entre eles, pode-se determinar o módulo da soma vetorial pela expressão:

S

→ b

Observe que, neste caso, o módulo da soma vetorial coincide com a soma dos módulos dos vetores. É o caso em que a soma de dois vetores tem módulo máximo. II) Vetores de mesma direção e sentidos opostos (θ= 180º). →

b →

a

a

S

b

S=a–b

Observe que neste caso o módulo da soma vetorial coincide com a diferença dos módulos dos vetores e terá sempre o sentido do maior. É o caso em que a soma de dois vetores tem módulo mínimo.

7

EM1FIS01

d) f e g , por possuírem mesmo módulo, sentidos opostos e mesma reta suporte, são denominados diretamente opostos.

4.3) Soma de dois vetores: método analítico

LI SE

a) Todos os vetores da figura têm a mesma direção. → b) Numa mesma escala, b é o vetor de maior → módulo e c é o de menor módulo. → → c) b e g são vetores de sentidos opostos.


INTRODUÇÃO À FÍSICA: POR QUE COMPREENDER OS CONCEITOS BÁSICOS É TÃO IMPORTANTE?

→ a

S

→ a → b

→ b

S2 = a2 + b2

Vx= V.sen 60o= 80 . √ 3 = 40 √ 3u 2

6) Diferença de dois vetores Considere os vetores dados a seguir: →

a

5) Decomposição de um vetor em componentes ortogonais

a

Quando é preciso substituir um vetor por dois outros perpendiculares que produzam o mesmo efeito devemos fazer a decomposição do vetor em duas componentes ortogonais. → vy

ER IA L

Y

b

2o) Feche um triângulo. →

→ V

X

→ vx

V y = V sen θ

V x e V y são denominados componentes or→ togonais do vetor V .

AT

Um vetor de módulo 80N forma um ângulo de 60° com o eixo y no primeiro quadrante. Qual o módulo das componentes desses vetores nos eixos x e y? Solução:

M

a

Vx = V cos θ

θ

Y

Vy

b

3o) Coloque a seta do vetor diferença voltada para o primeiro que aparecer na subtração. →

Se for D = a – b

→ →

Se for D = b – a

D

a

b

b

Como calcular a diferença dos dois? 1o) Coloque os vetores com suas origens coincidindo.

DE A

O módulo da soma é dado pelo Teorema de Pitágoras.

LI SE

1 Vy= V.cos 60o = 80 . 2 = 40u

Pense um pouco: Dois vetores têm módulos respectivamente iguais a 5 u e 9 u, não se conhece o ângulo entre eles, o que se pode garantir sobre a soma desses dois vetores? III) Vetores ortogonais (θ = 90º).

D

a

b

V PRATICANDO

60o

EM1FIS01

0

8

X

6) A figura mostra três vetores A , B e Analisando-a, podemos afirmar que:

C.


FÍSICA →

b) A = B – C →

b) Qual o módulo da soma de x + y ?

A

B

c) A + C = B d)

a) Qual o módulo da soma de t + u ?

C

LI SE

a) A + B + C = 0

APROFUNDANDO

A +B =C

e) A = B + C

11) (PUC) O número de algarismo significativos de 0,00000000008065 cm é: a) 3 d) 14 b) 4 e) 15 c) 11 12) (CEFET) A medição do comprimento de um lápis foi realizada por um aluno usando uma régua graduada em mm. Das alternativas apresentadas, aquela que expressa corretamente a medida obtida é: a) 15 cm d) 15,0 cm b) 150 mm e) 150,00 cm c) 15,00 cm

DE A

7) Uma pessoa sai de um ponto P e caminha 60 m para o norte; em seguida 18 m rumo ao leste e, finalmente, 36 m rumo ao Sul. a) A que distância, em linha reta, ela se encontra do ponto P? b) O que representa o vetor com origem no ponto P e extremidade onde a pessoa se encontra?

a) Qual o módulo da soma vetorial? b) Se a ordem dos vetores traçados fosse outra, mudaria a soma vetorial? FIS0123

9) Um avião possui velocidade de 2,00 x 102 m/s a 30° acima da direção horizontal. Com que velocidade se desloca a sombra do avião no chão plano e horizontal? → V

AT

Y

30o

M

→ y

→ t

→ u

1 1

Sabendo-se que a ampulheta comporta 30 kg de areia e que 2/3 do seu conteúdo inicial já se escoaram, quantos dias de vida ainda restam a tão infeliz personagem? a) 100 d) 2000 b) 50 e) 1000 c) 600 14) (CESGRANRIO) Um estudante, tendo medido o corredor de sua casa, encontrou os seguintes valores: Comprimento: 5,7 m

X

10) Na figura a seguir, considerando a escala indicada: lado do quadradinho igual a 1 unidade, responda. → x

13) (FUVEST) Um conhecido autor de contos fantásticos associou o tempo restante de vida de certa personagem à duração de escoamento da areia de uma enorme ampulheta. A areia se escoa, uniforme, lenta e inexoravelmente, à razão de 200 gramas por dia.

Largura: 1,25 m

Desejando determinar a área deste corredor com a maior precisão possível, o estudante multiplica os dois valores anteriores e registra o resultado com o número correto de algarismos, isto é, somente com os algarismos que sejam significativos. Assim fazendo, ele deve escrever: a) 7,125 m2 d) 7,1 m2 2 b) 7,12 m e) 7 m2 c) 7,13 m2

9

EM1FIS01

ER IA L

8) Tentando determinar a soma vetorial de um conjunto de vetores, obtém-se a figura:


INTRODUÇÃO À FÍSICA: POR QUE COMPREENDER OS CONCEITOS BÁSICOS É TÃO IMPORTANTE?

20) (PUC) Os ponteiros de hora e minuto de um relógio suíço têm, respectivamente, 1 cm e 2 cm. Supondo que cada ponteiro do relógio é um vetor que sai do centro do relógio e aponta na direção dos números na extremidade do relógio, determine o vetor resultante da soma dos dois vetores correspondentes aos ponteiros de hora e minuto quando o relógio marca 6 horas. a) O vetor tem módulo 1 cm e aponta na direção do número 12 do relógio; b) O vetor tem módulo 2 cm e aponta na direção do número 12 do relógio; c) O vetor tem módulo 1 cm e aponta na direção do número 6 do relógio; d) O vetor tem módulo 2 cm e aponta na direção do número 6 do relógio; e) O vetor tem módulo 1,5 cm e aponta na direção do número 6 do relógio.

DE A

16) (CESGRANRIO) Um recipiente cúbico tem 3,000 m de aresta, n é o número máximo de cubos, de 3,01 mm de aresta, que cabem no recipiente. A ordem de grandeza de n é: a) 106 d) 109 b) 107 e) 1010 c) 108

c) 104 d) 102

LI SE

Levando-se em consideração serem sempre constantes os intervalos mencionados, as 300 pessoas da fila serão atendidas, em aproximadamente: a) 201 min d) 171 min b) 191 min e) 161 min c) 181 min

a) 108 b) 106

15) (UFRJ) Numa fila de banco há 300 pessoas. O guarda autoriza a entrar no banco, durante 10 segundos, 30 pessoas. Para nova autorização há a espera de 20 minutos.

ER IA L

17) (FASP) Uma partida normal de futebol é disputada em 90 min. O estádio do Morumbi, em São Paulo, já recebeu cerca de 30 milhões de torcedores desde sua abertura, em 1960. A média de torcedores por partida é de aproximadamente 28 mil. Então, qual é a ordem de grandeza do total de minutos de futebol já jogados no Morumbi?

AT

18) (FUVEST) Qual é a ordem de grandeza do número de voltas dadas pela roda de um automóvel ao percorrer uma estrada de 200 km? a) 102 d) 1010 b) 103 e) 109 5 c) 10

M

19) (UERJ) Os 4,5 bilhões de anos de existência da Terra podem ser reduzidos a apenas 1 ano, adotando-se a seguinte escala: 1 minuto = 9 . 103 anos

EM1FIS01

Desse modo, se o aparecimento dos primeiros mamíferos se deu em 16 de dezembro, os primeiros primatas surgem em 25 de dezembro. Utilizando-se a escala, a ordem de grandeza, em séculos, entre estas duas datas é igual a:

10

21) (UEL) Dados os vetores u , v , x , y e w de mesmo módulo, qual das relações abaixo está correta? →

x

U

60

Y

o

120 o →

w

v a) U + W = Y b) X + W = U c) X + Y = U d) X + Y + V = U e) U + V + Y = U

22) (FC CHAGAS) Qual é a relação entre os ve→

→ →

tores M , N , P e R representados na figura? →

N

M

R

P


FÍSICA →

100 m, o deslocamento da pessoa é: a) 700m para sudeste b) 200m para oeste c) 200m para norte d) 700m em direções variadas e) 0m

b) P + M = R + N c) P + R = M – N

d) P + R + N = M

26) (UnB) Considere um relógio com mostrador circular de 10 cm de raio e cujo ponteiro dos minutos tem comprimento igual ao raio do mostrador. Considere esse ponteiro como um vetor de origem no centro do relógio e direção variável. O módulo da soma dos três vetores determinados pela posição desse ponteiro quando o relógio marca exatamente 12 horas, 12 horas e 20 minutos e, por fim, 12 horas e 40 minutos é, em cm, igual a: a) 30 c) 20 b) 10 (10+ √ 3 ) d) zero

23) (UFC) Na figura abaixo, em que o plano está graduado em quadrados de lados 0,5 cm, estão desenhados 10 vetores.

LI SE

a) M + N + P + R = O

DE A

y

x

DESAFIANDO

27) (MACK) A figura mostra 5 forças representadas por vetores de origem comum, dirigindo-se aos vértices de um hexágono regular.

ER IA L

O módulo da soma de todos esses vetores, em centímetros, é: a) 0,0 d) 1,5 b) 0,5 e) 2,0 c) 1,0

M

a) 14,2 N b) 18,6 N c) 25,0 N

d) 21,3 N e) 28,1 N

25) (UFMG) Uma pessoa sai para dar um passeio pela cidade, fazendo o seguinte percurso: sai de casa e anda 2 quarteirões para o norte; dobra à esquerda andando mais 2 quarteirões para oeste, virando, a seguir, novamente à esquerda e andando mais dois quarteirões para o sul. Sabendo que cada quarteirão mede

Sendo 10N o módulo da força Fc , a intensidade da resultante dessas 5 forças é: a) 50N d) 35N b) 45N e) 30N c) 40N

11

EM1FIS01

AT

24) (ACAFE) Os módulos das forças representadas na figura são F1 = 30N, F2 = 20 N e F 3 = 10N. Determine o módulo da força resultante:


PESQUISANDO

LI SE

INTRODUÇÃO À FÍSICA: POR QUE COMPREENDER OS CONCEITOS BÁSICOS É TÃO IMPORTANTE?

ER IA L

DE A

Após uma releitura do texto sobre o voo dos gansos, vamos pesquisar um pouco e responder as perguntas a seguir. Haverá uma situação na qual o voo dos pássaros poderia ser facilitado? A densidade da camada atmosférica influi neste voo? O voo do avião tem a mesma explicação do voo dos gansos?

RESUMINDO

• Uma medida na Notação Científica só possui um algarismo diferente de zero antes da vírgula; • Ordem de Grandeza é a potência de dez mais próxima da medida; • Arredondar uma medida é escrevê-la com um número menor de algarismos significativos previamente estabelecido;

AT

• Na adição e subtração, primeiro arredondamos, e, a seguir fazemos a operação; • Na multiplicação e divisão, primeiro fazemos a operação e, a seguir, arredondamos;

EM1FIS01

M

• Decompor um vetor em componentes ortogonais é substituir o vetor por dois outros perpendiculares que produzam o mesmo efeito.

12


M

AT ER IA L DE A NÁ

LI SE

GEOGRAFIA 1o ANO


LI SE

Direção Executiva: Fabio Benites

DE A

Diagramação, Ilustração de capa e Projeto Gráfico: Alan Giles Dominique Coutinho Erlon Pedro Pereira

Gestão Editorial: Maria Izadora Zarro

M

AT

ER IA L

Irium Editora Ltda Rua Desembargador Izidro, no 114 Tijuca - RJ CEP: 20521-160 Fone: (21) 2560-1349 www.irium.com.br

A reprodução desta obra, no todo ou em parte, por qualquer meio, sem autorização expressa, sujeitará o infrator, nos termos da Lei no 6.895, de 17/12/80, às penalidades previstas nos artigos 184 e 185 do Código Penal.


ER IA L

LI SE

DE A

INDÚSTRIA: O QUE PRECISAMOS SABER SOBRE AS REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS E FORDISMO?

Objetivos de aprendizagem: • Entender a Primeira Revolução Industrial; • Contextualizar o pioneirismo Britânico; • Segunda Revolução Industrial; • Contextualizar o protagonismo Estadunidense;

M

AT

• Analisar o modelo produtivo Fordista de produção e correlacionar Fordismo e sociedade.

(Disponível em: https://salaodocarro-a. akamaihd.net/_upload/galleries/2014/01/22/ fordismo-52e016b379a34.jpg. Acesso em: outubro de 2016)


Uma sociedade tecnológica

LI SE

INDÚSTRIA: O QUE PRECISAMOS SABER SOBRE AS REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS E FORDISMO?

DE A

(Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=52084. Acesso em: outubro de 2016)

ER IA L

Imagine a sociedade digital em que vivemos sem os recursos tecnológicos? Impossível? Sim, bem provável. Mas, qual origem dessa dependência da tecnologia que temos nos dias atuais? Este caderno pretende iniciar a resposta através da compreensão da evolução do capitalismo, em especial, das revoluções industriais e dos modelos econômicos adotados pelos Estados. Bom estudos!

1) A Evolução do Capitalismo 1.1) O Capitalismo Comercial e as relações de trabalho

EM1GEO01

M

AT

Você já percebeu que o capitalismo é hegemônico em nosso cotidiano? Nossas relações são baseadas no uso de moedas e outros traços típicos do sistema capitalista. Mas, esse modelo não surgiu “do nada”, houve uma evolução até os dias atuais. Você a conhece? A Idade Moderna, período compreendido entre 1453 e 1789, compreende a crise feudal até o início da Revolução Francesa, nesse período temos a formação do capitalismo comercial. No século XV, o comércio já era a principal atividade econômica da Europa, os comerciantes, ou a classe burguesa, já tinham promovi-

2

do uma intensa acumulação de capitais, devido a realização do comércio de especiarias e suas trocas comerciais desiguais com os paises da África e a Ásia, através do mar Mediterrâneo e posteriormente do Oceano Atlântico. O capital, então, se tornou a principal fonte de riqueza, substituindo a terra, do período feudal. Esse capital podia ser acumulado ou obtido sobretudo por meio da ampliação cada vez maior do comércio e da exploração do ouro e da prata, principalmente, das áreas coloniais. A expansão do comércio gerou a necessidade de ampliação da produção, principalmente, a artesanal. Os artesãos mais ricos começaram a comprar as oficinas dos artesãos mais pobres. Estes se transformaram então em trabalhadores assalariados enquanto o


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O primeiro país a realizar a Revolução Industrial foi a Inglaterra, em 1750. Posteriormente, já no século XIX, outros países realizaram a Revolução Industrial: França, Alemanha, Bélgica, Itália, Rússia, Estados Unidos e Japão. O capitalismo industrial foi portanto se firmando como novo modo de vida, fazendo com que o trabalho assalariado se tornasse generalizado. O homem passou, assim, a comprar o trabalho de outro homem por meio de salário. A Revolução Industrial tornou mais intensa a competição entre os países industriais, para obter matérias-primas, produzir e vender seus produtos no mundo, fazendo surgir um novo colonialismo no século XIX – o imperialismo, que foi a intensa exploração não mais dos países, então já independentes da América Latina, mas sim dos paises asiáticos e africanos, que apresentavam algum interesse, nesse contexto se deu o Break Up chinês, por exemplo. As potências industriais europeias invadiram e ocuparam grades áreas dos continentes africano e asiático. Fundaram colônias e exploraram as populações nativas, pagando baixos salários pelo seu trabalho. Além de fornecer matérias-primas para as indústrias europeias, as colônias eram também grandes mercados consumidores de produtos industriais e do capital excedente, as potencias nessa fase não apenas vendiam produtos mas também dinheiro. Os países americanos, apesar de independentes de suas metrópoles europeias (Portugal, Espanha e Inglaterra), não escaparam dessa dominação colonial, embora agora de forma diferente, principalmente feita através da submissão financeira e tecnológica. Os países latino-americanos, inclusive o Brasil, continuaram como simples vendedores de matérias-primas e gêneros agrícolas para as indústrias europeias e como compradores dos produtos industriais europeus.

número de empregados nas oficínas foi aumentando. Nesse processo, percebemos a formação das relações entre capital e trabalho. A fase de acumulação do capital por meio do lucro obtido com o comércio e, ainda, por meio da exploração do trabalho do homem, seja o assalariado ou o escravo, recebe o nome de capitalismo comercial. Nesta fase do capitalismo, nos séculos XV e XVI, ocorreu a expansão marítimo-comercial, lideradas por nações europeias e que promoveu a exploração intensa do colonialismo das regiões periféricas, como América (Latina) e África, e em menor escala, inicialmente, na Ásia.

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Conforme já notamos até o século XVIII, o comércio era a principal atividade econômica da Europa, proporcionando grandes lucros à burguesia comercial. Nesta época começaram a surgir novas técnicas de produção de mercadorias como, por exemplo, a máquina a vapor e do tear mecânico, que proporcionaram uma tremenda ampliação dos lucros da burguesia, fazendo com que surgisse um novo grupo econômico, muito mais forte que a burguesia comercial, a burguesia industrial, que viria caracterizar toda idade contemporânea, ou seja, dos meados de 1789 até os dias atuais. É claro que podemos ressaltar o aperfeiçoamento dessa classe em seu período monopolista, pós 2 a Revolução Industrial e Global, ou melhor, transnacional após a 3 a Revolução Industrial, mas todas essas adaptações são realizadas por uma elite que se consolidou, que é a elite industrial. Cabia a burguesia industrial a maior parte dos lucros, enquanto a grande maioria dos homens continuava pobre, uns continuaram trabalhando a terra arrendada, outros se tornaram operários assalariados, mas apenas a elite industrial enriquecia. Essa situação de inversão, ou melhor, de readaptação das elites foi iniciada com a Revolução Industrial.

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1.2) O Capitalismo em sua forma moderna: o Capitalismo Industrial


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1) (UEL) “Ainda que a indústria seja a forma através da qual a sociedade apropria-se da natureza e transforma-a, a industrialização é um processo mais amplo, que marca a chamada Idade Contemporânea, e que se caracteriza pelo predomínio da atividade industrial sobre as outras atividades econômicas. Dado o caráter urbano da produção industrial (produção essa totalmente diferenciada das atividades produtivas que se desenvolvem de forma extensiva no campo, como a agricultura e a pecuária) as cidades se tornaram sua base territorial, já que nelas se concentram capital e força de trabalho.”

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A Revolução Industrial levou a um aumento da produção, dos lucros e, também, da exploração do trabalho humano. O trabalhador foi submetido a longas jornadas de trabalho, 14 horas ou mais, recebendo baixos salários, sem receber nenhum apoio ou suporte em caso de doenças mesmo que provocadas pelo trabalho. Além disso, não eram somente adultos que se transformavam em operários, mas também crianças empregavam-se nas fábricas, executando tarefas por um salário menor que o do adulto. Essa situação levou os trabalhadores a se revoltarem. Inicialmente eram revoltas isoladas, mas, depois, os operários se organizaram em sindicatos, para lutar por seus interesses, tal organização teve seu inicio estimulo nas Trade Unions do pós Primeira Revolução Industrial. E os trabalhadores descobriram uma arma para lutar contra a exploração de sua força de trabalho: a greve.

1.3) O Capitalismo Financeiro

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A atual fase do capitalismo recebe o nome de capitalismo financeiro. A atividade bancária, ou seja, empréstimo de dinheiro a juros, predomina. Todas as outras atividades dependem dos empréstimos bancários. A moeda tornou-se a principal “mercadoria” do sistema. Podemos elencar algumas das características gerais do capitalismo: a propriedade privada ou particular dos meios de produção, o trabalho assalariado, o predomínio da livre iniciativa sobre a planificação estatal e a pequena interferência do Estado nos negócios. A sociedade capitalista é tipicamente dividida em duas classes sociais por influência histórica: a que possuiria os meios de produção, denominada burguesia e a que possuiria apenas a sua força de trabalho, denominada proletariado. Atualmente, a complexidade do capitalismo tem produzido outras formas de segmentação e possíveis classes.

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(SPÓSITO, M. E. B. Capitalismo e urbanização. São Paulo: Contexto, 1988. p. 43.)

Com base no texto anterior, assinale a alternativa correta: a) A industrialização é um processo que ocorre somente em grandes cidades; b) A base territorial da produção industrial são as cidades, pois nelas se concentram capital e força de trabalho; c) As cidades da Idade Contemporânea devem sua existência exclusivamente às atividades industriais; d) Em todas as grandes cidades da Idade Contemporânea, as atividades industriais concentram-se estrategicamente no perímetro central, junto à área de comércio; e) A industrialização é um processo que ocorre somente nas cidades do mundo desenvolvido.

2) A Primeira Revolução Industrial A evolução capitalista é marcada por uma revolução em suas estruturas: o surgimento da indústria! Imagine o mundo sem indústrias? Difícil não? Como visto, o sistema atual gira em torno do capital e a economia em torno da tecnologia e, consequentemente, dos capitais. Para essa consolidação é funda-


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trabalho gerados pela rápida industrialização das cidades, que promoveu uma grande atração populacional para os centros urbanos. Todavia, o que não se pode negar é que a Revolução industrial transformou a sociedade, antes, basicamente rural e agrícola do mundo ocidental em uma sociedade basicamente urbana e industrial. A industrialização trouxe muitos benefícios materiais, mas gerou também um grande número de problemas que ainda afligem o mundo moderno, como os problemas ambientais enfrentados pelos países industriais. Além disso, a modernização tecnológica tornou obsoletas diversas formas de trabalho, gerando um crescente desemprego, além de ampliar a dependência dos paises periféricos que não conseguem acompanhar o ritmo de inovações tecnológicas propiciadas pela constante renovação de investimentos em pesquisas. Outro aspecto interessante é o político, antes da Revolução Industrial, a maioria dos países europeus era governada por um monarca que desfrutava de grande poder pessoal. Os grandes proprietários de terras, os negociantes ricos e alguns membros do clero exerciam também uma influência política considerável, mas trabalhadores e lavradores não tinham voz no governo. Em muitos países, não havia nem mesmo eleições, por exemplo, na Grã-Bretanha para eleição do parlamento, somente os membros masculinos da Igreja da Inglaterra que pagavam um certo número de impostos podiam votar. Todas essas condições sociais, econômicas e políticas mudaram na Grã-Bretanha com o desenvolvimento da Revolução Industrial, pois surgiu uma elite burguesa que lutava por direitos e por uma maior democratização política, ao lado dessa burguesia surgia uma classe proletariada, representada por sindicatos, que posteriormente também reivindicaria essa participação política.

2.1) O Pioneirismo Inglês A Revolução Industrial começou na Grã-Bretanha por várias razões. Os países pos5

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mental entender as raízes e a principal são as revoluções industriais. A Revolução Industrial foi caracterizada por uma sucessão de fatos durante o século XVIII e início do século. XIX, que propiciaram uma reestruturação na forma de produção dos bens em todo o planeta, embora tenha inicialmente atingido apenas a Inglaterra. Houve grandes mudanças na vida e no trabalho das pessoas, em consequência do desenvolvimento dessas novas técnicas de produção e conseqüentemente, do processo de industrialização. A Revolução Industrial foi pioneira na Grã-Bretanha durante o século XVIII e posteriormente se estendeu às outras partes da Europa e a América do Norte no início do século XIX, o que viria a caracterizar a chamada Segunda Revolução Industrial. A Revolução Industrial gerou um grande aumento na produção de vários tipos de bens. Parte desse aumento resultou da introdução das máquinas e do desenvolvimento das fábricas. Antes dessa revolução na estrutura produtiva, o trabalho quando industrial era feito a mão ou por máquinas simples. A maioria das pessoas trabalhava em casa ou nas áreas rurais, não havia o ideal de grandes empreendores nacionais ou globais. Uns poucos trabalhavam em oficinas nas cidades, integrando associações chamadas guildas. A Revolução Industrial modificou essa estrutura baseada em casas e oficinas. As máquinas automáticas substituíram, parcialmente, o trabalho manual, e as fábricas surgiram como a melhor maneira de reunir as máquinas e os trabalhadores para operá-las, eram os locais mais competitivos e lucrativos, por isso, rapidamente se expandiram. A Revolução industrial trouxe como consequência tanto aspectos positivos quanto negativos, por exemplo, gerou um grande aumento da produção de bens, mas, por outro lado, ampliou a quantidade de moradias superlotadas e insalubres e as péssimas condições de


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ciente na produção de fios para a fabricação de tecidos de alta qualidade, os quais eram importados da Índia antes de sua invenção. Durante as décadas de 1780 e 1790, foram construídas fiadeiras desse tipo de maiores dimensões. Essas máquinas acabaram com a fiação doméstica. As primeiras fábricas de tecidos surgiram na Grã-Bretanha na década de 1740. Mais ou menos na década de 1780, a Inglaterra tinha 120 fábricas e várias haviam sido construídas na Escócia. Várias das mais importantes invenções da Revolução Industrial requeriam muito mais força do que podiam fornecer os cavalos ou as rodas hidráulicas. A indústria necessitava de uma nova fonte de energia, barata e eficiente, a qual foi encontrada na máquina a vapor. A primeira máquina a vapor comercial foi produzida em 1698. Nesse ano, Thomas Savery, um oficial do exército de Cornwall, patenteou uma bomba movida a vapor. Em 1712, Thomas Newcomen, um ferreiro de Devonshire, aperfeiçoou a máquina de Savery. A máquina de Newcomen passou a ser largamente utilizada durante a década de 1720. Esta máquina a vapor de Newcomen apresentava graves deficiências; consumia muito calor e uma grande quantidade de combustível. Na década de 1760, James Watt, da Escócia, começou a trabalhar no aperfeiçoamento da máquina a vapor. Em cerca de 1785, havia eliminado vários dos problemas apresentados pelas máquinas anteriores. A máquina de Watt empregava o calor de uma maneira muito mais eficiente do que a máquina de Newcomen e consumia menos combustível. O enorme potencial da máquina a vapor e das máquinas automáticas não poderiam ter sido obtidos sem o desenvolvimento de máquinas operatrizes destinadas a dar forma ao metal. Quando iniciou suas experiências com a máquina a vapor, Watt não conseguiu encontrar um aparelho capaz de fazer um buraco perfeitamente redondo. Por essa razão suas máquinas deixavam escapar vapor. Em 1775,

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suíam grandes jazidos de carvão e ferro, as duas riquezas naturais das quais dependia em grande parte a industrialização inicial, já que era calcada na máquina (de ferro) a vapor, que por sua vez, era movida pelo carvão mineral, o restante das matérias primas necessárias eram buscadas nas colônias inglesas. As colônias inglesas não eram apenas fornecedoras de matéria prima, mas também representavam um mercado consumidor para os produtos ingleses. Esses mercados incentivaram as indústrias de ferro e tecidos, talvez as mais importantes durante a Revolução Industrial. Além disso também, e principalmente, fora das colônias britânicas a procura pelos produtos ingleses aumentou rapidamente durante o final do século XVIII. Essa procura obrigou os homens de negócios a disputarem entre si a oferta limitada de mão de obra e matérias-primas, elevando assim o custo da produção, surgia assim a noção de uma maior competitividade e a necessidade de adequação aos novos tempos. A elevação do custo da produção começou a reduzir os lucros. A procura adicional não pôde ser atendida senão quando a Grã-Bretanha aumentou sua capacidade de produzir mercadorias a um preço mais baixo, e essa produção maior num custo menor requer necessariamente novas formas de produzir, ou seja, inovações tecnológicas. Os negociantes ingleses não quiseram elevar os preços das mercadorias e com isto desencorajar a procura, desejavam manter a demanda, isso foi possível com o desenvolvimento de fábricas, máquinas e habilidades técnicas. Uma das características mais notáveis da Revolução Industrial foi a introdução das máquinas automáticas nas indústrias têxteis da Inglaterra e Escócia, fato que ocorreu entre 1750 e 1800, e assinalou o início da era da fábrica moderna. Entre 1774 e 1779, um tecelão de Lancashire, chamado Samuel Crompton, inventou uma fiadeira. Essa fiadeira era particularmente efi-

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As primeiras estradas de ferro inglesas serviam para transportar carvão. Os cavalos puxavam os vagões de mercadorias que se moviam sobre trilhos de ferro. Em 1804, um engenheiro de Cornwall, Richard Trevithick, construiu a primeira locomotiva a vapor. Várias outras locomotivas foram construídas durante os 20 anos seguintes para transportar cargas nas minas de carvão e nas siderúrgicas. Geralmente, porém, a indústria preferia utilizar máquinas fixas que puxavam os vagões de carga por meio de cabos. Somente no final da década de 1830, as locomotivas a vapor começaram a ser utilizadas em grande escala no transporte de cargas e passageiros. Os investidores desempenharam um papel de suma importância na Revolução Industrial. Muitos comerciantes ingleses enriqueceram no século. XVIII com as guerras europeias, o tráfico de escravos com a América do Norte ou o comércio com as colônias britânicas. Esses comerciantes e outros ingleses começaram a procurar oportunidades de investimento após observarem os grandes lucros obtidos pela indústria. Aos poucos, foram sendo fundados bancos para lidar com o crescente fluxo de dinheiro. Em 1750, Londres contava com 20 bancos. Em cerca de 1800, a cidade já tinha 70. A maioria dos bancos não investia diretamente nas fábricas nem concedia empréstimos aos donos das mesmas para a compra de maquinaria. Alguns bancos, porém, concediam empréstimos a curto prazo aos industriais para as despesas com a produção. Esses empréstimos permitiam que os industriais empregassem seu próprio dinheiro para comprar equipamentos e melhorar e expandir suas fábricas. Os bancos forneciam crédito principalmente aos fazendeiros, atacadistas e varejistas que faziam então suas encomendas aos fabricantes. À medida que as máquinas e as fábricas foram-se tornando mais dispendiosas, os particulares que forneciam o capital passaram a ter uma importância cada vez maior. Esses 7

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John Wilkinson, um ferreiro de Staffordshire, inventou uma máquina de brocar capaz de fazer furos mais perfeitos. Entre 1800 e 1825, os inventores ingleses criaram uma plaina mecânica para aplanar as peças de metal da máquina a vapor. Em cerca de 1830, todas as principais máquinas operatrizes necessárias à indústria moderna já estavam sendo usadas em grande escala. A Revolução Industrial não poderia ter-se desenvolvido sem o carvão e o ferro. O carvão fornecia energia para acionar as máquinas a vapor e era necessário à fabricação do ferro. O ferro era usado para aperfeiçoar as máquinas e ferramentas, e para construir pontes e navios. As grandes jazidas de carvão e minério de ferro da Grã-Bretanha contribuíram para transformar o país na primeira nação industrial do mundo. O crescimento da Revolução Industrial dependia da capacidade da indústria de transportar matérias-primas e produtos acabados através de longas distâncias. Portanto, a história da Revolução Industrial é também a história de uma revolução nos meios e vias de transportes. A Grã-Bretanha possuía muitos rios e portos que podiam ser adaptados ao transporte de mercadorias. Até o início do século XIX, as vias navegáveis eram o único meio barato e eficaz de transportar carvão, ferro e outras cargas pesadas. Os engenheiros ingleses ampliaram e aprofundaram vários cursos de água para torná-los navegáveis, e construíram também canais para ligar as cidades e comunicar as jazidas de carvão com os rios. Em 1777, um canal uniu o rio Mersey aos rios Trent e Severn, ligando assim os portos ingleses de Bristol, Hull e Liverpool. Em 1807, o inventor norte-americano Robert Fulton construiu o primeiro barco a vapor que obteve êxito comercial. Em poucos anos, os barcos a vapor tornaram-se comuns nos rios ingleses. Mais ou menos em meados do século XIX, os navios a vapor começaram a transportar matérias-primas e produtos acabados através do Oceano Atlântico.


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2.2) Consequências da Revolução

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A consequência mais importante é a ampliação gigantesca da produção industrial e a formação de uma elite muito forte, que era a industrial. Nas grandes fábricas entretanto para que essa produção fosse viabilizada, os industriais empregavam muitos trabalhadores e não podiam lidar com eles pessoalmente. A jornada de trabalho do sistema industrial provavelmente durava cerca de doze a quatorze horas por dia durante seis dias na semana, porém, as máquinas obrigavam os operários a trabalhar mais rápido e sem descanso. Os empregos tornaram-se mais especializados, e o trabalho, monótono. Os salários nas fábricas eram baixos; alguns patrões os mantinham assim deliberadamente. Muitos concordavam com o escritor inglês Arthur Young, que disse: “Qualquer um, a não ser um idiota, sabe que as classes inferiores devem permanecer pobres, ou jamais se tornarão laboriosas.” As mulheres e as crianças trabalhavam como empregados não especializados e recebiam apenas uma parte insignificante dos baixos salários dos homens. As crianças, muitas delas com menos de dez anos de idade, trabalhavam de dez a quatorze horas por dia. Algumas ficavam deformadas pelo trabalho ou mutiladas pelas máquinas que não ofereciam segurança. A maioria dos trabalhadores das fábricas, assim como os demais, era terrivelmente pobre e não sabia ler ou escrever. O número de habitações nas cidades industriais em expansão não podia acompanhar o ritmo da migração de trabalhadores provenientes das zonas rurais, o que provocou um grave problema de superpopulação. Muitas pessoas viviam em péssimas condições higiênicas e, portanto, sujeitas a surtos de doenças. Até o início do século XIX, os patrões ingleses geralmente levaram vantagem em suas relações com os empregados. Os trabalhadores não tinham

permissão para votar e pouco podiam fazer para melhorar legalmente sua situação. A lei inglesa proibia os sindicatos, e os trabalhadores que aderiam aos mesmos estavam sujeitos à prisão. Mesmo assim, alguns trabalhadores acabaram formando sindicatos. Vários trabalhadores também promoveram greves ou insurreições. Nessas últimas, os trabalhadores desempregados destruíam as máquinas na tentativa de se vingarem dos patrões, que eles responsabilizavam pela perda de seus empregos. Até mesmo os trabalhadores empregados participavam das insurreições e danificavam as máquinas em protesto contra os baixos salários e as péssimas condições de trabalho. Em 1769, o parlamento aprovou uma lei que punia com a morte a destruição de certos tipos de máquinas. Mas os trabalhadores continuaram a revoltar-se contra as máquinas. Em 1811, grupos organizados de trabalhadores empregados e desempregados, chamados luditas, começaram a revoltar-se contra as máquinas têxteis. Os historiadores discordam quanto à origem do termo inglês luddites. Durante cerca de dois anos, de tempos em tempos, estouravam revoltas promovidas pelos luditas. As condições de vida e de trabalho das classes trabalhadoras foram aos poucos melhorando durante o século XIX. O parlamento, que em geral representar apenas a classe alta, começou a agir no interesse das classes média e trabalhadora. Rejeitou a lei que proibia os sindicatos e aprovou outras leis regulando as condições nas fábricas. Em 1832, um projeto de lei concedeu o direito de voto à maioria dos homens da classe média. Outro projeto de lei, aprovado em 1867, concedeu o direito de voto muitos trabalhadores da cidade e donos de pequenas propriedades rurais.

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capitalistas industriais em breve tornaram-se uma das forças mais poderosas na vida comercial e política da Grã-Bretanha.

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3) A Segunda Revolução Industrial O processo de modernizações tecnológicas nas indústrias iniciadas na Inglaterra no século XVII foi, ao longo do século XIX, expandido


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3.1) A Expansão da Indústria

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As técnicas produtivas na indústria, conforme já vimos, com o grande desenvolvimento britânico, foram propagadas da Grã-Bretanha para os outros países. A Grã-Bretanha até tentou, inicialmente, manter o monopólio de suas descobertas e técnicas, por exemplo, estava prevista na lei britânica a proibição de que artesãos emigrassem da Inglaterra até 1824 e as máquinas só após 1843, entretanto tais leis não tinham força na prática. Sem essa força real, centenas de trabalhadores especializados e fabricantes deixaram a Grã-Bretanha levando consigo o conhecimento da industrialização e criaram em outros países, indústrias que se tornaram fortes concorrentes das britânicas, por exemplo, em 1750, John Holker, um fabricante de Lancashire, estabeleceu-se na França, onde ajudou a modernizar as técnicas de fiação na indústria têxtil, em 1789, Samuel Slater, um trabalhador têxtil, emigrou para os EUA e construiu uma fiação em Rhode Island, William Cockerill, um carpinteiro de Lancashire, mudou-se para a Bélgica em 1799 e começou a fabricar maquinaria têxtil, em 1817, John, o filho de Cockerill, fundou fábricas perto de Liège, que produziam material para pontes, canhões, locomotivas e máquinas a vapor. Todas essas empresas foram se tornando concorrentes das inglesas. Além da lei não apresentar força, alguns fabricantes britânicos permitiam que pessoas de outros países inspecionassem suas fábricas. De 1810 a 1812, Francis Cabot Lowell, um comerciante norte-americano, visitou as fábricas de tecidos de Lancashire. De volta ao seu país, fundou uma fábrica de tecidos em Waltham, no estado de Massachusetts. A fábrica foi uma das primeiras do mundo a reunir em um mesmo estabelecimento todas as etapas da fabricação dos tecidos de algodão. Em 1838, o famoso industrial alemão Alfred Krupp foi para Sheffield, onde aprendeu os últimos processos de fabricação do aço. 9

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para outros países na Europa, bem como para os Estados Unidos. Esse processo de inclusão de novos países no capitalismo industrial e a consequente expansão da atividade industrial, associada à novas tecnologias, por outros cantos do planeta foi considerado como a Segunda Revolução Industrial. Essa nova etapa da Revolução Industrial apresentou algumas inovações técnicas, são inúmeras as inovações: – O carvão, que era a fonte energética principal da Primeira Revolução Industrial, passa a ser substituído pelo petróleo e pela eletricidade no fornecimento de energia; – A máquina a vapor, por sua vez, foi substituída em vários setores pelo motor a combustão interna (que utiliza o petróleo), que apresenta maior força; – O ferro passou a ser fundido com o manganês dando origem a uma estrutura metálica muito mais resistente, o aço, que se tornou a principal matéria-prima dessa segunda Revolução; – Os meios de transportes também foram amplamente modernizados, as locomotivas primitivas e os barcos a vapor cederam lugar para locomotivas mais potentes, ainda a vapor, em grande parte, e aos barcos a motor que são muito mais potentes e consequentemente transportam muito mais mercadorias de uma só vez, barateando assim o custo do transporte, além dessa alteração surgiram novos meios de deslocamento: o automóvel e o avião; – O sistema de comunicações foram sendo implementados, com base mais modernas e em escalas geográficas de muito maior alcance, em muito menos tempo, como no caso da criação do o telégrafo e do telefone; – Todavia, uma das alterações mais importantes não foi uma de fundo tecnológico, mas sim de fundo empresarial. As empresas buscam agora, muito mais do que no período anterior, atender a um mercado cada vez mais global, difundindo assim as práticas imperialistas e monopolistas. Surgiram os grandes trustes, que dominavam todas as etapas da produção de um determinado bem e assim influenciam decisivamente no comércio.


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para a expansão da indústria do ferro. Também a produção de aço na Alemanha começou a crescer rapidamente no final do século XIX. Aproximadamente em 1900, essa produção era maior do que a da Grã-Bretanha, sendo superada apenas pela dos EUA, vale destacar ainda que foi nesse país que mais se desenvolveu posteriormente a indústria farmacêutica. Os Estados Unidos da América, fora da Europa, foi o primeiro país a ingressar na Revolução Industrial, as colônias tinham uma grande variedade de indústrias, das quais a mais bem-sucedida era a da construção naval. Na época em que as colônias proclamaram a sua independência, em 1776, cerca de 1/3 dos navios ingleses estavam sendo construídos na América do Norte, o que já demonstrava sua importância na indústria naval. A siderurgia foi também uma indústria importante nas colônias, algumas companhias norte-americanas chegavam mesmo a exportar ferro para a Grã-Bretanha. Por volta de 1830, a industrialização se expandiu por todo o leste dos EUA, com destaque para as indústrias siderúrgicas localizadas na Pensilvânia. Esse avanço nas siderúrgicas foi estratégico, pois facilitou a ocorrência de grandes progressos quando o aço passou a ser utilizado nas ferramentas agrícolas, nas ferrovias e nas construções. Por volta da década de 1850, o preço e a qualidade do ferro norte-americano possibilitaram aos seus fabricantes competir com a Grã-Bretanha no mercado internacional e assim expandir seus lucros e prosperidade. Durante meados do século XIX, a agricultura, a construção e a mineração expandiram-se à medida que a população se deslocava para o oeste. Próximo do final do século. XIX, os EUA haviam se transformado na maior e a mais competitiva nação industrial do mundo. Aproximadamente em 1870, as principais tendências da Revolução Industrial já eram nitidamente percebidas em todos os países industrializados. A indústria progredira mais rapidamente do que a agricultura. Os produtos estavam sendo feitos por máquinas automáticas e montadas

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A exportação do capital britânico tornou-se ainda mais importante do que a exportação de homens e máquinas para a propagação da Revolução Industrial. Durante séculos, os comerciantes ingleses haviam expandido o crédito e concedido empréstimos aos compradores de outros países. À medida que se expandia a Revolução Industrial, o afluxo de capital britânico aos outros países foi aumentando. Esse afluxo transformou-se em enchente com o advento da ferrovia. As companhias inglesas financiavam a exportação de locomotivas, ferro para trilhos e técnicos para construir e operar as ferrovias em vários países do mundo. Percebemos que ao mesmo tempo em que os britânicos ganhavam dinheiro por um lado, perdiam por outro.

3.2) Principais países da Segunda Revolução

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A Alemanha, embora apresentasse grandes recursos para promover a industrialização, se encontra envolvida por inúmeros obstáculos de ordem política e social que impediram o progresso do país. Até ser unificada em 1871, a Alemanha era um conjunto de Estados separados. Esses Estados geralmente não conseguiam cooperar uns com os outros nos assuntos econômicos. Durante o início do século XIX o governo foi aos poucos implementando medidas para promover a exploração industrial da terra e seus minerais. Nessa mesma época, o Estado da Prússia conseguiu fazer com que os Estados alemães adotassem tarifas comuns de trocas comerciais entre si, ampliando assim o comércio, numa espécie de bloco econômico conhecido como Zollverein. Outro aspecto importante é que entre 1830 e 1850, a produção de carvão duplicou na Alemanha, por volta de 1850, a exploração do minério de ferro foi intensamente ampliada. Como consequência dessas ampliações, o número de fornos que tinha por combustível o coque também aumentou rapidamente. Os investidores estrangeiros e novos bancos de investimento alemães forneceram dinheiro

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foram sendo alteradas de forma significativa no século XX. A Bélgica foi o segundo país a se industrializar, isso entre 1830 e 1870, a nação desenvolveu rapidamente sua indústria pesada com grande apoio financeiro do governo. A fabricação de tecidos, que já era importante na Bélgica havia vários anos, foi industrializada. As cidades de Gand, Liège e Verviers transformaram-se em grandes centros da indústria têxtil, com isso a Bélgica foi ganhando destaque no cenário industrial global.

GEO0186 Cada uma das revoluções industriais apresentou uma inovação que permitiu transformar completamente a estrutura da produção industrial do período. Nas primeiras mudanças estruturais, o artesanato foi o primeiro modo de produzir a ficar obsoleto. A questão pergunta características específicas desse modo de produção.

(ENEM) A evolução do processo de transformação de matérias-primas em produtos acabados ocorreu em três estágios: artesanato, manufatura e maquinofatura. Um desses estágios foi o artesanato, em que se: a) trabalhava conforme o ritmo das máquinas e de maneira padronizada; b) trabalhava geralmente sem o uso de máquinas e de modo diferente do modelo de produção em série; c) empregavam fontes de energia abundantes para o funcionamento das máquinas; d) realizava parte da produção por cada operário, com uso de máquinas e trabalho assalariado; e) faziam interferências do processo produtivo por técnicos e gerentes com vistas a determinar o ritmo de produção.

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Como revoluções industriais pode cair no ENEM?

Gabarito: B

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em fábricas, onde a direção planejava as operações e os trabalhadores apenas exerciam funções dependentes de máquinas. O capital controlava a produção industrial, entretanto vale ressaltar também, que os trabalhadores estavam iniciando e aprofundando organizações para lutar por salários mais elevados, menos horas de jornada e melhores condições de trabalho. A ferrovia, o navio à vela aperfeiçoado, o navio a vapor e o telégrafo haviam reduzido o custo e o tempo dos transportes e comunicações. O padrão de vida dos trabalhadores das cidades industriais estava mais elevado do que nunca. As populações cresciam rapidamente e as cidades jamais haviam contado tantos habitantes. A indústria norte-americana ganhou o papel de principal centro industrial no planeta quando surgiu a Ford, com todas as suas novas e revolucionárias técnicas de produção. A França iniciou seu processo de industrialização em meados do século XVIII, mas o processo estacionou no final do século XVIII e no início do século XIX, por causa da Revolução Francesa e das guerras empreendidas pelo soberano francês, Napoleão Bonaparte. Em 1850, mais da metade da produção de ferro da França era ainda proveniente dos antiquados e dispendiosos fornos aquecidos com carvão vegetal. Após 1850, porém, o coque substituiu rapidamente o carvão vegetal na maior parte dos processos produtivos. Um sistema de transportes deficiente, prejudicou a indústria francesa durante maior parte do século. XIX. O sistema ficou em mau estado com a Revolução Francesa e as Guerras Napoleônicas. Embora o governo tivesse aprofundado e alargado vários rios e canais, esses melhoramentos não atenderam às necessidades das indústrias em expansão. Em 1842, o governo aprovou também a criação de um sistema ferroviário nacional, mas várias dificuldades provocaram grandes atrasos em sua construção. A França permaneceu sobretudo um país de propriedades rurais e pequenos negócios durante um longo período, essas características


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4.1) “Uma produção em massa para um consumo em massa” O Modelo de Produção Fordista foi implementado como o principal modelo de produção industrial nos Estados Unidos, por volta da década de 1930 (embora Henry Ford já o tenha implantado em suas fábricas desde 1913, em Michigan, por exemplo ao estabelecer uma jornada de 8 horas e salário de 5 dólares/hora), mas esse modelo só atingiu seu auge na década de 1950, quando foi irradiado por grande parte do planeta. Na base do Modelo Fordista estão as ideias de Frederick Taylor, Henry Ford e Keynes, sendo que as de Taylor e Ford eram relacionadas à produção e ao trabalho, enquanto as de Keynes estavam relacionadas a atuação estatal.

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2) (UECE) Leia, com atenção, o texto do geógrafo J. W. Vesentini. “A descoberta da eletricidade e dos motores elétricos traz grandes inovações técnicas. O carvão vai sendo substituído pelo petróleo. No lugar da indústria têxtil, os setores mais importantes passam a ser a siderurgia, as indústrias metalúrgicas, a petroquímica e a indústria automobilística.” O texto trata da: a) Primeira Revolução Industrial que ocorreu de meados do século XVIII até por volta de 1870; b) Segunda Revolução Industrial surgida desde o final do século passado até os anos 70 do século XX; c) Terceira Revolução Industrial, típica das inovações tecnológicas da época atual; d) Aplicação de inovações técnicas na produção, sem caracterizar uma periodização das Revoluções Industriais.

4) O modelo fordista de produção

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Poluição do ar na China atinge novos recordes e cem milhões são afetados

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Cidades têm níveis de partículas tóxicas até 30 vezes maiores do que o máximo tolerado

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“O que os olhos não vêm, o coração não sente”. Essa é uma frase bastante popular que nos traz a reflexão de que aquilo que não percebemos, não nos faz sofrer. Ledo engano meus caros, podemos não ver, mas podemos sentir. E pior, quando começamos a sentir pode ser muito tarde... Não falo do amor, mas sim da poluição atmosférica. Para saber mais entre em nosso site www.4newsmagazine.com.br. #MinhaPoluicaoAtmosferica

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Vem dessa associação entre produção e consumo, a máxima Fordista: “Uma produção em massa para um consumo em massa”, entretanto surgia um problema: como o consumo seria ampliado de forma generalizada se apenas Ford pensava dessa forma. A solução veio no pós-crise de 1929, e sobretudo no pós 2a Guerra, quando foram estabelecidos controles estatais que deram uma estabilização ao sistema capitalista e superaram a falta de demanda efetiva, ou seja, o Estado passou a atuar como gerador de empregos e renda, e consequentemente ampliou o consumo. Assim, aliou-se a regulação estatal e a administração científica para consolidação do Fordismo. O espaço Fordista era caracterizado por grandes concentrações industriais, ou seja, as indústrias se localizavam umas próximas às outras. Tal concentração era necessária, pois o custo de transporte e telecomunicações era muito alto, dessa maneira as empresas buscavam sempre as cidades que fossem próximas de grandes mercados consumidores e que apresentassem melhor infraestrutura de transportes e telecomunicações eficientes, pois resolveriam dois problemas de uma única vez: teriam acesso ao transporte eficiente e barato, bem como ao mercado consumidor próximo. Nesse período as máquinas já apresentam relevância para o processo produtivo, todavia ainda não eram predominantes, como nos dias atuais. Por essa razão, os trabalhadores apresentavam maior importância para as empresas quando comparado aos dias atuais. Dessa forma, as empresas tinham que se submeter a determinadas condições exigidas pelos sindicatos de trabalhadores, como por exemplo, as garantias trabalhistas (jornada de 8 horas, férias, direito de greve). Vale ressaltar ainda que além dessa relação de maior dependência, o Estado atuava com base no ideal do Bem-Estar Social, o que gerava obrigação oficial por parte das empresas de cumprimento de garantias trabalhistas. 13

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Abaixo estão listadas as principais ideias conhecidas como os princípios tayloristas de produção, são eles: • A divisão entre o trabalho manual e intelectual, sendo esse último considerado essencial e baseado nos setores de pesquisa e desenvolvimento; • O controle do tempo na cadeia produtiva, ou seja, cada funcionário deveria produzir uma quantidade determinada de produtos em um tempo específico; • A engenharia e organização racional do trabalho, através da execução mais racional, com postura e movimento adequados. A partir dos princípios tayloristas, Ford desenvolveu uma nova técnica de produzir. Como Taylor havia constatado, era mais produtivo que cada trabalhador exercesse uma atividade com um movimento específico. Ford aprofundou essa divisão de tarefas entre os funcionários e criou a linha de montagem, na qual o bem a ser produzido era deslocado pelas diferentes etapas da produção em cima de uma esteira e aos poucos receberia as peças necessárias para seu acabamento. Com isso, como cada funcionário exercia apenas uma função, ele se tornava especializado nessa atividade e a exercia cada vez mais rápido, aumentando assim a produção, até porque o produto vinha até o trabalhador pela esteira. Ford utilizou então as ideias de Taylor para produzir em massa. Mas o lance genial de Henry Ford foi perceber que não bastava ampliar somente a produção, mas que também deveria ampliar o consumo para que a produção em massa tivesse também um consumo em massa e se tornasse viável. Por essa razão, Ford chegou a pagar os mais altos salários do planeta e estimular seus funcionários a desejarem mais do que tudo um carro da empresa, reavendo dessa forma, o capital pago nesses salários altíssimos.


