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ENSINO MÉDIO – 2O ANO
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BIOLOGIA 2o ANO
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Direção Executiva: Fabio Benites
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Diagramação, Ilustração de capa e Projeto Gráfico: Alan Giles Dominique Coutinho Erlon Pedro Pereira
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Gestão Editorial: Maria Izadora Zarro
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Irium Editora Ltda Rua Desembargador Izidro, no 114 Tijuca - RJ CEP: 20521-160 Fone: (21) 2560-1349 www.irium.com.br
A reprodução desta obra, no todo ou em parte, por qualquer meio, sem autorização expressa, sujeitará o infrator, nos termos da Lei no 6.895, de 17/12/80, às penalidades previstas nos artigos 184 e 185 do Código Penal.
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HISTOFISIOLOGIA: A IMPORTÂNCIA DA HOMEOSTASE E O FUNCIONAMENTO DA NUTRIÇÃO E DIGESTÃO
Objetivos de aprendizagem: • Compreender a homeostase;
• Entender a importância da nutrição para os seres vivos; • Saber o que é digestão e reconhecer sua importância para manutenção do metabolismo dos seres vivos;
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• Entender a fisiologia da digestão humana.
(Disponível em: http://dicasdieta.com.br/ como-combinar-os-alimentos-para-uma-boadigestao/. Acesso em: novembro de 2016)
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Alimentação!
“A promoção da alimentação saudável é uma diretriz da Política Nacional de Alimentação e Nutrição e uma das prioridades para a segurança alimentar e nutricional dos brasileiros. Estar livre da fome e ter uma alimentação saudável e adequada são direitos humanos fundamentais dos povos.”
irritabilidade, que é a capacidade de registrar tais variações. Já a ação de reação as variações registradas por um sistema nervoso é o que denominamos sensibilidade. A homeotermia das aves e dos mamíferos é um exemplo de homeostase. Eles mantêm a temperatura do corpo constante mesmo com as variações térmicas ambientais.
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1) A fisiologia e a homeostase
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(http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_alimentacao_saudavel.pdf)
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O que é fisiologia? Fisiologia é o campo da Biologia que estuda as funções desempenhadas pelo organismo desde as células até os aparelhos e sistemas, analisando os aspectos evolutivos, estruturais e bioquímicos. Você sabe como os mecanismos fisiológicos contribuem para a homeostase? Quando avaliamos o corpo humano percebemos uma enorme complexidade de funções e estruturas, que interagem para manter perfeitas condições de funcionamento e consequentemente o que chamamos de vida. A capacidade que os organismos possuem para manter constantes suas funções orgânicas por meio de mecanismos que compensam as variações ambientais é denominada homeostase ou homeostasia. A homeostase é mantida por permanente monitorização e ajuste das condições fisiológicas do organismo, ou seja, é uma estratégia de sobrevivência que envolve a obtenção de substâncias energéticas para crescimento e desenvolvimento, bem como controle de temperatura observados nos animais endotérmicos, as aves e os mamíferos. Neste processo de manutenção de funções há um contínuo aporte de recursos requeridos pelas células e a permanente remoção dos resíduos consequentes do metabolismo. Para manter as relações com o ambiente observamos a
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2) A nutrição Qual a importância da nutrição para os seres vivos? A nutrição é a obtenção e a assimilação de alimentos pelo organismo, ou seja, é uma estratégia de sobrevivência dos seres vivos para a obtenção de substâncias fornecedoras de energia e de matéria-prima para os processos metabólicos vitais que são usadas na reconstrução do corpo ou para favorecer o crescimento e o desenvolvimento do organismo. O alimento é composto por matéria orgânica e inorgânica, podendo ser classificado como energético, plástico e regulador.
2.1) As fontes de energia Quais são a principais fontes de energia para os seres vivos? Os carboidratos, as gorduras e as proteínas são produtos de alto conteúdo energético, que são ingeridos pelos animais, usados como fonte de energia e configurações estruturais e reguladoras. Esses compostos se-
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A água não é propriamente um nutriente, mas é fundamental, porque todas as reações vitais ocorrem no meio aquoso presente no interior das células.
(Disponível em: http://www.klickeducacao.com.br/Klick_Portal/Enciclopedia/ images/Sa/2822/1067.jpg. Acesso em: novembro de 2016)
2.2) A dieta e as necessidades nutricionais O que é dieta? Os tipos e as quantidades de alimento que ingerimos é denominado de dieta, a qual deve ser composta de nutrientes formados por carboidratos, lipídios, proteínas, sais minerais, vitaminas e água. Em relação à nutrição humana, os cientistas recomendam comer alimentos variados; manter o peso ideal; evitar o excesso de gorduras, óleos, gorduras saturadas e colesterol; comer alimentos com teores suficientes de amido e fibras; evitar o excesso de açúcar e sal; e no caso de ingerir bebidas alcoólicas, fazê-lo com moderação. A dieta deve fornecer nutrientes fundamentais e energia. A energia que supre as necessidades metabólicas é obtida pela respiração celular, através da oxidação das moléculas orgânicas.
2.3) A kilocaloria e a caloria São medidas usadas, frequentemente, para expressar o calor ou o valor energético do alimento e da atividade física. Através do método de calorimetria direta, descobriu-se que 3
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guem rotas metabólicas diferentes, que têm como finalidade produzir compostos finais específicos e essenciais para a vida. Os carboidratos são absorvidos no aparelho digestório em forma de açúcares simples, principalmente glicose. As proteínas são absorvidas no aparelho digestório e decompostas em cerca de vinte tipos de aminoácidos necessários para o anabolismo celular. Os aminoácidos que não fazem falta para repor as células e os fluidos orgânicos são catabolizados em dois passos. O primeiro é a desaminação, isto é, a separação da porção de molécula que contém nitrogênio que em seguida, se combina com carbono e oxigênio para formar ureia, amoníaco e ácido úrico. Depois da desaminação, os aminoácidos passam por novas degradações químicas, para que se decomponham em dióxido de carbono e água. As gorduras, na digestão, são hidrolisadas ou decompostas em glicerina e ácidos graxos. Em seguida, estes se transformam, através de síntese, em gorduras neutras, compostos de colesterol e fosfolipídios. As gorduras podem ser sintetizadas nas estruturas do organismo ou armazenadas nos tecidos, que irão usá-las quando for necessário. Da mesma forma que a glicose, seu catabolismo gera compostos carbonados que se decompõem em dióxido de carbono e água. Os sais minerais inorgânicos são necessários à reconstrução estrutural dos tecidos corporais, além de participarem de processos como a ação dos sistemas enzimáticos, contração muscular, reações nervosas e coagulação do sangue. As vitaminas são compostos orgânicos que atuam, principalmente, nos sistemas enzimáticos para melhorar o metabolismo das proteínas, dos carboidratos e das gorduras. Sem essas substâncias, não aconteceria a decomposição e assimilação dos alimentos. Certas vitaminas participam da formação de células do sangue, hormônios, substâncias químicas do sistema nervoso e de materiais genéticos.
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O metabolismo basal varia de acordo com a superfície corporal, idade, sexo e disfunções hormonais.
2.5) As deficiências nutricionais
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Quando uma pessoa sofre riscos de desnutrição? Uma pessoa corre risco de desnutrição, se a quantidade de energia e/ou nutrientes da sua alimentação não satisfaz suas necessidades nutricionais. As duas formas mais comuns do estado de desnutrição nas crianças são o marasmo e o kwashiorkor, que aparecem em alguns países subdesenvolvidos. O marasmo (ou inanição total) ocorre quando uma criança é desmamada muito cedo e passa a ingerir alimentos pobres em energia e nutrientes. O kwashiorkor se dá quando a criança é desmamada muito tarde e recebe uma dieta à base de féculas e baixa em proteínas. Nos países desenvolvidos e em alguns em vias de desenvolvimento, as consequências de uma dieta muito baixa em energia ocorrem em pessoas que sofrem de anorexia nervosa, atingindo adolescentes e adultos. Nesses países, porém, a forma mais comum de deficiência energética nutricional é a superalimentação, que aparece, por exemplo, como obesidade. As alterações dietéticas podem ocorrer: 1 – Pela diminuição da quantidade total de alimentos, ou seja, fome, também chamada de desnutrição energética total. Em nível severo, este tipo de desnutrição é denominado marasmo; 2 – Pela alteração na composição dos alimentos consumidos, ou seja, alteração da qualidade da dieta. Esse tipo de alteração provoca um tipo de desnutrição grave chamado kwashiorkor; 3 – Pelo aumento na quantidade de alimento ingerido acima das necessidades para a sobrevivência do organismo, ou seja, obesidade.
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cada alimento libera um determinado calor ao ser queimado. O calor liberado pela queima é enunciado como o valor energético do alimento, por exemplo: uma colher de margarina ao ser queimada libera 100 kcal, ou seja, no organismo esse alimento sofre o mesmo processo, liberando a mesma quantidade de energia. A caloria é uma medida usada para expressar o calor ou o valor energético do alimento e da atividade física. É definida como o valor necessário para elevar a temperatura de 1 kg (1L) de água em graus centígrados de 14,5 a 15,5 graus. Assim sendo, uma caloria é designada mais corretamente como kilocaloria (kcal).
2.4) O que é a taxa metabólica?
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O corpo humano gasta muita energia na manutenção do seu metabolismo, cerca de 1700Kcal só para manter as funções vitais. Esse valor energético básico chamamos de metabolismo basal. Metabolismo basal é a menor quantidade de energia expressa em quilocalorias requerida pelo organismo, para garantir suas funções vitais em estado de repouso físico e mental e de pós-absorção. A dieta pode ser considerada protetora quando fornece o mínimo de nutrientes e de energia para que um adulto sobreviva sem desnutrição. A dieta balanceada fornece cerca de 3000 kcal em 24 horas, além de nutrientes essenciais.
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Calorias x Atividades Humanas Energia despendiAtividade da (kcal/hora/kg) Dormindo 1,0 Sentado 1,4 Sentado, escrevendo 1,6 Em pé 1,8 Andando devagar 3,0 Andando depressa 3,6 Exercício intenso 5,0
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tros organismos. Já as plantas e algumas bactérias configuram exemplos de seres autotrófico, aqueles que usam energia solar ou energia química inorgânica para biossintetizar os nutrientes necessários para o metabolismo.
3.1) Autotrofismo ou nutrição autótrofa Modalidade de nutrição na qual o organismo produz seu próprio alimento, usando compostos inorgânicos para construir sua biomassa. Sintetizam todos os nutrientes orgânicos que necessitam. Há dois processos metabólicos que possibilitam o autotrofismo: • Fotossíntese – utilização da energia luminosa (certas bactérias, cianobactérias, algas protistas e vegetais). Equação geral:
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1) (UERJ) Embora as células do corpo usem energia continuamente, a maioria dos animais não come continuamente. Portanto, eles devem armazenar moléculas energéticas que possam ser consumidas de acordo com as suas necessidades. O gráfico abaixo mostra, em uma situação de jejum completo, a utilização, pelo organismo humano, de proteínas, lipídios e carboidratos.
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Identifique as curvas que representam a utilização de cada um desses tipos de alimentos. Justifique suas respostas.
3) Os tipos de nutrição Como são classificados os seres vivos em relação à nutrição? Os animais são seres heterotróficos, ou seja, sua nutrição deriva da ingestão de ou-
6CO2 + 12H2O
luz
C6H12O6 + 6H2O + 6O2
• Quimiossíntese – utilização da energia oriunda da oxidação de compostos inorgânicos (sulfobactérias e nitrobactérias). Equação geral: 6CO2 + 6H2O
energia de oxidação
6C6H12O6 + 6H2O + 6O2
3.2) Heterotrofismo ou nutrição heterótrofa Forma de nutrição em que os organismos consomem outros organismos (autótrofos ou heterótrofos) para obter os nutrientes orgânicos necessários para a sobrevivência. Podem ser classificados em: • Herbívoros – nutrem-se de vegetais. • Carnívoros – nutrem-se de outros animais. • Onívoros – nutrem-se de vegetais e animais.
3.3) Mixotrofismo ou nutrição mixotrófico Modalidade de nutrição na qual organismos autótrofos realizam o heterotrofismo. Exemplo: Euglena viridis (tipo de alga protista) 5
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(Disponível em: http://chargesdodenny.blogspot.com.br /2012_04_01_archive.html. Acesso em: novembro de 2016)
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2) Os alimentos fornecem os nutrientes para a construção da matéria viva dos tecidos e liberação de energia, indispensáveis à vida. Uma dieta composta exclusivamente de carne vermelha, massas e pão é: a) rica em vitaminas (alimentos reguladores); b) pobre em alimentos energéticos; c) rica em alimentos energéticos; d) pobre em proteínas (alimentos plásticos); e) rica em sais minerais (alimentos reguladores).
5) (ENEM) Para explicar a absorção de nutrientes, bem como a função das microvilosidades das membranas das células que revestem as paredes internas do intestino delgado, um estudante realizou o seguinte experimento: Colocou 200 ml de água em dois recipientes. No primeiro recipiente, mergulhou, por 5 segundos, um pedaço de papel liso, como na figura 1; no segundo recipiente, fez o mesmo com um pedaço de papel com dobras simulando as microvilosidades, conforme a figura 2. Os dados obtidos foram: a quantidade de água absorvida pelo papel liso foi de 8 ml, enquanto pelo papel dobrado foi de 12 ml.
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3) Podemos estimar as quantidades adequadas de cada tipo de alimento que devemos ingerir observando a pirâmide alimentar em que a quantidade requerida de cada categoria de alimento é proporcional ao seu volume.
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estabilidade dos níveis de sais, água e açúcar do sangue. Assinale a opção que indica corretamente o nome do mecanismo referido anteriormente: a) Homeotermia; d) Ontogenia; b) Homeostase; e) Etologia. c) Organogênese;
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A análise da figura nos permite afirmar corretamente que: a) maior parte das calorias da dieta deve vir dos pães, massas, arroz e outros cereais; b) a ingestão de alimentos plásticos (estruturais) está representada pela base da pirâmide alimentar; c) os nutrientes reguladores são os que devem ser ingeridos em maior quantidade; d) a ingestão de alimentos plásticos deve ser igual a de alimentos energéticos; e) os lipídios são obtidos, exclusivamente, dos alimentos encontrados no topo da pirâmide alimentar. 4) A manutenção da estabilidade do ambiente fisiológico interno de um organismo é exercida por diversos órgãos. Por exemplo, os rins são responsáveis, entre outras coisas, pela
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Com base nos dados obtidos, infere-se que a função das microvilosidades intestinais com relação à absorção de nutrientes pelas células das paredes internas do intestino é a de: a) manter o volume de absorção; b) aumentar a superfície de absorção; c) diminuir a velocidade de absorção; d) aumentar o tempo de absorção; e) manter a seletividade na absorção. 6) (UERJ) Uma pessoa submetida a uma determinada dieta alimentar deseja ingerir, no máximo, 500 kcal em fatias de uma torta. Observe: • valor calórico é a quantidade de energia capaz de produzir trabalho, liberada pelo me-
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muito a atenção por poder obter nutrientes dos animais que capturam e digerem. Entretanto, os organismos do Reino Plantae são classificados quanto a sua nutrição como autótrofos. Os organismos autótrofos são aqueles que sintetizam moléculas orgânicas a partir de: a) Água e glicose; b) Substâncias orgânicas; c) Substâncias inorgânicas; d) Água, O2 e proteínas; e) Água, CO e proteínas.
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tabolismo de uma certa quantidade de alimento ingerido; • os valores calóricos aproximados de carboidratos, lipídios e proteínas são, respectivamente, 4, 9 e 4 kcal/g; • a torta contém, ao todo, 50% de carboidratos, 15% de lipídios e 35% de proteínas; • cada fatia da torta tem massa de 50 g e todas são iguais e homogêneas. Para obedecer à dieta, a maior quantidade de fatias dessa torta que a pessoa pode comer corresponde a: a) 1; c) 3; b) 2; d) 4.
4) O que é digestão?
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8) (UFF) Neste ano o Jardim Botânico do Rio de Janeiro completa 200 anos de existência. Nele estão situados acervos de mais de 8.000 espécies de plantas nacionais e de várias partes do mundo. O Jardim Botânico foi expandido em 15.000 m² e as estufas das orquídeas, bromélias, cactos e das plantas insetívoras foram reformadas. Este último grupo de plantas, também conhecido como plantas carnívoras, chama
A digestão é um conjunto de processos mecânicos e químico-enzimáticos ao longo de um sistema digestivo para converter macromoléculas em micromoléculas absorvíveis. A digestão mantém o suprimento de nutrientes necessários ao bom funcionamento do organismo. Você sabe como os animais ingerem e digerem os alimentos? Animais podem ser predadores, quando se alimentam de organismos vivos. Assim, os herbívoros predam plantas, os carnívoros predam animais e os onívoros predam tanto animais como plantas. Existem animais filtradores, como mexilhões e algumas baleias, que predam pequenos seres vivos presentes na água.
5) Tipos de digestão 5.1) Digestão intracelular As partículas são ingeridas pelas células por meio de fagocitose e pinocitose, e são digeridas pela ação dos lisossomos, dentro das células. De um modo geral, são formados vacúolos digestivos no interior dos quais é processada a digestão. Após a quebra, as partículas menores são distribuídas para a célula e os resíduos são eliminados pela membrana celular, por meio do vacúolo residual. Ocorre em protozoários, por exemplo. 7
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7) (UFCE) O colesterol tem sido considerado um vilão nos últimos tempos, uma vez que as doenças cardiovasculares estão associadas a altos níveis desse composto no sangue. No entanto, o colesterol desempenha importantes papéis no organismo. Analise os itens a seguir: I) O colesterol é importante para a integridade da membrana celular; II) O colesterol participa da síntese dos hormônios esteroides; III) O colesterol participa da síntese dos sais biliares. Da análise dos itens, é correto afirmar que: a) somente I é verdadeiro; b) somente II é verdadeiro; c) somente III é verdadeiro; d) somente I e II são verdadeiros; e) I, II e III são verdadeiros.
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5.3) Extracelular
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Ocorre em órgãos especializados nas cavidades digestivas, locais onde ocorre a digestão e a absorção dos alimentos. A quebra das moléculas ocorre fora da célula. Acontece na maioria dos animais. O tubo digestivo pode ser de dois tipos: • Tubo digestivo incompleto – a cavidade digestiva tem uma abertura, a boca, que serve para a entrada dos alimentos e a saída das substâncias não aproveitadas. Exemplo: cnidários e platelmintos. • Tubo digestivo completo – a cavidade digestiva possui duas aberturas. A boca, por onde entra o alimento e o ânus, por onde saem os resíduos. Exemplo: nematódeos e cordados. Após a digestão, ocorre o processo de assimilação, que é a incorporação dos micronutrientes pela(s) célula(s). O material residual é eliminado por defecação ou clasmocitose. A digestão ocorre por meio de reações de hidrólise, que consistem na quebra de substâncias com participação da água. Estas reações são catalisadas por enzimas.
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As enzimas digestivas são lançadas, pelo organismo, no ambiente externo, onde vão fazer a hidrólise das macromoléculas. Após a digestão, as substâncias digeridas serão absorvidas. Acontece nos fungos, por exemplo.
Como funciona a digestão gastrointestinal dos vertebrados? O homem é um vertebrado e como tal, sua digestão acontece no sistema gastrointestinal, que é organizado por um trato gastrointestinal tubular que vai da boca até o ânus, caracterizando um aparelho digestório completo, e muitas estruturas anexas que produzem secreções com funções importantes na digestão. O alimento ingerido é hidrolisado na luz do tubo digestivo. A musculatura lisa do sistema gastrointestinal mistura o alimento a sucos digestivos e o movimenta em direção à saída do tubo digestivo. A digestão inicia-se na cavidade oral através da mastigação junto com a saliva e completa-se no intestino. O processo químico diferencia-se para cada tipo de alimento. Nos intestinos, há absorção das moléculas advindas do processo digestivo, e os restos não digeridos são eliminados como fezes. As fezes não são um produto do metabolismo intracelular, portanto, não são consideradas como um tipo de excreção. A hidrólise das macromoléculas dos alimentos ingeridos é realizada pela ação de enzimas digestivas presentes nas secreções do aparelho digestório. Assim, as proteínas são decompostas em aminoácidos; as gorduras, em ácidos graxos e glicerol; os carboidratos, em monossacarídeos como a glicose. O trabalho do sistema gastrointestinal é ao mesmo tempo auxiliado e prejudicado pelo ato de prepararmos os alimentos pelas artes culinárias. O cozimento ajuda a romper a estrutura dos alimentos, mas o aquecimento pode causar a perda de alguns nutrientes importantes, como as vitaminas. Outros sistemas apresentam um importante papel no funcionamento do aparelho digestório, como o sistema nervoso e o sistema circulatório.
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5.2) Extracorpórea
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6) A digestão humana
6.1) Boca e esôfago O homem, sendo um ser heterotrófico por ingestão, toma o alimento pela boca por ação conjunta dos lábios, da língua e dos dentes.
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(Disponível em: http://www.abcdamassagem.com.br/ anatomia/dente_raiz.gif. Acesso em: novembro de 2016)
Abaixo e a partir da faringe, os movimentos e a mistura do alimento no tubo digestivo são causados por contrações e relaxamentos 9
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Na boca, o alimento é mastigado e misturado com a saliva, que possui enzimas e entre elas, a amilase salivar, que é secretada pelas glândulas salivares. Os lábios são sensíveis às características físicas do alimento (textura, temperatura), mas não ao gosto. A língua apresenta grande mobilidade de sua forma para movimentar o alimento. Essa grande capacidade de movimentação da língua é resultado desta possuir musculatura em três planos. Na superfície da língua existem cerca de dez mil brotamentos gustativos dotados de células sensoriais (gustativas) que, em contato com as moléculas constituintes do alimento, são estimuladas e promovem a sensação do gosto no cérebro. Os dentes são estruturas que cortam e moem os alimentos, iniciando o mecanismo mecânico no processo de digestão. Vamos conhecer a estrutura do dente? Todos os dentes de mamíferos possuem a mesma estrutura geral em três camadas. A camada mais externa, chamada de esmalte, é extremamente dura é formada principalmente por fosfato de cálcio, e recobre toda a coroa do dente. A coroa e a raiz possuem uma camada de natureza óssea denominada dentina e dentro dela encontramos a polpa, que é rica em vasos sanguíneos, nervos e células produtoras de dentina.
O alimento triturado, reduzido a pequenas porções, é digerido por enzimas hidrolíticas. A primeira enzima a agir sobre o alimento é a amilase salivar ou ptialina, que digere o amido (um polissacarídeo) em moléculas de maltose (dissacarídeo) e de glicose, em pH neutro ligeiramente ácido, pH = 6,8. A saliva é secretada por três pares de glândulas salivares: as submaxilares, as sublinguais e as parótidas. Diariamente, cerca de um litro de saliva é produzido, principalmente, durante as refeições. A secreção de saliva é um ato reflexo estimulado pelo sabor, aroma ou pela vista do alimento. A mistura de saliva e comida (bolo alimentar) segue pelo esôfago até chegar ao estômago. Aí, a amilase salivar ainda age sobre o amido do bolo alimentar, até que o pH abaixe pela adição de suco gástrico, uma secreção de pH ácido. Para alcançar o interior do estômago, o bolo alimentar sofre o processo de deglutição, isto é, após a mistura do alimento com a saliva, a língua, por ação voluntária, move a mistura de saliva e alimento em direção à faringe. Em seguida, o processo de deglutição passa a ser de natureza involuntária: a respiração é inibida, a laringe é elevada e a glote se fecha, o palato mole sobe para fechar a cavidade nasal. Ao passar, o bolo alimentar força para baixo a epiglote, que cobre a glote; abre-se o esfíncter hipofaringiano. Ocorre uma onda de contração muscular da parede do esôfago, em direção ao estômago, até o alimento atravessar o esfíncter gastroesofagiano e chegar ao estômago.
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6.2) A digestão por etapas
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6.3) Estômago
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O estômago é uma porção dilatada do tubo digestivo. Está situado na parte esquerda do abdômen, debaixo das costelas, imediatamente abaixo do músculo diafragma, que separa o tórax do abdômen. Esse órgão possui forma irregular, fazendo comunicação com o esôfago e a primeira porção do intestino delgado. No estômago, o alimento sofre ação química-enzimática e física, e passa para o intestino delgado. A entrada do estômago recebe o nome de cárdia (abertura entre o esôfago e o estômago) e a saída, piloro (abertura entre o estômago e o intestino). O armazenamento de alimento ocorre, principalmente, na parte superior (região fúndica) do estômago, e a ação muscular dá-se, principalmente, nas regiões do meio (corpo) e inferior (pilórica). Como é a ação secretora do estômago? A parede do estômago possui profundas invaginações, chamadas de orifícios gástricos, dotadas de três tipos principais de células secretoras: as células principais secretam a enzima proteolítica, que dá início à digestão das proteínas; as células parietais secretam o HCl (ácido clorídrico), que mata a maioria dos microrganismos ingeridos e ativa a enzima pepsinogênio em pepsina, que iniciará a digestão das proteínas; o terceiro tipo de célula é chamada de célula mucosa, que produz muco protetor do revestimento gástrico. O muco possui tampões que mantém o pH da superfície mucosa com caráter neutro e inibidores de proteases que reduzem os efeitos digestivos na própria estrutura da parede gástrica.
O suco gástrico, de pH ácido, tem um efeito antisséptico sobre as bactérias que vêm com os alimentos, e também digere parcialmente as proteínas. O pH ácido do estômago inativa a amilase salivar por desnaturação. Entretanto, a remoção cirúrgica do estômago não é fatal para o organismo, pois o alimento pode ser totalmente hidrolisado no intestino delgado.
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rítmicos lentos dos músculos involuntários da parede do tubo. Esse mecanismo é denominado peristalse ou peristaltismo ou movimentos peristálticos. No estômago, os movimentos de peristalse misturam o alimento com as secreções gástricas. Nos intestinos, esse movimento divide e redivide continuamente a massa alimentar, misturando-o de modo completo e o fazendo deslocar-se lentamente para diante.
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(Disponível em: http://www.medicinageriatrica.com.br/wpcontent/uploads/2013/04/gl%C3%A2ndulas-g%C3%A1stricas. jpg. Acesso em: novembro de 2016)
A parede do estômago possui glândulas gástricas que secretam o suco gástrico. Este apresenta enzimas hidrolíticas que foram sintetizadas, nas células gástricas, pelo retículo endoplasmático e exportadas pelo complexo de Golgi. As secreções gástricas compreendem a mucina, que lubrifica mais ainda o bolo alimentar, o ácido clorídrico liberado pelas células parietais do estômago, e enzimas. Para produzir o ácido, o estômago bombeia prótons (íons H+) ativamente para cavidade gástrica. Das enzimas gástricas, a pepsina degrada as proteínas em polipeptídios. A renina é uma enzima que causa a coagulação da caseína (proteína) do leite. Esta enzima ocorre, principalmente, em mamíferos jovens. Uma pessoa produz, em média, dois a três litros de suco gástrico por dia. A mistura de partículas alimentares parcialmente digeridas e das secreções líquidas, que se acumulam no estômago, é denominada quimo.
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6.5) Intestinos e fígado
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O intestino delgado é uma longa porção do tubo digestivo. Ele é afilado e possui cerca de 7,6 metros de comprimento. Os primeiros 25 centímetros, aproximadamente, constituem o duodeno, ao qual segue o jejuno (porção muito longa), e a parte final, o íleo, com 1,2 a 1,5 metros de comprimento. Quando o alimento em estado semifluido (quimo) passa pelo duodeno através da válvula pilórica, estimula a secreção do suco pancreático e do fluido das glândulas tubulares da parede intestinal. Quando o quimo entra no duodeno, há secreção do hormônio enterogastrona, que inibe a produção do suco gástrico e do hormônio secretina, que favorece secreção do suco pancreático. Na região do duodeno há glândulas anexas.
6.5.1) Pâncreas
6.4) Quimificação HORMÔNIO GASTRINA
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GLÂNDULAS GÁSTRICAS
ÁCIDO CLORÍDRICO
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PEPSINOGÊNIO
PEPSINOGÊNIO (enzima inativa)
PEPSINA (enzima ativa)
Proteinas + H2O = Peptonas
6.5.2) Fígado Está situado ao lado direito, acompanhado pela vesícula biliar. A bile é lançada no duodeno pelo canal colédoco (união do canal cístico e canais hepáticos). O suco pancreático apresenta muitas qualidades de enzimas, entre as quais a tripsina, a quimotripsina, a carboxipeptidase, que decompõem proteínas e peptídios em aminoácidos; a amilase pancreática, que hidrolisa os polissacarídios em glicose e maltose, completando a ação iniciada pela amilase salivar; e a lipase, que transforma lipídios em ácidos graxos e glicerol. Outras enzimas decompõem ácidos nucleicos. Os bicarbonatos, secretados pelas células dos dutos pancreáticos, neutralizam a acidez do quimo, tornando o conteúdo intestinal ligeiramente alcalino. Essa ação evita ulcerações no intestino e torna-o um ambiente 11
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(Disponível em: https://sites.google.com/site/sistdigestorio/_/ rsrc/1401380614739/home/estomago/Est1.jpg)
Glândula mista secretora de suco pancreático pelos canais de Wirsung e Santorini no duodeno e de insulina e Glucagon na corrente sanguínea.
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O intestino delgado é a principal área de absorção dos micronutrientes provenientes do processo de digestão do alimento. Essas moléculas atravessam a parede intestinal e chegam à corrente circulatória, pela qual serão distribuídas às células do corpo para serem usadas no anabolismo (ex.: síntese de novas substâncias químicas para as células) e no catabolismo (ex.: metabolismo oxidativo da glicose). A superfície interna do intestino delgado é aumentada em cerca de 600 vezes (se comparada à de um tubo de parede lisa) pelas várias dobras da mucosa intestinal e por mais de 4 milhões de vilosidades (projeções pequenas e móveis da mucosa intestinal), cujas células apresentam suas membranas plasmáticas com microscópicas projeções em forma de dedo de luva, as microvilosidades. Cada vilosidade apresenta capilares sanguíneos e um vaso quilífero (relacionado ao sistema linfático). As membranas das células epiteliais do intestino são permeáveis seletivamente. As moléculas oriundas da completa digestão de proteínas e glicídios são transportadas ativamente contra um gradiente de concentração, através das células da mucosa intestinal, e alcançam os capilares sanguíneos que se ligam à veia porta-hepática, por onde chegam ao fígado.
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propício para a atividade das enzimas pancreáticas sobre o alimento. A secreção do suco pancreático pode ser de 500 a 1000 ml. No intestino, uma terceira secreção, a bile, age sobre o bolo alimentar. A bile é produzida pelo fígado e alcança a luz do intestino pelo duto colédoco. A bile não é uma secreção que tem enzimas. O que se encontra na bile são os sais biliares, que auxiliam o processo digestivo, reduzindo, fisicamente, os lipídios a pequenas gotículas. Esse processo é denominado emulsificação. Os lipídios emulsionados são facilmente digeridos pelas lipases do suco pancreático. A bile é secretada pelo fígado numa quantidade que varia entre 250 a 1000 ml por dia. Uma pequena quantidade de bile (cerca de 33 ml) é armazenada na vesícula biliar. Se a passagem da bile for mecanicamente obstruída por cálculos biliares ou infecções do duto colédoco, certos pigmentos biliares acumulam-se no sangue e nos outros tecidos do corpo, produzindo icterícia, o amarelecimento da pele e de uma região do globo ocular, a esclerótica (“o branco do olho”). Os pigmentos biliares são produtos da degradação da hemoglobina de hemácias velhas. Eles dão à urina e às fezes suas colorações características, do amarelo ao castanho. O fígado, além da secreção da bile, armazena glicose em forma de glicogênio. O fígado ainda trabalha na síntese de proteínas, regulando a concentração de aminoácidos no sangue; auxilia no metabolismo e excreção de substâncias tóxicas, transformando amônia em ureia, por exemplo; produz um fator antianêmico que auxilia na produção de hemácias, e também destrói hemácias envelhecidas; produz a heparina, um anticoagulante do sangue; armazena vitaminas; e relaciona-se com o metabolismo hormonal. O epitélio intestinal é substituído totalmente a cada 36 horas aproximadamente.
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HISTOFISIOLOGIA: A IMPORTÂNCIA DA HOMEOSTASE E O FUNCIONAMENTO DA NUTRIÇÃO E DIGESTÃO
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As moléculas resultantes da hidrólise dos lipídios entram nos vasos quilíferos que se ligam ao sistema linfático. Estes vasos linfáticos do intestino unem-se a outros para formar o tronco torácico que desemboca no sistema venoso perto do coração.
BIOLOGIA
6.7) Intestino grosso
6.6) Quilificação Ocorrência: Intestino delgado PH ótimo ≅ 8,0 (Básico) • No duodeno
6.7.1) Ceco
Dilatação localizada na extremidade inicial.
PÂNCREAS
ENZIMA ENTEROQUINASE
QUIMIOTRIPSINOGÊNIO (enzima inativa)
AUTOCATÁLISE QUIMOTRIPSNIA (enzima ativa) POLIPEPTÍDEOS
MALTOSE
NUCLEOTÍDEOS
H2O + LIPÍDIOS
H2O + AMIDO DNA e RNA
TORNAM O MEIO ALCALINO
LIPASE PANCREÁTICA
AMILASE PANCREÁTICA
NUCLEASES
BICARBONATOS BÍLIS
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HORMÔNIO COLECISTOQUININA
GORDURAS
LIPASE PANCREÁTICA
GODURAS EMULSIONADAS + H2O
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• No Jejuno – Íleo → Enzimas • Erepsina → Polipeptídeos + H2O → Oligopeptídeos • Aminopeptidase → Oligopeptídeos + H2O → Dipeptídeos • Dipeptidase → Dipeptídeos + H2O → Aminoácidos • Lipase entérica → Lipídios + H2O → Ác. Graxos + Glicerol • Maltase → Maltose + H2O → Glicose + Glicose • Sacarase → Sacarose + H2O → Glicose + Frutose • Lactase → Lactose + H2O → Glicose + Galactose
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O intestino grosso elimina os restos não digeridos ou indigeríveis através do ânus. O cólon absorve grande quantidade de água do quilo e também absorve ativamente o íon sódio. Os restos de alimento junto às bactérias, muco e células mortas da parede intestinal formam as fezes. De um modo geral, a comida ingerida gasta cerca de 4 horas e meia para atravessar toda a extensão do tubo digestivo, mas os resíduos da digestão podem ficar até 24 horas acumulados no cólon. Nesse intervalo, há grande ação de bactérias. As que sobreviveram à acidez do estômago causam putrefação do bolo fecal, principalmente no cólon, com a produção de gases como o nitrogênio, H2S e CO2. As bactérias compõem cerca de até 50 por cento das fezes.
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ÁLCOOL + AC. GRAXOS
CARBOXIPEPTIDASE
6.7.3) Reto Abre-se para o exterior através do ânus. Ao longo do intestino grosso há absorção de sais e água, que são lançados na corrente sanguínea, solidificando os restos alimentados, formando o bolo fecal ou fezes.
6.8) Como a digestão é regulada por meio de hormônios reguladores? No estômago, a liberação de ácido clorídrico é feita através do estímulo da célula (parietal) produtora de ácido que está presente apenas na porção do corpo e fundo gástrico.
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H2O + POLIPEPOTÍDEOS OLIGOPEPITÍDEOS
Continuidade do ceco e divide-se em: • cólon ascendente; • cólon transverso; • descendente; • cólon sigmoide.
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TRIPSINA (enzima ativa)
PROTEÍNA + H2O
6.7.2) Cólon
SUCO PANCREÁTICO
TRIPSINOGÊNIO (enzima inativa)
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HORMÔNIO SECRETINA OU PANCREOZIMINA
Apresenta as seguintes porções:
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6.9) Sistema nervoso
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Dois tipos de nervos ajudam a controlar a digestão. Os nervos extrínsecos (de fora) e intrínsecos (de dentro) chegam aos órgãos digestivos da parte não consciente do cérebro ou da medula espinhal. Eles liberam um produto chamado acetilcolina e outro chamado adrenalina. A acetilcolina faz com que os músculos dos órgãos digestivos se contraiam com maior intensidade, empurrando o bolo alimentar e sucos digestivos através do trato digestivo. A acetilcolina também estimula o estômago e o pâncreas a produzirem mais suco digestivo. A adrenalina relaxa os músculos do estômago e intestino e diminui o fluxo sanguíneo nesses órgãos. Mais importante ainda são os nervos intrínsecos (de dentro). Em forma de rede, cobrem a parede do esôfago, estômago, intestino delgado e cólon. São estimulados pela distensão da parede dos órgãos pelo alimento. Liberam inúmeras substâncias que aceleram ou retardam o movimento da comida ou a produção de sucos digestivos.
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Este estímulo é feito através da gastrina, histamina e acetilcolina. Um dos aspectos fascinantes do sistema digestivo é a de autorregulação. A grande maioria dos hormônios que controlam as funções do sistema digestivo é produzida e liberada pelas células da mucosa do estômago e intestino delgado. Esses hormônios são liberados na corrente sanguínea, vão até o coração e retornam ao sistema digestivo onde estimulam a liberação dos sucos digestivos e os movimentos dos órgãos. Os principais hormônios que controlam a digestão são a gastrina, a secretina e a colecistoquinina (CCK).
6.8.1) Gastrina
Estimula a produção de ácido do estômago para dissolver e digerir alguns alimentos. É também fundamental para o crescimento da mucosa gástrica e intestinal.
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6.8.2) Secretina
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Estimula o pâncreas, liberando o suco pancreático que é rico em bicarbonato. Estimula o estômago a produzir pepsina, uma enzima encarregada de digerir proteínas. Também estimula o fígado a produzir bile.
Observação Obesidade é o aumento de peso às custas de tecido adiposo. O inchaço (edema) ou muita musculatura (massa magra) que aumentam o peso do indivíduo não constituem obesidade. Para saber se é obeso ou não calcule seu IMC – Índice de Massa Corporal Índice de massa corporal Peso em kg I.M.C = Alt(m) x Alt(m) Resultado: em kg/m² até 25 = normal acima de 25 = excesso de peso acima de 30 = obesidade leve
6.8.3) CCK (colecistoquinina)
acima de 35 = obesidade moderada
Estimula o crescimento celular do pâncreas e a produção de suco pancreático. Provoca o esvaziamento da vesícula biliar.
acima de 50 = hiperobesidade
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acima de 40 = obesidade mórbida
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BIOLOGIA
Mastigar pouco e comer rápido são hábitos que prejudicam a digestão
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Engolir a comida muito rápido pode também sobrecarregar o estômago. Partir mais os alimentos e repousar os talheres ajudam a comer melhor
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Cirurgias dão esperança contra obesidade mórbida
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Eles fazem regime desde criancinhas, tomam todos os inibidores de apetite lançados no mercado, trancafiam-se em spas por meses a fio e apelam até para simpatias e tratamentos místicos. Antes dos 25, já pesam pelo menos 40 kg a mais do que deveriam e, por isso, carregam doenças que, em geral, só atingem pessoas com o dobro da idade, como hipertensão, diabetes e entupimento das artérias. Na incapacidade de fechar a boca com os tratamentos convencionais, os obesos mórbidos, como são chamados, partem para técnicas ultrarradicais, que literalmente lacram parte do estômago para dar fim à compulsão. Chamadas de gastroplastias ou cirurgias bariátricas, as técnicas assustam por causa dos efeitos colaterais. Dois deles: vômito quando se ingere de uma vez o equivalente a duas xícaras de chá de qualquer alimento e taquicardia e sudorese após o consumo de três módicos bombons de chocolate. Apesar de o tratamento ser radical, as filas de espera nos hospitais que oferecem a cirurgia gratuitamente mostram que as gastroplastias
são, por enquanto, a melhor opção para quem não consegue emagrecer e paga pelos excessos à mesa com a própria saúde. “O tratamento da obesidade mórbida está cirúrgico, mas não vai ser assim para sempre. Daqui a uns 15 anos, com o desenvolvimento da terapia gênica, será possível curar a obesidade mórbida. Mas, por enquanto, essa é a melhor arma que temos”, afirma José Afonso Salet, especialista em cirurgia digestiva. O Hospital das Clínicas, pioneiro na realização das cirurgias de redução de estômago no país, não está aceitando novos candidatos porque a lista de espera tem mais de mil nomes. Se o atual ritmo de duas gastroplastias por semana for mantido, o último nome da lista só será operado daqui a dez anos. No hospital da Unicamp, a situação é ainda mais dramática: há 800 obesos na fila de espera, e, como só é feita uma cirurgia por semana, a espera chega a 18 anos. “Até o fim do ano, vamos dobrar o número de cirurgias. Como há pacientes que não podem esperar tanto, damos prioridade aos obesos que já não conseguem andar ou correm risco de vida”, explica José Carlos Pareja, coordenador do Ambulatório de Cirurgia Mórbida da Unicamp. 15
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Texto Complementar
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Sempre quando saímos da aula estamos morrendo de fome e dá vontade de comer algo imediato e o mais rápido possível. No entanto, isso pode ser um hábito que prejudica sua saúde sobrecarregando o estômago e, muitas vezes, sofrendo um prejuízo na absorção dos nutrientes. Para entender um pouco mais sobre nosso sistema digestório, siga-me até o site www.4newsmagazine.com.br. #Digerindo #MastigueaComida
HISTOFISIOLOGIA: A IMPORTÂNCIA DA HOMEOSTASE E O FUNCIONAMENTO DA NUTRIÇÃO E DIGESTÃO
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opções: a banda gástrica e o BIB (balão intragástrico). Bem menos invasivas, as duas técnicas exigem, em contrapartida, mais cooperação do paciente, que é obrigado a fazer dieta hipocalórica e exercícios físicos. “Os beliscadores compulsivos, que não conseguem seguir dieta, não dão certo com a banda gástrica porque abusam de líquidos hipercalóricos, como leite condensado, que passam direto pelo funil criado pela banda”, afirma Arthur Garrido Jr., professor da USP e um dos pioneiros da gastroplastia no Brasil. “Não dá para dizer qual a melhor das técnicas porque o bom resultado depende do perfil do paciente”, diz Salet, que usa as três cirurgias em sua clínica e foi o introdutor do BIB no país. Embora não haja consenso sobre qual a mais eficiente, todos os médicos concordam que a cirurgia só deve ser aplicada em quem tem índice de massa corpórea acima de 35 IMC. “Se não for assim, vai ter médico colocando menina que precisa perder 15 kg na mesa de operação”, diz Salet. Pacientes que apresentam distúrbios emocionais graves, como depressão profunda ou esquizofrenia, também devem ser barrados. Para muitos obesos, comer é uma das maiores fontes de prazer. Impedir essa sensação pode piorar o quadro depressivo. “Cerca de 20% dos pacientes podem apresentar depressão. Mas a maior parte se diz feliz com os resultados e diz que faria novamente a operação, mesmo com as dificuldades do pós-operatório”, diz o psiquiatra Adriano Segal, do Ambulatório de Bulimia e Transtornos Alimentares do HC. Para os que têm uma relação muito forte com a comida, a melhor opção é o switch duodenal, que não implica uma redução significativa da quantidade de alimentos ingerida. “Mesmo na banda e no bypass, o choque não é incontornável. Basta preparar psicologicamente o paciente antes da cirurgia e acompanhá-lo depois”, diz Segal. “Como a operação é no estômago, e não na cabeça, a gente tem de aprender a distinguir a diferença entre fome e vontade de comer. E isso leva tempo”, diz a comerciante Mônica Medeiros, 32, que já perdeu 65 kg desde que fez o bypass, há nove meses.
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Mais gordos A explosão na demanda por cirurgias redutoras do estômago tem duas causas principais: o crescimento exponencial da obesidade no país – estima-se que entre 1 milhão e 2 milhões de brasileiros hoje sejam obesos mórbidos – e o avanço das técnicas disponíveis bem menos invasivas do que quando começaram a ser realizadas nos EUA e na Europa, há 40 anos. Dois dos três métodos mais utilizados atualmente, o bypass gástrico e o switch duodenal provocam a perda de peso de duas maneiras: diminuem drasticamente o tamanho do estômago e evitam que os alimentos ingeridos sejam totalmente absorvidos pelo organismo. As primeiras cirurgias realizadas no Brasil, no fim da década de 70, agiam apenas impedindo a adequada absorção da comida. Os cirurgiões isolavam quase todo o intestino delgado – deixavam apenas 45 cm de seus 4,5 m – e, assim, impediam que as enzimas digestivas absorvessem calorias, vitaminas e sais minerais dos alimentos ingeridos. Radical demais, a técnica deixava os obesos fracos e desnutridos. Resultado: eram comuns pedidos para que o procedimento fosse desfeito porque o paciente não conseguia realizar afazeres cotidianos. Embora também isole parte do intestino delgado, o bypass gástrico, técnica mais comum no país porque é a única realizada pela rede pública, é bem menos radical e provoca um desvio de apenas 1 m. Ainda assim, alguns médicos recomendam que os pacientes tomem suplementação vitamínica para o resto da vida para fugir da anemia e osteoporose. Mesmo com esses avanços, a ideia de ter o estômago cortado e posteriormente grampeado ainda afasta da mesa de operações muitos obesos mórbidos que já desistiram de tentar emagrecer pelos métodos tradicionais e cuja única chance de se livrar das doenças decorrentes do excesso de peso é a cirurgia. “Há anos que eu ouvia falar da possibilidade de reduzir o estômago, mas nunca procurei um médico porque a ideia me parecia radical demais”, diz o professor de mergulho Afonso de Luca, 43, que chegou a carregar 174 kg em seu 1,73 m de altura. Quem se recusa a fazer o bypass ou o switch duodenal tem, por enquanto, duas
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(FALCÃO, Daniela, da Folha de S.Paulo 05/07/2001 – 12h01)
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Questão com a cara do ENEM, pois mostra a importância de se conhecer os processos bioquímicos e fisiológicos. A questão utiliza desses conhecimentos para falar do teste do bafômetro, importantíssimo na prevenção de vários acidentes.
9) (UFRJ) Em recente campanha publicitária divulgada pela televisão, uma pessoa “ataca” a geladeira, à noite, e pega um pedaço de bolo. Nesse momento, uma criatura representando uma enzima do estômago adverte: “você vai se empanturrar e descansar enquanto eu vou ficar trabalhando a noite toda!”. Como sabemos, os bolos são feitos, basicamente, de farinha de trigo, açúcar e manteiga. Indique os órgãos produtores de enzimas digestivas que teriam “mais razões para reclamar”, se a fisiologia digestiva fosse rigorosamente observada. Justifique sua resposta. 10) (UERJ) A bile, secretada pelo fígado e armazenada pela vesícula biliar, faz parte do processo de digestão de alimentos em seres humanos. Cite o tipo de alimento sobre o qual a bile age e a enzima que o digere. Em seguida, explique como a bile facilita a ação dessa enzima. 11) (UERJ) A atividade das enzimas no organismo humano varia em função do pH do meio. Observe o gráfico:
A curva que representa a variação da atividade da quimiotripsina, enzima proteolítica encontrada no suco duodenal, é a identificada pela seguinte letra: a) W; c) Y; b) X; d) Z. 12) (ENEM) Alguns fatores podem alterar a rapidez das reações químicas. A seguir, destacam-se três exemplos no contexto da preparação e da conservação de alimentos:
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Alguns rapazes cometeram a imprudência de dirigir logo depois de terem tomado várias cervejas. Durante o percurso, suspeitaram que, um pouco mais à frente, no posto rodoviário, talvez estivessem aplicando o teste do bafômetro. Nesse teste, o motorista deve soprar o ar em um aparelho que irá detectar a presença e a quantidade de álcool ingerida. Com o intuito de mascarar o teste e despistar os policiais, os rapazes lavaram a boca, beberam água e chuparam várias balas de hortelã. Parados no posto rodoviário e feito o teste do bafômetro, o teste foi: a) Negativo. O álcool é rapidamente digerido e absorvido pelas paredes digestórias. Só pode ser detectado a partir de gotículas da bebida que permanecem na mucosa da boca. A água e os elementos aromáticos da bala mascaram a detecção pelo aparelho. b) Negativo. O álcool é lentamente absorvido pelas paredes digestórias, sem sofrer digestão. Alcança a corrente sanguínea, é totalmente metabolizado pelo fígado e eliminado pelos rins. A água bebida pelos rapazes acelera a eliminação do álcool pela urina, e os elementos aromáticos da bala mascaram o odor da bebida. c) Positivo. O álcool é lentamente digerido e absorvido pelas paredes digestórias. O álcool ainda presente no estômago libera vapores que são expelidos pela boca junto com o ar soprado no aparelho. d) Positivo. O álcool é rapidamente digerido e absorvido pelas paredes digestórias. Alcança a corrente sanguínea e chega aos demais tecidos do corpo, inclusive mucosas bucais. Moléculas de álcool nas mucosas são detectadas pelo aparelho. e) Positivo. O álcool é rapidamente absorvido pelas paredes digestórias, sem sofrer digestão. Alcança a corrente sanguínea e chega rapidamente aos demais tecidos do corpo, inclusive pulmão. Moléculas de álcool nos alvéolos são liberadas junto com o ar soprado no aparelho.
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PRATICANDO
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Como teste do bafômetro pode cair no ENEM?
Gabarito: D
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Sobre esses amigos, podemos dizer que: a) Carlos e João são deficientes na produção de insulina e Carlos também é deficiente na produção de lactase; b) Carlos e João são deficientes na produção de lactase e João também é deficiente na produção de insulina; c) João é deficiente na produção de insulina, mas Carlos não é; d) Carlos é deficiente na produção de lactase e João é deficiente na produção de insulina; e) Carlos é deficiente na produção de lactase, mas João não é. 14) (PUC) Durante o processo de digestão de alimentos pelo homem, observa-se uma variação do pH ao longo do aparelho digestivo. Considerando essa variação, podemos dizer que o pH: a) na boca é ácido, no estômago é alcalino e é neutro no intestino; b) na boca e no estômago é ácido, tornando-se próximo ao neutro no intestino; c) na boca é alcalino, no estômago é neutro e no intestino ácido; d) na boca é próximo ao neutro, no estômago torna-se ácido e no intestino volta a ser alcalino; e) tende a apresentar uma tendência geral à acidificação.
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I) A maioria dos produtos alimentícios se conserva por muito mais tempo quando submetidos à refrigeração. Esse procedimento diminui a rapidez das reações que contribuem para a degradação de certos alimentos; II) Um procedimento muito comum utilizado em práticas de culinária é o corte dos alimentos para acelerar o seu cozimento, caso não se tenha uma panela de pressão; III) Na preparação de iogurtes, adicionam-se ao leite bactérias produtoras de enzimas que aceleram as reações envolvendo açúcares e proteínas lácteas. Com base no texto, quais são os fatores que influenciam a rapidez das transformações químicas relacionadas aos exemplos I, II e III, respectivamente? a) Temperatura, superfície de contato e concentração; b) Concentração, superfície de contato e catalisadores; c) Temperatura, superfície de contato e catalisadores; d) Superfície de contato, temperatura e concentração; e) Temperatura, concentração e catalisadores. 13) (FGV) João e seu amigo Carlos tomaram, cada um deles, dois copos de caldo-de-cana, ou garapa.
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Passados trinta minutos, pode-se detectar um aumento considerável na concentração sanguínea de glicose em ambos, mas a glicemia dos dois voltou ao normal algumas horas depois. Após 3 dias, os amigos tomaram, cada um, dois copos de leite, sem adição de açúcar. Trinta minutos depois, notou-se uma elevação na glicemia de João em relação à de Carlos. Carlos, contudo, seis horas após ter bebido o leite, apresentou excesso de gases, dores abdominais e fezes diarreicas.
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15) (UNICAMP) A cirrose hepática é uma séria enfermidade que frequentemente surge do hábito de ingerir bebida alcoólica. O álcool pode alterar várias estruturas do fígado, como ductos biliares e as células produtoras de bile, além de causar acúmulo de glóbulos de gordura. a) Qual a importância da bile para o processo de digestão e em que parte do tubo digestório a bile é lançada? b) Outra função realizada pelo fígado é a produção e armazenamento de glicogênio. Espera-se que esse processo ocorra depois de uma refeição ou após um longo período de jejum? Qual a importância do armazenamento do glicogênio?
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carboidratos, lipídios e proteínas são, respectivamente, 4, 9 e 4 kcal/g; a torta contém, ao todo, 50% de carboidratos, 15% de lipídios e 35% de proteínas; cada fatia da torta tem massa de 50 g e todas são iguais e homogêneas. Para obedecer à dieta, a maior quantidade de fatias dessa torta que a pessoa pode comer corresponde a : a) 1 b) 2 c) 3 d) 4
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16) (UECE) Existem inúmeras características que nos permitem diferenciar a matéria viva da inanimada. A característica “O ser vivo é capaz de manter a constância do meio interno” é identificada como: a) homeostase; b) metabolismo; c) irritabilidade; d) nutrição.
19) (FUVEST) O esquema representa o sistema digestório humano e os números indicam alguns dos seus componentes.
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18) Uma pessoa submetida a uma determinada dieta alimentar deseja ingerir, no máximo, 500 kcal em fatias de uma torta. Observe que: Valor calórico é a quantidade de energia capaz de produzir trabalho, liberada pelo metabolismo de uma certa quantidade de alimento ingerido; os valores calóricos aproximados de
O local onde se inicia a digestão enzimática das gorduras que ingerimos como alimento está identificado pelo número: a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5 20) (UEL) Os meios de comunicação têm noticiado, frequentemente, que o Brasil está se tornando um país de obesos. Os órgãos envolvidos com a saúde pública têm mostrado preocupação constante com a dieta do povo bra-
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17) (FUVEST) O Índice de Massa Corporal (IMC) é o número obtido pela divisão da massa de um indivíduo adulto, em quilogramas, pelo quadrado da altura, medida em metros. É uma referência adotada pela Organização Mundial de Saúde para classificar um indivíduo adulto, com relação ao seu peso e altura, conforme a tabela abaixo. Levando em conta esses dados, considere as seguintes afirmações: I. Um indivíduo adulto de 1,70 m e 100 kg apresenta Obesidade Grau 1; II. Uma das estratégias para diminuir a obesidade na população é aumentar a altura média de seus indivíduos por meio de atividades físicas orientadas para adultos; III. Uma nova classificação que considere obesos somente indivíduos com IMC maior que 40 pode diminuir os problemas de saúde pública. Está correto o que se afirma somente em: a) I b) II c) III d) I e II e) I e III
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22) (FATEC) A um pedaço de carne triturada acrescentou-se água, e essa mistura foi igualmente distribuída por seis tubos de ensaio (I a VI). A cada tubo de ensaio, mantido em certo pH, foi adicionada uma enzima digestória, conforme a lista abaixo. I. pepsina; pH = 2 II. pepsina; pH = 9 III. ptialina; pH = 2 IV. ptialina; pH = 9 V. tripsina; pH = 2 VI. tripsina; pH = 9 Todos os tubos de ensaio permaneceram durante duas horas em uma estufa a 38o C. Assinale a alternativa da tabela que indica corretamente a ocorrência (+) ou não (–) de digestão nos tubos I a VI.
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sileiro, pois o tradicional prato de “feijão, arroz, bife e salada” está sendo substituído por comidas industrializadas e com alto teor calórico. Estima-se que o consumo de feijão e de arroz caiu em torno de 30% nos últimos anos. Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, considere as afirmativas a seguir. I. O prato tradicionalmente consumido pelo brasileiro apresenta elementos essenciais ao metabolismo, como proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas e sais minerais; II. A ingestão de proteínas é importante, pois elas serão degradadas em aminoácidos, usados como fonte na síntese das proteínas codificadas pelo organismo; III. Os carboidratos e lipídios da dieta são fonte importante de energia para os organismos, pois essas moléculas preservam, na forma de energia química, boa parte da energia gasta para a sua síntese; IV. Os ácidos nucléicos ingeridos são incorporados ao DNA do organismo, razão pela qual questiona-se o consumo de alimentos transgênicos. Estão corretas apenas as afirmativas: a) I e III b) I e IV c) II e IV d) I, II e III e) II, III e IV
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21) (UFRN) A ingestão de alimentos gordurosos (frituras, por exemplo) provoca a secreção de bile, e esta promove o emulsionamento das gorduras, facilitando a ação da lipase. Marque a opção que contém o hormônio estimulante da secreção da bile e o órgão onde ele é produzido.
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a) b) c) d)
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Hormônio secretina secretina colecistocinina colecistocinina
Orgão pâncreas fígado vesícula duodeno
a) b) c) d) e)
I + + + – –
II – – – + +
III + – – + –
IV – + – – +
V + – – – +
VI – – + + –
23) (UERJ) As proteínas alimentares são digeridas em etapas, até que seus produtos finais, os aminoácidos, possam ser absorvidos. O gráfico abaixo mostra a relação entre a quantidade de aminoácidos formados em três compartimentos do tubo digestório algum tempo após a ingestão de uma refeição rica em proteínas.
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26) (ENEM) Analise a figura. 100
90
80
70 60
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24) (UFRJ) A figura 1, a seguir, mostra as vilosidades do intestino de uma serpente após um longo período de jejum, enquanto a figura 2 mostra a mesma região minutos após a ingestão de alimentos.
Identifique uma enzima correspondente a cada classe, indicando os seus respectivos produtos.
Concentração de álcool no sangue (mg%)
Os compartimentos estômago, duodeno e jejuno-íleo estão representados no gráfico pelas barras identificadas, respectivamente, por: a) Y, X e Z; b) X, Y e Z; c) Z, X e Y; d) Y, Z e X.
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40 30
20
10
0
1
2
3 4 5 Tempo (horas)
6
7
8
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(Disponível em: http//www.alcoologia.net. Acesso em 15 jul. 2009 [adaptado].)
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25) (UERJ) Apenas as moléculas mais simples dos alimentos podem ser eficientemente absorvidas pelo intestino. Assim, a maior parte dos alimentos ingeridos, para ser aproveitada pelo corpo, precisa ser quimicamente processada por hidrólise. O quadro a seguir relaciona algumas propriedades de quatro classes de hidrolases encontradas na cavidade do tubo digestório, todas com faixa de pH ideal entre 7,0 e 8,0. substrato
classe de hidrolase
tipo
necessidade de emulsificação
A
polissacarídeos
não
B
proteínas
não
C
dissacarídeo do leite
não
D
triacilgliceróis
sim
APROFUNDANDO 27) (PUC) Os fenilcetonúricos têm falta de uma enzima do fígado responsável pelo metabolismo do aminoácido fenilalanina. Para que essa substância não se acumule no sangue, sua dieta alimentar deve restringir, entre os nutrientes mencionados a seguir: a) as proteínas apenas; b) os carboidratos apenas; c) as gorduras apenas; d) as gorduras e os carboidratos; e) as gorduras e as proteínas. 21
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Essa rápida alteração nas vilosidades é causada por um intenso aumento da irrigação sanguínea na porção interna dessas estruturas. Tal mudança após a alimentação é importante para o aumento da eficiência do processo de nutrição das serpentes. Por que a alteração nas vilosidades contribui para a eficiência da nutrição das serpentes? Justifique sua resposta.
Supondo que seja necessário dar um título para essa figura, a alternativa que melhor traduziria o processo representado seria: a) concentração média de álcool no sangue ao longo do dia; b) variação da frequência da ingestão de álcool ao longo das horas; c) concentração mínima de álcool no sangue a partir de diferentes dosagens; d) estimativa de tempo necessário para metabolizar diferentes quantidades de álcool; e) representação gráfica da distribuição de frequência de álcool em determinada hora do dia.
HISTOFISIOLOGIA: A IMPORTÂNCIA DA HOMEOSTASE E O FUNCIONAMENTO DA NUTRIÇÃO E DIGESTÃO
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utilizadas essencialmente como constituintes estruturais das células, são também fontes de energia. As densidades calóricas (kcal.g-1) das proteínas, carboidratos e lipídios são, respectivamente: a) 4; 4; 9 b) 9; 4; 4 c) 4; 7; 9 d) 4; 9; 7 e) 7; 4; 9
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28) (UFF) O colesterol é um importante constituinte das membranas celulares, estando relacionado à síntese dos hormônios esteroides e sais biliares. No plasma, ele é encontrado ligado a corpúsculos lipoproticos conforme mostra a figura a seguir: LDL – 45% de colesterol HDL – 20% de colesterol
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30) No seu encontro casual com José Prequeté, Macunaíma gritou-lhe o seguinte insulto: — Zé prequeté, tira bicho do pé, pra comer com café!
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29) (UFPI) Os nutrientes essencialmente energéticos, usados como fonte de energia para as atividades metabólicas, são os carboidratos e os lipídios. As proteínas, apesar de serem
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Este dito popular faz alusão a um tipo de dieta alimentar pouco comum. Conhecendo as necessidades básicas do organismo humano em formação, explique quatro consequências de uma dieta pobre em proteínas. BIO0213
31) (UNICAMP) O gráfico a seguir representa as atividades de duas enzimas do sistema digestório humano avaliadas a 37°C (condições normais de temperatura corpórea). 10
Atividade Enzimática
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LDL – Low Density Lipoprotein ou lipoproteína de baixa densidade. HDL – High Density Lipoprotein ou lipoproteína de alta densidade. Considere a afirmativa: Há uma relação direta entre as taxas de colesterol no sangue e a incidência de ateromas, tromboses e infartos. Marque a opção que apresenta a conclusão correta acerca desta afirmativa. a) Concentrações de HDL e LDL não possuem importância na avaliação da predisposição para o infarto; b) Alta concentração de HDL e baixa LDL significam pequeno risco de infarto; c) Alta concentração de LDL e baixa de HDL significam menor risco de infarto; d) O aumento das taxas de colesterol depende somente da alimentação, não sendo influenciado por fatores genéticos, estresse, fumo e diminuição de atividade física; e) A afirmativa é incorreta, pois não há provas significativas que correlacionem os níveis de colesterol com a incidência de tromboses e infartos.
(ANDRADE, Mário de. Macunaíma)
8 6 4 2 0
0
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6 pH
8
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enzima A enzima B
a) Qual é o local de atuação da enzima A? Justifique. b) Cite uma enzima digestiva que apresente o padrão de atividade da enzima B e seu local de atuação. c) Explique o que ocorreria com a atividade enzimática se, experimentalmente, a temperatura fosse pouco aumentada até atingir 60°C
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a) pepsina, suco gástrico, pepsinogênio, ácido; b) ptialina, suco gástrico, amilase salivar, ácido; c) gastrina, suco gástrico, glicogênio, ácido; d) mucina gástrica, estômago, pepsinogênio, básico; e) amilase pancreática, intestino, amilase salivar, básico. 36) (PUC) No nosso organismo, a falta de bile no intestino delgado dificulta a digestão, principalmente de: a) amido; b) gorduras; c) pProteínas; d) vitaminas; e) enzimas.
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32) Considere as seguintes etapas da digestão. I) Absorção de nutrientes; II) Adição de ácido clorídrico ao suco digestivo; III) Início da digestão das proteínas; IV) Adição da bile e do suco pancreático ao suco digestivo; V) Início da digestão do amido. Dentre esses processos, ocorrem no intestino delgado apenas: a) I e IV d) II e IV b) I e III e) III e V c) II e III
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34) (UFRRJ) Recentemente, houve grande interesse por parte dos obesos quanto ao início da comercialização do medicamento “Xenical” no Brasil. Esse medicamento impede a metabolização de um terço da gordura consumida pela pessoa. Assim, pode-se concluir que o “Xenical” inibe a ação da enzima: a) maltase; b) protease; c) lipase; d) amilase; e) sacarase. 35) (UNIRIO) A _________________ é uma enzima proteolítica do que surge a partir de um precursor, _______________, quando em meio _________________. Assinale a opção que completa perfeitamente as lacunas da sentença anterior.
37) (UNIFESP) No tubo 1 existe uma solução contendo células de fígado de boi. Em 2, há uma solução de células extraídas de folhas de bananeira.
Você deseja eliminar completamente todos os constituintes dos envoltórios celulares presentes em ambos os tubos. Para isso, dispõe de três enzimas digestivas diferentes: C: digere carboidratos em geral; L: digere lipídios; P: digere proteínas. Para atingir seu objetivo gastando o menor número possível de enzimas, você deve adicionar a 1 e 2, respectivamente: a) 1 = C; 2 = P; b) 1 = L; 2 = C; c) 1 = C e P; 2 = C e L; d) 1 = C e P; 2 = C, L e P; e) 1 = L e P; 2 = C, L e P. 23
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33) (UERJ) A ptialina é uma enzima digestiva secretada por glândulas salivares. No entanto, muitas pessoas não a produzem e não têm problemas na digestão de alimentos. Isso é explicado porque um dos sucos digestivos contém uma enzima similar. O nome desse suco digestivo e de sua enzima, similar à ptialina, estão indicados em: a) salivar – tripsina; b) entérico – lipase; c) gástrico – pepsina; d) pancreático – amilase.
HISTOFISIOLOGIA: A IMPORTÂNCIA DA HOMEOSTASE E O FUNCIONAMENTO DA NUTRIÇÃO E DIGESTÃO
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As duas principais funções do estômago prejudicadas por esse uso excessivo são: a) emulsificação de gorduras absorção de aminoácidos; b) quebra de moléculas de carboidratos produção de muco; c) transformação de pepsinogênio em pepsina eliminação de microrganismos; d) digestão de compostos carboxílicos manutenção de pH adequado à absorção. 41) (FUVEST) O kwashiorkor e o marasmo são doenças infantis por deficiência nutricional encontradas em regiões subdesenvolvidas. Kwashiorkor é uma palavra de origem africana que significa “doença que afeta uma criança quando nasce outra (uma irmã ou um irmão)”. A doença caracteriza-se por retardo de crescimento, cabelos e pele descoloridos e inchaço do corpo, principalmente da barriga, devido ao acúmulo de líquido nos tecidos. Esse quadro decorre da falta quase completa de proteínas na dieta, a qual é constituída essencialmente por carboidratos. O marasmo, fraqueza extrema, caracteriza-se por atrofia dos músculos, ossos salientes e fácies de um velho; é um quadro de subnutrição completa causada por deficiência calórica e protéica. a) Explique a relação entre a causa do kwashiorkor e o significado atribuído a essa palavra africana. b) Por que alimentos protéicos são fundamentais na composição da dieta das crianças? c) Explique por que a deficiência calórica faz a criança emagrecer.
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38) (UERJ) Lipases são enzimas relacionadas à digestão dos lipídios, nutrientes que, em excesso, levam ao aumento da massa corporal. Certos medicamentos para combate à obesidade agem inibindo essas enzimas. Assim, como não há digestão de parte da gordura ingerida, há menor absorção desses nutrientes, contribuindo para o controle do peso. Com base nessas informações, conclui-se que tais medicamentos agem principalmente sobre as enzimas produzidas pelo seguinte órgão: a) fígado; b) jejuno; c) pâncreas; d) estômago.
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39) (FUVEST) Qual cirurgia comprometeria mais a função do sistema digestório e por quê: a remoção dos vinte e cinco centímetros iniciais do intestino delgado (duodeno) ou a remoção de igual porção do início do intestino grosso? a) A remoção do duodeno seria mais drástica, pois nele ocorre a maior parte da digestão intestinal. b) A remoção do duodeno seria mais drástica, pois nele ocorre a absorção de toda a água de que o organismo necessita para sobreviver. c) A remoção do intestino grosso seria mais drástica, pois nele ocorre a maior parte da absorção dos produtos do processo digestório. d) A remoção do intestino grosso seria mais drástica, pois nele ocorre a absorção de toda a água de que o organismo necessita para sobreviver. e) As duas remoções seriam igualmente drásticas, pois, tanto no duodeno quanto no intestino grosso, ocorrem digestão e absorção de nutrientes e de água.
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40) (UERJ) O suco gástrico contém um ácido, produzido pelas células da parede do estômago, que desempenha papel fundamental para a eficiência do processo digestório no ser humano. O consumo excessivo de antiácidos pode interferir na atuação do suco gástrico, prejudicando o funcionamento normal do estômago.
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42) (UERJ) A análise do material coletado por uma sonda introduzida no intestino delgado de uma pessoa, algum tempo após a ingestão de uma refeição rica em amido, revelou a presença de um dissacarídeo e de um monossacarídeo. Nomeie as duas enzimas envolvidas no processo de digestão do amido e o produto de cada uma delas.
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Cite o nome de uma enzima, encontrada no tubo digestório humano, que poderia ser utilizada no experimento para hidrolisar o amido. Ao reagir com o iodo, o amido assume coloração azulada. Identifique o único tubo de ensaio que não apresentará tal coloração e justifique sua resposta em função das duas condições experimentais empregadas. 46) (UFOP) O esvaziamento gástrico excessivamente rápido pode levar à formação de uma úlcera duodenal. Já a regurgitação do conteúdo duodenal pode contribuir para a formação das úlceras gástricas. Em relação à afirmação acima, responda: a) A afirmação é verdadeira? Justifique sua resposta. b) Comente o controle hormonal da digestão no estômago e no intestino.
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43) (UFRJ) Logo após a colheita, os grãos de milho apresentam sabor adocicado, devido à presença de grandes quantidades de açúcar em seu interior. O milho estocado e vendido nos mercados não tem mais esse sabor, pois cerca de metade do açúcar já foi convertida em amido por meio de reações enzimáticas. No entanto, se o milho for, logo após a colheita, mergulhado em água fervente, resfriado e mantido num congelador, o sabor adocicado é preservado. Por que esse procedimento preserva o sabor adocicado dos grãos de milho?
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45) (UERJ) Um laboratório analisou algumas reações ocorridas durante o processo de digestão do amido em seres humanos. Para isso, foram utilizados quatro tubos de ensaio, cada um contendo pequena concentração de amido, igual a 0,05 mg/mL, e excesso de enzima digestiva em relação a esse substrato. O experimento consistia em adicionar uma gota de solução de iodo a cada um dos tubos de ensaio. Observe, abaixo, as condições experimentais empregadas:
47) (ENEM) Na década de 1940, na Região Centro-Oeste, produtores rurais, cujos bois, porcos, aves e cabras estavam morrendo por uma peste desconhecida, fizeram uma promessa, que consistiu em não comer carne e derivados até que a peste fosse debelada. Assim, durante três meses, arroz, feijão, verduras e legumes formaram o prato principal desses produtores. (O Hoje, 15 out. 2011 [adaptado]).
Para suprir o déficit nutricional a que os produtores rurais se submeteram durante o período da promessa, foi importante eles terem consumido alimentos ricos em: a) vitaminas A e E; b) frutose e sacarose; c) aminoácidos naturais; d) aminoácidos essenciais; e) ácidos graxos saturados. 48) (ENEM) O milho verde recém-colhido tem um sabor adocicado. Já o milho verde comprado na feira, um ou dois dias depois de colhido, não é mais tão doce, pois cerca de 50% dos carboidratos responsáveis pelo sabor adocicado são convertidos em amido nas pri-
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44) (UERJ) Dentre os distúrbios mais comuns do aparelho digestório, pode-se citar a intolerância à lactose. A incapacidade do organismo em digerir essa molécula provoca dores abdominais, náuseas e diarreias. Aponte o fator responsável pela incapacidade de digerir a lactose e identifique o suco digestório que estará modificado em um paciente com esse distúrbio. Cite, ainda, a região do tubo digestório em que a lactose é degradada em uma pessoa saudável e indique os produtos da sua digestão.
HISTOFISIOLOGIA: A IMPORTÂNCIA DA HOMEOSTASE E O FUNCIONAMENTO DA NUTRIÇÃO E DIGESTÃO
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a sua refeição? Justifique. b) Para o pescador, qual seria o local mais apropriado para realizar a digestão do sanduíche, no rio ou às suas margens? Por quê?
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50) O destino de uma molécula de celulose presente nas fibras encontradas na alface, ingerida por uma pessoa, numa refeição, é: a) entrar nas células e ser “queimada” nas mitocôndrias, liberando energia para o organismo; b) ser “desmontada” no tubo digestório, fornecendo energia para as células; c) servir de matéria-prima para a síntese da glicose; d) entrar nas células e ser utilizada pelos ribossomos na síntese de proteínas; e) ser eliminada pelas fezes, sem sofrer alteração no tubo digestório.
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meiras 24 horas. Para preservar o sabor do milho verde pode-se usar o seguinte procedimento em três etapas: 1o descascar e mergulhar as espigas em água fervente por alguns minutos; 2o resfriá-las em água corrente; 3o conservá-las na geladeira. A preservação do sabor original do milho verde pelo procedimento descrito pode ser explicada pelo seguinte argumento. a) O choque térmico converte as proteínas do milho em amido até a saturação; esse ocupa o lugar do amido que seria formado espontaneamente; b) A água fervente e o resfriamento impermeabilizam a casca dos grãos do milho, impedindo a difusão de oxigênio e a oxidação da glicose; c) As enzimas responsáveis pela conversão desses carboidratos em amido são desnaturadas pelo tratamento com água quente; d) Microrganismos que, ao retirarem nutrientes dos grãos, convertem esses carboidratos em amido, são destruídos pelo aquecimento; e) O aquecimento desidrata os grãos de milho, alterando o meio de dissolução onde ocorreria espontaneamente a transformação desses carboidratos em amido.
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49) No interior do estado do Mato Grosso, um pescador, após comer um sanduíche, entrou nas águas de um rio a fim de se refrescar. Não muito distante do local, um jacaré, após abundante refeição à base de peixes e aves da região, repousava sobre as areias da margem do rio. Considerando-se que as temperaturas da água do rio e da areia eram, respectivamente, de 18°C e 45°C e que as enzimas digestivas do homem e do jacaré têm sua temperatura ótima entre 35°C e 40°C, deseja-se saber: a) O jacaré teria alguma dificuldade na digestão do alimento se permanecesse no rio após
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BIOLOGIA
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DESAFIANDO
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TEMPERATURA (°C)
51) (UERJ) Para estudar a ação de uma determinada enzima, mediu-se a sua atividade em diferentes valores de temperatura e de pH, e em condições ideais de substrato. O gráfico a seguir mostra alguns dos resultados encontrados.
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8 6 4 pH 2
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2 4 6 ATIVIDADE (unidades arbitrárias)
a) Nomeie uma enzima proteolítica, presente no sistema digestivo humano, que possua as características daquela mostrada no gráfico e indique como é iniciado o processo de ativação de sua pró-enzima. b) Cite uma outra enzima digestiva que atue sobre triglicerídeos e explique a importância do fígado no processo digestivo de tais substâncias.
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52) Quando uma célula fagocita uma partícula: a) a digestão das substâncias fagocitadas ocorre por meio de um processo exógeno à célula em estruturas chamadas de desmossomos; b) há formação de pseudópodes contendo enzimas proteolíticas e ácidos nucleicos; c) a digestão das substâncias fagocitadas é feita pelas enzimas encontradas nos lisossomos; d) a digestão das substâncias fagocitadas ocorre no retículo endoplasmático rugoso com a participação dos ribossomos.
PESQUISANDO
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HISTOFISIOLOGIA: A IMPORTÂNCIA DA HOMEOSTASE E O FUNCIONAMENTO DA NUTRIÇÃO E DIGESTÃO
Você já deve ter ouvido falar na pirâmide alimentar. Mas você sabe interpretá-la?
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Há vários modelos e tipos de pirâmide alimentar, desde seu surgimento, com variações de acordo com os hábitos e necessidades de diferentes povos e também com alterações de acordo com os avanços de pesquisas científicas.
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Porém, elas sempre seguem os mesmos princípios de serem esquemas gráficos, com os alimentos divididos por grupos e as porções em que eles devem ser ingeridos; e têm a mesma finalidade: ser um guia/roteiro alimentar para hábitos saudáveis.
RESUMINDO
• A nutrição é a obtenção de nutrientes que são formados de matéria inorgânica e orgânica que comporão metabolicamente a célula fornecendo energia, plasticidade e regulação. Alguns alimentos devem passar pelo processo de digestão para serem degradados em micronutrientes que possam ser absorvidos pelas células; • Digestão é o processo de transformação de macronutrientes em micronutrientes por meio de ações enzimáticas, auxiliadas por ações mecânicas;
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• A boca, o estômago e o duodeno são os pontos que recebem secreções enzimáticas e até não enzimáticas;
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• A absorção de micronutrientes é observada ao longo do jejuno e do íleo, partes do intestino delgado, onde observamos muitas vilosidades e microvilosidades, que aumentam a superfície de contato com os elementos a serem absorvidos;
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• No intestino grosso notamos vilosidades que aumentam a capacidade de absorção, so que agora de sais e de água. Com a absorção de água e sais, o quimo vira bolo fecal que é depositado no reto e será eliminado para o meio através do ânus.
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Direção Executiva: Fabio Benites
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Diagramação, Ilustração de capa e Projeto Gráfico: Alan Giles Dominique Coutinho Erlon Pedro Pereira
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Gestão Editorial: Maria Izadora Zarro
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Irium Editora Ltda Rua Desembargador Izidro, no 114 Tijuca - RJ CEP: 20521-160 Fone: (21) 2560-1349 www.irium.com.br
A reprodução desta obra, no todo ou em parte, por qualquer meio, sem autorização expressa, sujeitará o infrator, nos termos da Lei no 6.895, de 17/12/80, às penalidades previstas nos artigos 184 e 185 do Código Penal.
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PRETÉRITO PERFECTO SIMPLE X PRETÉRITO PERFECTO COMPUESTO DE INDICATIVO: ¿CUÁL ES LA DIFERENCIA?
Objetivos de aprendizaje:
• Relembrar os verbos regulares no Pretérito Perfecto Compuesto; • Revisar os verbos regulares no Pretérito Perfecto Simple;
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• Aprender os verbos irregulares no Pretérito Perfecto Compuesto; • Entender os verbos irregulares no Pretérito Perfecto Simple;
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• Praticar interpretação de textos.
(Disponível em: www.istock.com. Acesso em: jul.2016)
PRETÉRITO PERFECTO SIMPLE X PRETÉRITO PERFECTO COMPUESTO DE INDICATIVO: ¿CUÁL ES LA DIFERENCIA?
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Cual es la diferencia?
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¡Hola amigos! ¿Que tal hacermos una pequeña revisión? Si ya ha estudiado, no ha problema… Empezaremos con la diferencia entre los dos tiempos verbales del Pasado: Pasado lejano x Pasado cercano, ¿recuerdas? También conocidos por Pretérito Perfecto Simple (indefinido) y Pretérito Perfecto Compuesto. O sea, ¿cuándo usamos “HE COMPRADO” o simplemente “COMPRÉ”? Vamos a recordar las conjugaciones de los verbos regulares e irregulares en estos tiempos verbales del pasado. En este cuaderno también no vamos a olvidar algunos ejercicios de interpretación de textos, ¿vale? Entonces, ¡vamos a empezar!
(Disponível em: http://www.magnusconcursos.com.br/v2/arquivos/anexos/ a718156a7a9593b9625d33fdce38756d.pdf. Acesso em: maio 2016)
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1) Pretérito Perfecto Simple de Indicativo (PPS) 1.1) Verbos regulares
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¿Cómo utilizas un verbo cuando quieres decir algo de tu pasado? Bueno, en Español hay dos formas de hablar sobre algo que ocurrió en el pasado. La primera forma que vamos a estudiar es el Pretérito Perfecto Simple (PPS) o Pretérito Indefinido. Este tiempo verbal se refiere a un pasado lejano y es el tiempo con la conjugación parecida al Portugués. Usamos el Pretérito Indefinido para narrar acciones o hechos pasados que no tienen relación con el presente, mejor dicho, para contar qué sucedió en el pasado. Yo nací en 1999. Ayer fui a la playa. Así, para expresar acciones pasadas ya concluidas en un tiempo más o menos lejano utilizamos el pretérito indefinido.
