Material de Análise Ensino Fundamental II – EJA | Irium Educação

Page 1

A EXPANSÃO MARÍTIMA EUROPEIA I SIGNIFICADO E OBJETIVO DA EXPANSÃO MARÍTIMA

A EXPANSÃO MARÍTIMA PORTUGUESA Os portugueses foram os pioneiros na expansão marítima, isto é, foram os primeiros a se lançar na aventura das Grandes Navegações, pois contavam com uma posição geográfica privilegiada e possuíam notável experiência em navegação. Além disso os portugueses tinham certa familiaridade com o oceano Atlântico, já que nessa época a pesca em alto-mar ─ principalmente de sardinha e bacalhau ─ constituía uma das suas principais atividades econômicas. Soma-se a isto, o fato de Portugal ter sido o primeiro Estado Nacional a se formar e ter contado com os incentivos do infante D. Henrique (O Navegador), filho do rei D. João I, que reuniu, em Sagres, astrônomos, cartógrafos e navegadores para desenvolver estudos e experiências náuticas. O conjunto de ideias ali produzidas foi denominado, mais tarde, de Escola de Sagres. Nessa época foram aperfeiçoadas diferentes técnicas e instrumentos, a exemplo da bússola, do astrolábio, do quadrante, das naus e das caravelas, com velas móveis que permitiam a navegação na direção contrária ao vento. Convém destacar também a utilização da pólvora e dos canhões instalados nos navios para garantir a posse das terras encontradas. Afirma-se que a expansão marítima portuguesa teve início em 1415, com a conquista de Ceuta, uma cidade localizada no norte do continente africano. Tal afirmação, no entanto, tem sido bastante contestada por historiadores que interpretam o fato, sobretudo, como um prolongamento da Guerra de Reconquista contra os mouros (muçulmanos), que dominavam a cidade. Além disso, o fato de Ceuta estar mais voltada para o Mediterrâneo do que para o Atlântico seria um prova de que até o momento da sua conquista, os portugueses ainda não planejavam contornar a África para chegar às Índias. De qualquer modo, a invasão acabou provocando o abandono da cidade pelos comerciantes que costumavam trazer produtos do Oriente e da África, como ouro, sedas e especiarias, obrigando os portugueses a superarem seus temores e desbravarem a costa deste continente em busca de novas riquezas. Assim tinha início o périplo africano, uma grande aventura por meio da qual os portugueses conquistaram progressivamente toda a costa atlântica do continente. De lá eram retiradas mercadorias bastante valiosas, como marfim, escravos e metais preciosos, cuja aquisição se tornava cada vez mais necessária devido ao desenvolvimento do comércio, pois eram utilizados como moeda de troca nas negociações. Contudo, o principal objetivo dos portugueses continuava sendo chegar às Índias, o que pretendiam fazer contornando a África. Um passo importante nessa grande aventura foi dado pelo navegador Gil Eanes que,

Gravuras representando o “mar tenebroso”, como era conhecido o oceano Atlântico.

Além disso, era preciso muito dinheiro para contratar homens, bem como para construir e equipar as embarcações. Entretanto, seria difícil para os banqueiros e comerciantes da época ─ isto é, a burguesia ─ financiar sozinhos um empreendimento tão grande. Era necessário, portanto, o apoio de uma instituição que fosse muito rica e poderosa: o Estado. O rei, por sua vez, também tinha muito interesse em apoiar a burguesia, pois quanto mais rica

AP EF7 HIS 01 A

PR

M

OI ate BI ri DA al d A e RE An PR ál OD ise UÇ ÃO

Desde a época das Cruzadas, os europeus ficaram fascinados pelos produtos orientais, ou seja, as especiarias, utilizadas na culinária e na fabricação de cosméticos e medicamentos, como, por exemplo, o cravo-da-índia, o gengibre, a noz moscada, a canela e a pimenta-do-reino. Tais mercadorias eram trazidas por terra pelos árabes até a costa do mar Mediterrâneo, onde eram vendidas para comerciantes italianos que os revendiam por preços mais elevados para o restante da Europa. Percebemos, então, que o comércio no Mediterrâneo era monopólio dos italianos, especialmente das cidades de Gênova e Veneza. Foi especialmente por essa razão que teve início, no século XV, a expansão marítima, através da qual os europeus tentaram descobrir por mar novas rotas para chegar às Índias (Oriente) e, assim, poder negociar diretamente com os mercadores daquela região. Para realizar essa aventura e navegar por mares desconhecidos, sem, portanto, previsão de retorno, era necessária muita coragem, já que existiam muitas lendas sobre monstros marinhos gigantes que devoravam toda a tripulação, além de tritões (seres metade humanos metade peixes), e sereias capazes de enfeitiçar marinheiros e levá-los para as profundezas do mar. Além disso, não se sabia ao certo o formato da Terra, de modo que muitos acreditavam que ela era plana e o mar acabaria num enorme abismo.

ela fosse, mais impostos poderia pagar ao Estado, o qual também poderia se fortalecer com a possível conquista de novas terras através das expedições marítimas. É importante destacar que a expansão ultramarina era apoiada até mesmo pela Igreja, já que a dominação de novos territórios poderia levar à conversão de novas almas ao cristianismo.

1


A esquadra de Cabral permaneceu ancorada no território “recém-descoberto” por dez dias, mantendo uma relação pacífica com os indígenas tupiniquim. No dia 2 de maio, Cabral partiu para as Índias, onde chegou em setembro. Outra caravela seguiu para Lisboa, sob o comando de Gaspar de Lemos, a fim de comunicar o “grande achado” ao rei D. Manoel. Tal embarcação levava cerca de vinte cartas – nas quais os escrivães e capitães narravam o que haviam avistado nas novas terras –, além de animais exóticos e um nativo, que foi recebido no reino português com grande alegria e espanto.

1) Em Veneza, na Itália, no mês de junho de 1508, um comerciante, referindo-se à viagem de navegadores portugueses às Índias, notou que: Aguardavam-se notícias de Portugal sobre a chegada dos seus barcos com muito medo e apreensão; e por isso o comércio estava completamente parado (...)

AP EF7 HIS 01 B

PR

M

OI ate BI ri DA al d A e RE An PR ál OD ise UÇ ÃO

em 1434, conseguiu atravessar pela primeira vez o cabo Bojador, temido não só pelas correntes fortíssimas, mas devido à mitologia milenar segundo a qual depois do cabo o ar era envenenado, os brancos viravam negros e havia monstros, bem como serpentes gigantes, que comiam aqueles que caíssem no "mar tenebroso". Su p e ra d o o ca b o B o j a d o r, o s p o rtu g u e se s continuaram avançando pelo litoral africano, conquistando terras e outras riquezas. Somente em 1488, a expedição comandada por Bartolomeu Dias conseguiu alcançar o extremo sul do continente e dobrar o cabo das Tormentas. Essa conquista aumentou significativamente as expectativas em relação à descoberta de uma nova rota para as Índias, de modo que a região logo passou a se chamar cabo da Boa Esperança. Dez anos depois desse grande feito, em maio de 1498, uma nova expedição, comandada por Vasco da Gama, conseguiu, enfim, desembarcar em Calicute, na Índia, após cerca de dez meses de viagem e a morte da metade da tripulação, devido às terríveis tempestades, epidemias e conflitos a bordo. O almirante retornou a Portugal no ano seguinte, com duas embarcações repletas de especiarias. Abriam-se, assim, as portas para o Oriente, quebrando-se o monopólio das cidades italianas. Logo que Vasco da Gama chegou a Lisboa, em junho de 1499, com a tão aguardada notícia de que era possível alcançar a Índia por mar, o rei de Portugal, D. Manoel (O Venturoso), começou a organizar uma nova e imponente expedição com destino ao paraíso das especiarias. Esta partiu de Portugal cerca de oito meses depois, sob a liderança de Pedro Vasco da Gama Álvares Cabral, contando com uma frota de dez naus e três caravelas, ocupadas por 1500 homens. Seu objetivo primordial era instalar uma feitoria – entreposto comercial fortificado, tal como havia sido feito no litoral africano – em Calicute e obter, diplomaticamente ou à força, o monopólio do comércio das especiarias nessa localidade. Contudo, após 44 dias de viagem, no dia 22 de abril de 1500, quando a frota já se encontrava bem mais a oeste do que o necessário para contornar o cabo da Boa Esperança, o comandante e seus homens avistaram um morro alto e redondo, ao qual deram o nome de monte Pascoal. Tratava-se da descoberta de novas terras, localizadas no litoral sul do atual estado da Bahia, no Brasil, que foram batizadas de ilha de Vera Cruz, visto que ainda não se tinha conhecimento de que as mesmas faziam parte de um extenso continente. Durante muitos anos, o desvio da frota de Cabral foi interpretado como obra do acaso, fruto de uma calmaria. Porém, a hipótese bem mais aceita atualmente é a de que ele foi proposital. O comandante, ainda em Lisboa, teria recebido instruções para conferir a existência de terras a oeste, como já se suspeitava pelo menos desde a viagem de Vasco da Gama. Os dois se Cabral encontraram diversas vezes antes da partida de Cabral, e no diário de bordo de Vasco da Gama ficou registrada a sua surpresa e de seus homens ao avistarem aves marinhas voando na direção oeste, como se tivessem indo para terra.

2

(Apud: LAGO, Camilo; DINIZ, Maria José. História: Idade Medieval e Moderna. Porto: Porto Editora, 1978. )

Explique por que os mercadores de Veneza temiam constantemente o retorno dos navegantes portugueses que haviam partido para as Índias.

2) Leia atentamente o fragmento do poema de Fernando Pessoa: Mar português Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quer passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu.

(PESSOA, Fernando. Mar português. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1960)

a) A partir da primeira estrofe desse poema, podemos perceber que o autor transmite um sentimento de insegurança. Comente por que tal sensação era comum no início da expansão marítima. b) No início da segunda estrofe, a “tristeza” dá lugar a um tom de esperança e vitória. Explique, então, por que todo o sofrimento “valeu a pena” para os navegantes portugueses. c) Dentre os versos do poema, qual deles demonstra as possibilidades de risco e ameaça que o mar representava para os navegadores daqueles tempos? 3) Leia abaixo a fábula que retrata uma situação do final da Idade Média em um vilarejo da Europa: Gula ia para a Igreja, assistir à missa e confessar-se, prometeu nunca mais pecar, quando passou na porta da taberna, sendo chamada pelo cervejeiro: Gula, tenho uma boa cerveja, quer entrar e experimentar? A Gula respondeu: Não, obrigada, vou para a Igreja ..., mas ... pensando bem, tens aí alguma coisa picante?


Quando o cervejeiro descreveu (...) – pimenta, alho, orégano – a Gula desistiu da confissão e decidiu pela taberna. Mesmo sendo a fábula da Gula uma narração fictícia, é possível encontrarmos alguma característica real vivenciada no contexto da expansão marítima. Identifique-a. 4) Após alcançar a tão sonhada Índia Oriental, os portugueses não abandonaram suas conquistas no território africano. Quais os tipos de riquezas que tanto atraíram a atenção dos navegantes e comerciantes de Portugal naquele continente?

OI ate BI ri DA al d A e RE An PR ál OD ise UÇ ÃO

1) Explique o que foi a expansão marítima e quais eram os principais interesses dos governos europeus ao incentivar tais expedições. 2) Quais os principais motivos que permitiram o pioneirismo dos portugueses na expansão marítima?

3) Logo após as Cruzadas contra os “infiéis” muçulmanos, o comércio deu um grande “salto” na Europa. A partir de então, algumas cidades italianas passaram a se destacar, dentre elas Veneza. Explique quais os motivos do grande florescimento econômico dessa e de outras cidades italianas se comparadas às demais regiões europeias.

M

4) O que foi o chamado périplo africano? a) Travessia geográfica dos navegantes italianos do mar mediterrâneo às Índias; b) Viagem da Europa até a África pelos navegantes venezianos; c) Conquista estritamente militar sobre o território africano pelos portugueses; d) Navegação ao redor da costa africana realizada por indivíduos contratados pelo Estado de Portugal; e) Aliança entre árabes e africanos para expulsar os europeus das chamadas Índias Orientais.

Identifique no trecho acima a passagem que representa o interesse da Igreja pelas novas terras e que serviu constantemente de justificativa para que tal instituição apoiasse as conquistas efetivadas durante a expansão marítima.

AP EF7 HIS 01 C

PR

5) Quando aportou no território onde hoje se encontra o Brasil, antes de seguir para às Índias, Cabral mandou uma caravela de volta a Portugal para levar a carta elaborada pelo escrivão Pero Vaz de Caminha a fim de avisar ao rei sobre a “descoberta”. Leia a seguir um fragmento dessa carta e, em seguida, responda: (...) De ponta a ponta, é tudo praia (...). Nela, até agora não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro (...). Porém a terra em si é de muito bons ares (...). As águas são muitas: infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo (...). Porém o melhor que dela se pode tirar me parece que será salvar esta gente (...).

3


4

AP EF7 HIS 01 D #

PR

OI ate BI ri DA al d A e RE An PR ál OD ise UÇ ÃO

M


RENASCIMENTO CULTURAL I SIGNIFICADO, ORIGEM E DIFUSÃO DO RENASCIMENTO

ANTROPOCENTRISMO Nas obras renascentistas o homem passou a ser o centro das preocupações, é o que chamamos de Antropocentrismo, em oposição à ideia reinante na Idade Média (Teocentrismo), quando Deus, a fé e a Igreja deveriam estar no centro de tudo. Isso não quer dizer que os renascentistas tenham abandonado os temas religiosos ou considerado o homem mais importante do que o próprio Deus. Eles apenas valorizavam o ser humano para além de um simples pecador, como pregava a Igreja, destacando as suas qualidades. Em muitas obras dessa época, por exemplo, encontramos pinturas representando Jesus Cristo e os santos, onde os artistas procuram destacar os aspectos humanos dos mesmos, como as características físicas e a manifestação de sentimentos, como o sofrimento.

(A lamentação de Cristo, de Giotto.)