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Produção

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Trabalho

Estado

4.2) Henry Ford

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Além de carros, Henry Ford fez escola e revolucionou a produção industrial no planeta. A visão empreendedora do norte-americano, nascido no estado de Michigan, em 1863, de fabricação em série, em larga escala e que assegurasse preços acessíveis aos consumidores, garantiu a ele lugar em capítulos de todos os livros de administração e o nome de um modelo produtivo: o Fordismo. Na eleição realizada pela revista Time para a escolha das 100 maiores personalidades do

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Caracterizado por grandes concentrações industriais (proximidade de consumidores e matéria-prima, áreas dotadas de infraestrutura, etc.) Em massa, em série (devido a linha de montagem), padronizada (fica mais fácil e rápido produzir) e gerando grande estoquesa. Garantias trabalhistas, altos salários (estimular a produção e o consumo), sindicatos fortes, especialização do trabalhador, forte hierarquia (separação entre os setores da linha de montagem). Forte Intervencionismo (gerar o bem-estar social e ampliar o consumo).

século XX, Henry Ford ocupa uma das 20 posições destinadas à categoria Builders & Titans (Construtores & Titãs) e, em trecho da matéria dedicada a ele, escrita pelo ex-presidente da Ford, Lee Iacocca, descreve-se: “Produziu carros acessíveis, pagou altos salários e ajudou a criar a classe média. Nada mau para um autocrata”. Sua fórmula baseou-se especialmente naquilo que Taylor, o pai da administração científica, preconizava: dividir as funções, numa fábrica, em dois níveis, o do planejamento e o da execução. Ford cercou-se dos melhores profissionais para planejar sua indústria e administrá-la e, nas fábricas, promoveu a segmentação máxima do trabalho. Foi baseando-se nessa proposta que a Ford passou do status de uma pequena empresa, construída por Henry e outros 11 empreendedores, em 1903, com um capital inicial de US$ 28 mil, para a posição de segunda maior companhia de automóveis do planeta, detentora das marcas Jaguar, Mazda, Volvo, Land Rover, Aston Martin, Mercury e Lincoln, um século mais tarde. O que Henry Ford fez de revolucionário foi aplicar, em sua empresa, conceitos que a levaram a excelentes índices de eficiência. Essa estratégia tinha um objetivo, divulgado já nas primeiras propagandas: “Construir e comercializar um automóvel especialmente projetado para o uso e abuso de todos os dias – nos negócios, na área profissional, na família (...). Uma máquina que será admirada tanto pelos homens como pelas mulheres e pelas crianças, por ser compacta, simples, segura e por sua conveniência para tudo (...). E por seu preço excepcionalmente razoável, que a coloca ao alcance de milhares que não poderiam sequer pensar nos preços comparativamente fabulosos da maioria das máquinas”. Conta a lenda que foi em uma embaladora de carnes, vendo o produto passar por uma esteira rolante, que Ford teve a inspiração para adotar a fabricação em série. Os princípios dessa inovação eram a máxima produ-

No Estado Fordista predominava a busca pelo Bem-Estar Social. Nesse sentido entra as ideias de Keynes, que pregava uma maior atuação do Estado que viabilizasse o desenvolvimento econômico. A partir do discutido anteriormente observe a tabela abaixo, com as principais características fordistas.


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do que 50% do total comercializado no mundo. Em 1909, a Ford produziu 14 mil automóveis em um ano. Em 1914, o número saltou para 240 mil, uma conseqüência direta da implantação da linha em série. Já naquele ano, com a primeira esteira de montagem, produzia-se um automóvel a cada 84 minutos. A partir daí, a linha de veículos foi se diversificando, até a empresa se transformar no grande conglomerado multinacional que é hoje. No mundo, o Fordismo expandiu-se no pós-guerra e foi o modelo que impulsionou a produção em diversos países. As linhas de montagem foram surgindo em vários segmentos, principalmente nos de bens duráveis, e criou-se o mercado consumidor. A partir do seu estilo de produzir, que massificou a utilização de automóveis, a Ford impulsionou outros segmentos, como o de rodovias, postos de gasolina e pneus. O modelo adotado por Ford passou por evoluções, resultantes do desenvolvimento tecnológico e das transformações nas relações econômicas e sociais, que alteraram também as demandas. A partir da década de 1970, iniciou-se uma revisão da doutrina de Ford, que culminou com o chamado Pós-Fordismo. Como características, esse novo modelo adotou a flexibilização nas relações de trabalho e de consumo, passando-se à conquista de mercados externos, à expansão de atividades para outros continentes e o “just in time”, que determina que as empresas devem produzir de forma rápida, eficiente, enxuta e somente para atender demandas, sem a menutenção de grandes estoques. Ainda assim, grandes mudanças introduzidas por Ford permanecem nas fábricas, como a segmentação do trabalho. “Com sua filosofia de produção em massa, preços baixos, altos salários e organização eficiente do trabalho, Henry Ford apresentou ao mundo o maior

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ção dentro de um período determinado, a intensificação, o aumento da velocidade rotatória do capital circulante, visando à pouca imobilização dele e rápida recuperação do investimento, e a economia, que diz respeito a reduzir ao mínimo o total de matéria-prima em estoque. Promover as mudanças não foi fácil. A transformação incluiu a introdução de uma cultura entre os trabalhadores, que passaram a exercer funções específicas e repetitivas nas linhas de montagem. Antes, vários funcionários trabalhavam conjuntamente para fabricar um veículo inteiro. Com o novo modelo, o processo passava a ser segmentado, com uma produção em massa, em série e em cadeia contínua. Muitos abandonaram a Ford assim que as linhas de produção começaram a funcionar, em 1913, em razão da alta produtividade e repetição de tarefas. Para evitar a evasão da mão de obra, Henry Ford inovou mais uma vez: aumentou o salário dos trabalhadores para US$ 5 por hora, o dobro do que se pagava na época, e reduziu a jornada de trabalho, de nove horas diárias, para oito horas/dia. A lógica de Ford era a seguinte: pouco importa se tinha de baixar o preço dos carros ou aumentar os salários dos funcionários, desde que a atividades continuassem dando lucros. Além disso, ao aumentar os salários, ele alcançava outros dois objetivos: a motivação de seus empregados e a criação de uma massa de consumidores, já que, para que ocorra o consumo é preciso que exista gente com dinheiro no bolso. Daí dizer-se que Ford teve participação na criação da classe média. O modelo T – os antecessores tiveram como nome as letras de A a S –, lançado em 1908, chegou ao mercado a um preço de US$ 850. Foi o único fabricado pela empresa durante 19 anos e seria comercializado, anos depois, por apenas US$ 269 dólares. Em 1927, quando o Ford deixou de ser produzido, 15 milhões de unidades tinham sido vendidas, nada menos


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passaram a atrair empresas multinacionais para seu território, que ao deixarem seus países de origem, como os Estados Unidos, por exemplo, geravam desemprego e retração de consumo, além disso, as máquinas também substituíam cada vez mais os homens, gerando um desemprego crescente. Além do desemprego, os produtos fordistas se caracterizavam pela elevada qualidade e durabilidade, durando décadas, o que também retraia o consumo, já que o consumidor não necessitava trocar de eletrodoméstico ou automóvel. Para piorar ainda mais a situação do consumo, ainda foi nessa década que se acentuaram movimentos hippies (contra a padronização e consumo de produtos fordistas) e ecológicos (contra a poluição e também contra os produtos fordistas). Percebemos nitidamente então uma grande retração do consumo, que era o alicerce principal do modelo fordista. Com a crise do petróleo, muitos países não conseguiram mais bancar a geração de empregos necessária ao modelo fordista, não conseguiam nem mesmo bancar os direitos sociais aos trabalhadores e cidadãos, dessa forma aquele estado do bem-estar social (Keynesiano) do modelo Fordista também estava começando a se tornar inviável, havia a necessidade de redução de gastos, na Inglaterra por exemplo, era muito comum a alegação de que o seguro desempregos servia apenas para estimular o trabalhador a ficar desempregado, o Estado então não deveria atuar, o que não se falava era que sem emprego e sem seguro desemprego, o individuo fica sem renda para sobrevivência e consequentemente qualquer consumo. Diante desse cenário sombrio de falência do modelo estatal interventor, de impossibilidade de garantias trabalhistas, de uma produção cada fez mais automatizada e da

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exemplo de administração eficiente individual que a história conhece”, definiu o professor Reinaldo O. da Silva, em seu livro Teorias da Administração. Ford, certa vez, revelou: “O segredo do meu sucesso está no fato de pagar como se fosse perdulário e comprar como se estivesse quebrando.”, Jornal Folha de São Paulo, Julho, 2003.

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3) (UESP) Nos primórdios do século XX, surgiram, nos Estados Unidos, o “Taylorismo” e o “Fordismo”, que são assuntos amplamente estudados pela Geografia. Esses assuntos se referem diretamente à: a) repressão aos movimentos sindicais nas grandes indústrias do país; b) adoção de uma rígida política de substituição de importações; c) implantação de novos métodos de organização do trabalho; d) política de utilização da máquina a vapor na indústria de tecidos; e) política de abolição da rotatividade de trabalhadores frequente nas indústrias.

4.3) A Crise do modelo fordista

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A crise do modelo fordista de produção teve início no final dos anos 60. A produtividade, carro chefe do taylorismo, perdeu o seu fôlego. Paralelamente a isso, tanto o Japão como a Europa Ocidental, já haviam se recuperado economicamente e a suas produções industriais geravam excedentes que eram comercializados no mercado internacional, favorecendo as exportações e acirrando a competitividade. A competição internacional acirrava-se também, com a inclusão da América Latina e dos países do sudeste asiático no cenário de produção mundial, isso porque essas regiões

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Como modelo de produção pode cair no ENEM?

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Durante as transformações do período da Segunda Revolução Industrial, o fordismo se destacou no cenário mundial por ter aplicado as inovações anteriores, reunidas no que chamamos de taylorismo, às suas estratégias de produção, dentro e fora das fábricas. Essas inovações fordistas serão analisadas pela questão.

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fator em relação aos demais pode variar. Depende do tipo de bens a produzir, da escala de produção pretendida, do grau de desenvolvimento das técnicas utilizadas e da infra estrutura existente. Da leitura do texto é possível concluir que: a) As indústrias leves contam com maior número de opções, quanto à escolha do local para sua instalação; b) As indústrias pesadas dispersam-se mais pelo espaço, em função dos fatores disponíveis; c) Em função do destino final da produção, as indústrias leves necessitam de maiores espaços e investimentos; d) Como dependem de infraestrutura, as indústrias pesadas devem estar próximas a portos marítimos; e) As indústrias leves são muito mais sensíveis às condições da infraestrutura, nos setores de transportes e energia.

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elevação de índices de desemprego o modelo Fordista deveria ser modificado. É nesse contexto que surge, então, o modelo Flexível ou Pós-Fordista.

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(UERJ) Pelas características dos modelos produtivos do momento da segunda Revolução Industrial, é possível afirmar que o fordismo absorveu certos aspectos do taylorismo, incorporando novas características. Essa afirmação se justifica, dentre outras razões, porque os objetivos do fordismo, principalmente, pressupunham: a) elevada qualificação intelectual do trabalhador ligada ao controle de tarefas sofisticadas; b) altos ganhos de produtividade vinculados a estratégias flexíveis de divisão do trabalho na linha de montagem; c) redução do custo da produção associada às potencialidades de consumo dos próprios operários das fábricas; d) máxima utilização do tempo de trabalho do operário relacionada à despreocupação com os contratos trabalhistas.

5) (UPF) Observe na figura os diversos modelos locacionais da indústria siderúrgica e analise as afirmativas abaixo.

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Gabarito: C

4) (PUC) Na escolha de um local para a implantação das indústrias, os fatores mais importantes estão relacionados a matérias-primas, fontes de energia, mão de obra, recursos financeiros e acesso ao mercado consumidor dos bens produzidos. A importância de cada

I. Nos modelos locacionais da figura, a usina é atraída pelas reservas de ambas as matérias-primas (carvão e ferro); II. Nos modelos locacionais da figura, a usina é atraída pelas reservas de ambas as maté17

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As invenções apresentadas no quadro afetaram o mundo contemporâneo, em especial, no que se refere à circulação de ideias, pessoas e mercadorias. Em conjunto, essas invenções tiveram efeito principalmente sobre a ampliação da: a) intervenção estatal; b) integração territorial; c) distribuição da riqueza; d) mobilidade ocupacional.

rias-primas (carvão e ferro), pelas reservas de uma dessas matérias-primas ou pelo mercado de consumo; III. No modelo locacional “G”, a localização da usina está relacionado à presença de matérias-primas; IV. Nos modelos locacionais “G” e “I”, a localização da usina não está relacionada à presença de matérias-primas, o que acontece com frequência em siderurgias implantadas nas últimas décadas. São incorretas as afirmativas: a) I, II e III d) II e IV b) I, II e IV e) I, II, III e IV c) I e III

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8) (UFPB) Em todas as fases da evolução histórica do capitalismo, a Divisão Internacional (e Territorial) do Trabalho (DIT) foi decisiva na organização do espaço geográfico mundial. A partir do exposto, identifique as afirmativas corretas relativas ao papel desempenhado pela DIT: ( ) A DIT determinou a histórica especialização do trabalho em escala internacional, sendo essa especialização uma das responsáveis pela acumulação do capital, o que acarretou uma organização do espaço mundial que traduz a subordinação dos países do sul frente aos ricos do norte; ( ) A DIT configurou-se como suporte para o sistema de subdivisão do espaço mundial, tanto de natureza política como de caráter socioeconômico, evidenciando a tradicional dependência das nações da periferia em relação àquelas do centro do capitalismo mundial; ( ) A DIT influenciou a história recente do modo de produção capitalista, produzindo transformações na organização do espaço mundial e determinando a independência econômica e política de todos os países do mundo; ( ) A DIT atual definiu uma nova organização do espaço mundial, na qual predomina uma grande desarmonia entre as nações, principalmente no âmbito do comércio internacional, resultando em relações desequilibradas entre os países produtores e exportadores; ( ) A atual DIT consolidou um estágio de organização do espaço mundial, em que todos

7) (UERJ)

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6) (UDESC) São exemplos da indústria de bens de consumo (ou leve): a) indústria de autopeças e de alumínio; b) indústria de automóveis e de eletrodomésticos; c) indústria de plásticos e borracha e de alimentos; d) indústria de máquinas e de aço; e) indústria de ferramentas e chapas e ferro.

Importantes invenções dos séculos XIX e XX Invenções

Ano

Inventores

Telefone

1876

Alexander Graham Bell (escocês, residente no Canadá e nos EUA)

Carro

1886

Gottlieb Daimler (alemão)

1896

Guglielmo Marconi (italiano)

1903

Irmãos Wright (norte-americanos): “Flyer 1” Alberto Santos Dumont (brasileiro): “14 bis”

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Rádio

Avião

Computador

1945

Marinha dos EUA e Universidade de Harvard: “Harvard Mark 1”

Satélite

1957

Comunidade científica da URSS: “Sputinik”

Internet

1969

Comunidade científica dos EUA: “Arpanet”

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1906

(Adaptado de BOMENY, Helena e outros. Tempos modernos, tempos de sociologia. São Paulo: Editora do Brasil, 2010.)

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10) (UFMS) A partir do estabelecimento da indústria como novo ramo de atividade econômica, níveis diferenciados de tecnologia foram empregados no processo fabril. De acordo com o nível tecnológico e a função que cada segmento fabril desempenha na economia das atuais sociedades capitalistas, a indústria pode assumir diferentes classificações. Em relação à classificação das indústrias, é correto afirmar: a) Indústrias de tecnologia de ponta são aquelas que produzem recursos tecnológicos altamente sofisticados, resultantes da aplicação imediata das descobertas científicas no processo de produção. São exemplos de indústrias de tecnologia de ponta: as de informática, de produtos eletrônicos, a aeroespacial e as de biotecnologia;

APROFUNDANDO 11) (PUCMG) Com o avanço do processo de globalização, a industrialização estendeu-se a vários países e regiões do mundo, levando à superação do modelo clássico da Divisão Internacional do Trabalho, em que cabiam aos países ricos a produção e a exportação de manufaturados e aos países pobres a produção e 19

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9) (UNIRIO) Desde o seu advento até os dias de hoje, a atividade industrial passou por várias transformações e teve várias etapas ou fases. São características da Segunda Revolução Industrial a(o): a) liderança dos Estados Unidos, o petróleo como principal fonte de energia e a indústria automobilística; b) liderança inglesa, o predomínio da máquina a vapor e as indústrias têxteis; c) disputa pela liderança entre Japão, Estados Unidos e Europa Ocidental, a robótica, a informática e a biotecnologia; d) dispersão espacial da indústria e a utilização de várias fontes de energia como a nuclear, a solar e a eólica; e) uso do carvão mineral como principal fonte de energia, o Taylorismo e o Fordismo.

b) Indústrias tradicionais são aquelas que primeiro se instalaram em uma região. Servem de base para outras indústrias, fornecendo-lhes matérias-primas já processadas. Utilizam equipamentos pesados e pouca mão de obra, considerando o elevado grau de automação dos equipamentos. São exemplos de indústrias tradicionais: as siderúrgicas, as cimenteiras, as metalúrgicas e as cerâmicas; c) Indústrias de bens de produção são aquelas que produzem mercadorias para o consumo da população. Empregam muita mão de obra e pouca tecnologia e atuam em mercados altamente competitivos em nível regional. São exemplos de indústrias de bens de produção: indústrias alimentícias, indústrias moveleiras e indústrias farmacêuticas; d) Indústrias de bens intermediários são aquelas que produzem máquinas e equipamentos que serão utilizados em outros segmentos da indústria e em diversos setores da economia. São exemplos de indústrias de bens intermediários: indústria mecânica e indústria de autopeças; e) Indústrias de bens de consumo são aquelas que fabricam bens que são consumidos pela população em geral. Estão divididas em bens de consumo duráveis e bens de consumo não duráveis. Entre as indústrias de bens de consumo duráveis, estão: as indústrias de produção de eletrodomésticos e a indústria automobilística. Entre as indústrias de bens de consumo não duráveis, estão: as tecelagens, as de confecções, as de produtos alimentares, as de perfumaria e medicamentos.

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os países do mundo alcançaram um mesmo nível de desenvolvimento econômico. Marque a seguência correta: a) V – V – F – V – F b) V – F – V – F – V c) V – V – F – V – V d) V – F – F – V – F e) F – F – V – F – F


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informação fluir mais facilmente localmente do que em distâncias maiores entre pessoas e empresas”. (Adaptado de SILVA, M. V. B. da e SILVEIRA NETO, R. da M. “Determinantes da localização industrial no Brasil e Geografia Econômica: evidências para o período pós-real.” http://www. anpec.org.br/encontro2005/artigos/A05A116.pdf. acessado em 18/09/2006.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, considere as afirmativas a seguir: I) Alguns modelos da geografia econômica não trazem grandes contribuições ou inovações do ponto de vista teórico em relação às teorias elaboradas pelos cientistas regionais e urbanos, mas sim na forma de modelar as fontes que dão base econômica para explicar a distribuição das atividades no espaço. Ou seja, a sua grande contribuição é proporcionar fundamentos microeconômicos para o processo de aglomeração ou dispersão das atividades econômicas no espaço. II) Em contraposição à teoria tradicional, os modelos da geografia econômica atual argumentam contra e desconsideram a importância dos retornos crescentes de escala, dos custos de transportes, das economias de aglomeração e dos custos de congestionamentos como elementos explicadores da localização industrial. Tais fatores são complexos demais para serem identificados na observação das forças que determinam a localização das atividades no espaço. III) Dois efeitos agem no sentido de determinar a localização da atividade industrial no espaço, conduzindo a um modelo de centro-periferia. O primeiro deles é o efeito índice de preços. Já o segundo diz respeito à disponibilidade de mão de obra local. Esses dois efeitos refletem o argumento do fornecimento de matérias-primas intermediárias, associados à oferta e à demanda, respectivamente. IV) Existem três fatores que determinam a localização industrial: os custos de transportar os bens produzidos para seu destino final, as economias externas geradas pelo efeito de

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a exportação de matérias-primas. No modelo atual, há uma tendência clara de deslocamento de alguns tipos de indústrias para países periféricos, atendendo a interesses econômicos e estratégicos das grandes corporações. São exemplos de indústrias que, no processo de desconcentração industrial, privilegiaram sua localização em alguns países periféricos da Ásia e América Latina, EXCETO: a) indústrias de base, como as siderúrgicas, metalúrgicas ou petroquímicas, pelas vantagens locacionais oferecidas próximo às áreas produtoras das matérias-primas; b) indústrias de bens de consumo não duráveis ou semiduráveis, como as indústrias de alimentos, bebida ou de vestuário, em virtude da elevada disponibilidade de mão de obra barata e da proximidade dos mercados consumidores; c) indústrias de alta tecnologia, vinculadas a setores como a informática, telecomunicação por satélites e produtos aeroespaciais, que exigem mão de obra altamente qualificada e vinculação estreita com grandes centros de pesquisa e universidades; d) indústrias de bens de consumo duráveis como móveis, eletrodomésticos e automóveis, que, apesar de destinarem-se a um mercado consumidor mais amplo, favoreceram-se de benefícios fiscais e de parcerias locais.

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12) (UEL) “A análise do fenômeno da localização industrial foi proposta, no século passado por Marshall (1920) que apresenta três razões distintas para explicação deste tema. Especificamente, a concentração das atividades seria beneficiada pelo ‘pooled’ de mercado de trabalhadores com habilidades específicas, o que é benéfico tanto para trabalhadores quanto para firmas; pela provisão de insumos intermediários em maior variedade e menor custo, o que torna a indústria mais eficiente e reforçando a localização; e, por fim, pelos ‘technological spillovers’, em razão da

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Essa afirmação se justifica, dentre outras razões, porque os objetivos do fordismo, principalmente, pressupunham: a) elevada qualificação intelectual do trabalhador ligada ao controle de tarefas sofisticadas; b) altos ganhos de produtividade vinculados a estratégias flexíveis de divisão do trabalho na linha de montagem; c) redução do custo da produção associada às potencialidades de consumo dos próprios operários das fábricas; d) máxima utilização do tempo de trabalho do operário relacionada à despreocupação com os contratos trabalhistas.

transbordamento do conhecimento e da informação advindas da presença de firmas/ trabalhadores estarem localizados perto um dos outros e, por fim, à localização industrial que são fontes de demanda e oferta para outras indústrias. A alternativa que contém todas as afirmativas corretas é: a) I e III d) I, II e III b) I e IV e) II, III e IV c) II e IV

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Com referência ao gráfico X – Países Centrais, assinale a afirmativa INCORRETA. a) O maior ritmo de crescimento econômico e demográfico dos países centrais ocorreu ao longo do século XIX. b) O ritmo de crescimento da produção manteve-se em ascensão por todo o período posterior à Revolução Industrial. c) Na primeira metade do século XX, registrou-se queda na evolução demográfica desse grupo de países. d) Ao comparar a diferença entre população e produção, o maior crescimento líquido da economia registrou-se durante o século XX. 14) (UERJ) Pelas características dos modelos produtivos do momento da 2a Revolução Industrial, é possível afirmar que o fordismo absorveu certos aspectos do taylorismo, incorporando novas características.

15) (UFF) Relativamente às características particulares que vêm sendo assumidas pela geografia da indústria no mundo contemporâneo, afirma-se: I) Dentre tais características destaca-se a informatização em grande escala, relacionada ao armazenamento e transmissão de informações e busca constante de novas fontes de energia. II) A produção de novos materiais, como a cerâmica técnica combinada ao fabrico de circuitos integrados e semicondutores, constitui-se uma destas características. III) Uma das características que se pode observar é a articulação entre a pesquisa e a tecnologia, ampliando os campos de aplicação dos conhecimentos da moderna biotecnologia e da microeletrônica. IV) A segmentação da produção de bens e serviços em redes mundializadas, tendo como suporte os meios técnico-informacionais, constitui uma das principais características. As afirmativas que estão corretas são as indicadas por: a) I e II b) I, II e IV c) I, II, III e IV d) I, III e IV e) II e IV

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13) (PUCMG) Responda a questão com base na interpretação dos gráficos hipotéticos referentes à “EVOLUÇÃO DO CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO E ECONÔMICO” dos países centrais e dos países periféricos mais atrasados.


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executadas por 8.500 trabalhadores. Os da Ford somam 3.800. O restante é dos 25 fornecedores que dividem o mesmo espaço. (Adaptado de Valor Econômico. In: Coleção Cadernos de EJA: Tecnologia e Trabalho. Ministério da Educação, 2007, p. 35.)

A fábrica da Ford responsável pela produção dos modelos Fiesta hatch, Fiesta sedã e Ecosport, localizada na cidade de Camaçari, na Bahia, expressa o atual modelo produtivo pelo qual a indústria automobilística e outros segmentos industriais estão organizados. Sobre esse modelo produtivo, as características que o definem, no tocante à produção e à organização do espaço, são respectivamente: a) Produção e trabalho flexíveis – grandes estoques de materiais e mercadorias no espaço fabril; b) Produção com base no sistema just in time – proximidade das fontes de matéria-prima; c) Produção padronizada e em massa – localização das unidades industriais nos grandes centros urbanos; d) Terceirização de atividades produtivas – maior articulação do espaço local com outras escalas geográficas.

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16) (UFES) O modelo industrial centrado nas indústrias petroquímicas e automobilísticas, que predominou durante quase todo o século XX, vem perdendo terreno para novos setores, como o da informática, da robótica, da biotecnologia e de outros, caracterizando a passagem da Segunda para a Terceira Revolução Industrial. Assinale a informação que NÃO corresponde a esse processo. a) A liderança norte-americana foi quebrada: Europa Ocidental e Japão disputa a hegemonia mundial em condições de igualdade com os Estados Unidos; b) O mundo está cada vez mais integrado com o avanço técnico-científico-informacional, mas crescem também as desigualdades socioeconômicas internacionais; c) A formação profissional em cursos técnicos de nível médio continua a ser essencial para os novos profissionais, tendo em vista o avanço e a maior utilização da ciência e da tecnologia; d) A mão de obra qualificada, com elevado nível de escolaridade, passa a ser mais importante do que os recursos naturais, a extensão do território ou o número de habitantes; e) O surgimento de progressivas mudanças nos métodos de produção e de trabalho, no consumo e nas relações entre as empresas e os consumidores torna as atividades mais criativas. 17) Apresente características do espaço e do trabalho no período Fordista. GEO0188

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18) Ford e seus 25 “sistemistas” produzem um carro a cada 80 segundos

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Todos querem conhecer o modelo de produção já diferente daquele que o próprio fundador da companhia, Henry Ford, pai da linha de montagem, inventou há um século. Cinco anos depois da instalação da fábrica, a invenção foi renovada, com opção de atrair os principais fornecedores para perto da linha de montagem. A flexibilidade do método permitiu à empresa ultrapassar a capacidade da fábrica, feita para produzir 250.000 automóveis por ano. São 912 veículos por dia – um a cada 80 segundos – em três turnos de jornadas de 42 horas semanais,

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19) (MACKENZIE) “A crise financeira que assola Wall Street, que dura quase 14 meses, atingiu seu auge na semana passada e trouxe a todas as mentes o fantasma da crise de 1929 e da Grande Depressão dos anos 30. A crise parecia suspensa na sexta-feira com a súbita euforia nos mercados diante do anúncio de intervenção do governo americano. (...) Ao longo da semana, a maior economia do mundo se converteu em um imenso laboratório onde estão sendo testadas as ideias para o capitalismo financeiro do século XXI. Em 1929, começou a maior crise financeira que o mundo já viu. Ela se alastrou por quase uma década e se confundiu, ao final, com o rearmamento em três continentes e com a Segunda Guerra Mundial. Fez surgir no Hemisfério Norte um capitalismo de face mais humana, mitigado pela necessidade política de incluir e proteger seus cidadãos. É possível que a crise atual leve à construção de um novo modelo cujos contornos estão sendo definidos neste exato momento.”

(Revista Época, 22/09/2008)


GEOGRAFIA

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DESAFIANDO 20) (UERJ)

III) Os Estados Unidos, diante da crise, executou o “New Deal”, onde o governo passou a interferir na economia, elaborando e investindo de forma efetiva em diversos âmbitos da dinâmica social, buscando recuperar-se das perdas. a) apenas I e II estão corretas; b) apenas II e III estão corretas; c) apenas I e III estão corretas; d) apenas II está correta; e) I, II e III estão corretas;

A respeito da “crise de 1929” e do “Capitalismo Financeiro” praticado no século XX, considere as afirmações: I) A crise de 1929 teve como ponto nevrálgico o excesso de oferta (queda substancial dos preços) nos Estados Unidos, aliado a grandes especulações financeiras. II) São características do Capitalismo Financeiro: economia monopolizada, acúmulo primitivo do capital decorrente da expansão ultramarina, prática da tradicional Divisão Internacional do Trabalho.

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O gráfico aponta importantes mudanças no padrão de consumo de países desenvolvidos, entre as décadas de 1950 e 1990. O modelo produtivo e a correspondente explicação para tais mudanças estão apontadas em: a) consumismo – aumento do volume de crédito para a população; b) sistêmico-flexível – adoção do livre-cambismo como política alfandegária; c) fordismo - transferência aos trabalhadores de ganhos de produtividade; d) neofordismo - redução do preço dos produtos por subsídios governamentais.

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21) (UFC) Com relação ao destino dos bens produzidos, as indústrias podem ser classificadas como indústrias de bens de produção (ou indústrias de base) e indústrias de bens de consumo. a) Sobre as indústrias de bens de produção, responda ao que se pede. a.1. Nomeie duas das suas principais características; a.2. Cite os dois principais grupos; a.3. Cite dois exemplos para cada grupo de indústria.

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b) Sobre as indústrias de bens de consumo, responda ao que se pede. b.1. Nomeie duas das suas principais características; b.2. Cite os dois principais grupos; b.3. Cite dois exemplos para cada grupo de indústria.


PESQUISANDO

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INDÚSTRIA: O QUE PRECISAMOS SABER SOBRE AS REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS E FORDISMO?

RESUMINDO

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Assista ao filme “tempos modernos”de Charles Chaplin e relate as críticas apresentadas, assim como, pense em possíveis soluções para essas mesmas críticas.

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• A fase de acumulação do capital por meio do lucro obtido com o comércio e, ainda, pela mais valia do trabalho do homem, seja o assalariado ou a exploração direta do escravo, compõem o capitalismo comercial; • O primeiro país a realizar a Revolução Industrial foi a Inglaterra, em 1750. Posteriormente, já no século XIX, outros países realizaram a Revolução Industrial: França, Alemanha, Bélgica, Itália, Rússia, Estados Unidos e Japão;

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• O capitalismo industrial foi portanto se firmando como novo modo de vida, fazendo com que o trabalho assalariado se tornasse generalizado. O homem passou, assim, a comprar o trabalho de outro homem por meio de salário. A Revolução Industrial modificou a estrutura baseada em casas e oficinas. As máquinas automáticas substituíram, parcialmente, o trabalho manual, e as fábricas surgiram como a melhor maneira de reunir as máquinas e os trabalhadores para operá-las, eram os locais mais competitivos e lucrativos, por isso rapidamente se expandiram;

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• A Revolução Industrial trouxe como consequência tanto aspectos positivos quanto negativos, por exemplo, gerou um grande aumento da produção de bens, mas por outro lado, ampliou a quantidade de moradias superlotadas e insalubres e as péssimas condições de trabalho, gerados pela rápida industrialização das cidades, que promoveu uma grande atração populacional para os centros urbanos.

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HISTÓRIA 1o ANO


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Direção Executiva: Fabio Benites

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Diagramação, Ilustração de capa e Projeto Gráfico: Alan Giles Dominique Coutinho Erlon Pedro Pereira

Gestão Editorial: Maria Izadora Zarro

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Irium Editora Ltda Rua Desembargador Izidro, no 114 Tijuca - RJ CEP: 20521-160 Fone: (21) 2560-1349 www.irium.com.br

A reprodução desta obra, no todo ou em parte, por qualquer meio, sem autorização expressa, sujeitará o infrator, nos termos da Lei no 6.895, de 17/12/80, às penalidades previstas nos artigos 184 e 185 do Código Penal.


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ANTIGUIDADE: POR QUE CRITICAR O CONCEITO DE PRÉ-HISTÓRIA?

Objetivos de aprendizagem:

• Reconhecer as diversas explicações sobre a origem da vida e analisar criticamente o conceito de Pré-História; • Identificar a importância dos rios na formação das primeiras civilizações;

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• Reconhecer a contribuição cultural das sociedades antigas para o mundo atual;

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• Conhecer e valorizar as raízes africanas que foram a base de nossa construção de sociedade.

(Disponível em: https://palabragermen.files. wordpress.com/2015/05/superclasico.jpg. Acesso em: junho de 2016)


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De onde viemos e para aonde estamos indo ?

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ANTIGUIDADE: POR QUE CRITICAR O CONCEITO DE PRÉ-HISTÓRIA?

(Disponível em: https://netnature.wordpress.com/2012/02/02/por-que-duvidam-da-evolucao-com-resenha/ Acesso em: junho de 2016)

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Uma pergunta, em algum momento de nossas vidas, se colocará. De onde viemos? Como sobrevivemos milhões de anos a tantas mudanças no planeta? Para onde vamos? Não é uma resposta simples. Até porque temos diferentes visões para estes processos. Neste caderno, vamos discutir estas questões e refletir....para onde estamos indo?

1) Quando começou a História? Os historiadores do século XIX, afirmavam que a História começou a partir do surgimento

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da escrita (por volta de 3.500 a.C). O período anterior ao uso da escrita era denominado de Pré-História. Seria correto manter esta divisão? Antes deste fato, existiam homens que

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produziam cultura, ou seja, artefatos, grafismos, pinturas etc. Atualmente, o termo Pré-História não é mais utilizado pela maioria dos pesquisadores. As visões sobre o aparecimento do Homem

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possuem dois caminhos. O chamado Criacionismo que explica o surgimento do Homem e do 2

Universo através de teorias míticas e religiosas, como na tradição das civilizações judaico-cristãs, nas tradiçoes africanas, na mitologia grega, na tradição indígena, entre outras. Os estudos sobre a origem humana conheceram uma grande revolução com a publicação do livro “As Origens das Espécies” pelo cientista inglês Charles Darwin, em 1859. Ele afirmou que as espécies evoluem por uma seleção natural, onde os seres vivos passam por modificações genéticas e se adaptam ao meio permitindo a sobrevivência destas espécies. No mesmo livro, ele admitia a possibilidade de que nossos ancestrais estivessem próximos aos gorilas e chimpazés.


Uma certeza existe até os dias atuais: nossa origem ocorreu no continente africano. A mais famoso é uma mulher de 20 anos e 1,20 metro de altura e que passou cerca de 3,2 milhões de anos sob as areias da Etiópia até ser descoberta em 1974. Durante algum tempo, Lucy, essa Australopithecus afarensis, foi tida como o ser humano mais antigo. Mais recentemente, uma equipe liderada pelo paleontólogo Yohannes Haile-Selassie, da Universidade da Califórnia, encontrou restos de indivíduos que viveram nessa mesma região da África, também há 3,2 milhões de anos. Depois surgiu, no Quênia, o fóssil do crânio de alguém que viveu há cerca de 3,5 milhões de anos – 200.000 anos antes de Lucy e seus contemporâneos. Finalmente, de novo no Quênia, encontraram restos de uma criatura que teria vivido há 6 milhões de anos e representaria assim o mais antigo hominídeo já identificado. Segundos seus descobridores, trata-se de uma nova espécie, que recebeu o nome de Orrorin tugenensis. Esta descoberta vem sendo questionada, pois pertenceria a uma espécie completamente diferente, sem nenhuma relação com a nossa. Baseado nestas pesquisas aparecem a classificação do chamado gênero Homo. O primeiro foi o Homo Habilis que produziu alguns objetos, como pedras cortantes. Logo depois veio o Homo Erectus que já migrou para outras áreas do continente africano e foram encontrados seus vestígios na China e na Oceania. Já produziram o fogo e objetos de pedra. Veio o Homo Sapiens que produziu objetos mais elaborados e enterrava os seus mortos. O Homo Sapiens Sapiens conseguiu um maior desenvolvimento cultural com a formação e ocupação de várias partes do planeta, incluindo a entrada na América do Norte e, segundo estudiosos deu origem a população do continente americano.

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HISTÓRIA

(Disponível em: http://www.revistadehistoria.com.br/secao/ artigos/caminhos-pre-colombianos. Acesso em: junho de 2016)

Texto complementar:

Evolucionismo Desenvolvida principalmente por Charles Darwin, a teoria do Evolucionismo afirma que a sobrevivência das espécies está relacionada com sua seleção natural. Evolucionismo é uma teoria elaborada e desenvolvida por diversos cientistas para explicar as alterações sofridas pelas diversas espécies de seres vivos ao longo do tempo, em sua relação com o meio ambiente onde elas habitam. O principal cientista ligado ao evolucionismo foi o inglês Charles Robert Darwin (1809–1882), que publicou, em 1859, a obra Sobre a origem das espécies por meio da seleção natural ou a

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(Disponível em: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/ upload/conteudo_legenda/65d73238267abfef68c71a3217a0 5f07.jpg. Acesso em: outubro de 2016)


ANTIGUIDADE: POR QUE CRITICAR O CONCEITO DE PRÉ-HISTÓRIA?

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religiosas abaladas com os resultados de suas pesquisas, o que o levou a se recusar a apresentá-los por cerca de vinte anos. Uma polêmica constante na teoria evolucionista está relacionada com os seres humanos. No que se refere à evolução de homens e mulheres, o evolucionismo indica que nós temos um ancestral comum com algumas espécies de macacos, como o chimpanzé. Pesquisas recentes de decodificação do genoma indicam uma semelhança de 98% entre os genes de seres humanos e chimpanzés. Porém, isso não quer dizer que o homem descende do macaco. Indica apenas que somos parentes.

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conservação das raças favorecidas na luta pela vida, ou como é mais comumente conhecida, A Origem das Espécies. Darwin elaborou sua principal obra a partir de uma pesquisa realizada em várias partes do mundo, após uma viagem de circum-navegação ocorrida entre 1831 e 1836, coordenada pelo Almirantado britânico. Nessa viagem, o cientista inglês pôde perceber como diversas espécies aparentadas possuíam características distintas, dependendo do local em que eram encontradas. Darwin pôde perceber ainda que entre espécies extintas e espécies presentes no meio ambiente havia características comuns. Isso o levou a afirmar que havia um caráter mutável entre as espécies, e não uma característica imutável como antes era comum entender. As espécies não existem da mesma forma ao longo do tempo, elas evoluem. Durante a evolução, elas transmitem geneticamente essas mudanças às gerações posteriores. Entretanto, para Darwin, evoluir é mudar biologicamente (e não necessariamente se tornar melhor), e as mudanças geralmente ocorrem para que exista uma adaptação das espécies ao meio ambiente em que vivem. A esse processo de mudança em consonância com o meio ambiente Charles Darwin deu o nome de seleção natural. A teoria elaborada por Charles Darwin causou grande polêmica no meio científico. Isso mesmo tendo existido antes dele cientistas que já afirmavam que toda a alteração no mundo orgânico, bem como no mundo inorgânico, é o resultado de uma lei, e não uma intervenção miraculosa, como escreveu o naturalista francês Jean-Baptiste de Lamark (1744–1829). Havia ainda à época uma noção de que as espécies tinham suas características fixadas desde o início de sua existência, não havendo o caráter de mudança não divina apontada pelo cientista inglês. Tal concepção era fortemente influenciada pela filosofia religiosa cristã, da criação por Deus de todos os seres vivos desde o início do mundo. Até Charles Darwin teve suas convicções

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(Publicado por: Tales dos Santos Pinto em Pré-História- http:// mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiageral/evolucionismo. htm)

2) Os homens em grupo Os homens sobreviveram as mudanças climáticas e aos perigos porque controlavam o fogo – que servia para afastar os animais perigosos, se aquecer e para o cozimento de alimentos – se tornaram mais hábeis na utilização das mãos para criação de novos artefatos e o fato de viverem em bandos ou grupos. Podemos dividir este momento em duas fases: Paleolítico ou Idade da Pedra Lascada (aproximadamente 2,7 milhões de anos até 10.000 a.C) e Neolítico ou Idade da Pedra Polida (10.000 a.C ate 4.000 a.C). No Paleolítico, os homens eram nômades e buscavam o que consumiam diretamente da natureza – coleta, pesca e caça – e se inicia a divisão de trabalho entre homens e mulheres. O primeiro cuidava da feitura de utensílios, caça e pesca. As mulheres faziam a coleta de alimentos, cuidavam dos filhos e faziam artesanato. Nosso conhecimento histórico sobre este período estão diretamente relacionadas as pinturas rupestres encontradas nas cavernas.


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(Disponível em: http://4.bp.blogspot.com/_oSoM_rpX4yQ/SdX_ LOVQgKI/AAAAAAAAABU/n54FzNxVS84/s1600/homohabilis. jpg. Acesso em: outubro de 2016)

(Disponível em: http://1.bp.blogspot.com/-gYQXLOk31IM/ TrHksOdgWBI/AAAAAAAAABY/mEbJJOHLbVA/s1600/caverna. JPG. Acesso em: outubro de 2016)

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O Período Neolítico foi marcado pelo processo de sedentarização do homem logo após a chamada Era do Gelo (13.000 anos atrás). Os homens passaram a ter um controle maior sobre a natureza com o desenvolvimento de técnicas agrícolas e domesticação de animais. Por conta disso, os humanos se concentraram próximos aos rios, em áreas mais férteis. Ao final deste período, tivemos a chamada Idade dos Metais que se caracterizaram pelo desenvolvimento de técnicas de fundição de cobre, ferro e bronze.

(Disponível em: http://image.slidesharecdn.com/ avidadohomemnoneoltico-111208143606-phpapp01/95/avida-do-homem-no-neoltico-18-728.jpg?cb=1363963867. Acesso em: outubro de 2016 [Adaptado])

PRATICANDO 1) (ENEM) Os nossos ancestrais dedicavam-se à caça, à pesca e à coleta de frutas e vegetais, garantindo sua subsistência, porque ainda não conheciam as práticas de agricultura e pecuária. Uma vez esgotados os alimentos, viam-se obrigados a transferir o acampamento para outro lugar. (HALL, P.P. Gestão ambiental. São Paulo: Pearson, 2011 [adaptado].)

O texto refere-se ao movimento migratório denominado: a) Sedentarismo; b) Transumância; c) Êxodo rural; d) Nomadismo; e) Pendularismo.

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(Disponível em : https://lh4.googleusercontent.com/pngHaxj4v1E/TYNVF4NJY5I/AAAAAAAAAt0/esrQ62YHYOQ/ s1600/pinturas-rupestres3.jpg. Acesso em: outubro de 2016)


ANTIGUIDADE: POR QUE CRITICAR O CONCEITO DE PRÉ-HISTÓRIA?

2) (ENEM)

4) (UNB)

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A idade da Terra

no início nem o início existia o tempo era antes de antes e depois ainda havia um outro vazio maior o vácuo incompleto

o homem era apenas uma tímida ideia de deus que logo o decepcionou (o resto da história você conhece)

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A pintura rupestre mostrada na figura anterior, que é um patrimônio cultural brasileiro, expressa: a) O conflito entre os povos indígenas e os europeus durante o processo de colonização do Brasil; b) A organização social e política de um povo indígena e a hierarquia entre seus membros; c) Aspectos da vida cotidiana de grupos que viveram durante a chamada Pré-História do Brasil; d) Os rituais que envolvem sacrifícios de grandes dinossauros atualmente extintos; e) A constante guerra entre diferentes grupos paleoíndios da América durante o período colonial:

havia gases – ares impraticáveis – e aí se passaram as noites e os anos o tempo foi tomando forma de algas moluscos répteis e folhas

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3) (FATEC) A forma como as sociedades organizam as suas atividades produtivas se transforma ao longo do tempo e vem marcando mudanças históricas importantes. Na transição do período Paleolítico para o período Neolítico, observam-se importantes mudanças na organização produtiva como, por exemplo: a) O término do sistema de plantation; b) A formação das corporações de ofício; c) A construção de núcleos urbanos feudais; d) O início das grandes organizações sindicais; e) O surgimento da agricultura de subsistência.

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(Nicolas Behr. Peregrino do estranho. Brasília: Pau-Brasília, 2004, p. 13)

Com relação ao poema anterior e aos múltiplos aspectos que ele suscita, julgue o item a seguir. O chamado período Paleolítico (Idade da Pedra Lascada) foi sucedido pelo Neolítico (Idade da Pedra Polida), período marcado por novidades como a introdução da agricultura e a domesticação de animais. 5) Recentemente, no estado americano de Arkansas, a teoria da evolução elaborada por Charles Darwin foi retirada dos currículos e teve proibida a sua utilização. Não obstante, os estudos paleontológicos, antropológicos e arqueológicos vêm possibilitando avanços na compreensão do período da Pré-História, confirmando a existência de um longo período em que ocorreu o processo de hominização. Sobre esse processo, analise as afirmações posterioes. I – As mais antigas formas de vida humana registradas pela Paleontologia denominam-se hominídeos, como comprovam os achados dos fósseis identificados como Australopithecus, Pithecantropus, Sinantropus, entre outros; II – Os fósseis demonstram que, no curso evolutivo da Humanidade, mais de um milhão de anos antes de surgir o “Homo Sapiens”, existiram várias espécies a caminho da humanização,


HISTÓRIA

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Os textos analisam: a) O final do Período Neolítico e se posicionam de forma convergente quanto ao papel revolucionário desempenhado pela agricultura e pela domesticação dos animais; b) O início do Período Neolítico e divergem entre si a respeito da existência da Revolução Neolítica, pois enquanto um indica uma transformação radical, o outro destaca a simultaneidade da caça, coleta e agricultura; c) O início do Paleolítico Inferior e são contraditórios entre si, no que se relaciona aos efeitos da agricultura, dentre eles a sedentarização humana; d) O final do Paleolítico Superior, no momento em que ocorreu a Revolução Agrícola, ambos afirmando que a caça e a coleta foram suprimidas pela agricultura; e) A Transição Mesolítica, e concordam que, com o cultivo das plantas e a criação de animais, ocorreu a suspensão das atividades de caça e coleta, provocando a Revolução Neolítica.

6) (UFPEL)

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e as mudanças físicas ocorridas ao longo de centenas de milhares de anos propiciaram sua adaptação a qualquer ambiente; III – As evidências arqueológicas indicam que a espécie humana não nasceu pronta nem física, nem culturalmente. Necessitou de um enorme período de tempo para desenvolver um conjunto de habilidades técnicas e de conhecimentos que lhe permitisse elaborar instrumentos de trabalho e utensílios. Quais estão corretas? a) Apenas I b) Apenas II c) Apenas III d) Apenas II e III e) I, II e IIl

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Em todo o mundo, a leste e a oeste, as populações começaram a trocar a dependência às hordas de grandes animais “muitas das quais em rápido declínio” pela exploração de animais menores e de plantas. [...] Onde as condições fossem particularmente adequadas [...], as peças do quebra-cabeça da domesticação se acomodaram e os coletores transformaram-se em agricultores.

3) A formação das sociedades orientais

(CROSBY, Alfred W. Imperialismo ecológico. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.)

Texto 2

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Os historiadores acostumaram-se a separar a coleta e a agricultura como se fossem duas etapas da evolução humana bastante diferentes e a supor que a passagem de uma à outra tivesse sido uma mudança repentina e revolucionária. Hoje, contudo, admite-se que essa transição aconteceu de maneira gradual e combinada. Da etapa em que o homem era inteiramente um caçador-coletor passou-se para outra em que começava a executar atividades de cultivo de plantas silvestres [...] e de manipulação dos animais [...]. Mas tudo isso era feito como uma atividade complementar da coleta e da caça.

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(VICENTINO, Cláudio. História para o ensino médio: história geral e do Brasil. São Paulo: Scipione, 2005.)

(Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/ discovirtual/galerias/imagem/0000003188/md.0000035684. jpg. Acesso em: outubro de 2016)


ANTIGUIDADE: POR QUE CRITICAR O CONCEITO DE PRÉ-HISTÓRIA?

Para o processo de sedentarização e con-

solidação das primeiras civilizações, a pro-

3.1) Mesopotâmia

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Nos últimos anos, algumas cidades do país viveram uma grave crise hídrica, incluindo políticas de racionamento de água bastante radicais. A água é um elemento importante para a nossa sobrevivência e, para alguns estudiosos, poderá levar a conflitos entre as nações em um futuro próximo.

ximidade dos rios e as obras para levar esta

água para áreas mais distantes foram fundamentais. Rios Nilo, Tigres, Eufrates, Jordão...

A palavra “mesopotâmia” significa “terra entre rios” (meso = meio e potamos = água). Esta era uma das características da região, delimitada entre os vales dos rios Tigre e Eufrates e ocupada atualmente pelo território do Iraque. Foi nesta região que, por volta do VI milênio a.C., surgiram as primeiras civilizações. As primeiras cidades foram Lagash, Kish, Ur, Uruk e Gatium. Vale ressaltar que a civilização mesopotâmica não apresentava uma unidade política. Na verdade, havia cidades-Estados dotadas de total autonomia política e econômica, o que tornava constante os conflitos na região, apesar de terem uma grande homogeneidade cultural. Sua principal atividade econômica era a agricultura (trigo e legumes), que tornava essencial o controle das cheias dos rios e a construção de sistemas de irrigação. A terra pertencia ao Estado e aos templos que arrendavam para os trabalhadores. O artesanato e comércio tiveram um grande papel na economia da região, levando ao desenvolvimento da escrita e da matemática. Os principais legados deixados pela civilização mesopotâmica foram a escrita cuneiforme, criada a partir da necessidade de contabilização dos templos e o Código de Hamurabi, considerado o primeiro código de leis da atualidade. Os chefes religiosos e sacerdotes ocupavam o topo desta sociedade; logo abaixo viriam os comerciantes e proprietários, homens livres e escravos. O controle político das cidades era exercido pelo patesi (chefe religioso) e seu po-

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Vamos entender este processo e analisar as

(Disponível em: http://cdn.ancienthistorylists.com/wp-content/ uploads/2016/03/Ancient-Mesopotamia-kings.jpg. Acesso em: outubro de 2016)

principais características destas civilizações.

A formação das primeiras estruturas sociais mais complexas teve sua origem no desenvolvimento da escrita, que, para muitos

historiadores, marcou a passagem da Pré-História para a História. As populações consolidam seu processo de sedentarização e

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produção de excedente, levando a uma grande diversificação das relações sociais e a uma organização política mais complexa.

As mais antigas civilizações da história, surgem entre 4000 a.C. e 2000 a.C., às margens dos rios Tigre e Eufrates (Mesopotâmia), Jordão (Palestina), Nilo (Egito), Amarelo (China), Indo e Ganges (nos atuais Paquis-

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tão e Índia). A maioria desenvolve-se no chamado Crescente Fértil, região propícia para o cultivo que vai do rio Nilo até o Golfo Pérsico. Algumas sociedades, porém, que aparecem

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posteriormente e não contam com o poder fertilizador de grandes rios vivem de atividades pastoris e do comércio (fenícios, cretenses) e de

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conquistas militares (assírios, hititas e persas).

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3.2) Hebreus

E disse Deus a Abraão: Eu te farei pai de um grande povo e te abençoarei. O meu pacto eterno contigo será: que eu seja o teu Deus e o da tua descendência. E eu te darei a terra de Canaã. Em sinal dessa aliança, todos os homens entre vós serão circuncidados.

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der vinha dos deuses. Ele chefiava também o zigurate (o templo religioso). Eram politeístas, ou seja, acreditavam em vários deuses.

(Gênesis, Capítulo 17)

O principal documento da História dos Hebreus é a Bíblia, na parte conhecida como Antigo Testamento, onde muitas passagens foram reconhecidas por estudos arqueológicos. Os hebreus eram povos nômades que viviam próximos à cidade de Ur até migrarem e se sedentarizarem na região da Palestina (a Terra Prometida), por volta do ano 2000 a.C., guiados pelo patriarca Abraão.

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(Disponível em: http://2.bp.blogspot.com/-BnLgPJxf6yU/ T8qhEUv_KXI/AAAAAAAAAyQ/qgnBwvwvms8/s1600/ sa%C3%ADda+dos+hebreus+do+egito.jpg . Acesso em: outubro de 2016 [Adaptado])

Comércio popular do Rio aposta em promoções de última hora para mães

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Joalherias oferecem descontos de 40% e parcelamentos para atrair clientes, dados da Confederação de Lojistas diz que presentes vão até R$ 93,55

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A crise atingiu “em cheio” o comércio. Mais de 80 mil lojas fecharam no ano passado no Brasil, segundo as contas da Confederação Nacional do Comércio. Não importa o tamanho da empresa, pequena ou grande, os comerciantes estão penando. Quem não fechou o comércio teve que cortar custos em tudo: energia elétrica, telefone, funcionários. Teve empresário que até transferiu a loja para dentro de casa. Só no estado do Rio de Janeiro foram 3,2 mil lojas fechadas. O comércio prevê para 2016 o pior Dia das Mães dos últimos 12 anos, mostrando que a segunda melhor época de vendas para os lojistas, atrás apenas do Natal, e que conta com o apelo incondicional do consumidor, não vai escapar dos efeitos da crise da economia. De acordo com o levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o varejo deve registrar queda de 4,1% do faturamento em todo o país em relação ao ano passado. Como consequência, a expectativa de contratação de funcionários temporários também é menor, com recuo de 5,6%, quando comparada ao mesmo período de 2015. Quer saber mais sobre o tema? Então visite a nossa página: www.4newsmagazine.com.br #CriseNoBrasil #ComercioCrise2016


ANTIGUIDADE: POR QUE CRITICAR O CONCEITO DE PRÉ-HISTÓRIA?

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desvinculada da religião do Estado. Acreditavam na vinda de um Messias e na vida após a morte, baseada no seu livro sagrado escrito por Zoroastro ou Zaratrusta.