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• Mira que hay dos formas de su uso: – Acción que tiene lugar en un determinado momento del pasado: El año pasado llegó una chica nueva a clase. Me encantó conocerla, … Me quedé muy triste. • Nueva acción del pasado que tiene lugar en mitad de otra acción: Justo cuando empezábamos a ser amigos de verdad, tuvo que marcharse. También, hay algunas expresiones que suelen acompañar a este tiempo verbal: La semana pasada mis amigos y yo fuimos a la playa y nos divertimos mucho. El domingo Juan se levantó temprano. Ayer visitamos a nuestros abuelos. Bueno, ahora vamos a ver como es la conjugación de los verbos regulares en el PPS:
ESPANHOL amar
vender
partir
yo
amé
vendí
partí
tu
amaste
vendiste
partiste
él / ela / ustes amó
vendió
partió
nosotros / nosotras
amamos
vendimos
partimos
vosotros / vosotras
amasteis
vendisteis
partisteis
ellos / ellas / ustedes
amaron
vendieron
partieron
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En los verbos con terminación ER o IR, la tercera persona del singular y plural (él / ellos) cambia la i por la y. Leer = leyó / leyeron
Distribuir = distribuyó / distribuyeron
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En los verbos con terminación ll/ñ + ER o IR, no habrá i en la tercera persona de singular o plural. Tañer = tañó / tañeron
¡OJO!
Bullir = bulló / bulleron
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• Hay ocasiones donde es necesario cambiar la consonante final de la raíz en la primera persona del singular (yo) de los verbos con terminación AR: C → QU = atracar – atraqué G → GU = colgar – conlgué
GU → GÜ = averiguar – averigüé
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Z→ C = empezar – empecé
Extrema-direira bate na trave em eleições austríacas
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O candidato nacionalista Norbert Hofner perdeu para o candidato da Alternativa Verde, Alexander van der Bellen por uma margem menor que 1%
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A Europa passou muito perto de eleger seu primeiro chefe de Estado claramente vinculado com a extrema-direita desde o início da integração continental. Apesar da derrota por 0,6%, a eleição marca definitivamente a consolidação dessa força política, fruto do atual momento crítico vivenciado pelo continente imerso em crise de refugiados e perda de prestígio do bloco. E a Áustria não está sozinha! Confira em nosso portal www.4newsmagazine.com.br #NacionalismoEXenofobia
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PRETÉRITO PERFECTO SIMPLE X PRETÉRITO PERFECTO COMPUESTO DE INDICATIVO: ¿CUÁL ES LA DIFERENCIA?
1.2) Verbos irregulares
GRUPO 1 – Raíces irregulares + terminaciones comunes estar
estuv-
+e (yo)
haber
hub-
+ iste (tú)
poder
pud-
+o (él)
poner
pus-
+ imos (nosotros)
querer
quis-
+ isteis (vosotros)
saber
sup-
+ ieron (ellos)
tener
tuv-
venir
vin-
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2) Recibí pocas noticias. Lo subrayado expresa: a) un hecho acabado en un pasado lejano; b) un hecho acabado en un pasado próximo; c) un hecho presente en el pasado; d) un hecho anterior a otro hecho pasado.
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1) Expresa una acción acabada en un pasado lejano. a) Bridgestone ha sufrido las mayores pérdidas en la última década; b) Bridgestone sufrió las mayores pérdidas en la última década; c) Bridgestone sufría las mayores pérdidas en la última década; d) Bridgestone había sufrido las mayores pérdidas en la última década.
¿Sabes conjugar los verbos irregulares en el PPS? Bueno, la conjugación no sigue la misma regla de los regulares, entonces, vamos a dividirlos por grupos, ¿qué tal?
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PRACTICANDO
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3) El plural de lo subrayado en el ejercicio número 2 es: a) Recibieron; b) Recibimos; c) Recibíamos; d) Recibisteis. 4) Hace unos días, los alumnos escogieron sus carreras. El singular de lo subrayado es: a) escogí; b) escogiste; c) escogió; d) escoge.
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5) Completa las frases con los verbos en el indefinido: a) Mis hijos ____________ anoche. (partir); b) Mi padre ____________ su coche. (vender); c) Manolo y Luis ____________ la leche que les dio su madre. (beber); d) ¿Dónde __________________ vuestras chaquetas? (comprar – vosotros); e) ¿Cuánto ____________ por aquel trabajo? (recibir tú).
GRUPO 2 – Verbos Decir y Traer Decir
Traer
Yo
Dije
Traje
Tú
Dijiste
Trajiste
Él/Ella/Usted
Dijo
Trajo
Nosotros (as) Dijimos
Trajimos
Vosotros (as)
Dijisteis
Trajisteis
E l l o s / E l l a s / Dijeron Ustedes
Trajeron
GRUPO 3 – Verbos Ser e Ir. ¡Mira que son iguales!
Ser
Ir
Yo
Fui
Fui
Tú
Fuiste
Fuiste
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Él/Ella/Usted Fui
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Fue
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Vosotros (as)
Fuisteis
Fuisteis
Ellos/Ellas/Us- Fueron tedes
Fueron
Produ Condu Tradu -
je jiste jo
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Él/Ella/Usted
Nosotros (as)
jimos
Vosotros (as)
jisteis
Ellos/Ellas/Ustedes
jeron
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GRUPO 6 – Verbos que, en la 3a p.s./3a p.pl., cambian la e > i (preferir, herir, mentir, divertir, advertir, pedir, medir, conseguir, reír, vestir, servir, despedir, impedir, seguir, repetir etc.)
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Yo Tú Él/Ella/Usted Nosotros (as) Vosotros (as) Ellos/Ellas/Ustedes
Morimos
Vosotros (as)
Moristeis
Ellos/Ellas/Ustedes
Murieron
Como irregularidade do Pretérito Perfeito Simples pode cair no ENEM?
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GRUPO 5 – Verbos terminados en –ucir (producir, traducir, conducir etc.) Yo Tú
Nosotros (as)
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GRUPO 4 – Verbo Dar
Dar Yo Di Tú Diste Él/Ella/Usted Dio Nosotros (as) Dimos Vosotros (as) Disteis Ellos/Ellas/Ustedes Dieron
Yo Tú Él/Ella/Usted
Morir Morí Moriste Murió
Sentir Sentí Sentiste Sintió Sentimos Sentisteis Sintieron
GRUPO 7 – Verbos que, en la 3a p.s./3a p.pl., cambian la o > u (dormir y morir.)
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O Pretérito Perfeito Simples é caracterizado por indicar fatos passados e acabados, por isso, é a forma verbal predominante nos textos narrativos. Os verbos irregulares possuem desinências distintas dos regulares. Assim, entender o processo de conjugação nos ajuda a realizar uma leitura mais detalhada.
Usos y costumbres del beso
Las costumbres, piensa El Viajero, son como el propio ombligo. Absolutamente natural para el portador, y sorprendentemente particular para el que mira. Y conocer las costumbres de cada región o cultura, que es como entrar en el ombligo de una comunidad. Y entre el ombligo de una comunidad. Y entre ellas, el beso, el simple contato de un labio con una mejilla o de dos labios, ha despertado suspicacias, enconos y sorpresas. En las últimas décadas los argentinos varones asumieron el hábito curioso para muchos latinoamericanos, cuando no repulsivos, para otros: besarse entre hombres. Al parecer, y valga la redundancia, no parece cosa de hombres. Pero el beso entre hombres viene de antiguo. En Bélgica, los amigos se saludan con tres sonoros besos en las mejillas. En cambio los egipcios tienen saludos más elaborados: los amigos varones suelen estrecharse las manos y besarse en una y otra mejilla. Esto puede repetirse más de una vez; y no es raro que concluyan con un beso en la frente. Pero este acercamiento entre los hombres no es igual para las mujeres: EM2ESP01
Fuimos
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Nosotros (as) Fuimos
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PRETÉRITO PERFECTO SIMPLE X PRETÉRITO PERFECTO COMPUESTO DE INDICATIVO: ¿CUÁL ES LA DIFERENCIA?
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PRACTICANDO 6) “... producimos el mayor riesgo...” Ese fragmento en un pasado lejano será: a) Hemos producido el mayor riesgo; b) Habíamos producido el mayor riesgo; c) Producíamos el mayor riesgo; d) Produjimos el mayor riesgo.
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7) “Gary dio una lección...” El plural de lo subrayado es: a) dimos; c) dieran; b) disteis; d) dieron. 8) Pide información a los lectores. Señala la forma del Pretérito Perfecto Simple de Indicativo correspondiente a lo subrayado. a) Pedí; b) Pedía; c) Pidiera; d) Pidió.
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se les da la mano, pero sólo si ellas la extienden primero. También en Nigeria los varones se saludan com sendos besos en las mejillas. Pero al sur de ese país africano, en Benin, suelen añadir un beso en la boca. En cambio, en México, no se acepta este “contacto de mejillas”; sin embargo cuando charlan lo hacen com sus cuerpos muy cerca, rozando las ropas. Los besos pueden tener una connotación sexual y eso es lo que espanta a los hombres de ciertas culturas, cuidadosos de los malentendidos. Sin embargo, Occidente tuvo que esperar hasta el mayo francés del 68 para liberarse de las ataduras de los besos a escondidas. Los jóvenes transformaron al beso en un símbolo de desobediencia. Y como bien recuerda El Viajero, el beso en los labios ya no fue una cuestión de amantes, sino también de buenos amigos. Llegaba el tiempo del amor libre. En la actualidad, entre los jóvenes, el beso entre amigos del mismo sexo (masculino) está cada vez más difundido. Aunque en ciertos países, los nórdicos por ejemplo, la costumbre no ha sido asimilada. Por eso al deambular por el mundo, primero mire, luego pregunte y finalmente, si cabe, explique las costumbres de su patria. Luego, sin miramientos, estreche en un abrazo, y hasta puede besar a sus seguramente perplejos anfitriones. (www.clarín.com/clave–Adaptado)
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Marca la opción que deja claro un cierto tipo de cautela del enunciador al exponer sus argumentos. a) “Primero mire, luego pregunte e finalmente, si cabe, explique las costumbres de su patria.”; b) “Las costumbres, piensa El Viajero, son como el proprio ombligo”; c) “En la actualidad, entre los jóvenes, el beso entre amigos del mismo sexo (masculino) está cada vez más difundido; d) “Luego, sin miramientos, estreche en un abrazo, y hasta puede besar a sus seguramente perplejos anfitriones”.
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Gabarito: A
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9) Caben nuevas informaciones. a) Cabieron; b) Cubieron; c) Cupieran; d) Cupieron.
2) Pretérito Perfecto Compuesto de Indicativo (PPC) 2.1) Verbos regulares Como hablamos anteriormente, en Español, utilizamos dos formas de expresar el pasado: el pasado lejano (PPS) que tiene la conjugación parecida a la de Portugués y la que vamos a conocer ahora que es el pasado cercano (PPC) que no hay ninguna corespondencia con las conjugaciones en Portugués. ¿Ya sabes, entonces, para cuales situaciones este tiempo verbal es utilizado? Bueno, el Pretérito Perfecto Compuesto se usa para hablar de actividades que se acaban de realizar o que se han realizado recientemente.
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PRACTICANDO 10) Hace unos días, los alumnos escogieron sus carreras. La forma compuesta correspondiente al verbo subrayado es: a) he escogido; b) había escogido; c) han escogido; d) ha escogido.
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Así, se utiliza este tiempo verbal para acciones ya realizadas, pero que de alguna forma siguen vinculadas con el presente. Vamos a ver las dos formas de uso: • Acción pasada reciente realizada en un momento que aún pertenece al presente (esta…, hoy): Esta semana Antonio ha ordenado su oficina. • Acción realizada con consecuencias presentes o futuras: Ha planeado mantener el orden en el futuro. Por eso se dice que ese pretérito expresa un pasado próximo y sus contextos temporales son: hoy, esta mañana, esta semana, este mes, este año etc. Como el propio nombre dice, el Pretérito Compuesto es compuesto por dos verbos: HABER en el Presente y el Participio del verbo principal. Mira: Verbo: preparar (Modelo)
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Preparar (v. aux. + v. participio) he preparado has preparado ha preparado hemos preparado habéis preparado han preparado
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Yo Tú Él / Ella / Ud Nosotros (as) Vosotros (as) Ellos (as) / Uds
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¿Reparaste que el verbo principal no cambia? Mira las reglas: AR – ADO → Hablar = HablADO ER – IDO →Comer = ComIDO IR – IDO → Dormir = DormIDO
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Cuando la raíz acaba en vocal, habrá que añadir una tilde a la i de la terminación, para indicar que cada vocal debe ser pronunciada independientemente de la otra (no es un diptongo): Ejemplo: leer – leído traer – traído
12) Has enviado el mensaje. Lo subrayado expresa: a) un hecho inacabado en el pasado; b) una acción durativa hasta el presente; c) un hecho acabado en un pasado reciente; d) un hecho presente. 13) El plural de lo subrayado anteriormente es: a) Habéis enviado; b) Han enviado; c) Hemos enviado; d) Habíais enviado.
2.2) Verbos irregulares ¿Ahora vamos a los verbos irregulares? Por supuesto que ellos no siguen las mismas reglas de los regulares, entonces, ellos cambian en el particípio. Mira a algunos: Abrir → Abierto Absolver → Absuelto Cubrir → Cubierto Decir → Dicho Escribir → Escrito Hacer → Hecho Poner → Puesto Romper → Roto Volver → Vuelto
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Pron. Pers. Suj.
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11) Recibí pocas noticias. Lo subrayado equivale a: a) Ha recibido; b) Había recibido; c) He recibido; d) Recibiera.
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PRETÉRITO PERFECTO SIMPLE X PRETÉRITO PERFECTO COMPUESTO DE INDICATIVO: ¿CUÁL ES LA DIFERENCIA?
Imprimir → Impreso / Imprimido Freír → Frito / Freído Proveer → Provisto / Proveído Ahora mira cuando los verbos terminan em “poner” siguen la misma regla: Componer – compUESTO Disponer – dispUESTO Exponer – expUESTO
Y los con terminación “olver”: Volver – vUELTO Envolver – envUELTO Devolver – devUELTO
16) “yo no sé por que te has ido”. El plural de lo subrayado es: a) han ido; b) hemos ido; c) habéis ido; d) habías ido.
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Poner – pUESTO
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Algunos verbos tienen un participio irregular y/o un participio regular. Otros verbos pueden tener además dos participios irregulares. Los verbos más importantes con este tipo de irregularidad son:
c) “Hablé con los lectores y les pedí que me hablaran de sus problemas cotidianos.”; d) “El abogado dijo que lo importante fue traer el tema al conocimiento de la sociedad.”; e) “Hicimos hincapié.”; f) “Puso en práctica sus ideas”.
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17) “Te perdí y hoy estoy desesperado”. La forma equivalente a lo subrayado es: a) ha perdido; b) he perdido; c) había perdido; d) perdiera.
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Resolver – resUELTO
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14) Presenta la forma simple correspondiente a lo subrayado: “Los medios se han volcado hacia los intereses elitistas y se han fundido con esa minoría que controla la política.” a) __________________________________________
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b) __________________________________________
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15) Presenta la forma compuesta correspondiente a lo subrayado: a) “...los diarios aumentaron su circulación y creció el rating de los programas de noticia. b) “Surgieron ideas maravillosas.”;
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3) Interpretación de textos ¿Vamos a practicar la lectura de algunos textos el Español? Lee el texto y contesta a las preguntas.
Calentamiento global: mitos y realidades Años atrás, la revista Times publicó un reportaje de portada titulado “Salvemos al Planeta Tierra”. Me pareció un título presuntuoso y que inducía a un error. Lo que está en riesgo no es el planeta Tierra, que en sus cuatro mil 600 millones de años de vida ha resistido todo tipo de catástrofes y amenazas: meteoritos, glaciaciones, terremotos, calentamientos, diluvios, etcétera. Lo que realmente está en peligro es la supervivencia del ser humano, que todavía no cumple dos millones de años de existencia, y desde ese punto de vista, es un recién llegado. De hecho,
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El informe del Panel Intergubernamental de Cambio Climático antes citado sube de 66 a 90% la probabilidad de que el principal causante sea el hombre, e identificó a los gases invernadero (quema de combustibles fósiles) y al cambio de uso del suelo (deforestación) como los principales villanos. Es indudable que la conducta humana en los últimos años ha sido irresponsable y temeraria, y que llegó el tiempo de corregir los errores, enmendar rumbo y recuperar el tiempo perdido. Después de todo, la Tierra y la naturaleza son un don de Dios y debiéramos considerarlo no una herencia de nuestros padres, sino un préstamo de nuestros hijos. Ellos no tienen por qué conocer las cordilleras nevadas, los glaciares, los bosques nativos, los ríos cristalinos o los osos polares solamente en los libros de historia. Y esto es una enorme responsabilidad de aquí y ahora. (Disponível em: Sebastián Piñera http://editorial.elmercurio. com. Acesso em maio 2016))
PRACTICANDO 18) En este título se percibe una oposición de sentidos. Esta misma oposición también se puede constatar en el siguiente fragmento: a) “De hecho, casi el 99% de las especies que alguna vez han e16 optimistas que llaman a no preocuparse y otras que anuncian tiempos de catástrofes”. (l. 17–18); d) “un estudio más sereno y objetivo permite separar la paja del trigo.” (l. 20–21). 19) El autor hace una crítica al título de un reportaje de la revista Times. Para fundamentar su crítica, el autor utiliza el siguiente argumento: a) permanencia del hombre como relevante para la supervivencia del mundo; b) existencia de los humanos como complemento de la vida del globo terrestre; c) presencia de los seres humanos como despreciable para la perpetuación del planeta;
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casi el 99% de las especies que alguna vez han existido ya no están. La pregunta es si el hombre se va a incorporar a esa inmensa mayoría que no supo o no pudo sobrevivir. Es cierto que a primera vista la evidencia sobre los efectos del calentamiento global parece confusa. Existen visiones optimistas que llaman a no preocuparse y otras que anuncian tiempos de catástrofes sin perjuicio de los intereses creados que subsisten detrás de ellas. Sin embargo, un estudio más sereno y objetivo permite separar la paja del trigo. El informe del Panel Intergubernamental de Cambio Climático (IPCC), preparado por 180 científicos y revisado por más de 2.000, presentado en enero de este año en París, permite arrojar mayores luces y mejor evidencia: desde la Revolución Industrial y acelerándose en los últimos 30 años, la temperatura promedio del aire y del mar se ha incrementado y se han agravado las olas de calor. De hecho, 11 de los últimos 12 años se ubicaron entre los más cálidos desde 1850. Han disminuido las capas de nieve e hielo y ha aumentado el nivel del mar. Ha cambiado el régimen de lluvias, generando mayores inundaciones, sequías y huracanes. Y, lo más grave, es que las más serias proyecciones futuras indican que estos peligrosos fenómenos tendrán a agravarse durante este siglo, generando severas y dañinas consecuencias para la vida humana. Hecha esta constatación, dramáticamente confirmada por la segunda parte del informe del IPCC y que demuestra que el 50% de América Latina se verá gravemente afectada por el calentamiento global, cabe hacerse algunas preguntas. ¿Es esto un fenómeno natural o es producto de la acción del hombre? Si el hombre es responsable, ¿cuáles son las acciones humanas que provocan o agravan el problema? ¿Quiénes son los principales responsables? ¿Cuáles serán las consecuencias? ¿Qué podemos hacer para evitar o mitigar esta amenaza?
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PRETÉRITO PERFECTO SIMPLE X PRETÉRITO PERFECTO COMPUESTO DE INDICATIVO: ¿CUÁL ES LA DIFERENCIA?
PROFUNDIZANDO
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21) (UFRJ) El nuevo descubrimiento de América ¿El continente americano no se pobló tal y como lo cuenta la teoría convencional? La arqueóloga norteamericana Anna Roosevelt ahora dice que no. Siempre se tomó como un dogma indiscutible que América empezó a poblarse hace aproximadamente 30.000 años – hacia fines del último período glacial – (...) (http://www.nce.ufrj.br/concursos/encerrados/fepecs2010/PROVA1D.pdf)
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Ordena las frases abajo estableciendo la secuencia lógica del texto. I) que vivió allí 11.000 años, completamente distinta de las conocidas hasta hoy; II) y luego se trasladaron hacia el sur del continente; III) y abrió un debate que recién empieza; IV) con los cazadores siberianos que cruzaron el estrecho de Bering; V) pero la doctora Roosevelt encontró en el Amazonas las huellas de una cultura. 22) Contesta en ESPAÑOL: Completa la frase abajo con el decir, considerando la circunstancia temporal subrayada. “La arqueóloga norteamericana en aquella ocasión ________________________ que no.”
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24) Contesta en portugués: ¿Qué relación temporal establece la forma de pasado empleada en el texto (tipo de pasado)? (Ejemplifica – un fragmento del texto) Justifica el uso de esa forma de pasado en el texto.
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20) Tras leer el último párrafo, percibimos que herencia y préstamo se presentan como términos antagónicos en el tema del planeta. A partir de lo leído, si se compara el planeta a una vivenda, se puede afirmar que ésta se caracteriza como: a) hipotecada; b) alquilada; c) financiada; d) quitada.
23) Los hombres del período paleolítico encontraron em la pintura una forma de manifestarse. Y en el caso de las encontradas en esta cueva del Amazonas, constituyen los ejemplos artísticos más antiguos del hemisferio occidental. Luego aparecerían los hombres de la Edad de Bronce y de Hierro y, con ellos, la escritura. ¿Qué huella da testimonio de la presencia del hombre paleolítico en el Amazonas?
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d) extinción de la especie humana como impensable para la preservación de la Tierra.
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Siempre quise saber lo que era un atasco. Confieso que mi corta experiencia urbana, mi nula experiencia como conductora y, eso sí, el bulto ingente de artículos, relatos, columnas periodísticas que me he tragado acerca del tema conseguían ponerme los dientes Esa cosa infernal, esa cola infranqueable de automóviles incendiados por el calor y de aurigas crispados me atraía sin remisión. La desdicha, el infortunio, el pozo, las calamidades son tema de mi predilección. Y miento si digo que me seducía el coche para gozar de los atascos, pero nada más meterme en él, con la intención fija de poner rumbo al norte y a los verdes prados, el pequeño bicho lo hizo todo por mí: se arrojó desbocado al embotellamiento más cercano. Es un placer difícil de definir. Sé que los más simples irán directos al masoquismo. Pero dentro de mi coche lo que se cocía, aparte de la peligrosa primeriza, era la dulce sensación de estar inmerso, como pocas veces, en la jauría. (…) Gasolina. El piloto se enciende y no hay forma de cruzar. El coche pide clemencia, y la tarde declina sin poderlo remediar. Aparcar. Pero antes llegar a casa. ¿Por dónde se va a la luna? Pre-
guntar. Ya sé que no hay parkings en los anillos de Saturno. Bostezar. La diversión ya termina y la peligrosa primeriza se despide de la jauría. Camina hacia su sitio sin prisas, sin bocinas, sin atascos. Ya sabe a partir de ahora qué museos visitar, a qué cine asistir, qué celebraciones frecuentar. Mañana será otro día. En sus sueños, el coche entona una melodía…
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(CASTRO, Luisa. Opinión. IN: ABC. Madrid, 23 de julio de 1991. p.18.)
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25) En “Siempre quise saber lo que era un atasco” (línea 1), quise está en el mismo tiempo verbal que: a) digo, hago, puse; b) arrojó, era, sabe; c) supe, hice, arrojé; d) arrojó, hizo, cocía; e) Atraía, seducía, hizo.
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26) La expresión “peligrosa primeriza” (líneas 18 y 26–27) se confirma en el texto a través de: a) “nula experiencia como conductora”. (línea 2–3); b) “esa cosa infernal”. (línea 7); c) “un placer difícil de definir”. (línea 16); d) “la dulce sensación de estar inmerso”. (líneas 19); e) “el piloto se enciende”. (línea 21).
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27) “¿Por dónde se va a la luna?” (línea 24). Luisa se hace esta pregunta porque: a) le gustaría conocer otro planeta; b) le gustaría parar en un parque; c) se le terminó el tiempo de viaje; d) se le terminó el combustible del coche; e) le gustaría conocer a un piloto.
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PRETÉRITO PERFECTO SIMPLE X PRETÉRITO PERFECTO COMPUESTO DE INDICATIVO: ¿CUÁL ES LA DIFERENCIA?
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28) (FACAPE) Cuanto al contenido gramatical, es correcto afirmar: a) En la frase “La reducción de la mayoridad penal de 18 a 16 años volvió a ser uno de los temas más discutidos en Brasil”, el verbo destacado se presenta en el pretérito indefinido del modo indicativo; b) “ocurrió”, “opinión” y “esté” son clasificados como verbos; c) El verbo “fue” es una forma conjugada del verbo “hacer”; d) En la frase “Yo soy” la persona gramatical significa en portugués “EU” y el verbo está conjugado en el pretérito indefinido; e) El verbo “llamó” se refiere a la 1a persona del singular y está conjugado en el pretérito indefinido.
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29) (UECE) La forma verbal “ha sido” está en el: a) Pretérito Indefinido; b) Pretérito Perfecto; c) Pretérito Pluscuamperfecto; d) Pretérito Anterior.
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30) (CESUSC) En la frase “La ciudad de Armero ha sido borrada del mapa.” La información correcta sobre “ha sido”, está en la alternativa: a) La traducción correcta es “tem sido”; b) Es una preposición y significa en portugués “em direção a”; c) Es una conjunción, como lo es sin embargo, todavía, mas; d) Es un artículo y el verbo ir; e) Es el verbo ser en Pretérito Perfecto Compuesto y se traduce al portugués por “foi”.
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31) (UNEAL) A respecto de las frases a seguir: I. Durante los 8 años que duró la investigación, 854 personas fueron diagnosticadas con cáncer de vejiga…; II. Este tipo de estudios llevan muchos años de investigación para poder confirmar la vinculación entre cáncer y agentes externos; III. El estudio concluyó, además, que las personas cuyas dietas eran altas en conservantes tenían entre un 28% y un 29% más de posibilidades de desarrollar un cáncer de vejiga […]; IV. La gente debe concentrarse en la prevención: no abusar de estos productos e incorporar frutas y verduras que contengan fibra […].
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Señale la alternativa INCORRECTA: a) En la frase I el verbo subrayado está conjugado en Pretérito Indefinido de Indicativo; b) En la frase II el verbo subrayado está conjugado en Presente de Indicativo; c) En las frases II y IV los verbos subrayados están conjugados en Presente de Indicativo; d) En las frases I y III los verbos subrayados están conjugados en Pretérito Perfecto de Indicativo; e) En la frase III el verbo subrayado está conjugado en Pretérito Imperfecto de Indicativo.
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(UNICAP – [Adaptada])
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En la universidad estudiaba muchísimo, tenía exámenes a menudo, hacíamos trabajos para muchas asignaturas y leía montones de libros constantemente. Una vez, incluso tuve que exponer oralmente. Estuve allí estudiando cinco años, pero fueron estupendos, también teníamos fiestas después de los parciales; eran increíbles, aunque siempre pasaba algo malo; algún compañero que no recuerdo una vez se emborrachó tanto que tuvimos que llevarlo a urgencias, ¡qué vergüenza! Terminé la carrera en 1992. Unos meses después, en octubre, empecé a trabajar. Desde entonces siempre he trabajado en la misma empresa.
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En cuanto a mi vida personal, pues conocí a Gertrudis en 1999 y nos enamoramos inmediatamente, a los dos meses ya nos habíamos casado; toda una sorpresa para nuestra familia que no se enteraron porque dijimos que nos íbamos de fin de semana a la sierra con otros amigos, cuando en realidad nos íbamos a Las Vegas para celebrar la boda con Elvis de padrino. ¡Quién iba a pensar que alguien tan serio como yo podía hacer algo así!, ¿no? (Disponível em: http://www.unicap.br/vestibular/provas/provas20111.pdf. Acesso em: maio 2016)
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32) Marca la alternativa que expresa el tiempo verbal correctamente: a) estudiaba, Pretérito Perfecto; b) he trabajado, Pretérito Indefinido; c) podía, Pretérito Pluscuamperfecto; d) terminó, Pretérito Indefinido.
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33) (UPENET) Los verbos (saber, poder, poner, decir, traer y venir) están conjugados abajo en la primera persona singular del Pretérito Indefinido. Elige la alternativa CORRECTA: a) Supi, puede, puse, dice, traje, vení; b) Supe, puedí, hacido, trae, visto, puesto; c) Supe, pudí, poni, dijo, trají, vení; d) Sepí, pude, poní, dice, trajo, vine; e) Supe, pude, puse, dije, traje, vine.
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34) (UPENET) Los verbos disfrutaba, comenzaron y habían puesto están conjugados en respectivamente: a) Pretérito imperfecto, pretérito indefinido, pretérito perfecto; b) Pretérito imperfecto, pretérito perfecto, pretérito pluscuamperfecto; c) Pretérito indefinido, pretérito imperfecto, pretérito pluscuamperfecto; d) Pretérito imperfecto, pretérito indefinido, pretérito pluscuamperfecto; e) Pretérito imperfecto, pretérito indefinido, pretérito anterior.
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PRETÉRITO PERFECTO SIMPLE X PRETÉRITO PERFECTO COMPUESTO DE INDICATIVO: ¿CUÁL ES LA DIFERENCIA?
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El calendario cristiano es también conocido como el calendario gregoriano, ya que fue aprobada por el Papa Gregorio XIII, el 24 de febrero de 1582. Se le considera un calendario solar, ya que tiene en cuenta la cantidad de tiempo que tarda la Tierra en dar una vuelta completa alrededor del Sol, lo que corresponde a 365 días, 5 horas y 49 minutos. Por lo tanto, para compensar las horas que quedan cada año, se decidió incluir un día de febrero de cada cuatro años, que se llaman los años bisiestos. Pero usted sabe, de todos los calendarios existentes, que es lo más antiguo?
RESUMIENDO
• El Pretérito Perfecto en Español se divide en dos: Pretérito Perfecto Simple (Indefinido) y Pretérito Perfecto Compuesto; • Los verbos regulares en el Pretérito Indefinido con terminación AR siguen la regla: Amar – é, aste, ó, amos, asteis, aron;
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• Los verbos regulares en el Pretérito Indefinido con terminación ER e IR siguen la misma regla: Comer/Dormir – í, iste, ió, imos, isteis, ieron; • Los verbos irregulares en el Pretérito Indefinido cambian de acuerdo con el verbo;
• El Pretérito Compuesto es compuesto por dos verbos: HABER + Particípio: yo he, tu has, él ha, nosotros hemos, vosotros habéis, ellos han – estudiado, dormido, comido…;
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• El Particípio de los verbos regulares con terminación AR es ADO; • El Particípio de los verbos regulares con terminación ER e IR es IDO;
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• El Particípio de los verbos irregulares cambian de acuerdo con el verbo.
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FILOSOFIA 2o ANO
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Direção Executiva: Fabio Benites
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Diagramação, Ilustração de capa e Projeto Gráfico: Alan Giles Dominique Coutinho Erlon Pedro Pereira
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Gestão Editorial: Maria Izadora Zarro
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Irium Editora Ltda Rua Desembargador Izidro, no 114 Tijuca - RJ CEP: 20521-160 Fone: (21) 2560-1349 www.irium.com.br
A reprodução desta obra, no todo ou em parte, por qualquer meio, sem autorização expressa, sujeitará o infrator, nos termos da Lei no 6.895, de 17/12/80, às penalidades previstas nos artigos 184 e 185 do Código Penal.
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FILOSOFIA MEDIEVAL: QUAIS FORAM OS PRINCIPAIS PENSAMENTOS DA ÉPOCA?
Objetivos de aprendizagem: • Problematizar o conceito de Idade Média; • Caracterizar a cosmologia de Ptolomeu;
• Apresentar as características essenciais da Patrística e da Escolástica;
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• Explicar o platonismo cristão de Agostinho; • Expor o aristotelismo cristão de Tomás de Aquino;
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• Caracterizar a Navalha de Ockham.
(Disponível em: https://upload. wikimedia.org/wikipedia/commons/d/ d6/Romanelli_-_The_Meeting_of_the_ Countess_Matilda_and_Anselm_of_ Canterbury_in_the_Presence_of_Pope_ Urban_II.jpg. Acesso em: setembro de 2016)
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FILOSOFIA MEDIEVAL: QUAIS FORAM OS PRINCIPAIS PENSAMENTOS DA ÉPOCA?
“Fides quaerens intellectum”: a fé em busca de compreensão.
(Anselmo de Cantuária [1033–1109].)
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No período clássico da civilização grega, surgiram inúmeras ideias, práticas e instituições que condicionaram as possibilidades de transformação nas regiões influenciadas pela cultura helênica. A filosofia, a democracia, a autonomia da arte, a ciência desvinculada da religião, a lógica, a valorização da argumentação, a teoria política etc. são alguns exemplos da enorme capacidade criativa dos gregos dos séculos V e IV a.C. Após o século IV a.C., a economia, a política e a cultura gregas entraram em declínio, até que, em 146 a.C., a Grécia foi anexada por Roma, que respeitou o modo como a sociedade grega se organizava. O pensamento helênico somente sofreria uma grande transformação a partir do advento do cristianismo. O contato entre a filosofia grega e a religião cristã constituiu um novo universo intelectual. Nós damos a ele o nome de filosofia medieval.
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1) O conceito de Idade Média
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Chamamos de Idade Média, o período entre (aproximadamente) o século V e o século XV. Como é evidente, um período com duração de mil anos não pode ser compreendido a partir de um ponto de vista unitário. A Idade Média foi um período bastante complexo. Essa complexidade pode ser percebida ao notarmos que há pelo menos duas maneiras de se falar sobre a Idade Média: de um lado, a concepção de uma Idade Média de castelos, princesas, nobres cavaleiros e festas; de outro, a concepção de uma era medieval de pestes, torturas, fome e perseguições. O historiador Jacques Le Goff (1924–2014) exemplifica essa diferença entre as concepções de Idade Média ao descrever as transformações da perspectiva de um historiador anterior, Jules Michelet (1798–1874), sobre o tema. De acordo com Le Goff, Michelet é, a princípio, entusiasmado com o mundo medieval:
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Michelet vê surgir, na Idade Média, duas forças entusiasmantes: a religião e a vida. A religião, pois, nesse momento, Michelet considera o cristianismo como uma força positiva da história. [...] O cristianismo, para ele, é então a subversão da hierarquia, a promoção dos humildes: os últimos serão os primeiros. É mesmo, ainda que já em parte impotente do domínio material, um fermento de liberdade e, em primeiro lugar, para os mais oprimidos, os mais infelizes, os escravos. [...] Enfim, a Idade Média é vida. [...] O coroamento desses impulsos é a festa medieval. O ideal da festa que Michelet tão bem exaltou em nenhuma outra época se encontra tão bem realizada quanto na Idade Média. É a “longa festa da Idade Média”. A Idade Média é uma festa. Pressentimento do papel que a festa desempenha numa sociedade e numa cultura do tipo daquelas da Idade Média. (LE GOFF, J. Para uma outra Idade Média: Tempo, trabalho e cultura no Ocidente. Tradução de Thiago de Abreu e Lima Florêncio e Noéli Correia de Melo Sobrinho. Petrópolis: Vozes, 2013, pp. 38–40.)
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A arquitetura gótica originou-se no século XI, e caracteriza-se pela existência de abóbadas elevadas que não se apoiavam em muros, mas em pilastras. Com a substituição das paredes por vitrais, estruturas mais leves e iluminadas eram possíveis, dando a impressão de que o teto flutuava nas alturas. O romantismo concebia a relação entre passado e futuro a partir da ideia de que o progresso econômico, científico e político correspondem a um retrocesso moral na humanidade. Assim, o pensador romântico é um “pessimista”: tende a valorizar o passado e a desvalorizar o presente. O passado é o tempo dos “bons valores”, que são degenerados em nossos dias. O racionalismo iluminista, por outro lado, defende uma visão “otimista” da história: para o iluminista e racionalista, o presente é, quase sempre, melhor do que o passado, especialmente se falamos de um passado que possui valores “antiracionalistas”, como os valores religiosos. Assim, o presente no qual a ciência racionalista é valorizado é considerado um progresso humano em relação a um passado no qual a religião era o critério para todos os aspectos da vida humana. De qualquer modo, é preciso notar que a ideia de “Idade Média” não é medieval: ela surgiu numa época bem mais recente.
(Id., pp. 45–46.)
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Essa diferença de perspectivas corresponde a duas atitudes originadas no século XVIII: de um lado, o Romantismo, de outro o racionalismo iluminista.
(Catedral Gótica – Disponível em: http://lewebpedagogique. com/hida/files/2008/10/reims-cathedrale-revers-de-facade.jpg. Acesso em: setembro de 2016)
Devemos notar um fato óbvio, mas importante. Os pensadores medievais não sabiam que eram medievais. A expressão “Idade Média” (no latim médium aevum; daí medievalis e “medieval”) foi inicialmente usada para designar o período entre os mundos “antigo” e “moderno”, no século XVII. Na escrita histórica e na consciência popular posterior, uma oposição radical é frequentemente retratada entre a Idade Média (ou “Idade das Trevas”) e a fase inicial da era moderna, chamada desde o século XIX de “Renascimento”. Todavia, mesmo os menos filosóficos dos séculos medievais não foram completamente “sombrios”, e as relações entre o pensamento renascentista e
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Contudo, posteriormente Michelet adota outra perspectiva, mais sombria, sobre aquela época: A Idade Média se tornou para Michelet um objeto de horror. Ela lhe parece agora como antinatureza e, longe de produzir essas aparições maravilhosas que o deslumbravam, ela não secreta mais agora senão o que Roland Barthes chamou “os temas maléficos”. [...] Tudo aquilo que é espontâneo, bom, fecundo, generoso, a infância, a família, a escola, a Idade Média ignora ou combate: “A Idade Média é impotente para a família e a educação, tanto quanto para a ciência. Como é antinatureza, é a contrafamília e a contraeducação. A festa que ela poderia ter sido, a Idade Média não pôde conhecê-la, pois a Igreja lhe proibiu isso, a bela festa, tão tocante, da Idade Média, que a Igreja condenou, a festa do mais simples do simples”. [...] A Idade Média se tornou o longo túnel da abstinência, da tristeza, do aborrecimento.
FILOSOFIA MEDIEVAL: QUAIS FORAM OS PRINCIPAIS PENSAMENTOS DA ÉPOCA?
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1 – O movimento retrógrado aparente dos planetas no céu, isto é: ao se acompanhar continuamente o movimento de um planeta no céu noturno, noite após noite, verificar-se-á que em alguns momentos esse planeta faz um movimento na direção contrária do seu movimento anterior. 2 – Em algumas épocas, a Lua parece maior; em outras, parece menor. Quando se concebe um corpo que gira de modo perfeitamente circular em torno de um observador, esse corpo deve manter sempre o mesmo tamanho aparente; não é o que acontece nas observações celestes, segundo as quais parece que a Lua se afasta ou se aproxima periodicamente da Terra.
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Portanto, ao falarmos da Idade Média ou da filosofia medieval, é preciso que consideremos que nos referimos a uma reconstrução histórica ou filosófica feita com base em textos e documentos a que temos acesso em nosso tempo. Por isso, não é possível falar da “verdadeira” Idade Média, nem compreender exatamente como era viver e pensar nos tempos medievais. Somente nos resta trazer as ideias e os textos dos próprios homens daqueles tempos e deixar que eles falem por si próprios.
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(MARRONE, S. P. A filosofia medieval em seu contexto. In: MC GRADE, A. S. (org). Filosofia medieval. Tradução de André Oídes. Aparecida: Ideias e Letras, 2008, pp. 27–28.)
Como princípios filosóficos, Ptolomeu concebia que não deveria haver movimentos, sendo assim, aperfeiçoou esse sistema. Havia dois problemas que não podiam ser solucionados pela cosmologia grega:
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o medieval são bem mais complexas do que sugerem as representações do primeiro como uma iluminação revolucionária.
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1) Explique a diferença entre a posição dos românticos e a dos racionalistas a respeito do valor da Idade Média.
2) A cosmologia de Ptolomeu
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Para que possamos compreender melhor as circunstâncias intelectuais da filosofia medieval, vamos abordar o modelo cosmológico utilizado pelos sábios da época: o sistema cosmológico desenvolvido em Alexandria pelo sábio greco-egípcio Cláudio Ptolomeu em cerca de 150 d.C. O sistema ptolomaico foi derivado da cosmologia grega (também conhecida como cosmologia aristotélica). Ela concebia um cosmos esférico finito, com movimentos perfeitamente circulares dos planetas, do Sol e da Lua em torno de uma Terra esférica e imóvel no centro do cosmos; e uma ordenação qualitativa das abóbadas celestes, que se tornavam mais perfeitas à medida que se afastavam do plano sublunar (isto é, terrestre).
Para resolver o problema do movimento retrógrado aparente dos planetas, Ptolomeu utilizou o conceito de epiciclo, ou seja: movimentos circulares do planeta não em torno da Terra, mas em torno de uma linha imaginária que orbita a Terra, que Ptolomeu chama deferente. Assim, é possível, somente com movimentos circulares, explicar o movimento de ida e volta dos planetas.
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(Disponível em: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/ commons/1/16/Ptolemy_16century.jpg. Acesso em: setembro de 2016)
FILOSOFIA
ESFERA DAS ESTRELAS
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SATURNO EPICICLO DE JÚPITER
DEFERENTE DE MARTE
JÚPITER
MARTE
SOL
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VÊNUS
MERCÚRIO
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1 – Está em conformidade com as aparências; afinal, não sentimos a Terra rodar, mas vemos a abóbada celeste girar sobre nós; 2 – Funciona com o modelo ptolomaico, é possível calcular as estações e prever o movimento dos astros; 3 – Faz sentido no contexto religioso; o sistema de Ptolomeu coloca o ser humano no centro do Cosmos, o que está de acordo com a concepção religiosa segundo a qual o ser humano foi feito à imagem e semelhança de Deus para dominar todas as outras criaturas.
PLANETA
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EPICICLO
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TERRA A Q EQUANTE
DEFERENTE
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Ptolomeu escreveu o Almagesto, no qual apresenta seu modelo cosmológico a partir de observações de seus predecessores. O texto contém uma parte argumentada, uma parte matemática e uma parte que consiste num catálogo de estrelas e constelações visíveis em sua região. O texto ptolomaico foi adotado como o modelo cosmológico mais adequado durante a Idade Média por três razões:
2) Apresente as principais características do sistema cosmológico de Ptolomeu.
3) A Patrística A Patrística corresponde ao primeiro período da Idade Média. De fato, ela começa antes mesmo do momento escolhido pelos historiadores como início da Era Medieval (que é o fim do Império Romano): ela começa por volta do ano 100, mais ou menos na época em que o último dos apóstolos de Jesus Cristo morre, e vai até o século VII. Nesse período coexistiram as últimas escolas da filosofia antiga e os primeiros filósofos cristãos. A denominação “Patrística” se deve ao fato de que muitos dos filósofos dessa época receberam o título de “Padres da Igreja”.
3.1) Os Padres da Igreja É dado o título de “Padre da Igreja” aos autores que reúnem as seguintes características: 1) Ortodoxia doutrinal; 2) Santidade de vida;
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Para resolver o problema da mudança aparente do tamanho dos corpos celestes, Ptolomeu utilizou o conceito de equante, ou seja, um ponto vazio em torno do qual o Cosmos gira. A Terra ficaria próxima ao ponto geométrico central do Cosmos, mas não seria exatamente esse ponto. Assim, é possível, somente com movimentos circulares, explicar a aproximação e o afastamento da Lua.
FILOSOFIA MEDIEVAL: QUAIS FORAM OS PRINCIPAIS PENSAMENTOS DA ÉPOCA?
1) Precisar as fórmulas dogmáticas que utilizavam; 2) Combater as heresias; 3) Defender-se das acusações das autoridades; 4) Convencer os pagãos sobre a verdade da Revelação.
4) Neoplatonismo
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O neoplatonismo é uma filosofia que existiu entre o século III d.C. e o século VI. Os neoplatônicos foram profundamente influenciados por Platão. Eles derivavam toda a realidade a partir da existência de um princípio unitário, de natureza divina e espiritual. O principal neoplatônico foi Plotino (204/5– 270), que, a despeito de jamais se referir ao Cristianismo, afirmava que tudo o que existe teria sido criado pela pura vontade de Deus. Para ele, todas as coisas existem como emanações de Deus. A primeira emanação é o Nous (a mente divina, o logos); do Nous surge a alma do mundo, dividida em superior e inferior (a natureza); da alma do mundo surgem as almas individuais dos seres humanos; e, finalmente, no nível mais baixo e imperfeito do cosmos, está a matéria.
PRATICANDO
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3) É possível afirmar que um filósofo do final da Idade Média pode ser considerado membro da Patrística? Por quê?
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(Disponível em: http://www.revistamda.com/wp-content/ uploads/2015/10/agostinho-hipona.jpg. Acesso em: setembro de 2016)
Um dos principais representantes da Patrística é Agostinho de Hipona, nascido em Hipona, no norte da África, em 354, filho de pai pagão e mãe cristã. Estudou várias correntes filosóficas de seu tempo, como o neoplatonismo e o maniqueismo. Converteu-se ao cristianismo já adulto; defendeu com argumentação vigorosa a ortodoxia cristã de várias heresias; tornou-se Bispo da Igreja. Sua obra contém elementos da filosofia helênica, como a argumentação racional sobre conceitos, o uso de noções platônicas e aristotélicas, a busca pela verdade sobre a realidade para melhor guiar as ações individuais. Porém, sua filosofia também possui elementos do cristianismo, como a centralidade da ideia de Deus, a busca pela compreensão de conceitos cristãos como a Trindade, a problematização da relação entre a fé e a razão. Agostinho morreu em 430. Sua filosofia influenciou profundamente não apenas o pensamento teórico posterior, mas toda a Cristandade e, por consequência, toda a Europa. Por ter estudado várias filosofias gregas, Agostinho utilizou a argumentação filosófica para defender as ideias cristãs; afirma (no Sermão 43) que é necessário “compreender para crer, crer para compreender”. Assim, Agostinho procura conformar o pensamento filosófico ao cristianismo. No trecho de “Confissões” reproduzido a seguir, essa adequação é pressuposta. Note que Agostinho
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O mais importante filósofo da Patrística foi Agostinho de Hipona, profundamente influenciado pelo neoplatonismo.
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Já em meados do século II, os cristãos perceberam a necessidade de recorrer à filosofia. Havia quatro razões principais para isso:
5) Agostinho de Hipona (354–430)
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3) Reconhecimento e aprovação da Igreja; 4) Antiguidade.
FILOSOFIA
A filosofia de Agostinho
(GILSON, E. A filosofia na Idade Média. Tradução de Eduardo Brandão. 2a ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007, pp. 145–146, 157–158.)
PRATICANDO 4) O que significa a afirmação de Agostinho de que é necessário “crer para compreender e compreender para crer”?
A Escolástica As raízes da transformação social ocidental posterior têm origem no século X no que viria a tornar-se uma revolução econômica na Europa medieval. Por uma combinação de inovações tecnológicas e uma reconfiguração da estrutura social que estava anteriormente amarrada ao feudalismo, o noroeste da Europa evoluiu entre 900 e 1100 de uma paisagem rural esparsamente povoada de agricultura de subsistência a uma topografia mais complexa de excesso de produção, população rapidamente crescente, emer-
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Toda a parte filosófica da obra de Agostinho exprime o esforço de uma fé cristã que procura levar o mais longe possível a inteligência de seu próprio conteúdo, com ajuda de uma técnica filosófica cujos elementos principais são tomados do neoplatonismo, em particular de Plotino. Entre esses elementos, a definição do homem dialeticamente justificada por Platão no Alcebíades e retomada em seguida por Plotino exerceu sobre o pensamento de Agostinho uma influência decisiva: o homem é uma alma que se serve de um corpo. Quando fala simplesmente como cristão, Agostinho toma o cuidado de lembrar que o homem é a unidade da alma e do corpo; quando filosofa, recai na definição de Platão. Bem mais, retém essa definição com as consequências lógicas que ela comporta, a principal das quais é a transcendência hierárquica da alma sobre o corpo. [...] Por sua amplitude e sua profundidade, a obra filosófica de santo Agostinho superava de longe todas as expressões anteriores do pensamento cristão, e sua influência devia agir profundamente nos séculos vindouros. Encontraremos por toda a parte a marca disso, e ela ainda hoje se faz sentir. Reduzida à sua fórmula mais esquemática, ela se apresenta, segundo a expressão perfeitamente justa de santo Tomás de Aquino, como um esforço para “seguir os platônicos tão longe quanto a fé católica permitisse”. A dose de platonismo que o cristianismo podia tolerar permitiu-lhe dotar-se de uma técnica propriamente filosófica, mas as resistências opostas pelo platonismo ao cristianismo condenaram Agostinho à originalidade. Uma vez que seu gênio lhe permitia vencer essas resistências, ele teve êxito na obra teológica, mas, dado que essas resistências se localizavam em certos pontos invencíveis, certas indeterminações inerentes à sua filosofia subsistiram depois dele, como um chamado a
alguma nova reforma do pensamento católico e a um novo esforço para superá-las. Nem essa reforma, nem esse esforço podiam ter êxito sem Aristóteles. Platão se aproximara da ideia de criação tanto quanto se pode fazê-lo sem atingi-la, mas o universo platônico, com o homem que contém, não são mais que imagens apenas reais da única coisa que merece o título de ser. Aristóteles havia se afastado dessa mesma ideia de criação; no entanto, o mundo eterno que ele descrevera gozava de uma realidade substancial e, se assim podemos dizer, de uma densidade ontológica dignas da obra de um criador. Para fazer do mundo de Aristóteles uma criatura e do Deus de Platão um verdadeiro criador, era preciso superar a ambos por alguma interpretação ousada do Ego ou do Êxodo. O grande mérito de santo Agostinho é ter levado essa interpretação até a imutabilidade do ser, e dela deduzir, com gênio, todas as consquências que ela comporta. Para ir mais longe ainda, outro esforço de gênio seria necessário; seria a obra de santo Tomás de Aquino.
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aborda os problemas religiosos utilizando-se de uma argumentação tipicamente filosófica.
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os textos lógicos de Aristóteles e Boécio, que estavam conservados em suas livrarias, por algo que sentiam faltar em sua educação. Esse novo modelo de busca intelectual reviveu uma forma de discurso por muito tempo ausente do Ocidente. Também alterou o caráter desse discurso. Com sua ênfase excepcional na lógica, infundiu a erudição da Alta Idade Média com uma visão profundamente analítica. Em seus diálogos sobre a verdade, o livre-arbítrio ou a queda do Demônio, mesmo os devotos contemplativos professores medievais podem soar mais como mestres universitários do fim do século XIX do que como os medievais da primeira fase. A necessidade pela lógica assumiu um lugar central no fim do século XI e no início do XII com uma velocidade estonteante. Agora a lógica encontrava-se no coração de todo o conhecimento e constituía o paradigma para a investigação em todos os campos. Começando com a leitura e exposição literal na classe de aula dos textos fundamentais em um assunto, um sistema formal de questões e respostas aparecia, a partir do qual os estudantes poderiam tanto exercitar suas habilidades lógicas em debate e por as palavras das autoridades sob as lentes da análise crítica, avançando na direção de uma maior compreensão, ganhando consistência de exposição e maior claridade de entendimento. Tal método de sala de aula de análise, debate e resolução, rapidamente tornou-se padrão entre as escolas emergentes. As mais importantes disciplinas do ensino da Alta Idade Média começaram a tomar forma, cristalizadas à volta de novos livros-texto recentemente compostos e rapidamente adotados universalmente e eram estruturadas como coleções de debates de pontos que tocavam todos os aspectos significantes do assunto tratado.
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gentes cidadelas (ou mesmo pequenas cidades), e o início de um mercado significante. Foi essa transformação fundamental, de uma sociedade imóvel para uma dinâmica, que explica o avanço do Ocidente no fim da era medieval e no início dos tempos modernos. Sinais internos dessa nova ordem podem ser vistos no revigoramento das monarquias reais na França e na Inglaterra, na aparição de comunas urbanas autogovernadas na Itália, e na reforma da hierarquia eclesiástica da Igreja, evidenciada na pressão pelo celibato clerical e na maior independência do controle secular. Externamente, a mudança anunciou-se numa postura mais agressiva em relação aos vizinhos da Europa Latina. A Reconquista – a expansão militar dos principados cristãos do Norte na Espanha muçulmana – estava acontecendo pelo meio do século XI. Em 1054, um Papado mais seguro e autônomo em Roma excomungou o patriarca de Constantinopla. O cisma com a Ortodoxia Oriental remonta a esse tempo. Algo mais famoso aconteceu em 1095, quando começou a primeira das massivas, e, por duzentos anos, periódicas, invasões de soldados ocidentais visando fortuna e salvação no Oeste mediterrâneo, as Cruzadas. Com relação à filosofia, esses eventos significaram o nascimento de uma sociedade na qual os homens cultos eram livres para direcionar seus esforços à análise e à especulação por seus próprios esforços. Sintomas de novos hábitos mentais e de um tipo de cultura literária inteiramente diferente de qualquer outro apareceram nas instituições de ensino e de produção literária mais características da Europa Ocidental na Idade Média: os monastérios. Eles não estiveram apenas na vanguarda das devoções religiosas e da escrita histórica características da Idade Média do segundo período, mas também proveram as fundações pedagógicas para essas áreas. Como indicado anteriormente, essa fundação incluía gramática e retórica, mas não a lógica. Começando no século XI, alguns dos mais capazes monges começaram a procurar entre
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(McGRADE, A.S. The Cambridge Companion to Medieval Philosophy. Tradução e adaptação de Gustavo Bertoche)
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FILOSOFIA
O desafio de um educador
A educação deveria ser a mais absoluta prioridade, importância número um para pais, professores e políticos
5) Qual a relação entre a fé e a razão estabelecida de modo geral na Escolástica?
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6) Tomás de Aquino (1224/5–1274)
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(Disponível em: http://4.bp.blogspot.com/-RhW4x8H_ZrU/ UQbPA6aSKWI/AAAAAAAAI8s/ZYvh3QVnzdc/s1600/Sao_ Tomas_Aquino1.png. Acesso em: setembro de 2016)
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Tomás de Aquino, também chamado de Doctor Angelicus, foi o mais importante filósofo da Escolástica. Em sua obra, reuniu o platonismo, o aristotelismo e o cristianismo. O fundamento da filosofia de Tomás era aristotélica; todavia, não hesitou em corrigir Aristóteles em assuntos como a natureza de Deus ou da substância. Tomás de Aquino aceitou a autoridade de Agostinho em relação à teolo-
gia – por exemplo, em relação à doutrina da Trindade, do pecado e da graça. Contudo, foi mais crítico em relação a temas da filosofia agostiniana.
O método escolástico
Durante o curso de 1121–22, Pedro Abelardo (1079–1142) escreveu a obra Sic et non, que possui cento e cinquenta e oito capítulos, nos quais se reúnem sentenças patrísticas a favor e contra diferentes pontos teológicos. Ao expor opiniões patrísticas contraditórias sobre as mesmas teses teológicas, Abelardo não pretendia abrir uma porta ao ceticismo, mas pelo contrário: queria ensinar a pensar. O que o motivava era, portanto, uma finalidade pedagógica. No prólogo do opúsculo, indica o caminho para encontrar a solução em cada caso, mas não oferece resultados concretos, que deixa a cargo da habilidade discursiva e dialética dos alunos. Por esse opúsculo, Abelardo pode ser considerado o criador – ou pelo menos o sistematizador – do método propriamente escolástico, método que cem anos depois passaria para as famosas summae da Idade Média. (SARANYANA, J.-I. A filosofia medieval: Das origens patrísticas à escolástica barroca. Tradução de Fernando Salles. São Paulo: Ramon Llull, 2006, p. 190.)
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A educação se renova, altera seus padrões clássicos, mas a importância do professor se mantém. A profissão que está na linha de frente de todo esse processo é alvo, no Brasil, de uma constante luta por valorização de seu trabalho e melhoria de condições de trabalho. Vamos conversar melhor sobre isso? Entre em nosso portal www.4newsmagazine.com.br. #ProfissaoProfessor
FILOSOFIA MEDIEVAL: QUAIS FORAM OS PRINCIPAIS PENSAMENTOS DA ÉPOCA?
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ser mais exato: elas são mais reais pelo fato de serem criadoramente pensadas, isto é, por “serem-pensadas”. As coisas têm a sua essência por “serem-pensadas”: isto deve ser entendido de modo extremamente literal, e não em algum sentido meramente “figurado”. E, assim, porque as próprias coisas são “pensamentos” e possuem, portanto, um “caráter verbal”, por esta mesma razão é que elas podem, no mais preciso sentido do uso corrente, ser chamadas “verdadeiras” – do mesmo modo que o pensamento e o pensado. Ao que parece, Tomás nem ao menos conseguiu dissociar estas duas ideias: a de que as coisas possuem um “quê”, uma quididade, um determinado conteúdo essencial e a de que esta quididade das coisas é fruto de um pensamento projetador, pensante e criador. Tal associação é inteiramente estranha ao racionalismo moderno. E por que não se poderia falar de “essência” das plantas ou de “essência” do homem, sem a obrigação de considerar, juntamente com isso, que essas essências são pensadas? A partir do modo de pensar moderno não é possível compreender por que somente considerando-as como “pensadas” tais essências poderiam existir. [...] Precisamente ao caráter de “ser-pensado” das coisas – que se deve ao Criador – é que Tomás se refere, quando fala da verdade como inerente a toda realidade.
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Tomás não funde a filosofia com a religião, nem as separa: ele estabelece um equilíbrio entre elas. Esse equilíbrio não corresponde a uma distribuição igualitária de temas: ele se estabelece em relação ao modo como se definem as “verdades”. Para Tomás, há três tipos de verdades: as verdades estritamente teológicas, conhecidas somente pela fé, ou seja, pela revelação; as verdades que são reveladas, mas também acessíveis pela razão; e as verdades somente obtidas pela razão, ou seja, pela filosofia (e pela ciência, que na Idade Média também recebia o nome de “filosofia”). Tomás procura estender ao máximo o alcance da razão e da filosofia. Para ele, não pode haver contradição entre a fé e a razão: o pensamento racional deve se mover com toda a liberdade, e jamais encontrará, ao seguir um caminho lógico, nenhuma incompatibilidade com a fé. No seu limite, a razão encontrará verdades que lhe são inacessíveis: são as verdades acessíveis somente pela fé. Elas são inacessíveis, mas não contraditórias com a razão.
A verdade é somente o que é pensado
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Nossa exposição limita-se, basicamente, ao conceito de verdade quanto às coisas do mundo [...]. Por exemplo, Tomás concordaria em termos, quanto àquela objeção comum aos tempos modernos, continuamente reafirmada de Bacon a Kant: não se pode chamar de verdadeira a realidade, mas, no sentido rigoroso e estrito, apenas o pensado. Retrucaria ele que, sim, é plenamente oportuno considerar que somente o pensado pode chamar-se, em sentido estrito, “verdadeiro”; mas as coisas reais são, de fato, algo pensado! O serem pensadas é profundamente essencial às coisas, prosseguiria Tomás; elas são reais por serem pensadas. É preciso, naturalmente,
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(LAUAND, L. J. Tomás de Aquino: vida e pensamento – estudo introdutório geral (e à questão “Sobre o verbo”). In: TOMÁS. Verdade e conhecimento. Tradução, estudos introdutórios e notas de Luiz Jean Lauand e Mário Bruno Sproviero. São Paulo: Martins Fontes, 2002, pp. 24–26.)
PRATICANDO 6) Para Tomás, há três tipos de verdades. Quais são elas?
FILOSOFIA
mais causas para a natureza do que as que sejam suficientes para explicar as aparências. Em outras palavras, se há duas teorias que visam a explicar o mesmo conjunto de evidências, os cientistas devem considerar a mais simples como a melhor.
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7) A navalha de Guilherme de Ockham (1287–1347)
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7) Crie um problema cuja resolução possa ser descoberta por meio da “navalha de Ockam”.
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Textos complementares Texto 1
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Guilherme de Ockham foi teólogo, filósofo e lógico. Sua mais conhecida contribuição para a história da filosofia e da ciência foi o princípio segundo o qual não se deve recorrer a explicações desnecessárias ao estudar um assunto. As expressões latinas usadas por Ockham e pelos seus intérpretes filosóficos são: Pluralitas non est ponenda sine neccesitate. (A pluralidade não deve ser posta sem necessidade.) Frustra fit per plura quod potest fieri per pauciora. (É inútil fazer com mais o que pode ser feito com menos.) Entia non sunt multiplicanda praeter necessitatem. (Não se deve multiplicar os entes desnecessariamente). Para Ockham, todas as teorias devem buscar utilizar a menor quantidade de elementos possível. Ao explicar um fenômeno, deve-se preferir uma teoria que contenha poucos elementos a uma que contenha muitos. Esse princípio é chamado a “navalha de Ockham”. É uma “navalha” porque, com ela, “corta-se” os elementos desnecessários e/ou excessivos de uma teoria. Muitos cientistas adotaram ou reinventaram a “navalha de Ockham”. Por exemplo, Isaac Newton afirmava que não devemos admitir
O preconceito iluminista contra a “Idade Média”
O próprio nome media aetas não é neutro; é portador de importantes preconceitos. A origem do sintagma remonta ao século XV. O qualificativo de media tempestas foi empregado pela primeira vez em 1469 por Giovanni Andrea de Bussi, bispo de Aleria. Em 1518, aparece documentada a expressão media aetas. Adriano Junius fala de mediae aetatis scriptores em 1518. De 1604, é a terminologia medium aevus. Gilbert Voet, em 1644, alcunhou intermedia aetas. De 1688, data a obra de Cristof Kellner, intitulada Historia medii aevi, referente ao período entre Constantino o Grande e a queda de Constantinopla. Assim, o uso dessa expressão generalizou-se, com conotações mais ou menos pejorativas, ao longo do século XVI, e foi aceito incondicionalmente por muitos historiadores até meados do século XIX. Designava, de modo geral, um período intermediário, obscuro e inculto, que separaria o humanismo antigo ou clássico do humanismo moderno, e que representaria o triunfo do estilo gótico, ou seja, do modo de vida bárbaro. Consequentemente, o Iluminismo teve uma concepção muito negativa da filosofia medieval, isto é, da filosofia desses séculos médios. Georg Wilhelm Friedrich Hegel, por exemplo, na
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(Disponível em: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/ commons/thumb/7/70/William_of_Ockham.png/200pxWilliam_of_Ockham.png. Acesso em: setembro de 2016)
FILOSOFIA MEDIEVAL: QUAIS FORAM OS PRINCIPAIS PENSAMENTOS DA ÉPOCA?
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lógica, que respeitavam, embora não a considerassem propriamente filosófica nem, em última instância, rigorosamente científica. Paralelamente, um grupo de historiadores católicos, opondo-se aos pontos de vista dos historiadores racionalistas, distinguiram um movimento filosófico medieval autêntico, distinto do movimento teológico medieval. Parece inegável que na Idade Média não houve só teologia, mas que também existiu uma filosofia. Essa filosofia teve peculiaridades próprias nos diferentes períodos medievais e conforme os diferentes autores. Cultivada por homens crentes, teve em conta os problemas levantados pela explicação racional do dogma revelado, e foi adiante em harmonia com a fé cristã. Talvez convenha recordar que a “filosofia cristã” não era somente uma especulação filosófica feita por cristãos, e à luz da fé, mas também propôs temas realmente novos – e com eles ofereceu novas soluções – sugeridos pela leitura e meditação da Revelação sobrenatural. Este é o caso, por exemplo, da noção revelada de “criação”, sobre a qual se construiu toda a filosofia do necessário e do contingente; a especulação sobre a oposição metafísica entre o ser e o nada; e as noções de eternidade, eviternidade e tempo, questões ignoradas ou tratadas insatisfatoriamente pela filosofia clássica, que desconhecia a Revelação. A Revelação produziu um impacto filosófico dentro da própria filosofia. Temas como a pessoa, o amor, a liberdade, e sobretudo Deus e sua relação com o mundo, receberam uma fermentação cristã capaz de ser notada na história.
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Introdução às suas Lições sobre a História da Filosofia, pronunciadas em 1831, pensava que “só é possível distinguir, a rigor, duas épocas da história da filosofia: a filosofia grega e a filosofia germânica. O mundo grego desenvolveu o pensamento até chegar à ideia; o mundo cristão-germânico, pelo contrário, concebe o pensamento como espírito”. Por conseguinte, “a história da filosofia divide-se em três períodos: o da filosofia grega, da filosofia do período intermediário e da filosofia da época moderna”. Estabelecida a divisão, Hegel concede sessenta e quatro páginas ao período medieval, que abarca cerca de mil anos, incluindo tanto as filosofias dos árabes e dos judeus (embora dedique a estes últimos apenas um parágrafo), como a filosofia escolástica cristã. Dedica, no entanto, nada menos que 680 páginas à filosofia grega. À moderna, isto é, à filosofia germânica, 318 páginas. Felizmente, os preconceitos iluministas com respeito ao período medieval e, em concreto, os relativos à especulação levada a cabo pelos cristãos, começaram a mudar com o Romantismo. De qualquer forma, Wilhelm Dilthey (1833–1911), em suas lições de História da Filosofia, inéditas até 1949, ainda dedicava pouquíssimo espaço à filosofia cultivada entre o ano 500 e o ano 1350; só umas dez páginas de suas anotações, diante das noventa páginas empregadas na exposição da filosofia greco-latina, e das 180 páginas dedicadas à filosofia do Renascimento até fins do século XIX. Os primeiros historiadores racionalistas que se dedicaram, nos séculos XIX e XX, a recuperar o legado filosófico medieval consideraram que o próprio da especulação escolástica medieval foi o seu desenvolvimento sob a tutela da Igreja. Isto teria, segundo eles, um aspecto negativo e outro positivo. O negativo seria ter paralisado o esforço filosófico ao vincular a liberdade de pesquisa a uma verdade heterônoma, de origem divina, dispensando o homem de um esforço sério por resolver racionalmente muitos mistérios. Como perspectiva positiva, os citados historiadores notaram o aparecimento, na Idade Média, da especulação religiosa, isto é, da ciência teo-
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(Adaptado de: SARANYANA, J.-I. A filosofia medieval: Das origens patrísticas à escolástica barroca. Tradução de Fernando Salles. São Paulo: Ramon Llull, 2006, pp. 27, 28, 35, 36.)
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O Almagesto: os céus são esféricos – e a Terra também Tentaremos demonstrar cada uma dessas matérias. Usaremos aparências manifestas e observações indisputáveis da antiguidade e de nosso próprio tempo como princípios e funda-
FILOSOFIA
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visíveis ficavam ocultas por um breve tempo, enquanto aquelas mais distantes ficavam em ocultação por um tempo proporcionalmente mais longo. Então em primeiro lugar eles formaram a ideia acima mencionada de uma esfera somente por meio desse tipo de observação, mas rapidamente por meio do estudo subsequente eles apreenderam também o que se seguia disso; todas as aparências, sem exceção, testemunham contra as ideias em contrário. Agora considere. Se alguém supusesse que as estrelas se movem em uma linha que se estende indefinidamente, que tipo de explicação poderia ser concebida, já que se observa que cada estrela se move, todos os dias, a partir do mesmo ponto inicial? Pois como seriam as estrelas que se movem indefinidamente em uma única direção capazes de voltar? Ou como elas não seriam vistas, dado que elas voltam? Ou como elas não desaparecem quando suas magnitudes gradualmente diminuem? Ao contrário, elas são vistas como maiores quando estão próximas à sua ocultação, e são gradualmente ocultadas pela superfície da Terra. Mas a alegação de que as estrelas são acesas a partir da Terra e novamente extinguidas nela pareceria francamente absurda. Conceda-se que toda essa ordem em suas magnitudes e tamanhos e, além disso, suas distâncias, regiões e períodos são aleatórios e ao acaso. E conceda-se que toda uma parte da Terra tem uma natureza de acender estrelas, enquanto outra parte tem uma natureza de extingui-las; ou melhor, que uma mesma parte acende umas estrelas e extingue outras, e que as mesmas estrelas são de fato acendidas ou extinguidas para alguns observadores mas não para outros. Se alguém afirmasse todas essas coisas ridículas, o que diríamos sobre as estrelas sempre visíveis que não surgem nem desaparecem sob a Terra? Ou por que as estrelas que são acesas e extinguidas não aparecem e desaparecem invariavelmente, enquanto aquelas que não são afetadas estão invariavelmente sobre a Terra? Certamente, para alguns observadores as mesmas estrelas
Que os céus são esféricos e se movem como uma esfera
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É provável, então, que os antigos tenham tido suas primeiras ideias sobre esses assuntos a partir do seguinte tipo de observação. Eles viram que o sol, a lua e o resto das estrelas se moviam da ascensão ao ocaso invariavelmente por meio de círculos paralelos uns aos outros. E que inicialmente eles se moviam para cima desde seu ponto mais baixo, como se saíssem da própria Terra, e gradualmente subiam até as altitudes. Então novamente retornavam e atingiam seu ponto mais baixo, continuando até desaparecer, como se caíssem na Terra. E, após ter permanecido invisíveis por algum tempo, apareciam e desapareciam novamente. E esses períodos e as regiões de seus aparecimentos e desaparecimentos correspondiam regular e uniformemente, na maioria das vezes. Suas observações da rotação circular das estrelas sempre visíveis, que giram em torno do mesmo centro, levaram à ideia de uma esfera. Aquele ponto central necessariamente se tornou um pólo da esfera celeste. As estrelas que estavam mais perto dele giravam em pequenos círculos. Aquelas mais distantes faziam, proporcionalmente à sua distância, círculos maiores em seu circuito até que a distância alcançava o caminho das estrelas que se ocultavam. E, dessas, aquelas mais próximas das estrelas sempre
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ções para a descoberta. E aplicaremos os subsequentes conceitos usando demonstrações baseadas em métodos geométricos. Um tratamento preliminar, então, dos elementos gerais seria como segue. Os céus são esféricos e se movem como uma esfera. A Terra mesma também tem, tomada como um todo, um formato esférico. Em termos de posição, é situada no meio de todos os céus, próxima ao centro. Em termos de tamanho e distância, ela tem a razão de um ponto em relação à esfera das estrelas fixas. E a Terra absolutamente não se move. Brevemente trataremos de cada um desses pontos, como uma revisão.
FILOSOFIA MEDIEVAL: QUAIS FORAM OS PRINCIPAIS PENSAMENTOS DA ÉPOCA?
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tre as figuras planas) e as esféricas (entre as superfícies sólidas). E dado que o éter não é plano, mas sólido, segue-se que é esférico. Similarmente, a natureza constrói todos os corpos terrestres e perecíveis inteiramente a partir de formas redondas, embora sem elementos uniformes. Mas ela constrói todos os corpos divinos no éter, também a partir de formas uniformes e esféricas; assim, se elas fossem planas ou em forma de disco, não apresentariam uma forma circular apara todos que as veem ao mesmo tempo de diferentes regiões da Terra. Portanto, é também racional que o éter que as circunda, sendo da mesma natureza, seja esférico e, devido à uniformidade de seus elementos, se mova circular e uniformemente.
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nem sempre serão acesas e extinguidas, mas para outros nunca essas mesmas estrelas serão acesas ou extinguidas. Por isso fica claro que as mesmas estrelas se levantam e se põem para alguns observadores, mas não para outros. Para ser breve, se alguém supusesse outro formato que não esférico para o movimento dos céus, seria necessário que as distâncias da Terra às partes dos céus fosse desigual, não importa onde e como a Terra mesma esteja situada. O resultado é que tanto as magnitudes quanto as distâncias relativas das estrelas deveriam parecer diferentes para os mesmos observadores em cada revolução das orbes, estando ora a uma distancia maior, ora a uma distância menor. Mas isso não parece ocorrer. E mais, não é pela distância menor que as magnitudes parecem maiores quando os astros estão próximos ao horizonte. Em vez disso, é a exalação dos vapores que circundam a Terra que fica entre nossos olhos e as estrelas; assim como coisas jogadas à água parecem maiores, e tanto maiores quanto mais profundas estão. As considerações seguintes reforçam a ideia de uma esfera. Não é possível para os construtores de instrumentos de medição do tempo aceitar nenhuma outra hipótese senão esta. Além disso, os corpos celestes têm um movimento que é não obstruído e completo; entre as figuras planas, a circular tem o movimento mais prontamente completo, enquanto entre as figuras sólidas é a esfera que tem. Do mesmo modo, entre diferentes figuras que têm um perímetro igual, aquelas com mais lados têm uma área maior. Por isso, o círculo é maior do que outras figuras planas, a esfera é maior do que outras figuras sólidas, e os céus são maiores que todos os outros corpos. E mais: é possível buscar essa concepção a partir de certas considerações físicas. Por exemplo, entre todos os corpos, o éter tem os elementos menores e mais uniformes, enquanto, entre os corpos com elementos uniformes, as superfícies com elementos uniformes têm mais elementos uniformes. Mas as únicas superfícies com elementos uniformes são as circulares (en-
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Que a terra também é esférica como um todo
Que a Terra seja também sensivelmente esférica, considerada como um todo, podemos melhor entender do seguinte modo. Pois novamente não é possível para todos os observadores na Terra verem o sol, a lua e o resto das estrelas surgindo e se pondo ao mesmo tempo; ao contrário, aqueles que vivem no leste invariavelmente vêem os corpos surgir e se por mais cedo, e os que vivem no oeste, mais tarde. Além disso, descobrimos que as visões dos eclipses, e especialmente os da lua, que ocorrem ao mesmo tempo, não são anotados por todos os observadores às mesmas horas; ou seja, a horas em intervalos iguais a partir do meio-dia. Ao contrário, as horas anotadas pelos observadores mais orientais são sempre posteriores àquelas anotadas pelos observadores mais ocidentais. E já que a diferença nas horas é proporcional às distâncias das regiões, pode-se razoavelmente supor que a superfície da Terra é esférica; é a uniformidade de sua convexidade, tomada como um todo, que sempre produz ocultações em proporção a distâncias sucessivas. Tivesse a Terra um formato diferente, isso não aconteceria, como se pode perceber a partir das considerações seguintes. Se a Terra fosse côncava, as estrelas surgiriam primeiro para os observadores mais oci-
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e terra” se entende toda a criatura, não hesito em afirmar: “Antes de Deus fazer o céu e a terra, não fazia coisa alguma”. Com efeito, se fazia alguma coisa, que coisa fazia senão a criatura? E oxalá assim eu possa saber tudo aquilo que, utilmente, desejo saber, tal como sei que não estava criada nenhuma criatura antes de ser criada alguma criatura. Mas se algum sentido volúvel vagueia pelas imagens dos tempos anteriores à criação e se admira de que tu, Deus onipotente, e criador e sustentáculo de todas as coisas, artífice do céu e da terra, durante inumeráveis séculos te abstiveste de tão grande obra, antes de a fazeres, ele que desperte e repare que se admira de coisas falsas. Com efeito, como podiam ter passado inumeráveis séculos, que tu próprio não tinhas feito, sendo tu o autor e criador de todos os séculos? Ou que tempos teriam existido que não tivessem sido criados por ti? Ou como podiam ter passado se nunca tivessem existido? Sendo tu o obreiro de todos os tempos, se existiu algum tempo antes de fazeres o céu e a terra, por que motivo se diz que tu te abstinhas de agir? De fato, tu tinhas feito o próprio tempo, e os tempos não puderam passar, antes de tu fazeres os tempos. Se, no entanto, não existia nenhum tempo antes do céu e da terra, por que razão se pergunta o que fazias então? Na realidade, não havia “então”, quando não havia tempo. E tu não precedes os tempos com o tempo: se assim fosse, não precederias todos os tempos. Mas precedes todos os pretéritos com a grandeza da tua eternidade sempre presente, e superas todos os futuros porque eles são futuros, e quando eles chegarem, serão pretéritos; tu, porém, és o mesmo e os teus anos não têm fim. Os teus anos não vão nem vêm: os nossos vão e vêm, para que todos venham. Os teus anos existem todos ao mesmo tempo, porque não passam, e os que vão não são excluídos pelos que vêm, porque não passam: enquanto os nossos só existirão todos, quando todos não existirem. Os teus anos são um só dia, e o teu dia não é todos os dias, mas um “hoje”, porque o teu dia de hoje
(PTOLOMEU. Almagesto)
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O que é o tempo?
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Eis a minha resposta a quem diz: Que fazia Deus antes de fazer o céu e a terra? Não lhe dou aquela resposta que alguém, segundo se diz, terá dado, iludindo com graça a violência da pergunta: Preparava, disse, a geena para aqueles que perscrutam questões tão profundas. Uma coisa é ver, outra coisa é rir. Esta não é a minha resposta. Preferiria responder: “Não sei o que não sei”, em vez de dar uma resposta que pusesse a ridículo quem formulou questão tão profunda e gabasse quem respondeu erradamente. Mas eu afirmo, ó nosso Deus, que tu és o criador de toda a criatura e, se sob a designação de “céu
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dentais. Se fosse plana, as estrelas apareceriam e se poriam para todos os observadores na Terra ao mesmo tempo. E se ela fosse um triângulo ou um quadrado ou qualquer outra figura poligonal, as estrelas surgiriam e se poriam da mesma maneira ao mesmo tempo para todos aqueles que vivessem no mesmo plano. Mas, de fato, isso não parece ocorrer. E as considerações seguintes deixam claro que a Terra também não pode ser cilíndrica. Pois que sua superfície redonda esteja voltada para o leste e o oeste e os lados de suas bases planas estejam voltados para os pólos do universo (alguns podem realmente considerar essa possibilidade bem persuasiva). Se ela fosse cilíndrica, nenhuma de suas estrelas seria sempre visível para qualquer um que vivesse sobre sua superfície convexa. Em lugar disso, ou todas as estrelas surgiriam e se poriam para todos os observadores, ou as estrelas, nomeadamente aquelas situadas à distância igual de cada pólo, seriam sempre invisíveis para todos os observadores. Mas, na realidade, quanto mais ao norte viajamos, maior o número de estrelas mais ao sul se tornam escondidas e maior o número de estrelas mais ao norte se revelam. Daí é evidente que a convexidade da Terra, por deixar partes sucessivas na sombra, prova completamente que seu formato é esférico.
FILOSOFIA MEDIEVAL: QUAIS FORAM OS PRINCIPAIS PENSAMENTOS DA ÉPOCA?