Desse modo, os renascentistas buscavam resgatar os valores culturais da Antiguidade greco-romana, caracterizada também pelo hedonismo, isto é, a importância atribuída ao corpo humano e aos prazeres terrenos.

O Renascimento surgiu e se tornou muito forte em algumas cidades italianas, especialmente Florença, no século XV, bem como Roma e Veneza, no século XVI. O comércio marítimo com os árabes havia enriquecido essas cidades, nas quais viviam os mecenas, comerciantes que gostavam de patrocinar sábios e artistas em troca de prestígio. Logo o movimento se espalharia por outras regiões da Europa, como França, Espanha, Alemanha, Holanda e Inglaterra. Sua difusão foi facilitada pela invenção da imprensa, no século XV, já que antes os livros eram feitos à mão e, portanto, caríssimos, passando, então, a ser fabricados em quantidades muito maiores e vendidos a preços bem mais baixos, ajudando a propagar as ideias renascentistas.

(Io, obra do pintor italiano :Antonio da Correggio [1486-1534])

AP EF7 HIS 04 A

PR

M

OI ate BI ri DA al d A e RE An PR ál OD ise UÇ ÃO

Entre os séculos XV e XVI muitas coisas novas estavam acontecendo na Europa, como o nascimento e fortalecimento da burguesia, o desenvolvimento das cidades, a formação dos Estados Nacionais e a expansão marítima, a qual possibilitou o contato com outros povos de culturas diferentes. Os núcleos de ensino, aos poucos, se transferiam dos mosteiros para as cidades, tornando-se acessíveis não só aos membros do clero e aos filhos dos nobres, mas aos representantes da burguesia. Nesse contexto europeu surgiu um grande movimento cultural e intelectual, denominado “Renascimento”, através do qual os homens dessa nova sociedade passaram a expressar sua maneira de sentir e pensar por meio de grandes obras artísticas e literárias. O nome Renascimento traduz o desejo de alguns indivíduos daquele tempo que pretendiam resgatar, ou seja, fazer “renascer” os valores culturais da Antiguidade greco-romana, que valorizava o homem e a razão. Foi comum nesse tempo também o destaque dado por muitos artistas a temas e personagens da mitologia dessas antigas civilizações. Os renascentistas contestavam, principalmente, o domínio cultural e intelectual exercido pela Igreja durante a Idade Média, já que era ela que produzia a maior parte dos livros, das pinturas (geralmente sobre temas religiosos) e explicava todos os acontecimentos de acordo com a vontade divina. Tais indivíduos, no entanto, não queriam acabar totalmente com o poder da Igreja, simplesmente achavam que algumas coisas ela devia explicar, mas outras deveriam ser explicadas pela ciência, pela razão, pelo homem. Não podemos, portanto, afirmar que o Renascimento Cultural foi um movimento de completa oposição à Igreja, uma vez que grande parte das obras desse período foi fortemente marcada pelo cristianismo, sendo atribuído aos temas religiosos um conteúdo profundamente humano. Alguns artistas renascentistas chegaram a executar obras magníficas no interior de construções católicas, como A criação do homem, pintada nos afrescos da Capela Cistina, no Vaticano, por Michelangelo.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO RENASCIMENTO

5


INDIVIDUALISMO No Renascimento, o individualismo foi expresso de diferentes formas, como através da valorização das características particulares de cada pessoa. Os artistas e pensadores dessa época, refletindo a ideia de concorrência que se fortalecia nessa nova sociedade, buscaram se opor ao pensamento dominante na Idade Média de que o destino do homem era determinado por sua origem, consoante a vontade divina. Os renascentistas valorizavam a capacidade individual, procurando demonstrar que cada ser humano é responsável por seu sucesso ou fracasso. RACIONALISMO

OI ate BI ri DA al d A e RE An PR ál OD ise UÇ ÃO

Os renascentistas se recusavam a aceitar que todas as explicações fossem fornecidas pela Igreja, pregando que o conhecimento deveria ser produzido através da observação e da experimentação. Questionavam, desse modo, o dogmatismo, ou seja, a valorização dos dogmas, que são verdades incontestáveis pregadas pela Igreja. Os representantes desse movimento valorizavam o pensamento crítico, baseando-se em explicações racionais e científicas. Nesse sentido, o Renascimento representou o resgate do humanismo da Antiguidade, ou seja, a valorização da razão individual e da evidência empírica (experimentação) para se chegar a qualquer conclusão. Os humanistas do Renascimento se dedicavam ao estudo das obras da Antiguidade Clássica, fortemente marcadas por uma concepção antropocentrista e racionalista do mundo.

7) (UEL) O Renascimento, amplo movimento artístico, literário e científico, expandiu-se da Península Itálica por quase toda a Europa, provocando transformações na sociedade. Sobre o tema, é correto afirmar: a) o racionalismo renascentista reforçou o princípio da autoridade da ciência teológica e da tradição medieval; b) houve o resgate, pelos intelectuais renascentistas, dos ideais medievais ligados aos dogmas do catolicismo, sobretudo da concepção teocêntrica de mundo; c) nesse período, reafirmou-se a ideia de homem cidadão, que terminou por enfraquecer os sentimentos de identidade nacional e cultural, os quais contribuíram para o fim das monarquias absolutas; d) o humanismo pregou a determinação das ações humanas pelo divino e negou que o homem tivesse a capacidade de agir sobre o mundo, transformando-o de acordo com sua vontade e interesse; e) os estudiosos do período buscaram apoio na observação, no método experimental e na reflexão racional, valorizando a natureza e o ser humano.

1) Por que o movimento cultural conhecido como Renascimento recebeu este nome? 2) Relacione a invenção da imprensa e a difusão do Renascimento.

M

3) Diferencie o teocentrismo medieval do antropocentrismo renascentista.

4) O dogmatismo pode ser considerado uma característica do Renascimento? Por quê?

PR

5) (FUVEST) Justifique a afirmativa: “A Itália foi o berço do Renascimento”. 6) (UFRN) Leia o fragmento a seguir: A civilização da Grécia, em especial na sua forma ateniense, fundava-se em ideais de liberdade, otimismo, secularismo, racionalismo, glorificação tanto do corpo como do espírito e de grande respeito pela dignidade e mérito do indivíduo. A religião era terrena e prática, servindo aos interesses dos homens. A religião era um meio de enobrecimento do homem.

AP EF7 HIS 04 B

(BURNS, Edward Mc Nall. História da civilização ocidental. Rio de Janeiro: Globo, 1986, v. 1, p. 123, adaptado.)

6

O fragmento trata principalmente do (a): a) hegemonia cultural da Grécia na cultura antiga; b) politeísmo na religião grega; c) antropocentrismo na cultura grega; d) influência dos gregos sobre o Ocidente.

1) O que foi o Renascimento Cultural?

2) Quem eram os mecenas e como eles contribuíram para o surgimento e fortalecimento do Renascimento nas cidades italianas? 3) É correto afirmarmos que o Renascimento foi um movimento de completa oposição à Igreja? Justifique. 4) Por que era comum entre muitos pintores e escultores renascentistas a representação da nudez? 5) (FUVEST) O Renascimento marcou o início da Idade Moderna. Indique e comente duas características fundamentais do Renascimento. 6) (UNEB) O pintor que trabalha rotineira e apressadamente, sem compreender as coisas, é como o espelho que absorve tudo o que encontra diante de si, sem tomar conhecimento. Experiência, mãe de toda a certeza. Só o pintor universal tem valor

São trechos de Leonardo da Vinci, personagem destacado do Renascimento. Neles, o autor exalta a compreensão, conhecimento, experiência e universalismo, valores que marcaram o: a) teocentrismo, como princípio básico do pensamento moderno; b) epicurismo, em alusão aos princípios dominantes na Idade Média; c) humanismo, como postura ideológica que configurou a transição para a Idade Moderna; d) confucionismo, por sua oposição ao conjunto dos conhecimentos orientais; e) escolasticismo, dado que admitia a fé como única fonte de conhecimento.


AP EF7 HIS 04 C

PR

M

OI ate BI ri DA al d A e RE An PR ál OD ise UÇ ÃO

7) (PUC) O Renascimento, enquanto fenômeno cultural observado na Europa ocidental, no início da Idade Moderna, encontra-se inserido no processo de transição do Feudalismo para o Capitalismo, expressando o pensamento e a visão de mundo próprios de uma sociedade mercantil e, portanto, mais aberta e dinâmica. Manifestando-se principalmente através das artes e da filosofia, o movimento renascentista tinha como eixo: a) a sabedoria popular e domínio da maioria, como mecanismo de combate ao poder aristocrático e de oposição aos novos segmentos sociais em ascensão; b) a oposição a todas as religiões organizadas, pois os princípios religiosos impediam a liberdade de opinião e tornavam o homem alienado; c) a igualdade jurídica de todos os indivíduos, suprindo-se os privilégios de classes e equiparando os direitos e obrigações dos cidadãos; d) a liberdade de trabalho inerente a qualquer pessoa, como instrumento capaz de possibilitar a criação e o crescimento do ser humano, sendo necessário abolir as corporações de ofício; e) a valorização do homem por sua razão e por suas criações, difundindo a confiança nas potencialidades humanas e superando o misticismo dominante no período medieval.

7


8

AP EF7 HIS 04 D #

PR

OI ate BI ri DA al d A e RE An PR ál OD ise UÇ ÃO

M


REFORMAS PROTESTANTES I O CONTEXTO DO SURGIMENTO DAS REFORMAS PROTESTANTES

OI ate BI ri DA al d A e RE An PR ál OD ise UÇ ÃO

Reformas Protestantes é o nome dado a um conjunto de insatisfações e protestos contra a Igreja Católica, ocorridos em diferentes regiões da Europa, ao longo do século XVI, e que acabaram dando origem a outras igrejas cristãs que se recusavam a seguir a orientação e o comando do Papa. Desde a Idade Média, a Igreja havia acumulado muitas riquezas, graças à grande quantidade de terras que lhes foram doadas e às taxas pagas pelos fiéis. A vida luxuosa ostentada por boa parte do clero passou a ser duramente criticada, assim como o seu desregramento moral, já que muitos cargos eclesiásticos eram vendidos para indivíduos sem preparo. Desse modo, os abusos cometidos por muitos clérigos se tornaram alvos de intensas críticas por parte dos fiéis, que desejavam uma igreja mais honesta e mais desapegada aos bens materiais. Em muitas igrejas, por exemplo, às vezes sem o consentimento do Papa, objetos eram vendidos como “relíquias sagradas”, por estarem supostamente relacionados com a vida dos santos e do próprio Cristo, como, pedaços de madeira que seriam lasca da cruz em que Jesus foi morto. Essa prática, duramene criticada, ficou conhecida como simonia. Exatamente nesse contexto surgiram as chamadas Reformas Protestantes, as quais, no entanto, foram motivadas tanto por interesses religiosos, como políticos e econômicos. A interferência do Papa em assuntos políticos, por exemplo, incomodava os reis, cujas autoridades se fortaleceram com a centralização monárquica e a formação dos Estados Nacionais. Havia também a ambição dos grupos interessados em conquistar o poder e as terras da Igreja, além da insatisfação dos indivíduos que pretendiam enriquecer através de práticas consideradas pecaminosas por esta instituição. Todos esses interesses estiveram, portanto, presentes nesses movimentos reformistas, estimulados pela ousadia e pelas ideias de liberdade características do Renascimento.

Alemanha, em 1517, sendo liderado pelo monge e professor da Universidade de Wittenberg, Martinho Lutero (1483-1546), cujo principal motivo de indignação dizia respeito à venda de indulgência, ou seja, do perdão. Tratava-se da permissão e incentivo dados pelo Papa aos padres para que cobrassem determinada quantia para os fiéis em troca da remissão dos seus pecados e da garantia da vida eterna. As arrecadações seriam destinadas à construção da Basílica de São Pedro, em Roma.

Martinho Lutero, pintado em 1529, por Lucas Cranach.

PR

M

Lutero se revoltou contra aquilo que chamou de exploração e comercialização do perdão, decidindo, então, fixar na porta da Catedral de Wittenbeng um documento contendo 95 teses, em que condenava a venda de indulgências, além de discutir outros aspectos da doutrina e das práticas da Igreja Católica. Posteriormente, o Papa Leão X exigiu a sua retratação, ameaçando excomungá-lo caso ele não se desculpasse. A recusa de Lutero resultou na sua expulsão da Igreja, em 1521. Em seguida, ele queimou em praça pública o documento de excomunhão, passando a ser intensamente perseguido.

Cena retratando o inferno, onde percebemos, por exemplo, o demônio observando os membros do clero ardendo nas chamas.

A REFORMA LUTERANA O primeiro grande movimento reformista, relacionado a atitudes tomadas pelo clero e à discordância referente a alguns aspectos da doutrina católica, teve início na

Pintura representando Lutero fixando as 95 Teses na porta da igreja.

AP EF7 HIS 06 A

9


1) O que foram as Reformas Protestantes? 2) Que grupo social apoiou a Reforma Luterana e qual era o seu interesse?

Pintura do século XVI mostra Lutero queimando a Bula Papal.

OI ate BI ri DA al d A e RE An PR ál OD ise UÇ ÃO

Leia a seguir algumas teses de Lutero: Tese 24. (...) a maior parte do povo está sendo enganada pela promessa de que seus pecados serão perdoados. Tese 32. Serão condenados (...), juntamente com seus mestres, aqueles que se julgam seguros de sua salvação através de carta de indulgência. Tese 75. A opinião de que as indulgências papais são tão eficazes a ponto de poderem absolver um homem (...) é loucura; Tese 86. Por que o Papa, cuja fortuna hoje é maior do que a dos ricos crassos (romanos ricos), não constrói com seu próprio dinheiro ao menos a basílica de São Pedro, em vez de fazê-lo com o dinheiro dos pobres fiéis?

3) (UFRN) No século XVI, surgiu na Europa um movimento de caráter religioso, político e econômico que deu origem à Reforma Protestante, iniciada como uma reação à (ao): a) progresso do capitalismo comercial, que preconizava o lucro e estimulava o desenvolvimento das atividades mercantis, condenados pela Igreja Católica; b) crises da Igreja Católica, que se manifestava através da vida desregrada, do luxo do alto clero, da venda de cargos eclesiásticos e de relíquias sagradas; c) teoria religiosa católica, que estava alicerçada na predestinação absoluta, na salvação pela fé e no livre exame da Bíblia; d) fortalecimento do Estado Nacional Absolutista, cuja consolidação representava o apoio à teoria da supremacia e do universalismo do poder papal.