PRATICANDO 7) (UFSM)

A terra tinha muito pouca fertilidade, pois o rio Jordão era insuficiente para irrigar toda a região. Mesmo assim, de pastores tornaram-se agricultores. Atingidos por uma grande seca e fome, os hebreus abandonaram a Palestina e se dirigiram para o Egito, onde foram escravizados, por volta de 1800 a.C. Os hebreus, segundo a tradição bíblica, foram libertados por Moisés, que os conduziu de volta à região da Palestina, por volta de 1300 a.C. Durante a longa viagem, Moisés recebeu de Deus, os Dez Mandamentos, no Monte Sinai.

3.3) Fenícios

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A Fenícia se desenvolveu no atual território do Líbano, ocupada por volta de 3.000 a.C. por povos semitas. Seu poder político era descentralizado, organizada em Cidades-Estados chefiadas pelos mercadores, ou seja, o comércio era sua principal atividade econômica. Estabeleceram rotas comerciais por todo Mar Mediterrâneo até o Norte da África. Criaram um alfabeto fonético simplificado, que foi absorvido pelas civilizações grega e romana e se constituiu na base para o alfabeto ocidental. Desenvolveram técnicas de navegação e seus estudos na Matemática. Estes avanços estão diretamente ligados ao crescimento da atividade comercial dos fenícios.

3.4) Persas

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Os persas viveram no atual território do Irã, formando um dos grandes impérios da região. Seu poder político era centralizado e foi unificado pelo rei persa Ciro I que conduziu a expansão territorial do Império. O auge ocorreu no governo do Imperador Dario I (524 a.C. 484 a.C. que organizou o Império em províncias (as satrapias). Os povos conquistados foram submetidos a uma servidão coletiva controlada pelo Estado. Sua religião era dualista, baseada na crença no Deus do Bem (Ormuz – Mazda) e o Deus do Mal (Arimã). O Imperador representava o Deus do bem, o que justificava seu grande poder. Existia também uma religião popular,

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O mapa acima indica os diversos caminhos do povo hebreu na Antiguidade, destacando a migração de Ur para a Palestina (por volta de 1900 a.C.), a ida ao Egito (1700 a.C.), o Êxodo (1200 a.C.), a deportação para a Babilônia e o regresso à Palestina (século VI a.C.). A partir desses dados, pode-se inferir: a) O povo hebreu realizou trocas comerciais e culturais com o Egito e a Mesopotâmia, e essas trocas influíram na sua formação cultural e religiosa; b) Como se percebia como “povo eleito por Deus”, os hebreus recusavam qualquer influência das culturas e das religiões dos povos do Oriente Médio; c) A força política e militar dos hebreus se impôs sobre os reinos do Oriente Médio, originando uma cultura e religião dominantes na região; d) As migrações dos povos da Antiguidade eram raras, devido às péssimas condições das estradas e à precariedade dos meios de transporte; e) As migrações de povos tornaram-se possí-


HISTÓRIA

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4) A formação das sociedades africanas

As diferenças na bacia do rio Nilo eram visíveis: na região do delta (norte), no Baixo Egito, formou-se uma sociedade mais rica e populosa, enquanto na região ao sul, o Alto Egito, formou-se uma sociedade mais dependente das cheias do rio. Inicialmente, os egípcios se organizaram por meio de um conjunto de comunidades patriarcais chamadas de nomos. Os nomos eram controlados por um chefe chamado nomarca. Mesmo possuindo um líder, as terras dos nomos não possuíam um proprietário. Além disso, a riqueza produzida nas terras era dividida coletivamente. Foi durante o governo do imperador Menés, entre 3200 a.C. e 3100 a.C., que o Egito foi unificado em um único reino. Com essa mudança, os nomarcas se tornaram autoridades regionais com poderes limitados. Os escribas eram os verdadeiros representantes do poder central, pois com o conhecimento da escrita e da matemática, eram responsáveis pela arrecadação de impostos e de fazer cumprir as determinações do faraó. O caráter divino do faraó também foi outro importante ponto na consolidação do poder por ele exercido. Sendo considerado um deus encarnado, o faraó tornava-se o líder supremo do Estado teocrático egípcio.

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veis com as facilidades criadas pelas sociedades estatais no Egito e Mesopotâmia.

(Disponível em: http://img.r7.com/images/2013/12/23/5jjnocr xag_3fcfwgooj3_file.jpg?dimensions=780x536&no_crop=true. Acesso em: outubro de 2016)

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A África é o berço da humanidade e a história do Brasil não pode ser contada, sem que ela seja estudada. E seu estudo tem que começar por um pressuposto: a sua diversidade! Quando a Copa do Mundo de Futebol foi realizada na África do Sul, as pessoas diziam: “a Copa vai ser na África...”, como se fosse um continente homogêneo e igual. E não é! Para exemplificar esta diversidade, vamos estudar o Egito Antigo na África. Por quê? Porque ele fica no continente africano. A riqueza do continente africano está exatamente nesta diversidade cultural. Então, vamos conhecer a Mãe-África?

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4.1) Egito Antigo

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Localizada às margens do rio Nilo, na porção nordeste do continente africano, a civilização egípcia firmou um Estado teocrático sustentado por um sistema de servidão coletiva. Sob o domínio do faraó, os egípcios deixaram uma vasta cultura material e um conjunto de registros sobre seus hábitos e costumes. A ocupação na região ocorreu aproximadamente em 10.000 a.C.

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(Disponível em: https://grupoalfari.files.wordpress. com/2012/10/egito-1.jpg. Acesso em: outubro de 2016 [Adaptado])


ANTIGUIDADE: POR QUE CRITICAR O CONCEITO DE PRÉ-HISTÓRIA?

4.2) Várias Áfricas

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Na área central do Saara do continente, constituída pelos rios Níger, Volta e Senegal, várias populações nômades foram atraídas e começaram a praticar a agricultura e a criação de animais, iniciando um processo de sedentarização. Além da fertilidade, os rios facilitavam o deslocamento de pessoas e mercadorias que, com o tempo, consolidaram uma rede de comunicação entre o Saara, a floresta e as cidades mediterrâneas. Gana foi o primeiro Estado centralizado na região, por volta do século IV. Nesta época, seus habitantes já se organizavam para se defender dos ataques dos povos nômades do deserto (os berberes). O reino expandiu-se, dominando populações vizinhas e impondo o pagamento de tributos. Em séculos, de expansão conquistaram várias cidades mercantis e desenvolveram o tráfico de escravos. Possuíam uma religião animista que conferia a existência de vida espiritual a elementos da natureza. No século XI, no seu apogeu, o reino se converteu ao islamismo. No século XIII, foram conquistados pelo reino Mali.

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A centralização política do Egito não foi de fato uma constante em sua história. Vários episódios de dissolução do Estado podem ser observados durante sua trajetória. Por volta de 2.300 a.C., uma série de revoltas internas e invasões deram fim à supremacia do faraó. Nos três séculos subsequentes, os nomos voltaram a ser a principal unidade de organização sociopolítica. Esse primeiro período que vai da unificação ao restabelecimento dos nomos corresponde ao Antigo Império. Ao fim do século XXI a.C., o Estado centralizado foi restabelecido graças aos esforços do faraó Mentuhotep II. A servidão coletiva foi mais uma vez adotada, permitindo a construção de vários canais de irrigação e a transferência da capital para a cidade de Tebas. Mesmo sendo um período de diversas conquistas e desenvolvimento da cultura egípcia, o Médio Império chegou ao seu fim em 1580 a.C., com a dominação exercida pelos hicsos. A presença estrangeira serviu para que os egípcios se unissem contra a presença dos hicsos. Com a expulsão definitiva dos invasores, temos o início do Novo Império (1580 a.C.–1085 a.C.). Nessa época, presencia-se a dominação egípcia sobre outros povos. Entre as civilizações dominadas pelos egípcios, destacam-se hebreus, fenícios e assírios. Tal expansão das fronteiras possibilitou a ampliação das atividades comerciais durante o Novo Império. O Novo Império, considerado o mais estável período da civilização egípcia, teve seu fim com a deflagração de uma série de invasões. Os assírios, persas, macedônios e romanos invadiram e controlaram o Egito ao longo da Antiguidade. As crenças egípcias giravam em torno da adoração de vários deuses. Muitos deles eram associados a determinadas forças da natureza. O politeísmo egípcio era acompanhado pela forte crença em uma vida após a morte. É a partir deste princípio religioso que podemos compreender a complexidade dos rituais funerários e a preparação dos cadáveres através do processo de mumificação.

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(Disponível em: http://1.bp.blogspot.com/_lrnheGDims4/ TAHUaokH92I/AAAAAAAAFLU/26YQeSxTkFI/s1600/historyrica1. gif. Acesso em: outubro de 2016 [Adaptado])


HISTÓRIA

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tumes. O reino de Benin, criado no século XII, era governado por um monarca com poderes concentrados (o obá) e que possuía a função de sacerdote. A principal atividade econômica dos iorubás era o comércio de cobres, tecidos e escravos.

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O Reino Mali era composto por várias etnias, sendo a mais importante a dos mandingas. Sua expansão territorial – incluindo a conquista de Gana – estava associada ao processo de islamização do reino a partir do século XIII. Apesar disso, Mali manteve a liberdade religiosa. Era muçulmano, mas não pôde deixar de ser também um rei tradicional, e em torno dele mantinha-se a atmosfera que cercava a monarquia divina, da mesma forma que nas orações coletivas muçulmanas se imiscuíam de ritos animistas. Ibne Batuta os presenciou. Viu, durante os festivais islâmicos, os bardos ou griots, os corpos cobertos de palha, os rostos ocultos por máscaras de madeira, figurando pássaros de bico vermelho, a dançarem e a recitarem as glórias do reino – a fazerem provavelmente os gestos que vinculavam o mansa a seu povo, aos ancestrais e à terra.

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O Reino Mali entrou em decadência no século XV, devido ao desenvolvimento de novas rotas comerciais transaarianas, as lutas internas pelo poder e as revoltas dos povos dominados, entre eles o Songai, que acabam dominando o Mali. O Império Songai foi o último grande Estado mercantil negro da região. Eles foram derrotados no século XVI, por povos muçulmanos do atual Marrocos e pelos portugueses que iniciavam sua expansão pelo norte da África. Na região do Sudão Central, perto do Golfo de Benin, entre os rios Volta e Níger, surgiram alguns reinos. Esta região foi um dos principais fornecedores de escravos para a América. Os povos de língua iorubá viveram nas regiões da atual Nigéria e Benin. Seu governo era escolhido por um conselho de Estado, permitindo uma influência muito grande dos chefes políticos locais, responsáveis pela segurança das cidades e preservação dos cos-

Nas regiões centrais e sul do continente, ocupados primeiramente por pigmeus e coisãs, ocorreu a expansão dos povos de origem linguística banto, mais ou menos, no ano de 3000 a. C. A supremacia banto deveu-se ao seu conhecimento da metalurgia, da agricultura e da criação de animais construída através dos séculos. Um dos reinos mais importantes foi o Congo, liderado pelo manicongo (“rei do Congo”), cuja capital, Banza Congo, chegou a possuir alguma coisa em torno de 100 mil habitantes. Possuíam um poderoso exército de homens armados com flechas envenenadas e escravizavam seus prisioneiros de guerra, que eram obrigados a trabalhar na agricultura e com serviços domésticos. Foi desta região – hoje Congo, República Democrática do Congo e Angola – que saíram a maioria dos escravos para o Novo Mundo. A escravidão existiu em praticamente todas as sociedades africanas (...). A existência prévia de reinos ou chefes locais poderosos e já familiarizados com um amplo comércio de escravos 13

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(SILVA, Alberto Costa – A Enxada e a lança:a África antes dos portugueses, RJ, Nova Fronteira, 1996, p.314)

(Disponível em: https://ivairs.files.wordpress. com/2015/11/502058.gif?w=1008. Acesso em: outubro de 2016 [Adaptado])


ANTIGUIDADE: POR QUE CRITICAR O CONCEITO DE PRÉ-HISTÓRIA?

5) A formação do mundo ocidental: Grécia e Roma

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facilitou muito o contato com os europeus, sobretudo os portugueses que ali chegaram no século XV.

Você gosta de ir ao teatro? Você já foi a uma (VAINFAS, Ronaldo, FARIA, Sheila de Castro e outros – História – Volume

Arena? Os estádios de futebol passaram a ser

Único SP, Saraiva, 2010)

denominados desta forma. Você pretende fazer Direito e ser advogado? O que a Civilização

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fendo a democracia! Grécia e Democracia tem algum tipo de relação? Tantas questões para serem respondidas racionalmente. Razão e filosofia tem ligação com o estudo deste caderno? Bem, vamos estudar e descobrir estas

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No estudo sobre o Egito, na Antiguidade, é muito importante relacionar sua cultura com os aspectos de dominação política dos faraós e a escravidão como forma de trabalho predominante.

Romana tem com o Direito? Eu sei que eu de-

Como história do Egito pode cair no ENEM?

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Gabarito: A

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(ENEM) O Egito é visitado anualmente por milhões de turistas de todos os quadrantes do planeta, desejosos de ver com os próprios olhos a grandiosidade do poder esculpida em pedra há milênios: as pirâmides de Gizé, as tumbas do Vale dos Reis e os numerosos templos construídos ao longo do Nilo. O que hoje se transformou em atração turística era, no passado, interpretado de forma muito diferente, pois: a) Significava, entre outros aspectos, o poder que os faraós tinham para escravizar grandes contingentes populacionais que trabalhavam nesses monumentos; b) Representava para as populações do alto Egito a possibilidade de migrar para o sul e encontrar trabalho nos canteiros faraônicos; c) Significava a solução para os problemas econômicos, uma vez que os faraós sacrificavam aos deuses suas riquezas, construindo templos; d) Representava a possibilidade de o faraó ordenar a sociedade, obrigando os desocupados a trabalharem em obras públicas, que engrandeceram o próprio Egito; e) Significava um peso para a população egípcia, que condenava o luxo faraônico e a religião baseada em crenças e superstições.

respostas!

(Disponível em: http://comps.canstockphoto.com.br/canstock-photo_csp6032382.jpg. Acesso em: outubro de 2016 [Adaptado])

(Disponível em: http://www.touristico.it/blog/wp-content/ uploads/2015/04/roma-colosseo.jpg. Acesso em: outubro de 2016 [Adaptado])

A democracia ateniense era direta, ou seja, os cidadãos participavam diretamente no governo da cidade; não se faziam representar. No entanto, apesar de ser a forma de gover-


HISTÓRIA

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Como cultura helenística pode cair no ENEM? HIS0163

Fique atento, no estudo sobre a Grécia Antiga, aos períodos que marcaram sua trajetória: o Período Pré-Homérico, o Período Homérico, o Período Arcaico, o Período Clássico e o Período Helenístico. Neste último, o contato com as culturas orientais trouxe mudanças na sua produção cultural.

no mais justa, tinha várias imperfeições. A existência da escravidão era uma delas. Somente uma pequena parte da população (os cidadãos) tinham direito à participação política. Fundada pelos dórios, a Pólis de Esparta teve um desenvolvimento praticamente igual aos das demais pólis gregas. Mas, as dificuldades financeiras foram menos acentuadas ali, já que não houve um crescimento muito grande da população e também não sofreu com a escassez na agricultura. A sociedade espartana era formada por: espartanos (elite militar e principal grupo social dessa civilização), periecos (eram os habitantes da periferia da pólis) e hilotas (servos que eram vistos como propriedades do estado). A legislação de Esparta teria sido criada por Licurgo e estava baseada no controle político exercido pelos cidadãos – guerreiros. Uma sociedade oligárquica e militarizada. Crianças do sexo masculino que apresentassem deficiências físicas eram sacrificadas ao nascer, porque não poderiam servir ao Estado como guerreiros. Já as crianças saudáanos de idade e entregues ao Estado para adquirirem formação militar. Quando completavam 18 anos, elas estavam prontas para servir no exército, como soldados de infantaria ar-

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mados de lanças e escudos e que envergaram pesadas armaduras. Podiam casar-se aos 30 anos e participar da vida política, deixando de ter obrigações militares somente quando completassem 60 anos, época na qual poderiam ser eleito para a gerúsia.

(E. H. Gombrich. A História da Arte)

Sobre a cultura helenística mencionada no texto, é correto assinalar: a) Foi uma cultura exclusivamente grega e, portanto, nacionalista, exprimindo o orgulho do povo por sua cidade; b) Foi uma cultura exclusivamente oriental, desprezando o humanismo; c) A cultura helenística fundiu aspectos da cultura grega com a cultura oriental, tornando-se mais realista e exprimindo a violência e a dor; d) Foi uma cultura influenciada pelo cristianismo e serviu para expressar o poder e a influência da Igreja Católica; e) Foi uma cultura influenciada pelo islamismo e limitada pelas especificações religiosas.

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veis, eram separadas de sua família aos sete

Algumas das obras da escultura clássica que desfrutaram de maior fama em épocas posteriores foram criadas durante o período helenístico, como o Laocoonte e seus filhos. A obra representa a terrível cena em que o sacerdote troiano Laocoonte e seus dois infelizes filhos são envolvidos por duas gigantescas serpentes, em seus anéis, que os estrangulam.

Gabarito: C

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(ESPM)


ANTIGUIDADE: POR QUE CRITICAR O CONCEITO DE PRÉ-HISTÓRIA?

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crucificado no ano 33, por ordem de Pôncio Pilatos, governador romano da região da Judeia. A pregação dos apóstolos de Cristo deu origem ao cristianismo no século I. Sua expansão e pregação monoteísta eram uma séria ameaça ao caráter divino do Imperador e à adoração aos deuses romanos. Os cristãos foram duramente perseguidos, torturados, crucificados e lançados nas arenas, como o Coliseu de Roma, onde eram devorados por tigres e leões. No ano 313, o Imperador Constantino concedeu liberdade de culto aos cristãos e, em 380, o cristianismo tornou-se a religião oficial do Império, no governo de Teodósio.

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Posicionada na região central da Península Itálica, a cidade de Roma deu origem a uma das mais importantes civilizações e influenciou os valores do mundo ocidental contemporâneo. De sua longa trajetória histórica e dos valores de sua cultura, foram herdadas várias línguas, concepções estéticas, instituições e formas de governo que se tornaram grandes referenciais na contemporaneidade. Além de formarem uma cultura bastante complexa, os romanos formaram um grande império que marcou a história política e militar da Antiguidade. Com seu extenso processo de conquistas, transformaram a mítica cidade dos irmãos Rômulo e Remo em um amplo território, que dominou as penínsulas Ibérica e Itálica, grande parte do litoral norte da África e parte da Ásia Menor. Ao longo de sua trajetória política, Roma experimentou diferentes formas de governo. Primeiramente, organizou-se em um regime monárquico, que se estendeu desde os tempos originais até o século VI a.C. Entre os séculos VI a.C. e I a.C., Roma inaugurou um novo regime político que descentralizou as esferas do poder: a República. Durante a República observa-se a ascensão do Senado romano, que era encarregado pelas questões legislativas, administrativas e militares do governo. Nos séculos III a.C. e II a.C, o conflito militar com os cartagineses inaugurou um processo de expansão territorial que transformou profundamente a sociedade romana. A mão de obra escrava e o comércio com as regiões dominadas figuraram entre os novos traços da fase imperial, que foi do século I a.C. até o século IV. Entre os povos subjugados pelos romanos, pode-se destacar os hebreus, que infiltraram os valores do cristianismo primitivo no Império. A pregação de Jesus de Nazaré colocava em questionamento os sacerdotes dos templos romanos na Judeia. Ele foi preso e julgado pelo Sinédrio, conselho responsável pelas questões judaicas. Segundo o Evangelho, foi

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(Coliseu Romano – Disponível em: http://1.bp.blogspot.com/_ fvMmtgX9Xf0/S1-lRS1a-NI/AAAAAAAAHGU/KPotNHGjcgI/s400/ Coliseu+Roma+5.jpg . Acesso em: outubro de 2016)

A corrupção, a revolta de escravos, a intensificação dos conflitos com os povos germânicos (chamados pelos romanos de “bárbaros”) e as disputas pelo poder no Império levaram à crise e o fim do Império Romano. Devemos levar em conta também, que o fim da expansão territorial provocou a queda na disponibilidade da mão de obra escrava, o que afetou duramente a economia do Império. O advento e consolidação do cristianismo é outro fator relevante para analisarmos o processo de decadência do Império, pois isso afetava diretamente o culto ao próprio Imperador. Em 395, o Império foi dividido em duas partes: Império Romano do Ocidente, cuja capital era Roma, e o Império Romano do Oriente, com capital em


HISTÓRIA

pelos hérulos, marcando a queda do Império Romano do Ocidente. A cultura romana foi muito influenciada pela cultura grega. A língua romana era o latim, que, depois de um tempo espalhou-se pelos quatro cantos do império, dando ori-

8) A sociedade grega criou seus mitos e deuses, mas também elaborou um pensamento filosófico que expressava sua preocupação com a verdade e a ética. Além de Aristóteles, Platão e Sócrates, muitos pensadores merecem ser citados e discutidos, como os sofistas, que: a) Defenderam a liberdade de expressão, embora estivessem ligados à aristocracia ateniense, contrária à ampliação da cidadania; b) Construíram reflexões sobre o comportamento humano que serviram de base para Aristóteles pensar a sua metafísica; c) Criticaram a existência de verdades absolutas, afirmando ser o homem a medida de todas as coisas; d) Ajudaram a consolidar o pensamento conservador grego, reafirmando a importância da mitologia.

gem, na Idade Média, ao português, francês,

PRATICANDO

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Constantinopla. Em 476, Roma é conquistada

italiano e espanhol.

Os romanos eram politeístas, ou seja, acreditavam em vários deuses (Júpiter, Apolo, Marte, Vênus, Baco etc.). A grande parte dos

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deuses romanos foi retirada do panteão greMuitos deuses de regiões conquistadas também foram incorporados aos cultos romanos. Os deuses eram antropomórficos, ou seja,

possuíam características (qualidades e defeitos) de seres humanos, além de serem repre-

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sentados em forma humana.

(Fórum Romano – Disponível em: http://www.touremroma. com/upload/CONF34/20140104/Fotolia_40207802_S-tSa1162X490.jpg. Acesso em outubro de 2016)

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Outra herança desta civilização foi o chamado Direito Romano, um conjunto de princípios e regras que organizaram a sociedade desde a fundação de Roma (753 a.C.) até o fim do governo do imperador Justiniano (565). O Código Justiniano reuniu várias leis imperiais e suas Constituições deram origem aos princípios básicos do Direito.

9) (PUC) No caso da Grécia, a evolução intelectual que vai de Hesíodo [séc. VIII a.C.] a Aristóteles [séc. IV a.C.] pareceu-nos seguir, no essencial, duas orientações: em primeiro lugar, estabelece-se uma distinção clara entre o mundo da natureza, o mundo humano, o mundo das forças sagradas, sempre mais ou menos mesclados ou aproximados pela imaginação mítica, que às vezes confunde esses diversos domínios (...). (VERNANT, Jean-Pierre. Mito e pensamento entre os gregos. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990, p. 17)

A partir da citação anterior e de seus conhecimentos, pode-se afirmar que, no período indicado, os gregos: a) Separavam completamente a razão do mito, diferenciando a experiência humana de suas crenças irracionais; b) Acreditavam em seus mitos, relacionando-os com acontecimentos reais e usando-os para entender o mundo humano;

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go, porém os nomes originais foram mud s.


ANTIGUIDADE: POR QUE CRITICAR O CONCEITO DE PRÉ-HISTÓRIA?

d) O regime democrático nascido a partir da

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experiência política característica da cidade grega de Atenas;

e) O desenvolvimento, na Grécia, do pensamento filosófico através do qual se poderia compreender de forma diferenciada o universo.

c) Definiram o caráter irracional do ser humano, garantindo plena liberdade de culto e crença religiosa; d) Privilegiavam o mundo sagrado em relação ao humano e ao natural, recusando-se a misturar um ao outro; e) Defendiam a natureza como um reino intocável, tomando o homem como um risco para o bem-estar do mundo.

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12) (FUVEST) Em 2008, aconteceu em Pequim

10) Leia a frase a seguir.

mais uma Olimpíada. No mundo, peças tea-

(FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2001, p. 36)

Assinale a alternativa que apresenta um grupo que tinha direitos políticos durante a democracia ateniense na Grécia Antiga: a) Crianças;

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b) Escravo; c) Mulheres;

d) Estrangeiros;

e) Camponeses.

11) A civilização grega da Antiguidade deixou para outras sociedades um amplo legado que se expressa em vários campos, como o cultural e o político. Das alternativas a seguir, assi-

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nale aquela que NÃO corresponde a um legado da Grécia Antiga. a) Os primeiros relatos tidos como históricos foram atribuídos a autores gregos como Heródoto e Tucídides; b) A concepção, criada pelos gregos, do exército como uma força permanente, composta de soldados profissionais; c) As representações teatrais (tragédias e co-

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médias) surgidas na Grécia no contexto das festividades dionisíacas;

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trais estão sendo continuamente encenadas. Como se sabe, Olimpíadas e teatro (ocidental) foram uma criação da Grécia antiga.

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É bom deixar claro que o regime democrático ateniense tinha os seus limites.

Discorra sobre:

a) O significado dos Jogos Olímpicos para os antigos gregos; b) As características do teatro na Grécia antiga.

13) A Grécia conquistada conquistou seu selvagem vencedor e levou as artes aos rústicos latinos. (VEYNE, Paul. L’Empire Gréco-Romain. Paris: Seuil, 2005. p. 11.)

Considerando o verso do poeta latino Horácio (65 a.C. – 8 a.C.): a) Explique a relação paradoxal entre conquistador e conquistado; b) Caracterize dois campos em que a cultura grega se expressa no Império Romano. 14) (ENEM) Somos servos da lei para podermos ser livres. (Cícero)

O que apraz ao príncipe tem força de lei. (Ulpiano)

As frases acima são de dois cidadãos da Roma Clássica que viveram praticamente no mesmo século, quando ocorreu a transição da República (Cícero) para o Império (Ulpiano).


HISTÓRIA

sidere as afirmações: I) A diferença nos significados da lei é apenas aparente, uma vez que os romanos não levavam em consideração as normas jurídicas. II) Tanto na República como no Império, a lei era o resultado de discussões entre os representantes escolhidos pelo povo romano. um cidadão acabavam quando começavam os direitos de outro cidadão.

IV) Existia, na época imperial, um poder acima

b) I e III d) II e IV e) III e IV

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15) (ENEM)

(Schiavone, Aldo. Uma história rompida: Roma antiga e ocidente moderno. São Paulo: Edusp, 2005.)

A escravidão na Grécia e na Roma antigas: a) Baseava-se em características raciais dos trabalhadores; b) Expandia-se nos períodos de conquistas e domínio de outros povos; c) Dependia da tolerância e da passividade dos escravos; d) Foi abolida nas cidades democráticas; e) Restringia-se às atividades domésticas e urbanas. 17) As civilizações da antiguidade clássica – Grécia e Roma – desenvolveram uma estrutura socioeconômica alicerçada no escravismo. Sobre essa temática, pode-se afirmar que: I) A escravidão foi indispensável para a manutenção do ideal democrático em Atenas, uma vez que os cidadãos ficavam desincumbidos dos trabalhos manuais e das tarefas liga-

A figura apresentada é de um mosaico, produzido por volta do ano 300 d.C., encontrado na cidade de Lod, atual Estado de Israel. Nela, encontram-se elementos que representam uma característica política dos romanos no período, indicada em:

II) A escravidão foi abolida em Atenas quan-

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(Disponível em: www.metmuseum.org. Acesso em: 14 set. 2011)

das à sobrevivência; do Péricles estabeleceu o direito político a todos os cidadãos, reconhecendo, dessa forma, a igualdade jurídica e social da população da Grécia;

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a) I e II c) Il e III

(...) não era a falta de mecanização [na Grécia e em Roma] que tornava indispensável o recurso à escravidão; ocorrera exatamente o contrário: a presença maciça da escravidão determinou a “estagnação tecnológica” greco-romana.

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da legislação romana. Estão corretas, apenas:

16) (UNIFESP)

III) A lei republicana definia que os direitos de

a) Uzadismo – conquista da terra santa; b) Patriotismo – exaltação da cultura local; c) Helenismo – apropriação da estética grega; d) Imperialismo – selvageria dos povos dominados; e) Expansionismo – diversidade dos territórios conquistados.

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Tendo como base as sentenças acima, con-


ANTIGUIDADE: POR QUE CRITICAR O CONCEITO DE PRÉ-HISTÓRIA?

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d) Tinha profundas conexões com a justiça, razão pela qual o tempo livre dos cidadãos deveria ser dedicado às atividades vinculadas aos tribunais; e) Vivida pelos atenienses era, de fato, restrita àqueles que se dedicavam à política e que tinham tempo para resolver os problemas da cidade. 19) (UNICAMP)

Nada é mais presente na vida cotidiana da coletividade do que a oratória, que partilha com o teatro a característica de ser a manifestação cultural mais popular e mais praticada na Atenas clássica. A civilização da Atenas clássica é uma civilização do debate. As reações dos atenienses na Assembleia eram influenciadas por sua experiência como público do teatro e vice-versa. Trata-se de uma civilização substancialmente oral. O grego era educado para escutar. O caminho de Sócrates a Aristóteles ilustra perfeitamente o percurso da cultura grega da oralidade à civilização da escrita, que corresponde, no plano político e social, à passagem da cidade-Estado ao ecumenismo helenístico.

18) (ENEM)

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III) Os escravos romanos, por terem pequenas propriedades e direitos políticos, conviveram pacificamente com os cidadãos romanos, como forma de evitar conflitos e a perda de direitos; IV) Os escravos romanos, que se multiplicavam com o expansionismo de Roma, estavam submetidos à autoridade de seu senhor e sua condição obedecia mais ao direito privado do que ao direito público. É correto apenas o que se apresenta em: a) I e II b) I e IV c) II e III d) II e IV e) III e IV

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Segundo Aristóteles, “na cidade com o melhor conjunto de normas e naquela dotada de homens absolutamente justos, os cidadãos não devem viver uma vida de trabalho trivial ou de negócios – esses tipos de vida são desprezíveis e incompatíveis com as qualidades morais –, tampouco devem ser agricultores os aspirantes à cidadania, pois o lazer é indispensável ao desenvolvimento das qualidades morais e à prática das atividades políticas.”

a) Estabeleça relações entre o modelo político vigente na Atenas clássica e a importância assumida pelo teatro e pela oratória nesse período; b) Aponte características do período helenístico que o diferenciam da Atenas clássica.

O trecho, retirado da obra Política, de Aristóteles, permite compreender que a cidadania: a) Possui uma dimensão histórica que deve ser criticada, pois é condenável que os políticos de qualquer época fiquem entregues à ociosidade, enquanto o resto dos cidadãos tem de trabalhar; b) Era entendida como uma dignidade própria dos grupos sociais superiores, fruto de uma concepção política profundamente hierarquizada da sociedade; c) Estava vinculada, na Grécia Antiga, a uma percepção política democrática, que levava todos os habitantes da pólis a participarem da vida cívica;

20) (FUVEST) Vivemos numa forma de governo que não se baseia nas instituições de nossos vizinhos; ao contrário, servimos de modelo a alguns, ao invés de imitar outros. [...] Nela, enquanto no tocante às leis todos são iguais para a solução de suas divergências privadas, quando se trata de escolher (se é preciso distinguir em algum setor), não é o fato de pertencer a uma classe, mas o mérito, que dá acesso aos postos mais honrosos; inversamente, a pobreza não é razão para que alguém, sendo capaz de prestar serviços à cidade, seja impedido de fazê-lo pela obscuridade de

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(VAN ACKER, T. Grécia. A vida cotidiana na cidade-Estado. São Paulo: Atual, 1994.)

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(Adaptado de Agostino Masaracchia, La prosa greca del V e del IV secolo a.C. In: D’Anna, Giovanni [org.]. Storia della letteratura greca. Roma: Tascabile Economici Newton, 1995, p. 52-54.)

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HISTÓRIA

b) Não detinham prerrogativas nas atividades

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públicas, mas possuíam direito de voto nessa Assembleia quando a decisão envolvia guerras externas; c) Participavam de todas as atividades públicas de Atenas, mas só tinham voz nessa Assembleia se estivessem acompanhadas pelo marido ou filho; d) não podiam participar dessa Assembleia, da mesma forma como não tinham direito de exercer cargos administrativos, além da restrição a herança e posse de bens; e) Ganharam o direito de voz e voto nessa Assembleia a partir das reformas de Sólon, e com Clístenes seus direitos foram ampliados.

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sua condição. Conduzimo-nos liberalmente em nossa vida pública, e não observamos com uma curiosidade suspicaz [desconfiada] a vida privada de nossos concidadãos, pois não nos ressentimos com nosso vizinho se ele age como lhe apraz, nem o olhamos com ares de reprovação que, embora inócuos, lhe causariam desgosto. Ao mesmo tempo que evitamos ofender os outros em nosso convívio privado, em nossa vida pública nos afastamos da ilegalidade principalmente por causa de um temor reverente, pois somos submissos às autoridades e às leis, especialmente àquelas promulgadas para socorrer os oprimidos e às que, embora não escritas, trazem aos agressores uma desonra visível a todos.

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a) Com base nas informações contidas no texto, identifique o sistema político nele descrito e indique suas principais características; b) Identifique a cidade que foi a principal adversária de Atenas na Guerra do Peloponeso e diferencie os sistemas políticos vigentes em cada uma delas.

21) (FGV) Na Assembleia, (...) que se reunia mais ou menos 40 vezes por ano, os atenienses discutiam e votavam os principais problemas do Estado – declaravam guerra, firmavam tratados e decidiam onde aplicar os recursos públicos. Do

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mais pobre sapateiro ao mais rico comerciante, todos tinham oportunidade de expressar a sua opinião, votar e exercer um cargo no governo.

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(Flavio de Campos e Renan Garcia Miranda, A escrita da história.)

As mulheres atenienses:

a) Tomavam parte dessa instância política, mas suas ações se limitavam aos temas relacionados com a família e a formação moral e militar dos filhos;

APROFUNDANDO

22) (FUVEST) Há cerca de 2000 anos, os sítios superficiais e sem cerâmica dos caçadores antigos foram substituídos por conjuntos que evidenciam uma forte mudança na tecnologia e nos hábitos. Ao mesmo tempo que aparecem a cerâmica chamada itararé (no Paraná) ou taquara (no Rio Grande do Sul) e o consumo de vegetais cultivados, encontram-se novas estruturas de habitações. (André Prous. O Brasil antes dos brasileiros. A pré-história do nosso país. Rio de Janeiro: Zahar, 2007, p. 49. Adaptado.)

O texto associa o desenvolvimento da agricultura com o da cerâmica entre os habitantes do atual território do Brasil, há 2000 anos. Isso se deve ao fato de que a agricultura: a) Favoreceu a ampliação das trocas comerciais com povos andinos, que dominavam as técnicas de produção de cerâmica e as transmitiram aos povos guarani; b) Possibilitou que os povos que a praticavam se tornassem sedentários e pudessem armazenar alimentos, criando a necessidade de fabricação de recipientes para guardá-los;

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(Oração fúnebre de Péricles, 430 a.C., in Tucídides. História da Guerra do Peloponeso. Brasília: Editora UnB, 2001, p. 109. Adaptado.)


ANTIGUIDADE: POR QUE CRITICAR O CONCEITO DE PRÉ-HISTÓRIA?

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c) Dos Metais; d) Da Antiguidade; e) Paleolítica.

25) (UERN) Leia o texto que ressalta o caráter simbólico da arte rupestre.

A arte rupestre

O homem Paleolítico deixou-nos belíssimas representações nas paredes das cavernas e objetos decorativos com fino senso artístico. O cuidado com os mortos, já comum entre os homens de Neanderthal, é enriquecido com símbolos, isto é, sinais com significados, que remetem a uma vida futura. [...] Ele recorre a sinais que não atendem apenas às necessidades básicas, como os animais. O homem inventa sinais, sons e gestos de um valor simbólico porque remetem a algum significado. Esses sinais podem ir além das necessidades de sobrevivência (arte, religião). O elevado nível cultural desse homem já moderno explica seu sucesso e sua difusão por todo o planeta, com uma ampla variedade de expressões, mas sempre um único ímpeto criativo.

c) Proliferou, sobretudo, entre os povos dos sambaquis, que conciliaram a produção de objetos de cerâmica com a utilização de conchas e ossos na elaboração de armas e ferramentas; d) Difundiu-se, originalmente, na ilha de Fernando de Noronha, região de caça e coleta restritas, o que forçava as populações locais a desenvolver o cultivo de alimentos; e) Era praticada, prioritariamente, por grupos que viviam nas áreas litorâneas e que estavam, portanto, mais sujeitos a influências culturais de povos residentes fora da América.

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23) (UECE) Em várias grutas pré-históricas, ricamente decoradas, foram encontradas pinturas retratando cenas de caça, ou animais como o cavalo e o bisão. Assim é a arte rupestre comumente feita sobre a pedra que pode também ser encontrada em incisões em ossos e madeira. As pinturas e as incisões rupestres surgiram no período: a) Glacial; b) Paleolítico; c) Mesolítico; d) Neolítico.

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24) (UFPEL)

Analisando a linha do tempo, no período que vai do surgimento do homem até o desenvolvimento da agricultura, encontra-se a fase: a) Neolítica; b) Da invenção da escrita;

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(Facchini, Fiorenzo. O Homem. São Paulo: Moderna, 1997, p.36)

Com base no texto, analise. I. A arte foi, sem sombra de dúvida, a primeira forma de expressão do homem primitivo; II. Os grupos humanos criaram símbolos para representar o mundo em que viviam e seu cotidiano; III. A ausência de documentos escritos deixados pelos seres humanos da Pré-História nos impede de levantar hipóteses sobre a forma como viveram; IV. Embora muitas questões fiquem sem respostas, os vestígios arqueológicos encontrados têm-nos permitido conhecer parte do cotidiano Pré-Histórico. Estão corretas apenas as afirmativas: a) I, II, IV b) I, II, III c) II, IV d) III, IV


HISTÓRIA

mente a medicina, pois adquiriram profun-

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dos conhecimentos sobre o corpo humano com a prática da mumificação, que fazia parte de sua religião;

b) Os mesopotâmios desenvolveram a pintura de forma bastante rica e harmoniosa. Foram, também, os inventores do arco redondo ou de berço, muito utilizado na cons-

26) A denominação “Revolução Neolítica”, cunhada nos anos 60 pelo arqueólogo Gordon Childe, refere-se a uma série de intensas transformações. Entre essas mudanças, é correto citar: a) A criação do poder político centralizado associado ao domínio do poder religioso; b) O desenvolvimento de conglomerados urbanos baseados no trabalho escravo; c) A instituição privada das terras, com o cultivo de cereais e a criação de animais; d) O surgimento da divisão natural do trabalho, com a atribuição de papel produtivo relevante à mulher; e) A transição da economia de subsistência para uma economia industrial.

trução de pontes e de fortificações militares. Muito engenhosos, inventaram o concreto em substituição à pedra bruta, bastante rara na região da Mesopotâmia;

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c) Os mesopotâmios eram grandes aprecia-

c) Apresentar um relevo peculiar e favorável

maquia, na qual executavam jogos e apresentações acrobáticas com touros, com participação de mulheres. Apreciavam também esportes como o lançamento de dardos e pesos à longa distância. Na arquitetura desenvolveram complexos tumulares conhecidos como nuragues, de forma cônica, que revelavam sua ampla capacidade de cálculo; d) Os mesopotâmios foram os maiores especia-

ao isolamento necessário para o crescimento

listas da Antiguidade na construção de monu-

socioeconômico;

mentos de pedra esculpida. Os entalhadores

d) Possuir uma área agriculturável extensa, fa-

mesopotâmicos eram reconhecidamente os

vorecida pelos rios Tigre e Eufrates;

melhores de seu tempo, tanto que foram re-

e) Abrigar um sistema hidrográfico ideal para

quisitados para trabalhar em complexos pa-

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locomoção de pessoas e apropriado para desenvolvimento comercial.

lacianos na Pérsia e na Índia. Na Literatura, se destacaram nos temas religiosos, reflexo de sua profunda devoção e da grande importân-

científica da Mesopotâmia, é CORRETO afir-

cia da religião para a população mesopotâmica,

mar que:

comparável ao Egito;

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28) (PUC-PR) Sobre a produção cultural e

a) Os mesopotâmios foram exímios na elaboração de sagas que relatavam as experiências de heróis míticos em viagens de exploração marítima e colonização das costas da Arábia e da África. Além disso, desenvolveram ampla-

e) Os mesopotâmios sobressaíram-se nas ciências, na arquitetura e na literatura. Observando o céu, especialmente a partir de suas torres ou zigurates, e buscando deci-

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27) (UFSM) A região da Mesopotâmia ocupa lugar central na história da humanidade. Na Antiguidade, foi berço da civilização sumeriana devido ao fato de: a) Ser ponto de confluência de rotas comerciais de povos de diversas culturas; b) Ter um subsolo rico em minérios, possibilitando o salto tecnológico da idade da pedra para a idade dos metais;

dores de esportes, em especial da tauro-


ANTIGUIDADE: POR QUE CRITICAR O CONCEITO DE PRÉ-HISTÓRIA?

desenvolveram a astrologia e a astronomia, conseguindo atingir um amplo conhecimento sobre fenômenos celestes, como o movimento de planetas e estrelas e a previsão de eclipses. 29) Leia os itens abaixo, que contém possíveis

(Aymard/Auboyer, O Oriente e a Grécia – As civilizações imperiais.)

condições para o surgimento do Estado nas

ticos, escribas, artesãos, homens de negócios, agricultores, pastores, guardiões dos armazéns etc., colocados sob a direção de um intendente. É que a existência de um domínio real, dotado de bens múltiplos e dispersos, faz do palácio uma espécie de vasta empresa econômica, cujos benefícios contribuem para fundamentar solidamente a força material do soberano.

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frar a vontade dos deuses, os sacerdotes

sociedades da Antiguidade.

I) Gradativa diferenciação da sociedade em

classes sociais, impulsionada por uma divisão

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social do trabalho mais intensa, capaz de pro-

a) Como se organizava a vida social e política na Mesopotâmia? b) Um dos grandes legados da Mesopotâmia foi a criação do Código de Hamurabi. Quais os principais aspectos desse Código?

duzir excedentes de alimentos;

II) Passagem da economia comunal para uma economia escravista, estimulada por guerras

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entre povos vizinhos, propiciando aumento da produção de excedentes e de trocas, com uma divisão do trabalho entre agricultura, pecuária e artesanato; III) Constituição da propriedade da terra e do regime de servidão coletiva nas sociedades orientais para que as grandes construções públicas fossem realizadas sob orientação dos grupos dirigentes. Quais dentre eles apresentam efetivas condições para tal surgimento? a) Apenas I b) Apenas I e II c) Apenas I e III d) Apenas II e III e) I, II e III

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30) (UNESP) O palácio real constitui naturalmente, na vida da cidade mesopotâmica, um mundo à parte. Todo um grupo social o habita e dele depende, ligado ao soberano por laços que não são somente os de parente a chefe de família, ou de servidor a senhor. (...) Este grupo social é numeroso, de composição muito variada, abrangendo trabalhadores de todas as profissões, domés-

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31) (ENEM) Ao visitar o Egito do seu tempo, o historiador grego Heródoto (484 – 420/30 a.C.) interessou-se por fenômenos que lhe pareceram incomuns, como as cheias regulares do rio Nilo. A propósito do assunto, escreveu o seguinte: Eu queria saber por que o Nilo sobe no começo do verão e subindo continua durante cem dias; por que ele se retrai e a sua corrente baixa, assim que termina esse número de dias, sendo que permanece baixo o inverno inteiro, até um novo verão. Alguns gregos apresentam explicações para os fenômenos do rio Nilo. Eles afirmam que os ventos do noroeste provocam a subida do rio, ao impedir que suas águas corram para o mar. Não obstante, com certa frequência, esses ventos deixam de soprar, sem que o rio pare de subir da forma habitual. Além disso, se os ventos do noroeste produzissem esse efeito, os outros rios que correm na direção contrária aos ventos deveriam apresentar os mesmos efeitos que o Nilo, mesmo porque eles todos são pequenos, de menor corrente. (Heródoto. História [trad.]. livro II, 19-23. Chicago: Encyclopaedia Britannica Inc. 2a ed. 1990, p. 52-3 [com adaptações].)


HISTÓRIA

cação de alguns gregos para os fenômenos do rio Nilo. De acordo com o texto, julgue as afirmativas a seguir. I) Para alguns gregos, as cheias do Nilo devem-se ao fato de que suas águas são impedidas de correr para o mar pela força dos ventos do noroeste;

II) O argumento embasado na influência dos

ventos do noroeste nas cheias do Nilo sustenta-se no fato de que, quando os ventos param, o rio Nilo não sobe;

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III) A explicação de alguns gregos para as cheias

igual ocorria com rios de menor porte que seguiam na mesma direção dos ventos.

É correto apenas o que se afirma em: b) II c) I e II

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d) I e III

e) II e III

32) (UFF) Em 1980, Clara Nunes gravou Brasil Mestiço. Um de seus maiores sucessos, Morena de Angola, é parte integrante desse disco.

Morena de Angola

(Chico Buarque)

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Morena de Angola Que leva o chocalho Amarrado na canela. Será que ela mexe o chocalho Ou o chocalho é que mexe com ela?

Sobre a influência angolana na mestiçagem

no Brasil, deve-se considerar: a) A presença angolana no Brasil é residual, sem impacto, e influenciou muito mais na área de ocupação espanhola do que na área de ocupação portuguesa nas Américas;

33) (ENEM) O Cafundó é um bairro rural situado no município de Salto de Pirapora, a 150 km de São Paulo. Sua população, predominantemente negra, divide-se em duas parentelas: a dos Almeida Caetano e a dos Pires Pedroso. Cerca de oitenta pessoas vivem no bairro. Dessas, apenas nove detêm o título de proprietários legais dos 7,75 alqueires de terra que constituem a extensão do Cafundó, que foram doados a dois escravos, ancestrais de seus habitantes atuais, pelo antigo senhor e fazendeiro, pouco antes da Abolição, em 1888. Nessas terras, seus moradores plantam milho, feijão e mandioca e criam galinhas e porcos. Tudo em pequena escala. Sua língua materna é o português, uma variação regional que, sob muitos aspectos, poderia ser identificada como dialeto caipira. Usam um léxico de origem banto, quimbundo principalmente, cujo papel social é, sobretudo, de representá-los como africanos no Brasil. (Disponível em: <http://www.revista.iphan.gov.br>. Acesso em: 6 abr. 2009. Adaptado.)

O bairro de Cafundó integra o patrimônio cultural do Brasil porque: a) Possui terras herdadas de famílias antigas da região;

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do Nilo baseava-se no fato de que fenômeno

a) I

b) A mestiçagem no Brasil sempre foi identificada como procedente, principalmente, de nossa herança asiática, com presença predominantemente angolana; c) A independência angolana estabeleceu o fim das relações com esse país, uma vez que o governo brasileiro apoiava a política colonial de Portugal; d) A região de Angola foi um importante reservatório de escravos para os colonizadores portugueses; parte significativa desses cativos foi enviada compulsoriamente ao Brasil; e) A mestiçagem constitui-se numa invenção, já que a ideia de raça tem sido reiteradamente criticada pelos biólogos e a influência angolana foi residual.

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Nessa passagem, Heródoto critica a expli-


ANTIGUIDADE: POR QUE CRITICAR O CONCEITO DE PRÉ-HISTÓRIA?

d) O tráfico de escravos jejes para a Bahia, durante o ciclo da Baía de Benin, ocorreu de forma mais intensa a partir do fim do século XVII até a segunda metade do século XVIII; e) A escravidão nessa província se estendeu do século XVI até o início do século XVIII, diferentemente do que ocorreu em outras regiões do país.

34) (ENEM) O tráfico de escravos em direção à Bahia pode ser dividido em quatro períodos: 1o – O ciclo da Guiné, durante a segunda metade do século XVI; 2o – O ciclo de Angola e do Congo, no século XVII; 3o – O ciclo da Costa da Mina, durante os três primeiros quartos do século XVIII; 4o – O ciclo da Baía de Benin, entre 1770 e 1850, estando incluído aí o período do tráfico clandestino. A chegada dos daomeanos (jejes) ocorreu nos dois últimos períodos. A dos nagô-iorubás corresponde, sobretudo, ao último. A forte predominância dos iorubás na Bahia, de seus usos e costumes, seria explicável pela vinda maciça desse povo no último dos ciclos.

35) (FUVEST) O tráfico de escravos africanos para o Brasil: a) Teve início no final do século XVII, quando as primeiras jazidas de ouro foram descobertas nas Minas Gerais; b) Foi pouco expressivo no século XVII, ao contrário do que ocorreu nos séculos XVI e XVIII, e foi extinto, de vez, no início do século XIX; c) Teve início na metade do século XVI, e foi praticado, de forma regular, até a metade do século XIX; d) Foi extinto, quando da Independência do Brasil, a despeito da pressão contrária das regiões auríferas; e) Dependeu, desde o seu início, diretamente do bom sucesso das capitanias hereditárias, e, por isso, esteve concentrado nas capitanias de Pernambuco e de São Vicente, até o século XVIII.

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b) Preservou o modo de falar de origem banto e quimbundo; c) Tem origem no período anterior à abolição da escravatura; d) Pertence a uma comunidade rural do interior do estado de São Paulo; e) Possui moradores que são africanos do Brasil e perderam o laço com sua origem.

(VERGER, Pierre. Fluxo e refluxo do tráfico de escravos entre o golfo do Benin e a Bahia de Todos os Santos: dos séculos XVII a XIX. Tradução de Tasso Gadzanis. São Paulo: Corrupio, 1987. p. 9. [com adaptações].)

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Os diferentes ciclos do tráfico de escravos da costa africana para a Bahia, no Brasil, indicam que: a) O início da escravidão no Brasil data do século XVI, quando foram trazidos para o Nordeste os chamados “negros da Guiné”, especialistas na extração de ouro; b) A diversidade das origens e dos costumes de cada nação africana é impossível de ser identificada, uma vez que a escravidão moldou os grupos envolvidos em um processo cultural comum; c) Os ciclos correspondentes a cada período do tráfico de diferentes nações africanas para a Bahia estão relacionados aos distintos portos de comercialização de escravos;

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36) (IFSP) Considere as seguintes informações sobre a escravidão praticada na América Portuguesa. • Nos cafezais e canaviais, o escravo fazia parte de uma equipe de cerca de 12 a 15 homens ou mulheres; • O engenho de açúcar e suas máquinas exigiam trabalhadores especializados; • Na cidade e no campo, havia escravos pedreiros, carpinteiros, barbeiros e outros; • Nas cidades, os senhores alugavam os serviços dos escravos capacitados em variadas tarefas e também no comércio; • Os escravos domésticos eram supervisionados pelo olhar exigente das donas de casa. (MATTOSO, Katia de Queirós. Ser escravo no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1988, p.116. Adaptado)


HISTÓRIA

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38) As gravuras se referem aos monumentos megalíticos, constantes objetos de estudo de arqueólogos e historiadores. Observe:

Analisando os itens apresentados, é correto concluir que a escravidão na América Portuguesa: a) restringiu-se aos engenhos de cana e à produção agrícola monocultora de exportação; b) baseou-se na força física dos escravos, mas não considerou suas habilidades prévias; c) era distribuída de acordo com o modo de produção industrial das fábricas do período; d) esteve presente em todos os setores da vida social e produtiva na cidade e no campo; e) organizava as tarefas de acordo com o interesse pessoal e escolha dos trabalhadores.

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A partir do mapa, pode-se inferir: I) Os escravos africanos não se fizeram presentes nas colônias da América Espanhola, devido à presença ativa de missionários católicos; II) Os povos africanos fizeram parte da matriz étnica, cultural e religiosa que forjou as sociedades do continente americano; III) Apesar de presentes na economia colonial e imperial brasileiras, os escravos africanos se limitaram às áreas periféricas da economia; IV) Os escravos africanos que vieram para as terras do Novo Mundo eram provenientes de um espaço restrito do continente africano. Está(ão) correta(s): a) Apenas I b) Apenas II c) Apenas I, II e III d) Apenas III e IV e) I, II, III e IV

(Disponível em: http://www.infoescola.com/arquitetura/ monumentos-megaliticos.)