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são futuras, ainda lá não estão, e se também aí são passadas, já lá não estão. Por conseguinte, onde quer que estejam e quaisquer que sejam, não existem senão como presentes. Ainda que se narrem, como verdadeiras, coisas passadas, o que se vai buscar à memória não são as próprias coisas que já passaram, mas as palavras concebidas a partir das imagens de tais coisas, que, ao passarem pelos sentidos, gravaram na alma como que uma espécie de pegadas. Até a minha infância, que já não existe, existe no tempo passado, que já não existe; mas vejo a sua imagem no tempo presente, quando a evoco e descrevo, porque ainda está na minha memória. Se é semelhante a explicação também da predição do futuro, de tal forma que sejam tornadas presentes, como já existentes, as imagens das coisas que ainda não existem, confesso-te, meu Deus, que não sei. Há uma coisa que eu sei: a maior parte das vezes, nós premeditamos as nossas ações futuras e essa premeditação é presente, ao passo que a ação que premeditamos ainda não existe, porque é futura; quando a empreendermos e começarmos a realizar aquilo que premeditávamos, então essa ação existirá, porque então já não será futura, mas presente. Assim, qualquer que seja a natureza deste misterioso pressentimento do futuro, não se pode ver senão o que existe. Ora, o que já existe não é futuro, mas presente. Por isso, quando se diz que se veem coisas futuras, não se vêem essas mesmas coisas, que ainda não existem, ou seja, que hão de existir, mas sim as suas causas ou, talvez, os seus sinais; estes já existem: por isso, não são futuros, mas já presentes para os que os vêem, e, a partir deles, são preditas as coisas futuras concebidas no espírito. As imagens dessas coisas, por sua vez, já existem, e vêem-nas como presentes, dentro de si, aqueles que predizem tais coisas. Ofereça-me um exemplo a imensa variedade das coisas. Contemplo a aurora: preanuncio que o sol vai nascer. O que vejo é presente, o que preanuncio é futuro: não é o sol, que já existe, que é futuro, mas sim o seu nascimento, que ainda não existe: todavia, mes-
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não antecede o de amanhã; pois não sucede ao de ontem. O teu hoje é a eternidade: por isso, geraste co-eterno contigo aquele a quem disseste: “Eu hoje te gerei. Tu fizeste todos os tempos e tu és antes de todos os tempos, e não houve tempo algum em que não havia tempo.” Não houve, pois, tempo algum em que não tivesses feito alguma coisa, porque tinhas feito o próprio tempo. E nenhuns tempos te são co-eternos, porque tu permaneces o mesmo; ora, se os tempos permanecessem os mesmos, não seriam tempos. Que é, pois, o tempo? Quem o poderá explicar facilmente e com brevidade? Quem poderá apreendê-lo, mesmo com o pensamento, para proferir uma palavra acerca dele? Que realidade mais familiar e conhecida do que o tempo evocamos na nossa conversação? E quando falamos dele, sem dúvida compreendemos, e também compreendemos, quando ouvimos alguém falar dele. O que é, pois, o tempo? Se ninguém pergunta, sei o que é; mas se quero explicá-lo a quem pergunta, não sei: no entanto, digo com segurança que sei que, se nada passasse, não existiria o tempo passado, e, se nada adviesse, não existiria o tempo futuro, e, se nada existisse, não existiria o tempo presente. De que modo existem, pois, esses dois tempos, o passado e o futuro, uma vez que, por um lado, o passado já não existe, por outro, o futuro ainda não existe? Quanto ao presente, se fosse sempre presente, e não passasse a passado, já não seria tempo, mas eternidade. Logo, se o presente, para ser tempo, só passa a existir porque se torna passado, como é que dizemos que existe também este, cuja causa de existir é aquela porque não existirá, ou seja, não podemos dizer com verdade que o tempo existe senão porque ele tende para o não existir? Permite-me, Senhor, ir mais longe na minha procura, ó minha esperança; e não se distraia a minha atenção. Se existem coisas futuras e passadas, quero saber onde estão. Mas se isso ainda não me é possível, sei, todavia, que onde quer que estejam, aí não são futuras nem passadas, mas presentes. Na verdade, se também aí
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2. As coisas são na alma não por essência, mas por suas espécies, como diz o Filósofo [Aristóteles]; se pois a verdade encontra-se principalmente na alma, então não será a essência da coisa, mas sua semelhança e espécie, e o verdadeiro será uma espécie do ente existente fora da alma. Mas uma espécie da coisa existente na alma não se predica da coisa fora da alma, como também não é convertível com a mesma: ser convertível é pois predicar-se reciprocamente; portanto, nem o verdadeiro é convertível com o ente, o que é falso. 3. Tudo o que é em outro segue aquilo em que é; se pois a verdade fosse primeiramente na alma, então o juízo sobre a verdade seria segundo a afirmativa da alma, e assim ressurgiria o erro dos antigos filósofos que diziam que é verdadeiro tudo o que alguém opinava com o intelecto, e que duas coisas contraditórias são simultaneamente verdadeiras, o que é absurdo. 4. Se a verdade é primeiramente no intelecto, é necessário que na definição de verdade haja algo pertencente ao intelecto. Mas Agostinho reprova definições tais como: “Verdadeiro é aquilo que é como aparece”, porque deste modo não seria verdadeiro aquilo que não aparece, o que é evidentemente falso se consideramos as mais ocultas pedras nas vísceras da terra. Analogamente reprova e confuta esta outra definição: “É verdadeiro aquilo que é assim como aparece ao cognoscente, caso queira e possa conhecer”, porque então uma coisa não seria verdadeira no caso que o cognoscente não quisesse e pudesse conhecer. A mesma razão valeria para qualquer definição contendo algo pertencente ao intelecto; portanto, a verdade não é primeiramente no intelecto. Em contrário 1. O Filósofo [Aristóteles] diz: “O falso e o verdadeiro não são nas coisas, mas na mente”.
(AGOSTINHO. Confissões)
Texto 4
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Se a verdade encontra-se antes no intelecto do que nas coisas
Parece que não. Objeções 1. O verdadeiro, como foi dito, é convertível com o ente; mas o ente encontra-se antes nas coisas do que na alma, portanto também o verdadeiro.
2. “A verdade é a adequação da coisa do intelecto”, mas esta adequação só pode ser no intelecto; portanto, a verdade é só no intelecto.
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mo o próprio nascimento, se não o imaginasse no meu espírito, como agora quando estou a falar dele, não o poderia predizer. Mas aquela aurora que vejo no céu não é o nascimento do sol, embora o preceda, nem aquela imagem que está no meu espírito: ambas são vistas claramente como presentes, a ponto de se poder dizer antecipadamente aquele futuro. Portanto, as coisas futuras ainda não existem e, se ainda não existem, não existem, e, se não existem, não podem ser vistas de forma alguma; mas podem ser preditas a partir das coisas presentes, que já existem e se veem. Uma coisa é agora clara e transparente: não existem coisas futuras nem passadas; nem se pode dizer com propriedade: há três tempos, o passado, o presente e o futuro; mas talvez se pudesse dizer com propriedade: há três tempos, o presente respeitante às coisas passadas, o presente respeitante às coisas presentes, o presente respeitante às coisas futuras. Existem na minha alma estas três espécies de tempo e não as vejo em outro lugar: memória presente respeitante às coisas passadas, visão presente respeitante às coisas presentes, expectação presente respeitante às coisas futuras. Se me permitem dizê-lo, vejo e afirmo três tempos, são três. Diga-se também: os tempos são três, passado, presente e futuro, tal como abusivamente se costuma dizer; diga-se. Pela minha parte, eu não me importo, nem me oponho, nem critico, contanto que se entenda o que se diz: que não existe agora aquilo que está para vir nem aquilo que passou. Poucas são as coisas que exprimimos com propriedade, muitas as que referimos sem propriedade, mas entende-se o que queremos dizer.
FILOSOFIA MEDIEVAL: QUAIS FORAM OS PRINCIPAIS PENSAMENTOS DA ÉPOCA?
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10) Caracterize o “racionalismo” do século XVIII. 11) De acordo com o sistema ptolomaico, utilizado durante a Idade Média na Europa, qual seria o formato do planeta Terra?
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12) “De que modo existem, pois, esses dois tempos, o passado e o futuro, uma vez que, por um lado, o passado já não existe, por outro, o futuro ainda não existe?”
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(TOMÁS. Verdade e conhecimento. Tradução, estudos introdutórios e notas de Luiz Jean Lauand e Mário Bruno Sproviero. São Paulo: Martins Fontes, 2002, pp. 157–161)
APROFUNDANDO
8) Como surgiu a noção de “Idade Média”?
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9) Caracterize o “Romantismo” do século XVIII.
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(AGOSTINHO)
Explique o que é o passado e o que é futuro para Agostinho. 13) Todos os enunciados a seguir foram escritos por Tomás de Aquino.
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Solução Quando predicados dizem-se primeiramente de uma coisa e posteriormente de outras, não é necessário que aquela coisa que for causa das outras receba por primeiro a predicação comum, mas aquela em que está primeiramente a noção comum completa, como “sadio” diz-se primeiramente do animal, no qual a noção perfeita de saúde encontra-se em primeiro lugar, ainda que o remédio diz-se sadio enquanto proporciona saúde; e assim, dado que o verdadeiro diz-se antes de uma coisa e depois de outras, é necessário que se diga antes de tudo aquilo em que se encontra primeiramente a noção completa de verdade. O complemento de qualquer movimento ou operação está em seu término. O movimento pois da faculdade cognoscitiva termina na alma – é preciso efetivamente que o conhecido seja no cognoscente segundo o modo do cognoscente –, enquanto o movimento da faculdade apetitiva termina na coisa: por isso o Filósofo [Aristóteles] estabelece um certo círculo nos atos da alma: a coisa fora da alma move o intelecto, a coisa entendida move o apetite, o apetite tende à coisa da qual o movimento principiou. E como o bem, como se disse, indica o ajustar-se do ente ao apetite, o verdadeiro, do ente ao intelecto, o Filósofo diz que o bem e o mal são nas coisas, o verdadeiro e o falso porém na mente. Ora, uma coisa só se diz verdadeira enquanto é adequada ao intelecto, pelo que o verdadeiro encontra-se nas coisas posteriormente, primariamente pois no intelecto.
“A razão reproduz a natureza.” “A causa e a raiz do bem humano é a razão.” “O intelecto é naturalmente apto a entender tudo o que há na natureza das coisas.” “Assim como a ordem da razão reta procede do homem, assim também a ordem da natureza procede do próprio Deus.” “O primeiro princípio de todas as ações humanas é a razão e quaisquer outros princípios que se encontrem para as ações humanas obedecem, de algum modo, à razão.” “O ser do homem propriamente consiste em ser de acordo com a razão. E, assim, manter-se alguém em seu ser, é manter-se naquilo que condiz com a razão.” “A razão é a natureza do homem. Daí que tudo o que é contra a razão é contra a natureza do homem.” “Deve-se considerar que a natureza de algo é principalissimamente a forma segundo a qual se constitui a espécie da coisa. Ora, o homem é constituído em sua espécie pela alma racional. Daí que aquilo que é contra a ordem da razão seja propriamente contra a natureza do homem enquanto tal.” “O intelecto humano recebe sua medida das coisas, de tal modo que um conceito do homem não é verdadeiro por si mesmo, mas se diz ver-
FILOSOFIA
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de bons cavaleiros, damas corteses, fadas, guerras honradas, torneios, grandes ideais. Ou seja, uma Idade Média “má” e uma Idade Média “boa”. Tal disparidade de apreciações com relação a esse período da História se deve: a) ao Renascimento, que começou a valorizar a comprovação documental do passado, formando acervos documentais que mostram tanto a realidade “boa” quanto a “má”; b) à tradição iluminista, que usou a Idade Média como contraponto a seus valores racionalistas, e ao Romantismo, que pretendia ressaltar as “boas” origens das nações; c) à indústria de videojogos e cinema, que encontrou uma fonte de inspiração nessa mistura de fantasia e realidade, construindo uma visão falseada do real; d) ao Positivismo, que realçou os aspectos positivos da Idade Média, e ao marxismo, que denunciou o lado negativo do modo de produção feudal; e) à religião, que, com sua visão dualista e maniqueísta do mundo, alimentou tais interpretações sobre a Idade Média.
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dadeiro pela consonância com a realidade. O intelecto divino, porém, é a medida das coisas, já que uma coisa tem tanto de verdade quanto reproduz em si o intelecto divino.” A partir dos seus conhecimentos sobre Filosofia Medieval e dos excertos reproduzidos acima, é possível afirmar que: a) Tomás de Aquino foi o principal filósofo da tradição patrística; b) a filosofia escolástica valorizava a religiosidade e a racionalidade humana; c) para seu autor, a Idade Média, que é contra a razão, é contra a natureza do homem; d) o autor não pode ter sido um filósofo medieval, pois a Idade Média recusava o uso da razão; e) para Tomás de Aquino, o intelecto humano é a medida das coisas, pois um conceito não é verdadeiro por si mesmo, mas sim de acordo com a realidade como é apreendida pelo ser humano.
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14) (ENEM) Para uns, a Idade Média foi uma época de trevas, pestes, fome, guerras sanguinárias, superstições, crueldades. Para outros, uma época
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É provável, então, que os antigos tenham tido suas primeiras ideias sobre esses assuntos a partir do seguinte tipo de observação. Eles viram que o sol, a lua e o resto das estrelas se moviam da ascensão ao ocaso invariavelmente por meio de círculos paralelos uns aos outros. E que inicialmente eles se moviam para cima desde seu ponto mais baixo, como se saíssem da própria Terra, e gradualmente subiam até as altitudes. Então novamente retornavam e atingiam seu ponto mais baixo, continuando até desaparecer, como se caíssem na Terra. E, após ter permanecido invisíveis por algum tempo, apareciam e desapareciam novamente. E esses períodos e as regiões de seus aparecimentos e desaparecimentos correspondiam regular e uniformemente, na maioria das vezes. Suas observações da rotação circular das estrelas sempre visíveis, que giram em torno do mesmo centro, levaram à ideia de uma esfera. (PTOLOMEU)
A partir da passagem acima e de seus conhecimentos sobre o sistema cosmológico de Ptolomeu:
15) Apresente um argumento contrário às ideias de Ptolomeu sobre o Cosmos;
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16) Apresente um argumento a favor da cosmologia de Ptolomeu.
PESQUISANDO
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FILOSOFIA MEDIEVAL: QUAIS FORAM OS PRINCIPAIS PENSAMENTOS DA ÉPOCA?
É possível investigar, filosoficamente, questões religiosas como a existência de uma vida espiritual após a morte? Os filósofos medievais acreditavam que investigações como essa eram possíveis. Você concorda?
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Encontre e leia um livro ou um artigo em alguma revista de Filosofia em que o autor discuta, a partir de um ponto de vista filosófico, uma questão religiosa.
RESUMINDO
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Redija um texto dissertativo de até 40 linhas discordando ou concordando com um dos argumento do livro ou do artigo lido.
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• O conceito de Idade Média foi desenvolvido no século XVII; • Os românticos valorizavam positivamente a Idade Média; os racionalistas valorizavam-na negativamente; • Sistema cosmológico ptolomaico: geocêntrico, com epiciclos e equante. A Terra era concebida como um corpo esférico; • A Patrística foi o primeiro momento da filosofia medieval, tendo durado de cerca de 100 d.C. ao século VII; • Agostinho de Hipona foi o mais importante filósofo da Patrística; • Para Agostinho, é preciso “compreender para crer e crer para compreender”; • Agostinho afirmava que somente existe o tempo presente; o passado já não mais existe e somente pode ser conhecido como memória; o futuro ainda não existe, somente podendo ser antecipado como expectativa; • A Escolástica foi o último período da filosofia medieval; ela foi uma filosofia essencialmente universitária; • Tomás de Aquino foi o mais importante filósofo da Escolástica; • Para Tomás, há três tipos de verdades: as que podem ser conhecidas somente pela razão, as que podem ser conhecidas pela razão e pela fé e as que somente podem ser conhecidas pela fé.
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FÍSICA 2o ANO
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Direção Executiva: Fabio Benites
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Diagramação, Ilustração de capa e Projeto Gráfico: Alan Giles Dominique Coutinho Erlon Pedro Pereira
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Gestão Editorial: Maria Izadora Zarro
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Irium Editora Ltda Rua Desembargador Izidro, no 114 Tijuca - RJ CEP: 20521-160 Fone: (21) 2560-1349 www.irium.com.br
A reprodução desta obra, no todo ou em parte, por qualquer meio, sem autorização expressa, sujeitará o infrator, nos termos da Lei no 6.895, de 17/12/80, às penalidades previstas nos artigos 184 e 185 do Código Penal.
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ELETROSTÁTICA: COMO SE COMPORTAM AS CARGAS ELÉTRICAS?
Objetivos de aprendizagem:
• Compreender e reconhecer um corpo eletrizado a partir do conhecimento do módulo da carga elétrica fundamental e compreender os princípios fundamentais da eletroestática; • Compreender e reconhecer processos de eletrização;
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• Compreender a Lei de Coulomb e interpretar o gráfico da força elétrica em função da distância;
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• Compreender o conceito e saber calcular o campo elétrico gerado por uma carga puntiforme e por várias cargas puntiformes; • Entender o conceito de campo elétrico uniforme e saber calcular o trabalho de uma força elétrica nesse campo.
(Disponível em: https://pixabay.com/en/ flash-tesla-coil-experiment-113310/ – Hans. Acesso em: novembro de 2016)
ELETROSTÁTICA: COMO SE COMPORTAM AS CARGAS ELÉTRICAS?
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A carta de Newton
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O estudo da carga elétrica e suas propriedades é, a parte da Física que chamamos de Eletricidade. Quando se estuda as propriedades da carga elétrica em repouso estamos na Eletrostática e, quando a estudamos em movimento estamos na Eletrodinâmica. Tem o Eletromagnetismo que constitui o estudo dos imãs, do campo magnético e sua ação sobre a carga elétrica. Neste caderno faremos o estudo da Eletrostática.
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É inconcebível que a matéria bruta inanimada possa, sem a mediação de alguma outra coisa que não seja material, atuar sobre outra matéria e influenciá-la sem contato mútuo, como tem de fazer se a gravitação, no senso de Epicuro, for essencial e inerente a ela. (...). Que a gravidade deva ser inata, inerente, e essencial à matéria, de tal forma que um corpo consiga atuar sobre outro à distância, por meio de um vácuo, sem a mediação de mais nada, pela e através da qual suas ações e forças possam ser transmitidas de um corpo para outro, é para mim um absurdo tão grande, que acredito que nenhum homem que tenha em assuntos filosóficos uma faculdade competente de pensamento possa alguma vez aceitar esta ideia.
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O texto acima é um trecho de uma carta de 1693, de Isaac Newton (1642–1727) ao clérigo e filósofo inglês Richard Bentley (1662–1742), observe que, para ele, era impossível, por exemplo que uma carga elétrica agisse sobre outra, quando elas estivessem a uma distância uma da outra. Até mesmo para o gênio da Mecânica, a ideia de um campo (o conceito de campo, seja ele o gravitacional ou o magnético), responsável pela interação entre dois corpos que não se tocam era um absurdo em suas palavras, e, para nós aqui, o campo elétrico é fundamental e base para todo o estudo da Eletricidade. Dedique-se com carinho ao seu estudo.
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1) Eletrização
1.1) A carga elétrica
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Já é do seu conhecimento que a matéria se constitui de três partículas elementares: o próton, o elétron e o nêutron. Verdade seja dita que a matéria se constitui destas e de uma porção de outras partículas e subpartículas. No nosso estudo só iremos considerar as três partículas elementares. A matéria, no seu estado natural, apresenta o número de prótons (Np) igual ao número
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de elétrons (Ne), é o que se chama de estado neutro da matéria. As propriedades elétricas surgem quando esse equilíbrio é rompido. Se o Np é maior que o Ne, diz-se que o corpo está carregado positivamente. Os prótons possuem a carga elétrica que já foi chamada de vítrea, mas que hoje, denomina-se carga elétrica positiva. Se o Ne é maior que o Np, diz-se que o corpo está carregado negativamente. Os elétrons possuem a carga elétrica que já foi chamada de resinosa, mas que hoje, denomina-se carga elétrica negativa.
FÍSICA
+ 1,6 x 10 C – 1,6 x 10 –19C
p e
+
Matematicamente: Q = n.e
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Como é comum trabalhar com quantidade de carga elétrica muito pequena, são comuns os submúltiplos: milicoulomb → mC→ 1 mC = 10 –3C microcoulomb → μC→ 1 μC = 10 –6C nanocoulomb → nC→ 1 nC = 10 –9C
Eletrizar um corpo é, provocar um desequilíbrio entre o Np e o Ne. Veremos agora, como é possível a eletrização.
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1.2) Eletrização por atrito
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Alguns corpos, quando atritados uns com outros, eletrizam-se facilmente, é o caso da lã e do vidro. Alguns elétrons passam para a lã. Terminando o vidro com excesso de cargas positivas e a lã com excesso de cargas negativas.
Lã Neutro
Neutro
–
e–
+ +
+
+
– – – – Lã – –
– – – –
Uma aplicação matemática: Atritando-se os corpos A e B, inicialmente neutros, se 2,5 . 1020 elétrons do corpo A passam para B, com que carga cada corpo ficará? Solução:
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No Sistema Internacional de Unidades (SI), a carga elétrica é expressa em Coulomb (C), uma homenagem ao físico francês Charles Augustin de Coulomb. Veja a tabela acima. Já que a carga elétrica não pode ser dividida em partes menores teremos a seguinte verdade: Toda carga elétrica (Q) é um múltiplo inteiro (n) de cargas elementares (e).
Vidro
+
+
Corpo B: 1 elétron --------------------------- (–) 1,6 x 10 –19C 2,5 x 1020 elétrons ------------------------------ QB QB =
2,5 x 1020 x (–) 1,6 x 10 –19 = (–) 40 C 1
Como o corpo A perdeu esses elétrons, sua carga será: QA = + 40 C
1.3) Eletrização por contato Consegue-se a eletrização por contato, apenas colocando em contato um corpo já previamente carregado com outro neutro. Com um corpo inicialmente negativo: Neutro – – – A – B – – – Antes
A
–
B
Durante
– – – – –– A B – – – – – – Depois
Com um corpo inicialmente positivo: A
+ ++ + B + + + Antes
A
–
B
Durante
+ + + + ++ A B + + + + + + Depois
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Símbolo
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Vidro
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Próton Elétron
Carga Elétrica
Conclusão importante: Na eletrização por atrito, os corpos terminam com cargas de mesmo módulo e de sinais opostos.
LI SE
As experiências mostraram que tanto a carga do elétron como a carga do próton são as menores quantidades de carga elétrica que se pode obter, e, devido a isso, o valor da carga do próton e o valor da carga do elétron, em módulo, foi denominado carga elementar (e).
3
ELETROSTÁTICA: COMO SE COMPORTAM AS CARGAS ELÉTRICAS?
2o) Quando se colocam esferas idênticas em contato, a carga final de cada uma é a média aritmética das cargas em excesso. Vamos ver uma aplicação da segunda observação:
Solução:
O contato da esfera A e B resulta em: –3Q+Q –2Q = = –Q para cada uma. 2 2
ER IA L
Agora, o contato da esfera A e C resulta: –Q+0 –Q = para cada uma. 2 2 Resposta: A esfera B fica com carga –Q e as esferas –Q cada uma. A e C ficam com 2
1.4) Uma forma de descarregar: A ligação terra
AT
A ligação terra (veja o símbolo ao lado) é um artifício que se usa para descarregar qualquer corpo carregado. A Terra é um corpo sempre considerado neutro.
M
1.5) Eletrização por indução
EM2FIS01
Neste processo, aproxima-se um corpo carregado (indutor) de um corpo neutro que se deseja carregar (induzido). Devido à presença do indutor, o induzido polariza-se, mas continua descarregado.
4
Ainda com o indutor presente, faz-se uma ligação terra no induzido. Elétrons da Terra passarão para o induzido.
A seguir, retira-se a ligação terra ainda com o indutor presente.
DE A
Uma esfera A com carga + Q é colocada em contato com duas outras esferas idênticas a ela. Com a esfera B que possui inicialmente –3Q e, a seguir, com a esfera C inicialmente neutra. Com que carga terminarão as três esferas?
Induzido Indutor ++ – – + + ++ + – + + + B – + + A + – + + + –– + + ++ + +
LI SE
1o) Na eletrização por contato, os corpos terminam com cargas de mesmo sinal.
B
Indutor + ++ ++ + + + A + + + ++ + +
NÁ
Observação
Induzido Indutor + ++ – – ++ ++ + – + + B – A + – + – ++ + + + –– ++ + +
Induzido Indutor + ++ – – ++ ++ + + B –– + + A + – + + + –– + + ++ + +
Os elétrons que passaram da Terra para o induzido não retornam. Agora, podemos afastar o Indutor que o Induzido se manterá carregado. Induzido –– Indutor + – B – ++ ++ + + – A + –– + + + ++ + +
Induzido – – – B – – –
É importante lembrar que o induzido termina com carga de sinal oposto à carga do indutor. Sugestão: Faça, passo a passo, o processo de eletrização por indução, agora, com o Indutor carregado positivamente.
1.6) Eletroscópio de folhas Metal Denomina-se eleIsolante troscópio qualquer dispositivo que permit a dizer se um corpo está carregaFolhas Vidro de ouro do eletricamente. Um bastante utilizado é o mostrado ao lado: eletroscópio de folhas que, no seu estado normal, as folhas ficam juntas (descarregadas).
FÍSICA
+ – – –– + + ++ + + – + + – + A + ++ + – – +
Na eletrização por indução eletrostática o corpo carregado (indutor) não entra em contato com o corpo inicialmente neutro (induzido). Nas situações I e II, propostas a seguir, o condutor está fixado numa haste isolante; F é um fio condutor que permite o contato com a Terra nos pontos A, B ou C do condutor. A
DE A
Pare um pouco e explique nas duas figuras, por que as folhas se afastaram.
1.7) Princípios da eletrostática
ER IA L
Você lembra o que é um Princípio? Na ciência, Princípio é um conhecimento básico. Elementar, digamos assim, aquilo que é óbvio. Pois bem, a Eletrostática possui seus Princípios: 1o) Cargas elétricas de mesmo sinal se repelem; cargas de sinais opostos se atraem. 2o) Em um sistema eletricamente isolado, a soma algébrica das cargas elétricas positivas e negativas será sempre constante.
1.8) Condutores e isolantes
AT
Condutores de eletricidade são os meios materiais, nos quais existe facilidade de movimento de cargas elétricas. Devido a essa facilidade de locomoção, as cargas elétricas nos condutores espalham-se por sua superfície.
– – – – – – – – – – – – – – –– – – – – – – – – – – – – – – – – ––– – – – – – ––– – – – – – – – – – – – – – – – –– – – – – – – – – – – – – – – ––
M
Os isolantes são os meios materiais, nos quais não existem facilidade de movimento de cargas elétricas. Devido a essa dificuldade de locomoção, as cargas elétricas nos isolantes concentram-se nos locais onde surgem.
B
C
F
A
Condutor Isolante
B
C
F
Condutor Isolante Terra
Terra
SITUAÇÃO I
SITUAÇÃO II
Para que o fenômeno citado ocorra corretamente, devemos utilizar: a) a situação I e ligar necessariamente F em C, pois assim as cargas positivas aí induzidas atrairão elétrons da Terra, enquanto, se ligarmos em A, os elétrons aí induzidos, irão impedir a passagem de elétrons para a região C, pela repulsão eletrostática; b) a situação II e ligar necessariamente F em A, pois as cargas positivas aí induzidas atrairão elétrons da Terra, enquanto, se ligarmos em C, os elétron saí induzidos, pela repulsão eletrostática, irão impedir a passagem de elétrons para a região A; c) qualquer das situações I ou II, desde que liguemos F, respectivamente, em C e em A; d) a situação I, em que a ligação F com o condutor poderá ser efetuada em qualquer ponto deste, pois os elétrons fluirão da Terra para o condutor, até que condutor e Terra atinjam o mesmo potencial; e) a situação II, em que a ligação de F com o condutor poderá ser efetuada em qualquer ponto deste, pois os elétrons fluirão da Terra para o condutor, até que ambos atinjam o potencial da Terra.
–––– –– – – – –– –––– –– –– –––– –– –––
EM2FIS01
– – –
A eletrização é um processo que tem diversas aplicações nos processos industriais. Uma das aplicações é a pintura eletrostática, onde um objeto é carregado através de uma ddp e a tinta pulverizada e se adere ao objeto através da atração elétrica.
NÁ
– + + ++ –– –– – – + – – + – A – –– – + + –
FIS0175
Gabaritoa: E
+ + +
Como eletrização por indução pode cair no ENEM?
LI SE
O vidro, isolante elétrico, está ali para evitar a presença de cargas indesejáveis. Observe as duas figuras a seguir, onde, em cada uma, um corpo Indutor é aproximado da cabeça de um eletroscópio inicialmente descarregado.
5
LI SE
ELETROSTÁTICA: COMO SE COMPORTAM AS CARGAS ELÉTRICAS?
Entenda a fuga de corrente e como evitá-la para não aumentar sua conta de energia Fios desencapados ou eletrodomésticos com defeito podem gerar este tipo de problema
DE A
NÁ
Atualmente, um recurso, que podemos dizer, essencial ao homem e ao desenvolvimento socioeconômico é a energia elétrica. Entretanto, a população brasileira tem sofrido muito com os aumentos da tarifa de energia. As concessionárias responsáveis se defendem relatando os custos com a geração de energia, o seu transporte até as casas (transmissão + distribuição) e ainda os encargos e os tributos. Para saber como diminuir o valor de sua conta de energia evitando fuga de corrente, siga-me até o site www.4newsmagazine.com.br #contamaisbarata #semfugadecorrente
ER IA L
PRATICANDO
1) Um corpo, inicialmente neutro, perde 2,0.1015 elétrons. Calcule a quantidade de carga elétrica, em coulomb, que o corpo vai adquirir. O módulo da quantidade de carga elétrica do elétron vale 1,6.10–19 C.
AT
2) Calcule a quantidade de elétrons que um corpo, inicialmente neutro, deve receber para adquirir uma quantidade de carga elétrica igual a –20mC. O módulo da quantidade de carga elétrica do elétron vale 1,6 . 10 –19 C.
M
3) Duas esferas condutoras idênticas, têm quantidades de cargas elétricas +8,0mC e +6,0 mC. As esferas são colocadas em contato. Determine a quantidade de carga elétrica de cada uma das esferas após o contato.
EM2FIS01
4) Uma esfera condutora tem carga +8,0 mC. Ela é colocada em contato com outra esfera idêntica a ela com carga –2,0 mC e, após a
6
separação, é colocada em contato uma outra esfera também idêntica, porém nula. Calcule a quantidade de carga elétrica de cada uma das esferas após o contato. FIS0176
5) Três corpos A, B e C constituem um sistema isolado eletricamente e encontram-se inicialmente neutros. Por um processo qualquer de eletrização faz-se com que o corpo C adquira Q carga elétrica – . 2 C A B
Assinale a opção correta: a) É possível que o corpo A tenha adquirido Q Q carga – e B+ . 2 2 b) É possível que o corpo A tenha permaneciQ do neutro e o corpo B adquirido + . 2
FÍSICA
2) A força elétrica
Força Elétrica é inversamente proporcional
NÁ
ao quadrado da distância. Isto está mostrado
q
+F
Q
d
q
+F
d
Força de repulsão entre cargas elétricas de mesmos sinais
ER IA L
Força de atração entre cargas elétricas de sinais opostos
AT
Agora, tão ou mais importante foi a conclusão tirada por Coulomb no estudo das forças entre cargas elétricas: “A intensidade da força de ação mútua entre duas cargas elétricas pontuais é diretamente proporcional ao produto dos módulos das cargas e inversamente proporcional ao quadrado da distância que as separa.” Matematicamente: FEL=k0
Q.q d2
A constante de proporcionalidade k0 denomina-se constante eletrostática do meio em que se encontram as cargas. O valor de k0, no vácuo, é: 9 x 109 unidades do SI. Na equação da Lei de Coulomb isolando a F.d2 constante eletrostática teremos: k0 = . Q.q
M
Distância
FEL
d
F
2d
F/4
3d
F/9
4d
F/16
5d
F/25
F
F
F/2 F/4 F/9 F/16 dd 2d
3d
4d
Vamos ver um exemplo que é muito bom para rever alguns tópicos passados: o g
L = 1,00 m
d = 1,20 m
Duas esferas condutoras idênticas, muito pequenas, de mesma massa m = 0,30 g, encontram-se no vácuo, suspensas por meio de dois fios leves, isolantes, de mesmo comprimento L = 1,0 m, presos a um mesmo ponto de suspensão O. Estando as esferas separadas, eletriza-se uma delas com carga Q, mantendo-se a outra neutra. Em seguida, elas são colocadas em contato e depois abandonadas, verificando-se que, na posição de equilíbrio, a distância que as separa é d = 1,20 m. Considere Q > 0. Determine o valor de Q.
EM2FIS01
1o) Existem apenas dois tipos de cargas elétricas diferentes. 2o) Cargas de mesma espécie se repelem e cargas de espécies diferentes se atraem. F
na tabela e no gráfico da figura a seguir:
DE A
Desde a antiguidade que o homem tinha conhecimento de que, aquilo que muito mais tarde, seria chamado de carga elétrica, atraía pequenas partículas. Coube ao cientista francês Charles Du Fay (1698–1739) constatar:
F–
2.2) O estudo gráfico da Lei de Coulomb
Pela expressão matemática, vemos que a
2.1) A força elétrica – Lei de Coulomb
Q
Observe que no Sistema Internacional de N.m2 Unidades, a unidade da constante será: C2
LI SE
c) É possível que os corpos A e B tenham permanecidos neutros. Q d) Tanto A como B adquiriram carga + . 2
7
ELETROSTÁTICA: COMO SE COMPORTAM AS CARGAS ELÉTRICAS?
Solução:
Q2 = 1,22 x 10-12
m = 0,3g = 3 x 10 kg A carga de cada esfera é Q=?
Q . 2
LI SE
–4
Q = 1,2 x 10-6 C ou
Q = 1,2µC
k . Q .. Q FEL = 22 2 d
P = mg = 3 x 103 N
TSENθ = P
e
TCOSθ = FEL
ER IA L
Dividindo a 1a pela 2a, fica: P P tgθ = → FEL = (1) FEL Tgθ
Como achar o valor de Tg θ? Observe a figura abaixo:
Triângulo Pitagórico
1m
0,8m
AT
θ
0,6m
tgθ =
0,8 4 = Vamos substituir em (1): 0,6 3
M
Q2 k –––---------4 3 x 10–3 –––-------------------------------–––--------------------------------------------= 1,22 4 --------------3 2 32 x 10–3 x 1,22 Aí teremos: -----Q --------------- = ––––––––-----------------------------------------------–––---–––––––– 4 9 x 109 x 4
EM2FIS01
Q2 = 1,22 x 10–12
8
6) Duas cargas de +1C encontram-se à distância de 1m uma da outra, situadas no vácuo. Qual o módulo da força de repulsão entre elas? 7) Duas cargas puntiformes q1 = 5 . 10 –6 C e q2 = 12 . 10 –6C estão separadas de 1m no vácuo. Sendo k = 9 . 109 Nm2 /C2 a constante eletrostática do vácuo, qual a intensidade da força de interação entre elas?
DE A
T
PRATICANDO
NÁ
Observando a decomposição abaixo, temos:
8) Três cargas puntiformes, iguais a q = 20. 10–6C, são colocadas nos vértices de um triângulo equilátero ABC de lado l = 20 cm. Determine a intensidade da força elétrica resultante numa das cargas, considerando k = 9 . 10 9 (SI). 9) Duas cargas puntiformes QA = 1mC e QB = 4mC estão fixas nos pontos A e B e separadas pela distância d = 30cm no vácuo. a) Qual a intensidade da força elétrica de repulsão? b) Qual a intensidade da força elétrica resultante sobre uma terceira carga Q = 2mC, colocada no ponto médio do segmento que une as cargas? c) Qual a posição em que Q deve ser colocada para ficar em equilíbrio sob a ação de forças elétricas somente? 10) A figura a seguir mostra duas esferas eletrizadas e suspensas, ambas em equilíbrio, com cargas de mesma intensidade e massa de 10 g. O comprimento do fio é de l =50 cm.
FÍSICA
60º
l
B
l q
q
NÁ
A
“Uma carga elétrica Q colocada em uma região do espaço altera as propriedades da região em torno da qual ela foi colocada (observe a figura). É esta região, alterada pela presença da carga Q, que denominamos campo elétrico.” Observe que é esta região que faz com que seja possível uma carga exercer força sobre outra sem que haja contato entre elas. Para ficar um pouco mais claro: se em uma região do espaço existir um campo elétrico, então, uma carga (carga de prova) colocada nessa região, ficará sujeita à ação de uma força de origem elétrica. O campo é o responsável pela transmissão da força. Assim também é com o campo gravitacional e com o campo magnético. Falta definir matematicamente. Vamos lá, observou-se que, para uma carga e um determinado ponto, quanto mais intenso é a carga, mais intensa é a força. Então define-se: a cada ponto de um campo elétrico associa-se um vetor campo elétrico E , dado pela razão entre a força elétrica Fel e a respectiva carga de prova q.
LI SE
C
DE A
Sendo k = 9 . 109 N.m2 /C2 determine: a) O sinal das cargas; b) A intensidade da força elétrica entre elas; c) A intensidade da força de tração no fio; d) A carga elétrica em cada uma das esferas.
ER IA L
3.1) Conceituando campo elétrico
M
AT
Que uma carga elétrica age sobre outra, atraindo ou repelindo-a é fácil constatar, complicado foi explicar: como uma carga exerce força sobre outra sem que esteja em contato com ela? Foi difícil entender, mas uma ideia nasceu e tudo ficou mais claro: uma carga elétrica gera em torno de si uma região que faz com que elas interajam, uma exercendo força sobre a outra, mesmo que não estejam em contato. Estava criado o conceito de campo elétrico.
E =
Fel q
Nessa definição: • q é a carga de prova no SI expressa em coulomb (C). • Fel é a força elétrica no SI expressa em newtons(N). • E é o vetor campo elétrico, expresso no SI, em newton/coulomb(N/C). Mais tarde veremos que N/C equivale a volt/metro(V/m) que é a unidade oficial de campo elétrico no SI. É muito importante: • Quando, a carga de prova q é positiva, os vetores E e Fel terão sempre a mesma direção e sentido.
+ q>0
F
E EM2FIS01
3) O campo elétrico
9
F
E
q>0
• É costume dizer que uma carga Q positiva gera campo "para fora", enquanto que uma carga negativa gera campo "para dentro". Se Q > 0
Se Q < 0
E
–
E
3.3) Campo gerado por várias cargas puntiformes EP = E1 + E2 + ... + En
Na figura a seguir, vemos as cargas 1, 2, 3,....n cada uma gerando, no ponto P um campo elétrico. O campo elétrico que resulta no ponto P é a soma vetorial dos campos gerados por cada carga individualmente. Esta soma é vetorial, portanto segue o que foi ensinado sobre Soma Vetorial.
DE A
+
NÁ
• Quando, a carga de prova q é negativa, os vetores E e Fel terão sempre a mesma direção e sentidos opostos.
LI SE
ELETROSTÁTICA: COMO SE COMPORTAM AS CARGAS ELÉTRICAS?
3.2) Campo elétrico gerado por uma carga puntiforme
Observe as figuras. Elas mostram uma carga puntiforme e o campo gerado por elas em um ponto P. Q>0
E
ER IA L
P
d
Q<0
P
E
d
AT
Aplicando a definição de campo elétrico, tanto numa quanto na outra: k.Q.q 2 Fel E = d ⇒ k.Q = d2 q q
EM2FIS01
M
3.2.1) O gráfico do campo em função da distância: E x d O gráfico de E x d ficará como mostra a figura a seguir. Veja que ao dobrar a distância, o valor do campo fica dividido por quatro. Ao triplicar a distância, o campo fica dividido por nove.
10
Um exemplo para ajudar a visualizar: A figura a seguir mostra um arranjo de corpos elétricos no vácuo (k0 = 9 x 109SI). Se Q= 2 μC , qual o módulo do campo elétrico total no ponto P? Q1= 16Q
4m
3m
Q2= 9Q
FÍSICA
3.4.2) Propriedades das linhas de força
K.Q2 2
d2
P
E1=
E2
E1=
K.16Q = k.Q 42
E2=
K.9Q = k.Q 32
K.Q1 2
d1
E
P
E2 = E21 + E22 → E2 = K2 Q2 + K2 Q2
E1
E2 = 2.K2 Q2 → E= kQ √2 _ E = 9.109.√2 .10 6. 2 E = 1,8 x 10 N/C 4
PRATICANDO
11) Num determinado ponto do espaço, existe a influência de um campo elétrico de intensidade E = 4,0 x 104N/C. Colocando-se aí uma partícula eletrizada com carga elétrica q = 2,0μC, qual a intensidade da força que agirá sobre ela?
DE A
3.4) As linhas de força
1a) O vetor campo elétrico é sempre tangente à linha de força. 2a) As linhas de força são orientadas no sentido do vetor campo elétrico. 3a) Onde as linhas de força são mais concentradas, maior será o módulo do vetor campo elétrico. 4 a) Duas linhas de força não se cruzam.
NÁ
E2 =
LI SE
Solução:
3.4.1) Algumas linhas de força
ER IA L
Para cargas puntiformes:
M
AT
Observe que na carga positiva as linhas indicam o campo para fora da carga e na negativa para dentro da carga. Para duas cargas elétricas, os chamados dipolos:
Observe que na carga positiva "nascem" as linhas de força, enquanto que, na carga negativa "morrem" as linhas de forças.
12) Uma carga positiva de módulo 0,1 μC encontra-se fixa no vácuo (k = 9.109 N.m2 /C2). a) Determine o módulo do campo elétrico gerado por essa carga num ponto situado a 2 cm dela. b) Quanto vale o campo num ponto situado a 0,5 cm dessa carga? c) E num ponto situado a 4 cm? FIS0180
13) A carga elétrica puntiforme Q gera um campo elétrico. O módulo do vetor campo elétrico no ponto A vale 360 N/C. Q 1,0 cm
A
B 2,0 cm
Calcule o módulo do vetor campo elétrico no ponto B. 14) Nos vértices B e C do triângulo equilátero encontram-se cargas +Q e –Q, respectivamente, onde seus módulos valem 1μC. Determine a intensidade, a direção e o sentido do vetor campo elétrico resultante gerado por essas cargas no ponto A.
11
EM2FIS01
São linhas imagináveis que servem para visualizar o campo elétrico ou outro campo qualquer.
ELETROSTÁTICA: COMO SE COMPORTAM AS CARGAS ELÉTRICAS? A
EP(A) q
LI SE
VA=
+
C 1m
15) Duas cargas elétricas puntiformes, q1 = 1,0 μC e q2 =16μC, estão fixas a uma distância de 30 cm uma da outra, conforme a figura abaixo. 30 cm q2= 16µC
ER IA L
Sobre a reta que passa por q1 e q2, o vetor campo elétrico resultante é nulo em um ponto: a) à esquerda de q1; b) entre q1 e q2 mais próximo de q1; c) entre q1 e q2, mais próximo de q2; d) entre q1 e q2, a 15 cm de q2; e) à direita de q2.
4) O potencial elétrico 4.1) Potencial elétrico
EM2FIS01
M
AT
Vamos imaginar uma carga q, positiva abandonada (vo = 0) no ponto A do campo elétrico abaixo. Passa a agir sobre ela a Fel que a acelera, fazendo com que ela chegue ao ponto B com certa energia cinética. Pelo princípio da conservação da energia podemos concluir que ao ser colocada em A, a carga adquiriu uma energia. A força elétrica realizou trabalho, transformando essa energia potencial elétrica em energia cinética. Denomina-se potencial elétrico do ponto A (VA) de um campo elétrico a razão entre a energia potencial elétrica que a carga adquire ao ser colocada nesse ponto e a carga q.
12
d
B +
q
-
Não esqueça: Energia no SI: joule (J) Carga elétrica no SI: coulomb (C) Potencial elétrico no SI: joule/coulomb (J/C) que é chamado de volt (V)
DE A
q1= 1,0µC
NÁ
B
+ + A + + + q +
-
Observação
A força elétrica, como o peso é uma força conservativa, logo o τFel não depende da trajetória que o corpo segue de A para B.
4.1.1) Diferença de potencial (ddp) Por meio de desenvolvimento simples, matemático, pode-se provar que o trabalho da força elétrica entre os pontos A e B pode ser calculado pela expressão: τFel = q.(VA – VB) • (VA – VB) é o que chamamos de diferença de potencial elétrico entre A e B (ddp) ou tensão elétrica. É costume representar a ddp entre A e B por UAB ou VAB.
4.1.2) Potencial gerado por uma carga puntiforme Considerando que num ponto infinitamente afastado de Q, uma carga não adquire energia potencial elétrica, pode-se provar que a energia que a carga q adquire ao ser colocada no ponto P é dada pela expressão:
FÍSICA
4.1.4) Propriedades importantes
q P
d
EP(A)= k0 .
Q.q d
NÁ
Usando a expressão do cálculo do potencial elétrico: Q.d
VA
1a) Independentemente do sinal da carga, a força elétrica realiza trabalho motor, pois força e deslocamento estão no mesmo sentido; 2a) Uma carga positiva abandonada a partir do repouso em um campo elétrico e sujeita apenas à força elétrica, se desloca espontaneamente no sentido da linha de força, ou seja, para pontos de menor potencial elétrico; 3a) Uma carga negativa abandonada a partir do repouso em um campo elétrico e sujeita apenas à força elétrica, se desloca espontaneamente em sentido contrário da linha de força, ou seja, para pontos de maior potencial elétrico; 4 a) O potencial é decrescente no sentido da linha de força.
LI SE
Q
K .d E (A) = 0 = P q q
DE A
Logo, o potencial elétrico em um ponto de um campo elétrico gerado por uma carga puntiforme é dado pela expressão: V(A) = k0 . Q d
ER IA L
Saiba que o potencial elétrico é uma grandeza escalar, logo, havendo várias cargas puntiformes gerando campos, o potencial elétrico num ponto será o somatório dos potencias gerados: VP = Σk . Q . d Saiba também: • O potencial elétrico em um ponto independe da carga (q) que se coloca neste ponto. • O potencial elétrico depende do módulo e do sinal da carga (Q) geradora do campo.
4.1.3) Gráfico do potencial(V) x distância(d)
6.V
V
c 2.d3 .d 4.d 5.d 6.d
5.V 4.V
Chama-se equipotencial a superfície na qual todos os pontos apresentam o mesmo potencial elétrico. • • • •
+
No campo gerado por uma carga puntiforme: as superfícies equipotenciais são esferas concêntricas com a carga. Vamos ver um exemplo: Q1 = 5µC 5m
P 4m
d
-V -2.V
Q>0
3.V
-3.V
2.V
-4.V
V
-5.V
d2 .d 3.d4 .d 5.d6 d
d
-6.V
Q2 = 4µC
Q<0
A distribuição de cargas da figura ao encontra-se no vácuo. k0 = 9 x 109 SI. 13
EM2FIS01
M
AT
Pela expressão do potencial, VA = k0 . Q d vemos que potencial (V) e distância (d), são grandezas inversamente proporcionais logo o gráfico V x d será uma Hipérbole.
4.2) Superfície equipotencial
ELETROSTÁTICA: COMO SE COMPORTAM AS CARGAS ELÉTRICAS?
Solução: kQ2 kQ1 + d2 d1
FIS0182
9 -6 9 -6 V P = 9 x 10 x 5 x 10 + 9 x 10 x 4 x 10 =1,8 4 5 x 10 4 V
b) Qual a energia elétrica adquirida por uma carga de 3,0µC ao ser colocada no ponto P?
(ENEM) As células possuem potencial de membrana, que pode ser classificado em repouso ou ação, e é uma estratégia eletrofisiológica interessante e simples do ponto de vista físico. Essa característica eletrofisiológica está presente na figura a seguir, que mostra um potencial de ação disparado por uma célula que compõe as fibras de Purkinje, responsáveis por conduzir os impulsos elétricos para o tecido cardíaco, possibilitando assim a contração cardíaca. Observa-se que existem quatro fases envolvidas nesse potencial de ação, sendo denominadas fases 0, 1, 2 e 3.
c) Qual o trabalho realizado pela força elétrica, para levar esta carga de 3,0μC para um outro ponto (Y) de potencial 2,8 x 104 V? Solução: τPY = q(VP – V Y )= 3 x 10 –6 (1,8 x 104 – 2,8 x 104) → τPY= – 3 x 10 –2 J
ER IA L
d) Qual o significado do sinal de menos no τPY ? Resposta: A Fel se opõe ao deslocamento da carga. e) Esse τPY depende da trajetória seguida pela carga? Resposta: Não, como a força elétrica é conservativa, seu trabalho não depende da trajetória.
PRATICANDO
EM2FIS01
M
AT
16) Nos vértices A e B de um triângulo equilátero, foram fixadas duas partículas eletrizadas com cargas QA = + 6,0μC e QB = –4,0μC: Considerando a constante eletrostática do meio igual a 1,0 x 1010Nm2C–2, determine: a) o potencial elétrico resultante no vértice C; b) a energia potencial elétrica armazenada no sistema; c) a energia potencial adquirida por uma carga de prova q = + 2,0μC, ao ser colocada no vértice C.
14
Potencial de membrana (mV)
DE A
Solução: E VP= P → EP= VP.q = 1,8 x 104 x 3 x 10-6 = 5,4 x 10-2 J q
O potencial elétrico é uma grandeza eletrostática que está muito relacionada com fatores biológicos. Muitos peixes elétricos utilizam placas que acumulam cargas elétricas e através da inversão do potencial nas membranas utilizam descargas elétricas para se defender dos predadores.
NÁ
VP = Σ VCARGAS =
Como interpretação de gráficos de potencial pode cair no ENEM?
LI SE
a) Qual o potencial gerado pelas duas cargas no ponto P?
fase 1
0
fase 2
fase 3
- 50
fase 0
- 100
tempo
200
400
600
tempo (ms)
O potencial de repouso dessa célula é –100 mV, e quando ocorre influxo de íons Na+ e Ca2+, a polaridade celular pode atingir valores de até +10 mV, o que se denomina despolarização celular. A modificação no potencial de repouso pode disparar um potencial de ação quando a voltagem da membrana atinge o limiar de disparo que esta representado na figura pela linha pontilhada. Contudo, a célula não pode se manter despolarizada, pois isso acarretaria a morte celular. Assim, ocorre a repolarização celular, mecanismo que reverte a despolarização e retorna a célula ao potencial de repouso. Para tanto, há o efluxo celular de íons K+.
FÍSICA
Quando se aproxima das extremidades das placas, o campo deixa de ser uniforme. Veja a curvatura das linhas de força.
a) Fases 0 e 2;
4.3.2) A diferença de potencial entre dois pontos no ceu
LI SE
Qual das fases, presentes na figura, indica o processo de despolarização e repolarização celular, respectivamente? b) Fases 0 e 3; c) Fases 1 e 2;
Já vimos que τFel = q.(VA – VB) Pela definição de trabalho temos: τFEL = FEL. AB .cos00, onde AB é o deslocamento da carga de A para B e 0o é o ângulo entre a força elétrica e o deslocamento. Como a FEL = q.E e o deslocamento AB = d, teremos: τFEL= q.E.d Observe que podemos concluir que: (VA – VB) = E.d, uma relação muito importante.
d) Fases 2 e 0;
NÁ
e) Fases 3 e 1.
4.3.1) Linhas de força do campo elétrico uniforme
AT
+++++++++++ + + + + + +++
- - - - - - - - - - - - - - - - - - -
M
Um exemplo tradicional de ceu é o obtido, na região central, entre duas placas planas e carregadas com cargas de sinais opostos igualmente distribuídas por unidade de área. Observe que as linhas de força de um campo elétrico uniforme são paralelas e equidistantes uma da outra.
U=E.d
Vejamos um exemplo: Na figura a seguir, a diferença de potencial entre as duas placas condutoras paralelas indicadas no esquema é 500V. P2
+
1,0 cm
1,0 cm
10 cm P1
–
Dado: carga do elétron = 1,6 x 10 –19 C Quando um elétron é transportado de P1 a P2, qual o trabalho realizado pelo campo elétrico, em joules? Solução: Ou melhor, vamos colocar duas soluções para você exercitar: 1a Solução: pela definição de trabalho τFEL = FEL. AB .cos 0o
Mas: FEL = q.E Calculando o valor do campo: U = E.d 500 = E x 0,1 E = 5.000V/m FEL = 1,6 x 10 –19 x 5.000 = 8 x 10 -16N τFEL = 8 x 10 –16 x 8 x 10 -2 x 1 = 6,4 x 10 -17J
EM2FIS01
ER IA L
Um campo elétrico é dito uniforme, se, o vetor campo elétrico em todos os pontos do campo tem sempre o mesmo módulo, a mesma direção e o mesmo sentido.
{
4.3) O campo elétrico uniforme (ceu)
{
Gabarito:B
DE A
ATENÇÃO
No estudo do ceu é comum chamar a ddp entre os pontos A e B de UAB ou U simplesmente. Então nossa relação muito importante pode ser escrita de modo mais simples:
15
ELETROSTÁTICA: COMO SE COMPORTAM AS CARGAS ELÉTRICAS? 40 V
2a Solução: Somente Campo Elétrico
10 V C
LI SE
τFEL = q.E.d Temos ainda que: U = E.d 500 = E x 10 –1 → E = 5.000 V/m τFEL = 1,6 x 10 –19 x 5.000 x 8 x10 –2 τFEL = 6,4 x 10 –17 V/m
A
5 cm
APROFUNDANDO
DE A
17) Em uma certa região do espaço, existe um campo elétrico uniforme de intensidade 3,6 .103 N/C. Uma carga elétrica puntiforme de 1,0 .10 –5 C, colocada nessa região, sofrerá a ação de uma força de que intensidade?
a) Determine o potencial do ponto C; b) Determine, em J, o trabalho da força elétrica que atua em uma partícula de carga 6 μC, no deslocamento de A até C.
NÁ
PRATICANDO
15 cm
18) No campo elétrico a seguir, de E intensidade 200N/C, abandona-se, no ponto A, uma carga de 4μC. Determine o trabalho realizado pela força elétrica durante o deslocamento até o ponto B. E
q +
F
B
ER IA L
A
0,20 m
19) A figura abaixo mostra linhas de força e superfícies equipotenciais de um campo elétrico uniforme: x
AT
A
400 V
B
7,0 cm
E
200 V
100 V
EM2FIS01
M
Com os dados da figura, determine a distância x entre as equipotenciais A e B. FIS0185
20) Na figura a seguir estão representadas algumas linhas de força e superfícies equipotenciais de um campo elétrico uniforme.
16
21) (UFF) Três esferas condutoras idênticas I, II e III têm, respectivamente, as seguintes cargas elétricas: 4q, –2q e 3q. A esfera I é colocada em contato com a esfera II e, em seguida, é encostada à esfera III. Pode-se afirmar que a carga final da esfera I será: a) q; b) 2q; c) 3q; d) 4q; e) 5q. 22) (UERJ) Prótons e nêutrons são constituídos de partículas chamadas quarks: os quarks u e d. O próton é formado de 2 quarks do tipo u e 1 do tipo d, enquanto o nêutron possui 2 do tipo d e 1 do tipo u. Se a carga elétrica do próton é igual a 1 unidade de carga e a do nêutron igual a zero, as cargas de u e d valem, respectivamente: a) 2/3 e 1/3 b) –2/3 e 1/3 c) –2/3 e –1/3 d) 2/3 e –1/3 23) (PUC) Leia com atenção a tira do gato Garfield mostrada a seguir e analise as afirmativas que se seguem.
FÍSICA Figura I
A
LI SE
C
Figura II
C
NÁ
A
DE A
a) Colocam-se em contato as esferas A e C e, a seguir, afastamos uma da outra de uma certa distância D. Qual a força de origem elétrica que surgem entre elas? Justifique. b) Agora, se colocarmos em contato as três esferas, qual a carga que cada esfera adquire?
24) (UNIRIO) Três esferas metálicas iguais estão carregadas eletricamente e localizadas no vácuo. Inicialmente, as esferas A e B possuem, cada uma delas, carga +Q enquanto a esfera C tem carga –Q. Considerando as situações ilustradas, determine:
25) (FUVEST) Dispõe-se de uma placa metálica M e de uma esferinha metálica P, suspensa por um fio isolante, inicialmente neutras e isoladas. Um feixe de luz violeta é lançado sobre a placa retirando partículas elementares da mesma.
M
M Luz Violeta P
(1)
M
P
(2)
M
P
(3)
P
(4)
As figuras (1) a (4) acima ilustram o desenrolar dos fenômenos ocorridos. Podemos afirmar que na situação (4): a) M e P estão eletrizadas positivamente; b) M está negativa e P neutra; c) M está neutra e P positivamente eletrizada; d) M e P estão eletrizadas negativamente; e) M e P foram eletrizadas por indução.
17
EM2FIS01
M
AT
ER IA L
I) Garfield, ao esfregar suas patas no carpete de lã, adquire carga elétrica. Esse processo é conhecido como eletrização por atrito; II) Garfield, ao esfregar suas patas no carpete de lã, adquire carga elétrica. Esse processo é conhecido como eletrização por indução; III) O estalo e a eventual faísca que Garfield pode provocar, ao encostar em outros corpos, são devidos à movimentação da carga acumulada no corpo do gato que flui de seu corpo para os outros corpos. Estão certas: a) Todas as afirmativas; b) I e II; c) I e III; d) II e III; e) Apenas I.
ELETROSTÁTICA: COMO SE COMPORTAM AS CARGAS ELÉTRICAS?
27) (UFF) Duas partículas de massas iguais e cargas respectivamente, 2q e –q estão em repouso e separadas por uma distância 4x, conforme a figura. -q
0
x
2x
3x
4x
EM2FIS01
M
AT
ER IA L
Desprezando-se a ação do campo gravitacional, as partículas, após serem abandonadas, vão se encontrar em: a) 0 d) 3x b) x e) 4x c) 2x 28) (PUC) Duas partículas A e B de massas, respectivamente, mA= m e mB = 4m, se deslocam uma em direção a outra. A partícula A tem carga qA = 5q e a partícula B tem carga qB = –q. Quando a distância que as separa é igual a d, o módulo da força eletrostática sobre a partícula B é FB. Qual é o módulo da força eletrostática FA sobre a partícula A, quando a distância entre as partículas é igual a d/2? a) 4FB; b) 10FB; c) 8FB; d) 20FB; e) FB. 29) (UERJ) Em um laboratório temos dois corpos P e Q, inicialmente neutros. Conforme mostra a figura, P está preso ao teto por um fio inextensível que contém um dinamômetro D; Q é fixo no solo por uma haste isolante.
18
P
40m
Q
Por um processo de eletrização, o corpo Q fica eletrizado com carga negativa de 8,0.10–6C. Nesse momento, o dinamômetro registra a marca de 92 N. Sendo a massa de P igual a 0,20 kg e a aceleração da gravidade 10 m/s2, determine o módulo da carga do corpo P. FIS0181
DE A
2q
LI SE
Justifique a sua resposta.
D
NÁ
26) (UFRJ) Uma caneta de plástico, depois de eletrizada por atrito com o cabelo, atrai um pedacinho de papel. Compare o módulo da força exercida pela caneta sobre o pedacinho de papel com o módulo da força exercida pelo pedacinho de papel sobre a caneta e verifi→ → → → → → que se |F1| > |F2 |, |F1| = |F2 | ou |F1| < |F2 |
30) (CESGRANRIO) Quatro cargas elétricas pontuais, de módulos iguais, estão fixadas nos vértices de um quadrado, como ilustra a figura a seguir. A alternativa que representa os sinais das cargas Q1, Q2, Q3 e Q4 respectivamente, para → que o vetor campo elétrico (E ) resultante no centro do quadrado seja o indicado na figura, é: Q2
Q1 E
Q3
Q4
a) +; +; —; — b) +; —; +; — c) —; —; —; — d) +; +; +; + e) —; —; +; + 31) (UERJ) Duas cargas elétricas puntiformes situam-se no ponto A (0,3) e B (4,0) do plano X0Y, como mostra a figura: A carga do ponto A é positiva e a de B é negativa, ambas com o mesmo módulo.
FÍSICA
D P
A
3
C
E
2
b) B
c)
A
d) e)
0
1
2
3
B 4
X
NÁ
1
DE A
O campo elétrico resultante no ponto P (4,3) pode ser representado pelo seguinte seguimento orientado: a) A; b) C; c) E; d) B; e) D.
34) (CESGRANRIO) Quatro cargas elétricas: três positivas e uma negativa, estão colocadas nos vértices de um quadrado, como mostra a figura.
ER IA L
32) (UFF) A 60 m de uma linha de transmissão de energia elétrica, submetida a 500 kV, o campo elétrico dentro do corpo humano é, aproximadamente, 3,0.10 –6V/m. Este campo atua num certo íon, de carga 3,0.10 –19C, no cromossomo dentro de uma célula. A força elétrica é exercida sobre o íon é cerca de: a) 9,0.10 –25 N; b) 1,0.10 –13 N; c) 1,0.1013 N; d) 1,5.10 –14 N; e) 1,5.10 –1 N.
AT
33) (CESGRANRIO) No ponto A, situado no campo de uma carga positiva Q, o campo elétrico é representado pelo vetor indicado na figura.
M
Q
1,0 m
A
B 1,0 m
Qual das setas propostas a seguir representa corretamente o vetor campo elétrico no ponto B? (Veja as dimensões relevantes na figura).
+2q0
+q0
+q0
–2q0
O campo elétrico produzido por estas cargas no centro do quadrado é representado por: a) +2q d) +2q +q0 +q0 0 0 zero
+q0 b) +2q 0
+q0 c) +2q 0
+q0
-2q0 +q0
-2q0
+q0 e)
+2q0
+q0
-2q0 +q0
-2q0
+q0
-2q0 FIS0183
35) (CESGRANRIO) Duas cargas pontuais (I) e (II) estão fixas nas posições indicadas na figura. O ponto M é o ponto médio do segmento que une as cargas elétricas. 19
EM2FIS01
4
LI SE
a)
Y
ELETROSTÁTICA: COMO SE COMPORTAM AS CARGAS ELÉTRICAS?
M
(I)
V=0
(I)
38) (UERJ) Duas cargas pontuais –q e +Q estão dispostas como ilustra a figura.
DE A
Esses dados permitem afirmar que as cargas elétricas (I) e (II) têm valores, respectivos: (I) (II) a) – q +q b) – q/2 +q c) + q –q/2 d) – q –q e) + q +q
LI SE
E
Segundo esse modelo, um elétron (carga –e) gira em movimento circular de raio r, denominado raio de Bohr, em torno de um núcleo constituído de um próton (carga +e). Obtenha o valor para: a) A energia potencial do sistema elétron-próton; b) A força centrípeta; c) A energia cinética do elétron. Dados: e = 1,6.10 –19 C; r = 5,3.10–11 m; k = 9.109 N.m2 /C2 (constante eletrostática do vácuo).
NÁ
Observa-se, experimentalmente, que, em M, a intensidade do campo elétrico tem a direção e o sentido mostrados na figura, e que o potencial elétrico V é nulo (o potencial é nulo também no infinito).
ER IA L
36) (CESGRANRIO) Nas figuras, três cargas positivas e pontuais, q, são localizadas sobre a circunferência de um círculo de raio R de três maneiras diferentes. As afirmações seguintes referem-se ao potencial eletrostático em O (o zero dos potenciais está no infinito): q q
O
q
R
O
q
qqq
R
O
R
q
q
M
AT
I) potencial em O nas figuras 1 e 3 é dirigido para baixo; II) potencial em O tem o mesmo valor (não nulo) nos três casos; III) potencial em O na figura 2 é nulo. Está(ão) certa(s) a(s) afirmação(ões): a) I e II somente; b) III somente; c) I e III somente; d) II somente; e) I somente.
EM2FIS01
37) (PUC) A primeira descrição do átomo de hidrogênio de acordo com a teoria quântica é hoje conhecida como o "Modelo de Bohr".
20
–q
+Q
Se |Q| > |q|, o vetor campo elétrico produzido por essas cargas se anula em um ponto situado: a) à direita da carga positiva; b) à esquerda da carga negativa; c) entre as duas cargas e mais próximo da carga positiva; d) entre as duas cargas e mais próximo da carga negativa. 39) (UFF) Entre duas placas metálicas, planas e paralelas, separadas como mostra a figura, estabeleceram-se um campo elétrico uniforme de intensidade E e uma diferença de potencial.
E
Se for duplicada a diferença de potencial e triplicada a distância entre as placas, podemos afirmar que o campo elétrico passará a ter intensidade:
FÍSICA
a) 2E/3 b) 3E/2 c) 9E/4 d) E e) 4E/9
LI SE
A >
>
B
A opção que aponta a causa correta desta trajetória é: a) a partícula tem carga negativa e a placa A tem carga positiva; b) a partícula tem carga positiva e a placa A tem carga negativa; c) a partícula tem carga negativa e a placa B tem carga positiva; d) a partícula tem carga positiva e a placa B tem carga negativa.
DE A
NÁ
40) (UERJ) Uma partícula com uma quantidade de carga elétrica igual a 1,0 x 10 –18C penetra num campo elétrico uniforme de intensidade igual a 1,0 x 103N/C. O módulo da força que age sobre a partícula é, em newtons: a) 1,0.10 –24 d) 1,0.10 –15 b) 1,0.1012 e) 1,0.10 –3 c) 1,0.10 –19
41) (UERJ) Uma partícula carregada penetra em um campo elétrico uniforme existente entre duas placas planas e paralelas A e B. A figura a seguir mostra a trajetória curvilínea descrita pela partícula.
ER IA L
DESAFIANDO
FIS0178
42) (UFRJ) Considere duas cargas pontuais +Q e –Q fixase uma terceira carga pontual q > 0, localizada no ponto A equidistante das duas primeiras, como mostra a figura.
AT
a) Determine a direção e o sentido da força resultante de origem elétrica sobre a carga q. Justifique sua resposta. b) Verifique se o trabalho realizado pela força resultante de origem elétrica sobre a carga q, enquanto ela se desloca do ponto A até outro ponto B, também equidistante de +Q e –Q, é positivo, negativo ou nulo. Justifique sua resposta.
y +Q a q>0 A
B
x
a -Q
EM2FIS01
M
43) (UNICAMP) Considere uma esfera de massa m e carga q pendurada no teto e sob a ação da gravidade e do campo elétrico E como indicado na figura a seguir. a) Qual é o sinal da carga q? Justifique sua resposta. θ b) Qual é o valor do ângulo θ no equilíbrio? E m, q
21
PESQUISANDO
LI SE
ELETROSTÁTICA: COMO SE COMPORTAM AS CARGAS ELÉTRICAS?
ER IA L
RESUMINDO
DE A
NÁ
A produção de energia elétrica no Brasil está distribuída, segundo as fontes de geração de energia em: – Hidráulica: 65,2% – Térmica: 30,4% – Nuclear: 2,5% – Eólica: 2% – Solar: 0,1% – Outros: 0,2% (embora estes dados sejam de 2014, eles são os mais atuais que temos). Pesquise cada processo de produção catalogando suas consequências para o Meio Ambiente, para a Saúde do homem e para a Economia.
• Carga elétrica elementar é a carga do próton (+) e do elétron (–) e, seu valor em módulo vale 1,6 x 10 –19C;
AT
• Quando duas cargas interagem fazendo força uma sobre a outra, essas forças Q.q formam um para ação-reação e seu módulo é dado pela expressão: FEL = k0 ; d2 • Uma carga (q), colocada em um ponto de um campo elétrico adquire um potencial elétrico (VA) dado pela expressão VA= Ep (A) ; q • O potencial elétrico em um ponto de um campo elétrico gerado por uma carga puntiforme (Q) é dado pela expressão: VA= K0 Q onde d é a distância do ponto à d carga; • A ddp entre dois pontos de um ceu é dada por: (VA – VB) = E.d ou U = E.d;
EM2FIS01
M
• O trabalho realizado pela força elétrica para levar uma carga de um ponto A para um ponto B de um ceu é dado por τFEL = q.E.d.
22
M
AT ER IA L DE A NÁ
LI SE
GEOGRAFIA 2o ANO
LI SE
Direção Executiva: Fabio Benites
DE A
Diagramação, Ilustração de capa e Projeto Gráfico: Alan Giles Dominique Coutinho Erlon Pedro Pereira
NÁ
Gestão Editorial: Maria Izadora Zarro
M
AT
ER IA L
Irium Editora Ltda Rua Desembargador Izidro, no 114 Tijuca - RJ CEP: 20521-160 Fone: (21) 2560-1349 www.irium.com.br
A reprodução desta obra, no todo ou em parte, por qualquer meio, sem autorização expressa, sujeitará o infrator, nos termos da Lei no 6.895, de 17/12/80, às penalidades previstas nos artigos 184 e 185 do Código Penal.
ER IA L
DE A
NÁ
LI SE
CARTOGRAFIA: CONCEITOS E TÉCNICAS CARTOGRÁFICAS
Objetivos de aprendizagem:
• Compreender os conceitos relacionados a cartografia; • Compreender o uso e as técnicas cartográficas no cotidiano; • Entender o que é fuso horário e escala;
M
AT
• Entender o que são projeções e categorias cartográficas.
(Disponível em: http://sstopografia.com. br/a-importancia-da-cartografia/. Acesso em: dezembro de 2016)
CARTOGRAFIA
ER IA L
DE A
NÁ
LI SE
A importância da cartografia
(Disponível em: http://nossarealidadesocial.blogspot.com.br/2012/04/charges-sobre-cartografia.html. Acesso em: dezembro de 2016)
M
AT
Como seria nossa percepção do que é o mundo sem a compreensão de suas dimensões e locais? Este caderno tem como foco facilitar a compreensão de alguns conceitos que possibilitam conhecermos o mundo nos termos do conhecimento atual. Entender como um mapa pode auxiliar em viagens e políticas públicas (projeções cartográficas). Entender por que numa viagem é possível sair num dia e chegar no dia seguinte ou vice-versa em poucas horas (fusos horários). E muito mais...
EM2GEO01
1) Introdução Para compreensão do mundo atual, possuímos vastos recursos como fotografias aéreas (aerofotogrametria) e satélites. Muitos recursos nos permitem a orientação no espaço geográfico, entretanto, nem sempre foi assim.
2
Nos primórdios da sociedade, nossos ancestrais possuíam escassos recursos disponíveis para conhecer outros locais ou mesmo suas próprias regiões. O deslocamento era intensamente baseado em fatores que dependiam muito da natureza, tais como: o sol, a lua, e as estrelas.
GEOGRAFIA
LI SE
tituindo o chamado Eurocentrismo (também chamado Europocentrismo) que culminou na criação de termos como Oriente Médio e Extremo Oriente, que tinham como ponto de referência, obviamente, o continente europeu, os brasileiros deveriam privilegiar o segundo que apresenta a América do Sul ao centro, e assim sucessivamente com os outros mapas.
1.2) Rosa-dos-Ventos
M
AT
ER IA L
A palavra Cartografia foi registrada, pela primeira vez, em 1839, numa correspondência do historiador português Visconde de Porto Seguro que a utilizou para expressar a ideia de um traçado de mapas. Atualmente, instituições internacionais já apresentam definições para tal termo, a ONU, por exemplo, define cartografia como: “(...) a ciência que se ocupa da elaboração de mapas de toda espécie. Abrange todas as fases do trabalho, desde os primeiros levantamentos até a impressão dos mapas (...)”. A cartografia permite levantamentos de quaisquer aspectos (econômicos, sociais, ambientais, de saúde etc.), através de representações planas e espaciais, que retratam suas dimensões territoriais e a característica ou conjunto delas escolhidas na representação. Entretanto, ao interpretarmos um estudo cartográfico devemos levar em consideração seus elaboradores e respectivos interesses, já que esses podem manipular os dados ali presentes de forma a defender determinadas ideias, na qual os continentes podem ser centralizados conforme o interesse de quem o produz, os europeus utilizam o primeiro, que apresenta centralização na Europa, cons-
(Disponível em: http://www.dicionariodesimbolos.com.br/ rosa-ventos/. Acesso em: dezembro de 2016)
Como base para orientação em qualquer mapa, é necessário sabermos os Pontos Cardeais: Norte ou North (N), Sul ou South (S), Leste ou East (L ou E) e Oeste ou West (O ou W), os Pontos Colaterais: Nordeste ou Northeast (NE), Sudeste (SE), Noroeste ou Northwest (NO ou NW) e Sudoeste ou Southwest (SO ou SW) e os Pontos Subcolaterais: Nor-Nordeste (NNE), Nor-Noroeste (NNO ou NNW), Su-Sudeste (SSE), Su-Sudoeste (SSO ou SSW), És-Nordeste (ENE), És-Sudeste (ESE), Oés-Noroeste (ONO ou WNW) e Oés-Sudoeste (OSO ou WSW), que possibilitam a exatidão no direcionamento, ao passo em que o norte, no mapa, sempre se direciona para o polo norte, o sul para o pólo sul, o leste para a esquerda o oeste para direita do Meridiano de Greenwich, estando os pontos colaterais e subcolaterias entre essas direções. Esses pontos são encontrados na chamada rosa-dos-ventos, que são encontradas em qualquer mapa, para servir de base no direcionamento cartográfico.
3
EM2GEO01
1.1) Cartografia
DE A
NÁ
Essas dificuldades se modificaram com o passar do tempo e com os avanços tecnológicos. Por meio de novas formas de orientação, que permitem uma localização mais fácil e precisa do homem no espaço e, sobretudo, a partir do maior domínio sobre a cartografia, o homem passou a se deslocar de forma mais eficiente e garantida sobre a superfície terrestre. A cartografia, através de mapas, cartas ou plantas, descreve as características de determinada região da superfície terrestre, sendo que a técnica mais utilizada é da produção de mapas que são uma representação simplificada e convencional da superfície terrestre em um plano.
CARTOGRAFIA
LI SE
DE A
Você sabe por que existem dias e noites? E as estações do ano? O planeta Terra possui diversos movimentos, entretanto dois deles são de extrema importância para sobrevivência na Terra, pois determinam a duração de dias e noites, o aumento e a diminuição da temperatura no planeta, entre outros aspectos de extrema importância para nossas vidas. Esses movimentos recebem o nome de Rotação e de Translação.
Sol. Esse movimento possui uma duração de 365 dias, 5 horas e 48 minutos. Ao completar uma volta completa ao redor do Sol, temos a passagem de um ano, por isso a duração do ano ser de 365 dias. Mas se você observar, o ano dura, para nós, menos do que o movimento da Terra. Para correção desse “problema” nos calendários, a cada quatro anos elimina-se essa diferença de tempo, pela adição de um dia a mais ao ano, que passa a ter 366 dias (por isso ano bissexto, por possuir dois 6 no número 366) e o mês de fevereiro passa a ter 29 dias, ao invés de 28. Esse movimento determina as estações do ano e a ocorrência de solstícios e equinócios, entretanto esses fenômenos dependem também da inclinação apresentada pelo eixo da Terra.
NÁ
2) Os Movimentos da Terra
2.1) Coordenadas Geográficas
ER IA L
Nessa figura podemos perceber os movimentos de Translação (ao redor do sol) e Rotação (no próprio eixo) da Terra.
2.1.1) Paralelos
EM2GEO01
M
AT
A Rotação do planeta é o movimento realizado pela Terra ao redor do seu próprio eixo, na direção oeste-leste (da esquerda para direita), esse movimento é próximo ao realizado por uma criança quando ela gira em seu próprio eixo, ou seja, gira sem sair do lugar. O planeta Terra leva 23 horas, 56 minutos e 4,09 segundos para girar no seu próprio eixo, normalmente esse valor é arredondado para 24 horas. Esse movimento determina os dias e as noites, além de influenciar nos movimentos de circulação atmosférica, na dinâmica das correntes marinhas etc. Sem esse movimento de Rotação, a Terra possuiria um lado aquecido pelo sol, a todo momento, e portanto quente e outro que não seria aquecido e consequentemente frio a toda hora, dificultando bastante qualquer possibilidade de vida, tanto de um lado quanto de outro. O movimento de Translação do planeta Terra ocorre quando a Terra gira ao redor do
Visando a possibilidade de localização de qualquer ponto da superfície da Terra de forma precisa, foi criado um conjunto de linhas imaginárias, que se convencionou chamar de Sistema de Coordenadas Geográficas. Uma coordenada geográfica é definida a partir da interseção de um meridiano e de um paralelo no ponto que se deseja identificar.
4
Paralelos
Os paralelos são linhas imaginárias que circulam o globo terrestre no sentido leste-oeste, e que cruzam perpendicularmente com os meridianos. Os paralelos indicam a latitude, que corresponde a distancia, em graus, de um
GEOGRAFIA
LI SE
quer ao meridiano de Greenwich (0º), devendo ser indicada sua posição no hemisfério oriental (leste ou east) ou ocidental (oeste ou west). Os meridianos não dividem a Terra em duas partes, pois nenhum deles circunda totalmente a “esfera” terrestre. Para que isso ocorra, é necessário um meridiano e o seu meridiano oposto, chamado antimeridiano. Cada meridiano, junto com seu antimeridiano, dividem a esfera terrestre em duas partes iguais ou hemisférios. Assim, para se estabelecer um meridiano referencial ou principal, que facilitasse, portanto, a definição de posicionamento geográfico, foi escolhida em 1884, o meridiano que passa próximo a cidade de Londres (Inglaterra), mais precisamente no subúrbio inglês de Greenwich (por isso o nome: Meridiano de Greenwich), onde há um observatório astronômico de mesmo nome, que se encontra desativado desde 1958. O Meridiano de Greenwich e seu antimeridiano dividem a esfera terrestre em dois hemisférios: leste (ou east) ou oriental e oeste (ou west) ou ocidental. A distância de qualquer ponto da superfície terrestre em relação ao meridiano de Greenwich recebe o nome de longitude, que é dada em graus. Vale ressaltar que a longitude de Greenwich é de zero graus. Existem 360 meridianos, 180 a leste e 180 a oeste de Greenwich.
ER IA L
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paralelo qualquer à Linha do Equador, esses valores variam de 0º (na linha do Equador) a 90º (nos polos) e devem ser indicados quanto ao seu hemisfério, por exemplo, se um determinado ponto encontra-se a 30º de latitude, torna-se necessário indicar em qual hemisfério ele se encontra: Norte ou Sul. O Equador é o paralelo principal, e está traçado a igual distancia dos polos, dividindo horizontalmente a Terra em duas partes iguais, o hemisfério Norte, também chamado Setentrional ou Boreal, e o hemisfério Sul, também chamado Meridional ou Austral. Conforme já foi dito, a distância de qualquer ponto da superfície terrestre em relação à Linha do Equador corresponde a uma determinada latitude, dada em graus, sendo a latitude do Equador chamada de latitude zero, por encontrar-se a zero graus (0º). Além da Linha do Equador, quatro outros paralelos recebem nomes: o Trópico de Câncer e o Círculo Polar Ártico, no hemisfério Norte, e o Tropico de Capricórnio e o Circulo Polar Antártico, no hemisfério Sul. Os locais situados num mesmo paralelo apresentam a mesma latitude, por exemplo, todos os pontos situados na Linha do Equador, apresentam latitude zero, ou seja, estão a zero graus de latitude.
1) (UERJ) De acordo com as anotações no diário de bordo, presume-se que o padre Caspar calculou sua localização a partir do meridiano que passa sobre a Ilha do Ferro, 18° a oeste de Greenwich. Para ele, seu navio estava no meridiano 180°. (Adaptado de ECO, Umberto. A ilha do dia anterior. Rio de Janeiro: Record, 2006.)
Meridianos
São linhas imaginárias, que cortam a superfície da Terra no sentido norte-sul, ligando, portanto, um polo ao outro. Os meridianos são definidos por sua dimensão de longitude, que é a distância, em graus, de um meridiano qual-
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2.1.2) Meridianos
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não impossíveis. É válido ressaltarmos que nesse momento a Inglaterra possuía grande poderio e desenvolvimento científico na comunidade internacional e consequentemente exercia grande influencia sobre os demais paises, tendo, portanto, grande facilidade em impor determinadas convenções como a do Meridiano de Greenwich, por exemplo.
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2) (UFRN) Um estudante australiano, ao realizar pesquisas sobre o Brasil, considerou importante saber a localização exata de sua capital, a cidade de Brasília. Para isso, consultou o mapa a seguir:
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O romance A ilha do dia anterior, de Umberto Eco, conta a história de um nobre europeu e de um padre, chamado Caspar, que participaram de duas expedições marítimas em meados do século XVII. O objetivo das expedições era tornar preciso o cálculo das longitudes. Tendo como referência o meridiano de Greenwich, a longitude do navio do padre Caspar corresponde a: a) 158° Leste; b) 158° Oeste; c) 162° Leste; d) 162° Oeste.
A História do Meridiano de Greenwich
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Atualmente a aceitação do Meridiano de Greenwich como meridiano principal é consenso internacional, esse meridiano serve como referência para a disposição dos demais meridianos e consequentemente orienta a localização no espaço terrestre, bem como sobre a hora a ser adotada no planeta (Sistema de Fusos Horários), entretanto essas convenções foram estabelecidas a partir de acordos firmados no final do século XIX, quando da realização da Reunião de Washington (Conferencia Internacional do Meridiano), em 1884, e do Congresso Internacional da Cartografia de Londres, em 1895. O Meridiano de Greenwich recebe essa denominação por passar pelo Observatório Astronômico Real, localizado no subúrbio de Greenwich, observatório esse construído em 1794, por ordem de Carlos II. Todavia em 1946, o observatório foi transferido para outra localidade devido a grande quantidade de poluição existente na área, que torna a realização de trabalhos mais complexos, quando
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O mapa consultado pelo estudante australiano permitiu identificar a localização exata de Brasília, a qual se estabelece a partir de: a) projeção cartográfica; b) escala geográfica; c) coordenadas geográficas; d) convenções cartográficas; e) mapas altimétricos.