(SEFFNER, Fernando. Da Reforma à Contrarreforma: o cristianismo em crise. p. 36-7. Adaptado.)

AP EF7 HIS 06 B #

PR

M

O apoio a Martinho Lutero veio, sobretudo, da nobreza, interessada em enfraquecer a Igreja, a fim de conquistar o seu poder político e suas terras. Desse modo, a segurança do monge excomungado foi garantida por príncipes que o mantiveram protegido num grandioso castelo, onde, além de traduzir a Bíblia para o alemão, ele pôde organizar suas ideias e elaborar uma nova doutrina. De acordo com a doutrina luterana, somente a fé poderia levar o indivíduo à salvação e a Bíblia deveria ser a única base do cristianismo. Além disso, Lutero condenou o culto aos santos, a validade do sacramento da confissão para a remissão dos pecados e o celibato para os dirigentes da Igreja (pastores). Determinou também que os cultos religiosos deveriam ser proferidos no idioma nacional e não mais em latim.

10

Propaganda protestante mostra a Bíblia representando um peso maior quando colocada na balança com os símbolos da Igreja Católica.

1) Qual a principal crítica de Lutero em relação à Igreja Católica? 2) O que era a prática da simonia, tão criticada pelos reformadores protestantes? 3) (UFPE) A Reforma Protestante tem seus fundamentos iniciados nos estudos e na doutrina defendida por Martinho Lutero. Sobre sua atuação como líder religioso, assinale a alternativa correta: a) Martinho Lutero foi um religioso católico pregador de um novo cristianismo – o protestantismo –, que apoiou os camponeses alemães na luta contra o regime de servidão. b) Martinho Lutero foi um monge agostiniano no século XVI; criticou a Igreja Católica por não aplicar o produto das indulgências às populações mais necessitadas. c) Martinho Lutero, reformador religioso, foi responsável pela tradução da Bíblia da língua latina para a língua alemã, facilitando a difusão das ideias protestantes e fundando uma nova religião. d) Martinho Lutero, líder religioso alemão, lutou para modificar preceitos e dogmas da Igreja Católica e defendeu a livre leitura da Bíblia e a preservação dos sacramentos do batismo e da eucaristia. e) Martinho Lutero recebeu apoio dos camponeses alemães; em contrapartida foi perseguido por príncipes. A religião fundada por ele foi, portanto, uma religião popular.


O SISTEMA COLONIAL O SENTIDO DA COLONIZAÇÃO

PRINCIPAIS ASPECTOS DO SISTEMA COLONIAL

PR

É muito comum os historiadores classificarem as regiões dominadas pelas metrópoles como colônias de exploração ou de povoamento. As primeiras, cujos exemplos clássicos seriam a América espanhola e a América portuguesa, poderiam oferecer maiores riquezas. Isso ocorreria por possuírem um clima diferente do europeu, sendo possível, então, produzir nessas regiões gêneros considerados raros na Europa, onde poderiam ser vendidos por um alto preço. Tais colônias existiriam, portanto, para satisfazer aos interesses econômicos da metrópole e não às necessidades de consumo interno. Desse modo, predominavam nas chamadas colônias de exploração os latifúndios, isto é, as grandes propriedades, nas quais era realizada a monocultura (um só tipo de plantação), priorizando-se o produto considerado mais lucrativo. O objetivo era, produzir em grande quantidade para abastecer o mercado externo, ou seja vender para a metrópole (devido ao pacto colonial), que ofereceria os produtos colonial por um preço muito mais alto para as regiões interessados. Para alcançar essa produção em alta escala, dava -se preferência ao trabalho compulsório, isto é,

Pintura de Debret mostra um escravo sendo açoitado, na atual região da Praça XV, no Rio de Janeiro.

Já as chamadas colônias de povoamento – representadas, sobretudo, pela região centro-norte das treze colônias inglesas na América – eram caracterizadas por um clima semelhante ao europeu. Em função disto, não ofereriam, grandes possibilidades de lucro para a metrópole, já que não era possível produzir artigos que não existissem na Europa. Desse modo, predominavam em tais regiões as pequenas propriedades (minifúndios), a policultura (produção de vários artigos) e a mão de obra familiar ou assalariada, já que a produção estava voltada para a subsistência ou para o abastecimento do mercado interno, ou seja, o comércio dentro da própria colônia. As colônias de povoamento possuíam, portanto, mais liberdade, não sendo aplicado nelas, com rigor, o pacto colonial. Essa significativa autonomia facilitou também a instalação de indústrias, algo, em linhas gerais, proibido pelas metrópoles, as quais queriam obrigar as colônias a comprarem os seus produtos manufaturados. Não é difícil percebermos que as regiões caracterizadas no passado pela colonização de povoamento acabaram prosperando com mais facilidade, ao contrário das demais, que foram intensamente exploradas e, portanto, tiveram mais dificuldade para se desenvolver e conquistar sua independência. Veja abaixo um quadro com as características gerais dos dois tipos de colonização: COLÔNIAS DE EXPLORAÇÃO

COLÔNIA DE POVOAMENTO

Latifúndio

Minifúndio

Monocultura

Policultura

Trabalho compulsório

Trabalho livre

Produção voltada para o mercado externo

Produção voltada para o mercado interno

Clima diferente do europeu Intenso controle metropolitano sobre a produção, o comércio e o governo colonial

Clima semelhante ao europeu Bastante autonomia administrativa e grande liberdade de comércio

AP EF7 HIS 11 A

M

OI ate BI ri DA al d A e RE An PR ál OD ise UÇ ÃO

A colonização da América esteve inserida no contexto da expansão marítima, de modo que através dela pretendia-se alcançar os objetivos mercantilistas, como, por exemplo, o metalismo e a balança comercial favorável. Por essa razão, os europeus não demoraram a ocupar e explorar o novo continente, visando, sobretudo, extrair riquezas, fosse através da descoberta de metais preciosos ou por meio do investimento em produtos tropicais para serem vendidos por um alto preço na Europa. Além disso, é importante destacar que as colônias, de um modo geral, não possuíam autonomia, sendo seus governantes nomeados pelo rei e suas leis criadas na metrópole. O sentido mais importante da colonização – ou seja, o seu objetivo principal – era, portanto, procurar obter o máximo de lucro possível com a exploração das regiões dominadas. Para isso, foi criado o sistema colonial, isto é, um conjunto de medidas implantados na América para atender aos interesses das metrópoles. Assim, dentre as vantagens conseguidas através da colonização, podemos citar: • a obtenção de metais preciosos encontrados em diferentes áreas coloniais; • o fornecimento de produtos com alto valor no mercado europeu, aumentando, dessa maneira, as exportações da metrópole, que, então, alcançava uma balança comercial favorável; • o recolhimento de impostos cobrados dos habitantes das colônias; • a garantia de um mercado consumidor para os produtos da metrópole, graças à existência do chamado pacto colonial.

obrigatório, forçado, realizado, especialmente, por meio da escravidão. O conjunto dessas características formava o chamado sistema de plantation.

11


Assim, apesar de tudo o que foi explicado, é preciso sempre lembrar que essa divisão é bastante simplificadora e, portanto, não revela as inúmeras especificidades presentes no desenvolvimento colonial. Certamente, características das colônias de exploração estiveram presentes nas colônias de povoamento e vice-versa, mas cada uma delas teve suas marcas predominantes. A principal diferença entre ambas "reside" exatamente na forma através da qual o governo metropolitano interferiu no sistema colonial, realizando um controle mais rígido ou permitindo certo grau de autonomia e liberdade.

1) Qual o sentido fundamental da colonização?

OI ate BI ri DA al d A e RE An PR ál OD ise UÇ ÃO

2) Qual dos dois tipos de colônia tinha o clima mais parecido com o da Europa e qual era mais fiscalizada pela metrópole? Por quê? 3) Por que, de um modo geral, os países que no passado foram colônias de povoamento são hoje mais desenvolvidos?

4) Por que é preciso tomarmos certo cuidado com as denominações “colônia de povoamento” e “colônia de exploração”?

1) O que foi o sistema colonial?

2) Que vantagens as metrópoles poderiam obter sobre as suas colônias?

AP EF7 HIS 11 B #

PR

M

3) Caracterize as colônias de povoamento e as de exploração quanto ao tipo de propriedade, trabalho e produção.

12


O PERÍODO PRÉ-COLONIAL NO BRASIL 1) Qual a principal atividade econômica realizada no Brasil, no período pré-colonial? 2) Qual a principal função do Brasil no período pré-colonial? 3) De que maneira os portugueses obtinham o pau-brasil nestas terras?

1) Por que o período da história do Brasil que se estende de 1500 até 1532 é chamado de período pré-colonial? 2) Por que, a partir do início da década de 1530, a Coroa portuguesa modificou sua postura em relação aos seus domínios americanos? 3) (PUC) Responda a questão sobre o período précolonial brasileiro, com base no texto a seguir: (...) Da primeira vez que viestes aqui, vós o fizestes somente para traficar. (...) Não recusáveis tomar nossas filhas e nós nos julgávamos felizes quando elas tinham filhos. Nessa época, não faláveis em aqui vos fixar. Apenas vos contentáveis com visitar-nos uma vez por ano, permanecendo, entre nós, somente durante quatro ou cinco luas [meses]. Regressáveis então ao vosso país, levando os nossos gêneros para trocá-los com aquilo que carecíamos. (MAESTRI, Mário. Terra do Brasil: a conquista lusitana e o genocídio tupinambá. São Paulo: Moderna, 1993, p. 86)

O texto anterior faz alusão ao comércio que marcou o período pré-colonial brasileiro, conhecido por: a) mita; b) escambo; c) encomienda; d) mercantilismo; e) corveia.

AP EF7 HIS 16 A

PR

M

OI ate BI ri DA al d A e RE An PR ál OD ise UÇ ÃO

Durante cerca de trinta anos, Portugal não deu prioridade aos seus domínios americanos pelo fato de não encontrar aqui os tão cobiçados metais preciosos como havia ocorrido na América espanhola, além de obter lucros magníficos com o comércio das especiarias orientais. Desse modo, até o início da década de1530, o Brasil servia, principalmente, como escala para os navios que iam para as Índias, sendo instaladas apenas algumas bases militares (feitorias) em seu litoral, que serviam também para armazenamento dos produtos da terra que deveriam seguir para o mercado europeu. Assim, no chamado período pré-colonial (1500–32), nenhum tipo de produção ou grandes construções foram realizadas no Brasil colonial, não tendo sido iniciada, portanto, a colonização efetiva do território. Esse extenso território era habitado apenas pelos variados povos indígenas, além de homens que haviam sobrevivido ao naufrágio dos seus navios, outros que por discordarem dos seus capitães acabaram desterrados e, por fim, aqueles que foram condenados a ficar no Brasil por terem cometido algum crime em Portugal. Muitos deles passaram a viver entre os indígenas, adaptando-se aos seus costumes. Nessa época, a principal atividade econômica estabelecida pelos portugueses era a extração do pau-brasil, uma árvore nativa a partir da qual era possível fabricar móveis de qualidade, construir embarcações e produzir um corante vermelho utilizado para tingir tecidos. Na verdade, a árvore era extraída pelos indígenas que, por meio do escambo, obtinham artigos que lhes pudessem ser úteis e valiosos, embora sem grande importância para os portugueses, como pentes, espelhos, miçangas, dentre outros. A exploração desse produto, porém, era monopólio da Coroa portuguesa, de maneira que para realizá-la os comerciantes dependiam da autorização do rei e precisavam pagar-lhe impostos. Contudo, a partir do início da década de 1530, a postura de Portugal em relação aos seus domínios americanos iria se modificar devido, basicamente, a dois fatores: as crescentes ameaças de ocupação estrangeira – realizadas, especialmente, por corsários (piratas a serviço do Estado) holandeses, ingleses e franceses –, bem como o enfraquecimento do comércio com as Índias, uma vez que comerciantes oriundos de outros Estados aprenderam a navegar até o Oriente, aumentando a concorrência. Soma-se a estas duas razões, o fato dos espanhóis iniciarem a descoberta de metais preciosos nas terras por eles exploradas na América, o que impulsionou os portugueses a buscarem também tais riquezas nestes territórios. Dessa maneira, com o intuito de explorar, defender e colonizar essas terras, foi enviada para o Brasil colonial, em 1532, uma expedição comandada por Martim Afonso de Sousa, o qual trouxe consigo centenas de portugueses dispostos a tentar a vida na América. Nessa ocasião foi fundada a vila de São Vicente, próxima à atual cidade de Santos (SP), a primeira povoação portuguesa no “Novo Mundo”, sendo introduzida em tal localidade a lavoura açucareira e a pecuária.

13


14

AP EF7 HIS 16 B #

PR

OI ate BI ri DA al d A e RE An PR ál OD ise UÇ ÃO

M


O SISTEMA DAS CAPITANIAS HEREDITÁRIAS O SISTEMA DE CAPITANIAS HEREDITÁRIAS

OI ate BI ri DA al d A e RE An PR ál OD ise UÇ ÃO

Com a perda da exclusividade sobre as rotas orientais e a consequente diminuição dos lucros com o comércio das Índias, a América acabaria se transformando, gradativamente, na principal alternativa para o enriquecimento de Portugal. Assim, necessitando povoar o território, o rei D. João III decidiu dividi-lo em grandes faixas de terras que se estendiam do litoral aos limites estabelecidos pelo Tratado de Tordesilhas. Tais territórios foram " "d " oados"" " a nobres portugueses dispostos a morar no Brasil através do chamado sistema de capitanias hereditárias, por meio do qual as terras eram entregues aos donatários, que deveriam arcar com os custos relativos à sua exploração, além de pagar à Coroa parte dos lucros obtidos. Desse modo, o rei diminuía os gastos com a colonização, enquanto o donatário desfrutava de uma relativa autonomia administrativa e econômica sobre seus domínios, onde poderia, por exemplo, exercer a função de juiz e cobrar impostos.