Acerca dessas formações rochosas misteriosas, devidamente arrumadas na natureza por nossos antepassados, é correto afirmar que: a) São consideradas monumentos pela sua formação. Acredita-se que podem ter surgido durante o período Neolítico (Idade da Pedra) e a finalidade de sua existência não é totalmente conhecida; b) Muitas eram contempladas e cultuadas pelos religiosos fundadores da Igreja Católica, que acreditavam em seus poderes esotéricos e na presença de relíquias sagradas entre as pedras utilizadas em sua construção;

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37) (UFSM)


c) São construções feitas por seres detentores de altos conhecimentos, pois a maioria das pedras chega a pesar toneladas. Os templos seriam destinados aos alquimistas e magos, donos do conhecimento científico no período Homérico; d) Algumas são construções de indivíduos solitários, conhecidos como menires (em celta significa “pedras compridas”) e tinham o objetivo comprovado de abrigar as tribos nômades em suas incursões em busca de alimento e moradia.

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ANTIGUIDADE: POR QUE CRITICAR O CONCEITO DE PRÉ-HISTÓRIA?

DESAFIANDO

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39) Considere o mapa a seguir , que representa uma região com histórico de migrações e disputas territoriais e que já abrigou, desde antes da Era Cristã, várias civilizações.

a) Mencione duas características da bacia hidrográfica dos rios Tigre/Eufrates, relacionando-as com sua ocupação na Antiguidade. Justifique. b) Identifique um importante conflito que, atualmente, ocorre na área indicada no mapa e apresente uma motivação político-religiosa para esse conflito.

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40) Leia atentamente o trecho e as informações no quadro a seguir: Nas cidades gregas e em Roma durante a Antiguidade, existiram duas principais maneiras de governar. Numa, a sociedade era governada por uma só pessoa: o rei ou monarca. Era a monarquia. Noutra, a sociedade era dirigida por um grupo pequeno de homens ricos. Era a aristocracia. Em algumas cidades da Grécia, como em Atenas, foi experimentada uma terceira forma de governo. Era a democracia. (KONDER, Leandro. Muito além das Urnas. Revista Ciência hoje das crianças, no 64. [Adaptado] Disponível em: http://chc.cienciahoje. uol.com.br/muito-alem-das-urnas – Acessado: 04/09/2015)

População Total

ATENAS (5 século a.C.)

Brasil – 2014

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Dados estatísticos aproximados

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o

Indivíduos com direito a voto Números absolutos

%

240 mil

38 mil

15,8%

203 milhões

143 milhões

70,4%

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Com base no texto, no quadro e em seus conhecimentos, responda ao que se pede: O que era necessário para que um indivíduo participasse das decisões políticas durante a democracia em Atenas?

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PESQUISANDO

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HISTÓRIA

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Usa-se o termo arte rupestre para designar as inúmeras pinturas encontradas no interior de cavernas pré-históricas por todo mundo. Mas será que os desbravadores dessas cavernas que a usavam como tela para seus desenhos tinham a intenção de fazer arte? Este é uma questão quase impossível de responder, hoje tratamos essas representações como arte em função das suas qualidades técnicas, no entanto a hipótese mais aceita entre os historiadores é de que, nossos antepassados pensavam e criavam essas imagens como algo, acima de tudo, utilitárias. Assim é quase certo que nossos antepassados não penetrariam cavernas tão inacessíveis com o simples propósito de decora-las. (Disponível em: http://www.infoescola.com/artes/arte-rupestre/ Acesso: em outubro de 2016)

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No Brasil também é possível encontrar manifestação de pinturas rupestres por todo território nacional. Onde está o maior acervo da América de arte rupestre no território brasileiro? Pesquise sua situação atual, enfatizando sua preservação pelas autoridades do país.


RESUMINDO

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ANTIGUIDADE: POR QUE CRITICAR O CONCEITO DE PRÉ-HISTÓRIA?

• As teorias sobre o surgimento do Homem: o Criacionismo e o Evolucionismo; • A África é o berço da humanidade;

• Fatores que levaram a sobrevivência do ser humano: a utilização do fogo, a maior habilidade com as mãos e a vivência em bandos ou grupos; • Paleolítico: nomadismo e divisão do trabalho;

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• Neolítico: sedentarização, domesticação de animais, desenvolvimento da agricultura; • Desenvolvimento de técnica de fundição de metais;

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• A importância dos rios para a consolidação das civilizações do Oriente Próximo.

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INGLÊS 1o ANO


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Direção Executiva: Fabio Benites

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Diagramação, Ilustração de capa e Projeto Gráfico: Alan Giles Dominique Coutinho Erlon Pedro Pereira

Gestão Editorial: Maria Izadora Zarro

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Irium Editora Ltda Rua Desembargador Izidro, no 114 Tijuca - RJ CEP: 20521-160 Fone: (21) 2560-1349 www.irium.com.br

A reprodução desta obra, no todo ou em parte, por qualquer meio, sem autorização expressa, sujeitará o infrator, nos termos da Lei no 6.895, de 17/12/80, às penalidades previstas nos artigos 184 e 185 do Código Penal.


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BEGINNING: HOW TO INTRODUCE YOURSELF?

Learning Objectives:

• Apresentar-se de forma adequada nos ambientes sociais; • Diferenciar o Present Simple do Present Continuous Tense; • Distinguir o uso de pronomes pessoais;

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• Saber utilizar corretamente o plural e singular e os gêneros;

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• Identificar as vestimentas.

(Disponível em: istockphoto.com/br. Acesso em: outubro de 2016)


HOW TO INTRODUCE YOURSELF?

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Nice to meet you!

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Hi, folks! There are many ways to introduce yourself in a conversation. Some are completely informal and it must use in a proper place, among friends, for example. Others are formal greetings and it’s perfect in a workplace. The point is: are you ready to use the greetings correctly? So, let’s learn!

(Disponível em: http://22-2400.blogspot.com.br/2011/02/greetings-comic-done-by-vicky-lao-from.html. Acesso em: outubro de 2016)

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1) Greetings

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Do you Know the greetings? Which greeting is perfect for each situation? So, let’s identified them and learn the formal and informal greetings. • Informal Situation: in a family party. You: Hello, aunt Lisa. How are you? Aunt Lisa: Hi! I’m pretty good! How are you doing?
 It’s so nice to see you again! You’re so tal now, you’re a not a child anymore.

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You: I’m fine too, thanks. I’m 15 years old now. • Informal Situation: with a friend. You: Hey, man! What’s up?/How are you doin’? Friend: Hey, bro! What’s up?/ Cool. • Formal situation: entering in a store. Retailer: Good morning / Good afternoon/ Good evening, How are doing today? You: Good Morning / Good Afternoon/ Good evening, I’m good today. Thanks for asking. Retailer: Great!! My name is Julia, let me know if you need some help, ok?!


INGLÊS

When you talk with someone older or respectful you should use TITLES. For males: Mr. + last name

We’re in the same class. (Affirmative sentence) We aren’t in the same class (Negative Sentence) They’re sagittarius. (Affirmative sentence) They aren’t sagittarius. (Negative Sentence)

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For females: Ms. / Miss / Mrs. + last name

He’s the teacher. (Affirmative sentence) He isn’t the teacher. (Negative Sentence) It’s Pattison.
(My last name is Pattison) (Affirmative sentence) It isn’t Pattison. (Negative Sentence)

Don’t forget it!

You’re my roommate. (Affirmative sentence) You aren’t my roommate. (Negative Sentence) She’s over there. (Affirmative sentence) She isn’t over there. (Negative Sentence)

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• Fomal situation: in a workplace. You: Good morning, My name is Bob Patisson. Nice to meet you. Julia: Good Morning, It’s nice to meet you too Mr. Patisson. I’m Julia Fields. How are you today? You: Pretty good, Thank you very much. You’re welcome in our company, Mrs. Fields.

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Of course, once in a life, you have already heard the sentence “I love you”. “I” is a personal subject pronoun, it express a person and it is considered subject because it is used before the verb “love”. “You” in this sentence is a personal object pronoun due to the fact it is used after the verb. Let’s see others:

AT

Personal Subject Pronouns: I / you / he / she / it / we / you/ they. I live in Brazil. You like dogs. She is an actress. He is a painter. It is a perfect gift. We are friends. They are sick.

M

Personal Object Pronouns: me / you / him/ her / it /us / you / them. I love you / him / her / it (chocolate) / them. You love me / us.

3) Verb to be Most important verb in English. It means “ser” or “estar”. I’m Julia Fields. (Affirmative sentence) I’m not Julia Fields. (Negative Sentence)

Note: contracted form and Full Form: I’m = I am
 You’re = You are / You aren’t = You are not She’s = She is / She isn’t = She is not
 He’s = He is / He isn’t = He is not
 We’re = We are / We aren’t = We are not They’re = They are / They aren’t = They are not Questions with verb TO BE: Yes, I am. Are you from Brazil? No, I am not. I am from Argentina. How is she / he?

She / He is just fine. Yes, we are.

Are we impulsive?

No, we are not. We are down to earth.

Are they in our Math Yes, they are. class? No, they are not.

PRACTICING 1) Chose the correct form of the verb to be (am/is/are): a) It am / is / are cold today. b) I am / is / are at home now. c) They am/ is / are Korean. d) There am / is / are a pen on the desk. e) My name am/ is/ are Nikita.

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EM1ING01

2) Personal pronouns


HOW TO INTRODUCE YOURSELF?

4) Present Simple

ER IA L

Hey, do you know how to express your daily life in English? The Present Simple is the verb tense used to talk about something in general and happens all the time. So, what do you eat at breakfast? Where do you come from? (ask nationality; from preposition that express origin) I come from Canada.

AT

Affirmative Sentences: I / you/ we/ they come from Brazil; Work in a paper company; She/ he/ it comes from Canada; Works in a paper company.

EM1ING01

M

Note: RULES Verbs connected to the personal pronouns he / she / it : • The verbs that finish with ch, o, ss, sh, x and z receive –es: Linda watches Tv series all nights. Greg brushes his teeth after meals. The wind echoes in my apartment. The mosquito buzzes near my ear. Carl fixes bikes in his work. Ann kisses me.

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LI SE

Negative and interrogative sentences: I/we/you/they don’t come. Do I/we/you/they come? He / she / it doesn’t work. Does he / she / it work?

PRACTICING

DE A

2) Rewrite the following sentences using personal pronouns. a) Mary likes Paul very much. b) You and I are feeding the animals. c) Tom called Sally last night. d) The children talked to Jane and me. e) Mike and you danced with the girls. f) Tom’s aunt gave a present to her husband. g) John told Julie and Janet to go home with his niece.

• The verbs that finish with y it changes for –ies when it comes after a consonant: The dog tries to eat its sandals’owner everyday. (try – tries) • The verb to have is irregular in the 3rd person: He / she / it has breakfast at 6 o’ clock in the morning.

f) We am/ is / are from Ukraine. g) That am / is / are right. h) I am / is / are ok, thanks. i) Clara and Steve am/ is / are married. j) She am / is / are an English teacher.

3) Fill in with the Simple Present of the verbs in parentheses. a) He______________________German very well. (to speak) b) ____________________ you ____________________ television every day? (to watch) c) My sister ________________________ a brand - new car. (to have) d) She ________________________you at all. (to like – not) e) Your mother ____________________very well. (drive – not) f) ____________________ Mrs. Rogers always ____________ ____________ like this? (to act) g) I don’t understand this sentence. What ________________________ (this word – mean)? 4) Use one of the following verbs to complete these sentences. Sometimes you need the negative. Believe – eat – roll – go – grow – make – rise – tell – translate

a) The Earth __________________ round the Sun. b) Rice ________________ in Britain. c) The Sun ________________ in the East. d) Bees _____________________ honey. e) Vegetarians _______________________ meat. f) An atheist________________________ in God. g) An interpreter _________________________ from one language into another. h) A liar is someone who _________________the truth. i) The River Amazon _______________________ into the Atlantic Ocean.


INGLÊS

cause – close – drink – live – take place – open

a) I never ____________________ coffee. b) The swimming pool _________________________ at 9 o’clock and ___________________ at 18:30 every day. c) Bad driving ____________________________ many accidents. d) My parents ________________in a very small town. e) The Olympic Games __________________every four years.

• There are some verbs like know, love, hate, want, need, prefer, realise, suppose, mean, understand, believe, remember, belong, contain, consist, depend, seem and like that we cannot use in the continuous. They are not action verbs. E.g.: I’m hungry. I want something to eat. (Not wanting)

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5) Complete the sentences using one of the following:

DE A

• The verb “to have” when means possession we do not use in the continuous. E.g.: We’re enjoying our holiday. We have a nice room in the hotel. (Not having) But It’s possible: we’re having an amazing holiday.

ER IA L

When you’re doing an action at the moment, you must use the Present Continuous Tense to express the situation. Some time expressions help us to identify this verb tense such as; now, right now and today. Let’s understand it: • Structure:

Affirmative: verb to be + verb (ing) = gerund. E.g.: He is eating dinner right now.

AT

Negative: verb to be (not) + verb (ing) = gerund. E.g.: They aren’t working.

M

Interrogative: verb to be + personal pronoun / noun + verb ing. E.g.: What is Daisy doing? Note: • Some verbs suffer modifications: Get – getting Have – having

Observe the conversation: Steve: Hi, dad. Mr. Carter: What are you doing? Steve: I’m hungry and thirsty. So, I’m cooking and preparing a juice. Mr. Carter: Are you cooking? And preparing a juice? It’s three o’clock in the morning! Steve: Yeah! But I’m starving. Mr. Carter: What are you making? Steve: Pasta with cheese sauce and orange juice. Mr. Carter: I like it! So let’s eat!

PRACTICING 6) Put the verb into the correct form, Present Continuous or Present Simple. a) Are you hungry? ________________ something to eat? (you – want); b) Jill is interested in politics but she ______________ to a political party. (not – belong); c) Don’t put the dictionary away. I ______________it. (use); d) Don’t put the dictionary away. I ______________it. (need); e) Fletcher __________ (pass) to Coles who _________ (shoot) just over the bar. United they___________ (attack) much more in this half...;

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EM1ING01

5) Present Continuous Tense


HOW TO INTRODUCE YOURSELF?

What’s Julie doing now?

Like Portuguese we can observe a lot of rules to use the singular and plural in English. Let’s see the rules: • If the noun finishes with CH, O, S, SH, SS, X and Z , add –es: E.g.: watch (es) / potato (es) / brush (es) / kiss (es) / fox (es) / buzz(es) • If the noun finishes with ch with /k/ sound, add –s: E.g.: epoch (s) / monarch (s) / stomach (s)

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DE A

Julie is working at the law department of Bhmex right now. The phone is ringing. Julie’s assistant, Ann Perez, is taking a message. The computer is on. As usual, Julie is using it. The printer is off. She’s not using it. Mr. Harrison is having a video conference with some important businessmen from Mexico. He’s doing business with them. Julie is having lunch later today, there are so many things to do. Julie’s colleagues are working hard, too. Some are writing reports, some are talking on the phone, some others are contacting clients. Now that the company is expanding everybody seems to be busier than ever. And Mr. Harrison is always asking for things asap. It’s one o’clock p.m. Now Julie is leaving the company for lunch. She is going to eat at a Chinese restaurant nearby. Six p.m. Julie is putting all her things away in her desk drawers. She is brushing her hair. She’s saying good-bye to everyone. She’s going out with Raul, her husband, in order to celebrate their wedding anniversary.

LI SE

7) Answer the following yes/no questions:

6) Nouns – singular and plural

f) A man _______________ (come) home late one night after the office Christmas party. His wife _____________(wait) for him, and she _________________________ (say) to him...; g) Now that the rice ___________________ (cook) you ______________________ (chop up) the carrots and tomatoes and you ______________(put) them in a dish...

AT

a) Is Anna taking a message now? b) Are Julie’s colleagues busy? c) Is Mr. Harrison working now? d) Is Julie going to eat Japanese food today? e) Are Julie and Raul going out tonight?

EM1ING01

M

8) Answer the following information questions: a) Where is Julie working now? b) What is Julie using right now? c) What is Harrison doing? d) Where is Julie having lunch today? e) It’s 6 p.m. What is Julie doing at the moment?

• If the noun comes from another language and finishes with o, add –s: E.g.: kangoroo (s) / kimono (s) / photo (s) • Nouns finished with Y: a) With a vowel before, add (–s) : ashtray (s) / bay (s) / toy (s) b) With a consonant before, add (–ies) : baby – bab(ies) / fly – fl(ies) • Nouns finished with f or fe: a) add (–ves) : calf – cal(ves) / half – hal(ves) / loaf – loa (ves) • Some are exception as: chief(s) / cliff(s) / roof(s) / safe(s) / sheriff(s) • Irregular plural: child – children die – dice foot – feet goose – geese louse – lice man – men mouse – mice ox – oxen tooth – teeth woman – women

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INGLÊS

7) Gender

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• Add the suffix –ess: E.g.: actor – actress / author – authoress / prince – princess / tiger – tigeress • Use the same words: E.g.: child / cousin / dancer / doctor / enemy/ friend / guest / student

• Some nouns have the same form in singular and plural: crossroads deer fish fruit means series sheep species

PRACTICING

DE A

9 ) (UEMA) The plural of photo, leaf, poet, diary, and tooth: a) Photos – leafs – poets – diaries – tooths; b) Photoes – leafs – poets – diarys – teeths; c) Photos – leaves – poets – diaries – teeth; d) Photos – leafes – poets – diaries – tooths; e) Photoes – leafs – poets – diaries – teeth.

• Use different words: E.g.: bachelor – spinster / bridegroom – bride / cock – hen / fox – vixen / wizard – witch / horse – mare / son – daughter

AT

11) (PUC) Todas as palavras abaixo formam o plural como life / lives, exceto: a) Claf; b) Half; c) Leaf; d) Chief; e) Wolf.

M

12) (FEI) A alternativa incorreta na sequência singular – plural é: a) children – childrens; b) bark – barks; c) researcher – researchers; d) hope – hopes; e) wilderness – wildernesses.

PRACTICING

13) (MACKENZIE) The plural of That wise English man keeps his gold watch in a safe is: a) Those wise Englishmen keep their gold watches in saves; b) T h o se wi se En gli shmen keep hi s go ld watches in save; c) Those wise Englishmen keeps their gold watches in safe; d) Those wise Englishmen keep their golds watches in safes; e) Those wise Englishmen keep their gold watches in safes.

8) Possessive’s • We normally use –‘s for people or animals. The –‘s gives an idea of possession. Are Julie’s and Pat’s clothes ok? No, they aren’t ok. What’s Josh’s favorite color? It’s blue. Is this Liz’s t-shirt? Yes, it is. After singular noun we use –‘s: my brother’s room.

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10) (UFPI) Which sequence below completes this sentence correctly? Everybody knows the famous fairy tales like Ali Baba and the Forty ____________ and Snow White and the Seven ________________ . a) Thiefs – Dwarfs; b) Chiefs – Dwarves; c) Robbers – Dwarfs; d) Thieves – Dwarfs; e) Chiefs – Dwarves.

• Change the word that indicate the gender: E.g.: boyfriend – girlfriend / brother-in-law – sister- in-law / policeman – policewoman


HOW TO INTRODUCE YOURSELF?

14) (FUVEST) Reescreva empregando o caso genitivo (‘s ou ’): a) This is the car of my brother-in-law. __________________________________________________________________ b) Show me the new house of your parents.

DE A

__________________________________________________________________

What do you prefer to wear in each season? Are you able to say? • Winter: Natalie: “Actually, Winter is my favorite season because I really love cold weather. When it’s snowing I wear my black leather boots, my pair of jeans, a white blouse, a scarf, my gloves and a black overcoat. I feel completely glamourous!” • Summer: Kate: “Sunny days, just perfect!!!! When it’s hot and humid, I just wear my swimsuit (bikini) and I go to the swimming pool. My favorite clothes are a floral dress and a flip flop (sandals) or a skirt, t-shirt and high heels. I think It’s very comfortable.” • Fall: Brian: “Fall remembers me cloudy, windy and rainny days. I don’t like at all, makes me feel sad. I usually wear my gray suit, black shoes and belt, my uncomfortable tie and a horrible raincoat that I hate.” • Spring: Robert: “ Oh, It’s Spring now!!! So, I’m always like this!! I’m wearing a green t-shirt, a brown shorts, white socks, colourful sneakers and a cap. That is all folks!”

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PRACTICING

9) Clothes

After plural noun which does not end with –s: children’s book. After plural noun which ends with –s: three weeks’ holidays.

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15) (MACKENZIE) Only one of the sentences below is correct: a) The house’s door were opened. b) It’s been a hard day’s night. c) That is nobody’s business. d) The man old’s son is tall.

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DE A

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INGLÊS

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Estudantes fazem desfile de roupa reciclada em São Luís

Alunos do curso de vestuário fizeram coleção de roupas conceituais. Jornais, revistas e garrafas PET foram usados como materiais

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Atualmente, dois grandes pontos de gargalo em nossa sociedade são o descarte de resíduos e consumo de matéria-prima. Pode não parecer mais essas duas questões estão diretamente relacionadas. Após a Revolução Industrial no século XVIII, o modo de produção mudou drasticamente, passamos da fabricação artesanal para a produção em larga escala. Com isso, tivemos que buscar muito mais recursos, matéria-prima, bem como meios de descartá-la. O modo de descarte mais comum foram os lixões, onde ocorre a simples deposição de todo o tipo de lixo (orgânico e inorgânico) colocado diretamente em valas no solo e depois cobertos por terra. Essa forma gera grande impacto ambiental, como a contaminação do solo, do lençol freático, emissão de gases provocadores de efeito estufa, propagação de doenças por animais, mau odor, entre outros. Veja mais em nosso site www.4newsmagazine.com.br #EuqueroÉReciclar


HOW TO INTRODUCE YOURSELF?

21) Rewrite these sentences in the affirmative form. a) He doesn’t need you today. b) Does Peggy like soap operas? c) Do they come here every day? d) Your cousin doesn’t walk to work. e) My children don’t behave well at school.

DE A

TRANSPLANT surgeons work miracles. They take organs from one body and integrate them into another, granting the lucky recipient a longer, better life. Sadly, every year thousands of other people are less fortunate, dying while they wait for suitable organs to be found. The terrible constraint on organ transplantation is that every life extended depends on the death of someone young enough and healthy enough to have organs worth transplanting. Such donors are few. The waiting lists are long, and getting longer. Freedom from this constraint is the dream of every transplant surgeon. So far attempts to make artificial organs have been disappointing: nature is hard to mimic. Hence the renewed interest in trying to use organs from animals.

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(UFRJ) Responda às questões abaixo em Português:

20) (UEMA) Give the plural form of wolf, belief, mouse: a) Wolfs – believes – mouses; b) Wolves – beliefs – mice; c) Wolves – believes – mouses; d) Wolfs – beliefs – mice; e) None of the above.

PRACTICING

(The Economist, Dec. 21, 1996)

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16) Quais devem ser as condições do doador antes de morrer para que seus órgãos possam ser doados? 17) Por que as tentativas de usar órgãos artificiais em transplante não têm sido bem sucedidas?

DEEPENING

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18) (UEMA) Mark the noun with the incorrect feminine: a) Boy – girl; b) Dog – bitch; c) Uncle – aunt; d) Sir – lad; e) Son – daughter. 19) (CESESP) Most ___ and ____ are afraid of ___. a) Womans – childs – mouses; b) Women’s – children’s – mousen; c) Woman’s – children – micen; d) Women – children – mice; e) womens – children – mices.

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(UFC) Check the correct alternative according to text.

TV programs for children – too violent

A study of American network television programs has concluded that there is too much “sinister combat violence” in many programs aimed at children. According to The Wall Street Journal, the study conducted by the University of California at Los Angeles singled out several popular cartoon series as containing “violence for the sake of violence”. The programs are normally aired on Saturday mornings, when children are not in school and their parents may not yet be up. Although this type of program is not new, the study found that “the unrelenting combat and sinister characters in these shows constitute a fairly recent trend which appears to be on the rise.” Vocabulary: 1) Unrelenting: implacável ; 2) Trend: tendência.

22) The study of American network TV programs was developed by: a) University of Califórnia, Los Angeles; b) The Wall Street Journal; c) The Parent and Teacher Association; d) The American universities; e) The American television network.


INGLÊS

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d) Cartoon series are not new, however, they present unrelenting combat and sinister character which constitute a fairly recent trend; e) Cartoon series constitute a trend on the rise because they are a new type of program which is aired on Saturday morning. 25) The main idea of the text is: a) “Violence for the sake of Violence” in American TV programs; b) The excess of violence in American TV programs for children; c) The increase in violence in programs of the American television network; d) A new type of American TV program for children – too violent; e) The unrelenting combat and sinister characters in cartoon series.

23) As to the study of the American network TV programs, we can say: I) The study has shown there are too many cartoon series and they are all too violent; II) The study has shown that several programs for children cointain much violence; III) The study has selected several cartoon series as containing violence for the sake of violence. a) Statements I and II are correct; b) Statements I and III are correct; c) Statements II and III are correct; d) Statements I, II and III are correct; e) Only statement II is correct.

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DE A

24) The study also found that: a) Cartoon series constitute a fairly recent trend because they show some violent scenes; b) Cartoon series have become a trend on the rise since they started being aired on Saturday morning; c) The cartoon series which are aired on Saturday mornings when children are not in school are new;

CHALLENGING

M

AT

(UFRJ) Com base no texto, responda às questões em Português. Aug. 26, 2008 Cbssports. Com wire reports São Paulo, Brazil – a top official says Brazil is more than a year behind schedule in it’s construction projects for the 2014 Soccer World Cup. The president of Sinaenco, a brazilian architectural and engineering association, says the government must improve its efforts or risk losing investment and the chance at hosting future events. “Brazil is more than a year behind,” José Roberto Bernasconi said Tuesday at Sinaenco’s annual meeting. “The authorities have to get involved.” Bernasconi says the World Cup will “promote Brazil and attract more investment in the future.” But all that is at risk if construction deadlines are not met. Brazil hosted the pan american games in Rio de Janeiro last year without major glitches. Brazil is bidding for the 2016 olympics, which also would take place in Rio. (Copyright 2007–08, the associated press, all rights reserved.)

26) Que fato preocupante para o Brasil é relatado no texto?

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27) Cite duas consequências para o país que podem advir desse fato.


HOW TO INTRODUCE YOURSELF?

LI SE

SEARCHING

SUMMARIZING

DE A

Find in a magazine or in a website a routine of your favorite artist. Observe the verbs and pronouns that the author uses. Then, write in notebook the artist’s routine and talk to your friends about it.

• How to use the Greetings:

Good morning!, Good afternoon!, Good evening! e Good night!;

Nice to meet you!, Glad to meet you!, Pleased to meet you! ou It’s a pleasure to meet you!; Hi! e Hello!;

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Good bye!, Bye! e So long!;

Thanks!/Thank you!, You’re welcome!, Excuse me! Sorry!; • Subject Pronouns: I → EU

You (singular) → VOCÊ He → ELE

She → ELA

It → USADO PARA OBJETO OU ANIMAL We → NÓS

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You (plural) → VOCÊS

They → ELES OU ELAS Mr. Foster – a man; Mrs. Foster – a married woman;

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Ms. Hunter – a woman, married or not;

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Miss Adams – a single woman (unmarried woman).

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DE A

LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL 1o ANO


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Direção Executiva: Fabio Benites

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Diagramação, Ilustração de capa e Projeto Gráfico: Alan Giles Dominique Coutinho Erlon Pedro Pereira

Gestão Editorial: Maria Izadora Zarro

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Irium Editora Ltda Rua Desembargador Izidro, no 114 Tijuca - RJ CEP: 20521-160 Fone: (21) 2560-1349 www.irium.com.br

A reprodução desta obra, no todo ou em parte, por qualquer meio, sem autorização expressa, sujeitará o infrator, nos termos da Lei no 6.895, de 17/12/80, às penalidades previstas nos artigos 184 e 185 do Código Penal.


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TEXTO, CONTEXTO E DISCURSO

Objetivos de aprendizagem: • Distinguir texto, contexto e discurso;

• Recuperar informações contextuais (por quem um texto foi escrito, para quem, onde, quando, por quê etc.) a partir de pesquisas;

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• Inferir informações contextuais (por quem um texto foi escrito, para quem, onde, quando, por quê etc.) a partir da materialidade textual; • Relacionar as escolhas textuais e a intencionalidade discursiva no ato da leitura;

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• Relacionar as escolhas textuais e a intencionalidade discursiva no ato da escrita.

(Disponível em: https:// tecelagemartesanal.wordpress.com. Acesso em junho de 2016)


TEXTO, CONTEXTO E DISCURSO

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“Textum”

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A palavra “texto” possui sua origem no latim (textum) e quer dizer tecido, entrelaçamento. Por isso, redigir um texto é trançar fios de informações que se entrelaçam, garantindo continuidade e unidade. Na constituição de um texto, devem existir, portanto, elementos que estabeleçam relações de sentido entre si, encadeando as partes a fim de formar um todo (Disponível em: https://tecelagemartesanal. significativo. wordpress.com. Acesso em junho de 2016) Nesta unidade, vamos estudar a constituição do texto e suas relações com o contexto em que este é produzido.

1) Texto, contexto e discurso

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Do ponto de vista da materialidade textual, um texto verbal é formado pelo encaixamento de unidades de diferentes níveis. Assim, um conjunto de palavras se organiza em uma frase (que pode ser chamada de período, caso a frase contenha um verbo). Um conjunto de frases pode se organizar em um parágrafo. Um conjunto de parágrafos pode se organizar em um capítulo. Um conjunto de capítulos pode se organizar em uma obra, e assim sucessivamente. O corpo de um texto apresenta, portanto, uma série de informações que, em si mesmas, já permitem uma série de interpretações, as quais se constroem na relação que as palavras assumem no co-texto. O co-texto é a construção de sentido que emerge da relação entre as palavras no texto. Veja, por exemplo, a tirinha a seguir, em que a personagem reflete sobre o fato de que, apesar de o tempo ter passado e ela ter crescido, o país continua em crise.

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(Disponível em: http://www.coxinhanerd.com.br/personagensinteligentes/Acesso em junho de 2016)

Podemos ler essa tirinha somente com o que aparece na materialidade textual, sem termos qualquer conhecimento sobre o contexto em que ela foi produzida. Considerando apenas a linguagem verbal e não verbal presente no texto, podemos ler uma crítica à política nacional, analisada sob o olhar de uma criança, independente de sabermos quem escreveu essa tirinha, quando a escreveu, onde a escreveu etc. Por outro lado, ao considerarmos informações sobre a produção do texto em nossa interpretação, estamos analisando também o contexto. No caso do texto acima, saber que seu autor foi Quino, cartunista argentino que produziu as tirinhas de Mafalda de 1964 a 1973, e que a Argentina enfrentou uma dura


ditadura militar na mesma época, enriquece nossa leitura. Além disso, se soubermos que as tirinhas de Mafalda foram reapropriadas por movimentos pró-direitos humanos em diversos países latino-americanos, passamos a ter ainda mais subsídios para nossas análises. Para que uma leitura seja o mais completa possível, devemos considerar tanto os dados presentes na materialidade textual quanto as informações contextuais. Quando analisamos o conjunto formado por texto e contexto, estamos nos dedicando à análise do discurso. Quando lemos um texto, devemos utilizar ferramentas de pesquisa, como bibliotecas ou a Internet, para buscar mais informações sobre o contexto de produção do discurso. Afinal, um leitor crítico não pode se deter no que está escrito; é preciso ir mais além e se perguntar por que determinado texto foi escrito daquele modo. Toda mensagem carrega em si uma intencionalidade do autor, e o bom leitor é sempre “desconfiado”, ou, no mínimo, curioso. O que terá levado o autor a escrever algo de determinada maneira? Mesmo textos jornalísticos ou científicos, que muitos acreditam serem neutros, carregam em si uma intencionalidade, que só conseguimos recuperar se considerarmos o contexto discursivo. Vejamos, por exemplo, duas notícias de diferentes revistas de circulação nacional acerca do mesmo tema: o impeachment da presidente Dilma Rousseff, em abril de 2016.

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LEITURA E PRODUÇÃO

(Disponível em http://www.assine.abril.com.br/portal/assinar/revistaveja?origem=sr_ve_botaocapa_root&utm_source=editoriais&utm_ medium=sites_editoriais&utm_campaign=sr_ve_botaocapa_root)

A primeira capa pertence à Revista Veja, que explicitamente se vincula a favor de ideais de neoliberalismo e de redução da intervenção do Estado na economia. Os governos do PT, de Lula e Dilma, foram sempre retratados de forma negativa por esse veículo de comunicação. Tais informações contextuais nos ajudam a ler essa capa, que foi publicada na edição da semana anterior à votação do impeachment de Dilma. O texto da capa apresenta um cartaz com a imagem de Dilma, rasgado na parte superior, o que deforma a face da presidente e a representa como vítima de vandalismo, possivelmente sugerindo a insatisfação política daquele que teria rasgado o cartaz. Além disso, a frase “fora do baralho” alude à expressão “carta fora do trabalho”, indicando uma “previsão” da revista, de que a presidente seria retirada do poder. Já a segunda capa pertence à Revista Carta Capital, que explicitamente se posiciona a favor de um Estado com maior poder sobre a economia e tradicionalmente viu com simpatia os governos do PT. Essas informações contextuais também nos ajudam a ler tal capa, que, tal como a anterior, foi publicada na edição da semana anterior à votação do impeachment de Dilma.

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(Disponível em http://assinecarta.com.br/imagens/carta_ capital_capa.jpg)


TEXTO, CONTEXTO E DISCURSO

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ção de ambos, que não era positiva no clima político de insegurança que pairava no país, a frase “e eles vão levar?” sugere um convite do leitor à indignação contra o impeachment, uma vez que o poder do país ficaria nas mãos de Temer e Cunha.

Na capa, aparecem o então vice-presidente Michel Temer e o então presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha. Temer aparece sentado, com um olhar distante e um meio sorriso, de quem planeja algo. Já Cunha parece assustado na imagem, com a boca entreaberta. Além dessa representa-

Marco regulatório da mídia deve ser visto com cautela

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Em evento sobre liberdade de imprensa, Cármen Lúcia disse que eventuais regulações devem partir dos próprios jornalistas

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O jornalismo possui um papel fundamental em qualquer sociedade democrática: expor o que nem sempre é feito para ser exposto e informar a sociedade. Mas até que ponto essa razão profissional vale como um salvo-conduto para que jornalistas, que possuem a palavra e o espaço midiático, possam cometer graves deslizes? Vamos debater o Marco Regulatório? Saiba mais em www.4newsmagazine.com.br #LiberdadeDeImprensaParaQuem

PRATICANDO Texto I

Criminalidade e violência

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O mundo globalizado, sem fronteiras e totalmente permeável aos meios de comunicação de massa, deixa à mostra o avanço da violência em toda parte, com maior incidência nas metrópoles e megalópoles. O que antes passava despercebido hoje é alardeado e difundido, frequenta as primeiras páginas dos principais jornais e os noticiários, em horário nobre, das maiores redes de teledifusão. Durante algum tempo, explicava-se o aumento da incidência de crimes sob a única vertente das desigualdades socioeconômicas. O êxodo rural, o desemprego, as subcondições de mora-

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dia e trabalho nos grandes centros eram dados como a causa dos deslizes. O remédio, portanto, residia em apresentar soluções, ou almejar por elas, de molde a minorar as diferenças sociais, melhor distribuir a renda, dar condições de dignidade à maioria da população. Enquanto a esse estado de justiça ideal não se conseguia chegar, as medidas adotadas eram meros paliativos e, por si só, serviam para justificar a inação e a inércia das autoridades. Hoje, não mais é possível esconder que a onda de violência repousa na crescente organização da criminalidade, a partir da exploração do narcotráfico, que movimenta milhões e milhões em moeda forte, sem respeitar quaisquer fronteiras. O comércio de drogas, rentabilíssimo, estabeleceu-se como verdadeiro Estado dentro


LEITURA E PRODUÇÃO

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de governo, nem partidária. É uma questão de Estado. Impõe a todos os ungidos pelo poder responsabilidade comum e solidária, acima das divergências doutrinárias, ideológicas e político-partidárias. As vaidades e vinditas pessoais devem dar lugar à colaboração incondicional entre todos os poderes e autoridades, cada qual cumprindo seu papel. (Octavio Gomes, ex-presidente da OAB-RJ)

Texto II

dos Estados organizados, gerando suas próprias leis, gerindo parcelas consideráveis do território físico, construindo uma rede de serviços, um exército próprio, enfim, toda uma infraestrutura para desempenho de suas atividades. Para manutenção de suas posições, o narcotráfico é o principal responsável pelo contrabando de armas, cujo excesso é repassado a outras cadeias da criminalidade. Destarte, sem sombra de dúvida, o inimigo principal da sociedade hoje é o crime organizado, cujo poder repousa no comércio ilegal de drogas e de armas. O combate a esse inimigo poderoso, enquistado em várias regiões do país, com comando de parcelas do território de algumas cidades, infiltração em segmentos do poder público, na polícia, no Legislativo, no Executivo e até no Judiciário, não pode ser de responsabilidade de uma só das unidades da federação; incumbe a todas elas, à União, aos Estados, aos Municípios, bem como aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todos os graus. A parcela principal de responsabilidade é da União Federal, pois a ela incumbe a vigilância das fronteiras, por onde entram as drogas e as armas contrabandeadas. Aos Estados incumbem a vigilância interna, o policiamento ostensivo e a repressão aos delitos derivados. Os Municípios, gerindo as vias urbanas, colaboram, dentro de suas atribuições, com os demais poderes constituídos. Ao Poder Legislativo compete aprimorar as leis, adaptando-as à nova realidade. As penas devem ser revistas, à luz da constatação hoje patente de que existem criminosos irrecuperáveis, cuja ressocialização é praticamente impossível. O sistema carcerário deve isolar os criminosos irascíveis, submetendo-os a rígido controle disciplinar. As prisões não podem ser hotéis, nem escritórios para administração das atividades ilícitas. Regime de trabalho obrigatório deve ser implantado, retificando-se a Legislação Constitucional. Ao Poder Judiciário cabe julgar com rigor e rapidez. A demora nos julgamentos gera a sensação de impunidade, o descrédito na Justiça.
O combate ao inimigo comum não é uma questão

Faroeste caboclo

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— Não tinha medo o tal João de Santo Cristo, Era o que todos diziam quando ele se perdeu. Deixou pra trás todo o marasmo da fazenda Só para sentir no seu sangue o ódio que Jesus lhe deu. Quando criança só pensava em ser bandido, Ainda mais quando com um tiro de soldado o pai morreu Era o terror da cercania onde morava
 E na escola até o professor com ele aprendeu. Ia pra igreja só pra roubar o dinheiro
 Que as velhinhas colocavam na caixinha do altar. Sentia mesmo que era diferente
 E sentia que aquilo ali não era o seu lugar
 Ele queria sair para ver o mar
 E as coisas que ele via na televisão
 Juntou dinheiro para poder viajar
 E de escolha própria, escolheu a solidão
 (...) Não entendia como a vida funcionava – Discriminação por causa da sua classe ou sua cor Ficou cansado de tentar achar resposta
 E comprou uma passagem, foi direto a Salvador. E lá chegando foi tomar um cafezinho
 E encontrou um boiadeiro com quem foi falar
 E o boiadeiro tinha uma passagem e ia perder a viagem Mas João foi lhe salvar.
 Dizia ele: - Estou indo pra Brasília,
 Neste país lugar melhor não há.
 Estou precisando visitar a minha filha
 Então fico aqui e você vai no meu lugar.
 E João aceitou sua proposta e num ônibus entrou no Planalto Central Ele ficou bestificado com a cidade


TEXTO, CONTEXTO E DISCURSO

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3) Embora responsabilize a todos os segmentos da sociedade, o articulista do texto I apresenta a União Federal como o maior responsável pelo combate ao narcotráfico. Retire do texto o argumento usado pelo autor para sustentar sua tese.

Saindo da rodoviária, viu as luzes de Natal.
 Meu Deus, que cidade linda,
 No ano-novo eu começo a trabalhar.
 Cortar madeira, aprendiz de carpinteiro Ganhava três mil por mês em Taguatinga.
 Na sexta-feira ia pra zona da cidade
 Gastar todo o seu dinheiro de rapaz trabalhador E conhecia muita gente interessante Até um neto bastardo do seu bisavô: Um peruano que vivia na Bolívia
 E muitas coisas trazia de lá
 Seu nome era Pablo ele dizia Que um negócio ele ia começar. E o Santo Cristo até a morte trabalhava
 Mas o dinheiro não dava pra ele se alimentar
 E ouvia às sete horas o noticiário
 Que sempre dizia que o seu ministro ia ajudar Mas ele não queria mais conversa e decidiu que, Com Pablo, ele ia se virar
 Elaborou mais uma vez seu plano santo
 E, sem ser crucificado, a plantação foi começar. Logo logo os malucos da cidade souberam da novidade: Tem bagulho bom aí!
 E João de Santo Cristo ficou rico
 E acabou com todos os traficantes dali.
 Fez amigos, frequentava a Asa Norte
 E ia pra festa de rock, pra se libertar
 Mas de repente
 Sob uma má influência dos boyzinhos da cidade Começou a roubar. Já no primeiro roubo ele dançou
 E pro inferno ele foi pela primeira vez Violência e estupro do seu corpo
 Vocês vão ver, eu vou pegar vocês. Agora o Santo Cristo era bandido Destemido e temido no Distrito Federal. Não tinha nenhum medo de polícia Capitão ou traficante, playboy ou general.

Como redes sociais pode cair no ENEM?

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(ENEM) As redes sociais de relacionamento ganham força a cada dia. Uma das ferramentas que tem contribuído siginificativamente para que isso ocorra é o surgimento e a consolidação da blogosfera, nome dado ao conjunto de blogs e blogueiros que circulam pela Internet. Um blog é um site com acréscimos dos chamados artigos, ou posts. Estes são, em geral, organizados de forma cronológica inversa, tendo como foco a temática proposta do blog, podendo ser escritos por um número variável de pessoas, de acordo com a política do blog. Muitos blogs fornecem comentários ou notícias sobre um assunto em particular; outros funcionam mais como diários on-line. Um blog típico combina texto, imagens e links para outros blogs, páginas da web e mídias relacionadas a seu tema. A possibilidade de leitores deixarem comentários de forma a interagir com o autor e outros leitores é uma parte importante dos blogs.

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1) É possível afirmar que o tema dos textos I e II é o mesmo? Explique.

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2) O segundo parágrafo do texto I parece vir exemplificado pela história de João. Retire do texto II versos que exemplificam uma das razões apontadas pelo jurista para a violência.

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O que foi visto com certa desconfiança pelo meio de comunicação virou até referência para sugestões de reportagem. A linguagem utilizada pelos blogueiros, autores e leitores de blogs, foge da rigidez praticada nos meios de comunicação e deixa o leitor mais próximo do assunto, além de facilitar o diálogo constante entre eles. (Disponível em: http//pt.wikipedia.org. Acesso em: 21 maio 2010 [adaptado].)


LEITURA E PRODUÇÃO

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emergiria nos pontos em que cada fio do tecido toca outros fios, garantindo que o tecido não se decomponha. Para entender melhor como funciona a coesão textual, observe o conto a seguir, do autor Alexandre Simas.

A pensar morreu um burro

Era uma vez um burro que caminhava pelo deserto. O animal ia cambaleante cheio de fome e cheio de sede. Ou melhor será dizer, vazio de tudo. Depois de dias e noites de caminhada e padecimentos, deparou com dois baldes; um de aveia e outro de água. Estacou surpreendido sem saber por onde começar, se pel’ aveia, se pela água... Morreu...

Gabarito: A

2) Coesão e coerência na construção da textualidade

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Dois fenômenos fundamentais para a construção de um texto são a coesão e a coerência. Vamos, em outras unidades, estudar cada um desses fenômenos em detalhes. Hoje, vamos entender como eles se relacionam com a construção de um texto. A coesão se manifesta na superfície de um texto, conectando de maneira eficiente as partes que o constituem, relacionando cada nova informação apresentada com as que já haviam sido mencionadas. Retomando, então, a metáfora de que um texto é um tecido, a coesão

Retirado de http://pedrocarneiro.com/impulsos/page0/ page51/page20/page20.html

No texto acima, desde o título, que alude a um provérbio, já somos apresentados ao personagem principal: o burro. A cada frase, porém, novas informações sobre ele vão sendo apresentadas, sempre se somando àquelas que já temos, a partir da leitura. Assim, se o personagem é apresentado por “um burro”, com um artigo indefinido, logo depois sabemos que ele caminhava pelo deserto (informação relacionada à anterior pelo pronome relativo “que”, funcionando como pronome relativo). Mais à frente, descobrimos que ele ia cambaleante, informação que se soma à anterior por meio da expressão “o animal”, a qual retoma o burro, mas agora por meio de um artigo definido, o que sugere que a expressão faz referência a um ser já conhecido pelo leitor. Outras relações coesivas são estabelecidas pelo uso do sujeito oculto em orações como “deparou com dos baldes”, “estacou surpreendido” e “morreu”. Como conhecemos como funcionam os textos, prevemos que a elipse (omissão) do sujeito antes desses verbos remete ainda ao burro, adicionando novas informações acerca do animal sem que seja necessário repetir diversas vezes “o burro”. Por sua vez, a coerência textual consiste na

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As redes sociais compõem uma categoria de organização social em que grupos de indivíduos utilizam a Internet com objetivos comuns de comunicação e relacionamento. Nesse contexto, os chamados blogueiros: a) promovem discussões sobre diversos assuntos, expondo seus pontos de vista particulares e incentivando a troca de opiniões e consolidação de grupos de interesse; b) contribuem para o analfabetismo digital dos leitores de blog, uma vez que não se preocupam com os usos padronizados da língua; c) interferem nas rotinas de encontros e comemorações de determinados segmentos, porque supervalorizam o contato a distância; d) utilizam os blogs para exposição de mensagens particulares, sem se preocuparem em responder aos comentários recebidos, e abdicam do uso de outras ferramentas virtuais, como o correio eletrônico; e) definem previamente seus seguidores, de modo a evitar que pessoas que não compactuam com as mesmas opiniões interfiram no desenvolvimento de determinados assuntos.


TEXTO, CONTEXTO E DISCURSO

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Considerando a natureza do tema, a forma como está apresentado e o meio pelo qual é veiculado o texto, percebe-se que seu principal objetivo é a) divulgar dados estatísticos recentes sobre a fome no mundo e sobre as inovações tecnológicas. b) esclarecer questões científicas acerca dos danos causados pela fome e pela aids nos indivíduos. c) demonstrar que a fome, juntamente com as doenças endêmicas, também é um problema de saúde pública. d) convidar o leitor a engajar-se em alguma ação positiva contra a fome, a partir da divulgação de dados alarmantes. e) alertar sobre o problema da fome, apresentando-o como um contraste no mundo de tantos recursos tecnológicos.

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“interpretabilidade” de um texto, ou, melhor dizendo, nas condições para que um texto possa fazer sentido para seu leitor. Se a coesão é um fenômeno que se manifesta na superfície textual, no uso de palavras ou construções que podemos identificar rapidamente durante a leitura, a coerência é um fenômeno que se estabelece envolvendo dados internos e externos ao texto. No caso do conto acima, por exemplo, a situação que parece absurda, se lida como representação de fato verídico – um burro perdido no deserto e encontrando dois baldes no meio do nada –, e portanto incoerente, torna-se coerente quando lemos o texto como ficcional. Nesse caso, não é a história em si que é coerente ou incoerente. É a maneira como lemos o texto que garante sua coerência. Além disso, a coincidência de o burro morrer “justamente” depois de encontrar os baldes, e não ao longo da demorada travessia do deserto (o que seria muito mais provável) pareceria incoerente em um texto lido como relato verídico. Mas se lemos o texto como um conto, é natural, ou mesmo esperado, que situações de grande coincidência ocorram, pois elas garantem dramaticidade à leitura e ao clímax da narrativa, uma das características do gênero literário conto.

PRATICANDO

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4) (ENEM) O mundo das grandes inovações tecnológicas, dos avanços das pesquisas médicas e que já presenciou o envio de homens ao espaço é o mesmo lugar onde 1 bilhão de pessoas dormem e acordam com fome. A desnutrição ocupa o primeiro lugar no ranking dos 10 maiores riscos à saúde e mata mais do que a aids, a malária e a tuberculose combinadas. O equivalente às populações da Europa e da América do Norte, juntas, está de barriga vazia. E um futuro famélico aguarda a raça humana. Em 2050, apenas por razões ligadas às mudanças climáticas, o número de pessoas sem comida no prato vai aumentar em até 20%. (Disponível em: www.correiobraziliense.com.br. Acesso em: 22 jan. 2012. )

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REDIGINDO

Nesta unidade, você aprendeu que um texto é indissociável de seu contexto de produção. Sendo assim, uma interpretação completa deve considerar todo o discurso, isto é, o texto e seu contexto. Mesmo notícias e reportagens, que geralmente julgamos “neutras” são fortemente influenciadas pelo contexto em que são produzidas ou lidas. Tendo isso em mente, leia a notícia a seguir, que foi publicada por uma agência norte-americana de notícias (Reuters), em 14 de abril de 2016. Coreia do Norte prepara míssil de médio alcance, diz Coreia do Sul Agência sul-coreana acredita que ele será disparado por volta de 6a . Pyongyang anunciou ter feito teste nuclear em janeiro. A Coreia do Norte mobilizou um ou dois mísseis balísticos de alcance intermediário na costa


LEITURA E PRODUÇÃO

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APROFUNDANDO

Violência e drogas

É sempre bacana ver milhares juntando as forças, as vontades, as desesperanças, para encher ruas com o alvo vestuário da paz. Não é muito a minha, esse negócio de acender vela e clamar ao firmamento, mas em respeito aos sincretismos biodiversos, topo fingir não crer que do céu só vem relâmpago, chuva e bala perdida. O que não dá mais, sinceramente, pra encarar com graça, educação e simpatia é o lugar-comum “não se pode dissociar a questão da violência da questão das drogas”. Hoje em dia, 10 entre 10 autoridades públicas, ao se pronunciarem a respeito do tema, repetem em uníssono: “Não se pode dissociar a questão da violência da questão das drogas”. E daí? O que devemos concluir dessa brilhante assertiva? É óbvio que as duas coisas estão intrinsecamente ligadas, qualquer idiota lobotomizado sabe. Mas o que vem depois disso? É “não se pode dissociar a questão da violência da questão das drogas” e ponto final? Quer dizer então que é só ninguém mais se drogar que a violência acaba? Quer dizer então que se os ricos (como acusou o governador do Rio de Janeiro) pararem de consumir substâncias ilegais tudo estará resolvido? Bacana. Muito bom. E que dia vai ser isso? Uma bela manhã todos acordaremos para viver num mundo melhor, onde todos os que consomem drogas terão uma crise de consciência e, junto com seus fornecedores, chegarão à conclusão de que já perturbaram demais a ordem pública, de que a vida de todos já está suficientemente aterrorizada e, portanto, todos vão se dedicar a atividades mais lúcidas. Vamos ou não vamos, de uma vez por todas, encarar a dura realidade de que sempre existirá uma parcela qualquer da população que vai querer se drogar? Isso não é minha opinião, muito menos meu desejo. É assim, simplesmente, porque sempre foi assim e continuará sempre sendo assim. Em qualquer sociedade, em qualquer época. Qualquer um que se dê ao trabalho de pesquisar as origens históricas do ato de se drogar, vai ficar chocado com a antiguidade da prática. Enquanto a sociedade não oferecer uma alternativa legal ao adulto que quer consumir, arcará com o

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Disponível em http://g1.globo.com/mundo/noticia/2016/04/ coreia-do-norte-prepara-missil-de-medio-alcance-diz-coreiado-sul.html

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Sabendo que a Coréia do Norte e os Estados Unidos são antagonistas em termos de política externa, reescreva a notícia acima, imaginando que você é um jornalista da Coréia do Norte e que a notícia será publicada em um jornal norte-coreano. Sua versão da história deve dizer que o míssil em questão não será lançado contra outro país, e sim como mero exercício militar e teste da potência técnica desse armamento.

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leste do país, e possivelmente prepara um lançamento na sexta-feira (15) ou próximo dessa data, que marca o aniversário do fundador da nação, disse a agência de notícias sul-coreana Yonhap. Um lançador móvel foi flagrado levando até dois mísseis Musudan, disse a Yonhap nesta quinta-feira (14), citando várias fontes do governo da Coreia do Sul, na esteira do quarto teste nuclear de Pyongyang em janeiro e do lançamento de um foguete de longo alcance no mês seguinte, o que acarretou novas sanções da Organização das Nações Unidas (ONU). Não se sabe se o míssil Musudan, concebido para ter um alcance de mais de 3 mil quilômetros, já foi testado em voo, de acordo com o Ministério da Defesa sul-coreano e especialistas. Alguns especialistas dizem que o Norte pode decidir fazer um teste de disparo do Musudan no futuro próximo, enquanto tenta construir um míssil balístico intercontinental concebido para alcançar o território continental dos Estados Unidos. A inteligência dos EUA acredita que a Coreia do Norte tem pouca capacidade de atingir seu país, mas que suas tecnologias serão aprimoradas, o que torna o investimento contínuo na defesa contra mísseis algo essencial. O porta-voz do Ministério da Defesa sul-coreano, Moon Sang-gyun, se recusou a confirmar a reportagem da Yonhap, mas disse que os militares estão em estado de alerta para qualquer lançamento de míssil de Pyongyang desde que seu líder, Kim Jong Un, prometeu realizar novos testes.


