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Fazendo a diferença
Fazendo a diferença
Ainda falando sobre escolas, certo dia entrevistei uma professora chamada Jéssica. Para ser mais exata, Jéssica Mota. Ela tem 27 anos e é formada em Pedagogia, dá aulas para crianças de 4 a 10 anos de idade. Jéssica tem uma estatura média, é branca, tem cabelos castanhos com mechas loiras. Na maioria das vezes ela aparece alegre, sorridente e desinibida. Ela conta que sempre gostou de estudar, desde pequenina. — Sempre gostei, eu tinha incentivo, mas não era aquela coisa de que meu pai ou minha mãe fosse de dentro da área da escola, eles só apoiavam, mas o gostar partiu de mim mesma. Eu gostava de apresentação, de fazer teatro, ler livros... Eu percebo que ela fica feliz em lembrar da sua época de estudante. Estamos na sala da casa do avô de Jéssica, há vários familiares dela ali conversando alto, além de suas duas filhas (uma de 4 e outra de 2 anos) toda hora chegarem nela para pedir algo. Mas mesmo assim ela não se abate e dá a maior atenção para a entrevista. Ela diz que no 1° ano do ensino fundamental ganhou a premiação do aluno que mais leu livros durante o ano. Jéssica se destacou dos demais alunos porque leu 680 livros. Lembrem-se que ela provavelmente tinha somente uns 7 anos de idade, e mesmo assim, leu mais livros do que a maioria dos brasileiros jamais lerá em toda sua vida. Estamos sentadas em duas cadeiras de madeira, são pesadas e antigas, chegamos bem perto da sacada para não pegar tanto o som do pessoal lá dentro. Jéssica está adorando dar entrevista, e ela fala bem! Afinal, ela confessou que se não fosse professora, seria atriz ou jornalista. Só não seguiu essas
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duas carreiras porque na época em que se formou, não havia estes cursos na cidade. Foi uma longa conversa, onde batemos um papo sobre dificuldades e importâncias. Sobre as dificuldades que ela passou, vocês saberão no próximo capítulo, e sobre a importância, ela me disse uma frase que me deixou impactada: — A escola, às vezes, é o único diferencial que os alunos têm. A única oportunidade. Em casa eles não têm o contato com o livro que tem na escola, as vezes a televisão que a gente passo o filme, eles também não têm isso em casa. Então, qualquer tipo de aula lúdica diferente que você leva chama a atenção deles e desperta interesse. A escola é fundamental porque, para aquele aluno, naquelas 4 horas de prazo, você está fazendo a diferença. Com isso, o que podemos retirar dessa história com a professora Jéssica é o seguinte: Não basta ser professor, é preciso fazer a diferença. E não basta só fazer a diferença, é importante levar aos estudantes o valor do estudo, pois às vezes, isso é tudo que eles têm.
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