Contudo, este sistema de colonização acabou não dando certo devido, dentre outros fatores, ao desinteresse de muitos donatários que, muitas vezes, não tinham recursos suficientes para colonizar as terras recebidas e enfrentar os constantes ataques de corsários e, sobretudo, dos povos indígenas. As únicas capitanias que prosperaram foram as de São Vicente e Pernambuco graças, principalmente, à dominação exercida sobre os nativos e ao cultivo da cana-de-açúcar, que logo se revelaria um produto muito lucrativo no mercado europeu.

1) Para que serviam a carta de doação e o foral? 2) O que eram as sesmarias?

3) Ao criar o sistema de capitanias hereditárias, o governo português pensou numa solução que fosse menos custosa, ou seja, que não saísse muito cara. Por que esse sistema era economicamente vantajoso para o governo?

1) Podemos afirmar que os donatários eram os legítimos donos das capitanias hereditárias? Justifique.

As relações entre o rei e os donatários eram estabelecidas através de dois documentos: a carta de doação e o foral. Este servia para estipular os direitos e deveres dos mesmos, enquanto o primeiro reconhecia o donatário como ocupante da terra, a qual, inclusive, poderia ser transmitida como herança ao filho mais velho, embora continuasse, de fato, pertencendo ao rei, de maneira que não poderia ser vendida. Em contrapartida, o donatário – a fim de diminuir suas despesas e incentivar a ocupação do território – tinha o direito de “doar” as sesmarias, que eram vastas extensões de terras localizadas no interior das capitanias.

3) (UNAERP) Em 1534, o governo português concluiu que a única forma de ocupação do Brasil seria através da colonização. Era necessário colonizar, simultaneamente, todo o extenso território brasileiro. Essa colonização dirigida pelo governo português se deu através da: a) criação da Companhia Geral do Comércio do Estado do Brasil; b) criação do sistema de governo-geral e câmaras municipais; c) criação das capitanias hereditárias; d) montagem do sistema colonial; e) criação e distribuição das sesmarias.

AP EF7 HIS 17 A

PR

M

2) Por que apenas as capitanias de São Vicente e Pernambuco prosperaram?

15


16

AP EF7 HIS 17 B #

PR

OI ate BI ri DA al d A e RE An PR ál OD ise UÇ ÃO

M


O GOVERNO-GERAL E AS CÂMARAS MUNICIPAIS O GOVERNO-GERAL

OI ate BI ri DA al d A e RE An PR ál OD ise UÇ ÃO

Diante do fracasso do sistema de capitanias hereditárias no Brasil, o rei de Portugal, D. João III, decidiu criar o Governo-Geral, com a finalidade de “dar favor e ajuda” aos donatários e centralizar administrativamente a organização da colônia. Essa centralização tinha como objetivo principal impedir o abuso de poder por parte dos donatários, além de combater mais eficientemente a pirataria, enfrentar a hostilidade dos indígenas e incentivar a economia. O governador-geral era nomeado diretamente pelo rei e contava com o auxílio de outras três autoridades, que com ele formavam o Conselho de Governo. Destes três auxiliares, o ouvidor-mor era responsável pela Justiça, o provedor-mor pelas finanças e o capitão-mor pela defesa do litoral. O Regimento de 1548 foi o documento que estabeleceu a criação do cargo de governador-geral do Brasil, a quem caberia, por exemplo:

D. Pero Fernandes Sardinha. O bispo chegou a fazer diversas reclamações ao rei com relação às atitudes do governador e do seu filho. Assim, a postura de Duarte da Costa acabou destruindo a política de pacificação que havia sido adotada pelo seu antecessor, colocando em risco o controle lusitano sobre o território. Para agravar a situação, o governador-geral teve que enfrentar também as invasões francesas ao Rio de Janeiro, onde os invasores chegaram a fundar uma colônia, denominada França Antártica. Desse modo, diante da sua crescente impopularidade e da sua incapacidade no sentido de expulsar os franceses, Duarte da Costa acabou substituído, em 1558, por Mem de Sá. O terceiro governador-geral do Brasil buscou reativar a boa relação com os jesuítas e a política de pacificação com os índios, aliando-se, inclusive, a algumas tribos com o objetivo de expulsar os franceses. Foi também para evitar o domínio dos invasores, que ele, juntamente com seu sobrinho Estácio de Sá, fundou a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mem de Sá governou até 1572, quando faleceu em Salvador. O governo do Brasil foi, então, dividido em duas partes: IS a do norte, com capital em Salvador, e a do sul, cujo governo era sediado no Rio de Janeiro. Nos anos seguintes, o Brasil foi unificado e dividido outras vezes, visando-se sempre facilitar a administração do território. Em 1720, os governadores gerais passaram a receber o título de vice-reis, cargo que só foi extinto em 1808, com a vinda da família real portuguesa para o Brasil. CÂMARAS MUNICIPAIS

Ainda no governo de Tomé de Souza, começaram a ser instaladas no Brasil as Câmaras Municipais. Elas eram responsáveis pela administração local, enquanto o Governo-Geral continuava representando o poder central. As Câmaras Municipais eram presididas por um juiz ordinário e contavam com a presença de três ou quatro vereadores, um escrivão, um tesoureiro e um procurador, todos escolhidos entre os grandes proprietários de terras locais. Aliás, só podiam fazer parte desses cargos os chamados “homens bons”, originários de famílias ricas, tradicionalmente católicas e que não tivessem sangue impuro, isto é, não fossem descendentes de “raças” consideradas inferiores, como negros, índios e judeus. De um modo geral, as Câmaras Municipais tinham a função de cuidar dos gastos da administração pública local, empreender a realização de obras públicas e regulamentar as atividades comerciais, verificando o peso e os preços das mercadorias. Tais órgãos políticos, ocupados por homens de poder e prestígio social, acabaram desfrutando de grande autonomia, chegando, muitas vezes, a se opor ao Governo-Geral e a mandar representantes próprios para a Corte em Lisboa.

1) É correto afirmar que o Governo-Geral substituiu o sistema de capitanias hereditárias? Justifique.

AP EF7 HIS 18 A

PR

M

• criar vilas e povoações; • conceder sesmarias; • comandar a exploração de terras no sertão; • construir fortes e navios para auxiliar na defesa do território; • controlar a exploração do pau-brasil; • estabelecer alianças com as tribos indígenas e incentivar a catequese das mesmas. O primeiro governador-geral, Tomé de Souza, chegou ao Brasil em 1549, com uma expedição formada por cerca de 1000 homens. Entre estes havia colonos interessados em explorar o território e padres jesuítas que, chefiados por Manoel da Nóbrega, vinham para essas terras com a missão de catequizar os nativos. Poucos anos depois, eles fundaram o Colégio dos Jesuítas da Bahia, encarregado de cuidar da educação dos colonos e ensinar-lhes os conceitos básicos do catolicismo. Tomé de Souza foi responsável pela fundação da cidade de Salvador, na Bahia, que se tornaria a primeira capital da colônia. Também em seu governo foi criado o primeiro bispado do Brasil, sob a liderança de D. Pero Fernandes Sardinha, a fim de comandar a catequização dos índios, facilitando a pacificação dos mesmos e, consequentemente, o domínio português sobre o território. O governo de Tomé de Souza foi, de um modo geral, marcado pela boa relação com os nativos, além da introdução da pecuária na colônia e do incentivo à atividade açucareira. Em 1553, Duarte da Costa assumiu o cargo de governador-geral do Brasil. Seu governo, entretanto, caracterizou-se por uma forte instabilidade, devido, principalmente, aos conflitos com os jesuítas com relação à escravização dos índios. Isso se deve ao fato do governador estimular não só os ataques contra os índios hostis, mas contra aqueles que já haviam sido catequisados. Os colonos favoráveis à escravização dos nativos eram apoiados também pelo filho do governador, Álvaro da Costa, que entrou em guerra contra

17


2) Identifique as principais funções do Governo-Geral no Brasil colonial. 3) Para que foram criadas as Câmaras Municipais?

1) Comente a diferença entre a postura do Governador-Geral Tomé de Souza e do seu sucessor, Duarte da Costa, com relação às populações indígenas. 2) Quem eram os “ homens bons” no Brasil colonial? 3) (UEL) A centralização político-administrativa do Brasil colônia foi concretizada com a:

AP EF7 HIS 18 B #

PR

M

OI ate BI ri DA al d A e RE An PR ál OD ise UÇ ÃO

a) criação do Estado do Brasil; b) instituição do Governo-Geral; c) transferência da capital para o Rio de Janeiro; d) instalação do Sistema de Capitanias Hereditárias; e) política de descaso do governo português pela atuação predatória dos bandeirantes.

18


A PRESENÇA HOLANDESA NO BRASIL COLONIAL O BRASIL HOLANDÊS

OI ate BI ri DA al d A e RE An PR ál OD ise UÇ ÃO

Os holandeses foram grandes parceiros comerciais dos portugueses, especialmente no que diz respeito à economia açucareira. Sua participação em tal atividade podia ser percebida, por exemplo, no financiamento da produção, no transporte do produto para a Europa, e no seu refino. Além disso, os holandeses controlavam diversas rotas comerciais entre os países europeus, de modo que o açúcar era vendido pelos portugueses para os comerciantes holandeses que, em seguida, o revendiam para o restante do continente. Contudo, a ligação comercial entre Portugal, Brasil e Holanda acabou sendo interrompida no período da União Ibérica (1580–1640), quando Espanha e Portugal passaram a fazer parte do mesmo reino. Tal união teve início com o desaparecimento do monarca português D. Sebastião, numa batalha no norte da África, o qual não deixou herdeiros diretos, de modo que o trono foi ocupado por seu primo Felipe II, que já era rei da Espanha. Durante a União Ibérica, os inimigos da Espanha se tornaram também inimigos de Portugal. Assim, as relações comerciais entre Brasil e Holanda foram proibidas, já que esta, no decorrer de quase todo o século XVI, fez parte do vasto império espanhol e àquela altura lutava para garantir a sua Independência. Essa proibição gerou uma queda significativa nos lucros da burguesia holandesa que, para não ficar no prejuízo, decidiu ocupar o Nordeste brasileiro. Para tanto, foi criada, em 1621, a Companhia das Índias Ocidentais, uma empresa sediada em Amsterdã que reunia recursos para comprar navios de guerra e contratar soldados a fim de tomar posse dos domínios ibéricos na América, preservando o comércio do açúcar. Desse modo, em 1624, a Companhia invadiu Salvador, na Bahia, embora tenha sido derrotada por uma poderosa expedição militar luso-espanhola que expulsou os invasores da região.

Em 1630, um novo ataque foi realizado nas cidades de Olinda e Recife, sendo bem-sucedido, visto que os holandeses conseguiram permanecer na região por mais de vinte anos. Muitos senhores de engenho, que passavam por sérias dificuldades econômicas devido aos conflitos, acabaram se unindo aos invasores, formando, uma espécie de aliança que beneficiava ambos os lados. Os latifundiários locais obtinham empréstimo para investir na produção açucareira, tendo garantida a oferta de mão de obra escrava graças à conquista de algumas regiões africanas, como Angola e São Tomé, pelos holandeses. Estes, por sua vez, obtiveram grandes lucros com o comércio do açúcar e estabeleceram o seu domínio sobre a região invadida sem maiores dificuldades, uma vez que contavam com o apoio dos colonos portugueses que viviam naquela localidade.

português

João Maurício de Nassau

AP EF7 HIS 21 A

PR

M

Desse modo, a Companhia das Índias Ocidentais passou a investir na organização da Nova Holanda (“Brasil holandês”), nomeando o conde Maurício de Nassau para administrá-lo. Seu governo, que durou de 1637 a 1644, foi marcado por novas conquistas, de maneira que o domínio holandês sobre o litoral brasileiro se estendeu do Maranhão até Sergipe. Nassau foi responsável também pela modernização dos seus novos domínios, especialmente na cidade de Recife, denominada Cidade Maurícia, onde foram feitas importantes obras de pavimentação e drenagem, além da construção de palácios e teatros, entre outros. Esse período foi caracterizado também por uma significativa liberdade religiosa, onde calvinistas holandeses conviviam harmoniosamente com católicos e judeus, muitos dos quais haviam fugido de Portugal devido às perseguições religiosas.

19


As boas relações entre os colonos portugueses e o governo holandês no Nordeste começaram a se modificar quando a Companhia das Índias Ocidentais passou a sofrer sérias dificuldades econômicas, motivadas pela participação da Holanda em sucessivas guerras na Europa. Para solucioná-las foi adotada uma política mais rigorosa, caracterizada pelo aumento dos impostos e pelo corte aos financiamentos, além da cobrança incisiva de dívidas antigas. Por se opor à nova política, Nassau acabou demitido, sendo logo substituído por outros administradores dispostos a colaborar com o governo. Essa situação resultou num descontentamento generalizado que acabou provocando uma intensa revolta.

a) a Holanda apoiava a união das monarquias ibéricas; b) a aproximação entre Portugal e Holanda era uma forma de os lusos se liberarem da dependência inglesa; c) as Companhias das Índias Orientais e Ocidentais monopolizavam o escambo do pau-brasil; d) os holandeses tinham grandes interesses no comércio do açúcar; e) Portugal era tradicionalmente rival dos holandeses nas guerras europeias. 4) (FGV) Com relação ao domínio holandês no Brasil, no período colonial, pode-se afirmar que: a) os limites das suas conquistas ficaram restritos a Pernambuco, então a capitania que mais produzia açúcar na colônia; b) o governo de Nassau, de acordo com a Companhia das Índias Ocidentais, procurou, juntamente com os produtores locais, incrementar ainda mais a produção do açúcar; c) a partir de suas bases no Nordeste, os holandeses ampliaram o raio da sua dominação, chegando, em 1645, a conquistar a Amazônia peruana; d) oriundo de uma Holanda dividida pelas guerras de religião, o protestante Nassau fez do seu governo, em Pernambuco, um regime teocrático de protestantismo radical; e) nas regiões que dominaram, os holandeses transformaram a economia numa atividade igualmente lucrativa para Portugal e Espanha.