TEXTO, CONTEXTO E DISCURSO

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d) é uma assertiva óbvia, embora as duas coisas estejam intrinsecamente ligadas; e) é aceita apenas pelo idiota lobotomizado. 7) (UNIFAL) Uma bela manhã todos acordaremos para viver num mundo melhor, onde todos os que consomem drogas terão uma crise de consciência e, junto com seus fornecedores, chegarão à conclusão de que já perturbaram demais a ordem pública, de que a vida de todos já está suficientemente aterrorizada e, portanto, todos vão se dedicar a atividades mais lúcidas. (parágrafo 3o). A ideia deixada implícita pelo autor no conjunto de hipóteses da passagem acima em conexão com o que se viu no texto é: a) Basta ninguém mais se drogar.
 b) Basta os ricos pararem de consumir. c) Bacana. Muito bom.
 d) Isso está prestes a acontecer.
 e) Trata-se de uma utopia.

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custo (de vida, de grana, de desagregação das estruturas sociais) boçal desse combate. Uma guerra que nunca será ganha e que faz muito mais vítimas fatais do que as drogas que tenta combater. Alguém ainda consegue achar irônico o fato do combate às drogas matar muito mais que o uso das mesmas? Ninguém propõe o bundalelê nessa questão. A ideia de dar opção a quem não consegue ou não quer largar seu vício viria com a contrapartida de usar o ato de consumir drogas como agravante em qualquer delito que venha a ser cometido pelo usuário. Oferecer uma opção legal de consumo não é legalizar o crime. É retirar consumidores das mãos da marginalidade, é reduzir a importância econômica do narcotráfico. Certamente alguns morrerão de overdose, o que é triste, o que é lamentável. Mas, e a situação de hoje não é? Reduzir o número de cadáveres deveria ser o único objetivo. Do jeito que as coisas estão organizadas parece que morrer de cocaína é pior do que morrer de tiro. Por quê? Querer discutir violência sem propor uma nova política de drogas é mais que perda de tempo, é perda de vidas.

(Cláudio Manoel – Humorista, integrante do grupo Casseta & (Planeta. Jornal do Brasil 13 jul. 2000 – caderno Opinião.)

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5) (UNIFAL) “... em respeito aos sincretismos biodiversos” (parágrafo 1o), o autor: a) acha “bacana ver milhares juntando as forças, as vontades, as desesperanças...”; b) admira milhares de pessoas enchendo “ruas com alvo vestuário da paz.”; c) aprecia “esse negócio de acender vela e clamar ao firmamento...”; d) aceita fingir não acreditar “que do céu só vem relâmpago, chuva e bala perdida.”; e) topa fingir crer “que do céu só vem relâmpago, chuva e bala perdida.”.

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6) (UNIFAL) Segundo o autor, a frase não se pode dissociar a questão da violência da questão das drogas (parágrafo 2o) NÃO: a) é um lugar comum, hoje repetido por 10 entre 10 autoridades públicas; b) é atualmente a resposta uníssona de todas as autoridades públicas;

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c) dá mais para ser encarada com graça, educação e simpatia;

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8) (UNIFAL) Vamos ou não vamos, de uma vez por todas, encarar a dura realidade de que sempre existirá uma parcela qualquer da população que vai querer se drogar? (parágrafo 4o). Apenas NÃO é realidade que:
 a) haverá sempre alguém querendo se drogar; b) é esta uma opinião pessoal, um desejo do autor; c) é assim que sempre foi;
 d) é assim que sempre continuará sendo;
 e) é antiquíssima a prática de se drogar. 9) (UNIFAL) Enquanto a sociedade não oferecer uma alternativa legal ao adulto que quer consumir... (parágrafo 5o). Com base na sequência do parágrafo, só NÃO se pode afirmar que a sociedade: a) arcará com o custo boçal desse combate; b) arcará com o custo de vida, de grana, de desagregação das estruturas sociais; c) assistirá a uma guerra que nunca será ganha; d) assistirá a uma guerra que faz muito mais vítimas fatais do que as drogas que tenta combater; e) continuará achando irônico o fato do combate às drogas matar muito mais que seu uso.


LEITURA E PRODUÇÃO

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d) a descriminação do uso de drogas; e) a contrapartida de usar o ato de consumir drogas como agravante em qualquer delito que venha a ser cometido pelo usuário. 14) (UNIFAL) Em entrevista de página inteira ao Jornal do Brasil do dia 6 de agosto de 2000, a antropóloga Albar Zaluar, coordenadora do Núcleo de Pesquisa da Violência da UERJ, faz uma série de observações, uma das quais contraria a proposta central de Cláudio Manuel. Assinale-a: a) “... não estamos advogando tolerância aos crimes mais graves...” b) “... existe uma pesquisa da Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz) que mostra que 20% dos jovens das favelas, com idades entre 14 e 25 anos, estão envolvidos com o tráfico.” c) “... supondo que 20 anos de política repressiva no país não tiveram resultados brilhantes.” d) “O Brasil não pode descriminar, sob o risco de [...] repetir o que aconteceu na Holanda, onde a liberação resultou num aumento desenfreado do consumo.” e) “O problema é como a escola recebe o aluno. Ela não está cumprindo sua função de formar cidadãos, de ensinar a tolerância, o respeito ao outro.”

10) (UNIFAL) Embora não evitando a situação triste e lamentável, em que certamente alguns morrerão de overdose, oferecer uma opção legal de consumo (parágrafo 6o) seria, para o autor, importante, porque poderia, EXCETO: a) vir, com a contrapartida de usar, o ato de consumir drogas com agravante em qualquer delito que venha a ser cometido pelo usuário; b) legalizar o crime; c) oferecer uma opção legal a quem não consegue ou não quer largar o vício; d) retirar consumidores das mãos da marginalidade; e) reduzir a importância econômica do narcotráfico.

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12) (UNIFAL) Ao propor o “bundalelê” da questão, o autor NÃO fez referência nem sequer implícita: a) às autoridades, a quem compete encontrar solução para o problema da violência; b) à polícia, a quem compete combater o crime;
 c) aos marginais, que estão envolvidos com o narcotráfico; d) aos adolescentes que querem consumir drogas;
 e) à sociedade, que anseia pelo fim da violência.

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13) (UNIFAL) A proposta central do texto é: a) uma crítica sutil às manifestações de rua ou os pedidos aos céus em defesa da paz; b) uma crítica severa às autoridades que associam a violência às drogas e ficam nisso; c) a informação de que o problema da droga está presente em qualquer época e em qualquer lugar;

15) (ENEM)

Saúde Afinal, abrindo um jornal, lendo uma revista ou assistindo à TV, insistentes são os apelos feitos em prol da atividade física. A mídia não descansa; quer vender roupas esportivas, propagandas de academias, tênis, aparelhos de ginástica e musculação, vitaminas, dietas... uma relação infindável de materiais, equipamentos e produtos alimentares que, por trás de toda essa “parafernália”, impõe um discurso do convencimento e do desejo de um corpo belo, saudável e, em sua grande maioria, de melhor saúde.
 (RODRIGUES,L. H.; GALVÃO, Z. Educação Física na escola: implicações para a prática pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.)

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11) (UNIFAL) Ao fechar o texto (parágrafo 7o), o autor apenas NÃO deixa patente que: a) reduzir o número de cadáveres deveria ser o único objetivo; b) as coisas estão organizadas numa ótica invertida;
 c) morrer de cocaína é pior do que morrer de tiro; d) é inútil discutir violência sem uma nova política de drogas; e) discutir violência sem uma nova política de droga é mais que perda de tempo, é perda de vidas.


TEXTO, CONTEXTO E DISCURSO

portamento das pessoas, no que diz respeito ao padrão de corpo exigido, podem ocorrer mudanças de hábitos corporais. A esse respeito, infere-se do texto que é necessário: a) identificar os materiais, equipamentos e produtos alimentares como o caminho para atingir o padrão de corpo idealizado pela mídia; prática exacerbada de exercícios físicos, como garantia de beleza;

c) diferenciar as práticas corporais veiculadas considerando a saúde e a integridade corporal;

d) valorizar o discurso da mídia, entendendo-o

como incentivo à prática da atividade física, para o culto do corpo perfeito;

e) reconhecer o que é indicado pela mídia

como referência para alcançar o objetivo de

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16) (ENEM)

Texto I

Voluntário

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Rosa tecia redes, e os produtos de sua pequena indústria gozavam de boa fama nos arredores. A reputação da tapuia crescera com a feitura de uma maqueira de tucum ornamentada com a coroa brasileira, obra de ingênuo gosto, que lhe valera a admiração de toda a comarca e provocara a inveja da célebre Ana Raimunda, de Óbidos, a qual chegara a formar uma fortunazinha com aquela especialidade, quando a indústria norte-americana reduzira à inatividade os teares rotineiros do Amazonas.

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(SOUSA, I. Contos amazônicos. São Paulo: Martins Fontes, 2004. )

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Emilie, ao contrário de meu pai, de Dorner e dos nossos vizinhos, não tinha vivido no interior do Amazonas. Ela, como eu, jamais atravessara o rio. Manaus era o seu mundo visível. O outro latejava na sua memória. Imantada por uma voz melodiosa, quase encantada, Emilie maravilha-se com a descrição da trepadeira que espanta a inveja, das folhas malhadas de um tajá que reproduz a fortuna de um homem, das receitas de curandeiros que veem em certas ervas da floresta o enigma das doenças mais temíveis, com as infusões de coloração sanguínea aconselhadas para aliviar trinta e seis dores do corpo humano. “E existem ervas que não curam nada”, revelava a lavadeira, “mas assanham a mente da gente. Basta tomar um gole do líquido fervendo para que o cristão sonhe uma única noite muitas vidas diferentes”. Esse relato poderia ser de duvidosa veracidade para outras pessoas, mas não para Emilie.

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pela mídia daquelas praticadas no dia a dia,

ter um corpo belo e saudável.

Relato de um certo oriente

b) atender aos apelos midiáticos em prol da

Texto II

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Em razão da influência da mídia no com-

HATOUM, M. São Paulo: Cia. das Letras, 2008.

As representações da Amazônia na literatura brasileira mantêm relação com o papel atribuído à região na construção do imaginário nacional. Pertencentes a contextos históricos distintos, os fragmentos diferenciam-se ao propor uma representação da realidade amazônica em que se evidenciam a) aspectos da produção econômica e da cura na tradição popular. b) manifestações culturais autênticas e da resignação familiar. c) valores sociais autóctones e influência dos estrangeiros. d) formas de resistência locais e do cultivo das superstições. e) costumes domésticos e levantamento das tradições indígenas. 17) (ENEM) São 68 milhões num universo de 190 milhões de brasileiros conectados às redes virtuais. O e-mail ainda é uma ferramenta imprescindível de


LEITURA E PRODUÇÃO

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Ao tratar do controle à Internet, o autor usou a expressão “uma terra sem lei” para indicar opinião sobre: a) a falta de uma legislação que discipline o uso da Internet e a forma de punição dos infratores; b) a liberdade que cada político tem de poder atingir um número expressivo de eleitores via Internet; c) o constante crescimento do número de pessoas que possuem acesso à Internet no Brasil; d) o ponto de vista de parlamentares e da sociedade civil que defendem um controle na Internet; e) os possíveis prejuízos que a Internet traz, apesar dos benefícios proporcionados pelas redes sociais.

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comunicação, mas já começa a dar espaço para ferramentas mais ágeis de interação, como MSN, Orkut, Facebook, Twitter e blogs. A campanha dos principais pré-candidatos à Presidência da República, por exemplo, não chegou às ruas, mas já se firma na rede. O marco regulatório da Internet no Brasil é discutido pela sociedade civil e parlamentares no Congresso Nacional, numa queda de braço pela garantia de um controle do que alguns consideram “uma terra sem lei”. Por abrir um canal, apresentar instrumentos e diversificar as ferramentas de interação na troca de informações, a Internet levanta preocupações em relação aos crimes cibernéticos, como roubos de senha e pedofilia.

(F. JÚNIOR, H. Internet cresce no país e preocupa. Jornal Hoje em Dia. Brasília, 25 abr. 2010 [adaptado].)

DESAFIANDO

Não adianta isolar o fumante

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Se quiser mesmo combater o fumo, o governo precisa ir além das restrições. É preciso apoiar quem quer largar o cigarro. Ao apoiar uma medida provisória para combater o fumo em locais públicos nos 27 estados brasileiros, o Senado reafirmou um valor fundamental: a defesa da saúde e da vida. Em pelo menos um aspecto a MP 540/2011 é ainda mais rigorosa que as medidas em vigor em São Paulo, no Rio de Janeiro e no Paraná, estados que até agora adotaram as legislações mais duras contra o tabagismo. Ela proíbe os fumódromos em 100% dos locais fechados, incluindo até tabacarias, onde o fumo era autorizado sob determinadas condições. Uma das principais medidas atinge o fumante no bolso. O governo fica autorizado a fixar um novo preço para o maço de cigarros. O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) será elevado em 300%. Somando uma coisa e outra, o sabor de fumar se tornará muito mais ácido. Deverá subir 20% em 2012 e 55% em 2013. A visão fundamental da MP está correta. Sabe-se, há muito, que o tabaco faz mal à saúde. É razoável, portanto, que o Estado aja em nome da saúde pública. Época, 28 nov. 2011 (adaptado).

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18) (ENEM) O autor do texto analisa a aprovação da MP 540/2011 pelo Senado, deixando clara a sua opinião sobre o tema. O trecho que apresenta uma avaliação pessoal do autor como uma estratégia de persuasão do leitor é: a) “Ela proíbe os fumódromos em 100% dos locais fechados”. b) “O governo fica autorizado a fixar um novo preço para o maço de cigarros”. c) “O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) será elevado em 300%”. d) “Somando uma coisa e outra, o sabor de fumar se tornará muito mais ácido”. e) “Deverá subir 20% em 2012 e 55% em 2013”.


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Neste caderno, você viu que, além das informações na materialidade textual, precisamos pesquisar informações do contexto de produção do texto, como por quem, para quem, quando, onde e por que ele foi escrito. Tendo isso em mente, selecione um evento polêmico e compare a forma como ele foi abordado por jornais e revistas distintos. Depois, faça uma pesquisa sobre o posicionamento ideológico que esse periódico costuma adotar e tente relacioná-lo com a forma como a notícia foi construída.

RESUMINDO

• Um texto é como um tecido, construído a partir de relações de coesão e coerência entre as partes que o constituem; • As palavras de um texto ganham sentido a partir do co-texto e do contexto;

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• O conjunto de texto e contexto é chamado de discurso;

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• Um leitor deve considerar a materialidade textual e as informações do contexto de produção do texto (por quem, para quem, quando, onde e por que ele foi escrito) para uma leitura crítica.

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LÍNGUA PORTUGUESA 1o ANO


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Direção Executiva: Fabio Benites

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Diagramação, Ilustração de capa e Projeto Gráfico: Alan Giles Dominique Coutinho Erlon Pedro Pereira

Gestão Editorial: Maria Izadora Zarro

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Irium Editora Ltda Rua Desembargador Izidro, no 114 Tijuca - RJ CEP: 20521-160 Fone: (21) 2560-1349 www.irium.com.br

A reprodução desta obra, no todo ou em parte, por qualquer meio, sem autorização expressa, sujeitará o infrator, nos termos da Lei no 6.895, de 17/12/80, às penalidades previstas nos artigos 184 e 185 do Código Penal.


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LÍNGUA, LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: COMO DISTINGUIR?

Objetivos de aprendizagem:

• Compreender o conceito de Língua como instrumento de interação verbal; • Entender as diferenças intrínsecas às linguagens verbal e não verbal; • Apreender o conceito de signo linguístico;

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• Identificar as variabilidades linguísticas como falares distintos;

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• Compreender as funções da linguagem, o emprego de cada uma das funções, segundo o modelo Elementos da Comunicação proposto por Jakobson.

(Disponível em: www.istockphoto.com.br. Acesso em: outubro de 2016)


LÍNGUA, LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: COMO DISTINGUIR?

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Além da informação

(Disponível em: https://sites.google.com/site/lacospsychelogos/sss/psicologia-cognitiva/a-linguagem---paginaprincipal/a-linguagem-como-comunicacao-e-capacidade-humana. Acesso em: maio de 2016)

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Muitos pesquisadores da área de Ciências da Natureza hoje estudam a comunicação animal, isto é, a capacidade de que dispõem algumas espécies para veicular mensagens, indicando, por exemplo, a presença de um predador, a descoberta de alimento, ou mesmo intenções de coito. No entanto, a maioria desses pesquisadores concorda que essa capacidade de veicular mensagens não pode se confundir com a faculdade humana da linguagem, a qual permite uma série de nuances expressivas. A linguagem humana, diferente da comunicação animal, é criativa, isto é, humanos podem elaborar sentenças verdadeiramente originais, ao passo que o repertório da comunicação animal é muito restrito. Interessante, não? Neste caderno, vamos analisar o que seja a linguagem humana e como as línguas se articulam com essa faculdade exclusiva dos humanos.

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1) Linguagens múltiplas

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De acordo com as teorias mais tradicionais, a linguagem é uma capacidade de que apenas os seres humanos dispõem para se comunicar, utilizando signos que membros de uma comunidade compartilham; tais signos se associam por regras de combinação e seleção para formar mensagens. A Linguística é a ciência que estuda essa faculdade humana e todos os fenômenos que ela envolve. Para fins didáticos, normalmente dizemos que uma mensagem pode ser formada a partir

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de linguagem verbal (palavras) ou não verbal (cores, formas, ruídos etc.) e ser captada a partir de diferentes órgãos sensoriais humanos. Assim, a linguagem verbal de um texto impresso nos chega por meio da visão, ao passo que a linguagem verbal de uma canção (a letra da música), geralmente, nos chega por meio da audição. Do mesmo modo, a linguagem não verbal de uma pintura (suas cores, formas, proporções) nos chega pela visão, enquanto a linguagem não verbal de um alarme de incêndio nos comunica algo auditivamente.


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PARE DE FUMAR

(Disponível em http://comoparardefumar.blog.br)

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Texto II

(Disponível em http://www.bolsademulher.com/medicinaalternativa/810/5-alimentos-que-ajudam-a-parar-de-fumar)

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Texto III

(Disponível em http://www.mundodastribos.com/como-pararde-fumar-definitivamente.html)

Os três textos veiculam mensagens muito semelhantes, mas se valendo de linguagens distintas. O primeiro, construído com palavras da língua Portuguesa, estrutura-se em

As frases a e c são bem formadas, de acordo com as regras da língua portuguesa. Já as frases b e d, ainda que contenham apenas palavras que pertencem à língua, não podem ser consideradas bem formadas, pois não respeitam as regras de associação dos vocábulos na sentença. Em nossa língua, um artigo não vem jamais após um substantivo, o que torna a frase b impossível. Do mesmo modo, nosso idioma não permite que adjetivos modifiquem verbos, o que torna a frase d agramatical. Falante algum da língua portuguesa, independente de escolaridade, região geográfica, classe social, idade etc. enunciaria as frases b e d, exceto em situações em que o desrespeito às regras da língua fosse intencional, como é o caso em alguns poemas. 3

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método definitivo

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Texto I

linguagem verbal. O segundo, construído com a imagem de um homem segurando um aviso imagético de “não fume”, constitui-se de linguagem não verbal. O terceiro, composto de palavras e a imagem estilizada de um cigarro, contém uma linguagem mista, combinando elementos verbais e não verbais. Nesse caso, podemos dizer que o texto III é multimodal, uma vez que se vale de diferentes modalidades da linguagem. O conceito de língua também não pode ser entendido isolado da noção de linguagem. Uma língua é um conjunto de signos (que aqui podemos entender como palavras) compartilhados entre um grupo social. Assim, os grupos sociais dos brasileiros, portugueses, angolanos, moçambicanos e outras ex-colônias de Portugal compartilham os conjuntos de palavras que compõem a língua portuguesa. Além disso, uma língua prevê regras para combinarmos as palavras na formação de mensagens. Veja os exemplos abaixo: a) A menina esteve aqui. b) Menina a esteve aqui. c) Lavei a saia azul. d) Lavei azul a saia.

Note, então, que conteúdos muito parecidos podem ser veiculados por diferentes linguagens e canais, como nos exemplos a seguir:


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LÍNGUA, LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: COMO DISTINGUIR?

Tabagismo mata 200 mil pessoas por ano no Brasil

Morrem por ano cerca de 1 milhão de mulheres e 4 milhões de homens, em todo o mundo

PRATICANDO

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1) Leia a charge a seguir:

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Um conhecido de todos os cidadãos e que vem levando várias pessoas a óbito é o tabaco. Seu ápice teve início em especial na década de 50, quando diversos atores usavam cigarros em filmes e propagandas, levando a uma grande popularidade refletida até hoje. Apesar de ser deixado, atualmente, bem claros, por diversos meios de comunicação, os riscos que o cigarro pode trazer à saúde, o número de fumantes ainda se apresenta bem elevado, não somente no Brasil, mas também no cenário mundial. Para saber mais sobre os perigos do tabaco, venha até www.4newsmagazine.com.br. #byebyecigarro #issomata #nãovivanorisco

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Considere o que se afirma sobre o papel da linguagem verbal e não verbal na organização da história. I) O desenho é autossuficiente. Mesmo sem os diálogos, entende-se que um homem foi punido por ter chamado o outro de gordo. II) As falas das personagens são autossuficientes. Mesmo sem os desenhos, entende-se que um homem foi punido por acusar o outro de medroso. III) O desenho e as falas são interdependentes. É pela fala do segundo quadrinho que se entende que o homem foi punido, principalmente, por chamar o outro de “gordão”. Está(ão) correta(s):

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a) apenas I; b) apenas II; c) apenas III; d) apenas I e II; e) apenas I e III.

2) Língua: um órgão vivo Quando falamos em “língua portuguesa” (ou qualquer outra língua), às vezes temos uma ideia equivocada de que a língua seria uma entidade homogênea, sendo praticada de maneira igual em diversos tempos e lugares. Na verdade, a língua é uma entidade viva, sendo reinventada constantemente. Veja, a esse respeito, a posição do professor José Luiz Fiorin: Como um instrumento de ação social, a língua é dinâmica, por isso modifica-se constantemente. Palavras ou expressões usadas numa determinada região ou por um período histórico ou por uma faixa etária demonstram diferentes situações de uso da língua, e constituem, deste modo, variações da língua ou linguísticas.


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BILHETE POSTAL Leia — meu irmão das outras terras — daquelas ilhas da dolente morna — manda-me a ressalva de tuas mantenhas. Com o coração em mãos de bronze com beijos em lábios calados com canduras em olhares de luz — Eu saúdo-te. Namorando a morabeza dos oceanos fraternalmente somos África. Nem outra coisa

A variação ocorre porque a sociedade não é uniforme; ao contrário, é dividida em grupos: há os mais velhos e os mais jovens; há os que pertencem a este ou àquele grupo social; há os que têm esta ou aquela profissão e assim por diante. Percebemos, com muita facilidade, o fenômeno da variação na pronúncia e no vocabulário. No entanto, ele ocorre em todos os planos da linguagem.

(FIORIN, José Luiz, Painéis da variedade. Revista Língua Portuguesa, Ed. Segmento, no 23, ano II, 2007)

Quando a variação linguística é condicionada por uma passagem de tempo, chamamo-la de diacrônica. Veja, por exemplo, um anúncio de jornal do século XIX, em que a pasta de dentes recebia, na linguagem cotidiana, um nome que se usa hoje apenas em redutos técnicos, como “pasta dentífrica”.

(Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_artt ext&pid=S0104-59702014000200687)

A variação linguística também pode se dar de acordo com o grupo social a que pertence o falante. Chamamos de variação diastrática essa que se dá condicionada por jargões (no caso de grupos profissionais, como médicos, advogados etc.), gírias (no caso de skatistas, surfistas etc.), entre outros fatores. Veja, por exemplo, como é difícil para um leigo ler o

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Como o autor nos apresenta, uma língua pode variar em diferentes planos: no fonológico, por exemplo, há mudanças na realização do som do /R/ em diferentes regiões do Brasil. Pense em como cariocas e paulistas pronunciam palavras como “porta”, “porco” e parque”. No nível morfossintático, às vezes podemos ter mudanças na maneira de construir frases, a depender da variante linguística adotada. No Brasil, dizemos “estou estudando”, “estou trabalhando” ou “estou comendo”, ao passo que em Portugal frequentemente se diz “estou a estudar”, “estou a trabalhar” e “estou a comer”. Mais evidentes ainda são as mudanças no nível lexical, isto é, no vocabulário. Em algumas partes do Brasil, dizemos “aipim”; em outras, “macaxeira”; em outras ainda, “mandioca”. E a “tangerina”, que em alguns lugares se chama de “mexerica”? As listas de exemplos seriam longas... Os fatores que condicionam a variação linguística são muitos, mas podemos dar especial destaque às mudanças condicionadas pelo espaço geográfico, pelo tempo, pelo grupo social do falante e pela situação de comunicação. Quando a mudança é determinada pelo espaço, chamamo-la diatópica. Vejamos, por exemplo, o poema do autor Pascoal d’Artagnan Aurigemma, da Guiné-Bissau, ex-colônia portuguesa na África, que se vale de algumas palavras da língua portuguesa usadas em seu país, mas não no Brasil.

(Pascoal d’Artagnan Aurigemma, in Djalma e outros poemas)

Glossário: Mantenhas – saudações; Morabeza - amabilidade.


LÍNGUA, LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: COMO DISTINGUIR?

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Segundo o professor Evanildo Bechara, o importante é que os falantes sejam “poliglotas” dentro de seu idioma, a fim de que tenham liberdade de escolher, para cada ocasião de intercâmbio social, a norma que melhor sirva à mensagem, ao seu discurso. Não devemos ter, portanto, preconceito linguístico, isto é, desvalorizar a fala de determinadas pessoas caso estas não estejam de acordo com a norma culta. Devemos respeitar a diversidade linguística – uma das maiores riquezas que um idioma pode ter – e saber utilizar a norma mais adequada para cada contexto de comunicação.

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Note-se ainda que a existência de tantas variações implica frequentemente um julgamento social em relação a elas. Assim, há uma variação cujo prestígio social é maior, por se tratar da língua ensinada nas escolas, utilizada pela maioria da imprensa e em textos de caráter informativo ou científico. É a norma culta ou norma padrão. As variedades que não se enquadram nas prescrições gramaticais da norma culta são ditas como pertencentes ànorma popular. Assim, palavras ou expressões que fazem parte de uma variação regional, as gírias, ou expressões muito fechadas de grupos sociais fazem parte dessa norma.

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Como língua pode cair no ENEM? POR0109

Entre ideia e tecnologia

O grande conceito por trás do Museu da Língua é apresentar o idioma como algo vivo e fundamental para o entendimento do que é ser brasileiro. Se nada nos define com clareza, a forma como falamos o português nas mais diversas situações cotidianas é talvez a melhor expressão da brasilidade. (SCARDOVELI, E. Revista Língua Portuguesa. SP: Segmento, Ano II, no 6, 2006.)

O texto propõe uma reflexão acerca da língua portuguesa, ressaltando para o leitor a: a) inauguração do museu e o grande investimento em cultura no país; b) importância da língua para a construção da identidade nacional; c) afetividade tão comum ao brasileiro, retratada através da língua; d) relação entre o idioma e as políticas públicas na área de cultura; e) diversidade étnica e linguística existente no território nacional.

Gabarito: B

título desta nota técnica sobre determinado fenômeno do direito eleitoral: “Arrazoado sobre a constitucionalidade da adoção das listas fechadas nas eleições proporcionais”. Um “arrazoado” nada mais é do que uma “fundamentação”, ou uma “análise minuciosa”. No entanto, no jargão jurídico, o termo mais comum é “arrazoado”, que quase não se ouve fora dessa esfera. Há, por fim, uma variação linguística que chamamos de diafásica, a qual é condicionada pela situação de comunicação, pela relação que os falantes estabelecem entre si etc. Veja, por exemplo, o texto de um filho para sua mãe, em que certos usos da linguagem (abreviações, emoticons etc.) são determinados pelo grau de intimidade entre os falantes.


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3) Elementos da comunicação A comunicação humana envolve, segundo o linguista Roman Jakobson, seis elementos centrais: a) A mensagem – aquilo que está sendo comunicado; b) O locutor ou emissor – aquele que manda a mensagem; c) O receptor ou destinatário ou interlocutor – aquele para quem a mensagem é enviada; d) O referente ou contexto – aquilo a que a mensagem faz referência; e) O código – o conjunto de signos a partir do qual a mensagem é constituída; f) O canal – o meio pelo qual a mensagem é veiculada. Esses elementos podem ser esquematicamente apresentados conforme o diagrama a seguir:

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2) (ENEM) Venho solicitar a clarividente atenção de Vossa Excelência para que seja conjurada uma calamidade que está prestes a desabar em cima da juventude feminina do Brasil. Refiro-me, senhor presidente, ao movimento entusiasta que está empolgando centenas de moças, atraindo-as para se transformarem em jogadoras de futebol, sem se levar em conta que a mulher não poderá praticar este esporte violento sem afetar, seriamente, o equilíbrio fisiológico das suas funções orgânicas, devido à natureza que dispôs a ser mãe. Ao que dizem os jornais, no Rio de Janeiro, já estão formados nada menos de dez quadros femininos. Em São Paulo e Belo Horizonte também já estão se constituindo outros. E, neste crescendo, dentro de um ano, é provável que em todo o Brasil estejam organizados uns 200 clubes femininos de futebol: ou seja: 200 núcleos destroçados da saúde de 2,2 mil futuras mães, que, além do mais, ficarão presas a uma mentalidade depressiva e propensa aos exibicionismos rudes e extravagantes.

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PRATICANDO

Locutor

Referente Mensagem

Interlocutor

Canal Código

(Coluna Pênalti. Carta Capital. 28 abr. 2010.)

Quando nos comunicamos, a depender de nossas intenções, enfatizamos um ou mais elementos desse sistema. Nesse caso, dizemos que, ao enfatizar determinado elemento do sistema, damos destaque a certa função da linguagem. Um mesmo texto pode enfatizar uma ou mais funções da linguagem, a depender do seu gênero, do contexto de interação, da intencionalidade discursiva etc.

4) Funções da linguagem Sendo assim, se temos seis principais elementos da comunicação, temos também seis funções da linguagem, ainda de acordo com Roman Jakobson:

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O trecho é parte de uma carta de um cidadão brasileiro, Jose Fuzeira, encaminhada, em abril de 1940, ao então presidente da República Getúlio Vargas. As opções linguísticas de Fuzeira mostram que seu texto foi elaborado em linguagem: a) regional, adequada à troca de informações na situação apresentada; b) jurídica, exigida pelo tema relacionado ao domínio do futebol; c) coloquial, considerando-se que ele era um cidadão brasileiro comum; d) culta, adequando-se ao seu interlocutor e à situação de comunicação; e) informal, pressupondo o grau de escolaridade de seu interlocutor.


LÍNGUA, LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: COMO DISTINGUIR?

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Como função metalinguística pode cair no ENEM? POR0115

A questão é começar

Coçar e comer é só começar. Conversar e escrever também. Na fala, antes de iniciar, mesmo numa livre conversação, é necessário quebrar o gelo. Em nossa civilização apressada, o “bom dia”, “o boa tarde”, “como vai?” já não funcionam para engatar conversa. Qualquer assunto servindo, fala-se do tempo ou de futebol. No escrever também poderia ser assim, e deveria haver para a escrita algo como uma conversa vadia, com que se divaga até encontrar assunto para um discurso encadeado. Mas, à diferença da conversa falada, nos ensinaram a escrever e na lamentável forma mecânica que supunha texto prévio, mensagem já elaborada. Escrevia-se o que antes se pensara. Agora entendo o contrário: escrever para pensar; uma outra forma de conversar.

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a) Função poética – enfatiza a construção formal da mensagem, mais do que seu conteúdo em si. Geralmente, está presente em textos literários e publicitários, sendo frequentes os jogos de palavras e as figuras de linguagem. b) Função emotiva – enfatiza o emissor da mensagem, suas opiniões e emoções. Frequente em autobiografias, relatos pessoais e na poesia lírica, sua subjetividade é demarcada pelo uso frequente de verbos e pronomes em 1a pessoa, adjetivação intensa e uso expressivo da pontuação. c) Função apelativa (ou conativa) – enfatiza o receptor da mensagem, a fim de seduzi-lo ou convencê-lo. Frequente na linguagem publicitária e nas cartas argumentativas, caracteriza-se pelo uso do imperativo, vocativos e pronomes de tratamento. d) Função referencial (ou denotativa ou informativa) – enfatiza o conteúdo da mensagem, sendo frequente em textos científicos, jornalísticos e acadêmicos. Geralmente, caracteriza-se por uma suposta objetividade do texto, por meio de marcas de indeterminação do sujeito, voz passiva e largo uso de pronomes e verbos na 3a pessoa. e) Função metalinguística – enfatiza o código a partir do qual a mensagem foi composta, chamando atenção para o significado de alguma palavra ou mesmo para alguma regra de funcionamento do sistema linguístico. É muito comum em dicionários, gramáticas ou quando explicamos o sentido de uma palavra ao interlocutor. f) Função fática – enfatiza o canal por meio do qual a mensagem é veiculada, especialmente quando “testamos” o canal para ver se há ruído (falha de comunicação). Quando dizemos “alô” ao telefone, ou quando o DJ testa o som da festa, está-se enfatizando a função fática da linguagem.

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Assim fomos “alfabetizados”, em obediência a certos rituais. Fomos induzidos a, desde o início, escrever bonito e certo. Era preciso ter um começo, um desenvolvimento e um fim predeterminados. Isso estragava, porque bitolava, o começo e todo o resto. Tentaremos agora (quem? eu e você, leitor) conversando entender como necessitamos nos reeducar para fazer do escrever um ato inaugural; não apenas transcrição do que tínhamos em mente, do que já foi pensado ou dito, mas inauguração do próprio pensar. “Pare aí”, me diz você. “O escrevente escreve antes, o leitor lê depois.” “Não”, lhe respondo, “Não consigo escrever sem pensar em você por perto, espiando o que escrevo. Não me deixe falando sozinho.” Pois é; escrever é isso aí: iniciar uma conversa com interlocutores invisíveis, imprevisíveis, virtuais apenas, sequer imaginados de carne e ossos, mas sempre ativamente presentes. Depois é espichar conversas e novos interlocutores surgem, entram na roda, puxam assuntos. Termina-se sabe Deus onde. (MARQUES, M. O. Escrever é preciso. Ijuí, Ed. UNIJUÍ, 1997, p.13.)


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Explorando a função emotiva da linguagem, o poeta expressa o contraste entre marcas de variação de usos da linguagem em: a) situações formais e informais; b) diferentes regiões do país;
 c) escolas literárias distintas;
 d) textos técnicos e poéticos; e) diferentes épocas.

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Observe a seguinte afirmação feita pelo autor: “Em nossa civilização apressada, o “bom dia”, o “boa tarde” já não funcionam para engatar conversa. Qualquer assunto servindo, fala-se do tempo ou de futebol.” Ela faz referência à função da linguagem cuja meta é “quebrar o gelo”. Indique a alternativa que explicita essa função: a) Função emotiva;

b) Função referencial;

APROFUNDANDO

c) Função fática; d) Função conativa;

Pedaço de mim

3) (ENEM)

Aula de Português

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A linguagem
 na ponta da língua tão fácil de falar
 e de entender. A linguagem
 na superfície estrelada de letras,
 sabe lá o que quer dizer?
 Professor Carlos Gois, ele é quem sabe,
 e vai desmatando
 o amazonas de minha ignorância.
 Figuras de gramática, esquipáticas, atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me. Já esqueci a língua em que comia,
 em que pedia para ir lá fora,
 em que levava e dava pontapé,
 a língua, breve língua entrecortada
 do namoro com a priminha.
 O português são dois; o outro, mistério.

(ANDRADE, Carlos Drummond de. Esquecer para lembrar. Rio de Janeiro: José Olympio, 1979.) Glossário: Esquipáticas – estranhas ou pouco convencionais.

(Chico Buarque, da peça Ópera do Malandro)

4) Pode-se afirmar que no texto há interlocução. Retire marcas textuais que evidenciam isso. 5) Paradoxalmente, o interlocutor a que se dirige o eu-lírico é apenas um pedaço de si mesmo. Considerando essa particularidade do texto, que três funções da linguagem podemos identificar nesse trecho da canção? 6) (ENEM) Canção do vento e da minha vida O vento varria as folhas, O vento varria os frutos, O vento varria as flores... E a minha vida ficava Cada vez mais cheia De frutos, de flores, de folhas. [...]
 O vento varria os sonhos
 E varria as amizades... O vento varria as mulheres... E a minha vida ficava

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Gabarito: C

PRATICANDO

Oh, pedaço de mim
 Oh, metade afastada de mim Leva o teu olhar
 Que a saudade é o pior tormento É pior do que o esquecimento
 É pior do que se entrevar. (...)

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e) Função poética.


LÍNGUA, LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: COMO DISTINGUIR?

(BANDEIRA, M. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1967.)

8) (ENEM)

Expressões Idiomáticas

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Predomina no texto a função da linguagem: a) fática, porque o autor procura testar o canal de comunicação; b) metalinguística, porque há explicação do significado das expressões; c) conativa, uma vez que o leitor é provocado a participar de uma ação; d) referencial, já que são apresentadas informações sobre acontecimentos e fatos reais; e) poética, pois chama-se a atenção para a elaboração especial e artística da estrutura do texto.

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O vento varria os meses E varria os teus sorrisos... O vento varria tudo!
 E a minha vida ficava Cada vez mais cheia
 De tudo.

a) o entrevistado deseja convencer o jornalista a não publicar um livro; b) o principal objetivo do entrevistado é explicar o significado da palavra motivação; c) são utilizados diversos recursos da linguagem literária, tais como a metáfora e a metonímia; d) o entrevistado deseja informar de modo objetivo o jornalista sobre as etapas de produção de um livro; e) o principal objetivo do entrevistado é evidenciar seu sentimento com relação ao processo de produção de um livro.

Cada vez mais cheia
 De afetos e de mulheres.

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7) (ENEM)

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(XAVIER, C. Quadrinho quadrado. Disponível em: http://www. releituras.com. Acesso em: 5jl. 2009)

Tendo em vista a segunda fala do personagem entrevistado, constata-se que:

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Expressões idiomáticas ou idiomatismo são expressões através de suas palavras individuais ou no sentido literal. Não é possível traduzi-las em outra língua e se originam de gírias e culturas de cada região. Nas diversas regiões do país, há várias expressões idiomáticas que integram os chamados dialetos. (Disponível em: www.brasilescola.com. Acesso em: 24 abr. 2010 [adaptado])

O texto esclarece o leitor sobre as expressões idiomáticas, utilizando-se de um recurso metalinguístico que se caracteriza por: a) influenciar o leitor sobre atitudes a serem tomadas em relação ao preconceito contra os falantes que utilizam expressões idiomáticas. b) externar atitudes preconceituosas em relação às classes menos favorecidas que utilizam expressões idiomáticas. c) divulgar as várias expressões idiomáticas existentes e controlar a atenção do interlocutor, ativando o canal de comunicação entre ambos. d) definir o que são expressões idiomáticas e como elas fazem parte do cotidiano do falante pertencente a grupos regionais diferentes. e) preocupar-se em elaborar esteticamente os sentidos das expressões idiomáticas existentes em regiões distintas.


PORTUGUÊS

a) pelo interesse dos indígenas em aprender a religião dos portugueses; b) pelo interesse dos portugueses em aprimorar o saber linguístico dos índios; c) pela percepção dos indígenas de que as suas línguas precisavam aperfeiçoar-se; d) pelo interesse unilateral dos indígenas em aprender uma nova língua com os portugueses; e) pela distribuição espacial das línguas indígenas, que era anterior à chegada dos portugueses.

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9) (ENEM)

11) (ENEM)

Jogadores de futebol podem ser vítimas de estereotipação. Por exemplo, você pode imaginar um jogador de futebol dizendo “estereotipação”? E, no entanto, por que não? - Aí, campeão. Uma palavrinha pra galera. - Minha saudação aos aficcionados do clube e aos demais esportistas, aqui presentes ou no recesso dos seus lares. - Como é?
 - Aí, galera.
 - Quais são as instruções do técnico?
 - Nosso treinador vaticinou que, com um trabalho de contenção coordenada, com energia otimizada, na zona de preparação, aumentam as probabilidades de, recuperado o esférico, concatenarmos um contragolpe agudo com parcimônia de meios e extrema objetividade, valendo-nos da desestruturação momentânea do sistema oposto, surpreendido pela reversão inesperada do fluxo da ação. - Ahn? - É pra dividir no meio e ir pra cima pra pegá eles sem calça. - Certo. Você quer dizer mais alguma coisa? - Posso dirigir uma mensagem de caráter sentimental, algo banal, talvez mesmo previsível e piegas, a uma pessoa à qual sou ligado por razões, inclusive, genéticas? - Pode.
 - Uma saudação para a minha progenitora.
 - Como é?
 - Alô, mamãe!

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Considerando a relação entre os usos oral e escrito da língua, tratada no texto, verifica-se que a escrita: a) modifica as ideias e intenções daqueles que tiveram seus textos registrados por outros; b) permite, com mais facilidade, a propagação e a permanência de ideias ao longo do tempo; c) figura como um modo comunicativo superior ao da oralidade; d) leva as pessoas a desacreditarem nos fatos narrados por meio da oralidade; e) tem seu surgimento concomitante ao da oralidade.

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10) (ENEM) No Brasil colonial, os portugueses procuravam ocupar e explorar os territórios descobertos, nos quais viviam índios, que eles queriam cristianizar e usar como força de trabalho. Os missionários aprendiam os idiomas dos nativos para catequizá-los nas suas próprias línguas. Ao longo do tempo, as línguas se influenciaram. O resultado desse processo foi a formação de uma língua geral, desdobrada em duas variedades: o abanheenga, ao sul, e o nheengatu, ao norte. Quase todos se comunicavam na língua geral, sendo poucos aqueles que falavam apenas o português. De acordo com o texto, a língua geral formou-se e consolidou-se no contexto histórico do Brasil Colônia. Portanto, a formação desse idioma e suas variedades foi condicionada:

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(XAVIER, C. Disponível em http://www.releituras.com. Acesso em 3 set. 2010)

Aí, galera


LÍNGUA, LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: COMO DISTINGUIR?

13) (ENEM) Quando eu falo com vocês, procuro usar o código de vocês. A figura do índio no Brasil de hoje não pode ser aquela de 500 anos atrás, do passado, que representa aquele primeiro contato. Da mesma forma que o Brasil de hoje não é o Brasil de ontem, tem 160 milhões de pessoas com diferentes sobrenomes. Vieram para cá asiáticos, europeus, africanos, e todo mundo quer ser brasileiro. A importante pergunta que nós fazemos é: qual é o pedaço de índio que vocês têm? O seu cabelo? São seus olhos? Ou é o nome da sua rua? O nome da sua praça? Enfim, vocês devem ter um pedaço de índio dentro de vocês. Para nós, o importante é que vocês olhem para a gente como seres humanos, como pessoas que nem precisam de paternalismos, nem precisam ser tratadas com privilégios. Nós não queremos tomar o Brasil de vocês, nós queremos compartilhar esse Brasil com vocês.

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O texto mostra uma situação em que a linguagem usada é inadequada ao contexto. Considerando as diferenças entre a língua oral e língua escrita, assinale a opção que representa também uma forma INADEQUADA da linguagem usada ao contexto: a) “o carro bateu e capotô, mas num deu pra vê direito” – um pedestre que assistiu ao acidente comenta com o outro que vai passando. b) “E aí, ô meu! Como vai essa força?” – um jovem que fala para um amigo. c) “Só um instante, por favor. Eu gostaria de fazer uma observação” – alguém comenta em uma reunião de trabalho. d) “Venho manifestar meu interesse em candidatar-me ao cargo de Secretária Executiva desta conceituada empresa” – alguém que escreve uma carta candidatando-se a um emprego. e) “Porque se a gente não resolve as coisas como têm que ser, a gente corre risco de termos, num futuro próximo, muito pouca comida nos lares brasileiros” – um professor universitário em um congresso internacional.

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(Correio Braziliense, 13/05/1998)

c) o uso da expressão “galera”, por parte do entrevistador, e da expressão “progenitora”, por parte do jogador; d) o desconhecimento, por parte do entrevistador, da palavra “estereotipação”, e a fala do jogador em “é pra dividir no meio e ir pra cima pra pegá eles sem calça”; e) O fato de os jogadores de futebol serem vítimas de estereotipação e o jogador entrevistado não corresponder ao estereótipo.

- Estou vendo que você é um, um...
 - Um jogador que confunde o entrevistador, pois não corresponde à expectativa de que o atleta seja um ser algo primitivo com dificuldade de expressão e assim sabota a estereotipação? - Estereoquê? - Um chato?
 - Isso.

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12) (ENEM) O texto retrata duas situações relacionadas que fogem à expectativa do público. São elas: a) a saudação do jogador aos fãs do clube, no início da entrevista, e a saudação final dirigida à sua mãe; b) a linguagem muito formal do jogador, inadequada à situação da entrevista, e um jogador que fala, com desenvoltura, de modo muito rebuscado;

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(TERENA, M. Debate. MORIN, E. Saberes globais e saberes locais. Rio de Janeiro: Garamond, 2000 [adaptado].)

Na situação de comunicação da qual o texto foi retirado, a norma padrão da língua portuguesa é empregada com a finalidade de: a) demonstrar a clareza e a complexidade da nossa língua materna; b) situar os dois lados da interlocução em posições simétricas; c) comprovar a importância da correção gramatical nos diálogos cotidianos; d) mostrar como as línguas indígenas foram incorporadas à língua portuguesa; e) ressaltar a importância do código linguístico que adotamos como língua nacional.


PORTUGUÊS

(DUARTE, M. O guia dos curiosos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.)

Na letra da canção apresentada, o compositor Lobão explora vários recursos da língua portuguesa, a fim de conseguir efeitos estéticos ou de sentido. Nessa letra, o autor explora o extrato sonoro do idioma e o uso de termos coloquiais na seguinte passagem: a) “Quando um doce bardo brada a toda brida” (v. 2)
 b) “Em velas pandas, suas esquisitas rimas?” (v. 3)
 c) “Que devora a voz do morto” (v. 9)
 d) “lobo-bolo//Tipo pra rimar com ouro de tolo? (v. 11-12) e) “Tease me, tease me outra vez” (v. 14)

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14) (ENEM) A biosfera, que reúne todos os ambientes onde se desenvolvem os seres vivos, se divide em unidades menores chamadas ecossistemas, que podem ser uma floresta, um deserto ou até um lago. Um ecossistema tem múltiplos mecanismos que regulam o número de organismos dentro dele, controlando sua reprodução, crescimento e migrações.

15) (ENEM)

16) (ENEM)

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Predomina no texto a função da linguagem: a) emotiva, porque o autor expressa seu sentimento em relação à ecologia; b) fática, porque o texto testa o funcionamento do canal de comunicação; c) poética, porque o texto chama a atenção para os recursos de linguagem; d) conativa, porque o texto procura orientar comportamentos do leitor; e) referencial, porque o texto trata de noções e informações conceituais.

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O que fazer do ouro de tolo
 Quando um doce bardo brada a toda brida, Em velas pandas, suas esquisitas rimas? Geografia de verdades, Guanabaras postiças Saudades banguelas, tropicais preguiças? A boca cheia de dentes
 De um implacável sorriso
 Morre a cada instante
 Que devora a voz do morto, e com isso, Ressuscita vampira, sem o menor aviso [...] E eu soy lobo-bolo? lobo-bolo Tipo pra rimar com ouro de tolo? Oh, Narciso Peixe Ornamental! Tease me, tease me outra vez Ou em banto baiano
 Ou em português de Portugal De Natal
[...]

(LOBÃO. Disponível em: http://vagalume.uol.com.br. Acesso em: 14 ago. 2009 [adaptado].)

Glossário: Tease me - caçoe de mim, importune-me.

(Disponível em: HTTP://revistaescola.abril.com.br/linguaportuguesa/coletaneas/calvin-seus-amigos-428892.shtml. Acesso em 27 abr. 2010.)

Calvin apresenta a Haroldo (seu tigre de estimação) sua escultura na neve, fazendo uso de uma linguagem especializada. Os quadrinhos rompem com a expectativa do leitor, porque: a) Calvin, na sua última fala, emprega um registro formal e adequado para a expressão de uma criança; b) Haroldo, no último quadrinho, apropria-se do registro linguístico usado por Calvin na apresentação de sua obra de arte;

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Para o Mano Caetano


17) (ENEM)

Entre ideia e tecnologia

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O grande conceito por trás do Museu da Língua é apresentar o idioma como algo vivo e fundamental para o entendimento do que é ser brasileiro. Se nada nos define com clareza, a forma como falamos o português nas mais diversas situações cotidianas é talvez a melhor expressão da brasilidade.

c) Calvin emprega um registro de linguagem incompatível com a linguagem de quadrinhos; d) Calvin, no último quadrinho, utiliza um registro linguístico informal; e) Haroldo não compreende o que Calvin lhe explica, em razão do registro formal utilizado por este último.

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LÍNGUA, LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: COMO DISTINGUIR?

(SCARDOVELI, E. Revista Língua Portuguesa. SP: Segmento, Ano II, no 6, 2006.)

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O texto propõe uma reflexão acerca da língua portuguesa, ressaltando para o leitor a: a) inauguração do museu e o grande investimento em cultura no país; b) importância da língua para a construção da identidade nacional; c) afetividade tão comum ao brasileiro, retratada através da língua; d) relação entre o idioma e as políticas públicas na área de cultura; e) diversidade étnica e linguística existente no território nacional.

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PORTUGUÊS

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DESAFIANDO

18) (ENEMP) A eficiência na comunicação pode ser alcançada com alguns cuidados, mas muita gente se preocupa com determinados aspectos, como desinibição e expressão verbal, ignorando pontos imprescindíveis para o êxito pretendido. A fluência verbal e o autodomínio são essenciais, mas todo o esforço do comunicador pode ser inútil se lhe faltarem alguns elementos ligados à atenção, à capacidade de acompanhar o comportamento do interlocutor e, notadamente, o prosaico ato de saber ouvir. A lição vem de Sócrates: “Temos de aprender a perguntar e a ouvir”. A maioria das pessoas não tem paciência: ou interrompem a pessoa que fala ou simplesmente passam a ignorá-la. E assim agem movidas por preconceitos em função de estereótipos. (...)

(NETO, Fernandes. Porque é importante saber ouvir. Treinamento & Desenvolvimento. jan.96. p.34.)

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No texto, “estereótipos” equivale, semanticamente, a uma imagem: a) fluida e instável; b) fixa e inalterável; c) nítida, mas inconstante; d) pré-fixada, mas inconsistente; e) incomum, mas insignificante.

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19) Embora seja um texto de profunda análise da comunicação, percebe-se que permeiam coloquialismos em seu discurso, como no exemplo: a) “A eficiência na comunicação pode ser alcançada com alguns cuidados”; b) “muita gente se preocupa com determinados aspectos”; c) “ignorando pontos imprescindíveis para o êxito pretendido”; d) “A fluência verbal e o autodomínio são essenciais”; e) “o prosaico ato de saber ouvir”.


PESQUISANDO

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LÍNGUA, LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: COMO DISTINGUIR?

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Nesta unidade, você estudou as relações entre língua e linguagem, bem como as múltiplas dimensões em que a linguagem humana se manifesta. Você viu também que a língua portuguesa tem muitas faces, muitas cores, muitos sons. Para aprofundar essa reflexão, que tal pesquisar sobre a CPLP, ou Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, e as particularidades que nosso idioma ganha em cada uma dessas nações?

RESUMINDO

• A linguagem é uma faculdade exclusivamente humana que envolve a criação e veiculação de mensagens criativas, a partir de sistemas de signos compartilhados entre indivíduos; • Uma língua é um conjunto de signos (palavras) partilhados por um grupo social, os quais se associam por regras próprias;

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• Um texto pode ser composto por linguagem verbal, não verbal ou mista. • A língua é um órgão vivo, que pode variar de acordo com o espaço, tempo, situação de comunicação e grupo social dos envolvidos;

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• A linguagem pode admitir diferentes funções, de acordo com o elemento de comunicação enfatizado.