3) Fusos horários Por que é possível viajar para outros países e chegar no dia anterior ou no dia seguinte? A resposta para essa pergunta está nos fusos horários, vamos entender melhor? O estudo dos fusos horários é de extrema importância para sua vida, isso porque são eles que determinam as horas do dia e
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meridiano de Greenwich é responsável pela mudança de data, ou seja, ao cruzarmos esse fuso, a data é alterada. Esse meridiano responsável pela mudança internacional de data, e recebe o nome de Linha Internacional de Data (LID), vale ressaltar que nem sempre a LIIMD coincide com o antimeridiano de Greenwich, isso ocorre por razões econômicas e políticas e devido a Conferência de 1884 que assim convencionou.
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da noite. Essa importância aumenta quando percorrermos distâncias muito grandes, pois pode ocorrer ao longo da viagem uma variação de fuso, para melhor compreensão, imagine a seguinte situação: você está numa viagem pelo interior do Brasil, até que chega o momento em que você vai sair do estado de São Paulo e penetrar pelo estado do Mato Grosso do Sul. Você e sua família passam a noite em Andradina, na fronteira entre os dois estados, logo pela manhã partem de automóvel pela SP-300, cruzam o Rio Paraná e chegam a cidade de Três Lagoas, no estado do Mato Grosso do Sul, após, aproximadamente uma hora de viagem. Só que o detalhe, é que vocês estavam no estado de São Paulo às 8:15 da manhã e chegaram ao estado do Mato Grosso do Sul às 8:15 também. O que explica essa situação? Fácil. A variação do fuso brasileiro, que determina que o estado do Mato Grosso do Sul apresente seus relógios uma hora atrasados em relação ao fuso de São Paulo, devido a convenção internacional, baseada no Meridiano de Greenwich. O Sistema de Fusos Horários respeita a seguinte sistemática: levando em consideração que o planeta Terra leva 24 horas para dar uma volta completa (de 360º) no seu próprio eixo no Movimento de Rotação, podemos concluir que dividindo os 360º pelas 24 horas, teremos que a cada 15º da esfera há uma variação de uma hora, é justamente este espaço dentro dos 15º graus que chamamos de fuso horário. Os fusos, como já foi dito, apresentam suas respectivas horas definidas, baseadas pelo Meridiano de Greenwich (0º) ou também chamado, GMT (Greenwich Mean Time), este Meridiano de Greenwich corresponde ao meio do fuso inicial. Devido a Conferencia Internacional do Meridiano, realizada em Washington, em 1884, os fusos apresentam horas adiantadas nas regiões a leste do fuso de Greenwich, enquanto as regiões a oeste apresentam seus fusos atrasados em relação ao de Greenwich. O meridiano oposto ao de Greenwich, ou seja, seu antimeridiano, corresponde ao meio de um fuso horário, assim como o fuso inicial de Greenwich. Esse meridiano, que é o anti-
Curiosidades...
(Disponível em: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/ geografia/linha-internacional-data.htm. Acesso em: dezembro de 2016)
O antimeridiano de Greenwich (meridiano 180º) se confunde com a Linha Internacional de Mudança de Data (LIMD), além disso, essa linha é responsável, como depreendemos do seu nome, pela mudança de data civil (de calendário), o que gerou algumas situações confusas, como, por exemplo, na República de Kiribati, um pequeno arquipélago no Oceano Pacífico, que era cortado ao meio pela LIMD. Enquanto os habitantes no leste no arquipélago estavam no sábado os a oeste estavam na sexta-feira, portanto num mesmo país havia duas datas distintas, imagine só que complicação no pagamento das contas, no início das aulas, nos aniversários... Tal problema foi solucionado em 1995, quando a LIMD (Linha Internacional de Mudança de Data) foi movida para leste e passou a enquadrar todo arquipélago num mesmo fuso.
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Um país dois “confusos”, ou melhor, fusos
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Os fusos horários estão presentes no cotidiano de milhões de pessoas ao redor do mundo diariamente. Nas viagens ou nos contatos com países e locais distantes, é imprescindível a lembrança sobre a diferença e as regras que determinam os diferentes fusos mundiais. Essas regras são exigidas para a resolução da questão sobre os fusos na América do Sul.
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(UNESP) O mapa representa as diferenças de horário na América do Sul em função dos diferentes fusos.
Como podemos representar espaços tão grandes em pedaços de papel tão pequenos? Como representar um país do tamanho do Brasil na tela de um dispositivo eletrônico ou num pequeno mapa? A resposta são as escalas. A escala representa a relação de tamanho entre a medida de uma porção territorial representada no papel e sua medida real na superfície terrestre. As escalas são definidas a partir da temática a serem representadas nos mapas, e podem ser maiores ou menores conforme a necessidade de se observar um espaço com maior ou menor nível de detalhamento. A reprodução da superfície terrestre com toda sua imensidão numa folhinha de papel ou num grande mapa, só é possível através da utilização de escalas, é para isso que é elaborado um mapa, que de forma lógica diminuirá o tamanho da área a ser representada, para permitir o trabalho do cartógrafo que trabalha com uma visão reduzida do território. Para essa redução tornar-se viável é necessário uma escala que atenda aos interesses do elaborador do mapa, sendo, portanto necessário a indicação da proporção entre a superfície terrestre e sua representação no mapa, é justamente essa proporção que será indicada pela escala. Nos apresenta uma variação de escalas sobre uma mesma região, entretanto cada um dos mapas apresenta um enfoque diferente. As escalas podem ser representadas de forma numérica ou ainda de forma gráfica.
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4) Escalas
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Como fuso horário pode cair no ENEM?
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A seção de abertura da Rio+20 ocorreu no Rio de Janeiro, no dia 20 de junho de 2012. A presidente da República do Brasil, Dilma Rousseff, fez um pronunciamento à nação às 21 horas, horário de Brasília. Os moradores de La Paz, na Bolívia, de Caracas, na Venezuela, de Buenos Aires, na Argentina, e do Arquipélago de Fernando de Noronha, no Brasil, se quisessem assistir ao vivo à fala da presidente, deveriam ter ligado seus televisores, respectivamente, nos seguintes horários: a) 22h; 20h30; 21h; 19h b) 20h; 21h30; 21h; 22h c) 21h; 22h30; 20h; 22h d) 18h; 22h30; 20h; 19h e) 20h; 19h30; 21h; 22h
4.1) Escala numérica Essa escala também é chamada de escala aritmética, e pode ser representada por uma fração ordinária (1/500.000) ou sob a forma de razão (1:500.000). Na escala de 1: 500 000 (um para quinhentos mil) a área a ser representada foi reduzida 500 000 vezes. Isso significa que 1 cm no mapa representa 500 000 cm no terreno, ou
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mapas é a caracterização do relevo cartografado, essas representações são indicações da altitude da área analisada, tendo como referencial o nível do mar, ou seja, o marco de zero metro é o mar, denominado de nível de base.
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seja, 1 cm representa 5 km. Assim com o auxílio da régua, pode-se calcular a distância real entre dois pontos num mapa. Exemplo: – se a escala de um determinado mapa é 1: 500 000, ou seja, 1 cm representa 5 km, a distância entre duas cidades em linha reta, no mapa, é de 3 cm, multiplicando o valor de cada centímetro por três teremos a distancia real entre as cidades, equivalente portanto a 15 km.
4.2) Escala gráfica
A escala gráfica é representada por uma liseguinte exemplo:
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nha reta dividida em partes iguais, como no
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5.1) Convenções cartográficas
Sua vantagem é permitir que as distâncias sejam percebidas diretamente no mapa, sem necessidade de cálculo, como na escala numérica.
Visando uma facilitação nas representações cartográficas foi criado um sistema de símbolos, que são chamados de convenções cartográficas, e que possibilitam a leitura da informação contida em mapas por qualquer pessoa em qualquer local do globo.
5) Representações topográficas
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Como expressar a topografia num papel? A representação do relevo é expressa, basicamente através do processo hipsométrico e das curvas de nível ou isoípsas. O processo hipsométrico é aquele no qual cada zona de altitude do relevo é representada através de cores diferentes entre si ou por linhas, essa variação de cor ou linha é decifrada pela visualização do mapa ou pela legenda do mesmo, que indica a correspondência entre as cores ou linhas e as zonas de altitudes do relevo. As curvas de níveis são utilizadas nos mapas topográficos, ou seja, aqueles que apresentam perfis topográficos, a representação desses
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o tipo de informação privilegiada no mapa temático do Brasil a seguir.
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Como topografia pode cair no ENEM? Os mapas de curvas de nível transmitem informações importantes sobre a variação de altitude do relevo cartografado. Para demonstrar a dimensão de profundidade que o mapa em duas dimensões não possui, são necessárias linhas altimétricas que determinam a altitude local, como aborda a questão.
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(UERJ) Observe na imagem uma feição de relevo em escarpa, área de desnível acentuado de altitude, encontrada geralmente nas bordas de planalto, como os trechos da serra do Mar no estado do Rio de Janeiro.
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3) (UERN) Cada tema abordado pela Geografia pode ter a sua representação cartográfica correspondente. A escolha do modo como as informações serão representadas dependerá do tipo de dado destacado no mapa. Observe
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Trata-se do mapa: a) físico; b) político; c) econômico; d) demográfico; e) geoeconômico.
6) Projeções cartográficas e as visões de mundo O homem desde os tempos mais remotos de sua história necessita de orientação no espaço, já sabemos, que inicialmente, as estrelas orientavam o caminho. Mas com o passar dos tempos, essas técnicas de orientação foram se aperfeiçoando, não que não utilizemos mais as estrelas, sim utilizamos, mas outras formas mais simples de orientação surgiram através desse aperfeiçoamento, um exemplo é o Sistema de Posicionamento Global (com a sigla em inglês: GPS). É justamente nessa busca pela melhor forma de orientação que passamos a estudar a cartografia e consequentemente as projeções cartográficas. Até hoje já foram de-
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6.2) Projeção plana
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senvolvidas inúmeras projeções cartográficas que têm como objetivo representar a esfericidade da Terra num plano (mapas e cartas), sendo que cada uma prioriza determinado aspecto de representação como forma, dimensão etc. Justamente devido a essa variação de prioridades é importante ressaltarmos que não existe projeção cartográfica sem deformações, pois é inviável a representação de uma superfície esférica no plano, sem que ocorram extensões e/ ou contrações. As projeções cartográficas são classificadas, sobretudo, quanto à superfície de projeção e propriedades. Quanto à superfície, as projeções cartográficas podem ser classificadas como projeções planas, cônicas ou cilíndricas.
(Disponível em: http://educacao.uol.com.br/disciplinas/ geografia/projecoes-cartograficas-cilindrica-conica-e-azimutal. htm . Acesso em: dezembro de 2016)
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Essa projeção também chamada de azimutal resulta da projeção da superfície terrestre sobre um plano a partir de um ponto determinado. No exemplo acima esse ponto foi o Polo Sul. Essa projeção apresenta como características: • Seus paralelos são projetados em círculos concêntricos e seus meridianos em linhas retas; • Quanto mais afastado do ponto escolhido (da linha de tangencia) maior será a deformação no mapa; • Demonstra apenas metade do planeta, por isso é utilizado para confecção de mapas especiais, que representam apenas algumas regiões, como a polar, por exemplo.
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6.1) Projeção cilíndrica
(Disponível em: http://educacao.uol.com.br/disciplinas/ geografia/projecoes-cartograficas-cilindrica-conica-e-azimutal. htm . Acesso em: dezembro de 2016)
6.3) Projeção cônica
(Disponível em: http://educacao.uol.com.br/disciplinas/ geografia/projecoes-cartograficas-cilindrica-conica-e-azimutal. htm. Acesso em: dezembro de 2016)
Essa projeção é resultado da projeção do globo sobre um cone, sendo posteriormen-
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Essa projeção é feita como se o globo fosse envolvido por um cilindro, sendo projetados nesse cilindro paralelos e meridianos, sendo posteriormente esse cilindro planificado na forma que conhecemos o mapa. A partir dessa projeção podemos depreender algumas características, são elas: • Os paralelos e meridianos encontram-se retos e perpendiculares; • Representa toda superfície da Terra; • Conserva as características das regiões equatoriais; • As áreas mais próximas aos polos serão as mais deformadas.
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6.7.1) Projeção de Mercator
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te planificado e constituindo o mapa. Possui como características: • É mais utilizado para representação de países de latitudes intermediárias; • Apresenta paralelos circulares e meridianos radiais, ou seja, que são originados de um único ponto. Quanto às propriedades, analisamos basicamente as deformações ocorridas a partir da planificação, no que diz respeito às áreas, aos ângulos ou às distâncias das projeções, sendo inclusive minimizadas as deformações dessas características, mas nunca das três simultaneamente. Existem basicamente três tipos de projeções quanto às propriedades, são elas:
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(Disponível em: http://www.fabiolimeira.pro.br/geofiacutesicars/category/3%20cartografia. Acesso em: dezembro de 2016)
6.4) Projeção conforme
Não há deformação dos ângulos em torno de qualquer ponto, ou seja, são mantidos os ângulos, mas deformam-se outras características.
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6.5) Projeção equidistante
São mantidos os comprimentos das regiões representadas, pois são utilizadas escalas uniformes. Logo, as áreas e os ângulos sofrem ligeiras ou profundas alterações.
6.6) Projeção equivalente
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Nesse tipo de projeção são mantidas as áreas, que por sua vez mantêm uma relação constante de correspondência com a superfície terrestre. Entretanto são deformadas as demais características.
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6.7) As projeções mais importantes Baseados nessas técnicas e na respectiva visão de mundo do período e da região de elaboração do mapa foram produzidas inúmeras projeções cartográficas de grande relevância para humanidade, iremos nos restringir apenas as mais importantes.
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Essa projeção elaborada pelo europeu Gerhard Kramer (1512–1594), no século XVI, se transformou rapidamente na preferida pelos navegantes do período ao passo em que se podia com ela traçar de forma muito mais fácil a direção das embarcações, numa simples linha reta, através das coordenadas geográficas. Essa projeção apresenta, nitidamente, a influência do período na sua produção, pois valoriza as terras do continente europeu, que promovia, naquele período, a grande expansão marítima e consequentemente do processo de colonização. Essa projeção nos dá a ideia de que a Europa é o centro do planeta, essa visão é conhecida como Eurocentrismo, além disso, nessa projeção os paises de latitudes médias e altas aparecem com dimensões exageradamente ampliadas, e com isso predominando no espaço mundial, por isso essa projeção foi alvo de inúmeras criticas, sobretudo a partir do século XX. Foi a partir dessa centralização da Europa que adotamos largamente expressões como Oriente Médio e Extremo Oriente, tendo como ponto de referência o continente europeu. Nessa projeção, os paralelos e os meridianos aparecem como linhas retas que se cruzam, formando ângulos retos entre si. É uma projeção conforme cilíndrica, que, portanto
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não deforma os ângulos e mantêm assim as formas dos continentes ou da região representada pelo mapa, entretanto distorce suas áreas, ou seja, o que aparece no mapa, quanto ao tamanho dos continentes, não corresponde com a realidade, por isso o continente europeu na projeção de Mercator aparece tão grande.
6.7.3) Outras projeções
6.7.2) Projeção de Peters
É uma projeção equivalente cilíndrica, que mantêm as áreas equivalentes com a realidade, mas que distorce as formas assim como Peters.
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As projeções mais importantes e que ganharam maior notoriedade sem dúvida foram as de Mercator e de Peters, entretanto diversos outros tipos de projeções foram elaboradas, abaixo apresentamos algumas dessas projeções.
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Projeção de Miller:
Projeção de Robinson:
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É uma projeção afilática, ou seja, não é conforme, nem equivalente, nem equidistante. É também pseudo-cilíndrica, ou seja, não apresenta nenhuma superfície de projeção (cilíndrica, cônica ou plana), porém apresenta características semelhantes à projeção cilíndrica, por isso pseudo-cilíndrica.
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Essa projeção foi elaborada pelo alemão Arno Peters na segunda metade do século XX, e se caracteriza por ser uma projeção cilíndrica equivalente, que mantêm as áreas e distorce as formas. Essa perspectiva embora mantenha o Eurocentrismo, apresenta uma ideia de igualdade, pois apresenta um destaque relativo aos paises de baixa latitude quanto às suas áreas, já que na projeção tradicional de Mercator essas áreas eram subestimadas. Por essa razão, essa projeção foi muito valorizada pelos países mais pobres que foram “prejudicados”, outrora em Mercator, outro aspecto importante nessa valorização é que essas nações tinham acabado de se tornar independentes e desejavam serem vistas em grau de igualdade com suas antigas metrópoles, é nessa projeção, por exemplo, que o continente africano aparece muito maior do que em Mercator.
Projeção de Aitoff: É uma projeção equivalente, ou seja, conserva as áreas representadas, mas distorce as formas, apresenta formato elíptico, é muito utilizada na produção de planisférios. Se informe...
As visões de mundo na cartografia Antes de adentrarmos nas concepções do globo através da cartografia, é necessário deixarmos nítida a ideia de que não existe uma única maneira correta de representação da Terra, já que o planeta não apresenta por si só nenhum referencial especifico e fixo, é certo que qualquer projeção elaborada expressa a perspectiva de quem a elaborou e consequentemente expressa também a forma de pensar desse individuo, que por sua vez é influenciado pela sua sociedade e seus respectivos valores. Uma possível visão de mundo é a perspectiva, do século XV, período da grande expan-
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(Disponível em: http://geografalando.blogspot.com. br/2012/11/projecoes-cartograficas-norcoes-gerais.html. Acesso em: dezembro de 2016)
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PRATICANDO 4) (UERN) A ideologia terceiro-mundista surgiu a partir da Conferência de Bandung (Indonésia), em 1955. Os teóricos do terceiro-mundismo buscaram um projeto de desenvolvimento independente, não alinhado ao modelo capitalista dos países desenvolvidos sob a liderança dos Estados Unidos, nem ao modelo socialista liderado pela antiga União Soviética.
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são marítima e comercial, das grandes navegações, que se caracteriza pelo forte apego mercantil* e que apresentam os planisférios invertidos do costume tradicional, ou seja, o sul acima do norte no mapa, isso devido ao interesse sobre as mercadorias provenientes do Índico, mais precisamente da Índia. Outra visão interessante é a religiosa, também chamada de teocêntrica, muito utilizada na Idade Média, e que se caracteriza pela centralização dos mapas em cidades ou pontos religiosos importantes, tais como: Meca, Jerusalém, Vaticano etc. Entretanto a visão de mundo mais importante representada até hoje por um mapa é sem dúvida a visão de Mercator, ou seja, a eurocêntrica, que exalta o território europeu, essa perspectiva, como já foi dito, inicialmente tornou-se importante não tão somente por centralizar o mapa no continente europeu, mas sim por facilitar a navegação através da coordenadas geográficas e ter surgido no momento em que a Europa no contexto de expansão marítima colonizava e levava sua cultura a regiões distantes. Uma visão que de certa forma se contrapôs a de Mercator, foi a de Peters em meados do século XX, isso porque apresenta uma projeção cilíndrica equivalente que mantêm as áreas dos continentes e que por isso reduziu o espaço da Europa no mapa, ampliando espaços de paises recém independentes e periféricos como os africanos e sul-americanos. Entretanto manteve a Europa no centro. A ONU (Organização das Nações Unidas), adota outra visão em seu símbolo, uma visão que busca passar uma ideia maior de igualdade entre as nações e de neutralidade da instituição no cenário internacional, essa projeção é azimutal polar equidistante, ou seja, possui seu centro no Polo Norte, e representa com precisão a distância em qualquer direção a partir do centro, no caso o Polo Norte.
(Lucci, Elian Alabi. Território e Sociedade no Mundo Globalizado. Ensino médio. 1ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2001. p. 44.)
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De acordo com as projeções e a ideologia terceiro-mundista, assinale uma atitude declaradamente terceiro-mundista. a) Projeção de Mercator; b) Projeção de Robinson; c) Projeção de Arno Peters; d) Projeção de Mercator e Arno Peters.
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7) Sistema de Posicionamento Global (GPS) È um sistema que foi desenvolvido pelos EUA, com fins militares e tem como objetivo determinar a posição e a velocidade de qualquer ponto da superfície terrestre ou próximo dele, através das coordenadas geográficas do ponto, utilizando-se para isso de informações fornecidas por 24 satélites distribuídos em torno da Terra. Esse sistema (GPS) possui múltiplas utilidades, já que apresenta a localização geográfica exata de qualquer ponto na superfície terrestre. Inicialmente foi utilizado na navegação marítima, aérea e terrestre. Com o tempo transformou-se num importante instrumento para realização de levantamentos topográficos, demarcação de fronteiras, unidades de conservação de terras indígenas, implantação de eixos rodoviários e ultimamente vem sendo largamente utilizado por sistemas de segurança e monitoramento de caminhões, automóveis, cargas etc. No Brasil, o IBGE opera uma rede de estações que funcionam como ferramenta de suporte a utilização dessa tecnologia no Brasil, sendo, portanto, o principal elo de ligação com sistemas internacionais.
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Tecnologia inventada para a guerra que faz parte do nosso cotidiano
Antes restrito aos militares, o GPS está agora disponível no bolso de muitos civis
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5) (FUVEST) Observe o mapa abaixo.
Com base no mapa e em seus conhecimentos, assinale a alternativa correta.
a) O rio São Francisco foi caminho natural para a expansão da cana-de-açúcar e do algodão da Zona da Mata, na Bahia, até a Capitania de São Paulo e Minas de Ouro; b) A ocupação territorial de parte significativa dessa região foi marcada por duas características geomorfológicas: a serra do Espinhaço e o vale do rio São Francisco; c) Essa região caracterizava-se, nesse período, por paisagens onde predominavam as minas e os currais, mas no século XIX, a mineração sobrepujou as outras atividades econômicas dessas capitanias; d) O caminho pelo rio São Francisco foi estabelecido pelas bandeiras paulistas para penetração na região aurífera da Chapada dos Parecis e posterior pagamento do “quinto” na sede da capitania, em Salvador; e) As bandeiras que partiam da Capitania da Bahia de Todos os Santos para a Capitania de São Paulo e Minas de Ouro propiciaram o surgimento de localidades com economia baseada na agricultura monocultora de exportação.
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Você consegue imaginar a sua vida sem utilizar o GPS do seu celular? “Ah, mas eu nem vou para lugares desconhecidos com frequência”, você pode afirmar. Mas, e os mil aplicativos que utilizamos diariamente? Muitos requerem o GPS. Vamos mostrar mais importância ainda em nosso portal www.4newsmagazine.com.br #GPSParaAVitória
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6) (ESPCEX) A seleção brasileira de futebol, vinda de Berlim (15°E de Greenwich), precisa chegar à cidade do Rio de Janeiro (45°W de Greenwich) às 13h do dia 25/10/2013, horário local. Considere que o avião fará o percurso leste-oeste e que o tempo de voo contínuo será de 10 (dez) horas. Para que a seleção chegue ao Rio de Janeiro, no horário predeterminado, o voo deverá partir de Berlim às ____ do dia _________ . Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas acima. a) 17h – 25/10/2013 b) 09h – 25/10/2013 c) 07h – 25/10/2013 d) 17h – 26/10/2013 e) 03h – 26/10/2013
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7) (UFSJ) Observe o mapa abaixo.
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Um americano saiu dos EUA para fazer o vestibular da UFSJ, em julho. Seu avião partiu da cidade de Nova Iorque, situada a aproximadamente 74° de longitude oeste de Greenwich, às 12h. Depois de viajar por 9 horas, chegou a São João del-Rei. Assinale a alternativa que apresenta o horário da chegada do avião a São João del-Rei. a) 24h b) 23h c) 18h d) 17h
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Considerando-se as informações do mapa, afirma-se que: I. O traçado do Arroio Chuí ao ponto mais setentrional do país atravessa zonas de dois fusos horários práticos diferentes; II. Os dados constantes na carta mostram que o Brasil é predominantemente austral e totalmente ocidental; III. A fotocópia ampliada da representação inviabiliza o uso da escala empregada na sua elaboração; IV. O modelado das coordenadas geográficas revela que a projeção cartográfica utilizada é a de Peters. Estão corretas apenas as afirmativas: a) I e II d) II e IV b) I e III e) III e IV c) II e III 9) (UERN 2013) O fuso não é exatamente uma faixa reta e contínua ligando um polo a outro. Existe um limite prático entre os fusos: eles seguem os contornos dos limites dos países ou unidades administrativas e federativas (como estados e províncias) em que os países se dividem. Mesmo sem um mapa, é possível calcular os fusos de determinada localidade, desde que saibamos sua longitude e o horário e a longitude de outro local, que serão tomados como referência. (Lucci, Elian Alabi. Território e Sociedade no Mundo Globalizado. Ensino Médio. 1ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2001. p.27.)
Com base nessas informações, complete o quadro abaixo.
(Lucci, Elian Alabi. Território e Sociedade no Mundo Globalizado. Ensino médio. 1ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2001. p. 27.)
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As horas que completam o quadro são, respectivamente: a) 12, 4 e 14 c) 20, 12 e 21 b) 14, 14 e 23 d) 20, 12 e 22
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12) (UEL) Na cartografia, a escala é a relação matemática entre as dimensões do terreno e a representação no mapa e constitui-se em um de seus elementos essenciais. Considere uma viagem do Rio de Janeiro até Belo Horizonte, passando por Vitória. Para uma viagem mais segura, é importante calcular a distância do trajeto e a direção geográfica a seguir, desde o ponto de partida até o destino.
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10) (UERN) Um avião saiu de São Paulo às 9 horas com destino a Campo Grande (MS). Sabe-se que cerca de 900 km, em linha reta, separam São Paulo (SP) de Campo Grande (MS), e que o percurso de São Paulo – Campo Grande de avião será feito em 1 hora. Qual a hora local de chegada em Campo Grande? a) 9 horas; c) 11 horas; b) 10 horas; d) 12 horas.
CLASSE (%)
UNIDADES DA FEDERAÇÃO
34,9 a 41,9
DF, RJ, SP
45,5 a 49,6
SC, AP, RS, PR, ES, GO, RR
51,4 a 56,9
MT, MS, MG, TO, AM, CE, RN, RO
57,7 a 64,4
AC, PE, SE, BA, PA, MA, PB, PI, AL
Com base no texto e na figura: a) Calcule a distância entre Rio de Janeiro e Vitória; entre Vitória e Belo Horizonte e entre Vitória e Rio de Janeiro. Apresente os cálculos utilizados para encontrar essas distâncias. b) Indique a direção geográfica do ponto de partida até o destino (Rio de Janeiro a Vitória e Vitória a Belo Horizonte).
(IBGE, Censo Demográfico 2010.)
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11) (UFG) A cartografia constitui a principal linguagem gráfica utilizada pela Geografia no estudo da espacialidade de fenômenos. A construção, a leitura e a interpretação de um mapa envolvem a compreensão de que as informações representadas expressam, necessariamente, relações de natureza quantitativa, ordenada ou qualitativa. Com base nesta premissa, identifique no mapa as siglas das unidades da federação e represente, cartograficamente, a tabela de dados a seguir, definindo uma legenda e aplicando-a ao mapa. Brasil – Percentual de pessoas de 10 anos ou mais de idade sem instrução ou com ensino fundamental incompleto, por unidade da federação – 2010.
CARTOGRAFIA
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13) (UFPR) Ao selecionar um terreno, um comprador observou pela planta do loteamento que esse lote apresentava as seguintes medidas: 1 cm (frente) por 2 cm (lateral). A área informada era de 800 m2. Considerando as medidas observadas, assinale a alternativa que apresenta a escala da planta do loteamento. a) 1:15.000 b) 1:10.000 c) 1:5.000 d) 1:2.000 e) 1:1.000
15) (UECE) No que diz respeito às questões de natureza geocartográfica, assinale a afirmação INCORRETA. a) Todos os globos e mapas representam as características da superfície da Terra, em um tamanho muito menor do que possuem na realidade; b) A latitude de um lugar é a linha medida em graus entre esse lugar e o equador; c) Os meridianos têm sua máxima separação no equador e convergem para um ponto em cada polo; d) Plantas urbanas devem sempre ser organizadas em escalas muito pequenas como, por exemplo, 1:500.000.
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APROFUNDANDO
Tipos de papel A1 A2 A3 A4 A5
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14) (UFG 2014) Analise o quadro e leia o texto a seguir. Tamanho (mm) 594,0 mm x 841,0 mm 420,0 mm x 594,0 mm 297,0 mm x 420,0 mm 210,0 mm x 297,0 mm 148,0 mm x 210,0 mm
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Para qualquer trabalho de mapeamento de determinada área, a primeira preocupação deve ser com relação à escala a ser adotada. A escolha da escala deve considerar a finalidade desse mapeamento e o tamanho do papel no qual será impresso. Mesmo que esse mapa seja armazenado em arquivo digital, a escala original de sua concepção determina a precisão do mapeamento. (FITZ, P.R. Cartografia básica. São Paulo: Oficina de Textos. 2008. p. 24. [Adaptado].)
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Considere que um agrimensor pretenda elaborar um mapa de uma fazenda, de formato retangular em uma escala de 1: 50 000. Com base na análise do quadro, na leitura do texto e na intenção do agrimensor, conclui-se que esse agrimensor pretendia imprimir esse mapa em uma folha de tamanho: a) A5 b) A4 c) A3 d) A2 e) A1
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16) (UNESP) Analise os mapas.
Considerando as escalas utilizadas nos mapas, é correto afirmar que: a) o mapa 1 favorece maior detalhamento do terreno do que o mapa 2; b) o mapa 2 abrange uma área menor do que o mapa 1; c) assemelham-se, pois nos dois casos foi utilizada uma pequena escala; d) retratam períodos diferentes de uma mesma localidade; e) ambos os mapas apresentam o mesmo nível de detalhe. 17) (UFRN) As curvas de nível são linhas que unem os pontos do relevo os quais apresentam a mesma altitude. A figura a seguir representa a topografia de uma área a partir de curvas de nível.
GEOGRAFIA
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O quadro e o manifesto do artista uruguaio Torres García inserem-se na denominada arte modernista, elaborada durante a primeira metade do século XX, pelas vanguardas americanistas. Ao fazer referência ao mapa do continente americano, a imagem e o manifesto expressam uma crítica: a) à base tecnológica do século XIX, que tinha no conhecimento astronômico limitado um empecilho à elaboração de uma projeção fiel à realidade; b) aos valores da cultura ocidental, que tinham no sistema de coordenadas um instrumento de imposição do imperialismo norte-americano; c) ao imaginário dos descobrimentos, que inseria nas projeções cartográficas da Era Moderna figuras míticas e pontos de referência inexistentes; d) ao sistema de representação cartográfica europeu, com o objetivo de reforçar os princípios formadores da identidade latino-americana; e) ao isolamento político dos países da América do Sul, com o objetivo de colocar o continente no centro das atenções internacionais.
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Considerando as informações da figura apresentada, é correto afirmar: a) O percurso do rio principal segue a direção nordeste-sudoeste. b) As maiores declividades do terreno localizam-se na direção noroeste. c) As menores altitudes do terreno localizam-se na direção sudeste. d) O percurso do rio principal segue a direção sudoeste-nordeste.
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18) Em um mapa (escala 1: 3 000 000), a distância em linha reta entre Belo Horizonte-MG e Campinas-SP é de 200 milímetros. A distância real entre as duas cidades, em quilômetros, é aproximadamente a) 150 c) 1 500 b) 600 d) 6 000
A ponta da América, a partir de agora, assinala insistentemente o Sul, o nosso norte. (TORRES GARCÍA, Joaquín. Universalismo constructivo [Manifesto]. Buenos Aires: Poseidón, 1941. Disponível em: <http://www.uruguayeduca.edu.uy>. Acesso em: 11 set. 2013.)
Considerando as normas da cartografia, indique se o mapa está corretamente elaborado e apresente uma justificativa para essa resposta. 19
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19) (UFG 2014) Analise a imagem e leia o texto apresentados a seguir.
20) (UERJ) Os mapas são representações da superfície terrestre, elaborados com base em critérios previamente convencionados. Observe o mapa a seguir, que difere da representação usual do Brasil.
CARTOGRAFIA
O fenômeno descrito indica que o barco de Amir Klink se encontrava em uma região: a) localizada da Zona Tropical sob influência do Sol da Meia-Noite; b) de baixa latitude e exposta a clima frio e noites maiores que os dias; c) sob o domínio do solstício de verão e sujeita a pequenas variações entre o dia e a noite; d) de latitude elevada, com grande variação da iluminação solar ao longo do ano.
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23) (UNICAMP 2013) A imagem abaixo mostra um local por onde passa o Trópico de Capricórnio. Sobre o Trópico de Capricórnio podemos afirmar que:
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A distribuição da população no globo terrestre obedece a fatores econômicos, sociais, culturais e também naturais. As mudanças ocorridas a partir da urbanização da sociedade promovem configurações espaciais particulares que podem ser representadas de diferentes formas. Considerando a leitura da figura acima e analisando os mapas em questão: a) Identifique as projeções dos dois mapas apresentados na figura; b) Justifique o motivo fisiográfico da distribuição de população representada, analisando a primeira figura, relativa à latitude; c) Apresente, respectivamente, o nome de dois continentes com maior e menor concentração de população, analisando a segunda figura, relativa à longitude.
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22) (UFSJ) “Uma lua espetacular durante boa parte do dia. Não havia mais dia e eu não havia percebido. O céu avermelhado e cristalino por algumas horas e uma longa noite em seguida. Pôr e nascer do sol reunidos num único e breve esforço de luz, próximos ao meio dia verdadeiro. (...) Manhã e entardecer eram agora próximos” (Amir Klink, Parati: entre dois polos. São Paulo, Companhia das Letras, 1998, p. 108.)
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a) É a linha imaginária ao sul do Equador, onde os raios solares incidem sobre a superfície de forma perpendicular, o que ocorre em um único dia no ano; b) Os raios solares incidem perpendicularmente nesta linha imaginária durante o solstício de inverno, o que ocorre duas vezes por ano; c) Durante o equinócio, os raios solares atingem de forma perpendicular a superfície no Trópico de Capricórnio, marcando o início do verão; d) No início do verão (21 ou 22 de dezembro), as noites têm a mesma duração que os dias no Trópico de Capricórnio. 24) (Mackenzie)
GEOGRAFIA
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25) (UEM 2013) Sobre projeções cartográficas, assinale o que for correto. a) Projeção cartográfica é o resultado de um conjunto de operações que permitem representar no plano, por meio de paralelos e meridianos, os fenômenos que estão dispostos na superfície de uma esfera; b) As diversas projeções cartográficas revelam diferentes visões do mundo; c) A projeção de Mercartor valoriza os países do hemisfério Norte, geralmente localizados em latitudes mais altas do que as dos países do hemisfério Sul; d) Na elaboração de mapas, de escalas pequenas e médias, qualquer que seja a projeção cartográfica adotada, não haverá nenhum tipo de distorção perceptível; e) A projeção equidistante mais comum tem como centro um dos polos, geralmente o Polo Norte, mas pode ter qualquer ponto da superfície terrestre.
DESAFIANDO
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De acordo com a representação cartográfica acima, está correto afirmar que: a) Trata-se de uma projeção “cilíndrica conforme”, que representa a realidade espacial com extrema fidelidade, graças às novas tecnologias; b) Corresponde a uma abordagem cartográfica que contraria as tradicionais visões eurocêntricas, com amplo destaque aos países do Sul, subdesenvolvido; c) Traduz a nova configuração de uma ordem multipolar, em que os países que compõem o BRICS aparecem com amplo destaque, proporcional à sua importância econômica; d) Exemplifica a projeção de Peters, em que se podem ver os países em relação ao seu peso demográfico; e) Demonstra uma distorção deliberada, chamada anamorfose, em que podemos diferenciar os países de acordo com seus recursos hídricos.
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26) (UFMG 2013) Analise este mapa topográfico hipotético de trecho do território mineiro, no qual se insere uma bacia hidrográfica:
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A partir dessa análise e de outros conhecimentos sobre o assunto: a) APRESENTE uma definição de bacia hidrográfica; b) DESENHE, no mapa topográfico, uma linha contínua ao longo do divisor de águas da bacia do Rio Juruá; c) ASSINALE com um X, no mapa topográfico, uma localização adequada para a instalação de um distrito industrial cujos efluentes derivados de seus processos produtivos não comprometam a qualidade da água do rio no trecho que drena a cidade de São Joaquim. JUSTIFIQUE a localização do distrito industrial assinalado.
PESQUISANDO
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RESUMINDO
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Pesquisar cidades e áreas importantes do planeta e produzir um mapa sobre uma área escolhida. Indicar qual método utilizado na produção do mapa e a razão para escolha da área do mapa.
• A cartografia, através de mapas, cartas ou plantas, descreve as características de determinada região da superfície terrestre, sendo que a técnica mais utilizada é da produção de mapas que são uma representação simplificada e convencional da superfície terrestre em um plano;
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• A cartografia permite levantamentos de quaisquer aspectos (econômicos, sociais, ambientais, de saúde etc.), através de representações planas e espaciais, que retratam suas dimensões territoriais e a característica ou conjunto delas escolhidas na representação; • O planeta Terra possui diversos movimentos, entretanto dois deles são de extrema importância para sobrevivência na Terra, pois determinam a duração de dias e noites, o aumento e a diminuição da temperatura no planeta, dentre outros aspectos de extrema importância para nossas vidas. Esses movimentos recebem o nome de Rotação e de Translação;
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• Visando a possibilidade de localização de qualquer ponto da superfície da Terra de forma precisa, foi criado um conjunto de linhas imaginárias, que se convencionou chamar de Sistema de Coordenadas Geográficas;
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• A escala representa a relação de tamanho entre a medida de uma porção territorial representada no papel e sua medida real na superfície terrestre. As escalas são definidas a partir da temática a serem representadas nos mapas, e podem ser maiores ou menores conforme a necessidade de se observar um espaço com maior ou menor nível de detalhamento.
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HISTÓRIA 2o ANO
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Direção Executiva: Fabio Benites
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Diagramação, Ilustração de capa e Projeto Gráfico: Alan Giles Dominique Coutinho Erlon Pedro Pereira
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Gestão Editorial: Maria Izadora Zarro
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Irium Editora Ltda Rua Desembargador Izidro, no 114 Tijuca - RJ CEP: 20521-160 Fone: (21) 2560-1349 www.irium.com.br
A reprodução desta obra, no todo ou em parte, por qualquer meio, sem autorização expressa, sujeitará o infrator, nos termos da Lei no 6.895, de 17/12/80, às penalidades previstas nos artigos 184 e 185 do Código Penal.
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REPÚBLICA VELHA: QUAIS OS FATORES DA CRISE DO IMPÉRIO?
Objetivos de aprendizagem:
• Analisar os fatores que levaram ao desgaste político do Imperador Pedro II e a queda da Monarquia; • Caracterizar os principais pontos dos projetos republicanos colocados para substituir a decadente monarquia;
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• Identificar as primeiras medidas tomadas pelo Governo Provisório e analisar as principais características da Constituição de 1891;
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• Analisar os primeiros governos republicanos na chamada República da Espada.
(Pátria, óleo sobre tela, Museu da República – Disponível em: https://upload. wikimedia.org/wikipedia/pt/c/c5/Patriabruno.jpg. Acesso em outubro de 2016)
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A monarquia e as crises: o isolamento do imperador
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REPÚBLICA VELHA: QUAIS OS FATORES DA CRISE DO IMPÉRIO?
(Disponível em: http://images.slideplayer.com.br/3/397755/slides/slide_3.jpg. Acesso em junho de 2016)
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O longo reinado do Imperador D.Pedro II entrou em um desgaste político que levou ao fim do regime monarquico no Brasil. Por que a estabilidade política do Imperador, que durou décadas, agora se desmanchava? Tivemos o maior conflito entre nações da América do Sul: Guerra do Paraguai. Mas, vencemos...e por que, então, este conflito colaborou com a crise? A relação do Estado Monárquico e da Igreja Católica foram de muita colaboração e apoio. Por que se deterioram? Em 1888, o país acabava com o vergonhoso sistema de escravidão, um dos últimos do continente a mantê-lo. Por que este ato foi o ingrediente final para a queda da Monarquia? E no ano seguinte! Vamos buscar as respostas.
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1) As questões religiosa e militar
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Os sinais de desgaste do regime monárquico podem ser representados pelos conflitos de interesses e projetos entre o Imperador e o clero católico e entre o monarca e o Exército. Outros fatos agravaram a situação do regime monárquico. O primeiro foi a chamada Questão Religiosa. Pela Constituição de 1824, havia uma união entre Estado e Igreja Católica através do regime do padroado, no qual o Imperador poderia nomear os bispos, e tinha o instrumento do beneplácito em que ele poderia vetar qualquer decisão tomada pelo Papa dentro do território brasileiro.
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Em 1864, o Papa Pio IX aprovou uma Encíclica que, entre outras coisas, condenava o poder dos Estados sobre os documentos papais, a separação entre o Estado e a Igreja e a participação do clero nas sociedades secretas, particularmente a maçonaria. O Imperador se recusou a aceitar esta regulamentação papal e o clero católico se dividiu. Enquanto alguns permaneceram fiéis ao Imperador, outros, como os bispos de Recife e Olinda e do Pará, resolveram fazer cumprir as determinações do Papa, expulsando os maçons das irmandades religiosas. D. Pedro II mandou prendê-los e foram condenados a 4 anos de prisão e trabalhos forçados.
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Constant, circulavam rapidamente nos quartéis e nas escolas militares. A ideia de uma república militar como salvação para o país ganhava corpo. Os militares sentiam-se frustrados (...) tudo favorecia a atitude de indisciplina e revolta. Pelotas, um dos chefes militares mais prestigiados, confessava em 1.889 que num efetivo de 13.500 homens tinham ocorrido 7.526 prisões por indisciplina. Além disso, o exército representava para as classes médias um meio de ascensão. O exército seria, sob certo aspecto, o representante das classes médias, mas envolvendo-se em questões políticas e sociais os militares não abandonavam nunca o espírito de corpo que é a base da organização militar.
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A Questão Religiosa, convém frisar, não ocasionou a queda da Monarquia. O próprio clero ficou dividido, pois muitos padres eram maçons bem como os republicanos,entre os quais havia católicos e não católicos. O conflito contribuiu, porém, para desgastar o governo do Império, que perdeu a confiança da hierar-quia católica e viu se fortaleceram as teses de separação entre Estado e Igreja e da liberdade de culto. (ALENCAR, Chico; CARPI, Lúcia e RIBEIRO, Marcus Venicio. História da Sociedade Brasileira. p.214)
(COSTA, Emília Viotti da. Da Monarquia à República. Momentos Decisivos, SP, Grivalbo, 1977.p.356)
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A Questão Militar foi outro fator que agravou a situação do regime monárquico. O Exército brasileiro saiu bastante fortalecido após a Guerra do Paraguai (1864–70), exigindo um maior grau de participação política, defendendo a abolição e o regime republicano. Os militares se sentiam desprestigiados pelo Império – que tratava com maior cuidado a Guarda Nacional e a Marinha –, com poucos investimentos e baixos soldos. As ideias republicanas baseadas na filosofia positivista, trazidas ao Brasil por Benjamin
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A reação do governo foi a proibição de discussões políticas no interior dos quartéis, o que aumentou o descontentamento no Exército. As punições ao tenente coronel Sena Madureira, em 1883 e 1886, e a negativa do Marechal Deodoro da Fonseca em cumprir a punição imposta ao militar em 1886, num claro desafio a monarquia, concretizam o quadro desta crise militar.
Cotas sociais em universidades têm 54% de aprovação, diz pesquisa
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Apoio é maior que o das cotas raciais, que têm 42% de aprovação. Pesquisa foi realizada pela agência Hello Research em todas as regiões do Brasil.
#CotasNoBrasil
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A Lei nº 12.711/2012, sancionada em agosto deste ano, garante a reserva de 50% das matrículas por curso e turno nas 59 universidades federais e 38 institutos federais de educaçãoa alunos oriundos integralmente do ensino médio público, em cursos regulares ou da educação de jovens e adultos, incluindo – neste universo – as cotas raciais. Isso afeta muito mais do que talvez você imagine! Vamos ver no portal www.4newsmagazine.com.br.
REPÚBLICA VELHA: QUAIS OS FATORES DA CRISE DO IMPÉRIO?
2) O fim do regime de escravidão
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papulação escrava (3,0% ao ano) superior a Vassouras (0,6% ao ano) entre 1872 e 1882; isto significa que Campos absorvia mais escravos do tráfico inter e intraprovincial que as áreas fluminenses do café. (FRAGOSO, João Luis. O Império Escravista e a República dos Plantadores In: LINHARES, Maria Yedda. História Geral do Brasil. Rio de Janeiro, Campus, 1990, p.147)
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(Disponível em: http://escolaeducacao.com.br/wp-content/ uploads/2015/08/negros-nos-engenhos-de-cana-de-acucar. jpg.Acesso em outubro de 2016)
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Compare os dois textos a seguir, o primeiro do líder abolicionista Joaquim Nabuco e José de Alencar, e percebam a visão da necessidade do fim ou da manutenção da escravidão dentro da perspectiva de Brasil que cada um tinha:
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Com o fim do tráfico de escravos entre África e Brasil – com a assinatura da Lei Eusébio de Queirós em 1850 – o regime de trabalho escravocrata entrava em um processo de extinção aparentemente irreversível, apesar da resistência de algumas áreas do país, como a região do Vale do Paraíba, no Rio de Janeiro, maior produtora de café até a 2a metade do século XIX, Minas Gerais e Campos, no norte fluminense. As pressões internas e externas para pôr fim ao trabalho escravo cresciam, na medida em que após 1865, somente Cuba, Porto Rico e o Brasil mantinham esta forma de organização do trabalho. As revoltas dos escravos, a organização dos quilombos, a baixa produtividade, ou seja, a reação dos negros à condição de escravidão, somada ao crescimento do movimento abolicionista, com a participação inclusive de setores das classes dominantes, colocaram esta questão no centro das discussões políticas.
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Deve-se ter claro que este movimento de resistência de uma dada forma de produção não se limitou ao vale cafeeiro. Minas Gerais, área onde o café era minoritário, continuou até o final do século XIX a concentrar a maior parte de população cativa do país. Campos, região açucareira voltada para o mercado interno, apresentava uma taxa de crescimento de sua
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Joaquim Nabuco (Disponível em: https://upload. wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/1/14/Joaquim_ Nabuco_-_1902.jpg/240px-Joaquim_Nabuco_-_1902.jpg. Acesso em outubro de 2016)
Porque a escravidão, assim como arruína economicamente o país, impossibilita o seu progresso material, corrompe-lhe o caráter, desmoraliza-se os elementos constituitivos, tira-lhe a energia e a resolução, rebaixa a política; habitua-o ao servilismo, impede a imigração, desonra o trabalho manual, retarda a aparição de indústrias, promove a bancarrota, desvia os capitais de seu curso natural, afasta as máquinas, exercita o ódio entre classes, produz uma aparência ilusória de ordem, bem-estar e riqueza, a qual encobre os abismos da anarquia moral, de miséria e destruição, que de Norte a Sul, margeiam todo o nosso futuro. (NABUCO, Joaquim. O Abolicionismo. Apud: ALENCAR, Chico; CARPI, Lúcia e RIBEIRO, Marcus Venício. História da Sociedade Brasileira, Rio de Janeiro: Ao livro Técnico, 1996, p.202-203) José de Alencar
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As discussões para a aprovação da Lei do Ventre Livre (1871) foram acaloradas, como o trecho do discurso de José Alencar ao Parlamento naquele momento nos mostra. A lei determinava que os filhos de escravos nascidos a partir daquela data estariam livres, mas obrigava os senhores a criá-los até os 8 anos, quando poderiam entregá-lo ao governo e receberiam uma indenização – paga com a criação de um Fundo de Emancipação – ou o manteriam até os 21 anos e, nesse caso, o escravo trabalharia para ressarcir o proprietário dos gastos com o seu sustento.
José de Alencar (Disponível em: https://upload.wikimedia.org/ wikipedia/commons/e/ec/Jose_de_Alencar.png. Acesso em outubro de 2016)
De início, a lei provocou os protestos da aristocracia rural, que utilizava o trabalho servil, e dos grupos comerciais e financeiros a ele vinculados. Houve um aumento do tráfico interprovincial, que crescia à medida que aumentavam as restrições à importação de escravos. Contudo, poucos escravos eram libertados com o fundo ou ao atingir 8 anos. Rui Barbosa chegou a calcular que, se fossem esperados os efeitos da lei, a escravidão só acabaria no Brasil na metade do século XX. Assim, a situação do escravo continuou a mesma. Por isso, os fazendeiros, que no primeiro momento atacaram a lei, acabaram defendendo-a depois.
(ALENCAR, José de. Discursos Parlamentares, Apud: NEVES, Margarida de Souza e HEIZER, Alda. A Ordem é o Progresso. 1992. p.35)
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A discussão não passava somente pela questão da libertação dos escravos, pois por trás disso, estavam diferentes visões para o futuro desenvolvimento econômico do país: a industrialização, a reafirmação da vocação agrícola ou a ideia de complementaridade entre agricultura e indústria. Mas, não havia mais como discutir o progresso da nação sem resolver a questão da mão de obra, e D. Pedro II vai optar por uma progressiva extinção do regime de escravidão, pois a pressão dos fazendeiros escravocratas era uma ameaça à estabilidade de seu governo, já que estes eram a base de sustentação política do regime monárquico.
(ALENCAR, Chico; CARPI, Lúcia e RIBEIRO, Marcus Venicio. op. cit. p.202).
No final da década de 70, o movimento abolicionista cresceu, aumentando sua pressão pela causa e surgindo grupos mais radicais que organizavam fugas e rebeliões de escravos nas fazendas de São Paulo – os caifazes. As províncias do Amazonas e do Ceará aboliram a escravidão em 1884. Em setembro de 1885, D.Pedro II aprovou a Lei dos Sexagenários, que determinava a libertação dos escravos com mais de 60 anos – porém, eles teriam que trabalhar mais 3 anos ou até completarem 65 anos – e o aumento de recursos para o Fundo de Emancipação para
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Chama-nos de escravocratas, de retrógrados, de espíritos tacanhos e ferrenhos, que não recebem os influxos da civilização. Procuram assim atemorizar-nos com a odiosidade que de ordinário suscitam as ideias condenadas, os sentimentos egoísticos. (...). Vós, os propagandistas, os emancipadores a todo transe, não passais de emissários da revolução, de apóstolos da anarquia. Os retrógrados sois vós, que pretendeis recuar o progresso do país, ferindo-o no coração, matando a sua primeira indústria, a lavoura(...). Não vos lembrais de que a liberdade concedida a essas massas brutas é um dom funesto.
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PRATICANDO 1) Leia este trecho de documento:
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ambiguidades das atitudes políticas de uma parte da elite brasileira, que julgava o ato de emancipação uma benesse, pela qual o ex-escravo deveria pagar; d) os problemas ligados à escravidão se atenuaram ao longo do século XIX, quando o crescimento das revoltas escravas suprimiu conflitos entre os negros e as elites rurais. 2) A Lei Áurea de 13 de maio de 1888 libertou os escravos, mas não extinguiu totalmente a escravidão no Brasil. Dê dois exemplos, um sobre a época da abolição e outro sobre os dias atuais, coerentes com a afirmativa acima.
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Pela presente, por um de nós escrita e por ambos assinada, declaramos que, desejando comemorar por um ato digno da Religião de Cristo, o redentor, e de humanidade, o aniversário que hoje celebramos, e atendendo os serviços que já tem nos prestado o pardo Sabino, nosso escravo, temos de comum acordo e de muita nossa livre e espontânea vontade, resolvido conferir ao mesmo, como conferimos, a sua liberdade, podendo conduzir-se como se de ventre livre fosse nascido: com a cláusula, porém, de continuar a servir-nos, ou a pessoa por qualquer de nós designada, ainda por espaço de cinco anos a partir desta data.
c) o debate sobre a abolição trouxe à tona as
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dar mais incentivos a imigração. A discussão dessa lei aprofundou as divergências entre os fazendeiros, principalmente os do oeste novo paulista, que aderiram integralmente a causa abolicionista. É claro que esses fazendeiros não dependiam da utilização da mão de obra escrava e defendiam um maior incentivo à imigração por parte do governo imperial.
(Registro de uma carta de liberdade conferida, em 1866, pelo Dr. Agostinho Marques Perdigão Malheiro e sua mulher ao pardo Sabino. Citado por CHALHOUB, Sidney. Visões da liberdade. São Paulo: Companhia das Letras, 1990. p.140.)
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Com relação à conjuntura histórica em que foi abolida a escravidão e com base nas informações contidas nesse trecho, é CORRETO afirmar que: a) a extinção da escravidão se deu de forma abrupta, sendo que as elites abolicionistas optaram por uma estratégia radical de enfrentamento com a Coroa, o que causou grandes traumas sociais; b) as soluções encontradas para o problema da escravidão não escaparam ao controle político da Igreja Católica, que acabou impondo aos fiéis da elite uma teoria particular do abolicionismo;
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3) (PUC) Na conjuntura do II Império Brasileiro, têm des-taque, no quadro da Proclamação da República: I) Interferência Inglesa na Política Imperial; II) Abolição da Escravatura; III) Questão Militar; IV) Questão Religiosa; V) Pressão do Setor Industrial Urbano. Estão corretas: a) apenas I e IV b) apenas I e III c) apenas II, III e IV d) apenas III, IV e V e) apenas I, III e V 4) (ENEM) Torna-se claro que quem descobriu a África no Brasil, muito antes dos europeus, foram os próprios africanos trazidos como escravos. E esta descoberta não se restringia apenas ao reino linguístico, estendia-se também a outras áreas culturais, inclusive à da religião. Há razões para pensar que os africanos, quando misturados e transportados ao Brasil, não demoraram em perceber a existência entre si de elos culturais mais profundos. (SLENES, R. Malungu, ngoma vem! África coberta e descoberta do Brasil. Revista USP, no 12, dez./jan./fev. 1991-92 [adaptado].)
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gente, pois os homens, escassos, viajavam com moderação; existia o morro do Castelo, e Rio Branco não era uma avenida — era um barão, filho de visconde. O visconde tinha sido ministro e o barão foi ministro depois. Se eles não se chamassem Rio Branco, a avenida teria outro nome. (RAMOS, Graciliano. Pequena História da República, Apud: NEVES, Margarida de Souza, HEIZER, Alda. A Ordem é o Progresso, São Paulo, Atual, 1992, p. 3)
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Com base no texto, ao favorecer o contato de indivíduos de diferentes partes da África, a experiência da escravidão no Brasil tornou possível a: a) formação de uma identidade cultural afro-brasileira. b) superação de aspectos culturais africanos por antigas tradições europeias. c) reprodução de conflitos entre grupos étnicos africanos. d) manutenção das características culturais específicas de cada etnia. e) resistência à incorporação de elementos culturais indígenas.
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As últimas décadas do século XIX foram marcadas para a História do Brasil por duas crises: a crise do escravismo e a crise monárquica, que estão interligadas, e, ao mesmo tempo, possuem suas particularidades. Antes de analisar os projetos Republicanos e a Proclamação da República, vamos ver como estava a cidade do Rio de Janeiro, capital do Império, neste final de século, desdobrando, então, na duas crises que levaram à introdução do regime republicano em nosso país. A cidade do Rio de Janeiro, desde a chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil (1808), foi ganhando importância política e econômica, pois na prática, se tornava a sede do Império Português. A cidade passou por algumas transformações com a instalação de órgãos públicos, como tribunais, ministérios, a Casa da Moeda e a criação do Banco do Brasil; também foram criados o Jardim Botânico, a Biblioteca Real, entre outras obras. A cidade tropical ganhava ares europeus. Veja o que conta o cronista Luís Edmundo sobre o vestuário da moda e sua relação com o nosso clima tropical no século XIX: Os homens usavam sobrecasaca, fraque e veston, às vezes de transpasse, cortados em tecidos importados diretamente da Inglaterra; panos em demasia, espessos, pura lã de carneiro da Austrália, nada de acordo com as exigências naturais de um clima quente como o nosso.
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a) De acordo com esse diplomata, que interesses teria a Inglaterra em acabar com o tráfico de escravos e com a escravidão? b) No Brasil, que outros motivos levaram à abolição da escravidão?
3) O Rio de Janeiro do século XIX
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Em 1889, o Brasil se diferenciava muito do que é hoje: não possuímos Cinelândia nem arranha-céus; os bondes eram puxados por burros e ninguém rodava em automóvel; o rádio não anunciava o encontro do Flamengo com o Vasco, porque nos faltavam rádio, Vasco e Flamengo; na Estrada de Ferro Central do Brasil morria pouca
(EDMUNDO, Luís. Um Livro de Memórias, Rio de Janeiro, Imprensa Nacional, 1958)
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5) (UNICAMP) As palavras a seguir foram ditas por um diplomata inglês, no século passado. Nossas colônias não têm mais escravos. Por que outras áreas tropicais haverão de ter? Estamos montando negócios na África. Por que continuar com o tráfico negreiro, que tira nossa mão de obra de lá? Além disso, nem a servidão nem a escravidão cabem mais no mundo de hoje. Viva o trabalho assalariado! E que os salários sejam gastos na compra das nossas mercadorias.
REPÚBLICA VELHA: QUAIS OS FATORES DA CRISE DO IMPÉRIO?
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bastante conservador, contou, inclusive, com o apoio de setores dissidentes do Partido Liberal e não conseguiu uma repercussão mais ampla. A palavra liberdade aparece em vários trechos do Manifesto. Porém, não existem referências à liberdade para os escravos. Muitos elementos da aristocracia rural defendiam a República e a autonomia para as Províncias — o Federalismo, mas defendiam a manutenção da escravidão. Outros setores — fazendeiros de café de São Paulo, camadas médias urbanas — defendiam a abolição e, como isso dividia o movimento republicano, esta questão passou ao largo do manifesto. Em 1873, na cidade de Itu, em São Paulo, foi criado o Partido Republicano Paulista, com o apoio de políticos, fazendeiros de café. Na década de 80, outras províncias — Pernambuco, Pará e Rio Grande do Sul — criaram movimentos em defesa da república. O crescimento do movimento republicano revelava também suas divergências. O grupo dos “evolucionistas”, mais moderados, liderados por Quintino Bocaiúva, defendia reformas progressivas que levassem a instituição do regime republicano. O grupo dos “revolucionários”, liderados por Silva Jardim e Lopes Trovão, defendia um movimento de ruptura do regime monárquico, implantação da República com a participação popular e mudanças estruturais no país.
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Mas, até a metade do século XIX, a cidade não possuía água encanada e nem rede de esgotos — a água era trazida pelos escravos para as casas de seus senhores nos aquedutos ou nas bicas. Somente no governo de D. Pedro II, a cidade ganhou água encanada, iluminação à gás e bondes que substituíram as carruagens. A presença e influência francesa nesse processo de transformações da cidade foi marcante desde a vinda da Côrte, quando o rei D. João VI promoveu a vinda da missão artística francesa para o Brasil, com destaque para o pintor Debret. Com os olhos voltados para a Europa, o Brasil e a cidade do Rio de Janeiro tinham o encantamento pela moda parisiense, como ilustrado a seguir.
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(SCHMIDT, Mario F. Nova história crítica do Brasil. São Paulo: Nova Geração, 1997, p.198. )
4) Os projetos Republicanos: “Somos da América e queremos ser americanos”
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É a voz de um partido que se alça hoje para falar ao país. (...) Como homens livres e essencialmente subordinados aos interesses da nossa pátria, não é nossa intenção convulsionar a sociedade em que vivemos. Nosso intuito é esclarecê-la.(...) As armas da discussão, os instrumentos pacíficos da liberdade, a revolução moral, os amplos meios do direito, postos ao serviço de uma convicção sincera, bastam, no nosso entender, para a vitória da nossa causa, que é a causa do progresso e da grandeza de nossa pátria. (...)
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(Manifesto Republicano de 1870. Apud: NEVES, Margarida de Souza; HEIZER, Alda. op. cit. p.49.)
O Manifesto Republicano de 1870 marcou o início da campanha republicana. Documento
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Silva Jardim acabaria indispondo-se com a cúpula do partido, dominado pelos evolucionistas, sendo alijado do poder quando a República foi proclamada. Morreu alguns anos depois, aliás, de forma, no mínimo, curiosa. Em viagem à Itália, acabou caindo no Vesúvio! Mau presságio para a República brasileira. (AQUINO, Rubim Santos Leal; AGOSTINO, Carlos Gilberto Werneck e outros. Sociedade Brasileira: Uma História Através dos Movimentos Sociais — Da Crise do escravismo ao Apogeu do Neoliberalismo, Rio de Janeiro, Record, 2000, p.66).
HISTÓRIA
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o Visconde de Ouro Preto, organizador da homenagem, deveria servir para marcar a solidez do Império e afastar as ideias republicanas. O baile, na realidade, parecia selar a sorte do velho e desatento regime. (ALENCAR, Chico; CARPI, Lúcia e RIBEIRO, Marcus Venicio. p. cit. p.218.)
O boato sobre as prisões de Deodoro da Fonseca e Benjamin Constant, provavelmente espalhados pelos republicanos, precipitou o movimento militar no dia 15 de novembro de 1889, que acabou com a monarquia e deu início ao período republicano. Um movimento sem participação do povo. Um movimento articulado pelos oficiais do Exército aliados às oligarquias cafeeiras de São Paulo. O texto a seguir demonstra o afastamento dos setores populares dessa nascente República, mais especificamente dos negros recém-libertos.
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As ideias republicanas começaram a penetrar no Exército, instituição que exigia maior participação nas decisões políticas do país, baseadas na filosofia positivista do filósofo francês Augusto Comte. Benjamin Constant divulgava essas ideias nas escolas de formação de oficiais baseando-se no lema “Ordem e Progresso” que ficará inscrito na bandeira do Brasil Republicano. Defendiam um regime republicano centralizado, onde a disciplina seria a base da organização social.
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Um governo sem apoio do exército, que trama a sua queda junto aos setores civis, criticado pela Igreja Católica, pela maior parte da elite agrária e pelos setores médios, urbanos e que, com a abolição da escravatura, perdeu o apoio da aristocracia escravocrata (Vale do Paraíba e do Nordeste) não poderia se manter por muito tempo no poder.
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No dia 9 de novembro de 1889, um acontecimento sem grande importância — um baile realizado na Ilha Fiscal, no Rio de Janeiro, em homenagem à oficialidade chilena do encouraçado almirante Cochrane — ficaria, no entanto, registrado na nossa história como “o último baile do Império”. Foram mais de 3.000 convidados para uma festa de luxo e extravagâncias que, segundo
(CHALOUB, Sidney. Medo Branco de Almas Negras: Escravos, Libertos e Republicanos na Cidade do Rio de Janeiro, Revista Brasileira de História no 16, 1988, p. 84 – 85.)
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(“D. Pedro II e a Monarquia desequilibrada”, de Ângelo Agostini, para a Revista Ilustrada de 21 de janeiro de 1882) Disponível em: http://www.editoradobrasil.com.br:81/blog-dagabi/wp-content/uploads/2015/03/PJBH9162.jpg. Acesso em outubro de 2016
Na década de 1880, a agitação nas ruas da Corte parecia um dado essencial no jogo de poder do Império. O que realmente incomodava (...) era o estímulo à agitação política dos libertos especificamente e, mais ainda, o fato de essa mobilização estar dirigida contra os republicanos. (...) Havia também uma certa frustração em admitir que, pelo menos em relação à população negra da Corte, a Coroa parecia bem-sucedida em canalizar para si os dividendos políticos do 13 de maio de 1888. (...) Esta popularidade explicaria de certa forma tanto alguns atos de manifesta hostilidade da administração republicana contra os setores mais pobres da população – perseguição a capoeiras e bicheiros, destruição de cortiços etc., logo nos primeiros anos da República – quanto a reação popular contra as ações governamentais aparentemente benéficas do governo republicano – como a luta contra a vacina obrigatória em 1904, por exemplo, sem dúvida o caso mais notório.
REPÚBLICA VELHA: QUAIS OS FATORES DA CRISE DO IMPÉRIO?
adentrava o porto, com sua carga humana. Essa cena portuária prenunciava o que esses turistas do século XIX veriam ao desembarcar, mas outros, desprevenidos, ficavam surpresos diante da natureza da população.
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Como crise do império pode cair no ENEM? HIS0204
A partir do texto, identifique a função econômica da cidade do Rio de Janeiro, no período entre 1830 e 1850, e diferencie, quanto ao modo de vida, as escravidões rural e urbana no Brasil, na mesma época.
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(CESGRANRIO) O conceito de crise utilizado para definir as duas últimas décadas da história do Império brasileiro está associado a uma multiplicidade de processos, dentre os quais destaca-se a:
(KARASH, Mary C. A vida dos escravos no Rio de Janeiro (180850). São Paulo: Companhia das Letras, 2000.)
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A crise monárquica que levou à implantação da República, no final do século XIX, deve ser analisada sobre diversos ângulos. Um dos caminhos a ser analisado diz respeito aos setores da sociedade e aos partidos e organizações republicanas.
a) insatisfação do Partido Conservador com as medidas liberalizantes, da monarquia sintetizadas nas leis abolicionistas; b) retração geral da economia do país provocada pela crise da escravidão;
c) crescente militarização do regime graças ao fortalecimento do Exército após a Guerra do Paraguai;
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d) grande incidência de movimentos sociais, incluindo desde a rebelião de escravos a greves de operários, todos adeptos da república; e) organização dos partidos e grupos republicanos representativos de setores sociais insatisfeitos com a monarquia.
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Gabarito: E
PRATICANDO
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6) (UERJ) A beleza natural da cidade do Rio de Janeiro fascinava os estrangeiros do século XIX que ali paravam em suas viagens pelo mundo. Enquanto seus navios ancoravam ao largo da baía de Guanabara, eles admiravam as casas caiadas de telhas vermelhas à sombra das montanhas recobertas pela floresta tropical. Uma nota destoante, no entanto, era a visão que os visitantes tinham de um navio negreiro que também
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7) (MACKENZIE) O movimento resultou da conjugação de três forças: uma parcela do exército, fazendeiros do oeste paulista e representantes das classes médias urbanas. (Emilia Viotti)
Momentaneamente unidas segundo a autora, conservaram profundas divergências na organização do novo regime. Identifique o fato histórico mencionado pelo texto: a) Abdicação do imperador Pedro I; b) Proclamação da República; c) Ato Adicional de 1834; d) Organização do Gabinete de Conciliação; e) Introdução do Parlamentarismo como sistema político. 8) Uma parcela dos republicanos brasileiros, no final do século XIX, era influenciada pela filosofia de Auguste Comte. Esses REPUBLICANOS POSITIVISTAS: a) difundiam o lema do Positivismo, “Somos da América e queremos ser americanos”, contribuindo para integrar o país no universo republicano; b) baseavam-se na ideologia do Positivismo, que pregava uma aliança das camadas populares com os intelectuais, sob a inspiração da fé cristã;
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(...) Nada se mudaria. O regime sim, era possível, mas também se muda de roupa sem trocar de pele. (...) No sábado, ou quando muito na segunda-feira, tudo voltaria ao que era na véspera, menos a Constituição.
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Federalismo, separação entre Igreja e Estado, entre outras leis foram incluídas na Carta de 1891. Vamos fazer esta análise?
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c) encaravam positivamente a aliança entre o Estado e a Igreja, uma vez que esta ajudaria a evitar as convulsões sociais que as elites tanto temiam; d) defendiam que a Monarquia seria superada pelo “estágio positivo da história da humanidade”, representado, de modo especial, pela República.
(ASSIS, Machado de. Esaú e Jacó, In: Obras Completas, Rio de Janeiro, Aguilar, 1971.)
Por ora, o governo é puramente militar e deverá ser assim. O fato foi deles, deles só, porque a colaboração do elemento civil foi quase nula. O povo assistiu àquilo bestializado, atônito, surpreso, sem conhecer o que significava. Muitos acreditaram sinceramente estar vendo uma parada.
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9) (UERJ) (...) A imprensa de todo o Império revela que o espírito público vai-se esclarecendo, e que os brasileiros em sua maioria já se vão convencendo que da monarquia não podem esperar a salvação do país. Venha pois a República e quanto antes. Venha a República sem revolução armada, sem derramamento de sangue de irmãos, venha ela do triunfo das ideias democráticas da maioria do país, e da profunda convicção de que a monarquia é incapaz de salvar o país.
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As décadas de 1870 e 1880 assistiram a um afastamento do Estado Imperial em relação às suas bases de sustentação e forma marcadas pelo crescimento do ideal republicano. Contudo, a República esperada não tinha o mesmo significado para todos os republicanos. a) Cite um dos segmentos sociais que serviu de sustentação à monarquia brasileira e explique o motivo do afastamento desse segmento em relação à sorte do Império. b) Enumere duas características da República idealizada pela elite agrário-exportadora.
5) República da Espada
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5.1) O Governo Provisório (1889-91) Entre 1889 e 1891, o Governo Provisório, chefiado pelo Marechal Deodoro da Fonseca, conseguiu fazer um grande estrago na economia brasileira. Em tão pouco tempo? Pois é...Mas tivemos também a promulgação de nossa primeira Constituição republicana.
(LOBO, Aristides. Apud: CARONE, Edgard – A Primeira República, São Paulo, DIFEL, 1969.)
Em 1889, ocorreu uma modificação política
bastante conhecida: com um golpe, derrubou-se o Império e instituiu-se a República no Brasil. No primeiro texto, o Conselheiro Aires, personagem do romance Esaú e Jacó, afirma que este fato em nada mudaria a sociedade brasileira e no segundo texto o republicano histórico Aristides Lobo nos coloca a caracterização desse novo regime político que nasceu sem participação popular e que ficará nas mãos dos militares. Ambos tiveram razão. Fruto da articulação de setores agrários com o Exército, o golpe republicano não significou uma revolução nas estruturas do país, que continuou, basicamente, dependendo da atividade cafeeira. Pode-se afirmar também que a República é o resultado de um acordo entre a classe média, através do Exército, e a classe até então dominante, dos cafeicultores. Mas, o povo...
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(Adaptado do Jornal A República - propriedade do Club Republicano de São Paulo. 8 de dezembro de 1870, no 3, ano I.)
REPÚBLICA VELHA: QUAIS OS FATORES DA CRISE DO IMPÉRIO?
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1892 atingiu 561.000. Segundo Machado de Assis, nasciam “cascatas de ideias, de invenções, de concessões...para se fazerem contos de réis”. (ALENCAR, Chico; CARPI, Lúcia e RIBEIRO, Marcus Venicio. op. cit. p.233.)
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Rui Barbosa
Embora tenha promovido inicialmente o desenvolvimento de alguns negócios e o crescimento do número de empresas industriais, a política emissionista e de crédito empreendida por Rui Barbosa resultou numa crise inflacionária e de especulação na Bolsa de Valores que ficou conhecida como Encilhamento — este nome foi dado pelo barulho feito na Bolsa de Valores que era comparado ao das corridas de cavalo no Jóquei próximo à largada dos cavalos. As consequências dessa política: especulação, inflação, aumento do custo de vida, desvalorização da moeda, falência de empresas, milhares de pessoas arruinadas. A Assembleia Nacional Constituinte eleita para fazer a Constituição republicana teve o domínio político dos setores agrários, deixando os setores positivistas em minoria. Com isso, a nova Constituição é promulgada em 1891 a imagem e semelhança das oligarquias dos Estados. Podemos apontar suas principais características: o Brasil passou a ser uma República Federativa, composta por Estados que gozam da mais ampla autonomia — o Federalismo; a existência de três poderes: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário; a aprovação das eleições diretas para todos os cargos, (mas o voto não era secreto e os analfabetos eram proibidos de votar); e a separação da Igreja com o Estado.
(Disponível em: http://www.institutopinheiro.org.br/wpcontent/uploads/2015/05/Monumento-Rui-Barbosa-Casa-RuiBarbosa-2.jpg. Acesso em outubro de 2016)
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Com a vitória do golpe republicano, foi formado um Governo Provisório chefiado pelo marechal Deodoro da Fonseca, líder do movimento de 15 de novembro. As primeiras medidas tomadas foram: dissolução das Câmaras, a extinção do Conselho de Estado e do Senado Vitalício, a nomeação de interventores nos Estados, o banimento da Família Real, a separação entre Igreja e Estado, a instituição do casamento civil e a grande naturalização. Tivemos também a criação da bandeira republicana com o lema “Ordem e Progresso”, o lema positivista que influenciou boa parte do movimento republicano. Rui Barbosa é nomeado Ministro da Fazenda e vai colocar em prática uma reforma financeira, conhecida como a Política do Encilhamento, cujo objetivo principal era industrializar o país aumentando a oferta de créditos para o setor. Para isso, foi necessário aumentar o capital em circulação através de uma política de emissão de dinheiro.
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O aumento do meio circulante provocou uma reativação dos negócios, mas como a produção interna não se elevou no mesmo nível – os capitais eram empregados com objetivos mais especulativos do que produtivos – a inflação continuou. A facilidade de créditos levou, por outro lado, a uma desenfreada especulação com os papéis e ações das novas empresas (...). Muitas firmas só existiam no papel! O meio circulante, que em 1889 era de 206.000 contos de réis, em
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A Constituição de 1891 consagrou o princípio federativo, permitindo a descentralização administrativa, estabelecendo as prerrogativas dos Estados e resguardando a autonomia municipal, cabendo, entretanto, regular esta última matéria por lei especial: a Lei Orgânica dos Municípios. Todavia, a plenitude do princípio federativo não foi exercida na prática, devido à política das
HISTÓRIA
Observação
Peixoto. Porém, esta eleição não foi tranquila:
Marechal Deodoro
(Disponível em: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/ commons/thumb/5/5e/Deodoro_da_Fonseca_(1889). jpg/245px-Deodoro_da_Fonseca_(1889).jpg. Acesso em outubro de 2016)
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As oligarquias apoiaram o presidente do Congresso Constituinte, o paulista Prudente de Morais, e o marechal Floriano Peixoto, candidato a Vice. Rumores sobre a intervenção dos militares para impor o nome de Deodoro garantiram a vitória deste. Em compensação, seu vice, o almirante Wandenkolk, perdeu para Floriano por uma diferença de 96 votos. A vitória de Deodoro foi apertada: 32 votos a mais que Prudente de Morais.
da Fonseca e, para vice, outro militar, Floriano
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(JANOTTI, Maria de Lourdes M. O Coronelismo: Uma Política de Compromissos. São Paulo: Brasiliense, 1981.)
sidente, saindo vencedor o marechal Deodoro
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oligarquias, que dele se utilizavam de acordo com os seus interesses. A intervenção federal nos Estados foi uma constante na história republicana, mais comum nos momentos eleitorais em que se decidia a distribuição do poder entre os grupos oligárquicos.(...) Em geral, os municípios ficaram com rendas ínfimas e, portanto, com pouca autonomia.
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(ALENCAR, Chico; CARPI, Lúcia e RIBEIRO,Marcus Venicio. op. cit. p.235.)
As eleições eram prenúncio de uma séria crise político-institucional, na medida em que Deodoro enfrentou uma forte oposição do Congresso e tentou dissolver o Legislativo e mandou prender os líderes da oposição. Houve resistência entre civis e militares a essa tentativa de golpe: os trabalhadores da Central do Brasil organizaram uma greve e o almirante Custódio de Melo, assumindo o comando da armada ancorada no Rio de Janeiro, ameaçou bombardear a cidade caso Deodoro não renunciasse (Primeira Revolta da Armada). O marechal, isolado, sem apoio político, acabou renunciando em novembro de 1891 e o poder foi entregue ao seu vice, o marechal Floriano Peixoto, que nas eleições teve o apoio das oligarquias agrárias.
(Disponível em: http://2.bp.blogspot.com/-OpqltThqPe4/ T28zq87FkQI/AAAAAAAAAKU/4Mfxkc1rdhY/s1600/untitled.png. Acesso em outubro de 2016)
com suas disposições transitórias, procedeu-se à eleição, pelo Congresso, do primeiro pre-
Marechal Floriano (Disponível em: http://www.historiabrasileira.com/ files/2010/02/floriano-peixoto.jpg. Acesso em outubro de 2016)
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Promulgada a Constituição, e de acordo
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dois navios de sua bandeira — também rendeu-lhe mais popularidade. Não à toa, foi chamado de Consolidador da República e Marechal de Ferro (...) As oligarquias lançaram novamente a candidatura de Prudente de Morais (...) já mais organizadas em partidos estaduais, que controlavam os votos da maioria dos eleitores, sobretudo no campo.(...) Os militares aceitaram a legalidade, mas com ressentimento: quando o “casaca” Prudente de Morais chegou ao Palácio do Itamarati, no Rio de Janeiro, para tomar posse, havia apenas um representante do governo anterior para recebê-lo. E secamente.
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E com esse apoio ao seu governo, Floriano (1891-94) consolidou o regime republicano, apesar de ter enfrentado duas grandes revoltas. A Segunda Revolta da Armada (setembro de 1893 — março de 1894), liderada pelos almirantes Custódio de Melo e Saldanha da Gama, alegavam que o Marechal Floriano ocupava ilegalmente a Presidência — Deodoro ficou no governo somente nove meses e nesse caso, segundo a Constituição, deveriam ter ocorrido novas eleições — e exigiam a sua renúncia. Temos que considerar também que boa parte da Marinha era monarquista e não via com bons olhos o predomínio do Exército nesse governo. Apesar de ainda terem tentado uma articulação com os federalistas no Sul do Brasil, o movimento foi derrotado após vários combates.
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(ALENCAR, Chico; CARPI, Lúcia e RIBEIRO, Marcus Venicio. op. cit. p. 236.)
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O outro movimento foi a Revolução Federalista (1891–94) no Sul do Brasil. Uma guerra civil colocando de um lado o Partido Republicano Gaúcho, liderado pelo governador Júlio de Castilhos e base de apoio do Presidente Floriano Peixoto. Do outro, o Partido Federalista, liderado por Silveira Martins, contrário a excessiva centralização política no Estado do Rio Grande do Sul. Com a ajuda do governo federal, os castilhistas derrotaram os federalistas com um saldo de 12.000 mortos. Floriano consolidava, então, o regime republicano, mas não sem traumas:
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(...) Acusando seus adversários de restauradores, adeptos da Monarquia, Floriano conseguiu o apoio do Exército, do Senado e dos governos estaduais. Além disso, foi favorecido também pela exaltação jacobinista (radical) da população carioca, entusiasmada com as atitudes do presidente em relação aos franceses e ingleses que ameaçaram desembarcar tropas “para proteger seus súditos” (Floriano teria declarado que as receberia a bala!). A ruptura das relações diplomáticas com Portugal — que asilou os marinheiros e oficiais participantes da Revolta da Armada em
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As oligarquias, com a posse de Prudente, chegavam ao poder, dando início ao período denominado de Oligárquica.
PRATICANDO
10) (ENEM) I) Para consolidar-se como governo, a República precisava eliminar as arestas, conciliar-se com o passado monarquista, incorporar distintas vertentes do republicanismo. Tiradentes não deveria ser visto como herói republicano radical, mas sim como herói cívico religioso, como mártir, integrador, portador da imagem do povo inteiro. (CARVALHO, J. M. C. A formação das almas: O imaginário da República no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.)
II) Ei-lo, o gigante da praça, / O Cristo da multidão! É Tiradentes quem passa / Deixem passar o Titão. (ALVES, C. Gonzaga ou a revolução de Minas. In: CARVALHO. J. M. C. A formação das almas: O imaginário da República no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.)
A 1a República brasileira, nos seus primórdios, precisava constituir uma figura heroica
HISTÓRIA
simbolicamente o novo regime. Optando pela figura de Tiradentes, deixou de lado figuras como Frei Caneca ou Bento Gonçalves. A transformação do inconfidente em herói nacional evidencia que o esforço de construção de um simbolismo por parte da República estava relacionado:
(ALBUQUERQUE. W. O jogo da dissimulação:Abolição e cidadania negra no Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 2009 [adaptado].)