OI ate BI ri DA al d A e RE An PR ál OD ise UÇ ÃO

1) Explique de que forma os holandeses lucravam com o açúcar produzido no Brasil.

3) (CESGRANRIO) No século XVII, as invasões do Nordeste brasileiro pelos holandeses estavam relacionadas às mudanças do equilíbrio comercial entre os países europeus porque:

2) Por que a ligação comercial entre Brasil, Portugal e Holanda foi interrompida no período da União Ibérica?

3) Qual a facilidade alcançada pelos holandeses no sentido de estabelecer o seu domínio sobre o Nordeste açucareiro? 4) (UFMG) Leia o texto. Nassau chegou em 1637 e partiu em 1644, deixando a marca do administrador. Seu período é o mais brilhante de presença estrangeira. Nassau renovou a administração. (...) Foi relativamente tolerante com os católicos, permitindo-lhes o livre exercício do culto. Como também com os judeus (depois dele não houve a mesma tolerância, nem com os católicos e nem com os judeus - fato estranhável, pois a Companhia das Índias contava muito com eles, como acionistas ou em postos eminentes). Pensou no povo, dando-lhe diversões, melhorando as condições do porto e do núcleo urbano (...), fazendo museus de arte, parques botânicos e zoológicos, observatórios astronômicos.

M

(Francisco lglésias)

AP EF7 HIS 21 B #

PR

Esse texto refere-se: a) à chegada e instalação dos puritanos ingleses na Nova lnglaterra, em busca de liberdade religiosa; b) à invasão holandesa no Brasil, no período de União lbérica, e à fundação da Nova Holanda no nordeste açucareiro; c) às invasões francesas no litoral fluminense e à instalação de uma sociedade cosmopolita no Rio de Janeiro; d) ao domínio flamengo nas Antilhas e à criação de uma sociedade moderna, influenciada pelo Renascimento; e) ao estabelecimento dos sefardins, expulsos na Guerra da Reconquista lbérica, nos Países Baixos e à fundação da Companhia das Índias Ocidentais.

20

1) Para que foi criada a Companhia das Índias Ocidentais? 2) Por que as boas relações entre os colonos portugueses e o governo holandês no Nordeste foram interrompidas?


AS EXPEDIÇÕES BANDEIRANTES NO BRASIL AS EXPEDIÇÕES DOS BANDEIRANTES

OI ate BI ri DA al d A e RE An PR ál OD ise UÇ ÃO

Bandeiras ou expedições bandeirantes foram nomes dados às campanhas militares realizadas no Brasil, especialmente a partir do final do século XVI, em direção ao interior do território colonial. Partindo, principalmente, da capitania de São Vicente, no atual estado de São Paulo, os bandeirantes desbravavam as matas e abriam trilhas, geralmente seguindo o curso dos rios, sobretudo do rio Tietê. Além disso, muitas vezes fixavam postos de descanso em locais que, mais tarde, dariam origem a vilas e cidades. A capitania de São Vicente era, até aquele momento, o ponto mais avançado para o interior, de onde os bandeirantes partiam em direção ao sertão, ou seja, os territórios ainda não colonizados e habitados somente pelos nativos. Esta capitania era marcada pela extrema pobreza e não apresentava grandes perspectivas de vida para seus habitantes, especialmente após o declínio da atividade açucareira. Os bandeirantes, portanto, ao partirem nessas expedições, buscavam “o remédio para a sua pobreza” ou “o seu modo de lucrar”, tal como aparece nos documentos da época. Seu objetivo inicial era capturar índios para serem vendidos como escravos. Para isso, os bandeirantes não raramente atacavam os aldeamentos montados pelos jesuítas, entrando, assim, em confronto direto com os missionários.

por fazendeiros ou comerciantes. Entretanto, além da captura de índios, muitas vezes elas eram contratadas para invadir os quilombos. Com isso, desejava-se não só recuperar os escravos que haviam fugido, mas destruir essas comunidades, cujo sucesso estimulava cada vez mais as fugas e ameaçava a ordem colonial. Dentre as expedições organizadas com essa finalidade merece destaque a que foi comandada pelo bandeirante Domingos Jorge Velho que, à frente de um poderoso exército, conseguiu destruir o grandioso quilombo dos Palmares, em Alagoas, no ano de 1694.

(Jean Baptiste Debret, Mamelucos Conduzindo Prisioneiros Índios, SP, Biblioteca Municipal.)

PR

Embora muitas vezes tenham sido representados nas gravuras como homens elegantes, bem vestidos e usando botas de couros, os bandeirantes, no geral, eram homens pobres e andavam descalços. As expedições das quais participavam eram formadas por centenas de homens, entre brancos, mamelucos e índios considerados aliados. A participação dos nativos era de essencial importância para enfrentar os perigos das matas, obter comida e ajudar no cuidado daqueles que adoeciam, através do seu conhecimento das ervas com funções medicinais. Ao se embrenharem nas matas durante as expedições – que costumavam durar muitos meses e, às vezes, até mesmo anos –, os bandeirantes utilizavam antigas armas de fogo, conhecidas como arcabuzes e bacamartes, além de machados, facas, foices e gibões de algodão acolchoados, para se proteger das flechas lançadas pelos indígenas. Tais expedições eram, no geral, empreendimentos particulares, normalmente financiados

As bandeiras eram realizadas muitas vezes também com a finalidade de buscar pedras e metais preciosos, objetivo que acabou superando o da caça aos índios em fins do século XVII, devido à utilização da mão de obra africana em escalas cada vez maiores. Algumas dessas expedições eram contratadas pelo governo e recebiam o nome de Entradas. Elas tinham, basicamente, os mesmos objetivos das bandeiras: caçar índios, destruir quilombos e buscar metais preciosos. As primeiras minas de ouro descobertas no Brasil foram encontradas no atual estado de Minas Gerais, na última década do século XVII. Outras minas acabariam sendo encontradas nos atuais estados de Mato Grosso e Goiás, além de uma pequena quantidade na Bahia. Assim, graças às descobertas dos bandeirantes, o Brasil acabaria se tornando, no século XVIII, o maior produtor mundial de ouro. Por terem atuado na destruição dos quilombos e promovido guerras violentas contra os indígenas, inclusive os que se encontravam aldeados nas missões jesuíticas, os bandeirantes acabaram ganhando a fama de grandes vilões. Entretanto, em muitos casos a atuação desses expedicionários acabou lhes rendendo a fama de heróis, por terem enfrentado os perigos das matas desconhecidas nos tempos iniciais da colonização, contribuindo, consequentemente, para expandir as fronteiras do Brasil. Afinal, por meio dessas expedições, os bandeirantes ajudaram a fundar vilas e povoados, fixando a presença colonial para além dos limites definidos pelo Tratado de Tordesilhas.

AP EF7 HIS 27 A

M

Pintura feita por Benedito Calixto, no século XIX, representando Domingos Jorge Velho liderando uma expedição de combate aos índios no século XVII.

21


3) De que maneira as expedições bandeirantes contribuíram para expandir as fronteiras do Brasil?

OI ate BI ri DA al d A e RE An PR ál OD ise UÇ ÃO

1) (FUVEST) Em 1694, uma expedição chefiada pelo bandeirante Domingos Jorge Velho foi encarregada pelo governo metropolitano de destruir o quilombo de Palmares. Isto se deu porque: a) os paulistas, excluídos do circuito da produção colonial centrada no Nordeste, queriam ali estabelecer pontos de comércio, sendo impedidos pelos quilombos; b) os paulistas tinham prática na perseguição de índios, os quais aliados aos negros de palmares ameaçavam o governo com movimentos milenaristas; c) o quilombo desestabilizava o grande contingente escravo existente no Nordeste, ameaçando a continuidade da produção açucareira e da dominação colonial; d) os senhores de engenho temiam que os quilombolas, que haviam atraído brancos e mestiços pobres, organizassem um movimento de independência da colônia; e) os aldeamentos de escravos rebeldes incitavam os colonos à revolta contra a metrópole, visando trazer novamente o Nordeste para o domínio holandês.

a) a agricultura monocultora do café e o comércio com os espanhóis no sul; b) garantir a instalação de núcleos coloniais familiares e o estabelecimento de acordos de paz com os indígenas; c) a busca de uma rota comercial para o Pacífico e garantir a liberdade dos indígenas, conforme a orientação dos jesuítas; d) a procura de metais preciosos e a escravização dos indígenas.

2) (MACKENZIE) A quase totalidade das Bandeiras partiu da capitania de São Vicente. Este fato se deve: a) ao espírito aventureiro típico da população do sul; b) à migração da população para o nordeste, mais rico e promissor; c) aos constantes ataques de corsários na faixa litorânea, obrigando os paulistas a procurarem refúgio no interior; d) à pobreza da capitania, que gerou o desenraizamento da população; e) à grande influência exercida pelos jesuítas na região, motivando os colonos para a catequese. 3) Qual a diferença entre Bandeiras e Entradas?

AP EF7 HIS 27 B #

PR

M

1) (PUC) O declínio do bandeirismo de apresamento (Ciclo da Caça ao Índio), na segunda metade do século XVII, está intimamente relacionado: a) à descoberta de metais preciosos no atual estado de Minas Gerais, o que serviu para desviar a atenção dos bandeirantes para a nova atividade; b) à vitoriosa resistência oferecida pelos padres das missões, que contaram muitas vezes com o auxílio da Monarquia espanhola; c) aos decretos expedidos pelo Conselho Ultramarino proibindo o avanço territorial no sul do Brasil, reservado à ação oficial do governo luso; d) à concorrência da mão de obra escrava negra, mais barata, embora de menor produtividade; e) ao fim do poderio flamengo no Nordeste e à reconquista de Angola em 1648, por Salvador Correia de Sá e Benevides, possibilitando a normalização do fornecimento de negros escravos ao Brasil.

22

2) (UECE) A ocupação do interior da colônia brasileira aconteceu irregularmente, conforme o desenvolvimento das atividades econômicas. Marque a opção certa a respeito das principais atividades empreendidas pelas BANDEIRAS:


SOCIEDADE MINERADORA NO BRASIL COLONIAL I PRINCIPAIS TRANSFORMAÇÕES OCORRIDAS A PARTIR DO DESENVOLVIMENTO DA MINERAÇÃO

1) De que maneira a descoberta e a intensa exploração do ouro em Minas Gerais contribuiu para o fortalecimento do mercado interno e para a integração das regiões coloniais? 2) Identifique e caracterize o estilo cultural e arquitetônico que se desenvolveu no Brasil no período da mineração. 3) (PUC) A extração de ouro na região das Minas, no século XVIII, produziu várias rotas de circulação e de comércio. Entre elas podemos destacar a ligação por terra das Minas com: a) o Norte, que permitia a chegada de trabalhadores indígenas na Amazônia e de especiarias; b) a Europa, que facilitava o escoamento do ouro e a entrada de matérias-primas e alimentos;

AP EF7 HIS 29 A

PR

M

OI ate BI ri DA al d A e RE An PR ál OD ise UÇ ÃO

A descoberta do ouro pelos bandeirantes no local onde hoje se encontra o estado de Minas Gerais trouxe profundas transformações para a região. A partir de fins do século XVII, a mineração se transformava na principal atividade econômica do Brasil colonial, superando a economia açucareira que já se encontrava em decadência devido à concorrência com o açúcar holandês produzido nas Antilhas. Este artigo, porém, continuou dando lucro para a metrópole, de maneira que sua produção não experimentou queda significativa, especialmente devido à sua importância no mercado interno. De qualquer maneira, com o desenvolvimento da mineração, o eixo econômico do Brasil colonial passou do Nordeste para a atual região Sudeste. Por essa razão, a capital da colônia foi transferida, em 1763, de Salvador para o Rio de Janeiro, sendo construída uma rede de estradas para ligar a região mineradora ao porto da nova capital. As notícias da descoberta do ouro em Minas Gerais provocaram um significativo aumento demográfico, fazendo com que a população colonial saltasse, em pouco mais de um século, de 300.000 habitantes para cerca de 3.000.000. A referida região passou, portanto, a ser caracterizada por um grande desenvolvimento urbano, com a fundação de cidades como as atuais Diamantina, São João del Rei, Tiradentes, Sabará, Congonhas, Mariana e Ouro Preto, no passado denominada Vila Rica, então capital de Minas Gerais. Nestas cidades são até hoje bastante notáveis as transformações ocorridas também na vida cultural, durante o período da mineração. Tais transformações estimularam, portanto, um grande desenvolvimento artístico, sendo refletidas principalmente nas obras arquitetônicas. Nesse sentido, merecem destaque as igrejas, fortemente marcadas pelo estilo Barroco, desenvolvido na Europa. Tal estilo misturava poder, catolicismo e riqueza, tendo assumido no Brasil algumas características próprias. A arte barroca era marcada pela riqueza de detalhes, os quais evocavam a religião católica. O interior das igrejas erguidas no Brasil, especialmente nas cidades mineiras, nesse contexto, expõe ricos ornamentos com figuras de santos e anjos em alto relevo, geralmente revertidos por uma fina película de ouro. Grandes expressões culturais se destacaram também nos campos da música, literatura, pintura e escultura. Neste sentido, convém citar o artista Antônio Francisco Lisboa, conhecido como Aleijadinho, e uma das suas grandes obras, Os doze profetas, esculpidos em pedra-sabão, em Congonhas do Campo (MG).