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LITERATURA 1o ANO


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Direção Executiva: Fabio Benites

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Diagramação, Ilustração de capa e Projeto Gráfico: Alan Giles Dominique Coutinho Erlon Pedro Pereira

Gestão Editorial: Maria Izadora Zarro

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Irium Editora Ltda Rua Desembargador Izidro, no 114 Tijuca - RJ CEP: 20521-160 Fone: (21) 2560-1349 www.irium.com.br

A reprodução desta obra, no todo ou em parte, por qualquer meio, sem autorização expressa, sujeitará o infrator, nos termos da Lei no 6.895, de 17/12/80, às penalidades previstas nos artigos 184 e 185 do Código Penal.


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INTRODUÇÃO À LITERATURA: COMO DIFERENCIAR TEXTOS LITERÁRIOS E NÃO LITERÁRIOS?

Objetivos de aprendizagem: • Distinguir textos literários e não literários; • Reconhecer elementos caros à teoria da literatura;

• Empregar diferentes conceitos do que seja a literatura e qual seja a sua função;

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• Identificar nos textos literários fenômenos relacionados à intertextualidade e à literariedade;

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• Interpretar textos literários considerando suas especificidades.

(Disponível em: www.istockphoto.com.br. Acesso em maio de 2016)


Autopsicografia O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente.

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E os que lêem o que escreve, Na dor lida sentem bem, Não as duas que ele teve, Mas só a que eles não têm.

O primeiro contato...

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COMO DIFERENCIAR TEXTOS LITERÁRIOS E NÃO LITERÁRIOS?

E assim nas calhas de roda Gira, a entreter a razão, Esse comboio de corda Que se chama coração.

(PESSOA, Fernando. Obra poética. Rio de Janeiro: Editora Nova Aguilar S.A., 1995)

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Você já tinha lido algum poema do autor Fernando Pessoa antes? E o que achou do texto? Muitas vezes, o primeiro encontro com um texto literário pode ser desconcertante: seja pelas emoções que ele evoca, seja pelo que nos faz refletir sobre a linguagem, seja pela aparente dificuldade que uma organização textual como essa pode propor. Considerando esses elementos, vamos, nesta unidade, travar um primeiro contato com a literatura, uma manifestação artística e cultural humana que nos permite sair dos limites da vida, do mundo que nos rodeia e das palavras que usamos, para entrar em um regime de sentidos, ficções e imagens inusitado.

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(Disponível em: http://www.algumapoesia.com.br/poesia/poesianet022.htm. Acesso em maio de 2016)


LITERATURA

1.1) O texto literário e o não literário Para entender melhor as especificidades do texto literário, vamos comparar alguns textos com a mesma temática – a questão do lixo –, mas com abordagens bastante distintas:

Texto I

(in: CAMPOS, Augusto de; CAMPOS, Haroldo de; PIGNATARI, Décio; GRÜNEWALD, José Lino; AZEREDO, Ronaldo. Antologia Noigandres – do verso à poesia concreta. São Paulo: Massao Ohno, 1962)

Texto II

Lixeiras afáveis Lixeiras pequenas e esmaltadas. Dentro coisas delicadas movem-se um pouco como cascas

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O poema que abre esta unidade, do escritor português Fernando Pessoa, tem um tema que é muito especial: a própria literatura ou, mais especificamente, o ofício do poeta. Em Autopsicografia, temos uma reflexão, tecida de forma poética, sobre como trabalha o poeta e como suas obras são recebidas. Veja que a primeira estrofe apresenta o poeta como alguém que habita o terreno do fingimento, da ficção, do imaginário. Só que, mais do que um mentiroso, o poeta é alguém que ficcionaliza – ou transforma em matéria literária – a dor que “deveras sente”, isto é, uma dor que de fato existe. Essa talvez seja uma das maiores forças da literatura: a possibilidade de desconstruir e reconstruir, dentro do texto, algo que existe e nos afeta: seja um amor, um sofrimento, uma situação histórica, a identidade de um grupo social... Na segunda estrofe do poema, temos um outro dado: como os leitores lidam com os textos do poeta. Aqui, o eu-lírico (ou a voz que fala no poema) nos diz que os leitores também se defrontam com uma dor, só que esta não é nem a dor que o poeta sentiu em sua vida, nem a que ele ficcionalizou em seu texto. O que os leitores sentem é uma dor nova, que nem eles mesmos tinham. Isto nos mostra o quanto o encontro com a literatura pode nos transformar, apresentando-nos sentimentos que até então desconhecíamos. Por fim, na terceira estrofe, o poema culmina numa linda metáfora: o coração (aqui representando os sentimentos) que gira nas calhas de roda para entreter a razão, isto é, a imaginação do poeta e do leitor. Se entendermos que um poema só pode atingir seus fins expressivos por meio de uma língua que seu leitor conheça, podemos pensar que as “calhas de roda” em que esse poema gira são os elementos da língua em que se

estrutura o poema. “Calhas de roda”, então, seriam como engrenagens que conectam o sentimento e sua expressão imaginativa – conexão que só pode ser realizada por meio de uma linguagem. Isso é muito interessante, pois nos faz pensar que a poesia – na verdade a literatura como um todo – nos faz ver a língua de maneira diferente. Veja, por exemplo, que o substantivo “fingidor”, que na língua cotidiana significa apenas “aquele que finge”, ganha um novo sentido no poema, por meio de um trocadilho fônico: “finge” + “dor”, ou aquele que finge uma dor, tal qual o poeta faz. Assim, em vez de simplesmente comunicar uma mensagem, como fazem os jornais, os e-mails de trabalho ou os manuais de instrução, a literatura nos faz repensar como nos relacionamos por meio da língua com outras pessoas, ou mesmo como nos relacionamos com a própria língua.

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1) Literatura: uma maneira diferente de se relacionar com a língua e consigo mesmo


COMO DIFERENCIAR TEXTOS LITERÁRIOS E NÃO LITERÁRIOS?

Glossário: • afável: carinhoso, delicado.

Texto III

Após Carnaval de rua, Avenida Beira-Rio amanhece cheia de lixo em Porto Alegre

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Quem passou pela Avenida Beira-Rio, nas proximidades do Parque Marinha do Brasil, na manhã desta segunda-feira, surpreendeu-se com o cenário poluído da via. Pilhas de garrafas, latas e sacolas tomavam conta de canteiros, ciclovia e partes da pista. O lixo espalhado foi o que sobrou após o Carnaval de rua do último final de semana na região. De acordo com Felipe Kowal, Diretor de Limpeza e Coleta do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), mais de 15 garis trabalharam após o término do evento, na noite de domingo, varrendo o local. Entretanto, sacos de lixo teriam sido rasgados e vandalizados durante a madrugada. O diretor também afirmou que o público que aproveitou a folia foi maior que o esperado: — Tínhamos uma expectativa de 4 mil pessoas, mas foi muito maior que isso. Foi a nossa primeira operação na orla pós-Carnaval. Serviu como aprendizado. (...)

(MARTINI, Felipe – Disponível em: http://zh.clicrbs.com.br/ rs/noticia/2016/02/apos-carnaval-de-rua-avenida-beira-rioamanhece-cheia-de-lixo-em-porto-alegre-4986230.html 29/02/2016)

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(TAVARES, Zulmira Ribeiro. O mandril. São Paulo: Brasiliense, p. 18, 1998)

Texto IV

de ovo espinhas de peixe e também nunca inteiramente quietas partes de cebolas peroladas levíssimas ali fazem seu ninho. Lixo não atômico, tem certa graça ligeira vinda de refeições ainda mais rápidas. Falta de ceias tardias inventivas de estudantes pobres e artistas de amantes frágeis de estômago enjoado e dos restos de que são feitos os sonhos e das migalhas que se soltam da toalha agitada diante da janela e vão tomar parte na noite misturadas às estrelas.

(Disponível em: https://www.flickr.com/photos/ fundacaoboticario/8735145553. Acesso em maio de 2016)

O texto I é um poema visual, do poeta Augusto de Campos, no qual o artista faz um criativo jogo com palavras muito parecidas: “lixo” e “luxo”. Veja que ambas só se diferenciam por um som, apesar de terem sentidos bastante diferentes. Nesse poema, o autor aproxima essas duas palavras, mostrando como o luxo e o lixo podem ser muito próximos – aliás, um pode ser feito do outro, como sugere a palavra “lixo” sendo escrita a partir da repetição de “luxo” em determinado formato na página. Se o texto I tem uma “formatação” bem diferente da que costumamos ver por aí, o texto II é organizado na página de maneira mais tradicional, enfileirando as palavras do início ao fim da linha, da mesma maneira que a maioria dos livros que você já leu faz. A essa maneira de organizar o texto, chamamos de prosa. No entanto, quando lemos o texto II, vemos que ele trata o tema das lixeiras de maneira pouco usual: em vez de descrever o lixo sob uma perspectiva objetiva, o autor se refere a elas com um tom poético, notando pe-


LITERATURA

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ses dois textos, mais do que a forma como a linguagem está sendo usada, é importante o conteúdo que está sendo passado. São textos que lemos em busca de dados, não de sensações. Isso não quer dizer, porém, que devemos acreditar em tudo o que dizem os textos não literários, ou que os textos literários só contem mentiras. Na verdade, estudamos a Língua Portuguesa e a Literatura para desenvolvermos uma visão mais crítica das maneiras de usar a linguagem. Uma revista, por exemplo, pode, por meio de textos não literários, narrar fatos falsos, com o objetivo (antiético) de iludir seus leitores. Precisamos, então, entender que ao contar uma história irreal, por meio de um texto jornalístico, o autor quer que seus leitores tomem aquele evento como verdadeiro. Precisamos, portanto, desenvolver nosso senso crítico ao lermos qualquer texto! Do mesmo modo, um texto literário pode até se basear num fato real para elaborar uma versão ficcional dele. Isso acontece, por exemplo, no romance Os Sertões, do escritor brasileiro Euclides da Cunha, o qual se baseia na Guerra de Canudos, que aconteceu na Bahia, no final do século XIX. Ao elaborar um romance com base nesse evento, o escritor não está nos dizendo que a guerra nunca aconteceu, tampouco dizendo que todos os detalhes de seu romance de fato ocorreram. O que temos aí é uma delicada relação entre fato e ficção, história e literatura, que é muito comum nas produções contemporâneas. Veja ainda que um texto literário pode querer “parecer” real. É o que chamamos de verossimilhança. Os Sertões, então, é um texto com grande verossimilhança, ao passo que livros de ficção científica, que contam histórias sobre guerras com marcianos, são inverossímeis.

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quenos detalhes sob uma perspectiva afável inusitada quando se trata de lixo. Além disso, vemos que a pontuação nesse texto é bem diferente da que a norma padrão da língua preconiza. A falta de vírgulas em determinadas passagens torna a leitura um pouco difícil, forçando-nos a ler cada palavra com calma, do mesmo modo como o texto se detém calmamente na descrição de cada elemento contido nas lixeiras descritas. O texto III, por sua vez, apresenta uma notícia sobre um fato ocorrido em Porto Alegre: o excesso de lixo nas ruas após o carnaval de 2016. Note que esse texto relata um fato real e deve ser lido por nós como uma informação que se supõe verídica. Como notícia publicada em um site de renome no Rio Grande do Sul, trata-se de texto com valor informativo com alta credibilidade junto à comunidade de leitores. Por fim, o texto IV é um infográfico, gênero surgido na era da Internet, o qual apresenta de maneira mais interessante e dinâmica dados que poderiam estar simplesmente listados em uma tabela ou quadro. Assim, a apresentação colorida e repleta de elementos visuais do infográfico tem uma função quase didática, dando mais clareza à apresentação de dados bastante precisos e quantitativos, como o tempo que cada tipo de lixo leva para se decompor na natureza. Comparando esses 4 textos, podemos dizer que os dois primeiros são literários, pois, por meio de uma linguagem artística, seus autores criaram novas realidades, sensações e identidades. Não se trata de textos que querem simplesmente nos informar a respeito de algo, e sim proporcionar uma experiência estética, por meio de um “estranhamento”, ou de um jeito “diferente” de usar a linguagem. Já os textos III e IV têm por função veicular com objetividade informações que devem ser entendidas como reais por seus leitores. Nes-


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COMO DIFERENCIAR TEXTOS LITERÁRIOS E NÃO LITERÁRIOS?

Falta de conservação do solo causa erosão e perda de lavouras no PR

Há 30 anos, Paraná foi referência mundial em recuperação dos solos. Mas agricultores retiram a proteção para abrir caminho para o maquinário.

#SoloBaseDaVida

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A produção de alimentos necessita de um bom solo para acontecer. Além disso, o carreamento de sedimentos e produtos químicos segue para os rios e lagos, alterando toda dinâmica da vida aquática ou até mesmo causando a sua extinção. Alguns estudos mostram que a “velha receita da vovó” é a melhor saída, vale mais prevenir do que remediar. O uso das melhores técnicas de manejo, como plantação em terraços, uso de curvas de nível, adoção da rotação de cultura, pousio do cultivo, controle biológico, entre outros, é fundamental. Visite o nosso site www.4newsmagazine.com.br para conhecer mais!!!

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PRATICANDO

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1) (UNICAMP) Leia atentamente: A poesia, ao contrário da filosofia, não é um conhecimento teórico da natureza humana, mas imita, narrativa ou dramaticamente, ações e sentimentos, feitos e virtudes, situações e vícios dos seres humanos. No entanto, a poesia é diferente da história, embora esta também seja uma narrativa de feitos humanos e de situações, das virtudes e dos vícios humanos narrados. A diferença está no fato de que AQUELA visa, por meio de uma pessoa ou de um fato, a falar dos humanos em geral (cada pessoa [...] não é ela em sua individualidade, mas é ela como exemplo universal, positivo ou negativo, de um tipo humano) e a falar de situações em geral (por meio, por exemplo, do relato dramático de uma guerra, fala sobre a guerra), enquanto ESTA se refere à individualidade concreta de cada pessoa e de cada situação. A poesia trágica não fala de Édipo ou de Electra, mas de um destino humano; a epopeia não fala de Helena, Ulisses ou

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Agamenon, mas de tipos humanos. A história, ao contrário, fala de pessoas singulares e situações particulares. Por isso, diz Aristóteles, a poesia está mais próxima da filosofia do que da história, já que esta nunca se dirige ao universal. (Marilena Chauí. Introdução à história da filosofia).

As palavras que estão em maiúsculas foram introduzidas no trecho acima em substituição a duas palavras-chave para a exposição que faz Marilena Chauí das ideias de Aristóteles referentes a distintas formas de conhecimento. Um leitor atento será capaz de identificar as palavras que estavam no texto original, a partir apenas da leitura do trecho aqui apresentado. a) Substitua as palavras em maiúsculas pelas palavras que estavam no texto original. b) De acordo com o texto, como podem ser caracterizadas as formas de conhecimento referidas por essas palavras? c) Com base neste texto, a que se dirige a filosofia, segundo Aristóteles?


LITERATURA

2.1) Literatura como compromisso social

Para alguns autores, o papel da literatura é a valorização da própria arte, do prazer de escrever, dos jogos que a língua pode formar. Segundo eles, a literatura deve ser lida como uma estrutura de sons, palavras, rimas e efeitos estéticos. Observe o trecho abaixo, de Olavo Bilac, que prega a função da arte pela arte:

A literatura pode desempenhar uma série de papéis na nossa vida. Cada autor tem uma motivação única para escrever, assim como cada um de nós tem as suas preferências pelo que ler, muito influenciadas por aquilo que esperamos da literatura. Em linhas gerais, porém, podemos dizer que estas são as principais funções que se atribui à literatura:

2.2) Literatura como jogo de estruturas linguísticas

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2) Funções da Literatura

Torce, aprimora, alteia, lima
 A frase; e, enfim,
 No verso de ouro engasta a rima, Como um rubim.

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Em alguns textos, é possível perceber um forte vínculo entre a literatura e a sociedade, seja representando alguma situação histórica, seja expressando a voz de um grupo social. Observe como o texto abaixo, do poeta contemporâneo Ferreira Gullar, exemplifica tal tendência:

Profissão de fé

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(GULLAR, Ferreira. Poesia completa, teatro e prosa, vol. Único. Org. Antonio Carlos Secchin. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2008)

Glossário:
 • Rimbaud: poeta francês do século XIX.

E que o lavor do verso, acaso, Por tão sutil,
 Possa o lavor lembrar de um vaso De Becerril.

Glossário:
 altear: tornar mais alto;
 engastar: encravar;
 ourives: artesão que trabalha com ouro; lavor: trabalhar;
 Becerril: antigo trabalhador romano.

Como João Cabral De Melo Neto pode cair no ENEM? POR0145 Enquanto todos pensavam que o parnasianismo ficaria no passado, surgiu um grupo chamado geração de 45. João Cabral de Melo Neto fazia parte desse grupo e seu objetivo era escrever poesias com preocupação formal e conteudista. Seus textos normalmente falavam sobre o sertão e eram estruturados em rimas perfeitas com versos simétricos, assim como os poetas faziam no parnasianismo.

(ENEM) Leia o que disse João Cabral de Melo Neto, poeta pernambucano, sobre a função de seus textos: Falo somente com o que falo: a linguagem enxuta, contato denso; falo somente

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Agosto de 1964

Entre lojas de flores e de sapatos, bares, mercados, butiques
 viajo
 num ônibus Estrada de Ferro-Leblon. Volto do trabalho, a noite em meio, fatigado de mentiras. O ônibus sacoleja. Adeus, Rimbaud,
 relógio de lilases, concretismo, neoconcretismo, ficções da juventude, adeus, que a vida eu compro à vista aos donos do mundo.
 Ao peso dos impostos, o verso sufoca,
 a poesia agora responde a inquérito policial militar. Digo adeus à ilusão
 mas não ao mundo. Mas não à vida,
 meu reduto e meu reino.
 Do salário injusto,
 da punição injusta
 da humilhação, da tortura,
 do terror,
 retiramos algo e com ele construímos um artefato um poema
uma bandeira

Quero que a estrofe cristalina, Dobrada ao jeito
 Do ourives, saia da oficina Sem um defeito:


COMO DIFERENCIAR TEXTOS LITERÁRIOS E NÃO LITERÁRIOS?

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Gabarito: A

2.3) Literatura como expressão de sentimentos

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Para alguns autores e leitores, a função da literatura seria dar voz àquilo que nos torna humanos: nossas sensações mais íntimas e emoções mais intensas. A seguir, vejamos como a personagem-narradora do romance A paixão segundo GH descreve um momento de epifania, isto é, um momento em que passa a perceber as coisas de outra forma, a partir de uma revolução que se dá no seu interior: Perdi alguma coisa que me era essencial, e que já não me é mais. Não me é necessária, assim como se eu tivesse perdido uma terceira perna que até então me impossibilitava de andar mas que fazia de mim um tripé estável. Essa terceira perna eu perdi. E voltei a ser uma pessoa que nunca fui. Voltei a ter o que nunca tive: apenas as duas pernas. Sei que somente com as duas pernas é que posso caminhar.Mas

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a ausência inútil da terceira me faz falta e me assusta, era ela que fazia de mim uma coisa encontrável por mim mesma, e sem sequer precisar me procurar. (LISPECTOR, Clarice. A paixão segundo G.H. Brasília : CNPq, 1988.)

2.4) Literatura como evasão

Para alguns autores e leitores, a literatura oferece uma forma de evasão (fuga, escape) do mundo real, normalmente em desequilíbrio. Segundo essa perspectiva, a literatura abriria as portas para um mundo imaginário, diferente, em que outras formas de existir seriam possíveis. Observe o excerto abaixo, retirado do romance inglês Orgulho e Preconceito, da célebre escritora Jane Austen. Ao analisarem essa obra, muitos críticos comentam que, apesar de ter sido escrita em plena crise na Europa, durante as guerras napoleônicas no século XIX, a narrativa não faz qualquer menção ao caos político da época, evadindo para uma comédia de costumes sobre o casamento de moças do interior. É uma verdade universalmente reconhecida que um homem solteiro na posse de uma bela fortuna necessita de uma esposa. Por muito pouco que se conheçam os sentimentos ou modo de pensar de tal homem ao entrar pela primeira vez numa vizinhança, esta verdade encontra-se de tal modo enraizada nos espíritos das famílias circundantes que ele é considerado como propriedade legítima desta ou daquela de suas filhas.

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do que falo: a vida seca, áspera e clara do sertão; falo somente por quem falo: o homem sertanejo sobrevivendo na adversidade e na míngua. Falo somente para quem falo: para os que precisam ser alertados para a situação da miséria no Nordeste. Para João Cabral de Melo Neto, no texto literário: a) A linguagem do texto deve refletir o tema e a fala do autor deve denunciar o fato social para determinados leitores. b) A linguagem do texto não deve ter relação com o tema, e o autor deve ser imparcial para que seu texto seja lido. c) O escritor deve saber separar a linguagem do tema e a perspectiva pessoal da perspectiva do leitor. d) A linguagem pode ser separada do tema e o escritor deve ser o delator do fato social para todos os leitores. e) A linguagem está além do tema e o fato social deve ser a proposta do escritor para convencer o leitor.

— Meu caro Sr. Bennet — disse-lhe sua mulher um dia -, sabe que Netherfield Park foi finalmente alugado? O Sr. Bennet respondeu-lhe que não sabia. — É como lhe digo - tornou ela — pois a Sra. Long ainda há pouco aqui esteve e contou-me tudo. O Sr. Bennet não deu qualquer resposta. — Não lhe interessa saber quem o alugou? – exclamou a mulher, impaciente. — A senhora pretende participar-mo, e eu não me oponho a ouvi-la.


LITERATURA

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Fragmento 2 Penetra surdamente no reino das palavras.
 Lá estão os poemas que esperam ser escritos. Estão paralisados, mas não há desespero,
 Há calma e frescura na superfície intata. Ei-los, sós e mudos, em estado de dicionário.

3) Intertextualidade

Como convite, era mais que suficiente. — Pois saiba, meu caro, que, pelo que a Sra. Long me disse, Netherfield foi alugado por um jovem de grande fortuna do Norte da Inglaterra. Chegou na segunda-feira, numa carruagem puxada por quatro cavalos, para visitar o local, e ficou tão encantado que desde logo aceitou as condições do Sr. Morris. Vem ocupar a casa ainda antes do dia de S. Miguel e alguns dos seus criados deverão chegar já no fim da próxima semana. — Como se chama ele? — Bingley. — É casado ou solteiro? — Oh! Solteiro, naturalmente, meu caro! Um homem solteiro e de grande fortuna, com rendimentos no valor de quatro ou cinco mil libras anuais. Que maravilhoso acontecimento para as nossas filhas!

DE A

ER IA L

2) (UNICAMP) Leia com atenção os dois fragmentos a seguir, extraídos do poema de Carlos Drummond de Andrade cujo título Procura da poesia também indica seu tema. Compare-os e explique como o tema é desenvolvido em cada um deles. Fragmento 1

AT

Não faças versos sobre acontecimentos.

M

Não há criação nem morte perante a poesia. Diante dela, a vida é um sol estático,
 não aquece nem ilumina.
 As afinidades, os aniversários, os incidentes pessoais não contam.
 Não faças poesia com o corpo, esse excelente, completo e confortável corpo, tão infenso à efusão lírica.

Conta a Lenda que Dormia

Conta a lenda que dormia Uma Princesa encantada A quem só despertaria Um Infante, que viria De além do muro da estrada. Ele tinha que, tentado, Vencer o mal e o bem, Antes que, já libertado, Deixasse o caminho errado Por o que à Princesa vem. A Princesa Adormecida, Se espera, dormindo espera. Sonha em morte a sua vida, E orna-lhe a fronte esquecida, Verde, uma grinalda de hera. Longe o Infante, esforçado, Sem saber que intuito tem, Rompe o caminho fadado. Ele dela é ignorado.

9

EM1LIT01

(AUSTEN, Jane. Orgulho e Preconceito. Tradução de Maria Francisca Ferreira de Lima)

PRATICANDO

Além de entender um texto literário segundo o contexto em que ele foi produzido (por que autor, em que lugar, em que época, para qual público), podemos também ler esse texto em diálogo com outros textos. Isso ocorre porque há uma “conversa” entre textos, a que chamamos intertextualidade. Veja, por exemplo, o seguinte poema, de Fernando Pessoa, que nos remete à história da Bela Adormecida e ao mito de Eros e Psiquê.


COMO DIFERENCIAR TEXTOS LITERÁRIOS E NÃO LITERÁRIOS?

(PESSOA, Fernando. Obra poética. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1999) Glossário: Infante: príncipe.

ER IA L

Outros textos dialogam com a tradição literária por meio de uma recuperação humorística, frequentemente criticando as produções de outros autores ou subvertendo algum sentido que havia no texto-fonte. Chamamos esse procedimento intertextual de paródia. Veja, como exemplo de paródia, o poema Os meu otto anno, de Juó Bananére, que revisita o poema Meus oito anos, de Casimiro de Abreu, mas dando-lhe um tom engraçado, por meio de um português “macarrônico”, que imita o sotaque dos imigrantes italianos.

AT

Os meu otto anno

M

O chi sodades che io tengo D’aquilo gustoso tempigno, C’io stava o tempo intirigno Brincando c’oas mulecada. Che brutta insgugliambaçó, Che troça, che bringadêra, Imbaixo das bananêra, Na sombra dus bambuzá.

EM1LIT01

(BANANÉRE, Juó. La Divina Increnca. São Paulo, 1966)

10

(ABREU, Casimiro de. As Primaveras. São Paulo: Livraria Editora Martins S/A co-edição Instituto Nacional do Livro, 1972)

Glossário:
 fagueiro: agradável.

PRATICANDO

DE A

E, inda tonto do que houvera, A cabeça, em maresia, Ergue a mão, e encontra hera, E vê que ele mesmo era A Princesa que dormia.

Oh! Que saudades que tenho
 Da aurora da minha vida,
 Da minha infância querida
 Que os anos não trazem mais! Que amor, que sonhos, que flores, Naquelas tardes fagueiras À sombra das bananeiras, Debaixo dos laranjais!

LI SE

E, se bem que seja obscuro Tudo pela estrada fora, E falso, ele vem seguro, E, vencendo estrada e muro, Chega onde em sono ela mora.

Meus oito anos

Ela para ele é ninguém. Mas cada um cumpre o Destino Ela dormindo encantada, Ele buscando-a sem tino Pelo processo divino Que faz existir a estrada.

3) Observe a letra de música abaixo, escrita em diálogo com outra famosa canção.

Teresinha

O primeiro me chegou como quem vem do florista Trouxe um bicho de pelúcia, trouxe um broche de ametista Me contou suas viagens e as vantagens que ele tinha Me mostrou o seu relógio, me chamava de rainha Me encontrou tão desarmada que tocou meu coração Mas não me negava nada, e, assustada, eu disse não O segundo me chegou como quem chega do bar Touxe um litro de aguardente tão amarga de tragar Indagou o meu passado e cheirou minha comida Vasculhou minha gaveta me chamava de perdida Me encontrou tão desarmada que arranhou meu coração
 Mas não me entregava nada, e, assustada, eu disse não


LITERATURA

LI SE

Mas nada vai conseguir mudar o que ficou Quando penso em alguém
 Só penso em você
 E aí então estamos bem

4) No texto anterior, nota-se que o eu lírico fala da mudança. Explique se tal mudança ocorre efetivamente, justificando com elementos do texto.

DE A

ER IA L

a) Com que outro texto a música analisada nesta questão se relaciona? Apresente características no plano da forma e do conteúdo que justifiquem sua resposta. b) Apresente, em poucas palavras, as diferenças entre os pretendentes que se aproximam do eu lírico.

APROFUNDANDO

Leia o texto abaixo e responda às questões que se seguem:

AT

Por enquanto

Mudaram as estações e nada mudou
 Mas eu sei que alguma coisa aconteceu Está tudo assim tão diferente

M

Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar
 Que tudo era pra sempre
 Sem saber
 Que o pra sempre
 Sempre acaba

(Legião Urbana)

5) Comente o jogo de palavras presente nos versos “Que o pra sempre / Sempre acaba?”. Leia o texto que se segue e responda às questões que se seguem:

Samba da bênção

É melhor ser alegre que ser triste Alegria é a melhor coisa que existe É assim como a luz no coração
 Mas pra fazer um samba com beleza É preciso um bocado de tristeza Precisa um bocado de tristeza
 Senão não se faz um samba não
 Fazer samba não é contar piada
 E quem fez samba assim não é de nada O bom samba é uma forma de oração Porque o samba é a tristeza que balança E a tristeza tem sempre uma esperança Tristeza tem sempre uma esperança
 De um dia não ser mais triste não Ponha um pouco de amor numa cadência E vai ver que ninguém no mundo vence A beleza que tem num samba não Porque o samba nasceu lá na Bahia
 E se hoje ele é branco na poesia Se hoje ele é branco na poesia Ele é negro demais no coração. (Vinícius de Moraes/Baden Powell)

11

EM1LIT01

(HOLANDA, Chico Buarque de. Teresinha. In: Ópera do Malandro, 1978) Glossário:
 estático: parado;
 infenso: indiferente;
 efusão: expressão expansiva de sentimento.

Mesmo com tantos motivos pra deixar tudo como está E nem desistir, nem tentar Agora tanto faz
 Estamos indo de volta Pra casa.

O Terceiro me chegou como quem chega do nada Ele não me trouxe nada também nada perguntou Mal sei como ele se chama mas entendo o que ele quer Se deitou na minha cama e me chama de mulher Foi chegando sorrateiro e antes que eu dissesse não Se instalou feito um posseiro, dentro do meu coração.


COMO DIFERENCIAR TEXTOS LITERÁRIOS E NÃO LITERÁRIOS?

Pé Cascudo

Vai chegando o mês de agosto A tarde fica embaçada Passarinho canta triste
 A corianguinha e uriutaca Gavião encorujado Dorme nas alta copada, Inhambuzinho pia triste Alando vorta nas piada, Meu coração amagoa
 Das dolorosas pancada.

DE A

8) (UNESP) Manuel Bandeira escreve: A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros
 Vinha da boca do povo na língua errada do povo Língua certa do povo Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil. Ao passo que nós
 O que fazemos
 É macaquear A sintaxe lusíada

LI SE

7) Que verso do samba retoma semanticamente o título?

9) (UNESP) A letra Pé Cascudo constitui-se de procedimentos versificatórios bastante uniformes e regulares, os quais a aproximam, em muitos casos, da chamada “literatura oficial”: São estrofes em décimas (10 versos cada estrofe), com rimas alterando versos brancos e versos pares rimados, e metrificação heptassílaba (7 sílabas métricas em casa verso), de acordo com os padrões da redondilha maior. Releia a letra dessa moda de viola e, a seguir:

6) Explique o porquê de o samba ser branco e negro ao mesmo tempo.

(Evocação do Recife, in Libertinagem. Poesia Completa e Prosa. Rio de Janeiro: Aguillar, 1974, pp. 212-214)

EM1LIT01

M

AT

ER IA L

Haroldo de Campos escreve: Defesa da inventividade popular (“o povo é o inventa-línguas”, Maiakovski) contra os burocratas da sensibilidade, que querem impingir ao povo, caritativamente, uma arte oficial, de “boa consciência”, ideologicamente retificada, dirigida. E acrescenta: Mas o povo cria, mas o povo engenha, mas o povo cavila. O povo é o inventa-línguas, na malícia da mestria, no matreiro da maravilha. O VISGO do improviso, tateando a travessia, azeitava o eixo do sol... O povo é o melhor artífice. Manuel Bandeira, no fragmento de Evocação do Recife, e Haroldo de Campos, no comentário que aparece no encarte do CD e no fragmento de Circuladô de Fulô, do mesmo disco, enfocam a espontaneidade da “língua do povo” e aspectos da inventividade presentes na arte popular. Releia ambos os textos e, a seguir: a) Cite pelo menos um trecho de cada autor em que criticam e denunciam nosso preconceito e desapreço às formas populares de expressão.
 b) Cite um trecho de Manuel Bandeira que focaliza o aspecto de oralidade na comunicação, tão característico da literatura popular.

12

Nesse tempo tudo forga Só minha vida é apertada. O povo diz que não acha Serviço de camarada. Eu trabaio até de noite
 Pra dá conta da empreitada. Pego moda por empreita
 Pra inventar o por toada,
 Invento modas na linha
 Nos campeão danu lambada. (...)
 Nas festa que eu chego e canto, Moça fica arvoroçada.
 Na cozinha eu escuto
 Zumzum das muié casada, Tão gamando as minhas moda
 Por ter palavra apertada.
 Aos campeão ficam no canto, Tudo o povo dão risada
 Eles sai devagarinho
 Corre quando pega estrada. (Vieira Rubens e Vieira Marques)


LITERATURA

Rios sem discurso

12) (UERJ) O título – Rios sem discurso – já apresenta um tipo de metáfora, predominante no texto, que marca um estilo de construção poética. Esse tipo de metáfora está corretamente descrito em: a) Compara momentos da água, nos rios, à contestação da seca.
 b) Opõe aspectos naturais, incontroláveis, à produção do discurso. c) Associa elementos concretos, visuais, a fenômenos da linguagem.
 d) Aproximam a fragmentação da palavra, estanque, do curso de um rio.

DE A

Quando um rio corta, corta-se de vez
 o discurso rio de água que ele fazia; cortado, a água se quebra em pedaços, em poços de água, em água paralítica. Em situação de poço, a água equivale a uma palavra em situação dicionária: isolada, estanque no poço dela mesma, e porque assim estanque, estancada; e mais; porque assim estancada, muda, e muda porque com nenhuma comunica, porque cortou-se a sintaxe desse rio.

Leia o texto a seguir e responda às questões que se seguem:

11) (UERJ) A conclusão do poema completa seu título: “os rios sem discurso são rios secos”. Isso significa dizer que a seca dos rios tem relação direta com discursos que apresentam os atributos a seguir: a) vazios e monótonos;
 b) áridos e combativos;
 c) fragmentados e estéreis;
 d) grandiloquentes e verborrágicos.

LI SE

a) Cite dois versos ou dois trechos em que o poeta fala de sua “inventividade” ou da condição de “artífice” do bom violeiro. b) Cite um trecho de Haroldo de Campos que serviria como comentário concordante com as citações que você apresentou no item “a”.

AT

(NETO, João Cabral de Mello, Antologia poética. Rio de Janeiro: José Olympio, 1973)

Glossário:
 grandiloquência: fala eloquente, grandiosa; interino: temporário, provisório.

M

10) (UERJ) Em situação de poço, a água equivale a uma palavra em situação dicionária: Se, no poema, poço equivale a “dicionário”, rio equivale ao seguinte elemento linguístico: a) texto;
 b) verso;
 c) regência;
 d) vocabulário.

13) (UCSAL) Leia o poema de Manuel Bandeira para responder às questões a seguir:

Macumba de pai Zusé Na Macumba do encantado
 Nego véio do pai de santo fez mandiga No palacete de Botafogo
 Sangue de branca virou água
 Foram vê estava morta! O poema de Manuel Bandeira faz uso constante de termos típicos da linguagem oral, como é comum a muitos modernistas. Assinale a alternativa que apresenta dois termos próprios da linguagem oral: a) macumba e Botafogo; b) sangue e branca;
 c) mandinga e palacete; d) Nego e vê; e) véio e morta.

13

EM1LIT01

ER IA L

O curso de um rio, seu discurso-rio, chega raramente a se reatar de vez;
 um rio precisa de muito fio de água
 para refazer o fio antigo que o fez.
 Salvo a grandiloquência de uma cheia lhe impondo interina outra linguagem, um rio precisa de muita água em fios para que todos os poços se enfrasem: se reatando, de um para outro poço,
 em frases curtas, então frase a frase, até a sentença-rio do discurso único em que se tem voz a seca ele combate.


COMO DIFERENCIAR TEXTOS LITERÁRIOS E NÃO LITERÁRIOS?

A um poeta

Longe do estéril turbilhão da rua, Beneditino escreve! No aconchego
 Do claustro, na paciência e no sossego, Trabalha e teima, e lima, e sofre, e sua!

ER IA L

Mas que na forma se disfarce o emprego Do esforço: e trama viva se construa
 De tal modo, que a imagem fique nua Rica mas sóbria, como um templo grego Não se mostre na fábrica o suplício Do mestre. E natural, o efeito agrade Sem lembrar os andaimes do edifício: Porque a Beleza, gêmea da Verdade Arte pura, inimiga do artifício,
 É a força e a graça na simplicidade.

(Olavo Bilac)

AT

Glossário:
 Claustro: convento, mosteiro Suplício: sofrimento Andaime: estrutura móvel usada na construção civil

M

15) Por que o poema anterior pode ser associado à noção de arte pela arte?

EM1LIT01

16) Destaque o verso em que a repetição de uma palavra foi usada para enfatizar o trabalho formal inerente à arte.

14

LI SE

DE A

Leia o texto a seguir e responda às perguntas que se seguem:

17) A labuta cansativa do poeta deve ser aparente no poema, segundo o eu lírico? Justifique sua resposta.

14) (UCSAL) Há no poema uma oposição fundamental entre: a) a branca do palacete de Botafogo e o nego véio da macumba. b) a religiosidade popular de origem africana e a religiosidade católica. c) a ciência moderna, baseada na racionalidade, e as superstições populares. d) o sangue que virou água e a morte da mulher em Botafogo. e) a macumba do encantado e a mandinga feita pelo pai de santo.


LITERATURA

LI SE

DESAFIANDO

Um boi vê os homens

ER IA L

DE A

Tão delicados (mais que um arbusto) e correm e correm de um para o outro lado, sempre esquecidos de alguma coisa. Certamente falta-lhes não sei que atributo essencial, posto se apresentem nobres e graves, por vezes. Ah, espantosamente graves, até sinistros. Coitados, dir-se-ia que não escutam nem o canto do ar nem os segredos do feno, como também parecem não enxergar o que é visível e comum a cada um de nós, no espaço. E ficam tristes e no rasto da tristeza chegam à crueldade. Toda a expressão deles mora nos olhos e perde-se a um simples baixar de cílios, a uma sombra. Nada nos pêlos, nos extremos de inconcebível fragilidade, e como neles há pouca montanha, e que secura e que reentrâncias e que impossibilidade de se organizarem em formas calmas, permanentes e necessárias. Têm, talvez, certa graça melancólica (um minuto) e com isto se fazem perdoar a agitação incômoda e o translúcido vazio interior que os torna tão pobres e carecidos de emitir sons absurdos e agônicos: desejo, amor, ciúme (que sabemos nós), sons que se despedaçam e tombam no campo como pedras aflitas e queimam a erva e a água, e difícil, depois disto, é ruminarmos nossa verdade.

(ANDRADE, Carlos Drummond de: Reunião: 10 livros de poesia. Rio de Janeiro: José Olympio, 1977.)

AT

18) (UCSAL) O poema de Drummond procura ver os seres humanos de um ponto de vista não humano. Se fizermos uma correlação entre a construção deste texto e a própria literatura, podemos perceber na literatura a capacidade fundamental de: a) espelhar a realidade do homem.
 b) deslocar a perspectiva do leitor.
 c) estabelecer uma negação do cotidiano d) promover a ratificação do senso comum.

15

EM1LIT01

M

19) (UERJ) O boi – o eu poético declarado no título – apresenta sua visão sobre os homens e a eles se refere como “coitados”, expressando uma atitude de superioridade que enfatiza, ao longo do texto, a fragilidade dos homens. Isso pode ser visto em: a) “Ah, espantosamente graves, / até sinistros.” b) “E ficam tristes / e no rastro da tristeza chegam à crueldade.” c) “Têm, talvez, / certa graça melancólica.”
 d) “o translúcido / vazio interior que os torna tão pobres.”


PESQUISANDO

LI SE

COMO DIFERENCIAR TEXTOS LITERÁRIOS E NÃO LITERÁRIOS?

DE A

Nesta aula, quando falamos sobre intertextualidade, lemos um poema de Fernando Pessoa que dialoga, com o mito grego de Eros e Psiquê, entre outros textos do mundo ocidental. Pesquise outras releituras desse mito na história literária e traga para discutir com seus colegas e professores.

ER IA L

(Psiquê revivida pelo beijo de Eros, de Antonio Canova – Disponível em: https:// pt.wikipedia.org/wiki/Antonio_Canova. Acesso em: março de 2017)

RESUMINDO

• Textos literários são geralmente produzidos para, mais do que veicular uma mensagem, causar um efeito estético no leitor, por meio do uso diferenciado da linguagem;

AT

• A literatura pode desempenhar diversas funções na vida em sociedade, entre as quais se destacam a de compromisso social, jogo de estruturas linguísticas, expressão de sentimentos e evasão;

M

• Os textos literários (bem como todos os outros textos que há) estabelecem entre si diálogos intertextuais. Um tipo especial de intertextualidade, a paródia, ocorre quando um texto retoma outro de forma jocosa;

EM1LIT01

• A verossimilhança é a propriedade de alguns textos literários de descreverem uma situação que parece real.

16


M

AT ER IA L DE A NÁ

LI SE

MATEMÁTICA 1o ANO


LI SE

Direção Executiva: Fabio Benites

DE A

Diagramação, Ilustração de capa e Projeto Gráfico: Alan Giles Dominique Coutinho Erlon Pedro Pereira

Gestão Editorial: Maria Izadora Zarro

M

AT

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Irium Editora Ltda Rua Desembargador Izidro, no 114 Tijuca - RJ CEP: 20521-160 Fone: (21) 2560-1349 www.irium.com.br

A reprodução desta obra, no todo ou em parte, por qualquer meio, sem autorização expressa, sujeitará o infrator, nos termos da Lei no 6.895, de 17/12/80, às penalidades previstas nos artigos 184 e 185 do Código Penal.


LI SE

ER IA L

DE A

RAZÕES E PROPORÇÕES: COMO OPERAR GRANDEZAS PROPORCIONAIS

Objetivos de aprendizagem:

• Compreender o conceito e as propriedades de razões e proporções; • Reconhecer algumas aplicações de razões (escalas, velocidade média e densidade de um corpo) e de proporções (figuras semelhantes);

AT

• Identificar a relação proporcional direta ou inversa entre grandezas e diferenciar regra de três simples e composta;

M

• Resolver problemas envolvendo razões, proporções, grandezas proporcionais, regra de três simples e composta.

(Disponível em: https://pixabay.com/en/ speed-car-vehicle-drive-automobile-1249610/ – qimono. Acesso em set.2016)


RAZÕES E PROPORÇÕES: COMO OPERAR GRANDEZAS PROPORCIONAIS

LI SE

Velocidade e razão

DE A

Podemos perceber que a divisão entre duas grandezas é algo bastante presente em nossas vidas: velocidade média, aceleração média, densidade e as escalas cartográficas são algumas dessas divisões. Saiba que neste caderno vamos estudar sobre essa divisão entre grandezas, que na matemática, são chamadas de razões. E ainda vamos verificar a igualdade entre razões, denominada de proporção. Prontos para embarcar nessa viagem? Então vamos lá, mas, por favor, dentro dos limites de velocidade, ok?

1.1) Razão

Uma das aplicações da razão é a escala cartográfica, elemento presente nos mapas, sendo utilizada para representar a relação de proporção entre a área do mapa e a área real. Se uma escala de um determinado mapa é 1:800, significa que cada centímetro do mapa representa 800 centímetros do espaço real. Assim, para calcular uma escala de um mapa em que dois pontos estão a 2,5 cm de distância um do outro, sendo que, no mundo real, eles estão separados por 500 cm, basta aplicar a fórmula: E = 2,5/500 → E = 1/200

A razão entre dois números a e b, nessa ordem, nada mais é que o quociente (b ≠ 0).

EM1MAT01

M

AT

ER IA L

1) Razões e proporções

Ex.: A razão entre 5 e 7 é 5/7. A razão entre 4 e 6 é 4/6 ou 2/3 .

1.2) Proporção Proporção é a igualdade de duas razões, ou seja, dados quatro números a, b, c e d (com b ≠ 0 e d ≠ 0), então: Proporção Ex: A razão entre 5 e 10 é ½ e a razão entre 6 e 12 é ½ , então: 5 6 é uma proporção. = 10 12

Observação logo, essas duas razões não formam uma proporção.

1.2.1) Propriedades

Dados os números a, b, c e d (com b ≠ 0 e d ≠ 0) e se , então:

2


MATEMÁTICA

com a ≠ 0, b ≠ 0, c ≠ 0 e d ≠ 0

com b + d ≠ 0

• de cd).

Como cálculo do combustível pode cair no ENEM? MAT0109

(Jornal O Globo)

Você deve concordar que, em casos como este, é justo que cada um pague proporcionalmente o que consumiu. A conta foi de 28 (vinte e oito) reais. Considere que Hagar tenha consumido o triplo do que consumiu o seu acompanhante. Assim, proporcionalmente, Hagar deve pagar: a) R$ 18,00 b) R$ 19,00 c) R$ 20,00 d) R$ 21,00 e) R$ 24,00

AT

ER IA L

(ENEM) O gás natural veicular (GNV) pode substituir a gasolina ou álcool nos veículos automotores. Nas grandes cidades, essa possibilidade tem sido explorada, principalmente, pelos táxis, que recuperam em um tempo relativamente curto o investimento feito com a conversão por meio da economia proporcionada pelo uso do gás natural. Atualmente, a conversão para gás natural do motor de um automóvel que utiliza a gasolina custa R$ 3.000,00. Um litro de gasolina permite percorrer cerca de 10 km e custa R$ 2,20, enquanto um metro cúbico de GNV permite percorrer cerca de 12 km e custa R$ 1,10. Desse modo, um taxista que percorra 6.000 km por mês recupera o investimento da conversão em, aproximadamente: d) 8 meses;

b) 4 meses;

e) 10 meses.

M

a) 2 meses; c) 6 meses;

2) (ENEM) Se compararmos a idade do planeta Terra, avaliada em quatro e meio bilhões de anos (4,5×10ª anos), com a de uma pessoa de 45 anos, então, quando começaram a florescer os primeiros vegetais, a Terra já teria 42 anos. Ela só conviveu com o homem moderno nas últimas quatro horas e, há cerca de uma hora, viu-o começar a plantar e a colher. Há menos de um minuto percebeu o ruído de máquinas e de indústrias e, como denuncia uma ONG de defesa do meio ambiente, foi nesses últimos sessenta segundos que se produziu todo o lixo do planeta! Na teoria do Big Bang, o Universo surgiu há cerca de 15 bilhões de anos, a partir da explosão e expansão de uma densíssima gota. De acordo com a escala proposta no texto, essa teoria situaria o início do Universo há cerca de: a) 100 anos; d) 1500 anos; b) 150 anos; e) 2000 anos. c) 1000 anos;

3

EM1MAT01

DE A

Muito abordado em provas, o GNV (Gás Natural Veicular) ganhou grande destaque no cenário nacional na década passada, como uma importante alternativa para a população brasileira no que diz respeito ao consumo de combustíveis. Mais econômico e mais rentável que o álcool e a gasolina, o GNV acabou sendo adquirido por muitos condutores sendo tema de muitas questões de vestibular.

1) (UERJ) Leia com atenção.

(quando ab tiver o mesmo sinal

PRATICANDO

LI SE

• ad = bc

Gabarito: B


RAZÕES E PROPORÇÕES: COMO OPERAR GRANDEZAS PROPORCIONAIS

LI SE

outra também aumenta, ou se uma grandeza diminui, a outra também diminui (na mesma proporção). Concluindo, uma grandeza afeta a outra de forma direta.

2.2) Grandezas inversamente proporcionais (GIP)

Uma grandeza A é dita inversamente proporcional a uma grandeza B, se, e somente se os produtos entre os valores correspondentes de A e B forem constantes (coeficiente de proporcionalidade), ou seja, se A = (a1, a2, a3, ...) e B = (b1, b2, b3, ...), então: a1b1 = a2b2 = a3b3= ... = k (coeficiente de proporcionalidade) Ex: Quando comparamos a tabela de valores das grandezas velocidade (em km) e tempo (em h) de um certo veículo num determinado percurso:

DE A

3) (ENEM) Já são comercializados no Brasil veículos com motores que podem funcionar com o chamado combustível flexível, ou seja, com gasolina ou álcool em qualquer proporção. Uma orientação prática para o abastecimento mais econômico é que o motorista multiplique o preço do litro da gasolina por 0,7 e compare o resultado com o preço do litro de álcool. Se for maior, deve optar pelo álcool. A razão dessa orientação deve-se ao fato de que, em média, se com um certo volume de álcool o veículo roda dez quilômetros, com igual volume de gasolina rodaria cerca de: a) 7 km; d) 17 km; b) 10 km; e) 20 km. c) 14 km;

2) Grandezas proporcionais 2.1) Grandezas diretamente proporcionais (GDP)

ER IA L

Uma grandeza A é dita diretamente proporcional a uma grandeza B se, e somente se, as razões entre os valores correspondentes de A e B forem constantes (coeficiente de proporcionalidade), ou seja, se A = (a1,a2,a3,...) e B = (b1,b2, b3, ...), então: a1 a2 a3 = = =k b1 b2 b3

AT

Exemplo: Quando comparamos a tabela de valores das grandezas preço (em R$) e peso (em kg) de um certo produto: Preço (R$) Peso (Kg)

4 2

8 4

2 1

EM1MAT01

M

Notamos que: 4 8 2 = .... = k = constante de pro= = 2 4 1 porcionalidade. Logo, nesse exemplo, o preço e o peso são grandezas diretamente proporcionais (G.D.P). Observe que se uma grandeza aumenta, a

4

Velocidade(km/h) Tempo(h)

60 2

120 1

30 4

Notamos que: 60.2 = 120.1= 30.4 =...= coeficiente de proporcionalidade. Logo, nesse exemplo, a velocidade e o tempo são grandezas inversamente proporcionais (GIP). Observe que se uma grandeza aumenta, a outra grandeza diminui ou se uma grandeza diminui, a outra grandeza aumenta. Concluindo, uma grandeza afeta a outra de forma inversa.

Como cálculo de resistência elétrica pode cair no ENEM? MAT0111 Muitas situações, remetem problemas interdisciplinares que envolvem a física e a matemática. A relação entre resistência elétrica, comprimento e área é muito bem explorada na situação a seguir que tem como principal objetivo identificar grandezas diretamente proporcionais e inversamente proporcionais.

(ENEM) A resistência elétrica e as dimensões do condutor


MATEMÁTICA

A resistência R

l fios do mesmo material

A

resistência R

fios do mesmo material

A

resistência R

A

resistência 2R

2

A

resistência R

A

resistência R

l

A

resistência R

2

l

LI SE

fios do mesmo material

l

l

l

5) Uma mina d’água localiza-se na divisa de dois sítios. Os dois proprietários, Sr. Edson e Sr. José, resolveram construir, na saída da mina, uma caixa de água coberta e vão dividir as despesas entre si, em partes inversamente proporcionais às distâncias de suas casas em relação à mina. Se as despesas totalizarem R$5.600,00 e se as casas do Sr. Edson e do Sr. José distam, respectivamente, 5 km e 3km da mina, então, a parte da despesa que caberá ao Sr. Edson é: a) R$ 1.900,00 b) R$ 2.100,00 c) R$ 2.200,00 d) R$ 3.100,00 e) R$ 3.500,00

DE A

fio condutor

d) 42 e) 28

l

ER IA L

(Disponível em: http://www.efeitojoule.com. Acesso em: abr.2010 [adaptado]).

AT

As figuras mostram que as proporcionalidades existentes entre resistência (R) e comprimento(L), resistência (R) e área da secção transversal (A); e entre comprimento(L) e área da secção transversal (A) são, respectivamente: a) Direta, direta e direta; b) Direta, direta e inversa; c) Direta, inversa e direta; d) Inversa, direta e direta; e) Inversa, direta e inversa.

M

Gabarito: C

PRATICANDO

4) (MACKENZIE) Dividindo 70 em partes proporcionais a 2, 3 e 5, a soma entre a menor e a maior parte é:

MAT0112

6) (UFRJ) No mar, a pressão em cada ponto é diretamente proporcional a sua profundidade. Quando a profundidade é igual a 100 metros, a pressão correspondente é de 10,4 atmosferas. Determine a pressão p em um ponto situado a uma profundidade d.

3) Regras de três: simples e composta 3.1) Regra de três simples Quando comparamos duas grandezas proporcionais, relacionando dois valores correspondente de cada, e precisamos determinar um desses quatro valores temos o que chamamos de regra de três simples. grandeza A a1 a2 grandeza B b1 b2 5

EM1MAT01

Considerando os resistores como fios, pode-se exemplificar o estudo das grandezas que influem na resistência elétrica utilizando as figuras seguintes.

a) 35 b) 49 c) 56

A relação da resistência elétrica com as dimensões do condutor foi estudada por um grupo de cientistas por meio de vários experimentos de eletricidade. Eles verificaram que existe proporcionalidade entre: – Resistência (R) e comprimento (L), dada a mesma secção transversal (A); – Resistência (R) e área da secção transversal (A); dado o mesmo comprimento (L); – Comprimento(L), e área dasecção transversal (A); dada a mesma resistência (R).