Texto II
Nos anos imediatamente anteriores à Abolição, a população livre do Rio de Janeiro se tornou mais numerosa e diversificada. Os escravos, bem menos numerosos que antes, e com os africanos mais aculturados, certamente não se distinguiam muito facilmente dos libertos e dos pretos e pardos livres habitantes da cidade. Também já não é razoável presumir que uma pessoa de cor seja provavelmente cativa, pois os negros libertos e livres poderiam ser encontrados em toda parte.
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a) ao caráter nacionalista e republicano da In-
não pode ser mensurada apenas em termos numéricos. O impacto que a extinção da escravidão causou numa sociedade constituída a partir da legitimidade da propriedade sobre a pessoa não cabe em cifras.
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capaz de congregar diferenças e sustentar
confidência, evidenciado nas ideias e na atuação de Tiradentes;
b) à identificação da Conjuração Mineira como
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o movimento precursor do positivismo brasic) ao fato de a proclamação da República ter
sido um movimento de poucas raízes populares, que precisava de legitimação;
d) à semelhança física entre Tiradentes e Je-
sus, que proporcionaria, a um povo católico como o brasileiro, uma fácil identificação;
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e) ao fato de Frei Caneca e Bento Gonçalves terem liderado movimentos separatistas no Nordeste e no Sul do país.
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11) (UNICAMP) O Brasil não tem povo, tem público.
(Lima Barreto)
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Esta frase sintetiza, ironicamente, para o autor, a relação entre o Estado republicano e a sociedade brasileira. O que Lima Barreto quis dizer com essa afirmação?
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12) (ENEM)
Texto I
Em todo o país a lei de 13 de maio de 1888 libertou poucos negros em relação à população de cor. A maioria já havia conquistado a alforria antes de 1888, por meio de estratégias possíveis. No entanto, a importância histórica da lei de 1888
(CHALHOUB, S. Visões da liberdade:uma história das últimas décadas da escravidão na Corte. São Paulo: Cia. das Letras, 1990 [adaptado].)
Sobre o fim da escravidão no Brasil, o elemento no Texto I que complementa os argumentos apresentados no Texto II é o(a): a) variedade das estratégias de resistência dos cativos; b) controle jurídico exercido pelos proprietários; c) inovação social representada pela lei; d) ineficácia prática da libertação; e) significado político da Abolição. 13) A Proclamação da República é um episódio da modernização à brasileira. Nas décadas finais do Império, o vocábulo república expandiu seu campo semântico, incorporando as ideias de liberdade, progresso, ciência, democracia, termos que apontavam, todos, para um futuro desejado. (MELLO, Maria Tereza Chaves. A modernidade Republicana. In: http://www.scielo.br/pdf/tem/v13n26/a02v1326.pdf. [Adaptado])
O texto demonstra que, no final do Segundo Império, os ideais republicanos já estavam bastante difundidos no Brasil. Os adeptos do republicanismo, nesse período, tinham como principal pensamento a:
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leiro;
REPÚBLICA VELHA: QUAIS OS FATORES DA CRISE DO IMPÉRIO?
15) (ENEM) Em 1881, a Câmara dos Deputados aprovou uma reforma na lei eleitoral brasileira, a fim de introduzir o voto direto. A grande novidade, porém, ficou por conta da exigência de que os eleitores soubessem ler e escrever. As consequências logo se refletiram nas estatísticas. Em 1872, havia mais de 1 milhão de votantes, já em 1886, pouco mais de 100 mil cidadãos participaram das eleições parlamentares. Houve um corte de quase 90 por cento do eleitorado.
14) (ENEM) O artigo 402 do Código penal Brasileiro de 1890 dizia:
Nas últimas décadas do século XIX, o Império do Brasil passou por transformações como as descritas, que representaram a: a) ascensão dos “homens bons”; b) restrição dos direitos políticos; c) superação dos currais eleitorais; d) afirmação do eleitorado monarquista; e) ampliação da representação popular.
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a) defesa do federalismo, buscando maior autonomia para as províncias; b) luta pela continuidade da concentração política, mesmo sem a figura do imperador; c) organização de uma República centralizadora, sendo o Estado de São Paulo a sede político-administrativa; d) implantação de um regime militar em que os grandes nomes da guerra da Tríplice Fronteira tomassem a direção nacional; e) construção de um parlamentarismo em que o primeiro-ministro seria o responsável pela manutenção da unidade nacional.
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(CARVALHO, J. M. Cidadania no Brasil: o longo caminho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006 [adaptado].)
Fazer nas ruas e praças públicas exercícios de agilidade e destreza corporal, conhecidos pela denominação de capoeiragem: andar em correrias, com armas ou instrumentos capazes de produzir uma lesão corporal, provocando tumulto ou desordens. Pena: Prisão de dois a seis meses.
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(SOARES, C. E. L. A Negregada instituição: os capoeiras no Rio de Janeiro: 1850-1890. Rio de Janeiro: SecretariaMunicipal de Cultura, 1994 [adaptado].)
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O artigo do primeiro Código Penal Republicano naturaliza medidas socialmente excludentes. Nesse contexto, tal regulamento expressava: a) a manutenção de parte da legislação do Império com vistas ao controle da criminalidade urbana; b) a defesa do retorno do cativeiro e escravidão pelos primeiros governos do período republicano; c) o caráter disciplinador de uma sociedade industrializada, desejosa de um equilíbrio entre progresso e civilização; d) a criminalização de práticas culturais e a persistência de valores que vinculavam certos grupos ao passado de escravidão; e) o poder do regime escravista, que mantinha os negros como categoria social inferior, discriminada e segregada.
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16) (UECE) A Proclamação da República Brasileira inaugurou uma nova ordem política no País. No que diz respeito à organização político-administrativa nos primeiros anos dessa jovem república, assinale a afirmação FALSA. a) O centralismo, presente no período imperial, foi substituído pelo federalismo, porém os estados não foram dotados de autonomia financeira, administrativa ou política. b) Os dois primeiros governos corresponderam à chamada República da Espada, sob a hegemonia de militares ligados ao exército. c) As transações políticas, na primeira república, não envolveram somente o Partido Republicano em âmbito nacional; também envolveram vários partidos de expressão regional ou estadual. d) O poder político passou a ser controlado pelas oligarquias rurais, embora tal fato não tenha ocorrido de imediato após a Proclamação da República.
HISTÓRIA
Além do fortalecimento político do Exército brasileiro após a Guerra do Paraguai, outro ponto importante é ressaltar a influência do Positivismo na formação destas lideranças.
(PUC) Pode-se considerar o Exército como força política influente no movimento Republicano porque:
17) (UERJ) Em 1988, quando se comemorou o centenário da Lei Áurea, comentava-se em muitas cidades do Brasil, de forma irônica, que existiria uma cláusula no texto dessa lei que revogaria a liberdade dos negros depois de cem anos de vigência. O surgimento de tais comentários está relacionado à seguinte característica social: a) surgimento do apartheid; b) permanência do racismo; c) formação da sociedade de classe; d) decadência do sistema de estamentos.
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a) seus integrantes, tendo origens predominantemente na classe média, o indispunham à vigência de um Estado monárquico identificado com as camadas populares da sociedade;
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APROFUNDANDO
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Como exército e movimento republicano pode cair no ENEM?
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c) o declínio do prestígio dos militares após a Guerra do Paraguai, tornava seus oficiais críticos inexpressivos dos privilégios concedidos à Guarda Nacional; d) seus oficiais mostraram-se descontentes com a recusa do Imperador em incorporá-los ao processo de repressão organizada contra a rebeldia negra;
Gabarito: E
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e) a influência do Positivismo entre os jovens oficiais imprimiu o ideal de uma República militar como base do progresso nacional, em oposição ao governo corrupto dos “casacas”.
rializada pela Lei Áurea, em 1888, sancionou uma situação inevitável e já existente, como se observa no(a): a) caráter de revolução social resultante da fusão do abolicionismo com os movimentos de resistência negra; b) retomada da expansão cafeeira no vale do Paraíba, aproveitando os resultados da imigração; c) substituição, cada vez mais intensa, dos escravos por trabalhadores livres nas novas áreas de expansão cafeeira, como o oeste paulista; d) abolição da escravidão nas principais Províncias do Império, antes da Lei Áurea; e) pressão diplomática da Grã-Bretanha sobre o Governo do Império, acelerando a publicação da Lei Áurea. 19) (PUC) A luta pela abolição da escravidão no Brasil: a) contou exclusivamente com a participação de negros, que alcançaram seu objetivo após várias revoltas e organização de quilombos; b) resultou do fracasso do emprego de mão de obra escrava na produção açucareira e cafeeira, que só obtiveram sucesso com a presença de imigrantes;
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b) seus oficiais, quase todos pertencentes à Maçonaria solidarizaram-se com os bispos envolvidos na chamada Questão Religiosa, agudizando a crise política deflagrada contra o Imperador;
18) (UNIRIO) A abolição da escravidão mate-
REPÚBLICA VELHA: QUAIS OS FATORES DA CRISE DO IMPÉRIO?
20) (FUVEST) Sobre a condição dos escravos
no Brasil monárquico, é possível afirmar que eles: b) eram impedidos de constituir família;
c) sofreram a destruição completa de sua cultura;
d) concentravam-se no campo, não trabalhando nas cidades;
e) não tinham possibilidades legais de conseguir alforria.
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21) (FUVEST) Naquela época não tinha maquinaria, meu pai trabalhava na enxada. Meu pai era de Módena, minha mãe era de Capri e ficaram muito tempo na roça. Depois a família veio morar nessa travessa da avenida Paulista; agora está tudo mudado, já não entendo nada dessas ruas.
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Esse trecho de um depoimento de um descendente de imigrante, transcrito na obra Memória e Sociedade, de Ecléa Bosi, constitui um documento importante para a análise: a) do processo de crescimento urbano paulista no início do século atual, que desencadeou crises constantes entre fazendeiros de café e industriais;
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22) (ENEM) Viam-se de cima as casas acavaladas umas pelas outras, formando ruas, contornando praças. As chaminés principiavam a fumar, deslizavam as carrocinhas multicores dos padeiros; as vacas de leite caminhavam como seu passo vagaroso, parando à porta dos fregueses, tilintando o chocalho; os quiosques vendiam café a homens de jaqueta e chapéu desabado; cruzavam-se na rua os libertinos retardios com os operários que se levantavam para a obrigação; ouvia-se o ruído estalado dos carros de água, o rodar monótono dos bondes.
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a) foram protagonistas de diversas rebeliões;
c) da imigração italiana, caracterizada pela contratação de mão de obra estrangeira para a lavoura cafeeira, e do posterior processo de migração e de crescimento urbano de São Paulo; d) do percurso migratório italiano promovido pelos governos italiano e paulista, que organizavam a transferência de trabalhadores rurais para o setor manufatureiro; e) da crise na produção cafeeira da primeira década do século XX, que forçou os fazendeiros paulistas a desem-pregar milhares de imigrantes italianos, acelerando o processo de industrialização.
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c) aconteceu simultaneamente à independência política brasileira, à semelhança do que ocorreu na América de colonização espanhola; d) antecedeu a luta pela abolição da escravidão nos Estados Unidos, o que só ocorreu no início da Guerra de Secessão Americana; e) ocorreu de forma gradual, dado o interesse crescente de vários setores da sociedade, inclusive alguns fazendeiros, no fim do trabalho escravo.
(AZEVEDO, Aluísio de. Casa de Pensão. São Paulo: Martins, 1973)
O trecho, retirado de romance escrito em 1884, des-creve o cotidiano de uma cidade, no seguinte contexto: a) a convivência entre elementos de uma economia agrária e os de uma economia industrial indicam o início da industrialização no Brasil no século XIX; b) desde o século XVIII, a principal atividade
b) da imigração europeia para o Brasil, organi-
da economia brasileira era industrial, como se
zada pelos fazendeiros de café nas primeiras
observa no cotidiano descrito;
décadas do século XX, baseada em contratos
c) apesar de a industrialização ter-se iniciado
de trabalho conhecidos como “sistema de par-
no século XIX, ela continuou a ser uma ativida-
ceria”;
de pouco desenvolvida no Brasil;
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HISTÓRIA
23) O crescimento do movimento republicano, em fins do século XIX, foi favorecido:
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a) pela unidade dos líderes republicanos, que defendiam a tomada do poder através da revolução; b) pela colaboração da Guarda Negra, que protegia os comícios republicanos; c) pelo aparecimento de novos segmentos sociais adeptos a ideias como o positivismo e federalismo e pela insatisfação de áreas economicamente ativas, com menor expressão política;
c) A perda de prestígio do governo imperial junto ao clero, após a questão religiosa; d) A oposição de grupos médios urbanos e fazendeiros do oeste paulista, defensores de maior autonomia administrativa; e) O alto grau de consciência e participação das massas urbanas em todo o processo da proclamação da República.
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d) apesar da industrialização, muitos operários levantavam cedo, porque iam diariamente para o campo desenvolver atividades rurais; e) a vida urbana, caracterizada pelo cotidiano apresentado no texto, ignora a industrialização existente na época.
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26) (UNICAMP) No final do século XIX monarquistas e republicanos disputavam sobre a criação de datas e personagens significativos que simbolizassem o “nascimento da nação”. Para os monarquistas, o Brasil-nação nascia com o “grito” de D. Pedro I. Para os republicanos, Tiradentes executado pela monarquia portuguesa era o verdadeiro herói nacional.
migos de longa data do regime monárquico;
e) pela derrota brasileira na Guerra do Para-
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guai, em virtude da queda do gabinete liberal de Zacarias de Góis.
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24) No Brasil, o Movimento Republicano se fortaleceu a partir de 1870 e culminou com o fim do período monárquico. Inspiravam o ideário desse Movimento: a) Liberalismo, coronelismo e soberania nacional; b) Anarquismo, militarismo e abolição da escravatura; c) Positivismo, federalismo e separação entre Igreja e Estado; d) Iluminismo, reformismo e centralização política.
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25) Sobre o contexto histórico responsável pela proclamação da República NÃO se inclui: a) A insatisfação dos setores escravocratas com o governo monárquico após a Lei Áurea; b) A ascensão do exército após a Guerra do Paraguai, passando a exigir um papel na vida política do país;
a) Explique os motivos da divergência entre monarquistas e republicanos apontada no texto anterior. b) Por que, a partir da República, a imagem esquartejada de Tiradentes é abandonada e substituída por sua imagem viva e de corpo inteiro. 27) (UNICAMP) Quando, na madrugada de 15 de novembro de 1889, uma revolta militar depôs Pedro II, ninguém veio em socorro do velho e doente imperador. A espada do Marechal Deodoro da Fonseca abria as portas da República para que por ela passassem os republicanos carregando um novo rei: o café de São Paulo. (Adaptado de MATTOS, I. R. História do Brasil Império)
a) De que maneira se explica o isolamento político de Pedro II? b) Por que o texto afirma que, na República recém-proclamada, o café se tornava um “novo rei”?
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d) pelo apoio maciço dos velhos militares, ini-
(Adaptado da série Registros, no 15, DPH, 1992)
REPÚBLICA VELHA: QUAIS OS FATORES DA CRISE DO IMPÉRIO?
para a história da grande data de 15 de novembro consiste, a nosso ver, no aspecto inalterável da rua do Ouvidor, nos dias 15, 16 e 17, onde, a não ser a passagem das forças e a maior animação das pessoas, dir-se-ia nada ter acontecido. Tão preparado estava o nosso país para a República, tão geral foi o consenso do povo a essa re-
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forma, tão unânimes as adesões que ela obteve,
29) (UERJ)
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28) (UERJ) Um dos documentos mais curiosos
que a rua do Ouvidor, onde toda a nossa vida,
todas as nossas perturbações se refletem com
intensidade, não perdeu absolutamente o seu
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caráter de ponto de reunião da moda.
(Adaptado de THOME, J. Crônica do chic. 1889. Apud PRIORE, M. D. et alli. Documentos de História do Brasil de Cabral aos anos 90. São Paulo: Scipione, 1997.)
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Em frase que se tornou famosa, Aristides Lobo, o propagandista da República, manifestou seu desapontamento com a maneira pela qual foi proclamado o novo regime. Segundo ele, o povo, que pelo ideário republicano deveria ter sido protagonista dos acontecimentos, assistira a tudo bestializado, sem compreender o que se passava, julgando ver uma parada militar.
(CARVALHO, J.M. Os bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi. São Paulo: Companhia das Letras, 1987.)
“Glória à pátria!”, dizia a Revista Ilustrada, um dia após a proclamação da República no Brasil, numa comemoração que representava o desejo de mudanças que trouxessem ampliação dos direitos políticos e da cidadania. (Apud FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1995.)
No que se refere ao exercício dos direitos
Nos textos apresentados, encontram-se
políticos, a primeira Constituição republicana,
as opiniões de dois observadores do fim do
de 1891, tem como uma de suas características:
século XIX — José Thome e Aristides Lobo a
a) o direito de cidadania às mulheres, pela in-
respeito da Proclamação da República.
trodução do voto feminino; b) a exclusão das camadas populares, com a instituição de sistema eleitoral direto; c) o aumento do colégio eleitoral, pela atribuição do direito de voto aos analfabetos; d) a possibilidade do controle dos eleitores pelos proprietários rurais, através do voto aberto.
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A divergência entre as posições dos autores
sobre o evento refere-se ao seguinte aspecto: a) ideário republicano; b) reação da população;
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c) caráter elitista do movimento; d) caracterização política do regime.
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(Proclamação da República no Brasil Glória à Pátria! Honra aos Heróis do dia 15 de novembro de 1889 [Homenagem da Revista Ilustrada])
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30) (FGV) Apesar da profunda rivalidade existente entre os grupos no interior do Exército no início da República, eles se aproximavam em um ponto fundamental:
HISTÓRIA
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IV) a alta generalizada do custo de vida, ocasionada pelo Encilhamento e agravada pelo Saneamento Financeiro, o qual, ao aplicar uma política de variação cambial em função das flutuações do preço do café, contribuiu ainda mais para a desvalorização monetária e a permanência da inflação. Assinale a alternativa: a) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas; b) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas; c) se somente as afirmativas II e IV estiverem corretas; d) se somente as afirmativas III e IV estiverem corretas; e) se todas as afirmativas estão corretas.
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a) expressavam os interesses de uma classe social, defendendo uma República liberal com o Poder Executivo descentralizado; b) expressavam a opinião segundo a qual o Império deveria ser preservado, devendo entretanto sofrer algumas reformas levemente descentralizadoras; c) não expressavam os interesses de todo um segmento social, pregando o estabelecimento de uma forma de Poder Executivo descentralizado e adaptado às peculiaridades regionais; d) expressavam os interesses de algumas oligarquias do Império, defensoras da autonomia das províncias; e) não expressavam os interesses de uma classe social, posicionando-se como adversários do liberalismo e defendendo a República, dotada de um Poder Executivo forte.
32) (PUC) Tudo se torceu, tudo se falseou, tudo se confundiu. De um sistema cheio de correspondências complexas e sutis, onde não se podia tocar em qualquer parte, sem modificar a ação das outras, fizeram um atarrancado de ferros velhos, digno de figurar numa exposição industrial de doidos. (BARBOSA, Rui. Finanças e Política)
Com esse desabafo, o Ministro da Fazenda do Governo Provisório da República tenta justificar, perante a opinião pública, o fracasso de sua política financeira. São efeitos imediatos dessa política, EXCETO: a) a inflação desenfreada, falência de inúmeras empresas e desvalorização da moeda nacional em relação à libra esterlina; b) a substituição dos capitais ingleses por norte-americanos para restaurar e equilibrar o combalido sistema financeiro brasileiro; c) a alta geral do custo de vida, instabilidade financeira e profundo desequilíbrio nas contas externas do país; d) a enorme especulação gerada pelo surgimento de empresas-fantasma, cujo objetivo era obter facilidade de crédito bancário. 21
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31) (PUC) Os anos iniciais da República no Brasil (1889-1902) foram marcados por uma instabilidade sentida em diversos planos da vida social e política. Entre os fatores que condicionaram essa instabilidade, podemos identificar: I) o confronto entre grupos e lideranças adeptos de projetos distintos para a organização do governo republicano, destacando-se, nesse quadro, as divergências entre republicanos históricos, liberais, positivistas, jacobinos, fossem eles civis ou militares; II) a ocorrência de revoltas e conflitos armados de proporções inesperadas, pondo em xeque a manutenção do próprio sistema republicano e apontando, em particular, no caso da Guerra de Canudos, para o caráter excludente e hierarquizador do novo regime, proclamado em nome da ordem e do progresso; III) a permanência de militares no controle do poder Executivo federal, instaurando um governo autoritário, que cerceava as pretensões federalistas e descentralizadoras das oligarquias regionais e fomentava a rivalidade entre civis e militares, como ocorreu na Revolução Federalista no Rio Grande do Sul;
REPÚBLICA VELHA: QUAIS OS FATORES DA CRISE DO IMPÉRIO?
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bém foi influenciada pelas tensões políticas que caracterizaram esse governo. a) Explique um fator que tenha levado os membros da Marinha a se rebelarem contra o governo de Floriano Peixoto. b) Descreva a situação política do Rio Grande do Sul durante esse governo, de forma a explicar a aproximação entre federalistas gaúchos e integrantes da Revolta da Armada.
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33) (UERJ) Poucos anos após sua proclamação, a República no Brasil já sofria contestações. A Revolta da Armada, que eclodiu no governo de Floriano Peixoto, refletiu as insatisfações decorrentes da implantação do sistema republicano no país, somando-se a outras rebeliões como a Federalista, ocorrida na mesma época, no Rio Grande do Sul. Esta última, apesar de ser uma rebelião regional, tam-
DESAFIANDO
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34) Diversos projetos abolicionistas invadiram a cena política brasileira no último quarto do século XIX. O de André Rebouças foi um dos mais radicais. Mulato, baiano, filho de um membro da elite política imperial, engenheiro militar, dedicou-se à modernização de portos e à construção de estradas. Dedicado a compreender os mecanismos que emperravam o desenvolvimento do país, chegou à conclusão de que vivíamos um bloqueio estrutural para a emergência de indivíduos livres. A libertação dos escravos, por si só, não seria suficiente. Entendia a abolição como um primeiro passo, ao qual se seguiria uma necessária eliminação do monopólio da terra, pois a autonomia individual só seria possível com a transformação do ex-escravo em pequeno produtor independente. (Adaptado de Maria Alice Rezende de Carvalho, A terra prometida. Revista de História da Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, v. 32, maio de 2008. Disponível em http://www rhbn.com.br/secao/capa/a-terra-prometida. Acessado em 10/05/2016.)
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a) Por que o projeto de André Rebouças foi caracterizado como um projeto radical? b) Identifique e caracterize outro projeto abolicionista que divergia do projeto de Rebouças.
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35) Analise a imagem e leia o texto a seguir.
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Na corte, teorias e experimentos médicos tinham livre curso de permeio às terapias tradicionais. Na Regência, ainda se fazia um unguento, supostamente útil para prevenir a queda dos cabelos, com a gordura do corpo dos escravos. Certo Dr. Santos publicou, em 1838, os resultados de uma experiência inédita; fizera uma cascavel picar um negro leproso para estudar os efeitos do veneno da cobra na evolução da doença. Mas o experimento fracassou porque o doente morreu em 24 horas. (ALENCASTRO, Luiz Felipe. “Vida privada e ordem privada no Império”. In: História da vida privada no Brasil. Império: a corte e a modernidade nacional. V. 2. 1997. p. 76-77. [Adaptado].)
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HISTÓRIA
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A imagem e o texto remetem ao cotidiano da cidade do Rio de Janeiro, na primeira metade do século XIX. Nesse ambiente de intensas trocas culturais, ao negro eram atribuídas diferentes representações. Diante do exposto, explique: a) como a pintura expressa as trocas culturais no Rio de Janeiro, na primeira metade do século XIX; b) a diferença na forma de representação do negro, na imagem e no texto.
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36) Na edição de 09 de junho de 1888, a Revista Ilustrada publicou a charge a seguir. Nela, a República, representada por uma mulher, tendo a cabeça ornada pelo barrete frígio, tenta conter fazendeiros que trazem a bandeira “Abaixo a Monarquia abolicionista. Viva a República com indenização”.
Apesar da alteração representada pelo fim da monarquia em 1889, a implantação do regime republicano não significou transformações profundas para a sociedade brasileira. Aponte dois argumentos que confirmem esta afirmativa.
(Wilma Peres Costa. A espada de Dâmocles. São Paulo: Hucitec, 1996, p. 16.)
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37) A República não foi uma transformação pacífica. Bem ao contrário. Para além da surpresa provocada pelo golpe de Estado de 15 de novembro, seguiu-se uma década de conflitos e violências de toda ordem, na qual se sucederam as dissensões militares, os conflitos intraoligárquicos, os motins populares, a guerra civil, o atentado político contra a vida de um presidente da República. No interior dessas lutas se forjou a transformação do Estado Imperial em Estado Republicano, do Império Unitário em República Federativa, do parlamentarismo em presidencialismo, do bipartidarismo organizado nacionalmente em um sistema de partidos únicos estaduais. Forjou-se um novo pacto entre as elites e um novo papel para as forças armadas
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a) Identifique e caracterize um episódio conflituoso próprio dos primeiros anos da República no Brasil. b) Explique o “novo papel para as forças armadas” a que se refere o texto.
PESQUISANDO
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REPÚBLICA VELHA: QUAIS OS FATORES DA CRISE DO IMPÉRIO?
RESUMINDO
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Estabeleça um relação entre o filme “Policarpo Quaresma, O Herói do Brasil” (1998) com a situação política do país no Governo do Marechal Floriano Peixoto.
• Desgaste político em relação a Igreja Católica – os problemas com a Maçonaria; • O descontentamento do Exército brasileiro – fortalecimento político após a Guerra do Paraguai, a influência do positivismo e a repressão a divulgação de ideias republicanas nos quartéis;
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• O processo de abolição da escravidão: o processo lento e gradual da extinção do trabalho escravo, os projetos abolicionistas, a insatisfação da aristocracia rural e escravocrata, que com a abolição, deixam de apoiar o Imperador e se tornam republicanos; • A Lei Áurea e a abolição: a falta de uma política de integração dos negros na sociedade brasileira; • A cidade do Rio de Janeiro: problemas estruturais e a influência francesa; • O Manifesto Republicano: primeiro documento que deu voz aos ideais republicanos; • Projetos Republicanos: o do Exército Brasileiro (influenciado pelo Positivismo), os evolucionistas (mais moderados) e os revolucionários (defendiam mudanças estruturais no país);
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• A Proclamação da República: o protagonismo do Exército brasileiro;
• As primeiras medidas do governo provisório para consolidar a República, destacando a separação do Estado e Igreja e a criação da bandeira nacional com o lema positivista “Ordem e Progresso”;
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• A tentativa de industrializar o país com a adoção da Política do Encilhamento. O Brasil não se industrializou e entrou numa profunda crise econômica e financeira.
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INGLÊS 2o ANO
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Direção Executiva: Fabio Benites
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Diagramação, Ilustração de capa e Projeto Gráfico: Alan Giles Dominique Coutinho Erlon Pedro Pereira
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Gestão Editorial: Maria Izadora Zarro
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Irium Editora Ltda Rua Desembargador Izidro, no 114 Tijuca - RJ CEP: 20521-160 Fone: (21) 2560-1349 www.irium.com.br
A reprodução desta obra, no todo ou em parte, por qualquer meio, sem autorização expressa, sujeitará o infrator, nos termos da Lei no 6.895, de 17/12/80, às penalidades previstas nos artigos 184 e 185 do Código Penal.
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VERB TENSES: WHY ARE THEY SO IMPORTANT?
Learning Objectives:
• Revisar os tempos verbais Present Simple e Present Continuous; • Distinguir o Present Continuous do Present Continuous com ideia de futuro; • Analisar as formas de futuro: will e going to;
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• Revisar os tempos verbais Past Simple e Past Continuous;
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• Compreender os tempos verbais Present Perfect e Past Perfect.
(Disponível em: www.istockphoto.com.br. Acesso em: outubro de 2016)
VERB TENSES: WHY ARE THEY SO IMPORTANT?
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Verb tenses...
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Hey, Folks! It’s time to see the verb tenses again. Some of them are quite close to Portuguese and to understand it, will be extremely easy. However, verb tenses like Present Perfect it’s a difficult task to approach to our language. But, nothing is hard to us. Let’s study!!
(Disponível em: https://s-media-cache ak0.pinimg.com/originals/4b/b2/d4/4bb2d461181de5630278803d31b9c 0a1.jpg. Acesso em: outubro de 2016)
1) Verb tenses
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1.1) Present Simple
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So, it’s common to observe the Present Simple Tense when we talk about our daily life, our routine. Also, when we report a permanent truth or a fact. E.g.: Nurses look after patients in hospitals. (daily, nurses do it) The Earth goes around the Sun. (permanent, truth) This magazine article explains many things about relationship. (fact)
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Don’t forget it! As we’ve already discussed before, we have to observe some rules in this sentence, thus don’t forget them. Verbs connected with the pronouns He / She / It receive –S, –ES or –IES. Verbs that end with ch, ss, zz, o, sh, we add – ES. Verbs that end with Y (after a consonant), we add – IES.
INGLÊS
Affirmative sentences: I live in Brazil. You live in Brazil. He/She/It lives in Brazil. We live in Brazil. You live in Brazil. They live in Brazil.
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3) (UFF) The Present Tense of the verbs in the text subtitle (“planets spin, lightning leaps, atoms dance and so do we”) is used to express: a) Future events; b) Non-repeated actions; c) Temporary agenda; d) Unexpected actions; e) Permanent truths.
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Negative Sentences: I don’t eat meat. You don’t eat meat. He/She/It doesn’t eat meat. We don’t eat meat. You don’t eat meat. They don’t eat meat.
2) (UFRRJ) In the sentence: “However, biological agents do not survive well outside the laboratory.”, use of the present tense: a) Doubt; b) Condition; c) Probability; d) Relativity; e) Certainty.
Yes, I do. / No I don’t. Yes, I do. / No I don’t. Yes, he/she/it does. / No, he/she/it doesn’t. Yes, we do. / No, we don’t. Yes, you do. / No, you don’t. Yes, they do. / No, they don’t.
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PRACTICING
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1) (URCA) Choose the correct option to complete the sentence: Every time she _______________ to school, she _______________“hi” to her friends and _______________ to her classroom. a) Comes / says/ goes; b) Come / say /go; c) Is coming /is saying/ is going; d) Is coming / say / goes; e) Comes /says / go.
1.2) Present Continuous What are you doing now? Of course, you’re studying English, right?! That’s why you use the Present Continuous Tense. When we talk about something that you’re doing right now, this structure is perfect! Changes, developments and trends in a situation, we also use the same verb tenses. E.g.: The water is boiling. Can you turn it off? The students are reading The Prince and they are learning about politics. E.g.: The growing numbers of cars is destroying the enviroment due to the pollution. They are starting a new diet, the famous Atkin’s diet. Structure: To Be + verb (ing) = gerund Affirmative sentences: I am You are He/She/It is We are You are They are
traveling by plane.
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Interrogative sentences: (Use the auxiliar DO or DOES) Do I study Portuguese everyday? Do you study...? Does he/she/it study...? Do we study...? Do you study...? Do they study...?
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VERB TENSES: WHY ARE THEY SO IMPORTANT?
Interrogative sentences:
PRACTICING
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4) (BCN) I don’t want you to buy me breakfast now. Just tell me how much I _______________ you and I’ll pay you. a) Am owing; b) Owe; c) Debt; d) Was owing.
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5) (PUC) When Carlos has a headache, he _____ some tea. a) is drinking; b) drank; c) used to drink; d) drinks; e) would drink.
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6) (BCN) I _______________ what you _______________ about her admission as a senior manager now. a) See – thinks; b) Am seeing – think; c) See – think; d) See – are thinking; e) Am seeing – are thinking.
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1.3) Present Continuous with future idea Have you ever heard a movie’s character using the Present Continuous to refer to the future? Don’t worry, they’re not wrong! It’s possible to use the Present Continuous to say what you have already planned to do. The idea is the same of the future with going to. E.g.: a: What time is the flight arriving tomorrow? = (What time is the flight going to arrive tomorrow?) b: At 15:00 pm. I’m meeting Cathy at the airport. = (I’m going to meet Cathy at the airport.) E.g.: I’m going to Japan on Saturday. = (I’m going to travel to Japan). Sheila isn’t dancing ballet on Sunday. She’s hurt her leg. (She isn’t going to dance ballet on Sunday.)
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Am I traveling...? Yes, I am. / No, I am not. Are you traveling...? Yes, you are. / No, you are not. Is he/she/it traveling...? Yes, he/she/it is not. / No, he / she / it is not. Are we/you/they traveling...? Yes, we/you/they are. / No, we/you/they are not.
LI SE
I am not (‘m not) You are not (aren’t) He/She/It is not (isn’t) traveling by plane. We are not (aren’t) You are not (aren’t) They are not (aren’t)
7) (BCN) That teacher _______________ that she is only 42 but nobody _______________ her. a) Is saying – believes; b) Says – is believing; c) Is saying – is believing; d) Says – believes; e) Says – are believing.
NÁ
Negative sentences:
Note: In all the sentences below is also possible to use going to. But the Present Continuous is more natural for arrangements (when you arranged to do / to meet somebody / to go somewhere). Look the difference: • Present Continuous: Claire isn’t leaving tomorrow. She’s staying few more days. • Future (going to): My car is dirty. I’m going to clean it tomorrow. (in this case, you’ve decided to clean but not arranged to do it) Remember: Do not use future (will) when you have already planned something. E.g.: What are you doing this evening? or What are you going to do this evening? (never What will you do...?) I’m going to the cinema. or I’m going to watch a movie. (never I will watch...)
INGLÊS
1.4) Future Do you know that there are two different ways to express the future? The Future with going to it’s when we talk about what you have already decided or arranged to do and we predict that something will happen in the future. The Future with will when we decide to do something at the time of speaking. E.g.: I’m going to travel to USA next holiday. (planned) What’s the problem with him? He thinks he’s going to throw up. (predict) E.g.: I don’t think I’ll(will) go out tonight. I’m too tired. ( just think about) Structures: Going to: verb to be + going to + verb infinitive. Will: will + verb infinitive. EM2ING01
M
AT
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8) Choose the Present Simple or Present Continuous: a) (You / come) ___________________________________ _______ tonight? b) (He / eat) _______________________________________ ________ rice every day? c) I (work) _________________________________________ ________ at the moment. d) (He / come) ____________________________________ _____________ to London often? e) He (play) _______________________________________ __________ tennis now. f) (You / come) ___________________________________ ______________ to the cinema later? g) They (not / come) _____________________________ ____________________ to the party tomorrow. h) He (not / play) ___________________________________ ______________ golf now. i) (You / play) _____________________________________ ____________ tennis this Sunday? j) They (go) ________________________________________ _________ to a restaurant every Saturday. k) She (not / go) ___________________________________ ______________ to the cinema very often. l) You usually (arrive) ______________________________ ___________________ late. m) He normally (eat) _______________________________ __________________ dinner at home. n) (You / study) ____________________________________ _____________ every night? o) (They / work) ____________________________________ _____________ late usually? p) You (not / go) ____________________________________ _____________ out later. q) I (not / work) ____________________________________ _____________ tonight. r) (She / work) _____________________________________ ____________ at the moment. s) I (not / drink) ____________________________________ _____________ coffee very often. t) Julie (sleep) _____________________________________ ____________ now.
9) Put the verb into more suitable form, Present Continuous or Present Simple. a) I’_____________ (go) to the theater this evening. b) _____________(this film / begin) at 3:30 or 4:30? c) We _____________ (have) a party next Saturday. Would you like to come? d) The art exhibition _____________ (open) on May 3rd and _____________ (finish) on July 15th. e) I ________________ (not/go) out this evening. I _____________ (stay) at home. f) We (go) to a concert tonight. It _____________ (begin) at 7:30. g) You are on the train to London and you ask another passanger: Excuse me. What time _____________(this train / get) to London? h) You are talking to Ann: Ann, I _____________ (go) to town. _____________ (you/come) with me? i) Sue _____________ (come) to see us tomorrow. She _____________ (travel) by train and her train _____________ (arrive) at 10.15. I _____________ (meet) her at station. j) I _____________ (not/use) the car this evening, so you can have it. k) You and a friend are watching television. You say: I’m bored with the program. When _____________(it/finish)?
LI SE
PRACTICING
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VERB TENSES: WHY ARE THEY SO IMPORTANT?
LI SE
Interrogative sentences: Will + Subject Pronoun + verb in infinitive. Will I / you / he/ she/ it/ we/ you/ they write a letter?
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Interrogative Sentences: Am I going to travel...? Are you going to travel...? Is he /she/it going to travel...? Are we/ you/they going to travel...?
Affirmative sentences: WILL + VERB in infinitive. E.g: I will go to the party. Negative sentences: WON’T + VERB in infinitive. E.g: I won’t get your keys, stand up get it.
NÁ
Afirmative and Negative sentences: I am (not) going to travel... You are (not) going to travel... He/She/It is (not) going to travel... We/you/they are(not) going to travel...
Atividade física ajuda no controle e prevenção da diabetes
Pense bem sobre adiar para segunda-feira o início da prática de atividade física
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A diabetes mellitus é uma síndrome relacionada ao metabolismo, ou seja, significa que a quantidade de glicose no sangue está elevada, quando a pessoa está em jejum. Isso ocorre devido a uma não produção do hormônio com ação hipoglicemiante – a insulina (tipo 1) – ou do seu mau funcionamento, muitas vezes, causado pela falta de receptores (tipo 2). A prática constante de exercícios físicos possui um papel essencial para a prevenção dessa enfermidade. Para se aprofundar nesse assunto, venha comigo até o www.4newsmagazine.com.br. #AtivosContraDiabetes #AvanteEsportes
PRACTICING
EM2ING01
M
10) Complete the sentences using will (‘ll) or going to. a) A: Why are you turning on the television? B: __________________________________ the News. (I/ watch) b) A: Oh, I’ve just realized. I haven’t got any money. B: Haven’t you? Well, don’t worry. ___________ you some. (I/ lend)
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c) A: I’ve got a headache. B: Have you? Wait there and ___________ an aspirin for you. (I/get) d) A: Why are you filling that bucket with water? B: _____________ the car.(I/wash) e) A: What do you like to eat? B: _____________ a sandwich, please. (I/have)
INGLÊS
1.6) Past Contimuos
If your last holidays were awesome, don’t hesitate and tell us! But, to report the past you need to use the Past Simple because it is used when the action started and finished in the past. E.g. Last holidays were in Germany. I visited Munchen and Berlin.
The Past Continuous is used to describe an action that was happened at a particular time in the past, narrating circumstances of a past situation or describe actions in progress simultaneously. In the latter case, you can use while or when. E.g.: She was talking to her boss. He was watching TV with his girlfriend. I was taking a shower when you called me. Structure: Past tense of be + ing form of the verb
DE A
E.g.: I worked last Sunday all day long. She stopped the police car. We loved the party.
NÁ
Affirmative sentences: The Past Simple has regular verbs that end with –ED.
LI SE
1.5) Past Simple
Interrogative sentences: We use the auxiliar did + verb (infinitive):
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E.g.: Did you have time to write the letter? No, I didn’t. Did he spend all his money at that party? Yes, he did. Negative sentences: We use the auxiliar didn’t + verb (infinitive): E.g.: She didn’t write the book. We didn’t eat hamburguers at lunch.
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AT
Note: The past of the verb to be is was / were when we use in the interrogative sentence and negative, we don’t use the auxiliar. E.g:. Were you here two hours ago? No, I wasn’t here two hours ago. Was the weather good in the morning? Yes, it was.
Don’t forget it!
I / She/ He/ It was /wasn’t You / We/ They were / weren’t
1.7) Present Perfect It’s not easy to understand, but a nice tip is to compare Present Perfect Tense to Past Simple. When we use the Present Perfect there is always a connection with now. The action in the past has a result now. When we talk about something that happen in the past, but we don’t specify precisely when it happened. Unlike the past simple, that the situation is over and specific. E.g.: Where’s your watch? I’ve lost it. → in other words (I haven’t got it now). He told me a secret but I haven’t understood it. → in other words (I can’t understand). Time expressions: Just / already / yet (until now) E.g.: She has just arrived. I haven’t already read it. We haven’t invited her yet. Structure: Have / has + verb (past participle) Present Tense
Simple Past
Past Participle
abide
abode
abode
awake
awoke
awoke / awaked
be
was
been
bear
bore
borne / born
EM2ING01
There are also irregular verbs: E.g.: They saw the girl at the hospital. (to see) He went to Disney world last holidays. (to go) I read the letter that you sent to me. (to read)
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VERB TENSES: WHY ARE THEY SO IMPORTANT? beat
beaten
fling
flung
flung
become
became
become
fly
flew
flown
begin
began
begun
forbear
forbore
forborne
bend
bent
bent
forbid
forbade
forbidden
bet
bet
bet
forget
forgot
forgotten
bid
bade
bidden
forgive
forgave
forgiven
bind
bound
bound
forsake
forsook
forsaken
bite
bit
bit / bitten
freeze
froze
frozen
bleed
bled
bled
got
got
blow
blew
blown
give
gave
given
break
broke
broken
go
went
gone
breed
bred
bred
grind
ground
ground
bring
brought
brought
grow
grew
grown
build
built
built
hang
hung
hung
burn burst buy cast catch
burnt burst bought cast caught
burnt burst bought cast caught
have
had
had
hear
heard
heard
heave
hove
hove
hew
hewed
hewn
hide
hid
choose cling clothe come cost creep crow cut deal
chose clung clad came cost crept crew cut dealt
chosen clung clad come cost crept crowed cut dealt
hidden / hid
hit
hit
hit
hold
held
held
hurt
hurt
hurt
keep
kept
kept
kneel
knelt
knelt
knit
knit
knit
know
knew
known
lay
laid
laid
dug
dug
lead
led
led
did
done
lean
leant
leant
drew
drawn
leap
leapt
leapt
dreamt
dreamt
learn
learnt
learnt
drank
drunk / drunken
leave
left
left
lend
lent
lent
drive
drove
driven
let
let
let
dwell
dwelt
dwelt
lie
lay
lain
eat
ate
eaten
light
lit
lit
fall
fell
fallen
lose
lost
lost
feed
fed
fed
make
made
made
feel
felt
felt
mean
meant
meant
fight
fought
fought
meet
met
met
find
found
found
melt
melted
molten
flee
fled
fled
pay
paid
paid
do draw dream
EM2ING01
M
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drink
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NĂ
DE A
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dig
get
LI SE
beat
INGLĂ&#x160;S put
put
spread
spread
spread
read
read
read
spring
sprang
sprung
rend
rent
rent
stand
stood
stood
rid
rid
rid
steal
stole
stolen
ride
rode
ridden
stick
stuck
stuck
ring
rang
rung
sting
stung
stung
rise
rose
risen
stink
stank
stunk
run
ran
run
strew
strewed
strewn
saw
sawed
sawed
stride
strode
stridden
say
said
said
strike
struck
see
saw
seen
struck / stricken
seek
sought
sought
string
strung
strung
strive
strove
striven
swear
swore
sworn
set
sweat
sweat
sweat
sewn
sweep
swept
swept
shaken
swell
swelled
swollen
shed
swim
swam
swum
shone
swing
swung
swung
shod
take
took
taken
teach
taught
taught
NĂ
LI SE
put
sold
sold
send
sent
sent
set
set
sew
sewed
shake
shook
shed
shed
shine
shone
shoe
shod
shoot
shot
show
showed
shred
shred
shred
tear
tore
torn
shrink
shrank
shrunk / shrunken
tell
told
told
think
thought
thought
shut
shut
shut
thrive
throve
thriven
sang
sung
throw
threw
thrown
sank
sunk
thrust
thrust
thrust
slew
slain
tread
trod
trodden
slept
slept
wake
woke
waked
slid
slid
wear
wore
worn
slung
slung
weave
wove
woven
smelt
smelt
weep
wept
wept
smite
smote
smitten
wet
wet
wet
sow
sowed
sown
win
won
won
speak
spoke
spoken
wind
wound
wound
speed
sped
sped
wring
wrung
wrung
spell
spelt
spelt
write
wrote
written
spend
spent
spent
spill
spilt
spilt
spin
span
spun
spit
spat
spit
spoil
spoilt
spoiled
slay sleep slide sling
M
AT
smell
shown
1.8) Past Perfect The Past Perfect is used to describe an action that occurred in the past, before another action also passed. It is formed by the past of
EM2ING01
sink
shot
ER IA L
sing
DE A
sell
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VERB TENSES: WHY ARE THEY SO IMPORTANT?
PRACTICING
LI SE
DEEPENING
13) Read the cartoon and answer.
ER IA L
DE A
11) Which is correct? a) Did you phone Ruth? Oh no, I forgot. I phone / I’ll phone her now. b) I can’t meet you tomorrow afternoon. I’m playing / I’ll play tennis. c) I need some money. Ok, I’m lending / I’ll lend you some. How much do you need? d) I’m having / I’ll have a party next Saturday. I hope you can come. e) Remember to buy a newspaper when you go out. Ok. I don’t forget / I won’t forget. f) What time does your train leave / will your train leave tomorrow?
g) There’s not much more to do, now that we _____________ the main problem. h) Throughout the summer of 1980 Malcom _____________ to divide his time between London and New York. i) When he was 13, his parents _____________ to United States.
NÁ
the verb to have (had), followed by Past Participle of the main verb. E.g.: He had done the shopping. It had rained all night. When I came in, the teacher had left. By the time they arrived, the party had finished. When he stopped the car, the thief had run away. They had done nothing before they met me. Had Jack sunbathed for 30 minutes? Yes, he had. / No, he hadn’t.
12) Choose a verb with either the Present Perfect or Past Simple for these sentences.
AT
Agree – appear – continue – disappear – move – reach – show – solve – write
The cartoon implies that: a) Traveling naked can be funnier and faster if you go by plane; b) Due to security problems, everyone is supposed to travel naked from now on; c) Nowadays people would rather travel naked than welldressed; d) The fact that you don’t wear any clothes will simplify security procedures; e) Waiting in line is no longer a problem for naked people. 14) Read the cartoon and answer.
EM2ING01
M
a) Research _____________ that cycling can help patients overcome their illness. b) The rabbit just _____________ in my garden one day last week. c) With this promotion, I feel that I _____________ turning point in my career. d) Oh, no! My car _____________! e) Quite early in the negotiations, they ________ to lower the prices. f) In 1788 he _____________ his last great work in Vienna.
(Disponível em: http://www.cartoonistgroup.com/subject/ The-Air+Travel+Safety-Comics-and-Cartoons.php. Acesso em: novembro de 2016)
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(Disponível em: https://thingsbreak.wordpress.com/tag/ appeal-to-novelty/. Acesso em: novembro de 2016)
INGLÊS
The death of PC
NÁ
15) Read the text and answer:
remarkably, connections with devilishness persisted until fairly recently. Thankfully, the 10% of the population who were once considered to hold pencils, cutlery and other implements the wrong way round are no longer likely to get their knuckles rapped in schools or have their left-hands tied behind their backs by way of punishment. But modern living is still frustratingly geared to the Professor Stanley Cohen, a Canadian psychologist, claims that left-handers are 89% more accident prone than right-handed people and 25% more likely to have an accident in the workplace. This is hardly surprising in a world where sinistral office-workers have to make do with office equipment that not only make their lives difficult, but sometimes dangerous, too.
LI SE
(ITA) Assinale a opção que mais se aproxima da ideia central do texto: a) O trabalho dignfica o homem. b) Uma andorinha só não faz verão. c) Quem tudo quer, nada tem. d) A ociosidade é a mãe de todos os vícios. e) Mais vale prevenir que remediar.
DE A
The days of playing for costly software upgrades are numbered. The PC will soon be obsolete. And Business Week reports 70% of americans are already using the technology that will replace it. Merrill Lynch calls it “a $160 bilion tsunami.” Computing giants including IBM, Yahoo!, and Amazon are racing to be the rst to cash in on PC-klling revolution. Yet, two little-known companies have a huge head start. Get their names in a fee report from the Motley Fool called, “The Two Words Bill Gates Doesn’t Want You to Hear...”
M
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ER IA L
Ao optar por ler a reportagem completa sobre o assunto anunciado, tem-se acesso a duas palavras que Bill Gates não quer que o leitor conheça e que se referem: a) aos responsáveis pela divulgação desta informação na internet; b) às marcas mais importantes de microcomputadores do mercado; c) aos nomes dos americanos que inventaram a suposta tecnologia; d) aos sites da internet pelos quais o produto já pode ser conhecido; e) às empresas que levam vantagem para serem suas concorrentes. 16) Read the text and answer:
Left in the lurch
“Sinistral”, which means located on the left side of the body, or left-handed, is archaically connected to the word “sinister”. In Roman times left-handedness was believed to be unlucky and,
17) (ITA) Sarah ___________ classes lately, has she? a) Didn’t attend; b) Hadn’t attend; c) Hasn’t attended; d) Haven’t attended; e) Doesn’t attend. 18) (UFMA) I need a roommate for one-bedroom apartment. Only $100 a month. Non smoker, please and no pets. Call 492-3205 or see Jane in apt.19C. According to the “ad”, Jane wants: a) a person to share an apartment with; b) an apartment to rent; c) to buy an apartment; d) a maid to take care of her apartment; e) to pay us$ 100,00 to a roommate.
EM2ING01
(Disponível em: http://www.fool.com. Acesso em: 21 jul. 2010.)
a) Indique o grupo de pessoas descritas – Identifique os problemas enfrentados por esse grupo: b) na Roma Antiga – c) na escola – d) ao lidar com equipamentos –
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VERB TENSES: WHY ARE THEY SO IMPORTANT?
Indique, de forma concisa, as informações relevantes: a) Tipo de curso proposto – b) Público alvo – c) Certificado a ser obtido – d) Justificativa para o curso – 21) (FAAP) Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna da frase a seguir: In my school __________ many foreign students. a) Has; d) Have; b) There are; e) There have. c) There is;
DE A
The record industry is undoubtedly in crisis, with labels laying off employees in continuation. This is because CD sales are plummeting as youngsters prefer to download their music from the Internet, usually free of charge. And yet it ś not all gloom and doom. Some labels are in fact thriving. Putumayo World Music, for example, is growing, thanks to its catalogue of ethnic compilation albums, featuring work by largely unknown artists from around the planet. Putumayo, which takes its name from a valley in Colombia, was founded in New York in 1993. It began life as an alternative clothing company, but soon decided to concentrate on music. Indeed its growth appears to have coincided with that of world music as a genre.
LI SE
The record industry
with their feet. At the end of the course, they will be presented with their first “driving license”. The AA expressed concern that drivers would find the yelling of toddler-drivers offputting.
NÁ
19) Read the text and answer:
(Speak Up. Ano XXIII, no 275 [fragmento].)
AT
ER IA L
A indústria fonográfica passou por várias mudanças no século XX e, como consequência, as empresas enfrentaram crises. Entre as causas, o texto da revista Speak Up aponta: a) O baixo interesse dos jovens por alguns gêneros musicais; b) O acesso a músicas, geralmente sem custo, pela Internet; c) A compilação de álbuns com diferentes estilos musicais; d) A ausência de artistas populares entre as pessoas mais jovens; e) O aumento do número de cantores desconhecidos. 20) Read the text and answer:
Backseat Drivers “R” Us
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CHILDREN as young as three are to be taught how to become back-seat drivers in order to keep their parents on the straight and narrow. Nursery school children will be taught basic driving skills in the hope that they will then pester their parentes into keeping to the 30mph speed limit. The children will practise the skills in a fleet of toy cars, which they can sit in and push along
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22) (UNESP) Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna da frase a seguir: There __________ two main obstacles. a) Is; b) Was; c) Be; d) To be; e) Were. 23) (PUC-PR) Complete the following text with the correct form of the verb: A long time ago London __________ an important city, but it __________ different from London today. There __________ not very many big buildings. There __________ a lot of small boats on the river. a) is, is, are, are; b) was, is, are, are; c) was, was, were, were; d) was, is, were, were; e) had been, is, were, are.
INGLÊS
CHALLENGING
LI SE
Com base no texto a seguir, responda às questões de números 24 e 25.
My journey: an accidental activist
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DE A
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I wasn’t born to be an activist. Quite the opposite, really. I was born to be the stereotypical “good, racist Afrikaner” in Apartheid South Africa. My Family supported Apartheid and all of them worked for the Apartheid regime at some stage in their lives. I grew up in a home that did everything the Apartheid government wanted us to do. We were part of the Dutch Reformed Church; we watched rugby – the sport of the white Afrikaner. I went to school at Paarl Gymnasium – one of the best Apartheid schools in South Africa. I attended the University of Stellenbosch – the “brain trust” of the Apartheid policies and politics. We read the Apartheid government approved newspapers and watched their TV. I benefited from the education they provided and the money they paid my dad. I was made for a life supporting and working for the Apartheid government. I was well on my way to become one of them. I did everything they expected me to do. I was a young racista Afrikaner, ready to take my place in their world. Well, at least the small world within the white community in South Africa. Somewhere along the line things didn’t work out the way they planned. I became everything that Apartheid was against – an activist with a social conscience who loves being an “African” on the global stage. Instead of being the man they wanted me to be, I became the man I wanted to be. It hasn’t always been easy. It hasn’t always been fun. But it always felt right. From Stellenbosch to Seattle, Mali to Monterrey, and Lusaka to London – no matter where the road took me, it always felt right, and it always felt as if I belonged. That’s the beauty of life – you can be who and what you want to be no matter where you come from. 24) In the text, Henk Campher describes a transition he experienced in his life. His shift in political orientation was primarily due to: a) value change; b) racial tolerance; c) regime pressure; d) religious influence.
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25) There is a dramatic contrast between Henk, the Afrikaner, and Henk, the African. This contrast is best represented by the following words: a) London and Seattle; b) Regime and government; c) Small world and global stage; d) Apartheid policies and politics.
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LI SE
VERB TENSES: WHY ARE THEY SO IMPORTANT?
SEARCHING
ER IA L
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NÁ
The website Hostelworld hostles reserves shows that Brazilians have increasingly opted to take advantage of to travel longer and know different destinations. Look for and report on your notebook on the top destinations chosen by Brazilians and how this data can interfere with the economy in Brazil.
SUMMARIZING
• It’s common to observe the Present Simple Tense when we talk about our daily life, our routine; • The Present Continuous is used when we talk about something that you’re doing right now;
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• The Future with going to it’s when we talk about what you have already decided or arranged to do and we predict that something will happen in the future. The Future with will when we decide to do something at the time of speaking;
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• The Past Simple is used when we want to reporting the past and the action started and finished in the past.
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LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL 2o ANO
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Direção Executiva: Fabio Benites
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Diagramação, Ilustração de capa e Projeto Gráfico: Alan Giles Dominique Coutinho Erlon Pedro Pereira
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Gestão Editorial: Maria Izadora Zarro
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Irium Editora Ltda Rua Desembargador Izidro, no 114 Tijuca - RJ CEP: 20521-160 Fone: (21) 2560-1349 www.irium.com.br
A reprodução desta obra, no todo ou em parte, por qualquer meio, sem autorização expressa, sujeitará o infrator, nos termos da Lei no 6.895, de 17/12/80, às penalidades previstas nos artigos 184 e 185 do Código Penal.
ER IA L
DE A
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EDITORIAL E ARTIGO DE OPINIÃO: QUAL A DIFERENÇA?
Objetivos de aprendizagem: • Diferenciar editoriais e artigos de opinião;
• Identificar outros gêneros discursivos que recobrem os textos argumentativos; • Reconhecer marcas linguísticas de subjetividade em editoriais e artigos de opinião;
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• Ler e interpretar editoriais e artigos de opinião.
(Disponível em https://www.megapixl. com/opinion-clipart-illustrations)
Manifestando a opinião!
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EDITORIAL E ARTIGO DE OPINIÃO: QUAL A DIFERENÇA?
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NÁ
Um dos vários motivos pelos quais escrevemos é a fim de manifestar nossa opinião, discordando ou concordando com determinado ponto de vista sobre um assunto. Cada vez mais, com o avanço das tecnologias e com a web 2.0, em que cada um pode postar suas impressões em uma rede social ou um blog, aumentam-se as oportunidades para expressarmos nossas opiniões. Nesta unidade, vamos conhecer dois gêneros discursivos de cunho eminentemente argumentativo, os quais circulam em jornais, revistas e sites variados, apresentando defesas de pontos de vista a respeito de determinada discussão.
1) O artigo de opinião
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M
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A vida em sociedade é repleta de fenômenos diante dos quais diferentes pontos de vista são possíveis. Ser um cidadão crítico exige que reconheçamos as diferentes perspectivas sobre um mesmo assunto e os discursos pelos quais essas perspectivas são construídas e defendidas. Precisamos, portanto, conhecer os textos que defendem pontos de vista, a fim de que possamos melhor lê-los e produzi-los, identificando como são construídos seus argumentos e relacionando-os com as possíveis intenções de seu autor no contexto de sua produção. Um gênero argumentativo muito comum no nosso dia a dia é o artigo de opinião. Trata-se de texto de estrutura bastante variável – às vezes mais curto, às vezes mais longo; às vezes com um discurso mais inflamado, às vezes mais racional – mas sempre expondo e justificando o ponto de vista de seu autor, com vistas a convencer o leitor sobre suas ideias. Artigos de opinião são encontrados nos mais diferentes veículos de informação: jornais, revistas, blogs e mesmo, por vezes, no formato de “textão” em redes sociais, quando o autor defende sua opinião sobre um tema por meio do encadeamento lógico de argumentos, a fim de convencer seus amigos na rede.
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Como o público-alvo de um artigo de opinião é consideravelmente amplo, textos desse gênero normalmente abordam problemáticas comuns a várias pessoas, como a violência, a política, a sociedade, e não uma questão de um grupo seleto. Além disso, em artigos de opinião a defesa do ponto de vista pode ser feita de forma mais explícita, usando alta carga de subjetividade, por meio de uso de verbos e pronomes em 1a pessoa, recorrente adjetivação e uso expressivo de sinais de pontuação. Outros autores (e outros veículos, como alguns jornais e revistas) preferem “mascarar” essa subjetividade, usando verbos e pronomes em 3a pessoa do singular e construções verbais na voz passiva ou com sujeito indeterminado, como em “acredita-se que”, “sabe-se que” e “conclui-se que”. Observe, porém, que esse tipo de construção não faz do artigo de opinião menos pessoal. Trata-se apenas de recurso discursivo que faz com que os argumentos expressos no texto pareçam de ordem universal e geral, e não apenas do autor. Todo artigo de opinião defende, pois, uma opinião do leitor, embora se possa, por meio de alguns recursos linguísticos, dar a impressão de que essa opinião é de todos, ou de uma maioria (o que
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forma para todos os grupos, inevitavelmente haverá divergências. Por causa disso, é importante nutrir a capacidade de reflexão para além de quaisquer essencialismos – e esta pode ser estimulada através do hábito dialético. O que é a dialética? Em termos simples, é a arte do diálogo, ou da argumentação através do questionamento interativo. O hábito dialético fomenta a capacidade de distinguir os conceitos que perpassam uma discussão, para iluminá-la, e possibilita que argumentos sejam montados por meio do debate informado. A dialética requer escuta generosa, sem a qual a interação perde o caráter dialógico e se torna nada além de dois monólogos concomitantes. Na dialética, com as interlocutoras devidamente engajadas no processo, contrapõem-se ideias para que, delas, sejam tirados novos entendimentos que expressem a validade, ou não, do que está sendo discutido. Se um debate – qualquer debate – propõe-se a caminhar em direção a uma verdade – qualquer verdade – qual interpretação dos termos que constituem tal verdade é a mais válida? O que acontece quando uma verdade que possa ser assimilada por posições interpretativas distintas não é engendrada? E quem tem o direito de definir no que consiste a verdade? Especialistas são pessoas treinadas para uma atividade específica, e que detêm grande conhecimento, teórico ou prático, sobre esta atividade. Mas a dialética não requer que suas interlocutoras sejam especialistas no assunto em questão para funcionar. Basta estar aberta à multiplicidade interpretativa que cada debate engendra, e disposta a acreditar que a assimilação de teses divergentes possa produzir argumentos mais robustos. Infelizmente, no calor de muitos debates – políticos, feministas, interpessoais – a dialética é esquecida, e discussões que poderiam ser elucidativas se transformam em fervorosos embates ideológicos. É na ausência de disposição para a dialética que se produz a polarização.
Feminismo não é opinião
Tentar fechar um debate com a cartada da “opinião” demonstra pouco além de falta de vontade para dialogar.
(Joanna Burigo)
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Relacionamo-nos com a realidade através da seara do simbólico. Palavras, bandeiras e conceitos são frequentemente disputados e utilizados como representantes de verdades absolutas. O pensamento feminista que informa minha práxis profissional busca evitar, a todo custo, quaisquer essencialismos, bem como fomentar o valor democrático da pluralidade de juízos. Para muitas pessoas, tomar posicionamento discursivamente (em outras palavras: expressar seu posicionamento) acerca de ser feminista ou não, é algo difícil, justamente porque muitas não se sentem contemplada pelos discursos feministas que já estão disponíveis. No entanto, apesar de suas múltiplas vertentes e correntes, o feminismo continua sendo o movimento que luta por equidade política, social e econômica, conforme ela é observada pelo viés das mulheres. Para isso, precisamos expor e revelar as instâncias onde estas desigualdades ocorrem – e, dado que nem toda injustiça procede da mesma
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se faz para convencer o leitor de que ele também deveria concordar com o ponto de vista ali defendido). Outro fenômeno importante, relacionado ao tom mais ou menos explicitamente pessoal do artigo de opinião, é que todo texto desse gênero defende um ponto de vista sobre um fenômeno, e não simplesmente descreve o fenômeno de maneira imparcial. Por isso, se você precisa escrever um artigo de opinião convincente, não deve simplesmente falar sobre determinado tema; em vez disso, você deve ir, ao longo de todo o texto, demarcando seu posicionamento diante do tema, explicando por que pensa dessa forma. Para compreender melhor como se constrói um artigo de opinião, leia o texto a seguir:
EDITORIAL E ARTIGO DE OPINIÃO: QUAL A DIFERENÇA?
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escapa a ironia de eu estar engendrando uma análise crítica acerca de opiniões em um espaço no site dirigido para opiniões. Em relação ao feminismo, algo assim aconteceu recentemente: uma atriz famosa desvelou suas opiniões a respeito do movimento, pautando seu parecer apenas em sua experiência pessoal. Trata-se do episódio envolvendo a atriz Fernanda Torres, que se manifestou por meio de um espaço de colunista no jornal Folha de S.Paulo. Fazendo isso, ela interpelou a dialética, negligenciando a multiplicidade de motivos pelos quais muitas mulheres se identificam como feministas, bem como a imensa variedade interpretativa do próprio projeto feminista. A resposta das feministas acabou por estimular um processo dialético em rede nacional, que culminou com uma retratação e pedidos de desculpa por parte da atriz. Os argumentos utilizados pelas feministas que se dispuseram a dialogar a este respeito foram todos pautados nas vivências de mulheres reais, mas também eram analíticos para além das experiências pessoais, e baseados em julgamentos sociais consistentes. O machismo, afinal de contas, mata. É válido opinar a partir de seu próprio entendimento, mas é igualmente recomendável que se esteja disposta a assimilar a multiplicidade de outros eixos interpretativos. Aplicar o entendimento oriundo das experiências pessoais ao conhecimento é importante, mas acreditar que são apenas as vivências pessoais o que determina e ilumina o debate acerca de um assunto é miopia.
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No debate, é fundamental que polarizações sejam desfeitas para que não se estabeleça o ódio à oponente. A capacidade de simpatizar com os argumentos apresentados pela outra, sem tornar esta outra em um ser abjeto, condiz com o ideal democrático. A falta de empatia para com a posição da outra é fruto de uma falta de vontade, ou capacidade, de pensar para fora de nossas próprias impressões. É aqui que entramos na seara perigosa das opiniões. A opinião de uma pessoa é aquilo que ela acredita ser verdadeiro. Opiniões representam as crenças ou atitudes de determinados indivíduos (ou grupos) em relação a quaisquer realidades. Nossas vivências pessoais são subjetivas, e é um direito aplicar conhecimento empírico e experimental às grandes questões da existência. É desta ação que nascem as impressões que temos a respeito do que constitui nossas vidas. Acreditar piamente que o conhecimento empírico e experimental que nutrimos é, porém, suficiente para engendrar análises rigorosas a respeito do que vivemos é o que produz “opiniões”. Ter uma impressão, ou uma opinião, a respeito de algum tema – por mais pautadas na vivência e na experiência subjetiva de cada uma que estas impressões e opiniões estejam, e por mais sentido que elas façam – não conta como análise. Isso porque é preciso compreender que impressões e opiniões estão, necessariamente, restritas ao escopo das experiências pessoais. É por isso que impressões e opiniões, apesar de válidas, constituem apenas parte de qualquer discussão séria. Aquelas que se engajam com um tema para aquém e além das impressões e opiniões pessoais, e aplicam métodos rigorosos de raciocínio crítico à dialética, têm o dever, numa discussão, de apontar que uma análise está mal articulada por ser pautada apenas em uma vivência particular. Isso não é arrogância. É método. A manifestação de uma opinião travestida de análise acontece com frequência – e não me
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(Disponível em: http//www.cartacapital.com.br/sociedade/ feminismo-nao-e-opiniao)
No artigo, a autora deixa claro, desde o título, o tema que a inquieta e que clama por seu posicionamento: a relação entre o feminismo e a opinião. Para tanto, há ao longo do texto a exposição do que seja o debate de ideias e da importância do mesmo para entender as diferentes visões que há sobre o movimento feminista. Entre as várias configurações que
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mais sofridas, se assusta com muita facilidade. Há uma tendência ao escândalo e à indignação vazia. Os “rolezinhos”, fenômeno social que inaugurou 2014, são prova desse desespero constante da classe média. De repente, mil, dez mil, 20 mil jovens aparecem não se sabe de onde nem como em lugares públicos em teoria, mas privados na prática, como os shoppings. E o que essa horda amealhada através das redes sociais deseja? A resposta é simples: se divertir. Como quaisquer adolescentes, os meninos e as meninas dos rolezinhos querem se divertir. Sem embasamento filosófico, sociológico ou antropológico, mas embalado pela música ruim do funk ostentação, esse é um grupo que denota a maneira como os jovens veem a vida: o que importa é se divertir, é “causar”. Se as praias e outros espaços aparentemente mais democráticos não são mais, há anos, o Eldorado da diversão da classe média, por que os menos abastados continuariam relegados aos espaços a que foram tangidos? Eles exigem, mesmo sem a clareza da força que fazem, o espaço que lhes é (ou deveria ser) também de direito. Enquanto isso, a classe média sonha com a distância que a classe A mantém dela: assim como os médios olham para cima para ver os mais abastados, esses médios também querem que alguém os veja de baixo, e assim vociferam através de uma polícia que age como um destacamento de capitães do mato. A classe média reclama, exige, que o fosso entre ela e os menos abastados seja mantido largo e profundo, mas como conter esse grupo que começou a perceber que, de direito, esses espaços também lhe pertencem? Os shoppings fecham suas lojas, a polícia arrebenta os guris com cassetetes e sprays de pimenta e as moças de bom grado se horrorizam com os moleques que se sentam para pedir os itens mais baratos do cardápio das mesmas redes de fast food em que elas gastam muito. Estou longe de ser sociólogo ou antropólogo: estou mais para lorotólogo mesmo, mas, quando vejo o pessoal do rolezinho, me custa
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1) Leia o texto abaixo e responda às questões que se lhe seguem:
Dando um rolê por aqui A classe média brasileira, egressa há pouquíssimo tempo de camadas socioeconômicas
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há para entender esse debate, a autora propõe a dialética, conceituando-a como a arte do diálogo, ou da argumentação através do questionamento interativo. É interessante notar que, como este texto fala de feminismo e questiona a posição da atriz Fernanda Torres diante do movimento, toda vez que o artigo menciona a importância de um debate, ele o propõe entre mulheres, como se observa nas expressões “as interlocutoras”, “à oponente” e “pela outra”. Desse modo, delineia-se o posicionamento da autora acerca de como o debate sobre o feminismo deve ser conduzido entre as mulheres, respeitando-se o princípio da dialética e do método de raciocínio, e não simplesmente ao sabor das opiniões. O texto se posiciona claramente quanto às limitações de usar uma simples opinião pessoal como argumento em um debate. Em vez disso, é preciso, segundo a autora, encadear argumentos de maneira lógica a fim de fazer uma análise precisa, em vez de simplesmente recorrer à vivência pessoal. Nesse sentido, o exemplo da atriz Fernanda Torres, que fez um comentário infeliz sobre o feminismo, com base em uma mera opinião, é contraposto à resposta das feministas que, de modo dialético, conduziram a discussão em termos críticos, como o que o artigo defende. O parágrafo de conclusão sintetiza tais ideias, reafirmando a tese (ou ponto de vista) defendida pela autora, encerrando ainda o texto com uma frase de impacto: “Aplicar o entendimento oriundo das experiências pessoais ao conhecimento é importante, mas acreditar que são apenas as vivências pessoais o que determina e ilumina o debate acerca de um assunto é miopia”.
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(Theo Alves – [adaptado] versão disponível em http:// centraldasletras.blogspot.com.br/p/modelos-de-redacao.html)
b) O quarto parágrafo, apesar de eminentemente narrativo, funciona como argumento que sustenta a tese do autor. Explique como isso ocorre. c) Em determinado momento do texto, o autor se vale de um recurso retórico de falsa modéstia, aparentemente reduzindo o valor de seu argumento. Só que, por meio desse expediente discursivo, mostra-se tão lúcido que reconhece suas limitações analíticas, o que acaba por reforçar a validade de sua reflexão. Destaque a frase do texto em que tal recurso retórico é empregado.
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crer na organização de um movimento e acabo apostando mais na modinha Facebook, ainda que isso não signifique dizer que o rolezinho não tenha importância social. Creio que isso deixará marcas muito maiores que a orquestração do tal gigante sonâmbulo de 2013 numa sociedade que precisa compreender que os espaços são tomados quando se tenta excluir quem também é dono. Espero mesmo que esse seja um sintoma espontâneo desse reconhecimento de direitos de classe, ainda que despido de filosofias basilares, e que a galera do rolezinho possa fazer deste momento algo significativo para nosso tempo.
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a) Como o autor do texto interpreta o fenômeno dos rolezinhos?
O rolezinho e a desumanização dos pobres
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Como uma reação histérica colocou adolescentes entediados no centro do debate político nacional - sem que eles tivessem nada a ver com isso
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Com um país rachado por cisões político-partidárias e movimentos antagônicos, qualquer acontecimento pode ser utilizado como exemplo evidente do que se planeja comprovar. Com isso, geralmente, há a apropriação do caso e a perda de voz de quem tenha participado do dito evento. Não entendeu? Chega mais no portal www.4newsmagazine.com.br que eu explico! #RedeSocialVirouPalanque
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O preconceito com privatizações ficou à margem do tempo. Mudou o conceito, da simples venda de empresas estatais para uma real mudança no papel do Estado por EDITORIAL 09/07/2016 0:00 / Atualizado 09/07/2016 19:52
Em meio a uma crise sem precedentes, produziu-se em Brasília uma autêntica obra de arte política, a Lei de Responsabilidade das Empresas Estatais. Durante ano e meio, à margem da tempestade perfeita que caiu sobre o Executivo e o Legislativo, por causa da corrupção em contratos de empresas estatais e órgãos públicos, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) negociou à exaustão com todos os partidos, e aprovou um conjunto de normas com o objetivo de impedir o uso político das empresas estatais. O resultado foi um raro consenso parlamentar – PT incluído – sob a forma de legislação inovadora, em torno da profissionalização da gestão das empresas públicas, com adoção de mecanismos de mercado e barreiras inéditas ao loteamento político-partidário. Houve uma tentativa rasteira de subversão do projeto na Câmara, mas o Senado recuperou o espírito da proposta de lei, legitimou-a no voto, e o presidente interino Michel Temer sancionou na semana passada, com vetos pontuais e precisos. Agora, é preciso ir além. A emergência da crise impõe a necessidade de redução do peso e do tamanho do Estado na economia. Não se trata de mera questão ideológica ou acadêmica, mas de racionalidade: a sociedade não suporta mais pagar por um Estado caro, esbanjador e ineficaz tanto na produção quanto na prestação de serviços essenciais. Tem-se um bom retrato das distorções no conjunto das empresas públicas, usadas politicamente na última década de forma intensiva e prejudicial ao erário. 7
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Outro importante gênero discursivo predominantemente argumentativo é o editorial, publicado normalmente nas primeiras páginas de um jornal ou revista impressos, ou em uma seção separada das notícias em um periódico online. O editorial é sempre escrito em linguagem formal e costuma ser um texto não assinado, pois supostamente expressa a visão institucional da empresa ou grupo que publica o jornal ou revista. Normalmente, é redigido pelo editor daquele veículo de comunicação, ou por um redator-chefe. Alguns periódicos optam por publicar seus editoriais em colunas intituladas “opinião”, “carta do editor” ou “carta ao leitor”. Como se trata de um texto que veicula uma opinião atribuída a todo o jornal ou revista, e não a uma só pessoa, é comum que editoriais usem argumentos menos polêmicos e não adotem uma postura passional ou radical. Além disso, editoriais costumam ser bem controlados quando fazem afirmações que possam ter impacto jurídico (como, por exemplo, a presunção de culpa ou inocência de alguém em determinado crime), haja vista a importância de preservar o veículo institucional de desgastes em disputas judiciais. Ainda no que diz respeito à construção linguística de um editorial, é raro encontrarmos nesse gênero uma argumentação conduzida na 1a pessoa do singular, visto que esse uso de pronomes e verbos sugeriria a defesa da opinião de um único sujeito, e não de uma instituição. Por isso, tal gênero normalmente emprega a argumentação conduzida na 3a pessoa do singular ou na 1a pessoa do plural. Por serem textos da esfera jornalística, editoriais comumente abordam temas que estão em alta. Logo, acabam ficando datados em pouco tempo, assim como notícias e reportagens. Para se familiarizar com esse gênero, leia o texto a seguir:
É necessário diminuir o peso do Estado na economia
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2) O editorial
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Nesse texto, a fim de contextualizar a discussão, apresenta-se a sanção da Lei de Responsabilidade das Empresas Estatais, que muda a forma de gestão e controle das empresas estatais. No entanto, este é apenas um recurso discursivo para que o texto conduza o leitor à tese que ali se defende, a qual pode ser resumida à seguinte frase: “A emergência da crise impõe a necessidade de redução do peso e do tamanho do Estado na economia”. Nota-se ainda, ao final do texto, um argumento que visa a convencer o leitor de maneira mais incisiva: a necessidade de venda das estatais para conter o déficit nas contas públicas. Posicionado bem ao final do editorial, tal argumento ganha ainda ares de conclusão, sugerindo que o fim último da privatização seja o equilíbrio das contas públicas.
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Além do mais, qual a razão para a Petrobras manter ativos como uma fábrica de fios sintéticos ou alguns dos campos de petróleo no Nordeste se a própria estatal avaliou e concluiu pela certeza de que já não precisa deles? Qual o sentido de se manter empresas como a Telebras, a Valec e a Infraero? O preconceito com privatizações ficou à margem do tempo. Mudou o conceito, da simples venda de empresas estatais para uma real mudança no papel do Estado. Como lembrou a economista Elena Landau, em recente entrevista a O Globo, o novo ciclo alcança áreas como infraestrutura, se reveste de formas inovadoras, como os contratos de gestão, as parcerias público-privadas, e concessões. Ao Estado moderno cabe, sim, forte papel regulatório, com atuação eficaz na defesa da sociedade. A meta fiscal estabelecida pelo governo federal para 2017 significa, na prática, uma tentativa de conter o déficit nas contas públicas no limite de R$ 139 bilhões. Para realizá-la, governo federal e os estados dependem do auxílio das chamadas receitas extraordinárias, passíveis de se obter na escala necessária apenas com a venda de empresas públicas, contratos de gestão, parcerias público-privadas e concessões. É a saída. (Disponível em http://oglobo.globo.com/opiniao/ e-necessario-diminuir-peso-do-estado-na-economia19674460#ixzz4E1JgpPS6)
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Neste texto, vemos desde o título o posicionamento defendido: a importância de reduzir o papel do Estado na economia, discussão bastante atual no Brasil, em que se põem em confronto projetos políticos mais alinhados à esquerda e à direita. Além disso, no lead (primeiro parágrafo, em destaque no texto, logo abaixo do título) nota-se um primeiro contra-argumento que suporta esse ponto de vista, sugerindo que a visão contra as privatizações estaria ultrapassada. Todas essas opiniões aqui são atribuídas ao jornal, por meio de uma assinatura que desidentifica o autor, simplesmente indicado assim: “por EDITORIAL”.
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2) Leia o texto abaixo e responda às perguntas que se lhe seguem:
Proposta infeliz
A proposta do ministro da Saúde, Ricardo Barros, para a criação de planos de saúde mais baratos, feita durante audiência pública no Senado na última quarta-feira, reforça a dúvida – levantada desde o anúncio de sua escolha – sobre a sua real capacidade para bem gerir um dos setores mais importantes da administração federal. Embora Barros tenha se limitado a adiantar tão somente as linhas gerais da proposta, especialistas na questão reagiram prontamente e em termos duros. Aqueles planos, com cobertura obrigatória menor – e por isso mesmo mais em conta –, atrairiam um grande número de pessoas, o que diminuiria a procura pelos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). Por um lado, isso aliviaria as dificuldades financeiras do SUS e, por outro, como diz Barros, “renderia mais conforto para a população que quer um plano de saúde e não pode arcar com os custos”. O plano capaz de operar essa mágica ainda vai ser elaborado por
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importância: se a rede privada de médicos, laboratórios e hospitais já não dá conta de atender a contento à demanda atual dos planos, como é sabido, é fácil imaginar o que acontecerá com o significativo aumento dos clientes pretendido pelo ministro. “Houve um aumento de usuários sem que a rede credenciada tivesse uma expansão proporcional. O resultado foi visto: longas filas de espera para marcar consultas, exames, cirurgias”, lembra ela. É verdade: as empresas de saúde privada não investiram na expansão da rede, ao mesmo tempo que aumentavam o número de seus clientes, vendendo o que não podiam entregar, com a complacência dos governos do PT, que com isso se sentiram desobrigados de investir no SUS. Daí o enorme desequilíbrio entre demanda e oferta nesse setor. O ministro Barros não sabe disso? Nem seus assessores? Ou alguém abre seus olhos a tempo ou essa desastrada proposta tem tudo para agravar ainda mais esse quadro. (Disponível em http://opiniao.estadao.com.br/noticias/ geral,proposta-infeliz,10000061964)
a) Qual é o tema do texto? b) Que ponto de vista defende o autor acerca dessa discussão? c) De que maneira argumentos de autoridade ajudam a defender a tese proposta nesse editorial?