Dentre as transformações ocorridas no Brasil a partir do desenvolvimento da mineração, destaca-se também a interiorização, ou seja, a penetração e o povoamento do interior do território. Esta foi acompanhada da intensificação do mercado interno devido à necessidade de se abastecer uma população em constante crescimento. Vale destacar que na região mineradora o grande foco era a mineração, o que chegou a resultar na escassez de alimentos. Dessa maneira, outras regiões do Brasil, especialmente o Rio de Janeiro, especializaram-se na produção de artigos para abastecer a região de Minas Gerais, dinamizando o comércio interno e possibilitando uma maior integração entre as regiões coloniais. O grande aumento populacional no Brasil, sobretudo na região mineradora, contribuiu, ainda, para a formação de uma classe intermediária, composta por pessoas que não eram pobres nem afortunadas, a exemplo de artesãos, comerciantes, funcionários públicos, padres, intelectuais, médicos e advogados. Convém acrescentar que, através da mineração, diversos indivíduos experimentaram uma considerável mobilidade social, ou seja, tiveram a oportunidade de ascender socialmente. Todavia, o sonho do enriquecimento rápido se transformou para muitos num pesadelo, já que atraiu para a região mineradora diversas pessoas que, sem possuírem meios para prover sua subsistência, viviam na mais completa miséria ou acabavam caindo na marginalidade. Enfim, é importante enfatizar que o enriquecimento proporcionado pela mineração no Brasil não foi compartilhado pela maioria da população. Aliás, a maior parte da fortuna extraída daqui foi enviada para Portugal, uma vez que o grande objetivo do sistema colonial era o enriquecimento da metrópole. Neste caso, porém, a grande beneficiada foi a Inglaterra, com quem Portugal havia assinado, em 1703, o Tratado de Methuen, mais conhecido como Tratado dos Panos e Vinhos. Por meio deste acordo,incentiva-se a exportação de tecidos ingleses para Portugal, que, por sua vez, era estimulado a exportar vinho para a Inglaterra. Entretanto, a quantidade de produtos manufaturados ingleses importados por Portugal era muito maior do que a do vinho lusitano importado pela Inglaterra. Isso acabou atrasando a industrialização portuguesa e gerando uma imensa dívida com o mencionado país, a qual era paga com o ouro extraído do Brasil.

23


c) o Rio de Janeiro, que permitia acesso mais rápido e fácil dos minérios aos portos; d) a Bolívia, que articulava a produção de ouro para Portugal à extração da prata boliviana para a Espanha; e) o Sul, que abastecia a região mineradora de produtos industrializados, de gado e de açúcar.

1) Por que o desenvolvimento da mineração acabou resultando no aumento da marginalidade na região em que tal atividade era realizada? 2) (UFV) O ouro brasileiro deixou buracos no Brasil, templos em Portugal e fábricas na Inglaterra. (Eduardo Galeano)

Explique de que forma os fatos contidos na frase anterior estão relacionados historicamente.

AP EF7 HIS 29 B #

PR

M

OI ate BI ri DA al d A e RE An PR ál OD ise UÇ ÃO

3) (CFTPR) Na história do Brasil, em relação ao “ciclo minerador”, pode-se afirmar que: I) A capital da colônia foi transferida de Salvador para a cidade do Rio de Janeiro; II) Por dois séculos, os paulistas monopolizaram a exploração do ouro, apesar das tentativas fracassadas de outros grupos; III) Ocorreu o povoamento e a urbanização da região das Minas Gerais. Está(ão) correta(s) somente: a) I b) II c) III d) I e II e) I e III

24


REVOLUÇÃO INDUSTRIAL • Acumulação primitiva de capital – a Inglaterra conseguiu acumular capitais suficientes para investir na industrialização graças ao intenso desenvolvimento do comércio marítimo, propiciado pelos investimentos que transformaram a frota naval inglesa na mais poderosa do mundo. Assim, através da pirataria e do comércio marítimo, sobretudo de tecidos de lã e de escravos, alguns setores da burguesia inglesa conseguiram acumular grandes somas de capital que seriam investidos na montagem das fábricas.

RE

Navio de guerra inglês lançado nos mares em 1637.

• Avanço técnico – foram os ingleses que criaram as máquinas a vapor utilizadas na fabricação de tecidos e que, no início do século XIX, serviriam também para equipar navios e locomotivas, expandindo o comércio interno e facilitando o acesso aos mercados estrangeiros.

ID A

M

at

A

er ia

ld

e

An

Revolução Industrial é o nome que se dá ao conjunto de transformações técnicas, sociais e econômicas, iniciadas na Inglaterra, na segunda metade do século XVIII. Essas transformações foram frutos de um processo de industrialização que visava ao aumento da produção e, consequentemente, dos lucros da burguesia. Desse modo, influenciados pelas ideias iluministas burguesas que pregavam, por exemplo, a valorização da ciência e a crença no progresso, investiu-se maciçamente no desenvolvimento tecnológico, a fim de se criar máquinas capazes de intensificar a fabricação de produtos com baixo custo e em menos tempo. No início da Idade Moderna, a produção econômica na Europa ainda era caracterizada pelo artesanato, tendo o trabalhador o controle sobre todas as etapas da produção, desde a obtenção da matéria-prima até o produto final. Além disso, o artesão trabalhava por conta própria e era dono dos meios de produção, ou seja, da oficina, das matérias-primas e dos instrumentos.

PR ál OD ise UÇ ÃO

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL: SIGNIFICADO E DESENVOLVIMENTO

PR

Aos poucos foram se desenvolvendo as manufaturas, isto é, grandes oficinas cujos donos controlavam as tarefas executadas por diversos trabalhadores. Nessas oficinas foi implantada a divisão do trabalho, na qual cada operário ficava responsável por uma etapa da produção, o que acelerava a velocidade da fabricação. Gradativamente, a produção econômica na Europa Ocidental passava a ser caracterizada pela mecanização, com a introdução e o desenvolvimento de máquinas que substituíam várias ferramentas e eliminavam funções antes exercidas pelos operários. Estes realizavam tarefas cada vez mais específicas, perdendo a noção de conjunto do processo produtivo. O PIONEIRISMO INGLÊS Conforme vimos, a Revolução Industrial começou na Inglaterra, o que significa dizer que este país foi pioneiro no processo de industrialização iniciado no século XVIII. Dentre os fatores que possibilitaram o seu pioneirismo, podemos destacar:

Navio a vapor que, em vez de hélice, possuía uma roda propulsora.

• Cercamento dos campos – um lento processo de transformações no campo vinha acontecendo na Inglaterra desde o século XVI, em direção à concentração da propriedade. Os camponeses eram expulsos de suas terras para que as mesmas fossem transformadas em áreas para a criação de ovelhas, das quais seria retirada a lã destinada à indústria têxtil. Esse processo se manteve até o início do século XIX. Assim, as pequenas propriedades praticamente desapareceram, de modo que grandes extensões de terras passaram a se concentrar nas mãos de poucos indivíduos. Estes começaram também a investir na mecanização do campo, sobretudo a partir do século XVIII, gerando um significativo aumento na produção. O pequeno proprietário era, então, transformado em trabalhador livre assalariado, embora apenas uma

AP EF8 HIS 02 A

OI B

Fotografia de uma artesã trabalhando em sua própria casa ou em uma pequena oficina. Ela domina todas as etapas da produção e controla o ritmo do seu trabalho.

25


EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1) O que eram as manufaturas? 2) De que maneira a burguesia conseguiu acumular capitais durante a Idade Moderna? 3) Por que o avanço técnico, especialmente em relação à marinha, contribuiu para que a Inglaterra fosse pioneira na Revolução Industrial? 4) (PUC) É curioso que quando a fabricação de algodão apenas começava, todas as operações, desde o preparo da matéria-prima até a sua transformação em tecido, se completavam sob o teto da cabana do tecelão. O processo da manufatura determinou que o fio seria fiado nas fábricas e seria tecido nas cabanas. Na época atual, quando a manufatura chegou a sua etapa de maturidade, todas as operações voltam a realizar-se em um único edifício, recorrendo-se a meios superiores e máquinas mais complexas.

PR ál OD ise UÇ ÃO

reduzida parcela de camponeses tenha permanecido no meio rural. A maior parte deles se dirigiu para as cidades (êxodo rural) à procura de emprego, ocasionando uma farta disponibilidade de mão de obra para a indústria em crescimento. • Disponibilidade de matérias-primas – a Inglaterra possuía muitas minas de carvão e ferro, utilizados na montagem e no funcionamento das máquinas a vapor, além de contar com grandes rebanhos de ovelha para fornecer a lã aproveitada na indústria têxtil. De qualquer modo, as matérias-primas que os ingleses não possuíssem poderiam ser adquiridas em diferentes partes do mundo devido ao seu poder naval e especialmente nas treze colônias da América, que no início da Revolução Industrial ainda pertenciam à Inglaterra e forneciam grande quantidade de algodão, também utilizado na fabricação de tecidos.

(GUEST. O efeito do tear mecânico sobre a produção.)

A análise histórica das colocações feitas por Guest permite afirmar, exceto: a) o desenvolvimento tecnológico e a mecanização da produção possibilitaram a consolidação do industrialismo; b) a produção artesanal, de herança feudal, mostrou-se incapaz de atender à demanda crescente do mercado; c) a concentração dos trabalhadores em um mesmo espaço físico acelerou a especialização de funções; d) o sistema de produção domiciliar tornou-se dominante, superando as estruturas peculiares das manufaturas; e) as transformações observadas no processo produtivo levaram o trabalhador a perder gradativamente sua independência.

An

Trabalho infantil numa mina de carvão inglesa.

RE

er ia

ld

e

• A Revolução Inglesa – no século XVII, uma revolução ocorrida na Inglaterra acabou com o Absolutismo, dando início à Monarquia Parlamentar, a qual era controlada pela burguesia. Esta, fortalecida politicamente, acabou com as barreiras mercantilistas, tomando medidas favoráveis ao desenvolvimento dos seus negócios, estimulando, portanto, a industrialização do país.

ID A

at

1) Explique o significado dos seguintes termos: a) meios de produção; b) divisão do trabalho.

A

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

M

2) O que foi a Revolução Industrial?

OI B

3) Explique o que foi a política de cercamento dos campos realizada na Inglaterra e como ela contribuiu para o avanço industrial.

AP EF8 HIS 02 B #

PR

4) Relacione a Revolução Inglesa do século XVII e a Revolução Industrial.

26

5) (PUC) A consolidação das estruturas industriais na Inglaterra, a partir de meados do século XVIII, pode ser considerada como o resultado da articulação de diversos fatores, exceto: a) a liberação de mão de obra através do movimento de cercamentos; b) a instauração de uma Monarquia Absolutista após a Revolução Gloriosa; c) a hegemonia marítima inglesa e o controle do comércio mundial; d) a difusão da ideologia liberal e o domínio da livre iniciativa; e) a existência de vastas jazidas de ferro e carvão necessárias à produção mecanizada.


AS FASES DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

RE

ID A

Foto de Nova York, em 1888, onde podemos ver um emaranhado de fios telefônicos.

Ainda nesta etapa, logo nas primeiras décadas do século XX, em Detroit, Henry Ford colocou em prática na sua fábrica de automóveis a produção em série, através das famosas linhas de montagem. Essa nova forma de

Henry Ford e um Modelo T.

A partir da segunda metade do século XX, o desenvolvimento tecnológico foi se tornando cada vez mais aprimorado, baseando-se, por exemplo, na microeletrônica e na biotecnologia. Nesta fase é possível percebermos claramente o desenvolvimento da indústria química e da eletrônica, além dos avanços da robótica e da engenharia genética. As inovações técnicas aumentaram a capacidade produtiva das indústrias e o acúmulo de capital. Assim, nessa nova etapa da industrialização, conhecida como Terceira Revolução Industrial, que se estende aos nossos dias, as potências industriais passaram a buscar novos mercados consumidores, bem como locais para aplicarem seus capitais excedentes. Passaram a investir, portanto, em outros países, através do estabelecimento de empresas multinacionais, levando-se a industrialização a quase todas as partes do planeta. Essa integração cada vez maior, não só econômica, mas também política e cultural entre os diferentes países é o que chamamos de globalização.

AP EF8 HIS 03 A

PR

OI B

M

at

A

er ia

ld

e

An

As transformações técnicas, iniciadas na Inglaterra por volta de 1760, foram decorrentes da introdução da máquina a vapor, cuja matéria-prima utilizada era o carvão. Nessa primeira fase da Revolução Industrial, que foi até 1850, a industrialização ficou restrita a este país, ganhando destaque a fabricação de tecidos de algodão. As inovações tecnológicas atingiram também os transportes, a fim de escoar as mercadorias que seriam vendidas para outras regiões, havendo, além disso, o investimento nos meios de comunicação. Nesse sentido, podemos destacar a locomotiva e o barco a vapor, bem como o telégrafo. A grande oferta de matéria-prima e a abundância de mão de obra barateavam os custos da produção, gerando lucros elevados, os quais eram reaplicados no aperfeiçoamento tecnológico e produtivo. Assim, também o setor metalúrgico foi estimulado, bem como a pesquisa relacionada a novas fontes de energia. A partir de meados do século XIX, a industrialização se espalhou por outros países da Europa, como Bélgica, França, Itália, Alemanha e Rússia, alcançando, ainda, outros continentes, difundindo-se, assim, pelo Japão e pelos Estados Unidos. Nesta fase, percebemos a crescente modernização das máquinas em cuja construção foi utilizado cada vez mais o aço em substituição ao ferro. Além disso, foram aproveitadas novas fontes de energia – como a eletricidade e os derivados do petróleo – e a produção fabril se tornou mais diversificada, com destaque para o desenvolvimento do sistema de transporte e de comunicação, ressaltando-se a invenção do telefone e do automóvel. As transformações e o avanço tecnológico ocorridos nesse período foram tão significativos que o mesmo passou a ser caracterizado como Segunda Revolução Industrial.

trabalho consistia na avançada divisão de tarefas entre os diversos operários. Isto significa que cada trabalhador seria responsável por uma única etapa da produção, que deveria ser repetida infinitamente de forma a se alcançar uma maior produtividade. O sistema fordista de produção está diretamente ligado aos fundamentos propostos pelo taylorismo, conjunto de teorias desenvolvidas pelo engenheiro americano Frederick Winslow Taylor, segundo o qual, para aumentar a produtividade do trabalho industrial, era essencial fragmentá-lo, limitando cada operário à execução de uma única tarefa, de maneira contínua e repetitiva. Esta alta especialização, no entanto, passou a ser, com o tempo, for temente cri ticada, so b o argumento de que robotizava o operário, fazendo-o perder a liberdade e a iniciativa d e estabele ce r sua própria man eira de trabalhar. Trata-se daquilo que, já no século XIX, o pensador alemão Karl Marx (1818 - 83) havia definido como uma crescente alienação do trabalhador, uma vez que o mesmo vinha perdendo a visão global do processo de produção, ficando cada vez mais afastado do produto final do seu esforço.