RAZÕES E PROPORÇÕES: COMO OPERAR GRANDEZAS PROPORCIONAIS

LI SE

12 x

=

24

20

ER IA L

Exemplo 2: Para colocar azulejos num edifício, 5 pedreiros de igual capacidade levam 27 dias. Com apenas 3 desses pedreiros, o mesmo trabalho poderá ser feito em quantos dias? Pedreiros Dias Se são G.I.P. então 5 27 3 x 3x = 135 → x = 45 (GIP) Então 3 pedreiros levarão 45 dias.

3.2) Regra de três composta

EM1MAT01

M

AT

É um método empregado para resolver problemas que envolvam mais de duas grandezas proporcionais. Comparamos cada grandeza com a grandeza principal (a que contém a incógnita) isoladamente. Mantendo a grandeza principal isolada, colocamos todas as outras em forma de produto, porém sempre seguindo o mesmo princípio. GDP você repete, GIP você inverte. Exemplo: Para alimentar 12 porcos durante 20 dias são necessários 400 kg de farelo. Quantos porcos podem ser alimentados com 600 Kg de farelo durante 24 dias? Porcos Dias Farelo(kg) 12 20 400 x 24 600

6

,

400

12

600

x

4x = 60

DE A

Exemplo 1: Se 3 kg de feijão custam R$ 4,00, quanto custarão 9 kg? Peso Preço Se são G.D.P, então 3 4 9 x 3x = 36 → x = 12 (GDP) Então, 9 kg de feijão custarão R$12,00.

Se as grandezas são inversamente proporcionais (G.I.P), então:

Note que: Porcos / Dias → grandezas inversamente proporcionais. (aumentando o número de porcos estaremos diminuindo o número de dias de duração do farelo). Porcos / Farelo → grandezas diretamente proporcionais (aumentando a quantidade de farelo podemos aumentar a quantidade de porcos). =

6

5

,

4

12

6

x

=

MAT0113 Muitas escolas realizam junto aos seus alunos e professores, campanhas de arrecadação de alimentos e roupas e este assunto é abordado frequentemente em avaliações. Uma maneira de contextualizar o tema é utilizar proporcionalidade e regra de três, como veremos na questão a seguir.

(ENEM) Uma escola lançou uma campanha para seus alunos arrecadarem, durante 30 dias, alimentos não perecíveis para doar a uma comunidade carente da região. Vinte alunos aceitaram a tarefa e nos primeiros 10 dias trabalharam 3 horas diárias, arrecadando 12 kg de alimentos por dia. Animados com os resultados, 30 novos alunos somaram-se ao grupo, e passaram a trabalhar 4 horas por dia nos dias seguintes até o término da campanha. Admitindo-se que o ritmo de coleta tenha se mantido constante, a quantidade de alimentos arrecadados ao final do prazo estipulado seria de: a) 920 kg; b) 800 kg; c) 720 kg; d) 600 kg; e) 570 kg.

4 5

x = 15 porcos

Como campanha solidária pode cair no ENEM?

Gabarito: A

Se as grandezas são diretamente proporcionais (G.D.P), então:


LI SE

MATEMÁTICA

A superlotação do mundo

1% da Terra é habitado por metade de sua população total

MAT0114

7) Se 12 operários, trabalhando 10 horas diárias, levantam, em 6 dias, um muro de 20m de comprimento. Em quanto tempo 15 operários, trabalhando 8 horas diárias, levantarão um muro de 30m com a mesma altura e largura do anterior?

AT

8) Um navio dispõe de reservas suficientes para alimentar 14 homens durante 45 dias, mas recebe 4 sobreviventes de um naufrágio. As reservas de alimentos darão para, no máximo, quantos dias?

M

9) (UFF) Um artesão monta 15 pulseiras em 5 horas. Conservadas as condições de trabalho, em 3 horas, dois artesãos montarão: a) 9 pulseiras; b) 10 pulseiras; c) 15 pulseiras; d) 18 pulseiras; e) 20 pulseiras.

10) (ENEM) No monte de Cerro Armazones, no deserto de Atacama, no Chile, ficará o maior telescópio da superfície terrestre, o Telescópio Europeu Extremamente Grande (E-ELT). O E-ELT terá um espelho primário de 42 m de diâmetro do olho humano,“ o maior olho do mundo voltado para o céu”. (http://www.estadao.com.br. em: 27 abr. 2010).

Ao ler esse texto em uma sala de aula, uma professora fez uma suposição de que o diâmetro do olho humano mede, aproximadamente, 2,1 cm. Qual a razão entre o diâmetro aproximado do olho humano, suposto pela professora, e o diâmetro do espelho primário do telescópio citado? a) 1 : 20 d) 1 : 1 000 b) 1 : 100 e) 1 : 2 000 c) 1 : 200 11) (UERJ) Muitas joias são constituídas por ligas feitas de uma mistura de ouro puro com outros metais. Uma joia é considerada de ouro n quilates se n/24 de sua massa for de ouro, sendo n um número inteiro, maior ou igual a 1 e menor ou igual a 24. 7

EM1MAT01

ER IA L

PRATICANDO

DE A

Somos mais de 7 bilhões de pessoas no mundo. Até 2.100 é possível que cheguemos aos 11 bilhões. Esse número assusta e levanta dúvidas sobre a capacidade mundial em atender a essa demanda. Mas, em termos espaciais, ainda somos muito concentrados em pontos específicos. Por que isso ocorre? Saiba mais em nosso portal www.4newsmagazine.com.br #VamosEspalhar


RAZÕES E PROPORÇÕES: COMO OPERAR GRANDEZAS PROPORCIONAIS

LI SE

DE A

12) (ENEM) A figura a seguir mostra as medidas reais de uma aeronave que será fabricada para utilização por companhias de transporte aéreo. Um engenheiro precisa fazer o desenho desse avião em escala de 1:150.

dade de laranjas. Decidiram dividir o trajeto a ser percorrido em duas partes, sendo que ao final da primeira parte eles redistribuiriam a quantidade de laranjas que cada um carregava dependendo do cansaço de cada um. Na primeira parte do trajeto José, Carlos e Paulo dividiram as laranjas na proporção 6:5:4, respectivamente. Na segunda parte do trajeto José, Carlos e Paulo dividiram as laranjas na proporção 4:4:2, respectivamente. Sabendo-se que um deles levou 50 laranjas a mais no segundo trajeto, qual a quantidade de laranjas que José, Carlos e Paulo, nessa ordem, transportaram na segunda parte do trajeto? a) 600, 550, 350; d) 200, 200, 100; b) 300, 300, 150; e) 100, 100, 50. c) 300, 250, 200;

Uma aliança de ouro 15 quilates tem massa igual a 4 g. Para transformar essa aliança em outra, de ouro 18 quilates, mantendo a quantidade dos outros metais, é necessário acrescentar, em sua liga, uma quantidade de gramas de ouro puro equivalente a: a) 1,0 b) 1,5 c) 2,0 d) 3,0

ER IA L

Para o engenheiro fazer esse desenho em uma folha de papel, deixando uma margem de 1 cm em relação às bordas da folha, quais as dimensões mínimas, em centímetros, que essa folha deverá ter? a) 2,9 cm × 3,4 cm; d) 21 cm × 26 cm; b) 3,9 cm × 4,4 cm; e) 192 cm × 242 cm. c) 20 cm × 25 cm;

EM1MAT01

M

AT

13) (ENEM) As Olimpíadas de 2016 serão realizadas na cidade do Rio de Janeiro. Uma das modalidades que trazem esperanças de medalhas para o Brasil é a natação. Piscinas olímpicas têm 50 m de comprimento por 25 m de largura. Se a piscina olímpica fosse representada em uma escala de 1:100, ela ficaria com as medidas de comprimento e largura, respectivamente: a) 0,5 cm e 0,25 cm; d) 500 cm e 250 cm; b) 5 cm e 2,5 cm; e) 200 cm e 400 cm. c) 50 cm e 25 cm; 14) (ENEM) José, Carlos e Paulo devem transportar em suas bicicletas uma certa quanti-

8

15) (ENEM) Uma mãe recorreu a bula para verificar a dosagem de um remédio que precisava dar a seu filho. Na bula, recomendava-se a seguinte dosagem: 5 gotas para cada 2 kg de massa corporal a cada 8 horas. Se a mãe ministrou corretamente 30 gotas do remédio a seu filho a cada 8 horas, então a massa corporal dele é de: a) 12 kg; d) 36 kg; b) 16 kg; e) 75 kg. c) 24 kg; 16) (ENEM) O esporte de alta competição da atualidade produziu uma questão ainda sem resposta: Qual e o limite do corpo humano? O maratonista original, o grego da lenda, morreu de fadiga por ter corrido 42 quilômetros. O americano Dean Karnazes, cruzando sozinho as planícies da Califórnia, conseguiu correr dez vezes mais em 75 horas. Um professor de Educação Física, ao discutir com a turma o texto sobre a capacidade do maratonista americano, desenhou na lousa uma pista reta de 60 centímetros, que representaria o percurso referido. (Disponivel em: http://veja.abril.com.br. Acesso em: 25 jun. 2011 [adaptado]).

Se o percurso de Dean Karnazes fosse também em uma pista reta, qual seria a es-


MATEMÁTICA

b) y 5 x

17) Num vestibular da UFRRJ para o Campus de Três Rios, os candidatos foram divididos em três regiões, a saber: região A – os candidatos oriundos da cidade de Três Rios; região B – aqueles que vêm de outras cidades, mas que estão num raio de, aproximadamente, 20 km; finalmente, a região C – os candidatos oriundos de cidades que distam mais de 20 km de Três Rios. O curso de Administração teve 180 inscritos. Destes, 120 são da região A; 50, da região B, e o restante, da região C. O curso de Economia teve 120 inscritos. Destes, 90 são da região A; 10, da região C, e o restante, da região B. Baseado nos dados acima, do total de candidatos inscritos nesse vestibular, a resposta correta é: a) 11/15 são da região A; b) 1/5 são da região B; c) 7/30 são da região C; d) 7/10 são da região A; e) 1/3 são da região B.

ao se multiplicar o valor de uma delas por um número positivo, o valor da outra é dividido por esse mesmo número. Admita que a nota em matemática e a altura do personagem da tirinha sejam duas grandezas, x e y, inversamente proporcionais. A relação entre x e y pode ser representada por: a) y 32 x

LI SE

cala entre a pista feita pelo professor e a percorrida pelo atleta? a) 1:700 d) 1:700000 b) 1:7000 e) 1:7000000 c) 1:70000

c) y

2 x+1

d) y 2x + 4 3

AT

18) Na UFRJ, estudam 3000 alunos, entre moças e rapazes. Em um dia de temporal, faltaram 2/3 das moças e 7/9 dos rapazes, constatando-se ter sido igual nesse dia o número de moças e rapazes presentes. Qual a quantidade de rapazes que estudam na faculdade?

M

19) (UERJ)

A definição apresentada pelo personagem não está correta, pois, de fato, duas grandezas são inversamente proporcionais quando,

21) (ENEM) Os níveis de irradiância ultravioleta efetiva (IUV) indicam o risco de exposição ao Sol para pessoas de pele do tipo II – pele de pigmentação clara. O tempo de exposição segura (TES) corresponde ao tempo de exposição aos raios solares sem que ocorram queimaduras de pele. A tabela mostra a correlação entre riscos de exposição, IUV e TES. Riscos de exposição Baixo Médio Alto Extremo

IUV 0a2 3a5 6a8 Acima de 8

TES (em minutos) Máximo 60 30 a 60 20 a 30 Máximo 20

Uma das maneiras de se proteger contra queimaduras provocadas pela radiação ultravioleta é o uso dos cremes protetores solares, cujo Fator de Proteção Solar (FPS) é calculado da seguinte maneira: FPS = TPP/TPD TPP = tempo de exposição mínima para produção de vermelhidão na pele protegida (em minutos). 9

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ER IA L

DE A

20) (UNICAMP) A quantia de R$ 1.280,00 deverá ser dividida entre 3 pessoas. Quanto receberá cada uma se: a) A divisão for feita em partes diretamente proporcionais a 8, 5 e 7? b) A divisão for feita em partes inversamente proporcionais a 5, 2 e 10?


RAZÕES E PROPORÇÕES: COMO OPERAR GRANDEZAS PROPORCIONAIS

LI SE

25) (PUC) Paulina está sempre apressada: quando usa a escada rolante de uma certa estação de metrô, costuma subir alguns degraus no percurso para ganhar tempo. Considerando que, quando ela sobe 8 degraus, gasta 50 segundos no percurso de toda a escada e, quando sobe 12 degraus, gasta 40 segundos, então, o total de degraus dessa escada é: a) 22 d) 30 b) 24 e) 32 c) 28

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DE A

22) O proprietário de um posto de venda de combustível detectou um percentual de 30% de álcool em um tanque contendo 6.000 litros de uma mistura de álcool e gasolina. Como a legislação determina um percentual de 24% de álcool na mistura, quantos litros de gasolina deverão ser adicionados a esse tanque para que a exigência seja cumprida? a) 4.560 d) 1.500 b) 2.250 e) 1.440 c) 1.800

três de água, fizemos 24 litros de refresco. Se tivéssemos misturado a mesma quantidade de suco concentrado, na proporção de duas partes de suco para cinco de água, teríamos conseguido fazer: a) 12 litros de refresco; b) 18 litros de refresco; c) 21 litros de refresco; d) 20 litros de refresco; e) 30 litros de refresco.

TPD = tempo de exposição mínima para produção de vermelhidão na pele desprotegida (em minutos). O FPS mínimo que uma pessoa de pele tipo II necessita para evitar queimaduras ao se expor ao Sol, considerando TPP o intervalo das 12:00 às 14:00h, num dia em que a irradiância efetiva é maior que 8, de acordo com os dados fornecidos, é: a) 5 d) 10 b) 6 e) 20 c) 8

APROFUNDANDO

EM1MAT01

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AT

23) Às 8 horas de certo dia, um tanque, cuja capacidade é de 2000 litros, estava cheio de água; entretanto, um furo na base desse tanque fez com que a água por ele escoasse a uma vazão constante. Se às 14 horas desse mesmo dia o tanque estava com apenas 1.760 litros, então a água em seu interior se reduziu à metade às: a) 21 horas do mesmo dia; b) 23 horas do mesmo dia; c) 4 horas do dia seguinte; d) 8 horas do dia seguinte; e) 9 horas do dia seguinte. 24) Misturando suco concentrado líquido e água, na proporção de uma parte de suco para

10

26) (ENEM) Em quase todo o Brasil existem restaurantes em que o cliente, após se servir, pesa o prato de comida e paga o valor correspondente, registrado na nota pela balança. Em um restaurante desse tipo, o preço do quilo era R$ 12,80. Certa vez, a funcionária digitou por engano na balança eletrônica o valor R$ 18,20 e só percebeu o erro algum tempo depois, quando vários clientes já estavam almoçando. Ela fez alguns cálculos e verificou que o erro seria corrigido se o valor incorreto indicado na nota dos clientes fosse multiplicado por: a) 0,54 d) 1,28 b) 0,65 e) 1,42 c) 0,70 27) (UNICAMP) Retiram-se x litros de vinho de um barril de 100 litros e adicionam-se, ao mesmo barril, x litros de água. Da mistura resultante no barril, retiram-se outros x litros e adicionam-se outros x, litros de água. Agora o barril contém 64 litros de vinho e 36 de água. Calcule o valor de x.


MATEMÁTICA

32) (UFRJ) Na tabela a seguir, um determinado sanduíche é utilizado como padrão de comparação do poder de compra dos trabalhadores de seis cidades diferentes. Na cidade de São Paulo, o menor número de minutos necessários para comprar um único sanduíche é representado por x.

NÁ Cidade

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DE A

29) (ENEM) Um engenheiro, para calcular a área de uma cidade, copiou sua planta numa folha de papel de boa qualidade, recortou e pesou numa balança de precisão, obtendo 40 g. Em seguida, recortou, do mesmo desenho, uma praça de dimensões reais 100 m × 100 m, pesou o recorte na mesma balança e obteve 0,08g. Com esses dados foi possível dizer que a área da cidade, em metros quadrados, é de, aproximadamente: a) 800 d) 400 000 b) 10 000 e) 5 000 000 c) 320 000 30) (UERJ) Observe a tirinha abaixo, publicada no jornal O Globo:

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Urbano gasta, por dia, meio quilograma de milho para alimentar os pombos da praça. Admitindo que a quantidade de pombos triplique e o consumo de cada pombo permaneça constante, a quantidade de milho que Urbano gastará por semana é: a) 7,5 kg; c) 10,5 kg; b) 9,0 kg; d) 12,0 kg. 31) Uma confeiteira deseja comprar 2,6 kg de achocolatado em um supermercado, que é vendido em embalagens de 200 g, 400 g e

Número mínimo de minutos de trabalho para se comprar apenas um sanduíche padrão

Número de sanduíches padrão que podem ser comprados com um salário médio

Tóquio

10

1100

Nova York

11

1000

Londres

15

730

São Paulo

x

260

Buenos Aires

50

220

Lima

62

180

Considere que a jornada de trabalho é a mesma em todas as cidades. O valor aproximado de x corresponde a: a) 48 c) 42 b) 46 d) 40 33) (ENEM) O hábito de comer um prato de folhas todo dia faz proezas para o corpo. Uma das formas de variar o sabor das saladas é experimentar diferentes molhos. Um molho de iogurte com mostarda contém 2 colheres de sopa de iogurte desnatado, 1 colher de sopa de mostarda, 4 colheres de sopa de água, 2 colheres de sopa de azeite. (DESGUALDO. P. Os Segredos da Supersalada. Revista Saúde. Jan. 2010).

Considerando que uma colher de sopa equivale a, aproximadamente, 15 mL, qual é o número máximo de doses desse molho que se faz utilizando 1,5 L de azeite e mantendo a proporcionalidade das quantidades dos demais ingredientes? 11

EM1MAT01

28) (UFRRJ) Uma empresa automobilística lança no mercado um novo modelo de carro popular que roda 510 km com 40 litros de gasolina. Sabendo que a capacidade do tanque de gasolina desse modelo é de 52 litros, pode-se concluir que, com o tanque cheio, o carro rodará: a) 600 km; d) 720 km; b) 663 km; e) 760 km. c) 696 km;

1 kg, a R$ 1,80, R$ 2,80 e R$ 6,80, respectivamente. Quantas unidades de cada tipo de embalagem ela deve comprar para gastar o menor valor possível?

LI SE

MAT0110


RAZÕES E PROPORÇÕES: COMO OPERAR GRANDEZAS PROPORCIONAIS

a) 6 milhões; b) 33 milhões; c) 78 milhões;

36) (UERJ) Na imagem da etiqueta, informa-se o valor a ser pago por 0,256 kg de peito de peru.

O valor, em reais, de um quilograma desse produto é igual a: a) 25,60 c) 40,00 b) 32,76 d) 50,00

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34) (ENEM) Uma cooperativa de colheita propôs a um fazendeiro um contrato de trabalho nos seguintes termos: a cooperativa forneceria 12 trabalhadores e 4 máquinas, em um regime de trabalho de 6 horas diárias, capazes de colher 20 hectares de milho por dia, ao custo de R$ 10,00 por trabalhador por dia de trabalho, e R$ 1.000,00 pelo aluguel diário de cada máquina. O fazendeiro argumentou que fecharia contrato se a cooperativa colhesse 180 hectares de milho em 6 dias, com gasto inferior a R$ 25.000,00. Para atender às exigências do fazendeiro e supondo que o ritmo dos trabalhadores e das máquinas seja constante, a cooperativa deveria: a) Manter sua proposta; b) Oferecer 4 máquinas a mais; c) Oferecer 6 trabalhadores a mais; d) Aumentar a jornada de trabalho para 9 horas diárias; e) Reduzir em R$ 400,00 o valor do aluguel diário de uma máquina.

d) 146 milhões; e) 384 milhões

LI SE

d) 200 e) 500

a) 5 b) 20 c) 50

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35) (ENEM) Há um novo impulso para produzir combustível a partir de gordura animal. Em abril, a High Plains Bioenergy inaugurou uma biorrefinaria próxima a uma fábrica de processamento de carne suína em Guymon, Oklahoma. A refinaria converte a gordura do porco, juntamente como óleo vegetal, em biodiesel. A expectativa da fábrica é transformar 14 milhões de quilogramas de banha em 112 milhões de litros de biodiesel. (Revista Scientific American. Brasil, ago. 2009 [aaptado]).

Considere que haja uma proporção direta entre a massa de banha transformada e o volume debiodiesel produzido. Para produzir 48 milhões de litros de biodiesel, a massa de banha necessária, em quilogramas, será de, aproximadamente:

12

37) (UERJ) Em uma viagem ao exterior, o carro de um turista brasileiro consumiu, em uma semana, 50 galões de gasolina, a um custo total de 152 dólares. Considere que um dólar, durante a semana da viagem, valia 1,60 reais e que a capacidade do galão é de 3,8 L. Durante essa semana, o valor, em reais, de 1L de gasolina era de: a) 1,28 c) 1,75 b) 1,40 d) 1,90 38) Embalando alimentos doados para o programa “Fome Zero”, 4 voluntários gastaram 75 horas. Se fosse possível contar com 12 voluntários, trabalhando no mesmo ritmo daqueles 4, em quanto tempo o trabalho teria sido feito? 39) Para abrir uma valeta de 50m de comprimento e 2m de profundidade, 10 operários levam 6 dias. Quantos dias são necessários para abrir 80m de valeta com 3m de profundidade, dispondo de 16 operários? 40) Uma torneira goteja 7 vezes a cada 20 segundos. Admitindo que as gotas tenham sempre volume igual a 0,2 ml, determine o volume de água que vaza por hora.


41) Certa tarefa seria executada por 15 operários trabalhando 8 horas por dia, durante 20 dias. Se 5 trabalhadores foram transferidos quando completados 13 dias do início da tarefa, em quantos dias os 10 trabalhadores restantes concluirão a tarefa, se, agora, eles trabalharão 7 horas por dia?

LI SE

MATEMÁTICA

DESAFIANDO

DE A

42) (UERJ) O excesso de gordura no organismo é nocivo à saúde. Considere uma pessoa, com massa corporal estável, que deseje perder gordura, sem alterar sua dieta alimentar. Para essa pessoa, um dispêndio energético de 9 kcal em atividades físicas corresponde à perda de 1g de gordura corporal. Para perder 6,0 kg de gordura, o tempo, em minutos, que ela necessita dedicar à atividades físicas, despendendo, em média, 12 kcal/min, corresponde a: a) 2,0 × 102 c) 8,0 × 104 3 b) 4,5 × 10 d) 6,0 × 105

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43) (FUVEST) O Sr. Reginaldo tem dois filhos, nascidos, respectivamente, em 1/1/2000 e 1/1/2004. Em testamento, ele estipulou que sua fortuna deve ser dividida entre os dois filhos de tal forma que: I) Os valores sejam proporcionais às idades; II) O filho mais novo receba, pelo menos, 75% do valor que o mais velho receber. O primeiro dia no qual o testamento poderá ser cumprido é: a) 1/1/2013 d) 1/1/2016 b) 1/1/2014 e) 1/1/2017 c) 1/1/2015

AT

44) (UFRJ) O tampo de uma mesa retangular foi medido por Paulo utilizando palitos de fósforo e palmos de sua própria mão. A maior dimensão do tampo é igual ao comprimento de 60 palitos de fósforo. Medida em palmos, essa maior dimensão é equivalente a 12 palmos. A menor dimensão do tampo de mesa é igual ao comprimento de 5 palmos. Determine a quantidade de palitos de fósforo correspondente ao menor comprimento do tampo da mesa.

13

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45) (UFF) Em situações do cotidiano, é comum usar-se como unidade de medida o palmo (da própria mão). Porém , essa unidade varia de pessoa para pessoa. João mediu o comprimento de uma peça de tecido e encontrou 30 palmos. Alfredo encontrou, para a mesma peça de tecido, 27 palmos. Pode-se afirmar que 10 palmos de João equivalem a: a) 0,1 palmo de Alfredo; d) 10 palmos de Alfredo; b) 0,9 palmo de Alfredo; e) 11,1 palmos de Alfredo. c) 9 palmos de Alfredo;


RAZÕES E PROPORÇÕES: COMO OPERAR GRANDEZAS PROPORCIONAIS

LI SE

PESQUISANDO Você sabia que uma das razões mais conhecidas na matemática é o número π (PI)? Pesquise como surgiu essa razão e o que ela significa. Por que não podemos dizer que o número π é igual a 3,14? O número π faz parte de qual conjunto numérico?

DE A

Além disso, registre as fórmulas do comprimento de uma circunferência e da área do círculo em seu caderno, pois essas possuem o número π.

RESUMINDO

• Razão é a divisão entre dois números;

• Proporção é a igualdade de duas razões.

• Sendo a/b=c/d uma proporção, temos as seguintes propriedades: a

=

c

;

ER IA L

• 1a propriedade:

b d a + b • 2a propriedade: = b

• 3a propriedade:

• 4 a propriedade:

a+b

b+d

a+b

b+d

=

=

c+d d

a

=

b

a2

b

2

=

; c d c d

; ;

AT

• Duas grandezas são diretamente proporcionais se, e somente se, as razões entre os valores correspondentes dessas grandezas forem constantes. Ou seja, uma grandeza afeta a outra de forma direta; • Duas grandezas são inversamente proporcionais se, e somente se, os produtos entre os valores correspondentes dessas grandezas forem constantes. Ou seja, uma grandeza afeta a outra de forma inversa;

M

• A comparação entre duas grandezas proporcionais, relacionando dois valores correspondentes de cada, é chamada de regra de três simples;

EM1MAT01

• A comparação entre mais de duas grandezas proporcionais, relacionando mais de dois valores correspondentes de cada, é chamada de regra de três composta.

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AT ER IA L DE A NÁ

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QUÍMICA 1o ANO


LI SE

Direção Executiva: Fabio Benites

DE A

Diagramação, Ilustração de capa e Projeto Gráfico: Alan Giles Dominique Coutinho Erlon Pedro Pereira

Gestão Editorial: Maria Izadora Zarro

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Irium Editora Ltda Rua Desembargador Izidro, no 114 Tijuca - RJ CEP: 20521-160 Fone: (21) 2560-1349 www.irium.com.br

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ATOMÍSTICA: O QUE PRECISAMOS SABER SOBRE O ÁTOMO?

Objetivos de aprendizagem:

• Reconhecer os modelos de Dalton, Thomson e Rutherford: as ideias da constituição atômica da matéria, da sua natureza elétrica e do átomo planetário; • Estudar o modelo atual;

AT

• Aprender o que são números quânticos e como eles nos ajudam a localizar os elétrons na eletrosfera;

M

• Organizar as informações sobre os modelos atômicos e concluir como cada um contribuiu para o atual modelo. Revisar os principais conceitos.

(Disponível em: www.istockphoto.com.br. Acesso em: julho de 2016)


DE A

O que são essas partículas?

LI SE

ATOMÍSTICA: O QUE PRECISAMOS SABER SOBRE O ÁTOMO?

(Disponível em: http://quimicaanimadadofeijao.blogspot.com.br/2012/06/evolucaodos-modelos-atomicos.html. Acesso em: julho de 2016)

AT

ER IA L

A curiosidade e as tentativas de explicar e de prever o comportamento dos diferentes tipos de matéria acompanham o homem há muito tempo. Na Grécia Antiga, Demócrito e Leucipo, acreditando que todas as matérias eram constituídas por partículas mínimas e indivisíveis, nomearam essas partículas de “átomo” (a = não; tomo = divisão). Entretanto, como a base era apenas filosófica, e não experimental, não podemos considerar essa ideia como uma teoria. Como conhecer algo tão extraordinariamente pequeno? Como saber se o átomo é divisível ou não? A busca por essas respostas é longa e ainda não parou. Desde a proposição do primeiro modelo atômico, em 1808, muitas ideias foram comprovadas e outras, refutadas. Você sabia que o átomo é, sim, divisível? E que, além disso, é possível conhecer características de suas subpartículas? Descubra como isso se deu!

1) Modelos atômicos

EM1QUI01

M

O John Dalton, em 1808, propôs o primeiro modelo atômico baseado em experiências. Para ele, o átomo seria uma esfera pequena e maciça, ou seja, totalmente preenchida e sem espaços vazios. Essa esfera seria indivisível e indestrutível, já que era impossível dividi-la em subunidades menores. Considerava-se, também, que um átomo não poderia ser transformado em outros átomos e que todos

2

os átomos de um mesmo elemento químico eram iguais em massa, tamanho e em suas propriedades, ou seja, possuíam a mesma identidade química. Portanto, átomos de elementos diferentes possuem propriedades químicas e físicas diferentes. A combinação de átomos de elementos iguais ou distintos, em várias proporções simples, constituía um composto, no qual cada átomo guarda sua identidade química e forma átomos complexos: as moléculas.


QUÍMICA

LI SE

bomba de vácuo - cátodo

campo elétrico

+ ânodo

alta voltagem

(Disponível em: espetacularquimica.blogspot.com/ Acesso em: julho de 2016)

O modelo da esfera pequena, maciça e indivisível de Dalton ficou conhecido como modelo da bola de bilhar. E ele só foi aceito até o final do século XIX, quando surgiram novas descobertas sobre o átomo. O modelo seguinte, publicado por J. J. Thomson, apresentava novidades sobre o átomo. Ao contrário de Dalton, Thomson defendia que partículas menores, de carga negativa, compunham o átomo e isso foi comprovado por experimentos em tubos de descarga com gases, que envolviam raios catódicos. Dessa forma, concluía-se que o átomo apresentava natureza elétrica e era divisível. Mas não confunda: o átomo, em sua totalidade, seria eletricamente neutro por apresentar o mesmo número de cargas negativas e positivas. Segundo o modelo de Thomson, essas cargas positivas encontravam-se espalhadas uniformemente por toda a eletrosfera, formando uma massa compacta e uniforme; os elétrons, por sua vez, estariam encaixados na superfície, espaçados de maneira também uniforme. Devido ao formato que se imaginava, tal modelo ficou conhecido como Modelo do pudim de passas – Pudding plum. O modelo de Thomson permitia o entendimento da corrente elétrica (um fluxo de elétrons), da formação de íons (falta ou excesso de elétrons) e até de descargas elétricas em gases (elétrons sendo arrancados).

Observação

+ ânodo

AT

- cátodo

- cátodo

A

Experimentos conduzidos pelo cientista alemão Eugene Goldstein, no final do século XIX, constataram a presença de cargas positivas com valores iguais às dos elétrons, denominadas de prótons. Esses experimentos, que envolviam tubos de descarga com gases, raios catódicos e raios anódicos, mostraram que o átomo possui partículas positivas e negativas. Como Thomson não levava em conta a presença dos prótons tornou-se necessária a criação de um novo modelo atômico. cátodo

+ ânodo

-

+ + -

+

-

-

- ânodo

-

(Disponível em: espetacularquimica.blogspot.com/. Acesso em: julho de 2016)

(Disponível em: espetacularquimica.blogspot.com/Acesso em: julho de 2016)

3

EM1QUI01

M

bomba de vácuo

A massa do elétron, no entanto, é considerada desprezível se comparada aos valores das massas do próton e do nêutron.

-

ER IA L

DE A

Em 1908, a partir do experimento da gota de óleo, Robert Andrews Millikan calculou o valor da carga de um elétron. Ele utilizou o valor da razão carga-massa, calculado por Thomson (1,76 x 108 C/g), descobrindo que a carga equivale a –1,602 x 10 -19 C e a massa, a 9,11 x 10 –28g.


ATOMÍSTICA: O QUE PRECISAMOS SABER SOBRE O ÁTOMO?

bloco de chumbo

sulfeto de zinco

polônio 3 3

2

lâmina de ouro

1

ER IA L

2

(Disponível em: alunosonline.vol.com.br. Acesso em: julho de 2016)

Po

Pb

Au

Pb

partículas Alfa

ZnS

AT

(Disponível em: espetacularquimica.blogspot.com/. Acesso em: julho de 2016)

EM1QUI01

M

A partir dessas observações, Rutherford concluiu que o átomo apresentava duas regiões: o núcleo, que concentrava a massa do átomo e que seria constituído pelos prótons, partículas que serviram de obstáculo para a propagação de algumas das partículas alfa; a eletrosfera, onde os elétrons, de massa muito menor que a dos prótons, estavam dispersos. Por esse motivo, a maior parte das partículas alfa atravessava a lâmina e Rutherford con-

4

LI SE

cluiu que os átomos apresentavam grandes espaços vazios. Seu modelo ficou conhecido como Modelo planetário, por propor que os elétrons giravam ao redor do núcleo, descrevendo órbitas circulares. Infelizmente, o modelo tinha uma limitação. Na época, já sabiam que uma partícula com carga elétrica e em movimento perde sua energia. Ao perder energia, perde movimento também e o elétron se depositaria sobre o núcleo. Dessa forma, o átomo seria instável e se autodestruiria – o átomo entraria em colapso. Rutherford não conseguiu explicar tal contradição de forma satisfatória. Apesar de ele ter sugerido a existência de partículas de carga neutra no núcleo atômico, não foi ele quem descobriu os nêutrons. Niels Bohr fez ajustes no modelo de Rutherford e obteve êxito para explicar as limitações deste. Para o seu modelo, de 1913, Bohr utilizou os resultados obtidos em experimentos que aqueciam átomos de determinados elementos químicos e obrigavam, assim, os elétrons a se afastarem do núcleo. Ele concluiu que os elétrons se movem em órbitas circulares ao redor do núcleo e que cada uma deles corresponde a um nível de energia. Quanto mais distantes do núcleo, maior será a energia do nível de energia – ou camada eletrônica. Ao serem aquecidos, os elétrons absorvem conteúdos específicos de energia: para ir de uma camada a outra (da camada 1 até a camada 2, por exemplo), um elétron absorve um conteúdo de energia diferente daquele absorvido para um elétron do mesmo átomo saltar da camada 3 para a camada 4. Portanto, os elétrons de um átomo apresentam energia quantizada (quantum = fóton = energia específica). Bohr também verificou que o elétron, ao saltar e voltar para a sua camada eletrônica de origem, libera um conteúdo energético igual ao conteúdo energético absorvido anteriormente. Essa energia é emitida sob a forma de luz e a cor emitida depende da quantidade de energia associada.

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Um modelo mais aprimorado que o de Thomson veio após a experiência de Rutherford. Becquerel, em 1896, descobriu que o elemento Urânio emitia radiações semelhantes aos raios X e, em seguida, Ernest Rutherford verificou que essas emissões radioativas se subdividiam quando submetidas a um campo elétrico. Em seu famoso experimento, Rutherford observou que a maior parte das partículas alfa atravessava a lâmina sem sofrer desvios, enquanto uma pequena quantidade sofria desvios. Apenas uma parte mínima não conseguia atravessar a lâmina e voltava para a direção de onde eram lançadas, ou seja, eram rebatidas.


QUÍMICA

10-14

400

10-12

Ult

10-10

10-8

ta

iole

rav

Raios-X

500

lho

rme

ave

Infr

10-4

radar

Ondas FM TV Curtas AM

10-2 1

600

2

700

comprimento de onda (mm)

102

104

1

Espectro de luz visível

(Disponível em: www.artprotest.com.br. Acesso em: julho de 2016)

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DE A

Se um átomo é aquecido e qualquer um de seus elétrons não absorve energia, estes elétrons não passam de uma órbita a outra, ou seja, permanecem na mesma órbita. Logo, não ocorrem absorção nem liberação de energia: o elétron continua em movimento sem alterar a sua velocidade e, por esse motivo, não se deposita sobre o núcleo. Além de Dalton, Thomson, Rutherford e Bohr, outras figuras apareceram na história contribuindo para o que conhecemos atualmente sobre o átomo. Em 1923, Louis de

Broglie apresentou o comportamento dualístico do elétron, unindo o caráter ondulatório, proposto por Max Planck, e de partícula, proposto por Albert Einstein. Mais tarde, em 1932, James Chadwick foi o responsável pela condução dos experimentos que levaram ao descobrimento dos nêutrons, através do bombardeamento de átomos de berílio-9 por 4 12 partículas alfa: 4Be9 + 2α → 6C + 0n1 Arnold Sommerfeld, ao pesquisar o átomo, concluiu que os elétrons de um mesmo nível ocupam orbitas de trajetórias diferentes (circulares e elípticas), a que denominou de subníveis, que podem ser de quatro tipos: s, p, d, f. Em 1936, Erwin Schröedinger formulou a “Teoria da Mecânica Ondulatória” que conceituou “orbital” como a região do espaço ao redor do núcleo onde existe a máxima probabilidade de se encontrar o elétron.

LI SE

Raios Gama

Brasil registra 1 milhão de vítimas de queimaduras por ano

No mês de junho, por conta das festas Juninas, a incidência de vítimas de queimaduras cresce no Brasil devido ao uso de fogos de artifícios

5

EM1QUI01

M

AT

Nas comemorações de final de anos, nos reunimos com familiares e amigos para ver os tão famosos e lindos fogos de artifícios nas praias ou em junho nas festas de São João, não é mesmo?! Mas, não é tão lindo assim, pois as lesões provocadas por estes são graves e difíceis de recuperar. Por conta do crescimento de vítimas no mês de junho, foi criado o Dia Nacional de Luta Contra as Queimaduras, que é celebrado em 06 de junho. Saiba mais em www.4newsmagazine.com.br #CuidadoComOsFogosDeArtifícios #QueimadurasNão


ATOMÍSTICA: O QUE PRECISAMOS SABER SOBRE O ÁTOMO?

LI SE

2) Com relação à estrutura do átomo, assinale a alternativa correta: a) O átomo é maciço; b) A massa do átomo está fundamentalmente concentrada no seu núcleo; c) No núcleo encontram-se prótons e elétrons; d) A massa do elétron é igual à massa do próton; e) Átomos de um mesmo elemento químico são todos iguais.

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DE A

Um experimento facilmente realizado e que comprova a teoria atômica de Niels Bohr é o teste de chama. Esse experimento é baseado no fato de que quando certa quantidade de energia (cedida através do aquecimento) é fornecida a um determinado elemento químico (no caso da chama, energia em forma de calor), alguns elétrons da última camada de valência absorvem esta energia, passando para um nível de energia mais elevado, produzindo o que chamamos de estado excitado. Quando um desses elétrons excitados retorna ao estado fundamental, ele libera a energia recebida anteriormente em forma de radiação. Cada elemento libera a radiação em um comprimento de onda característico, pois a quantidade de energia necessária para excitar um elétron é única para cada elemento. A radiação liberada por alguns elementos possui comprimento de onda na faixa do espectro visível, ou seja, o olho humano é capaz de enxergá-las através de cores. Assim, é possível identificar a presença de certos elementos devido à cor característica que eles emitem quando aquecidos numa chama.

são apontados como autores de modelos atômicos. a) Dalton, Thomson, Rutherford e Bohr; b) Thomson, Millikan, Dalton e Rutherford; c) Avogadro, Thomson, Bohr e Rutherford; d) Lavoisier, Proust, Gay-Lussac e Thomson; e) Rutherford, Dalton, Bohr e Avogadro.

Observação

(Disponível em: objetoseducacionais2.mec.gov.br. Acesso em: julho de 2016)

M

AT

Diferentes sais ou suas soluções aquosas produzem chamas de diferentes cores durante a realização do teste de chama.

EM1QUI01

PRATICANDO

1) (ITA) Historicamente, a teoria atômica recebeu várias contribuições de cientistas. Assinale a opção que apresenta, na ordem cronológica CORRETA, os nomes de cientistas que

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3) (UERJ) Há mais de 100 anos, J.J. Thomson determinou, pela primeira vez, a relação entre a massa e a carga do elétron, o que pode ser considerado como a descoberta do elétron. É reconhecida como uma contribuição de Thomson ao modelo atômico: a) O átomo ser indivisível; b) A existência de partículas subatômicas; c) Os elétrons ocuparem níveis discretos de energia; d) Os elétrons girarem em órbitas circulares ao redor do núcleo; e) O átomo possuir um núcleo com carga positiva e uma eletrosfera. 4) (UERJ) Em 1911, o cientista Ernest Rutherford realizou um experimento que consistiu em bombardear uma finíssima lâmina de ouro com partículas α, emitidas por um elemento radioativo, e observou que: I) A grande maioria das partículas α atravessava a lâmina de ouro sem sofrer desvios ou sofrendo desvios muito pequenos; II) Uma em cada dez mil partículas α era desviada para um ângulo maior que 90°.


QUÍMICA

2) O estudo do átomo

LI SE

De acordo com modelo moderno do átomo, ele é formado por um núcleo com carga positiva cercado por elétrons com carga negativa. O núcleo é responsável por quase toda a massa do átomo, pois a massa do elétron é cerca de 1836 vezes menor que as massas de um próton e de um nêutron. Por esse motivo, considera-se que o elétron tem massa desprezível:

Massas e cargas reais

Massas e cargas relativas

Massa (grama)

Carga (coulomb)

Massa

Carga

Elétron

9,109 x 10 –28

–1,602 x 10 –19

0

–1

Próton

1,672 x 10

+1,602 x 10

1

+1

1

0

Partícula

DE A

5) (UERJ) Observe os esquemas a seguir, que representam experimentos envolvendo raios catódicos:

+ ânodo

- cátodo

Nêutron

ER IA L

(Disponível em: espetacularquimica.blogspot.com/. Acesso em: julho de 2016)

bomba de vácuo

- cátodo

+ ânodo

-

+

feixe

alta voltagem

AT

(Disponível em: espetacularquimica.blogspot.com/. Acesso em: julho de 2016)

M

Desses experimentos resultou a descoberta de uma partícula subatômica. As propriedades massa e carga elétrica desta partícula apresentam, respectivamente, a seguinte caracterização: a) Igual a zero, igual a zero; b) Igual a zero, maior que zero; c) Diferente de zero, igual a zero; d) Diferente de zero, menor que zero.

–24

1,675 x 10 –24

0

–19

Em comparação com o tamanho do núcleo, o espaço ocupado pelos elétrons, chamado de eletrosfera, é enorme. Comparativamente, se o núcleo de um átomo tivesse o tamanho de uma mosca no centro de um estádio de futebol, o espaço ocupado pelos elétrons seria equivalente ao tamanho do estádio inteiro. O átomo é eletricamente neutro, ou seja, não possui carga: a carga positiva do núcleo cancela exatamente a carga negativa dos elétrons que o cercam. O núcleo atômico também contém outras partículas além dos prótons, que são eletricamente neutras e chamadas de nêutrons (n). Os nêutrons não afetam a carga do núcleo, mas aumentam a massa dele. Chamamos de número atômico (Z) o número de prótons presentes no núcleo de um átomo. Cada elemento químico possui um número atômico. Como apenas os prótons e os nêutrons possuem massas consideráveis, ao somá-las chegamos ao número de massa, simbolizado pela letra A. Podemos simbolizar essa relação com uma expressão matemática: A=Z+n

7

EM1QUI01

Com base nas observações anterior, Rutherford pôde chegar à seguinte conclusão quanto à estrutura do átomo: a) O átomo é maciço e eletricamente neutro; b) A carga elétrica do elétron é negativa e puntiforme; c) O ouro é radioativo e um bom condutor de corrente elétrica; d) O núcleo do átomo é pequeno e contém a maior parte da massa.


ATOMÍSTICA: O QUE PRECISAMOS SABER SOBRE O ÁTOMO?

número de nêutrons). Os isóbaros, por sua vez, apresentam o mesmo número de massa (a letra A, na palavra “isóbaros”).

LI SE

A União Internacional de Química Pura e Aplicada, IUPAC, recomenda que um átomo seja representado da forma abaixo:

Isótonos

3) Semelhança entre átomos

A = 40

n = 56 – 26 = 30

A = 40

Observe que os símbolos serão diferentes quando os números atômicos dos átomos também o são. É importante ter em mente que apenas um dos números de dois ou mais átomos devem ser iguais. Se dois números forem iguais, teremos o mesmo átomo.

AT

ER IA L

DE A

Após a criação dos espectrômetros de massas, instrumentos que possibilitam a determinação da massa de um átomo, verificou-se que átomos de mesmo número atômico apresentavam massas diferentes. Foi neste momento que os cientistas propuseram a existência dos nêutrons. Hoje, entende-se que essa diferença de massa se deve à diferença na quantidade de nêutrons no núcleo. Todos os átomos de neônio, por exemplo, possuem número atômico 10, mas nem todos eles possuem a mesma quantidade de nêutrons, logo nem todos possuem o mesmo número de massa. Chamamos os átomos de mesmo número atômico e diferentes números de massa de isótopos do elemento. Lembre-se que a letra p, encontrada na palavra isótopos, representa o número de prótons, que é igual ao número atômico. O hidrogênio possui três isótopos, todos com apenas um próton, ou seja, número atômico 1:

n = 55 – 25 = 30

Inicialmente, escrevemos o símbolo do elemento químico. Em seguida, acima do símbolo, escrevemos o seu número de massa e abaixo, o número atômico. Não importa se os números são colocados do lado esquerdo ou direito do símbolo.

Isóbaros

EM1QUI01

M

Podemos observar semelhanças, também, entre elementos químicos diferentes: dois ou mais átomos podem apresentar o mesmo número de massa ou de nêutrons. Enquanto os isótopos possuem o mesmo número de prótons e, consequentemente, consistem no mesmo elemento químico, os isótonos são átomos de elementos químicos diferentes e que possuem o mesmo número de nêutrons (a letra n, na palavra “isótonos”, representa o

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4) Íons Desde o modelo atômico de Thomson, sabemos que o átomo é eletricamente neutro, já que as partículas positivas (prótons) e as partículas negativas (neutras) se apresentam em mesmo número e se cancelam. Quando um átomo recebe ou libera um conteúdo especifico de energia, é possível que ele perca ou ganhe, respectivamente, um elétron. Quando isso acontece, a espécie química formada apresenta desequilíbrio elétrico e a chamamos de íon. Um átomo que perde elétrons torna-se um cátion positivo, chamado de cátion. Ao contrário, um átomo que recebe elétrons adquire carga negativa e é chamado de ânion. Considere um átomo do elemento químico sódio, representado por Na, e que apresenta número atômico 11. Como Z = p = e, este átomo apresenta 11 elétrons e 11 prótons.

11 p

11 e


QUÍMICA

Cedendo energia a este átomo, ele perderá um de seus elétrons. Desta forma o cátion sódio seria representado por:

10 e

PRATICANDO

6) (UNIRIO) A análise arqueológica dos restos de cabelos e ossos (...) pode dar informações sobre a alimentação de uma pessoa. O nitrogênio 15 revela o quanto o indivíduo dependia de proteína animal ou vegetal, enquanto o carbono 13 indica o tipo de planta que a pessoa comia e se os frutos do mar ou os alimentos da terra prevaleciam na dieta.

M

AT

ER IA L

DE A

O cátion formado apresenta 11 prótons (carga +11) e 10 elétrons (carga –10). Somando-se +11+(–10), temos como resultado o valor +1. Portanto, quem perde um elétron passa a apresentar carga +1. Se houvesse a perda de dois elétrons, a carga resultante seria +2. Um átomo com tendência a ganhar elétrons terá carga resultante negativa. Esse é o caso do enxofre, representado por S, de número atômico 16. Quando esse átomo ganha dois elétrons, o ânion formado apresenta 16 prótons (carga +16) e 18 elétrons (carga –18). Somando-se +16+(–18), temos o valor –2. Resumindo: Quem perde elétrons apresenta carga positiva. Quem ganha elétrons apresenta carga negativa. Para os íons, consideramos a relação Z = p ≠ e. Da mesma forma que átomos de elementos químicos diferentes podem apresentar o mesmo número de massa ou de nêutrons, átomos, íons e moléculas (união de dois ou mais átomos) podem apresentar o mesmo número de elétrons. Essas espécies recebem o nome de isoeletrônicas. Observe o exemplo abaixo: Ne (Z = 10) Na+ (Z = 11) Mg2+ (Z = 12) F – (Z = 9) Al (Z = 13)

(Scientific American, 2003)

Determine, apresentando os cálculos, o número de nêutrons existente no N15 e no C13. 7) (UERJ) O cátion que apresenta o mesmo número de elétrons do 14C é: a) N+ b) C++ c) P+++ d) Si++++ 8) (UERJ) A descoberta dos isótopos foi de grande importância para o conhecimento da estrutura atômica da matéria. Sabe-se, hoje, que os isótopos 54Fe e 56Fe têm, respectivamente, 28 e 30 nêutrons. A razão entre as cargas elétricas dos núcleos dos isótopos 54Fe e 56 Fe é igual a: a) 0,5 b) 1,0 c) 1,5 d) 2,0

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EM1QUI01

Representação do cátion sódio

11 p

Os átomos nêutrons, ou seja, de carga resultante nula, tem número de elétrons igual ao de prótons. Portanto, o neônio (Ne) tem 10 elétrons e o alumínio (Al), 13 elétrons. O sódio (Na), por apresentar carga +1, perdeu um elétron e possui, portanto, apenas 10 (11 – 1). O magnésio (Mg), por sua vez, apresenta carga +2 e, consequentemente, 10 elétrons. O flúor (F), de carga –1, possuirá 10 elétrons também. Desta forma, Ne, Na+, Mg2+ e F– são espécies isoeletrônicas.

LI SE

Representação do átomo de sódio


ATOMÍSTICA: O QUE PRECISAMOS SABER SOBRE O ÁTOMO?

LI SE

O envenenamento por chumbo é um problema relatado desde a Antiguidade, pois os romanos utilizavam este metal em dutos de água e recipientes para cozinhar. No corpo humano, com o passar do tempo, o chumbo deposita-se nos ossos, substituindo o cálcio. Isto ocorre porque os íons Pb+2 e Ca+2 são similares em tamanho, fazendo com que a absorção de chumbo pelo organismo aumente em pessoas que têm deficiência de cálcio. Com relação ao Pb+2, seu número de prótons, nêutrons e elétrons são, respectivamente: a) 82,125 e 80 b) 82,125 e 84 c) 84,125 e 82 d) 82,127 e 80 e) 84,127 e 82

ER IA L

DE A

9) (UFF) Alguns estudantes de Química, avaliando seus conhecimentos relativos a conceitos básicos para o estudo do átomo, analisam as seguintes afirmativas: I) Átomos isótopos são aqueles que possuem mesmo número atômico e números de massa diferentes; II) O número atômico de um elemento corresponde à soma do número de prótons com o de nêutrons; III) O número de massa de um átomo, em particular, é a soma do número de prótons com o de elétrons; IV) Átomos isóbaros são aqueles que possuem números atômicos diferentes e mesmo número de massa; V) Átomos isótonos são aqueles que apresentam números atômicos diferentes, números de massa diferentes e mesmo número de nêutrons. Esses estudantes concluem, corretamente, que as afirmativas verdadeiras são as indicadas por: a) I, III e V b) I, IV e V c) II e III d) II, III e V e) II e V 10) (UERJ) A análise da Classificação Periódica dos Elementos permite ao estudante fazer analogias entre átomos, íons e moléculas. Considere as seguintes espécies químicas: +

2–

AT

NH4 NH3 O N2H4 Cl–

Dentre essas espécies, identifique os íons isoeletrônicos.

M

11) (UFRRJ)

Mattel anuncia recall de 18,6 milhões de brinquedos.

EM1QUI01

Após 15 dias recolhendo brinquedos por excesso de chumbo na tinta, a Mattel anuncia recall de 18,6 milhões de brinquedos... (Brincadeira de alto risco. In: Jornal O Globo, 27036, agosto, 2007)

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12) O átomo Q tem 36 nêutrons e é isóbaro do átomo R. Considerando que R 2+ é isoeletrônico do átomo Q identifique o número de nêutrons do átomo R.

5) A eletrosfera e os números quânticos Conforme o modelo atômico proposto por Niels Bohr, os elétrons se encontram distribuídos em distintas regiões da eletrosfera denominadas camadas eletrônicas. No entanto, o conteúdo energético de cada elétron em um átomo é definido por um conjunto de fatores, tais como o nível energético, o subnível, orbital e spin. Cada um dos fatores mencionados apresenta um valor associado e esse conjunto de valores é conhecido como números quânticos. Desta forma, conclui-se que cada elétron encontrado na distribuição eletrônica de um átomo ou de um íon é caracterizado por um conjunto de quatro números quânticos.

5.1) Número quântico principal É representado pela letra n e indica qual é camada eletrônica ou nível de energia no


QUÍMICA

Número máximo de elétrons 2 8 18 32 32 18 2 ou 8

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Cada camada eletrônica é composta por uma ou mais subcamadas, também chamadas de subníveis de energia, cada qual representada por um valor de l. Os valores assumidos por l podem ser 0, 1, 2 ou 3, dependendo do subnível onde o elétron em estudo esteja localizado. A fórmula 2 (2l + 1) pode ser usada para determinar o número máximo de elétrons em um subnível, conforme mostrado na tabela abaixo.