PRODUZINDO Nesta unidade, você conheceu melhor dois gêneros discursivos predominantemente argumentativos: o artigo de opinião e o editorial. Considerando que ambos visam à defesa de um ponto de vista acerca de determinado, construa você também um artigo de opinião, tomando como mote o trecho transcrito da notícia a seguir. 9
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técnicos do Ministério da Saúde. Sua implementação, porém, dependerá do que pensa a respeito a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), à qual cabe a regulamentação dos planos de saúde. Segundo o ministro, não existe ainda uma estimativa do número de pessoas que poderiam aderir aos planos atraídas pelo seu menor custo. Ele não soube explicar também se a proposta abrange os planos empresariais e individuais ou apenas um desses segmentos. Em resumo, Barros e seus assessores têm uma ideia muito vaga do que desejam, o que é incompatível com a importância do que está em jogo. É preciso bem mais que isso – como os estudos preliminares que existem exatamente para esse fim – para que tal proposta possa ser considerada seriamente. Nada disso impediu o ministro de pontificar sobre um assunto que, está se vendo, domina mal. Depois de argumentar que os planos mais baratos ajudariam a reduzir a pressão sobre o sistema público de saúde, Barros afirmou: “Eu trabalho com a realidade que temos no Brasil. O orçamento é finito. Não há recursos ilimitados”. Ninguém, é claro, nega essas obviedades. Como também a outra que enunciou: não é o momento de lutar por mais recursos públicos para a saúde, tendo em vista a crise, mas tentar tirar o máximo do que se tem. Há muito mesmo a se fazer para aplicar melhor os recursos do SUS, como é público e notório, e há muito tempo. Mas isso, a rigor, nada tem a ver com a proposta do ministro, que, em vez de resolver os atuais, pode criar outros e sérios problemas na área da saúde, como se depreende das críticas feitas a ela por especialistas. A advogada Renata Vilhena, especializada em saúde suplementar, por exemplo, afirma que, com atendimento limitado por planos baratos, os que a eles aderirem vão ter, evidentemente, de continuar recorrendo ao SUS, sendo por isso uma ilusão imaginar que tais planos ajudarão a desafogar a rede pública. Por sua vez, Lígia Bahia, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), chama a atenção para outro aspecto da maior
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Diego Vieira Machado, de 29 anos, morreu assassinado no último sábado, dia 2, no campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Seu corpo apareceu às margens da Baía de Guanabara, nu da cintura para baixo, sem documentos e com sinais de espancamento e um golpe na cabeça. A morte de um negro, gay e bolsista não só chocou o campus, que reclama há tempos da falta de segurança e iluminação, mas revelou a existência de ameaças à comunidade negra e gay da universidade. “Se confirmar que se trata de um crime de homofobia será a confirmação de que vivemos um períodó de retrocesso na garantia dos direitos civis da população LGBT”, alertou o secretário estadual de Assistência Social e Direitos Humanos, Paulo Melo. (...)
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Diego Vieira foi encontrado morto com sinais de espancamento e seminu no campus da UFRJ
denominar Ecologia Natural, Ecologia Social, Conservacionismo e Ecologismo. As duas primeiras de caráter mais teórico-científico e as duas últimas voltadas para objetivos mais práticos de atuação social. Essas áreas, cuja existência distinta nem sempre é percebida com suficiente clareza, foram surgindo de maneira informal à medida que a reflexão ecológica se desenvolvia historicamente, expandindo seu campo de alcance. A Ecologia Natural, que foi a primeira a surgir, é a área do pensamento ecológico que se dedica a estudar o funcionamento dos sistemas naturais (florestas, oceanos etc.), procurando entender as leis que regem a dinâmica de vida da natureza. Para estudar essa dinâmica de vida da natureza, a Ecologia Natural, apesar de estar ligada principalmente ao campo da Biologia, se vale de elementos de várias ciências, como a Química, a Física, a Geologia etc. A Ecologia Social, por outro lado, nasceu a partir do momento em que a reflexão ecológica deixou de se ocupar do estudo do mundo natural para abarcar também os múltiplos aspectos da relação entre os homens e o meio ambiente, especialmente a forma pela qual a ação humana costuma incidir destrutivamente sobre a natureza. Essa área do pensamento ecológico, portanto, se aproxima mais intimamente do campo das ciências sociais e humanas. A terceira grande área do pensamento ecológico – o Conservacionismo – nasceu justamente da percepção da destrutividade ambiental da ação humana. Ela é de natureza mais prática e engloba o conjunto das ideias e estratégias da ação voltadas para a luta a favor da conservação da natureza e da preservação dos recursos naturais. Esse tipo de preocupação deu origem aos inúmeros grupos e entidades que formam o amplo movimento existente hoje em dia em defesa do ambiente natural. Por fim, temos o fenômeno ainda recente, mas cada vez mais importante, do surgimento de uma nova era do pensamento ecológico, denominada Ecologismo, que vem se constituindo como um projeto político de transformação
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Assassinato de estudante negro e gay no Rio escancara intolerância na universidade
(MARÍA MARTÍN – Disponível em http://brasil.elpais.com/ brasil/2016/07/05/politica/1467723193_955040.html)
APROFUNDANDO
Leia o texto a seguir e responda as questões:
O pensamento ecológico: da ecologia natural ao ecologismo
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Para entender o desenvolvimento do pensamento ecológico e a maneira como ele chegou ao seu atual nível de abrangência, é necessário partir da constatação de que o campo da Ecologia não é um bloco homogêneo e compacto de pensamento. Não é homogêneo porque nele vamos encontrar os mais variados pontos de vista e posições políticas, e não é compacto porque em seu interior existem diferentes áreas de pensamento, dotadas de certa autonomia e voltadas para objetos e preocupações específicas. Podemos dizer que, grosso modo, existem no atual quadro do pensamento ecológico pelo menos quatro grandes áreas, que poderíamos
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b) o segundo parágrafo retoma, cronologicamente, cada um dos temas apenas mencionados no primeiro parágrafo; c) o fato de as áreas da preocupação ecológica aparecerem citadas no primeiro parágrafo serve como argumento para afirmação de que o campo da Ecologia é um bloco homogêneo e compacto; d) ele não está construído logicamente, não sendo possível o leitor reconstruir esquematicamente o caminho seguido pelos autores.
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social, calcado em princípios ecológicos e no ideal de uma sociedade não opressiva e comunitária. A ideia central do Ecologismo é de que a resolução da atual crise ecológica não poderá ser concretizada apenas com medidas parciais de conservação ambiental, mas sim através de uma ampla mudança na economia, na cultura e na própria maneira de os homens se relacionarem entre si e com a natureza. Essas ideias têm sido defendidas em alguns países pelos chamados “Partidos Verdes”, cujo crescimento eleitoral, especialmente na Alemanha e na França, tem sido notável. Pelo que foi dito acima, podemos perceber que dificilmente uma outra palavra terá uma expansão tão grande no seu uso social quanto a palavra Ecologia. Em pouco mais de um século, ela saiu do campo restrito da Biologia, penetrou no espaço das ciências sociais, passou a denominar um amplo movimento social organizado em torno da questão da proteção ambiental e chegou, por fim, a ser usada para designar toda uma nova corrente política. A rapidez dessa evolução gerou uma razoável confusão aos olhos do grande público, que vê discursos de natureza bastante diversa serem formulados em nome da mesma palavra Ecologia. Que relação pode haver, por exemplo, entre um deputado “verde” na Alemanha, propondo coisas como a liberação sexual e a democratização dos meios de comunicação, e um conservador biólogo americano que se dedica a escrever um trabalho sobre o papel das bactérias na fixação do nitrogênio? Tanto um como o outro, entretanto, se dizem inseridos no campo da Ecologia. A chave para não nos confundirmos diante desse fato está justamente na percepção do amplo universo em que se movimenta o uso da palavra Ecologia.
(LAGO, Antonio & PÁDUA. José Augusto, O que é Ecologia, 8a ed. São Paulo: Brasiliense, 1989)
3) (FUVEST) Com relação à construção do texto, é correto afirmar que: a) o primeiro parágrafo introduz o assunto, apresentando-o em linhas gerais;
5) (FUVEST) Com relação aos elementos intratextuais abaixo destacados, é correto afirmar que: a) “Essas ideias” faz remissão a todo o exposto no período imediatamente anterior; b) “acima” remete a todo o exposto anteriormente no texto, ou seja, a todo o exposto nos dois primeiros parágrafos; c) “Tanto um como o outro” deve ser preenchido com os termos “deputado verde” e “conservador verde”; d) “Ela” é um pronome pessoal do caso reto que deve ser lido como “Conservacionismo”; e) Todas as alternativas estão corretas.
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4) (FUVEST) Dentre as afirmativas a seguir, que versam sobre o uso de alguns elementos coesivos destacados no primeiro parágrafo do texto, é incorreto afirmar que: a) “ele” e “seu” (primeira frase) remetem a “pensamento ecológico”; b) “nele” e “seu” (segunda frase) se relacionam a “campo da Ecologia” e “bloco homogêneo”, respectivamente; c) “As duas primeiras” se relaciona a “Ecologia Natural” e “Ecologia Social”; d) “as duas últimas” faz remissão a “Conservadorismo” e “Ecologismo”; e) “Essas áreas” remete a “Ecologia Natural”, “Ecologia Social”, “Conservadorismo” e “Ecologismo”.
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já não respeitam mais seu pais porque não apanham”. Mas essa agressão não deveria ser vista com tanta naturalidade, já que é uma violência proibida por lei em países como Finlândia, Suécia, Dinamarca, Chipre, Letônia, Áustria, Croácia e Noruega. E eles não são uma exceção. Alemanha, Inglaterra, Bélgica, Itália, Irlanda, Escócia, Israel e Bulgária estão caminhando na mesma direção, criando leis para proibir os pais de bater em seus filhos. No Brasil, antes da chegada dos portugueses, os índios não tinham o costume de castigar fisicamente as crianças. Diversos relatos de padres, no início da colonização, revelam que, entre os índios, nem pai nem mãe agrediam seus filhos. Foram os jesuítas e os capuchinhos que introduziram o castigo físico como forma de “disciplinar” as crianças no Brasil. Durante esses 500 anos, os menores sofreram surras aplicadas com os mais inóspitos instrumentos: varas de marmelo e de açaí, rabo de tatu, chicote, cintos, tamancos, chinelos, palmatórias e as próprias mãos paternas e maternas, cocres na cabeça, puxões de orelha, palmadas... Além da covardia que está presente no ato de bater em alguém mais fraco, a violência não é, definitivamente, um bom instrumento de disciplina. Ela perde o seu efeito a longo prazo e a criança, aos poucos, teme menos a agressão física. Com o tempo, a tendência dos pais é ainda bater mais, na busca dos efeitos que haviam conseguido anteriormente. O resultado desse aumento da violência, pode trazer sequelas físicas e psicológicas permanentes para as crianças. Os filhos também vão se afastando gradualmente de seus pais, pois a agressão física, em vez de fazer a criança pensar no que fez, desperta-lhe a raiva contra aquele que a agrediu. Ao ser punida fisicamente, a criança tem a sua autoestima comprometida – passa a se enxergar como alguém que não tem valor. Esse sentimento pode comprometer a imagem que faz de si pelo resto da vida, influenciando, negativamente, sua atitude durante a adolescência até a vida profissional. Como a criança pode se
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6) (FUVEST) Com relação aos conectivos conjuntivos a seguir destacados, é incorreto afirmar que: a) o “porquê” introduz uma oração que estabelece uma relação de causa com a oração “Não é homogêneo”; b) o “Para” inicia uma oração que estabelece uma relação de finalidade com aquela a que se subordina; c) o “portanto” faz a oração em que está constituir-se como conclusão ao exposto no período anterior; d) o “apesar de” introduz uma oração que estabelece uma relação de concessão com a principal do período em que está; e) o “mas” está interposto entre orações de sentidos contraditórios, introduzindo, portanto, uma oração adversativa.
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7) Certos elementos linguísticos contribuem para deixar pressupostas certas informações. Assim sendo, é correto afirmar que: a) “nem sempre” permite deduzir que, embora muitos não percebam os limites entre as áreas do pensamento ecológico, há quem as conheça e perceba; b) “apenas” deixa entrever que, para que a atual crise ecológica possa ser resolvida, deverão ser tomadas medidas outras, que não só as de conservação ambiental; c) “especialmente” deixa pressupor que o crescimento eleitoral dos Partidos “Verdes” tem ocorrido em outros países, além de na França e Alemanha; d) “principalmente” permite concluir que a Ecologia Natural tem uma ligação íntima com a Biologia e com outras ciências; e) todas são corretas. Leia o texto abaixo para responder às questões de 8 a 13.
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Palmada fora da lei
A maioria das pessoas encara com naturalidade o gesto de bater nos filhos, como se a violência física fosse um instrumento legítimo (e até necessário) para a educação das crianças. É um hábito tão arraigado em nossa cultura, que não é raro ouvirmos o argumento de que “os filhos
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formarmos cidadãos capazes, seres humanos de verdade. (PARANHOS, C. Palmada fora da lei. Superinteressante, São Paulo, ano 15, n. 2, p. 90, fev. 2001.)
8) Ao desenvolver o tema, a autora tem como intenção PRINCIPAL: a) alertar o leitor; b) informar o leitor; c) convencer o leitor; d) emocionar o leitor.
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sentir tranquila quando sua segurança depende de uma pessoa que facilmente perde o controle e a agride? Ela também passa a omitir dos pais os seus erros, com medo da punição, e sente-se como se tivesse pago por seu erro – e acredita que por isso, pode cometê-lo novamente. Enfim, não é preciso enumerar todos os problemas que são causados pela violência familiar. Bater nos filhos é um atestado de fracasso dos pais, uma prova de que perderam o controle da situação. Por mais inofensiva que possa parecer uma “pequena palmada”, é importante saber que a força física empregada pelo adulto é, necessariamente, desproporcional. É verdade que os castigos imoderados e cruéis estão proibidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), promulgado em 1990. Mas como definir, claramente, o que é castigo imoderado? Há vários casos de crianças que morreram depois de ter sido castigadas “cruelmente”. Embora um tapa e um espancamento sejam diferentes, o princípio que rege os dois tipos de atitude é exatamente o mesmo: utilização da força e do poder. Por trás da violência física, está a ideia implícita de que os pais têm total direito sobre a vida e a integridade física da criança. A maioria dos adultos com que tenho contato foi educada com surras e palmadas e reproduz esse modelo, pois acredita que o tapa tem a capacidade de modificar comportamentos. A meu ver, a proibição por lei de qualquer castigo físico eliminaria a violência familiar e ajudaria a formar pessoas melhores. A lei não precisa ter caráter punitivo (os pais não deveriam ser presos depois de uma palmada, a história mostra que não se deve tratar violência com violência). Mas eles deveriam ser advertidos, caso fossem reincidentes, podendo até perder a posse da criança. Seriam obrigados a participar de um programa de educação, semelhante aos que já existem na legislação de trânsito. Estamos conscientes de que a lei, sozinha, não seria suficiente para impedir o comportamento violento dos pais. Somente um trabalho educativo poderia trazer a consciência de que o amor e o carinho são fundamentais para
10) Uma das afirmações a seguir revela-se mais decisiva no sentido de justificar o posicionamento da autora: a) a agressão física compromete a autoestima da criança; b) os índios brasileiros não castigavam os filhos antes da colonização dos portugueses; c) a agressão do adulto contra a criança é um ato de covardia; d) os castigos imoderados e cruéis estão proibidos pelo estatuto da criança e do adolescente. 11) Em um dos trechos a seguir, a autora apresenta seu argumento na forma de possibilidade, e não de certeza. Identifique-o. a) Esse sentimento pode comprometer a imagem que faz de si pelo resto da vida, influenciando, negativamente, sua atitude durante a adolescência até a vida profissional. (4º parágrafo) b) Por mais inofensiva que possa parecer “uma pequena palmada”, é importante saber que a força física empregada pelo adulto é, necessariamente, desproporcional. (5º parágrafo)
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9) A autora posiciona-se, favoravelmente, quanto à ideia de que: a) os pais têm total direito sobre a integridade física dos filhos; b) a palmada simples não é algo agressivo; c) os pais precisam aplicar adequadamente o castigo físico; d) a criança não deve ser punida fisicamente.
EDITORIAL E ARTIGO DE OPINIÃO: QUAL A DIFERENÇA?
(FERNANDES, Millôr. O Estado de S. Paulo, 22 de agosto de 1999)
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13) Uma das afirmações a seguir esclarece a informação implícita contida no seguinte trecho: (...) os filhos já não respeitam mais seus pais porque não apanham. (1o parágrafo) a) Os filhos não respeitam seus pais porque não apanham; b) Os filhos respeitavam seus pais porque apanhavam; c) Os filhos não apanhavam porque respeitavam seus pais; d) Os filhos apanham porque desrespeitam seus pais.
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12) No primeiro parágrafo, o elemento linguístico que orienta o leitor quanto à mudança de ponto de vista é: a) porque; b) já que; c) tão / que; d) mas.
mano o usa há mais de 5.000 anos. É o único alimento só alimento. A carne serve pro animal andar, a fruta serve pra fazer outra fruta, o ovo serve pra fazer outra galinha (...) O leite é só leite. Ou toma ou bota fora. Esse aqui, examinando bem, é só pra botar fora. Tem chumbo, tem benzina, tem mais água do que leite, tem serragem, sou capaz de jurar que nem vaca tem por trás desse negócio. Depois o pessoal ainda acha estranho que os meninos não gostem de leite. Mas, como não gostam? Não gostam como? Nunca tomaram! Múúúúúúú!
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c) (...) a história mostra que não se deve tratar violência com violência. (6º parágrafo) d) (...) a violência não é, definitivamente, um bom instrumento de disciplina. (3º parágrafo)
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14) (ENEM) O autor do texto abaixo critica, ainda que em linguagem metafórica, a sociedade contemporânea em relação aos seus hábitos alimentares. ― Vocês que têm mais de 15 anos, se lembram quando a gente comprava leite em garrafa, na leiteria da esquina? (...) Mas vocês não se lembram de nada, pô! Vai ver nem sabem o que é vaca. Nem o que é leite. Estou falando isso porque agora mesmo peguei um pacote de leite – leite em pacote, imagina, Tereza! – na porta dos fundos e estava escrito que é pasterizado, ou pasteurizado, sei lá, tem vitamina, é garantido pela embromatologia, foi enriquecido e o escambau. Será que isso é mesmo leite? No dicionário diz que leite é outra coisa: “Líquido branco, contendo água, proteína, açúcar e sais minerais”. Um alimento pra ninguém botar defeito. O ser hu-
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A crítica do autor é dirigida: a) ao desconhecimento, pelas novas gerações, da importância do gado leiteiro para a economia nacional; b) à diminuição da produção de leite após o desenvolvimento de tecnologias que têm substituído os produtos naturais por produtos artificiais; c) à artificialização abusiva de alimentos tradicionais, com perda de critério para julgar sua qualidade e sabor; d) à permanência de hábitos alimentares a partir da revolução agrícola e da domesticação de animais iniciada há 5.000 anos; e) à importância dada ao pacote de leite para a conservação de um produto perecível e que necessita de aperfeiçoamento tecnológico. 15) (ENEM) A palavra embromatologia usada pelo autor é: a) um termo científico que significa estudo dos bromatos; b) uma composição do termo de gíria “embromação” (enganação) com bromatologia, que é o estudo dos alimentos; c) uma junção do termo de gíria “embromação” (enganação) com lactologia, que é o estudo das embalagens para leite;
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16) (ENEM) A palavra tatuagem é relativamente recente. Toda a gente sabe que foi o navegador Cook que a introduziu no Ocidente, e esse escrevia tattou, termo da Polinésia de tatou ou tu tahou, “desenho”. (...) Desde os mais remotos tempos, vemo-la a transformar-se: distintivo honorífico entre uns homens, ferrete de ignomínia entre outros, meio de assustar o adversário para os bretões, marca de uma classe de selvagens das ilhas marquesas (...) sinal de amor, de desprezo, de ódio (...). Há três casos de tatuagem no Rio, completamente diversos na sua significação moral: os negros, os turcos com o fundo religioso e o bando de meretrizes, dos rufiões e dos humildes, que se marcam por crime ou por ociosidade.
17) (ENEM) Só falta o Senado aprovar o projeto de lei [sobre o uso de termos estrangeiros no Brasil] para que palavras como shopping center, delivery e drive-through sejam proibidas em nomes de estabelecimentos e marcas. Engajado nessa valorosa luta contra o inimigo ianque, que quer fazer área de livre comércio com nosso inculto e belo idioma, venho sugerir algumas outras medidas que serão de extrema importância para a preservação da soberania nacional, a saber: I) Nenhum cidadão carioca ou gaúcho poderá dizer “Tu vai” em espaços públicos do território nacional; II) Nenhum cidadão paulista poderá dizer “Eu lhe amo” e retirar ou acrescentar o plural em sentenças como “Me vê um chopps e dois pastel”; III) Nenhum dono de borracharia poderá escrever cartaz com a palavra “borraxaria” e nenhum dono de banca de jornal anunciará “Vende-se cigarros”; IV) Nenhum livro de gramática obrigará os alunos a utilizar colocações pronominais como “casar-me-ei” ou “ver-se-ão”.
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d) um neologismo da química orgânica que significa a técnica de retirar bromatos dos laticínios; e) uma corruptela de termo da agropecuária que significa a ordenha mecânica.
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Com base no texto são feitas as seguintes afirmações: I. João do Rio revela como a tatuagem já estava presente na cidade do Rio de Janeiro, pelo menos desde o início do século XX, e era mais utilizada por alguns setores da população; II. A tatuagem, de origem polinésia, difundiu-se no ocidente com a característica que permanece até hoje: utilização entre os jovens com função estritamente estética; III. O texto mostra como a tatuagem é uma prática que se transforma no tempo e que alcança inúmeros sentidos nos diversos setores das sociedades e para as diferentes culturas. Está correto o que se afirma apenas em: a) I; b) II; c) III; d) I e II; e) I e III.
(PIZA, Daniel. Uma proposta imodesta. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 8/04/2001.)
No texto acima, o autor: a) mostra-se favorável ao teor da proposta por entender que a língua portuguesa deve ser protegida contra deturpações de uso; b) ironiza o projeto de lei ao sugerir medidas que inibam determinados usos regionais e socioculturais da língua; c) denuncia o desconhecimento de regras elementares de concordância verbal e nominal pelo falante brasileiro; d) revela-se preconceituoso em relação a certos registros linguísticos ao propor medidas que os controlem; e) defende o ensino rigoroso da gramática para que todos aprendam a empregar corretamente os pronomes.
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(RIO, João do. Os Tatuadores. Revista Kosmos. 1904, apud: A alma encantadora das ruas, SP: Cia das Letras, 1999.)
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blema do material jogado na estrada vicinal que liga o município de Rio Claro ao distrito de Ajapi. Infelizmente, no local em questão, a reportagem encontrou mais uma forma errada de destinação do lixo: material atirado ao lado da pista como se isso fosse o ideal. Muitos moradores, por exemplo, retiram o lixo de suas residências e, em vez de um destino correto, procuram dispensá-lo em outras regiões. Uma situação no mínimo incômoda. Se você sai de casa para jogar o lixo em outra localidade, por que não o fazer no local ideal? É muita falta de educação achar que aquilo que não é correto para sua região possa ser para outra. A reciclagem do lixo doméstico é um passo inteligente e de consciência. Olha o exemplo que passamos aos mais jovens! Quem aprende errado coloca em prática o errado. Um perigo!
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18) (ENEM) Um jornalista publicou um texto do qual estão transcritos trechos do primeiro e do último parágrafos: “‘Mamãezinha, minhas mãozinhas vão crescer de novo?’ Jamais esquecerei a cena que vi, na TV francesa, de uma menina da Costa do Marfim falando com a enfermeira que trocava os curativos de seus dois cotos de braços. (...)”. “Como manter a paz num planeta onde boa parte da humanidade não tem acesso às necessidade básicas mais elementares? (...) Como reduzir o abismo entre o camponês afegão, a criança faminta do Sudão, o Severino da cesta básica e o corretor de Wall Street? Como explicar ao menino de Bagdá que morre por falta de remédios, bloqueados pelo Ocidente, que o mal se abateu sobre Manhattan? Como dizer aos chechenos que o que aconteceu nos Estados Unidos é um absurdo? Vejam Grozny, a capital da Chechênia, arrasada pelos russos. Alguém se incomodou com os sofrimentos e as milhares de vítimas civis, inocentes, desse massacre? Ou como explicar à menina da Costa do Marfim o sentido da palavra “civilização” quando ela descobrir que suas mãos não crescerão jamais?”. (UTZERI, Fritz. Jornal do Brasil, 17/09/2001.)
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Apresentam-se, abaixo, algumas afirmações também retiradas do mesmo texto. Aquela que explicita uma resposta do autor para as perguntas feitas no trecho citado é: a) “tristeza e indignação são grandes porque os atentados ocorreram em Nova Iorque”; b) “ao longo da história, o homem civilizado globalizou todas as suas mazelas”; c) “a Europa nos explorou vergonhosamente”; d) “o neoliberalismo institui o deus mercado que tudo resolve”; e) “os negócios das indústrias de armas continuam de vento em popa”. 19) (ENEM) A última edição deste periódico apresenta mais uma vez tema relacionado ao tratamento dado ao lixo caseiro, aquele que produzimos no dia a dia. A informação agora passa pelo pro-
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(Disponível em: http://jornaldacidade.uol.com.br. Acesso em: 10 ago. 2012 [adaptado]).
Esse editorial faz uma leitura diferenciada de uma notícia veiculada no jornal. Tal diferença traz à tona uma das funções sociais desse gênero textual, que é: a) apresentar fatos que tenham sido noticiados pelo próprio veículo; b) chamar a atenção do leitor para temas raramente abordados no jornal; c) provocar a indignação dos cidadãos por força dos argumentos apresentados; d) interpretar criticamente fatos noticiados e considerados relevantes para a opinião pública; e) trabalhar uma informação previamente apresentada com base no ponto de vista do autor da notícia.
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DESAFIANDO
Malandros chapa-branca
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Nossas elites corrompem e educam para o crime (...) Os pais das famílias de classe média andam preocupados com a falta de ética na conduta dos adolescentes. Temem as más influências dos “maloqueiros” do bairro – mas não percebem que os piores exemplos de irresponsabilidade e falta de educação provêm da própria elite nacional, acostumada a conviver com uma série de práticas ilegais, de maior ou menor gravidade. Uma parte da classe dirigente brasileira considera que a lei só serve para enquadrar os outros. A lei é para os “manés”. Os espertos e os privilegiados sabem como se colocar acima ou à margem dela. “Quem tem 30 contos de réis, no Brasil, não vai para a cadeia”, dizia Lampião. Os adolescentes ricos convivem com essa criminalidade soft dentro, ou perto, das próprias casas. É o pai que oferece caixinha ao guarda para escapar da multa; ou que vai à escola pedir a cabeça do professor que reprovou, por razões justas, seu filho. Os pais que se apavoram quando um filho começa a fazer amizade com os favelados da vizinhança são os mesmos que contratam e demitem empregados sem pagar direitos trabalhistas e oferecem suborno a fiscais da Receita que descobrem irregularidades em suas empresas. São mães que se consideram no direito de estacionar em fila dupla na porta da escola atrapalhando o trânsito, como se a rua fosse sua propriedade privada. Que jogam latas de refrigerante pela janela do carro como se a cidade, onde caminham os “outros”, fosse sua lata de lixo. Esses pais estão ensinando a seus filhos que o dinheiro compra até o que não tem preço: a vergonha, a educação, a lei. Uma vez, esperava um manobrista trazer o meu carro na saída de uma casa de espetáculos. De repente, um senhor furou a fila, tirou o manobrista que já estava dentro de meu carro, gritando que ele deveria pegar, com urgência, seu Porsche. “O senhor tem um Porsche, mas não tem educação?”, perguntei. Imaginem se ele se incomodou. Por sua lógica, quem pode pagar um carro importado, pode dispensar as normas de bom convívio com seus semelhantes. “Se eu pago, eu posso”, diz o pai de família burguês a seus rebentos, sem imaginar que por esse caminho, sua autoridade vai se desmoralizando até ele perder o respeito dos filhos, que um dia vão lhe dizer: “Se você quer que eu lhe obedeça, me pague”. A convivência com a criminalidade dos marginais e dos miseráveis acovarda e corrompe os adolescentes, principalmente, quando estes perdem a confiança na Justiça e na polícia que deveriam proteger a sociedade toda. Mas a convivência com o cinismo e com a ilegalidade das práticas da elite, corrompe e educa para o crime boa parte das novas gerações, de maneira muito mais profunda e mais eficiente. (Maria Rita Kehl é psicanalista. Época, 9 jun 2003)
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20) A estratégia de construção de um texto argumentativo deve atender ao objetivo de seu enunciador: levar o leitor a pensar, criticamente, a respeito do assunto abordado. Explique de que modo o recurso das falas do pai e filho (4o parágrafo) serve ao objetivo do texto.
22) Explique de que modo a citação de Lampião, no 2o parágrafo, contribui para a configuração de um cenário ético preocupante.
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21) Na conclusão, é feita uma comparação. a) Identifique os elementos comparados. b) Indique qual deles, segundo o texto, é o mais nocivo ao jovem.
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EDITORIAL E ARTIGO DE OPINIÃO: QUAL A DIFERENÇA?
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Neste caderno, você conheceu melhor o gênero “editorial”, por meio do qual um veículo de comunicação expressa um posicionamento institucional a respeito de determinado tema. Como você deve imaginar, instituições distintas se posicionam de maneiras diferentes com relação a um mesmo tema. Para compreender melhor como isso ocorre, escolha um tema polêmico e procure editoriais de diferentes jornais e revistas apresentando posições distintas sobre esse tema. Compartilhe suas descobertas com colegas e professor.
RESUMINDO
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• Artigos de opinião e editoriais são textos eminentemente argumentativos, defendendo uma tese acerca de determinado assunto; • Artigos de opinião podem ser veiculados em diversas plataformas, como revistas, jornais, blogs e mesmo “textões” em redes sociais;
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• Editoriais são frequentemente veiculados em jornais e revistas, apresentando um ponto de vista institucional sobre determinado assunto;
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• Artigos de opinião, por expressarem a opinião de um autor único, tendem a ter a argumentação menos branda que a dos editoriais.
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LÍNGUA PORTUGUESA 2o ANO
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Direção Executiva: Fabio Benites
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Diagramação, Ilustração de capa e Projeto Gráfico: Alan Giles Dominique Coutinho Erlon Pedro Pereira
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Gestão Editorial: Maria Izadora Zarro
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Irium Editora Ltda Rua Desembargador Izidro, no 114 Tijuca - RJ CEP: 20521-160 Fone: (21) 2560-1349 www.irium.com.br
A reprodução desta obra, no todo ou em parte, por qualquer meio, sem autorização expressa, sujeitará o infrator, nos termos da Lei no 6.895, de 17/12/80, às penalidades previstas nos artigos 184 e 185 do Código Penal.
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TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO: COMO DIFERENCIÁ-LOS?
Objetivos de aprendizagem:
• Identificar o domínio da sintaxe como nível de análise linguística; • Reconhecer e distinguir os termos essenciais da oração;
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• Subclassificar os termos essenciais da oração segundo critérios de função, forma e sentido; • Empregar adequadamente os termos essenciais da oração na produção de textos;
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• Interpretar textos que envolvam o uso expressivo e/ou argumentativo dos termos essenciais da oração.
(Disponível em http://kognitio.com/why-isspark-on-the-rise-does-it-meet-businessneeds/lego/)
TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO: COMO DIFERENCIÁ-LOS?
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Sujeito e predicado
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Uma frase é composta por blocos de diferentes tamanhos: alguns são menores do que palavras, como os fonemas e os morfemas, que você estudou no ano passado. Alguns podem combinar uma ou mais palavras de diferentes maneiras. A Sintaxe é o domínio da Linguística que estuda as relações que os blocos de palavras podem contrair entre si. Nesta unidade, vamos entender, em linhas gerais, como funciona a análise sintática e conhecer os termos essenciais da oração: o sujeito e o predicado.
1) Conceitos fundamentais de Sintaxe
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Tradicionalmente, consideramos a frase como nível de análise sobre o qual se debruça a Sintaxe. Nesse sentido, definimos frase como um arranjo de palavras que veiculam uma mensagem, com sentido completo. Na escrita, marcamos o início de uma frase com uma letra maiúscula e o final da frase com um sinal de pontuação, como um ponto final, um ponto de exclamação ou um ponto de interrogação. Quando uma frase contém pelo menos um verbo, chamamo-la de frase verbal, ou período; quando não há verbo, dizemos tratar-se de uma frase nominal. No caso dos períodos, é importante saber que estes se estruturam, por sua vez, em orações (conjunto das estruturas constituídas a partir de um verbo). Assim, se temos apenas um verbo, temos uma só oração, num período simples. Mas, se o período contém mais de um verbo, ele tem, por conseguinte, mais de uma oração e deve ser classificado como período composto. É importante também entender que o domínio da Sintaxe é em alguns momentos bem próximo do domínio da Morfologia. Assim, é
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comum encontrarmos o termo Morfossintaxe. Você deve se lembrar que a Morfologia estuda a forma das palavras (o que inclui as classes gramaticais, como você viu no ano passado), ao passo que a Sintaxe estuda a função das palavras na sentença. Assim, em uma mesma frase, podemos fazer uma análise morfológica, sintática ou morfossintática (juntando as duas anteriores). Veja: Frase
Eu
comi
um
bolo
Análise promorfoadvérbio nome lógica
verbo
artigo
substantivo
Análise sintática– nível 1
Predicado verbal
sujeito
ontem
adjunto adverbial
Análise sintáadjunto sujeito tica – adverbial nível 2
Núcleo do preObjeto direto dicado verbal
Análise sintásujeito tica – nível 3
Núcleo do predicado verbal
adjunto adverbial
Adjunto adnominal
de
maçã.
pre- subsposi- tantivo ção
Núcleo AdAdjunto do junto adnoobjeto adnominal direto minal
Nesta tabela, você pode ver que a análise morfológica foi feita só em um nível, identificando a classe gramatical de cada termo da oração. Já a análise sintática pode ser feita em diferentes níveis, dividindo as estruturas de palavras em blocos maiores ou menores.
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“Interesse” ou “interesse do”: mais que uma questão de preposição
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A dificuldade em estabelecer a função de noticiar o que é “interesse público” ou “interesse do público” se estende também a internet, uma vez que a escola é, basicamente, a mesma.
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A esses blocos, chamamos de sintagmas e estes podem adquirir funções essenciais, integrantes ou acessórias na oração. Nas próximas páginas desta unidade, vamos estudar os sintagmas que funcionam como termos essenciais da oração: o sujeito e o predicado.
PRATICANDO
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1) (PUC) A partir da leitura da tira Frank e Ernest, qual conceito de sintaxe está implícito na fala da personagem?
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2) Sujeito
Frequentemente, diz-se que o sujeito é o termo sobre o qual se faz uma afirmação: o predicado. Essa definição indica que, por meio do verbo, faz-se uma atribuição de qualidade (predicação) a elementos nomeados por
sintagmas nominais (sintagmas que contêm substantivos ou palavras com função substantiva) ou sintagmas preposicionais (sintagmas iniciados por preposição, geralmente contendo um substantivo). Nesse caso, se o verbo articula mais de um sintagma, chamamos de sujeito aquele com que o verbo concorda. Exemplo: Maria lavou os talheres com água e sabão. A partir do verbo “lavar”, um comentário foi feito sobre três sintagmas: um com papel de agente (Maria), um com papel de paciente (os talheres) e outro com papel de instrumento (com água e sabão). Como o verbo “lavar” está flexionado na 3a pessoa do singular para concordar com o termo “Maria”, este desempenha o papel de sujeito na oração. Note ainda que, se mudássemos o sujeito para “Maria e João”, o verbo seria flexionado na 3a pessoa do plural, para concordar com o sujeito. Exemplo: Maria e João lavaram os talheres com água e sabão. As gramáticas tradicionais subclassificam o sujeito, de acordo com critérios sintáticos e semânticos, em algumas categorias:
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O jornalismo possui uma função singular na sociedade, que deve ser resguardada pela liberdade de imprensa. Contudo, muitos veículos de comunicação se deixam seduzir pelo lado mercadológico e se afastam de seus deveres éticos enquanto imprensa. Tal posição de jornais tem movimentado uma guerra midiática com a entrada da internet. Vamos utilizá-la para expandirmos o assunto em nosso portal www.4newsmagazine.com.br. #ProfissaoJornalista
TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO: COMO DIFERENCIÁ-LOS?
2.3) Oração sem sujeito
Apresenta apenas um núcleo. Exemplos: A maioria da população critica a realidade político-social brasileira. Ele não aceitava a sua realidade. Todos pareciam revoltados.
Nesse caso, a frase tem um predicado, mas não um sujeito a quem o verbo predique um atributo. Como o sujeito é o termo com que o verbo concorda, orações sem sujeito têm verbos impessoais, isto é, flexionados na 3a pessoa do singular. Os principais casos de oração sem sujeito são:
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2.3.1) Verbo haver no sentido de existir (ou ocorrer) Exemplos: Havia muitas pessoas na manifestação. Haverá guerras sempre.
2.3.2) Verbos que indicam fenômenos da natureza
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Ouviam-se reclamações em todos os lugares. Observe que, segundo a NGB, não há a classificação de sujeito oculto (também conhecido como desinencial ou elíptico). Assim, os sujeitos das frases abaixo deveriam ser classificados como simples, mesmo que seu núcleo não seja expresso na sentença. Exemplos: Fomos à praia ontem. Fizeste o dever?
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2.1) Sujeito simples
2.2) Sujeito composto
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Apresenta dois ou mais núcleos. Exemplos: Você e seus amigos precisam refletir sobre a situação do país. À noite, conversaremos nós e nossos amigos.
2.3) Sujeito indeterminado
Ocorre quando não se quer ou não se pode relevar o sujeito. Trata-se de uma estratégia discursiva comum em textos científicos e jornalísticos, quando o fato em si é mais importante do que seu agente. Em termos sintáticos, pode aparecer em dois tipos de construção:
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2.2.1) Verbo na 3a pessoa do plural sem sujeito aparente. Exemplos: Quebraram a vidraça. Viraram a lata.
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2.2.1) Verbo transitivo indireto / intransitivo / de ligação + palavra “SE” Exemplos: Necessita-se de secretárias. Trabalha-se muito aqui. No passado, era-se mais feliz.
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Chover, ventar, trovejar, relampejar, anoitecer, fazer frio e outros, quando usados denotativamente. Exemplos: Choveu durante a manifestação. Garoou a madrugada toda.
2.3.3) Verbos haver, fazer e ir, quando indicam tempo decorrido. Exemplos: Faz dois anos que eles brigaram. Lá vai três horas desde que chegamos.
2.3.4) Verbo ser, na indicação de tempo, lugar e distância. Exemplos: Já era noite quando chegamos. Daqui até lá são três quilômetros.
PRATICANDO 2) Identifique e classifique os sujeitos das frases abaixo: a) Todos trabalham muito nesta cidade. b) Os cientistas e os religiosos analisaram as origens do homem. c) Necessita-se da ajuda de todos os cidadãos.
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3.3) Verbo transitivo indireto (VTI)
3) Predicação verbal
3.4) Verbo transitivo direto e indireto (VTDI) ou verbo bitransitivo
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d) Pode haver problemas ainda no computador? e) Fizeram dois anos os gêmeos. f) Não se sabia bem seu nome. g) Fizeste muito esforço durante a caminhada. h) O inesperado me tomou.
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É aquele que exige um complemento indiretamente, com o auxílio da preposição. Exemplos: Você acredita em Deus? Preciso de ajuda. Refiro-me ao seu trabalho.
É aquele que exige dois complementos: um introduzido diretamente e outro ligado por preposição. Exemplos: Ela ofereceu a ele os melhores momentos de sua vida. Contei ao rapaz a notícia.
DE A
Se a relação que um verbo constrói com outros sintagmas é conhecida como predicação, podemos classificar um verbo pelo tipo de sintagma que ele predica. Veja:
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É aquele que não exige complemento verbal para completar-lhe o sentido. Exemplos: O jogo acabou. Ela saiu cedo de casa. Os rios morriam lentamente. Elas chegaram felizes.
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Observe, no entanto, que alguns verbos intransitivos exigem adjuntos adverbiais. Exemplos: Eu fui a Roma (VI + adjunto adverbial de lugar) O jogo será ao meio dia. (VI + adjunto adverbial de tempo) Todos estávamos em casa. (VI + adjunto adverbial de lugar)
3.2) Verbo transitivo direto (VTD)
M
É aquele que exige um complemento diretamente, sem o auxílio da preposição. Exemplos: Um novo tipo de poluição dos rios chama a atenção. Ele deu informações incorretas. Eu o encontrei triste.
3.5) Verbo de ligação (VL):
Introduz um estado, qualidade ou condição do sujeito, a que chamamos de predicativo do sujeito. Exemplos: O vento é forte. O vento permanece forte. O vento parece forte. Veja, porém, que um mesmo verbo pode adquirir diferentes predicações, a depender do contexto de seu uso. Ela continua estudiosa. – VERBO DE LIGAÇÃO Ela continua na escola. – VERBO INTRANSITIVO Ela virou a mesa. – VERBO TRANSITIVO DIRETO Ela virou diretora. – VERBO DE LIGAÇÃO
PRATICANDO 3) Indique a predicação dos verbos sublinhados no texto abaixo.
Caminhoneiro morre após veículo capotar e sair da pista no Oeste de SC Polícia acredita que motorista tenha ficado
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3.1) Verbo intransitivo (VI)
TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO: COMO DIFERENCIÁ-LOS?
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Exemplos: A rua pode ser um local perigoso. As cidades tornavam-se dia a dia mais cinzentas.
4.3) Predicado verbo-nominal
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Apresenta dois núcleos – um verbo intransitivo ou transitivo e um predicativo. Exemplos: Os alunos chamavam a professora de tia. Não considero relevante sua proposta. Uma característica dos predicados verbo-nominais é que eles podem ser desmembrados em dois predicados distintos: um verbal e um nominal. Exemplos: O sol nasceu radiante no horizonte. (Predicado verbo-nominal) = O sol nasceu no horizonte (Predicado Verbal) + O sol estava radiante. (Predicado Nominal) Nós elegemos Lula presidente. (Predicado Verbo-nominal) = Nós elegemos Lula. (Predicado Verbal) + Lula tornou-se presidente (Predicado Nominal)
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sem freio em uma curva. Acidente aconteceu em Irani, na BR–153, no final da tarde de domingo. O capotamento de um caminhão resultou na morte do motorista, de 27 anos, em Irani, no Oeste catarinense, no final da tarde deste domingo. O veículo foi parar com as rodas para cima. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o acidente aconteceu por volta das 17h na BR– 153. O motorista seguia no sentido, sul da rodovia e o capotamento ocorreu perto do km 81. Nenhum outro veículo foi atingido. A PRF acredita que o condutor tenha ficado sem freio em uma curva e perdido o controle do caminhão. Evandel Pontes estava sozinho no veículo, com placas de Tijucas, na Grande Florianópolis. (Disponível em http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/ noticia/2016/05/caminhoneiro-morre-apos-veiculo-capotar-esair-da-pista-no-oeste-de-sc.html)
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4) Predicado
O predicado é o produto da predicação verbal. Em outras palavras, pode-se entender por predicado tudo aquilo que o verbo atribui ao sujeito. A depender dos termos que ocupam a posição de núcleo do predicado, este pode receber diferentes classificações:
4.1) Predicado verbal
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O núcleo é um verbo nocional (transitivo ou intransitivo). Exemplos: Os animais precisam de proteção e carinho. Abrigos oferecem um lar temporário a cães e gatos.
4.2) Predicado nominal
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O núcleo é o predicativo do sujeito (substantivo, adjetivo ou pronome) e o verbo é de ligação.
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PRATICANDO 4) Leia o texto e responda ao que se pede: Fabiano ia satisfeito. Sim, senhor, arrumara-se. Chegara naquele estado, com a família morrendo de fome, comendo raízes. Caíra no fim do pátio, debaixo de um juazeiro, depois tomara conta da casa deserta. Ele, a mulher e os filhos tinham-se habituado à camarinha escura, pareciam ratos — e a lembrança dos sofrimentos passados esmorecera. Pisou com firmeza no chão gretado, puxou a faca de ponta, esgaravatou as unhas sujas. Tirou do aió um pedaço de fumo, picou-o, fez um cigarro com palha de milho, acendeu-o ao binga, pôs-se a fumar regalado. — Fabiano, você é um homem, — exclamou em voz alta. Conteve-se, notou que os meninos estavam perto, com certeza iam admirar-se ouvindo-o falar só. E, pensando bem, ele não era homem:
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(Graciliano Ramos)
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Identifique no texto: a) um predicado verbo-nominal. b) um predicado verbal com verbo intransitivo.
Todas mais ou menos dizendo as mesmas coisas: “a mãe nos amamenta, é carinhosa conosco, é a rosa mais linda do jardim etc. etc. etc. Portanto, mãe só tem uma...“ Aí chegou a vez do Juquinha ler a sua redação: “Domingo foi visita lá em casa. As visitas ficaram na sala. Elas ficaram com sede e minha mãe pediu para mim ir buscar Coca-Cola na cozinha. Eu abri a geladeira e só tinha uma Coca-Cola. Aí, eu gritei para minha mãe: “Mãe, só tem uma!”
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era apenas um cabra ocupado em guardar coisas dos outros. Vermelho, queimado, tinha os olhos azuis, a barba e os cabelos ruivos; mas como vivia em terra alheia, cuidava de animais alheios, descobria-se, encolhia-se na presença dos brancos e julgava-se cabra.
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6) Transforme o sujeito determinado das orações, tornando-o indeterminado. Use o verbo na 3a pessoa do plural ou na 3a pessoa do singular + se. a) Toda a população vive bem por aqui. (se) b) Alguém roubou meu estojo novo. (3a pessoa do plural) c) Precisamos de atendentes nesta loja. (se) d) Um motorista atropelou dois pedestres. (3a pessoa do plural)
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7) Das seguintes orações: “Pede-se silêncio”, “A caverna anoitecia aos poucos”, “Fazia um calor tremendo naquela tarde”, o sujeito se classifica respectivamente como: a) indeterminado, inexistente, simples; b) oculto, simples, inexistente; c) inexistente, inexistente, inexistente; d) oculto, inexistente, simples; e) simples, simples, inexistente. 8) (UNICAMP) A história transcrita abaixo foi publicada na seção “Humor” de uma revista: A professora passou a lição de casa: fazer uma redação com o tema “Mãe só tem uma”. No dia seguinte, cada aluno leu a sua redação.
9) (UNESP) Para atender à necessidade de ritmo e de rima, os poetas praticam com naturalidade e frequência inversões e deslocamentos no padrão de disposição dos termos na oração (sujeito, verbo, complementos). Partindo desta constatação, analise a estrutura sintática das frases “Brincam minhas irmãs na sala de jantar” e “Chorava em cada canto uma saudade” e, logo após: a) reescreva-as na ordem que seus termos se apresentariam de acordo com o padrão mencionado; b) demonstre as identidades que há entre as duas orações no que diz respeito às funções sintáticas dos termos que as constituem. 10) (UNIMEP) Existem muitas definições de sujeito. Uma delas é: “Sujeito é aquele que pratica a ação verbal”. Das frases a seguir, qual contraria tal definição? a) O rato foi comido pelo gato. b) O rapaz leu o gibi. c) A menina brinca com a boneca. d) O menino entregou o jornal. e) Viajo todos os domingos. 7
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APROFUNDANDO
Essa piada baseia-se nas interpretações diferentes de (I) “Mãe só tem uma” e (II) “Mãe, só tem uma!” Compare esses dois enunciados e, com base na análise das relações sintáticas que se estabelecem entre as palavras, em cada um dos casos, identifique e explique a diferença de significado entre (I) e (II), responsável pelo efeito engraçado do texto.
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5) Identifique a função sintática dos termos em negrito no texto acima.
(Viaje Bem, Revista de bordo da VASP, no 4, 1989)
TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO: COMO DIFERENCIÁ-LOS?
Segundo TV, ao menos 53 pessoas morreram e 200 ficaram feridas Carro-bomba explodiu na manhã desta quinta (21) no centro de Damasco
Leia o texto a seguir e responda às questões 14 e 15.
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A explosão de um carro-bomba na manhã desta quinta-feira (21) perto da sede do partido Baath, no centro de Damasco, matou pelo menos 53 pessoas e deixou mais de 200 feridas, informou a TV estatal síria. Anteriormente, o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, ONG ligada à oposição, reportou 31 mortes. De acordo com a ONG, os mortos eram em sua maioria civis, mas entre as vítimas também podem estar integrantes das forças de segurança. O canal de televisão oficial Al-Ejbariya informou que entre os feridos estão crianças, ao lembrar que existe uma escola perto do local da explosão, no bairro de Mazraa. Imagens de televisão mostraram pelo menos quatro corpos espalhados pela rua após a explosão, que a mídia estatal descreveu como um atentado suicida cometido por “terroristas” que combatem o presidente Bashar al-Assad, segundo a Reuters. Um policial afirmou que o carro explodiu na Praça 16 de Novembro, perto da mesquita Al-Iman, onde fica a sede do partido Baath, que governa na Síria há meio século, de acordo com a AFP.
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Explosão deixa dezenas de mortos em atentado na capital da Síria
13) Quando a oração não tem sujeito, o verbo fica na terceira pessoa do singular. Esta afirmação pode ser comprovada em: a) Chegou o pacote de livros. b) Existe muita gente amedrontada. c) Ainda há crianças sem escola. d) Não procede a acusação contra ele. e) É proibida a entrada.
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Responda as questões 11 e 12 com base no texto a seguir.
(Do G1, em São Paulo)
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11) Identifique os sujeitos das formas verbais sublinhadas. 12) Considerando que se trata de uma notícia, por que o jornalista preferiu em mais de um caso empregar sujeitos que não identifiquem os nomes das pessoas que desempenharam essas ações?
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14) Qual é o sujeito das formas verbais “vamos” e “vamos discutir”? 15) Considerando a intencionalidade comunicativa subjacente ao texto, por que o autor do outdoor optou por esse sujeito? 16) Identifique o sujeito e o complemento dos verbos destacados no texto.
Não haverá preço abusivo de diárias de hotéis na Copa, diz ministro Titular do Turismo afirmou nesta quinta que governo irá controlar o setor. Pasta irá reunir-se com empresários das 12 cidades-sedes da Copa A quatro meses do início da Copa das Confederações, o ministro do Turismo, Gastão Vieira, assegurou nesta quinta-feira (21) que não haverá “preços abusivos” de diárias de hotéis durante o evento preparatório para Copa do Mundo de 2014. Seis capitais brasileiras irão sediar, em junho, o torneio da Fifa: Belo Horizonte, Fortaleza, Brasília, Rio de Janeiro, Recife e Salvador.
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b) adjetivo e predicativo, substantivo e sujeito, pronome e objeto direto; c) substantivo e predicativo, adjetivo e objeto direto, pronome e objeto indireto; d) adjetivo e complemento nominal, advérbio e aposto, artigo e objeto direto; e) substantivo e predicativo, adjetivo e sujeito, artigo e objeto direto. 19) (UFOP) É possível associar a classificação tradicional do predicado ao efeito expressivo de cada tipo: destacar a ação, o processo verbal, indicar ação, prestar-se bem à narração (verbal). Ressaltar característica, aparência, estado, prestar-se bem à descrição nominal; ou resultar da fusão dos anteriores (verbo-nominal). Entretanto, não houve associação correta desses comentários em: a) “não consultaram nenhuma agenda” – Predicado verbal-nominal b) “vou estar vivo e ativo pelo menos durante mais um ano...” – Predicado nominal c) “são mais ou menos óbvias” – Predicado nominal d) “nos mandam agendas” – Predicado verbal
(Do G1, em Brasília)
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17) É fato bastante comentado em aulas de Língua Portuguesa a inversão dos termos sintáticos nos primeiros versos do Hino Nacional Brasileiro, abaixo transcritos. Ouviram do Ipiranga as margens plácidas De um povo heroico o brado retumbante. Escreva-os em prosa, ordenando os seus termos sintáticos em ordem direta. 18) “A prova de que ela é “divina”, dizia um “erudito”, é que os homens ainda não “a” destruíram”. As palavras entre aspas são, no plano morfológico e sintático, respectivamente: a) substantivo e complemento nominal, advérbio e objeto direto, artigo e locução adverbial;
20) (ENEM)
Novas tecnologias Atualmente, prevalece na mídia um discurso de exaltação das novas tecnologias, principalmente aquelas ligadas às atividades de telecomunicações. Expressões frequentes como “o futuro já chegou”, “maravilhas tecnológicas” e “conexão total com o mundo” “fetichizam” novos produtos, transformando-os em objetos do desejo, de consumo obrigatório. Por esse motivo carregamos hoje nos bolsos, bolsas e mochilas o “futuro” tão festejado. Todavia, não podemos reduzir-nos a meras vítimas de um aparelho midiático perverso, ou de um aparelho capitalista controlador. Há perversão, certamente, e controle, sem sombra de dúvida. Entretanto, desenvolvemos uma relação simbiótica de dependência mutua com os veículos de comunicação, que se estreita a cada imagem compartilhada 9
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“Preços abusivos, definitivamente, não. Acho que vamos chegar a um entendimento [com o setor hoteleiro] tão bom como o que tivemos durante a Rio+20”, enfatizou o ministro, ao final de uma audiência com o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). O titular do Turismo ressaltou durante a visita institucional ao Congresso Nacional que a questão das diárias dos hotéis brasileiros é “uma preocupação constante” do governo federal. Segundo ele, por determinação da presidente Dilma Rousseff, o Executivo irá “controlar” o valor cobrado pela área hoteleira nacional em conjunto com os empresários do setor. O governo, relatou que Gastão, fará uso de todas as ferramentas legais de controle de mercado para punir eventuais “abusos” do segmento hoteleiro na Copa das Confederações e também na Copa do Mundo do ano que vem. “A partir de agora, vamos controlar o valor das diárias conjuntamente. Tanto o governo, por meio do Ministério do Turismo e da Embratur, quanto o setor privado, com apoio dos proprietários dos hotéis e das entidades do segmento hoteleiro. Nós decidimos, junto com os empresários, que esses grandes eventos não podem ser atropelados por questões simplesmente de mercado”, disse.
TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO: COMO DIFERENCIÁ-LOS?
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Ao escrever um artigo de opinião, o produtor precisa criar uma base de orientação linguística que permita alcançar os leitores e convencê-los com relação ao ponto de vista defendido. Diante disso, nesse texto, a escolha das formas verbais em destaque objetiva: a) criar relação de subordinação entre leitor e autor, já que ambos usam as novas tecnologias. b) enfatizar a probabilidade de que toda população brasileira esteja aprisionada às novas tecnologias. c) indicar, de forma clara, o ponto de vista de que hoje as pessoas são controladas pelas novas tecnologias. d) tornar o leitor copartícipe do ponto de vista de que ele manipula as novas tecnologias e por elas é manipulado. e) demonstrar ao leitor sua parcela de responsabilidade por deixar que as novas tecnologias controlem as pessoas.
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(SAMPAIO, A. S. A microfísica do espetáculo. Disponível em: http://observatoriodaimprensa.com.br. Acesso em: 1 mar. 2013 [adaptado]).
O cartaz aborda a questão do aquecimento global. A relação entre os recursos verbais e não verbais nessa propaganda revela que: a) o discurso ambientalista propõe formas radicais de resolver os problemas climáticos. b) a preservação da vida na Terra depende de ações de dessalinização da água marinha. c) a acomodação da topografia terrestre desencadeia o natural degelo das calotas polares. d) o descongelamento das calotas polares diminui a quantidade de água doce potável do mundo. e) a agressão ao planeta é dependente da posição assumida pelo homem frente aos problemas ambientais.
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e a cada dossiê pessoal transformado em objeto público de entretenimento. Não mais como aqueles acorrentados na caverna de Platão, somos livres para nos aprisionar, por espontânea vontade, a esta relação sadomasoquista com as estruturas midiáticas, na qual tanto controlamos quanto somos controlados.
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21) (ENEM)
(Disponível em: http://orion-oblog.blogspot.com.br. Acesso em: 6 jun. 2012 [adaptado]).
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22) (ENEM) Gripado, penso entre espirros em como a palavra gripe nos chegou após uma série de contágios entre línguas. Partiu da Itália em 1743 a epidemia de gripe que disseminou pela Europa, além do vírus propriamente dito, dois vocábulos virais: o italiano influenza e o francês grippe. O primeiro era um termo derivado do latim medieval influentia, que significava “influência dos astros sobre os homens”. O segundo era apenas a forma nominal do verbo gripper, isto é, “agarrar”. Supõe-se que fizesse referência ao modo violento como o vírus se apossa do organismo infectado. (RODRIGUES, S. Sobre palavras.Veja, São Paulo, 30 nov. 2011. )
Para se entender o trecho como uma unidade de sentido, é preciso que o leitor reconheça a ligação entre seus elementos. Nesse texto, a coesão é construída predominantemente pela retomada de um termo por outro e pelo uso da elipse. O fragmento do texto em que há coesão por elipse do sujeito é: a) “[...] a palavra gripe nos chegou após uma série de contágios entre línguas.” b) “Partiu da Itália em 1743 a epidemia de gripe [...]”.
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d) “O segundo era apenas a forma nominal do verbo gripper [...]”. e) “Supõe-se que fizesse referência ao modo
infectado.”
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DESAFIANDO
violento como o vírus se apossa do organismo
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c) “O primeiro era um termo derivado do latim medieval influentia, que significava ‘influência dos astros sobre os homens’.”
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23) (UERJ) É comum encontrar nos livros escolares a definição de predicado como aquilo que se declara sobre o sujeito de uma oração. Essa definição de predicado, entretanto, não é suficiente para identificá-lo em todas as suas ocorrências. O exemplo em que NÃO se poderia identificar o predicado pela definição dada é: a) “falta-lhes / não sei que atributo essencial”; b) “Toda a expressão deles mora nos olhos”; c) “neles há pouca montanha”; d) “sons que se despedaçam”.
PESQUISANDO
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TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO: COMO DIFERENCIÁ-LOS?
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Embora na escrita geralmente se esperem frases formadas pelo padrão sujeito + predicado, na fala é comum fazermos outra organização: tópico + comentário. Pesquise sobre esse tema e tente identificar em algumas de suas produções textuais se você está indevidamente replicando o padrão tópico + comentário na escrita.
RESUMINDO
• A Sintaxe é o domínio da Linguística que estuda as relações e funções entre as palavras; • O verbo, por meio do fenômeno da predicação, faz a afirmação de um atributo acerca de uma entidade. • Na Língua Portuguesa, o sujeito é o sintagma com que o verbo concorda; • O predicado é o conjunto de tudo aquilo que o verbo predica ao sujeito.
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• Um verbo pode ser subclassificado de acordo com os elementos que ele envolve na predicação.
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LITERATURA 2o ANO
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Direção Executiva: Fabio Benites
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Diagramação, Ilustração de capa e Projeto Gráfico: Alan Giles Dominique Coutinho Erlon Pedro Pereira
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Gestão Editorial: Maria Izadora Zarro
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Irium Editora Ltda Rua Desembargador Izidro, no 114 Tijuca - RJ CEP: 20521-160 Fone: (21) 2560-1349 www.irium.com.br
A reprodução desta obra, no todo ou em parte, por qualquer meio, sem autorização expressa, sujeitará o infrator, nos termos da Lei no 6.895, de 17/12/80, às penalidades previstas nos artigos 184 e 185 do Código Penal.
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PARNASIANISMO E SIMBOLISMO: COMO RECONHECÊ-LOS E DISTINGUI-LOS?
Objetivos de aprendizagem:
• Reconhecer a relação entre a história brasileira e a poesia parnasiana e simbolista da virada do século XIX para o XX; • Ler e interpretar textos líricos das escolas literárias conhecidas como Parnasianismo e Simbolismo;
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• Reconhecer as principais características formais e temáticas dessas escolas; • Identificar os principais autores brasileiros da época;
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• Estabelecer relações entre as poesias parnasiana, simbolista e contemporânea.
(Nos sonhos, de Charles J. Chaplin (1886). Óleo sobre tela. [Disponível em http://www.charleschaplin.info])
PARNASIANISMO E SIMBOLISMO: COMO RECONHECÊ-LOS E DISTINGUI-LOS?
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(MICHELANGELO. David (1501-1504). Estátua de Mármore. [Disponível em http:// www.vam.ac.uk/content/ articles/t/the-vanda-castcollection/])
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‘‘Davi e ‘‘O beijo’’
(KLIMT, Gustav. O beijo (1907-1908). Óleo e folha de ouro sobre tela. Disponível em https:// pt.wikipedia.org/wiki/O_beijo_ [Gustav_Klimt])
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Veja como são diferentes as obras de arte acima. A estátua representa David, o herói bíblico que derrotou o gigante Golias, e foi feita pelo célebre artista italiano Michelangelo. Já a pintura apresenta um casal se beijando e tem como título O beijo. O quadro foi pintado pelo artista austríaco Klimt. Apesar de ambas as obras representarem figuras humanas, os estilos são muito diferentes, o que pode estar relacionado às épocas e locais em que foram produzidas, à intenção de seus criadores, ao material com que foram feitas. Veja, por exemplo, que a escultura representa o herói de forma mais realista, detalhando cada músculo de seu corpo e capturando as proporções da anatomia humana com bastante naturalismo. Já a pintura mostra um casal representado bidimensionalmente, com roupas extravagantes, em um cenário de cores improváveis no mundo real. Isso dá à pintura um tom mais onírico e simbólico, afastado da realidade. Nesta unidade, vamos conhecer duas escolas literárias brasileiras que apresentaram visões de homem, mundo e arte semelhantes às presentes na escultura e na pintura acima. Vamos estudar, respectivamente, o Parnasianismo e o Simbolismo brasileiro, que se destacaram sobretudo na produção literária de gênero lírico.
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LITERATURA
Profissão de fé (fragmento)
(...) Invejo o ourives quando escrevo: Imito o amor Com que ele, em ouro, o alto relevo Faz de uma flor.
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No final do ano passado, você estudou as escolas literárias do Realismo e do Naturalismo, que, no Brasil, se desenvolveram sobretudo no fim do século XIX, defendendo, sobretudo por meio da prosa, uma forma de arte voltada para a verossimilhança, à crítica social e à tentativa de representar objetivamente o mundo real. Ainda no final do século XIX, desenvolveu-se no Brasil uma outra escola literária, o Parnasianismo, também comprometida com a objetividade e a representação do real, mas com propósitos distintos dos que norteavam o Realismo e o Naturalismo. Se estas duas escolas tinham um posicionamento político mais claro, de denúncia social ou de representação cientificista da animalidade humana, o que norteou os autores parnasianos foi uma preocupação sobretudo estética. A arte deveria ser harmoniosa, tratando de assuntos belos, de maneira equilibrada, simétrica e regrada, tal qual se fazia na arte clássica. Ao passo que, na Europa, o Parnasianismo teve pouca expressividade, no Brasil, segmentos mais conservadores da sociedade e das elites culturais investiram em obras que se opunham à rebeldia dos românticos e aos ganhos de liberdade e inventividade a que o início do século XIX assistiu no país. O próprio nome da escola – Parnasianismo – remete ao monte Parnaso, onde habitavam as musas, entidades da mitologia grega que inspiravam as artes. No pensamento grego clássico, as musas inspirariam os artistas para que estes executassem com perfeição suas obras, que deveriam
Um dos maiores exemplos da poesia parnasiana no Brasil é o poema Profissão de Fé, de Olavo Bilac, do qual transcrevemos um trecho a seguir:
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1) Parnasianismo
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transmitir noções de equilíbrio, sobriedade e perfeição formal, características que os poetas parnasianos brasileiros buscavam trazer para suas obras. Também não eram raras as referências em seus poemas a elementos da mitologia grega e a outras formas de arte, de modo que sua poesia pudesse se dedicar sobretudo ao que é belo, em um descritivista culto da arte pela arte. Quando as figuras humanas eram representadas na poesia parnasiana, era sobretudo de forma sensual e corpórea que eram descritas, mais como estátuas do que como homens ou mulheres em si.
Por isso, corre, por servir-me, Sobre o papel A pena, como em prata firme Corre o cinzel. Corre; desenha, enfeita a imagem, A idéia veste: Cinge-lhe ao corpo a ampla roupagem Azul-celeste. Torce, aprimora, alteia, lima A frase; e, enfim, No verso de ouro engasta a rima, Como um rubim. Quero que a estrofe cristalina, Dobrada ao jeito Do ourives, saia da oficina Sem um defeito: E que o lavor do verso, acaso, Por tão subtil, Possa o lavor lembrar de um vaso De Becerril. E horas sem conto passo, mudo, O olhar atento, A trabalhar, longe de tudo O pensamento.
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Imito-o. E, pois, nem de Carrara A pedra firo: O alvo cristal, a pedra rara, O ônix prefiro.
PARNASIANISMO E SIMBOLISMO: COMO RECONHECÊ-LOS E DISTINGUI-LOS? guiu romper com a impassibilidade parnasiana, o que indica, de certa forma, uma herança do Romantismo em sua obra. “Toda as suas emoções eram já metrificadas com exatidão e rimadas com abundância”, diz Mário de Andrade, sobre Bilac.
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Porque o escrever – tanta perícia, Tanta requer, Que oficio tal... nem há notícia De outro qualquer.
Nel mezzo del camin...
(Olavo Bilac, Profissão de Fé, Poesias)
E paramos de súbito na estrada Da vida: longos anos, presa à minha A tua mão, a vista deslumbrada Tive da luz que teu olhar continha.
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Glossário • Becerril: nome de um famoso artesão. • Carrara: região da Itália rica em mármore. • Rubim: rubi
Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada E triste, e triste e fatigado eu vinha. Tinhas a alma de sonhos povoada, E a alma de sonhos povoada eu tinha...
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Assim procedo. Minha pena Segue esta norma, Por te servir, Deusa serena, Serena Forma! (...)
Nesse poema, o eu-lírico se dirige à musa inspira-
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dora, chamada de “Deusa serena” e “Serena Forma”, para dizer-lhe que seu processo de escrita é semelhante ao do ourives, trabalhando cada verso e estrofe como uma joia. Podemos notar esse cuidado com a forma do poema a partir de sua métrica e sistema regular de rimas, da escolha de palavras precisas e nem sempre comuns e da objetividade com que o poeta entende seu ofício, marcado pela elaboração formal do texto, e não por uma emoção. Veja, abaixo, os principais poetas do Parnasianismo brasileiro.
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1.1) Olavo Bilac (1865–1918)
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Olavo Brás Martins do Guimarães foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras em 1896. É de sua autoria a letra do Hino à Bandeira. Em 1907, Bilac foi eleito “príncipe dos poetas brasileiros” pela revista Fon-Fon. Obras: Poesias (Reunião dos livros Panóplias, Via Láctea e Sarças de fogo -1888); Tarde (1918). Bilac teve intensa habilidade técnica e conse-
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Hoje, segues de novo... Na partida Nem o pranto os teus olhos umedece, Nem te comove a dor da despedida. E eu, solitário, volto a face, e tremo, Vendo o teu vulto que desaparece Na extrema curva do caminho extremo. (BILAC, Olavo. Sarças de fogo, 1888.)
Glossário: • nel mezzo del camin: no meio do caminho (italiano).
1.2) Raimundo Correia (1859–1911)
Raimundo da Mota Azevedo Correia nasceu na costa do Maranhão a bordo do navio São Luís e morreu em Paris. Embora fosse considerado um dos melhores poetas da época, pouco participou da vida literária do país. Foi também membro da Academia Brasileira de Letras.
Obras: Sinfonias (1833); Aleluia (1891).
LITERATURA
As Pombas
Vaso chinês
Estranho mimo aquele vaso! Vi-o, Casualmente, uma vez, de um perfumado Contador sobre o mármor luzidio, Entre um leque e o começo de um bordado.
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E à tarde, quando a rígida nortada Sopra, aos pombais, de novo elas, serenas, Ruflando as asas, sacudindo as penas, Voltam todas em bando e em revoada...
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Vai-se a primeira pomba despertada... Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas Das pombas vão-se dos pombais, apenas Raia sanguínea e fresca a madrugada.
tre os parnasianos, um mestre na arte de compor poeticamente retratos, quadros, cenas, em que predomina uma combinação entre o perfeccionismo formal e o descritivismo. Obras: Meridionais (1884), Versos e rimas (1895), O livro de Ema (1900). No entanto, essa atitude perfeccionista levou a uma poesia morta, que reproduz mecanicamente os objetos por ele descritos. Na década de 1920, Mário de Andrade já havia escrito que o único problema de Alberto de Oliveira era o não ter nada para dizer, e que uma lágrima de qualquer poema de Goethe possuía mais lirismo que a obra completa desse parnasiano brasileiro.
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Raimundo Correia, a exemplo dos demais parnasianos, foi um artesão do verso, buscando a perfeição da forma e dominando as técnicas parnasianas formais na construção do poema. Há, contudo, em sua obra, uma certa melancolia, como se pode notar no poema a seguir:
Também dos corações onde abotoam Os sonhos, um a um, céleres voam, Como voam as pombas dos pombais;
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No azul da adolescência as asas soltam, Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam, E eles aos corações não voltam mais.
(CORREIA, Raimundo. Poesias completas. 1948)
Glossário: • nortada: vento do norte. • ruflar: fazer barulho com tecidos.
Mas, talvez por contraste à desventura, Quem o sabe?... de um velho mandarim Também lá estava a singular figura. Que arte em pintá-la! A gente acaso vendo-a, Sentia um não sei quê com aquele chim De olhos cortados à feição de amêndoa. Glossário: • Contador: peça de mobiliário antigo, espécie de armário com pequenas gavetas • Chim: chinês
1.4) Francisca Júlia (1871-1920)
M
AT
1.3) Alberto de Oliveira (1857–1937)
Fino artista chinês, enamorado, Nele pusera o coração doentio Em rubras flores de um sutil lavrado, Na tinta ardente, de um calor sombrio.
Francisca Júlia foi uma poetisa pouco reconhecida em seu tempo, uma vez que as concepções
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Antônio Mariano Alberto de Oliveira foi também membro fundador da Academia Brasileira de Letras, tendo herdado de Bilac o título de “príncipe dos poetas brasileiros”. Alberto de Oliveira pode ser considerado, en-
PARNASIANISMO E SIMBOLISMO: COMO RECONHECÊ-LOS E DISTINGUI-LOS? Os seus carmíneos lábios de mourisca
feminina o talento poético. Tendo contribuído
Se abrem, sorrindo, numa flor vermelha.
por anos no Correio Paulistano e no Diário Popu-
LI SE
machistas de sua época não creditavam à figura
lar, Francisca Júlia foi alvo de preconceito, uma
Deita à sombra de uma árvore. Uma abelha
vez que os críticos literários não acreditavam que
Zumbe em torno ao cabaz... Uma ave, arisca,
tais versos pudessem ter sido escritos por uma mulher. Atribuíram-nos, pois, a Raimundo Correia, acusando-o de ter adotado um pseudônimo feminino naquelas obras. Com o tempo, porém, a verdade veio à tona, e a poetisa ganhou certa notoriedade entre seus pares. No entanto, é só no final do século XX que ela entra para o cânone dos poetas parnasianos brasileiros, havendo até hoje livros didáticos e histórias da literatura que, injustamente, não mencionam seu nome entre os grandes autores do sé-
O pó do chão, pertinho dela, cisca,
A florista
NÁ
Aos ouvidos lhe soa um rumor brando De folhas... Pouco a pouco, um leve sono Lhe vai as grandes pálpebras cerrando... Cai-lhe de um pé o rústico tamanco... E assim descalça, mostra, em abandono,
DE A
culo XIX.
Olhando-a, às vezes, trêmula, de esguelha...
Suspensa ao braço a grávida corbelha,
(Francisca Júlia da Silva. Poesias. 1962)
Glossário: • Corbelha: cesta. • Carmíneo: vermelho. • Mourisco: árabe. • Cabaz: cesta.
ER IA L
Segue a passo, tranquila... O sol faísca...
O vultinho de um pé macio e branco.
AT
Escritoras organizam 1º Sarau Feminista na ‘Semana da Mulher’
Poetas capixabas apresentam seus trabalhos nesta quinta-feira (10/03/16); evento acontece às 19h, no Centro de Vivências da UFES
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M
Espaços de diferentes naturezas, dedicados à divulgação da produção intelectual e cultural feminina, tem se tornado mais comuns em todo o Brasil. Além da resistência, esses eventos servem para garantir a liberdade e autossuficiência feminina no país. Não entende o porquê a necessidade de políticas afirmativas como essa. Vamos ver no portal www.4newsmagazine.com.br #GirlPower
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LITERATURA
Por estas noites
Mas um perfume cálido de rosas Corre a face da terra adormecida ... E a névoa cresce, e, em grupos repartida, Enche os ares de sombras vaporosas
E os céus se estendem, palpitando, cheios Da tépida brancura fulgurante De um turbilhão de braços e de seios.
(BILAC, Olavo. Via Láctea) Glossário: • Tépido: quente.
ER IA L
1) O texto acima apresenta: a) uma visão intelectual da realidade; b) uma visão ideológica da realidade; c) uma visão sensorial da realidade; d) uma visão religiosa da realidade; e) uma visão conflituosa da realidade.
2) Simbolismo
M
AT
Como reação aos excessos racionalistas do Realismo, do Naturalismo e do Parnasianismo, desenvolveu-se uma nova escola artístico-literária no final do século XIX, quando a Europa enfrentava uma crise socioeconômica gerada pela Segunda Revolução Industrial. Perdurando até o período que antecedeu a Primeira Guerra Mundial (1914-18), o Simbolismo caracterizou-se por uma oposição ao espírito positivista e materialista da civilização industrial; para tanto, as obras simbolis-
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DE A
Sombras errantes, corpos nus, ardentes Carnes lascivas... um rumor vibrante De atritos longos e de beijos quentes...
NÁ
Por estas noites frias e brumosas É que melhor se pode amar, querida! Nem uma estrela pálida, perdida Entre a névoa, abre as pálpebras medrosas
tas, sobretudo do gênero lírico, apresentavam uma visão subjetivista, espiritualista (e mesmo algo mística) do mundo e do homem. Nesse sentido, é possível estabelecer uma relação temática entre o Romantismo e o Simbolismo em função da subjetividade presente nos dois movimentos e abandonada pelos parnasianos. Os simbolistas retomam o culto do “eu”, porém buscando as camadas mais profundas do subconsciente e do inconsciente. Na época, uma visão decadentista dominava a Europa e o homem tinha a sensação de estar vivendo a fase final de um processo que tanto havia prometido em seu início, mas que só trouxe graves consequências para a sociedade. O artista/escritor prefere distanciar-se dessa realidade que ele não consegue entender ou aceitar e volta-se para o seu interior, suas impressões e intuições. Isso torna as imagens da poesia simbolista vagas e imprecisas, diferentes do que se buscava nas outras estéticas do final do século XIX, que defendiam uma representação objetiva do real. No Brasil, porém, o Parnasianismo ganhou maior força entre as elites e as instituições culturais e universitárias, o que reflete até hoje em um número maior de estudos sobre a poesia parnasiana. O poema simbolista, visando à evocação, e não à descrição ou à representação de imagens, faz uso intenso de sinestesias e de uma linguagem musical, a fim de sugerir, mais do que narrar ou relatar, um fato. Por vezes, essa técnica de sugestão se revela no uso de iniciais maiúsculas em substantivos que tradicionalmente classificamos como comuns. O objetivo de tal procedimento é conotar a existência de uma entidade suprassensível, como a Felicidade, a Fé, ou o Amor por trás daquele substantivo. Para compreender melhor essas características da poesia simbolista, observe o poema a seguir:
LI SE
PRATICANDO
PARNASIANISMO E SIMBOLISMO: COMO RECONHECÊ-LOS E DISTINGUI-LOS?
Era um som feito luz, eram volatas Em lânguida espiral que iluminava, Brancas sonoridades de cascatas... Tanta harmonia melancolizava.
DE A
Filtros sutis de melodias, de ondas De cantos volutuosos como rondas De silfos leves, sensuais, lascivos...
João da Cruz e Sousa era filho de escravos alforriados, mas teve a oportunidade de receber educação esmerada. Exerceu o cargo de professor e jornalista no Rio de Janeiro, onde ingressou no grupo simbolista, tornando-se logo respeitado como mentor do grupo e ficando conhecido como “Cisne Negro”. Obras principais: Broquéis (1893), Missal (1893), Evocações (1899), Faróis (1900), Últimos sonetos (1905). Podemos encontrar de modo recorrente, em sua obra, a tematização do amor, do mistério, das sensações, da angústia, da dor de existir, do conflito entre a carne e o espírito, da escravidão da mulher. Em seu vocabulário poético, predominam de modo obsessivo termos associados à cor branca (névoas, alvas, brumas, lírios, neve, palidez, lua etc.), como no poema a seguir:
NÁ
Mais claro e fino do que as finas pratas O som da tua voz deliciava... Na dolência velada das sonatas Como um perfume a tudo perfumava.
LI SE
2.1) Cruz e Souza (1861-1898)
Cristais
Como que anseios invisíveis, mudos, Da brancura das sedas e veludos, Das virgindades, dos pudores vivos.
(CRUZ E SOUSA. Obra completa. Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1995, p. 86)
ER IA L
Glossário: • Dolência: sofrimento. • Volata: série de notas trocadas rapidamente. • Silfo: gênio do ar na mitologia céltica.
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M
AT
Observe que a objetividade do Parnasianismo foi substituída por uma atmosfera de imprecisão, predominando as sensações do vago, do sonho, do indefinido. Sensações visuais e auditivas se mesclam, numa busca sinestésica, que valoriza o interior (“Brancas sonoridades de cascatas”). O ritmo dos versos, a intensa ocorrência de fonemas nasais (“som”, “dolência”, “lânguida”, “tanta”, “invisíveis”, “virgindades”) e o próprio tema (o som da voz na dolência das sonatas) contribuem para reforçar a musicalidade pretendida pelo poeta. Essas características apontam para o surgimento de um novo estilo de época: o simbolismo, que buscou uma arte absoluta e atemporal por meio de uma linguagem universal e intimista. Veja a seguir os principais poetas simbolistas brasileiros:
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Encarnação Carnais, sejam carnais tantos desejos, carnais, sejam carnais tantos anseios, palpitações e frêmitos e enleios, das harpas da emoção tantos arpejos... Sonhos, que vão, por trêmulos adejos, à noite, ao luar, intumescer os seios láteos, de finos e azulados veios de virgindade, de pudor, de pejos... Sejam carnais todos os sonhos brumos de estranhos, vagos, estrelados rumos onde as visões do amor dormem geladas...
LITERATURA
Queria subir ao céu, Queria descer ao mar...
(Cruz e Sousa: Missal e Broquéis, Martins Fontes, São Paulo, 1993)
E, no desvario seu, Na torre pôs-se a cantar... Estava perto do céu, Estava longe do mar... E como um anjo pendeu As asas para voar... Queria a lua do céu, Queria a lua do mar...
NÁ
Glossário: • frêmito: tremor. • enleio: perturbação. • adejo: voo. • intumescer: inchar. • láteo: branco como o leite. • lívido: pálido.
LI SE
Sonhos, palpitações, desejos e ânsias formem, com claridades e fragrâncias, a encarnação das lívidas Amadas!
As asas que Deus lhe deu Ruflaram de par em par... Sua alma subiu ao céu, Seu corpo desceu ao mar...
DE A
ER IA L
Alphonsus Henriques da Costa Guimaraens estudou Direito em São Paulo, onde se dedicou ao jornalismo e lançou seu primeiro livro de poemas. Sua obra marca-se, sobretudo, pelo caráter místico-religioso. Muitos de seus poemas relacionam-se à noiva, Constança, morta prematuramente. Obras: • Poesia: Setenário das dores de Nossa Senhora e Câmara ardente (1899); Dona Mística (1899); • Prosa: Mendigos (1920)
AT
Leia o poema abaixo, que tematiza, por uma perspectiva espiritualista, a morte de uma personagem feminina:
Ismália
M
Quando Ismália enlouqueceu, Pôs-se na torre a sonhar... Viu uma lua no céu, Viu outra lua no mar. No sonho em que se perdeu, Banhou-se toda em luar...
(GUIMARAENS, Alphonsus. Obra completa. 1960)
Glossário: • Desvario: loucura. • Ruflar: bater asas.
PRATICANDO
2) (PUC – adaptada) Leia o fragmento do poema Antífona, de Cruz e Sousa, e responda. Ó Formas, brancas, Formas claras De luares, de neves, de neblinas!... Ó formas vagas, fluidas, cristalinas... Incensos dos turíbulos das aras... Formas do Amor, constelarmente puras, De virgens e de santas vaporosas... Brilhos errantes, mádidas frescuras E dolências de lírios e de rosas... Indefiníveis músicas supremas, Harmonias da cor e do perfume. Horas do ocaso, trêmulas, extremas, Réquiem do Sol que a dor da luz resume... Glossário: • turíbulo: vaso onde queima o incenso. • ara: altar. • mádido: úmido. • dolência: sofrimento. • réquiem: música fúnebre.