PR ál OD ise UÇ ÃO

AS TRÊS FASES DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

27


EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1) Caracterize a Segunda Revolução Industrial. 2) Explique o que significa globalização. Em seguida pesquise alguns aspectos positivos e negativos desse fenômeno.

PR ál OD ise UÇ ÃO

3) (PUC) Dentre as profundas transformações observadas nas estruturas produtivas a partir de meados do século XVIII, que caracterizaram o início do fenômeno histórico conhecido como Revolução Industrial, destacam-se, exceto: a) a intensa divisão de tarefas e a especialização da mão de obra; b) a mecanização do esforço produtivo e o aumento da produção; c) o aperfeiçoamento dos transportes e dos meios de comunicação; d) a concentração de um grande número de operários nas fábricas; e) a redução do controle capitalista sobre as atividades econômicas.

An

4) (UFJF) A partir do aparecimento da fábrica moderna, vinculada à utilização industrial da energia a vapor e à mecanização da produção de tecidos no século XVIII, a economia capitalista conheceu diferentes saltos tecnológicos, frequentemente denominados revoluções industriais. Sobre estas, assinale a opção correta: a) Em virtude da expansão imperialista, a Alemanha foi o epicentro da Primeira Revolução Industrial, desencadeada a partir do investimento produtivo de recursos obtidos com a exploração das colônias. b) O desenvolvimento da eletricidade e da produção de aço foi característico da Segunda Revolução Industrial, tendo conduzido ao declínio dos monopólios capitalistas, dado o preço reduzido da energia elétrica e das matérias-primas, que facilitou a afirmação de empresas de pequeno porte. c) Em geral associados à Segunda Revolução Industrial, desenvolveram-se o taylorismo e o fordismo, a partir do controle rigoroso do ritmo de trabalho dentro das empresas, que se tornaram cada vez mais especializadas. d) A Terceira Revolução Industrial, vinculada à utilização da microeletrônica, da biotecnologia e da informática, conduziu a uma expansão espetacular do emprego industrial na etapa contemporânea do desenvolvimento capitalista.

ld

e

Propaganda da Coca-Cola no Brasil, em 1944.

1) Caracterize a primeira fase da Revolução Industrial.

RE

er ia

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

ID A

at

A

2) Explique o significado do taylorismo no contexto da Segunda Revolução Industrial.

AP EF8 HIS 03 B #

PR

OI B

M

3) (PUC) O avanço tecnológico da Revolução Industrial do século XIX, na Inglaterra, foi acompanhado por importantes alterações no processo de trabalho fabril, tais como: a) capacitar o trabalhador a desenvolver suas aptidões individuais; b) conjugar a atividade física ao esforço mental de cada trabalhador; c) permitir ao trabalhador controlar seu próprio ritmo de trabalho; d) adequar a destreza individual do trabalhador aos processos mecanizados; e) determinar os intervalos de paralisação durante a jornada diária de trabalho.

28

4) (PUC) São características básicas do industrialismo, exceto: a) a especialização das tarefas; b) a padronização dos produtos; c) a retração do mercado; d) a produção em larga escala; e) a sincronização do trabalho.


OS DESDOBRAMENTOS SOCIAIS DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL tecnológicas, mas as transformações econômicas e sociais, na medida em que influenciou, por exemplo, no crescimento urbano e no aumento das desigualdades sociais. Afinal, ela propiciou o enriquecim ento e o fortalecimento da burguesia, em oposição ao aumento da miséria dos trabalhadores, que por não possuírem os m e io s d e p ro d u çã o , ve n d ia m a p e n a s o q u e lh e s restava: a sua capacidade de trabalho. Além disso, as desigualdades puderam ser percebidas também entre o s diferentes países, colocando em posição de destaque o s que se industrializavam m ais r a p i damente.

ld

e

An

PR ál OD ise UÇ ÃO

Para aumentar cada vez mais os seus lucros, os donos das indústrias pagavam o menor salário possível – já que a disponibilidade de mão de obra era grande – e exploravam ao máximo a capacidade de trabalho dos operários, cuja carga horária nas fábricas girava em torno de 15 horas por dia. Eles acabavam se sujeitando a essa situação por ser este o único meio de sobrevivência de que dispunham, mas o salário que recebiam era tão miserável que eram obrigados a trabalhar nas fábricas com toda a família, inclusive mulheres e crianças, as quais eram empregadas em grande quantidade por receberem salários mais baixos.

RE

Fotografia de uma família burguesa, tirada em 1918.

ID A

Mulheres trabalhando em uma fiação inglesa do século XIX.

PR

Além da baixa remuneração, as péssimas instalações das indústrias prejudicavam a saúde do trabalhador, havendo casos frequentes de acidentes, sem que os operários fossem amparados, já que não havia uma legislação que garantisse os seus direitos. Às péssimas condições de trabalho somavam-se as precárias condições de moradia, resultantes do crescimento desordenado das cidades, em função da concentração de indústrias e da grande massa de trabalhadores. Percebemos, assim, que a Revolução Industrial gerou profundas desigualdades sociais, pois ao mesmo tempo em que permitiu à burguesia a am pliação do seu poderio econômico, fez crescer uma m assa m is e rá v e l e e x p lo ra d a d e tra b a lh a d o re s in d u s tria is , g ru p o q u e fic a ria c o n h e c id o c o m o proletariado. Fica claro, portanto, que a Revolução Industrial não esteve relacionada somente a mudanças

Fotografia de um bairro operário de Londres.

O MOVIMENTO OPERÁRIO A crescente insatisfação dos trabalhadores acabou ocasionando a eclosão dos chamados movimentos operários. Inicialmente, esses indivíduos direcionaram sua revolta contra as máquinas, considerando-as culpadas pelo desemprego e pela ruína do artesanato. Assim, grupos de trabalhadores, ainda pouco organizados, liderados, dentre outros, pelo artesão Ned Ludman, reuniam-se para invadir as fábricas e destruir as máquinas, iniciando o movimento que ficaria conhecido como Ludismo. Aos poucos, os trabalhadores perceberam que sua luta não deveria ser dirigida contra as máquinas e sim contra o sistema de injustiça criado a partir do crescimento industrial e urbano. Assim, na década de 1830, surgiu na Inglaterra um movimento denominado Cartismo, formado por operários,

AP EF8 HIS 04 A

OI B

M

at

A

er ia

Crianças trabalhando numa fábrica de ferramentas na França, por volta de 1880.

29


PR ál OD ise UÇ ÃO

apenas a sua força de trabalho (capacidade física e mental), que para sua sobrevivência é trocada por um salário. Por isso no sistema capitalista a forma de trabalho predominante é a assalariada, ou seja, aquela que é realizada em troca de um salário. Esse mesmo sistema, no entento, é marcado pelo enriquecimento da burguesia, ás custas, muitas vezes,da exploração dos operários, uma vez que, sendo estes os principais responsáveis pelo avanço da produção, frequentemente não têm acesso aquilo que eles mesmos produzem. Isso acontece devido à baixa remuneração, fruto da existência daquilo que o pensador alemão Karl Marx chamaria de mais-valia, ou seja, a diferença entre o valor gasto na produção e o pago aos trabalhadores, que é de acordo com Marx, a forma através da qual a burguesia consegue acumular cada vez mais riquezas. O trabalhador produziria muito mais do que o equivalente ao seu salário e essa diferença seria apropriada pela classe capitalista, gerando a sua riqueza. Para Marx, portanto, o assalariado venda a suaforça de trabalho para sobreviver e o capitalista a compra para enriquecer. Essa troca desigual, segundo ele, é exatamente a mola que sustenta o sistema de exploração a que chamamos capitalismo, o que passaria a ser altamente criticado no decorrer do século XIX, com o surgimento de novas correntes de pensamento, a exemplo do socialismo.

An

artesãos e até mesmo representantes da pequena burguesia. Os cartistas elaboraram e enviaram ao Parlamento um documento intitulado Carta do Povo, que incluía dentre as suas reivindicações a eliminação do voto censitário (através do qual somente os ricos podiam votar) e o estabelecimento do sufrágio universal masculino. Tais indivíduos realizaram gigantescos comícios em Londres, sem que as suas exigências fossem prontamente atendidas. Contudo, o Cartismo representou uma etapa importante do movimento operário, uma vez que ajudou a despertar a consciência política do proletariado, fazendo-o perceber que somente através da união e organização dos trabalhadores e, sobretudo, da participação política, seria possível conquistar mudanças reais nas suas condições de vida e de trabalho. Desse modo, ao longo do século XIX, surgiram diversas associações de trabalhadores, a fim de reivindicar melhores condições de vida e de trabalho. Essas associações acabaram se transformando mais tarde nos sindicatos, os quais, inicialmente, não eram reconhecidos oficialmente, funcionando, portanto, de forma clandestina. Sua principal forma de luta era a greve, ou seja, a recusa ao trabalho até que suas reivindicações fossem aceitas. As manifestações dos trabalhadores foram duramente reprimidas pelo governo, que sempre se colocava ao lado da burguesia. No entanto, elas serviram para mostrar aos operários que os mesmos faziam parte de um mesmo grupo que possuía aspirações e interesses em comum, devendo, pois, lutarem juntos para fortalecer o movimento. Posteriormente, os sindicatos acabaram sendo reconhecidos oficialmente e transformados em legítimos representantes dos trabalhadores, conquistando, com o passar do tempo, importantes vitórias, como o aumento salarial, a limitação das horas de trabalho, assistência aos trabalhadores acidentados etc.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

2) Comente as condições de vida e trabalho dos operários no início da Revolução Industrial.

RE

er ia

ld

e

1) Por que afirmamos que a Revolução Industrial foi ao mesmo tempo um conjunto de transformações técnicas, sociais e econômicas?

O FORTALECIMENTO DO CAPITALISMO

3) Como a Revolução Industrial contribuiu para a consolidação do capitalismo?

AP EF8 HIS 04 B

PR

ID A

OI B

M

at

A

A crescente mecanização da indústria acarretou um aumento da produção sem precedentes na história da Humanidade, o que, teoricamente, deveria garantir a todos melhores condições de vida. Contraditoriamente, esse processo foi capaz de gerar um volume cada vez maior de lucros e ao mesmo tempo o crescimento da pobreza e da miséria, que rapidamente proliferaram nas cidades. Percebemos, portanto, que as transformações geradas pela Revolução Industrial foram muito mais sociais e econômicas do que técnicas, já que a partir dela se consubstanciou a diferença crescente entre ricos e pobres, ou seja, a concentração da renda. Por essa razão, afirmamos que o processo de industrialização, iniciado no século XVIII, consolidou o capitalismo, ou seja, fortaleceu o sistema socioeconômico que caracteriza a nossa sociedade, o qual é marcado, principalmente, pela oposição entre a burguesia e o proletariado, bem como pelo crescimento da desigualdade social. A fase da história conhecida como Idade Moderna é considerada pelos historiadores como um período de transição, por marcar a passagem do feudalismo para o capitalismo, havendo em tal etapa características de ambos os sistemas. Entretanto, a partir da eclosão das Revoluções Burguesas e, sobretudo, da Revolução Industrial, a burguesia se transformaria na classe dominante, iniciando uma nova organização política, social e econômica. Assim, no sistema capitalista, cuja riqueza mais importante é o capital (dinheiro investido para gerar mais lucro), são os burgueses que detêm os meios de produção (máquinas, terras, fábricas, capital etc.), enquanto o proletariado possui

30

4) O movimento operário passou por diversas fases. Diferencie as etapas conhecidas como ludismo e cartismo. 5) Na sociedade capitalista quem possui os meios de produção? Quais as consequências disso? 6) (UFRN) A Primeira Revolução Industrial, iniciada em fins do século XVIII, provocou várias transformações na sociedade europeia, tais como: a) intensificação das intervenções estatais na economia – surgimento do operariado – fortalecimento do controle político das metrópoles sobre suas colônias; b) difusão dos princípios revolucionários liberais – produção em grande escala direcionada para o mercado internacional – melhoria das condições de vida e trabalho no meio urbano; c) transferência do centro econômico das áreas rurais para as urbanas – afirmação do poder econômico da burguesia – consolidação do capitalismo como sistema dominante; d) crise do antigo regime monárquico e absolutista – consolidação da propriedade privada dos meios de produção – redução dos conflitos armados entre as nações europeias.


7) (ESPM) Analise o texto:

4) (ACAFE ) Com a Revolução Industrial, surgiu na Europa um conjunto de transformações sociais e econômicas. Sobre este período é falso afirmar que: a) com o desenvolvimento industrial, as máquinas substituíram várias ferramentas, bem como o trabalho de uma grande quantidade de pessoas; b) com a revolução aconteceu um grande crescimento urbano, com cidades como Londres possuindo um grande número de habitantes; c) um dos grandes fatores do pioneirismo inglês recaiu no fato de a Inglaterra ter sido a que mais acumulou capital durante a Idade Moderna; d) a Revolução Industrial, apesar de trazer grande desenvolvimento econômico, não colaborou para a ascensão da Inglaterra no contexto mundial; e) o primeiro ramo da indústria a utilizar máquinas foi o da fiação e tecelagem de algodão.

A fábrica surgiu muito mais por imperativos organizacionais do que por pressões tecnológicas. (...) Essa nova utilização da maquinaria não só visava conseguir a docilização e a submissão do trabalhador fabril, e, nesse sentido, assegurar a regularidade e a continuidade da produção, mas representou também um forte obstáculo aos movimentos de resistência do trabalhador fabril.

5) (ACAFE) Sobre a Revolução Industrial, a opção falsa é: a) dos sérios problemas sociais do proletariado originou-se o socialismo; b) crescente urbanização, ocorrendo uma série de problemas sociais ocasionados pelo êxodo rural, em alguns países; c) configuração de duas classes básicas na sociedade: a burguesia industrial dominante e o proletariado (trabalhadores assalariados); d) teve início o mercantilismo, responsável pelo imperialismo sobre a África, Ásia e América Latina; e) desenvolveu-se a produção em massa, como também uma grande divisão do trabalho.