AT

Valor de l Número máximo de elétrons 2(2I +1)

s (sharp)

0

2

p (principal)

1

6

d (diffuse)

2

10

f (fundamental)

3

14

Já que cada camada eletrônica suporta um número máximo de elétrons, cada camada terá o seu conjunto de subníveis. O somatório de elétrons dos subníveis encontrados em uma camada corresponde ao total de elétrons daquela camada. Na camada L, por exemplo, que possui 8 elétrons no máximo,

M

Subníveis ou subcamadas

K

2

1s2

L

8

2s2 2p6

M

18

3s2 3p6 3d10

N

32

4s2 4p6 4d10 4f14

O

32

5s2 5p6 5d10 4f14

P

18

6s2 6p6 6d10

Q

2 ou 8

* 7s2 7p6

*Os subníveis colocados levam em consideração a presença de oito elétrons, no máximo, no nível Q.

5.3) Número quântico magnético Este número quântico pode ser representado por m ou ml. Cada subcamada ou subnível é composta de um ou mais orbitais. Orbital é a região do espaço onde há maior probabilidade de se encontrar um elétron. O seu nome deriva do fato de que este número pode ser usado para explicar a quantidade de energia absorvida e, em seguida, emitida por um átomo quando este é submetido à ação de um campo magnético. Unindo as ideias de De Boglie, Heisenberg, Schrödinger, entre outros, desenvolveu-se a mecânica quântica. De acordo com o Princípio da incerteza de Heisenberg, seria impossível determinar a posição e a velocidade de um elétron. Esse princípio nega a possibilidade de Bohr determinar que a trajetória dos elétrons fosse circular. A mecânica quântica defende a existência de regiões na eletrosfera onde a probabilidade de se encontrar um elétron seja maior, que receberam o nome de orbitais. Portanto, os orbitais estão localizados dentro dos subníveis de energia. Veja a relação que existe entre os números quânticos secundário e magnético e o número máximo de elétrons em cada um.

11

EM1QUI01

5.2) Número quântico secundário ou azimutal

Identificação do subnível

Número máximo de életrons

K L M N O P Q

Valor de n 1 2 3 4 5 6 7

Nível ou camada

DE A

Camada

encontraremos os subníveis s, com 2 elétrons, e p, com 6 elétrons.

LI SE

qual o elétron se localiza. Os níveis de energia são regiões da eletrosfera nas quais os elétrons se deslocam sem que ocorra perda de energia (estados estacionários). Quanto maior for o valor de n, maior será a energia média daquela camada eletrônica. As camadas são representadas pelas letras K, L, M, N, O, P e Q.


ATOMÍSTICA: O QUE PRECISAMOS SABER SOBRE O ÁTOMO? Número de orbitais (2l+1)

0

2

1

1

6

3

2

10

5

3

14

7

Como o número de orbitais existentes em cada subnível é metade da quantidade máxima de elétrons por subnível, cada orbital comporta, no máximo, dois elétrons. Veja o esquema a seguir, que mostra como os orbitais são numerados.

0 P -1

0 d

-1

0

+1 +2

ER IA L

-2

+1

-3

-2

-1

0

+1 +2 +3

Observe que o orbital central de cada subnível tem m = 0, enquanto a sua direita, os orbitais recebem valores positivos e a sua esquerda os valores são negativos.

5.4) Número quântico de spin:

EM1QUI01

M

AT

É representado por s ou ms. Além de girar em torno do núcleo atômico, um elétron pode girar em sentido horário ou anti-horário em relação ao seu próprio eixo, movimento este conhecido como rotação. A probabilidade de girar para cada um dos sentidos é de 50%. Logo, os números quânticos de spin são representados por –1/2 e +1/2. É comum convencionar-se que: Sentido horário: ms = +1/2 (↑) Sentido anti-horário: ms = –1/2 (↓)

12

I) Os elétrons são representados por setas no interior dos orbitais. Convencionou-se que o primeiro elétron é representado por uma seta para cima, enquanto o segundo elétron é representado por uma seta para baixo. Quando colocamos os elétrons nos orbitais, devemos inicialmente semipreenchê-los ou seja, primeiramente colocamos as setas para cima, uma em cada orbital, para em seguida, se houver mais elétrons, começar a colocá-los para baixo. Este princípio é conhecido como regra de Hund. II) Princípio da Exclusão de Pauli: Em um mesmo átomo, ainda que dois elétrons ocupem o mesmo orbital de uma mesma camada eletrônica, estes elétrons terão spins opostos. Portanto, em um mesmo átomo, o número máximo de números quânticos iguais é 3 (principal, secundário e magnético), mas nunca os quatro em função dos spins. Portanto, em um mesmo átomo, dois elétrons não podem apresentar os quatro números quânticos iguais. Este é o princípio da Exclusão de Pauli.

DE A

S

Observação

LI SE

Número máximo de elétrons 2(2I +1)

Valor de I

6) Diagrama de Pauling O diagrama, desenvolvido pelo químico Linus Carl Pauling (1901–94), foi criado com base nos subníveis encontrados em cada uma das sete camadas eletrônicas. A partir dele, tornou-se possível organizar os subníveis em ordem crescente de energia. O número que antecede cada subnível indica a camada na qual o mesmo se encontra, enquanto o número sobrescrito indica a quantidade de elétrons presentes nesse subnível. Quando fazemos a indicação 2s1, por exemplo, significa que o subnível s está localizado na segunda camada (camada L) e há apenas um elétron nesse subnível.


QUÍMICA

Para realizar uma distribuição eletrônica corretamente, siga a ordem crescente de energia dos subníveis. Para tanto, utilize as linhas diagonais do diagrama, que convergem dos subníveis menos energéticos para os mais energéticos. Como resultado, esta ordem será: 1s 2s 2p 3s 3p 4s 3d 4p 5s 4d 5p 6s 4f 5d 6p 7s 5f 6d 7p

ção eletrônica diretamente, descontando os elétrons que foram perdidos. Ao se realizar a distribuição de um cátion, deve-se, primeiramente, realizar a distribuição do seu átomo. Portanto: Fe (Z = 26): 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d6 Em seguida, devemos retirar os elétrons que forem necessários da sua camada de valência, que é a quarta camada. Desta forma, a distribuição ficará: Fe2+ (Z = 26): 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d6 Caso o cátion fosse Fe3+, removeríamos os dois elétrons da camada de valência e, em seguida, seria necessário retirar um elétron da terceira camada, que passou a ser a camada de valência. Como existem três subníveis nesta camada, devemos removê-lo do último subnível que, neste caso, é o 3d6. Portanto, a distribuição em subníveis será: Fe3+ (Z = 26): 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d5

6.1) Distribuição eletrônica de um átomo neutro

6.3) Distribuição eletrônica de um ânion

2p6

3s2

3p6

3d10

4s2

4p6

4d10

5s2

5p6

5d10

6s2

6p6

6d10

7s2

7p6

4f14 5f14

DE A

2s2

LI SE

1s

2

6.2) Distribuição eletrônica de um cátion

M

Exemplo: Distribuição eletrônica, em subníveis de energia, dos cátions Fe2+ e Fe3+ Consideremos, inicialmente, o cátion divalente Fe2+. Sendo o número atômico do elemento ferro igual a 26 e a carga do cátion igual a 2+, este íon apresenta um total de 24 elétrons. No entanto, não é aconselhável realizar a distribui-

Exemplo: Distribuição eletrônica, em subníveis de energia, do ânion Cl–. Inicialmente, faça a distribuição do átomo, esquecendo-se, momentaneamente, da carga negativa: Cl (Z=17): 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5 Em seguida, o elétron deve ser adicionado à última camada eletrônica. Portanto: Cl– (Z=17): 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6

Observação Elétron diferenciador ou elétron de diferenciação é o último elétron do último subnível da distribuição eletrônica. Também é chamado de elétron mais energético. Elétron de valência: é o último elétron da camada eletrônica mais afastada do núcleo. Exemplo: Fe (Z = 26): 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d6 Elétron diferenciador: 3d6 Elétron de valência: 4s2

13

EM1QUI01

AT

ER IA L

Exemplo: Distribuição eletrônica, em subníveis de energia, do átomo de ferro (Fe26) Na distribuição dos elétrons de um átomo do elemento ferro, até o subnível 4s2, temos um máximo de 20 elétrons. Caso completássemos a distribuição com o subnível 3d10, teríamos um total de 30 elétrons, quando o número total de elétrons é igual a 26. Portanto, adicionamos ao subnível 3d uma quantidade de elétrons menor que a quantidade máxima possível (6 ao invés de 10 elétrons). Desta forma, teremos: Fe (Z = 26): 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d6


ATOMÍSTICA: O QUE PRECISAMOS SABER SOBRE O ÁTOMO?

DE A

14) Em relação ao átomo do elemento cobalto (Z = 27), determine: a) O número de elétrons na camada de valência; b) O número de elétrons no subnível mais energético; c) O número de orbitais incompletos na camada de valência; d) Os números quânticos do elétron diferenciador.

LI SE

13) Faça a distribuição eletrônica, em níveis e subníveis de energia, dos átomos abaixo: a) 11Na; b) 15P; c) 30Zn; d) 34Se; e) 52Te.

18) O princípio de Exclusão de Pauli estabelece que: a) A posição e a velocidade de um elétron não podem ser determinadas simultaneamente; b) Elétrons em orbitais atômicos possuem spins paralelos; c) A velocidade de toda radiação eletromagnética é igual à velocidade da luz; d) Dois elétrons em um mesmo átomo não podem apresentar os quatro números quânticos iguais; e) Numa dada subcamada que contém mais de um orbital, os elétrons são distribuídos sobre os orbitais disponíveis, com seus spins na mesma direção.

PRATICANDO

QUI0128

ER IA L

15) Qual o número de elétrons presentes no terceiro nível energético da eletrosfera do átomo de níquel (Ni: Z = 28)?

M

AT

16) (UFF) Um átomo neutro possui dois elétrons com n = 1, oito elétrons com n = 2, oito elétrons com n = 3 e um elétron com n = 4. Supondo que esse elemento se encontre no seu estado fundamental: a) Escreva sua configuração eletrônica. b) Qual seu número atômico e seu símbolo? c) Qual o número total de elétrons com l (número quântico secundário) igual a zero? d) Qual o número total de elétrons com l (número quântico secundário) igual a um? e) Qual o número total de elétrons com l (número quântico secundário) igual a três? 17) Os números quânticos do elétron diferenciador de um determinado átomo são os seguintes:

EM1QUI01

n = 5;

l = 1;

ml = 0;

ms = + ½

Sabendo que se trata de um átomo isolado, calcule seu número atômico. 14

19) (PUC) Vanádio (Z = 23), elemento de transição, constitui componente importante do aço para produzir um tipo de liga metálica que melhora consideravelmente a tenacidade, a resistência mecânica e à corrosão do ferro. Quantos elétrons há no subnível 3d da configuração eletrônica do vanádio?

20) O último elétron de um átomo neutro apresenta o seguinte conjunto de números quânticos: n = 4; l = 1; m = 0 e s = +1/2. Convencionando que o primeiro elétron a ocupar um orbital possui número quântico de spin igual a –1/2, calcule o número atômico desse átomo.

APROFUNDANDO 21) (ESPCEX) Considere as seguintes afirmações, referentes à evolução dos modelos atômicos: I) No modelo de Dalton, o átomo é dividido em prótons e elétrons; II) No modelo de Rutherford, os átomos são constituídos por um núcleo muito pequeno e denso e carregado positivamente. Ao redor do núcleo estão distribuídos os elétrons, como planetas em torno do Sol; III) O físico inglês Thomson afirma, em seu modelo atômico, que um elétron, ao passar


QUÍMICA

22) (PUC) Quando se salpica um pouco de cloreto de sódio ou bórax diretamente nas chamas de uma lareira, obtêm-se chamas coloridas. Isso acontece porque nos átomos dessas substâncias os elétrons excitados: a) Absorvem energia sob forma de luz, neutralizando a carga nuclear e ficando eletricamente neutros; b) Retornam a níveis energéticos inferiores, devolvendo energia absorvida sob forma de luz; c) Recebem um quantum de energia e distribuem-se ao redor do núcleo em órbitas mais internas; d) Emitem energia sob forma de luz e são promovidos para órbitas mais externas; e) Saltam para níveis energéticos superiores superando a carga nuclear e originando um ânion.

tado foi assim descrito por Rutheford: “era tão inacreditável como se você disparasse um projétil de 15 polegadas contra a folha de papel e ele se refletisse e viesse atingi-lo”.

LI SE

de uma órbita para outra, absorve ou emite um quantum (fóton) de energia. Das afirmações feitas, está(ão) correta(s): a) Apenas III; d) Apenas II; b) Apenas I e II; e) Todas. c) Apenas II e III;

(Kotz e Treichel, 1998)

Acerca do volume ocupado por partículas positivas e negativas no átomo, qual foi a conclusão de Rutheford?

24) (UNIRIO) Sir Joseph John Thomson (1856– 1940) admitiu que o átomo era uma esfera uniforme de matéria com carga positiva, dentro do qual circulavam elétrons. Em 1910, Ernest Rutheford decidiu investigar o modelo de Thomson e verificou que, bombardeando raios alfa contra uma folha de ouro, a maioria das partículas passava quase sem desvios pela folha e apenas algumas raras partículas se desviaram. O resul-

26) (ENEM) Os núcleos dos átomos são constituídos de prótons e nêutrons, sendo ambos os principais responsáveis pela sua massa. Nota-se que, na maioria dos núcleos, essas partículas não estão presentes na mesma proporção. O gráfico mostra a quantidade de nêutrons (N) em função da quantidade de prótons (Z) para os núcleos estáveis conhecidos. 15

EM1QUI01

M

AT

ER IA L

DE A

23) Assinale a afirmativa correta: a) É possível calcular a posição e a velocidade de um elétron, num mesmo instante – Princípio de Certeza; b) Um subnível comporta no máximo dois elétrons, com spins contrários – Princípio da Exclusão de Pauli; c) Orbital é a região do espaço onde é mínima a probabilidade de encontrar um determinado elétron; d) Em um átomo, os elétrons encontram-se em órbitas quantizadas, circulares e elípticas – Modelo Atômico de Sommerfeld.

25) (PUC) Um experimento conduzido pela equipe de Rutherford consistiu no bombardeamento de finas lâminas de ouro, para estudo de desvios de partículas alfa. Rutherford pôde observar que a maioria das partículas alfa atravessava a fina lâmina de ouro, uma pequena parcela era desviada de sua trajetória e uma outra pequena parcela era refletida. Rutherford, então, idealizou um outro modelo atômico, que explicava os resultados obtidos no experimento. Em relação ao modelo de Rutherford, afirma-se que: I) O átomo é constituído por duas regiões distintas: o núcleo e a eletrosfera; II) O núcleo atômico é extremamente pequeno em relação ao tamanho do átomo; III) Os elétrons estão situados na superfície de uma esfera de carga positiva; IV) Os elétrons movimentam-se ao redor do núcleo em trajetórias circulares, denominados níveis, com valores determinados de energia. As afirmativas corretas são, apenas: a) I e II b) I e III c) II e IV d) III e IV e) I, II e III


ATOMÍSTICA: O QUE PRECISAMOS SABER SOBRE O ÁTOMO? 160 0 26

0 25

0

0

21

20

LI SE

0 23

0 22

Núcleos estáveis

140 130

0

0

19

18

120

0

0

16

15

100 0

0

14

13

90 0

12

80

11

0

0

10

70

90

60 80

70

50 Z =N para os núcleos sobre esta linha

60

Número de nêutrons (N)

0

17

110

40

40

30

20 20

10 10

0 0

10

20

30

40

50

60

DE A

50

30

0 24

150

exposto à radiação, mais escuro se torna o filme após a revelação. Após acionar o equipamento e revelar o filme, evidenciou-se a imagem mostrada na figura abaixo.

70

80

90

100 110

Número de Prótons (Z)

AT

ER IA L

O antimônio é um elemento químico que possui 50 prótons e possui vários isótopos – átomos que só se diferem pelo número de nêutrons. De acordo com o gráfico, os isótopos estáveis do antimônio possuem: a) Entre 12 e 24 nêutrons a menos que o número de prótons; b) Exatamente o mesmo número de prótons e nêutrons; c) Entre 0 e 12 nêutrons a mais que o número de prótons; d) Entre 12 e 24 nêutrons a mais que o número de prótons; e) Entre 0 e 12 nêutrons a menos que o número de prótons.

EM1QUI01

M

27) (ENEM) Considere um equipamento capaz de emitir radiação eletromagnética com comprimento de onda bem menor que a da radiação ultravioleta. Suponha que a radiação emitida por esse equipamento foi apontada para um tipo específico de filme fotográfico e entre o equipamento e o filme foi posicionado o pescoço de um indivíduo. Quanto mais

16

Dentre os fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e os átomos do indivíduo que permitem a obtenção desta imagem inclui-se a: a) Absorção da radiação eletromagnética e a consequente ionização dos átomos de cálcio, que se transformam em átomos de fósforo; b) Maior absorção da radiação eletromagnética pelos átomos de cálcio que por outros tipos de átomos; c) Maior absorção da radiação eletromagnética pelos átomos de carbono que por átomos de cálcio; d) Maior refração ao atravessar os átomos de carbono que os átomos de cálcio; e) Maior ionização de moléculas de água que de átomos de carbono. 28) (UFRJ) O esquema a seguir representa uma reação química que envolve substâncias simples e compostas formadas pelos elementos , ∆ e •: 3 + •2 ∆3 → 2 • + 3 ∆


O elemento representado pelo símbolo • é o principal componente do aço, é um metal de transição do 4o período da tabela periódica e pertence ao mesmo grupo do ósmio. Identifique o elemento • e determine o número de nêutrons do seu isótopo de massa atômica 56.

Constatamos que a figura está incorreta em relação ao número de: a) Nêutrons no núcleo; b) Partículas no núcleo; c) Elétrons por camada; d) Partículas na eletrosfera.

l

ml

1

3

2

–2

2

3

1

0

3

3

0

–1

4

3

2

0

5

3

–2

ER IA L

Destas designações para estados quânticos, as que não descrevem um estado característico (permitido) para um elétron em um átomo são: a) 1 e 4 d) 3 e 4 b) 1 e 5 e) 3 e 5 c) 2 e 3

M

AT

30) Considere as afirmações a seguir: I) O elemento químico de número atômico 30 tem 3 elétrons de valência; II) Na configuração eletrônica do elemento químico com número atômico 26, há 6 elétrons no subnível 3d; III) 3s2 3p3 corresponde à configuração eletrônica dos elétrons de valência do elemento químico de número atômico 35; IV) Na configuração eletrônica do elemento químico de número atômico 21, há 4 níveis energéticos. Estão corretas, SOMENTE: a) I e II d) II e IV b) I e III e) III e IV c) II e III 31) (UERJ) A figura abaixo foi proposta por um ilustrador para representar um átomo de lítio (Li) no estado fundamental, segundo o modelo de Rutherford-Bohr.

32) (UFRRJ) Leia o texto abaixo. (...) Pensem nas feridas Como rosas cálidas Mas oh não se esqueçam Da rosa da rosa Da rosa de Hiroshima A rosa hereditária (MORAIS, V. de. MATOGROSSO, N. <http://www.musicasmaq. com.br/rosahiro.htm> Capturado em 27/07/2003.)

O trecho do texto citado acima faz referência aos aspectos negativos da energia nuclear, que, juntamente com outras citações, faz com que algumas pessoas se esqueçam dos benefícios que podem ser alcançados, depois que o homem elucidou a estrutura atômica e dominou em várias áreas a tecnologia nuclear. Observando os itens abaixo, assinale a alternativa que apresenta apenas afirmações corretas sobre a estrutura atômica. I) Orbital é a região do átomo mais provável de se encontrar um elétron; II) No máximo dois elétrons podem compartilhar um mesmo orbital; III) Dois elétrons de um mesmo átomo jamais apresentarão os quatro números quânticos iguais. a) Apenas III está correta; b) Apenas I e III estão corretas; c) Apenas II está correta; d) Todas as afirmativas estão corretas; e) Apenas I está correta. 17

EM1QUI01

3

n

DE A

29) (UFF) Considere os casos:

LI SE

QUÍMICA


ATOMÍSTICA: O QUE PRECISAMOS SABER SOBRE O ÁTOMO?

34) O íon Fe e o átomo de vanádio são espécies isoeletrônicas. Em função disso, pode-se afirmar que ambos apresentam a mesma configuração eletrônica? Justifique sua resposta, por intermédio de suas distribuições em subníveis. 3+

AT

ER IA L

35) (UFRJ) As telas de televisão planas e de telefones celulares usam como visores os chamados oled, que são equivalentes a “microlâmpadas” coloridas, formadas por camadas de compostos metalorgânicos depositadas entre dois eletrodos. Um dos metais mais utilizados como emissor de fótons é o alumínio, ligado a um composto orgânico, a quinolina [Al(quinolina)3]. Em sistemas semelhantes, pode-se variar a cor da luz emitida substituindo-se o alumínio por outro metal de mesma valência. Escreva a configuração eletrônica do íon Al3+ e indique, entre os íons da lista a seguir, qual poderia substituir o alumínio nesses sistemas. k+, Ca2+, Ti4+, V5+, Mn4+, Fe3+, Co2+, Ni2+, Cu2+

EM1QUI01

M

36) (IME) Sejam os elementos 63A150, B e C, de números atômicos consecutivos e crescentes na ordem dada. Sabendo-se que A e B são isóbaros e que B e C são isótonos, determine: a) O número de massa do elemento C; b) Os números quânticos dos elétrons desemparelhados da camada mais externa do elemento C.

18

LI SE

37) (UFF) Conhece-se, atualmente, mais de cem elementos químicos que são, em sua maioria, elementos naturais e, alguns poucos, sintetizados pelo homem. Esses elementos estão reunidos na Tabela Periódica segundo suas características e propriedades químicas. Em particular, os Halogênios apresentam: a) O elétron diferenciador no antepenúltimo nível; b) Subnível f incompleto; c) O elétron diferenciador no penúltimo nível; d) Subnível p incompleto; e) Subnível d incompleto. 38) (UECE) Conforme o site De Rerum Natura (http://dererummundi.blogspot.com.br/2010/07/o-negocio-das-pulseiras-quanticas.html), alguns empresários inescrupulosos estão comercializando as chamadas pulseiras quânticas que, segundo eles, teriam poderes extraordinários na cura de determinadas moléstias e teriam sido inventadas por um cientista da NASA. No que concerne à teoria quântica, que não trata de mistificação, assinale a afirmação verdadeira. a) Uma molécula emite ou absorve energia apenas quando permanece em determinado estado quântico; b) A teoria quântica foi elaborada pelo cientista James Clerk Maxwell e aperfeiçoada por Max Planck e Linus Pauling; c) Segundo a teoria quântica, um corpo negro a qualquer temperatura não nula deveria emitir radiações ultravioleta com altas frequências; d) São resultados práticos do estudo de química quântica: os aparelhos de CD e DVD, o controle remoto, os equipamentos de ressonância magnética e os microcomputadores.

DE A

33) (UERJ) O selênio é um elemento químico essencial ao funcionamento do organismo, e suas principais fontes são o trigo, as nozes e os peixes. Nesses alimentos, o selênio está presente em sua forma aniônica Se2–. Existem na natureza átomos de outros elementos químicos com a mesma distribuição eletrônica desse ânion. O símbolo químico de um átomo que possui a mesma distribuição eletrônica desse ânion está indicado em: a) Kr; b) Br; c) As; d) Te.


QUÍMICA

LI SE

DESAFIANDO

DE A

39) (UFRGS) Abaixo são apresentadas as descrições de três tipos de lâmpadas disponíveis no mercado, em que os elementos são representados por números romanos. 1 – As lâmpadas de vapor de I emitem uma luz amarelada e são muito utilizadas em iluminação pública; 2 – As lâmpadas halógenas apresentam uma maior eficiência energética. Em algumas dessas lâmpadas, ocorre, no interior do bulbo, uma série de reações que podem ser denominadas ciclo do II; 3 – As lâmpadas fluorescentes são carregadas internamente com gases inertes à baixa pressão como o III. Nesse caso, o tubo de vidro é coberto internamente com um material à base de IV que, quando excitado com a radiação gerada pela ionização dos gases, produz luz visível. Os elementos I, II, III e IV podem ser, respectivamente: a) Sódio – nitrogênio – argônio – mercúrio; b) Sódio – iodo – argônio – fósforo; c) Flúor – fósforo – nitrogênio – sódio; d) Mercúrio – nitrogênio – criptônio – potássio; e) Flúor – iodo – mercúrio – sódio.

19

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M

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40) (UDESC) Há 130 anos nascia, em Copenhague, o cientista dinamarquês Niels Henrick Davis Bohr cujos trabalhos contribuíram decisivamente para a compreensão da estrutura atômica e da física quântica. A respeito do modelo atômico de Bohr, assinale a alternativa correta; a) Os átomos são, na verdade, grandes espaços vazios constituídos por duas regiões distintas: uma com núcleo pequeno, positivo e denso e outra com elétrons se movimentando ao redor do núcleo; b) Os elétrons que circundam o núcleo atômico possuem energia quantizada, podendo assumir quaisquer valores; c) É considerado o modelo atômico vigente e o mais aceito pela comunidade científica; d) Os saltos quânticos decorrentes da interação fóton-núcleo são previstos nesta teoria, explicando a emissão de cores quando certos íons metálicos são postos em uma chama (excitação térmica); e) Os átomos são estruturas compostas por um núcleo pequeno e carregado positivamente, cercado por elétrons girando em órbitas circulares.


PESQUISANDO

LI SE

ATOMÍSTICA: O QUE PRECISAMOS SABER SOBRE O ÁTOMO?

RESUMINDO

DE A

Ao longo do caderno, estudamos três modelos atômicos. O modelo de Dalton, mais conhecido como a bola de bilhar; modelo de Thomson, o famoso “pudim de passas” e o modelo de Rutherford-Bohr , chamado também de sistema planetário. Dentro nesse contexto, pesquise o modelo atômico mais recente proposto por Schrödinger e qual a sua relevância dentro da Química e da Física.

• No modelo primeiro modelo atômico, proposto por Dalton e conhecido como modelo da bola de bilhar, átomo era uma esfera pequena, maciça e indivisível;

ER IA L

• A partir do modelo de Thomson (modelo do pudim de passas), é reconhecida a existência dos elétrons. Com a experiência de Rutherford, propõem-se que o átomo possui um núcleo, constituído por cargas positivas, chamadas de prótons. Neste modelo, os elétrons girariam ao redor do núcleo em orbitas circulares (Modelo do sistema solar); • O modelo atômico de Bohr, também conhecido como Rutherford-Bohr, introduz a ideia de energia quantizada, explicando porque o átomo não se desintegra; • Hoje, sabemos que os átomos são compostos por três subpartículas principais: prótons, nêutrons e elétrons. Os dois primeiros localizam-se no núcleo, enquanto os elétrons fazem parte da eletrosfera;

AT

• Diferentes átomos podem ser semelhantes quanto ao número de prótons, nêutrons, de massa ou de elétrons; • Um átomo que perde elétrons recebe o nome de cátion, enquanto o que recebe elétrons é chamado de ânion. Os cátions e ânions são íons, ou seja, espécies em desequilíbrio elétrico;

EM1QUI01

M

• Os números quânticos são utilizados para localizar um elétron. São quatro números quânticos no total e, em um mesmo átomo, dois elétrons não podem apresentar todos os quatro números quânticos iguais.

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AT ER IA L DE A NÁ

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SOCIOLOGIA 1o ANO


LI SE

Direção Executiva: Fabio Benites

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Diagramação, Ilustração de capa e Projeto Gráfico: Alan Giles Dominique Coutinho Erlon Pedro Pereira

Gestão Editorial: Maria Izadora Zarro

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Irium Editora Ltda Rua Desembargador Izidro, no 114 Tijuca - RJ CEP: 20521-160 Fone: (21) 2560-1349 www.irium.com.br

A reprodução desta obra, no todo ou em parte, por qualquer meio, sem autorização expressa, sujeitará o infrator, nos termos da Lei no 6.895, de 17/12/80, às penalidades previstas nos artigos 184 e 185 do Código Penal.


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INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA: A CIÊNCIA QUE BUSCA COMPREENDER A SOCIEDADE

Objetivos de aprendizagem:

• Entender que a Sociologia deve afastar-se do senso comum;

AT

• Identificar a Sociologia e sua evolução no mundo, a partir da necessidade de se ter uma ciência que estuda os conflitos e as interações que surgem da maior aglomeração de pessoas num momento em que os centros urbanos crescem de forma intensa;

M

• Compreender o papel do sociólogo como um investigador dos costumes, dos conflitos sociais, das relações sociais; • Perceber a interação entre indivíduo e sociedade;

• Compreender a Sociologia como uma forma de pensar criticamente os problemas a fim de buscar soluções para os conflitos.

(Disponível em: https://sociologandosite. files.wordpress.com/2015/11/sociologia11300x218.png?w=300. Acesso em: setembro de 2016)


“É impossível progredir sem mudança, e aqueles que não mudam suas mentes, não podem mudar nada.”

LI SE

INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA: A CIÊNCIA QUE BUSCA COMPREENDER A SOCIEDADE

DE A

(George Bernard Shaw)

(Operários – Tarsila do Amaral, 1933.)

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Quando pensamos sobre a sociedade e sobre quem a compõe, chegamos a nós indivíduos, e enquanto um organismo coletivo, cheios de particularidades. Quem estuda essa sociedade? Por que precisamos pensar a nós mesmos enquanto coletivo? Qual o tipo de relação que nós estabelecemos com os outros indivíduos, e em que medida essa relação nos confere quem nós somos ao longo da vida? A essas e outras perguntas, iremos nos debruçar e refletir a partir de agora.

1) O que é a Sociologia?

EM1SOC01

M

AT

A Sociologia é uma ciência que estuda as ações humanas, o comportamento humano e tudo o que circunda o campo das relações sociais, além é claro, de se dedicar às relações entre os indivíduos, a sociedade e suas implicações. Os processos que interligam essas relações podem estar intimamente ligados às instituições, comunidades, associações e grupos que se organizam criando uma rede em que os indivíduos passam a interagir. A Sociologia surge no século XIX através de Augusto Comte, um positivista, corrente de análise que pensava o social a partir de uma perspectiva evolucionista, e que na verdade entendia que se pudéssemos avaliar os cami-

2

nhos humanos dentro dessa perspectiva poderíamos encontrar antídotos para os problemas sociais da atualidade. Comte entendia que a sociologia deveria adotar os paradigmas do método positivo das ciências naturais: observação dos fenômenos, descrição das regularidades e estabelecimento de leis gerais, desenvolvendo leis úteis para o desenvolvimento social; ou seja, uma objetividade acerca da maneira como se deve olhar para o social. Esta, portanto, seria uma física do social, assim a função dos cientistas sociais seria a de estabelecer uma nova moral para substituir a antiga moral religiosa. A moral científica seria a responsável pela garantia da ordem social que levaria ao progresso da sociedade (estado positivo).


SOCIOLOGIA

“(...) porque não existe fenômeno que não se desenvolva na sociedade, desde os fatos físico-químicos até os fatos verdadeiramente sociais”. (La sociologie et son domaine scientifique – apud CUVILLIER, 1953: p. 179).

A Sociologia é entendida nesse momento por Comte, como uma ciência capaz de traçar planos e métodos para não somente resolver os problemas sociais, mas levar essa sociedade a um caminho de evolução, na linha de progresso.

vem ser tratados como coisas, por esse aspecto entende-se que são entendidos como exteriores ao indivíduo, eles já pré-existem, estão fora, mas exercem coerção sobre o indivíduo, ou melhor, para todos os indivíduos, a sociedade como um todo. “Todas as maneiras de ser, fazer, pensar, agir e sentir desde que compartilhadas coletivamente. Variam de cultura para cultura e tem como base a moral social, estabelecendo um conjunto de regras e determinando o que é certo ou errado, permitido ou proibido.”

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A Sociologia como Ciência

A Sociologia deveria ter princípios claros e precisos para constituir-se enquanto ciência. Para isso, em seu livro As Regras do Método Sociológico (1897) ele estabelece o objeto de estuda da sociologia (o fato social), suas características e as regras para que fossem analisados. O interesse era a compreensão do funcionamento das formas padronizadas de conduta (consciência coletiva) por esta razão a teoria durkheimiana também pode ser chamada de funcionalista, assim sobrepõe a sociedade ao indivíduo. Sendo assim, caberia ao sociólogo estabelecer distância diante do seu objeto (o fato social, no caso) e analisar friamente os fenômenos sociais, inclusive comparando-os.

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2) A Sociologia funcional de Durkheim

(DURKHEIM, Regras do Método sociológico. São Paulo, Ed. Martin Claret, 2002.).

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2.1) Seus objetos são os fatos sociais

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O objeto é aquilo que merece um olhar crítico, por isso seu método se diferencia da perspectiva positivista; para Durkheim o objeto da Sociologia é o fato social, e entende-se por fato social tudo aquilo que está instituído, que independe da ação individual, que é dado através de uma pressão exercida pela sociedade diante do indivíduo. Esses fatos existem para todo o coletivo e não somente para um indivíduo especificamente. Os fatos sociais, segundo Durkheim, de-

2.2) O fato social em si

Temos como exemplo, portanto, de fato social o casamento. Está instituído em nossa sociedade, por isso é geral, é meio de coerção (pressão) muitas vezes em relação aos indivíduos e é fruto de um padrão já fundamentado em uma dada cultura, por isso muitas vezes enxergamos como “normal”. Essa perspectiva se difere da perspectiva positivista, que entende as normas, ações sociais não como simples aspectos de um suposto princípio evolutivo, mas sim um conjunto de regras, costumes; “fatos sociais” que são construídos em uma dada e particular sociedade que tem sua história própria: nasce, se desenvolve e morre.

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Émile Durkheim enxerga a Sociologia como ciência objetiva, e por esse motivo inaugura métodos de análise próprios, de investigação e entende que os fenômenos sociais devem ser analisados como objetos. Durkheim acreditava que a função da sociologia seria garantir a ordem social, através do estabelecimento de uma nova moral (a moral científica). A sociedade seria constituída pela consciência coletiva que seria coercitiva, exterior e estaria acima das consciências individuais. Portanto, o indivíduo social seria produto da sociedade. Porém, a sociologia teria como função explicar os códigos de funcionamento da sociedade, por isso é objetiva.


INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA: A CIÊNCIA QUE BUSCA COMPREENDER A SOCIEDADE

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A perspectiva marxista da Sociologia e do lugar do indivíduo é a de que ele tem função a medida em que é útil a essa sociedade, através do seu trabalho. É preciso entender que estamos todos inseridos dentro de uma dada lógica, nesse caso capitalista, e que por esse motivo estamos “linkados” através de aspectos como quantidade de bens acumulados, semelhantes pensamentos e ideias e que também esses mesmos elementos nos separam uns dos outros enquanto grupos, e que inseridos na lógica do capital são chamados de classes. O surgimento da própria Sociologia quando se dá nesse momento, se dá no contexto pós Revolução Industrial, onde estão postas as contradições sociais decorrentes da lógica capitalista, da sociedade de classes. Daí Marx repensar a posição de indivíduo e do coletivo, e por esse motivo a disciplina toma uma proposição de tentativa de encontrar respostas para tais problemas sociais.

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O mecanismo de coerção é a pressão propriamente dita, que os fatos fazem em relação a ação individual. O indivíduo, portanto passa a agir muitas vezes sem a tomada de consciência de que faz tudo segundo o que a sociedade deseja; chamamos isso de “comportamento socialmente esperado”. Esse mecanismo pode ser antes ou depois da ação individual. Exemplo: a coerção é o casamento que é um fato social, portanto independe de sua ação individual. A sociedade espera que se case, tenha filhos com uma determinada e específica idade e de acordo com os valores sociais e morais pré-estabelecidos. Essa é uma pressão antes de sua ação individual. Porém, caso não consiga ou não queira agir de acordo com o que a sociedade espera, esse indivíduo, por sua escolha não ter se rendido às pressões (coerção), certamente sofrerá preconceito, viverá fadado a estereótipos: “o encalhado”, “o titio”, “a titia”.

3) Marx e a Sociologia Crítica ou Materialista

2.3) Os mecanismos de coerção

Com crise econômica, pais mudam filhos de escolas privadas para públicas

As escolas particulares perderam entre 10% e 12% das matrículas em 2016.

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Por conta da crise econômica, que causa impactos no orçamento das famílias, as escolas particulares poderão perder de 10% a 12% das matrículas em 2016. A estimativa é da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), que aponta dificuldades enfrentadas pelos pais para pagar as mensalidades. Ideologia, estereótipos, crise econômica e a classe média no meio de um dilema: tirar ou não tirar o meu filho da escola particular para pôr em uma escola pública? Aliás, seria mesmo um dilema? Saiba mais em www.4newsmagazine.com.br #patriaeducadora

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Conceitos de Karl Marx são cobrados de forma recorrente e seu materialismo histórico está presente em todas as suas formulações. A forma como o indivíduo vive, pensa e se reconhece depende diretamente da forma como estabelece relação com o mundo social e, portanto, toda questão de Marx que se referir à classe social, alienação e ideologia essa relação deve ser feita.

Karl Marx, ao estudar a história da Humanidade bem como a sociedade de sua época, entendia que os indivíduos deveriam ser estudados de acordo com o contexto de suas condições sociais. Pode-se concluir com isso que: a) Na sociedade capitalista, os indivíduos devem ser compreendidos no contexto de sua classe social, pois as relações entre burguesia e proletariado os levam para determinados caminhos; b) Na sociedade capitalista, os indivíduos não devem ser compreendidos necessariamente no contexto das classes sociais, já que as mesmas não dependem uma da outra; c) Na sociedade capitalista, os indivíduos podem ser compreendidos dentro de sua classe, já que suas situações sociais independem da burguesia ou do proletariado; d) Na sociedade capitalista, as classes sociais não devem ser compreendidas como agentes da história porque não transformam ou movem a história da Humanidade.

Gabarito: A

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Como processos de socialização pode cair no ENEM?

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Para Weber (século XIX), a Sociologia não deveria explicar os fenômenos e sim compreendê-los, visto que a sociedade não estaria submetida a leis imutáveis mas seria constituída pela contínua ação social dos indivíduos. Segundo Weber, não é possível uma total neutralidade do cientista social, pois todo cientista age guiado por seus motivos, sua cultura e sua tradição. Os fatos sociais, por sua vez, não podem ser encarados como coisas, e sim como acontecimentos que o cientista percebe e tenta desvendar. O foco de Weber, como podemos identificar, é o indivíduo, portanto sua análise é subjetiva. Na verdade, a ação individual é considerada e o indivíduo não é colocado sob a sociedade, suas ações têm valor social porque muitos indivíduos orientariam reciprocamente suas ações em determinado sentido comum. A teoria weberiana privilegia a ação social do indivíduo dotada de sentido e a toma como base para a compreensão da vida social. Para ele “toda ação é social”. Ação social é um conceito da Sociologia que explica que toda ação humana é influenciada pela consciência da situação na qual se realiza e pela ação e reação dos envolvidos nessa ação. As ações de Weber têm motivo, ação e reação. Tipos de ação social de Weber: • Tradicional: Determinada por um costume, tradição enraizada. Exemplo: Um indivíduo compra um produto em uma loja, e sua escolha é movida pelo seu hábito e de seus familiares de comprar o mesmo modelo. • Afetiva: Determina por impulsos, estados emocionais ou desejo momentâneos. Exemplo: Os alunos fizeram uma festa de aniversário para o professor pelo qual nutriam profundo carinho. • Racional com valores: A ação é projetada a fim de desenvolver atitudes positivas na sociedade tais como: sabedoria, honestidade, coragem, racional com valores. Exemplo: Um indivíduo devolve o “troco” errado que recebeu a mais no comércio pois pre-

tende com sua atitude desenvolver o valor positivo de honestidade. • Racional com fins: A ação é pensada e calculada de acordo com os objetivos finais, organizando os meios necessários para alcançar os fins. Exemplo: Um funcionário de uma empresa investe em cursos, pós-graduações e qualificações planejando cargos mais elevados ou promoções.

LI SE

4) Weber a e Sociologia Compreensiva


INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA: A CIÊNCIA QUE BUSCA COMPREENDER A SOCIEDADE

2) E como Durkheim entende o papel do sociólogo? 3) Weber admite que toda ação, ainda que aparentemente individual, tem uma função social. Explique essa concepção.

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4) Explique como o materialismo de Marx entende o papel do indivíduo diante da sociedade.

LI SE

1) O que entendemos por corrente positivista nas ciências sociais? Como ela estudava as sociedades?

origens, no auscultar de seus desdobramentos lógicos, nas suas articulações com outros acontecimentos e situações. O mundo concreto e o homem real constituíam sua matéria prima e objeto de sua filosofia.

PRATICANDO

(Disponível em: http://averdade.org.br/novo/wp-content/ uploads/2012/04/karl_marx_poster.jpg. Acesso em: setembro de 2016)

Textos complementares Texto I

Importância e atualidade da obra de Karl Marx

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A obra produzida por Karl Marx (1818–83) teve pouca repercussão na época em que foi escrita, embora fosse atual e coletânea dos acontecimentos que tratava. Esta, aliás, uma característica importante de seu pensamento estava em perfeita sincronia com o momento histórico em que ia sendo elaborado, constituindo-se numa reflexão teórica sobre os acontecimentos. Seu pensamento como que moldava os acontecimentos e era dialeticamente moldado por eles, numa interação dinâmica; seu pensar era movimento constante, sem as ilusões de elaborar um sistema engessado cuja verdade estática consistisse na última palavra imutável sobre o que quer que fosse. Marx era dotado de profundo senso histórico. Karl Marx foi um escritor tremendamente realista e material: refletia sobre o que via e vivia, analisava o que acontecia ao seu redor, a chamada “realidade concreta”, embora sua visão não se detivesse na superfície aparente dos eventos, mas ultrapassava-os na busca de suas

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No entanto, obras fundamentais como “Crítica da Filosofia do Direito de Hegel” (1843), “Manuscritos Econômico-Filosóficos” (1844), “Teses sobre Feuerbach” (1845), “A Ideologia Alemã” (1846), “Teorias da Mais-Valia” (1862) e os volumes II e III de “O Capital”, por exemplo, somente começaram a ser publicadas após a sua morte, algumas quase 50 anos depois, como lembra Perry Anderson. Mesmo o “Manifesto Comunista”, publicado pouco antes das eclosões de 1848 (em fevereiro/1848) nenhuma repercussão teve além do círculo restrito que o encomendou. A influência maior na época foi a exercida pelo homem Karl Marx, e não pelo filósofo: sua intensa militância em movimentos sociais e populares, sua “consultoria” e orientação a várias associações e organizações trabalhistas, sua vasta correspondência com dezenas de políticos, teóricos, militantes, líderes trabalhistas, seu papel na fundação e condução da I Internacional repercutiram e atuaram para além de Londres, onde viveu a maior parte de sua vida. E podemos dizer que tal importância adveio justamente de sua atualidade, do fato de Marx ter sido um homem de seu tempo, que vivia e pensava a vida real e concreta do seu dia a dia, e de que seu pensamento estava vinculado à sua pratica e a prática era orientada pelo seu pensamento.


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coletivas de produção, relações desiguais onde uma classe social sobrepõe-se e domina a outra classe social envolvida no processo. O capital é formado a partir da obtenção da mais-valia, mas somente a mais-valia ainda não é capital: para que o capital aumente (se reproduza) em mais capital faz-se necessária uma acumulação da mais valia, chamada acumulação originária, o que implica em abstinência ou limitação de consumo por parte do capitalista (gerando a poupança acumulada) e impedimento do consumo por parte do trabalhador (gerando a poupança acumulada), pelo quê seus salários são mantidos abaixo da linha de consumo, sendo suficientes apenas para o que Marx chama de “reprodução da força de trabalho” ou subsistência.” (MEKSENAS, Eduardo – Revista Espaço acadêmico – Julho de 2008)

Texto II

Obra de Max Weber mantém atualidade, nos 150 anos do sociólogo

Em 21 de abril de 1864, nasceu o conceituado autor de “A ética protestante e o espírito do capitalismo”. Suas ideias encontram interesse em emergentes como o Brasil e são aplicadas em certas regiões, diz especialista. A obra de Max Weber é atualmente reconhecida por representantes de diferentes facções e tendências na ciência e política. O sociólogo nascido em 21 de abril de 1864 em Erfurt, Turíngia, ocupou-se de conceitos como objetividade e liberdade de valores, burocracia e carisma. Até hoje, suas teorias têm grande influência na área das ciências sociais. Entre os escritos weberianos, um dos mais importantes é A ética protestante e o espírito do capitalismo, que descreve a relação íntima entre o protestantismo e os primórdios da industrialização e do capitalismo moderno a Europa Ocidental. Seu Economia e sociedade é um dos clássicos mais significativos da sociologia. Por ocasião dos 150 anos do nascimento do autor, a DW entrevistou Edith Hanke, editora 7

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Podendo parecer paradoxal, a importância da obra de Marx hoje tem essas mesmas características que vemos em sua atividade pessoal: suas obras e seu pensamento têm a mesma atualidade e concretude, pois o objeto maior e mais acabado de seus estudos (a forma capitalista de produção e organização econômica) é o mesmo que rege a vida mundial de nossos dias, em que pesem mudanças e alterações acontecidas no decorrer do tempo. E o “esqueleto” do modo capitalista atual é o mesmo que foi radiografado por Karl Marx, sem ter ele pretendido escrever uma obra atemporal (e nem devemos vê-la como tal), nem um “receituário” para todas as vicissitudes políticas e econômicas reservadas pelo porvir: é que o objeto de sua análise também continua regendo nosso cotidiano e nossa vida, qual seja, o capitalismo vigente, que após tantas outras roupagens veste sua versão globalizada: continua existindo, porém, o “dogma” da propriedade privada, o trabalho (mal) assalariado, o capital precisa continuar expandindo-se, o lucro privado é o móvel de todo empreendimento, a mais-valia, o mercado (como ente absoluto), a desigualdade brutal e violenta nas relações de produção, os antagonismos de classes sociais e, principalmente, continua existindo a mercadoria – agora transposta a todas as instâncias e âmbitos humanos. O que distingue a mercadoria produzida no capitalismo daquela produzida em outros regimes anteriores é que sua produção é industrializada e orientada para o mercado. Na produção as relações são sociais, mas a propriedade é privada: dos meios de produção, da capacidade de trabalho (tornada também mercadoria) e do resultado obtido da venda no mercado. O lucro é propriedade privada do proprietário do capital, que estabelece o valor de troca, ou seja, o preço da mercadoria. O preço é determinado pela quantidade de trabalho social necessário para produzi-la acrescido da mais-valia, que é o excedente do trabalho não pago efetuado pelo trabalhador durante sua jornada: tal acréscimo constitui-se no lucro do proprietário do capital, que é apropriado privadamente após relações


INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA: A CIÊNCIA QUE BUSCA COMPREENDER A SOCIEDADE

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mação econômica, política ou social, recorrem a Weber para poder explicar essa mudança. Muitas vezes é uma classe intelectual que conhece e cultiva essa fonte, procurando analisar a transformação segundo as categorias weberianas. Geralmente se trata da transição de sociedades agrárias, pré-industriais, para sociedades industrializadas. Trata-se, justamente, de muito mais do que apenas a mudança dos processos de produção: há igualmente – e isso também é uma visão de Weber – muita mudança mental envolvida. Isso pode ter efeitos sociais, é claro, mas também políticos: as pessoas passam a ter mais participação política. São processos bem fundamentais, e a minha impressão é que nesse ponto Weber é muito importante. A obra weberiana não abarca apenas as ciências sociais, mas também a ciência econômica, histórica, cultural e política. Ocorre uma recepção da totalidade dessa obra, ou ela está restrita a uma área principal? Na maior parte dos casos, fala-se de A ética protestante e o espírito do capitalismo, que Max Weber escreveu em 1904–05. Nele, ele procura explicar o nascimento do capitalismo a partir de características bem específicas dos protestantes rigorosos, e como a atitude deles fomentou a ascensão do capitalismo. Esse texto tem sempre um papel central na recepção weberiana. Também importante é Economia e sociedade, uma obra muito extensa, considerada escrito central da sociologia. Fora isso, depende dos países em questão. A Itália ou a Espanha, por exemplo, abordam Weber mais a partir das categorias que ele estabelece. Mas os escritos políticos também despertam periodicamente interesse. É curioso examinar quais países se conectam mais fortemente com quais obras weberianas: é algo que está relacionado às distintas características culturais nacionais.

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científica e responsável pelas obras completas de Max Weber publicadas pela Academia Bávara de Ciências. Entre outros focos de pesquisa, Hanke se dedica à recepção dos escritos do sociólogo alemão morto em 1920, em Munique. DW: Max Weber nasceu há 150 anos. Quão intensa é a pesquisa sobre ele hoje em dia?

(Disponível em: http://www.dw.com/hr/max-weber-za-21stolje%C4%87e/a-17580789. Acesso em: setembro de 2016)

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Edith Hanke dirigiu edição de obras completas do sociólogo alemão. Edith Hanke: Nós vivemos um momento de grande interesse nele, também na Alemanha – naturalmente, devido ao jubileu –, por exemplo, em artigos na mídia. No entanto, quando estou no exterior, noto um interesse mais forte, em parte. Na semana passada, estive em Paris com pesquisadores franceses de Max Weber. Lá, ele faz parte do currículo do ensino médio. Quer dizer, eles também têm um conhecimento weberiano muito mais amplo – coisa que, na Alemanha, continua restrita a pequenos círculos acadêmicos. Por que ocorre isso na Alemanha? Eu acho que nós não estamos bem conscientes da grandeza de Max Weber. Ele é realmente um “best-seller de exportação” para o exterior, no que concerne o mundo intelectual e acadêmico. A maioria dos alemães não sabe disso. Em que países o interesse por Max Weber é especialmente grande? É interessante: nos últimos tempos a recepção de Max Weber é especialmente intensa nos assim chamados países emergentes, sobretudo no Brasil, México, China e na Turquia. Por que especificamente nesses países? Minha explicação é que sociedades que se encontram num processo radical de transfor-

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(Matéria do dia 21/04/2014 in: http://www.dw.com/pt/obrade-max-weber-mant%C3%A9m-atualidade-nos-150-anos-dosoci%C3%B3logo/a-17580345)


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5) A sociedade capitalista é na teoria marxista um campo onde ocorre uma luta de classes. A relação conflituosa entre burguesia e proletariado NÃO está expressa nesta alternativa: a) Empresários e trabalhadores lutam por interesses econômicos e sociais diferentes; b) Burguesia e proletariado possuem os mesmos interesses: acumulação de capital; c) Burguesia e operários buscam conquistar metas divergentes: lucro e melhorias salariais, respectivamente; d) Empresários e trabalhadores perseguem os objetivos de acordo com a história que construíram enquanto classe social.

7) Na seguinte afirmação de Weber, percebemos de que modo a motivação para a ação é algo sentido pelo sujeito sob a forma de valores e modelos de conduta? Segundo essa perspectiva: “A oportunidade de ganhar mais era menos atrativa do que a de trabalhar menos: Ele não perguntava: Quanto posso ganhar por dia se trabalhar tanto quanto possível, mas quanto devo trabalhar a fim de ganhar o salário que ganhava anteriormente e que era suficiente para as minhas necessidades”.

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APROFUNDANDO

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(A ética protestante e o espírito do capitalismo – Max Weber p. 38)

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6) O trabalhador, segundo Marx, vende sua força de trabalho para o burguês a fim de garantir sua sobrevivência. Esta relação pode ser compreendida como: a) Suplementar; b) Irregular; c) Igualitária; d) Complementar e ao mesmo tempo contraditória.

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DESAFIANDO

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8) Construa em grupo e em sala, um quadro comparativo em que os três principais sociólogos estejam colocados, com suas respectivas ideias e temas abordados, seus tempos ( séculos específicos) de modo comparativo. Seu professor deve supervisionar o trabalho e avaliá-lo posteriormente, de acordo com o que aprendemos em sala.


PESQUISANDO

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INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA: A CIÊNCIA QUE BUSCA COMPREENDER A SOCIEDADE

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As distinções entre racionalidade relacionada a fins e a racionalidade quanto a valores estão, diretamente ligadas ao conceito de ação social, também discutido por Weber. Pesquise e escreva a diferença entre ação racional relacionada a fins e ação racional afetiva.

RESUMINDO

• Percebemos a importância e os diversos papéis que a Sociologia pode desempenhar no exercício de entender o mundo, as diferenças e a nossa relação enquanto indivíduos e sociedade;

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• Identificamos como as sociedades e os intelectuais pensaram o papel da Sociologia a partir de perspectivas positivista, funcionalista, materialista ou crítica e através da Sociologia Compreensiva..

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