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2.2) Alphonsus de Guimaraens (1870-1921)
PARNASIANISMO E SIMBOLISMO: COMO RECONHECÊ-LOS E DISTINGUI-LOS?
LI SE
APROFUNDANDO
Rio abaixo
Treme o rio, a rolar, de vaga em vaga Quase a noite. Ao sabor do curso lento Da água, que as margens em redor alaga, Seguimos. Curva os bambuais o vento.
NÁ
Vivo há pouco, de púrpura sangrento, Desmaia agora o Ocaso. A noite apaga. A derradeira luz do firmamento... Rola o rio, a tremer, de vaga em vaga. Um silêncio tristíssimo por tudo Se espalha. Mas a lua lentamente Surge na fimbria do horizonte mudo:
ER IA L
DE A
Esse trecho do poema, que abre o livro Broquéis, é considerado uma espécie de profissão de fé simbolista. Reflita sobre as afirmações a seguir. I) O fragmento revela a preocupação do eu lírico pelas formas caracterizadas pela cor branca, pelas cintilações, pela vaguidade, pelo diáfano e pelo transparente. II) O fragmento apresenta uma construção apoiada na justaposição de frases nominais, com o intuito de descrever os objetos com clareza. III) O fragmento mostra alguns procedimentos estilísticos do Simbolismo, como, por exemplo, a musicalidade das palavras, o uso de reticências, o emprego de letras maiúsculas e a imprecisão do referente. Conforme se verifica, está correto o que se afirma: a) apenas em I e II b) apenas em I e III c) apenas em II e III d) apenas em I e) em I, II e III
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M
AT
3) (PUC) No poema de Cruz e Sousa, ocorre o predomínio das seguintes características: a) invocações, simultaneidade de traços, dinamicidade, ausência temporal e descritor observador; b) explicações, sequência de traços, estaticidade, sequência temporal e narrador personagem; c) explicações, sequência de traços, dinamicidade, ausência de conflito narrativo e ausência de narrador; d) invocações, concomitância de traços, estaticidade, ausência de conflito narrativo e ausência de narrador; e) invocações, concomitância de traços, estaticidade, sequência temporal e descritor observador.
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E o seu reflexo pálido, embebido Como um gládio de prata na corrente, Rasga o seio do rio adormecido. (BILAC, Olavo. Poesias. Rio de Janeiro: Edição de Ouro, s/d. p. 98)
Glossário: • vaga: onda • bambuais: coletivo de bambu • fímbria: beira • gládio: espada
4) (UFPA) Sobre o poema e seu autor, é correto afirmar: a) O poema descreve uma paisagem, num procedimento típico do Parnasianismo: sem transbordamento afetivo, explorando os efeitos plásticos e sonoros que impressionam os sentidos. b) O poema foge aos padrões da objetividade parnasiana, uma vez que aparece nele a palavra “tristíssimo”, evidência do empréstimo do sentimento do eu lírico à paisagem retratada por ele. c) Olavo Bilac destacou-se no cenário parnasiano brasileiro uma vez que cultivou a objetividade e o formalismo parnasiano, mesclados com uma visão profunda do homem enquanto ser humano.
LITERATURA
5) Leia o texto abaixo e responda às perguntas que se seguem:
Vila Rica
LI SE
c) Nesse poema, o pôr do sol e a mudança na luminosidade da paisagem fazem referência à situação política de Vila Rica no século XVIII. Justifique essa afirmativa com base em elementos do poema. 6) Leia o poema abaixo e responda às perguntas que se seguem:
NÁ
d) O poema descreve uma paisagem ao luar, aproximando-se da temática romântica de descrever a natureza brasileira e seus traços característicos. e) O recurso ao soneto e à personificação do rio indicam a estética parnasiana do poema, que pregava o apuro formal e o retrato de objetos e de coisas, para não haver extravasamentos sentimentais humanos.
Hão de chorar por ela os cinamomos, Murchando as flores ao tombar do dia. Dos laranjais hão de cair os pomos, Lembrando-se daquela que os colhia.
DE A
O ouro fulvo do ocaso as velhas casas cobre; Sangram, em laivos de ouro, as minas, que a ambição Na torturada entranha abriu da terra nobre: E cada cicatriz brilha como um brasão.
Soneto
ER IA L
Agora, para além do cerro, o céu parece Feito de um ouro ancião que o tempo enegreceu... A neblina, roçando o chão, cicia, em prece, Como uma procissão espectral que se move... Dobra o sino... Soluça um verso de Dirceu... Sobre a triste Ouro Preto o ouro dos astros chove. (BILAC, Olavo. Melhores poemas. Seleção de Marisa Lajolo. São Paulo: Global, 2003)
M
AT
Glossário: • fulvo: da cor do ouro • ocaso: pôr do sol • laivo: rastro • ângelus: toque da Ave Maria • planger: soar tristemente • dobre: barulho do sino • cerração: nevoeiro • urbe: cidade • ciciar: sussurrar
a) Indique dois traços do Parnasianismo que podem ser identificados no poema acima. b) Identifique, no texto, um verso que remete a um estilo de época do período colonial e diga a qual estilo o verso faz referência.
A lua, que lhe foi mãe carinhosa, Que a viu nascer e amar, há de envolvê-la Entre lírios e pétalas de rosa. Os meus sonhos de amor serão defuntos... E os arcanjos dirão no azul ao vê-la, Pensando em mim: “ — Por que não vieram juntos?” (Alphonsus de Guimaraens)
Glossário: • Cinamomo: planta de onde se obtém a canela.
a) Há um traço forte do Simbolismo presente no poema: a sublimação. Como identificá-la no texto e qual a relação entre tal traço e o desejo do eu poético? b) Identifique no texto um verso que exemplifique a sinestesia. c) Tanto no campo semântico do ar quanto no da terra, a natureza parece compartilhar da sensação de pequenez do eu poético diante da abordagem da morte. Qual verso exemplifica essa participação no plano semântico da terra? 11
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O ângelus plange ao longe em doloroso dobre. O último ouro do sol morre na cerração. E, austero, amortalhando a urbe gloriosa e pobre, O crepúsculo cai como uma extrema-unção.
As estrelas dirão: “— Ai! nada somos, Pois ela se morreu, silente e fria...” E pondo os olhos nela como pomos, Hão de chorar a irmã que lhes sorria.
PARNASIANISMO E SIMBOLISMO: COMO RECONHECÊ-LOS E DISTINGUI-LOS?
Outono. As árvores pensando ... Tristezas mórbidas no mar ... O vento passa, brando ... brando ... E sinto medo, susto, quando Escuto o vento assim passar ... (...) (Cecília Meireles)
O Soneto
ER IA L
Nas formas voluptuosas o soneto Tem fascinante, cálida fragrância E as leves, langues curvas de elegância De extravagante e mórbido esqueleto. A graça nobre e grave do quarteto Recebe a original intolerância, Toda a sutil, secreta extravagância Que transborda terceto por terceto.
AT
E como um singular polichinelo Ondula, ondeia, curioso e belo, O Soneto, nas formas caprichosas.
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M
As rimas dão-lhe a púrpura vetusta E nas mais rara procissão augusta Surge o Sonho das almas dolorosas... (Cruz e Sousa)
8) (UFRJ) a) Dentre os recursos utilizados pela estética simbolista, destaca-se o uso da aliteração. Transcreva da 1a estrofe do soneto de Cruz e Sousa o verso que apresenta, com maior frequência, esse recurso.
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9) Leia o poema abaixo e responda ao que se pede:
Soneto Parnasiano e Acróstico em Louvor de Helena Oliveira
Houve na Grécia antiga uma beleza rara (Em versos de ouro o grande Homero celebrou-a), Linda mais do que a mente humana imaginara, E cuja fama sem rival inda ressoa.
DE A
a) Apesar de modernista, a autora apresenta tendências de outro movimento literário, evidentes no texto. Que movimento é esse? b) Retire no texto uma passagem que justifique a sua resposta anterior e, a seguir, cite a característica que ela apresenta.
LI SE
Cantiga outonal
b) Cite a característica do Simbolismo com que esse recurso se relaciona diretamente. c) Qual a função da linguagem que, ao lado da função poética, sobressai no soneto?
NÁ
7) (UNIRIO)
Não a comparei porém (quem a compara?) À que celebro aqui: a outra não era boa. O esplendor da beleza é sol que só me aclara Luzindo sob o véu do pudor que afeiçoa. Inspiremo-nos, pois, não na Helena de Troia, Versátil coração, frio como uma joia, Em cujo lume ardeu cidade inteira. Inspiremo-nos, sim, de uma Helena mais pura. Ronsard mostrou na sua uma flor de ternura: A mesma flor que orna esta Helena brasileira.
a) Apesar de Manuel Bandeira ser tradicionalmente dito um autor modernista, o escritor chamou de parnasiano este texto. Considerando os traços do Parnasianismo, diga por que Bandeira incluiu o termo “parnasiano” no título desse poema. b) No título, há referência ao acróstico – tipo de composição lírica cujas letras iniciais (ou, mais raramente, finais) de cada verso formam, verticalmente, o nome de uma pessoa ou coisa. Se considerarmos a rigidez formal parnasiana, esse tipo de construção poética – o acróstico – contribuiria ou não com os objetivos parnasianos? Comente.
LITERATURA
Abyssus
Falta-lhe o solo aos seus pés: recua e corre, Vacila e grita, luta e se ensanguenta, E rola, e tomba, e se espedaça, e morre...
ER IA L
Glossário: • fauce: boca • viajor: viajante • poento: poeirento • esbroado: destruído • abyssus: abismo, em latim
AT
a) Trata-se de um soneto parnasiano no qual os versos obedecem à métrica do heptassílabo com rimas cruzadas e pobres. b) O tema do erotismo presente no poema mostra-se vinculado à ideia da morte. c) O sujeito lírico refere-se à figura feminina como paradigma da beleza e da bondade. d) As marcas parnasianas revelam-se no dilaceramento metafísico do sujeito lírico. e) O último quarteto aponta para um otimismo difuso.
M
Quem com o seu suor a fecunda e umedece, Vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece!
DE A
O viajor, vendo as flores, fatigado Foge o sol, e, deixando a estrada poenta, Avança incauto... Súbito, esbroado,
Boa terra! jamais negou a quem trabalha pão que mata a fome, o teto que agasalha...
A pátria
Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste! Criança! não verás nenhum país como este! Olha que céu! que mar! que rios! que floresta! A Natureza, aqui, perpetuamente em festa,
Criança! não verás país nenhum como este: Imita na grandeza a terra em que nasceste! (BILAC, O. Poesias infantis. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1929)
11) (ENEM) Publicado em 1904, o poema A pátria harmoniza-se com um projeto ideológico em construção na Primeira República. O discurso poético de Olavo Bilac ecoa esse projeto, na medida em que: a) a paisagem natural ganha contornos surreais, como o projeto brasileiro de grandeza. b) a prosperidade individual, como a exuberância da terra, independe de políticas de governo. c) os valores afetivos atribuídos à família devem ser aplicados também aos ícones nacionais. d) a capacidade produtiva da terra garante ao país a riqueza que se verifica naquele momento. e) a valorização do trabalhador passa a integrar o conceito de bem-estar social experimentado.
Vida obscura Ninguém sentiu o teu espasmo obscuro, Ó ser humilde entre os humildes seres. Embriagado, tonto dos prazeres, mundo para ti foi negro e duro. Atravessaste num silêncio escuro A vida presa a trágicos deveres
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Seduzes, e convidas, e fascinas, Como o abismo que, pérfido, a medonha Fauce apresenta flórida e risonha, Tapetada de rosas e boninas.
NÁ
Bela e traidora! Beijas e assassinas... Quem te vê não tem forças que te oponha Ama-te, e dorme no teu seio, e sonha, E, quando acorda, acorda feito em ruínas...
É um seio de mãe a transbordar carinhos. Vê que vida há no chão! vê que vida há nos ninhos, Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos! Vê que luz, que calor, que multidão de insetos! Vê que grande extensão de matas, onde impera Fecunda e luminosa, a eterna primavera!
LI SE
10) (FURG) Leia com atenção o seguinte poema de Olavo Bilac e assinale a opção correta.
PARNASIANISMO E SIMBOLISMO: COMO RECONHECÊ-LOS E DISTINGUI-LOS?
Mas eu que sempre te segui os passos Sei que cruz infernal prendeu-te os braços E o teu suspiro como foi profundo! (SOUSA, C. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1961)
13) (ENEM) Coerente com a proposta parnasiana de cuidado formal e racionalidade na condução temática, o soneto de Raimundo Correia reflete sobre a forma como as emoções do indivíduo são julgadas em sociedade. Na concepção do eu lírico, esse julgamento revela que: a) a necessidade de ser socialmente aceito leva o indivíduo a agir de forma dissimulada. b) o sofrimento íntimo torna-se mais ameno quando compartilhado por um grupo social. c) a capacidade de perdoar e aceitar as diferenças neutraliza o sentimento de inveja. d) o instinto de solidariedade conduz o indivíduo a apiedar-se do próximo. e) a transfiguração da angústia em alegria é um artifício nocivo ao convívio social.
ER IA L
DE A
12) (ENEM) Com uma obra densa e expressiva no Simbolismo brasileiro, Cruz e Sousa transpôs para seu lirismo uma sensibilidade em conflito com a realidade vivenciada. No soneto, essa percepção traduz-se em: a) sofrimento tácito diante dos limites impostos pela discriminação. b) tendência latente ao vício como resposta ao isolamento social. c) extenuação condicionada a uma rotina de tarefas degradantes. d) frustração amorosa canalizada para as atividades intelectuais. e) vocação religiosa manifesta na aproximação com a fé cristã.
LI SE
Ninguém Te viu o sentimento inquieto, Magoado, oculto e aterrador, secreto, Que o coração te apunhalou no mundo.
(CORREIA, R. In: PATRIOTA, M. Para compreender Raimundo Correia. Brasília: Alhambra, 1995)
NÁ
E chegaste ao saber de altos saberes Tornando-te mais simples e mais puro.
Mal Secreto
Se se pudesse o espírito que chora Ver através da máscara da face, Quanta gente, talvez, que inveja agora Nos causa, então piedade nos causasse!
Ó almas presas, mudas e fechadas Nas prisões colossais e abandonadas, Da dor no calabouço, atroz, funéreo!
AT
Tudo se veste de uma igual grandeza Quando a alma entre grilhões as liberdades Sonha e, sonhando, as imortalidades Rasga no etéreo o espaço da pureza.
M
Quanta gente que ri, talvez existe, Cuja a ventura única consiste Em parecer aos outros venturosa!
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Ah! Toda a alma num cárcere anda presa, Soluçando nas trevas, entre as grades Do calabouço olhando imensidades, Mares, estrelas, tardes, natureza.
Se a cólera que espuma, a dor que mora N’alma, e destrói cada ilusão que nasce, Tudo o que punge, tudo o que devora coração, no rosto se estampasse;
Quanta gente que ri, talvez, consigo Guarda um atroz, recôndito inimigo, Como invisível chaga cancerosa!
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Cárcere das almas
Nesses silêncios solitários, graves, que chaveiro do céu possui as chaves para abrir-vos as portas do mistério?! (CRUZ E SOUSA, J. Poesia completa. Florianópolis: Fundação Catarinense de Cultura / Fundação Banco do Brasil, 1993)
LITERATURA
LI SE
c) o refinamento estético da forma poética e o tratamento metafísico de temas universais. d) a evidente preocupação do eu lírico com a realidade social expressa em imagens poéticas inovadoras. e) a liberdade formal da estrutura poética que dispensa a rima e a métrica tradicionais em favor de temas do cotidiano.
NÁ
14) (ENEM) Os elementos formais e temáticos relacionados ao contexto cultural do Simbolismo encontrados no poema Cárcere das almas, de Cruz e Sousa, são: a) a opção pela abordagem, em linguagem simples e direta, de temas filosóficos. b) a prevalência do lirismo amoroso e intimista em relação à temática nacionalista.
DESAFIANDO
15) O poema a seguir é constituído por uma série de antíteses. Identifique-as e diga que dois elementos todas opõem.
DE A
Inania Verba
— Ah! Quem há de exprimir, alma impotente e escrava, O que a boca não diz, o que a mão não escreve? — Ardes, sangras, pregada à tua cruz, e, em breve, olhas, desfeito em lodo, o que te deslumbrava...
ER IA L
— O pensamento ferve, e é um turbilhão de lava: A forma, fria e espessa, é um sepulcro de neve... — E a palavra pesada abafa a ideia leve, Que, perfume e clarão, refulgia e voava.
Quem o molde achará para a expressão de tudo? — Ai! Quem há de dizer das ânsias infinitas Do sonho? E o céu que foge à mão que se levanta? — E a ira muda? E o asco mudo? E o desespero mudo? E as palavras de fé que nunca foram ditas? E as confissões de amor que morrem na garganta!? (Olavo Bilac)
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EM2LIT01
M
AT
Glossário: • Inania verba: palavras vazias
PESQUISANDO
LI SE
PARNASIANISMO E SIMBOLISMO: COMO RECONHECÊ-LOS E DISTINGUI-LOS?
ER IA L
DE A
NÁ
Nesta unidade, você conheceu um pouco das escolas parnasiana e simbolista no Brasil. Mas você sabia que, em Portugal, também houve autores que escreviam usando estilos semelhantes ao que estudamos aqui? Pesquise poemas dos escritores Camilo Pessanha, Antônio Nobre, Eugênio de Castro, Gonçalves Crespo, João Penha ou António Feijó e busque similaridades e diferenças com relação aos poemas vistos nesta unidade.
RESUMINDO
• A poesia do final do século XIX, no Brasil, configurou-se em basicamente duas escolas literárias: o Parnasianismo e o Simbolismo; • A poesia parnasiana era marcada pela objetividade, descritivismo, culto da arte pela arte, retomada de valores e imagens greco-romanos e precisão formal;
AT
• Os principais poetas parnasianos brasileiros foram Olavo Bilac, Raimundo Correia, Alberto de Oliveira e Francisca Júlia; • A poesia simbolista era marcada pelo subjetivismo, misticismo, musicalidade, sinestesias, imprecisão das imagens e tom evocativo;
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• Os principais poetas simbolistas brasileiros foram Cruz e Souza e Alphonsus de Guimaraens.
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LI SE
MATEMÁTICA 2o ANO
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Direção Executiva: Fabio Benites
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Diagramação, Ilustração de capa e Projeto Gráfico: Alan Giles Dominique Coutinho Erlon Pedro Pereira
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Gestão Editorial: Maria Izadora Zarro
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Irium Editora Ltda Rua Desembargador Izidro, no 114 Tijuca - RJ CEP: 20521-160 Fone: (21) 2560-1349 www.irium.com.br
A reprodução desta obra, no todo ou em parte, por qualquer meio, sem autorização expressa, sujeitará o infrator, nos termos da Lei no 6.895, de 17/12/80, às penalidades previstas nos artigos 184 e 185 do Código Penal.
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ESTATÍSTICA: COMO ORGANIZAR E INTERPRETAR DADOS MATEMÁTICOS?
Objetivos de aprendizagem: • Reconhecer os tipos de gráficos (barras, setores e linhas); • Compreender a tabela de frequência e o histograma;
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• Diferenciar as medidas de tendência central e de dispersão e identificar as medidas de tendência central ou de dispersão em um conjunto de dados expressos em uma tabela de frequências com dados agrupados ou em gráficos;
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• Resolver problemas envolvendo as medidas de tendência central e de dispersão e de exercícios com análise de gráficos.
(Disponível em: Fonte: http://www. jaguarutilidades.com.br/_temas/t_site/ imagem/estatistica-presente-em-todasas-areas-da-vida.jpg. Acesso em stembro de 2016)
A importância da estatística
LI SE
ESTATÍSTICA: COMO ORGANIZAR E INTERPRETAR DADOS MATEMÁTICOS?
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Imagine se você fosse responsável em analisar os dados econômicos de seu estado? Trabalhar com muitos dados se torna uma tarefa muito complicada, por isso, surge à necessidade de agrupar tais dados em tabelas ou em gráficos. Além disso, para que sua análise seja mais completa, talvez precise calcular média de seus dados ou a frequência com que eles se repetem. Viu? Acabamos de demonstrar como a estatística é utilizada, portanto, agora que você percebeu como ela é importante, venha mergulhar nesse mundo estatístico.
1) Introdução à Estatística
ER IA L
A Estatística tem como objetivo coletar, organizar e analisar dados para os mais diversos objetivos. Através dela é possível fazer previsões sobre determinado universo estudado, a partir de uma amostragem significativa. Por exemplo, se antes das eleições para presidente os jornais anunciarem que determinado candidato possui 55% das intenções de voto. Será que ele já está eleito? 13%
7%
55%
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25%
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Para entender essa situação, é necessário compreender alguns conceitos de estatística. População é o universo que vai ser tema da pesquisa. No caso das pesquisas eleitorais, os eleitores brasileiros. Como seria quase impossível consultar toda a população, delimita-se o número de entrevistados, o grupo que vai servir de amostragem. Amostragem é um número reduzido de pessoas que representa a população total.
2
Escolher quais pessoas serão entrevistadas é complexo. Se metade dos eleitores são mulheres e ser mulher é um fator que interfere no voto, então metade da amostragem deve ser de mulheres. Se a classe social a que pertence o eleitor interfere no voto, a amostragem deve se aproximar ao máximo das diversas classes sociais que formam a população. Desse modo, se cada pessoa entrevistada representa o voto de 100.000 pessoas, cada entrevistado deve ser uma amostra, a mais fiel possível, dessas 100.000 pessoas. Apesar de todo cuidado para escolher o público, e para calcular as previsões, os resultados não são exatos. Por isso, toda reportagem, de jornal ou televisão, deve exibir uma margem de erro da pesquisa. A estatística retrata uma tendência do que deverá acontecer.
2) O estudo de tabelas Observe na tabela a seguir uma pesquisa feita em 2008 pelo Datafolha para o prêmio Top of Mind na categoria carros. O prêmio avalia qual a marca que primeiro vem à cabeça das pessoas em cada categoria.
MATEMÁTICA Percentual
Volkswagen
32
Fiat
25
Chevrolet
16
Ford
11
3.2) Gráfico em setores
Volkswagen Fiat Chevrolet Ford Outros
32
25 16
Repare que a fatia Volkswagen corresponde a duas fatias Chevrolet. Poderíamos calcular o ângulo central de cada setor através de uma regra de três.
11
16
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3) A análise gráfica
Percentual
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Marca do Carro
NÁ
Repare que cada marca tem um valor correspondente. Podemos perceber que a marca mais lembrada foi a Volkswagen com 32%. Repare também que a soma dos valores é 84%. Como se trata de valores percentuais, podemos concluir que o restante, ou seja, 16% lembraram as outras marcas. Poderíamos, então, montar a seguinte tabela:
É um gráfico em forma de pizza, ou seja, um círculo dividido em setores em que cada setor possui ângulo central proporcional ao valor que ele representa.
LI SE
Marca do Carro
É formado por um conjunto de retângulos em que o tamanho de cada um é proporcional ao valor que ele representa. Observe a mesma pesquisa dos carros em um gráfico em colunas.
Normalmente é utilizado para mostrar a evolução ao longo do tempo. Repare na evolução dos valores da Chevrolet ao longo do tempo. Repare que a fatia Volkswagen corresponde a duas fatias Chevrolet. Poderíamos calcular o ângulo central de cada setor através de uma regra de três.
3.4) Gráfico em curvas ou linhas Normalmente é utilizado para mostrar a evolução ao longo do tempo. Repare na evolução dos valores da Chevrolet ao longo do tempo.
Observe que a parte superior da coluna Fiat encontrase no valor 25 como havíamos visto na tabela. Repare também que a coluna Volkswagen (32%) possui o dobro do tamanho da coluna Chevrolet (16%).
3
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3.1) Gráfico em barras ou colunas
3.3) Gráfico em curvas ou linhas
ESTATÍSTICA: COMO ORGANIZAR E INTERPRETAR DADOS MATEMÁTICOS?
PRATICANDO
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1) (ENEM) Nos últimos anos, o aumento da população, aliado ao crescente consumo de água, tem gerado inúmeras preocupações, incluindo o uso desta na produção de alimentos. O gráfico mostra a quantidade de litros de água necessária para a produção de 1 kg de alguns alimentos.
2) (ENEM) Um sistema de radar é programado para registrar automaticamente a velocidade de todos os veículos trafegando por uma avenida, onde passam em média 300 veículos por hora, sendo 55 km/h a máxima velocidade permitida. Um levantamento estatístico dos registros do radar permitiu a elaboração da distribuição percentual de veículos de acordo com sua velocidade aproximada.
NÁ
Através deste tipo de gráfico, fica fácil perceber se de um período para outro houve crescimento, decréscimo ou estabilidade. Na situação analisada, de 2001 até 2003 houve uma queda seguida de uma recuperação de 2003 para 2004, quando voltou a cair até 2006, recuperando-se um pouco de 2006 para 2007 e uma nova queda de 2007 para 2008.
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AT
Com base no gráfico, para a produção de 100 kg de milho, 100 kg de trigo, 100kg de arroz, 100 kg de carne de porco e 600 kg de carne de boi, a quantidade média necessária de água, por quilograma de alimento produzido, é, aproximadamente, igual a: a) 415 litros por quilograma; b) 11.200 litros por quilograma; c) 27.000 litros por quilograma; d) 2.240.000 litros por quilograma; e) 2.700.000 litros por quilograma.
4
Velocidade (Km/h)
A velocidade média dos veículos que trafegam nessa avenida é de: a) 35 km/h; b) 44 km/h; c) 55 km/h; d) 76 km/h; e) 85 km/h. 3) (ENEM) No gráfico abaixo, mostra-se como variou o valor do dólar, em relação ao real, entre o final de 2001 e o início de 2005. Por exemplo, em janeiro de 2002, um dólar valia cerca de R$ 2,40.
Durante esse período, a época em que o real esteve mais desvalorizado em relação ao dólar foi no: a) Final de 2001; b) Final de 2002; c) Início de 2003; d) Final de 2004; e) Início de 2005.
MATEMÁTICA
LI SE Altura (cm)
Pessoas
140-150
10
150-160
16
160-170
20
170-180
14
180-190
8
Pela divisão de grupos feita, uma pessoa de 152 cm e uma de 157 cm de altura, ficariam em um mesmo grupo. Desta forma, o histograma para esses valores ficaria assim:
3.6) Distribuição de frequências Como o nome indica, conterá os valores da variável e suas respectivas contagens. Exemplo: População estatística: Grupo de alunos do 3º Ano Unidade. Estatística: Cada aluno nesse grupo. Variável estatística: as notas na prova de matemática.
5
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Analisando os gráficos, pode-se concluir que: a) O gráfico II representa um crescimento real maior do que o do gráfico I; b) O gráfico I apresenta o crescimento real, sendo o II incorreto; c) O gráfico II apresenta o crescimento real, sendo o gráfico I incorreto; d) A aparente diferença de crescimento nos dois gráficos decorre da escolha das diferentes escalas; e) Os dois gráficos são incomparáveis, pois usam escalas diferentes.
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Quando uma variável tem seus valores indicados por intervalos, é comum o uso de um tipo de gráfico conhecido como histograma. Considere o registro das alturas de um grupo de pessoas conforme a tabela abaixo.
DE A
Gráfico I
Gráfico II
3.5) O histograma e a distribuição de frequências
NÁ
4) (ENEM) Para convencer a população local da ineficiência da Companhia Telefônica Vilatel na expansão da oferta de linhas, um político publicou no jornal local o gráfico I, abaixo representado. A Companhia Vilatel respondeu publicando dias depois o gráfico II, onde pretende justificar um grande aumento na oferta de linhas. O fato é que, no período considerado, foram instaladas, efetivamente, 200 novas linhas telefônicas.
ESTATÍSTICA: COMO ORGANIZAR E INTERPRETAR DADOS MATEMÁTICOS?
Contagem
Número de alunos
1
0
0
0
2
1,0
llllll
6
3
2,5
llll
4
4
4,0
lll
3
5
6,0
l
1
6
7,0
l
1
Número de elementos da população estatística = 15 alunos
3.7) Frequência absoluta e frequência relativa
Língua
Frequência absoluta
Inglês
24
Francês
4
12
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Espanhol
Uma outra forma de analisarmos os dados é através da frequência relativa, que é a razão entre a frequência absoluta e o total da amostra. Língua Inglês Francês
Frequência absoluta
Frequência relativa
24
24/40 ou 60%
4
4/40 ou 10%
12
12/40 ou 30%
AT
Espanhol
4) Medidas de Tendência Central
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Depois de fazer a coleta e a representação dos dados, é comum analisamos as tendências que essa pesquisa revela. Assim, se a pesquisa envolve muitos dados, convém sintetizarmos todas essas informações a um mínimo de parâmetros que possam caracterizá-la. Esses parâmetros podem ser de: Centralização: média artmética, mediana e moda;
6
4.1) Média aritmética
A média aritmética é uma medida de tendência central. Ela dá através de um único número a ideia das características de um grupo de valores. Imagine que 6 pessoas tenham sido questionadas sobre qual a nota que dariam para o atual governo, obtendo-se como resultado as notas: 5, 5, 5, 7, 7 e 10. Qual a nota desse governo? Para essas situações, normalmente se utiliza a média aritmética, que consiste na razão entre o somatório dos valores e a quantidade de valores.
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Suponhamos que em uma turma de 40 alunos que vão prestar o vestibular, cada um tenha que escolher entre inglês, francês e espanhol para o exame. Se 24 optarem por inglês, 4 por francês e 12 por espanhol, teremos a seguinte tabela de frequência absoluta:
Dispersão: intervalo de variação, desvio médio, variância e desvio padrão.
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Notas
NÁ
i
x=
x1 + x2 + x3 + ... + xn n
Neste caso, teríamos 5 + 5 + 5 + 7 + 7 + 10 = 6,5 6
Logo, a média aritmética das notas para o governo é 6,5.
4.2) Média aritmética ponderada Observe que no exemplo anterior, 3 pessoas deram nota 5; 2 deram nota 7 e uma deu nota 10 ao governo. Poderíamos, com esses dados, montar a seguinte tabela de frequência: Nota
Frequência absoluta
5 7 10
3 2 1
Como a nota 5 aparece com maior frequência que a nota 10, dizemos que ela tem maior “influência”, maior “peso” na média final. É como se o 5 “puxasse” a média para ele com o triplo da força que o 10. Desta forma, a média tende a ficar mais perto do 5 que do 10. Poderíamos ter calculado a média utilizando este conceito de média aritmética ponderada.
MATEMÁTICA
17 – 17 – 18 – 18 – 19 – 20 – 20
x1 . n1 + x2 . n2 +... + xk . nk n1 + n2 + n3 + ... + nk
Termo central
5.3 + 7.2 + 10.1 = 6,5 3+2+1
DE A
Repare que se calculássemos a média de idade de um grupo com 4 pessoas de 2 anos e uma de 62 anos, encontraríamos uma média de idade de 14 anos. Às vezes, a média sozinha não reflete a identidade do grupo, por isso, poderá ser necessário fazer estudo também de outras medidas, como moda e mediana.
4.3) Moda
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A Moda é definida pelo valor observado com maior frequência na amostra analisada. No exemplo das notas dadas ao governo, as notas foram: 5, 5, 5, 7, 7 e 10. Neste caso, o valor com maior frequência, ou seja, a moda, vale 5. Se as notas tivessem sido: 5, 5, 6, 7, 7 e 10, diríamos que a distribuição é bimodal com moda 5 e 7. Se as notas tivessem sido: 3, 5, 6, 7, 9 e 10, diríamos que não há moda.
4.4) Mediana
AT
Colocando-se todos os valores de uma amostra em ordem crescente, a mediana será aquele valor que ocupar a posição central. Se em um grupo de pessoas for perguntado sobre suas idades e as respostas forem:
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O 18 é o termo central, pois existem 3 termos antes e 3 depois dele. Logo, ele é a mediana da amostra. Se uma pessoa de 17 anos não estivesse presente, os valores seriam:
NÁ
Para o exemplo anterior ficaria assim:
17 – 18 – 18 – 19 – 20 – 20
Quando temos uma quantidade par de valores, a mediana não será obtida pela média aritmética dos valores centrais. 18 + 19 = 18,5 anos 2
5) Medidas de dispersão As medidas de tendência central como média, moda e mediana têm como objetivo representar um grupo de valores com um único valor. Mas, às vezes essa informação é insuficiente. Observe a média aritmética das idades dos 3 grupos abaixo: GRUPO 1 10 anos, 10 anos, 10 anos, 10 anos e 10 anos x=
17 – 17 – 18 – 18 – 19 – 20 – 20
5
= 10
GRUPO 2 8 anos, 9 anos, 10 anos, 11 anos e 12 anos x=
17, 19, 18, 20, 17, 20 e 18
Para encontrarmos a mediana, colocaremos os números em ordem crescente:
10 + 10 + 10 + 10 + 10
8 + 9 + 10 + 11 + 12 5
= 10
GRUPO 3 3 anos, 5 anos, 10 anos, 15 anos e 17 anos x=
3 + 5 + 10 + 15 + 17 5
= 10
7
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x=
Depois analisaremos quem é o termo central:
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Basta fazer a razão entre a soma do produto de cada nota com seu respectivo peso e o somatório dos pesos.
ESTATÍSTICA: COMO ORGANIZAR E INTERPRETAR DADOS MATEMÁTICOS?
Var(x) =
(x1 – x)2 + (x2 . x)2 + ... + (xn – x)2 5
Var(x) = (10 – 10)
2
5
+ (9 – 10)2 + (10 – 10)2 + (11 – 10)2 + (12 – 10)2 = 2
5
ER IA L
2
GRUPO 3
(3 – 10) 2 + (5 – 10) 2 + (10 – 10) 2 + (15 – 10) 2 + (17 – 10) 2 = 29,6
5
AT
No grupo 1, todos os valores são iguais, logo não há dispersão e, por isso, a variância vale 0. O grupo 3 possui variância maior que o grupo 2, pois seus valores estão mais distantes da média.
5.1) Desvio padrão Uma vez que a variância envolve a soma de quadrados, a unidade em que se exprime não é a mesma que a dos dados. Assim, para obter uma medida de dispersão com as mesmas unidades que os dados, tomamos a raiz quadrada da variância e obtemos o desvio padrão: DP ( x ) = Var(x)
M EM2MAT01
LI SE
A tabela a seguir mostra o número de votos
por turma de dois candidatos que concorrem a uma vaga como representante no conselho es-
+ (10 – 10) 2 + (10 – 10) 2 + (10 – 10) 2 + (10 – 10) 2 = 0
GRUPO 2
8
Exemplo importante:
colar.
GRUPO 1
Var(x) =
A média aritmética dos valores absolutos dos desvios para a média é uma medida de dispersão chamada desvio médio, que se indica dm.
DE A
Exemplo: Calculando-se a variância dos 3 grupos, encontraremos:
Var(x) = (8 – 10)
Observação
NÁ
Repare que, embora os grupos apresentem características bem diferentes, eles possuem mesma média aritmética. Para entendermos melhor esses grupos precisaremos, recorrer às medidas de dispersão como variância e desvio padrão. A variância é a média aritmética dos quadrados das diferenças entre cada valor e a média de todos os valores.
3o A
3o B
3o C
3o D
3o E
3o F
Vitor
12
15
12
16
14
15
Rafael
12
11
18
9
19
15
a) Calcule o desvio padrão de cada um dos candidatos. b) Qual dos dois candidatos é o mais regular ? Resolução: Começaremos tirando a média dos candidatos. x v = 84/6 = 14 xR = 84/6 = 14 Em seguida vamos calcular os desvios e os quadrados dos desvios.
MATEMÁTICA
x1 – x v
a) 7, 9, 10, 11, 13 b) 8, 8, 10, 12, 12 c) 8, 9, 10, 11, 12 d) 9, 9, 10, 11, 11 e) 9, 10, 10, 10, 11
(x1 – x v) 4 1 4 4 0 1
(x1 – xr)2 4 9 16 25 25 1
Agora vamos calcular a variância, que é a média dos quadrados. 4+ 1 + 4+ 4+ 0 + 1
=
14 ≅ 2, 33 6
ER IA L
VAv =
VAv =
5
4 + 9 + 16 + 25 + 25 + 1 6
1
2
3
4
5
6
Frequência
7
9
8
7
9
10
A frequência de aparecimento de um resultado ímpar foi de: a) 2/5 b) 11/25 c) 12/25 d) 1/2 e)13/25
=
80 ≅ 13, 33 6
Por último, vamos calcular o desvio padrão Sv = 2,33 ≅ 1,53
AT
Sv = 13,33 ≅ 3,65
M
Conclusão: Observe que as médias de Vitor e Rafael são iguais a 14. Note também que Rafael tem um desvio padrão superior ao de Vitor (3,65 > 1,53), isto é, a dispersão dos votos relativos a média é maior no caso de Rafael. Por isso, Vitor é o aluno mais regular.
PRATICANDO
5) Entre os grupos de dados a seguir, o que apresenta maior desvio padrão é:
7) (FUVEST) A distribuição dos salários de uma empresa é dada na tabela a seguir: Sálário (em Cr$)
No de funcionários
500.000,00 1.000.000,00 1.500.000,00 2.000.000,00 5.000.000,00 10.500.000,00 Total
10 5 1 10 4 1 31
a) Qual é a média e qual é a mediana dos salários dessa empresa? b) Suponha que sejam contratados dois novos funcionários com salários de Cr$2.000.000,00 cada, a variância da nova distribuição de salários ficará menor, igual ou maior que a anterior? 8) A média aritmética dos pesos de dezenove pessoas que entraram num elevador é igual a 70kg. Se entrar mais uma pessoa, que pesa 82kg, a nova média dos pesos das vinte pessoas, em kg, será igual a: 9
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12 – 14 = -2 11 – 14 = 9 18 – 14 = -4 9 – 14 = -5 19 – 14 = 5 15 – 14 = 1
Resultado
DE A
x1 – xr
6) (UNIRIO) Um dado foi lançado 50 vezes. A tabela a seguir mostra os seis resultados possíveis e as suas respectivas frequências de ocorrências:
NÁ
12 – 14 = –2 15 – 14 = 1 12 – 14 = –2 16 – 14 = 2 14 – 14 = 0 15 – 14 = 1
LI SE
2
ESTATÍSTICA: COMO ORGANIZAR E INTERPRETAR DADOS MATEMÁTICOS?
AT
Observamos no exemplo que a média das provas, foi estimada em 7,32 com desvio padrão em 1,77. Concluímos que a maioria das notas concentrou-se em 9,09 e 5,55.
EM2MAT01
M
PRATICANDO
9) (ENEM) Depois de jogar um dado em forma de cubo e de faces numeradas de 1 a 6, por 10 vezes consecutivas, e anotar o número obtido em cada jogada, construiu-se a seguinte tabela de distribuição de frequência.
10
A média, mediana e moda dessa distribuição de frequências são, respectivamente: a) 3, 2 e 1 b) 3, 3 e 1 c) 3, 4 e 2 d) 5, 4 e 2 e) 6, 2 e 4
DE A
Conceito de Prova 4,3 4,5 9 6 8 6,7 7,5 10 7,5 6,3 8 5,5 9,7 9,3 7,5 109,8 7,32 1,77
ER IA L
Alunos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 Total Média Desvio Padrão
Frequência 4 1 2 2 1
NÁ
Exemplo: Em uma turma de alunos, verificaram, através da análise das notas de 15 alunos, os seguintes desempenhos:
Número obtido 1 2 4 5 6
LI SE
a) 80,2 b) 76,3 c) 72,0 d) 71,2 e) 70,6
10) (ENEM) Cinco equipes A, B, C, D e E disputaram uma prova de gincana na qual as pontuações recebidas podiam ser 0, 1, 2 ou 3. A média das cinco equipes foi de 2 pontos. As notas das equipes foram colocadas no gráfico a seguir, entretanto, esqueceram de representar as notas da equipe D e da equipe E.
Mesmo sem aparecer as notas das equipes D e E, pode-se concluir que os valores da moda e da mediana são, respectivamente: a) 1,5 e 2,0 b) 2,0 e 1,5 c) 2,0 e 2,0 d) 2,0 e 3,0 e) 3,0 e 2,0
LI SE
MATEMÁTICA
Rendimento de pretos ou pardos equivale a 59,2% da renda de brancos
NÁ
Números foram divulgados nesta quinta-feira (28/09/16) pelo IBGE. Em 2015, mulheres ganhavam perto de 75,4% do rendimento dos homens
ER IA L
APROFUNDANDO
DE A
A década de 2000 a 2010 é reconhecida por uma grande inclusão social. Classes antes desfavorecidas conseguiram uma ascensão econômica e uma melhoria no padrão de vida. Esse movimento também gerou uma redução na desigualdade socioeconômica entre etnias. Por exemplo, entre 2003 e 2015, enquanto os trabalhadores de cor branca tiveram um crescimento de renda de 25%, os de cor preta ou parda tiveram um crescimento de 53%. #ReducaoDaDesigualdade #EtniasNoBrasil
AT
11) (UFRS) Os resultados de uma pesquisa de opinião foram divulgados utilizando um gráfico de setores circulares, como o representado na figura abaixo:
12) (ENEM) As Olimpíadas são uma oportunidade para o congraçamento de um grande número de países, sem discriminação política ou racial, ainda que seus resultados possam refletir características culturais, socioeconômicas e étnicas. Em 2000, nos Jogos Olímpicos de Sydney, o total de 300 medalhas de ouro conquistadas apresentou a seguinte distribuição entre os 196 países participantes como mostra o gráfico. Esses resultados mostram que, na distribuição das medalhas de ouro em 2000:
a) Cada país participante conquistou pelo menos uma; b) Cerca de um terço foi conquistado por apenas três países; c) Os cinco países mais populosos obtiveram os melhores resultados; 11
EM2MAT01
M
Ao setor a estão associadas 35% das respostas, ao setor b, 270 respostas e, aos setores c e d, um mesmo número de respostas. Esse número é: a) 45 b) 90 c) 180 d) 450 e) 900
ESTATÍSTICA: COMO ORGANIZAR E INTERPRETAR DADOS MATEMÁTICOS?
d) Os cinco países mais desenvolvidos obtive-
LI SE
ram os melhores resultados; e) Cerca de um quarto foi conquistado pelos Estados Unidos. 13) (ENEM) O número de atletas nas Olimpíadas vem aumentando nos últimos anos, como
NÁ
mostra o gráfico.
DE A
Analisando o gráfico, pode-se concluir que, no período considerado: a) Três horas após a administração da primeira dose do antibiótico, ocorreu o menor valor da concentração; b) Ao final da segunda hora, a concentração de antibiótico no sangue de Maria é maior que 5,5 mg/L; c) Ao final da sétima hora, a concentração de antibiótico no sangue de Maria é maior que 2 mg/L; d) No intervalo entre 1h e 2h, a concentração de antibiótico no sangue de Maria aumentou; e) No intervalo entre 3h e 4h, a concentração de antibiótico no sangue de Maria aumentou.
Mais de 10.000 atletas participaram dos Jogos Olímpicos de Sydney, em 2000. Nas últimas
cinco Olimpíadas, esse aumento ocorreu devido ao crescimento da participação de:
a) Homens e mulheres, na mesma proporção;
b) Homens, pois a de mulheres vem diminuindo
ER IA L
a cada Olimpíada;
c) Homens, pois a de mulheres praticamente não se alterou;
d) Mulheres, pois a de homens vem diminuindo a cada Olimpíada;
e) Mulheres, pois a de homens praticamente não se alterou.
14) Por recomendação médica, Maria deve to-
AT
mar algumas doses de um determinado antibiótico. Na figura, o gráfico represente as concentrações do antibiótico, medidas em miligramas por litro de sangue, durante as doze
M
primeiras horas após Maria tomar a primeira
EM2MAT01
dose do medicamento.
12
15) (ENEM) Muitas vezes o objetivo de um remédio é aumentar a quantidade de uma ou mais substâncias já existentes no corpo do indivíduo para melhorar as defesas do organismo. Depois de alcançar o objetivo, essa quantidade deve voltar ao normal. Se uma determinada pessoa ingere um medicamento para aumentar a concentração da substância A em seu organismo, a quantidade dessa substância no organismo da pessoa, em relação ao tempo, pode ser melhor representada pelo gráfico: a)
MATEMÁTICA
17) (FGV) Um conjunto de dados numéricos tem variância igual a zero. Podemos concluir que: a) A média também vale zero; b) A mediana também vale zero; c) A moda também vale zero; d) O desvio padrão também vale zero; e) todos os valores desse conjunto são iguais a zero.
LI SE
b)
c)
NÁ
18) (ENEM) O carneiro hidráulico ou aríete, dispositivo usado para bombear água, não requer combustível ou energia elétrica para funcionar, visto que usa a energia da vazão de água de uma fonte. A figura a seguir ilustra uma instalação típica de carneiro em um sítio, e a tabela apresenta dados de seu funcionamento
DE A
d)
AT
ER IA L
16) Na figura a seguir, temos os gráficos das funções custo (C) e receita de vendas (R) diárias de um produto de uma empresa, em função da quantidade produzida e vendida, em número de unidades.
M
Podemos afirmar que: a) O lucro será nulo somente se a quantidade produzida e vendida for 30; b) O prejuízo máximo será de R$1400,00; c) O lucro máximo é superior a R$800; d) Haverá lucro quando a quantidade produzida e vendida estiver entre 10 e 30.
h/H altura da fonte dividida pela altura da caixa
1/3 1/4 1/6 1/8 1/10
V1 água da fonte necessário para o funcionamento do sitema litros/ hora
Vb água bombeada para a caixa (litros/hora)
720 a 1.200
180 a 300 120 a 210 80 a 140 60 a 105 45 a 85
A eficiência energética de um carneiro pode ser obtida pela expressão: b ε= H x V h V 1
cujas variávies estão definidas na tabela e na figura
13
EM2MAT01
e)
ESTATÍSTICA: COMO ORGANIZAR E INTERPRETAR DADOS MATEMÁTICOS?
19) Uma firma fez um levantamento de dados sobre o número de filhos de cada funcionário. Os dados obtidos encontram-se na tabela a seguir:
0 1 2 3 4
Porcentagem de funcionários (%) 20 25 35 15 5
ER IA L
A média e a mediana do número de filhos dos funcionários dessa firma são, respectivamente: a) 1 e 2 b) 1,6 e 2 c) 1,6 e 1,5 d) 2 e 1,5 e) 2 e 2,5
EM2MAT01
M
AT
20) (ENEM) O gráfico apresenta o comportamento de emprego formal surgido, segundo o CAGED, no período de janeiro de 2010 a outrubro de 2010.
14
LI SE
21) (ENEM) O quadro seguinte mostra o desempenho de um time de futebol no último campeonato. A coluna da esquerda mostra o número de gols marcados e a coluna da direita informa em quantos jogos o time marcou aquele número de gols.
DE A
Número de Filhos
Com base no gráfico, o valor da parte inteira da mediana dos empregos formais surgidos no período é: a) 212.952 b) 229.913 c) 240.621 d) 255.496 e) 298.041
NÁ
Se, na situação apresentada, H = 5 × h, então, é mais provável que, após 1 hora de funcionamento ininterrupto, o carneiro hidráulico bombeie para a caixa d’água: a) De 70 a 100 litros de água; b) De 75 a 210 litros de água; c) De 80 a 220 litros de água; d) De 100 a 175 litros de água; e) De 110 a 240 litros de água.
Gols marcados 0 1 2 3 4 5 7
Quantidade de partidas 5 3 4 3 2 2 1
Se X, Y e Z são, respectivamentes, a média, a mediana e a moda desta distribuição, então: a) X = Y < Z; b) Z < X = Y; c) Y < Z < X; d) Z < X < Y; e) Z < Y < X. 22) (ENEM) Marco e Paulo foram classificados em um concurso. Para classificação no concurso o candidato deveria obter média aritmética na pontuação igual ou superior a 14. Em caso de empate na média, o desempate seria em favor da pontuação mais regular. No quadro a seguir, são apresentados os pontos obtidos nas provas de Matemática, Português e Conhecimentos Gerais, a média, a mediana e o desvio padrão dos dois candidatos.
MATEMÁTICA
Matemática
Português
Conhecimentos Gerais
Média
Mediana
Desvio Padrão
Marco
14
15
16
15
15
0,32
Paulo
8
19
18
15
18
4,97
25) (ENEM) Um produtor de café irrigado em Minas Gerais recebeu um relatório de consultoria estatística, constando, entre outras informações, o desvio padrão das produções de uma safra dos talhões de sua propriedade. Os talhões têm a mesma área de 30.000 m² e o valor obtido para o desvio padrão foi de 90 kg/talhão. O produtor deve apresentar as informações sobre a produção e a variância dessas produções em sacas de 60 kg por hectare (10.000 m²). A variância das produções dos talhões expressa em (sacas/hectare)² é: a) 20,25 b) 4,50 c) 0,71 d) 0,50 e) 0,25
NÁ
O candidato com pontuação mais regular, portanto mais bem classificado no concurso, é: a) Marco, pois a média e a mediana são iguais; b) Marco, pois obteve menor desvio padrão; c) Paulo, pois obteve a maior pontuação da tabela, 19 em português; d) Paulo, pois obteve maior mediana; e) Paulo, pois obteve maior desvio padrão.
A partir dos dados apresentados, qual a mediana das quantidades de gols marcados pelos artilheiros das Copas do Mundo? a) 6 gols; b) 6,5 gols; c) 8,5 gols; d) 7,3 gols; e) 7,3 gols.
LI SE
Dados dos candidatos no concurso
Calorias por minuto 20 8 12
ER IA L
Em uma competição de triátlon, um atleta correu uma hora, andou de bicicleta por duas horas e nadou por trinta minutos. O gasto médio de energia, em calorias por minuto, durante a competição foi: a) 13,33 calorias por minuto; b) 14 calorias por minuto; c) 12 calorias por minuto; d) 12,33 calorias por minuto; e) 16 calorias por minuto.
M
AT
24) (ENEM) O gráfico a seguir apresenta a quantidade de gols marcados pelos artilheiros das Copas do Mundo desde a Copa de 1930 até a de 2006. Quantidade de gols dos Artilheiros das Copas do Mundo
26) (ENEM) A tabela a seguir, mostra a evolução da receita bruta anual nos três últimos anos de cinco microempresas (ME) que se encontram à venda.
ME
2009 (em milhares de reais)
2010 (em milhares de reais)
2011 (em milhares de reais)
Alfinetes V
200
220
240
Balas W
200
230
200
Chocolates X
250
210
215
Pizzaria Y
230
230
230
Tecelagem Z
160
210
245
Um investidor deseja comprar duas das empresas listadas na tabela. Para tal, ele calcula a média da receita bruta anual dos últimos três anos (de 2009 até 2011) e escolhe as duas empresas de maior média anual. 15
EM2MAT01
Atividade Corrida Andar de bicicleta Natação
DE A
23) (ENEM) A tabela indica o gasto de energia (calorias) por minuto em três atividades.
As empresas que este investidor escolhe comprar são: a) Balas W e Pizzaria Y; b) Chocolates X e Tecelagem Z; c) Pizzaria Y e Alfinetes V; d) Pizzaria Y e Chocolates X; e) Tecelagem Z e Alfinetes V.
NÁ
27) (NCE/UFRJ) O gráfico abaixo mostra a temperatura máxima, em graus Celsius, registradas no período de uma semana, em uma certa localidade.
LI SE
ESTATÍSTICA: COMO ORGANIZAR E INTERPRETAR DADOS MATEMÁTICOS?
ER IA L
DE A
Utilizando um novo critério, essa banca avaliadora resolveu descartar a maior e a menor notas atribuídas ao professor. A nova média, em relação à média anterior, é: a) 0,25 ponto maior; b) 1,00 ponto maior; c) 1,00 ponto menor; d) 1,25 ponto maior; e) 2,00 pontos menor.
A média destas temperaturas, em graus Celsius, é, aproximadamente: a) 33 b) 33,5 c) 34,1 d) 34,9 e) 35,3 28) (ENEM) As notas de um professor que partici-
EM2MAT01
M
AT
pou de um processo seletivo, em que a banca avaliadora era composta por cinco membros, são apresentadas no gráfico. Sabe-se que cada membro da banca atribuiu duas notas ao professor, uma relativa aos conhecimentos específicos da área de atuação e outra, aos conhecimentos pedagógicos, e que a média final do professor foi dada pela média aritmética de todas as notas atribuídas pela banca avaliadora.
16
29) (NCE/UFRJ) Em uma escola, o aluno deve obter média 6,0 em cada disciplina para ser aprovado. Essa média é calculada dividindo-se o total de pontos que ele obteve nos quatro bimestres, por quatro. Portanto, o aluno que não totalizar 24 pontos nos 4 bimestres deverá fazer prova final. Nessa prova, ele deverá obter, no mínimo, a diferença entre 10,0 e a sua média anual, para ser aprovado. As notas de Geografia de um certo aluno foram: 1o bimestre: 5,0 2o bimestre: 6,0 3o bimestre: 2,0 4o bimestre: 5,0 Logo, a nota mínima que esse aluno deverá obter na prova final de Geografia é: a) 4,5 b) 5,0 c) 5,5 d) 6,0 e) 6,5
MATEMÁTICA
de especialização. O curso é dividido em módulos e cada módulo tem um certo número de créditos, dependendo da importância do módulo. O coeficiente de rendimento do aluno é a média ponderada das notas por ele obtidas nos respectivos módulos, tendo como pesos os créditos correspondentes. A tabela a seguir de créditos de cada módulo: Nota
I
4
6,0
II III IV V VI
5 5 3 3 5
7,0 8,0 6,0 6,0 9,0
d) 7,2 e) 7,6
ER IA L
c) 7,0
3,0
G
24
2,0
H
25
2,5
M
15
1,5
P
9
1,5
O empresário decidiu comprar a empresa: a) F;
b) G;
d) M; e) P.
31) (ENEM) Cinco empresas de gêneros alimentícios encontram-se a venda. Um empresário, almejando ampliar os seus investimen-
32) (NCE/UFRJ) Para calcular a média aritmética de N números, somamos os N números e dividimos o resultado obtido por N. Por exemplo, a média aritmética entre 5, 8 e 11 é igual a 5 + 8 + 11 divididos por 3, ou seja, é igual a 8. Narciso é informado de que a média aritmé-
tica das idades de quatro pessoas é igual a 27 e também de que as idades de três dessas pessoas são 20, 32 e 31. Nesse caso, Narciso conclui, corretamente, que a idade da quarta pessoa é: a) 22 b) 23 c) 24 d) 25 e) 26 33) (ENEM) Foi realizado um levantamento
Para escolher qual delas irá comprar, analisa o
nos 200 hotéis de uma cidade, no qual foram
lucro (em milhões de reais) de cada uma delas, em
anotados os valores, em reais, das diárias
função de seus tempos (em anos) de existência,
para um quarto padrão de casal e a quanti-
decidindo comprar a empresa que apresente
dade de hotéis para cada valor da diária. Os
o maior lucro médio anual.
valores das diárias foram: A = R$ 200,00; B =
M
AT
tos, deseja comprar uma dessas empresas.
O quadro apresenta o lucro (em milhões
R$ 300,00; C = R$ 400,00 e D = R$ 600,00. No
de reais) acumulado ao longo do tempo (em
gráfico, as áreas representam as quantidades
anos) de existência de cada empresa.
de hotéis pesquisados, em porcentagem, para cada valor da diária.
17
EM2MAT01
O coeficiente de rendimento de Agenor no
b) 6,8
24
DE A
NO de créditos
a) 6,4
F
c) H;
Módulo
curso é igual a:
Tempo (em anos)
NÁ
apresenta as notas obtidas por Agenor e o número
Lucro (em milhões de reais)
Empresa
LI SE
30) (NCE/UFRJ) Agenor está fazendo um curso
ESTATÍSTICA: COMO ORGANIZAR E INTERPRETAR DADOS MATEMÁTICOS?
média dos candidatos do sexo masculino
78 pontos
média dos candidatos do sexo feminino
83 pontos
média geral dos candidatos
80 pontos
Com base nestas informações, pode-se afirmar que: a) Houve erro no cálculo de uma das três médias; b) Os homens representam 40% do total de candidatos; c) As mulheres representam 40% do total de candidatos; d) A média das mulheres é maior porque elas estão em maior número; e) A média geral só foi possível porque 50% dos candidatos eram do sexo masculino e 50%, do sexo feminino.
DE A
NÁ
O valor mediano da diária, em reais, para o quarto padrão de casal nessa cidade: a) 300,00 b) 345,00 c) 350,00 d) 375,00 e) 400,00
LI SE
37) Ao calcular as médias aritméticas das notas obtidas pelos candidatos nas provas de um concurso, foram constatados os seguintes resultados:
34) Determine a média aritmética, a moda e a mediana a partir da tabela de frequência. “Idade” (em anos) em um grupo de 10 pessoas: Idade (em anos) 13 14 15
3 2 4 1
ER IA L
16
FA
AT
35) O histograma mostra a distribuição salarial (em reais) dos funcionários de uma firma. Usando os valores médios dos intervalos, calcule a média aritmética, a moda e a mediana.
M
36) (NCE/UFRJ) A média aritmética obtida a partir de um conjunto de 10 números é M. Se acrescentarmos dois números, A e B, a esse conjunto, a nova média será:
EM2MAT01
a) 10b + 10B + M 12 b) a + b + 10M 12 c) a + b + M 12
18
d) a + b + M 3 e) a + b + 10M 3
38) Na série (20, 30, 40, 60, 50, 80, 80), a mediana será: a) 40 b) 50 c) 60 d) 80 e) N.R.A 39) (ENEM) Informação técnica: Chama-se média aritmética dos n valores x1, x2, x3, ..., xn o número x tal que: x=
x1 + x2 + x3 + ... + xn n
A média aritmética das idades de um grupo de 40 pessoas é 22 anos. A média aritmética das idades das mulheres desse grupo é 20 anos, e a das idades dos homens é 25 anos. O número de mulheres é igual a: a) 20 b) 24 c) 25 d) 28
MATEMÁTICA
Capitais europeias
Meses
Total
Paris
Londres
382
514
458
866
Fevereiro
523
462
342
1172
2499
Março
508
528
356
1008
2400
Total
1413
1504
1156
3046
Janeiro
DE A
40) (ENEM) Qual foi a média de número de viagens vendidas por mês, para Madrid, nos primeiros três meses do ano?
DESAFIANDO
41) (FUVEST) Num determinado país, a população feminina representa 51% da população total. Sabendo-se que a idade média (média das idades) da população feminina é 38 anos e a da masculina é de 36 anos, qual a idade média da população? a) 37,02 anos; b) 37,00 anos; c) 37,20 anos; d) 36,60 anos; e) 37,05 anos.
NÁ
Madrid
Outras capitais
a) 392 b) 437 c) 460 d) 471 e) 482
LI SE
A agência de viagens ViajEuropa tem como destinos turísticos as capitais europeias. A tabela mostra o número de viagens vendidas pela agência nos primeiros três meses do ano.
42) (UFU) O Departamento de Comércio Exterior do Banco Central possui 30 funcionários com a seguinte distribuição salarial em reais.
ER IA L
Nº de funcionários 10 12 5 3
Salários em R$ 2.000,00 3.600,00 4.000,00 6.000,00
19
EM2MAT01
M
AT
Quantos funcionários que recebem R$ 3.600,00 devem ser demitidos para que a mediana desta distribuição de salários seja de R$ 2.800,00? a) 8 b) 1 c) 9 d) 10 e) 7
PESQUISANDO
LI SE
ESTATÍSTICA: COMO ORGANIZAR E INTERPRETAR DADOS MATEMÁTICOS?
DE A
NÁ
Percebemos que a estatística é muito importante para análise de dados. Portanto, vamos aprender sobre o instituto que coordena os estudos acerca da população brasileira: o IBGE. Pesquise a origem desse instituto e as suas principais pesquisas, como o IPCA e o censo demográfico.
ER IA L
RESUMINDO
• A Estatística tem como objetivo coletar, organizar e analisar dados para os mais diversos objetivos. Através dela é possível fazer previsões sobre determinado universo estudado, a partir de uma amostragem significativa; • A estatística parte da observação de grupos, geralmente numerosos, aos quais damos o nome de população ou universo estatístico; • A observação da população é dirigida ao estudo de uma dada propriedade ou característica dos elementos dessa população. Essa característica é chamada de variável;
AT
• A média aritmética é uma medida de tendência central. Ela dá através de um único número a ideia das características de um grupo de valores; • A Moda é definida pelo valor observado com maior frequência na amostra analisada;
EM2MAT01
M
• Colocando-se todos os valores de uma amostra em ordem crescente, a mediana será aquele valor que ocupar a posição central.
20
M
AT ER IA L DE A NÁ
LI SE
QUÍMICA 2o ANO
LI SE
Direção Executiva: Fabio Benites
DE A
Diagramação, Ilustração de capa e Projeto Gráfico: Alan Giles Dominique Coutinho Erlon Pedro Pereira
NÁ
Gestão Editorial: Maria Izadora Zarro
M
AT
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Irium Editora Ltda Rua Desembargador Izidro, no 114 Tijuca - RJ CEP: 20521-160 Fone: (21) 2560-1349 www.irium.com.br
A reprodução desta obra, no todo ou em parte, por qualquer meio, sem autorização expressa, sujeitará o infrator, nos termos da Lei no 6.895, de 17/12/80, às penalidades previstas nos artigos 184 e 185 do Código Penal.
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LI SE
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NÁ
SOLUÇÕES: O QUE PRECISAMOS SABER SOBRE OS DIFERENTES TIPOS DE CONCENTRAÇÃO?
Objetivos de aprendizagem:
• Entender o que é solubilidade, o que são soluções, as classificações e curvas de solubilidade; • Compreender o conceito de concentração; • Calcular os diferentes tipos de concentração;
M
AT
• Relacionar os distintos tipos de concentração.
(Disponível em: http://manualdaquimica. uol.com.br/upload/conteudo/images/asdiferentes-cores-que-as-solucoes-quimicaspodem-adquirir-estao-relacionadas-com-osions-presentes-no-meio-54357d35a2947.jpg. Acesso em: julho de 2016)
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NÁ
A água do mar e a Química
LI SE
SOLUÇÕES: O QUE PRECISAMOS SABER SOBRE OS DIFERENTES TIPOS DE CONCENTRAÇÃO?
(Disponível em: http://www.zastavki.com/rus/Nature/Nature/Seasons/Summer/wallpaper-78240.htm. Acesso em: julho de 2016))
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Você deve estar encarando esse mar limpinho da imagem e se perguntado qual a relação entre ele e o estudo de soluções. Veja se faz sentido: A água do mar consiste em uma solução na qual diversos íons, como Na+, Cl–, SO42–, Mg2+, Ca2+ e K+, são solutos e estão dissolvidos no nosso solvente universal: a água. Sentir que a água está muito salgada é um indício de que a concentração dos solutos está elevada. O excesso de solutos, mesmo que sejam solúveis em água, é capaz de transformar uma solução em uma mistura com mais de uma fase. Além disso, a presença de solutos insolúveis também torna o mar uma mistura heterogênea, que é o que observamos em situações de derramamento de óleo, por exemplo. Venha entender melhor sobre o assunto!
1) Soluções e suas classificações
EM2QUI01
M
AT
Soluções são misturas homogêneas, isto é, misturas que apresentam uma única fase. Toda solução é formada por dois tipos de componentes: o soluto e o solvente. Há soluções que apresentam mais de um soluto, tal como ocorre com o soro caseiro, no qual os solutos são NaCl e açúcar. As soluções estão por toda parte, desde o ar que respiramos aos líquidos em nosso corpo, como a urina. Chamamos de soluto o componente que está dissolvido na outra substância, o solvente. Normalmente,
2
o solvente é a espécie que está presente em quantidade maior, enquanto soluto está em quantidade menor na solução. A solubilidade dos compostos iônicos e das moléculas é uma propriedade física, ou seja, é próprio de cada substância química. O processo de solubilização é decorrente da interação entre o soluto – espécie que se deseja solubilizar – e o solvente – substância que a dissolve. Podemos defini-la como a quantidade de soluto que dissolve em uma determinada quantidade de solvente, em condições de equilíbrio. A solubilidade de uma substância depende de sua estrutura molecular. Geralmente,
QUÍMICA
1.1) Quanto ao estado físico
LI SE
solutos não sofrem ionização ou dissociação. Desta forma, não haverá íons dissolvidos em solução. Este tipo de solução também é chamado de solução molecular. Exemplos: álcool hidratado e solução aquosa de glicose.
1.3) Quanto ao grau de saturação
NÁ
os compostos apolares ou fracamente polares são solúveis em solventes apolares ou de baixa polaridade, enquanto os compostos de alta polaridade são solúveis em solventes também polares. Lembre-se: “polar dissolve polar, apolar dissolve apolar” ou “o semelhante dissolve o semelhante”. As soluções podem ser classificadas em função de distintos critérios:
1.2) Quanto à condutividade elétrica
M
AT
• Solução eletrolítica: é a solução que conduz corrente elétrica em função da presença de íons dissolvidos, proporcionada pela ionização ou dissociação sofrida pelo soluto, que é um eletrólito. Quanto mais forte for um ácido ou uma base, ou quanto mais solúvel for um sal, maior será a condutividade elétrica da solução aquosa. Exemplos: solução de bateria de automóvel (solução aquosa de H2SO4) e salmoura (solução aquosa de NaCl). • Solução não eletrolítica: é a solução que não conduz corrente elétrica, uma vez que os
3
EM2QUI01
ER IA L
DE A
• Solução sólida: como o próprio nome sugere, os componentes estão no estado sólido. Temos como exemplos as ligas metálicas, como o bronze (Cu + Sn); • Solução gasosa: um exemplo de solução gasosa é o ar atmosférico, que tem como componentes principais N2 e O2; • Solução líquida: são formadas por um ou mais sólidos dissolvidos em um líquido, ou ainda, quando temos uma mistura contendo líquidos miscíveis (álcool hidratado, por exemplo). Daremos atenção especial às soluções líquidas constituídas por um ou mais solutos sólidos dissolvidos em água (solução aquosa).
Antes de entendermos esta classificação, precisamos estudar a solubilidade dos solutos, que é expressa matematicamente pelo coeficiente de solubilidade. O coeficiente de solubilidade é a quantidade máxima de soluto que pode ser dissolvida em uma quantidade padrão (mínima) de solvente (normalmente 100 g de água) a uma determinada temperatura. Para que se realize a classificação quanto ao grau de saturação é preciso verificar não apenas a quantidade de soluto, mas também a quantidade de solvente. • Solução insaturada: é toda solução em que a quantidade de soluto dissolvida é menor que o coeficiente de solubilidade; • Solução saturada: é toda solução em que a quantidade de soluto é igual ao seu coeficiente de solubilidade. • Solução supersaturada: é toda solução onde a quantidade de soluto é maior que a quantidade máxima a ser dissolvida; Para que esta solução seja preparada, devemos aquecê-la a uma temperatura superior àquela na qual se quer determinar a solubilidade, até que todo o soluto esteja dissolvido. Em seguida, o aquecimento é interrompido e o sistema será resfriado, até que a temperatura atinja o valor desejado. Caso este procedimento seja corretamente realizado, a quantidade de soluto dissolvido supera o valor do coeficiente de solubilidade, sem que haja formação de corpo de fundo, isto é, teremos um sistema homogêneo. No
SOLUÇÕES: O QUE PRECISAMOS SABER SOBRE OS DIFERENTES TIPOS DE CONCENTRAÇÃO?
20 g KNO3 dissolvido
100 g H2O (20 °C) Solução saturada
LI SE
Curvas de solubilidade são gráficos que relacionam a solubilidade de um soluto com a temperatura da solução. Os valores de temperatura são colocados no eixo x, enquanto os valores de solubilidade são colocados no eixo y. A curva é construída a partir da obtenção dos valores dos coeficientes de solubilidade de um soluto em distintas temperaturas. Portanto, os pontos utilizados para construir uma curva de solubilidade representam soluções saturadas. Os pontos localizados abaixo da curva representam as soluções insaturadas. Finalmente, os pontos localizados acima da curva representam sistemas que podem ser classificados como soluções supersaturadas (sistemas homogêneos) ou, ainda, soluções saturadas com corpo de fundo, caso se admita que o sistema é heterogêneo.
DE A
100 g H2O (20 °C) Solução não-saturada
31,6 g KNO3 dissolvido
2) Curvas de solubilidade
NÁ
entanto, se o sistema for minimamente perturbado ou se for adicionado um germe de precipitação (quantidade mínima adicional de soluto), ocorrerá a cristalização da quantidade de soluto que está em excesso, uma vez que o sistema inicial é instável. Assim, o sistema se tornará heterogêneo e será classificado como uma solução saturada com corpo de fundo ou corpo de chão (sistema com duas fases).
solubilidade g/100g
ER IA L
31,6 g KNO3 dissolvido
y D
B
3,4 g KNO3 Sólido
AT
Exemplo: O coeficiente de solubilidade do cloreto de sódio, a 25°C, é igual a 36 g em 100 g de H2O. São preparadas três soluções identificadas como S1, S2 e S3, cujas quantidades de soluto e solvente são expressas por: S1 = 2g de NaCl / 100g de H2O S2 = 20g de NaCl / 100g de H2O S3 = 18g de NaCl / 50g de H2O
EM2QUI01
M
Classifique-as quanto ao grau de saturação. Resolução: As soluções S1 e S2 são insaturadas, pois as quantidades de soluto dissolvidas em 100 g de H2O são inferiores à quantidade expressa pelo Cs. A solução S3, no entanto, é saturada, uma vez que apresenta 18 g de soluto dissolvidos em 50 g de H2O, metade da massa de água expressa pelo Cs. Logo, devemos multiplicar as massas de soluto e de solvente por dois, obtendo, assim, 36 g de NaCl dissolvidos em 100g de H2O.
4
A
C
Temperatura (°C) x
As substâncias podem apresentar diferentes solubilidades conforme a temperatura aumenta. Logo, as curvas de solubilidade podem apresentar diferentes perfis: 1o) O aumento da temperatura provoca um aumento na solubilidade. Este é o comportamento esperado para a maioria dos sólidos. Nestes casos, temos uma dissolução endotérmica; 2o) Há sólidos em que o aumento da temperatura diminui a solubilidade do sólido. Neste caso, a dissolução é classificada como exotérmica; 3o) Algumas substâncias pouco variam a solubilidade conforme a temperatura é elevada. 4o) Por último, há substâncias que se tornam mais solúveis com o aumento da temperatura até certo ponto, a partir do qual a solubilidade passa a diminuir.
QUÍMICA
300,0 250,0 200,0
CaCrO4 NaC Na 2 SO4 .10H 2O
100,0
QUI0166
Através da massa de uma solução saturada uma dada temperatura e da solubilidade a outra temperatura, é possível determinar a massa de soluto que foi cristalizada.
KNO3
150,0
Como solubilidade de açúcares pode cair no ENEM?
LI SE
Vejamos as curvas de solubilidade que mostram os perfis acima discutidos:
(FEI) Tem-se 500g de uma solução aquosa de sacarose (C12H22O11), saturada a 50°C. Qual a massa de cristais que se separam da solução, quando ela é resfriada até 30°C? Dados: Coeficiente de solubilidade (Cs) da sacarose em água: Cs à 30°C 220g/100g de água Cs à 50°C 260g/100g de água a) 40,0g b) 28,8g c) 84,25g d) 55,5g e) 62,5g
NÁ
50,0
DE A
Neste gráfico, as solubilidades foram medidas de 0°C a 100°C. Repare que a dissolução do KNO3 é endotérmica, enquanto que a dissolução do CaCrO4 é exotérmica. A solubilidade do NaCl permanece praticamente constante e, finalmente, a solubilidade do Na2SO4. 10 H2O aumenta até 40°C, mas, em seguida, começa a decrescer.
AT
ER IA L
Há gases que se dissolvem mais facilmente em água, tais como a amônia (NH3), uma vez que suas moléculas interagem com as da água, proporcionando a ocorrência de reação química. Outros gases, tais como o oxigênio (O2), liberam-se mais facilmente da água, apresentando comportamento diferente da amônia. De uma forma geral, a solubilidade de gases, em água, se reduz conforme a temperatura aumenta devido ao maior estado de agitação das moléculas (maior energia cinética), contribuindo para que as moléculas do gás sejam liberadas. Observe o gráfico de solubilidade do gás carbônico em água, que comprova o que acabou de ser explicado.
PRATICANDO 1) (UFRRJ) Examine o gráfico, que representa a solubilidade (g/L) de um sal iônico em água, em função da temperatura (°C).
g/L
Observação
Gabarito: D
0,0
Solubilidade do gás carbônico em água
0,3
20
0,2
Pode-se afirmar que o sal possui: a) Solubilização exotérmica; b) Precipitação endotérmica; c) Solubilização endotérmica; d) Baixa solubilidade em água; e) Solubilidade constante.
0,1
0
5
10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 temperatura°C
35
5
EM2QUI01
g do soluto em 100ml de água
M
0,4
SOLUÇÕES: O QUE PRECISAMOS SABER SOBRE OS DIFERENTES TIPOS DE CONCENTRAÇÃO?
+-
A
+B
C
Um dos béqueres contém um sistema não homogêneo de sacarose cuja fórmula estrutural é: HO OH O HO
O
O
ER IA L
OH
HO
OH
HO
OH
Sacarose
Identifique o béquer que contém a solução de sacarose. Justifique sua resposta. 4) (FUVEST) 160 gramas de uma solução aquosa saturada de sacarose a 30°C são resfriados a 0°C. Quanto do açúcar cristaliza? Solubilidade da sacarose (g/100g de H2O)
0 30
180 220
AT
Temperatura (°C)
EM2QUI01
M
a) 20g; b) 40g; c) 50g; d) 64g; e) 90g.
5) (UEL) A 10°C a solubilidade do nitrato de potássio é de 20,0 g/100 g H‚O. Uma solu-
6
LI SE
DE A
+-
6) (PUC) Considere o gráfico, representativo da curva de solubilidade do ácido bórico em água.
NÁ
3) (UFRJ) Durante um experimento, seu professor de química pediu que você identificasse as soluções aquosas presentes em cada um dos béqueres (A, B, C) apresentados a seguir:
ção contendo 18,0 g de nitrato de potássio em 50,0 g de água a 25°C é resfriada a 10°C. Quantos gramas do sal permanecem dissolvidos na água? a) 1,00 d) 10,0 b) 5,00 e) 18,0 c) 9,00
solubilidade (grama e de H 3BO 3 /100G H O)
2) (UFPE) A solubilidade do oxalato de cálcio a 20°C é de 33,0 g por 100 g de água. Qual a massa, em gramas, de CaC2O4 depositada no fundo do recipiente quando 100 g de CaC2O4(s) são adicionados em 200 g de água a 20°C?
50 45 40 35 30 25
20
15 10 5
0
temperatura 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 (°C)
Adicionando-se 200 g de H3BO3 em 1,00 kg de água, a 20 °C, quantos gramas do ácido restam na fase sólida? a) 50,0 b) 75,0 c) 100 d) 150 e) 175 7) (UFRJ) O cultivo de espécies de soja geneticamente modificada (soja transgênica) é um assunto em discussão em nosso país. Entre outros pontos polêmicos, destacam-se: o impacto ambiental, os efeitos de alimentos transgênicos nos seres humanos e os aspectos de dependência tecnológica envolvidos. A alteração do código genético da soja permite produzir sementes resistentes ao uso de herbicidas utilizados no combate de ervas daninhas. Um dos herbicidas mais utilizados é o chamado glifosato. HO
OH P O
N H
OH O
Glifosato
O glifosato é um sólido cuja solubilidade em solução aquosa é de 1,2 g /100 ml, a 25 ºC.
QUÍMICA
3) Concentração: como expressar
Exemplo 2: Qual o volume de solução obtido, em mililitros, ao se dissolver 5 g de nitrato de prata, de forma a obter uma solução cuja concentração em massa é igual a 20g/L? 5 20 = ; V = 0,25 L; V = 250ml V
NÁ
Quando desejamos representar a relação entre a quantidade de soluto presente em uma solução e a quantidade de solução ou mesmo do solvente, estamos calculando a concentração de uma solução. Segundo a União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC, na sigla em inglês), a quantidade de matéria deve ser expressa em mols. Entretanto, a concentração das soluções pode ser determinada em mols, massa ou volume. É possível concluir que existem diferentes maneiras de se expressar a concentração de uma solução. Fique atento às unidades. Lembre-se que: 1 ml = 1 cm3 1 L = 1 dm3 1 dm3 = 1000 cm3 1 m3 = 1000 dm3
Exemplo 1: Qual a concentração de uma solução contendo 40 g de cloreto de sódio dissolvidos em 250 ml de solução? 40 C = 0,25 ; C = 160g/L
LI SE
Determine a massa (em gramas) de glifosato que precipita quando 0,1 mol deste composto é adicionado a um litro de água, a 25 ºC. (Dado: Massa molar do Glifosato = 169g/mol)
Observação
Observação
AT
Para trabalhar as unidades de concentração, adotaremos alguns números como índices para representar soluto, solvente e solução. 1: soluto 2: solvente sem índice: solução (soluto + solvente)
M
3.1) Concentração comum ou concentração em massa (C) É a razão entre a massa de soluto, expressa em gramas (g), e o volume de solução, expresso em litros (L). Portanto, sua unidade é g/L. C =
m1 V
Tanto a concentração comum quanto a densidade são calculadas como razões entre massa e volume. No entanto, a densidade é a razão entre a massa de solução e o volume da solução. Portanto, a densidade não deve ser considerada um tipo de concentração. Várias unidades diferentes podem ser utilizadas para expressar a densidade de uma solução (g/ml, kg/L, g/cm3, além de outras). d=
m V
Exemplo: Dissolve-se 196 g de ácido sulfúrico em 4 g de H2O. Sabendo-se que o volume da solução obtida é igual a 108 ml, determine os valores aproximados da densidade desta solução e da concentração de H2SO4 , em g/L. d=
196 196+4 108 = 1,85g / ml; C = 0,108 = 1814 g/L
3.2) Porcentagem em massa (%m/m) É a razão entre a massa de soluto e a massa da solução (soluto mais solvente). m1 %m/m = ( ) x 100 m1 + m2 É importante ressaltar dois aspectos acerca deste tipo de concentração:
7
EM2QUI01
ER IA L
DE A
Concentração comum x Densidade de uma solução
SOLUÇÕES: O QUE PRECISAMOS SABER SOBRE OS DIFERENTES TIPOS DE CONCENTRAÇÃO?
20 ) x 100 = 12,5 ou m/m = 12,5% 20 + 140
A porcentagem em massa também é conhecida como grau INPM (°INPM).
É a razão entre o volume de um dos componentes líquidos e o volume da mistura líquida. %V/V = (
V1 ) x 100 V1 + V2
M
AT
ER IA L
A porcentagem em volume é muito utilizada para expressar o teor de álcool encontrado em bebidas alcoólicas, em combustíveis e no álcool hidratado. Também é conhecida como grau Gay-Lussac (°GL).
EM2QUI01
(Disponível em: http://ct-static.com/labels/372207.jpg. Acesso em: julho de 2016 [adaptado])
Exemplo: Uma bebida apresenta 10% de teor alcoólico. Determine a sua porcentagem em volume e calcule o volume de álcool ingerido por uma pessoa que beber 300 ml desta bebida.