An

De acordo com as ideias do autor, pode-se afirmar que: a) as invenções tecnológicas surgiram após o aparecimento das fábricas; b) a fábrica proporcionou condições para que o trabalhador fosse mais organizado; c) a organização fabril atendia à necessidade de disciplinar e controlar o trabalhador; d) os trabalhadores não resistiram à implantação da maquinaria nas fábricas; e) o trabalho fabril não assegurava a regularidade e a continuidade da produção.

PR ál OD ise UÇ ÃO

(DECCA, Edgar Salvadori De. O nascimento das fábricas. São Paulo: Brasiliense, 1986, p. 32)

ID A

M

at

A

d) estímulo ao comércio com a supressão das barreiras colocadas pelo mercantilismo; e) melhoria das condições de vida do proletariado.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

OI B

1) Cite algumas consequências da Revolução Industrial. 2) O que são e para que servem os sindicatos?

PR

3) (ACAFE) Acerca da Revolução Industrial, é falso afirmar que: a) teve início na Inglaterra, no final do século XVIII, e no século seguinte espalhou-se por outros países da Europa continental, EUA e Japão; b) não alterou as relações sociais da época, já que a produção restringiu-se apenas aos pequenos centros urbanos que existiam; c) os avanços tecnológicos e a produção mecanizada foram decisivos para o processo de enriquecimento dos países industrializados; d) em flagrante contraste com a riqueza dos capitalistas, o operariado era submetido a jornadas de trabalho pesadas, salários aviltantes e condições insalubres de trabalho; e) os trabalhadores eram severamente vigiados, submetidos a um ritmo frenético de trabalho e não tinham direito à greve nem às garantias sociais.

6) (PUC) A inauguração da produção industrial no século XVIII, na Inglaterra, modifica a face da sociedade porque, exceto: a) transfere o controle da produção das mãos do trabalhador para as mãos do empresário capitalista; b) subordina as regras do mercado ao crescente volume da produção mecanizada; c) modifica o conceito de consumo, ampliando-o para muito além das necessidades básicas; d) propicia a formação de cidades industriais, superando o caráter rural das sociedades; e) transforma o trabalhador num ser submisso e alienado, inviabilizando as organizações de classe.

7) O avanço industrial gera progresso, mas, se não for realizado com responsabilidade, também pode acarretar sérios problemas ambientais. Registre em seu caderno, através de recortes ou desenhos, exemplos de prejuízos causados à natureza pela proliferação das indústrias. 8) O trabalho infantil foi muito explorado durante a Revolução Industrial. Posteriormente, leis foram criadas no sentido de proibi-lo. Leia abaixo, por exemplo, um trecho do Estatuto da Criança e do Adolescente, aprovado no Brasil em 1990: Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade, salvo na condição de aprendiz.(...)

AP EF8 HIS 04 C

c) desenvolvimento do Movimento Operário;

RE

er ia

ld

e

8) O significado mais amplo da Revolução Industrial foi a consolidação do capitalismo e a separação entre a propriedade e o trabalho. São efeitos da Revolução Industrial, exceto: a) aumento da produção devido ao aprimoramento tecnológico; b) urbanização e desenvolvimento dos transportes;

31


AP EF8 HIS 04 D #

PR

RE

ID A

OI B

M

at

A

er ia

ld

e

An

Agora, responda à s questões: a) Infelizmente, sabemos que essas normas muitas vezes não são respeitadas. Registre, em seu caderno, imagens retiradas de jornais, revistas ou da Internet que demonstrem a exploração do trabalho infantil. b) Em sua opinião, por que os patrões empregam crianças mesmo sabendo que isso é proibido? E porque os pais permitem que seus filhos trabalhem já durante a infância? c) Que medidas você acha que poderiam ser tomadas para evitar a exploração do trabalho infantil? Você conhece alguma que esteja sendo colocada em prática? Qual?

PR ál OD ise UÇ ÃO

Art. 65. Ao adolescente aprendiz maior de quatorze anos, são assegurados os direitos trabalhistas previdenciários. (...) Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar de trabalho, aluno de escola técnica, assistido em entidade governamental ou não governamental, é vedado o trabalho: I – noturno (...); II – perigoso, insalubre ou penoso; III – realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social; IV – realizado em horários e locais que não permitam a frequência à escola (...).

32


ILUMINISMO I A ORIGEM DO MOVIMENTO O Iluminismo foi um movimento intelectual, desenvolvido na Europa no século XVIII – o qual ficaria conhecido como “Século das Luzes” – e que exerceu uma forte influência na política, na sociedade, na economia e na religião. Tal movimento teve origem na França, onde diversos pensadores publicaram obras demonstrando o fascínio em relação às ideias de John Locke e ao novo regime político instituído na Inglaterra, que limitava o poder do rei.

An

• Crítica ao Antigo Regime – os iluministas criticavam este tipo de sociedade formada na Europa, d u ra n te o s s é c u lo s X V e X V I, c a ra c te riz a d a , especialmente, pelo Absolutismo (poder concentrado nas mãos do rei), pelo Mercantilismo (controle do rei sobre a economia) e pelos privilégios concedidos à nobreza e ao clero.

PR ál OD ise UÇ ÃO

PRINCIPAIS CRÍTICAS E PROPOSTAS

• O direito à liberdade – considerada um direito essencial do ser humano, a liberdade era defendida p e lo s ilu m in is ta s e m to d o s o s s e u s a s p e c to s . Valorizava-se a liberdade religiosa, a liberdade de pensamento e de expressão, a liberdade política e a lib e rd a d e e c o n ô m ic a . Criticava-se, claram ente, portanto, o Antigo Regime, marcado, dentre outras características, pela teoria do direito divino, segundo a qual o rei é alguém escolhido por Deus para governar, sendo o seu poder incontestável. • A fisiocracia – o lema dos chamados fisiocratas, dentre os quais François Quesnay (1694-1774), era “laissez faire, laissez passer”, que significa, basicamente, “deixe fazer, deixe passar”, enfatizando a importância que esses pensadores davam à liberdade para o bom funcionamento da economia. Esses mesmos pensadores acreditavam que a terra era a única fonte de riqueza e a agricultura a única atividade realmente produtiva, enquanto a indústria e o comércio eram consideradas atividades secundárias, por serem simplesmente transformadoras. Essa corrente de pensamento iluminista seria fortalecida pelo liberalismo econômico, doutrina desenvolvida pelo escocês Adam Smith, a qual defendia a ideia do livre comércio e da livre concorrência, apresentando diversas críticas ao mercantilismo, já que este era caracterizado, sobretudo, pela forte intervenção do Estado na economia. • Igualdade jurídica – os iluministas acreditavam que um regime político só seria justo se fosse baseado em leis universais que não beneficiassem apenas uma parcela da sociedade. Eles criticavam, por exemplo, o fato de só os nobres poderem ocupar os principais cargos do Estado, além de não precisarem pagar impostos. • O papel da educação – de acordo com os iluministas, os homens são produtos da educação e da sociedade em que vivem. Portanto, muit as pessoas na época do Antigo Regime aceitavam a submissão porque foram incentivadas durante séculos a crer na id e ia medieval de que sua condição não deveria ser modificada, já que era algo estabelecido por Deus. Os iluministas, porém, acreditavam que tinham a missão de esclarecer os indivíduos, estimulando, através da educação, a utilização do raciocínio e a libertação dos preconceitos e da ignorância.

PR

OI B

M

• Anticlericalismo – a crítica ao clero e ao dogmatismo foi uma marca do Iluminismo. Os pensadores dessa época questionavam, portanto, os dogmas, ou seja, as verdades de fé da Igreja, consideradas incontestáveis. Para eles, as explicações religiosas eram supersticiosas e preconceituosas, além de dificultarem a utilização da razão e o avanço da ciência. • Valorização da ciência – os iluministas acreditavam que a ciência era capaz de explicar o funcionamento do Universo e da vida, indo, portanto, de encontro aos argumentos religiosos fornecidos pela Igreja, a qual buscava explicar todos os fenômenos da natureza de acordo com a vontade divina. Para esses pensadores, a ciência era capaz de modificar o mundo, proporcionando o progresso material. Por isso mesmo, o século XVIII foi um período de grandes avanços científicos e tecnológicos.

No século XVIII, diversos livros e panfletos foram escritos em linguagem bastante simples para ajudar a difundir os ideais iluministas. Estes foram formulados, sobretudo, pela burguesia, cujo progresso econômico era limitado pelos princípios mercantilistas e a participação política era restringida pelos privilégios concedidos apenas à nobreza.

AP EF8 HIS 05 A

RE

ID A

at

A

er ia

ld

e

• Racionalismo – a razão era considerada a fonte do conhecimento, a luz capaz de iluminar a mente humana e libertá-la de todo tipo de superstição. Para os iluministas, a não utilização da razão levava à ignorância e, consequentemente, às desgraças humanas, como as guerras, por exemplo. No entanto, a valorização do raciocínio, ou seja, da capacidade do homem de pensar, poderia conduzir a Humanidade ao progresso e à felicidade.

33


É importante lembrar que o movimento intelectual e filosófico ao qual nos referimos foi amplamente influenciado pela Revolução Inglesa, que também foi um movimento realizado para atender aos interesses da burguesia. Percebemos, no entanto, que os ideais defendidos pelos pensadores iluministas, como a igualdade jurídica e o direito à liberdade, acabariam favorecendo outras categorias sociais.

b) Ensinar que o homem não é livre, mas marcado pelo determinismo geográfico. c) Combater o absolutismo real e pregar o liberalismo político. d) Pregar a censura para os espetáculos de circo e de teatro. e) Recomendar a pena de morte como maneira de coibir a criminalidade. EXERCÍCIOS PROPOSTOS

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1) No século XVIII, pensadores iluministas, dentre os quais D enis D iderot, organizaram a Enciclopédia, contendo 35 volumes. Segundo tal escritor, o objetivo desse grandioso trabalho seria: (...) reunir os conhecimentos dispersos sobre a superfície da Terra, expor o seu sistema geral aos homens com os quais vivemos, para que os nossos descendentes, tornando-se mais instruídos, tornem-se ao mesmo tempo, mais virtuosos e felizes.

1) Explique por que o século XVIII foi chamado de “Século das Luzes”. 2) Uma das mais fortes ideias iluministas era a de que a natureza fez com que todos os homens nascessem ig u a is . P o r q u e e s s a id e ia d e ig u a ld a d e ju r í d ic a agradava a burguesia?

(Apud: BRAICK, Patrícia Ramos; MOTA, Myian Becho. História das cavernas ao terceiro milênio. São Paulo: Moderna, 2000.)

4) Os filósofos iluministas, pregando as virtudes da liberdade e os benefícios da ordem natural, influenciaram novas ideias econômicas. Compare o mercantilismo e o liberalismo econômico.

An

a) Explique, com suas próprias palavras, qual era o objetivo dos chamados “enciclopedistas”. b) Você acha que esse objetivo está próximo de ser alcançado através da Internet? Justifique.

PR ál OD ise UÇ ÃO

3) Quais eram as principais críticas feitas pelos iluministas em relação ao Antigo Regime?

RE

er ia

ld

e

2) O filósofo e matemático francês René Descartes (1596 -1650), considerado um dos precursores d o I l u m i n i s m o , a firm o u e m s e u liv ro O d is c u rs o d o método, que a dúvida era o primeiro passo no processo de construção do conhecimento. Explique como esse pensamento influenciou os pensadores iluministas nas críticas à Igreja Católica.

5) (PUC) Assinale a opção em que se encontra corretamente identificado um dos preceitos fundamentais da fisiocracia: a) “O ouro e a prata suprem as necessidades de todos os homens.”; b) “Os meios ordinários, portanto, para aumentar nossa riqueza e tesouro são o comércio exterior.”; c) “Que o soberano e a nação jamais se esqueçam de que a terra é a única fonte de riqueza e de que a agricultura é que a multiplica.”; d) “Todo comércio consiste em diminuir os direitos de entrada das mercadorias que servem às manufaturas interiores (...)”; e) “As manufaturas produzirão benefícios em dinheiro, o que é o único fim do comércio e o único meio de aumentar a grandeza e o poderio do Estado.”

at

A

3) Explique o significado da expressão “laissez faire, laissez passer” no contexto do Iluminismo.

ID A

PR

OI B

M

4) (PUC) As ideias dos diversos filósofos do Iluminismo, que tanta importância exerceram nos movimentos sociais dos séculos XVIII e XIX, têm como princípio comum: a) a República como único regime político democrático; b) a razão como portadora do progresso e da felicidade; c) as classes populares como base do poder político; d) o calvinismo como justificativa de riqueza material; e) a igualdade social como alicerce do exercício da cidadania.

AP EF8 HIS 05 B #

5) (PUC) No século XVIII surge na França a teoria econômica fisiocrática, proposta originariamente pelo médico Quesnay. A Fisiocracia criticava o mercantilismo e sustentava que a origem da riqueza nacional se encontrava no setor: d) financeiro; a) industrial; e) extrativista. b) comercial; c) agrícola;

34

6) O Iluminismo foi uma filosofia nascida na França, tendo por representantes Voltaire, Montesquieu, Rousseau etc. Uma das suas características foi a seguinte: a) Defender os ensinamentos das Igrejas Católica e Protestante.

6) (PUC) O Iluminismo representa a visão de mundo da intelectualidade do século XVIII, NÃO podendo ser apontado como parte do seu ideário: a) o combate às injustiças sociais e aos privilégios aristocráticos; b) o fortalecimento do Estado e o cerceamento das liberdades; c) o anticolonialismo e o repúdio declarado à escravidão; d) o triunfo da razão sobre a ignorância e a superstição; e) o anticlericalismo e a oposição à intolerância religiosa. 7) (UFG) O lluminismo como movimento intelectual do século XVIII, representou: a) as ideias revolucionárias da burguesia; b) o renascer do pensamento clássico grego-romano; c) a revolução ideológica da aristocracia; d) a expansão do pensamento religioso; e) o fortalecimento do Estado absolutista.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.