8
É importante ressaltar dois aspectos acerca deste tipo de concentração: 1o) Os volumes dos componentes devem ser expressos na mesma unidade. 2o) 0 < %v/v < 100 Ao trabalharmos com as porcentagens em massa e em volume, sem multiplicarmos as razões por cem, teremos valores que expressam, respectivamente, as frações em massa e em volume de cada solução. Nestes casos, obtemos concentrações denominadas título em massa e título em volume, conforme mostrado abaixo. Exemplos: o 1 ) Calcule a porcentagem e o título, ambos em massa, de uma solução formada quando foram utilizados 40 g de cloreto de sódio para serem dissolvidos em 60 g de água. 40 %m/m = ( ) x 100 = 40 ; T = 0,4 100 2o) A análise revelou que um vinho contém 48 ml de álcool em cada caneca de 300 ml. Qual o título em volume desse vinho? E em porcentagem? T = 48 = 0,16 ; %V/V = 16 300
DE A
3.3) Porcentagem em volume (%v/v)
LI SE
%m/m = (
Como o teor alcoólico corresponde à porcentagem em volume: %V/V = 10 ou V/V = 10% V 10 = ( 1 ) x 100; v1 = 30ml 300
NÁ
1o) As massas de soluto e de solvente devem ser expressas na mesma unidade. 2o) 0 < % m/m < 100 Exemplo: Uma solução aquosa de hidróxido de sódio é preparada misturando-se 20 g de soluto com 140 g de solvente. Qual a porcentagem, em massa, do soluto na solução?
Observação A porcentagem em massa também é conhecida como título percentual em massa, enquanto a porcentagem em volume é conhecida como título percentual em volume.
3.4) Porcentagem em massa por volume (%m/v) É massa do soluto, em gramas (g), dissolvida em 100 ml de solução. %m/v = massa de soluto (m1) dissolvida em 100 ml de solução.
QUÍMICA
LI SE
Teor alcoólico 28% ou 28ºGL Essa informação indica que, possivelmente, a bebida contém: a) 28% de água; b) 28% de álcoo; c) 72% de álcool; d) 72% de álcool e água; e) 28% de álcool e água.
NÁ
Exemplo: Calcule a massa de ácido bórico encontrada em um litro de uma solução cuja concentração m/v é igual a 30%. 30g – 100ml m1 – 1000ml (= 1L) m1 = 300g
3.5) Molalidade ou concentração molal (W)
QUI0167
ER IA L
8) (FATEC) Soro fisiológico é uma solução aquosa de cloreto de sódio a 0,9% em massa. A massa de NaCl em gramas necessária para preparar 2 litros de soro fisiológico é: Dado: massa específica da solução = massa específica H2O = 1g/ml a) 0,9 d) 90 b) 1,8 e) 18 c) 9
AT
9) (PUC) Após o preparo de um suco de fruta, verificou-se que 200 ml da solução obtida continham 58 mg de aspartame. Qual a concentração de aspartame, no suco preparado? a) 0,29 g/L; d) 290 g/L; b) 2,9 g/L; e) 0,58 g/L. c) 0,029 g/L;
M
10) Uma solução de sulfato de cálcio contém 2,72g deste sal dissolvidos em 500 ml de solução. Determine a porcentagem em massa de soluto (m/v) nesta solução. 11) (MACKENZIE) Compare a informação do texto com outra contida no rótulo de uma bebida destilada, onde se lê:
n1 W = m (kg) 2
Exemplo: Determine a massa de água, em gramas, que deve ser utilizada para dissolver 0,2 mol de cloreto de sódio e originar uma solução 0,4 molal. 0,2 0,4 = m ; m2 = 0,5kg = 500g 2
3.6) Fração molar ou fração em quantidade de matéria (x) É a razão entre o número de mols de um dos componentes da solução e a soma dos números de mols de todos os componentes desta mesma solução. Trata-se de uma grandeza adimensional (sem unidade). n x1 = i , onde i é cada componente da mistura. ∑n
Temos i=1, 2, ...n para n componentes.
Σxi = 1
Atenção!
Exemplo: Calcule as frações molares do soluto e do solvente em uma solução que contém 117 g de cloreto de sódio dissolvidos em 324 g de água. 9
EM2QUI01
PRATICANDO
É a razão entre o número de mols de soluto e a massa do solvente, em quilogramas (kg). A unidade é, portanto, mol/kg, também conhecida como molal.
DE A
(Disponível em: http://docedieta.com/wp-content/uploads/ 2014/03/crystal.jpg. Acesso em: julho de 2016)
SOLUÇÕES: O QUE PRECISAMOS SABER SOBRE OS DIFERENTES TIPOS DE CONCENTRAÇÃO?
x2 = 1 - 0,1 = 0,9
Observação
m1(µg) ppb = m(kg)
Exemplo: Uma amostra contendo 500 g de peixe apresentava 1 mg de mercúrio (Hg), que é considerado um elemento tóxico. Determine a concentração de Hg nesta amostra de peixe, em ppm e em ppb. ppm = 1 = 2 mg/kg 0,5
DE A
Caso multipliquemos os valores das frações molares dos componentes de uma solução por cem, obteremos os valores das porcentagens molares.
LI SE
Cálculo do número de mols da H2O (componentes 2): n2 = 324 = 18mol 18 Cálculo das frações molares: x1 = 2 = 0,1 2 + 18
(kg). Ao dividirmos µg/kg, encontraremos uma parte em um bilhão (1/109), ou seja, ppb.
NÁ
Cálculo do número de mols do NaCl (componente 1): 117 n1 = 58,5 = 2mol
ER IA L
AT M
ppm =
m1(mg) m(kg)
EM2QUI01
3.8) Partes por bilhão (ppb) É um tipo de concentração ainda mais restritivo que o ppm, uma vez que expressa a razão entre a massa do soluto em microgramas (µg) e a massa de solução, em quilogramas
10
Observação
Em soluções líquidas, podemos expressar o ppm como a razão entre a massa de soluto em miligramas e o volume da solução em litros (L). Da mesma forma, o ppb seria expresso como a razão entre a massa de soluto em microgramas e o volume da solução em litros.
3.7) Partes por milhão (ppm)
Este tipo de concentração é usado quando a quantidade de soluto é muito pequena em relação à quantidade de solução. Normalmente é utilizada quando expressamos a concentração de algum produto tóxico que possa ser encontrado em alimentos ou que possa alterar a qualidade da água. O ppm expressa a razão entre a massa de soluto, em miligramas (mg), e a massa de solução, em quilogramas (kg). Observe que ao dividirmos mg/kg, teremos uma parte em um milhão (1/106), ou seja, ppm.
ppb = 1000 = 2x103 µg/kg 0,5
ppm =
m1(mg) V(L)
ppb =
m1(µg) V(L)
Exemplo: Recolheu-se 100 ml de água de uma lagoa, tendo-se encontrado na mesma 0,03 g de cádmio, que é um metal pesado. Determine a concentração de cádmio, em ppm e em ppb, na água desta lagoa. 30 = 300 = 3 x 102 mg/L 0,1 ppb = 30.000 = 3 µg/L 0,1
ppm =
PRATICANDO 12) Uma solução foi preparada ao se dissolverem 38 g de cloreto de cálcio em 36 g de água. Qual é a fração em mol de soluto nessa solução?
QUÍMICA
17) (UERJ) Numa certa região oceânica, os níveis de mercúrio na água e nos peixes são, respectivamente, de 0,05 e 200 ppb. Sabe-se que 1 ppb corresponde a 1 mg por tonelada. Comparando-se pesos iguais de peixes e de água, o fator que expressa a relação entre as massas de mercúrio nos peixes e na água, é: a) 4,0 x 103 b) 2,5 x 10−4 c) 2,5 x 103 d) 4,0 x 10 −4
DE A
NÁ
14) (UECE) A porcentagem molar do etanol numa solução que contém 230g de etanol (C2H6O) e 90g de água é: a) 50% b) 10% c) 5% d) 0,5%
a) 0,01 b) 0,10 c) 1,00 d) 10,00
LI SE
13) (UFF) Uma solução contém 18,0g de glicose (C6H12O6), 24g de ácido acético (C2H4O2) e 81,0g de água (H2O). Qual a fração molar de ácido acético na solução? a) 0,04 d) 0,80 b) 0,08 e) 1,00 c) 0,40
AT
16) (UERJ) Certos medicamentos são preparados por meio de uma série de diluições. Assim, utilizando-se uma quantidade de água muito grande, os medicamentos obtidos apresentam concentrações muito pequenas. A unidade mais adequada para medir tais concentrações é denominada ppm:
M
1 ppm corresponde a 1 parte de soluto em 1 milhão de partes de solução. Considere um medicamento preparado com a mistura de 1g de um extrato vegetal e 100 kg de água pura. A concentração aproximada desse extrato vegetal no medicamento, em ppm, está indicada na seguinte alternativa:
3.9) Molaridade Concentração molar ou concentração em quantidade de matéria: é a razão entre o número de mols do soluto e o volume de solução, em litros. M=
n1 V
m1 M = MOLxV
m1: massa do soluto (g) mol: massa molar do soluto (unidade: g/ mol) Esse é o tipo de concentração recomendado pela União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC, na sigla em inglês).
Observação Não se esqueça! Para calcular a massa molar do soluto devemos ter a sua fórmula molecular e a Tabela Periódica para que possamos consultar a massa atômica de cada elemento. Em seguida, as massas atômicas são somadas e, então, teremos a massa molar do soluto.
11
EM2QUI01
ER IA L
15) (ENEM) Determinada estação trata cerca de 30.000 litros de água por segundo. Para evitar riscos de fluorose, a concentração máxima de fluoretos nessa água não deve exceder a cerca de 1,5 miligrama por litro de água. A quantidade máxima dessa espécie química que pode ser utilizada com segurança, no volume de água tratada em uma hora, nessa Estação, é: a) 1,5 kg; d) 124 kg; b) 4,5 kg; e) 162 kg. c) 96 kg;
SOLUÇÕES: O QUE PRECISAMOS SABER SOBRE OS DIFERENTES TIPOS DE CONCENTRAÇÃO?
MOL = 23 + 127 = 150g/mol 15 ; V = 0,5L 150xv Exemplo 3: Qual a concentração molar da glicose (C6H12O6) numa solução aquosa que contém 9 g de soluto em 500 ml de solução? MOl = (6 x 12) + (12 x 1) + (6 x 16) = 180g/mol
n = M x V ; n = 0,2 x 0,2 = 0,04mol
• Em seguida, escreva a equação que representa a ionização do HCl, com os coeficientes devidamente ajustados. Estabelecendo a relação entre os coeficientes, é possível calcular as concentrações de todos os íons. HCℓ → H+ + Cℓ– 0,04 0,04 (mol/L) (mol/L)
DE A
0,2 =
LI SE
V = 100 ml = 0,1L m1 1= ; m1 = 3,65g 36,5 x 0,1 Exemplo 2: Para preparar uma solução de concentração 0,2 mol/L, usando 15 g de iodeto de sódio (NaI), qual deverá ser o volume dessa solução, em litros?
[Mg2+] = 0,05 mol/L [Cℓ–] = 0,1 mol/L Exemplo 2: Calcule o número de mols de íons H+ presente em 200 ml de uma solução 0,2 mol/L de HCl. Considere que este ácido se encontra 100% ionizado. • Inicialmente, calcule o número de mols de HCl presente em solução.
NÁ
Exemplo 1: Qual a quantidade de soluto, em gramas, presente em 100 ml de uma solução 1mol/L de HCℓ? MOL = 1 + 35,5 = 36,5g/mol
V = 500ml = 0,5L 9 M= ; M = 0,1 mol/L 180 x 0,5
3.10) Molaridade de íons
EM2QUI01
M
AT
ER IA L
Quando dissolvemos um soluto e este sofre ionização ou dissociação em meio aquoso, é possível estabelecer uma relação entre a molaridade do soluto dissolvido e a molaridade de cada um dos íons presentes em solução, originados a partir da ionização ou dissociação deste soluto. Exemplo 1: Determine a molaridade dos íons Mg2+ e Cℓ– formados a partir da dissociação total do sal cloreto de magnésio (MgCl2) em uma solução 0,05 mol/L. • Inicialmente, escreva a equação que representa a dissociação deste sal, com os coeficientes devidamente ajustados. • Em seguida, escreva sob a fórmula do sal (MgCl2) o valor da sua molaridade e estabeleça a relação entre os coeficientes de todas as espécies. • Assim, calcula-se a molaridade de cada um dos íons. MgCℓ2 → Mg2+ + 2Cℓ– 0,05 0,05 0,1 (= 2 x 0,05) (mol/L) (mol/L) (mol/L)
12
Observação
Há problemas em que devemos considerar o valor do grau de ionização ou do grau de dissociação.
Exemplo 3: Calcule as concentrações em quantidade de matéria dos íons Al3+ e SO42- , presentes em 500 ml de uma solução de sulfato de alumínio, Al2(SO4)3, onde foram dissolvidos 34,2 g deste sal, sabendo-se que seu grau de dissociação é igual a 90%. Cálculo da molaridade do sulfato de alumínio: 34,2 M= ; M= 0,2mol/L 342 x 0,5 Como o grau de dissociação (α) é igual a 90%, devemos multiplicar a molaridade do sal por 0,9 e, assim, calcularemos as concentrações dos íons. Aℓ2(SO4)3 → 2Aℓ3+ + 3SO42– 0,2 x 0,9 = 0,18 0,36 0,54 (mol/L) (mol/L) (mol/L) Exemplo 4: Determine o número de mols de íons H+ em 300 ml de uma solução 2 mol/L de
QUÍMICA
21) (USS) A análise de 500 ml de água do mar revelou a presença de 0,015 mol de íons sulfato (SO42–). Assinale a opção que indica a concentração, em gramas por litro, de íons sulfato na amostra de água do mar analisada. a) 0,015 b) 0,030 c) 2,88 d) 5,76 e) 57,6
NÁ
Como o grau de ionização é igual a 90%, devemos multiplicar o número de mols do ácido por 0,9 e, assim, calcularemos as concentrações de íons H+. HCℓ → H+ + Cℓ– 0,6 x 0,9 0,54 = 0,54 (mol/L) (mol/L)
a) 0,02 b) 0,03 c) 0,04 d) 0,05
LI SE
HCℓ, sabendo-se que seu grau de ionização é igual a 90%. Cálculo do número de mols de HCℓ: n = M x V ; n = 0,3 x 2 = 0,6mol
PRATICANDO
AT
19) (UFMG) A concentração média de íons sódio no soro sanguíneo humano é cerca de 0,345g/100 ml. A alternativa que indica essa concentração, em mol/L, é: a) 780 d) 0,150 b) 7,80 e) 0,0150 c) 3,40
M
20) (UERJ) O sulfato de alumínio é utilizado como clarificante no tratamento de água, pela ação dos íons alumínio que agregam o material em suspensão. No tratamento de 450 L de água, adicionaram-se 3,078 kg de sulfato de alumínio, sem que houvesse variação de volume. Admitindo-se a completa dissociação do sal, a concentração de íons alumínio, em mol x L–1, é igual a:
22) (ENEM) Ao colocar um pouco de açúcar na água e mexer até a obtenção de uma só fase, prepara-se uma solução. O mesmo acontece ao se adicionar um pouquinho de sal à água e misturar bem. Uma substância capaz de dissolver o soluto é denominada solvente; por exemplo, a água é um solvente para o açúcar, para o sal e para várias outras substâncias. A figura a seguir ilustra essa citação.
soluto
solvente
solução
Suponha que uma pessoa para adoçar seu cafezinho, tenha utilizado 3,42 g de sacarose (massa molar igual a 342 g/mol) para uma xícara de 50 ml do líquido. Qual é a concentração final, em mol/l, de sacarose nesse cafezinho? a) 0,02 d) 200 b) 0,2 e) 2000 c) 2
13
EM2QUI01
ER IA L
DE A
18) (PUC) No preparo de solução alvejante de tinturaria, 521,5g de hipoclorito de sódio são dissolvidos em água suficiente para 10,0 litros de solução. A concentração, em mol/L, da solução obtida é: Dado: Massa molar do NaCℓO = 74,5g/mol a) 7,0 b) 3,5 c) 0,70 d) 0,35 e) 0,22
SOLUÇÕES: O QUE PRECISAMOS SABER SOBRE OS DIFERENTES TIPOS DE CONCENTRAÇÃO?
c) C = 10 x (%m/V) d) ppm = 1000 x C
Exemplo 3: Uma solução de ácido sulfúrico apresenta concentração em m/v = 9,8%. Determine a concentração comum desta solução. C = 10 x (%m/V) C = 10 x 9,8 = 98g/L
DE A
Exemplo 1: A solução aquosa de NaOH (soda cáustica) é um produto químico muito utilizado. Uma determinada indústria necessitou usar uma solução com 20% em massa de hidróxido de sódio, que apresenta uma densidade de 1,2 g/ml. Qual a molaridade da solução? Mol = 23 + 16 + 1 = 40g/mol M x Mol = 10 X (%m/m) x d M x 40 = 10 x 20 x 1,2 M = 6,0mol/L
LI SE
a) C = M x MOL = 10 X (%m/m) x d mol: massa molar do soluto d: densidade da solução (g/ml ou g/cm3) b) d = T x C(g/L) ou d = 1000 x T x C (g/ml) T: título em massa
Exemplo 2: O soro caseiro, recomendado para evitar a desidratação infantil, consiste em uma solução aquosa de cloreto de sódio (3,5 g/L) e de sacarose (11 g/L). Qual a concentração molar do cloreto de sódio nessa solução? Mol (NaCℓ) = 23 + 35,5 = 58,5g/mol C = M x Mol 3,5 = M x 58,5 M = 0,06 mol/L
NÁ
4) Relações entre as unidades de concentração
Exemplo 4: A concentração de cádmio (Cd) na água de uma lagoa é igual a 0,03 g/L. Calcule esta concentração em ppm. ppm = 0,03 x 1000 = 30 ou C = 30mg/L
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OMS: Poluição do ar provoca morte de mais de 7 milhões de pessoas por ano
Documento propõe medidas para reduzir as emissões de gases poluentes
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Sabemos que o ar atmosférico é uma solução formada por uma mistura de gases, como gás carbônico, gases nobres, nitrogênio e oxigênio, sendo que estes dois últimos encontram-se com maior predominância. Além desses gases, também temos o vapor de água que varia de acordo com o clima, a temperatura e o local, podendo se apresentar na forma de neblina, nuvens e chuva. Entretanto, sabemos que há diversos fatores que causam a poluição do ar como a emissão de combustíveis de automóveis, queima de combustíveis fósseis em geral, materiais radioativos, queimadas, dentre outros. A Organização Mundial da Saúde (OMS) realça a necessidade de reduzir as emissões de poluentes como o carbono negro, o ozônio, o metano e o dióxido de carbono, que não só contribuem para as mudanças climáticas, assim como provocam mais de 7 milhões de mortes associadas à poluição do ar por ano. Saiba mais em www.4newsmagazine.com.br #PorUmArMaisLimpo #RespireMelhor
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QUÍMICA
24) (UERJ) Algumas soluções aquosas vendidas no comércio com nomes especiais são mostradas abaixo: FÓRMULA DO SOLUTO PREDOMINANTE
% DE SOLUTO EM MASSA
Soro fisiológico
NaCℓ
0,9%
Vinagre
C2H2O2
Água sanitária
NaCOℓ
Água oxigenada
H2O2
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NOME DO PRODUTO
5%
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APROFUNDANDO
25) (UERJ) O gráfico a seguir, que mostra a variação da solubilidade do dicromato de potássio na água em função da temperatura, foi apresentado em uma aula prática sobre misturas e suas classificações.
26) (FUVEST) Ao se adicionar o sal nitrato de potássio (KNO3) a um determinado volume de água a 25ºC, contida num recipiente, observou-se que, após forte agitação, restou certa quantidade de sal não dissolvido. O gráfico a seguir apresenta a máxima quantidade de KNO3 que pode ser dissolvido em água, em função da temperatura. 160 140 120 100 80 60 40 20 20
30
40
50
60 70 80 Temperatura/°C
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3%
Após a estabilização dessas misturas, o número de sistemas homogêneos e o número de sistemas heterogêneos formados correspondem, respectivamente, a: a) 5 – 1 c) 3 – 3 b) 4 – 2 d) 1 – 5
Solubilidade do KNO 3 em água (g/100g H2 O)
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2%
Considerando que a densidade das soluções é de 1,0 g/ml e que as soluções são formadas exclusivamente pelo soluto predominante e pela água, o produto que apresenta a maior concentração em quantidade de matéria, mol.L-1, é: a) Soro; b) Vinagre; c) Água sanitária; d) Água oxigenada.
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Em seguida, foram preparadas seis misturas sob agitação enérgica, utilizando dicromato de potássio sólido e água pura em diferentes temperaturas, conforme o seguinte esquema:
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23) (PUC) Uma solução de ácido bórico (H3BO3) apresenta uma concentração igual a 12,6% p/V. A concentração em mol/L dessa solução é igual a: a) 0,20 d) 2,00 b) 0,40 e) 4,00 c) 0,50
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PRATICANDO
SOLUÇÕES: O QUE PRECISAMOS SABER SOBRE OS DIFERENTES TIPOS DE CONCENTRAÇÃO?
ER IA L
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27) (UECE) A 50ºC o coeficiente de solubilidade do NaCl é 37g de NaCl por 100 g de H2O; a 100°C é de 39,8 g de NaCl por 100 g de H2O. A figura abaixo ilustra a dissolução de 39 g de NaCl em 100 g de H2O a 100°C. Deixando-se o sistema resfriar em repouso absoluto até 50°C, todo o NaCl continua dissolvido. Acrescentando ao sistema um cristal de NaCl (germe de precipitação) ocorre a precipitação de 2,0 g de NaCl.
A 70ºC foram preparadas duas soluções, cada uma contendo 70 g de nitrato de potássio (KNO3) e 200 g de água. A primeira solução foi mantida a 70ºC e, após a evaporação de uma certa massa de água (m), houve início de precipitação do sólido. A outra solução foi resfriada a uma temperatura (t) em que se percebeu o início da precipitação do sal. A análise do gráfico permite inferir que os valores aproximados da massa e da temperatura são, respectivamente: a) m 50g e t 45ºC; b) m 150g e t 22ºC; c) m 100g e t 22ºC; d) m 150g e t 35ºC; e) m 100g e t 45ºC.
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Considere as seguintes afirmações: I) Pode-se dissolver o restante do sal, adicionando-se mais água à solução, a 25ºC; II) Aproximadamente 80 g de KNO3 podem ser dissolvidos em 200 g de água, a 25ºC; III) A dissolução do KNO3 é favorecida pelo aumento da temperatura da água. Está correto o que se afirma em: a) I, apenas; d) II e III, apenas; b) I e II, apenas; e) I, II e III. c) I e III, apenas;
I, II e III são, respectivamente, soluções: a) Supersaturada, insaturada, saturada; b) Insaturada, supersaturada, saturada; c) Saturada, supersaturada, insaturada; d) Insaturada, saturada, supersaturada.
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28) (PUC) O gráfico a seguir representa a curva de solubilidade do nitrato de potássio (KNO3) em água.
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29) (FEI) A tabela a seguir fornece as solubilidades do KCl e do Li2CO3 a várias temperaturas. Temperatura (°C) 0 10 20 30 40 50
Solubilidade g/100g H2O KCℓ 27,6 31,0 34,0 37,0 40,0 42,6
Li2Co3 0,154 0,143 0,133 0,125 0,117 0,108
Assinale a alternativa falsa: a) A dissolução do KCl em água é endotérmica; b) O aquecimento diminui a solubilidade do Li2CO3 em água; c) A massa de KCl capaz de saturar 50 g de água, a 40°C, é 20 g; d) Ao resfriar, de 50°C até 20°C, uma solução que contém inicialmente 108mg de Li2CO3 em 100g de água, haverá precipitação de 25mg de Li2CO3; e) A 10°C, a solubilidade do KCl é maior do que a do Li2CO3. 30) (UNIFESP) Uma solução contendo 14 g de cloreto de sódio dissolvidos em 200 ml de água foi deixada em um frasco aberto, a 30°C. Após algum tempo, começou a cristalizar o
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20 40 60 80 100 120 140
T °C
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0
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a) Qual a menor quantidade de água necessária para dissolver completamente, a 60°C, 120 g de B? b) Qual a massa de A necessária para preparar, a 0°C, com 100 g de água, uma solução saturada (I) e outra solução insaturada (II)?
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32) (FAAP) Uma solução aquosa de NaCℓ apresenta 11,70% em peso de soluto. Determine as frações molares do soluto e do solvente nessa solução.
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33) (UFSM) O derramamento de óleo nos cursos d’água forma uma película que dificulta a absorção de oxigênio, o que provoca a destruição de algas e plânctons, prejudicando a alimentação dos peixes. De acordo com alguns órgãos ambientais, o limite máximo de óleo na água é de 30mg/L. Com base nesse parâmetro, quantos gramas de óleo poderão estar presentes em 1m3 de água, sem comprometer o ecossistema?
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36) (UERJ) O organoclorado conhecido como DDT, mesmo não sendo mais usado como inseticida, ainda pode ser encontrado na natureza, em consequência de sua grande estabilidade. Ele se acumula em seres vivos pelo processo denominado de biomagnificação ou magnificação trófica. Foram medidas, em partes por milhão, as concentrações desse composto obtidas em tecidos de indivíduos de três espécies de um mesmo ecossistema, mas pertencentes a diferentes níveis tróficos, com resultados iguais a 15,0, 1,0 e 0,01. As concentrações de DDT nos tecidos dos indivíduos da espécie situada mais próxima da base da cadeia alimentar e da situada mais próxima do topo dessa cadeia, em gramas de DDT por 100 gramas de tecido, foram, respectivamente, iguais a: a) 1,0 x 10 –3 e 1,0 x 10 –5 b) 1,5 x 10 –4 e 1,0 x 10 –4 c) 1,0 x 10 –4 e 1,5 x 10 –4 d) 1,0 x 10 –6 e 1,5 x 10 –3
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solubilidade (g/100g H 2 O)
80 70 60 50 40 30 20 10
35) (UFMG) O rótulo de um produto usado como desinfetante apresenta, entre outras, a seguinte informação: “cada 100 ml de desinfetante contém 10 ml de solução de formaldeído 37% v/v (volume de formaldeído por volume de solução)”. A concentração de formaldeído no desinfetante, em porcentagem volume por volume é: a) 1,0% b) 3,7% c) 10% d) 37%
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31) (UFRRJ) Observe o gráfico a seguir e responda às questões que se seguem. B
34) (UFF) Uma solução contém 18,0g de glicose (C6H12O6), 24g de ácido acético (C2H4O2) e 81,0g de água (H2O). Qual a fração molar de ácido acético na solução? a) 0,04 d) 0,80 b) 0,08 e) 1,00 c) 0,40
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soluto. Qual volume mínimo e aproximado, em ml, de água deve ter evaporado quando se iniciou a cristalização? Dados: Solubilidade, a 30°C, do cloreto de sódio 35 g/100 g de água, densidade da água a 30°C 1,0 g/ml: a) 20 b) 40 c) 80 d) 100 e) 160
SOLUÇÕES: O QUE PRECISAMOS SABER SOBRE OS DIFERENTES TIPOS DE CONCENTRAÇÃO?
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42) (UERJ) A hidroponia é uma técnica de cultivo de vegetais fora do solo. Os nutrientes são fornecidos através de uma solução contendo vários sais de fácil assimilação pelo vegetal. Para o preparo de 100 L de solução nutritiva, contendo 0,007 mol/L de nitrato de cálcio, a massa necessária deste sal, em gramas, é aproximadamente de: a) 72 c) 115 b) 102 d) 164
43) (USS) O ácido nítrico comercial é uma solução aquosa de HNO3, com 65% (em peso) de ácido. Essa solução tem um forte poder oxidante e densidade igual a 1,5 g/cm3. A concentração molar de HNO3 no ácido nítrico comercial é, aproximadamente, igual a: a) 1 mol x L–1 d) 10 mol x L–1 –1 b) 1,55 mol x L e) 15,5 mol x L–1 c) 6,5 mol x L–1
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37) (UERJ) Quatro frascos – A, B, C e D – são utilizados para a preparação de quatro soluções aquosas, cujos solutos são, respectivamente, HBr, NaCℓ, Ba(OH)2 e KI. Tais soluções apresentam 1 grama de soluto por litro de solução. Com relação a esses solutos, sabe-se que: • a solução do frasco B possui a menor concentração em mol X L–1; • a solução do frasco C possui a maior concentração em mol X L–1; • as soluções dos frascos A e B neutralizam-se quando misturadas em volumes adequados. Pode-se concluir que os frascos que correspondem às soluções de HBr, NaCℓ, Ba(OH)2 e KI são, respectivamente: a) A, B, C, D; c) D, B, C, A; b) A, C, B, D; d) D, C, B, A.
39) Uma solução de ácido sulfúrico (H2SO4) apresenta 98g de soluto em 100g de solução cuja massa específica é 1,84 g/cm3. Determine a concentração comum e a molaridade da solução.
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40) Uma solução de ácido nítrico contém 69,8% (m/m) de soluto e sua densidade é 1,42 g/ml. Calcule a molaridade desta solução.
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41) Uma solução de sulfato de cálcio contém 2,72 g desse sal dissolvidos em 500 ml de solução. Determine a concentração da solução em: a) Concentração comum; b) Molaridade; c) % (m/v).
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44) (UFRJ) Os frascos a seguir contêm soluções saturadas de cloreto de potássio (KCl) em duas temperaturas diferentes. Na elaboração das soluções foram adicionados, em cada frasco, 400 ml de água e 200 g de KCl. frasco I
T=? H 2 O + KCℓ
frasco II
T = 20°C H 2 O + KCℓ
sal depositado
O diagrama representa a solubilidade do KCl em água, em gramas de soluto/100ml de H2O, em diferentes temperaturas.
Solubilidade
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38) Uma solução de sulfato de magnésio contém 0,1 mol desse sal, dissolvido em 250 ml da solução. Determine a concentração comum.
55 50 45 40 35 30 25
0
20
80 40 60 Temperatura (°C)
100
80 60 40 20
20
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45) (FUVEST) A recristalização consiste em dissolver uma substância a uma dada temperatura, no menor volume de solvente possível e a seguir resfriar a solução, obtendo-se cristais da substância. Duas amostras de ácido benzoico, de 25,0 g cada, foram recristalizadas em água segundo esse procedimento, nas condições apresentadas na figura 1: Figura 1
100
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a) Determine a temperatura da solução do frasco I. b) Sabendo que a temperatura do frasco II é de 20°C, calcule a quantidade de sal (KCl) depositado no fundo do frasco.
solubilidade (g soluto/100g de água)
QUÍMICA
Amostra 1
90
Amostra 2
60
Temperatura de recristalização (°C) 20 30
7 5
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g de ácido/100g H 2 O
Figura 2
3 1
20
40
60
80 100
Dados: curva de solubilidade do ácido benzoico em água (massa em gramas de ácido benzoico que se dissolve em 100 g de água, em cada temperatura), (ver figura 2). a) Calcule a quantidade de água necessária para a dissolução de cada amostra. b) Qual das amostras permitiu obter maior quantidade de cristais da substância? Explique.
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47) (UFRRJ) A curva do gráfico a seguir mostra a solubilidade de um certo soluto em água. solubilidade g/100g
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Temperatura de dissolução (°C)
40 60 80 100 temperatura (°C)
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D C B
Temperatura (°C)
Responda às perguntas a seguir, justificando sua resposta. a) Qual ou quais dos pontos do gráfico representam uma solução saturada homogênea? b) Indique em que pontos do gráfico existem soluções saturadas heterogêneas. c) Através do conceito de solução insaturada, aponte no gráfico o(s) ponto(s) onde esta situação ocorre. d) Que procedimentos podem ser utilizados para precipitar (cristalizar) parte do soluto da solução D, sem alterar as quantidades do solvente e do soluto da referida solução? 48) (UFRJ) A solubilidade de vários sais em água em função da temperatura é apresentada no diagrama a seguir:
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46) (UFPE) Uma solução saturada de NH4Cl foi preparada a 80°C utilizando-se 200 g de água. Posteriormente, esta solução sofre um resfriamento sob agitação até atingir 40°C. Determine a massa de sal depositada neste processo. A solubilidade do NH4Cl varia com a temperatura, conforme mostrado no gráfico a seguir.
SOLUÇÕES: O QUE PRECISAMOS SABER SOBRE OS DIFERENTES TIPOS DE CONCENTRAÇÃO?
52) Um poluente foi introduzido na água, a uma concentração de 825 ppm; se o poluente empregado tiver sido o tolueno, C 7H8, qual será a concentração em percentagem em massa? a) 0,825%; b) 0,0825%; c) 8,25%; d) 82,5%; e) 0,00825%. 53) (PUC) Quando 39,2 g de ácido sulfúrico são dissolvidos em 200 ml de água, obtém-se uma solução de volume igual a 220 ml. Calcule a molalidade e a porcentagem em massa de soluto nessa solução.
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50) (UFRJ) Industrialmente, a hidrólise de resíduos celulósicos, visando à obtenção de açúcares, é realizada pela ação do ácido sulfúrico, em temperatura e pressão elevadas. Após a hidrólise, a solução apresenta concentração de ácido sulfúrico igual a 49 g/L. Para facilitar a purificação dos açúcares, a solução deve ser neutralizada à temperatura de 50ºC. As seguintes substâncias foram disponibilizadas para a neutralização: óxido de cálcio (cal virgem), solução aquosa de hidróxido de sódio 0,5 mol/L e solução aquosa de hidróxido de amônio 0,5 mol/L. É desejável que, após a neutralização, a solução não tenha sofrido um aumento significativo de volume e que não apresente concentração elevada de íons. Baseado nas curvas de solubilidade dadas a seguir, indique qual é a substância mais adequada para ser empregada na neutralização, justificando a sua resposta. Escreva a equação da reação correspondente. Considere que a solubilidade dos diferentes sais na solução neutralizada seja a mesma que em água.
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49) Foram misturados e agitados 200 g de (NH4)2SO4 com 250 g de água, resultando um sistema heterogêneo que, por filtração, forneceu 50 g de resíduo. Calcule o Cs do sal na temperatura em que a experiência foi realizada.
51) (ITA) O rótulo de um frasco diz que ele contém solução 1,50 molal de LiNO3 em etanol. Isto quer dizer que a solução contém: a) 1,50 mol de LiNO3 / quilograma de solução; b) 1,50 mol de LiNO3 / litro de solução; c) 1,50 mol de LiNO3 / quilograma de etanol; d) 1,50 mol de LiNO3 / litro de etanol; e) 1,50 mol de LiNO3 / mol de etanol.
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Usando o diagrama de solubilidade, determine a quantidade (em mols) de sal que precipita quando são adicionados 1,17 kg de NaNO3 em 1 litro de água pura, a 20ºC.
CURVAS DE SOLUBILIDADE
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solubilidade (g/100 g de água)
100
80 60 40 20
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20
CaSO4
20
40 60 80 100 120 temperatura (°C)
Na 2 SO4
(NH4)2 SO4
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DESAFIANDO
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54) (UFRJ) A figura a seguir apresenta a variação de densidade de cada solução aquosa usada no processo em função da concentração de soluto.
Calcule a massa (em kg) de CsCℓ necessária para preparar 1000 L da solução 3,0 molar de CsCℓ usada no processo.
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55) (USS) Em uma solução 0,2M de sulfato férrico, totalmente dissociado, a concentração catiônica, expressa em g/L, é igual a: a) 22,4 b) 29,8 c) 36 d) 44,8 e) 56 56) (UNESP) Uma solução foi preparada com 17,5 g de sulfato de potássio (K 2SO4) e água suficiente para obter 500 ml de solução. Determine a concentração em mol x L–1 dos íons potássio e dos íons sulfato na solução. Massas molares em g x mol–1: K = 39, S = 32, O = 16.
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57) Apenas 5,0 mg de chumbo, em cada 100 litros de água, já podem nos causar sérios problemas fisiológicos. a) Nessas condições, qual é a concentração de chumbo em partes por milhão? b) Qual seria a concentração de chumbo em gramas por litro? (dH2O = 1,0 g/ml)
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PESQUISANDO
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SOLUÇÕES: O QUE PRECISAMOS SABER SOBRE OS DIFERENTES TIPOS DE CONCENTRAÇÃO?
(Disponível em: http://www. (Disponível em: http://curiosidadesemitos. weeklyhealthylife.com/how-to-beat- blogspot.com.br/2013/05/os-beneficios-dacancer-with-35-hydrogen-peroxide/. agua-oxigenada_21.html. Acesso em: julho de 2016 [Adaptada]) Acesso em: julho de 2016)
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Você já utilizou água oxigenada (solução de H2O2) para descolorir cabelos, desinfetar ferimentos, limpar superfícies etc. ou conhece alguém que o fez, não é mesmo? Este produto versátil é facilmente encontrado em mercados e farmácias. Diante das prateleiras, além de várias marcas disponíveis, observamos a existência de diversos volumes de água oxigenada: água oxigenada a 10 volumes, 20 volumes, 30 volumes... O que será que isso significa? De que forma relacionamos essa informação com a concentração da solução? Será possível transformar uma água oxigenada a 10 volumes em uma água oxigenada a 20 volumes?
RESUMINDO
• Toda solução é uma mistura de fase única, que apresenta soluto e solvente;
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• O coeficiente de solubilidade expressa a quantidade máxima de soluto que pode ser dissolvida em uma determinada quantidade de solvente e varia de acordo com a temperatura; • A curva de solubilidade é a representação gráfica do coeficiente de solubilidade;
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• A relação entre a quantidade de soluto e de solvente de uma solução é expressa através da concentração. Entre os diversos tipos de concentração, os principais são: concentração comum, porcentagem e molaridade;
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• Existem fórmulas que permitem conversões entre os tipos de concentração de forma rápida e objetiva.
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SOCIOLOGIA 2o ANO
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Direção Executiva: Fabio Benites
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Diagramação, Ilustração de capa e Projeto Gráfico: Alan Giles Dominique Coutinho Erlon Pedro Pereira
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Gestão Editorial: Maria Izadora Zarro
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Irium Editora Ltda Rua Desembargador Izidro, no 114 Tijuca - RJ CEP: 20521-160 Fone: (21) 2560-1349 www.irium.com.br
A reprodução desta obra, no todo ou em parte, por qualquer meio, sem autorização expressa, sujeitará o infrator, nos termos da Lei no 6.895, de 17/12/80, às penalidades previstas nos artigos 184 e 185 do Código Penal.
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SOCIEDADE: OS TIPOS DE ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL
(Disponível em: http://rnb.audencia.com/wp-content/uploads/2016/01/Ev%C3%A8nement-23f%C3%A9vrier.jpg. Acesso em: setembro de 2016)
Objetivos de aprendizagem:
• Compreender os tipos de estratificação social: castas, estamentos e classes; • Entender os sistemas de castas e perceber a concomitância entre esse sistema e o próprio capitalismo nos dias atuais;
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• Perceber o sistema de estamentos;
• Saber o sistema de classes baseado no sociólogo e filósofo Marx;
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• Identificar o sistema de classes no Brasil.
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Mas o que é estrutura social?
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SOCIEDADE: OS TIPOS DE ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL
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(Disponível em: www.vermelho.org.br. Acesso em: setembro de 2016)
“O modo de produção da vida material condiciona o processo de vida social, política e intelectual. Não é a consciência dos homens que determina a realidade; ao contrário, é a realidade social que determina a sua consciência.” (MARX, Karl. Manifesto do Partido Comunista. 6a ed., Petrópolis: Vozes: 1996. P.83)
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Ao longo da história da humanidade, dividimos e classificamos os grupos e indivíduos em escalas. De acordo com o tempo e espaço as estruturas sociais assumiram formas e denominações específicas. Mas o que é estrutura social? Estrutura social é a ordem estabelecida entre o conjunto de relações entre os homens, e entre os homens e toda a sua produção material e cultural. Esses indivíduos passam a ser hierarquizados em escalas superiores e inferiores, e em cada espaço e momento histórico são usados critérios diferentes. Dentre as funções atribuídas ao processo de estratificação é o de motivar e localizar os indivíduos na estrutura social. As estratificações são desiguais e representam uma distribuição não igualitária de funções, direitos e obrigações na sociedade. Existem alguns tipos de estratificação social: as castas, os estamentos e as classes.
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SOCIOLOGIA
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As castas são compostas de um número grande de grupos hereditários, onde a ascendência e a ancestralidade são determinantes. Esse é um modelo de estratificação que não apresenta nenhuma possibilidade de mudança de posição social, por isso é chamada de fechado, a pessoa que pertence a uma casta só pode casar-se com um membro da mesma casta. Ex: Na Índia a casta tinha caráter religioso. Os estamentos são constituídos como uma forma de estratificação social com camadas sociais mais fechadas do que as classes e mais abertas do que as castas, por isso chamamos esse sistema de semiaberto, são reconhecidos por lei e geralmente ligados ao conceito de honra, o prestigio é o que determina a posição da pessoa na sociedade. Ex: Sociedade pré-capitalista: a sociedade feudal, a sociedade de transição na Europa, onde a nobreza e o clero tinham posições definidas sem chance de mobilidade. Os nobres se posicionam no topo das estruturas sociais porque têm prestígio social, nome e ganham respeito por isso, são reconhecidos socialmente. As classes são constituídas a partir de uma forma de estratificação social onde a diferenciação dos indivíduos em grupos é pensada de acordo com o poder aquisitivo, havendo uma desigualdade de fato, como é facilmente perceptível por todos, não somente pela renda, mas pelo acesso aos bens e serviços, pelo reconhecimento social e pela diferenciação no aspectos dos direitos.
– A questão da ancestralidade; – A questão da espiritualidade; – A questão kármica como justificadora; – Onde os intocáveis ou também conhecidos como impuros ou dálits estão fora da sociedade de castas; – Não havia mobilidade social, por isso dizemos que tratava-se de um sistema fechado; – A endogamia auxiliava que esse processo se configurasse como fechado, pois somente era permitido o casamento entre pessoas de sua própria casta.
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1) Os tipos de estratificação social
1.2) O sistema de estamentos
1.1) O sistema de castas
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Especificamente, o sistema de castas, onde temos a Índia como um dos maiores exemplos desse sistema, que perdurou por séculos e que possuía em sua organização e definição dos grupos, os seguintes critérios:
da Europa, onde nobres camponeses (servos eclero, por exemplo) eram alocados nessa sociedade por justificativas hereditárias. E essa hereditariedade explicava os privilégios de alguns, que em seu tempo, muitas vezes não eram vistos como privilégios, mas explicados naturalmente ou pela Igreja (através da providência divina) ou pelas heranças: ou de títulos (no caso dos nobres) ou de dívidas (no caso dos servos). Na sociedade imediatamente anterior à Revolução Francesa, por exemplo, percebemos uma sociedade estamental , que ainda conseguimos perceber uma pequena possibilidade de mudança social para alguns, mas não para todos. Essa mudança poderia ser verificada na prática de compra de títulos, fenômeno que ocorria de forma recorrente entre nobres (alguns falidos que vendiam alguns e seus títulos) e membros de uma emergente alta burguesia (que comprava esses títulos afim de obter maior reconhecimento político e status social). Por isso, dizemos que entre os critérios e características presentes nesse sistema, temos: – A hereditariedade, daí o nome (o sobrenome) e a família serem elementos importantes nesse sistema;
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Muito conhecido nas sociedades medievais
SOCIEDADE: OS TIPOS DE ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL
4) Explique no que resultou o histórico de estratificação social no Brasil.
1.4) A estratificação social no Brasil Se analisarmos a estratificação social no Brasil, a maioria dos estudos nos aponta para a discussão acerca do status socioeconômico. Em uma sociedade onde a escravidão tomou posição de destaque durante tanto tempo, a primeira classificação é relativa ao trabalho, separando escravos e livres. A importância desta classificação explica a aversão do brasileiro pelo trabalho braçal, servil, por ser o critério fundamental na hierarquia social. Mas nem este critério, aparentemente inconfundível, é tão definido como parece, pois era muito pequena a diferença entre um negro de ganho, escravo, que trabalhava praticamente em liberdade, e um negro alforriado, de quem os brancos continuavam a exigir sinais de reverência e submissão. “Os brancos exigiam que os negros, mesmo livres, lhes cedessem o lugar nas estradas e ruas. O mulato claro tinha maior facilidade de alforria. Era ponto de honra branco só hospedar-se com branco. Mesmo nas Misericórdias faziam-se restrições ao negro. Embora fosse corrente o dito que negro rico é branco e branco pobre é negro, a realidade era outra; é fácil perceber como o negro livre mantinha arraigada a mentalidade de escravo, reconhecendo a sua posição na sociedade racista. Apesar da grande influência que tiveram os mulatos na vida nacional, principalmente após 1831, e de modo especial pelo caminho do exército, eles carregavam sempre os complexos raciais, procurando aproximar-se o mais possível do tipo branco”.
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A categoria de divisão de classes foi pensada por Marx através da crítica ao sistema capitalista. Nele, Marx entende que a desigualdade é inerente ao próprio capitalismo. A ideia de que para Marx, a sociedade moderna está organizada sobre a produção econômica da mais-valia, ou seja, a exploração da força de trabalho proletária pela classe burguesa. Portanto, o sistema capitalista proporciona à burguesia a difusão de suas ideologias por meio do controle do aparelho do Estado. A mais-valia: Identificado por Marx como uma mola propulsora da potencialidade da desigualdade, pois é através dela que o lucro se potencializa nas mãos dos meios de produção, e as desigualdades aumentam, decorrentes da ideia de que para alguém lucrar ou aumentar seu lucro, faz-se necessário que o trabalho de muitos seja explorado, ou que esse lucro seja fruto da exploração da necessidade de muitos. A mais-valia seria o resultado da superexploração de algum trabalho que foi realizado em maior quantidade (produzindo mais lucro, através de mais mercadorias por exemplo) e do não repasse desse lucro para o salário desse trabalhador, já que foi através da potencialização da força de trabalho dele, que o lucro se deu.
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1.3) O sistema de classes
3) Como a mais-valia explica o desenvolvimento da lógica capitalista.
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– Os privilégios e honra presentes como fundamentos importantes para o status e reconhecimento de alguns em detrimento de outros; – Um sistema semiaberto.
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PRATICANDO
1) Estabeleça a relação entre estratificação social e mobilidade social. 2) Como Marx define classe social?
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(PRADO JUNIOR, C. Formação, p. 97-98).
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SOCIOLOGIA
As classes sociais não eram estáticas, não
em que se entrelaça a questão da classe e
existindo, como em sociedades mais antigas,
raça no Brasil. A cor, ou melhor, os estigmas
um critério de nobilitação, como o nascimento,
raciais, principalmente da raça negra, era e é
a pessoa podia mudar de posição na escala
( mostram os dados do IBGE recentemente) cri-
social, seja enriquecendo-se e subindo, seja
tério de segregação, impediam ou limitavam
perdendo os bens e descendo, em dura com-
a ascensão social. Quando fala-se em “subir”
petição.
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Entramos assim em outro fator de classificação
Os grandes comerciantes, todos estran-
se dos privilegiados, que exerciam influência
geiros, não eram bem vistos pelos brasilei-
na sociedade; a classe dos ricos. A proprieda-
ros; foi em relação a eles que começaram a
de, a riqueza, era fator determinante na esca-
diferenciar-se portugueses e brasileiros, e
la social; mas não era exclusivo. Havia negros
muitos movimentos populares nasceram de
ricos; não muitos, mas havia; e eles jamais
reação ou protesto contra eles. Havia ricos
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de nível social, isso significa subir para a clas-
fariam parte da classe alta, por lhes faltar
negociantes portugueses muito rudes, anal-
o outro elemento, o racial. Não é por acaso
fabetos. Em nosso período multiplicam-se os
que, ao delinear-se a sociedade brasileira em
negociantes de outras procedências, princi-
formação, aparece o complexo do branque-
palmente ingleses e franceses. A ostentação de riqueza sempre foi impor-
eram tão pequena minoria. Cresce o comple-
tante. Em muitas Igrejas de Minas é possível
xo de ser o brasileiro de raça inferior, que por
por exemplo, ainda hoje, imaginar a cena: à
muito tempo vai acompanhar os intelectuais
frente, em destaque junto aos presbitérios,
brasileiros.
recebendo as honras do incenso e da paz,
Inteligência e cultura também classificavam, mas na dependência dos critérios de riqueza e de cor; mulato pobre, embora inteligente, não rompia facilmente a barreira. O elemento mais forte de classificação era a riqueza, expressa principalmente na posse de terras e na quantidade de escravos. Daí a
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preocupação de ostentar riqueza, e a mania geral de querer chegar a senhor de engenho ou grande fazendeiro. Na luta de estratificação, de acomodação
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das camadas sociais, que se percebe paralela à revolução da Independência, os senhores de engenho, os ricos fazendeiros, os traficantes de escravos, e outros detentores das riquezas, não tardarão em tomar as rédeas do poder, comandando a contrarrevolução; serão eles os donos do país após 1831.
as pessoas de importância especial; ao centro da nave isolado por grades de madeira, as mulheres brancas, sentadas no chão; em redor das grades, os homens brancos; na entrada, e fora da porta, os pobres e escravos. Isso acabou por influenciar a exclusão do afro-brasileiro e essa questão tem sido convocada em evidência por diversas análises de natureza sociológica e antropológica, e é até mesmo constatável a partir da simples visualização de dados estatísticos. Em O Preço da Desigualdade, um dos últimos livros de Joseph E. Stiglitz, o Nobel de Economia utilizou uma poderosa imagem da Oxfam para ilustrar a dimensão do problema da desigualdade no mundo: um ônibus que por ventura transporta 85 dos maiores multimilionários mundiais contém tanta riqueza quanto a metade mais pobre da população mundial.
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amento, num país em que os brancos puros
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SOCIEDADE: OS TIPOS DE ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL
1% da população mundial concentra metade de toda a riqueza do planeta
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Desigualdade aumentou desde a crise de 2008 e chega ao ápice em 2015
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Crises econômicas prejudicam todos, mas especialmente os mais pobres. Superada a crise de 2008, no quadro econômico global, percebemos que os ricos estão mais ricos. Isso porque os indivíduos, nessa faixa econômica, têm seus ativos concentrados nas empresas de capital aberto, na bolsa de valores, que cresceram vigorosamente após a crise de 2008, algo característico desses eventos. #CrisesAfetamOsMaisPobres #Pós2008
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Hoje, essa impactante imagem, plenamente em voga, ganha a companhia de outras que deixam latente acrescente desigualdade entre os privilegiados e o resto do mundo: um de cada 100 habitantes do mundo tem tanto quanto os 99 restantes; 0,7% da população mundial monopoliza 45,2% da riqueza total e os 10% mais ricos têm 88% dos ativos totais, segundo a nova edição do estudo anual de riqueza publicado na segunda-feira pelo banco suíço Credit Suisse, feito com dados do patrimônio de 4,8 bilhões de adultos de mais de 200 países. O que causou esse novo aumento da disparidade? A entidade financeira aponta a melhora dos mercados financeiros: a riqueza dos mais ricos é mais sensível às subidas de preço de ações de empresas e outros ativos financeiros que a do restante da população. No último ano, os índices de referência dos mercados das principais bolsas europeias e norte-americanas, o Eurotoxx 50 e o S&P 500, subiram mais de 10%. Outro dado dá base à tese do aumento da desigualdade: ainda que o número dos muito ricos (aqueles que têm um patrimônio igual ou superior aos 50 milhões de dólares [195 milhões
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de reais]) tenha perdido, aproximadamente, 800 pessoas desde 2014 por conta da força da moeda norte-americana frente ao resto das grandes divisas, o número de ultrarricos (aqueles que têm 500 milhões de dólares [1,95 bilhão de reais]) ou mais aumentou “ligeiramente”, segundo o Credit Suisse, para quase 124.000 pessoas. Nem sequer o ajuste pela taxa de câmbio é capaz de neutralizar o aumento. Por país, quase a metade dos muitos ricos vive nos EUA (59.000 pessoas), 10.000 deles vivem na China e 5.400 vivem no Reino Unido. Com esses dados, não é de se estranhar a satisfação mostrada na segunda-feira pelo responsável pela Gestão de Patrimônios do Credit Suisse para a Europa, o Oriente Médio e a África, Michael O’Sullivan: seu negócio não deixou de crescer desde o estouro da maior crise desde a Segunda Guerra Mundial. “Nossa indústria está em pleno crescimento, a riqueza seguirá com sua trajetória de subida”. Suas previsões não podem ser mais eloquentes. O número de pessoas com um patrimônio superior a um milhão de dólares (3,9 milhões de reais) crescerá 46% nos próximos cinco anos, até chegar aos 49 milhões de indivíduos.
SOCIOLOGIA
Como funciona o sistema de castas na Índia
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Poucos temas geram tanta curiosidade em um estrangeiro na Índia quanto o sistema de castas. Saciar essa curiosidade, no entanto, não é tarefa fácil: considerado tabu pela maior parte dos indianos, não é um assunto que você vai puxar na mesa de jantar com aquela família que você conheceu sem causar constrangimento. Perguntar a casta de alguém é indelicado, para não dizer outra coisa. Acreditem, eu já vi isso acontecer e morri de vergonha alheia. O sistema de castas vigora no país há muitos e muitos séculos e sua origem é incerta. Apesar de ter origem na fé hindu, foi incentivado e até mesmo reforçado pelos britânicos durante a colonização, transformando-o em algo muito mais rígido. Hoje, existem cerca de 3 mil castas na Índia, o que é um confusão e tanta pra gente entender. Mas essas castas todas podem ser divididas em quatro grupos, que eram as castas originais: Brahmin (Brâmanes): A casta mais alta, é formada por pensadores e letrados, pessoas consideradas próximas aos deuses. Entre as profissões exercidas por eles estão as de sacerdotes, professores e filósofos. Na mitologia hindu, foram criados a partir da cabeça de Brahma.
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Texto I
Declarado ilegal em 1950, na época da independência, o sistema chegou bem vivo ao século 21 em forma de tradições, desigualdade social e preconceito. Isso foi possível porque, ao contrário da escravidão, o sistema de castas trabalha de uma forma muito mais sutil e informal. Sim, hoje em dia não é mais possível criar, por exemplo, clubes exclusivos para membros de uma certa casta, mas as profundas desigualdades sociais e preconceitos originados por séculos de divisão garantem que a exclusão continue a acontecer. Para nós, o sistema parece indecifrável e confuso, mas ele está bem arraigado na cultura dos indianos. Eles conseguem saber a qual casta uma pessoa pertence apenas pelo sobrenome. Foi por isso que os Sikhs, religião monoteísta muito popular no norte da Índia e que rejeita a divisão de castas, adotou para todos os seus membros um mesmo sobrenome: Singh para homens e Kaur para mulheres Na Índia urbana, o sistema vem perdendo força com os anos, ainda que muito lentamente. Casamentos entres as três castas superiores, embora ainda não extremamente comuns, já não chegam a ser malvistos. No entanto, ainda continua valendo como lei em vilarejos e na Índia rural, onde vivem 857 milhões de indianos. A consequência mais óbvia desse sistema é a perpetuação da desigualdade social. Mas, pelas coisas que eu vivi lá, eu diria que há mais. Nunca em um ambiente de trabalho eu senti a arrogância dos chefes quanto na Índia. Humilhações públicas eram ocorrências rotineiras no escritório. Era como se aquela posição tivesse sido designada a eles pelo próprio Brahma e não fosse fruto de um punhado de privilégios que eles tiveram desde o nascimento.
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(Disponível em: http://brasil.elpais.com/brasil/2015/10/13/ economia/1444760736_267255.html. Acesso em: setembro de 2016)
Texto complementar
Kshatriya (Xátrias): São os guerreiros, nasceram dos braços de Brahma. Exercem profissões como as de soldados, policiais e administradores. Vaishya (Vaixás): São os comerciantes, nasceram nas pernas de Brahma. Shudra (Sudras): São camponeses, artesãos e operários. Nasceram dos pés de Brahma.
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Toda a riqueza mundial em seu conjunto, por outro lado, crescerá até 2020 um robusto, mas inferior, índice de 39%. Na Espanha, o número de pessoas com patrimônio superior a um milhão de dólares (3,90 milhões de reais) chegou em 2015 a 360.000 pessoas, 21% a menos do que no mesmo período em 2014. A Espanha é o nono país que mais perdeu milionários no último exercício. Da mesma forma que o restante da zona do euro, a evolução é distorcida pela fragilidade do euro frente à moeda norte-americana.
Como o sistema hoje é cultural e não oficial, alguns poucos dalits conseguiram escapar de seu destino e ascender socialmente. No entanto, como cidadãos de um país que também sofre com extrema desigualdade, nós sabemos que quebrar o ciclo da miséria não é fácil. Para reparar os males causados por séculos de um sistema cruel, o governo indiano oferece cotas nas universidades e outros programas sociais, como a concessão de microcrédito, que visam a inserção dos párias na sociedade. Um grupo minúsculo deles, aproveitando a abertura econômica do país nos últimos vinte anos, até mesmo enveredou pelo empreendedorismo e alcançou seus milhões de dólares, criando um fenômeno conhecido como Dalits Millionaires (link em inglês). Mas ainda existe um longo caminho a percorrer. Apenas 30% dos dalits é alfabetizado (a média do país é de 75%) e a discriminação contra crianças dalits nas escolas acaba fazendo com que elas abandonem as aulas. Eles também são as maiores vítimas de violência e crimes de ódio.
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Claro que isso não é um regra absoluta. Há muita gente bem nascida (aos olhos do sistema) que vê a ignorância presente nessa divisão e luta contra as castas na Índia. Mas a minha experiência me mostrou que grande parte os membros das castas superiores ainda acredita que eles são merecedores natos do bom e do melhor e que são mais dignos de respeito que todos. São pessoas difíceis de lidar, que não aceitam ser contrariadas e que acham que todos devem baixar a cabeça para o que dizem. Uma vez, em uma festa na minha casa, um playboyzinho chegou a chamar o Rafa para a briga porque ele queria impor a música que iria tocar e o volume do som. Quando nos recusamos a ceder, ele simplesmente tirou o som da tomada. Repetindo: era a minha casa, não a dele. Por outro lado, membros de classes inferiores se resignavam a ouvir abusos que no Brasil dariam um ótimo caso de assédio moral. Se você ouviu a vida inteira que é um lixo inferior, uma hora você passa a aceitar. Além disso, se rebelar contra a “vontade de deus” tem consequências graves na fé hindu. Viva sua vida de dalit ou sudra humildemente e, quem sabe, na próxima encarnação você volta por cima da carne seca. Dalits, os intocáveis: Se os sudras surgiram dos pés de Brahma, os dalits tiveram uma origem ainda menos nobre: foram criados a partir da poeira em que o deus pisou. Tratados como párias, excluídos da sociedade, os dalits não têm casta e são considerados impuros. Para eles são guardados os trabalhos que os outros indianos se recusam a fazer por considerarem indignos: recolher lixo e limpar banheiros, por exemplo. Considerados portadores de impurezas por onde quer que passem, eles vivem um sistema opressivo digno de um apartheid. Um dalit não pode se sentar à mesa com membros de outras castas ou usar os mesmos pratos e copos. Em casas mais conservadoras, eles possuem uma entrada especial que só permite que eles cheguem até o banheiro e a área de coleta de lixo, sendo proibidos de colocar os pés na casa principal.
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SOCIEDADE: OS TIPOS DE ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL
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(Por Natalia Becatini em outubro de 2014 matéria encontrada no site: http://www.360meridianos.com/2014/10/comofunciona-o-sistema-de-castas-na-india.html)
Texto II
Desigualdade social e conhecimento “Justamente porque a parte essencial da educação – a despeito de ser facilmente acessível, ou por causa disso mesmo – só pode ser, em última análise, adquirida pela atividade individual é que ela dá origem à mais tangível e, portanto, mais inatingível aristocracia, a uma distinção
SOCIOLOGIA
(Simmel, [1907] 1978, pp. 439-440)
O que importa discutir não é apenas como a importância crescente do conhecimento afeta, caso o faça, os padrões de desigualdade social, mas também por que o conhecimento é “capaz” de substituir o que tem sido há séculos – e continua a ser para muitos observadores – o fundamento sólido dos padrões de desigualdade social na sociedade industrial. A primeira pergunta que se deveria fazer talvez seja sobre que evidências – no que diz respeito a mudanças na estrutura da sociedade – nos permitem afirmar que o conhecimento, definido nesse contexto particular da análise da desigual-
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Os diversos estudos teóricos contemporâneos relacionados com a desigualdade social (versões da teoria marxista, abordagens de tradição weberiana, concepções funcionalistas ou tratamentos mais ecléticos) são antes de mais nada reflexos das formas de desigualdade social existentes nas sociedades industriais. A especificidade histórica vem bem a propósito. Como as teorias em questão são bastante conhecidas (ver, por exemplo, Lipset, 1968), limito-me a apresentar suas linhas gerais, procurando, porém, acentuar seus vínculos e sua dependência, não obstante sua diversidade, dos processos socioeconômicos e socioculturais que constituem as sociedades industriais (cf. Kreckel, 1983). Tanto as teorias clássicas da desigualdade como suas derivações mais modernas desenvolvem temas que manifestam um interesse comum na natureza vertical dos estratos ou classes sociais e na relação de indivíduos ou grupos com distinções de propriedade e seu preço, inclusive em termos de salários derivados da propriedade da força de trabalho. A consequência da premissa básica das teorias da desigualdade nas sociedades industriais é que, em última análise, a origem e a legitimidade das hierarquias sociais são sempre referidas ao processo produtivo e sua organização. A implicação óbvia disso é que a desigualdade se torna uma função direta, e frequentemente indireta, da relação do indivíduo com o trabalho ou o capital e seus ganhos, na forma de renda monetária, juro, aluguel e lucro. A identidade dos indivíduos é mediada, quando não determinada, por sua relação com o processo de trabalho. Os estratos e classes sociais são formados da mesma maneira. Em suma, tanto as abordagens marxistas quanto as não-marxistas sugerem que a sociedade industrial ainda
é, primordialmente, uma sociedade do trabalho (Arbeitsgesellschaft; cf. Offe, 1983). Isso leva os cientistas sociais a pensar, pelo menos no caso da análise da desigualdade social em algumas sociedades contemporâneas, que as hierarquias sociais ainda “são predominantemente constituídas mais pela classe do que por outras formas de clivagens sociais, independentemente de os fenômenos em exame serem de natureza estrutural ou cultural.” (Marshall et al., 1988, p. 183). Sugerir que o conhecimento tem um papel cada vez mais importante na formação da natureza e da estrutura da desigualdade social na sociedade moderna não significa defender que, no sentido de um recurso para a ação, seja um fenômeno novo para a análise da natureza da desigualdade. Ao contrário, como uma grande variedade de competências culturais e aptidões, o conhecimento historicamente teve sempre um papel importante na determinação de certos aspectos da desigualdade e em sua avaliação por parte da sociedade. Por exemplo, a capacidade de ler e escrever na língua dominante de uma nação tem tido um papel tão importante nos sistemas de desigualdade quanto outras habilidades culturais. Dependendo da natureza e da diversidade de uma cultura, o conhecimento das leis e dos procedimentos que regem as transações na sociedade, por exemplo, ou o saber religioso influi na posição social de uma pessoa (cf. Stinchcombe, 1968, pp. 326-327).
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entre alto e baixo que não pode ser abolida nem por um decreto, nem por uma revolução (como podem ser eliminadas as diferenças socioeconômicas), nem pela boa disposição dos interessados.”
SOCIEDADE: OS TIPOS DE ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL
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cada vez mais dividida não deveriam nos levar a ignorar, simplesmente, o crescimento substancial do nível geral de riqueza e prosperidade, mas a indagar sobre as consequências que tal fato pode ter para expressões de desigualdade social nas nações altamente desenvolvidas. No Canadá, por exemplo, onde não há imposto sobre a riqueza ou a propriedade imobiliária, o censo (Statistics Canada) realiza de quando em quando pesquisas por amostragem familiar para estimar as alterações da riqueza no país. Uma análise baseada em dados relativos aos anos de 1970, 1977 e 1988 – portanto, antes da significativa inflação do valor patrimonial que ocorreu no final da década de 1980 – revela que a mudança mais notável foi o crescimento do nível geral de riqueza. A riqueza média “para o universo combinado das famílias e dos indivíduos solteiros era de $85.344 em dólares correntes (1984) – isto é, 4,7 vezes a média de $18.189 verificada no ano de 1970 (Oja, 1987, p. 7). No mesmo período, o índice de preços ao consumidor cresceu 2,98%. O aumento da riqueza mediana no mesmo período foi ainda mais significativo, levando a crer em uma redução simultânea da desigualdade da riqueza no Canadá. Outro aspecto importante da transformação da base da desigualdade social na sociedade moderna é o estabelecimento e garantia de um pacote de direitos de cidadania, especialmente de um piso de bem-estar social abaixo do qual não se aceita que pessoa alguma venha a cair (cf. Dahrendorf, 1987). A fixação desses direitos sociais naturalmente restringe e diminui a dependência imediata dos indivíduos e famílias em relação à dinâmica da economia em geral e do mercado de trabalho em particular. A estrutura de direitos coletivos ou agregados nas sociedades modernas depende, é claro, da disponibilidade de emprego remunerado, e a quantidade de trabalho agregado que será disponível é crucial para a sustentação – e possível expansão – desses direitos no futuro. Ao mesmo tempo, esses desdobramentos dão a entender que os significados do efeito dos es-
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dade social, adquiriu nas sociedades modernas uma importância especial para os padrões de tal fenômeno. Pelo menos dois grandes grupos de mudanças societárias podem ser usados como provas da emergência do conhecimento como princípio de estratificação. As condições socioestruturais, bem como sociolegais e sociopolíticas, que podem ser tomadas como fundamento da emergência do conhecimento como princípio de estratificação dizem respeito ao relativo declínio da importância mediata e imediata da economia para os indivíduos e as famílias. Refiro-me à diminuição da subordinação material direta dos indivíduos e das famílias a atividades centradas na economia de mercado, principalmente em relação aos seus papéis ocupacionais e, portanto, de sua dependência do que muitos ainda consideram ser seu papel básico de atores econômicos. Por um lado, o que se tem reduzido é a força do vínculo de dependência material de muitos atores unicamente com seu status ocupacional. Por outro lado, o que vem aumentando é sua relativa emancipação material do mercado de trabalho, pelo acúmulo de riqueza pessoal e familiar. A diminuição da subordinação material à posição ocupacional de uma pessoa evidentemente não afeta apenas os que trabalham, mas também se aplica, paradoxalmente com mais força ainda, ao crescente segmento da população desempregada, involuntariamente alijado do mercado de trabalho. Evidências taxativas do grau e da relativa importância do primeiro tipo de transformação, na “extremidade superior do espectro”, são difíceis de obter, seja porque a reflexão sobre a distribuição da riqueza pessoal, do patrimônio familiar, de vários direitos de propriedade etc. ainda é governada, sobretudo por razões ideológicas, por uma preocupação com a concentração da riqueza (cf. Atkinson, 1980; Field, 1983; Wolff, 1991), especialmente no caso dos percentis superiores dos muito ricos, seja em virtude do enfoque exclusivo nas tentativas de medir a pobreza. Desigualdades de riqueza que se prolongam por muito tempo, e que às vezes desafiam a compreensão, ou o prognóstico real de uma sociedade
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SOCIOLOGIA
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de produção, sua organização e seus resultados. Além disso, a linguagem usual dessas teorias continua presa a um imaginário em que os agentes aparecem como criaturas inflexíveis, enredadas em estruturas de desigualdade de objetivo único, que impõem seu ritmo a indivíduos ou grupos passivos, muitas vezes por várias gerações. Já que os regimes de desigualdade são interpretados como inflexíveis e em grande parte unidimensionais, a estratificação é considerada abrupta e as consequências das desigualdades materiais são vistas como duradouras; assim, o discurso sobre a desigualdade tende a lidar com a coerção, ou seja, com as restrições, a vulnerabilidade e a efetiva impotência dos indivíduos e grupos perante os poderosos. Mas as novas realidades exigem uma nova linguagem que deveria acentuar a ação, a maleabilidade, a flexibilidade, a múltipla finalidade dos recursos, a volatilidade, a heterogeneidade das estruturas sociais. Cabe também indagar até que ponto os indivíduos e grupos têm poder para usar e transformar essas estruturas, uma vez que se tenha produzido uma significativa redução da vulnerabilidade às forças da desigualdade. A condição que possibilita obter bases de ação mais amplas e mais numerosas é o conhecimento, ou seja, um conjunto de competências sociais de acesso mais geral, cujo impacto sobre as estruturas sociais de desigualdade acelera as oportunidades dos atores de reformular as construções sociais. As consequências desses fatos sobre a desigualdade social são ao mesmo tempo imediatas e difíceis de entender. Todavia, à medida que o conhecimento vai tomando o lugar da propriedade e do trabalho como mecanismo constitutivo da desigualdade, a relação dos indivíduos e dos grupos com o conhecimento passa a ter uma importância fundamental para os padrões de desigualdade social nas sociedades contemporâneas.
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Conclusão
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Ao propor que as sociedades contemporâneas avançadas estão se tornando cada vez mais “sociedades do conhecimento”, procurei mostrar que tanto as explicações convencionais quanto as mais recentes, também conhecidas como perspectiva multidimensional da desigualdade social, não captam apropriadamente as novas realidades sociais e econômicas. A maior parte das teorias sobre a desigualdade social permanece estreitamente relacionada com o processo
(STEHR, Nico. adaptado e retirado: Revista brasileira. Ciências. Sociais. v.15 n.42 São Paulo fev. 2000)
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tilos de vida na estrutura da economia se multiplicam (cf. Gershuny, 1986). A desvinculação dessa subordinação imediata, o declínio da intimidação e a menor vulnerabilidade dão origem e sustentam novas esferas de ação. O processo de descentramento e desvinculação tem um alcance muito mais geral. A derradeira grande mudança estrutural que acompanha e alimenta o decréscimo da importância da economia é a redução do grau em que a sociedade moderna – relativamente a muitas atividades que enumerarei adiante – perdeu os centros anteriores de autoridade e, portanto, os padrões de conduta exemplares ou rigidamente limitadores. Não obstante tudo o que se possa dizer sobre a expansão da globalização ou da homogeneização, as sociedades modernas não têm mais uns poucos partidos políticos – pelo menos nos países em que a legislação eleitoral não desestimula a multiplicação de partidos –, nem padrões familiares, sindicatos, estrutura de gênero, religiões, disciplinas científicas, grupos étnicos, estratos sociais, comunidades, cidades, estruturas corporativas coerentes e/ou dominantes. Em todos esses casos está em curso um processo de descentramento. Por exemplo, na maioria das sociedades modernas a família tradicional não é mais o padrão dominante, prevalecendo, ao contrário, diversos padrões. O descentramento produz estruturas maleáveis que podem ser reconstruídas segundo modalidades que estimulam ainda mais esse processo. A reconstrução das regras que governam os padrões estruturais, por sua vez, habilita as pessoas a fazerem uso de seu “conhecimento” de maneira produtiva.
SOCIEDADE: OS TIPOS DE ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL
6) Esta imagem faz referência a uma forma de
APROFUNDANDO
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desigualdade. Acerca das características des-
5) Observe a charge:
sa estrutura social, analise as alternativas e
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marque a CORRETA.
A estrutura social é um tema presente nos
estudos sociológicos. Com base na charge, é CORRETO afirmar que:
critérios hereditários, profissionais, étnicos, religiosos, que determinam as relações entre
habitação, pois a obtenção de outros elemen-
as pessoas;
tos de sobrevivência depende, exclusivamente,
b) A tradição é um elemento fundamental na
dos indivíduos;
definição das relações estabelecidas entre os
b) Os movimentos sociais funcionam como me-
diferentes grupos;
canismos que incentivam a criação de espaços
c) A mobilidade de um estrato para outro nessa
sociais, a exemplo do apresentado na charge;
estrutura é possível, mas é controlada pelos in-
c) A estratificação da sociedade brasileira é di-
divíduos que estão na hierarquia superior da
vidida em classes sociais, que são determinadas
organização;
por condições econômicas e sociais de vida;
d) As pessoas se diferem umas das outras pelo
d) O morador de uma das casas da charge
lugar ocupado por elas num sistema histori-
compara sua residência com a de uma clas-
camente determinado de produção social, de
se social superior. Esse fato o deixa satisfeito
relação com os meios de produção e por seu
com sua condição social;
papel na organização social do trabalho;
e) A classe média no Brasil é caracterizada por
e) A escolha do cônjuge deve ser feita exclusi-
possuir grande acúmulo de dinheiro que a torna
vamente no seio da organização social, com
uma estrutura social frágil, se comparada a
base nos critérios hereditários.
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a) A desigualdade social fundamenta-se na
outras organizações sociais.
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a) A hierarquização é rígida, baseada em
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SOCIOLOGIA
c) A estratificação de classes existe quando renda, poder e prestígio são dados igualmente aos membros de uma sociedade, gerando, portanto, grupos culturais, comportamentais e organizacionais semelhantes; d) A estratificação, na visão de Karl Marx, mostra que a luta de classes não se polariza entre o ter e o não ter e envolve mais do que a ordem econômica.
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7) Observe a imagem
(TURNER, Jonathan H. Sociologia: Conceitos e aplicações. São Paulo: Pearson, 2000. p. 111. [Adaptado].)
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A observação da figura e a leitura do texto permitem inferir: a) No plano social, a igualdade humana está explícita em dois setores bem definidos: na Justiça, segundo a qual todos são iguais perante a lei, e na educação, em que todos devem ter oportunidades iguais; essas práticas são vivenciadas pela sociedade brasileira; b) Segundo Karl Marx, aqueles que possuem ou controlam os meios de produção têm poder, sendo capazes de manipular os símbolos culturais através da criação de ideologias que justifiquem seu poder e seus privilégios;
9) (UCS) A sociedade brasileira obteve várias conquistas durante o período da redemocratização e, ao longo desses anos, implantou mudanças positivas em relação à cidadania e aos direitos civis dos brasileiros, porém [...] ainda há muito
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Algumas pessoas conseguem mais do que outras nas sociedades – mais dinheiro, mais prestígio, mais poder, mais vida, e tudo aquilo que os homens valorizam. Tais desigualdades criam divisões na sociedade – divisões com respeito a idade, sexo, riqueza, poder e outros recursos. Aqueles no topo dessas divisões querem manter sua vantagem e seu privilégio; aqueles no nível inferior querem mais e devem viver em um estado constante de raiva e frustração [...]. Assim, a desigualdade é uma máquina que produz tensão nas sociedades humanas. É a fonte de energia por trás dos movimentos sociais, protestos, tumultos e revoluções. As sociedades podem, por um período de tempo, abafar essas forças separatistas, mas, se as severas desigualdades persistem, a tensão e o conflito pontuarão e, às vezes, dominarão a vida social.
8) (UPE) As desigualdades sociais no Brasil têm muitas causas e geram várias consequências. Historicamente, elas iniciaram seu desenvolvimento com a chegada dos portugueses. A Sociologia vem estudando as diferenças sociais entre os brasileiros, em diversos aspectos. Sobre esse assunto, assinale a alternativa CORRETA. a) As condições de miserabilidade da população estão ligadas prioritariamente aos péssimos salários pagos; b) A relação entre desigualdades e questões raciais no Brasil é um tema histórico. Por essa razão, tornou-se preocupação dos estudos sociológicos a partir da década de 1990; c) A noção da pobreza frente às desigualdades sociais no país revela concepções com enfoques no aumento do enriquecimento, do desenvolvimento industrial e da privação relativa; d) Os programas assistenciais (Bolsa-Família, Fome Zero e outros tantos) do governo brasileiro avançaram, mas os índices de pobreza não diminuíram; e) O setor informal é outro fator indicador de condições de reprodução capitalista no Brasil. Os camelôs e vendedores ambulantes são trabalhadores, que não estão juridicamente regulamentados, mas que revelam a especificidade da economia brasileira.
SOCIEDADE: OS TIPOS DE ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL
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(PELLEGRINI, M. C. Novo olhar história. São Paulo: FTD, 2010, p. 263, v. 3. – Texto adaptado.)
10) (UPE) Observe as fotos a seguir:
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a ser melhorado. Apesar do crescimento econômico e da diminuição do número de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza nos últimos anos, as desigualdades sociais ainda são profundas e estão entre os principais problemas enfrentados pela sociedade.
Considere as seguintes afirmações sobre a sociedade brasileira.
I. Segundo pesquisas, pequena parte da
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população brasileira detém a maior parte da
riqueza nacional, enquanto os demais ficam com a menor parcela;
II. A exploração da mão de obra infantil
ocorre da mesma forma em todas as regiões brasileiras. O menor trabalha em pedreiras,
na colheita de amendoim e em carvoarias,
sendo seu trabalho trocado apenas por arroz
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e farinha;
III. As crianças em situação de rua perambulam pelas cidades, dormem sob pontes, viadutos ou marquises, alimentam-se mal e não frequentam escolas. Vivem uma realidade que ressalta a brutalidade, a violência, o desamparo, além do problema com a drogadição. Das afirmações acima:
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a) apenas I está correta;
b) apenas II está correta; c) apenas I e III estão corretas; d) apenas II e III estão corretas;
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e) I, II e III estão corretas.
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Essas imagens refletem as desigualdades sociais existentes no Recife, que também podem ser encontradas em outras grandes cidades do Brasil. Em relação às desigualdades sociais, assinale a alternativa correta. a) As diferenças sociais vêm diminuindo significativamente no país, ao longo dos anos, com a divisão igualitária das riquezas. Entretanto, essas transformações só foram possíveis graças aos movimentos contra a corrupção, que permitiram o acúmulo de bens no Brasil; b) As péssimas condições de habitação revelam que o Estado não está voltado nem preparado para a aplicação da riqueza social (oriunda dos impostos arrecadados), que possibilita o bem-estar da maioria da população;
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c) O processo de industrialização em curso no nosso país vem favorecendo todos os setores da população, considerando seus problemas básicos; d) As palafitas, em contraposição aos prédios luxuosos, demonstram como as desigualdades entre as classes sociais são baseadas numa hierarquização rígida; e) O que determina as desigualdades sociais nas sociedades são as relações de classe, exceto nas sociedades rurais.
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SOCIOLOGIA
DESAFIANDO
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11) (UENP) “A pobreza e a desigualdade são construções sociais que se desenvolvem e consolidam a partir de estruturas, agentes e processos que lhes dão forma histórica concreta. Os países e regiões da América Latina moldaram, desde os tempos coloniais até nossos dias, expressões desses fenômenos sociais que, embora apresentem as peculiaridades próprias de cada contexto histórico e geográfico, compartilham um traço em comum: altíssimos níveis de pobreza e desigualdade que condicionam a vida política, econômica, social e cultural. O conceito de construção é praticamente similar ao de produção, sendo utilizado aqui para enfatizar que a pobreza é o resultado da ação concreta de agentes e processos que atuam em contextos estruturais históricos de longo prazo.”
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(Produção de pobreza e desigualdade na América Latina. Antonio David Cattani, Alberto D. Cimadamore (orgs.) ; tradução: Ernani Ssó. – Porto Alegre : Tomo Editorial/Clacso, 2007, p. 07.)
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De acordo com o texto é correto afirmar: a) A pobreza sempre existiu e é da natureza das sociedades organizadas que ela ocorra; b) A pobreza não pode ser considerada característica presente em toda a América Latina; c) A desigualdade social não condiciona a vida política, econômica, social ou cultural; d) A pobreza não pode ser considerada fruto da desigualdade; e) A pobreza e a desigualdade são construções sociais que se desenvolvem na história e por isso são absolutamente reversíveis.
SOCIEDADE: OS TIPOS DE ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL
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PESQUISANDO
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A partir dessa tabela do IBGE, produza uma análise em grupo, com o auxílio de seu professor, sobre como raça e classe são inseparáveis (consubstanciais) na análise de desigualdade social no Brasil, usando as estatísticas (dados) e interpretando-a em uma análise em uma lauda de texto.
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– Tabela raça x classe e escolaridade
RESUMINDO
• Conseguimos detectar os três principais sistemas de estratificação social e assim pensar-
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mos sobre os critérios que explicam as desigualdades dentro deles; • Identificamos o sistema de classes pensado criticamente por Marx e sua dinâmica ainda na lógica capitalista do pensador do século XIX;
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• Tivemos contato com índices e pesquisas que refletem sobre os índices de desigualdade social no Brasil e o quanto questões como raça e classe influenciam e explicam nossas condições sociais.
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